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1 Joana Magalhães Pereira Processo Executivo 2011 Conferencia Processo Executivo

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1Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

2011Conferencia

Processo Executivo

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2Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

1.Introdução

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3Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoFormas do processo de execuçãoA competência do TribunalOs diferentes títulos executivosOs pressupostos da acção executivaA oposição à execuçãoA penhora de bens do executadoA oposição à penhoraEmbargos de terceiroO concurso de credoresA reclamação de créditos A extinção da acção executiva

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4Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Nos termos do art. 817º do CC: “Não sendo a obrigação voluntariamente cumprida, tem o credor o direito de exigir judicialmente o seu cumprimento e de executar o património do devedor (…)”

proc. declarativo proc. executivo art.467º a 800º CPC art. 801º a 942º CPC

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5Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo Há casos em que ao processo declaratório não pode seguir-se

processo executivo:

Ex.:• acções condenação julgadas improcedentes;• acções que terminem com absolvição instância;• acções simples apreciação;• acções constitutivas em que a mudança na ordem jurídica se esgota com a

sentença;

Como há casos em que pode instaurar-se processo executivo sem precedência do processo declaratório:

Ex.:• O autor encontrar-se munido de um título executivo extrajudicial = doc.constitutivo ou certificativo obgs que lei considera apto servir base

proc.executivo com dispensa fase cognitória do julgamento

Page 6: Slides Conferencia2011 Processo Executivo

6Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo• O cumprimento voluntário da sentença: Ex.: sentença condena pagamento determinada quantia e o réu paga;

Ex.:sentença condena entrega de coisa e o réu cumpre;

Ex.:sentença condena abstenção determinada realização e o réu cumpre;

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7Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

A acção é declarativa ou executiva

Simples apreciação; aquela em que o autor requer Condenação; as providências à reparação

Constitutiva; do direito violado;

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8Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

A Acção Declarativa tem por fim:• De Simples Apreciação, obter unicamente a declaração

de existência ou inexistência de um direito ou facto;

• De Condenação, exigir a prestação de uma coisa ou de um facto, pressupondo ou prevendo a violação de um direito;

• Constitutiva, autorizar uma mudança na ordem jurídica existente;

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9Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

A acção executiva tem por fim efectivar, através de órgão jurisdicional, a sanção contida na sentença condenatória proferida pelo tribunal ou a que a lei considera integrada no título executivo negocial.

Art.20º, nº1 da CRP

Toda a execução tem, então, por base, nos termos do art. 45º do CPC, um título pelo qual se determinam o fim e os limites da acção executiva.

É o denominado título executivo, peça necessária e suficiente à instauração da acção executiva.

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10Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

O título executivo não garante, em absoluto, a existência do crédito, mas como a posse do título é requisito suficiente ao exercício da acção executiva, conclui-se que o direito de acção executiva é autónomo e independente do direito substancial.

As espécies de títulos executivos são as referidas no art. 46º, nº1 do

CPC, e qualquer outro título que não venha incluído na referida prescrição poderá ser utilizado como documento num processo de declaração, mas não terá a virtualidade de ser gerador de uma acção executiva.

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11Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

2.Formas do processo de execução

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12Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

As Formas do Processo de Execução:Quer se trate de Acção Declarativa quer de Acção Executiva, haverá

sempre que escolher o processo comum ou especial correspondente ao pedido a apresentar.

O âmbito de aplicação comum determina-se por exclusão de partes: averiguado que para um determinado caso concreto não há na lei processo especial podemos concluir que ele entra na órbita do processo comum.

Foi, então, em atenção à natureza e estrutura particular de certos direitos que se pretendem declarar e executar que o legislador traçou alguns modelos de procedimento.

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13Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoForma

Comum Especial

P.Decl. P.Exec. P.Decl. P.Exec. Forma única art. 801º segs CPC Exec. Alimentos (arts.1118º a 1121º CPC)Ordinário Exec. Fiscal ( LGT e CPPT)Sumário Exec. por Custas Sumaríssimo subsidiariamente Execução para Venda Navio Abandonado

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14Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

FormaPela natureza da prestação devida

(= Fim da Execução)

Para Para ParaPagamento Entrega PrestaçãoQuantia Certa Coisa Certa De Facto

subsidiariamente as regras

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15Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Na Execução para prestação de facto: Art.933º a 942º do CPC (negativo) (positivo) Ex:o exeq. pedirá demolição

da obra que porventura tenha sido feita fungível infungível e a indemnização pelo prejuízo sofrido O exeq. pode req. O exeq. apenas

prestação do facto por pode pedir

outrem e indemnização moratória a que tenha direito indemnização ou indemnização dano sofrido c/ não realização prest.

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16Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Execução para prestação de facto:Ocorre quando título executivo impõe ao devedor obrigação de prestar um facto. Artigos 828º 829º CC + 933º e seguintes do CPC

facto positivo: facto negativo: Tem por objecto actividade do devedor Tem por objecto abstenção devedor (facere) (non facere) Ex.:obg levantar um muro; pintar quadro; Ex.:obg não abrir janela em parede; obg escrever um livro; obg não exercer certa espécie comércio obg apanhar frutos em pomar; susceptível fazer concorrência; obg de não gravar durante certo período

tempo com outra editora discográfica;

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17Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoPrestação facto positivo:O prazo pode já estar fixado ou ser necessário fixá-lo. Prazo certo

credor requer pagamento de credor opta pela prestação doIndemnização: do facto por outrem: Ocorre necessariamente nas Ocorre nas prestações fungíveis que tb podem ser alvo deprestações infungíveis que tb indemnização moratória podem ser alvo de sanção pecuniária compulsória. Requerimento desde que Requerimento =, citação =, não deduzindo ou não triunfando ouexecutado se encontre em mora, pq não teve efeito suspensivo, o exequente solicita nomeação decitação p/oposição, não deduzindo perito que avaliará o custo da prestação, conversão da exec.ou não caucionando ou sendo penhora, e, em seguida, prestação das contas dasimprocedente, liquidação, penhora despesas efectuadas, da liquidação e da indemnização moratória.artigos 934º, 931º, nº2

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18Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Prestação facto negativo:arts.941º, 942º CPCAnte o disposto no art.829º, nº1 em conjugação com o art.566º, nº1 é sempre execuçãoespecífica quando se trata de eliminar o que se fez em contravenção da obrigação de omissão.

verificação da existência da infracção ( por meio de perícia, 577º, nº1); reposição das coisas no estado anterior; indemnização pelo prejuízo; a que acrescerá o pagamento de sanção pecuniária compulsória em que o devedor já tenha

sido condenado ou cuja fixação o credor pretenda obter no processo executivo. arts.378º, 380º e 805º do CPC Liquidação penhora arts.864º e seguintes

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Execução para Prestação de Facto

Alguém obrigado a prestar um facto em prazo certo, não cumpre.Credor requer: Se fungível Prestação por outrem

Indemnização moratória;ouIndemnização do dano sofrido com a não realização de prestação;

1

2

Sanção Pecuniária Compulsória

Indemnização do dano sofrido com a não realização de prestação;

1 Sanção Pecuniária Compulsória

Processo Executivo

Joana Magalhães Pereira

Se infungível

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Despacho Liminar;Citação Prévia;Prazo para oposição à execução;Não suspensão da execução;Pode suspender se o opoente prestar caução

ouSe o opoente tiver alegado a não genuidade de assinatura do documento particular e tiver apresentado documento que constitua principio de prova e o juiz ouvido o exequente, entenda que se justifica a suspensão;

Infungível

Liquidação do seu valor mais do prejuízo resultante;Penhora;Conversão em Execução para Pagamento de Quantia Certa;

Fungível Nomeação de Perito;Avaliação do custo da prestação;Feitura das obras e apresentação das contas ao Agente de Execução;Penhora;Conversão em Execução para Pagamento de Quantia Certa;Aprovação das custas pelo Agente;

Processo Executivo

Joana Magalhães Pereira

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21Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Execução para entrega de coisa certa A acção executiva para entrega de coisa certa ocorre quando, por virtude de título

com força executiva uma pessoa está obrigada a entregar a outrem coisa certa, mesmo que esta já não exista.

Esta acção executiva permite ao credor obter a entrega de uma coisa móvel ou imóvel a que o devedor foi condenado ou se comprometeu a entregar-lhe, não obstando ao emprego de execução para entrega de coisa certa, a circunstância de se tornar necessário proceder a operações de contagem, pesagem ou de medição que apenas visam a determinação exacta da prestação do devedor.

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22Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoSe o executado entrega móvel: entrega efectivanão entregar coerciva

voluntariamente apreensão imóvel: agente investe o exequente posse, entregando-lhe os

documentos, e chaves e notifica depois para reconhecimento do direito do exequente, executado, arrendatários, e detentores;

O agente procede às diligências necessárias, requisita o auxílio da força pública caso seja oposta alguma resistência, e arromba as portas que encontre fechadas.

Se a coisa pertencer em compropriedade a outros interessados, o exequente é investido na posse da sua quota-parte, notificando-se o administrador dos bens, se o houver e os comproprietários.

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23Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo Mesmo que exequente saiba execução específica se frustrará, não poderá deixar instaurar

execução p.e.c.c. Ao agente compete apurar que tornou impossível execução específica

Se sobre ela incidir dto terceiro que Não ser Deixou de existir por oponível ao exeq. obsta ao investim. encontrada material ou jurídico na posse Recebe prestação equivalente Donde a execução só se torna efectivamente impossível se executado não tiver bens

para a satisfação de indemnização mesmo processo Conversão por impulso do exeq. execução unitária Exec. p/ pagamento de quantia certa com penhora à qual se pode opor executado liquidação valor coisa devida por motivo superveniente arts.378º,380º, prejuízo resultante

805º falta entrega

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24Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Art. 928º - Citação do Executado

Art. 929º - Fundamentos e efeitos de oposição

Não há dispensa de despacho liminarNão há dispensa citação préviaHá citação para entrega

Suspensão Execução se o

Fundamento for Benfeitorias

Mas se o Exequente prestar caução, não há suspensão…

814º

815º

816º e

Benfeitorias;

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25Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Na Execução para Pagamento de Quantia Certa: O exequente visa obter o cumprimento duma obrigação pecuniária através do

património do executado. Apreendidos e vendidos os bens deste património, proceder-se-á, com o dinheiro realizado, ao pagamento do exequente que obterá, assim, por esta via, idêntico resultado ao da realização da prestação que lhe é devida segundo o título executivo.

