substantivo 2

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FACULDADE DE LETRAS DISCIPLINA: MORFOLOGIA SUBSTANTIVO

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Page 1: Substantivo 2

FACULDADE DE LETRASDISCIPLINA: MORFOLOGIA

SUBSTANTIVO

BELÉM- 2011 –

Page 2: Substantivo 2

SUBSTANTIVO

Segundo LIMA (2002, p. 66) “substantivo é a palavra com que nomeamos os

seres em geral, e as qualidades, ações, ou estados, considerados em si mesmos

independentemente dos seres com que se relacionam.”

Ex.: Maria é uma menina muito bonita, mas está muito triste.

Bonita é uma qualidade e triste é um estado de espírito, logo são substantivos.

Substantivos Comuns e Próprios

Chamam-se comuns os substantivos que, como país, denotam os seres na

condição de membros de classes ou espécies; e chamam-se próprios os substantivos

que, como Portugal, servem para conferir identidade exclusiva a um membro de uma

classe ou espécie.

Exemplo de Substantivo comum: menino, galo, palmeira (Há muito meninos,

muitos galos, muitas palmeiras.)

Exemplo de Substantivo Próprio: Deus, Brasil, Roma, São Paulo, Gonçalves Dias,

Tiradentes, Minerva.

Certos substantivos próprios podem tornar-se comuns: um Judas (traidor), um

esculápio (médico), um Ícaro (aviador), etc.

Substantivos Concretos e Abstratos

A distinção entre concreto e abstrato refere-se a dois modos de representar os

conceitos denotados pelo substantivos: seres animados ou inanimados, reais ou criados

pela imaginação, mas que 'estão no mundo' como seres reconhecíveis pelos sentidos,

são nomeados por substantivos concretos(fruta, estrela, fada, fantasma, lobisomem);

noções que denotam propriedades abstraídas dos seres concretos e não estão sujeitas às

distinções animado X inanimado, real X imaginário, são nomeados por substantivos

abstratos (aspereza, alegria, vitória, evidência). Está claro, portanto, que esta distinção é

de natureza semântica, pois se refere à conceptualização do mundo.

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É comum alteração semântica do substantivo abstrato para designar uma entidade

concreta. É o caso de se chamar entrada ou saída aos lugares por onde se entra ou sai.

Trata-se de flutuações do sentido recobertas pelos processos metonímicos e metafóricos.

Ex.: avô, mulher, pedra, leão, alma, fada, lobisomem.

Ex.: beleza, coragem, brancura, rapidez (qualidades).

amor, saudade, alegria, dor, fome, frio (sentimentos, sensações)

viagem, estudo, doação, esforço, fuga, afronta (ações)

vida, morte, cegueira, doença (estados)

Substantivos abstratos podem ser concretizados. Assim: a caça (= ato de caçar):

abstrato; a caça (= animal caçado): concreto.

Substantivos Simples e Compostos

São chamados de simples os que são formados de um só radical. E compostos os

que são formados por mais de um radical.

Exemplo de substantivos Simples: chuva, pão, lobo

Exemplos de Substantivos Compostos: guarda-chuva, passatempo, pão-de-ló.

Substantivos Primitivos e Derivados

Substantivos primitivos são aqueles que não derivam de outra palavra da língua

portuguesa. Já os Substantivos Derivados são aqueles que derivam de outra palavra.

Exemplo de Primitivos: pedra, ferro, dente, trovão.

Exemplo de Derivados: pedreira, ferreiro, dentista, trovoada.

Substantivos Coletivos

Os coletivos são os que exprimem um conjunto de seres da mesma espécie.

Ex.: exército, rebanho, constelação.

Ainda nos substantivos coletivos, temos uma divisão, que são:

1. Específico: os que se aplicam a uma só espécie de seres.

Ex.: matilha (cães de caça), boiada (bois), arquipélago (ilhas).

2. Indeterminados: os que se aplicam a diversas espécies de seres.

Ex.: bando (de aves, crianças, etc.), manada (bois, búfalos, elefantes)

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3. Numéricos: os que exprimem um número exato de seres.

Ex.: semana, dúzia, século, par, dezena, centena, biênio, etc.

Aos coletivos indeterminados acrescenta-se, em regra, o nome dos seres a que se

referem. Assim, dizemos:

Um bando de crianças. Um bando de aves.

