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OTOC - Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas Sistema de Informação do Técnico Oficial de Contas 1 S istema de Normalização Contabilística Diplomas Sistema de Normalização Contabilística [Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13.07] Código de Contas [Aprovado pela Portaria n.º 1011/2009, de 09.09] Modelos de demonstrações financeiras [Aprovado pela Portaria n.º 986/2009, de 07.09] Estr utura Conceptual (EC) [Aprovado pelo Aviso n.º 15652/2009, de 07.09] Normas Interpretativas [Aprovado pelo Aviso n.º 15653/2009, de 07.09] Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades [Aprovado pelo Aviso n.º 15654/2009, de 07.09] No rmas contabilísticas e de relato financeiro [Aprovado pelo Aviso n.º 15655/2009, de 07.09] S istema de Normalização Contabilística Decreto-Lei n.º 158/2009 Artigo 1.º - Objecto Artigo 2.º - Definições Artigo 3.º - Âmbito Artigo 4.º - Aplicação das normas internacionais de contabilidade Artigo 5.º - Competência das entidades de supervisão do sector financeiro Artigo 6.º - Obrigatoriedade de elaborar contas consolidadas Artigo 7.º - Dispensa da elaboração de contas consolidadas Artigo 8.º - Exclusões da consolidação Artigo 9.º - Pequenas entidades Artigo 10.º - Dispensa de aplicação Artigo 11.º - Demonstrações financeiras Artigo 12.º - Inventário permanente Artigo 13.º - Referências ao Plano Oficial de Contabilidade Artigo 14.º - Ilícitos de mera ordenação social Artigo 15.º - Norma revogatória Artigo 16.º - Produção de efeitos ANEXO - Sistema de Normalização Contabilística

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Sistema de Normalização Contabilística [Aprovado pelo Decreto-Lei n.º158/2009, de 13.07]Código de Contas [Aprovado pela Portaria n.º 1011/2009,de 09.09]Modelos de demonstrações financeiras [Aprovado pela Portaria n.º 986/2009, de 07.09]Estrutura Conceptual (EC) [Aprovado pelo Aviso n.º 15652/2009,de 07.09]Normas Interpretativas [Aprovado pelo Aviso n.º 15653/2009, de 07.09]Norma contabilística e de relato financeiro para pequenasentidades [Aprovado pelo Aviso n.º 15654/2009,de 07.09]Normas contabilísticas e de relato financeiro [Aprovado pelo Aviso n.º 15655/2009, de 07.09]

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OTOC - Ordem dos Técnicos Oficiais de ContasSistema de Informação do Técnico Oficial de Contas

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Sistema de Normalização ContabilísticaDiplomas

Sistema de Normalização Contabilística [Aprovado pelo Decreto-Lei n.º158/2009, de 13.07]

Código de Contas [Aprovado pela Portaria n.º 1011/2009,de 09.09]

Modelos de demonstrações financeiras [Aprovado pela Portaria n.º 986/2009,de 07.09]

Estrutura Conceptual (EC) [Aprovado pelo Aviso n.º 15652/2009,de 07.09]

Normas Interpretativas [Aprovado pelo Aviso n.º 15653/2009,de 07.09]

Norma contabilística e de relato financeiro para pequenasentidades

[Aprovado pelo Aviso n.º 15654/2009,de 07.09]

Normas contabilísticas e de relato financeiro [Aprovado pelo Aviso n.º 15655/2009,de 07.09]

Sistema de Normalização Contabilística

Decreto-Lei n.º 158/2009Artigo 1.º - ObjectoArtigo 2.º - DefiniçõesArtigo 3.º - ÂmbitoArtigo 4.º - Aplicação das normas internacionais de contabilidadeArtigo 5.º - Competência das entidades de supervisão do sector financeiroArtigo 6.º - Obrigatoriedade de elaborar contas consolidadasArtigo 7.º - Dispensa da elaboração de contas consolidadasArtigo 8.º - Exclusões da consolidaçãoArtigo 9.º - Pequenas entidadesArtigo 10.º - Dispensa de aplicaçãoArtigo 11.º - Demonstrações financeirasArtigo 12.º - Inventário permanenteArtigo 13.º - Referências ao Plano Oficial de ContabilidadeArtigo 14.º - Ilícitos de mera ordenação socialArtigo 15.º - Norma revogatóriaArtigo 16.º - Produção de efeitosANEXO - Sistema de Normalização Contabilística

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Decreto-Lei n.º 158/20092009-Jul-13

Sistema de Normalização Contabilística (SNC) - Plano Oficial de Contabilidade (POC) - Comissão deNormalização Contabilística (CNC)

Actualizado em 2009-07-15

O actual modelo nacional de normalização contabilística para as empresas comerciais e industriais eoutras entidades foi instituído com a publicação do Decreto-Lei n.º 47/77, de 7 de Fevereiro, queaprovou o Plano Oficial de Contabilidade (POC) e criou a Comissão de Normalização Contabilística(CNC).

O POC foi, entretanto, objecto de sucessivas alterações, essencialmente motivadas pelanecessidade de adaptação do modelo contabilístico nacional a instrumentos jurídicos comunitários.Assim:

A adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, em 1986, implicou, em relação àsmatérias contabilísticas, a obrigatoriedade de ajustamento dos nossos normativos à Directiva n.º78/660/CEE (Quarta Directiva), pelo que foi publicado, em 1989, o Decreto-Lei n.º 410/89, de 21 deNovembro, que procedeu a diversos ajustamentos e melhorias ao Plano Oficial de Contabilidade de1977.

Dois anos mais tarde, foi publicado o Decreto-Lei n.º 238/91, de 2 de Julho, que transpôs para aordem jurídica interna o tratamento contabilístico de consolidação de contas, em consonância com oestabelecido na Directiva n.º 83/349/CEE (Sétima Directiva) e introduziu novos ajustamentos ao POCde 1989, que consistiram em algumas modificações e no aditamento dos capítulos 13 e 14,respeitantes a normas de consolidação de contas e demonstrações financeiras consolidadas,respectivamente.

Outras alterações relevantes ao POC de 1989 foram introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 44/99, de 12de Fevereiro, que acolheu o sistema de inventário permanente e a demonstração dos resultados porfunções, e pelo Decreto-Lei n.º 79/2003, de 23 de Abril, que introduziu a demonstração dos fluxos decaixa, pelo Decreto-Lei n.º 88/2004, de 20 de Abril, que estabeleceu as condições de aplicação dojusto valor, transpondo para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2001/65/CE, do ParlamentoEuropeu e do Conselho, de 27 de Setembro.

O Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro, transpôs para a ordem jurídica interna a Directiva n.º2003/51/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Junho, relativa à modernização dasdirectivas contabilísticas, que alterou as Directivas n.ºs 78/660/CEE, 83/349/CEE, 86/365/CEE e91/674/CEE, do Conselho, relativas às contas anuais e às contas consolidadas de certas formas desociedades, bancos e outras instituições financeiras e empresas de seguros visando assegurar acoerência entre a legislação contabilística comunitária e as normas internacionais de contabilidade(NIC), em vigor desde 1 de Maio de 2002. Através deste decreto-lei, o Estado Português exerceu aopção prevista no artigo 5.º do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e doConselho, de 19 de Julho, com respeito à aplicação das normas internacionais de contabilidade.

No presente decreto-lei reafirma-se tal opção, agora no quadro do Sistema de NormalizaçãoContabilística.

O Regulamento (CE) n.º 1606/2002 veio estabelecer a adopção e a utilização, na Comunidade, dasnormas internacionais de contabilidade - International Accounting Standards (IAS) e InternationalFinancial Reporting Standards (IFRS) e interpretações conexas - International Financial ReportingInterpretations Committee (SIC/IFRIC), dando, assim, resposta às crescentes necessidades emmatéria de relato financeiro no contexto das profundas alterações ocorridas nos últimos anos na

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conjuntura económica e financeira e que se traduzem, designadamente, por:

Concentração de actividades empresariais a nível nacional, europeu e mundial;

Desenvolvimento de grandes espaços económicos - «União Europeia», «Nafta», «Mercosul»,«Sudeste Asiático»;

Regionalização e globalização dos mercados financeiros e das bolsas de valores;

Liberalização do comércio e globalização da economia;

Internacionalização das empresas, criação de subsidiárias, fusões, aquisições,empreendimentos conjuntos e alianças estratégicas.

Assim, e por força da orientação estratégica em matéria contabilística da União Europeia esboçadacom a apresentação, pela Comissão Europeia, em Novembro de 1995, do documento«Harmonização contabilística - uma nova estratégia relativamente à harmonização internacional» edo subsequente impulso político dado no Conselho de Lisboa, em Março de 2000, que estabeleceu acriação de serviços financeiros plenamente integrados, a União Europeia (UE) decidiu adoptar asnormas internacionais de contabilidade do International Accounting Standards Board (IASB).

Tendo desempenhado durante anos um papel fundamental no panorama nacional, o POC tem-serevelado, desde há algum tempo, insuficiente para as entidades com maiores exigências qualitativasde relato financeiro, para além de carecer de revisão técnica no que concerne, nomeadamente, aaspectos conceptuais, critérios de reconhecimento e mensuração, conceito de resultados, bem comoem relação aos modelos das demonstrações financeiras individuais e consolidadas.

Entende-se, assim, facilmente, que à luz das profundas alterações verificadas nos últimos 25 anos,os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal, que nos domínios conceptual einstrumental transitam de 1977, já não respondem adequadamente às exigências contemporâneas eque por, conseguinte, importa proceder à sua modificação.

Adicionalmente, o acompanhamento da dinâmica de adopção, pela UE, das normas internacionaisde contabilidade, tendo em vista a sua absorção no quadro contabilístico nacional, que se pretendeactualizado, apela a que se adoptem procedimentos normativos suficientemente flexíveis.

Assim, a normalização contabilística nacional deverá aproximar-se, tanto quanto possível, dos novospadrões comunitários, por forma a proporcionar ao nosso país o alinhamento com as directivas eregulamentos em matéria contabilística da UE, sem ignorar, porém, as características enecessidades específicas do tecido empresarial português.

Consequentemente, procede-se à revogação do POC e legislação complementar criando-se oSistema de Normalização Contabilística (SNC), que vem na linha da modernização contabilísticaocorrida na UE que é constituído pelos elementos fundamentais que se enunciam em seguida.

A «Estrutura conceptual», que segue de muito perto a «Estrutura conceptual de preparação eapresentação de demonstrações financeiras» do IASB, assumida e publicada pela UE. Trata-se deum conjunto de conceitos contabilísticos estruturantes que, não constituindo uma normapropriamente dita, se assume como referencial que subjaz a todo o Sistema.

As «Bases para a apresentação de demonstrações financeiras», nas quais se enunciam as regrassobre o que constitui e a que princípios essenciais deve obedecer um conjunto completo dedemonstrações financeiras.

Os «Modelos de demonstrações financeiras», nos quais se consagram a necessidade de existênciade formatos padronizados, mas flexíveis, para as demonstrações de balanço, de resultados (por

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funções e por naturezas), de alterações no capital próprio e dos fluxos de caixa, assim como ummodelo orientador para o anexo.

O «Código de contas», traduzido numa estrutura codificada e uniforme de contas, que visa acautelaras necessidades dos distintos utentes, privados e públicos, e alimentar o desenvolvimento deplataformas e bases de dados particulares e oficiais.

As «Normas contabilísticas e de relato financeiro» (NCRF), núcleo central do SNC, adaptadas apartir das normas internacionais de contabilidade adoptadas pela UE, cada uma delas constituindoum instrumento de normalização onde, de modo desenvolvido, se prescrevem os vários tratamentostécnicos a adoptar em matéria de reconhecimento, de mensuração, de apresentação e de divulgaçãodas realidades económicas e financeiras das entidades.

A «Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades» (NCRF-PE), que, de formaunitária e simplificada, contempla os tratamentos de reconhecimento, de mensuração, deapresentação e de divulgação que, do cômputo dos consagrados nas NCRF, são consideradoscomo os pertinentes e mínimos a ser adoptados por entidades cuja dimensão não ultrapasse doisdos três limites seguintes: a) total do balanço: € 500.000; b) total de vendas líquidas e outrosrendimentos: € 1.000.000; c) número de trabalhadores empregados em média durante o exercício:20.

Conceptualmente, o SNC caracteriza-se pelas linhas mestras essenciais adiante explicitadas.

Trata-se de um corpo de normas coerente com as normas internacionais de contabilidade em vigorna UE e, por outro lado, com as actuais versões das quarta e sétima directivas comunitárias sobrecontas, respectivamente, de entidades individuais e grupos de sociedades.

Em conexão com o primeiro aspecto indicado, o SNC é um instrumento moderno ao serviçodaquelas empresas portuguesas que, não tendo valores mobiliários admitidos à negociação nummercado regulamentado, têm uma dimensão, uma estrutura de capitais ou uma presença emdeterminadas actividades que as colocam em pleno ambiente globalizado de negócios, parceiros efontes de financiamento. Com capitais públicos ou privados, existe um significativo universo degrandes e médias empresas e grupos nacionais que carecem de produzir e divulgar demonstraçõesfinanceiras adequadas aos vários mercados onde operam ou onde se financiam.

Tendo em conta as entidades a que se destina o SNC, no processo de adaptação das normasinternacionais de contabilidade houve a preocupação de, sem distorcer a homogeneidade, aqualidade e a coerência globais, eliminar tratamentos pouco ou nada aplicáveis à realidade nacionale evitar níveis de exigência informativa porventura excessivos.

Por outro lado, é criada uma norma especificamente destinada às entidades de menor dimensãoque, assente na mesma filosofia de conceitos e orientada pelos mesmos requisitos técnicos dereferência, permite delimitar e simplificar num único documento, mais acessível e de mais fácilaplicação, as exigências contabilísticas mais comuns a esse universo.

Assegura-se, assim, inteira compatibilidade e coerência entre os normativos aplicáveis aos seguintestrês grandes grupos de entidades que operam em Portugal:

Empresas com valores cotados que aplicam directamente as normas internacionais de contabilidade;

Restantes empresas dos sectores não financeiros, que aplicarão as NCRF;

Empresas de menor dimensão que aplicarão a NCRF-PE.

É criada, deste modo, uma estrutura que pretende assegurar a coerência horizontal entre as normas,e, quanto às entidades a que se aplica, viabilizar uma fácil comunicabilidade vertical sempre que

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alterações na sua dimensão impliquem diferentes exigências de relato.

Com a preocupação de integrar no SNC a problemática da consolidação de contas, inclui-se nopresente decreto-lei a respectiva disciplina jurídica e normativa, estabelecendo os requisitos relativosà obrigatoriedade de certas entidades terem de preparar e apresentar demonstrações financeirasconsolidadas, bem como à sua dispensa e exclusão.

Foi ouvida a Comissão de Normalização Contabilística.

Foram ouvidos, a título facultativo, a Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários, o Banco dePortugal e o Instituto de Seguros de Portugal.

Assim:

Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

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Artigo 1.ºObjecto

É aprovado o Sistema de Normalização Contabilística, doravante designado por SNC, anexo aopresente decreto-lei e que dele faz parte integrante.

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Artigo 2.ºDefinições

Para efeitos do presente decreto-lei, considera-se:

a) «Controlo» o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma entidade ou deuma actividade económica a fim de obter benefícios da mesma;

b) «Demonstrações financeiras consolidadas» as demonstrações financeiras de um grupoapresentadas como as de uma única entidade económica;

c) «Empresa mãe» uma entidade que detém uma ou mais subsidiárias;

d) «Subsidiária» uma entidade, ainda que não constituída sob a forma de sociedade, que écontrolada por uma outra entidade, designada por empresa mãe.

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Artigo 3.ºÂmbito

1 - Com excepção das entidades abrangidas pelo n.º 1 do artigo 4.º e pelo artigo 5.º, o SNC éobrigatoriamente aplicável às seguintes entidades:

a) Sociedades abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais;

b) Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial;

c) Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada;

d) Empresas públicas;

e) Cooperativas;

f) Agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos europeus de interesseeconómico.

2 - Até que sejam publicadas normas para as entidades sem fins lucrativos, são abrangidas peloSNC outras entidades que, por legislação específica, se encontrem sujeitas ao Plano Oficial deContabilidade, doravante designado POC, ou venham a estar sujeitas ao SNC.

3 - O disposto nos artigos 6.º a 8.º não prejudica o regime constante do Decreto-Lei n.º 147/94, de25 de Maio, e não se aplica às entidades abrangidas pelo n.º 1 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º36/92, de 28 de Março.

Redacções Anteriores Diploma de Alteração(não tem)

Anotações TipoArtigo 9.º SNCArtigo 10.º SNC

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Artigo 4.ºAplicação das normas internacionais de contabilidade

Actualizado em 2009-09-25

1 - As entidades cujos valores mobiliários estejam admitidos à negociação num mercadoregulamentado devem, nos termos do artigo 4.º do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, doParlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, elaborar as suas contas consolidadas emconformidade com as normas internacionais de contabilidade adoptadas nos termos do artigo3.º do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 deJulho.

2 - As entidades obrigadas a aplicar o SNC, que não sejam abrangidas pelo disposto no númeroanterior, podem optar por elaborar as respectivas contas consolidadas em conformidade comas normas internacionais de contabilidade adoptadas nos termos do artigo 3.º do Regulamento(CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, desde que as suasdemonstrações financeiras sejam objecto de certificação legal das contas.

3 - As entidades cujas contas sejam consolidadas de acordo com o disposto no n.º 1 podemelaborar as respectivas contas individuais em conformidade com as normas internacionais decontabilidade adoptadas nos termos do artigo 3.º do Regulamento (CE) n.º1606/2002, doParlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, ficando as suas demonstrações financeirassujeitas a certificação legal das contas. [Rectificado pela Declaração de Rectificação n.º67-B/2009, de 11 de Setembro]

4 - As entidades obrigadas a aplicar o SNC, mas que estejam incluídas no âmbito da consolidaçãode entidades abrangidas pelo n.º 2, podem optar por elaborar as respectivas contas individuaisem conformidade com as normas internacionais de contabilidade adoptadas nos termos doartigo 3.º do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 deJulho, ficando as suas demonstrações financeiras sujeitas a certificação legal das contas.

5 - As opções referidas nos n.ºs 2 a 4 devem ser globais, mantendo-se por um período mínimo detrês exercícios.

6 - O período referido no número anterior não se aplica às entidades que, tendo optado pelaaplicação de normas internacionais de contabilidade, passem a estar incluídas no âmbito daconsolidação de entidades que não as adoptem.

7 - A aplicação das normas internacionais de contabilidade a que se refere o presente artigo nãoprejudica que, para além das informações e divulgações inerentes a estas normas, as entidadesabrangidas sejam obrigadas a divulgar outras informações previstas na legislação nacional.

Redacções Anteriores Diploma de Alteração(não tem)

Anotações TipoArtigo 3.º SNCArtigo 5.º SNCArtigo 9.º SNCAnexo - Sistema de Normalização Contabilística SNC

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Artigo 5.ºCompetência das entidades de supervisão do sector financeiro

1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 4.º, é da competência:

a) Do Banco de Portugal e do Instituto de Seguros de Portugal a definição do âmbito subjectivode aplicação das normas internacionais de contabilidade, bem como a definição das normascontabilísticas aplicáveis às contas consolidadas, relativamente às entidades sujeitas àrespectiva supervisão;

b) Da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a definição do âmbito subjectivo deaplicação das normas internacionais de contabilidade relativamente às entidades sujeitas àrespectiva supervisão.

2 - O disposto no presente decreto-lei não prejudica a competência do Banco de Portugal e doInstituto de Seguros de Portugal para definir:

a) As normas contabilísticas aplicáveis às contas individuais das entidades sujeitas àrespectiva supervisão;

b) Os requisitos prudenciais aplicáveis às entidades sujeitas à respectiva supervisão.

Redacções Anteriores Diploma de Alteração(não tem)

Anotações TipoArtigo 3.º SNCArtigo 9.º SNCAnexo - Sistema de Normalização Contabilística SNC

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Artigo 6.ºObrigatoriedade de elaborar contas consolidadas

1 - Qualquer empresa mãe sujeita ao direito nacional é obrigada a elaborar demonstraçõesfinanceiras consolidadas do grupo constituído por ela própria e por todas as subsidiárias, sobreas quais:

a) Independentemente da titularidade do capital, se verifique que, em alternativa:

i) Possa exercer, ou exerça efectivamente, influência dominante ou controlo;

ii) Exerça a gestão como se as duas constituíssem uma única entidade;

b) Sendo titular de capital, quando ocorra uma das seguintes situações:

i) Tenha a maioria dos direitos de voto, excepto se for demonstrado que esses direitos nãoconferem o controlo;

ii) Tenha o direito de designar ou de destituir a maioria dos titulares do órgão de gestão deuma entidade com poderes para gerir as políticas financeiras e operacionais dessaentidade;

iii) Exerça uma influência dominante sobre uma entidade, por força de um contratocelebrado com esta ou de uma outra cláusula do contrato social desta;

iv) Detenha pelo menos 20% dos direitos de voto e a maioria dos titulares do órgão degestão de uma entidade com poderes para gerir as políticas financeiras e operacionaisdessa entidade, que tenham estado em funções durante o exercício a que se reportamas demonstrações financeiras consolidadas, bem como, no exercício precedente e atéao momento em que estas sejam elaboradas, tenham sido exclusivamente designadoscomo consequência do exercício dos seus direitos de voto;

v) Disponha, por si só ou por força de um acordo com outros titulares do capital destaentidade, da maioria dos direitos de voto dos titulares do capital da mesma.

2 - Para efeitos do disposto nas subalíneas i), ii), iv) e v) da alínea b) do número anterior, aosdireitos de voto, de designação e de destituição da empresa mãe devem ser adicionados osdireitos de qualquer outra subsidiária e os das subsidiárias desta, bem como os de qualquerpessoa agindo em seu próprio nome, mas por conta da empresa mãe ou de qualquer outrasubsidiária.

3 - Para os mesmos efeitos, aos direitos indicados no número anterior devem ser deduzidos osdireitos relativos:

a) Às partes de capital detidas por conta de uma entidade que não seja a empresa mãe ouuma subsidiária; ou

b) Às partes de capital detidas como garantia, desde que os direitos em causa sejam exercidosem conformidade com as instruções recebidas ou que a posse destas partes seja para aentidade detentora uma operação decorrente das suas actividades normais, em matéria deempréstimos, com a condição de que os direitos de voto sejam exercidos no interesse doprestador da garantia.

4 - Ainda para os efeitos do disposto nas subalíneas i), iv) e v) da alínea b) do n.º 1, à totalidadedos direitos de voto dos titulares do capital da entidade subsidiária devem deduzir-se os direitos

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de voto relativos às partes de capital detidas por essa entidade, por uma subsidiária desta oupor uma pessoa que actue no seu próprio nome, mas por conta destas entidades.

Redacções Anteriores Diploma de Alteração(não tem)

Anotações TipoArtigo 3.º SNC

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Artigo 7.ºDispensa da elaboração de contas consolidadas

1 - Uma empresa mãe fica dispensada de elaborar as demonstrações financeiras consolidadasquando, na data do seu balanço, o conjunto das entidades a consolidar, com base nas suasúltimas contas anuais aprovadas, não ultrapasse dois dos três limites a seguir indicados:

a) Total do balanço: € 7.500.000;

b) Total das vendas líquidas e outros rendimentos: € 15.000.000;

c) Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 250.

2 - A dispensa da obrigação de elaborar contas consolidadas só ocorre quando dois dos limitesdefinidos no número anterior se verifiquem durante dois exercícios consecutivos.

3 - Não obstante o disposto nos números anteriores, é ainda dispensada da obrigação de elaborarcontas consolidadas qualquer empresa mãe que seja também uma subsidiária, quando a suaprópria empresa mãe esteja subordinada à legislação de um Estado membro da União Europeiae:

a) Seja titular de todas as partes de capital da entidade dispensada, não sendo tidas emconsideração as partes de capital desta entidade detidas por membro dos seus órgãos deadministração, de direcção, de gerência ou de fiscalização, por força de uma obrigaçãolegal ou de cláusulas do contrato de sociedade; ou

b) Detenha 90%, ou mais, das partes de capital da entidade dispensada da obrigação e osrestantes titulares do capital desta entidade tenham aprovado a dispensa.

4 - A dispensa referida no número anterior depende da verificação das seguintes condições:

a) A entidade dispensada, bem como todas as suas subsidiárias, serem consolidadas nasdemonstrações financeiras de um conjunto mais vasto de entidades cuja empresa mãeesteja sujeita à legislação de um Estado membro da União Europeia;

b) As demonstrações financeiras consolidadas referidas na alínea anterior, bem como orelatório consolidado de gestão do conjunto mais vasto de entidades, serem elaboradospela empresa mãe deste conjunto e sujeitos a revisão legal segundo a legislação do Estadomembro a que ela esteja sujeita, adaptada à Directiva n.º 83/349/CEE, de 13 de Junho;

c) As demonstrações financeiras consolidadas referidas na alínea a) e o relatório consolidadode gestão referido na alínea anterior, bem como o documento de revisão legal dessascontas, serem objecto de publicidade por parte da empresa dispensada, em línguaportuguesa;

5 - As dispensas referidas nos n.ºs 1 e 3 não se aplicam caso uma das entidades a consolidar sejauma sociedade cujos valores mobiliários tenham sido admitidos ou estejam em processo de vira ser admitidos à negociação num mercado regulamentado de qualquer Estado membro daUnião Europeia.

Redacções Anteriores Diploma de Alteração(não tem)

Anotações Tipo

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Anotações TipoArtigo 3.º SNC

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Artigo 8.ºExclusões da consolidação

1 - Uma entidade pode ser excluída da consolidação quando não seja materialmente relevantepara a realização do objectivo de as demonstrações financeiras darem uma imagem verdadeirae apropriada da posição financeira do conjunto das entidades compreendidas na consolidação.

2 - Quando duas ou mais entidades estejam nas circunstâncias referidas no número anterior, massejam, no seu conjunto, materialmente relevantes para o mesmo objectivo devem ser incluídasna consolidação.

3 - Uma entidade pode também ser excluída da consolidação sempre que:

a) Restrições severas e duradouras prejudiquem substancialmente o exercício pela empresamãe dos seus direitos sobre o património ou a gestão dessa entidade;

b) As partes de capital desta entidade tenham sido adquiridas exclusivamente tendo em vista asua cessão posterior, e enquanto se mantenham classificadas como detidas para venda.

4 - Uma subsidiária não é excluída da consolidação pelo simples facto de as suas actividadesempresariais serem dissemelhantes das actividades das outras entidades do grupo.

5 - O disposto nos números anteriores não se aplica quando as demonstrações financeirasconsolidadas sejam preparadas de acordo com as normas internacionais de contabilidadeadoptadas pela UE.

Redacções Anteriores Diploma de Alteração(não tem)

Anotações TipoArtigo 3.º SNC

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Artigo 9.ºPequenas entidades

1 - A «Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades» (NCRF-PE),compreendida no SNC, apenas pode ser adoptada, em alternativa ao restante normativo, pelasentidades, de entre as referidas no artigo 3.º e excluindo as situações dos artigos 4.º e 5.º, quenão ultrapassem dois dos três limites seguintes, salvo quando por razões legais ou estatutáriastenham as suas demonstrações financeiras sujeitas a certificação legal de contas:

a) Total do balanço: € 500.000;

b) Total de vendas líquidas e outros rendimentos: € 1.000.000;

c) Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 20.

2 - Os limites previstos no número anterior operam da seguinte forma:

a) Para as entidades constituídas em ano anterior à data da publicação do presentedecreto-lei, os limites reportam-se às demonstrações financeiras do exercício anterior ao dapublicação do mesmo, produzindo efeitos a partir do exercício em que este entre em vigor;

b) Para as entidades que se constituam no ano de publicação do presente decreto-lei, oslimites reportam-se às previsões para esse ano e produzem efeitos a partir do exercício emque este entre em vigor;

c) Para as entidades que se constituam nos anos seguintes ao da publicação do presentedecreto-lei, os limites reportam-se às previsões para o ano da constituição e produzemefeitos imediatos;

d) Sempre que os limites sejam ultrapassados num determinado exercício, a opção deixa depoder ser exercida a partir do segundo exercício seguinte, inclusive;

e) Sempre que os limites deixem de ser ultrapassados num determinado exercício, a entidadepode exercer a opção a partir do segundo exercício seguinte, inclusive.

3 - Nos casos em que uma pequena entidade integre o perímetro de consolidação de uma entidadeque apresente demonstrações financeiras consolidadas, aquela não pode aplicar o regimeprevisto na NCRF-PE.

Redacções Anteriores Diploma de Alteração(não tem)

Anotações TipoArtigo 11.º SNCAnexo - Sistema de Normalização Contabilística SNC

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Artigo 10.ºDispensa de aplicação

Ficam dispensadas do previsto no artigo 3.º as pessoas que, exercendo a título individual qualqueractividade comercial, industrial ou agrícola, não realizem na média dos últimos três anos um volumede negócios superior a € 150.000.

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Artigo 11.ºDemonstrações financeiras

1 - As entidades sujeitas ao SNC são obrigadas a apresentar as seguintes demonstraçõesfinanceiras:

a) Balanço;

b) Demonstração dos resultados por naturezas;

c) Demonstração das alterações no capital próprio;

d) Demonstração dos fluxos de caixa pelo método directo;

e) Anexo.

2 - As entidades a que se refere o artigo 9.º são dispensadas de apresentar a demonstração dasalterações no capital próprio e a demonstração dos fluxos de caixa, podendo apresentarmodelos reduzidos relativamente às restantes demonstrações financeiras.

3 - Adicionalmente, pode ser apresentada uma demonstração dos resultados por funções.

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Artigo 12.ºInventário permanente

1 - As entidades a que seja aplicável o SNC ou as normas internacionais de contabilidadeadoptadas pela UE ficam obrigadas a adoptar o sistema de inventário permanente nacontabilização dos inventários, nos seguintes termos:

a) Proceder às contagens físicas dos inventários com referência ao final do exercício, ou, aolongo do exercício, de forma rotativa, de modo a que cada bem seja contado, pelo menos,uma vez em cada exercício;

b) Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e custos unitários e globais, por formaa permitir a verificação, a todo o momento, da correspondência entre as contagens físicas eos respectivos registos contabilísticos.

2 - A obrigação prevista no número anterior não se aplica às entidades nele referidas que nãoultrapassem, durante dois exercícios consecutivos, dois dos três limites indicados no n.º 2 doartigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais, deixando essa dispensa de produzir efeitosno exercício seguinte ao termo daquele período.

3 - Cessa a obrigação a que se refere o n.º 1, sempre que as entidades nele referidas deixem deultrapassar, durante dois exercícios consecutivos, dois dos três limites referidos no n.º 2 doartigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais, produzindo esta cessação efeitos a partirdo exercício seguinte ao termo daquele período.

4 - Ficam também dispensadas do estabelecido no n.º 1 as entidades nele referidas relativamenteàs seguintes actividades:

a) Agricultura, produção animal, apicultura e caça;

b) Silvicultura e exploração florestal;

c) Indústria piscatória e aquicultura;

d) Pontos de vendas a retalho que, no seu conjunto, não apresentem, no período de umexercício, vendas superiores a € 300.000 nem a 10% das vendas globais da respectivaentidade.

5 - Ficam ainda dispensadas do estabelecido no n.º 1 as entidades nele referidas cuja actividadepredominante consista na prestação de serviços, considerando-se como tais, para efeitos desteartigo, as que apresentem, no período de um exercício, um custo das mercadorias vendidas edas matérias consumidas que não exceda € 300.000 nem 20% dos respectivos custosoperacionais.

6 - As dispensas previstas na alínea d) do n.º 4 e no n.º 5 mantêm-se até ao termo do exercícioseguinte àquele em que, respectivamente, as actividades e as entidades neles referidas tenhamultrapassado os limites que as originaram.

7 - Não obstante o disposto no número anterior, podem voltar a beneficiar das dispensas previstasna alínea d) do n.º 4 e no n.º 5 as actividades e as entidades neles referidas em relação àsquais deixem de se verificar, durante dois exercícios consecutivos, os requisitos estabelecidospara a concessão da dispensa, produzindo efeitos a partir do exercício seguinte ao termodaquele período.

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Artigo 13.ºReferências ao Plano Oficial de Contabilidade

Todas as referências ao Plano Oficial de Contabilidade previstas em anteriores diplomas devempassar a ser entendidas como referências ao SNC.

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Artigo 14.ºIlícitos de mera ordenação social

1 - A entidade sujeita ao SNC que não aplique qualquer das disposições constantes nas normascontabilísticas e de relato financeiro cuja aplicação lhe seja exigível e que distorça com talprática as demonstrações financeiras individuais ou consolidadas que seja, por lei, obrigada aapresentar, é punida com coima de € 500 a € 15.000.

2 - A entidade sujeita ao SNC que efectue a supressão de lacunas de modo diverso do aí previstoe que distorça com tal prática as demonstrações financeiras individuais ou consolidadas queseja, por lei, obrigada a apresentar, é punida com coima de € 500 a € 15.000.

3 - A entidade sujeita ao SNC que não apresente qualquer das demonstrações financeiras queseja, por lei, obrigada a apresentar, é punida com coima de € 500 a € 15.000.

4 - Caso as infracções referidas nos números anteriores sejam praticadas a título de negligência,as coimas são reduzidas a metade.

5 - Na graduação da coima são tidos em conta os valores dos capitais próprios e do total derendimentos das entidades, os valores associados à infracção e a condição económica dosinfractores.

6 - A organização do processo e a decisão sobre aplicação da coima competem ao presidente daComissão de Normalização Contabilística, com possibilidade de delegação no vice-presidenteda comissão executiva.

7 - O produto das coimas reverte nas seguintes proporções:

a) 60% para o Estado;

b) 40% para a Comissão de Normalização Contabilística.

8 - Aos ilícitos de mera ordenação social previstos no presente decreto-lei é subsidiariamenteaplicável o regime geral do ilícito de mera ordenação social.

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Artigo 15.ºNorma revogatória

1 - São revogados:

a) O Decreto-Lei n.º 410/89, de 21 de Novembro;

b) O Decreto-Lei n.º 238/91, de 2 de Julho;

c) O Decreto-Lei n.º 29/93, de 12 de Fevereiro;

d) O Decreto-Lei n.º 127/95, de 1 de Junho;

e) O Decreto-Lei n.º 44/99, de 12 de Fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 79/2003, de 23 deAbril;

f) O Decreto-Lei n.º 88/2004, de 20 de Abril;

g) Os artigos 4.º, 7.º e 11.º a 15.º do Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro.

2 - São revogadas as directrizes contabilísticas n.ºs 1 a 29 emitidas pela Comissão deNormalização Contabilística.

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Artigo 16.ºProdução de efeitos

O presente decreto-lei entra em vigor no primeiro exercício que se inicie em ou após 1 de Janeiro de2010.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 23 de Abril de 2009. - José Sócrates Carvalho Pintode Sousa - Fernando Teixeira dos Santos - Alberto Bernardes Costa.

Promulgado em 26 de Junho de 2009.

Publique-se.

O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.

Referendado em 1 de Julho de 2009.

O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

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ANEXOSistema de Normalização Contabilística

Actualizado em 2009-09-25

1 - Apresentação:

1.1 - O novo modelo de normalização contabilística, que agora é criado, sucede ao Plano Oficial deContabilidade (POC) e é designado por Sistema de Normalização Contabilística (SNC). EsteSistema, à semelhança do POC, não é de aplicação geral, conforme decorre dos artigos 4.º e 5.º dopresente decreto-lei.

1.2 - Trata-se de um modelo de normalização assente mais em princípios do que em regrasexplícitas e que se pretende em sintonia com as normas internacionais de contabilidade emitidaspelo International Accounting Standards Board (IASB) e adoptadas na União Europeia (UE), bemcomo coerente com a Directiva n.º 78/660/CEE do Conselho, de 25 de Julho de 1978 (QuartaDirectiva), e a Directiva n.º 83/349/CEE do Conselho, de 13 de Junho de 1983 (Sétima Directiva),que constituem os principais instrumentos de harmonização no domínio contabilístico na UE. Talcoerência encontra-se, aliás, garantida à partida, uma vez que o processo de adopção na UE dasnormas internacionais de contabilidade implica o respeito pelos critérios estabelecidos no n.º 2 doartigo 3.º do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 deJulho.

1.3 - O SNC, que assimila a transposição das directivas contabilísticas da UE, é composto pelosseguintes instrumentos:

Bases para a apresentação de demonstrações financeiras (BADF);

Modelos de demonstrações financeiras (MDF);

Código de contas (CC);

Normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF);

Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades (NCRF-PE);

Normas interpretativas (NI).

A estrutura conceptual, baseada no anexo 5 das «Observações relativas a certas disposiçõesdo Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho»,publicado pela Comissão Europeia em Novembro de 2003, que enquadra aqueles instrumentos,constitui um documento autónomo a publicar por aviso do membro do Governo comresponsabilidade própria ou delegada pela área das finanças, no Diário da República.

1.4 - Sempre que o SNC não responda a aspectos particulares de transacções ou situações, que secoloquem a dada entidade em matéria de contabilização ou de relato financeiro, ou a lacuna emcausa seja de tal modo relevante que o seu não preenchimento impeça o objectivo de ser prestadainformação que, a presente, de forma verdadeira e apropriada, a posição financeira numa certa datae o desempenho para o período abrangido, fica desde já estabelecido, tendo em vista tão somente asuperação dessa lacuna, o recurso, supletivamente e pela ordem indicada:

Às normas internacionais de contabilidade (NIC), adoptadas ao abrigo do Regulamento (CE) n.º1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho;

Às normas internacionais de contabilidade (IAS) e normas internacionais de relato financeiro

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(IFRS), emitidas pelo IASB, e respectivas interpretações SIC-IFRIC.

2 - Bases para a apresentação de demonstrações financeiras (BADF):

2.1 - Âmbito, finalidade e componentes:

2.1.1 - As BADF de finalidades gerais estabelecem os requisitos globais que permitem assegurar acomparabilidade quer com as demonstrações financeiras de períodos anteriores da mesma entidade,quer com as demonstrações financeiras de outras entidades. O reconhecimento, a mensuração, adivulgação e os aspectos particulares de apresentação de transacções específicas e outrosacontecimentos são tratados nas NCRF.

2.1.2 - As demonstrações financeiras de finalidades gerais são as que se destinam a satisfazer asnecessidades de utentes que não estejam em posição de exigir relatórios feitos para ir ao encontrodas suas necessidades particulares de informação. As demonstrações financeiras de finalidadesgerais incluem as que são apresentadas isoladamente ou incluídas num outro documento para opúblico, tal como um relatório anual ou um prospecto.

2.1.3 - As demonstrações financeiras são uma representação estruturada da posição financeira e dodesempenho financeiro de uma entidade. O objectivo das demonstrações financeiras de finalidadesgerais é o de proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho financeiro e dosfluxos de caixa de uma entidade que seja útil a uma vasta gama de utentes na tomada de decisõeseconómicas. As demonstrações financeiras também mostram os resultados da condução, por partedo órgão de gestão, dos recursos a ele confiados. Para satisfazer este objectivo, as demonstraçõesfinanceiras proporcionam informação de uma entidade acerca do seguinte:

a) Activos;

b) Passivos;

c) Capital próprio;

d) Rendimentos (réditos e ganhos);

e) Gastos (gastos e perdas);

f) Outras alterações no capital próprio; e

g) Fluxos de caixa.

Esta informação, juntamente com outra incluída nas notas do anexo, ajuda os utentes dasdemonstrações financeiras a prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a suatempestividade e certeza.

2.1.4 - Um conjunto completo de demonstrações financeiras inclui:

a) Um balanço;

b) Uma demonstração dos resultados;

c) Uma demonstração das alterações no capital próprio;

d) Uma demonstração dos fluxos de caixa; e

e) Um anexo em que se divulguem as bases de preparação e políticas contabilísticasadoptadas e outras divulgações exigidas pelas NCRF.

2.1.5 - As demonstrações financeiras devem apresentar apropriadamente a posição financeira, o

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desempenho financeiro e os fluxos de caixa de uma entidade. A apresentação apropriada exige arepresentação fidedigna dos efeitos das transacções, outros acontecimentos e condições de acordocom as definições e critérios de reconhecimento para activos, passivos, rendimentos e gastosestabelecidos na estrutura conceptual. Presume-se que a aplicação das NCRF, com divulgaçãoadicional quando necessária, resulta em demonstrações financeiras que alcançam umaapresentação apropriada.

2.1.6 - Na generalidade das circunstâncias, uma apresentação apropriada é conseguida pelaconformidade com as NCRF aplicáveis. Uma apresentação apropriada também exige que umaentidade:

a) Seleccione e adopte políticas contabilísticas de acordo com a NCRF aplicável;

b) Apresente a informação, incluindo as políticas contabilísticas, de uma forma queproporcione a disponibilização de informação relevante, fiável, comparável e compreensível;

c) Proporcione divulgações adicionais quando o cumprimento dos requisitos específicoscontidos nas NCRF possa ser insuficiente para permitir a sua compreensão pelos utentes.

2.1.7 - As políticas contabilísticas inapropriadas não deixam de o ser pelo facto de serem divulgadasou assumidas em notas ou outros materiais explicativos.

2.1.8 - A informação acerca dos fluxos de caixa de uma entidade, quando usada juntamente com asrestantes demonstrações financeiras, é útil se proporcionar aos utentes das mesmas uma base paradeterminar a capacidade da entidade para gerar dinheiro e equivalentes e para determinar asnecessidades da entidade de utilizar esses fluxos de caixa. As decisões económicas que sejamtomadas pelos utentes exigem uma avaliação da capacidade de uma entidade de gerar dinheiro eseus equivalentes e a tempestividade e certeza da sua geração.

2.2 - Continuidade:

2.2.1 - Aquando da preparação de demonstrações financeiras, o órgão de gestão deve fazer umaavaliação da capacidade da entidade de prosseguir encarando-a como uma entidade emcontinuidade. As demonstrações financeiras devem ser preparadas no pressuposto da entidade emcontinuidade, a menos que o órgão de gestão pretenda liquidar a entidade ou cessar de negociar, ouque não tenha alternativa realista a não ser adoptar uma dessas alternativas O órgão de gestão devedivulgar as incertezas materiais relacionadas com acontecimentos ou condições que possam lançardúvidas significativas acerca da capacidade da entidade de prosseguir como uma entidade emcontinuidade. Quando as demonstrações financeiras não sejam preparadas no pressuposto dacontinuidade, esse facto deve ser divulgado, juntamente com os fundamentos pelos quais asdemonstrações financeiras foram preparadas e a razão pela qual a entidade não é consideradacomo estando em continuidade.

2.2.2 - Ao avaliar se o pressuposto da entidade em continuidade é apropriado, o órgão de gestãotoma em consideração toda a informação disponível sobre o futuro, que é considerado, pelo menos,mas sem limitação, doze meses a partir da data do balanço. O grau de consideração depende dosfactos de cada caso. Quando uma entidade tenha uma história de operações lucrativas e acessopronto a recursos financeiros, pode concluir-se, sem necessidade de uma análise pormenorizada,que a base de contabilidade de entidade em continuidade é apropriada. Noutros casos, o órgão degestão pode necessitar de considerar um vasto leque de factores relacionados com a rendibilidadecorrente e esperada, com esquemas de reembolso de dívidas e potenciais fontes de financiamentode substituição, para poder preencher de forma apropriada o pressuposto da entidade emcontinuidade.

2.3 - Regime de acréscimo (periodização económica): [Rectificado pela Declaração de Rectificação

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n.º 67-B/2009, de 11 de Setembro]

2.3.1 - Uma entidade deve preparar as suas demonstrações financeiras, excepto para informação defluxos de caixa, utilizando o regime contabilístico de acréscimo (periodização económica).[Rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 67-B/2009, de 11 de Setembro]

2.3.2 - Ao ser usado o regime contabilístico de acréscimo (periodização económica), os itens sãoreconhecidos como activos, passivos, capital próprio, rendimentos e gastos (os elementos dasdemonstrações financeiras) quando satisfaçam as definições e os critérios de reconhecimento paraesses elementos contidos na estrutura conceptual. [Rectificado pela Declaração de Rectificação n.º67-B/2009, de 11 de Setembro]

2.4 - Consistência de apresentação:

2.4.1 - A apresentação e a classificação de itens nas demonstrações financeiras devem ser mantidasde um período para outro, a menos que:

a) Seja perceptível, após uma alteração significativa na natureza das operações da entidadeou uma revisão das respectivas demonstrações financeiras, que outra apresentação ouclassificação é mais apropriada, tendo em consideração os critérios para a selecção eaplicação de políticas contabilísticas contidas na NCRF aplicável; ou

b) Uma NCRF estabeleça uma alteração na apresentação.

2.4.2 - Uma entidade altera a apresentação das suas demonstrações financeiras apenas se aapresentação alterada proporcionar informação fiável e mais relevante para os utentes dasdemonstrações financeiras e se for provável que a estrutura revista continue, de modo a que acomparabilidade não seja prejudicada. Ao efectuar tais alterações na apresentação, uma entidadereclassifica a sua informação comparativa de acordo com o referido no ponto 2.7 - Informaçãocomparativa.

2.5 - Materialidade e agregação:

2.5.1 - Cada classe material de itens semelhantes deve ser apresentada separadamente nasdemonstrações financeiras. Os itens de natureza ou função dissemelhante devem ser apresentadosseparadamente, a menos que sejam imateriais. Considera-se que as omissões ou declaraçõesincorrectas de itens são materiais quando podem, individual ou colectivamente, influenciar asdecisões económicas dos utentes tomadas com base nas demonstrações financeiras. Amaterialidade depende da dimensão e da natureza da omissão ou do erro, ajuizados nascircunstâncias que os rodeiam. A dimensão ou a natureza do item, ou uma combinação de ambas,pode ser o factor determinante.

2.5.2 - As demonstrações financeiras resultam do processamento de grandes números detransacções ou outros acontecimentos que são agregados em classes de acordo com a suanatureza ou função. A fase final do processo de agregação e classificação é a apresentação dedados condensados e classificados que formam linhas de itens no balanço, na demonstração dosresultados, na demonstração de alterações no capital próprio e na demonstração de fluxos de caixaou no anexo. Se uma linha de item não for individualmente material, ela é agregada a outros itensseja na face dessas demonstrações, seja nas notas do anexo. Um item que não seja suficientementematerial para justificar a sua apresentação separada na face dessas demonstrações pode, porém,ser suficientemente material para que seja apresentado separadamente nas notas do anexo.

2.5.3 - Aplicar o conceito de materialidade significa que um requisito de apresentação específicocontido numa NCRF não necessita de ser satisfeito se a informação não for material.

2.6 - Compensação:

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2.6.1 - Os activos e passivos, e os rendimentos e gastos, não devem ser compensados, exceptoquando tal for exigido ou permitido por uma NCRF.

2.6.2 - É importante que os activos e passivos, e os rendimentos e gastos, sejam separadamenterelatados. A compensação, quer na demonstração dos resultados, quer no balanço, excepto quandoa mesma reflicta a substância da transacção ou outro acontecimento, prejudica a capacidade dosutentes em compreender as transacções, outros acontecimentos e condições que tenham ocorrido ede avaliar os futuros fluxos de caixa da entidade. A mensuração de activos líquidos de deduções devalorização, por exemplo, deduções de obsolescência nos inventários e deduções de dívidasduvidosas nas contas a receber, não é considerada uma compensação.

2.6.3 - O rédito deve ser mensurado tomando em consideração a quantia de quaisquer descontoscomerciais e abatimentos de volume concedidos pela entidade. Uma entidade empreende, nodecurso das suas actividades ordinárias, outras transacções que não geram rédito, mas que sãoinerentes às principais actividades que o geram. Os resultados de tais transacções sãoapresentados, quando esta apresentação reflicta a substância da transacção ou outroacontecimento, compensando qualquer rendimento com os gastos relacionados resultantes damesma transacção. Por exemplo:

a) Os ganhos e perdas na alienação de activos não correntes, incluindo investimentos eactivos operacionais, são relatados, deduzindo ao produto da alienação a quantiaescriturada do activo e os gastos de venda relacionados; e

b) Os dispêndios relacionados com uma provisão reconhecida de acordo com a NCRFrespectiva e reembolsada segundo um acordo contratual com terceiros (por exemplo, umacordo de garantia de um fornecedor) podem ser compensados com o reembolsorelacionado.

2.6.4 - Adicionalmente, os ganhos e perdas provenientes de um grupo de transacções semelhantessão relatados numa base líquida, por exemplo, ganhos e perdas de diferenças cambiais ou ganhos eperdas provenientes de instrumentos financeiros detidos para negociação. Estes ganhos e perdassão, contudo, relatados separadamente se forem materiais.

2.7 - Informação comparativa:

2.7.1 - A menos que uma NCRF o permita ou exija de outra forma, deve ser divulgada informaçãocomparativa com respeito ao período anterior para todas as quantias relatadas nas demonstraçõesfinanceiras. A informação comparativa deve ser incluída para a informação narrativa e descritivaquando seja relevante para a compreensão das demonstrações financeiras do período corrente.

2.7.2 - Em alguns casos, a informação narrativa proporcionada nas demonstrações financeirasrelativa(s) ao(s) período(s) anterior(es) continua a ser relevante no período corrente. Por exemplo, ospormenores de uma disputa legal, cujo desfecho era incerto à data do último balanço e que estejaainda para ser resolvida, são divulgados no período corrente. Os utentes beneficiam com ainformação de que a incerteza existia à data do último balanço e com a informação acerca dasmedidas adoptadas durante o período corrente para resolver a incerteza.

2.7.3 - Quando a apresentação e a classificação de itens nas demonstrações financeiras sejamemendadas, as quantias comparativas devem ser reclassificadas, a menos que tal seja impraticável.Considera-se que a aplicação de um requisito é impraticável quando a entidade não o possa aplicardepois de ter feito todos os esforços razoáveis para o conseguir.

2.7.4 - Quando as quantias comparativas sejam reclassificadas, uma entidade deve divulgar:

a) A natureza da reclassificação;

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b) A quantia de cada item ou classe de itens que tenha sido reclassificada; e

c) A razão para a reclassificação.

2.7.5 - Quando for impraticável reclassificar quantias comparativas, uma entidade deve divulgar:

a) A razão para não as reclassificar; e

b) A natureza dos ajustamentos que teriam sido feitos se as quantias tivessem sidoreclassificadas.

2.7.6 - Aperfeiçoar a comparabilidade de informação interperíodos ajuda os utentes a tomar decisõeseconómicas, sobretudo porque lhes permite avaliar as tendências na informação financeira parafinalidades de previsão. Em algumas circunstâncias, torna-se impraticável reclassificar informaçãocomparativa para um período em particular para conseguir comparabilidade com o período corrente.Por exemplo, podem não ter sido coligidos dados no(s) período(s) anterior(es) de modo a permitir areclassificação e, por isso, pode não ser praticável recriar a informação.

3 - Modelos de demonstrações financeiras (MDF):

3.1 - São publicados, através de portaria do membro do Governo responsável pela área dasfinanças, com a faculdade de delegar, os modelos para as seguintes demonstrações financeiras:

a) Balanço;

b) Demonstração dos resultados (por naturezas e por funções);

c) Demonstração das alterações no capital próprio;

d) Demonstração dos fluxos de caixa;

e) Anexo (divulgação das bases de preparação e políticas contabilísticas adoptadas edivulgações exigidas pelas NCRF).

3.2 - Os referidos modelos obedecem, em particular, ao disposto no capítulo 2, podendo, também,ser utilizados pelas entidades que se encontrem obrigadas ou que tenham usado a opção de aplicaras normas internacionais de contabilidade adoptadas pela UE, nos termos do Regulamento (CE) n.º1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho.

3.3 - São igualmente publicados através de portaria do membro do Governo responsável pela áreadas finanças, com a faculdade de delegar, os modelos reduzidos de demonstrações financeiras autilizar pelas entidades que, nos termos do artigo 9.º do presente decreto-lei, possam adoptar a«Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades», a que se refere o capítulo 6.

4 - Código de contas:

4.1 - É publicado através de portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças,com a faculdade de delegar, o Código de Contas (CC), que se pretende seja um documento nãoexaustivo, contendo no essencial:

a) O quadro síntese de contas;

b) O código de contas (lista codificada de contas); e

c) Notas de enquadramento.

4.2 - O CC deve, também, ser adoptado pelas entidades que, nos termos do artigo 9.º do presente

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decreto-lei, possam aplicar a «Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades»,a que se refere o capítulo 6, e pode, ainda, ser utilizado pelas entidades que se encontremobrigadas, ou que tenham a opção de aplicar as normas internacionais de contabilidade adoptadaspela UE, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de19 de Julho.

5 - Normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF):

5.1 - As NCRF constituem uma adaptação das normas internacionais de contabilidade, adoptadaspela UE, tendo em conta o tecido empresarial português e o facto de algumas entidades seencontrarem obrigadas ou terem a opção de aplicar as citadas normas internacionais, nos termos doRegulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho. Assim, oconjunto das NCRF pode não contemplar algumas normas internacionais e as NCRF podemdispensar a aplicação de determinados procedimentos e divulgações exigidos nas correspondentesnormas internacionais, embora garantindo, no essencial, os critérios de reconhecimento e demensuração contidos nestas normas.

5.2 - As NCRF são propostas pela CNC e publicadas através de avisos no Diário da República,depois de homologadas pelo membro do Governo responsável pela área das finanças, com afaculdade de delegar, sendo de aplicação obrigatória a partir da data de entrada em vigor indicadaem cada uma delas.

6 - Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades (NCRF-PE):

6.1 - Para as entidades que cumpram os requisitos do artigo 9.º do presente decreto-lei é propostapela CNC e publicada através de aviso no Diário da República, depois de homologada pelo membrodo Governo responsável pela área das finanças, com a faculdade de delegar, a norma contabilísticae de relato financeiro para pequenas entidades (NCRF-PE). Esta norma é de aplicação obrigatóriapara as entidades que, de entre aquelas, não optem pela aplicação do conjunto das NCRF.

6.2 - A NCRF-PE condensa os principais aspectos de reconhecimento, mensuração, e divulgaçãoextraídos das NCRF, tidos como os requisitos mínimos aplicáveis às referidas entidades.

6.3 - Sempre que a NCRF-PE não responda a aspectos particulares de transacções ou situações,que se coloquem a dada entidade em matéria de contabilização ou de relato financeiro, ou a lacunaem causa seja de tal modo relevante que o seu não preenchimento impeça o objectivo de serprestada informação que, de forma verdadeira e apropriada, traduza a posição financeira numa certadata e o desempenho para o período abrangido, fica desde já estabelecido, tendo em vista tãosomente a superação dessa lacuna, o recurso, supletivamente e pela ordem indicada:

Às NCRF e NI;

Às NIC, adoptadas ao abrigo do Regulamento n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e doConselho, de 19 de Julho;

Às normas internacionais de contabilidade (IAS) e normas internacionais de relato financeiro(IFRS), emitidas pelo IASB, e respectivas interpretações SIC-IFRIC.

7 - Normas interpretativas (NI):

7.1 - Sempre que as circunstâncias o justifiquem e para esclarecimento e, ou para orientação sobreo conteúdo dos restantes instrumentos que integram o SNC serão produzidas normas interpretativas(NI).

7.2 - As NI são propostas pela CNC e publicadas através de aviso no Diário da República, depois dehomologadas pelo membro do Governo responsável pela área das finanças, com a faculdade de

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31

delegar, sendo de aplicação obrigatória a partir da data de entrada em vigor indicada em cada umadelas.

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32

Código de Contas

Portaria n.º 1011/20092009-Set-09

SNC - Código de Contas

Actualizado em 2009-09-15

O Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho, veio aprovar o Sistema de Normalização Contabilística(SNC), no qual se previu a publicação em portaria do Código de Contas. Este instrumentocontabilístico, de aplicação obrigatória para as entidades sujeitas ao SNC, poderá, também, serutilizado pelas entidades que, nos termos do artigo 4.º do citado decreto-lei, apliquem as normasinternacionais de contabilidade, atentos os evidentes benefícios que daí advirão para acomparabilidade das demonstrações financeiras. Pretende-se que seja um documento não exaustivocontendo, no essencial, o quadro síntese de contas, o código de contas (lista codificada de contas) enotas de enquadramento.

Assim:

Manda o Governo, pelo Ministro de Estado e das Finanças, ao abrigo do disposto nos n.ºs 3.1 e 4.1do anexo do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho, o seguinte:

Artigo 1.º

É aprovado o Código de Contas, anexo à presente portaria, constituído pelas seguintescomponentes:

1) Quadro síntese de contas;

2) Código de contas; e

3) Notas de enquadramento.

