slides palestra visa judicial pinhais
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Sérgio Toshihiko Eko
Médico Veterinário - Sesa
12ª RS / Umuarama – PR
Formação em direito – especialização em Direito
Aplicado – Perícia Veterinária Forense - Gestão e Formulação
em Políticas Públicas – Gestão em Saúde – Mestre em Políticas
Públicas
A vigilância sanitária nas decisões judiciais
I Encontro intermunicipal dos profissionais da vigilância sanitária – INTERVISA
Direito sanitário: uma vivência teórica e prática - Pinhais - PR
Estado do Paraná
Secretaria da Saúde
Estado absoluto
Estado neoliberal – liberdade plena individual
Constituição Federal de 1988.
1ª) Organização política e social – O Estado – Monopólio e
poder VISA
2ª) Direitos individuais: autonomia, garantia a liberdade e
mecanismos de defesa existentes contra arbitrariedade estatal.
3ª) Igualdade direito perante a lei: igualdade formal, todos são
iguais perante a lei.
3ª) Direitos sociais: igualdade material – direito a saúde
Jogo do poder
1ª) Administrativa: Direito do cidadão e obrigação e dever do agente
2ª) Civil: Ato ilícito – dever de indenizar – responsabilidade objetiva
do Estado
3ª) Penal: crimes contra a saúde pública – crimes praticados por
agentes públicos.
Poder judiciário: avaliação das ações da Visa
Responsabilidades sanitárias
Ação judicial no RS de indenização contra agentes sanitários
A polícia militar e os agentes da VISA apreenderam 180 kg de
carne proveniente de abatedouro sem licença, e que estava
sendo transportada em veículo de carroceria coberta por lona, sem
licença do órgão sanitário, sem refrigeração e com o produto na
temperatura de 35,5ºC. O proprietário ajuizou ação contra os agentes
da VISA pleiteando indenização. Na fundamentação do juiz, disse que
não há que falar em ilicitude da conduta dos agentes sanitários
municipais, que agiram no estrito cumprimento do dever
legal. Não há que se falar em indenização.
TJRS. 70040813321.
Ação judicial e a Visa
Contra agentes da visa
TJSC – AC. 2011486352. Prefeito condenado por crime pela prática de
ingerência e falsidades em relação às ações da vigilância sanitária
Por ordem do prefeito, os fiscais sanitários tiveram que devolver os
alimentos impróprios apreendidos, e depois relatar oficialmente ao
Ministério Público que o estabelecimento estava em conformidade. O
Ministério Público inconformado ajuizou ação de crime de falsificação
ideológica de documento público contra o prefeito. Em decisão recente do
tribunal, o prefeito foi condenado por ter forçado a direção da VISA a
confeccionar o documento falso, neste termo: “Valendo-se do cargo de
Prefeito Municipal de Garopaba – SC , interveio de forma ilegítima na
atividade da Vigilância Sanitária local, determinando a funcionária municipal,
posteriormente, que produzisse documento com conteúdo falso, a fim de
ludibriar o Ministério Público com informações não condizentes com a
realidade e, dessa forma, esquivar-se da apuração encabeçada pelo fiscal da
lei.”
Prefeito – ingerência - falsidade - crime
STJ. É nula a apreensão de mercadoria condicionada à liberação da licença
sanitária.
É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo
para pagamento de taxa de renovação anual. Súmula 323, do STF. O
ente público dispõe de meios próprios de cobrança. Ocorrendo divergência
sobre o critério de cálculo do tributo, a questão deve ser resolvida na via
judicial. Ordem corretamente concedida. Recurso improvido.
STJ. RE. nº 1.119.578 - RJ (2008/0277939-0). Rel. Min. Mauro Campbell Marques. Julg. 26/04/2011.
Apreensão e licença sanitária
TJSP - AC nº 0010936-81.2008.8.26.0462. Relator Desemb. Wanderley José Federighi.
21/03/2012.
O diretor da VISA municipal impediu que os fiscais exercessem a
fiscalização na ótica de proprietário de vereador, e ainda, intimidou que o assunto
não chegasse à promotoria de justiça. O desembargador considerou que a conduta
violou o princípio da legalidade e da moralidade. Foi condenado a penalidade de
multa e a proibição em contratar com o município por três anos.
Ingerência do diretor da Visa
Crimes praticados por funcionário público contra a administração
Código Penal
TJRS. 7100329049/2011/Crime. Turma Recursal. Rel. Luiz Antônio Alves Capra. Julg. 31/10/2011.
