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Secretaria de Saúde
Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde Unidade de Vigilância Epidemiológica
Setor de Doenças e Agravos Não transmissíveis e Promoção da Saúde
Recife,
Outubro 2017
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO
CÂNCER DE MAMA EM MULHERES:
Recife, 2006 a 2016
2
Expediente
A Situação Epidemiológica do Câncer de Mama é uma publicação da Diretoria
Executiva de Vigilância à Saúde - Setor de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e
Promoção da Saúde da Secretária Municipal de Saúde de Recife
Prefeito: Geraldo Júlio
Secretário Municipal de Saúde: Jailson de Barros Correia
Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde: Joanna Freire
Unidade de Vigilância Epidemiologia: Natalia Barros
Setor de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde: Claudia
Castro
Elaboração: Equipe Técnica do Setor de Doenças e Agravos não Transmissíveis e
Promoção da Saúde
Editoração Eletrônica
Endereço Eletrônico: [email protected]
3
SUMÁRIO Página
1 Introdução ......................................................................................................... 04
2 Incidência de Câncer de Mama em Mulheres residentes em Recife ...................05
3 Morbidade Hospitalar do Câncer de Mama em Mulheres residentes em
Recife.....................................................................................................................07
4 Mortalidade por Câncer de Mama em Mulheres residentes em
Recife..........................................................................................................................09
5 Referências Bibliográficas......................................................................................12
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SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICO DO CÂNCER DE MAMA EM MULHERES
1. Introdução
Nas últimas décadas, um aumento progressivo na mortalidade proporcional por
doenças e agravos não transmissíveis tem sido observado no Brasil de uma maneira
geral. Anualmente, mais de 40% das mortes registradas no país ocorrem por doenças
crônicas, como infarto, derrame cerebral, enfisema, cânceres e diabetes (Brasil, 2012).
Atualmente, o câncer representa a terceira causa das internações hospitalares no Recife
e a segunda causa de óbito, em mulheres.
O desenvolvimento da maioria dos cânceres ocorre ao longo de muitos anos e
alguns tipos podem ser evitados pela eliminação da exposição a fatores determinantes.
O controle, prevenção e detecção precoce desta patologia representa um dos grandes
desafios que a saúde pública enfrenta, demandando a realização de ações com variados
graus de complexidade (Inca, 2015).
O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres, tanto nos
países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Possui maior incidência e
representa a primeira causa de morte por câncer em todo o mundo. A idade representa
um dos principais fatores de risco, porém outros fatores são bem conhecidos, como
aqueles relacionados a vida reprodutiva da mulher, história familiar de câncer de mama,
consumo de álcool, excesso de peso, sedentarismo, exposição a radiação ionizante e alta
densidade do tecido mamário. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser
evitados por medidas como alimentação saudável, prática de atividade física regular e
manutenção do peso (Inca, 2015).
Este documento, apresentará a situação epidemiológica do câncer de mama na
cidade do Recife, com dados de incidência, internações hospitalares e mortalidade.
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2. Incidência de Câncer de Mama em Mulheres residentes em Recife
Para o ano de 2016, espera-se para Recife 740 casos novos de câncer de mama
em mulheres, com uma taxa de 84,89/100.000 habitantes (Inca ,2015)
No período de 2006 a 2012, foram registrados 3.987 casos novos de câncer de
mama em mulheres residentes no Recife (Gráfico 1).
Observando a linha de tendência, os dados mostram uma estabilidade no número
de casos registrados.
Gráfico 1 – Número de casos por câncer de mama, em mulheres e linha de tendência,
segundo ano de ocorrência. Recife, 2006 a 2012
516 518
643
536
583 601 590
0
100
200
300
400
500
600
700
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: RCBP/Recife/Inca
A análise por faixa etária, mostra maior concentração de casos no grupo de 50 a
59 anos (26,4%). Situação epidemiológica que se reflete nos óbitos destas mulheres.
6
Gráfico 2 – Percentual de casos por câncer de mama, em mulheres, segundo faixa
etária. Recife, 2006 a 2012
0,0 0,11,8
8,5
20,6
26,4
19,9
14,6
8,1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
Fonte: RCBP/Recife/Inca
A análise por morfologia do tumor primário mostra que grande parte dos casos
(90,1%) foram classificados como carcinoma. No grupo de outras morfologias estão
agrupados os seguintes tipos: comedocarcinoma, Doença de Paget mamária, melanoma,
sarcoma, histiocitoma, carcinossarcoma e tumor filodes maligno.
Gráfico 3 – Percentual de casos por câncer de mama, em mulheres, segundo morfologia
do tumor primário. Recife, 2006 a 2012
90,1
2,17,2 0,6
Carcinoma
Adenocarcinoma
Neoplasia maligna
Outras morfologias
Fonte: RCBP/Recife/Inca
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3. Morbidade Hospitalar do Câncer de Mama em Mulheres residentes em Recife
As informações referentes à morbidade hospitalar são provenientes do Sistema
de Internação Hospitalar (SIH) do Datasus/MS, no período de 2006 a 2016.
No período estudado ocorreram 643.578 internações hospitalares de mulheres
residentes de Recife. Os registro referentes a gravidez, parto e puerpério e as doenças
do aparelho circulatório ficaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente, e as
neoplasias apareceram em terceiro lugar com 49.527 (7,7%) dos casos.