Artigo 2.º

A presente portaria entra em vigor na data de início da vigência do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13de Julho.

Pelo Ministro de Estado e das Finanças, Carlos Manuel Baptista Lobo, Secretário de Estado dosAssuntos Fiscais, em 14 de Agosto de 2009.

1 - Quadro Síntese de Contas

1 MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS 2 CONTAS A RECEBER E A PAGAR11 Caixa 21 Clientes12 Depósitos à ordem 22 Fornecedores13 Outros depósitos bancários 23 Pessoal14 Outros instrumentos financeiros 24 Estado e outros entes públicos

25 Financiamentos obtidos26 Accionistas/sócios27 Outras contas a receber e a pagar

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33

27 Outras contas a receber e a pagar28 Diferimentos29 Provisões

3 INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS * 4 INVESTIMENTOS31 Compras 41 Investimentos financeiros32 Mercadorias 42 Propriedades de investimento33 Matérias-primas, subsidiárias e deconsumo

43 Activos fixos tangíveis

34 Produtos acabados e intermédios 44 Activos intangíveis35 Subprodutos, desperdícios, resíduos erefugos

45 Investimentos em curso

36 Produtos e trabalhos em curso 46 Activos não correntes detidos para venda37 Activos biológicos38 Reclassificação e regularização deinventários e activos biológicos39 Adiantamentos por conta de compras

5 CAPITAL, RESERVAS E RESULTADOSTRANSITADOS

6 GASTOS

51 Capital 61 Custo das mercadorias vendidas e dasmatérias consumidas

52 Acções (quotas) próprias 62 Fornecimentos e serviços externos53 Outros instrumentos de capital próprio 63 Gastos com o pessoal54 Prémios de emissão 64 Gastos de depreciação e de amortização55 Reservas 65 Perdas por imparidade56 Resultados transitados 66 Perdas por reduções de justo valor57 Ajustamentos em activos financeiros 67 Provisões do período58 Excedentes de revalorização de activosfixos tangíveis e intangíveis

68 Outros gastos e perdas

59 Outras variações no capital próprio 69 Gastos e perdas de financiamento

7 RENDIMENTOS 8 RESULTADOS71 Vendas 81 Resultado líquido do período72 Prestações de serviços … …73 Variações nos inventários da produção 89 Dividendos antecipados74 Trabalhos para a própria entidade75 Subsídios à exploração76 Reversões77 Ganhos por aumentos de justo valor78 Outros rendimentos e ganhos

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34

78 Outros rendimentos e ganhos79 Juros, dividendos e outros rendimentossimilares

versão Março 2009

2 - Código de Contas

1 MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS *

11 Caixa

12 Depósitos à ordem

13 Outros depósitos bancários

14 Outros instrumentos financeiros *

141 Derivados

1411 Potencialmente favoráveis

1412 Potencialmente desfavoráveis

142 Instrumentos financeiros detidos para negociação

1421 Activos financeiros

1422 Passivos financeiros

143 Outros activos e passivos financeiros (justo valor através dos resultados)

1431 Outros activos financeiros

1432 Outros passivos financeiros

2 CONTAS A RECEBER E A PAGAR *

21 Clientes *

211 Clientes c/c

2111 Clientes gerais

2112 Clientes - empresa-mãe

2113 Clientes - empresas subsidiárias

2114 Clientes - empresas associadas

2115 Clientes - empreendimentos conjuntos

2116 Clientes - outras partes relacionadas

……

212 Clientes - títulos a receber

2121 Clientes gerais

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35

2122 Clientes - empresa-mãe

2123 Clientes - empresas subsidiárias

2124 Clientes - empresas associadas

2125 Clientes - empreendimentos conjuntos

2126 Clientes - outras partes relacionadas

... …

218 Adiantamentos de clientes *

219 Perdas por imparidade acumuladas *

22 Fornecedores *

221 Fornecedores c/c

2211 Fornecedores gerais

2212 Fornecedores - empresa-mãe

2213 Fornecedores - empresas subsidiárias

2214 Fornecedores - empresas associadas

2215 Fornecedores - empreendimentos conjuntos

2216 Fornecedores - outras partes relacionadas

... …

222 Fornecedores - títulos a pagar

2221 Fornecedores gerais

2222 Fornecedores - empresa-mãe

2223 Fornecedores - empresas subsidiárias

2224 Fornecedores - empresas associadas

2225 Fornecedores - empreendimentos conjuntos

2226 Fornecedores - outras partes relacionadas

... …

225 Facturas em recepção e conferência *

... …

228 Adiantamentos a fornecedores *

229 Perdas por imparidade acumuladas *

23 Pessoal

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36

231 Remunerações a pagar *

2311 Aos órgãos sociais

2312 Ao pessoal

232 Adiantamentos

2321 Aos órgãos sociais

2322 Ao pessoal

……

237 Cauções

2371 Dos órgãos sociais

2372 Do pessoal

238 Outras operações

2381 Com os órgãos sociais

2382 Com o pessoal

239 Perdas por imparidade acumuladas *

24 Estado e outros entes públicos *

241 Imposto sobre o rendimento *

242 Retenção de impostos sobre rendimentos *

243 Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) *

2431 IVA - Suportado

2432 IVA - Dedutível

2433 IVA - Liquidado

2434 IVA - Regularizações

2435 IVA - Apuramento

2436 IVA - A pagar

2437 IVA - A recuperar

2438 IVA - Reembolsos pedidos

2439 IVA - Liquidações oficiosas

244 Outros impostos

245 Contribuições para a Segurança Social

246 Tributos das autarquias locais

Page 37: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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37

... …

248 Outras tributações

25 Financiamentos obtidos

251 Instituições de crédito e sociedades financeiras

2511 Empréstimos bancários

2512 Descobertos bancários

2513 Locações financeiras

... ...

252 Mercado de valores mobiliários

2521 Empréstimos por obrigações *

... ...

253 Participantes de capital

2531 Empresa-mãe - Suprimentos e outros mútuos

2532 Outros participantes - Suprimentos e outros mútuos

... ...

254 Subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos

……

258 Outros financiadores

26 Accionistas/sócios

261 Accionistas c/ subscrição *

262 Quotas não liberadas *

263 Adiantamentos por conta de lucros

264 Resultados atribuídos

265 Lucros disponíveis

266 Empréstimos concedidos - empresa-mãe

… ...

268 Outras operações

269 Perdas por imparidade acumuladas *

27 Outras contas a receber e a pagar

271 Fornecedores de investimentos *

Page 38: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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38

2711 Fornecedores de investimentos - contas gerais

2712 Facturas em recepção e conferência *

2713 Adiantamentos a fornecedores de investimentos *

272 Devedores e credores por acréscimos (periodização económica) *

2721 Devedores por acréscimos de rendimentos

2722 Credores por acréscimos de gastos

273 Benefícios pós-emprego *

274 Impostos diferidos *

2741 Activos por impostos diferidos

2742 Passivos por impostos diferidos

275 Credores por subscrições não liberadas *

276 Adiantamentos por conta de vendas *

... …

278 Outros devedores e credores

279 Perdas por imparidade acumuladas *

28 Diferimentos *

281 Gastos a reconhecer

282 Rendimentos a reconhecer

29 Provisões *

291 Impostos

292 Garantias a clientes

293 Processos judiciais em curso

294 Acidentes de trabalho e doenças profissionais

295 Matérias ambientais

296 Contratos onerosos

297 Reestruturação

298 Outras provisões

3 INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS *

31 Compras

311 Mercadorias

Page 39: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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39

312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

313 Activos biológicos

……

317 Devoluções de compras

318 Descontos e abatimentos em compras

32 Mercadorias

... ...

325 Mercadorias em trânsito

326 Mercadorias em poder de terceiros

... ...

329 Perdas por imparidade acumuladas

33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

331 Matérias-primas

332 Matérias subsidiárias

333 Embalagens

334 Materiais diversos

335 Matérias em trânsito

... ...

339 Perdas por imparidade acumuladas

34 Produtos acabados e intermédios

... ...

346 Produtos em poder de terceiros

... ...

349 Perdas por imparidade acumuladas

35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

351 Subprodutos

352 Desperdícios, resíduos e refugos

... ...

359 Perdas por imparidade acumuladas

36 Produtos e trabalhos em curso

Page 40: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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40

37 Activos biológicos

371 Consumíveis

3711 Animais

3712 Plantas

372 De produção

3721 Animais

3722 Plantas

……

38 Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos

382 Mercadorias

383 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

384 Produtos acabados e intermédios

385 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

386 Produtos e trabalhos em curso

387 Activos biológicos *

39 Adiantamentos por conta de compras *

4 INVESTIMENTOS *

41 Investimentos financeiros *

411 Investimentos em subsidiárias

4111 Participações de capital - método da equivalência patrimonial

4112 Participações de capital - outros métodos

4113 Empréstimos concedidos

... ...

412 Investimentos em associadas

4121 Participações de capital - método da equivalência patrimonial

4122 Participações de capital - outros métodos

4123 Empréstimos concedidos

... ...

413 Investimentos em entidades conjuntamente controladas

4131 Participações de capital - método da equivalência patrimonial

Page 41: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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41

4132 Participações de capital - outros métodos

4133 Empréstimos concedidos

... ...

414 Investimentos noutras empresas

4141 Participações de capital

4142 Empréstimos concedidos

... ...

415 Outros investimentos financeiros

4151 Detidos até à maturidade

……

4158 Outros

... ...

419 Perdas por imparidade acumuladas *

42 Propriedades de investimento

421 Terrenos e recursos naturais

422 Edifícios e outras construções

……

426 Outras propriedades de investimento

……

428 Depreciações acumuladas

429 Perdas por imparidade acumuladas *

43 Activos fixos tangíveis

431 Terrenos e recursos naturais

432 Edifícios e outras construções

433 Equipamento básico

434 Equipamento de transporte

435 Equipamento administrativo

436 Equipamentos biológicos *

437 Outros activos fixos tangíveis

438 Depreciações acumuladas

Page 42: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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42

439 Perdas por imparidade acumuladas *

44 Activos intangíveis

441 Goodwill

442 Projectos de desenvolvimento *

443 Programas de computador

444 Propriedade industrial

... ...

446 Outros activos intangíveis

……

448 Amortizações acumuladas

449 Perdas por imparidade acumuladas *

45 Investimentos em curso

451 Investimentos financeiros em curso

452 Propriedades de investimento em curso

453 Activos fixos tangíveis em curso

454 Activos intangíveis em curso

455 Adiantamentos por conta de investimentos *

……

459 Perdas por imparidade acumuladas *

46 Activos não correntes detidos para venda *

……

469 Perdas por imparidade acumuladas *

5 CAPITAL, RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS *

51 Capital *

52 Acções (quotas) próprias *

521 Valor nominal

522 Descontos e prémios

... …

53 Outros instrumentos de capital próprio*

Page 43: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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43

54 Prémios de emissão

55 Reservas

551 Reservas legais

552 Outras reservas

……

56 Resultados transitados

57 Ajustamentos em activos financeiros *

571 Relacionados com o método da equivalência patrimonial

5711 Ajustamentos de transição *

5712 Lucros não atribuídos *

5713 Decorrentes de outras variações nos capitais próprios das participadas *

……

579 Outros

58 Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis *

581 Reavaliações decorrentes de diplomas legais

5811 Antes de imposto sobre o rendimento

5812 Impostos diferidos

……

589 Outros excedentes

5891 Antes de imposto sobre o rendimento

5892 Impostos diferidos

59 Outras variações no capital próprio

591 Diferenças de conversão de demonstrações financeiras *

592 Ajustamentos por impostos diferidos

593 Subsidios*

594 Doações

……

599 Outras

6 GASTOS *

Page 44: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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44

61 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas

611 Mercadorias

612 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

613 Activos biológicos (compras)*

62 Fornecimentos e serviços externos

621 Subcontratos

622 Serviços especializados

6221 Trabalhos especializados

6222 Publicidade e propaganda

6223 Vigilância e segurança

6224 Honorários

6225 Comissões

6226 Conservação e reparação

……

6228 Outros

623 Materiais

6231 Ferramentas e utensílios de desgaste rápido

6232 Livros e documentação técnica

6233 Material de escritório

6234 Artigos para oferta

6238 Outros

624 Energia e fluidos

6241 Electricidade

6242 Combustíveis

6243 Água

6248 Outros

625 Deslocações, estadas e transportes

6251 Deslocações e estadas

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45

6252 Transportes de pessoal

6253 Transportes de mercadorias

6258 Outros

626 Serviços diversos

6261 Rendas e alugueres

6262 Comunicação

6263 Seguros

6264 Royalties

6265 Contencioso e notariado

6266 Despesas de representação

6267 Limpeza, higiene e conforto

6268 Outros serviços

63 Gastos com o pessoal

631 Remunerações dos órgãos sociais

632 Remunerações do pessoal

633 Benefícios pós-emprego

6331 Prémios para pensões *

6332 Outros benefícios

634 Indemnizações

635 Encargos sobre remunerações

636 Seguros de acidentes no trabalho e doenças profissionais

637 Gastos de acção social

638 Outros gastos com o pessoal

64 Gastos de depreciação e de amortização

641 Propriedades de investimento

642 Activos fixos tangíveis

643 Activos intangíveis.

65 Perdas por imparidade

651 Em dívidas a receber

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46

6511 Clientes

6512 Outros devedores

652 Em inventários

653 Em investimentos financeiros

654 Em propriedades de investimento

655 Em activos fixos tangíveis

656 Em activos intangíveis

657 Em investimentos em curso

658 Em activos não correntes detidos para venda

66 Perdas por reduções de justo valor

661 Em instrumentos financeiros

662 Em investimentos financeiros

663 Em propriedades de investimento

664 Em activos biológicos

67 Provisões do período *

671 Impostos

672 Garantias a clientes

673 Processos judiciais em curso

674 Acidentes no trabalho e doenças profissionais

675 Matérias ambientais

676 Contratos onerosos

677 Reestruturação

678 Outras provisões

68 Outros gastos e perdas

681 Impostos

6811 Impostos directos

6812 Impostos indirectos:

6813 Taxas

682 Descontos de pronto pagamento concedidos

683 Dívidas incobráveis *

Page 47: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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47

684 Perdas em inventários *

6841 Sinistros

6842 Quebras

……

6848 Outras perdas

685 Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos

6851 Cobertura de prejuízos

6852 Aplicação do método da equivalência patrimonial *

6853 Alienações

……

6858 Outros gastos e perdas

686 Gastos e perdas nos restantes investimentos financeiros *

6861 Cobertura de prejuízos

6862 Alienações

……

6868 Outros gastos e perdas

687 Gastos e perdas em investimentos não financeiros

6871 Alienações

6872 Sinistros

6873 Abates

6874 Gastos em propriedades de investimento

……

6878 Outras gastos e perdas

688 Outros *

6881 Correcções relativas a períodos anteriores

6882 Donativos

6883 Quotizações

6884 Ofertas e amostras de inventários

6885 Insuficiência da estimativa para impostos

6886 Perdas em instrumentos financeiros *

Page 48: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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48

……

6888 Outros não especificados

69 Gastos e perdas de financiamento

691 Juros suportados

6911 Juros de financiamentos obtidos

……

6918 Outros juros

692 Diferenças de câmbio desfavoráveis

6921 Relativas a financiamentos obtidos

……

6928 Outras

……

698 Outros gastos e perdas de financiamento

6981 Relativos a financiamentos obtidos

……

6988 Outros

7 RENDIMENTOS *

71 Vendas *

711 Mercadorias

712 Produtos acabados e intermédios

713 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

714 Activos biológicos

... ...

716 IVA das vendas com imposto incluído

717 Devoluções de vendas

718 Descontos e abatimentos em vendas

72 Prestações de serviços *

721 Serviço A

722 Serviço B

... …

Page 49: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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49

725 Serviços secundários

726 IVA dos serviços com imposto incluído

... …

728 Descontos e abatimentos

73 Variações nos inventários da produção *

731 Produtos acabados e intermédios

732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

733 Produtos e trabalhos em curso

734 Activos biológicos

74 Trabalhos para a própria entidade

741 Activos fixos tangíveis

742 Activos intangíveis

743 Propriedades de investimento

744 Activos por gastos diferidos

……

75 Subsídios à exploração *

751 Subsídios do Estado e outros entes públicos

752 Subsídios de outras entidades

76 Reversões

761 De depreciações e de amortizações

7611 Propriedades de investimento

7612 Activos fixos tangíveis

7613 Activos intangíveis

762 De perdas por imparidade

7621 Em dívidas a receber

76211 Clientes

76212 Outros devedores

7622 Em inventários

7623 Em investimentos financeiros

7624 Em propriedades de investimento

Page 50: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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50

7625 Em activos fixos tangíveis

7626 Em activos intangíveis

7627 Em investimentos em curso

7628 Em activos não correntes detidos para venda

763 De provisões

7631 Impostos

7632 Garantias a clientes

7633 Processos judiciais em curso

7634 Acidentes no trabalho e doenças profissionais

7635 Matérias ambientais

7636 Contratos onerosos

7637 Reestruturação

7638 Outras provisões

……

77 Ganhos por aumentos de justo valor

771 Em instrumentos financeiros

772 Em investimentos financeiros

773 Em propriedades de investimento

774 Em activos biológicos

78 Outros rendimentos e ganhos

781 Rendimentos suplementares

7811 Serviços sociais

7812 Aluguer de equipamento

7813 Estudos, projectos e assistência tecnológica

7814 Royalties

7815 Desempenho de cargos sociais noutras empresas

7816 Outros rendimentos suplementares

782 Descontos de pronto pagamento obtidos

783 Recuperação de dívidas a receber

784 Ganhos em inventários

Page 51: Sistema Normalização Contabilistica - TOC

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51

7841 Sinistros

7842 Sobras

7848 Outros ganhos

785 Rendimentos e ganhos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos

7851 Aplicação do método da equivalência patrimonial *

7852 Alienações

……

7858 Outros rendimentos e ganhos

786 Rendimentos e ganhos nos restantes activos financeiros

7861 Diferenças de câmbio favoráveis

7862 Alienações

……

7868 Outros rendimentos e ganhos

787 Rendimentos e ganhos em investimentos não financeiros

7871 Alienações

7872 Sinistros

7873 Rendas e outros rendimentos em propriedades de investimento

……

7878 Outros rendimentos e ganhos

788 Outros *

7881 Correcções relativas a períodos anteriores

7882 Excesso da estimativa para impostos

7883 Imputação de subsídios para investimentos

7884 Ganhos em outros instrumentos financeiros *

7885 Restituição de impostos

……

7888 Outros não especificados

79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares

791 Juros obtidos

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7911 De depósitos

7912 De outras aplicações de meios financeiros liquídos

7913 De financiamentos concedidos a associadas e empreendimentos conjuntos

7914 De financiamentos concedidos a subsidiárias

7915 De financiamentos obtidos

……

7918 De outros financiamentos concedidos

792 Dividendos obtidos

7921 De aplicações de meios financeiros liquidos

7922 De associadas e empreendimentos conjuntos

7923 De subsidiárias

……

7928 Outras

………

798 Outros rendimentos similares

……

8 RESULTADOS

81 Resultado líquido do período

811 Resultado antes de impostos *

812 Imposto sobre o rendimento do período

8121 Imposto estimado para o período *

8122 Imposto diferido

……

818 Resultado líquido

……

89 Dividendos antecipados

3 - Notas de enquadramento

Considerações gerais

As presentes notas de enquadramento têm o objectivo de ajudar na interpretação e ligação docódigo de contas com as respectivas NCRF, funcionando como mero auxiliar aos preparadores dainformação financeira. Não se trata de uma ligação exaustiva entre o código de contas e as NCRF,

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mas apenas algumas referências específicas para determinadas contas.

Classe 1 - Meios financeiros líquidos

Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos, que incluem quer o dinheiro edepósitos bancários quer todos os activos ou passivos financeiros mensurados ao justo valor, cujasalterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados.

14 - Instrumentos financeiros

Esta conta visa reconhecer todos os instrumentos financeiros que não sejam caixa (conta 11) oudepósitos bancários que não incluam derivados (contas 12 e 13) que sejam mensurados ao justovalor, cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados. Consequentemente,excluem-se desta conta os restantes instrumentos financeiros que devam ser mensurados ao custo,custo amortizado ou método da equivalência patrimonial (classe 2 ou conta 41).

Classe 2 - Contas a receber e a pagar

Esta classe destina-se a registar as operações relacionadas com clientes, fornecedores, pessoal,Estado e outros entes públicos, financiadores, accionistas, bem como outras operações comterceiros que não tenham cabimento nas contas anteriores ou noutras classes específicas.Incluem-se ainda nesta classe os diferimentos (para permitir o registo dos gastos e dos rendimentosnos períodos a que respeitam) e as provisões.

21 - Clientes

Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de serviços.

218 - Adiantamentos de clientes

Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, aefectuar a terceiros.

Pela emissão da factura, estas verbas serão transferidas para as respectivas subcontas da rubrica211 — Clientes c/c.

219, 229, 239, 269 e 279 - Perdas por imparidade acumuladas

Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que resultem daaplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na classe 2, podendoser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação em balanço das quantiaslíquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas contas 651 — Perdas porimparidade — Em dívidas a receber, e as suas reversões (quando deixarem de existir as situaçõesque originaram as perdas) são registadas nas contas 7621 — Reversões de perdas por imparidade— Em dívidas a receber.

Quando se verificar o desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades, as contas emepígrafe serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas da classe 2.

22 - Fornecedores

Regista os movimentos com os vendedores de bens e de serviços, com excepção dos destinadosaos investimentos da entidade.

225 - Fornecedores - Facturas em recepção e conferência

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Respeita às compras cujas facturas, recebidas ou não, estão por lançar nas subcontas da conta 221por não terem chegado à entidade até essa data ou não terem sido ainda conferidas. Será debitadapor crédito da conta 221, aquando da contabilização definitiva da factura.

228 - Adiantamentos a fornecedores

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos (sem preço fixado) a efectuar porterceiros. Pela recepção da factura, estas verbas serão transferidas para as respectivas subcontasda conta 221.

231 - Remunerações a pagar

O movimento desta conta insere-se no seguinte esquema normalizado:

1.ª fase - pelo processamento dos ordenados, salários e outras remunerações, dentro do mês a querespeitem: débito, das respectivas subcontas de 63 - Gastos com o pessoal, por crédito de 231,pelos quantias líquidas apuradas no processamento e normalmente das contas 24 - Estado e outrosentes públicos (nas respectivas subcontas), 232 - Adiantamentos e 278 - Outros devedores ecredores, relativamente aos sindicatos, consoante as entidades credoras dos descontos efectuados(parte do pessoal);

2.ª fase - pelo processamento dos encargos sobre remunerações (parte patronal), dentro do mês aque respeitem: débito da respectiva rubrica em 635 - Gastos com o pessoal - Encargos sobreremunerações, por crédito das subcontas de 24 - Estado e outros entes públicos a que respeitem ascontribuições patronais;

3.ª fase - Pelos pagamentos ao pessoal e às outras entidades: debitam-se as contas 231, 24 e 278,por contrapartida das contas da classe 1.

24 - Estado e outros entes públicos

Nesta conta registam-se as relações com o Estado, Autarquias Locais e outros entes públicos quetenham características de impostos e taxas.

241 - Imposto sobre o rendimento

Esta conta é debitada pelos pagamentos efectuados e pelas retenções na fonte a que alguns dosrendimentos da entidade estiverem sujeitos.

No fim do período será calculada, com base na matéria colectável estimada, a quantia do respectivoimposto, a qual se registará a crédito desta conta por débito de 8121 - Imposto estimado para operíodo.

242 - Retenção de impostos sobre rendimentos

Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido na fonte relativamente a rendimentospagos a sujeitos passivos de IRC ou de IRS, podendo ser subdividida de acordo com a natureza dosrendimentos.

243 - Imposto sobre o Valor acrescentado (IVA)

Esta conta destina-se a registar as situações decorrentes da aplicação do Código do Imposto sobreo Valor Acrescentado.

2521 - Empréstimos por obrigações

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Regista os empréstimos por obrigações, sem prejuízo do referido na nota à conta 53.

261 - Accionistas c/subscrição e 262 - Quotas não liberadas

Para efeitos de elaboração do Balanço, os saldos destas contas são deduzidos ao Capital nostermos da NCRF 27 - Instrumentos financeiros (§ 8).

271 – Fornecedores de investimentos

Regista os movimentos com vendedores de bens e serviços com destino aos investimentos daentidade.

2712 – Facturas em recepção e conferência

Respeita às aquisições cujas facturas, recebidas ou não, estejam por lançar na conta 2711 -Fornecedores de investimentos - contas gerais por não terem chegado à entidade até essa data ounão terem sido ainda conferidas.

Será debitada por crédito da conta 2711, aquando da contabilização definitiva da factura.

2713 - Adiantamentos a fornecedores de investimentos

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, deinvestimentos a efectuar por terceiros. Pela recepção da factura, estas verbas serão transferidaspara as respectivas contas na rubrica 2711 - Fornecedores de investimentos - contas gerais.

272 - Devedores e credores por acréscimos

Estas contas registam a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam ser reconhecidos nopróprio período, ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja receita ou despesa só venhaa ocorrer em período ou períodos posteriores.

273 - Benefícios pós-emprego

Regista as responsabilidades da entidade perante os seus trabalhadores ou perante a sociedadegestora de um fundo autónomo.

274 - Impostos diferidos

São registados nesta conta os activos por impostos diferidos que sejam reconhecidos para asdiferenças temporárias dedutíveis e os passivos por impostos diferidos que sejam reconhecidos paraas diferenças temporárias tributáveis, nos termos estabelecidos na NCRF 25 - Impostos sobre oRendimento.

275 - Credores por subscrições não liberadas

Credita-se pelo valor total da subscrição de quotas, acções, obrigações e outros títulos, porcontrapartida das respectivas contas de investimentos financeiros.

276 - Adiantamentos por conta de vendas

Regista as entregas feitas à entidade com relação a fornecimentos de bens e serviços cujo preçoesteja previamente fixado. Pela emissão da factura, estas verbas serão transferidas para asrespectivas contas da rubrica 211 - Clientes c/c.

28 - Diferimentos

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Compreende os gastos e os rendimentos que devam ser reconhecidos nos períodos seguintes.

29 - Provisões

Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza esteja claramente definida e que àdata do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor ou data deocorrência (vide NCRF 21 - Provisões, passivos contingentes e activos contingentes e NCRF 26 -Matérias ambientais).

As suas subcontas devem ser utilizadas directamente pelos dispêndios para que foramreconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.

Classe 3 - Inventários e activos biológicos

Esta classe inclui os inventários (existências):

Detidos para venda no decurso da actividade empresarial;

No processo de produção para essa venda;

Na forma de materiais consumíveis a serem aplicados no processo de produção ou na prestação deserviços.

Integra, também, os activos biológicos (animais e plantas vivos), no âmbito da actividade agrícola,quer consumíveis no decurso do ciclo normal da actividade, quer de produção ou regeneração. Osprodutos agrícolas colhidos são incluídos nas apropriadas contas de inventários.

As quantias escrituradas nas contas desta classe terão em atenção o que em matéria demensuração se estabelece na NCRF 18 - Inventários, pelo que serão corrigidas de quaisquerajustamentos a que haja lugar, e na NCRF 17 - Agricultura.

387 - Activos biológicos

Serão registadas nesta conta, designadamente, as reclassificações de activos biológicos parainventários. As variações de justo valor são reconhecidas nas contas 664 e 774.

39 - Adiantamentos por conta de compras

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a compras cujo preço esteja previamente fixado.Pela recepção da factura, estas verbas devem ser transferidas para a conta 221 - Fornecedores c/c.

Classe 4 - Investimentos

Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se destinem a servendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade, quer sejam de suapropriedade, quer estejam em regime de locação financeira. Compreende os investimentosfinanceiros, as propriedades de investimento, os activos fixos tangíveis, os activos intangíveis, osinvestimentos em curso e os activos não correntes detidos para venda.

No caso de ser utilizado o modelo de revalorização nos activos fixos tangíveis e activos intangíveis,poderão ser utilizadas subcontas que evidenciem o custo de aquisição/produção e as revalorizações(positivas ou negativas).

Se a revalorização originar uma diminuição do valor do activo essa diminuição deve ser reconhecidaem conta apropriada de gastos (subcontas da conta 65) na parte em que seja superior ao excedentede revalorização que porventura exista. Se originar um aumento do valor do activo esse aumento é

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creditado directamente na conta apropriada do capital próprio (58 - Excedentes de revalorização deactivos fixos tangíveis e intangíveis). Contudo esse aumento será reconhecido em resultados(subcontas da conta 762) até ao ponto que compense um decréscimo de revalorizaçãoanteriormente registado em gastos.

41 - Investimentos financeiros

Os investimentos financeiros que representem participações de capital são mensurados de acordocom os métodos indicados no quadro seguinte, conforme NCRF 13 - Interesses emempreendimentos conjuntos e investimentos em associadas, NCRF 15 - Investimentos emsubsidiárias e consolidação e NCRF 27 - Instrumentos financeiros:

Participações Nas contas individuais Nas contas consolidadasEm subsidiárias Por regra método da

equivalência patrimonial.Método da consolidaçãointegral.

Em associadas Por regra método daequivalência patrimonial.

Método da equivalênciapatrimonial.

Em empreendimentosconjuntos (entidadesconjuntamente controladas).

Método da consolidaçãoproporcional ou método daequivalência patrimonial.

Método da consolidaçãoproporcional.

Noutras entidades Método do custo ou método dojusto valor (conta 14).

Método do custo ou método dojusto valor.

Na aplicação destes métodos deverá, ainda, ter-se em atenção o seguinte:

O uso do método da equivalência patrimonial nas contas individuais de uma empresa-mãe queelabore contas consolidadas deve ser complementado com a eliminação, por inteiro, dos saldos etransacções intragrupo, incluindo rendimentos e ganhos, gastos e perdas e dividendos. Osresultados provenientes de transacções intragrupo que sejam reconhecidos nos activos, tais comoinventários e activos fixos, são eliminados por inteiro. As perdas intragrupo podem indicar umaimparidade que exija reconhecimento nas demonstrações financeiras consolidadas.

A participação numa entidade conjuntamente controlada poderá ser mensurada ou pelo método daconsolidação proporcional ou pelo método da equivalência patrimonial se o empreendedor não tiverde elaborar contas consolidadas. Se o empreendedor elaborar contas consolidadas, então terá de,nas suas contas individuais, mensurar a participação na entidade conjuntamente controlada pelométodo da equivalência patrimonial.

De acordo com o método da equivalência patrimonial, o custo de aquisição de uma participação seráacrescido ou reduzido:

Da quantia correspondente à proporção nos resultados líquidos da entidade participada;

Da quantia correspondente à proporção noutras variações nos capitais próprios da entidadeparticipada;

Da quantia dos lucros distribuídos à participação; e

Da quantia da cobertura de prejuízos que tenha sido deliberada.

Aquando da primeira aplicação do método da equivalência patrimonial, devem ser atribuídas àspartes de capital as quantias correspondentes à fracção dos capitais próprios que elasrepresentavam no início do período, por contrapartida da conta 5711 - Ajustamentos em activos

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financeiros - Relacionados com o método da equivalência patrimonial - Ajustamentos de transição.

Para as entidades que optem por aplicar, de acordo com o § 2 da NCRF 27, a IAS 39, os activosfinanceiros que sejam designados como disponíveis para venda, e cujas alterações de valor sãoimputadas a capital próprio, podem ser distribuídos pelas diversas contas da classe 4 criando assubcontas apropriadas.

419, 429, 439, 449, 459 e 469 - Perdas por imparidade acumuladas

Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que resultem daaplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na classe 4, podendoser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação em balanço das quantiaslíquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas subcontas da conta 65, e as suasreversões (quando deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são registadas nassubcontas da conta 762. Quando se verificar o desreconhecimento dos activos a que respeitem asimparidades, as contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das correspondentes contasda classe 4. Estas contas poderão ser subdivididas em função das contas respectivas.

436 - Equipamentos biológicos

Serão registados nesta conta os animais e plantas vivos que reúnam os requisitos dereconhecimento como investimento e que não se enquadrem na NCRF 17 - Agricultura.

442 - Projectos de desenvolvimento

Serão registados nesta conta os dispêndios que, nos termos do § 57 da NCRF 6 - Activosintangíveis, reúnam as condições para se qualificarem como activos intangíveis.

46 - Activos não correntes detidos para venda

Esta conta destina-se a registar os activos a que se refere a NCRF 8 - Activos não correntes detidospara venda e unidades operacionais descontinuadas. Os passivos associados a activos nãocorrentes detidos para venda mantêm a sua mensuração e apenas deverão ser identificados paraefeitos de divulgação.

454 - Adiantamentos por conta de investimentos

Regista as entregas feitas pela entidade por conta de investimentos cujo preço esteja previamentefixado. Pela recepção da factura, estas verbas devem ser transferidas para a conta 2711 -Fornecedores de investimentos - contas gerais.

Classe 5 - Capital, reservas e resultados transitados

51 - Capital

Esta conta evidencia o capital subscrito, devendo ser deduzido, para efeitos de elaboração doBalanço, o eventual saldo da conta 261 - Accionistas c/subscrição ou 262 - Quotas não liberadas.

52 - Acções (quotas) próprias

A conta 521 - Valor nominal é debitada pelo valor nominal das acções ou quotas próprias adquiridas.Ainda na fase de aquisição, a conta 522 - Descontos e prémios é movimentada pela diferença entreo custo de aquisição e o valor nominal.

Quando se proceder à venda das acções ou quotas próprias, para além de se efectuar o respectivocrédito na conta 521, movimentar-se-á a conta 522 pela diferença entre o preço de venda e o valor

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nominal.

Simultaneamente, a conta 522 deverá ser regularizada por contrapartida da conta 599 - Outrasvariações no capital próprio - Outras, de forma a manter os descontos e prémios correspondentes àsacções (quotas) próprias em carteira.

53 - Outros instrumentos de capital próprio

Esta conta será utilizada para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer outrosinstrumentos financeiros (ou as suas componentes) que não se enquadrem na definição de passivofinanceiro. Nas situações em que os instrumentos financeiros (ou as suas componentes) seidentifiquem com passivos financeiros, deve utilizar-se rubrica apropriada das contas 25 -Financiamentos obtidos ou 26 - Accionistas/sócios.

57 - Ajustamentos em activos financeiros

Evidencia os ajustamentos decorrentes, designadamente, da utilização do método da equivalênciapatrimonial em subsidiárias, associadas e entidades conjuntamente controladas.

5711 - Ajustamentos em activos financeiros - Relacionados com ométodo da equivalência patrimonial - Ajustamentos de transição

Quando da transição para a aplicação do método da equivalência patrimonial, esta conta regista adiferença entre as quantias atribuídas às partes de capital, correspondentes à fracção dos capitaispróprios que representavam no início do período, e as quantias por que se encontravam expressas.

5712 - Ajustamentos em activos financeiros - Relacionados com ométodo da equivalência patrimonial - Lucros não atribuídos

Esta conta será creditada pela diferença entre os lucros imputáveis às participações e os lucros quelhes forem atribuídos (dividendos), movimentando-se em contrapartida a conta 56 - Resultadostransitados.

5713 - Ajustamentos em activos financeiros - Relacionados com ométodo da equivalência patrimonial

Decorrentes de outras variações nos capitais próprios

Esta conta acolherá, por contrapartida das contas 411 a 413 os valores imputáveis à participante navariação dos capitais próprios das participadas, que não respeitem a resultados.

58 - Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis

Esta conta é creditada em consequência da revalorização dos activos fixos e vai sendo debitada porcontrapartida da conta 56 - Resultados transitados, em função da realização da revalorização. Essarealização ocorre pela depreciação, abate ou venda do bem.

As diminuições de um activo por revalorização serão debitadas na conta em epígrafe até aomontante do saldo existente. A parcela da diminuição que ultrapasse o saldo existente seráconsiderada gasto do período (subconta apropriada da conta 65), conforme NCRF 6 e 7. Se arevalorização do bem originar a reversão de uma perda reconhecida em períodos anteriores, essareversão será levada aos rendimentos do período (subcontas da conta 762).

Relativamente a reavaliações, após o registo na conta 5811 do valor do aumento do imobilizadolíquido, a conta 5812 será debitada por contrapartida da conta 2742 - Passivos por impostosdiferidos pelo montante do imposto correspondente à fracção do excedente de reavaliação não

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relevante para a tributação. Aquando da realização do excedente de reavaliação, a subconta 5812será creditada pela correspondente fracção do imposto sobre o rendimento, por contrapartida daconta 56 - Resultados transitados. Simultaneamente, a conta 2742 - Passivos por impostos diferidosserá debitada por contrapartida da conta 241 - Imposto sobre o rendimento. Para efeitos deapresentação em balanço, a quantia (saldo devedor) da conta 5812 - Impostos diferidos, seráabatida ao saldo da conta 5811 - Antes de impostos.

591 - Diferenças de conversão de demonstrações financeiras

Inclui as diferenças de câmbio derivadas da transposição de uma unidade operacional estrangeira(nos termos da NCRF 23 - Os efeitos de alterações em taxas de câmbio).

593 - Subsídios

Inclui os subsídios associados com activos, que deverão ser transferidos, numa base sistemática,para a conta 7883 - Imputação de subsídios para investimentos, à medida em que foremcontabilizadas as depreciações/amortizações do investimento a que respeitem.

Classe 6 - Gastos

Esta classe inclui os gastos e as perdas respeitantes ao período.

613 - Activos biológicos (compras)

Recolhe as aquisições de activos biológicos efectuadas durante o ano, transferidas da conta 313 -Activos biológicos.

6331 - Prémios para pensões

Respeita aos prémios da natureza em epígrafe destinados a entidades externas, a fim de que estasvenham a suportar oportunamente os encargos com o pagamento de pensões ao pessoal.

67 - Provisões do período

Esta conta regista os gastos no período decorrentes das responsabilidades cuja natureza estejaclaramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertasquanto ao seu valor ou data de ocorrência.

683 - Dívidas incobráveis

Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 2, as dívidas cujaincobrabilidade se verifique no período e que não tivessem sido consideradas anteriormente emsituação de imparidade.

684 - Perdas em inventários

Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 3, as perdas que se verificaremno período e que não tivessem sido consideradas anteriormente em situação de imparidade.

6852 - Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e empreendimentosconjuntos

Aplicação do método da equivalência patrimonial

Esta conta regista os gastos e perdas relativos às participações de capital, derivados da aplicação dométodo da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas os resultados dessasentidades.

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686 - Gastos e perdas nos restantes investimentos financeiros

Respeita aos gastos e perdas relacionados com os investimentos financeiros contabilizados nascontas 414 e 415.

6886 - Perdas em instrumentos financeiros

Regista as perdas relacionadas com a conta 14 - Instrumentos financeiros.

Classe 7 - Rendimentos

Inclui os rendimentos e os ganhos respeitantes ao período.

71 - Vendas

As vendas, representadas pela facturação, devem ser deduzidas do IVA e de outros impostos eincidências nos casos em que nela estejam incluídos.

72 - Prestações de serviços

Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam próprios dos objectivos oufinalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no caso de estes nãoserem facturados separadamente. A contabilização a efectuar deve basear-se em facturação emitidaou em documentação externa (caso das comissões obtidas), não deixando de registar os réditosrelativamente aos quais não se tenham ainda recebido os correspondentes comprovantes externos.

73 - Variações nos inventários da produção

No caso de ser adoptado o sistema de inventário permanente considera-se conveniente subdividircada uma das suas contas divisionárias em rubricas de “Produção” e de “Custo das vendas”, asquais serão movimentadas por contrapartida das respectivas contas da classe 3.

75 - Subsídios à exploração

Esta conta inclui os subsídios relacionados com o rendimento, conforme estabelecido na NCRF 22 -Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo.

7851 - Rendimentos e ganhos em subsidiárias, associadas eempreendimentos conjuntos

Aplicação do método da equivalência patrimonial

Esta conta regista os rendimentos e ganhos relativos às participações de capital derivados daaplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas osresultados dessas entidades.

7884 - Ganhos em outros instrumentos financeiros

Regista os ganhos relacionados com a conta 14 - Outros instrumentos financeiros.

Classe 8 - Resultados

Esta classe destina-se a apurar o resultado líquido do período, podendo ser utilizada para auxiliar àdeterminação do resultado extensivo, tal como consta na Demonstração das Alterações no CapitalPróprio.

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811 - Resultado antes de impostos

Destina-se a concentrar, no fim do período, os gastos e rendimentos registados, respectivamente,nas contas das classes 6 e 7.

8121 - Imposto estimado para o período

Considera-se nesta conta a quantia estimada para o imposto que incidirá sobre os resultadoscorrigidos para efeitos fiscais, por contrapartida da conta 241 - Estado

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Modelos de demonstrações financeiras

Portaria n.º 986/20092009-Set-07

SNC - Modelos de demonstrações financeiras

Actualizado em 2009-09-15

O Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho, veio aprovar o Sistema de Normalização Contabilística(SNC), no qual se previu a publicação em portaria dos modelos de demonstrações financeiras. Estesinstrumentos contabilísticos, embora inseridos no contexto do SNC, de aplicação obrigatória para asentidades sujeitas ao SNC, poderão, também, ser utilizados pelas entidades que, nos termos doartigo 4.º do citado decreto-lei, apliquem as normas internacionais de contabilidade, atentos osevidentes benefícios que daí advirão para a comparabilidade das demonstrações financeiras.

Assim:

Manda o Governo, pelo Ministro de Estado e das Finanças, ao abrigo do disposto nos n.ºs 3.1 e 4.1do anexo ao Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho, o seguinte:

Artigo 1.º

São aprovados os modelos em anexo à presente portaria, para as seguintes demonstraçõesfinanceiras:

a) Anexo n.º 1: balanço;

b) Anexo n.º 2: demonstração dos resultados por naturezas;

c) Anexo n.º 3: demonstração dos resultados por funções;

d) Anexo n.º 4: demonstração das alterações no capital próprio;

e) Anexo n.º 5: demonstração dos fluxos de caixa — método directo;

f) Anexo n.º 6: anexo.

Artigo 2.º

Para as entidades que, nos termos do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho,apliquem a «Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades» (NCRFPE), sãoaprovados os seguintes modelos reduzidos de demonstrações financeiras, anexos à presenteportaria:

a) Anexo n.º 7: balanço, modelo reduzido;

b) Anexo n.º 8: demonstração dos resultados por naturezas, modelo reduzido;

c) Anexo n.º 9: demonstração dos resultados por funções, modelo reduzido;

d) Anexo n.º 10: anexo, modelo reduzido.

Artigo 3.º

A Comissão de Normalização Contabilística divulga, no respectivo sítio electrónico, notas

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explicativas ou de aclaramento sobre os modelos aprovados pela presente portaria.

Artigo 4.º

A presente portaria entra em vigor na data de início da vigência do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13de Julho.

Pelo Ministro de Estado e das Finanças, Carlos Manuel Baptista Lobo, Secretário de Estado dosAssuntos Fiscais, em 14 de Agosto de 2009.

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ANEXO N.º 1

Entidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . BALANÇO (INDIVIDUAL ou CONSOLIDADO) EM XX DEYYYYYYY DE 200N

UNIDADE MONETÁRIA (1)

RUBRICAS NOTASDATAS

31 XXX N 31 XXX N-lACTIVO

Activo não correnteActivos fixos tangíveisPropriedades de investimentoGoodwillActivos intangíveisActivos biológicosParticipações financeiras - método da equivalênciapatrimonialParticipações financeiras - outros métodosAccionistas/sóciosOutros activos financeirosActivos por impostos diferidos

Activo correnteInventáriosActivos biológicosClientesAdiantamentos a fornecedoresEstado e outros entes públicosAccionistas/sóciosOutras contas a receberDiferimentosActivos financeiros detidos para negociaçãoOutros activos financeirosActivos não correntes detidos para vendaCaixa e depósitos bancários

Total do activoCAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital próprio

Capital realizadoAcções (quotas) própriasOutros instrumentos de capital próprioPrémios de emissão

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Prémios de emissãoReservas legaisOutras reservasResultados transitadosAjustamentos em activos financeirosExcedentes de revalorizaçãoOutras variações no capital próprioResultado liquido do período

Interesses minoritários

Total do capital próprio

Passivo

Passivo não correnteProvisõesFinanciamentos obtidosResponsabilidades por benefícios pós-empregoPassivos por impostos diferidosOutras contas a pagar

Passivo correnteFornecedoresAdiantamentos de clientesEstado e outros entes públicosAccionistas/sóciosFinanciamentos obtidosOutras contas a pagarDiferimentosPassivos financeiros detidos para negociaçãoOutros passivos financeirosPassivos não correntes detidos para venda

Total do passivoTotal do capital próprio e do passivo

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade deexpressão das quantias em milhares de euros

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ANEXO N.º 2

Entidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DOS RESULTADOS POR NATUREZASPERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N UNIDADE MONETÁRIA (1)

RENDIMENTOS E GASTOS NOTASPERÍODOS

N N-lVendas e serviços prestados + +Subsídios à exploração + +Ganhos/perdas imputados de subsidiárias,associadas e empreendimentos conjuntos

+ / - + / -

Variação nos inventários da produção + / - + / -Trabalhos para a própria entidade + +Custo das mercadorias vendidas e das matériasconsumidas

- -

Fornecimentos e serviços externos - -Gastos com o pessoal - -Imparidade de inventários (perdas/reversões) - / + - / +Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) - / + - / +Provisões (aumentos/reduções) - / + - / +Imparidade de investimentos nãodepreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)

- / + - / +

Aumentos/reduções de justo valor + / - + / -Outros rendimentos e ganhos + +Outros gastos e perdas - -

Resultado antes de depreciações, gastos definanciamento e impostos

= =

Gastos/reversões de depreciação e de amortização - / + - / +Imparidade de investimentosdepreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)

- / + - / +

Resultado operacional (antes de gastos definanciamento e impostos)

= =

Juros e rendimentos similares obtidos + +Juros e gastos similares suportados - -

Resultado antes de impostos = =

Imposto sobre o rendimento do período - / + - / +

Resultado líquido do período = =

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Resultado das actividades descontinuadas (líquido deimpostos) incluído no resultado líquido do período

Resultado líquido do período atribuível a: (2)Detentores do capital da empresa-mãeInteresses minoritários

= =Resultado por acção básico(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade deexpressão das quantias em milhares de euros(2) Esta informação apenas será fornecida no caso de contas consolidadas

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ANEXO N.º 3

Entidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DOS RESULTADOS POR FUNÇÕESPERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N UNIDADE MONETÁRIA (1)

RUBRICAS NOTASPERÍODOS

N N-1

Vendas e serviços prestados + +Custo das vendas e dos serviços prestados - -

Resultado bruto = =

Outros rendimentos + +Gastos de distribuição - -Gastos administrativos - -Gastos de investigação e desenvolvimento - -Outros gastos - -Resultado operacional (antes de gastos definanciamento e impostos) = =

Gastos de financiamento (líquidos) - -

Resultados antes de impostos = =

Imposto sobre o rendimento do período - / + - / +

Resultado líquido do período = =

Resultado das actividades descontinuadas (líquido deimpostos) incluído no resultado líquido do período

Resultado líquido do período atribuível a: (2)Detentores do capital da empresa-mãeInteresses minoritários = =

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade deexpressão das quantias em milhares de euros(2) Esta informação apenas será fornecida no caso de contas consolidadas

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ANEXO N.º 4

Entidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO NO PERÍODO N-l

DESCRIÇÃO Notas

Capital Próprio atribuído aos detentores do capital da empresa-mãe

Capitalrealizado

Acções(quotas

próprias)

Outrosinstrumentos

de capitalpróprio

Prémiosde

emissão

Reservaslegais

Outrasreservas

Resultadostransitados

Ajustamentosem activosfinanceiros

Excedentesde

revalorização

Outrasvariaçõesno capital

próprio

Resullíquidoperío

P 1

APADREAO

2

R 3

R 4=2+3

ORRDEO

5P 6=1+2+3+5

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências, de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros

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Entidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO NO PERÍODO N

DESCRIÇÃO Notas

Capital Próprio atribuído aos detentores do capital da empresa-mãe

Capitalrealizado

Acções(quotas)próprias

Prestaçõessuplementares

e outrosinstrumentos

de capitalpróprio

Prémiosde

emissão

Reservaslegais

Outrasreservas

Resultadostransitados

Ajustamentosem activosfinanceiros

Excedentesde

revalorização

Outrasvariaçõesno capital

próprio

Resulíquidperí

P 6APADREAO

7R 8R 9=7+8ORRDEO

10P 6+7+8+10

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros

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ANEXO N.º 5

Entidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DE FLUXOS DE CAIXAPERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N UNIDADE MONETÁRIA (1)

RUBRICAS NOTASPERÍODOS

N N-1Fluxos de caixa das actividades operacionais -método directoRecebimentos de clientes + +Pagamentos a fornecedores - -Pagamentos ao pessoal - -

Caixa gerada pelas operações +/- +/-Pagamento/recebimento do imposto sobre orendimento

-/+ -/+

Outros recebimentos/pagamentos +/- +/-Fluxos de caixa das actividades operacionais (1) +/- +/-

Fluxos de caixa das actividades de investimentoPagamentos respeitantes a:Activos fixos tangíveis - -Activos intangíveis - -Investimentos financeiros - -Outros activos - -Recebimentos provenientes de:Activos fixos tangíveis + +Activos intangíveis Investimentos financeiros + +Outros activos + +Subsídios ao investimento + +Juros e rendimentos similares + +Dividendos + +

Fluxos de caixa das actividades de investimento (2) +/- +/-Fluxos de caixa das actividades de financiamentoRecebimentos provenientes de:Financiamentos obtidos + +Realizações de capita! e de outros instrumentos decapital próprio

+ +

Cobertura de prejuízos + +Doações + +Outras operações de Financiamento + +Pagamentos respeitantes a:Financiamentos obtidos - -Juros e gastos similares - -Dividendos

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Dividendos - -Reduções de capital e de outros instrumentos decapital próprio

- -

Outras operações de financiamento - -Fluxos de caixa das actividades de financiamento (3) +/- +/-

Variação de caixa e seus equivalentes (1+2+3) +/- +/-Efeito das diferenças de câmbio +/- +/-Caixa e seus equivalentes no início do período ... ...Caixa e seus equivalentes no fim do período ... ...

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade deexpressão das quantias em milhares de euros

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ANEXO N.º 6

ANEXO(modelo geral)

O presente documento não constitui um formulário relativo às notas do Anexo, mas tão só umacompilação das divulgações exigidas pelas NCRF.

Assim, cada entidade deverá criar a sua própria sequência numérica, em conformidade com asdivulgações que deva efectuar, sendo que as notas de 1 a 4 serão sempre explicitadas e ficamreservadas para os assuntos identificados no presente documento. A partir da nota 5, inclusive, éutilizada uma numeração sequencial correspondente à das NCRF. Para melhor enquadramento dostextos constantes dessas notas, deve-se recorrer à leitura das normas respectivas.

1 - Identificação da entidade:

1 - Designação da entidade: ___________________

2 - Sede: __________________________________

3 - Natureza da actividade: ___________________

4 - Designação da empresa-mãe: _______________

5 - Sede da empresa-mãe: ____________________

2 - Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras:

2.1 - _____________________________________

2.2 - Indicação e justificação das disposições do SNC que, em casos excepcionais, tenham sidoderrogadas e dos respectivos efeitos nas demonstrações financeiras, tendo em vista a necessidadede estas darem uma imagem verdadeira e apropriada do activo, do passivo e dos resultados daentidade.

2.3 - Indicação e comentário das contas do balanço e da demonstração dos resultados cujosconteúdos não sejam comparáveis com os do exercício anterior.

2.4 - Adopção pela primeira vez das NCRF - divulgação transitória:

a) Forma como a transição dos PCGA anteriores para as NCRF afectou a posição financeira, odesempenho financeiro e os fluxos de caixa relatados;

b) Reconciliação do capital próprio relatado segundo os PCGA anteriores com o capital própriosegundo as NCRF, entre a data de transição para as NCRF e o final do último período apresentadonas mais recentes demonstrações financeiras anuais, elaboradas segundo os PCGA anteriores;

c) Reconciliação do resultado relatado segundo os PCGA anteriores, relativo ao último período dasmais recentes demonstrações financeiras anuais, com o resultado segundo as NCRF relativo aomesmo período;

d) Reconhecimento ou reversão, pela primeira vez, de perdas por imparidade ao preparar o balançode abertura de acordo com as NCRF (divulgações que a NCRF 12 - Imparidade de Activos teriaexigido se o reconhecido dessas perdas por imparidade ou reversões tivesse ocorrido no períodoque começa na data de transição para as NCRF);

e) Distinção, nas reconciliações das alíneas b) e c), entre correcção de erros cometidos segundo os

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PCGA anteriores (se aplicável) e alterações às políticas contabilísticas;

f) As primeiras demonstrações financeiras de acordo com as NCRF são (não são) as primeirasdemonstrações financeiras apresentadas.

3 - Principais políticas contabilísticas:

3.1 - Bases de mensuração usadas na preparação das demonstrações financeiras: ________________

3.2 - Outras políticas contabilísticas relevantes:________________________________________________

3.3 - Juízos de valor (exceptuando os que envolvem estimativas) que o órgão de gestão fez noprocesso de aplicação das políticas contabilísticas e que tiveram maior impacte nas quantiasreconhecidas nas demonstrações financeiras: ____________________________________________

3.4 - Principais pressupostos relativos ao futuro (envolvendo risco significativo de provocarajustamento material nas quantias escrituradas de activos e passivos durante o ano financeiroseguinte): _______________________

3.5 - Principais fontes de incerteza das estimativas (envolvendo risco significativo de provocarajustamento material nas quantias escrituradas de activos e passivos durante o ano financeiroseguinte): _________________

4 - Fluxos de caixa:

4.1 - Comentário da gerência sobre a quantia dos saldos significativos de caixa e seus equivalentesque não estão disponíveis para uso: _______________________

4.2 - Desagregação dos valores inscritos na rubrica de caixa e em depósitos bancários.

5 - Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros:

5.1 - Aplicação inicial da disposição de uma NCRF com efeitos no período corrente ou em qualquerperíodo anterior, ou com possíveis efeitos em períodos futuros:

a) Título da NCRF: ___________________________

b) Natureza da alteração na política contabilística: _____

c) Quantia de ajustamento relacionado com períodos anteriores aos apresentados, até ao ponto queseja praticável: ______________________________________________________________________

5.2 - Alteração voluntária em políticas contabilísticas com efeitos no período corrente ou em qualquerperíodo anterior (sendo impraticável determinar a quantia de ajustamento), ou com possíveis efeitosem períodos futuros.

a) Natureza da alteração na política contabilística: _____

b) Razões pelas quais a aplicação da nova política contabilística proporciona informação fiável emais relevante: ______________________________________________________________________

c) Quantia do ajustamento (até ao ponto que seja praticável) para o período corrente e cada períodoanterior apresentado: ________________________________________________________________

d) Quantia de ajustamento relacionado com períodos anteriores aos apresentados (até ao ponto emque seja praticável): __________________________________________________________________

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5.3 - Alterações em estimativas contabilísticas com efeito no período corrente ou que se espera quetenham efeito em futuros períodos:

a) Respectivas naturezas e quantias: _____________

b) Situações em que é impraticável estimar a quantia do efeito em futuros períodos:____________________

5.4 - Erros materiais de períodos anteriores.

a) Natureza do(s) erro(s) de período(s) anterior(es):_____________________________________________

b) Quantia das correspondentes correcções para cada período anterior apresentado:_____________________

c) Quantia das correspondentes correcções no início do período anterior mais antigo apresentado:___________

d) Impraticabilidade de reexpressão retrospectiva para um período anterior em particular. Indicaçãodas circunstâncias que levaram à existência dessa condição e descrição de como e desde quando oerro foi corrigido: _________

6 - Partes relacionadas:

6.1 - Relacionamentos com empresas-mãe:

a) Nome da empresa-mãe imediata: ______________

b) Nome da empresa-mãe controladora final [se diferente de a)]:__________________________________

c) Nome da empresa-mãe intermédia superior seguinte que produz demonstrações financeirasdisponíveis para uso público (se nem (a) ou (b) o fizerem): ___________

6.2 - Remunerações do pessoal chave da gestão:

a) Total de remunerações:

b) Total de benefícios de curto prazo dos empregados: ___

c) Total de benefícios pós-emprego: ______________

d) Total de outros benefícios de longo prazo: _______

e) Total de benefícios por cessação de emprego: ____

f) Total de pagamentos com base em acções: _______

6.3 - Transacções entre partes relacionadas:

a) Natureza do relacionamento com as partes relacionadas:

_______________________________________

b) Transacções e saldos pendentes: ______________

i) Quantia das transacções: ____________________

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ii) Quantia dos saldos pendentes: _______________

iii) Ajustamentos de dívidas de cobrança duvidosa relacionados com a quantia dos saldospendentes: ______

iv) Gastos reconhecidos durante o período a respeito de dívidas incobráveis ou de cobrançaduvidosa de partes relacionadas: ______________________________________________________

(Estas divulgações devem ser feitas separadamente para cada uma das seguintes categorias: (a)empresa-mãe; (b) entidades com controlo conjunto ou influência significativa; (c) subsidiárias; (d)associadas; (e) empreendimentos conjuntos nos quais se seja empreendedor; (f) pessoal chave dagestão da entidade que relata ou da respectiva entidade-mãe; e (g) outras partes relacionadas)

7 - Activos intangíveis:

7.1 - Divulgações para cada classe de activos intangíveis, distinguindo entre os activos intangíveisgerados internamente e outros activos intangíveis:

a) Se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as vidas úteis ou as taxas deamortização usadas;

b) Os métodos de amortização usados para activos intangíveis com vidas úteis finitas;

c) A quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada (agregada com as perdas porimparidade acumuladas) no começo e fim do período;

d) Os itens de cada linha da demonstração dos resultados em que qualquer amortização de activosintangíveis esteja incluída;

e) Uma reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que mostre separadamenteas adições, as alienações, os activos classificados como detidos para venda, as amortizações, asperdas por imparidade e outras alterações.

