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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS LISIANNE MARA RABELO DE OLIVEIRA WANDERLEY UTILIZAÇÃO DE ARTEFATOS GERENCIAIS NOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS NATAL/RN 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LISIANNE MARA RABELO DE OLIVEIRA WANDERLEY

UTILIZAÇÃO DE ARTEFATOS GERENCIAIS NOS HOSPITAIS

UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS

NATAL/RN

2018

Page 2: UTILIZAÇÃO DE ARTEFATOS GERENCIAIS NOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO DE … · 2019. 1. 31. · 3.2 Caracterização dos Hospitais Universitários de Natal/RN 27 3.2.1 Hospital

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LISIANNE MARA RABELO DE OLIVEIRA WANDERLEY

UTILIZAÇÃO DE ARTEFATOS GERENCIAIS NOS HOSPITAIS

UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS

Monografia apresentada à Coordenação de

Graduação em Ciências Contábeis da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para a obtenção do grau

de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Profª. Me. Vanessa Câmara de

Medeiros

NATAL/RN

2018

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Wanderley, Lisianne Mara Rabelo de Oliveira.

Utilização de artefatos gerenciais nos hospitais

universitários: um estudo de casos múltiplos / Lisianne Mara

Rabelo de Oliveira Wanderley. - 2018.

48f.: il.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais

Aplicadas, Departamento de Ciências Contábeis. Natal, RN, 2018.

Orientador: Profª. Me. Vanessa Câmara de Medeiros.

1. Artefatos gerenciais - Monografia. 2. Hospitais

universitários - Monografia. 3. Sistemas de custos - Monografia.

I. Medeiros, Vanessa Câmara de. II. Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca do CCSA CDU 657.4:35

Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355

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LISIANNE MARA RABELO DE OLIVEIRA WANDERLEY

UTILIZAÇÃO DE ARTEFATOS GERENCIAIS NOS HOSPITAIS

UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS

Monografia apresentada à Coordenação de

Graduação em Ciências Contábeis da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para a obtenção do grau

de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em: / /

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Profª. Me. Vanessa Câmara de Medeiros

Orientadora

_________________________________________

Prof. Dr. José Emerson Firmino

Examinador

_________________________________________

Prof. Me. Égon José Mateus Celestino

Examinador

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Ao meu marido, aos meus pais, sogros, irmãos, familiares e amigos pelo apoio e incentivo a galgar mais um desafio nessa trajetória.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu marido, Bruno Mattos, por todo amor, compreensão e apoio nessa

trajetória. Graças ao seu bom humor em relação a minha escolha em relação a uma

nova carreira, percebi que foi a escolha mais sensata que fiz e que não

representaria tanto se não o tivesse do meu lado.

Aos meus familiares, pela forma amorosa que me tornou na pessoa que sou

hoje e por vibrarem com cada conquista minha, em especial meus pais, Lavozier

Chaves e Marlene Rabelo, meus irmãos, João Paulo e Lívia Thaís, e minha avó,

Catarina Rabelo.

Aos meus sogros, em especial minha sogra, Silvana Mattos, que se fez

presente muitas vezes nessa trajetória e pela assistência durante esses anos aqui

em Natal.

Aos meus amigos de curso Felipe Anderson, Andrezza Andrade, Krissia

Paiva, Stefânia Alike, Amanda Andrade, Daniel Coutinho, pela amizade, parceria e

pelos momentos de descontração nesse período em que estivemos juntos. Além

desses, gostaria de mencionar uma grande amiga, Adèle Oliveira, pela enorme

ajuda com a transcrição de uma das entrevistas, e por todo carinho desde o

momento em que nos conhecemos.

A todos os parceiros que participaram das atividades e projetos

desenvolvidos pela Empresa Júnior de Ciências Contábeis da UFRN – ACONT, pela

convivência, aprendizagem, como Felipe Nascimento, Thiago Magalhães, Ana

Beatriz André, Ana Sena, Isabelle Gadelha, Danielle Medeiros, Anna Fernanda

Capistrano, Roberta Lopes e Marke Geisy.

A minha orientadora Vanessa Câmara de Medeiros pela paciência,

dedicação e por confiar no meu trabalho. Essa parceria significa muito mais que uma

relação entre professora e aluna, mas a oportunidade de compartilhar vivências que

nos fazem entender o valor das oportunidades que nos são apresentadas.

Aos membros da banca, professores Dr. José Emerson Firmino e Me. Égon

José Mateus Celestino, pelas contribuições para melhoria do presente estudo.

A esta instituição representada por professores, servidores administrativos e

terceirizados, além de toda infraestrutura que estiveram a minha disposição e que

colaboraram com a minha formação.

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“Há muitas razões para duvidar e uma só para crer.”

Carlos Drummond de Andrade

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RESUMO

Este estudo buscou identificar os artefatos gerenciais utilizados pelos Hospitais

Universitários, Onofre Lopes – HUOL e Maternidade Escola Januário Cicco – MEJC,

assim como conhecer a realidade sobre os sistemas de custos utilizados pelos

hospitais universitários de Natal/RN atualmente sob a gestão da Empresa Brasileira

de Serviços Hospitalares (Ebserh). Esses hospitais universitários foram escolhidos

não só pela complexidade dos serviços que prestam, mas pela quantidade de

recursos públicos que requerem para o seu funcionamento e pelo que representam

na produção da assistência médica brasileira. Para alcançar os objetivos

pretendidos foram utilizados os métodos de pesquisa de natureza exploratória e

descritiva, orientados pela abordagem qualitativa. Os dados foram obtidos por meio

de entrevistas semiestruturadas realizadas com os responsáveis pelas áreas de

custos do HUOL e da MEJC. Conclui-se que, pela visão dos entrevistados, não

existe um sistema de custos em ambos os hospitais pesquisados que possam

apurar e controlar os custos nessas instituições. Foi identificado que o artefato

gerencial utilizado no HUOL é o custeio por absorção, considerado pela literatura

como artefato gerencial tradicional, amplamente utilizado por razões legais e fiscais.

Palavras-chave: Artefatos Gerenciais. Hospitais Universitários. Sistemas de Custos.

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ABSTRACT

This study identifies the management artifacts used by the University Hospitals,

namely Onofre Lopes - HUOL and Maternidade Escola Januário Cicco - MEJC, as

well as to know the reality about the cost systems used by the university hospitals of

Natal / RN, currently under the management of the Brazilian Company of Hospital

Services (Ebserh). These hospitals were chosen not only for the complexity of the

services they provide but for the amount of public resources they require for their

operation and for what they represent in the production of Brazilian medical care. In

order to achieve the intended objectives, the research methods of exploratory and

descriptive nature, guided by the qualitative approach. The data were obtained

through semi-structured interviews with cost managers of HUOL and MEJC. We

concluded that, according to the interviewees, there is no cost system in both

hospitals that can investigate and control costs in these institutions. It was also

identified that the management accounting artifacts used in HUOL is absorption

costing, considered by the literature as a traditional management artifact, widely used

for legal and fiscal reasons.

Keywords: Management Artifacts. University Hospitals. Cost Systems.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - IFES com Hospitais Universitários Federais 19

Figura 2 - Modelo Conceitual do sistema de custos dos hospitais universitários

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Segregação dos artefatos da contabilidade gerencial 24

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Perfil dos hospitais universitários e dos respondentes 30

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABC Custeio Baseado em Atividades

AGHU Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitário

Ebserh Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Fideps Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e da Pesquisa

Universitária em Saúde

FIPECAFI Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras

HUFs Hospitais Universitários Federais

HUOL Hospital Universitário Onofre Lopes

IFES Instituições Federais de Ensino Superior

PRADEG Programa de Disciplina e Eficiência do Gasto

Rehuf Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários

Federais

MEC Ministério da Educação

MEJC Maternidade Escola Januário Cicco

SIAFI Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal

SMS Secretaria Municipal de Saúde de Natal

SUS SUS - Sistema Único de Saúde

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

1.1 Contextualização do Problema 14

1.2 Objetivos 16

1.2.1 Objetivo Geral 16

1.2.2 Objetivos Específicos 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 16

2.1 Hospitais de Ensino 16

2.2 Custos Hospitalares 19

2.3 Sistemas de Custeio 21

2.4 Estudos Recentes 25

3 METODOLOGIA 27

3.1 Tipologia da Pesquisa 27

3.2 Caracterização dos Hospitais Universitários de Natal/RN 27

3.2.1 Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL 27

3.2.2 Maternidade Escola Januário Cicco – MEJC 28

3.3 Coleta de Dados 29

3.4 Tratamento dos Dados 29

4 ANÁLISE DE RESULTADOS 30

4.1 Análise do perfil dos Hospitais Universitários e dos Entrevistados 30

4.2 Análise da utilização de artefatos gerenciais nos Hospitais Universitários 31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 38

REFERÊNCIAS 39

APÊNDICES 42

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE 42

APÊNDICE B - Termo de Autorização para Gravação de Voz 45

APÊNDICE C - Roteiro da Entrevista 46

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do Problema

A mudança do perfil epidemiológico e demográfico da população ao longo dos

anos, bem como o incremento tecnológico na área da saúde, tem acarretado no

aumento de custos, cujo subfinanciamento tem sido apontado dentro do sistema

como a causa principal da falta de oferta de serviços com qualidade à população

(BLANSKI; DA SILVA; OLIVEIRA, 2015).

