sobre a presença de 'ouvidorias' virtuais em hospitais universitários brasileiros

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Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul S. Cruz do Sul - RS 30/05 a 01/06/2013 1 Sobre a presença de ‘Ouvidorias’ Virtuais em Hospitais Universitários Brasileiros 1 Gabriela Sarmento 2 Rebeca Escobar 3 Profª Dr. Cleusa Maria Andrade Scroferneker 4 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, RS RESUMO A necessidade de interagir virtualmente com diferentes segmentos de públicos tem levado as organizações a investirem em comunicação digital. Sob essa perspectiva destacam-se as „Ouvidorias‟ virtuais entendidas no projeto como todas as modalidades disponibilizadas nos sites/portais das organizações para interagirem virtualmente com seus públicos, normalmente, são identificadas como Fale Conosco, Contatos, Contato e /ou Ouvidoria (SCROFERNEKER, 2010). O presente texto apresenta os resultados parciais da pesquisa que está sendo desenvolvida desde 2010 sobre “As „ouvidorias‟ virtuais em Hospitais Universitários Brasileiros. A metodologia utilizada contemplou análises mensais dos sites/portais dos Hospitais Universitários (HU‟s) e entrevistas em profundidade com Ouvidores e/ou responsáveis pelas Ouvidorias. PALAVRAS-CHAVE „Ouvidorias‟ virtuais; Hospitais universitários, Comunicação organizacional. Um breve introdução... O presente texto apresenta os resultados parciais da pesquisa que está sendo desenvolvida desde 2010 sobre “As „ouvidorias‟ virtuais em Hospitais Universitários Brasileiros(HU‟s). A metodologia utilizada contemplou análises mensais dos sites/portais dos Hospitais Universitários (HU‟s) e entrevistas em profundidade com Ouvidores e/ou responsáveis pelas Ouvidorias, com o objetivo de analisar como os 1 Trabalho apresentado no IJ 3 Relações Públicas e Comunicação Organizacional do XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul, realizado de 30 de maio a 01 de junho de 2013. 2 Bolsista de Iniciação Científica do programa Institucional da Universidade BPA/PRAIAS 2012/2013 e aluna do 7º semestre do Curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Famecos/PUCRS. Email:[email protected] 3 Bolsista PIBIC/CNPq 2012/2013 e aluna do 5º semestre do Curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Famecos/PUCRS. Email: [email protected] 4 Coordenadora do Projeto. Professora Titular da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Famecos/PUCRS. Doutorado em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo ECA/USP. Bolsista PQ/CNPq. Email: [email protected]

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A necessidade de interagir virtualmente com diferentes segmentos de públicos tem levado as organizações a investirem em comunicação digital. Sob essa perspectiva destacam-se as 'Ouvidorias' virtuais entendidas no projeto como todas as modalidades disponibilizadas nos sites/portais das organizações para interagirem virtualmente com seus públicos, normalmente, são identificadas como Fale Conosco, Contatos, Contato e /ou Ouvidoria (SCROFERNEKER, 2010). O presente texto apresenta os resultados parciais da pesquisa que está sendo desenvolvida desde 2010 sobre "As 'ouvidorias' virtuais em Hospitais Universitários Brasileiros". A metodologia utilizada contemplou análises mensais dos sites/portais dos Hospitais Universitários (HU's) e entrevistas em profundidade com Ouvidores e/ou responsáveis pelas Ouvidorias.

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  • Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XIV Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul S. Cruz do Sul - RS 30/05 a 01/06/2013

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    Sobre a presena de Ouvidorias Virtuais em Hospitais Universitrios Brasileiros1

    Gabriela Sarmento2

    Rebeca Escobar3

    Prof Dr. Cleusa Maria Andrade Scroferneker4

    Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, RS

    RESUMO

    A necessidade de interagir virtualmente com diferentes segmentos de pblicos tem

    levado as organizaes a investirem em comunicao digital. Sob essa perspectiva

    destacam-se as Ouvidorias virtuais entendidas no projeto como todas as modalidades disponibilizadas nos sites/portais das organizaes para interagirem virtualmente com

    seus pblicos, normalmente, so identificadas como Fale Conosco, Contatos, Contato e

    /ou Ouvidoria (SCROFERNEKER, 2010). O presente texto apresenta os resultados

    parciais da pesquisa que est sendo desenvolvida desde 2010 sobre As ouvidorias virtuais em Hospitais Universitrios Brasileiros. A metodologia utilizada contemplou anlises mensais dos sites/portais dos Hospitais Universitrios (HUs) e entrevistas em profundidade com Ouvidores e/ou responsveis pelas Ouvidorias.

