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i Sistemas de gestão ambiental como apoio à procura de comunidades sustentáveis. Análise de casos. Filipe Pedro Nunes Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente Júri: Presidente: Professor Doutor José Manuel de Saldanha Gonçalves Matos Orientador: Professor Doutor Manuel Guilherme Caras Altas Duarte Pinheiro Vogal: Professor Doutor Jorge Manuel Gonçalves Março 2013

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i

Sistemas de gestão ambiental como apoio à procura de

comunidades sustentáveis.

Análise de casos.

Filipe Pedro Nunes

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia do Ambiente

Júri:

Presidente: Professor Doutor José Manuel de Saldanha Gonçalves Matos

Orientador: Professor Doutor Manuel Guilherme Caras Altas Duarte Pinheiro

Vogal: Professor Doutor Jorge Manuel Gonçalves

Março 2013

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Resumo

A procura da sustentabilidade nas atividades humanas desafia a gestão ambiental, quer a nível

do estabelecimento de práticas, quer quanto à criação modos de avaliação como forma de

assegurar que as comunidades caminham para a sustentabilidade. O objetivo desta

dissertação é o estabelecimento desses princípios para uma comunidade, nomeadamente a

importância de avaliar a satisfação dos residentes da comunidade.

Esta dissertação revê os conceitos de sustentabilidade, a importância de indicadores sociais

como bem-estar e felicidade propõe. Como metodologia propõe um inquérito como forma de

avaliar a satisfação da comunidade integrando-o com diversas medidas de boa vivência social

de forma a verificar qual a sustentabilidade de determinada comunidade em termos sociais.

Os inquéritos foram aplicados a duas zonas Barcarena (Oeiras) e ao Barreira, para testar esta

abordagem. Os resultados permitiram obter uma avaliação e oportunidades de melhoria. A

análise crítica revela que a metodologia aplicada ainda deve ser desenvolvida e especifica de

forma mais aprofundada em futuros trabalhos, nomeadamente conjugando os inquéritos com

dados estatísticos sociais.

Palavras-chave: Sustentabilidade; Sistemas de Gestão Ambiental; Comunidades; Bem-Estar

Social;

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Abstract:

The search for sustainability challenge environmental management systems and the

applications to organizations and urban zones. One of the challenges is the application at

community level mainly if the target is to achieve sustainability practices in how happiness is

assessed and included in that management system process.

The subject of this thesis is the review, assessment and establishment of sustainable principles

for a community, focusing in the local resident social welfare and happiness. Thesis

methodology proposes a survey as a way to assess the social welfare and a set of principles

that aims to improve and evaluate the social welfare, combining these two steps in order to

establish the performance of the community in social terms.

The surveys were applied to two Portuguese urban zones Barcarena (Oeiras) and Barreiro to

test this approach. The results led to an evaluation and improvement opportunities. The review

reveals that the methodology should be developed further and specifies in more detail in future

work, namely including social statistics.

Keywords: Sustainability; Environmental Management Systems; Communities; Social Welfare;

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Agradecimentos

O meu primeiro agradecimento terá que ser dirigido ao professor Manuel Pinheiro, tanto pela

oportunidade de realizar esta dissertação de mestrado como pelas diversas trocas de ideias

e apoio ao longo da sua elaboração.

Como seria de esperar, não estaria aqui se não fosse a minha Mãe e tenho muito a agradecer

por isso a ela.

O António também merece o meu reconhecimento por ser meu pai e ter feito sempre

observações perspicazes sobre o conteúdo desta dissertação de mestrado.

Sem esquecer o meu Tio que sempre me apoiou e com as suas conversas sempre me inspirou

a alcançar mais.

Tenho também a agradecer às Câmaras do Barreiro e de Oeiras por me receberem e

disponibilizarem esclarecimentos e informação necessária.

A agradecer também à Ângela pois estes últimos anos foram de loucura.

É de atribuir uma menção honrosa muito merecedora à Vanessa por ser a Vanessa.

Muito obrigado também ao Costa por todos os trabalhos de grupo que fizemos em conjunto,

tardes de estudo, o mítico “faça você” e o “já foste”, assim como a possibilidade de fazer

dois cursos de uma vez.

Agradecimentos também aos meus restantes irmãos e pais por estarem aí.

Respeito e homenagem deve ser prestado ao grupo Iron Maiden por ter crescido a ouvir estes

senhores e por fazerem a música decente que me permitia concentrar.

Incluído no leque de respeito e homenagem também deve ser dado ao senhor Hideo Kojima

pelas suas histórias desenvolvendo o meu espírito critico.

Contudo também devo prestar a minha homenagem ao senhor Steve Jobs por ter

revolucionado e me ter permitido concluir o curso com a tecnologia que desenvolveu.

A última entrada deverá ser dirigido ao senhor Nobuo Uematsu por ter criado melodias únicas

que ficam na memória.

Sem esquecer todos os restantes não referidos anteriormente mas pensados, todos me

ajudaram a escrever e concluir este projeto.

“Life isn't just about passing on your genes. We can leave behind much more than just DNA. Through speech, music, literature and movies...what we've seen, heard, felt...anger, joy and sorrow...these are the things I will pass on. That's what I live for. We need to pass the torch, and let our children read our messy and sad history by its light. We have all the magic of the digital age to do that with. The human race will probably come to an end sometime, and new species may rule over this planet. Earth may not be forever, but we still have the responsibility to leave what traces of life we can. Building the future and keeping the past alive is one and the same thing.” - SS

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Índice

Lista Tabelas ....................................................................................... viii

Lista de Figuras .....................................................................................x

Lista de Equações .................................................................................x

Lista de Acrónimos .............................................................................. xi

1 Introdução ...........................................................................................1

1.1 A procura de Comunidades Sustentáveis e Sistemas de Gestão Ambiental........................... 1

1.2 A Problemática ...................................................................................................................... 2

1.2.1 Comunidade Sustentável ............................................................................................... 2

1.2.2 Construção sustentável .................................................................................................. 3

1.2.3 Dinâmica Económica...................................................................................................... 4

1.2.4 Sistema de Gestão Ambiental ........................................................................................ 4

1.2.5 Satisfação Social............................................................................................................ 5

1.3 Metodologia .......................................................................................................................... 5

1.4 Estrutura da Dissertação ....................................................................................................... 7

2 Estado da Arte ....................................................................................9

2.1 Da sustentabilidade à satisfação social ................................................................................. 9

2.1.1 Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade ........................................................... 9

2.1.2 Sistemas de Gestão ambiental ....................................................................................... 9

2.1.3 Sociedade e satisfação ................................................................................................ 10

2.2 Procura de sustentabilidade nas zonas urbanas e cidades .................................................. 12

2.2.1 Eco-Vilas...................................................................................................................... 12

2.2.2 Cidades Sustentáveis................................................................................................... 13

2.3 Comunidades ...................................................................................................................... 14

2.4 Felicidade ........................................................................................................................... 15

2.4.1 Felicidade nacional Bruta ............................................................................................. 16

2.4.2 Índice de Felicidade do Planeta .................................................................................... 17

2.4.3 Índice de Desenvolvimento Humano ............................................................................ 17

2.4.4 Índice Global da Paz .................................................................................................... 18

2.5 Comunidades Sustentáveis ................................................................................................. 19

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2.5.1 UniverCity .................................................................................................................... 20

2.5.2 Dubuque, EUA ............................................................................................................. 20

2.5.3 Vauban ........................................................................................................................ 21

2.5.4 Butão ........................................................................................................................... 21

2.6 Da avaliação da Construção às Comunidades Sustentáveis ................................................ 22

2.6.1 BREEAM...................................................................................................................... 23

2.6.2 LEED ........................................................................................................................... 25

2.6.3 LiderA .......................................................................................................................... 28

2.7 Reduzida abordagem ao bem estar social ........................................................................... 29

3 Métodos de Avaliação de Felicidade ............................................... 31

3.1 Diferentes tipologias ............................................................................................................ 31

3.1.1 Índice de Desenvolvimento Humano ............................................................................ 31

3.1.2 Índice Planeta Feliz ...................................................................................................... 32

3.1.3 Felicidade nacional Bruta ............................................................................................. 33

3.2 Pontos fortes e fracos das abordagens................................................................................ 34

3.2.1 Índice de Desenvolvimento Humano ............................................................................ 34

3.2.2 Índice de Felicidade do Planeta .................................................................................... 35

3.2.3 Felicidade nacional Bruta ............................................................................................. 35

4 Avaliação do Bem-estar Social ........................................................ 37

4.1 Avaliação por Inquérito ........................................................................................................ 37

4.1.1 Caracterização geral .................................................................................................... 37

4.1.2 Satisfação Individual .................................................................................................... 38

4.1.3 Satisfação Comunitária ................................................................................................ 39

4.1.4 Identidade e Cultura ..................................................................................................... 39

4.2 Amostra .............................................................................................................................. 40

4.3 Classificação ....................................................................................................................... 43

4.3.1 Escalas para interligar ao sistema de avaliação ............................................................ 43

4.3.2 Avaliação Proposta para o Bem-estar Social ................................................................ 45

4.3.3 Níveis de Desempenho ................................................................................................ 51

5 Casos de Estudo ............................................................................... 53

5.1 Barcarena – Oeiras ............................................................................................................. 53

5.2 Barreiro ............................................................................................................................... 54

5.3 Resultados Índice Bem-estar Social .................................................................................... 51

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5.3.1 Localização Geográfica ................................................................................................ 51

5.3.2 Diferenciação por Género ............................................................................................ 51

5.3.3 Diferenciação por Níveis de Educação ......................................................................... 52

5.3.4 Diferenciação por Faixas Etárias .................................................................................. 53

5.3.5 Diferenciação por Estado Laboral ................................................................................. 54

5.3.6 Diferenciação por Local de Emprego ............................................................................ 55

5.4 Nível de desempenho obtidos para os casos de estudo ...................................................... 56

5.4.1 Barcarena .................................................................................................................... 56

5.4.2 Barreiro ........................................................................................................................ 58

5.5 Classe Obtida ..................................................................................................................... 60

5.6 Modos de integração nos SGAs .......................................................................................... 61

6 Discussão de Resultados ................................................................ 63

6.1 Amostra .............................................................................................................................. 63

6.2 Base semi-qualitativa .......................................................................................................... 64

6.3 Níveis de desempenho na Comunidade .............................................................................. 64

6.4 Desafios aos SGAs ............................................................................................................. 68

7 Conclusão e Trabalhos Futuros ...................................................... 69

Bibliografia ........................................................................................... 73

Anexos ................................................................................................. 79

Anexo 1 – Índice de Satisfação Social ........................................................................................... 79

Anexo 2 – Dados referente à amostra ............................................................................................ 88

Anexo 3 – Chi-Square Test ............................................................................................................ 89

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Lista Tabelas

Tabela 1 – Motivações estabelecimento de um SGA. (National Environmental Education &

Training Foundation, 2001) .............................................................................................. 10

Tabela 2 – Métodos de Calculo Índice Desenvolvimento Humano (Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento, 2010) ............................................................................ 32

Tabela 3 – Valores críticos associados a determinados grau de confiança .............................. 41

Tabela 4 – Exemplo de Resultados recorrendo ao software SPSS .......................................... 43

Tabela 5 – Exemplo de Resultados recorrendo ao software SPSS .......................................... 43

Tabela 6 – Níveis de desempenho Sugeridos.......................................................................... 52

Tabela 7 – Nº Habitantes nas freguesias de Oeiras (Instituto Nacional de Estatística, 2011) ... 54

Tabela 8 – Nº Habitantes nas freguesias do Barreiro (Instituto Nacional de Estatística, 2011) . 55

Tabela 9 – Resultados Índice Bem-estar Social por localização geográfica ............................. 51

Tabela 10 – Resultados do subconjunto para satisfação individual por localização geográfica. 51

Tabela 11 – Resultados Índice Bem-estar Social por género ................................................... 51

Tabela 12 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por género ........................... 51

Tabela 13 – Resultados Índice Bem-estar Social para o subconjunto por género e localização

geográfica ........................................................................................................................ 51

Tabela 14 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por género e localização

geográfica ........................................................................................................................ 52

Tabela 15 – Resultados Índice Bem-estar Social por níveis de educação ................................ 52

Tabela 16 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por níveis de educação ........ 52

Tabela 17 – Resultados Índice Bem-estar Social por níveis de educação e localização

geográfica ........................................................................................................................ 52

Tabela 18 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por níveis de educação e

localização geográfica ...................................................................................................... 53

Tabela 19 – Resultados Índice Bem-estar Social por faixas etárias ......................................... 53

Tabela 20 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por faixas etárias.................. 53

Tabela 21 – Resultados Índice Bem-estar Social por faixas etárias e localização geográfica ... 54

Tabela 22 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por faixas etárias e localização

geográfica ........................................................................................................................ 54

Tabela 23 – Resultados Índice Bem-estar Social por estado laboral ........................................ 54

Tabela 24 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por estado laboral ................ 55

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Tabela 25 – Resultados Índice Bem-estar Social por estado laboral e localização geográfica .. 55

Tabela 26 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por estado laboral e

localização geográfica ...................................................................................................... 55

Tabela 27 – Resultados Índice Bem-estar Social por local de emprego ................................... 55

Tabela 28 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por local de emprego ........... 56

Tabela 29 – Resultados Índice Bem-estar Social por local de emprego e localização geográfica

........................................................................................................................................ 56

Tabela 30 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por local de emprego e

localização geográfica ...................................................................................................... 56

Tabela 31 – Classes referente ao Caso de Estudo .................................................................. 60

Tabela 32 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Género Sexual .................... 60

Tabela 33 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Faixas Etárias ..................... 61

Tabela 34 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Níveis de Educação............. 61

Tabela 35 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por estado laboral ...................... 61

Tabela 36 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por local de emprego ................. 61

Tabela 37 – Comparação Resultados com o indicador Gross National Happiness ................... 66

Tabela 38 – Resultados através do indicador Happy Planet Index ........................................... 66

Tabela 39 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade

em termos de bom ambiente?” ......................................................................................... 67

Tabela 40 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade

em termos económicos?” ................................................................................................. 67

Tabela 41 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade

em termos de bem social?” .............................................................................................. 67

Tabela 42 – Teste Qui-Quadrado Sexo ................................................................................... 89

Tabela 43 – Teste Qui-Quadrado Habitação............................................................................ 90

Tabela 44 – Teste Qui-Quadrado Emprego Local .................................................................... 92

Tabela 45 – Teste Qui-Quadrado Espaços de Lazer ............................................................... 93

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x

Lista de Figuras

Figura 1 - Componentes de uma Comunidade sustentável ........................................................ 2

Figura 2 – Diferença entre Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade (Edwards, 2005) .. 9

Figura 3 – Vertentes de uma Cidade Sustentável (Munhoz & Coelho, 2009) ........................... 13

Figura 4 – Tabela Qui-Quadrado (Ross, 2004). ....................................................................... 42

Figura 5 – Classes Sistema LiderA.......................................................................................... 44

Figura 6 –Sistema LiderA ....................................................................................................... 45

Figura 7 –Sistema LiderA v2 ................................................................................................... 45

Figura 8 – Concelho de Oeiras ................................................................................................ 54

Figura 9 – Freguesias do Barreiro ........................................................................................... 55

Lista de Equações

Equação 1 – Dimensão dos Indicadores Índice Desenvolvimento Humano (Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2010) ............................................................... 32

Equação 2 – Happy Planet Index ............................................................................................ 33

Equação 3 – Cálculo do tamanho da amostra (Ross, 2004)..................................................... 40

Equação 4 – Cálculo do tamanho da amostra (Ross, 2004)..................................................... 40

Equação 5 – Cálculo Qui-Quadrado (Ross, 2004) ................................................................... 41

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xi

Lista de Acrónimos

SGA – Sistema de Gestão Ambiental

IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais

UNEP – Programa das Nações Únidas para o Ambiente

WWF – World Wide Fund

NEF – Nova Fundação da Economia (New Economics Foundation)

PNB – Produto Nacional Bruto

PIB – Produto Interno Bruto

GNH – Felicidade nacional Bruta

HPI – Índice de Felicidade do Planeta

HDI – Índice de Desenvolvimento Humano

GPI – Índice Global da Paz

BREEAM – Instituição Ambiental Método de Avaliação Investigação da Construção (Building

Research Establishment Environmental Assessment Method)

LEED – Leadership in Energy and Environmental Design

LEED ND – Leadership in Energy and Environmental Design for Neighborhood

ENV – Esperança de Vida à Nascença

MAE – Média de Anos de Escolaridade

AEE – Ano de Escolaridade Esperados

RNPpc – Rendimento Nacional Bruto per capita

EMV – Esperança Média de Vida

F – Felicidade

PE – Pegada Ecológica

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1

1 Introdução

Comunidades Sustentáveis

“Uma comunidade sustentável procura viver em harmonia com o meio ambiente, e reduzindo ao máximo

todos os passiveis de uma ação causadora de danos aos meios ambientais envolventes e/ou a outras

comunidades seja na linha temporal do presente ou no futuro. A qualidade de vida e os interesses das futuras

gerações são privilegiados face ao crescimento económico ou o consumo imediato.” (IUCN, UNEP, & WWF,

1991).

1.1 A procura de Comunidades Sustentáveis e Sistemas de Gestão Ambiental

A procura de comunidades sustentáveis surge com o aparecimento do conceito de desenvolvimento

sustentável, sendo que este próprio conceito sofreu algumas evoluções na forma como foi definido

inicialmente até ter atingido o consenso sobre o qual é aceite hoje em dia.

O termo sustentável em sido utilizado ao longo do tempo. O assumir da dimensão ambiental cria as bases

para um caminho até ao desenvolvimento sustentável. Esta consciência surge perante a humanidade após a

elaboração do relatório “The Limits to Growth” por parte do clube de Roma em 1972 levando a que “a

sociedade deve-se conciliar o progresso sustentável dentro das restrições ambientais.” (Roma, 2006).

Contrariando assim a anterior mentalidade de que os recursos seriam infinitos.

Com a elaboração de outro relatório “Our Common Future” aumenta a preocupação ambiental assim como as

politicas que visam um desenvolvimento sustentável e é neste relatório que se encontra a definição do que é

atualmente aceite como desenvolvimento sustentável: “O desenvolvimento que procura satisfazer as

necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as

suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível

satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo

tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats na turais.” (Brundtland,

1987).

Com esta preocupação de procurar um desenvolvimento sustentável, são criadas e adotadas diversas

políticas e tipologias para a dimensão ambiental entre os quais se encontram os Sistemas de Gestão

Ambiental (SGA) que se caracterizam por serem “uma forma de integrar as preocupações ambientais na

gestão global das organizações” (Pinheiro, 2008).

Utilizando esta ferramenta estão criadas as condições para uma melhor gestão e performance ambiental por

parte das organizações e empresas. Contudo a sustentabilidade não deve existir apenas nas empresas. o ser

humano habita em cidades, vilas ou aldeias, em resumo a humanidade procura viver numa comunidade e

esta comunidade tal como as empresas deve ser sustentável. É este o novo desafio, como tornar uma

comunidade sustentável, o que necessita para que seja sustentável e de que forma os Sistemas de Gestão

Ambiental podem e devem contribuir para esse fim.

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2

1.2 A Problemática

1.2.1 Comunidade Sustentável

O que distingue então uma comunidade sustentável dos atuais padrões das comunidades será então a

sinergia que se cria com o meio ambiente assim como a sua envolvente. Numa comunidade sustentável

procura-se garantir aos seus moradores as oportunidades e ferramentas que permitem construir os seus

ativos, que instiguem a participar nas suas comunidades, e que orientem a sua economia para uma economia

dinâmica. Uma comunidade sustentável é, na verdade, a junção de "comunidade" com "desenvolvimento

sustentável" - locais onde há possibilidade humana assim como vitalidade social e econômica combinado

num processo contínuo de crescimento, adaptação e aperfeiçoamento.

Figura 1 - Componentes de uma Comunidade sustentável

Assim as três principais componentes que caracterizam uma comunidade sustentável, tal como a Figura 1

ilustra, demonstram uma interdependência entre elas forçando a que para se atingir e estabelecer uma

comunidade sustentável é necessário que estas três componentes se realizem.

Em relação a cada uma destas componentes elas podem existir ou ser adotadas em isolado como são

práticas comuns, visto que hoje em dia se procura cada vez mais a construção sustentável (Pinheiro, 2006),

considerando que a preocupação ambiental é cada vez mais crescente junto das populações esta representa

uma mais-valia e uma valorização do imóvel. Em relação à dinâmica económica facilmente se estabelece a

ponte da sua importância numa sociedade, visto que esta representa o sistema produtor/consumidor na qual

a sociedade capitalista está inserida.

Pertencer a um grupo ou comunidade permite-nos criar um sentido de identidade. Uma comunidade ajuda-

nos a entender quem somos assim como sentir que somos parte de algo maior que nós mesmos. Estudos

indicam que pessoas com fortes conexões sociais têm menos problemas de saúde relacionados com stress,

um menor risco de doenças mentais, assim como uma recuperação mais rápida de algum trauma ou

doença.(Diener & Biswas-Diener, 2008). Assim a satisfação social dos residentes numa comunidade torna-se

Comunidade Sustentável

Construção Sustentável

Dinâmica Económica

Satisfação Social

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uma meta a ser atingida pois permite aos seus residentes uma melhor integração e um sentido de pertença

assim como um desejo de cuidar e proteger o que é seu.

O autor Richard Moss Alston defende no seu livro que “A sociedade deve ser entendida como uma

combinação de (três) sistemas: funcionais, cognitivos e culturais. Sistemas funcionais incluem comércio,

processos políticos, institucionais e familiares assim como lidar com a produção e consumo de bens,

prestação de serviços, e a administração da justiça e sistemas de ensino. Sistemas cognitivos procuram criar

valores e códigos de conduta. Uma combinação única de sistemas funcionais, cognitivas e culturais são o

que distinguem uma sociedade." (Alston, 1983).

Este autor defende que uma comunidade sustentável deverá apresentar modelos e políticas de gestão que

visem os três sistemas por si definidos procurando sempre a otimização destes para usufruto da geração

presente e das futuras gerações. Como tal a procura de comunidades sustentáveis, assenta na existência de

aspetos construtivos sustentáveis assim como numa procura de valores e formas de integração das

comunidades, podendo esta ser facilitada por modos de gestão e envolvimento, sendo um desafio para os

sistemas de gestão ambiental.

1.2.2 Construção sustentável

A crescente preocupação e regulamentação ambiental, aliada à crescente importância e pressão da opinião

pública, colocam progressivamente a questão do desempenho energético e ambiental, cada vez mais na

agenda da construção dos edifícios e na sua relação com o espaço envolvente, entendido no

empreendimento. Desta forma, é cada vez mais urgente considerar os impactes potenciais e reais associados

ao ambiente construído e à construção de edifícios, de preferência numa fase de anteprojeto, de forma a

serem encontradas medidas que permitam minimizá-los e, se possível, eliminá-los (Pinheiro, 2006).

A dimensão ambiental ganha assim cada vez maior importância para lá dos estritos requisitos legais, em

muitas vezes posicionando-se, ainda que de forma não dominante em termos de mercado, na perspetiva da

sustentabilidade. A sustentabilidade vem realçar a importância de considerar as dimensões económica, social

e ambiental e de ver para além do curto prazo, sendo fundamental para assegurar um desenvolvimento com

capacidade de se sustentar sem atingir pontos de rutura (Pinheiro, 2006).

Assim o conceito de construção sustentável é caracterizado por estar apoiado e suportado numa relação

interdisciplinar de cooperação entre todos os atores que intervêm no ciclo de vida de um edifício, desde a

promoção até à utilização do edifício (Pinheiro, 2006).

A necessidade de se adotarem novas práticas para se conseguir uma resposta mais eficaz aos fenómenos

das alterações climáticas, bem como ao crescimento demográfico leva a que seja no sector da construção,

um dos que mais impactes pode vir a originar nas condições de vida da população.

Deste modo, a Construção Sustentável enquanto produto final de um processo de planeamento, que

também ele requer ser sustentável pretende, no seu conceito, a otimização da afetação e gestão dos

recursos naturais, a eficiência energética, a qualidade do ar interior, a durabilidade dos edifícios e o assegurar

de uma fácil utilização e manutenção simplificada (Pinheiro, 2006).

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1.2.3 Dinâmica Económica

Em termos de dinâmica económica deve-se procurar estabelecer um sistema onde seja possível produzir,

distribuir e consumir, seja a nível de produtos ou a nível de serviços. Em termos económicos usualmente

estabelece-se uma separação em de três setores (Holton, 1992):

Primário – representa as atividades econômicas que extraem e/ou produzem matéria-prima. Os

negócios importantes neste setor incluem agricultura, a pesca, a pecuária, a silvicultura, a mineração em

geral.

Secundário – setor da economia que transforma as matérias-primas extraídas e/ou produzidas pelo

setor primário, em produtos de consumo, ou em produtos para posterior uso neste mesmo setor, ex:

criação de maquinaria na indústria automóvel.

Terciário – compreende a prestação de serviços acrescentando valor ao produto. É usualmente

designado os serviços como bens intangíveis já que estes não podem ser adquiridos pelo cliente no

entanto a sua existência aumentam o valor do produto. Resumindo, o foco deste setor resulta na

interligação entre consumidor e prestação de serviços, mais do que a transformação de bens físicos que

representa o setor secundário.

Garantindo a dinâmica económica estabelecida por Holton numa sociedade, estabelece-se um sistema

independente e subsistente uma vez que se reduz para o mínimo as cargas ambientais provenientes do

transporte de produtos/materiais caminhando assim para um desenvolvimento sustentável.

Com a presença destas vertentes numa sociedade, garantimos ao individuo um aumento do seu nível de

vida, já que se define nível de vida como a capacidade de um indivíduo possuir, com o seu rendimento, um

determinado conjunto de bens e de serviços. O seu poder de compra é, portanto, determinado pela relação

existente entre o rendimento de que dispõe e o preço dos bens de consumo que podem ser adquiridos com

esse rendimento (Anielski, 2007).

Para avaliar as condições reais de existência de um indivíduo ou população, calcula-se o nível de vida

através de indicadores de natureza qualitativa e quantitativa. Estes vão desde as taxas de evolução do PNB

(Produto Nacional Bruto) e do rendimento per capita, à importância das infraestruturas económicas e sociais,

o nível dos salários reais, horas de trabalho, esperança de vida, taxa de mortalidade geral e infantil.

1.2.4 Sistema de Gestão Ambiental

Os Sistemas de Gestão Ambientais (SGA) pertencem a um grupo de sistemas de gestão, os designados

Sistemas Gestão Integrados que englobam a Qualidade, Higiene e Segurança, Ambiente e Responsabilidade

Social. A utilização destes sistemas seja de um modo individual ou integrado permite à entidade gestora obter

uma ferramenta que indicia claramente qual é o seu objetivo e de que forma o procura alcançar (Neto,

Hoffmann, & Tavares, 2008).

Num Sistema de Gestão Ambiental evidencia-se principalmente a preocupação com o meio ambiente,

chegando a ganhar-se assim um rótulo ecológico por parte da gestão que a aplica conferindo-lhe valor.