Chefe da VISA foi denunciado por crime de prevaricação.
Consta na acusação do Ministério Público, que o chefe da VISA deixou de
praticar, indevidamente, ato de ofício, para satisfazer sentimento
pessoal de comodismo. O réu deixou de fiscalizar estabelecimentos comerciais
da cidade, mesmo após ter se comprometido com o ministério público de enviar o
respectivo relatório das inspeções como decorrência de reunião realizada devido a
reclamações recebidas acerca da existência de produtos vencidos e das precárias
condições de higiene nos referidos estabelecimentos.
Por divergência internas na VISA, o relatório não foi enviado a Promotoria.
O juiz, disse que o fato do acusado não ter entregue os relatórios no prazo estipulado,
por si só, não o torna responsável pelo crime de prevaricação.
Consta na instrução, que várias inspeções foram realizadas pela VISA.
O Tribunal julgou improcedente a denúncia porque era necessária a comprovação do
dolo, consistente na vontade livre e consciente de praticar as ações e omissões.
TJAP. Crime de Desacato
Dono que amassa o auto de infração lavrado pelo agente da VISA
Após a retirada das mercadorias impróprias para o consumo da prateleira
pelos agentes da VISA e lavrar a apreensão, gerou forte discussão e tumulto, e
o proprietário retirou os autos das mãos dos fiscais e amassou. Só não
rasgou por intervenção do policial. O proprietário foi preso em flagrante e
condenado por crime de desacato.
TJAP. AC 131601. Câmara Única. Relator: Desembargador Mello Castro. Macapá-AP, 20/05/2003.
Crimes praticados por particular contra a administração
Código Penal
Crime de desacato
TJSC. A.C. 2006.033461-7. Relator: Des. Jaime Ramos. Julg. 09/12/2008.
Os fiscais autuaram e interditaram a farmácia por falta de licença sanitária e
responsável técnico. Em seguida, reabriu por conta própria. Em nova diligência,
ocorreu discussão e desacato aos fiscais, e o responsável ao tentar evadir-se do local,
foi preso em flagrante e interditado o estabelecimento. Foi denunciado pelo
Ministério Público por crime de desobediência e desacato, e somente a última foi
considerado.
Insatisfeito com prisão e atitude dos fiscais, o proprietário ajuizou ação de
indenização por danos morais contra a VISA. Considerando que a conduta dos
fiscais foi legal, houve o crime de desacato e a legalidade da prisão em flagrante, o
Tribunal deu como improcedente o pedido indenizatório.
Crimes praticados por particular contra a administração Código Penal
TJSP. A.C. 0041822-24.2011.8.26.0053. Relator Desemb. Rui Stoco, 4ª Câmara de Direito Público. Julg.
28/01/2013. Pretensão à anulação de Auto de Infração e Auto de Imposição de
Penalidade, sob o fundamento de incompetência do órgão autuante. Ação
julgada procedente na origem. Inadmissibilidade. Competência Municipal para
a prática de atos de fiscalização da saúde do trabalhador. Inteligência do art.
200, inc. II da CF/88 e da Lei n.º 13.725/04 (Código Sanitário do Município de
São Paulo).
TJPR. MS. RN n.º 1.049.600-9, Relatora Desª. Lélia Samardã Giacomet, julg. 19/11/2013.
É de competência da autoridade municipal a aplicação das normas editadas
pela Anvisa, podendo, portanto, fiscalizar e autuar a autora/impetrante
TJPR. MS.584635-3. Relator Desemb. Marcos Moura, 5ª Câmara Cível. Publicação 26/01/2010.
Competência da direção municipal do SUS para executar serviços de saúde do
trabalhador - inteligência do artigo 18, inciso iv, alínea e, da lei nº 8.080/1990, e
artigos 30 a 34 da lei municipal nº 9.000/1996.
Competências - visa
TJPR. A.C. N.º 839.461-4. Relator Desemb. Xisto Pereira. Julg. 10/07/2012.
Caso de incompetência do Estado e competência municipal nas inspeções em farmácia
O Tribunal de Justiça reconheceu a incompetência da VISA do Paraná e a
competência do município Maringá para fiscalizar farmácia de manipulação Y. Com
base na Lei nº 8.080/90 e lei PR nº 13.331/01 cabe aos municípios a execução das
atividades de vigilância sanitária e aos estados a coordenação e a execução de forma
complementar.
