aula 2 - substantivo

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GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA UNIDADE 2: Substantivo AULA 2 1. Conceito: Substantivo Substantivos – são as palavras que designam as coisas que existem no mundo, concebidas como substâncias (homem, casa, livro) e quaisquer outros objetos mentalmente apreendidos como substâncias, quais sejam, qualidades (bondade, brancura), estados (saúde, doença), processos (chegada, entrega, aceitação). Concretos e abstratos Os substantivos podem designar a totalidade dos seres de uma espécie (designação genérica) ou a individualidade de determinada espécie (designação específica). São classificados, com base nesse critério, em comuns ou próprios: Comum: é o que se aplica a todos os seres de uma espécie ou que designa uma abstração (ex.: mulher, continente, oceano, curso, marca). Próprio: é o que se aplica a determinada individualidade de uma espécie (ex.: Dalva, África, Atlântico, Letras, Mercedes). Os substantivos também se dividem em concretos e abstratos. Os concretos designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tais: 1 Curso de Gramática da Língua Portuguesa MG- Fale- Cenex

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Page 1: Aula 2 - Substantivo

GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA

UNIDADE 2: SubstantivoAULA 2

1. Conceito:

SubstantivoSubstantivos – são as palavras que designam as coisas que existem no mundo, concebidas como substâncias (homem, casa, livro) e quaisquer outros objetos mentalmente apreendidos como substâncias, quais sejam, qualidades (bondade, brancura), estados (saúde, doença), processos (chegada, entrega, aceitação).Concretos e abstratos

Os substantivos podem designar a totalidade dos seres de uma espécie (designação genérica) ou a individualidade de determinada espécie (designação específica). São classificados, com base nesse critério, em comuns ou próprios:

Comum: é o que se aplica a todos os seres de uma espécie ou que designa uma abstração (ex.: mulher, continente, oceano, curso, marca).

Próprio: é o que se aplica a determinada individualidade de uma espécie (ex.: Dalva, África, Atlântico, Letras, Mercedes).

Os substantivos também se dividem em concretos e abstratos. Os concretos designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tais:

mulher, pedra, alma, fada, lobisomem, Deus.

Os abstratos designam qualidades, sentimentos, ações e estados dos seres, dos quais se podem abstrair (= separar) e sem os quais não poderiam existir:

beleza, coragem, brancura, rapidez (qualidades);amor, saudade, alegria, dor, fome, frio (sentimentos, sensações);

viagem, estudo, doação, esforço, fuga, afronta (ações);vida, morte, cegueira, doença (estados).

Observação: Substantivos abstratos podem ser concretizados. Assim: a caça (= ato de caçar): abstrato. A caça (= animal caçado): concreto.

Existe uma classe de substantivos que, na forma singular, denotam conjunto ou coletividade de seres de uma mesma espécie, transmitindo ideia de multiplicidade. São

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chamados de substantivos coletivos. Eis uma lista dos principais substantivos coletivos:

abecedário ou alfabeto - de letras abotoadura - botão de qualquer peça de vestuárioalameda - árvores em linhaálbum - de fotografias, de figurinhasalcateia - de lobosarmada, esquadra, frota - de navios de guerraarquipélago - de ilhas agrupadas em uma mesma regiãoarvoredo - árvore atlas - de mapasbaixela - de utensílios de mesabaleal - baleiasbanda - de instrumentistas tocando a mesma peça.bando - de pássarosbatalhão,legião, pelotão, tropa - de soldados de uma determinada repartição.biblioteca - de livros organizados em prateleirasboiada - de bois bosque - de árvoresburricada - de burroscabidela - de moedascacho - de frutas, quando reunidas sob um mesmo talo.cáfila - de camelos e dromedárioscaravana - de viajantes em uma mesma viagemcardume - de peixescarvalhal ou reboredo - de carvalhoscercal - de cerquinhoscholdra ou corja - de malandroschusma - reunião de pessoasconclave - de cardeais reunidos para eleger o papacongregação - professores de faculdadeconsistório - de cardeais reunidos para prestar assistência ao papaconstelação - de estrelascordilheira, serra - de montanhas enfileiradas corpo docente - de professores elenco - de atores, de artistasemanauê - conjunto de índios da mesmo triboenxame - de abelhasexército - de soldadosfamília - parentes em geralfarandula - mendigosfato - de cabrasfauna - de animais de uma regiãofio - de atumflora - de plantas de uma regiãogataria - de gatosherbário - coleção de plantas secas prensadasmanada - de bovinosmatilha - de cães, de canídeos

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multidão - agrupamento de seres humanosninhada - de filhotesnuvem - de gafanhotosolival - de oliveirasorquestra ou camerata - de instrumentistas de quaisquer instrumentos tocando a mesma peça panapaná - de borboletaspenca - de frutas, quaisquer.plêiade - de artistas correlacionadospomar - de frutíferaspopulação, povo - de pessoas de uma determinada entidade geográficaprelatura - de bisposquadrilha - de bandidos ou de dança coletiva. ramalhete - de floresrebanho - de ovelharéstia - de alhos, de cebolasrevoada - de aves em voo: pardais, pombos, etc.souto ou castinçal - de castanheiros.tertúlia - parentes em reuniãotrompa - de lhamastropa - cavalos (ou soldados)vara - de porcos

2. A flexão de número

a) Formação do plural com acréscimo de -sForma-se o plural dos substantivos com o acréscimo do morfema pluralizador (desinência do plural) -s, quando terminados explicitamente por:

1 – vogal ou ditongo oral: livro livros; lei leis; cajá cajás.2 – vogal nasal tônica ou átona: ímã ímãs; irmã irmãs; dom dons(grafando-se ns); álbum álbuns; totem totens (para o plural tótemes).3 – ditongos nasais -ãe (tônicos ou átonos) e -ão (átono): mãe mães; bênção bênçãos.

b) Formação do plural com acréscimo de -esQuando não está explícita a vogal temática suprimida no singular, deverá ser restituída (ás *ase ases) e depois ser acrescida a desinência -s. Isto ocorre quando o singular termina por:

1 – -s (em sílaba tônica): ás ases; freguês freguesesCós serve para os dois números e ainda possui o plural reduplicativo coses.2 – -z (em sílaba tônica): luz luzes; giz gizes; cicatriz cicatrizes3 – -r: cor cores; elixir elixires; revólver revólveres

c) Plural de nomes gregos em -nNos nomes de origem grega terminados em -n, pode-se obter o plural com o acréscimo da desinência -s, ou recorrer à forma teórica com a recuperação do -e (abdômen *abdomene abdômenes). Melhor fora dar a estes substantivos feição mais de acordo com o sistema fonológico do português, eliminando o -n final ou substituindo-o por -m

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e procedendo-se à formação do plural com o só acréscimo do -s (abdome abdomens; pólen polem polens, grafando -ns):

abdômen abdomens ou abdômenescertâmen certamens ou certâmenesdólmen (dolmem) dolmens ou dólmenesespécimen espécimens ou especímenesgérmen germens ou gérmeneshífen hifens ou hífenespólen (polem) polens ou pólenesregímen regimens ou regímenes

Observações:1.ª) éden (melhor seria edem, que o Vocabulário Ortográfico não registra) faz edens.2.ª) Cânon, melhor grafado cânone, faz cânones.3.ª) Recorde-se que são acentuados os paroxítonos em -n, e não os em -ens. Daí hífen, mas hifens (sem acento gráfico).

d) Plural dos nomes em -ão tônico

Regra geral: o plural dos nomes terminados em -ão é -ões

Os nomes em -ão tônico, a rigor, pertencem à classe dos temas em –o ou em -e, conforme o plural respectivo: irmãos (= irmão + s), pães (= *pãe + s), leões (= *leõe + s). Para uma descrição coerente, Mattoso propõe que se parta das formas teóricas do plural para se chegar ao tema, suplementadas pelas regras morfofonêmicas pertinentes, no processo de formação de plural.

