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KARL MARX Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 - Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. Professor Ricardo da Cruz Assis Sociologia - Ensino Médio

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KARL MARX

Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 - Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.

Professor Ricardo da Cruz AssisSociologia - Ensino Médio

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"Os filósofos apenas interpretaram o mundo devárias maneiras, enquanto que o objetivo é mudá-lo."

“Não se trata de interpretar diferentemente o mundo,

mas de transformá-lo. Pois a própria interpretação está

condicionada ao mundo posto, só a ação

revolucionária produz a transcendência do mundo

vigente.

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“Que as classes dominantes tremam à ideia de umarevolução comunista! Os proletários nada têm a perder anão ser suas algemas. Têm um mundo a ganhar.PROLETÁRIOS DE TODO O MUNDO, UNI-VOS!” (MARX, Karl

e ENGELS, Friedrich, Manifesto do Partido Comunista - 1848)

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MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO

O materialismo designa umconjunto de doutrinas filosóficasque, ao rejeitar a existência deum princípio espiritual liga toda arealidade à matéria e a suasmodificações.

Materialismo Histórico é uma tesedo marxismo, segundo a qual o modode produção da vida materialcondiciona o conjunto da vida social,política e espiritual. É um método decompreensão e análise da história,das lutas e das evoluções econômicase políticas.

método dialético são a tese, a antítese e a síntese.

Tese = afirmação inical

Antítese= oposição à tese

Síntese = resultado do conflito entre tese e antítese

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OBJETIVO DE MARX: estudar a sociedade de seu tempo (sociedade capitalista)

Sociedade capitalista = capitalista X proletários

relação de produção é baseada na

exploração

SOCIEDADE CAPITALISTA É

MARCADA PELA LUTA ENTRE

DUAS CLASSES SOCIAIS:

CAPITALISTAS x PROLETÁRIOS

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Método – O PESQUISADOR NÃO DEVE SE LIMITAR À DESCREVER A

REALIDADE SOCIAL, MAS DEVE PROCURAR IDENTIFICAR COMO

ESSA REALIDADE SE PRODUZ E SE REPRODUZ AO LONGO DA

HISTÓRIA

MARX CIÊNCIA TEM UM PAPEL POLÍTICO

Deve ser INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO DA REALIDADE

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Baseado em Demócrito e Epicuro sobre o materialismo e emHeráclito sobre a dialética (do grego, dois logos, duas opiniõesdivergentes), Marx defende o materialismo dialético, tentandosuperar o pensamento de Hegel e Feuerbach.

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A dialética hegeliana era a dialética do idealismo (doutrinafilosófica que nega a realidade individual das coisas distintas do"eu" e só lhes admite a ideia), e a dialética do materialismo éposição filosófica que considera a matéria como a única realidadee que nega a existência da alma, de outra vida e de Deus. Ambassustentam que realidade e pensamento são a mesma coisa: asleis do pensamento são as leis da realidade. A realidade écontraditória, mas a contradição supera-se na síntese que é a"verdade" dos momentos superados. Hegel consideravaontologicamente a contradição (antítese) e a superação (síntese);

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Marx considerava historicamente como contradição de classesvinculada a certo tipo de organização social. Hegel apresentavauma filosofia que procurava demonstrar a perfeição do queexistia (divinização da estrutura vigente);

Marx apresentava uma filosofia revolucionária que procuravademonstrar as contradições internas da sociedade de classes eas exigências de superação.

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• Ludwig Feuerbach procurou introduzir a dialética materialista,combatendo a doutrina hegeliana, que, a par de seu métodorevolucionário concluía por uma doutrina eminentementeconservadora. Da crítica à dialética idealista, partiu Feuerbachà crítica da Religião e da essência do cristianismo.

• Feuerbach pretendia trazer a religião do céu para a Terra. Aoinvés de haver Deus criado o homem à sua imagem esemelhança, foi o homem quem criou Deus à sua imagem. Seuobjetivo era conservar intactos os valores morais em umareligião da humanidade, na qual o homem seria Deus para ohomem.

