subsídios para a história - bombeiros voluntários de salvaterra de magos - 2ª edição

Upload: historiasalvaterra

Post on 02-Apr-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    1/74

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    2/74

    2

    Porque pretendo deixar registado, o grande patrimnio que o historial da

    Associao Humanitria dos Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de

    Magos . Este livro foi feito com muito carinho, dedicando-o aos que a

    serviram ao longo dos tempos.

    Assim tambm para aos meus netos, que muito quero :

    Catarina Sofia e Tiago Jos

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    3/74

    3

    FICHA TECNICA:Titulo:

    SUBSIDIOS PARA A HISTRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTRIOSDE SALVATERRA DE MAGOS

    EDA SUA BANDA DE MSICA

    * TEXTO REVISTO E AUMENTADO *

    Tipo de Livro: editado em On-line

    Autor: Gameiro, Jos

    Editor: Jos Rodrigues GameiroMorada: B. Pinhal da Vila Rua Padre Cruz, Lote 49Localidade: Salvaterra de MagosCdigo Postal: 2120-059 SALVATERRA DE MAGOS

    * Telem. 918 905 704

    e-mail: [email protected]

    Data: Julho 2013

    http://www.historiadesalvaterra.blogs.sapo.pt

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    4/74

    4

    O MEU CONTRIBUTO !

    Uma exposio documental e

    fotogrfica, sobre os Bombeiros

    Voluntrios de Salvaterra de Magos,

    esteve patente na antiga Capela Real, no

    ano de 2005, durante o perodo dasFestas do Foral. Colaborei em tal evento,

    disponibilizando o meu arquivo de muitos

    anos, sobre a instituio e, sua Banda de Msica.

    A Oferta de um Original

    Ciente das grandes dificuldades financeiras em que vivia osBombeiros de Salvaterra, para levar a cabo a construo de

    um novo quartel, decidi oferecer em 2007, um texto j

    preparado para uma eventual publicao em livro, afim da

    instituio obter alguns fundos. Tal trabalho foi entregue,

    mas continua por publicar. A falta de uma publicao sobre a

    histria da Corporao dos Bombeiros Voluntrios, levou-me

    a, reunir os meus documentos e, mesmo que modestamente,

    aqui est o meu contributo pblico um pequeno historial, daInstituio. Neste livro, lembro, dirigentes, bombeiros e

    msicos, haver lugar para os seus benfeitores, sendo justo

    ficar registado a contribuio do filantropo salvaterrense

    Gaspar da Costa Ramalho, pois merece uma referncia

    especial, em jeito de homenagem.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    5/74

    5

    Os outros, aqui tambm lhes prestamos a mesma

    lembrana, sem a divulgao dos seus nomes, pois a memria

    dos homens, e a falta de documentos provoca sempre

    injustias. Mais de trs anos so passados, sobre a oferta

    desse trabalho histrico, e para que no fiquei esquecido em

    qualquer gaveta, decidi agora public-lo em livro, com alguns

    ajustes, no sistema on-line. Sendo este um trabalho de

    recolha, durante anos, com uma outra finalidade, inseri-lo na

    minha Coleco de Apontamentos Recordar, Tambm

    Reconstruir, qualquer interessado em aprofundar os seus

    conhecimentos sobre esta Instituio, que a Associao

    Humanitria, com o seu corpo activo de bombeiros

    voluntrios, e da sua banda de msica, desde o j distante

    ano de 1935, encontrar aqui alguma matria de interesse.

    Em 2010, publiquei a primeira edio, em PDF, e desde esse

    ano, alm de ser muito procurada, tambm os bombeiros

    passaram por algumas mudanas, motivadas por gravescrises econmicas e diretivas, onde a Banda de Msica,com

    cerca de 70 anos, deixou de existir. Foram acontecimentos

    que deram origem que fizesse agora uma segunda edio,

    revendo e aumentando o texto deste livro.

    Ano: 2013

    Jos Gameiro(Jos Rodrigues Gameiro)

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    6/74

    6

    BOMBEIROS VOLUNTRIOS, A DIFERENA!

    Sem pretende fazer a funo de bombeiro, atrevo-me no entanto a dizer quea solidariedade destes soldados da paz de uma generosidade sem limites.Torna-se bastante til caracterizar o esprito humanista destes homens emulheres, que por este pais fora, se encontram num ALERTA permanente, nadefesa e segurana de pessoas e bens de que todos temos responsabilidades.

    No entanto o conforto dos lares e o direito ao descanso, so princpios quequase todos ns, no abdicamos deles de forma nenhuma, mesmo quandosabemos que eventualmente algum amigo ou conhecido poder estar emsituao de aflio. O esforo despendido por estes valorosos bombeiros, quenuma grande maioria so apanhados em horas de descanso, desconhecendoem muitos casos o que dormir o que uma noite normal, sem terem que selevantarem em sobressalto, para atacar um incndio, em defesa das florestas,e dos bens das populaes, ou ajudar a salvar uma vida num acidente.No demais realar o esforo e a dedicao dos bombeiros de Portugal,

    muito em especial realar os servios os servios prestados pelos bombeirosde Salvaterra, quase sempre sem remuneraes.

    Sem pretender, fazer da funo de bombeiro, uma classe especial, atrevo-me no entanto a dizer que a solidariedade destes soldados da paz de umagenerosidade sem limites. Quantas tm sido as criticas muitas vezes feitas,quando a sirene toca e aparecem poucos bombeiros, esquecendo que sobreesses mesmos, tem havido ameaas contra o seu posto de trabalho e algumasvezesconcretizam-se.A Juventude, tem um papel fundamental na continuidade

    dos bombeiros voluntrios, alm de ser um servio de grande nobreza, tambmnos bombeiros encontram uma forma de ocupao saudvel e sem vcios.Bem Hajam Soldados da paz!!

    ******* Nota do Autor: Retirado do texto, de Joaquim Mrio Anto, antigodirigente dos Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos, publicado no JornalVale do Tejo, em 15 de Setembro de 2000

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    7/74

    7

    I

    A INSTITUIO!

    Associao dos Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos, foiconstituda para servir a populao de Salvaterra de Magos e seuconcelho.

    J com uma existncia de mais de setenta anos, graves crisespassaram pelo seu longo percurso que, no entanto sempre foramultrapassadas, porque homens de boa vontade responderam a essesmomentos de grande aflio.

    A sua histria, mesmo que simples, est repleta de situaes que,valer a pena contar, no s pelos actos de grande humanismo, e

    herosmo que, fez escola no seu corpo activo, como na rea cultural,onde a sua banda, soube estar altura.

    Os seus executantes, ainda agora, vem deliciando o povo,transmitindo a arte da msica, tocando obras que, celebrizaram muitoscompositores que sendo do passado, so de todos os sculos.

    *********

    ***

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    8/74

    8

    II

    CORPO ACTIVO

    Naquele ano de 1935, da vizinha vila de Benavente, chegaram osbombeiros para ajudar o povo a combater um incndio que se arrastava muitas horas numa arrecadao de palha, pois a pequena carreta,

    posta ao servio nesse ano, com rodas de madeira, e com varal ao meio,que servia para dois homens a puxarem, tinha em cima uma bomba degua (tipo cilindro), e um motor, para sugar gua, e faz-la sair emjacto, nuns quantos metros de mangueira. Era material antigo einsuficinte, apoiado num jogo de escadas de madeira, que sendopertena do municipio, vinha servindo de combate s chamas, nochegavam para vencer os fogos. Uma meia dzia de homens,estavam

    sempre prontos ao chamamento da autarquia, para combater osincndios na vila. Eram estes, que compunham o corpo activo dosbombeiros de Salvaterra de Magos. Em casos extremos, ainda se

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    9/74

    9

    usavam, as duas filas; do balde cheio, balde vazio. Trabalho quemobilizava homens, mulheres e jovens, em extensas filas at ao poomais prximo, chegando muitas vezes a ser usada a gua da vala real.

    Na vila de Salvaterra, na sua urbanizao habitacional predominavamas construes com telha de meia-cana, com infra-estruturas demadeiramento que, estavam sujeitas ao aliciamento das chamas,provocadas pelas chamins das habitaes. Os incndios, quandoaconteciam eram pavorosos, os grandes celeiros e palheirosconstrudos juntos s habitaes, davam azo a isso, e assim nos dizem

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    10/74

    10

    alguns relatos deixados nas pginas destes ou daquele documento que,nos vai servindo de descrio do passado, avivando memrias, mesmoaqueles que destruram o palcio e o teatro da pera da vila.

    Naquele incndio, em que foi pedido o auxlio dos bombeiros deBenavente, mesmo com a prontido da sua chegada, levou mais de horae meia. A sua aco ficou-se pelo rescaldo, ajudando os poucosbombeiros da vila. O povo, socorreu-se mais uma vez do balde.

    O armazm com palha, estavam perdidos pela aco do fogo e da gua,no sendo a desgraa to grande como se esperava, comentrios que seouvia na gritaria, do povo que ajudava a combater as chamas. Peranteaquele quadro impressionante, o Dr. Jos Antnio Vieira, secundado porJos Sabino de Assis e Justiniano Ferreira Estudante, tomaram ainiciativa da criao de uma comisso para a constituio de umaCorporao de Bombeiros Voluntrios. O povo aderiu subscrio

    pblica, levada a cabo, tendo sido apurados, 17.133$50, com a incluso deuma verba da cmara municipal do valor de 5.000$00.Nasceu assim, a Associao Humanitria dos Bombeiros Voluntrios deSalvaterra de Magos, e muitos jovens passaram a pertencer ao seucorpo activo. Um oramento para a compra de material e fardamento,dava conta que a despesa seria de 34.600$00, a comissoadministrativa da Associao, aps vrios tentativas para ultrapassar, afalta da restante verba, foi com desgosto que ps o seu mandato

    disposio das entidades oficiais da terra.Para ultrapassar este percalo, deliberou a cmara municipal, sob a

    presidncia de Jos Luiz Ferreira Roquette, elevar a quantia domunicpio para mais 23.600$00.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    11/74

    11

    O corpo activo dos bombeiros, depressa encontrou espao para o seuaquartelamento, num edifcio da famlia Monte Real, na nova Av. Jos LusBrito Seabra.