Destacando-se a vogal temática (que passa a semivogal de ditongo em contacto com a vogal anterior), teremos o radical em -õ (leõ) e o radical em -ã (irmã, pã).

1) os substantivos em -õ com tema em -e fazem o plural com acréscimo da desinência -s:

leão (* leõ + e + s) leõescoração (* coraçõ + e + s) corações

Assim, temos os plurais: questões, melões, razões, etc. Este grupo é o mais numeroso e, por isso mesmo, tende, no uso espontâneo, a assimilar outras formas de plural que a língua exemplar não adota. Neste grupo, estão incluídos todos os substantivos abstratos formados com os sufixos -ção, -são e -ão e grande parte de substantivos concretos.

comoção comoções; adoração adoraçõesapreensão apreensões; compreensão compreensõesabusão abusões; visão visõescaminhão (camião) caminhões (camiões); barracão barracões

Este radical teórico em -õ aparece evidente em adjetivos e verbos da mesma família do substantivo, o que é sinal de que este faz o plural em -ões; por exemplo, leonino denuncia o plural correto de leão: leões.

2) os substantivos em -ã com tema em -o (irmão) fazem o plural com o acréscimo da desinência -s: irmão (*irmã + o + s) irmãos; cidadão (*cidadã + o + s) cidadãos.

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Este radical teórico em -ã aparece evidente em adjetivos e verbos da mesma família dos substantivos irmão (irmanar) e cidadão (cidadania).3) os substantivos em -ã com vogal temática -e (pã - e de pães) fazem o plural com o acréscimo da desinência -s:

pão (pã + e + s) pãescapitão (capitã + e + s) capitães

Diante do exposto, oferecemos ao leitor relação minuciosa dos dois grupos de substantivos em -ão que não fazem o plural mais frequente em -ões:

1) plural em -ães:cão cães escrivão escrivãescapelão capelães tabelião tabeliãesalemão alemães pão pãescapitão capitães maçapão maçapãesmata-cão mata-cães catalão catalães

2) plural em -ãos:chão chãos irmão irmãoscidadão cidadãos mão mãoscristão cristãospagão pagãosdesvão desvãos

Muitos substantivos apresentam dois e até três plurais:

aldeão: aldeãos; aldeões; aldeães.ancião: anciãos; anciões; anciães.charlatão: charlatões; charlatães.corrimão: corrimãos; corrimões. cortesão: cortesãos; cortesões.deão: deãos; deões; deães.ermitão: ermitãos; ermitões; ermitãesfuão: fuãos; fuões.guardião: guardiões; guardiães.refrão: refrãos; refrães.sacristão: sacristãos; sacristãestruão: truões; truães.vilão: vilãos; vilões; vilães.vulcão: vulcãos; vulcões.

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e) Plural dos nomes terminados em -l

1 – Plural dos nomes terminados em -al, -el, -ol, -ulNos nomes em -l, temos de partir da forma teórica com restituição da vogal temática -e, acréscimo do pluralizador -s, posterior às regras morfofonêmicas: queda do -l- intermediário e passagem da vogal temática a semivogal (grafada -i)

carnaval *carnavale carnavales carnavaes carnavaispapel *papele papeles papees papéis (tônico)lençol *lençole lençoles lençoes lençóisnível *nivele niveles nívees níveis (átono)paul *paule paules paues pauis

Observações:1.ª) cônsul e mal fazem cônsules e males2.ª) cal e aval fazem cales (= cano) e cais, avales (mais comum em Portugal) e avais3.ª) real faz réis (moeda antiga) e reais (moeda nova)

2 – Plural dos nomes terminados em -ila) -il em vogal átona: ocorre a passagem do i a e e posteriormente o mesmo que o caso anterior: fóssil *fóssile *fossele fosseles fossees fósseisb) -il com vogal tônica: ocorre o acréscimo do pluralizador -s e posterior supressão do -l, já que não é necessário recorrer à vogal temática, por não aparecer no plural: funil *funils funis

Observação: mírtil faz mírtiles e mírteis; móbil faz móbiles e móbeis. Réptil e projétil, como paroxítonos, fazem répteis e projéteis; como oxítonos, reptil e projetil fazem reptis e projetis.

f) Plural dos nomes terminados em -x (= ce)Os terminados em -x com o valor de ce (final com que podem também ser grafados) fazem o plural normalmente em -ces: cálix (ou cálice), cálices; apêndix (ou apêndice), apêndices.

g) Palavras que não possuem marca de númeroHá significantes terminados por -s em sílaba átona (como lápis, pires, ou monossílabos como cais, xis) que não possuem marca de número, quer no singular quer no plural, pois se mostram alheias à classe gramatical de número. Cremos ser a melhor lição a de Herculano de Carvalho, segundo a qual não se pode aceitar a doutrina corrente que vê nessas formas um singular que permanece invariável no plural. É um caso de sincretismo, e não de neutralização. A pluralidade é marcada pelos adjuntos (artigo, adjetivo, pronome, numeral): o lápis, os lápis; um pires, dois pires; este xis, estes xis.

Estão neste caso os terminados em:1) -s (em sílaba átona; palavras sigmáticas): o pires, os pires; o lápis, os lápis; a cútis, as cútis. Observação: Simples faz simpleces ou, o que é mais comum, não varia. Cós, lais e ferrabrás são mais usados invariáveis, mas possuem o plural coses, laises e ferrabrases.

2) -x (com o valor de cs): o tórax, os tórax; o ônix, os ônix.

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Observação: Alguns nomes com x = cs possuem a variante em ce: índex ou índice, ápex ou ápice; códex ou códice. Seus plurais são, respectivamente, índices, códices, ápices. Aliás, são preferíveis as grafias índice, códice e ápice, no singular.

h) Plurais com alteração de o fechado para o aberto (metafonia)Muitas palavras com o fechado tônico, quando passam ao plural, mudam esta vogal para o aberto:

miolo – miolosDentre as que apresentam esta mudança (chamada metafonia) na vogal tônica lembraremos aqui as mais usuais:

Abrolhofogoporco

antolhofornoporto

caroçoforopostochocofossopovo

corcovoimposto

reforçocorojogorogocorpomiolo

sobrolhocorvo

mirolhosocorrodespojo

olhotijolo

destroço

destroçoossotorto

escolhoovo

trocoesforçopoçotroço

Esta alternância constitui a única marca do feminino em avô e formas com ela relacionadas, na qual se acha suprimida a desinência -a: avô – avó (< avoa < lat. aviola). Nos casos de metafonia, o plural é marcado pelo morfema pluralizador -s e pelo morfema suprassegmental.