Implementando um comportamento eco eficiente, otimiza-se o uso dos recursos e evitar os desperdícios,

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5

permitindo assim obter poupanças significativas; além disso, um bom desempenho ambiental evita custos

resultantes da aplicação dos princípios do poluidor-pagador e utilizador-pagador.

1.2.5 Satisfação Social

Como Robert Kennedy uma vez disse em 1968 “o Produto Nacional Bruto tem em linha de conta a poluição

atmosférica, a destruição florestal, etc. no entanto não avalia a saúde das nossas crianças, a qualidade da

sua educação ou as alegrias dos seus jogos (…) a beleza da nossa poesia ou a força dos nossos

casamentos (…) em suma, ele permite medir tudo exceto aquilo que faz a vida valer a pena.”

Robert Kennedy através deste seu comentário esboça o problema de considerar o PNB como indicador de

desenvolvimento económico, ou seja, este indicador considera apenas que crescimento económico é

sinónimo de desenvolvimento sustentável (Wilson, Tyedmers, & Pelot, 2007). Com a utilização de um índice

de satisfação social procura-se minimizar este efeito de não considerar “as coisas que fazem a vida valer a

pena”, resultando numa avaliação da satisfação social através de um equilíbrio entre a satisfação de uma

pessoa enquanto ser individual, ser social e uma preservação da sua identidade dentro do meio no qual está

inserido.

Uma pessoa que se encontre satisfeita dentro do seu meio traduz-se num individuo mais pró-ativo,

consciente das necessidades que o rodeiam e com uma maior capacidade de aceitação de mudanças e

novas ideias. É nesta perspetiva que a avaliação da satisfação da população ganha relevância, permitindo à

unidade gestora uma perceção da sua realidade assim como quais as áreas que deverá melhorar face aos

resultados obtidos.

A questão desta dissertação será o estabelecimento de uma avaliação da satisfação dentro de comunidade

como fator chave dentro da componente social, como um dos elementos chaves a serem avaliados e

identificar recomendações que possam ser incorporadas nos Sistemas de Gestão Ambientais.

1.3 Metodologia

A metodologia proposta abrangeu a revisão dos conceitos e abordagens, a procura de medir a satisfação

social recorrendo a um inquérito, a sua aplicação, a análise da potencialidade de integração nos Sistemas de

Gestão Ambientais, discussão dos resultados obtidos e devidas conclusões.

A escolha desta ferramenta permite-nos recolher informação quantitativa em diversos campos de análise,

seja ciências sociais a meras sondagens políticas. Sendo o objetivo desta dissertação criar uma ferramenta

que possibilite a tomada de decisões por parte das entidades gestoras nos campos de satisfação social

permitindo uma melhoria das vivências da população (Sirkin, 2006).

No entanto, não se apresentam como infalíveis. Uma ferramenta é apenas isso, uma ferramenta e como tal

apresenta tanto vantagens como desvantagens. Podemos resumir estas vantagens como poupança de

recursos e tempo visto que as questões se focam num tema concreto, não se apresenta como uma

ferramenta estanque já que pode ser devidamente aplicada a todos os tipos de temas e são uma forma

eficiente de recolher informação, uma vez que podem ser submetidos a testes onde se verifica a fiabilidade

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da informação, a validade da mesma assim como a sua significância, tendo como desvantagens o facto de

que caso a amostra não for representativa da população, a informação extraída não será a correta e mesmo

quando a amostra seja representativa da população, as respostas obtidas dependem da integridade dos

inquiridos.

Na criação de um inquérito devem-se ter em conta que este deverá ser claro, objetivo e de fácil

compreensão. Assim primeiramente houve a necessidade de estabelecer o que representa e carateriza um

individuo dentro da comunidade. A conclusão obtida foi que um individuo procura a satisfação em,

essencialmente, três grandes áreas (Alston, 1983):

Satisfação Individual

Satisfação Comunitária

Identidade e Cultura

No item de satisfação individual avalia-se qual a satisfação do individuo em termos individuais, ou seja, qual a

sua satisfação com os aspetos da sua vida dos quais apenas dele dependem.

Para o segundo item, satisfação comunitária, a avaliação decorre na satisfação do individuo face à

comunidade em que se insere assim como nas dinâmicas sociais das quais toma parte.

Finalmente o item de identidade e cultura avalia de que forma a identidade cultural do individuo se encontra

aceite ou está integrada dentro da comunidade ou mesmo se o contrário acontece.

A criação deste inquérito – designado por Índice de Satisfação Social - tem em linha de conta estudos e

outros inquéritos realizados pelo NEF (New Economics Fondation) principalmente o seu relatório “National

Accounts of Well-being: bringing real wealth onto the balance sheet” (NEF, 2009) assim como o “happy planet

índex” (NEF, 2009), de referir ainda o recurso aos estudos do GNH (Gross National Happiness) mais

concretamente ao questionário elaborado em Abril de 2010 (Center for Bhutan Studies, 2010) assim como o

estudo realizado em 2008 em Bhutan “GNH Policy and Project Selection Tools” (Center For Bhutan Studies,

2008).

Assim o índice de satisfação social, representa um inquérito com 47 perguntas, na sua maioria de respostas

fechadas, cada uma delas apresentando uma pontuação numa escala de 1 – 5 deixando ainda em aberto

para com o inquirido a hipótese de contribuir com sugestões de oportunidades de melhoria seja a nível

cultural, económico ou ambiental, dentro da comunidade dando à gestão uma maior perceção de quais as

necessidades que a população mais tem em linha de conta.

Como forma de avaliar, iremos recorrer a utilização da média geométrica para cada uma das três secções

dentro do índice de satisfação social em conjunto com a verificação da existência ou não de determinados

critérios estabelecidos no capítulo 4.3.3, permitindo assim estabelecer qual o seu grau de desempenho.

Os níveis de desempenho estabeleceram-se através de uma gama de valores possíveis de atingir em função

do inquérito estabelecido sendo que para níveis de desempenho superior esta gama de valores situa-se perto

do seu valor máximo de 5, sendo esta a primeira condicionante para a obtenção do nível de desempenho.

A segunda condicionante reside na quantidade de créditos obtidos para os critérios de satisfação social e

identidade e cultura. Estes créditos correspondem à verificação da existência de estruturas que proporcionem

uma melhor vivencia em comunidade, desde apoios à população idosa ou jovem assim como a simples

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programação de atividades que permitam um melhor conhecimento e integração da própria comunidade para

com os seus residentes e vice-versa.

Para o critério de satisfação individual, a segunda condicionante para o nível de desempenho atribuído será o

valor obtido, novamente recorrendo à média geométrica, naquilo que se designa por “subconjunto i” que irá

englobar as perguntas referentes ao inquérito que se foquem nos principais aspetos da vida humana, ou seja,

saúde, emprego, etc.

Este inquérito foi posteriormente aplicado a duas comunidades distintas, Barreiro a nível de concelho e

Oeiras ao nível da freguesia de Barcarena tendo sido depois avaliado e aferidos as devidas conclusões, face

às pontuações obtidas pelas duas amostras representativas assim como a verificação dos créditos atribuídos

a cada amostra.

1.4 Estrutura da Dissertação

A aplicação desta metodologia concretiza-se nos seguintes capítulos:

Introdução

Onde se elabora uma apresentação sucinta da problemática que é as comunidades sustentáveis, como se

originou esta preocupação no seio da humanidade e em que consiste uma comunidade sustentável. Também

se inclui neste capitulo a metodologia seguida por esta dissertação.

Estado da Arte

Neste capítulo descreve-se a evolução entre a mera procura da sustentabilidade à busca da satisfação social,

quais as soluções utilizadas de forma a se atingir uma comunidade sustentável e os principais indicadores de

felicidade utilizados e de que forma se interliga o conceito de felicidade com uma comunidade sustentável.

Inclui-se ainda de que forma evoluiu a mera avaliação de uma construção sustentável para a avaliação de

comunidades sustentáveis.

Métodos de Avaliação de Felicidade

Este capítulo apresenta a forma de como os principais indicadores de felicidade são medidos, quais as suas

formas de cálculo assim como quais os indicadores utilizados na sua estimação sendo posteriormente

indicado quais as suas principais vantagens e desvantagens na sua utilização e de que forma estes foram

relevantes na elaboração do inquérito elaborado nesta dissertação.

Abordagem Proposta para avaliar a Sustentabilidade

No capítulo referente à abordagem proposta ilustra-se de que forma o inquérito da satisfação social foi

elaborado, que pontos foca e o porque dessas escolhas, qual o tratamento estatístico aplicado à amostra e

de que forma se processa a avaliação, quais os níveis de desempenho utilizados.

Caso de Estudo

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Neste capítulo caracteriza-se as duas amostras, apresenta-se os resultados obtidos pelo inquérito de

satisfação social assim como créditos obtidos por cada amostra, indicando quais os níveis de desempenho

obtidos.

Discussão de Resultados

Este capítulo traduz-se numa avaliação crítica dos resultados obtidos a nível da amostra, do tratamento dos

dados, os níveis de desempenho atribuídos às duas comunidades e quais os desafios que os Sistemas de

Gestão Ambiental enfrentam com esta metodologia.

Conclusão e Trabalhos Futuros

No capítulo final desta dissertação, encontramos as conclusões obtidas recorrendo a esta metodologia e

algumas recomendações para trabalhos futuros.

Bibliografia

Anexo

Contem a estrutura do inquérito, quadro resumo das características das duas amostras e teste chi-quadrado.

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2 Estado da Arte

2.1 Da sustentabilidade à satisfação social

2.1.1 Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade

Primeiramente existe a necessidade de distinguir o que é Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade

evitando assim equívocos sobre o conceito em geral.

O conceito de Desenvolvimento Sustentável é, normalmente, definido como o desenvolvimento que procura

satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de

satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam

um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao

mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da Terra e preservando as espécies e os habitats naturais.

Edwards (2005) em “O Guia Básico Para a Sustentabilidade” apresenta-nos de uma forma explícita a ténue

diferença entre Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável, sendo que esta assenta no facto da

sustentabilidade ser um processo para se atingir o desenvolvimento sustentável.

Figura 2 – Diferença entre Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade (Edwards, 2005).

Assim a procura para a sustentabilidade representa uma inter-relação entre o progresso econômico, a gestão

ambiental e bem-estar da sociedade sendo portanto um processo complicado, afetando a qualidade da

sociedade em que vivemos uma vez que no passado, os ecossistemas do mundo eram capazes de absorver

os danos ecológicos resultantes de industrialização e desenvolvimento extensivos. No entanto, com o

aumento rápido da população global e industrialização, bem como as exigências cada vez maiores para com

os recursos naturais, como água potável, os ecossistemas atuais não são mais capazes de sustentar os

danos ecológicos causados. A questão será em como transformar a sustentabilidade num compromisso, em

vez de ser apenas um custo de conformidade (Goosen, 2012).

2.1.2 Sistemas de Gestão ambiental

Os sistemas de gestão ambiental evoluíram desde o seu início para o presente, uma vez que antigamente

eles apenas apareciam como forma de resolver problemas ambientais pontuais derivados da indústria, no

entanto com o aparecimento de uma legislação cada vez mais exigente estes começam a evoluir de forma a

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responder a essas novas exigências ao ponto de atualmente existir a preocupação com os fatores

sociopolíticos que estarão na causa do problema ambiental, conferindo a esta ferramenta uma importância

vital no estabelecimento da sustentabilidade (Dyball & Keen, 2005).

Referentemente aos sistemas de gestão ambientais, estes representam uma estrutura que permite à entidade

gestora alcançar os seus objetivos ambientais através de um controlo das suas ações. Assume-se que este

maior controlo impulsiona a melhoraria do desempenho ambiental da organização cabendo à gestão decidir

qual o desempenho ambiental que pretende alcançar (National Environmental Education & Training

Foundation, 2001).

A decisão de adotar um SGA depende de múltiplos fatores, incluindo muitas vezes consideração sobre os

custos e benefícios que essa decisão acarreta para a organização assim como tempo despendido.

Tabela 1 – Motivações estabelecimento de um SGA (National Environmental Education & Training Foundation, 2001).

Custos Benefícios

Custos de implementação Melhoria desempenho ambiental

Tempo necessário para a sua elaboração Vantagem económica face à concorrência

Possível consultoria externa Maior eficiência utilização de recursos

Necessária Formação Aumento da consciencialização das pessoas

integrantes sobre as questões ambientais

Desta forma para um Sistema de Gestão Ambiental poder ascender a elevados níveis de desempenho

ambiental, existe a necessidade de considerar uma visão mais alargada ao integrar a sustentabilidade como

parte dos seus objetivos e não meramente respeitar a legislação ambiental e respetiva fiscalização que é

progressivamente mais exigente (Pinheiro, 2008).

Os SGA que tradicionalmente centram-se sobre o desempenho ambiental devem incorporar a abordagem da

sustentabilidade, e com esta sustentabilidade desafiar-se na procura de novas dimensões como é o caso da

satisfação.

2.1.3 Sociedade e satisfação

Ainda que não exista nenhuma definição exata de o que é uma sociedade, é aceite o conceito de que uma

sociedade implica um grupo de indivíduos que procuram coabitar juntas numa comunidade organizada.

Em termos da visão abordada nesta dissertação, esta é coincidente com o que o autor Richard Moss Alston

defende no seu livro “A sociedade deve ser entendida como uma combinação de (três) sistemas: funcionais,

cognitivos e culturais. Sistemas funcionais incluem comércio, processos políticos, institucionais e familiares

assim como lidar com a produção e consumo de bens, prestação de serviços, e a administração da justiça e

sistemas de ensino. Sistemas cognitivos procuram criar valores e códigos de conduta. Uma combinação

única de sistemas funcionais, cognitivas e culturais são o que distinguem uma sociedade." (Alston, 1983).

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Portanto, na visão deste autor temos uma comunidade caracterizada por três itens, sendo eles adotados no

LiderA pelos critérios tal como anteriormente já haviam sido referidos no inquérito de estimação de satisfação

social:

Satisfação Individual – Sistemas funcionais

Satisfação Comunitária – Sistemas cognitivos

Identidade Cultural – Sistemas culturais

Uma vez que o mundo atravessou um forte crescimento urbano durante a era da industrialização

transformando as zonas urbanas em zonas de elevada densidade populacional estas trouxeram consigo

problemas inerentes como é o caso de resíduos, poluição atmosférica, crime, etc. No entanto a introdução do

conceito de sustentabilidade tem-se mostrado frequentemente como uma solução para os problemas

multidimensionais das cidades, "tornou-se central não apenas na política de habitação, mas também nas

politicas de recursos humanos, emprego, transporte e serviços urbanos" (Choguill, 2007). Devido a esta

problemática e a esta consciencialização surge a procura daquilo que se designa por comunidades

sustentáveis, no entanto a definição de comunidades sustentáveis e suas características é um desafio, pois

nenhuma comunidade ou sociedade na história da humanidade poderá manter-se sustentável para sempre

(Hempel, 1999).

A noção de comunidades sustentáveis é um conceito relativo e não existe uma definição universalmente

aceite por todos, no entanto apesar destas dificuldades, existem hoje várias definições alternativas de

comunidades sustentáveis como é o exemplo de "Uma comunidade completa, onde os recursos naturais e

históricos são preservados, existem empregos disponíveis, a expansão urbana está contida, os bairros são

seguros, a educação, transporte e saúde são acessíveis, e todos os cidadãos têm a oportunidade de

melhorar a qualidade de suas vidas" (President’s Council on Sustainable Development, 1996) ou “Uma

comunidade que atende às necessidades diárias da comunidade, e ao mesmo tempo mantem uma visão de

longo prazo contabilizando as gerações futuras, entendendo que a nossa sobrevivência depende de um

ecossistema saudável no planeta, uma comunidade sustentável trabalha nessa reintegração com a natureza,

e age como uma parte do todo, de uma célula no organismo da Terra.” (Sustainable Communities Online,

2012).

É então possível estabelecer que uma comunidade sustentável como aquelas em que a vitalidade

econômica, integridade ecológica, justiça social e democracia cívica são integrados de forma equilibrada,

promovendo assim uma elevada qualidade de vida e dando aos cidadãos uma responsabilidade acrescida.

Todos esses atributos também precisam de ser combinados numa estratégia de gestão que vise o longo

prazo e promova a adaptabilidade a curto prazo (Ercan, 2011).

Assim, a forma de se atingir uma comunidade sustentável não surge de uma forma linear mas sim de uma

interligação entre as diversas dinâmicas nas quais uma sociedade se baseia. A sustentabilidade de uma

comunidade depende da capacidade de se criar e manter uma estabilidade económica e ambiental, promover

equidade social e participação publica tanto a nível de planeamento como de implementação. A criação de

empregos, gestão energética, rede de transportes, educação e sistema saúde são algumas das áreas de foco

(Center on Sustainable Communities, 2005).

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2.2 Procura de sustentabilidade nas zonas urbanas e cidades

O paradigma do desenvolvimento sustentável tem sido um conceito popular e um desafio para o planeamento

urbano nos últimos anos, onde as políticas e estratégias surgiram a partir do descontentamento e

preocupação com a expansão urbana (Egger, 2006).

Os recursos disponíveis para construção são um elemento chave quando se procura a sustentabilidade.

Numa cidade atualmente, os consumos de recursos desta ultrapassam em muito o que a área da cidade tem

para oferecer. Portanto, na criação de uma cidade sustentável, deve-se precisar qual a estratégia ambiental a

implementar para que seja possível moderar uma redução face aos modelos atuais do setor primário e da

proporção de indústria secundária, promovendo um aumento da proporção do setor terciário (Songa, 2011).

Se considerarmos que a maior parte da expansão urbana no passado ocorreu à custa de sacrificar o meio

ambiente esta preocupação levanta novos objetivos e metas que devem ser atingidas de forma a estabelecer

a sustentabilidade.

Este conceito de atingir a sustentabilidade em zonas urbanas originou discussões sobre o que será a

sustentabilidade das cidades, os parâmetros e as formas de uma cidade sustentável, que levou ao

desenvolvimento de uma série de iniciativas, estratégias e planos traduzindo-se em modelos de visões

diferentes para o que será uma cidade sustentável (Abdel-Galil, 2012).

2.2.1 Eco-Vilas

“O ano 2000 marcou o momento em que pela primeira vez na história da humanidade a população urbana

ultrapassou a rural. Dos 6,2 bilhões de habitantes do planeta, a grande maioria vive nos centros urbanos.”

(Edwards, 2005). Atingindo esta realidade, deve-se encontrar alguma solução que permita reduzir a pegada

ecológica gerada pela população.

Uma solução largamente difundida na Suécia assim como noutros locais do planeta, são as designadas

Eco-Vilas, onde se apresenta uma comunidade, rural ou urbana, com o intuito de integrar a dinâmica social

de uma forma onde os impactes daí provenientes sejam de baixa carga ambiental. Como medidas para se

atingir esta meta, focam-se diversos aspetos, nomeadamente, design ecológico, construção ecológica,

utilização e geração de energias alternativas, integração social, entre outros (Ecovillage, 2010).

Ainda que aparentem ser uma boa resposta às necessidades ambientais estas Eco-Vilas que não costumam

ser constituídas por populações superiores a 1000 habitantes, sendo a sua média aproximadamente metade

deste valor. Desta forma, esta solução apresenta-se aplicável apenas para pequenos agregados

populacionais e não para as exigências reais da humanidade onde encontramos grandes centros urbanos e

todas as suas envolventes (Ecovillage, 2010).

Neste caso, então a verdadeira solução não deverá ser as Eco-Vilas, mas sim uma cidade sustentável, pois

numa cidade já se possuí a dimensão necessária para a problemática da população e a centralização desta.

Hildebrand Frey descreve em 1999 os problemas existentes nas cidades atuais, salientando que numa cidade

sustentável estes não devem ocorrer: “o debate sobre a cidade sustentável tem início na concordância geral

de que a cidade que conhecemos e habitamos hoje em dia causa um insustentável stress ambiental, está

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socialmente estratificada e funciona a um nível inferior ao ótimo, sendo esse funcionamento altamente

dispendioso” (Frey, 2001).

2.2.2 Cidades Sustentáveis

Para muitos especialistas, o conceito “cidade sustentável” encerra uma contradição irresolúvel, já que numa

cidade existem sistemas complexos que dependem de fatores externos e desta dinâmica criam-se as

condições para a existência de elevadas densidades populacionais, tornando-se para a humanidade o seu

habitat de eleição. Numa cidade encontramos empregos e serviços dos quais necessitamos e agregado a

estes dois fatores preponderantes origina-se um maior bem-estar económico e social (Ernest J. Yanarella,

1992). Daqui encontramos a contradição referida anteriormente pois inerente ao princípio da sustentabilidade,

está associado a capacidade de autossuficiência, implicando o consumo de energias e materiais assim como

a eliminação de resíduos dentro do mesmo espaço.

Se a humanidade adotou este habitat e no entanto ela apresenta-se com falhas devido à atual gestão,

teremos que mudar o paradigma desta. Um autor que reflete sobre esta problemática é Herbert Girardet que

considera que: “Uma cidade sustentável está organizada de modo a que todos os seus habitantes possam

satisfazer as necessidades básicas e aumentar o seu bem-estar sem danificar o mundo natural ou pôr em

risco as condições de vida de outros, agora e no futuro” (Girardet, 1999).

Pelo relatório Brundtland define-se as três principais dimensões de uma cidade: cultural, economia e

ambiente e destas dimensões gerais podemos avaliar as diversas vertentes que existem numa cidade, que

serão:

Figura 3 – Vertentes de uma Cidade Sustentável (Munhoz & Coelho, 2009).

De forma a se atender a esta problemática fora conceptualizada diversas abordagens de como projetar uma

cidade, sendo as mais distintas as seguintes:

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2.2.2.1 Cidades dispersas

O crescimento da cidade leva a alguma dispersão na ocupação dos espaços de alguma forma alimentados

pela facilidade do transporte rodoviário e/ou ferroviário. A maior facilidade de deslocações, inclusive a nível

individual, e de comunicação à distância permitiu o desenvolvimento radial, em torno do perímetro das

cidades e as áreas circundantes acabavam por se tornar por vezes em zonas exclusivamente de dormitórios,

dando em alguns casos origem ao crescimento designado em mancha de óleo (Hirt, 2007).

2.2.2.2 Cidades Compactas

Como alternativa à tendência das cidades dispersas, altamente consumidoras de recursos, foi desenvolvido o

conceito de cidade compacta, baseada na concentração e na multifuncionalidade no uso dos solos (em

oposição à separação de zonas). Os mesmos espaços podem ser utilizados para diferentes atividades, do

trabalho ao lazer, com implicações na diminuição da mobilidade, o sector mais sensível na questão ambiental

que, no caso da cidade compacta, pressupõe a tomada de medidas pela autarquia, através de uma melhor

rede de transportes públicos. Quanto à maior intensidade de ocupação das áreas já edificadas, depende de

políticas de reabilitação de edifícios (Hirt, 2007).

2.2.2.3 Soluções de equilíbrio

Recentemente, um outro modelo – short cycles city – defende que a cidade, além de compacta, deve ser

“verde”, uma vez que os espaços verdes aumentam as possibilidades de lazer e, por outro lado, influenciam o

microclima e reduzem os níveis de poluição. O modelo urbano ideal, o mais sustentável, está no entanto

longe de ser único, capaz de ser implementado em qualquer cidade. O território do futuro parte do princípio

de que a sustentabilidade é um processo que evolui e depende da alteração das condições sociais,

ambientais e económicas. Por isso mesmo, o modelo, por si só, é insuficiente – necessita de ser conjugado

com políticas de transportes, económicas, sociais e ambientais, e que tenham em conta a mudança de estilos

de vida (European Union Expert Group on the Urban Environment, 2004).

2.3 Comunidades

A partir das análises anteriores, pode-se dizer que o conceito de construção de sociedades e comunidades

sustentáveis é mais adequado que o de "desenvolvimento sustentável" na medida em que possibilita a cada

uma delas definir os seus padrões de produção e consumo, bem como o de bem-estar a partir da sua cultura,

do seu desenvolvimento histórico e do seu ambiente natural. Além disso, deixa-se de lado o padrão das

sociedades industrializadas, enfatizando-se a possibilidade da existência de uma diversidade de sociedades

sustentáveis, desde que pautadas pelos princípios básicos da sustentabilidade ecológica, económica, social e

política, anteriormente descritos (Diegues, 2003).

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No entanto, o termo comunidade geralmente refere-se a algo como uma pequena vila que partilha valores

comuns. Nas comunidades humanas existem crenças, recursos, preferências, necessidades, riscos, e uma

série de outras condições que podem estar presentes, afetando a identidade dos participantes e o seu grau

de coesão. O foco é a construção de um consenso através da comunicação e cooperação entre os diferentes

grupos de interesses presentes na comunidade e os grupos de interesse que se encontrem numa vizinhança

geográfica. Intensificar os sentimentos dos indivíduos e das organizações de valor, apego e ligação à

comunidade, por meio da participação pública é possível promover o sentido de comunidade, que é um

elemento fundamental de uma comunidade sustentável, além de um meio ambiente físico saudável.

Com o estabelecimento de uma comunidade o conceito de desenvolvimento económico comunitário fornece

um meio de abordar o desenvolvimento sustentável ao nível da comunidade por intermédio de um processo

pelo qual as comunidades podem iniciar e gerar soluções próprias para seus problemas económicos comuns

e, assim, construir a longo prazo a capacidade da comunidade e promover a integração dos objetivos

económicos, sociais e ambientais (Roseland, 2000).

A existência de uma coesão social presente numa comunidade permite uma maior coesão e sentimento de

pertença entre os moradores. Como tal, a coesão social ultrapassa o nível individual levando a uma

entreajuda de indivíduos para com os outros, funcionando como um bloco de construção para a coesão em

toda a sociedade. Uma visão otimista da coesão social sugere que atrai investimentos para impulsionar o

crescimento económico (Cheung & Leung, 2011).

2.4 Felicidade

Karl Marx apresenta o seguinte argumento: "Uma casa pode ser relativamente grande ou pequena, desde

que as casas vizinhas sejam igualmente pequenas ao ponto de satisfazem todas as exigências sociais de

uma habitação. Mas se um palácio se ergue junta à pequena casa, esta transforma-se numa cabana " (Lipset,

1960). Este simples argumento demonstra o quanto subjetivo a felicidade ou bem-estar são, variando

diretamente com a própria renda e inversamente com a renda dos outros. O aumento da renda de todos não

aumenta a felicidade de todos, porque o efeito positivo de maior renda no bem-estar subjetivo é compensado

pelo efeito negativo do nível de vida superior trazidas pelo crescimento da renda em geral (Easterlin,1995).