7.2 - Quantia escriturada de cada activo intangível avaliado como tendo uma vida útil indefinida erazões que apoiam a avaliação de uma vida útil indefinida (com descrição do(s) factor(es) quedesempenhou(aram) um papel significativo na determinação de que o activo tem uma vida útilindefinida).

7.3 - Descrição, quantia escriturada e período de amortização restante de qualquer activo intangívelindividual materialmente relevante para as demonstrações financeiras.

7.4 - Activos intangíveis adquiridos por meio de um subsídio do governo e inicialmente reconhecidospelo justo valor. Indicação:

a) Do justo valor inicialmente reconhecido;

b) Da sua quantia escriturada; e

c) Se são mensurados após o reconhecimento segundo o modelo de custo ou o modelo derevalorização.

7.5 - Existência e quantias escrituradas de activos intangíveis cuja titularidade está restringida e asquantias escrituradas de activos intangíveis dados como garantia de passivos.

7.6 - Quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos intangíveis.

7.7 - Activos intangíveis contabilizados por quantias revalorizadas. Indicação:

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a) Por classe de activos intangíveis:

i) Data de eficácia da revalorização;

ii) Quantia escriturada de activos intangíveis revalorizados; e

iii) Quantia escriturada que teria sido reconhecida se a classe revalorizada de activos intangíveistivesse sido mensurada após o reconhecimento usando o modelo de custo.

b) Quantia do excedente de revalorização relacionada com activos intangíveis no início e no final doperíodo, indicando as alterações durante o período e quaisquer restrições na distribuição do saldoaos accionistas; e

c) Os métodos e pressupostos significativos aplicados na estimativa do justo valor dos activos.

7.8 - Quantia agregada do dispêndio de pesquisa e desenvolvimento reconhecido como um gastodurante o período (incluindo todos os gastos por natureza que foram, face ao seu destino,classificados como gastos de pesquisa e desenvolvimento, bem como os gastos de pesquisa edesenvolvimento que foram capitalizados).

8 - Activos fixos tangíveis:

8.1 - Divulgações sobre activos fixos tangíveis.

a) Bases de mensuração usados para determinar a quantia escriturada bruta;

b) Métodos de depreciação usados;

c) Vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;

d) Quantia escriturada bruta e depreciação acumulada (agregada com perdas por imparidadeacumuladas) no início e no fim do período; e

e) Reconciliação da quantia escriturada no início e no fim do período mostrando as adições, asrevalorizações, as alienações, os activos classificados como detidos para venda, as amortizações,as perdas de imparidade e suas reversões e outras alterações.

8.2 - Existência e quantias de restrições de titularidade de activos fixos tangíveis dados comogarantia de passivos.

8.3 - Quantia de dispêndios reconhecida na quantia escriturada de cada um dos seguintes itens doactivo fixo tangível no decurso da sua construção: _____________

8.4 - Quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos fixos tangíveis.

8.5 - Quantia incluída nos resultados, relativa a compensação de terceiros por itens do activo fixotangível com imparidade, perdidos ou cedidos.

8.6 - Depreciação, reconhecida nos resultados ou como parte de um custo de outros activos, duranteum período.

8.7 - Depreciação acumulada no final do período.

8.8 - Para os itens do activo fixo tangível expressos por quantias revalorizadas:

a) Data de eficácia da revalorização;

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b) Recurso a avaliador independente;

c) Métodos e pressupostos significativos aplicados na estimativa do justo valor dos itens;

d) Medida em que o justo valor dos itens foi determinado directamente por referência a preçosobserváveis num mercado activo ou em transacções de mercado recentes numa base de nãorelacionamento entre as partes ou foi estimado usando outras técnicas de valorização;

e) Excedente de revalorização (indicando a alteração do período e quaisquer restrições nadistribuição do saldo aos accionistas).

9 - Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas

9.1 - Operações descontinuadas:

a) Quantia de resultados reconhecida no período:

b) Decomposição e análise da quantia de resultados reconhecida no período:

c) Fluxos de caixa líquidos atribuíveis às actividades de exploração, investimento e financiamentodas unidades operacionais descontinuadas:

9.2 - Componente que se deixou de classificar como detido para venda:

• resultados do componente, anteriormente apresentados nas unidades operacionaisdescontinuadas, que foram reclassificados e incluídos no rendimento das unidades operacionais emcontinuação para todos os períodos apresentados: _____________________________________

9.3 - Desdobramento das principais classes de activos e passivos classificados como detidos paravenda:

9.4 - Activos não correntes (ou grupos para alienação) classificados como detidos para venda, ouvendidos, no período:

a) Descrição dos activos não correntes (ou grupos para alienação):___________________________________

b) Descrição dos factos e circunstâncias da venda, ou que conduziram à alienação esperada:______________

c) Forma e tempestividade esperada para a alienação:_____________________________________________

d) Perdas ou ganhos reconhecidos, relacionados com imparidade ou suas reversões (quantia e itemda demonstração dos resultados que os inclui): ________________

9.5 - Descrição dos factos e circunstâncias que, no período, levaram à decisão de alterar o plano devendas de activo não corrente (ou grupo para alienação):

10 - Locações:

10.1 - Locações financeiras - locatários:

a) Quantia escriturada líquida à data do balanço, para cada categoria de activo;

b) Reconciliação entre o total dos futuros pagamentos mínimos da locação à data do balanço, e oseu valor presente;

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c) Total dos futuros pagamentos mínimos da locação à data do balanço, e o seu valor presente, paracada um dos seguintes períodos:

i) Não mais de um ano;

ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;

iii) Mais do que cinco anos.

d) Rendas contingentes reconhecidas no rendimento do período;

e) Total dos futuros pagamentos mínimos de sublocação que se espera receber por sublocações nãocanceláveis à data do balanço;

f) Descrição geral dos acordos de locação significativos incluindo (pelo menos) o seguinte;

i) Base pela qual é determinada a renda contingente a pagar;

ii) Existência e cláusulas de renovação ou de opções de compra e cláusulas de escalonamento;

iii) Restrições impostas por acordos de locação, tais como as que respeitam a dividendos, dívidaadicional, e posterior locação.

10.2 - Locações financeiras - locadores:

a) Reconciliação entre o investimento bruto na locação à data do balanço, e o valor presente dospagamentos mínimos da locação a receber à data do balanço;

b) Investimento bruto na locação e valor presente dos pagamentos mínimos da locação a receber nadata do balanço, para cada um dos períodos seguintes:

i) Não mais de um ano;

ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;

iii) Mais de cinco anos.

c) Rendimento financeiro não obtido;

d) Valores residuais não garantidos que acresçam ao benefício do locador;

e) Dedução acumulada para créditos incobráveis dos pagamentos mínimos da locação a receber;

f) Rendas contingentes reconhecidas como rendimento durante o período;

g) Descrição geral dos acordos significativos de locação do locador.

10.3 - Locações operacionais - locatários:

a) Total dos futuros pagamentos mínimos da locação nas locações operacionais não canceláveispara cada um dos seguintes períodos:

i) Não mais de um ano;

ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;

iii) Mais de cinco anos.

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b) Total dos futuros pagamentos mínimos de sublocação que se espera sejam recebidos nassublocações não canceláveis à data do balanço;

c) Pagamentos de locação e de sublocação reconhecidos como um gasto no período, com quantiasseparadas para pagamentos mínimos de locação, rendas contingentes, e pagamentos desublocação;

d) Descrição, em termos gerais, dos acordos de locação significativos incluindo (pelo menos) oseguinte:

i) Base pela qual é determinada a renda contingente a pagar;

ii) Existência e cláusulas de renovação ou de opções de compra e cláusulas de escalonamento;

iii) Restrições impostas por acordos de locação, tais como as que respeitem a dividendos, dívidaadicional, e posterior locação.

10.4 - Locações operacionais - locadores:

a) Futuros pagamentos mínimos da locação sob locações operacionais não canceláveis no agregadoe para cada um dos períodos seguintes;

i) Não mais de um ano;

ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;

iii) Mais de cinco anos.

b) Total das rendas contingentes reconhecidas como rendimento durante o período;

c) Descrição geral dos acordos de locação do locador.

10.5 - Transacções de venda seguida de locação - locatários e locadores:

(Divulgações idênticas às dos pontos 10.1 a 10.4)

11 - Custos de empréstimos obtidos:

11.1 - Política contabilística adoptada nos custos dos empréstimos obtidos.

11.2 - Quantia de custos de empréstimos obtidos capitalizada durante o período.

11.3 - Taxa de capitalização usada para determinar a quantia do custo dos empréstimos obtidoselegíveis para capitalização.

12 - Propriedades de investimento:

12.1 - Modelo aplicado (justo valor ou custo): ____

12.2 - Interesses de propriedade detidos em locações operacionais (sendo aplicado o modelo dojusto valor). Indicação das circunstâncias que justificaram a sua classificação e contabilização comopropriedades de investimento.

12.3 - Critérios usados para distinguir propriedades de investimento de propriedades ocupadas pelodono e de propriedades detidas para venda no curso ordinário dos negócios.

12.4 - Determinação do justo valor de propriedades de investimento:

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a) Métodos e pressupostos significativos aplicados;

b) Indicação sobre se a determinação do justo valor foi suportada por evidências do mercado;

c) Indicação sobre se a determinação do justo valor foi ponderada por outros factores,discriminando-os em caso afirmativo.

12.5 - Medida em que o justo valor da propriedade de investimento (tal como mensurado oudivulgado nas demonstrações financeiras) se baseou numa valorização de um avaliadorindependente que possui uma qualificação profissional reconhecida e relevante e que temexperiência recente na localização e na categoria da propriedade de investimento que foi valorizada.(Se não tiver havido tal valorização, esse facto deve ser divulgado).

12.6 - Quantias reconhecidas nos resultados para:

a) Rendimentos de rendas de propriedades de investimento;

b) Gastos operacionais directos (incluindo reparações e manutenção) provenientes de propriedadesde investimento que geraram rendimentos de rendas durante o período;

c) Gastos operacionais directos (incluindo reparações e manutenção) provenientes de propriedadesde investimento que não geraram rendimentos de rendas durante o período;

d) Alteração cumulativa no justo valor reconhecido nos resultados com a venda de uma propriedadede investimento de um conjunto de activos em que se usa o modelo do custo para um conjunto emque se usa o modelo do justo valor.

12.7 - Existência e quantias de restrições sobre a capacidade de realização de propriedades deinvestimento ou a remessa de rendimentos e proventos de alienação.

12.8 - Obrigações contratuais para comprar, construir ou desenvolver propriedades de investimentoou para reparações, manutenção ou aumentos.

12.9 - Aplicação do modelo do justo valor. Reconciliação entre as quantias escrituradas dapropriedade de investimento no início e no fim do período, evidenciando:

a) Adições:

i) Por aquisições;

ii) Resultantes de dispêndio subsequente reconhecido na quantia escriturada de um activo;

iii) Resultantes de aquisições por intermédio de concentrações de actividades empresariais.

b) Activos classificados como detidos para venda ou incluídos num grupo para alienação classificadocomo detido para venda e outras alienações;

c) Ganhos ou perdas líquidos provenientes de ajustamentos de justo valor;

d) Diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição das demonstrações financeiras paraoutra moeda de apresentação;

e) Diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição de uma unidade operacional estrangeirapara a moeda de apresentação da entidade que relata;

f) Transferências para e de inventários e propriedade ocupada pelo dono;

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g) Outras alterações.

12.10 - Aplicação modelo do custo:

a) Métodos de depreciação usados;

b) Vidas úteis ou taxas de depreciação usadas;

c) Quantia escriturada bruta e depreciação acumulada (agregada com as perdas por imparidadeacumuladas) no início e no fim do período;

d) Reconciliação da quantia escriturada da propriedade de investimento no início e no fim do períodoevidenciando:

i) Adições que resultaram de aquisições;

ii) Adições que resultaram de dispêndio subsequente reconhecido como activo;

iii) Adições que resultaram de aquisições por intermédio de concentrações de actividadesempresariais;

iv) Activos classificados como detidos para venda ou incluídos num grupo para alienação classificadocomo detido para venda e outras alienações;

v) Depreciações;

vi) Quantia de perdas por imparidade reconhecida e quantia de perdas por imparidade revertidadurante o período;

vii) Diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição das demonstrações financeiras paraoutra moeda de apresentação;

viii) Diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição de uma unidade operacionalestrangeira para a moeda de apresentação da entidade que relata;

ix) Transferências para e de inventários e propriedade ocupada pelo dono;

x) Outras alterações.

e) Justo valor das propriedades de investimento.

ou

f) Na impossibilidade de determinar o justo valor da propriedade de investimento com fiabilidade:

i) Descrição da propriedade de investimento;

ii) Explanação da razão pela qual o justo valor não pode ser determinado com fiabilidade;

iii) Intervalo de estimativas dentro do qual é altamente provável que o justo valor venha a recair.

13 - Imparidade de activos:

13.1 - Para cada classe de activos:

a) Quantia de perdas por imparidade reconhecidas nos resultados durante o período (com indicaçãodas linhas de itens da demonstração dos resultados em que essas perdas por imparidade estãoincluídas);

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b) Quantia de reversões de perdas por imparidade reconhecida nos resultados durante o período(com indicação das linhas de itens da demonstração dos resultados em que essas perdas porimparidade estão revertidas);

c) Quantia de perdas por imparidade em activos revalorizados reconhecidas directamente no capitalpróprio durante o período;

d) Quantia de reversões de perdas por imparidade em activos revalorizados reconhecidasdirectamente no capital próprio durante o período.

13.2 - Por cada perda material por imparidade reconhecida ou revertida durante o período para umactivo individual (incluindo goodwill), ou para uma unidade geradora de caixa:

a) Acontecimentos e circunstâncias que conduziram ao reconhecimento ou reversão de perda porimparidade;

b) Quantia de perda por imparidade reconhecida ou revertida;

c) Natureza do activo;

d) Indicação se a agregação de activos relativa à identificação da unidade geradora de caixa sealterou desde a estimativa anterior da quantia recuperável (se a houver) da unidade geradora decaixa:

i) Em caso afirmativo, descrição da maneira corrente e anterior de agregar activos;

ii) Razões de alterar a maneira como é identificada a unidade geradora de caixa;

e) Indicação sobre se a quantia recuperável do activo (unidade geradora de caixa) é o seu justo valormenos os custos de vender ou o seu valor de uso;

i) Base usada para determinar o justo valor menos os custos de vender (tal como, se o justo valor foideterminado por referência a um mercado activo);

ii) A(s) taxa(s) de desconto usada(s) na estimativa corrente e anterior (se houver) do valor de uso.

13.3 - Perdas por imparidade agregadas e reversões agregadas de perdas por imparidadereconhecidas durante o período:

a) Principais classes de activos afectadas por perdas por imparidade e principais classes de activosafectadas por reversões de perdas por imparidade;

b) Principais acontecimentos e circunstâncias que levaram ao reconhecimento destas perdas porimparidade e reversões de perdas por imparidade.

13.4 - Parcela do goodwill adquirido numa concentração de actividades empresariais durante operíodo que não foi imputada a uma unidade geradora de caixa (grupo de unidades) à data de relato:

a) Quantia do goodwill não imputado;

b) Razões pelas quais a quantia se mantém não imputada.

13.5 - Processo subjacente às estimativas usadas para mensurar as quantias recuperáveis deunidades geradoras de caixa que contêm goodwill ou activos intangíveis com vidas úteis indefinidas.

14 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas:

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14.1 - Empreendimentos conjuntos:

a) Quantia agregada dos passivos contingentes seguintes (excepto quando a probabilidade de perdaé remota), separadamente da quantia de outros passivos contingentes:

i) Passivos contingentes em que se incorreu em relação aos interesses em empreendimentosconjuntos e parte em cada um dos passivos contingentes incorridos conjuntamente com outrosempreendedores;

ii) Parte nos passivos contingentes dos próprios empreendimentos conjuntos pelos quais se écontingentemente responsável;

iii) Passivos contingentes que surjam porque se é contingentemente responsável pelos passivos dosoutros empreendedores do empreendimento conjunto.

b) Quantia agregada dos seguintes compromissos com respeito aos interesses emempreendimentos conjuntos separadamente de outros compromissos:

i) Compromissos de capital em relação com os interesses em empreendimentos conjuntos e partenos compromissos de capital incorridos conjuntamente com outros empreendedores;

ii) Parte dos compromissos de capital dos próprios empreendimentos conjuntos.

c) Listagem e descrição de interesses em empreendimentos conjuntos significativos;

d) Proporção do interesse de propriedade detido em entidades conjuntamente controladas;

e) Tendo sido usado o formato de relato linha a linha para a consolidação proporcional ou o métododa equivalência patrimonial:

i) Quantias agregadas de cada um dos activos correntes;

ii) Quantias agregadas de cada um dos activos de longo prazo;

iii) Quantias agregadas de cada um dos passivos correntes;

iv) Quantias agregadas de cada um dos passivos de longo prazo;

v) Quantias agregadas dos rendimentos;

vi) Quantias agregadas dos gastos.

f) Método usado para reconhecer os seus interesses em entidades conjuntamente controladas.

14.2 - Investimentos em associadas:

a) Justo valor de investimentos em associadas para os quais são publicadas cotações de preços;

b) Informação financeira resumida das associadas, incluindo as quantias agregadas de activos,passivos, rendimentos e resultados;

c) Razões pelas quais se concluiu existir influência significativa quando o contrário era presumívelpelo facto de se deter, directa ou indirectamente através de subsidiárias, menos de 20% dos votosou do potencial poder de voto da investida;

d) Razões pelas quais se concluiu não existir influência significativa quando o contrário erapresumível pelo facto de se deter, directa ou indirectamente através de subsidiárias, 20% ou mais

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dos votos ou do potencial poder de voto da investida;

e) Data de relato das demonstrações financeiras de cada associada (quando essas demonstraçõesfinanceiras foram usadas na aplicação do método da equivalência patrimonial e foram de uma datade relato ou de um período diferente da data de relato ou período do investidor, e foram a razão parao uso de uma data de relato ou de um período diferente);

f) Natureza e extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo, resultantes de acordos deempréstimo ou requisitos regulamentares) sobre a capacidade das associadas para transferir fundossob a forma de dividendos em dinheiro ou de reembolsos de empréstimos ou adiantamentos;

g) Parte não reconhecida nas perdas de cada associada, tanto para o período comocumulativamente (situação do investidor descontinuar o reconhecimento da sua parte nas perdas daassociada);

h) Indicação das associadas que não foram contabilizadas usando o método da equivalênciapatrimonial;

i) Informação financeira resumida das associadas (individualmente e em grupo) que não foramcontabilizadas usando o método da equivalência patrimonial (incluindo as quantias dos activos totais,passivos totais, rendimentos e resultados).

j) Parte do investidor em unidades operacionais descontinuadas das associadas;

k) Passivos contingentes de associadas:

i) Parte nos passivos contingentes de uma associada incorridos juntamente com outros investidores;

ii) Passivos contingentes que surjam pelo facto de se ser solidariamente responsável pela totalidadeou parte dos passivos da associada.

15 - Concentrações de actividades empresariais:

15.1 - Para cada concentração de actividades empresariais (como adquirente) efectuada durante operíodo (as informações seguintes podem ser divulgada em conjunto no caso de concentrações deactividades empresariais, efectuadas durante o período de relato, que sejam individualmenteimateriais):

a) Nomes e descrições das entidades ou actividades empresariais concentradas;

b) Data da aquisição;

c) Percentagem de instrumentos de capital próprio com direito a voto adquiridos;

d) Custo da concentração e descrição dos componentes desse custo, incluindo quaisquer custosdirectamente atribuíveis à concentração. Quando os instrumentos de capital próprio são emitidos oupassíveis de emissão como parte do custo, divulgar o seguinte:

i) Número de instrumentos de capital próprio emitidos ou passíveis de emissão; e

ii) Justo valor desses instrumentos e a base para determinar esse justo valor. Se não existir umpreço publicado para os instrumentos à data da troca, devem ser divulgados os pressupostossignificativos usados para determinar o justo valor. Se existir um preço publicado à data da troca masque não foi usado como base para determinar o custo da concentração, esse facto deve serdivulgado em conjunto com: as razões por que o preço publicado não foi usado; o método e ospressupostos significativos usados para atribuir um valor aos instrumentos de capital próprio; e aquantia agregada da diferença entre o valor atribuído aos instrumentos de capital próprio e o preço

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publicado dos mesmos.

e) Detalhes de quaisquer unidades operacionais que se tenha decidido alienar como resultado daconcentração;

f) Quantias reconhecidas à data de aquisição para cada classe de activos, passivos e passivoscontingentes da adquirida, e, a menos que a divulgação seja impraticável, as quantias escrituradasde cada uma dessas classes, determinadas de acordo com as NCRF, imediatamente antes daconcentração. Se essa divulgação for impraticável, esse facto deve ser divulgado, junto com umaexplicação;

g) Quantia de qualquer excesso reconhecida nos resultados, e a linha de item na demonstração dosresultados na qual o excesso é reconhecido;

h) Descrição dos factores que contribuíram para um custo que resulta no reconhecimento dogoodwill - uma descrição de cada activo intangível que não tenha sido reconhecido separadamentedo goodwill e uma explicação sobre a razão pela qual não foi possível mensurar o justo valor doactivo intangível com fiabilidade - ou uma descrição da natureza de qualquer excesso reconhecidonos resultados;

i) Quantia dos resultados da adquirida desde a data da aquisição incluída nos resultados daadquirente do período, a não ser que a divulgação seja impraticável. Se essa divulgação forimpraticável, esse facto deve ser divulgado, junto com uma explicação.

15.2 - Contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais efectuada durante operíodo e determinada apenas provisoriamente: explicitar as razões.

15.3 - A menos que seja impraticável (caso que deverá ser explicado):

a) Rédito no período, da entidade concentrada, como se a data de aquisição para todas asconcentrações de actividades empresariais efectuadas durante o período tivesse sido o início desseperíodo;

b) Resultados no período, da entidade concentrada, como se a data de aquisição para todas asconcentrações de actividades empresariais efectuadas durante o período tivesse sido o início doperíodo.

15.4 - Informação sobre:

a) Quantia e explicação sobre qualquer ganho ou perda reconhecido no período corrente que:

i) Se relacione com os activos identificáveis adquiridos ou os passivos ou passivos contingentesassumidos numa concentração de actividades empresariais que tenha sido efectuada no períodocorrente ou num período anterior; e

ii) Seja de tal dimensão, natureza ou incidência que a divulgação se torne relevante para umacompreensão do desempenho financeiro da entidade concentrada;

b) Se a contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais que tenha sidoefectuada no período imediatamente anterior foi determinada apenas provisoriamente no final desseperíodo, as quantias e explicações relativas aos ajustamentos nos valores provisórios reconhecidosdurante o período corrente;

c) Correcções de erros em relação a qualquer dos activos, passivos ou passivos contingentesidentificáveis da adquirida, ou alterações nos valores atribuídos a esses itens, que a adquirentereconhece durante o período corrente.

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15.5 - Reconciliação da quantia escriturada de goodwill no início e no final do período, mostrandoseparadamente:

a) Quantia bruta e as perdas por imparidade acumuladas no início do período;

b) Goodwill adicional reconhecido durante o período, com a excepção do goodwill incluído numgrupo de alienação que, no momento da aquisição, satisfaz os critérios para ser classificado comodetido para venda;

c) Ajustamentos resultantes do reconhecimento posterior de activos por impostos diferidos durante operíodo;

d) Goodwill incluído num grupo de alienação classificado como detido para venda e o goodwilldesreconhecido durante o período sem ter sido anteriormente incluído num grupo de alienaçãoclassificado como detido para venda;

e) Perdas por imparidade reconhecidas durante o período;

f) Diferenças cambiais líquidas ocorridas durante o período;

g) Outras alterações na quantia escriturada durante o período;

h) Quantia bruta e perdas por imparidade acumuladas no final do período.

16 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidação:

16.1 - Nas demonstrações financeiras consolidadas da empresa-mãe:

a) Natureza da relação entre a empresa-mãe e uma subsidiária quando a empresa-mãe não possuir,directa ou indirectamente através de subsidiárias, mais de metade do poder de voto;

b) Razões pelas quais a propriedade, directa ou indirectamente através de subsidiárias, de mais demetade do poder de voto de uma investida não constitui controlo;

c) Data de relato das demonstrações financeiras de uma subsidiária quando tais demonstraçõesfinanceiras forem usadas para preparar demonstrações financeiras consolidadas e corresponderema uma data de relato ou a um período diferente do da data da empresa-mãe, e a razão para usaruma data de relato ou período diferente;

d) Natureza e extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo, resultante de acordos deempréstimo ou requisitos regulamentares) sobre a capacidade das subsidiárias de transferiremfundos para a empresa-mãe sob a forma de dividendos em dinheiro ou de reembolsaremempréstimos ou adiantamentos;

16.2 - Nas demonstrações financeiras individuais de uma empresa-mãe que, nos termos legais,esteja dispensada de elaborar contas consolidadas:

a) Informar que a dispensa de consolidação foi usada; o nome e o país de constituição ou sede daentidade que elabora demonstrações financeiras consolidadas; e a morada onde essasdemonstrações financeiras consolidadas podem ser obtidas;

b) Listagem dos investimentos significativos em subsidiárias, entidades conjuntamente controladas eassociadas, incluindo o nome, o país de constituição ou domicílio, a proporção do interesse depropriedade e, se for diferente, a proporção do poder de voto detido;

c) Descrição do método usado para contabilizar os investimentos listados na alínea b).

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d) Quando utilizado o método do custo, descrição das restrições severas e duradouras queprejudiquem significativamente a capacidade de transferência de fundos para a empresa detentora.

17 - Exploração e avaliação de recursos minerais:

17.1 - Políticas contabilísticas relativas a dispêndios de exploração e avaliação incluindo oreconhecimento de activos de exploração e avaliação.

17.2 - Quantias de activos, passivos, rendimentos e gastos e fluxos de caixa operacionais e deinvestimento resultantes da exploração e avaliação de recursos minerais.

18 - Agricultura:

18.1 - Descrição de cada grupo de activos biológicos.

18.2 - Medidas ou estimativas não financeiras usadas na quantificação física de cada um dos gruposde activos biológicos no fim do período.

18.3 - Métodos e pressupostos significativos aplicados na determinação do justo valor de cada umdos grupos do produto agrícola no ponto de colheita e de cada um dos grupos de activos biológicos.

18.4 - Justo valor menos os custos estimados no ponto de venda do produto agrícola colhido duranteo período, determinado no momento de colheita.

18.5 - Existência e quantias escrituradas de activos biológicos cuja posse seja restrita e quantiasescrituradas de activos biológicos penhorados como garantia de passivos.

18.6 - Quantia de compromissos relativos ao desenvolvimento ou à aquisição de activos biológicos.

18.7 - Estratégias de gestão de riscos financeiros relacionados com a actividade agrícola.

18.8 - Activos biológicos mensurados, no fim do período, ao custo menos depreciação acumulada eperdas por imparidade acumuladas:

a) Descrição dos activos biológicos;

b) Razão por que não podem ser fiavelmente mensurados;

c) Intervalo de estimativas dentro das quais é altamente provável que caia o justo valor;

d) Método de depreciação usado;

e) Vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;

f) Quantia escriturada bruta e depreciação acumulada (agregada com as perdas por imparidadeacumuladas) no início e no final do período.

18.9 - Activos biológicos previamente mensurados pelo seu custo (menos depreciação acumulada eperdas por imparidade acumuladas) mas cujo justo valor se tornou fiavelmente mensurável durante operíodo corrente:

a) Descrição dos activos biológicos;

b) Razão pela qual o justo valor se tornou fiavelmente mensurável;

c) Efeito da alteração.

18.10 - Natureza e extensão dos subsídios governamentais reconhecidos nas demonstrações

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financeiras.

18.11 - Condições não cumpridas e outras contingências ligadas aos subsídios governamentais.

18.12 - Diminuições significativas que se esperam no nível de subsídios governamentais.

19 - Inventários:

19.1 - Políticas contabilísticas adoptadas na mensuração dos inventários e fórmula de custeio usada.

19.2 - Quantia total escriturada de inventários e quantia escriturada em classificações apropriadas.

19.3 - Quantia de inventários escriturada pelo justo valor menos os custos de vender (no caso decorretores/negociantes).

19.4 - Quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o período.

19.5 - Quantia de ajustamento de inventários reconhecida como um gasto do período.

19.6 - Quantia de reversão de ajustamento reconhecida como uma redução na quantia deinventários reconhecida como gasto do período.

19.7 - Circunstâncias ou acontecimentos que conduziram à reversão de um ajustamento deinventários.

19.8 - Quantia escriturada de inventários dados como penhor de garantia a passivos.

20 - Contratos de construção:

20.1 - Quantia do rédito do contrato reconhecida como rédito do período.

20.2 - Métodos usados para determinar o rédito do contrato reconhecido no período.

20.3 - Métodos usados para determinar a fase de acabamento dos contratos em curso.

20.4 - Para os contratos em curso à data do balanço:

a) Quantia agregada de custos incorridos e lucros reconhecidos (menos perdas reconhecidas) até àdata;

b) Quantia de adiantamentos recebidos; e

c) Quantia de retenções.

21 - Rédito:

21.1 - Políticas contabilísticas adoptadas para o reconhecimento do rédito incluindo os métodosadoptados para determinar a fase de acabamento de transacções que envolvem a prestação deserviços.

21.2 - Quantia de cada categoria significativa de rédito reconhecida durante o período incluindo orédito proveniente de:

a) Venda de bens;

b) Prestação de serviços;

c) Juros;

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d) Royalties;

e) Dividendos.

22 - Provisões, passivos contingentes e activos contingentes:

22.1 - Divulgações para cada classe de provisão:

a) Quantia escriturada no começo e no fim do período;

b) Provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;

c) Quantias usadas (incorridas e debitadas à provisão) durante o período;

d) Quantias não usadas revertidas durante o período;

e) Aumento durante o período na quantia descontada proveniente da passagem do tempo e o efeitode qualquer alteração na taxa de desconto.

22.2 - Para cada classe de passivo contingente à data do balanço:

a) Descrição da natureza do passivo contingente;

b) Estimativa do seu efeito financeiro;

c) Indicação das incertezas que se relacionam com a quantia ou momento de ocorrência de qualquerexfluxo;

d) Possibilidade de qualquer reembolso.

(Caso seja impraticável fazer estas divulgações, declarar esse facto)

22.3 - Provisões e passivos contingentes provenientes do mesmo conjunto de circunstâncias:evidenciação das ligações entre provisão e passivo contingente nas divulgações dos parágrafos 22.1e 22.2.

22.4 - Descrição da natureza dos activos contingentes à data do balanço (probabilidade de uminfluxo de benefícios económicos) e estimativa do seu efeito financeiro. (Caso seja impraticável fazeresta divulgação, declarar esse facto)

23 - Subsídios do Governo e apoios do Governo:

23.1 - Política contabilística adoptada para os subsídios do Governo, incluindo os métodos deapresentação adoptados nas demonstrações financeiras.

23.2 - Natureza e extensão dos subsídios do Governo reconhecidos nas demonstrações financeirase indicação de outras formas de apoio do Governo de que directamente se beneficiou.

23.3 - Condições não satisfeitas e outras contingências ligadas ao apoio do Governo que foramreconhecidas.

24 - Efeitos de alterações em taxas de câmbio:

24.1 - Quantia das diferenças de câmbio reconhecidas nos resultados (com excepção dasresultantes de instrumentos financeiros mensurados pelo justo valor através dos resultados).

24.2 - Diferenças de câmbio líquidas classificadas num componente separado de capital próprio ereconciliação da quantia de tais diferenças de câmbio no começo e no fim do período.

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24.3 - Razão para o uso de uma moeda de apresentação diferente da moeda funcional (quandoaplicável).

24.4 - Razão para a alteração na moeda funcional (quando aplicável e em relação quer à entidadeque relata quer a uma unidade operacional estrangeira significativa).

25 - Acontecimentos após a data do balanço:

25.1 - Autorização para emissão:

a) Data em que as demonstrações financeiras foram autorizadas para emissão e indicação de quemautorizou;

b) Indicação sobre se os proprietários, ou outros, têm o poder de alterar as demonstraçõesfinanceiras após esta data.

25.2 - Actualização da divulgação acerca de condições à data do balanço.

Indicação sobre se foram recebidas informações após a data do balanço acerca de condições queexistiam à data do balanço. Em caso afirmativo, indicação sobre se, face às novas informações,foram actualizadas as divulgações que se relacionam com essas condições.

25.3 - Acontecimentos após a data do balanço que não deram lugar a ajustamentos.

Para cada categoria material de tais acontecimentos:

a) Natureza do acontecimento;

b) Estimativa do efeito financeiro (ou declaração de que tal estimativa não pode ser feita).

26 - Impostos sobre o rendimento:

26.1 - Divulgação separada dos seguintes principais componentes de gasto (rendimento) deimpostos:

a) Gasto (rendimento) por impostos correntes;

b) Ajustamentos reconhecidos no período de impostos correntes de períodos anteriores;

c) Quantia de gasto (rendimento) por impostos diferidos relacionada com a origem e reversão dediferenças temporárias;

d) Quantia de gasto (rendimento) por impostos diferidos relacionada com alterações nas taxas detributação ou com o lançamento de novos impostos;

e) Quantia de benefícios provenientes de uma perda fiscal não reconhecida anteriormente, de créditopor impostos ou de diferença temporária de um período anterior usada para reduzir gasto deimpostos correntes;

f) Quantia dos benefícios de uma perda fiscal não reconhecida anteriormente, de crédito porimpostos ou de diferenças temporárias de um período anterior usada para reduzir gastos deimpostos diferidos;

g) Gasto por impostos diferidos provenientes de uma redução, ou reversão de uma diminuiçãoanterior, de um activo por impostos diferidos;

h) Quantia do gasto (rendimento) de imposto relativa às alterações nas políticas contabilísticas e nos

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erros que estão incluídas nos resultados porque não podem ser contabilizadas retrospectivamente.

26.2 - Imposto diferido e corrente agregado relacionado com itens debitados ou creditados ao capitalpróprio.

26.3 - Relacionamento entre gasto (rendimento) de impostos e lucro contabilístico (em uma ou emambas das seguintes formas):

a) Reconciliação numérica entre gasto (rendimento) de impostos e o produto de lucro contabilísticomultiplicado pela(s) taxa(s) de imposto aplicável(eis) e indicação da base pela qual a taxa(s) deimposto aplicável(eis) é (são) calculada(s); ou

b) Reconciliação numérica entre a taxa média efectiva de imposto e a taxa de imposto aplicável, eindicação da base pela qual é calculada a taxa de imposto aplicável.

26.4 - Explicação de alterações na taxa(s) de imposto aplicável comparada com o períodocontabilístico anterior.

26.5 - Quantia (e a data de extinção, se houver) de diferenças temporárias dedutíveis, perdas fiscaisnão usadas, e créditos por impostos não usados relativamente aos quais nenhum activo porimpostos diferidos foi reconhecido no balanço.

26.6 - Quantia agregada de diferenças temporárias associadas com investimentos em subsidiárias,sucursais e associadas e interesses em empreendimentos conjuntos, relativamente aos quais nãoforam reconhecidos passivos por impostos diferidos.

26.7 - Por cada tipo de diferença temporária e com respeito a cada tipo de perdas por impostos nãousadas e créditos por impostos não usados:

a) Quantia de activos e passivos por impostos diferidos reconhecidos no balanço para cada períodoapresentado;

b) Quantia de rendimentos ou gastos por impostos diferidos reconhecidos na demonstração dosresultados (se tal não for evidente das alterações das quantias reconhecidas no balanço).

26.8 - Operações descontinuadas. Gasto de impostos relacionado com:

a) O ganho ou perda da descontinuação;

b) O resultado das actividades ordinárias da operação descontinuada do período, juntamente com asquantias correspondentes de cada período anterior apresentado;

c) A quantia consequente do imposto de rendimento dos dividendos que foram propostos oudeclarados antes das demonstrações financeiras serem autorizadas para emissão, mas que não sãoreconhecidos como passivo nas demonstrações financeiras.

26.9 - Quantia de um activo por impostos diferidos e natureza das provas que suportam o seureconhecimento (apenas quando a utilização do activo por impostos diferidos for dependente delucros tributáveis futuros em excesso dos lucros provenientes da reversão de diferenças temporáriastributáveis existentes; e tenha sido sofrido um prejuízo quer no período corrente quer no períodoprecedente na jurisdição fiscal com que se relaciona o activo por impostos diferidos).

26.10 - Natureza das potenciais consequências do imposto sobre rendimento que resultariam dopagamento de dividendos aos accionistas.

26.11 - Quantias das potenciais consequências do imposto sobre rendimento praticamentedetermináveis e existência ou não de quaisquer potenciais consequências no imposto de rendimento

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não praticamente determináveis.

27 - Matérias ambientais:

27.1 - Descrição das bases de mensuração adoptados, bem como dos métodos utilizados no cálculodos ajustamentos de valor, no que respeita a matérias ambientais.

27.2 - Incentivos públicos relacionados com a protecção ambiental, recebidos ou atribuídos:

a) Especificação das condições associadas à concessão de cada incentivo ou uma síntese dascondições, caso sejam semelhantes;

b) Tratamento contabilístico adoptado.

27.3 - Informações sobre as provisões de carácter ambiental.

27.4 - Passivos de carácter ambiental, materialmente relevantes, incluídos em cada uma dasrubricas do Balanço.

27.5 - Para cada passivo de carácter ambiental materialmente relevante:

a) Descrição da respectiva natureza;

b) Indicação do calendário e das condições da sua liquidação.

c) Explicação dos danos e das leis ou regulamentos que exigem a sua reparação e as medidas derestauro ou prevenção adoptadas ou propostas.

(Se a natureza e as condições subjacentes às diferentes rubricas forem suficientementesemelhantes, estas informações podem ser divulgadas de forma agregada. Caso as quantias sejamestimadas com base num intervalo, uma descrição da forma como se chegou à estimativa, comindicação de quaisquer alterações esperadas na legislação ou na tecnologia existente, que estejamreflectidas nas quantias indicadas).

27.6 - Política contabilística adoptada no caso de dispêndios de longo prazo referentes ao restaurodos locais, ao encerramento e desmantelamento. (Se foi utilizado o método da constituição gradualde uma provisão, indicar a quantia total da provisão que seria necessária para cobrir todos essesdispêndios a longo prazo).

27.7 - Quantia não descontada do passivo, bem como a taxa de desconto utilizada (caso tenha sidoutilizado o método do valor presente e o efeito do desconto seja materialmente relevante).

27.8 - Passivos contingentes de carácter ambiental (incluindo informações descritivas com pormenorsuficiente para que a natureza do seu carácter contingente seja entendida).

(Se as incertezas na mensuração forem de tal modo significativas que tornem impossível estimar aquantia de um passivo de carácter ambiental, deve referir-se esse facto, juntamente com as razõesque o explicam e sempre que possível, com o intervalo de resultados possíveis).

27.9 - Quantia capitalizada, durante o período de referência, dos dispêndios de carácter ambiental(caso possa ser estimada com fiabilidade).

(Sempre que aplicável, deve também divulgar-se qual a parte dessa quantia que diz respeito adispêndios destinados à remoção de agentes poluidores após a sua criação e qual a parte querepresenta o dispêndio adicional de adaptação das instalações e ou do processo produtivo com vistaa provocar menos poluição (ou seja, que se relaciona com tecnologias ou práticas de prevenção dapoluição). Na medida em que seja possível e relevante, é apropriado apresentar uma discriminação

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dos dispêndios capitalizados por domínio ambiental).

27.10 - Quantia dos dispêndios de carácter ambiental imputados a resultados e base em que taisquantias foram calculadas.

(Se relevante, deve ser apresentada uma subdivisão dos elementos que a entidade identificou comodispêndios de carácter ambiental, de forma adequada à natureza e à dimensão das actividades daentidade e aos tipos de problemas ambientais relevantes para a mesma. Na medida em que sejapossível e relevante, é apropriado apresentar uma discriminação dos dispêndios por domínioambiental).

27.11 - Dispêndios significativos incorridos com multas e outras penalidades pelo não cumprimentodos regulamentos ambientais e indemnizações pagas a terceiros.

27.12 - Dispêndios de carácter ambiental extraordinários imputados a resultados.

27.13 - Emissão de gases com efeito de estufa:

a) Licenças de emissão atribuídas para o exercício, para o período 2005-2007 e para os quinquéniossubsequentes;

b) Emissões de gases com efeito de estufa, em toneladas de dióxido de carbono equivalente;

c) Licenças de emissão alienadas no exercício, em toneladas de dióxido de carbono e o respectivopreço;

d) Licenças de emissão adquiridas no exercício, em toneladas de dióxido de carbono e o respectivopreço; e) Multas, coimas e sanções acessórias relacionadas com a emissão de gases com efeito deestufa;

f) Justo valor das licenças detidas.

28 - Instrumentos financeiros:

Políticas contabilísticas:

28.1 - Bases de mensuração utilizadas para os instrumentos financeiros e outras políticascontabilísticas utilizadas para a contabilização de instrumentos financeiros relevantes para acompreensão das demonstrações financeiras.

Categorias de activos e passivos financeiros:

28.2 - Quantia escriturada de cada uma das categorias de activos financeiros e passivos financeiros,no total e para cada um dos tipos significativos de activos e passivos financeiros de entre cadacategoria.

a) Activos financeiros mensurados ao justo valor por contrapartida em resultados;

b) Activos financeiros mensurados ao custo amortizado menos imparidade;

c) Instrumentos de capital próprio mensurados ao custo;

d) Compromissos de empréstimo mensurados ao custo menos imparidade;

e) Passivos financeiros mensurados ao justo valor por contrapartida em resultados;

f) Passivos financeiros mensurados ao custo amortizado;

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g) Activos financeiros para os quais foi reconhecida imparidade, com indicação, para cada uma dasclasses, separadamente, i) a quantia contabilística que resulta da mensuração ao custo ou custoamortizado e ii) a imparidade acumulada.

28.3 - Bases de determinação do justo valor (e. g. cotação de mercado, quando ele existe, ou atécnica de avaliação) para todos os activos financeiros e passivos financeiros mensurados ao justovalor.

28.4 - Situações em que a mensuração fiável do justo valor deixou de estar disponível para uminstrumento de capital próprio mensurado ao justo valor por contrapartida em resultados.

Desreconhecimento:

28.5 - Activos financeiros transferidos para uma outra entidade em transacções que não sequalificaram para desreconhecimento. Divulgação, para cada classe de tais activos financeiros:

a) Natureza dos activos;

b) Natureza dos riscos e benefícios de detenção a que se continua exposto;

c) Quantias escrituradas dos activos e de quaisquer passivos associados que se continuam areconhecer.

Colateral:

28.6 - Activos dados em garantia ou penhor, como colateral de passivos ou passivos contingentes:

a) Quantia escriturada dos activos financeiros dados em garantia, em penhor ou promessa depenhor como colateral; e

b) Termos e condições relativos à garantia, penhor ou promessa de penhor.

Incumprimento em empréstimos obtidos:

28.7 - Situações de incumprimento para empréstimos contraídos reconhecidos à data do balanço.

a) Detalhe do incumprimento no decurso do período relativo a amortização, juro, procura de fundosou nos termos da conversão de tais empréstimos que permitam ao credor exigir o pagamento à datado balanço;

b) Quantia escriturada de empréstimos a pagar em incumprimento à data do balanço;

c) Em que medida o incumprimento foi sanável, ou os termos do pagamento foram renegociados,antes das demonstrações financeiras terem sido autorizadas para emissão.

28.8 - Incumprimento, durante o período, dos termos de contratos de empréstimo além dos referidosno parágrafo anterior (divulgar a informação exigida no parágrafo anterior, se tais incumprimentospermitem ao credor exigir pagamento acelerado, a menos que os incumprimentos tenham sidosanados, ou os termos do compromisso renegociados, até à data do balanço).

Elementos de rendimentos, gastos, ganhos e perdas:

28.9 - Ganhos líquidos e perdas líquidas reconhecidas de:

a) Activos financeiros mensurados ao justo valor por contrapartida em resultados;

b) Passivos financeiros ao justo valor por contrapartida em resultados;

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c) Activos financeiros mensurados ao custo amortizado menos imparidade;

d) Passivos financeiros mensurados ao custo amortizado.

28.10 - Total de rendimento de juros e total de gasto de juros (calculado utilizando o método da taxade juro efectiva) para activos e passivos financeiros não mensurados ao justo valor comcontrapartida em resultados.

28.11 - Quantia de perda por imparidade reconhecida para cada uma das classes de activosfinanceiros.

Contabilidade da cobertura:

28.12 - Em separado e por cada uma das quatro categorias de cobertura:

a) Descrição da cobertura;

b) Descrição dos instrumentos financeiros designados como instrumentos de cobertura e respectivosjustos valores à data do balanço;

c) Natureza do risco que esteja a ser coberto, incluindo uma descrição do item coberto.

28.13 - Para cobertura de risco de taxa de juro fixa ou risco de preço de mercadorias numa coberturade bens detidos:

a) Quantia de alteração no justo valor do instrumento de cobertura reconhecida na demonstração deresultados;

b) Quantia de alteração no justo valor dos elementos cobertos reconhecida na demonstração deresultados.

28.14 - Para cobertura do risco de taxa de juro variável, risco de taxa de câmbio, risco de preço demercadorias num compromisso firme ou numa transacção futura de elevada probabilidade, ou numinvestimento líquido numa operação no estrangeiro:

a) Períodos em é expectável que os fluxos de caixa ocorram e os períodos em que é expectável queafectem os resultados;

b) Descrição de transacção futura para a qual a contabilização da cobertura foi previamente utilizadamas que já não se espera mais que a transacção ocorra;

c) Quantia resultante da alteração de justo valor de instrumentos de cobertura que foi reconhecida nocapital próprio durante o período;

d) Quantia que foi removida do capital próprio e reconhecida no resultados do período, evidenciandoa quantia incluída em cada uma das linhas da demonstração de resultados.

Instrumentos de capital próprio:

28.15 - Indicação das quantias do capital social nominal e do capital social por realizar e respectivosprazos de realização.

28.16 - Número de acções representativas do capital social, respectivas categorias e valor nominal.

28.17 - Reconciliação, para cada classe de acções, entre o número de acções em circulação noinício e no fim do período.

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(Identificando separadamente cada tipo de alterações verificadas no período, incluindo novasemissões, exercício de opções, direitos e warrants, conversões de valores mobiliários convertíveis,transacções com acções próprias, fusões ou cisões e emissões de bónus (aumentos de capital porincorporação de reservas) ou splits de acções).

28.18 - Quantias de aumentos de capital realizados no período e a dedução efectuada como custosde emissão.

28.19 - Quantias e descrição de outros instrumentos de capital próprio emitidos e a respectivaquantia acumulada à data do balanço.

Riscos relativos a instrumentos financeiros:

28.20 - Activos financeiros mensurados ao custo amortizado menos imparidade: termos significativose condições que afectam a quantia, o momento e segurança de fluxos de caixa futuros, incluindorisco de taxa de juro, risco de taxa de câmbio e risco de crédito.

29 - Benefícios dos empregados:

29.1 - Benefícios pós-emprego.

Relativamente a planos de contribuição definida:

a) Quantia reconhecida como gasto;

b) Informação acerca de contribuições para planos de contribuição definida relativamente aoprincipal pessoal de gerência.

29.2 - Outros benefícios a longo prazo de empregados.

Para cada categoria de outros benefícios a longo prazo proporcionados:

a) Natureza dos benefícios;

b) Quantia das obrigações;

c) Nível de cobertura das responsabilidades à data do relato;

d) Quantia de ganhos ou perdas actuariais no período corrente e as políticas contabilísticas para taisganhos ou perdas actuariais.

29.3 - Benefícios de cessação de emprego.

Para cada categoria de benefícios de cessação de emprego proporcionados:

a) Natureza dos benefícios;

b) Política contabilística adoptada;

c) Quantia das obrigações;

d) Nível de cobertura das responsabilidades à data do relato.

29.4 - Informação acerca do passivo contingente resultante de incerteza sobre o número deempregados que aceitarão a oferta de benefícios de cessação de emprego (salvo se a possibilidadede qualquer exfluxo na liquidação for remota).

30 - Divulgações exigidas por diplomas legais:

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30.1 - ____________________________________

30.2 - ____________________________________

31 - Outras informações:

(Divulgações consideradas relevantes para melhor compreensão da posição financeira e dosresultados).

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ANEXO N.º 7

Entidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . BALANÇO EM XX DE YYYYYYY DE 200N (modeloreduzido)

UNIDADE MONETÁRIA (1)

RUBRICAS NOTASDATAS

31 XXX N 31 XXX N-lACTIVO

Activo não correnteActivos fixos tangíveisPropriedades de investimentoActivos intangíveisInvestimentos financeirosAccionistas/sócios

Activo correnteInventáriosClientesAdiantamentos a fornecedoresEstado e outros entes públicosAccionistas/sóciosOutras contas a receberDiferimentosOutros activos financeirosCaixa e depósitos bancários

Total do activoCAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital próprio

Capital realizadoAcções (quotas) própriasOutros instrumentos de capital próprioPrémios de emissãoReservas legaisOutras reservasResultados transitadosExcedentes de revalorizaçãoOutras variações no capital próprio

Resultado líquido do períodoTotal do capital próprio

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Total do capital próprioPassivoPassivo não correnteProvisõesFinanciamentos obtidosOutras contas a pagar

Passivo correnteFornecedoresAdiantamentos de clientesEstado e outros entes públicosAccionistas/sóciosFinanciamentos obtidosDiferimentosOutras contas a pagarOutros passivos financeiros

Total do passivoTotal do capital próprio e do passivo

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade deexpressão das quantias em milhares de euros

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ANEXO N.º 8

Entidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS (modelo reduzido)PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N UNIDADE MONETÁRIA (1)

RENDIMENTOS E CASTOS NOTASPERÍODOS

N N-1Vendas e serviços prestados + +Subsídios à exploração + +Variação nos inventários da produção +/- +/-Trabalhos para a própria entidade + +Custo das mercadorias vendidas e das matériasconsumidas

- -

Fornecimentos e serviços externos - -Gastos com o pessoal - -Imparidade de inventários (perdas/reversões) -/+ -/+Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) -/+ -/+Provisões (aumentos/reduções) -/+ -/+Outras imparidades (perdas/ reversões) -/+ -/+Aumentos/reduções de justo valor +/- +/-Outros rendimentos e ganhos + +Outros gastos e perdas - -

Resultado antes de depreciações, gastos definanciamento e impostas

= =

Gastos/reversões de depreciação e de amortização -/+ -/+

Resultado operacional (antes de gastos definanciamento e impostos)

= =

Juros e rendimentos similares obtidos + +Juros e gastos similares suportados - -

Resultado antes de impostos = =

Imposto sobre o rendimento do período -/+ -/+

Resultado líquido do período = =

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade deexpressão das quantias em milhares de euros

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ANEXO N.º 9

Entidade: DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES (modelo reduzido)PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N UNIDADE MONETÁRIA (1)

RUBRICAS NOTASPERÍODOS

N N-1

Vendas e serviços prestados + +Custo das vendas e dos serviços prestados - -

Resultado bruto = =

Outros rendimentos + +Gastos de distribuição - -Gastos administrativos - -Gastos de investigação e desenvolvimento - -Outros gastos - -Resultado operacional (antes de gastos definanciamento e impostos) = =

Gastos de financiamento (líquidos) - -

Resultados antes de impostos = =

Imposto sobre o rendimento do período -/ + -/ +

Resultado líquido do período = =

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade deexpressão das quantias em milhares de euros

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ANEXO N.º 10

ANEXO(Modelo reduzido)

O presente documento não constitui um formulário relativo às notas do Anexo, mas tão só umacompilação das divulgações exigidas nos diversos capítulos que integram a NCRF-PE.

Assim, cada entidade deverá criar a sua própria sequência numérica, em conformidade com asdivulgações que deva efectuar, sendo que as notas de 1 a 4 serão sempre explicitadas e ficamreservadas para os assuntos identificados no presente documento.

1 - Identificação da entidade:

1.1 - Designação da entidade: _________________

1.2 - Sede: ________________________________

1.3 - Natureza da actividade: _________________

1.4 - Designação da empresa-mãe: _____________

1.5 - Sede da empresa-mãe: __________________

2 - Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras

2.1 - _____________________________________

2.2 - Indicação e justificação das disposições do SNC que, em casos excepcionais, tenham sidoderrogadas e dos respectivos efeitos nas demonstrações financeiras, tendo em vista a necessidadede estas darem uma imagem verdadeira e apropriada do activo, do passivo e dos resultados daentidade.

2.3 - Indicação e comentário das contas do balanço e da demonstração dos resultados cujosconteúdos não sejam comparáveis com os do exercício anterior.

2.4 - Adopção pela primeira vez da NCRF-PE - divulgação transitória:

a) Uma explicação acerca da forma como a transição dos anteriores princípios contabilísticosgeralmente aceites para a NCRF-PE, afectou a sua posição financeira e o seu desempenhofinanceiro relatados;

b) Uma explicação acerca da natureza das diferenças de transição que foram reconhecidas comocapital próprio.

2.5 - Caso uma entidade dê conta de erros cometidos segundo os PCGA anteriores, asreconciliações exigidas nos parágrafos anteriores, devem distinguir entre a correcção desses erros eas alterações às políticas contabilísticas.

3 - Principais políticas contabilísticas:

3.1 - Bases de mensuração usadas na preparação das demonstrações financeiras: ________________

3.2 - Outras políticas contabilísticas:________________________________________________________

3.3 - Principais pressupostos relativos ao futuro:

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_______________________________________________

3.4 - Principais fontes de incerteza das estimativas:_______________________________________________

4 - Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros:

4.1 - Quando a aplicação de uma disposição desta Norma tiver efeitos no período corrente ou emqualquer período anterior, salvo se for impraticável determinar a quantia do ajustamento, ou puderter efeitos em períodos futuros, uma entidade deve divulgar apenas nas demonstrações financeirasdo período corrente:

a) A natureza da alteração na política contabilística;

b) A natureza do erro material de período anterior e seus impactos nas demonstrações financeirasdesses períodos;

c) A quantia de ajustamento relacionado com o período corrente ou períodos anteriores aosapresentados, até ao ponto que seja praticável; e

d) As razões pelas quais a aplicação da nova política contabilística proporciona informação fiável emais relevante, no caso de aplicação voluntária.

5 - Activos fixos tangíveis:

5.1 - As demonstrações financeiras devem divulgar:

a) Os critérios de mensuração usados para determinar a quantia escriturada bruta;

b) Os métodos de depreciação usados;

c) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;

d) A quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada com perdas por imparidadeacumuladas) no início e no fim do período; e

e) Uma reconciliação da quantia escriturada no início e no fim do período que mostre as adições, asrevalorizações, as alienações, as amortizações, as perdas de imparidade e suas reversões e outrasalterações.

