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SÍNDROME DO T´NEL DO CARPO, LOMBALGIA E CERVICALGIA ANATOMIA DOS PLEXOS MMSS E MMII PLEXO BRAQUIAL

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SÍNDROME DO T´NEL DO CARPO, LOMBALGIA E CERVICALGIA

ANATOMIA DOS PLEXOS MMSS E MMII

PLEXO BRAQUIAL

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PLEXO LOMBOSSACRAL -MMII

ANATOMIA DO TÚNEL DO CARPO

O túnel do carpo contém as seguintes estrututras 4 tendões flexores superficiais dos dedos, 4 tendoes flexores

profundos, tendão flexor longo do polegar e nervo mediano

ETIOLOGIAS DAS LOMBALGIAS

• Inespecíficas

o Degenerativas: acompanhada de comprometimento discal e interapofisário → irritação das

raízes L3,4 e 5 e S1

o Mecânica: decorrente de esforço físico e é aliviada com repouso no leito

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• Específicas

o Espongilolistese: deslizamento anterior do corpo vertebral em relação a vertebra

imediatamente inferior (congênita ou adquirida). A espongilolistese ístimica decoprre de uma

fratura de fadiga

o Protusão e hérnia discal: protusão discal consiste em um abaulamento localizado ou difuso

do disco produzido por uma alteração degenerativa do anel fibroso. A hérnia se produz quando

o material do núcleo pulposo se desloca por meio da ruptura do anel por fissura radial. Essas

patologias ocorrem por alterações degenerativas, à exigência mecânica externa e à turgência

no núcleo pulposo → causam compressão da raiz nervosa

▪ Lasegue positivo: em até 60º de elevação da perna estendida em decúbito dorsal

o Lombalgias em gestantes: trabalho pesado, história prévia, frouxidão articular, estagnação

sangúnea no plexo venoso vertebral ou à compressão da veia cava pelo feto

o Lombalgias em atletas: sobrecarga mecânica, microfraturas

• Outras causas: malformações vasculares, abcessos, causas infecciosas, tumorais

ETIOLOGIAS DAS CERVICALGIAS

• Neuralgias: glossofaríngeo, trigêmeo ou occipital

INVESTIGAÇÃO SEMIOLÓGICA DAS SÍNDROMES NERVOSAS COMPRESSIVAS

ANAMNESE

• História e início da evolução dos sintomas

• Tipo e localização da dor, irradiação, fatores predisponentes e desencadeantes do quadro, fatores de

piora ou melhora

• Características da dor

o Dor radicular costuma ser lancinante, acompanhada de parestesias.

o Dor psicogênica costuma ser descrita em termos de sofrimento ou punição e não segue um

trajeto dermatomérico específico,

o Dor da lombalgia mecânica costuma ser descrita como uma dor “surda”, profunda e mal

delimitada;

• Presença de febre, inapetência, emagrecimento, anemia

• História familiar e antecedentes pessoais

• Hábitos: tabagismo, posição para dormir, tipo de colchão e travesseiro, principais posturas assumidas

durante o trabalho, estudo, lazer e atividades esportivas, além de perguntar sobre a satisfação no

trabalho

• Apreciar o envolvimento psico-afetivo;

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• Avaliação da situação sócio-profissional com suas possíveis consequências no diagnóstico e

tratamento;

• Distúrbios de sensibilidade, de motricidade, de movimentos autonômicos e do controle esfincteriano

também podem auxiliar no diagnóstico etiológico

• É necessário realizar diagnóstico diferencial de fraturas, tumores, metástases, infecção,

espongilolistese, estenose do canal medular, espondilite anquilosante ou hérnia de disco lombar

• Red flags → indivíduos com mais de 50 anos, com queixa dolorosa por mais de um mês, antecedente

pessoal de tumor maligno, perda inexplicável de peso, dor noturna e ausência de melhora clínica após

um mês de tratamento conservador. → pesquisa de doenças específicas para a lombalgia