Em relação às neoplasias, o câncer de mama ocupou o primeiro lugar com 6.739
casos de internações, no período de 2006 a 2016.
No referido período, o câncer de mama, em mulheres, apresentou tendência
crescente correspondendo a uma elevação de 288,3% em 2016, quando comprado a
2006. (Gráfico 4).
Gráfico 4 – Número de internações hospitalares por câncer de mama, em mulheres,
segundo ano de ocorrência. Recife, 2006 a 2016
835808
734
834
768687
545
559
485269
215
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
FONTE: SIH/Datasus/MS
Quanto à faixa etária, observou-se que o maior número de casos de câncer de
mama nas mulheres ocorreu a partir dos 60 anos com 32,5% dos casos e em segundo
lugar ficou a faixa de 40 a 49 anos com 24,2%. Destaca-se o aparecimento de casos na
faixa de adolescentes (Gráfico 5).
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Gráfico 5 – Percentual de internações hospitalares por câncer de mama, em mulheres,
segundo faixa etária. Recife, 2006 a 2016
0,02,9
5,3
11,1
24,2 24,0
32,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1 a 9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 e +
FONTE: SIH/Datasus/MS
A raça/cor só começou a ser registrada nos internamentos a partir de 2008.
Entre 2008 e 2016 o percentual de ignorados foi muito elevado e entre as declaradas, as
internações por câncer de mama nas mulheres predominou nas pardas com 40,0% dos
casos (Gráfico 6).
Gráfico 6 – Percentual de internações hospitalares por câncer de mama, em mulheres,
segundo raça/cor. Recife, 2006 a 2016 15,0
4,2
40,0
40,6
0,20,0
Branca
Preta
Parda
Amarela
Indígena
Sem info.
FONTE: SIH/Datasus/MS
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4. Mortalidade do Câncer de Mama em Mulheres residentes em Recife
No período de 2006 a 2016 ocorreram 60.750 óbitos de mulheres residentes do
Recife, ficando as Doenças do Aparelho Circulatório em primeiro lugar com 18.753
óbitos (30,9%) e em segundo as neoplasias com 11.194 mortes (18,4%).
Entre as neoplasias malignas destacou-se em todo o período estudado, o câncer
de mama, pulmão e útero como os principais tipos de óbitos nas mulheres.
Em relação ao câncer de mama, ocorreram 1.953 óbitos entre 2006 e 2016, com
variações no período, apresentando elevação de 40,4% em 2016, quando comparado os
óbitos do ano de 2006, mostrando tendência crescente (Gráfico 7).
Gráfico 7 – Número de óbitos por câncer de mama e linha de tendência, em mulheres,
segundo o ano de ocorrência. Recife, 2006 a 2016*
196
233
198
195
178
158165
160
148156
166
0
50
100
150
200
250
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife
*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 09/10/17
A faixa etária com maior número de óbitos por câncer de mama em mulheres
foi a de 50 a 59 anos com 475 óbitos, correspondendo a 24,3% dos 1.953 casos
ocorridos em todo o período (Gráfico 8).
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Gráfico 8 – Percentual de óbitos por câncer de mama, em mulheres, segundo faixa
etária. Recife, 2006 a 2016*
0,1 0,4
5,1
14,7
24,3
21,4
17,1 16,9
0
5
10
15
20
25
30
15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife
*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 09/10/17
A raça/cor branca concentrou o maior número de óbitos com 49,6%, seguido das
pardas com 40,2% (Gráfico 9).
Gráfico 9 – Percentual de óbitos por câncer de mama, em mulheres, segundo raça/cor.
Recife, 2006 a 2016*
49,6
6,70,8
40,2
0,1 2,7
Branca
Preta
Amarela
Parda
Indígena
Ing
FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife
*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 09/10/17
Os óbitos se concentraram nas mulheres com 8 a 11 anos de estudo (20,7%) e
naquelas com mais de 12 anos de estudo (17,8%). Destaca-se o percentual elevado de
ignorados (Gráfico 10).
11
Gráfico 10 – Percentual de óbitos por câncer de mama, em mulheres, segundo
escolaridade. Recife, 2006 a 2016*
6,7
14,4 14,1
20,717,8
26,4
0
5
10
15
20
25
30
Nenhuma 1 a 3 4 a 7 8 a 11 12 e + Não inf/ign
FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife
*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 09/10/17
A proporção de óbitos foi maior nas mulheres solteiras com 36,2%, seguido das
casadas (31,5%) (Gráfico 11).
Gráfico 11 – Percentual de óbitos por câncer de mama, em mulheres, segundo estado
civil. Recife, 2006 a 2016*
36,2
31,5
22,3
1,1 3,7
Solteira
Casada
Viúva
Separada jud.
União cons.
FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife
*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 09/10/17
As residentes dos distritos sanitários IV e VI apresentaram maior número de
óbitos no período de 2006 a 2016, com 18,3% e 17,7% das ocorrências, respectivamente
(Gráfico 12).
12
Gráfico 12 – Percentual de óbitos por câncer de mama, em mulheres, segundo Distrito
Sanitário de residência. Recife, 2006 a 2016*
6,7
13,4
10,8
18,3
15,5
17,7
8,8 8,3
0,4
0
5
10
15
20
I II III IV V VI VII VIII ign
FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife
*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 09/10/17
5- Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasil: Ministério
da Saúde 2011.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Estimativas 2016: incidência de câncer no
Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2015.