    De noite, num trabalho rduo e incessante que, durou alguns meses,os membros do corpo activo construam um pronto-socorro, fruto de

    um desenho de um deles Antnio HenriquesAlexandre, onde foi aproveitada uma camioneta

    de carga, sendo assim substitudo a carreta.No dia da sua apresentao em cerimnia

    pblica, foi prestada homenagem ao Dr. JosVieira, sendo madrinha da viatura, sua filha, amenina, Maria Alice RochaBritoVieira, estandoacompanhada das Srs. D. Ana Ferreira Gomes

    e D. Maria Adelaide Madeira da Mata, colocou as fitas comemorativas no

    estandarte da Corporao.

    Alguns anos passaram, a presena dos voluntrios de Salvaterra, quernos fogos, quer nos servios de socorro em ambulncia, passaram a sercada vez mais solicitados. Um novo quartel, era uma necessidadepremente, Gaspar da Costa Ramalho, no seu esprito de grandebenemerncia, mandou construir, em terrenos seus, um novo edifcio,moderno para a poca, oferecendo-o instituio, onde mais tarde

    albergou tambm a Banda de Msica, entretanto criada.

    Alguns comandantes e imediatos, tiveram a generosidade depermanecer durante anos a fio, frente do corpo activo, como: JosPinto Oliveira e Antnio Narciso O Toca e Baila, formando gente quedevotadamente ali prestou, o seu voluntariado, dando assim do melhor

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    12/74

    12

    que tinha para com o seu semelhante, num grande esprito desolidariedade, como timbre do bombeiro.

    Amidas vezes ao longo dos anos a instituio, passou por crises deadministrao os seus associados, nem sempre estavam disponveispara a servir, criando situaes difceis, que eram ultrapassadas, porhomens bons, detentores de grande esprito de empenho, pondo assimmuito dos seus tempos livres, ao servio da comunidade.

    Grupo de Bombeiros, junto primeira viatura .construda Por Francisco Henriques Alexandre

    Com o decorrer dos tempos, novas exigncias foram criadas

    Corporao, dos Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos, com asua insero em associaesregionais, e nacionais de bombeiros, foramoriginando a constante renovao de meios e aprendizagem de novastcnicas. Aos seus homens, para combater fogos em plena poca estivale, nas calamidades invernosas, soperiodicamente ministrados cursos,estando na mesma situao o socorrismo para ambulncias.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    13/74

    13

    1936Obras do novo Quartel dos Bombeiros Voluntrios

    A corporao mantinha um nmero de voluntrios, que se renovava

    constantemente, at porque se compunha na maioria de pedreiros eprofisses afins. Ao toque de alarme, num constante bater do sino,largava-se tudo havia fogo. Quanto ao chamamento da ambulncia, otoque era espaado, at porque os acidentes de trabalho ou de viaoeram poucos.

    Cinco dias para levar um doente de urgncia!

    Um caso digno de registo, por volta de 1953, andando um menino, na

    escola primria, acometido de intensas dores na barriga, a profNatrcia Assuno, por intermdio de uma funcionria, chamou o pai,que trabalhava na vila, levando-o ao mdico Dr. Joaquim Gomes deCarvalho, O mdico, prescreveu-lhe um internamento de urgncia nohospital do Rego (Curry Cabral), em Lisboa.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    14/74

    14

    Era uma sexta-feira, contactado o bombeiro responsvel pelas sadasda nica ambulncia, dos voluntrios de Salvaterra, foi recomendada aespera at prxima tera-feira, dia em que a viatura se deslocava aLisboa, com outros doentes.

    O doente, foi internado, naquela unidade hospitalar onde esteve cercade 15 dias, com um diagntico hepatite aguda . A criana doente, era oautor deste livro.

    1950 - Primeira Ambulncia dos Bombeiros

    ********

    ****

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    15/74

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    16/74

    16

    ocupantes da viaturas ficaram gravemente feridos, e a viatura ficou semrecuperao, segundo se pensa !

    ******* In Jornal O sculo 26/8/1968 * O CorrespondenteJos Gameiro

    NOVA VIDA

    Tendo os bombeiros, como dogma VIDA POR VIDA, a crise instalada,

    comeou a ser sanada, aps uma iniciativa, do ento presidente dacmara municipal, Jos Pinto de Figueiredo, que convidou uma novaequipa de dirigentes. O Eng. Romeu Fortes Pina, tomando conta dacorporao, formou uma comisso administrativa com Mrio SilvaAnto e Antnio Viegas, a que mais tarde se juntaram outros. A comprade uma viatura-cisterna, de grande capacidade de armazenamento de

    gua, para incndios foi

    encontrada em bom estadonuma outra congnere na zonade Lisboa.

    Um carro para o transportedo corpo activo de voluntriose, um com cisterna de gua e

    uma ambulncia, passaram a ser as viaturas do parque automvel. Eraseu comandante, Joo Roberto da Fonseca.

    O antigo e degradado material, especialmente o de combate aincndios, foi lentamente substitudo-escadas e mangueiras a par dotrabalho de recuperao do edifcio-sede da instituio que, duroualguns meses.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    17/74

    17

    Uma sirene de grande alcance sonoro, foi instalada, no quartel, ligadapor sistema electrico, substituindo assim o velho sinal de pedido desocorros aos bombeiros, como uso dos sinos da igreja matriz da vila,Alarme que vinha de sculos. Uma placa colocada na parede da suatorre, em 1935, ainda l se encontra.

    O corpo-activo, foi renovado, com a entrada de pessoal,especialmente de jovens que aderiram iniciativa. Aps este perododoloroso, para a histria dos bombeiros voluntrios de Salvaterra de

    Magos, com muitas carncias, e dificuldades ultrapassadas, os cargosde directores, eleitos em actos eleitorais, passou a ter o seu ciclonormal. Uma placa em pedra, colocada no edifcio do quartel, recorda eagradece, ao Eng. Romeu Fortes Pina, a sua colaborao.

    As Assembleias-Gerais

    Na j longa vida, da Associao dos Bombeiros Voluntrios deSalvaterra de Magos, verifica-se uma situao comum a muitas outrasinstituies.

    Os associados desinteressam-se pela vida das suas colectividades,no aparecendo, nos seus dias mais nobres - as suas Assembleias-gerais. Por vezes, com o calor e entusiasmo prprio daqueles trabalhosassociativos, em que a vida das instituies est em causa, situaesexistem, em que a intriga emaledicncia,se esfora por denegrir, o

    trabalho, de quem se devotou afanosamente em servi-las, em contrastecom outras onde apetecvel, ouvir louvores pelo zelo empenhado.

    Veja-se uma Assembleia Geral, realizada em Janeiro de 1960, na suaacta consta a presena, 32 scios - incluindo os directores, e na suaordem de trabalhos, discutiu-se a venda do alvar da explorao docinema que era sua pertena. Numa outra, em Dezembro de 1999,

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    18/74

    18

    convocados para se pronunciarem, quanto actualizao dos seusEstatutos - para alm dos membros da mesa da Assembleia Geral,composta por: Jos Manuel da Luz Ferreira, Manuel Lus de Oliveira eFrancisco Santos Travessa., estavam os membros da Direco eConselho Fiscal, e um punhado de outros scios:

    Antnio Manuel Pires Gomes, Vasco Manique,Mrio da Silva Anto, Antnio Carlos Costa Paiva,

    Carlos Cantador Duarte, Jos Porfrio Morais,Armando Oliveira, Joaquim Mrio Anto, JosRodrigues Gameiro, Joo Mendes da Silva eCarlos Leonel Duarte.

    Em duas outras, mais recentes, at porquese realizavam eleies, por serem actos que,

    estavam envoltos em polmica, e a coberto

    da comunicao social, verificou-se aafluncia de um nmero de associadosnunca antes registados.No dia 4 de Janeirode 2001, registou-se a presena de 179scios, enquanto um ano depois estiveram avotar cerca de meio milhar scio. Entre os494 associados, muitos eram pela primeira

    vez que estavam presentes num actoeleitoral da instituio, mesmo sendo associados muitos anos.A causa era motivada por uma grande polmica, entre as duas listas

    que se apresentaram a eleies. Os festejos de aniversrio mesmo quemodestos, levaram sempre os dirigentes da associao ao longo da suaexistncia, a no deixarem de registar aquela data que simboliza o

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    19/74

    19

    nascimento da corporao de bombeiros, instituio muito acarinhadapelo povo do concelho.

    IV

    RECEBER PREMIO, EM TEMPO DE ANIVERSRIO

    No dia da comemorao dos seus 46 anos devida, muitos dos seus voluntrios sogalardoados com a medalha de ouro, de duasestrelas, assim nos d conta a notciaseguinte:

    Com dois dias de antecedncia,comemorou-se no passado Domingo, o 46 aniversrio da AssociaoHumanitria dos Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos.Passando a efemride no dia 25, a mesma foi antecipada, afim dasolenidade do acto se poder comemorar em dia de descanso.

    Na oportunidade, toda a Direco presente recebeu um justo galardoque, foi atribudo corporao A Medalha de Ouro de duas Estrelas.

    Em formatura frente ao quartel, na rua 25 de Abril, com o corpoactivo, encontravam-se os voluntrios da seco de Muge, recentementecriada para servir a populao daquela vila e freguesia do concelho.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    20/74

    20

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    21/74

    21

    Nestes festejos, honraram com a sua presena, os bombeiros vizinhosde Benavente. Feita continncia aos visitantes: Presidente da FederaoDistrital de Santarm e conselheiro da Inspeco do Servio Nacional deBombeiros e ao presidente da Liga dos Bombeiros de Portugal.

    O presidente da Direco, Dr. Jos Gameiro dos Santos, deu incio scerimnias, comeando por fazer um breve historial da associao,

    finalizando dizendo que os actuais dirigentes, tiveram como especialprioridade arrumar a casa, o que em parte j estava conseguido.

    Fez severas criticas aos CTT, pois muitoestava requisitada uma nova linha de telefone,e at data no tinham obtido respostadaquela empresa.

    O Comandante, Sr. Carlos Leonel Duarte,informou que os bombeiros de Salvaterra,durante o ltimo ano, prestaram entre outros servios, 7909 horas deambulncia, 93 assistncias a acidente de viao, acudiram a 33acidentes de trabalho, estiveram presentes em 8 fogos de habitao,socorreram 71 parturientes, foram chamados a combater 3 fogos emsearas, tendo as viaturas percorridos cerca de 10.110 km.

