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i
Sistemas de gestão ambiental como apoio à procura de
comunidades sustentáveis.
Análise de casos.
Filipe Pedro Nunes
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia do Ambiente
Júri:
Presidente: Professor Doutor José Manuel de Saldanha Gonçalves Matos
Orientador: Professor Doutor Manuel Guilherme Caras Altas Duarte Pinheiro
Vogal: Professor Doutor Jorge Manuel Gonçalves
Março 2013
ii
Resumo
A procura da sustentabilidade nas atividades humanas desafia a gestão ambiental, quer a nível
do estabelecimento de práticas, quer quanto à criação modos de avaliação como forma de
assegurar que as comunidades caminham para a sustentabilidade. O objetivo desta
dissertação é o estabelecimento desses princípios para uma comunidade, nomeadamente a
importância de avaliar a satisfação dos residentes da comunidade.
Esta dissertação revê os conceitos de sustentabilidade, a importância de indicadores sociais
como bem-estar e felicidade propõe. Como metodologia propõe um inquérito como forma de
avaliar a satisfação da comunidade integrando-o com diversas medidas de boa vivência social
de forma a verificar qual a sustentabilidade de determinada comunidade em termos sociais.
Os inquéritos foram aplicados a duas zonas Barcarena (Oeiras) e ao Barreira, para testar esta
abordagem. Os resultados permitiram obter uma avaliação e oportunidades de melhoria. A
análise crítica revela que a metodologia aplicada ainda deve ser desenvolvida e especifica de
forma mais aprofundada em futuros trabalhos, nomeadamente conjugando os inquéritos com
dados estatísticos sociais.
Palavras-chave: Sustentabilidade; Sistemas de Gestão Ambiental; Comunidades; Bem-Estar
Social;
iii
Abstract:
The search for sustainability challenge environmental management systems and the
applications to organizations and urban zones. One of the challenges is the application at
community level mainly if the target is to achieve sustainability practices in how happiness is
assessed and included in that management system process.
The subject of this thesis is the review, assessment and establishment of sustainable principles
for a community, focusing in the local resident social welfare and happiness. Thesis
methodology proposes a survey as a way to assess the social welfare and a set of principles
that aims to improve and evaluate the social welfare, combining these two steps in order to
establish the performance of the community in social terms.
The surveys were applied to two Portuguese urban zones Barcarena (Oeiras) and Barreiro to
test this approach. The results led to an evaluation and improvement opportunities. The review
reveals that the methodology should be developed further and specifies in more detail in future
work, namely including social statistics.
Keywords: Sustainability; Environmental Management Systems; Communities; Social Welfare;
iv
Agradecimentos
O meu primeiro agradecimento terá que ser dirigido ao professor Manuel Pinheiro, tanto pela
oportunidade de realizar esta dissertação de mestrado como pelas diversas trocas de ideias
e apoio ao longo da sua elaboração.
Como seria de esperar, não estaria aqui se não fosse a minha Mãe e tenho muito a agradecer
por isso a ela.
O António também merece o meu reconhecimento por ser meu pai e ter feito sempre
observações perspicazes sobre o conteúdo desta dissertação de mestrado.
Sem esquecer o meu Tio que sempre me apoiou e com as suas conversas sempre me inspirou
a alcançar mais.
Tenho também a agradecer às Câmaras do Barreiro e de Oeiras por me receberem e
disponibilizarem esclarecimentos e informação necessária.
A agradecer também à Ângela pois estes últimos anos foram de loucura.
É de atribuir uma menção honrosa muito merecedora à Vanessa por ser a Vanessa.
Muito obrigado também ao Costa por todos os trabalhos de grupo que fizemos em conjunto,
tardes de estudo, o mítico “faça você” e o “já foste”, assim como a possibilidade de fazer
dois cursos de uma vez.
Agradecimentos também aos meus restantes irmãos e pais por estarem aí.
Respeito e homenagem deve ser prestado ao grupo Iron Maiden por ter crescido a ouvir estes
senhores e por fazerem a música decente que me permitia concentrar.
Incluído no leque de respeito e homenagem também deve ser dado ao senhor Hideo Kojima
pelas suas histórias desenvolvendo o meu espírito critico.
Contudo também devo prestar a minha homenagem ao senhor Steve Jobs por ter
revolucionado e me ter permitido concluir o curso com a tecnologia que desenvolveu.
A última entrada deverá ser dirigido ao senhor Nobuo Uematsu por ter criado melodias únicas
que ficam na memória.
Sem esquecer todos os restantes não referidos anteriormente mas pensados, todos me
ajudaram a escrever e concluir este projeto.
“Life isn't just about passing on your genes. We can leave behind much more than just DNA. Through speech, music, literature and movies...what we've seen, heard, felt...anger, joy and sorrow...these are the things I will pass on. That's what I live for. We need to pass the torch, and let our children read our messy and sad history by its light. We have all the magic of the digital age to do that with. The human race will probably come to an end sometime, and new species may rule over this planet. Earth may not be forever, but we still have the responsibility to leave what traces of life we can. Building the future and keeping the past alive is one and the same thing.” - SS
v
Índice
Lista Tabelas ....................................................................................... viii
Lista de Figuras .....................................................................................x
Lista de Equações .................................................................................x
Lista de Acrónimos .............................................................................. xi
1 Introdução ...........................................................................................1
1.1 A procura de Comunidades Sustentáveis e Sistemas de Gestão Ambiental........................... 1
1.2 A Problemática ...................................................................................................................... 2
1.2.1 Comunidade Sustentável ............................................................................................... 2
1.2.2 Construção sustentável .................................................................................................. 3
1.2.3 Dinâmica Económica...................................................................................................... 4
1.2.4 Sistema de Gestão Ambiental ........................................................................................ 4
1.2.5 Satisfação Social............................................................................................................ 5
1.3 Metodologia .......................................................................................................................... 5
1.4 Estrutura da Dissertação ....................................................................................................... 7
2 Estado da Arte ....................................................................................9
2.1 Da sustentabilidade à satisfação social ................................................................................. 9
2.1.1 Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade ........................................................... 9
2.1.2 Sistemas de Gestão ambiental ....................................................................................... 9
2.1.3 Sociedade e satisfação ................................................................................................ 10
2.2 Procura de sustentabilidade nas zonas urbanas e cidades .................................................. 12
2.2.1 Eco-Vilas...................................................................................................................... 12
2.2.2 Cidades Sustentáveis................................................................................................... 13
2.3 Comunidades ...................................................................................................................... 14
2.4 Felicidade ........................................................................................................................... 15
2.4.1 Felicidade nacional Bruta ............................................................................................. 16
2.4.2 Índice de Felicidade do Planeta .................................................................................... 17
2.4.3 Índice de Desenvolvimento Humano ............................................................................ 17
2.4.4 Índice Global da Paz .................................................................................................... 18
2.5 Comunidades Sustentáveis ................................................................................................. 19
vi
2.5.1 UniverCity .................................................................................................................... 20
2.5.2 Dubuque, EUA ............................................................................................................. 20
2.5.3 Vauban ........................................................................................................................ 21
2.5.4 Butão ........................................................................................................................... 21
2.6 Da avaliação da Construção às Comunidades Sustentáveis ................................................ 22
2.6.1 BREEAM...................................................................................................................... 23
2.6.2 LEED ........................................................................................................................... 25
2.6.3 LiderA .......................................................................................................................... 28
2.7 Reduzida abordagem ao bem estar social ........................................................................... 29
3 Métodos de Avaliação de Felicidade ............................................... 31
3.1 Diferentes tipologias ............................................................................................................ 31
3.1.1 Índice de Desenvolvimento Humano ............................................................................ 31
3.1.2 Índice Planeta Feliz ...................................................................................................... 32
3.1.3 Felicidade nacional Bruta ............................................................................................. 33
3.2 Pontos fortes e fracos das abordagens................................................................................ 34
3.2.1 Índice de Desenvolvimento Humano ............................................................................ 34
3.2.2 Índice de Felicidade do Planeta .................................................................................... 35
3.2.3 Felicidade nacional Bruta ............................................................................................. 35
4 Avaliação do Bem-estar Social ........................................................ 37
4.1 Avaliação por Inquérito ........................................................................................................ 37
4.1.1 Caracterização geral .................................................................................................... 37
4.1.2 Satisfação Individual .................................................................................................... 38
4.1.3 Satisfação Comunitária ................................................................................................ 39
4.1.4 Identidade e Cultura ..................................................................................................... 39
4.2 Amostra .............................................................................................................................. 40
4.3 Classificação ....................................................................................................................... 43
4.3.1 Escalas para interligar ao sistema de avaliação ............................................................ 43
4.3.2 Avaliação Proposta para o Bem-estar Social ................................................................ 45
4.3.3 Níveis de Desempenho ................................................................................................ 51
5 Casos de Estudo ............................................................................... 53
5.1 Barcarena – Oeiras ............................................................................................................. 53
5.2 Barreiro ............................................................................................................................... 54
5.3 Resultados Índice Bem-estar Social .................................................................................... 51
vii
5.3.1 Localização Geográfica ................................................................................................ 51
5.3.2 Diferenciação por Género ............................................................................................ 51
5.3.3 Diferenciação por Níveis de Educação ......................................................................... 52
5.3.4 Diferenciação por Faixas Etárias .................................................................................. 53
5.3.5 Diferenciação por Estado Laboral ................................................................................. 54
5.3.6 Diferenciação por Local de Emprego ............................................................................ 55
5.4 Nível de desempenho obtidos para os casos de estudo ...................................................... 56
5.4.1 Barcarena .................................................................................................................... 56
5.4.2 Barreiro ........................................................................................................................ 58
5.5 Classe Obtida ..................................................................................................................... 60
5.6 Modos de integração nos SGAs .......................................................................................... 61
6 Discussão de Resultados ................................................................ 63
6.1 Amostra .............................................................................................................................. 63
6.2 Base semi-qualitativa .......................................................................................................... 64
6.3 Níveis de desempenho na Comunidade .............................................................................. 64
6.4 Desafios aos SGAs ............................................................................................................. 68
7 Conclusão e Trabalhos Futuros ...................................................... 69
Bibliografia ........................................................................................... 73
Anexos ................................................................................................. 79
Anexo 1 – Índice de Satisfação Social ........................................................................................... 79
Anexo 2 – Dados referente à amostra ............................................................................................ 88
Anexo 3 – Chi-Square Test ............................................................................................................ 89
viii
Lista Tabelas
Tabela 1 – Motivações estabelecimento de um SGA. (National Environmental Education &
Training Foundation, 2001) .............................................................................................. 10
Tabela 2 – Métodos de Calculo Índice Desenvolvimento Humano (Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento, 2010) ............................................................................ 32
Tabela 3 – Valores críticos associados a determinados grau de confiança .............................. 41
Tabela 4 – Exemplo de Resultados recorrendo ao software SPSS .......................................... 43
Tabela 5 – Exemplo de Resultados recorrendo ao software SPSS .......................................... 43
Tabela 6 – Níveis de desempenho Sugeridos.......................................................................... 52
Tabela 7 – Nº Habitantes nas freguesias de Oeiras (Instituto Nacional de Estatística, 2011) ... 54
Tabela 8 – Nº Habitantes nas freguesias do Barreiro (Instituto Nacional de Estatística, 2011) . 55
Tabela 9 – Resultados Índice Bem-estar Social por localização geográfica ............................. 51
Tabela 10 – Resultados do subconjunto para satisfação individual por localização geográfica. 51
Tabela 11 – Resultados Índice Bem-estar Social por género ................................................... 51
Tabela 12 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por género ........................... 51
Tabela 13 – Resultados Índice Bem-estar Social para o subconjunto por género e localização
geográfica ........................................................................................................................ 51
Tabela 14 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por género e localização
geográfica ........................................................................................................................ 52
Tabela 15 – Resultados Índice Bem-estar Social por níveis de educação ................................ 52
Tabela 16 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por níveis de educação ........ 52
Tabela 17 – Resultados Índice Bem-estar Social por níveis de educação e localização
geográfica ........................................................................................................................ 52
Tabela 18 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por níveis de educação e
localização geográfica ...................................................................................................... 53
Tabela 19 – Resultados Índice Bem-estar Social por faixas etárias ......................................... 53
Tabela 20 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por faixas etárias.................. 53
Tabela 21 – Resultados Índice Bem-estar Social por faixas etárias e localização geográfica ... 54
Tabela 22 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por faixas etárias e localização
geográfica ........................................................................................................................ 54
Tabela 23 – Resultados Índice Bem-estar Social por estado laboral ........................................ 54
Tabela 24 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por estado laboral ................ 55
ix
Tabela 25 – Resultados Índice Bem-estar Social por estado laboral e localização geográfica .. 55
Tabela 26 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por estado laboral e
localização geográfica ...................................................................................................... 55
Tabela 27 – Resultados Índice Bem-estar Social por local de emprego ................................... 55
Tabela 28 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por local de emprego ........... 56
Tabela 29 – Resultados Índice Bem-estar Social por local de emprego e localização geográfica
........................................................................................................................................ 56
Tabela 30 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por local de emprego e
localização geográfica ...................................................................................................... 56
Tabela 31 – Classes referente ao Caso de Estudo .................................................................. 60
Tabela 32 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Género Sexual .................... 60
Tabela 33 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Faixas Etárias ..................... 61
Tabela 34 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Níveis de Educação............. 61
Tabela 35 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por estado laboral ...................... 61
Tabela 36 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por local de emprego ................. 61
Tabela 37 – Comparação Resultados com o indicador Gross National Happiness ................... 66
Tabela 38 – Resultados através do indicador Happy Planet Index ........................................... 66
Tabela 39 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade
em termos de bom ambiente?” ......................................................................................... 67
Tabela 40 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade
em termos económicos?” ................................................................................................. 67
Tabela 41 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade
em termos de bem social?” .............................................................................................. 67
Tabela 42 – Teste Qui-Quadrado Sexo ................................................................................... 89
Tabela 43 – Teste Qui-Quadrado Habitação............................................................................ 90
Tabela 44 – Teste Qui-Quadrado Emprego Local .................................................................... 92
Tabela 45 – Teste Qui-Quadrado Espaços de Lazer ............................................................... 93
x
Lista de Figuras
Figura 1 - Componentes de uma Comunidade sustentável ........................................................ 2
Figura 2 – Diferença entre Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade (Edwards, 2005) .. 9
Figura 3 – Vertentes de uma Cidade Sustentável (Munhoz & Coelho, 2009) ........................... 13
Figura 4 – Tabela Qui-Quadrado (Ross, 2004). ....................................................................... 42
Figura 5 – Classes Sistema LiderA.......................................................................................... 44
Figura 6 –Sistema LiderA ....................................................................................................... 45
Figura 7 –Sistema LiderA v2 ................................................................................................... 45
Figura 8 – Concelho de Oeiras ................................................................................................ 54
Figura 9 – Freguesias do Barreiro ........................................................................................... 55
Lista de Equações
Equação 1 – Dimensão dos Indicadores Índice Desenvolvimento Humano (Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2010) ............................................................... 32
Equação 2 – Happy Planet Index ............................................................................................ 33
Equação 3 – Cálculo do tamanho da amostra (Ross, 2004)..................................................... 40
Equação 4 – Cálculo do tamanho da amostra (Ross, 2004)..................................................... 40
Equação 5 – Cálculo Qui-Quadrado (Ross, 2004) ................................................................... 41
xi
Lista de Acrónimos
SGA – Sistema de Gestão Ambiental
IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais
UNEP – Programa das Nações Únidas para o Ambiente
WWF – World Wide Fund
NEF – Nova Fundação da Economia (New Economics Foundation)
PNB – Produto Nacional Bruto
PIB – Produto Interno Bruto
GNH – Felicidade nacional Bruta
HPI – Índice de Felicidade do Planeta
HDI – Índice de Desenvolvimento Humano
GPI – Índice Global da Paz
BREEAM – Instituição Ambiental Método de Avaliação Investigação da Construção (Building
Research Establishment Environmental Assessment Method)
LEED – Leadership in Energy and Environmental Design
LEED ND – Leadership in Energy and Environmental Design for Neighborhood
ENV – Esperança de Vida à Nascença
MAE – Média de Anos de Escolaridade
AEE – Ano de Escolaridade Esperados
RNPpc – Rendimento Nacional Bruto per capita
EMV – Esperança Média de Vida
F – Felicidade
PE – Pegada Ecológica
1
1 Introdução
Comunidades Sustentáveis
“Uma comunidade sustentável procura viver em harmonia com o meio ambiente, e reduzindo ao máximo
todos os passiveis de uma ação causadora de danos aos meios ambientais envolventes e/ou a outras
comunidades seja na linha temporal do presente ou no futuro. A qualidade de vida e os interesses das futuras
gerações são privilegiados face ao crescimento económico ou o consumo imediato.” (IUCN, UNEP, & WWF,
1991).
1.1 A procura de Comunidades Sustentáveis e Sistemas de Gestão Ambiental
A procura de comunidades sustentáveis surge com o aparecimento do conceito de desenvolvimento
sustentável, sendo que este próprio conceito sofreu algumas evoluções na forma como foi definido
inicialmente até ter atingido o consenso sobre o qual é aceite hoje em dia.
O termo sustentável em sido utilizado ao longo do tempo. O assumir da dimensão ambiental cria as bases
para um caminho até ao desenvolvimento sustentável. Esta consciência surge perante a humanidade após a
elaboração do relatório “The Limits to Growth” por parte do clube de Roma em 1972 levando a que “a
sociedade deve-se conciliar o progresso sustentável dentro das restrições ambientais.” (Roma, 2006).
Contrariando assim a anterior mentalidade de que os recursos seriam infinitos.
Com a elaboração de outro relatório “Our Common Future” aumenta a preocupação ambiental assim como as
politicas que visam um desenvolvimento sustentável e é neste relatório que se encontra a definição do que é
atualmente aceite como desenvolvimento sustentável: “O desenvolvimento que procura satisfazer as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as
suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível
satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo
tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats na turais.” (Brundtland,
1987).
Com esta preocupação de procurar um desenvolvimento sustentável, são criadas e adotadas diversas
políticas e tipologias para a dimensão ambiental entre os quais se encontram os Sistemas de Gestão
Ambiental (SGA) que se caracterizam por serem “uma forma de integrar as preocupações ambientais na
gestão global das organizações” (Pinheiro, 2008).
Utilizando esta ferramenta estão criadas as condições para uma melhor gestão e performance ambiental por
parte das organizações e empresas. Contudo a sustentabilidade não deve existir apenas nas empresas. o ser
humano habita em cidades, vilas ou aldeias, em resumo a humanidade procura viver numa comunidade e
esta comunidade tal como as empresas deve ser sustentável. É este o novo desafio, como tornar uma
comunidade sustentável, o que necessita para que seja sustentável e de que forma os Sistemas de Gestão
Ambiental podem e devem contribuir para esse fim.
2
1.2 A Problemática
1.2.1 Comunidade Sustentável
O que distingue então uma comunidade sustentável dos atuais padrões das comunidades será então a
sinergia que se cria com o meio ambiente assim como a sua envolvente. Numa comunidade sustentável
procura-se garantir aos seus moradores as oportunidades e ferramentas que permitem construir os seus
ativos, que instiguem a participar nas suas comunidades, e que orientem a sua economia para uma economia
dinâmica. Uma comunidade sustentável é, na verdade, a junção de "comunidade" com "desenvolvimento
sustentável" - locais onde há possibilidade humana assim como vitalidade social e econômica combinado
num processo contínuo de crescimento, adaptação e aperfeiçoamento.
Figura 1 - Componentes de uma Comunidade sustentável
Assim as três principais componentes que caracterizam uma comunidade sustentável, tal como a Figura 1
ilustra, demonstram uma interdependência entre elas forçando a que para se atingir e estabelecer uma
comunidade sustentável é necessário que estas três componentes se realizem.
Em relação a cada uma destas componentes elas podem existir ou ser adotadas em isolado como são
práticas comuns, visto que hoje em dia se procura cada vez mais a construção sustentável (Pinheiro, 2006),
considerando que a preocupação ambiental é cada vez mais crescente junto das populações esta representa
uma mais-valia e uma valorização do imóvel. Em relação à dinâmica económica facilmente se estabelece a
ponte da sua importância numa sociedade, visto que esta representa o sistema produtor/consumidor na qual
a sociedade capitalista está inserida.
Pertencer a um grupo ou comunidade permite-nos criar um sentido de identidade. Uma comunidade ajuda-
nos a entender quem somos assim como sentir que somos parte de algo maior que nós mesmos. Estudos
indicam que pessoas com fortes conexões sociais têm menos problemas de saúde relacionados com stress,
um menor risco de doenças mentais, assim como uma recuperação mais rápida de algum trauma ou
doença.(Diener & Biswas-Diener, 2008). Assim a satisfação social dos residentes numa comunidade torna-se
Comunidade Sustentável
Construção Sustentável
Dinâmica Económica
Satisfação Social
3
uma meta a ser atingida pois permite aos seus residentes uma melhor integração e um sentido de pertença
assim como um desejo de cuidar e proteger o que é seu.
O autor Richard Moss Alston defende no seu livro que “A sociedade deve ser entendida como uma
combinação de (três) sistemas: funcionais, cognitivos e culturais. Sistemas funcionais incluem comércio,
processos políticos, institucionais e familiares assim como lidar com a produção e consumo de bens,
prestação de serviços, e a administração da justiça e sistemas de ensino. Sistemas cognitivos procuram criar
valores e códigos de conduta. Uma combinação única de sistemas funcionais, cognitivas e culturais são o
que distinguem uma sociedade." (Alston, 1983).
Este autor defende que uma comunidade sustentável deverá apresentar modelos e políticas de gestão que
visem os três sistemas por si definidos procurando sempre a otimização destes para usufruto da geração
presente e das futuras gerações. Como tal a procura de comunidades sustentáveis, assenta na existência de
aspetos construtivos sustentáveis assim como numa procura de valores e formas de integração das
comunidades, podendo esta ser facilitada por modos de gestão e envolvimento, sendo um desafio para os
sistemas de gestão ambiental.
1.2.2 Construção sustentável
A crescente preocupação e regulamentação ambiental, aliada à crescente importância e pressão da opinião
pública, colocam progressivamente a questão do desempenho energético e ambiental, cada vez mais na
agenda da construção dos edifícios e na sua relação com o espaço envolvente, entendido no
empreendimento. Desta forma, é cada vez mais urgente considerar os impactes potenciais e reais associados
ao ambiente construído e à construção de edifícios, de preferência numa fase de anteprojeto, de forma a
serem encontradas medidas que permitam minimizá-los e, se possível, eliminá-los (Pinheiro, 2006).
A dimensão ambiental ganha assim cada vez maior importância para lá dos estritos requisitos legais, em
muitas vezes posicionando-se, ainda que de forma não dominante em termos de mercado, na perspetiva da
sustentabilidade. A sustentabilidade vem realçar a importância de considerar as dimensões económica, social
e ambiental e de ver para além do curto prazo, sendo fundamental para assegurar um desenvolvimento com
capacidade de se sustentar sem atingir pontos de rutura (Pinheiro, 2006).
Assim o conceito de construção sustentável é caracterizado por estar apoiado e suportado numa relação
interdisciplinar de cooperação entre todos os atores que intervêm no ciclo de vida de um edifício, desde a
promoção até à utilização do edifício (Pinheiro, 2006).
A necessidade de se adotarem novas práticas para se conseguir uma resposta mais eficaz aos fenómenos
das alterações climáticas, bem como ao crescimento demográfico leva a que seja no sector da construção,
um dos que mais impactes pode vir a originar nas condições de vida da população.
Deste modo, a Construção Sustentável enquanto produto final de um processo de planeamento, que
também ele requer ser sustentável pretende, no seu conceito, a otimização da afetação e gestão dos
recursos naturais, a eficiência energética, a qualidade do ar interior, a durabilidade dos edifícios e o assegurar
de uma fácil utilização e manutenção simplificada (Pinheiro, 2006).
4
1.2.3 Dinâmica Económica
Em termos de dinâmica económica deve-se procurar estabelecer um sistema onde seja possível produzir,
distribuir e consumir, seja a nível de produtos ou a nível de serviços. Em termos económicos usualmente
estabelece-se uma separação em de três setores (Holton, 1992):
Primário – representa as atividades econômicas que extraem e/ou produzem matéria-prima. Os
negócios importantes neste setor incluem agricultura, a pesca, a pecuária, a silvicultura, a mineração em
geral.
Secundário – setor da economia que transforma as matérias-primas extraídas e/ou produzidas pelo
setor primário, em produtos de consumo, ou em produtos para posterior uso neste mesmo setor, ex:
criação de maquinaria na indústria automóvel.
Terciário – compreende a prestação de serviços acrescentando valor ao produto. É usualmente
designado os serviços como bens intangíveis já que estes não podem ser adquiridos pelo cliente no
entanto a sua existência aumentam o valor do produto. Resumindo, o foco deste setor resulta na
interligação entre consumidor e prestação de serviços, mais do que a transformação de bens físicos que
representa o setor secundário.
Garantindo a dinâmica económica estabelecida por Holton numa sociedade, estabelece-se um sistema
independente e subsistente uma vez que se reduz para o mínimo as cargas ambientais provenientes do
transporte de produtos/materiais caminhando assim para um desenvolvimento sustentável.
Com a presença destas vertentes numa sociedade, garantimos ao individuo um aumento do seu nível de
vida, já que se define nível de vida como a capacidade de um indivíduo possuir, com o seu rendimento, um
determinado conjunto de bens e de serviços. O seu poder de compra é, portanto, determinado pela relação
existente entre o rendimento de que dispõe e o preço dos bens de consumo que podem ser adquiridos com
esse rendimento (Anielski, 2007).
Para avaliar as condições reais de existência de um indivíduo ou população, calcula-se o nível de vida
através de indicadores de natureza qualitativa e quantitativa. Estes vão desde as taxas de evolução do PNB
(Produto Nacional Bruto) e do rendimento per capita, à importância das infraestruturas económicas e sociais,
o nível dos salários reais, horas de trabalho, esperança de vida, taxa de mortalidade geral e infantil.
1.2.4 Sistema de Gestão Ambiental
Os Sistemas de Gestão Ambientais (SGA) pertencem a um grupo de sistemas de gestão, os designados
Sistemas Gestão Integrados que englobam a Qualidade, Higiene e Segurança, Ambiente e Responsabilidade
Social. A utilização destes sistemas seja de um modo individual ou integrado permite à entidade gestora obter
uma ferramenta que indicia claramente qual é o seu objetivo e de que forma o procura alcançar (Neto,
Hoffmann, & Tavares, 2008).
Num Sistema de Gestão Ambiental evidencia-se principalmente a preocupação com o meio ambiente,
chegando a ganhar-se assim um rótulo ecológico por parte da gestão que a aplica conferindo-lhe valor.
Implementando um comportamento eco eficiente, otimiza-se o uso dos recursos e evitar os desperdícios,
5
permitindo assim obter poupanças significativas; além disso, um bom desempenho ambiental evita custos
resultantes da aplicação dos princípios do poluidor-pagador e utilizador-pagador.