Continuam com o fechado no plural:

Acordoesboçologro

adornoesposomorroalmoçoestorvorepolhoalvoroçoferrolho

roloarrotosogro

bodaforrosoldobojo

gafanhotosoprobologlobosorobolsogorrotocofofo

cachorrogostotoldo

caolhogozotopococohortotorno

contornojorro

transtorno

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Observação: Como no caso dos plurais em -ão (-ões, -ães, -ãos), a inclusão da palavra no grupo dos metafônicos ou não metafônicos apresenta muitas indecisões. O esforço para dirimir dúvidas nestes casos se tem regulado pela origem do timbre da vogal tônica em latim e na forma paralela das correspondentes em espanhol, onde, como regra do timbre fechado, resulta uma vogal simples e do timbre aberto uma ditongação: gozo (esp.) – gozo (port.) – gozos (ô); fuego (esp.) – fogo (port.) – fogos (ó). Tanto a etimologia do latim quanto o paralelismo do espanhol nem sempre têm a boa resposta às dúvidas. Não sofrem alteração os nomes próprios e os de família: os Diogos, os Mimosos, os Raposos, os Portos.

i) Plurais com deslocação do acento tônico – Há palavras que, no plural, mudam de sílaba tônica:

caráter – caracteresespécimen – especímenes

júnior – junioresJúpiter – JupíteresLúcifer – Lucíferessênior – seniores

O plural sorores é de soror, oxítono, o que se estende a sóror.

j) Variações semânticas do significado entre o singular e o plural – Normalmente, o plural guarda o mesmo significado do singular. Isto não acontece, porém, em alguns casos, principalmente se se trata de substantivos abstratos em sentidos contextuais: bem (o que é bom) – bens (propriedades) - féria (produto do trabalho diário) – férias (dias de descanso)

“Onde não se preza a honra se desprezam as honras”.

Em nomes abstratos como injustiças, crueldades, gentilezas, o plural denota atos repetidos, ora multiplicidade dos mesmos atos, com certa conotação aumentativa. Também em nomes concretos pode o plural acusar mudança de significado: ferro (metal) ferros (algemas). Estão nestes casos os nomes que, no plural, indicam o casal: os pais (pai e mãe), os irmãos (irmã e irmão), os reis (rei e rainha).

Palavras só usadas no plural ( pluralia tantum ) – Eis as principais:

ademanes – endoenças - afazeres – exéquias - alvíssaras - férias (= repouso) - anais – núpcias - arredores – trevas - avós (antepassados) – víveres – belas-artes, belas-letras –

nomes de naipes: copas, ouros, espadas, paus – confins

m) Plural de nomes próprios – Os nomes próprios usados no plural fazem o plural obedecendo às normas dos nomes comuns, e a língua padrão recomenda se ponham no plural, e não no singular:

“O fidalgo dos Vitos Alarcões tratou da cabeça na cama, uns quinze dias”.

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“ (...) seria um garfo meritório do tronco dos Parmas d’Eça, ao qual ele Rui de Nelas se glorificava de ser estranho?”.

Todavia, não é raro o uso do singular na língua literária: “Os brasileiros do sul, os Correia de Sá, perdiam muito do encanto dessas obras (...)”

n) Plural dos nomes estrangeiros não assimilados – Os nomes estrangeiros que se adaptaram ao sistema fonológico do português têm o seu plural consoante as normas vigentes: clube clubes; dólar dólares; repórter repórteres; abajur abajures; ultimato ultimatos; memorando memorandos; confete confetes.

Os não assimilados ao nosso idioma tomam duas direções: a) terminam com -s, sem pretender coincidir com as regras do plural da língua originária, ou b) regulando-se pelas normas da língua estrangeira, o que, em geral, é o procedimento recomendado na língua padrão e nos textos científicos.

Do primeiro caso, temos:films, leaders, ladys, dandys, lieds, blitzes.

Do segundo temos, entre os latinismos:curriculum curricula, memorandum memoranda, corpus corpora, etc., que podem ser aportuguesados, no singular, em: currículo, memorando, corpo (raro). campus campi (o campus, os campi)

Entre os gregos cabe citar:tópos tópoi, lógos lógoi, ónoma onómata.

Entre os anglicismos:lady ladies; penny pennies ou pence;dandy dandies; sportman sportmen.

Entre os germanismos:lied (/ lid / ) lieder; leitmotiv leitmotiven; blitz blitzen.Também se erra usando-se lieder como singular.

o) Plural dos nomes de letras – Os nomes de letras vão normalmente ao plural, de acordo com as normas gerais.

Escreve com todos os efes e erres.Coloquemos os pingos nos is.N.B.: Xis serve para singular e plural.Podemos ainda indicar o plural das letras com a sua duplicação: ff, rr, ii.Este processo ocorre em muitas abreviaturas:E.E.U.U. (Estados Unidos, também representado por EUA, EstadosUnidos da América, ainda U.S.A.).

p) Plural dos nomes com o sufixo -zinho – Põem-se no plural os dois elementos e suprime-se o s do substantivo, consoante a regra ortográfica oficial:

animalzinho = animal + zinho

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animaizinhoscoraçãozinho = coração + zinho

coraçõezinhosflorzinha = flor + zinha

florezinhaspapelzinho = papel + zinho

papeizinhospazinha = pá + zinha

pazinhasmas

pazinha = paz + inhapazezinhas

Nota ortográfica: Os sufixos diminutivos -inho (-ito, etc.), -zinho (- zito, etc.) têm hoje uma distribuição regular, conforme o final da palavra básica:

a) se termina por vogal átona ou consoante (exceto -s e -z), a escolha é materialmente indiferente, apesar de aparecerem nuanças de sentido contextuais: corpo corpinho (com queda da vogal temática) / corpozinho (a forma básica intacta); flor florinha / florzinha; mulher mulherinha / mulherzinha;b) se termina por vogal tônica, nasal ou ditongo, é de emprego obrigatório -zinho (-zito, etc.); boné bonezinho; siri sirizinho; álbum albunzinho; bem benzinho; raio raiozinho. Com -zinho evitam-se hiatos do tipo irmãinha, raioito, etc.;

c) se termina em -s ou -z, o emprego normal é com -inho (-ito, etc.), repudiando-se -zinho (-zito, etc.); ficando intacta a palavra básica: lapisinho (lápis + inho), cuscuzinho (cuscuz + inho), rapazinho (rapaz + inho), cartazinho (cartaz + inho), exatamente como escrevemos lapiseira (lápis + eira), lapisar (lápis + ar), lapisada (lápis + ada), etc.

Estabelecem-se até oposições léxicas e fonológicas (já que se guardam os acentos das palavras básicas): cartazinho (= cartàz + inho), cartazinha (= càrta + zinha), rapazinho (= rapàz + inho); rapazinho (= ràpa + zinho); masinho (= mas + inho), mazinha (= mà + zinha) [veja-se o exemplo dado por Oiticica: Você escreveu aí na pedra um masinho que ninguém percebe (trata-se da conjunção mas)]. Às vezes há convergências gráficas: pazinha (paz + inha) e pazinha (pá + zinha), que o contexto dissolverá. Se escrevemos oficialmente lapisar, lapiseira, por que o Vocabulário oficial preceitua lapizinho? Segundo já Epifânio Dias [ED.1, § 94] e José Oiticica, o coerente seria, já que a regra é flexionar as duas unidades: açãozinha (no singular) Õ açõesinhas (no plural, já a básica termina em -s). A regra que obriga o -z e que expusemos por ser a ortografia oficial, foi formulada por Gonçalves Viana (Ortografia, 123); Mário Barreto mostrou-se indeciso no pleito: “Da regra de Epifânio depreendesse que nos nomes em -ão os sufixos -inho e -ito se precedem de z (açãozinha, escreve o eruditíssimo gramático português) e que no plural perdem o z, tomando esta forma no tema e no sufixo: ações-inhas. Seja lá como for, o que está fora de dúvida é que o plural é açõesinhas ou açõezinhas, coraçõesinhos ou coraçõezinhos, e não coraçãozinhos, açãozinhas”.

