sped - o impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no brasil

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FACULDADE SÃO JOSÉ - FSJ BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS SPED – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL: O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil. KLEBER OLIVEIRA RODRIGUES Timon 2010

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Monografia para conclusao de cursos de ciencias contabeis

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Page 1: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

FACULDADE SÃO JOSÉ - FSJ BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

SPED – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL: O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil.

KLEBER OLIVEIRA RODRIGUES

Timon 2010

Page 2: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

KLEBER OLIVEIRA RODRIGUES

SPED – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL: O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil.

Monografia apresentada a Faculdade São José - FSJ como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Ronaldo da Silva Araújo.

Timon 2010

Page 3: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

KLEBER OLIVEIRA RODRIGUES

SPED – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL:

O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil.

Essa Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso foi julgada adequada para obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis e aprovada em sua forma final pela Faculdade São José – FSJ.

Aprovada em / / 2010

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Prof. Mestrando: Ronaldo da Silva Araújo Presidente Orientador

________________________________________________

Prof. Especialista: Thais Carvalho A. de Aguiar Coqueiro Membro da Banca Examinadora

___________________________________________

Prof. Especialista: Adriano César Bezerra da Silva Membro da Banca Examinadora

Timon(MA), 04 de Março de 2010.

Page 4: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Dedico este trabalho a Deus, a meus familiares

em especial minha mãe Mariene. E a todos

meus amigos que estiveram sempre me

incentivando a esta conquista mesmo diante de

todas as dificuldades.

Page 5: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus por me conceder a vida e pela persistência em

não desistir diante das dificuldades.

A minha mãe Maria Mariene Oliveira Rodrigues, pelos ensinamentos de amor,

dedicação e verdade.

Aos meus familiares e amigos, que estiveram presentes nos momentos difíceis e fáceis

da minha vida, me apoiando sempre nos momentos de fraqueza e assim me fortalecendo para

que eu não desistisse.

Ao meu orientador, Prof. Ronaldo que me ensinou e orientou a refletir sobre o

assunto, e também pela paciência e compromisso neste trabalho.

A todos os professores que contribuíram com seus conhecimentos e experiências.

Aos amigos de classe pela convivência, onde juntos conseguimos superar as

dificuldades e adquirir incentivo para chegarmos ao fim desta jornada.

A Faculdade São José pela oportunidade profissional.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste sonho.

Page 6: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

RESUMO

Este é um trabalho de cunho cientifico, o qual se dirige à comunidade profissional cientifica, que utiliza as operacionalidades econômicas e financeiras das pessoas jurídicas, buscando demonstrar a modernização tecnológica do Fisco Brasileiro, que foi obrigado a criar novos processos de informações para acompanhar o crescente desenvolvimento tecnológico das organizações e a complexidade do ambiente macroeconômico e microeconômico. O Brasil estar passando por uma forte transformação em sua área de controle tributário e fiscal. Com o surgimento do Decreto nº. 6.022, de 22 de janeiro de 2007, um novo sistema informatizado da Receita Federal começou a mudar, e muito, a vida das empresas. A novidade, batizada de SPED, sigla para Sistema Público de Escrituração Digital, determina a transferência para o meio eletrônico de todas as obrigações contábeis e fiscais das empresas, hoje cumpridas com um interminável preenchimento de formulários e livros. O lado positivo da mudança é a simplificação e padronização de muitos processos tributários, o que não é pouco, facilitando a vida do contribuinte brasileiro, ocorrendo um avanço no combate à informalidade, já que a Receita passará a ter condições de acompanhar eletronicamente a vida das empresas. Com o SPED, surgiu também o projeto NF-e que a Receita Federal instituiu mudanças significativas no processo de emissão e gestão das informações fiscais, trazendo grandes benefícios para os contribuintes e as administrações tributárias, como redução de custos de impressão, redução de custos de aquisição de papel, redução de custos de envio do documento fiscal, redução de custos de armazenagem de documentos fiscais, simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF, redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira, incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes. Com estas novidades o contador também sofre o reflexo, pois ele é o responsável pelas informações Empresas X Fisco e vice e versa, tendo a importante missão de estar em constantes atualização para transformar os desafios das novidades em oportunidade.

Palavras-chave: Sistema Público de Escrituração Digital. Nota Fiscal Eletrônica. Tecnologia.

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ABSTRACT

This is a work of a scientific nature, which addresses the professional scientific community, which uses the operational economic and financial entities, seeking to demonstrate the technological modernization of the Brazilian National Treasury, who was forced to create new ways of information to keep pace with the technological development organizations and the complexity of macroeconomic and microeconomic. Brazil is going through a major transformation in its area of tax control and tax. With the emergence of the Decree. 6022, 22 January 2007, a new computerized system Internal Revenue Service began to change, and much, life companies. The novelty, called SPED, which stands for Public System of Digital, determines the transfer to electronic media of all financial obligations and fiscal issues, today met with an endless form filling and books. The positive side of change is the simplification and standardization of many tax claims, which is something, making life easier for the Australian taxpayer, affecting an advance in the fight against informality, since the IRS will be able to electronically monitor the lives of companies. With the SPED, the project also came NF-and that the IRS introduced significant changes in the process of issuing and managing tax information, bringing great benefits for taxpayers and tax administrations, such as lower printing costs, lower costs purchase of paper, reduced costs of transmission of the invoice, reducing storage costs of tax documents, facilitation of ancillary obligations such waiver AIDF, reducing time to stop trucks at border posts Fiscal, encourage use of relationships electronics customers. These new counter also suffers reflection, because he is responsible for the information Fisco Company X and vice versa, providing an important mission to be in constant update to turn challenges into opportunity news. Keywords: Public System of Digital. Electronic Invoice. Technology.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABBC Associação Brasileira de Bancos ABRASCA Associação Brasileira das Companhias Abertas ABRASF Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das

Capitais AIDF Autorização para Impressão de Documentos Fiscais AIIM Auto de Infração e Imposição de Multa AMERICAN INSTITUT OF CERTIELD PUBLIC ACCOUNTANTS

Instituto Americano de Certificado Público Contábil

ANDIMA Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro

ANFAVEA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres BACEN Banco Central CALAMO Pena de Escrever CF Constituição Federal CFC Conselho Federal de Contabilidade CNAE Código Nacional de Atividade Econômica CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFIS Coordenação de Fiscalização COSIF Plano Contábil das Instituições Financeiras COTEPE Comissão Técnica Permanente do ICMS CSLL Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido CT-e Conhecimento de Transporte Eletrônico CTN Código Tributário Nacional CVM Comissão de Valores Mobiliários DAC Depósito Alfandegado Certificado DAM Documento de Arrecadação Municipal DANFE Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica DAPI Declaração de Apuração e Informações do ICMS DCTF Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DECLAN Declaração Anual DES Declaração Eletrônica de Serviços DFMS Declaração Fiscal Mensal de Serviços DIC Declaração de Informação dos Contribuintes DIEF Declaração de Informações Econômico-Fiscais DIME Declaração do ICMS e do Movimento Econômico DIPAM Declaração para o Índice de Participação dos Municípios DIPJ Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa

Jurídica

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DIRF Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DMS Declaração Mensal de Serviços DNF Demonstrativos de Notas Fiscais DNRC Departamento Nacional de Registro de Comércio DPEC Declaração Prévia de Emissão em Contingência DPI Declaração Periódica de Informação ECD Escrituração Contábil Digital EFD Escrituração Fiscal Digital e-LALUR Livro Eletrônico de Escrituração e Apuração do Imposto de

Renda e Contribuição Social Sobre Lucro Liquido das Pessoas Jurídicas Lucro Real

ENAT Encontro Nacional de Administradores Tributários ENCAT Encontro Nacional dos Coordenadores e Administradores

Tributários Estaduais FCONT Controle Fiscal Contábil de Transição FEBRABAN Federação Brasileira de Bancos FENACON Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis FENAINFOR Federação Nacional da Informática FS Formulário de Segurança FS-DA Formulário de Segurança Auxiliar de Documentos Fiscais

Eletrônicos GIA Guia de Informações Anual GIM Guia de Informações Mensal GISS Guia de Informação e Escrituração Eletrônica de ISSQN ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de

Serviços ICP Infra-estrutura de Chaves Públicas IN Instrução Normativa IPI Imposto Sobre Produtos Industrializados SPED Sistema de Escrituração Digital ISS Imposto Sobre Serviços ISSO Imposto Sobre Serviços On-line NBC Normas Brasileiras de Contabilidade NF-e Nota Fiscal Eletrônica NFS-e Nota Fiscal de Serviço Eletrônica PAC Programa de Aceleração do Crescimento PAFS Pedido de Aquisição de Formulário de Segurança PER/DCOMP Pedido Eletrônico de Restituição/Ressarcimento de Rebolso

e Declaração de Compensação PIS Programa de Integração Social PVA Programa Validador de Arquivos RCPJ Registro Civis das Pessoas Jurídicas RFB/SRF Receita Federal do Brasil RTT Regime Tributário de Transição SEFAZ Secretária da Fazenda

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SEPRO Serviço de Processamento de Dados SINIEF Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico-

Fiscais SINTEGRA Sistema Integrado de Informações Interestaduais de

Mercadoria e Serviços SRP Secretária da Receita Previdenciária SUFRAMA Superintendência da Zona Franca de Manaus SUSEP Superintendência de Seguros Privados UF Unidade Federativa PAPIRO Papel

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Pirâmide da Escrita Contábil.............................................................................. P. 16

Figura 2 - A evolução da Nota Fiscal ................................................................................. P. 28

Page 12: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................13 1.1 Justificativa.....................................................................................................................13 1.2 Problema.........................................................................................................................13 1.3 Pressuposto.....................................................................................................................13 1.4 Objetivos ........................................................................................................................14 1.5 Procedimentos metodológicos........................................................................................14 1.6 Organização do trabalho.................................................................................................14

2 A ESCRITA CONTÁBIL .............................................................................................16 2.1 Escrituração do mundo antigo........................................................................................16 2.2 Escrituração do mundo medierval ..................................................................................19 2.3 Escrituração do mundo moderno....................................................................................20 2.4 Escrituração no mundo cientifico...................................................................................22 2.5 Os impactos da era da informação ................................................................................23

3 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL..........................................25 3.1 Nota Fiscal Eletrônica ....................................................................................................26 3.2 Importância da Nota Fiscal ............................................................................................28 3.3 Certificado Digital ..........................................................................................................30 3.4 O Fisco na Era Digital ....................................................................................................31 3.5 Premissas ........................................................................................................................34 3.6 Objetivos ........................................................................................................................35

4 METODOLOGIA..........................................................................................................38 4.1 Ambiente da pesquisa.....................................................................................................38 4.2 Caracterização da pesquisa ............................................................................................38 4.3 Coleta de dados ..............................................................................................................38

5 ATUAÇÃO DO SPED E A NOTA FISCAL ELETRÔNICA ...................................40 5.1 NF-e Ambiente Nacional ...............................................................................................41 5.2 NFS-e..............................................................................................................................43 5.3 SPED Fiscal....................................................................................................................45 5.4 CT - e..............................................................................................................................46 5.5 SPED Contábil ...............................................................................................................48 5.6 FCONT...........................................................................................................................51 5.7 Central de Balanços........................................................................................................53 5.8 E-Lalur............................................................................................................................53

6 O IMPACTO DA IMPLANTAÇAO DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA PARA A CONTABILIDADE NO BRASIL ................................................................................55

6.1 Benefícios gerados com a implantação da NF-e ...........................................................57

7 CONCLUSÃO................................................................................................................62

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................64

ANEXOS ..............................................................................................................................66

Page 13: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

1 INTRODUÇÃO

As mudanças significativas tanto nas normas e padrões que norteiam a

Contabilidade, quanto nos procedimentos contábeis, caracteriza-se no processo de melhoria e

aprimoramento da Escrita Contábil durante séculos, onde as velhas rotinas operacionais

cedem espaço para a modernização sistemática digital com a informatização e o advento da

Internet, que se torna ferramenta indispensável para tal realidade.

1.1 Justificativa

O presente trabalho tem a finalidade de mostrar a importância da evolução

operacional da Escrita Contábil desde sua criação no período do homem antigo ao Sistema

Público de Escrituração Digital(SPED), criado pelo Decreto nº. 6.022 de 22 de janeiro de

2007, proporcionando aos estudantes, empresários e contadores uma ampla visão de

benefícios e oportunidades que o SPED e a NF-e(Nota Fiscal Eletrônica) oferecem.

1.2 Problema

O cenário fiscal no Brasil estar sofrendo mudanças bruscas com a nova

regulamentação do SPED, pois começou somente com as empresas tributadas com o Imposto

de Renda com base no Lucro Real. Porém, com o decorrer destas mudanças nos próximos

anos, as micros e pequenas empresas deverão ser atingidas pelo novo modelo.

Portanto, assim é proposto o tema, o impacto da implantação da nota fiscal

eletrônica para a contabilidade no Brasil e o problema que se apresenta: como minimizar e

tirar proveitos dos impactos da utilização da Nota Fiscal Eletrônica e do Sistema Público de

Escrituração Digital (SPED) pelos contadores e administradores do País?

1.3 Pressupostos

O SPED, além de fazer parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),

funciona como ferramenta de fiscalização e desburocratização na relação entre o Fisco e os

contribuintes gerando muitas dúvidas entre os administradores e contabilistas de todo o país.

Sendo possível depois da criação da Nota Fiscal Eletrônica – NF-e, consiste na

modernização sistemática atual do cumprimento das obrigações, as quais, os empresários e a

sociedade empresária estão obrigados a seguir em um sistema de contabilidade com base na

escrituração uniforme de seus livros. Esta obrigatoriedade da escrita fiscal e contábil por meio

digital, produz uma séries de necessidades que são relevantes às empresas. Dentre elas

Page 14: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

podemos destacar a capacidade tecnológica e das pessoas, a integração de pessoas, revisão de

todos os processos e a oportunidade de economia fiscal entre outros.

1.4 Objetivos

Tem como objetivo apresentar ao leitor que no Brasil, com uma infinita diversidade de

obrigações tributárias, podemos transformar o SPED em uma ótima oportunidade de

economia financeira e de tempo com o Fisco e a sociedade, além de podermos fazer um

melhor planejamento financeiro e estratégico nas empresas.

1.5 Procedimentos metodológicos

As metodologias utilizadas na aplicação deste trabalho, foram os métodos dedutivo e

indutivos, consistindo em idéias e enunciados em gerais proposto em ordem como principio

de um raciocínio para chegar a uma conclusão particular, contando com as conclusões

genéricas tiradas de fatos particulares. Com a reflexão sistemática, a observação dos fatos,

estabelecidos em leis e checagem de informações, adicionado com o conhecimento já

adquirido, a pesquisa num procedimento formal, exigiu pensamento reflexivo e tratamento

cientifico.

1.6 Organização do trabalho

Analisando as etapas do projeto de pesquisa, considerasse a organização do trabalho

composto: 1) Introdução; 2)A Escrita Contábil; 3) Sistema Público de Escrituração Digital;

4)Metodologia; 5) Atuação do Sped e a nota fiscal eletrônica; 6) O impacto da implantação da

nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil; 7) Conclusão; Referências e anexos.

Na introdução, é apresentada a justificativa, o problema, o pressuposto, objetivos,

procedimentos metológicos e a organização do trabalho. Na segunda seção, foi abordado o

surgimento da Escrita Contábil, desde sua criação, passagem pelo mundo antigo até à

atualidade. Na terceira seção, entra o SPED, sendo apresentado sua origem e benefícios. A

metodologia que se fala a respeito do ambiente e caracterização do projeto de pesquisa, e da

coleta de dados encontra-se na quarta seção. Na quinta seção, é discutido a obrigatoriedade e

não-obrigatoriedade da NF-e e apresentados os campos de atuação do Sped que são, Sped

Contábil, Sped Fiscal, NF-e, NFS-e, CT-e, e-Lalur, Central de Balanços, FCONT, sendo

discutido os fundamentos e os benefícios de cada. Na sexta seção, é abordado os benefícios

Page 15: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

que a nota fiscal eletrônica trouxe ao Brasil. E finalmente na sétima seção, é feita a conclusão

de todo trabalho do assunto em questão.

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2 A ESCRITA CONTÁBIL

A capacidade de observação do ser humano sempre foi a matriz da formação de

conceitos e a Escrita Contábil dependeu muito destes. Com o evoluir dos recursos da

inteligência do homem, conceitos se agregaram e outras coisas foram sempre cada vez mais

sendo abrangidas pelo registro contabilístico. Assim, nesse complexo, se inseria a natureza

das transformações, onde o curso das coisas e a avaliação das quantidades passaram a

predominar.

Acredita-se que a gênese dos primeiros registros se encontra nos sulcos ou rabiscos e

sinais encontrados nas grutas e cavernas da Antiguidade como meios patrimoniais, segundo

SÁ (1999, p 17): “Antes que o homem soubesse escrever e antes que soubesse calcular, criou

ele a mais primitiva forma de inscrição que foi a artística, da qual se valeu para também

evidenciar seus feitos e o que havia conquistado para seu uso.”

