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espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano III . n.º13 . Trimestral . Dezembro 2008 pessoas a sentirem pessoas

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espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno III . n.º13 . Trimestral . Dezembro 2008

pessoas a sentirem pessoas

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2 Obra Diocesana de Promoção Social

Obra em 3D

dignidade,determinaçãoe dinamismo

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3Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Ficha Técnica

Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Belmiro Teixeira, Manuel AmialDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ana Rita Mota, Andreia Vasconcelos, Aurora Rouxinol, Belmiro Teixeira, Bernardino Chamusca, Confhic, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, Dra. Maria Barroso Soares, Filomena Semana, Frei Bernardo Domingues, João Pratas, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre Lino Maia, Paulo Lapa, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Prof. Eugénio da Fonseca, Rosa Maria Seabra, Sara Cardoso, Susana Carvalho.Gráfica - CLARET, Companhia Gráfica do Norte, www.graficaclaret.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO

Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555

04 - Editorial Manuel Amial

05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente

06 - Solidariedade Humana e Social Américo Ribeiro

08 - 2008 - Um reencontro com a Obra Diocesana... Padre Lino Maia

09 - A Generosidade na Afectividade Sua Revª. D. João Miranda

10 - Igualdade na diversidade Bernardino Chamusca

11 - O desabrochar de um bem imparável Professor Daniel Serrão

12 - Testemunho Vivo Manuel Tavares

15 - O Conceito da Solidariedade no Fazer Professor Eugénio da Fonseca

16 - Nascerá o Príncipe da Paz? CONFHIC

17 - Visita do Director do Centro Distri-tal da Segurança Social do Porto Belmiro Teixeira

18 - Festa de Natal dos Filhos dos Colaboradores João Pratas / Mónica Carvalho

20 - Fazer a Diferença Teresa Souza-Cardoso

23 - Leilão de Beneficência João Pratas / Mónica Carvalho

24 - Nós por dentro Sara Cardoso

27 - Visita a Santa Cruz do Douro João Pratas / Mónica Carvalho

28 - Dia do Idoso Manuel Amial

30 - Pão por Deus João Pratas / Mónica Carvalho

32 - Dom de Deus - Pão por Deus Padre Lino Maia

33 - Chama da Solidariedade João Pratas / Mónica Carvalho

36 - Mensagens para o Espaço Solidário

38 - Escola de Valores - Viver Melhor João Pratas / Mónica Carvalho

39 - Festa da Solidariedade João Pratas / Mónica Carvalho

Sumário

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Obra Diocesana de Promoção Social4

EditorialA Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou no ano de 2000 a “De-

claração do Milénio”, na altura subscrita por 189 Estados-Membros.

Portugal assinou este compromisso há oito anos pela mão do então Presi-

dente da República Dr. Jorge Sampaio.

Essa Declaração definiu os oito “Objectivos de Desenvolvimento do Milé-

nio”, com dezoito metas, um compromisso a atingir até 2015.

Tal Declaração resultou de uma série de conferências que ocorreram du-

rante a década de noventa e que teve como ponto alto o encontro “Cúpula do

Milénio” em que foram discutidos os principais problemas mundiais, com base

num relatório preparado sob os auspícios do anterior Secretário-Geral das Na-

ções Unidas, Kofi Annan.

O primeiro destes Objectivos é erradicar a pobreza extrema e a fome.

As metas então definidas foram reduzir a metade, entre 1990 e 2015, a

proporção de pessoas com rendimento inferior a um dólar/dia e a proporção de

pessoas que sofrem de fome.

Segundo os dados vindos recentemente a publico, Portugal não está a

cumprir os compromissos que assumiu em Setembro de 2000 em relação à luta

contra a pobreza e está longe de consagrar para esse fim os 0,7% do PIB que se

comprometeu a atingir até 2015.

Ainda segundo esses dados Portugal neste momento deveria estar a

afectar 0,36% do PIB, estando apenas a canalizar 0,22% da riqueza nacional

para esse objectivo.

Perante as situações cada vez mais gritantes de pobreza e exclusão so-

cial que alastram na nossa sociedade, todos nós temos de tomar consciência

deste desafio e deste compromisso para que a luta contra a pobreza seja um

objectivo e assuma uma questão de Estado no nosso País.

E este tempo de Natal, em que todos nós, estamos mais sensíveis à soli-

dariedade, deve ser por todos aproveitado para colocar no topo da agenda este

Objectivo, sensibilizando a sociedade e os nossos governantes para que ele seja

porfiado sem desfalecimentos e venha a ser alcançado o mais breve possível.

A Obra Diocesana de Promoção Social tem vindo a empenhar-se de forma

muito forte no cumprimento deste Objectivo e a contribuir para dar a resposta

social ao seu alcance para minorar este flagelo.

Ainda recentemente, no desenvolvimento do Projecto Apoio a Famílias “Pão

Por Deus”, de iniciativa da Diocese do Porto, afectou sessenta mil euros para mino-

rar as situações de pobreza e de exclusão social da sua área de acção.

Um trabalho importante e solidário!

Aproveito para desejar a todos um SANTO NATAL COM PAZ E SOLIDA-

RIEDADE!

Manuel Amial

Tempo de Natal Um olhar mais

acutilante na luta contra a pobreza

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Mensagem

Caríssimos,

Dezembro é sempre um mês especial.

Acaba um ano, anuncia-se outro, na roda imparável do tempo, dos projectos e dos sonhos.

Também dalgum desgaste de vidas e desilu-sões, infelizmente.

Mas a 25 é Natal, naquela Criança que nasce reencontra-se a esperança do mundo, mais forte do que qualquer desilusão. De algum modo, reaprendemos todos que Deus está connosco e que, por isso mesmo, venha a cruz que vier - logo ou daí a trinta e três anos -, nada poderá vencer a vida e a vontade de refazer as coisas, nas pessoas, nas famílias e na sociedade inteira.

No presépio de Belém abriu-se definitivamente um “espaço solidário”, que a ressurreição de Cristo alargou ao mundo todo!

Que podemos encontrar também em cada Centro da nossa Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS).

Desejo do coração a todos e cada um/a dos Responsáveis e Colaboradores da ODPS um Natal cheio de alegria e paz, na certeza de que concretizam da melhor forma o anúncio de Belém: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados!”.

Convosco, sempre,

+ Manuel Clemente

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 5

IN LUMINE TUO

D. Manuel ClementeBispo do Porto

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Momento do Presidente

Olhar o outro como irmão é

paradigma do cristão, do crente, do

verdadeiro cidadão.

Nesta altura, época natalícia,

toada de Paz, tempo do Advento,

naturalmente, alarga-se o campo do

pensamento, do conhecimento, da

criatividade, da sensibilidade.

Fortalece-se o contexto para

a meditação, para a introspecção,

para a auto-observação.

Apoiado na fé cristã, Advento

traduz-se pela preparação, a espera

da chegada do Messias, Jesus Cris-

to, todos o sabem, pois é motivo de

incomensurável alegria!

Então, o mundo dos signifi-

cados ilumina a inteligência dos ho-

mens e um novo rumo de vida pode

acontecer.

O Natal faz vivenciar e par-

tilhar clima festivo, humano e espi-

ritual, que, de um modo espontâ-

neo, dulcifica e anima os corações,

tornando-os mais sensíveis, mais

susceptíveis à transformação, ao

salto da mudança, tendo na mira o

Bem pelos outros e que reverte, for-

çosamente, em benefício próprio,

perspectivando o que transcende o

material.

Neste cenário, um espaço

privilegiado pode ser ocupado pela

Solidariedade Social e Humana.

Esta recebe impulsos notá-

veis concorrendo, com relevo, para dar resposta, temporariamente, de aten-

dimento a número avultado de famílias carecidas.

Mesmo assim, numerosos grupos passarão as Festas Natalícias

na exclusão, no esquecimento, na tristeza.

Esta situação é e será uma verdade, infelizmente, a ofuscar impres-

sionantemente a tranquilidade na nossa sociedade, na sociedade portugue-

sa e em muitos outros países de todos os continentes.

Mas ainda que sejam transitórios, quaisquer gestos e acções no sen-

tido de apoiar, de ajudar os mais desamparados e fragilizados, os que não

têm voz activa para se proteger e defender, ou seja, o nosso irmão pobre,

são apreciáveis!

Um grão de caridade minora o sofrimento, ainda que represente li-

mitação!

As grandes mensagens têm de passar para a prática, para o exercí-

cio relevando a consciência e o espírito de servir!

Na energia e no entusiasmo do Advento e do Natal, a nossa vontade

de ampliar e fortalecer o Amor ao Próximo, leva-nos a transpor para a acção

as profundas mensagens destes períodos litúrgicos encantadores.

Podemos, então, torná-la efectiva, convertê-la em hábito salutar no

nosso dia a dia e se nos associarmos a grupos organizados ou em vias

de se organizar, as possibilidades de ajuda atingirão outra medida e outro

alcance.

O serviço voluntário, em prol da causa humana, é uma urgência,

cada vez mais requisitada, e uma mais valia na consciência de valores de

sociabilidade, de solidariedade e do bem comum.

Advento é promessa, anúncio, expectativa, reflexão, olhar, descober-

ta, socorro, protecção!

Para acolhermos Jesus temos de acolher o nosso irmão!

Oferecer, a quem oferece, é lindo e agradável, mas não passa de

uma troca!

O importante e que contabiliza a nosso favor é oferecer a quem

não nos pode retribuir!

A recompensa desta dádiva, que se posiciona na verdadeira dimen-

são do amor, surge da satisfação de poder auxiliar para ver o outro feliz.

O Advento, no quotidiano da nossa vida, vivendo na fé, na esperança

Solidariedade humana e social

Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS

Obra Diocesana de Promoção Social6

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e no amor acontece na Solidariedade que prestamos, que disponibilizamos,

que vai ao encontro de uma medida de remediação, que vai ao encontro da

melhoria das condições, das necessidades básicas daquele, daqueles que

moram ao nosso lado e estes estão a aumentar em número e diversidade de

problemas.

Ainda há dias, uma das responsáveis do Banco Alimentar contra a

Fome testemunhou a este respeito.

O Amor e as homenagens a Jesus, não terão sentido nem razão, se

não se concretizarem na pessoa do outro e, muito particularmente, daquele

que precisa de nós.

Esta responsabilidade social é um despertar da consciência daque-

les homens que assumem a postura de comprometimento de olhar à sua

volta, ver com amplitude, sentir e agir em conformidade com os desígnios e

critérios de Deus.

Inscrevem-se neles a solidariedade junto dos que nos rodeiam, tendo

uma latitude próxima e a solidariedade universal, pensando e ajudando os

que se distanciam de nós, pois vivemos num mundo globalizado, que coloca

novas exigências ao nosso saber ser.

Segundo Leonel Correia Pinto, o ser humano nasce com os três es-

quemas mentais: conhecer, sentir e agir.

Neste funcionamento e organização insere-se o altruísmo, a bondade,

a caridade, a filantropia, a partilha, o fazer solidário, viabilizando soluções,

respostas válidas a ocorrências pontuais ou com outra substância: acom-

panhando, permanentemente, as situações difíceis nos diferentes domínios

para positivá-las, empregando o conhecimento, a sensibilidade e a acção.

O estar atento à condição humana e à mutação vertiginosa dos tem-

pos de hoje, que deixa pouco espaço para ver, pensar e transformar, orga-

niza um desafio permanente e uma preocupação incessante, no sentido de

construirmos uma sociedade cada vez mais humanizada, igualitária e mais

fraterna e uma cultura, que se possa regular pelos princípios que defendem

a justiça social, onde cada pessoa seja o objecto principal de promoção e

expressão do maior respeito e dignidade.

Se uma cultura se distancia dos exercícios da solidariedade, como

referência fundamental, não conseguirá um resultado feliz.

A solidariedade tem o carácter de instância ética na medida em que

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 7

se transforma no requisito posto a

todos no sentido de transferir para

as relações recíprocas o segredo e a

lógica da experiência de vida.

Cada um de nós tem o dever

de contribuir para esse processo de

construção, que se vai alcançando,

a pouco e pouco, mediante o esforço

e a mobilização que se possa legar.

As diversas instituições, es-

tatais e particulares, por si só, não

conseguem corresponder às neces-

sidades que assomam.

Todas as mãos, todos os es-

forços, todas as forças, congrega-

dos e imbuídos de crer e coragem,

são precisos para atenuar as desi-

gualdades e os contrastes sociais,

praticando a maravilhosa tarefa de

aperfeiçoar a sensibilidade à dor hu-

mana num gesto de amor.

