josÉ uma caminhada vieira da silva - odps.org.pt · que se passa no mundo… toca-nos,...

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ANO I I * N. 6 * Mar. - Abr. 2007 * Director: ANDRÉ RUBIM RANGEL * Distribuição gratuita A realidade social, numa visão próxima do que nos envolve particular- mente, para a que se encontra mais dis- tante e até longínqua, da qual também temos conhecimento, a interdependência da vida entre os povos assume uma gran- de conquista: ninguém é indiferente ao que se passa no mundo… toca-nos, provo- ca-nos, compromete-nos no sentido de crescimento pessoal. Nesta perspectiva e independente- mente de não ter carácter contínuo, sem- pre se consegue algum tempo para parar um pouco, observar, pensar, reflectir, analisar e agir em conformidade com os princípios, critérios e valores que focali- zam um objectivo essencial: tornarmo-nos pessoas melhores, com um coração mais humano, mais caloroso, mais solidário. Utilizarmos o nosso potencial, um valoroso recurso, para adquirir um senso de tranquilidade e de paz duradouro, apoiados nas premissas do Criador. A coragem, o desejo de conhecer, a tenacidade, a ami- zade, a lealdade… geram ale- gria e bem-estar. Se cada um, na assunção do seu papel, como elemento do agregado familiar, na profissão, na comu- nidade, onde se encontra inse- rido, como cidadão, enfim, em todos os sectores em que a sua acção e influência estão impli- »»> Do Alto Américo Costa Ribeiro Américo Costa Ribeiro Américo Costa Ribeiro Presidente da ODPS, Director-Coordenador do BPN-Porto e Associativista Entrevista Exclusiva JOSÉ JOSÉ JOSÉ VIEIRA DA VIEIRA DA VIEIRA DA SILVA SILVA SILVA “Não há muitas Institui- ções do universo de coope- ração com a natureza da ODPS...” p. 13 cadas, tiver por obrigação moral imple- mentar e fomentar esse clima de autentici- dade, de transparência, de verticalidade concorre para uma melhoria substancial. Esta tomada de consciência é uma chamada pessoal que despoleta, esperan- ça e confiança. Pequenos gestos podem acender bondade interior sem a qual é impossível conceber e realizar uma boa obra, elabo- rar e executar uma acção justa e fecunda. A obra positiva do homem não se realiza através de todos os destinos, de todos os itinerários, mas sim no caminho que é conduzido sob trabalho honesto, nobre, alto e admirável e pelo que realiza em favor do seu semelhante na vida comunitária. Assim, vai dando solidez e força ao seu desenvolvimento moral como processo de vivências significativas e con- teúdo de valores que adopta em situações de interacção social. O desenvolvimento moral assenta essencialmente no respeito pelo outro, no acreditar que todo o sujei- to possui intrinsecamente possibili- dades bastante ricas capazes de entender o contexto do necessário, do exigente, do bom e do bem e trabalhar, afincadamente, para que a sua participação assuma estatuto construtivista na edificação da dig- nidade humana. Uma Caminhada Evoluir pressupõe INOVAÇÃO INOVAÇÃO INOVAÇÃO COOPERAÇÃO COOPERAÇÃO COOPERAÇÃO entre todos é fac- tor determinante numa dinâmica de êxito TOMADA DE POSSE A 25/03 NA CATEDRAL PORTUENSE. É LEITOR ASSÍDUO DESTA REVISTA, TEN- DO-A JÁ FELICITADO. Ant.º Ribeiro (A R) Manuel José Macário do Nascimento Clemente, 58 anos, é Torriense e Bispo há 7 anos. Doutor em Teologia Histórica, passa de Bispo Auxiliar de Lisboa a Bis- po Diocesano do Porto. Na CEP é Presi- dente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. p. 3 J R J R

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ANO I I * N. 6 * Mar. - Abr. 2007 * Director: ANDRÉ RUBIM RANGEL * Distribuição gratuita

A realidade social, numa visão próxima do que nos envolve particular-mente, para a que se encontra mais dis-tante e até longínqua, da qual também temos conhecimento, a interdependência da vida entre os povos assume uma gran-de conquista: ninguém é indiferente ao que se passa no mundo… toca-nos, provo-ca-nos, compromete-nos no sentido de crescimento pessoal.

Nesta perspectiva e independente-

mente de não ter carácter contínuo, sem-pre se consegue algum tempo para parar um pouco, observar, pensar, reflectir, analisar e agir em conformidade com os princípios, critérios e valores que focali-zam um objectivo essencial: tornarmo-nos pessoas melhores, com um coração mais humano, mais caloroso, mais solidário.

Utilizarmos o nosso potencial, um

valoroso recurso, para adquirir um senso de tranquilidade e de paz duradouro, apoiados nas premissas do Criador.

A coragem, o desejo de

conhecer, a tenacidade, a ami-zade, a lealdade… geram ale-gria e bem-estar. Se cada um, na assunção do seu papel, como elemento do agregado familiar, na profissão, na comu-nidade, onde se encontra inse-rido, como cidadão, enfim, em todos os sectores em que a sua acção e influência estão impli-

»»> Do Alto Américo Costa RibeiroAmérico Costa RibeiroAmérico Costa Ribeiro Presidente da ODPS, Director-Coordenador do BPN-Porto e Associativista

Entrevista Exclusiva

JOSÉ JOSÉ JOSÉ

VIEIRA DA VIEIRA DA VIEIRA DA SILVASILVASILVA

“Não há muitas Institui-ções do universo de coope-

ração com a

natureza da

ODPS...”

p. 13

cadas, tiver por obrigação moral imple-mentar e fomentar esse clima de autentici-dade, de transparência, de verticalidade concorre para uma melhoria substancial.

Esta tomada de consciência é uma

chamada pessoal que despoleta, esperan-ça e confiança.

Pequenos gestos podem acender

bondade interior sem a qual é impossível conceber e realizar uma boa obra, elabo-rar e executar uma acção justa e fecunda.

A obra positiva do homem não se

realiza através de todos os destinos, de todos os itinerários, mas sim no caminho que é conduzido sob trabalho honesto, nobre, alto e admirável e pelo que realiza em favor do seu semelhante na vida comunitária. Assim, vai dando solidez e força ao seu desenvolvimento moral como processo de vivências significativas e con-teúdo de valores que adopta em situações de interacção social.

O desenvolvimento moral assenta essencialmente no respeito pelo outro, no acreditar que todo o sujei-to possui intrinsecamente possibili-dades bastante ricas capazes de entender o contexto do necessário, do exigente, do bom e do bem e trabalhar, afincadamente, para que a sua participação assuma estatuto construtivista na edificação da dig-nidade humana. ◘

Uma Caminhada

Evoluir pressupõe INOVAÇÃOINOVAÇÃOINOVAÇÃO

COOPERAÇÃOCOOPERAÇÃOCOOPERAÇÃO entre todos é fac-tor determinante numa dinâmica

de êxito

TOMADA DE POSSE A 25/03 NA CATEDRAL PORTUENSE. É LEITOR ASSÍDUO DESTA REVISTA, TEN-DO-A JÁ FELICITADO.

Ant.º Ribeiro (A R)

Manuel José Macário do Nascimento Clemente, 58 anos, é Torriense e Bispo há 7 anos. Doutor em Teologia Histórica, passa de Bispo Auxiliar de Lisboa a Bis-po Diocesano do Porto. Na CEP é Presi-dente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

p. 3

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2 OOBRA

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 & ACÇÃO

CÇÃO 

Uma Obra com visão e futuro! Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

»»> Eco do Leitor… D. António Carrilho cumpri-menta e agradece a oferta enviada, certo da vossa compreensão para a ausência inesperada e involuntária na Ceia de Reis. Deseja para a Obra Diocesana, neste ano de 2007, as maiores Bênçãos de Deus.

P. Américo Aguiar (Vigário Geral da Diocese)

Agradeço os votos de Boas Festas e desejo tam-bém um Ano Novo muito Feliz na paz e na alegria de Deus.

D. Luís Aranha (Dom Abade de Singeverga) Sr. Américo, grande Ami-go! (…) As nossas mensa-gens não são nossas. São para o mundo. Como fiquei feliz ao saber do êxito divino e humano da vossa Ceia. Que o Senhor continue a abençoar os seus passos e a iluminar os seus projec-tos de BEM FAZER!

Irmã Maria Amélia (CONFHIC)

Venho agradecer, sensibili-zado, a oferta da lembran-ça por ocasião da Ceia de Reis. Com os mais cordiais cumprimentos do

António Bagão Félix (Economista e Professor)

Meu prezado Amigo Améri-co, (…) tenho acompanhado com o maior interesse a sua dinâmica acção ao serviço dos mais carencia-dos e espero que continue a registar muito êxito nes-sas iniciativas.

José Augusto Rebelo da Conceição

(ex-Administrador bancário)

Em tempo útil de Quaresma, ESPAÇO SOLIDÁRIO também se priva de manter a elevada gramagem de papel que sustentava até então, apa-recendo agora mais fino. A razão des-ta leveza na Revista é muito simples: melhor e mais fácil manuseamento da mesma.

Passa também a desenvolver 2 temas por mês, relativos aos Valores ODPS, divulgados no número anterior, para que possam constar todos até findar do ano. Um dos temas continua a ser reflectido pelos nossos prezados Cronistas e o outro sê-lo-á por Colabo-radores ODPS, com maior envolvência

»»> Editorial

André Rubim Rangel

20072007

»»> Sinal Genial

Reunir esforços de solidariedade. É a identidade que conservo da Obra Diocesana de Promoção

Social. Existem muitas instituições de solida-riedade, diferentes iniciativas sociais e variadas respostas às carências de diferen-tes grupos populacio-nais. Mas a globaliza-ção da acção social acontece com a ODPS: porque reune centros espalhados pela cidade do Porto; porque está onde mais respostas são precisas; porque olha a diferentes idades e a todos propõe digni-dade de vida e pistas de desenvolvimento pessoal e social. ◘

Paulo Rocha, Director da Ag. Ecclesia

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DO ALTODO ALTO Uma Caminhada

OBRA DE FUTUROOBRA DE FUTURO Formação da Acção Directa

INFOR’OBRAINFOR’OBRA Futsal e Homenagens ODPS

UM OBREIROUM OBREIRO D.Florentino Andrade e Silva

ENTREVISTA...ENTREVISTA... JOSÉ VIEIRA DA SILVA

VIDA VIVIDAVIDA VIVIDA ‘Cultura’ da TV

PRÁTICAS TEMÁTICASPRÁTICAS TEMÁTICAS Inovação e Valores

PERSPECTIVASPERSPECTIVAS Solidariedade e Inovação

À NOSSA VOLTAÀ NOSSA VOLTA Projecto ‘Porto Cívico’

ACTUALIDADESACTUALIDADES Atitude para 2007

PARTILHANDOPARTILHANDO Violência e Relativismo

INVICTA CONVICTAINVICTA CONVICTA ‘Buraco do Donuts’

DIOCESE PORTUCALENSEDIOCESE PORTUCALENSE E toda a fome é saciada...