Independentemente de serem manifestações artísticas, é inegável que o mesmos tenha

contribuído para o surgimento dos primeiros registros. Portanto, quando o homem passou a

ter morada fixa, surgiram as primeiras manifestações humanas da necessidade social de

proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com objetivo material

para alcançar os fins propostos, havendo a necessidade de registro do comércio, ligando com

a origem da Contabilidade.

Podemos resumir a evolução da escrituração contábil da seguinte forma:

Figura 1 – Pirâmide da Escrita Contábil

Fonte: Autor

2.1 Escrituração do mundo antigo

Este período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã,

Page 17: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano.

Foi possível perceber que os primeiros registros encontrados se processaram de forma

rudimentar na memória do homem, tendo como objeto de controle o Patrimônio, representado

pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos, utilizando gravações e outros

métodos alternativos. O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o

método adotado para o controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza, como,

rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra, Conta, designa o agrupamento de itens da mesma

espécie. Estas primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o

homem registrava os seus primeiros desenhos e gravações.

Os suméricos e babilônicos, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças

de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que mediam

aproximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas.

Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal

cuja existência se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes. O

registro, em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se processa. O nome da conta Matrize,

por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou mais

qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que,

paralelamente à Aplicação, se pudesse demonstrar, também, a sua Origem.

Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico citado no livro

de Gênesis, encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis, tabela de

escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, ou

seja, Custos Diretos. Isto significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já

considerava fundamental escriturar todas as operações realizadas nas transações comerciais

para apurar os seus custos.

Com a escrituração contábil o sistema contábil ficou dinâmico e evoluiu com a

duplicação de documentos e Selos de Sigilo. Os registros se tornaram diários e,

posteriormente, foram sintetizados em papiros ou tábuas, no final de determinados períodos.

Sofreram novas sintetizações, agrupando-se vários períodos, o que lembra o diário, o

balancete mensal e o balanço anual. Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e

negativas, aplicando-se, empiricamente, o Princípio da Competência. Reconhecia-se a receita,

a qual era confrontada com a despesa.

A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários

zelosos e sérios em sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a contagem

do boi, divindade adorada pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado.

Page 18: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabeleciam, de forma primitiva, controles

administrativos e financeiros.

As Partidas de Diário assemelhavam-se ao processo moderno. O registro iniciava-se

com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se

ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas.

Segundo o site: http://contabilidadedetodos.blogspost.com/2009/06/historia-da-

contabilidade.html, podemos citar estas contas: Conta de Pagamento de Escravos, Conta de

Vendas Diárias, Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos, etc.

Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em

seus registros. Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada Shat.

Era a adoção, de maneira prática, do princípio do denominador comum monetário.

Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, já escrituravam Contas de Custos e

Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração do saldo. Os

gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias

atividades, como administração pública, privada e bancária.

• Na Bíblia

Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio

Jesus relatou em Lucas capítulo 16, versos 5 a 7, onde o administrador que fraudou seu

senhor, alterando os registros de valores a receber dos devedores.

Assim estar escrito na: BÍBLIA (1969).

5 E chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? 6 Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinqüenta. 7 Perguntou depois a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. E disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta.

Neste relato, podemos perceber que já era adotado o controle do patrimônio dos

senhores, onde ele descobriu o fraude de seu servo pela análise destes controles, sabendo

assim, o quanto foi furtado na quantia correta.

No tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do

que se tinha. Em Gênesis 41, verso 49. Quando José começou a amontoar e contar uma

quantidade muito grande de serial. Onde estar escrito:

Page 19: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

BÍBLIA (1969) “E José continuou a amontoar cereal em grande quantidade, como a

areia do mar, até que por fim desistiram de contá-lo, por que era sem número.”

Neste versículo, as riquezas no Egito, era tão grande que não tinha como ter um

controle exato do estoque. Eles precisavam de pessoas que pudessem ajudar na contagem

física e de alguma forma que facilitassem esta contagem. Para uma maior exatidão e

manutenção do trigo e cereais.

Ainda na mesma Bíblia diz: Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo

patrimônio foi detalhadamente inventariado no livro de Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de

perder tudo, ele recupera os bens, e um novo inventário é apresentado em Jó, capítulo 42,

verso 12. “E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois Jó

chegou a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas”.

Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados em 1º Reis 4.22-26 e

10.14-17.

Em outra parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para verificar

se o que dispunha era suficiente para construir uma torre em Lucas 14.28-30. Ainda relata em

Mateus 18.23-27, a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida registrada. Tais

relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, a escrituração para o controle de ativos era

prática comum.

2.2 Escrituração do mundo medieval

Este período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o a

contabilidade por partidas dobradas de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando

que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e

negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento

humano.

Na Itália, em 1202, foi publicado o livro Liber Abaci, de Leonardo Pisano. Este livro,

foi o primeiro livro a apresentar influência no campo da Contabilidade, do comércio e da

matemática. SÁ, (1997 p. 36).

Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da

Contabilidade, denominado a Era Técnica, devido às grandes invenções, como moinho de

vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como

Marco Pólo e outros. Logo, a indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas

técnicas no sistema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por

intermédio dos venezianos, surgindo, como conseqüência das necessidades da época, o livro

Page 20: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de

forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e

referindo-se, inicialmente, a pessoas.

O aperfeiçoamento e o crescimento da escrita contábil foram a conseqüência natural

das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de

produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de

trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais

complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e

fortalecendo a sociedade burguesa.

O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa

precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem

mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos.

Segundo o site: http://contabilidadedetodos.blogspost.com/2009/06/historia-da-

contabilidade.html, no início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de

custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição, custo de transporte

e dos tributos, juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o

transporte e o beneficiamento, mão-de-obra direta agregada, armazenamento, etc., o que

representava uma apropriação bastante analítica para época. A escrita já se fazia no moldes de

hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra direta a ser

agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases

separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial.

2.3 Escrituração do mundo moderno

O período moderno foi fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes

que ocorreram neste período:

Em 1453, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios

bizantinos emigrasse, principalmente para Itália. Conforme Sousa (1989, p.104): “A questão

iconoclasta, as heresias, as revoltas internas, as guerras externas, as intrigas palacianas

debilitaram o Império Bizantino, que foi se fragmentando até cair, em 1453, em poder dos

turcos otomanos, comandados por Maomé II.”

Em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme

potencial de riquezas para alguns países europeus com os interesses comuns de monarcas e

mercadores europeus que somando esforços, conquistaram para seus paises vários impérios. A

escrita contábil tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras

Page 21: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

riquezas que os tempos modernos representavam.

A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de

comerciantes italianos do séc. XIII.

De acordo, com os negócios, os empréstimos a empresas comerciais e os

investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que

refletissem os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis aos

comerciantes, em suas relações com os consumidores e os empregados.

O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci,

que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.

A contabilidade por partidas dobradas, publicado em 1494, enfatizando que à teoria

contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos.

Ele somente expôs as terminologias abaixo, do método das partidas dobradas, “per”,

mediante o qual se reconhece o devedor e o “a”, pelo qual se reconhece o credor.

Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até

hoje.

Pacioli, deixou muitas obras, destacando-se a Proportioni et Proporcionalitá, isto é, os

métodos das partidas dobradas, impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre

Contabilidade e Escrituração.

O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir

conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e

razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas,

sociedades, etc., sobre contas em geral, como abrir e como encerrar, contas de

armazenamento, lucros e perdas, que na época, eram Pro e Dano, sobre correções de erros,

sobre arquivamento de contas e documentos, etc.

Apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas

Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana.

De acordo com o site: http://contabilidadedetodos.blogspost.com/2009/06/historia-da-

contabilidade.html, foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da escrituração

contábil por um indivíduo qualquer. O governo passou a somente reconhecer como

contadores, pessoas devidamente qualificadas para o exercício da profissão. A importância da

matéria aumentou com a intensificação do comércio internacional e com as guerras ocorridas

nos séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas falências e a conseqüente necessidade

de se proceder à determinação das perdas e lucros entre credores e devedores.

Page 22: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

2.4 Escrituração no mundo científico

Este período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje.

É o Período Científico que apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores

consagrados, como, Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com suas

obra La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche, inicia a nova fase; e

Fábio Bésta, escritor veneziano.

Os estudos envolvendo a escrita contábil fizeram surgir três escolas do pensamento

contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola

Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta.

Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse

inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da

Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos.

Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os

quais escrituração e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para

ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as

práticas que regem a matéria administrada, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento

patrimonialista.

Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, foi quem pela primeira vez, em 1923, definiu

patrimônio como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Contabilidade como elemento

fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar

atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um

instrumento básico de gestão.

A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-

americana dentro da Contabilidade.

Enquanto declinavam as escolas européias, floresciam as escolas norte-americanas

com suas teorias e práticas de escrita contábeis, favorecidas não apenas pelo apoio de uma

ampla estrutura econômica e política, mas também pela pesquisa e trabalho sério dos órgãos

associativos. O surgimento do American Institut of Certield Public Accountants (Instituto

Americano do Certificado Público Contábil) foi de extrema importância no desenvolvimento

da Contabilidade e dos princípios contábeis, várias associações empreenderam muitos

esforços e grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos. Havia uma total integração entre

acadêmicos e os já profissionais da Contabilidade, o que não ocorreu com as escolas

européias, onde as universidades foram decrescendo em nível, em importância.

Page 23: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por

exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi a causa primeira do

estabelecimento das teorias e práticas contábeis, que permitissem carreta interpretação das

informações, por qualquer acionista ou outro interessado, em qualquer parte do mundo.

Nos inícios do século atual, com o surgimento das gigantescas corporações, aliado ao

formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de

desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentou e ainda experimenta,

constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis. Não é por acaso que

atualmente o mundo possui inúmeras obras contábeis de origem norte-americanas que tem

reflexos diretos nos países de economia.

No Brasil, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial,

exigindo, devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados, um melhor

aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público,

juntamente com o Banco do Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas províncias eram

compostas de um inspetor, um contador e um procurador fiscal, responsáveis por toda a

arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal.

2.5 Os impactos da Era da informação

A informática tem sido um dos ramos do conhecimento que mais tem se desenvolvido

na atualidade, e contribuído de forma relevante para o desenvolvimento de outras ciências.

Na historia da informática, vários acontecimentos marcaram o desenvolvimento

tecnológico, iniciando-se da calculadora de Pascal, passando pelas tabelas de logaritmos do

matemático Babbage e surgimento dos computadores da primeira geração, constituído por

válvulas, depois com a chegada dos transistores, chegamos ao circuito integrado e finalmente

aos microcomputadores lançados nos Estados Unidos pela INTEL.

De lá até os dias atuais, o microcomputador, vêm dia-a-dia sendo inserido no fluxo das

operações e serviços das empresas, através da distribuição de processamento de dados nos

diversos programas à disposição do usuário. Evidentemente a Contabilidade não poderia

deixar de sofre a influencia desse desenvolvimento.

Com a progressiva evolução da tecnologia, os computadores tem se tornado cada vez

mais imprescindíveis no mundo dos negócios, e consequentemente o campo contábil tem sido

impactado por estes aspectos. Sobre isto, assim descreve Cornachione Jr. (2001, p. 105):

“hoje não é mais possível aceitar o eficaz desempenho profissional em um amplo leque de

Page 24: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

atividades econômicas, cientificas e educacionais, e mesmo esportivas, sem apoio da

informática, a contabilidade não foge a regra”.

As empresas foram se informatizando, e os processos operacionais ficando cada vez

mais complexos. De maneira que o Tesouro Nacional e Público não tinha como ter controle

sobre o que realmente era arrecadado. Então para possibilitar o pagamento dos tributos pelo

contribuinte, foram criadas as obrigações acessórias para demonstrar o quanto eles têm que

recolher de tributo para o Fisco.

São exemplos de obrigações acessórias, entre outras:

Federais: DCTF, PER/DCOMP, DNF, Dirf, DIPJ.

Estaduais: DAC(AL), DAM(AC,AM), Dapi(MG), Declan(RJ), DF-LE(DF), DIC(SE),

DIEF(CE, ES, MA, PA, PI), Dime(SC), Dipam(SP), DMA/DS(BA), DPI(GO), GIA(AM,

MT, MS, PR, RJ, RS, SP), GIA – ST (todos os estados), GIM(AP, PB, RN), escrituração de

livros fiscais(todos os estados), emissão de notas fiscais(todos os estados).

Municipais: GISS – Maceió, DMS – Salvador, DES – Belo Horizonte, DMS –

Manaus, DMS – Campo Grande, DFMS – Belém, ISSQNDec – Porto Alegre, DS – Recife,

ISS - Curitiba, DES – São Paulo, ISSO – Teresina.

As obrigações, geralmente em formas de declarações, podendo ser obrigações

federais, estaduais, municipais ou do Distrito Federal, porém, é, antes de tudo, o instrumento

de comprovação da obrigação tributária.

Page 25: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

3 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL

Diante da evolução tecnológica constante e aumento do volume de operações pelas

maiores empresas, a fiscalização, da mesma forma que as empresas, foram obrigadas a se

modernizar tecnologicamente.

A modernização completa, contudo, era impedida pela falta de padronização das

informações solicitadas, uma vez que as várias declarações eram solicitadas com linguagem

diversas pelos governos federal, estadual e municipal.

Para iniciar a padronização entre as várias esferas de governo, foi editada a Emenda

Constitucional nº. 42, de 19 de dezembro de 2003, introduzindo o inciso XXII ao artigo 37 à

Constituição Federal de 1988, determinando que as administrações tributárias da União,

Estados, Distrito Federal e Municípios devem atuar de forma integrada, compartilhando

cadastros e informações fiscais,

(Emenda Constitucional nº 42) As administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

Essa medida, foi necessária para a racionalização das informações, somente pode se

tornar realidade com a ação integrada entre as esferas de fiscalização, possibilitando a

centralização da informação em um banco de dados único.

Dentro dessa situação, a fiscalização ficaria mais eficaz, com ações coordenadas e

com maior possibilidade de intercâmbio de informações fiscais entre as diversas esferas

governamentais. Porém, para isso acontecer, foi necessário que as informações estivessem em

um único banco de dados compartilhado entre as esferas do governo, possibilitando de um

lado a diminuição da quantidade de obrigações a serem entregues pelos contribuintes e por

outro lado o cruzamento de dados, a padronização e a uniformização de procedimentos.

No ENAT (Encontro Nacional dos Administradores Tributários), foram aprovados

dois protocolos de cooperação técnica nas áreas do cadastramento o Projeto do Cadastro

Sincronizado e o que se diz respeito a Nota Fiscal Eletrônica.

Page 26: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

3.1 Nota Fiscal Eletrônica

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) foi o primeiro projeto de integração tributária. Com

uma base de contribuintes que emite mensalmente cerca de 60 milhões de notas fiscais para

documentar operações comerciais, o Estado de São Paulo foi um dos primeiros estados que

pensou na substituição do documento fiscal em papel pelo eletrônico.

A NF-e consiste basicamente na substituição progressiva da atual nota fiscal emitida

em papel nas operações entre empresas por uma documentação fiscal eletrônica digital.

Inspirada em soluções pioneiras do Brasil e do exterior, como a chamada “Factura

Eletrônica”, implantada no Chile em 2003, o ICMS Eletrônico do Rio Grande do Sul, a Nota

Fiscal Eletrônica de Contas Públicas da Bahia e o próprio Sistema Brasileiro de Pagamento, a

NF-e demanda, para ser viável, a criação de um padrão único de operação que servisse a todas

as instâncias de governo.

Para os contribuintes, num primeiro momento, essa atitude propicia uma redução de

custos levando-se em conta apenas a eliminação do trabalho de armazenagem de notas fiscais

em papel, a impressão e o envio de documentos e obrigações acessórias, ou mesmo com

redigitação das informações das notas fiscais.

Para o governo, foi pensado como um modelo nacional, para possibilitar o

compartilhamento, a troca de informações entre os fiscos, além de auditorias eletrônicas e

cruzamento dessas informações.

Foi no II ENAT, que assinaram o Protocolo ENAT nº. 3/2005, visou o

desenvolvimento e a implantação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), consolidando de forma

definitiva a coordenação técnica e o desenvolvimento do projeto sob a responsabilidade do

ENCAT (Encontro Nacional dos Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais)

com a participação da Receita Federal do Brasil (RFB) de acordo com a clausula abaixo:

Clausula Primeira – Os partícipes se comprometem a promover reuniões e discussões e a adotar demais providências com vistas ao desenvolvimento da Nota Fiscal Eletrônica, doravante denominada NF-e, que atenda aos interesses das respectivas administrações tributárias.

O ENCAT tem por finalidade desenvolver e disseminar as modernas técnicas de

gestão tributária, mediante o intercâmbio de experiências, soluções e sistemas, nas áreas de

arrecadação, fiscalização, tributação, informações econômico-fiscais e outras de interesse da

Page 27: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Administração Tributária, além da uniformização dos procedimentos entre os Estados e o

Distrito Federal, visando a implementação conjunta de soluções consensuais para os

problemas comuns às unidades federadas.