Na Execução para Entrega de Coisa Certa: O exequente, titular do direito à prestação duma coisa determinada, pede ao

tribunal que apreenda essa coisa e lha entregue. Se a coisa não for encontrada, o exequente procederá à liquidação do seu valor e do prejuízo

resultante da falta de entrega, penhorando-se e vendendo-se , seguidamente, bens do executado para o pagamento da quantia apurada.

Arts.928º a 931º do CPC

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26Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

3.A competência do tribunal

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27Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Competência:Regula a repartição do poder jurisdicional entre os diversos tribunais InternacionalInterna: em razão do território; Incompetência

em razão do valor e da forma do processo; Relativa em razão da hierarquia; em razão da matéria; Incompetência Absoluta I. Relativa: Remessa tribunal competente e pagamento taxa justiça;I. Absoluta: Absolvição Instância/indeferimento em despacho liminar e pagamento de custas;

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28Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

O tribunal conhece da incompetência oficiosamente 90º,nº1 (sentença);

92º (por custas);

94º,nº2 (prestação facto/garantia real)

94º,nº4 (internacional);

O tribunal conhece se for arguida 90º, nº2 (arbitragem);

pelo executado 91º (contra magistrados);

93º (custas acções contra magistrados);

94,nº1 (local cumprimento obg);

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29Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Competência Interna:

Em razão da matéria:

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30Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoCompetência Interna:Arts .66º, 67º, 73º e seguintes e 90º e seguintes do CPC; Arts 209º e 211º da CRP;

Em razão da matéria:Existem:1. Tribunal Constitucional;2. Supremo Tribunal Justiça, tribunais de 2ªe 1ª instância;3. Supremo Tribunal Administrativo, trib. administrativos e fiscais;4. Tribunal de Contas;5. Tribunais Arbitrais; Execução 6. Julgados de Paz;

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31Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Esta é a nossa Ordem Jurisdicional,

Cujos tribunais se situam no mesmo plano horizontal e cujas jurisdições especiais se organizam em atenção à natureza particular de determinadas causas, face à vantagem de reservar para órgãos judiciários específicos o conhecimento de certas questões jurídicas, dada a sua configuração peculiar e a especificidade das normas que as regulam.

,

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32Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Quanto á nossa Ordem Judicial,

Isto é, dentro dos tribunais judiciais existem ainda os Juízos de Competência Especializada que são, nomeadamente:

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33Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

• Juízos de Família e Menores;• Juízos do Trabalho; • Juízos do Comércio;• Juízos Marítimos;• Juízos da Propriedade Intelectual;

Que são competentes para executar as suas decisões Art. 103º da LOFTJ

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34Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Competência Interna:

Em razão da hierarquia:

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35Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoCompetência Interna:Arts .66º, 67º e 90º e seguintes do CPC; Arts 209º e 211º da CRP;

Em razão da hierarquia: Existe como que uma pirâmide judiciária com diferentes patamares dentro de cada

espécie de tribunais, servindo essencialmente, os tribunais colocados nos níveis intermédio e superior da pirâmide, para revogar e/ou reformar as decisões proferidas pelos tribunais de grau inferior.

Em matéria de execuções não se levantam dúvidas, em sede de hierarquia, por apenas os tribunais de 1ª instância terem competência executiva.

Arts 210º da CRP,70º a 72º e 90º a 95º do CPC.

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36Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Em razão do valor e da forma de processo aplicável:Tribunais singulares ou colectivos (estes destituídos competência executiva)

Tribunais de competência específica na área cível

Varas cíveis Juízos cíveis Juízos de Juízos Execução pequena instância cível Executam as respectivas decisões nas circunscrições não abrangidas pela competência dos juízes de execução

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37Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoJuízos de Execução

Existem Não Existem Tribunais competência genérica: arts 97,nº1 b) e 99 1. Varas Cíveis (onde existam)

anterior LOFTJ Título judicial+ extrajudicial valor > ATR 2. Juízos Cíveis

Titulo Judicial + Extrajudicial ≤ ATR

arts 103 3. Procedimentos previstos no art.1 do anterior LOFTJ Diploma preambular do Decreto - lei

269/98 de 1/9 Decisões que hajam proferido

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38Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Nos termos da LOFTJ, Lei 52/2008 de 28/8:Aplicável às comarcas piloto referidas no nº1 do art.171º,

Os Tribunais de competência especializada Executam as respectivas decisões nas circunscrições não abrangidas pela competência dos juízos de execução, sendo que, Existem agoraEm razão do valor e da forma de processo aplicável existem:

(art.127º LOFTJ)

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39Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoQuanto às execuções baseadas em Títulos Extrajudiciais, se não houver Juízos de Execução, intentam-se:

• Varas = títulos valor > AR; nº1c) anterior LOFTJ

• Juízos = títulos valor < AR;

alçada 1ªinstância: 5.000,00 € art.31º alçada 2ª instancia: 30.000,00 €

E nunca nos Juízos de Pequena Instância Cível que sempre são incompetentes

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40Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Competência Interna:

Em razão do território:

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41Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoCompetência Interna:Arts .66º, 67º e 90º e seguintes do CPC; Arts 209º e 211º da CRP;

Em razão do território:Fundada em sentença:• fundada a execução em sentença proferida por tribunais portugueses: è competente tribunal lugar em que a causa tenha sido julgada. art.90º,nº1 CPC Corre traslado excepto se juiz requerer apensação ou trb. não tiver compt.executiva específica• fundada a execução por custas, multas ou 456º do CPC: é competente tribunal lugar em que tenha corrido processo da notificação conta. art 92º CPC Corre traslado excepto se juiz requerer apensação ou trb. não tiver compt.executiva específica • fundada a execução em decisão tribunais superiores: são competentes tribunais 1ª instância • fundada em decisão condenatória proferida por árbitros: é competente o tribunal judicial do local onde funcionou arbitragem, art. 90º, nº2 CPC, correndo no traslado

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42Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoCompetência Interna:Arts. .66º, 67º e 90º e seguintes do CPC; Arts 209º e 211º da CRP;

Em razão do território:Fundada a execução em título extrajudicial:é competente:

a) tribunal do domicilio do executado, podendo o exequente optar pelo tribunal do lugar em que a obrigação deva ser cumprida quando o

executado seja pessoa colectiva ou quando, situando-se o domicilio do exequente na área metropolitana de Lisboa ou do Porto, o executado tenha domicilio na mesma área metropolitana; art. 94º, nº1 CPC

b) tribunal do lugar onde a coisa se encontre ou se situe se se tratar de execução para entrega de coisa certa ou por dívida com garantia real; art. 94º,nº2 do CPC

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43Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

4.Os diferentes títulos executivos:

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44Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Diferentes Títulos Executivos:• Sentença condenatória;• Documento elaborado ou autenticado por notário ou por outras

entidades ou profissionais com competência para tal, que importe constituição ou reconhecimento de qualquer obrigação;

• Documento particular, assinado pelo devedor que importe constituição ou reconhecimento de obg pecuniária, cujo montante seja determinado ou determinável por simples cálculo aritmético de acordo com as cláusulas nele constantes ou de obg de entrega de coisa ou obg de prestação de facto;

• Documento a que, por disposição especial seja atribuída força executiva;

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45Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Titulo Executivo =

Título Judicial ou Título ExtrajudicialConsiderando-se abrangidos, pelo título, nos termos do nº2 do artigo 46ºdo CPC, os juros de

mora à taxa legal, da obrigação dele constante.

1-Sentença condenatória;2-Despacho condenatório;3-Decisão arbitral;4-Sentença proferida por tribunal estrangeiro;

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46Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

títulos judiciais:

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47Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Sentença Condenatória acção declarativa1(inclui sentenças homologatórias) acção simples apreciação na parte em

acção constitutiva que contenhade de segmento transacção partilha condenatório confissão Ex.: custas; no multa; pedido indemnz. por2(inclui decisões dos juízes de paz qdo condenatórias) litigância de3(inclui os autos de conciliação do foro laboral qdo obtidos em audiência) má fé;

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48Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Despacho Condenatório despachos que arbitrem(ou quaisquer outras decisões ou actos indemnz a testemunhas;da autoridade judicial que condenem no despachos que imponhamcumprimento duma obg) multas partes/testem./terceiros; Art.48º do CPC despachos que fixem honorários

decisões que decretem a peritosprovidencias despachos que conferem força jurídica acautelares petições não contestadas p/ cumprimento obgs pecuniárias emergentes contratos valor =< alçada tribunal 1ª instância

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49Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

títulos executivos extrajudiciais:

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50Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Títulos Extrajudiciais documentos elaborados ou autenticados por notário ou por outras entidades ou profissionais;

Títulos exarados documentos particulares;país estrangeiro;

documentos a que seja atribuída força

executiva;

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51Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Documentos Notariais:Art.35º do CN + 363º do CC + 50º do CPC

Ex.: O testamento será título executivo não na parte referente à transmissão de bens, mas naquela em que o testador confessa

uma dívida ou impõe uma dívida ao herdeiro.

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52Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Documentos particulares:

Desde que o montante seja determinado ou determinável por simples cálculo aritmético de acordo com as clausulas dele constantes

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53Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Documentos a que seja atribuída força executiva:Por ex.:• As decisões definitivas das autoridades administrativas que apliquem

coimas;• As certidões de dívida emitidas pela Segurança Social;• Os certificados das contas de emolumentos e demais encargos

devidos por actos de registos e notariados;• As contas de custas;• Os saldos a favor do Autor no processo de apresentação de

contas pelo Réu;

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54Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo• O requerimento em processo de injunção em que na falta de

oposição ao pedido, tenha sido aposto a fórmula “este documento tem força executiva”;

• A certidão passada pelos serviços municipais donde consta o quantitativo global das quantias em dívida originadas na execução administrativa de obras de conservação ou beneficiação não realizadas pelo senhorio no prazo fixado pela Câmara;

• O contrato de arrendamento acompanhado do comprovativo da comunicação prevista no nº1 do artigo 1084º do CC, nos termos da alínea e) do art.15º da Lei nº6/2006 de 27/2;

• Outras alíneas do artigo 15º da Lei nº6/2006 de 27/2;• A acta da reunião da assembleia de condóminos;

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55Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

5.Os pressupostos da acção executiva: Pressupostos específicos Pressupostos gerais

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Processo Executivo

Joana Magalhães Pereira 56

3. Pressupostos:

• Pressupostos Processuais Gerais:– Personalidade e Capacidade judiciárias;– Competência; – Legitimidade;– Patrocínio judiciário;– Pluralidade de partes;– Pluralidade de pedidos;

• Pressupostos Específicos da Acção Executiva:– Título Executivo;– Certeza, Exigibilidade e Liquidez da obrigação;

Page 57: Slides Conferencia2011 Processo Executivo

57Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Requisitos da obrigação exequenda:Art 802º do CPC

Haver Certeza da obrigação; Ser Exigível a obrigação; Estar Liquida a obrigação;

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58Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Certeza da obrigação:Art.803º do CPC

Tem de ser conhecida pelas partes, considerando - se nulos os negócios jurídicos de objecto indeterminável.