5.2 - As demonstrações financeiras devem também divulgar:

a) A existência e quantias de restrições de titularidade e activos fixos tangíveis que sejam dadoscomo garantia de passivos;

b) A quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos fixos tangíveis; e

5.3 - Se os itens do activo fixo tangível forem expressos por quantias revalorizadas, deve serdivulgado o seguinte:

a) A data de eficácia da revalorização;

b) Os métodos e pressupostos aplicados nessa revalorização.

6 - Activos intangíveis:

6.1 - Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de activos intangíveis, distinguindoentre os activos intangíveis gerados internamente e outros activos intangíveis:

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a) Se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as vidas úteis ou as taxas deamortização usadas;

b) Os métodos de amortização usados para activos intangíveis com vidas úteis finitas;

c) A quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada (agregada com as perdas porimparidade acumuladas) no começo e fim do período;

d) Uma reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que mostre separadamenteas adições, as alienações, as amortizações, as perdas por imparidade e outras alterações.

6.2 - Uma entidade deve também divulgar:

a) Para um activo intangível avaliado como tendo uma vida útil indefinida, a quantia escrituradadesse activo e as razões que apoiam a avaliação de uma vida útil indefinida. Ao apresentar estasrazões, a entidade deve descrever o(s) factor(es) que desempenhou(aram) um papel significativo nadeterminação de que o activo tem uma vida útil indefinida;

b) Uma descrição, a quantia escriturada e o período de amortização restante de qualquer activointangível individual que seja materialmente relevante para as demonstrações financeiras daentidade;

c) Para os activos intangíveis adquiridos por meio de um subsídio do governo e inicialmentereconhecidos pelo justo valor, a quantia inicialmente reconhecida e a sua quantia escrituradaactualmente;

d) A existência e as quantias escrituradas de activos intangíveis cuja titularidade esteja restringida eas quantias escrituradas de activos intangíveis dados como garantia de passivos;

e) A quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos intangíveis.

6.3 - Uma entidade deve divulgar a quantia agregada do dispêndio de pesquisa e desenvolvimentoreconhecido como um gasto durante o período.

6.4 - Relativamente aos activos intangíveis de carácter ambiental, uma entidade deve divulgar:

a) Descrição dos critérios de mensuração adoptados, bem como dos métodos utilizados no cálculodos ajustamentos de valor, no que respeita a matérias ambientais;

b) Os incentivos públicos relacionados com a protecção ambiental, recebidos ou atribuídos àentidade. Especificação das condições associadas à concessão de cada incentivo ou uma síntesedas condições, caso sejam semelhantes.

c) Quantia dos dispêndios de carácter ambiental capitalizadas durante o período de referência namedida em que possa ser estimada com fiabilidade.

d) Quantia dos dispêndios de carácter ambiental imputados a resultados e base em que tais quantiasforam calculadas.

e) Caso sejam significativos, os dispêndios incorridos com multas e outras penalidades pelo nãocumprimento dos regulamentos ambientais e indemnizações pagas a terceiros, por exemplo emresultado de perdas ou danos causados por uma poluição ambiental passada.

7 - Locações:

7.1 - Para locações financeiras, os locatários devem divulgar para cada categoria de activo, a

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quantia escriturada líquida à data do balanço.

7.2 - Para locações financeiras e operacionais, os locatários devem divulgar uma descrição geral dosacordos de locação significativos incluindo, pelo menos, o seguinte:

i) A base pela qual é determinada a renda contingente a pagar;

ii) A existência e cláusulas de renovação ou de opções de compra e cláusulas de escalonamento; e

iii) Restrições impostas por acordos de locação, tais como as que respeitam a dividendos, dívidaadicional, e posterior locação.

7.3 - Os locadores devem fazer as seguintes divulgações para as locações operacionais:

a) Os futuros pagamentos mínimos da locação sob locações operacionais não canceláveis noagregado e para cada um dos períodos seguintes;

i) Não mais de um ano;

ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;

iii) Mais de cinco anos;

b) O total das rendas contingentes reconhecidas como rendimento durante o período;

c) Uma descrição global dos acordos de locação do locador.

8 - Custos de empréstimos obtidos:

8.1 - As demonstrações financeiras devem divulgar:

a) A política contabilística adoptada nos custos dos empréstimos obtidos;

b) A quantia de custos de empréstimos obtidos capitalizada durante o período; e

c) A taxa de capitalização usada para determinar a quantia do custo dos empréstimos obtidoselegíveis para capitalização.

9 - Inventários:

9.1 - As demonstrações financeiras devem divulgar:

a) As políticas contabilísticas adoptadas na mensuração dos inventários, incluindo a fórmula decusteio usada;

b) A quantia total escriturada de inventários e a quantia escriturada em classificações apropriadaspara a entidade;

c) A quantia de inventários escriturada pelo justo valor menos os custos de vender;

d) A quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o período;

e) A quantia de qualquer ajustamento de inventários reconhecida como um gasto do período deacordo com o parágrafo 11.20;

f) A quantia de qualquer reversão de ajustamento que tenha sido reconhecida como uma redução naquantia de inventários reconhecida como gasto do período de acordo com o parágrafo 11.20;

g) As circunstâncias ou acontecimentos que conduziram à reversão de um ajustamento de

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inventários de acordo com o parágrafo 11.20; e

h) A quantia escriturada de inventários dados como penhor de garantia a passivos.

10 - Rédito:

10.1 - Uma entidade deve divulgar:

a) As políticas contabilísticas adoptadas para o reconhecimento do rédito incluindo os métodosadoptados para determinar a fase de acabamento de transacções que envolvam a prestação deserviços;

b) A quantia de cada categoria significativa de rédito reconhecida durante o período incluindo o réditoproveniente de:

i) Venda de bens;

ii) Prestação de serviços;

iii) Juros;

iv) Royalties; e

v) Dividendos.

11 - Provisões, passivos contingentes e activos contingentes:

11.1 - Para cada classe de provisão, uma entidade deve divulgar:

a) A quantia escriturada no começo e no fim do período;

b) As provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;

c) As quantias usadas (isto é, incorridas e debitadas à provisão) durante o período;

d) Quantias não usadas revertidas durante o período;

e) O aumento durante o período na quantia descontada proveniente da passagem do tempo e oefeito de qualquer alteração na taxa de desconto;

f) A quantia de qualquer reembolso esperado, declarando a quantia de qualquer activo que tenhasido reconhecido para esse reembolso esperado;

g) Informações pormenorizadas sobre as provisões de carácter ambiental; e

h) Passivos de carácter ambiental, materialmente relevantes, que estejam incluídos em cada umadas rubricas do Balanço.

Não é exigida informação comparativa.

11.2 - Para cada classe de passivo contingente à data do balanço, uma entidade deve divulgar umabreve descrição da natureza do passivo contingente.

11.3 - Quando um influxo de benefícios económicos for provável, uma entidade deve divulgar umabreve descrição da natureza dos activos contingentes à data do balanço.

11.4 - A finalidade deste quadro é a de resumir os principais requisitos de reconhecimento destecapítulo, para provisões e passivos contingentes.

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12 - Subsídios do Governo e apoios do Governo:

12.1 - Devem ser divulgados os assuntos seguintes:

a) A política contabilística adoptada para os subsídios do Governo, incluindo os métodos deapresentação adoptados nas demonstrações financeiras;

b) A natureza e extensão dos subsídios do Governo reconhecidos nas demonstrações financeiras eindicação de outras formas de apoio do Governo de que a entidade tenha directamente beneficiado;e

c) Condições não satisfeitas e outras contingências ligadas ao apoio do Governo que tenham sidoreconhecidas.

13 - Efeitos de alterações em taxas de câmbio:

13.1 - Uma entidade deve divulgar a quantia das diferenças de câmbio reconhecidas nos resultados.

14 - Impostos sobre o rendimento:

14.1 - Devem ser divulgados separadamente:

a) Gasto (rendimento) por impostos correntes;

b) Quaisquer ajustamentos reconhecidos no período de impostos correntes de períodos anteriores;

c) A natureza e quantia do gasto (rendimento) de imposto reconhecido directamente em capitaispróprios.

15 - Instrumentos financeiros:

15.1 - Uma entidade deve divulgar as bases de mensuração, bem como as politicas contabilísticasutilizadas para a contabilização de instrumentos financeiros, que sejam relevantes para acompreensão das demonstrações financeiras.

15.2 - Para todos os instrumentos financeiros mensurados ao justo valor, a entidade deve divulgar arespectiva cotação de mercado.

15.3 - Se uma entidade tiver transferido activos financeiros para uma outra entidade numatransacção que não se qualifique para desreconhecimento, a entidade deve divulgar, para cadaclasse de tais activos financeiros:

a) A natureza dos activos;

b) A natureza dos riscos e benefícios de detenção a que a entidade continue exposta;

c) As quantias escrituradas dos activos e de quaisquer passivos associados que a entidade continuea reconhecer.

15.4 - Quando uma entidade tenha dado em garantia, penhor ou promessa de penhor activosfinanceiros, deverá divulgar:

a) A quantia escriturada de tais activos financeiros; e

b) Os termos e condições relativos à garantia, penhor ou promessa de penhor.

15.5 - Para empréstimos contraídos reconhecidos à data do balanço, uma entidade deve divulgar as

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situações de incumprimento.

15.6 - As sociedades anónimas devem divulgar o número de acções representativas do capital socialda entidade, as respectivas categorias e o seu valor nominal.

15.7 - A entidade deve divulgar as quantias de aumentos de capital realizados no período e adedução efectuada como custos de emissão bem como, separadamente, as quantias e descrição deoutros instrumentos de capital próprio emitidos e a respectiva quantia acumulada à data do balanço.

16 - Benefícios dos empregados:

16.1 - As entidades devem divulgar o número médio de empregados durante o ano.

17 - Divulgações exigidas por outros diplomas legais:

17.1 - ____________________________________

17.2 - ____________________________________

18 - Outras informações:

(Divulgações consideradas relevantes para melhor compreensão da posição financeira e dosresultados).

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Estrutura Conceptual (EC)

Aviso n.º 15652/20092009-Set-07

SNC - Estrutura Conceptual (EC)

Actualizado em 2009-09-09

Por Despacho n.º 589/2009/MEF do Senhor Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, de 14 deAgosto de 2009, em substituição do Senhor Ministro de Estado e das Finanças, foi homologada aseguinte Estrutura Conceptual do Sistema de Normalização Contabilística, aprovado peloDecreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho:

Sistema de Normalização ContabilísticaEstrutura Conceptual (EC)

Este documento tem por base a Estrutura Conceptual do IASB, constante do Anexo 5 das"Observações relativas a certas disposições do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do ParlamentoEuropeu e do Conselho, de 19 de Julho", publicado pela Comissão Europeia em Novembro de 2003.

Prefácio (parágrafo 1)

1 - As demonstrações financeiras preparadas com o propósito de proporcionar informação que sejaútil na tomada de decisões económicas devem responder às necessidades comuns da maiorparte dos utentes

Com efeito, todos os utentes tomam decisões económicas, nomeadamente para:

(a) Decidir quando comprar, deter ou vender um investimento em capital próprio;

(b) Avaliar o zelo ou a responsabilidade do órgão de gestão;

(c) Avaliar a capacidade de a entidade pagar e proporcionar outros benefícios aos seusempregados;

(d) Avaliar a segurança das quantias emprestadas à entidade;

(e) Determinar as políticas fiscais;

(f) Determinar os lucros e dividendos distribuíveis;

(g) Preparar e usar as estatísticas sobre o rendimento nacional; ou

(h) Regular as actividades das entidades.

As demonstrações financeiras são a maior parte das vezes preparadas de acordo com ummodelo de contabilidade baseado no custo histórico recuperável e no conceito da manutençãodo capital financeiro nominal. Isto não significa que outros modelos e conceitos não pudessemser mais apropriados, a fim de ir ao encontro do objectivo de proporcionar informaçõesespecíficas.

Introdução (parágrafos 2 a 11)

Finalidade (parágrafos 2 a 4)

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2 - Esta Estrutura estabelece conceitos que estão subjacentes à preparação e apresentação dasdemonstrações financeiras para utentes externos, seja pelas entidades que preparam umconjunto completo de demonstrações financeiras, seja pelas pequenas entidades. O propósitodesta Estrutura Conceptual é o de:

(a) Ajudar os preparadores das demonstrações financeiras na aplicação das NormasContabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF) e no tratamento de tópicos que ainda tenhamde constituir assunto de uma dessas Normas;

(b) Ajudar a formar opinião sobre a aderência das demonstrações financeiras às NCRF;

(c) Ajudar os utentes na interpretação da informação contida nas demonstrações financeiraspreparadas; e

(d) Proporcionar aos que estejam interessados no trabalho da CNC informação acerca da suaabordagem à formulação das NCRF.

3 - Esta Estrutura Conceptual não é uma NCRF e por isso não define normas para qualquermensuração particular ou tema de divulgação.

4 - A CNC reconhece que em alguns casos pode haver um conflito entre esta Estrutura Conceptuale uma qualquer NCRF. Nos casos em que haja um conflito, os requisitos da NCRF prevalecemem relação à Estrutura Conceptual.

Âmbito (parágrafos 5 a 7)

5 - Esta Estrutura Conceptual trata:

(a) Do objectivo das demonstrações financeiras;

(b) Das características qualitativas que determinam a utilidade da informação contida nasdemonstrações financeiras;

(c) Da definição, reconhecimento e mensuração dos elementos a partir dos quais se constroemas demonstrações financeiras; e

(d) Dos conceitos de capital e de manutenção de capital.

6 - Esta Estrutura Conceptual respeita às demonstrações financeiras de finalidades gerais (daquipor diante referidas como "demonstrações financeiras") incluindo as demonstrações financeirasconsolidadas. Tais demonstrações financeiras são preparadas e apresentadas pelo menosanualmente e dirigem-se às necessidades comuns de informação de um vasto leque deutentes. Alguns destes utentes podem exigir, e têm o poder de obter, informação para além dacontida nas demonstrações financeiras. Muitos utentes, porém, têm de depender dasdemonstrações financeiras como a sua principal fonte de informação financeira e, por isso, taisdemonstrações financeiras devem ser preparadas e apresentadas com vista às suasnecessidades. Os relatórios financeiros de finalidades especiais, por exemplo, prospectos ecálculos preparados para efeitos de tributação, estão fora do âmbito desta EstruturaConceptual. Contudo, a Estrutura Conceptual pode ser aplicada na preparação de tais relatóriospara finalidades especiais quando os seus requisitos o permitam.

7 - Esta Estrutura Conceptual aplica-se às demonstrações financeiras de todas as entidadescomerciais, industriais e de negócios que relatam, sejam do sector público ou do privado. Umaentidade que relata é uma entidade relativamente à qual existem utentes que confiam nasdemonstrações financeiras como a sua principal fonte de informação financeira acerca da

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entidade.

Conjunto completo de demonstrações financeiras (parágrafo 8)

8 - As demonstrações financeiras fazem parte do processo do relato financeiro. Um conjuntocompleto de demonstrações financeiras inclui normalmente um balanço, uma demonstraçãodos resultados, uma demonstração das alterações na posição financeira e uma demonstraçãode fluxos de caixa, bem como as notas e outras demonstrações e material explicativo queconstituam parte integrante das demonstrações financeiras. Elas podem também incluir mapassuplementares e informação baseada em tais demonstrações ou derivada delas, e que seespera que seja lida juntamente com elas. Tais mapas e informações suplementares podemtratar, por exemplo, de informação financeira de segmentos industriais e geográficos e dedivulgações acerca dos efeitos das variações de preços. As demonstrações financeiras nãoincluem, porém, elementos preparados pelo órgão de gestão, tais como relatórios, exposições,debate e análise e elementos similares que possam ser incluídos num relatório financeiro ouanual.

Utentes e as suas necessidades de informação (parágrafos 9 a 11)

9 - Nos utentes das demonstrações financeiras incluem-se investidores actuais e potenciais,empregados, mutuantes, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, Governo e seusdepartamentos e o público. Eles utilizam as demonstrações financeiras a fim de satisfazeremalgumas das suas diferentes necessidades de informação. Estas necessidades incluem oseguinte:

(a) Investidores - Os fornecedores de capital de risco e os seus consultores estão ligados aorisco inerente aos, e ao retorno proporcionado pelos, seus investimentos. Necessitam deinformação para os ajudar a determinar se devem comprar, deter ou vender. Os accionistasestão também interessados em informação que lhes facilite determinar a capacidade daentidade pagar dividendos.

(b) Empregados - Os empregados e os seus grupos representativos estão interessados nainformação acerca da estabilidade e da lucratividade dos seus empregadores. Estãotambém interessados na informação que os habilite a avaliar a capacidade da entidadeproporcionar remuneração, benefícios de reforma e oportunidades de emprego.

(c) Mutuantes - Os mutuantes estão interessados em informação que lhes permita determinarse os seus empréstimos, e os juros que a eles respeitam, serão pagos quando vencidos.

(d) Fornecedores e outros credores comerciais - Os fornecedores e outros credores estãointeressados em informação que lhes permita determinar se as quantias que lhes sãodevidas serão pagas no vencimento. Os credores comerciais estão provavelmenteinteressados numa entidade durante um período mais curto que os mutuantes a menos queestejam dependentes da continuação da entidade como um cliente importante.

(e) Clientes - Os clientes têm interesse em informação acerca da continuação de uma entidade,especialmente quando com ela têm envolvimentos a prazo, ou dela estão dependentes.

(f) Governo e seus departamentos - O Governo e os seus departamentos estão interessadosna alocação de recursos e, por isso, nas actividades das entidades. Também exigeminformação a fim de regularem as actividades das entidades, determinar as políticas detributação e como base para estatísticas do rendimento nacional e outras semelhantes.

(g) Público - As entidades afectam o público de diversos modos. Por exemplo, podem dar umacontribuição substancial à economia local de muitas maneiras incluindo o número de

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pessoas que empregam e patrocinar comércio dos fornecedores locais. As demonstraçõesfinanceiras podem ajudar o público ao proporcionar informação acerca das tendências edesenvolvimentos recentes na prosperidade da entidade e leque das suas actividades.

10 - Se bem que nem todas as necessidades de informação destes utentes possam ser supridaspelas demonstrações financeiras, há necessidades que são comuns a todos os utentes.

11 - O órgão de gestão duma entidade tem a responsabilidade primária pela preparação eapresentação das suas demonstrações financeiras. O órgão de gestão está tambéminteressado na informação contida nas demonstrações financeiras mesmo que tenha acesso ainformação adicional de gestão e financeira que o ajude a assumir as suas responsabilidadesde planeamento, de tomada de decisões e de controlo. O órgão de gestão tem a capacidade dedeterminar a forma e conteúdo de tal informação adicional para satisfazer as suas própriasnecessidades. Porém, o relato de tal informação, está para além do âmbito desta EstruturaConceptual. Contudo, as demonstrações financeiras publicadas são baseadas na informaçãousada pelo órgão de gestão acerca da posição financeira, desempenho e alterações na posiçãofinanceira da entidade.

Objectivo das demonstrações financeiras (parágrafos 12 a 21)

12 - O objectivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação acerca da posiçãofinanceira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja útila um vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas.

13 - As demonstrações financeiras preparadas com esta finalidade vão de encontro àsnecessidades comuns da maior parte dos utentes. Contudo, as demonstrações financeiras nãoproporcionam toda a informação de que os utentes possam necessitar para tomarem decisõeseconómicas uma vez que elas, em grande medida, retratam os efeitos financeiros deacontecimentos passados e não proporcionam necessariamente informação não financeira.

14 - Os utentes das demonstrações financeiras que desejem avaliar o zelo ou a responsabilidade doórgão de gestão pelos recursos que lhe foram confiados fazem-no a fim de que possam tomardecisões económicas; estas decisões podem incluir, por exemplo, deter ou vender o seuinvestimento na entidade ou reconduzir ou substituir o órgão de gestão.

Posição financeira, desempenho e alterações na posição financeira(parágrafos 15 a 21)

15 - As decisões económicas que sejam tomadas pelos utentes das demonstrações financeirasrequerem uma avaliação da capacidade da entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa eda tempestividade e certeza da sua geração. Esta capacidade determina em última instância,por exemplo, a capacidade de uma entidade pagar aos seus empregados e fornecedores,satisfazer pagamentos de juros, reembolsar empréstimos e fazer distribuições aos seusproprietários. Os utentes ficam mais habilitados para avaliar esta capacidade de gerar caixa eequivalentes de caixa se lhes for proporcionada informação que foque a posição financeira, odesempenho e as alterações na posição financeira de uma entidade.

16 - A posição financeira de uma entidade é afectada pelos recursos económicos que ela controla,pela sua estrutura financeira, pela sua liquidez e solvência, e pela sua capacidade de seadaptar às alterações no ambiente em que opera. A informação acerca dos recursoseconómicos controlados pela entidade e a sua capacidade no passado para modificar estesrecursos é útil na predição da capacidade da entidade para gerar no futuro caixa e equivalentesde caixa. A informação acerca da estrutura financeira é útil na predição de futuras necessidadesde empréstimos e de como os lucros futuros e fluxos de caixa serão distribuídos entre os quetêm interesses na entidade; é também útil ao predizer que sucesso a entidade provavelmente

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terá em conseguir fundos adicionais. A informação acerca da liquidez e solvência é útil napredição da capacidade da entidade para satisfazer os seus compromissos financeiros àmedida que se vencerem. A liquidez refere-se à disponibilidade de caixa no futuro próximodepois de ter em conta os compromissos financeiros durante este período. A solvênciarefere-se à disponibilidade de caixa durante prazo mais longo para satisfazer os compromissosfinanceiros à medida que se vençam.

17 - A informação acerca do desempenho de uma entidade, em particular a sua lucratividade, énecessária a fim de determinar as alterações potenciais nos recursos económicos que sejaprovável que ela controle no futuro. A informação acerca da variabilidade do desempenho é, aeste respeito, importante. A informação acerca do desempenho é útil na predição dacapacidade da entidade gerar fluxos de caixa a partir dos seus recursos básicos existentes. Étambém útil na formação de juízos de valor acerca da eficácia com que a entidade podeempregar recursos adicionais.

18 - A informação respeitante às alterações na posição financeira de uma entidade é útil a fim deavaliar as suas actividades de investimento, de financiamento e operacionais durante o períodode relato. Esta informação é útil ao proporcionar ao utente uma base para determinar acapacidade de uma entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades daentidade para utilizar esses fluxos de caixa. Ao construir uma demonstração de alterações naposição financeira, os fundos podem ser definidos de várias maneiras, tais como todos osrecursos financeiros, capital circulante, activos líquidos ou caixa. Esta estrutura conceptual nãoassume nenhuma definição específica de fundos.

19 - A informação acerca da posição financeira é principalmente proporcionada num balanço. Ainformação acerca do desempenho é principalmente dada numa demonstração de resultados. Ainformação acerca das alterações na posição financeira é proporcionada nas demonstraçõesfinanceiras por meio de uma demonstração separada.

20 - As partes componentes das demonstrações financeiras inter-relacionam-se porque reflectemaspectos diferentes das mesmas transacções ou outros acontecimentos. Se bem que cadademonstração proporcione informação distinta das outras, é provável que nenhuma só por sisirva um propósito único ou proporcione toda a informação que satisfaça as necessidadesparticulares dos utentes. Por exemplo, uma demonstração de resultados proporciona umaimagem incompleta do desempenho a menos que seja usada juntamente com o balanço e ademonstração das alterações da posição financeira.

Notas às demonstrações financeiras (parágrafo 21)

21 - As demonstrações financeiras também contêm notas e quadros suplementares e outrasinformações. Por exemplo, elas podem conter informação adicional que seja relevante para asnecessidades dos utentes acerca dos itens do balanço e da demonstração dos resultados.Podem incluir divulgações acerca dos riscos e incertezas que afectem a entidade e quaisquerrecursos e obrigações não reconhecidos no balanço (tais como recursos minerais). Ainformação acerca dos segmentos geográficos e industriais e os efeitos na entidade dasvariações de preços é também muitas vezes proporcionada na forma de informaçãosuplementar.

Pressupostos subjacentes (parágrafos 22 e 23)

Regime de acréscimo (periodização económica) (parágrafo 22)

22 - A fim de satisfazerem os seus objectivos, as demonstrações financeiras são preparadas deacordo com o regime contabilístico do acréscimo (ou da periodização económica). Atravésdeste regime, os efeitos das transacções e de outros acontecimentos são reconhecidos quando

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eles ocorram (e não quando caixa ou equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos) sendoregistados contabilisticamente e relatados nas demonstrações financeiras dos períodos com osquais se relacionem. As demonstrações financeiras preparadas de acordo com o regime deacréscimo informam os utentes não somente das transacções passadas envolvendo opagamento e o recebimento de caixa mas também das obrigações de pagamento no futuro e derecursos que representem caixa a ser recebida no futuro. Deste modo, proporciona-seinformação acerca das transacções passadas e outros acontecimentos que seja mais útil aosutentes na tomada de decisões económicas.

Continuidade (parágrafo 23)

23 - As demonstrações financeiras são normalmente preparadas no pressuposto de que umaentidade é uma entidade em continuidade e de que continuará a operar no futuro previsível.Daqui que seja assumido que a entidade não tem nem a intenção nem a necessidade deliquidar ou de reduzir drasticamente o nível das suas operações; se existir tal intenção ounecessidade, as demonstrações financeiras podem ter que ser preparadas segundo um regimediferente e, se assim for, o regime usado deve ser divulgado.

Características qualitativas das demonstrações financeiras (parágrafos24 a 46)

24 - As características qualitativas são os atributos que tornam a informação proporcionada nasdemonstrações financeiras útil aos utentes. As quatro principais características qualitativas sãoa compreensibilidade, a relevância, a fiabilidade e a comparabilidade.

Compreensibilidade (parágrafo 25)

25 - Uma qualidade essencial da informação proporcionada nas demonstrações financeiras é a deque ela seja rapidamente compreensível pelos utentes. Para este fim, presume-se que osutentes tenham um razoável conhecimento das actividades empresariais e económicas e dacontabilidade e vontade de estudar a informação com razoável diligência. Porém, a informaçãoacerca de matérias complexas, a incluir nas demonstrações financeiras dada a sua relevânciapara a tomada de decisões dos utentes, não deve ser excluída meramente com o fundamentode que ela possa ser demasiado difícil para a compreensão de certos utentes.

Relevância (parágrafos 26 a 28)

26 - Para ser útil, a informação tem de ser relevante para a tomada de decisões dos utentes. Ainformação tem a qualidade da relevância quando influencia as decisões económicas dosutentes ao ajudá-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros ou confirmar,ou corrigir, as suas avaliações passadas.

27 - As funções preditiva e confirmatória da informação estão inter-relacionadas. Por exemplo, ainformação acerca do nível corrente e da estrutura da detenção de activos tem valor para osutentes, quando estes se esforçam por predizer a capacidade da entidade para tirar vantagemdas oportunidades e a capacidade de reagir a situações adversas. A mesma informaçãodesempenha um papel confirmatório a respeito de predições passadas, acerca, por exemplo, docaminho em que a entidade seria estruturada ou do resultado de operações planeadas.

28 - A informação acerca da posição financeira e do desempenho passado é frequentemente usadacomo a base para predizer a posição financeira e o desempenho futuros e outros assuntos emque os utentes estejam directamente interessados, tais como pagamento de dividendos e desalários, movimentos de preços de títulos e a capacidade da entidade de satisfazer os seuscompromissos à medida que se vençam. Para ter valor preditivo, a informação não necessita deestar na forma de uma previsão explícita. A capacidade de fazer predições a partir das

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demonstrações financeiras é porém melhorada pela maneira como é apresentada a informaçãosobre as transacções e acontecimentos passados. Por exemplo, o valor preditivo dademonstração dos resultados é aumentado se os itens dos rendimentos ou de gastos nãousuais, anormais e não frequentes forem separadamente divulgados.

Materialidade (parágrafos 29 e 30)

29 - A relevância da informação é afectada pela sua natureza e materialidade. Nalguns casos, anatureza da informação é por si mesma suficiente para determinar a sua relevância. Porexemplo, o relato de um novo segmento pode afectar a avaliação dos riscos e oportunidadesque se deparam à entidade independentemente da materialidade dos resultados conseguidospelo novo segmento no período de relato. Noutros casos, quer a natureza quer a materialidadesão importantes, como por exemplo, as quantias de inventários detidas em cada uma dasprincipais categorias que sejam apropriadas para o negócio.

30 - A informação é material se a sua omissão ou inexactidão influenciarem as decisões económicasdos utentes tomadas na base das demonstrações financeiras. A materialidade depende dadimensão do item ou do erro julgado nas circunstâncias particulares da sua omissão oudistorção. Por conseguinte, a materialidade proporciona um patamar ou ponto de corte, nãosendo uma característica qualitativa primária que a informação tenha de ter para ser útil.

Fiabilidade (parágrafos 31 a 38)

31 - Para que seja útil, a informação também deve ser fiável. A informação tem a qualidade dafiabilidade quando estiver isenta de erros materiais e de preconceitos, e os utentes dela possamdepender ao representar fidedignamente o que ela ou pretende representar ou poderazoavelmente esperar-se que represente.

32 - A informação pode ser relevante mas tão pouco fiável por natureza ou representação que o seureconhecimento pode ser potencialmente enganador. Por exemplo, se a validade e quantia deuma reclamação por danos sob acção legal estiverem em disputa, pode ser inapropriado para aentidade reconhecer no balanço a quantia inteira da reclamação, embora possa ser apropriadodivulgar a quantia e circunstâncias da reclamação.

Representação fidedigna (parágrafos 33 e 34)

33 - Para ser fiável, a informação deve representar fidedignamente as transacções e outrosacontecimentos que ela ou pretende representar ou possa razoavelmente esperar-se querepresente. Assim, por exemplo, o balanço deve representar fidedignamente as transacções eoutros acontecimentos de que resultem activos, passivos e capital próprio da entidade na datado relato que satisfaçam os critérios de reconhecimento.

34 - A maior parte da informação financeira está sujeita a algum risco de não chegar a ser arepresentação fidedigna daquilo que ela pretende retratar. Isto não é devido a preconceito, masantes a dificuldades inerentes seja na identificação das transacções e outros acontecimentos aserem mensurados seja na concepção e aplicação de técnicas de mensuração e apresentaçãoque possam comunicar mensagens que correspondam a essas transacções e acontecimentos.Em certos casos, a mensuração dos efeitos financeiros dos itens poderá ser tão incerta que asentidades geralmente não os reconhecerão nas demonstrações financeiras; por exemplo, sebem que a maior parte das entidades gerem internamente trespasse (goodwill) no decorrer dotempo, é geralmente difícil identificar ou mensurar com fiabilidade esse trespasse (goodwill).Noutros casos, porém, pode ser relevante reconhecer os itens e divulgar o risco de erro querodeia o seu reconhecimento e a sua mensuração.

Substância sobre a forma (parágrafo 35)

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35 - Se a informação deve representar fidedignamente as transacções e outros acontecimentos quetenha por fim representar, é necessário que eles sejam contabilizados e apresentados deacordo com a sua substância e realidade económica e não meramente com a sua forma legal.A substância das transacções ou de outros acontecimentos nem sempre é consistente com aque é mostrada pela sua forma legal ou idealizada. Por exemplo, uma entidade pode alienar umactivo a uma terceira entidade de tal maneira que a documentação tenha por fim passar apropriedade legal a essa entidade; contudo, podem existir acordos que assegurem que aentidade continua a fruir os benefícios económicos incorporados no activo. Em taiscircunstâncias, o relato de uma venda não representaria fidedignamente a transacçãocelebrada (se na verdade houve uma transacção).

Neutralidade (parágrafo 36)

36 - Para que seja fiável, a informação contida nas demonstrações financeiras tem de ser neutra,isto é, livre de preconceitos. As demonstrações financeiras não são neutras se, por via daselecção ou da apresentação da informação, elas influenciarem a tomada de uma decisão ouum juízo de valor a fim de atingir um resultado ou um efeito predeterminado.

Prudência (parágrafo 37)

37 - Os preparadores das demonstrações financeiras têm, porém, de lutar com as incertezas queinevitavelmente rodeiam muitos acontecimentos e circunstâncias, tais como a cobrabilidadeduvidosa de dívidas a receber, a vida útil provável de instalações e equipamentos e o númerode reclamações de garantia que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas através dadivulgação da sua natureza e extensão e pela aplicação de prudência na preparação dasdemonstrações financeiras. A prudência é a inclusão de um grau de precaução no exercício dosjuízos necessários ao fazer as estimativas necessárias em condições de incerteza, de formaque os activos ou os rendimentos não sejam sobreavaliados e os passivos ou os gastos nãosejam subavaliados. Porém, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação dereservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de activos ou derendimentos, ou a deliberada sobreavaliação de passivos ou de gastos, porque asdemonstrações financeiras não seriam neutras e, por isso, não teriam a qualidade defiabilidade.

Plenitude (parágrafo 38)

38 - Para que seja fiável, a informação nas demonstrações financeiras deve ser completa adentrodos limites de materialidade e de custo. Uma omissão pode fazer com que a informação sejafalsa ou enganadora e por conseguinte não fiável e deficiente em termos da sua relevância.

Comparabilidade (parágrafos 39 a 42)

39 - Os utentes têm de ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de uma entidade aolongo do tempo a fim de identificar tendências na sua posição financeira e no seu desempenho.Os utentes têm também de ser capazes de comparar as demonstrações financeiras dediferentes entidades a fim de avaliar de forma relativa a sua posição financeira, o seudesempenho e as alterações na posição financeira. Daqui que a mensuração e exposição dosefeitos financeiros de transacções e outros acontecimentos semelhantes devam ser levados aefeito de maneira consistente em toda a entidade e ao longo do tempo nessa entidade e demaneira consistente para diferentes entidades.

40 - Uma implicação importante da característica qualitativa da comparabilidade é a de que osutentes sejam informados das políticas contabilísticas usadas na preparação dasdemonstrações financeiras, de quaisquer alterações nessas políticas e dos efeitos de tais

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alterações. Os utentes necessitam de ser capazes de identificar diferenças entre as políticascontabilísticas para transacções e outros acontecimentos semelhantes usados pela mesmaentidade de período para período e entre diferentes entidades. A conformidade com as NCRF,incluindo a divulgação das políticas contabilísticas usadas pela entidade, ajuda a conseguircomparabilidade.

41 - A necessidade de comparabilidade não deve ser confundida com a mera uniformidade e nãodeve ser permitido que se torne um impedimento à introdução de normas contabilísticasmelhoradas. Não é apropriado que uma entidade continue a contabilizar da mesma maneirauma transacção ou outro acontecimento se a política adoptada não estiver de acordo com ascaracterísticas qualitativas da relevância e da fiabilidade. É também inapropriado que umaentidade deixe as suas políticas contabilísticas inalteradas quando existam alternativas maisrelevantes e fiáveis.

42 - Porque os utentes desejam comparar a posição financeira, o desempenho e as alterações naposição financeira de uma entidade ao longo do tempo, é importante que as demonstraçõesfinanceiras mostrem a informação correspondente dos períodos precedentes.

Constrangimentos à informação relevante e fiável (parágrafos 43 a 45)

Tempestividade (parágrafo 43)

43 - Se houver demora indevida no relato da informação ela pode perder a sua relevância. O órgãode gestão pode necessitar de balancear os méritos relativos do relato tempestivo com ofornecimento de informação fiável. Para proporcionar informação numa base tempestiva podemuitas vezes ser necessário relatar antes de serem conhecidos todos os aspectos de umatransacção ou outro acontecimento, diminuindo por conseguinte a fiabilidade. Ao contrário, se orelato for demorado até que todos os aspectos sejam conhecidos, a informação pode seraltamente fiável mas de pouca utilidade para os utentes que tenham tido entretanto de tomardecisões. Para conseguir a ponderação entre relevância e fiabilidade, a consideraçãodominante é a de como melhor satisfazer as necessidades dos utentes nas tomadas dedecisões económicas.

Balanceamento entre benefício e custo (parágrafo 44)

44 - A ponderação entre benefício e custo é mais um constrangimento influente do que umacaracterística qualitativa. Os benefícios derivados da informação devem exceder o custo de aproporcionar. A avaliação dos benefícios e custos é, contudo, substancialmente um processo deajuizamento. Para além disso, os custos não recaem necessariamente sobre os utentes quefruem os benefícios. Os benefícios podem também ser usufruídos pelos utentes que não sejamaqueles para quem a informação é preparada; por exemplo, o fornecimento de informaçãoadicional a mutuantes pode reduzir os custos dos empréstimos obtidos por uma entidade. Porestas razões é difícil aplicar um teste custo - benefício a qualquer caso particular. Não obstante,os normalizadores em particular, assim como os preparadores e utentes das demonstraçõesfinanceiras, devem estar conscientes deste constrangimento.

Balanceamento entre características qualitativas (parágrafo 45)

45 - Na prática é muitas vezes necessário um balanceamento, ou um compromisso, entrecaracterísticas qualitativas. Geralmente a aspiração é conseguir um balanceamento apropriadoentre as características a fim de ir ao encontro dos objectivos das demonstrações financeiras. Aimportância relativa das características em casos diferentes é uma questão de juízo de valorprofissional.

Imagem verdadeira e apropriada/apresentação apropriada (parágrafo

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46)

46 - As demonstrações financeiras são frequentemente descritas como mostrando uma imagemverdadeira e apropriada de, ou como apresentando apropriadamente, a posição financeira, odesempenho e as alterações na posição financeira de uma entidade. Se bem que esta EstruturaConceptual não trate directamente tais conceitos, a aplicação das principais característicasqualitativas e das normas contabilísticas apropriadas resulta normalmente em demonstraçõesfinanceiras que transmitem o que é geralmente entendido como uma imagem verdadeira eapropriada de, ou como apresentando razoavelmente, tal informação.

Elementos das demonstrações financeiras (parágrafos 47 a 79)

47 - As demonstrações financeiras retratam os efeitos financeiros das transacções e de outrosacontecimentos ao agrupá-los em grandes classes de acordo com as suas característicaseconómicas. Estas grandes classes são constituídas pelos elementos das demonstraçõesfinanceiras. Os elementos directamente relacionados com a mensuração da posição financeirano balanço são os activos, os passivos e os capitais próprios. Os elementos directamenterelacionados com a mensuração do desempenho na demonstração dos resultados são osrendimentos e os gastos. A demonstração de alterações na posição financeira reflectegeralmente elementos da demonstração dos resultados e as alterações de elementos dobalanço; concordantemente, esta Estrutura Conceptual não identifica nenhuns elementos quesejam exclusivos daquela demonstração.

48 - A apresentação destes elementos no balanço e na demonstração dos resultados envolve umprocesso de subclassificação. Os activos e passivos podem ser classificados pela sua naturezaou função nas actividades da entidade a fim de mostrar a informação da maneira mais útil aosutentes para fins de tomada de decisões económicas.

Posição financeira (parágrafos 49 a 51)

49 - Os elementos directamente relacionados com a mensuração da posição financeira são osactivos, os passivos e o capital próprio. São definidos como segue:

(a) Activo é um recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passadose do qual se espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros;

(b) Passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados,da liquidação da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da entidadeincorporando benefícios económicos;

(c) Capital próprio é o interesse residual nos activos da entidade depois de deduzir todos osseus passivos.

50 - As definições de activo e de passivo identificam as suas características essenciais mas nãotentam especificar os critérios que necessitam de ser satisfeitos antes de serem reconhecidosno balanço. Por conseguinte, as definições abarcam itens que não são reconhecidos comoactivos ou como passivos no balanço porque não satisfazem os critérios de reconhecimentodebatidos nos parágrafos 80 a 96. Particularmente, a expectativa de que benefícios económicosfuturos fluirão para ou de uma entidade tem de ser suficientemente certa para ir de encontro aocritério da probabilidade do parágrafo 81 antes de um activo ou passivo ser reconhecido.

51 - Ao avaliar se um item satisfaz a definição de activo, passivo ou capital próprio, é preciso daratenção à sua subjacente substância e realidade económica e não meramente à sua formalegal. Por conseguinte, por exemplo, no caso das locações financeiras, a substância e realidadeeconómica são as de que o locatário adquire os benefícios económicos do uso do activo locado

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para a maior parte da sua vida útil em troca de registar uma obrigação de pagar por esse direitouma quantia aproximada ao respectivo justo valor do activo e respectivo encargo financeiro.Daqui que, a locação financeira dê origem a itens que satisfazem a definição de activo epassivo e são reconhecidos como tais no balanço do locatário.

Activos (parágrafos 52 a 58)

52 - Os benefícios económicos futuros incorporados num activo são o potencial de contribuir, directaou indirectamente, para o fluxo de caixa e equivalentes de caixa para a entidade. O potencialpode ser um potencial produtivo que faça parte das actividades operacionais da entidade. Podetambém tomar a forma de convertibilidade em caixa ou equivalentes de caixa ou a capacidadede reduzir os exfluxos de caixa, tais como quando um processo alternativo de fabricação baixeos custos de produção.

53 - Uma entidade emprega geralmente os seus activos para produzir bens ou serviços capazes desatisfazer os desejos ou as necessidades de clientes; pelo facto de estes bens e serviçospoderem satisfazer esses desejos ou necessidades, os clientes estão preparados parapagá-los, contribuindo assim para o fluxo de caixa da entidade. O próprio dinheiro presta umserviço à entidade por causa da sua predominância sobre os outros recursos.

54 - Os benefícios económicos futuros incorporados num activo podem fluir para a entidade dediferentes maneiras. Por exemplo, um activo pode ser:

(a) Usado isoladamente ou em combinação com outros activos na produção de bens ouserviços para serem vendidos pela entidade;

(b) Trocado por outros activos;

(c) Usado para liquidar um passivo; ou

(d) Distribuído aos proprietários da entidade.

55 - Muitos activos, por exemplo, activos fixos tangíveis, têm uma forma física. Porém, a forma físicanão é essencial à existência de um activo; daqui que as patentes e os direitos de autor, porexemplo, sejam activos se se espera que deles fluam benefícios económicos futuros para aentidade e se eles forem controlados pela entidade.

56 - Muitos activos, por exemplo, as dívidas a receber e propriedades, estão associados a direitoslegais, incluindo o direito de propriedade. Ao determinar a existência de um activo, o direito depropriedade não é essencial; por conseguinte, por exemplo, a propriedade detida sob locação éum activo se a entidade controlar os benefícios que espera que fluam da propriedade. Se bemque a capacidade de uma entidade de controlar benefícios seja geralmente a consequência dedireitos legais, um item pode no entanto satisfazer a definição de activo mesmo quando nãohaja controlo legal. Por exemplo, o "know-how" obtido das actividades de desenvolvimento podesatisfazer a definição de activo quando, ao conservar secreto esse "know-how", uma entidadecontrole os benefícios que espera que dele fluam.

57 - Os activos de uma entidade resultam de transacções passadas ou de outros acontecimentospassados. As entidades normalmente obtêm activos pela sua compra ou produção, mas outrastransacções ou acontecimentos podem gerar activos; incluem-se como exemplos a propriedaderecebida do Governo por uma entidade como parte de um programa para encorajar ocrescimento económico numa área e a descoberta de depósitos minerais. As transacções ouacontecimentos que se espera que venham a ocorrer no futuro não dão por si próprios origem aactivos; daqui que, por exemplo, uma intenção de comprar inventários não satisfaz à definiçãode activos.

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58 - Há uma íntima associação entre dispêndios em que se incorrem e activos que se geram masambos não coincidem necessariamente. Daqui que, quando uma entidade incorre emdispêndios, isto possa proporcionar prova de que benefícios económicos futuros foramprocurados mas não é prova concludente de que um item que satisfaça a definição de activotenha sido obtido. Semelhantemente a ausência de um dispêndio relacionado não evita que umitem satisfaça a definição de activo e por conseguinte se torne um candidato ao reconhecimentono balanço; por exemplo, itens que tenham sido doados à entidade podem satisfazer adefinição de activo.

Passivos (parágrafos 59 a 63)

59 - Uma característica essencial de um passivo é a de que a entidade tenha uma obrigaçãopresente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade para agir ou executar de certamaneira. As obrigações podem ser legalmente impostas como consequência de um contratovinculativo ou de requisito estatutário. Este é geralmente o caso, por exemplo, de quantias apagar por bens e serviços recebidos. As obrigações também surgem, porém, das práticasnormais dos negócios, costumes e de um desejo de manter boas relações negociais ou de agirde maneira equilibrada. Se, por exemplo, uma entidade decidir como questão de políticarectificar deficiências nos seus produtos mesmo quando estas se tornem evidentes após operíodo de garantia ter expirado, são passivos as quantias que se espera que sejam gastasrespeitantes a bens já vendidos.

60 - Deve distinguir-se entre uma obrigação presente e um compromisso futuro. Por exemplo, umadecisão do órgão de gestão de uma entidade para adquirir activos no futuro não dá, por siprópria, origem a uma obrigação presente. Normalmente uma obrigação surge somente quandoo activo é entregue ou a entidade entra num acordo irrevogável para adquirir o activo. No últimocaso, a natureza irrevogável do acordo significa que as consequências económicas da falha dehonrar o compromisso, por exemplo, por causa da existência de uma penalidade substancial,deixa a entidade com pouca ou nenhuma margem para evitar o exfluxo de recursos para umaoutra parte.

61 - A liquidação de uma obrigação presente envolve geralmente que a entidade ceda recursosincorporando benefícios económicos a fim de satisfazer a reivindicação da outra parte. Aliquidação de uma obrigação presente pode ocorrer de maneiras várias, por exemplo, por:

(a) Pagamento a dinheiro;

(b) Transferência de outros activos;

(c) Prestação de serviços;

(d) Substituição dessa obrigação por outra ou

(e) Conversão da obrigação em capital próprio.

Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como um credor abdicar ouperder os seus direitos.

62 - Os passivos resultam de operações passadas ou de outros acontecimentos passados. Assim,por exemplo, a aquisição de bens e o uso de serviços dão origem a dívidas comerciais a pagar(a menos que pagos adiantadamente ou no acto da entrega) e o recebimento de umempréstimo bancário resulta numa obrigação de pagar o empréstimo. Uma entidade podetambém reconhecer como passivos os descontos futuros baseados nas compras anuais feitaspor clientes; neste caso, a venda de bens no passado é a operação que dá origem ao passivo.

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63 - Alguns passivos só podem ser mensurados usando um grau substancial de estimativa,designando-se estes passivos como provisões. Quando uma provisão envolva uma obrigaçãopresente e satisfaça a definição do parágrafo 49(b), ela é um passivo mesmo que a respectivaquantia tenha de ser estimada. Como exemplos indicam-se as provisões para pagamentos aserem feitos relativamente a garantias existentes e provisões para cobrir as obrigações depensões de reforma.

Capital próprio (parágrafos 64 a 67)

64 - Se bem que o capital próprio seja definido no parágrafo 49(c) como um resíduo, ele pode sersubclassificado no balanço. Por exemplo, numa sociedade, os fundos contribuídos pelosaccionistas, os resultados transitados, as reservas que representem apropriações de resultadostransitados e as reservas que representem ajustamentos de manutenção do capital podem sermostradas separadamente. Tais classificações podem ser relevantes para as necessidades detomada de decisões dos utentes das demonstrações financeiras quando indiquem restriçõeslegais ou outras sobre a capacidade da entidade distribuir ou, de outra maneira, aplicar o seucapital próprio. Podem também reflectir o facto de detentores de capital numa entidade teremdireitos diferentes em relação ao recebimento de dividendos ou ao reembolso de capital própriocontribuído.

65 - A criação de reservas é algumas vezes exigida pelos estatutos ou por outra legislação a fim dedar à entidade e aos seus credores uma medida adicional de protecção dos efeitos de perdas.Podem ser estabelecidas outras reservas se a legislação fiscal nacional conceder isenções de,ou redução em, passivos fiscais quando sejam feitas transferências para tais reservas. Aexistência e dimensão destas reservas legais, estatutárias e fiscais é informação que pode serrelevante para as necessidades de tomada de decisão dos utentes. As transferências para taisreservas são apropriações de resultados transitados, não sendo, por conseguinte, gastos.

66 - A quantia pela qual o capital próprio é mostrado no balanço está dependente da mensuraçãodos activos e dos passivos. Normalmente, a quantia agregada do capital próprio somente porcoincidência corresponde ao valor de mercado agregado das acções da entidade ou à somaque poderia ser obtida pela alienação quer dos activos líquidos numa base fragmentária quer daentidade como um todo segundo o pressuposto da continuidade.

67 - As actividades comerciais, industriais e de negócios, são muitas vezes levadas a efeito pormeio de entidades tais como entidades em nome individual, parcerias, empreendimentosconjuntos e variados tipos de entidades estatais de negócios. A estrutura legal e reguladorapara tais entidades é muitas vezes diferente da aplicável às sociedades. Por exemplo, podemexistir algumas restrições na distribuição aos proprietários ou a outros beneficiários de quantiasincluídas no capital próprio. Contudo, a definição de capital próprio e os outros aspectos destaEstrutura Conceptual que tratam do capital próprio são apropriados para tais entidades.

Desempenho (parágrafos 68 a 71)

68 - O lucro é frequentemente usado como uma medida de desempenho ou como a base paraoutras mensurações, tais como o retorno do investimento ou os resultados por acção. Oselementos directamente relacionados com a mensuração do lucro são rendimentos e gastos. Oreconhecimento e mensuração dos rendimentos e gastos, e consequentemente do lucro,depende em parte dos conceitos de capital e de manutenção do capital usados pela entidadena preparação das suas demonstrações financeiras. Estes conceitos são tratados nosparágrafos 100 a 108.

69 - Os elementos de rendimentos e de gastos são definidos como se segue:

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(a) Rendimentos são aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico naforma de influxos ou aumentos de activos ou diminuições de passivos que resultem emaumentos no capital próprio, que não sejam os relacionados com as contribuições dosparticipantes no capital próprio;

(b) Gastos são diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico naforma de exfluxos ou deperecimentos de activos ou na incorrência de passivos que resultemem diminuições do capital próprio, que não sejam as relacionadas com distribuições aosparticipantes no capital próprio.

70 - As definições de rendimentos e de gastos identificam as suas características essenciais masnão tentam especificar os critérios que necessitarão de ser satisfeitos antes de seremreconhecidos na demonstração dos resultados. Os critérios para o reconhecimento derendimentos e de gastos são tratados nos parágrafos 80 a 96.

71 - Os rendimentos e os gastos são apresentados na demonstração dos resultados de formasdiversificadas, a fim de proporcionar informação que seja relevante para a tomada de decisõeseconómicas. Esta diversificação é feita na base de que a origem de um item é relevante naavaliação da capacidade da entidade gerar caixa ou equivalentes de caixa no futuro.

Rendimentos (parágrafos 72 a 75)

72 - A definição de rendimentos engloba quer réditos quer ganhos. Os réditos provêm do decursodas actividades correntes (ou ordinárias) de uma entidade sendo referidos por uma variedadede nomes diferentes incluindo vendas, honorários, juros, dividendos, royalties e rendas.

73 - Os ganhos representam outros itens que satisfaçam a definição de rendimentos e podem, ounão, provir do decurso das actividades correntes (ou ordinárias) de uma entidade. Os ganhosrepresentam aumentos em benefícios económicos e como tal não são de natureza diferente dorédito. Daqui que não são vistos como constituindo um elemento separado nesta EstruturaConceptual.

74 - Os ganhos, incluem, por exemplo, os que provêm da alienação de activos não correntes. Adefinição de rendimentos também inclui ganhos não realizados; por exemplo, os queprovenham da revalorização de títulos negociáveis e os que resultem de aumentos na quantiaescriturada de activos a longo prazo. Quando os ganhos sejam reconhecidos na demonstraçãodos resultados, eles são geralmente apresentados em separado porque o seu conhecimento éútil para o propósito de tomar decisões económicas. Os ganhos são muitas vezes relatadoslíquidos de gastos relacionados.

75 - Várias espécies de activos podem ser recebidos ou aumentados através dos rendimentos;exemplos incluem o dinheiro, dívidas a receber e bens e serviços recebidos por troca de bens eserviços fornecidos. Os rendimentos podem também resultar da liquidação de passivos. Porexemplo, uma entidade pode fornecer bens e serviços a um mutuante em liquidação de umaobrigação para reembolsar um empréstimo por liquidar.

Gastos (parágrafos 76 a 78)

76 - A definição de gastos engloba perdas assim como aqueles gastos que resultem do decurso dasactividades correntes (ou ordinárias) da entidade. Os gastos que resultem do decurso dasactividades ordinárias da entidade incluem, por exemplo, o custo das vendas, os salários e asdepreciações. Tomam geralmente a forma de um exfluxo ou deperecimento de activos taiscomo dinheiro e seus equivalentes, existências e activos fixos tangíveis.

77 - As perdas representam outros itens que satisfaçam a definição de gastos e podem, ou não,

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surgir no decurso das actividades ordinárias da entidade. As perdas representam diminuiçõesem benefícios económicos e como tal não são na sua natureza diferentes de outros gastos.Daqui que não sejam vistas como um elemento separado nesta Estrutura Conceptual.

78 - As perdas incluem, por exemplo, as que resultam de desastres como os incêndios e asinundações bem como as que provêm da alienação de activos não correntes. A definição degastos também inclui perdas não realizadas como, por exemplo, as provenientes dos efeitos doaumento da taxa de câmbio de uma moeda estrangeira respeitante a empréstimos obtidos deuma entidade nessa moeda. Quando as perdas forem reconhecidas na demonstração dosresultados, elas são geralmente mostradas separadamente porque o conhecimento dasmesmas é útil para finalidades de tomar decisões económicas. As perdas são muitas vezesrelatadas líquidas de rendimentos relacionados.

Ajustamentos de manutenção do capital (parágrafo 79)

79 - A revalorização ou reexpressão de activos e passivos dá origem a aumentos ou diminuições decapital próprio. Se bem que estes aumentos ou diminuições satisfaçam a definição derendimentos e de gastos, eles não são incluídos na demonstração dos resultados segundocertos conceitos de manutenção do capital. Em vez disso, estes itens são incluídos no capitalpróprio como ajustamentos de manutenção do capital ou reservas de revalorização. Estesconceitos de manutenção do capital são tratados nos parágrafos 100 a 108 desta EstruturaConceptual.

Reconhecimento dos elementos das demonstrações financeiras(parágrafos 80 a 96)

80 - Reconhecimento é o processo de incorporar no balanço e na demonstração dos resultados umitem que satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os critérios de reconhecimentoestabelecidos no parágrafo 81. Isso envolve a descrição do item por palavras e por uma quantiamonetária e a inclusão dessa quantia nos totais do balanço ou da demonstração dos resultados.Os itens que satisfaçam os critérios de reconhecimento devem ser reconhecidos no balanço ouna demonstração dos resultados. A falha do reconhecimento de tais itens não é rectificada peladivulgação das políticas contabilísticas usadas nem por notas ou material explicativo.

81 - Um item que satisfaça a definição de uma classe deve ser reconhecido se:

(a) For provável que qualquer benefício económico futuro associado com o item flua para ou daentidade, e

(b) O item tiver um custo ou um valor que possa ser mensurado com fiabilidade.

82 - Ao avaliar se um item satisfaz estes critérios e por isso se qualifica para reconhecimento nasdemonstrações financeiras, é necessário ter em atenção as condições de materialidadetratadas nos parágrafos 29 e 30. A inter-relação entre os elementos significa que um item quesatisfaça a definição e os critérios de reconhecimento de um dado elemento, por exemplo, umactivo, requer automaticamente o reconhecimento de um outro elemento, por exemplo,rendimento ou um passivo.

Probabilidade de benefícios económicos futuros (parágrafo 83)

83 - O conceito de probabilidade é usado nos critérios de reconhecimento para referir o grau deincerteza em que os benefícios económicos futuros associados ao item fluirão para, ou de, aentidade. O conceito está em harmonia com a incerteza que caracteriza o ambiente em queuma entidade opera. As avaliações do grau de incerteza ligadas ao fluxo de benefícioseconómicos futuros são feitas com base nas provas disponíveis aquando da preparação das

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demonstrações financeiras. Por exemplo, quando for provável que uma dívida a receber devidapor uma entidade venha a ser paga, é justificável então, na ausência de provas em contrário,reconhecer a dívida a receber como um activo. Para uma grande população de dívidas areceber, porém, é considerado provável algum grau de não pagamento; daqui que sejareconhecido um gasto que represente a redução esperada de benefícios económicos.