    PALAVRAS-CHAVE

    Ouvidorias virtuais; Hospitais universitrios, Comunicao organizacional.

    Um breve introduo...

    O presente texto apresenta os resultados parciais da pesquisa que est sendo

    desenvolvida desde 2010 sobre As ouvidorias virtuais em Hospitais Universitrios

    Brasileiros (HUs). A metodologia utilizada contemplou anlises mensais dos

    sites/portais dos Hospitais Universitrios (HUs) e entrevistas em profundidade com

    Ouvidores e/ou responsveis pelas Ouvidorias, com o objetivo de analisar como os

    1 Trabalho apresentado no IJ 3 Relaes Pblicas e Comunicao Organizacional do XIV Congresso de Cincias

    da Comunicao na Regio Sul, realizado de 30 de maio a 01 de junho de 2013. 2 Bolsista de Iniciao Cientfica do programa Institucional da Universidade BPA/PRAIAS 2012/2013 e

    aluna do 7 semestre do Curso de Relaes Pblicas da Faculdade de Comunicao Social da Pontifcia

    Universidade Catlica do Rio Grande do Sul Famecos/PUCRS. Email:[email protected] 3 Bolsista PIBIC/CNPq 2012/2013 e aluna do 5 semestre do Curso de Relaes Pblicas da Faculdade de

    Comunicao Social da Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul Famecos/PUCRS. Email: [email protected] 4 Coordenadora do Projeto. Professora Titular da Faculdade de Comunicao Social da Pontifcia

    Universidade Catlica do Rio Grande do Sul Famecos/PUCRS. Doutorado em Cincias da Comunicao pela Escola de Comunicao e Artes da Universidade de So Paulo ECA/USP. Bolsista PQ/CNPq. Email: [email protected]

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    hospitais universitrios brasileiros disponibilizam as diferentes modalidades das suas

    ouvidorias virtuais.

    A anlise mensal dos sites/portais contemplou uma amostra de 36 HUs definida

    a apartir dos seguintes critrios: possuir a nomenclatura de Hospital Universitrio (HU)

    ou algum tipo de dependncia financeira com Instituies de Ensino Superior; constar

    da relao de HUs reconhecidos pelo Ministrio da Educao (MEC) e pertencer

    Associao Brasileira de Hospitais Universitrios e de Educao. Com base nesses

    critrios identificou-se 50 HUs. A essa amostra foi aplicado um quarto critrio:

    disponibilizar alguma modalidade de ouvidoria virtual. Foram ento definidos 36

    Hospitais Universitrios para anlise. Tem por base a amostra estabelecida, procedeu-se

    a anlise dos sites/portais em relao aos aspectos de nomenclatura, que varia entre

    expresses como Fale Conosco, Contatos, entre outras; acessibilidade, identificada

    como fcil ou difcil; e formas de contato que alternam entre e-mail, formulrio, bem

    como as duas possibilidades (SCROFERNEKER, 2011). Em 2012, passamos a

    monitorar a presena dos Hospitais Universitrios nas mdias sociais, atravs de perfis

    oficiais. Cabe destacar que estabelecemos como perfis sociais aqueles que possuem

    cones de acesso nos sites/portais dos HUs. Simultaneamente anlise dos sites/portais

    e ao monitoramento das mdias sociais, em novembro de 2012, foram entrevistadas as

    ouvidoras de dois Hospitais Universitrios de Porto Alegre,

    Tambm, em 2012, em parceria com o Programa de Ps-Graduao em Cincias

    da Computao da Faculdade de Informtica da Universidade foi ampliado o prottipo,

    ou seja, uma primeira tentativa de aproximao do que se entende no projeto por modelo,

    uma possibilidade da construo de um espao de interao virtual que atenda

    especificamente s necessidades e expectativas desse hospital. (SCROFERNEKER, 2012).