• Yellow flags→ representam os fatores de risco psicossociais que identificam indivíduos com maior

risco de desenvolver imcapacidade crônica

▪ Alta demanda e baixo controle de pressão quanto ao tempo para a realização de

determinada tarefa, Trabalhos monótonos, falta de satisfação com o trabalho, baixo

nível de cooperação dos colegas e alta percepção da sobrecarga de trabalho

EXAME FÍSICO

• Inspeção

o Constituição física, presença de deformidades, espasmos musculares, amiotrofias, crescimento

anômolo dos pelos, marcas de nascimento, manchas, assimetria de ombros, espinhas ilíacas,

aumento ou redução de curvas fisiológicas, escoliose e proeminência abdominal ou aumento

de inclinação lateral

o Avaliação de anormalidades neurovegetativas, posturais e tróficas

o Atenção especial deve ser dada ao exame da pele, à presença de sinais inflamatórios, como

edema e eritema, ao trofismo muscular e à presença de obesidade.

o Marcha com o calcanhar e na ponta dos dedos auxilia na avaliação da força muscular e dos

músculos flexores dorsais (L4) e flexores plantares (S1) do tornozelo.

o Agachamento e retorno na posição ortostática sem dificuldades sugere a integridade do sacro,

quadril joelhos e dos tornozelos

• Mobilização

o A mobilização da coluna lombar inclui flexão anterior, extensão e flexão lateral.

o Na flexão anterior, deve-se observar um movimento suave de reversão da lordose lombar

normal → Em geral, a dor na flexão é considerada originária dos elementos anteriores, como

o disco, enquanto que a dor à extensão se relaciona com os elementos posteriores,

particularmente as articulações facetárias.

o Dor à extensão com melhora à flexão sugere também estreitamento do canal lombar.

• Palpação e percussão

o Palpação visceral e muscular sistemática na busca de pontos de gatilhos miofasciais ou pontos

de dolorimento local, espasmo e dos pontos de reparo ósseos, ligamentos e articulações

o Palpação e percussão dolorosa na região de processos espinhosos vertebrais, associados a

redução de mobilidade na coluna lombar, febre e queda do estado geral sugere quadros

infecciosos locais

o Movimentação ativa e passiva do pescoço para quantificar a amplitude da movimentação

articular e a avaliação neurológica (sensibilidade superficial e profunda, motricidade voluntária

e automática e reflexa, coordenação motora)

o Principais músculos a serem palpados na região lombar são os espinhais, quadrado lombar,

glúteos, piriforme, e abdominais – avaliação de músculos superficiais e profundos

o Usar o acrônimo POSTAIRE:

▪ PO: position to open: posicionar para expor

▪ ST: stretch: alongar para induzir tensão

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▪ A: activate: ativar o músculo para identifica-lo

▪ I: identify: identificar o músculo de acordo com a sua função

▪ RE: relax to examine: relaxá-lo para examinar

• Realizar o exame osteo articular

• Testes neurológicos

o Pesquisa de reflexos profundos: reflexos tendinosos profundos (patelar, isquiotibial medial)

o Pesquisa da força muscular

o Avaliação de sensibilidade e pesquisa de sensibilização espinal segmentar

o Teste de Beevor: avalia a integridade da inervação segmentar do reto abdominal e espinhal→

paciente em decúbito dorsal com ambos os joelhos fletidos e braços cruzados, e é solicitado

que ele eleve as costas da mesa de exame → em condições normais a cicatriz umbilical não se

move, nos casos de fraqueza muscular, o examinado observa o movimento da cicatriz umbilical

para o lado sadio

o Manobras especiais e provocativas

▪ Sinal de Lasègue→ Com o paciente em decúbito dorsal, eleva-se o membro, mantendo

o joelho estendido. O teste é positivo quando houver dor entre 30 e 70 graus de

extensão, indicando compressão radicular L5 ou S1.

▪ Elevação da perna estendida → avalia o comprometimento do ciático e a flexibilidade

dos músculos isquiotibiais → + se dor no trajeto

▪ Elevação da perna estendida contralateral sadia →se provoca dor no membro

comprometido, sugere hérnia do disco lombar

▪ Teste de estiramento femoral → Com o paciente em decúbito ventral e o joelho

fletido, a coxa é elevada acima da cama. A presença de dor na região anterior da coxa

sugere compressão radicular L2 ou L3 e a dor na face medial da perna sugere

envolvimento da raiz L4.

▪ Teste de Babinski → É essencial ainda a diferenciação de compressão radicular, que

ocorre principalmente nas hérnias discais, e quadros de neuropatia periférica ou de

compressões tronculares. O examinador deve também ficar atento à presença dos sinais

da síndrome da cauda equina com Lasègue bilateral, hipoestesia em sela e hipotonia de

esfíncteres.