• Cadastro Sincronizado Nacional

Representando o segundo projeto, o Cadastro Sincronizado Nacional representa a

integração dos procedimentos cadastrais relativos às Pessoas Jurídicas e demais entidades no

âmbito das Administrações Tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Municípios e dos demais órgãos e entidades que participem do processo de formalização e

legalização de empresas denominados convenentes. Um dos pilares do Cadastro Sincronizado

Nacional é a utilização do número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

(CNPJ) como identificador em todas as esferas de Governo. Como solução compartilhada

entre os mais diversos órgãos envolvidos no registro e formalização de empresas e demais

entidades, o Cadastro Sincronizado Nacional não é um cadastro único e sim uma

sincronização entre os diversos cadastros existentes, que, todos passando a refletir as mesmas

informações cadastrais, respeitando-se as demandas dos órgãos e entidades (convenentes) em

relação à necessidade de informações específicas de cada um.

• Projeto Piloto

Nos meses de abril a julho do ano de 2005, foram iniciados os estudos objetivando a

definição do modelo da NF-e. Em setembro de 2005, foi realizada reunião no Estado de São

Paulo convidando empresas a participarem do Projeto Piloto, em parceria com o estado, para

criação do modelo nacional da NF-e.

Dessa reunião, entre outras convidadas, aceitaram participar do desafio de mudar a

forma de emissão de notas fiscais no país as seguintes empresas: Cervejaria Kaiser S/A,

Companhia Ultragaz S/A, Dimed Distribuidora de Medicamentos S/A, Eurofarma

Laboratórios Ltda., Ford Motor Company Brasil Ltda., General Motors do Brasil Ltda.,

Gerdau Aços Longos S/A, Office Net do Brasil S/A, Petrobras Distribuidora S/A, Petrobras –

Petróleo Brasileiro S/A, Robert Bosch Limitada, Sadia S/A, Siemens VDO Automotive Ltda.,

Souza Cruz S/A, Toyota do Brasil, Volksvagem do Brasil Indústria de Veículos Automotores

Ltda., Wickbold & Nosso Pão Indústria Alimentícias Ltda.

Além dessas empresas, desenvolveram um projeto de nota eletrônica específica para o

setor de energia e telecomunicações as seguintes empresas: Eletropaulo Metropolitana

Eletricidade de São Paulo S/A(documento fiscal de venda de energia elétrica) e Telefônica –

Telesp Telecomunicações de São Paulo S/A (documento fiscal de prestação de serviço de

telecomunicação).

Page 28: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

O maior desafio das empresas e dos Fiscos que iniciaram o projeto foi criar um padrão

nacional na emissão de nota fiscal, pensando nas necessidades dos segmentos envolvidos e

nos outros que entrariam posteriormente para que não houvesse impacto nos negócios, além

de elaborar um esquema que fosse flexível para comportar as alterações da legislação.

Com o andamento dos trabalhos e sinergia cada vez maior entre empresas e estados

para o desenvolvimento do projeto, foi comemorado o lançamento do Piloto da NF-e em

março de 2006, cabendo, nessa ocasião, à Receita Federal do Brasil fazer o convite às

empresas participantes desse projeto NF-e para participarem do SPED Contábil (ECD) e

SPED Fiscal (EFD).

Em setembro de 2006, foram emitidas as primeiras notas fiscais eletrônicas com

validade jurídica, iniciando a era digital no procedimento tributário. Feita a implantação, o

governo iniciou a fase de massificação, ainda voluntária, em 2007, contudo, somente com o

Protocolo ICMS nº. 10/2007, iniciou a obrigatoriedade de emissão da NF-e para 100% de

suas operações.

3.2 Importância da Nota Fiscal

Para acobertar a circulação de mercadorias (vendas, transferências, devoluções,

remessas etc.), todo o contribuinte do ICMS ou do IPI deve emitir nota fiscal, sendo

indispensável para a sua confecção, pelas gráficas autorizadas, a solicitação ao Fisco por meio

da AIDF (Autorização de Impressão de Documento Fiscal).

A legislação que rege a emissão de documentos fiscais no Brasil é o Convênio ICMS

s/nº de 15.12.1970, que apesar de sofrer várias alterações ao longo desses anos, não foi

alterada sua essência, que é regular a emissão do documento fiscal em papel.

Ao longo desses anos, o que houve na legislação foi apenas uma evolução na forma de

emissão dos documentos fiscais, a qual pode ser apresentada pela seguinte forma:

Figura 2: A evolução da Nota Fiscal Fonte: Autor

Page 29: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

• Emissão manual (utilização de caneta)

Nessa época, o Fisco não tinha como fazer a autorização das notas fiscais em cada

emissão, assim foi criado a AIDF (Autorização de Impressão de Documentos Fiscais), que

servia como uma autorização prévia de uma faixa de emissão, semelhante a um talão de

cheque e os documentos fiscais eram confeccionados em blocos.

Para a emissão de notas fiscais, por serem feitas manualmente, as empresas

necessitavam de pessoas com boa caligrafia.

• Emissão mecanografica (utilização de máquina de escrever)

Com o tempo e a massificação do uso da máquina de escrever (manual e elétrica) as

empresas passaram a necessitar de pessoas com rapidez na digitação.

Os documentos fiscais além de serem confeccionados em blocos de notas, que não

passavam no carro de máquina de escrever, passaram a ser confeccionados também em jogos

soltos. Contudo, a AIDF continuava sendo necessária para autorização dos dois tipos de

documentos fiscais.

• Emissão por processamento eletrônico de dados (utilização de computador

e impressora)

Na década de 1980, para algumas empresas e na década de 1990 para a maioria, o

computador passou a substituir a máquina de escrever. Nessa fase, os faturamentos passaram

a utilizar novas tecnologias (programas de emissão). Com isso, as empresas precisaram

confeccionar de documentos fiscais na forma de formulários contínuos para que sua

impressão pudesse ser feita nas impressoras matriciais.

• Emissão como impressor autônomo ou laser (utilização de impressora

laser para impressão de leiaute e conteúdo dos campos)

Algumas empresas, diante dos problemas de impressão que encontravam perda de

formulários, por enroscar na impressora, solicitaram regimes especiais para se tornar

impressor autônomo, isto é, emitir nota fiscal a laser.

Nesse sistema, a empresa faria a emissão do leiaute da nota fiscal e do seu conteúdo,

considerando as normas estabelecidas nos Convênios ICMS nº. 57/1995 e 58/1998.

Para fazer a impressão dos documentos fiscais, o contribuinte utiliza formulário de

segurança o obrigando além da solicitação da AIDF passou a autorizar o PAFS (Pedido de

Autorização de Formulário de Segurança).

• Emissão virtual (utilização de nota fiscal eletrônica)

Page 30: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Com o surgimento da nota fiscal eletrônica, pela primeira vez a forma de emissão foi

alterada, não sendo mais em papel, mas por processo digital.

Nessa situação, o contribuinte não mais precisa solicitar uma AIDF, porque a

autorização da nota fiscal é feita individualmente pelo Fisco antes da saída da mercadoria do

estabelecimento.

Mesmo, com a emissão virtual das NF e apesar de varias empresas procurarem

avanços tecnológicos no processo de emissão e guarda de documentos fiscais, o fisco

continua criando obrigações com a utilização de papel como forma de comprovação de

cumprimento da obrigação.

3.3 Certificação Digital

Há tempos que as pessoas utilizam assinaturas à caneta, carimbos, selos, entre outros

recursos, para comprovar a autenticidade de documentos, expressar concordância com

determinados procedimentos, declarar responsabilidades, etc. Hoje, muitas dessas atividades

podem ser feitas através da internet. Mas, como garantir autenticidade, expressar

concordância ou declarar responsabilidade no "mundo eletrônico"? É aí que entra em cena o

certificado digital e conceitos relacionados, como assinatura digital.

O Certificado Digital pode ser definido como sendo a tecnologia que pode tomar

providências necessárias, com mecanismo de segurança, para garantir autenticidade,

confidencialidade e integridade às informações eletrônicas das mensagens e documentos

trocados na internet, ou seja, é a forma encontrada de identificar a autoria nas operações via

internet.

Devido a criação da NF-e e a obrigatoriedade de cada documento fiscal ter sua

validade jurídica é garantida pela assinatura digital, é necessário que todos os contribuintes,

independente do porte da empresa, adquiram o certificado digital.

Com o Certificado Digital, tornou-se possível a comunicação simultânea de trocas de

informações entre o Fisco e os contribuintes. As autoridades de certificação são os

responsáveis pela segurança da navegação necessária das informações, validando-as no

momento da conexão e verificação da assinatura digital.

Ele é um arquivo eletrônico que serve de identificação de seu titular, podendo ser

Pessoa Física ou Pessoa Jurídica, que vem a ser uma forma segura de identificação de partes

envolvidas em transações via internet, sendo um Documento Eletrônico de identidade com

validade jurídica no âmbito do ICP Brasil garantida pela Medida Provisória nº. 2.200-2 de 24

de agosto de 2001.

Page 31: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

A Receita Federal do Brasil, descorre das garantias da Certificação Digital, utilizada

nas transações eletrônicas:

- Privacidade nas Transações: É a garantia de que as informações trocadas nas transações eletrônicas não serão lidas por terceiros. - Integridade das Mensagens: É a garantia de que as informações trocadas nas transações eletrônicas não foram alteradas no caminho que percorreram. - Autenticidade: É a garantia da identidade da origem e destino da informação. - Assinatura Digital: Permite aferir, com segurança, a origem e a integridadede um documento eletrônico. - Não-repúdio: É a garantia de que somente o titular do certificado Digital poderia ter realizado determinada operação. Brasil(2010)

3.4 O Fisco e a Era Digital

Com a regulamentação do Decreto n º 6.022, de 22 de janeiro de 2007, foi Instituído o

Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que, faz parte do Programa de Aceleração do

Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e constitui-se em mais um avanço na

informatização da relação entre o fisco e os contribuintes.

Tem como históricos legislativos o Código Tributário Nacional - CTN, L. 5.172/66 –

Previsão do artigo 199 e parágrafo único, que diz:

A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos.

E, aprovação da Emenda Constitucional nº. 42, de 19 de dezembro de 2003, que

acrescentou o inciso XXII ao artigo 37 da CF/88, dispondo o seguinte:

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

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XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

Irá funcionar como ferramenta de fiscalização e desburocratização na relação entre o

Fisco e os contribuintes, de modo geral, consiste na modernização da sistemática atual do

cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações

tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital para fins de

assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica dos mesmos

apenas na sua forma digital.

Teve como precedentes, o I ENAT realizado em Salvador (Encontro Nacional dos

Administradores Tributários), no qual, foram criados os Protocolos de Cooperação Técnica I e

II, que consiste em: Protocolo de Cooperação Técnica I – Cadastro Sincronizado Jucerja

(Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro), RCPJ (Registro Civil das Pessoas Jurídicas) e

adoção do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) para fins de ICMS e ISS; e Protocolo

de Cooperação Técnica II - Desenvolvimento de métodos e instrumentos para integração

daquelas administrações tributária.

No II ENAT realizado em São Paulo, foram criados:

Protocolo de Cooperação Técnica nº. 02 (SPED), Protocolo de Cooperação Técnica

03 (NF-e – Nota Fiscal Eletrônica) e o Protocolo de Cooperação Técnica 04 (CNAE-Fiscal –

Código Nacional de Atividade Econômica Fiscal).

E no III ENAT realizado em Fortaleza, os Municípios comprometem-se a coordenar o

desenvolvimento e a implantação da Nota Fiscal Eletrônica de serviços, denominada NFS-e

edo CT-e, com o apoio da SRF e SRP. Temos como os principais Órgãos responsáveis pela

implantação as empresas que se encontram relacionada na Portaria da ESAF nº.413/2002 no

site http://www.esaf.fazenda.gov.br, no qual se define a competência de cada órgão pela

implementação do Programa Nacional de Educação Fiscal. Anexo A.

É esperado que o SPED, seja mais que uma alteração da forma de cumprimento das

obrigações, seja a alteração da cultura do papel, presente em nossa sociedade, pela utilização

de arquivos digitais. Não mais precisando armazenar uma grande quantidade de papel e nem

imprimi-los.

Chegamos num ponto em que a continuidade da sistemática de utilização do papel

dificulta tanto o contribuinte em cumprir as obrigações quanto o estado em fiscalizar, pela

Page 33: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

redundância de informações, enorme quantidade de papel armazenada e tempo perdido, para

cumprimento e fiscalização dos procedimentos se controle.

O SPED, representa uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três

esferas governamentais: federal, estadual e municipal.

Possibilita, com as parcerias fisco-empresas, planejamento e identificação de soluções

antecipadas no cumprimento das obrigações acessórias, em face às exigências a serem

requeridas pelas administrações tributárias.

Faz com que a efetiva participação dos contribuintes na definição dos meios de

atendimento às obrigações tributárias acessórias exigidas pela legislação tributária contribua

para aprimorar esses mecanismos e confira a esses instrumentos maior grau de legitimidade

social, estabelecendo um novo tipo de relacionamento, baseado na transparência mútua, com

reflexos positivos para toda a sociedade.

Podemos ver que no cenário atual, existem três formas distintas de representar um

mesmo conjunto de informações elas são: Livro Diário, Livro Razão, Arquivos eletrônicos e

Multiplicidade de obrigações tributaria acessórias.

Dos 100% de arquivos eletrônicos recebidos: 90% conferem com a escrituração em

papel, 10% divergem. Estes que divergem, são chamados a substituir os arquivos, que se

submetem à nova validação onde possível gerar os livros Diários e Razão.

Existem várias desvantagens do cenário atual, tanto por parte do contribuinte quanto

por parte do fisco.

Por parte do contribuinte, existe o alto custo de impressão, a manipulação e

armazenamento de livros, a dificuldade no cumprimento de obrigações acessórias, a facilidade

de simulação de transações comerciais, o extravio de livros como instrumento de obstrução da

ação fiscal e a falta de padronização de obrigações acessórias entre as UF/SRF.

Por parte do fisco, já ocorre que, as informações declaratórias não são confiáveis.

Existe a dificuldade na execução dos controles e de rastrear operações dissimuladas. A

dificuldade de disponibilizar, compartilhar e trocar informações junto com a baixa

produtividade na execução das auditorias fiscais.

No cenário do SPED, altera a sistemática atual do cumprimento das obrigações

acessórias transmitidas pelos contribuintes às Administração Tributária, mediante à

substituição da emissão de livros e documentos contábeis e fiscais em papel por documentos

eletrônicos com certificação digital. O instrumento unificará as atividades de recepção,

validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração

comercial e fiscal, por meio de um fluxo único computadorizado de informações, com a

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utilização de um Banco de Dados único compartilhado pelos usuários, observado o sigilo

comercial, fiscal e bancário.

Na prática, O SPED é um software disponibilizado pela Secretaria da Receita Federal,

para que as empresas enviem informações de natureza fiscal e contábil apenas em formato

digital, incluindo-se aqui as informações previdenciárias, cujo layout permitirá o registro

padronizado das informações dos sistemas informatizados dos mais diversos segmentos de

negócios.

Os principais benefícios esperados são, simplificação, padronização e a otimização dos

processos de prestação de informações contábeis pelos contribuintes aos Fiscos. A unificação

de guias de informações e escrituração fiscal nas esferas federal, estadual e, futuramente,

municipal e a redução dos custos em decorrência da dispensa da emissão e do armazenamento

de livros e documentos em papel tem como seus usuários a SRF (Administradora).

Administrações tributárias dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios (Sefaz e Secretarias

de Finanças), mediante convênio com a SRF. Os Órgãos e entidades com atribuições de

regulação, normalização e fiscalização (DNRC, CFC, Bacen, SUSEP, CVM etc.), no limite de

suas respectivas competências e os próprios contribuintes depositários.

3.5 Premissas

Podemos definir as premissas como hipóteses, condições que são assumidas como

verdadeiras para o projeto. São fatores que, para propósitos de planejamento são considerados

como certos, reais e seguros. Devem ser específicas, precisas e claras. Os responsáveis do

projeto SPED, não necessita comprovar que suas premissas são verdadeiras, são afirmações

que definem necessárias para a execução do projeto. As premissas do SPED são:

Propiciar melhor ambiente de negócios para as empresas no País. Eliminar a

concorrência desleal com o aumento da competitividade entre as empresas. Fazer o

documento oficial, o documento eletrônico com validade jurídica para todos os fins. Utilizar a

Certificação Digital padrão ICP Brasil. Promover o compartilhamento de informações. Criar

na legislação comercial e fiscal a figura jurídica da Escrituração Digital e da Nota Fiscal

Eletrônica. Resguarda a responsabilidade legal pela guarda dos arquivos eletrônicos da

Escrituração Digital pelo contribuinte. Reduzir os custos para o contribuinte. Minimizar a

Page 35: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

interferência no ambiente do contribuinte e disponibilizar aplicativos para emissão e

transmissão da Escrituração Digital e da NF-e para uso opcional pelo contribuinte.

Portanto, as premissas são fundamentais para nos permitir garantir a execução do

projeto. Quanto mais completas sejam as premissas do SPED, estaremos mais resguardados

das possibilidades externas e internas que podem afetar nosso País.

3.6 Objetivos

O SPED tem como objetivos, entre outros:

• Promover a integração dos Fiscos

Mediante a padronização e compartilhamento das informações contábeis e fiscais,

respeitando as restrições legais.

No Brasil, conforme prevê a Constituição Federal de 1988, os tributos podem ser

exigidos pela União, Estados e Municípios, podendo o Distrito Federal, exigir os tributos de

natureza estadual e municipal, citados nos artigos 145 e 147, abaixo:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.