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Adotando a dialética hegeliana, Marx, rejeita, comoFeuerbach, o idealismo, mas, ao contrário, não procurapreservar os valores do cristianismo.

Se Hegel tinha identificado o ser e o dever-ser (o Sen e oSolene) encarando a realidade como umdesenvolvimento da razão e vendo no dever-ser oaspecto determinante e no ser o aspecto determinadodessa unidade

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A dialética marxista postula que as leis do pensamentocorrespondem às leis da realidade. A dialética não é sópensamento: é pensamento e realidade a um só tempo. Mas, amatéria e seu conteúdo histórico ditam a dialética do marxismo: arealidade é contraditória com o pensamento dialético. Acontradição dialética não é apenas contradição externa, masunidade das contradições, identidade: "a dialética é ciência quemostra como as contradições podem ser concretamente (isto é,vir-a-ser) idênticas, como passam uma na outra, mostrandotambém porque a razão não deve tomar essas contradições comocoisas mortas, petrificadas, mas como coisas vivas, móveis,lutando uma contra a outra em e através de sua luta." (Henri Lefebvre, Lógica

formal/ Lógica dialética, trad. Carlos N. Coutinho, 1979, p. 192).

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Marx acusou Feuerbach, afirmando que seu humanismo e suadialética eram estáticas: o homem de Feuerbach não tem dimensões,está fora da sociedade e da história, é pura abstração.

É indispensável segundo Marx, compreender a realidade histórica emsuas contradições, para tentar superá-las dialeticamente. A dialéticaapregoa os seguintes princípios: tudo relaciona-se (Lei da açãorecíproca e da conexão universal); tudo se transforma (lei datransformação universal e do desenvolvimento incessante); asmudanças qualitativas são consequências de revoluções quantitativas;a contradição é interna, mas os contrários se unem num momentoposterior: a luta dos contrários é o motor do pensamento e darealidade; a materialidade do mundo; a anterioridade da matéria emrelação à consciência; a vida espiritual da sociedade como reflexo davida material.

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O materialismo dialético é uma constante no pensamento domarxismo-leninismo (surgido como superação do capitalismo,socialismo, ultrapassando os ensinamentos pioneiros deFeuerbach). MATERIALISMO HISTÓRICO

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As relações sociais do homem são tidas pelas relações que ohomem mantém com a natureza, onde desenvolve suas práticas,ou seja, o homem se constitui a partir de seu próprio trabalho, esua sociedade se constitui a partir de suas condições materiaisde produção, que dependem de fatores naturais (clima, biologia,geografia...) ou seja, relação homem-Natureza, assim como dadivisão social do trabalho, sua cultura. Logo, também há arelação homem-Natureza-Cultura.

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Friedrich Engels, na ocasião do funeral de Marx, disse:

Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida eracontribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista edas instituições estatais por esta suscitadas, contribuir para a libertação doproletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente de sua posição ede suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. A luta eraseu elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucospuderam rivalizar. (…) Como consequência, Marx foi o homem mais odiado e maiscaluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutistas como republicanos,deportaram-no de seus territórios. Burgueses, quer conservadores ouultrademocráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo issoele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento,só respondendo quando necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado,reverenciado e pranteado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários -das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da Europa e da América -e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários,não teve nenhum inimigo pessoal.

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AS CLASSES SOCIAIS NÃO SE LIMITAM A DESCREVER

É a propriedade privada dos meios de produção que constitui abase econômica da divisão da Sociedade em Classes.

A teoria das Classes Sociais não se limita a descrever asdivisões da Sociedade em camadas ou estratos, como faz omodelo da Estratificação Social.

Ela busca explicar (analisar) como e por que elas ocorremhistoricamente.

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CLASSES SOCIAIS: FORÇAS MOTRIZES E CONCRETAS

• As contradições que mantêm entre si forjam e estruturam aprópria Sociedade.

• Quando os conflitos chegam a um ponto insuportável ocorreuma revolução, ou rompimento violento entre as classes, o queresulta na transformação da Sociedade.

