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Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica Sociedade da Informação Trabalho realizado por: Tyoga Macdonald, estudante nº 20050782, no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica. Docente: Paulo Peixoto

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Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

Sociedade da Informação

Trabalho realizado por: Tyoga Macdonald, estudante nº 20050782, no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica. Docente: Paulo Peixoto

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Índice

1. Introdução 1

2. Desenvolvimento 2

2.1 - As técnicas de comunicação na História 2

2.1.1 - Os primeiros passos da escrita 2

2.1.2 - O nascimento da escrita 3

2.1.3 - A dimensão social da escrita 5

2.1.4 - A importância social da escrita na Antiguidade 6

2.2 - O Renascimento e o surgimento da imprensa 8

2.2.1 - A imprensa: causa ou consequência? 8

2.2.2 - As circunstâncias da invenção da imprensa 10

2.3 - Da imprensa do Renascimento às tecnologias de hoje 12

2.3.1 - O jornal e o telefone 12

2.3.2 - Da rádio ao computador, passando pela televisão 13

2.3.3 – A Internet 15

2.4 - Mass Media 16

2.4.1 - Significação dos mass media 16

3. Descrição detalhada da Pesquisa 18

4. Avaliação de uma página da Internet 19

5. Ficha de Leitura 20

6. Conclusão 23

7. Referências Bibliográficas 24

ANEXO I – Página da Internet avaliada

ANEXO II – Capítulo da Ficha de Leitura

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1. Introdução Este trabalho realiza-se no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica e

tem como tema a Sociedade da Informação.

Sociedade da Informação é um termo que surgiu no fim do século XX e este tipo

de sociedade encontra-se em processo de formação e expansão. À volta do mundo, a

Sociedade da Informação é uma nova era, onde as transmissões de dados são de baixo custo

e as tecnologias de armazenamento são amplamente utilizadas, onde a informação flúi a

velocidades e em quantidades inimagináveis, assumindo valores políticos, religiosos, e

sociais. A Sociedade de Informação é a consequência da explosão informadora,

caracterizada sobretudo pela aceleração dos processos de produção e de disseminação da

informação e conhecimento. Esta sociedade caracteriza-se pelo elevado número de

actividades produtivas que dependem da gestão de fluxos informadores, aliado ao uso

intenso das novas tecnologias de informação e comunicação

Estas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, são tecnologias e

métodos para comunicar surgidas após a Revolução Industrial, desenvolvidas de uma forma

muita rápida a partir dos anos 70 e, nomeadamente a partir dos anos 90. A maioria destas

tecnologias de informação caracteriza-se por agilizar o conteúdo da comunicação, por meio

da digitalização e da comunicação de redes, quer seja mediada por computadores ou não,

para a captação, transmissão e distribuição de informações de texto, imagem, vídeo e som.

O surgimento destas novas tecnologias e a forma como têm sido utilizadas pelos mais

diversificados sectores, originou o surgimento da Sociedade da Informação.

A Sociedade da Informação é uma expressão vinda do conceito de Globalização. A

Globalização é um dos processos de integração económica, social, cultural dos meios de

comunicação dos países do mundo do final do século XX. As principais características da

Globalização são a homogeneização dos centros urbanos, a expansão das corporações para

fora dos seus núcleos geopolíticos, a revolução tecnológica da comunicação e da

electrónica e uma cultura de massas universal. É um fenómeno observado na necessidade

de formar uma Aldeia Global, conceito criado por Marshall McLuhan. Conceito este que

determina uma profunda ligação entre todas as regiões do globo que originaria uma teia de

dependências mútuas e, promoveria a solidariedade e a luta pelos mesmos ideais, em prol

dos mais diversos assuntos, tais como a ecologia ou a economia, com o objectivo de um

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desenvolvimento sustentável da Terra.

Tratando-se de um tema muito abrangente, optei por centrar nalguns aspectos

essenciais para entendermos de alguma forma, o surgimento destes conceitos atrás

referidos. Abordei o tema segundo quatro dimensões, subdivididas entre si. Numa primeira

abordagem foquei os aspectos do surgimento das técnicas de comunicação ao longo da

nossa história, nomeadamente o surgimento da escrita e a sua dimensão social após o seu

nascimento. Numa segunda abordagem foi feita uma reflexão sobre o Renascimento e a

criação da imprensa por Gutenberg, quais os factores que levaram à sua invenção e as

circunstâncias da mesma. Num terceiro aspecto abordei o surgimento das demais diversas

tecnologias (referindo apenas as mais importantes) que conhecemos até hoje e a sua

importância na sociedade. Por último, numa quarta abordagem refiro os mass media,

conceito muito em voga na nossa actualidade e, tento explicar, de uma forma muito simples

a sua significação.

Seguidamente ao conteúdo principal do trabalho, apresentarei o meu método de

pesquisa utilizado, para a realização do mesmo, a avaliação de uma página da Internet

relacionada com o tema e , por mim seleccionada, além de uma ficha de leitura de um

capítulo da obra Os novos media e o espaço público" e, as referências bibliográficas

utilizadas para a realização do trabalho. Terminarei o trabalho com uma breve conclusão,

que será uma breve reflexão sobre o trabalho realizado.

2. Desenvolvimento

2.1 As técnicas de comunicação na História

2.1.1 - Os primeiros passos da escrita

A linguagem tem um papel fundamental na comunicação social e, nessa qualidade é

o ponto de partida de todas as técnicas de expressão que criou, particularmente na escrita.

A intensa actividade de argumentação e convicção da linguagem é que caracteriza o

ser humano, distinguindo-o do animal, tal como a sua actividade técnica. Nesta perspectiva,

a argumentação e o equipamento técnico estarão, provavelmente, na origem da

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humanidade.

Os linguistas enumeram, hoje, cerca de três mil línguas faladas (terão desaparecido

outras quatro mil), entre as quais apenas cem são efectivamente transcritas graças à escrita.

Na emergência de técnicas deste domínio, como a linguagem e a escrita, não existe,

efectivamente uma necessidade biológica mas, sim, uma contingência social. (Breton e

Proulx, 1997: 27-28)

2.1.2 - O nascimento da escrita

A história da invenção da escrita, enquanto técnica de retranscrição da língua falada,

processa-se em dois grandes pontos, que correspondem a dois modos de escrita

materialmente diferentes. Uma é a ideográfica, puramente figurativa ou que sirva também

para exprimir sons, e a outra é a escrita alfabética, tal como a conhecemos.