Um renque de palmeiras. Um renque de colunas.

FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS: GÊNERO

Os substantivos flexionam-se para indicar o gênero, o número e o grau. O Gênero

é a propriedade que as palavras têm de indicar o sexo real ou fictício dos seres.

Na língua portuguesa são dois os gêneros: o masculino e o feminino. Certas

línguas, como o latim, o grego, o inglês, possuem um terceiro gênero: o neutro.

Para o nome dos deres vivos, o gênero, em geral, corresponde ao sexo do

indivíduo. O mesmo, porém, não acontece com os nomes dos seres inanimados, em que

o gênero é puramente convencional.

Formação do feminino

Diversos são os processos de formação do feminino. Sem levar em conta alguns

casos especiais, podemos afirmar que o feminino se realiza, mais frequentemente, de

três modos diferentes:

1) Flexionando-se o substantivo masculino:

Filho, filha – mestre, mestra – leão, leoa – folião, foliona, etc.

2) Acrescentando-se ao masculino a desinência –a ou um sufixo feminino:

Autor, autora – deus, deusa – cônsul, consulesa, etc.

3) Utilizando-se uma palavra feminina com radical diferente:

Pai, mãe – homem, mulher – boi, vaca, etc.

Substantivos Uniformes

Há um tipo de substantivos – denominativos de pessoas e animais – refratários à

flexão de gênero. Uns (os epicenos e sobrecomuns) só têm um gênero; outros, pelo

contrário, têm os dois gêneros e chamam-se, por isso, comuns de dois gêneros.

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Substantivos epicenos: denominam-se epicenos os nomes de animais que

possuem um só gênero gramatical para designar um e outro sexo.

Assim: A águia A mosca O besouro O polvo

A baleia A onça O condor O rouxinol

A borboleta A pulga O crocodilo O tatu

A cobra A sardinha O gavião O tigre

Observação:

Quando há necessidade de especificar o sexo do animal, juntam-se então ao substantivo

as palavras macho e fêmea: crocodilo macho, crocodilo fêmea; o macho ou a fêmea do

jacaré.

Substantivos sobrecomuns: chamam-se sobrecomuns os substantivos que têm

um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos.

Assim: O algoz O conjugue A criança A testemunha

O apostolo O individuo A criatura A vitima

O carrasco O verdugo A pessoa

Observação:

Neste caso, querendo-se discriminar o sexo, diz-se, por exemplo: o conjugue feminino;

uma pessoa do sexo masculino.

Substantivos comuns de dois gêneros: alguns substantivos apresentam uma só

forma para os dois gêneros, mas distinguem o masculino do feminino pelo gênero do

artigo ou de outro determinativo acompanhante. Chamam-se comuns de dois gêneros

estes substantivos.

Exemplos:

Masculino Feminino

O agente A agente

O artista A artista

O camarada A camarada

O colega A colega

O colegial A colegial

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Obs.:

1.ª) são comuns de dois gêneros todos os substantivos ou adjetivos substantivados

terminados em –ista: o pianista; um anarquista, uma anarquista.

2.ª) diz-se, indiferentemente, o personagem ou a personagem com referencia ao

protagonista homem ou mulher.

A categoria gramatical de número

A categoria de número diz respeito fundamentalmente a uma oposição de

significados - a oposição entre as quantidades um (singular) e mais de um (plural) -,

expressa - se sistematicamente por um mecanismo flexional: ausência X presença da

marca de plural -s (ex.: perna/pernas, flor/flores anel/anéis).

A flexão de número:

A variação de número consiste na oposição entre a forma do singular (ex.:

homem, fuzil freguês) e a forma do plural, assinaladas lepo morfema gramatical

indicado na escrita pela letra -s ou pelo segmento -es ou is (ex.: homens, fuzis,

fregueses).

A regra geral da flexão de número:

Acrescenta-se -s ao final dos nomes terminados por vogal, por ditongo oral ou

pelo ditongo nasal ãe: festa - festas, caqui - caquis, degrau - degraus, chapéu - chapéus,

mãe - mães.

Obs.: como ortografia do português não admite a sequência ms, o m final é substituído

por n na grafia do plural: refém - reféns, homem - homens, batom -batons, álbum-

álbuns.