Competência - visa
Empresa alega incompetência municipal para aplicar a lei 6437/77. O STJ afirmou que
o art. 2º da Lei Federal nº 6.437/77 dispõe expressamente sobre a competência do órgão
que exerce a vigilância sanitária para aplicar multa em caso de infração à legislação
sanitária federal. No caso, essa competência é do município, encarregado da fiscalização
sanitária no exercício de seu poder de polícia. Considerou que o art. 18 da Lei nº
8.080/90 confere competência municipal para execução da vigilância sanitária. No caso,
essa competência é do Município de Porto Alegre, encarregado da fiscalização sanitária
no exercício de seu poder de polícia.
STJ – ARE nº 594 – RS (2011/026780-0), Relator Ministro Herman Benjamin. Julg. Brasília (DF), 11/04/2011.
agentes da VISA - competência
TJPE. AC 149976-9. Relator Desemb. José Ivo de Paula Guimarães. 8ª Câmara Cível. Julg. 01/03/2012.
Empresa de cosméticos ajuíza ação contra VISA por incompetência do agente de
fiscalização alegando contrato temporário. Apesar da contestação, não apresentou
as provas, e com base no princípio da legitimidade o Tribunal não anulou os autos.
STJ – RE nº 1.166.487 - MG (2009/0221990-8). Relatora Ministra Eliana Calmon. 17/08/2010.
A prévia designação para a atividade fiscalizatória é condição para que possa o
servidor lotado em órgãos ambientais lavrar autos de infração e instaurar
processos administrativos, podendo a designação ocorrer por simples ato normativo
interno. Hipótese em que foi declarada a nulidade do auto de infração, lavrado por
quem não fora previamente designado para a atividade fiscalizatória. Ato
posteriormente praticado pelo Diretor Geral do Instituto Estadual de Florestas - IEF -
que não se mostra suficiente para convalidar o ato, praticado com vício de competência.
Justiça anula auto de infração pela incompetência do agente fiscalização.
TJMG. A.C. nº 1.0024.11.263564-4/00. 6º Turma Vara Cível. Relator Desemb. Corrêa Júnior. Julg. 08/03/2013.
1. Por ser inerente ao núcleo de atribuições próprias da Administração Pública,
o Poder de Polícia relativo à imposição de sanção não pode ser delegado a
ente particular desprovido de fé pública.
2. 2. A lavratura de auto de infração por agente vinculado a sociedade de economia
mista, que ostenta natureza jurídica de direito privado, deve ser considerado nulo
por vício de competência, não remanescendo, em consequência, as sanções
administrativas dele decorrentes. Recurso desprovido.
Incompetência do agente
Demandas judiciais
PROCESSO ADMINISTRATIVO
SANITÁRIO
TJRJ. Medida cautelar de suspensão de comercialização não poderá
ultrapassar o prazo legal
EX.: A medida cautelar de suspensão de comercialização de produto por
empresa não poderá extrapolar o prazo de 90 dias. O Tribunal citou que a VISA
abusou da legalidade ao impor a proibição de comercialização até que se
tenha o resultado das análises das amostragens dos produtos apreendidos. A
Lei 6.437/77 determina que o prazo máximo é de 90 dias para que a
Administração realize os testes necessários sobre o produto suspeito. Neste
caso, o prazo ultrapassou este limite temporal, o que ficou em flagrante
violação ao comando legal. O que ademais, não poderá o comerciante
suportar a interdição que foi imposta.
TJRJ. Apelação Cível Processo: 2002.001.19265 número do processo: 2002.001.19265 data de registro:
27/06/2003 órgão julgador: Décima Terceira Câmara Cível. Des. Ronaldo Rocha Passos. Julgado em
30/04/2003
Princípio da legalidade
Princípio da ampla defesa E a defesa em relação a interdição?
TJPR. Ajuizada ação contra a VISA por não oportunizar a defesa na interdição do
estabelecimento. Quanto ao auto de infração não houve reclamação, pois, foi
assegurado os 15 dias de prazo para a defesa. Já contra a interdição, a empresa
alegou que foi adotada a interdição como medida drástica (lacrada) sem antes da
defesa prévia. O Tribunal concordou com o argumento da Procuradoria Geral da
Justiça de que se tratou de medida emergencial, decidida a bem da
proteção da saúde pública da população, pois constatadas irregularidades
aptas a por em risco a saúde pública. No conjunto do processo
administrativo foi assegurada o direito de defesa. E a medida de
interdição encontra suporte legal no Decreto 20/92, regulamentador da Lei
Municipal 35/91, cujo art. 522, § 2º dispõe que poderá haver a interdição nos
casos em que se exija a pronta ação da polícia sanitária, visando a proteção da
saúde pública. Não há ilegalidade nessa atuação imediata mais drástica da
autoridade pública, pois quando o caso é grave não se pode deixar que uma
atividade perigosa continue a ser desenvolvida mediante risco (ou até
causando dano) à saúde pública. Negou o recurso.