    Usando de seguida a palavra, o presidente da Federao Distrital dosBombeiros de Santarm, deu os parabns Associao Humanitria deSalvaterra de Magos, atravs da sua direco. Com um contacto assduocom estes, teve ensejo de verificar o dinamismo e carolice que,

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    22/74

    22

    manifestavam nos desejos de conseguirem mais e melhor para os seusbombeiros, assim era seu dever regist-lo publicamente, disse.

    Seguidamente, o presidente da Liga dos Bombeiros de Portugal,depois de salientar o que este ano se vem passando em todo o pas, ondeos pinhais e florestas, esto em chamas, vitimasna sua maior parte demos criminosas, segundo se est a apurar, de ver a presena dosbombeiros que no regateando esforos e sacrifcios, ali chegam aandar dias a fio.

    Mais disse: A minha presena em Salvaterra de Magos, deve-se aofacto da sua Corporao de Bombeiros, ter sido galardoada com aMEDALHA DE OURO DE DUAS ESTRELAS prmio institudo a nvelnacional e, este ano ser a escolhida com tal distino honorfica que,certamente enriquecer o seu historial. De seguida com a ajuda docomandante do corpo activo, colocou to significativo galardo, noestandarte da instituio. O ltimo orador da cerimnia, foi o Dr.

    Alexandre Antnio Monteiro, ali presente na qualidade de vice-presidenteda cmara municipal, destacando o trabalho feito por esta direco,especialmente com a criao de uma seco de bombeiros voluntrios,na vila e freguesia de Muge. A finalizar a cerimnia, foram distribudosos diplomas atribudos pela Cruz Vermelha Portuguesa, aos bombeirosque dias antes tinham terminado um curso de socorrismo, ministradonaquela instituio de solidariedade.Fechou a cerimnia, o Padre, JosDiogo, proco da freguesia, benzendo duas viaturas; um Jeep e uma

    ambulncia com a matrcula, NO-74-61. O primeiro veculo, recebeu onome Bombeiros Fundadores, estando presentes a represent-los eforam padrinhos, os ex-voluntrios, Jos Teodoro Amaro, os irmos;Sebastio e Augusto Cabao, Joo Feleciano Gil e Joo Miguel Oliveira(Joo Capado). A segunda viatura, recebeu o nome Antnio PedroFerreira, antigo comandante estando presentes, sua viva e filhos.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    23/74

    23

    23/08/1981 * Reportagem de: Jos Gameiro

    Primeiro quartel dos Bombeiros de Salvaterra de Magos

    1951 -BombeirosGuarda de Honra em frente aos Paos do Concelho,

    na cerimnia da inaugurao da rede domiciliria de gua Vila

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    24/74

    24

    1966Desfile na Avenida, Festas dos Foiros e do Fandango

    UM NOVO TEMPO NA ASSOCIAO DOS BOMBEIROS !

    Os tempos eram outros!A poca da benemerncia passou, at porque o homem moderno,

    diferente, est distanciado e pouco afectivo na solidarizao para com acomunidade onde vive. Passou a exigir dos poderes pblicos a resoluodas suas necessidades bsicas, deixou de praticar a filantropia para

    com os seus semelhantes mais necessitados.

    UM SONHO, UM NOVO QUARTEL

    Construir, um novo edifcio para quartel-sede, foi o lema da direcoeleita para o mandato 1999/2000

    As velhas instalaes muito se tornaram insuficientes para aprestao dos socorros que a populao do concelho merece , JoaquimMrio Anto, foi o porta-voz deste desejo, e com grande empenho, deuinicio ao processo, logo seguindo comum projecto que deu entrada emmuitas secretarias oficiais, e a homologao da construo foiconcedida e comparticipada.

    Entre as vrias entidades, foi a cmara municipal, e a Associao dos

    Bombeiros, que mais se responsabilizaram em suportar os custos daobra, assim foi noticiado na comunicao social. Tambm foi lemadestes dirigentes recuperar a boa relao entre a direco eosbombeiros, dignificando assim a Instituio.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    25/74

    25

    A direco no se ficou pelo apaziguamento do mal estar que reinavano corpo activo, continuou na ideia da construo de um novoaquartelamento, em terrenos que sendo pblicos, conseguiu umaparcela, na chamada zona desportiva, o apoio s populaes do concelhoestavam nos seus planos humanitrios.

    PROJECTO PARA UM NOVO EDIFICIO DOS BOMBEIROS

    CONCURSO PBLICO:

    Nos jornais foi publicada a notcia doacordo que foi possvel encontrar entre oexecutivo camarrio, e os membros dadireco, a nvel institucional, j que orelacionamento existente tinha um clima dealguma crispao, que a comunicao socialda regio, servia para constantemente

    publicar, os pontos de vista sobre vriosassuntos, em que a discrdia era maislatente.

    A DETENO POLICIAL DOS SEUS DIRIGENTES

    Novas eleies, novos dirigentes eleitos, uma queixa deu entrada em

    tribunal, contra os que tinham deixado de gerir a Instituio, incluindo oseu comandante, por suspeitas de irregularidades praticadas.Um inqurito policial, pouco transparente, aberto em 2002, por

    denncia daquela nova direco, onde o peculato, apropriao ilegtima,favorecimento pessoal e econmico foram as causas apuradas.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    26/74

    26

    Dia 23 de Maio de 2004, era dia de grande festa na vila, os bombeirosque fazem parte da FANFARRA, tinham convidadooutras de todo o pas,que actuavam perante a populao num grande desfile pelas ruas deSalvaterra de Magos, que duraria algumas horas

    Desenhos/alados do novo Quatel dos Bombeiros

    Manh cedo, a polcia deteve o comandante dos bombeiros, CarlosLeonel Duarte, porta do Quartel, e ao longo do dia mais dois antigosdirigentes; Joaquim Mrio Silva Anto e Jos Gameiro dos Santos,tambm foram alvos de mandato de priso. A comunicao social

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    27/74

    27

    escrita e televisiva, estava em peso na vila de Salvaterra de Magos, pararegistar o acontecimento que, foi alvo de noticirio durante o dia,especialmente nos telejornais.

    O desfile das Fanfarras, foi amputado, pois os representantes deSalvaterra, deixaram de participar, magoados que estavo a viveraquele momento.

    O jornal Correio da Manh, publicava no dia seguinte, uma foto do

    momento exacto da deteno, de Carlos Leonel, junto ao quartel dosbombeiros.

    Sada do tribunal,dos dirigentes dos bombeiros

    Meses mais tarde, o tribunal de Benavente, no lhes imputou

    quaisquer responsabilidades no processo de que eram acusados, peloque o mesmo foi arquivado.

    A populao sabendo do sucedido, logo tomou partido das pessoasdetidas, pois sabiam que eram pessoas impolutas, que muito se tinhamdedicado causa dos bombeiros. A ira do seu desagrado no foi

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    28/74

    28

    esquecido, logo na primeira oportunidade de eleies no lhes deu o seuaval.

    *************************

    ANNCIO DO CONCURSO:

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    29/74

    29

    V

    * Recortes de Jornais *

    NOTICIAS DE SALVATERRA !

    Acidente

    Salvaterra de Magos, hoje, dia 4, pelas 9,30 horas, na ocasio em que aCorporao dos Bombeiros Voluntrios desta vila se dirigia para o localonde costuma fazer os seus exerccios, encontrava-se parado, naavenida do Calvrio; um carro de bois, pertencente a Luiz Roquette(Herdeiros). Sobre o carro encontrava-se uma criana de 7 anos. Osbois assustaram-se por qualquer motivo e fugiram em louca correria,

    levando atrelado o carro que levava a pobre criana. Graas rpidainterveno de alguns bombeiros que seguiram correndo atrs do carro,e em especial o voluntrio, Sebastio Augusto Cabao, que conseguiusaltar, para dentro do veiculo, a criana foi salva de um desastre, pois jse preparava para saltar para a estrada. Os bois s pararam a grande

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    30/74

    30

    distncia desta vila. Era de maior justia que o bombeiro, SebastioCabao fosse louvado, obtendo, assim o prmio da sua nobre aco Correspondente:

    Nota: Mais tarde, em 1990 O autor destas linhas, depois de vrioscontactos, recebeu a informao, junto do Sr. Gasto Caador Aleluia,nascido em 1936 era ele a criana que em 1943, foi alvo da notciapublicado no jornal O Sculo

    Ecos de Salvaterra !

    Sob a direco dos Bombeiros desta vila, constituda actualmentepelos senhores; Carlos Eugnio Machado das Neves, Presidente; EvaristoFilipe Andrade, Vice-Presidente; Jos Virgolino Torroais, 1-secretrio, eo Prof. Jorge Assuno; Tesoureiro, reuniram-se na semana anteriortodos os corpos directivos desta prestimosa Associao, tendo

    deliberado fazer a aquisio de uma nova ambulncia, a gasleo.Para este fim, vo contactar com determinadas entidades oficiais eparticulares, est tambm nos seus orizontes, realizar durante o anovrias competies desportivas, em vista angariao de fundosindispensveis para to til e importante melhoramento.

    InJornal Aurora do Ribatejo * Jos Gameiro12.5.1973

    **********

    ******

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    31/74

    31

    VI

    PARA QUANDO UMA RUA PARAGASPAR DA COSTA RAMALHO

    No passado dia 20 de Outubro, de 1998, maisum aniversrio passou da data do seunascimento. Quase sempre, nunca, outardiamente, as pessoas sabem seragradecidas porque os preconceitosultrapassam os desejos. Na populao deSalvaterra de Magos, ainda existe uma gerao

    que, conheceu e, beneficiou da benemerncia de Gaspar da CostaRamalho, homem que soube distribuir muito dos haveres que tinha, pelospobres seus concidados.

    Depois de alguns anos a pesquisar as vrias formas da sua

    benemerncia, sobressaem, as instituies da sua terra, as maiscontempladas.