Oiticica ainda acha que o normal seria florinhas, florzinhas, que a língua padrão evita, mas que têm adoções eventuais em bons escritores: “contam os seus amigos que, quando na mocidade frequentava noturnamente os barzinhos da Lapa...”. A razão do

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emprego de formas plurais barzinhos, colherzinhas se prende ao fato de que com sufixos outros não ocorre o plural das duas unidades florinha florinhas.

q) Plural das palavras substantivadas – Qualquer palavra, grupo de palavras, oração ou texto pode substantivar-se, isto é, passar a substantivo, que, tomadas materialmente, isto é, como designação de sua própria forma externa, valem por um substantivo masculino e singular:

o sim, o não, o quê, o pró, o contra, o h,

Tais palavras vão normalmente ao plural:

os sins, os nãos, os quês, os prós, os contras, os hh (agás)

Enquadram-se neste caso os nomes que exprimem número, quando aludem aos algarismos. Na sua caderneta há três setes e dois oitos. Tire a prova dos noves. Há dois quatros a mais e três onzes a menos nessas parcelas. Fazem exceção os terminados em -s (dois, três, seis), -z (dez) e mil, que são invariáveis. Quatro seis e cinco dez.

r) Plural cumulativo – Alguns nomes possuem duas formas: uma, básica, singular e outra flexionada em plural que passa a valer como se singular fora:

ananá - ananáseiró (iró) - eirós (irós)

filhó - filhósilhó - ilhóslilá - lilás

o ananá, os ananás; o lilá, os lilás.

Observação: Cós fica invariável ou tem plural cumulativo coses. Passando a forma plural a ser empregada como um singular (o ananás, o lilás, etc.), por semelhança de singulares em -ós (retrós, por exemplo), admite um novo plural, chamado cumulativo, por esquecimento da etapa de pluralização: o ananás, os ananases; o eirós, os eiroses;o filhós, os filhoses; o ilhós, os ilhoses; o lilás, os lilases.

s) Plural nos etnônimos – Etnônimo é o nome que se aplica à denominação dos povos, das tribos, das castas ou de agrupamentos outros em que prevalece o conceito de etnia. Estes nomes utilizados na língua comum admitem a forma plural, como todos os outros: os brasileiros, os portugueses, os espanhóis, os botocudos, os tupis, os tamoios, etc. Por convenção internacional de etnólogos, está há anos acertado que, em trabalhos científicos, os etnônimos que não sejam de origem vernácula ou nos quais não haja elementos vernáculos não são alterados na forma plural, sendo a flexão indicada pelo artigo plural: os tupi, os nambiquara, os caiuá, os tapirapé, os bântu, os somáli, etc. t) Plural dos nomes compostos – Merece especial atenção o plural dos nomes compostos, uma vez que as dúvidas e vacilações são frequentes. A questão envolve dificuldades de ordem ortográfica (uso ou não do hífen) e de ordem gramatical. Torna-se imperiosa uma sistematização que venha pôr simplificação ou minorar as dúvidas

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ainda existentes, mesmo com as últimas propostas do Acordo Ortográfico. Sem pretendermos esgotar o assunto, apresentamos os seguintes critérios:

A – Somente o último elemento varia:

1) nos compostos grafados ligadamente:

Fidalgo fidalgosGirassol girassóislenga-lenga lenga-lengasmadressilva madressilvaspontapé pontapésvai-vem vai-venszum-zum zum-zuns

2) nos compostos com as formas adjetivas grão, grã e bel:

grão-prior grão-prioresgrã-cruz grã-cruzesbel-prazer bel-prazeres

3) nos compostos de tema verbal ou palavra invariável seguida de substantivo ou adjetivo:

furta-cor furta-coresbeija-flor beija-floresabaixo-assinado abaixo-assinadosalto-falante alto-falantesvice-rei vice-reisex-diretor ex-diretoresave-maria ave-marias

4) nos compostos de três ou mais elementos, não sendo o 2.º elemento uma preposição:

bem-te-vi bem-te-vis

5) nos compostos de emprego onomatopeico em que há repetição total ou parcial da primeira unidade:

reco-reco reco-recostique-taque tique-taques

B – Somente o primeiro elemento varia:

1) nos compostos onde haja preposição, clara ou oculta:

cavalo-vapor (= de, a vapor) cavalos-vaporferro de abrir lata ferros de abrir latamula sem cabeça mulas sem cabeça

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pé de moleque pés de moleque

2) nos compostos de dois substantivos, onde o segundo exprime a ideia de fim, semelhança, ou limita a significação do primeiro:

aço-liga aços-liganavio-escola navios-escola (= para escola)manga-rosa mangas-rosa (= semelhante a rosa)peixe-boi peixes-boisalário-família salários-família

C – Ambos os elementos variam:

1) nos compostos de dois substantivos, de um substantivo e um adjetivo ou de um adjetivo e um substantivo:

amor-perfeito amores-perfeitoscabra-cega cabras-cegascarta-bilhete cartas-bilhetesdecreto-lei decretos-leisgentil-homem gentis-homensguarda-civil guardas-civisguarda-mor guardas-moreslugar-comum lugares-comunssalário-mínimo salários-mínimossegunda-feira segundas-feiras

Observação: lugar-tenente faz o plural lugar-tenentes.

2) nos compostos de temas verbais repetidos:

corre-corre corres-corresruge-ruge ruges-ruges

Observação: Os compostos incluídos neste caso também admitem a flexão adotadapelos nomes de A, 3): corre-corres, ruge-ruges.

D – Ficam invariáveis:

1) as frases substantivas:a estou-fraca (ave) as estou-fracao não sei que diga os não sei que digao disse me disse os disse me disseo bumba meu boi os bumba meu boi

3) nos compostos de dois temas verbais de significado oposto:

o leva e traz os leva e trazo vai-volta os vai-volta

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3. Variações de gênero

A língua portuguesa conhece dois gêneros: o masculino e o feminino. São masculinos os nomes a que se pode antepor o artigo o: o linho, o sol, o raio, o prazer, o filho, o beijo. São femininos os nomes a que se pode antepor o artigo a: a flor, a casa, a mosca, a nuvem, a mãe

Todo substantivo está dotado de gênero, que, no português, se distribui entre o grupo do masculino e o grupo do feminino. São masculinos os nomes a que se pode antepor o artigo o (o linho, o sol, o clima, o poeta, o grama, o pente, o raio, o prazer, o filho, o beijo) e são femininos os nomes a que se pode antepor o artigo a (a linha, a lua, a grama, a ponte, a poetisa, a filha, a dor). Só que esta determinação genérica não se manifesta no substantivo da mesma maneira que está representada no adjetivo ou no pronome, por exemplo, isto é, pelo processo da flexão. Apesar de haver substantivos em que aparentemente se manifeste a distinção genérica pela flexão (menino / menina, mestre / mestra, gato / gata), a verdade é que a inclusão num ou noutro gênero depende direta e essencialmente da classe léxica dos substantivos e, como diz Herculano de Carvalho, “não é o fato de em português existirem duas palavras diferentes – homem / mulher, pai / mãe, boi / vaca, e ainda filho / filha, lobo / loba (das quais estas não são formas de uma flexão, mas palavras diferentes tanto como aquelas) – para significar o indivíduo macho e o indivíduo fêmea (duas espécies do mesmo “gênero”, em sentido lógico) que permite afirmar a existência das classes do masculino e do feminino, mas, sim, o fato de o adjetivo, o artigo, o pronome, etc., se apresentarem sob duas formas diversas exigidas respectivamente por cada um dos termos de aqueles pares opositivos –, “este homem velho” / “esta mulher velha”, “o filho mais nôvo” / “a filha mais nóva” –, formas que de fato constituem uma flexão”