Uma acção Solidária, inspira-

da no advento, prosseguida no Na-

tal, pressupondo que Natal é cada

um dos dias do ano, trará a felicida-

de e sublinhará a grande máxima da

vida:

VIVER É SERVIR!

Um Natal com as mais lin-

das bênçãos celestes!

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Obra Diocesana de Promoção Social8

Um reencontro com a Obra Diocesana…

Na década de sessenta, “na

cidade invicta”, decorria a época das

construções de bairros sociais, no-

meadamente para desactivar as cha-

madas “ilhas” e alguns disseminados

“bairros de lata”. O município já era

um grande proprietário de casas nas

quais residia uma população que ul-

trapassaria os 40 milhares.

A Câmara “dava a cana”

(construía): tornava-se imperioso e

urgente “ensinar a pescar” (trabalhar

as populações).

Exactamente “idealizada” para

“ensinar a pescar” e concretizada no

encontro de vontades entre a Câmara

Municipal do Porto, o Governo Civil e

o Episcopado, a Obra Diocesana de

Promoção Social depressa se conver-

teu no principal promotor social nos

bairros da cidade, intensificando uma

liderança laboratorial de respostas

sociais que, num trabalho de comu-

nhão com outras experiências, viria a

consagrar-se como verdadeiro padrão

nacional de acção social. A formata-

ção hodierna de muitas respostas so-

ciais tem no modelo de intervenção da

Obra Diocesana a sua matriz.

Se a vocação das Instituições

de Solidariedade se realiza mais na

proximidade do que na dimensão,

desde os seus alvores, porém, a Obra

Diocesana conseguia aliar a sua di-

mensão à proximidade (com os seus

dezoito espaços marcou presença

em doze bairros sociais e cada um

dos seus doze centros foi dotado da

autonomia suficiente para se adaptar

às características das populações a

que era chamado a servir).

Foi assim que, à distância,

vi nascer e afirmar-se a Obra Dio-

cesana…

Ao longo das quatro décadas

da sua existência a Obra Diocesana

enfrentou uma pluralidade de situa-

ções: dirigida sempre por dedicados

e competentes voluntários, teve de se

estruturar, teve de crescer, teve de se

adaptar à pluralidade de situações

que enfrentava, teve de lidar com as

febres do PREC (processo revoluciná-

rio em curso, dos idos anos setenta) e

teve de se consolidar. Num percurso

nem sempre fácil, mas numa via que

jamais se desviou do seu sentido úni-

co: preferencial serviço das popula-

ções mais carenciadas.

Uma das maiores dificuldades

da sua já assinalável história terá sido

aquela que bateu à sua porta nos

anos noventa, quando sérios proble-

mas de sustentabilidade, nomeada-

mente, lhe proporcionaram manche-

tes na comunicação social. Preito ao

D. Armindo que a privilegiou na sua

atenção e a dotou com meios e com

uma equipa directiva que a fez emer-

gir de uma situação em que parecia

irremediavelmente condenada.

Foi assim que encontrei a

Obra Diocesana no final daquela dé-

cada …

Ultrapassada com mestria

essa emergência, a Obra Diocesana

Padre Lino Maia

apresenta-se, agora, entre outras, com

características que a recolocam na li-

derança da acção social solidária:

- Afirma-se devidamente iden-

tificada na sua eclesialidade (tanto na

sua alma como na sua acção, a sua

matriz cristã está bem presente);

- O deve e o haver da sua ges-

tão estão bem enquadrados numa

sustentabilidade que lhe permite as-

sumir o presente e olhar o futuro com

ousada determinação;

- Sabe aparecer, sabe estar e

sabe ser querida, com uma visibilida-

de que honra a Igreja que lhe deu ser

e missão;

- Nos mais de dois milhares de

utentes tem um permanente desafio

à qualidade e à melhoria de serviço

que capazmente enfrenta e assume;

- Inovando responsavelmen-

te, abre-se a novas solicitações com

novos serviços, outras valências e o

alargamento de cuidados a outros

que não exclusivamente os seus

utentes.

E isso graças aos seus mais

de quatrocentos colaboradores que

diariamente “vestem” a camisola da

Instituição, graças à sua diligente e

generosa Liga de Amigos, graças à

sua dedicadíssima e pródiga equipa

directiva e graças ao solícito apoio

do Bispo diocesano que tão cedo co-

nheceu a Obra Diocesana como logo

a amou.

É assim que agora reencontro

a Obra Diocesana…

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Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 9

A afectividade humana é um assunto importante. A afectividade é matéria

fluida e delicada. Os afectos possuem uma dinâmica misteriosa em que acções

e reacções se sucedem, se opõem, se neutralizam, se favorecem, se sobre-

põem e todas estas alternativas buscam um equilíbrio espiritual que permita à

pessoa uma normalidade e comportamento para consigo mesma e para com os

demais (Dicionário de espiritualidade I, 55))

Afectos… Estão na moda os afectos. Não falta até quem confie dema-

siado nos afectos e sobre eles construa o futuro ou tente fazê-lo. Os afectos são

lábeis. Vão e vêm. São instáveis.

O homem e a mulher, constituídos à imagem e semelhança de Deus, não

vivem só de afectos. São seres racionais, dotados de inteligência e vontade e

de uma consciência que é mestra da vida e lugar de reflexo do comportamento

humano.

Isso não significa que os afectos não sejam importantes. Fazem parte da

personalidade humana. São importantes no casamento como na vida consagra-

da, como em qualquer relacionamento doméstico ou social.

Daí a importância de aprender a cruzar a capacidade afectiva com a

generosidade do coração. Também o coração é enganador e traiçoeiro.

Quem se dedica ao serviço do próximo em qualquer escalão da vida, na

casa de família, na escola, nas relações sociais e também no serviço social com

crianças, jovens ou idosos, precisa de saber regular o humor e cruzar afectos

e generosidade com o trabalho. A generosidade permite muitas vezes usar os

afectos humanos em prol do próprio equilíbrio e do bem do próximo

Há pessoas frias nas suas relações. Há pessoas demasiado afectivas.

Há quem esteja sempre mal-humorado. A vida é assim, como as estações do

ano, ora quentes ora frias ora a meio termo. Mais uma vez o que é importante é

saber agir como pessoa e aprender a tratar com as pessoas que são o tecido

mais nobre da criação.

O modelo é, em primeiro lugar, Jesus Cristo. Não consta expressamente

que tenha rido, mas sorriu com certeza, chorou por Lázaro morto, acolheu a

mulher adúltera e a samaritana. Foi a casa de Mateus e de Zaqueu, conversou

muitas vezes em particular com o grupo dos discípulos… Era um homem! Cheio

de afectos bem regulados, mas possuído de uma generosidade capaz de ir em

busca da ovelha perdida e trazê-la aos ombros, capaz de sofrer por causa dos

outros e, aí, foi até ao fim, isto é, até dar a vida.

Mas não faltam outros modelos na história dos homens, como Paulo de

Tarso, Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Madre Teresa de Calcutá… Todos

eles encontraram na riqueza da sua

afectividade ajuda preciosa para a

sua santidade e acção missionária.

A instabilidade emotiva preci-

sa de ser “curada” pela graça, para

poder reagir ao meio adverso em que

por vezes a pessoa se encontra.

Afectos sem compromisso,

sem generosidade, sem capacidade

de sacrifício, não valem quase nada.

Esfumam-se como a neblina da ma-

nhã. Por isso anda o mundo em crise.

Confiou demais nos bens perecíveis

e em afectividades passageiras. E o

que temos aí? Famílias destabiliza-

das, não suficientemente apoiadas,

apesar de muitas promessas. Temos

aí uma crise social indefinida e, há

muito, previsível. Temos aí mais dis-

tância entre ricos e pobres. E não é

culpa só da crise financeira. São ou-

tros alicerces que estão em causa.

Construir sobre a areia ou em bases

legais “progressistas”, para imitar o

estrangeiro, é um desastre. Mais ve-

remos no tempo que se segue. Infe-

lizmente!

+João Miranda

D. João Miranda

A generosidade na afectividade

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Obra Diocesana de Promoção Social10

Igualdade na diversidade

Este número do “Espaço So-

lidário” sairá da tipografia em pleno

tempo de Natal.

Tempo que muito pode con-

tribuir para valorizar a diversidade da

Humanidade e dela fazer trampolim

para a igualdade.

Por muito que tenhamos pre-

sente a noção fundamental da igual

dignidade de cada pessoa perante a

lei (e, para os crentes, que vão mais

alto, perante Deus), a verdade é que

a diversidade, na maioria dos casos,

lançando um rápido olhar pelo mun-

do, contribui para a desigualdade.

No entanto, cada um de nós

é exemplo vivo de diversidade, seja

na sua identidade corpórea, seja nas

facetas da sua personalidade. Desta

riqueza somática e psicológica se faz

a identidade de cada um. Da diversi-

dade, a unidade!

Permito-me, a este propósito

recordar aqui um belíssimo texto de

Paulo de Tarso, texto com quase vinte

séculos que mantém toda a sua ac-

tualidade.

Escrevia Paulo de Tarso aos

cristãos da cidade de Corinto, onde

passou alguns anos a evangelizar,

ganhando o pão de cada dia como

fabricante de tendas, em casa de

Priscila e Áquila. E escreve também

para cada um de nós:

«O corpo não é composto de

um só membro, mas de muitos. Se o

pé dissesse: “Uma vez que não sou

mão, não faço parte do corpo”, nem

por isso deixaria de pertencer ao

corpo. E se o ouvido dissesse: “Uma

vez que não sou olho, não faço parte

do corpo”, nem por isso deixaria de

pertencer ao corpo. Se todo o corpo

fosse olho, onde estaria o ouvido? Se

todo ele fosse ouvido, onde estaria o

olfacto?

Deus, porém, dispôs os mem-

bros no corpo, cada um conforme

lhe pareceu melhor. Se todos fossem

um só membro, onde estaria o cor-

po? Há, pois, muitos membros, mas

um só corpo. Não pode o olho dizer

à mão: “Não tenho necessidade de

ti”, nem tão pouco a cabeça dizer

aos pés: “Não tenho necessidade

de vós.” Pelo contrário, quanto mais

fracos parecem ser os membros do

corpo, tanto mais são necessários.»

(1ª Carta aos Coríntios, 12.)

Quer isto dizer que a diver-

sidade não só não é um mal, como,

pelo contrário, contribui essencial-

mente para a causa da igualdade,

desde que cada um dos elementos

que compõem um grupo social en-

tenda que, apesar de diferente, faz

parte do mesmo corpo.

O que faltará, por vezes, é a

capacidade de todos e cada um de

nós ser capaz de reconhecer que a

diversidade do outro é complementa-

ridade e enriquecimento para mim.

Neste enquadramento, de-

vemos salientar, como exemplo de

Bernardino ChamuscaPresidente do Conselho de Administração da ODPS

solidariedade, a iniciativa do Bispo

do Porto a que a ODPS deu corpo, o

“Pão por Deus” que contribuiu, ainda

que transitoriamente, para que cerca

de 700 pessoas se tenham sentido

mais iguais no contexto social em que

se inserem.

Prova disso foi o sorriso teste-

munhado no rosto de muitas pessoas

que na sua diversidade se sentiram

mais iguais àquelas que as rodeiam.

Como belo foi, certamente,

o sorriso daqueles que, dando um

“exemplo de espírito de equipa, co-

operação e empenhamento” se dedi-

caram à entrega do «Pão por Deus».

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11Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Quem ler este título ficará a

pensar a que bem estarei a referir-

me

Pois bem, vou esclarecer o

meu desígnio: refiro-me ao bem im-

parável que é o amor pelos outros,

particularmente pelos que sofrem, no

corpo ou no espírito, e precisam de

ajuda.

No nosso País e noutros paí-

ses de cultura modernista os cida-

dãos consideram que não é seu de-

ver ou preocupação, ajudarem quem

está necessitado. Pagam os seus

impostos, dizem, e portando é ao Es-

tado que cabe a obrigação de ajudar

os necessitados.

Mas o Estado é uma entidade

abstracta e as pessoas carentes são

pessoas concretas que vivem e so-

frem no meio de nós.

A Igreja Católica assumiu,

sem ambiguidades, que cabe aos

católicos acolherem o sofrimento dos

doentes e apoiarem todos aqueles

que, pelos azares da vida, se vêem

em dificuldades

S. João de Deus é um exem-

plo e as Misericórdias são uma prova

desta postura dos católicos.

Mas os tempos mudaram e

o Estado Social paternalista desejou

encarregar-se de ser o protector e

defensor dos necessitados. Nalguns

até com exclusão de qualquer parti-

cipação das organizações conotadas

com a Igreja.