BIOÉTICABIOÉTICA (Bio)Ética

COOLináriaCOOLinária A sopa é essencial

A R real da e na dimensão humana, espiritual e sócio-cultural da Obra.

Roxa é a flor da imagem do editorial, que nos remete para o arco-íris que pretende ser a Páscoa, essa passagem de cores frias e peniten-tes para cores alegres e quentes. Assim seja a nossa vida: esperança e paz infinitas em Cristo Ressuscitado!

Agradeço, por fim, mas não com vonta-de última, ao amigo D. Manuel Clemente, pela sua vinda disponível para a Igreja do Porto - muito o felicito; ao entrevistado desta edição, Ministro José Vieira da Silva; e aos convidados: Carlos de Brito, Giovanni D’Amore e Ilda Figueiredo. ◘

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O OBRA

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CÇÃO 

20072007 Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

»»> Mensagens: C.A. da ODPS

D. Manuel Clemente

O Conselho de Admi-

nistração e todos os Colabo-radores da Obra Diocesana de Promoção Social, extre-mamente felizes com a nomeação de Sua Excelên-cia Reverendíssima, D. Manuel José Macário do Nascimento Clemente, para Bispo da Diocese do Porto, querem apresentar-lhe as mais elevadas felicitações e desejar-lhe o maior sucesso

na missão que acaba de abraçar. Que o Senhor Deus, com a Sua Graça, Amor e Luz norteie um percurso pleno de glória. ◘

D. Armindo Lopes Coelho

Um sublinhado apreço a todo o valo-

roso serviço episcopal desenvolvido por Sua Excelência Reverendíssima, D. Armin-do Lopes Coelho, pedindo ao Senhor que o ajude na recuperação da sua saúde. ◘

Nota: D. Armindo já deixou o Hospital da Prelada.

D. António Carrilho

O C. A. da ODPS vem manifestar a sua alegria, satisfação e congratular-se com a nomeação de S. Ex.ª Rev.ma, D. António Carrilho, para Bispo da Diocese do Fun-chal. Não queremos deixar de manifestar toda a disponibilidade, atenção, solidarie-dade e compreensão que colocou não só ao serviço da Diocese mas também à nos-sa Instituição e a todos que nela exercem

a sua actividade profissional. Que o Senhor Deus o acompanhe nesta nova mis-

são de serviço e que todo o BEM esteja sempre presente em cada dia. Com Amizade, apresentamos os nossos res-peitosos cumprimentos. ◘

Par. Areosa ARR

C D

EVOLUIR PRESSUPÕE INOVAÇÃO Um serviço qualitativo

acompanha o progresso e a mutação acelerada dos tempos. Este serviço é o que a ODPS se propõe desenvolver e intensifi-car junto dos seus utentes. Acredita nas parcerias e em todos quantos entram no seu projecto. O pensar divergente, aberto e futurista faz parte da sua filosofia.

A COOPERAÇÃO ENTRE TODOS

É FACTOR DETERMINANTE NUMA DINÂMICA DE ÊXITO

O respeito pelo outro e pela hierarquia, a compreen-são, a solidariedade, a colabo-ração, a complementaridade, o espírito de equipa / de grupo são organizadores que defen-dem o trabalho em conjunto. Só um conjunto harmonioso e equilibrado dará o fruto preten-dido. Todos. ◘

Américo Ribeiro

A cooperação entre os vários De-partamentos da ODPS e entre todos os colaboradores, fomenta o espírito de equipa, reforçando o poder de toda a Organização, em prol da qualidade de vida dos próprios colaboradores e de todos os utentes que utilizam os servi-ços/espaços da ODPS.

Este clima de confiança, de amizade e ajuda mútua criado pela cooperação, faz toda a diferença na altura de distinguir as Organizações com melhor imagem e as Organiza-ções voltadas para a excelên-cia.

Vamos continuar a implementação da cooperação, no dia a dia, nos diversos eventos que têm sido e vão continuar a ser organizados por todos na ODPS. Com a alegria, espírito de inter-ajuda, qualidade, satisfação, motiva-ção e a excelência a que já habituamos todos os que con-nosco convivem e que ajudam (Institui-ções e Organismos pú-blicos e privados) a sermos cada vez mais uma Obra de referência e exemplo de cida-dania na Diocese do Porto. ◘

Helena Costa Almeida, Vogal do C.A. - ODPS

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»»> Obra de Futuro : FORMAÇÃO ODPS * Out.-Dez.’06

20072007

Ajudantes de Acção Directa As suas funções... As Ajudantes de Acção Directa (A.A.D.) representam, em número, a segunda maior categoria profissio-

nal da Obra Diocesana. Estas Colaboradoras trabalham directamente com os utentes nas valências de Apoio Domiciliário e Centro de Dia, executando, entre outras, as seguintes tarefas:

- Acompanham os utentes, dentro e fora dos Centros Sociais, guiando-os, auxiliando-os e estimulando-os através da conversação, detectando os seus interesses e motivações e participando na ocupação de tem-pos livres;

- Asseguram a alimentação regular dos utentes; - Recolhem e cuidam dos utensílios e equipamentos utilizados nas

refeições; - Prestam cuidados de higiene e conforto aos utentes e colaboram

na prestação de cuidados de saúde não específicos; - Substituem as roupas de cama e de casa de banho, bem como o

vestuário dos utentes, procedendo ao transporte e arrumação das roupas lavadas e à recolha de roupas sujas e sua entrega na lavandaria;

- Providenciam a manutenção das condições de higiene e salubri-dade do domicílio dos utentes, executando pequenos serviços de limpeza.

Reunião de Trabalho: cooperante e inovadora! No passado dia 7 de Dezembro de 2006, realizou-se uma reunião de trabalho entre o Conselho de

Administração (C.A.) e praticamente todas as A.A.D. da ODPS, findando os quase três meses de Formação Profissional. Das 92 Ajudantes de Acção Directa convocadas para a reunião, apenas 9 não estiveram presen-tes. Por indicação do Tesoureiro do C.A. as várias equipas de trabalho, por Centro, elegeram uma porta-voz.

O Presidente Américo Ribeiro tomou a palavra e congratulou-se pela adesão à reunião. De seguida,

realçou a importância da formação profissional na vida da Instituição e das próprias colaboradoras. Prometeu que mais acções de formação seriam realizadas e que as colaboradoras deviam encarar a formação como um enriquecimento profissional e humano.

Ao longo da reunião, as Colaboradoras de cada Centro Social, expuseram os seus anseios, as suas

opiniões e os seus pontos de vista. Sempre na lógica da Qualidade, valor já plenamente interiorizado na Insti-tuição, as colaboradoras foram deixando dicas sobre novas formas de actuar. Daqui resultou uma interessante e proveitosa troca de ideias entre o C.A. e as Colaboradoras.

Foram deixados testemunhos de extrema dedicação aos utentes, tendo sido relatadas diversas situa-ções em que a Obra Diocesana e as suas Colaboradores constituem a única família e o único apoio desses utentes. Foram também referidos o carinho e a necessária compreensão que prevalece entre as A.A.D. e todos os utentes.

O C.A. ficou sensibilizado pela forma aberta e honesta com que as Colaboradoras participaram na reu-nião. Numa iniciativa pioneira de encontro com as bases, o C.A. colheu sensibilidades, que permitirão dotar estas Colaboradoras de ainda melhores condições de trabalho para que possam desempenhar as suas fun-ções com a exigida e merecida Qualidade.

Por fim, foi unânime o elogio às várias acções de formação profissional que tinham decorrido, bem como a sua importância na melhoria do desem-penho das colaboradoras. “Uma mais-valia pessoal e profissional” foi a frase mais ouvida nesta sessão. Em jeito de conclusão, o Presidente do C.A., Américo Ribeiro, lembrou o lema da Obra Diocesana: “pessoas a sentirem pes-soas” e pediu que todas as colaboradoras tenham um sentido de pertença em relação à Obra Diocesana que esta é de todos que nela trabalham e prestam Voluntariado. ◘

João Pratas

Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

F T

Módulo: Prestação de Cuidados ao Idoso

Maria Alice Pinto Pereira (Enfermeira) Módulo: Psicogeriatria

Ângela Isabel Poças (Psicóloga) Sandra Eduarda Lopes (Psicóloga) Módulo: Primeiros Socorros

Ana Cristina Guimarães Ferreira (Técnica de Serviço Social)

... FORMADORAS DO CURSO ...

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CÇÃO 

20072007

Disputado, Divertido, Divinal

A falta, por limitações físicas, de algumas individualidades

ao que se diz com dotes futebolísticos invejáveis!... não tirou brio e emotividade ao encontro, que se disputou em quatro partes de dez minutos cada, terminando com a marcação de penalidades por todos os elementos de cada equipa, incluindo os técnicos.

Iniciou-se com um gesto simpático junto das senhoras

apoiantes nas bancadas: a entrega de uma rosa por cada jogador. A seguir aos “rituais” protocolares destes eventos, come-

çou a contenda, que teve, à semelhança da realizada há sensivel-mente um ano, de tudo um pouco ou bastante de tudo!...ritmo, vivo e frenético, equilíbrio e alternância no marcador, golos, mui-tos, alguns nascidos de combinações “quase” perfeitas, jogadas e entradas com excessivo empenho (jogador ao tapete…), jogadores com cãibra e exaustos, era vê-los à procura dos líquidos (o extin-tor o extintor) “eles” sabem do que estou a falar!..., lances para o, ou antes, para os árbitros, de difícil julgamento, inevitavelmente, muito contestados por uns e reconhecidamente gratos pelos outros, penalidade muito contestada!..., jogador expulso (e logo a do capitão), guarda-redes e árbitro “goleadores”, a surpreendente e categórica afirmação e confirmação, de um excelente número um para as balizas da ODPS (soberba exibição) e um acutilante e verdadeiro número nove!...primeiro toque no esférico e bola no fundo das redes!...vai buscar Fernando que esta já lá mora….

As equipas, que foram constituídas por um processo algo

surpreendente (sorteio), alinharam com as seguintes formações: Equipa A (de amarelo – Técnico: Vítor Valente) – Acácio na

baliza, mais tarde substituído por Rui Cunha, Paulo Alexandre (Alex), Paulo Lapa, Mário Costa, Américo Ribeiro e André Valente

Equipa B (de branco – Técnico: André Rubim Rangel) – Fer-nando Torres na baliza, Américo Costa, Paulo Sérgio, Paulo Alves, Ângelo e Fernando Pereira (ausente, por lesão, Alfredo)

O resultado foi..., foi…teve 21 golos e foi sem dúvida muito equilibrado!....

O saldo deste encontro é, reconhecidamente, muito positi-vo e encorajador (venham os próximos!...), o qual e, apesar de ter sido jogado por homens, foi presenciado por um apreciável núme-ro de adeptas, colaboradoras da Instituição, as quais deveremos apelidar como a terceira equipa do encontro, tal foi o entusiasmo, a alegria, boa disposição, o apoio e organização da equipa das “batas” (oportuna e de reconhecida utilidade), com que coloriram e enriqueceram o evento. Parabéns para elas!