▪ Teste de Hoover → simulação nos casos de impossibilidade de elevar o membro

estendido

▪ Teste de kerning → estira a medula produzindo queixa de dor → irritação meníngea ou

de raiz nervosa

▪ Manobra de milgran, Naffzieger e Valsava → aumentam a pressão intra tecal

▪ Testes de Gaenslen, Patrik ou Fabere e a compressão as espinhas ilíacas antero

superiores sugerem comprometimento da articulação sacroilíaca

▪ Teste de Kraus e Weber→ avaliação das deficiências musculares específicas

• Avaliação funcional

o Medidas de propriocepção → a integração dos sistemas neuromusculo esqueléticos é

importante para estabilização e o funcionamento normal. Para a estabilidade dinâmica

eficiente, a força muscular deve estar associada à coordenação adequada e ocorrer em pontos

precisos de um movimento. Além disso o equilíbrio fisiológico entre grupos musculares

agonistas e antagonistas deve estar preservado

o Músculos multífidos apresentam-se na maioria das vezes atrofiados no primeiro episódio

agudo de lombalgia de origem mecânica. Os autores sugerem que essa atrofia é de difícil

recuperação e especulam a existência de um mecanismo inibitório reflexo dede músculo

durante a disfunção mecânica na região lombossacral

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FISIOPATOLOGIA DA SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO, LOMBALGIA E CERVICALGIA

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

• EPIDEMIOLOGIA

A incidência de STC na população geral é menor do que 1%, podendo ser encontrados, entretanto, valores

acima de 15% em trabalhadores de risco, sendo a tendinite o achado mais comum.

• DIFINIÇÃO

A síndrome do túnel do carpo (STC) é definida pela compressão do nervo mediano no punho

• FISIOPATOLOGIA

o A compressão da STC é causada pela discrepância entre a capacidade rígida do canal e o

volume de seu conteúdo.

o O túnel do carpo é um túnel osteofibroso inextensível definido como o espaço situado entre o

retináculo dos flexores (RF), que constitui o teto, e a caneleta carpiana, o fundo. Ele é

delimitado na borda ulnar pelo hâmulo do hamato, o piramidal e o pisiforme e na borda radial

pelo escafoide, o trapézio e o tendão do flexor radial do carpo (FRC). A base é formada pela

cápsula e os ligamentos radiocárpicos anteriores recobrem as porções subjacentes do escafoide,

do semilunar, do capitato, do hamato, do trapézio e do trapezoide.

o Anatomicamente, existem dois locais de compressão do nervo mediano: um no nível do limite

proximal do túnel do carpo, ocasionado pela flexão do punho por causa da alteração na

espessura, na rigidez da fáscia antebraquial e na porc¸ão proximal do RF; e o segundo no nível

da porc¸ão mais estreita, próximo do hâmulo do hamato. Compressão e trac¸ão nervosa podem

criar, de maneira sequencial, problemas na microcirculação sanguínea intraneural, lesões no

nível da bainha de mielina e no nível axonal e alterações no tecido conjuntivo de suporte

• ESTÁGIOS

o Estágio precoce – Inicial, caracterizado por sintomatologia intermitente unicamente noturna. Na

STC idiopática, múltiplos fatores são a origem do aumento de pressão intratúnel noturna:

Redistribuic¸ão, em posição supina, dos fluidos às membranas superiores; Falta de um mecanismo

de bomba muscular que contribua para drenagem dos fluidos intersticiais no túnel do carpo;

Tendência a posicionar o punho em flexão e aumentar a pressão intratúnel; Aumento da pressão

arterial na segunda metade da noite

o Estágio intermediário – Os sintomas são noturnos e diurnos. As anomalias da microcirculac¸ão

são permanentes, com edema intersticial epineural e intrafascicular, que causa um aumento de

pressão dos fluidos endoneurais. Esse edema intersticial provoca um afluxo celular e causa um

espessamento do envelope conjuntivo, notadamente do epineuro. Há também uma destruição da

bainha de mielina e dos nodos de Ranvier, na base de condução saltatória de influxo para superfície

de fibras nervosas mielinizadas. Após alívio da compressão, uma melhoria rápida dos sintomas

ocorre por causa do restabelecimento da microcirculação intraneural.

o Estágio avançado – Há sintomas permanentes e, sobretudo, sinais de déficit sensitivo ou motor

traduzidos pela interrupção de um número de axônios mais ou menos importantes (axoniotmeses).