    Gaspar Ramalho, nasceu em Salvaterra de Magos no dia 20 de Outubrode 1868, filho de Jos de Sousa Ramalho e de Joaquina Victria. Aolongo de uma vida de 94 anos, foi um grande lavrador, com propriedadesnos concelhos de Azambuja, Vila Franca, Benavente e Salvaterra, a suaimensa riqueza foi gerida com benemerncia humilde. Quando doterramoto de 1909, onde as populaes de Samora Correia, Benavente e

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    32/74

    32

    Salvaterra de Magos sentiram os seus efeitos devastadores mais deperto, logo a mo amiga de Costa Ramalho se manifestou dizendopresente. O seu grande martrio eram sempre os necessitados,especialmente as crianas. Para tornar realidade um sonho dapopulao Salvaterriana, em 1912 acompanhado de um outro lavrador,Francisco Ferreira Lino, construiu o edifcio que viria a servir de hospitale, o ofertou Misericrdia local.

    No entanto, e porque os Invernos eram rigorosos e devastadores, aclasse rural sofria na carne essa tremenda calamidade, no ano de 1900,construiu uma grande adega e armazns, aproveitando as runas do quefoi o Palcio das Damas, situado no actual Largo dos Combatentes.Espao, que para alm do tempo da construo, serviu durante muitosanos como local para muitos postos de trabalho.

    Quando da construo da Praa de Toiros em 1920, a Comisso

    Construtorase debatia com dificuldades financeiras para concretizar oque esperava ser uma realidade, logo um annimo suportou osvalores, em falta, realizando assim os desejos daqueles que estavamempenhados na construo do belo edifcio tauromquico, qu e hojeSalvaterra tem entrada da vila. No ficou por aqui o seu apoio, poisquando do ciclone de 15 de Fevereiro de 1941, logo construiu bancadasem cimento, tendo o Conde de Monte RealJorge de Melo e Faro -e suaesposa, suportado a reconstruo das paredes da praa.

    Com o seu corao sempre preocupado com o bem estar dosdesprotegidos da sorte, o campo cultural foi enriquecido com aconstruo de um cineteatro, nos anos 20, tendo para tal transformadoalguns dos seus celeiros que possua na Rua Machado Santos. Depois daobra concluda ofertou-a aos Bombeiros Voluntrios de Salvaterra,

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    33/74

    33

    situao mais tarde tambm acontecida, com a construo do edifcio doquartel.

    Continuando a pugnar pelo bem-estar da populao, nuncaesquecendo os mais necessitados, em 1935 cria a Casa do Povo deSalvaterra de Magos, onde tomou lugar de Presidente da Comissoorganizadora e, depois da sua legalizao foi Presidente da Assembleia-geral.Para o efeito cedeu uma sua casa na Rua Cndido Reis, junto aosolar da famlia Roquette e, ofereceu Instituio durante anos o valor

    de renda, que na altura era de 600$00 anuais.Como a sua maneira de estar na vida era de grande descrio, teve

    sempre a humildade de nunca estar presente aos festejos inaugurativos,onde a sua mo bafejou os necessitados.

    A presena da sua benemerncia aparecia quando se apercebia dasdificuldades das instituies da terra; que o diga a Santa Casa deMisericrdia e, os Bombeiros, entre outras tantas, sempre que nos

    fechos das contas as vrias

    gerncias estavam em apuros com saldosnegativos, logo um annimo repunha as importncias em falta. Aos cortejosde oferendas promovidos pela Misericrdia, que na dcada de 1950 ainda serealizavam, Gaspar Ramalho, assumia a sua responsabilidade de cidadosalvaterrense, ofertando grandes quantidades de produtos agrcolas para orespectivo leilo de angariao de fundos. Faleceu a 13 de Junho de 1962, naterra que o viu nascer, Salvaterra de Magos. Agora que se registam 130 anosdo seu nascimento, e 36 aps o seu falecimento, parece-me chegada a hora de

    deixar-mos de ser ingratos. As instituies muito j prestaram o seureconhecimento, as autarquias locais cmara e junta de freguesia, continuama ignor-lo!

    Vamos colocar a sua identificao naquela rua que, recebeu oficialmente oseu nome, pois. a melhor forma de homenagear, lembr-lo perpetuando o seunome! (*)

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    34/74

    34

    In Jornal Vale do Tejo * 1998 * Jos Gameiro****(*)Depois de tanta insistncia do autor, em 2005, finalmente foi atribudo

    o nome de Gaspar da Costa Ramalho, a uma rua, que vai da Rua Padre Cruze termina em frente s instalaes da Misericrdia de Salvaterra de Magos.

    VII

    A FANFARRA DOS BOMBEIROS

    Desde o incio da corporao, em 1935, um terno de clarins ajustava-se representao dainstituio, com seuestandarte, nos dias festivos.Com o decorrer dos anos, porvolta de 1948, chegou a existir

    mais de uma dzia, quetocavam: clarins, tambores ecaixas. Uma ou outra vez, a

    crise era notria, por falta de componentes, porque os ensaiosrequeriam muitas horas de grande dedicao.

    Em 1968, um jovem bombeiro, Vtor Soares (Vtor Diogo), que noexrcito tinha pertencido a uma das suas fanfarras, teimava emrecrutar camaradas para aquela prtica e, noite nos treinos, era ele o

    fio de ligao com os ensaiados. Em 2001, eram poucos, JoaquimCarvalho, Jos Narciso, Vtor Diogo e Lus Silva, eram os seus grandesentusiastas

    Um ano houve, pela sada do 1 de Dezembro, que o msico do bombogrande, depois de tantas marteladas, o rebentou num dos lados,

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    35/74

    35

    passando a fazer o esforo de tocar no lado que estava disponvel. Estegrupo, no parou, e em Setembro de 2003, fizeram um grande ensaiopelas ruas de Salvaterra de Magos, disso dei conta nas pginas do jornalo Mirante.

    A FANFARRA DOS BOMBEIROS,EST DE VOLTA!

    No passado dia 13, a noite estava quente, mas calma, os telejorna is

    mostravam-nos medonhos incndios, que lavravam no pas,especialmente em Mafra os bombeiro, esses soldados da paz, andavaml. Aqui, ao longe, sons de grandes tambores, entrou-nos por casadentro, o povo veio rua, era a Fanfarra dos Bombeiros da nossa terra,que estava de volta. Depois da ltima vez, que tocou num 1 de Dezembro,j l vo uns meses, voltava agora mais alegre, com mais energia, a novaFanfarra, composta por um grupo de cerca de 40 elementos, onde entre

    os jovens se viam meninas e crianas, no seu primeiro ensaio, animavamas ruas da vila de Salvaterra.Os tambores, as caixas e os clarins, tocavam j em grande harmonia,neste preparar para o dia da apresentao pblica, espero seja breve, enos envaidea deles, do muito brilho e enriquecimento, que certamentevm dar sua nossa corporao os bombeiros voluntrios deSalvaterra de Magos. Porque a Fanfarra, est de volta, o povo da terra,certamente os vai apoiar, e eles merecem-no

    Aqui dou conta, da imensa alegria, que foi ver aquela rapaziada queno desiste.

    Como eles marchavam, foi bom de ver !

    In)Jornal O Mirante * Jos Gameiro

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    36/74

    36

    ****************

    ************

    O PRIMEIRO DE DEZEMBRO DE 2006

    Uma tradio comemorada nesta terra, conhecida pelo menos desde osculo XIX, o primeiro de Dezembro era lembrado por um grupo demsicos que, percorria as ruas da vila, tocando o Hino da Restauraopela madrugada daquele dia, at o sol nascer Depois era dia detrabalho!

    Mais tarde, a Banda de Msica dos Bombeiros, disso se encarregousozinha at ao aparecimento da Fanfarra, que tambm comeou a faz-lo. No ano que agora findou, serviu para que seis meninas tocassem pelaprimeira vez em pblico, pois marchavam garbosamente pelas ruas davila, fazendo parte dos 21 jovens elementos que, engrossavam agora aBanda de Msica. Como sempre foi tocando o Hino da Restaurao.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    37/74

    37

    Um grande entusiasta, Diamantino Jacob, dedicado dirigente, tambm osteve sua porta e, uma msica especial, foi tocada para AntnioArmando Sousa Pinheiro, como retribuio do apoio que presta, desdeh anos, banda, especialmente, neste dia 1 de Dezembro. Foram doismomentos muito bonitos!

    Naquele grupo de jovens msicos, l continuavam a marchar e tocar,dois sobreviventes de uma outra gerao mais antiga; Manuel

    Sebastio Catarino, Manuel Travessa e Hernni Arroz Damsio, sob a

    direco do maestro; Lus Silva. Umas horas antes, ainda era noite, j aFanfarra dos Bombeiros, alegrava as ruas da vila, com um enormecortejo de participantes, onde se via a juventude, mesmo crianas quetocavam os seus tambores.

    Os clarins davam o mote !

    ************

    **********

    *****

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    38/74

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    39/74

    39

    vezes no Largo dos Combatentes, sendo constantemente cedido a outrosmunicipios vizinhos, indo mesmo ao Montijo (1), at que desapareceu.

    (1) O autor, quando menino, acompanhava seu pai Jos Gameiro Cantante (funcionrio dacmara) e o Carpinteiro; Jos Luis das Neves, na instalao deste Coreto em Madeira , nos vrioslocais onde era requisitado.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    40/74

    40

    1940 - Praa da RepblicaJardim com Coreto

    IX

    COMO NASCEU A BANDA DE MSICA DOS BOMBEIROS VOLUNTRIOSDE SALVATERRA DE MAGOS

    Naquele ano de 1965, Joo Pereira (Jope), estava mais uma vez, devisita a Salvaterra de Magos e, como habitualmente procurou-me parasaber novidades da nossa terra !

    Aproveitou, fazendo-me a oferta das suas memrias, um trabalhosobre a origem da Banda de Msica, solicitando-me com grandeempenho que as divulga-se, para conhecimento das geraes vindouras.Tnhamos na altura, no j desaparecido jornal Aurora do Ribatejo,semanrio, um espao nas suas colunas, e dias depois o texto sobre aorigem da Banda de Msica dos Bombeiros de Salvaterra de Magos.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    41/74

    41

    Todas as bandas de msica, por mais modestas que sejam,tm a suahistria; porm, porque a Banda dos Bombeiros Voluntrios deSalvaterra de Magos se relaciona com uma das mais interessantespassagens dos meus tempos de rapaz, julgo conveniente e interessanteesta narrativa, para que os antigos no esqueam e os novos conheam,como de um grupo de modestos e simples rapazes, nasceu uma obra

    digna da corporao e da terra a que pertence.