Seguiu-se ao jogo, deslocação até ao Restaurante Tatana para o desejado e merecido almoço, retemperador (sem dúvida…) das energias perdidas.

Iniciou-se com breve, mas também ela muito oportuna, intervenção do Presidente Américo Ribeiro, pois foi com agradá-vel sorriso que essencialmente as senhoras o ouviram dizer que com todo o gosto, ele e Rui Cunha, ofereciam uma verba que contemplava o almoço das mesmas e o remanescente beneficia-ria todos os outros elementos presentes.

Convirá ainda salientar que tanto as flores como o espaço

onde se realizou o jogo foram suportados pelos referidos Senho-res. O evento terminou com o regresso ao Porto no autocarro da Instituição, já a tarde ia adiantada: mais cansados é certo, mas com boa disposição. ◘ Paulo Lapa, Organizador do Jogo

Reportagem

No passado dia 3 de

Fevereiro de 2007, realizou-se pela segunda vez o jogo anual de futsal realizado no pavilhão desportivo das escolas do Arreigado (Paços de Ferreira). Mais um evento, mais um sucesso!

Este ano o numero de participantes quase duplicou, principalmente pela presença da magnifica assistência, Obreiras desta grandiosa Insti-tuição. Mais uma vez fiquei surpreendida pela positiva, convívio, diversão e muita ale-gria.

Como gratidão, a orga-nização teve belo gesto de louvar, onde os jogadores ofe-receram a todas as assistentes uma rosa.

Relativamente ao jogo gostei de o ter assistido pela sua competitividade; o resulta-do não estava em causa, mas acho que foi justo. Só não con-cordei com o cartão vermelho exibido ao Sr. Paulo Lapa.

Por fim, após o esforço físico, fomos almoçar ao res-taurante da zona, onde mais uma vez fomos surpreendidos pela sua qualidade e convívio saudável. Acho que eventos como estes se devem repetir mais vezes porque nos une cada vez mais. ◘

Julieta Castro, Ajudante da Acção Directa

do Centro Social do Regado.

Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

»»> I n f o r ’ O b r a :

FUTSAL ODPS ’07

V V

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20072007

Menção

O C e n t r o Social do Cerco do Porto esteve em festa, a 16/11/2006, para celebrar os quase 40 anos de servi-ço de Emília Andrade presta-dos à ODPS. Foi um jantar de des-pedida bastante emotivo e anima-do.

Para além das colegas Colabora-doras do respecti-vo Centro estive-ram também o Presidente Améri-co Ribeiro, o Tesoureiro Rui Cunha, os Directo-res de Serviço, o Director de Infor-mação e Zulmira Ferreira e Paulo Lapa, dos Servi-ços Centrais.

Depois do jan-tar propriamente dito, seguiram-se 3 intervenções, com registo nesta página. Entretan-to, Emília Andrade recebeu como prenda o símbolo d a O D P S (imagem de Maria em cristal ofereci-do pelo C.A.) e dois castiçais pra-teados (pelas colegas).

Houve também uma lembrança para todos os pre-sentes: um peque-no castiçal com a imagem dum índio de madeira, inspi-rado e fazendo lembrar o sucesso da representação deste Centro no Dia da Obra 2006, com o sketch dos índios. ◘

ARR

»»> I n f o r ’ O b r a : Emília Andrade, 40 anos na ODPS

Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

Fui muito feliz!

Agradeço, desde já muito

reconhecida, ao Conselho de Administração (C.A.), aos Directo-res de Serviço e Responsáveis Administrativos, o que desde logo a primeira hora pensaram fazer.

Sinceramente, superaram as minhas expectativas.

Para as colegas não é um agradecimento menor, porque com elas convivi muitos anos, bem felizes, dei muita alegria porque era muito alegre. Aliás, elas pró-prias podem dizê-lo. Aliás, já me disseram que vão sentir a minha falta.

Deixo agora o Centro e a Obra também por motivos de saú-de.

Posso dizer que nestes 40 anos não tive com as colegas o mínimo de desentendimento, o que sabemos que é difícil, quando trabalham muitas mulheres juntas.

Já andei por vários secto-res. Estive no A.T.L., onde fui mui-to feliz. Não só nesse tempo, mas em todos. Foram muitos e bons anos, em que tenho de elogiar todas as equipas, de Creche, Jar-dim-de-Infância e A.T.L..

A todos, incluindo a Cozi-nha, devo o meu enorme agradeci-mento! ◘ Emília Andrade

Inquantificável As minhas palavras para a

D. Emília poderão não ser as mais calorosas e as mais desejadas, porque não partilhei e convivi o suficiente para falar da D. Emília.

Mas, nos poucos minutos que estive agora com ela e pela postura que teve, apercebi-me que, nesta Instituição a que presi-do, ter uma Colaboradora, como a D. Emília é obra, pela sua atitude. Escreveu-nos uma carta a dizer que iria sair e que não esperava por mais nada, nem por receber mais. Considero isto inquantificá-vel e grandioso. Esta festa não é bem de despedida, mas o reco-nhecimento do que uma Colabo-radora deu à ODPS.

É raro ter, hoje, uma pes-soa que se entregue de alma e coração a uma Instituição. Temos neste Centro mais 3 Colaborado-ras com 30 e tal anos de serviço!

Este é dos Centros que está praticamente sempre a 100% naquilo que tem a realizar. Para-béns a todos. ◘ Américo Ribeiro,

Presidente da ODPS

“É verdade, sou uma pes-soa feliz. Algumas colegas lamen-taram não poder estar. Obrigada a todos, particularmente ao C.A., Direcção e Administrativos. Des-taco alguns valores nesta obreira: a lealdade, a competência e o companheirismo”, assim se dirigiu a todos a Responsável deste Cen-tro. Felicitou ainda o Presidente por estimular e criar este tipo de iniciativas, como esta mesma homenagem. ◘

Filomena Semana, Técnica Serviço Social do Cerco

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20072007 Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

Reportagem

No passado dia 13/02/2007 o Presidente Américo Ribeiro e o Tesoureiro Rui Cunha estiveram, mais uma vez juntos, com Colabo-radores ODPS para celebrar a dádiva de mais uma obreira que sai da Instituição. Trata-se de Maria dos Anjos, do Centro Social de Rainha D. Leonor, após 26 anos de casa.

Presente também esteve a Técnica de Serviço Social do Cen-tro de Pinheiro Torres, Maria Fáti-ma Ferreira, visto que a homena-geada também passou por aquele Centro. ◘ ARR

»»> I n f o r ’ O b r a : Maria dos Anjos, 26 anos na ODPS

Contribui com o melhor

de mim Durante os 26 anos de ser-

viço prestado à ODPS, sempre senti que estava a realizar um trabalho gratificante contribuindo com o melhor de mim.

Após ter decidido aposen-tar-me, vi com grande alegria e emoção o reconhecimento do tra-balho prestado.

Venho então agradecer o carinho demonstrado pela Direc-ção e por todos os colegas que me presentearam com um jantar de homenagem no passado dia 13 de Fevereiro de 2007. O meu sincero muito obrigada pelas bonitas pala-vras incluídas no livro de dedicató-rias. ◘

Maria dos Anjos Neto

Homenagem

Por iniciativa do Ex.mo Presidente do C.A., Américo Ribeiro, foi feito um jantar no Cen-tro Rainha D. Leonor para home-nagear a colaboradora Maria dos Anjos Neto que trabalhou na ODPS durante 26 anos e que se aposentou em Dezembro de 2006.

Dos 26 anos de bom servi-ço, três anos foram prestados no Centro Rainha D. Leonor. Foi sempre uma colaboradora empe-nhada, dedicada, exercendo a sua função com profissionalismo e humildade.

O jantar foi preparado com muito carinho por todas as cole-gas e contou com a presença do C.A (Américo Ribeiro e Rui Cunha), dos Directores (Mónica Taipa de Carvalho, Margarida Aguiar, João Pratas e André Rubim Rangel) e da D. Zulmira e de Paulo Lapa, colaboradores dos Serviços Centrais. O C.A. da ODPS presenteou a colaboradora com uma imagem da Nossa Senhora com o Menino. Um gran-de Bem-haja ao C.A. por esta iniciativa. ◘

Isabel Cristina Vieira, Técnica Serviço Social

de Rainha D. Leonor

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20072007 Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

FONTE DA MOURA

O bairro da Fonte da Mou-

ra foi construído entre 1960 (1ª fase) e 1962-1964 (2ª fase).

Em Setembro de 1964 ocorreu uma reunião preparató-ria do trabalho da ODPS na Fon-te da Moura, onde estava em execução pela Câmara Municipal um centro de formação profissio-nal.

O trabalho da Obra inicia-se efectivamente em 1965: o “Jornal de Notícias” (04.06) noti-cia a “inauguração de um Jardim Infantil no Bairro da Fonte da Moura (…) por meritória iniciativa da Obra Diocesana da Acção Social.»

No mês de Julho desse ano a C. M. Porto autoriza a Obra a utilizar a casa 11, Entra-da 158, do Bloco 5 para activida-de do Grupo de Teatro e do gru-po local de Escutismo.

Em 1968 o Pároco de Aldoar manifesta satisfação pelo trabalho da Obra na Fonte da Moura e pela «acção positiva das assistentes sociais que lá actuam».

Em 1974 o «Centro Social tem serviços de infância, mas é insuficiente para as necessida-des, dado o número elevado de crianças.» Em 1977 as instala-ções, «mais que exíguas», «não (se mostram) adaptadas ao fun-cionamento de creche e jardim de infância» com 30 e 57 crian-ças, respectivamente.

Em 1983 foram realizadas obras pela C. M. Porto, incluindo a ampliação da creche, embora em 1986, ”O Comércio do Porto”, de 23.11, escrevesse que as «instalações não chegam para as encomendas,» sendo o Cen-tro frequentado por 110 crianças, entre os três meses e os 6 anos, e o Centro de Dia por 70 idosos.

Desde 1998, a ODPS / Fonte da Moura integra a Asso-ciação Interinstitucional de Desenvolvimento de Aldoar (AIDA), “motor” do desenvolvi-mento da acção social local. ◘

A O DPS enquanto “obreira de bem-fazer” tem lançado aos seus colaboradores e utentes vários desafios e oportunidades no senti-do de ser uma instituição pautada por vários valores que culminam numa “Obra em 3D” – Dignidade, Determinação e Dinamismo.

Como colaboradora no Centro Social de Fonte da Moura, tenho assistido a uma revolução onde estes valores estão cada vez mais impressos no trabalho de todos nós, não podendo deixar de referir que o alento e o exemplo prestados pelos membros do Con-selho de Administração são uma inspiração para todos.

Não posso terminar este momento sem mencionar o grande desafio para 2007 lançado a um dos Centros Sociais, “Fonte da Moura”, que irá corroborar os valo-res impressos no espírito da ODPS.

Espero, muito em breve, ser possível convidar todos para a inauguração de mais um Centro Social completamente renovado, laborando com a mesma intensi-dade e com a mesma entrega como o tem feito até agora.