Ou seja, a felicidade existe quando existe alguma discrepância em termos de rendimentos produzindo

diversos status sociais. A explicação psicológica para tal efeito resulta na seguinte lógica: a maioria das

pessoas cujos rendimentos estão acima da média adquirem uma sensação de prazer pelo seu status relativo,

assim como a maioria das pessoas cujos rendimentos estão abaixo da média preferem uma sociedade com

alguma desigualdade, a fim de manter vivas as suas perspetivas - ou pelo menos, sonhos - de se tornarem

mais ricas aumentando o seu status social (Dean, 2007). Outros fatores que influenciam a felicidade de um

individuo estão amplamente relacionados com a comunidade em que este se insere como é o caso do

mercado de trabalho, a inflação e desemprego, os níveis de pobreza, as taxas de suicídio e de emigração,

crime e agitação social ou fatores intrínsecos à própria pessoa como o caso da saúde mental, a

produtividade, estabilidade familiar, tempo disponível para hobbies entre outros (Mookerjee & Beron, 2005). É

de notar que a felicidade sendo ela influenciada por tantos fatores como os anteriores, esta apresenta uma

curva em forma de U ao longo das idades (Blanchflower & Oswald, 2008) sendo idêntico tanto para homens

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como mulheres atingindo o mínimo na Europa para os homens com 44 anos de idade e para as mulheres

com 43 anos de idade (Blanchflower & Oswald, 2008).

Este tipo de dados introduzem o conceito de que crescimento económico não ocorre isoladamente seja cada

vez mais aceite, levando a que os economistas se foquem na procura da “felicidade económica” que se

baseia na quantificação de estudos referente a felicidade, qualidade de vida, estado social e todo o tipo de

conceitos que se encontrem relacionados com estes temas em conjunto com os conceitos de economia,

aliados à sociologia e psicologia (Luigino Bruni, 2007).

O modo de avaliação deste tipo de conceitos, usualmente passa pela utilização de questionários aliados com

dados globais como o caso de esperança média de vida, nível de educação. Assim surgem diversos

indicadores de forma a contabilizar esta nova abordagem tal como é o caso de:

Global Peace Index (GPI) – Índice Global da Paz

Happy Planet Index (HPI) – Índice de Felicidade do Planeta

Gross National Happiness (GNH) – Felicidade Nacional Bruta

Human Development Index (HDI) – Índice de Desenvolvimento Humano

2.4.1 Felicidade Nacional Bruta

Este conceito foi desenvolvido com o objetivo de criar um indicador que medisse de uma forma mais exata a

qualidade de vida tendo em linha de conta os fatores psicológicos e sociais de que uma sociedade é alvo

procurando assim contrariar o indicador económico usualmente utilizado (PIB – Produto Interno Bruto)

(Herman E. Daly, 2010).

A primeira vez que este conceito surge destacado internacionalmente, foi em 1972 pelo rei do Butão, Jigme

Singye Wangchuck, de forma a simbolizar o seu compromisso do desenvolvimento do país para com os

valores espirituais budistas implicando assim que para este indicador apenas existe desenvolvimento e

crescimento social quando houver um crescimento tanto a nível espiritual como económico (Center for Bhutan

Studies, 2012).

Assim, tal como o relatório – A Short Guide to Gross National Happiness Index – refere, este indicador tem

quatro pontos específicos através dos quais é possível estabelecer crescimento económico aliado aos ideais

budistas, são eles: o desenvolvimento sustentável, a preservação e promoção dos valores culturais, a

conservação e preservação dos ecossistemas naturais e o estabelecimento de boa governança (Center for

Bhutan Studies, 2012).

A aplicabilidade desde indicador surge exatamente nestes quatro pontos. Nenhum país necessita de abraçar

a ideologia budista de forma a ter a possibilidade de atingir estes quatro pontos. Cada vez mais se procura o

desenvolvimento sustentável assim como a preservação dos ecossistemas naturais, e ainda que este

indicador reflita alguma ideologia budista na forma como avalia, este foi criado apoiando-se em estudos

realizados no âmbito da felicidade e equilíbrio psicológico permitindo a sua utilização fora das suas fronteiras.

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Como principais críticas a este indicador encontramos o facto de que, estando este dependente de vários

itens que são subjetivos, existe a hipótese de os governos adotarem este índice segundo os seus interesses

impedindo a comparabilidade tal como o PIB o permite fazer (Diener et al , 1995).

2.4.2 Índice de Felicidade do Planeta

O índice de felicidade do planeta (Happy Planet Index – HPI) Representa um índice que avalia o impacte no

meio ambiente assim como a felicidade pessoal. Foi criado pelo NEF em 2006 com o objetivo de substituir o

PIB como indicador de desenvolvimento (NEF, 2009).

Este indicador criado em 2006 é desenvolvido através de princípios éticos de utilitarismo, ou seja as ações

tomadas deverão sempre beneficiar o máximo de pessoas envolvidas, isto implica por exemplo que a pegada

ecológica do país não deverá exceder os seus recursos naturais de forma a não prejudicar tanto os

ecossistemas como as gerações futuras (NEF, 2006).

É o primeiro índice a combinar o impacto ambiental com o bem-estar para medir a eficiência ambiental entre

países permitindo às pessoas viverem bem. Este índice não identifica qual o país com maior felicidade e sim

a eficiência relativa com que as nações convertem os seus recursos naturais permitindo à população uma

melhor qualidade de vida. Os países com melhor classificação são aqueles que demonstram que é possível

estabelecer bons níveis de qualidade de vida sem contudo exceder as suas pegadas ecológicas (NEF, 2009).

Com a realização deste índice é visível que a utilização de muitos recursos não se traduz numa boa

qualidade de vida, tal como países distintos atingem os mesmos valores no índice indicando que existem

diversos modos de desenvolvimento para boas performances ambientais.

Este índice propõe-se a substituir o PIB, no entanto é alvo de algumas críticas sendo elas o facto de que é

subjetivo uma vez que a qualidade de vida é um fator cultural. A outra crítica apontada é que ele é um

indicador de performance ambiental e não de qualidade de vida como o nome sugere (Goossens & Mäkipää,

2007).

2.4.3 Índice de Desenvolvimento Humano

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento sendo um órgão da ONU (Organização Nações

Unidas) apresenta-se com o objetivo de promover o desenvolvimento assim como eliminar a pobreza no

mundo. Este programa produz relatórios e estudos referentes à evolução do desenvolvimento sustentável nos

países. É neste programa que através dos relatórios gerados se utiliza o Índice de Desenvolvimento Humano.

O índice de desenvolvimento humano é uma medida utilizada pelas Nações Unidas e estabelece uma medida

de comparação entre países permitindo diferenciar quais os que são “Desenvolvidos”, “em Vias de

Desenvolvimento” e “Subdesenvolvidos”. Na identificação de qual os graus de desenvolvimento são utilizados

dados como a esperança média de vida, nível de educação médio, PIB, etc (Sloman, 2006).

Este índice surge pelas mãos do economista Mahbub ul Haq de nacionalidade paquistanesa no ano de 1990,

que procurava criar algo que permitisse demonstrar que o desenvolvimento da sociedade não deveria ser

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meramente um desenvolvimento económico. E assim em conjunto com o economista Amartya Sen

desenvolveram o que hoje se identifica como o Índice Desenvolvimento Humano (Human Development,

2012).

Estes economistas ao elaborarem o índice de desenvolvimento humano, procuraram estabelecer num único

item a complexidade das relações e dependências humanas, no entanto a escolha deles era que seria de

melhor compreensão e aceitação por parte das massas um resultado único que englobasse tudo em vez de

diversos resultados nas diversas áreas, uma vez que este índice incorpora três dimensões distintas.

Para o seu calculo contabiliza-se atualmente a esperança média de vida, o grau de educação e qual o PIB do

país. Recorrendo a fórmulas matemáticas empíricas onde estes valores são utilizados obtém-se um valor que

varia entre 0 – 1 indicando assim o grau de desenvolvimento do país em análise (Goossens & Mäkipää,

2007).

A principal crítica de que este índice é alvo revela-se pela dimensão ambiental e ecológica, que não é

contabilizada nas suas dimensões tornando este índice numa mera perspetiva de desempenho não se

traduzindo assim numa visão apoiada no desenvolvimento sustentável.

Outras críticas de que este índice é alvo são o facto de que ele não apresenta nenhuma ideia inovadora, uma

vez que as dimensões contabilizadas na elaboração deste índice já foram estudadas e tratadas em diversas

situações. É ainda apontado como incomparável dentro de determinadas gamas de países uma vez que este

avalia de forma distinta diferentes grupos de países, implicando apenas que as comparações só possam

surgir quando os países se encontrem dentro do mesmo grau de desenvolvimento (Goossens & Mäkipää,

2007).

2.4.4 Índice Global da Paz

Este índice foi elaborado pelo Instituto de Economia e Paz e procura na sua elaboração medir as regiões do

globo que se apresentam como mais pacíficas. Na elaboração deste índice são considerados fatores como os

níveis de violência e criminalidade, guerras em que os países estejam envolvidos assim como os fundos

destinados a ações militares e armamento.

Elaborado pelo Instituto de Economia e Paz e em conjunto com diversos peritos no campo da paz, este índice

utiliza na sua estimação vinte e três indicadores mais diversas áreas como a criminalidade, guerra,

armamento, tendo sido realizado pela primeira vez em Maio de 2007 (Institute For Economics and Peace,

2007).

O surgimento deste índice tinha por objetivo colocar o estabelecimento da paz como um foco importante na

sociedade levando as nações a uma procura e melhoria das suas relações políticas, visto que com a

elaboração anual deste índice foi possível constatar que as zonas com melhor classificação apresentam

também maiores rendimentos, melhores níveis de educação assim como menores níveis de corrupção.

Ainda que este índice seja utilizado por entidades importantes, como o Banco Mundial, especialistas referem

que este apresenta falhas a nível de indicadores como por exemplo na falta de contabilização de violência

(Eisler, 2007).

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Mas como principal falha apontada reside no facto de este índice contabilizar os gastos em armamento e

ações militares penalizando os países, não tendo em linha de conta os efeitos da dimensão dos países, ou

seja, um país como os Estados Unidos da América irá ter sempre um gasto em armamento e ações militares

muito superior ao do Luxemburgo. Isto implica que nesses indicadores o Luxemburgo terá sempre uma maior

classificação que os Estados Unidos da América.

2.5 Comunidades Sustentáveis

A sustentabilidade em sistemas vivos humanos baseia-se, em duas condições igualmente importantes: a

resiliência e sustentabilidade da natureza por um lado e a cultura do homem por outro (Berg & Nycander,

1997). E embora o conceito de sustentabilidade tenha sido adotado em termos de princípio, ainda existem

algumas questões que devem ser atendidas do ponto de vista prático. Uma delas será a questão da escala

geográfica adequada. Argumenta-se que o correto planeamento para a sustentabilidade perca eficiência

quando este seja dimensionado para grandes escalas (Kildow, 1992). Sob o conceito de "Pensar

globalmente, agir localmente e planear regionalmente”, a escala de um bairro ou comunidade, que contém

alguns elementos importantes para o desenvolvimento local, apresenta-se como uma de dimensão ideal. A

segunda questão na implementação do desenvolvimento sustentável é a necessidade de uma ferramenta

eficaz para ajudar a alcançar a meta. Uma vez que uma comunidade é um sistema complexo de pessoas e

meio ambiente tornando-se num ecossistema único, é necessário lidar com isso de uma forma abrangente e

sistemática (Chana & Huang, 2004).

Assim a forma que pretende responder a esta exigência será a criação de bairros ou comunidades

sustentáveis que se caracterizam em geral, por serem um agregado populacional relativamente pequeno com

a sua própria identidade. Eles são limitados a uma área geográfica específica e não apresentam as principais

vias de acesso na sua estrutura mas sim ligações a esta. Outras propriedades gerais e fundamentais são de

que seus habitantes são conhecidos por si criando uma consciência comum, constituindo assim fortes

recursos sociais que contribuem para a sensação de segurança e bem-estar de uma comunidade. Um grande

número de inter-relações de vizinhança, portanto, tendem a tornar-se fundamental para a sustentabilidade

social de qualquer bairro (Berg & Nycander, 1997).

Existindo um crescimento global por parte da população e dos desafios ecológicos, é de suma importância

que as comunidades se esforcem para atingir a "sustentabilidade" - a capacidade de responder às exigências

ambientais atuais, as necessidades econômicas e sociais sem reduzir a capacidade das gerações futuras de

satisfazer as suas necessidades e ainda que a definição de comunidade sustentável varie de acordo com o

interesse, as necessidades e cultura de diferentes comunidades, o seu foco principal acaba sempre por

assentar nas questões econômicas, ambientais e sociais. Reconhecendo isso, existe então algumas

abordagens interessantes merecedoras de serem mencionadas que revelam aplicações a diferentes escalas

espaciais.

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2.5.1 UniverCity

Univercity é uma comunidade sustentável que já foi alvo de diversos prémios, localizada no topo da

montanha de Burnaby - Canadá. O seu nome advém do facto de ser uma comunidade criada em função da

Universidade Simon Fraser durante a sua projeção. Os arquitetos responsáveis, Arthur Erickson e Geoff

Massey, desejavam criar uma universidade mas ao mesmo tempo uma comunidade tendo o local desejado

para o efeito o topo da montanha de Burnaby (Univercity, 2008).

Quando se concebeu este modelo teve-se então por objetivo criar uma "comunidade mais completa" no topo

da montanha, com uma variada gama de opções de alojamento, lojas, serviços e instalações, assim como

estabelecer um fundo de doações para apoiar o ensino e pesquisa na SFU (Univercity, 2008).

Em termos de sustentabilidade Univercity procura atingir a sustentabilidade de quatro maneiras em quadro

distintas áreas:

Ambiente – Preservar os recursos naturais de montanha de Burnaby e reduzir a pegada ecológica

dos edifícios, transportes e amenidades.

Equidade – Fornecer um lugar saudável, seguro e acessível para viver e trabalhar assim como

estabelecer um leque de opções de habitação que permita uma comunidade completa.

Educação – Melhorar a educação dos estudantes e alunos ao longo da vida para prepará-los para o

futuro da economia e dinamizar a vida universitária.

Economia – Gerar receita e incentivar a inovação nas empresas comerciais e sociais para envolver

todas as partes interessadas na comunidade.

De forma a garantir que estes princípios são atingidos, a gestão estabeleceu um Comitê Consultivo da

Comunidade (CAC). Este comitê de 12 membros tem uma sociedade diversificada, incluindo estudantes

pertencentes à universidade, residentes, pessoas responsáveis pelo planeamento municipal e representantes

de organizações não-governamentais, como BC Housing, Canada Mortgage Corporation and Housing e BC

SmartGrowth. Foi através da colaboração destes atores diferentes que uma Declaração de Visão

Comunidade foi formalmente adotada e do processo de projeto subsequente lançado (Univercity, 2008).

2.5.2 Dubuque, EUA

Em 2006, um plano para fazer Dubuque em Iowa, uma cidade mais sustentável tornou-se uma das

prioridades do presidente Roy D. Buol e do Concelho Municipal de Dubuque. Como resultado, uma estratégia

com o envolvimento da comunidade desde o início do processo foi implementada e através de um sistema de

gestão e uma implementação deste novo plano visando a sustentabilidade ao longo de todo o planeamento

foi possível compreender quais as principais preocupações da comunidade (Burbach, 2012).

Estes grupos então avaliam todos os anos onze princípios que definiram como prioritários – Economia Local,

Uso de Energia Inteligente, Gestão de Recursos, Integração Comunitária, Edifícios Verdes, Alimentação

Saudável Local, Criação Cultura na Comunidade, Mobilidade, Ar Não Poluído, Água Limpa e Potável,

Existência de Plantas e Animais Nativos – e que servem de orientação sobre quais as decisões que o plano

da cidade deve seguirão longo das revisões periódicas de cinco em cinco anos a que é sujeito (Burbach,

2012).

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Os líderes da comunidade Dubuque desenvolveram deste modo um plano incorporando multifacetados

programas municipais e de negócios e projetos de sustentabilidade regional demonstrando através da sua

aplicação de que:

Uma comunidade que procure um futuro mais sustentável necessita de uma forte liderança nos

setores público, privado assim como nas associações sem fins lucrativos. Esta liderança ajuda a garantir que

a visão da comunidade é incorporada no planeamento estratégico e na distribuição de orçamento.

A recolha de dados e a análise é essencial para a verificação do cumprimento dos objetivos

estabelecidos para a comunidade.

A utilização de tecnologia apenas se torna relevante se esta for integrada perante a comunidade

demonstrando que este modo de pensar representa a forma mais eficaz de estabelecer a longo prazo uma

mudança de comportamento sustentável em comunidades (Burbach, 2012).

2.5.3 Vauban

Situada no sul da Alemanha, junto da fronteira com a França, existe uma cidade chamada Freiburg, dentro

desta cidade criou-se um bairro com o nome de Vauban com o objetivo de ser uma das primeiras

comunidades sustentáveis. A sua projeção procurou ter em linha de conta as opiniões da comunidade no que

consideravam importante para se apresentar um modelo ambiental sustentável e promovesse um estilo de

vida eco-friendly (Vauban district, Freiburg, 2000).

Como uma das preocupações principais temos os sistemas de transportes levando a que se tenha criado um

esquema de “transporte-verde”, que promove-se a utilização dos transportes públicos tornando os carros

particulares desnecessários. Escolas, empresas e centros comerciais encontram-se localizados a uma curta

distância seja a pé ou deslocando-se numa bicicleta. Cada casa encontra-se também a uma curta distância

de uma estação de transportes públicos que fazem ligação com o centro da cidade de Freiburg aumentando a

mobilidade (Vauban district, Freiburg, 2000).

Na construção do bairro, foi também bastante preponderante as emissões de carbono e como tal foram

aplicadas diversas soluções deste a utilização de materiais produzidos localmente e sustentáveis, à fixação

de painéis solares e fotovoltaicos nos telhados das estruturas, foi também implementado um sistema de

recuperação de carbono recorrendo ao plantio de árvores, etc (Vauban district, Freiburg, 2000).

Para além de se procurar reduzir a pegada ecológica, Vauban pretende incentivar uma vida sustentável e

interação social dentro do bairro, para tal espaços semipúblicos foram estabelecidos, o espaço designado

como centro de bairro, tal como salas e jardins comunitários que visam a criar conexões e interações

(Vauban district, Freiburg, 2000).

2.5.4 Butão

O Butão é um reino situado nos Himalaias fazendo fronteira com a Índia a sul e este e com a China a norte e

oeste. Como sociedade apresenta-se como um país onde a sua economia essencialmente baseada na

agricultura, extração florestal e na venda de energia hidroelétrica para a Índia. A agricultura, essencialmente

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de subsistência, e a criação animal, são os meios de vida para 90% da população. É uma das menores e

menos desenvolvidas economias do mundo (Central Intelligence Agency, 2012).

No entanto a sua política de desenvolvimento apoia-se num indicador designado por Felicidade Nacional

Bruta contrariando o que é estipulado pelos economistas em que o desenvolvimento de um país deve

acontecer através de um desenvolvimento económico. Levando a que o Butão argumente o caso de forma

diferente tentando defender, dizendo que o crescimento material não conduz necessariamente à felicidade.

O falecido Druk Gyalpo Jigme Dorji Wangchuck expressou o seu ponto de vista sobre a meta do

desenvolvimento como tornar "o povo próspero e feliz." A importância da "prosperidade e felicidade" foi

destaque no discurso do rei por ocasião da admissão do Butão nas Nações Unidas, em 1971. Esta visão foi

mais elaborada pelo Quarto Druk Gyalpo Jigme Singye Wangchuck, que declarou nos primeiros anos do seu

reinado que "a política do nosso país é consolidar a nossa soberania para alcançar autossuficiência

económica, prosperidade e felicidade para o nosso país e as pessoas" (Bhutan, 2008).

Preocupado com os problemas que afligem os países que se focam apenas sobre o crescimento económico,

Druk Gyalpo Jigme Singye Wangchuck decidiu estabelecer que a prioridade da nação não é o PIB mas o que

designou por GNH (em Português Felicidade Nacional Bruta). Ele sugeriu que o progresso das nações deve

ser medido pelo GNH uma vez que os ricos não são sempre felizes, enquanto quem é feliz geralmente se

considera rico (Bhutan, 2008).

GNH tem permitido ao Butão expandir a sua rede de estradas e aumentar a sua cobertura florestal. Na

maioria dos outros países em desenvolvimento a chegada de estradas é inevitavelmente seguido pelo

desmatamento. O valor da política de turismo de baixo volume facilitou na geração de receita elevada, bem

como a promoção e preservação dos valores culturais e tradicionais (Center For Bhutan Studies, 2008).

Guiados pelo GNH, tem permitido ao Butão trilhar o caminho do desenvolvimento económico, mas não em

detrimento da felicidade do seu povo. Esta filosofia de desenvolvimento tem feito a vida dos butaneses

confortáveis. Butão tem usufruído de progresso económico que tinha complementado na preservação e

promoção dos quatro pilares da Felicidade Nacional Bruta. Assim, o Butão apresenta uma imensa cobertura

florestal e diversidade de flora e fauna, quando em outros lugares do planeta muitas espécies estão à beira

da extinção. Em uma época de globalização, os valores espirituais do Butão, culturais e tradicionais

continuam a influenciar a vida dos butaneses. O governo esforça-se para melhorar a autossuficiência e

reduzir o fosso entre ricos e pobres. Intensos esforços têm sido feitos para assegurar uma boa governação

sendo para ele é a principal fonte de progresso e felicidade (Kelly, 2012).

2.6 Da avaliação da Construção às Comunidades Sustentáveis

Então é natural a evolução dos sistemas de avaliação, que principalmente avaliavam apenas a construção de

uma estrutura procurem agora avaliar uma comunidade sustentável, integrando os conhecimentos

anteriormente aplicados nas construções, encontrando-se assim a justificação de o porque de certificar áreas

urbanas. O desenvolvimento urbano representa um negócio e a obtida certificação permite a obtenção de um

rótulo ecológico conferindo vantagem sobre a concorrência. Este tipo de avaliação permite a comparação de

municípios e das áreas urbanas e, suporta os processos de decisão (Tanguay, Rajaonson, Lefebvre, &

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Lanoie, 2010). O interesse para com os sistemas de certificação tem aumentado entre as autoridades

responsáveis e, especialmente, entre os investidores globais (Haapio, 2012).

O sistema LiderA tendo em conta esta nova preocupação, criou uma forma de avaliar a sustentabilidade de

determinada comunidade, assim como existem outros sistemas que procuram avaliar também a

sustentabilidade de comunidade seja de forma semelhante ao LiderA ou avaliando critérios diferentes

atingindo no entanto o mesmo objetivo final. Os principais sistemas de avaliação estrangeiros são então o

sistema Americano (LEED) e o sistema Britânico (BREEAM).

2.6.1 BREEAM

Building Research Establishment's Environmental Assessment Method – BREEAM foi a primeira ferramenta

de avaliação ambiental disponível comercialmente para edifícios, estabelecida no Reino Unido em 1990. As

Comunidades BREEAM baseiam-se na metodologia BREEAM estabelecida, focando-se na mitigação dos

impactes de projetos de desenvolvimento dentro do ambiente construído. Ele fornece uma oportunidade para

o projeto de mostrar os seus benefícios ambientais, sociais e económicos para a comunidade local na fase de

planeamento do processo de desenvolvimento (Haapio, 2012).

O BREEAM estabelece metas e objetivos de forma a instigar uma abordagem das melhores práticas

sustentáveis nas diversas etapas pelas quais um edifício é sujeito – projeto, construção e operação –

tornando-se assim como uma das metodologias de maior reconhecimento em termos de performance

ambiental para edificados (BREEAM, 2010).

Uma avaliação BREEAM utiliza medidas estandardizadas de desempenho, que são definidas em relação aos

parâmetros estabelecidos, para avaliar a tipologia de um edifício, o seu projeto, construção e uso. As medidas

utilizadas representam uma ampla gama de categorias e critérios de energia para a ecologia. Incluem

aspetos relacionados ao uso de energia e água, o ambiente interno (saúde e bem-estar), poluição, transporte,

materiais, resíduos, ecologia e processos de gestão (BREEAM, 2010).

Uma Certificação BREEAM é realizada por uma organização certificada para o efeito, utilizando auditores

especializados, em vários estágios de ciclo de vida dos edifícios. Este fornece a seus clientes garantias

como:

Reconhecimento no mercado de um impacte ambiental reduzido por parte do edifício,

Confiança de que uma prática ambiental é incorporado no edifício,

Visão para encontrar soluções inovadoras que minimizem o impacte ambiental,

Um sistema para ajudar a reduzir os custos operacionais, melhorar os ambientes de trabalho e de vida,

Um padrão que demonstra o progresso em direção empresarial e organizacionais objetivos ambientais.

2.6.1.1 Função do BREEAM

O BREEAM ao se focar nas questões ambientais e de sustentabilidade permite que os projetistas assim

como os gestores do edificado possam apresentar aos seus clientes uma certificação ambiental tornando-os

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mais competitivos, utilizando um sistema de pontuação simples, no entanto flexível e de fácil perceção,

acabando por influenciar de uma forma positiva todas as etapas do edificado (BREEAM, 2010).

2.6.1.2 Quem procura o BREEAM?

Uma certificação BREEAM permite espelhar diversas realidades em função do papel de quem as procura, por

exemplo (BREEAM, 2010):

Cliente, financiadores ou projetistas permite-lhes situar o desempenho ambiental e a sustentabilidade do

edifício no mercado de uma forma rápida e abrangente, aumentando a projeção deste face aos

concorrentes diretos.

Donos da propriedade utilizam esta certificação como instrumento de publicidade, demonstrando a

potenciais compradores os benefícios ambientais.

Arquitetos usam-no como um método para melhorar o desempenho de seus edifícios e sua própria

experiência e conhecimento dos aspetos ambientais da sustentabilidade.

Gestores encontram nele uma ferramenta para reduzir custos de funcionamento, medir e melhorar o

desempenho energético dos edifícios, capacitar pessoal, desenvolver planos de ação e monitorar o

desempenho.

2.6.1.3 Diferentes Tipologias do BREEAM

"De acordo com o nosso compromisso de sustentabilidade para com o ambiente e edificado, queremos

promover e influenciar as práticas de construção sustentável em todo o mundo, e procuramos envolver-nos

diretamente com as organizações dos países e ajudá-los a desenvolver o seu próprio método de avaliação

nacional de sustentabilidade." (BREEAM, 2010).

Como cada país apresenta a sua cultura própria criando assim uma identidade única, e ainda poderemos

considerar depois subculturas dentro do próprio país, surge assim uma necessidade de se criar uma

abordagem dinâmica e adaptável em relação ao edificado visado para certificação.

É importante também considerar a legislação vigente assim como o regime meteorológico ao qual o edificado

será sujeito e a utilização destes sistemas acabam por servir como força motriz impelindo a indústria de

construção civil local a procurar atingir metas superiores às exigidas pela legislação local.

2.6.1.4 BREEAM Communities

Uma comunidade BREEAM permite que se avalie, melhore, e se certifique de uma forma independente nas

diversas fases do projeto (BREEAM, 2010).

Como força motriz de melhoria da sustentabilidade do edificado alvo, existe agora um maior foco nas

comunidades procurando centralizar os espaços de que estas necessitam evitando assim grandes

deslocações por parte destas, desde o local de trabalho, educação, saúde e áreas de lazer (BREEAM, 2010).

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A necessidade de um desenvolvimento sustentável induz à criação de comunidades sustentáveis para que

estas possam aplicar as melhores políticas de sustentabilidade e gestão. Uma comunidade BREEAM

apresenta atualmente como alvo de avaliação oito categorias (BREEAM, 2010):

Alterações Climáticas e Energia - Inundações, Ilhas Térmicas, Eficiência na Utilização da Água,

Utilização de Energias Sustentáveis, Infraestrutura Local.