A degeneração walleriana existe no nível dos axônios interrompidos. Os envelopes conjuntivos são

a sede de um espessamento fibroso reacional. Após a liberação nervosa, a recuperação depende da

regeneração nervosa, demanda vários meses e pode ser incompleta.

• ETIOLOGIA

o IDIOPÁTICA

▪ Ocorre mais frequentemente no sexo feminino (65% a 80%), entre 40 e 60 anos, 50% a

60% são bilaterais

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▪ Das metaná- lises em 200226 e em 200827 foi demonstrado que sexo, idade e fatores

genéticos e antropométricos (tamanho do túnel do carpo) representam os fatores de

predisposic¸ão mais importantes. As atividades manuais repetitivas e a exposic¸ão a

vibrac¸ões e ao frio são os menos importantes

o SECUNDÁRIA

▪ Anomalias do continente:

▪ Qualquer condição que modifique as paredes do túnel do carpo pode causar

compressão do nervo mediano.

▪ Espessamento do retináculo do flexor (esta condição é difícil de ser estabelecida,

mas redução ocorre em processos inflamatórios, como a artrite reumatóide e o

mixedema)

▪ Redução do canal seguido por desalinhamento ou calo ósseo associado com fraturas

envolvendo o rádio e ossos do carpo

▪ Compressão do conteúdo do canal com movimentos extremos do punho em flexão

- Acromegalia (alterações ósseas)

▪ Anomalias do conteúdo

▪ Condições inflamatórias e degenerativas: tenossinovites não específicas,

tenossinovite reumatóide, gota, gânglio sinovial, amiloidose e outros –

▪ Pós-traumático: osteófitos, formação de cicatriz associada com lesão de tendões e

outros –

▪ Lesões neoplásicas: tumores benignos, tumores malignos –

▪ Outros: mixedema (a infiltração de tecido fibroso pode afetar o volume dos

tendões), ventre muscular dentro do canal etc.

▪ Tenossinovite metabólica: diabetes melittus

o DINÂMICA

▪ A pressão no interior do túnel do carpo aumenta em extensão e em flexão do punho.53 Os

movimentos repetitivos em flexão-extensão do punho, assim como flexão dos dedos e

supinac¸ão do antebrac¸o, foram implicados nesse aumento

• TESTES DIAGNÓSTICOS

o Sinal de Tinel: com a percussão do punho, sendo positivo com dor ou formigamento (parestesia)

no polegar e no indicador ou entre os dedos médios e na face palmar do punho no nível do nervo

mediano.

o Sinal de Phalen: é pesquisado com a flexão ativa máxima a 90° do punho durante um minuto; se

os sintomas forem reproduzidos em 60 segundos, é considerado positivo

o Teste de Paley e McMurphy:60 o sinal é positivo se a pressão manual próximo do nervo mediano

entre 1 cm e 2 cm proximais da dobra de flexão do punho desencadear dor ou parestesia

o Teste de compressão em flexão do punho: uma pressão a dois dedos é efetuada sobre a região

mediana do túnel do carpo, o punho flexionado a 60◦, cotovelo estendido, antebrac¸o em

supinac¸ão. O teste é positivo se aparecer parestesia no território do nervo mediano

LOMBALGIAS

• HISTÓRIA NATURAL

o A lombalgia aguda é uma condição autolimitada e 90% dos pacientes se recuperam entre 4 a 7

semanas, podendo haver recorrência de sintomas dolorosos → 40 a 44% dos pacientes

apresentam-se na fase crônica

o A recorrência da dor lombar pode ser decorrente de fatores psicossociais e de distúrbios

vasculares e da neutomodulação central da dor

▪ Aumento de atividade no corno posterior da medula com curtos períodos

poprolongados de descarga de longa duração que persistem mesmo após a cessação dos