Apesar da Constituição Federal de 1988 afirmar em seu artigo 196 que “a

saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e

econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos [...]”

(BRASIL, 1988) e com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), regulamentado

pela Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, é evidente a problemática das

políticas de financiamento da saúde no federalismo brasileiro, uma vez que é

possível constatar uma redução de gastos com ações e serviços de saúde do

governo federal e um aumento da participação dos estados e municípios (BLANSKI;

DA SILVA; OLIVEIRA, 2015).

Nesse contexto estão inseridas as instituições hospitalares públicas que

vivenciam a dificuldade de gerenciar recursos, o que requer instrumentos gerenciais

que permitam aos gestores administrar de forma eficaz e eficiente os recursos

utilizados na consecução das atividades (MATOS, 2002).

A ideia de estabelecer um ambiente de controle gerencial está pautada na

necessidade de reduzir os riscos inerentes ao processo decisório, ou seja, buscar

determinar regras viáveis para o cumprimento das estratégias definidas para a

entidade, estimulando a otimização no uso dos recursos escassos, o que

direcionaria o desempenho de pessoas e os resultados esperados pela entidade de

maneira ascendente (RIBEIRO FILHO, 2005).

Vários são os trabalhos que apontam os aspectos evolutivos da contabilidade

gerencial, temas relacionados e utilização empírica de suas técnicas através de

modelos, que servem para facilitar ou até mesmo orientar para que a realidade seja

convertida em fatos acessíveis e com elevada natureza explicativa. Entretanto, de

acordo com Martin (2002), com o passar dos anos, esses modelos sofrem alterações

para que possam refletir com maior precisão a realidade das entidades,

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incorporando novas variáveis explicativas e que proporcionem ao gestor

informações capazes de interferir nas suas decisões.

Dessa forma, é extremamente relevante nesse cenário buscar o

aprimoramento da gestão por meio de sistemas de informação de custos

hospitalares (MATOS, 2002), cujas vantagens incluem ter o custo adequado à

realidade dos recursos disponíveis (BONACIM; DE ARAUJO, 2010).

Os benefícios da gestão de custos aplicada às instituições de saúde vão além

dos aspectos contábeis e tributários, permitem ainda que os gestores envolvidos

tomem decisões sobre investimentos, alterações de perfil de atendimento, utilização

de capacidade ociosa, ampliações de serviços, entre outros, sendo essas decisões

definidas com base na segurança proporcionada pela gestão dos recursos

direcionados a realização das atividades operacionais e da análise de resultados

(MATOS, 2002).

O enfoque nos hospitais universitários justifica-se não só pela complexidade

dos serviços prestados, mas pelo grande volume de recursos públicos necessários

ao seu funcionamento e pelo que representam na produção da assistência médica

brasileira, como também pelo modelo de gestão adotado, que deve ser de

excelência e servir de exemplo para as demais unidades e profissionais de saúde,

especialmente pelo seu caráter de ensino (DALLORA; FORSTER, 2008).

Embora o Governo Federal tenha demonstrado preocupação quanto a

modernização da gestão dos hospitais universitários com a criação da Empresa

Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) em 2011, estudos são necessários para

verificar se o modelo de gestão proposto por essa empresa pública tem vislumbrado

a melhoria de processos com a utilização de ferramentas gerenciais que auxiliem na

tomada de decisão.

Assim, se reconhece a importância de se realizar este estudo, no qual se

pretende investigar a temática dos artefatos gerenciais e sua aplicação como

ferramenta de planejamento, apuração e controle de custos (BLANSKI; DA SILVA;

OLIVEIRA, 2015) nos hospitais universitários de Natal/RN, atualmente sob o

comando da Ebserh, com o intuito de responder o seguinte questionamento: esses

hospitais universitários fazem uso de artefatos gerenciais no processo de tomada de

decisão?

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo é identificar os artefatos gerenciais utilizados

pelos Hospitais Universitários, Onofre Lopes – HUOL e Maternidade Escola Januário

Cicco – MEJC.

1.2.2 Objetivos Específicos

Como objetivos específicos deste estudo têm-se:

a) Conhecer a realidade sobre os sistemas de custos utilizados pelos hospitais

universitários de Natal/RN atualmente sob a gestão da Ebserh;

b) Identificar qual o método de custeio é aplicado nos hospitais universitários;

c) Determinar se há predominância na utilização de artefatos gerenciais

tradicionais ou modernos nos hospitais universitários.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Hospitais de Ensino

Nos últimos anos, os hospitais de ensino enquanto organizações complexas

assumiram importantes funções no tocante a - atenção à saúde; educação e

desenvolvimento de profissionais; e produção de conhecimento e desenvolvimento

de tecnologias para a área da saúde (BRASIL, 2004).

Conforme evidenciado por Dallora e Forster (2008), na literatura é possível

encontrar tanto a nomenclatura hospitais de ensino como hospitais universitários.

Sendo assim, entende-se por hospital de ensino, de acordo com Bittar (2002),

hospital universitário de propriedade ou gestão de universidade pública ou privada.

Ou ainda, segundo Médici (2001), são instituições que apresentam as seguintes

características: ser um prolongamento de um estabelecimento de ensino em saúde;

fornecer treinamento universitário na área de saúde; ser reconhecido oficialmente

como hospital de ensino e oferecer atendimento médico de maior complexidade a

uma parcela da população.

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No Brasil, os hospitais de ensino foram assim designados pela Portaria

SNES/ MS nº 15, de 08 de janeiro de 1991, que instituiu, exclusivamente para os

hospitais de ensino, o Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e da

Pesquisa Universitária em Saúde (Fideps). Naquela época:

Hospitais de Ensino eram aqueles reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), funcionando regularmente há mais de 05 anos e pertencendo ao Sistema Integrado de Procedimentos de Alta Complexidade (Sipac), do Ministério da Saúde (MS), como centro de referência nacional (Brasil, 2004, p. 89).

Apesar de todos os esforços em estabelecer medidas para ampliar a

colaboração dos hospitais com o sistema de saúde e institucionalizar a formação e

pesquisa, o Fidesp não contribuiu de forma expressiva para promover uma efetiva

integração dos hospitais de ensino à rede de serviços do SUS. Para agravar ainda

mais o quadro, os recursos do Fidesp findaram sendo incorporados ao custeio dos

hospitais, em uma tentativa de contornar problemas de financiamento diversos

(BRASIL, 2004).

Contudo, em 2003, 148 hospitais eram reconhecidos como de ensino e

passaram a contar com os recursos relacionados ao Fideps. A soma de leitos do

SUS nos hospitais de ensino chegava a 42.757 mil, o que configurava 10,9% do total

de leitos do país, englobando leitos cirúrgicos, clínicos e complementares (BRASIL,

2004).

Em virtude dos problemas encontrados no Fideps, foi proposta a sua extinção

e uma nova modalidade de afiliação dos hospitais de ensino ao SUS entrou em

pauta, visando o fortalecimento gerencial e o desenvolvimento das atividades de

atenção em saúde, formação e pesquisa em consonância com o sistema de saúde

(BRASIL, 2004).

Dessa forma, em 2004 iniciou-se novo processo de certificação dos hospitais

de ensino com a Portaria Interministerial MEC-MS nº 1000 de 15 de outubro de

2004, sendo revogada pela Portaria Interministerial nº 2.400, de 02 de outubro de

2007, que estabelece os requisitos para certificação de unidades hospitalares como

Hospitais de Ensino, sendo de competência conjunta dos Ministérios da Educação

(MEC) e da Saúde (BRASIL, 2007).

Com essas informações, demonstra-se que os hospitais de ensino são

fundamentais para o sistema de saúde, não só pelo aspecto econômico como

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também para as políticas públicas de saúde, visto que as práticas realizadas nesses

ambientes são determinantes para seus usuários (DALLORA; FORSTER, 2008).