Comunidade – Criação de uma rede de acessos que envolva a comunidade, promova a participação

pública na tomada de decisões, criação de serviços públicos, e dinamize a economia local.

Arranjo Espacial - Uso eficiente da área habitacional, criação de espaços abertos, adaptabilidade às

necessidades da comunidade alvo.

Edifícios – Casas verdes ou certificadas com o BREEAM.

Transporte e Movimento - Política geral, transportes públicos, estacionamento, ciclovias e zonas

pedonais, gestão do tráfego.

Ecologia - Conservação, valorização da biologia local, área cultivada.

Recursos - Utilização adequada dos recursos da terra, impacte ambiental, reciclagem local, gestão de

recursos hídricos, evitar a compostagem, a poluição sonora, resíduos de construção,

Negócios – criação de empregos, oportunidades de negócios, competitividade de mercado, tipos de

negócios diferentes.

2.6.2 LEED

LEED representa um acrónimo em inglês para Leadership in Energy and Environmental Design, e representa

um certificado ambiental que indica que determinado edificado é um edifício ecológico e sustentável.

LEED para o desenvolvimento de comunidades integra os princípios do crescimento inteligente, urbanismo e

construção verde. Enfatizando o uso da terra e as considerações ambientais nos Estados Unidos, o sistema

de classificação foi desenvolvido pelo Green Building Council dos EUA (USGBC) para uso nacional. O

sistema piloto foi lançado em 2007, o sistema de classificação efetivo alguns anos mais tarde, em 2010.

A seleção local, design e elementos de construção trazendo edifícios e infraestrutura em conjunto em um

bairro, são enfatizados no LEED ND. Relacionando o bairro com a sua paisagem, bem como seu contexto

local e regional é importante (LEED, 2009).

O LEED promove a construção sustentável e práticas de desenvolvimento através de um conjunto de

sistemas de classificação que reconhece projetos que implementam estratégias para um melhor desempenho

ambiental. Os sistemas de classificação LEED são desenvolvidos através de um processo aberto e baseado

em consenso liderada por comités LEED (LEED, 2009).

O LEED apresenta-se como flexível o suficiente de forma a ser aplicado a todos os tipos de edifícios -

comerciais, bem como residenciais. Este sistema aplica-se durante todo o ciclo de construção - conceção e

construção, operações e manutenção, ocupação por parte do inquilino, e desmantelamento (LEED, 2009).

Existe ainda o LEED para o Desenvolvimento da Comunidade que estende os benefícios da LEED além da

construção para a envolvente que alberga a construção.

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2.6.2.1 Vertentes do LEED (LEED, 2009):

Área Sustentável

A escolha do local e desenvolvimento deste são importantes componentes da sustentabilidade

de um edifício. A classificação de uma área sustentável procura que o desenvolvimento ocorra

em áreas já por si alvo de algum desenvolvimento em vez de se construir em zonas virgens,

procura minimizar o impacte de um edifício sobre os ecossistemas envolventes; incentiva o

planeamento paisagístico adequado de acordo com o local onde se insere; escolhas de

transporte inteligentes, controles de escoamento de águas pluviais, e promove a redução de

erosão, poluição luminosa, ilhas térmicas e de poluição proveniente da construção.

Consumo Água

Os edifícios apresentam-se como os principais focos de consumo de água potável. O objetivo

desta categoria é o de incentivar uma utilização mais inteligente de água. Esta redução de

consumos de água é geralmente obtida através da utilização de aparelhos mais eficientes.

Energia

De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, os edifícios utilizam 39% da energia e

74% da eletricidade produzida a cada ano nos Estados Unidos. A categoria referente à energia

incentiva a adoção de varias estratégias visando o aumento do rendimento energético com o

menor consumo de energia possível, Seja com a utilização de aparelhos mais eficientes,

melhores sistemas de iluminação, o uso de fontes renováveis e caso tal não seja possível

obtenção de energia por fontes limpas, entre outras medidas inovadoras.

Recursos e Materiais

Durante ambas as etapas de construção e operação, os edifícios geram uma grande

quantidade de resíduos e incorrem na utilização de grandes quantidades de materiais e

recursos. A categoria Recursos e Materiais incentivam a seleção de uma forma sustentável

destes, ou seja, que os materiais selecionados sejam certificados para tal. Esta categoria

promove também a redução de resíduos gerados, assim como a reutilização e a reciclagem, e

dá especial atenção à redução de resíduos gerados na fonte.

Qualidade Ar Interior

A agência de proteção ambiental americana estima que os americanos passam cerca de 90%

do teu tempo útil em ambientes fechados onde a qualidade do ar pode ser inferior à exterior. A

categoria referente à Qualidade de Ar no Interior de edifícios promove estratégias que

melhoram o ar interior, assim como um melhor aproveitamento da luz natural e redução de

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interferências acústicas do exterior.

Arranjo Espacial

O sistema LEED para habitações reconhece grande parte do impacte de uma casa sobre o

meio ambiente é originado devido à localização espacial destas e a forma como se

interconecta com a comunidade envolvente. Esta categoria incentiva a construção em locais

previamente desenvolvidos evitando assim as zonas mais sensíveis evitando afetar os

ecossistemas envolventes. Aconselha também que para além de uma construção sustentável,

que se tenha em atenção a criação de zonas que promovam a atividade física, os designados

espaços abertos para atividades dos mais diversos tipos.

Consciencialização

O LEED aplicado a habitações considera que uma casa só é considerada sustentável, se as

pessoas que nela habitam aproveitarem os recursos ecológicos que nela existem. A categoria

de Consciencialização incentiva as construtoras e profissionais do sector imobiliário a incutir

aos proprietários, inquilinos e gestores de edifícios as boas práticas e ferramentas que

precisam para usufruírem ao máximo do seu edifício ecológico.

Inovação no Design

Esta categoria de Inovação no Design fornece pontos de bónus para projetos que utilizam

tecnologias inovadoras e estratégias para melhorar o desempenho de um edifício muito além

do que é exigido por outros créditos LEED, ou para os projetos que têm em consideração

ideias de sustentabilidade que não são contempladas em outras seções do LEED.

Prioridades regionais

US. Green Building Council entre outras entidades identificam os principais problemas

ambientais locais e os projetos que visem esses problemas recebem seis créditos extras. Um

projeto que obtenha um crédito de prioridade regional é premiado com um ponto extra,

podendo ainda receber outros tantos em função deste crédito. Até quatro pontos extras podem

ser obtidos desta maneira.

2.6.2.2 Certificação LEED

Uma certificação LEED garante, de uma forma imparcial, que um edifício ou comunidade foi projetado e

construído através de estratégias que visam atingir alto desempenho em cinco áreas-chave da saúde

humana e ambiental: o desenvolvimento local sustentável, gestão de água, eficiência energética, seleção de

materiais e qualidade de ar interior.

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A certificação ocorre através do Green Building Certification Institute, uma organização independente sem fins

lucrativos que foi criada em 2008 com o apoio do USGBC. GBCI possui um agregado de técnicos

especialistas nas normas ISO, sendo este um organismo de certificação internacional, de forma a assegurar a

coerência, capacidade e integridade do processo de certificação LEED (LEED, 2009).

Certificar segundo os parâmetros do LEED fornece aos proprietários e operadores as ferramentas de que

eles necessitam de forma a ter um impacte imediato e mensurável sobre o desempenho dos seus edifícios.

Existem benefícios ambientais e financeiros com uma certificação LEED.

Edifícios com este selo de certificação são projetados de forma a (LEED, 2009):

Reduzirem os custos operacionais e aumentar valor patrimonial

Reduzir os resíduos enviados para aterros

Conservar o consumo de energia e água

Mais saudável e seguro para os ocupantes

Reduzir as emissões de gases efeito estufa

Permitem a redução de impostos, subsídios e outros incentivos de loteamento em centenas de cidades

2.6.3 LiderA

2.6.3.1 Origem

O LiderA é a designação de um sistema de avaliação de sustentabilidade da construção de níveis de

desempenho ambiental ajustados à realidade Portuguesa. O sistema resulta dos trabalhos de investigação,

consultoria e projetos sobre sustentabilidade na construção e ambientes construídos, efetuados desde 2000,

que levaram à publicação em 2005 da primeira versão e em 2007 às primeiras certificações (LiderA, 2005).

Este sistema procura:

A apoiar o desenvolvimento de planos e projetos que procurem a sustentabilidade

Avaliar e posicionar o seu desempenho na fase de conceção, obra e operação, quanto à procura da

sustentabilidade

Suportar a gestão na fase de construção e operação

Atribuir a certificação por marca registada, através de verificação por uma avaliação independente

Servir como instrumento de mercado distintivo para os empreendimentos e clientes que valorizem a

sustentabilidade.

2.6.3.2 Princípios do LiderA

Desde o seu início, o empreendimento pode adotar uma Política ambiental, a qual deve ser adequada ao

empreendimento e às especificidades ambientais, considerando princípios para a procura da

sustentabilidade.

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Desde Março de 2009 encontra-se disponível a versão 2.0 do sistema LiderA (para consensualização com os

parceiros), que permite ser aplicada a diferentes escalas, desde o edifício aos ambientes construídos e

comunidades sustentáveis.

A versão 2.0, é destinada não só a edifícios, mas também para espaços exteriores, zonas mais alargadas,

incluindo quarteirões, bairros e empreendimentos de várias escalas. A procura da sustentabilidade é

efetuada, segundo o LiderA, através das seguintes seis vertentes, assumindo os seguintes princípios:

1 - Valorizar a dinâmica local e promover uma adequada integração;

2 - Fomentar a eficiência no uso dos recursos;

3 - Reduzir o impacte das cargas (quer em valor, quer em toxicidade);

4 - Assegurar a qualidade do ambiente, focada no conforto ambiental;

5 - Fomentar as vivências socioeconómicas sustentáveis;

6 - Assegurar a melhor utilização sustentável dos ambientes construídos, através da gestão ambiental e

da inovação.

As seis vertentes subdividem-se em vinte e duas áreas na área do edificado:

Integração local, no que diz respeito ao Solo, aos Ecossistemas naturais e à Paisagem e Património;

Recursos, abrangendo a Energia, a Água, os Materiais e a Produção Alimentar;

Cargas ambientais, envolvendo os Efluentes, as Emissões Atmosféricas, os Resíduos, o Ruído Exterior

e a Poluição Ilumino-térmica;

Conforto Ambiental, nas áreas da Qualidade do Ar, do Conforto Térmico e da Iluminação e Acústica;

Vivência socioeconómica, que integra o Acesso para todos, a Diversidade Económica, as Amenidades e

a Interação Social, a Participação e Controlo e os Custos no ciclo de vida;

Uso sustentável, que integra a Gestão Ambiental e a Inovação.

Na área das comunidades o serviço invés de conforto é portanto a procura de bem estar e de felicidade, que

é o conceito que se aborda no âmbito desta dissertação.

2.7 Reduzida abordagem ao bem estar social

Os exemplos anteriores são apenas alguns dos exemplos do que são atualmente as abordagens de

avaliação e aplicação do conceito de comunidades sustentáveis e cada comunidade adota diferentes

medidas face à sua realidade, no entanto existem sempre três fatores que são comuns no estabelecimento

de uma comunidade sustentável a procura de uma boa dimensão ambiental, boa dimensão económica e

social.

Na dimensão ambiental a comunidade tem múltiplas opções muitas vezes na perspectiva de reduzir os seus

impactes ou otimizar a sua pegada ecológica, ou seja melhorar a sua performance ambiental. Na dimensão

económica na procura de desenvolvimento económico, emprego local entre outros.

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A terceira dimensão centra na componente social e na própria vivência na comunidade e de que forma se

integra os habitantes na evolução da comunidade, ou seja de que forma os habitantes se encontram

satisfeitos e propensos a realizar assim como a sugerir mudanças na sua comunidade que visem atingir

níveis de desempenho ambiental superiores.

Embora do ponto de vista estatístico a componente social tem sido tratado quando se procura abordagens da

perspectiva de bem estar e felicidade estas são substancialmente mais reduzidas e serão por isso o foco da

dissertação e dos capítulos seguintes.

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31

3 Métodos de Avaliação de Felicidade

3.1 Diferentes tipologias

Múltiplas são as formas de classificar e avaliar a felicidade, obtendo-se resultados de diferentes perspetivas

tal como a utilização do mesmo método de avaliação para duas comunidades distintas ou mesmo avaliar a

mesma comunidade em diferentes espaços temporais poderá resultar em resultados idênticos ou muito

díspares. Estas diferenças devem-se ao facto de que o que realiza uma pessoa é mutável com o tempo e

espaço, assim como o que realiza individuo A não será obrigatoriamente o que realiza individuo B.

Neste capítulo aborda-se a forma como os principais indicadores de felicidade são calculados, quais os dados

utilizados por cada um assim como quais os parâmetros que cada um destes indicadores possa utilizar.

3.1.1 Índice de Desenvolvimento Humano

O índice de desenvolvimento humano não representa um indicador imediato de felicidade ou satisfação, no

entanto como anteriormente foi referido apresenta por base focar o desenvolvimento económico em políticas

centradas no ser humano invés de políticas meramente focadas no aumento do produto interno bruto.

Como forma de cálculo, este índice sofreu uma transformação no seu método de cálculo em 2010 tendo

mantido este formato até à presente data. Neste novo formato o HDI recorre a quatro indicadores distintos

(Human Development, 2012):

Esperança de Vida à Nascença (EVN) – World Population Prospects 1950–2050: The 2008 Revision, a

fonte oficial de estimativas e projeções de população da ONU (Department of Economic and Social

Affairs United Nations, 2009). São preparadas de dois em dois anos pela Divisão de População do

Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (DAESNU) a partir de dados dos

sistemas nacionais de registo vital, de recenseamentos de população e de inquéritos.

Média de Anos de Escolaridade (MAE) – Na ausência de dados sobre a média de anos de

escolaridade do Instituto de Estatística da UNESCO, recorre-se a estimativas propostas por (Barro &

Lee, 2010) que são baseadas nos recenseamentos de população e em dados de inquéritos às famílias

compilados pela UNESCO, pelo Eurostat e por outras fontes, para obtenção de padrões de referência

em matéria de sucesso escolar por género e grupo etário.

Ano de Escolaridade Esperados (AEE) – Este indicador utiliza os dados sobre os anos de

escolaridade esperados provenientes do Instituto de Estatística da Organização Educativa, Científica e

Cultural das Nações Unidas (UNESCO). As estimativas baseiam-se nas matrículas por idade em todos

os níveis de educação e na população em idade de frequentar o ensino oficial para todos os níveis de

educação por idade.

Rendimento Nacional Bruto per capita (RNBpc) – Os dados sobre o rendimento nacional bruto per

capita utilizados provêm da base de dados de Indicadores de Desenvolvimento Mundial do Banco

Mundial, e estes dados devem de ser convertidos em termos de paridade de poder de compra (PPC) de

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forma eliminar diferenças nos níveis nacionais de preços, permitindo assim uma melhor comparação

entre os padrões de vida de diferentes países.

Em termos de cálculos, o IDH recorre à amostra de dados dos países que avalia e verifica quais os valores

máximos e mínimos para cada um dos indicadores anteriormente referidos e uma vez estabelecidos estes

máximos e mínimos, a dimensão de cada indicador é estabelecida pela seguinte expressão geral:

Equação 1 – Dimensão dos Indicadores Índice Desenvolvimento Humano (Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento, 2010).

O único ajuste realizado para o cálculo do IDH resulta na utilização de algo que se designa por Índice de

Educação, traduzindo-se este ajuste na utilização da média geométrica entre os índices de Anos de

Escolaridade Esperados e da Média de Anos de Escolaridade, resultando em termos práticos na seguinte

tabela de fórmulas:

Tabela 2 – Métodos de Calculo Índice Desenvolvimento Humano (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2010).

Índice Fórmula de Cálculo

Índice Esperança de Vida à Nascença

Índice da Média de Anos de Escolaridade

Índice de Anos de Escolaridade Esperados

Índice de Educação √( )

Índice de Rendimento ( ) ( )

( ) ( )

Índice de Desenvolvimento Humano √( )

3.1.2 Índice Planeta Feliz

O Índice Planeta Feliz é uma nova medida de progresso que se centra no que importa: bem-estar sustentável

para todos. Este índice procura avaliar qual a prestação dos países em termos de apoio e desenvolvimento

permitindo aos seus habitantes usufruir de uma boa qualidade de vida, assegurando que outros possam fazer

o mesmo no futuro. E como tal, a forma encontrada por este índice para responder às suas expectativas

assenta na utilização de três indicadores distintos (NEF, 2009):

Esperança Média de Vida (EMV) – os dados utilizados provêm do relatório de 2011 de

Desenvolvimento Humano elaborado pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.

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Felicidade (F) – para este indicador, recorre-se à utilização de inquéritos presentes na Gallup World

Poll, sendo para o efeito de avaliação consideradas amostras de um mínimo de mil inquiridos para cada

um dos cento e cinquenta e um países que este índice avalia.

Pegada Ecológica (PE) – para este indicador, os dados provêm do relatório Global Footprint Networks

National Footprint de 2011.

Tendo estes três indicadores, eles correlacionam-se entre si recorrendo à seguinte equação (NEF, 2009):

(( ) )

Equação 2 – Happy Planet Index

Onde:

O aparecimento destas constantes deve-se à necessidade de padronizar os resultados obtidos de tal modo

que a pontuação de cem, ou seja, o resultado máximo seja atingido para uma esperança média de vida de

oitenta e cinco anos, um valor médio de dez para os questionários de felicidade e uma pegada ecológica de

1.78 g-há per capita.

3.1.3 Felicidade nacional Bruta

Este índice, como já referido anteriormente procura avaliar o desenvolvimento de uma sociedade

considerando que apenas poderá existir crescimento económico quando este estiver aliado a uma procura de

felicidade e realização pessoal. Assim este índice recorre a diversos indicadores, mais concretamente 33

indicadores distribuídos pelas suas 9 áreas de avaliação (Center for Bhutan Studies, 2012).

A avaliação propriamente dita decorre utilizando um inquérito de felicidade que aborda estas 9 áreas de

avaliação, sendo elas (Center For Bhutan Studies, 2008):

Estabilidade Psicológica – Avalia o grau de estabilidade psicológica na vida individual de cada pessoa.

Os indicadores utilizados avaliam a autoestima e consciência de si próprio, os níveis de stress, as

atividades espirituais, prevalência de emoções positivas e negativas.

Saúde – Mede a eficácia das políticas da saúde, utilizando para tal critérios como a autoavaliação a nível

de saúde, invalidez, comportamentos de risco, horas despendidas em exercício, níveis de descanso para

o sono, nutrição.

Uso do Tempo – O uso do tempo é um dos fatores mais importantes na qualidade de vida,

especialmente o tempo dedicado ao lazer ou para o convívio e socialização com a família e amigos. Uma

gestão equilibrada do tempo é avaliada considerando o tempo gasto no trânsito, no trabalho, nas

atividades educacionais, etc.

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Vitalidade Comunitária – Foca os relacionamentos e interações nas comunidades. Avalia os níveis de

confiança, o sentimento de pertença, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e

na comunidade, participação em ações de voluntariado.

Educação – Avalia diversos fatores, como a participação em educação, o desenvolvimento de novas

competências e capacidades, participação na educação dos filhos, educação de valores, educação

ambiental.

Cultura – Avalia as tradições locais, festivais, participação em eventos culturais, oportunidades de

desenvolver capacidades artísticas, e discriminação por motivos de raça, religião ou sexo.

Meio Ambiente – Mede a perceção dos cidadãos quanto à qualidade de sua água, ar, solo, cobertura

florestal, biodiversidade, etc. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de gestão de

resíduos, etc.

Governança – Avalia a forma como população vê o seu governo, a comunicação social, o sistema

judiciário, o sistema eleitoral e a polícia, em termos de responsabilidade, honestidade e transparência.

Avalia também qual o nível de participação dos cidadãos nas decisões da comunidade e os processos

políticos.

Padrão de vida – Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, o nível de endividamento

das famílias, a segurança do emprego, a qualidade da habitação, etc.

Como forma de avaliar os questionários, as perguntas são pontuadas entre 1-4 sendo 4 o valor máximo e 1 o

valor mínimo, sendo que o limiar de aceitável corresponde à soma de cada uma das secções considerando

como respostas 3. Desta forma os resultados de cada questionário é comparado com este limiar aferindo

desta forma quão distante se encontram deste limiar (Center For Bhutan Studies, 2008).

3.2 Pontos fortes e fracos das abordagens

Todas estas abordagens se apresentam como formas de medir a felicidade e no entanto a utilização delas

envolve a aceitação de algumas limitações de forma a recolher a informação desejada, seja a nível de

indicadores utilizados ou em formas de cálculo.

Recorrendo a uma análise SWOT podemos facilmente identificar as vantagens e desvantagens de cada um

dos métodos.

3.2.1 Índice de Desenvolvimento Humano

Strenghts – A metodologia do IDH reconhece a importância da dimensão económica, integrando em si

informações complementares com os dados do PIB. Este índice é promovido através do principal

relatório anual do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. A sua forma de 'classificação' é

uma ferramenta que se apresenta de fácil compreensão pelo público. Os dados para o cálculo do IDH

encontram-se amplamente disponíveis permitindo desta forma o calculado para uma ampla gama de

regiões e países semelhantes originando resultados comparáveis entre os diferentes países. A utilização

deste indicador aumentou significativamente a consciência para o conceito de "desenvolvimento

humano" (Bagolin, 2004).

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Weaknesses – Não abrange os aspetos ecológicos de sustentabilidade, assim como não considera

adequadamente outros aspetos do desenvolvimento humano, por exemplo, questões políticas e civis. A

fiabilidade dos dados para os países em desenvolvimento, muitas vezes apresentam-se incompletos

sendo necessário estimá-los (Bagolin, 2004).

Opportunities – O índice corresponde com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, e uma

vez que foi criado pelo Programa das Nações Unidas com o intuito de fomentar a discussão sobre o

desenvolvimento humano nos países em desenvolvimento, o IDH poderá ganhar maior relevância

quando utilizado nas negociações dentro das Nações Unidas (Bagolin, 2004).

Threats – Devido à não contabilização dos aspetos ambientais, o IDH não poderá substituir as outras

medidas de desenvolvimento sustentável. a sua função recai então como um indicador composto que

atrai a atenção do público para um problema generalizado, respondendo mais especificamente aos

desafios europeus e agendas políticas (Bagolin, 2004).

3.2.2 Índice de Felicidade do Planeta

Strenghts – Combina bem-estar e os aspetos ambientais com desenvolvimento económico. A forma de

cálculo deste índice é simples e de fácil compreensão. Os indicadores utilizados "Pegada Ecológica" e

"Esperança de Vida" podem ser aplicados a diferentes países permitindo comparabilidade de resultados

(NEF, 2009).

Weaknesses – A relevância política de medir a "felicidade" pode ser debatida uma vez que o impacto

das ações políticas sobre a felicidade é complexa assim como muitos outros fatores contribuem, alguns

fora do raio de ação das ações políticas. Esta realidade limita a utilidade da felicidade como uma medida

para avaliar as medidas de política. O nome atribuído a este índice induz a que este avalie a felicidade

apenas no entanto devido aos seus indicadores representa mais um índice de performance ambiental

(Layard, 2011).

Opportunities – Este índice pode-se tornar num instrumento para medir o progresso sobre a Estratégia

Europeia de Desenvolvimento Sustentável, uma vez que integra os objetivos de "melhoria da qualidade

de vida" e o desafio de "gerir e utilizar os recursos de forma eficiente” (Schepelmann, Goossens, &

Makipaa, 2010).

Threats – a adoção deste índice iria implicar que os indicadores da esperança média de vida, felicidade

e pegada ecológica teriam que ser escolhidos de forma a serem compatíveis com os Indicadores de

Desenvolvimento Sustentáveis utilizados (Schepelmann, Goossens, & Makipaa, 2010).

3.2.3 Felicidade nacional Bruta

Strenghts – Este indicador foca-se em quatro áreas: desenvolvimento socioeconómico equitativo e

sustentável, conservação do meio ambiente, preservação da cultura e da boa governação invés de

avaliar meramente o desenvolvimento económico como é o caso do Produto Interno Bruto (Center for

Bhutan Studies, 2012).

Weaknesses – A utilização dos indicadores para avaliar este índice poderão ser subjetivos e de difícil

obtenção para os diversos países. O que se refere anteriormente sobre o índice de felicidade do planeta

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(Happy Planet Index) poderá ser visto como uma fraqueza para este índice em relação à relevância

política de medir a "felicidade" (Layard, 2011).

Opportunities – A felicidade não é vista como uma responsabilidade puramente individual, a felicidade

coletiva deve ser dirigida diretamente por meio de políticas públicas em que a felicidade se torna um

critério explícito em projetos e programas de desenvolvimento. A realização de estudos para incorporar

indicadores que permitam avaliar nível de vida, a saúde, a educação, o estado dos ecossistemas

(diversidade e resiliência), vitalidade comunitária, uso do tempo livre e rácio entre tempo trabalho/lazer,

vitalidade e diversidade cultural, bem-estar emocional (depressão, doença psiquiátrica, alcoolismo, etc) e

boa governação. A incorporação destes novos indicadores aumenta a complexidade deste indicador

(Center for Bhutan Studies, 2012).

Threats – A dificuldade de encontrar dados para todos os indicadores utilizados na avaliação deste

índice assim como a subjetividade de alguns deles torna difícil a aceitação deste índice como substituto

real do Produto Interno Bruto (Schepelmann, Goossens, & Makipaa, 2010).

Estes principais indicadores procuram aliar o desenvolvimento à procura da satisfação da comunidade e

demonstrar que os dois acontecem em paralelo. Entre as abordagens relevantes encontram-se os estudos e

inquéritos realizados pelo NEF, principalmente os estudos relacionados com o índice de felicidade do planeta

(Happy Planet Index) assim como os referentes á felicidade nacional bruta (Gross National Happiness), que

serão a base da abordagem proposta no seguinte capítulo, abrangendo os seguintes pontos:

Satisfação Individual

Satisfação Comunitária

Identidade e Cultura

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4 Avaliação do Bem-estar Social

Como anteriormente já foi referido, a forma de estimar o índice de satisfação social de uma comunidade

recorre a uma ferramenta de trabalho que é a realização de inquéritos.

4.1 Avaliação por Inquérito

A criação deste inquérito teve por base os estudos e inquéritos realizados pelo NEF, principalmente os

estudos relacionados com o HPI.

As perguntas que se encontram estabelecidas no inquérito do índice satisfação social, são perguntas que

avaliam de que forma a população se sente dentro da comunidade em que está inserida, se existe confiança

no próximo, se as pessoas se sentem estimuladas a participar ativamente dentro da sociedade assim como a

perceção destas face aos órgãos de gestão, de que forma é que estes contribuem para uma melhor

integração das pessoas dentro da comunidade.