A breve trecho se concluiu

que apoiar os necessitados não é

tarefa para burocratas com alma de

funcionários públicos. Nem depende

apenas de haver verbas para distri-

buir.

Apoiar quem precisa de ajuda

tem de ser um acto de amor pelo ou-

tro que é meu igual, meu irmão. Sem

paternalismo que espere a subservi-

ência, sem arrogância que provoque

a humilhação do que recebe.

O que é dado com amor é re-

cebido com alegria.

Assim vejo a acção da ODPS

e a postura dos seus dirigentes que,

em toda a sua acção, procuram sus-

citar, em todos os seus colaborado-

res, a capacidade de fazerem de-

sabrochar a flor viçosa de um bem

imparável.

O do amor que se dá aos ou-

tros, em total desinteresse pessoal.

O desabrochar de um bem imparável

Professor Daniel Serrão

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Obra Diocesana de Promoção Social12

Manuel Tavares

Caros Amigos e Companhei-

ros na Doença e na Vida

(Chamo-me Manuel Tavares,

vou fazer 59 anos a 18 de Janeiro

de 2009, moro no Largo das Airas) e

meses atrás fui abordado por respon-

sáveis do Movimento Sócio-Caritativo

da Paróquia de São João de Ver no

sentido de dar testemunho da minha

condição de doente oncológico e as-

sim da minha qualidade de pessoa

que desde há três anos luta contra

um cancro na próstata.

Depois de pensar sobre esse

convite – que foi, ao mesmo tempo,

um desafio – decidi vir dar o meu tes-

temunho, mas com uma condição:

- não parecer ou passar por

exemplo, referência, símbolo, modelo,

resistente ou herói!

Ou seja, estou aqui apenas

como pessoa cujo corpo está grave-

mente ferido, mas que, apesar dessa

limitação, luta pela vida.

Estou aqui apenas como ho-

mem e como doente, não mais nem

menos do que todas as outras pes-

soas, saudáveis ou não, na aparên-

cia ou na realidade, embora todos

sejamos diferentes - porque essa é a

marca que Deus imprime em cada um

de nós, sua criação.

Estou aqui para partilhar a

minha experiência, para dar força e

esperança a quem sofre, para esti-

mular e engrandecer quem ajuda os

Testemunho Vivo

que sofrem e para notar que a doença

é uma oportunidade para exercitarmos

as nossas capacidades, para sublimar-

mos os nossos afectos, para valorizar-

mos os outros, para recentrarmos as

prioridades e objectivos da nossa vida,

e até para conhecermos os nossos li-

mites.

Como podemos deduzir do

Evangelho de hoje, a doença permite-

nos - como Jesus, o filho de Deus que

experimentou o sofrimento humano

levado ao limite da loucura e do es-

cândalo - expulsar do “templo”, que o

nosso corpo também é, os “vendedo-

res de bois, de ovelhas e de pombas, e

os cambistas sentados às bancas” da

superficialidade, do egoísmo, da irres-

ponsabilidade, da falta de considera-

ção e de respeito pelo outro, do mer-

cantilismo, da vaidade e do orgulho, da

insensibilidade, enfim, do desperdício

da vida.

Como cheguei até aqui?

Filho de pai que morreu como

consequência de cancro na próstata,

há cerca de vinte anos, nunca fiz os

exames médicos recomendados por

essa experiência familiar, nunca liguei

a conselhos que mandam vigiar a prós-

tata a partir de certa idade, nunca dei

importância a pontuais picadas em os-

sos da zona pélvica – e numa manhã

de Novembro de 2005, após me ter

deitado com um inchaço anormal da

barriga, acordei a urinar sangue.

Preocupado, fiz o que médicos

amigos e especialistas recomendaram:

análises, exames e biopsia; biopsia

com resultado claro e definitivo: cancro

na próstata.

Perante tal, disse-me:

- Calma, Manuel. Isto é para

ti. Poupa a família e os amigos que te

amam. Vai à luta …

Para me posicionar diante de

tão grave doença, e combatê-la tam-

bém com as minhas próprias forças,

a par do devido acompanhamento

médico e hospitalar, disse-me a mim

mesmo:

- vivo num prédio de aparta-

mentos e tenho como vizinho um fulano

desejoso de me irritar, fazer sofrer, in-

comodar. Por isso, vou fazer tudo para

que o fulano não consiga levar a dele

avante …

Ao mesmo tempo que me pre-

parava mentalmente para enfrentar a

doença, e evitava preocupar os meus,

comportando-me com a naturalidade

possível, passei a ser assistido no IPO-

Porto, fundado pelo nosso conterrâneo

Dr. José Guimarães dos Santos, filho

da falecida Palmirinha de Paçô e irmão

do Fernando do Tribunal da Feira.

Em 2006, primeiro ano de tra-

tamento no IPO-Porto, fui sujeito a hor-

monoterapia; tratamento que embora

tivesse consequências, não provocava

nem incómodos, nem dores, nem limi-

tações a um dia a dia relativamente

Igreja paroquial de são joão de ver – 9 novembro 2008

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normal (para além de não dar nas vis-

tas, principalmente pelo emagrecimen-

to, queda de cabelo e cor da pele).

Do princípio de 2007 até Se-

tembro deste ano, fiz dois ciclos de

quimioterapia – e aqui, sim, a coisa foi

dura e bruta.

A quimioterapia é como um tou-

ro enraivecido: ataca tudo e todos, e foi

o que me fez, principalmente aos ou-

vidos e à capacidade auditiva, à boca

e ao paladar, aos dentes e respectiva

resistência e segurança, ao peso, à

acuidade visual, à massa muscular

e ao andar, às unhas (e até um medi-

camento destinado a proteger-me os

ossos, resolveu atacar-me o osso facial

esquerdo, obrigando a cirurgia feita

sob anestesia local e por isso opera-

ção pavorosamente sentida) …

Apesar dessas vicissitudes,

consegui aguentar-me.

- primeiro porque era minha

obrigação lutar contra a doença, um ini-

migo instalado dentro de mim próprio;

- depois porque a minha família

toda, quer do meu lado quer do lado da

minha mulher, e em particular a minha

esposa e os meus filhos, me mereciam

esse esforço e sacrifício;

- também porque esse comba-

te foi ajudado pelas muitas e extraor-

dinárias manifestações de apreço, de

estímulo, de afecto e de solidariedade

recebidas de amigos;

- e finalmente porque eu passa-

ra a ver a vida com outros e melhores

olhos: mais desprendidos, mais claros

e transparentes, mais selectivos, mais

abrangentes, mais objectivos, mais se-

renos e ponderados, enfim, muito mais

capazes de distinguir o supérfluo do

essencial.

Entretanto nunca deixei de tra-

balhar, apesar de não ter hoje as for-

ças, nem as capacidades que tinha

ontem. Continuei a trabalhar como for-

ma de afirmação pessoal e de combate

à doença - como forma de afirmação

pessoal para evitar e enfrentar os cos-

tumeiros e caridosos comentários do

género: coitado, está canceroso! E

como combate à doença através da

ocupação mental e profissional que

não deixa o cancro apossar-se de toda

a vida que temos e de todo o ser que

somos.

Portanto, a ordem que perma-

nentemente dou a mim próprio é: resis-

tir, resistir, resistir – lembrando a visão,

o conselho e a sabedoria da fantástica

e sábia mulher que conheci na minha

sogra, que muitos conheceram das

Airas como “Micas Catrina”: “nunca te

esqueças de que há quem esteja pior,

sofra mais”…

Palavras feitas verdade abso-

luta pelo visto e ouvido nos corredores

e salas de espera do IPO – “paisagem”

que me permite saber que, apesar de

tudo, não estou assim tão mal quanto

possa parecer.

Palavras de humildade e de

compreensão, essas da minha sogra,

que se tornaram duras de engolir quan-

do, em cima de uma sessão de quimio-

terapia e das suas dolorosas sequelas,

o meu filho partiu, qual cordeiro, para

os bíblicos “pastos verdejantes”, reino

da luz e da paz, no princípio da tarde

do dia 26 de Novembro de 2007 - de-

pois de ele mesmo ter manifestado à

mãe imensa preocupação por um futu-

ro familiar sem a presença de um pai

saudável.

Aí qualquer árvore racha a meio,

julgo eu, qualquer chão abre debaixo

dos nossos pés, qualquer copo esta-

la dentro da nossa boca multiplicando

milhares de pedaços que rasgam, fe-

rem, magoam profundamente – e eu

abri, como um rego na terra seca às

tumultuosas águas de inverno.

Abri para logo coser as feri-

das, porque era isso que o meu filho

queria: um pai vivo, aberto aos outros,

principalmente à mãe e à irmã, activo,

disponível, capaz de afrontar as dificul-

dades e de suportar incómodos, dores

e sacrifícios.

Por isso, na casa onde dia a dia

luto com o cancro, tenho nos cómodos

mais usados a fotografia do meu filho –

companhia que queremos permanente

e serena dentro e entre nós, até porque

sabemos que ele, no além, está a inter-

ceder por mim, a mandar-me forças, a

ajudar-me numa luta onde tenho, a par

da irmã, uma parceira de excepcional

craveira como ser humano, como enfer-

meira, como auxiliar de acção médica,

como companheira, como esposa: a

mulher com quem, vindo de Sanfins, fre-

guesia de Santa Maria da Feira, casei,

no dia 20 de Julho de 1974, na velha

Igreja Paroquial de São João de Ver.

Toda a gente tem sido fantásti-

ca comigo, do conhecido mais pobre

ou simples, ao doutor ou importante

segundo os critérios deste mundo -

mas como a minha mulher !...

Chegado aqui, perguntar-me-ão:

- e Deus? E a religião? E a fé? E

Nossa Senhora?

Bom! – como diz o salmo respon-

sarial de hoje: “Deus é o nosso refúgio e

a nossa força/ auxílio sempre pronto na

adversidade. / Por isso nada receamos,

ainda que a terra vacile/ e os montes se

precipitem no fundo do mar”…

Ou seja, eu sei que sou criação

de Deus, mas que, apesar disso, sou

também, como descendente de Adão

e Eva, frágil e efémero - barro que seca

estéril quando tocado pelo calor, barro

que se esboroa e desaparece no seio

da terra quando tocado pelo água, fo-

lha que cai ao chão logo que sopram

as primeiras ventanias do Outono.

E porque me sinto criação de

Deus - e nele tenho o princípio e o

fim – estou calmo e confiante na sua

misericórdia todos os dias revelada na

capacidade (que Ele todos os dias me

dá) de evitar a revolta e o desânimo, e

de preferir a confiança que gera forças,

esperança, vida e até alegria.

13Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

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14 Obra Diocesana de Promoção Social

O meu Deus não está lá em

cima, algures, como espectador dis-

tanciado – está comigo, a toda a hora,

no corpo fragilizado e na alma enrije-

cida pela necessidade de combater a

doença.

Muito menos vejo em Deus um

justiceiro que a partir de finais de dois

mil e cinco decidiu privar-me de praze-

res mundanos e de facilidades - para

a partir de então me castigar pelas

muitas e diversas faltas que cometi ao

longo da vida.

Isso nunca. Sempre recusei

ver em Deus um justiceiro sem comi-

seração pelos prevaricadores, ou um

Pai que apenas premeia e castiga, ou

um ser superior mas arbitrário que se

intromete na vida das pessoas, cravan-

do-as com problemas, dificuldades ou

doenças.

Deus é amor – e só assim o en-

tendo, o aceito, o quero, o respeito e o

tenho no meu quotidiano.

Aliás, só a força do amor é ca-

paz de vencer a brutalidade de uma

doença que, por melhor que seja com-

batida do ponto de vista médico, é

sempre um doloroso teste à condição

humana – e esse amor só pode ter uma

origem e um pólo de irradiação: Deus.

Deus Pai que escolheu Nossa

Senhora - através do Espírito Santo, a

Terceira Pessoa da Santíssima Trinda-

de – para nos oferecer a vida de seu

Filho, Jesus Cristo, como salvação.

Nossa Senhora a quem lembro

e recorro como Mãe. E acho que in-

vocá-la nessa condição, basta. Basta

porque não há ninguém no Mundo que

conheça tão bem a preocupação e a dor

como as mães.

Quem pode, de nós, adivinhar

a alma de Maria quando o Filho foi alvo

da maldade, da mesquinhez e da vio-

lência de poderes políticos e religiosos

que o fizeram morrer na Cruz?

Quem pode, como Maria, inter-

ceder tanto por nós?