A primeira, a escrita ideográfica, nasceu na Mesopotâmia, provavelmente cerca do

quarto milénio antes de Cristo. Começou por ser puramente pictográfica, isto é, um desenho

figurativo servia para representar um determinado objecto ou ser (um desenho de uma

árvore representava uma árvore, uma cabeça de um animal um animal, etc.). a seguir, cerca

de 3000 anos AC, o pictograma torna-se mais abstracto e, sobretudo, uma combinação de

desenhos podia, foneticamente, referir-se a uma palavra sem que existisse uma relação

figurativa directa entre essa palavra e os desenhos correspondentes.

Os Egípcios utilizaram também uma escrita deste tipo, com os seus hieróglifos, mais

ricos e diversificados, possuíam uma capacidade de expressão da língua escrita muito maior

que a escrita “cuneiforme” dos Sumérios da Mesopotâmia (a escrita cuneiforme provém de

cuneus, “prego” em latim, porque os seus desenhos têm o ar de ser uma combinação de

pregos com cabeça, o que se explica pela natureza do buril utilizado, talhado na

extremidade em forma de triângulo muito comprido, para gravar na argila).

A presença, lado a lado num mesmo texto, de desenhos, que é necessário interpretar

no sentido figurativo e de desenho que, pelo contrário, têm de ser tratados como o

equivalente de um som falado provocou a formação de uma categoria particular de signos,

os “determinativos”, que indicam o modo como se deve interpretar o signo/objecto que

acompanham, e que permitem determinar, por exemplo se um dado desenho deve ser

tomado no sentido figurativo ou se exprime uma realidade mais abstracta. O signo

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determinativo que acompanhava a imagem constituía uma verdadeira comunicação de

segundo grau, porque informava directamente o leitor sobre o contexto da sua leitura.

O movimento da escrita parece pois, afastar-se progressivamente da representação

analógica dos objectos através da imagem. Impulsionado pela mudança social e, em

particular, pelo aumento das trocas comerciais, esse movimento ruma à abstracção das

escritas irá desencadear na invenção da escrita alfabética, passando a escrita a basear-se na

combinação de um pequeno número de signos abstractos codificados e que representam os

sons efectivamente emitidos. Esta separação progressiva da dimensão analógica da imagem

talvez deva ser relacionada, pelo menos no que diz respeito às principais línguas semíticas,

com a recusa de representar Deus por intermédio da imagem, no judaísmo, ou qualquer ser

vivo, no Islão, duas religiões que se exprimem numa escrita alfabética.

A invenção do alfabeto (alphabetum em latim provém das letras gregas alfa e beta)

remonta aos Fenícios e talvez antes deles aos Semitas da Síria, na transcrição do segundo

para o primeiro milénio. Porém, esse primeiro alfabeto teve um alcance limitado, visto não

ter vogais e constituir, portanto, uma grande fonte de ambiguidade na leitura (o texto escrito

não representava inteiramente as palavras faladas). Será necessário esperar pela formação,

na Grécia, entre os séculos VIII e IX AC, de um alfabeto com vogais, para obter um bom

sistema de retranscrição da língua falada. Esse alfabeto foi um dos produtos das múltiplas

mudanças sociais que afectaram a Grécia desde 1100 AC, mudanças que irão conduzir à

forma moderna de organização em cidades (polis) e aos valores da democracia ateniense.

Nos seus primórdios, o alfabeto grego, esteve na origem das grandes escritas alfabéticas

que lhe sucederão até à generalização do alfabeto latino no Ocidente. (Cádima, 1996)

As técnicas da escrita parecem ter sido animadas tanto para uma estimulação social

como por um princípio de economia interna que, aproximam cada vez mais a língua escrita

e a língua falada. O sistema de escrita fonética grega permitiu efectivamente transformar a

leitura numa espécie de automatismo.[...] “a escrita acaba por assemelhar-se a uma corrente

eléctrica que comunica directamente ao cérebro os sons da língua evocada, de tal maneira

que o seu significado ecoa, se assim se pode dizer, na consciência do leitor sem referência a

quaisquer particularidades de grafia”. (Almeida, 2004)

A abstracção que o sistema de codificação alfabética implica reforçou

consideravelmente a tendência natural da escrita a ser relativamente independente da

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língua, já que, um mesmo sistema de notação da escrita, sobretudo alfabético, pode, com

efeito, servir para transcrever línguas completamente diferentes. A escrita hebraica, por

exemplo, serve para transcrever yddish, apesar de composta essencialmente de palavras de

origem germânica e eslava, que o hebreu antigo e o hebreu moderno, dele derivado. A

escrita árabe serve para retranscrever tanto o persa, que é uma língua indo-europeia, como o

latim e o francês, como o árabe falado, que é uma língua semítica.

Kemal Atatürk, determinado a ocidentalizar o seu país, pode, em 1928, suprimir por

decreto a escrita árabe empregue para notar a língua turca e substituí-la pelo alfabeto latino,

sem que essa modificação afectasse a língua falada. A estrutura fundamental de uma língua

não é, efectivamente, modificada pelo sistema de retranscrição põe ele escolhido, porque a

escolha de um tipo de escrita só raramente obedece a considerações técnicas inerentes às

línguas consideradas. (Breton e Proulx, 1997: 28-31)

2.1.3 - A dimensão social da escrita

O movimento de invenção da escrita, ou, as diferentes vagas de escrita que a

humanidade conheceu, dependeu, com efeito, de dois factores, um técnico – a escrita

cuneiforme ou alfabética é uma “invenção” no sentido técnico do termo – e outro social e

político. A escrita, como todas as outras técnicas de comunicação que se lhe seguirão,

parece, deste ponto de vista , inscrever-se numa sequência em que o contexto social e

político envolvente prepara o terreno propício a uma invenção e determina, a amplitude e a

orientação que ela assumirá posteriormente.

Qual será, então, o contexto do aparecimento da escrita, ou, por outras palavras, por

que motivo se inventou a escrita? Os primeiros pictogramas sumérios estiveram

intimamente associados aos sistema numérico que os procedeu. As famosas tabuinhas de

argila que constituíam o principal suporte dos documentos escritos desse período, serviram

inicialmente para registar os algarismos correspondentes a quantidades de mercadorias.

Numa primeira etapa, esses algarismos eram representados por pedras de diferentes

dimensões contidas em bolas de argila ocas. As pedras foram desaparecendo

progressivamente em proveito de inscrições registadas na própria superfície da argila. Por

comodidade, as bolas de argila acabaram por ser utilizadas sob a forma de tabuinhas

grosseiramente arredondadas e, depois, planas. Cerca de 3200 AC, esses algarismos foram

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completados com o desenho dos seres ou objectos representados por essas quantidades. É

desse momento que data o nascimento da escrita, cuja actualização é claramente dedicada

ao que chamaríamos a contabilidade escrita.

Os escribas sumérios ganharam o hábito de redigir tabuinhas com pictogramas e

algarismos na face e, no reverso, os totais de cada grupo de mercadorias, acompanhados do

que poderia ser uma assinatura ou uma identificação.