1.2.5 Satisfação Social
Como Robert Kennedy uma vez disse em 1968 “o Produto Nacional Bruto tem em linha de conta a poluição
atmosférica, a destruição florestal, etc. no entanto não avalia a saúde das nossas crianças, a qualidade da
sua educação ou as alegrias dos seus jogos (…) a beleza da nossa poesia ou a força dos nossos
casamentos (…) em suma, ele permite medir tudo exceto aquilo que faz a vida valer a pena.”
Robert Kennedy através deste seu comentário esboça o problema de considerar o PNB como indicador de
desenvolvimento económico, ou seja, este indicador considera apenas que crescimento económico é
sinónimo de desenvolvimento sustentável (Wilson, Tyedmers, & Pelot, 2007). Com a utilização de um índice
de satisfação social procura-se minimizar este efeito de não considerar “as coisas que fazem a vida valer a
pena”, resultando numa avaliação da satisfação social através de um equilíbrio entre a satisfação de uma
pessoa enquanto ser individual, ser social e uma preservação da sua identidade dentro do meio no qual está
inserido.
Uma pessoa que se encontre satisfeita dentro do seu meio traduz-se num individuo mais pró-ativo,
consciente das necessidades que o rodeiam e com uma maior capacidade de aceitação de mudanças e
novas ideias. É nesta perspetiva que a avaliação da satisfação da população ganha relevância, permitindo à
unidade gestora uma perceção da sua realidade assim como quais as áreas que deverá melhorar face aos
resultados obtidos.
A questão desta dissertação será o estabelecimento de uma avaliação da satisfação dentro de comunidade
como fator chave dentro da componente social, como um dos elementos chaves a serem avaliados e
identificar recomendações que possam ser incorporadas nos Sistemas de Gestão Ambientais.
1.3 Metodologia
A metodologia proposta abrangeu a revisão dos conceitos e abordagens, a procura de medir a satisfação
social recorrendo a um inquérito, a sua aplicação, a análise da potencialidade de integração nos Sistemas de
Gestão Ambientais, discussão dos resultados obtidos e devidas conclusões.
A escolha desta ferramenta permite-nos recolher informação quantitativa em diversos campos de análise,
seja ciências sociais a meras sondagens políticas. Sendo o objetivo desta dissertação criar uma ferramenta
que possibilite a tomada de decisões por parte das entidades gestoras nos campos de satisfação social
permitindo uma melhoria das vivências da população (Sirkin, 2006).
No entanto, não se apresentam como infalíveis. Uma ferramenta é apenas isso, uma ferramenta e como tal
apresenta tanto vantagens como desvantagens. Podemos resumir estas vantagens como poupança de
recursos e tempo visto que as questões se focam num tema concreto, não se apresenta como uma
ferramenta estanque já que pode ser devidamente aplicada a todos os tipos de temas e são uma forma
eficiente de recolher informação, uma vez que podem ser submetidos a testes onde se verifica a fiabilidade
6
da informação, a validade da mesma assim como a sua significância, tendo como desvantagens o facto de
que caso a amostra não for representativa da população, a informação extraída não será a correta e mesmo
quando a amostra seja representativa da população, as respostas obtidas dependem da integridade dos
inquiridos.
Na criação de um inquérito devem-se ter em conta que este deverá ser claro, objetivo e de fácil
compreensão. Assim primeiramente houve a necessidade de estabelecer o que representa e carateriza um
individuo dentro da comunidade. A conclusão obtida foi que um individuo procura a satisfação em,
essencialmente, três grandes áreas (Alston, 1983):
Satisfação Individual
Satisfação Comunitária
Identidade e Cultura
No item de satisfação individual avalia-se qual a satisfação do individuo em termos individuais, ou seja, qual a
sua satisfação com os aspetos da sua vida dos quais apenas dele dependem.
Para o segundo item, satisfação comunitária, a avaliação decorre na satisfação do individuo face à
comunidade em que se insere assim como nas dinâmicas sociais das quais toma parte.
Finalmente o item de identidade e cultura avalia de que forma a identidade cultural do individuo se encontra
aceite ou está integrada dentro da comunidade ou mesmo se o contrário acontece.
A criação deste inquérito – designado por Índice de Satisfação Social - tem em linha de conta estudos e
outros inquéritos realizados pelo NEF (New Economics Fondation) principalmente o seu relatório “National
Accounts of Well-being: bringing real wealth onto the balance sheet” (NEF, 2009) assim como o “happy planet
índex” (NEF, 2009), de referir ainda o recurso aos estudos do GNH (Gross National Happiness) mais
concretamente ao questionário elaborado em Abril de 2010 (Center for Bhutan Studies, 2010) assim como o
estudo realizado em 2008 em Bhutan “GNH Policy and Project Selection Tools” (Center For Bhutan Studies,
2008).
Assim o índice de satisfação social, representa um inquérito com 47 perguntas, na sua maioria de respostas
fechadas, cada uma delas apresentando uma pontuação numa escala de 1 – 5 deixando ainda em aberto
para com o inquirido a hipótese de contribuir com sugestões de oportunidades de melhoria seja a nível
cultural, económico ou ambiental, dentro da comunidade dando à gestão uma maior perceção de quais as
necessidades que a população mais tem em linha de conta.
Como forma de avaliar, iremos recorrer a utilização da média geométrica para cada uma das três secções
dentro do índice de satisfação social em conjunto com a verificação da existência ou não de determinados
critérios estabelecidos no capítulo 4.3.3, permitindo assim estabelecer qual o seu grau de desempenho.
Os níveis de desempenho estabeleceram-se através de uma gama de valores possíveis de atingir em função
do inquérito estabelecido sendo que para níveis de desempenho superior esta gama de valores situa-se perto
do seu valor máximo de 5, sendo esta a primeira condicionante para a obtenção do nível de desempenho.
A segunda condicionante reside na quantidade de créditos obtidos para os critérios de satisfação social e
identidade e cultura. Estes créditos correspondem à verificação da existência de estruturas que proporcionem
uma melhor vivencia em comunidade, desde apoios à população idosa ou jovem assim como a simples
7
programação de atividades que permitam um melhor conhecimento e integração da própria comunidade para
com os seus residentes e vice-versa.
Para o critério de satisfação individual, a segunda condicionante para o nível de desempenho atribuído será o
valor obtido, novamente recorrendo à média geométrica, naquilo que se designa por “subconjunto i” que irá
englobar as perguntas referentes ao inquérito que se foquem nos principais aspetos da vida humana, ou seja,
saúde, emprego, etc.
Este inquérito foi posteriormente aplicado a duas comunidades distintas, Barreiro a nível de concelho e
Oeiras ao nível da freguesia de Barcarena tendo sido depois avaliado e aferidos as devidas conclusões, face
às pontuações obtidas pelas duas amostras representativas assim como a verificação dos créditos atribuídos
a cada amostra.
1.4 Estrutura da Dissertação
A aplicação desta metodologia concretiza-se nos seguintes capítulos:
Introdução
Onde se elabora uma apresentação sucinta da problemática que é as comunidades sustentáveis, como se
originou esta preocupação no seio da humanidade e em que consiste uma comunidade sustentável. Também
se inclui neste capitulo a metodologia seguida por esta dissertação.
Estado da Arte
Neste capítulo descreve-se a evolução entre a mera procura da sustentabilidade à busca da satisfação social,
quais as soluções utilizadas de forma a se atingir uma comunidade sustentável e os principais indicadores de
felicidade utilizados e de que forma se interliga o conceito de felicidade com uma comunidade sustentável.
Inclui-se ainda de que forma evoluiu a mera avaliação de uma construção sustentável para a avaliação de
comunidades sustentáveis.
Métodos de Avaliação de Felicidade
Este capítulo apresenta a forma de como os principais indicadores de felicidade são medidos, quais as suas
formas de cálculo assim como quais os indicadores utilizados na sua estimação sendo posteriormente
indicado quais as suas principais vantagens e desvantagens na sua utilização e de que forma estes foram
relevantes na elaboração do inquérito elaborado nesta dissertação.
Abordagem Proposta para avaliar a Sustentabilidade
No capítulo referente à abordagem proposta ilustra-se de que forma o inquérito da satisfação social foi
elaborado, que pontos foca e o porque dessas escolhas, qual o tratamento estatístico aplicado à amostra e
de que forma se processa a avaliação, quais os níveis de desempenho utilizados.
Caso de Estudo
8
Neste capítulo caracteriza-se as duas amostras, apresenta-se os resultados obtidos pelo inquérito de
satisfação social assim como créditos obtidos por cada amostra, indicando quais os níveis de desempenho
obtidos.
Discussão de Resultados
Este capítulo traduz-se numa avaliação crítica dos resultados obtidos a nível da amostra, do tratamento dos
dados, os níveis de desempenho atribuídos às duas comunidades e quais os desafios que os Sistemas de
Gestão Ambiental enfrentam com esta metodologia.
Conclusão e Trabalhos Futuros
No capítulo final desta dissertação, encontramos as conclusões obtidas recorrendo a esta metodologia e
algumas recomendações para trabalhos futuros.
Bibliografia
Anexo
Contem a estrutura do inquérito, quadro resumo das características das duas amostras e teste chi-quadrado.
9
2 Estado da Arte
2.1 Da sustentabilidade à satisfação social
2.1.1 Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade
Primeiramente existe a necessidade de distinguir o que é Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade
evitando assim equívocos sobre o conceito em geral.
O conceito de Desenvolvimento Sustentável é, normalmente, definido como o desenvolvimento que procura
satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam
um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao
mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da Terra e preservando as espécies e os habitats naturais.
Edwards (2005) em “O Guia Básico Para a Sustentabilidade” apresenta-nos de uma forma explícita a ténue
diferença entre Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável, sendo que esta assenta no facto da
sustentabilidade ser um processo para se atingir o desenvolvimento sustentável.
Figura 2 – Diferença entre Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade (Edwards, 2005).
Assim a procura para a sustentabilidade representa uma inter-relação entre o progresso econômico, a gestão
ambiental e bem-estar da sociedade sendo portanto um processo complicado, afetando a qualidade da
sociedade em que vivemos uma vez que no passado, os ecossistemas do mundo eram capazes de absorver
os danos ecológicos resultantes de industrialização e desenvolvimento extensivos. No entanto, com o
aumento rápido da população global e industrialização, bem como as exigências cada vez maiores para com
os recursos naturais, como água potável, os ecossistemas atuais não são mais capazes de sustentar os
danos ecológicos causados. A questão será em como transformar a sustentabilidade num compromisso, em
vez de ser apenas um custo de conformidade (Goosen, 2012).
2.1.2 Sistemas de Gestão ambiental
Os sistemas de gestão ambiental evoluíram desde o seu início para o presente, uma vez que antigamente
eles apenas apareciam como forma de resolver problemas ambientais pontuais derivados da indústria, no
entanto com o aparecimento de uma legislação cada vez mais exigente estes começam a evoluir de forma a
10
responder a essas novas exigências ao ponto de atualmente existir a preocupação com os fatores
sociopolíticos que estarão na causa do problema ambiental, conferindo a esta ferramenta uma importância
vital no estabelecimento da sustentabilidade (Dyball & Keen, 2005).
Referentemente aos sistemas de gestão ambientais, estes representam uma estrutura que permite à entidade
gestora alcançar os seus objetivos ambientais através de um controlo das suas ações. Assume-se que este
maior controlo impulsiona a melhoraria do desempenho ambiental da organização cabendo à gestão decidir
qual o desempenho ambiental que pretende alcançar (National Environmental Education & Training
Foundation, 2001).
A decisão de adotar um SGA depende de múltiplos fatores, incluindo muitas vezes consideração sobre os
custos e benefícios que essa decisão acarreta para a organização assim como tempo despendido.
Tabela 1 – Motivações estabelecimento de um SGA (National Environmental Education & Training Foundation, 2001).
Custos Benefícios
Custos de implementação Melhoria desempenho ambiental
Tempo necessário para a sua elaboração Vantagem económica face à concorrência
Possível consultoria externa Maior eficiência utilização de recursos
Necessária Formação Aumento da consciencialização das pessoas
integrantes sobre as questões ambientais
Desta forma para um Sistema de Gestão Ambiental poder ascender a elevados níveis de desempenho
ambiental, existe a necessidade de considerar uma visão mais alargada ao integrar a sustentabilidade como
parte dos seus objetivos e não meramente respeitar a legislação ambiental e respetiva fiscalização que é
progressivamente mais exigente (Pinheiro, 2008).
Os SGA que tradicionalmente centram-se sobre o desempenho ambiental devem incorporar a abordagem da
sustentabilidade, e com esta sustentabilidade desafiar-se na procura de novas dimensões como é o caso da
satisfação.
2.1.3 Sociedade e satisfação
Ainda que não exista nenhuma definição exata de o que é uma sociedade, é aceite o conceito de que uma
sociedade implica um grupo de indivíduos que procuram coabitar juntas numa comunidade organizada.
Em termos da visão abordada nesta dissertação, esta é coincidente com o que o autor Richard Moss Alston
defende no seu livro “A sociedade deve ser entendida como uma combinação de (três) sistemas: funcionais,
cognitivos e culturais. Sistemas funcionais incluem comércio, processos políticos, institucionais e familiares
assim como lidar com a produção e consumo de bens, prestação de serviços, e a administração da justiça e
sistemas de ensino. Sistemas cognitivos procuram criar valores e códigos de conduta. Uma combinação
única de sistemas funcionais, cognitivas e culturais são o que distinguem uma sociedade." (Alston, 1983).
11
Portanto, na visão deste autor temos uma comunidade caracterizada por três itens, sendo eles adotados no
LiderA pelos critérios tal como anteriormente já haviam sido referidos no inquérito de estimação de satisfação
social:
Satisfação Individual – Sistemas funcionais
Satisfação Comunitária – Sistemas cognitivos
Identidade Cultural – Sistemas culturais
Uma vez que o mundo atravessou um forte crescimento urbano durante a era da industrialização
transformando as zonas urbanas em zonas de elevada densidade populacional estas trouxeram consigo
problemas inerentes como é o caso de resíduos, poluição atmosférica, crime, etc. No entanto a introdução do
conceito de sustentabilidade tem-se mostrado frequentemente como uma solução para os problemas
multidimensionais das cidades, "tornou-se central não apenas na política de habitação, mas também nas
politicas de recursos humanos, emprego, transporte e serviços urbanos" (Choguill, 2007). Devido a esta
problemática e a esta consciencialização surge a procura daquilo que se designa por comunidades
sustentáveis, no entanto a definição de comunidades sustentáveis e suas características é um desafio, pois
nenhuma comunidade ou sociedade na história da humanidade poderá manter-se sustentável para sempre
(Hempel, 1999).
A noção de comunidades sustentáveis é um conceito relativo e não existe uma definição universalmente
aceite por todos, no entanto apesar destas dificuldades, existem hoje várias definições alternativas de
comunidades sustentáveis como é o exemplo de "Uma comunidade completa, onde os recursos naturais e
históricos são preservados, existem empregos disponíveis, a expansão urbana está contida, os bairros são
seguros, a educação, transporte e saúde são acessíveis, e todos os cidadãos têm a oportunidade de
melhorar a qualidade de suas vidas" (President’s Council on Sustainable Development, 1996) ou “Uma
comunidade que atende às necessidades diárias da comunidade, e ao mesmo tempo mantem uma visão de
longo prazo contabilizando as gerações futuras, entendendo que a nossa sobrevivência depende de um
ecossistema saudável no planeta, uma comunidade sustentável trabalha nessa reintegração com a natureza,
e age como uma parte do todo, de uma célula no organismo da Terra.” (Sustainable Communities Online,
2012).
É então possível estabelecer que uma comunidade sustentável como aquelas em que a vitalidade
econômica, integridade ecológica, justiça social e democracia cívica são integrados de forma equilibrada,
promovendo assim uma elevada qualidade de vida e dando aos cidadãos uma responsabilidade acrescida.
Todos esses atributos também precisam de ser combinados numa estratégia de gestão que vise o longo
prazo e promova a adaptabilidade a curto prazo (Ercan, 2011).
Assim, a forma de se atingir uma comunidade sustentável não surge de uma forma linear mas sim de uma
interligação entre as diversas dinâmicas nas quais uma sociedade se baseia. A sustentabilidade de uma
comunidade depende da capacidade de se criar e manter uma estabilidade económica e ambiental, promover
equidade social e participação publica tanto a nível de planeamento como de implementação. A criação de
empregos, gestão energética, rede de transportes, educação e sistema saúde são algumas das áreas de foco
(Center on Sustainable Communities, 2005).
12
2.2 Procura de sustentabilidade nas zonas urbanas e cidades
O paradigma do desenvolvimento sustentável tem sido um conceito popular e um desafio para o planeamento
urbano nos últimos anos, onde as políticas e estratégias surgiram a partir do descontentamento e
preocupação com a expansão urbana (Egger, 2006).
Os recursos disponíveis para construção são um elemento chave quando se procura a sustentabilidade.
Numa cidade atualmente, os consumos de recursos desta ultrapassam em muito o que a área da cidade tem
para oferecer. Portanto, na criação de uma cidade sustentável, deve-se precisar qual a estratégia ambiental a
implementar para que seja possível moderar uma redução face aos modelos atuais do setor primário e da
proporção de indústria secundária, promovendo um aumento da proporção do setor terciário (Songa, 2011).
Se considerarmos que a maior parte da expansão urbana no passado ocorreu à custa de sacrificar o meio
ambiente esta preocupação levanta novos objetivos e metas que devem ser atingidas de forma a estabelecer
a sustentabilidade.
Este conceito de atingir a sustentabilidade em zonas urbanas originou discussões sobre o que será a
sustentabilidade das cidades, os parâmetros e as formas de uma cidade sustentável, que levou ao
desenvolvimento de uma série de iniciativas, estratégias e planos traduzindo-se em modelos de visões
diferentes para o que será uma cidade sustentável (Abdel-Galil, 2012).
2.2.1 Eco-Vilas
“O ano 2000 marcou o momento em que pela primeira vez na história da humanidade a população urbana
ultrapassou a rural. Dos 6,2 bilhões de habitantes do planeta, a grande maioria vive nos centros urbanos.”
(Edwards, 2005). Atingindo esta realidade, deve-se encontrar alguma solução que permita reduzir a pegada
ecológica gerada pela população.
Uma solução largamente difundida na Suécia assim como noutros locais do planeta, são as designadas
Eco-Vilas, onde se apresenta uma comunidade, rural ou urbana, com o intuito de integrar a dinâmica social
de uma forma onde os impactes daí provenientes sejam de baixa carga ambiental. Como medidas para se
atingir esta meta, focam-se diversos aspetos, nomeadamente, design ecológico, construção ecológica,
utilização e geração de energias alternativas, integração social, entre outros (Ecovillage, 2010).
Ainda que aparentem ser uma boa resposta às necessidades ambientais estas Eco-Vilas que não costumam
ser constituídas por populações superiores a 1000 habitantes, sendo a sua média aproximadamente metade
deste valor. Desta forma, esta solução apresenta-se aplicável apenas para pequenos agregados
populacionais e não para as exigências reais da humanidade onde encontramos grandes centros urbanos e
todas as suas envolventes (Ecovillage, 2010).
Neste caso, então a verdadeira solução não deverá ser as Eco-Vilas, mas sim uma cidade sustentável, pois
numa cidade já se possuí a dimensão necessária para a problemática da população e a centralização desta.
Hildebrand Frey descreve em 1999 os problemas existentes nas cidades atuais, salientando que numa cidade
sustentável estes não devem ocorrer: “o debate sobre a cidade sustentável tem início na concordância geral
de que a cidade que conhecemos e habitamos hoje em dia causa um insustentável stress ambiental, está
13
socialmente estratificada e funciona a um nível inferior ao ótimo, sendo esse funcionamento altamente
dispendioso” (Frey, 2001).
2.2.2 Cidades Sustentáveis
Para muitos especialistas, o conceito “cidade sustentável” encerra uma contradição irresolúvel, já que numa
cidade existem sistemas complexos que dependem de fatores externos e desta dinâmica criam-se as
condições para a existência de elevadas densidades populacionais, tornando-se para a humanidade o seu
habitat de eleição. Numa cidade encontramos empregos e serviços dos quais necessitamos e agregado a
estes dois fatores preponderantes origina-se um maior bem-estar económico e social (Ernest J. Yanarella,
1992). Daqui encontramos a contradição referida anteriormente pois inerente ao princípio da sustentabilidade,
está associado a capacidade de autossuficiência, implicando o consumo de energias e materiais assim como
a eliminação de resíduos dentro do mesmo espaço.
Se a humanidade adotou este habitat e no entanto ela apresenta-se com falhas devido à atual gestão,
teremos que mudar o paradigma desta. Um autor que reflete sobre esta problemática é Herbert Girardet que
considera que: “Uma cidade sustentável está organizada de modo a que todos os seus habitantes possam
satisfazer as necessidades básicas e aumentar o seu bem-estar sem danificar o mundo natural ou pôr em
risco as condições de vida de outros, agora e no futuro” (Girardet, 1999).
Pelo relatório Brundtland define-se as três principais dimensões de uma cidade: cultural, economia e
ambiente e destas dimensões gerais podemos avaliar as diversas vertentes que existem numa cidade, que
serão:
Figura 3 – Vertentes de uma Cidade Sustentável (Munhoz & Coelho, 2009).
De forma a se atender a esta problemática fora conceptualizada diversas abordagens de como projetar uma
cidade, sendo as mais distintas as seguintes:
14
2.2.2.1 Cidades dispersas
O crescimento da cidade leva a alguma dispersão na ocupação dos espaços de alguma forma alimentados
pela facilidade do transporte rodoviário e/ou ferroviário. A maior facilidade de deslocações, inclusive a nível
individual, e de comunicação à distância permitiu o desenvolvimento radial, em torno do perímetro das
cidades e as áreas circundantes acabavam por se tornar por vezes em zonas exclusivamente de dormitórios,
dando em alguns casos origem ao crescimento designado em mancha de óleo (Hirt, 2007).
2.2.2.2 Cidades Compactas
Como alternativa à tendência das cidades dispersas, altamente consumidoras de recursos, foi desenvolvido o
conceito de cidade compacta, baseada na concentração e na multifuncionalidade no uso dos solos (em
oposição à separação de zonas). Os mesmos espaços podem ser utilizados para diferentes atividades, do
trabalho ao lazer, com implicações na diminuição da mobilidade, o sector mais sensível na questão ambiental
que, no caso da cidade compacta, pressupõe a tomada de medidas pela autarquia, através de uma melhor
rede de transportes públicos. Quanto à maior intensidade de ocupação das áreas já edificadas, depende de
políticas de reabilitação de edifícios (Hirt, 2007).
2.2.2.3 Soluções de equilíbrio
Recentemente, um outro modelo – short cycles city – defende que a cidade, além de compacta, deve ser
“verde”, uma vez que os espaços verdes aumentam as possibilidades de lazer e, por outro lado, influenciam o
microclima e reduzem os níveis de poluição. O modelo urbano ideal, o mais sustentável, está no entanto
longe de ser único, capaz de ser implementado em qualquer cidade. O território do futuro parte do princípio
de que a sustentabilidade é um processo que evolui e depende da alteração das condições sociais,
ambientais e económicas. Por isso mesmo, o modelo, por si só, é insuficiente – necessita de ser conjugado
com políticas de transportes, económicas, sociais e ambientais, e que tenham em conta a mudança de estilos
de vida (European Union Expert Group on the Urban Environment, 2004).
2.3 Comunidades
A partir das análises anteriores, pode-se dizer que o conceito de construção de sociedades e comunidades
sustentáveis é mais adequado que o de "desenvolvimento sustentável" na medida em que possibilita a cada
uma delas definir os seus padrões de produção e consumo, bem como o de bem-estar a partir da sua cultura,
do seu desenvolvimento histórico e do seu ambiente natural. Além disso, deixa-se de lado o padrão das
sociedades industrializadas, enfatizando-se a possibilidade da existência de uma diversidade de sociedades
sustentáveis, desde que pautadas pelos princípios básicos da sustentabilidade ecológica, económica, social e
política, anteriormente descritos (Diegues, 2003).
15
No entanto, o termo comunidade geralmente refere-se a algo como uma pequena vila que partilha valores
comuns. Nas comunidades humanas existem crenças, recursos, preferências, necessidades, riscos, e uma
série de outras condições que podem estar presentes, afetando a identidade dos participantes e o seu grau
de coesão. O foco é a construção de um consenso através da comunicação e cooperação entre os diferentes
grupos de interesses presentes na comunidade e os grupos de interesse que se encontrem numa vizinhança
geográfica. Intensificar os sentimentos dos indivíduos e das organizações de valor, apego e ligação à
comunidade, por meio da participação pública é possível promover o sentido de comunidade, que é um
elemento fundamental de uma comunidade sustentável, além de um meio ambiente físico saudável.
Com o estabelecimento de uma comunidade o conceito de desenvolvimento económico comunitário fornece
um meio de abordar o desenvolvimento sustentável ao nível da comunidade por intermédio de um processo
pelo qual as comunidades podem iniciar e gerar soluções próprias para seus problemas económicos comuns
e, assim, construir a longo prazo a capacidade da comunidade e promover a integração dos objetivos
económicos, sociais e ambientais (Roseland, 2000).
A existência de uma coesão social presente numa comunidade permite uma maior coesão e sentimento de
pertença entre os moradores. Como tal, a coesão social ultrapassa o nível individual levando a uma
entreajuda de indivíduos para com os outros, funcionando como um bloco de construção para a coesão em
toda a sociedade. Uma visão otimista da coesão social sugere que atrai investimentos para impulsionar o
crescimento económico (Cheung & Leung, 2011).
2.4 Felicidade
Karl Marx apresenta o seguinte argumento: "Uma casa pode ser relativamente grande ou pequena, desde
que as casas vizinhas sejam igualmente pequenas ao ponto de satisfazem todas as exigências sociais de
uma habitação. Mas se um palácio se ergue junta à pequena casa, esta transforma-se numa cabana " (Lipset,
1960). Este simples argumento demonstra o quanto subjetivo a felicidade ou bem-estar são, variando
diretamente com a própria renda e inversamente com a renda dos outros. O aumento da renda de todos não
aumenta a felicidade de todos, porque o efeito positivo de maior renda no bem-estar subjetivo é compensado
pelo efeito negativo do nível de vida superior trazidas pelo crescimento da renda em geral (Easterlin,1995).
Ou seja, a felicidade existe quando existe alguma discrepância em termos de rendimentos produzindo
diversos status sociais. A explicação psicológica para tal efeito resulta na seguinte lógica: a maioria das
pessoas cujos rendimentos estão acima da média adquirem uma sensação de prazer pelo seu status relativo,
assim como a maioria das pessoas cujos rendimentos estão abaixo da média preferem uma sociedade com
alguma desigualdade, a fim de manter vivas as suas perspetivas - ou pelo menos, sonhos - de se tornarem
mais ricas aumentando o seu status social (Dean, 2007). Outros fatores que influenciam a felicidade de um
individuo estão amplamente relacionados com a comunidade em que este se insere como é o caso do
mercado de trabalho, a inflação e desemprego, os níveis de pobreza, as taxas de suicídio e de emigração,
crime e agitação social ou fatores intrínsecos à própria pessoa como o caso da saúde mental, a
produtividade, estabilidade familiar, tempo disponível para hobbies entre outros (Mookerjee & Beron, 2005). É
de notar que a felicidade sendo ela influenciada por tantos fatores como os anteriores, esta apresenta uma
curva em forma de U ao longo das idades (Blanchflower & Oswald, 2008) sendo idêntico tanto para homens
16
como mulheres atingindo o mínimo na Europa para os homens com 44 anos de idade e para as mulheres
com 43 anos de idade (Blanchflower & Oswald, 2008).