Maria com quem converso,

mais ou menos assim:

- Mãe, diz ao teu filho para dar

um jeito nisto, porque hoje a coisa está

mesmo muito difícil …

Maria a quem não me atrevo a

sugerir “acordos”, género: se eu ficar

sem dores ou melhorar, acendo-te uma

vela, dou uma esmola, vou ao santuário

tal, rezo dois terços – postura que julgo

nada ter a ver com o respeito devido à

Mãe do Filho de Deus, mas antes com

algum interesseirismo pincelado de re-

ligioso que aparece em alturas de afli-

ção particular.

Caros Amigos e Companheiros

na Doença e na Vida.

Barro humano fragilizado pelo

cancro – quero concluir dizendo que

nós, doentes, estamos obrigados a

combater aquilo que nos diminui, inca-

pacita, fere e até nos desumaniza, por-

que fomos criados para a Vida e não

para a Morte.

Não nos esqueçamos, todavia,

de que estamos obrigados a ter um

particular cuidado com aqueles que nos

amam, cuidam, protegem e acompa-

nham.

É que eles (e elas) estão a des-

gastar e até a perder a sua vida a nosso

favor, e não é humano nem justo que se-

jamos egoístas e que só pensemos em

nós próprios.

Obrigado ao Movimento Sócio

Caritativo e obrigado ao senhor Padre

António – a quem devemos uma obra

destinada a Deus e por isso incómoda

para quem pensa a Igreja como espa-

ço de poder e para quem julga os mo-

vimentos animados pela Fé como um

campo onde alguns herdaram parce-

las especiais.

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15Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Há palavras que só se com-

preendem bem no agir. Aliás, se as-

sim não for correm o risco de ir per-

dendo o seu verdadeiro significado

e quedarem-se em meras figuras de

retórica, aproveitadas de acordo com

os interesses pessoais de quem as

utiliza. Uma dessas palavras é a “soli-

dariedade”. Tem dado para tudo. Ser-

ve para denominar sindicatos e vários

organismos governamentais.

Se atentarmos no conceito de

solidariedade dado por João Paulo II,

o mais preciso que conheço, na sua

actualíssima Carta Encíclica “Solici-

tude Social da Igreja” (1987) que no

n.º 38 a define como a “determinação

firme e perseverante de se empenhar

pelo bem comum; ou seja, pelo bem

de todos e de cada um, porque todos

nós somos verdadeiramente respon-

sáveis por todos”. Assim entendida,

a solidariedade não se pode confinar

a um mero sentimento de compaixão

nem reduzir-se a meras acções iso-

ladas e sem consequências transfor-

madoras para a vida das pessoas e

para a organização das sociedades.

É que ser solidário é ter a vontade

determinada de transformar o que

está errado, não limitando as acções

ao agir nas consequências dos pro-

blemas, mas fazendo-as incidir nas

causas que estão na origem dos

mesmos. Ser solidário é tornar a so-

ciedade mais sólida.

Não são as palavras que dão

solidez, elas podem ajudar a explici-

tar os actos, mas são estes que têm

efeitos práticos e dão credibilidade

às dissertações. Já Paulo VI, na Exor-

tação Apostólica “Evangelii Nuntian-

di” (1975) -aconselho, vivamente, a

sua leitura -, prevenia que o homem

contemporâneo escuta com melhor

boa vontade as testemunhas do que

os mestres, ou então se escutam os

mestres, é porque eles são testemu-

nhas (n.º 48).

Ser solidário é, antes de mais,

estar atento a tudo o que nos rodeia,

numa atitude interessada e interacti-

va. Ver com “olhos de ver”, ou seja,

olhar com o coração e a inteligência

e ouvir para além das palavras ditas,

melhor dizendo, escutar os apelos

dos que estão em dificuldades.

Ser solidário é estar próximo

não para ver melhor o que já se co-

nhece mas para tornar mais eficaz

a acção que se impõe. Assim, este

“estar próximo” não é uma condição

geográfica, mas de motivação. Toda-

via, é conveniente ter em conta que

a solidariedade verdadeira não pode

privilegiar de quem dela precisa à

distância em detrimento dos que são

vizinhos. Em situações mais longín-

quas ou mais perto, o ser próximo é

sempre uma atitude do coração. É ter

compaixão.

Ser solidário é partilhar o que

Prof. Eugénio da Fonseca

O Conceito da Solidariedade no Fazer

se é, o que se sabe e o que se tem.

Não é apenas dar, mas envolver-se por

inteiro. Ser parte da solução para os

problemas identificados.

Ser solidário é comprometer

com responsabilidade e determinação.

É neste sentido que a solidariedade se

torna gémea da cidadania, sendo o

exercício do voluntariado a expressão

concreta do compromisso decorrente

do ser cidadão em pleno. A participa-

ção em associações de cariz político/

partidário, de solidariedade, de cul-

tura, de ambiente, de desporto… não

esgotam o compromisso cívico devido

a cada cidadão, mas é uma forma ob-

jectiva de o concretizar.

Ser solidário é transformar o

mundo, contribuindo para «a passa-

gem de condições menos humanas

a condições mais humanas» (PP 20).

A solidariedade não é reactiva mas

propositiva, fazendo de cada um dos

seus gestos actos de denúncia das si-

tuações injustas e de anúncio de uma

ordem nova.

Para que a solidariedade seja

assim é necessário que ela se torne

cultura, investindo mais na educação

para os valores que reforce os laços

familiares, apoie a dinamização comu-

nitária e valorize mais a dimensão espi-

ritual do que a material de cada ser hu-

mano. Só assim será possível restituir

a esperança e edificar um mundo mais

humano para as gerações futuras.

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Obra Diocesana de Promoção Social16

Paz na terra aos homens

de boa vontade.

Ressoe de novo

este grito de paz na terra,

paz no coração dos homens,

e no coração do mundo!

Desça do alto a Tua paz,

especialmente nos recantos do mundo

que não sabem de paz,

que não conhecem a paz,

que não vivem a paz.

A Tua paz se levante

como o sol da manhã,

como o orvalho benfazejo,

como a água que fertiliza,

como o fogo que queima

egoísmos e rancores...

Como no princípio,

o Teu Espírito

rasgue os corações à Tua vinda,

para que surjam

testemunhas credíveis

do Teu nascimento.

Nossos lábios proclamem a justiça,

nossos passos caminhem

por sendas de Paz,

nossas mãos se abram

à solidariedade,

nossos corações repartam

ternura e perdão.

O mundo precisa de alguém

que lhe diga:

Eis o Príncipe da Paz!

Nascerá o Príncipe da Paz?

Nascerá o Príncipe da Paz?

A melhor resposta a esta interro-

gação é parar e, diante dela, confessar

que não temos resposta. Calam-se as

palavras... e somos conduzidos a uma

longa viagem, ao mais íntimo de nós.

Depois da Encarnação, nada

do que é humano pode ser indiferen-

te. Por isso, é impossível perguntar

pelo Príncipe da Paz sem perguntar

pelo mundo, pela humanidade, onde

Deus escolhe armar a Sua Tenda.

Um olhar sobre os sinais dos

últimos tempos permite-nos perceber

alguns sintomas de um mundo enfer-

mo que parece querer globalizar a in-

justiça, a violência e o terror. Intervir

nos sintomas não resolve os proble-

mas. Urge descer às raízes para, com

coragem, construir um mundo sobre

alicerces humanizadores e nunca à

margem de Deus.

É salutar não esquecer: a Paz é

urgente. A Paz nasce no coração dos

homens. A Paz é fruto da Justiça.

A obra da Justiça é a Paz.

O empenho da Justiça é calma

e segurança para sempre (Is 32,17).

Se a injustiça nos corta a res-

piração, a violência e o terror enchem-

nos de impotência e de medo.

No meio de tudo isto, nascerá o

Príncipe da Paz?

Será possível voltar ao sonho

CONFHICCongregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição

de Deus de que falam os Profetas?

O lobo habitará com o cordeiro;

o leopardo ao lado do cabrito.

A criança brincará na toca da

cobra. Não haverá mais destruição! (Is

11,6)

A história repete-se. É incrível

ver a desolação do passado retratada

no hoje que nos é dado viver:

Os mensageiros de Paz cho-

ram amargamente. Os caminhos estão

desertos.

A pessoa humana não é tida

em conta. A terra está de luto (Is 33,7).

Mas também é encorajador ou-

vir o grito à esperança:

Rejubile o deserto, fortalecei as

mãos fatigadas e dizei aos que estão

perplexos: Não tenhais medo! Eis o vos-

so Deus, que vem para salvar! (Is. 34)

O homem convenceu-se que

podia viver sem Deus.

A desilusão espelha-se numa

insaciável procura e permanente insa-

tisfação.

O mundo precisa dramatica-

mente do Príncipe da Paz.

Na nossa impotência, mas no

desejo de que todos O encontrem e

O vejam em nós, seja esta prece uma

prenda para o mundo:

Na noite do Teu nascimento, Senhor,

ecoou na terra a mensagem:

Glória a Deus nas alturas,

Qual seria o impacto de um slogan destes, na variada iluminação das nossas cidades, em tempo de Natal!

Não será que a atmosfera das nossas cidades, carregada de luzes multicolores, se ergue como um sinal, a dizer da urgência da

LUZ sem ocaso?

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Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 17

Centro Distrital Segurança Social

No passado dia 28 de Outu-

bro, a ODPS teve a honra de rece-

ber a visita do Exmo. Senhor Dr. Luís

Cunha, Director do Centro Distrital da

Segurança Social no Porto e da Exma.

Directora Dra. Maria João Bastos que,

acompanhados pela Administração

da Obra Diocesana, visitaram os 12

Centros Sociais.

A visita iniciou-se pela 9H30 e

terminou pelas 18H00.

Da Pasteleira ao Lagarteiro,

em termos geográficos os Centros

Sociais que mais se opõem nos li-

mites da cidade, foram visitados

pormenorizadamente todos os Cen-

tros, conhecendo as instalações,

trocando ideias com os funcionários,

falando com os idosos, distribuindo

e recebendo carinho das crianças,

o acompanhamento dado nos ATL’s,

admirando a atenção dispensada nos

berçários.

Sendo a Segurança Social um

dos principais parceiros da Obra Dio-

cesana na difícil caminhada encetada

para a promoção social das comuni-

dades menos favorecidas, faz todo o

sentido que regularmente seja aferido

o trabalho desenvolvido, o património

existente e acima de tudo, quais a ne-

cessidades mais prementes.

Sabemos de antemão que

não é uma visita deste género que

vai quantificar a totalidade dos servi-

ços que são dispensados aos nossos

utentes. O Apoio Domiciliário não foi

visível, sendo uma valência que lida

com o que de mais problemático te-

mos na nossa sociedade: idosos,

muitas das vezes completamente

abandonados, umas vezes na ver-

dadeira acepção da palavra, outra

vezes porque os familiares não têm

possibilidade de passar mais tempo

junto deles. Meu Deus, quantos ido-

sos a quem é mudada a fralda hoje

e passadas 24 horas, quando regres-

sa a Ajudante do Apoio Domiciliário,

constata que a fralda é a mesma?

Para muitos desses idosos

os momentos que passam com as

nossas funcionárias, são os melhores

bocados do seu dia, pois têm com

quem falar, é-lhes servida uma refei-

ção, é limpa a casa e lavada a loiça.

Pelo trabalho realizado pelo

mais de 400 trabalhadores que a

ODPS tem presentemente e pela

experiência adquirida ao longo do

mais de 40 anos de existência, apro-

veitamos as horas passadas com os

nossos ilustres convidados da Segu-

rança Social, para realçar da neces-

sidade que cada vez mais se coloca

para a construção de um Lar de Ido-

sos. Temos quantificadas centenas

de pessoas que necessitavam de

abandonar as actuais condições em

que vivem e ter um final de vida mais

feliz e digno.

Todos temos consciência que

o tempo presente e o futuro imedia-

to, são tempos difíceis, dos mais do-

lorosos dos últimos anos. Na ODPS

sentimos isto mesmo, no dia-a-dia. A

explicação científica talvez seja a de

que desde o final da II Guerra Mun-

dial em 1945, nunca mais o Ocidente

tinha vivido qualquer período de re-

cessão. E está a viver agora.

Para Portugal a situação ain-

da mais se complica, sendo Espanha

o seu principal parceiro económico

e tendo o Primeiro-Ministro espanhol

dito abertamente que estavam em re-

cessão. Significa que menos exporta-

ções iremos fazer para Espanha, que

menos produtos as nossas Empre-

sas terão que fabricar que originará

maior desemprego, que os milhares

de trabalhadores, nomeadamente da

construção civil que nos últimos anos

encontraram trabalho em Espanha

estão de volta.