    Nesse tempo ainda Salvaterra no gozava dos benefcios da luzelctrica, sendo os locais de mais movimento iluminados por candeeirosa gs calcrio. Numa noite de Agosto, luz de um desses velhoscandeeiros colocado esquina da rua Direita, sentados num poial de

    uma das portas do estabelecimento do Sr. Pedro dos Santos, um grupode rapazes discutia: no assuntos de futebol, como certamente hojefariam, mas a forma de conseguir organizar algo de til e agradvel, aoseu esprito e a terra que lhes serviu de bero.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    42/74

    42

    Pensavam uns em formar um grupo folclrico; outros num grupocnico; outros ainda, alvitravam a formao de um grupo coral. Todasestas ideias, eram discutidas sob inmeras h ipteses, arrastando-seat bastante tarde. J passava da meia-noite, quando me assaltou ocrebro uma feliz ideia.

    Haviam uns antigos executantes de bandas de msica outrora

    existentes na vila que conservavam ainda em seu poder velhosinstrumentos, como relquia dopassado,alguns dos quais eu conhecia, oque me levou a ter o seguinte desabafo:

    h, rapaziada, se fossemos pedir alguns desses velhos instrumentosque se encontram em poder dos msicos antigos para fazer a surpresade tocarmos o Hino da Restaurao no dia 1 de Dezembro ?

    Todos concordaram com esta ideia,ficando desde logo combinado ir no diaseguinte, falar aos antigos msicos,expondo-lhes as nossas intenes.

    No outro dia, hora do almoo, j seencontravam na nossa posse algunsinstrumentos: o Cornetim do Manuel Caetano Doutor, o Contrabaixo do Joo

    Borrego, o Bartono do velho Sebastiana, oSaxofone, do Roberto Serra, enfim tudo o

    que fora possvel descobrir !

    Comearam ento a fervilhar os comentrios, como no podia deixarde ser; favorveis uns, desfavorveis outros. Havia quem nos

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    43/74

    43

    encorajasse a prosseguir, indicando at alguns benficos pormenores e,havia os que no acreditavam em rapazes detractores sempreexistiram dizendo a quem lhes abordava o assunto: - Vocs aindaacreditam em qualquer coisa feita por rapazes?

    Tenham mas juzo, eles no conseguem nada !...

    Entretanto a notcia espalhava-se por toda a localidade e, a rapaziadasalvaterrense, tomando conhecimento desta resoluo, acorria ao nosso

    encontro inscrevendo-se com entusiasmo numa j ento longa lista decandidatos a futuros filarmnicos. No grupo existia um elemento que jconhecia muito bem a msica, era o Z Carlos - Jos Carlos AugustoCabao - foram dele as primeiras lies de solfejo recebidas.

    Embora a inteno inicial fosse resumida apenas ao Hino tocado pelosseis ou sete iniciadores de to genial ideia, a verdade que em poucos

    dias j se encontravam inscritos uns 38 rapazes desejosos de tocaremquaisquer instrumentos.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    44/74

    44

    Comeou ento um verdadeiro assalto ao velho instrumental,elucidados por alguns velhotes, especialmente pelos que sempreacreditaram no xito do nosso empreendimento, descobrimos:Bombardinos, Clarinetes, Saxofones, Trombones, Trompas, etc.

    Alguns deixaram de ver a luz do dia dezenas de anos, emconsequncia de que seencontravam lindamente ornamentados comenormes teias de aranha e bonitas manchas verdes.

    Um Contrabaixo, que me veio parar s mos, para limpar, tinha dentro

    um ninho com oito inocentes ratinhos!Para conseguir tirar dele algum som, tive de o lavar com sete

    panelas de gua quente e cerca de dois quilos de potassa.Isto prova bem o estado em que se encontravam alguns desgraados

    instrumentos, cujo estado de conservao era igual ou parecido,originando a todas tarefas idnticas ao meu.

    Depois de tudo isto fora de entusisticas canseiras, comearam asprimeiras lies que, como no podia deixar de ser, tiveram incio nasrespectivas escalas, tiradas com muitos assopros e algumas bochechas.

    O solfejo ministrado a cada executante foi apenas o indispensvel para compreender o Hino da Restaurao, pois faltavam s 3 meses e dequalquer maneira o grupo sairia a tocar.

    Os que j conheciam algumas notinhas de msica ensinavam osoutros, facilitando assim a tarefa do incansvel Z Carlos que por sero mais habilitado, era na altura o nosso Maestro.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    45/74

    45

    Algumas semanas antes do ambicionado dia, j todos ou quasetodos sabiam tocar o hino, embora a maioria o fizesse de ouvido,porquanto o solfejo tornava-se difcil e complicado em to pouco tempo.

    J ento alguns dos incrdulos, reparando na azafama da rapaziada,comearam a acreditar na possibilidade de se poder organizar qualquercoisa de jeito, tal no era o louco entusiasmo com que a mocidade seentregava ao seu sonho!Agora no era apenas o desejo de tocar o Hino da Restaurao, no

    senhor; havia j uma ambio mais forte, a de poder formar umafilarmnica, preenchendo uma falta existente h dezenas de anos!Praticamente os dias de descanso no existiam: o tempo passava-sevelozmente e era necessrio que o grupo sasse o melhor possvel, aindamesmo que a maioria tocasse de ouvido.

    Todos os dias se ensaiava e muitas vezes ouvi ralhar minha me:

    - Oh rapaz, tu no tens assento para nada; mal chegas a casa, jantas pressa e sais, parece que andas maluco com o diabo da msica, oraesta!

    E era verdade, ela tinha razo coitada, como quase sempre a tmtodas as mes que advertem os filhos quando lhes notam quaisqueranormalidade. Eu andava numa autntica loucura; quase que no comiae trazia os lbios vermelhos e inchados devido ao bocal do contrabaixo:

    era este o instrumento que eu tocava.

    O Jacinto Hiplito, o Lagarto, comprometera-se a toc-lo mas, aover o estado como o pobre instrumento sara do sto da casa do JooBorrego, cheio de teias de aranha, de manchas negras, e com um fofinho

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    46/74

    46

    ninho de ratitos dentro da campnula, no quis tocar nele; foi ento queo levei para casa e o lavei, como j disse.

    Para melhor poder afinar o conjunto, comemos a compreender queseria necessrio o auxilio de algum mais velho e de mais competncia,pois a boa vontade e os conhecimentos do Z Carlos no eram jsuficientes.

    Conhecedor desta nossa inteno, o Sr. Roberto Jnior, (vulgoRoberto da Ferradora), msico competente e homem j de certa idade,ofereceu os seus prstimos como orientador e ensaiador, nodesdenhando pr a sua calva rodeada de cabelos brancos ao serviodum grupo de irrequietos rapazes, cujas idades se cifravam entre osquinze e os vinte e trs anos.

    Num amplo celeiro da Companhia das Lezrias que, para o efeito nosemprestaram, comearam os ensaios sobre a nova orientao. Tocandoe marchando horas sem fim, nunca houve entre o numeroso grupo umqueixume, um desnimo, ou qualquer sinal de averso.

    Na noite que antecedeu o dia 1 de Dezembro desse ano, nenhum dens dormiu em casa.

    O grande benemrito, Sr. Gaspar da Costa Ramalho, ps nossa

    disposio uma casa, nesse tempo ainda desabitada, para nelapassarmos essa noite e onde organizmos uma ceia, finda a qualningum mais dormiu: as horas pareciam ter o dobro dos minutos o que,na nsia de ver chegar a madrugada, dava a todos a iluso de horasmais compridas. Um foguete, logo seguido de um morteiro, ambos

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    47/74

    47

    lanados pelo velho empregado da Cmara, Sr. Vitorino (dosCandeeiros), deu a indicao de que eram j cinco horas da manh.

    Faltava a penas uma hora para que o sonho de toda a rapaziada setornasse realidade!

    s cinco e meia, cada um com o seu instrumento debaixo do brao,todo o grupo se dirigiu para o Largo da Cmara Municipal, em cuja frentese tocaria pela primeira vez.

    Todos formados, a postos, espermos que o relgio da torre da IgrejaMatriz, desse as seis badaladas. Logo que a primeira ecoou, rompeu oHino da Restaurao, tocado (?) por trinta e tal rapazes cheios dealegria por verem enfim satisfeita a sua ambio.

    Muito povo se aglomerou tambm em frente aos paos do concelho e,

    ao verificarem a alegria, o entusiasmo, e at a comoo daquelesendiabrados rapazes, no puderam conter-se e em muitas faces seviram lgrimas de comovida satisfao.

    A todas a ruas, travessas e becos, foi levado oHino daRestaurao,tocado repetidas vezes, entre o estalejar dos foguetes, a vozearia dorapazio, o ladrar dos ces e o cantar dos galos que, habituadashabituados a serem s deles os nicos sons ouvidos quela hora,pareciam cantar de maneira diferente, certamente irritados por

    notarem que algo de estranho tirava a primazia do despertar daAurora naquele dia.

    medida que o grupo avanava ia engrossando a comitiva deadmiradores, pois nossa passagem no havia quem resistisse aodesejo de se levantar e seguir atrs da msica. Ao meio-dia, repetiu-se

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    48/74

    48

    as voltas, o mesmo sucedendo noite: Salvaterra, encontrava-se entoentusiasmadssima com a proeza dos seus moos, cujo feito maisparecia um sonho que uma realidade!

    Terminada a tarefa daquele dia, algum lembrou a convenincia emcontinuarmos, aproveitando o entusiasmo inicial para a formao deuma filarmnica na terra, preconizando at uma reunio para discutir oassunto. Durante um jantar de homenagem preparado para o efeito,

    ficou combinado a formao do agrupamento que a partir daquelemomento passou a denominar-se GRUPO MUSICAL SALVATERRENSE,ficando o Sr Roberto Jnior, como director artstico.

    Alugou-se um celeiro onde foram montadas as respectivasinstalaes e, aproveitando a boa vontade de muitos amigos, foi lanadauma pequena cotizao mensal que, juntamente com o produto de

    algumasfestas, nomeadamente bailes, servia para suprir as despesas.