Este tipo de dados introduzem o conceito de que crescimento económico não ocorre isoladamente seja cada
vez mais aceite, levando a que os economistas se foquem na procura da “felicidade económica” que se
baseia na quantificação de estudos referente a felicidade, qualidade de vida, estado social e todo o tipo de
conceitos que se encontrem relacionados com estes temas em conjunto com os conceitos de economia,
aliados à sociologia e psicologia (Luigino Bruni, 2007).
O modo de avaliação deste tipo de conceitos, usualmente passa pela utilização de questionários aliados com
dados globais como o caso de esperança média de vida, nível de educação. Assim surgem diversos
indicadores de forma a contabilizar esta nova abordagem tal como é o caso de:
Global Peace Index (GPI) – Índice Global da Paz
Happy Planet Index (HPI) – Índice de Felicidade do Planeta
Gross National Happiness (GNH) – Felicidade Nacional Bruta
Human Development Index (HDI) – Índice de Desenvolvimento Humano
2.4.1 Felicidade Nacional Bruta
Este conceito foi desenvolvido com o objetivo de criar um indicador que medisse de uma forma mais exata a
qualidade de vida tendo em linha de conta os fatores psicológicos e sociais de que uma sociedade é alvo
procurando assim contrariar o indicador económico usualmente utilizado (PIB – Produto Interno Bruto)
(Herman E. Daly, 2010).
A primeira vez que este conceito surge destacado internacionalmente, foi em 1972 pelo rei do Butão, Jigme
Singye Wangchuck, de forma a simbolizar o seu compromisso do desenvolvimento do país para com os
valores espirituais budistas implicando assim que para este indicador apenas existe desenvolvimento e
crescimento social quando houver um crescimento tanto a nível espiritual como económico (Center for Bhutan
Studies, 2012).
Assim, tal como o relatório – A Short Guide to Gross National Happiness Index – refere, este indicador tem
quatro pontos específicos através dos quais é possível estabelecer crescimento económico aliado aos ideais
budistas, são eles: o desenvolvimento sustentável, a preservação e promoção dos valores culturais, a
conservação e preservação dos ecossistemas naturais e o estabelecimento de boa governança (Center for
Bhutan Studies, 2012).
A aplicabilidade desde indicador surge exatamente nestes quatro pontos. Nenhum país necessita de abraçar
a ideologia budista de forma a ter a possibilidade de atingir estes quatro pontos. Cada vez mais se procura o
desenvolvimento sustentável assim como a preservação dos ecossistemas naturais, e ainda que este
indicador reflita alguma ideologia budista na forma como avalia, este foi criado apoiando-se em estudos
realizados no âmbito da felicidade e equilíbrio psicológico permitindo a sua utilização fora das suas fronteiras.
17
Como principais críticas a este indicador encontramos o facto de que, estando este dependente de vários
itens que são subjetivos, existe a hipótese de os governos adotarem este índice segundo os seus interesses
impedindo a comparabilidade tal como o PIB o permite fazer (Diener et al , 1995).
2.4.2 Índice de Felicidade do Planeta
O índice de felicidade do planeta (Happy Planet Index – HPI) Representa um índice que avalia o impacte no
meio ambiente assim como a felicidade pessoal. Foi criado pelo NEF em 2006 com o objetivo de substituir o
PIB como indicador de desenvolvimento (NEF, 2009).
Este indicador criado em 2006 é desenvolvido através de princípios éticos de utilitarismo, ou seja as ações
tomadas deverão sempre beneficiar o máximo de pessoas envolvidas, isto implica por exemplo que a pegada
ecológica do país não deverá exceder os seus recursos naturais de forma a não prejudicar tanto os
ecossistemas como as gerações futuras (NEF, 2006).
É o primeiro índice a combinar o impacto ambiental com o bem-estar para medir a eficiência ambiental entre
países permitindo às pessoas viverem bem. Este índice não identifica qual o país com maior felicidade e sim
a eficiência relativa com que as nações convertem os seus recursos naturais permitindo à população uma
melhor qualidade de vida. Os países com melhor classificação são aqueles que demonstram que é possível
estabelecer bons níveis de qualidade de vida sem contudo exceder as suas pegadas ecológicas (NEF, 2009).
Com a realização deste índice é visível que a utilização de muitos recursos não se traduz numa boa
qualidade de vida, tal como países distintos atingem os mesmos valores no índice indicando que existem
diversos modos de desenvolvimento para boas performances ambientais.
Este índice propõe-se a substituir o PIB, no entanto é alvo de algumas críticas sendo elas o facto de que é
subjetivo uma vez que a qualidade de vida é um fator cultural. A outra crítica apontada é que ele é um
indicador de performance ambiental e não de qualidade de vida como o nome sugere (Goossens & Mäkipää,
2007).
2.4.3 Índice de Desenvolvimento Humano
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento sendo um órgão da ONU (Organização Nações
Unidas) apresenta-se com o objetivo de promover o desenvolvimento assim como eliminar a pobreza no
mundo. Este programa produz relatórios e estudos referentes à evolução do desenvolvimento sustentável nos
países. É neste programa que através dos relatórios gerados se utiliza o Índice de Desenvolvimento Humano.
O índice de desenvolvimento humano é uma medida utilizada pelas Nações Unidas e estabelece uma medida
de comparação entre países permitindo diferenciar quais os que são “Desenvolvidos”, “em Vias de
Desenvolvimento” e “Subdesenvolvidos”. Na identificação de qual os graus de desenvolvimento são utilizados
dados como a esperança média de vida, nível de educação médio, PIB, etc (Sloman, 2006).
Este índice surge pelas mãos do economista Mahbub ul Haq de nacionalidade paquistanesa no ano de 1990,
que procurava criar algo que permitisse demonstrar que o desenvolvimento da sociedade não deveria ser
18
meramente um desenvolvimento económico. E assim em conjunto com o economista Amartya Sen
desenvolveram o que hoje se identifica como o Índice Desenvolvimento Humano (Human Development,
2012).
Estes economistas ao elaborarem o índice de desenvolvimento humano, procuraram estabelecer num único
item a complexidade das relações e dependências humanas, no entanto a escolha deles era que seria de
melhor compreensão e aceitação por parte das massas um resultado único que englobasse tudo em vez de
diversos resultados nas diversas áreas, uma vez que este índice incorpora três dimensões distintas.
Para o seu calculo contabiliza-se atualmente a esperança média de vida, o grau de educação e qual o PIB do
país. Recorrendo a fórmulas matemáticas empíricas onde estes valores são utilizados obtém-se um valor que
varia entre 0 – 1 indicando assim o grau de desenvolvimento do país em análise (Goossens & Mäkipää,
2007).
A principal crítica de que este índice é alvo revela-se pela dimensão ambiental e ecológica, que não é
contabilizada nas suas dimensões tornando este índice numa mera perspetiva de desempenho não se
traduzindo assim numa visão apoiada no desenvolvimento sustentável.
Outras críticas de que este índice é alvo são o facto de que ele não apresenta nenhuma ideia inovadora, uma
vez que as dimensões contabilizadas na elaboração deste índice já foram estudadas e tratadas em diversas
situações. É ainda apontado como incomparável dentro de determinadas gamas de países uma vez que este
avalia de forma distinta diferentes grupos de países, implicando apenas que as comparações só possam
surgir quando os países se encontrem dentro do mesmo grau de desenvolvimento (Goossens & Mäkipää,
2007).
2.4.4 Índice Global da Paz
Este índice foi elaborado pelo Instituto de Economia e Paz e procura na sua elaboração medir as regiões do
globo que se apresentam como mais pacíficas. Na elaboração deste índice são considerados fatores como os
níveis de violência e criminalidade, guerras em que os países estejam envolvidos assim como os fundos
destinados a ações militares e armamento.
Elaborado pelo Instituto de Economia e Paz e em conjunto com diversos peritos no campo da paz, este índice
utiliza na sua estimação vinte e três indicadores mais diversas áreas como a criminalidade, guerra,
armamento, tendo sido realizado pela primeira vez em Maio de 2007 (Institute For Economics and Peace,
2007).
O surgimento deste índice tinha por objetivo colocar o estabelecimento da paz como um foco importante na
sociedade levando as nações a uma procura e melhoria das suas relações políticas, visto que com a
elaboração anual deste índice foi possível constatar que as zonas com melhor classificação apresentam
também maiores rendimentos, melhores níveis de educação assim como menores níveis de corrupção.
Ainda que este índice seja utilizado por entidades importantes, como o Banco Mundial, especialistas referem
que este apresenta falhas a nível de indicadores como por exemplo na falta de contabilização de violência
(Eisler, 2007).
19
Mas como principal falha apontada reside no facto de este índice contabilizar os gastos em armamento e
ações militares penalizando os países, não tendo em linha de conta os efeitos da dimensão dos países, ou
seja, um país como os Estados Unidos da América irá ter sempre um gasto em armamento e ações militares
muito superior ao do Luxemburgo. Isto implica que nesses indicadores o Luxemburgo terá sempre uma maior
classificação que os Estados Unidos da América.
2.5 Comunidades Sustentáveis
A sustentabilidade em sistemas vivos humanos baseia-se, em duas condições igualmente importantes: a
resiliência e sustentabilidade da natureza por um lado e a cultura do homem por outro (Berg & Nycander,
1997). E embora o conceito de sustentabilidade tenha sido adotado em termos de princípio, ainda existem
algumas questões que devem ser atendidas do ponto de vista prático. Uma delas será a questão da escala
geográfica adequada. Argumenta-se que o correto planeamento para a sustentabilidade perca eficiência
quando este seja dimensionado para grandes escalas (Kildow, 1992). Sob o conceito de "Pensar
globalmente, agir localmente e planear regionalmente”, a escala de um bairro ou comunidade, que contém
alguns elementos importantes para o desenvolvimento local, apresenta-se como uma de dimensão ideal. A
segunda questão na implementação do desenvolvimento sustentável é a necessidade de uma ferramenta
eficaz para ajudar a alcançar a meta. Uma vez que uma comunidade é um sistema complexo de pessoas e
meio ambiente tornando-se num ecossistema único, é necessário lidar com isso de uma forma abrangente e
sistemática (Chana & Huang, 2004).
Assim a forma que pretende responder a esta exigência será a criação de bairros ou comunidades
sustentáveis que se caracterizam em geral, por serem um agregado populacional relativamente pequeno com
a sua própria identidade. Eles são limitados a uma área geográfica específica e não apresentam as principais
vias de acesso na sua estrutura mas sim ligações a esta. Outras propriedades gerais e fundamentais são de
que seus habitantes são conhecidos por si criando uma consciência comum, constituindo assim fortes
recursos sociais que contribuem para a sensação de segurança e bem-estar de uma comunidade. Um grande
número de inter-relações de vizinhança, portanto, tendem a tornar-se fundamental para a sustentabilidade
social de qualquer bairro (Berg & Nycander, 1997).
Existindo um crescimento global por parte da população e dos desafios ecológicos, é de suma importância
que as comunidades se esforcem para atingir a "sustentabilidade" - a capacidade de responder às exigências
ambientais atuais, as necessidades econômicas e sociais sem reduzir a capacidade das gerações futuras de
satisfazer as suas necessidades e ainda que a definição de comunidade sustentável varie de acordo com o
interesse, as necessidades e cultura de diferentes comunidades, o seu foco principal acaba sempre por
assentar nas questões econômicas, ambientais e sociais. Reconhecendo isso, existe então algumas
abordagens interessantes merecedoras de serem mencionadas que revelam aplicações a diferentes escalas
espaciais.
20
2.5.1 UniverCity
Univercity é uma comunidade sustentável que já foi alvo de diversos prémios, localizada no topo da
montanha de Burnaby - Canadá. O seu nome advém do facto de ser uma comunidade criada em função da
Universidade Simon Fraser durante a sua projeção. Os arquitetos responsáveis, Arthur Erickson e Geoff
Massey, desejavam criar uma universidade mas ao mesmo tempo uma comunidade tendo o local desejado
para o efeito o topo da montanha de Burnaby (Univercity, 2008).
Quando se concebeu este modelo teve-se então por objetivo criar uma "comunidade mais completa" no topo
da montanha, com uma variada gama de opções de alojamento, lojas, serviços e instalações, assim como
estabelecer um fundo de doações para apoiar o ensino e pesquisa na SFU (Univercity, 2008).
Em termos de sustentabilidade Univercity procura atingir a sustentabilidade de quatro maneiras em quadro
distintas áreas:
Ambiente – Preservar os recursos naturais de montanha de Burnaby e reduzir a pegada ecológica
dos edifícios, transportes e amenidades.
Equidade – Fornecer um lugar saudável, seguro e acessível para viver e trabalhar assim como
estabelecer um leque de opções de habitação que permita uma comunidade completa.
Educação – Melhorar a educação dos estudantes e alunos ao longo da vida para prepará-los para o
futuro da economia e dinamizar a vida universitária.
Economia – Gerar receita e incentivar a inovação nas empresas comerciais e sociais para envolver
todas as partes interessadas na comunidade.
De forma a garantir que estes princípios são atingidos, a gestão estabeleceu um Comitê Consultivo da
Comunidade (CAC). Este comitê de 12 membros tem uma sociedade diversificada, incluindo estudantes
pertencentes à universidade, residentes, pessoas responsáveis pelo planeamento municipal e representantes
de organizações não-governamentais, como BC Housing, Canada Mortgage Corporation and Housing e BC
SmartGrowth. Foi através da colaboração destes atores diferentes que uma Declaração de Visão
Comunidade foi formalmente adotada e do processo de projeto subsequente lançado (Univercity, 2008).
2.5.2 Dubuque, EUA
Em 2006, um plano para fazer Dubuque em Iowa, uma cidade mais sustentável tornou-se uma das
prioridades do presidente Roy D. Buol e do Concelho Municipal de Dubuque. Como resultado, uma estratégia
com o envolvimento da comunidade desde o início do processo foi implementada e através de um sistema de
gestão e uma implementação deste novo plano visando a sustentabilidade ao longo de todo o planeamento
foi possível compreender quais as principais preocupações da comunidade (Burbach, 2012).
Estes grupos então avaliam todos os anos onze princípios que definiram como prioritários – Economia Local,
Uso de Energia Inteligente, Gestão de Recursos, Integração Comunitária, Edifícios Verdes, Alimentação
Saudável Local, Criação Cultura na Comunidade, Mobilidade, Ar Não Poluído, Água Limpa e Potável,
Existência de Plantas e Animais Nativos – e que servem de orientação sobre quais as decisões que o plano
da cidade deve seguirão longo das revisões periódicas de cinco em cinco anos a que é sujeito (Burbach,
2012).
21
Os líderes da comunidade Dubuque desenvolveram deste modo um plano incorporando multifacetados
programas municipais e de negócios e projetos de sustentabilidade regional demonstrando através da sua
aplicação de que:
Uma comunidade que procure um futuro mais sustentável necessita de uma forte liderança nos
setores público, privado assim como nas associações sem fins lucrativos. Esta liderança ajuda a garantir que
a visão da comunidade é incorporada no planeamento estratégico e na distribuição de orçamento.
A recolha de dados e a análise é essencial para a verificação do cumprimento dos objetivos
estabelecidos para a comunidade.
A utilização de tecnologia apenas se torna relevante se esta for integrada perante a comunidade
demonstrando que este modo de pensar representa a forma mais eficaz de estabelecer a longo prazo uma
mudança de comportamento sustentável em comunidades (Burbach, 2012).
2.5.3 Vauban
Situada no sul da Alemanha, junto da fronteira com a França, existe uma cidade chamada Freiburg, dentro
desta cidade criou-se um bairro com o nome de Vauban com o objetivo de ser uma das primeiras
comunidades sustentáveis. A sua projeção procurou ter em linha de conta as opiniões da comunidade no que
consideravam importante para se apresentar um modelo ambiental sustentável e promovesse um estilo de
vida eco-friendly (Vauban district, Freiburg, 2000).
Como uma das preocupações principais temos os sistemas de transportes levando a que se tenha criado um
esquema de “transporte-verde”, que promove-se a utilização dos transportes públicos tornando os carros
particulares desnecessários. Escolas, empresas e centros comerciais encontram-se localizados a uma curta
distância seja a pé ou deslocando-se numa bicicleta. Cada casa encontra-se também a uma curta distância
de uma estação de transportes públicos que fazem ligação com o centro da cidade de Freiburg aumentando a
mobilidade (Vauban district, Freiburg, 2000).
Na construção do bairro, foi também bastante preponderante as emissões de carbono e como tal foram
aplicadas diversas soluções deste a utilização de materiais produzidos localmente e sustentáveis, à fixação
de painéis solares e fotovoltaicos nos telhados das estruturas, foi também implementado um sistema de
recuperação de carbono recorrendo ao plantio de árvores, etc (Vauban district, Freiburg, 2000).
Para além de se procurar reduzir a pegada ecológica, Vauban pretende incentivar uma vida sustentável e
interação social dentro do bairro, para tal espaços semipúblicos foram estabelecidos, o espaço designado
como centro de bairro, tal como salas e jardins comunitários que visam a criar conexões e interações
(Vauban district, Freiburg, 2000).
2.5.4 Butão
O Butão é um reino situado nos Himalaias fazendo fronteira com a Índia a sul e este e com a China a norte e
oeste. Como sociedade apresenta-se como um país onde a sua economia essencialmente baseada na
agricultura, extração florestal e na venda de energia hidroelétrica para a Índia. A agricultura, essencialmente
22
de subsistência, e a criação animal, são os meios de vida para 90% da população. É uma das menores e
menos desenvolvidas economias do mundo (Central Intelligence Agency, 2012).
No entanto a sua política de desenvolvimento apoia-se num indicador designado por Felicidade Nacional
Bruta contrariando o que é estipulado pelos economistas em que o desenvolvimento de um país deve
acontecer através de um desenvolvimento económico. Levando a que o Butão argumente o caso de forma
diferente tentando defender, dizendo que o crescimento material não conduz necessariamente à felicidade.
O falecido Druk Gyalpo Jigme Dorji Wangchuck expressou o seu ponto de vista sobre a meta do
desenvolvimento como tornar "o povo próspero e feliz." A importância da "prosperidade e felicidade" foi
destaque no discurso do rei por ocasião da admissão do Butão nas Nações Unidas, em 1971. Esta visão foi
mais elaborada pelo Quarto Druk Gyalpo Jigme Singye Wangchuck, que declarou nos primeiros anos do seu
reinado que "a política do nosso país é consolidar a nossa soberania para alcançar autossuficiência
económica, prosperidade e felicidade para o nosso país e as pessoas" (Bhutan, 2008).
Preocupado com os problemas que afligem os países que se focam apenas sobre o crescimento económico,
Druk Gyalpo Jigme Singye Wangchuck decidiu estabelecer que a prioridade da nação não é o PIB mas o que
designou por GNH (em Português Felicidade Nacional Bruta). Ele sugeriu que o progresso das nações deve
ser medido pelo GNH uma vez que os ricos não são sempre felizes, enquanto quem é feliz geralmente se
considera rico (Bhutan, 2008).
GNH tem permitido ao Butão expandir a sua rede de estradas e aumentar a sua cobertura florestal. Na
maioria dos outros países em desenvolvimento a chegada de estradas é inevitavelmente seguido pelo
desmatamento. O valor da política de turismo de baixo volume facilitou na geração de receita elevada, bem
como a promoção e preservação dos valores culturais e tradicionais (Center For Bhutan Studies, 2008).
Guiados pelo GNH, tem permitido ao Butão trilhar o caminho do desenvolvimento económico, mas não em
detrimento da felicidade do seu povo. Esta filosofia de desenvolvimento tem feito a vida dos butaneses
confortáveis. Butão tem usufruído de progresso económico que tinha complementado na preservação e
promoção dos quatro pilares da Felicidade Nacional Bruta. Assim, o Butão apresenta uma imensa cobertura
florestal e diversidade de flora e fauna, quando em outros lugares do planeta muitas espécies estão à beira
da extinção. Em uma época de globalização, os valores espirituais do Butão, culturais e tradicionais
continuam a influenciar a vida dos butaneses. O governo esforça-se para melhorar a autossuficiência e
reduzir o fosso entre ricos e pobres. Intensos esforços têm sido feitos para assegurar uma boa governação
sendo para ele é a principal fonte de progresso e felicidade (Kelly, 2012).
2.6 Da avaliação da Construção às Comunidades Sustentáveis
Então é natural a evolução dos sistemas de avaliação, que principalmente avaliavam apenas a construção de
uma estrutura procurem agora avaliar uma comunidade sustentável, integrando os conhecimentos
anteriormente aplicados nas construções, encontrando-se assim a justificação de o porque de certificar áreas
urbanas. O desenvolvimento urbano representa um negócio e a obtida certificação permite a obtenção de um
rótulo ecológico conferindo vantagem sobre a concorrência. Este tipo de avaliação permite a comparação de
municípios e das áreas urbanas e, suporta os processos de decisão (Tanguay, Rajaonson, Lefebvre, &
23
Lanoie, 2010). O interesse para com os sistemas de certificação tem aumentado entre as autoridades
responsáveis e, especialmente, entre os investidores globais (Haapio, 2012).
O sistema LiderA tendo em conta esta nova preocupação, criou uma forma de avaliar a sustentabilidade de
determinada comunidade, assim como existem outros sistemas que procuram avaliar também a
sustentabilidade de comunidade seja de forma semelhante ao LiderA ou avaliando critérios diferentes
atingindo no entanto o mesmo objetivo final. Os principais sistemas de avaliação estrangeiros são então o
sistema Americano (LEED) e o sistema Britânico (BREEAM).
2.6.1 BREEAM
Building Research Establishment's Environmental Assessment Method – BREEAM foi a primeira ferramenta
de avaliação ambiental disponível comercialmente para edifícios, estabelecida no Reino Unido em 1990. As
Comunidades BREEAM baseiam-se na metodologia BREEAM estabelecida, focando-se na mitigação dos
impactes de projetos de desenvolvimento dentro do ambiente construído. Ele fornece uma oportunidade para
o projeto de mostrar os seus benefícios ambientais, sociais e económicos para a comunidade local na fase de
planeamento do processo de desenvolvimento (Haapio, 2012).
O BREEAM estabelece metas e objetivos de forma a instigar uma abordagem das melhores práticas
sustentáveis nas diversas etapas pelas quais um edifício é sujeito – projeto, construção e operação –
tornando-se assim como uma das metodologias de maior reconhecimento em termos de performance
ambiental para edificados (BREEAM, 2010).
Uma avaliação BREEAM utiliza medidas estandardizadas de desempenho, que são definidas em relação aos
parâmetros estabelecidos, para avaliar a tipologia de um edifício, o seu projeto, construção e uso. As medidas
utilizadas representam uma ampla gama de categorias e critérios de energia para a ecologia. Incluem
aspetos relacionados ao uso de energia e água, o ambiente interno (saúde e bem-estar), poluição, transporte,
materiais, resíduos, ecologia e processos de gestão (BREEAM, 2010).
Uma Certificação BREEAM é realizada por uma organização certificada para o efeito, utilizando auditores
especializados, em vários estágios de ciclo de vida dos edifícios. Este fornece a seus clientes garantias
como:
Reconhecimento no mercado de um impacte ambiental reduzido por parte do edifício,
Confiança de que uma prática ambiental é incorporado no edifício,
Visão para encontrar soluções inovadoras que minimizem o impacte ambiental,
Um sistema para ajudar a reduzir os custos operacionais, melhorar os ambientes de trabalho e de vida,
Um padrão que demonstra o progresso em direção empresarial e organizacionais objetivos ambientais.
2.6.1.1 Função do BREEAM
O BREEAM ao se focar nas questões ambientais e de sustentabilidade permite que os projetistas assim
como os gestores do edificado possam apresentar aos seus clientes uma certificação ambiental tornando-os
24
mais competitivos, utilizando um sistema de pontuação simples, no entanto flexível e de fácil perceção,
acabando por influenciar de uma forma positiva todas as etapas do edificado (BREEAM, 2010).
2.6.1.2 Quem procura o BREEAM?
Uma certificação BREEAM permite espelhar diversas realidades em função do papel de quem as procura, por
exemplo (BREEAM, 2010):
Cliente, financiadores ou projetistas permite-lhes situar o desempenho ambiental e a sustentabilidade do
edifício no mercado de uma forma rápida e abrangente, aumentando a projeção deste face aos
concorrentes diretos.
Donos da propriedade utilizam esta certificação como instrumento de publicidade, demonstrando a
potenciais compradores os benefícios ambientais.
Arquitetos usam-no como um método para melhorar o desempenho de seus edifícios e sua própria
experiência e conhecimento dos aspetos ambientais da sustentabilidade.
Gestores encontram nele uma ferramenta para reduzir custos de funcionamento, medir e melhorar o
desempenho energético dos edifícios, capacitar pessoal, desenvolver planos de ação e monitorar o
desempenho.
2.6.1.3 Diferentes Tipologias do BREEAM
"De acordo com o nosso compromisso de sustentabilidade para com o ambiente e edificado, queremos
promover e influenciar as práticas de construção sustentável em todo o mundo, e procuramos envolver-nos
diretamente com as organizações dos países e ajudá-los a desenvolver o seu próprio método de avaliação
nacional de sustentabilidade." (BREEAM, 2010).
Como cada país apresenta a sua cultura própria criando assim uma identidade única, e ainda poderemos
considerar depois subculturas dentro do próprio país, surge assim uma necessidade de se criar uma
abordagem dinâmica e adaptável em relação ao edificado visado para certificação.
É importante também considerar a legislação vigente assim como o regime meteorológico ao qual o edificado
será sujeito e a utilização destes sistemas acabam por servir como força motriz impelindo a indústria de
construção civil local a procurar atingir metas superiores às exigidas pela legislação local.
2.6.1.4 BREEAM Communities
Uma comunidade BREEAM permite que se avalie, melhore, e se certifique de uma forma independente nas
diversas fases do projeto (BREEAM, 2010).
Como força motriz de melhoria da sustentabilidade do edificado alvo, existe agora um maior foco nas
comunidades procurando centralizar os espaços de que estas necessitam evitando assim grandes
deslocações por parte destas, desde o local de trabalho, educação, saúde e áreas de lazer (BREEAM, 2010).
25
A necessidade de um desenvolvimento sustentável induz à criação de comunidades sustentáveis para que
estas possam aplicar as melhores políticas de sustentabilidade e gestão. Uma comunidade BREEAM
apresenta atualmente como alvo de avaliação oito categorias (BREEAM, 2010):
Alterações Climáticas e Energia - Inundações, Ilhas Térmicas, Eficiência na Utilização da Água,
Utilização de Energias Sustentáveis, Infraestrutura Local.
