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Sistema Único de Saúde (SUS) Propostas para aumentar a eficiência do sistema público de saúde AGO 2018

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Sistema Único de Saúde (SUS)Propostas para aumentar a eficiência do sistema público de saúde

AGO 2018

O Brasil gasta muito com saúde em proporção do PIB

O gasto total com saúde no Brasil (9,1% do PIB) é comparável à média dos países da OCDE (9%) e superior à média de seus pares, estruturais e regionais, (6,7% e 7,2%, respectivamente).

Porém, a proporção dos gastos públicos e relativamente baixa (48%), menos que a média entre os países da OCDE (73,2%), que os países de renda média (59%), e acima da média apenas dos BRICS (46%).

1 PRINCIPAIS DESAFIOS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

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Structural Peers Regional Peers OECD

Gastos totais com saúde (como percentual do PIB), Brasil e países pares

PrivadoPúblico

Fonte: OCDE, 2013.Nota: Não considera « gastos tributários »

PrivadoPúblico

Pares estruturais Pares regionais

OCDE

Além disso, cerca de 0,5% do PIB são gastos com isenções fiscais para o setor da saúde.

Massa salarial e gastos de capital / operacionais

1 PRINCIPAIS DESAFIOS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

PIB per capita e gastos públicos per capita

PIB per capita(Base 100=2004)

SUS per capita(Base 100=2004)

Entre 1980 e 2015, o gasto federal com a saúde cresceu mais rápido do que o PIB (a média de crescimento geométrico anual foi de 3,7% e 3,4% respectivamente).

Calcula-se que, em 2050, o envelhecimento da população aumentará o gasto total com saúde em 4% do PIB.

A massa salarial tem sido o principal fator do aumento dos gastos públicos com saúde.

Os gastos públicos com a saúde cresceram mais rapidamente que o PIB entre 2004 e 2014

Massa salarial

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BRASIL. 2012 TURQUIA, 2010 REINO UNIDO, 2010 CANADÁ, 2010 CHINA, 2010

Os salários do setor são altos, particularmente dos profissionaisda atenção primária à saúde

Salário dos profissionais de saúde como múltiplos da renda média per capita do decil mais rico da população.Vários países.

1 PRINCIPAIS DESAFIOS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Fonte: OCDE

Salário dos profissionais de saúde como múltiplos da renda média per capitado decil mais rico da população, vários países

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A oferta e a produtividade da força de trabalho em saúde são baixas

A razão de profissionais de saúde/população, particularmente médicos, é menor do que o encontrado em países com nível similar de desenvolvimento, e bastante inferior à média entre os países da OCDE.

Há desigualdade na distribuição geográfica da força de trabalho; há muitos médicos no setor privado de áreas urbanas ou em atendimento especializado, e particularmente nas regiões sul e sudeste.

Os salários dos profissionais da saúde são relativamente altos, especialmente na atenção básica, mas a produtividade (consultas por médico) é bastante baixa.

Número de consultas por médico no Brasil e nos países da OCDE (2013)

Fonte: OCDE.

1 PRINCIPAIS DESAFIOS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Nota: No Chile, dados para o denominador incluem todos os médicos licenciados para a prática.

Apesar dos altos níveis de gastos, ainda há ineficiências

Caso sejam mantidas as tendências atuais de crescimento nominal dos gastos públicos com a saúde, os gastos com o SUS chegarão a R$ 700 bilhões até 2030. No entanto, há uma ampla margem para melhorar a eficiência, o que poderia gerar uma economia de R$ 115 bilhões até 2030*:

O nível de eficiência na atenção primária à saúde (APS) é estimado em 63% e para os níveis de Média e Alta Complexidade (MAC), em 29%.

Estima-se que exista uma folga (ou desperdício) anual de aproximadamente R$9,3 bilhões apenas na APS, somando os três níveis de governo.

Na MAC, o desperdício anual estimado chegaa R$ 12,7 bilhões.

* O crescimento é estimado sem considerar o envelhecimento da população, a incorporação de tecnologias e o possível aumento do orçamento do governo.