Essa importância dos hospitais, que compõem a rede assistencial possui

base histórica em um modelo de organização da saúde hospitalocêntrico que

supervaloriza a unidade hospitalar como espaço de produção de conhecimento na

área da Saúde, e de prática de ações de saúde em diversos níveis de atenção.

Logo, a grande oferta de serviços e a enorme concentração de serviços de média e

alta complexidade nesses espaços que demandam considerável volume de

recursos, exigem minuciosa atenção dos gestores responsáveis por essas

organizações (BRASIL, 2004).

Nesse sentido, cabe salientar a criação da Ebserh, por meio da Lei nº 12.550,

de 15 de dezembro de 2011, na tentativa de recuperar os hospitais vinculados às

universidades federais, sendo o órgão do MEC responsável pela gestão do

Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf)

que deve exercer o papel de modernizar a gestão dos hospitais universitários

federais, preservando e reforçando a função estratégica desempenhada por essas

unidades de centros de formação de profissionais na área da saúde e de prestação

de assistência à saúde da população integralmente no âmbito do SUS (EBSERH,

2018c).

Atualmente, a rede de hospitais universitários é composta por 50 hospitais

ligados a 35 universidades federais. Desses 50 hospitais, 40 estão sob a gestão da

Ebserh, ou seja, cujas respectivas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES)

optaram pela contratação da estatal como mostra a Figura 1.

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Figura 1 – IFES com Hospitais Universitários Federais

Fonte: EBSERH (2018d)

2.2 Custos Hospitalares

Do ponto de vista gerencial, hospitais são unidades complexas (DALLORA;

FORSTER, 2008), uma vez que a demanda de serviços é crescente, os custos são

exorbitantes e os orçamentos governamentais para a saúde são

desproporcionalmente menores (MALAGÓN-LONDONÕ; MORERA; LAVERDE,

2010).

Semelhante a outras empresas que produzem bens e serviços, Lopes (2013)

considera “o hospital – seja ele prestador de serviço de saúde pública ou privada -

uma entidade transformadora de recursos.” Pois segundo ele, o hospital utiliza os

recursos físicos, humanos e tecnológicos de que dispõe para produzir serviços de

saúde à população. Lopes (2013) afirma ainda que estes recursos possuem um

custo, mesmo que a instituição que os utilize não realize nenhum dispêndio direto

por eles, sendo esse custo compensado quando da entrega do serviço, por

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intermédio de pagamento direto pelo usuário, no caso de planos de saúde ou pelo

SUS.

Conceitualmente, custos hospitalares são entendidos “como os gastos

relativos a materiais e serviços utilizados na produção médica do hospital”

(MARTINS, D., 2000, p. 23). São exemplos desses: o consumo de material médico e

medicamentos, a utilização dos gêneros alimentícios nas refeições dos pacientes

etc. Ao final, esses custos devem nortear a formulação de preços, negociação com

clientes em potencial, além de servir como indicador da eficiência da produção

médica e da utilização dos recursos pelos gestores (MARTINS, D., 2000). O

conhecimento sobre os custos possibilita ainda, o envolvimento de outros

profissionais no processamento e análise de custos, independentemente da relação

com as funções contábil e financeira, assim como influencia nas decisões quanto

aos investimentos que os dirigentes devem fazer nessas instituições (MATOS,

2002).

De acordo com Beuren e Schlindwein (2008), a complexidade das

organizações hospitalares “requer a geração de informações sobre custos que

representem ao máximo e em detalhe a realidade do ambiente hospitalar, de forma

que se possa conhecer seus custos e gerenciá-los.” Ou seja, as informações devem

ser estruturadas para tomada de decisão sob uma perspectiva de gestão

aperfeiçoada capaz de superar o crescimento da demanda de serviços associado à

restrição de recursos (BLANSKI; DA SILVA; OLIVEIRA, 2015).

Nesse sentido, a gestão hospitalar passa a ter necessidade de instrumentos

gerenciais que viabiliza o manejo dos recursos aplicados na realização de suas

atividades (BONACIM; DE ARAUJO, 2010), buscando maior eficiência administrativa

em decorrência dos recursos disponíveis.

A palavra eficiência significa a capacidade de fazer algo certo, visando a

otimização do uso dos recursos, ou seja, está voltada para os meios e não para os

fins (ROSANO PEÑA, 2008). Portanto, a eficiência é a relação existente entre o

resultado obtido e os recursos consumidos para alcançar determinado resultado

(PADOVEZE, 2012).

No que se refere a apuração e o controle de custos hospitalares, Struett e

Souza (2007) consideram elementos indispensáveis para essas organizações da

área da saúde, “pois enquanto a primeira serve para controle da gerência e

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acompanhamento dos serviços prestados, a segunda permite a implantação de

medidas corretivas que visem o melhor desempenho das unidades da organização.”

Dessa maneira, Falk (2001) trata dos sistemas de apuração de custos como

componente do sistema de informação financeira fundamental para a análise

gerencial e tomada de decisão. Para Hill apud Falk (2001, p. 15) quanto mais

explicada for a informação maior esclarecimento sobre seu comportamento e

variáveis que interferem nos vários serviços prestados pelo hospital, pois permite

melhor gerenciamento dos custos a nível de departamento, por procedimentos

específicos e até mesmo, por prestador do serviço. Segundo o mesmo autor, um

sistema de contabilidade de custos propicia um controle mais claro desses custos

para finalidade de redução ou substituição de itens mais onerosos na constituição

dos custos, possibilita melhor análise de lucratividade, estabelecimento de taxas de

serviço, planejamento estratégico e gerenciamento do pessoal médico e não

médico, em termos de produtividade e perfis operacionais de atendimento.

Portanto, um sistema de custos hospitalares fornece dados relevantes para o

controle e a avaliação das atividades operacionais e financeiras, e uma vez que a

técnica de gestão adequada é implementada e os custos envolvidos são

conhecidos, os recursos tendem a ser direcionados para melhorar a prestação de

serviço ofertado a população (LOPES, 2013).

2.3 Sistemas de Custeio

Para se apurar os custos envolvidos no ambiente hospitalar é preciso um

sistema de custo capaz de estabelecer padrões orçamentários e os devidos

comparativos quanto aos fatos passados, com ênfase na eficiência desse ambiente

(LOPES, 2013). Dessa forma, um sistema de custos constitui-se em uma ferramenta

de apuração, análise e controle sobre as atividades produtivas, em todas as suas

fases e seus departamentos (PEREZ JUNIOR; OLIVEIRA; COSTA, 2001).

Para uma implementação bem sucedida, um sistema de informações

depende do pessoal que o alimenta e o faz funcionar, sendo obrigatório treinamento

no sentido de conseguir gradualmente a melhoria das informações recolhidas

(MARTINS, E., 2010).

Dentre os sistemas de custeio mais relevantes para as necessidades

gerenciais e os mais utilizados, conforme as características do segmento de saúde,

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estão o custeio por absorção, custeio variável ou direto e custeio baseado em

atividades (MATOS, 2002).

Um dos instrumentos mais tradicionais de gestão de custos é a metodologia

de custeio por absorção, sendo o método aceito em termos de legislações comercial

e fiscal pela aplicação dos princípios contábeis. Trata-se de uma abordagem de

custeio sob os fundamentos conceituais da contabilidade de custos (MATOS, 2002,

p. 97) que consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens

elaborados e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção

são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos (MARTINS, E., 2010).

Essa abordagem de custeio de absorção, amplamente utilizada para

operacionalizar os custos hospitalares, compreende uma adaptação dessa versão

básica e estende o cálculo dos custos para a totalidade dos insumos, independente

da classificação de custos e despesas. Logo, essa denominação de custeio por

absorção é adaptada para “custeio por absorção pleno” (MATOS, 2002).

As formas mais usuais de expressão do custo de um serviço realizado por

uma entidade hospitalar são: a apropriação de custos por centros de custos e o

custeio de procedimentos hospitalares (MATOS, 2002).

A maneira de apropriar o custo por centros de custos implica em unidades de

serviços produzidas em cada um dos centros de custos definidos para o hospital.

Sendo assim, o termo custo unitário relacionado a cada um dos centros de custos

corresponde, por exemplo, a uma diária hospitalar, a uma taxa de sala cirúrgica, a

uma consulta, a um exame, entre outros. O custo dos procedimentos hospitalares

será um conjunto de cálculos, os quais compreenderão os custos unitários gerados

pelos centros de custos compatíveis com o volume dos referidos insumos (MATOS,

2002).