Até lá, continuação de Bom Trabalho. ◘

Ana Guimarães, Técnica Serviço Social Fonte da Moura

EM NÚMEROS:

Colaboradores: 40

(Ajudantes Cozinheira: 2) (Ajudantes Acção Directa: 10)

(Ajudantes Acção Educativa: 13) (Cozinheira: 1)

(Educadores Sociais: 2) (Educadores de Infância: 5)

(Escriturário: 1) (Médico: 1)

(Técnico Serviço Social: 1) (Trabalhadores Auxiliares: 3)

Utentes: 261

(Apoio Domiciliário: 42) (A.T.L.: 51) (Creche: 35)

(Centro de Convívio: 25) (Centro de Dia: 48) (Pré-Escolar: 60)

»»> Foco histórico por Bernardino Chamusca »»> Rosto Firme

Fotos: A L

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O OBRA

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CÇÃO 

20072007 Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

LAGARTEIRO Construído o bairro do

Lagarteiro em 1973, logo em 1974 a Obra Diocesana, lembra-va à C. M. Porto que o Bairro «tem instalações e caves que podem ser adaptadas (… e) tem terreno» para construção de um Centro Social. Todavia, apenas em 12-11-1993 recebeu dois espaços no Bloco 7 no Bloco 10 para o trabalho social.

Em carta dirigida à ODPS, em 28.10.1993, Armando Pimen-tel, vereador da C.M. Porto, escrevia: «Anteriormente as caves foram entregues à Asso-ciação de Moradores» local (em 1985) «tendo fundado um Jardim Infantil e um ATL, com 40 crian-ças», equipamentos que, desde Março de 1993, estavam em «perigo iminente de colapso.»

Por isso, «tendo estado a Câmara na base da criação da Obra Diocesana», a Câmara pretendia saber da «disponi-bilidade para alargar a sua activi-dade ao Bairro do Lagarteiro.»

O acordo foi celebrado em 1995, obrigando-se a C. M. P. a um regime especial de apoio financeiro ao Centro que, em 1997, recebia 70 crianças, e, em Fevereiro de 1998, mudou do Bloco 7 para o Bloco 8.

O Centro era notícia: em 1999, o cortejo de «Queima das Fitinhas» foi registado pelo «Jornal de Notícias» (11-07) com o título: «Meninos do Lagarteiro querem viver sem droga.»

Em 2003 a C. M. Porto aprovou a «cedência gratuita dos espaços sitos no Bloco 7», local que, em Março desse ano, foi visitado pelo Bispo Auxiliar do Porto, D. António Carrilho.

Em 2004 o Centro alargou as suas instalações, voltando a ocupar uma cave no Bloco 7. ◘

A reflexão interior só é plena e harmoniosa quando temos um dia-a-dia construído com base na nossa consciên-cia. É por isso que vale a pena tra-balhar com ética. Nós somos os primeiros a lucrar e a seguir são todos os que nos rodeiam.

A ODPS proporciona-nos uma visão sobre " o outro lado do mundo" e o contacto com famílias, crianças e idosos muito carentes, negligenciados e também revolta-dos. O trabalho humano e social não é fácil mas é valioso.

O Centro Social do Lagartei-ro não é, a nível do edificado, de forma alguma aprazível, mas no seu interior é acolhedor, trabalha-se com profissionalismo, com dedicação e em equipa. É um regaço de carinhos para os meninos e muito conforto para os utentes do S.A.D.

O objectivo de todos nós é que a Obra continue a afirmar-se como uma instituição sólida e de vanguarda na área social e que o C.A. continue com o mesmo empe-nho e espírito empreendedor. ◘

Luísa Lhano Preto, Técnica Serviço Social do Lagarteiro

»»> Foco histórico por Bernardino Chamusca »»> Rosto Firme

EM NÚMEROS:

Colaboradores: 36

(Ajudante Cozinheira: 1) (Ajudantes Acção Directa: 8)

(Ajudantes Acção Educativa: 14) (Cozinheiras: 2)

(Educador Social: 1) (Educadores de Infância: 5)

(Escriturário: 1) (Técnico Serviço Social: 1) (Trabalhadores Auxiliares: 3)

Utentes: 202

(Apoio Domiciliário: 47) (A.T.L.: 60) (Creche: 35)

(Pré-Escolar: 60)

Fotos: A L

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BRA & A

 & ACÇÃO

CÇÃO 

»»> Um Obreiro Bernardino ChamuscaBernardino ChamuscaBernardino Chamusca

Advogado e ex- Presidente ODPS

D. Florentino Andrade e Silva Nasceu em 09.04.1915, em Mosteirô, Santa Maria da Feira,

16º filho do casal Josefino da Silva Bento e Maria Andrade de Jesus, entrando em 1927 para o Seminário do Porto.

Foi ordenado sacerdote em 31.10.1937, exercendo funções como professor no Colégio dos Carvalhos e no Seminário de Vilar, bem como no Liceu D. Manuel II.

Em 5 de Janeiro de 1955, a Santa Sé nomeou-o Bispo de Heliosebaste e Auxiliar do Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, sendo sagrado Bispo na Sé do Porto em 17.03.1955.

Tendo sido imposto pelo Governo português o exílio ao Bispo D. António Ferreira Gomes, a Santa Sé nomeou D. Florentino Admi-nistrador Apostólico, em 17.10.1959, função que exerceu até 02.07.1969, momento do regresso do Bispo exilado.

Enquanto Administrador Apostólico do Porto, D. Florentino “dedicou especial atenção à formação dos candidatos ao sacerdócio e do clero”, tendo procedido à construção do Seminário do Bom Pastor, em Ermesinde, que abriu as portas em 04.11.1968.

Introduziu no Porto os Cursos de Cristan-dade, criou o Centro de Cultura Católica e procedeu à transferência do Paço Epis-copal para o edifício do Terreiro da Sé. Criou o Secretariado Diocesano de Acção Social e a “Obra Diocesana de Promoção Social nos Bairros Camarários do Porto” (1964). Com a criação da Obra Diocesana, D. Florentino, “abandonando as formas de assistencialismo, em que tendem a cair insensivelmente as instituições deste género, pretendia estender a toda dioce-se um movimento de promoção humana, em experiência de desenvolvimento comunitário, de forma que, na humaniza-ção da vida e de tudo o que é humano no

homem, se realizasse igualmente o cristão pleno. Tal acção preten-dia, no entanto, atingir a sua máxima extensão, envolvendo todos os homens, porque a todos se dirige a Igreja”.

Esta preocupação coincidiu com “a criação de novas paró-quias, a definição das circunscrições vicariais e das zonas pasto-rais”, “condição de base de uma actividade pastoral com uma indis-pensável e eficaz coordenação.”

Como acentua A. T. Fernandes (op. cit.), D. Florentino «era dotado de uma vigorosa inteligência e de uma sólida espiritualidade. Era uma personalidade muito afirmativa que se traduzia num estilo (oral e escrito) muito próprio. Era pois uma personalidade muito dotada que se revelaria pastoralmente eficaz, durante a prolongada Administração Apostólica. A prová-lo aí está o elenco das obras e movimentos que promoveu e dos escritos pastorais que deixou».

Em 01.07.1962, o Papa Paulo VI nomeou-o Bispo do Algar-ve, onde permaneceu até 22.05.1977. Concluída a missão no Algar-ve, D. Florentino, já debilitado pela doença, retirou-se para Fontis-cos (Stº Tirso), onde, depois de um longo internamento no Hospital da Trindade, no Porto, veio a falecer em 07.12.1989, sendo sepulta-do na sua terra natal no dia 9 seguinte, após exéquias solenes na Catedral do Porto. ◘

Mar.Mar.Mar.–––n. 5n. 5

»»> Flashes Internos

O “Espaço Solidário”, em parceria com a ‘Voz Portu-

calense’, tem publicado, este ano, Grandes Reportagens ODPS: um Centro por mês. A planificação, obedecendo ao critério cronológico de criação, é a seguinte: Cerco do Porto (Jan.); Fonte da Moura (Fev.); Pastelei-ra (Mar.); S. João de Deus (Abr.); S. Roque da Lameira (Mai.); Rainha D. Leonor (Jun.); Carriçal (Jul.); Regado (Ago.); Pinheiro Torres (Set.); S. Tomé (Out.); Lagarteiro (Nov.); Machado Vaz (Dez.) e Serviços Centrais (Jan.’08).

A ODPS nas suas origens foi tendo nomes diferen-

tes, entre 1964-5, ficando entre-tanto como a conhecemos ago-ra. Pelas Actas das Reuniões consta que se intitulou de: “Obra Social e Apostólica de trabalho nos Bairros”, “Obra Diocesana de Acção Social nos Bairros da Cidade do Porto” e “Obra dos Bairros”. Porém, destes 3 nomes, o que aparece no docu-mento da Apresentação da Obra, em 1965, é “Obra Dioce-sana de Acção Social nos Bair-ros do Porto”. Depois, no fim desse ano, em Reunião Geral do IAF, passou para “Obra Diocesa-na de Promoção Social da Cida-de do Porto”, para evitar confu-são com a similar toponímia de outras entidades oficiais.

O Presidente Américo Ri-beiro foi convidado para

fazer uma Conferência sobre “Empreendedorismo Social - Vivências e Significados”, na FLUP, a 27/02. Referenciou e situou a ODPS: “norteia-se pela transparência e dignidade para com os seus parceiros e público-alvo, factores essenciais no empreendedorismo”. Depois de apresentar a ODPS e destacar alguns dos seus Valores, con-cluiu: “O Mundo contemporâneo precisa de braços, de mãos, de vontades fortes para intervir energicamente e trabalhar no sentido de fortalecer o humanis-mo integral em defesa da digni-dade humana, da sensibilidade e da fraternidade solidárias”. ◘

ARR

11 O OBRA

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 A & ACÇÃO

CÇÃO 

––– Abr. Abr. Abr. 20072007

»»> Chave de Sucesso

Mónica Taipa de CarvalhoMónica Taipa de CarvalhoMónica Taipa de Carvalho

Directora de Recursos Humanos e Jurídicos da ODPS. Advogada.

Católica Solidária

A ODPS exerce a sua actividade de soli-

dariedade social em favor de crianças de tenra idade, idade escolar, adolescentes, jovens e idosos.

Para a realização diária de todas as tare-fas inerentes ao bem-estar dos seus utentes dispõe de um quadro de pessoal de cerca de 400 trabalhadores.

A qualidade do serviço que se quer pres-tar é a linha orientadora de todos os que con-nosco trabalham.

Todos os dias devem melhorar, todos os dias devem aperfeiçoar o seu desempenho com vista à máxima satisfação do utente.

Desde 2005, temos entre nós, a prestar serviço de voluntariado, alguns jovens universi-tários da Universidade Católica Portuguesa. Estes jovens integram a CASO (Católica Solidá-ria).

A CASO é o exemplo vivo de como a Universidade, os Jovens, o Voluntariado e a Solidariedade Social podem andar de mãos dadas.

São muitos os jovens da Universidade Católica que através da CASO promovem a solidariedade e iniciam a sua vida de voluntá-rios. Fazem-no com sentido de responsabilida-de, alegria e dádiva genuína.