Cenário 1 (R$ Status quo)

Cenário 2 (R$ Bi em ganhos de eficiência)

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1 PRINCIPAIS DESAFIOS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Fonte: Araujo na Lobo, 2018

Projeção nominal dos gastos do SUS, 2014-2030

Apesar dos altos níveis de gastos, ainda há ineficiências

A eficiência do SUS está diretamente associada à escala (tamanhos dos municípios e dos hospitais).• O desempenho dos municípios com menos de 5.000

habitantes é quatro vezes inferior ao dos municípios com mais de 100.000 habitantes.

Existe uma relação positiva entre a eficiência na APS e a eficiência nos níveis mais elevados de atenção à saúde.

As estruturas institucionais do SUS são descentralizadas em nível municipal, causando fragmentação e grandes deseconomias de escala. A fragmentação é um gargalo premente da rede de prestação de serviços do SUS.• Atualmente existe pouca coordenação entre os níveis de

atenção, e a fragmentação da rede do SUS resulta em duplicação de serviços e excesso de capacidade, além de perda de economias de escala e custos operacionais mais altos.

Eficiência por tamanho do município

1 PRINCIPAIS DESAFIOS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

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Faixas de população

Atenção secundáriae terciária

Atenção primáriade saúde

Fonte: Cálculos da equipe do Banco Mundial.Nota: O gráfico mostra a distribuição da ineficiência - as cores incluem o primeiro e o quarto quartis, divididos pela mediana.

Apesar dos altos níveis de gastos, ainda há ineficiências

A rede de serviços ambulatoriais e hospitalares do SUS é altamente ineficiente. Os serviços operam com elevada capacidade ociosa (ou seja, baixas taxas de ocupação de leitos hospitalares), há deseconomias de escala devido ao pequeno volume de serviços e à falta de concorrência entre os provedores.• Os serviços hospitalares e de diagnóstico estão distribuídos

de forma desigual e muitas vezes são pequenos demais para operar com eficiência e garantir qualidade.

• É limitada a coordenação entre provedores e entre os níveis de atenção (primária, secundária e terciária) para o tratamento de doenças crônicas.

As taxas de ocupação de leitos são baixas.• Média de 45% para todos os hospitais do SUS e

apenas 37% no caso dos leitos de alta complexidade• A média do OCDE é de 71%.• A taxa de ocupação desejável é entre 75% e 85%.

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Deseconomias de escala: a maioria dos hospitais brasileirosé pequena demais para operar de maneira eficiente.

1 PRINCIPAIS DESAFIOS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

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Subsídios hospitalares Subsídios ambulatoriais Subsídios tributários

Gasto total com saúde pública

As isenções fiscais para os segurosde saúde são muito regressivas

Os gastos tributários (isenção fiscal) com a saúde são progressivos, mas as isenções concedidas a hospitais privados e os descontos do imposto de renda para planos e seguros de saúde privados são regressivos e volumosos, deixando os gastos públicos totais (incluindo as isenções fiscais) menos progressivos.

Embora o SUS cubra toda a população, 75% da população depende exclusivamente do SUS e o restante goza de cobertura dupla (seguro privado voluntário, principalmente funcional).

1 PRINCIPAIS DESAFIOS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Coeficientes de concentração de depesas públicas com saúde

Fonte: Cálculos da equipe do Banco Mundial baseados em dados da PNADNota: O coeficiente de concentração pode ser calculado a partir da Curva de Concentração (também conhecida como Curva de Lorenz), como C/(C+D), onde C é a área entre a Curva de Concentração e a Linha de Perfeita Igualdade, e D é a área sob a Curva de Concentração.

2 RECOMENDAÇÕES DE POLÍTICAS ECONÔMICAS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

As reformas são propostas ao longo de 4 eixos principais:

São necessárias reformas para garantir a sustentabilidade do sistema

1. Reformasna Gestão do Sistema.

• Implantar Redes Integradas de Atenção à Saúde.

• Melhorar a coordenação com sistema de saúde suplementar.

2. Reformas do lado da oferta.• Expandir e fortalecer a

cobertura da APS para 100% -ganhos de eficiência de pelo menos 0,03% do PIB.