Algumas das principais regras de flexões de número dos substantivos segundo Bechara:

a) Formação do plural com acréscimo de – s

Forma-se o plural dos substantivos com o acréscimo do morfema pluralizador (desinência do plural) –s, quando terminados explicitamente por:1- Vogal ou ditongo oral: livro livros; lei leis; cajá cajás.2- Vogal nasal tônica ou átona: imã imãs; irmãirmãs; álbum álbuns3- Ditongos nasais - ãe (tônicos ou átonos) e - ão (átono): mãe mães

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b) Formação do plural com acréscimo de –esQuando não está explícita a vogal temática suprimida no singular deverá ser restituída para constituir a forma teórica (ás ase ases) e depois ser acrescida a desinência –s. Isto ocorre quando o singular termina por:

1- -s (em sílaba tônica): ás ases; freguês fregueses.2- -z (em sílaba tônica): luz luzes; giz gizes; cicatrizes3- -r: cor cores; elixir elixires; revólver revólveres

c) Plural dos nomes terminados em –x (=ce)Os terminados em –x com o valor de ce (final com que podem também ser grafados) fazem o plural normalmente em –ces:

Cálix (ou cálice), cálices; apêndix (ou apêndice), apêndices.

Emprego do substantivo

Funções sintáticas do substantivo

O substantivo pode figurar na oração como: sujeito, predicativo (do sujeito, do

objeto direto e do indireto), objeto direto e indireto, complemento nominal, adjunto

adverbial, agente da passiva, aposto e vocativo.

Substantivo como adjunto adnominal

Precedido de preposição, pode o substantivo formar uma locução adjetiva, que

funciona como adjunto adnominal.

Ex.: Uma vontade de ferro [=férrea]

Uma pessoa sem entranhas [=perversa].

Em função de adjunto adnominal, pode também o substantivo referir-se

diretamente a outro substantivo. Comparem-se expressões do tipo:

Um riso canalha

Um ar província

Uma recepção monstro

Uma atitude povo

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Exemplo literário:

Évora! Ruas ermas sob os céus

Cor de violetas roxas... ruas frades

Pedindo em triste penitência a Deus

Que nos perdoe as míseras vaidades!

(F. Espanca, S, 149)

Substantivo caracterizador de adjetivo

Os adjetivos referentes a cores podem ser modificados por um substantivo que

melhor precise uma de suas tonalidades, um de seus matizes.

Assim: Amarelo-canário Azul-petróleo

Verde-garrafa Roxo-batata

Neste emprego o substantivo equivale a um advérbio de modo.

Substantivo caracterizado por um nome

Recurso expressivo, generalizado nas línguas românicas, é a caracterização de

um substantivo por meio de um nome (substantivo ou adjetivo) anteposto, ligado pela

preposição de, num sintagma nominal do tipo:

O raio do menino

A desgraça da mulher

Em que pese às divergências quanto à interpretação dos valores semânticos e

sintático que entram em jogo nessa estrutura nominal, todos reconhecem a intensidade

afetiva de sua caracterização antecipada. A feição particular desta parece advir de, ao

mesmo tempo, estar ligada pelo estreito vinculo de uma preposição e gozar do realce

significativo que seria o de um aposto ou de uma predicação nominal.

Substantivo como núcleo das frases sem verbo

As frases nominais, organizadas sem verbo, têm o substantivo como centro. É o

que se verifica, por exemplo:

a) Nas exclamações:

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Ó minha amada,

Que olhos os teus!

(V. de Morais, PCP, 334.)

b) Nas indicações sumárias:

Fim da tarde, boquinha da noite

Com as primeiras estrelas

E os derradeiros sinos.

(J. de Lima, OC, I, 225.)

c) Em títulos como:

Amanhã, Benfica e flamengo no Maracanã.

Nova crise no Oriente Médio.

Terremoto no Japão.

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BIBLIOGRAFIA

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. 2ª ed. São

Paulo: Publifolha, 2008.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 45ª

edição, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.

CUNHA, Celso e CINTRA, Luís F. Lindley. Nova Gramática do Português

Contemporâneo. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2001.

LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa:

Prefácio de Serafim da Silva Neto. 42ª ed. Rio de Janeiro: José Olimpio, 2002.