soc. cont. i - fichamento - resumo

4
Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais Sociologia Contemporânea I Prof. Dr. Carlos Fialho Aluna: Judith Helena Genuíno da Costa Data: 28/10/2015 Fichamento: ELIAS, Norbert. Sobre o tempo. Rio de Janeiro, Zahar, 1998 Dentro de uma reflexão no texto de Elias sobre o “tempo”, chegamos há algumas colocações: compreender o “tempo” é entendê-lo em sua natureza primeira, decifrar sua composição. Partindo desse posicionamento nos fazemos entender que o tempo é sentido, compreendido e percebido por todos os seres humanos da mesma maneira, por isso nos perguntamos “o que é o tempo?”, o mais certo seria perguntar “do que estamos falando?”, pois Elias mesmo expressou, existem vários fatores que comprometem a reflexão desse objeto, uma delas por exemplo é a forma como foi consolidada por milênios, de que o objeto é exteriorizado pelo sujeito, como se os dois constituíssem realidades diferentes. Elias tomará a “experiência”como aspecto primordial da compreensão do “tempo”.

Upload: paula-fernanda

Post on 29-Jan-2016

214 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

sdfsdf

TRANSCRIPT

Page 1: Soc. Cont. I - Fichamento - Resumo

Instituto de Ciências Humanas e FilosofiaDepartamento de Sociologia e Metodologia das Ciências SociaisSociologia Contemporânea IProf. Dr. Carlos FialhoAluna: Judith Helena Genuíno da CostaData: 28/10/2015

Fichamento:

ELIAS, Norbert. Sobre o tempo. Rio de Janeiro, Zahar, 1998

Dentro de uma reflexão no texto de Elias sobre o “tempo”, chegamos há algumas colocações: compreender o “tempo” é entendê-lo em sua natureza primeira, decifrar sua composição. Partindo desse posicionamento nos fazemos entender que o tempo é sentido, compreendido e percebido por todos os seres humanos da mesma maneira, por isso nos perguntamos “o que é o tempo?”, o mais certo seria perguntar “do que estamos falando?”, pois Elias mesmo expressou, existem vários fatores que comprometem a reflexão desse objeto, uma delas por exemplo é a forma como foi consolidada por milênios, de que o objeto é exteriorizado pelo sujeito, como se os dois constituíssem realidades diferentes.Elias tomará a “experiência”como aspecto primordial da compreensão do “tempo”.Ao longo dos séculos buscou-se inutilmente algo que não existe, ou seja, o “tempo” como uma realidade universal, realidade essa dada a todos os homens do mesmo modo e experimentada da mesma maneira, grande equívoco, pois não passaram de especulações impossíveis de se demonstrar.Os subjetivistas tem a priore que o “tempo” é concebido pela consciência, desenvolvido durante a formação psicológica do ser humano, que o possibilita a ordenar a vida diante do devir dos acontecimentos, que ele não é exterior à consciência, não pode existir fora dela, e que sua vida produz o “tempo”.

Page 2: Soc. Cont. I - Fichamento - Resumo

Agostinho por exemplo concentra-se nas atribuições temporais: passado, presente e futuro e se/como elas podem ser medidas pela alma e como estão presentes nela. O passado através da lembrança, o presente da visão e o futuro da expectativa. O “tempo é medido pela alma e não trata de medida baseada na exatidão de números. Para os objetivistas o tempo é determinado e quantificável, seja ele absoluto como para Newton ou relativo como para Einstein, ele tem sua forma objetiva na natureza.Tanto para os subjetivistas, quanto para os objetivistas o “tempo é um dado imutável. O ponto que invalida a teoria clássica sobre o “tempo” é concebê-lo como um dado transcendental, inato, independente das relações sociais.Considerar o “tempo” dessa forma é ignorar o processo de evolução de cada sociedade.Para compreendermos a visão de Elias sobre o “tempo” precisamos entender que os símbolos artificiais e a linguagem é o que os define, num mundo habitado por homens, e que este é um ser sociável.Nas diversas composições de sociedade humanas o “tempo” cumpre esse papel de ordenação, Ele é uma instituição social aprendida por cada um dos indivíduos em seu processo de desenvolvimento e racionalização. O “tempo” é um símbolo humano convencionado pelo homem que mesmo não existindo além do campo simbólico, oferece a coerção necessária para a manutenção da ordem.A operação de determinação do tempo refere-se à determinação de anterioridade, simultaneidade e posteridade de dois ou mais eventos relacionados, isso é, avaliar a duração do intervalo entre um e outro evento segundo um meio de referência que possa ser aplicado na medição de qualquer intervalo. Essa determinação é uma necessidade prática da vida social se considerarmos uma dialética entre um micro universo e um macro universo. O micro universo seria o do indivíduo com sua auto-regulação, mas que participa efetivamente do macro- universo que não é mais que as relações entre os diversos micro universos submetidos a outro símbolo de coerção: o sistema.Nos fica claro então que, longe do mistério insolúvel atribuído ao “tempo” pela filosofia, ele nada mais é que uma instituição padronizada socialmente devido a diversas necessidades de integração e organização.

Page 3: Soc. Cont. I - Fichamento - Resumo

O enigma do tempo, uma certa noção de que o “tempo” teria existência independente, é com certeza, um exemplo impressionante da maneira como um símbolo largamente utilizado pode, uma vez desvinculado de todos os dados observáveis, adquirir uma espécie de vida autônoma na linguagem e nopensamento dos homens.O que chamamos “tempo” nada mais é do que o elemento comum a essa diversidade de processos específicos que os homens procuram marcar com a ajuda dos relógios ou calendários.Portanto, o equívoco existente entre físicos e filósofos por tanto tempo éinválido se entendermos a simplicidade da natureza mutante dos símbolos sociais criados pelos homens com finalidades diversas. Em cada época e em cada grupo, o mesmo símbolo pode adquirir significados e orientações diferentes sem perder sua função original.

Conclusão:

Ao longo desse artigo o que podemos observar é que o autor quer dar um enfoque a importância da obra de Norbert Elias sobre o tempo onde o mesmo de uma forma clara explica sua concepção do objeto “tempo” e também relatar alguns conceitos concebidos ao longo dos séculos sobre esse mesmo objeto, que para Elias seria uma proposta de superação, e problematizar um conceito que é considerado como um dado real da existência.