Estamos convencidos, que

esta visita da Segurança Social foi po-

sitiva em todos os sentidos. Conhecer

o trabalho desenvolvido, como são

aplicadas as verbas disponibilizadas,

como se sentem os beneficiários, ad-

mirar os mais belos Centros e consta-

tar o quanto há a fazer nos que piores

condições oferecem, no fundo adqui-

rir experiência no terreno, para que a

intervenção da Segurança Social, a

todos os níveis, inclusive no diálogo

com outros parceiros importantes,

como a Câmara Municipal do Porto,

seja feito com perfeito conhecimento

de causa.

Belmiro TeixeiraVogal do Conselho de Administração

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18 Obra Diocesana de Promoção Social

O plano de actividades de

2008 da Obra Diocesana ficou con-

cluído com a realização, no passado

dia 7 de Dezembro, da Festa de Natal

dos filhos dos colaboradores da Ins-

tituição.

Esta festa, este ano na sua

terceira edição, realizou-se na Casa

Diocesana – Seminário de Vilar. Numa

tarde invernosa a alegria e a cor esti-

veram patentes nas ruas que davam

acesso ao Seminário de Vilar. A partir

das 14 horas, cerca de duas cente-

nas de crianças, acompanhadas pe-

los pais e restantes familiares, foram

chegando à festa, encontrando um

mundo de fantasia pautado pela pre-

sença de fadas, duendes, girafas e

palhaços de andas.

À recepção foi entregue a

cada criança um balão e uma estrela

e todos foram brindados com a pri-

meira actuação do grupo “A Obra a

rufar”. Este conjunto, composto por

oito crianças dos ATL da Instituição

e sob a orientação do colaborador

Ângelo Santos com os seus tambo-

res improvisados conseguiram rufar e

encantar deixando nos corredores do

Seminário de Vilar um eco de alegria.

Depois desta recepção todas as

crianças puderam escolher um leque

de actividades lúdicas variadas que

incluíam pinturas faciais, desenhos e

pintura colectiva e audição dos segre-

dos do Pai Natal na sua casinha. Este

momento foi particularmente animado

com as crianças a quererem usufruir

de todas as actividades e com os pais

a partilharem a alegria dos seus filhos.

Por volta das 15h30m entrou-se

para o Auditório onde fadas e girafas

ofereciam estrelas a todas as crianças.

O colorido e a animação espalharam-se

num ápice e depressa todos estavam

acomodados para assistir à festa.

A abrir a festa, esteve uma nova

actuação do grupo “A Obra a Rufar”,

onde ficou patente que o desafio que o

Senhor Presidente lançou para a cria-

ção de um conjunto de precursão foi

plenamente alcançado. Seguidamen-

te, decorreu a apresentação da peça

de teatro “Os Três Porquinhos e o Lobo

Mau” que, numa reinterpretação de

dois clássicos do imaginário infantil,

conseguiu captar a atenção dos mais

pequenos.

De seguida, os membros do

Conselho de Administração foram cha-

mados ao palco, altura em que o Pre-

sidente Américo Ribeiro agradeceu a

presença de todos, frisando que esta

festa era já um ponto assente no pla-

no de actividades de cada ano. Disse

também que este convívio natalício era

um reconhecimento para todos os filhos

dos colaboradores que, em virtude do

empenho profissional dos pais, muitas

vezes ficam privados da sua presença.

O momento alto da festa che-

gou quando se anunciou a entrega das

prendas. Cada criança subiu ao palco

e recebeu um brinquedo e um saqui-

nho com chocolates, tendo tido opor-

tunidade de tirar uma fotografia com o

Pai Natal. Foi gratificante presenciar a

alegria das crianças que depressa de-

sembrulharam os presentes e de ime-

diato iniciaram as suas brincadeiras.

A festa terminou com uma pa-

lavra de encerramento do Senhor Pre-

sidente que desejou a todos um santo

Natal e um feliz 2009.

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada

dos filhos dos colaboradoresFesta de Natal

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19Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

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Obra Diocesana de Promoção Social20

Aproximamo-nos, a passos

largos, de uma das mais bonitas fes-

tas do nosso calendário, o Natal, pois,

festejando o nascimento do Menino

Jesus, festeja a Paz na Terra e repre-

senta, por excelência, a festa da Famí-

lia; como tal, não podemos deixar de

festejar, também, a Obra Diocesana,

verdadeira Família de Famílias.

A Organização das Nações

Unidas (ONU) proclamou a Família

como “A mais pequena democracia

no coração da sociedade”; e é bem

verdade estar a Família na génese da

Humanidade, na construção da Socie-

dade, sendo o único garante da sua

continuidade.

Também o Concílio Vaticano II,

retomando uma imagem utilizada já,

nos primórdios do Cristianismo, chama

à Família “Ecclesia doméstica”, pois

é no seio da Família que os pais são,

pela palavra e pelo exemplo, para os

seus filhos, os primeiros arautos da fé,

sendo o Lar a primeira escola de vida

cristã onde os filhos devem aprender

a amar a Deus, a Jesus e a Maria e a

amar todos os homens como irmãos.

É na Família que nascemos, é

nela que crescemos e é nela que nos

tornamos homens e mulheres.

É na Família que se realiza a

pessoa e é com as famílias que se de-

senvolve a sociedade e o país.

A Obra Diocesana tem pois no

Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância

Fazer a diferençaFamília de Famílias

centro das suas preocupações todas

as suas famílias, que a completam

como grande Família, sabendo, contu-

do, que não basta dizer e saber que

elas são as células base da sociedade,

mas que é preciso gestos concretos.

É precisa uma atenção redo-

brada ao seu quotidiano, às suas ne-

cessidades, às suas dificuldades e ao

seu sucesso.

É precisa uma total capacida-

de de entrega, de compreensão e de

respeito, que foi sintetizada de forma

perfeita pelo nosso Presidente, Senhor

Américo Ribeiro, quando instituiu como

Lema da Obra:

“PESSOAS A SENTIREM PES-

SOAS”.

Tinha em tempos prometido ao

meu grupo de crianças visitar a Obra

Diocesana, desde o “nosso 14”, a to-

dos os 12 Centros que a compõem,

quais 12 Apóstolos verdadeiramente

compenetrados da sua missão.

Aventura deliciosa onde a par-

tilha foi constante, de risos, de brinca-

deiras, de doçuras, de ensinamentos,

de ternuras e de muita cumplicidade,

e durante as quais pude constatar que

a mensagem, transmitida na excelente

Acção de Formação, a que todos os

Colaboradores da Obra tiveram aces-

so, dada pelo Exmo. Senhor Prof. Dou-

tor Rogério Matos Guimarães, de que

todos devendo caminhar para o mes-

mo lado, o devemos fazer de forma

consciente, verdadeira e responsável,

tendo como objectivo servir o outro, é

já na Obra Diocesana, uma realidade

insofismável.

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21Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

E assim, nessas visitas que fo-

mos efectuando, pudemos constatar

de forma surpreendente, o voluntaria-

do, o profissionalismo, a colaboração

inexcedível de todos os colaborado-

res, enfim, a verdadeira capacidade

de servir o outro.

Desde as Auxiliares de limpeza

às Cozinheiras, dos Funcionários da

Lavandaria, do Armazém, da Central

de Costura ao Segurança e Motoris-

tas (são já conhecidos, de muitas das

nossas crianças, para além da segura

condução, os dotes futebolísticos do

Sr. Acácio) das Auxiliares de Acção

Directa aos Funcionários Administrati-

vos, das Auxiliares de Acção Educativa

aos Professores e Técnico de ATL, dos

Funcionários dos Serviços Centrais às

Psicólogas e Sociólogo, das Enfermei-

ras e Médicos às Educadoras Sociais,

das Educadoras de Infância às Técni-

cas de Acção Social, dos Directores

de Serviço (e não é favor nenhum, um

merecido elogio, a quem, de forma

discretíssima tudo resolvem, sendo

peças-chave no bom funcionamen-

to da pesada engrenagem que é ter

toda a Obra a funcionar devidamente)

ao Conselho de Administração (com

um Presidente, Senhor Américo Ribei-

ro, sempre presente, sempre atento e

exigente, que motiva e ajuda a evoluir,

e que para além de conseguir pôr em

prática de forma impressiva e verda-

deiramente eficaz os oito valores que

regem a nossa Obra, e que nunca é

demais repetir, Cooperação, Empe-

nhamento, Transparência, Responsa-

bilidade,

Personalização, Inovação, Com-

promisso e Qualidade, está a conseguir

dar à Obra Diocesana a visibilidade que

ela bem precisa e que, sem dúvida, bem

merece!), até ao nosso Patrono, Sua

Eminência Reverendíssima Senhor D.

Manuel Clemente, que não se cansan-

do de tratar a Sua Obra como a “Obra

de todos os dias”, que verdadeiramente

o é, a todos conquistou com a Sua Cul-

tura, com a Sua Bondade, com a Sua

Sabedoria, com a Sua Simpatia, mas

com uma Simplicidade impressionante,

todos os Colaboradores dão o melhor

de si mesmo, em prol do próximo.

Não podemos, também, deixar

de realçar o trabalho realizado pela

Liga de Amigos da Obra Diocesana,

bem como a plêiade de Anónimos e Vo-

luntários, que contribuem com os seus

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22 Obra Diocesana de Promoção Social

donativos, com o seu incentivo, com o

seu trabalho e com a sua alegria.

A todos um Bem-Hajam!

Claro, que todos temos consci-

ência que o pós-modernismo, nos con-

duziu a uma sociedade individualista,

que se organiza em torno do consumo,

do prazer imediato, do efémero, ques-

tionando todos os valores, em crise de

espiritualidade, descrente do compro-

misso e fugindo a tudo que cheire a

responsabilidade.

Mas aí, a imensa Família que a

Obra Diocesana representa, responde

de forma inabalável, definindo valores,

comportamentos e responsabilidades,

mas não se esquecendo da importân-

cia de ter tempo para olhar, para brin-

car, para ensinar, para abraçar, para

cantar e até para sonhar!

E é claro, tendo sempre presen-

te o apelo insistente de Sua Santidade

o Papa João Paulo II, para que as fa-

mílias sejam as primeiras protagonistas

de um movimento de resposta às gran-

des questões da Família, tendo sempre

a consciência de que esta será sempre

um projecto em construção.

É pois, imbuídos deste espírito

de missão, que todos nós, colabora-

dores da Obra Diocesana, temos um

imenso orgulho em fazer parte desta

grande Família e damos, todos os dias,

o melhor de nós próprios em prol dos

outros.

E é reconfortante ver, como a

nossa Cidade do Porto está cada vez

mais diferente, onde o Símbolo e as

cores da Obra pontificam, agora, de

forma tão presente, mostrando uma

OBRA verdadeiramente VIVA e DINÂ-

MICA; e que juntamente com as ilumi-

nações de Natal, brilha a luz, sobre a

nossa Cidade, que emana da OBRA

DIOCESANA.

Um Santo e Feliz Natal!

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Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 23

O passado mês de Outubro ficou marcado por mais uma iniciativa inédita

na Instituição. Em parceria com a leiloeira Porto Antigo Leilões e com o alto pa-

trocínio de Suas Altezas Reais, os Senhores Duques de Bragança, realizou-se um

leilão de arte e antiguidades, em que parte dos lucros reverteu a favor da Obra

Diocesana.

As peças leiloadas estiveram em exposição entre os dias 19 e 22 de Outu-

bro no Castelo de São João da Foz. Entre as mais variadas peças destacaram-se

pinturas dos consagrados artistas – Rei D. Carlos, Dominguez Alvarez, Vieira da

Silva, Veloso Salgado, Joaquim Lopes, Júlio Resende, Álvaro Lapa, Carlos Car-

neiro, Abel Salazar, José Guimarães, Tom, entre outros, oriundas de prestigiadas

colecções particulares. Constituíram também motivo de interesse diversos mó-

veis dos séculos XVII, XVIII e XIX, faianças e porcelanas portuguesas e europeias,

bem como objectos de arte sacra e pratas do século XIX e XX.

No dia 21 realizou-se um Porto de Honra que contou com a participação

de várias individualidades que se uniram a mais uma nobre causa a favor da

Obra Diocesana. Destacou-se a presença do Dr. Paulo Teixeira Pinto, Presidente

da Causa Real – Federação das Reais Associações de Portugal que, em repre-

sentação de Sua Alteza Real, o Senhor Duque de Bragança, elogiou o papel

social desempenhado pela Obra Diocesana. Este Porto de Honra teve o apoio do

Chef Hélio Loureiro que, uma vez mais, manifestou a sua total disponibilidade e

amizade para com a Instituição.