Os negócios jurídicos de objecto indeterminado seguem as regras do artº400º do CC.

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59Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Exigibilidade da obrigação:Art.º 804º do CPC

A obrigação é exigível desde que se encontre vencida.

O credor pode, então, promover a execução a fim de lograr a satisfação coactiva do seu direito

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60Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoLiquidez da obrigação:

É ilíquida a obrigação cujo quantitativo não se encontre ainda determinado ou cujo objecto seja uma universalidade.

Ex.:a) obg custear despesas judiciais a) alguém pedir entrega da sua partee honorários advogado estipulada numa herança indivisa desconhecendo contrato mútuo constante escritura; os bens e direitos que virão a integrar b) obg indemnizar lesado pela a sua quota hereditária; prática facto ilícito;

Arts.471º e 805º do CPC

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61Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Execução para Pagamento de Quantia Certa Requerimento ExecutivoA tramitação é efectuada, nos termos do artigo 138º A do CPC, electronicamente.

A instância inicia-se, tal como na Declarativa, com o recebimento no tribunal dum primeiro articulado, art. 267º CPC.

É o exercício do Princípio da Demanda. É o chamado requerimento inicial, requerimento executivo. Cujo modelo aprovado por decreto-lei está disponível no Citius www.tribunaisnet.mj.ptArt.138º, nº2 CPC

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62Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

A fundamentação fáctica e jurídica da demanda executiva é, em geral, mais simples que a do processo de declaração, bastando, por vezes, a referência ao título executivo quando dele conste a narração dos factos que integram a causa de pedir e a indicação dos preceitos processuais em que se apoia a competência do tribunal, a força executiva do título e a legitimidade das partes.

Ex..Sentença condenatória Não têm necessidade de indicar a causa de pedir. Além Documentos Notariais disso o título executivo junto com o requerimento executivo deve considerar-se parte integrante deste e suprir, se for caso disso, as lacunas de que o requerimento enferme.

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63Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Devem o requerimento executivo e/ou o título indicar o facto gerador da obrigação.

Facto que não tem necessariamente que constar do escrito assinado pelo devedor, isto é do Titulo Executivo,

Em consonância, aliás, com o que dispõe o nº1 do artº458º CC: “ se alguém, por simples declaração unilateral, prometer uma prestação ou reconhecer um dívida sem indicação da respectiva causa, fica o credor dispensado de provar a relação fundamental, cuja existência se presume, até prova em contrário” ..

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64Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Pois, Por não se consagrar o princípio do negócio abstracto, mas apenas a inversão do

ónus de prova de existência de relação fundamental, Não fica o credor desonerado do ónus da alegação da relação fundamental a

servir de causa de pedir aquando da apresentação do requerimento executivo não lhe incumbindo, no entanto, a prova do facto constitutivo da obrigação.

Sendo, depois, ao devedor que compete provar, em sede de oposição á execução, que a relação fundamental não existe ou é nula.

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65Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo No que concerne às Execuções suportadas por títulos de crédito que

incorporem o direito a uma prestação em dinheiro: (Letra, Livrança ou Cheque) há que distinguir:• Se o exequente baseia a sua pretensão na relação jurídica subjacente ou

fundamental, que deverá invocá-la expressamente; Ex.:Contrato de Compra e Venda que origina o pedido de pagamento do preço;

• Ou se funda a sua exigência no Direito Cartular, bastando-lhe socorrer-se da subscrição do título pelo executado já que este pressupõe sempre uma convenção executiva como causa próxima do negócio cambiário.

Ex.:acordo entre sacador e sacado para emissão duma Letra de Câmbio, justificativo do saque do primeiro e do aceite do segundo como forma deste satisfazer àquele o pagamento do preço de determinada mercadoria;

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66Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoApresentado se se basear sentença comarca compt. executivao requerimento específica: trasladoexecutivo comarca sem compt.no executiva específica: tribunal: se se basear decisão apensação acção especial para cumprimento obgs emergentes de contrato valor incorporado nos ≤ 15 000 € próprios autos

Demais casos submetido à distribuição

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67Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

6. A oposição à execução

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68Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Tramitação da oposição à execução:Verdadeira acção declarativa enxertada na executiva.O julgamento desta acção declarativa na qual o autor (executado) se

denomina opoente compete ao juiz de execução.

Petição articulada, Despacho liminar;

Contestação;Termos posteriores

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69Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoÉ apresentada a petição, nos termos do art.151º,nº2 CPC, no prazo de 20 dias a contar

da citação, seja esta efectuada antes ou depois da penhora.

Sempre que o executado não tenha sido citado antes, deve cumular a oposição à execução com a oposição à penhora se houver fundamento para este e quiser fazê-lo, art.813º, nº2 CPC.

Se a oposição tiver por base um facto superveniente, o prazo conta-se a partir da data em que aquele ocorrer ou o executado tiver conhecimento.

No caso de pluralidade de executados, se os respectivos prazos para a dedução da oposição terminarem em dias diferentes e por a petição de oposição não constituir uma contestação, não se lhes aplica a norma excepcional do nº2 do art.486º CPC mas antes a norma geral do nº3 do art.145º CPC, segundo a qual o decurso do prazo peremptório faz extinguir o direito de praticar o acto, art.813º, nº4 CPC

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70Joana Magalhães Pereira

Oposição à Execução eOposição à Execução e Oposição à Penhora

Execução intentada

Não há lugar a Despacho Liminar

Não há Citação Prévia

Penhora Executado citado

Opõe-se à execução: artsº814º,815º,816º conforme o titulo executivo em questão

O processo suspende se a oposição for recebida

Surge então um apenso em tudo igual ao processo declarativo sumário (Oposição à Execução + Oposição à Penhora)

Notificado o exequente para contestar em 20 dias

Depois, os termos do art. 783º CPC:-Efeitos da falta de contestação, podem ser de condenação do réu no pedido isto é a extinção da execução

-Contestando se for deduzida alguma excepção: Resposta em 10 dias

-Audiência preliminar ou a sua dispensa

-Selecção de matéria de facto ou a sua dispensa

-Decisão

Condenação do réu no pedido =Extinção de execução

Absolvição do réu no pedido, oposição improcedenteExecução segue os seus termos

Se também tiver direito a opor-se à penhora efectuada nos termos do 863ºA do CPC, fá-lo na petição inicial apensada = vai existir um único processo às duas oposições, 813º e 863º B,nº2 CPC, em 20dias

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71Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Despacho Liminar e Citação Prévia: O despacho liminar foi suprimido na generalidade dos procedimentos

declarativos mas manteve-se no processo executivo. arts 812º D e 812º E do CPC

Radica nas especificidades próprias do fim do processo executivo com a consumação de uma subsequente agressão patrimonial aos bens do executado, justificando-se, por isso o chamamento, logo liminar do juiz a controlar a regularidade da instância executiva.

Aqui o magistrado exerce uma sumária cognitio a fim de apurar, nomeadamente, se a obrigação neste contida é válida, se se encontra vencida, se é exigível e líquida e se o título é dotado de força executiva.

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72Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoNão há lugar a despacho liminar :Nas execuções baseadas em:

Decisão judicial ou arbitral;

Requerimento de Injunção com fórmula executória;

Documento exarado ou autenticado por notário ou afins;

Doc. particular reconhecimento presencial assinatura desde que: montante dívida não exceda ATR + Interpelação, quando necessário ao vencimento da obg; montante dívida exceda ATR + Notificação judicial avulsa ou equiparada;Outro título obrigação pecuniária vencida, montante não superior à ATR + não nomeação à penhora pelo exequente Estabelecimento

Comercial, Direito Real menor que sobre ele incida ou quinhão em património que os inclua.

Joana Magalhães Pereira

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73Joana Magalhães Pereira

Dispensa de Despacho LiminarArtº812º-C CPC

Isto é:Quando:

Artº46 a) Despacho e Sentenças;

Artº46 b) Notarial desde que: - <ATR Interpelação, se necessária; - > ATR Cumprimento NJA ou afim;

Processo Executivo

Joana Magalhães Pereira

Page 74: Slides Conferencia2011 Processo Executivo

74Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Artº46 c) Documento particular:

Com reconhecimento presencial: • < ATR: Interpelação se necessária;• > ATR: Cumprimento de Notificação Judicial Avulsa ou afim

Sem reconhecimento presencial: • <ATR;Desde que vencida; Indicação à Penhora que não sobre:

- Estabelecimento comercial;- Direito real menor que sobre ele incida;- Quinhão em património que os inclua;

Joana Magalhães Pereira

Page 75: Slides Conferencia2011 Processo Executivo

75Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoArtº46 d) – Qualquer Injunção com formula executória;

Artº46 d) – Outros títulos de obrigação pecuniária: • valor <ATR:

Desde que vencida, Indicação à penhora que não incida sobre:

- Estabelecimento Comercial;- Direito Real;- Quinhão de Património;

Joana Magalhães Pereira

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76Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Havendo sempre despacho liminar: se estivermos perante Execuções:• Movidas apenas contra o devedor subsidiário; • Com obrigação condicional ou dependente de prestação;• Fundadas em acta reunião da assembleia de condóminos; • Fundadas em título executivo nos termos da Lei 6/2006 de 27/2;se o Agente de Execução duvidar:• Suficiência do Título, da Interpelação ou Notificação feita ao devedor;• Em Execução de sentença arbitral, que o litigio pudesse ser cometido à decisão

dos árbitros;Ou se o Agente de Execução suspeitar:• Que ocorrem excepções dilatórias;• Que inexistem factos constitutivos ou existam impeditivos ou extintivos da obg em

caso de execução fundada em título negocial;

Joana Magalhães Pereira

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77Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoRealizado então o exame sobre o requerimento executivo, o magistrado dá o seguinte despacho, isto é, toma uma das seguintes atitudes:

a) Indefere liminarmente o requerimento;b) Convida a exequente a suprir as irregularidades

existentes;c) Ou ordena a citação do executado;

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78Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

c) Por fim, Citação Prévia: Não cabe Recurso deste despacho

Se o juiz não tiver motivos para indeferir nem para provocar a correcção de irregularidades, lavra despacho, mandando citar o executado, para pagar ou para se opor à execução.