Geralmente, as empresas utilizam sua estrutura organizacional como suporte

para desenvolverem seus sistemas de custos, cujos centros de custos absorvem os

custos indiretos antes da apropriação aos produtos (PEREZ JUNIOR; OLIVEIRA;

COSTA, 2001).

Outra abordagem é o custeio direto ou variável que considera como custo do

produto ou serviço apenas o montante de custos variáveis (diretos ou indiretos), por

outro lado os custos fixos são identificados como custos da empresa em sua

totalidade, não sendo assim, apropriados ou rateados aos serviços produzidos pelo

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hospital (MATOS, 2002). Logo, são levados para a demonstração de resultado do

período como despesas (GARRISON; NOREEN; BREWER, 2013).

Nesse método, Matos (2002) chama atenção para análise das relações entre

custo, volume e lucro, uma vez que é essencial a classificação dos custos (em fixos

e variáveis) sob a perspectiva de comportamento em relação ao volume das

operações.

Incluir os custos fixos aos produtos ou serviços pode dificultar o conhecimento

dos seus custos, considerada as diferentes demandas e mix de produção que

podem surgir a cada período impactando a utilização desse sistema contábil. Ou

seja, seria necessário outro sistema que o apoiasse com um plano de contas capaz

de registrar os custos variáveis e fixos da produção, além de não ser aceito para fins

fiscais, o que limita a utilização do custeio variável para fins gerenciais (PEREZ

JUNIOR; OLIVEIRA; COSTA, 2001).

Em seguida, têm-se a abordagem do custeio baseado em atividades (ABC).

Trata-se, segundo Perez Júnior, Oliveira e Costa (2001), de uma forma de controlar

e adequar os custos permitindo identificar os processos e as atividades nos setores

da entidade, identificando e analisando os custos envolvidos nessas atividades e

atribuindo os custos aos produtos por meio de direcionadores de custos.

Um direcionador de custos, de acordo com Martins, E. (2010, p. 96) “é o fator

que determina o custo de uma atividade”. Segundo esse autor, as atividades exigem

recursos, logo, acredita-se que o direcionador é o verdadeiro motivo dos custos

existirem. Assim, o direcionador deve ser o que determina ou influencia a forma

como os produtos ou serviços utilizam as atividades, caracterizando a base de como

atribuir os custos dessas atividades (MARTINS, E., 2010).

A visão do custeio baseado em atividades é a de que serviços ou produtos

consomem atividade e as atividades consomem recursos. A atividade é uma ação

que utiliza recursos humanos, recursos materiais, tecnológicos e financeiros para se

produzir bens ou serviços (BONACIM; DE ARAUJO, 2010).

Essa abordagem analisa o comportamento dos custos por atividade,

estabelecendo relações entre as atividades e o consumo de recursos,

independentemente de fronteiras departamentais comum na metodologia de custeio

por absorção (BONACIM; DE ARAUJO, 2010).

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De acordo com Martins, E. (2010), o ABC procura reduzir as distorções

provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos, observadas no método de

custeio por absorção.

A alocação dos custos às atividades deve ser feita da forma mais criteriosa

possível, de modo a seguir uma ordem de prioridade, como: alocação direta,

seguida do rastreamento, e em condições em que não haja outra possibilidade, o

rateio. O rastreamento é uma atribuição com base na identificação da relação de

causa e efeito entre a ocorrência da atividade e a geração do custo. Essa relação é

expressa por meio dos direcionadores de custos. Porém, pode acontecer de um

centro de custo executar parte da atividade. Nesse contexto, ao invés de centro de

custo, o ideal seria trabalhar com “centro de atividade” (BONACIM; DE ARAUJO,

2010).

Além dos sistemas de custeio tradicionais citados, é possível encontrar na

literatura outros instrumentos gerenciais, ou melhor, artefatos gerenciais que podem

ser utilizados com outras finalidades. De acordo com Soutes (2006) artefato pode

ser definido como uma ferramenta usada para definir métodos de custeio,

mensuração, avaliação, desempenho e filosofias gerenciais, aplicada pela

contabilidade no desempenho de suas atribuições. De forma resumida, têm-se o

Quadro 1.

Quadro 1 – Segregação dos artefatos da contabilidade gerencial

ESTÁGIO

EVOLUTIVO FINALIDADES ARTEFATO

1° estágio

Artefatos

Gerenciais

Tradicionais

Determinação do custo e controle financeiro

Custeio por Absorção

Custeio Variável

Custeio Padrão

Retorno sobre o Investimento

2° estágio

Artefatos

Gerenciais

Tradicionais

Informação para controle e planejamento gerencial

Preço de Transferência

Moeda Constante

Valor Presente

Orçamento

Descentralização

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3° estágio

Artefatos

Gerenciais

Modernos

Redução de perdas de recursos no processo

operacional

Custeio Meta (Target Costing)

Custeio Baseado em Atividades (ABC)

Benchmarking

Kaizen

Just in Time (JIT)

Teoria das Restrições

Planejamento Estratégico

Gestão Baseada em Atividade (ABM)

4° estágio

Artefatos

Gerenciais

Modernos

Criação de valor através do uso efetivo dos

recursos

GECON

Balanced Scorecard

EVA (Economic Value Added)

Simulação

Gestão Baseada em valor (VBM)

Fonte: adaptado de Soutes (2006, p. 24).

2.4 Estudos Recentes

Diante do exposto, cabe ressaltar a relevância de estudos anteriores

relacionados a temática e quais as contribuições dos autores quanto a gestão de

custos em instituições de saúde, tanto públicas como privadas.

Com aspectos mais teóricos, a pesquisa de Dallora e Forster (2008) discutiu

as características dos hospitais de ensino e o papel que a gestão de custos assume

no contexto dessas instituições de saúde. As autoras enfatizaram que a

implementação de um sistema de custeio constitui-se em ferramenta útil para a

gestão eficiente dos hospitais, por ter importante missão não só na assistência à

saúde da sociedade como na formação de recursos humanos.

Já o estudo de Bonacim e Araujo (2010), sobre gestão de custos aplicada a

hospitais universitários públicos, evidenciou a importância da gestão de custos nos

hospitais-escola, os quais, segundo os autores, enfatizam o avanço em pesquisas e

a inovação da prestação de serviços, fatores que podem elevar os custos das

atividades num cenário de recursos cada vez mais escassos.

Da Costa Barros et al (2012) buscaram em seu trabalho investigar se os

Hospitais Universitários (HU) Federais possuíam um sistema de custos com vistas a

subsidiar a tomada de decisões. Mostraram que apesar da existência de normativos

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legais, não existia sistema de custos nos Hospitais Universitários Federais capazes

de fornecer dados para a tomada de decisão, o que dificultava o planejamento e

gerenciamento efetivo dos serviços, o controle sobre os recursos e o monitoramento

e avaliação do desempenho dos hospitais.

A pesquisa de Lopes (2013) aborda os principais sistemas de custos

utilizados em instituições de saúde, sendo a gestão de custos amplamente

valorizada nas organizações privadas, diferentemente das instituições públicas. A

autora enfatiza que um eficiente sistema de custos faz-se necessário para assegurar

um melhor uso das informações e também para potencializar a aplicação dos

recursos, capazes de gerar alternativas mais apropriadas às estratégias de gestão

financeira traçadas.

Enquanto que Dos Santos, Martins e Leal (2013) avaliaram a utilização das

informações de custos nas entidades hospitalares na cidade de Uberlândia – MG,

observando assim, uma aplicação parcial da gestão de custos no processo

decisório. Verificaram ainda, que os gestores percebiam a necessidade e a

importância da informação de um sistema de custos para subsidiar de forma

eficiente e eficaz o processo decisório e para alcançar a sustentabilidade

econômico-financeira da organização.

Outra abordagem identificada no estudo de Oliveira et al. (2015) foi quanto ao

processo de implementação do sistema de custos no Hospital Universitário

Professor Alberto Antunes pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Com a

finalidade de garantir a qualidade dos serviços de saúde prestados pelos hospitais,

observou-se que o HUPAA necessitava de ferramentas que disponibilizem sistemas

de modelos de custeamento e de precificação dos serviços prestados, informações

para controle, análise, avaliação de desempenho e tomadas de decisões financeiras.