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção

Nutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos

Advogada

Leilão de beneficência – arte e antiguidades

Esta iniciativa teve o seu culmi-

nar no leilão realizado no dia 23. Ao

longo de várias horas, foram licitadas

inúmeras peças, perante uma sala re-

pleta de interessados e conhecedores

de arte e antiguidades. Alguns dos lo-

tes foram particularmente disputados,

tendo atingido valores muito acima da

sua base de licitação.

Este leilão foi possível graças

ao total empenho e dedicação do Eng.

Aníbal Pinto de Faria que, desde o pri-

meiro momento, idealizou e acarinhou

esta iniciativa.

Numa actividade pautada

pelo sucesso, a vertente cultural es-

teve de mãos dadas com a vertente

social, sempre em prol da solidarie-

dade e apoio à população da cidade

do Porto.

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Sara CardosoTécnica de Serviço Social

O Serviço de Apoio Domiciliá-

rio da Obra Diocesana de Promoção

Social presta apoio a cerca de 800

utentes espalhados pelos diferentes

Centros Sociais: Cerco do Porto, Fonte

da Moura, Lagarteiro, Machado Vaz,

Pasteleira, Pinheiro Torres, Rainha D.

Leonor, Regado, S. João de Deus e S.

Tomé.

Equipas de Ajudantes de Ac-

ção Directa (AAD) prestam um servi-

ço diário, 7 dias por semana, durante

todo o ano. É um trabalho cansativo,

que exige uma enorme capacidade

física e mental, mas ao mesmo tempo

gratificante, pois é um serviço Huma-

no, de “amor ao próximo”.

Ser Ajudante de Acção Directa

implica ter formação teórica, técnica

e acima de tudo pessoal. A teoria e

a técnica só são possíveis desempe-

nhar se emocionalmente tiverem força

interior, solidariedade, honestidade,

transparência no trabalho, empenha-

mento e, para além disto tudo, um grande espírito de equipa. “Equipa” é a uma

das palavras-chave deste trabalho e “Respeito” pelo outro o segredo para um

serviço de qualidade.

As AAD são as pessoas com quem os nossos idosos mais contactam

no dia-a-dia, muitas vezes a única família que têm, as únicas pessoas em quem

confiam e com quem podem contar.

As interacções entre as AAD e os idosos são muito importantes, pois po-

tenciam o intercâmbio afectivo e a convivência diária que podem ser formas de

estimulação social, essenciais para estes idosos.

Para além das tarefas mais instrumentais que fazem parte das suas fun-

ções (ex.: cuidados de higiene, alimentação, etc.), as AAD têm também um papel

muito importante no estabelecimento de uma relação de ajuda com o idoso. Ten-

tam contribuir para que este desenvolva ou reencontre as capacidades necessá-

rias para enfrentar melhor os seus problemas e melhor adaptar-se a eles. Através

da relação de ajuda podemos promover no idoso a sua auto-estima e diminuir

sentimentos de solidão e inutilidade, combatendo o isolamento.

Neste sentido, o trabalho das AAD é um trabalho de grande responsa-

bilidade e em que o gosto pelo trabalho que desempenham é essencial, pois

só assim o conseguiriam desempenhar… com gosto, carinho e amizade pelos

idosos a quem prestamos apoio.

É esse gosto, empenho e sentido de responsabilidade que podemos ob-

servar nos depoimentos que se seguem das diferentes equipas de Serviço de

Apoio Domiciliário da Obra Diocesana de Promoção Social.

Nós por dentro...

24 Obra Diocesana de Promoção Social

“Entramos nas casas dos idosos, na sua intimidade, somos muitas vezes os seus confidentes. Eles sabem que podem confiar em nós, que estamos atentos às suas necessidades e anseios. O nosso trabalho é feito com todo o empenho, afecto e respeito pela individualidade de cada um. Só assim transmitimos conforto, tranquilidade e esperança aos nossos idosos.

Somos uma verdadeira equipa de «Pessoas a Sentirem Pessoas»”

Equipa do Centro Social do Cerco do Porto

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Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 25

Somos Ajudantes de Acção Directa, profissionais a quem é atribuído um conjunto de tarefas ligadas ao trabalho com pessoas idosas ou dependentes que recorrem às instituições.

Somos profissionais que asseguram a alimentação, a higiene e o conforto dos utentes.

Esta profissão obriga a uma grande estabilidade emocional e capacidade de ultrapassar situações difíceis que possam surgir.

Como profissionais que somos, sentimos um gosto enorme em desempe-nhar este tipo de trabalho, dar atenção e apoiar os idosos, que muitas vezes estão sós e sem qualquer tipo de apoio.

Por estes e outros motivos torna-se para nós um trabalho gratificante.

Equipa do Centro Social da Fonte da Moura

O nosso trabalho é um trabalho duro, quer física quer emocionalmente. O ano tem quatro estações, assim é a vida.Trabalhamos no Inverno da vida onde teimosamente tentamos ser o raio de

Sol que brilha mesmo nos dias mais escuros.

Dignifica-nos, Enriquece-nos, o que nos deixa felizes e gratificados com os serviços que prestamos.

Equipa do Centro Social Machado Vaz

Como Ajudantes de Acção Directa achamos o nosso trabalho muito grati-ficante e contribuímos para o bem-estar de muitos Idosos. Levamos o nosso cari-nho, mas também recebemos o grande sorriso que estes nos transmitem ao serem tratados, pedem sempre para ficarmos mais um pouco, mas a solidão é o mal da nossa sociedade.

É um trabalho muito difícil, pois trabalhamos com pessoas acamadas pro-fundas em que temos que ser duas a fazer o serviço, é também cansativo a nível psicológico e físico, contudo chegamos ao fim do dia com a satisfação de termos contribuído para o bem-estar de algumas pessoas, que lhe demos carinho, amor e que os fizemos sorrir.

É a sensação de um trabalho cumprido de ser humano e não burocrático, em que não vemos.

Todo o Grupo de Pinheiro Torres está satisfeito com o trabalho que tem, e pensa continuar a trabalhar o melhor que puder em prol dos outros.

Equipa do Centro Social Pinheiro Torres

Ser colaboradora do Serviço de Apoio Domiciliário na Obra Diocesana é uma profissão que nos dignifica como pessoas e àqueles a quem servimos.

O nosso testemunho vai mais além do que prestar os serviços como a hi-giene, a alimentação, o transporte, a limpeza e o tratamento de roupas, que de-sempenhamos com eficiência. É no nosso dia-a-dia através das variadas situações, muitas das quais difíceis de ultrapassar, que mais úteis nos sentimos e mais gratifi-cadas, no apoio aos nossos clientes, pessoas desamparadas e na maior parte sem a ajuda dos familiares, e que só connosco contam.

Com amor, respeito, carinho e amizade, tudo se torna possível para aqueles que tanto necessitam da nossa ajuda. O saber escutar, a palavra amiga, o interesse manifestado são tanto ou mais importantes do que qualquer outra acção.

É assim que nos sentimos úteis e realizadas nesta tarefa diária para propor-cionarmos o bem-estar de todos aqueles com os quais assumimos o compromisso, a responsabilidade, qualidade, inovação, empenhamento, personalização, trans-parência e cooperação.

É com orgulho que servimos esta Obra.

Equipa do Centro Social da Pasteleira

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Obra Diocesana de Promoção Social26

Perante isto só nos resta enaltecer o trabalho louvável destas equipas que todos os dias se esforçam para

apoiar os nossos idosos nas mais variadíssimas situações que acontecem, muitas vezes para além dos serviços con-

tratualizados, contribuindo para um final de vida digno e com maior Qualidade.

Serviço Apoio Domiciliário = Amor Disponível = Compromisso

Nestas palavras está definição de “Apoio Domiciliário”. É na base do amor que as Ajudantes Acção Directa compreendem o seu servir, a sua responsabilida-de e o seu empenhamento.

Tratamos dos “nossos idosos” visando a melhoria das condições das suas vidas e a respectiva autonomia através de apoio em situação de dependência.

Na prestação destes cuidados são-nos exigidas atitudes de: - Honestidade, integridade e lealdade; - Respeito pela condição da pessoa idosa; - Responsabilidade no exercício das funções; - Justiça, tratando de forma igualmente cuidados cada utente/cliente,

não obstante as características deste; - Cuidado, prestando o seu serviço sem causar danos físicos ou

psíquicos; - Cidadania, respeitando a legislação e as regras estabelecidas pelo ser-

viço / equipa de trabalho.Sentir é muito importante e o amor que damos e recebemos é a certeza da

nossa Vontade, da nossa Verdade e do nosso Espírito Solidário.

Equipa do Centro Social Rainha D. Leonor

O Apoio Domiciliário é, na nossa opinião, o resultado mais gratificante e que exige o máximo de responsabilidade, companheirismo e lealdade.

Ao prestar os nossos serviços estamos a lidar com o grande lema da ODPS – pessoas a sentirem pessoas.

Ser Ajudante Acção Directa é estar presente, ser meigo, carinhoso, ouvinte e amigo.

O Utente é a base do nosso Trabalho, damos o nosso melhor por/para eles… Lutamos para que nada lhes falte tentamos substituir a família que muitos não têm, com o intuito de lhes aumentar a auto-estima e fazer sentir-lhes que são úteis e especiais, porque velhice não é sinal de incapacidade… ser idoso é sinóni-mo de professor, em cada palavra transmitem uma experiência moral de vida.

Equipa do Centro Social do Regado

AmorJustiçaUniãoDádivaAtençãoNaturalidadeTransparênciaEntusiasmo

AptidãoCompetênciaCompanhiaAmizadeOptimismo

DedicaçãoIntegridadeResponsabilidadeEntusiasmoCompromissoTolerânciaAssistência

ObreirasDevoçãoProfissionalismoSolidariedade

Equipa do Centro Social São João de Deus

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27Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

No passado dia 7 de Outubro

realizou-se uma visita de trabalho a

Santa Cruz do Douro. A convite do

Senhor Prof. Artur Carvalho Borges,

Presidente do Centro Social de San-

ta Cruz do Douro, uma delegação da

Obra Diocesana deslocou-se a esta

localidade do concelho de Baião.

O grupo, constituído pelo Con-

selho de Administração, Directores de

Serviço, Sociólogo e Responsáveis

de Centro, iniciou a jornada com uma

visita ao Centro Social, onde foi rece-

bido pela respectiva equipa técnica

que orientou a visita pelas diferentes

valências desta Instituição.

No final da manhã, o grupo

teve oportunidade de visitar a Fun-

dação Eça de Queiroz, que, de uma

forma exemplar, retrata o imaginário

queirosiano.

Na etapa seguinte, o grupo

deslocou-se à Casa do Lavrador, es-

paço pertencente à Associação Cultu-

ral e Recreativa de Santa Cruz do Dou-

ro, onde foi possível o contacto com

as artes, ofícios e jogos tradicionais,

actividades que retratam a vida de um

lavrador, do século XIX até meados

do século XX. O almoço realizou-se

na Casa do Lavrador, num ambiente

pleno de ruralidade e de sabores tra-

dicionais. Neste almoço, o grupo de

trabalho teve oportunidade de privar

com o Prof. Carvalho Borges.

Este dia terminou com uma vi-

sita ao Centro Interpretativo da Vinha e

do Vinho e ao Mosteiro de Ancêde.

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção

Nutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos

Advogada

Visita de trabalho a Santa Cruz do Douro

Com este dia de trabalho, o Conselho de Administração pretendeu pro-

porcionar aos quadros da Obra Diocesana o conhecimento da realidade de

outras IPSS, bem como permitir que as Responsáveis de Centro alargassem o

leque de possíveis destinos para os passeios das crianças e dos seniores da

Instituição.

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Obra Diocesana de Promoção Social28

Manuel AmialVogal do Conselho de Administração

A participação da Obra Diocesana na Comemoração do Dia do Idoso no passado dia 1 de Outubro foi uma demons-

tração do apreço e do carinho que lhe merece as pessoas idosas.

Cerca de 500 idosos dos Centros Sociais da Obra, Colaboradores e os membros do CA participaram na missa cele-

brada, pelas 11H00, por D. Manuel Clemente na Sé Catedral, onde decorreu o acto litúrgico.

D. Manuel na sua homilia falou aos idosos da “linguagem do afecto e do coração”.

Realçou o contributo dos idosos para a sociedade e da importância do seu exemplo e sabedoria para os mais jo-

vens.