O inquérito em si é constituído por quadro itens distintos:

Caracterização Geral

Satisfação Individual

Satisfação Comunitária

Identidade e Cultura

A separação nestes quatro itens, permite à unidade gestora da comunidade ter uma perceção de quais as

áreas onde a comunidade se encontrará menos satisfeita podendo assim direcionar melhor os seus órgãos

de gestão.1

4.1.1 Caracterização geral

Na caracterização geral apenas se procura saber em traços gerais quem é o inquirido, ou seja, sexo, faixa

etária, habilitações literárias, tipo de profissão, zona de residência e se tem o hábito de usufruir de espaços

de lazer.

A importância desta caracterização será pelo facto de que os gostos e interesses femininos são geralmente

diferentes dos gostos masculinos e o mesmo se pode afirmas referentemente às faixas etárias. É de

consenso geral que os jovens desejam viver a vida apressadamente ao passo que pessoas mais velhas

apresentam mais calma nas suas decisões, isto influencia portanto os gostos e os desejos de cada um,

podendo ainda demonstrar se existe algum tipo de estratificação na sociedade em questão.

1 A consulta deste inquérito na íntegra poderá ser feita no Anexo 1.

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As restantes perguntas deste item permitem demonstrar se o inquirido exerce a profissão na zona avaliada ou

não, podendo esta resposta quando negativa ser um indício de que algo de errado está a acontecer no sector

do emprego dentro da comunidade.

De forma análoga se interpreta as respostas face à área de residência, pois um inquirido que não resida na

comunidade e no entanto exerça lá a sua profissão, pode ser um indicio de que as áreas habitacionais não

são suficientes ou então que as condições destas não serão as melhores, ou ainda que as condições de

compra não sejam favoráveis.

Referentemente às áreas de lazer, a não utilização destas poderá ser devido a diversos fatores deste o

simples facto de que o inquirido não gostar dos espaços de lazer existentes, a localização de tais áreas, a

degradação das mesmas ou até mesmo a inexistência destas.

Contudo neste primeiro item do inquérito não ocorre nenhuma avaliação e sim uma perceção da realidade

sendo que as interrogações levantadas anteriormente serão respondidas nos itens seguintes.

4.1.2 Satisfação Individual

No segundo item deste inquérito – satisfação individual – procura-se avaliar qual o grau de satisfação do

individuo nas áreas da sua vida quotidiana que lhe são mais próximas, ou seja, as questões são dirigidas

para a própria pessoa ao contrário do que se passa no item de Satisfação Comunitária onde se foca a relação

entre o individuo e a comunidade.

As perguntas propriamente ditas, incidem sobre aspetos como a sua habitação e a vizinhança desta, o seu

emprego, a sua família e saúde, assim como a sua própria perceção de sentimentos positivos e negativos.

Nesta secção encontramos perguntas sobre o agregado familiar, a habitação onde o inquirido reside e a sua

vizinhança. Este bloco de perguntas encontra-se relacionado entre si, por exemplo, uma resposta mais

negativa referentemente ao grau de satisfação com a sua habitação poderá significar que não gosta dela por

motivos de degradação, ou localização desta e possível degradação da envolvente, não ser adequada para

com o seu agregado familiar ou simplesmente o individuo não gosta da sua habitação pela vizinhança que o

rodeia. No entanto também tais situações poderão não estar relacionadas, pois é possível gostar-se da

habitação onde reside e no entanto não se apreciar a vizinhança ou o contrário.

Seguidamente encontram-se perguntas que forçam a uma introspeção por parte do inquirido, na sua

perceção de níveis de saúde assim como a manifestação ou sensação de sentimentos positivos e negativos,

sensação de pressão e de insegurança. Isto porque uma pessoa com boa saúde usualmente sentira mais

sentimentos positivos e raramente terá a perceção de sentimentos negativos. Ainda neste grupo de perguntas

existe a criação de respostas abertas dando ao inquirido a possibilidade de especificar qual a origem destes

sentimentos negativos, assim como a sensação de insegurança ou pressão podendo a gestão mediante as

respostas obtidas atuar em concordância conforme as possibilidades.

Finalmente o ultimo bloco de perguntas deste item incidem sobre o emprego do inquirido e a capacidade

deste de usufruir de espaços de lazer, uma vez que não gostando do emprego praticado a produtividade

deste irá baixar, podendo induzir a um maior numero de horas de trabalho para completar as tarefas

reduzindo assim a quantidade de horas livres podendo desta forma explicar-se a não utilização dos espaços

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de lazer ou a presença de mais sentimentos negativos e/ou sensações de pressão. Este raciocínio não será

tão linear assim uma vez que o inquirido poderá não utilizar os espaços de lazer apenas por opção própria e

não devido a uma condicionante do emprego.

4.1.3 Satisfação Comunitária

Este terceiro item avalia a interação entre o inquirido e a comunidade envolvente e tal como no item 2

também neste item encontramos na primeira pergunta a nossa pergunta de controlo.

Seguidamente as restantes perguntas são perguntas de ações para com a comunidade, desde o grau de

participação em ações de voluntariado assim como nas iniciativas próprias de realização de eventos ou

atividades, qual se considera a abertura da comunidade para tais atos uma vez que uma pessoa que não se

sinta integrada na comunidade não deverá achar que a comunidade seja aberta a receber as suas ideias ou

mesmo que tal pessoa participe em muitas ações de voluntariado.

No bloco seguinte de perguntas, encontramos como fator comum a entidade gestora, sendo esta a

responsável pela boa gestão e manutenção da comunidade, permite-se desta forma ao inquirido avaliar a sua

gestão e contribuir com opiniões onde ela possa melhorar.

Avalia-se por parte do inquirido a sua satisfação para com o grau de educação da comunidade assim como

qual a sua satisfação da atuação da entidade gestora para esse grau de satisfação, no sentido de se existe

um maior ou menor envolvimento desta dentro da educação da comunidade.

Outro ponto de avaliação será o emprego, uma vez que este possibilita uma maior dinâmica económica e

consequentemente um aumento na capacidade de desenvolvimento da comunidade. Assim uma comunidade

sustentável deverá ser capaz de responder a potenciais pressões nesta área, seja por desemprego em geral,

assim como falta de técnicos especializados. Assim avalia-se com este inquérito qual a satisfação do

inquirido para com a capacidade de resposta da comunidade para combater o desemprego assim como qual

a sua satisfação para com a entidade gestora no combate ao desemprego.

Finalmente neste item as três últimas perguntas, adquirem um cariz pessoal onde os inquiridos podem

contribuir com opiniões e/ou oportunidades de melhoria em termos ambientais, económicos e sociais, nesta

secção a entidade gestora fica com a perceção em que áreas é que a população se sente mais incomodada.

Estamos a falar da capacidade da população expressar-se de uma forma mais direta para com a entidade

gestora, indicando-lhes explicitamente o que consideram que seria uma melhoria na sua comunidade

deixando depois face a todas as recomendações quais as que seriam viáveis de realizar em função dos

recursos disponíveis.

4.1.4 Identidade e Cultura

No último item do inquérito existe a preocupação de que forma as pessoas se encontram integradas na

comunidade ou alienadas desta, uma vez que as perguntas referem-se sobre a capacidade da comunidade

se expressar na língua materna do inquirido ou o inquirido se conseguir expressar na língua materna da

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40

comunidade. O mesmo se avalia em termos de crenças e comemorações festivas tanto por parte do inquirido

para com a comunidade como da comunidade para com o inquirido.

Este tipo de perguntas poderá não ter grande representação junto da população nativa da comunidade, no

entanto vivemos num mundo cada vez mais global e a imigração é uma realidade e seja junto desta parcela

da população que esta secção do questionário terá uma maior relevância.

4.2 Amostra

A amostra considerada deverá primeiramente ser representativa da comunidade em questão e como tal, o

facto de se trabalhar com uma amostra e não com a população total, incorremos naquilo que se designa por

erro da amostra ou seja, irá existir uma margem de erro face à utilização da população.

Assim deve-se saber qual o valor da amostra necessária de forma a garantir a representatividade da mesma.

Em função desta problemática existem diversos métodos de cálculo em função dos conhecimentos prévios

que se tenham da população.

Quando tal acontece a dimensão da amostra poderá ser obtida recorrendo à seguinte equação:

Equação 3 – Cálculo do tamanho da amostra (Ross, 2004).

Sendo que:

Tamanho da amostra

⁄ Valor crítico correspondente ao grau de confiança desejado

Desvio Padrão

Erro associado

No entanto a utilização desta equação para estimar a dimensão da amostra desejada requer que se conheça

qual o desvio padrão da população face à variável em estudo, neste caso em concreto qual o desvio padrão

da população em termos de satisfação social.

Uma vez que este tipo de informação não é conhecido existe a necessidade de calcular a dimensão da

amostra recorrendo a outros recursos. Uma das possíveis soluções será na utilização da seguinte equação:

Equação 4 – Cálculo do tamanho da amostra (Ross, 2004).

Sendo que:

Tamanho da amostra

⁄ Valor crítico correspondente ao grau de confiança desejado

Proporção de indivíduos que contêm a característica analisada

Proporção de indivíduos que não contêm a característica analisada.

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41

Erro associado

Tabela 3 – Valores críticos associados a determinados grau de confiança

Grau de Confiança Valor Crítico ⁄

90% 1.645

95% 1.96

99% 2.575

Na ausência de conhecimento dos valores de e assume-se igualdade dentro da população, ou seja, cada

variável assume o valor 0.5.

Como forma de relacionar os diversos aspetos que caracterizam a satisfação de uma pessoa com fatores

como o caso da idade, género sexual, nível de ensino, etc. recorre-se à utilização do teste do Qui-Quadrado

que se carateriza por ser um teste de hipóteses que se destina a encontrar um valor da dispersão para duas

variáveis nominais, avaliando a associação existente entre variáveis qualitativas. É um teste não paramétrico,

ou seja, não depende dos parâmetros populacionais, como acontece com a média ou a variância.

O Qui-quadrado mede a probabilidade de as diferenças encontradas nos dois grupos da amostra serem

devidas ao acaso, partindo do pressuposto que, na verdade, não há diferenças entre esses grupos na

população donde provêm. Se a probabilidade for alta pode-se concluir que não há diferenças estatisticamente

significativas. Se a probabilidade for baixa (particularmente menor que 5%) pode-se concluir que um grupo é

diferente do outro grupo, quanto à característica estudada, e de forma estatisticamente significativa.

O seu método de cálculo recorre à seguinte fórmula:

∑( )

Equação 5 – Cálculo Qui-Quadrado (Ross, 2004).

Sendo que:

Frequência esperada

Frequência observada

Após a obtenção do valor de qui-quadrado e dos graus de liberdade das variáveis analisadas pode-se

recorrer a uma tabela de forma a determinar qual o intervalo de confiança.

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42

Figura 4 – Tabela Qui-Quadrado (Ross, 2004).

Em termos de tratamento aplicado sobre a amostra, houve a necessidade de uniformizar as respostas obtidas

sobre o tipo de emprego desempenhado, um exemplo disso terá sido a situação entre “Logista”, “logista”,

“Lojista” e “lojista” representando para o software SPSS quatro variáveis quando na realidade estamos

apenas perante uma.

Em relação aos grupos avaliados houve um agrupamento a nível de ensino entre ensino Básico, Secundário

e Superior, compreendendo no ensino Básico a escolaridade até ao nono ano de escolaridade. O ensino

Secundário abrange os anos de escolaridade entre o décimo e o décimo segundo ano de escolaridade assim

como os cursos profissionais e finalmente o Ensino Superior corresponde a licenciados ou superior.

Outro grupo avaliado consistiu na verificação de que forma a existência de emprego influenciaria a satisfação

das pessoas, levando a um agrupamento da amostra. Para efeitos consideraram-se os grupos

desempregados, empregados e reformados. No caso dos inquiridos cuja resposta à sua profissão a resposta

tenha sido estudante, considerou-se que se a idade do inquirido fosse inferior a 20 anos este seria

empregado, caso contrário considera-se desempregado.

A mesma avaliação decorreu em termos dos diversos tipos de empregos levando a um agrupamento igual ao

anteriormente referido para a categoria de desempregados, no entanto para os empregos considerou-se

como principais áreas de trabalho comércio, saúde, engenharia, gestão, informática, estudante, técnico e

prestação de serviços.

Colocando os dados no SPSS e efetuando um teste de qui-quadrado para estas variáveis obtemos os

seguintes resultados:

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Tabela 4 – Exemplo de Resultados recorrendo ao software SPSS

Qual o seu grau de satisfação perante a

sua vida? Total

2 3 4 5

Indique o seu

sexo:

Feminino

Count 8 22 75 6 111

% within Indique o seu sexo: 7,2% 19,8% 67,6% 5,4% 100,0%

% within Qual o seu grau de

safisfação perante a sua vida? 80,0% 40,7% 40,1% 46,2% 42,0%

% of Total 3,0% 8,3% 28,4% 2,3% 42,0%

Masculino

Count 2 32 112 7 153

% within Indique o seu sexo: 1,3% 20,9% 73,2% 4,6% 100,0%

% within Qual o seu grau de

safisfação perante a sua vida? 20,0% 59,3% 59,9% 53,8% 58,0%

% of Total 0,8% 12,1% 42,4% 2,7% 58,0%

Total

Count 10 54 187 13 264

% within Indique o seu sexo: 3,8% 20,5% 70,8% 4,9% 100,0%

% within Qual o seu grau de

safisfação perante a sua vida? 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

% of Total 3,8% 20,5% 70,8% 4,9% 100,0%

Tabela 5 – Exemplo de Resultados recorrendo ao software SPSS

Value Degree

freedom

Asymp. Sig. (2-

sided)

Pearson Chi-Square 6,328a 3 ,097

Likelihood Ratio 6,454 3 ,092

N of Valid Cases 264

4.3 Classificação

4.3.1 Escalas para interligar ao sistema de avaliação

A avaliação dos dados fornecidos por estes inquéritos irá decorrer face aos critérios estabelecidos no LiderA,

de acordo com o seu sistema de classificação. Para a sua classificação o LiderA estabelece seis vertentes

que são alvo de avaliação, sendo que dentro de cada uma destas vertentes encontramos os critérios que

permitem obter as classificações, demonstrando assim qual a sua performance.

Todos os critérios avaliados ao longo destas seis vertentes procuram, como já anteriormente revisto avaliar a

performance ambiental e servir de orientação para boas práticas ambientais. Estes são classificados em

diversas classes variando desde a A++ até à G (LiderA, 2005):

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44

Figura 5 – Classes Sistema LiderA

Referentemente às classes, ou níveis de desempenho temos as seguintes classificações:

E, classe que indica um valor de desempenho igual à da prática usual ou de referência (existem também

as classes F e G, classes essas que significam que o desempenho é pior que a prática);

D, classe que indica uma melhoria de 12,5% face à prática (ou valor de referência);

C, classe que indica uma melhoria de 25% face à prática (ou valor de referência);

B, classe que indica uma melhoria de 37,5% face à prática (ou valor de referência);

A, classe que indica uma melhoria de 50% face à prática (ou valor de referência);

A+, classe que indica uma melhoria de 75% face à prática (ou valor de referência) representando, no

fundo, um fator 4;

A++, classe que indica uma melhoria de 90% face à prática (ou valor de referência) representando, no

fundo, um fator 10;

Assim a obtenção do nível de desempenho no LiderA, passa pela verificação dos diversos critérios presentes

nas várias vertentes sendo que para a classificação final cada uma destas vertentes apresentará um peso

percentual variável consoante a magnitude da escala. Referentemente aos critérios em que os níveis de

desempenho dependam de mais que uma unidade de medida, para obtenção da classe do LiderA considera-

se sempre o pior valor obtido.

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45

Figura 6 –Sistema LiderA Figura 7 –Sistema LiderA v2

A diferença entre o sistema LiderA e a sua versão 2 será então por hipótese a inclusão desta nova vertente

designada por Bem-estar Social através da substituição da vertente “Estrutura Funcional” pela “Bem-estar

Social” onde se avalia o grau de satisfação global da população servida, tanto a nível individual assim como

na sua integração com a sua envolvente. Em relação aos critérios avaliados na Estrutura Funcional estes

serão integrados nas vertentes Integração Local e Recursos.

4.3.2 Avaliação Proposta para o Bem-estar Social

Para avaliar qual o nível de desempenho da comunidade em termos de Bem-Estar Social, esta deverá

respeitar os seguintes critérios em conjunto com a realização do inquérito referente ao índice de satisfação

social presente no Anexo 1. A avaliação dos resultados obtidos no inquérito será sempre recorrendo a uma

média para os principais componentes como anteriormente já referidos sendo estes a satisfação individual,

satisfação comunitária e identidade e cultura.

4.3.2.1 Satisfação Individual

A avaliação por parte da satisfação individual será em função apenas dos resultados provenientes do

questionário, estando cada classe diferenciada por uma gama de valores. Para os níveis de desempenho

mais elevados poderem ser atingidos existe ainda um subconjunto que deverá atingir também ele uma gama

de valores que corresponderá aos pontos chaves daquilo que realiza um individuo, ou seja, a sua saúde, o

seu trabalho, o seu tempo para lazer, a sua habitação e o seu agregado familiar (Easterlin, 2006).

Este subconjunto é constituído pelas questões que avaliam especificamente a satisfação do individuo nas

cinco áreas chaves sendo estas as seguintes questões presentes no inquérito (10 – Considerando apenas o

seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação; 12 - Indique qual o seu grau de satisfação em

relação à sua habitação; 15 - Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde; 23 - Em relação à sua principal

14%

32%

12% 15%

19% 8%

Vertentes LiderA

IntegraçãoLocalRecursos

CargasAmbientaisEstruturaFuncionalVivência SócioEconómicaUsoSustentável

12%

33%

11% 13%

23% 8%

Vertentes LiderA v2

IntegraçãoLocal

Recursos

CargasAmbientais

Bem EstarSocial

Vivência SócioEconómica

GestãoAmbiental

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ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação; 26 - Em relação aos espaços de lazer, sente-se

satisfeito com o seu estado), adquirindo cinco graus de complexidade em função dos níveis de desempenho:

Subconjunto 1 (Saúde): Questão 15

Subconjunto 2 (Saúde, Agregado Familiar): Questão 10, 15

Subconjunto 3 (Saúde, Agregado Familiar, Habitação): Questão 10, 12, 15

Subconjunto 4 (Saúde, Agregado Familiar, Habitação, Emprego): Questão 10, 12, 15, 23

Subconjunto 5 (Saúde, Agregado Familiar, Habitação, Emprego, Lazer): Questão 10, 12, 15, 23, 26

4.3.2.2 Satisfação Comunitária

Em termos de satisfação comunitária os níveis de desempenho obtidos dependem de dois fatores. O

resultado obtido através do questionário para a secção correspondente à satisfação comunitária e o número

de créditos obtidos em termos de intervenções face aos grupos de risco ou eventos que mobilizem a

socialização dentro da comunidade avaliada.

Os principais aspetos a considerar na satisfação comunitária resulta dos grupos de indivíduos existentes

numa comunidade, ou seja, o foco irá ser na criação de medidas que visem os grupos mais frágeis de uma

comunidade permitindo a estes uma maior integração para com a sociedade que os rodeia. A população que

se considera mais frágil dentro de uma comunidade são as pessoas idosas, que representam 19% da

população Portuguesa das quais 29% são dependentes (Instituto Nacional de Estatística, 2011) assim como

os jovens que representam 14.9% da população Portuguesa dos quais 23% são dependentes (Instituto

Nacional de Estatística, 2011) e os sem-abrigo/toxicodependentes que representam entre 0.29% - 0.50% da

população Portuguesa (European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addition, 2011).

A atribuição do número de créditos a cada um dos critérios avaliado deve-se à representatividade de cada

grupo de acordo com os dados estatísticos face à população portuguesa estabelecendo-se assim uma escala

repartida em quatro itens sendo que o valor máximo atribuído acontece quando se abrange acima de 75%

desta população critica.

Os principais aspetos a considerar na satisfação comunitária serão aspetos que incentivem a socialização

entre os residentes criando assim uma maior coesão social dentro da comunidade assim como a divulgação

adotada para tal efeito. Outro aspeto considerado será a resolução da problemática dos animais

abandonados numa sociedade. Em relação aos eventos teve por base o facto de o ano se repartir em doze

meses gerando uma média de um evento por mês. O mesmo se aplica ao número de eventos propostos e

realizados pelos residentes.

População Idosa Crítica:

Estabelece-se a definição de População Idosa Critica aquela que não apresente sustentabilidade financeira,

ou se encontre isolado dos focos habitacionais.

1. Implementação de um serviço que vise a distribuição de refeições à população idosa com dificuldades

financeiras.

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2. Implementação de um serviço que vise a distribuição de refeições à população idosa com dificuldades

financeiras que esteja isolada dos centros urbanos.

A atribuição de créditos para estes dois critérios de avaliação ocorrerá de acordo com as seguintes

sugestões. Refira-se que estas (bem como as anteriores) propostas são apresentadas como uma primeira

reflexão, sendo por isso um juízo de valor, com o carácter subjetivo que daqui decorre. A sugestão de

classificação poderia ser:

Critério 1:

1. [0 – 25%[ da população idosa abrangida - 1 Crédito

2. [25 – 50%[ da população idosa abrangida - 2 Créditos

3. [50 – 75%[ da população idosa abrangida - 3 Créditos

4. [75% – 100%[ da população idosa abrangida - 4 Créditos

Critério 2:

5. ]0 – 25%[ da população idosa abrangida - 1 Crédito

6. [25 – 50%[ da população idosa abrangida - 2 Créditos

7. [50 – 75%[ da população idosa abrangida - 3 Créditos

8. [75% – 100%[ da população idosa abrangida - 4 Créditos

Criar junto dos centros demográficos onde a população seja maioritariamente idosa estruturas que

permitam combater a solidão, desde pequenos jardins que permitam jogos recreativos a grupos

desportivos:

1. ]0 – 25%[ da população idosa abrangida - 1 Crédito

2. [25 – 50%[ da população idosa abrangida - 2 Créditos

3. [50 – 75%[ da população idosa abrangida - 3 Créditos

4. [75% – 100%[ da população idosa abrangida - 4 Créditos

Criar mecanismos que permitam a inserção de pessoas idosas na comunidade, aproveitando as experiências

de vida destes, procurando assim manter uma vida ativa. 1 Crédito

Jovens em Risco:

Criar estruturas onde os jovens mais desfavorecidos possam adquirir novas competências assim como locais

de estudo e trabalho que de outra forma não teriam acesso. Os jovens considerados para estas condições

deverão pertencer a uma faixa etária entre os 12 e 17 anos de idade.

1. ]0 – 25%[ da população jovem carenciada abrangida - 1 Crédito

2. [25 – 50%[ da população jovem carenciada abrangida - 2 Créditos

3. [50 – 75%[ da população jovem carenciada abrangida - 3 Créditos

4. [75% – 100%[ da população jovem carenciada abrangida - 4 Créditos

Sem-Abrigo/Toxicodependentes:

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48

Criar estruturas onde este grupo de pessoas possa usufruir de cuidados mínimos de saúde e/ou

desempenhar papeis onde sejam uteis dentro da comunidade.

1. ]0 – 50%[ desta população usufrui de cuidados mínimos de saúde - 1 Crédito

2. [50 – 100%[ desta população usufrui de cuidados mínimos de saúde - 2 Créditos

3. ]0 – 50%[ desta população está integrada na comunidade - 1 Créditos

4. [50% – 100%[ desta população está integrada na comunidade - 2 Créditos

Criação de eventos por parte da gestão:

A gestão realiza eventos que visam a integração e o convívio dos membros desta.

1. [1 – 3[ Eventos por ano. 1 Crédito

2. [3 – 6[ Eventos por ano. 2 Créditos

3. [6 – 9[ Eventos por ano. 3 Créditos

4. [10 – 12] Eventos por ano. 4 Créditos

Criação de eventos por parte da comunidade:

A gestão autoriza e colabora na realização de eventos propostos pela comunidade, que visam a integração e

o convívio dos membros desta.

1. [1 – 3[ Eventos por ano. 1 Crédito

2. [3 – 6[ Eventos por ano. 2 Créditos

3. [6 – 9[ Eventos por ano. 3 Créditos

4. [10 – 12] Eventos por ano. 4 Créditos

Divulgação:

Qual o método de divulgação por parte da gestão para com os eventos realizados e as intervenções dentro

da comunidade.

1. Fixação de folhetos informativos junto das juntas de freguesia explicando quais os eventos e

intervenções que serão realizados. 1 Crédito.

2. Fixação de folhetos informativos junto das paragens dos transportes públicos ou pracetas de táxis

explicando quais os eventos e intervenções que serão realizados. 1 Crédito.

3. Fixação de folhetos informativos junto das escolas básicas e secundárias explicando quais os eventos

e intervenções que serão realizados. 1 Crédito.

4. Fixação na página web da gestão explicando quais os eventos e intervenções que serão realizados. 1

Crédito.

5. Criação de uma Newsletter distribuída via correio para os residentes da comunidade explicando todo

o tipo de intervenções e eventos que serão realizados. 1 Crédito.

6. Criação de uma Newsletter distribuída via correio eletrónico para os residentes da comunidade

explicando todo o tipo de intervenções e eventos que serão realizados. 1 Crédito.

Este tipo de divulgação deverá apresentar uma sazonalidade mensal no mínimo. A atribuição dos créditos

neste critério será acumulativa.

Animais

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A gestão dispõe de canis municipais de acordo com a legislação vigente tais que estes se classificam como:

1. Canil de dimensão pequena. 1 Crédito

2. Canil de dimensão média. 2 Créditos

3. Canil de dimensão grande. 3 Créditos

4. Dois ou mais canis de dimensão grande. 4 Créditos

A gestão dispõe de abrigos para os animais abandonados excluindo os canis municipais, onde a população

integrante da comunidade tem a possibilidade de realizar voluntariado ao cuidado dos animais de tal forma

que estes permitem, as dimensão consideradas serão as mesmas que as aplicadas aos canis:

1. Abrigo para os animais de dimensão pequena. 1 Crédito

2. Abrigo para os animais de dimensão média. 2 Créditos

3. Abrigo para os animais de dimensão grande. 3 Créditos

4. Dois ou mais abrigos para os animais de dimensão grande. 4 Créditos

4.3.2.3 Identidade e Cultura

Os principais aspetos a considerar na identidade e cultura serão a abertura e a aceitação da comunidade

para com a população imigrante ou as minorias que estão sempre presentes numa comunidade desde a

capacidade de se dialogar na sua língua e/ou comemorar as suas datas festivas ou crenças religiosas.

A atribuição dos créditos para as datas festivas será de forma igual à organização de eventos, uma média de

uma data por mês por forma a demonstrar à comunidade as ideologias e comemorações por parte destes

grupos. Em termos de crenças religiosas os pesos atribuídos devem-se ao facto de existirem cinco grandes

crenças religiosas – Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Budismo e Hinduísmo.

A avaliação por parte da componente religiosa surge pela forte presença que esta tem na vida humana e na

forma como esta influência a sua satisfação, já que numa comunidade que tem uma religião de Estado-

regulamentado ou patrocinado apresenta níveis mais baixos de religiosidade devido ao fato de que há pouca

ou nenhuma competição entre as igrejas, e, portanto, nenhum incentivo para oferecer um melhor serviço

religioso às congregações. As pessoas estão mais propensas a participar em atividades religiosas nas

comunidades com maior pluralismo religioso, uma vez que a competição entre as religiões, promove uma

melhor prestação de serviços. Às pessoas que são dadas a oportunidade de escolher religiões e igrejas são

consideradas mais feliz devido à liberdade de escolha e ao serviço de qualidade superior prestado.