Independentemente das áreas de forma-ção (Direito, Gestão, Enfermagem, Teologia, Psicologia, etc) todos têm um ponto em comum: Amam o próximo e concretizam esse Amor nas horas de voluntariado junto das crianças e ido-sos dos nossos Centros Sociais.

Trazem o sorriso, a companhia, o carinho e por vezes generosas dádivas (brinquedos, jogos didácticos e roupas). Para todos eles o nosso sincero agradecimento bem como para Patrícia Araújo, Coordenadora da CASO, e o Rev.mo Padre António Augusto Azevedo, Cape-lão da Universidade Católica. ◘

A face menos visível...

Para além dos Serviços Centrais e dos seus 12

Centros Sociais, a Obra Diocesana tem uma outra peça fundamental, e muito menos visível, na sua organiza-ção: a Plataforma Logística de Ermesinde.

Esta unidade engloba o Armazém Central, a Lavandaria Central e a Central de Costura. As três estruturas funcionam em dois edifícios recentemente construídos de raiz pela Obra Diocesana e localizados próximo da igreja de Santa Rita. Estas instalações foram oficialmente inauguradas a 1 de Junho de 2005 pelo então Bispo do Porto, D. Armindo Lopes Coelho.

O Armazém Central constitui uma porta de entra-da de vários produtos necessários ao dia-a-dia da Obra. É aqui que são recebidas as dádivas do Banco Alimentar Contra a Fome e as encomendas de vários fornecedores. Estes artigos são posteriormente separa-dos e distribuídos pelos Centros Sociais, de acordo com as suas necessidades. Este processo potencia econo-mias de escala, com as vantagens daí decorrentes, e permite um melhor controlo de qualidade dos produtos.

Na Lavandaria Central é lavada e engomada toda a roupa utilizada na Instituição. São ainda proces-sadas as roupas pessoais dos utentes, designadamen-te da valência de apoio domiciliário. Esta instalação resultou da concentração das quinze lavandarias que anteriormente existiam nos Centros Sociais e que pro-gressivamente foram encerradas. Diariamente, passa pela Lavandaria Central quase uma tonelada de roupa.

A Central de Costura é a unidade responsável

pela confecção e fornecimento dos vários artigos têxteis para os Centros Sociais, nomeadamente batas, toalhas e babetes. Já com alguns anos de existência, a Central de Costura foi uma das primeiras experiências de cen-tralização que a Obra Diocesana abraçou, sempre com resultados positivos.

Organicamente, a Plataforma está integrada na Direcção de Economato, Logística e Manutenção. O seu funcionamento é assegurado por uma equipa de profissionais dedicados e empenhados que todos os dias trabalham na retaguarda, em prol da Qualidade na Obra Diocesana. ◘

»»> Obra em Verdade! João PratasJoão PratasJoão Pratas

Director do Economato, Logística e Manu-tenção da ODPS. Nutricionista.

Fotos do Centro S. João de Deus

V V

12 OOBRA

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CÇÃO 

20072007

»»> Liga dos Amigos ODPS: últimos DONATIVOS (2007)

Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

»»> Alma Lux

Ana Rita MotaAna Rita MotaAna Rita Mota Psicóloga da ODPS

Partilhar experiências

Nos tempos que correm, a inovação é,

cada vez mais um valor a defender. Esta, deve traduzir-se numa busca pessoal do conhecimen-to, do saber como dar a melhor resposta e prestar o melhor serviço.

As respostas para as nossas dúvidas apa-recem quando as procuramos em meios técnicos, assim como no exemplo daqueles que, no seu dia

a dia, conseguem cum-prir as suas tarefas com maior êxito. É necessário partilhar experiências e incerte-zas que podem ser comuns. No fundo, esta partilha permite evoluir, e é esta evolução que conquista soluções ino-vadoras. ◘

Descrição Contribuição

Maria Azália Pires Silva Cardoso 10,00 €

Dulcino Luis Soares Barafuta 25,00 €

Palmira Leitão Conceição Santos Teixeira 15,00 €

Carlos A.N.F.Vasconcelos 10,00 €

Maria Leonor Moutinho 25,00 €

Luis Pedro Carvalho Martins 25,00 €

José Barros Perreira da Silva 25,00 €

Carpintaria Vilacondense 25,00 €

Animécio Abranches Ferreira Maia 100,00 €

Álvaro de Pinho Ferreira Dias 125,00 €

Confhic-Fraternidade Santa Joana 50,00 €

MAJ 24,00 €

JJCL 20,00 €

AAPS 20,00 €

MSFA 60,00 €

MFP 100,00 €

Mário José Machado Faria e Almeida Praça 25,00 €

“É neces-sário parti-lhar expe-riências e incertezas.”

A R

Educação Humanista

Todos quantos conhecem a ODPS veri-

ficam, com facilidade, a sua enorme dimensão social, de solidariedade e de bem servir. Reco-nhecem a existência destes valores em todas as actividades em que está empenhada.

No “Espaço Solidário”, excelente meio para dar a conhecer melhor a Obra, tenho visto sentidos depoimentos onde se põe a tónica na solidariedade, aspecto sumamente importante pois que, nos tempos que correm, cá e no res-to do mundo, este é um sentimento que rareia, infelizmente.

Uma das formas ao nosso alcance para modificarmos este estado de coisas é fazer-mos todos os possíveis para que as crianças de hoje cresçam a acreditar nos valores huma-nistas que possam influenciar a si e às suas famílias e levá-las a ser amanhã adultos que contribuam para um mundo melhor, sem distin-ção de estatutos socio-económicos, credos e raças.

Tenho acompanhado, assiduamente, as actividades educativas de um dos pólos da ODPS, o Centro Social Rainha D. Leonor. E o que tenho apreciado, ao longo de quase dois anos lectivos, é a profunda seriedade e a valia do projecto pedagógico que ali se desenvolve, certamente de acordo com o projecto educati-vo geral que caracteriza a instituição. Por razões profissionais – fui docente do Curso de Educadores e Infância, primeiro na Escola do Magistério Primário do Porto e, depois, na Escola Superior de Educação, também do Por-to – e estabelecendo comparações com o que vi e vivi, estou em condições de afirmar que no Centro Social Rainha D. Leonor, se desenvol-ve um projecto de excelência. ( . . .)

Mário Sequeira Correia, Ex- Governador Civil do Porto

Com a entrada de D. Manuel Clemente e de acordo com o Paço Episcopal achou-se por bem adiar o Fórum (talvez em Setembro), em dias a marcar a posteriori com o Senhor Bispo. ◘

20072007

13 Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

»»> Entrevista com...

JOSÉ VIEIRA DA SILVAJOSÉ VIEIRA DA SILVAJOSÉ VIEIRA DA SILVA Ministro da Solidariedade Social e do Trabalho e Economista

d i fe renc iaç ão pa ra se ‘maximizar’ os recursos dispo-níveis. A acção social não é de prestação de serviço a clientes, mas de reforço de qualidade de vida dos seus utentes. Já antes de Ministro certamen-te sabia da existência da ODPS, pelos 42 anos de Histó-ria. Como lê esse percurso nem sempre bem visível, como mereceria? Uma das características deste trabalho é que se faz, muitas vezes, na penumbra da grande visibilidade mediática, que, infelizmente, só é valorizada quando sofre alguma crise mais aguda. Penso que aí a

Conhece a ODPS do Porto? O que conhece dela? Sim, naturalmente que conhe-ço. Julgo que existem duas dimensões complementares e dentro duma mesma dinâmica e do mesmo sucesso. Uma é de cooperação institu-cional, com suporte de longa tradição e que valoriza o esfor-ço conjunto das Instituições, neste caso, no vasto universo da inspiração e da intervenção católica. Hoje a cooperação, no domínio da acção social, tem uma percentagem muito eleva-da, no contributo de organiza-ções de solidariedade, com essa matriz fundadora. A outra dimensão é a do traba-lho solidário que não se esgota nessa relação protocolar e se desenvolve em múltiplas áreas, a que mais vulgarmente cha-mamos de voluntariado, de comprometimentos com as comunidades necessidades. Mas como vê a missão concre-ta da ODPS, com a sua acção específica e mais valia na Cidade Invicta? Como caracte-riza a sua eficácia? Julgo que, mais uma vez, tem a ver com duas questões fun-damentais. Uma, é a importân-cia que tem a proximidade da Instituição às comunidades, o que permite responder mais rapidamente aos problemas e permite aferir melhor as res-postas relativamente às carên-cias populacionais. Essa proxi-midade ganha depois escala. Não há muitas Instituições do universo de cooperação com a natureza da ODPS, ou de outras das grandes áreas metropolitanas. Mas esta dimensão não pode esquecer outra de proximidade. Depois, há um desafio que nos é colocado a todos: o da eficá-cia social. Quer dizer, os recur-sos mobilizados para construir as políticas de acção social são mais eficazes se assegurarmos uma diferenciação positiva da sua aplicação mais intensa a favor dos mais necessitados. É preciso traduzir essa política de

questão essencial passa, sem perder a sua especifici-dade, por um trabalho con-junto com todo este sector da economia social e/ou solidá-ria, que tem, em Portugal, muita importância. Com um universo na ordem dos 400 trabalhadores na ODPS, estamos num domínio de relevância social e económi-ca que é, muitas vezes, mini-mizado. E é assim que ela ganha expressão! Estando a Obra espalhada em 12 Centros pela Cidade qual é mensagem, a missiva, a palavra de alento que deixa a este Conselho de Adminis-tração? Acho que as nossas priorida-des neste domínio e que pen-so a Obra Diocesana tam-bém ter, prende-se com a identificação dos factores de risco mais significativos na nossa sociedade, do ponto de vista da coesão e da soli-dariedade. E, principalmente, uma perspectiva muito impor-tante das políticas sociais, que é a actuação precoce temporalidade na resolução dos problemas, seja na área da infância, da juventude ou da exclusão social. Quando conseguimos uma resposta mais rápida, mais sucesso alcançaremos na actuação. Não sei se já esteve ou terá a oportunidade de conhecer melhor os nossos Centros, nas visitas que faz nesta área… Ainda não tive oportunidade. Mas tenho gosto em visitar a ODPS, faz parte das minhas funções adquirir um conheci-mento alargado desta reali-dade. É uma questão de se combinar quando for ao Por-to, para ter um contacto mais próximo, com intervenção. ◘

Entrevista e Texto: ARR

Fotos: ARR e Assessor do Ministro

“Com um univer-so na ordem dos 400 trabalhadores na ODPS, estamos num domínio de relevância social e económica que é, muitas vezes, minimizado. E é assim que ela ganha expressão!”

E EXCLUSIV

XCLUSIV’ O ’ O

BRA

BRA 

14 20072007

Desenvolvimento transferido em Inovação

O nível de vida dum País mede-se pelo nível do seu desenvolvimento económico e

esse depende essencialmente do nível educacional do seu povo. É sabido desde há muitos anos, que os Países crescem e desenvolvem-se tanto mais depressa quanto maior for a sua capacidade de transformar as descobertas científicas e tecnológicas em produtos que acarre-tam crescimento económico após as suas vendas no mercado global. E essa transferência do conhecimento científico e tecnológico para o tecido industrial e/ou comercial é, na maior parte dos casos, feita através da ino-vação. A inovação é a chave dessa transferência, aplicando-a no fabrico de novos produtos ou melhorando as tecnologias do seu fabrico. Inovar é fazer melhor ou fazer de novo ou fazer novo.