Comunidade – Criação de uma rede de acessos que envolva a comunidade, promova a participação
pública na tomada de decisões, criação de serviços públicos, e dinamize a economia local.
Arranjo Espacial - Uso eficiente da área habitacional, criação de espaços abertos, adaptabilidade às
necessidades da comunidade alvo.
Edifícios – Casas verdes ou certificadas com o BREEAM.
Transporte e Movimento - Política geral, transportes públicos, estacionamento, ciclovias e zonas
pedonais, gestão do tráfego.
Ecologia - Conservação, valorização da biologia local, área cultivada.
Recursos - Utilização adequada dos recursos da terra, impacte ambiental, reciclagem local, gestão de
recursos hídricos, evitar a compostagem, a poluição sonora, resíduos de construção,
Negócios – criação de empregos, oportunidades de negócios, competitividade de mercado, tipos de
negócios diferentes.
2.6.2 LEED
LEED representa um acrónimo em inglês para Leadership in Energy and Environmental Design, e representa
um certificado ambiental que indica que determinado edificado é um edifício ecológico e sustentável.
LEED para o desenvolvimento de comunidades integra os princípios do crescimento inteligente, urbanismo e
construção verde. Enfatizando o uso da terra e as considerações ambientais nos Estados Unidos, o sistema
de classificação foi desenvolvido pelo Green Building Council dos EUA (USGBC) para uso nacional. O
sistema piloto foi lançado em 2007, o sistema de classificação efetivo alguns anos mais tarde, em 2010.
A seleção local, design e elementos de construção trazendo edifícios e infraestrutura em conjunto em um
bairro, são enfatizados no LEED ND. Relacionando o bairro com a sua paisagem, bem como seu contexto
local e regional é importante (LEED, 2009).
O LEED promove a construção sustentável e práticas de desenvolvimento através de um conjunto de
sistemas de classificação que reconhece projetos que implementam estratégias para um melhor desempenho
ambiental. Os sistemas de classificação LEED são desenvolvidos através de um processo aberto e baseado
em consenso liderada por comités LEED (LEED, 2009).
O LEED apresenta-se como flexível o suficiente de forma a ser aplicado a todos os tipos de edifícios -
comerciais, bem como residenciais. Este sistema aplica-se durante todo o ciclo de construção - conceção e
construção, operações e manutenção, ocupação por parte do inquilino, e desmantelamento (LEED, 2009).
Existe ainda o LEED para o Desenvolvimento da Comunidade que estende os benefícios da LEED além da
construção para a envolvente que alberga a construção.
26
2.6.2.1 Vertentes do LEED (LEED, 2009):
Área Sustentável
A escolha do local e desenvolvimento deste são importantes componentes da sustentabilidade
de um edifício. A classificação de uma área sustentável procura que o desenvolvimento ocorra
em áreas já por si alvo de algum desenvolvimento em vez de se construir em zonas virgens,
procura minimizar o impacte de um edifício sobre os ecossistemas envolventes; incentiva o
planeamento paisagístico adequado de acordo com o local onde se insere; escolhas de
transporte inteligentes, controles de escoamento de águas pluviais, e promove a redução de
erosão, poluição luminosa, ilhas térmicas e de poluição proveniente da construção.
Consumo Água
Os edifícios apresentam-se como os principais focos de consumo de água potável. O objetivo
desta categoria é o de incentivar uma utilização mais inteligente de água. Esta redução de
consumos de água é geralmente obtida através da utilização de aparelhos mais eficientes.
Energia
De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, os edifícios utilizam 39% da energia e
74% da eletricidade produzida a cada ano nos Estados Unidos. A categoria referente à energia
incentiva a adoção de varias estratégias visando o aumento do rendimento energético com o
menor consumo de energia possível, Seja com a utilização de aparelhos mais eficientes,
melhores sistemas de iluminação, o uso de fontes renováveis e caso tal não seja possível
obtenção de energia por fontes limpas, entre outras medidas inovadoras.
Recursos e Materiais
Durante ambas as etapas de construção e operação, os edifícios geram uma grande
quantidade de resíduos e incorrem na utilização de grandes quantidades de materiais e
recursos. A categoria Recursos e Materiais incentivam a seleção de uma forma sustentável
destes, ou seja, que os materiais selecionados sejam certificados para tal. Esta categoria
promove também a redução de resíduos gerados, assim como a reutilização e a reciclagem, e
dá especial atenção à redução de resíduos gerados na fonte.
Qualidade Ar Interior
A agência de proteção ambiental americana estima que os americanos passam cerca de 90%
do teu tempo útil em ambientes fechados onde a qualidade do ar pode ser inferior à exterior. A
categoria referente à Qualidade de Ar no Interior de edifícios promove estratégias que
melhoram o ar interior, assim como um melhor aproveitamento da luz natural e redução de
27
interferências acústicas do exterior.
Arranjo Espacial
O sistema LEED para habitações reconhece grande parte do impacte de uma casa sobre o
meio ambiente é originado devido à localização espacial destas e a forma como se
interconecta com a comunidade envolvente. Esta categoria incentiva a construção em locais
previamente desenvolvidos evitando assim as zonas mais sensíveis evitando afetar os
ecossistemas envolventes. Aconselha também que para além de uma construção sustentável,
que se tenha em atenção a criação de zonas que promovam a atividade física, os designados
espaços abertos para atividades dos mais diversos tipos.
Consciencialização
O LEED aplicado a habitações considera que uma casa só é considerada sustentável, se as
pessoas que nela habitam aproveitarem os recursos ecológicos que nela existem. A categoria
de Consciencialização incentiva as construtoras e profissionais do sector imobiliário a incutir
aos proprietários, inquilinos e gestores de edifícios as boas práticas e ferramentas que
precisam para usufruírem ao máximo do seu edifício ecológico.
Inovação no Design
Esta categoria de Inovação no Design fornece pontos de bónus para projetos que utilizam
tecnologias inovadoras e estratégias para melhorar o desempenho de um edifício muito além
do que é exigido por outros créditos LEED, ou para os projetos que têm em consideração
ideias de sustentabilidade que não são contempladas em outras seções do LEED.
Prioridades regionais
US. Green Building Council entre outras entidades identificam os principais problemas
ambientais locais e os projetos que visem esses problemas recebem seis créditos extras. Um
projeto que obtenha um crédito de prioridade regional é premiado com um ponto extra,
podendo ainda receber outros tantos em função deste crédito. Até quatro pontos extras podem
ser obtidos desta maneira.
2.6.2.2 Certificação LEED
Uma certificação LEED garante, de uma forma imparcial, que um edifício ou comunidade foi projetado e
construído através de estratégias que visam atingir alto desempenho em cinco áreas-chave da saúde
humana e ambiental: o desenvolvimento local sustentável, gestão de água, eficiência energética, seleção de
materiais e qualidade de ar interior.
28
A certificação ocorre através do Green Building Certification Institute, uma organização independente sem fins
lucrativos que foi criada em 2008 com o apoio do USGBC. GBCI possui um agregado de técnicos
especialistas nas normas ISO, sendo este um organismo de certificação internacional, de forma a assegurar a
coerência, capacidade e integridade do processo de certificação LEED (LEED, 2009).
Certificar segundo os parâmetros do LEED fornece aos proprietários e operadores as ferramentas de que
eles necessitam de forma a ter um impacte imediato e mensurável sobre o desempenho dos seus edifícios.
Existem benefícios ambientais e financeiros com uma certificação LEED.
Edifícios com este selo de certificação são projetados de forma a (LEED, 2009):
Reduzirem os custos operacionais e aumentar valor patrimonial
Reduzir os resíduos enviados para aterros
Conservar o consumo de energia e água
Mais saudável e seguro para os ocupantes
Reduzir as emissões de gases efeito estufa
Permitem a redução de impostos, subsídios e outros incentivos de loteamento em centenas de cidades
2.6.3 LiderA
2.6.3.1 Origem
O LiderA é a designação de um sistema de avaliação de sustentabilidade da construção de níveis de
desempenho ambiental ajustados à realidade Portuguesa. O sistema resulta dos trabalhos de investigação,
consultoria e projetos sobre sustentabilidade na construção e ambientes construídos, efetuados desde 2000,
que levaram à publicação em 2005 da primeira versão e em 2007 às primeiras certificações (LiderA, 2005).
Este sistema procura:
A apoiar o desenvolvimento de planos e projetos que procurem a sustentabilidade
Avaliar e posicionar o seu desempenho na fase de conceção, obra e operação, quanto à procura da
sustentabilidade
Suportar a gestão na fase de construção e operação
Atribuir a certificação por marca registada, através de verificação por uma avaliação independente
Servir como instrumento de mercado distintivo para os empreendimentos e clientes que valorizem a
sustentabilidade.
2.6.3.2 Princípios do LiderA
Desde o seu início, o empreendimento pode adotar uma Política ambiental, a qual deve ser adequada ao
empreendimento e às especificidades ambientais, considerando princípios para a procura da
sustentabilidade.
29
Desde Março de 2009 encontra-se disponível a versão 2.0 do sistema LiderA (para consensualização com os
parceiros), que permite ser aplicada a diferentes escalas, desde o edifício aos ambientes construídos e
comunidades sustentáveis.
A versão 2.0, é destinada não só a edifícios, mas também para espaços exteriores, zonas mais alargadas,
incluindo quarteirões, bairros e empreendimentos de várias escalas. A procura da sustentabilidade é
efetuada, segundo o LiderA, através das seguintes seis vertentes, assumindo os seguintes princípios:
1 - Valorizar a dinâmica local e promover uma adequada integração;
2 - Fomentar a eficiência no uso dos recursos;
3 - Reduzir o impacte das cargas (quer em valor, quer em toxicidade);
4 - Assegurar a qualidade do ambiente, focada no conforto ambiental;
5 - Fomentar as vivências socioeconómicas sustentáveis;
6 - Assegurar a melhor utilização sustentável dos ambientes construídos, através da gestão ambiental e
da inovação.
As seis vertentes subdividem-se em vinte e duas áreas na área do edificado:
Integração local, no que diz respeito ao Solo, aos Ecossistemas naturais e à Paisagem e Património;
Recursos, abrangendo a Energia, a Água, os Materiais e a Produção Alimentar;
Cargas ambientais, envolvendo os Efluentes, as Emissões Atmosféricas, os Resíduos, o Ruído Exterior
e a Poluição Ilumino-térmica;
Conforto Ambiental, nas áreas da Qualidade do Ar, do Conforto Térmico e da Iluminação e Acústica;
Vivência socioeconómica, que integra o Acesso para todos, a Diversidade Económica, as Amenidades e
a Interação Social, a Participação e Controlo e os Custos no ciclo de vida;
Uso sustentável, que integra a Gestão Ambiental e a Inovação.
Na área das comunidades o serviço invés de conforto é portanto a procura de bem estar e de felicidade, que
é o conceito que se aborda no âmbito desta dissertação.
2.7 Reduzida abordagem ao bem estar social
Os exemplos anteriores são apenas alguns dos exemplos do que são atualmente as abordagens de
avaliação e aplicação do conceito de comunidades sustentáveis e cada comunidade adota diferentes
medidas face à sua realidade, no entanto existem sempre três fatores que são comuns no estabelecimento
de uma comunidade sustentável a procura de uma boa dimensão ambiental, boa dimensão económica e
social.
Na dimensão ambiental a comunidade tem múltiplas opções muitas vezes na perspectiva de reduzir os seus
impactes ou otimizar a sua pegada ecológica, ou seja melhorar a sua performance ambiental. Na dimensão
económica na procura de desenvolvimento económico, emprego local entre outros.
30
A terceira dimensão centra na componente social e na própria vivência na comunidade e de que forma se
integra os habitantes na evolução da comunidade, ou seja de que forma os habitantes se encontram
satisfeitos e propensos a realizar assim como a sugerir mudanças na sua comunidade que visem atingir
níveis de desempenho ambiental superiores.
Embora do ponto de vista estatístico a componente social tem sido tratado quando se procura abordagens da
perspectiva de bem estar e felicidade estas são substancialmente mais reduzidas e serão por isso o foco da
dissertação e dos capítulos seguintes.
31
3 Métodos de Avaliação de Felicidade
3.1 Diferentes tipologias
Múltiplas são as formas de classificar e avaliar a felicidade, obtendo-se resultados de diferentes perspetivas
tal como a utilização do mesmo método de avaliação para duas comunidades distintas ou mesmo avaliar a
mesma comunidade em diferentes espaços temporais poderá resultar em resultados idênticos ou muito
díspares. Estas diferenças devem-se ao facto de que o que realiza uma pessoa é mutável com o tempo e
espaço, assim como o que realiza individuo A não será obrigatoriamente o que realiza individuo B.
Neste capítulo aborda-se a forma como os principais indicadores de felicidade são calculados, quais os dados
utilizados por cada um assim como quais os parâmetros que cada um destes indicadores possa utilizar.
3.1.1 Índice de Desenvolvimento Humano
O índice de desenvolvimento humano não representa um indicador imediato de felicidade ou satisfação, no
entanto como anteriormente foi referido apresenta por base focar o desenvolvimento económico em políticas
centradas no ser humano invés de políticas meramente focadas no aumento do produto interno bruto.
Como forma de cálculo, este índice sofreu uma transformação no seu método de cálculo em 2010 tendo
mantido este formato até à presente data. Neste novo formato o HDI recorre a quatro indicadores distintos
(Human Development, 2012):
Esperança de Vida à Nascença (EVN) – World Population Prospects 1950–2050: The 2008 Revision, a
fonte oficial de estimativas e projeções de população da ONU (Department of Economic and Social
Affairs United Nations, 2009). São preparadas de dois em dois anos pela Divisão de População do
Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (DAESNU) a partir de dados dos
sistemas nacionais de registo vital, de recenseamentos de população e de inquéritos.
Média de Anos de Escolaridade (MAE) – Na ausência de dados sobre a média de anos de
escolaridade do Instituto de Estatística da UNESCO, recorre-se a estimativas propostas por (Barro &
Lee, 2010) que são baseadas nos recenseamentos de população e em dados de inquéritos às famílias
compilados pela UNESCO, pelo Eurostat e por outras fontes, para obtenção de padrões de referência
em matéria de sucesso escolar por género e grupo etário.
Ano de Escolaridade Esperados (AEE) – Este indicador utiliza os dados sobre os anos de
escolaridade esperados provenientes do Instituto de Estatística da Organização Educativa, Científica e
Cultural das Nações Unidas (UNESCO). As estimativas baseiam-se nas matrículas por idade em todos
os níveis de educação e na população em idade de frequentar o ensino oficial para todos os níveis de
educação por idade.
Rendimento Nacional Bruto per capita (RNBpc) – Os dados sobre o rendimento nacional bruto per
capita utilizados provêm da base de dados de Indicadores de Desenvolvimento Mundial do Banco
Mundial, e estes dados devem de ser convertidos em termos de paridade de poder de compra (PPC) de
32
forma eliminar diferenças nos níveis nacionais de preços, permitindo assim uma melhor comparação
entre os padrões de vida de diferentes países.
Em termos de cálculos, o IDH recorre à amostra de dados dos países que avalia e verifica quais os valores
máximos e mínimos para cada um dos indicadores anteriormente referidos e uma vez estabelecidos estes
máximos e mínimos, a dimensão de cada indicador é estabelecida pela seguinte expressão geral:
Equação 1 – Dimensão dos Indicadores Índice Desenvolvimento Humano (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, 2010).
O único ajuste realizado para o cálculo do IDH resulta na utilização de algo que se designa por Índice de
Educação, traduzindo-se este ajuste na utilização da média geométrica entre os índices de Anos de
Escolaridade Esperados e da Média de Anos de Escolaridade, resultando em termos práticos na seguinte
tabela de fórmulas:
Tabela 2 – Métodos de Calculo Índice Desenvolvimento Humano (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2010).
Índice Fórmula de Cálculo
Índice Esperança de Vida à Nascença
Índice da Média de Anos de Escolaridade
Índice de Anos de Escolaridade Esperados
Índice de Educação √( )
Índice de Rendimento ( ) ( )
( ) ( )
Índice de Desenvolvimento Humano √( )
3.1.2 Índice Planeta Feliz
O Índice Planeta Feliz é uma nova medida de progresso que se centra no que importa: bem-estar sustentável
para todos. Este índice procura avaliar qual a prestação dos países em termos de apoio e desenvolvimento
permitindo aos seus habitantes usufruir de uma boa qualidade de vida, assegurando que outros possam fazer
o mesmo no futuro. E como tal, a forma encontrada por este índice para responder às suas expectativas
assenta na utilização de três indicadores distintos (NEF, 2009):
Esperança Média de Vida (EMV) – os dados utilizados provêm do relatório de 2011 de
Desenvolvimento Humano elaborado pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.
33
Felicidade (F) – para este indicador, recorre-se à utilização de inquéritos presentes na Gallup World
Poll, sendo para o efeito de avaliação consideradas amostras de um mínimo de mil inquiridos para cada
um dos cento e cinquenta e um países que este índice avalia.
Pegada Ecológica (PE) – para este indicador, os dados provêm do relatório Global Footprint Networks
National Footprint de 2011.
Tendo estes três indicadores, eles correlacionam-se entre si recorrendo à seguinte equação (NEF, 2009):
(( ) )
Equação 2 – Happy Planet Index
Onde:
O aparecimento destas constantes deve-se à necessidade de padronizar os resultados obtidos de tal modo
que a pontuação de cem, ou seja, o resultado máximo seja atingido para uma esperança média de vida de
oitenta e cinco anos, um valor médio de dez para os questionários de felicidade e uma pegada ecológica de
1.78 g-há per capita.
3.1.3 Felicidade nacional Bruta
Este índice, como já referido anteriormente procura avaliar o desenvolvimento de uma sociedade
considerando que apenas poderá existir crescimento económico quando este estiver aliado a uma procura de
felicidade e realização pessoal. Assim este índice recorre a diversos indicadores, mais concretamente 33
indicadores distribuídos pelas suas 9 áreas de avaliação (Center for Bhutan Studies, 2012).
A avaliação propriamente dita decorre utilizando um inquérito de felicidade que aborda estas 9 áreas de
avaliação, sendo elas (Center For Bhutan Studies, 2008):
Estabilidade Psicológica – Avalia o grau de estabilidade psicológica na vida individual de cada pessoa.
Os indicadores utilizados avaliam a autoestima e consciência de si próprio, os níveis de stress, as
atividades espirituais, prevalência de emoções positivas e negativas.
Saúde – Mede a eficácia das políticas da saúde, utilizando para tal critérios como a autoavaliação a nível
de saúde, invalidez, comportamentos de risco, horas despendidas em exercício, níveis de descanso para
o sono, nutrição.
Uso do Tempo – O uso do tempo é um dos fatores mais importantes na qualidade de vida,
especialmente o tempo dedicado ao lazer ou para o convívio e socialização com a família e amigos. Uma
gestão equilibrada do tempo é avaliada considerando o tempo gasto no trânsito, no trabalho, nas
atividades educacionais, etc.
34
Vitalidade Comunitária – Foca os relacionamentos e interações nas comunidades. Avalia os níveis de
confiança, o sentimento de pertença, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e
na comunidade, participação em ações de voluntariado.
Educação – Avalia diversos fatores, como a participação em educação, o desenvolvimento de novas
competências e capacidades, participação na educação dos filhos, educação de valores, educação
ambiental.
Cultura – Avalia as tradições locais, festivais, participação em eventos culturais, oportunidades de
desenvolver capacidades artísticas, e discriminação por motivos de raça, religião ou sexo.
Meio Ambiente – Mede a perceção dos cidadãos quanto à qualidade de sua água, ar, solo, cobertura
florestal, biodiversidade, etc. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de gestão de
resíduos, etc.
Governança – Avalia a forma como população vê o seu governo, a comunicação social, o sistema
judiciário, o sistema eleitoral e a polícia, em termos de responsabilidade, honestidade e transparência.
Avalia também qual o nível de participação dos cidadãos nas decisões da comunidade e os processos
políticos.
Padrão de vida – Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, o nível de endividamento
das famílias, a segurança do emprego, a qualidade da habitação, etc.
Como forma de avaliar os questionários, as perguntas são pontuadas entre 1-4 sendo 4 o valor máximo e 1 o
valor mínimo, sendo que o limiar de aceitável corresponde à soma de cada uma das secções considerando
como respostas 3. Desta forma os resultados de cada questionário é comparado com este limiar aferindo
desta forma quão distante se encontram deste limiar (Center For Bhutan Studies, 2008).
3.2 Pontos fortes e fracos das abordagens
Todas estas abordagens se apresentam como formas de medir a felicidade e no entanto a utilização delas
envolve a aceitação de algumas limitações de forma a recolher a informação desejada, seja a nível de
indicadores utilizados ou em formas de cálculo.
Recorrendo a uma análise SWOT podemos facilmente identificar as vantagens e desvantagens de cada um
dos métodos.
3.2.1 Índice de Desenvolvimento Humano
Strenghts – A metodologia do IDH reconhece a importância da dimensão económica, integrando em si
informações complementares com os dados do PIB. Este índice é promovido através do principal
relatório anual do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. A sua forma de 'classificação' é
uma ferramenta que se apresenta de fácil compreensão pelo público. Os dados para o cálculo do IDH
encontram-se amplamente disponíveis permitindo desta forma o calculado para uma ampla gama de
regiões e países semelhantes originando resultados comparáveis entre os diferentes países. A utilização
deste indicador aumentou significativamente a consciência para o conceito de "desenvolvimento
humano" (Bagolin, 2004).
35
Weaknesses – Não abrange os aspetos ecológicos de sustentabilidade, assim como não considera
adequadamente outros aspetos do desenvolvimento humano, por exemplo, questões políticas e civis. A
fiabilidade dos dados para os países em desenvolvimento, muitas vezes apresentam-se incompletos
sendo necessário estimá-los (Bagolin, 2004).
Opportunities – O índice corresponde com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, e uma
vez que foi criado pelo Programa das Nações Unidas com o intuito de fomentar a discussão sobre o
desenvolvimento humano nos países em desenvolvimento, o IDH poderá ganhar maior relevância
quando utilizado nas negociações dentro das Nações Unidas (Bagolin, 2004).
Threats – Devido à não contabilização dos aspetos ambientais, o IDH não poderá substituir as outras
medidas de desenvolvimento sustentável. a sua função recai então como um indicador composto que
atrai a atenção do público para um problema generalizado, respondendo mais especificamente aos
desafios europeus e agendas políticas (Bagolin, 2004).
3.2.2 Índice de Felicidade do Planeta
Strenghts – Combina bem-estar e os aspetos ambientais com desenvolvimento económico. A forma de
cálculo deste índice é simples e de fácil compreensão. Os indicadores utilizados "Pegada Ecológica" e
"Esperança de Vida" podem ser aplicados a diferentes países permitindo comparabilidade de resultados
(NEF, 2009).
Weaknesses – A relevância política de medir a "felicidade" pode ser debatida uma vez que o impacto
das ações políticas sobre a felicidade é complexa assim como muitos outros fatores contribuem, alguns
fora do raio de ação das ações políticas. Esta realidade limita a utilidade da felicidade como uma medida
para avaliar as medidas de política. O nome atribuído a este índice induz a que este avalie a felicidade
apenas no entanto devido aos seus indicadores representa mais um índice de performance ambiental
(Layard, 2011).
Opportunities – Este índice pode-se tornar num instrumento para medir o progresso sobre a Estratégia
Europeia de Desenvolvimento Sustentável, uma vez que integra os objetivos de "melhoria da qualidade
de vida" e o desafio de "gerir e utilizar os recursos de forma eficiente” (Schepelmann, Goossens, &
Makipaa, 2010).
Threats – a adoção deste índice iria implicar que os indicadores da esperança média de vida, felicidade
e pegada ecológica teriam que ser escolhidos de forma a serem compatíveis com os Indicadores de
Desenvolvimento Sustentáveis utilizados (Schepelmann, Goossens, & Makipaa, 2010).
3.2.3 Felicidade nacional Bruta
Strenghts – Este indicador foca-se em quatro áreas: desenvolvimento socioeconómico equitativo e
sustentável, conservação do meio ambiente, preservação da cultura e da boa governação invés de
avaliar meramente o desenvolvimento económico como é o caso do Produto Interno Bruto (Center for
Bhutan Studies, 2012).
Weaknesses – A utilização dos indicadores para avaliar este índice poderão ser subjetivos e de difícil
obtenção para os diversos países. O que se refere anteriormente sobre o índice de felicidade do planeta
36
(Happy Planet Index) poderá ser visto como uma fraqueza para este índice em relação à relevância
política de medir a "felicidade" (Layard, 2011).
Opportunities – A felicidade não é vista como uma responsabilidade puramente individual, a felicidade
coletiva deve ser dirigida diretamente por meio de políticas públicas em que a felicidade se torna um
critério explícito em projetos e programas de desenvolvimento. A realização de estudos para incorporar
indicadores que permitam avaliar nível de vida, a saúde, a educação, o estado dos ecossistemas
(diversidade e resiliência), vitalidade comunitária, uso do tempo livre e rácio entre tempo trabalho/lazer,
vitalidade e diversidade cultural, bem-estar emocional (depressão, doença psiquiátrica, alcoolismo, etc) e
boa governação. A incorporação destes novos indicadores aumenta a complexidade deste indicador
(Center for Bhutan Studies, 2012).
Threats – A dificuldade de encontrar dados para todos os indicadores utilizados na avaliação deste
índice assim como a subjetividade de alguns deles torna difícil a aceitação deste índice como substituto
real do Produto Interno Bruto (Schepelmann, Goossens, & Makipaa, 2010).
Estes principais indicadores procuram aliar o desenvolvimento à procura da satisfação da comunidade e
demonstrar que os dois acontecem em paralelo. Entre as abordagens relevantes encontram-se os estudos e
inquéritos realizados pelo NEF, principalmente os estudos relacionados com o índice de felicidade do planeta
(Happy Planet Index) assim como os referentes á felicidade nacional bruta (Gross National Happiness), que
serão a base da abordagem proposta no seguinte capítulo, abrangendo os seguintes pontos:
Satisfação Individual
Satisfação Comunitária
Identidade e Cultura
37
4 Avaliação do Bem-estar Social
Como anteriormente já foi referido, a forma de estimar o índice de satisfação social de uma comunidade
recorre a uma ferramenta de trabalho que é a realização de inquéritos.
4.1 Avaliação por Inquérito
A criação deste inquérito teve por base os estudos e inquéritos realizados pelo NEF, principalmente os
estudos relacionados com o HPI.
As perguntas que se encontram estabelecidas no inquérito do índice satisfação social, são perguntas que
avaliam de que forma a população se sente dentro da comunidade em que está inserida, se existe confiança
no próximo, se as pessoas se sentem estimuladas a participar ativamente dentro da sociedade assim como a
perceção destas face aos órgãos de gestão, de que forma é que estes contribuem para uma melhor
integração das pessoas dentro da comunidade.