E, pela autonomia desses entes, foram criados ao longo da história procedimentos de

controle específicos que o contribuinte deve cumprir. Essas obrigações originalmente em

papel foram com o tempo também sendo aceitas em arquivos magnéticos. Contudo, essa

exigência, perfeitamente aceitável quando as empresas não tinham estabelecimentos em

vários municípios e estados, com o passar dos anos e o surgimento das grandes corporações,

Page 36: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

ficou difícil de ser cumprida. Juntando-se a isso a necessidade das empresas buscarem maior

produtividade, as obrigações fiscais passaram a impactar nos preços.

Nesse novo panorama, os contribuintes sofrem com a diversidade de obrigações

acessórias e formas de entrega. Sendo que muitas vezes, há necessidade de entrega de

informações redundantes, para diversas esferas do governo federal, estadual e municipal, uma

vez que o Brasil possui 5.564 municípios distribuídos em 26 estados e um Distrito Federal,

com as mesmas prerrogativas tributárias dos estados e dos municípios.

As diversas esferas de governo por sua vez também não conseguem acompanhar as

evoluções da sociedade, mantendo um sistema que obriga as empresas a manterem arquivos

diversos, com informações repetidas e que muitas vezes não surtem o efeito desejado à

fiscalização.

Por exemplo, se uma empresa possuir estabelecimentos em 5 (cinco) estados, terá que

entregar informações das suas operações interestaduais para esses estados e provavelmente

em uma fiscalização será necessário gerar informações semelhantes com leiautes diversos

para atender as necessidades especificas do Fisco de cada estado.

Se pensarmos bem, apenas nas obrigações estaduais, os contribuintes já têm

problemas para o cumprimento das obrigações, aliando as diversidades de sistemas

operacionais das varias esferas de governo, já podemos imaginar que cada ente político ira

pedir uma informação compatível com sua necessidade tecnológica.

Diante disso, a uniformização de obrigações passa a ser necessária não apenas ao

governo, mas também aos contribuintes, porque com o compartilhamento da informação,

facilitará de um lado a geração de obrigações pelos contribuintes e de outro o acesso das

informações entre os diversos órgãos envolvidos no projeto.

Com a implantação do SPED, respeitadas as restrições constitucionais e legais, essas

esferas de governo, poderão consultar numa única fonte todas as informações necessárias,

dentro de um leiaute estruturado e capaz de fazer cruzamento poderá, gerando um arquivo

padronizado, cumprir suas obrigações acessórias.

• Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes

Com o estabelecimento de transmissão única de distintas obrigações acessórias de

diferentes órgãos fiscalizadores, as obrigações acessórias para os contribuintes serão

uniformizadas e racionalizadas.

O SPED propiciará a entrega única do que hoje é realizado em várias obrigações

acessórias, centralizando em um banco de dados único, que pode ser acessado pelo Fisco

interessado, observado o sigilo garantido na Constituição Federal.

Page 37: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Com essa situação, o contribuinte terá uma simplificação de suas obrigações

acessórias facilitando e racionalizando suas informações. Porém, essa simplificação não será

uma diminuição das informações solicitada, mas somente a diminuição da quantidade de

declarações entregue.

Esse ponto deve ficar claro ao contribuinte, pois a União, os Estados, Municípios e o

Distrito Federal vão exigir as mesmas informações ou ate mesmo as aumentarão, o que

mudará será a forma de entrega, porque o contribuinte passará a enviar todas as informações

para essas esferas de forma centralizada, cabendo à União, através do SEPRO, armazenar os

dados enviados e possibilitar o acesso aos interessados, garantindo sempre o sigilo na forma

da Constituição Federal.

Assim, devemos entender a simplificação não como diminuição de informações, mas a

diminuição da quantidade de declarações.

• Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários

Com a melhoria do controle dos processos, a rapidez no acesso às informações e a

fiscalização mais efetiva das operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica.

Sempre que há uma fiscalização ela solicita as informações à empresa. Posteriormente,

o Fisco faz uma análise dessas informações, confrontando-as com outras informações

prestadas em outras obrigações e se localizar inconsistência solicita, via de regra,

esclarecimento ao contribuinte.

No momento que a fiscalização passa a ter as informações das várias empresas do

Brasil em banco de dados único com leiautes estruturados, torna-se possível o cruzamento

das informações entregues pelos vários contribuintes de forma mais rápida.

Essa ação, realizada mediante checagem eletrônica, não necessitando de ação humana,

torna mais transparente os ilícitos, dificultando em muito a possibilidade de sonegação fiscal.

Nesta sistemática digital, o Fisco pode fazer a checagem dos dados enviados pelas

empresas, uma vez que a venda de uma empresa representa a compra de outra.

Mesmo considerando exceções, como eventuais operações em trânsito, os dados

devem sempre ser coerentes, sob pena de fiscalização em tempo quase real identificar

irregularidades e lavrar autos de infração de forma muito mais célere.

Page 38: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

4 METODOLOGIA

O trabalho utiliza-se de pesquisa bibliográfica realizada em fontes primárias

encontradas nas mídias virtuais presentes em sites de órgãos públicos, leis estaduais

relacionadas com a NF-e, site de órgãos públicos relacionados com o projeto. Secundárias,

pesquisadas em livros de contabilidade tributária, contabilidade informatizada e artigos

referentes ao projeto da NF-e.

4.1 Ambiente da pesquisa

A pesquisa foi feita baseadas nas informações do campo econômico-financeiro do

Brasil, que se encontra em constante evolução tecnológica, modernizando sua fiscalização

tendo como conseqüências benefícios para toda sociedade e para o próprio Fisco, como a

padronização das informações econômico-financeiras das Pessoas Jurídicas.

Abrangeu leitura, análise e interpretação de livros, textos legais e de material

disponibilizado na internet.

4.2 Caracterização da pesquisa

A nota fiscal por ser um documento de particularidade do Fisco, tem como finalidade

o registro de uma transferência de propriedade sobre um bem ou de uma atividade comercial

por pessoa jurídica. Ela se destina a defesa dos direitos de garantia do consumidor na

transação de um bem em qualquer estabelecimento comercial. Além de ser esta garantia, a

emissão da nota fiscal evita a evasão de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços), contribuindo para o desenvolvimento da sociedade como um todo e evitando

perdas para a sociedade que impactam diretamente em setores como saúde, educação e

saneamento básico.

A pouco tempo atrás, era exibido na mídia o alerta “Peça Nota Fiscal¨, já sabemos o

beneficio de tomar tal atitude. E agora que a Nota Fiscal ficou Eletrônica o que mudou para a

sociedade? Quem se beneficia com estas mudanças?

4.3 Coleta de dados

Como o surgimento da nota fiscal eletrônica é recente, houve dificuldade na busca de

materiais por busca de dados em questão.

O processo de coleta de dados começou pela busca de bibliografias que relatasse o

referido assunto, os quais foram encontrados em sites de comercio eletrônico, biblioteca.

Page 39: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Depois, surgiram idéias de buscar o fundamento nas leis que a criou. Devido sua relevância

no contexto econômico-social, foram disponibilizados cursos, palestras e entrevistas na mídia

os quis fizeram parte do processo de coleta enriquecendo o conhecimento, verificando a

veracidade dos dados obtidos, usando-os como referencial teórico.

Page 40: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

5 ATUAÇÃO DO SPED E A NOTA FISCAL ELETRÔNICA

Como conseqüência da criação da NF-e, foi criado o Protocolo ICMS nº. 10/2007, a

partir de 2008, surgindo obrigatoriedade da emissão da NF-e. O Protocolo estabeleceu a

obrigatoriedade para os setores de fabricação de cigarros e distribuição de combustíveis

líquidos, independente do porte da empresa e de seu CNAE (Código Nacional de Atividade

Econômica), mas sim se pratica ou praticou nos últimos 12(doze) meses alguma relacionada

atividade.

E a obrigatoriedade foi expandindo-se aos poucos com os surgimentos de novos

Protocolos e alterações. O segundo setor a ser atingido pela obrigatoriedade foi o de

fabricação de cigarros e distribuição de combustíveis líquidos, pelo Protocolo ICMS 30/07 de

06/07/2007, relacionando a obrigação ao CNAE. Anexo B. Por sua, vez o Protocolo ICMS

88/07 de 14/12/07, aumenta o numero de atividades obrigando a partir de 1º setembro de

2008 as atividades fabricantes de cimentos, bebidas, semi-acabados e ferro-gusa, frigoríficos

e atacadistas. Anexo B. E o Protocolo ICMS 68/08 de 14/07/2008, agrega outras atividades,

como fabricantes de vasilhames, atacadista de graneu e derivados, etc. Anexo B.

Fica vedada a emissão de nota fiscal, modelo 1 ou 1-A, para todos contribuintes e

estabelecimentos que a ele pertence, mas, foi estabelecidos os casos especiais onde são

permitas a emissão, alterando as disposições do protocolo acima citado, pelo Protocolo ICMS

87/08 de 26/09/2008, onde a emissão de Nota Fiscal Eletrônica - NF-e, modelo 55, em

substituição a Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, não se aplica:

Ao estabelecimento do contribuinte onde não se pratique e nem se tenha praticado as

atividades listadas acima há pelo menos 12 (doze) meses, ainda que a atividade seja realizada

em outros estabelecimentos do mesmo titular;

Na hipótese das operações realizadas fora do estabelecimento, relativas às saídas de

mercadorias remetidas sem destinatário certo, desde que os documentos fiscais relativos à

remessa e ao retorno sejam NF-e.

Aos contribuintes citados nos itens II, XXXI e XXXII do anexo B, às operações

praticadas por estabelecimento que tenha como atividade preponderante o comércio

atacadista, desde que o valor das operações com cigarros ou bebidas não ultrapasse 5% (cinco

por cento) do valor total das saídas do exercício anterior;

Na hipótese dos fabricantes de bebidas alcoólicas inclusive cervejas e chopes, ao

fabricante de aguardente (cachaça) e vinho que aufira receita bruta anual inferior a R$

360.000,00 (trezentos e sessenta mil) reais.

Page 41: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Da mesma forma, a obrigação será por estabelecimento, portanto, se uma empresa está

obrigada não significa que todos seus estabelecimentos estarão obrigados no mesmo período.

Para os demais contribuintes, a estratégia de implantação nacional é que estes,

voluntariamente e gradualmente, independente do porte, se interessem por ser emissores da

Nota Fiscal Eletrônica.

A maioria dos contribuintes já se utiliza dos recursos de informática para efetuar tanto

a escrituração fiscal como a contábil. As imagens em papel simplesmente reproduzem as

informações oriundas do meio eletrônico.

Os dias atuais, está demandado em postura diferente do Fisco, bem como outros

órgãos da Administração Pública, neste novo cenário regido pela tecnologia da informação,

contabilistas, advogados e administradores precisarão conhecer minimamente os mecanismos

a adaptar-se, e, sobretudo em planejar a sua rotina profissional, tendo em vista a rapidez que o

fisco trabalha na implementação do sistema digital.

Ás empresas necessitará de um acompanhamento técnico das mudanças, pois destas se

exigirá uma adaptação veloz e profunda. Este é, portanto, o momento dos empresários

regularizarem suas atividades mediante a elaboração de um planejamento Fiscal e, tendo em

vista as complexidades do sistema que se altera, o estudo sistêmico dos profissionais técnicos

especializados se revelará muito mais imprescindível do que hoje para acompanhar a

evolução do processo da Nota Fiscal Eletronica e do SPED. O SPED é composto por oito

grandes subprojetos:

• 1)NF-e; 2)NFS-e; 3)Sped Fiscal; 4)CT-e; 5)Sped Contábil; 6)FCONT;

7)Central de Balanços; 8) E-Lalur.

5.1 NF-e Ambiente Nacional

A Nota Fiscal Eletrônica pode ser conceituada como sendo um documento de

existência exclusivamente digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de

documentar uma operação de circulação de mercadorias ou prestação de serviços, cuja

validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e a Autorização de Uso pela

administração tributária do domicilio do contribuinte.

Tem validade em todos os Estados da Federação e já é uma realidade na legislação

brasileira desde outubro de 2005, com a aprovação do Ajuste SINIEF 07/05 que instituiu

nacionalmente a Nota Fiscal Eletrônica e o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica –

DANFE.

Page 42: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

A mudança estar acontecendo gradativamente, por isso, ainda na atualidade, as

Administrações Tributárias ainda despendem grandes somas de recursos para captar, tratar,

armazenar e disponibilizar informações sobre a emissão de notas fiscais dos contribuintes. Os

volumes de transações efetuadas e os montantes de recursos movimentados crescem num

ritmo intenso e, na mesma proporção, aumentam os custos inerentes à necessidade do Estado

de detectar e prevenir a evasão tributária.

Assim, a Nota Fiscal Eletrônica, justifica-se pela necessidade de investimento público

voltado para integração do processo de controle fiscal, proporcionando benefícios a todos os

envolvidos, falando claramente, beneficiará aos seus emitentes, as empresas destinatárias, a

sociedade, o contabilista e o próprio Fisco.

Ela substituirá a nota fiscal modelo 1 e 1-A em todas as hipóteses previstas na

legislação em que esses documentos possam ser utilizados. Isso inclui, por exemplo, a Nota

Fiscal de entrada, operações de importação, operações de exportação, operações interestaduais

ou ainda operações de simples remessa.

Um ponto importante, é que, o fato de uma empresa estar enquadrada no Simples

Nacional não a exclui da obrigatoriedade de emitir a NF-e, se ela praticar uma das atividades

que tornem compulsória a adoção deste tipo de documento fiscal. Da mesma forma, as

empresas enquadradas no Simples Nacional que não estiverem obrigadas poderão,

voluntariamente, aderir à emissão de NF-e.

• O DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica)

Para acobertar o trânsito da mercadoria será impressa uma representação gráfica

simplificada da Nota Fiscal Eletrônica, intitulado DANFE (Documento Auxiliar da Nota

Fiscal Eletrônica), em papel comum, e única via, que conterá impressa, em destaque, a chave

de acesso para consulta da NF-e na Internet e um código de barras unidimensional que

facilitará a captura e a confirmação de informações da NF-e pelos Postos Fiscais de Fronteira

dos demais Estados.

Tem as seguintes funções:

Conter a chave de acesso numérica com 44 posições para consulta das informações da

Nota Fiscal Eletrônica. Acompanhar a mercadoria em trânsito, fornecendo informações

básicas sobre a operação em curso. Auxiliar na escrituração das operações documentadas por

NF-e, no caso do destinatário não ser contribuinte credenciado a emitir NF-e.

O receptor responsável tem a obrigação de verificar se a NF-e consta no ambiente

nacional ou na Sefaz de origem, a partir do XML, que:

Page 43: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Consulta automática pelo visualizador de NF-e ou pelo sistema próprio do

contribuinte.

A partir do DANFE, consulta via internet, através da chave de acesso.

Não aceitar NF modelo 1 ou 1-A emitida por contribuinte obrigado exceção a NF de

venda fora do estabelecimento.

Escriturará NF-e com base no arquivo da NF-e (XML assinado + autorização de uso)

ou, se não for emissor de NF-e, com base no DANFE

5.2 NFS-e

A Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) implantada pelas Secretarias de

Finanças, vai simplificar a vida dos prestadores e possibilitar aos tomadores de serviços do

seu respectivo município.

O Projeto Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) está sendo desenvolvido de

forma integrada, pela Receita Federal do Brasil (RFB) e Associação Brasileira das Secretarias

de Finanças das Capitais (ABRASF), atendendo o Protocolo de Cooperação ENAT nº. 02, de

7 de dezembro de 2007, que atribuiu a coordenação e a responsabilidade pelo

desenvolvimento e implantação do Projeto da NFS-e.

A NFS-e é um documento que vai substituir as tradicionais notas fiscais impressas,

isto é, será um documento de existência digital, gerado e armazenado eletronicamente em

Ambiente Nacional pela RFB, pela prefeitura ou por outra entidade conveniada, para

documentar as operações de prestação de serviços.

Esse projeto visa o benefício das administrações tributárias padronizando e

melhorando a qualidade das informações, racionalizando os custos e gerando maior eficácia,

bem como o aumento da competitividade das empresas brasileiras pela racionalização das

obrigações acessórias (redução do custo-Brasil), em especial a dispensa da emissão e guarda

de documentos em papel.

A responsabilidade pelo cumprimento da obrigação acessória de emissão da NFS-e e

pelo correto fornecimento dos dados à secretaria, para a geração da mesma, é do contribuinte.

Ela contém campos que reproduzem as informações enviadas pelo contribuinte e outros que

são de responsabilidade do Fisco. Uma vez gerada, a NFS-e não pode mais ser alterada,

admitindo-se, unicamente por iniciativa do contribuinte, ser cancelada ou substituída, hipótese

esta em que deverá ser mantido o vínculo entre a nota substituída e a nova.

Encontra-se em legalidade para o andamento do novo projeto no Inciso XXII do art.

37 da Constituição Federal, incluído pela Emenda Constitucional nº. 42, de 19 de dezembro

Page 44: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

de 2003, segundo o qual as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, atuarão de

forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na

forma da lei ou convênio, junto com o Decreto nº. 6.022, de 22 de janeiro de 2007 que

instituiu o Sped.