Segundo Michael Porter a prosperidade dum País está ligada à sua produtividade, que confere valor aos seus produtos e torna os processos produtivos eficientes.

Portugal e nomeadamente a Região Norte o seu tecido produtivo ou industrial terá de fazer um enorme esforço de colaboração e cooperação entre as suas melhores e mais sérias instituições do ensino superior (instituições de ensino e investigação) para colmatar e travar a depressão económica que nos vem afectando desde há alguns anos. E essa tarefa é urgente e obrigatória para todos aqueles que nela possam ou devam participar, já que desenvolvimento, para João Paulo II, era o novo nome da Paz. ◘

‘Cultura’ da TV Tenho estado ligada a mui-

tos congressos onde se reflecte sobre a violência nos meios de comunicação e se procura encontrar os caminhos para a anular ou, pelo menos, para a diminuir.

Contámos, nalguns deles, com a presença de personalidades de grande estatura científica, moral, cultural, cívica e espiritual que nos trouxeram a riqueza do seu saber e experiência e, simultaneamente, ajudando a fortalecer-se em nós a convicção firme de que é possível alterar o que se está fazendo de errado sem recorrer – como é óbvio! – a qualquer tipo de limitação da liberdade de expressão do nosso pensamento.

Um dos últimos Congressos, realizado na Universidade Católica, em Lisboa, por sugestão e generosi-dade do seu Reitor, o Prof. Braga da Cruz, teve a cuidar da sua organiza-ção algumas figuras do corpo docente da Escola que fizeram que o Congresso atingisse um nível de alta qualidade.

Várias foram as figuras por-tuguesas que participaram nele, tal como alguns estrangeiros convida-dos por nós. Foi o caso, por exem-plo – e para além da Rainha de Espanha que tem acedido sempre aos meus convites – do Professor americano David Walsh.

»»> Descobrir a INOVAÇÃO

Francisco Carvalho GuerraFrancisco Carvalho GuerraFrancisco Carvalho Guerra

Presidente da Sociedade de Ciências Farmacêuticas, Presidente da Forestis e Vice-Presidente da Fundação Portugal-África

»»> Vida Vivida Maria de Jesus Barroso SoaresMaria de Jesus Barroso SoaresMaria de Jesus Barroso Soares Presidente da Fundação Pro Dignitate e ex–Primeira Dama de Portugal

Este Professor fez-nos uma longa exposição dos seus pontos de vista, do seu entendimento da importância das mensagens de violência na televisão demonstran-do, com imagens com que nos confrontou, como essas mensa-gens e imagens violentas provocam uma reacção imediata, quase auto-mática, nas crianças que as vêem.

Tivemos ocasião de ver, apresentada por ele, uma sala onde várias crianças estavam tran-quilamente olhando um programa calmo e muito equilibrado.

Em dado momento, porém, desapareciam essas imagens e eram projectadas algumas de gran-de violência. A atitude das crianças mudava logo e era substituída por movimentos de grande agressivida-de, numa relação de causa e efeito impressionante.

Também esse professor dizia uma coisa muito interessante: “Dantes a cultura era transmitida às crianças pelos avós, pelos pais, pelos diferentes membros da famí-lia, sendo a casa a escola das pri-meiras aprendizagens. Hoje a transmissora da cultura é a televi-são e o que ela transmite é a cultu-ra do desrespeito.”

Tinha muita razão David Walsch – a cultura que a televisão hoje transmite é, como ele nos disse, a cultura do desrespeito: desrespeito pelos mais velhos,

desrespeito pelos valores que fize-ram e fazem a riqueza de uma sociedade, o desrespeito pela criança o desrespeito pelas regras que devem existir a pautar as nos-sas acções. Nunca mais pude esquecer a intervenção tão interes-sante, tão sábia, tão viva do Profes-sor americano.

Vendo hoje o que continua a constituir a matéria dos progra-mas de televisão temos de consta-tar que a cultura do desrespeito continua a ser transmitida pela televisão. Dado o poder que esta tem, com a força imensa da ima-gem, poderíamos veicular através dela mensagens de solidariedade e de paz, para além de dar a conhe-cer ao público – sobretudo ao mais jovem – os textos dos grandes escritores portugueses. Quem não gostaria de ver “A Velha Casa” de Régio ou algum dos grandes romances de Camilo, de Aquilino ou de Eça de Queiroz, por exem-plo?

Era preciso mudar, melho-rar os programas, inovando-os, saindo das telenovelas ocas e mui-to fúteis. Mas para isso, é verdade, seria necessário que se não aumentassem ou sequer mantives-sem os grandes níveis de audiência que esses programas atingem. E somos nós os culpados porque os vemos e aumentamos, assim, esses níveis. ◘

Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

ARR

OORLA

RLA T TEM

ÁTICA

EMÁTICA 

15 20072007

»»> Perspectivas Eugénio da FonsecaEugénio da FonsecaEugénio da Fonseca

Presidente da Caritas Portuguesa e da C.I. Confederação Nac. do Voluntariado

Solidariedade e Inovação

É vulgar dizer-se que

tudo, no Universo, está em constante mutação. Provam-no as transformações, nem todas positivas, nos domínios

da cultura, da ciência, em todos os seus domí-nios, e só para referir duas grandes áreas, entre todas, que estão ao alcance da intervenção humana.

Porém, nem tudo é passível de mudança, nomeadamente o que ponha em risco a susten-tabilidade de todos os componentes do Cosmos, comprometendo a sobrevivência dos seres vivos conhecidos e tornar o já difícil, mas legítimo, anseio de felicidade dos humanos. Os valores éticos, por exemplo, são realidades indeléveis. Conforme as culturas, as religiões, as tradições… esses valores podem ter expressões diferentes, mas nunca poderão ser atingidos na sua essên-cia. Aliás, sem a renovação dos procedimentos que procuram operacionalizar os princípios éti-cos, a desejável evolução será sempre uma miragem. Por outro lado, se assim não for, poder-se-á, paradoxalmente, responder a pro-blemas inexistentes ou a não serem eficazes as acções idealizadas para enfrentar os existentes.

A vivência do amor, nomeadamente pela prática da solidariedade, é um desses valores que, para ser autêntico, deve abrir-se à novida-de. Esta atitude significa ser capaz de conjugar, sem receios, o verbo inovar, ou seja, ser promo-tor incansável de renovação. Não é fácil, porque é necessário vencer muitas resistências, mas terá que ser um propósito incontornável de quem se quer assumir como cooperador na edi-ficação de um mundo que busca, sem cessar, a feliz utopia da perfeição.

Para inovar é imperioso aproximar-se, estar atento, conhecer e amar às realidades do seu tempo e do seu espaço; dispor-se a assimi-lar os ensinamentos provenientes das diferentes ciências; estar em permanente atitude de auto-crítica e não ter medo de arriscar.

Os que sabem que Deus é o principal e decisivo “arquitecto do Universo” nunca poderão dispensar a oração, não para, “mudar os planos de Deus nem corrigir o que Deus previu; procura (o cristão), antes, “o encontro com o Pai de Jesus Cristo, pedindo que esteja presente, com o conforto do seu Espírito, nele e na sua obra” (Cf. DCE, 37). É que só Ele pode, em ple-nitude, renovar/inovar todas as coisas (Cf. Ap. 21, 5). ◘

»»> Práticas Temáticas Marcelo Rebelo de SousaMarcelo Rebelo de SousaMarcelo Rebelo de Sousa

Professor Universitário, Comentador, co-Fundador PSD e Conselheiro de Estado

Inovação e Valores 1. Inovar não significa abstrair dos valores,

deitá-los fora, fazer de conta de que eles não exis-tem. Pelo contrário, inovar pressupõe, em todos os momentos, saber claramente que valores devem conduzir ou presidir aos nossos comportamentos.

2. A actividade humana envolve sempre escolhas. De fazer ou não fazer. De fazer em certo momento ou noutro. De fazer de um modo determi-nado. De privilegiar pistas e sacrificar outras. De abranger nessas pistas uns e não outros. De comu-nicar, explicar, esclarecer os caminhos escolhidos. De avaliar, passo a passo, a concretização do pro-jectado. De rever, repensar trilhos, ponderando vantagens e inconvenientes, sucessos e fracassos. Ora, escolher é apreciar pessoas, situações e ideias à luz de valores. Não se esgota nos valores, mas supõe-nos permanentemente.

3. Inovar é escolher o diferente, a mudança, a alteração. E também arranca de valores. Nuns casos, são os mesmos valores antes assumidos, mas aplicados de diversa forma, no conteúdo, no estilo, na intensidade, na participação, na pedago-gia. Noutros casos, são outros valores e é a própria inovação que implica uma comparação valorativa. Aí, o mais frequente é que inovar não acarrete mudar todos os valores ou os valores fundamen-tais, introduzindo a diferença só em alguns deles ou no seu peso relativo. Em regra, apenas as revolu-ções globais questionam todos os valores ou os valores-chave. E, mesmo nessas circunstâncias, é frequente encontrar, numa segunda ou terceira fase revolucionária, a reafirmação desses valores-chave.

4. Trocando por miúdos: a dignidade da pes-soa é um valor-chave, hoje praticamente inquestio-nável em Democracia. Mas, os valores que o pro-jectam, como a liberdade, a igualdade, a seguran-ça, a diferença, o pluralismo, podem conhecer pesos diversos, em momentos e sociedades varia-das. Como é natural que mudem valores de 3º grau, isto é, ainda mais concretos, que se prendem com a evolução humana, o enquadramento natural, os avanços da ciência e da técnica, os recursos disponibilizados, as necessidades suscitadas, os desafios lançados. Inovar é, assim, frequentemente agir à luz de um mesmo valor-chave, com diversa ponderação de valores de 2º e 3º grau, e até apli-cando novos valores desses graus.

5. Uma coisa é certa: inovar supõe valores e, quanto maior for a clareza com que os assumimos, maior é o alcance, a coerência, a eficácia da inova-ção. Inovar sem valores não é inovar. É ter ou que-rer criar a ilusão de que se inova sem, na verdade, o concretizar. É ficar no mesmo sítio, esbracejando sem avançar. Desperdiçando energia e tempo. Para tudo ficar, substancialmente, no mesmo. ◘

Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

ARR

O ORLA

RLA T  T

EMÁTIC

AEM

ÁTIC

16 OORLA

RLA T TEM

ÁTICA

EMÁTICA 

“INOVAÇÃO é toda a realização nova, dife-rente da anterior. Um preconceito do séc. XIX, que ainda hoje se mantém, faz pensar que toda a mudança é progresso, surge para melhor. A desa-gregação da sociedade e o aumento da corrupção são inovações negativas. O correcto será pergun-tar: INOVAÇÃO positiva ou INOVAÇÃO negativa?” ◘

José Hermano Saraiva, Historiador / Apresentador de TV

»»> Pensamentos E.S.