É claro que esta prática se relacionava directamente com o desenvolvimento de

civilização mesopotâmica, numa região fértil e com um certo tipo de urbanização. Os

inventários estavam associados ao desenvolvimento da armazenagem e concentração de

bens mas também ao desenvolvimento das trocas comerciais. A primeira finalidade da

escrita foi, portanto, conservar informações. Nesse sentido, é evidente, os primeiros escritos

serviam de auxiliares à circulação de bens.

A importância decisiva do contexto social nas diferentes vagas de aperfeiçoamento

por que a escrita passou é igualmente bem ilustrada pelas condições em que se processou a

escolha do alfabeto jónico, que acabou por se impor na Grécia. A partir do século VIII AC,

tinham sido feitas várias tentativas para anotar todos os sons da língua falada por meio de

um sistema de signos alfabéticos comportando vogais. Fora elaborados diversos alfabetos

locais e destacaram-se dois grandes sistemas, o oriental e o ocidental, até à escolha, como

corolário do poder de Atenas do oriental (o chamado alfabeto jónico) para retranscrever o

ático.

A escolha desse alfabeto, longe de corresponder a uma necessidade da própria

língua, foi efectivamente determinada pela acção de uma potência política, Atenas, que

impôs a sua maneira de ver. O mesmo fenómeno irá reproduzir-se em Roma, cuja

dominação política será acompanhada, como factor de unificação, da expansão do alfabeto

latino, com os efeitos duradouros que conhecemos, visto que ainda hoje é usado numa

grande parte do mundo ocidental. (Breton e Proulx, 1997: 31-33)

2.1.4 - A importância social da escrita na Antiguidade

O papel social exacto da escrita, no período entre a sua invenção e os finais da Idade

Média no Ocidente, não é simples de estabelecer. A ideia generalizada, de que o

aparecimento da escrita, e principalmente da escrita alfabética, teria sido, em si, o ponto de

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partida de importantes modificações políticas, sociais e culturais será assim tão segura?

Implica, em qualquer caso, dois pontos de vista cujo reconhecimento está longe de ter sido

adquirido: por um lado, o escrito teria sido utilizado de imediato como técnica de

comunicação e teria, por isso mesmo, alterado profundamente os modos de circulação das

ideias e das informações e, por outro lado, o monopólio da escrita teria sido uma fonte de

poder para os seus detentores, tendo transformado as condições de exercício da autoridade e

os grandes equilíbrios sociais.

Numa primeira fase, estes dois argumentos são contraditórios. O pretenso

desenvolvimento da escrita como técnica de comunicação que tirava proveito as grandes

vias de circulação social das ideias opõe-se directamente ao monopólio exercido pelos

escribas que forma uma nova camada social desejosa de consolidar o seu poder; com efeito,

esse monopólio supõe justamente uma restrição e um estreitamento dessas mesmas vias de

comunicação. Para responder a isto, é necessário estabelecer uma distinção, essencial para

o mundo antigo, entre o progresso das técnicas da escrita e as utilizações sócias do escrito

que, em contrapartida, só muito lentamente se expandiram e sempre se mantiveram

secundárias numa sociedade dominada pelo oral. (Rodrigues, 2002)

A situação na Antiguidade era a seguinte: um número restrito de textos escritos,

poucos leitores e ainda menos autores. A limitação dessa difusão foi, decerto, largamente

tributária da raridade e do carácter oneroso dos suportes utilizados na época, o papiro e o

pergaminho. A facilidade e a rapidez de leitura eram um ideal muito difícil de atingir,

mesmo na Grécia e, um pouco mais tarde, em Roma.

A influência de texto como meio de comunicação, que tinha conhecido um certo

desenvolvimento até à queda do Império irá decrescendo com o regresso de uma forma

técnica particular associada à escrita, a caligrafia, onde a letra se torna num puro objecto

visual. A escrita caligráfica abandonava o domínio das comunicações para entrar no

universo artístico.

A escrita nunca foi, por natureza, uma técnica de comunicação e que a direcção por

ela tomada num ou noutro momento da sua história, dependeu do contexto social que a

orientou. O facto de, com o alfabeto grego, a escrita se ter tornado durante um período uma

técnica de comunicação eficaz não bastou para que essa potencialidade se realizasse de

imediato.

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Com a invenção da escrita, irá nascer uma profissão, uma corporação de

especialistas, os escribas. A prática de escrita e da leitura, irá durar cerca de 4500 anos,

desde o quarto milénio até ao Renascimento, com uma curta e relativa interrupção desde o

quarto de século grego até à queda do império romano, que evocará, e de uma forma

duradoura, o regresso dos escribas profissionais.

A importância social dos escribas, técnicos de poder ou copistas reclusos em

mosteiros isolados, contabilistas egípcios ou artistas iluminadores, pode ser vista de

diversas formas. O lugar central ocupado pelos escribas, cuja função era o inventário ou a

contabilidade, deve ser relativizado pelo facto de que será necessário esperar muito tempo

até que, os centros económicos se confundam com centros de decisão. O lugar da economia

na Antiguidade, não é tão importante que os escribas, actores apesar de tudo dotados de um

papel secundário, possam ser considerados detentores de um poder real. A influência dos

copistas e dos iluminadores também não deve ser subestimada apesar do prestígio religioso

da sua função. Nas culturas orais que predominaram até ao Renascimento, o poder da

linguagem não conheceu efectivamente muito espaço ao escrito. (Breton e Proulx, 1997:

33-35)

2.2 Renascimento e o surgimento da imprensa

O período do Renascimento, e particularmente, as décadas entre 1450 e meados do

século XVI, foram propícias ao desenvolvimento das técnicas de comunicação. A

transformação do documento escrito em livro impresso é frequentemente apresentada com

símbolo das mutações intelectuais e sociais que caracterizam a saída da Idade Média e que

transformaram o documento escrito num incomparável instrumento de comunicação.

O livro impresso, suporte de novas práticas de comunicação intelectual, esteve

verdadeiramente no ponto de convergência do novo espírito técnico, do desenvolvimento

do espírito mercantil e da circulação das ideias avançadas pelos humanistas, cujas

modalidades de troca intelectual prefiguram as formas modernas de comunicação social.

2.2.1 - A imprensa: causa ou consequência?

O livro moderno situa-se na intersecção de duas dimensões: por um lado, o sistema

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técnico que permite a sua melhoria enquanto suporte de textos e, por outro, o mundo

extraordinariamente variado de ideias cuja difusão ele favoreceu. As técnicas da imprensa,

em conjunto com as que permitem o transporte e a difusão dos livros até ao leitor - técnicas

essas geralmente deixadas na sombra apesar da sua importância - desenvolveram

incontestavelmente a função e comunicação do livro.