    Sobre as anlises realizadas.

    Em relao acessibilidade aos links das pginas das ouvidorias virtuais nos

    sites/portais dos HUs, constatou-se que o acesso fcil e gil em mdia 76,8%. Cabe

    ressaltar que o percentual de links com problemas tcnicos maior que os categorizados

    como difcil. Esta caracterstica definida pelo posicionamento que o link da ouvidoria

    ocupa nos sites/portais. Foram considerados de fcil acesso os links que esto na pgina

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    100,00% Fcil

    Difcil

    Site com Problemas tcnicos

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    80%

    Janeiro Fevereiro Maro

    Fcil

    Difcil

    Site com Problemas tcnicos

    inicial e considerados de difcil acesso os que necessitam de navegao mais

    aprofundada para serrem localizados. (GRFICO 1)

    Grfico 1 Acessibilidade s ouvidorias virtuais nos sites/portais dos HUs. Fonte: Elaborado pelas bolsistas SARMENTO, Gabriela (BPA/Edital PRAIAS 2012) e ESCOBAR, Rebeca

    (PIBIC/CNPq Edital 2012-2013) com base na pesquisa.

    Grfico 2 - Acessibilidade s ouvidorias virtuais dos HUS nos meses de janeiro, fevereiro e maro de 2013. Fonte: Elaborado pelas bolsistas SARMENTO, Gabriela (BPA/Edital PRAIAS 2012) e ESCOBAR, Rebeca

    (PIBIC/CNPq Edital 2012-2013) com base na pesquisa.

    Entendemos que a acessibilidade (FIGURA 1 e 2) facilita sobre maneira a

    navegabilidade, pois de acordo com Nielsen e Tahir (2002, p. 19)

    Como o objetivo principal de uma homepage facilitar a

    navegao em todo o lugar do site, fundamental que os

    usurios consigam encontrar sem muito trabalho a rea de

    navegao adequada, distinguir as opes e ter uma noo fo

    que existe por tras dos links

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    Figura 1 - Site/portal com link para ouvidoria de fcil acesso.

    Fonte: site/portal Hospital Universitrio Getlio Vargas. Disponvel em: http://www.hugv.ufam.edu.br/ (Acesso em

    19/04/2013).

    Figura 2 Site/portal com link para ouvidoria de difcil acesso.

    Fonte: site/portal Hospital Universitrio Dr. Miguel Riet Corra Jnior. Disponvel em: http://www.hu.furg.br/

    (Acesso em 19/04/2013).

    Quanto nomenclatura, observamos que os hospitais em sua maioria utilizam o

    termo Ouvidoria, seguido do Fale Conosco (GRFICO 3/FIGURA 3 e 4).

    Destacamos no ms de maro de 2013, a utilizao simultnea de ambas expresses

    (GRFICO 4/FIGURA 3). Cabe ressaltar que foram classificados como outros termo

    como: Fale com a UFMAT e Humanizao.

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    30,0% Ouvidoria

    Ouvidoria e fale conosco

    Fale Conosco

    Contatos

    outros

    Grfico 3 Nomenclatura utilizada pelos HUs nos sites/portais. Fonte: Elaborado pelas bolsistas SARMENTO, Gabriela (BPA/Edital PRAIAS 2012) e ESCOBAR, Rebeca

    (PIBIC/CNPq Edital 2012-2013) com base na pesquisa.

    Grfico 4 Nomenclatura utilizada pelos HUs nos meses de janeiro, fevereiro e maro de 2013. Fonte: Elaborado pelas bolsistas SARMENTO, Gabriela (BPA/Edital PRAIAS 2012) e ESCOBAR, Rebeca (PIBIC/CNPq Edital 2012-

    2013) com base na pesquisa.

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    15%

    20%

    25%

    Janeiro Fevereiro Maro

    Ouvidoria

    Ouvidoria e Fale Conosco

    Fale Conosco

    Outros

    Ouvidoria e Outros

    Ouvidoria; Fale Conosco e Contato (s)

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    25,00%

    30,00%

    35,00%

    40,00% Email

    Formulrio

    Email e Formulrio

    Site com Problemas tcnicos

    Figura 3 Site/portal com nomenclatura disponibilizada como Fale Conosco e Ouvidoria.