TJPR – A.C. nº 754.533-9, Relator juiz Rogério Ribas, 28/06/2011.
TRF – 5ª. PE. Nulo aplicar várias infrações para o mesmo fato.
1. Multiplicidade de autuações papa um mesmo ilícito, reiteradamente
praticado. 2. A reiterada prática de atos ilícitos de idêntica natureza
impulsionados pelo mesmo desígnio, e praticados dentro de curtos
intervalos de tempo, caracteriza a prática de infração continuada, a
ensejar uma única autuação. interpretação analógica da doutrina do crime
continuado, prevista no direito penal. Nulidade do auto de infração.
TRF – 5º. PE. Relator juiz Geraldo Apoliano. 3ª Turma. julgamento: 20/05/1999 publicação: 28/01/2000.
Infração continuada
Auto de infração – deficiência na descrição dos fatos
TJSP. Justiça anulou o auto de infração por deficiência na descrição no fato e na base
legal.
No auto de infração foi descrito que o ambiente de trabalho estava muito
quente e contrariou o art. 68 do Código de Saúde e normas técnicas, sem
mencionar quais normas.
O Tribunal anulou o auto, citando que o dispositivo é um tipo aberto sem
identificar concretamente quais condutas expõem a saúde do
trabalhador em risco. O art. 68 determina que os locais de trabalho devam
manter o controle térmico conforme critérios definidos em normas técnicas,
mas, o auto não informou a norma e seu conteúdo. E nem sequer
informou a temperatura do ambiente na ocasião da inspeção. Se a
penalidade é resultado do poder de polícia, o primeiro aspecto a ser
considerado é observância do princípio da legalidade. Confirmou a sentença
e anulou o auto de infração.
(TJSP. A.C. nº 0048157-16.2008.8.26.0554, Relator Moacir Peres, 19/07/2011)
TJRS. Foi descrita a infração em que farmácia dispensou medicamentos
sujeito ao controle especial sem o devido preenchimento da receita e
notificação de receita, com violação ao art. 35 § 4º da Portaria 344/98. Sem o
detalhamento do fato e a ausência das respectivas receitas ficam
prejudicadas a materialidade da infração, não podendo ser demonstrada qual
a medicação estava sendo vendida sem receita. Sem prova do alegado não
se pode inferir a materialidade da infração. Outra infração que foi descrita
como realização de medição de pressão arterial nas dependências da
drogaria, também carece de provas do alegado, pois, foi demonstrada
apenas a apreensão do aparelho de medição. A defesa manifestou que não
realiza este procedimento há mais de 02 anos, e a Visa não apresentou
testemunha ou outra prova que demonstrasse a conduta. Correta a nulidade
das infrações.
TJRS. RN nº 70005441571. 3ª Câmara Cível. Relator Paulo de Tarso Vieira Sanseverino. Julg. 13/03/2033.
Infração descrita sem detalhes e que exige prova.
TJSP. Tentativa de nulidade do auto de infração por não constar a base legal.
No auto de infração constavam os fatos irregulares que constituíram a
infração, porém, mencionou apenas o artigo sem o inciso violado, e
alegou falta de motivação. O tribunal considerou que o rol de infrações
presente no art. 110 do Código Sanitário do Estado (Lei nº 10.083/98) define as
infrações, apesar, de muitos delas não serem bem esclarecedor, mas, o
suficiente para fundamentar o auto. E o infrator não impugnou a prática dos
vícios apontados, nem tampouco que as condutas descritas pelo fiscal
constituem irregularidades hábeis à autuação. Negou o recurso.
TJSP (AC. 9091353-90.2008.8.26.0000, Relator Osvaldo de Oliveira,1603/2011)
Auto de infração sem base legal
TRF 5ª PE. Ação de nulidade do auto de infração em decorrência de bis in idem e
equivoco na indicação do dispositivo regulamentar legal infringido.
No auto de infração constou o artigo 10 e os incisos IV e XXXV da lei 6437/77,
quando deveria ter apenas uma para definir aquela infração, e o infrator alegou
que acarretaria a indevida duplicidade de sanção.