Poderá então afirmar-se que o livro e com ele todo o sistema técnico da imprensa

estiveram na origem das alterações profundas e generalizadas das ideias e estruturas sociais

que conduziram ao Renascimento? É verdade que, graças às técnicas tipográficas, a

expansão do livro foi espectacular e, também é verdade que o livro impresso foi um dos

suportes essenciais das ideias novas que se expandiram nos meios humanistas e, a partir

deles, em círculos mais amplos.

Porém, em vez de ver na imprensa a causa das transformações do Renascimento,

como tenderiam a fazer crer fórmulas consagradas como a "cultura do impresso" ou a

"galáxia de Gutenberg", pode-se ampliar o campo de visão e tentar compreender em que

medida a inovação que foi o livro impresso não terá ela própria sido apoiada, e possibilitada

pelas várias alterações sociais e intelectuais que a Europa sofreu a partir do século XV?

Período que não é, aliás, nesse continente, um ponto de partida absolutamente fixo, uma

vez que a Europa, era o teatro, desde o século XIII, de múltiplas convulsões, de importantes

abalos que iam pô-la em movimento, como o progressivo povoamento das cidades, o amplo

movimento das Cruzadas que permite o contacto com as culturas grega e árabe, ou o

nascimento de ordens anunciadoras de uma necessidade profunda de reformas.

É evidente que, ao sistematizar a escrita, o livro era em si mesmo portador de

mudança, nomeadamente do ponto de vista da circulação e da comunicação de ideias.

Porém, o século XV foi o século da circulação de ideias, e seria decerto mais justo afirmar

que foi o movimento intelectual prestes a expandir-se na Europa que transformou o livro e

contribui para lhe dar uma nova função de comunicação

A circulação de ideias que ia conduzir ao Renascimento começou antes da invenção

da imprensa e de contribuir amplamente para o seu nascimento como procedimento

mecânico de reprodução de textos.

A invenção da imprensa intervém, pois, num contexto que lhe era amplamente

favorável, em que cada vez mais leitores procuravam cada vez mais livros. (Breton e

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Proulx, 1997: 53-55)

2.2.2 - As circunstâncias da invenção da imprensa.

A imprensa nasceu numa pequena vila que não era um centro intelectual, e o seu

inventor, sonhava, em primeiro lugar, em descobrir um processo mais eficaz para o fabrico

dos livros.

Neste domínio, como noutros, é necessário atribuir uma certa autonomia à invenção

técnica que, para ser possível, tem de esperar por certos progressos no fabrico dos

elementos materiais que a compõem. A imprensa nasceu num meio de ourives e moleiros,

que beneficiava dos progressos ocorridos no século XV na metalurgia. Porém, para que o

progresso da imprensa pudesse depender de um sistema técnico completo, era necessário

sem dúvida a substituição do pergaminho pelo papel (entre 1350 e 1450). O fabrico dos

caracteres dependia de processos conhecidos, mas era materialmente inconcebível imprimir

no pergaminho, material que não era suficientemente liso para suportar os novos processos

de tintagem e de prensa.

O papel, como aliás o princípio dos caracteres móveis que está na base do sistema

técnico de imprensa, só era conhecido no Ocidente. Essas invenções, tinham, aliás, sido

importadas do Oriente, particularmente da China.

As grandes etapas que teriam podido conduzir a China para a concepção de uma

imprensa moderna tinham, com efeito, sido franqueadas bem cedo. O papel,

incontestavelmente inventado na China (cerca do século III), de onde se expandirá

gradualmente para o Ocidente, servirá desde o século IX para a impressão xilográfica de

textos búdicos. A Sûtra do diamante (868) é, sem dúvida, um dos primeiros documentos

impressos. A tipografia teria sido inventada uma primeira vez, no século XI, por Pi Cheng,

que empregava os caracteres móveis, gravados em argila endurecida pelo fogo; foi

redescoberta por Wang Chen algum tempo depois. Para facilitar o acesso a eles, os

caracteres eram colocados em blocos móveis dispostos em compartimentos que giravam em

torno de um eixo.

Porém, o sistema técnico da imprensa não era homogéneo: os caracteres metálicos,

importados da Coreia a partir de 1403, esburacavam o papel finíssimo, os processos de

tintagem não eram nada satisfatórios, e o princípio da prensa (copiado, no Ocidente, das

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técnicas vitícolas da bacia do Reno) não era conhecido. Faltava à imprensa chinesa um

impulso decisivo que a teria transformado numa técnica equivalente à aperfeiçoada por

Gutenberg.

A invenção do papel pelos Chineses não foi decerto um acaso. Com efeito, a

organização da sociedade chinesa concedeu um lugar, num período muito longo, cerca de

dois milénios à burocracia dos letrados, círculo restrito de sábios e de funcionários que

dispunham de um poder considerável. Ora, esta casta não se renovava hereditariamente,

mas pela via do concursos que davam acesso a uma posição considerada prestigiante.

Mas, enquanto as técnicas de reprodução em série dos livros impressos ampliarão na

Europa um movimento de democratização do saber, a xilografia chinesa terá como único

efeito o alargamento do círculo de recrutamento dos mandarins, sem alterar os fundamentos

de uma instituição já considerada satisfatória desse ponto de vista e que, não deixa de

registar uma evolução regular.

A imprensa não foi, na China da Idade Média, a única técnica que, uma vez atingido

o limiar de desenvolvimento, só lentamente progrediria.

As obras que a imprensa permitia difundir no Ocidente - bíblias, missais,

gramáticas, calendários - eram as que produziam importantes benefícios, desde que fossem

lançadas, evidentemente num contexto mercantil e, o mercantilismo era de facto o que não

faltava no século XV, época em que as técnicas bancárias e comerciais começavam a

ganhar um impulso que nunca mais parará. A invenção de Gutenberg mobilizará

competências quer técnicas quer financeiras, e os seus associados serão tanto papeleiros e

mercadores de manuscritos, como financeiros e banqueiros.

Consequentemente, a procura, por Gutenberg, de um processo técnico mais eficaz

torna-se mais clara quando a relacionamos com uma simples preocupação de lucro. Esta

constatação nada retira ao avanço técnico, mas também em nada reduz o peso do

mercantilismo no desenvolvimento das técnicas de comunicação no Renascimento. O

espírito mercantil, que tão bem se harmonizou com a inovação técnica, precedeu-a no

entanto, e afigura-se mais sensato explicar o nascimento da imprensa pela convergência do

movimento de renascimento intelectual e do espírito mercantil do que pela sua divergência.

