filosofia - idealismo alemão e outros

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COLÉGIO DE SÃO BENTO F I L O S O F I A F I L O S O F I A Contemporânea I Contemporânea I 3ª SÉRIE - 2012 Prof. Bruno Bahia

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Page 1: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

COLÉGIO DE SÃO BENTO

F I L O S O F I AF I L O S O F I A

Contemporânea IContemporânea I

3ª SÉRIE - 2012 Prof. Bruno Bahia

Page 2: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

““Nada de grande se realizouNada de grande se realizou no mundo sem paixão.” no mundo sem paixão.”

G. W. F. HEGELG. W. F. HEGEL(1770-1831)(1770-1831)

Page 3: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

Século XIXSéculo XIX

• Revolução Industrial (meados do século XVIII) – Capitalismo;

• Inovações tecnológicas;• Exploração do trabalho

humano (tripalium);• Dois blocos antagônicos:

burguesia empresarial x trabalhadores.

• Lutas e correntes socialistas: base no ideário da Revolução Francesa (1789-1799).

Page 4: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

Romantismo: indivíduo, emoção e naturezaRomantismo: indivíduo, emoção e natureza

• Movimento cultural: arte e filosofia;• Exaltação das paixões e

sentimentos valorosos (amor x racionalidade);

• Valorização da sensibilidade e subjetividade;

• Retomada da idéia da natureza como força vital;

• Desenvolvimento do nacionalismo;• Influência direta no Idealismo

Alemão.

Page 5: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

Idealismo AlemãoIdealismo Alemão• O sujeito exerce um papel

mais determinante no processo do conhecimento;

• O que ele conhece são suas ideias, suas representações do mundo e sua consciência.

• Base no pensamento kantiano: “das coisas só conhecimentos a priori aquilo que nós mesmos colocamos nelas”.

• O saber não é absoluto, mas é absoluto como saber (Fichte).

Page 6: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

J. GOTTLIEB FICHTEJ. GOTTLIEB FICHTE (1726-1814) (1726-1814)

• Somente podemos conhecer a consciência ou o pensamento que temos das coisas;

• Existência do Eu como princípio da consciência, criador de toda a realidade;

• A realidade objetiva é produto do espírito humano;

• O que é exterior ao homem é o não-Eu.

Page 7: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

FRIEDRICH SCHELLING FRIEDRICH SCHELLING (1775-1854)(1775-1854) • Existe um único princípio,

uma inteligência exterior ao próprio Eu, que rege todas as coisas.

• “o homem ou, mais geralmente, o que nós chamamos razão”.

• Funda a ideia de uma Inteligência, ou Espírito, que se manifesta e se concretiza no mundo sensível.

Page 8: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

G. W. F. HEGELG. W. F. HEGEL (1770-1831) (1770-1831) • Principal expoente do

idealismo alemão;• Sua filosofia representa o

ponto culminante do racionalismo;

• Reconciliação da filosofia com a realidade;

• Pensar a realidade como Espírito, ou seja, não somente como substância, mas também como sujeito.

• Isso significa pensar a realidade como processo, como movimento.

Page 9: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

MOVIMENTO DIALÉTICOMOVIMENTO DIALÉTICO

• A realidade como Espírito possui uma vida própria, um movimento dialético (movimentos sucessivos e contraditórios)

TESE – ANTÍTESE – SÍNTESE

• Ex.: Revolução Francesa – Barbarismo – Liberdade;• A realidade é dinâmica.• Embate e superação das contradições: dialética [movimento real da realidade].

Ser em-si, ser fora-de-si, ser para-si.

Page 10: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

Consciência rumo ao saber absolutoConsciência rumo ao saber absoluto • Afastamento do conhecimento

comum e se voltar para o absoluto;• A consciência que alcança o saber

absoluto atinge a razão - λογο;• Neste momento a Razão alcança a

consciência da unidade entre ser e pensar, harmonizando subjetividade e objetividade;

• A filosofia estaria aí para superar o conhecimento finito e limitado para alcançar o saber absoluto – o saber da coisa-em-si.

Page 11: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

Relação entre filosofia e históriaRelação entre filosofia e história

Superioridade do Espírito, que se realiza na História dos homens por meio da liberdade;

03 momentos do Espírito:

• Espírito subjetivo: que se refere ao indivíduo e à consciência individual;

• Espírito objetivo: que se refere às instituições e costumes historicamente produzidos pelos homens;

• Espírito absoluto: que se manifesta na arte, na religião e na filosofia, como espírito que se compreende a si mesmo.