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79Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Há citação prévia do executado:Artigo 812º F do CPC• Depois do despacho liminar (pode haver dispensa);

• Quando o exequente não tenha pedido a dispensa em execução movida apenas contra o devedor subsidiário;

• Quando não sendo o título uma sentença, a liquidação não dependa de simples cálculo aritmético;

• Nas execuções fundadas em título extrajudicial de empréstimo contraído para aquisição de habitação própria hipotecada em garantia.

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80Joana Magalhães Pereira

Processo Civil IIHavendo lugar a citação prévia, o executado pode opor-se à execução

no prazo de 20 dias, art.813º, nº1

Serve para dar conhecimento ao réu ou ao executado que foi proposto contra ele determinada acção e para o chamar ao processo para se

defender e que, uma vez no processo, o conhecimento dos factos que nele ocorrem lhe são transmitidos através de notificação.

Ulteriormente, na sequência de notificação de penhora, o executado pode opor-se a esta no prazo de 10 dias, art.863º B, nº1 b) com referência ao art.864º,nº8 do CPC.

Não havendo lugar citação prévia e como citação só ocorre dp penhora, cumulam-se oposição à execução com a à penhora, devendo executado apresentar duas oposições ou uma no prazo de 20 dias.

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81Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Quando não haja lugar a despacho liminar, Nos termos do artigo 812º C do CPC, a penhora é efectuada sem citação prévia do executado a menos que tenha sido requerida pelo exequente.

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82Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

citação prévia : oposição não suspende processo a menos que haja caução ou a execução seja

fundada escrito particular nos termos nº1,2ºparte

Execução n/ exequente n/ qualquer credor pode obter pagamento na pendência da oposição sem prestar caução

não citação prévia : oposição suspende mas prosseguirá se a oposição estiver parada mais de 30 dias por negligência do opoente em promover os seus termos

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83Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoEfeitos sobre o andamento do processo executivo:Havendo lugar a citação prévia do executado, o recebimento de

oposição só suspende o processo de execução quando o opoente preste caução.

Se a oposição for rejeitada, não pode autorizar-se a suspensão, mesmo que do despacho de rejeição seja interposto recurso.

O recebimento da oposição não implica a suspensão por o exequente ter a seu favor um título executivo que incorpora o direito de crédito e enquanto o título não for destruído subsiste a presunção de que o exequente é portador do direito que se atribui.

Só a procedência da oposição e não apenas o seu recebimento faz cessar essa presunção.

Mas se o executado, por meio de caução, puser à disposição do exequente bens que lhe assegurem a realização efectiva do seu crédito, o seguimento da execução enquanto decorre o apenso deixa de justificar-se, até porque credor deverá pagar-se por força caução se oposição improceder.

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84Joana Magalhães Pereira

Processo Civil II A caução é uma mera garantia da dívida, não se tornando necessária aquando de uma

oposição à execução se o crédito tiver garantia real ou se já houver penhora efectuada e desde que uma e outra garantam o crédito exequendo.

O requerimento da suspensão da execução na sequência da prestação da caução pode ocorrer em qualquer altura.

O processo para prestação de caução rege-se pelo nº1 do 818º CPC. É um incidente, nos termos dos arts 990º, nº1 e 988º do CPC, que pode ser urgente pelo

nº2 do mesmo artigo. A caução pode ser prestada por depósito de dinheiro, títulos de crédito, pedras ou

metais preciosos ou por penhor, hipoteca ou fiança bancária, art.623º CC

A prestação da caução corre por apenso ao processo de execução, devendo o exequente ser notificado para impugnar o seu valor e a sua idoneidade

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85Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Oposição à Execução

e

posteriormente Oposição à Penhora

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86Joana Magalhães Pereira

Execução intentada

Há ou não lugar a Despacho Liminar

Há citação prévia

O executado opõe-se à execução: artº814,815,816, conforme o titulo executivo em questão

Se prestar caução, o processo suspende-se

Se não prestar caução mas a alegação tiver por base a não genuinidade da assinatura do documento particular, o juiz pode entender que se justifica a suspensãoSurge então um

apenso em tudo igual ao processo declarativo sumário

Notificado o exequente pode contestar em 20 dias

Senão processo continua

Penhora efectuada

Novamente citado

Depois os termos do artº753 CPC

Pode agora opor-se à penhora

Se prestar caução suspende-se quanto aos bens em causa

Se não prestar caução em 10/20 dias

Requerimento em que se suscita o incidente com as regras dos art. 303º e 304º

Em 10 dias oposição por parte do exequente

Efeitos da falta de oposição que podem ser de procedência no pedido (produção de prova e decisão)

Procedência: Penhora levantada quanto aos bens em causa.

Improcedência: penhora mantida

Condenação do réu no pedido =Extinção de execução

Absolvição do exequente, execução mantém-se

Não se suspendeFases ulteriores

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87Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoFundamentos de oposição à execução baseada em sentença ou

injunção com fórmula executória:Art.814º do CPC, de enumeração taxativa

1. Oposição por falta de pressupostos processuais gerais da acção;2. Oposição por falta de pressupostos específicos acção executiva;3. Oposição por motivos substanciais;

1.Falta de pressupostos gerais:alíneas c) e f) do 814º CPC

2. Falta de pressupostos específicos da acção executiva:alíneas a),b),d) e e) do art.814º CPC

3. Por motivos substanciais:alínea g) do 814 ºCPC

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88Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoPresente na secretaria, é a petição autuada por apenso e uma vez comprovado o

pagamento, é o processo concluso ao juiz a fim de ser proferido o despacho liminar

despacho de rejeição despacho de recebimento deduzido fora do prazo o exequente notificado para contestar em 20 dias fundamento ≠ 814º a 816º se não contestar não se consideram confessados os manifesta improcedência os factos que estejam oposição com os expressamente alegados no r.e. .O exequente não pode reconvir. À contestação seguem-se, sem mais articulados, os termos do processo sumário de declaração.

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89Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Se a oposição for julgada procedente, extingue-se a execução, no todo em parte, com o consequente levantamento das

penhoras e o cancelamento dos respectivos registos, ficando também sem efeito as vendas e adjudicações efectuadas.

Se a oposição for julgada improcedente, o juiz ordenará o prosseguimento da execução, caso se encontre suspensa.

O processo de oposição encontra-se ligado funcionalmente ao processo executivo e a extinção da instância num deles pode determinar a do outro !

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90Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

7.A Penhora dos bens do executadoConceito e função:

O fim da acção executiva é o de conseguir para o credor a mesma prestação, o mesmo benefício que lhe traria o cumprimento voluntário da obrigação por parte do devedor e como este não pode ser compelido por aquele a realizar os actos necessários à satisfação do vínculo obrigacional, torna-se necessário, quando o devedor não cumpre, que a obrigação se torne efectiva pelo valor que representa no seu património .

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91Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

A penhora Individualizar e apreender efectivamente os visa uma bens que se destinam aos fins da execuçãofunção preparando o acto futuro de desapropriação;dupla: Conservar os bens assim individualizados na situação em que se encontram, evitando que sejam escondidos, deteriorados ou alienados em prejuízo da execução;

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92Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Bens absolutamente ou totalmente impenhoráveis:Art.822º do CPC

Impenhorabilidade substancial e Impenhorabilidade processualBens impenhoráveis : proémio baseia-se razões ordem moral, religiosa, humanitária

Bens inalienáveis : alíneas a) e b); bens impenhoráveis: c),d),e),f) e g);

Impenhoráveis porque a penhora é uma providência de afectação, sendo, portanto, inútil apreender bens que não possam ser transmitidos na execução.

Ex.; crédito alimentos(2008º, nº2CC); créditos provenientes direito indemnz acidente trabalho (302º,309º CT) ; subsídios férias e natal; direito inerente ao rendimento social de inserção (dl13/2003 de 21/5,art.23);

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93Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Inalienáveis porque são de conteúdo patrimonial e transmissíveis que a não existir a declaração de impenhorabilidade podiam ser objecto de penhora.

Ex.:Direito de uso e habitação (1488ºCC) ; Direito a alimentos(2008ºCC); Direito à sucessão de pessoa viva (2028ºCC) ; Direito ao arrendamento habitacional (85º e 86º RAU); propriedade do nome do estabelecimento comercial separadamente deste (297º CPI); raiz de bens sujeitos a fideicomisso mas não já os seus frutos 2292º CC);

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94Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Bens relativamente impenhoráveis:Art.823º do CPCAqueles que só podem ser penhorados em determinadas circunstâncias ou p/ pagamento certas

dívidas

Impenhorabilidade substancial e Impenhorabilidade processualnº1 do art.823º nº2 do art.823º Bens do estado e demais pessoas colectivas filia-se em motivos de interesse económico públicas que se encontrem especialmente matizados com considerações de humanidade.afectados à realização de fins de utilidade Ex.: barco utilizado no exercício da pesca;pública biblioteca jurídica de um advogado; a lei evita que se retirem os meios necessários para se poder ganhar a vida;

Page 95: Slides Conferencia2011 Processo Executivo

95Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Bens parcialmente impenhoráveis:Art.824º do CPC

Ou seja, aqueles que só podem, em parte, ser penhorados:A razão desta impenhorabilidade parcial prende-se com a dignidade da pessoa humana…

Assim, não podem ser penhorados 2/3 dos vencimentos auferidos pelo executado como igualmente 2/3 das prestações periódicas pagas a título de aposentação ou outro regime da segurança social, a título de seguro de reforma ou indemnização por acidente havido.

Tendo em atenção o montante e a natureza do crédito exequendo e as necessidades do executado e do seu agregado familiar, pode o Agente nuns casos e o Juiz noutros, excepcionalmente, reduzir ou isentar, por período que considerem razoável, a parte penhorável dos rendimentos em causa.

Page 96: Slides Conferencia2011 Processo Executivo

96Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoPenhora de Imóveis;Penhora de Móveis;Penhora de Direitos;

Formalidades da penhora consoante o seu objecto. A primeira cuida da penhora do direito de propriedade sobre as coisas imóveis, a segunda sobre a penhora do direito de propriedade das coisas móveis e a terceira refere-se à penhora de todos os direitos penhoráveis que não se identifiquem com o direito de propriedade sobre as coisas corpóreas imóveis ou móveis.

O regime regra, no que concerne ao modo de realização é o contido na subsecção da penhora de imóveis que se aplica subsidiariamente tanto à penhora de móveis artigo 855º CPC como à penhora de direitos, artigo 863ºCPC aplicando-se ainda subsidiariamente a esta o regime da penhora dos bens móveis.