• A Revolução Francesa (1789) foi uma das expressões dessatransformação.

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CRÍTICA AO CAPITALISMO:

O verdadeiro valor de uma mercadoria só pode ser o daquantidade de trabalho necessário para produzir aquelamercadoria – e nenhuma mercadoria existe sem trabalho. Éo chamado “valor trabalho”, muito diferente do preço demercado. Em linhas gerais, o capitalismo só pode existirexatamente porque não usa o valor trabalho, mas o preço. Adiferença entre os dois é chamada de “mais- valia” ou“trabalho não pago”, como também gostava de denominarMarx.

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Em síntese, para Marx, política é luta de classes eisso ocorreu sempre em todas as épocas dahumanidade, porém o modo capitalista de produçãoseria o último dessa série de dominadores edominados, pois o capitalismo trás em si a ganânciasem limites.

A acumulação da riqueza pelos burgueses emdetrimento do proletariado, através da mais-valia gerano capitalismo o veneno que há de matar este modode exploração.

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HÁ DUAS FORMAS DE EXPLORAÇÃO

Mais-valia absoluta: fazer com que trabalhem mais horas recebendoos mesmos salários, o que, claro, aumenta a produção. Pode sertambém uma redução dos salários sem reduzir as jornadas detrabalho, o que causa o mesmo efeito. Nos primórdios do capitalismoisso era comum, mas ainda existe até hoje.

Mais-valia relativa: manter os salários e jornadas de trabalho, masaumentar a produção através da introdução de novas e melhorestecnologias e técnicas de administração, o que expande a produção eo trabalho não pago. É a forma por excelência de exploração docapitalismo mais desenvolvido – o mundo atual, etc.

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IDEOLOGIA

O conceito de ideologia aparece em Marx como equivalente deilusão, falsa consciência, concepção idealista na qual a realidadeé invertida e as ideias aparecem como motor da vida real.

No marxismo posterior a Marx, sobretudo na obra de Lênin,ganha um outro sentido, bastante diferente: ideologia é qualquerconcepção da realidade social ou política, vinculada aosinteresses de certas classes sociais particulares.

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IDEOLOGIA

Através da ideologia, são construídos (produzidos) imaginários elógicas de identificação social cuja função seria escamotear o conflito(entre as classes sociais), dissimular a dominação e ocultar apresença do particular, dando-lhe a aparência de universal.

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IDEOLOGIA

A ideologia tem funções como a de preservar a dominação de

classes apresentando uma explicação apaziguadora para as

diferenças sociais.

Seu objetivo é evitar o conflito aberto entre dominadores e

dominados.

A ideologia, portanto, seria uma forma de consciência, mas uma

consciência parcial, ilusória e enganadora que se baseia na

criação de conceitos e preconceitos como instrumentos de

hegemonia.

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Segundo Marx, ideologia é o conjunto de representações e ideias, bemcomo de normas de conduta, por meio das quais o indivíduo é levado apensar, sentir e agir da maneira que convém à classe que detém o poder.

Portanto, a ideologia:

•Constitui um corpo sistemático de representações que nos “ensinam” a pensar e de normas que nos “ensinam” a agir.

•Determina a relação entre os indivíduos e as condições de existência deles adaptando-os às tarefas prefixadas pela sociedade.

•Camufla as diferenças de classe e os conflitos sociais, ora concebendo a sociedade “una e harmônica”, ora justificando as diferenças existentes.

•Garante a coesão social e a aceitação sem críticas das tarefas mais penosas e pouco recompensadoras, em nome da “vontade de Deus”, do “dever moral” ou simplesmente como decorrência da “ordem natural das coisas”.

•Mantém a dominação de uma classe sobre outra.

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É interessante observar que a ideologia não é uma mentira quea classe dominante inventa para subjugar a classe dominada,porque inclusive os que se beneficiam dos privilégios estãoimpregnados por ela, e também eles se convencem da verdadedessas ideias.