O Renascimento transforma o livro num instrumento eficaz de comunicação e esse

instrumento é, logo de início, um objecto comercial. (Breton e Proulx, 1997: 55-59)

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2.3 Da imprensa do Renascimento às tecnologias de hoje

2.3.1 - O Jornal e o Telefone

Os jornais são veículos de informação impressa, especializados em publicar todo o

tipo de notícias e informações de interesse público.

No Ocidente, os primórdios dos jornais surgiram ainda na Antiguidade, com a Acta

Diurna sob a ordem do imperador romano Júlio César. A produção deste tipo de

informação impressa, foi facilitada a partir da invenção a partir da invenção da prensa

móvel por Gutenberg. A partir da Revolução Industrial, no século XVIII, é que o jornal

ganhou formatos semelhantes aos actuais e, consolidou-se como fonte principal de

informação na sociedade ocidental.

Na cultura asiática, o jornal seguiu por caminhos mais identificados com a

divulgação de informações por fontes oficiais do poder.

O telefone é um dispositivo de telecomunicações, desenhado para transmitir sons

por meio de sinais eléctricos. Embora a sua invenção seja geralmente atribuída a Alexander

Graham Bell, o telefone foi inventado, cerca de 1860, por Antonio Meucci.

Definido como um aparelho electroacústico que permite a transformação de energia

acústica em energia eléctrica no ponto transmissor e, a transformação de energia eléctrica

em energia acústica no ponto receptor, permitindo a troca de informação entre os

utilizadores.

O telefone veio revolucionar o modo como a sociedade "transporta" e partilha

informação entre si.

Actualmente, o telefone está a cair em desuso devido ao surgimento do telemóvel,

aparelho de comunicação por ondas electromagnéticas, que permite a transmissão

bidireccional de voz e dados numa determinada área geográfica.

Existem, actualmente, diversas tecnologias para a difusão de ondas

electromagnéticas nos telemóveis, baseadas na distribuição de informações: na primeira

geração (1G), analógica, desenvolvida no início dos anos 80 com sistemas NMT e AMPS;

a segunda geração (2G), digital, desenvolvida no final dos anos 80 e início dos anos 90 com

os sistemas GSM, CDMA e TDMA; a segunda geração e meia (2,5G), uma evolução da

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segunda geração mas com melhorias significativas na capacidade de transmissão de dados,

entre outras coisas e utiliza uma tecnologia superior do GPRS, o EDGE e também o padrão

HSCSD e 1XRTT; e por fim a terceira geração (3G), digital e com mais recursos, que está

em desenvolvimento desde o final dos anos 90, utiliza a tecnologia UMTS e W-CDMA.

Actualmente já se encontra em desenvolvimento a quarta geração (4G) de telemóveis.

O telemóvel, nos dias de hoje, pode ser considerado quase um computador de bolso,

com capacidade para armazenar várias informações, com acesso à Internet e com a

possibilidade de tirar fotografia devido à câmara digital incorporada. Além de ter uma

grande utilidade a nível individual, por se tratar de um aparelho móvel e individual, os

indivíduos comunicam entre si em qualquer parte do mundo.

Em Portugal, a taxa de utilização dos telemóveis já ultrapassou os 100%, isto é, já

existem mais equipamentos que habitantes portugueses.

2.3.2 - Da rádio ao computador, passando pela televisão

A primeira aplicação da electrónica foi a rádio, cujo coração era o tubo de vácuo

(válvula). Segundo alguns autores, a tecnologia de transmissão de sons por ondas de rádio

foi desenvolvida pelo italiano Marconi, no fim do século XIX. As invenções como o

telefone (por Bell ou Meucci), o fonógrafo (por Thomas Edison), o microfone em 1877 (por

Émile Berliner), o circuito eléctrico sintonizado em 1897 (por Oliver Dodge) e as próprias

ondas de rádio em 1887 (por Heinrich Hertz) criaram as condições ideais que

possibilitaram a criação de um novo meio de comunicação, o rádio.

Esta nova técnica de comunicação foi comercializada em princípios dos anos 20 e

não tardou a ter um desenvolvimento fulminante.

[...]"a rádio testemunhava a existência de um mundo do saber, no qual se partilhava

uma reserva comum de ideias[...]um mundo, no qual, além disso, o aperfeiçoamento das

comunidades[...]tinha acelerado imensamente a difusão de cada ideia nova." (Landes,

1975)

A rádio era um objecto técnico complexo que integrava múltiplas inovações. Uma

intensa comunicação entre os cientistas e também com os engenheiros e industriais tinha

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permitido a eclosão de uma nova técnica de comunicação.

A rádio não teve, logicamente nenhum problema de difusão comercial, visto que

era, em si mesmo, o seu próprio suporte publicitário.

A I Guerra Mundial contribui para popularizar e desenvolver as técnicas de

comunicação em todos os domínios, incluindo a radiofonia. A crise de 1929, a depressão

que se seguiu, a escalada de totalitarismos constituíram um terreno ideal para o

desenvolvimento da necessidade da comunicação.

Actualmente, o rádio é um meio de comunicação ao qual a maioria da população

tem acesso como ouvinte. Por se tratar de um instrumento de baixo custo, pequeno porte e

com programações diversificadas, exerce uma maior incidência na vida diária das pessoas,

tanto nas zonas rurais como nas zonas urbanas. Este veículo de comunicação tem como

característica o apelo ao contacto directo com o público. O rádio cria a oportunidade para

uma identificação mútua com a população, integrando-se na rotina quotidiana do ambiente

familiar da sociedade, com grande potencial de mobilização e divulgação. (Schiller, 2002)

[...]"a televisão tomou o poder. Ela não é apenas o principal medium de tempos

livres e de diversão, é também actualmente o principal medium de informação."

(Ramonet, 2000)

Paralelamente ao desenvolvimento da rádio, estava em gestação um novo media: a

televisão. Do grego tele - televisão e do latim vision -visão, é um sistema electrónico da

transmissão de imagens e som de forma instantânea.

O primeiro sistema semi-mecânico de televisão analógica foi demonstrado em

Fevereiro de 1924 em Londres por John Logie Baird com uma imagem do Félix the Cat e,

posteriormente com imagens em movimento em Outubro do mesmo ano.

Tendo em conta a complexidade inerente ao processo, mas também aos desafios

industriais que esse novo suporte de mensagem implica, será necessário esperar

praticamente pelos anos 40 para que a televisão se torne um verdadeiro media de massas.

Uma das primeiras grandes transmissões foi a dos Jogos Olímpicos de Berlim, em

1936. O uso da televisão aumentou enormemente depois da Segunda Guerra Mundial,

devido aos avanços tecnológicos surgidos com a guerra. A televisão a cores surgiu em

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1954, na rede americana NBC.