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97Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoModos Específicos de efectivar a penhora

De bens imóveis: O seu regime serve de modelo-base Sujeito a registo e os direitos inerentes às coisas imóveis também

De bens móveis: Aplica-se subsidiariamente à penhora de direitos

Não sujeitas a registo

Sujeitas a registo:Bens ou direitos enquanto integrados em estabelecimento comercial quando estejam sujeitos a registoDireito ou expectativa real de aquisição de bem sujeito a registoCréditos garantidos por hipoteca ou consignação em rendimentos (artigo 2º CRP e 856º CPCQuota (artigo 3º CRC)Veículos Automóveis (DL 54/75 de 12/2)

Direito de Nua propriedadeDireito de UsufrutoDireito de Superfície

De Direitos Penhora de créditos: Este regime constitui um quadro-basePenhora de títulos de créditoPenhora de Direitos ou expectativas de aquisiçãoPenhora de rendas, abonos, vencimentos ou saláriosPenhora de depósitos bancáriosPenhora de valores mobiliáriosPenhora de direito a bens indivisos e de quotas de sociedadesPenhora de estabelecimento comercial

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98Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoPenhora de ImóveisArt.838º , 839º, 840º CPC

1. Sem prejuízo de também poder ser feita nos termos gerais de registo predial, isto é, por apresentação, a penhora de imóveis realiza-se por comunicação electrónica do agente de execução à CRP competente;

2. O registo da penhora tem natureza urgente e importa a imediata feitura dos registos anteriormente requeridos sobre o bem penhorado;;

3. Depois de inscrita a penhora é disponibilizada ao agente certidão dos registos em vigor sobre o prédio penhorado;

4. É lavrado pelo agente Auto de Penhora e afixado no imóvel um edital a dar publicidade ao facto;

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99Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoO registo de penhora reveste de natureza constitutiva

A data da penhora reporta-se à data da apresentação a registo

Registo efectuado

Provisório Definitivo

Por Natureza Por Duvidas (artigos 70º e 92º CPC)

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100Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Penhora de bens móveis:Penhora de coisas móveis não sujeitas a registo:

Tal como na penhora de coisas imóveis também aqui a apreensão é real e efectiva com imediata remoção das coisas para depósitos.

públicos particulares localizam-se em armazéns de propriedade espaços escolhidos ou posse do Ministério da Justiça pela DGAJ

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101Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Face à presunção legal da titularidade do direito por parte do possuidor consagrada no nº1 do art.1268º CC, entende-se que todos os bens encontrados em poder do executado são sua pertença. Daí poderem ser penhorados.

Quando, para a realização da penhora seja necessário forçar a entrada no domicílio do executado ou do terceiro:• Se for oposta alguma resistência, o agente pode solicitar directamente o auxílio das autoridades policiais• No caso das portas estarem fechadas, o juiz determina o auxilio das autoridades para poder ser levado a cabo o

necessário arrombamento.

Realizada a penhora, pode a presunção ser ilidida perante o juiz, mediante prova documental inequívoca do direito de terceiro, sem prejuízo de surgirem na acção incidente de Embargos de Terceiro, art.848º, nº2 CPC.

O dinheiro, papéis de crédito e pedras e metais preciosos que sejam apreendidos são depositados em instituição bancária à ordem do agente ;A regra de que o agente assume a qualidade de fiel depositário, neste caso não se aplica…

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102Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoA penhora de veículo automóvel é seguida de imobilização do veículo,

designadamente através de imposição de selos – conforme DL 700/2003 DE 31/7 - e quando possível da apreensão do seu documento de identificação art.851º, nº2 1ª parte e nº3 CPC.

Após a penhora e imobilização, o veículo só será removido quando o agente entenda necessário para a salvaguarda do bem.

Se a penhora tiver a precedê-la o processo cautelar de apreensão de veículo

automóvel determinado pelo não pagamento de crédito hipotecário vencido, arts.15º e 16º do DL 54/75, não se lavrará qualquer auto de penhora sendo a

medida cautelar de apreensão convertida em penhora e fazendo-se no registo automóvel o respectivo averbamento, art.846º por analogia.

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103Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Penhora de Direitos:Penhora de créditos;Penhora de títulos de crédito;Penhora de direitos ou expectativas de aquisição;Penhora de rendas, abonos e vencimentos;Penhora de depósitos bancários;Penhora de direito a bens indivisos;Penhora de quotas em sociedade;Penhora de Estabelecimento Comercial;

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104Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Penhora de créditos:

Faz-se por notificação ao devedor, com formalidades previstas no art. 235º CPC.

Cumpre ao devedor declarar se o crédito existe , quais as garantias que o acompanham, em que data se vence e quaisquer outras circunstancias que possam interessar à execução.

Se o devedor nada disser, entende-se que reconhece a existência da obrigação nos termos da indicação do crédito à penhora.

Reconhecendo, expressa ou tacitamente existência de crédito penhorado, seja um crédito pecuniário seja um crédito de prestação de coisa, deve o devedor pagar o primeiro ou entregar o segundo na data de vencimento.

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105Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Penhora de Títulos de Crédito:= Documento necessário para exercer o direito literal e autónomo nele mencionado.

Sempre que seja necessário penhorar direitos incorporados em t.c. e valores mobiliários não abrangidos pelo nº14 do art.861º A do CPC, faz-se a apreensão do título e o averbamento do ónus resultante da penhora.

Os Títulos de crédito apreendidos são depositados em instituição de crédito, à ordem do agente.

de natureza obrigacional, real ou social;

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106Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoPenhora de Direitos:Ex.:• A posição do promitente comprador em contrato de transmissão ou de constituição de

direitos reais sobre imóveis ou móveis sujeitos a registo, com eficácia real; art. 413º,nº1 e 830º,nº1 CC• A posição do titular do direito de preferência, legal ou convencional, com eficácia real, a

quem não foi dado conhecimento de venda e enquanto não decorrer o prazo de caducidade para acção de preferência;

art.416º e 1410º, nº1 CC e arts 421º e 422º CC• A posição do locatário no contrato de locação financeira; art.9º, nº1 c) e 10º,nº2 f) do DL 149/95 DE 24/6• A expectativa do fideicomissário; art.2293º e 2294º do CC• A expectativa de aquisição de bem vendido com reserva de propriedade;

art.409º, nº1 CC

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107Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Penhora de rendas, abonos e vencimentos: Art.861º, nº1 CPC

Notificação ao locatário para que nas quantias E o depósito empregador devidas faça o desconto instituição correspondente ao crédito; crédito penhorado

As quantias ficam depositadas à ordem do agente mantendo-se indisponíveis até ao termo do prazo para a oposição do executado, caso este não se oponha ou caso contrário até ao transito em julgado da decisão que sobre ele recaia.

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108Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoPenhora de depósitos bancários:

Notificação ao banco comunicação electrónica (salvaguardada adepositário de que necessidade de prévio despacho judicial) o saldo fica à que poderá integrar-se no despacho liminar

ordem do agente dd a notificação quando houver

decorrido um prazo considerado razoável deve banco proceder ao depósito do saldoà concretização das operações de crédito penhorado em instituição crédito à ordeme débito, do agente e apresentar documento comprovativo

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109Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoSe forem vários os titulares, quer seja conjunta quer seja solidária a conta, a

penhora incide sobre a quota parte, presumindo-se que as quotas são iguais em regime paralelo ao previsto no nº2 do art.1043º do CC.

O outro contitular, mediante embargos de terceiro, pode vir a reclamar uma quota parte superior a metade do saldo existente, caso a ele tenha direito. Daí dever o outro contitular ser notificado da penhora efectuada no saldo da conta comum e da proporção em que o foi.

Como particularidades desta penhora, consagra o art.861º A, no nº12 que as instituições que colaborarem com o tribunal na averiguação de existência de contas bancárias e na efectivação dos saldos existentes têm direito a uma remuneração.

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110Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoPenhora de direito a bens indivisos:art.862º, nº1, nº2, nº3, nº4 CPC

direito a uma quota em coisa comum direito à herança direito à meação nos bens

por partilhar comuns do casal

Consiste na notificação do facto ao administrador do bem de que o direito fica á ordem do agente devendo, depois, os interessados fazer as declarações que entenderem.

Sendo o direito impugnado, face ao disposto no art.858º CPC, são notificadas as partes para se pronunciarem, devendo também ser observado este artigo, como salienta Alberto dos Reis quando os notificados reconheçam o direito executado mas em proporção diferente da constante do acto de nomeação à penhora ou pretendam que a venda tenha por objecto todo o património ou titularidade do bem.

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111Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoPenhora de quotas em sociedade:O actual CPC já não sujeita esta penhora ao regime de penhora de direito de bens

indivisos que, afinal, só acontecerá se a quota pertencer em compropriedade a

vários contitulares e então será indivisa, art.222º CSC.

Encontra-se sujeita a registo, art.3º f) CRCom a penhora de quota em sociedade que além da comunicação à Conservatória de registo competente é feita através da notificação à sociedade.

A esta penhora aplica-se, conforme nos refere o art.862º, nº6 parte final do CPC, o disposto no CSC acerca da execução de quota, nomeadamente o art.239º, nº1, onde se diz que a penhora abrange os direitos patrimoniais a ele inerentes:

direito de voto direito aos lucros

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112Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Penhora de estabelecimento comercial:

Anteriormente à reforma RPC 95-96 era prática geralmente seguida a penhora do direito ao arrendamento e ao trespasse, a pedido do exequente, que via no trespasse a efectivar na execução a melhor forma de obter a satisfação do seu crédito.

A penhora realizava-se pela notificação ao senhorio de que o direito ficava à ordem da execução.

Hoje o estabelecimento deve ser penhorado como uma universalidade, por meio de auto, com a sua entrega a um depositário à semelhança do que ocorre com as penhoras de imóveis e móveis.

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113Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Devem, todavia, no auto ser relacionados os bens que essencialmente o integram como as instalações, utensílios, mercadorias, entre outros.

Art.1112º do CC

Aplicando-se também o disposto para a penhora de créditos se do

estabelecimento comercial fizerem ainda parte bens dessa natureza. E, nestes bens que o integram, face ao acrescento proveniente do DL 38/2003

inclui-se o direito ao arrendamento. Por o trespasse, a ocorrer na execução, não se encontrar no que toca à transmissão de

posição do arrendatário dependente de autorização do senhorio, este somente deve ser notificado como preferente no contexto da venda executiva face ao art.892º, nº1 e 905º, nº1 e nº2 do CPC e art.1112º do CC

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Processo Executivo

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8. Penhora de Estabelecimento Comercial

Universalidade de facto e de direito em que estão compreendidos:• Instalações, equipamentos e utensílios;

• Mercadorias;

• O direito de Alvará, o Nome, Insígnia e Logótipo;

• Os créditos sobre terceiros;

• O direito de arrendamento;

Esta penhora impede a penhora posterior dos bens nele compreendidos.