(Mookerjee & Beron, Gender, religion and happiness, 2005).

Em termos de integração uma comunidade diversificada será aquela que conseguir comunicar em diversas

línguas daí que se avalie também esse fator sendo que se designa por uma cultura com representatividade

quando esta corresponda a 10% da população total da comunidade.

Como critérios avaliados serão alvo os seguintes:

Crenças Religiosas

A gestão deverá apresentar na comunidade estruturas para as crenças religiosas com maior

representatividade permitindo assim que os membros integrantes possam praticar as suas crenças religiosas:

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50

1. A gestão apresenta uma estrutura para este fim. 1 Crédito

2. A gestão apresenta duas estruturas para este fim. 2 Créditos

3. A gestão apresenta três estruturas para este fim. 3 Créditos

4. A gestão apresenta quatro ou mais estruturas para este fim. 4 Créditos

Os créditos apenas deverão ser contabilizados quando existirem dentro da comunidade diferentes crenças

religiosas com representatividade significativa. Caso contrário atribuem-se os créditos máximos.

Datas comemorativas

A gestão deverá, dentro do seu calendário festivo, incluir datas festivas comemoradas oriundas dos seus

países de origem e/ou das suas crenças religiosas. Este tipo de ações apenas deverá ocorrer quando tais

populações apresentarem alguma representatividade na comunidade, se esta situação não se verificar

deverão ser atribuídos os créditos máximos.

A gestão integra no seu calendário:

1. [0 – 3[ Eventos por ano. 1 Crédito

2. [3 – 6[ Eventos por ano. 2 Créditos

3. [6 – 9[ Eventos por ano. 3 Créditos

4. [10 – 12[ Eventos por ano. 4 Créditos

Integração

Nas escolas que abrangem o primeiro, segundo e terceiro ciclo existente na comunidade, deverá realizar-se

no seu calendário escolar de semanas culturais onde se ilustrem as diferentes culturas presentes na

comunidade de forma a sensibilizar as crianças.

1. Realização de semanas culturais representando as culturas com maior representatividade na

comunidade. 1 Crédito.

2. Realização de semanas culturais onde se representa todas as culturas presentes na comunidade. 2

Créditos.

Nas escolas que abrangem o primeiro, segundo e terceiro ciclo, existe como disciplinas extra curriculares a

aprendizagem de línguas.

1. Aprendizagem de línguas nativas das culturas com maior representatividade na comunidade.

1 Crédito.

2. Aprendizagem de línguas nativas de todas as culturas presentes na comunidade. 2 Créditos.

3. Aprendizagem para os imigrantes da língua nativa da comunidade em que estão inseridos.

3 Créditos.

Nas juntas de freguesias dentro da comunidade existe a possibilidade de aprendizagem tanto da língua nativa

da comunidade como das línguas nativas das minorias.

1. Aprendizagem de línguas nativas das culturas com maior representatividade na comunidade. 1

Crédito.

2. Aprendizagem de línguas nativas de todas as culturas presentes na comunidade. 2 Créditos.

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51

3. Aprendizagem para os imigrantes da língua nativa da comunidade em que estão inseridos. 3

Créditos.

Os terceiros itens destes critérios deverão ser contabilizados de uma forma isolada, ou seja, dever-se-á

verificar a existência ou não dos itens 1 e 2 e atribuir os créditos de acordo com a sua verificação e

posteriormente verificar o item 3.

4.3.3 Níveis de Desempenho

Como foi referido anteriormente a classificação obtida nos níveis de desempenho sugeridos depende da

prestação ao longo dos diversos critérios assim como qual a média geométrica obtida, traduzindo-se assim

na classe correspondente.

Assim, nesta dissertação, como primeira reflexão utiliza-se uma escala mais reduzida que a escala factorial

do LiderA dado o carácter experimental e preliminar desta abordagem.

Assim, sugere-se a seguinte tabela como forma proposta de atribuir o nível de desempenho para a vertente

de Bem-estar Social:

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52

Tabela 6 – Níveis de desempenho Sugeridos

Critério A++ A+ A B C D E F G

Satisfação Individual

Inquérito:

[4,5 – 5]

[Saúde, Agregado Familiar,

Habitação, Emprego, Lazer]:

[3,5 – 4[

Inquérito:

[4 – 4,5[

[Saúde, Agregado Familiar,

Habitação, Emprego]:

[3,5 – 4[

Inquérito:

[3,5 – 4[

[Saúde, Agregado

Familiar, Habitação]:

[3,5 – 4[

Inquérito:

[3,5 – 4[

[Saúde, Agregado Familiar,

Habitação]:

[3 – 3.5[

Inquérito:

[3 – 3,5[

[Saúde, Agregado

Familiar,

Habitação]:

[3 – 3.5[

Inquérito:

[3 – 3,5[

[Saúde, Agregado

Familiar]:

[3 – 3.5[

Inquérito:

[3 – 3,5[

[Saúde]:

[3 – 3.5[

Inquérito:

[1,5 – 3[

Inquérito:

[0 – 1,5[

Satisfação Comunitária

Inquérito:

[4,5 – 5]

Créditos Obtidos:

[36 – 43]

Inquérito:

[4,5 – 5]

Créditos Obtidos:

[30 – 35]

Inquérito:

[3,5 – 4,5[

Créditos Obtidos:

[24 – 29]

Inquérito:

[3,5 – 4,5[

Créditos Obtidos:

[18 – 23]

Inquérito:

[3 – 3,5[

Créditos Obtidos:

[12 – 17]

Inquérito:

[3 – 3,5[

Créditos Obtidos:

[6 – 11]

Inquérito:

[3 – 3,5[

Créditos Obtidos:

[0 – 5]

Inquérito:

[1,5 – 3]

Inquérito:

[0 – 1,5[

Identidade e Cultura

Inquérito

[4,5 – 5]

Créditos Obtidos:

[18 – 20]

Inquérito

[4,5 – 5]

Créditos Obtidos:

[16 – 17]

Verificando-se ambos os itens 3 na

secção da linguagem

Inquérito

[3,5 – 4,5[

Créditos Obtidos:

[16 – 17]

Inquérito:

[3,5 – 4,5[

Créditos Obtidos:

[12 – 15]

Verificando-se o item 3 da linguagem

para as juntas freguesias

Inquérito:

[3 – 3,5[

Créditos Obtidos:

[8 – 11]

Inquérito:

[3 – 3,5[

Créditos Obtidos:

[4 – 7]

Inquérito:

[3 – 3,5[

Créditos Obtidos:

[0 – 3]

Inquérito:

[1,5 – 3[

Inquérito:

[0 – 1,5[

Saúde: Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde

Saúde, Agregado Familiar: Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde; Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação

Saúde, Agregado Familiar, Habitação: Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde; Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação; Indique qual o seu grau de satisfação em relação à sua habitação

Saúde, Agregado Familiar, Habitação, Emprego: Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde; Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação; Indique qual o seu grau de satisfação em relação à sua

habitação; Em relação à sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação

Saúde, Agregado Familiar, Habitação, Emprego, Lazer: Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde; Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação; Indique qual o seu grau de satisfação em relação à

sua habitação; Em relação à sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação; Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado.

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53

5 Casos de Estudo

Neste capítulo apresenta-se e aplica-se a metodologia como teste os dois casos de estudo propostos. Como

anteriormente referido no capítulo 1.3 as duas populações são distintas a nível de localização geográfica,

uma vez que se trata de uma freguesia de Oeiras e do concelho do Barreiro.

As implicações da utilização destas duas amostragens serão no tipo de respostas obtidas, uma vez que

Barcarena apenas representa uma freguesia de Oeiras e portanto a sua dimensão é muito inferior à

dimensão do Barreiro onde se considera todo o concelho. Como tal os resultados obtidos no caso de

Barcarena serão muito “locais” enquanto no Barreiro este tipo de resultados será referente ao concelho. O

que se pretende demonstrar é que este método é válido para diferentes dimensões cabendo depois à

entidade gestora decidir como melhor agir na melhoria das condições sociais.

Será ainda realizado uma análise para as duas populações, em função do género permitindo percecionar

qual o distanciamento face à população global assim como uma separação por idades para os principais

grupos de uma população procurando assim demonstrar em que fase da vida as pessoas serão mais felizes -

quando estão no limiar de sua vida adulta, na meia-idade quando as famílias estão estabilizadas e muitos

estão perto do pico de suas carreiras profissionais, ou nos anos da reforma (Easterlin, 2006).

5.1 Barcarena – Oeiras

Como região de povoamento Barcarena é muito antiga, provavelmente uma das mais antigas ocupações

territoriais da Península Ibérica. Como freguesia, Barcarena adquire esse estatuto em 1785, pertencendo ao

Concelho de Belas em 1855, quando o concelho é extinto nesta data. Entre 26 de Setembro de 1895 e 13 de

Janeiro de 1898 Barcarena esteve ligada ao concelho de Sintra passando nesse mesmo ano a fazer parte

integrante do concelho de Oeiras, no qual se encontra integrada até aos dias de hoje. (Junta Freguesia de

Barcarena)

Barcarena viu desenvolveram-se múltiplas atividades económicas, centradas na agricultura, na pastorícia e

criação de gado, na pesca que se fazia na foz da ribeira e no estuário do Tejo, e ainda na indústria e no

comércio tendo obtido o seu apogeu com a criação da fabrica da pólvora de Barcarena em 1540 tendo esta

estado em funcionamento até 1940, posteriormente foi adquirida pela câmara municipal de Oeiras em 1995

transformando-a no Museu da Pólvora Negra (Junta Freguesia de Barcarena).

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54

Figura 8 – Concelho de Oeiras

Tabela 7 – Nº Habitantes nas freguesias de Oeiras (Instituto

Nacional de Estatística, 2011).

Freguesia Pop. Residente

(hab)

Porto Salvo 15 157

Barcarena 13 861

Carnaxide 25 911

Queijas 10 377

Oeiras e S. Julião da

Barra 33 827

Paço de Arcos 15 315

Caxias 9 007

Cruz Quebrada Dafundo 6 393

Linda-a-Velha 19 999

Algés 22 273

O município que íntegra situa-se na margem direita do estuário do Tejo e é limitado a norte pelos municípios

de Sintra e Amadora, a leste por Lisboa, a oeste por Cascais e a sul tem costa na zona da foz do rio Tejo.

Como características gerais, Barcarena apresenta-se a cerca de 6 km da sede de concelho e apresenta uma

área de 9 km2 traduzindo-se numa densidade populacional de 1540 habitantes por km

2. Em termos de

envolvimento e gestão ambiental a freguesia de Barcarena não apresenta nenhuma medida própria, no

entanto o concelho de Oeiras apresenta-se com diversas medidas de sensibilização ambiental. O número de

inquéritos efectuados foram de 132 para a população de Barcarena (sendo a sua distribuição detalhada no

anexo 2).

5.2 Barreiro

O Barreiro nasce como uma aldeia ribeirinha que remonta aos séculos XIII – XIV dedicando-se principalmente

a extração do sal assim como pesca. Devido à sua posição estratégica, na época dos descobrimentos no

Vale do Zebro existiam os fornos que produziam os biscoitos que abasteciam as naus com destino à Índia tal

como as margens do rio Coina, em Feitoria da Telha, encontrávamos o local onde as naus eram acabadas no

inverno (Governo Civil do Distrito de Setúbal, 2008).

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55

Pela sua localização nos esteiros das duas margens funcionaram até ao século XIX os moinhos de maré, que

ainda são visíveis atualmente, fabricavam a farinha para os biscoitos, assim como os celeiros e os fornos.

O grande desenvolvimento do Barreiro surge com o aparecimento as linhas férreas em 1906 ligando o

Barreiro a Vendas Novas e a Setúbal. Este novo meio de transporte permitiu uma maior dinamização por

parte da CUF (Companhia União Fabril) fazendo o Barreiro crescer de uma forma tal, que a vila transformou-

se numa vila industrial e operária. Este desenvolvimento ainda hoje é visível e marcante na atual cidade, uma

vez que ainda encontramos as oficinas da CP e o Bairro dos Operários, e o ainda ativo Quimiparque (antiga

CUF e Quimigal) que funciona como uma zona industrial e empresarial. (Governo Civil do Distrito de Setúbal,

2008)

Situa-se a cerca de 40 km de Lisboa – ligando a esta cidade pela Ponte 25 de Abril ou pela Ponte Vasco da

Gama – e a cerca de 35 km de Setúbal, que é capital de distrito. Conta com 79042 habitantes (Instituto

Nacional de Estatística, 2011) de acordo com os dados apurados pelos censos de 2011. Apresenta uma área

de 31,6 km2, é constituído por 8 freguesias e está integrado no Distrito de Setúbal (Barreiro, 2012).

Figura 9 – Freguesias do Barreiro

Tabela 8 – Nº Habitantes nas freguesias do Barreiro

(Instituto Nacional de Estatística, 2011).

Freguesia Pop. Residente

(hab)

Barreiro 7507

Lavradio 14597

Palhais 1880

Sto André 11485

Verderena 10253

Alto do Seixalinho 19979

Sto. António da

Charneca 11619

Coina 1722

Referentemente ao envolvimento e gestão ambiental, o concelho do Barreiro apresenta algumas medidas

inclusive na busca de sensibilização ambiental da comunidade com o “Centro de Educação Ambiental da

Mata da Machada e Sapal de Coina”.

O número de inquéritos validados foi de 131 para a população do Barreiro (sendo a sua distribuição

detalhada no anexo 2)

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51

5.3 Resultados Índice Bem-estar Social

A aplicação da metodologia e questionários anteriormente referidos levou à obtenção dos seguintes

resultados e tendências, caracterizando-se por um valor mais baixo na satisfação social, seguido da individual

e depois da identidade e cultura, verificando-se estes resultados ao longo das diversas diferenciações

elaboradas.

5.3.1 Localização Geográfica

Tabela 9 – Resultados Índice Bem-estar Social por localização geográfica

População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Barreiro 3,77 0,82 3,32 0,86 4,54 0,74

Barcarena 3,61 0,78 3,41 0,98 4,44 0,81

Amostra 3,69 0,80 3,36 0,92 4,49 0,78

Tabela 10 – Resultados do subconjunto para satisfação individual por localização geográfica

População Satisfação Individual

Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5

Barreiro 4,06 4,08 4,03 3,94 3,88

Barcarena 3,67 3,71 3,62 3,59 3,55

Amostra 3,86 3,90 3,82 3,77 3,72

5.3.2 Diferenciação por Género

Tabela 11 – Resultados Índice Bem-estar Social por género

População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Homens 3,72 0,78 3,39 0,91 4,52 0,75

Mulheres 3,65 0,83 3,33 0,94 4,45 0,82

Tabela 12 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por género

População Satisfação Individual

Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5

Homens 3,86 3,89 3,80 3,74 3,71

Mulheres 3,86 3,91 3,86 3,80 3,74

Tabela 13 – Resultados Índice Bem-estar Social para o subconjunto por género e localização geográfica

População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Homens - Barreiro 3,80 0,79 3,35 0,83 4,59 0,69

Homens - Barcarena 3,65 0,77 3,42 0,97 4,46 0,80

Mulheres - Barreiro 3,72 0,86 3,29 0,89 4,48 0,80

Mulheres - Barcarena 3,56 0,80 3,39 1,00 4,41 0,83

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Tabela 14 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por género e localização geográfica

População Satisfação Individual

Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5

Homens - Barreiro

4,03 4,06 3,99 3,90 3,87

Homens - Barcarena

3,71 3,73 3,62 3,60 3,56

Mulheres - Barreiro

4,10 4,11 4,09 3,99 3,91

Mulheres - Barcarena

3,60 3,67 3,61 3,59 3,55

5.3.3 Diferenciação por Níveis de Educação

Tabela 15 – Resultados Índice Bem-estar Social por níveis de educação

População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Ensino Básico 3,70 0,81 3,34 0,88 4,45 0,75

Ensino Secundário 3,68 0,77 3,39 0,92 4,56 0,74

Ensino Superior 3,68 0,83 3,37 0,98 4,48 0,87

Tabela 16 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por níveis de educação

População Satisfação Individual

Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5

Ensino Básico

3,64 3,75 3,67 3,65 3,64

Ensino Secundário

3,96 4,00 3,94 3,83 3,76

Ensino Superior

4,09 4,01 3,93 3,87 3,79

Tabela 17 – Resultados Índice Bem-estar Social por níveis de educação e localização geográfica

População

Satisfação Individual Satisfação

Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Ensino Básico - Barreiro

3,77 0,81 3,29 0,80 4,44 0,80

Ensino Básico - Barcarena

3,63 0,80 3,40 0,95 4,46 0,69

Ensino Secundário – Barreiro

3,79 0,78 3,37 0,86 4,65 0,60

Ensino Secundário - Barcarena

3,56 0,74 3,40 0,98 4,46 0,85

Ensino Superior - Barreiro

3,73 0,88 3,31 0,93 4,57 0,79

Ensino Superior - Barcarena

3,64 0,79 3,42 1,03 4,40 0,93

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53

Tabela 18 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por níveis de educação e localização geográfica

População Satisfação Individual

Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5

Ensino Básico - Barreiro

3,71 3,85 3,85 3,79 3,78

Ensino Básico - Barcarena

3,57 3,64 3,50 3,52 3,51

Ensino Secundário - Barreiro

4,29 4,26 4,19 4,06 3,99

Ensino Secundário - Barcarena

3,59 3,72 3,68 3,57 3,51

Ensino Superior – Barreiro

4,34 4,26 4,15 4,04 3,94

Ensino Superior - Barcarena

3,87 3,79 3,73 3,72 3,66

5.3.4 Diferenciação por Faixas Etárias

Tabela 19 – Resultados Índice Bem-estar Social por faixas etárias

População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Inferior 20 anos 3,80 0,78 3,50 0,88 4,64 0,62

20 - 29 Anos 3,73 0,83 3,44 0,93 4,71 0,68

30 - 59 Anos 3,60 0,78 3,26 0,97 4,28 0,92

Superior 60 Anos 3,67 0,81 3,29 0,87 4,40 0,74

Tabela 20 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por faixas etárias

População Satisfação Individual

Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5

Inferior 20 anos 4,16 4,08 3,93 3,87 3,81

20 - 29 Anos 4,14 4,07 3,99 3,90 3,85

30 - 59 Anos 3,86 3,92 3,87 3,78 3,71

Superior 60 Anos 3,33 3,54 3,52 3,53 3,54

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54

Tabela 21 – Resultados Índice Bem-estar Social por faixas etárias e localização geográfica

População

Satisfação Individual Satisfação

Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Inferior 20 anos - Barreiro

3,91 0,78 3,49 0,84 4,72 0,51

Inferior 20 anos - Barcarena

3,69 0,77 3,50 0,92 4,56 0,71

20 - 29 Anos - Barreiro

3,82 0,83 3,45 0,85 4,81 0,50

20 - 29 Anos - Barcarena

3,62 0,82 3,44 1,02 4,60 0,83

30 - 59 Anos - Barreiro

3,64 0,84 3,16 0,91 4,30 0,91

30 - 59 Anos - Barcarena

3,55 0,73 3,35 1,02 4,26 0,92

Superior 60 Anos - Barreiro

3,73 0,80 3,23 0,76 4,39 0,79

Superior 60 Anos - Barcarena

3,62 0,82 3,34 0,97 4,41 0,69

Tabela 22 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por faixas etárias e localização geográfica

População

Satisfação Individual

Subconjunto 1

Subconjunto 2

Subconjunto 3

Subconjunto 4

Subconjunto 5

Inferior 20 anos - Barreiro

4,42 4,32 4,24 4,11 4,05

Inferior 20 anos - Barcarena

3,91 3,85 3,64 3,64 3,58

20 - 29 Anos - Barreiro

4,55 4,35 4,25 4,11 4,04

20 - 29 Anos - Barcarena

3,65 3,73 3,69 3,64 3,62

30 - 59 Anos - Barreiro

4,03 4,08 4,02 3,91 3,82

30 - 59 Anos - Barcarena

3,71 3,77 3,74 3,67 3,61

Superior 60 Anos - Barreiro

3,28 3,59 3,65 3,63 3,65

Superior 60 Anos - Barcarena

3,39 3,48 3,40 3,43 3,43

5.3.5 Diferenciação por Estado Laboral

Tabela 23 – Resultados Índice Bem-estar Social por estado laboral

População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Empregados 3,74 0,79 3,39 0,91 4,49 0,82

Desempregados 3,55 0,80 3,32 1,00 4,58 0,68

Reformados 3,70 0,79 3,31 0,86 4,42 0,74

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55

Tabela 24 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por estado laboral

População Satisfação Individual

Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5

Empregados 4,08 4,03 3,94 3,88 3,80

Desempregados 3,90 3,95 3,90 3,72 3,73

Reformados 3,23 3,46 3,49 3,57 3,57

Tabela 25 – Resultados Índice Bem-estar Social por estado laboral e localização geográfica

População

Satisfação Individual Satisfação

Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Empregados - Barreiro

3,81 0,81 3,34 0,86 4,56 0,75

Empregados - Barcarena

3,66 0,75 3,45 0,97 4,41 0,88

Desempregados - Barreiro

3,53 0,86 3,29 1,03 4,69 0,53

Desempregados - Barcarena

3,56 0,72 3,36 0,98 4,46 0,80

Reformados - Barreiro

3,75 0,80 3,27 0,72 4,38 0,82

Reformados - Barcarena

3,66 0,77 3,35 0,98 4,46 0,67

Tabela 26 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por estado laboral e localização geográfica

População Satisfação Individual

Subconjunto 1

Subconjunto 2

Subconjunto 3

Subconjunto 4

Subconjunto 5

Empregados - Barreiro

4,31 4,24 4,15 4,05 3,97

Empregados - Barcarena

3,81 3,83 3,70 3,69 3,62

Desempregados - Barreiro

4,00 4,06 4,04 3,73 3,76

Desempregados - Barcarena

3,79 3,82 3,74 3,70 3,70

Reformados - Barreiro

3,20 3,52 3,61 3,65 3,66

Reformados - Barcarena

3,26 3,42 3,38 3,49 3,49

5.3.6 Diferenciação por Local de Emprego

Tabela 27 – Resultados Índice Bem-estar Social por local de emprego

População Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Empregado Local 3,73 0,80 3,33 0,87 4,52 0,73

Emprego Exterior 3,68 0,78 3,41 0,97 4,43 0,86

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Tabela 28 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por local de emprego

População Satisfação Individual

Subconjunto 1 Subconjunto 2 Subconjunto 3 Subconjunto 4 Subconjunto 5

Empregado Local 3,85 3,91 3,87 3,80 3,76

Emprego Exterior 3,92 3,90 3,81 3,79 3,73

Tabela 29 – Resultados Índice Bem-estar Social por local de emprego e localização geográfica

População

Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Empregado Local - Barreiro

3,77 0,81 3,32 0,83 4,56 0,73

Empregado Local - Barcarena

3,63 0,76 3,36 0,97 4,44 0,73

Emprego Exterior - Barreiro

3,74 0,86 3,34 0,95 4,49 0,80

Emprego Exterior - Barcarena

3,66 0,75 3,44 0,97 4,41 0,87

Tabela 30 – Resultados do subconjunto de satisfação individual por local de emprego e localização geográfica

População Satisfação Individual

Subconjunto 1

Subconjunto 2

Subconjunto 3

Subconjunto 4

Subconjunto 5

Empregado Local - Barreiro

4,03 4,06 4,02 3,92 3,87

Empregado Local - Barcarena

3,43 3,52 3,50 3,53 3,50

Emprego Exterior - Barreiro

4,17 4,15 4,09 4,01 3,94

Emprego Exterior - Barcarena

3,83 3,81 3,71 3,70 3,65

5.4 Nível de desempenho obtidos para os casos de estudo

5.4.1 Barcarena

5.4.1.1 Idosos

Referentemente ao sistema de distribuição de refeições junto da população idosa considerada critica,

não existe nenhum tipo de política de gestão nesse sentido. 0 Créditos. A camara não faz nenhuma

referência a esse tipo de ajuda.

Em termos de estruturas a Junta de Freguesia de Barcarena regista diversos centros de convívio

permitindo à população idosa um maior convívio e socialização entre si. 4 Créditos

A Junta de Freguesia de Barcarena não apresenta no seu calendário, nenhuma iniciativa que

promova a vida ativa da população mais idosa dentro da sua área. 0 Créditos.

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57

5.4.1.2 Jovens em Risco

Verifica-se a presença de diversas instituições dentro da Freguesia de Barcarena com o objetivo de

acolher e integrar os jovens. 4 Créditos

5.4.1.3 Sem-Abrigo/Toxicodependentes

Não existe nenhuma indicação específica para esta problemática. 0 Créditos

5.4.1.4 Criação de eventos por parte da gestão

A Junta de Freguesia de Barcarena, procura dinamizar a sua comunidade realizando uma série de

eventos tal como o “Boletim Informativo da Junta de Freguesia de Barcarena” o comprova. 2 Créditos

5.4.1.5 Criação de eventos por parte da comunidade

No “Boletim Informativo da Junta de Freguesia de Barcarena” encontramos a descrição das principais

atividades realizadas, sendo que a sua maioria ocorre em parceria com outras entidades, como por

exemplo do Rally Paper, que se encontra à data de publicação deste boletim na sua quinta edição.

Deste modo ainda que os eventos sejam organizados em parcerias com outras entidades, eles

partem de ações da Junta da Freguesia e não da comunidade. 0 Créditos.

5.4.1.6 Divulgação

Em termos de divulgação a Junta de Freguesia de Barcarena apresenta este tipo de informação, em

formato digital não existindo a possibilidade de registo na sua página de web como forma de receber

este tipo de informação. No entanto a sua distribuição é gratuita. A fixação de placares a divulgar

estas iniciativas também é inexistente junto dos locais avaliados dentro deste critério. 2 Créditos.

5.4.1.7 Animais

Barcarena não apresenta um canil próprio, uma que esta é uma freguesia de Oeiras o canil municipal

é partilhado pelas freguesias pertencentes ao concelho de Oeiras. Existe contudo um centro

veterinário no interior da área abrangida pela freguesia que funciona também como abrigo de

animais. Desta forma contabiliza-se 2 Créditos referente ao canil municipal partilhado e 2 Créditos

devido ao abrigo de animais.

Neste critério a freguesia de Barcarena acumula uma totalidade de 16 Créditos referente à vertente de

Satisfação Social.

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58

5.4.1.8 Crenças Religiosas

A população de Barcarena é maioritariamente católica, não havendo representatividade por parte de

outro tipo de crenças. 4 Créditos.

5.4.1.9 Datas comemorativas

Em termos de diferentes culturas, não se realiza nenhuma data festiva de culturas diferentes uma vez

que esta população não é representativa da comunidade. 4 Créditos.

5.4.1.10 Integração

Durante o período de verão e de acordo com o “Boletim Informativo da Junta de Freguesia de

Barcarena” realiza-se o festival “Sete Sóis, Sete Luas” que representa um evento cultural de música

das principais culturas presentes na comunidade assim como de outras exteriores à comunidade. 1

Créditos.