    Embora o grupo musical, fosse formado com grande entusiasmo eficasse sob a orientao de boas vontades, a sua existncia foi curta(cerca de um ano apenas), e pouco brilhante porquanto no comeou damelhor maneira.

    Conforme j lhes contei, a grande maioria dos componentes no sabia

    solfejar, pelo que no haveria muito a esperar do seu valor comofilarmnicos: a prova que durante um ano conseguiram apenas ensaiare tocar duas marchas bastantes simples.

    Comearam ento a aparecer algumas discordncias, pela formadecorria a orientao do agrupamento, pois alguns, com justificada

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    49/74

    49

    razo, insistiam para que fossem ministradas lies de solfejo aosexecutantes antes de serem postos estante. O senhor JustinianoFerreira Estudante, saudoso comandante dos bombeiros voluntrios,notando talvez os pontos de discrdia existentes na rapaziada, pediu acomparncia dos principais obreiros do Musical no seu gabinete, a quemexps, com palavras bastante elucidativas, as vantagens que adviriam datransferncia do Grupo para aquela Corporao.

    Como nem todos concordassem com a referida transferncia,havendo at alguns que afirmavam no querer entregar Corporaodos Bombeiros uma obra que tanto trabalho dera, ficou deliberadoefectuar-se uma reunio entre todos, onde cada um, por escrutniosecreto, se manifestaria consoante a sua vontade, resolvendo assim ofuturo da msica em Salvaterra.

    Troup-JazzOs Persistentes

    Setenta por cento da rapaziada, mais ou menos, se manifestoufavorvel dissoluo do Grupo Musical, cujaresoluo encheu de jbiloo Sr. Justiniano, porque viu possvel formar o que tanto

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    50/74

    50

    entusiasticamente idealizara uma banda de msica dentro dacorporao que tanto adorava. Se havia elementos orgulhosos da suaobra, satisfeitos por pertencerem ao nmero dos que tornaram possvela formao de um grupo musical em Salvaterra, eu era dos maisentusiastas, tanto mais que me pertencia, alm dos outros, a honra dainiciativa.

    Todavia no concordava com a existncia do agrupamento dentro

    daquela orientao, por me parecer impossvel a sua manuteno semordem e sem preparao artstica, o que equivaleria a um bom cavalosem pernas, um bom relgio sem ponteiros, etc..

    Daquele dissolvido grupo nunca Salvaterra poderia esperar quaisquer aces que a dignificassem. Os que me acompanharam nestaspassagens podero justificar a minha razo !

    Que se poderia esperar de msicos (?) sem saberem solfejar?Alguns, quando se lhes dizia que os instrumentos deveriam dar lugar

    ao solfejo por uns tempos, respondiam de mau humor: Solfejo para qu?Isto a poder do tempo toca-se; vocs nunca ouviram dizer que gua

    mole em pedra dura tanto bate at que fura?...

    Por discordar destas disparatadas opinies, perdi a amizade de

    alguns amigos, inclusivamente a do prprio Z Carlos Cabao que atento fora um dos mais dedicados!

    Como a conscincia me diz ainda hoje que procedi de forma a no terde arrepender-me, sinto satisfao por ter tambm contribudo para aformao da Banda dos Bombeiros.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    51/74

    51

    No julguem, que foi fcil organizar devidamente a banda dentro daCorporao dos Bombeiros; algumas dificuldades surgiram de princpio,pois l tambm havia quem pretendesse fazer caminhar o conjunto talcomo entrara, com msicos artificiais, levando ainda mais um ano,talvez, a encontrar o verdadeiro caminho.

    Foi ento que a respectiva direco, dando crdito s nossasinsistncias, o maestro e compositor, Antnio Paulo Cordeiro, para

    formar a futura banda, o que todos encheu de entusiasmo e esperana,dada a sua reconhecida competncia.

    Este senhor, depois de observar individualmente todo o conjunto,ordenou que alguns colocassem os respectivos instrumentos naprateleira, sendo durante algumas semanas substitudos pelos livros desolfejo, passando em seguida diversas lies, exercitando cada um noseu instrumento. O entusiasmo recrudesceu, registando-se a entrada de

    um bom nmero de aprendizes, e quando pela primeira vez, depois destaorientao, os salvaterrenses viram e ouviram o novo conjunto, j nolhe chamaram o Grupo dos Rapazes, como anteriormente, mas sim anossa Banda dos Bombeiros!...

    Embora sem grandes aspiraes, a minha Banda comoorgulhosamente lhe chamotem vindo a caminhar atravs dos tempos,umas vezes melhor outras pior, como sucede com todas, at mesmo

    algumas com grandes aspiraes, mas sempre afinadinha e gritandopresente em todos os festejos que a sua terra realize.

    Esta a histria, da banda de Msica dos Bombeiros Voluntrios deSalvaterra de Magos, contada por quem viveu as suas primeiras alegriase tristezas, sempre animado do mais sincero desejo de contribuir para

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    52/74

    52

    algo de til sua terra. A vida, esse fantasma que nos encaminha para

    onde quer, obriga-me a viver longe de Salvaterra; porm isso no obstaa que siga apaixonadamente o seu rodar, interessando-me por tudo quelhe diz respeito, e muito especialmente pela sua Banda, de cujo caminharme informo sempre que a visite.

    O documento, tinha agora divulgao pblica, nos jornais, no entantoJoo Pereira, distribuiu alguns exemplares por amigos de longa data.

    Uns meses depois, o Henrique da Graa, que foi durante muitos anoscarteiro na vila, e tambm um dos que iniciaram aquela aventura,encontrou-me e disse-me: Olha, que naquela histria da Banda, do JooPereira, falta-lhe l uns permeares. Eu, um dia conto-te ! * Joaquim Conceio Damsio (Joaquim P-leve), e muitos outros

    tambm me deram alguns dados da (sua) banda, com outros pontos devista, quanto ao aparecimento, da que viria a ser a Banda de Msica dos

    bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos (*)

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    53/74

    53

    *****

    (*) Jos Henrique Serra da Graa, filho de Henrique da Graa, antigocarteiro e msico, distribuiu em Dezembro de 2004, uma brochura, onde

    contava a verso do pai, sobre a origem da Banda de Msica.

    A OUTRA VERSO

    Para ser comparada uma outra verso, do aparecimento da Banda deMsica dos Bombeiros, no deixei de ter a tentao de aqui transcrevero manuscrito, de Henrique da Graa, usado no livro editado pelo seu filho

    Jos Henrique Serra da Graa, em 2004, e que desde j nospenetnciamos pelo atrevimento, sem a devida anuncia.

    Entendo ser conveniente dar a idea mais exacta e ao mesmo tempoestar em desacordo como a forma apresentada, pelo nosso amigo JooPereira (Jope) a formao da Banda de Msica, na qual estive e vivitotalmente por dentro, aliso Jope tambm esteve como fundador.

    Antes de nascer a Banda, existia um Jaz-Bande, nome que se dava aosconjuntos musicias da poca com o nome de os Persistentes, que anosso pedido, o sr. Roberto Fonseca Jnior, nos indicou como sendo omais adequado, faziam parte deste conjunto, Jos Carlos AugustoCabao (Clarinete), que nos ensinou o solfejo e depois o orientador dogrupo, Jos Miguel Travessa (Trompete), Henrique da Graa (Sax-alto),Francisco Henriques da Fonseca (Bandola-Banjo), Jacinto Hiplito(Bandolim), Jos Luis Serra Borrego (Banjo), Ral Moreira Torroais

    (Bateria), Joo Pereira (Bandola-viola), mais tarde Rui Cordeiro(Trompete) e alguns destes elementos chegaram a atingir algumaexperincia.No amigo Joo Pereira, no estvamos no poial do sr. Pedro dos Santosa discutir o que deviamos fazer, Grupo Coral? Cnico? Folclore?

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    54/74

    54

    Ento tinhamos o nosso Jaz-Band, e estavamos a inventar coisas parapassarmos o tempo ? a nossa casa de ensaios do Grupo era-noscedida pelo Francisco Fonseca (Vassoura) que tambm tocava no grupo,casa-arrecadao que dava para a rua d`gua, era ali, que passvamostdas as noites praticando, e estvamos ns no poial a tentar descobriro que fazer fazer? meia-noite?Ter-se- esquecidoo nosso conterraneo esquecido que tambm faziaparte do grupo?

    A sua verso no exacta, dando a entender de que at aquela data,(noite) nada havia, existia ste grupo musical e daqui a formao doGrupo Msical Salvaterrense, esta a verdade na e cra, por muito quepese ao nosso amigo Joo Pereira, creio mesmo se tentar visionar o queafirmo. pessoa suficiente inteligente para reconhecer que houvealguma confuso. Agora um pouco maid e histria da Banda, tivemosalguns ensaios num celeiro na rua atrs da Igreja, sob a regncia do sr.

    Roberto Jnior, depois alugmos um celeiro na av. Vicente Lucas deAguiar, ( hoje Dr. Roberto F. da Fonseca) onde se davam bailes paraamgariar fundos, sendo (os Persistentes) o nosso Jaz-Band, jintegrados no Grupo Msical Salvaterrense que abrilhantava estesbailes, depois o que conhecido, transferncia para os Bombeiros, oqual passou a chamar-se Banda dos Bombeiros Voluntrios, aindativemos em princpio como regente o sr. prof. Manuel Duarte Assuno,mas as suas habilitaes musicias no eram suficiente, viria ento o

    competente Maestro Antnio Paulo Cordeiro, natural de Salvaterra.Pela primeira vez que a Banda oficialmente saa a tocar em 1941, numacorrida de touros, depois da restaurao da Praa, danificada pelociclone, tivemos conhecimento de que estava um senhor como hospedeem casa do sr. Conde Monte Real, encarregado de ovir o Hino aInternacional? * Hino da Carta, que na poca era probido tocal em

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    55/74

    55

    Portugal, algum de Salvaterra dennciou a Banda, de que ensaiava essehino para o dia da corrida, os tais detractores, por cime ou inveja emais, para desvirtuar o competente Paulo Cordeiro etc. Etc. Bem isto outra histria. O certo que estava tudo e na hora para a sada daBanda, enquanto se aguardava a chegada do sr. encarregado de ouvir oHino, ltima hora, o sr. Paulo Cordeiro (Maestro) com a suacompetncia, pegou num lpis e comea a fazer cortes, riscando, aqui,riscando ali, nas partes essenciais do Hino, para que no fossem ouvidas

    a parte meldica, no meu caso, diz-me, finge que tocas, queria dizer,nem uma nota, no teve o mesmo brilho, mas foi o suficiente parapassar o exame. Ainda hoje acredito que esse sr. no foi vencido,convencido sim, pela forma em que o Hino foi camuflado. Finda ainspeco ? os parabns para a Banda onde a frase curta, podem tocar.