O tribunal reconheceu que a infração está relacionada apenas ao inciso XXXV,
apesar de constar o outro inciso, que deve ser desprezada. E pena de multa aplicada
de R$50.000,00 está dentro do limite entre R$2 mil e R$75 mil, o que afasta a
duplicidade.
Nesta infração, alegou que constou base legal genérica sem mencionar
especificamente o dispositivo violado do Decreto nº 79.094/77 (medicamentos) que
poderiam caracterizar a conduta violada e considerada infração sanitária. O tribunal
reconheceu frágil a argumentação, porque a conduta foi acertadamente tipificada
e o auto de infração proporcionou o imediato e pleno conhecimento da
infração, não ensejando qualquer dificuldade a defesa, além do que foram
esgotados todos os recursos administrativos. Improcedente.
TRF 5º PE (AC. 442210, Relator Desembargador Raimundo Alves de Campos JR, 11/03/2010)
Auto de infração
TJSP. Empresa pede nulidade do auto de infração por falta de assinatura
do representante da empresa e cerceamento de defesa.
Foi lavrado auto de infração por contaminar água pluvial por derivado de
petróleo. Na análise do auto pelo Tribunal, constatou a existência de
“Aníbal” nome idêntico ao representante legal do autor da ação que
consta na procuração. Reconhecida a assinatura, não considerou
cerceamento de defesa no processo administrativo, pois, ocorreu a
ciência do auto. Além disso, consta que ocorreu o recurso
administrativo no que se oportunizou a defesa.
(TJSP A.C. 0004763-70.2009.8.26.0053, Relator Desembargador Otávio Henrique, 31/03/2011)
Auto de infração e a assinatura
TJMG. Liminar suspende interdição do estabelecimento por considerar excessiva ao
caso
A VISA interdita estabelecimento por falta de alvará sanitário e
irregularidades em produtos. No fundamento do tribunal disse que a medida
cautelar de interdição não necessitaria se estender ao estabelecimento, pois,
bastaria encaminhar produto para realização de teste, provas, análises ou que
apreendesse os lotes que estivessem irregulares. Entendeu a justiça, que não
há relação necessária entre a interdição do estabelecimento que
importou em severa limitação ao direito individual e o prejuízo a ser
evitado. Foi considerado que a medida foi desproporcional, resultando na
ilegalidade pelo excesso e feriu o direito líquido e certo da empresa. No
entanto, ressalvou a decisão que no decorrer do trâmite do procedimento
surgirem indícios de que os produtos vendidos podem causar dano à saúde
pública, a interdição cautelar poderá ser novamente determinada e cumprida.
Concessão à segurança.
TJMG – A.C. n° 1.0024.07.487221-9/002, Rel. Desemb. Armando Freire, publ. 04/09/2009
Princípio da proporcionalidade
TJPR. Indenização concedida por interdição cautelar de estabelecimento
além do prazo legal
A VISA interditou laboratório como medida cautelar e deixou fluir por mais de
um ano. A justiça considerou que o procedimento inicial de interdição foi
legal diante das irregularidades. Entretanto, a interdição por mais um ano
extrapolou o tempo permitido pela Lei nº 6437/77, que em qualquer
hipótese não exceda ao prazo de 90 dias. Segundo o tribunal, o órgão
deveria conduzir o processo e aplicasse a pena de interdição, ao invés de
manter como cautelar que tem prazo. Manteve a sentença e pagamento de
indenização por danos materiais.
(TJPR AC nº 642495-1, Relator Desemb. Salvatore Antonio Astuti. Julg. 25/05/2010. Órgão Julgador:1ª Câmara
Cível. Publicação:DJ: 404)
Medida cautelar além do prazo legal
TJRS. Justiça determina de liberação de produto apreendido cautelarmente após 90
dias
A VISA apreendeu cautelarmente alimentos que estava sendo transportado
irregularmente junto com outros produtos supostamente tóxicos. O prazo
da apreensão estendeu além dos da Lei nº 6437/77, além disso, a
apreensão está condicionada a análise dos produtos. Concedida à ordem.
90 dias. O tribunal entendeu que além deste prazo é ilegal e viola o art. 23
§4º.
(TJRS AC nº 70026776542, Relator Desemb. Luiz Felipe Silveira Difini, julg. 01/04/2010, Segunda Câmara Cível)
Medida cautelar de apreensão de produto
TJRS.Tribunal considerou abusiva a interdição cautelar pré-estabelecida da
farmácia de 90 dias motivada pela apreensão de uma caixa de medicamento
suspeito de falsificação.