Fiabilidade da mensuração (parágrafos 84 a 86)

84 - O segundo critério para o reconhecimento de um item é que este possua um custo ou um valorque possa ser mensurado com fiabilidade como referido nos parágrafos 31 a 38 desta EstruturaConceptual. Em muitos casos, o custo ou o valor precisam de ser estimados; o uso deestimativas razoáveis é uma parte essencial da preparação das demonstrações financeiras enão destrói a sua fiabilidade. Quando, porém, uma estimativa razoável não possa ser feita oitem não é reconhecido no balanço ou na demonstração dos resultados. Por exemplo, osproventos esperados de uma acção judicial podem estar de acordo com as definições quer deactivo quer de rendimento assim como do critério de probabilidade para reconhecimento;porém, se não for possível que a reivindicação seja mensurada com fiabilidade, ela não deveser reconhecida como activo ou como rendimento; a existência da reivindicação, porém, serádivulgada nas notas anexas, material explicativo ou mapas suplementares.

85 - Um item que, num dado momento, falhe em satisfazer os critérios de reconhecimento doparágrafo 81 pode qualificar-se para reconhecimento numa data posterior como resultado decircunstâncias ou acontecimentos subsequentes.

86 - Um item que possua as características essenciais de um elemento mas falhe em satisfazer oscritérios de reconhecimento pode no entanto exigir divulgação nas notas, material explicativo ouem mapas suplementares. Isto é apropriado quando o conhecimento do item seja consideradorelevante pelos utentes das demonstrações financeiras para a avaliação da posição financeira,desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade pelos utentes dasdemonstrações financeiras.

Reconhecimento de activos (parágrafos 87 e 88)

87 - Um activo é reconhecido no balanço quando for provável que os benefícios económicos futurosfluam para a entidade e o activo tenha um custo ou um valor que possa ser mensurado comfiabilidade.

88 - Um activo não é reconhecido no balanço quando, relativamente ao dispêndio incorrido, sejaconsiderado improvável que benefícios económicos fluirão para a entidade para além doperíodo contabilístico corrente. Em vez disso, tal transacção resulta no reconhecimento de umgasto na demonstração dos resultados. Este tratamento não implica que a intenção do órgão degestão, ao incorrer no dispêndio, fosse outra que não a de gerar benefícios económicos futurospara a entidade, ou que a gestão dos negócios fosse mal orientada. A única implicação é a deque o grau de certeza de que os benefícios económicos fluirão para a entidade para além doperíodo contabilístico corrente é insuficiente para justificar o reconhecimento de um activo.

Reconhecimento de passivos (parágrafo 89)

89 - Um passivo é reconhecido no balanço quando for provável que um exfluxo de recursosincorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma obrigação presente e que aquantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser mensurada com fiabilidade. Na prática, asobrigações ao abrigo de contratos que estejam proporcional e igualmente não executados (porexemplo passivos por inventários encomendados mas ainda não recebidos) não sãogeralmente reconhecidos como passivos nas demonstrações financeiras. Porém, taisobrigações podem satisfazer a definição de passivos e, desde que os critérios de

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reconhecimento sejam satisfeitos nas circunstâncias particulares, podem qualificar-se parareconhecimento. Em tais circunstâncias, o reconhecimento de passivos implica oreconhecimento dos activos ou gastos relacionados.

Reconhecimento de rendimentos (parágrafos 90 e 91)

90 - Um rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados quando tenha surgido umaumento de benefícios económicos futuros relacionados com um aumento num activo ou comuma diminuição de um passivo e que possa ser quantificado com fiabilidade. Isto significa, comefeito, que o reconhecimento dos rendimentos ocorre simultaneamente com o reconhecimentode aumentos em activos ou com diminuições em passivos (por exemplo, o aumento líquido emactivos provenientes de uma venda de bens ou de serviços ou a diminuição em passivosprovenientes do perdão de uma dívida a pagar).

91 - Os procedimentos geralmente adoptados na prática para o reconhecimento de um rendimento,por exemplo, o requisito de que o rédito deve ser gerado, são aplicações dos critérios dereconhecimento nesta Estrutura Conceptual. Tais procedimentos dirigem-se geralmente àrestrição do reconhecimento como rendimentos àqueles itens que possam ser mensurados comfiabilidade e que tenham um grau suficiente de certeza.

Reconhecimento de gastos (parágrafos 92 a 96)

92 - Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados quando tenha surgido umadiminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma diminuição num activo oucom um aumento de um passivo e que possam ser mensurados com fiabilidade. Isto significa,com efeito, que o reconhecimento de gastos ocorre simultaneamente com o reconhecimento deum aumento de passivos ou de uma diminuição de activos (por exemplo, o acréscimo dedireitos dos empregados ou a depreciação de equipamento).

93 - Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados com base numa associaçãodirecta entre os custos incorridos e a obtenção de rendimentos específicos. Este processo,geralmente referido como o balanceamento de custos com réditos, envolve o reconhecimentosimultâneo ou combinado de réditos e de gastos que resultem directa e conjuntamente dasmesmas transacções ou de outros acontecimentos; por exemplo, os vários componentes degastos constituindo o custo dos produtos vendidos são reconhecidos ao mesmo tempo que orendimento derivado da venda dos produtos. Porém, a aplicação do conceito de balanceamentosegundo esta Estrutura Conceptual não permite o reconhecimento de itens no balanço que nãosatisfaçam a definição de activos ou passivos.

94 - Quando se espere que surjam benefícios económicos durante vários períodos contabilísticos ea associação com rendimentos só possa ser determinada de uma forma geral ouindirectamente, os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados na base deprocedimentos de imputação sistemáticos e racionais. Isto é muitas vezes necessário ao sereconhecerem os gastos associados com o consumo de activos tais como os activos fixostangíveis, o trespasse (goodwill), as patentes e as marcas; em tais casos, o gasto é referidocomo depreciação ou amortização. Estes procedimentos de imputação destinam-se areconhecer gastos nos períodos contabilísticos em que os benefícios económicos associadoscom estes itens se consumam ou se extingam.

95 - Um gasto é imediatamente reconhecido na demonstração dos resultados quando o dispêndionão produza benefícios económicos futuros ou quando, e somente se, os benefícioseconómicos futuros não se qualifiquem, ou cessem de qualificar-se, para reconhecimento nobalanço como um activo.

96 - Um gasto é também reconhecido na demonstração dos resultados nos casos em que seja

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incorrido um passivo sem o reconhecimento de um activo, o que sucede quando surge umpassivo por garantia de um produto.

Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras (parágrafos97 a 99)

97 - Mensuração é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os elementos dasdemonstrações financeiras devam ser reconhecidos e inscritos no balanço e na demonstraçãodos resultados. Isto envolve a selecção da base particular de mensuração.

98 - São utilizadas diferentes bases de mensuração em graus diferentes e em variadascombinações nas demonstrações financeiras. Elas incluem as seguintes:

(a) Custo histórico. Os activos são registados pela quantia de caixa, ou equivalentes de caixapaga ou pelo justo valor da retribuição dada para os adquirir no momento da sua aquisição.Os passivos são registados pela quantia dos proventos recebidos em troca da obrigação, ouem algumas circunstâncias (por exemplo, impostos sobre o rendimento), pelas quantias decaixa, ou de equivalentes de caixa, que se espera que venham a ser pagas para satisfazero passivo no decurso normal dos negócios.

(b) Custo corrente. Os activos são registados pela quantia de caixa ou de equivalentes de caixaque teria de ser paga se o mesmo ou um activo equivalente fosse correntemente adquirido.Os passivos são registados pela quantia não descontada de caixa, ou de equivalentes decaixa, que seria necessária para liquidar correntemente a obrigação.

(c) Valor realizável (de liquidação). Os activos são registados pela quantia de caixa, ouequivalentes de caixa, que possa ser correntemente obtida ao vender o activo numaalienação ordenada. Os passivos são escriturados pelos seus valores de liquidação; isto é,as quantias não descontadas de caixa ou equivalentes de caixa que se espera que sejampagas para satisfazer os passivos no decurso normal dos negócios.

(d) Valor presente. Os activos são escriturados pelo valor presente descontado dos futurosinfluxos líquidos de caixa que se espera que o item gere no decurso normal dos negócios.Os passivos são escriturados pelo valor presente descontado dos futuros exfluxos líquidosde caixa que se espera que sejam necessários para liquidar os passivos no decurso normaldos negócios.

(e) Justo valor. Quantia pela qual um activo poderia ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não existarelacionamento entre elas.

99 - A base de mensuração geralmente adoptada pelas entidades ao preparar as suasdemonstrações financeiras é o custo histórico. Este é geralmente combinado com outras basesde mensuração. Por exemplo, os inventários são geralmente escriturados pelo mais baixo docusto ou do valor realizável líquido, os títulos negociáveis podem ser escriturados pelo seu valorde mercado e os passivos por pensões de reforma são escriturados pelo seu valor presente.

Conceitos de capital e manutenção de capital (parágrafos 100 a 108)

Conceitos de capital (parágrafos 100 e 101)

100 - Geralmente as entidades adoptam um conceito financeiro de capital na preparação das suasdemonstrações financeiras. No conceito financeiro de capital, tal como dinheiro investido oupoder de compra investido, o capital é sinónimo de activos líquidos ou de capital próprio daentidade. No conceito físico de capital, tal como a capacidade operacional, o capital é visto

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como a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, em unidades de produçãodiária.

101 - A selecção por uma entidade do conceito apropriado de capital deve basear-se nasnecessidades dos utentes das suas demonstrações financeiras. Por conseguinte, um conceitofinanceiro de capital deve ser adoptado se os utentes das demonstrações financeirasestiverem principalmente interessados na manutenção do capital nominal investido ou nopoder de compra do capital investido. Se, porém, a principal preocupação dos utentes for acapacidade operacional da entidade, deve ser usado um conceito físico de capital. O conceitoescolhido indica o objectivo a ser atingido na determinação do lucro, mesmo que possamexistir algumas dificuldades de mensuração para tornar o conceito operacional.

Conceitos de manutenção do capital e a determinação do lucro(parágrafos 102 a 108)

102 - Os conceitos de capital no parágrafo 100 dão origem aos seguintes conceitos de manutençãodo capital:

(a) Manutenção do capital financeiro. Por este conceito um lucro só é obtido se a quantiafinanceira (ou dinheiro) dos activos líquidos no fim do período exceder a quantia financeira(ou dinheiro) dos activos líquidos do começo do período, depois de excluir quaisquerdistribuições aos, e contribuições dos, proprietários durante o período. A manutenção docapital financeiro pode ser mensurada quer em unidades monetárias nominais quer emunidades de poder de compra constante.

(b) Manutenção do capital físico. Por este conceito um lucro só é obtido se a capacidade físicaprodutiva (ou capacidade operacional) da entidade (ou os recursos ou os fundosnecessários para conseguir essa capacidade) no fim do período exceder a capacidadefísica produtiva no começo do período, depois de excluir quaisquer distribuições aos, econtribuições dos, proprietários durante o período.

103 - O conceito de manutenção do capital está ligado à forma como uma entidade define o capitalque procura manter. Proporciona a ligação entre os conceitos de capital e os conceitos delucro porque proporciona o ponto de referência pelo qual o lucro é mensurado; é um prérequisito para distinguir entre o retorno sobre o capital da entidade e o retorno do seu capital;só os influxos de activos em excesso das quantias necessárias para manter o capital podemser vistos como lucro e por conseguinte como um retorno sobre o capital. Daqui que o lucroseja a quantia residual que permanece após os gastos (incluindo os ajustamentos damanutenção do capital, quando apropriados) terem sido deduzidos dos rendimentos. Se osgastos excederem os rendimentos a quantia residual é um prejuízo.

104 - O conceito de manutenção do capital físico requer a adopção da base de mensuração pelocusto corrente. O conceito de manutenção do capital financeiro, porém, não requer o uso deuma base particular de mensuração. A selecção da base segundo este conceito estádependente do tipo de capital financeiro que a entidade está a procurar manter.

105 - A diferença principal entre os dois conceitos de manutenção do capital é o tratamento dosefeitos das alterações dos preços nos activos e passivos da entidade. Em termos gerais, umaentidade tem mantido o seu capital se tiver tanto capital no fim do período como tinha nocomeço do mesmo.

106 - Pelo conceito de manutenção do capital financeiro quando o capital seja definido em termosde unidades monetárias nominais, o lucro representa o aumento do capital monetário nominaldurante o período. Por conseguinte, os aumentos dos preços dos activos detidos durante operíodo, convencionalmente referidos como ganhos de detenção, são, conceptualmente,

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lucros. Podem, porém, não ser reconhecidos como tal até que os activos sejam alienadosnuma transacção de troca. Quando o conceito de manutenção do capital financeiro sejadefinido em termos de unidades de poder de compra constante, o lucro representa o aumentode poder de compra investido durante o período. Por conseguinte, apenas aquela parte doaumento nos preços dos activos que exceda o aumento no nível geral de preços é vista comolucro. O resto do aumento é tratado como ajustamento da manutenção do capital e, daqui,como parte do capital próprio.

107 - Pelo conceito de manutenção do capital físico quando o capital seja definido em termos dacapacidade produtiva física, o lucro representa o aumento nesse capital durante o período.Todas as alterações de preços que afectem os activos e passivos da entidade são vistas comoalterações na mensuração da capacidade física produtiva da entidade; daqui que sejamtratadas como ajustamentos da manutenção do capital, que fazem parte do capital próprio, enão como lucro.

108 - A selecção das bases de mensuração e do conceito de manutenção do capital determina omodelo contabilístico usado na preparação das demonstrações financeiras. Modeloscontabilísticos diferentes exibem diferentes graus de relevância e de fiabilidade e, comonoutras áreas, tem de se procurar um balanceamento entre relevância e fiabilidade.

27 de Agosto de 2009. - Pelo Secretário-Geral, em substituição, Ana Bernardo.

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Normas Interpretativas

Aviso n.º 15653/20092009-Set-07

SNC - Normas Interpretativas

Actualizado em 2009-09-09

Por Despacho n.º 586/2009/MEF do Senhor Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, de 14 deAgosto de 2009, em substituição do Senhor Ministro de Estado e das Finanças, foram homologadasas seguintes Normas Interpretativas do Sistema de Normalização Contabilística, aprovado peloDecreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho:

Norma Interpretativa 1Consolidação - Entidades de Finalidades Especiais

Esta Norma Interpretativa decorre da SIC 12 - Consolidação - Entidades de Finalidades Especiais,adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Questão (parágrafos 1 a 7)

1 - Uma entidade pode ser criada para cumprir um objectivo restrito e bem definido (por exemplo,efectuar actividades de locação, de pesquisa e desenvolvimento ou uma titularização de activosfinanceiros). Tal entidade de finalidade especial ("EFE") pode tomar a forma de uma sociedade,uma parceria ou um trust. As EFEs são muitas vezes criadas com acordos jurídicos queimpõem limites estritos e por vezes permanentes aos poderes de tomada de decisão do seuórgão de gestão ou trustee sobre as operações da EFE. Frequentemente, estas cláusulasespecificam que a política que guia as actividades contínuas da EFE não podem sermodificadas, a não ser pelo seu criador ou patrocinador (isto é, funcionam no chamado"autopilot").

2 - O patrocinador (ou a entidade a favor de quem a EFE foi constituída) frequentemente transfereactivos para a EFE, obtém o direito de usar activos detidos pela EFE ou executa serviços para aEFE, embora outras partes ("fornecedores de capital") possam proporcionar o financiamento daEFE. Uma entidade que efectue transacções com uma EFE (frequentemente o criador ou opatrocinador) pode em substância controlar a EFE.

3 - Um interesse de benefícios numa EFE pode, por exemplo, tomar a forma de um instrumento dedívida, de um instrumento de capital próprio, de um direito de participação, de um interesseresidual ou de uma locação. Alguns interesses de benefícios podem simplesmente proporcionarao detentor uma taxa de retorno fixada ou declarada, enquanto outros dão ao detentor direitosou o acesso a outros benefícios económicos futuros das actividades da EFE. Na maioria doscasos, o criador ou o patrocinador (ou a entidade a favor de quem a EFE foi criada) retém uminteresse de benefícios significativo nas actividades da EFE, mesmo que possa possuir poucoou nenhum do capital próprio da EFE.

4 - A NCRF 15 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidação exige a consolidação de entidades

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que sejam controladas pela entidade que relata. Porém, a Norma não proporciona orientaçãoespecífica sobre a consolidação de EFE.

5 - A questão que se coloca é em que circunstâncias uma entidade deve consolidar uma EFE.

6 - Esta Norma Interpretativa não se aplica a planos de benefícios pós-emprego ou planos deremuneração em capital próprio.

7 - Uma transferência de activos de uma entidade para uma EFE pode qualificar-se como umavenda por essa entidade. Mesmo se a transferência se qualificar como uma venda, asdisposições da NCRF 15 e esta Norma Interpretativa podem significar que a entidade deveconsolidar a EFE. Esta Norma Interpretativa não trata das circunstâncias em que se deveaplicar o tratamento de venda à entidade ou da eliminação das consequências de tal vendaapós a consolidação.

Entendimento (parágrafos 8 a 10)

8 - Uma EFE deve ser consolidada quando a substância do relacionamento entre uma entidade e aEFE indiciar que a EFE é controlada por essa entidade.

9 - No contexto de uma EFE, o controlo pode surgir por via da predeterminação das actividades daEFE (operando em «autopilot») ou de outra forma. O decreto-lei que aprovou o Sistema deNormalização Contabilística (SNC) indica várias circunstâncias que resultam em controlomesmo em casos em que uma entidade possua metade ou menos do poder de voto de outraentidade. De forma similar, pode existir controlo mesmo em casos em que uma entidade possuipouco ou nenhum do capital próprio da EFE. A aplicação do conceito de controlo exige, emcada caso, julgamento no contexto de todos os factores relevantes.

10 - Além das situações descritas no decreto-lei que aprovou o SNC, as circunstâncias seguintes,por exemplo, podem indiciar um relacionamento em que uma entidade controla uma EFE econsequentemente deve consolidar a EFE (dá-se orientação adicional no apêndice a estaNorma Interpretativa):

a) Em substância, as actividades da EFE estão a ser conduzidas em nome da entidade deacordo com as suas necessidades específicas de negócio de forma que a entidade obtenhabenefícios do funcionamento da EFE;

b) Em substância, a entidade tem os poderes de tomada de decisão para obter a maioria dosbenefícios das actividades da EFE ou, ao estabelecer um mecanismo de «autopilot», aentidade delegou estes poderes de tomada de decisão;

c) Em substância, a entidade tem direitos para obter a maioria dos benefícios da EFE e podepor conseguinte estar exposta a riscos inerentes às actividades da EFE; ou

d) Em substância, a entidade retém a maioria dos riscos residuais ou de propriedade relativosà EFE ou aos seus activos a fim de obter benefícios das suas actividades.

Data de eficácia (parágrafo 11)

11 - Esta Norma Interpretativa torna-se eficaz a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Apêndice (parágrafos A1 a A5)

Indicadores de controlo sobre uma EFE

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A1. Os exemplos do parágrafo 10 desta Norma Interpretativa destinam-se a indicar situações quedevem ser consideradas ao avaliar um determinado acordo à luz do princípio da substânciasobre a forma. A orientação dada nesta Norma Interpretativa e neste apêndice não se destina aser usada como uma "lista de verificações exaustiva" das condições que têm de sercumulativamente satisfeitas a fim de exigir a consolidação de uma EFE, sendo apenasexemplificativa.

A2. Actividades

As actividades da EFE estão, em substância, a ser conduzidas a favor da entidade que relata,que directamente ou indirectamente criou a EFE de acordo com as suas necessidadesespecíficas de negócio.

São exemplos:

a) A EFE está especialmente empenhada em proporcionar uma fonte de capital a longo prazopara uma entidade ou na contribuição de fundos para suportar as operações centrais ouprincipais continuadas de uma entidade; ou

b) A EFE proporciona o fornecimento de bens ou serviços que é consistente com as operaçõescentrais ou principais continuadas de uma entidade que, sem a existência da EFE, seriamfornecidos pela própria entidade.

A dependência económica de uma entidade sobre a entidade que relata (tais como relações defornecedores com um cliente significativo) não conduz, por si mesma, a controlo.

A3. Tomada de decisão

A entidade que relata tem, em substância, poderes de tomada de decisão para controlar oupara obter o controlo da EFE ou dos seus activos, incluindo determinados poderes de tomadade decisão que apareceram após a constituição da EFE. Tais poderes de tomada de decisãopodem ter sido delegados ao estabelecer um mecanismo "autopilot".

São exemplos:

a) Poder de unilateralmente dissolver uma EFE;

b) Poder de alterar o organigrama ou as comunicações da EFE; ou

c) Poder de vetar alterações propostas ao organigrama ou a regulamentos da EFE.

A4. Benefícios

A entidade que relata tem, em substância, direito de obter a maioria dos benefícios dasactividades da EFE por via dos estatutos, de contrato, de acordo, ou de procuração, ou outroqualquer esquema, acordo ou instrumento. Tais direitos a benefícios na EFE podem serindicadores de controlo quando sejam especificados a favor de uma entidade que estácomprometida em transacções com uma EFE e que a entidade existe para ganhar essesbenefícios a partir do desempenho financeiro da EFE.

São exemplos:

a) Direitos à maior parte de quaisquer benefícios económicos distribuídos por uma entidade naforma de futuros fluxos de caixa líquidos, ganhos, activos líquidos, ou outros benefícioseconómicos; ou

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b) Direitos à maioria dos interesses residuais em distribuições residuais escalonadas ou numaliquidação da EFE.

A5. Riscos

Pode ser obtida uma indicação de controlo pela avaliação dos riscos de cada parceiro que entreem transacções com uma EFE. Frequentemente, a entidade que relata garante um retorno ouprotecção de crédito directa ou indirectamente por via da EFE a investidores externos queproporcionam substancialmente todo o capital da EFE. Como consequência da garantia, aentidade retém riscos residuais ou de propriedade e os investidores são, em substância,apenas mutuantes porque é limitada a sua exposição a ganhos e perdas.

São exemplos:

a) Os fornecedores de capital não têm um interesse significativo nos activos líquidossubjacentes da EFE;

b) Os fornecedores de capital não têm direitos aos futuros benefícios económicos da EFE;

c) Os fornecedores de capital não estão substantivamente expostos aos riscos inerentes aosactivos líquidos subjacentes ou às operações da EFE; ou

d) Em substância, os fornecedores de capital recebem principalmente retribuição equivalenteao retorno de um mutuante por meio de um juro de dívida ou de capital próprio.

Norma Interpretativa 2Uso de Técnicas de Valor Presente para mensurar o Valor de Uso

Esta Norma Interpretativa decorre da NCRF 12 - Imparidade de Activos.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Componentes de uma mensuração pelo valor presente (parágrafos 1 e2)

1 - Os seguintes elementos em conjunto captam as diferenças económicas entre activos:

a) Uma estimativa do fluxo de caixa futuro, ou, em casos mais complexos, da série de fluxosde caixa futuros que a entidade espera obter de um activo;

b) Expectativas acerca das variações possíveis na quantia ou tempestividade desses fluxos decaixa,

c) O valor total do dinheiro, representado pela taxa corrente de juro sem risco do mercado;

d) O preço de suportar a incerteza inerente ao activo; e

e) Outros factores (tais como a falta de liquidez), por vezes não identificáveis, que osparticipantes do mercado reflectiriam ao apreçar os fluxos de caixa futuros que a entidadeespera obter do activo.

2 - Esta Norma Interpretativa apresenta duas abordagens para calcular o valor presente, qualquerdelas podendo ser usada para estimar o valor de uso de um activo, dependendo das

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circunstâncias. Segundo a abordagem "tradicional", os ajustamentos nos factores (b) a (e)descritos no parágrafo 1 estão embutidos na taxa de desconto. Segundo a abordagem do "fluxode caixa esperado", os factores (b), (d), e (e) causam ajustamentos ao atingir fluxos de caixaesperados com risco ajustado. Qualquer que seja a abordagem que uma entidade adopte parareflectir as expectativas acerca das possíveis variações na quantia ou na tempestividade defluxos de caixa futuros, o resultado deve reflectir o valor presente esperado dos fluxos de caixafuturos, i.e., a média ponderada de todos os desfechos possíveis.

Princípios gerais (parágrafo 3)

3 - As técnicas usadas para estimar os fluxos de caixa futuros e as taxas de juro variarão de umasituação para outra dependendo das circunstâncias que rodeiam o activo em questão. Contudo,os princípios gerais seguintes regulam qualquer aplicação de técnicas de valor presente namensuração de activos:

a) As taxas de juro usadas para descontar fluxos de caixa devem reflectir pressupostos quesejam consistentes com os inerentes aos fluxos de caixa estimados. Por exemplo, uma taxade desconto de 12% pode ser aplicada a fluxos de caixa de um empréstimo a receber. Essataxa reflecte as expectativas acerca de futuros incumprimentos de empréstimos comcaracterísticas particulares. Os mesmos 12% não deveriam ser usados para descontarfluxos de caixa esperados porque esses fluxos de caixa já reflectem pressupostos acercade futuros incumprimentos.

b) Os fluxos de caixa e as taxas de desconto estimados devem estar isentos tanto depreconceitos como de factores não relacionados com o activo em questão. Por exemplo,uma sub expressão deliberada dos fluxos de caixa líquidos estimados para melhorar afutura rendibilidade aparente de um activo introduz um preconceito na mensuração.

c) Os fluxos de caixa ou a taxa de desconto estimados devem reflectir a variedade depossíveis desfechos de uma única quantia possível mínima ou máxima mais provável.

Abordagem tradicional e pelo fluxo de caixa esperado ao valor presente(parágrafos 4 a 14)

Abordagem tradicional (parágrafos 4 a 6)

4 - As indicações contabilísticas do valor presente têm tradicionalmente usado um único conjuntode fluxos de caixa estimados e uma única taxa de desconto, muitas vezes descrita como a "taxaproporcional ao risco". Com efeito, a abordagem tradicional assume que uma convenção únicade taxa de desconto pode incorporar todas as expectativas acerca de fluxos de caixa futuros e oprémio de risco apropriado. Assim sendo, a abordagem tradicional coloca a maior parte daênfase na escolha da taxa de desconto.

5 - Em algumas circunstâncias, tais como as que em activos comparáveis possam ser observadosno mercado, uma abordagem tradicional é fácil de aplicar. Para activos com fluxos de caixacontratuais, ela é consistente com a forma como os participantes do mercado descrevem osactivos, como em "uma obrigação a 12%".

6 - Contudo, a abordagem tradicional pode não tratar apropriadamente de alguns problemas demensuração complexos, tais como a mensuração de activos não financeiros para os quais nãoexiste mercado para o item ou um item comparável. Uma busca correcta da "taxa proporcionalao risco" exige a análise de pelo menos dois itens: (i) um activo que exista no mercado e quetenha uma taxa de juro observada e (ii) o activo a mensurar. A taxa de desconto apropriadapara os fluxos de caixa a mensurar deve ser inferida da taxa de juro observável nesse outroactivo. Para efectuar essa inferência, as características dos fluxos de caixa do outro activo

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devem ser semelhantes às do activo a mensurar. Portanto, a pessoa que mensura deve fazer oseguinte:

a) Identificar o conjunto de fluxos de caixa que serão descontinuados;

b) Identificar outro activo no mercado que pareça ter fluxos de caixa semelhantes;

c) Comparar os conjuntos de fluxos de caixa dos dois itens para assegurar que sejamsemelhantes (por exemplo, são ambos conjuntos de fluxos de caixa contratuais, ou um écontratual e o outro um fluxo de caixa estimado?);

d) Avaliar se há um elemento num item que não esteja presente no outro (por exemplo, um émenos líquido que o outro?); e

e) Avaliar se é provável que os fluxos de caixa se comportam (i.e. variem) de formasemelhante face a condições económicas em mutação.

Abordagem pelo fluxo de caixa esperado (parágrafos 7 a 14)

7 - A abordagem pelo fluxo de caixa esperado é, em algumas situações, uma ferramenta demensuração mais eficaz do que a abordagem tradicional. Ao desenvolver uma mensuração, aabordagem pelo fluxo de caixa esperado usa todas as expectativas possíveis acerca dos fluxosde caixa em vez do fluxo de caixa singular mais provável. Por exemplo, um fluxo de caixa podecorresponder a 100 UM, 200 UM ou 300 UM com probabilidades de 10%, 60% e 30%,respectivamente. O fluxo de caixa esperado é de 220 UM. A abordagem pelo fluxo de caixaesperado difere assim da abordagem tradicional ao focar a análise directa dos fluxos de caixaem questão e em demonstrações mais explícitas dos pressupostos usados na mensuração.

8 - A abordagem pelo fluxo de caixa esperado também permite o uso de técnicas de valor presentequando a tempestividade dos fluxos de caixa for incerta. Por exemplo, um fluxo de caixa de1.000 UM pode ser recebido num ano, dois anos ou três anos com probabilidade de 10%, 60%e 30%, respectivamente. O exemplo abaixo mostra a computação do valor presente esperadopara essa situação.

Valor presente de 1.000 UM em 1 ano a 5% 952,38 UMProbabilidade 10% 95,24 UM

Valor presente de 1.000 UM em 2 anos a 5,25% 902,73 UMProbabilidade 60% 541,64 UM

Valor presente de 1.000 UM em 3 anos a 5,5% 851,61 UMProbabilidade 30% 255,48 UM

Valor presente esperado 892,36 UM

9 - O valor presente esperado de 892,36 UM difere da noção tradicional da melhor estimativa de902,73 UM (probabilidade de 60%). Uma computação tradicional do valor presente aplicada aeste exemplo exige uma decisão sobre a tempestividade possível dos fluxos de caixa a usar e,em conformidade, não reflecte a probabilidade de outras tempestividades. Isto deve-se ao factode a taxa de desconto numa computação de valor presente tradicional não reflectir asincertezas da tempestividade.

10 - O uso de probabilidades é um elemento essencial da abordagem pelo fluxo de caixa esperado.Alguns questionam se a atribuição de probabilidades e estimativas altamente subjectivassugere maior precisão do que, de facto, existe. Contudo, a correcta aplicação da abordagem

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tradicional (descrita no parágrafo 6) exige as mesmas estimativas e subjectividade semproporcionar a transparência computacional da abordagem pelo fluxo de caixa esperado.

11 - Muitas estimativas desenvolvidas na prática corrente já incorporam informalmente os elementosdos fluxos de caixa esperados. Além disso, os contabilistas enfrentam muitas vezes anecessidade de mensurar um activo ao usar informação limitada sobre as probabilidades depossíveis fluxos de caixa. Por exemplo, um contabilista pode ser confrontado com as seguintessituações:

a) A quantia estimada recai algures entre 50 UM e 250 UM, mas nenhuma quantia nesseintervalo é mais provável do que qualquer quantia, com base nessa informação limitada, ofluxo de caixa esperado estimado é de 150 UM [(50+250)/2];

b) A quantia estimada recai algures entre 50 UM e 250 UM e a quantia mais provável é 100UM. Contudo, as probabilidades associadas a cada quantia são desconhecidas. Com basenessa informação limitada, o fluxo de caixa estimado é de 133,33 UM [(50+100+250)/3];

c) A quantia estimada será 50 UM (10% de probabilidade), 250 UM (30% de probabilidade) ou100 UM (60% de probabilidade). Com base nessa informação limitada, o fluxo de caixaesperado estimado é de 140 UM [(50x0,10)+(250x0,30)+(100x0,60)].

Em cada caso, é provável que o fluxo de caixa esperado estimado proporcione uma melhorestimativa do valor de uso do que o mínimo, o mais provável ou o máximo tomadosindividualmente.

12 - A aplicação de uma abordagem pelo fluxo de caixa esperado está sujeita a um constrangimentobaseado na relação custos/benefícios. Em alguns casos, uma entidade pode ter acesso amuitos dados que podem ser capazes de desenvolver muitos cenários de fluxos de caixa.Noutros casos, uma entidade pode não ser capaz de desenvolver mais do que demonstraçõesgerais acerca da variabilidade de fluxos de caixa sem incorrer em custos substanciais. Aentidade precisa de equilibrar o custo da obtenção de informação adicional face à fiabilidadeadicional que essa informação trará à mensuração.

13 - Alguns defendem que as técnicas pelo fluxo de caixa esperado não são apropriadas paramensurar um único irem ou um item com um número limitado de possíveis desfechos.Oferecem um exemplo de um activo com dois possíveis desfechos: uma probabilidade de 90%de que o fluxo de caixa seja 10 UM e uma probabilidade de 10% de que o fluxo de caixa seja1.000 UM. Observam que o fluxo de caixa esperado nesse exemplo é de 109 UM e criticamesse resultado como não sendo representativo de qualquer das quantias que poderão serpagas em última instância.

14 - Afirmações como a anterior reflectem desacordo subjacente com o objectivo de mensuração.Se o objectivo é acumulação dos custos em que se incorre, os fluxos de caixa esperadospodem não produzir uma estimativa fielmente representativa do custo esperado. Não é provávelque a quantia recuperável do activo neste exemplo seja de 10 UM, mesmo que seja o fluxo decaixa mais provável. Isto deve-se ao facto de uma mensuração de 10 UM não incorporar aincerteza do fluxo de caixa na mensuração do activo. Em vez disso, o fluxo de caixa incerto éapresentado como se fosse um fluxo de caixa certo. Nenhuma entidade racional venderia umactivo com estas características por 10 UM.

Taxa de desconto (parágrafos 15 a 21)

15 - Qualquer que seja a abordagem que uma entidade adopte para mensurar o valor de uso de umactivo, as taxas de juro usadas para descontar os fluxos de caixa não devem reflectir riscospara os quais os fluxos de caixa tenham sido estimados. De outro modo, o efeito de alguns

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pressupostos será tido em consideração duas vezes.

16 - Quando uma taxa de um activo específico não estiver directamente disponível no mercado, umaentidade usa substitutos para estimar a taxa de desconto. A finalidade é estimar, tanto quantopossível, uma avaliação do mercado:

a) Do valor temporal do dinheiro para os períodos até ao fim da vida útil do activo:

b) Dos factores (b), (d) e (e) descritos no parágrafo 1, até ao ponto em que esses factores nãooriginaram ajustamentos para atingir os fluxos de caixa estimados.

17 - Como ponto de partida na determinação de tal estimativa, a entidade deve ter em conta asseguintes taxas:

a) O custo médio ponderado de capital da entidade determinado pelo uso de técnicas taiscomo o Modelo de Apreçamento de activos de Capital (Capital Asset Pricing Model);

b) A taxa incremental de empréstimos obtidos pela entidade; e

c) Outras taxas de mercado de empréstimos obtidos.

18 - Contudo, estas taxas devem ser ajustadas:

a) Para reflectir a forma como o mercado avaliaria os riscos específicos associados aos fluxosde caixa estimados do activo; e

b) Para excluir os riscos que não sejam relevantes para os fluxos de caixa estimados do activoou para os quais os fluxos de caixa tenham sido ajustados.

Devem ser considerados riscos, tais como o risco de país, o risco de moeda e o risco de preço.

19 - A taxa de desconto é independente da estrutura de capital da entidade e da forma como aentidade financeira financiou a compra do activo, porque os fluxos de caixa futuros que seespera obter de um activo não dependem da forma como a entidade financiou o activo.

20 - O parágrafo 21 da NCRF 12 - Imparidade de Activos exige que a taxa de desconto usada sejauma taxa antes dos impostos. Portanto, quando a base usada para estimar a taxa de descontofor após os impostos, essa base é ajustada para reflectir uma taxa antes dos impostos.

21 - Uma entidade usa normalmente uma taxa de desconto única para a estimativa do valor de usode um activo. Porém, uma entidade usa taxas de desconto separadas para períodos futuros,distintos quando o valor de uso for sensível a uma diferença nos riscos para períodos distintosou à estrutura de prazos das taxas de juro.

Data de eficácia (parágrafo 22)

22 - Esta Norma Interpretativa torna-se eficaz a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

27 de Agosto de 2009. - Pelo Secretário-Geral, em substituição, Ana Bernardo.

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Norma contabilística e de relato financeiro para pequenasentidades

Aviso n.º 15654/20092009-Set-07

SNC - Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades

Actualizado em 2009-09-10

Por Despacho n.º 587/2009/MEF do Senhor Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, de 14 deAgosto de 2009, em substituição do Senhor Ministro de Estado e das Finanças, foi homologada aseguinte Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades do Sistema deNormalização Contabilística, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho:

Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades

1 - Objectivo

1.1 - Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem como objectivo estabelecer osaspectos de reconhecimento, mensuração e divulgação extraídos das correspondentesNCRF, tidos como os requisitos mínimos aplicáveis às pequenas entidades tal como sãodefinidas pelo decreto-lei que instituiu o SNC, adiante designadas por pequenasentidades.

2 - Âmbito

2.1 - Esta Norma deve ser aplicada pelas entidades que cumpram os requisitos sobrepequenas entidades, desde que não optem por aplicar o conjunto completo das NormasContabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF).

2.2 - Sempre que na presente norma existam remissões para as Normas Internacionais deContabilidade, entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia nostermos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de19 de Julho e, em conformidade com o texto original do Regulamento (CE) n.º1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

2.3 - Sempre que esta Norma não responda a aspectos particulares que se coloquem a dadaentidade em matéria de contabilização ou relato financeiro de transacções ou situações,ou a lacuna em causa seja de tal modo relevante que o seu não preenchimento impeçao objectivo de ser prestada informação que, de forma verdadeira e apropriada, traduza aposição financeira numa certa data e o desempenho para o período abrangido, aentidade deverá recorrer, tendo em vista tão-somente a superação dessa lacuna,supletivamente e pela ordem indicada:

a) Às NCRF e Normas Interpretativas (NI);

b) Às Normas Internacionais de Contabilidade, adoptadas ao abrigo do Regulamenton.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho;

c) Às Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) e Normas Internacionais de RelatoFinanceiro (IFRS), emitidas pelo IASB, e respectivas interpretações (SIC e IFRIC).

3 - Considerações gerais sobre reconhecimento

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3.1 - Como referido no ponto 1.1, a presente norma tem como objectivo estabelecer osaspectos de reconhecimento, mensuração e divulgação aplicáveis às pequenasentidades. Dada a estrutura da norma, considerou-se útil a inclusão na mesma de umconjunto de disposições relativas a reconhecimento que nela são recorrentementeutilizadas. Naturalmente, que, a bem da coerência do modelo, os conceitos em causabaseiam-se na Estrutura Conceptual para a Preparação e Apresentação dasDemonstrações Financeiras.

3.2 - Reconhecimento é o processo de incorporar no balanço e na demonstração dosresultados um item que satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os critérios dereconhecimento abaixo descritos. Os itens que satisfaçam os critérios dereconhecimento devem ser reconhecidos no balanço ou na demonstração dosresultados. A falha do reconhecimento de tais itens não é rectificada pela divulgação daspolíticas contabilísticas usadas nem por notas ou material explicativo.

3.3 - Um activo é reconhecido no balanço quando for provável que os benefícios económicosfuturos fluam para a entidade e o activo tenha um custo ou um valor que possa sermensurado com fiabilidade.

3.4 - Um passivo é reconhecido no balanço quando for provável que um exfluxo de recursosincorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma obrigação presente eque a quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser mensurada com fiabilidade.

3.5 - Um rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados quando tenha surgidoum aumento de benefícios económicos futuros relacionados com um aumento numactivo ou com uma diminuição de um passivo e que possa ser quantificado comfiabilidade. Isto significa, com efeito, que o reconhecimento dos rendimentos ocorresimultaneamente com o reconhecimento de aumentos em activos ou com diminuiçõesem passivos (por exemplo, o aumento líquido em activos provenientes de uma venda debens ou de serviços ou a diminuição em passivos provenientes do perdão de uma dívidaa pagar).

3.6 - Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados quando tenha surgidouma diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma diminuiçãonum activo ou com um aumento de um passivo e que possam ser mensurados comfiabilidade. O reconhecimento de gastos ocorre simultaneamente com o reconhecimentode um aumento de passivos ou de uma diminuição de activos (por exemplo, o acréscimode direitos dos empregados ou a depreciação de equipamento).

4 - Estrutura e conteúdo das demonstrações

4.1 - As demonstrações financeiras devem ser identificadas claramente e distinguidas deoutra informação no mesmo documento publicado.

4.2 - Cada componente das demonstrações financeiras deve ser identificado claramente.Além disso, a informação seguinte deve ser mostrada de forma proeminente e repetidaquando for necessário para a devida compreensão da informação apresentada:

a) O nome da entidade que relata ou outros meios de identificação, e qualqueralteração nessa informação desde a data do balanço anterior;

b) A data do balanço ou o período abrangido pelas demonstrações financeiras,conforme o que for apropriado para esse componente das demonstraçõesfinanceiras;

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c) A moeda de apresentação; e

d) O nível de arredondamento usado na apresentação de quantias nas demonstraçõesfinanceiras.

4.3 - As demonstrações financeiras devem ser apresentadas pelo menos anualmente.Quando se altera a data do balanço de uma entidade e as demonstrações financeirasanuais sejam apresentadas para um período mais longo ou mais curto do que um ano,uma entidade deve divulgar:

a) O período abrangido pelas demonstrações financeiras;

b) A razão para usar um período mais longo ou mais curto; e

c) A não inteira comparabilidade das quantias comparativas.

Balanço

Distinção corrente/não corrente

4.4 - Uma entidade deve apresentar activos correntes e não correntes, e passivos correntes enão correntes, como classificações separadas na face do balanço.

Activos correntes

4.5 - Um activo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer dos seguintescritérios:

a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido, nodecurso normal do ciclo operacional da entidade;

b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;

c) Espera-se que seja realizado num período até doze meses após a data do balanço;ou

d) É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou uso paraliquidar um passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.

Todos os outros activos devem ser classificados como não correntes.

4.6 - Esta Norma usa o termo não corrente para incluir activos tangíveis, intangíveis efinanceiros cuja natureza seja de longo prazo.

4.7 - O ciclo operacional de uma entidade é o tempo entre a aquisição de activos paraprocessamento e sua realização em caixa ou seus equivalentes. Quando o ciclooperacional normal da entidade não for claramente identificável, pressupõe-se que asua duração seja de doze meses.

Passivos correntes

4.8 - Um passivo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer um dosseguintes critérios:

a) Se espere que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;

b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;

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c) Deva ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço; ou

d) A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do passivodurante pelo menos doze meses após a data do balanço.

Todos os outros passivos devem ser classificados como não correntes.

4.9 - Alguns passivos correntes, tais como dívidas a pagar comerciais e alguns acréscimosde custos relativos a empregados e outros custos operacionais, são parte do capitalcirculante usado no ciclo operacional normal da entidade. Tais itens operacionais sãoclassificados como passivos correntes mesmo que estejam para ser liquidados mais dedoze meses após a data do balanço. O mesmo ciclo operacional normal aplica-se àclassificação dos activos e passivos de uma entidade. Quando o ciclo operacionalnormal da entidade não for claramente identificável, pressupõe-se que a sua duraçãoseja de doze meses.

4.10 - Uma entidade classifica os seus passivos financeiros como correntes quando a sualiquidação estiver prevista para um período até doze meses após a data do balanço,mesmo que:

a) O prazo original tenha sido por um período superior a doze meses; e

b) Um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de pagamentos, numa basede longo prazo seja completado após a data do balanço e antes das demonstraçõesfinanceiras serem autorizadas para emissão.

Informação a ser apresentada na face do balanço

4.11 - A informação a apresentar na face do balanço consta do respectivo modelo publicadoem Portaria.

Demonstração dos resultados

Resultados do período

4.12 - Todos os itens de rendimentos e de gastos reconhecidos num período devem serincluídos nos resultados a menos que um outro capítulo o exija de outro modo.

Informação a ser apresentada na face da demonstração dos resultados

4.13 - A informação a apresentar na face da demonstração dos resultados consta dorespectivo modelo publicado em Portaria.

4.14 - Uma entidade não deve apresentar itens de rendimento e de gasto como itensextraordinários, quer na face da demonstração dos resultados quer no anexo.

4.15 - Os itens a apresentar na demonstração dos resultados deverão basear-se numaclassificação que atenda à sua natureza.

Anexo

Estrutura

4.16 - O anexo deve:

a) Apresentar informação acerca das bases de preparação das demonstrações

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financeiras e das políticas contabilísticas usadas;

b) Divulgar a informação exigida pelos capítulos desta Norma que não sejaapresentada na face do balanço, e da demonstração dos resultados; e

c) Proporcionar informação adicional que não seja apresentada na face do balanço eda demonstração dos resultados, mas que seja relevante para uma melhorcompreensão de qualquer uma delas.

4.17 - As notas do anexo devem ser apresentadas de uma forma sistemática. Cada item naface do balanço e da demonstração dos resultados, que tenha merecido uma nota noanexo, deve ter uma referência cruzada.

4.18 - As notas do anexo devem ser apresentadas pela seguinte ordem:

a) Identificação da entidade, incluindo domicílio, natureza da actividade, nome e sededa empresa-mãe, se aplicável;

b) Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras;

c) Resumo das principais políticas contabilísticas adoptadas;

d) Informação desagregada dos itens apresentados na face do balanço, nademonstração dos resultados por natureza;

e) Passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos;

f) Divulgações exigidas por diplomas legais.

Divulgações de políticas contabilísticas

4.19 - Uma entidade deve divulgar um resumo das principais políticas contabilísticas,designadamente:

a) Bases de mensuração usadas na preparação das demonstrações financeiras;

b) Outras políticas contabilísticas usadas que sejam relevantes para uma compreensãodas demonstrações financeiras.

5 - Adopção pela primeira vez da NCRF-PE

5.1 - As alterações de políticas contabilísticas decorrentes da adopção pela primeira vez dapresente norma, devem ser aplicadas prospectivamente.

5.2 - Consequentemente, no balanço de abertura relativo à primeira aplicação a entidadedeve:

a) Manter reconhecidos pela quantia escriturada todos os activos e passivos cujoreconhecimento continue a ser exigido por esta norma;

b) Reconhecer todos os activos e passivos cujo reconhecimento passe a ser exigidopor esta norma, sendo a respectiva mensuração efectuada nos termos nelaprevistos, não sendo contudo permitida, em caso algum, a utilização da base demensuração do justo valor à data da transição;

c) Desreconhecer itens como activos ou passivos se a presente norma o não permitir;e

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d) Efectuar as reclassificações pertinentes.

5.3 - Quaisquer quantias relativas a diferenças de transição devem ser reconhecidas nocapital próprio.

5.4 - As divulgações no final do primeiro exercício após transição, devem incluir:

a) Uma explicação acerca da forma como a transição dos anteriores princípioscontabilísticos geralmente aceites para a NCRF-PE, afectou a sua posiçãofinanceira e o seu desempenho financeiro relatados;

b) Uma explicação acerca da natureza das diferenças de transição que foramreconhecidas como capital próprio.

5.5 - Caso uma entidade dê conta de erros cometidos segundo os PCGA anteriores, asreconciliações exigidas nos parágrafos anteriores, devem distinguir entre a correcçãodesses erros e as alterações às políticas contabilísticas.

6 - Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros

Selecção e aplicação de políticas contabilísticas

6.1 - A política ou políticas contabilísticas a aplicar a determinado item será a que decorrer docapítulo que especificamente tratar da subjacente transacção, outro acontecimento oucondição.

6.2 - Na ausência de uma disposição desta Norma que se aplique especificamente a umatransacção, outro acontecimento ou condição, e após utilizadas as disposiçõessupletivas previstas no ponto 2.3 acima, o órgão de gestão fará juízos de valor nodesenvolvimento e aplicação de uma política contabilística que resulte em informaçãoque seja:

a) Relevante para a tomada de decisões económicas por parte dos utentes;

b) Fiável, de tal modo que as demonstrações financeiras:

i) Representem com fidedignidade a posição financeira, o desempenho financeiroe os fluxos de caixa da entidade;

ii) Reflictam a substância económica de transacções, outros acontecimentos econdições e não meramente a forma legal;

iii) Sejam neutras, isto é, que estejam isentas de preconceitos;

iv) Sejam prudentes; e v. sejam completas em todos os aspectos materiais.

6.3 - Ao fazer os juízos de valor descritos no parágrafo 6.2, o órgão de gestão deve consultare considerar a aplicabilidade das seguintes fontes, por ordem indicada:

a) Os requisitos e a orientação desta Norma que tratam de assuntos semelhantes erelacionados; e

b) As definições, critérios de reconhecimento e conceitos de mensuração para activos,passivos, rendimentos e gastos constantes da Estrutura Conceptual.

Consistência de políticas contabilísticas

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6.4 - Uma entidade deve seleccionar e aplicar as suas políticas consistentemente paratransacções semelhantes, outros acontecimentos e condições, a menos quedeterminado capítulo desta Norma especificamente exija ou permita a categorização deitens para os quais possam ser apropriadas diferentes políticas. Se um outro capítuloexigir ou permitir tal categorização, uma política contabilística deve ser seleccionada eaplicada consistentemente a cada categoria.

Alterações nas políticas contabilísticas

6.5 - Uma entidade deve alterar uma política contabilística apenas se a alteração:

a) Passar a ser exigida por uma Norma ou Interpretação; ou

b) Resultar no facto de as demonstrações financeiras proporcionarem informação fiávele mais relevante sobre os efeitos das transacções, outros acontecimentos oucondições, na posição financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa daentidade.

6.6 - Não são alterações nas políticas contabilísticas:

a) A aplicação de uma política contabilística para transacções, outros acontecimentos,ou condições, que difiram em substância daqueles que ocorreram anteriormente; e

b) A aplicação de uma nova política contabilística para transacções, outrosacontecimentos ou condições, que não ocorreram anteriormente ou eram imateriais.

Alterações nas estimativas contabilísticas e erros

6.7 - O efeito de uma alteração numa estimativa contabilística, que não seja uma alteração àqual se aplique o parágrafo 6.8, deve ser reconhecido prospectivamente incluindo-o nosresultados do:

a) Período de alteração, se a alteração afectar apenas esse período; ou

b) Período de alteração e futuros períodos, se a alteração afectar ambas as situações.

6.8 - Até ao ponto em que uma alteração numa estimativa contabilística dá origem aalterações em activos e passivos, ou se relacione com um item do capital próprio, eladeve ser reconhecida pelo ajustamento da quantia escriturada do item de capitalpróprio, activo ou passivo relacionado no período da alteração.

6.9 - A correcção de um erro material de um período anterior é excluída dos resultados doperíodo em que o erro é detectado, sendo efectuada directamente em resultadostransitados.

Divulgações

6.10 - Quando a aplicação de uma disposição desta Norma tiver efeitos no período corrente ouem qualquer período anterior, salvo se for impraticável determinar a quantia doajustamento, ou puder ter efeitos em períodos futuros, uma entidade deve divulgarapenas nas demonstrações financeiras do período corrente:

a) A natureza da alteração na política contabilística;

b) A natureza do erro material de período anterior e seus impactos nas demonstraçõesfinanceiras desses períodos;

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c) A quantia de ajustamento relacionado com o período corrente ou períodos anterioresaos apresentados, até ao ponto que seja praticável; e

d) As razões pelas quais a aplicação da nova política contabilística proporcionainformação fiável e mais relevante, no caso de aplicação voluntária.

7 - Activos fixos tangíveis

Reconhecimento

7.1 - O custo de um item de activo fixo tangível deve ser reconhecido como activo se, eapenas se, cumprir as condições de reconhecimento definidas no capítulo 3 acima.

7.2 - Sobressalentes e equipamentos de serviço são geralmente escriturados como inventárioe reconhecidos nos resultados quando consumidos. Porém, os sobressalentesprincipais e equipamento de reserva classificam-se como activos fixos tangíveis quandouma entidade espera usá-los durante mais do que um período. Da mesma forma, se ossobressalentes e os equipamentos de serviço puderem ser utilizados em ligação comum item do activo fixo tangível, eles são contabilizados como activo fixo tangível.

7.3 - Podem ser considerados no Activo por uma só quantidade e quantia fixa, os itensimobilizados que, no seu conjunto, satisfaçam simultaneamente as seguintes condições:

a) Sejam renovados frequentemente;

b) Representem, bem a bem, uma quantia imaterial para a entidade;

c) Tenham uma vida útil não superior a três anos.

7.4 - Partes de alguns itens do activo fixo tangível poderão necessitar de substituições aintervalos regulares. Uma entidade deve reconhecer na quantia escriturada de um itemdo activo fixo tangível o custo da peça de substituição desse item quando o custo forincorrido, se os critérios de reconhecimento forem cumpridos. A quantia escriturada daspeças que são substituídas é desreconhecida de acordo com as disposições dedesreconhecimento deste capítulo.

Mensuração

7.5 - Um item do activo fixo tangível que seja classificado para reconhecimento como umactivo deve ser mensurado pelo seu custo.

7.6 - O custo de um item do activo fixo tangível compreende:

a) O seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os impostos decompra não reembolsáveis, após dedução dos descontos e abatimentos;

b) Quaisquer custos directamente atribuíveis para colocar o activo na localização econdição necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida;

c) A estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção do item e derestauração do local no qual este está localizado, em cuja obrigação uma entidadeincorre seja quando o item é adquirido seja como consequência de ter usado o itemdurante um determinado período para finalidades diferentes da produção deinventários durante esse período.

7.7 - Exemplos de dispêndios que não fazem parte do custo de um item do activo fixo

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tangível são:

a) Custos de abertura de novas instalações;

b) Custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo custos depublicidade ou actividades promocionais);

c) Custos de condução do negócio numa nova localização ou com uma nova classe declientes (incluindo custos de formação de pessoal); e

d) Custos de administração e outros custos gerais.

7.8 - Uma entidade deve aplicar o modelo de custo do parágrafo 7.9. Nos casos em queexistam diferenças significativas entre a quantia escriturada segundo o modelo do custoe o justo valor dos activos, uma entidade poderá, alternativamente utilizar o modelo derevalorização do parágrafo 7.10 como sua política contabilística e deve aplicar essapolítica a uma classe inteira de activos fixos tangíveis.

7.9 - No modelo do custo, após o reconhecimento como um activo, um item do activo fixotangível deve ser escriturado pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada equaisquer perdas por imparidade acumuladas.

7.10 - No modelo da revalorização, após o reconhecimento como um activo, um item do activofixo tangível cujo justo valor possa ser mensurado fiavelmente deve ser escriturado poruma quantia revalorizada, que é o seu justo valor à data da revalorização menosqualquer depreciação acumulada subsequente e perdas por imparidade acumuladassubsequentes. A utilização deste método deve seguir o previsto na NCRF 7 - Activosfixos tangíveis. Além disso, as revalorizações devem ser feitas com suficienteregularidade para assegurar que a quantia escriturada não difira materialmente daquelaque seria determinada pelo uso do justo valor à data do balanço. A utilização destemétodo implica que a entidade adopte integralmente a NCRF 25 - Impostos sobre orendimento.

7.11 - Se a quantia escriturada de um activo for aumentada como resultado de umarevalorização, o aumento deve ser creditado directamente ao capital próprio numa contacom o título de excedente de revalorização. Contudo, o aumento deve ser reconhecidonos resultados até ao ponto em que reverta um decréscimo de revalorização do mesmoactivo previamente reconhecido nos resultados.

7.12 - Se a quantia escriturada de um activo for diminuída como resultado de umarevalorização, a diminuição deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, a diminuiçãodeve ser debitada directamente ao capital próprio até ao ponto de qualquer saldo decrédito existente no excedente de revalorização com respeito a esse activo.

Depreciação

7.13 - Cada parte de um item do activo fixo tangível com um custo que seja significativo emrelação ao custo total do item deve ser depreciada separadamente.

7.14 - O gasto de depreciação em cada período deve ser reconhecido nos resultados a menosque seja incluído na quantia escriturada de um outro activo.

Quantia depreciável e período de depreciação

7.15 - A quantia depreciável de um activo deve ser imputada numa base sistemática durante asua vida útil.

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7.16 - O valor residual e a vida útil de um activo devem ser revistos pelo menos no final decada ano financeiro e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a(s)alteração(ões) deve(m) ser contabilizada(s) como uma alteração numa estimativacontabilística de acordo com o capítulo 6 desta Norma.

7.17 - A depreciação de um activo começa quando este esteja disponível para uso, i.e. quandoestiver na localização e condição necessárias para que seja capaz de operar na formapretendida. A depreciação de um activo cessa na data em que o activo fordesreconhecido. Consequentemente, a depreciação não cessa quando o activo setornar ocioso ou for retirado do uso a não ser que o activo esteja totalmente depreciado.Contudo, segundo os métodos de uso da depreciação, o gasto de depreciação pode serzero enquanto não houver produção.