    Salvaterra de Magos 12-12-88 Henrique da Graa

    O SEU PERCURSO!

    Desde aquele j longnquo ano de 1938, esta casa, por via da culturamusical, foi uma escola de virtudes, no s pelo companheirismo aliencontrado, como pelas dezenas de mestres que, ali passaram e,souberem incutir nos jovens alunos, o respeito por esta sublime arte que a msica.

    Envelheceu, teve uma vida com alguns percalos, que muitas vezesforam de agonia, mas sempre foram ultrapassados, apareciam algunscarolas prontos a dirigi-la.

    A ESCOLA DE MSICA

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    56/74

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    57/74

    57

    A presena da Banda, era solicitada para estar presente em tudoquanto eram festas populares e cerimnias oficiais, os concertosproliferavam.

    Inicia-se uma grave crise no meio da filarmnica que, levou alguns anosa debelar, foi por volta de 1976, a revoluo dos cravos, ainda ditava que,se fizessem alguns retoquesno antigo funcionamento das instituies.

    Um grupo de 6 jovens dirigentes, com

    alguns dos antigos msicos queregressaram, muitos pertenceram suaraiz, j tinham deixado a estante dando-lhe novo folgo como dirigentes.

    Do grupo mais antigo, persistiam emcontinuar: Antnio Travessa, Ezequiel

    Incio, Manuel Joaquim Travessa, JosLus Borrego, Fernando Santos, LusGonalves, Emlio Coelho, Florentino Viana, Manuel Sebastio Catarino,Fortunato Ferreira e, alguns mais que a memria dos registos teimamem esconder.

    No ano de 1970, a banda de msica dos bombeiros, tinha a dirigi-la omuito saudoso mestre, Mendes Soldado, exmio sabedor da arte, de

    Bethoven e Josephe Verdi. Um grupo de jovens meninas, desejouaprender msica, e o mestre, aps um acordo com elas disse:

    Sabero msica, e at tocar um instrumento !Mas gostaria de v-las, a tocar na banda de msica dos bombeiros

    voluntrios de Salvaterra de Magos.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    58/74

    58

    Nesse mesmo ano, de 1970, em dia festivo, o primeiro grupo de jovensmsicos sai, e o povo viu-os marchar e tocar, pelas ruas de Salvaterrade Magos.

    Em algumas faces, correram lgrimas, a banda dos bombeiros, erauma das iniciadoras deste novo feito, em que as mulheres, passaram atocar nas bandas de Msica de Bombeiros e Filarmnicas de Portugal.

    Pena nossa, no poder encontrar registos de todos os directores que,se empenharam e viveram a vida da Banda de Msica dos Bombeiros, aolongo da sua existncia.

    Mas dos primeiros, no deixamos de registar, o nome de Pedro dosSantos, que conhecemos, e ainda anda de boca em boca !.

    Notas de Reportagem, na Comunicao Social !

    A BANDA DE MUSICA DOS BOMBEIROS VOLUNTRIOSDE SALVATERRA DE MAGOS

    COMEMORA O SEU 43 ANIVERSRIO NA IGREJA MATRIZ

    Na comemorao do seu 43 aniversrio, a banda de msica dosbombeiros voluntrios de Salvaterra, deu no passado dia 6 de Novembro,um concerto, na Igreja matriz, onde um vasto programa foi atentamenteapreciado por um pblico que, a encheu por completo.

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    59/74

    59

    Entre a assistncia, notava-se a presena de grande nmero devisitantes que, vieram expressamente da Azambuja, afim de assistiremao espectculo musical.

    A banda apresentou-se ao pblico, reforada com elementos daFilarmnica da vila da Azambuja que, tambm trouxe para a actuarem apresena simptica de um Coro de crianas (Infantil), num total de 60

    vozes.Devido a ser indito nesta vila, um concerto na Igreja Matriz, o mesmo

    era aguardado com uma certa expectativa, pois os sons ali produzidospatentearam bem a presena dos 110 executantes (Coro e Msicos), atporque as condies acsticas, serviram os fins em vista.

    A abrir a sesso, o director, Joo Antnio Hiplito, em brevespalavras, disse dos anseios e potencialidades da banda de msica dosbombeiros e, num comovente apelo aos ex-executantes que, por motivos

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    60/74

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    61/74

    61

    O Jos Lus Borrego, levantando-se comovido, e com as lgrimas nosolhos, agradeceu!,,

    Naquele momento, verificou-se que, valeu a pena tantos anos dededicao nossa Banda de Msica. A terminar o espectculo, o Coroe Banda, cantaram e tocaram o CORO DOS ESCRAVOS, com a

    assistncia envolvida numa prolongada ovao, pedindo uma repetio.Este encontro, foi um reatar de tradies, onde os povos de

    Salvaterra e Azambuja, fizeram lembrar, outros encontros que,

    aconteceram nos primeiros anos do sculo.

    In 6/ Novembro/ 1982 * Jos Gameiro

    ************

    ACTUAO NO ESTRANGEIRO E NA TV DO LUXAMBURGO

    Quando convidadas por um grupo de emigrantes de Salvaterra,que trabalhavam no Luxemburgo, foram at quele pas e aturamnum Jardim pblico e, num programa de televiso dedicado aosportugueses

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    62/74

    62

    Tambm quando da geminao entre o povo de Salvaterra deMagos e, de Valkansuaard, actuaram na Holanda, pois foi celebradoum acto de grande amizade, pois j sc. XIII, vinham para Salvaterrade Magos, como Falcoeiros. Houve festejos nas duas localidades,pois mais tarde os holandeses vieram retribuir a visita.

    O MEIO SCULO DA BANDA

    Estiveram presentes, naquele dia festivo do ano de 1989, os poucosmsicos fundadores da banda de msica, a receber as medalhascomemorativas. Mrio da Silva Anto, Joaquim da Conceio Damsio eCarlos da Costa Paiva, foram acompanhados por uns quantos, como:

    Antnio Travessa, Fernando Santos, Ezequiel Incio, executantes que j

    marcavam presena h muitos anos na banda e, receberam tambmto merecida homenagem. No local, em frente ao edifcio-sede dosbombeiros, muito pblico assistia aquele acto comemorativo e, enquantoeu, tomava notas para a notcia, vejo em stio de grande descrio, umhomem j de idade avanada, com o leno limpando uma lgrima rebelde,manifestava assim, a grande alegria de todos, A banda de msica, jtinha 50anos, Era o Joo Pereira !

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    63/74

    63

    O Maestro Joo Teofilo - Com alunos em dia de saa oficial

    OS DIRECTORES DA BANDA !

    Pena nossa no poder, aqui fazer justa e merecida identificao detodos os dirigentes, que passaram pela banda de msica. Ao longo dostempos, mas sendo parcos os registos, disso nos impedem, mesmo

    assim no ficar mal, em lembrar: Pedro dos Santos, Eurico dos SantosBorrego, Alexandre Varanda da Cunha, Jos Martins dos Santos, JosManuel Cabao, Joo Almeida da Silva, Jos Teodoro Amaro, ManuelSantana Lobo, Joo Antnio Pinto Oliveira, Carlos Cantador Duarte, JooHiplito Viegas e outros

    AS CRISES!

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    64/74

    64

    Durante a sua existncia, periodicamente, a banda de msica, temsofrido algumas crises, quer de dirigentes, quer de executantes.

    Em 1970, inicia-se um novo e grave perodo de vida naquela Banda deMsica que, levou alguns anos a debelar e, s em 1976, foi totalmentesanada, aps um grupo de 6 jovens dirigentes, com alguns dos antigosmsicos que regressaram.

    Muitos que pertenceram sua raiz, j a tinham deixado, a morte e avelhice, eram algumas das causas de to mau momento, que agora

    passava a banda. Dos mais antigos, persistiam em continuar: AntnioTravessa, Ezequiel Incio, Manuel Joaquim Travessa, Manuel SebastioCatarino, Hernni Arroz Damsio, com mais um pequeno punhado denovos executantes que entretanto se tinham preparado na escolamusical da instituio.

    O jovem msico Luis Andrade, fazendo continncia a D. Dinis

    A finalizar este Apontamento, no seria justo deixar de registar adedicao e empenho, at mesmo sacrifcio, no sector da culturamusical, em Salvaterra de Magos, Diamantino Jacob, que nos ltimos

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    65/74

    65

    anos, desenvolveu, grandes esforos, para manter bem alto o esprito decultura, da Banda de Msica dos Bombeiros Voluntrios de Salvaterra deMagos, atravs dos ensaios semanais e respectiva escola de msica.

    *********

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    66/74

    66

    CONCURSO NACIONALDE BANDAS MUSICAIS CIVIS

    A FNAT Fundao Nacional para a Alegria no Trabalho, realizou entre

    1968 e 1971, o II concurso Nacional de Bandas Civis. Os concertosdecorreram em vrias cidades do pas, sendo o seu apuramento sidofeito por categorias e eliminatrias.

    A Bande dos Bombeiros de Salvaterra de Magos, tendo participado,apresentou 33 executantes, e passando a 1 eliminatria, em 4 lugar,com 218 pontos, ficou-se na 2 eliminatria, com o 5 lugar, com 179

    pontos. LOUVORES

    O msico, Lus Antnio de Almeida, saxofone-tenor, foi louvado, peloseu esprito de sacrifcio, invulgar dedicao e alto sentido deresponsabilidade que revelou, apresentando-se no Teatro Garcia deRezende (vora), em maca, com uma perna engessada.

    A BANDA DOS BOMBEIROS ACABOU!