O inquérito em si é constituído por quadro itens distintos:
Caracterização Geral
Satisfação Individual
Satisfação Comunitária
Identidade e Cultura
A separação nestes quatro itens, permite à unidade gestora da comunidade ter uma perceção de quais as
áreas onde a comunidade se encontrará menos satisfeita podendo assim direcionar melhor os seus órgãos
de gestão.1
4.1.1 Caracterização geral
Na caracterização geral apenas se procura saber em traços gerais quem é o inquirido, ou seja, sexo, faixa
etária, habilitações literárias, tipo de profissão, zona de residência e se tem o hábito de usufruir de espaços
de lazer.
A importância desta caracterização será pelo facto de que os gostos e interesses femininos são geralmente
diferentes dos gostos masculinos e o mesmo se pode afirmas referentemente às faixas etárias. É de
consenso geral que os jovens desejam viver a vida apressadamente ao passo que pessoas mais velhas
apresentam mais calma nas suas decisões, isto influencia portanto os gostos e os desejos de cada um,
podendo ainda demonstrar se existe algum tipo de estratificação na sociedade em questão.
1 A consulta deste inquérito na íntegra poderá ser feita no Anexo 1.
38
As restantes perguntas deste item permitem demonstrar se o inquirido exerce a profissão na zona avaliada ou
não, podendo esta resposta quando negativa ser um indício de que algo de errado está a acontecer no sector
do emprego dentro da comunidade.
De forma análoga se interpreta as respostas face à área de residência, pois um inquirido que não resida na
comunidade e no entanto exerça lá a sua profissão, pode ser um indicio de que as áreas habitacionais não
são suficientes ou então que as condições destas não serão as melhores, ou ainda que as condições de
compra não sejam favoráveis.
Referentemente às áreas de lazer, a não utilização destas poderá ser devido a diversos fatores deste o
simples facto de que o inquirido não gostar dos espaços de lazer existentes, a localização de tais áreas, a
degradação das mesmas ou até mesmo a inexistência destas.
Contudo neste primeiro item do inquérito não ocorre nenhuma avaliação e sim uma perceção da realidade
sendo que as interrogações levantadas anteriormente serão respondidas nos itens seguintes.
4.1.2 Satisfação Individual
No segundo item deste inquérito – satisfação individual – procura-se avaliar qual o grau de satisfação do
individuo nas áreas da sua vida quotidiana que lhe são mais próximas, ou seja, as questões são dirigidas
para a própria pessoa ao contrário do que se passa no item de Satisfação Comunitária onde se foca a relação
entre o individuo e a comunidade.
As perguntas propriamente ditas, incidem sobre aspetos como a sua habitação e a vizinhança desta, o seu
emprego, a sua família e saúde, assim como a sua própria perceção de sentimentos positivos e negativos.
Nesta secção encontramos perguntas sobre o agregado familiar, a habitação onde o inquirido reside e a sua
vizinhança. Este bloco de perguntas encontra-se relacionado entre si, por exemplo, uma resposta mais
negativa referentemente ao grau de satisfação com a sua habitação poderá significar que não gosta dela por
motivos de degradação, ou localização desta e possível degradação da envolvente, não ser adequada para
com o seu agregado familiar ou simplesmente o individuo não gosta da sua habitação pela vizinhança que o
rodeia. No entanto também tais situações poderão não estar relacionadas, pois é possível gostar-se da
habitação onde reside e no entanto não se apreciar a vizinhança ou o contrário.
Seguidamente encontram-se perguntas que forçam a uma introspeção por parte do inquirido, na sua
perceção de níveis de saúde assim como a manifestação ou sensação de sentimentos positivos e negativos,
sensação de pressão e de insegurança. Isto porque uma pessoa com boa saúde usualmente sentira mais
sentimentos positivos e raramente terá a perceção de sentimentos negativos. Ainda neste grupo de perguntas
existe a criação de respostas abertas dando ao inquirido a possibilidade de especificar qual a origem destes
sentimentos negativos, assim como a sensação de insegurança ou pressão podendo a gestão mediante as
respostas obtidas atuar em concordância conforme as possibilidades.
Finalmente o ultimo bloco de perguntas deste item incidem sobre o emprego do inquirido e a capacidade
deste de usufruir de espaços de lazer, uma vez que não gostando do emprego praticado a produtividade
deste irá baixar, podendo induzir a um maior numero de horas de trabalho para completar as tarefas
reduzindo assim a quantidade de horas livres podendo desta forma explicar-se a não utilização dos espaços
39
de lazer ou a presença de mais sentimentos negativos e/ou sensações de pressão. Este raciocínio não será
tão linear assim uma vez que o inquirido poderá não utilizar os espaços de lazer apenas por opção própria e
não devido a uma condicionante do emprego.
4.1.3 Satisfação Comunitária
Este terceiro item avalia a interação entre o inquirido e a comunidade envolvente e tal como no item 2
também neste item encontramos na primeira pergunta a nossa pergunta de controlo.
Seguidamente as restantes perguntas são perguntas de ações para com a comunidade, desde o grau de
participação em ações de voluntariado assim como nas iniciativas próprias de realização de eventos ou
atividades, qual se considera a abertura da comunidade para tais atos uma vez que uma pessoa que não se
sinta integrada na comunidade não deverá achar que a comunidade seja aberta a receber as suas ideias ou
mesmo que tal pessoa participe em muitas ações de voluntariado.
No bloco seguinte de perguntas, encontramos como fator comum a entidade gestora, sendo esta a
responsável pela boa gestão e manutenção da comunidade, permite-se desta forma ao inquirido avaliar a sua
gestão e contribuir com opiniões onde ela possa melhorar.
Avalia-se por parte do inquirido a sua satisfação para com o grau de educação da comunidade assim como
qual a sua satisfação da atuação da entidade gestora para esse grau de satisfação, no sentido de se existe
um maior ou menor envolvimento desta dentro da educação da comunidade.
Outro ponto de avaliação será o emprego, uma vez que este possibilita uma maior dinâmica económica e
consequentemente um aumento na capacidade de desenvolvimento da comunidade. Assim uma comunidade
sustentável deverá ser capaz de responder a potenciais pressões nesta área, seja por desemprego em geral,
assim como falta de técnicos especializados. Assim avalia-se com este inquérito qual a satisfação do
inquirido para com a capacidade de resposta da comunidade para combater o desemprego assim como qual
a sua satisfação para com a entidade gestora no combate ao desemprego.
Finalmente neste item as três últimas perguntas, adquirem um cariz pessoal onde os inquiridos podem
contribuir com opiniões e/ou oportunidades de melhoria em termos ambientais, económicos e sociais, nesta
secção a entidade gestora fica com a perceção em que áreas é que a população se sente mais incomodada.
Estamos a falar da capacidade da população expressar-se de uma forma mais direta para com a entidade
gestora, indicando-lhes explicitamente o que consideram que seria uma melhoria na sua comunidade
deixando depois face a todas as recomendações quais as que seriam viáveis de realizar em função dos
recursos disponíveis.
4.1.4 Identidade e Cultura
No último item do inquérito existe a preocupação de que forma as pessoas se encontram integradas na
comunidade ou alienadas desta, uma vez que as perguntas referem-se sobre a capacidade da comunidade
se expressar na língua materna do inquirido ou o inquirido se conseguir expressar na língua materna da
40
comunidade. O mesmo se avalia em termos de crenças e comemorações festivas tanto por parte do inquirido
para com a comunidade como da comunidade para com o inquirido.
Este tipo de perguntas poderá não ter grande representação junto da população nativa da comunidade, no
entanto vivemos num mundo cada vez mais global e a imigração é uma realidade e seja junto desta parcela
da população que esta secção do questionário terá uma maior relevância.
4.2 Amostra
A amostra considerada deverá primeiramente ser representativa da comunidade em questão e como tal, o
facto de se trabalhar com uma amostra e não com a população total, incorremos naquilo que se designa por
erro da amostra ou seja, irá existir uma margem de erro face à utilização da população.
Assim deve-se saber qual o valor da amostra necessária de forma a garantir a representatividade da mesma.
Em função desta problemática existem diversos métodos de cálculo em função dos conhecimentos prévios
que se tenham da população.
Quando tal acontece a dimensão da amostra poderá ser obtida recorrendo à seguinte equação:
⁄
Equação 3 – Cálculo do tamanho da amostra (Ross, 2004).
Sendo que:
Tamanho da amostra
⁄ Valor crítico correspondente ao grau de confiança desejado
Desvio Padrão
Erro associado
No entanto a utilização desta equação para estimar a dimensão da amostra desejada requer que se conheça
qual o desvio padrão da população face à variável em estudo, neste caso em concreto qual o desvio padrão
da população em termos de satisfação social.
Uma vez que este tipo de informação não é conhecido existe a necessidade de calcular a dimensão da
amostra recorrendo a outros recursos. Uma das possíveis soluções será na utilização da seguinte equação:
⁄
Equação 4 – Cálculo do tamanho da amostra (Ross, 2004).
Sendo que:
Tamanho da amostra
⁄ Valor crítico correspondente ao grau de confiança desejado
Proporção de indivíduos que contêm a característica analisada
Proporção de indivíduos que não contêm a característica analisada.
41
Erro associado
Tabela 3 – Valores críticos associados a determinados grau de confiança
Grau de Confiança Valor Crítico ⁄
90% 1.645
95% 1.96
99% 2.575
Na ausência de conhecimento dos valores de e assume-se igualdade dentro da população, ou seja, cada
variável assume o valor 0.5.
Como forma de relacionar os diversos aspetos que caracterizam a satisfação de uma pessoa com fatores
como o caso da idade, género sexual, nível de ensino, etc. recorre-se à utilização do teste do Qui-Quadrado
que se carateriza por ser um teste de hipóteses que se destina a encontrar um valor da dispersão para duas
variáveis nominais, avaliando a associação existente entre variáveis qualitativas. É um teste não paramétrico,
ou seja, não depende dos parâmetros populacionais, como acontece com a média ou a variância.
O Qui-quadrado mede a probabilidade de as diferenças encontradas nos dois grupos da amostra serem
devidas ao acaso, partindo do pressuposto que, na verdade, não há diferenças entre esses grupos na
população donde provêm. Se a probabilidade for alta pode-se concluir que não há diferenças estatisticamente
significativas. Se a probabilidade for baixa (particularmente menor que 5%) pode-se concluir que um grupo é
diferente do outro grupo, quanto à característica estudada, e de forma estatisticamente significativa.
O seu método de cálculo recorre à seguinte fórmula:
∑( )
Equação 5 – Cálculo Qui-Quadrado (Ross, 2004).
Sendo que:
Frequência esperada
Frequência observada
Após a obtenção do valor de qui-quadrado e dos graus de liberdade das variáveis analisadas pode-se
recorrer a uma tabela de forma a determinar qual o intervalo de confiança.
42
Figura 4 – Tabela Qui-Quadrado (Ross, 2004).
Em termos de tratamento aplicado sobre a amostra, houve a necessidade de uniformizar as respostas obtidas
sobre o tipo de emprego desempenhado, um exemplo disso terá sido a situação entre “Logista”, “logista”,
“Lojista” e “lojista” representando para o software SPSS quatro variáveis quando na realidade estamos
apenas perante uma.
Em relação aos grupos avaliados houve um agrupamento a nível de ensino entre ensino Básico, Secundário
e Superior, compreendendo no ensino Básico a escolaridade até ao nono ano de escolaridade. O ensino
Secundário abrange os anos de escolaridade entre o décimo e o décimo segundo ano de escolaridade assim
como os cursos profissionais e finalmente o Ensino Superior corresponde a licenciados ou superior.
Outro grupo avaliado consistiu na verificação de que forma a existência de emprego influenciaria a satisfação
das pessoas, levando a um agrupamento da amostra. Para efeitos consideraram-se os grupos
desempregados, empregados e reformados. No caso dos inquiridos cuja resposta à sua profissão a resposta
tenha sido estudante, considerou-se que se a idade do inquirido fosse inferior a 20 anos este seria
empregado, caso contrário considera-se desempregado.
A mesma avaliação decorreu em termos dos diversos tipos de empregos levando a um agrupamento igual ao
anteriormente referido para a categoria de desempregados, no entanto para os empregos considerou-se
como principais áreas de trabalho comércio, saúde, engenharia, gestão, informática, estudante, técnico e
prestação de serviços.
Colocando os dados no SPSS e efetuando um teste de qui-quadrado para estas variáveis obtemos os
seguintes resultados:
43
Tabela 4 – Exemplo de Resultados recorrendo ao software SPSS
Qual o seu grau de satisfação perante a
sua vida? Total
2 3 4 5
Indique o seu
sexo:
Feminino
Count 8 22 75 6 111
% within Indique o seu sexo: 7,2% 19,8% 67,6% 5,4% 100,0%
% within Qual o seu grau de
safisfação perante a sua vida? 80,0% 40,7% 40,1% 46,2% 42,0%
% of Total 3,0% 8,3% 28,4% 2,3% 42,0%
Masculino
Count 2 32 112 7 153
% within Indique o seu sexo: 1,3% 20,9% 73,2% 4,6% 100,0%
% within Qual o seu grau de
safisfação perante a sua vida? 20,0% 59,3% 59,9% 53,8% 58,0%
% of Total 0,8% 12,1% 42,4% 2,7% 58,0%
Total
Count 10 54 187 13 264
% within Indique o seu sexo: 3,8% 20,5% 70,8% 4,9% 100,0%
% within Qual o seu grau de
safisfação perante a sua vida? 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 3,8% 20,5% 70,8% 4,9% 100,0%
Tabela 5 – Exemplo de Resultados recorrendo ao software SPSS
Value Degree
freedom
Asymp. Sig. (2-
sided)
Pearson Chi-Square 6,328a 3 ,097
Likelihood Ratio 6,454 3 ,092
N of Valid Cases 264
4.3 Classificação
4.3.1 Escalas para interligar ao sistema de avaliação
A avaliação dos dados fornecidos por estes inquéritos irá decorrer face aos critérios estabelecidos no LiderA,
de acordo com o seu sistema de classificação. Para a sua classificação o LiderA estabelece seis vertentes
que são alvo de avaliação, sendo que dentro de cada uma destas vertentes encontramos os critérios que
permitem obter as classificações, demonstrando assim qual a sua performance.
Todos os critérios avaliados ao longo destas seis vertentes procuram, como já anteriormente revisto avaliar a
performance ambiental e servir de orientação para boas práticas ambientais. Estes são classificados em
diversas classes variando desde a A++ até à G (LiderA, 2005):
44
Figura 5 – Classes Sistema LiderA
Referentemente às classes, ou níveis de desempenho temos as seguintes classificações:
E, classe que indica um valor de desempenho igual à da prática usual ou de referência (existem também
as classes F e G, classes essas que significam que o desempenho é pior que a prática);
D, classe que indica uma melhoria de 12,5% face à prática (ou valor de referência);
C, classe que indica uma melhoria de 25% face à prática (ou valor de referência);
B, classe que indica uma melhoria de 37,5% face à prática (ou valor de referência);
A, classe que indica uma melhoria de 50% face à prática (ou valor de referência);
A+, classe que indica uma melhoria de 75% face à prática (ou valor de referência) representando, no
fundo, um fator 4;
A++, classe que indica uma melhoria de 90% face à prática (ou valor de referência) representando, no
fundo, um fator 10;
Assim a obtenção do nível de desempenho no LiderA, passa pela verificação dos diversos critérios presentes
nas várias vertentes sendo que para a classificação final cada uma destas vertentes apresentará um peso
percentual variável consoante a magnitude da escala. Referentemente aos critérios em que os níveis de
desempenho dependam de mais que uma unidade de medida, para obtenção da classe do LiderA considera-
se sempre o pior valor obtido.
45
Figura 6 –Sistema LiderA Figura 7 –Sistema LiderA v2
A diferença entre o sistema LiderA e a sua versão 2 será então por hipótese a inclusão desta nova vertente
designada por Bem-estar Social através da substituição da vertente “Estrutura Funcional” pela “Bem-estar
Social” onde se avalia o grau de satisfação global da população servida, tanto a nível individual assim como
na sua integração com a sua envolvente. Em relação aos critérios avaliados na Estrutura Funcional estes
serão integrados nas vertentes Integração Local e Recursos.
4.3.2 Avaliação Proposta para o Bem-estar Social
Para avaliar qual o nível de desempenho da comunidade em termos de Bem-Estar Social, esta deverá
respeitar os seguintes critérios em conjunto com a realização do inquérito referente ao índice de satisfação
social presente no Anexo 1. A avaliação dos resultados obtidos no inquérito será sempre recorrendo a uma
média para os principais componentes como anteriormente já referidos sendo estes a satisfação individual,
satisfação comunitária e identidade e cultura.
4.3.2.1 Satisfação Individual
A avaliação por parte da satisfação individual será em função apenas dos resultados provenientes do
questionário, estando cada classe diferenciada por uma gama de valores. Para os níveis de desempenho
mais elevados poderem ser atingidos existe ainda um subconjunto que deverá atingir também ele uma gama
de valores que corresponderá aos pontos chaves daquilo que realiza um individuo, ou seja, a sua saúde, o
seu trabalho, o seu tempo para lazer, a sua habitação e o seu agregado familiar (Easterlin, 2006).
Este subconjunto é constituído pelas questões que avaliam especificamente a satisfação do individuo nas
cinco áreas chaves sendo estas as seguintes questões presentes no inquérito (10 – Considerando apenas o
seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação; 12 - Indique qual o seu grau de satisfação em
relação à sua habitação; 15 - Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde; 23 - Em relação à sua principal
14%
32%
12% 15%
19% 8%
Vertentes LiderA
IntegraçãoLocalRecursos
CargasAmbientaisEstruturaFuncionalVivência SócioEconómicaUsoSustentável
12%
33%
11% 13%
23% 8%
Vertentes LiderA v2
IntegraçãoLocal
Recursos
CargasAmbientais
Bem EstarSocial
Vivência SócioEconómica
GestãoAmbiental
46
ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação; 26 - Em relação aos espaços de lazer, sente-se
satisfeito com o seu estado), adquirindo cinco graus de complexidade em função dos níveis de desempenho:
Subconjunto 1 (Saúde): Questão 15
Subconjunto 2 (Saúde, Agregado Familiar): Questão 10, 15
Subconjunto 3 (Saúde, Agregado Familiar, Habitação): Questão 10, 12, 15
Subconjunto 4 (Saúde, Agregado Familiar, Habitação, Emprego): Questão 10, 12, 15, 23
Subconjunto 5 (Saúde, Agregado Familiar, Habitação, Emprego, Lazer): Questão 10, 12, 15, 23, 26
4.3.2.2 Satisfação Comunitária
Em termos de satisfação comunitária os níveis de desempenho obtidos dependem de dois fatores. O
resultado obtido através do questionário para a secção correspondente à satisfação comunitária e o número
de créditos obtidos em termos de intervenções face aos grupos de risco ou eventos que mobilizem a
socialização dentro da comunidade avaliada.
Os principais aspetos a considerar na satisfação comunitária resulta dos grupos de indivíduos existentes
numa comunidade, ou seja, o foco irá ser na criação de medidas que visem os grupos mais frágeis de uma
comunidade permitindo a estes uma maior integração para com a sociedade que os rodeia. A população que
se considera mais frágil dentro de uma comunidade são as pessoas idosas, que representam 19% da
população Portuguesa das quais 29% são dependentes (Instituto Nacional de Estatística, 2011) assim como
os jovens que representam 14.9% da população Portuguesa dos quais 23% são dependentes (Instituto
Nacional de Estatística, 2011) e os sem-abrigo/toxicodependentes que representam entre 0.29% - 0.50% da
população Portuguesa (European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addition, 2011).
A atribuição do número de créditos a cada um dos critérios avaliado deve-se à representatividade de cada
grupo de acordo com os dados estatísticos face à população portuguesa estabelecendo-se assim uma escala
repartida em quatro itens sendo que o valor máximo atribuído acontece quando se abrange acima de 75%
desta população critica.
Os principais aspetos a considerar na satisfação comunitária serão aspetos que incentivem a socialização
entre os residentes criando assim uma maior coesão social dentro da comunidade assim como a divulgação
adotada para tal efeito. Outro aspeto considerado será a resolução da problemática dos animais
abandonados numa sociedade. Em relação aos eventos teve por base o facto de o ano se repartir em doze
meses gerando uma média de um evento por mês. O mesmo se aplica ao número de eventos propostos e
realizados pelos residentes.
População Idosa Crítica:
Estabelece-se a definição de População Idosa Critica aquela que não apresente sustentabilidade financeira,
ou se encontre isolado dos focos habitacionais.
1. Implementação de um serviço que vise a distribuição de refeições à população idosa com dificuldades
financeiras.
47
2. Implementação de um serviço que vise a distribuição de refeições à população idosa com dificuldades
financeiras que esteja isolada dos centros urbanos.
A atribuição de créditos para estes dois critérios de avaliação ocorrerá de acordo com as seguintes
sugestões. Refira-se que estas (bem como as anteriores) propostas são apresentadas como uma primeira
reflexão, sendo por isso um juízo de valor, com o carácter subjetivo que daqui decorre. A sugestão de
classificação poderia ser:
Critério 1:
1. [0 – 25%[ da população idosa abrangida - 1 Crédito
2. [25 – 50%[ da população idosa abrangida - 2 Créditos
3. [50 – 75%[ da população idosa abrangida - 3 Créditos
4. [75% – 100%[ da população idosa abrangida - 4 Créditos
Critério 2:
5. ]0 – 25%[ da população idosa abrangida - 1 Crédito
6. [25 – 50%[ da população idosa abrangida - 2 Créditos
7. [50 – 75%[ da população idosa abrangida - 3 Créditos
8. [75% – 100%[ da população idosa abrangida - 4 Créditos
Criar junto dos centros demográficos onde a população seja maioritariamente idosa estruturas que
permitam combater a solidão, desde pequenos jardins que permitam jogos recreativos a grupos
desportivos:
1. ]0 – 25%[ da população idosa abrangida - 1 Crédito
2. [25 – 50%[ da população idosa abrangida - 2 Créditos
3. [50 – 75%[ da população idosa abrangida - 3 Créditos
4. [75% – 100%[ da população idosa abrangida - 4 Créditos
Criar mecanismos que permitam a inserção de pessoas idosas na comunidade, aproveitando as experiências
de vida destes, procurando assim manter uma vida ativa. 1 Crédito
Jovens em Risco:
Criar estruturas onde os jovens mais desfavorecidos possam adquirir novas competências assim como locais
de estudo e trabalho que de outra forma não teriam acesso. Os jovens considerados para estas condições
deverão pertencer a uma faixa etária entre os 12 e 17 anos de idade.
1. ]0 – 25%[ da população jovem carenciada abrangida - 1 Crédito
2. [25 – 50%[ da população jovem carenciada abrangida - 2 Créditos
3. [50 – 75%[ da população jovem carenciada abrangida - 3 Créditos
4. [75% – 100%[ da população jovem carenciada abrangida - 4 Créditos
Sem-Abrigo/Toxicodependentes:
48
Criar estruturas onde este grupo de pessoas possa usufruir de cuidados mínimos de saúde e/ou
desempenhar papeis onde sejam uteis dentro da comunidade.
1. ]0 – 50%[ desta população usufrui de cuidados mínimos de saúde - 1 Crédito
2. [50 – 100%[ desta população usufrui de cuidados mínimos de saúde - 2 Créditos
3. ]0 – 50%[ desta população está integrada na comunidade - 1 Créditos
4. [50% – 100%[ desta população está integrada na comunidade - 2 Créditos
Criação de eventos por parte da gestão:
A gestão realiza eventos que visam a integração e o convívio dos membros desta.
1. [1 – 3[ Eventos por ano. 1 Crédito
2. [3 – 6[ Eventos por ano. 2 Créditos
3. [6 – 9[ Eventos por ano. 3 Créditos
4. [10 – 12] Eventos por ano. 4 Créditos
Criação de eventos por parte da comunidade:
A gestão autoriza e colabora na realização de eventos propostos pela comunidade, que visam a integração e
o convívio dos membros desta.
1. [1 – 3[ Eventos por ano. 1 Crédito
2. [3 – 6[ Eventos por ano. 2 Créditos
3. [6 – 9[ Eventos por ano. 3 Créditos
4. [10 – 12] Eventos por ano. 4 Créditos
Divulgação:
Qual o método de divulgação por parte da gestão para com os eventos realizados e as intervenções dentro
da comunidade.
1. Fixação de folhetos informativos junto das juntas de freguesia explicando quais os eventos e
intervenções que serão realizados. 1 Crédito.
2. Fixação de folhetos informativos junto das paragens dos transportes públicos ou pracetas de táxis
explicando quais os eventos e intervenções que serão realizados. 1 Crédito.
3. Fixação de folhetos informativos junto das escolas básicas e secundárias explicando quais os eventos
e intervenções que serão realizados. 1 Crédito.
4. Fixação na página web da gestão explicando quais os eventos e intervenções que serão realizados. 1
Crédito.
5. Criação de uma Newsletter distribuída via correio para os residentes da comunidade explicando todo
o tipo de intervenções e eventos que serão realizados. 1 Crédito.
6. Criação de uma Newsletter distribuída via correio eletrónico para os residentes da comunidade
explicando todo o tipo de intervenções e eventos que serão realizados. 1 Crédito.
Este tipo de divulgação deverá apresentar uma sazonalidade mensal no mínimo. A atribuição dos créditos
neste critério será acumulativa.
Animais
49
A gestão dispõe de canis municipais de acordo com a legislação vigente tais que estes se classificam como:
1. Canil de dimensão pequena. 1 Crédito
2. Canil de dimensão média. 2 Créditos
3. Canil de dimensão grande. 3 Créditos
4. Dois ou mais canis de dimensão grande. 4 Créditos
A gestão dispõe de abrigos para os animais abandonados excluindo os canis municipais, onde a população
integrante da comunidade tem a possibilidade de realizar voluntariado ao cuidado dos animais de tal forma
que estes permitem, as dimensão consideradas serão as mesmas que as aplicadas aos canis:
1. Abrigo para os animais de dimensão pequena. 1 Crédito
2. Abrigo para os animais de dimensão média. 2 Créditos
3. Abrigo para os animais de dimensão grande. 3 Créditos
4. Dois ou mais abrigos para os animais de dimensão grande. 4 Créditos
4.3.2.3 Identidade e Cultura
Os principais aspetos a considerar na identidade e cultura serão a abertura e a aceitação da comunidade
para com a população imigrante ou as minorias que estão sempre presentes numa comunidade desde a
capacidade de se dialogar na sua língua e/ou comemorar as suas datas festivas ou crenças religiosas.
A atribuição dos créditos para as datas festivas será de forma igual à organização de eventos, uma média de
uma data por mês por forma a demonstrar à comunidade as ideologias e comemorações por parte destes
grupos. Em termos de crenças religiosas os pesos atribuídos devem-se ao facto de existirem cinco grandes
crenças religiosas – Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Budismo e Hinduísmo.