A Visa apreendeu uma caixa de medicamento suspeito por falsificação que
estava dentro de uma gaveta, e interditou cautelarmente o
estabelecimento pelo prazo de 90 dias com base no art. 5º, IV e 23, §4º, da
Lei 6.437/77. A medida se mostrou desproporcional e desnecessária. Mantida a
sentença. Negado seguimento ao apelo.
TJRS. AC nº 70055128201 (n° CNJ: 0237447-77.2013.8.21.7000) 20ª Câmara Cível. Rel. Desemb. Marielene
bonzanini. Julg. 14/08/2013
Medida cautelar com prazo pré-estabelecido?
Tribunal (SC) suspende interdição de estabelecimento de ensino por falta de clareza
nos autos.
A creche foi interditada por falta de condições higiênico-sanitárias. O
tribunal entendeu que o termo de interdição definitiva com a seguinte
descrição: "este local não atende as exigências mínimas quanto à área
física, pessoal qualificado e outros para funcionar como Centro de
Educação Domiciliar Infantil", foi genérico nas supostas irregularidades,
carecendo de uma descrição pormenorizada das exigências necessárias
para a regularização. Isto implicou em cerceamento do direito de
defesa. Além disso, o magistrado observou a contradição da
autoridade, pois, determinou a interdição definitiva do estabelecimento
como medida cautelar, e o fato de não apontar expressamente quais as
irregularidades que devem ser sanadas, sendo absolutamente lacônico
e incompleto. Assim, verificou que não há como constar a existência de
um risco de dano sério a saúde pública que justificasse a medida. Inferiu
que o procedimento foi arbitrário. Improcedente o recurso.
TJSC AC nº 2006.006034-1, Relator Des. José Volpato de Souza, 02/04/2008
Medida cautelar de interdição definitiva
TJPR. Justiça suspende interdição por não constar o risco iminente em cozinha
industrial
Foi infracionada e interditada a cozinha industrial fornecedora de alimentos ao
presídio. Na apreciação do tribunal, consta que ocorreu dezessete supostas
irregularidades.
Segundo o juiz, a interdição cautelar é medida excepcional, e a interrupção repentina de
alimentos aos detentos poderia como consequência grave a rebelião. O art. 59 da lei PR
13.331/01 cita que a interdição é adotada nas condições de risco iminente a saúde. Nos
autos não constou quais as infrações causariam danos graves à saúde. Era
obrigação de o agente informar quais as infrações especificamente poderiam
causar estes riscos. Não parece razoável deduzir que a falta de projeto
arquitetônico causaria dano sério a saúde pública. Neste contexto entre o risco
de rebelião e a indefinição do risco, o tribunal confirmou a liminar de
suspender a interdição.
(TJPR AI nº 852.115-5, Relator Desemb. Guido Döbeli, 4ª Câmara Cível, 08/05/2012)
Definição do risco e medida cautelar
Interdição sem defesa prévia.
Justiça PR reconhece a legalidade pelo auto de infração e interdição sem defesa
prévia de estabelecimento de esterilização pela Visa
Trata-se mandado de segurança contra a Visa por violação ao princípio da
ampla defesa pela interdição e infração do estabelecimento de esterilização
de materiais cirúrgico e médico hospitalar. Apesar da concessão imediata
da liminar, a justiça em seguida reconheceu a legalidade dos atos, pois, as
irregularidades configuraram flagrante risco à saúde pública. Quanto aos
autos de infração e interdição, os prazos 15 dias constavam em ambos os
documento, porém, a medida drástica não se sujeitava primeiramente a
concessão de defesa prévia, e estava amparada no art. 522 § 2º da Lei
Municipal 35/91. Pois, disse o desembargador: “quando é grave não se
pode deixar que uma atividade perigosa continue a ser desenvolvida
mediante risco (ou até causando dano) à saúde pública”.
M.S. sob n.1477/2009. TJPR. Curitiba, 28 de junho de 2011.
Justiça SP anula a pena de multa lavrada no mesmo dia da infração
Hospital foi autuado com a lavratura do auto de infração e aplicação da
penalidade no mesmo dia. No mandado de segurança não questionou as
irregularidades, mas, simplesmente a falta de oportunidade de defesa. O
Tribunal concedeu a segurança e anulou o auto de imposição de multa e
determinou que a autoridade observe as normas do devido processo legal.