Porém a penhora do estabelecimento não afecta a penhora anteriormente realizada sobre os bens que o integram, 862º-A, nº5.A penhora de estabelecimento localizado em centro comercial não compreende o direito à ocupação do espaço, na medida em que decorre de um contrato de cedência atípica, sendo portanto inalienável.

Não está sujeito a registo, mas pode ser integrado por bens ou direitos sujeitos a registo

Modo de realização: a) Auto;b) Notificação aos terceiros devedores;c) Notificação do senhorio;d) Registo complementar dos bens ou direitos a ele sujeitos;e) Nomeação de um fiscal sujeito ao regime do depositário para vigiar o exercício da gestão

prosseguida pelo executado;f) Designação judicial de um administrador com poderes de gestão;g) Designação de um depositário quando a actividade esteja paralisada ou deva ser suspensa;

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115Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Depois de penhorado o direito, exequente, executado e 605º CCcredores reclamantes 606º CCpodem requerer agente a prática de 610º CC actos indispensáveis á sua 619º,nº1 CCconservação

No concernente ao garantido por penhor, distingue a lei entre:Penhor de coisas, 669º e segs CC. apreensão material e depositárioPenhor de Direitos. Ex.:participações sociais; conteúdo patrimonial direitos de autor;

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116Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Ordem e modo de realização da penhora: O Agente deve efectuar a penhora preferencialmente pela seguinte ordem: a) Penhora de depósitos bancários; b) Penhora de rendas, abonos, vencimentos, salários, ou outros créditos se

permitirem, presumivelmente a satisfação integral do credor no prazo de seis meses;

c) Penhora de títulos e valores mobiliários; d) Penhora de bens móveis sujeitos a registo se presumivelmente o seu valor

for uma vez e meia superior ao custo da sua venda judicial; e) Penhora de quaisquer bens cujo valor pecuniário seja de fácil realização ou

se mostre adequado ao montante do crédito do exequente;Ainda que não se adeqúe, por excesso, é admissível a penhora de bens imóveis ou

do estabelecimento comercial quando a penhora de outros bens presumivelmente não permita a satisfação integral do crédito no prazo de seis meses, art.834º, nº2 do CPC

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117Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Oposição à penhora:Pela inclusão dos arts. 863º A e 863º B no CPC, o executado passou a dispor de um

meio incidental específico de oposição à penhora.

Fundamentos:1. Inadmissibilidade de penhora dos bens concretamente apreendidos ou da

extensão com que ela foi realizada;2. Imediata penhora dos bens que só subsidiariamente respondam pela dívida

exequenda;3. Incidência de penhora sobre bens que não respondam nos termos do direito

substantivo, pela dívida exequenda;

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118Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

1. Inadmissibilidade de penhora dos bens concretamente apreendidos ou da extensão com que ela foi realizada;

Casos de impenhorabilidade processual quer absoluta, quer relativa (fora das hipóteses autorizadas), ou dos casos de impenhorabilidade parcial, art.822º, art.823º e art.824º do CPC.

Contempla ainda a penhora de uma parte específica de bens indivisos ou de bens compreendidos num património comum ou duma fracção de qualquer deles, em execução movida contra algum ou alguns dos contitulares, bem como, em caso de penhora de imóveis, a sua extensão a frutos expressamente excluídos ou

sobre os quais exista algum privilégio, art.826º e 842º, nº1 CPC.

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119Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo2. Imediata penhora dos bens que só subsidiariamente

respondam pela dívida exequenda:

Penhorabilidade subsidiária: vertente pessoal: Ex.:oposição pelo fiador por ainda não se encontrarem penhorados e alienados os bens do devedor

principal, desde que invoque o benefício da excussão.vertente real: Ex.: oposição do devedor por a penhora ter incidido sobre outros bens, em caso de dívida com garantia real

sobre bem próprio, sem previamente se ter verificado a insuficiência daquele; Ou em execução contra marido e mulher por dívidas por que são responsáveis ambos, se terem

penhorados bens próprios de um deles quando os comuns garantem o pagamento da dívida, art.1695º, nº1 CC

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120Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

3. Incidência de penhora sobre bens que não respondam nos termos do direito substantivo, pela dívida exequenda:

Ex.: Bens que o mandatário haja adquirido em execução do mandato e que devam ser transferidos para o mandante, art.1184º CC;

Bens sujeitos a fideicomisso sendo o fiduciário o executado, art.2292º do CC;

Sendo inadequado a oposição à penhora para o executado questionar os termos em que ele ocorreu, pode ele reclamar para o juiz de execução do acto do agente de execução.

E do mesmo meio se deve servir o exequente por, à sua disposição não se encontrar o

incidentes de oposição á execução, art.809º, nº1 CC

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121Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Tramitação da oposição à penhora:

Incidente sujeito ao regime dos arts 303º e 304º do CPC quando não se cumule

com a oposição à execução, nos termos do nº2 do art.813º do CPC

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122Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

É apresentada:• em 20 dias a contar da citação efectuada após a penhora ou• em 10 dias a contar da notificação do acto de penhora, quando a citação o

antecede. Suscita-se através de um requerimento onde o executado, para além de fundamentar

a sua pretensão, em conformidade com o art.863ª nº1, deve oferecer o rol de testemunhas e requerer outros meios de prova.

Paga a taxa de justiça inicial tendo em conta que o valor tributário é o dos bens objecto de oposição.

Será o requerimento do incidente presente ao juiz que o indeferirá liminarmente se for apresentado fora de prazo, se o fundamento não se ajustar aos previstos ou se for manifestamente improcedente.

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123Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

.Sendo recebida a oposição, será notificado o exequente para responder no prazo de dez dias.

Com a resposta deve o exequente oferecer igualmente as suas provas.

A falta de resposta do exequente implica a confissão dos factos alegados pelo executado, a não ser que estejam em oposição com os expressamente alegados por aquela no requerimento executivo.

Suspende-se a execução na sequência da admissão do incidente somente quanto aos bens a que a oposição respeite e se o executado prestar caução.

O incidente termina após a realização das diligências instrutórias necessárias, com a decisão do juiz, mantendo a penhora ou ordenando o seu levantamento

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Processo Executivo

Joana Magalhães Pereira

Os meios de Impugnação da penhora são:

1. Reclamação para o Juiz, com fundamento em nulidade do acto de penhora.Artigos 201º, 202º, 2ªparte, 203º, 205º, 206º, nº3, 207º, 208º e 809º, nº1 c) CPC

2. Incidente de Oposição (Por parte do executado ou do cônjuge citado)

1.1. Impenhorabilidade objectiva: natureza substantiva ou processual (artigo 863º-A, nº1, a) e c);

1.2. Impenhorabilidade subsidiária real (artigo 863º-A, nº1, b) do CPC);1.3. Desproporcionalidade da penhora (artigo 863º-A, nº1, a) 2ªparte CPC);

3. Embargos de Terceiro: Deduzidos por quem não for parte na execução, até à venda ou adjudicação do bem penhorado, com fundamento em violação de posse ou de qualquer direito incompatível com a realização ou o âmbito da penhora, nos termos dos artigos 351º a 358º do CPC.

4. Acção de Reivindicação, por parte de terceiro, nos termos gerais dos artigos 1311º a 1313º do CC.

5. Procedimento para ilisão de titularidade dos bens que forem penhorados como pertencentes ao executado, nos termos do artigo 848º, nº2 do CPC.

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Processo Executivo

Joana Magalhães Pereira

Tramitação:

a) Requerimento inicial, articulada com o ónus de indicação dos meios de prova;

b) Despacho liminar;

c) Dedução de resposta;

d) Produção de prova;

e) Declaração judicial de quais factos provados e não provados;

f) Decisão final:

g) Recurso;

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126Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

8.Embargos de terceiro

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Processo Executivo

Joana Magalhães Pereira

3. Meios de Impugnação: Embargos de Terceiros:Artigos 351º e 359º do CPCPode fundamentar-se em:

Ofensa da posse me nome próprio correspondente ao direito de propriedade ou a um direito real limitado de gozo. (artigo 1251º do CC)“A posse precária ou mera detenção não constitui fundamento para impugnar a penhora por via de embargos”.

Ofensa do direito de propriedade, de direito real limitado de gozo ou de qualquer direito incompatível com a realização ou o âmbito da penhora.

Assim a penhora de um bem em propriedade plena atenta contra o direito de usufruto ou o direito de superfície anteriormente porventura constituído sobre aquele bemAlcance de direito incompatível com a penhora, no que concerne aos direitos pessoais de gozo como sejam:

O direito do locatárioO direito do parceiro pensadorO direito do comodatárioO direito do depositário

Cujos titulares podem defender a detenção e a função de coisa pelos meios possessórios, respectivamente nos termos dos artigos 1037º, nº2, 1125º, nº2, 1133º, nº2, 1188º, nº2 do CC.

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Processo Executivo

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Tramitação

Fase introdutória

Petição de Embargos (artigo 353º, nº2 do CPC) : Indicação Imediata meios de Prova;

Despacho Liminar;Prova Informatória; Produção de prova sobre a viabilidade dos embargos a não ser que se trate da prova meramente documental que não necessita de outra prova

Despacho de rejeição ou recebimento dos embargos quando se mostra a probabilidade séria do direito invocado

Fase ContenciosaSeguem os termos próprios do processo declarativo ordinário ou sumário.Se forem precedentes, a penhora será levantada ou reduzida.