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CARACTERÍSTICAS DA IDEOLOGIA

•Naturalização: consiste em aceitar como naturais situações que na verdade resultam da ação

humana e, como tais, são históricas. Por exemplo: afirmar que desde sempre existiam pobres e

ricos, sendo impossível mudar esse conceito de estado de coisas.

•Universalização: os valores da classe dominante são estendidos aos que a ela se submetem.

•Abstração e aparecer social: as representações ideológicas não referem ao concreto, mas ao

aparecer social.

•Lacuna: a universalização e a abstração supõem uma lacuna ou a ocultação de algo que não

pode ser explicitado, sob pena de desmascarar a ideologia. Por isso, ela é ilusória, não no sentido

de ser “falsa ou errada”, mas por ser uma aparência que oculta a maneira pela qual a realidade

social é produzida.

•Inversão: a ideologia representa a realidade invertida, ou seja, o que seria a origem da realidade

é posto como produto e vice-versa: o que é efeito é tomado como causa. Exemplo: segundo a

ideologia burguesa, a desigualdade social resulta de diferenças individuais: os indivíduos são

desiguais por natureza, e a desigualdade social é, portanto, inevitável. Se o filho do operário não

melhora o padrão de vida, a explicação ideológica atribui o insucesso à incompetência, falta de

força de vontade ou indisciplina.

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ALIENAÇÃO

Os trabalhadores não têm consciência dessaexploração – são alienados – pois tudo funcionacomo se fosse “natural”. Isso ocorre porque, noprocesso de trabalho capitalista, com a divisão socialdo trabalho [tão elogiada por Durkheim], ostrabalhadores não percebem que são os verdadeirosprodutores das riquezas (mercadorias finais) – cadaum só se vê fazendo uma pequena parte doprocesso, pouco entendendo do processo completo.

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A ALIENAÇÃO SOB QUATRO ASPECTOS:

1. O trabalhador é estranho ao produto de sua atividade, quepertence a outro. Isto tem como consequência que o produto seconsolida, perante o trabalhador, como um “poderindependente”, e que, “quanto mais o operário se esgota notrabalho, tanto mais poderoso se torna o mundo estranho,objetivo, que ele cria perante si, mais ele se torna pobre e menoso mundo interior lhe pertence”

ALIENAÇÃO

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ALIENAÇÃO

2. O trabalho deixa de ser uma manifestação essencial dohomem, para ser um “trabalho forçado”, não voluntário, masdeterminado pela necessidade externa. Por isso, o trabalhodeixa de ser a “satisfação de uma necessidade, mas apenas ummeio para satisfazer necessidades externas a ele”.

O trabalho não é uma feliz confirmação de si e desenvolvimentode uma livre energia física e espiritual, mas antes sacrifício de sie mortificação. A consequência é uma profunda degeneraçãodos modos do comportamento humano;

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ALIENAÇÃO

3. Com a alienação da atividade produtiva, o trabalhador aliena-setambém do gênero humano. (perda completa da humanidade).

A livre atividade consciente é o caráter específico do homem; a vidaprodutiva é vida “genérica”. Mas a própria vida surge no trabalhoalienado apenas como meio de vida.

A vantagem do homem sobre o animal – isto é, o fato de o homempoder fazer de toda natureza extra-humana o seu “corpo inorgânico”– transforma-se, devido à alienação, numa desvantagem, uma vezque escapa cada vez mais ao homem, ao operário, o seu “corpoinorgânico”, quer como alimento do trabalho, quer como alimentoimediato, físico;

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ALIENAÇÃO

4. A consequência imediata desta alienação do trabalhador davida genérica, da humanidade, é a alienação do homem pelohomem.

“Em geral, a proposição de que o homem se tornou estranho aoseu ser, enquanto pertencente a um gênero, significa que umhomem permaneceu estranho a outro homem e que, igualmente,cada um deles se tornou estranho ao ser do homem”.

Esta alienação recíproca dos homens tem a manifestação maistangível na relação operário-capitalista.

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ALIENAÇÃO E RELIGIÃO

•A religião é uma projeção de nossa realidade terrena para um plano superior

metafísico.