• Benefícios NFS-e

Para quem emite:

Redução de custos de impressão e de armazenagem de documentos fiscais, pois a

NFSe é um documento emitido e armazenado eletronicamente em sistema próprio das

Prefeituras. Dispensa de Autorização para Impressão de Documentos Fiscais (AIDF) para a

NFS-e. Emissão de NFS-e por meio da internet, com preenchimento automático dos dados do

tomador de serviços, desde que conste da base de dados do sistema. Geração automática da

guia de recolhimento por meio da internet. Possibilidade de envio de NFS-e por e-mail. Maior

eficiência no controle gerencial de emissão de NFS-e. Dispensa de lançamento das NFS-e na

Declaração Mensal de Serviços (DMS). Emissão do Talão Fiscal Eletrônico.

Para quem recebe:

Política de Incentivo do Município. Geração automática da guia de recolhimento por

meio da internet, no caso de responsável tributário. Possibilidade de recebimento de NFS-e

por e-mail. Maior eficiência no controle gerencial de recebimento de NFS-e. Dispensa de

lançamento das NFS-e na Declaração Mensal de Serviços (DMS).

A NFS-e deve ser emitida on-line, por meio da internet, mas antes a empresa deve se

credencia na prefeitura de seu município, isto é, ter a autorização concedida pelas Prefeituras

aos prestadores de serviços que possuem atividades com serviços descritos na tabela anexa à

Instrução Normativa GSF nº. 01/2009. O deferimento pelas Prefeituras desta solicitação

ocasiona o envio de senha para o acesso ao sistema NFS-e. O acesso ao sistema deverá ser

realizado no endereço nos respectivos sítios das prefeituras, para que iniciem o processo de

emissão de notas fiscais utilizando o serviço eletrônico.

A partir da data que iniciou a obrigatoriedade de utilização da NFS-e por contribuintes

das atividades estabelecidas no cronograma de ingresso anexo à Instrução Normativa GSF nº.

01/2009 só poderão ser emitidas as NFS-e. As Notas Fiscais de Serviços anteriormente

autorizadas e ainda não utilizadas serão consideradas documentos inidôneos, ficando o

contribuinte sujeito à penalidade prevista no art. 441, II, da Lei Complementar nº. 3.606/2006

c/c o art. 218, III, “f’, do Decreto nº. 7.232/2007, independentemente do pagamento do

imposto, caso venha a utilizá-las.

Page 45: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

5.3 Sped Fiscal

Além da Nota Fiscal Eletrônica, já obrigatória para diversos setores, através do

Protocolo ICMS nº. 77/2008 localizado no anexo C, com efeitos a partir de 01/01/09, as

empresas não relacionadas poderão optar, solicitando á Secretaria de Fazenda, Receita,

Finanças ou Tributação o seu credenciamento.

A Escrituração Fiscal Digital (EFD), é um arquivo digital, que se constitui de um

conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos

fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como de

registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo

contribuinte.

A EFD tem, por seu objetivo, a substituição de todos os livros fiscais utilizados pelas

sociedades empresárias por arquivos digitais, promovendo, assim, a integração entre as

entidades tributárias Federais, Estaduais, e do Distrito Federal.

Obriga o contribuinte a informar suas operações de forma mais detalhada ao Fisco,

especifico de cada estabelecimento, ao contrário da forma que realiza a escrituração fiscal nos

livros fiscais, porque estes contemplam apenas dados totais dos documentos fiscais.

Salvo autorização do domicílio fiscal do contribuinte, com o assentimento da Receita

Federal para dispensa, o uso da EFD será obrigatório para todo contribuinte de ICMS e de IPI

que, por sua vez, ficará dispensado a critério de seu Estado das obrigações acessórias

instituídas pelo Convênio ICMS n° 57/95, que dispõe sobre a emissão de documentos fiscais e

a escrituração de livros fiscais por contribuinte usuário do sistema eletrônico de

processamentos de dados.

Com a criação do SPED FISCAL, toda rotina mercantil será disponibilizada ao

contabilista, importante ressaltar que, salvo o registro de inventário, com entrega anual, todos

os demais registros estarão condicionados a entrega mensal.

O arquivo enviado pelo contribuinte fora das especificações sistêmicas será

considerado não enviado, conseqüentemente, a obrigação acessória será considerada não

cumprida, e acarretará aos contribuintes penalidades já conhecidas, quais sejam, Auto de

Infração Imposição de Multa (AIIM), inscrição em dívida ativa e, em ultima análise uma

indesejável execução fiscal.

Assim, a modernização da Secretária da Fazenda ganhou um reforço importante com a

implantação do Sistema Público de Escrituração Digital. O SPED é um programa que

possibilita o compartilhamento das informações fiscais digitais, entre as administrações

Page 46: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

tributárias e aos órgãos fiscalizadores.

Considerando que as informações requeridas pelo fisco são fornecidas por meio

eletrônico, o que aumenta as obrigações acessórias ao contribuinte. Com o SPED CONTABÍL

e FISCAL implantados, o contribuinte que utilizá-las estará dispensado de apresentar grande

parte das informações fornecidas na DIPJ e outras obrigações acessórias relativas a outros

tributos (IPI, PIS/ COFINS, etc.) no âmbito Federal.

5.4 CT – e

O Conhecimento de Transporte eletrônico (CT-e) é o novo modelo de documento

fiscal eletrônico, instituído pelo AJUSTE SINIEF 09/07, de 25/10/2007, que poderá ser

utilizado para substituir um dos seguintes documentos fiscais:

Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8, Conhecimento de

Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9, Conhecimento Aéreo, modelo 10,

Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11, Nota Fiscal de Serviço de

Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 27 e a Nota Fiscal de Serviço de Transporte,

modelo 7, quando utilizada em transporte de cargas.

O CT-e também poderá ser utilizado como documento fiscal eletrônico no transporte

dutoviário e, futuramente, nos transportes Multimodais.

Podemos conceituar o CT-e como um documento de existência exclusivamente digital,

emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar uma prestação de

serviços de transportes, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e

a Autorização de Uso fornecida pela administração tributária do domicílio do contribuinte.

O Projeto Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) está sendo desenvolvido, de

forma integrada, pelas Secretarias de Fazenda dos Estados e Receita Federal do Brasil, a partir

da assinatura do Protocolo ENAT 03/2006, de 10/11/2006, que atribui ao Encontro Nacional

de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (ENCAT) a coordenação e a

responsabilidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto CT-e.

Para acompanhar as mudanças que ocorrerão no Projeto do CT-e, conhecer o modelo

operacional, detalhes técnicos ou a legislação já editada sobre o tema, acesse o Portal

Nacional do CT-e, no seguinte endereço: www.cte.fazenda.gov.br.

Foi instituído o Conhecimento de Transporte Eletrônico e o Documento Auxiliar do

Conhecimento de Transporte Eletrônico;

Ajuste SINIEF 10/2008, de 26/09/2008, alterou o Ajuste SINIEF 09/07, nas 1º e 2º

clausulas, que providenciar, junto ao tomador, a entrega do CT-e e outros:

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Cláusula primeira Ficam alterados os dispositivos da cláusula décima terceira do Ajuste SINIEF 09/07, de 25 de outubro de 2007, abaixo indicados, que passam a vigorar com a seguinte redação: I - o inciso IV do § 2º: "IV - providenciar, junto ao tomador, a entrega do CT-e autorizado bem como do novo DACTE impresso nos termos do inciso III deste parágrafo."; II - o § 3º: "§ 3º O tomador deverá manter em arquivo pelo prazo decadencial estabelecido pela legislação tributária, junto à via mencionada no inciso III do caput, a via do DACTE recebida nos termos do inciso IV do § 2º.". Cláusula segunda Ficam convalidados os procedimentos adotados na forma do Ajuste SINIEF 09/07, no período de 2 de junho de 2008 até a data da publicação deste Ajuste.

Ajuste SINIEF 04/2009, de 03/04/2009, alterou o Ajuste SINIEF 09/07, que instituiu o

credenciado para emissão de CT-e deverá observar, no que couber, as disposições relativas à

emissão de documentos fiscais por sistema eletrônico de processamento de dados, constantes

dos Convênios 57/95 e 58/95, ambos de 28 de junho de 1995 e legislação superveniente;";e o

uso do Certificado Digital para certificação da Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira -

ICP-Brasil Conhecimento de Transporte Eletrônico e o Documento Auxiliar do

Conhecimento de Transporte Eletrônico.

O administrador do NF-eletrônica nacional(2009), comenta que:

Estimamos que o uso do CT-e passe a ser obrigatório até final de 2010, quando poderemos ter supresas, pois como não existe a possibilidade de obrigatoriedade gradativa por atividade como ocorre na NF-e, o fisco pode optar por tornar o uso do CT-e obrigatório para todos.

O administrador do site, atenta para o futuro. Que, como até agora foi editado apenas

instituição do Programa CT-e, a qualquer momento pode ser criado um ajuste, decreto ou

outra forma de legalizar de um dia para outro a obrigação para todas as empresas, sendo que a

maior espera, é para quem exerce a atividade de logística, pois além dos aspectos de eficiência

e competitividade, trará a conseqüência, que será a redução de custos.

Page 48: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

5.5 Sped Contábil

De maneira bastante simplificada, podemos definir o Sped Contábil como a

substituição dos livros da escrituração mercantil pelos seus equivalentes digitais.

Segundo AZEVEDO e MARIANO (2009, p.234), “O SPED Contábil visa

resumidamente substituir os livros da escrituração mercantil pelos seus equivalentes digitais.

É o inicio de uma nova era, onde a legislação fiscal dá o ‘pontapé inicial’ sobre a substituição

do papel pelos arquivos eletrônicos”.

Podem ser incluídos todos os livros da escrituração contábil, em suas diversas formas.

O diário e o razão são, para o Sped Contábil, um livro digital único. Cabe ao PVA (programa

validador de arquivo) mostrá-los no formato escolhido pelo usuário. São previstas as

seguintes formas de escrituração:

Livro Diário e seus auxiliares, se houverem e Livro Razão e seus auxiliares, se

houverem.

Tem a finalidade de demonstrar a movimentação analítica das contas escrituradas no

Livro Diário e constantes do Balanço, ou seja, é o detalhamento por conta, dos lançamentos

realizados no Livro Diário podendo disponibilizar balancetes diários, balanços e as fichas de

lançamentos comprobatórias dos assentamentos neles transcritos.

A partir do seu sistema de contabilidade, a empresa gerará um arquivo digital

no formato especificado no anexo único à Instrução Normativa RFB nº. 787/07, Art. 1º

que o instituiu e do Art. 2º que descreve os livros compreendidos:

Fica instituída a Escrituração Contábil Digital (ECD), para fins fiscais e previdenciários, de acordo com o disposto nesta Instrução Normativa. Parágrafo único. A ECD deverá ser transmitida, pelas pessoas jurídicas a ela obrigadas, ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), instituído pelo Decreto nº. 6.022, de 22 de janeiro de 2007, e será considerada válida após a confirmação de recebimento do arquivo que a contém e, quando for o caso, após a autenticação pelos órgãos de registro. A ECD compreenderá a versão digital dos seguintes livros: I - livro Diário e seus auxiliares, se houver; II - livro Razão e seus auxiliares, se houver; III - livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos.

Page 49: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Devido às peculiaridades das diversas legislações que tratam da matéria, este arquivo

pode ser tratado pelos sinônimos: Livro Diário Digital, Escrituração Contábil Digital (ECD),

ou Escrituração Contábil em forma eletrônica.

A Legislação que regulamentam o ECD são do ato Declaratório do executivo, do

Departamento Nacional do Registro de Comércio, do Conselho Federal de Contabilidade e da

Receita Federal do Brasil.

Eles têm a responsabilidade de dispor sobre as regras de validação e as tabelas de

códigos aplicáveis à Escrituração Contábil Digital, os quais também instituíram o Manual de

Orientação do Leiaute. Vejamos abaixo, para entendermos melhor.

O Ato Declaratório Executivo COFIS nº. 20, de 28 de maio de 2009, altera o leiaute

do arquivo Escrituração Contábil Digital:

Art. 1º Ficam alteradas as regras de validação aplicáveis aos campos, registros e arquivos integrantes da Escrituração Contábil Digital (ECD), de que trata o Ato Declaratório Executivo nº. 36, de 18 de dezembro de 2007, utilizadas no Programa Validador e Assinador (PVA), nos termos do anexo I. Anexo D. Art. 2º Sem prejuízo das demais tabelas divulgadas pelo Ato Declaratório COFIS nº. 36, de 18 de dezembro de 2008, o PVA utilizará as tabelas de código definidas no anexo II. Anexo E

O art. 1º exige que os arquivos estejam organizados em blocos de informações

referindo-se cada um deles a um agrupamento de documentos, livros ou guias. Estes blocos

por sua vez estão organizados em registros que contém os dados de acordo com as regras de

validação.

O art. 2º estabelece que sejam utilizadas tabelas de código definidas, exibe o plano de

contas que será tomado como referencia que quando informado o registro. As instituições

sujeitas à regulamentação do Banco Central do Brasil utilizarão Plano Contábil das

Instituições Financeiras (COSIF), as sujeitas à regulamentação da Superintendência de

Seguros Privados (SUSEP), ficam dispensadas do preenchimento do campo a que se refere

esta tabela de código.

O Decreto Federal nº. 6.022, de 22 de janeiro de 2007, instituiu o Sped, decretando no

Art. 2º, 1º parágrafo, os livros e documentos que serão emitidos na forma seu uso:

Page 50: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

O Sped é instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das sociedades empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de informações. § 1o Os livros e documentos de que trata o caput serão emitidos em forma eletrônica, observado o disposto na Medida Provisória no 2.200-2, de 24 de agosto de 2001.

Ela Institui a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), transformando

o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação em autarquia, exercendo a competência de

garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma

eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem certificados

digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras.

A Instrução Normativa Nº. 107, de 23 de maio de 2008 do Departamento Nacional do

Registro de Comércio (DNRC), dispõe sobre a autenticação de instrumentos de escrituração

dos empresários, sociedades empresárias, leiloeiros e tradutores públicos e intérpretes

comerciais, que considerando a necessidade de uniformizar e atualizar os procedimentos

relativos à autenticação dos instrumentos de escrituração mercantil para lhes dar validade e

eficácia resolve em seus Art. 2º no 5º(quinto) item, definir os instrumentos de escrituração dos

empresários e das sociedades empresárias com livros digitais e no Art. 4º inciso II com os

procedimentos de assinatura nos livros digitais:

Art. 2º São instrumentos de escrituração dos empresários e das sociedades empresárias: V - livros digitais. Art. 4º No Diário serão lançados o balanço patrimonial e o de resultados, devendo: II - em se tratando de livro digital, as assinaturas digitais das pessoas acima citadas, nele lançadas, serão efetuadas utilizando-se de certificado digital, de segurança mínima tipo A3, emitido por entidade credenciada pela Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) e suprem as exigências do inciso anterior.

O Conselho Federal de Contabilidade com a Resolução N° 1.020/05, aprova a NBC T

2.8, altera as formalidades da Escrituração Contábil em forma eletrônica:

Art. 1º As letras “a”, “d” e “f” do item 2.8.2.1, o item 2.8.2.7 e o item 2.8.2.12 da NBC T 2.8 – Das Formalidades da Escrituração Contábil em Forma Eletrônica, passam a vigorar com a seguinte redação:

Page 51: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

“2.8.2.7. O “Livro Diário” e o “Livro Razão” constituem registros permanentes da entidade e, quando escriturados em forma eletrônica, serão constituídos por um conjunto único de informações das quais eles se originam”. “2.8.2.12. O contabilista deve tomar as medidas necessárias para que o empresário ou a sociedade empresaria armazene em meio eletrônico ou magnético, seguindo o Leiaute Brasileiro de Contabilidade previsto na Resolução CFC nº. 1.061/05 de 9 de dezembro de 2005, devidamente assinados, digitalmente, os documentos, os livros e as demonstrações referidos nesta Norma, visando a sua apresentação de forma integral, nos termos estritos das respectivas leis especiais ou em juízo quando previsto em lei”.

A Receita Federal colaborou também com suas IN para a ECD, podemos citar como as

principais:

Instrução Normativa RFB nº. 787, de 19 de novembro de 2007. Com as alterações da

IN RFB 825/08 e da IN RFB 926/09 é instituído a Escrituração Contábil Digital para fins

fiscais e previdenciários, o leiaute do arquivo. Com a Instrução Normativa RFB nº. 825, de 21

de fevereiro de 2008, a Escrituração Contábil Digital, é prorrogada para o último dia útil de

junho de 2009 o prazo para apresentação da ECD, nos casos de cisão, cisão parcial, fusão ou

incorporação ocorridos em 2008.

Ato Declaratório Executivo COFIS nº. 36, de 18 de dezembro de 2007

Dispõe sobre as regras de validação e as tabelas de códigos aplicáveis à Escrituração Contábil

Digital.

Somente será considerada a Escrituração Fiscal Digital, o arquivo transmitido depois

da confirmação do recebimento do arquivo que a conte, nos termos do decreto nº. 6.022/07.

Ficará facultado aos Estados e ao Distrito Federal, por meio do SEFAZ competente,

recepcionar os arquivos enviados e retransmiti-los ao SPED. Neste sentido, o arquivo deverá

conter assinatura digital do contribuinte, ou de seu representante legal, ou de quem a

legislação indicar, em consonância com as disposições da ICP-Brasil.