Nas escolas apenas existe o leccionamento de línguas estrangeiras clássicas (Inglês, Francês,

Alemão e Espanhol). 0 Créditos.

Apesar de se lecionar língua portuguesa nas escolas de Barcarena, não existem aulas extra

curriculares de apoio à aprendizagem da língua portuguesa para a população imigrante. 0 Créditos.

Na freguesia de Barcarena não se apresenta nenhuma forma de permitir à comunidade aprender as

línguas nativas da população imigrante. 0 Créditos.

O concelho de Oeiras apresenta uma estrutura de apoio à população imigrante, no entanto na junta

de freguesia de Barcarena não existe nenhuma indicação sobre tal.3 Créditos.

Totalizando deste modo em 12 Créditos o critério correspondente a Identidade e Cultura.

5.4.2 Barreiro

5.4.2.1 Idosos

Referentemente ao sistema de distribuição de refeições junto da população idosa considerada critica,

não existe nenhum tipo de política de gestão nesse sentido. 0 Créditos. A câmara não faz nenhuma

referência a esse tipo de ajuda assim como a liga dos amigos do hospital do Barreiro.

Em termos de estruturas a Câmara Municipal do Barreiro regista diversos centros de convívio assim

como é visível nas ruas, juntos das habitações a presença de pequenos jardins com locais destinados

ao convívio permitindo jogos de cartas ou tabuleiros. 4 Créditos

A câmara Municipal promove em Outubro o evento chamado “Mês Sénior” que conta com diversas

atividades para os idosos assim como o programa “Mexe com a Idade” que é um programa que tem

como objetivo a promoção de uma melhor qualidade de vida das populações através da prática da

atividade física, de convívio e lazer. 1 Crédito.

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59

5.4.2.2 Jovens em Risco

Verifica-se a presença de diversas instituições dentro do concelho do Barreiro com o objetivo de

acolher e integrar os jovens. 4 Créditos

5.4.2.3 Sem-Abrigo/Toxicodependentes

Não existe nenhuma indicação específica para esta problemática. 0 Créditos

5.4.2.4 Criação de eventos por parte da gestão

Neste critério de avaliação a Câmara do Barreiro é bastante ativa realizando diversas atividades e

eventos ao longo do ano. 4 Créditos

5.4.2.5 Criação de eventos por parte da comunidade

No Barreiro realizam-se os principais eventos anuais que contam com o apoio da Câmara:

“Metal Fest”, “Barreiro Rocks”, “Out.Fest”, “Barreiro On The Beach”, “Lan Party”.

Desta forma contabiliza-se neste critério 2 Créditos.

5.4.2.6 Divulgação

Em termos de divulgação o Barreiro verifica todos os critérios exigidos, excetuando a fixação dos

folhetos informativos junto das escolas assim como da newsletter via correio para os residentes

dentro do conselho. 4 Créditos.

5.4.2.7 Animais

Neste critério o barreiro apresenta um canil municipal de grandes dimensões designado por “Centro

de Recolha de Animais Errantes”, no entanto não apresenta nenhum abrigo para os animais. 3

Créditos.

Assim o conselho do Barreiro acumula um total de 22 Créditos referente ao critério de Satisfação

Comunitária.

5.4.2.8 Crenças Religiosas

A população do Barreiro é maioritariamente católica, não havendo representatividade por parte de

outro tipo de crenças. 4 Créditos.

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60

5.4.2.9 Datas comemorativas

Em termos de diferentes culturas, não se realiza nenhuma data festiva de culturas diferentes uma vez

que esta população não é representativa da comunidade. 4 Créditos.

5.4.2.10 Integração

Durante o período das “Festas do Barreiro” ocorre a feira da cultura, onde se encontra diversos

expositores com as diversas culturas presentes na comunidade. 2 Créditos.

Nas escolas apenas existe o leccionamento de línguas estrangeiras clássicas (Inglês, Francês,

Alemão e Espanhol). 0 Créditos.

Apesar de se lecionar língua portuguesa nas escolas do Barreiro, não existem aulas extra curriculares

de apoio à aprendizagem da língua portuguesa para a população imigrante. 0 Créditos.

No conselho do Barreiro não se apresenta nenhuma forma de permitir à comunidade aprender as

línguas nativas da população imigrante. 0 Créditos.

O conselho do Barreiro apresenta o “Centro Local de Apoio ao Imigrante” onde se auxilia os

imigrantes a uma maior integração destes para com a comunidade, entre outras formas de ajuda

existe o auxílio na aprendizagem da Língua Portuguesa. 3 Créditos.

Totalizando deste modo em 13 Créditos o critério correspondente a Identidade e Cultura.

5.5 Classe Obtida

De acordo com os critérios avaliados, assim como a informação recolhida através da amostra considerada

são obtidos os seguintes níveis de desempenho:

Tabela 31 – Classes referente ao Caso de Estudo

Grupo Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Barreiro A C B Barcarena A C B

Tabela 32 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Género Sexual

Género Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Barreiro – Masculino A C B Barcarena – Masculino A C B

Barreiro – Feminino A C B

Barcarena – Feminino A C B

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61

Tabela 33 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Faixas Etárias

Faixa Etária [Anos] Satisfação Individual Satisfação

Comunitária Identidade e Cultura

Barreiro <20 A C B Barcarena <20 A C B

Barreiro 20 – 29 A C B Barcarena 20 – 29 A C B Barreiro 30 – 59 A C B

Barcarena 30 – 59 A C B Barreiro ≥60 A C B

Barcarena ≥60 A C B

Tabela 34 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por Níveis de Educação

Níveis Educação Satisfação Individual Satisfação

Comunitária Identidade e Cultura

Barreiro – E. Básico A C B Barcarena – E. Básico A C B

Barreiro – E. Secundário A C B

Barcarena – E. Secundário A C B Barreiro – E. Superior A C B

Barcarena – E. Superior A C B

Tabela 35 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por estado laboral

Estado Laboral Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Barreiro – Empregados A C B Barcarena – Empregados A C B

Barreiro – Desempregados A C B Barcarena – Desempregados A C B

Barreiro – Reformados A C B

Barcarena - Reformados B C B

Tabela 36 – Classes referente ao Caso de Estudo agrupado por local de emprego

Local de Emprego Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Barreiro – Emprego Local A C B

Barcarena – Emprego Local A C B Barreiro – Emprego Exterior A C B

Barcarena – Emprego Exterior A C B

Estas classificações revelam alguma aproximação nos resultados, podendo indicar que esta primeira

aproximação deveria ser ainda mais explorada ou ajustada, aspetos que serão discutidos no capítulo

específico (6).

5.6 Modos de integração nos SGAs

Para alcançar uma correta gestão ambiental a todos os níveis, quer organizacionais, quer globais, é

necessário sensibilizar a população para a problemática ambiental. A gestão de uma comunidade apresenta

responsabilidades tanto na criação de riqueza como na proteção do Ambiente, pelo que deverão adotar

práticas de gestão ambiental que lhes permitam um conhecimento claro dos impactes provocados, assim

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62

como a disponibilização de meios, técnicos, humanos e financeiros, que garantam a sua minimização e

controlo.

O recurso a esta ferramenta permite perceber as opiniões dos residentes na comunidade e quais as suas

preocupações, permitindo assim ao Sistema de Gestão Ambiental um maior número de variáveis a avaliar e

medir para além das usuais, como será o caso dos consumos energéticos, geração de resíduos ou poluição

atmosférica, servindo desta forma também como um rótulo de preocupação em garantir um envolvimento da

população tornando-se num circulo de melhoria continua, uma vez que as pessoas sentir-se-ão ouvidas já

que são questionadas, e ao mesmo tempo a gestão tem a oportunidade de lhes transmite melhores práticas

ambientais.

Deste modo, a sensibilização, e consequente educação ambiental, permitem uma utilização mais responsável

e eficiente dos recursos ambientais, com o objetivo de alcançar uma comunidade sustentável.

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63

6 Discussão de Resultados

6.1 Amostra

De acordo com a Equação 4 – Cálculo do tamanho da amostra, e assumindo um erro de 6% podemos extrair

qual o valor de ⁄ recorrendo a essa mesma equação.

Uma vez que a amostra considerada apresenta a dimensão de 131 questionários respondidos para a

população do Barreiro e 132 para a população de Barcarena, obtendo-se desta forma um valor de 1,89 para a

variável ⁄.

Uma vez calculado o ⁄ da amostra é necessário saber qual o seu grau de confiança, tendo para isso sido

usado a Tabela 3 – Valores críticos associados a determinados grau de confiança e recorrendo a um

processo simples de iterações obtém-se que o grau de confiança da amostra se encontra na ordem dos 94%.

Em termos de resultados dos inquéritos recorre à utilização da média geométrica da amostra pois as

restantes características amostrais (mediana e moda) tendem a apresentar sempre uma maior instabilidade.

Outro fator que valida a utilização da média geométrica como ferramenta de avaliação dos inquéritos e

posterior classificação do seu nível de desempenho em concordância com os critérios exigidos, deve-se às

dificuldades logísticas de inquirir a população toda residente, optando-se por tratar uma amostra que fosse

representativa da população.

Outra situação a destacar será o tipo de respostas obtidas em relação aos dois formatos. As respostas

obtidas em formato digital deverão ser mais honestas que as obtidas junto do inquirido pois poderá existir

algum sentimento de vergonha/constrangimento levando o inquirido a não ser totalmente honesto na sua

resposta para as perguntas 16 – Com que frequência experimenta sentimentos positivos; 17 – Com que

frequência experimenta sentimentos negativos; 19 – Com que frequência se sente sobre pressão; 21 – Com

que frequência se sente inseguro. O mesmo poderá ser dito das restantes perguntas no entanto assume-se

que estas serão as poderão trazer um maior constrangimento perante um “perfeito estranho”.

Ainda referentes aos inquéritos, as respostas fornecidas foram maioritariamente obtidas abordando as

pessoas na rua em diversos períodos de tempo, de forma a ser possível interagir com todo o género de

residentes dentro da comunidade. Considera-se que todas as respostas obtidas através deste processo

seriam válidas uma vez que, mesmo com os possíveis problemas indicados no parágrafo anterior, considera-

se que houve integridade nas respostas por parte dos inquiridos.

Em termos de formato digital, as respostas obtidas foram consideradas válidas na sua maior parte, foram

ignorados inquéritos onde não haveria variabilidade de respostas. Ex: responder a todas as perguntas com a

terceira opção. Também foram considerados inválidos, todos os inquéritos em que houvesse perguntas sem

resposta.

Outro problema que se levanta com a recolha de uma amostra e correspondente inferência estatística é a

possibilidade da amostra ser enviesada. Como anteriormente referido, para se obter uma amostra que

permita calcular estimativas suficientemente precisas dos parâmetros a estudar, a sua dimensão depende

muito da variabilidade da população subjacente e estando a avaliar-se, neste caso, o Bem-estar Social de

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duas populações é de fácil assunção que a variabilidade seja elevada. Daí a utilização de uma escala impar

de forma a forçar uma escolha de resposta por parte dos inquiridos, no entanto esta escolha poderá ela

própria induzir a algum enviesamento uma vez que uma pessoa mais indecisa poderá optar pela escolha de

meio-termo. A recolha de inquéritos também esta poderá ser um fator de enviesamento uma vez que estes

aconteceram em intervalos de tempos diferentes.

6.2 Base semi-qualitativa

Uma questão ainda não focada será se este método de obtenção de resultados será a forma mais correta, e

uma vez que o objetivo é o de estimar o Bem-estar Social, este processo só poderá ser realizado

perguntando à população integrante na comunidade.

Em termos de recolha de dados, uma vez que consistiu numa abordagem pessoal intervindo junto das

pessoas enquanto estas se deslocavam na rua, existe a possibilidade de, por exemplo a população que

trabalhe fora da comunidade não tenha sido abordada. Os intervalos temporais para a obtenção destes

resultados consistiram em escolher aleatoriamente dias da semana na tentativa de aumentar o leque de

diversidade presente na amostra, no entanto a solução que se apresenta mais indicada será a adotada pelos

Censos no entanto esta revela-se muito dispendiosa.

Em termos de classificações atribuídas aos níveis de desempenho é desejável que numa comunidade

sustentável exista e esteja implementado todos os critérios avaliados atribuindo assim as classificações

máximas e permitindo que as transições entre níveis de desempenho não aconteçam meramente pela

aplicação ou não de uma medida. Ao se classificar os níveis de desempenho atingíveis com a obtenção de

determinado número de créditos em conjunto com os resultados apurados pelo índice de satisfação social

estamos a impor à gestão a necessidade desta integrar a comunidade nas suas tomadas de decisão

procurando assim estabelecer o desejado que é uma comunidade sustentável.

6.3 Níveis de desempenho na Comunidade

Os níveis de desempenho são pouco distintos entre as duas comunidades, mesmo com as separações

realizadas (idade, sexo, nível de educação). No entanto estes dois casos de estudos são distintos, pelo

menos a nível de área, uma vez que o Barreiro se considera o concelho no seu todo e Barcarena é apenas

uma freguesia de Oeiras. A diferença entre as duas populações apresenta-se representativa na quantidade

de créditos atribuídos a cada uma nomeadamente no número de créditos atribuídos no critério de satisfação

social, onde o Barreiro adquire um maior número que Barcarena, implicando neste caso em concreto que

para ascender a um nível de desempenho superior o Barreiro já perfaz os requisitos a nível de créditos,

ficando apenas dependente do resultado obtido pelo índice de satisfação social contrariamente a Barcarena

que terá que tomar algumas medidas adicionais para elevar o seu nível de desempenho.

Outra distinção que podemos realizar é o facto de que para os dois casos de estudo em termos de resultados

apurados pelo índice, a população do Barreiro obtém no geral valores superiores a Barcarena para os

critérios de satisfação individual assim como para a identidade e cultura, no entanto Barcarena apresenta

constantemente valores superiores para o critério de satisfação social. No entanto como foi referido no início

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deste capítulo os níveis de performance atingidos foram idênticos, e esta situação também se verifica nos

resultados dos inquéritos pois as diferenças entre as duas amostras são mínimas.

Em termos de desvio padrão sabemos que este se caracteriza por ser uma medida de dispersão estatística.

O desvio padrão define-se como a raiz quadrada da variância e esta definição torna esta medida seja um

número não-negativo mas mais importante transforma-a para que use a mesma unidade de medida dos

dados fornecidos inicialmente (Ross, 2004).

Quando verificamos o valor obtido para o desvio padrão dos diversos tipos de análises, os valores obtidos

apresentam-se quase sempre inferiores à unidade indicando assim que a opinião da amostra tende a estar

próxima da média obtida.

Em relação aos resultados obtidos nos questionários há que salientar a elevada pontuação obtida no critério

de satisfação individual, revelando que ambas as comunidades apresentam boas condições e estruturas de

forma a atingir esta classificação elevada.

O contrário se aplica na vertente da “Satisfação Comunitária”, onde ambas as entidades gestoras são ativas e

no entanto a comunidade expressa-se de uma forma mais negativa atingido resultados, a nível dos inquéritos,

baixos onde se poderá atribuir este descontentamento em relação à crise económica que Portugal atravessa,

com os diversos cortes orçamentais e politicas de austeridade.

Este resultado impulsiona o nível de desempenho obtido para níveis inferiores, uma vez que a população

portuguesa encontra-se descontente com o atual estado do país, pois num cenário idealizado de forma a

verificar qual o real impacte do descontentamento, verifica-se que substituindo apenas as respostas

referentes às perguntas de emprego dentro da comunidade, mais concretamente as perguntas “Considerando

agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora, indique o seu grau de

satisfação”; “Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater o

desemprego” e “Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego”

que apresentavam como respostas valores de 1 e 2 por um valor 3 que é médio a classe para o Barreiro

passava de uma classe C para uma classe B.

Outra nota de referência será o facto de que os resultados obtidos através do índice de satisfação social

permitem que se atinja um nível de desempenho de classe A para o critério de identidade e cultura.

Estas coincidências poderão levantar a suspeita de a amostra realmente ser enviesada, ou existir uma

coincidência real, uma vez que tanto a população do Barreiro como de Barcarena não se encontram assim

tao distantes uma da outra. Estão ambas junto da capital de Portugal não havendo portanto uma grande

diferença geográfica na sua localização. O facto de o país encontrar-se a atravessar uma crise económica

leva a um descontentamento geral da população e as medidas de austeridade sentem-se por todo o território

nacional. Os próprios padrões sociais são espectáveis que não sejam muito distintos entre as sociedades

ocidentais e o surgimento das redes sociais e outros meios de comunicação tornam a sociedade cada vez

mais global e como tal de semelhantes padrões sociais.

Recorrendo ao teste do Qui-Quadrado é possível estabelecer para os diversos grupos da amostra

considerados quais as questões que acabam por estar mais relacionadas com cada grupo, traduzindo-se

assim numa ferramenta de auxílio à decisão por parte da gestão sobre quais as áreas que trarão um

benefício mais imediato mediante intervenção. Todos os grupos avaliados foram submetidos a este

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tratamento de dados, estando representados no Anexo 3 – apenas os grupos que não apresentavam uma

distribuição monótona como seria o caso da idade, do nível de ensino ou do estado de emprego segundo os

quais os intervalos de confiança seriam todos de 99% permitindo concluir que qualquer um desses fatores

está diretamente relacionado com o nível de satisfação das pessoas.

No entanto outras conclusões de igual interesse podem ser verificadas como será o caso no grupo referente

à população que trabalhe ou não junto do seu local de residência não seja importante sentirem-se integrados

nessa comunidade, sendo uma das explicações possíveis o facto de que elas acabem por integrar duas

comunidades, a correspondente ao seu local de residência e a correspondente ao seu local de trabalho.

Conclusões semelhantes podem ser retiradas ainda com este grupo referente por exemplo à sua capacidade

de comunicar com a língua nativa da comunidade.

Outro grupo de interesse será o correspondente ao género sexual, que evidencia que este não influencia na

totalidade a satisfação social das pessoas, ou pelo menos não tanto como a idade influencia. Um exemplo

disso é o intervalo de confiança de apenas 80% para a satisfação com o emprego assim como o tempo

exigido por esta. Conclusões análogas podem ser retiradas face às restantes questões.

Quando então comparado este indicador com os outros indicadores de felicidade referidos, como é o caso do

GNH, obteríamos os seguintes resultados:

Tabela 37 – Comparação Resultados com o indicador GNH

Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Gross National Happiness

5895 4716 2358

Barreiro 7456 5263 3596

Barcarena 7153 5394 3517

A analisar esta informação seriamos obrigados a concluir que ambas as comunidades apresentavam um

desempenho muito acima da média visto que ultrapassavam o limiar mínimo de acordo com a metodologia

proposta pelo GNH. No entanto este resultado poderá não ser imediatamente comparável ainda que a

ferramenta para a sua obtenção seja a mesma, recorrendo a um inquérito, esta discrepância terá então como

causa a escala utilizada pois na metodologia aplicada utilizamos uma escala de 1 a 5 e o GNH recorre a um

intervalo de valores de 1 a 4 e assume que o seu valor mínimo seja o 3.

A mesma análise se pode realizar ao indicador HPI, estando conscientes de que este indicador não

representa um indicador de felicidade e sim um indicador de performance ambiental.

Portugal apresenta uma esperança média de vida de 79.5 anos (Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento, 2010) e uma pegada ecológica de 4.12 hectares (Global Footprint Network, 2011).

Tabela 38 – Resultados através do indicador HPI

Satisfação Individual Satisfação Comunitária Identidade e Cultura

Barreiro 26.8 23.3 32.7 Barcarena 25.5 24.0 31.9

Sabendo que este índice varia entre 0 e 100 estas duas comunidades apresentam-se muito abaixo do mínimo

aceitável, que seria uma pontuação de 50, no entanto de acordo com os dados do relatório do HPI, Portugal

apresenta uma pontuação de 38.7 demonstrando a aplicabilidade do inquérito de satisfação social para com o

utilizado pelo HPI.

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Em termos dos níveis de desempenho obtidos, surge sempre a questão de o que se poderá efetuar para

atingir o próximo nível e deverá ser esta a política a adotar, procurar sempre uma melhoria constante. Pois

bem, as duas comunidades já se apresentam com classe A para o critério de satisfação individual e um

melhoramento deste nível de desempenho implicará uma interação com a população de forma a perceber o

que se poderá ser exequível que melhore as suas experiencias.

O mesmo poderá ser dito para o critério de satisfação comunitária, uma vez que ambas as populações obtêm

baixos resultados nesta secção do índice, no entanto ambas as comunidades podem apresentar estruturas e

mecanismos de apoio aos sem-abrigo / toxicodependentes assim como o sistema de refeições comunitário

para a população idosa mais carenciada. Estas intervenções iriam produzir o número de créditos necessários

para se atingir um nível de desempenho de classe B ou A para o caso de Barcarena e uma classe A para o

caso do Barreiro.

Para o critério de identidade e cultura alguma intervenção em termos das barreiras linguísticas que possam

existir junto da população imigrante permitirá atingir os créditos necessários para ascender ao próximo nível

de desempenho para ambas as populações.

Uma vez que o índice de satisfação social contém questões de resposta aberta com a possibilidade de

sugestões por parte da comunidade encontramos nas seguintes tabelas, aquilo que ambas as populações

consideram que poderia melhorar a sua comunidade.

Tabela 39 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade em termos de bom ambiente?”

Barreiro Barcarena

Campanhas de sensibilização 9 10

Maior número espaços verdes 12 37

Melhoria dos espaços verdes existentes 13 0

Limpeza de ruas 7 15

Outros 5 7

Não especifica 48 63

Não altera 37 0

Tabela 40 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade em termos económicos?”

Barreiro Barcarena

Emprego 32 31

Estágios Profissionais 11 29

Outros 11 16

Não especifica 48 40

Não altera 29 16

Tabela 41 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta na sua comunidade em termos de bem social?”

Barreiro Barcarena

Concertos 13 0

Atividades Sociais 23 26

Mais Espaços Lazer 18 27

Outros 18 19

Não especifica 32 44

Não altera 27 16

Por estas respostas verificamos dois aspetos importantes, um deles será a ilustração daquilo que as

populações consideram importante e com necessidade de intervenção levando a que a sua satisfação

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aumente, resultando desta forma numa ferramenta de apoio à entidade gestora sobre como satisfazer a

população servida, que era um dos objetivos desta ferramenta.

O segundo aspeto, e talvez ainda mais interessante e curioso, será o facto de que nenhuma das populações

considera que existe a necessidade de melhorar nenhuma das estruturas ou mecanismos de apoio

necessários que permitem adquirir mais créditos de forma a ascender a níveis de desempenho superior,

resultando na conclusão de que se sentem satisfeitas com os atuais serviços prestados.

6.4 Desafios aos SGAs

Como já se referiu anteriormente um SGA representa a parte do sistema geral de gestão, que inclui a

estrutura funcional, as atividades de planeamento, a definição das responsabilidades, os procedimentos e os

recursos necessários para concretizar, manter, desenvolver e rever, de modo continuado, o seu desempenho

ambiental. Este sistema permite, de uma forma sistemática, contínua e cíclica, compreender e controlar os

diversos aspetos ambientais.

Os novos desafios aos SGAs surgem então é na forma de integrar este conhecimento já adquirido com a

satisfação dos residentes na sua comunidade. A formação e sensibilização ambiental surgem como um dos

requisitos para a implementação do sistema de gestão ambiental numa comunidade, além de que, o aumento

da motivação dos residentes é assegurado através do recurso à sensibilização e formação dos mesmos para

as questões ambientais e, por uma maior consciencialização dos residentes para o cumprimento dos

objetivos ambientais estabelecidos para a comunidade, constitui uma das vantagens competitivas de

implementação de um sistema de gestão ambiental.

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7 Conclusão e Trabalhos Futuros

Quando se procura caminhar para comunidades sustentáveis e adoptar sistemas de gestão ambiental um dos

desafios que se coloca nessa procura da sustentabilidade é assegurar que se dispõe de abordagens que

possam complementar as existentes na avaliação e gestão, como o sistema de avaliação da sustentabilidade

LiderA, nomeadamente no que diz respeito a medir e a integrar a dimensão social na perspectiva de bem

estar.

Assim, esta dissertação teve por objetivo desenvolver a avaliação da sustentabilidade nas comunidades (e

desse modo contribuir assim para procurar uma comunidade sustentável) centrando-se no conceito de bem-

estar social e felicidade como bases chave a considerar no sistema de gestão ambiental tendo em vista

promover a procura do bem-estar social de residentes e participantes na comunidade que procura a

sustentabilidade.

A abordagem utilizada na dissertação abrangeu a revisão de publicações científicas sobre os conceitos de

felicidade, satisfação, desenvolvimento económico e felicidade, sustentabilidade e satisfação. Estabelecendo

quais os parâmetros que garantiam a satisfação efetuou-se uma revisão sobre os atuais indicadores de

desempenho, entre eles: índice de felicidade do planeta (Happy Planet Index - HPI), felicidade nacional bruta

(Gross National Happiness - GNH) e o índice de desenvolvimento humano (Human Development Index -

HDI).

Com base nesse revisão e tendo em consideração o foco no bem estar social, selecionou-se um conjunto de

três critérios: satisfação individual, satisfação comunitária e identidade e cultura. Desenvolveu-se uma

metodologia de avaliação, nestas tese, centrada na utilização de inquérito que foi desenvolvido e aplicado.

Os resultados dos inquéritos são depois tratados e transformados numa escala de desempenho semi-

quantitativa (que vai de 1 a 5).

Tendo em vista estimar os níveis de desempenho e classificação na procura de comunidade sustentável

utilizaram-se dois casos de estudo Barreiro e Barcarena, por serem próximos geograficamente e no entanto

apresentarem características diferenciadas (cidade e vila e evoluções históricas). A escolha destes dois

casos em particular deve-se ao facto de existir da parte do autor um forte conhecimento das características

do Barreiro, visto que é a sua área de residência e como tal encontra-se familiarizado com as estruturas nele

existentes e de alguma forma encontrará identificação com os resultados obtidos. A consideração do segundo

caso de estudo derivou do aconselhamento e sugestão por parte dos responsáveis da Câmara Municipal do

Conselho de Oeiras.

Para efeito foram utilizados inquéritos executados no período amostrado de Março/Abril/

Maio de 2012. Na recolha dos dados, houve o cuidado de procurar que este fosse o mais aleatório possível

de modo a poder recolher a informação do mais variado conjunto de pessoas. Em termos do que estes

resultados recolhidos demonstram, será apenas uma representação momentânea da realidade querendo com

isto dizer, que voltando a realizar a amostragem nas mesmas condições poderíamos obter diferentes

respostas uma vez que o que deixa uma pessoa satisfeita hoje poderá não ser o que a deixou satisfeita no

dia anterior ou no dia de amanhã. Em relação à amostra considerada, validou-se 131 inquéritos para cada um

dos casos de estudo tendo as respostas para os vários parâmetros assentou na escala de grau de satisfação

entre 1 (não satisfeito), 3 indiferente e 5 (sendo este o maior grau de satisfação).