•A religião consiste num mundo fantástico, criado pela mente humana que tenta

dar a certos fenômenos naturais um ar sobrenatural, isto significa que religião

com o seu Deus não passa de uma mera ilusão, algo a que não se deve dar

crédito.

•"A religião é o ópio do povo" (em alemão "Die Religion... Sie ist das Opium des

Volkes") é uma citação da Crítica da Filosofia do Direito de

Hegel (em alemão, Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie) de Karl Marx,

obra publicada em 1844.

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A POLÍTICA

Para Marx, é a luta de classes, que pode ser “encoberta” –quando os trabalhadores lutam contra a exploração, masainda não têm muita consciência sobre a necessidade darevolução, etc. – ou “aberta” – quando a revolução está emseu estágio final e os comunistas dirigem as massas comum projeto claro de transformação social, econômica epolítica.

Política, então, é para transformar o mundo e não sóinterpretá-lo .

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Vitoriosa a revolução – Marx não viu nenhumaexperiência do tipo – o problema seguinte é comoorganizar o mundo novo proposto (comunismo).

Marx dividiu o processo em duas partes distintas:estágio inferior do comunismo (ou SOCIALISMO, comopreferem denominar hoje os marxistas) e estágiosuperior do COMUNISMO ou fim da história dassociedades divididas em classes.

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SOCIALISMO

Na economia, os meios de produção (fábricas, terras,bancos, etc.) tornam-se estatais, ou seja, propriedadecoletiva – e, é claro, são eliminadas a propriedadeprivada desses meios de produção e a herança(responsável pela reprodução das desigualdades).

A propriedade estatal torna mais “fácil” a planificaçãoda economia visando o interesse de todos e não osprivilégios de poucos.

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As desigualdades, assim, tendem a desaparecer, poistodos serão empregados de si mesmos – o coletivo –recebendo remuneração segundo sua contribuição (idéiaque Marx tirou de Saint-Simon).

A economia – como não visa lucro e nem se baseia na“anarquia do mercado” – tende a ser muito mais eficiente,gerando, com o tempo, um avanço espetacular datecnologia e da produção, uma abundância geral de bens eserviços para todos os homens.

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COMUNISMO

Por fim, uma ditadura do proletariado contra osque tentarem voltar para o capitalismo (burguesia,trabalhadores ainda influenciados por idéiasburguesas, etc.).

É o fim das classes sociais, da alienação e dotrabalho obrigatório – nem mesmo o Estado socialistaserá necessário.

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Sociedade sem classes sociais sem estado/governo(autogoverno dos trabalhadores)

“mera administração das coisas”, pois ninguém vaiquerer oprimir os outros e muito menos explorar opróximo, já que todos terão bens materiais “segundosuas necessidades” – citação literal de Marx)

Fim da história das sociedades de classes (ou “pré-história” da humanidade).

COMUNISMO

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Fim da alienação (pois a eficiência produtiva do

sistema vai garantir tudo a todos, sumindo a

necessidade de processos de trabalho baseados na

divisão imposta de tarefas).

Fim do trabalho obrigatório (pois a eficiência

científica e tecnológica, a serviço dos interesses

coletivos, eliminará tal necessidade) e liberdade

absoluta (vida livre de imposições).

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A EXPERIÊNCIA COMUNISTA

A experiência comunista parte de um pressuposto comum onde a desigualdade social gera problemas que se desdobram em questões como a violência, a miséria e as guerras.

A intenção de banir as diferenças entre os homens acaba fazendo com que muitos enxerguem o comunismo como uma utopia dificilmente alcançada.

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A EXPERIÊNCIA COMUNISTA• Na Grécia Antiga, o filósofo Platão buscou arquitetar uma forma de

governo ideal onde a propriedade privada e as famílias seriam extintas.

• Durante a Idade Média, a crise do sistema feudal e o grandeenriquecimento da Igreja impulsionaram a formação de movimentos quetentaram abolir as desigualdades.