5.6 FCONT

Observamos nos últimos tempos muitas mudanças nas regras contábeis e fiscais das

empresas brasileiras tais como, a Lei nº. 11.638/07 que inseriu o Brasil no rumo da

contabilidade internacional aos moldes do IFRS (International Financial Reporting Standard),

a Lei nº. 11.941/09 que instituiu o RTT (Regime Tributário de Transição), o SPED (Sistema

Público de Escrituração Digital) e a IN RFB nº. 949/09 com a criação de um novo Programa

denominado FCONT (Controle Fiscal Contábil de Transição) juntamente com a

regulamentação do RTT. Verifica-se que o fisco irá aperfeiçoar e monitorar ainda mais os

Page 52: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

controles eletrônicos contábeis e fiscais enviado pelas empresas, esperamos também por parte

do fisco uma revisão para fins de redução ou eliminação de declarações eletrônicas enviadas

periodicamente, que provavelmente não serão necessárias com a vinda do SPED, para que as

empresas não sejam penalizadas no sentido de enviar informações em duplicidade e

conseqüentemente o aumento do custo de mão-de-obra, burocracia, perda de tempo, etc.

O FCONT é um programa eletrônico no qual deverá efetuar a escrituração das contas

patrimoniais e de resultado, destinado obrigatoriamente e exclusivamente às pessoas jurídicas

sujeitas ao Lucro Real e ao RTT, seu objetivo é reverter os efeitos tributários oriundos dos

lançamentos que modifiquem o resultado, receitas, custos e despesas, para fins de apuração do

lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL),

instituída pela Lei nº. 11.638/07 e a Lei nº. 11.941/09 (RTT), devendo ser considerados, para

fins tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.

A IN RFB nº. 949/09 também trata da regulamentação do RTT para as empresas do

lucro Presumido orientando quanto aos procedimentos para garantir a neutralidade fiscal de

acordo com os novos métodos e critérios contábeis.

• Pis/Pasep e Cofins – Aplicação ao RTT

As Pessoas Jurídicas sujeitas ao RTT também deverão efetuar os ajustes para buscar a

neutralidade fiscal na apuração da base de cálculo do Pis/Pasep e da Contribuição para o

Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

No que concerne à responsabilidade dos profissionais, é esclarecido:

Em resumo, os profissionais da área, devem estar atentos quanto às respectivas mudanças e as empresas deverão melhorar ainda mais seus processos de controles contábeis e fiscais, investindo em bons programas de informática e treinando seus funcionários para não serem “pegos de surpresa”, pois, como vimos, em breve o fisco terá controles eletrônicos muito mais eficientes do que já dispõe hoje. FILHO (2009, p.15)

Estas mudanças advindas do fisco fazem com que os profissionais sempre estejam em

constante atualização, atentando sempre para promover um trabalho eficiente e de qualidade

para seus clientes.

Page 53: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

5.7 Central de Balanços

A Central de Balanços brasileira é um projeto integrante do Sped, em fase inicial de

desenvolvimento, que deverá reunir demonstrativos contábeis e uma série de informações

econômico-financeiras públicas das empresas envolvidas no projeto.

As informações coletadas serão mantidas em um repositório e publicadas em diversos

níveis de agregação. Esses dados serão utilizados para geração de estatísticas, análises

nacionais e internacionais (por setor econômico, forma jurídica e porte das empresas),

análises de risco creditício e estudos econômicos, contábeis e financeiros, dentre outros usos.

A Central tem como objetivo a captação de dados contábeis e financeiros

(notadamente as demonstrações contábeis), a agregação desses dados e a disponibilização à

sociedade, em meio magnético, dos dados originais e agregados.

5.8 E-Lalur

A partir da escrituração contábil digital, poderá ser gerado o Lalur (Livro de Apuração

do Lucro Real) em formato digital. Esse projeto está em elaboração com a participação da

Receita Federal, CFC, FENACON, entre outras entidades.

O objetivo do sistema é eliminar a redundância de informações existentes na

escrituração contábil, no Lalur e na DIPJ, facilitando o cumprimento da obrigação acessória.

Além das demais premissas do Sped, o e-Lalur tem as seguintes:

a. rastreabilidade das informações;

b. coerência aritmética dos saldos da parte B;

A rastreabilidade diz respeito manter registros das movimentações que resultem em

alterações de saldos que irão compor as demonstrações contábeis baseadas no plano de contas

referencial.

A coerência aritmética dos saldos da parte B é a garantia de que eles estarão

matematicamente corretos. Para isto, uma das etapas será a conferência com os saldos do

período anterior de e-Lalur já transmitido. A cada conferência de saldo, o sistema obterá,

também, um extrato semelhante a um razão completo de cada conta controlada na parte B.

A partir de tais elementos o PGE fará um "rascunho" da Demonstração do Lucro Real,

da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e dos valores

apurados para o IRPJ e a CSLL Caso o contribuinte concorde com os valores apresentados,

basta assinar o livro e transmiti-lo pela internet. É importante ressaltar que o projeto se

encontra em elaboração. Participam dos trabalhos, além da Receita Federal do Brasil, o CFC,

Page 54: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

FENACON, contribuintes, entidades de classe, enfim, todos os parceiros cuja relação pode ser

obtida na página principal do sitio. Com isso, diversas fichas da DIPJ deixarão de existir.

Page 55: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

6. O IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA PARA A

CONTABILIDADE NO BRASIL

As empresas e, intimamente ligada a elas, a atividade contábil, sofrem há muito com a

parafernália de exigências fiscais, rotinas estressantes, montanhas de papéis, guias,

formulários, notas, carimbos, assinaturas, processos amarrados, idas e vindas a balcões de

órgãos para solicitar e entregar documentos. Finalmente, uma medida de impacto contra esse

conjunto de coisas, a NF-e elimina uma série de procedimentos. Como, corta gastos com

impressão de blocos de notas, transporte, armazenagem, digitação, agiliza trocas de

informações, aumenta a confiabilidade dos dados, dispensa a guarda de documentos.

Sucede a NF-e, outras medidas que unificarão os órgãos, permitindo o

compartilhamento e o cruzamento instantâneo de informações sobre a movimentação de

matérias-primas e mercadorias. Tanta transparência vai exigir que as empresas cuidem mais

da qualidade dos seus dados e que os contabilistas revejam algumas práticas.

Concluído o sistema, o fisco terá acesso em tempo real a dados contábeis das

empresas, decretando assim a morte dos livros diários e razão.

O fim da escrituração contábil e fiscal, porém, como é feita hoje, longe de ser uma

perda, é uma oportunidade para que os contabilistas mudem a postura, o foco de ação,

cresçam, avancem no perfil que os novos tempos vêm sugerindo à profissão, elaborando ainda

peças essenciais como os balanços, aplicando os princípios fundamentais da contabilidade,

mais importantes às gestões, pois novas tecnologias são sempre bem-vindas. Apenas

requerem ajuste, adaptação.

O na época Presidente do CRC-PR, Smijtink (2006, pg. 3), compara os que contestam

contra a NF-e: “Não adianta fazer como o desenhista que invadiu a central de produções da

Rede Globo, querendo convencer a emissora a usar em suas vinhetas desenhos feitos à mão

como os seus e não por computação gráfica.“

Em sua longa história, a contabilidade sempre assimilou o impacto de novas

ferramentas, novas práticas, novos conceitos. Com o advento da informática então, chegou-se

a prever o fim a atividade, o fechamento dos escritórios, já que programas de computador

passaram a fazer, com rapidez e eficiência, muitas tarefas contábeis. O único a ser sepultado,

no entanto, foi o guarda-livros, aquele profissional que registrava tudo manualmente em

papel.

As inovações da era digital são um convite para que os contabilistas dediquem-se mais

a tarefas de análise, pesquisa, interpretação, projeção, previsão, consultoria, assessoria e

Page 56: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

auditoria, muito mais produtivas aos setores público e privado, bem mais interessantes à

sociedade, pela racionalidade e visibilidade final aos recursos, riquezas e patrimônios,

elementos que, bem administrados, podem revolucionar a vida humana.

Pode-se dizer que o atual sistema de emissão de documentos fiscais no Brasil é um

sistema tradicional, mantido por sistemas diferentes devido envolver o preenchimento de

notas fiscais por meio manual, que envolve os talões de documentos fiscais. Por sistemas

mecanizados, onde ainda se conta com a tradicional máquina de escrever, apesar do estágio de

aposentadoria, datilografando notas soltas e de sistemas de informação que preenchem

eletronicamente formulários contínuos concomitante com os lançamentos manuais ou

integrados nos livros fiscais.

Atualmente, em plena era digital, surge a Nota Fiscal Eletrônica. As empresas

deixaram de utilizar o jurássico talonário de notas fiscais e suas cópias para migrar e fazer o

registro das operações através do processamento eletrônico e on-line dos dados. Isso significa

que as empresas vão literalmente invadir os portais das autoridades tributárias municipais,

estaduais e federais e terão suas operações homologadas em tempo real.

O atual modelo tributário reflete um sistema extremamente burocrático que impõe aos

empreendedores uma grande perda de tempo para atender às exigências das autoridades

fiscais em suas milhares de normas e regulamentos.

Isso na prática, significa tirar do empresário grande parcela da dedicação que deveria

ser colocada na sua atividade, que é a venda de mercadorias, produtos e serviços. Ocorre,

portanto, um verdadeiro entrave para o desenvolvimento do país se comparado aos demais

países no atual mundo integrado e globalizado.

Na tentativa de diminuir esses entraves, no Brasil discute-se a reforma tributária, mas

na realidade são aprovadas reformas arrecadatórias, postas em prática por meio de aumentos

na carga tributária, como foi o caso da majoração do PIS e da COFINs, quando na época

falava-se sobre a mini-reforma tributária.

A nossa economia também é afetada com a burocracia causada pelo modelo tributário

atual, pois gera desinteresse e inibição para que o capital seja investido na atividade

produtiva. Pode-se citar como exemplo, o caso da demora para abertura de empresas no

Brasil, cuja média é de 50 dias conforme pesquisa publicada na Revista FENACON em

Serviços do bimestre maio/junho de 2006. Muitos novos negócios podem deixar de se realizar

em razão dos dias perdidos para iniciar um novo empreendimento.

Com a NF-e, temos uma forma muito eficaz e quase perfeita para aperfeiçoar os

controles fiscais, combater a sonegação e, por conseguinte, prover o aumento da arrecadação

Page 57: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

de tributos. Após o advento da certificação digital das assinaturas de empresas e pessoas, a

idéia da implantação de um modelo nacional de documento fiscal eletrônico para substituir a

tradicional sistemática de emissão em papel ganhou forma. A validade jurídica garantida pela

assinatura digital do remetente ao emitir o documento fiscal, promove a integração dos

sistemas de fiscalização nas três esferas de governo, federal, estaduais e municipais, uma vez

que se prevê a padronização, racionalização e compartilhamento das informações contábil e

fiscal, assim como a integração de todo o processo relativo às notas fiscais.

6.1 Benefícios gerados com a implantação da NF-e

A maior virtude deste projeto junto com o projeto SPED, foi a parceria entre as

empresas e o governo, que se uniram para realização de algo novo e moderno necessário a

ambos.

Se, por um lado, as empresas sofriam com a grande quantidade de informações a

serem prestadas, por outro, o governo criava vários sistemas que não interligados dificultava a

troca de informações entre suas esferas.

O governo e as empresas unidos em objetivo comum, mudam a forma de emissão e

armazenamento de documentos fiscais, além de alterar a escrituração fiscal e contábil,

colocando todos definitivamente na era da informática.

Fica claro que somente com esta parceria e espírito de cooperação, foi possível

viabilizar projetos dessa magnitude, que satisfez tanto o Fisco, quanto as empresas,

proporcionando ganhos para toda a sociedade.

Para o profissional contábil, a implantação da NF-e também trousse benefícios, uma

vez que com a integração dos sistemas utilizados para execução dos trabalhos na área fiscal,

não haverá mais necessidade de lançar manualmente o conteúdo da nota fiscal, pois com a

utilização do Código de Barras Bi-dimensional, o profissional importará os dados na Nota

Fiscal Eletrônica com uma leitora ótica, agilizando o processamento das obrigações

acessórias, reduzindo sensivelmente os erros com a escrituração das notas fiscais de forma

manual.

Há um sistema que faz a leitura on-line, via Web, da NF-e que é lançada para validar a

operação. Portanto, todos deverão estar conectados à Internet em tempo real.

A implementação desses sistemas eletrônicos de recepção e envio de NF-e incentivará

o uso de relacionamentos eletrônicos com clientes. É recomendável que as empresas e

profissionais, procurem os desenvolvedores de sistemas para ajustar e integrar o lançamento

das Notas Fiscais Eletrônicas.

Page 58: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Pode-se afirmar que estar sacramentada, de forma eletrônica, com utilização da

Certificação Digital, o elo mais importante da sociedade entre o fisco e o contribuinte, o

“Moderno e Digital” Profissional da Contabilidade.

A partir da implementação do projeto, não poderão ser esquecidos dois fatores muito

importantes no cotidiano do profissional contábil, em primeiro lugar a NF-e vai trazer um

grande e novo alento na diminuição da grande e atual burocracia, e em paralelo, serão

minimizados os riscos hoje existentes para a correta apuração dos débitos tributários tamanha

é a quantidade de procedimentos a executar.

Para o contribuinte vendedor, emissor da NF-e, houve a redução de custo de

impressão. Anteriormente a Nota Fiscal era impressa pelas gráficas, em blocos, também

havendo compra de Notas Fiscais em formulário continuo, aumentando os custos com as

operações comerciais. Com a obrigatoriedade da NF-e, tornou-se obrigatória a circulação de

DANFE com 1(uma) única via, enquanto a legislação atual, obriga no mínimo 4(quatro), para

quem não aderiu a NF-e, sendo que muitas empresas utilizam mais que isso.

Assim, com a implantação da NF-e, a empresa economiza ao menos 3(três) vias na

emissão de cada nota fiscal, gastando menos tempo de impressora e economizando em

serviços gráficos.

Teve a redução de custos de aquisição de papel. Numa conta rápida, vamos considerar

que uma empresa de médio porte emite atualmente entre todas as suas operações por volta de

1.500 notas fiscais por mês, com a NF-e deixará de emitir pelo menos 3(três) vias a cada nota

fiscal, representando em torno de 4.500 folhas por mês ou 54.000 folhas por ano, ou seja, uma

diminuição do custo do papel impresso, além do fato da nota fiscal por ter requisitos técnicos

a serem seguidos, é mais cara que o papel sulfite comum.

Foi reduzido o custos de emissão do documento fiscal. As empresas sem NF-e,

atualmente, devem enviar nas operações internas 2(duas) vias ao destinatário e nas operações

interestaduais 3(três) vias, para que haja a circulação da mercadoria. Com a NF-e é necessária

apenas a circulação de 1(uma) via, tornando mais ágil a separação e envio das notas fiscais.

Da mesma forma, nas operações que ocorram remessas simbólicas, a empresa não

necessita enviar a nota fiscal pelo correio, podendo fazer a transmissão do DANFE pelo meio

eletrônico.

Com a necessidade de arquivo digital ao invés de papel, as empresas tiveram redução

de custos de armazenagem de documentos fiscais, passa a guardar apenas documentos

virtuais, não havendo necessidade de locação de espaço para armazém, ou outro local nem a

precisão de arquivistas.

Page 59: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Nessa situação, o arquivo será virtual, cabendo à empresa se guarnecer dos meios de

segurança indispensáveis para manter íntegros os arquivos durante o período prescricional do

tributo.

Inicialmente com a NF-e não há mais AIDF, porque a autorização ocorre nota a nota,

fazendo a simplificação de obrigações acessórias .Outras obrigações acessórias são eliminadas

com o SPED.

Os caminhões passaram a ter menos tempo de espera, parados os Postos Fiscais nas

Fronteiras, pois os Postos Fiscais foram aparelhados com leitores óticos, o que facilitará a

captura da chave de acesso e a consulta da validade da nota fiscal.

Surgiu o incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes Business to

Business (B2B), que é o nome dado ao comercio praticado por empresas fornecedores e

clientes. Permite a criação de um ambiente de relacionamento e troca de informações entre os

parceiros de negocio de forma eletrônica.

No Brasil não existia um padrão utilizado pelas empresas, ficando cada segmento com

aquele que for mais adequado ao seu negócio, levando os fornecedores a criarem diversos

sistemas para atender as necessidades de seus clientes.

Com a NF-e e a padronização pelo Estado do documento fiscal, espera-se uma

padronização natural pelas empresas do relacionamento eletrônico.

Para o contribuinte comprador, receptor da NF-e houve a eliminação de digitação de

notas fiscais na recepção de mercadorias. Com a padronização do leiaute da nota fiscal as

empresas podem desenvolver soluções capazes de extrair os dados das notas.

Foi possível planejar a logística de entrega pela recepção antecipada da informação da

NF-e, permitindo à empresa enviar as informações de forma antecipada, possibilitando ao

cliente receber e processar as informações antes da chegada da mercadoria, ficando apenas

aguardando a chegada do transporte para efetivar a entrada da mercadoria. Nesse processo, as

empresas podem maximizar seus recursos e tempo de armazenagem de forma a reduzir os

custos operacionais.