Em Portugal, as primeiras experiências com a emissão a preto-e-branco começaram

no ano de 1949. No entanto, a inauguração oficial da televisão em Portugal, teria a sua data

marcada para Setembro de 1956, quando, no recinto da Feira Popular, se dá a emissão das

primeiras ondas hertzianas.

Na etapa seguinte desta aventura electrónica, que estava apenas no seu começo, foi

o radar e, imediatamente a seguir, o computador, peça essencial das técnicas de

comunicação do século XX.

O paralelo entre o nascimento da escrita no Médio Oriente há cinco milénios e o

nascimento da informática em meados do século XX é surpreendente. Em ambos os casos,

uma nova técnica de comunicação nasce o cálculo, passa inicialmente por uma fase

exclusivamente consagrada à memorização dos dados e ao tratamento passivo da

informação. Em ambos os casos essa técnica irá pôr-se em movimento, para se transformar

no suporte de uma intensa actividade de circulação de ideias e de informações entre os

homens e, também em ambos os casos, uma vez inventada a técnica, será o contexto da

evolução social que decidirá a forma dos novos instrumentos de comunicação.

À semelhança da escrita, a informática nasceu do cálculo e da vontade de tratar

racionalmente um certo número de informações sociais. As duas bases técnicas da

informática foram, a partir do século XIX, o desenvolvimento das actividades de cálculo e

os progressos da mecanografia como técnica ao serviço do conhecimento da realidade

social e económica. A seguir, vieram, em meados do século XX, mais precisamente em

1945, as primeiras máquinas informáticas, depressa marcadas pela tentação da

comunicação. As primeiras redes, que colocaram, os computadores ao serviço da

comunicação, surgiram praticamente ao mesmo tempo.

2.3.3 - A Internet

A Internet é um conglomerado de redes em escala mundial de milhões de

computadores interligados, que permite o acesso a informações e todo o tipo de

transferência de dados. A Internet é a principal das novas tecnologias de informação e

comunicação. Um dos serviços da Internet é a World Wide Web (WWW), sistema de

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informação que utiliza a Internet como meio de transmissão.

Para se entender o conceito de Internet, temos que regressar à década de 60/70 para

saber como esta se tornou um dos meios de comunicação mais populares. Surgiu no

período da Guerra Fria, o governo americano queria desenvolver um sistema para que os

seus computadores militares pudessem trocar informações entre si, de uma base militar para

outra. Foi assim que surgiu então a ARPANET, o antecessor da Internet, um projecto

iniciado pelo Departamento de Defesa norte-americano que realizou, então, a inter conexão

de computadores, com um esquema de transmissão de dados em rede de computadores no

qual, as informações são divididas em pequenos "pacotes", que por sua vez contém dados,

o endereço do destinatário e informações que permitiam a remontagem da mensagem

original. Este sistema garantia a integridade da informação caso uma das conexões de rede

sofresse um ataque inimigo. O sistema da ARPANET foi tanto que, as redes voltaram-se

também para a área das pesquisas científicas das universidades.

Contudo, a Internet como hoje conhecemos, com a sua interactividade, só se tornou

possível graças ao cientista Tim Berners-Lee e ao CERN - Centro Europeu de Pesquisas

Nucleares, que criaram a World Wide Web, inicialmente interligando sistemas de pesquisa

científica e mais tarde académicas, interligando Universidades. A rede colectiva ganhou

uma maior divulgação pública a partir dos anos 90.

2.4 Mass Media

2.4.1 - Significação dos media de massas

O termo "media de massas" é uma abreviatura para descrever meios de

comunicação que operam em grande escala, atingindo e envolvendo virtualmente quase

todos os membros da sociedade em maior ou menor grau. Refere-se a meios de

comunicação social familiares e há muito estabelecidos, como jornais, revistas, filmes,

rádio, televisão e música gravada. Tem uma fronteira mal definida com novas espécies que

diferem sobretudo por serem mais individuais, diversificados e interactivos, dos quais a

Internet é o melhor exemplo.

Apesar do crescimento rápido e continuado destes "novos media" existem muito

poucos sinais que os media de massas estejam a declinar, seja qual for o critério adoptado.

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Pelo contrário estão a ser reforçados, alargados e também desafiados a adaptarem-se aos

recém-chegados. Foquemos então o fenómeno continuado da "comunicação de massas",

cuja significação radica na quase universalidade de chegar a todos nós, grande

popularidade e carácter público.

Estas características têm consequências para a organização política e para a vida

cultural das sociedades contemporâneas.

No que diz respeito à política, os media de massas tornaram-se gradualmente:

•Um elemento essencial no processo político democrático, providenciando

uma arena e um canal para um debate alargado, tornando mais conhecidos os

candidatos aos lugares políticos e distribuindo informação e opiniões diversas;

•Um meio de exercer poder em virtude de acesso relativamente privilegiado

que a ele têm os políticos e os agentes do governo, apresentado como direito

legítimo.

No que diz respeito à cultura os media de massas:

•Constituem uma fonte básica de definições e imagens da realidade social e

a expressão mais alargada da identidade comum;

•São o maior foco de interesse do tempo de lazer, providenciando "o

ambiente cultural" comum para a maior parte das pessoas, mais do que qualquer

outra instituição.

Além disso, os media estão a aumentar constantemente a sua importância, à medida

que crescem, se diversificam e consolidam o poder do mercado.

Se estas opiniões forem aceites, não é difícil compreender a grande atenção que os

mass media têm atraído desde os primeiros dias, nem porque têm sido sujeitos a tanto

escrutínio público e teorizações várias.

A condução de políticas democráticas (ou não democráticas) a nível nacional e

internacional depende cada vez mais dos mass media e há poucos assuntos com

significação social que possam ser abordados sem considerações pelo seu papel, para o bem

ou para o mal.

As questões mais fundamentais para a sociedade - as que se referem à distribuição e

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ao exercício do poder, à gestão de problemas e aos processos de integração e de mudança -

dizem todas respeito à comunicação

Isto é especialmente verdadeiro para as mensagens trazidas pelos meios públicos de

comunicação, na forma de informação, opinião, histórias ou entretenimento. (McQuail,

2000: 4-5)

3. Descrição detalhada da Pesquisa Ao iniciar a minha pesquisa verifiquei que este tema, a Sociedade da Informação,

possui uma vasta diversidade de sub-temas e, foi, de alguma forma simples, encontrar

fontes sobre o mesmo, principalmente no que diz respeito a livros, revistas e documentos.

A dificuldade incidiu exactamente neste aspecto, porque devido ao enorme leque de sub-

temas, não foi fácil escolher sobre os quais deveria recair a minha pesquisa. Ultrapassado

este obstáculo, a realização da pesquisa desenrolou-se de forma natural, visto que, tudo o

que achava necessário para a realização do trabalho estava ao meu alcance.