    Fonte: site/portal Hospital Universitrio Walter Cantdio. Disponvel em: http://www.huwc.ufc.br/ (Acesso em

    19/04/2013).

    Figura 4 Site/portal com nomenclatura disponibilizada como Ouvidoria.

    Fonte: site/portal Hospital Universitrio Getlio Vargas. Disponvel em: http://www.hugv.ufam.edu.br/ (Acesso em

    19/04/2013).

    No que se refere s Formas de Contato, o e-mail a opo disponibilizada com

    mais frequencia, seguido do formulrio (GRFICO 5/FIGURA 5 e 6). Destacamos

    ainda os sites/portais onde esto disponveis as duas opes.

    Grfico 5 Sobre as Formas de Contato disponibilizadas nos sites/portais dos HUs. Fonte: Elaborado pelas bolsistas

    SARMENTO, Gabriela (BPA/Edital PRAIAS 2012) e ESCOBAR, Rebeca (PIBIC/CNPq Edital 2012-2013) com

    base na pesquisa.

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    40% Email

    Formulrio

    Formulrio e Email

    Grfico 6 - Formas de contato disponibilizadas nos sites/portais dos HUs nos meses de janeiro, fevereiro e maro de 2013. Fonte: Elaborado pelas bolsistas SARMENTO, Gabriela (BPA/Edital PRAIAS 2012) e ESCOBAR, Rebeca

    (PIBIC/CNPq Edital 2012-2013) com base na pesquisa.

    Figura 5 - Site/portal com e-mail como forma de contato disponibilizada.

    Fonte: site/portal Hospital Universitrio de Braslia. Disponvel em: http://www.hub.unb.br/ (Acesso em

    19/04/2013).

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    Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Twitter

    Facebook

    You Tube

    Flickr

    Linkedin

    Blogs

    Picasa

    Google+

    Orkut

    Figura 6 - Site/portal com formulrio como forma de contato disponibilizada.

    Fonte: site/portal Hospital Universitrio da Universidade Federal do Piau. Disponvel em: http://www.ufpi.br/hu/

    (Acesso em 19/04/2013).

    Como j mencionado, em 2012 inclumos na anlise a presena [ou no] dos

    hospitais universitrios nas mdias sociais. Foram definidos como oficiais os perfis

    mencionados no site/portal do hospital e no apenas a citao de seu nome na web. De

    acordo com Telles (2011, p.19) vrias pessoas confundem os termos redes sociais e

    mdias sociais, muitas vezes usando-os de forma indistinta. Para o autor, rede social

    uma categoria de mdias sociais, que um conceito mais abrangente: so sites na

    internet construdos para permitir a criao colaborativa de contedo, a interao social

    e o compartilhamento de informaes em diversos formatos (TELLES, 2011, p.19).

    Para Recuero (2012, p.16) As redes sociais so as estruturas dos agrupamentos

    humanos, constitudas pelas interaes, que constroem os grupos sociais. O Facebook,

    o Orkut e o Twitter, de acordo com a referida autora so ferramentas que [...] que

    pertencem categoria cada vez mais popular dos sites de rede social (grifo da autora),

    ou ferramentas que proporcionam a publicao e a construo de redes sociais

    (RECUERO, 2012, p.16).

    Conforme dados obtidos, a rede social mais utilizada pelos HUs o Twitter,

    inclusive com crescente adeso nos meses de novembro e dezembro. Cabe ressaltar que,

    apesar do nmero significativo de instituies que possuem Twitter, este utilizado

    para divulgar informaes institucionais como palestras e simpsios, e no

    propriamente para estabelecer dilogo com os pblicos. A segunda rede social onde os

    HUs possuem perfil o Facebook, entretanto, tambm podemos observar mensagens

    com as mesmas caractersticas das mencionadas no Twitter (GRFICO 7).