7.18 - Na determinação da vida útil de um activo uma entidade deve considerar todos osseguintes factores:

a) Uso esperado do activo. O uso é avaliado por referência à capacidade ou produçãofísica esperadas do activo;

b) Desgaste normal esperado, que depende de factores operacionais tais como onúmero de turnos durante os quais o activo será usado e o programa de reparação emanutenção, e o cuidado e manutenção do activo enquanto estiver ocioso;

c) Obsolescência técnica ou comercial proveniente de alterações ou melhoramentos naprodução, ou de uma alteração na procura de mercado para o serviço ou produtoderivado do activo; e

d) Limites legais ou semelhantes no uso do activo, tais como as datas de extinção delocações com ele relacionadas.

Método de depreciação

7.19 - O método de depreciação usado deve reflectir o modelo por que se espera que osfuturos benefícios económicos do activo sejam consumidos pela entidade.

7.20 - Pode ser usada uma variedade de métodos de depreciação para imputar a quantiadepreciável de um activo numa base sistemática durante a sua vida útil. Estes métodosincluem o método da linha recta, o método do saldo decrescente e o método dasunidades de produção.

7.21 - O método de depreciação é aplicado consistentemente a um activo de período paraperíodo, a menos que ocorra alguma alteração significativa no modelo esperado deconsumo dos futuros benefícios económicos associados a esse activo. Nesse caso, ométodo deve ser alterado para reflectir o novo modelo, sendo tal modificaçãocontabilizada como alteração numa estimativa contabilística de acordo com o capítulo 6.

Imparidade

7.22 - Para determinar se um item do activo fixo tangível está ou não com imparidade, umaentidade deve aplicar a NCRF 12 - Imparidade de Activos. Essa Norma explica comouma entidade revê a quantia escriturada dos seus activos, como determina a quantiarecuperável de um activo e quando reconhece ou reverte o reconhecimento de umaperda por imparidade.

Desreconhecimento

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7.23 - A quantia escriturada de um item do activo fixo tangível deve ser desreconhecida:

a) No momento da alienação; ou

b) Quando não se espere futuros benefícios económicos do seu uso ou alienação.

7.24 - O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do activo fixo tangíveldeve ser incluído nos resultados quando o item for desreconhecido. Os ganhos nãodevem ser classificados como rédito.

7.25 - Aquando da data de alienação de um item do activo fixo tangível uma entidade deveaplicar os critérios referidos no capítulo 12 para reconhecimento do rédito (§ 12.5 eseguintes).

7.26 - O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do activo fixo tangíveldeve ser determinado como a diferença entre os proventos líquidos da alienação, se oshouver, e a quantia escriturada do item.

Divulgações

7.27 - As demonstrações financeiras devem divulgar:

a) Os critérios de mensuração usados para determinar a quantia escriturada bruta;

b) Os métodos de depreciação usados;

c) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;

d) A quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada com perdas porimparidade acumuladas) no início e no fim do período; e

e) Uma reconciliação da quantia escriturada no início e no fim do período que mostreas adições, as revalorizações, as alienações, as depreciações, as perdas deimparidade e suas reversões e outras alterações.

7.28 - As demonstrações financeiras devem também divulgar:

a) A existência e quantias de restrições de titularidade e activos fixos tangíveis quesejam dados como garantia de passivos;

b) A quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos fixos tangíveis; e

7.29 - Se os itens do activo fixo tangível forem expressos por quantias revalorizadas, deve serdivulgado o seguinte:

a) A data de eficácia da revalorização;

b) Os métodos e pressupostos aplicados nessa revalorização.

8 - Activos intangíveis

8.1 - Os critérios estabelecidos no capítulo relativo a activos fixos tangíveis, aplicam-se aosactivos intangíveis, incluindo os de carácter ambiental, sem prejuízo do a seguirdescrito.

Reconhecimento

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8.2 - Um activo intangível deve ser reconhecido se, e apenas se, for identificável, e cumpriras condições de reconhecimento definidas no capítulo 3 acima.

8.3 - Um activo satisfaz o critério da identificabilidade na definição de um activo intangívelquando:

a) For separável, i.e. capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido,transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjuntocom um contrato, activo ou passivo relacionado; ou

b) Resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais, quer esses direitossejam transferíveis quer sejam separáveis da entidade ou de outros direitos eobrigações.

Mensuração inicial

8.4 - Um activo intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo, o qual deve serdeterminado como preconizado para os activos tangíveis.

Activos intangíveis gerados internamente - selecção de políticacontabilística

8.5 - A criação de um activo intangível gerado internamente, que não seja goodwill, envolveuma fase de pesquisa e uma fase de desenvolvimento.

8.6 - Não deve ser reconhecido nenhum activo intangível proveniente de pesquisa, ou da fasede pesquisa de um projecto interno, sendo os correspondentes dispêndios reconhecidoscomo um gasto quando forem incorridos.

8.7 - Um activo intangível proveniente de desenvolvimento (ou da fase de desenvolvimentode um projecto interno) deve ser reconhecido se, e apenas se, uma entidade puderdemonstrar tudo o que se segue:

a) A viabilidade técnica de concluir o activo intangível a fim de que esteja disponívelpara uso ou venda;

b) A sua intenção de concluir o activo intangível e usá-lo ou vendê-lo;

c) A sua capacidade de usar ou vender o activo intangível;

d) A forma como o activo intangível gerará prováveis benefícios económicos futuros.Entre outras coisas, a entidade pode demonstrar a existência de um mercado para aprodução do activo intangível ou para o próprio activo intangível ou, se for para serusado internamente, a utilidade do activo intangível;

e) A disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para concluiro desenvolvimento e usar ou vender o activo intangível;

f) A sua capacidade para mensurar fiavelmente o dispêndio atribuível ao activointangível durante a sua fase de desenvolvimento.

Dispêndios de carácter ambiental

8.8 - Os dispêndios de carácter ambiental incorridos para evitar ou reduzir danos futuros, oupara preservar recursos, apenas podem ser qualificados para reconhecimento comoactivos, se se destinarem a servir de maneira durável a actividade da entidade e se,

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além disso, estiver satisfeita uma das seguintes condições:

a) Os gastos relacionarem-se com benefícios económicos que se espera venham afluir para a entidade e que permitam prolongar a vida, aumentar a capacidade oumelhorar a segurança ou eficiência de outros activos detidos pela entidade (paraalém do seu nível de eficiência determinado originalmente); ou

b) Os gastos permitirem reduzir ou evitar uma contaminação ambiental susceptível deocorrer em resultado das futuras actividades da entidade.

8.9 - Podem existir direitos ou outros elementos de natureza semelhante adquiridos pormotivos associados ao impacto das actividades da entidade sobre o ambiente (porexemplo, patentes, licenças, autorização de poluição e direitos de emissão). Se tiveremsido adquiridos a título oneroso, e, além disso, satisfizerem os critérios necessários aoseu reconhecimento como activo, tal como estabelecido no parágrafo 8.8., devem sercapitalizados e amortizados sistematicamente ao longo das suas vidas económicasúteis esperadas. Caso não satisfaçam esses critérios, devem ser imputados aresultados.

Reconhecimento como um gasto

8.10 - Os dispêndios com itens intangíveis, incluindo os dispêndios de carácter ambiental,devem ser reconhecidos como gastos quando incorridos, a menos que façam parte docusto de um activo intangível que satisfaça os critérios de reconhecimento referidos nosparágrafos anteriores.

8.11 - Os dispêndios de carácter ambiental relacionados com danos que ocorreram numexercício anterior não podem qualificar-se como ajustamentos de exercícios anterioresmas devem pelo contrário ser registados como gastos no exercício corrente.

8.12 - Uma entidade reconhecerá como gasto os seguintes itens, os quais nunca deverão serreconhecidos como activo:

a) As marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes e itenssubstancialmente semelhantes gerados internamente;

b) Dispêndio com actividades de arranque, a não ser que este dispêndio esteja incluídono custo de um item de activo fixo tangível de acordo com o capítulo 7 - ActivosFixos Tangíveis. Os custos de arranque podem consistir em custos deestabelecimento tais como os custos legais ou de secretariado incorridos noestabelecimento de uma entidade legal, dispêndios para abrir novas instalações ounegócio ou dispêndios para iniciar novas unidades operacionais ou lançar novosprodutos ou processos;

c) Dispêndios com actividades de formação;

d) Dispêndios com actividades de publicidade e promocionais;

e) Dispêndios com a mudança de local ou reorganização de uma entidade no seu todoou em parte.

8.13 - O dispêndio com um item intangível que tenha sido inicialmente reconhecido como umgasto não deve ser reconhecido como parte do custo de um activo intangível em dataposterior.

Mensuração após reconhecimento

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8.14 - Após o reconhecimento inicial, um activo intangível deve ser contabilizado pelo modelodo custo tal como definido no parágrafo 7.9.

8.15 - Não é permitida a adopção do modelo de revalorização para activos intangíveis.

Vida útil

8.16 - Uma entidade deve avaliar se a vida útil de um activo intangível é finita ou indefinida e,se for finita, a duração de, ou o número de produção ou de unidades similaresconstituintes, dessa vida útil. Um activo intangível tem uma vida útil indefinida quando,com base numa análise de todos os factores relevantes, não houver limite previsívelpara o período durante o qual se espera que o activo gere influxos de caixa líquidospara a entidade.

8.17 - A vida útil de um activo intangível que resulte de direitos contratuais ou de outrosdireitos legais não deve exceder o período dos direitos contratuais ou de outros direitoslegais, mas pode ser mais curta dependendo do período durante o qual a entidadeespera usar o activo. Se os direitos contratuais ou outros direitos legais foremtransmitidos por um prazo limitado que possa ser renovado, a vida útil do activointangível deve incluir o(s) período(s) de renovação apenas se existir evidência quesuporte a renovação pela entidade sem um custo significativo.

Activos intangíveis com vidas úteis finitas

Período de amortização e método de amortização

8.18 - A quantia depreciável de um activo intangível com uma vida útil finita deve ser imputadanuma base sistemática durante a sua vida útil, tal como o previsto para os activos fixostangíveis. A amortização deve cessar na data em que o activo for desreconhecido.

Valor residual

8.19 - O valor residual de um activo intangível com uma vida útil finita deve ser assumido comosendo zero a menos que:

a) Haja um compromisso de um terceiro de comprar o activo no final da sua vida útil;ou

b) Haja um mercado activo para o activo intangível e:

i) O valor residual possa ser determinado com referência a esse mercado; e

ii) seja provável que tal mercado exista no final da sua vida útil.

Activos intangíveis com vidas úteis indefinidas

8.20 - Um activo intangível com uma vida útil indefinida não deve ser amortizado.

Revisão da avaliação da vida útil

8.21 - A vida útil de um activo intangível que não esteja a ser amortizado deve ser revista acada período para determinar se os acontecimentos e circunstâncias continuam a apoiaruma avaliação de vida útil indefinida para esse activo. Se não apoiarem, a alteração naavaliação de vida útil de indefinida para finita deve ser contabilizada como alteraçãonuma estimativa contabilística de acordo com o capítulo 6.

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Recuperabilidade da quantia escriturada - perdas por imparidade

8.22 - Para determinar se um activo intangível está com imparidade, uma entidade deveráaplicar a NCRF 12 - Imparidade de Activos.

Retiradas e alienações

8.23 - Um activo intangível deve ser desreconhecido no momento da alienação ou quando nãose esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou alienação.

Divulgações

8.24 - Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de activos intangíveis,distinguindo entre os activos intangíveis gerados internamente e outros activosintangíveis:

a) Se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as vidas úteis ou astaxas de amortização usadas;

b) Os métodos de amortização usados para activos intangíveis com vidas úteis finitas;

c) A quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada (agregada com asperdas por imparidade acumuladas) no começo e fim do período;

d) Uma reconciliação da quantia escriturada no inicio e no fim do período que mostreas adições, as alienações, as amortizações, as perdas de imparidade e suasreversões e outras alterações.

8.25 - Uma entidade deve também divulgar:

a) Para um activo intangível avaliado como tendo uma vida útil indefinida, a quantiaescriturada desse activo e as razões que apoiam a avaliação de uma vida útilindefinida. Ao apresentar estas razões, a entidade deve descrever o(s) factor(es)que desempenhou(aram) um papel significativo na determinação de que o activotem uma vida útil indefinida;

b) Uma descrição, a quantia escriturada e o período de amortização restante dequalquer activo intangível individual que seja materialmente relevante para asdemonstrações financeiras da entidade;

c) Para os activos intangíveis adquiridos por meio de um subsídio do Governo einicialmente reconhecidos pelo justo valor, a quantia inicialmente reconhecida e asua quantia escriturada actualmente;

d) A existência e as quantias escrituradas de activos intangíveis cuja titularidade estejarestringida e as quantias escrituradas de activos intangíveis dados como garantia depassivos;

e) A quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos intangíveis.

8.26 - Uma entidade deve divulgar a quantia agregada do dispêndio de pesquisa edesenvolvimento reconhecido como um gasto durante o período.

8.27 - Relativamente aos activos intangíveis de carácter ambiental, uma entidade devedivulgar:

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a) Descrição dos critérios de mensuração adoptados, bem como dos métodosutilizados no cálculo dos ajustamentos de valor, no que respeita a matériasambientais;

b) Os incentivos públicos relacionados com a protecção ambiental, recebidos ouatribuídos à entidade. Especificação das condições associadas à concessão decada incentivo ou uma síntese das condições, caso sejam semelhantes.

c) Quantia dos dispêndios de carácter ambiental capitalizadas durante o período dereferência na medida em que possa ser estimada com fiabilidade.

d) Quantia dos dispêndios de carácter ambiental imputados a resultados e base emque tais quantias foram calculadas.

e) Caso sejam significativos, os dispêndios incorridos com multas e outras penalidadespelo não cumprimento dos regulamentos ambientais e indemnizações pagas aterceiros, por exemplo em resultado de perdas ou danos causados por uma poluiçãoambiental passada.

9 - Locações

9.1 - Uma locação é classificada como locação financeira se ela transferir substancialmentetodos os riscos e vantagens inerentes à propriedade. Uma locação é classificada comolocação operacional se ela não transferir substancialmente todos os riscos e vantagensinerentes à propriedade.

Classificação de locações

9.2 - A classificação de uma locação como financeira ou operacional depende da substânciada transacção e não da forma do contrato. Exemplos de situações que podemnormalmente conduzir a que uma locação seja classificada como uma locaçãofinanceira são:

a) A locação transfere a propriedade do activo para o locatário no fim do prazo dalocação;

b) O locatário tem a opção de comprar o activo por um preço que se espera que sejasuficientemente mais baixo do que o justo valor à data em que a opção se torneexercível tal que, no inicio da locação, seja razoavelmente certo que a opção seráexercida;

c) O prazo da locação abrange a maior parte da vida económica do activo mesmo queo título de propriedade não seja transferido;

d) No início da locação o valor presente dos pagamentos mínimos da locação ascendea pelo menos, substancialmente, todo o justo valor do activo locado; e,

e) Os activos locados são de uma tal natureza especializada que apenas o locatário ospode usar sem que sejam feitas grandes modificações.

9.3 - Os indicadores de situações que individualmente ou em combinação podem tambémconduzir a que uma locação seja classificada como financeira são:

a) Se o locatário puder cancelar a locação, as perdas do locador associadas aocancelamento são suportadas pelo locatário;

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b) Os ganhos ou as perdas da flutuação no justo valor do residual caem no locatário(por exemplo sob a forma de um abatimento na renda que iguale a maior parte dosproventos das vendas no fim da locação); e

c) O locatário tem a capacidade de continuar a locação por um segundo período comuma renda que seja substancialmente inferior à renda do mercado.

9.4 - Os exemplos e indicadores enunciados nos parágrafos 9.2 e 9.3 nem sempre sãoconclusivos. Se for claro com base noutras características que a locação não transferesubstancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse, a locação éclassificada como locação operacional.

Locações nas demonstrações financeiras de locatários

Locações financeiras

Reconhecimento inicial

9.5 - No começo do prazo de locação, os locatários devem reconhecer as locaçõesfinanceiras como activos e passivos nos seus balanços por quantias iguais ao justovalor da propriedade locada ou, se inferior, ao valor dos pagamentos mínimos dalocação, cada um determinado no início da locação. Quaisquer custos directos iniciaisdo locatário, tais como de negociação e de garantia, são adicionados à quantiareconhecida como activo.

Mensuração subsequente

9.6 - Os pagamentos mínimos da locação devem ser repartidos entre o encargo financeiro ea redução do passivo pendente. O encargo financeiro deve ser imputado a cada períododurante o prazo da locação. As rendas contingentes devem ser debitadas como gastosnos períodos em que foram incorridas.

9.7 - Uma locação financeira dá origem a um gasto de depreciação relativo ao activodepreciável assim como a um gasto financeiro em cada período contabilístico. A políticade depreciação para os activos locados depreciáveis deve ser consistente com a dosactivos depreciáveis que sejam possuídos e a depreciação reconhecida deve sercalculada nas bases estabelecidas nos capítulos 7 e 8. Se não houver certeza razoávelde que o locatário obtenha a propriedade no fim do prazo da locação, o activo deve sertotalmente depreciado durante o prazo da locação ou da sua vida útil, o que for maiscurto.

Locações operacionais

9.8 - Os pagamentos de uma locação operacional devem ser reconhecidos como um gastonuma base linear durante o prazo da locação.

Divulgações

9.9 - Para locações financeiras, os locatários devem divulgar para cada categoria de activo, aquantia escriturada líquida à data do balanço.

9.10 - Para locações financeiras e operacionais, os locatários devem divulgar uma descriçãogeral dos acordos de locação significativos incluindo, pelo menos, o seguinte:

i) A base pela qual é determinada a renda contingente a pagar;

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ii) A existência e cláusulas de renovação ou de opções de compra e cláusulas deescalonamento; e

iii) Restrições impostas por acordos de locação, tais como as que respeitam adividendos, dívida adicional, e posterior locação.

Locações nas demonstrações financeiras de locadores

Locações operacionais

Reconhecimento

9.11 - Os locadores devem apresentar os activos sujeitos a locações operacionais nos seusbalanços de acordo com a natureza do activo.

9.12 - O rendimento proveniente de locações operacionais deve ser reconhecido numa baselinear durante o prazo da locação, salvo se outra base sistemática for maisrepresentativa do modelo temporal em que o benefício do uso do activo locado sejadiminuído por incentivo concedido pelo locador.

9.13 - Os custos, incluindo a depreciação, incorridos para se obter o rendimento de locaçãosão reconhecidos como um gasto.

9.14 - Os custos directos iniciais incorridos pelos locadores ao negociar e aceitar uma locaçãooperacional devem ser adicionados à quantia escriturada do activo locado ereconhecidos como um gasto durante o prazo da locação na mesma base dorendimento da locação.

9.15 - A política de depreciação para activos locados depreciáveis deve ser consistente com apolítica de depreciação normal do locador para activos semelhantes, e a depreciaçãodeve ser calculada de acordo com as disposições referentes a activos intangíveis e aactivos fixos tangíveis.

9.16 - Para determinar se um activo locado ficou em imparidade, uma entidade aplica a NCRF12 - Imparidade de Activos.

9.17 - Um locador fabricante ou negociante não reconhece qualquer lucro de venda aocelebrar uma locação operacional porque esta não é equivalente a uma venda.

Divulgações

9.18 - Os locadores devem fazer as seguintes divulgações para as locações operacionais:

a) Os futuros pagamentos mínimos da locação sob locações operacionais nãocanceláveis no agregado e para cada um dos períodos seguintes;

i) Não mais de um ano;

ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;

iii) Mais de cinco anos;

b) O total das rendas contingentes reconhecidas como rendimento durante o período;

c) Uma descrição global dos acordos de locação do locador.

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10 - Custos de empréstimos obtidos

10.1 - Os custos de empréstimos obtidos incluem:

a) Juros de descobertos bancários e de empréstimos obtidos a curto e longo prazo;

b) Amortização de custos acessórios incorridos em ligação com a obtenção deempréstimos;

c) Encargos financeiros com respeito a locações financeiras reconhecidas de acordocom o capítulo 9 - Locações; e

d) Diferenças de câmbio provenientes de empréstimos obtidos em moeda estrangeiraaté ao ponto em que sejam vistos como um ajustamento do custo dos juros.

Reconhecimento

10.2 - Os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como um gasto no períodoem que sejam incorridos, excepto nos casos em que sejam capitalizados de acordo como parágrafo 10.3.

10.3 - Os custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição,construção ou produção de um activo que se qualifica podem ser capitalizados comoparte do custo desse activo, quando seja provável que deles resultarão benefícioseconómicos futuros para a entidade e tais custos possam ser fiavelmente mensurados.

10.4 - Considera-se que um activo se qualifica quando leva necessariamente um períodosubstancial de tempo para ficar pronto para o seu uso pretendido ou para venda.

Custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização

10.5 - Até ao ponto em que sejam pedidos fundos emprestados especificamente com o fim deobter um activo que se qualifica, a quantia dos custos de empréstimos obtidos elegívelpara capitalização nesse activo deve ser determinada como os custos reais dosempréstimos obtidos incorridos nesse empréstimo durante o período menos qualquerrendimento de investimento temporário desses empréstimos.

10.6 - Na medida em que os fundos sejam pedidos de uma forma geral e usados com o fim deobter um activo que se qualifica, a quantia de custos de empréstimos obtidos elegíveispara capitalização deve ser determinada pela aplicação de uma taxa de capitalizaçãoaos dispêndios respeitantes a esse activo. A taxa de capitalização deve ser a médiaponderada dos custos de empréstimos obtidos aplicável aos empréstimos contraídospela entidade que estejam em circulação no período, que não sejam empréstimoscontraídos especificamente com o fim de obter um activo que se qualifica. A quantia doscustos de empréstimos obtidos capitalizados durante um período não deve exceder aquantia dos custos de empréstimos obtidos incorridos durante o período.

Excesso da quantia escriturada do activo que se qualifica sobre aquantia recuperável

10.7 - Quando a quantia escriturada ou o custo final esperado do activo que se qualificaexceda a sua quantia recuperável ou o seu valor realizável líquido, a quantia escrituradaé reduzida ou anulada de acordo com as exigências de outros capítulos da presenteNorma. Em certas circunstâncias, a quantia da redução ou do abate é revertida deacordo com esses outros capítulos.

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Início da capitalização

10.8 - A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um activoque se qualifica deve começar quando:

a) Os dispêndios com o activo estejam a ser incorridos;

b) Os custos de empréstimos obtidos estejam a ser incorridos; e

c) As actividades que sejam necessárias para preparar o activo para o seu usopretendido ou venda estejam em curso.

10.9 - A quantia escriturada média do activo durante um período, incluindo os custos deempréstimos obtidos previamente capitalizados é normalmente uma aproximaçãorazoável dos dispêndios aos quais a taxa de capitalização é aplicada nesse período.

Suspensão da capitalização

10.10 - A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve ser suspensa durante osperíodos extensos em que o desenvolvimento das actividades a que se refere oparágrafo 10.8 (c) seja interrompido.

Cessação da capitalização

10.11 - A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar quandosubstancialmente todas as actividades necessárias para preparar o activo elegível parao seu uso pretendido ou para a sua venda estejam concluídas.

10.12 - Quando a construção de um activo que se qualifica for concluída por partes e cada parteestiver em condições de ser usada enquanto a construção continua noutras partes, acapitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas asactividades necessárias para preparar essa parte para o seu pretendido uso ou vendaestejam concluídas.

Divulgações

10.13 - As demonstrações financeiras devem divulgar:

a) A política contabilística adoptada nos custos dos empréstimos obtidos;

b) A quantia de custos de empréstimos obtidos capitalizada durante o período; e

c) A taxa de capitalização usada para determinar a quantia do custo dos empréstimosobtidos elegíveis para capitalização.

11 - Inventários

Mensuração de inventários

11.1 - Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois omais baixo.

Custo dos inventários

11.2 - O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de conversão eoutros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição

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actuais.

Custos de compra

11.3 - Os custos de compra de inventários incluem o preço de compra, direitos de importaçãoe outros impostos (que não sejam os subsequentemente recuperáveis das entidadesfiscais pela entidade) e custos de transporte, manuseamento e outros custosdirectamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, materiais e de serviços.Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes deduzem-se nadeterminação dos custos de compra.

11.4 - Uma entidade pode comprar inventários com condições de liquidação diferida. Quandoo acordo contenha efectivamente um elemento de financiamento, esse elemento, porexemplo uma diferença entre o preço de compra para condições de crédito normais e aquantia paga, é reconhecido como gasto de juros durante o período do financiamento.

Custos de conversão

11.5 - Os custos de conversão de inventários incluem os custos directamente relacionadoscom as unidades de produção, tais como mão de obra directa. Também incluem umaimputação sistemática de gastos gerais de produção fixos e variáveis que sejamincorridos ao converter matérias em bens acabados. Os gastos gerais de produção fixossão os custos indirectos de produção que permaneçam relativamente constantesindependentemente do volume de produção, tais como a depreciação e manutenção deedifícios e de equipamento de fábricas e os custos de gestão e administração dafábrica. Os gastos gerais de produção variáveis são os custos indirectos de produçãoque variam directamente, ou quase directamente, com o volume de produção tais comomateriais indirectos.

Imputação dos gastos gerais de produção fixos

11.6 - A imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de conversão é baseada nacapacidade normal das instalações de produção. A capacidade normal é a produçãoque se espera que seja atingida em média durante uma quantidade de períodos ou detemporadas em circunstâncias normais, tomando em conta a perda de capacidaderesultante da manutenção planeada. O nível real de produção pode ser usado se seaproximar da capacidade normal. A quantia de gastos gerais de produção fixosimputada a cada unidade de produção não é aumentada como consequência de baixaprodução ou de instalações ociosas. Os gastos gerais não imputados são reconhecidoscomo um gasto no período em que sejam incorridos. Em períodos de produçãoanormalmente alta, a quantia de gastos gerais de produção fixos imputados a cadaunidade de produção é diminuída a fim de que os inventários não sejam mensuradosacima do custo. Os gastos gerais de produção variáveis são imputados a cada unidadede produção na base do uso real das instalações de produção.

Produtos conjuntos e subprodutos

11.7 - Um processo de produção pode resultar na produção simultânea de mais de umproduto. Este é o caso, por exemplo, quando sejam produzidos produtos conjuntamenteou quando haja um produto principal e um subproduto. Quando os custos de conversãode cada produto não sejam separadamente identificáveis, eles são imputados entre osprodutos por um critério racional e consistente. A imputação pode ser baseada, porexemplo, no valor relativo das vendas de cada produto, seja na fase do processo deprodução quando os produtos se tornam separadamente identificáveis, seja noacabamento da produção. A maior parte dos subprodutos, pela sua natureza, são

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imateriais. Quando seja este o caso, eles são muitas vezes mensurados pelo valorrealizável líquido e este valor é deduzido do custo do produto principal. Comoconsequência, a quantia escriturada do produto principal não é materialmente diferentedo seu custo.

Outros custos a incluir em inventários

11.8 - Outros custos somente são incluídos nos custos dos inventários até ao ponto em quesejam incorridos para os colocar no seu local e na sua condição actuais. Por exemplo,pode ser apropriado incluir no custo dos inventários gastos gerais que não sejamindustriais ou os custos de concepção de produtos para clientes específicos.

11.9 - Em circunstâncias limitadas, os custos de empréstimos obtidos são incluídos no custodos inventários. Estas circunstâncias estão identificadas no capítulo 10 - Custos deEmpréstimos Obtidos.

Custos a excluir dos inventários

11.10 - Exemplos de custos excluídos do custo dos inventários e reconhecidos como gastos doperíodo em que sejam incorridos são:

a) Quantias anormais de materiais desperdiçados, de mão-de-obra ou de outros custosde produção;

b) Custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam necessários aoprocesso de produção antes de uma nova fase de produção;

c) Gastos gerais administrativos que não contribuam para colocar os inventários noseu local e na sua condição actuais; e

d) Custos de vender.

Custos de inventários de um prestador de serviços

11.11 - Desde que os prestadores de serviços tenham inventários, estes são mensurados peloscustos da respectiva produção. Esses custos consistem sobretudo nos custos demão-de-obra e outros custos com o pessoal directamente envolvido na prestação doserviço, incluindo pessoal de supervisão, e os gastos gerais atribuíveis. A mão-de-obrae outros custos relacionados com as vendas e com o pessoal geral administrativo nãosão incluídos, mas são reconhecidos como gastos do período em que sejam incorridos.O custo dos inventários de um prestador de serviços não inclui as margens de lucronem os gastos gerais não atribuíveis que muitas vezes são incluídos nos preçoscobrados pelos prestadores de serviços.

Custo do produto agrícola colhido proveniente de activos biológicos

11.12 - Os inventários que compreendam o produto agrícola que uma entidade tenha colhidoproveniente dos seus activos biológicos são mensurados, no reconhecimento inicial,pelo seu justo valor menos os custos estimados no ponto de venda na altura da colheita.Este é o custo dos inventários à data para aplicação desta Norma. Considera-se umaaproximação razoável do justo valor as cotações oficiais de mercado, designadamenteas disponibilizadas pelo Sistema de Informação de Mercados Agrícolas.

Técnicas para a mensuração do custo

11.13 - As técnicas para a mensuração do custo de inventários, tais como o método do custo

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padrão ou o método de retalho, podem ser usadas por conveniência se os resultados seaproximarem do custo. Os custos padrão tomam em consideração os níveis normaisdos materiais e consumíveis, da mão-de-obra, da eficiência e da utilização dacapacidade produtiva. Estes devem ser regularmente revistos e, se necessário, devemsê-lo à luz das condições correntes.

11.14 - O método de retalho é muitas vezes usado no sector de retalho para mensurarinventários de grande quantidade de itens que mudam rapidamente, que têm margenssemelhantes e para os quais não é praticável usar outros métodos de custeio. O custodo inventário é determinado pela redução do valor de venda do inventário napercentagem apropriada da margem bruta. A percentagem usada toma emconsideração o inventário que tenha sido marcado abaixo do seu preço de vendaoriginal. É usada muitas vezes uma percentagem média para cada departamento deretalho.

Fórmulas de custeio

11.15 - O custo dos inventários de itens que não sejam geralmente intermutáveis e de bens ouserviços produzidos e segregados para projectos específicos deve ser atribuído pelouso da identificação específica dos seus custos individuais.

11.16 - O custo dos inventários, que não sejam os tratados no parágrafo anterior, deve seratribuído pelo uso da fórmula "primeira entrada, primeira saída" (FIFO) ou da fórmula docusteio médio ponderado. Uma entidade deve usar a mesma fórmula de custeio paratodos os inventários que tenham uma natureza e um uso semelhantes para a entidade.Para os inventários que tenham outra natureza ou uso, poderão justificar-se diferentesfórmulas de custeio.

Valor realizável líquido

11.17 - O custo dos inventários pode não ser recuperável se esses inventários estiveremdanificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços devenda tiverem diminuído. O custo dos inventários pode também não ser recuperável seos custos estimados de acabamento ou os custos estimados a serem incorridos pararealizar a venda tiverem aumentado. A prática de reduzir o custo dos inventários (writedown) para o valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista de que osactivos não devem ser escriturados por quantias superiores àquelas queprevisivelmente resultariam da sua venda ou uso.

11.18 - Os materiais e outros consumíveis detidos para o uso na produção de inventários nãoserão reduzidos abaixo do custo se for previsível que os produtos acabados em queeles serão incorporados sejam vendidos pelo custo ou acima do custo. Porém, quandouma diminuição no preço dos materiais constitua uma indicação de que o custo dosprodutos acabados excederá o valor realizável líquido, os materiais são reduzidos(written down) para o valor realizável líquido. Em tais circunstâncias, o custo dereposição dos materiais pode ser a melhor mensuração disponível do seu valorrealizável líquido.

11.19 - Em cada período subsequente é feita uma nova avaliação do valor realizável líquido.Quando as circunstâncias que anteriormente resultavam em ajustamento ao valor dosinventários deixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de um aumentono valor realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias económicas, a quantiado ajustamento é revertida (i.e. a reversão é limitada à quantia do ajustamento original)de modo a que a nova quantia escriturada seja o valor mais baixo do custo e do valorrealizável líquido revisto. Isto ocorre, por exemplo, quando um item de inventários que é

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escriturado pelo valor realizável líquido, porque o seu preço de venda desceu, estáainda detido num período posterior e o seu preço de venda aumentou.

Reconhecimento como gasto

11.20 - Quando os inventários forem vendidos, a quantia escriturada desses inventários deveser reconhecida como um gasto do período em que o respectivo rédito sejareconhecido. A quantia de qualquer ajustamento dos inventários para o valor realizávellíquido e todas as perdas de inventários devem ser reconhecidas como um gasto doperíodo em que o ajustamento ou perda ocorra. A quantia de qualquer reversão doajustamento de inventários, proveniente de um aumento no valor realizável líquido, deveser reconhecida como uma redução na quantia de inventários reconhecida como umgasto no período em que a reversão ocorra.

11.21 - Alguns inventários podem ser imputados a outras contas do activo, como por exemplo,inventários usados como um componente de activos fixos tangíveis de construçãoprópria. Os inventários imputados desta forma a um outro activo, são reconhecidoscomo um gasto durante a vida útil desse activo.

Divulgações

11.22 - As demonstrações financeiras devem divulgar:

a) As políticas contabilísticas adoptadas na mensuração dos inventários, incluindo afórmula de custeio usada;

b) A quantia total escriturada de inventários e a quantia escriturada em classificaçõesapropriadas para a entidade;

c) A quantia de inventários escriturada pelo justo valor menos os custos de vender;

d) A quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o período;

e) A quantia de qualquer ajustamento de inventários reconhecida como um gasto doperíodo de acordo com o parágrafo 11.20;

f) A quantia de qualquer reversão de ajustamento que tenha sido reconhecida comouma redução na quantia de inventários reconhecida como gasto do período deacordo com o parágrafo 11.20;

g) As circunstâncias ou acontecimentos que conduziram à reversão de um ajustamentode inventários de acordo com o parágrafo 11.20; e

h) A quantia escriturada de inventários dados como penhor de garantia a passivos.

12 - Rédito

12.1 - Este capítulo respeita ao tratamento contabilístico do rédito proveniente das transacçõese acontecimentos seguintes:

a) Venda de bens;

b) Prestação de serviços; e

c) Uso por outros de activos da entidade que produzam juros, royalties e dividendos.

Mensuração do rédito

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12.2 - O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber, aqual, em geral, é determinada por acordo entre a entidade e o comprador ou utente doactivo, tomando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais e dequantidade concedidos pela entidade.

12.3 - O rédito inclui somente os influxos brutos de benefícios económicos recebidos e areceber pela entidade de sua própria conta. As quantias cobradas por conta de terceirostais como impostos sobre vendas, impostos sobre bens e serviços e impostos sobre ovalor acrescentado são excluídos do rédito. Num relacionamento de agência, o rédito éa quantia de comissão. As quantias cobradas por conta do mandante não são rédito.

Venda de bens

12.4 - O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem sidosatisfeitas todas as condições seguintes:

a) A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens significativosda propriedade dos bens;

b) A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau geralmenteassociado com a posse, nem o controlo efectivo dos bens vendidos;

c) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;

d) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transacção fluampara a entidade; e

e) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transacção possam serfiavelmente mensurados.

12.5 - A avaliação de quando uma entidade transferiu os riscos e vantagens significativos dapropriedade para o comprador exige um exame das circunstâncias da transacção. Namaior parte dos casos, a transferência dos riscos e vantagens da propriedade coincidecom a transferência do documento legal ou da passagem da posse para o comprador.Este é o caso da maioria das vendas a retalho. Noutros casos, a transferência de riscose vantagens de propriedade ocorre num momento diferente da transferência dodocumento legal ou da passagem da posse.

12.6 - Se a entidade retiver significativos riscos de propriedade, a transacção não é uma vendae o rédito não é reconhecido. Uma entidade pode reter um risco significativo depropriedade de muitas maneiras. São exemplos de situações em que a entidade podereter os riscos significativos e vantagens de propriedade:

a) Quando a entidade retenha uma obrigação por execução não satisfatória, nãocoberta por cláusulas normais de garantia;

b) Quando o recebimento do rédito de uma dada venda esteja dependente daobtenção de rédito pela venda dos bens pelo comprador;

c) Quando os bens sejam expedidos sujeitos a instalação e a instalação seja umaparte significativa do contrato que ainda não tenha sido concluído pela entidade; e

d) Quando o comprador tenha o direito de rescindir a compra por uma razãoespecificada no contrato de venda e a entidade não esteja segura acerca daprobabilidade de devolução.

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Prestação de serviços

12.7 - Quando o desfecho de uma transacção que envolva a prestação de serviços possa serfiavelmente estimado, o rédito associado com a transacção deve ser reconhecido comreferência à fase de acabamento da transacção à data do balanço. O desfecho de umatransacção pode ser fiavelmente estimado quando todas as condições seguintes foremsatisfeitas:

a) A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;

b) Seja provável que os benefícios económicos associados à transacção fluam para aentidade;

c) A fase de acabamento da transacção à data do balanço possa ser fiavelmentemensurada; e

d) Os custos incorridos com a transacção e os custos para concluir a transacçãopossam ser fiavelmente mensurados.

12.8 - Quando os serviços sejam desempenhados por um número indeterminado de actosdurante um período específico de tempo, o rédito é reconhecido numa base de linharecta durante o período específico a menos que haja evidência de que um outro métodorepresente melhor a fase de acabamento. Quando um acto específico seja muito maissignificativo do que quaisquer outros actos, o reconhecimento do rédito é adiado até queo acto significativo seja executado.

12.9 - Quando o desfecho da transacção que envolva a prestação de serviços não possa serestimado com fiabilidade, o rédito somente deve ser reconhecido na medida em quesejam recuperáveis os gastos reconhecidos.

Juros, royalties e dividendos

12.10 - O rédito proveniente do uso por outros de activos da entidade que produzam juros,royalties e dividendos deve ser reconhecido nas bases estabelecidas no parágrafo12.11, quando:

a) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transacção fluampara a entidade; e

b) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada.

12.11 - O rédito deve ser reconhecido nas seguintes bases:

a) Os juros devem ser reconhecidos utilizando o regime de acréscimo;

b) Os royalties devem ser reconhecidos segundo o regime de acréscimo de acordocom a substância do acordo relevante; e

c) Os dividendos devem ser reconhecidos quando for estabelecido o direito doaccionista receber o pagamento.

Divulgações

12.12 - Uma entidade deve divulgar:

a) As políticas contabilísticas adoptadas para o reconhecimento do rédito incluindo os

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métodos adoptados para determinar a fase de acabamento de transacções queenvolvam a prestação de serviços;

b) A quantia de cada categoria significativa de rédito reconhecida durante o períodoincluindo o rédito proveniente de:

i) Venda de bens;

ii) Prestação de serviços;

iii) Juros;

iv) Royalties; e

v) Dividendos.

13 - Provisões, passivos contingentes e activos contingentes

13.1 - Este capítulo respeita ao tratamento contabilístico de provisões, passivos contingentes eactivos contingentes, excepto os que resultam de contratos executórios que não sejamonerosos.

13.2 - Neste capítulo o termo «contingente»é usado para passivos e activos que não sejamreconhecidos porque a sua existência somente será confirmada pela ocorrência ou nãoocorrência de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob o controlo daentidade.

13.3 - Consideram-se:

a) Provisões - são obrigações sempre que se possa efectuar uma estimativa fiável, sãoreconhecidas como passivos porque são obrigações presentes e é provável que umexfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos será necessário paraliquidar as obrigações; e

b) passivos contingentes - que não são reconhecidos como passivos porque:

i) são obrigações possíveis, uma vez que carecem de confirmação sobre se aentidade tem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a um exfluxode recursos que incorporem benefícios económicos; ou

ii) são obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimentodeste capítulo, seja porque não é provável que será necessário um exfluxo derecursos que incorporem benefícios económicos para liquidar a obrigação, sejaporque não pode ser feita uma estimativa suficientemente fiável da quantia daobrigação.

c) activos contingentes - que não são reconhecidos como activos pois são possíveisactivos provenientes de acontecimentos passados e cuja existência somente seráconfirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais acontecimentosfuturos incertos não totalmente sob o controlo da entidade.

Reconhecimento

Provisões

13.4 - Provisões, incluindo as de carácter ambiental, só devem ser reconhecidas quandocumulativamente:

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a) Uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva) como resultadode um acontecimento passado;

b) Seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicosserá necessário para liquidar a obrigação; e

c) Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

13.5 - Nos raros casos em que não seja claro se existe ou não uma obrigação presente,presume-se que um acontecimento passado dá origem a uma obrigação presente se,tendo em conta toda a evidência disponível, for mais provável do que não que talobrigação presente exista à data do balanço.

13.6 - Um acontecimento passado que conduza a uma obrigação presente é chamado umacontecimento que cria obrigações. Para um evento ser considerado um acontecimentoque cria obrigações, é necessário que a entidade não tenha nenhuma alternativarealista senão liquidar a obrigação por ele criada, o que apenas ocorre:

a) Quando a liquidação da obrigação possa ser imposta legalmente, ou

b) No caso de uma obrigação construtiva, quando o evento (que pode ser uma acçãoda própria entidade) crie expectativas válidas em terceiros de que ela cumprirá aobrigação.

13.7 - Para que um passivo se qualifique para reconhecimento precisa de haver não somenteuma obrigação presente mas também a probabilidade de um exfluxo de recursos queincorporem benefícios económicos para liquidar essa obrigação. Um exfluxo de recursosou outro acontecimento é considerado como provável se o acontecimento for maisprovável do que não de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que o acontecimentoocorrerá for maior do que a probabilidade de isso não acontecer. Quando não forprovável que exista uma obrigação presente, uma entidade divulga um passivocontingente, a menos que a possibilidade de um exfluxo de recursos que incorporembenefícios económicos seja remota.

13.8 - O uso de estimativas é uma parte essencial da preparação de demonstraçõesfinanceiras e não prejudica a sua fiabilidade. Isto é especialmente verdade no caso deprovisões, que pela sua natureza são mais incertas do que a maior parte de outroselementos do balanço. Uma entidade pode, normalmente, fazer uma estimativa daobrigação que seja suficientemente fiável para usar ao reconhecer uma provisão.Quando tal não seja possível, existe um passivo que não pode ser reconhecido, sendodivulgado como um passivo contingente.

Passivos contingentes

13.9 - Uma entidade não deve reconhecer um passivo contingente.

13.10 - Um passivo contingente é divulgado, a menos que seja remota a possibilidade de umexfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos.

Activos contingentes

13.11 - Uma entidade não deve reconhecer um activo contingente.

13.12 - Um activo contingente é divulgado quando for provável um influxo de benefícioseconómicos. Porém, quando a realização de rendimentos esteja virtualmente certa,

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então o activo relacionado não é um activo contingente e o seu reconhecimento éapropriado.

Mensuração

13.13 - A quantia reconhecida como uma provisão deve ser a melhor estimativa do dispêndioexigido para liquidar a obrigação presente à data do balanço.

13.14 - A melhor estimativa do dispêndio exigido para liquidar a obrigação presente é a quantiaque uma entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação à data do balanço oupara a transferir para uma terceira parte nesse momento. Tal quantia pode ser apuradacom recurso ao método estatístico do valor esperado quando esteja envolvida umagrande população de itens, ou a consequência possível da ocorrência quando esteja emcausa um acontecimento único.

13.15 - Os riscos e incertezas que inevitavelmente rodeiam muitos acontecimentos ecircunstâncias devem ser tidos em conta para se chegar à melhor estimativa de umaprovisão.

13.16 - O risco descreve a variabilidade de desfechos. Um ajustamento do risco pode aumentara quantia pela qual é mensurado um passivo. É necessária cautela ao fazer juízos emcondições de incerteza, a fim de que os rendimentos ou activos não sejam subavaliadose os gastos ou passivos não sejam sobreavaliados. Porém, a incerteza não justifica acriação de provisões excessivas ou uma sobreavaliação deliberada de passivos.

13.17 - Quando o efeito do valor temporal do dinheiro for material, a quantia de uma provisãodeve ser o valor presente dos dispêndios que se espera que sejam necessários paraliquidar a obrigação.

13.18 - Os acontecimentos futuros que possam afectar a quantia necessária para liquidar umaobrigação devem ser reflectidos na quantia de uma provisão quando houver evidênciaobjectiva suficiente de que eles ocorrerão.

13.19 - O efeito de legislação a promulgar deve ser tido em consideração na mensuração deuma obrigação existente, quando haja evidência objectiva suficiente de que talpromulgação e subsequente implementação são virtualmente certas.

13.20 - Os ganhos da alienação esperada de activos não devem ser tidos em consideração aomensurar uma provisão.

13.21 - Quando se esperar que algum ou todo o dispêndio necessário para liquidar umaprovisão possa ser reembolsado por uma outra parte, o reembolso deve serreconhecido quando, e somente quando, seja virtualmente certo que o mesmo serárecebido se a entidade liquidar a obrigação. O reembolso deve ser tratado como umactivo separado, não devendo a quantia reconhecida para o reembolso exceder aquantia da provisão.

13.22 - Na demonstração dos resultados, o gasto relacionado com uma provisão pode serapresentado líquido da quantia reconhecida do reembolso que lhe esteja associado.

13.23 - As provisões devem ser revistas à data de cada balanço e ajustadas para reflectir amelhor estimativa corrente. Se deixar de ser provável que será necessário um exfluxode recursos que incorporem benefícios económicos futuros para liquidar a obrigação, aprovisão deve ser revertida.

13.24 - Quando seja usado o desconto, a quantia escriturada de uma provisão aumenta em

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cada período para reflectir a passagem do tempo. Este aumento é reconhecido comoum gasto financeiro.

13.25 - Uma provisão deve ser usada somente para os dispêndios relativos aos quais aprovisão foi originalmente reconhecida.

13.26 - Não devem ser reconhecidas provisões para perdas operacionais futuras, uma vez queestas não satisfazem a definição de passivo nem os critérios gerais de reconhecimentoestabelecidos.

13.27 - Se a entidade tiver um contrato que seja oneroso, a obrigação presente segundo ocontrato deve ser reconhecida e mensurada como uma provisão.

13.28 - Este capítulo define um contrato oneroso como um contrato em que os custosinevitáveis de satisfazer as obrigações segundo o contrato excedem os benefícioseconómicos que se espera venham a ser recebidos segundo o mesmo. Os custosinevitáveis segundo um contrato reflectem o menor do custo líquido de sair do contrato,que é o mais baixo do custo de o cumprir e de qualquer compensação ou depenalidades provenientes da falta de o cumprir.

Provisões para restauro de locais contaminados e desmantelamento

13.29 - Os dispêndios relacionados com o restauro de locais, remoção dos desperdíciosacumulados, paragem ou remoção de activos, em que a entidade seja obrigada aincorrer, deverão ser reconhecidos de acordo com os critérios estabelecidos em 13.4,na data em que tiver início a actividade da entidade e, consequentemente surgir aobrigação.

Divulgações

13.30 - Para cada classe de provisão, uma entidade deve divulgar:

a) A quantia escriturada no começo e no fim do período;

b) As provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisõesexistentes;

c) As quantias usadas (isto é, incorridas e debitadas à provisão) durante o período;

d) Quantias não usadas revertidas durante o período;

e) O aumento durante o período na quantia descontada proveniente da passagem dotempo e o efeito de qualquer alteração na taxa de desconto;

f) A quantia de qualquer reembolso esperado, declarando a quantia de qualquer activoque tenha sido reconhecido para esse reembolso esperado;

g) Informações pormenorizadas sobre as provisões de carácter ambiental; e

h) Passivos de carácter ambiental, materialmente relevantes, que estejam incluídos emcada uma das rubricas do Balanço.

Não é exigida informação comparativa.

13.31 - Para cada classe de passivo contingente à data do balanço, uma entidade deve divulgaruma breve descrição da natureza do passivo contingente.

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13.32 - Quando um influxo de benefícios económicos for provável, uma entidade deve divulgaruma breve descrição da natureza dos activos contingentes à data do balanço.

13.33 - A finalidade deste quadro é a de resumir os principais requisitos de reconhecimentodeste capítulo, para provisões e passivos contingentes.

Quadro anexo ao capítulo 13 - Árvore de decisão

14 - Contabilização dos subsídios do Governo e divulgação de apoios do Governo

Subsídios do Governo

14.1 - Os subsídios do Governo, incluindo subsídios não monetários, só devem serreconhecidos após existir segurança de que:

a) A entidade cumprirá as condições a eles associadas; e

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b) Os subsídios serão recebidos.

14.2 - A maneira pela qual um subsídio é recebido não afecta o método contabilístico a seradoptado com respeito ao subsídio. Por conseguinte, um subsídio é contabilizado damesma maneira quer ele seja recebido em dinheiro quer como redução de um passivopara com o Governo.

14.3 - Um empréstimo perdoável do Governo (incluindo os subsídios a fundo perdido) é tratadocomo um subsídio do Governo quando haja segurança razoável de que a entidadesatisfará as condições de perdão do empréstimo.

14.4 - Uma vez que o subsídio do Governo seja reconhecido, qualquer contingênciarelacionada será tratada de acordo com o capítulo 13 - Provisões, PassivosContingentes e Activos Contingentes.

14.5 - Os subsídios do Governo não reembolsáveis relacionados com activos fixos tangíveis eintangíveis devem ser inicialmente reconhecidos nos Capitais Próprios esubsequentemente imputados numa base sistemática como rendimentos durante osperíodos necessários para balanceá-los com os gastos relacionados que se pretendeque eles compensem. Consideram-se subsídios não reembolsáveis quando exista umacordo individualizado de concessão do subsídio a favor da entidade, se tenhamcumprido as condições estabelecidas para a sua concessão e não existam dúvidas deque os subsídios serão recebidos.

14.6 - Os subsídios do Governo reembolsáveis são contabilizados como Passivos. No caso deestes subsídios adquirirem a condição de não reembolsáveis, deverão passar a ter otratamento referido no ponto 14.5.

14.7 - Um subsídio do Governo pode tornar-se recebível por uma entidade comocompensação por gastos ou perdas incorridos num período anterior. Um tal subsídio éreconhecido como rendimento do período em que se tornar recebível, com a divulgaçãonecessária para assegurar que o seu efeito seja claramente compreendido.

Subsídios do Governo não monetários

14.8 - Um subsídio do Governo não reembolsável pode tomar a forma de transferência de umactivo não monetário, tal como terrenos ou outros recursos, para uso da entidade.Nestas circunstâncias é usual avaliar o justo valor do activo não monetário e contabilizarquer o subsídio quer o activo por esse justo valor. Caso este não possa ser determinadocom fiabilidade, tanto o activo como o subsídio serão de registar por uma quantianominal.

Apresentação de subsídios relacionados com activos

14.9 - Os subsídios do Governo não reembolsáveis relacionados com activos fixos tangíveis eintangíveis, incluindo os subsídios não monetários, devem ser apresentados no balançocomo componente do capital próprio, e imputados como rendimentos do exercício naproporção das amortizações efectuadas em cada período.

Apresentação de subsídios relacionados com rendimentos

14.10 - Os subsídios que são concedidos para assegurar uma rentabilidade mínima oucompensar deficits de exploração de um dado exercício imputam-se como rendimentosdesse exercício, salvo se se destinarem a financiar deficits de exploração de exercíciosfuturos, caso em que se imputam aos referidos exercícios. Estes subsídios devem ser

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apresentados separadamente como tal na demonstração dos resultados.

Reembolso de subsídios do Governo

14.11 - Um subsídio do Governo que se torne reembolsável deve ser contabilizado como umarevisão de uma estimativa contabilística (ver capítulo 6 - Políticas Contabilísticas,Alterações em Estimativas Contabilísticas e Erros). O reembolso de um subsídiorelacionado com rendimentos ou relacionado com activos deve ser aplicado em primeirolugar em contrapartida de qualquer crédito diferido não amortizado registado comrespeito ao subsídio. Na medida em que o reembolso exceda tal crédito diferido, ouquando não exista crédito diferido, o reembolso deve ser reconhecido imediatamentecomo um gasto.

Apoio do Governo

14.12 - São exemplos de apoio do Governo que não podem de uma maneira razoável ter valoratribuído, os conselhos técnicos e de comercialização gratuitos, a concessão degarantias e os empréstimos sem juros ou a taxas de juros baixos.

14.13 - O significado do benefício nos exemplos atrás pode ser tal que a divulgação danatureza, extensão e duração do apoio seja necessária a fim de que as demonstraçõesfinanceiras não sejam enganosas.

Divulgações

14.14 - Devem ser divulgados os assuntos seguintes:

a) A política contabilística adoptada para os subsídios do Governo, incluindo osmétodos de apresentação adoptados nas demonstrações financeiras;

b) A natureza e extensão dos subsídios do Governo reconhecidos nas demonstraçõesfinanceiras e indicação de outras formas de apoio do Governo de que a entidadetenha directamente beneficiado; e

c) Condições não satisfeitas e outras contingências ligadas ao apoio do Governo quetenham sido reconhecidas.

15 - Os efeitos de alterações em taxas de câmbio

Reconhecimento inicial

15.1 - Uma transacção em moeda estrangeira é uma transacção que seja denominada ou exijaliquidação numa moeda estrangeira, incluindo transacções que resultem de:

a) Quando uma entidade compra ou vende bens ou serviços cujo preço sejadenominado numa moeda estrangeira;

b) Quando uma entidade pede emprestado ou empresta fundos quando as quantias apagar ou a receber sejam estabelecidas numa moeda estrangeira; ou

c) Quando uma entidade por qualquer forma adquire ou aliena activos ou incorre ouliquida passivos, denominados numa moeda estrangeira.

15.2 - Uma transacção em moeda estrangeira deve ser registada, no momento doreconhecimento inicial na moeda funcional, pela aplicação à quantia de moedaestrangeira da taxa de câmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira à data da

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transacção.

Relato em datas de balanço subsequentes

15.3 - À data de cada balanço:

a) Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxade fecho;

b) Os itens não monetários que sejam mensurados em termos de custo histórico numamoeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa de câmbio à data datransacção;

c) Os itens não monetários que sejam mensurados pelo justo valor numa moedaestrangeira devem ser transpostos pelo uso das taxas de câmbio que existiamquando os valores foram determinados.

Reconhecimento de diferenças de câmbio

15.4 - As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários ou do relato deitens monetários de uma entidade a taxas diferentes das que foram inicialmenteregistadas durante o período, ou relatadas em demonstrações financeiras anterioresdevem ser reconhecidas nos resultados do período em que ocorram.

15.5 - Quando a transacção é liquidada num período contabilístico subsequente àquele emque ocorreu, a diferença de câmbio reconhecida em cada período até à data deliquidação é determinada pela alteração nas taxas de câmbio durante cada período.

Divulgações

15.6 - Uma entidade deve divulgar a quantia das diferenças de câmbio reconhecidas nosresultados.

16 - Impostos sobre o rendimento

16.1 - O tratamento contabilístico dos impostos sobre o rendimento é, salvo disposiçãoespecífica, o método do imposto a pagar.

16.2 - Para as finalidades deste capítulo, o termo "impostos sobre o rendimento" inclui todosos impostos baseados em lucros tributáveis incluindo as tributações autónomas, quesejam devidos em qualquer jurisdição fiscal.

Reconhecimento de passivos por impostos correntes e de activos porimpostos correntes

16.3 - Os impostos correntes para períodos correntes e anteriores devem, na medida em quenão estejam pagos, ser reconhecidos como passivos. Se a quantia já paga com respeitoa períodos correntes e anteriores exceder a quantia devida para esses períodos, oexcesso deve ser reconhecido como um activo.

Mensuração

16.4 - Os passivos (activos) por impostos correntes dos períodos correntes e anteriores devemser mensurados pela quantia que se espera que seja paga (recuperada de) àsautoridades fiscais, usando as taxas fiscais (e leis fiscais) aprovadas à data do balanço.

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Reconhecimento de imposto corrente

16.5 - A contabilização dos efeitos de impostos correntes de uma transacção ou de outroacontecimento é consistente com a contabilização da transacção ou do próprioacontecimento. Assim, relativamente, a transacções e outros acontecimentosreconhecidos nos resultados, qualquer efeito fiscal relacionado também é reconhecidonos resultados. No que diz respeito a transacções e outros acontecimentosreconhecidos directamente no capital próprio, qualquer efeito fiscal relacionado tambémé reconhecido directamente no capital próprio, caso em que o imposto corrente deve serdebitado ou creditado directamente nessa rubrica.