Os métodos de pesquisa por mim utilizados foram, essencialmente tradicionais,

recorrendo a alguma pesquisa na Internet e, essencialmente à pesquisa bibliográfica,

nomeadamente na Biblioteca Municipal de Coimbra, na Biblioteca Municipal Miguel

Torga de Arganil e, na Biblioteca Calouste Gulbenkian de Coja, onde, com alguma

facilidade encontrei obras relacionadas com o tema.

Porque centrei maioritariamente a minha pesquisa em livros, a pesquisa que realizei

na Internet, foi simples, apenas procurando por conceitos básicos do tema. Iniciei a minha

pesquisa no motor de busca Google, utilizando a pesquisa simples para os seguintes

conceitos: sociedade de informação (encontradas 4 380 000 registos); imprensa (32 500

000); jornal (27 700 000); televisão (12 000 000); telefone (54 200 000); Internet (1 750

000 000); computador pessoal (1 330 000); aldeia global (509 000); globalização (3 240

000); novas tecnologias (1 880 000); informação (58 900 000). Ainda no mesmo motor de

busca e, com a frase exacta "sociedade de informação" encontrei diversos sites, de algum

interesse, nomeadamente sobre as Actividades da União Europeia (Sociedade de

Informação), da Fundação para a computação Científica Nacional (FCCN), da Autoridade

Nacional de Comunicação (ANACOM), do Observatório da Sociedade de Informação da

UNESCO, do Núcleo Estratégico da Sociedade de Informação (NESI), do Observatório da

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Sociedade da Informação e do Conhecimento, da Fundação Portugal Telecom e do INE,

nomeadamente do próprio Instituto Nacional de Estatística e da sua Biblioteca Digital. Por

outro lado, e para centrar mais a minha pesquisa, utilizei também o motor de busca

Wikipédia, que com os mesmos conceitos, acabou por reduzir efectivamente o número de

registos encontrados, acabando por definir e centrar melhor a minha pesquisa.

Ainda assim, apesar da pesquisa feita na Internet, preferi basear o meu trabalho em

determinadas obras por mim escolhidas, por achar que tinham uma maior profundidade em

termos do "rumo" que eu queria dar a este trabalho.

Utilizei também o site da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, para me

auxiliar nas dúvidas que surgiram, nomeadamente na utilização de citações e na construção

das referências bibliográficas.

Devido à abundância de informação, baseei-me em fontes que considerei credíveis.

E, por outro lado, não achei, de forma alguma relevante fazer uma pesquisa mais

aprofundada, visto que considerei que a informação por mim obtida satisfazia as

necessidades para a concretização do trabalho.

Apesar de um método simples e pouco exaustivo de pesquisa, julgo que foi

satisfatório e permitiu realização de um trabalho razoável.

4. Avaliação de uma página da Internet O site por mim escolhido para avaliar é da UNESCO - Observatório da Sociedade

de Informação da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, Ciência e

Cultura.

http://osi.unesco.org.br/

A página foi escolhida devido à fiabilidade e credibilidade visíveis, visto pertencer a

uma das organizações não-governamentais internacionais de maior louvor e respeito nas

mais diversas áreas. Outro aspecto que garante a fiabilidade da página é a variedade de

informação disponível para consulta, nomeadamente notícias, acesso a informação

disponível, conteúdos, entre outros.

A página seleccionada é generalista, dirigindo-se a um público vasto e, em relação à

sua amplitude, demonstra ser genérica, abordando diversas dimensões do tema. O tema, a

sociedade de informação, possui alguma profundidade, incluindo notícias abrangentes ao

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tema.

Não tem um formato especial, revela que o seu conteúdo é claramente verídico,

baseado em notícias verídicas, que foram verificadas no motor de busca Google. Não

aparenta ser tendencial, mas, ao acedermos á página, somos remetidos para uma versão

brasileira e, com notícias da actualidade brasileira. Ainda assim, considero que a nível da

qualidade do texto, este está bem escrito e é de fácil leitura, logo perceptível.

É uma página actualizada, que nos permite recuperar informação antiga. É também

gratuita e, a meu ver, intuitiva, dado que não foram encontrados obstáculos nas suas

utilizações. É importante salientar que a página possui motor de busca para pesquisa e,

também possui uma função de subscrição para o utilizador poder receber informações da

organização em questão.

Em forma de conclusão, considero que é um site de qualidade, ainda que a escolha

do mesmo tenha sido difícil . O que pesou realmente na escolha foi, acima de tudo a

credibilidade da informação, associada à organização em questão (UNESCO).

5. Ficha de leitura

Título do capítulo: "Cenários para a sociedade de informação"

Título do livro: Os novos media e o espaço público.

Autor: Rogério Santos

Referência Bibliográfica: Santos, Rogério (1998), “Cenários para a sociedade de

informação” in Os novos media e o espaço público.Lisboa, Bizâncio Editora, pp.27-35.

Data de leitura: Dezembro de 2006

Local onde se encontra: Biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian de Coja

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Cota: 5562 - AM BF 95

Palavras-chave:

• auto-estradas da informação

• media

• computador pessoal

• apropriação instrumental

• apropriação sob a forma de jogo

• Internet

• impacto social

• fala sobre o computador

• tecnologias

• sociabilidade familiar

• "aldeia global"

• comunicação social

• controlo

• tecnologias de informação

• ciberespaço

• televisão

Assunto: a convergência de actividades como as telecomunicações, a informática e o

entertainment e o impacto das tecnologias de informação na cultura e nos comportamentos

dos indivíduos e dos grupos.

Área científica: Sociologia

Sub-área científica: Sociedade de informação, para a cadeira de Fontes de Informação

Sociológica.

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Resumo O capítulo 7 do livro Os novos media e o espaço público tem como título “Cenários

para a sociedade de informação”. Neste capítulo faz-se referência à proximidade da

sociedade com as novas tecnologias e, da forma como grande parte do trabalho físico é

substituído pelo intelectual.

O capítulo é subdividido em três temas: “As mudanças comportamentais provocadas

pelas novas tecnologias”, “O controle das tecnologias” e “Entre a estética da extensão e a

estética da desaparição”.

O primeiro, “As mudanças comportamentais provocadas pelas novas tecnologias” é

feita referência a duas modalidades de apropriação dos media, a apropriação instrumental

da qual é exemplo a introdução do computador pessoal em casa e, a apropriação sob a

forma de jogo no qual a familiarização com os media é feita com a atribuição de dimensões

lúdicas aos objectos. É ainda feita referência à fala sobre o computador incorporada na

cultura juvenil e ao papel das crianças como essencial na divulgação das novas tecnologias

dado que aprendem a utilizá-las rapidamente.