    Grfico 7 - Utilizao das redes sociais pelos hospitais universitrios. Fonte: Elaborado pelas bolsistas SARMENTO,

    Gabriela (BPA/Edital PRAIAS 2012) e ESCOBAR, Rebeca (PIBIC/CNPq Edital 2012-2013) com base na pesquisa.

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    Ao analisarmos o perfil oficial do Hospital Universitrio Clementino Fraga Filho

    (UFRJ), observamos que predominam informaes referente a eventos institucionais e

    notcias relacionadas participao da instituio em congressos sobre a rea da sade,

    com veiculao de imagens inclusive (FIGURA 7).

    Figura 7 - perfil oficial Hospital Universitrio Clementino Fraga Filho.

    Fonte: Twitter. Disponvel em: https://twitter.com/hucff_ufrj (Acesso em 19/04/2013).

    Apesar do predomnio de informaes sobre eventos institucionais e notcias

    relacionadas rea da sade, no ms de abril observamos que uma mensagem enviada

    por um usurio foi respondida, entretanto, quando este encaminhou a segunda

    solicitao, aparentemente no recebeu retorno, ao menos pelo Twitter. Com esta

    informao acredita-se que as mdias sociais possam ser utilizadas como modalidades

    de ouvidorias virtuais, embora ainda predomine o carter informacional nos perfis.

    Sobre as entrevistas realizadas...

    No que se refere s entrevistas em profundidade, foram realizadas duas, com o

    intuito de obter informaes sobre o funcionamento, as prticas e as principais

    demandas e os pblicos que recorrem s diferentes modalidades de ouvidorias

    disponibilizadas por esses hospitais. Por questes ticas, os Hospitais e as ouvidioras

    so identifcadas por A e B.

    Na entrevista realizada no Hospital Universitrio A, a ouvidora formada em

    Servio Social, trabalha nessa funo h onze anos, possu sala prpria e uma equipe

    composta por uma funcionria. A ouvidoria est vinculada ao Setor de Marketing e

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    Direo da Instituio. e quando necessrio, tem respaldo jurdico para casos mais

    delicados. Recebe em mdia 350 ouvidorias por ms, nmero relativamente baixo, por

    se tratar da rea da sade, segundo a ouvidora.

    A ouvidora do Hospital Universitrio B formada em Comunicao Social

    Relaes Pblicas. A Ouvidoria existe h catorze anos e tambm possui sala prpria e

    uma funcionria, estando vinculada a rea de Relacionamento que, por sua vez,

    vincula-se Direo Geral e Administrativa da Instituio. Quanto Ouvidoria e ao

    Fale Conosco a ouvidora B comentou que virtualmente a nomenclatura utilizada o

    Fale Conosco e em sua modalidade presencial a Ouvidoria, ambas possibilidades

    esto sob a sua coordenao. Para a ouvidora B h diferena de demandas entre ambas,

    no sentido que no Fale Conosco predomina a busca por informaes e na Ouvidoria

    predominam as reclamaes.A ouvidora B destaca que h uma conotao diferente entre

    o Fale Conosco e a Ouvidoria, que no Hospital Universitrio B remete a uma ideia de

    reclamao. O que no acontece na Ouvidoria do Hospital Universitrio A, pela gesto

    que a ouvidora A emprega de soslicitar a formalizao da Ouvidoria sempre por email.

    Quando questionada sobre a Ouvidoria e o Fale Conosco a ouvidora A as

    entende como possibilidades diferentes, pois para ela, o Fale Conosco est associado

    solicitao de informao. Esse o mesmo entendimento da Ouvidora do Hospital B.

    Tanto no Hospital Universitrio A quanto no Hospital Universitrio B as ouvidoras

    consideraram o trabalho e a importncia da ouvidoria reconhecida pelos demais setores

    dos hospitais. Tambm em ambos Hospitais Universitrios as ouvidoras entendem o

    papel da ouvidoria como a mediao entre o manifestante e o hospital. Ou seja, o

    manifestante chega a ouvidora com uma demanda e papel da ouvidoria ouvir, acolher

    e encaminhar buscando solues e mediando os conflitos entre a instituio e os

    clientes.