Não obsta a que o embargante proponha acção declarativa própria a pedir o reconhecimento do seu direito ou a reivindicar a coisa, artigo 355º do CPC

Suspensão de Execução;

Restituição provisória desses bens;

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Processo Executivo

Joana Magalhães Pereira

Efeitos Penhora:

Quanto à disponibilidade de facto do bem penhorado

O executado deixa de ter o uso e a fruição de coisa;

Quanto à sua disponibilidade jurídica

O executado continua a dispor da coisa ou a onerá-la (v.g. vender, doar, hipotecar, empenhar, dar de arrendamento) mas os actos de disposição ou de oneração são inoponíveis ao exequente e aos credores reclamantes;Natureza

Penhora:

O exequente adquire o direito de ser pago com preferência a qualquer outro credor que não tenha garantia real anterior

Direito Real de Garantia

Porém tal direito sucumbirá em caso de insolvência do executado, nos termos do artigo 140º, nº3 do CIRE

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130Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

9.Concurso de credores

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131Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoExecução Singular e Execução Colectiva

Mantém-se com um credor alarga-se a outros credores

Em benefício de um único credor universal especial em benefício aproveita somente de todos os aos credores que credores pela se apresentarem liquidação de na execução e com todos os bens liquidação apenas do devedor; sobre bens

penhorados; Ex.: Insolvência

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132Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Optou-se assim pelo esquema de execução singular com uma componente concursal:

1. Somente é impulsionada por determinado credor (o exequente);2. Em satisfação do seu crédito;3. Ao lado do qual apenas podem intervir os credores com garantia real

sobre os bens penhorados;

4. Por estes terem de ser transmitidos livres dos direitos de garantia que os onerarem,

Art. 865º e seguintes do CPC e art.824º, nº2 CC;

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133Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo Resultando, assim que estes credores, que também só podem pagar-se

através do produto dos bens onerados, são convocados à execução, não para obterem pagamento do seu crédito em situação paralela à do exequente mas, diversamente, para fazerem valer os seus direitos de garantia sobre os bens penhorados.

Os demais credores comuns com título exequível e créditos vencidos só poderão intervir na execução pela via indirecta da penhora dos mesmos bens em execução separada, mas em situação de desigualdade perante o primeiro

exequente que tem penhora anterior, nos termos dos arts 865º, nº5 e 871º CPC

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134Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Citação dos titulares de direitos reais caducáveis Feita penhora, seguem-se as citações de outros interessados para

intervirem na execução, ao lado do exequente ou do executado:

Cônjuge credores fazenda segurança titulares direitosdo executado; titulares nacional social reais de gozo direito que caducam e que

real de garantia vão ser pagos pelo produto da venda

dos bens penhorados 824, nº2 e nº3

CC

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135Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Credores titulares direito real de garantia: Art.604º, nº2 CC, credores com causas legítimas de preferência:

a) Consignação de rendimentos, art.656º e segs do CC;

b) Penhor, art.666º e segs do CC;

c) Hipoteca legal, judicial ou voluntária, art.704º,710º e712º do CC;

d) Privilégio creditório, art.733º e segs do CC;

e) Direito de retenção, art.754º e segs do CC;

f) Arresto, art.622º e 822º, nº2 do CC;

g) Penhora, art.822º, nº1 do CC;

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136Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Não há lugar à citação dos credores se o exequente requerer a consignação

judicial de rendimentos antes da convocação daqueles credores e o executado não requerer a venda dos bens, art.879º, nº3.

A razão da dispensa filia-se na desnecessidade de se proceder à expurgação de ónus ou encargos, por não haver lugar nem a venda nem a adjudicação.

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137Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

10.Reclamação de créditos

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138Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

A reclamação deve ser apresentado no prazo de 15 dias a contar da citação, art.865º, nº2 do CPC.

O apenso da verificação e graduação de créditos respeitante ao concurso de credores

segue os termos do processo sumário de declaração, art.868º, nº1 por apenso ao processo de execução pelo art.865º,nº8 CPC.

A marcha deste apenas se suspende no decurso do prazo para apresentação das reclamações de créditos. Findo este prazo, a execução retoma a sua marcha normal com as diligências necessárias para a realização do pagamento, art.873º, nº1 do CPC.

Nos termos do nº3 do 865º, podem reclamar espontaneamente o seu crédito até à transmissão dos bens penhorados os titulares de direitos reais de garantia que não tenham sido citados…

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139Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoA Petição Reclamação de Créditos é um processo cível enxertado na execução

que deve obedecer aos requisitos de forma e de conteúdo de uma petição inicial, incluindo a articulação em consonância com o que dispõe o nº2 do art.151º do CPC.

Findo o prazo para a reclamação, são notificados o exequente, o executado, os

credores reclamantes e o cônjuge do executado caso se tenha para oposto à execução ou à penhora nos termos do nº1 do artigo 864º A para impugnarem, nos termos do nº2 e do nº3 do art.866º.

Os credores concorrentes não podem impugnar outros créditos que os previstos no nº3 do 866º por falta de interesse processual, uma vez que só podem ser pagos na execução pelos bens sobre que tiverem garantia e

conforme graduação seu crédito, art.873º, nº2 do CPC

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140Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoSempre que o juiz preveja que o produto da venda dos bens penhorados não

chega para pagar as custas, pode suspender os termos do apenso de verificação e graduação de créditos.

Realizada a venda, se o seu produto for insuficiente para pagar as custas, será a

execução considerada extinta por impossibilidade superveniente da lide, arts287 º e) e 919º, nº1 CPC

Se o referido produto ultrapassar o montante das custas será levantada a suspensão, a fim de se proceder à verificação e graduação dos créditos reclamados e, nesta situação, a verificação e graduação ocorrerá depois da venda.

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141Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Verificação e graduação dos direitos reais caducáveis:

Findos os tramitação graduaçãoarticulados necessária (nº1 e nº2 868º)do à verificação dos verificadosconcurso de dos créditos juntamente comcredores reclamados o crédito do exequente

Se nenhum tiver sido impugnado ou se a sua verificação não depender de prova : SentençaSe depender :termos processo sumário declaração; AP,DS, AJ e, por fim, Sentença;

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142Joana Magalhães Pereira

O património do devedor constitui a garantia geral de todos os credores, art. 601º do CC.

+

Os bens transmitidos na acção executiva têm de o ser livres dos direitos de garantia que os oneraram, art. 824º, nº2 CC

=

Concurso de Credores Que visa expurgar os bens objecto de execução dos direitos reais de garantia que os onerem, para evitar a sua desvalorização, sobretudo no interesse do exequente, do executado e dos respectivos adquirentes.

Garantia geral do cumprimento obrigacional, art. 604º nº1 do C.C

Âmbito das causas de preferência de pagamento: art. 604º nº2 do C.C. e art. 822º do C.C.

= Garantias Especiais das Obrigações

= Garantias Reais Arresto; Penhora; Consignação de rendimentos; Penhor; Hipoteca; Privilégios Creditórios Mobiliários Especiais e Imobiliários; Direito à retenção.

Na Graduação: A regra é que prevalece o que tiver sido objecto de registo primeiro

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143Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Pluralidade de execuções sobre os mesmos bens:Tendo em conta que em processos diferentes não se deve permitir a adjudicação ou

venda dos mesmos bens, por a liquidação dever ser única e fazer-se no processo em que os bens forem penhorados em primeiro lugar, diz-se no art. 871º que o agente de execução sustará a execução em que a penhora tiver sido posterior, aferindo-se a antiguidade da penhora pelo registo.

Daí não poder o exequente da segunda execução obter nela o pagamento do seu crédito através desses bens, tendo de ir reclamá-lo à execução com penhora anterior.

Mas a segunda execução pode prosseguir sobre outros bens penhorados que

não tenham sido objecto de penhora anterior.

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144Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

11.A extinção da acção executiva:• Pagamento voluntário Os modos de pagamento: Entrega de dinheiro;

Adjudicação dos bens penhorados; Consignação dos rendimentos dos bens penhorados; Venda;

• Desistência do exequente Modalidades e trâmites;

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145Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Pagamento em prestações, art.874º, nº1 CPC

É possível as partes ajustarem a suspensão da execução com vista ao pagamento da dívida exequenda em prestações, art.882º, nº1

Em situação paralela à que se depara no art.781º CC onde se determina que nas dívidas liquidáveis em prestações, a falta de realização de uma delas importa o vencimento de todas, por quebra de confiança em que se baseava o plano de pagamento escalonado no tempo, também a falta de pagamento de qualquer das prestações , nos termos acordados no processo de execução, implica o vencimento imediato das seguintes, com a possibilidade de o exequente requerer o prosseguimento da execução sustada para satisfação do remanescente do seu crédito, art.884º

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146Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoO requerimento para pagamento em prestações deve conter o plano de

pagamento acordado entre exequente e executado e ser subscrito por ambos e quanto ao momento para a sua apresentação, pode sê-lo entre o início da instância executiva e a transmissão do bem penhorado ou, no caso de venda mediante propostas em carta fechada, a aceitação de proposta apresentada.

É aqui inaplicável o disposto no art.279º, nº4 pelo que a suspensão da instância executiva pode ocorrer por prazo superior a seis meses.

O acordo formalizado no plano de pagamento deixa ao critério das partes o estabelecimento do prazo adequado para o fim em vista, seguramente levando em conta as disponibilidades económicas e financeiras do executado.

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147Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Os modos de pagamento:• Entrega de dinheiro;• Adjudicação dos bens penhorados;• Consignação dos rendimentos dos bens penhorados;• Venda; Modalidades e trâmites;

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148Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoEntrega de dinheiro, art.874º, nº1 CPC

Existem três casos em que o pagamento ao exequente ou qualquer credor, por cheque ou por transferência bancária, pode ser feito em dinheiro:

1. Quando a penhora tenha recaído sobre moeda corrente;2. Quando a penhora tenha recaído sobre depósito bancário em dinheiro;3. Quando a penhora tenha recaído sobre outro direito de crédito pecuniário cuja

importância tenha sido depositada;

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149Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoPara além destes expressamente previstos, o art.874º, nº1 aplica-se igualmente aos

casos em que haja dinheiro à ordem da execução:

1. Quando hajam rendas, abonos, vencimentos, salários ou outros

rendimentos periódicos depositados instituição de crédito, art.861º, nº1;

2. Quando haja saldo de contas de depositário apurado em prestação de contas, art. 843º, nº1;

3. Quando, por meio de depósito em dinheiro, o executado haja prestado caução para obter a suspensão da execução e a oposição à execução tenha sido

julgada improcedente, art. 818º,nº1;

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Processo Executivo

Adjudicação de bens, art.875º, nº1 CPC

Consiste em atribuir ao credor a propriedade de bens penhorados suficientes para o seu pagamento.

Diferentemente da venda executiva, não visa obter dinheiro para com ele pagar ao credor, mas satisfazê-lo directamente mediante a entrega de determinados bens do executado anteriormente penhorados

Por levar à exoneração do devedor mediante a prestação de coisa diversa da devida, a adjudicação reconduz-se a uma dação em cumprimento, art.837º CC

E se o valor dos bens adjudicados ultrapassar o montante do crédito teremos um negócio misto de dação em cumprimento e compra.