O segundo tema “O controle das tecnologias”, o autor refere as relações das novas

tecnologias com o poder político e privado apontando perspectivas pessimistas (tais como,

a capacidade das novas tecnologias poderem vigiar a livre actividade dos indivíduos) e,

também perspectivas optimistas (a criação de uma família global humana).

O terceiro e último tema “Entre e estética da extensão e a estética da desaparição”

aborda a questão das perspectivas abertas pelos satélites e auto-estradas da informação que

correm lado a lado com a independência perante os mass media. O autor faz referência à

dissolução da “galáxia de Gutenberg” em 1905 devido ao aparecimento da “galáxia de

Marconi” que ajudou ao desenvolvimento da chamada “aldeia global”.

Para o autor uma das causas do consumo dos mass media é o aumento da separação

entre ricos e pobres e, ainda que vivemos isolados no meio da multidão devido à enorme

quantidade de informação a que nos é possível aceder, tornando-se abstracta e distante.

Crítica final: O capítulo referido tem como finalidade levar-nos a entender melhor o

conceito de sociedade de informação e a forma como a informação se produz na sociedade

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da actualidade. Pretende também, de alguma forma enunciar vários aspectos positivos e

negativos que o futuro da sociedade de informação nos trará, não mostrando a resolução

para os mesmos mas, apenas alertando-nos sobre possíveis sinais a que a sociedade deve

estar atenta. Refere a relação das famílias com as novas tecnologias (comparando a

televisão e o computador) e as interacções que estas sugerem, assim como as vantagens que

trouxe ao mundo do trabalho.

6. Conclusão Em jeito de conclusão, acho importante referir que, em relação ao trabalho e à

realização deste, existiu alguma dificuldade em seleccionar as vertentes que iria abordar,

visto tratar-se de um tema muito alargado. Ainda assim, o facto de ser um tema muito vasto

permitiu que, com alguma facilidade se encontrassem fontes sobre o mesmo.

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação

Sociológica, e, como tal de realização obrigatória para quem optou por fazer Avaliação

Contínua. Método este que, a meu ver é muito interessante porque, permiti-nos por em

prática os métodos de utilização das fontes de informação leccionadas nas aulas, além de, e

com as técnicas apreendidas sobre pesquisa, permite-nos também conhecer mais

aprofundadamente os mais diversos temas, neste caso a Sociedade da Informação. Tema

este que mais interesse e importância me despertou, no leque das opções disponibilizadas.

Concluindo, nesta nova época, neste momento da cultura global e das mensagens

planetárias, as tecnologias de informação desempenham, mais do que nunca, um papel

crucial e ideológico. Disto, pode retirar que, a proliferação dos instrumentos de

comunicação, que permitem a criação desta nossa sociedade da informação, e dos quais a

Internet é a expressão máxima, global e triunfal. Quanto mais comunicarmos, mais

harmoniosa será a nossa sociedade e, consequentemente, mais felizes seremos. É

importante referir que, este mundo da comunicação e da informação também não é

"perfeito",e que, embora durante muito tempo tenha sido sinónimo de libertação pela

difusão do saber e do conhecimento, pode actualmente revelar uma nova faceta, em que

todas as suas qualidades se podem transformar em defeitos e, as suas virtudes em vícios, na

medida em que se acentuam desigualdades e se desencadeiam manipulações.

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Após ter abordado esta temática, concluo que, apesar de todas as vantagens que a

sociedade de informação possa revelar, encontra-se "ocultado" diversos aspectos negativos,

que através de uma manipulação ou outros géneros da alteração informativa nos coloca a

questão: estaremos perante uma sociedade de informação ou, pelo contrário, numa

sociedade de desinformação?

7. Referências Bibliográficas

Almeida, Reginaldo Rodrigues (2004), Sociedade Bit – Da Sociedade da Informação à

Sociedade do Conhecimento. Gaia, Fomento Editora.

Breton, Philippe; Proulx, Serge (1997), A explosão da comunicação. Paris, Bizâncio

Editora

Cádima, Francisco Rui (1996), História e Crítica da Comunicação. Lisboa, Edições Século

XXI.

Landes, David S. (1975), L´Europe technicienne. Gallimoud: Paris

Mcquail, Denis (2000), Teoria da Comunicação de Massas. Lisboa, Fundação Calouste

Gulbenkian

Ramonet, Ignacio (2000), A Tirania da Comunicação. Porto, Letras Editores.

Rodrigues, Adriano Duarte (2002), Estratégias da Comunicação – Questão

Comunicacional e Formas de Sociabilidade. Lisboa, Editorial Presença.

Santos, Rogério (1998), "Cenários para a sociedade de informação", in Os novos media e o

espaço público. Lisboa, Gradiva Publicações, pp.123-140.

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Schiller, Danu (2002), A Globalização e as Novas Tecnologias. Lisboa, Editorial Presença.

Importa referir que as obras: Sociedade Bit – Da Sociedade da Informação à

Sociedade do Conhecimento; A Tirania da Comunicação; A Globalização e as Novas

Tecnologias e Estratégias da Comunicação - Questão Comunicacional e Formas de

Sociabilidade, encontram-se na Biblioteca Municipal de Coimbra. As obras: Os novos

media e o espaço público; A explosão da comunicação e História e Crítica da

Comunicação encontram-se na Biblioteca Calouste Gulbenkian de Coja (Arganil). E a obra

Teoria da Comunicação de Massas encontra-se na Biblioteca Municipal Miguel Torga de

Arganil.

Quanto aos sites da Internet utilizados para a pesquisa:

Moura, Maria Aparecida (2006), “Sociedade de Informação”. Página consultada em

3 de Dezembro, disponível em

http://www.wikipedia.com /

FCCN (2006), “Fundação para a computação Científica Nacional”. Página

consultada em 6 de Dezembro, disponível em

http://www.fccn.pt/

Filho, Orlando Dias (2006), “Observatório da Sociedade de Informação da

UNESCO”. Página consultada em 6 de Dezembro, disponível em

http://osi.unesco.org.br/

INE (2006a), “Instituto Nacional de Estatística”. Página consultada em 6 de

Dezembro, disponível em

http://www.ine.pt/

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INE (2006b), “Biblioteca Digital do Instituto Nacional de Estatística”. Página

consultada em 6 de Dezembro, disponível em

http://www.ine.pt:8080/biblioteca/index.jsp

Pereira, Amílcar (2006), “Núcleo Estratégico da Sociedade de Informação”. Página

consultada em 6 de Dezembro, disponível em

http://www.nesi.com.pt/

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ANEXO I

Página da Internet Avaliada

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ANEXO II

Capítulo da Ficha de Leitura

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