A extração dos dados das notas fiscais diretamente do arquivo digital, possibilita a

eliminação dos erros de digitação, diminuindo o tempo de escrituração das informações.

Também, houve o incentivo ao uso de relacionamento eletrônico com fornecedores

(B2B), pois, da mesma forma que o vendedor, o comprador com a padronização pelo Estado

do documento fiscal e natural padronização do relacionamento eletrônico pelas empresas,

pode aumentar a troca de informações comerciais de forma eletrônica por meio de um leiaute

padronizado.

Page 60: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Para a sociedade, consistiu na redução do consumo de papel, com impacto em termos

ecológicos. Com a diminuição da utilização de vias dos documentos fiscais haverá uma

redução do consumo de papel e consequentemente decréscimo do corte de arvores.

Os investimentos em tecnologia necessários para implementação da NF-e, leva ao

desenvolvimento de novas tecnologias pelas empresas de informática, podendo com o tempo

beneficiar a sociedade quando a tecnologia for massificada, aumentando a credibilidade do

comercio eletrônico e ao uso de novas tecnologias.

A padronização dos relacionamentos eletrônicos facilita a comunicação e pode

baratear os produtos na medida em que os investimentos ficam direcionados ao avanço de

tecnologias de uso massificado, e não, onde as empresas utilizam tecnologias diversas com

custos elevados aos fornecedores.

Como toda inovação, surgem novas oportunidades enquanto fecham outras. Por

exemplo, enquanto as empresas passam a necessitar de consultorias tecnológicas ou

tributarias para atendimento da legislação, as gráficas são afetadas com a diminuição das

encomendas de notas fiscais, surgindo assim novas oportunidades de negócios e empregos na

prestação de serviços ligados à NF-e.

Para administrações tributárias, na medida em que a nota fiscal pode ter sua validade

checada pela chave de acesso, quem a possuir possui uma garantia de sua validade e seus

dados, obtendo o aumento na confiabilidade da Nota Fiscal.

A melhoria no processo de controle fiscal, possibilitou um melhor intercâmbio e

compartilhamento de informações entre os fiscos. Com a criação de um banco de dados único,

compartilhado entre a União, Municípios e Distrito Federal, possibilita ao Fisco mais

agilidade na verificação e confronto das informações prestadas pelas empresas.

Com a NF-e, houve a redução de custos no processo de controle das notas fiscais

capturadas pela fiscalização de mercadorias em trânsito, tornando possível ao fiscal verificar a

validade da nota fiscal ou mesmo sua passagem pelo Posto de Fronteira, com a simples

captura da chave de acesso pelo código de barras. Esse procedimento agiliza a fiscalização

pois, oferece as informações necessárias para o controle fiscal.

Com o aumento do controle das operações das empresas, houve a diminuição da

sonegação e aumento da arrecadação, podendo o fisco verificar de forma muito mais ágil se as

aquisições e saídas das empresas estão compatíveis, constatando eventuais irregularidades de

forma mais rápida e segura.

Com o suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fiscal da Secretaria da

RFB (SPED), a NF-e faz que faz parte do SPED, incluiu a EFD e a ECD.

Page 61: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Com esses 3(três) projetos, é possível ao fisco confrontar as informações fiscais e

contábeis das empresas, verificando sua coerência e eventuais inconsistências.

Como vimos, além dos benefícios gerados para o profissional contábil, a implantação

da NF-e gerará benefícios também aos contribuintes (vendedores e compradores), para

sociedade e para o próprio Fisco.

Esses benefícios são fortes tanto no aspecto empresarial quanto de responsabilidade

com as autoridades normativas.

No campo fiscal teremos redução de custos com a dispensa de emissão e de

armazenamento de documentos em papel, simplificação e padronização das obrigações

acessórias e uniformização das informações enviadas às diversas unidades federadas.

No aspecto empresarial o ganho corresponderá à redução do tempo de parada dos

caminhões nos Postos Fiscais e Fronteiras, ao incentivo do uso de relacionamentos eletrônicos

com clientes e fornecedores (B2B - Business to Business) e à diminuição da desleal

concorrência promovida pelos sonegadores.

Page 62: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

7 CONCLUSÃO

Neste estudo concluí-se que se o fisco tivesse uma máquina capaz de fazer um raio X

de sua empresa, o que ele veria? Há cerca de dois anos, o governo constrói um mecanismo

com este intuito, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). Depois de grande esforço

para a introdução da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), o projeto ganha um fôlego extra com a

entrada de duas novas obrigatoriedades: a Escrituração Fiscal Digital (EFD) e a Escrituração

Contábil Digital (ECD). A regulamentação cria um ambiente que permite às Secretarias da

Fazenda e à Receita Federal cruzar informações contábeis e fiscais, identificando fraudes e

sonegação e cobrindo toda a cadeia produtiva.

Com o fito de simplificar o cumprimento de obrigações tributárias acessórias como

escrituração de livros fiscais, emissão de notas fiscais, guarda e conservação de documentos

fiscais por cinco anos etc, a Secretaria da Receita Federal e as Secretarias da Fazenda

Estaduais, com apoio de empresários, vêm desenvolvendo estudos para implantação do

Sistema Público de Escrituração Digital(SPED), visando a padronização da relação fisco-

contribuinte nas esferas federal e estadual, o que resultará na agilização e redução de custos

operacionais desse relacionamento.

Preparar a infraestrutura de Tecnologia da Informação para a regulamentação vem

consumindo grande esforço das corporações. Não adaptar-se ou enviar dados errados pode

acarretar multas e outras penalidades. Para muitas empresas, mexer nos sistemas a fim de

extrair informações fiscais e contábeis é como abrir uma caixa de Pandora.

O dilema encontrado nas adequações dos sistemas ao Sped vai além de agregar um

software paralelo, adquirir equipamentos e ampliar links de comunicação. As dificuldades

começam pela complicada legislação tributária brasileira, transitam pela necessidade da

limpeza e o ajuste dos dados inseridos nos softwares de gestão empresariais, culminando, em

muitos casos, na necessidade de mudança de processos e tratamento das informações fiscais e

contábeis dentro dos sistemas de origem.

São raras as empresas que têm esses dados coerentes e aponta que a regulamentação

significa a chegada de uma grande onda de gestão nas companhias no Brasil. Trata-se da

inserção das autoridades legais na Era do Conhecimento, pontua, em referência à necessidade

de um maior rigor com os dados imputados pelas corporações em seus sistemas.

A regulamentação impõe novos processos de controle e gestão, confiabilidade da

informação, sincronização de cadastros, consistência e integração entre os sistemas. Mas a

adaptação para as novas regras tem consumido muitas horas para ajuste dos bancos de dados,

Page 63: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

com dificuldades que passam pelo impasse na definição das exigências por parte do governo,

traduzindo-se em extensão de prazo e revisão de orçamentos.

Atualmente, após o avanço ascendente da humanidade, o mercado vem exigir das

empresas que o compõe, sejam elas de direito público ou privado, uma contabilidade ainda

mais detalhada e precisa. E aquilo que em outrora era feito de maneira arcaica, em tempos

onde a civilização não conhecia a escrita, hoje, é feito através de meios tecnológicos, rápidos

e precisos.

A importância adquirida pela informação contábil chegou a tal ponto que se viu a

necessidade de padronizar a linguagem, pois o mercado é global e as empresas deixaram de

atuar apenas nos limites da nação. No contexto brasileiro, observa-se o interesse de

regulamentar esse processo com iniciativas do governo, a exemplo da revogação de alguns

dispositivos da Lei 6.404/1976 pela Lei 11.638/2007. Tal alteração trouxe novas exigências

para a contabilidade no mercado nacional, garantindo uma padronização em relação às

convenções internacionais de contabilidade. Paralelo ao processo de inovações contábeis,

surge o crescimento da responsabilidade do gestor da informação, como também, mecanismos

de controle dos entes fiscalizadores.

Page 64: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Osmar Reis; MARIANO, Paulo Antônio. SPED: Sistema Público de Escrituração Digital. São Paulo,.– São Paulo: IOB, 2009. BRASIL. Constituição (1988). Resolução nº 17, de 1991. Autera o Sistema Tributário Nacional e dar outras providências, através do inciso XXII, do artigo 37 da Emenda Constitucional nº 42, de 2003. Brasília, outubro 1988. BRASIL, Código tributário nacional. BRASILIA. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. São Paulo, jul./dez. 2009. Art. 199. BÍBLIA. Português. A Bíblia Sagrada: Tradução de João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969. BOULOS JUNIOR, Alfredo. Historia geral: moderna e contemporânea, vol. 2, São Paulo: FDT, 1995. BLOGSPOT. História da Contabilidade. Disponível em: <http://contabilidadedetodos.blogspost.com/2009/06/historia-da-contabilidade.html> Acesso em: 25 ago 2009. CONFEB. Projeto da Nota Fiscal Eletrônica inicia nova fase de massificação. Disponível em: < http://www.nfe.org.br>. Acesso em: 20 out. 2009. CONFAZ. Nota Fiscal Eletrônica. Disponível em: < http://www.fazenda.gov.br/confaz> Acesso em: 03 set. 2009. CORNACHIONE Jr. Edgar B. Informática aplicada às áreas de contabilidade, administração e economia. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001. CT-E . Conhecimento de Transporte Eletrônico. Disponível em: <http://www.cte.fazenda.gov.br. Acesso em: 25 set. 2009. IBP BRASIL. O que é Certificação digital? Disponível em: <http://www.ibpbrasil.com.br>. Acesso em: 13 out. 2009. ICP-BRASIL. Nota Fiscal Eletrônica. Disponível em: <http://www.icpbrasil.gov.br. Acesso em: 15 dez. 2009. INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Saiba como obter um Certificado Digital e quais os benefícios para sua vida. Disponível em: < http://www.iti.gov.br>. Acesso em: 29 nov. 2009. NF-E . Portal Nacional da Nota Fiscal Eletrônica. Disponível em: < http://www.nfe.fazenda.gov.br. Acesso em: 27 ago. 2009.

Page 65: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA. O que é Nota Fiscal Eletrônica. Disponível em: < http://www.teresina.pi.gov.br. Acesso em: 27 ago. 2009. RECEITA FEDERAL. Sistema Público de Escrituração Digital. Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br. Acesso em: 2 out. 2009. SÁ, Antônio Lopes de. História geral e das doutrinas da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1997. _____. Teoria da Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. SCHMIDT, Paulo. Uma contribuição ao estudo da historia do pensamento contábil: 1996. 2 v. 476 f. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996. JOAQUIM FILHO, JOSÉ. Disponível em: <http://www.onecursos.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id= 111 : fcont-controle-fiscal-contabil-de-transicao-in-rfb-no94909&catid=39:artigos&Itemid=86>, Acesso em: 27 ago. 2009.

Page 66: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

ANEXOS

Page 67: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Anexo A: Principais órgãos responsáveis pela implantação pelo desenvolvimento e

implantação da Nota Fiscal Eletrônica as empresas.

Portaria da ESAF Nº.413/2002

Receita Federal do Brasil (SRF);

Banco Central do Brasil (BACEN);

Comissão de Valores Mobiliários (CVM);

Superintendência de Seguros Privados (SUSEP);

Departamento Nacional do Registro do Comercio (DNRC);

Secretárias de Fazendas (SEFAZ);

Conselho Federal de Contabilidade (CFC);

O Órgão responsável pela administração do SPED, é a SRF, tendo como os órgãos

diretamente envolvidos:

Associação Brasileira das Secretarias de Finanças dos Municípios das Capitais

(ABRASF);

Conselho Federal de Contabilidade (CFC);

Departamento Nacional de Registro de Comércio (DNRC);

Encontro Nacional dos Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais

(ENCAT);

Secretaria da Receita Previdenciária (SRP);

Secretarias de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito

Federal;

Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA);

E seus colaboradores:

Associação Brasileira de Bancos (ABBC);

Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA);

Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima);

Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA);

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);

Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN);

Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de

Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (FENACON);

Federação Nacional das Empresas de Serviços Técnicos de Informática e Similares

(FENAINFOR).

Page 68: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Anexo B: Atividades obrigadas a emissão da NF-e

Protocolo ICMS 30/07 de 06/07/2007.

I - fabricantes de cigarros;

II - distribuidores de cigarros;

III - produtores, formuladores e importadores de combustíveis líquidos, assim

definidos e autorizados por órgão federal competente;

IV - distribuidores de combustíveis líquidos, assim definidos e autorizados por órgão

federal competente;

V - transportadores e revendedores retalhistas – TRR, assim definidos e autorizados

por órgão federal competente.

Protocolo ICMS 88/07 de 14/12/2007.

VI - fabricantes de automóveis, camionetes, utilitários, caminhões, ônibus e

motocicletas;

VII - fabricantes de cimento;

VIII – fabricantes, distribuidores e comerciante atacadista de medicamentos alopáticos

para uso humano;

IX – frigoríficos e atacadistas que promoverem as saídas de carnes frescas,

refrigeradas ou congeladas das espécies bovinas, suínas, bufalinas e avícolas;

X - fabricantes de bebidas alcoólicas inclusive cervejas e chopes;

XI – fabricantes de refrigerantes;

XII – agentes que assumem o papel de fornecedores de energia elétrica, no âmbito da

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE;

XIII – fabricantes de semi-acabados, laminados planos ou longos, relaminados,

trefilados e perfilados de aço;

XIV – fabricantes de ferro-gusa.

O Protocolo ICMS 68/08 de 14/07/2008, mudou a obrigatoriedade de utilização da

Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para os seguimentos descritos nos itens VI a XIV, do parágrafo

anterior, para 01/12/2008 e estabeleceu a obrigatoriedade a partir de 01/04/2009 para os

seguintes contribuintes:

Page 69: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

XV - importadores de automóveis, camionetes, utilitários, caminhões, ônibus e

motocicletas;

XVI - fabricantes e importadores de baterias e acumuladores para veículos

automotores;

XVII - fabricantes de pneumáticos e de câmaras-de-ar;

XVIII - fabricantes e importadores de autopeças;

XIX - produtores, formuladores, importadores e distribuidores de solventes derivados

de petróleo, assim definidos e autorizados por órgão federal competente;

XX - comerciantes atacadistas a granel de solventes derivados de petróleo;

XXI - produtores, importadores e distribuidores de lubrificantes e graxas derivados de

petróleo, assim definidos e autorizados por órgão federal competente;

XXII - comerciantes atacadistas a granel de lubrificantes e graxas derivados de

petróleo;

XXIII - produtores, importadores, distribuidores a granel, engarrafadores e

revendedores atacadistas a granel de álcool para outros fins;

XXIV – produtores, importadores e distribuidores de GLP – gás liquefeito de petróleo

ou de GLGN - gás liquefeito de gás natural, assim definidos e autorizados por órgão federal

competente;

XXV – produtores, importadores e distribuidores de GNV – gás natural veicular,

assim definidos e autorizados por órgão federal competente;

XXVI - atacadistas de produtos siderúrgicos e ferro gusa;

XXVII - fabricantes de alumínio, laminados e ligas de alumínio;

XXVIII - fabricantes de vasilhames de vidro, garrafas PET e latas para bebidas

alcoólicas e refrigerantes;

XXIX - fabricantes e importadores de tintas, vernizes, esmaltes e lacas;

XXX - fabricantes e importadores de resinas termoplásticas;

XXXI - distribuidores, atacadistas ou importadores de bebidas alcoólicas, inclusive

cervejas e chopes;

XXXII - distribuidores, atacadistas ou importadores de refrigerantes;

XXXIII - fabricantes, distribuidores, atacadistas ou importadores de extrato e xarope

utilizados na fabricação de refrigerantes;

XXXIV - atacadistas de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamento

associada;

XXXV - atacadistas de fumo;

Page 70: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

XXXVI - fabricantes de cigarrilhas e charutos;

XXXVII - fabricantes e importadores de filtros para cigarros;

XXXVIII - fabricantes e importadores de outros produtos do fumo, exceto cigarros,

cigarrilhas e charutos;

XXXIX - processadores industriais do fumo.