(TRSP. A.C. 94.07.062207-3, Relator Desembargador José Luiz Germano, 2ª Câmara de Direito
Público, Julg. 20/04/2010)
Auto de infração e multa no mesmo dia
Equilíbrio = justiça
Curso de processo administrativo sanitário
Autoridade julgadora
provas
autuadoAutoridade autuante
TJSP. Casa de repouso foi interditada cautelarmente e após a
defesa foi lavrado o auto de imposição de penalidade sem o
resultado do julgamento. Nulidade.
Segundo o tribunal, este: “Esse procedimento adotado pela
Administração não se encontra em sintonia com o disposto no
artigo 5º da Constituição da República, que dispõe que aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes; "(inciso LV).
TJSP. A.C. Nº 3011246-37.2013.8.26.0405, Relator Peiretti de Godoy, 14 de maio de
2014.
DecisãoAplicação de pena sem o julgamento
TRF.3.SP. Empresa tenta anular processo administrativo por falta de
motivação.
A empresa foi infracionada por fazer propaganda de medicamento sem
observar a legislação que rege o tema. Segundo a justiça, o processo
administrativo teve seu trâmite regular, com amplo direito de defesa,
culminando com a fixação da pena de multa que a autoridade julgadora
achou conveniente ao caso.
A decisão administrativa está devidamente motivada, posto que informou
todos os elementos necessários para a compreensão das razões
que levaram à aplicação da multa e relacionando todos os dispositivos
violados. Na fixação da multa, a autoridade levou em conta os pareceres
técnicos acostados ao procedimento administrativo, a análise do risco
sanitário, a capacidade econômica da autuada, a reincidência e o caráter
preventivo e repressivo da pena, nos termos do artigo 9º da Lei nº 9.294/96.
(TRF-3 - AC SP.023638-32.2007.4.03.6100, Relatora Desembargadora Federal Consuelo Yoshida,
Julgamento:21/11/2013 Órgão Julgador: Sexta Turma)
DecisãoMotivação e pena de multa
DecisãoMotivação – capacidade econômica e princípio da proporcionalidade
TRF.3.SP. A empresa foi autuada por realizar transporte de produtos para a
saúde sem autorização de funcionamento, e resultou em multa de R$ 6.000,00.
A decisão judicial reconheceu que o processo administrativo esgotou
todos os recursos e foi devidamente motivada em fatos e na
legislação.
O tribunal fundamentou que o risco sanitário não serve para tipificar a
irregularidade a norma, mas, para dosar a pena a ser aplicada.
Sobre o valor da multa, o magistrado entendeu que não foi excessiva e que
a autoridade considerou a capacidade econômica do infrator.
Foi considerada a circunstância atenuante para classificar em leve a
infração. Não ocorreu o confisco, pois a multa foi aplicada no limite próximo do
mínimo. A substituição por advertência não configura direito do administrado,
ainda que se trate de primário, circunstância considerada na mensuração do
valor da multa, já que discricionária, sendo que, na espécie, inexistente
demonstração de que houve excesso, abuso ou ilegalidade no uso da faculdade
legal. Agravo desprovido.
(TRF 3ª - Processo: AC 9169 SP 0009169-50.2009.4.03.6119, Juiz convocado Roberto Jeuken,
Julgamento:03/10/2013 Órgão Julgador: Terceira Turma)
TJDF. Empresa tenta anular o auto de infração, a decisão e a multa por falta de
motivação.
O auto de infração descreveu o fato: “expor na área de venda produtos de
origem animal (pescados, bebidas lácteas), em temperatura inadequada
acima de 12°C (doze graus centígrados) e impróprios para o consumo,
contrariando o disposto na Legislação.”
Nesta parte, a decisão judicial fundamentou que a motivação foi clara
e explícita. E na leitura da decisão demonstrou que a defesa foi ouvida e
ocorreu a fundamentação de fatos e de direito que amparam a penalidade,
tendo sido elaborada de forma lógica e coerente.
Foram detectadas as circunstâncias agravantes dos incisos 8º, I e V da Lei nº
6437/77 e a infração classificada como grave, e a multa aplicada ficou dentro
do parâmetro legal. No processo foi observado o devido processo legal e da
ampla defesa. Negou o recurso.
(TJDF AC nº 20080111405506, Rel. Desemb. Cruz Macedo 4ª Turma Cível. 01/09/2010).