A aproximação da função cumulativa derivativa de -a como atualizador léxico e morfema categorial se manifesta tanto em barca de barco, saca de saco, fruta de fruto, mata de mato, ribeira de ribeiro, etc., quanto em gata de gato, porque dá “ao tema de que entra a fazer parte a capacidade de significar uma classe distinta de objetos, que em geral constituem uma espécie do gênero designado pelo tema primário”. É pacífica, mesmo entre os que admitem o processo de flexão em barco barca e lobo loba, a informação de que a oposição masculino/feminino faz alusão a outros aspectos da realidade, diferentes da diversidade de sexo, e serve para distinguir os objetos substantivos por certas qualidades semânticas, pelas quais o masculino é uma forma geral, não marcada semanticamente, enquanto o feminino expressa uma especialização qualquer:

barco / barca (= barco grande)jarro / jarra (um tipo especial de jarro)

lobo / loba (a fêmea do animal chamado lobo)

Esta aplicação semântica faz dos pares barco/barca e restantes da série acima não serem consideradas primariamente formas de uma flexão, mas palavras diferentes marcadas pelo processo de derivação. Esta função semântica está fora do domínio da flexão. A analogia material da flexão de gênero do adjetivo é que levou o gramático a pôr no mesmo plano belo/bela e menino/menina. Este fato explica por que, na manifestação do

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gênero no substantivo, entre outros processos, existe a indicação por meio de sufixo nominal: conde/condessa, galo/galinha, ator/atriz, embaixador/embaixatriz, etc.

Sem ser função precípua da morfologia do substantivo, a diferença do sexo nos seres animados pode manifestar-se ou não com diferenças formais neles. Esta manifestação se realiza ou pela mudança de sufixo (como em menino / menina, gato / gata) – é a moção –, ou pelo recurso a palavras diferentes que apontam para cada um dos sexos – é a heteronímia (homem / mulher, boi / vaca). Na primeira série de pares, como já vimos na lição de Herculano de Carvalho, não temos formas de uma flexão, mas, nelas, como na segunda série de pares, estamos diante de palavras diferentes.

Quando não ocorre nenhum destes dois tipos de manifestação formal, ou o substantivo, com o seu gênero gramatical, se mostra indiferente à designação do sexo (a criança, a pessoa, o cônjuge, a formiga, o tatu) ou, ainda indiferente pela forma, se acompanha de adjuntos (artigos, adjetivos, pronomes, numerais) com moção de gênero para indicar o sexo (o artista, a artista, bom estudante, boa estudante).

Inconsistência do gênero gramatical – A distinção do gênero nos substantivos não tem fundamentos racionais, exceto a tradição fixada pelo uso e pela norma; nada justifica serem, em português, masculinos lápis, papel, tinteiro e femininos caneta, folha e tinta. A inconsistência do gênero gramatical fica patente quando se compara a distribuição de gênero em duas ou mais línguas, e até no âmbito de uma mesma língua histórica na sua diversidade temporal, regional, social e estilística. Assim é que, para nós, o sol é masculino e, para os alemães, é feminino die Sonne, a lua é feminino, e, para eles, masculino der Mond; enquanto o português mulher é feminino, em alemão é neutro das Weib. Sal e leite são masculinos em português e femininos em espanhol: la sal e la leche. Sangue é masculino em português e francês e feminino em espanhol: le sang (fr.) e la sangre (esp.).

Mesmo nos seres animados, as formas do masculino ou do feminino podem não determinar a diversidade de sexo, como ocorre com os substantivos chamados epicenos (aplicados a animais irracionais), cuja função semântica é só apontar para a espécie: a cobra, a lebre, a formiga ou o tatu, o colibri, o jacaré, ou os substantivos aplicados a pessoas, denominados comuns de dois, distinguidos pela concordância: o / a estudante, este / esta consorte, reconhecido / reconhecida mártir, ou ainda os substantivos de um só gênero denominados sobrecomuns, aplicados a pessoas, cuja referência a homem ou a mulher só se depreende pela referência anafórica do contexto: o algoz, o carrasco, o cônjuge.

A mudança de gênero: Aproximações semânticas entre palavras (sinônimos, antônimos), a influência da terminação, o contexto léxico em que a palavra funciona e a própria fantasia que moldura o universo do falante, tudo isto representa alguns dos fatores que determinam a mudança do gênero gramatical dos substantivos. Na variedade temporal da língua, do português antigo ao contemporâneo, muitos substantivos passaram a ter gêneros diferentes, alguns sem deixar vestígios, outros como mar, hoje masculino, onde o antigo gênero continua presente em preamar (prea = plena, cheia) e baixa-mar.

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Já foram femininos fim, planeta, cometa, mapa, tigre, fantasma, entre muitos outros; já foram usados como masculinos: árvore, tribo, catástrofe, hipérbole, linguagem, linhagem.

O gênero nas profissões femininas – A presença, cada vez mais justamente acentuada, da mulher nas atividades profissionais que até bem pouco eram exclusivas ou quase exclusivas do homem tem exigido que as línguas – não só o português – adaptem o seu sistema gramatical a estas novas realidades. Já correm vitoriosos faz muito tempo femininos como mestra, professora, médica, advogada, engenheira, psicóloga, filóloga,juíza, entre tantos outros.

As convenções sociais e hierárquicas criaram usos particulares que nem sempre são unanimemente adotados na língua comum. Todavia, já se aceita a distinção, por exemplo, entre a Cônsul (= senhora que dirige um consulado) e a Consulesa (= esposa do Cônsul), a Embaixadora (= senhora que dirige uma Embaixada) e Embaixatriz (= esposa do Embaixador). Já para senador vigoram indiferentemente as formas de feminino senadora e senatriz para a mulher que exerce o cargo político ou para a esposa do senador, regra que também poucos gramáticos e lexicógrafos estendem a consulesa e embaixatriz.

Na hierarquia militar, a denominação para mulheres da profissão parece não haver uma regra generalizada. Correm com maior frequência os empregos

o cabo Ester Silva, o sargento Andreia.

Na linguagem jurídica, as petições iniciais vêm com o masculino com valor generalizante, dada a circunstância de não se saber quem examinará o processo, se juiz ou juíza.

Meritíssimo Senhor JuizExcelentíssimo Senhor Desembargador

Note-se, por fim, que algumas formas femininas podem não vingar por se revestirem de sentido pejorativo: chefa, caba, por exemplo.

Formação do feminino: os substantivos que designam pessoas e animais manifestam o gênero e apresentam, quase sempre, duas formas diferentes: uma para indicar os seres do sexo masculino e outra para os seres do sexo feminino:

filho – filhapai – mãe

rapaz – rapariga

Podemos distinguir, na manifestação do feminino, os seguintes processos:

a) com a mudança ou acréscimo ao radical, suprimindo a vogal temática:

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filho filh(o) + a filha:

1 – os terminados em -o mudam o -o em -a, por analogia com a flexão dos adjetivos biformes:

filho – filha - menino – meninaaluno – aluna - gato – gata

2 – os em -e uns há que ficam invariáveis, outros acrescentam –a depois de suprimir a vogal temática: alfaiate alfaiat(e) + a alfaiata. Não variam de forma à semelhança dos adjetivos: amante, cliente, constituinte, doente, habitante, inocente, ouvinte, servente, etc.