Page 12: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

HistóriaHistória• A História é um desdobramento do Espírito objetivo

no tempo;

• O Espírito objetivo é a realização da liberdade na sociedade: se manifesta no direito, na moralidade e na eticidade, englobando família, sociedade e Estado;

• O indivíduo só existe como membro do Estado – Princípios da Filosofia do Direito.

• A filosofia da história deve captar o movimento histórico como uma contínua evolução da idéia de liberdade, que se desenvolve segundo um plano racional.

Tudo o que é real é racional, tudo que é racional é real.

Page 13: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

G. W. F. HEGELG. W. F. HEGEL

Páginas

125 – 134

Fenomenologia do Espírito

§ 179, 183, 184, 185, 189, 190.

Page 14: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

Contestação do sistema hegelianoContestação do sistema hegeliano

LUDWIG FEUERBACHLUDWIG FEUERBACH

(1804-1872)

• Idealismo de Hegel: “especulação vazia”;• Não trata do ser real, das coisas reais e dos

homens concretos;• Propõe uma filosofia partindo do concreto – e

não de Idéia, Espírito e Razão.• Parte do ser humano como um ser natural e

social.• É o materialismo que influenciará Marx.

Page 15: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860)ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860)

• Visão pessimista da vida, encarada como uma história de sofrimentos;

• Para ele, Hegel constrói sua filosofia segundo os interesses do Estado prussiano, ao englobar as situações históricas como desdobramentos do Espírito objetivo, legitimando todas as formas de governo, mesmo as mais nefastas.

Page 16: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

O mundo como vontade e representaçãoO mundo como vontade e representação

• O conhecimento é uma relação na qual o objeto é percebido pelo sujeito, não como ele é, mas como ele pode ser percebido e interpretado;

• Retoma Kant na oposição de um saber absoluto;

• O mundo é representação. O conhecimento do mundo parte do sujeito;

• É possível alcançar a essência das coisas através de um insight intuitivo: a atividade estética permitiria ao homem a compreensão da verdade.

• Pela arte, o sujeito se desprenderia de sua individualidade para fundir-se no objeto, numa entrega pura e plena.

• O ser humano seria essencialmente vontade, o que levaria a desejar sempre mais, produzindo uma insatisfação constante;

• Essa insatisfação é a origem das lutas entre os homens, da dor e do sofrimento;

• A vida do homem é um pêndulo que oscila entre a ansiedade e o tédio.

Page 17: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

SØREN KIERKEGAARD (1813-1855)SØREN KIERKEGAARD (1813-1855)• Foco na realidade humana

concreta;

• Obra teológica centralizada na ética cristã e nas instruções da Igreja;

• Inspiração em diálogos socráticos na forma e método de escrita;

• A tarefa da descoberta do significado das suas obras é deixada ao leitor, porque "a tarefa deve ser tornada difícil, visto que apenas a dificuldade inspira os nobre de espírito";

Filosofia de cunho existencialista.

Page 18: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

A experiência única da vida

• Contestou a supremacia da razão como único instrumento capaz de estabelecer a verdade, tal como Hegel propunha.

• Defende o conhecimento que se origina da fé.

Page 19: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

As três dimensões da existência humanaAs três dimensões da existência humana

• Estética: na qual se procura o prazer;

• Ética: na qual se vivencia o problema da liberdade e da contradição entre prazer e o dever;

• Religiosa: marcada pela fé.

Cabe ao homem escolher em qual dimensão quer viver, já que são excludentes entre si. Essas dimensões também poderiam ser entendidas como etapas da vida do homem em sua existência.

Page 20: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

ExistencialismoExistencialismo

• Trata de temas como amor, sofrimento, angústia, desespero, que, segundo ele, não poderiam ser explicados através da razão.

• Kierkegaard procurou destacar as condições específicas da existência humana e incorporá-las às reflexões filosóficas.

Page 21: Filosofia - Idealismo Alemão e outros

Análise das relações do homem com:Análise das relações do homem com:O mundo:Angústia: sentimento profundo que temos ao

perceber a instabilidade de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem garantia de que nossas expectativas sejam realizadas.

No possível, tudo é possível.

Consigo mesmo: Inquietação e desespero: o homem nunca está

satisfeito com as possibilidades que realizou, ou porque não conseguiu realizar o que pretendia, esgotando os limites do possível e fracassando diante de suas expectativas.

Deus: Superação da angústia e do desespero: é

marcada pelo paradoxo de ter de compreender pela fé o que é incompreensível pela razão.