    Em 2011, uma persistente e grave crise finaceira, que se vinha instalandonos bombeiros, teve grandes reprecurses no bom funcionamento daBanda, o que levou a maioria dos componentes desta, a optarem por

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    67/74

    67

    fundar uma Filarmnica na vila, deixando assim de existir a banda demsica dos bombeiros voluntrios de Salvaterra de Magos.

    *************X

    O TEATRO-CINE DOS BOMBEIROS

    Na necessidade de uma sala prpria, para teatro e cinema, emSalvaterra de Magos, o benemrito, Gaspar Costa Ramalho, por volta de1925, mandou construir num seu celeiro, na antiga rua de S. Paulo (RuaMachado Santos), um edifcio com todos os requisitos da poca, que seadapta-se representao teatral e projeco de filmes, oferecendo-oaos Bombeiros Voluntrios da terra, para fins de poder angariar mais

    receitas para a Instituio.Ali se representaram vrios espectculos de teatro, que depois desarem de cena em Lisboa, comeavam a percorrer o pas.

    Ao longo da sua existncia, o Teatro-Cine, teve vrios interessados nasua explorao comercial, para alm dos seus proprietrios, osbombeiros, sendo mecnico da mquina de projectar os filmes, o jovemHlio Mendes da Silva.

    Mais tarde, no dobrar do sc. XX, um empresrio de Marinhais,Joaquim Martins Madeira, j com um cinema instalado naquela povoao,durante anos explorou esta actividade, em Salvaterra de Magos, sendo omaquinista Ezequiel Incio. Nos dias quentes de Vero, utilizava um largoespao, numa

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    68/74

    68

    propriedade da famlia Henriques Lino, na rua Joo Gomes, ondefuncionava a Esplanada do Cinema.

    1950 -O Cine-Teatro dos Bombeiros, na Rua Machado Santos

    Nos intervalos, o bar era no Caf Progresso, com acesso por umapequena porta.

    Foi num destes anos que, ali se construiu um novo ecr de grandesdimenses, numa parede de tijolo e reboco de cimento, pintado a brancopois tinha chegado o formato Cinemascpio, era uma nova forma de

    visionar filmes, uma sociedade, entre Anselmo Goulo e Horcio Costa,funcionrios da Raret, tambm explorou o Cine-Teatro, dos bombeiros.

    A firma Manuel Vieira Lopes & Filhos, Sucrs, por volta de 1959, estandointeressada neste campo empresarial, inicia a construo de uma novasala de espectculos, Conde dos Arcos, as conversaes com os

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    69/74

    69

    bombeiros, para celebrar um contrato de cedncia anual de todo omaterial existente no Cine Teatro Salvaterrense, alm do respectivoalvar, pelo preo de quarenta mil escudos, e o compromisso da receitaanual de uma sesso de cinema, em dia de comemorao de anos.Estando a mquina de projectar e outros acessrios do Cine-TeatroSalvaterrense, j obsoletos, comprometeu-se a comprar novosaparelhos para a projeco dos filmes.

    A Direco dos Bombeiros, reunida para deliberar o aluguer das

    responsabilidades para os novos interessados, veio a verificar que, noexistia nenhum Alvar de explorao em nome dos Bombeiros, paraexibio de filmes. Na documentao existente, na Instituio, apenas umlicenciamento provisrio, estava registado atravs da autorizao doGoverno Civil de Santarm. Verificou-se assim, que o seu cinema, nuncapossuiu a autorizao definitiva por meio de um Alvar, documentonecessrio poca para a explorao daquele ramo de actividade.

    Perante aquela situao, avanou a firma Vieira Lopes, na legalizaode uma sala de espectculos, em Salvaterra de Magos, na suapropriedade, na rua Heris de Chaves, e a populao no ficou privadada exibio de filmes, sendo inaugurada em 31 de Maio de 1959, com ofilme Os Miserveis, com os actores principais: Jean Gabin e DanieleDelome.

    ***************

    ****

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    70/74

    70

    INDICE:

    I - A INSTITUIO

    II CORPO ACTIVO

    III UM DIA DE FESTA, UM DIA DE LUTO

    IV - RECEBER PREMIO EM TEMPO

    DE ANIVERSRIO

    V RECORTES DE JORNAIS

    V UM NOVO TEMPO NA ASSOCIAODOS BOMBEIROS

    VI UMA RUA PARA GASPAR DA COSTA RAMALHO

    VII A FANFARRA DOS BOMBEIROS

    VIII GRUPOS MUSICAIS O CORETO

    IX COMO NASCEU A BANDA DE MSICA DOS BOMBEIROS

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    71/74

    71

    X TEATRO-CINE DOS BOMBEIROS

    BIBLIOGRAFIA USADA:

    * Revista: A Hora 1936* Jornal Aurora do Ribatejo

    *Jornal O Ribatejo* Jornal Correio da Manh*Jornal Vale do Tejo* Histria da Origem da Banda de Msica, dos Bombeiros de Salvaterrade Magos, Autor; Joo Pereira (Jope)*A Origem da Associao Humanitria dos Bombeiros Voluntrios deSalvaterra de Magos:

    * Coleco Recordar, Tambm Reconstruir Autor: Jos Gameiro

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    72/74

    72

    INDICE DAS FOTOS USADOS, SEM LEGENDA:

    Fotos da Capa:

    * Bombeiro, Silvrio Damsio, apagando um incndio no Pinhal

    dos Mouros (Vale Queimado)* Banda de Msica dos Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de

    Magos

    * Pg. 51935, Carreta para Incndios,* Pg. 6 -1935, Comisso Fundadora * Primeiro corpo activo dos

    bombeiros voluntrios, junto da sede na Av. Jos Luis Brito Seabra* Pg. 8 Justiniano Ferreira Estudante, um dos fundadores e 1comandante dos bombeiros.de Salvaterra de Magos

    * Pg.18Comandante, Carlos Leonel Duarte* Pg.28 -Gaspar da Costa Ramalho, Benemrito* Pg. 31 - Fanfarra, Dezembro de 2006

    *Pg 37- 1951, A Banda de Msica, nas Festas de So Brs(Barrosa-Benavente) * 1 Fila: Pedro dos Santos (Director), Sr. Silva(Maestro da Banda), Porfrio Monteiro e Arsnio Lamarosa(Msicos-Aprendizes) * 1 Plano: Carlos da Costa Paiva, LusAntnio Almeida, Manuel Alberto Ferreira Jlio, Francisco Mendes,

    Joo Felgueiras Tomaz, Antnio Francisco Cantador, Antnio NevesTravessa e Joo Incio * 2 Plano: Lus Cantador (Acompanhante,

    pai de Antnio Cantador), Fernando dos Santos, Jos Maria NevesFaro, Antnio Germano, Msico da PSP, Fernando Lus das Neves eMsico da PSP * 3 Plano: Joaquim Viegas, Msico da PSP, Carlos

    Nunes Cardoso, Eurico Santos Borrego, Manuel da Graa, Carlos

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    73/74

    73

    dos Santos Borrego, Manuel Felgueiras Tomaz e Francisco

    Henriques da Fonseca.

    * Pg. 38 - Nas Festas da Glria do Ribatejo, na Frente: Maestro,Lus Almeida, Jos Neves Faro e Lus Gonalvess/d*Pg. 40 - 1972, Banda de Msica: 1 Plano: Mendes Soldado(Maestro), Joo Ferreira Incio, Manuela Faz-Cordas, Vitria doPeso, Adelaide Ventura, Florncia Aleluia e o menino Rui Manuel2 Plano: Joo Almeida da Silva (Director), Jos Lus Borrego,

    Manuel Travessa, Odlia Paiva, Conceio Soares, Conceio Paiva,Lus Almeida, Lus F. Gonalves, Jos Martins dos Santos (Director)3 Plano: Eurico Borrego (Director), Luis Palma, Jos JoaquimFreitas, Ana Maria Viana, Antnio Francisco Cantador (de Bigode)4 Plano: Ezequiel Jorge, Henrique da Graa, Jos Maria NevesFaro (Baguinho), Ezequiel Incio, Carlos Costa Paiva, JooMaquilo, Carlos Borrego, Manuel da Graa, Fernando dos Santos,Antnio Neves Travessa, Florentino Canio e Fernando Lus das

    Neves (Ciranda).

    Pg. 45 - 1938 - Grupo Jaz Os PersistentesDa Esquerda para a Direita:Jos Luis Borrego, Jacinto Hiplito, Francisco Henriques daFonseca, Joo Gomes Castanheiro, Ral Moreira Toerroais, JooPereira, Jos Carlos Augusto Cabao, Jos Miguel Travessa,Henrique da Graa * Mascote; Anibal Dias (filho de Augusto daSilva; o Augusto Cc)

    *Pg. 53 - 1985, Janeiro * 1 Plano: Joo Maquilo, Ana MariaViana, Florncia Aleluia, Adelaide Ventura da Silva, Manuela Faz-Cordas e Joo Incio * 2 Plano: Odlia Paiva, Conceio Paiva,Ceclia Soares, Mendes Soldado (Maestro) e Lusa Almeida * Nota:Os msicos em 1 plano, apresentaram-se em pblico, ano 1972, e osno 2 Plano apresentaram-se em 1970. No Publico presente na

  • 7/27/2019 Subsdios para a Histria - Bombeiros Voluntrios de Salvaterra de Magos - 2 Edio

    74/74

    retaguarda, Joo Oliveira (Joo da Companhia) Lus Cantador (Pai

    do msico Antnio Francisco Cantador) e Antnio Lagarto*Pg. 5643 anos da Banda, com o Maestro Joo Tefilo, tocandona Igreja Matriz, acompanhada do Coro Infantil da Banda de Msicada Azambuja * Neste dia o msico Jos Lus Borrego, anunciou asua sada da banda depois de muitos anos pertencer mesma.*Pg. 57 - 1985, Um grupo de novos msicos, sados da escola da

    banda dos bombeiros*Pg. 60A Bande Msica, renovada, que participou no Festival daEDP * Estiveram presentes:

    Sociedade Filarmnica Instruo Recreativa Carregueira Vitria,Sociedade Filarmnica Unio Samorense, Bombeiros Voluntrios deSalvaterra de Magos e Banda Marcial de Almeirim.

    *********************