• Racionalizar a oferta de serviços ambulatoriais e hospitalares.

• Aperfeiçoar os arranjos de governança e gestão para aumentar a autonomia, a flexibilidade e a eficiência dos provedores.

3. Reformas do ladoda demanda.

• Fazer respeitar a função de porta de entrada (gatekeeper) da APS por meio da introdução de incentivos aos provedores e aos pacientes.

• Introduzir itinerários de atenção/diretrizes clínicas baseadas em evidências.

• Criar um pacote de benefícios bem definido a ser coberto pelo SUS.

4. Reformas do financiamento.

• Reformar o pagamento aos provedores para premiar qualidade, resultados e produtividade.

• Aumento relativo do financiamento de APS.

Reformas na Gestão do Sistema

2 RECOMENDAÇÕES DE POLÍTICAS ECONÔMICAS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Implantar Redes Integradas de Atenção à Saúde (RAS)

• A experiência internacional demonstra que a formação de redes integradas é a melhor maneira de assegurar a coordenação da atenção à saúde em diferentes contextos e ao longo do tempo.

• A coordenação da atenção pressupõe o desenvolvimento de estruturas e mecanismos (processos) para melhorar a comunicação, a continuidade da atenção e o compartilhamento de informação entre os diferentes componentes, infraestruturas e setores de um sistema de serviços de saúde.

• A implementação de RAS exigirá o redesenho dos modelos de prestação, gestão e financiamento dos serviços do SUS.

Melhorar a coordenação com sistema de saúde suplementar.

• O SUS precisa melhorar a coordenação com o sistema de saúde suplementar, para:

a. Minimizar a concorrência por um contingente escasso de profissionais de saúde;

b. Fazer valer os reembolsos de tratamentos de segurados privados realizados pelo SUS; e

c. Definir uma abordagem comum para incorporar novas tecnologias, medicamentos e tratamentos.

Reformas do lado da oferta

2 RECOMENDAÇÕES DE POLÍTICAS ECONÔMICAS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Expandir e fortalecer a cobertura da APS para 100% - ganhos de eficiência de pelo menos 0,03% do PIB.• A escassez de médicos de APS e a dificuldade de

atrair pessoal qualificado para áreas mais pobrese distantes dos grandes centros urbanos são os principais desafios para a expansão dos serviçosde APS.

• As estratégias para atrair mais profissionais incluem o aumento da remuneração relativa dos profissionais da APS em relação aos especialistas hospitalares, com exigência de dedicação exclusiva e contratos de desempenho, e a melhoria da cobertura, ampliando o escopo da prática de enfermeiros e outros profissionais auxiliares.

Aperfeiçoar os arranjos de governança e gestão para aumentar a autonomia, a flexibilidade e a eficiência dos provedores.• O arcabouço legal limita a

capacidade de provedores e formuladores de políticas de introduzir inovações no sistema de prestação de serviços.

• A falta de autonomialimita a gestão eficiente dos recursos humanos no setor da saúde.

Racionalizar a oferta de serviços ambulatoriais e hospitalares.• É necessário maximizar as

economias de escala e as necessidades de acesso aos serviços de saúde, e implantar sistemas efetivos de referência e contra referência.

Reformas do lado da demanda

2 RECOMENDAÇÕES DE POLÍTICAS ECONÔMICAS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Fazer respeitar a função de porta de entrada (gatekeeper) da APS por meio da introdução de incentivos aos provedores e aos pacientes.• A implementação de RAS terá de racionalizar o

acesso aos serviços de saúde dentro do SUS -mais especificamente, o acesso aos pronto-socorros e serviços especializados de saúde - e fortalecimento dos sistemas de referência e contra referência.

• Mudar o modelo de prestação de serviços - para garantir que a APS seja o primeiro ponto de contato do paciente com os serviços prestados -exige a melhoria das condições da APS, de modo a atrair mais profissionais de saúde para a APS.