20072007 Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

»»> À nossa Volta Matilde AlvesMatilde AlvesMatilde Alves

Vereadora da Acção Social e Habitação da C. M. do Porto

O Projecto PORTO CÍVICO, da iniciativa da Câmara Municipal do Porto, tem como princi-pal objectivo alertar e sensibilizar a população para a assumpção de atitudes e comporta-mentos cívicos.

Com pequenas mudanças nos nos-sos hábitos do dia a dia daremos passos gigantes na construção de uma Sociedade mais coesa, mais humanizada e mais civili-zada.

E são de facto pequenos gestos que podem marcar essa diferença:

♦ Não deitar os chicletes para o chão – todos sabemos o prejuízo que esse tipo de lixo provoca. Todos sabemos que é um lixo não degradável. Todos sabemos que são necessários solventes químicos para os retirar dos espaços públicos. Todos sabemos que há várias cidades em Ingla-terra que gastam mais de 200.000 Libras, por ano só para retirar esse lixo da via pública. Já lhe chamam até o problema do “Gumfitti”. Porquê então nada fazer para evitar esse problema?

♦ Os grafitti nos monumentos e outros edifícios. Porquê não combater esse comportamento irresponsável?

♦ Beatas na areia. Não será mesmo má ideia?

♦ Dejectos dos animais na via públi-ca. Não é verdade que ninguém gosta?

♦ Carros mal estacionados ou esta-cionados em 2ª fila, impedindo a circulação e ou impedindo o rápido acesso dos bom-beiros e ambulâncias.

Não devemos todos nós exigir res-peito? ◘ ( . . . )

A cooperação na Lavan-daria/Armazém é de

entreajuda entre todos, com união, para que se

possa prestar o serviço cada vez melhor. Pare-

ce-me que os próprios Centros ainda não

estão totalmente recep-tivos à Lavandaria. Ape-

lo a que haja mais coo-peração entre todos. ◘

Vítor Valente, Encar-regado do Armazém

COMUNIDADE

AMOR

ORGANIZAÇÃO

APLICAÇÃO

ENTREGA

ENTREAJUDA

VERDADE

COMUNICAÇÃO

GRATIDÃO

COOPERAÇÃO. ◘

Rogério Esteves,

Centro S. João de Deus

Há várias formas de cooperação. Actualmente, estou bastante satis-feita com a cooperação do senhor Presidente e restante C.A.. Ele tem a capacidade de bem corrigir o que está mal. Há Centros ODPS em que se nota uma maior cooperação entre colegas e responsáveis de Centros, dado que passei por dois Centros e constatei isso. ◘

Rosa Maria, Trabalhadora Auxiliar do Centro

Soc. da Pasteleira

Para mim a cooperação é o que há de mais essencial.

Apesar de estar na cozinha, sinto-a entre todos. É muito

melhor, é mais gratificante. Já trabalho aqui há 21 anos e

sempre houve cooperação. Agora somos mais trabalhado-

res e ajudamo-nos mais. A ODPS faz com que as pessoas

se sintam bem. Não há stress. ◘

Lucília Pereira, Ajudante de Cozinha

do Centro Social de Pinheiro Torres

“Hoje em dia fala-se muito em COOPERA-ÇÃO, porque está na moda. Por um lado, há a COOPERAÇÃO estratégica e, por outro, perde-se a sua dimensão espiritual. Também lhe chamo Solidariedade e Amor, em sentido lato, vivido e partilhado com todos, no quotidiano. Temos de dar maior valor ao Amor!” ◘

Matilde de Sousa Franco, Deputada / Museóloga / Historiadora

Os laços de Cooperação entre os Colaboradores são um factor relevante, entre outros, para o êxito de uma Instituição com as dimensões da Obra Diocesana.

Na minha curta experiência de vida de ODPS sem-pre contei com a Cooperação dos colegas dos Centros por onde passei: Rainha D. Leonor, Pinheiro Torres e, actual-mente, nos Serviços Centrais. Tal valor foi importante para o meu início e integração no seio desta Instituição. ◘ Jorge Magalhães, Escriturário dos Serviços Centrais

17 E ELOLO S  SOCIAL

OCIAL 

20072007 Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

»»> Actualidades

Francisco Sarsfield CabralFrancisco Sarsfield CabralFrancisco Sarsfield Cabral

Director de Informação da Rádio Renascença e Comentador

Atitude para 2007 O facto de estarmos desde há cinco anos – e continuaremos ainda por mais alguns – a crescer menos na

economia do que a média europeia suscita um certo clima de desânimo. Mas o pior nem é isso: é julgar que a solução nada tem a ver connosco, é algo que virá (se vier...) de fora.

Pede-se aos governantes que resolvam o problema. E, de facto, eles têm aí uma importante responsabilidade, desde logo na reforma e nas con-tas do Estado. Mas muita coisa não depende deles.

Também se diz, e é verdade, que o compor-tamento da nossa economia resulta, em larga medi-da, do que se passar fora do país. Do maior ou menor dinamismo da economia europeia, para onde vai a esmagadora maioria das exportações portu-guesas. Do câmbio do euro em relação ao dólar. Do preço do petróleo. Etc, etc.

Mas alguns portugueses, por enquanto ain-da demasiado poucos, têm outra atitude: resolvem inovar, procuram a excelência no seu campo profis-sional, aceitam o risco de investir... Por isso melho-ram de vida, beneficiando Portugal. ◘

»»> Partilhando

António Bagão FélixAntónio Bagão FélixAntónio Bagão Félix Economista e Professor Universitário

Violência e Relativismo

A violência passou a fazer parte do quoti-

diano, banalizada pelas notícias em catadupa. O mais insondável obscurantismo alia-se terrifica-mente as sofisticadas “tecnologias do progres-so”, para destruir e matar cegamente.

A barreira – a bar-reira da vida – é gratuita-mente quebrada. Quem está do lado da morte como solução para seja o que for, sabe que entra num pântano de onde já não se sai. A vida não se relativiza, nem é moeda de troca.

Nesta “nova desor-dem” misturam-se factores explosivos de fana-tismo letal, indignidade humana, pobreza persis-tente, exploração ignóbil, relativismo ético, glo-balização do mal e indiferença do sofrimento. Seja-me permitido destacar apenas uma das várias causas desta desordem: o relativismo.

É o relativismo que amolece as consciên-cias boas e endurece as satânicas.

É o relativismo que quase anestesia os comportamentos letais, porque retira valor abso-luto à vida e despreza os que não têm voz.

É o relativismo que faz germinar a indife-rença e o comodismo atrofiantes.

É o relativismo que alcandorou a estatís-tica à categoria de mãe de todas as análises frias e racionais.

É o relativismo que igualiza, moralmente, fins e meios.

É o relativismo que encurta a memória e despreza a sabedoria.

É o relativismo que nos afasta da trans-cendência e da procura de nós mesmos.

É o relativismo que dissolve o bem e o mal no novo reino das opiniões e impressões,

onde nada vale porque tudo parece valer. Perante isto, é sobretudo no plano dos valores que devemos defender a jus-tiça, a paz, o inconformis-mo perante o sofrimento, a salvaguarda de valores perenes e inegociáveis da civilização, entre os quais e acima de todos está o (mais) absoluto: o respeito pela Vida. ◘

“A vida não se relativiza, nem é moeda de troca.”

»»> Invicta Convicta Carlos de BritoCarlos de BritoCarlos de Brito

Provedor do Cliente dos STCP, Presiden-te da AMTC e ex-Ministro da Defesa

‘Buraco do donuts’

Sendo da Cidade do Porto, vejo nela, desde

logo, o anacronismo dos concelhos, dos municípios, em relação à Cidade. O Porto como concelho tem poucas perspectivas, a não ser o “buraco do donuts” ou uma “cidade fóssil”. O Porto como Cida-de, isto é, a verdadeira cidade, o denominado Gran-de Porto, apresenta um potencial de desenvolvi-mento assinalável. Pode e deve ser um “pólo perifé-rico da União Europeia”.

É que não há dimensão para pólo com o exíguo território de concelho. Não há capacidade para criar 5 ou 6 cidadezinhas simétricas, sincróni-cas, equivalentes. Não há, então, “massa crítica” de capitalidade para se constituir uma metrópole, se houver uma dispersão de equipamentos repetidos e de realizações culturais avulsas. (…)

A Cidade já não é só dos seus habitantes mas também dos seus utilizadores, talvez até mais destes. Há que estabelecer um equilíbrio entre eles, necessariamente ao arrepio do anacronismo conce-lhio. ◘

18 EELOLO S SOCIAL

OCIAL 

20072007

»»> Diocese Portucalense Pe. A. Jardim MoreiraPe. A. Jardim MoreiraPe. A. Jardim Moreira

Presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, Pároco

E toda a fome é saciada...

Nos dias de Carnaval, saem para a

rua em cortejos, quais procissões com seus andares, onde transportam e acla-mam os seus ídolos, as deusas e os deu-ses do prazer, dos seus excessos e imorali-dades.

É o culto da permissividade sem barreiras, “é Carnaval, ninguém leva a mal…”! Muitos se deixam levar nestas multi-dões anónimas, onde se absolutiza o relati-vo, o efémero, o mortal, a carne humana, e no fim se sentem como alguém que “ cor-reu atrás do vento”!

Outros, mais discretos, guiados por uma luz superior (o Espírito Santo) ou por uma experiência madura, deixam tudo o que é vaidade, efémero e mortal, e se pros-tram de todo o cora-ção em adoração Àquele que é O Mis-tério, e que Se digna estar connosco sob a aparência de pão, o nosso Pai do Céu.

Refiro-me à Adoração das 40 horas, que todos os anos ocorre na Paróquia do Santís-simo Sacramento, à Rua Guerra Junqueiro, e é extensiva a todas as Paróquias da Cidade do Porto, durante os mesmos dias do Carnaval.

Aqui, a Pessoa se encontra com o Absoluto, o Verdadeiro, O que liberta, O que o preenche.

Onde cada ser humano se reconhe-ce quem é, com a sua dignidade, como filho do Altíssimo. Aqui, toda a fome é saciada. ◘

Pe. Lino MaiaPe. Lino MaiaPe. Lino Maia

Presidente da CNIS e do SDPSC - Porto, Pároco

Inovação para um Desenvolvimento

sustentável

O actual modelo socio-económico baseou-se em acções industriais que trouxeram reacções ambientais catastróficas e se reflectem nos mais graves problemas económicos e sociais hoje enfrentados. O consumo exagerado de recursos naturais e as tecnologias usa-das para transformar estes recursos interferem de for-ma violenta nos ecossistemas planetários, esgotando ou comprometendo as fontes naturais de matéria-prima.

A ideia de Desenvolvimento Sustentável é volta-da para uma forma de produção de riquezas que, pro-tegendo o meio ambiente, também esteja preocupada com a justiça social. O Desenvolvimento Sustentável será aquele que permita à geração actual suprir as suas necessidades sem comprometer a capacitação das gerações futuras.