“Os idosos são a nata da sociedade, são a flor da farinha”, adiantando que “os idosos têm um papel indispensável na

sociedade que só eles podem dar”.

“Sabedoria que é a essência do amor, da caridade e da partilha – é o fruto da vida”, incitando os idosos a relativizar

muitas coisas e a valorizar o que é mais importante.

Obra Diocesana comemorou o Dia do Idoso

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29Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Citou a propósito o exemplo de Santa Teresinha, que viveu no século XIX, há mais de cem anos, que nos deixou o

“dom da sabedoria, do amor e da caridade” que são a motivação da Igreja.

A interacção das gerações e das idades que se vive nos Centros Sociais da Obra Diocesana também mereceu o

reconhecimento do Bispo do Porto, D. Manuel Clemente.

Realçou o trabalho ali desenvolvido “num aprender a vida”, numa vivência rica de amor e de afecto, o que foi muito

gratificante ouvir da boca do Pastor da Igreja Portuense.

No final realizou-se um almoço com as presenças de D. Manuel Clemente, párocos convidados e os membros do CA

da Obra, no Centro Social de S. Tomé, com os seus utentes, tendo nessa altura o Presidente da Obra Diocesana Américo

Ribeiro agradecido o apoio que o Bispo do Porto tem vindo a dar à Obra Diocesana e o carinho com que acompanha as suas

actividades.

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Obra Diocesana de Promoção Social30

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada

Pão por Deus

Por iniciativa de Sua Reveren-

díssima D. Manuel Clemente, Bispo

do Porto, e através de um apoio fi-

nanceiro do Fundo Social Diocesano,

a Diocese do Porto decidiu ajudar

várias famílias mais carenciadas das

zonas da cidade, em complemento

da intervenção das Instituições Dio-

cesanas.

Este projecto, intitulado “Pão

Por Deus”, iniciou-se a 27 de Ou-

tubro e terminou a 5 de Novembro,

finalizando-se mais uma missão de

sucesso da ODPS – a distribuição

dos cabazes alimentares.

Cerca de 30 toneladas de

alimentos, que perfizeram 1500 ca-

bazes, foram distribuídos por 260

agregados familiares carenciados,

correspondentes a cerca de 700 pes-

soas.

Para a concretização deste

feito, contámos com a preciosa aju-

da de uma equipa de trabalho que

durante mais de uma semana não

olhou a esforços para a realização

dos cabazes “Pão Por Deus”. Foi um

exemplo de espírito de equipa, coo-

peração e empenhamento.

O “Pão Por Deus” foi uma fan-

tástica oportunidade para ajudarmos

aqueles que estão a passar momen-

tos menos felizes. Foi particularmente

gratificante receber mensagens de

agradecimento e saber que algumas

caixas contribuíram para um sorriso no rosto de muitas pessoas, constituindo

também um apoio essencial à sua sobrevivência.

Dados:

Famílias – 256

Beneficiários – 657 pessoas, distribuídos da seguinte forma:

Adultos – 417

Crianças – 229

Bebés – 11

Peso total dos alimentos oferecidos – 29,3 toneladas.

Total de caixas – 1532, distribuídas da seguinte forma:

Adultos – 834 (2 caixas por cabaz)

Crianças – 687 (3 caixas por cabaz)

Bebés – 11 (1 caixa por cabaz)

Mensagens:

“Já guardamos o bacalhau para o Natal, que assim não temos de gastar dinheiro. Veio na altura certa, uma vez que o meu marido está de baixa por do-ença e lhe foi cortada uma parte do rendimento.”

“O meu filho até chorou quando chegou a casa e viu aquelas caixas todas.”

“Que bom, o Natal chegou mais cedo. Bem que precisávamos, por isso o muito obrigado à Obra Diocesana e ao senhor Bispo do Porto.”

“Não sei como agradecer esta ajuda, que neste momento da minha vida é muito preciosa. Muito obrigado a todos, em especial ao senhor Bispo do Por-to.”

“Posso dar-lhe um abraço? e muito obrigado!…”

“Bendito seja Deus, por haver alguém que se lembra de nós e fazer com que este Natal seja melhor, isto está tão difícil…”

“Oh! Meu Deus não podia ter vindo em melhor altura, a minha vida está tão difícil…”

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31Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

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Obra Diocesana de Promoção Social32

Dom de Deus - pão por DeusEvidenciam-se preocupantes

sinais: a turbulência das instituições fi-

nanceiras fazem pairar densas nuvens

sobre o futuro, o descontrolado aumento

de bens essenciais fez mergulhar muitas

pessoas em situações de que dificilmen-

te conseguirão emergir, acentuam-se as

disparidades de rendimentos, o excessi-

vo endividamento bloqueia muitas famí-

lias, o desemprego teima em afectar os

mais carenciados, há bairros sociais que

calam revoltas, despontam novas formas

de pobreza e de exclusão, a angústia

faz-se aliada da fome.

Fazendo do homem o seu cami-

nho, a Igreja não pode deixar de actuar

e fazer da sua actuação um sinal liber-

tador.

Assim o fez o Bispo do Porto.

Anunciara e criara um Fundo

Diocesano de Solidariedade. Oportuna-

mente, fez encaminhar para esse instru-

mento aquela “renúncia quaresmal”, que

cada fiel é chamado a fazer, optando por

um estilo sóbrio de vida como sinal de

conversão e partilhando os bens mate-

riais com os mais necessitados.

O Fundo foi ganhando dimen-

são: quatro meses depois, já ultrapassa-

va os cem mil euros, com tendência para

prosseguir o seu caminho.

Face aos sinais de agravamento

da situação social, impunha-se uma in-

tervenção: foram convocadas pelo Bispo

o Secretariado Diocesano de Pastoral

Social e Caritativa, a Cáritas e a Obra

Diocesana de Promoção Social. Em am-

biente de caridade responsável e activa,

a Cáritas e a Obra Diocesana abraçaram

o desafio. Pronta e solicitamente

Na área da cidade do Porto,

onde tem 12 centros em actividade dis-

tribuídos pelos vários bairros sociais, a

Obra Diocesana encarregou-se de fa-

zer um rápido levantamento das novas

carências com que se começavam a

confrontar as famílias. Em pouco tempo

encontrou 657 pessoas, corresponden-

tes a 256 famílias, com situações agra-

vadas e que não beneficiavam ainda de

apoios nem da Obra nem de outras insti-

tuições. No imediato e nesta conjuntura,

impunha-se socorrer todas essas pesso-

as, proporcionando-lhes recheados ca-

bazes com bens alimentares de primeira

necessidade. Algumas dessas famílias

também careciam de apoios urgentes

para medicamentação.

A Cáritas seguiu um caminho

algo diferente mas não menos solícito

nem menos inovador: de vários pontos

da Diocese, no início de um novo ano

lectivo, chegavam notícias de crescentes

e inesperadas dificuldades de muitas fa-

mílias para dotar seus filhos com material

escolar e de variados casos de crianças

carecidas de cuidados médicos, nomea-

damente por falta de sensibilização para

tratamentos da cárie dentária. A Cáritas

“agregou” os professores de moral que,

por sua vez, puseram em campo equi-

pas de apoio às escolas. Sinalizaram-se

44 escolas a carecer de intervenções.

Como as urgências fazem dos

adiamentos opções injustas e desuma-

nas, o Bispo do Porto foi ao Fundo Dioce-

sano de Solidariedade e dele canalizou

cento e vinte mil euros para intervenção

imediata. Metade para actuação de cada

uma daquelas Instituições. Numa verda-

deira aposta na educação, a Cáritas vai

apoiar as crianças mais carenciadas;

numa resposta de proximidade, a Obra

Diocesana vai facultar melhores dias

para um bom número de famílias.

Dom de Deus: pão por Deus!

Numa difícil conjuntura, é uma

actuação com eficácia de uma Igreja pe-

regrina e humana.

Numa resposta de caridade, é

uma actuação que favorece uma mais

viva expressão e uma melhor direcção.

Não apenas a renúncias quaresmais

como a outros apelos das consciências.

E é uma actuação que surge

num contexto simbólico: com a festa de

Todos-os-Santos à porta, porque não fa-

zer da intervenção uma expressão viva

de comunhão?

O fundo é “Dom de Deus”: par-

tilhar os seus bens é distribuir “Pão por

Deus”…

Nos dias de Todos-os-Santos e Fiéis Defuntos, ainda hoje, tanto em aldeias como em vilas e até cidades, en-

contram-se crianças e (antigamente) pobres a pedirem de porta em porta o “Pão por Deus”, isto é, os manjares ceri-

moniais, recebendo em troca romãs, nozes, figos, peros, maçãs, pinhões, castanhas, rebuçados, bolachas, pequenos

pãezinhos e também dinheiro, que guardam num saco destinado aos donativos que lhes são oferecidos nesta data,

afirmando o povo que, “por cada bolo por eles comido, há uma alma que se livra do Purgatório”.

Padre Lino Maia

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33Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

A Chama da Solidariedade foi

uma iniciativa, de grande dimensão a

nível nacional, promovida pela Confe-

deração Nacional das Instituições de

Solida-riedade – CNIS, em parceria

com as Uniões Distritais das Institui-

ções Particulares de Solidariedade

Social. O seu principal objectivo foi a

promoção da Festa da Solidariedade,

que este ano decorreu em Barcelos.

A Chama efectuou um percur-

so que se iniciou em Lisboa, a 20 de

Setembro, percorrendo os distritos de

Santarém, Leiria, Coimbra, Aveiro, Por-

to até Braga, deixando, ao longo de

todo o percurso, um rasto de festa e

animação. Paralelamente, pretendeu-

se promover e divulgar a natureza e a

identidade do Terceiro Sector.

A Chama da Solidariedade

passou no distrito do Porto no dia 25

de Setembro pelos concelhos de Vila

Nova de Gaia, Porto e Matosinhos e no

dia 26 de Setembro pela Maia, Valongo

e Santo Tirso. O trajecto terminou com

a passagem da Chama ao distrito de

Braga no Colégio das Caldinhas, em

Santo Tirso.

Na cidade do Porto, a Chama

fez um percurso que se iniciou na Pra-

ça do Cubo, na Ribeira. Daí seguiu

para a Sé do Porto e, posteriormente

para a Avenida dos Aliados, passando

por zonas emblemáticas da cidade,

como a Praça da Batalha e a Rua de

Santa Catarina. Continuou pela Praça

da República, descendo a Rua e a

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção

Nutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos

Advogada

Chama da solidariedadeAvenida da Boavista até ao Castelo do

Queijo e à Praça Cidade de Salvador,

onde foi transmitida ao concelho de

Matosinhos.

O evento da Chama da Solida-

riedade consistiu no transporte de uma

chama, em tudo idêntica à Chama

Olímpica, que envolveu toda a socie-

dade civil. Para além de ter como prin-

cipal objectivo a promoção da Festa

da Solidariedade, foi também um canal

de transmissão da identidade e dos

princípios do sector social, nomeada-

mente os da solidariedade e do serviço

ao bem comum.

No dia 25 de Setembro, de-

pois de ter atravessado o rio Douro,

a Chama da Solidariedade chegou à

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Obra Diocesana de Promoção Social34

tradicional Ribeira portuense, onde foi

recebida pela Governadora Civil do

Distrito do Porto, Dr.ª Isabel Oneto, e

pela Direcção da UDIPSS-Porto.

Este foi apenas o início de um

percurso de 12 km pela cidade do Por-

to, em que a Chama foi transportada

por um carro de Bombeiros. Esta via-

tura foi seguida por um autocarro que

transportou os dirigentes das várias

instituições que se associaram a este

evento, bem como as diversas entida-

des que marcaram presença na ini-

ciativa. Em cortejo, seguiram algumas

viaturas de IPSS associadas.

Da Ribeira, a Chama seguiu

para o Paço Episcopal, onde foi aco-

lhida pelo Bispo Auxiliar do Porto, D.

João Miranda. Ao receber a Chama,

Sua Reverendíssima elogiou o amor

fraterno que esta iniciativa simbolizou.

Elogiou também o serviço das IPSS,

que diariamente apoiam os mais ca-

renciados. Referiu ainda que a Chama

passou a correr, porque tinha pressa

de chegar a outros sítios e sensibilizar

outras pessoas.

A comemorar esta iniciativa es-

tiveram quase 500 crianças, idosos e

colaboradores da Obra Diocesana de

Promoção Social que, com a sua ale-

gria e criatividade, saudaram a Chama

no Terreiro da Sé. A animar todos os

presentes esteve o Grupo de Danças

e Cantares do Centro Social da Paste-

leira.