Seguindo essa linha, Azevedo (2017) propôs investigar os métodos de custeio

utilizados pelas instituições hospitalares do município de Natal/RN. Os resultados

encontrados a partir das entrevistas realizadas com os gestores das entidades que

participaram da pesquisa demonstraram que a maioria dos hospitais utiliza o custeio

por absorção, enquanto que somente três utilizam métodos de custeio para auxiliar a

tomada de decisão, dois hospitais utilizam o custeio variável e um o método ABC

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27

3 METODOLOGIA

3.1 Tipologia da Pesquisa

Com relação ao objetivo principal que foi identificar os artefatos gerenciais

utilizados pelos Hospitais Universitários, Onofre Lopes – HUOL e Maternidade

Escola Januário Cicco – MEJC, os métodos aplicados ao estudo foram de natureza

exploratória e descritiva orientado pela abordagem qualitativa.

Em relação à estratégia utilizada na pesquisa foi aplicado o estudo de caso.

De acordo com Yin (2015), a pesquisa no formato de estudo de caso inclui casos

únicos e casos múltiplos. No estudo em questão optou-se pelos casos múltiplos, o

que possibilita replicações teóricas e generalizações por meio de constatações e

cruzamento de resultados dos casos (YIN, 2015).

O setor saúde foi escolhido, especificamente hospitais universitários, por

apresentarem a necessidade, nos últimos anos, de melhoria nos padrões de gestão

que os estimulem a buscar maior eficácia e eficiência dos recursos utilizados nas

atividades de assistência médica (MATOS, 2002).

Logo, pretende-se com este estudo explorar uma realidade específica de dois

Hospitais Universitários situados em Natal/RN, comparando com o referencial

teórico. Cabe salientar que o estudo foi realizado nesses dois Hospitais

Universitários por critério de acessibilidade.

3.2 Caracterização dos Hospitais Universitários de Natal/RN

3.2.1 Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL

Inaugurado em 1909, este hospital recebeu inúmeros nomes. Inicialmente

ficou conhecido pelo nome de Hospital de Caridade Juvino Barreto, em decorrência

do proprietário da única fábrica de tecelagem que existia em Natal naquela época e

que contribuiu financeiramente para a existência do hospital. Em 1960 denominava-

se Hospital Miguel Couto e foi quando o Ministério da Educação passou a mantê-lo,

passando a se chamar Hospital das Clínicas, assim como adquiri personalidade de

Hospital-Escola. Foi apenas em 1984 que passou a ser conhecido como Hospital

Universitário Onofre Lopes - HUOL (EBSERH, 2018f).

O HUOL está inserido no SUS sendo referência em alta e média

complexidade em diversas áreas para todo o Estado do Rio Grande do Norte, pois

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desenvolve atividades de formação de recursos humanos, pesquisa, extensão e

assistência. Antes de firmar contrato com a Ebserh em 2013, o HUOL integrava as

unidades suplementares da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

(EBSERH, 2017).

Considerado o maior centro estadual de formação de profissionais da área da

saúde, o HUOL conta com corpo docente e técnico altamente qualificado, além de

dispor de infraestrutura física e tecnológica. Atua no importante processo de

formação de vários alunos, desde os cursos de graduação (área da saúde) até os

programas de residência médica, multiprofissional e uniprofissional (EBSERH,

2017).

Desde 2014 o hospital recontratualizou com a Secretaria Municipal de Saúde

de Natal (SMS) com o objetivo de prestar serviços assistenciais à sociedade por

meio do SUS. Para isso, dispõem de uma infraestrutura física no âmbito assistencial

que totaliza 247 leitos, incluindo leitos na UTI adulto, UTI pediátrica e os

convencionais (EBSERH, 2017).

3.2.2 Maternidade Escola Januário Cicco – MEJC

Fundada em 19 de março de 1928, a primeira Maternidade de Natal recebeu

o nome do médico, escritor e humanista, que foi o idealizador desse projeto que

buscava criar condições de assistência à saúde da população naquela época,

Januário Cicco. Apenas em 1961 passou a denominar-se Maternidade Escola

Januário Cicco – MEJC, a partir da criação da Cátedra de Obstetrícia da Faculdade

de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN (EBSERH,

2018g).

Atualmente, a MEJC é considerada referência na cidade de Natal/RN, por

atuar nos campos de: pesquisa, ensino e aplicação prática na área de saúde. Além

disso, muitas usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), assim como pacientes

carentes, buscam atendimento nessa instituição quando se trata de gestação de alto

risco, cirurgias e endoscopia ginecológicas, reprodução assistida e ambulatórios

especializados de ginecologia (EBSERH, 2018g).

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Assim como o HUOL, em 2013 a MEJC passou a integrar o grupo de

hospitais sob a gestão da Ebserh. Estima-se que a Ebserh administra atualmente 50

hospitais universitários federais (EBSERH, 2018g).

A Maternidade Escola possui Certificação dos Ministérios da Educação e da

Saúde, e é reconhecida como centro de formação de recursos humanos, de

pesquisas e de extensão. A mesma conta com 141 leitos, distribuídos em: 26 leitos

de Unidade de Terapia Intensiva; 16 leitos cirúrgicos de ginecologia e 72 leitos de

obstetrícia clínica e cirúrgica; e 22 consultórios ambulatoriais (EBSERH, 2018e).

3.3 Coleta de Dados

Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas aplicadas

no mês de novembro de 2018 com: o chefe da Unidade de Contabilidade de Custos

do HUOL; e o chefe do Setor de Orçamento, Finanças e Contabilidade da MEJC.

Optou-se por esse instrumento, a entrevista, por aumentar a chance de

consecução dos objetivos definidos e por permitir a efetiva participação das

entidades hospitalares escolhidas representadas pelos responsáveis por setores

estratégicos, ou seja, relacionados a área de custos. O roteiro de entrevista foi

elaborado com base na pesquisa de ABBAS (2001).

A duração da entrevista com o chefe da Unidade de Contabilidade de Custos

do HUOL foi de uma hora e vinte e três minutos e essa foi realizada em uma sala

próxima ao setor, sendo mais adequada para evitar o barulho externo a conversa. Já

a entrevista com o chefe do Setor de Orçamento, Finanças e Contabilidade da

MEJC ocorreu na própria sala onde ele executa suas atividades e teve uma duração

de doze minutos, aproximadamente.

Em relação aos aspectos éticos da pesquisa, as autorizações foram

concedidas pelos entrevistados com as respectivas assinaturas dos documentos,

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o Termo de Autorização para

Gravação de Voz.

3.4 Tratamento dos Dados

Posteriormente a coleta de dados, as entrevista foram transcritas e

posteriormente, os achados foram confrontados com a literatura.

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Para atender aos aspectos éticos quanto a identidade dos entrevistados, as

falas de cada um deles foram classificadas da seguinte forma: o chefe da Unidade

de Contabilidade de Custos do HUOL será chamado de Entrevistado X; e o chefe do

Setor de Orçamento, Finanças e Contabilidade da MEJC será de Entrevistado Y.

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

4.1 Análise do perfil dos Hospitais Universitários e dos Entrevistados

Após coletar os dados por meio de entrevistas com os responsáveis pelas

áreas de custos dos dois Hospitais Universitários de Natal/RN, têm-se as seguintes

informações:

Tabela 1 – Perfil dos hospitais universitários e dos respondentes

HUOL MEJC

Instituição

Porte da Entidade Médio Porte Especializado

Nº de Leitos 240 leitos 140 leitos

Entrevistado

Grau de Instrução Pós-Graduado Pós-Graduado

Formação Acadêmica Ciências Contábeis Ciências Contábeis

Cargo Ocupado Chefe da Unidade de

Contabilidade de Custo

Chefe do Setor de Orçamento,

Finanças e Contabilidade

Tempo no Cargo Desde Maio de 2015 Desde Outubro de 2015

Possui capacitação na

área pública Sim Não

Fonte: Dados da pesquisa

A classificação das entidades hospitalares consideradas nesse estudo tem

relação com o nº de leitos que cada uma delas possui. Pelo que foi comentado em

entrevista pelo respondente do HUOL, esse número de 240 leitos não abrange os

leitos que estão para ser inaugurados após a construção de duas novas alas.

Percebe-se com esses dados que ambos os respondentes possuem

graduação em Ciências Contábeis, o que é adequado para os cargos que ocupam

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nas duas instituições estudadas. Porém apenas um deles possui capacitação na

área pública, enquanto que o outro possui em Gestão para Executivos.