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As principais conclusões são:

Múltiplos são os conceitos de comunidades sustentáveis, um dos mais interessantes define como

"Uma comunidade completa, onde os recursos naturais e históricos são preservados, existem

empregos disponíveis, a expansão urbana está contida, os bairros são seguros, a educação,

transporte e saúde são acessíveis, e todos os cidadãos têm a oportunidade de melhorar a qualidade

de suas vidas" (President’s Council on Sustainable Development, 1996).

A revisão dos sistemas de avaliação e gestão ambiental, revela que ainda é uma área pouco

abordada e um dos pontos a considerar para a procura de comunidades sustentáveis passa pela

consideração da felicidade / bem-estar.

A abordagem à felicidade tem sido efetuada através de:

o Indicadores como a felicidade nacional bruta (GNH) ou o índice de felicidade do planeta (HPI)

que alia a estimativa de felicidade ao nível de desempenho ambiental, e na consulta também

de diversos estudos e relatórios produzidos pelo Centro de Estudos do Butão como será o

caso de “A Short Guide to Gross National Happiness Index” (Center for Bhutan Studies,

2012), New Economics Foundation com o relatório “National Accounts of Well-being: bringing

real wealth onto the balance sheet” (NEF, 2009) e “The Happy Planet Index 2.0 - Why good

lives don’t have to cost the Earth” (NEF, 2009), os relatórios de Desenvolvimento Humano

(Human Development, 2012).

o Assim, com base nessa análise desenvolveu-se funções de desempenho com o objetivo de

avaliar os fatores responsáveis por três vertentes de bem-estar social, nomeadamente

satisfação individual, satisfação comunitária e preservação da identidade e cultura.

Efetuou-se um conjunto de trezentos e vinte e sete inquéritos, dos quais apenas cento e trinta e dois

foram considerados válidos para cada um dos casos de estudo destacando-se:

o A amostra da população do Barreiro esta apresenta gamas de valores para o critério de

satisfação individual mais reduzidos (3.53 a 3.91) para os grupos “Desempregados” e “Idade

inferior a 20 anos” não estando ainda em nenhum dos agrupamentos realizados no nível de

satisfação.

o No caso de Barcarena esta apresenta valores referente ao critério de satisfação individual dentro

da gama de (3.55 a 3.69) para os grupos “Idade 30 – 39 anos” e “Idade inferior a 20 anos” e para

a satisfação comunitária valores entre (3.34 a 3.50) para os grupos “Idade superior a 60 anos” e

“Idade inferior a 20 anos” demonstrando que também nesta população não existe nenhum dos

agrupamentos realizados no nível de satisfação. Para o critério de identidade e cultura, já

evidenciam níveis de satisfação (4.26 a 4.60) por exemplo nos grupos “Idade 30 – 59 anos” e

“Idade 20 – 29 anos” respetivamente.

o Estes resultados apontam para que indicador de satisfação comunitária seja o mais reduzido dos

três (satisfação comunitário, individual e identidade e cultura) para ambas as populações, talvez

devido aos problemas oriundos da crise económica que Portugal atualmente vive assim como das

medidas de austeridade de que Portugal é atualmente alvo.

o A aplicação do teste do Qui-Quadrado permitiu verificar quais os fatores que mais influenciam a

perceção de satisfação das pessoas, nomeadamente a idade, o nível de ensino e a existência ou

não de emprego. Esta analise quando confrontada com os resultados estabelecidos pelos três

critérios de satisfação social verificamos a sua concordância, uma vez que para as duas amostras

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os resultados com os valores mais baixos ou mais elevados estão dependentes da idade, e no

caso do Barreiro em particular o conjunto de pessoas que se encontram no grupo de

“Desempregado”.

Verifica-se que no caso da população do Barreiro esta apresenta valores superiores a Barcarena a nível dos

resultados apurados pelos questionários, sendo um dos possíveis fatores para tal efeito, a dimensão da

cidade resultando portanto numa maior quantidade de amenidades sociais para a população poder desfrutar

e interagir.

No caso particular dos dois casos de estudos considerados, ambos os locais apresentam estruturas e

atividades que convidam a uma maior interação social, no entanto o nível de desempenho obtido é baixo

devido à perceção das pessoas sobre a sua satisfação comunitária. Como solução neste caso caberá à

gestão atender, por exemplo às sugestões deixadas pelos inquiridos (como ilustra no texto na Tabela 39,

Tabela 40 e Tabela 41) uma vez que um SGA procura incorporar no seu sistema todos os intervenientes e no

caso de uma comunidade sustentável, os residentes da comunidade deverão se ser incorporados sendo esta

uma das formas de o fazer.

Quando comparados os dois casos de estudos, e já ponderados com os limiares de desempenho segundo a

lógica do sistema LiderA (0 a 10), traduzindo-se em classes de E a A++, os níveis de desempenho agrupados

acabam por ser semelhantes para os dois casos exceto quando se avalia apenas a população reformada.

Neste caso em particular o Barreiro atinge uma classe A e Barcarena uma classe B, levando a considerar que

uma explicação para tal facto se deva à menor quantidade de espaços verdes e consequentemente menor

quantidade de espaços de lazer presentes em Barcarena, sendo esta ideia apoiada pelas respostas

recebidas por parte dos inquiridos Tabela 39 – Respostas obtidas para a questão: “O que considera que falta

na sua comunidade em termos de bom ambiente?” onde se observa um maior número de respostas a desejar

mais espaços verdes.)

Assim, propõe-se uma reponderação dos pesos para a futura versão de comunidades sustentáveis sendo o

foco do serviço é especificado no bem-estar social a ser mensurável pelos parâmetros anteriormente

referenciados. Esta abordagem permite contribuir para passar de uma lógica de eco-bairros para

comunidades sustentáveis através do recurso a estas propostas desenvolvidas.

Como trabalhos futuros, destaca-se o desenvolvimento da quantificação, nomeadamente utilização de uma

abordagem mista, onde se usa dados estatísticos e se efectua melhorias no inquérito uma vez que este tipo

de ferramenta pode ser sempre otimizado incluindo perguntas mais específicas, ou substituindo as existentes

por outras que se enquadrem melhor com a realidade existente uma vez que as sociedade não são um

sistema estanque e como tal tudo o que possa existir para as avaliar deve evoluir com elas.

Recomenda-se também o estabelecimento de uma análise temporal sobre o sentimento de satisfação da

população avaliada, uma vez que no caso adotado por esta dissertação, estes resultados apenas refletem o

momento em que foram amostrados não permitindo de alguma forma estipular uma evolução deles assim

como perceber se no passado as pessoas se encontravam mais satisfeitas ou não. Este tipo de estudo já é

realizado a nível de poluentes emitidos, consumos de recursos, etc. e realiza-lo a este novo nível de

preocupação ambiental e social permite verificar qual o real peso de determinada decisão por parte da

entidade gestora sendo este o caminho correto na aplicação de um SGA.

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Outro estudo que se poderá realizar será quais os ganhos e quais as perdas em que se incorre quando se

incorpora esta nova componente dentro de um SGA, uma vez que o nível de desempenho global depende

dos níveis de desempenho das diversas parcelas consideradas e para atingir determinado nível de

desempenho até que ponto se deverá apostar, por exemplo em estruturas muito eficientes a nível energético

se as pessoas não se sentem satisfeitas com elas. Numa comunidade sustentável é objetivo comum que se

proporcione um desenvolvimento sustentável tanto para o presente como para as gerações futuras e para tal

as pessoas têm que desejar pertencer à comunidade.

Este será o novo desafio dos SGAs, conseguir incorporar o fator social que existe na definição de

desenvolvimento sustentável e perceber dentro da sua população quais os fatores que merecem mais

destaque de forma a atingir o nível de desempenho desejado.

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Anexos

Anexo 1 – Índice de Satisfação Social

Caracterização Geral

Pretende-se com este inquérito avaliar, o grau de satisfação das pessoas servidas pela comunidade assim

como qual a sua abordagem face à sua envolvente.

Na primeira parte deste inquérito, o objetivo principal será apenas em caracterizar o inquirido à sua vivência.

1. Indique o seu sexo:

Masculino

Feminino

2. Indique em que grupo se insere a sua idade:

Inferior a 20 anos

Entre 20 a 29 anos

Entre 30 a 59 anos

Superior a 59 anos

3. Reside na comunidade?

Sim

Caso a resposta seja negativa, indique a sua zona de residência

4. Quais as suas habilitações literárias?

Ensino Básico

Ensino Secundário

Licenciatura

Mestrado ou Superior

5. Exerce a sua profissão dentro da comunidade?

Sim

Não

6. Qual a profissão que exerce atualmente?

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7. Costuma utilizar espaços de lazer?

Sim

Não

8. Caso deseje receber os resultados deste inquérito por favor, indique qual o seu email:

Satisfação Individual

Nesta secção deste inquérito, temos como objetivo avaliar a satisfação individual de cada pessoa nos

diversos aspetos da sua vida.

9. Qual o seu grau de satisfação perante a sua vida?

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

10. Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação pessoal perante

eles?

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

11. Sente-se satisfeito com a presença e/ou companhia das pessoas que o rodeiam junto da sua

habitação?

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

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12. Indique qual o seu grau de satisfação em relação à sua habitação:

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

13. Qual o seu grau de satisfação perante a sua inserção na comunidade onde vive e que o rodeia?

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

14. Considerando agora a sua pessoa apenas, por favor classifique o seu grau de satisfação para com a

sua vida:

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

15. Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde?

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

16. Com que frequência experimenta sentimentos positivos?

5 - Quase Sempre

4 - Bastantes vezes

3 - Algumas vezes

2 - Ocasionalmente

1 – Raramente

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82

17. Com que frequência experimenta sentimentos negativos?

5 - Raramente

4 - Ocasionalmente

3 - Algumas vezes

2 - Bastantes vezes

1 - Quase Sempre

18. Esses sentimentos negativos, quando surgem usualmente devem-se a:

Stress provocado pelo emprego/escola

Saúde

Desemprego

Outro. Indique qual:

19. Com que frequência se sente sobre pressão?

5 - Raramente

4 - Ocasionalmente

3 - Algumas vezes

2 - Bastantes vezes

1 - Quase Sempre

20. Esse sentimento de pressão, quando surgem usualmente devem-se a:

Stress provocado pelo emprego/escola

Saúde

Desemprego

Outro. Indique qual:

21. Com que frequência se sente inseguro?

5 - Raramente

4 - Ocasionalmente

3 - Algumas vezes

2 - Bastantes vezes

1 - Quase Sempre

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83

22. Esse sentimento de insegurança quando surgem usualmente devem-se a:

Stress provocado pelo emprego/escola

Saúde

Desemprego

Outro. Indique qual:

23. Em relação à sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação:

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

24. Indique qual a sua satisfação, face ao tempo exigido pela sua principal ocupação/emprego:

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

25. Sente-se satisfeito com a quantidade de tempo livre ao seu dispor?

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

26. Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado?

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

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84

Satisfação comunitária

Nesta secção deste inquérito, temos como objetivo avaliar a satisfação de cada pessoa em relação à

comunidade que o envolve.

27. Considerando a comunidade que o rodeia, qual considera que seja o seu grau de integração?

5 - Muito Integrado

4 - Integrado

3 - Indiferente

2 - Pouco Integrado

1 - Nada Integrado

28. Quando pensa na vizinhança mais próxima de si, indique qual o seu grau de confiança?

5 - Muito Bom

4 - Bom

3 - Média

2 - Mau

1 - Muito Mau

29. Considerando a possibilidade de realizar voluntariado na sua comunidade, qual o seu grau de

satisfação perante essa oportunidade?

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

30. Como considera a abertura da comunidade para receber atividades ou projetos seus?

5 - Muito Recetiva

4 - Recetiva

3 - Indiferente

2 - Pouco Recetiva

1 - Nada Recetiva

31. Indique qual o seu grau de satisfação quando pensa na governação da sua comunidade?

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

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85

32. Qual o seu grau de satisfação perante a possibilidade de participar nas decisões com influência na

zona?

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

33. Como classifica a educação geral da comunidade?

5 - Muito Boa

4 - Boa

3 - Média

2 - Má

1 - Muito Má

34. Indique o seu grau de satisfação perante o papel da governação, para com o atual estado de

educação da sua comunidade:

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

35. Considerando agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora,

indique o seu grau de satisfação:

5 - Muito Satisfeito

4 - Satisfeito

3 - Indiferente

2 - Insatisfeito

1 - Muito Insatisfeito

36. Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater o desemprego?

5 - Muito Boa

4 - Boa

3 - Média

2 - Má

1 - Muito Má

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86

37. Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego?

5 - Muito Boa

4 - Boa

3 - Média

2 - Má

1 - Muito Má

38. Com as ações de voluntariado realizadas pela governação, qual o seu grau de participação?

5 - Imenso

4 - Bastante

3 - Médio

2 - Pouco

1 – Nulo

39. Expresse a sua opinião sobre aquilo que considera que falta na sua comunidade em termos de bom

ambiente:

40. Expresse a sua opinião sobre aquilo que considera que falta na sua comunidade em termos

económicos:

41. Expresse a sua opinião sobre aquilo que considera que falta na sua comunidade em termos sociais:

Identidade e Cultura

Nesta secção deste inquérito, temos como objetivo avaliar de que forma a identidade e a cultura de um

indivíduo encontra-se integrada e preservada na comunidade.

42. Como considera a aceitação da sua identidade na comunidade?

5 - Excelente

4 - Boa

3 - Média

2 - Fraca

1 – Insuficiente

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87

43. Como classifica a sua capacidade de falar o idioma nativo da comunidade?

5 - Excelente

4 - Boa

3 - Média

2 - Fraca

1 – Insuficiente

44. Como classifica a capacidade de entendimento com a comunidade no seu idioma nativo?

5 - Excelente

4 - Boa

3 - Média

2 - Fraca

1 – Insuficiente

45. Como considera a aceitação da comunidade de forma a permitir comemorar as suas crenças?

5 - Excelente

4 - Boa

3 - Média

2 - Fraca

1 – Insuficiente

46. Como considera a capacidade da comunidade de celebrar as suas datas festivas?

5 - Excelente

4 - Boa

3 - Média

2 - Fraca

1 – Insuficiente

47. Como considera a sua capacidade de partilhar das crenças da comunidade em que se encontra

inserido?

5 - Excelente

4 - Boa

3 - Média

2 - Fraca

1 – Insuficiente

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88

Anexo 2 – Dados referente à amostra

Quadro de dados do Barreiro

Masculino Feminino

Sexo 73 59

Inferior 20 anos Entre 20 a 29 anos Entre 30 a 59 anos Superior a 59 anos

Nº Indivíduos 31 31 38 32

Habita no Barreiro Exerce a profissão no Barreiro Utilização espaços de lazer

Sim 126 102 91

Não 6 30 41

Quadro de dados de Barcarena

Masculino Feminino

Sexo 80 52

Inferior 20 anos Entre 20 a 29 anos Entre 30 a 59 anos Superior a 59 anos

Nº Indivíduos 33 26 42 31

Habita em Barcarena Exerce a profissão em Barcarena Utilização espaços de lazer

Sim 94 52 74

Não 38 80 58

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89

Anexo 3 – Teste Qui-Quadrado

Tabela 42 – Teste Qui-Quadrado Sexo

Questão

Qui-

Quad

rado

I.C.

99

%

I.C.

98

%

I.C.

97,

5%

I.C.

95

%

I.C.

90

%

I.C.

80

%

I.C.

70

%

I.C.

50

%

I.C.

30

%

Qual o seu grau de satisfação perante a sua vida? 0,097

Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação pessoal perante eles?

0,035

Sente-se satisfeito com a presença e/ou companhia das pessoas que o rodeiam junto da sua habitação?

0,310

Considerando a sua habitação, indique qual o seu grau de satisfação com ela:

0,114

Qual o seu grau de satisfação perante a sua inserção na comunidade onde vive e que o rodeia?

0,499

Considerando agora a sua pessoa apenas, por favor classifique o seu grau de satisfação para com a sua vida:

0,095

Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde? 0,171

Com que frequência experimenta sentimentos positivos?

0,002

Com que frequência experimenta sentimentos negativos?

0,003

Com que frequência se sente sobre pressão? 0,011

Com que frequência se sente inseguro? 0,005

Considerando a sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação:

0,948

Indique qual a sua satisfação, face ao tempo exigido pela sua principal ocupação/emprego:

0,820

Sente-se satisfeito com a quantidade de tempo livre ao seu dispor?

0,040

Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado?

0,101

Considerando a comunidade que o rodeia, qual considera que seja o seu grau de integração?

0,936

Quando pensa na vizinhança mais próxima de si, indique qual o seu grau de confiança?

0,028

Considerando a possibilidade de realizar voluntariado na sua comunidade, qual o seu grau de satisfação perante essa oportunidade?

0,490

Como considera a abertura da comunidade para receber atividades ou projetos seus?

0,158

Indique qual o seu grau de satisfação quando pensa na governação da sua comunidade?

0,574

Qual o seu grau de satisfação perante a possibilidade de participar nas decisões com influência na zona?

0,606

Como classifica a educação geral da comunidade? 0,678

Indique o seu grau de satisfação perante o papel da governação, para com o atual estado de educação da sua comunidade:

0,577

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90

Questão

Qui-

Quad

rado

I.C.

99

%

I.C.

98

%

I.C.

97,

5%

I.C.

95

%

I.C.

90

%

I.C.

80

%

I.C.

70

%

I.C.

50

%

I.C.

30

%

Considerando agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora, indique o seu grau de satisfação:

0,730

Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater desemprego?

0,496

Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego?

0,034

Com as ações de voluntariado realizadas pela governação, qual o seu grau de participação?

0,541

Como considera a aceitação da sua identidade na comunidade?

0,506

Como classifica a sua capacidade de falar o idioma local?

0,635

Como classifica a capacidade de entendimento com a comunidade no seu idioma nativo?

0,715

Como considera a aceitação da comunidade de forma a permitir comemorar as suas crenças?

0,048

Como considera a capacidade da comunidade de celebrar as suas datas festivas?

0,749

Como considera a sua capacidade de partilhar das crenças da comunidade em que se encontra inserido?

0,013

Tabela 43 – Teste Qui-Quadrado Habitação

Questão Qui-Quadrado

I.C. 99%

I.C. 98%

I.C. 97,5%

I.C. 95%

I.C. 90%

I.C. 80%

I.C. 70%

I.C. 50%

I.C. 30%

Qual o seu grau de satisfação perante a sua vida? 0,315

Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação pessoal perante eles?

0,479

Sente-se satisfeito com a presença e/ou companhia das pessoas que o rodeiam junto da sua habitação?

0,427

Considerando a sua habitação, indique qual o seu grau de satisfação com ela:

0,027

Qual o seu grau de satisfação perante a sua inserção na comunidade onde vive e que o rodeia?

0,442

Considerando agora a sua pessoa apenas, por favor classifique o seu grau de satisfação para com a sua vida:

0,375

Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde? 0,003

Com que frequência experimenta sentimentos positivos?

0,119

Com que frequência experimenta sentimentos negativos?

0,397

Com que frequência se sente sobre pressão? 0,320

Com que frequência se sente inseguro? 0,119

Considerando a sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação:

0,039

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91

Questão Qui-Quadrado

I.C. 99%

I.C. 98%

I.C. 97,5%

I.C. 95%

I.C. 90%

I.C. 80%

I.C. 70%

I.C. 50%

I.C. 30%

Indique qual a sua satisfação, face ao tempo exigido pela sua principal ocupação/emprego:

0,023

Sente-se satisfeito com a quantidade de tempo livre ao seu dispor?

0,970

Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado?

0,184

Considerando a comunidade que o rodeia, qual considera que seja o seu grau de integração?

0,623

Quando pensa na vizinhança mais próxima de si, indique qual o seu grau de confiança?

0,241

Considerando a possibilidade de realizar voluntariado na sua comunidade, qual o seu grau de satisfação perante essa oportunidade?

0,078

Como considera a abertura da comunidade para receber atividades ou projetos seus?

0,161

Indique qual o seu grau de satisfação quando pensa na governação da sua comunidade?

0,334

Qual o seu grau de satisfação perante a possibilidade de participar nas decisões com influência na zona?

0,094

Como classifica a educação geral da comunidade? 0,436

Indique o seu grau de satisfação perante o papel da governação, para com o atual estado de educação da sua comunidade:

0,370

Considerando agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora, indique o seu grau de satisfação:

0,193

Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater desemprego?

0,270

Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego?

0,530

Com as ações de voluntariado realizadas pela governação, qual o seu grau de participação?

0,003

Como considera a aceitação da sua identidade na comunidade?

0,432

Como classifica a sua capacidade de falar o idioma local?

0,284

Como classifica a capacidade de entendimento com a comunidade no seu idioma nativo?

0,772

Como considera a aceitação da comunidade de forma a permitir comemorar as suas crenças?

0,227

Como considera a capacidade da comunidade de celebrar as suas datas festivas?

0,174

Como considera a sua capacidade de partilhar das crenças da comunidade em que se encontra inserido?

0,132

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92

Tabela 44 – Teste Qui-Quadrado Emprego Local

Questão Qui-Quadrado

I.C. 99%

I.C. 98%

I.C. 97,5%

I.C. 95%

I.C. 90%

I.C. 80%

I.C. 70%

I.C. 50%

I.C. 30%

Qual o seu grau de satisfação perante a sua vida? 0,007

Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação pessoal perante eles?

0,533

Sente-se satisfeito com a presença e/ou companhia das pessoas que o rodeiam junto da sua habitação?

0,449

Considerando a sua habitação, indique qual o seu grau de satisfação com ela:

0,474

Qual o seu grau de satisfação perante a sua inserção na comunidade onde vive e que o rodeia?

0,069

Considerando agora a sua pessoa apenas, por favor classifique o seu grau de satisfação para com a sua vida:

0,003

Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde? 0,019

Com que frequência experimenta sentimentos positivos?

0,588

Com que frequência experimenta sentimentos negativos?

0,738

Com que frequência se sente sobre pressão? 0,000

Com que frequência se sente inseguro? 0,064

Considerando a sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação:

0,120

Indique qual a sua satisfação, face ao tempo exigido pela sua principal ocupação/emprego:

0,052

Sente-se satisfeito com a quantidade de tempo livre ao seu dispor?

0,429

Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado?

0,156

Considerando a comunidade que o rodeia, qual considera que seja o seu grau de integração?

0,234

Quando pensa na vizinhança mais próxima de si, indique qual o seu grau de confiança?

0,005

Considerando a possibilidade de realizar voluntariado na sua comunidade, qual o seu grau de satisfação perante essa oportunidade?

0,067

Como considera a abertura da comunidade para receber atividades ou projetos seus?

0,000

Indique qual o seu grau de satisfação quando pensa na governação da sua comunidade?

0,026

Qual o seu grau de satisfação perante a possibilidade de participar nas decisões com influência na zona?

0,000

Como classifica a educação geral da comunidade? 0,251

Indique o seu grau de satisfação perante o papel da governação, para com o atual estado de educação da sua comunidade:

0,419

Considerando agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora, indique o seu grau de satisfação:

0,047

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93

Questão Qui-Quadrado

I.C. 99%

I.C. 98%

I.C. 97,5%

I.C. 95%

I.C. 90%

I.C. 80%

I.C. 70%

I.C. 50%

I.C. 30%

Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater desemprego?

0,084

Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego?

0,011

Com as ações de voluntariado realizadas pela governação, qual o seu grau de participação?

0,082

Como considera a aceitação da sua identidade na comunidade?

0,147

Como classifica a sua capacidade de falar o idioma local?

0,624

Como classifica a capacidade de entendimento com a comunidade no seu idioma nativo?

0,086

Como considera a aceitação da comunidade de forma a permitir comemorar as suas crenças?

0,036

Como considera a capacidade da comunidade de celebrar as suas datas festivas?

0,032

Como considera a sua capacidade de partilhar das crenças da comunidade em que se encontra inserido?

0,016

Tabela 45 – Teste Qui-Quadrado Espaços de Lazer

Questão Qui-Quadrado

I.C. 99%

I.C. 98%

I.C. 97,5%

I.C. 95%

I.C. 90%

I.C. 80%

I.C. 70%

I.C. 50%

I.C. 30%

Qual o seu grau de satisfação perante a sua vida? 0,322

Considerando apenas o seu agregado familiar, qual o seu sentimento de satisfação pessoal perante eles?

0,343

Sente-se satisfeito com a presença e/ou companhia das pessoas que o rodeiam junto da sua habitação?

0,699

Considerando a sua habitação, indique qual o seu grau de satisfação com ela:

0,152

Qual o seu grau de satisfação perante a sua inserção na comunidade onde vive e que o rodeia?

0,088

Considerando agora a sua pessoa apenas, por favor classifique o seu grau de satisfação para com a sua vida:

0,281

Sente-se satisfeito com o seu estado de saúde? 0,098

Com que frequência experimenta sentimentos positivos?

0,849

Com que frequência experimenta sentimentos negativos?

0,001

Com que frequência se sente sobre pressão? 0,244

Com que frequência se sente inseguro? 0,041

Considerando a sua principal ocupação/emprego, indique qual o seu grau de satisfação:

0,011

Indique qual a sua satisfação, face ao tempo exigido pela sua principal ocupação/emprego:

0,154

Sente-se satisfeito com a quantidade de tempo livre ao seu dispor?

0,062

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94

Questão Qui-Quadrado

I.C. 99%

I.C. 98%

I.C. 97,5%

I.C. 95%

I.C. 90%

I.C. 80%

I.C. 70%

I.C. 50%

I.C. 30%

Em relação aos espaços de lazer, sente-se satisfeito com o seu estado?

0,000

Considerando a comunidade que o rodeia, qual considera que seja o seu grau de integração?

0,409

Quando pensa na vizinhança mais próxima de si, indique qual o seu grau de confiança?

0,567

Considerando a possibilidade de realizar voluntariado na sua comunidade, qual o seu grau de satisfação perante essa oportunidade?

0,760

Como considera a abertura da comunidade para receber atividades ou projetos seus?

0,013

Indique qual o seu grau de satisfação quando pensa na governação da sua comunidade?

0,500

Qual o seu grau de satisfação perante a possibilidade de participar nas decisões com influência na zona?

0,051

Como classifica a educação geral da comunidade? 0,888

Indique o seu grau de satisfação perante o papel da governação, para com o atual estado de educação da sua comunidade:

0,688

Considerando agora a diversidade no leque de empregos disponíveis para a classe trabalhadora, indique o seu grau de satisfação:

0,043

Como classifica a capacidade de resposta por parte da governação para combater desemprego?

0,003

Como classifica a capacidade de resposta da sua comunidade para combater o desemprego?

0,024

Com as ações de voluntariado realizadas pela governação, qual o seu grau de participação?

0,324

Como considera a aceitação da sua identidade na comunidade?

0,230

Como classifica a sua capacidade de falar o idioma local?

0,485

Como classifica a capacidade de entendimento com a comunidade no seu idioma nativo?

0,312

Como considera a aceitação da comunidade de forma a permitir comemorar as suas crenças?

0,177

Como considera a capacidade da comunidade de celebrar as suas datas festivas?

0,229

Como considera a sua capacidade de partilhar das crenças da comunidade em que se encontra inserido?

0,100