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Processo Executivo

Podem pretender a adjudicação não só o exequente como qualquer reclamante em relação aos bens sobre os quais haja invocado garantia: Havendo já sentença de graduação de créditos, a pretensão do requerente é atendida se o seu

crédito tiver sido reconhecido e graduado, art.875º, nº1 e nº2.

Todos os bens penhorados são adjudicáveis quer sejam imóveis, móveis ou direitos.

De fora ficam apenas os bens que, de harmonia com o disposto nos arts 902º e 903º, tenham necessariamente de ser vendidos nas bolsas de capitais ou a

determinadas entidades, art.875º, nº1

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Processo ExecutivoNo que concerne a rendas, abonos, vencimentos, salários ou outros

rendimentos periódicos, a adjudicação faz-se ao exequente mediante a entrega directa das quantias ao adjudicatário, nos termos nº3 art.861º e nº8 do art.875ºdo CPC

No que concerne a direito de crédito pecuniário não litigioso, a adjudicação é feita ao exequente pelo valor da prestação devida,

depois de efectuado o desconto correspondente ao período a decorrer até ao vencimento à taxa legal de juros de mora. Se for distante a data de vencimento, o requerente pode optar pela via das propostas em carta fechada, indicando o preço que oferece.

No que concerne a direito de crédito, a adjudicação é feita ao exequente a título de dação pro solvendo,

se o requerente o pretender e os restantes credores não se opuserem, suspende-se a instância, caso a execução não prossiga sobre outros bens.

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153Joana Magalhães Pereira

Processo ExecutivoConsignação de rendimentosDe imóveis ou móveis sujeitos a registo, Em pagamento do crédito, art.879º, nº1 CPC

Reveste a natureza de garantia especial das obgs, art.656º segs CPC

Reveste a natureza de causa da sua extinção, por prestação de coisa diversa da devida, como uma dação em cumprimento, art.837 CC

Pode ser requerida pelo exequente

A penhora começará pelos rendimentos dos bens penhorados e só poderá incidir sobre outros bens se aqueles se revelarem manifestamente insuficientes, 835º, nº1.

Na ausência de reclamação, o exequente deverá pagar-se através desses rendimentos e pelo tempo que for considerado necessário até ser embolsado da importância do seu crédito, 880º, nº3.

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154Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Tanto a adjudicação de bens como a consignação de rendimentos são actos de desapropriação, diferenciando-se por, na primeira se transferir para o credor a propriedade dos bens do devedor ou de terceiro e, na segunda, apenas o direito de lhe perceber os frutos até ao pagamento até ao pagamento da dívida.

Torna-se conveniente a consignação quando o valor dos bens penhorados excede em muito o montante do crédito do exequente e com isso evita-se a sua venda ruinosa!

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155Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

A consignação só pode ser requerida pelo exequente, em pedido dirigido ao agente de execução, art.879º, nº1

Diversamente da adjudicação que também pode ser solicitada pelos credores reclamantes, a consignação não pode ser por estes requerida mesmo que seja pedida depois das suas reclamações serem admitidas.

Mais: nem sequer sobre o pedido do exequente são ouvidos!

Sobre este, com efeito, apenas é ouvido o executado: se ele nada disser prazo de 10 dias, consignação efectuada, art.153º;

se ele requerer que se proceda à venda dos bens, não se implementa a consignação, 879º, nº2

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156Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo Apesar de extinta a execução, subsiste a penhora sobre os bens a que se

reporta a consignação, enquanto o consignatário não se encontrar completamente reembolsado do seu crédito.

Assim, por estar extinta a execução:

• cessa apreensão judicial bem penhorado por parte tribunal;• cessa a actuação do depositário;apenas se mantendo a garantia real constituída pela penhora, 822º, nº1 CC.

Os actos dispositivos ulteriores sobre o bem penhorado deixam de sofrer ineficáciarelativa, nos termos 819º CC, por a acção executiva ter terminado.Pelo que pode o proprietário do bem vendê-lo, fora do processo executivo, com ónusde consignação a incidir sobre ele, por o saldo crédito do consignatário se encontrarpor satisfazer, 881º, nº2

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Processo ExecutivoVenda, art.886º do CPC:

Desde a RPC 2003 que não se distingue a venda judicial da extrajudicial, já que houve uma desjudicialização da venda executiva.

Hoje, segundo o nº1 do art.886º, a venda dos bens penhorados pode revestir as seguintes modalidades:

• Venda mediante propostas em carta fechada;• Venda em bolsas de capitais ou de mercadorias;• Venda directa a pessoas ou entidades que tenham direito a adquirir os bens;• Venda por negociação particular;• Venda em estabelecimento de leilões;• Venda em depósito público ou equiparado;• Venda em leilão electrónico;

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158Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Venda antecipada de bens, art.886º C do CPC:

Prevê-se, no art.886Cº, a venda antecipada de bens, ou seja, antes do momento processual próprio, em duas situações:

Não poderem bens conservar-se Haver manifestapor se encontrarem sujeitos a vantagem na venda;deterioração ou depreciação;

Só pode ocorrer se autorizada pelo agente, a requerimento do exequente, executado ou depositário, a menos que a urgência imponha decisão imediata, cuja competência, neste caso, será do juiz.

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159Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Cabe ao agente de execução, quando a lei não disponha diversamente, ouvidos exequente, executado e credores com garantia, decidir sobre a venda e determinar quer a modalidade, quer o valor base dos bens a vender, quer a eventual formação de lotes, com

vista à venda em conjunto de bens penhorados, art.886º A, nº1 e 2.

Quanto aos bens imóveis, o valor será o patrimonial tributário nos termos de avaliação efectuada há menos de três anos ou o valor igual ao seu valor de mercado, nos restantes casos.

A decisão, que pode ser precedida de uma avaliação por perito, é notificada aos interessados

que discordando podem reclamar ao juiz que decide sem possibilidade de recurso, art.886-Aº, nºs 3, nº4 e nº5

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Processo ExecutivoA venda será feita pelo depositário, de harmonia com o que se estabelece para a

venda por negociação particular ou pelo agente de execução nos casos em que o executado ou o detentor dos bens tenha assumido as funções de depositário.

Como o produto da venda dos bens penhorados se aplica no pagamento ao exequente e aos credores com garantia real sobre esses bens, justifica-se que, quando forem eles os compradores, fiquem dispensados de depositar as quantias que ulteriormente iriam receber = espécie de compensação:

O proponente deve à execução o preço por que adquiriu os bens mas, por outro lado, é credor da execução por determinada quantia. Tem direito a receber do produto dos bens vendidos certa importância fixada na sentença verificação e graduação créditos. Em vez de depositar a totalidade do preço para depois levantar todo ou parte dele, faz-se o encontro entre as duas verbas – a da dívida e a do crédito – e só deposita aquilo que excede o montante do que tem direito a receber.

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Processo Executivo

Venda por propostas em carta fechada, art. 889º:Os bens imóveis penhorados são vendidos por meio de propostas em carta fechada,

sempre que não hajam de ser vendidos de outra forma, pelo valor igual a 70 % do valor base dos bens.

A venda faz-se no tribunal da execução, a menos que o juiz, oficiosamente ou a requerimento dos interessados ordene que tenha lugar no tribunal da situação dos bens.

Designa-se dia e hora para a abertura das propostas, com antecedência necessária para se dar ao facto a maior publicidade, já que se pretende que a venda seja o mais rendosa possível, mediante a maior concorrência praticável na apresentação de

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Processo Executivopropostas, em vista à adjudicação dos bens pelo preço mais elevado que se possa

obter, por meio de editais, anúncios e inclusão na página informática da secretaria da execução

a fixar na em página informática porta de acesso público

dos prédios urbanos a vender

oficiosamente ou por sugestão dos interessados na venda, podem ser utilizados outros meios que se considerem eficazes

Ex.:na rádio, televisão, sites na internet

E cuja decisão é notificada ao exequente, executado, credores reclamantes e aos titulares do direito de preferência.

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Processo Executivo

Pode acontecer que nenhum venda proponente ocorra à venda ou por ocorrendo não seja aceite negociação nenhuma proposta particular

Aceite alguma proposta e se nenhum preferente se apresentar a exercer o seu direito, é o proponente notificado para, no prazo de 15 dias, depositar em instituição bancária à ordem do solicitador, a totalidade ou a parte do preço em falta, caso contrário fica sujeito às sanções estabelecidas no art.898º CPC.

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164Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Venda por negociação particular, art. 905º:

A decisão que ordene a venda por negociação particular determina também a pessoa que a deve efectuar.

Todos os interessados são notificados, conforme no nº4 do artigo 886º A,

ficando ao seu critério o local em que deve acontecer levando em conta a sua comodidade e a do comprador e a vantagem de conseguir o melhor preço.

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165Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Quanto à forma que há-de revestir a transacção, aplicam-se as regras gerais da venda, podendo ser celebrada por qualquer das formas admitidas para a declaração negocial: arts.217º a 219º CC

excepto: venda imóvel: 875º CC+80º,nº1CN (escritura) trespasse:115º RAU/ NRAU ( documento escrito)

O encarregado da venda assina como mandatário a escritura, o documento escrito bem como os outros documentos que os titulem mas não pode receber o preço.

depositado directamente pelo comprador instituição crédito ordem do agente

preço

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Pagamento

Pagamento em prestações : Suspensão da Execução

Pagamento Voluntário

ExtrajudicialJudicial

Entrega de Dinheiro

Adjudicação

Consignação Judicial dos Rendimentos

Venda + Venda Antecipada

Propostas em carta fechada (a regra)Bolsas de CapitaisDirecta a pessoas que tenham determinados DireitosNegociação ParticularEm Estabelecimento de LeilõesEm Depósito Público

Direito de Remição

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167Joana Magalhães Pereira

Processo Executivo

Efeitos da venda:• Os direitos reais de garantia anteriores à penhora (em data ou registo), de

harmonia com o disposto no nº2 do art.824º CC caducam sempre, tenham registo ou não tenham, qualquer que seja a garantia das previstas no nº2 do art.604º do mesmo código.

• Por o dinheiro pago, na sequência da venda, tomar o lugar dos bens vendidos com sujeição ao vínculo da penhora, deverá o mesmo ser distribuído entre os titulares dos direitos reais que oneram aqueles bens, depois de pagas as custas.

• Essa distribuição far-se-á em conformidade com a ordem fixada na sentença de verificação e graduação dos direitos de terceiro caducáveis.

• Pago preço e imposto devido pela transmissão, agente promove cancelamento registos dos direitos reais que caducam e não sejam de cancelamento oficioso pela conservatória.