O Desenvolvimento Sustentável engloba mui-tos desafios. Como podemos melhorar a vida das pes-soas e conservar nossos recursos naturais num mundo cuja população aumenta com necessidades crescentes de alimentos, água, habitação, saneamento, energia, saúde e segurança económica? Os países precisam de reexaminar os seus padrões de produção e consumo, comprometer-se com um crescimento económico res-ponsável que respeite o meio ambiente, trabalhar jun-tos na expansão das fronteiras da cooperação e com-partilhar conhecimento, tecnologia e recursos. Essas mudanças podem, e devem, acontecer para que o nos-so planeta e a sua população prosperem. ◘ ( . . . )

»»> Raios de Sol

Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

ARR

»»> Voz Universal

Ilda FigueiredoIlda FigueiredoIlda Figueiredo

Eurodeputada, Vereadora da C.M. V.N.Gaia, Economista e Professora

A Comissão Europeia considerou 2007 o “Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos”, visando sensibilizar os cidadãos para a igualdade de tratamento e a proibição de todas as discriminações.

Sublinhe-se que a Constituição da República Portuguesa consagra a igualdade de todos os cidadãos perante a lei, proibindo qualquer discriminação em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de ori-gem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

Mas, no quotidiano, persistem, ainda, muitas discriminações, pelo que devemos dar toda a atenção a este problema, também em Portugal. ◘

U. E.

ARR

20072007 Move, promove e tudo se desenvolve 19

»»> Bioética

Daniel SerrãoDaniel SerrãoDaniel Serrão

Professor Catedrático Jubilado, Médi-co e Membro de várias Academias

(Bio)Ética

Bioética é ética da Vida. Não posso deixar de escrever sobre o recente referendo e o seu resultado. A maioria da minoria de portugueses que entenderam pronunciar-se sobre a legalização do abortamento

por opção livre de uma mulher normal, com uma gravidez normal e um filho a desenvolver-se normalmente, votou contra esta forma de vida humana condenando-a à destruição.

Destruir uma vida em desenvolvimento é uma opção cruel e não pode ser equilibrada com quaisquer dificuldades, sejam elas quais forem, da Mãe. A maternidade é um tempo glorioso para qualquer mulher, é a realização plena do que de mais nobre tem a condição feminina.

Por isso, defender, proteger e apoiar a mulher grávida é respeitar a mulher e a sua mais profunda ânsia de felicidade. Um filho não pode ser nunca um empecilho mas tem de ser sempre um sinal de felicidade e de afecto, desinteressado e responsável.

Quem votou NÃO assumiu a responsabilidade de estar ao lado de toda e qualquer mulher grávida que este-ja em dificuldades. Para que nenhuma use a lei de morte. ◘

B BEMEM‐ ‐E ESTAR

STAR 

Mar.Mar.Mar.––– Abr. Abr. Abr.

»»> COOLinária Hélio LoureiroHélio LoureiroHélio Loureiro Chefe de Cozinha (Porto Palácio Hotel e Selecção Nac. de Futebol) e Apresentador de TV (RTP N)

A sopa é essencial

Preocupado com esta questão, que para

um cozinheiro como eu me diz directamente respeito, não podia de deixar de partilhar alguns truques, embora que pequenos, para que possam fazer crescer um pouco o dinheiro e ter uma alimentação saudável e equilibrada.

Resultado de alguma reflexão, partilho uma lista de pontos que espero que sejam uma ajuda para levarem o barco a bom porto ou, melhor dizendo, comerem bem sem gastar mui-to:

Hoje falaremos de sopa… 1. A sopa numa refeição é essencial. Prefira

sempre os legumes da época. Para além de mais baratos são, sem dúvida, mais saboro-sos.

2. Para poupar algum tempo, pode fazer a base da sopa, como batata, cebola, alho francês, azeite e pas-sá-la. Depois, pode diariamente acrescentar os legumes cortados em palitos ou cubos, variando não apenas o corte mas também a varie-dade (cenoura, couve galega, pen-ca, grelos, feijão, feijão verde, etc).

3. A sopa, no início da refeição, para

além de saciar a fome estabelece logo um bem-estar no organismo, devido ao calor que nos transmite.

4. Pode fazer uma panela de sopa e guardá-la durante cinco dias, no frigorífico, sem problemas para a saú-de e tendo sempre um bom alimento, pronto a ser servido.

5. No caso de querer fazer um pouco de regime, sem-pre pode fazer uma sopa leve e muito saudável, sem engordar, colocando, em vez de batata, couve-flor, mas sempre com o talo, tal como o pode fazer com brócolos.

6. Não se esqueça que os legumes são essenciais na alimentação devido à quantidade de fibra e vitami-nas que têm, assim, se não os comer durante a refeição, mas os comer na sopa, pode garantir uma estabilidade ao seu organismo dando-lhe o que ele precisa através de uma iguaria tão portuguesa, como é a sopa.

7. As canjas de galinha ou de outras aves, são para dias especiais, pois não são um alimento rico em fibras e tendo uma quantidade maior de gorduras animais, o que não muito saudável quando consumi-do em grandes quantidades.

8. Às crianças comece a dar a sopa com hortaliça o mais rápido possível, pois não é saudável uma crian-ça de três anos ainda comer cremes passados, em vez de sopa com pedaços de legumes. As crianças,

como os adultos, precisam de mastigar, pois ajuda à dentição e a todo o apare-lho digestivo. Sopas passadas só em dias especiais e para bebés.

Lembre-se que adiantar a sua refeição, tendo a sopa pré preparada, é um ganho de tempo e, sobretudo, um alimento muito saudável e que sacia, logo desde o início da refeição, o apeti-te que tenhamos. Não havendo sopa, vingamo-la nos pães com manteiga… ◘

“A materni-dade é um tempo glo-rioso para qualquer mulher.”

ARR

»»> Obra agendada: TOME NOTA!

20

20072007

Mar.Mar.Mar. Abr.Abr.Abr.

»»> Via Lúdica de...

Giovanni D’AmoreGiovanni D’AmoreGiovanni D’Amore

Grande Tenor, Cantor lírico e Músico Siciliano *

* Passatempos propostos pelo Convida-do desta edição…

Uma Anedota:

Um autocarro cheio de políticos bate numa árvore junto de uma estrada alentejana, perto de um monte. O dono do monte, que teste-munha o acidente, aproxima-se e encarrega-se de enterrar todos os políticos.

Alguns dias depois chega o investigador do acidente, que vê o autocarro todo espatifado e pergunta ao dono do monte o que aconteceu aos políticos que estavam no auto-carro.

- Enterrei-os, disse o homem. - Mas estavam todos mortos?

Pergunta o investigador. O homem responde: - Havia alguns que diziam que

não, mas você sabe como há certos políticos mentirosos...!!! ◘

Uma Adivinha:

O que é que sempre cai, mas

nunca se machuca? ◘

Um Passatempo:

Como obter um Check-Up grátis 1. Dirija-se ao hospital mais próxi-

mo. 2. Diga que lhe morreram ontem

todas as galinhas que tinha na capoeira e que não se está a sentir muito bem.

3. Todos os exames ser-lhe-ão feitos muito rapidamente.

4. Com um bocadinho de sorte, ainda vai aparecer no noticiário da noite na televisão... ◘

Uma História… Veja no Site ODPS a “Escola de

Fadas” escolhida por Giovanni… ◘

FICHA TÉCNICA:FICHA TÉCNICA:FICHA TÉCNICA: Administração: Américo Ribeiro (Presidente), Rui Cunha (Tesoureiro) e Helena Costa Almeida (Vogal) * Direcção/Redacção: André Rubim Rangel (C.P.: TE428) * Proprie-dade/Editor: Obra Diocesana de Promoção Social * Cronistas/Colunistas Efectivos: Agostinho Jardim, Américo Ribeiro, Ana Rita Mota, António Bagão Félix, Bernardino Chamusca, Daniel Serrão, Eugénio da Fonseca, Francisco Carvalho Guerra, Francisco Sarsfield Cabral, Hélio Loureiro, Isabel Oneto, João Pratas, Lino Maia, Marcelo Rebelo de Sousa, Maria Barroso Soares, Matilde Alves, Mónica Taipa de Carvalho, Paulo Morais * Revisor: Guilherme Sousa * Gráfica/Impressão: CLARET - Compa-

nhia Gráfica do Norte (Avintes) * Periodicidade (2007): Bimensal * Tiragem: 4.500 ex. * NIPC: 500849404 * Depósito Legal: 237275/06 * Marca Nacional: 398706 * Registo ICS: 124901 * Sócio AIC: 262 * Sócio APDSI: 1000005 * Postos de Difusão: Porto - Casa Diocesana de Vilar, Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense,

Livraria Fátima, Paulinas Multimédia | Ermesinde - Casa da Juventude * Sede/Circulação: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14; 4050-372 PORTO CONTACTOS: CONTACTOS: CONTACTOS: URL: www.odps.org.pt * Mail: [email protected] * Fax: 220 113 159 * Tel.: 912 518 916

PASSEIO dos COLABORADORES ODPS

DATA: 1 6 d e J u n h o d e 2 0 0 7 (todo dia de Sábado). ITINERÁRIO: Porto Porto Porto ––– Seia Seia Seia ––– Covilhã Covilhã Covilhã ––– Sortelha Sortelha Sortelha ––– Guarda Guarda Guarda ––– Viseu Viseu Viseu ––– Porto Porto Porto. PONTOS ALTOS: 1. Paragem na Torre; 2. Almoço na Covilhã; 3. Visita a Sortelha, localidade classificada como Aldeia Histórica; 4. Jantar e festa com dança e animação em Viseu. Inscreva-se já! ◘

BBEMEM‐‐ EESTAR

STAR 

COMISSÃO ORGANIZADORA: Liga de Amigos da ODPS

»»> Janela de Inclusão Paulo MoraisPaulo MoraisPaulo Morais

Matemático, Professor Universitário e ex-Vice Presidente da C. M. Porto

Acção Solidária em risco

A acção solidária em Portugal corre sérios riscos. Há uma escassez de recursos generalizada. O Estado tenta cumprir rigoro-sos critérios orçamentais e tem restrições; os particulares, de tanto verem sugados os seus recursos, através dos impostos, sentem dificuldades; e as empresas, numa permanente luta pela sobrevivên-cia, têm também limitações. As instituições de solidariedade não têm pois onde recorrer.

Mas, enquanto os particulares podem emigrar, o que ocorre a um ritmo que lembra os anos sessenta; e as empresas se podem deslocar para paragens mais saudáveis – às instituições de solidarie-dade só lhes resta permanecer onde são mais necessárias, onde os problemas sociais se agravam, ou seja, neste Portugal albanizado.

Este é talvez o momento mais crítico da acção solidária em Portugal. Com menos recursos, há que acudir a crescentes proble-mas sociais. Como? Inovando nas respostas, nos modelos e nos processos. A inovação poderá não ser condição suficiente para a sobrevivência, mas é seguramente necessária.

Em alternativa, muitas das instituições que, por iniciativa dos seus fundadores, e de forma abnegada, nasceram para dar, acaba-rão seguramente… a pedir. Ou – ainda pior! – a inventar. ◘

ARR