A avaliação por parte da componente religiosa surge pela forte presença que esta tem na vida humana e na
forma como esta influência a sua satisfação, já que numa comunidade que tem uma religião de Estado-
regulamentado ou patrocinado apresenta níveis mais baixos de religiosidade devido ao fato de que há pouca
ou nenhuma competição entre as igrejas, e, portanto, nenhum incentivo para oferecer um melhor serviço
religioso às congregações. As pessoas estão mais propensas a participar em atividades religiosas nas
comunidades com maior pluralismo religioso, uma vez que a competição entre as religiões, promove uma
melhor prestação de serviços. Às pessoas que são dadas a oportunidade de escolher religiões e igrejas são
consideradas mais feliz devido à liberdade de escolha e ao serviço de qualidade superior prestado.
(Mookerjee & Beron, Gender, religion and happiness, 2005).
Em termos de integração uma comunidade diversificada será aquela que conseguir comunicar em diversas
línguas daí que se avalie também esse fator sendo que se designa por uma cultura com representatividade
quando esta corresponda a 10% da população total da comunidade.
Como critérios avaliados serão alvo os seguintes:
Crenças Religiosas
A gestão deverá apresentar na comunidade estruturas para as crenças religiosas com maior
representatividade permitindo assim que os membros integrantes possam praticar as suas crenças religiosas:
50
1. A gestão apresenta uma estrutura para este fim. 1 Crédito
2. A gestão apresenta duas estruturas para este fim. 2 Créditos
3. A gestão apresenta três estruturas para este fim. 3 Créditos
4. A gestão apresenta quatro ou mais estruturas para este fim. 4 Créditos
Os créditos apenas deverão ser contabilizados quando existirem dentro da comunidade diferentes crenças
religiosas com representatividade significativa. Caso contrário atribuem-se os créditos máximos.
Datas comemorativas
A gestão deverá, dentro do seu calendário festivo, incluir datas festivas comemoradas oriundas dos seus
países de origem e/ou das suas crenças religiosas. Este tipo de ações apenas deverá ocorrer quando tais
populações apresentarem alguma representatividade na comunidade, se esta situação não se verificar
deverão ser atribuídos os créditos máximos.
A gestão integra no seu calendário:
1. [0 – 3[ Eventos por ano. 1 Crédito
2. [3 – 6[ Eventos por ano. 2 Créditos
3. [6 – 9[ Eventos por ano. 3 Créditos
4. [10 – 12[ Eventos por ano. 4 Créditos
Integração
Nas escolas que abrangem o primeiro, segundo e terceiro ciclo existente na comunidade, deverá realizar-se
no seu calendário escolar de semanas culturais onde se ilustrem as diferentes culturas presentes na
comunidade de forma a sensibilizar as crianças.
1. Realização de semanas culturais representando as culturas com maior representatividade na
comunidade. 1 Crédito.
2. Realização de semanas culturais onde se representa todas as culturas presentes na comunidade. 2
Créditos.
Nas escolas que abrangem o primeiro, segundo e terceiro ciclo, existe como disciplinas extra curriculares a
aprendizagem de línguas.
1. Aprendizagem de línguas nativas das culturas com maior representatividade na comunidade.
1 Crédito.
2. Aprendizagem de línguas nativas de todas as culturas presentes na comunidade. 2 Créditos.
3. Aprendizagem para os imigrantes da língua nativa da comunidade em que estão inseridos.
3 Créditos.
Nas juntas de freguesias dentro da comunidade existe a possibilidade de aprendizagem tanto da língua nativa
da comunidade como das línguas nativas das minorias.
1. Aprendizagem de línguas nativas das culturas com maior representatividade na comunidade. 1
Crédito.
2. Aprendizagem de línguas nativas de todas as culturas presentes na comunidade. 2 Créditos.
51
3. Aprendizagem para os imigrantes da língua nativa da comunidade em que estão inseridos. 3
Créditos.
Os terceiros itens destes critérios deverão ser contabilizados de uma forma isolada, ou seja, dever-se-á
verificar a existência ou não dos itens 1 e 2 e atribuir os créditos de acordo com a sua verificação e
posteriormente verificar o item 3.
4.3.3 Níveis de Desempenho
Como foi referido anteriormente a classificação obtida nos níveis de desempenho sugeridos depende da
prestação ao longo dos diversos critérios assim como qual a média geométrica obtida, traduzindo-se assim
na classe correspondente.
Assim, nesta dissertação, como primeira reflexão utiliza-se uma escala mais reduzida que a escala factorial
do LiderA dado o carácter experimental e preliminar desta abordagem.
Assim, sugere-se a seguinte tabela como forma proposta de atribuir o nível de desempenho para a vertente
de Bem-estar Social:
52
Tabela 6 – Níveis de desempenho Sugeridos
Critério A++ A+ A B C D E F G
Satisfação Individual
Inquérito:
[4,5 – 5]
[Saúde, Agregado Familiar,
Habitação, Emprego, Lazer]:
[3,5 – 4[
Inquérito:
[4 – 4,5[
[Saúde, Agregado Familiar,
Habitação, Emprego]:
[3,5 – 4[
Inquérito:
[3,5 – 4[
[Saúde, Agregado
Familiar, Habitação]:
[3,5 – 4[
Inquérito:
[3,5 – 4[
[Saúde, Agregado Familiar,
Habitação]:
[3 – 3.5[
Inquérito:
[3 – 3,5[
[Saúde, Agregado
Familiar,
Habitação]:
[3 – 3.5[
Inquérito:
[3 – 3,5[
[Saúde, Agregado
Familiar]:
[3 – 3.5[
Inquérito:
[3 – 3,5[
[Saúde]:
[3 – 3.5[
Inquérito:
[1,5 – 3[
Inquérito:
[0 – 1,5[
Satisfação Comunitária
Inquérito:
[4,5 – 5]
Créditos Obtidos:
[36 – 43]
Inquérito:
[4,5 – 5]
Créditos Obtidos:
[30 – 35]
Inquérito:
[3,5 – 4,5[
Créditos Obtidos:
[24 – 29]
Inquérito:
[3,5 – 4,5[
Créditos Obtidos:
[18 – 23]
Inquérito:
[3 – 3,5[
Créditos Obtidos:
[12 – 17]
Inquérito:
[3 – 3,5[
Créditos Obtidos:
[6 – 11]
Inquérito:
[3 – 3,5[
Créditos Obtidos:
[0 – 5]
Inquérito:
[1,5 – 3]
Inquérito:
[0 – 1,5[
Identidade e Cultura
Inquérito
[4,5 – 5]
Créditos Obtidos:
[18 – 20]
Inquérito
[4,5 – 5]
Créditos Obtidos:
[16 – 17]
Verificando-se ambos os itens 3 na
secção da linguagem
Inquérito
[3,5 – 4,5[
Créditos Obtidos:
[16 – 17]
Inquérito:
[3,5 – 4,5[
Créditos Obtidos:
[12 – 15]
Verificando-se o item 3 da linguagem
para as juntas freguesias
Inquérito:
[3 – 3,5[
Créditos Obtidos:
[8 – 11]
Inquérito:
[3 – 3,5[
Créditos Obtidos:
[4 – 7]
Inquérito:
[3 – 3,5[
Créditos Obtidos:
[0 – 3]
Inquérito:
[1,5 – 3[
Inquérito:
[0 – 1,5[
Saúde: Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde
Saúde, Agregado Familiar: Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde; Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação
Saúde, Agregado Familiar, Habitação: Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde; Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação; Indique qual o seu grau de satisfação em relação à sua habitação
Saúde, Agregado Familiar, Habitação, Emprego: Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde; Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação; Indique qual o seu grau de satisfação em relação à sua
habitação; Em relação à sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação
Saúde, Agregado Familiar, Habitação, Emprego, Lazer: Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde; Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação; Indique qual o seu grau de satisfação em relação à
sua habitação; Em relação à sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação; Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado.
53
5 Casos de Estudo
Neste capítulo apresenta-se e aplica-se a metodologia como teste os dois casos de estudo propostos. Como
anteriormente referido no capítulo 1.3 as duas populações são distintas a nível de localização geográfica,
uma vez que se trata de uma freguesia de Oeiras e do concelho do Barreiro.
As implicações da utilização destas duas amostragens serão no tipo de respostas obtidas, uma vez que
Barcarena apenas representa uma freguesia de Oeiras e portanto a sua dimensão é muito inferior à
dimensão do Barreiro onde se considera todo o concelho. Como tal os resultados obtidos no caso de
Barcarena serão muito “locais” enquanto no Barreiro este tipo de resultados será referente ao concelho. O
que se pretende demonstrar é que este método é válido para diferentes dimensões cabendo depois à
entidade gestora decidir como melhor agir na melhoria das condições sociais.
Será ainda realizado uma análise para as duas populações, em função do género permitindo percecionar
qual o distanciamento face à população global assim como uma separação por idades para os principais
grupos de uma população procurando assim demonstrar em que fase da vida as pessoas serão mais felizes -
quando estão no limiar de sua vida adulta, na meia-idade quando as famílias estão estabilizadas e muitos
estão perto do pico de suas carreiras profissionais, ou nos anos da reforma (Easterlin, 2006).
5.1 Barcarena – Oeiras
Como região de povoamento Barcarena é muito antiga, provavelmente uma das mais antigas ocupações
territoriais da Península Ibérica. Como freguesia, Barcarena adquire esse estatuto em 1785, pertencendo ao
Concelho de Belas em 1855, quando o concelho é extinto nesta data. Entre 26 de Setembro de 1895 e 13 de
Janeiro de 1898 Barcarena esteve ligada ao concelho de Sintra passando nesse mesmo ano a fazer parte
integrante do concelho de Oeiras, no qual se encontra integrada até aos dias de hoje. (Junta Freguesia de
Barcarena)
Barcarena viu desenvolveram-se múltiplas atividades económicas, centradas na agricultura, na pastorícia e
criação de gado, na pesca que se fazia na foz da ribeira e no estuário do Tejo, e ainda na indústria e no
comércio tendo obtido o seu apogeu com a criação da fabrica da pólvora de Barcarena em 1540 tendo esta
estado em funcionamento até 1940, posteriormente foi adquirida pela câmara municipal de Oeiras em 1995
transformando-a no Museu da Pólvora Negra (Junta Freguesia de Barcarena).
54
Figura 8 – Concelho de Oeiras
Tabela 7 – Nº Habitantes nas freguesias de Oeiras (Instituto
Nacional de Estatística, 2011).
Freguesia Pop. Residente
(hab)
Porto Salvo 15 157
Barcarena 13 861
Carnaxide 25 911
Queijas 10 377
Oeiras e S. Julião da
Barra 33 827
Paço de Arcos 15 315
Caxias 9 007
Cruz Quebrada Dafundo 6 393
Linda-a-Velha 19 999
Algés 22 273
O município que íntegra situa-se na margem direita do estuário do Tejo e é limitado a norte pelos municípios
de Sintra e Amadora, a leste por Lisboa, a oeste por Cascais e a sul tem costa na zona da foz do rio Tejo.
Como características gerais, Barcarena apresenta-se a cerca de 6 km da sede de concelho e apresenta uma
área de 9 km2 traduzindo-se numa densidade populacional de 1540 habitantes por km
2. Em termos de
envolvimento e gestão ambiental a freguesia de Barcarena não apresenta nenhuma medida própria, no
entanto o concelho de Oeiras apresenta-se com diversas medidas de sensibilização ambiental. O número de
inquéritos efectuados foram de 132 para a população de Barcarena (sendo a sua distribuição detalhada no
anexo 2).
5.2 Barreiro
O Barreiro nasce como uma aldeia ribeirinha que remonta aos séculos XIII – XIV dedicando-se principalmente
a extração do sal assim como pesca. Devido à sua posição estratégica, na época dos descobrimentos no
Vale do Zebro existiam os fornos que produziam os biscoitos que abasteciam as naus com destino à Índia tal
como as margens do rio Coina, em Feitoria da Telha, encontrávamos o local onde as naus eram acabadas no
inverno (Governo Civil do Distrito de Setúbal, 2008).
55
Pela sua localização nos esteiros das duas margens funcionaram até ao século XIX os moinhos de maré, que
ainda são visíveis atualmente, fabricavam a farinha para os biscoitos, assim como os celeiros e os fornos.
O grande desenvolvimento do Barreiro surge com o aparecimento as linhas férreas em 1906 ligando o
Barreiro a Vendas Novas e a Setúbal. Este novo meio de transporte permitiu uma maior dinamização por
parte da CUF (Companhia União Fabril) fazendo o Barreiro crescer de uma forma tal, que a vila transformou-
se numa vila industrial e operária. Este desenvolvimento ainda hoje é visível e marcante na atual cidade, uma
vez que ainda encontramos as oficinas da CP e o Bairro dos Operários, e o ainda ativo Quimiparque (antiga
CUF e Quimigal) que funciona como uma zona industrial e empresarial. (Governo Civil do Distrito de Setúbal,
2008)
Situa-se a cerca de 40 km de Lisboa – ligando a esta cidade pela Ponte 25 de Abril ou pela Ponte Vasco da
Gama – e a cerca de 35 km de Setúbal, que é capital de distrito. Conta com 79042 habitantes (Instituto
Nacional de Estatística, 2011) de acordo com os dados apurados pelos censos de 2011. Apresenta uma área
de 31,6 km2, é constituído por 8 freguesias e está integrado no Distrito de Setúbal (Barreiro, 2012).
Figura 9 – Freguesias do Barreiro
Tabela 8 – Nº Habitantes nas freguesias do Barreiro
(Instituto Nacional de Estatística, 2011).
Freguesia Pop. Residente
(hab)
Barreiro 7507
Lavradio 14597
Palhais 1880
Sto André 11485
Verderena 10253
Alto do Seixalinho 19979
Sto. António da
Charneca 11619
Coina 1722
Referentemente ao envolvimento e gestão ambiental, o concelho do Barreiro apresenta algumas medidas
inclusive na busca de sensibilização ambiental da comunidade com o “Centro de Educação Ambiental da
Mata da Machada e Sapal de Coina”.
O número de inquéritos validados foi de 131 para a população do Barreiro (sendo a sua distribuição
detalhada no anexo 2)
51
5.3 Resultados Índice Bem-estar Social
A aplicação da metodologia e questionários anteriormente referidos levou à obtenção dos seguintes
resultados e tendências, caracterizando-se por um valor mais baixo na satisfação social, seguido da individual
e depois da identidade e cultura, verificando-se estes resultados ao longo das diversas diferenciações
elaboradas.
5.3.1 Localização Geográfica
Tabela 9 – Resultados Índice Bem-estar Social por localização geográfica
População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Barreiro 3,77 0,82 3,32 0,86 4,54 0,74
Barcarena 3,61 0,78 3,41 0,98 4,44 0,81
Amostra 3,69 0,80 3,36 0,92 4,49 0,78
Tabela 10 – Resultados do subconjunto para satisfação individual por localização geográfica
População Satisfação Individual
Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5
Barreiro 4,06 4,08 4,03 3,94 3,88
Barcarena 3,67 3,71 3,62 3,59 3,55
Amostra 3,86 3,90 3,82 3,77 3,72
5.3.2 Diferenciação por Género
Tabela 11 – Resultados Índice Bem-estar Social por género
População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Homens 3,72 0,78 3,39 0,91 4,52 0,75
Mulheres 3,65 0,83 3,33 0,94 4,45 0,82
Tabela 12 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por género
População Satisfação Individual
Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5
Homens 3,86 3,89 3,80 3,74 3,71
Mulheres 3,86 3,91 3,86 3,80 3,74
Tabela 13 – Resultados Índice Bem-estar Social para o subconjunto por género e localização geográfica
População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Homens - Barreiro 3,80 0,79 3,35 0,83 4,59 0,69
Homens - Barcarena 3,65 0,77 3,42 0,97 4,46 0,80
Mulheres - Barreiro 3,72 0,86 3,29 0,89 4,48 0,80
Mulheres - Barcarena 3,56 0,80 3,39 1,00 4,41 0,83
52
Tabela 14 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por género e localização geográfica
População Satisfação Individual
Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5
Homens - Barreiro
4,03 4,06 3,99 3,90 3,87
Homens - Barcarena
3,71 3,73 3,62 3,60 3,56
Mulheres - Barreiro
4,10 4,11 4,09 3,99 3,91
Mulheres - Barcarena
3,60 3,67 3,61 3,59 3,55
5.3.3 Diferenciação por Níveis de Educação
Tabela 15 – Resultados Índice Bem-estar Social por níveis de educação
População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Ensino Básico 3,70 0,81 3,34 0,88 4,45 0,75
Ensino Secundário 3,68 0,77 3,39 0,92 4,56 0,74
Ensino Superior 3,68 0,83 3,37 0,98 4,48 0,87
Tabela 16 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por níveis de educação
População Satisfação Individual
Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5
Ensino Básico
3,64 3,75 3,67 3,65 3,64
Ensino Secundário
3,96 4,00 3,94 3,83 3,76
Ensino Superior
4,09 4,01 3,93 3,87 3,79
Tabela 17 – Resultados Índice Bem-estar Social por níveis de educação e localização geográfica
População
Satisfação Individual Satisfação
Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão
Média Desvio Padrão
Média Desvio Padrão
Ensino Básico - Barreiro
3,77 0,81 3,29 0,80 4,44 0,80
Ensino Básico - Barcarena
3,63 0,80 3,40 0,95 4,46 0,69
Ensino Secundário – Barreiro
3,79 0,78 3,37 0,86 4,65 0,60
Ensino Secundário - Barcarena
3,56 0,74 3,40 0,98 4,46 0,85
Ensino Superior - Barreiro
3,73 0,88 3,31 0,93 4,57 0,79
Ensino Superior - Barcarena
3,64 0,79 3,42 1,03 4,40 0,93
53
Tabela 18 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por níveis de educação e localização geográfica
População Satisfação Individual
Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5
Ensino Básico - Barreiro
3,71 3,85 3,85 3,79 3,78
Ensino Básico - Barcarena
3,57 3,64 3,50 3,52 3,51
Ensino Secundário - Barreiro
4,29 4,26 4,19 4,06 3,99
Ensino Secundário - Barcarena
3,59 3,72 3,68 3,57 3,51
Ensino Superior – Barreiro
4,34 4,26 4,15 4,04 3,94
Ensino Superior - Barcarena
3,87 3,79 3,73 3,72 3,66
5.3.4 Diferenciação por Faixas Etárias
Tabela 19 – Resultados Índice Bem-estar Social por faixas etárias
População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Inferior 20 anos 3,80 0,78 3,50 0,88 4,64 0,62
20 - 29 Anos 3,73 0,83 3,44 0,93 4,71 0,68
30 - 59 Anos 3,60 0,78 3,26 0,97 4,28 0,92
Superior 60 Anos 3,67 0,81 3,29 0,87 4,40 0,74
Tabela 20 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por faixas etárias
População Satisfação Individual
Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5
Inferior 20 anos 4,16 4,08 3,93 3,87 3,81
20 - 29 Anos 4,14 4,07 3,99 3,90 3,85
30 - 59 Anos 3,86 3,92 3,87 3,78 3,71
Superior 60 Anos 3,33 3,54 3,52 3,53 3,54
54
Tabela 21 – Resultados Índice Bem-estar Social por faixas etárias e localização geográfica
População
Satisfação Individual Satisfação
Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão
Média Desvio Padrão
Média Desvio Padrão
Inferior 20 anos - Barreiro
3,91 0,78 3,49 0,84 4,72 0,51
Inferior 20 anos - Barcarena
3,69 0,77 3,50 0,92 4,56 0,71
20 - 29 Anos - Barreiro
3,82 0,83 3,45 0,85 4,81 0,50
20 - 29 Anos - Barcarena
3,62 0,82 3,44 1,02 4,60 0,83
30 - 59 Anos - Barreiro
3,64 0,84 3,16 0,91 4,30 0,91
30 - 59 Anos - Barcarena
3,55 0,73 3,35 1,02 4,26 0,92
Superior 60 Anos - Barreiro
3,73 0,80 3,23 0,76 4,39 0,79
Superior 60 Anos - Barcarena
3,62 0,82 3,34 0,97 4,41 0,69
Tabela 22 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por faixas etárias e localização geográfica
População
Satisfação Individual
Subconjunto 1
Subconjunto 2
Subconjunto 3
Subconjunto 4
Subconjunto 5
Inferior 20 anos - Barreiro
4,42 4,32 4,24 4,11 4,05
Inferior 20 anos - Barcarena
3,91 3,85 3,64 3,64 3,58
20 - 29 Anos - Barreiro
4,55 4,35 4,25 4,11 4,04
20 - 29 Anos - Barcarena
3,65 3,73 3,69 3,64 3,62
30 - 59 Anos - Barreiro
4,03 4,08 4,02 3,91 3,82
30 - 59 Anos - Barcarena
3,71 3,77 3,74 3,67 3,61
Superior 60 Anos - Barreiro
3,28 3,59 3,65 3,63 3,65
Superior 60 Anos - Barcarena
3,39 3,48 3,40 3,43 3,43
5.3.5 Diferenciação por Estado Laboral
Tabela 23 – Resultados Índice Bem-estar Social por estado laboral
População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Empregados 3,74 0,79 3,39 0,91 4,49 0,82
Desempregados 3,55 0,80 3,32 1,00 4,58 0,68
Reformados 3,70 0,79 3,31 0,86 4,42 0,74
55
Tabela 24 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por estado laboral
População Satisfação Individual
Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5
Empregados 4,08 4,03 3,94 3,88 3,80
Desempregados 3,90 3,95 3,90 3,72 3,73
Reformados 3,23 3,46 3,49 3,57 3,57
Tabela 25 – Resultados Índice Bem-estar Social por estado laboral e localização geográfica
População
Satisfação Individual Satisfação
Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão
Média Desvio Padrão
Média Desvio Padrão
Empregados - Barreiro
3,81 0,81 3,34 0,86 4,56 0,75
Empregados - Barcarena
3,66 0,75 3,45 0,97 4,41 0,88
Desempregados - Barreiro
3,53 0,86 3,29 1,03 4,69 0,53
Desempregados - Barcarena
3,56 0,72 3,36 0,98 4,46 0,80
Reformados - Barreiro
3,75 0,80 3,27 0,72 4,38 0,82
Reformados - Barcarena
3,66 0,77 3,35 0,98 4,46 0,67
Tabela 26 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por estado laboral e localização geográfica
População Satisfação Individual
Subconjunto 1
Subconjunto 2
Subconjunto 3
Subconjunto 4
Subconjunto 5
Empregados - Barreiro
4,31 4,24 4,15 4,05 3,97
Empregados - Barcarena
3,81 3,83 3,70 3,69 3,62
Desempregados - Barreiro
4,00 4,06 4,04 3,73 3,76
Desempregados - Barcarena
3,79 3,82 3,74 3,70 3,70
Reformados - Barreiro
3,20 3,52 3,61 3,65 3,66
Reformados - Barcarena
3,26 3,42 3,38 3,49 3,49
5.3.6 Diferenciação por Local de Emprego
Tabela 27 – Resultados Índice Bem-estar Social por local de emprego
População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Empregado Local 3,73 0,80 3,33 0,87 4,52 0,73
Emprego Exterior 3,68 0,78 3,41 0,97 4,43 0,86
56
Tabela 28 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por local de emprego
População Satisfação Individual
Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5
Empregado Local 3,85 3,91 3,87 3,80 3,76
Emprego Exterior 3,92 3,90 3,81 3,79 3,73
Tabela 29 – Resultados Índice Bem-estar Social por local de emprego e localização geográfica
População
Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Média Desvio Padrão
Média Desvio Padrão
Média Desvio Padrão
Empregado Local - Barreiro
3,77 0,81 3,32 0,83 4,56 0,73
Empregado Local - Barcarena
3,63 0,76 3,36 0,97 4,44 0,73
Emprego Exterior - Barreiro
3,74 0,86 3,34 0,95 4,49 0,80
Emprego Exterior - Barcarena
3,66 0,75 3,44 0,97 4,41 0,87
Tabela 30 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por local de emprego e localização geográfica
População Satisfação Individual
Subconjunto 1
Subconjunto 2
Subconjunto 3
Subconjunto 4
Subconjunto 5
Empregado Local - Barreiro
4,03 4,06 4,02 3,92 3,87
Empregado Local - Barcarena
3,43 3,52 3,50 3,53 3,50
Emprego Exterior - Barreiro
4,17 4,15 4,09 4,01 3,94
Emprego Exterior - Barcarena
3,83 3,81 3,71 3,70 3,65
5.4 Nível de desempenho obtidos para os casos de estudo
5.4.1 Barcarena
5.4.1.1 Idosos
Referentemente ao sistema de distribuição de refeições junto da população idosa considerada critica,
não existe nenhum tipo de política de gestão nesse sentido. 0 Créditos. A camara não faz nenhuma
referência a esse tipo de ajuda.
Em termos de estruturas a Junta de Freguesia de Barcarena regista diversos centros de convívio
permitindo à população idosa um maior convívio e socialização entre si. 4 Créditos
A Junta de Freguesia de Barcarena não apresenta no seu calendário, nenhuma iniciativa que
promova a vida ativa da população mais idosa dentro da sua área. 0 Créditos.
57
5.4.1.2 Jovens em Risco
Verifica-se a presença de diversas instituições dentro da Freguesia de Barcarena com o objetivo de
acolher e integrar os jovens. 4 Créditos
5.4.1.3 Sem-Abrigo/Toxicodependentes
Não existe nenhuma indicação específica para esta problemática. 0 Créditos
5.4.1.4 Criação de eventos por parte da gestão
A Junta de Freguesia de Barcarena, procura dinamizar a sua comunidade realizando uma série de
eventos tal como o “Boletim Informativo da Junta de Freguesia de Barcarena” o comprova. 2 Créditos
5.4.1.5 Criação de eventos por parte da comunidade
No “Boletim Informativo da Junta de Freguesia de Barcarena” encontramos a descrição das principais
atividades realizadas, sendo que a sua maioria ocorre em parceria com outras entidades, como por
exemplo do Rally Paper, que se encontra à data de publicação deste boletim na sua quinta edição.
Deste modo ainda que os eventos sejam organizados em parcerias com outras entidades, eles
partem de ações da Junta da Freguesia e não da comunidade. 0 Créditos.
5.4.1.6 Divulgação
Em termos de divulgação a Junta de Freguesia de Barcarena apresenta este tipo de informação, em
formato digital não existindo a possibilidade de registo na sua página de web como forma de receber
este tipo de informação. No entanto a sua distribuição é gratuita. A fixação de placares a divulgar
estas iniciativas também é inexistente junto dos locais avaliados dentro deste critério. 2 Créditos.
5.4.1.7 Animais
Barcarena não apresenta um canil próprio, uma que esta é uma freguesia de Oeiras o canil municipal
é partilhado pelas freguesias pertencentes ao concelho de Oeiras. Existe contudo um centro
veterinário no interior da área abrangida pela freguesia que funciona também como abrigo de
animais. Desta forma contabiliza-se 2 Créditos referente ao canil municipal partilhado e 2 Créditos
devido ao abrigo de animais.
Neste critério a freguesia de Barcarena acumula uma totalidade de 16 Créditos referente à vertente de
Satisfação Social.
58
5.4.1.8 Crenças Religiosas
A população de Barcarena é maioritariamente católica, não havendo representatividade por parte de
outro tipo de crenças. 4 Créditos.