Variam:

alfaiate - alfaiatainfante - infantagovernante - governantapresidente - presidentaparente - parentamonge – monja

Observação: Alguns desses substantivos podem também ficar invariáveis.

3 – os em -or formam geralmente o feminino com acréscimo de a: doutor – doutoraprofessor – professora

Observação: Outros, terminados em -eira: arrumadeira, lavadeira, faladeira (a par de faladora).4 – os em vogal atemática (tônica), -s, -l, -z acrescentam a, sem qualquer alteração morfofonêmica:

freguês – freguesazagal – zagala

português – portuguesaoficial – oficiala

juiz – juízaguri – guriaperu – perua

5 – os em -ão (dada a confluência no singular e permanência de formas diferençadas no plural, como já vimos, apresentam os seguintes casos:

a) quando este final pertence a nomes de tema em -o (transformado em semivogal do ditongo nasal), têm suprimida normalmente esta vogal e acrescida de -a e posterior fusão por crase: irmão irmã(o) + a irmãa irmã (por crase);alemão alemã(o) + a alemãa alemã.

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b) quando -ão corresponde a forma teórica -õ, tal qual ocorre com o plural, há desnasalação da vogal temática e acréscimo de -a, que favorece o aparecimento de hiato:

bretão (radical teórico bretõ, cf. o plural bretões) breto(m) + a bretoa; bom bo(m) + a boa.

c) quando -ão é sufixo derivacional aumentativo, a nasalidade desenvolve o fonema de transição /n/: valentão (radical teórico valentõ, cf. pl. valentões) valento + n + a valentona.

6 – os que têm o sufixo derivacional –eu suprimem a vogal temática (aqui sob forma de semivogal do ditongo), acrescentam –a e, ao se obter o hiato ea, desenvolvem normalmente o ditongo /ey/ e conhecem posterior passagem do e fechado a aberto /ey/ (passagem que não se dá em todo o território onde se fala a língua, como, por exemplo, em Portugal):

europeu europe(u) + a europea europeia europeia.

Assim procedem: ateu, egeu, filisteu, giganteu, pigmeu.

Fazem exceção: judeu judia, sandeu sandia.

7 – manifestam o feminino por meio dos sufixos derivacionais -esa, -essa, -isa, -triz, -ez:

abade – abadessa duque – duquesaalcaide – alcaidessa embaixador – embaixatriz(ou alcaidina) (embaixadora)barão – baronesa etíope – etiopisabispo – episcopisa imperador – imperatrizconde – condessa jogral – jogralesacondastável – condastabelesa papa – papisacônego – canonisa píton – pitonisacônsul – consulesa poeta – poetisadiácono – diaconisa príncipe – princesa

8 – não se enquadram nos casos precedentes:

ator – atriz mandarim – mandarina

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avô – avó maestro – maestrinacapiau – capioa (também maestra)czar /pron. tçar/ - czarina pierrô – pierretedom – donaraja ou rajá – râni ou ranifelá – felaína rapaz – raparigagalo – galinha rei – rainhagrou – grua réu – réherói – heroína silfo – sílfideilhéu – ilhoa sultão – sultanalandgrave – landgravina tabaréu – tabaroamarajá – marani

b) com palavras diferentes para um e outro sexo (heterônimos):

1 – Nomes de pessoas:cavaleiro – amazona marido – mulhercavalheiro – dama padrasto – madrastaconfrade – confreira padre – madrecompadre – comadre padrinho – madrinhafrade – freira pai – mãefrei – sóror, soror, sor patriarca – matriarcagenro – nora rico-homem – rica-donahomem – mulher

2 – Nomes de animais:

bode – cabra carneiro – ovelhaboi – vaca cavalo – éguaburro – besta veado – veada, cerva (é)cão – cadela zangão, zângão – abelha

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c) feminino com auxílio de outra palavra:

Há substantivos que têm uma só forma para os dois sexos:

estudante, consorte, mártir, amanuense, constituinte, escrevente,herege, intérprete, etíope, ouvinte, nigromante, servente, vidente,

penitente

São por isso chamados comuns de (ou a) dois. Tais substantivos distinguem o sexo pela anteposição de o (para o masculino) e a (para o feminino):

o estudante – a estudanteo camarada – a camarada

o mártir – a mártir

d) sobrecomuns

São nomes de um só gênero gramatical que se aplicam, indistintamente, a homens e mulheres:

o algoz, o carrasco, o cônjuge, a criatura, a criança, o ente, o indivíduo,a pessoa, o ser, a testemunha, o verdugo, a vítima.

Gênero estabelecido por palavra oculta – São masculinos os nomes de rios, mares, montes, ventos, lagos, pontos cardeais, meses, navios, por subentendermos estas denominações:

O (rio) Amazonas, o (oceano) Atlântico, o (vento) bóreas, o (lago)Ládoga, o (mês) abril, o (porta-avião) Minas Gerais

Por isso são normalmente femininos os nomes de cidade, ilhas: A bela (cidade) Petrópolis. A movimentada (ilha) Governador.

Mudança de sentido na mudança de gênero – Há substantivos que são masculinos ou femininos, conforme o sentido com que se achem empregados:

a apocalipse – o apocalipsea cabeça (parte do corpo) – o cabeça (o chefe)a capital (cidade principal) – o capital (dinheiro, bens)a gênesis – o gênesisa língua (órgão muscular; idioma) – o língua (o intérprete)a lotação (capacidade de um carro, navio, sala, etc.) – o lotação(forma abreviada de autolotação)a moral (parte da filosofia; moral de um fato; conclusão) – o moral(conjunto de nossas faculdades morais; ânimo)a rádio (a estação) – o rádio (o aparelho)a voga (moda; popularidade) – o voga (o remador)

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Gêneros que podem oferecer dúvida:

a) São masculinos:Os nomes de letra de alfabeto, clã, champanha, dó, eclipse, formicida, grama (unidade de peso), jângal (jângala), lança-perfume, milhar, orbe, pijama, proclama, saca-rolhas, sanduíche, sósia, telefonema, soma (o organismo tomado como expressão material em oposição às funções psíquicas).

b) São femininos:aguardente, alface, alcunha, alcíone, análise, anacruse, bacanal, fácies, fama, cal, cataplasma, cólera, cólera-morbo, coma (cabeleira e vírgula), dinamite, eclipse, faringe, fênix, filoxera, fruta-pão, gesta (= façanha), libido, polé, preá, síndrome, tíbia, variante e os nomes terminados em -gem (exceção de personagem que pode ser masc. ou fem.).

c) São indiferentemente masculinos ou femininos:ágape, avestruz, caudal, componente (masc. no Br. e fem. em Portugal), crisma, diabete, gambá, hélice, íris, juriti, igarité, lama ou lhama, laringe (mais usado no fem.), ordenança, personagem, renque, sabiá, sentinela, soprano, suástica, suéter, tapa, trama (intriga), víspora.