Criar um pacote de benefícios bem definido a ser coberto pelo SUS.• Embora o marco legal

estipule que todos devem ter acesso a um pacote aberto de benefícios gratuitos, na prática os pobres são os mais afetados pela racionalização dos serviços, que se traduz em longas listas de espera, acesso limitado a serviços especializados e número insuficiente de leitos hospitalares.

Introduzir itinerários de atenção/diretrizes clínicas baseadas em evidências.• Os itinerários ou diretrizes

clínicas são definidos como declarações sistematicamente elaboradas para ajudar profissionais da saúde e pacientes a tomarem decisões a respeito do manejo apropriado de circunstâncias clínicas específicas.

Reformar o pagamento aos provedores para premiar qualidade, resultados e produtividade.• Dentro do SUS, os mecanismos de pagamento são

pouco utilizados como instrumentos de política para influenciar ações prioritárias e, em muito menor medida, para incentivar desempenho.

• Os mecanismos de pagamento aos provedores precisam estar alinhados com os objetivos da política do SUS para influenciar o comportamento dos provedores para elevar a qualidade e conter os custos.

Aumento relativo do financiamento de APS.• Para estruturar o sistema de prestação de serviços do

SUS em torno das RAS, será preciso introduzir mudanças nos fluxos de financiamento:

a. Redirecionar recursos da atenção hospitalar e ambulatorial para a APS; e

b. Adaptar os atuais repasses federais de APS para os estados e municípios, com a inclusão de componentes de pagamento por desempenho.

Reformas do financiamento

Proposta de financiamento - Acompanhamento do paciente

2 RECOMENDAÇÕES DE POLÍTICAS ECONÔMICAS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

2 RECOMENDAÇÕES DE POLÍTICAS ECONÔMICAS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Economia política do setor de saúde no Brasil

Existe um consenso que reformas são necessárias para melhorar a eficiência e qualidade do sistema público de saúde.

• Principal dilema:sub-financiamento vs. eficiência (movimento sanitário, gestores do setor da saúde)

Apesar do consenso de que reformas são necessárias, há pouca convergência entre as propostas existentes:

• Privatização (em graus diferentes, focalização dos serviços do SUS, subsídios para planos/seguros e baixos custos, etc.); e

• Preservação do status quo (provisão estatal e mais recursos)

Reformas similares foram propostas antes, porém não foram implementadas devido à pressão de poderosos grupos de interesse.

• Comunidade da saúde pública –movimento sanitário;

• Associações profissionais; e• Governos locais/regionais que

buscam manter controle da provisão dos serviços (ganhos políticos).

3 PRINCIPAIS MENSAGENS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Principais mensagens

Apesar do sucesso em estabelecer um sistema de saúde público e universal, o Brasil enfrenta o desafio de manter um equilíbrio entre um nível apropriado de gastos públicos e obter mais resultados com os recursos destinados ao setor público de saúde;

O SUS enfrenta desafios que requerem o aprofundamento da reforma do sistema;

Essas novas reformas precisam preparar o Sistema para enfrentar desafios existentes (qualidade, eficácia limitada, e ineficiências) e desafios futuros (envelhecimento da populaçãoe o crescimento da carga de doenças crônicas);

A reforma deverá necessariamente mudar a estrutura de incentivos existentes na prestação dos serviços de saúde, incentivar a competição entre provedores, introduzir mecanismos de compartilhamento de custos com os provedores e pacientes, e reduzir a fragmentação da provisão dos serviços de saúde; e

Será necessário reconfigurar o modelo de atenção à saúde em torno das redes integradas de atenção à saúde, com mudanças nos modelos de gestão e pagamento aos provedores com mecanismos para incentivar qualidade e resultados, e melhorar a coordenação com o sistema de saúde suplementar.

ANEXOS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)4Anexos

Proposta de organização das redes integradas de atenção à saúde do SUS.

ANEXOS | SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)4

Financiamento e Fluxos de Pacientes, atualmente e com a Reforma do SUS.

A criação do SUS está associada à ampliação da oferta de serviços de saúde, melhoria do acesso, proteção financeira e indicadores de saúde da população

Uma das menores incidências de gastos catastróficos na região da ALC

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http://www.worldbank.org/pt/country/brazil/brief/brazil-policy-notes