5.4.1.9 Datas comemorativas
Em termos de diferentes culturas, não se realiza nenhuma data festiva de culturas diferentes uma vez
que esta população não é representativa da comunidade. 4 Créditos.
5.4.1.10 Integração
Durante o período de verão e de acordo com o “Boletim Informativo da Junta de Freguesia de
Barcarena” realiza-se o festival “Sete Sóis, Sete Luas” que representa um evento cultural de música
das principais culturas presentes na comunidade assim como de outras exteriores à comunidade. 1
Créditos.
Nas escolas apenas existe o leccionamento de línguas estrangeiras clássicas (Inglês, Francês,
Alemão e Espanhol). 0 Créditos.
Apesar de se lecionar língua portuguesa nas escolas de Barcarena, não existem aulas extra
curriculares de apoio à aprendizagem da língua portuguesa para a população imigrante. 0 Créditos.
Na freguesia de Barcarena não se apresenta nenhuma forma de permitir à comunidade aprender as
línguas nativas da população imigrante. 0 Créditos.
O concelho de Oeiras apresenta uma estrutura de apoio à população imigrante, no entanto na junta
de freguesia de Barcarena não existe nenhuma indicação sobre tal.3 Créditos.
Totalizando deste modo em 12 Créditos o critério correspondente a Identidade e Cultura.
5.4.2 Barreiro
5.4.2.1 Idosos
Referentemente ao sistema de distribuição de refeições junto da população idosa considerada critica,
não existe nenhum tipo de política de gestão nesse sentido. 0 Créditos. A câmara não faz nenhuma
referência a esse tipo de ajuda assim como a liga dos amigos do hospital do Barreiro.
Em termos de estruturas a Câmara Municipal do Barreiro regista diversos centros de convívio assim
como é visível nas ruas, juntos das habitações a presença de pequenos jardins com locais destinados
ao convívio permitindo jogos de cartas ou tabuleiros. 4 Créditos
A câmara Municipal promove em Outubro o evento chamado “Mês Sénior” que conta com diversas
atividades para os idosos assim como o programa “Mexe com a Idade” que é um programa que tem
como objetivo a promoção de uma melhor qualidade de vida das populações através da prática da
atividade física, de convívio e lazer. 1 Crédito.
59
5.4.2.2 Jovens em Risco
Verifica-se a presença de diversas instituições dentro do concelho do Barreiro com o objetivo de
acolher e integrar os jovens. 4 Créditos
5.4.2.3 Sem-Abrigo/Toxicodependentes
Não existe nenhuma indicação específica para esta problemática. 0 Créditos
5.4.2.4 Criação de eventos por parte da gestão
Neste critério de avaliação a Câmara do Barreiro é bastante ativa realizando diversas atividades e
eventos ao longo do ano. 4 Créditos
5.4.2.5 Criação de eventos por parte da comunidade
No Barreiro realizam-se os principais eventos anuais que contam com o apoio da Câmara:
“Metal Fest”, “Barreiro Rocks”, “Out.Fest”, “Barreiro On The Beach”, “Lan Party”.
Desta forma contabiliza-se neste critério 2 Créditos.
5.4.2.6 Divulgação
Em termos de divulgação o Barreiro verifica todos os critérios exigidos, excetuando a fixação dos
folhetos informativos junto das escolas assim como da newsletter via correio para os residentes
dentro do conselho. 4 Créditos.
5.4.2.7 Animais
Neste critério o barreiro apresenta um canil municipal de grandes dimensões designado por “Centro
de Recolha de Animais Errantes”, no entanto não apresenta nenhum abrigo para os animais. 3
Créditos.
Assim o conselho do Barreiro acumula um total de 22 Créditos referente ao critério de Satisfação
Comunitária.
5.4.2.8 Crenças Religiosas
A população do Barreiro é maioritariamente católica, não havendo representatividade por parte de
outro tipo de crenças. 4 Créditos.
60
5.4.2.9 Datas comemorativas
Em termos de diferentes culturas, não se realiza nenhuma data festiva de culturas diferentes uma vez
que esta população não é representativa da comunidade. 4 Créditos.
5.4.2.10 Integração
Durante o período das “Festas do Barreiro” ocorre a feira da cultura, onde se encontra diversos
expositores com as diversas culturas presentes na comunidade. 2 Créditos.
Nas escolas apenas existe o leccionamento de línguas estrangeiras clássicas (Inglês, Francês,
Alemão e Espanhol). 0 Créditos.
Apesar de se lecionar língua portuguesa nas escolas do Barreiro, não existem aulas extra curriculares
de apoio à aprendizagem da língua portuguesa para a população imigrante. 0 Créditos.
No conselho do Barreiro não se apresenta nenhuma forma de permitir à comunidade aprender as
línguas nativas da população imigrante. 0 Créditos.
O conselho do Barreiro apresenta o “Centro Local de Apoio ao Imigrante” onde se auxilia os
imigrantes a uma maior integração destes para com a comunidade, entre outras formas de ajuda
existe o auxílio na aprendizagem da Língua Portuguesa. 3 Créditos.
Totalizando deste modo em 13 Créditos o critério correspondente a Identidade e Cultura.
5.5 Classe Obtida
De acordo com os critérios avaliados, assim como a informação recolhida através da amostra considerada
são obtidos os seguintes níveis de desempenho:
Tabela 31 – Classes referente ao Caso de Estudo
Grupo Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Barreiro A C B Barcarena A C B
Tabela 32 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Género Sexual
Género Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Barreiro – Masculino A C B Barcarena – Masculino A C B
Barreiro – Feminino A C B
Barcarena – Feminino A C B
61
Tabela 33 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Faixas Etárias
Faixa Etária [Anos] Satisfação Individual Satisfação
Comunitária Identidade e Cultura
Barreiro <20 A C B Barcarena <20 A C B
Barreiro 20 – 29 A C B Barcarena 20 – 29 A C B Barreiro 30 – 59 A C B
Barcarena 30 – 59 A C B Barreiro ≥60 A C B
Barcarena ≥60 A C B
Tabela 34 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Níveis de Educação
Níveis Educação Satisfação Individual Satisfação
Comunitária Identidade e Cultura
Barreiro – E. Básico A C B Barcarena – E. Básico A C B
Barreiro – E. Secundário A C B
Barcarena – E. Secundário A C B Barreiro – E. Superior A C B
Barcarena – E. Superior A C B
Tabela 35 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por estado laboral
Estado Laboral Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Barreiro – Empregados A C B Barcarena – Empregados A C B
Barreiro – Desempregados A C B Barcarena – Desempregados A C B
Barreiro – Reformados A C B
Barcarena - Reformados B C B
Tabela 36 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por local de emprego
Local de Emprego Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Barreiro – Emprego Local A C B
Barcarena – Emprego Local A C B Barreiro – Emprego Exterior A C B
Barcarena – Emprego Exterior A C B
Estas classificações revelam alguma aproximação nos resultados, podendo indicar que esta primeira
aproximação deveria ser ainda mais explorada ou ajustada, aspetos que serão discutidos no capítulo
específico (6).
5.6 Modos de integração nos SGAs
Para alcançar uma correta gestão ambiental a todos os níveis, quer organizacionais, quer globais, é
necessário sensibilizar a população para a problemática ambiental. A gestão de uma comunidade apresenta
responsabilidades tanto na criação de riqueza como na proteção do Ambiente, pelo que deverão adotar
práticas de gestão ambiental que lhes permitam um conhecimento claro dos impactes provocados, assim
62
como a disponibilização de meios, técnicos, humanos e financeiros, que garantam a sua minimização e
controlo.
O recurso a esta ferramenta permite perceber as opiniões dos residentes na comunidade e quais as suas
preocupações, permitindo assim ao Sistema de Gestão Ambiental um maior número de variáveis a avaliar e
medir para além das usuais, como será o caso dos consumos energéticos, geração de resíduos ou poluição
atmosférica, servindo desta forma também como um rótulo de preocupação em garantir um envolvimento da
população tornando-se num circulo de melhoria continua, uma vez que as pessoas sentir-se-ão ouvidas já
que são questionadas, e ao mesmo tempo a gestão tem a oportunidade de lhes transmite melhores práticas
ambientais.
Deste modo, a sensibilização, e consequente educação ambiental, permitem uma utilização mais responsável
e eficiente dos recursos ambientais, com o objetivo de alcançar uma comunidade sustentável.
63
6 Discussão de Resultados
6.1 Amostra
De acordo com a Equação 4 – Cálculo do tamanho da amostra, e assumindo um erro de 6% podemos extrair
qual o valor de ⁄ recorrendo a essa mesma equação.
Uma vez que a amostra considerada apresenta a dimensão de 131 questionários respondidos para a
população do Barreiro e 132 para a população de Barcarena, obtendo-se desta forma um valor de 1,89 para a
variável ⁄.
Uma vez calculado o ⁄ da amostra é necessário saber qual o seu grau de confiança, tendo para isso sido
usado a Tabela 3 – Valores críticos associados a determinados grau de confiança e recorrendo a um
processo simples de iterações obtém-se que o grau de confiança da amostra se encontra na ordem dos 94%.
Em termos de resultados dos inquéritos recorre à utilização da média geométrica da amostra pois as
restantes características amostrais (mediana e moda) tendem a apresentar sempre uma maior instabilidade.
Outro fator que valida a utilização da média geométrica como ferramenta de avaliação dos inquéritos e
posterior classificação do seu nível de desempenho em concordância com os critérios exigidos, deve-se às
dificuldades logísticas de inquirir a população toda residente, optando-se por tratar uma amostra que fosse
representativa da população.
Outra situação a destacar será o tipo de respostas obtidas em relação aos dois formatos. As respostas
obtidas em formato digital deverão ser mais honestas que as obtidas junto do inquirido pois poderá existir
algum sentimento de vergonha/constrangimento levando o inquirido a não ser totalmente honesto na sua
resposta para as perguntas 16 – Com que frequência experimenta sentimentos positivos; 17 – Com que
frequência experimenta sentimentos negativos; 19 – Com que frequência se sente sobre pressão; 21 – Com
que frequência se sente inseguro. O mesmo poderá ser dito das restantes perguntas no entanto assume-se
que estas serão as poderão trazer um maior constrangimento perante um “perfeito estranho”.
Ainda referentes aos inquéritos, as respostas fornecidas foram maioritariamente obtidas abordando as
pessoas na rua em diversos períodos de tempo, de forma a ser possível interagir com todo o género de
residentes dentro da comunidade. Considera-se que todas as respostas obtidas através deste processo
seriam válidas uma vez que, mesmo com os possíveis problemas indicados no parágrafo anterior, considera-
se que houve integridade nas respostas por parte dos inquiridos.
Em termos de formato digital, as respostas obtidas foram consideradas válidas na sua maior parte, foram
ignorados inquéritos onde não haveria variabilidade de respostas. Ex: responder a todas as perguntas com a
terceira opção. Também foram considerados inválidos, todos os inquéritos em que houvesse perguntas sem
resposta.
Outro problema que se levanta com a recolha de uma amostra e correspondente inferência estatística é a
possibilidade da amostra ser enviesada. Como anteriormente referido, para se obter uma amostra que
permita calcular estimativas suficientemente precisas dos parâmetros a estudar, a sua dimensão depende
muito da variabilidade da população subjacente e estando a avaliar-se, neste caso, o Bem-estar Social de
64
duas populações é de fácil assunção que a variabilidade seja elevada. Daí a utilização de uma escala impar
de forma a forçar uma escolha de resposta por parte dos inquiridos, no entanto esta escolha poderá ela
própria induzir a algum enviesamento uma vez que uma pessoa mais indecisa poderá optar pela escolha de
meio-termo. A recolha de inquéritos também esta poderá ser um fator de enviesamento uma vez que estes
aconteceram em intervalos de tempos diferentes.
6.2 Base semi-qualitativa
Uma questão ainda não focada será se este método de obtenção de resultados será a forma mais correta, e
uma vez que o objetivo é o de estimar o Bem-estar Social, este processo só poderá ser realizado
perguntando à população integrante na comunidade.
Em termos de recolha de dados, uma vez que consistiu numa abordagem pessoal intervindo junto das
pessoas enquanto estas se deslocavam na rua, existe a possibilidade de, por exemplo a população que
trabalhe fora da comunidade não tenha sido abordada. Os intervalos temporais para a obtenção destes
resultados consistiram em escolher aleatoriamente dias da semana na tentativa de aumentar o leque de
diversidade presente na amostra, no entanto a solução que se apresenta mais indicada será a adotada pelos
Censos no entanto esta revela-se muito dispendiosa.
Em termos de classificações atribuídas aos níveis de desempenho é desejável que numa comunidade
sustentável exista e esteja implementado todos os critérios avaliados atribuindo assim as classificações
máximas e permitindo que as transições entre níveis de desempenho não aconteçam meramente pela
aplicação ou não de uma medida. Ao se classificar os níveis de desempenho atingíveis com a obtenção de
determinado número de créditos em conjunto com os resultados apurados pelo índice de satisfação social
estamos a impor à gestão a necessidade desta integrar a comunidade nas suas tomadas de decisão
procurando assim estabelecer o desejado que é uma comunidade sustentável.
6.3 Níveis de desempenho na Comunidade
Os níveis de desempenho são pouco distintos entre as duas comunidades, mesmo com as separações
realizadas (idade, sexo, nível de educação). No entanto estes dois casos de estudos são distintos, pelo
menos a nível de área, uma vez que o Barreiro se considera o concelho no seu todo e Barcarena é apenas
uma freguesia de Oeiras. A diferença entre as duas populações apresenta-se representativa na quantidade
de créditos atribuídos a cada uma nomeadamente no número de créditos atribuídos no critério de satisfação
social, onde o Barreiro adquire um maior número que Barcarena, implicando neste caso em concreto que
para ascender a um nível de desempenho superior o Barreiro já perfaz os requisitos a nível de créditos,
ficando apenas dependente do resultado obtido pelo índice de satisfação social contrariamente a Barcarena
que terá que tomar algumas medidas adicionais para elevar o seu nível de desempenho.
Outra distinção que podemos realizar é o facto de que para os dois casos de estudo em termos de resultados
apurados pelo índice, a população do Barreiro obtém no geral valores superiores a Barcarena para os
critérios de satisfação individual assim como para a identidade e cultura, no entanto Barcarena apresenta
constantemente valores superiores para o critério de satisfação social. No entanto como foi referido no início
65
deste capítulo os níveis de performance atingidos foram idênticos, e esta situação também se verifica nos
resultados dos inquéritos pois as diferenças entre as duas amostras são mínimas.
Em termos de desvio padrão sabemos que este se caracteriza por ser uma medida de dispersão estatística.
O desvio padrão define-se como a raiz quadrada da variância e esta definição torna esta medida seja um
número não-negativo mas mais importante transforma-a para que use a mesma unidade de medida dos
dados fornecidos inicialmente (Ross, 2004).
Quando verificamos o valor obtido para o desvio padrão dos diversos tipos de análises, os valores obtidos
apresentam-se quase sempre inferiores à unidade indicando assim que a opinião da amostra tende a estar
próxima da média obtida.
Em relação aos resultados obtidos nos questionários há que salientar a elevada pontuação obtida no critério
de satisfação individual, revelando que ambas as comunidades apresentam boas condições e estruturas de
forma a atingir esta classificação elevada.
O contrário se aplica na vertente da “Satisfação Comunitária”, onde ambas as entidades gestoras são ativas e
no entanto a comunidade expressa-se de uma forma mais negativa atingido resultados, a nível dos inquéritos,
baixos onde se poderá atribuir este descontentamento em relação à crise económica que Portugal atravessa,
com os diversos cortes orçamentais e politicas de austeridade.
Este resultado impulsiona o nível de desempenho obtido para níveis inferiores, uma vez que a população
portuguesa encontra-se descontente com o atual estado do país, pois num cenário idealizado de forma a
verificar qual o real impacte do descontentamento, verifica-se que substituindo apenas as respostas
referentes às perguntas de emprego dentro da comunidade, mais concretamente as perguntas “Considerando
agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora, indique o seu grau de
satisfação”; “Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater o
desemprego” e “Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego”
que apresentavam como respostas valores de 1 e 2 por um valor 3 que é médio a classe para o Barreiro
passava de uma classe C para uma classe B.
Outra nota de referência será o facto de que os resultados obtidos através do índice de satisfação social
permitem que se atinja um nível de desempenho de classe A para o critério de identidade e cultura.
Estas coincidências poderão levantar a suspeita de a amostra realmente ser enviesada, ou existir uma
coincidência real, uma vez que tanto a população do Barreiro como de Barcarena não se encontram assim
tao distantes uma da outra. Estão ambas junto da capital de Portugal não havendo portanto uma grande
diferença geográfica na sua localização. O facto de o país encontrar-se a atravessar uma crise económica
leva a um descontentamento geral da população e as medidas de austeridade sentem-se por todo o território
nacional. Os próprios padrões sociais são espectáveis que não sejam muito distintos entre as sociedades
ocidentais e o surgimento das redes sociais e outros meios de comunicação tornam a sociedade cada vez
mais global e como tal de semelhantes padrões sociais.
Recorrendo ao teste do Qui-Quadrado é possível estabelecer para os diversos grupos da amostra
considerados quais as questões que acabam por estar mais relacionadas com cada grupo, traduzindo-se
assim numa ferramenta de auxílio à decisão por parte da gestão sobre quais as áreas que trarão um
benefício mais imediato mediante intervenção. Todos os grupos avaliados foram submetidos a este
66
tratamento de dados, estando representados no Anexo 3 – apenas os grupos que não apresentavam uma
distribuição monótona como seria o caso da idade, do nível de ensino ou do estado de emprego segundo os
quais os intervalos de confiança seriam todos de 99% permitindo concluir que qualquer um desses fatores
está diretamente relacionado com o nível de satisfação das pessoas.
No entanto outras conclusões de igual interesse podem ser verificadas como será o caso no grupo referente
à população que trabalhe ou não junto do seu local de residência não seja importante sentirem-se integrados
nessa comunidade, sendo uma das explicações possíveis o facto de que elas acabem por integrar duas
comunidades, a correspondente ao seu local de residência e a correspondente ao seu local de trabalho.
Conclusões semelhantes podem ser retiradas ainda com este grupo referente por exemplo à sua capacidade
de comunicar com a língua nativa da comunidade.
Outro grupo de interesse será o correspondente ao género sexual, que evidencia que este não influencia na
totalidade a satisfação social das pessoas, ou pelo menos não tanto como a idade influencia. Um exemplo
disso é o intervalo de confiança de apenas 80% para a satisfação com o emprego assim como o tempo
exigido por esta. Conclusões análogas podem ser retiradas face às restantes questões.
Quando então comparado este indicador com os outros indicadores de felicidade referidos, como é o caso do
GNH, obteríamos os seguintes resultados:
Tabela 37 – Comparação Resultados com o indicador GNH
Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Gross National Happiness
5895 4716 2358
Barreiro 7456 5263 3596
Barcarena 7153 5394 3517
A analisar esta informação seriamos obrigados a concluir que ambas as comunidades apresentavam um
desempenho muito acima da média visto que ultrapassavam o limiar mínimo de acordo com a metodologia
proposta pelo GNH. No entanto este resultado poderá não ser imediatamente comparável ainda que a
ferramenta para a sua obtenção seja a mesma, recorrendo a um inquérito, esta discrepância terá então como
causa a escala utilizada pois na metodologia aplicada utilizamos uma escala de 1 a 5 e o GNH recorre a um
intervalo de valores de 1 a 4 e assume que o seu valor mínimo seja o 3.
A mesma análise se pode realizar ao indicador HPI, estando conscientes de que este indicador não
representa um indicador de felicidade e sim um indicador de performance ambiental.
Portugal apresenta uma esperança média de vida de 79.5 anos (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, 2010) e uma pegada ecológica de 4.12 hectares (Global Footprint Network, 2011).
Tabela 38 – Resultados através do indicador HPI
Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura
Barreiro 26.8 23.3 32.7 Barcarena 25.5 24.0 31.9
Sabendo que este índice varia entre 0 e 100 estas duas comunidades apresentam-se muito abaixo do mínimo
aceitável, que seria uma pontuação de 50, no entanto de acordo com os dados do relatório do HPI, Portugal
apresenta uma pontuação de 38.7 demonstrando a aplicabilidade do inquérito de satisfação social para com o
utilizado pelo HPI.
67
Em termos dos níveis de desempenho obtidos, surge sempre a questão de o que se poderá efetuar para
atingir o próximo nível e deverá ser esta a política a adotar, procurar sempre uma melhoria constante. Pois
bem, as duas comunidades já se apresentam com classe A para o critério de satisfação individual e um
melhoramento deste nível de desempenho implicará uma interação com a população de forma a perceber o
que se poderá ser exequível que melhore as suas experiencias.
O mesmo poderá ser dito para o critério de satisfação comunitária, uma vez que ambas as populações obtêm
baixos resultados nesta secção do índice, no entanto ambas as comunidades podem apresentar estruturas e
mecanismos de apoio aos sem-abrigo / toxicodependentes assim como o sistema de refeições comunitário
para a população idosa mais carenciada. Estas intervenções iriam produzir o número de créditos necessários
para se atingir um nível de desempenho de classe B ou A para o caso de Barcarena e uma classe A para o
caso do Barreiro.
Para o critério de identidade e cultura alguma intervenção em termos das barreiras linguísticas que possam
existir junto da população imigrante permitirá atingir os créditos necessários para ascender ao próximo nível
de desempenho para ambas as populações.
Uma vez que o índice de satisfação social contém questões de resposta aberta com a possibilidade de
sugestões por parte da comunidade encontramos nas seguintes tabelas, aquilo que ambas as populações
consideram que poderia melhorar a sua comunidade.
Tabela 39 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade em termos de bom ambiente?”
Barreiro Barcarena
Campanhas de sensibilização 9 10
Maior número espaços verdes 12 37
Melhoria dos espaços verdes existentes 13 0
Limpeza de ruas 7 15
Outros 5 7
Não especifica 48 63
Não altera 37 0
Tabela 40 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade em termos económicos?”
Barreiro Barcarena
Emprego 32 31
Estágios Profissionais 11 29
Outros 11 16
Não especifica 48 40
Não altera 29 16
Tabela 41 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade em termos de bem social?”
Barreiro Barcarena
Concertos 13 0
Atividades Sociais 23 26
Mais Espaços Lazer 18 27
Outros 18 19
Não especifica 32 44
Não altera 27 16
Por estas respostas verificamos dois aspetos importantes, um deles será a ilustração daquilo que as
populações consideram importante e com necessidade de intervenção levando a que a sua satisfação
68
aumente, resultando desta forma numa ferramenta de apoio à entidade gestora sobre como satisfazer a
população servida, que era um dos objetivos desta ferramenta.
O segundo aspeto, e talvez ainda mais interessante e curioso, será o facto de que nenhuma das populações
considera que existe a necessidade de melhorar nenhuma das estruturas ou mecanismos de apoio
necessários que permitem adquirir mais créditos de forma a ascender a níveis de desempenho superior,
resultando na conclusão de que se sentem satisfeitas com os atuais serviços prestados.
6.4 Desafios aos SGAs
Como já se referiu anteriormente um SGA representa a parte do sistema geral de gestão, que inclui a
estrutura funcional, as atividades de planeamento, a definição das responsabilidades, os procedimentos e os
recursos necessários para concretizar, manter, desenvolver e rever, de modo continuado, o seu desempenho
ambiental. Este sistema permite, de uma forma sistemática, contínua e cíclica, compreender e controlar os
diversos aspetos ambientais.
Os novos desafios aos SGAs surgem então é na forma de integrar este conhecimento já adquirido com a
satisfação dos residentes na sua comunidade. A formação e sensibilização ambiental surgem como um dos
requisitos para a implementação do sistema de gestão ambiental numa comunidade, além de que, o aumento
da motivação dos residentes é assegurado através do recurso à sensibilização e formação dos mesmos para
as questões ambientais e, por uma maior consciencialização dos residentes para o cumprimento dos
objetivos ambientais estabelecidos para a comunidade, constitui uma das vantagens competitivas de
implementação de um sistema de gestão ambiental.
69
7 Conclusão e Trabalhos Futuros
Quando se procura caminhar para comunidades sustentáveis e adoptar sistemas de gestão ambiental um dos
desafios que se coloca nessa procura da sustentabilidade é assegurar que se dispõe de abordagens que
possam complementar as existentes na avaliação e gestão, como o sistema de avaliação da sustentabilidade
LiderA, nomeadamente no que diz respeito a medir e a integrar a dimensão social na perspectiva de bem
estar.
Assim, esta dissertação teve por objetivo desenvolver a avaliação da sustentabilidade nas comunidades (e
desse modo contribuir assim para procurar uma comunidade sustentável) centrando-se no conceito de bem-
estar social e felicidade como bases chave a considerar no sistema de gestão ambiental tendo em vista
promover a procura do bem-estar social de residentes e participantes na comunidade que procura a
sustentabilidade.
A abordagem utilizada na dissertação abrangeu a revisão de publicações científicas sobre os conceitos de
felicidade, satisfação, desenvolvimento económico e felicidade, sustentabilidade e satisfação. Estabelecendo
quais os parâmetros que garantiam a satisfação efetuou-se uma revisão sobre os atuais indicadores de
desempenho, entre eles: índice de felicidade do planeta (Happy Planet Index - HPI), felicidade nacional bruta
(Gross National Happiness - GNH) e o índice de desenvolvimento humano (Human Development Index -
HDI).
Com base nesse revisão e tendo em consideração o foco no bem estar social, selecionou-se um conjunto de
três critérios: satisfação individual, satisfação comunitária e identidade e cultura. Desenvolveu-se uma
metodologia de avaliação, nestas tese, centrada na utilização de inquérito que foi desenvolvido e aplicado.
Os resultados dos inquéritos são depois tratados e transformados numa escala de desempenho semi-
quantitativa (que vai de 1 a 5).
Tendo em vista estimar os níveis de desempenho e classificação na procura de comunidade sustentável
utilizaram-se dois casos de estudo Barreiro e Barcarena, por serem próximos geograficamente e no entanto
apresentarem características diferenciadas (cidade e vila e evoluções históricas). A escolha destes dois
casos em particular deve-se ao facto de existir da parte do autor um forte conhecimento das características
do Barreiro, visto que é a sua área de residência e como tal encontra-se familiarizado com as estruturas nele
existentes e de alguma forma encontrará identificação com os resultados obtidos. A consideração do segundo
caso de estudo derivou do aconselhamento e sugestão por parte dos responsáveis da Câmara Municipal do
Conselho de Oeiras.
Para efeito foram utilizados inquéritos executados no período amostrado de Março/Abril/
Maio de 2012. Na recolha dos dados, houve o cuidado de procurar que este fosse o mais aleatório possível
de modo a poder recolher a informação do mais variado conjunto de pessoas. Em termos do que estes
resultados recolhidos demonstram, será apenas uma representação momentânea da realidade querendo com
isto dizer, que voltando a realizar a amostragem nas mesmas condições poderíamos obter diferentes
respostas uma vez que o que deixa uma pessoa satisfeita hoje poderá não ser o que a deixou satisfeita no
dia anterior ou no dia de amanhã. Em relação à amostra considerada, validou-se 131 inquéritos para cada um
dos casos de estudo tendo as respostas para os vários parâmetros assentou na escala de grau de satisfação
entre 1 (não satisfeito), 3 indiferente e 5 (sendo este o maior grau de satisfação).