4.2 Análise da utilização de artefatos gerenciais nos Hospitais Universitários

Apesar da Ebserh ter assumido a gestão do HUOL e da MEJC em 2013, os

respondentes afirmaram não haver um sistema de custos, capazes de apurar e

controlar os custos dessas entidades hospitalares. Quando indagado sobre esse

quesito, o entrevistado do HUOL afirmou:

“Com relação à gestão de custos, a gente está passando por um momento de desenvolvimento de um sistema de apuração de custos. Como é que aconteceu? A sede fez um contrato com a FIPECAFI, que é respeitadíssima

na área contábil e a nível nacional, e a FIPECAFI através da parte de consultoria, a proposta era desenvolver um modelo de apuração de custos específico para os hospitais universitários.” (Entrevistado X, 14 de novembro de 2018, HUOL)

O exposto foi corroborado pelo entrevistado da MEJC que falou:

“Nós não temos nenhum, não temos nenhum específico de custos, não. A gente usa algumas planilhas, de Excel pra ver a questão de custos, mas não temos [...] inclusive começou um processo pela EBSERH que era, com relação a FIPECAFI, ela ficou de fazer um trabalho, inclusive desenvolveu um sistema, o piloto tá em Excel, lá na sede [...]” (Entrevistado Y, 16 de novembro de 2018, MEJC)

Os entrevistados afirmaram que há um projeto em andamento firmado entre a

Ebserh e a FIPECAPI. O projeto é constituído de quatro fases. A primeira fase

denominada Diagnóstico teve o propósito de identificar as principais necessidades

dos gestores e demais usuários do sistema de custos quanto às informações para

controle e tomada de decisões (EBSERH, 2018a), utilizando as informações

coletadas em dez hospitais da rede (três hospitais de grande porte, três de médio

porte, três de pequeno porte e duas especialidades), como explicado pelo

respondente do HUOL:

“A primeira fase, que era justamente a fase de coleta de dados [...] ela entrava com dez hospitais, duas especialidades, três hospitais de pequeno porte, três hospitais de médio porte e dois hospitais de grande porte, isso distribuído por todas as regiões do Brasil. [...] tinha o Hospital do Maranhão, que é de grande porte, tinha o HUOL aqui, tinha [...] a especialidade, tinha a

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maternidade na Bahia, tinha hospital [...] em Santa Maria também, que era de grande porte também.” (Entrevistado X, 14 de novembro de 2018, HUOL)

A segunda fase trata-se do desenvolvimento do modelo conceitual, que pode

ser resumido como mostra a Figura 2.

O modelo foi elaborado com base nos conceitos do Custeio Pleno, também

conhecido por Custeio por Absorção Total ou Integral. Esse método caracteriza-se

pela apropriação de todos os custos e despesas ao produto ou serviço, ou seja, são

apropriados aos produtos e serviços todos os custos e despesas diretos e indiretos,

fixos e variáveis, incluindo os relativos à administração geral e financeira (MARTINS,

E., 2010; EBSERH, 2018b).

Dessa forma, as entidades mencionadas nesse modelo, podem ser assim

descritas: (a) as entidades primárias representam os recursos utilizados pelos

hospitais universitário; (b) as intermediárias representadas pelos Centros de

responsabilidade – conforme organograma estabelecido pela Ebserh, Centros de

atividades – formados pelas atividades afins e complementares, Bens e Serviços

internos gerados pelos Centros de atividade de apoio administrativo e de apoio à

atenção à saúde, como lavanderia, laboratório, serviço de nutrição e dietética etc

(EBSERH, 2018b). Com isso, o entrevistado do HUOL assegurou o seguinte:

“A segunda fase era a elaboração do modelo conceitual. Depois de reunidas todas essas informações dos hospitais, eles passaram, partiram para a elaboração do modelo conceitual. O modelo conceitual, ele foi elaborado, foi definido. Eles [...] desenvolveram como é que seria trabalhar essa metodologia, que dividia numa forma bem simples, [...] dados primários, as secundárias e as entidades finais.” (Entrevistado X, 14 de novembro de 2018, HUOL)

A terceira fase compreende o desenvolvimento do sistema de informações de

custos e a quarta etapa seria a implementação desse sistema nos dez hospitais que

fazem parte do projeto entre a Ebserh e a FIPECAFI. Conforme o que garantiu o

entrevistado do HUOL, a etapa de desenvolvimento do sistema esbarrou em

algumas dificuldades, a saber:

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33

Figura 2 – Modelo Conceitual do sistema de custos dos hospitais universitários

Fonte: EBSERH (2018)

33

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34

“Montado esse modelo conceitual, passou para a terceira fase, que era o como fazer. Pegar o sistema, o modelo conceitual e construir ele na linguagem informática, na linguagem mesmo de sistema. [...] a gente começou a passar por algumas dificuldades nesse desenvolvimento, porque paralelo a isso, [...] também tinha o AGHU, que também demanda uma força e um esforço de trabalho dos desenvolvedores lá da sede. E o AGHU começou a se expandir pelos hospitais e começou a apresentar algumas dificuldades.” (Entrevistado X, 14 de novembro de 2018, HUOL)

De acordo com Dallora e Forster (2008) essas dificuldades em se

implementar um sistema de custos e sua consequente produção de informações

significantes ao processo de gestão englobam uma série de fatores, entre eles, cabe

ressaltar o fator humano sendo determinante para o sucesso.

Semelhante ao resultado encontrado nos dois Hospitais Universitários deste

estudo, encontra-se a pesquisa de Costa Barros et al (2012) que analisou nove

hospitais universitários e que também havia concluído que não existia um sistema

de custos nos Hospitais Universitários Federais pesquisados.

Um dos hospitais que fazia parte do estudo de Costa Barros et al (2012) era o

HUOL. Nesse estudo o autor relatou que o HUOL fazia uso de um manual de

Procedimentos de Apuração de Custos, onde foi apresentado passo a passo todas

as etapas e os procedimentos a serem executados pelos diversos setores do

hospital. Entre as dificuldades para implementar o Sistema de Gerenciamento de

Custos, da MV Sistemas, apontadas pelo autor, destacava-se a falta de cultura da

força de trabalho em registrar no Sistema MV 2000i diariamente os eventos

ocorridos, somada à carência de servidores e de recursos tecnológicos disponíveis

em todas as estações de trabalho.

Esse também foi um ponto destacado pelo entrevistado do HUOL como

dificuldade para implementar um sistema de custos, quanto a cultura dos

profissionais da área assistencial:

“[...] a gente está falando da área assistencial, de uma atividade de risco, de atividade fim, pessoas que, diferentemente da área administrativa, vão tá mais disponíveis pra mudança de um sistema pra outro, mas aí tem um pessoal na área assistencial, que eles foram treinados pra fazer atividade assistencial. [...] a gente já entra numa barreira que pra ter informação de custos, precisa registrar essas informações. E se você não tiver um bom registro na ponta, você não vai conseguir um bom resultado.” (Entrevistado X, 14 de novembro de 2018, HUOL)

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35

Esse é um fator que merece atenção no momento da implantação de

sistemas de custos já que se esperam resultados imediatos para o controle e

decisão. Para Martins, E. (2010) sistema não é somente um conjunto de normas,

fluxos, papéis e rotinas, mas um conjunto de pessoas.

Mesmo não fazendo uso de um sistema de custos para se conhecer, por

exemplo, o custo de um paciente do HUOL e da MEJC, os dois hospitais fazem uso

de outros sistemas com finalidades específicas. No caso do HUOL, o entrevistado

falou que:

“Dentro do calendário de implantação do AGHU, a gente recebeu o AGHU no almoxarifado da farmácia, implantou o AGHU na farmácia, que era o nosso almoxarifado mais completo, fora o almoxarifado da farmácia, ainda tem o almoxarifado da nutrição, o almoxarifado geral, que é material de expediente e tem o almoxarifado [...] do laboratório de análises clínicas, que é material farmacológico [...]. Então esses três almoxarifados, hoje, cada um utiliza um sistema diferente. A UAF utiliza o AGHU, almoxarifado central utiliza o SIPAC, ficou na universidade, a nutrição utiliza o Sistema MV. [...]” (Entrevistado X, 14 de novembro de 2018, HUOL)

Nesse sentido foi relatada ainda a dificuldade de integrar as informações

mensais, justamente, pela utilização de sistemas diferentes para controlar os

estoques desses almoxarifados. Além disso, o entrevistado da MEJC afirmou utilizar

o PRADEG, que seria uma metodologia adotada pela Ebserh relacionada à alocação

de recursos aos hospitais visando à promoção do uso eficiente dos recursos

públicos.