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estímulos nociceptivo → pacientes podem continuar sentindo dor, mesmo após a

resolução da causa primária de dor → redução do limiar de disparo causando alodinia,

aumento de descargas espontâneas e aumento de resposta aos impulsos aferentes

• FATORES DE RISCO

o Ocupacionais: esforços da coluna, permanecer sentado por muito tempo, empurrar objetos

pesados, realizar atividades monótonas e eu exija, a flexão e a rotação do tronco

o Constitucionais: ganho de peso, obesidade, altura, má postura, fraqueza de músculos

abdominais e espinhais e falta de condicionamento físico;

o Psicossociais: depressão, hipocondríase, histeria, alcoolismo, fumo, divórcio, indivíduos

descontentes e desmotivados com a atividade ocupacional

o História prévia de lombalgias, principalmente se os opisódios anteriores foram graves

o Fatores de risco envolvidos n cronicidade

▪ Baixo nível educacional, elevados índices de dor e de incapacidade

▪ Humor depressivo, somatização, ansiedade

▪ Levantamento de peso durante ¾ da jornada de trabalho e o retorno não gradual ao

trabalho

• ANATOMIA FUNCIONAL

o Compartimentos anterior, médio e posterior que constitui a unidade funcional mecânica

▪ Compartimento anterior: corpos vertebrais e discos → absorção de choque e dá

sustentação ao corpo

▪ Compartimento médio: canal medular e pedíulos

▪ Compartimento posterior: protege os elementos neurais e é o responsável pelo

direcionamento das unidades funcionais nos movimentos de flexão anterior e extensão,

flexão e rotação

o A quantidade e o tipo de força aplicada depende do tipo de atividade e da postura que o

indivíduo assume.

o O suporte dinâmico da coluna lombar é realizado por quatro grupos musculares: extensores,

flexores anteriores, laterais e rotadores

o A estabilidade da coluna depende dos ligamentos e da ação muscular. Enquanto o corpo

vertebral recebe as cargas de compressão, a lâmina discal recebe as cargas equilibrantes de

tração, com o auxílio dos músculos e dos ligamentos. O disco intervertebral tem papel

importante na absorção da energia mecânica, sofrendo deformações elásticas frente aos

esforços. ( os mais sobrecarregados estão entre L4-L5 e L5-S1 que sofrem enorme ação

mecânica por serem os principais locais de movimento da coluna no sentido antero-posterior e

látero lateral

• CLASSIFICAÇÃO

o As lombalgias são classificadas de acordo com a duração, o padrão e a etiologia

▪ Duração

Aguda: início súbito e duração inferior a 4 semanas

Subaguda: duração de 4 a 12 semanas

Crônica: maior que 12 semanas

▪ Etiologia

Específicas: hérnias discais, espongilolistese, estenose do canal medular,

instabilidade definida, fraturas vertebrais, tumores e infecções e doenças

inflamatórias → menos de 15%

Inespecíficas: queixas de dor lombar que ocorrem sem uma causa anatômica ou

neuroanatômica identificável

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CERVICALGIAS

• Devido à grande quantidade de estruturas anatômicas presentes na região cervical, incluindo músculos,

vísceras, vasos sanguíneos e nervos, diversas afecções localizadas nas estruturas cervicais ou

sistêmicas podem cursar com dor regional. A região cervical pode também ser local sede de dor

referida originada de numerosas estruturas distantes dela.

• A causa mais comum de cervicalgia crônica é síndrome dolorosa miofascial cujas causas mais comuns

são traumatismos, anormalidades degenerativas e/ou inflamatórias da coluna cervical em decorrência

das ocupaçãoes, das posturas anormais de ansiedade e de depressão

• CAUSAS

o Encurtamento de um membro inferior causado por sobrecarga do músculo trapézio como

tentativa de manter a cabeça alinhada durante o ato de deambular ou de manutenção prolongada

da elevação do membro superior sem apoio, traumatismo agudo em chicote,

microtraumatismos gerados pelo uso de roupas e de acessórios (sutiã, mochilas), adoção de

postura em elevação de ombros devido à ansiedade

o Estressores mecânicos agudos ou crônicos, restrição da movimentação dos membros

superiores, posição da cabeça visando compensar o desvio da cintura escapular, ato de leitura

na cama com a luz oriunda de apenas um lado, ato de dormir com travesseiro elevado, infecções

crônicas, abcesso dentário, herpes labial

• FISIOPATOLOGIA

o É extremamente difícil, na prática clínica, estabelecer com exatidão qual a estrutura anatômica

responsável pela cervicalgia crônica comum. Na teoria, a irritação do disco intervertebral, as

articulações facetárias, as articulações uncovertebrais, os ligamentos e os enteses podem causar

dor.