70
As principais conclusões são:
Múltiplos são os conceitos de comunidades sustentáveis, um dos mais interessantes define como
"Uma comunidade completa, onde os recursos naturais e históricos são preservados, existem
empregos disponíveis, a expansão urbana está contida, os bairros são seguros, a educação,
transporte e saúde são acessíveis, e todos os cidadãos têm a oportunidade de melhorar a qualidade
de suas vidas" (President’s Council on Sustainable Development, 1996).
A revisão dos sistemas de avaliação e gestão ambiental, revela que ainda é uma área pouco
abordada e um dos pontos a considerar para a procura de comunidades sustentáveis passa pela
consideração da felicidade / bem-estar.
A abordagem à felicidade tem sido efetuada através de:
o Indicadores como a felicidade nacional bruta (GNH) ou o índice de felicidade do planeta (HPI)
que alia a estimativa de felicidade ao nível de desempenho ambiental, e na consulta também
de diversos estudos e relatórios produzidos pelo Centro de Estudos do Butão como será o
caso de “A Short Guide to Gross National Happiness Index” (Center for Bhutan Studies,
2012), New Economics Foundation com o relatório “National Accounts of Well-being: bringing
real wealth onto the balance sheet” (NEF, 2009) e “The Happy Planet Index 2.0 - Why good
lives don’t have to cost the Earth” (NEF, 2009), os relatórios de Desenvolvimento Humano
(Human Development, 2012).
o Assim, com base nessa análise desenvolveu-se funções de desempenho com o objetivo de
avaliar os fatores responsáveis por três vertentes de bem-estar social, nomeadamente
satisfação individual, satisfação comunitária e preservação da identidade e cultura.
Efetuou-se um conjunto de trezentos e vinte e sete inquéritos, dos quais apenas cento e trinta e dois
foram considerados válidos para cada um dos casos de estudo destacando-se:
o A amostra da população do Barreiro esta apresenta gamas de valores para o critério de
satisfação individual mais reduzidos (3.53 a 3.91) para os grupos “Desempregados” e “Idade
inferior a 20 anos” não estando ainda em nenhum dos agrupamentos realizados no nível de
satisfação.
o No caso de Barcarena esta apresenta valores referente ao critério de satisfação individual dentro
da gama de (3.55 a 3.69) para os grupos “Idade 30 – 39 anos” e “Idade inferior a 20 anos” e para
a satisfação comunitária valores entre (3.34 a 3.50) para os grupos “Idade superior a 60 anos” e
“Idade inferior a 20 anos” demonstrando que também nesta população não existe nenhum dos
agrupamentos realizados no nível de satisfação. Para o critério de identidade e cultura, já
evidenciam níveis de satisfação (4.26 a 4.60) por exemplo nos grupos “Idade 30 – 59 anos” e
“Idade 20 – 29 anos” respetivamente.
o Estes resultados apontam para que indicador de satisfação comunitária seja o mais reduzido dos
três (satisfação comunitário, individual e identidade e cultura) para ambas as populações, talvez
devido aos problemas oriundos da crise económica que Portugal atualmente vive assim como das
medidas de austeridade de que Portugal é atualmente alvo.
o A aplicação do teste do Qui-Quadrado permitiu verificar quais os fatores que mais influenciam a
perceção de satisfação das pessoas, nomeadamente a idade, o nível de ensino e a existência ou
não de emprego. Esta analise quando confrontada com os resultados estabelecidos pelos três
critérios de satisfação social verificamos a sua concordância, uma vez que para as duas amostras
71
os resultados com os valores mais baixos ou mais elevados estão dependentes da idade, e no
caso do Barreiro em particular o conjunto de pessoas que se encontram no grupo de
“Desempregado”.
Verifica-se que no caso da população do Barreiro esta apresenta valores superiores a Barcarena a nível dos
resultados apurados pelos questionários, sendo um dos possíveis fatores para tal efeito, a dimensão da
cidade resultando portanto numa maior quantidade de amenidades sociais para a população poder desfrutar
e interagir.
No caso particular dos dois casos de estudos considerados, ambos os locais apresentam estruturas e
atividades que convidam a uma maior interação social, no entanto o nível de desempenho obtido é baixo
devido à perceção das pessoas sobre a sua satisfação comunitária. Como solução neste caso caberá à
gestão atender, por exemplo às sugestões deixadas pelos inquiridos (como ilustra no texto na Tabela 39,
Tabela 40 e Tabela 41) uma vez que um SGA procura incorporar no seu sistema todos os intervenientes e no
caso de uma comunidade sustentável, os residentes da comunidade deverão se ser incorporados sendo esta
uma das formas de o fazer.
Quando comparados os dois casos de estudos, e já ponderados com os limiares de desempenho segundo a
lógica do sistema LiderA (0 a 10), traduzindo-se em classes de E a A++, os níveis de desempenho agrupados
acabam por ser semelhantes para os dois casos exceto quando se avalia apenas a população reformada.
Neste caso em particular o Barreiro atinge uma classe A e Barcarena uma classe B, levando a considerar que
uma explicação para tal facto se deva à menor quantidade de espaços verdes e consequentemente menor
quantidade de espaços de lazer presentes em Barcarena, sendo esta ideia apoiada pelas respostas
recebidas por parte dos inquiridos Tabela 39 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta
na sua comunidade em termos de bom ambiente?” onde se observa um maior número de respostas a desejar
mais espaços verdes.)
Assim, propõe-se uma reponderação dos pesos para a futura versão de comunidades sustentáveis sendo o
foco do serviço é especificado no bem-estar social a ser mensurável pelos parâmetros anteriormente
referenciados. Esta abordagem permite contribuir para passar de uma lógica de eco-bairros para
comunidades sustentáveis através do recurso a estas propostas desenvolvidas.
Como trabalhos futuros, destaca-se o desenvolvimento da quantificação, nomeadamente utilização de uma
abordagem mista, onde se usa dados estatísticos e se efectua melhorias no inquérito uma vez que este tipo
de ferramenta pode ser sempre otimizado incluindo perguntas mais específicas, ou substituindo as existentes
por outras que se enquadrem melhor com a realidade existente uma vez que as sociedade não são um
sistema estanque e como tal tudo o que possa existir para as avaliar deve evoluir com elas.
Recomenda-se também o estabelecimento de uma análise temporal sobre o sentimento de satisfação da
população avaliada, uma vez que no caso adotado por esta dissertação, estes resultados apenas refletem o
momento em que foram amostrados não permitindo de alguma forma estipular uma evolução deles assim
como perceber se no passado as pessoas se encontravam mais satisfeitas ou não. Este tipo de estudo já é
realizado a nível de poluentes emitidos, consumos de recursos, etc. e realiza-lo a este novo nível de
preocupação ambiental e social permite verificar qual o real peso de determinada decisão por parte da
entidade gestora sendo este o caminho correto na aplicação de um SGA.
72
Outro estudo que se poderá realizar será quais os ganhos e quais as perdas em que se incorre quando se
incorpora esta nova componente dentro de um SGA, uma vez que o nível de desempenho global depende
dos níveis de desempenho das diversas parcelas consideradas e para atingir determinado nível de
desempenho até que ponto se deverá apostar, por exemplo em estruturas muito eficientes a nível energético
se as pessoas não se sentem satisfeitas com elas. Numa comunidade sustentável é objetivo comum que se
proporcione um desenvolvimento sustentável tanto para o presente como para as gerações futuras e para tal
as pessoas têm que desejar pertencer à comunidade.
Este será o novo desafio dos SGAs, conseguir incorporar o fator social que existe na definição de
desenvolvimento sustentável e perceber dentro da sua população quais os fatores que merecem mais
destaque de forma a atingir o nível de desempenho desejado.
73
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79
Anexos
Anexo 1 – Índice de Satisfação Social
Caracterização Geral
Pretende-se com este inquérito avaliar, o grau de satisfação das pessoas servidas pela comunidade assim
como qual a sua abordagem face à sua envolvente.
Na primeira parte deste inquérito, o objetivo principal será apenas em caracterizar o inquirido à sua vivência.
1. Indique o seu sexo:
Masculino
Feminino
2. Indique em que grupo se insere a sua idade:
Inferior a 20 anos
Entre 20 a 29 anos
Entre 30 a 59 anos
Superior a 59 anos
3. Reside na comunidade?
Sim
Caso a resposta seja negativa, indique a sua zona de residência
4. Quais as suas habilitações literárias?
Ensino Básico
Ensino Secundário
Licenciatura
Mestrado ou Superior
5. Exerce a sua profissão dentro da comunidade?
Sim
Não
6. Qual a profissão que exerce atualmente?
80
7. Costuma utilizar espaços de lazer?
Sim
Não
8. Caso deseje receber os resultados deste inquérito por favor, indique qual o seu email:
Satisfação Individual
Nesta secção deste inquérito, temos como objetivo avaliar a satisfação individual de cada pessoa nos
diversos aspetos da sua vida.
9. Qual o seu grau de satisfação perante a sua vida?
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
10. Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação pessoal perante
eles?
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
11. Sente-se satisfeito com a presença e/ou companhia das pessoas que o rodeiam junto da sua
habitação?
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
81
12. Indique qual o seu grau de satisfação em relação à sua habitação:
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
13. Qual o seu grau de satisfação perante a sua inserção na comunidade onde vive e que o rodeia?
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
14. Considerando agora a sua pessoa apenas, por favor classifique o seu grau de satisfação para com a
sua vida:
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
15. Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde?
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
16. Com que frequência experimenta sentimentos positivos?
5 - Quase Sempre
4 - Bastantes vezes
3 - Algumas vezes
2 - Ocasionalmente
1 – Raramente
82
17. Com que frequência experimenta sentimentos negativos?
5 - Raramente
4 - Ocasionalmente
3 - Algumas vezes
2 - Bastantes vezes
1 - Quase Sempre
18. Esses sentimentos negativos, quando surgem usualmente devem-se a:
Stress provocado pelo emprego/escola
Saúde
Desemprego
Outro. Indique qual:
19. Com que frequência se sente sobre pressão?
5 - Raramente
4 - Ocasionalmente
3 - Algumas vezes
2 - Bastantes vezes
1 - Quase Sempre
20. Esse sentimento de pressão, quando surgem usualmente devem-se a:
Stress provocado pelo emprego/escola
Saúde
Desemprego
Outro. Indique qual:
21. Com que frequência se sente inseguro?
5 - Raramente
4 - Ocasionalmente
3 - Algumas vezes
2 - Bastantes vezes
1 - Quase Sempre
83
22. Esse sentimento de insegurança quando surgem usualmente devem-se a:
Stress provocado pelo emprego/escola
Saúde
Desemprego
Outro. Indique qual:
23. Em relação à sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação:
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
24. Indique qual a sua satisfação, face ao tempo exigido pela sua principal ocupação/emprego:
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
25. Sente-se satisfeito com a quantidade de tempo livre ao seu dispor?
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
26. Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado?
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
84
Satisfação comunitária
Nesta secção deste inquérito, temos como objetivo avaliar a satisfação de cada pessoa em relação à
comunidade que o envolve.
27. Considerando a comunidade que o rodeia, qual considera que seja o seu grau de integração?
5 - Muito Integrado
4 - Integrado
3 - Indiferente
2 - Pouco Integrado
1 - Nada Integrado
28. Quando pensa na vizinhança mais próxima de si, indique qual o seu grau de confiança?
5 - Muito Bom
4 - Bom
3 - Média
2 - Mau
1 - Muito Mau
29. Considerando a possibilidade de realizar voluntariado na sua comunidade, qual o seu grau de
satisfação perante essa oportunidade?
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
30. Como considera a abertura da comunidade para receber atividades ou projetos seus?
5 - Muito Recetiva
4 - Recetiva
3 - Indiferente
2 - Pouco Recetiva
1 - Nada Recetiva
31. Indique qual o seu grau de satisfação quando pensa na governação da sua comunidade?
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
85
32. Qual o seu grau de satisfação perante a possibilidade de participar nas decisões com influência na
zona?
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
33. Como classifica a educação geral da comunidade?
5 - Muito Boa
4 - Boa
3 - Média
2 - Má
1 - Muito Má
34. Indique o seu grau de satisfação perante o papel da governação, para com o atual estado de
educação da sua comunidade:
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
35. Considerando agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora,
indique o seu grau de satisfação:
5 - Muito Satisfeito
4 - Satisfeito
3 - Indiferente
2 - Insatisfeito
1 - Muito Insatisfeito
36. Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater o desemprego?
5 - Muito Boa
4 - Boa
3 - Média
2 - Má
1 - Muito Má
86
37. Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego?
5 - Muito Boa
4 - Boa
3 - Média
2 - Má
1 - Muito Má
38. Com as ações de voluntariado realizadas pela governação, qual o seu grau de participação?
5 - Imenso
4 - Bastante
3 - Médio
2 - Pouco
1 – Nulo
39. Expresse a sua opinião sobre aquilo que considera que falta na sua comunidade em termos de bom
ambiente:
40. Expresse a sua opinião sobre aquilo que considera que falta na sua comunidade em termos
económicos:
41. Expresse a sua opinião sobre aquilo que considera que falta na sua comunidade em termos sociais:
Identidade e Cultura
Nesta secção deste inquérito, temos como objetivo avaliar de que forma a identidade e a cultura de um
indivíduo encontra-se integrada e preservada na comunidade.
42. Como considera a aceitação da sua identidade na comunidade?
5 - Excelente
4 - Boa
3 - Média
2 - Fraca
1 – Insuficiente
87
43. Como classifica a sua capacidade de falar o idioma nativo da comunidade?
5 - Excelente
4 - Boa
3 - Média
2 - Fraca
1 – Insuficiente
44. Como classifica a capacidade de entendimento com a comunidade no seu idioma nativo?
5 - Excelente
4 - Boa
3 - Média
2 - Fraca
1 – Insuficiente
45. Como considera a aceitação da comunidade de forma a permitir comemorar as suas crenças?
5 - Excelente
4 - Boa
3 - Média
2 - Fraca
1 – Insuficiente
46. Como considera a capacidade da comunidade de celebrar as suas datas festivas?
5 - Excelente
4 - Boa
3 - Média
2 - Fraca
1 – Insuficiente
47. Como considera a sua capacidade de partilhar das crenças da comunidade em que se encontra
inserido?
5 - Excelente
4 - Boa
3 - Média
2 - Fraca
1 – Insuficiente
88
Anexo 2 – Dados referente à amostra
Quadro de dados do Barreiro
Masculino Feminino
Sexo 73 59
Inferior 20 anos Entre 20 a 29 anos Entre 30 a 59 anos Superior a 59 anos
Nº Indivíduos 31 31 38 32
Habita no Barreiro Exerce a profissão no Barreiro Utilização espaços de lazer
Sim 126 102 91
Não 6 30 41
Quadro de dados de Barcarena
Masculino Feminino
Sexo 80 52
Inferior 20 anos Entre 20 a 29 anos Entre 30 a 59 anos Superior a 59 anos
Nº Indivíduos 33 26 42 31
Habita em Barcarena Exerce a profissão em Barcarena Utilização espaços de lazer
Sim 94 52 74
Não 38 80 58
89
Anexo 3 – Teste Qui-Quadrado
Tabela 42 – Teste Qui-Quadrado Sexo
Questão
Qui-
Quad
rado
I.C.
99
%
I.C.
98
%
I.C.
97,
5%
I.C.
95
%
I.C.
90
%
I.C.
80
%
I.C.
70
%
I.C.
50
%
I.C.
30
%
Qual o seu grau de satisfação perante a sua vida? 0,097
Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação pessoal perante eles?
0,035
Sente-se satisfeito com a presença e/ou companhia das pessoas que o rodeiam junto da sua habitação?
0,310
Considerando a sua habitação, indique qual o seu grau de satisfação com ela:
0,114
Qual o seu grau de satisfação perante a sua inserção na comunidade onde vive e que o rodeia?
0,499
Considerando agora a sua pessoa apenas, por favor classifique o seu grau de satisfação para com a sua vida:
0,095
Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde? 0,171
Com que frequência experimenta sentimentos positivos?
0,002
Com que frequência experimenta sentimentos negativos?
0,003
Com que frequência se sente sobre pressão? 0,011
Com que frequência se sente inseguro? 0,005
Considerando a sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação:
0,948
Indique qual a sua satisfação, face ao tempo exigido pela sua principal ocupação/emprego:
0,820
Sente-se satisfeito com a quantidade de tempo livre ao seu dispor?
0,040
Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado?
0,101
Considerando a comunidade que o rodeia, qual considera que seja o seu grau de integração?
0,936
Quando pensa na vizinhança mais próxima de si, indique qual o seu grau de confiança?
0,028
Considerando a possibilidade de realizar voluntariado na sua comunidade, qual o seu grau de satisfação perante essa oportunidade?
0,490
Como considera a abertura da comunidade para receber atividades ou projetos seus?
0,158
Indique qual o seu grau de satisfação quando pensa na governação da sua comunidade?
0,574
Qual o seu grau de satisfação perante a possibilidade de participar nas decisões com influência na zona?
0,606
Como classifica a educação geral da comunidade? 0,678
Indique o seu grau de satisfação perante o papel da governação, para com o atual estado de educação da sua comunidade:
0,577
90
Questão
Qui-
Quad
rado
I.C.
99
%
I.C.
98
%
I.C.
97,
5%
I.C.
95
%
I.C.
90
%
I.C.
80
%
I.C.
70
%
I.C.
50
%
I.C.
30
%
Considerando agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora, indique o seu grau de satisfação:
0,730
Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater desemprego?
0,496
Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego?
0,034
Com as ações de voluntariado realizadas pela governação, qual o seu grau de participação?
0,541
Como considera a aceitação da sua identidade na comunidade?
0,506
Como classifica a sua capacidade de falar o idioma local?
0,635
Como classifica a capacidade de entendimento com a comunidade no seu idioma nativo?
0,715
Como considera a aceitação da comunidade de forma a permitir comemorar as suas crenças?
0,048
Como considera a capacidade da comunidade de celebrar as suas datas festivas?
0,749
Como considera a sua capacidade de partilhar das crenças da comunidade em que se encontra inserido?
0,013
Tabela 43 – Teste Qui-Quadrado Habitação
Questão Qui-Quadrado
I.C. 99%
I.C. 98%
I.C. 97,5%
I.C. 95%
I.C. 90%
I.C. 80%
I.C. 70%
I.C. 50%
I.C. 30%
Qual o seu grau de satisfação perante a sua vida? 0,315
Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação pessoal perante eles?
0,479
Sente-se satisfeito com a presença e/ou companhia das pessoas que o rodeiam junto da sua habitação?
0,427
Considerando a sua habitação, indique qual o seu grau de satisfação com ela:
0,027
Qual o seu grau de satisfação perante a sua inserção na comunidade onde vive e que o rodeia?
0,442
Considerando agora a sua pessoa apenas, por favor classifique o seu grau de satisfação para com a sua vida:
0,375
Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde? 0,003
Com que frequência experimenta sentimentos positivos?
0,119
Com que frequência experimenta sentimentos negativos?
0,397
Com que frequência se sente sobre pressão? 0,320
Com que frequência se sente inseguro? 0,119
Considerando a sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação:
0,039
91
Questão Qui-Quadrado
I.C. 99%
I.C. 98%
I.C. 97,5%
I.C. 95%
I.C. 90%
I.C. 80%
I.C. 70%
I.C. 50%
I.C. 30%
Indique qual a sua satisfação, face ao tempo exigido pela sua principal ocupação/emprego:
0,023
Sente-se satisfeito com a quantidade de tempo livre ao seu dispor?
0,970
Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado?
0,184
Considerando a comunidade que o rodeia, qual considera que seja o seu grau de integração?
0,623
Quando pensa na vizinhança mais próxima de si, indique qual o seu grau de confiança?
0,241
Considerando a possibilidade de realizar voluntariado na sua comunidade, qual o seu grau de satisfação perante essa oportunidade?
0,078
Como considera a abertura da comunidade para receber atividades ou projetos seus?
0,161
Indique qual o seu grau de satisfação quando pensa na governação da sua comunidade?
0,334
Qual o seu grau de satisfação perante a possibilidade de participar nas decisões com influência na zona?
0,094
Como classifica a educação geral da comunidade? 0,436
Indique o seu grau de satisfação perante o papel da governação, para com o atual estado de educação da sua comunidade:
0,370
Considerando agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora, indique o seu grau de satisfação:
0,193
Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater desemprego?
0,270
Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego?
0,530
Com as ações de voluntariado realizadas pela governação, qual o seu grau de participação?
0,003
Como considera a aceitação da sua identidade na comunidade?
0,432
Como classifica a sua capacidade de falar o idioma local?
0,284
Como classifica a capacidade de entendimento com a comunidade no seu idioma nativo?
0,772
Como considera a aceitação da comunidade de forma a permitir comemorar as suas crenças?
0,227
Como considera a capacidade da comunidade de celebrar as suas datas festivas?
0,174
Como considera a sua capacidade de partilhar das crenças da comunidade em que se encontra inserido?
0,132
92
Tabela 44 – Teste Qui-Quadrado Emprego Local
Questão Qui-Quadrado
I.C. 99%
I.C. 98%
I.C. 97,5%
I.C. 95%
I.C. 90%
I.C. 80%
I.C. 70%
I.C. 50%
I.C. 30%
Qual o seu grau de satisfação perante a sua vida? 0,007
Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação pessoal perante eles?
0,533
Sente-se satisfeito com a presença e/ou companhia das pessoas que o rodeiam junto da sua habitação?
0,449
Considerando a sua habitação, indique qual o seu grau de satisfação com ela:
0,474
Qual o seu grau de satisfação perante a sua inserção na comunidade onde vive e que o rodeia?
0,069
Considerando agora a sua pessoa apenas, por favor classifique o seu grau de satisfação para com a sua vida:
0,003
Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde? 0,019
Com que frequência experimenta sentimentos positivos?
0,588
Com que frequência experimenta sentimentos negativos?
0,738
Com que frequência se sente sobre pressão? 0,000
Com que frequência se sente inseguro? 0,064
Considerando a sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação:
0,120
Indique qual a sua satisfação, face ao tempo exigido pela sua principal ocupação/emprego:
0,052
Sente-se satisfeito com a quantidade de tempo livre ao seu dispor?
0,429
Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado?
0,156
Considerando a comunidade que o rodeia, qual considera que seja o seu grau de integração?
0,234
Quando pensa na vizinhança mais próxima de si, indique qual o seu grau de confiança?
0,005
Considerando a possibilidade de realizar voluntariado na sua comunidade, qual o seu grau de satisfação perante essa oportunidade?
0,067
Como considera a abertura da comunidade para receber atividades ou projetos seus?
0,000
Indique qual o seu grau de satisfação quando pensa na governação da sua comunidade?
0,026
Qual o seu grau de satisfação perante a possibilidade de participar nas decisões com influência na zona?
0,000
Como classifica a educação geral da comunidade? 0,251
Indique o seu grau de satisfação perante o papel da governação, para com o atual estado de educação da sua comunidade:
0,419
Considerando agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora, indique o seu grau de satisfação:
0,047
93
Questão Qui-Quadrado
I.C. 99%
I.C. 98%
I.C. 97,5%
I.C. 95%
I.C. 90%
I.C. 80%
I.C. 70%
I.C. 50%
I.C. 30%
Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater desemprego?
0,084
Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego?
0,011
Com as ações de voluntariado realizadas pela governação, qual o seu grau de participação?
0,082
Como considera a aceitação da sua identidade na comunidade?
0,147
Como classifica a sua capacidade de falar o idioma local?
0,624
Como classifica a capacidade de entendimento com a comunidade no seu idioma nativo?
0,086
Como considera a aceitação da comunidade de forma a permitir comemorar as suas crenças?
0,036
Como considera a capacidade da comunidade de celebrar as suas datas festivas?
0,032
Como considera a sua capacidade de partilhar das crenças da comunidade em que se encontra inserido?
0,016
Tabela 45 – Teste Qui-Quadrado Espaços de Lazer
Questão Qui-Quadrado
I.C. 99%
I.C. 98%
I.C. 97,5%
I.C. 95%
I.C. 90%
I.C. 80%
I.C. 70%
I.C. 50%
I.C. 30%
Qual o seu grau de satisfação perante a sua vida? 0,322
Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação pessoal perante eles?
0,343
Sente-se satisfeito com a presença e/ou companhia das pessoas que o rodeiam junto da sua habitação?
0,699
Considerando a sua habitação, indique qual o seu grau de satisfação com ela:
0,152
Qual o seu grau de satisfação perante a sua inserção na comunidade onde vive e que o rodeia?
0,088
Considerando agora a sua pessoa apenas, por favor classifique o seu grau de satisfação para com a sua vida:
0,281
Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde? 0,098
Com que frequência experimenta sentimentos positivos?
0,849
Com que frequência experimenta sentimentos negativos?
0,001
Com que frequência se sente sobre pressão? 0,244
Com que frequência se sente inseguro? 0,041
Considerando a sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação:
0,011
Indique qual a sua satisfação, face ao tempo exigido pela sua principal ocupação/emprego:
0,154
Sente-se satisfeito com a quantidade de tempo livre ao seu dispor?
0,062
94
Questão Qui-Quadrado
I.C. 99%
I.C. 98%
I.C. 97,5%
I.C. 95%
I.C. 90%
I.C. 80%
I.C. 70%
I.C. 50%
I.C. 30%
Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado?
0,000
Considerando a comunidade que o rodeia, qual considera que seja o seu grau de integração?
0,409
Quando pensa na vizinhança mais próxima de si, indique qual o seu grau de confiança?
0,567
Considerando a possibilidade de realizar voluntariado na sua comunidade, qual o seu grau de satisfação perante essa oportunidade?
0,760
Como considera a abertura da comunidade para receber atividades ou projetos seus?
0,013
Indique qual o seu grau de satisfação quando pensa na governação da sua comunidade?
0,500
Qual o seu grau de satisfação perante a possibilidade de participar nas decisões com influência na zona?
0,051
Como classifica a educação geral da comunidade? 0,888
Indique o seu grau de satisfação perante o papel da governação, para com o atual estado de educação da sua comunidade:
0,688
Considerando agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora, indique o seu grau de satisfação:
0,043
Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater desemprego?
0,003
Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego?
0,024
Com as ações de voluntariado realizadas pela governação, qual o seu grau de participação?
0,324
Como considera a aceitação da sua identidade na comunidade?
0,230
Como classifica a sua capacidade de falar o idioma local?
0,485
Como classifica a capacidade de entendimento com a comunidade no seu idioma nativo?
0,312
Como considera a aceitação da comunidade de forma a permitir comemorar as suas crenças?
0,177
Como considera a capacidade da comunidade de celebrar as suas datas festivas?
0,229
Como considera a sua capacidade de partilhar das crenças da comunidade em que se encontra inserido?
0,100