DecisãoMotivação na decisão
Justiça (SP) determina a incidência da circunstância atenuante para redução
de multa
A VISA classificou a infração em gravíssima e fixou a multa de R$100 mil
reais. O tribunal verificou que o infrator procurou adotar as providências
necessárias para sanar os problemas sanitários, e inclusive
reconhecidos pelos fiscais. Além disso, a autuada apresentou o projeto de
proteção de máquinas a fim de comprovar a adequação às normas de
segurança do trabalho, mas, sequer foi apreciado pela autoridade, citando
apenas que não constava a assinatura do engenheiro responsável.
Frente ao somatório das circunstâncias tanto de caráter atenuante como
agravantes conforme o art. 123 da lei municipal nº 13.725/04, trata-se de
infração grave e não gravíssima, e, por conseguinte deve ser reduzido o valor
para R$ 30 mil reais, em observância ao princípio da razoabilidade e
proporcionalidade.
(TJSP AC nº 810.460-5/8-00, Rel. Des. Leme de Campos, j. 05.10.2009, V.U.)
Decisão
circunstâncias
TRF.1.MG. É nulo e incorre em bis in idem o uso repetido de reincidência para elevar a
multa.
Produto importado sem licença prévia. Reincidência. Auto de infração lavrado pela
ANVISA.
1. À luz dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, a reincidência da
autora nas infrações sanitárias não pode ser utilizada como circunstância
agravante e causa de aumento de pena ao mesmo tempo.
2. 2. Utilizando-se o fator de reincidência como agravante, a infração cometida torna-
se grave (art. 4º), legitimando a cominação da pena em R$ 20.000,00, valor mínimo
estipulado pela lei. Elevá-la ao dobro em razão da reincidência que já fora
computada pela Administração Pública como circunstância agravante configura bis
in idem, vedado pelo ordenamento jurídico. Provimento parcial.
TRF 1 – AC nº 2001.38.00.039093-5/MG (200138000390935). Relator juiz federal Rodrigo Navarro de
Oliveira. 14/05/2013.
Decisão
Bis in idem: circunstância e aumento de pena
Decisão
Circunstância agravante: dolo
Tribunal (SP) reconhece a venda de medicamento proibido como
circunstância agravante de dolo para efeito na pena de multa.
Na pena de multa aplicada a empresa foi considerada o dolo por violar os
comunicados que proibia venda de determinado medicamentos. O
relator argumentou que a sua falta de atenção às normas elencadas pelo
Centro de Vigilância Sanitária vem apenas a corroborar o auto de infração,
caracterizando sua negligência em fiscalizar seu comércio, evitando a
circulação de medicação suspensa que poderia colocar em risco a saúde da
população, em flagrante violação ao artigo 3° da Lei de Introdução ao Código
Civil.
TJSP - R e c u r s o n°' 8 1 6.6 4 2.5 / 2 – 00, Relator Desemb. Lineu Peidado, Julg. 28/04/2009.
Justiça (TRF.5.PE) considerou multa de R$ 50 mil proporcional e dentro
do parâmetro legal.
A VISA aplicou a multa de R$ 50 mil pela infração leve. O tribunal
considerou que o valor está dentro do parâmetro entre R$ 2 mil e R$
75 mil reais conforme o art. 2º e § 1º da lei 6437/77 e de livre apreciação da
autoridade.
Não foi considerada a desproporcional, pois, tratou-se de infração leve em
face da primariedade e do porte da empresa, e que eventual arbitramento
no mínimo não causaria o efeito preventivo desejado. Mantida a primeira
decisão.
(TRF 5ª Região AC nº 442210 – PE – 2007.83.00.007252-2), Recife, Desemb. Relator
Raimundo. Alves de Campos JN, 11 de março de 2010.)
Decisão
Multa proporcional
Justiça (TRF.5.PE) considera proporcional a multa aplicada dentro dos
parâmetros legais e da capacidade econômica do infrator
O supermercado de rede nacional foi multado pela VISA por comercializar
alimentos perecíveis acima da temperatura indicada. O tribunal considerou
que os valores que estiverem dentro do parâmetro legal estabelecido
pela lei nº 7.031/96 são proporcionais, ocorrendo respeito ao princípio da
legalidade.
Da mesma forma cumpre com o princípio da razoabilidade e da
proporcionalidade, pois, atende a capacidade econômica do infrator e ao
não enriquecimento imotivada da administração
(TRF 5ª Região AC nº 442210 – PE – 2007.83.00.007252-2), Recife, Desemb. Relator Raimundo.
Alves de Campos JN, 11 de março de 2010.)
Decisão
Multa: parâmetros e capacidade econômica
OBRIGADO
Sérgio Toshihiko Eko
Fone: (44) 3621-8244 (12ª RS – Umuarama)