    Em ambos os HUs no h utilizao de programas de armazenamento

    e processamento de dados que possam gerar relatrios ou informaes que possibilitem

    maior compreenso das demandas. As demandas so digitadas em tabelas de excel para

    controle das ouvidorias. Essa tabulao gera um relatrio com grficos informativos

    sobre as demandas que so encaminhadas Direo, sendo todos esses relatrios feitos

    de forma manual. Tambm ambos HUs no usufruem de mdias sociais oficiais. O que

    acontece que no HUs B h uma parceria com a Instituio de Ensino (IES) para alguma

    divulgao e monitoramento de quaisquer caso que por ventura surjam na rede. Quanto

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    aos manifestantes que mais recorrem ouvidoria do Hospital predominam os pacientes

    tes e familiares, enquanto na ouvidoria do Hospital B h o predomnio de familiares e

    acompanhantes.

    Sobre o prottipo...

    Para a elaborao de um prottipo de ouvidoria virtual escolheu-se um

    Hospital Universitrio para trabalhar as demandas, da ouvidoria. O HU em questo tem

    a caracterstica de predominncia de ouvidoria presencial, sendo a virtual apenas

    uma extenso de seu formulrio padro. Assim aps a assinatura de termos de

    confidencialidade, e com o prottipo de ouvidoria virtual foram agendados no final de

    2012 alguns horrios para captao de dados. Durante o inicio da captao e em grande

    parte do tempo fomos acompanhados por um funcionrio da ouvidoria, deste hospital,

    que nos esclareceu muitas demandas de difcil compreenso. Por lembrar-se de muitos

    dos ocorridos nos auxiliou na interpretao real do manifestante, que muitas vezes pode

    estar expressa, inicialmente, de forma confusa, no registro.

    Ao desenvolver um projeto onde os sistemas de ouvidorias virtuais o objetivo

    que se tornem sistemas que propiciem um ambiente com dados analticos, visando

    identificar comportamentos, correlaes e tendncias que faciltem a comunicao entre

    os manifestantes e as ouvidorias.

    O processo de captao continua em andamento e tem como finalidade

    identificar quem so os manifestantes que recorrem a ouvidoria, no sentido de que nem

    sempre o paciente o manifestante, muitas vezes trata-se de um familiar ou amigos

    prximos. Tambm de interesse o levantamento de qual a maior demanda que chega

    s ouvidorias dentre algumas h, por exemplo, reclamaes, informaes, elogios, entre

    outros. Bem como determinar a origem destas demandas. Ou seja, determinar de onde

    as demandas proveem (setores).

    Algumas consideraes...

    A virtualizao dos processos comunicacionais das organizaes, e

    especialmente, no caso de uma ouvidoria virtual redefine os relacionamentos nos

    espaos organizacionais internos e externo (SCROFERNEKER, 2007). No que refere-

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    se a aproveitamento das informaes que as Ouvidorias Virtuais geram observamos

    que ainda no so utilizados para aprimorar o relacionamento e a comunicao.

    Detacamos que o fato dos Hospitais Universitrios terem em seus portais, um indicativo

    s ouvidorias virtuais no garante efetivamente a interao do mesmo com seus

    diversos pblicos.

    REFERNCIAS

    NIELSEN, Jakob e TAHIR, Marie. Homepage Usabilidade: 50 Websites

    Desconstrudos. Ed. RJ: Campos, 2002.

    RECUERO, Raquel. A conversao em rede: comunicao mediada pelo computador e

    redes sociais na internet. Porto Alegre: Editora Sulina, 2012.

    SCROFERNEKER, Cleusa Maria Andrade. Ouvidorias virtuais de Hospitais

    Universitrios: lugar de comunicao ou espaos de incomunicao? Anais do XXXV

    Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao. Fortaleza, CE: Intercom, 2012.

    Disponvel em http://www.intercom.org.br/sis/2012/resumos/R7-2211-1.pdf

    _______________. AMORIN, Lidiane Ramirez de. e SILVA, Diego Wander de. Redes

    sociais: novas modalidades de ouvidorias virtuais, Anais do XXXIV Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao [recurso eletrnico]. So Paulo: Intercom, 2011.

    Disponvel em:

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    TELLES, Andr. A revoluo das Mdias Sociais: cases, conceitos, dicas e ferramentas.

    So Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2011.