Apresentação

Compensação

16.6 - Uma entidade deve compensar activos por impostos correntes e passivos por impostoscorrentes nas suas demonstrações financeiras se, e somente se, a entidade:

a) Tiver um direito legalmente executável para compensar quantias reconhecidas; e

b) Pretender liquidar numa base líquida, ou realizar o activo e liquidar simultaneamenteo passivo.

Gasto de impostos

16.7 - O gasto (rendimento) de impostos relacionado com o resultado de actividades ordináriasdeve ser apresentado na face da demonstração dos resultados.

Divulgações

16.8 - Devem ser divulgados separadamente:

a) Gasto (rendimento) por impostos correntes;

b) Quaisquer ajustamentos reconhecidos no período de impostos correntes deperíodos anteriores;

c) A natureza e quantia do gasto (rendimento) de imposto reconhecido directamenteem capitais próprios.

17 - Instrumentos financeiros

17.1 - Este capítulo aplica-se a todos os instrumentos financeiros com excepção de:

a) Investimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos;

b) Direitos e obrigações no âmbito de um plano de benefícios a empregados;

c) Direitos no âmbito de um contrato de seguro a não ser que o contrato de seguroresulte numa perda para qualquer das partes em resultado dos termos contratuaisque se relacionem com:

d) Alterações no risco segurado;

e) Alterações na taxa de câmbio;

f) Entrada em incumprimento de uma das partes;

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g) Locações, a não ser que a locação resulte numa perda para o locador ou locatáriocomo resultado dos termos do contrato que se relacionem com:

h) Alterações no preço do bem locado;

i) Alterações na taxa de câmbio;

j) Entrada em incumprimento de uma das contrapartes.

Reconhecimento

17.2 - Uma entidade deve reconhecer um activo financeiro, um passivo financeiro ou uminstrumento de capital próprio apenas quando se torne uma parte das disposiçõescontratuais do instrumento.

17.3 - Uma entidade deve reconhecer instrumentos de capital próprio no seu capital próprioquando emite tais instrumentos e os subscritores fiquem obrigados a pagar dinheiro ouentregar qualquer outro recurso em troca dos referidos instrumentos de capital próprio.

17.4 - Na medida em que as partes de capital sejam subscritas mas nenhum dinheiro ou outrorecurso tenha sido recebido, nenhum aumento de capital próprio deverá serreconhecido.

17.5 - Se os recursos ou dinheiro forem recebidos antes da emissão de acções e a entidadenão puder ser obrigada a devolver tais recursos ou dinheiro, a entidade deve reconhecerum aumento de capital próprio até ao limite da quantia recebida.

17.6 - Se uma entidade adquirir ou readquirir os seus próprios instrumentos de capital próprio,esses instrumentos ("quotas /acções próprias") devem ser reconhecidos como deduçãoao capital próprio. A quantia a reconhecer deve ser o justo valor da retribuição pagapelos respectivos instrumentos de capital próprio. Uma entidade não deve reconhecerqualquer ganho ou perda na demonstração de resultados decorrente de qualquercompra, venda emissão ou cancelamento de acções próprias.

Mensuração

17.7 - Uma entidade deve mensurar os seguintes instrumentos financeiros ao custo menosperda por imparidade:

a) Instrumentos tais como clientes, fornecedores, contas a receber, contas a pagar ouempréstimos bancários, incluindo os em moeda estrangeira;

b) Contratos para conceder ou contrair empréstimos; e

c) Instrumentos de capital próprio que não sejam negociados publicamente.

17.8 - Os instrumentos financeiros negociados em mercado líquido e regulamentado, devemser mensurados ao justo valor, reconhecendo-se as variações deste por contrapartidade resultados do período.

17.9 - Se um instrumento de capital próprio que vinha sendo mensurado nos termos doparágrafo anterior deixar de estar negociado em mercado líquido e regulamentado, aquantia escriturada à data da ocorrência desse facto, torna-se, a quantia de custo.

17.10 - Os custos de transacção só podem ser incluídos na mensuração inicial do activofinanceiro ou passivo financeiro, desde que este seja mensurado ao custo menos perda

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por imparidade. Todos os custos associados à emissão de instrumentos de capitalpróprio devem ser deduzidos à quantia inscrita no respectivo capital próprio.

Imparidade

17.11 - À data de cada período de relato financeiro, uma entidade deve avaliar todos os activosfinanceiros que não sejam mensurados ao justo valor por contrapartida de resultados.Se existir uma evidência objectiva de imparidade, a entidade deve reconhecer umaperda por imparidade na demonstração dos resultados.

17.12 - Evidência objectiva de que um activo financeiro ou um grupo de activos está emimparidade inclui dados observáveis que chamem a atenção ao detentor do activo,designadamente sobre os seguintes eventos de perda:

a) Significativa dificuldade financeira do emitente ou devedor;

b) Quebra contratual, tal como não pagamento ou incumprimento no pagamento dojuro ou amortização da dívida;

c) O credor, por razões económicas ou legais relacionadas com a dificuldade financeirado devedor, oferece ao devedor concessões que o credor de outro modo nãoconsideraria;

d) Seja provável que o devedor irá entrar em falência ou qualquer outra reorganizaçãofinanceira;

e) O desaparecimento de um mercado activo para o activo financeiro devido adificuldades financeiras do devedor.

17.13 - Outros factores poderão igualmente evidenciar imparidade, incluindo alteraçõessignificativas com efeitos adversos que tenham ocorrido no ambiente tecnológico, demercado, económico ou legal em que o emitente opere.

17.14 - Os activos financeiros que sejam individualmente significativos e todos os instrumentosde capital próprio devem ser avaliados individualmente para efeitos de imparidade.Outros activos financeiros devem ser avaliados quanto a imparidade, sejaindividualmente, seja agrupados com base em similares características de risco decrédito.

17.15 - Se, num período subsequente, a quantia de perda por imparidade diminuir, a entidadedeve reverter a imparidade anteriormente reconhecida. Da reversão não poderá resultaruma quantia escriturada do activo financeiro que exceda aquilo que seria o custo doreferido activo, caso a perda por imparidade não tivesse sido anteriormentereconhecida. A entidade deve reconhecer a quantia da reversão na demonstração deresultados.

17.16 - A reversão de imparidade em instrumentos de capital próprio é proibida.

Desreconhecimento de activos financeiros

17.17 - Uma entidade deve desreconhecer um activo financeiro apenas quando:

a) Os direitos contratuais aos fluxos de caixa resultantes do activo financeiro expiram;ou

b) A entidade transfere para outra parte todos os riscos significativos e benefícios

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relacionados com o activo financeiro; ou

c) A entidade, apesar de reter alguns riscos significativos e benefícios relacionadoscom o activo financeiro, tenha transferido o controlo do activo para uma outra parte eesta tenha a capacidade prática de vender o activo na sua totalidade a uma terceiraparte não relacionada e a possibilidade de exercício dessa capacidadeunilateralmente sem necessidade de impor restrições adicionais à transferência. Setal for o caso a entidade deve:

i) Desreconhecer o activo; e

ii) Reconhecer separadamente qualquer direito e obrigação criada ou retida natransferência;

Desreconhecimento de passivos financeiros

17.18 - Uma entidade deve desreconhecer um passivo financeiro (ou parte de um passivofinanceiro) apenas quando este se extinguir, isto é, quando a obrigação estabelecida nocontrato seja liquidada, cancelada ou expire.

Divulgações

17.19 - Uma entidade deve divulgar as bases de mensuração, bem como as politicascontabilísticas utilizadas para a contabilização de instrumentos financeiros, que sejamrelevantes para a compreensão das demonstrações financeiras.

17.20 - Para todos os instrumentos financeiros mensurados ao justo valor, a entidade devedivulgar a respectiva cotação de mercado.

17.21 - Se uma entidade tiver transferido activos financeiros para uma outra entidade numatransacção que não se qualifique para desreconhecimento, a entidade deve divulgar,para cada classe de tais activos financeiros:

a) A natureza dos activos;

b) A natureza dos riscos e benefícios de detenção a que a entidade continue exposta;

c) As quantias escrituradas dos activos e de quaisquer passivos associados que aentidade continue a reconhecer.

17.22 - Quando uma entidade tenha dado em garantia, penhor ou promessa de penhor activosfinanceiros, deverá divulgar:

a) A quantia escriturada de tais activos financeiros; e

b) Os termos e condições relativos à garantia, penhor ou promessa de penhor.

17.23 - Para empréstimos contraídos reconhecidos à data do balanço, uma entidade devedivulgar as situações de incumprimento.

17.24 - As sociedades anónimas devem divulgar o número de acções representativas do capitalsocial da entidade, as respectivas categorias e o seu valor nominal.

17.25 - A entidade deve divulgar as quantias de aumentos de capital realizados no período e adedução efectuada como custos de emissão bem como, separadamente, as quantias edescrição de outros instrumentos de capital próprio emitidos e a respectiva quantiaacumulada à data do balanço.

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18 - Benefícios dos empregados

18.1 - Uma entidade deve reconhecer:

a) Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca de benefícios apagar no futuro; e

b) Um gasto quando a entidade consumir o benefício económico proveniente doserviço proporcionado por um empregado em troca desses benefícios.

18.2 - Os benefícios dos empregados aos quais este capítulo se aplica são os seguintes:

a) Benefícios de curto prazo, tais como salários, ordenados e contribuições para asegurança social, licença anual paga e licença por doença paga, participação noslucros e gratificações (se pagáveis dentro de doze meses a contar do final doperíodo) e benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, alojamento,automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) relativos aos empregadoscorrentes; e

b) Benefícios de cessação de emprego.

18.3 - Os benefícios dos empregados incluem os benefícios proporcionados quer aempregados quer aos seus dependentes e podem ser liquidados por pagamentos (ou ofornecimento de bens e serviços) feitos quer directamente aos empregados, aos seuscônjuges, filhos ou outros dependentes quer a outros, tais como empresas de seguros.

18.4 - Um empregado pode proporcionar serviços a uma entidade numa base de tempocompleto, de tempo parcial, permanente, acidental ou temporária. Para os fins destecapítulo, os empregados incluem directores e outro pessoal de gerência.

Reconhecimento e mensuração

Contabilização dos benefícios a curto prazo dos empregados

18.5 - A contabilização dos benefícios a curto prazo é geralmente linear porque não sãonecessários pressupostos actuariais para mensurar a obrigação ou o custo e não hápossibilidade de qualquer ganho ou perda actuarial. Além do mais, as obrigações dosbenefícios a curto prazo são mensuradas numa base não descontada.

18.6 - Quando um empregado tenha prestado serviço a uma entidade durante um períodocontabilístico, a entidade deve reconhecer a quantia não descontada de benefícios acurto prazo que espera ser paga em troca desse serviço:

a) Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer quantia já paga. Sea quantia já paga exceder a quantia não descontada dos benefícios, uma entidadedeve reconhecer esse excesso como um activo (gasto pré-pago) na extensão deque o pré-pagamento conduzirá, por exemplo, a uma redução em futurospagamentos ou a uma restituição de dinheiro; e

b) Como um gasto, salvo se outro capítulo da presente Norma exigir ou permitir ainclusão dos benefícios no custo de um activo (ver, por exemplo, o capítulo 11 -Inventários e o capítulo 7 - Activos Fixos Tangíveis).

Planos de participação nos lucros e de gratificações

18.7 - Uma entidade deve reconhecer o custo esperado dos pagamentos de participação nos

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lucros e gratificações segundo o parágrafo 18.6 quando, e só quando:

a) A entidade tenha uma obrigação presente legal ou construtiva de fazer taispagamentos em consequência de acontecimentos passados; e

b) Possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação.

18.8 - Segundo alguns planos de participação nos lucros, os empregados só recebem umaparte do lucro se permanecerem na entidade durante um período especificado. Taisplanos criam uma obrigação construtiva à medida que os empregados prestam serviçoque aumenta a quantia a ser paga se permanecerem ao serviço até ao final do períodoespecificado. A mensuração de tais obrigações construtivas reflecte a possibilidade dealguns empregados poderem sair sem receberem pagamentos de participação noslucros.

18.9 - Uma entidade pode não ter obrigação legal de pagar uma gratificação. Não obstante,em alguns casos, uma entidade tem a prática de pagar gratificações. Em tais casos, aentidade tem uma obrigação construtiva porque não tem alternativa realista senão depagar a gratificação. A mensuração da obrigação construtiva deve reflectir apossibilidade de alguns empregados poderem sair sem receberem a gratificação.

18.10 - Uma entidade pode fazer uma estimativa fiável da sua obrigação legal ou construtivasegundo um plano de participação nos lucros ou de gratificações quando, e só quando:

a) Os termos formais do plano contenham uma fórmula para determinar a quantia dobenefício;

b) A entidade determine as quantias a serem pagas antes das demonstraçõesfinanceiras serem aprovadas para emissão; ou

c) A prática passada dê evidência clara da quantia da obrigação construtiva daentidade.

18.11 - Uma obrigação segundo planos de participação nos lucros e de gratificações resulta doserviço dos empregados e não de uma transacção com os proprietários da entidade.Por conseguinte, uma entidade reconhece o custo de planos de participação nos lucrose de gratificações não como uma distribuição do lucro líquido mas como um gasto.

Benefícios de cessação de emprego

18.12 - Os benefícios de cessação de emprego não proporcionam a uma entidade futurosbenefícios económicos e são reconhecidos como um gasto imediatamente.

Outros benefícios de empregados

18.13 - Para além dos benefícios a curto prazo e dos benefícios de cessação de emprego,podem ser proporcionados outros benefícios aos empregados, tais como:

a) Benefícios pós-emprego (pensões, seguros de vida, entre outros); e

b) Outros benefícios a longo prazo dos empregados (licença sabática, jubileu, entreoutros).

18.14 - Este capítulo não trata das situações descritas no § 18.13 as quais, se existirem, serãoreguladas pela NCRF 28 - Benefícios de Empregados.

Divulgações

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18.15 - As entidades devem divulgar o número médio de empregados durante o ano.

19 - Data de Eficácia

19.1 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ouapós 1 de Janeiro de 2010.

Apêndice I - Definições

Termos/expressões Definições

Acontecimento que criaobrigações

É um acontecimento que cria uma obrigação legal ou construtiva,que faça com que uma entidade não tenha nenhuma alternativarealista senão liquidar essa obrigação.

Acontecimentos após adata do balanço

São aqueles acontecimentos, favoráveis e desfavoráveis, queocorram entre a data do balanço e a data em que as demonstraçõesfinanceiras forem autorizadas para emissão, pelo órgão de gestão.Podem ser identificados dois tipos de acontecimentos:

a) Aqueles que proporcionem prova de condições que existiamà data do balanço (acontecimentos após a data do balançoque dão lugar a ajustamentos); e

b) Aqueles que sejam indicativos de condições que surgiramapós a data do balanço (acontecimentos após a data dobalanço que não dão lugar a ajustamentos).

Incluem-se aqui os acontecimentos que ocorram após o anúnciopúblico de resultados ou de outra informação financeiraseleccionada.

Actividade Agrícola É a gestão por uma entidade da transformação biológica de activosbiológicos, em produto agrícola ou em activos biológicos adicionais,para venda.

Actividade empresarial É um conjunto integrado de actividades conduzidas e de activosgeridos com a finalidade de proporcionar:

a) Um retorno aos investidores; oub) Custos mais baixos ou outros benefícios económicos directa

e proporcionalmente aos participantes. Uma actividadeempresarial geralmente consiste em inputs, processosaplicados a esses inputs e produções resultantes, que são,ou serão, usadas para gerar réditos. Se existir goodwill numconjunto transferido de actividades e activos, devepresumir-se que o conjunto transferido é uma actividadeempresarial.

Actividades definanciamento

São as actividades que têm como consequência alterações nadimensão e composição do capital próprio contribuído e nosempréstimos obtidos pela entidade.

Actividades de investimento São a aquisição e alienação de activos a longo prazo e de outrosinvestimentos não incluídos em equivalentes de caixa.

Actividades operacionais São as principais actividades produtoras de rédito da entidade eoutras actividades que não sejam de investimento ou definanciamento

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Termos/expressões Definições

Activo É um recurso:a) Controlado por uma entidade como resultado de

acontecimentos passados; eb) Do qual se espera que fluam benefícios económicos futuros

para a entidade.Activo biológico É um animal ou planta vivos.Activo contingente É um possível activo proveniente de acontecimentos passados e

cuja existência somente será confirmada pela ocorrência ou nãoocorrência de um ou mais acontecimentos futuros incertos nãototalmente sob o controlo da entidade.

Activos «corporate» São activos excepto goodwill que contribuam para os fluxos decaixa futuros de várias unidades geradoras de caixa.

Activo corrente É um activo que satisfaça qualquer dos seguintes critérios:a) Se espera que seja realizado, ou se pretende que seja

vendido ou consumido, no decurso normal do ciclooperacional da entidade;

b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de sernegociado

c) Se espere que seja realizado num período de doze mesesapós a data do balanço; ou

d) Seja caixa ou um activo equivalente de caixa a menos quelhe seja limitada a troca ou o uso para liquidar um passivopelo menos doze meses após a data do balanço

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Termos/expressões Definições

Activo financeiro É qualquer activo que seja:a) Dinheiro;b) Um instrumento de capital próprio de uma outra entidade;c) Um direito contratual:

i) De receber dinheiro ou outro activo financeiro de outraentidade; ou

ii) De trocar activos financeiros ou passivos financeiros comoutra entidade em condições que sejam potencialmentefavoráveis para a entidade; ou

d) Um contrato que seja ou possa ser liquidado eminstrumentos de capital próprio da própria entidade e queseja:i) Um não derivado para o qual a entidade esteja, ou possa

estar, obrigada a receber um número variável dosinstrumentos de capital próprio da própria entidade; ou

ii) Um derivado que seja ou possa ser liquidado de formadiferente da troca de uma quantia fixa em dinheiro ououtro activo financeiro por um número fixo deinstrumentos de capital próprio da própria entidade. Paraesta finalidade, os instrumentos de capital próprio daprópria entidade não incluem instrumentos que sejameles próprios contratos para futuro recebimento ouentrega dos instrumentos de capital próprio da própriaentidade.

Activo intangível É um activo não monetário identificável sem substância física.Activo que se qualifica É um activo que leva necessariamente um período substancial de

tempo para ficar pronto para o seu uso pretendido ou para venda.Activos de exploração eavaliação

São dispêndios de exploração e avaliação reconhecidos comoactivos de acordo com a política contabilística da entidade.

Activos detidos por umfundo de benefícios a longoprazo de empregados

São activos (que não sejam instrumentos financeiros nãotransferíveis emitidos pela entidade que relata) que:

a) Sejam detidos por uma entidade (o fundo) que estejalegalmente separada da entidade que relata e existaunicamente para pagar ou financiar os benefícios dosempregados; e

b) Estejam disponíveis para ser unicamente usados para pagarou financiar os benefícios dos empregados, não estejamdisponíveis para os credores da própria entidade que relata(mesmo em falência), e não possam ser devolvidos àentidade que relata, salvo se ou:i) Os restantes activos do fundo sejam suficientes para

satisfazer todas as respectivas obrigações de benefíciosdos empregados do plano ou da entidade que relata; ou

ii) Os activos sejam devolvidos à entidade que relata para areembolsar relativamente a benefícios de empregados jápagos

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Termos/expressões Definições

Activos do plano Compreendem:a) Activos detidos por um fundo de benefícios a longo prazo de

empregados; eb) Apólices de seguros elegíveis.

Activos fixos tangíveis São itens tangíveis que:a) Sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de

bens ou serviços, para arrendamento a outros, ou para finsadministrativos; e

b) Se espera que sejam usados durante mais do que umperíodo.

Activos monetários São dinheiros detidos e activos a ser recebidos em quantias fixadasou determináveis de dinheiro.

Activos não correntes São activos que não satisfaçam a definição de activo corrente.Activos por impostosdiferidos

São as quantias de impostos sobre o rendimento recuperáveis emperíodos futuros respeitantes a:

a) Diferenças temporárias dedutíveis;b) O reporte de perdas fiscais não utilizadas; ec) O reporte de créditos tributáveis não utilizados.

Altamente provável É um acontecimento cuja possibilidade de ocorrência ésignificativamente mais do que provável.

Alteração na estimativacontabilística

É um ajustamento na quantia escriturada de um activo ou de umpassivo, ou a quantia de consumo periódico de um activo, queresulta da avaliação do presente estado dos activos e passivos, eobrigações e benefícios futuros esperados associados aos mesmos.As alterações nas estimativas contabilísticas resultam de novainformação ou novos desenvolvimentos e, em conformidade, nãosão correcções de erros.

Ambiente Refere-se ao meio físico natural, incluindo o ar, a água, a terra, aflora, a fauna e os recursos não renováveis como por exemplo oscombustíveis fósseis e os minerais.

Amortização É a imputação sistemática da quantia depreciável de um activointangível durante a sua vida útil

Aplicação prospectiva De uma alteração numa política contabilística e de reconhecimentodo efeito de uma alteração numa estimativa contabilística,respectivamente, é:

a) A aplicação da nova política contabilística a transacções,outros acontecimentos e condições, que ocorram após adata em que a política seja alterada; e

b) O reconhecimento do efeito da política da alteração naestimativa contabilística nos períodos corrente e futuroafectados pela alteração.

Aplicação retrospectiva É a aplicação de uma nova política contabilística a transacções,outros acontecimentos e condições, como se essa política tivessesido sempre aplicada

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Termos/expressões Definições

Apoio do Governo É a acção concebida pelo Governo para proporcionar benefícioseconómicos específicos a uma entidade ou a uma categoria deentidades que a eles se propõem segundo certos critérios. O apoiodo Governo não inclui os benefícios única e indirectamenteproporcionados através de acções que afectem as condiçõescomerciais gerais, tais como o fornecimento de infra-estruturas emáreas de desenvolvimento ou a imposição de restrições comerciaissobre concorrentes.

Apólice de seguro elegível É uma apólice de seguro emitida por uma seguradora que não sejauma parte relacionada (como definido na IAS 24, Divulgações dePartes Relacionadas) da entidade que relata, se o produto daapólice:

a) Só puder ser usado para pagar ou financiar benefícios dosempregados segundo um plano de benefícios definidos;

b) Não estejam disponíveis para os credores da própriaentidade que relata (mesmo em falência) e não possam serpagos à entidade que relata, a menos que ou:i) O produto represente activos excedentários que não

sejam necessários para a apólice satisfazer todas asrespectivas obrigações de benefícios dos empregados;ou

ii) O produto seja devolvido à entidade que relata para areembolsar de benefícios de empregados já pagos.

Associada É uma entidade (aqui se incluindo as entidades que não sejamconstituídas em forma de sociedade, como, p. ex,. as parcerias)sobre a qual o investidor tenha influência significativa e que não sejanem uma subsidiária nem um interesse num empreendimentoconjunto.

Balanço de abertura deacordo com as NCRF.

É o balanço de uma entidade (publicado ou não) à data de transiçãopara as NCRF.

Base fiscal de um activo oude um passivo.

É a quantia atribuída a esse activo ou passivo para fins fiscais.

Benefícios a curto prazodos empregados.

São os benefícios dos empregados (que não sejam benefícios decessação de emprego e benefícios de compensação em capitalpróprio) que se vençam na totalidade dentro de doze meses após ofinal do período em que os empregados prestem o respectivoserviço.

Benefícios adquiridos pelosempregados

São benefícios dos empregados que não estejam condicionados aofuturo emprego.

Benefícios de remuneraçãoem capital próprio

São benefícios dos empregados pelos quais:a) Os empregados têm direito a receber instrumentos

financeiros de capital próprio emitidos pela entidade (ou pelasua empresa mãe); ou

b) A quantia da obrigação da entidade para com osempregados depende do preço futuro de instrumentosfinanceiros de capital próprio emitidos pela entidade

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Termos/expressões Definições

Benefícios dos empregados São todas as formas de remuneração dadas por uma entidade emtroca do serviço prestado pelos empregados.

Benefícios por cessação deemprego (terminus).

São benefícios dos empregados pagáveis em consequência de:a) A decisão de uma entidade cessar o emprego de um

empregado antes da data normal da reforma; ou deb) Decisão de um empregado de aceitar a saída voluntária em

troca desses benefícios.Benefícios pós emprego São benefícios dos empregados (que não sejam benefícios de

cessação de emprego e benefícios de compensação em capitalpróprio) que sejam pagáveis após a conclusão do emprego.

Caixa Compreende o dinheiro em caixa e em depósitos à ordem.Colheita É a separação de um produto de um activo biológico ou a cessação

dos processos de vida de um activo biológico.Começo do prazo dalocação

É a data a partir da qual o locatário passa a poder exercer o seudireito de usar o activo locado. É a data do reconhecimento inicialda locação (i.e. o reconhecimento dos activos, passivos,rendimentos ou gastos resultantes da locação, conforme forapropriado).

Componente de umaentidade

São unidades operacionais e fluxos de caixa que possam serclaramente distinguidos, operacionalmente e para finalidades derelato financeiro, do resto de uma entidade.

Compromisso firme É um acordo vinculativo para a troca de uma quantidadeespecificada de recursos a um preço especificado numa data ou emdatas futuras especificadas.

Compromisso firme decompra

É um acordo com uma parte não relacionada, vinculando ambas aspartes e normalmente legalmente imponível, que:

a) Especifique todos os termos significativos, incluindo o preçoe a tempestividade das transacções; e

b) Inclua um desincentivo por não desempenho que ésuficientemente grande para tornar o desempenho altamenteprovável.

Concentração deactividades empresariais

É a junção de entidades ou actividades empresariais separadasnuma única entidade que relata.

Concentração deactividades empresariaisenvolvendo entidades ouactividades empresariaissob controlo comum.

É uma concentração de actividades empresariais em que todas asentidades ou actividades empresariais concentradas são em últimaanálise controladas pela mesma parte ou partes antes e após aconcentração, sendo que o controlo não é transitório.

Consolidação proporcional É um método de contabilização em que a parte de umempreendedor em cada um dos activos, passivos, rendimentos eganhos e gastos e perdas de uma entidade conjuntamentecontrolada é combinada linha a linha com itens semelhantes dasdemonstrações financeiras do empreendedor ou relatada comolinhas de itens separadas nas demonstrações financeiras doempreendedor

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Termos/expressões Definições

Contrato de «cost plus» É um contrato de construção em que a entidade contratada éreembolsada por custos permitidos ou de outra forma definidos maisuma percentagem destes custos ou uma remuneração fixada.

Contrato de construção É um contrato especificamente negociado para a construção de umactivo ou de uma combinação de activos que estejam intimamenteinter-relacionados ou interdependentes em termos da suaconcepção, tecnologia e função ou do seu propósito ou uso final.

Contrato de preço fixado É um contrato de construção em que a entidade contratadaconcorda com um preço fixado ou com uma taxa fixada por unidadede «output» que, nalguns casos, está sujeito a cláusulas de custosescalonados.

Contrato oneroso É um contrato em que os custos não evitáveis de satisfazer asobrigações do contrato excedem os benefícios económicos que seespera sejam recebidos ao abrigo do mesmo.

Contrato executório É um contrato segundo o qual nenhuma das partes tenha cumpridoqualquer das suas obrigações ou ambas as partes apenas tenhamparcialmente cumprido as suas obrigações em igual extensão.

Controlo É o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de umaentidade ou de uma actividade económica a fim de obter benefíciosda mesma.

Controlo conjunto É a partilha de controlo, acordada contratualmente, de umaactividade económica, e existe apenas quando as decisõesestratégicas financeiras e operacionais relacionadas com aactividade exigem o consentimento unânime das partes quepartilham o controlo (os empreendedores).

Controlo de um activo Uma entidade controla um activo se tiver o poder de obterbenefícios económicos futuros que fluam do recurso subjacente epuder restringir o acesso de outros a esses benefícios.

Custo É a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor deoutra retribuição dada para adquirir um activo no momento da suaaquisição ou construção, ou, quando aplicável, a quantia atribuída aesse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo com osrequisitos específicos de outras NCRF.

Custo amortizado de umactivo financeiro ou de umpassivo financeiro.

É a quantia pela qual o activo financeiro ou o passivo financeiro émensurado no reconhecimento inicial, menos os reembolsos decapital, mais ou menos a amortização cumulativa, usando o métododo juro efectivo, de qualquer diferença entre essa quantia inicial e aquantia na maturidade, e menos qualquer redução (directamente oupor meio do uso de uma conta de abatimento) quanto à imparidadeou incobrabilidade.

Custos com a alienação São custos incrementais directamente atribuíveis à alienação de umactivo ou unidade geradora de caixa, excluindo custos definanciamento e gastos de impostos sobre o rendimento

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Termos/expressões Definições

Custo considerado É a quantia usada como substituto para o custo ou para o custodepreciado numa data determinada. Uma depreciação ouamortização posterior assume que a entidade tinha inicialmentereconhecido o activo ou o passivo numa determinada data e que oseu custo era igual ao custo considerado.

Custos de empréstimosobtidos

São os custos de juros e outros incorridos por uma entidaderelativos aos pedidos de empréstimos de fundos.

Custo de juros É o aumento durante um período no valor presente de umaobrigação de benefícios definidos que surge porque os benefíciosestão um ano mais próximo da liquidação.

Custo de serviçospassados

É o aumento no valor presente da obrigação de benefícios definidosquanto ao serviço de empregados em períodos anteriores,resultantes no período corrente da introdução de, ou alterações a,benefícios pós-emprego ou outros benefícios a longo prazo dosempregados. O custo de serviços passados pode ser ou positivo(quando os benefícios sejam introduzidos ou melhorados) ounegativo (quando os benefícios existentes sejam reduzidos).

Custo do serviço corrente É o aumento no valor presente da obrigação de benefícios definidosresultante do serviço do empregado no período corrente.

Custos de transacção São custos incrementais que sejam directamente atribuíveis àaquisição, emissão ou alienação de um activo ou passivo financeiro.Um custo incremental é aquele que não seria incorrido se aentidade não tivesse adquirido, emitido ou alienado o instrumentofinanceiro.

Custos de vender São os custos incrementais directamente atribuíveis à alienação deum activo (ou grupo para alienação), excluindo custos definanciamento e gastos de impostos sobre o rendimento.

Custos directos iniciais São custos incrementais que são directamente atribuíveis ànegociação e aceitação de uma locação, excepto os custosincorridos pelos locadores fabricantes ou negociantes.

Data de acordo É a data em que um acordo substantivo entre as partesconcentradas é alcançado e, no caso de entidades publicamentecotadas, anunciado ao público. No caso de uma Oferta Pública deAquisição (OPA) hostil, a data mais recente em que um acordosubstantivo entre as partes concentradas é celebrado é a data emque um número suficiente dos proprietários da adquirida aceitou aoferta do adquirente para que este obtenha o controlo sobre aadquirida.

Data de acordo para umaconcentração deactividades empresariais

É a data em que um acordo substantivo entre as partesconcentradas seja celebrado e, no caso de entidades cotadas embolsa, anunciado ao público. No caso de uma Oferta Pública deAquisição (OPA) hostil, a data mais recente em que tiver sidoatingido um acordo substantivo entre as partes que se concentram éa data em que um número suficiente dos proprietários da adquiridatenham aceite a oferta do adquirente para que este obtenha ocontrolo daquela.

Data de aquisição É a data em que a adquirente obtém efectivamente o controlo sobrea adquirida

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Termos/expressões Definições

Data de autorização paraemissão dasdemonstrações financeiras.

É a data a partir da qual as demonstrações financeiras aprovadaspelo órgão de gestão se disponibilizam para conhecimento deterceiros ou, se aplicável, dum conselho de supervisão (constituídounicamente por não-executivos).

Data de transição para asNCRF

É a data de início do primeiro período para o qual a entidadeapresenta as suas primeiras demonstrações financeiras de acordocom as NCRF.

Data de troca É a data de aquisição quando uma concentração de actividadesempresariais é alcançada através de uma única transacção detroca. Quando uma concentração de actividades empresariaisenvolve mais de uma transacção de troca, por exemplo, quando éalcançada por fases através de sucessivas compras de acções, adata de troca é a data em que cada investimento individual éreconhecido nas demonstrações financeiras da adquirente.

Demonstrações financeirasconsolidadas

São as demonstrações financeiras de um grupo apresentadas comoas de uma única entidade económica.

Depreciação (Amortização) É a imputação sistemática da quantia depreciável de um activodurante a sua vida útil.

Derivado. É um instrumento financeiro ou outro contrato com todas as trêscaracterísticas seguintes:

a) O seu valor altera-se em resposta à alteração numaespecificada taxa de juro, preço de instrumento financeiro,preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de preços oude taxas, notação de crédito ou índice de crédito, ou outravariável, desde que, no caso de uma variável não financeira,a variável não seja específica de uma parte do contrato (porvezes denominada “subjacente”);

b) Não requer qualquer investimento líquido inicial ou requerum investimento inicial líquido inferior ao que seria exigidopara outros tipos de contratos que se esperaria que tivessemuma resposta semelhante às alterações nos factores demercado;

c) É liquidado numa data futura.Desenvolvimento É a aplicação das descobertas derivadas da pesquisa ou de outros

conhecimentos a um plano ou concepção para a produção demateriais, mecanismos, aparelhos, processos, sistemas ou serviços,novos ou substancialmente melhorados, antes do início da produçãocomercial ou uso.

Desreconhecimento É a remoção de um activo financeiro ou de um passivo financeiroanteriormente reconhecido no balanço de uma entidade.

Diferença de câmbio É a diferença resultante da transposição de um determinado númerode unidades de uma moeda para outra moeda a diferentes taxas decâmbio

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Termos/expressões Definições

Diferenças temporárias São diferenças entre a quantia escriturada de um activo ou de umpassivo no balanço e a sua base de tributação. As diferençastemporárias podem ser:

a) Diferenças temporárias tributáveis, que são diferençastemporárias de que resultam quantias tributáveis nadeterminação do lucro tributável (perda fiscal) de períodosfuturos quando a quantia escriturada do activo ou do passivoseja recuperada ou liquidada; ou

b) Diferenças temporárias dedutíveis, que são diferençastemporárias de que resultam quantias que são dedutíveis nadeterminação do lucro tributável (perda fiscal) de períodosfuturos quando a quantia escriturada do activo ou do passivoseja recuperada ou liquidada.

Dispêndios de carácterambiental

Incluem os custos das medidas tomadas por uma entidade ou, emseu nome, por outras entidades, para evitar, reduzir ou reparardanos de carácter ambiental decorrentes das suas actividades.

Dispêndios de exploração eavaliação

São dispêndios incorridos por uma entidade em ligação com aexploração e avaliação de recursos minerais antes que aexequibilidade técnica e viabilidade comercial da extracção de umrecurso mineral seja demonstrável.

Empreendedor É um parceiro de um empreendimento conjunto que tem controloconjunto sobre esse empreendimento.

Empreendimento conjunto É uma actividade económica empreendida por dois ou maisparceiros, sujeita a controlo conjunto destes mediante um acordocontratual.

Empresa-mãe É uma entidade que tem uma ou mais subsidiárias.Empréstimos perdoáveis São empréstimos em que o emprestador se compromete a

renunciar ao seu reembolso sob certas condições acordadas.Entidade mútua É uma entidade que não seja uma entidade detida pelo investidor,

tal como uma companhia de seguros mútuos ou uma entidadecooperativa mútua, que proporciona custos mais baixos ou outrosbenefícios económicos directa e proporcionalmente aos seussegurados ou participantes.

Entidade que relata É uma entidade para a qual existem utentes que dependem dasdemonstrações financeiras de âmbito geral da entidade para tereminformação que lhes será útil na tomada de decisões acerca daimputação de recursos. Uma entidade que relata pode ser umaúnica entidade ou um grupo compreendendo uma empresa-mãe etodas as suas subsidiárias.

Equivalentes de caixa São investimentos financeiros a curto prazo, altamente líquidos quesejam prontamente convertíveis para quantias conhecidas dedinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante dealterações de valor

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Termos/expressões Definições

Erros de períodosanteriores

São omissões, e declarações incorrectas, nas demonstraçõesfinanceiras da entidade de um ou mais períodos anterioresdecorrentes da falta de uso, ou uso incorrecto, de informação fiávelque:

a) Estava disponível quando as demonstrações financeirasdesses períodos foram autorizadas para emissão; e

b) Poderia razoavelmente esperar-se que tivesse sido obtida etomada em consideração na preparação e apresentaçãodessas demonstrações financeiras.

Tais erros incluem os efeitos de erros matemáticos, erros naaplicação de políticas contabilísticas, fraudes e descuidos ouinterpretações incorrectas de factos.

Exploração e avaliação derecursos minerais

São a pesquisa de recursos minerais, incluindo minérios, petróleo,gás natural e recursos não regenerativos semelhantes depois de aentidade ter obtido os direitos legais de explorar numa áreaespecífica, bem como a determinação da exequibilidade técnica eviabilidade comercial de extrair o recurso mineral.

Fluxos de caixa São influxos (recebimentos, entradas) e exfluxos (pagamentos,saídas) de caixa e seus equivalentes.

Ganhos e perdas actuariais Compreendem:a) Ajustamentos de experiência (os efeitos de diferenças entre

os anteriores pressupostos actuariais e aquilo que realmenteocorreu); e

b) Os efeitos de alterações nos pressupostos actuariais.Gasto de impostos(rendimento de impostos).

É a quantia agregada incluída na determinação do resultado líquidodo período respeitante a impostos correntes e a impostos diferidos.

Goodwill Corresponde a benefícios económicos futuros resultantes de activosque não são capazes de ser individualmente identificados eseparadamente reconhecidos.

Governo Refere-se ao Governo, agências do Governo e organismossemelhantes sejam eles locais, nacionais ou internacionais.

Grupo É constituído por uma empresa-mãe e todas as suas subsidiárias.Grupo de activos biológicos É uma agregação de animais ou de plantas vivos semelhantes.Grupo para alienação É um grupo de activos a alienar, por venda ou de outra forma, em

conjunto com um grupo numa só transacção, e passivosdirectamente associados a esses activos que serão transferidos natransacção. O grupo inclui goodwill adquirido numa concentração deactividades empresariais se o grupo for uma unidade geradora decaixa à qual tenha sido imputado goodwill

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Termos/expressões Definições

Identificabilidade Um activo satisfaz o critério da identificabilidade na definição de umactivo intangível quando:

a) For separável, i.e. capaz de ser separado ou dividido daentidade e vendido, transferido, licenciado, alugado outrocado, seja individualmente ou em conjunto com umcontrato, activo ou passivo relacionado; ou

b) Resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais,quer esses direitos sejam transferíveis quer sejamseparáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

Imposto corrente É a quantia a pagar (a recuperar) de impostos sobre o rendimentorespeitantes ao lucro tributável (perda) tributável de um período

Impraticável A aplicação de um requisito é impraticável quando a entidade não opode aplicar depois de ter feito todos os esforços razoáveis para oconseguir. Para um período anterior em particular, é impraticávelaplicar retrospectivamente uma alteração na política contabilísticaou fazer uma reexpressão retrospectiva para corrigir um erro se:

a) Os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reexpressãoretrospectiva não forem determináveis;

b) A aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectivaexigir pressupostos sobre qual teria sido a intenção daentidade nesse período; ou

c) A aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectivaexigir estimativas significativas de quantias e se forimpossível distinguir objectivamente a informação sobreestas estimativas que:i) Proporcione provas de circunstâncias que existiam na(s)

data(s) em que essas quantias foram reconhecidas,mensuradas ou divulgadas;

ii) Teria estado disponível quando as demonstraçõesfinanceiras desse período foram autorizadas paraemissão.

Influência significativa É o poder de participar nas decisões das políticas financeira eoperacional da investida ou de uma actividade económica mas quenão é controlo nem controlo conjunto sobre essas políticas. Ainfluência significativa pode ser obtida por posse de acções, estatutoou acordo.

Início da locação É a mais antiga de entre a data do acordo de locação e a de umcompromisso assumido pelas partes quanto às principaisdisposições da locação. Nesta data:

a) Uma locação é classificada como uma locação financeira ouuma locação operacional; e

b) No caso de uma locação financeira, são determinadas asquantias a reconhecer no começo do prazo da locação

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Termos/expressões Definições

Interesse minoritário É a parte dos resultados e dos activos líquidos de uma subsidiáriaatribuível a interesses de capital próprio que não sejam detidos,directa ou indirectamente através de subsidiárias, pelaempresa-mãe.

Instrumento de capitalpróprio

É qualquer contrato que evidencie um interesse residual nos activosde uma entidade após dedução de todos os seus passivos.

Instrumento de cobertura É um derivado designado ou (apenas para a cobertura de risco dealterações nas taxas de câmbio de moeda estrangeira) um activofinanceiro não derivado designado ou um passivo financeiro nãoderivado cujo justo valor ou fluxos de caixa se espera quecompense as alterações no justo valor ou fluxos de caixa de umitem coberto designado.

Instrumento financeiro É um contrato que dá origem a um activo financeiro numa entidadee a um passivo financeiro ou instrumento de capital próprio noutraentidade.

Inventários São activos:a) Detidos para venda no decurso ordinário da actividade

empresarial;b) No processo de produção para tal venda; ouc) Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no

processo de produção ou na prestação de serviços.Investidor numempreendimento conjunto

É um participante de um empreendimento conjunto e que não temcontrolo conjunto sobre esse empreendimento conjunto.

Investimento bruto nalocação

É o agregado de:a) Os pagamentos mínimos da locação a receber pelo locador

segundo uma locação financeiro; eb) Qualquer valor residual não garantido que acresça ao

locador.Investimento líquido Numa unidade operacional estrangeira é a quantia relativa ao

interesse da entidade que relata nos activos líquidos dessa unidadeoperacional.

Investimento líquido nalocação

É o investimento bruto na locação descontado à taxa de juroimplícita na locação.

Item coberto É um activo, passivo, compromisso firme, transacção previstaaltamente provável ou investimento líquido numa unidadeoperacional estrangeira que. (a) expõe a entidade ao risco dealterações no justo valor ou nos fluxos de caixa futuros; (b) foidesignado como estando coberto.

Itens monetários São unidades monetárias detidas e activos e passivos a receber oua pagar num número fixado ou determinável de unidadesmonetárias.

Justo valor É a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivoliquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numatransacção em que não exista relacionamento entre elas

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Termos/expressões Definições

Justo valor menos oscustos de vender

É a quantia a obter da venda de um activo ou unidade geradora decaixa numa transacção entre partes conhecedoras e dispostas aisso, sem qualquer relacionamento entre elas, menos os custos coma alienação.

Locação É um acordo pelo qual o locador transmite ao locatário, em troca deum pagamento ou série de pagamentos, o direito de usar um activopor um período de tempo acordado.

Locação financeira É uma locação que transfere substancialmente todos os riscos evantagens inerentes à posse de um activo. O título de propriedadepode ou não ser eventualmente transferido.

Locação não cancelável É uma locação que somente pode ser cancelável:a) Após a ocorrência de alguma contingência remota;b) Com a permissão do locador;c) Se o locatário celebrar uma nova locação para o mesmo

activo ou para um activo equivalente com o mesmo locador;ou

d) Após o pagamento pelo locatário de uma quantia adicionaltal que, no início da locação, a continuação da mesma sejarazoavelmente certa.

Locação operacional É uma locação que não seja uma locação financeira.Lucro contabilístico É o resultado líquido de um período antes da dedução do gasto de

impostos.Lucro tributável (perdafiscal)

É o lucro (ou perda) de um período, determinado de acordo com asregras estabelecidas pelas autoridades fiscais, sobre o qual sãopagos (ou recuperáveis) impostos sobre o rendimento.

Material As omissões ou declarações incorrectas de itens são materiais sepuderem, individual ou colectivamente, influenciar as decisõeseconómicas dos utentes, tomadas com base nas demonstraçõesfinanceiras. A materialidade depende da dimensão e natureza daomissão ou declaração incorrecta ajuizada nas circunstâncias que arodeiam. A dimensão e a natureza do item, ou uma combinação deambas, podem ser o factor determinante.

Membros íntimos da família São aqueles membros da família que se espera que influenciem, ousejam influenciados por esse indivíduo nos seus negócios com aentidade. Podem incluir:

a) O cônjuge ou pessoa com análoga relação de afectividade eos filhos do indivíduo;

b) Filhos do cônjuge ou de pessoa com análoga relação deafectividade; e

c) Dependentes do indivíduo, do cônjuge ou de pessoa comanáloga relação de afectividade

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Termos/expressões Definições

Mercado activo É um mercado no qual se verifiquem todas as condições seguintes:a) Os itens negociados no mercado são homogéneos;b) Podem ser encontrados em qualquer momento compradores

e vendedores dispostos a comprar e vender; ec) Os preços estão disponíveis ao público

Método da equivalênciapatrimonial

É um método de contabilização pelo qual o investimento ouinteresse é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormenteajustado em função das alterações verificadas, após a aquisição, naquota-parte do investidor ou do empreendedor nos activos líquidosda investida ou da entidade conjuntamente controlada. Osresultados do investidor ou empreendedor incluem a parte que lhecorresponda nos resultados da investida ou da entidadeconjuntamente controlada.

Método do juro efectivo É um método de calcular o custo amortizado de um activo financeiroou de um passivo financeiro (ou grupo de activos financeiros ou depassivos financeiros) e de imputar o rendimento dos juros ou ogasto dos juros durante o período relevante. A taxa de juro efectivaé a taxa que desconta exactamente os pagamentos ourecebimentos de caixa futuros estimados durante a vida esperadado instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período maiscurto na quantia escriturada líquida do activo financeiro ou dopassivo financeiro.

Moeda de apresentação É a moeda na qual as demonstrações financeiras são apresentadas.Moeda estrangeira É uma moeda que não seja a moeda funcional da entidade.Moeda funcional É a moeda do ambiente económico principal no qual a entidade

opera.Obrigação construtiva É uma obrigação que decorre das acções de uma entidade em que:

a) Por via de um modelo estabelecido de práticas passadas, depolíticas publicadas ou de uma declaração correntesuficientemente específica, a entidade tenha indicado aoutras partes que aceitará certas responsabilidades; e

b) Em consequência, a entidade tenha criado uma expectativaválida nessas outras partes de que cumprirá com essasresponsabilidades.

Obrigação legal É uma obrigação que deriva de:a) Um contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);b) Legislação; ouc) Outras obrigações de lei.

Outros benefícios a longoprazo dos empregados.

São benefícios dos empregados (que não sejam benefíciospós-emprego, benefícios de cessação de emprego e benefícios deremuneração em capital próprio) que não se vençam na totalidadedentro de doze meses após o final do período em que osempregados prestam o respectivo serviço

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Termos/expressões Definições

Pagamentos mínimos dalocação

São os pagamentos durante o prazo da locação que o locatário vaifazer, ou que lhe possam ser exigidos, excluindo a rendacontingente, custos relativos a serviços e impostos a serem pagospelo, e reembolsados ao, locador, juntamente com:

a) No caso do locatário, quaisquer quantias garantidas pelolocatário ou por uma parte relacionada com o locatário; ou

b) No caso do locador, qualquer valor residual garantido aolocador:i) Pelo locatário;ii) Por uma parte relacionada com o locatário; ouiii) Por um terceiro não relacionado com o locador, que seja

financeiramente capaz de satisfazer tal garantia.Contudo, se o locatário tiver a opção de comprar o activo por umpreço que se espera que seja suficientemente mais baixo do que ojusto valor na data em que a opção se torne exercível para que, noinício da locação, seja razoavelmente certo que ela será exercida,os pagamentos mínimos da locação compreendem os pagamentosmínimos a pagar durante o prazo da locação até à data esperada doexercício desta opção de compra.

Parte relacionada Uma parte está relacionada com uma entidade se:a) Directa, ou indirectamente através de um ou mais

intermediários, a parte:i) Controlar, for controlada por ou estiver sob o controlo

comum da entidade (isto inclui relacionamentos entreempresas-mãe e subsidiárias e entre subsidiárias damesma empresa-mãe);

ii) Tiver um interesse na entidade que lhe confira influênciasignificativa sobre a mesma; ou

iii) Tiver um controlo conjunto sobre a entidade;b) A parte for uma associada ou um empreendimento conjunto

em que a entidade seja um empreendedor (ver NCRF 13 —Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentosem Associadas);

c) A parte for membro do pessoal chave da gestão da entidadeou da sua empresa-mãe;

d) A parte for membro íntimo da família de qualquer indivíduoreferido nas alíneas (a) ou (c);

e) A parte for uma entidade sobre a qual qualquer indivíduoreferido nas alíneas (c) ou (d) exerce controlo, controloconjunto ou influência significativa, ou que possui, directa ouindirectamente um significativo poder de voto; ou

f) A parte for um plano de benefícios pós-emprego parabenefício dos empregados da entidade, ou de qualquerentidade que seja uma parte relacionada dessa entidade

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Termos/expressões Definições

Passivo É uma obrigação presente da entidade proveniente deacontecimentos passados, cuja liquidação se espera que resultenum exfluxo de recursos da entidade que incorporem benefícioseconómicos.

Passivo contingente É:a) Uma obrigação possível que provenha de acontecimentos

passados e cuja existência somente será confirmada pelaocorrência ou não de um ou mais acontecimentos futurosincertos não totalmente sob controlo da entidade; ou

b) Uma obrigação presente que decorra de acontecimentospassados mas que não é reconhecida porque:i) Não é provável que um exfluxo de recursos incorporando

benefícios económicos seja exigido para liquidar aobrigação; ou

ii) A quantia da obrigação não pode ser mensurada comsuficiente fiabilidade.

Passivo financeiro É qualquer passivo que seja:a) Uma obrigação contratual:

i) De entregar dinheiro ou outro activo financeiro a umaoutra entidade; ou

ii) De trocar activos financeiros ou passivos financeiros comoutra entidade em condições que sejam potencialmentedesfavoráveis para a entidade; ou

b) Um contrato que seja ou possa ser liquidado eminstrumentos de capital próprio da própria entidade e queseja:i) Um não derivado para o qual a entidade esteja ou possa

estar obrigada a entregar um número variável deinstrumentos de capital próprio da própria entidade; ou

ii) Um derivado que seja ou possa ser liquidado de formadiferente da troca de uma quantia fixa em dinheiro ououtro activo financeiro por um número fixo dosinstrumentos de capital próprio da própria entidade. Paraesta finalidade, os instrumentos de capital próprio daprópria entidade não incluem instrumentos que sejameles próprios contratos para futuro recebimento ouentrega dos instrumentos de capital próprio da própriaentidade.

Passivos por impostosdiferidos

São as quantias de impostos sobre o rendimento pagáveis emperíodos futuros com respeito a diferenças temporárias tributáveis.

PCGA anteriores Correspondem à base de contabilidade que um adoptante pelaprimeira vez utilizava imediatamente antes de adoptar as NCRF.

Perda fiscal (lucrotributável)

É a perda (ou lucro) de um período, determinado de acordo com asregras estabelecidas pelas autoridades fiscais, sobre o qual sãopagos (ou recuperáveis) impostos sobre o rendimento

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Termos/expressões Definições

Perda por imparidade É o excedente da quantia escriturada de um activo, ou de umaunidade geradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.

Pesquisa É a investigação original e planeada levada a efeito com aperspectiva de obter novos conhecimentos científicos ou técnicos

Pessoal chave de gestão São as pessoas que têm autoridade e responsabilidade peloplaneamento, direcção e controlo das actividades da entidade,directa ou indirectamente, incluindo qualquer administrador(executivo ou outro) dessa entidade.

Planos de benefíciosdefinidos

São planos de benefícios pós emprego que não sejam planos decontribuição definida.

Planos de benefícios pósemprego

São acordos formais ou informais pelos quais uma entidadeproporciona benefícios pós emprego a um ou mais empregados.

Planos de contribuiçãodefinida

São planos de benefícios pós emprego pelos quais uma entidadepaga contribuições fixadas a uma entidade separada (um fundo) enão terá obrigação legal ou construtiva de pagar contribuiçõesadicionais se o fundo não detiver activos suficientes para pagartodos os benefícios dos empregados relativos ao serviço dosempregados no período corrente e em períodos anteriores.

Planos de remuneração emcapital próprio.

São acordos formais ou informais pelos quais uma entidadeproporciona benefícios de remuneração em capital próprio para umou mais empregados.

Planos multi-empregador São planos de contribuição definida (que não sejam planos estatais)ou planos de benefícios definidos (que não sejam planos estatais)que:

a) Ponham em conjunto activos contribuídos por váriasentidades que não estejam sob controlo comum; e

b) Usem esses activos para proporcionar benefícios aosempregados de mais de uma entidade, na base de que osníveis de contribuições e de benefícios são determinadosnão olhando à identidade da entidade que emprega osempregados em questão.

Políticas contabilísticas São os princípios, bases, convenções, regras e práticas específicosaplicados por uma entidade na preparação e apresentação dedemonstrações financeiras.

Prazo da locação É o período não cancelável pelo qual o locatário contratou locar oactivo juntamente com quaisquer termos adicionais pelos quais olocatário tem a opção de continuar a locar o activo, com ou sempagamento adicional, quando no início da locação forrazoavelmente certo que o locatário irá exercer a opção.

Preço de venda líquido É a quantia a obter da venda de um activo numa transacção entrepartes conhecedoras e interessadas, independentes entre si, menosos custos com a alienação.

Primeiras demonstraçõesfinanceiras de acordo comas NCRF.

São as primeiras demonstrações financeiras anuais em que umaentidade adoptou as normas contabilísticas e de relato financeiro(NCRF).

Produto Agrícola É o produto colhido dos activos biológicos da entidade

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Termos/expressões Definições

Propriedade deinvestimento

É a propriedade (terreno ou um edifício — ou parte de um edifício —ou ambos) detida (pelo dono ou pelo locatário numa locaçãofinanceira) para obter rendas ou para valorização do capital ou paraambas as finalidades, e não para:

a) Uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços oupara finalidades administrativas; ou

b) Venda no curso ordinário do negócio.Propriedade ocupada pelodono

É a propriedade detida (pelo dono ou pelo locatário numa locaçãofinanceira) para uso na produção ou fornecimento de bens ouserviços ou para finalidades administrativas.

Provável Um acontecimento é provável quando a possibilidade da suaocorrência for superior à possibilidade de não ocorrência.

Provisão É um passivo de tempestividade ou quantia incerta.Quantia depreciável É o custo de um activo ou outra quantia substituta do custo, menos

o seu valor residual.Quantia escriturada É a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após a

dedução de qualquer depreciação/amortização acumulada e deperdas por imparidade acumuladas inerentes.

Quantia recuperável É a quantia mais alta de entre o preço de venda líquido de um activoe o seu valor de uso.

Quantia recuperável É a quantia mais alta de entre o justo valor de um activo menos oscustos de vender e o seu valor de uso.

Quantia recuperável É a quantia mais alta de entre o justo valor de um activo ou unidadegeradora de caixa menos os custos de vender e o seu valor de uso.

Rédito É o influxo bruto de benefícios económicos durante o períodoproveniente do curso das actividades ordinárias de uma entidadequando esses influxos resultarem em aumentos de capital próprio,que não sejam aumentos relacionados com contribuições departicipantes no capital próprio.

Reestruturação É um programa planeado e controlado pelo órgão de gestão e quealtera materialmente ou:

a) O âmbito de um negócio empreendido por uma entidade; oub) A maneira como o negócio é conduzido.

Reexpressão retrospectiva É a correcção do reconhecimento, mensuração e divulgação dequantias de elementos das demonstrações financeiras como se umerro de períodos anteriores nunca tivesse ocorrido

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Termos/expressões Definições

Remuneração Inclui todos os benefícios dos empregados. Os benefícios dosempregados são todas as formas de retribuição paga, a pagar ouproporcionada pela entidade, ou em nome da entidade, em troca deserviços prestados à entidade. Também inclui as retribuições pagasem nome da empresa-mãe da entidade com respeito aos serviçosprestados à entidade. A remuneração inclui:

a) Benefícios de curto prazo de empregados no activo, taiscomo ordenados, salários e contribuições para a segurançasocial, licença anual paga e pagamento de baixa pordoença, participação nos lucros e bónus (se pagáveis numperíodo de doze meses após o fim do período) e benefíciosnão monetários (tais como cuidados médicos, habitação,automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados);

b) Benefícios pós-emprego tais como pensões, outrosbenefícios de reforma, seguro de vida pós-emprego ecuidados médicos pós-emprego;

c) Outros benefícios de longo prazo dos empregados, incluindolicença por anos de serviço ou licença sabática, jubilação ououtros benefícios por anos de serviço, benefícios deinvalidez de longo prazo e, se não forem pagáveis natotalidade num período de doze meses após o final doperíodo, participação nos lucros, bónus e remuneraçãodiferida;

d) Benefícios por cessação de emprego; ee) Pagamento com base em acções.