A Chama continuou o seu per-

curso até à Câmara Municipal do Por-

to, onde foi recebida pela Vereadora do

Pelouro da Habitação e Acção Social,

Dr.ª Matilde Augusta Alves. Também

nesta etapa, houve muita animação,

desta feita a cargo dos idosos do Cen-

tro Social de Machado Vaz.

Daqui, e até à transmissão

para o concelho de Matosinhos, a

Chama iluminou ainda os rostos de

inúmeros utentes de IPSS e cidadãos

anónimos que se quiseram associar a

esta causa.

A nível do concelho do Por-

to, esta organização ficou a cargo da

Obra Diocesana de Promoção Social,

em parceria com o Instituto Van Zeller e

a Liga Portuguesa de Profilaxia Social.

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Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 35

Símbolo de AMOR e SOLIDARIEDADE. Não há

palavra mais bonita na tradição cristã do que esta: Amor

fraterno. Começou a praticar-se logo que surgiram as pri-

meiras comunidades cristãs. S. Paulo, cujo bimilenário de

nascimento recordamos este ano, foi um dos primeiros a re-

ceber o encargo de provocar a solidariedade dos primeiros

cristãos, para acudir aos irmãos mais pobres de Jerusalém.

A Chama Passa a Correr, porque tem pressa de

chegar a outros sítios e sensibilizar outras pessoas. A

chama da solidariedade é fogo que arde. Se arde, vê-se,

comunica-se, acende e alastra, é capaz de pegar um in-

cêndio, um incêndio não das florestas mas dos corações.

Nesta época de globalização, a sociedade é como

um grande rio: passa, corre, segue para o mar. Mas nos

recôncavos das margens, ficam muitas águas paradas, que

não seguem o movimento do rio. É aí que tem lugar a mão

amiga de quem pode e tem sensibilidade para dar uma aju-

da e fazer entrar na corrente quem ficou à margem.

Congratulo-me com esta iniciativa e este entrelaçar

de mãos da União das Instituições Particulares de Solida-

riedade Social que, passando pelo Porto, dá conta de que

existe já aqui uma rede muito importante de Instituições que

incluem Responsáveis, Voluntários e Funcionários ao ser-

viço de uma CAUSA que a todos nos enche de alegria o

coração. A mais valia desta chama que passa é que torna

visível pelos caminhos fora e traz à praça pública, embora

de modo fugaz, uma realidade que se passa todos os dias

no escondimento das diversas Casas ao serviço dos mais

pobres.

Agradeço a réplica da chama que aqui fica, para ver

se não corre apenas, mas permanece para olhar e ver à vol-

ta onde estão os que precisam que lhes entre em casa e se

demore a curar feridas, a matar fomes, a consolar aflições

ou a reconduzir quem vive em tugúrios para espaços areja-

dos onde o Amor de Deus se transforme em doação e amor

fraterno de quem vê no Outro um irmão. Muito obrigado!

+D. João Miranda

Esta chama é um símbolo

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“ESPAÇO SOLIDÁRIO – UMA MONTRA DE BEM-FAZER”

A importância e grandeza do trabalho de acção social

promovido pela Obra Diocesana estão bem patentes na

Revista “Espaço Solidário”.

A reportagem sobre a celebração do Dia da Obra 2008

realizada no Coliseu do Porto, patente na última Revista

Setembro 2008, releva bem o excelente trabalho realizado

pelos diversos Centros Sociais da Obra, interagindo de for-

ma brilhante a infância com a terceira idade, numa simbio-

se de afectos tão importante nos dias de hoje.

Por isso os meus parabéns ao Editor e Amigo Manuel Amial

pelo excelente Espaço Solidário que vem editando.

E parabéns a toda a Instituição pelo meritório trabalho so-

cial e solidário que vem realizando.

Aproveito a aproximação da época natalícia para a todos

desejar um Santo e Feliz Natal.

Teresinha Maria Ribeiro da Bela Novo

(Ovar)

“O Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados

agradece à Obra Diocesana de Promoção Social o envio

da revista “Espaço Solidário” e congratula-a pela notá-

vel iniciativa de divulgação do trabalho desenvolvido no

âmbito de valores tão importantes como a solidariedade,

empreendedorismo social e respeito pela dignidade hu-

mana”.

Lia Araújo

(Vogal do Pelouro de Acção Social)

“Em nome da Senhora Vereadora, Dra. Matilde Augusta

Alves, expresso o seu agradecimento, pelo envio do nº.

12 da Revista “Espaço Solidário”, que reiteradamente se

institui motivo de grande agrado, face à importância das

suas temáticas e à qualidade dos conteúdos.

Manifestamos porquanto o nosso apreço à ODPS, bem

assim, as maiores felicitações, pela valia que constitui no

contributo da promoção social da cidade do Porto”.

Paula Macedo

(Assessora da Vereadora do Pelouro da habitação e Acção Social)

“Caríssimo Presidente,

Aproveito para o felicitar pela excelência da publicação

que é um nítido espelho da digníssima Obra Diocesana de

Promoção Social”.

Professor Eugénio da Fonseca

(Presidente da Caritas Portuguesa)

“…agradeço o envio da revista “Espaço Solidário” da Obra

Diocesana de Promoção Social, com os votos do maior su-

cesso para essa benemérita Associação”.

Dr. José Manuel Durão Barroso

(Presidente da Comissão Europeia)

“Vi o Espaço Solidário… A profundidade e singeleza dos

seus actos… marca a diferença… Sinto-me honrado… Pa-

lavras para quê? Um abraço amigo.”

Professor Rogério Matos Guimarães

espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo

Obra Diocesana de Promoção Social36

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“PESSOAS A SENTIREM PESSOAS”

Este lema é um dos mais profundos que já tive oportunidade de conhecer.

A dimensão destas palavras pode fazer parar o mais distraído dos mortais, numa reflexão inesperada. Num olhar ímpar.

Foi o que me aconteceu quando estava a ler esta revista e interiorizei estas três singelas palavras “pessoas a sentirem

pessoas”.

Um sem número de interrogações, de sentimentos, de inquietações, de questões aflorou à minha mente.

Nesta sequência de ideias imediatamente recordei o artigo que o Professor Daniel Serrão escreveu numa destas revistas

sob o tema “A Sensibilidade no Olhar do Outro” e que transcrevo algumas frases:

“… Mas o verdadeiro olhar, o olhar próprio de um ser humano, é daquele que descobre no outro uma alteridade absolu-

ta. Um totalmente outro que não é constituído pelo meu olhar pois existe antes de eu o ter olhado. Mas, porque o olho e

o recebo em mim, assumo uma responsabilidade pessoal da qual não me posso excluir. Porque olhei e o vi, criei-o em

mim, dei-lhe um lugar na minha autoconsciência. Antes de o ter olhado ele não existia para mim; olhá-lo foi dar-lhe uma

existência que me responsabiliza.

Eis porque o meu olhar tem de ser sensível ao que o outro é. … Só um olhar sensível e dedicado faz do meu olhar o outro

um acto de amor. … ”

Obrigada Professor por esta linda mensagem, que a todos nos desinquieta!

Ela irá certamente fazer que todos tomando consciência desta existência, deste olhar os outros, se sintam responsáveis

por um outro, um olhar o outro, duma forma mais existencial e assim sintam obrigação de contribuir para que haja mais

“Pessoas a Sentirem Pessoas”.

Permitam-me que aproveite a oportunidade para agradecer ao Amigo Américo Ribeiro o envio do “Espaço Solidário”,

dando-me a conhecer a Vossa incomensurável obra. Só um ser com uma dimensão humana como a que tem, poderia

estar a presidir à Obra Diocesana e dedicar-se a tão nobres causas.

Felicitar também o Editor do “Espaço Solidário”, Amigo Manuel Amial, que também faz parte do Conselho de Administra-

ção da Obra Diocesana, pelo excelente trabalho que vem realizando à frente desta magnífica revista, com um belíssimo

aspecto gráfico e excelente conteúdo.

Obrigada pelo vosso trabalho, pelo trabalho dos demais dirigentes e colaboradores da Obra Dioceana e pelo Serviço que

estão a prestar à Comunidade portuense! BEM HAJAM!

Maria Isabel Pinheiro de Abreu

(Guimarães)

mensagens

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 37

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38 Obra Diocesana de Promoção Social

Liga dos Amigos da Obra DiocesanaJá se fez Amigo da Liga?

Obrigado!

Contribua com um DonativoPode ser Mensal, Anual ou Único

Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL

ou através doNIB - 007900002541938010118

Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3)

Escola de valores – viver melhorA formação profissional con-

tinua a ser uma das prioridades do

Conselho de Administração (CA) da

Instituição. Nesse âmbito, a 11 de Ou-

tubro, realizou-se, no auditório da Casa

Diocesana – Seminário de Vilar, uma

palestra intitulada “Escola de Valores –

Viver Melhor”, proferida pelo Prof. Dou-

tor Rogério Matos Guimarães.

Este grande amigo da Obra

Diocesana presenteou os colaborado-

res com uma tarde plena de sabedo-

ria, espírito de missão, amor ao pró-

ximo, inovação e humanismo, sempre

com um agradável toque de humor. As

capacidades de oratória deste comu-

nicador nato fizeram com que as três

horas e meia da sua intervenção tives-

sem passado num ápice, agradando

a todos os presentes, que encararam

esta tarde não como um dia de traba-

lho, mas como um trampolim para um

maior e melhor desenvolvimento pes-

soal e consequente melhoria a nível

profissional, ao serviço da Instituição.

Ao longo da sua intervenção, o

Prof. Doutor Rogério Matos Guimarães

afirmou que todos devemos ser práti-

cos, pragmáticos e intelectualmente

honestos, sendo que, para isso, é ne-

cessário estarmos emocionalmente

estáveis. Alertou ainda para a necessi-

dade de sermos eficazes 25 horas por

dia e pararmos para pensar, pois, caso

contrário, a vida tomará conta de nós,

em vez de sermos nós a tomar conta

dela. Esta declaração foi totalmente

acolhida e partilhada pela audiência.

O Professor afirmou que, para

ele, colaborar com a Obra Diocesana

era uma missão, pois a própria Insti-

tuição tem uma missão grandiosa. De

seguida, referiu que as pessoas deso-

cupadas nunca têm tempo para nada,

mas que as pessoas ocupadas têm

sempre tempo para dar um pouco mais

de si aos outros. Concretizou esta ideia

com o exemplo do Sr. Américo Ribeiro,

Presidente do CA. Dentro deste espí-

rito, elogiou o voluntarismo do CA, re-

ferindo que ele próprio, Rogério Matos

Guimarães, era voluntário e que ambos

pretendiam auxiliar a Obra Diocesana

na sua missão de ajudar o próximo.

Em jeito de conclusão, afirmou

que as mãos de cada colaborador

da Obra Diocesana são as “mãos de

Deus” e que ao sermos humanistas,

estaremos a levar esperança e fé ao

coração de todos os clientes da Insti-

tuição. O Prof. Doutor Rogério Matos

Guimarães terminou os trabalhos com

uma frase que consideramos o lema

desta acção – “A maior missão é vi-

ver para servir. Quem não vive para

servir, não serve para viver”.

No final dos trabalhos, o CA, na

pessoa do Sr. Américo Ribeiro, presen-

teou o Professor com uma lembrança,

renovando os seus agradecimentos

por mais esta dádiva à Instituição. Ter-

minou, apelando a todos os colabora-

dores para que, no seu dia-a-dia, inte-

riorizem e pratiquem todos os valores aí

explanados e encarem o desempenho

das suas funções na Obra Diocesana

como uma missão nas suas vidas.

A tarde ficou completa com um

pequeno lanche, onde os colaborado-

res puderam conviver e reforçar o de-

sejado espírito de família.

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada

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39Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Liga dos Amigos da Obra DiocesanaJá se fez Amigo da Liga?

Obrigado!

Contribua com um DonativoPode ser Mensal, Anual ou Único

Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL

ou através doNIB - 007900002541938010118

Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3)

A Festa da Solidariedade, este

ano na sua segunda edição, foi uma ini-

ciativa da Confederação Nacional das

Instituições de Solidariedade (CNIS).

Realizou-se no dia 27 de Setembro, em

Barcelos, no Campo da Feira e Parque

da Cidade.

Esta festa teve como objectivo

Festa da solidariedademostrar a todo o país a realidade social

e solidária que as Instituições Particu-

lares de Solidariedade Social consti-

tuem.

A Obra Diocesana teve uma

participação significativa neste evento,

com cerca de 250 pessoas, entre ido-

sos e colaboradores.

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