O Protocolo ICMS 87/08 de 26/09/2008, estabeleceu a obrigatoriedade a partir de

01/09/2009 para os seguintes contribuintes:

XL - fabricantes de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal;

XLI - fabricantes de produtos de limpeza e de polimento;

XLII - fabricantes de sabões e detergentes sintéticos;

XLIII - fabricantes de alimentos para animais;

XLIV - fabricantes de papel;

XLV - fabricantes de produtos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado

para uso comercial e de escritório;

XLVI - fabricantes e importadores de componentes eletrônicos;

XLVII - fabricantes e importadores de equipamentos de informática e de periféricos

para equipamentos de informática;

XLVIII - fabricantes e importadores de equipamentos transmissores de comunicação,

pecas e acessórios;

XLIX - fabricantes e importadores de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e

amplificação de áudio e vídeo;

L - estabelecimentos que realizem reprodução de vídeo em qualquer suporte;

LI - estabelecimentos que realizem reprodução de som em qualquer suporte;

LII - fabricantes e importadores de mídias virgens, magnéticas e ópticas;

LIII - fabricantes e importadores de aparelhos telefônicos e de outros equipamentos de

comunicação, peças e acessórios;

LIV - fabricantes de aparelhos eletromédicos e eletroterapeuticos e equipamentos de

irradiação;

LV - fabricantes e importadores de pilhas, baterias e acumuladores elétricos, exceto

para veículos automotores;

LVI - fabricantes e importadores de material elétrico para instalações em circuito de

consumo;

LVII - fabricantes e importadores de fios, cabos e condutores elétricos isolados;

Page 71: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

LVIII - fabricantes e importadores de material elétrico e eletrônico para veículos

automotores, exceto baterias;

LIX - fabricantes e importadores de fogões, refrigeradores e maquinas de lavar e secar

para uso domestico, peças e acessórios;

LX - estabelecimentos que realizem moagem de trigo e fabricação de derivados de

trigo;

LXI - atacadistas de café em grão;

LXII - atacadistas de café torrado, moído e solúvel;

LXIII - produtores de café torrado e moído, aromatizado;

LXIV - fabricantes de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho;

LXV - fabricantes de defensivos agrícolas;

LXVI - fabricantes de adubos e fertilizantes;

LXVII - fabricantes de medicamentos homeopáticos para uso humano;

LXVIII - fabricantes de medicamentos fitoterápicos para uso humano;

LXIX - fabricantes de medicamentos para uso veterinário;

LXX - fabricantes de produtos farmoquímicos;

LXXI - atacadistas e importadores de malte para fabricação de bebidas alcoólicas;

LXXII - fabricantes e atacadistas de laticínios;

LXXIII - fabricantes de artefatos de material plástico para usos industriais;

LXXIV - fabricantes de tubos de aço sem costura;

LXXV - fabricantes de tubos de aço com costura;

LXXVI - fabricantes e atacadistas de tubos e conexões em PVC e cobre;

LXXVII - fabricantes de artefatos estampados de metal;

LXXVIII - fabricantes de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados;

LXXIX - fabricantes de cronômetros e relógios;

LXXX - fabricantes de equipamentos e instrumentos ópticos, peças e acessórios;

LXXXI - fabricantes de equipamentos de transmissão ou de rolamentos, para fins

industriais;

LXXXII - fabricantes de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e

elevação de cargas, peças e acessórios;

LXXXIII - fabricantes de aparelhos e equipamentos de ar condicionado para uso não-

industrial;

LXXXIV - serrarias com desdobramento de madeira;

LXXXV - fabricantes de artefatos de joalheria e ourivesaria;

Page 72: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

LXXXVI - fabricantes de tratores, peças e acessórios, exceto agrícolas;

LXXXVII -fabricantes e atacadistas de pães, biscoitos e bolacha;

LXXXVIII - fabricantes e atacadistas de vidros planos e de segurança;

LXXXIX - atacadistas de mercadoria em geral, com predominância de produtos

alimentícios;

XC - concessionários de veículos novos;

XCI – fabricantes e importadores de pisos e revestimentos cerâmicos;

XCII - tecelagem de fios de fibras têxteis;

XCIII - preparação e fiação de fibras têxteis.

Anexo C – Ordem por anexo dos Estados obrigados a Escrituração Fiscal Digital.

Protocolo ICMS 77, de 18 de setembro de 2008.

1.Anexo I - Estado do Acre;

2.Anexo II - Estado de Alagoas;

3.Anexo III - Estado do Amapá;

4.Anexo IV - Estado do Amazonas;

5.Anexo V - Estado da Bahia;

6.Anexo VI - Estado do Ceará;

7.Anexo VII - Estado do Espírito Santo;

8.Anexo VIII - Estado de Goiás;

9.Anexo IX - Estado do Maranhão;

Page 73: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

10.Anexo X - Estado de Mato Grosso;

11.Anexo XI - Estado de Mato Grosso do Sul;

12.Anexo XII - Estado de Minas Gerais;

13.Anexo XIII - Estado do Pará;

14.Anexo XIV - Estado do Paraíba;

15.Anexo XV - Estado da Paraná;

16.Anexo XVI - Estado do Piauí;

17.Anexo XVII - Estado do Rio de Janeiro;

18.Anexo XVIII - Estado do Rio Grande do Norte;

19.Anexo XIX - Estado do Rio Grande do Sul;

20.Anexo XX - Estado de Rondônia;

21.Anexo XXI - Estado de Roraima

22.Anexo XXII - Estado de Santa Catarina;

23.Anexo XXIII - Estado de São Paulo;

24.Anexo XXIV - Estado de Sergipe;

25.Anexo XXV - Estado de Tocantins.

Anexo D - Alterações no anexo I do ato declaratório

COFIS Nº 36/01 - REGRAS DE VALIDAÇÃO

Anexo I

Onde se lê:

Leiaute do Arquivo da Escrituração Contábil Digital O Leiaute do Arquivo Escrituração Contábil Digital está organizado em blocos de

informações referindo-se cada um deles a um agrupamento de documentos, livros ou guias. Estes blocos por sua vez estão organizados em registros que contém os dados.

..... Registro I150 – Saldos Periódicos – Identificação do Período Registro I155 – Detalhes dos Saldos Periódicos

Page 74: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Leia-se:

Leiaute do Arquivo da Escrituração Contábil Digital O Leiaute do Arquivo Escrituração Contábil Digital está organizado em blocos de

informações referindo-se cada um deles a um agrupamento de documentos, livros ou guias. Estes blocos por sua vez estão organizados em registros que contém os dados.

..... Registro I150 – Saldos Periódicos – Identificação do Período Registro I151 – Assinatura digital dos arquivos que contêm as Fichas de Lançamento

utilizados no período Registro I155 – Detalhes dos Saldos Periódicos

Onde se lê: COMPOSIÇÃO DOS LIVROS:

TIPOS DE ESCRITURAÇÃO (CONFORME REGISTRO I010)

REGISTRO G R A B Z

.....

I030 O O O O O

.....

I350 F F F F F

I355 F F F F F

.....

J900 O O O O O

Leia-se COMPOSIÇÃO DOS LIVROS:

TIPOS DE ESCRITURAÇÃO (CONFORME REGISTRO I010)

REGISTRO G R A B Z

.....

I030 O(5) O(5) O(5) O(5) O(5)

.....

I151 N N N F N

.....

I350 F F N F N

I355 F F N F N

.....

J900 O(5) O(5) O(5) O(5) O(5)

(1) = Obrigatório, se existe o registro 0150 (2) = Obrigatório, se existe o registro I350 (3) = Obrigatório, se existe o registro I150 (4) = A obrigatoriedade definida pelo órgão encarregado da manutenção do plano de contas referencial (5) = Registro obrigatório para as pessoas jurídicas sujeitas a registro em órgãos de registro do comércio

Onde se lê:

Regras de validação específicas ..... REGISTRO I012

Page 75: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

Campo Descrição Tipo Tamanho Decimal Valores válidos

Obrigatório Regras de validação do campo

COD_HASH_AUX

Código Hash do arquivo correspondente ao livro auxiliar utilizado na assinatura digital.

C - - - Não [REGRA_CAMPO_ COD_HASH_AUX _OBRIGATORIO

..... REGISTRO J800

REGISTRO J800: OUTRAS INFORMAÇÕES Regras de validação do registro

Nível Hierárquico – 3 Ocorrência – 1:1 Campo(s) chave: [REG]

...... REGISTRO J930

Campo Descrição Tipo Tamanho Decimal Valores válidos

Obrigatório Regras de validação do campo

IND_CRC Número de inscrição do contabilista no Conselho Regional de Contabilidade.(*)

C 011 - - Não [REGRA_OBRIGATORIO_CONTADOR

Onde se lê:

Regras de validação específicas REGISTRO I012

Campo Descrição Tipo Tamanho Decimal Valores válidos

Obrigatório Regras de validação do campo

COD_HASH_AUX

Código Hash do arquivo correspondente ao livro auxiliar utilizado na assinatura digital.

C - - - Não [REGRA_CAMPO_ COD_HASH_AUX _OBRIGATORIO

..... REGISTRO J800

REGISTRO J800: OUTRAS INFORMAÇÕES Regras de validação do registro

Nível Hierárquico – 3 Ocorrência – um (por arquivo) Campo(s) chave: [REG]

..... REGISTRO J930

Campo Descrição Tipo Tamanho Decimal Valores válidos

Obrigatório Regras de validação do campo

IND_CRC Número de inscrição do contabilista no Conselho Regional de Contabilidade.(*)

C 011 - - Não [REGRA_OBRIGATORIO_CONTADOR

.....

Tabela de Regras de validação

.....

Regras de Validação Nível 2

.....

Código da regra de validação Descrição

REGRA_VALIDA_INSCRICAO Verifica qual regra de formação do Código deve ser aplicada, a partir do preenchimento do campo COD_END_REF: para o Código “01”, executa REGRA_VALIDA_ID_BACEN; para o “02”, REGRA_VALIDA_ID_CVM; e, para o “03”, REGRA_VALIDA_ID_SUSEP.

Regras de Validação Nível 3

.....

Código da regra de validação Descrição

REGRA_DT_ALT_DATA_MAIOR Verifica se DT_ALT<=DT_FIN do Registro 0000.

REGRA_VALIDACAO_SOMA_SALDO_INICIAL Verifica se a soma de VL_SLD_INI (Registro I155) igual a zero para cada período informado no registro de período do saldo periódico (Registro I150) (considerados os indicadores de Débito e Crédito) .

REGRA_VALIDACAO_SOMA_SALDO_FINAL Verifica se a soma de VL_SLD_FIN (Registro I155) é igual a zero para cada período informado no registro de período do saldo periódico (Registro I150). (considerados os indicadores de Débito e Crédito)

Page 76: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

REGRA_VALIDACAO_DEB_DIF_CRED Verifica se a soma de VL_DEB (Registro I155) é igual à soma de VL_CRED (Registro I155) para cada período informado no registro de período do saldo periódico (Registro I150).

REGRA_VALIDACAO_VALOR_DÉB Verifica se a soma dos débitos (mês, conta e centro de custo) de lançamentos é igual o valor do campo VL_DEB no mês de saldos; (para as escriturações do tipo A, R, G).

REGRA_VALIDACAO_VALOR_CRED Verifica se a soma dos créditos (mês, conta e centro de custo) de lançamentos é igual do valor do campo VL_CRED no mês de saldos; (para as escriturações do tipo A, R, G).

REGRA_VALIDACAO_SALDO_CONTA

Verifica se a soma de todos os lançamentos do tipo encerramento de conta de resultado (campo IND_LCTO do Registro I200) para cada data (DT_RES), conta e centro de custo (considerando se é crédito ou débito) é igual ao valor do saldo final antes do lançamento de encerramento (VL_CTA) para escriturações do tipo A,R,G, (com o indicador de débito ou crédito invertido).

REGRA_VALIDACAO_CONTA_RESULTADO Verifica se, na data de encerramento, o saldo das contas de resultado (o campo VL_SLD_FIN do Registro I155) é igual a 0 .

REGRA_CONTA_SUPERIOR_NAO_SE_APLICA Verifica se, para contas cujo nível é igual a 1 não foi ser informada a conta de nível superior (COD_CTA_SUP).

REGRA_REGISTRO_OBRIGATORIO_I350 Verifica se existe lançamento de encerramento.

REGRA_QTD_REG_BLC Verifica se o número de linhas do tipo informado no campo REG_BLC (Registro 9900) é igual ao valor informado no campo QTD_REG_BLC (Registro 9900) Registro 9900 – Registros do arquivo.

Leia-se:

Regras de validação específicas ..... REGISTRO I012

Campo Descrição Tipo Tamanho Decimal Valores válidos

Obrigatório Regras de validação do campo

COD_HASH_AUX

Código Hash do arquivo correspondente ao livro auxiliar utilizado na assinatura digital.

C 40(*) - - Não [REGRA_CAMPO_ COD_HASH_AUX _OBRIGATORIO

.....

REGISTRO I151

REGISTRO I151: Hash dos arquivos que contêm as Fichas de Lançamento utilizados no período Regras de validação do registro

[REGRA_REGISTRO_OBRIGATÓRIO_I151] Nível Hierárquico – 4 Ocorrência – 1:N

Campo(s) chave:

Campo Descrição Tipo Tamanho Decimal Valores válidos

Obrigatório Regras de validação do campo

REG Texto fixo contendo “I151”. C 004 - "I151" Sim - ASSIN_DIG Hash das fichas de lançamento. C - - - Sim [REGRA_BASE64]

Observações: o hash das fichas de lançamento deve ser convertido para base64 Registro obrigatório a partir de 01.01.2010.

...... REGISTRO J800

REGISTRO J800: OUTRAS INFORMAÇÕES Regras de validação do registro

Nível Hierárquico – 3 Ocorrência – 1:N Campo(s) chave: [REG]

...... REGISTRO J930

Campo Descrição Tipo Tamanho Decimal Valores válidos

Obrigatório Regras de validação do campo

IND_CRC Número de inscrição do contabilista no Conselho Regional de Contabilidade.(*)

C - - - Não [REGRA_OBRIGATORIO_CONTADOR

.....

Tabela de Regras de validação

.....

Regras de Validação Nível 2

..... Código da regra de validação Descrição

Page 77: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

REGRA_VALIDA_INSCRICAO Verifica qual regra de formação do Código deve ser aplicada, a partir do preenchimento do campo COD_END_REF: para o Código “01”, executa REGRA_VALIDA_ID_BACEN; para o “03”, REGRA_VALIDA_ID_CVM; e, para o “02”, REGRA_VALIDA_ID_SUSEP.

REGRA_REGISTRO_OBRIGATÓRIO_I151 Nas escriturações tipo “B”, de período inicial igual ou posterior a 01.01.2010, verifica se foi informado, pelo menos, um registro I151 para cada registro I150.

Regras de Validação Nível 3

..... Código da regra de validação Descrição

REGRA_DT_ALT_DATA_MAIOR Verifica se DT_ALT<=DT_FIN do Registro 0000.

REGRA_VALIDACAO_SOMA_SALDO_INICIAL Nas escriturações G e R, verifica se a soma de VL_SLD_INI (Registro I155) igual a zero para cada período informado no registro de período do saldo periódico (Registro I150) (considerados os indicadores de Débito e Crédito) .

REGRA_VALIDACAO_SOMA_SALDO_FINAL Nas escriturações G e R, verifica se a soma de VL_SLD_FIN (Registro I155) é igual a zero para cada período informado no registro de período do saldo periódico (Registro I150). (considerados os indicadores de Débito Crédito)

REGRA_VALIDACAO_DEB_DIF_CRED Nas escriturações G e R , verifica se a soma de VL_DEB (Registro I155) é igual à soma de VL_CRED (Registro I155) para cada período informado no registro de período do saldo periódico (Registro I150).

REGRA_VALIDACAO_VALOR_DÉB Verifica se a soma dos débitos (por mês e conta) de lançamentos é igual o valor do campo VL_DEB no mês de saldos; (para as escriturações do tipo A, R, G).

REGRA_VALIDACAO_VALOR_CRED Verifica se a soma dos créditos (por mês e conta) de lançamentos é igual do valor do campo VL_CRED no mês de saldos; (para as escriturações do tipo A, R, G).

REGRA_VALIDACAO_SALDO_CONTA

Verifica se a soma de todos os lançamentos do tipo encerramento de conta de resultado (campo IND_LCTO do Registro I200) para cada data (DT_RES) e conta (considerando se é crédito ou débito) é igual ao valor do saldo final antes do lançamento de encerramento (VL_CTA) para escriturações do tipo R,G, (com o indicador de débito ou crédiinvertido).

REGRA_VALIDACAO_CONTA_RESULTADO Verifica se, na data de encerramento, a soma do saldo de cada conta de resultado (o campo VL_SLD_FIN do Registro I155) é igual a 0.

REGRA_CONTA_SUPERIOR_NAO_SE_APLICA Verifica se, para contas cujo nível é igual a 1 não foi informada a conta de nível superior (COD_CTA_SUP).

REGRA_REGISTRO_OBRIGATORIO_I350 Verifica se existe lançamento de encerramento (nas escriturações G e R).

Anexo E - Plano de Contas Sped

Código Descrição 1 *** Ativo ***

101 Ativo Circulante

10101 Disponibilidades

10103 Clientes

10105 Créditos

10115 Estoques

10117 Despesas do Exercício Seguinte

10121 Contas Retificadoras

107 Ativo não Circulante

10700 Realizável a Longo Prazo

10701 Investimentos

10704 Imobilizado

10705 Intangível

10707 Diferido

2 *** Passivo ***

201 Passivo Circulante

Page 78: SPED - O impacto da implantação da nota fiscal eletrônica para a contabilidade no Brasil

20101 Obrigações de Curto Prazo

203 Passivo não Circulante

20301 Obrigações de Longo Prazo

20302 Receitas Diferidas

207 Patrimônio Líquido

20701 Capital Realizado

20704 Reservas

20705 Ajustes de Avaliação Patrimonial

20707 Outras Contas

3 Resultado Líquido do Período

301 Result Líq do Período Antes do IRPJ e da CSLL

30101 Resultado Operacional

30103 Outras Receitas e Outras Despesas

30105 Participações

302 Provisão para CSLL e IRPJ

30201 Provisão para CSLL e IRPJ

6 Sistema Auxiliar de Contas

6.01-7 Apuração do Exercício 6.02-5 Balanço de Abertura