Ambos os respondentes afirmaram fazer uso de planilhas em Excel na

tentativa de manter algum tipo de controle quanto aos custos hospitalares. O

entrevistado da MEJC relatou que:

“[...] a gente faz a planilha, somos nós que fazemos. E eu hoje, [...] a gente faz a consulta do tesouro gerencial, no tesouro gerencial tem tudo que foi, que foi trabalhado no SIAFI, todo pagamento, tudo que foi pro SIAFI agente pega com código de natureza de despesa, com tudo, e isso é nosso subsídio pra que [...] possamos preencher essa planilha, e eu tenho uma planilha de custos fixos que foi alimentado também, como foi o medicamento de um ano pro outro, de 2015 pra cá eu tenho uma planilha que tem tudo isso aí, e tem os custos fixos e tenho até um gráfico dizendo que aumentou tal [...]” (Entrevistado Y, 16 de novembro de 2018, MEJC)

Assim como afirma o respondente do HUOL, que relatou:

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“[...] a gente tem que fazer um trabalho, algum trabalho de apropriação em Excel mesmo, de controle, não é de apropriação, é de controle e os valores que foram gastos. E que tipo de contrato é aquele? A gente dá uma olhada nos contratos, pra onde, quem será... Ah, é pro Centro de Imagem, Centro Diagnóstico de Imagem, [...]. A gente faz trabalho, não faz trabalho a nível geral de hospital de custo do paciente por procedimento. A gente realiza a pedido de ajuda da superintendência, estudos pontuais.” (Entrevistado X, 14 de novembro de 2018, HUOL)

Dessa forma foi possível identificar o artefato gerencial que costuma ser

utilizado nos estudos pontuais solicitados pela superintendência do HUOL. Trata-se

do Custeio por Absorção, considerado um artefato gerencial tradicional de gestão de

custos e amplamente utilizado em razão da obrigatoriedade legal e fiscal (MARTINS,

E., 2010; MATOS, 2002), como mostra a fala do respondente a seguir:

“Sempre que a gente vai partir para um levantamento, para um estudo a gente utiliza o Método de Custeio por Absorção, pela própria recepção da legislação [...] a gente não parte pro método ABC [...] e nem Custeio Variável. A gente utiliza sempre o que é institucionalizado em Custeio por Absorção. Foi assim que a gente fez na nutrição, foi como a gente fez na lavanderia [...]” (Entrevistado X, 14 de novembro de 2018, HUOL)

Embora haja uma institucionalização quanto à utilização do Custeio por

Absorção, Mattos (2002) ressalta que é possível a adoção concomitante e coesa de

vários deles, já que não são excludentes entre si, e cada um com seu conjunto de

informações específicas disponíveis a instituição de saúde.

Ainda assim, um dos respondentes garantiu não fazer uso de informações de

custos com finalidade gerencial. O mesmo relatou a dificuldade em relação as

atividades que deveriam ser executadas na sua unidade, mas que não são pela

necessidade de cumprir outras demandas.

“A gente tem um problema que é assim, a Unidade de Contabilidade de Custos a proposta inicial dela era o quê, são informações gerenciais. Então se você tem, vai trabalhar com informação gerencial [...]. No momento que você trabalha com execução, a informação gerencial, a produção de informação gerencial [...] é um trabalho que tem consumido muito a gente. Não é uma atividade da Unidade de Contabilidade de Custos, mas que a gente faz por meio de Portaria que é análise das planilhas de Custos e Formação de termos de Cessão de Mão de Obra. É um trabalho bastante exaustivo, que consome muito tempo, por que é uma análise... são muitos contratos! [...]” (Entrevistado X, 14 de novembro de 2018, HUOL)

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Nesse sentido, o entrevistado da MEJC também relatou a dificuldade

encontrada em atender todas as demandas do seu setor, uma vez que há uma

limitação na quantidade de profissionais disponíveis para realizar tantas tarefas,

além de realizarem atividades que não seriam executadas necessariamente nesse

setor. Como mostra a seguinte fala:

“[...] Realmente o número de pessoas é muito limitado, muito limitado [...] e temos que fazer muita coisa que não tem respeito a nossa... A gente tem que fazer desde a repactuação de, de contratos e análise de contrato, tudo, tudo.” (Entrevistado Y, 16 de novembro de 2018, MEJC) “[...] Uma comissão pra questão das licitações somos nós que... Toda a questão de reequilíbrio de preço de cliente, questão de bebê e “n” coisas que a gente percebe que não é, que seria nosso, que por não ter um profissional acaba vindo pra gente, e tudo isso aqui vai, faz com que nós, sobrecarregue a gente e, e as coisas ficam a desejar [...]” (Entrevistado Y, 16 de novembro de 2018, MEJC)

Além disso, os dois respondentes relataram a necessidade de manterem a

contabilidade pública, atendendo a Lei nº 4.320/64, que estabelece as normas gerais

de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços de todos

os entes da federação, assim como devem atender a Lei nº 6.404/76.

“[...] Hoje nós temos aqui, por exemplo, nós estamos obrigados a fazer contabilidade pública, que é a do SIAFI, mas também a Lei 6.404, nós temos o ALTERDATA, pegamos um, um agora, um acesso e vamos ter que atualizar de janeiro até setembro e fazer o resto do ano. Agora, dentro de 15 dias, aí sobrecarrega demais! A gente fica doido e realmente isso dificulta o trabalho da gente aqui [...]” (Entrevistado Y, 16 de novembro de 2018, MEJC) “A gente tem que atender à 4.320 e a 6.404, tanto a contabilidade pública, quanto a contabilidade societária. A gente fica nesse meio-termo, fazendo essa ginástica. Não pode deixar, de forma alguma, de atender à contabilidade pública, a 4.320, mas a gente também tem que atender à 6.404, nem que seja pra manter duas contabilidades, mas a gente tem que fazer, pra poder gerar os relatórios, os demonstrativos que são exigidos pela 6.404.” (Entrevistado X, 14 de novembro de 2018, HUOL)

Contudo, percebe-se que não há uma padronização na forma como as

informações de custos são trabalhadas nas duas instituições estudadas. Embora os

próprios respondentes tenham identificado que essa falta de apuração e controle de

custos por um sistema impacte diretamente sobre as decisões a serem tomadas,

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não só pelos gestores da alta administração desses hospitais, como pelos chefes de

setores que também carecem dessas informações.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo identificar os artefatos gerenciais utilizados

pelos Hospitais Universitários, Onofre Lopes – HUOL e Maternidade Escola Januário

Cicco – MEJC. Conclui-se que, pela visão dos entrevistados, não existe um sistema

de custos em ambos os hospitais pesquisados que possam apurar e controlar os

custos nessas instituições.

Pela entrevista com o chefe da Unidade de Contabilidade de Custos do

HUOL, o artefato gerencial utilizado pela instituição é o custeio por absorção,

considerado pela literatura como artefato gerencial tradicional, amplamente utilizado

por razões legais e fiscais.

A percepção dos entrevistados foi considerada uma das limitações desse

estudo, uma vez que a análise manteve-se restrita apenas a dois profissionais de

áreas estratégicas para o estudo, sendo necessárias outras fontes de dados para

validar os achados.

O que se espera é que o sistema que está sendo desenvolvido para os

Hospitais Universitários retome seu calendário, dando sequência a fase de

implantação do mesmo, dado a carência de informações que forneçam subsídios

para análise, tomada de decisão e adoção de medidas corretivas nas diversas fases

do gerenciamento.

Diante das dificuldades encontradas por ambas as instituições pela ausência

de padronização das informações da área de custos produzidas por diversos

sistemas utilizados em setores específicos, propõe-se uma participação dos alunos

e professores que tenham interesse na área de custos hospitalares para

desenvolver atividades de extensão com a finalidade de mapear os custos nos

diversos setores dos Hospitais Universitários. Uma vez que, a mão de obra para

esse fim é limitada e por reconhecer a relevância dessa área, de forma a propagar

uma cultura entre os diversos profissionais que atuam nessas instituições a

imprescindível produção de informações corretas no início da cadeia, para que então

possam produzir os efeitos necessários na alta gestão.

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APÊNDICES

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Este é um convite para você participar da pesquisa que busca identificar os

artefatos gerenciais utilizados pelos Hospitais Universitários, Onofre Lopes –

HUOL e Maternidade Escola Januário Cicco – MEJC, que tem como

pesquisadora responsável a graduanda Lisianne Mara Rabelo de Oliveira

Wanderley, sob a orientação da Professora Vanessa Câmara de Medeiros.