o A dor da neuralgia cervicobraquial segue o dermátomo apropriado e é sentida no braço com

característica de “descarga elétrica”, às vezes acompanhada de alterações neurológicas motoras

ou sensoriais. A imensa maioria ocorre nos níveis C6, C7 e C8. Porém, devido à considerável

sobreposição de dermátomos do braço e à complexa representação central do membro superior,

o a dor de uma radiculalgia pode ser bem mais difusa do que sugerido pelos diagramas

dermatoméricos clássicos.

o É preciso que, além da compressão, haja inflamação para o desenvolvimento de dor radicular.

o As cervicalgias estão com frequência associadas à sensibilidade focal e “pontos-gatilho” na

musculatura do pescoço. → Mais frequentemente, as cervicalgias ocorrem em razão de

distúrbios mecânicos e musculoesqueléticos inespecíficos. Tratam-se de situações clínicas

benignas, na grande maioria das vezes com evolução para a cura em alguns dias ou semanas

o Os pontos de gatilho são ativados por estressores posturais que sobrecarregam a extensão e a

rotação cervical para compensar cifose torácica acentuada (dormir com a cabeça mal

posicionada doemir no braço do sofá) e correntes de vento frio ou de ar condicionado para o

pescoço → o paciente geralmente apresenta limitação para a rotação e flexão laterais para o

ladoacometido em decorrência da dor

o A compressão muscular do plexo braquial gera síndrome do desfiladeiro torácico que causa

adormecimewnto, hipoestesia no território do nervo ulnar → as manifestações neurológicas

podem ser reproduzidas ou exacerbadas durante a manobra de Adson, que consiste em manter

o paciente sentado com os membros superiores descançados sobre os joelhos, seguida de

realização de inspiração profunda, elevação do queixo e rotação da cabeça para o lado

acometido para causar elevação máxima da primeira costela e comprimir o plexo contra os

músculos escalenos tensos

o Sintomas neurológicos, como adormecimento e formigamento principalmente na face ulnar do

antebraço e das mãos e déficit motor

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• DIAGNÓSTICO

o Pesquisa de pontos de gatilho → os músculos mais afetados são: trapézio, escalenos,

esternocleidomastóideo e elevador da escápula

o Diagnósticos de imagem

REPERCUSSÕES PSICOSSOCIAIS DESSAS SÍNDROMES

Os custos relacionados com a lombalgia podem ser diretos, decorrentes do tratamento médico

propriamente dito, ou indiretos, decorrentes de absenteísmo no trabalho, perda de produtividade, redução

da habilidade de realizar tarefas usuais, reposição do funcionário afastado e licenças por afastamento

temporário ou definitivos

As dores na coluna representam o principal fator de incapacidade para o trabalho, com afastamento médio de

208 dias e custo de 46.162.400 reais, correspondendo a 24% do custo total do benefício em 2006

INVESTIGAÇÃO RADIOLÓGICA DOS PACIENTES

CLARICE -55 ANOS

• Raio – x → mostra-se alterado em 33% dos pacientes

• Ecografia/ ultrassonografia → permite a visualização da área do nervo na altura do rádio distal ou

no pisiforme, que é considerado o túnel do carpo proximal, sendo a localização esperada para o edema

máximo do nervo. → baixo custo e a rapidez, entretanto, favorecem o uso do ultra-som como estudo

inicial da imagem na avaliação do túnel do carpo,

• Ressonância magnética (RM)→ permitem a visualização direta da compressão do nervo mediano e

outras estruturas de partes moles do túnel do carpo. → capacidade de distinguir entre os tipos de tecido,

baseada no conteúdo de água e de gordura

ANTÔNIA 51 ANOS (avaliação de frente e de perfil)

• T C com contraste → evidencia tecido fibritico e hernias

• RM → exame de escolha para avaliação das hérnias, boa visualização de partes moles e doenças

precoces de doenças ósseas e discais. Permite a avaliação de edema, acúmulo de fluidos, massas,

fibrose e estenose do canal

• RAIO X → idade entre 20 e 50 anos, história de traumatismo (movimento brusco da paciente)