• No período de ascensão da burguesia mercantil, outros pensadorestambém se preocuparam em criticar os valores de seu tempo em favor deuma sociedade ideal. (No século XVI, o filósofo britânico Thomas Morusredigiu a obra “Utopia”)

• O advento da Revolução Inglesa foi visto como uma experiência históricaque deu brecha a práticas comunistas.

• O próprio desenvolvimento da sociedade capitalista trouxe novasinspirações ao pensamento comunista.

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O MARXISMO NA PRÁTICA

A aplicação das idéias de Marx foi uma ditaduracontra o proletariado: Stálin, perseguições,(mais detrinta milhões de mortos e condenados, só na Rússia),burocracia privilegiada e fanática, falta de liberdadesbásicas, mecanização do homem, etc.

Nos anos 60 e 70, por razões variadas, declinoueconomicamente. Reformas econômicas foramtentadas nos anos 80, mas fracassaram.

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CULTO À PERSONALIDADE

1. Parada militar na Praça Vermelha, em Moscou, em 1947, diante de cartazes de Lênin e Stálin

2. As imagens de Karl Marx, Friedrich Engels, Lênin e Stálin presidem ao encontro no salão que depois seria usado nos Julgamentos de Moscou, contra adversários do regime comunista

3. Desfile de ginastas na Praça Vermelha, diante da efígie de Lênin, na comemoração do aniversário da revolução em 1976

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PRÁXIS

Atividade do sujeito que de algum modo aproveitaalgum conhecimento ao interferir no mundo,transformando esse mesmo mundo ao passo quetransforma também a si mesmo.

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PRÁXIS

Na lógica da concepção materialista da História não é a

realidade que move a si mesma, mas comove os atores,

trata-se sempre de um "drama histórico“.

As relações entre a realidade e as ideias se fundem na

práxis.

Sendo a história uma produção humana, e sendo as ideias

produto das circunstâncias em que tais ideais brotaram,

fazer história racionalmente é a grande meta.

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01 - Segundo Karl Marx, “o modo de produção da vidamaterial condiciona o desenvolvimento da vida social,política e intelectual em geral”.

Essa tese resume a sua teoria da história, tambémdenominada de:

a) socialismo científico.

b) materialismo histórico.

c) racionalismo cartesiano.

d) fenomenologia do espírito.

e) individualismo metodológico.

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02 - As mudanças trazidas pela Revolução Industrial provocaram novas reflexões sobre a sociedade e seu comportamento. Karl Marx, um dos pensadores marcantes do século XIX, nas suas reflexões:

a) reconhecia a falta de justiça social, devido aos exageros do sistema capitalista que incentivava a exploração das classes desfavorecidas.

b) admitia o grande valor da tecnologia produzida pelo capital, necessária para acabar com o liberalismo econômico.

c) defendia a necessidade de ampliar a intervenção do Estado na gestão da economia, a fim de pôr fim aos sistemas parlamentares europeus.

d) propunha a luta da sociedade para negar as mudanças sociais, admitindo a volta aos princípios do mercantilismo.

e) restringia, às classes sociais urbanas, os planos de crescimento da sociedade européia e de uma melhor qualidade de vida.

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03 - A divisão do trabalho é um tema recorrente na sociologia.Existem várias correntes sociológicas que tratam sobre o tema epodemos destacar duas. A primeira sugere que a divisão dotrabalho ocasionou a divisão da sociedade em classes e asegunda aponta que a especialização e a divisão do trabalhogeraram coesão social.

Tais correntes expressam, respectivamente, as reflexões de:

a) Max Weber e Auguste Comte

b) Karl Marx e Max Weber

c) Max Weber e Émile Durkheim

d) Karl Marx e Émile Durkheim

e) Georg Simmel e Karl Marx

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04. Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas

relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de

produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas

forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura

econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual se erguem as

superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas

de consciência social. (MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In. MARX, K. ENGELS F. Textos 3. São Paulo. Edições Sociais, 1977 (adaptado).

Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema

capitalista faz com que

a) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia.

b) a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe.

c) a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano.

d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico.

e) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material.

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GABARITO

• 1 – B

• 2 – A

• 3 – B

• 4 - E