Mais de um feminino – Além dos já apontados no decorrer do capítulo, lembraremos ainda os mais usuais:

aldeão – aldeã, aldeoa motor – motora, motriz (adj.)deus – deusa, deia (poét.) pardal – pardoca, pardaloca, pardalejadiabo – diaba, diabra, diáboa parvo – párvoa, parvaelefante – elefanta, elefoa, aliá polonês – polonesa, polacajavali – javalina, gironda varão – varoa, virago, matronaladrão – ladra, ladrona, ladroa vilão – vilã, viloamelro – mélroa, melra

Aumentativos e diminutivos – Os substantivos apresentam-se com a sua significação aumentada ou diminuída, auxiliados por sufixos derivacionais:

homem – homenzarrão – homenzinho

A NGB, confundindo flexão com derivação, estabelece dois graus de significação do substantivo:

a) aumentativo: homenzarrãob) diminutivo: homenzinho

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A derivação gradativa do substantivo se realiza por dois processos, numa prova evidente de que estamos diante de um processo de derivação, e não de flexão:a) sintético – consiste no acréscimo de um final especial chamado sufixo derivacional aumentativo ou diminutivo: homenzarrão, homenzinho;b) analítico – consiste no emprego de uma palavra de aumento ou diminuição (grande, enorme, pequeno, etc.) junto ao substantivo: homem grande, homem pequeno.

A flexão se processa de modo sistemático, coerente e obrigatório em toda uma classe homogênea, fato que não ocorre na derivação, o que já levara o gramático e erudito romano Varrão a considerá-la uma derivativo voluntaria.

Aumentativos e diminutivos afetivos

Fora da ideia de tamanho, as formas aumentativas e diminutivas podem traduzir o nosso desprezo, a nossa crítica, o nosso pouco caso para certos objetos e pessoas, sempre em função da significação lexical da base, auxiliados por uma entoação especial (eufórica, crítica, admirativa, lamentativa, etc.) e os entornos que envolvem falante e ouvinte:

poetastro, politicalho, livreco, padreco, coisinha, issozinho

Dizemos então que os substantivos estão em sentido pejorativo. A ideia de pequenez se associa facilmente à de carinho que transparece as formas diminutivas das seguintes bases léxicas: paizinho, mãezinha, queridinha

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Separe os substantivos que aparecem nas seguintes orações, distinguindo-os em próprios (P) e comuns (C):

1) São muitas as vantagens de ser honesto.2) A casa do professor fica num subúrbio afastado.3) E necessário falar direito, com palavras bem-pronunciadas.4) Com a chegada do verão, as praias ficam mais frequentadas.5) A vida moderna está mais competitiva.6) Ainda não encontrou Everaldo, depois que lhe enviou o presente.7) O coração da colega bateu com mais forca quando assistiu a esse capítulo da novela.8) A vizinha ficou nervosa, a olhar para o chão.9) De volta do colégio, Eduardo sentou-se no banco da praça e aí ficou toda a tarde.10) Mais tarde, Eduardo retornou ao colégio para conversar com seus colegas.

2. A partir dos adjetivos dados, forme substantivos abstratos:

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Modelo: Claro claridade / clareza

Leve Escuro Forte Fraco InteligenteRico Pobre Alto Altivo Constante

Justo Sóbrio Divino Celebre DifícilLegal Pálido Branco Preto Distinto

Apto Ágil Sutil Tímido Dócil

3. Indique os substantivos abstratos de ação referentes aos seguintes verbos:

Caçar Voltar Estudar Sair PararDar Ir Ajudar Sossegar CumprimentarNadar Redigir Escrever Ler ResolverMorar Falar Pagar Governar Dirigir

4. Ponha dentro do parênteses (A) ou (C), conforme os substantivos destacados estejam empregados, respectivamente, como abstrato ou concreto:1) ( ) O pato selvagem é excelente caça.2) ( ) A caça aos meliantes foi prolongada e intensa.3) ( ) A Fortuna não bate a porta dos egoístas.4) ( ) Este homem tem imensas riquezas.5) ( ) A riqueza não traz a felicidade.6) ( ) A pintura moderna é superior a dos gregos.7) ( ) O Discóbulo de Mirão e uma escultura célebre.8) ( ) Fazer justiça é o dever dos governos.9) ( ) O governo da coisa pública deve ser orientado pela Justiça de olhos vendadose gladio chamejante.

5. Diga os coletivos ou nomes de grupo referentes aos seguintes substantivos:

1) Artistas2) Médicos3) Estudantes 4) Aves5) Peixes 6) Camelos 7) Cantigas8) Professores9) Animais próprios de uma região10) Vegetações próprias de uma região

6. Forme o plural dos seguintes substantivos:

Freguês Irmã Irmão Bênção Ás ÔnixCós Revólver Abdômen Hífen Éden Tórax

Leão Coração Melão Desvão Mão ChapéuCidadão Cirurgião Capitão Pão Escrivão Mamão

Alemão Papel Cônsul Fóssil Funil Degrau

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7. Ponha dentro dos parênteses (Ô) ou (Ó) conforme os seguintes plurais tenham, respectivamente, a vogal tônica fechada ou aberta:

( ) esboços ( ) contornos ( ) bolsos ( ) gostos( ) abrolhos ( ) almoços ( ) bojos ( ) fogos( ) moços ( ) tremoços ( ) chocos ( ) fornos ( ) despojos ( ) caroços ( ) corpos ( ) cachorros ( ) sogros ( ) tornos ( ) adornos ( ) bodas ( ) forros ( ) esforços ( ) tijolos ( ) postos

8. Forme o plural dos diminutivos:

Papelzinho Coraçãozinho Colherzinha FlorzinhaMãozinha Mulherzinha Fiozinho NarizinhoIrmãzinha Anelzinho Farolzinho Irmãozinho

9. Forme o plural dos compostos:

Zum-zum Bel-prazer Beija-flor Vice-reiGuarda-civil Ex-chefe Ave-Maria MalmequerBem-te-vi Pé de moleque Grã-cruz Navio-escolaPúblico-alvo Salário-família Decreto-lei Bumba meu boiFruta-pão Padre-nosso Ruge-ruge Guarda-marinhaGanha-pouco Segunda-feira Corre-corre Cachorro-quente

10. Dê a forma feminina para os substantivos masculinos:

Irmão Ator Barão Elefante HóspedeAbade Perdigão Cavalo Carneiro O mártirJuiz Professor O ouvinte Ateu O interpreteJudeu Europeu Genro Compadre PadrinhoCavaleiro Cavalheiro Padrasto Frade Rico-homem

11. Preencha os espaços com a palavra adequada apresentada dentro dos parênteses. Conheça melhor o significado dessas palavras, consultando o dicionário:

1) A estátua assenta em_____________ de granito, (sapato/sapata)2) Não beba água de_____________. Não pise em______________d’água. (poço/poça)3) Adoro-te, o _____________ da santa cruz! Traze______________ para o fogo. (lenho/lenha)4) De um só _____________ pode fazer-se um barco. Esta casa é de ______________,(madeiro/madeira)5) Era um mármore branco cortado de _________ O sangue gelou-se-me nas_____________. (veios/veias)6 ) _____________ de roseira._________ de peixe, (espinho/espinha)7) Uso ___________ de couro. O guerreiro vinha de espada à _________ (cinto / cinta)8) ___________ florestal. _________com apetitosas alfaces, (horto/horta)

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9) O cruzado trazia sobre a armadura _____________escarlate. A jovem gostava deusar_____________ verde, (saio/saia)

12. Assinale, dentro dos parênteses, com (M), (F) ou (M/F), conforme seja a palavra, respectivamente, masculina, feminina ou indiferentemente masculina e feminina:

( ) alface ( ) tíbia ( ) cal( ) fruta-pão ( ) dengue [doença] ( ) sanduíche ( ) grama {planta] ( ) hosana( ) eclipse( ) cólera-morbo( ) milhar( ) análise( ) libido( ) sósia( ) diabete( ) elipse( ) lança-perfume( ) grama [peso]( ) telefonema( ) sabiá( ) suéter

13. Indique a alternativa correta no que se refere ao plural dos substantivos compostos casa-grande, flor-de-cuba, arco-íris e beija-flor.a)  casa-grandes, flor-de-cubas, os arco-íris, beijas-florb)  casas-grandes, flores-de-cuba, arcos-íris, beijas-floresc)  casas-grande, as flor-de-cubas, arcos-íris, os beija-flord)  casas-grande, flores-de-cuba, arcos-íris, beijas-florese)  casas-grandes, flores-de-cuba, os arco-íris, beija-flores

14. Assinale a alternativa em que não há gênero aparente na relação masculino/feminino dos pares.a)  boi – vacab)  homem – mulherc)  cobra macho – cobra fêmead) o capital – a capitale) o cônjuge (homem)- o cônjuge (mulher)

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15. Assinale a alternativa em que a palavra tem o gênero indicado incorretamente.a)  a tapab)  a gramac)  o héliced)  o crismae) o ágape

16. O plural de fogãozinho e cidadão é:a)  fogãozinhos e cidadãos.b)  fogãosinhos e cidadãos.c) fogõezinhos e cidadãos.d)  fogõezinhos e cidadões.e)  fogõesinhos e cidadões.

17.   Viam-se (*) junto aos (*) do jardim: a) papelsinhos, meios-fiob)  papei zinhos, meios-fiosc)  papeisinhos, meio-fiosd)  papelzinhos, meio-fiose)  papeizinhos, meio-fios

18. Assinale a alternativa incorreta.a)  Borboleta é substantivo epiceno.b)  Rival é comum de dois gêneros.c)  Omoplata é substantivo masculino.d) Vítima é substantivo sobrecomum.e)  n.d.a.

19. Numere a segunda coluna de acordo com o significado das expressões da primeira coluna e assinale a alternativa que contém as algarismos na sequência correta.

(1)  o óleo santo                       (  ) a moral(2)  a relva                                 (  ) a crisma(3)  um sacramento                (  )  o moral(4)  a ética                                  (  ) o crisma(5)  a unidade de massa            (  )  a grama(6)  o ânimo                               (  )  o grama

a)  6, 1,4, 3, 5, 2b)  6, 3, 4, 1,2, 5c) 4, 1,6, 3, 5, 2d) 4, 3, 6, 1,2, 5e)  6, 1,4, 3, 2, 5

20.   Dadas as palavras:1.  esforços2.  portos3.  impostos

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Verificamos que o timbre da vogal tônica é aberto:

a)  apenas na palavra 1.b)  apenas na palavra 2.c) apenas na palavra 3.d)  apenas nas palavras 1 e 3.e)  em todas as palavras.

21. Assinale a alternativa em que aparecem substantivos simples, respectivamente, concreto e abstrato.a)  água, vinhob)   Pedro, Jesusc) Pilatos, verdaded) Jesus, abaixo-assinadoe)  Nova Iorque, Deus

22-  Assinale a alternativa em que há um substantivo cuia mudança de gênero não altera o significado.a)  cabeça, cisma, capitalb)  águia, rádio, crismac)  cura, grama, cismad)  lama, coral, morale)  agente, praça, lama

23. Relacione as duas colunas, de acordo com a classificação dos substantivos, e assinale a alternativa correta.

(1)  padre                       (   ) próprio(2)  seminário                 (   ) coletivo(3)  dias                          (   ) derivado(4)  ano                           (   ) comum

a)  3, 4, 2, 1b)  1,2, 4, 3c)  1, 3, 4, 2d)  3, 2, 1,4e)  2, 4, 3, 1

24. Numa das opções, uma das palavras apresenta erro de flexão. Indique-a.a)  mãos-de-obra, obras-primasb)  guardas-civis, afro-brasileirosc)  salvos-condutos, papéis-moedad)  portas-bandeira, mapas-múndie)  salários-família, vice-diretores

25. Assinale a alternativa em que há erro na flexão de número.a)  as águas-marinhas, as públicas-formas, os acórdãosb)  abajures, caracteres, os ônusc)  auto-serviços, alto-falantes, lilases

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d)  capitães-mor, sabiás-pirangas, autos-de-fée)  guardas-florestais, malmequeres, Ave-Marias

26. Complete as frases abaixo de acordo com o modelo proposto:MODELO: A polícia buscava um homem e acabou encontrando uma mulher.

a) Queria um compadre e acabou encontrando _________.b) Queriam contratar um cavaleiro e acabaram contratando _____________.c) Não gostava do genro, mas adorava ________________.d) Não só não caçou marajás como acabou criando __________________. e) Esperavam absolver o réu e acabaram ______________.f) Aguardava carta de um parente e acabou recebendo a de _____________.g) Não aceitaram o novo cônsul; faziam questão de que fosse ______________.h) Não encontrou o anfitrião; agradeceu, então, ______________.i) Meu filho será um cidadão consciente; minha filha será _________________.j) Os músicos não aceitaram o novo maestro: queriam o retorno da _______________.l) Aguardávamos a chegada do novo embaixador quando fomos surpreendidos pela notícia de que era ____________________.m) Cada rapaz da turma é um valentão; cada moça, _______________.n) Cada rapaz da turma é um cavalheiro; cada moça, _____________.

27. Complete as frases de acordo o modelo. Em várias frases, você terá mais de uma opção correta:

MODELO: Costumava viajar todas as ___________ (quinta-feira) Costumava viajar todas as quintas-feiras.

a) Tinha direito a vários __________ (salário-família).b) Nunca tinha visto tantos ____________ (beija-flor) ao mesmo tempo.c) Sua intervenção pôs fim a todos os ____________ (bate-boca).d) Anunciaram seu nome por intermédio dos ______________ (alto-falantes).e) Todos os __________ (abaixo-assinado) concordam com esta reivindicação.f) Venho aqui todas _______________ (segunda-feira).g) Vários ________________ (vice-presidente) transformaram-se em presidentes da República do Brasil.h) Os ________________ (recém-casado) partiram para Pequim.i) Ocorreu mais um acidente com caminhões que transportavam ____________ (boia-fria). Isso é jeito de se transportar gente!j) Passou mal após ter comido várias ________________ (banana-maçã) e várias ______________ (manga-rosa).l) Combinaram várias ______________ (palavra-chave).m) Tiveram de comprar vários _______________ (guarda-roupa) para mobiliar a casa.n) Ele já perdeu três _________________ (guarda-chuva) este ano.o) Seu canteiro de _________________ (couve-flor) está primoroso.p) É o autor de várias ______________ (obra-prima). q) Vários _______________ (joão-de-barro) construíram seus ninhos nos postes de iluminação.r) Fotografaram várias ______________ (vitória-régia) em sua viagem pela Amazônia.

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4. Referências:

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37 ed., Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.

___________________. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. CEGALLA, Domingos P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 37. ed. São Paulo: Nacional, 1994 . INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos.São Paulo : Scipione, 1996.

SAVIOLI, Francisco P. Gramática em 44 lições. 30 ed. São Paulo: Ática, 1998

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