O enfoque nos hospitais universitários justifica-se não só pela complexidade

dos serviços prestados, mas pelo grande volume de recursos públicos necessários

ao seu funcionamento e pelo que representam na produção da assistência médica

no estado. Logo, estudos são necessários para verificar se o modelo de gestão

proposto pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) tem

vislumbrado a melhoria de processos com a utilização de ferramentas gerenciais

que auxiliem na tomada de decisão.

Caso você decida participar, deverá concordar em participar de uma

entrevista com gravação de voz (se autorizado por você) a ser realizada em dia,

horário e local a combinar, que seguirá um roteiro predefinido de perguntas

semiestruturadas e abertas.

Durante a realização da entrevista a previsão de riscos é mínima, ou seja, o

risco que você corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico

de rotina.

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Pode acontecer algum eventual desconforto em relação a alguma pergunta

realizada, no entanto será lhe assegurado o direito de se recusar a responder as

perguntas que lhes cause constrangimento de qualquer natureza, e você terá como

benefício de contribuir diretamente para o avanço da ciência bem como ter

conhecimento dos resultados, após conclusão, para tomadas de decisões internas

na empresa, se achar conveniente e necessário.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando

para Lisianne Mara Rabelo de O. Wanderley, tel. (84) 9.9640-5854 ou Vanessa

Câmara de Medeiros, tel. (84) 9.9666-6644.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em

qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados

apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de

nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa

pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será

assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa,

você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

telefone (84) 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra

com os pesquisadores responsáveis, Francisco Felipe da Silva e Vanessa Câmara

de Medeiros.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os

dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e

benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,

concordo em participar da pesquisa que “busca identificar os artefatos gerenciais

utilizados pelos Hospitais Universitários, Onofre Lopes – HUOL e Maternidade

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Escola Januário Cicco – MEJC”, e autorizo a divulgação das informações por mim

fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado

possa me identificar.

Natal/RN, ____ de novembro de 2018.

__________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo que “busca identificar os

artefatos gerenciais utilizados pelos Hospitais Universitários, Onofre Lopes –

HUOL e Maternidade Escola Januário Cicco – MEJC”, declaro que assumo a

inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente

e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim

como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora

assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12

do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo

o ser humano.

Natal/RN, ____ de novembro de 2018.

________________________________

Lisianne Mara R. de O. Wanderley

Pesquisadora Responsável

_______________________________

Vanessa Câmara de Medeiros

Professora Responsável

Impressão datiloscópica do

participante

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APÊNDICE B

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA GRAVAÇÃO DE VOZ

Eu,___________________________________________________________, depois de entender os riscos e benefícios que a pesquisa com o objetivo de “identificar os artefatos gerenciais utilizados pelos Hospitais Universitários, Onofre Lopes – HUOL e Maternidade Escola Januário Cicco – MEJC” poderá trazer e, entender especialmente os métodos que serão usados para a coleta de dados, assim como, estar ciente da necessidade da gravação de minha entrevista, AUTORIZO, por meio deste termo, as pesquisadoras Lisianne Mara Rabelo de Oliveira Wanderley e Vanessa Câmara de Medeiros a realizar a gravação de minha entrevista sem custos financeiros a nenhuma parte.

Esta AUTORIZAÇÃO foi concedida mediante o compromisso das pesquisadoras acima citadas em garantir-me os seguintes direitos:

1. poderei ler a transcrição de minha gravação; 2. os dados coletados serão usados exclusivamente para gerar informações

para a pesquisa aqui relatada e outras publicações dela decorrentes, quais sejam: revistas científicas, congressos e jornais científicos;

3. minha identificação não será revelada em nenhuma das vias de publicação das informações geradas;

4. qualquer outra forma de utilização dessas informações somente poderá ser feita mediante minha autorização;

5. os dados coletados serão guardados por 5 anos, sob a responsabilidade da pesquisadora Lisianne Mara Rabelo de Oliveira Wanderley, e após esse período, serão destruídos e,

6. serei livre para interromper minha participação na pesquisa a qualquer momento e/ou solicitar a posse da gravação e transcrição de minha entrevista.

Natal/RN, ____ de novembro de 2018.

_____________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

________________________________

Lisianne Mara R. de O. Wanderley

Pesquisadora Responsável

_______________________________

Vanessa Câmara de Medeiros

Professora Responsável

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APÊNDICE C - ROTEIRO DA ENTREVISTA

Natal, ____ de novembro de 2018.

Prezado Senhor,

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através do Departamento

de Ciências Contábeis, está desenvolvendo uma pesquisa de campo de natureza

exploratória na área de custos hospitalares.

A aluna do Curso de Ciências Contábeis, Lisianne Mara Rabelo de Oliveira

Wanderley, está desenvolvendo uma pesquisa que busca identificar os artefatos

gerenciais utilizados pelos Hospitais Universitários, Onofre Lopes – HUOL e

Maternidade Escola Januário Cicco – MEJC.

Solicitamos, assim, a colaboração de V. S.a para esse estudo, no sentido de

conceder à graduanda uma entrevista.

Todas as informações apresentadas na entrevista serão consideradas

estritamente confidenciais.

Ressaltamos que a colaboração de V. S.a é de vital importância para o

sucesso de nosso trabalho.

Estamos a sua disposição na Universidade Federal do Rio Grande do Norte

– Departamento de Ciências Contábeis.

Atenciosamente,

_____________________________________

Profª. Msc. Vanessa Câmara de Medeiros

Professora do Curso de Ciências Contábeis

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PARTE I – Dados da entrevista

Data da Entrevista: ____ /____ / ______

Horário de Início: ____ h ____ m

Local da Entrevista:

Hospital:

E-mail:

Telefone:

PARTE II - Informações sobre o hospital / entrevistado

Questão 1 - Qual é o porte da Entidade Hospitalar?

Questão 2 - Qual é o seu grau de instrução?

Questão 3 - Qual sua formação acadêmica?

Questão 4 - Qual o cargo ocupado?

Questão 5 - A quanto tempo está no cargo?

Questão 6 - Possui capacitação em gestão pública?

Sistema Contábil

Questão 1 - Qual o sistema de contabilidade de custos atual?

Questão 2 - Qual o método de custeio utilizado?

Questão 3 - Quando foi implantado o atual sistema de custo?

Questão 4 - Já existiu outro sistema de custo?

Questão 5 - O sistema de custo atual foi implantado para atender que tipo de

necessidade?

Questão 6 - Quais os principais objetivos da implantação do atual sistema de custo?

Questão 7 - Como o atual sistema de custos foi estruturado?

Questão 8 - Quais os departamentos do hospital participaram na implantação do

atual sistema de custo?

Questão 9 - No sistema de custo atual, há separação entre custos fixos e variáveis?

Quais os objetivos desta separação?

Questão 10 - E entre custos diretos e indiretos, há separação? Poderia descrever

como acontece se dá essa separação.

Page 49: UTILIZAÇÃO DE ARTEFATOS GERENCIAIS NOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO DE … · 2019. 1. 31. · 3.2 Caracterização dos Hospitais Universitários de Natal/RN 27 3.2.1 Hospital

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Questão 11 - O hospital está estruturado em centros de responsabilidade?

Questão 12 - Como se dá a alocação dos custos indiretos aos serviços? Explique.

Questão 13 - Quais os critérios para determinar o custo de cada paciente?

Descreva.

Questão 14 - Como as informações geradas pelo sistema de custos fluem para a

contabilidade geral?

Questão 15 - O que levou o hospital a utilizar o atual sistema de custos?

Questão 16 - Foram desenvolvidos programas de treinamento de pessoal para a

implantação do sistema de custos?

Questão 17 - Qual a reação do pessoal do hospital em relação à implantação do

sistema de custos?

A - Médicos e enfermeiros

B - Pessoal do departamento de contabilidade de custos

C - Administração Superior

Questão 18 - A aplicabilidade do sistema de custos está produzindo os resultados

esperados?

Controladoria

Questão 1 - A Entidade Hospitalar possui o setor de controladoria?

Questão 2 - A Entidade Hospitalar possui um controller?

Questão 3 - Na sua Entidade Hospitalar, o processo decisório é influenciado pela

controladoria?

Questão 4 - Na sua opinião, a controladoria exerce um papel importante na sua

Entidade Hospitalar? Comente.

Questão 5 - Quais dos artefatos de contabilidade gerencial são utilizados na sua

Entidade Hospitalar? Comente.

Questão 6 - Na sua Entidade Hospitalar, quem é o responsável pela elaboração e

monitoramento dos artefatos de contabilidade gerencial?

Questão 7 - Em média quanto a Entidade Hospitalar gasta por mês com o custo da

manutenção dos artefatos de contabilidade gerencial?