• Eletromiografia → fornece informações do estado funcional da unidade motora, permite a avaliação

do comprometimento do SNP, da junção mioneural, do axônio, da bainha de mielina ou do próprio

músculo – diagnóstico e prognóstico da lesão e detecção precoce da mesma

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ABORDAGEM TERAPÊUTICA NÃO FARMACOLÓGICA E FARMACOLÓGICA

LOMBALGIA

• NÃO FARMACOLÓGICOS

o Alívio sintomático da dor e inflamação

o Orientação para a proteção de estruturas acometidas, evitando posturas ou atividades que

exacerbem o quadro álgico por sobrecarga mecânica sobre a coluna lombar

o Faixas e coletes podem ser usados por curto período de tempo para lembrar o paciente que não

realize movimentos bruscos

o Encorajar o paciente a deambular (20 a 30 minutos para cada 3 horas de repouso em posição

adequada) e iniciar atividade física (aeróbico de baixo impacto, nadar, pedalar), permanecendo o

mínimo possível deitado ou em posição de conforto para não aumentar o risco de comportamento

doloroso e dos efeitos deletérios do imobilismo. → Os exercícios específicos para o tronco devem

ser iniciados após um período aproximado de duas semanas.

o O repouso prolongado por mais de 4 dias parece levar a maior debilitação → atrofia muscular,

descondicionamento cardiopulmonar, perda mineral óssea com hipercalcemia e hipercalciúria e

tromboembolismo → volta precoce às atividades normais representa o melhor índice de

prognóstico favorável nos portadores de lombalgias agudas

o Massagem terapêutica é benéfica para os indivíduos com lombalgia subaguda ou crônica

inespecífica em termos de melhora funcional e dos sintomas

o Abordagem multidisciplinar biopsicossocial intensiva superior a 100 horas, visando a

restauração funcional de pacientes com lombalgia crônica grave e incapacitante.

o Acupuntura

o Teparia cognitivo comportamental reduz a dor, além de melhorar o estado funcional e

comportamental dos pacientes com lombalgia crônica - reduzir comportamentos de ansiedade e

de evitar a realização de atividades pelo medo

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o Gelo: diminui o edema, a dor e o espasmo muscular nas lombalgias agudas.

o Calor: utilizado preferencialmente na fase crônica. Além de produzir analgesia, melhora a rigidez.

Pode ser ainda utilizado termoterapia superficial e infravermelho

o Modificação comportamental

o Exercícios de extensão aliviam a dor pela redução da sobrecarga de fibras anulares posteriores e

sobre a raiz nervosa e pelo aumento da Aferência sensitiva mecanorreceptora

• FARMACOLÓGICOS

o Uso de analgésicos de ação central no desempenho de supressão de dor

o Acetaminofen (paracetamol) na dose de 500 mg, 4 a 6 vezes ao dia, é eficaz na dor de intensidade

discreta e moderada.

o Dipirona é utilizada com frequência no nosso meio, na dose de 500 mg, até 4 vezes ao dia. O utros

analgésicos disponíveis no mercado: ácido acetilsalicílico, clonixinato de lisina; viminol,

flupirtina.

o Antiinflamatório não esteroidais

o O fosfato de codeína na dose de 30 mg, 3 a 4 vezes ao dia

o Antidepressivos tricíclicos associados aos neuroepiléticos fenotiazídicos minimizam o quadro

álgico

o Miorrelaxantes: utilizados quando existe espasmo muscular, em associação aos antiinflamatórios

não-hormonais

o Infiltrações locais (anestésico e corticoesteróide) Tratamento concomitante do componente

miofascial nos minótonos acometidos por meio da injeção de lidocaína 1% nos pontos de gatilho

e de dolorimento. Após a inativação recomenda-se o relaxamento e alongamentos musculares

REFERÊNCIAS

ANDRADE FILHO, Antonio Carlos de Camargo – Dor: diagnóstico e tratamento 1a. Edição – Editora Roca,

2001.

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BORSSOK, David & LEBEL, Alyssa & MCPEEK, Buckman – MASSACHUSSETS GENERAL HOSPITAL

– TRATAMIENTO DEL DOLOR Editora Marban.

GOODMAN, Louis S; GILMAN, Alfred. As Bases Farmacológicas da Terapeutica, 9a. ed., Rio de Janeiro:

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NETO, Onofre Dor - Princípios e Práticas - 1ª Edição - 2009