Renda contingente É a parte dos pagamentos da locação que não está fixada emquantia mas antes baseada na futura quantia de um factor que sealtera sem ser pela passagem do tempo (por exemplo, percentagemde futuras vendas, quantidade de futuro uso, futuros índices depreços, futuras taxas de juro do mercado).

Rendimento de impostos(gasto de impostos).

É a quantia agregada incluída na determinação do resultado líquidodo período respeitante a impostos correntes e a impostos diferidos.

Rendimento financeiro nãoobtido

É a diferença entre:a) O investimento bruto na locação; eb) O investimento líquido na locação.

Retorno dos activos doplano

É o juro, dividendos e outro rédito proveniente dos activos do plano,juntamente com ganhos ou perdas nos activos do plano realizados enão realizados, menos quaisquer custos de administrar o plano emenos qualquer imposto a pagar pelo próprio plano.

Subsidiária É uma entidade (aqui se incluindo as entidades que não sejamconstituídas em forma de sociedade, como, p. ex,. as parcerias) queé controlada por uma outra entidade (designada por empresa mãe)

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Termos/expressões Definições

Subsídios do Governo São auxílios do Governo na forma de transferência de recursos parauma entidade em troca do cumprimento passado ou futuro de certascondições relacionadas com as actividades operacionais daentidade. Excluem as formas de apoio do Governo às quais nãopossa razoavelmente ser-lhes dado um valor e transacções com oGoverno que não se possam distinguir das transacções comerciaisnormais da entidade.

Subsídios relacionadoscom activos

São subsídios do Governo cuja condição primordial é a de que aentidade que a eles se propõe deve comprar, construir ou porqualquer forma adquirir activos a longo prazo. Podem também estarligadas condições subsidiárias restringindo o tipo ou a localizaçãodos activos ou dos períodos durante os quais devem ser adquiridosou detidos.

Subsídios relacionadoscom rendimentos

São subsídios do Governo que não sejam os que estãorelacionados com activos.

Taxa de câmbio É o rácio de troca de duas moedas.Taxa de câmbio à vista É a taxa de câmbio para entrega imediata de moeda.Taxa de fecho É a taxa de câmbio à vista à data do balanço.Taxa de juro implícita nalocação

É a taxa de desconto que, no início da locação, faz com que o valorpresente agregado de:

a) Os pagamentos mínimos da locação; eb) O valor residual não garantido seja igual à soma:c) Do justo valor do activo locado; ed) De quaisquer custos directos iniciais do locador.

Taxa de juro incremental definanciamento do locatário.

É a taxa de juro que o locatário teria que pagar numa locaçãosemelhante ou, se isso não for determinável, a taxa que, no inícioda locação, o locatário incorreria ao pedir emprestados por umprazo semelhante, e com uma segurança semelhante, os fundosnecessários para comprar o activo.

Transacção com partesrelacionadas

É uma transferência de recursos, serviços ou obrigações entrepartes relacionadas, independentemente de haver ou não um débitode preço.

Transacção prevista É uma transacção futura não comprometida mas antecipada.Transformação biológica Compreende os processos de crescimento natural, degeneração,

produção e procriação que causem alterações qualitativas equantitativas num activo biológico.

Unidade geradora de caixa É o mais pequeno grupo identificável de activos que seja gerador deinfluxos de caixa e que seja em larga medida independente dosinfluxos de caixa de outros activos ou grupos de activos

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Termos/expressões Definições

Unidade operacionaldescontinuada

É um componente de uma entidade que seja alienado ou estejaclassificado como detido para venda e:

a) Represente uma importante linha de negócios separada ouuma área geográfica operacional;

b) Seja parte integrante de um único plano coordenado paraalienar uma importante linha de negócios separada ou áreageográfica operacional, ou

c) Seja uma subsidiária adquirida exclusivamente com vista àrevenda.

Unidade operacionalestrangeira

É uma subsidiária, associada, empreendimento conjunto ousucursal da entidade que relata, cujas actividades sejam baseadasou conduzidas num país que não seja o país da entidade que relata.

Valor de uso É o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que seespere surjam do uso continuado de um activo ou unidade geradorade caixa e da sua alienação no fim da sua vida útil.

Valor específico para aentidade

É o valor presente dos fluxos de caixa que uma entidade espera queresultem do uso continuado de um activo e da sua alienação no finalda sua vida útil ou em que espera incorrer ao liquidar um passivo.

Valor presente de umaobrigação de benefíciosdefinidos.

É o valor presente, sem a dedução de quaisquer activos do plano,dos pagamentos futuros esperados necessários para liquidar aobrigação resultante do serviço do empregado nos períodoscorrente e anteriores.

Valor realizável líquido É o preço de venda estimado no decurso ordinário da actividadeempresarial menos os custos estimados de acabamento e os custosestimados necessários para efectuar a venda.

Valor residual De um activo é a quantia estimada que uma entidade obteriacorrentemente pela alienação de um activo, após dedução doscustos de alienação estimados, se o activo já tivesse a idade e ascondições esperadas no final da sua vida útil.

Valor residual garantido É:a) No caso do locatário, a parte do valor residual que seja

garantida pelo locatário ou por uma parte relacionada com olocatário (sendo a quantia da garantia a quantia máxima quepossa, em qualquer caso, tornar-se pagável); e

b) No caso do locador, a parte do valor residual que sejagarantida pelo locatário ou por um terceiro não relacionadocom o locador que seja financeiramente capaz de satisfazeras obrigações cobertas pela garantia.

Valor residual nãogarantido

É a parte do valor residual do activo locado, cuja realização pelolocador não esteja assegurada ou esteja unicamente garantida poruma parte relacionada com o locador

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Termos/expressões Definições

Vida económica É:a) O período durante o qual se espera que um activo seja

economicamente utilizável por um ou mais utentes; oub) O número de unidades de produção, ou similares, que se

espera que seja obtido a partir do activo por um ou maisutentes.

Vida útil É:a) O período durante o qual uma entidade espera que um

activo esteja disponível para uso; oub) O número de unidades de produção ou similares que uma

entidade espera obter do activo.

Apêndice II - Processo de transição para o novo SNC pelas pequenasentidades - Ponto 5 da NCRF-PE

Nota prévia: O presente documento não faz parte da norma e foi preparado visando facilitar aorganização dos procedimentos de transição das pequenas entidades do SNC em base POC para onovo SNC.

Nas pequenas entidades, o processo de transição do SNC em base POC para o novo SNC, pode serdesenvolvido nos seguintes termos:

1 - As quantias referentes ao exercício de 2009 incluídas nas demonstrações financeiras referentesa esse exercício apresentadas com base nas regras do Plano Oficial de Contabilidade eDirectrizes Contabilísticas, deverão ser reconvertidas considerando as regras da NCRF-PE;

2 - Essa reconversão implica a preparação de um Balanço de Abertura, a 1 de Janeiro de 2010,que será a reclassificação do Balanço de 31 de Dezembro de 2009. Para proceder àreconversão haverá que considerar procedimentos de i) reclassificação, ii) reconhecimento, iii)desreconhecimento e iv) mensuração.

3 - O procedimento de reclassificação consiste na transferência dos saldos das contas existentespor força da utilização do Plano Oficial de Contabilidade, para as contas definidas no código decontas SNC.

4 - Os procedimentos de reconhecimento e desreconhecimento referem-se à inclusão oueliminação de rubricas de Balanço por força da aplicação da NCRF-PE.

5 - Uma possível sistematização dos procedimentos referidos nos parágrafos 2 e 3, pode ser aseguinte:

i) Quanto aos activos e passivos que já eram reconhecidos nos termos do POC e dasDirectrizes Contabilísticas e que satisfaçam as respectivas definições e critérios dereconhecimento descritos na NCRF-PE, os mesmos devem ser reclassificados. Exemplosdesta situação podem encontrar-se, designadamente, quanto aos saldos de caixa,depósitos à ordem, clientes, fornecedores e estado e outros entes públicos;

ii) Quanto aos activos e passivos que, por força da aplicação do POC e das DirectrizesContabilísticas não se encontravam no Balanço, mas que passam a satisfazer as

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respectivas definições e critérios de reconhecimento descritos na NCRF-PE, devem serreconhecidos. Tal acontece, por exemplo, quanto a alguns instrumentos financeiros;

iii) Quanto aos activos e passivos que encontrando-se no Balanço por força da aplicação doPOC e das Directrizes Contabilísticas, não satisfaçam as respectivas definições e critériosde reconhecimento descritos na NCRF PE, devem ser desreconhecidos. Exemplos destasituação são, designadamente, alguns intangíveis, tais como as despesas de instalação eas de investigação.

6 - Os registos contabilísticos relativos a reconhecimentos e desreconhecimentos de activos epassivos acima referidos, devem ter como contrapartida a rubrica de resultados transitados.

27 de Agosto de 2009. - Pelo Secretário-Geral, em substituição, Ana Bernardo.

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Normas contabilísticas e de relato financeiro

Norma contabilística e de relato financeiro 1 - Estrutura e conteúdo das demonstrações financeirasNorma contabilística e de relato financeiro 2 - Demonstração de fluxos de caixaNorma contabilística e de relato financeiro 3 - Adopção pela primeira vez das normas contabilísticase de relato financeiro (NCRF)Norma contabilística e de relato financeiro 4 - Políticas contabilísticas, alterações nas estimativascontabilísticas e errosNorma contabilística e de relato financeiro 5 - Divulgações de Partes RelacionadasNorma contabilística e de relato financeiro 6 - Activos intangíveisNorma contabilística e de relato financeiro 7 - Activos fixos tangíveisNorma contabilística e de relato financeiro 8 - Activos não correntes detidos para venda e unidadesoperacionais descontinuadasNorma contabilística e de relato financeiro 9 - LocaçõesNorma contabilística e de relato financeiro 10 - Custos de empréstimos obtidosNorma contabilística e de relato financeiro 11 - Propriedades de investimentoNorma contabilística e de relato financeiro 12 - Imparidade de activosNorma contabilística e de relato financeiro 13 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos eInvestimentos em AssociadasNorma contabilística e de relato financeiro 14 - Concentrações de actividades empresariaisNorma contabilística e de relato financeiro 15 - Investimentos em Subsidiárias e ConsolidaçãoNorma contabilística e de relato financeiro 16 - Exploração e avaliação de recursos mineraisNorma contabilística e de relato financeiro 17 - AgriculturaNorma contabilística e de relato financeiro 18 - InventáriosNorma contabilística e de relato financeiro 19 - Contratos de construçãoNorma contabilística e de relato financeiro 20 - RéditoNorma contabilística e de relato financeiro 21 - Provisões, passivos contingentes e activoscontingentesNorma contabilística e de relato financeiro 22 - Contabilização dos subsídios do governo edivulgação de apoios do GovernoNorma contabilística e de relato financeiro 23 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de CâmbioNorma contabilística e de relato financeiro 24 - Acontecimentos após a data do balançoNorma contabilística e de relato financeiro 25 - Impostos sobre o rendimentoNorma contabilística e de relato financeiro 26 - Matérias ambientaisNorma contabilística e de relato financeiro 27 - Instrumentos financeirosNorma contabilística e de relato financeiro 28 - Benefícios dos empregados

Aviso n.º 15655/20092009-Set-07

SNC - Normas contabilísticas e de relato financeiro

Actualizado em 2009-09-15

Pelo Despacho n.º 588/2009/MEF do Senhor Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, de 14 de

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Agosto de 2009, em substituição do Senhor Ministro de Estado e das Finanças, foram homologadasas seguintes Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro do Sistema de NormalizaçãoContabilística, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho:

Norma contabilística e de relato financeiro 1Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 1 - Apresentação de Demonstrações Financeiras, adoptada pelo texto original doRegulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafos 1 e 2)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever as basesquanto à estrutura e conteúdo do balanço, da demonstração dos resultados, da demonstraçãodas alterações no capital próprio e do anexo. A demonstração dos fluxos de caixa édesenvolvidamente tratada na NCRF 2.

2 - Não se encontram contempladas nesta Norma as matérias objecto dos capítulos "Âmbito","Definições" e "Considerações Gerais" da IAS 1 - Apresentação de Demonstrações Financeiras,uma vez que estão vertidas no capítulo 2 (Bases para a Apresentação de DemonstraçõesFinanceiras) do Sistema de Normalização Contabilística (SNC).

Âmbito (parágrafo 3)

3 - Esta Norma deve ser aplicada a todas as demonstrações financeiras de finalidades geraispreparadas e apresentadas de acordo com as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro.

Considerações gerais (parágrafos 4 e 5)

4 - Esta Norma exige determinadas divulgações na face do balanço, na demonstração dosresultados e na demonstração das alterações no capital próprio e exige divulgação de outraslinhas de itens ou na face dessas demonstrações ou no anexo.

5 - Esta Norma usa por vezes o termo "divulgação" num sentido lato, englobando itensapresentados na face do balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração dasalterações no capital próprio e na demonstração dos fluxos de caixa, assim como no anexo. Asdivulgações também são exigidas por outras Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro.

Identificação das demonstrações financeiras (parágrafos 6 a 8)

6 - As demonstrações financeiras devem ser identificadas claramente e distinguidas de outrainformação no mesmo documento publicada.

7 - As NCRF aplicam-se apenas às demonstrações financeiras e não a outra informaçãoapresentada num relatório anual ou noutro documento. Por isso, é importante que os utentesconsigam distinguir informação que seja preparada usando as NCRF de outra informação quepossa ser útil aos utentes mas não seja objecto desses requisitos.

8 - Cada componente das demonstrações financeiras deve ser identificado claramente. Além disso,a informação seguinte deve ser mostrada de forma proeminente e repetida quando for

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necessário para a devida compreensão da informação apresentada:

(a) O nome da entidade que relata ou outros meios de identificação, e qualquer alteração nessainformação desde a data do balanço anterior;

(b) Se as demonstrações financeiras abrangem a entidade individual ou um grupo deentidades;

(c) A data do balanço ou o período abrangido pelas demonstrações financeiras, conforme o quefor apropriado para esse componente das demonstrações financeiras;

(d) A moeda de apresentação, por regra o Euro; e

(e) O nível de arredondamento, que não pode exceder o milhar de unidades da moeda referidaem d) usado na apresentação de quantias nas demonstrações financeiras.

Período de relato (parágrafo 9)

9 - As demonstrações financeiras devem ser apresentadas pelo menos anualmente. Quando sealtera a data do balanço de uma entidade e as demonstrações financeiras anuais sejamapresentadas para um período mais longo ou mais curto do que um ano, a entidade devedivulgar, além do período abrangido pelas demonstrações financeiras:

(a) A razão para usar um período mais longo ou mais curto; e

(b) O facto de que não são inteiramente comparáveis quantias comparativas da demonstraçãodos resultados, da demonstração das alterações no capital próprio, da demonstração defluxos de caixa e das notas do anexo relacionadas.

Balanço (parágrafos 10 a 30)

Distinção corrente/não corrente (parágrafos 10 a 13)

10 - Uma entidade deve apresentar activos correntes e não correntes, e passivos correntes e nãocorrentes, como classificações separadas na face do balanço de acordo com os parágrafos 14a 24.

11 - Uma entidade deve divulgar as quantias que se espera sejam recuperadas ou liquidadas numprazo superior a doze meses para cada linha de item de activo e de passivo que combinequantias que se espera sejam recuperadas ou liquidadas:

(a) Até doze meses após a data do balanço e

(b) Após doze meses da data do balanço.

12 - Quando uma entidade fornece bens ou serviços dentro de um ciclo operacional claramenteidentificável, a classificação separada de activos e passivos correntes e não correntes na facedo balanço proporciona informação útil ao se distinguir os activos líquidos que estejamcontinuamente em circulação, como capital circulante, dos que são usados nas operações delongo prazo da entidade. Essa classificação também realça os activos que se espera que sejamrealizados dentro do ciclo operacional corrente, bem como os passivos que devam serliquidados dentro do mesmo período.

13 - A informação acerca das datas previstas para a realização de activos e de passivos é útil naavaliação da liquidez e solvência de uma entidade. Para alguns instrumentos financeiros éexigida a divulgação das datas de maturidade de activos financeiros e de passivos financeiros.Os activos financeiros incluem dívidas a receber comerciais e outras e os passivos financeiros

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incluem dívidas a pagar comerciais e outras. A informação sobre a data prevista para arecuperação e liquidação de activos e de passivos não monetários tais como inventários eprovisões é também útil, quer os activos e passivos sejam ou não classificados como correntesou não correntes. Por exemplo, uma entidade deve divulgar a quantia de inventários que esperaque sejam recuperados a mais de doze meses após a data do balanço.

Activos correntes (parágrafos 14 a 16)

14 - Um activo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer dos seguintescritérios:

(a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido, no decursonormal do ciclo operacional da entidade;

(b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;

(c) Espera-se que seja realizado num período até doze meses após a data do balanço; ou

(d) É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou uso para liquidarum passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.

Todos os outros activos devem ser classificados como não correntes.

15 - Esta Norma usa a expressão "não corrente" para incluir activos tangíveis, intangíveis efinanceiros cuja natureza seja de longo prazo.

16 - O ciclo operacional de uma entidade é o tempo entre a aquisição de activos paraprocessamento e sua realização em caixa ou seus equivalentes. Quando o ciclo operacionalnormal da entidade não for claramente identificável, pressupõe-se que a sua duração seja dedoze meses. Os activos correntes incluem activos (tais como inventários e dívidas a recebercomerciais) que são vendidos, consumidos ou realizados como parte do ciclo operacionalnormal mesmo quando não se espere que sejam realizados num período até doze meses apósa data do balanço. Os activos correntes também incluem activos essencialmente detidos para afinalidade de serem negociados e a parte corrente de activos financeiros não correntes.

Passivos correntes (parágrafos 17 a 24)

17 - Um passivo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer um dos seguintescritérios:

(a) Se espere que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;

(b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;

(c) Deva ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço; ou

(d) A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelomenos doze meses após a data do balanço.

Todos os outros passivos devem ser classificados como não correntes.

18 - Alguns passivos correntes, tais como dívidas a pagar comerciais e alguns acréscimos de custosrelativos a empregados e outros custos operacionais, são parte do capital circulante usado nociclo operacional normal da entidade. Tais itens operacionais são classificados como passivoscorrentes mesmo que estejam para ser liquidados mais de doze meses após a data do balanço.O mesmo ciclo operacional normal aplica-se à classificação dos activos e passivos de umaentidade. Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável,

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pressupõe-se que a sua duração seja de doze meses.

19 - Outros passivos correntes não são liquidados como parte do ciclo operacional normal, mas estáprevista a sua liquidação para um período até doze meses após a data do balanço ou estãoessencialmente detidos para a finalidade de serem negociados. Exemplos disto são os passivosfinanceiros classificados, como detidos para negociação, descobertos em bancos e a partecorrente de passivos financeiros não correntes, dividendos a pagar, impostos sobre orendimento e outras dívidas a pagar não comerciais. Os passivos financeiros que proporcionemfinanciamento numa base a longo prazo e cuja liquidação não esteja prevista para um períodoaté doze meses após a data do balanço são passivos não correntes, sujeitos aos parágrafos 22e 23.

20 - Uma entidade classifica os seus passivos financeiros como correntes quando a sua liquidaçãoestiver prevista para um período até doze meses após a data do balanço, mesmo que:

(a) O prazo original tenha sido por um período superior a doze meses; e

(b) Um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de pagamentos, numa base delongo prazo seja completado após a data do balanço e antes das demonstraçõesfinanceiras serem autorizadas para emissão.

21 - Se uma entidade esperar, e tiver a possibilidade de, refinanciar ou substituir ("roll over") umaobrigação durante pelo menos doze meses após a data do balanço, ela classifica a obrigaçãocomo não corrente, mesmo que fosse devida dentro de um período mais curto. Contudo,quando o refinanciamento ou a substituição ("roll over") da obrigação não depender do critérioda entidade (por exemplo, se não houver um acordo de refinanciamento), o potencial derefinanciamento não é considerado e a obrigação é classificada como corrente.

22 - Quando uma entidade não cumprir um compromisso segundo um acordo de empréstimo delongo prazo até à data do balanço, inclusive com o efeito de o passivo se tornar pagável àordem, o passivo é classificado como corrente, mesmo que o mutuante tenha concordado, apósa data do balanço e antes da autorização das demonstrações financeiras para emissão, em nãoexigir pagamento como consequência do incumprimento. O passivo é classificado comocorrente porque, à data do balanço, a entidade não tem um direito incondicional de diferir a sualiquidação durante pelo menos doze meses após essa data.

23 - Contudo, o passivo é classificado como não corrente se o mutuante tiver concordado, até à datado balanço, em proporcionar um período de graça a terminar pelo menos doze meses após adata do balanço, dentro do qual a entidade pode rectificar o incumprimento e durante o qual omutuante não pode exigir o reembolso imediato.

24 - Com respeito a empréstimos classificados como passivos correntes, se os acontecimentos quese seguem ocorrerem entre a data do balanço e a data em que as demonstrações financeirasforem autorizadas para emissão, esses acontecimentos qualificam-se para divulgação comoacontecimentos que não dão lugar a ajustamentos de acordo com a NCRF 24 - Acontecimentosapós a Data do Balanço:

(a) Refinanciamento numa base de longo prazo;

(b) Rectificação de um incumprimento de um acordo de empréstimo de longo prazo; e

(c) A recepção, da parte do mutuante, de um período de graça para rectificar umincumprimento de um acordo de empréstimo de longo prazo que termine pelo menos dozemeses após a data do balanço.

Informação a ser apresentada na face do balanço (parágrafos 25 a 28)

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25 - A informação mínima a apresentar na face do balanço consta do respectivo modelo publicadoem Portaria.

26 - Linhas de itens adicionais, títulos e sub totais podem ser apresentados na face do balançoquando tal apresentação for relevante para uma melhor compreensão da posição financeira daentidade.

27 - Uma entidade deve divulgar, ou na face do balanço ou no anexo, outras subclassificações daslinhas de itens apresentadas, classificadas de uma forma apropriada para as operações daentidade.

28 - O pormenor proporcionado nas subclassificações depende dos requisitos das NCRF e dadimensão, natureza e função das quantias envolvidas. As divulgações variam para cada item,por exemplo:

(a) Os itens do activo fixo tangível são desagregados em classes de acordo com a NCRF 7 -Activos Fixos Tangíveis;

(b) As contas a receber são desagregadas em contas a receber de clientes comerciais, contasa receber de partes relacionadas, pré-pagamentos e outras;

(c) Os inventários são subclassificados, de acordo com a NCRF 18 - Inventários, emclassificações tais como mercadorias, consumíveis de produção, matérias primas, trabalhosem curso e bens acabados;

(d) As provisões são desagregadas em provisões para benefícios dos empregados e outrositens; e

(e) O capital social e as reservas são desagregados em várias rubricas, tais como capital,reserva legal e outras reservas.

Informação a ser apresentada no anexo (parágrafos 29 e 30)

29 - Uma entidade deve divulgar o seguinte no anexo:

(a) Para cada classe de capital por acções:

(i) A quantidade de acções emitidas e inteiramente pagas, e emitidas mas não inteiramentepagas;

(ii) Os direitos, preferências e restrições associados a essa classe incluindo restrições nadistribuição de dividendos e no reembolso de capital;

(iii) Quantidade de acções da entidade detidas pela própria entidade ou por subsidiárias ouassociadas; e

(b) Uma descrição da natureza e da finalidade de cada reserva dentro do capital próprio.

30 - Uma entidade sem capital por acções, deve divulgar informação equivalente à exigida noparágrafo 29.

31 - Uma entidade deve divulgar a desagregação dos montantes inscritos em caixa e em depósitosbancários.

Demonstração dos resultados (parágrafos 32 a 36)

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Resultados do período (parágrafo 32)

32 - Todos os itens de rendimentos e de gastos reconhecidos num período devem ser incluídos nosresultados a menos que uma Norma o exija de outro modo.

Informação a ser apresentada na face da demonstração dos resultados(parágrafos 33 a 36)

33 - A informação mínima a apresentar na face da demonstração dos resultados consta dorespectivo modelo publicado em Portaria.

34 - Linhas de itens adicionais, títulos e sub totais podem ser apresentados na face dademonstração dos resultados, quando tal apresentação for relevante para uma melhorcompreensão do desempenho financeiro da entidade.

35 - Uma entidade não deve apresentar itens de rendimento e de gasto como itens extraordinários,quer na face da demonstração dos resultados quer no anexo.

36 - Os itens a apresentar na demonstração dos resultados deverão basear-se numa classificaçãoque atenda à sua natureza, podendo, adicionalmente, ser apresentada uma demonstração deresultados em que a classificação dos itens se baseie na sua função dentro da entidade.

Informação a ser apresentada no anexo (parágrafos 37 e 38)

37 - Quando os itens de rendimentos e de gastos são materiais, a sua natureza e quantia devem serdivulgadas separadamente.

38 - As circunstâncias que dão origem à divulgação separada de itens de rendimentos e de gastosincluem:

(a) Reestruturações das actividades de uma entidade e reversões de quaisquer provisões paraos custos de reestruturação;

(b) Alienações de itens de activos fixos tangíveis;

(c) Alienações de investimentos;

(d) Unidades operacionais descontinuadas;

(e) Resolução de litígios; e

(f) Outras reversões de provisões.

Demonstração das alterações no capital próprio (parágrafos 39 a 42)

39 - As rubricas a incluir na face da demonstração das alterações no capital próprio constam dorespectivo modelo publicado em Portaria.

40 - As alterações no capital próprio de uma entidade entre duas datas de balanço reflectem oaumento ou a redução nos seus activos líquidos durante o período. Com a excepção dasalterações resultantes de transacções com detentores de capital próprio agindo na suacapacidade de detentores de capital próprio (tais como contribuições de capital, reaquisições deinstrumentos de capital próprio da entidade e dividendos) e dos custos de transacçãodirectamente relacionados com tais transacções, a alteração global no capital próprio duranteum período representa a quantia total de rendimentos e gastos, incluindo ganhos e perdas,gerada pelas actividades da entidade durante esse período (quer esses itens de rendimentos e

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de gastos sejam reconhecidos nos resultados ou directamente como alterações no capitalpróprio).

41 - Esta demonstração financeira introduz o conceito de resultado integral que resulta daagregação directa do resultado líquido do período com todas as variações ocorridas em capitaispróprios não directamente relacionadas com os detentores de capital, agindo enquanto tal.

42 - A NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros exigeajustamentos retrospectivos para efectuar alterações nas políticas contabilísticas, até ao pontoque seja praticável, excepto quando as disposições transitórias noutra Norma o exijam de outraforma. A NCRF 4 também exige que as reexpressões para corrigir erros sejam feitasretrospectivamente, até ao ponto em que seja praticável. Os ajustamentos retrospectivos e asreexpressões retrospectivas são feitos no saldo dos resultados transitados, excepto quandouma Norma exija ajustamentos retrospectivos de outro componente do capital próprio. Adivulgação na demonstração das alterações no capital próprio do ajustamento total para cadacomponente do capital próprio resultante, é feita separadamente das alterações nas políticascontabilísticas e de correcções de erros. Estes ajustamentos são divulgados para cada períodoanterior e no início do período.

Anexo (parágrafos 43 a 48)

Estrutura (parágrafos 43 a 45)

43 - O anexo deve:

(a) Apresentar informação acerca das bases de preparação das demonstrações financeiras edas políticas contabilísticas usadas;

(b) Divulgar a informação exigida pelas NCRF que não seja apresentada na face do balanço,na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no capital próprio ou nademonstração dos fluxos de caixa; e

(c) Proporcionar informação adicional que não seja apresentada na face do balanço, nademonstração dos resultados, na demonstração das alterações no capital próprio ou nademonstração dos fluxos de caixa, mas que seja relevante para uma melhor compreensãode qualquer uma delas.

44 - As notas do anexo devem ser apresentadas de uma forma sistemática. Cada item na face dobalanço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no capital próprio ena demonstração dos fluxos de caixa, que tenha merecido uma nota no anexo, deve ter umareferência cruzada.

45 - As notas do anexo devem ser apresentadas pela seguinte ordem:

(a) Identificação da entidade, incluindo domicílio, natureza da actividade, nome e sede daempresa-mãe, se aplicável;

(b) Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras;

(c) Resumo das principais políticas contabilísticas adoptadas;

(d) Informação de suporte de itens apresentados na face do balanço, na demonstração dosresultados, na demonstração das alterações no capital próprio e na demonstração dosfluxos de caixa, pela ordem em que cada demonstração e cada linha de item sejaapresentada;

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(e) Passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos;

(f) Divulgações exigidas por diplomas legais;

(g) Informações de carácter ambiental.

Divulgações de políticas contabilísticas (parágrafos 46 e 47)

46 - Uma entidade deve divulgar um resumo das principais políticas contabilísticas,designadamente:

(a) Bases de mensuração usadas na preparação das demonstrações financeiras;

(b) Outras políticas contabilísticas usadas que sejam relevantes para uma compreensão dasdemonstrações financeiras.

47 - Uma entidade deve divulgar, no resumo das políticas contabilísticas significativas ou outrasnotas, os juízos de valor, com a excepção dos que envolvam estimativas, que o órgão degestão fez no processo de aplicação das políticas contabilísticas da entidade e que tenhammaior impacto nas quantias reconhecidas nas demonstrações financeiras.

Principais fontes de incerteza das estimativas (parágrafo 48)

48 - Uma entidade deve divulgar, no anexo, informação acerca dos principais pressupostos relativosao futuro, e outras principais fontes da incerteza das estimativas à data do balanço, que tenhamum risco significativo de provocar um ajustamento material nas quantias escrituradas de activose passivos durante o período contabilístico seguinte.

Data de eficácia (parágrafo 49)

49 - Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1 de Janeiro de2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 2Demonstração de fluxos de caixa

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 7 - Demonstrações de Fluxos de Caixa, adoptada pelo texto original doRegulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de exigir informação acercadas alterações históricas de caixa e seus equivalentes de uma entidade por meio de umademonstração de fluxos de caixa que classifique os fluxos de caixa durante o período emoperacionais, de investimento e de financiamento.

Âmbito (parágrafo 2)

2 - Uma entidade deve preparar uma demonstração de fluxos de caixa de acordo com os requisitosdesta Norma e deve apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações financeiras

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de cada período em que são apresentadas demonstrações financeiras.

Definições (parágrafos 3 a 6)

3 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Actividades de financiamento: são as actividades que têm como consequência alterações nadimensão e composição do capital próprio contribuído e nos empréstimos obtidos pela entidade.

Actividades de investimento: são a aquisição e alienação de activos a longo prazo e de outrosinvestimentos não incluídos em equivalentes de caixa.

Actividades operacionais: são as principais actividades produtoras de rédito da entidade eoutras actividades que não sejam de investimento ou de financiamento.

Caixa: compreende o dinheiro em caixa e em depósitos à ordem.

Equivalentes de caixa: são investimentos financeiros a curto prazo, altamente líquidos quesejam prontamente convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos aum risco insignificante de alterações de valor.

Fluxos de caixa: são influxos (recebimentos, entradas) e exfluxos (pagamentos, saídas) decaixa e seus equivalentes.

Caixa e Equivalentes de Caixa (parágrafos 4 a 6)

4 - Os equivalentes de caixa são detidos com a finalidade de ir ao encontro dos compromissos decaixa a curto prazo e não para investimento ou outros propósitos. Para um investimento sequalificar como um equivalente de caixa ele tem de ser prontamente convertível para umaquantia conhecida de dinheiro e estar sujeito a um risco insignificante de alterações de valor.Por isso, um investimento só se qualifica normalmente como um equivalente de caixa quandotiver um vencimento a curto prazo, seja três meses ou menos a partir da data de aquisição. Osinvestimentos de capital próprio são excluídos dos equivalentes de caixa a menos que sejam,em substância, equivalentes de caixa, por exemplo no caso de acções preferenciais adquiridasdentro de um curto período do seu vencimento e com uma data específica de remição.

5 - Os empréstimos bancários obtidos são geralmente considerados como actividades definanciamento.

6 - Os fluxos de caixa excluem movimentos entre itens que constituam caixa e seus equivalentesporque estes componentes são parte da gestão de caixa de uma entidade e não parte das suasactividades operacionais, de investimento e de financiamento. A gestão de caixa inclui oinvestimento de excessos de caixa nos equivalentes de caixa.

Apresentação de uma demonstração de fluxos de caixa (parágrafos 7 a13)

7 - A demonstração de fluxos de caixa deve relatar os fluxos de caixa durante o períodoclassificados por actividades operacionais, de investimento e de financiamento, conformemodelo publicado em Portaria.

8 - A classificação por actividades proporciona informação que permite aos utentes determinar oimpacto dessas actividades na posição financeira da entidade e nas quantias de caixa e seusequivalentes. Esta informação pode ser também usada para avaliar as relações entre estasactividades.

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Actividades operacionais (parágrafos 9 a 11)

9 - A quantia de fluxos de caixa proveniente de actividades operacionais é um indicador chave damedida em que as operações da entidade geraram fluxos de caixa suficientes para pagarempréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e fazer novosinvestimentos, sem recurso a fontes externas de financiamento. A informação acerca doscomponentes específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos é útil, juntamente comoutra informação, na previsão de futuros fluxos de caixa operacionais.

10 - Os fluxos de caixa das actividades operacionais são principalmente derivados das principaisactividades geradoras de réditos da entidade. Por isso, eles são geralmente consequência dasoperações e outros acontecimentos que entram na determinação dos resultados da entidade.Exemplos de fluxos de caixa de actividades operacionais são:

(a) Recebimentos de caixa provenientes da venda de bens e da prestação de serviços;

(b) Recebimentos de caixa provenientes de royalties, honorários, comissões e outros réditos;

(c) Pagamentos de caixa a fornecedores de bens e serviços;

(d) Pagamentos de caixa a e por conta de empregados;

(e) Pagamentos ou recebimentos de caixa por restituições de impostos sobre rendimento, amenos que estes se relacionem com as outras actividades; e

(f) Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos detidos com a finalidade de negócio.

Algumas transacções, tal como a alienação de um elemento do activo fixo tangível originamganhos ou perdas que são incluídos na demonstração dos resultados. Contudo, os fluxos decaixa relacionados com estas transacções são classificados como pertencentes a actividadesde investimento.

11 - Uma entidade pode deter títulos e empréstimos para finalidades do negócio, situação em quesão similares a inventários adquiridos especificamente para revenda. Por isso, os fluxos decaixa provenientes da compra e venda de títulos para negociar ou comercializar sãoclassificados como actividades operacionais. De forma semelhante, os adiantamentos de caixae empréstimos feitos por instituições financeiras são geralmente classificados como actividadesoperacionais desde que se relacionem com as principais actividades geradoras de rédito dessaentidade.

Actividades de investimento (parágrafo 12)

12 - A divulgação separada dos fluxos de caixa provenientes das actividades de investimento éimportante porque os fluxos de caixa representam a extensão pela qual os dispêndios foramfeitos relativamente a recursos destinados a gerar rendimento e fluxos de caixa futuros. Sãoexemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades de investimento:

(a) pagamentos de caixa para aquisição de activos fixos tangíveis, intangíveis e outros activosa longo prazo. Estes pagamentos incluem os relacionados com custos de desenvolvimentocapitalizados e activos fixos tangíveis auto construídos;

(b) recebimentos de caixa por vendas de activos fixos tangíveis, intangíveis e outros activos alongo prazo;

(c) Pagamentos de caixa para aquisição de instrumentos de capital próprio ou de dívida de

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outras entidades e de interesses em empreendimentos conjuntos (que não sejampagamentos dos instrumentos considerados como sendo equivalentes de caixa ou dosdetidos para finalidades de negócio);

(d) recebimentos de caixa de vendas de instrumentos de capital próprio ou de dívida de outrasentidades e de interesses em empreendimentos conjuntos (que não sejam recebimentosdos instrumentos considerados como equivalentes de caixa e dos detidos para asfinalidades do negócio);

(e) adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a outras entidades;

(f) recebimentos de caixa provenientes do reembolso de adiantamentos e de empréstimosfeitos a outras entidades;

(g) Pagamentos de caixa para contratos de futuros, contratos de forward, contratos de opção econtratos de swap, excepto quando os contratos sejam mantidos para as finalidades donegócio, ou os pagamentos sejam classificados como actividades de financiamento; e

(h) Recebimentos de caixa provenientes de contratos de futuros, contratos forward, contratosde opção e contratos de swap, excepto quando os contratos sejam mantidos para asfinalidades do negócio, ou os recebimentos sejam classificados como actividades definanciamento.

Actividades de financiamento (parágrafo 13)

13 - A divulgação separada de fluxos de caixa provenientes das actividades de financiamento éimportante porque é útil na predição de reivindicações futuras de fluxos de caixa pelosfornecedores de capitais à entidade. São exemplos de fluxos de caixa provenientes deactividades de financiamento:

(a) Recebimentos de caixa provenientes da emissão de acções ou de outros instrumentos decapital próprio;

(b) Pagamentos de caixa por aquisição de acções (quotas) próprias, redução do capital ouamortização de acções (quotas);

(c) Recebimentos provenientes da emissão de certificados de dívida, empréstimos, livranças,obrigações, hipotecas e outros empréstimos obtidos a curto ou longo prazo;

(d) Desembolsos de caixa de quantias de empréstimos obtidos; e

(e) Pagamentos de caixa por um locatário para a redução de uma dívida em aberto relacionadacom uma locação financeira.

Relato de fluxos de caixa das actividades operacionais (parágrafos 14 a15)

14 - Uma entidade deve relatar os fluxos de caixa provenientes de actividades operacionais pelo usodo método directo, pelo qual, são divulgadas as principais classes dos recebimentos e dospagamentos brutos de caixa.

15 - Este método proporciona informação que pode ser útil na estimativa de fluxos de caixa futuros.A informação acerca das principais classes de recebimentos brutos (de caixa) e de pagamentosbrutos (de caixa) pode ser obtida quer:

(a) A partir dos registos contabilísticos da entidade; quer

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(b) Pelo ajustamento de vendas, custo das vendas e outros itens da demonstração dosresultados relativamente a:

(i) Alterações, durante o período, em inventários e em contas a receber e a pagar,relacionadas com a actividade operacional;

(ii) Outros itens que não sejam de caixa; e

(iii) Outros itens pelos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de caixa de investimento ou definanciamento.

Relato de fluxos de caixa das actividades de investimento e definanciamento (parágrafo 16)

16 - Uma entidade deve relatar separadamente as principais classes dos recebimentos brutos decaixa e dos pagamentos brutos de caixa provenientes das actividades de investimento e definanciamento, excepto até ao ponto em que os fluxos de caixa descritos no parágrafo 17 sejamrelatados numa base líquida.

Relato de fluxos de caixa numa base líquida (parágrafo 17)

17 - Os fluxos de caixa provenientes das seguintes actividades operacionais, de investimento e definanciamento podem ser relatados numa base líquida:

(a) Recebimentos e pagamentos (de caixa) por conta de clientes quando o fluxo de caixareflicta as actividades do cliente e não os da entidade; e

(b) Recebimentos e pagamentos (de caixa) dos itens em que a rotação seja rápida, as quantiassejam grandes e os vencimentos sejam curtos.

Fluxos de caixa em moeda estrangeira (parágrafos 18 a 21)

18 - Os fluxos de caixa resultantes de transacções em moeda estrangeira devem ser registados namoeda funcional de uma entidade mediante a aplicação à quantia em moeda estrangeira dataxa de câmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira à data do fluxo de caixa.

19 - Os fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira devem ser transpostos às taxas de câmbioentre a moeda funcional e a moeda estrangeira às datas dos fluxos de caixa.

20 - Os fluxos de caixa denominados numa moeda estrangeira são relatados de maneira consistentecom a NCRF 23 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio. Esta permite o uso de umataxa de câmbio que se aproxime da taxa real. Por exemplo, uma taxa de câmbio médiaponderada de um período pode ser usada para registar transposições de moeda estrangeira oua transposição dos fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira. Porém, a NCRF 23 nãopermite o uso da taxa de câmbio à data do balanço quando sejam transpostos os fluxos decaixa de uma subsidiária estrangeira.

21 - Os ganhos e as perdas não realizados provenientes de alterações de taxas de câmbio demoeda estrangeira não são fluxos de caixa. Porém, o efeito das alterações das taxas de câmbiosobre caixa e seus equivalentes detidos ou devidos numa moeda estrangeira é relatado nademonstração dos fluxos de caixa a fim de reconciliar caixa e seus equivalentes no começo eno fim do período. Esta quantia é apresentada separadamente da dos fluxos de caixa dasactividades operacionais, de investimento e de financiamento e inclui as diferenças, se ashouver, caso esses fluxos de caixa tivessem sido relatados às taxas de câmbio do fim doperíodo.

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Juros e dividendos (parágrafos 22 a 25)

22 - Cada um dos fluxos de caixa de juros e dividendos recebidos e pagos deve ser separadamentedivulgado. Cada um deve ser classificado de maneira consistente de período a período quercomo actividade operacional, de investimento ou de financiamento.

23 - A quantia total de juros pagos durante um período deve ser divulgada na demonstração defluxos de caixa quer tenha sido reconhecida como um gasto na demonstração dos resultadosquer tenha sido capitalizada de acordo com a NCRF 10 - Custos de Empréstimos Obtidos.

24 - Os juros pagos e juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos de caixaoperacionais porque entram na determinação dos resultados. Alternativamente os juros pagos eos juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa de financiamentoe fluxos de caixa de investimento respectivamente porque são custos de obtenção de recursosfinanceiros ou retornos do investimento.

25 - Os dividendos pagos podem ser classificados como fluxos de caixa de financiamento porquesão um custo da obtenção de recursos financeiros. Alternativamente, os dividendos pagospodem ser classificados como um componente de fluxo de caixa das actividades operacionais afim de ajudar os utentes a determinar a capacidade de uma entidade de pagar dividendos apartir dos fluxos de caixa operacionais.

Impostos sobre o rendimento (parágrafo 26)

26 - Os fluxos de caixa provenientes de impostos sobre o rendimento devem ser divulgadosseparadamente devendo ser classificados como fluxos de caixa de actividades operacionais amenos que possam ser especificamente identificados com as actividades de financiamento e deinvestimento.

Investimentos em subsidiárias, em associadas e em empreendimentosconjuntos (parágrafos 27 e 28)

27 - Quando se contabilizar um investimento numa associada ou numa subsidiária contabilizadopelo uso do método da equivalência patrimonial ou pelo método do custo, uma investidorarestringe o seu relato na demonstração de fluxo de caixa aos fluxos de caixa entre ela própria ea investida, como por exemplo, aos dividendos e adiantamentos.

28 - Uma entidade que relate os seus interesses numa entidade conjuntamente controlada usando aconsolidação proporcional, incluirá na sua demonstração consolidada de fluxos de caixa a suaparte proporcional dos fluxos de caixa da entidade conjuntamente controlada. Uma entidadeque relate tal interesse usando o método da equivalência patrimonial inclui na suademonstração de fluxos de caixa os fluxos de caixa que respeitem aos seus investimentos naentidade conjuntamente controlada, e distribuições e outros pagamentos ou recebimentos entreela e a entidade conjuntamente controlada.

Aquisições e alienações de subsidiárias e de outras unidadesempresariais (parágrafos 29 a 31)

29 - Os fluxos de caixa agregados provenientes de aquisições e de alienações de subsidiárias ou deoutras unidades empresariais devem ser apresentados separadamente e classificados comoactividades de investimento.

30 - Uma entidade deve divulgar, agregadamente, no que respeita tanto a aquisições como aalienações de subsidiárias ou de outras unidades empresariais durante o período cada um dos

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seguintes pontos:

(a) A retribuição total da compra ou da alienação;

(b) A parte da retribuição da compra ou da alienação liquidada por meio de caixa e seusequivalentes;

(c) A quantia de caixa e seus equivalentes na subsidiária ou na unidade empresarial adquiridaou alienada; e

(d) A quantia dos activos e passivos que não sejam caixa ou seus equivalentes na subsidiáriaou unidade empresarial adquirida ou alienada, resumida por cada categoria principal.

31 - A quantia agregada de dinheiro pago ou recebido como retribuição de compra ou de venda érelatada na demonstração de fluxos de caixa, pelo líquido de caixa e seus equivalentesadquiridos ou alienados.

Transacções que não sejam por caixa (parágrafos 32 e 33)

32 - As transacções de investimento e de financiamento que não exijam o uso de caixa ou seusequivalentes devem ser excluídas de uma demonstração de fluxos de caixa. Tais operaçõesdevem ser divulgadas noutra parte das demonstrações financeiras de tal maneira queproporcionem toda a informação relevante acerca das actividades de investimento e definanciamento.

33 - Algumas actividades de financiamento e de investimento não têm um impacto directo nos fluxoscorrentes de caixa se bem que afectem a estrutura do capital e do activo da entidade. Aexclusão das transacções que não sejam de caixa da demonstração de fluxos de caixa éconsistente com o objectivo dessa demonstração porque esses elementos não envolvem fluxosde caixa no período corrente. Exemplos de operações que não sejam de caixa são:

(a) A aquisição de activos quer pela assunção de passivos directamente relacionados ou pormeio de uma locação financeira;

(b) A aquisição de uma entidade por meio de uma emissão de capital; e

(c) A conversão de dívidas em capital.

Outras divulgações (parágrafo 34)

34 - Uma entidade deve divulgar, juntamente com um comentário, a quantia dos saldos significativosde caixa e seus equivalentes detidos pela entidade, que não estejam disponíveis para uso pelogrupo.

Data de eficácia (parágrafo 35)

35 - Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1 de Janeiro de2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 3Adopção pela primeira vez das normas contabilísticas e de relato

financeiro (NCRF)

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de RelatoFinanceiro IFRS 1 - Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro,adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

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Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é assegurar que as primeirasdemonstrações financeiras de uma entidade de acordo com as Normas Contabilísticas e deRelato Financeiro (NCRF) contenham informação que:

(a) Seja transparente para os utentes e comparável em todos os períodos apresentados;

(b) Proporcione um ponto de partida conveniente para a contabilização segundo as NCRF; e

(c) Possa ser gerada a um custo que não exceda os benefícios para os utentes.

Âmbito (parágrafos 2 e 3)

2 - Uma entidade deve aplicar esta Norma nas suas primeiras demonstrações financeiras deacordo com as NCRF.

3 - As primeiras demonstrações financeiras de uma entidade de acordo com as NCRF são asprimeiras demonstrações financeiras anuais nas quais a entidade adopta as NCRF, para o queemite uma declaração explícita dessa situação.

Definições (parágrafo 4)

4 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Balanço de abertura de acordo com as NCRF: é o balanço de uma entidade (publicado ou não)à data de transição para as NCRF.

Custo considerado: é a quantia usada como substituto para o custo ou para o custo depreciadonuma data determinada. Uma depreciação ou amortização posterior assume que a entidadetinha inicialmente reconhecido o activo ou o passivo numa determinada data e que o seu custoera igual ao custo considerado.

Data de transição para as NCRF: é a data de início do primeiro período para o qual a entidadeapresenta as suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as NCRF.

PCGA anteriores: correspondem à base de contabilidade que um adoptante pela primeira vezutilizava imediatamente antes de adoptar as NCRF.

Primeiras demonstrações financeiras de acordo com as NCRF: são as primeirasdemonstrações financeiras anuais em que uma entidade adoptou as NCRF.

Reconhecimento e mensuração (parágrafos 5 a 11)

Balanço de abertura de acordo com as NCRF (parágrafo 5)

5 - Uma entidade deve preparar um balanço de abertura de acordo com as NCRF na data detransição para as NCRF. Este é o ponto de partida da sua contabilização segundo as NCRF eservirá para comparativo nas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as NCRF.

Politicas contabilísticas (parágrafos 6 a 8)

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6 - Uma entidade deve usar as mesmas políticas contabilísticas, de acordo com as NCRF, no seubalanço de abertura e nas suas primeiras demonstrações financeiras.

7 - Com as excepções referidas nos parágrafos 9 a 11, uma entidade deve, no seu balanço deabertura de acordo com as NCRF:

(a) Reconhecer todos os activos e passivos cujo reconhecimento seja exigido pelas NCRF;

(b) Não reconhecer itens como activos ou passivos se as NCRF não permitirem essereconhecimento;

(c) Reclassificar itens que reconheça segundo os PCGA anteriores como um tipo de activo,passivo ou componente do capital próprio, mas que são um tipo diferente de activo, passivoou componente do capital próprio segundo as NCRF; e

(d) Aplicar as NCRF na mensuração de todos os activos e passivos reconhecidos.

8 - As políticas contabilísticas que uma entidade usa no seu balanço de abertura de acordo com asNCRF podem diferir daquelas que usou para a mesma data utilizando os PCGA anteriores. Osajustamentos resultantes derivam de acontecimentos e transacções anteriores à data datransição para as NCRF. Por conseguinte, uma entidade deverá reconhecer essesajustamentos directamente nos resultados transitados (ou, se apropriado, noutro item do capitalpróprio) à data da transição para as NCRF.

Excepções (parágrafos 9 a 11)

9 - Esta Norma estabelece duas categorias de excepções ao princípio de que o balanço deabertura de acordo com as NCRF deve estar conforme com cada NCRF:

(a) Isenções de alguns requisitos de outras NCRF; e

(b) Proibições à aplicação retrospectiva de alguns aspectos de outras NCRF.

Isenções (parágrafo 10)

10 - Em função das situações concretas que se venham a verificar nas operações de transição decada entidade, esta pode optar pelo uso de uma ou mais das isenções seguintes, nos termosestabelecidos nos parágrafos 15 a 23, 25A alíneas a) e b) e 25F da IFRS 1 - Adopção pelaPrimeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, em conformidade com o textooriginal do Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro:

(a) Concentrações de actividades empresariais;

(b) Justo valor ou revalorização como custo considerado;

(c) Benefícios dos empregados;

(d) Diferenças de transposição cumulativas;

(e) Instrumentos financeiros compostos;

(f) A designação de instrumentos financeiros previamente reconhecidos; e

(g) Locações.

Proibições (parágrafo 11)

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11 - Esta Norma proíbe a aplicação retrospectiva das seguintes matérias de outras NCRF, nostermos estabelecidos nos parágrafos 27 a 34A e o último período do 34B da IFRS 1 - Adopçãopela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, em conformidade com otexto original do Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro:

(a) Desreconhecimento de activos financeiros e passivos financeiros;

(b) Contabilidade de cobertura;

(c) Estimativas; e

(d) Activos classificados como detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas.

Apresentação e divulgações (parágrafos 12 a 18)

12 - Esta Norma não contempla isenções relativamente aos requisitos de apresentação e divulgaçãoconstantes de outras NCRF.

Informação comparativa (parágrafo 13)

13 - As primeiras demonstrações financeiras de acordo com as NCRF de uma entidade devemincluir, pelo menos, um ano de informação comparativa segundo as NCRF.

Explicação sobre a transição para as NCRF (parágrafo 14)

14 - Uma entidade deve explicar de que forma a transição dos PCGA anteriores para as NCRFafectou a sua posição financeira, o seu desempenho financeiro e os seus fluxos de caixarelatados. Para tanto, as primeiras demonstrações financeiras de acordo com as NCRF de umaentidade devem incluir:

(a) A reconciliação do seu capital próprio relatado segundo os PCGA anteriores com o seucapital próprio segundo as NCRF, entre:

(i) A data de transição para as NCRF; e

(ii) O final do último período apresentado nas mais recentes demonstrações financeirasanuais da entidade, elaboradas segundo os PCGA anteriores

(b) A reconciliação do lucro ou perda relatado segundo os PCGA anteriores, relativo ao últimoperíodo das mais recentes demonstrações financeiras anuais da entidade, com o lucro ou aperda segundo as NCRF relativo ao mesmo período; e

(c) Caso se tenham reconhecido ou revertido quaisquer perdas por imparidade pela primeiravez ao preparar o balanço de abertura de acordo com as NCRF, a entidade deve apresentaras divulgações que a NCRF 12 - Imparidade de Activos teria exigido se a entidade tivessereconhecido essas perdas por imparidade ou reversões no período que começa na data detransição para as NCRF.

15 - Caso uma entidade apresente uma demonstração de fluxos de caixa segundo os PCGAanteriores, deve também explicar os ajustamentos materiais na demonstração de fluxos decaixa.

16 - Caso uma entidade dê conta de erros cometidos segundo os PCGA anteriores, asreconciliações exigidas nos parágrafos 14 (a) a 14 (b) devem distinguir entre correcção desseserros e alterações às políticas contabilísticas.

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17 - A NCRF 4 - Politicas Contabilísticas, Alterações em Estimativas Contabilísticas e Erros, nãotrata de alterações nas políticas contabilísticas que ocorrem quando uma entidade adopta asNCRF pela primeira vez. Por essa razão, os requisitos da NCRF 4 relativos às divulgações dealterações às políticas contabilísticas não se aplicam às primeiras demonstrações financeirasde uma entidade de acordo com as NCRF.

18 - Se uma entidade não apresentou demonstrações financeiras relativas aos períodos anteriores,as suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as NCRF devem divulgar essefacto.

Data de eficácia (parágrafo 19)

19 - Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1 de Janeiro de2010.

Apêndice

Indicações sobre a preparação do balanço de abertura de acordo com asNCRF

1 - Ao preparar o balanço de abertura de acordo com as NCRF, uma entidade deve ter em atençãoas seguintes quatro regras, excepto nos casos em que esta Norma permita excepções ouproíba aplicação retrospectiva:

(a) Reconhecimento de todos os activos e passivos, nos termos em que tal seja requerido pelasNCRF;

(b) Desreconhecimento de activos ou passivos que, nos termos das NCRF não sejam dereconhecer como tal;

(c) Reclassificação de itens que eram reconhecidos como determinado tipo de activo, passivoou capital próprio no âmbito dos PCGA anteriores, mas que devem ser reconhecidos comoum tipo diferente de acordo com as NCRF;

(d) Mensuração de todos os activos e passivos reconhecidos, de acordo com os princípiosestabelecidos nas NCRF.

Reconhecimento

2 - É expectável que, de acordo com as NCRF, muitas entidades reconheçam activos e passivosque não eram reconhecidos como tal segundo os PCGA anteriores. Algumas áreas em que talpode ocorrer são, por exemplo:

(a) Activos intangíveis adquiridos;

(b) Activos e passivos relacionados com locações financeiras;

(c) Exploração e avaliação de recursos minerais;

(d) Activos biológicos;

(e) Provisões para garantias a clientes, reestruturação e matérias ambientais;

(f) Instrumentos financeiros; e

(g) Benefícios dos empregados.

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Desreconhecimento

3 - Exemplos de activos ou passivos que, sendo como tal reconhecidos segundo os PCGAanteriores, não o são de acordo com as NCRF, podem ocorrer, por exemplo, nas seguintesáreas:

(a) Intangíveis gerados internamente;

(b) Despesas de investigação; e

(c) Contratos de construção.

Reclassificação

4 - Activos e passivos que podem ter de ser reclassificados referir-se-ão, por exemplo, a:

(a) Activos detidos para venda;

(b) Unidades operacionais descontinuadas;

(c) Investimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos;

(d) Activos biológicos; e

(e) Subsídios e apoios do Governo.

Mensuração

5 - Poderão ter de ser mensurados segundo critérios diferentes itens relacionados,designadamente, com:

(a) Goodwill;

(b) Activos e passivos relacionados com locações financeiras;

(c) Propriedades de investimento;

(d) Imparidade de activos;

(e) Exploração e avaliação de recursos minerais;

(f) Activos biológicos;

(g) Contratos de construção;

(h) Provisões para garantias a clientes, reestruturação e matérias ambientais;

(i) Instrumentos financeiros; e

(j) Benefícios dos empregados.

Norma contabilística e de relato financeiro 4Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e

erros

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 8 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros,

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adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafos 1 e 2)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever os critériospara a selecção e alteração das políticas contabilísticas, bem como o tratamento contabilístico edivulgação das alterações nas políticas contabilísticas e correcções de erros. A Normadestina-se a melhorar a relevância e a fiabilidade das demonstrações financeiras de umaentidade, e a sua comparabilidade ao longo do tempo e com as demonstrações financeiras deoutras entidades.

2 - Os requisitos de divulgação relativos a políticas contabilísticas, excepto aqueles que digamrespeito a alterações nas políticas contabilísticas, são estabelecidos na NCRF 1 - Estrutura eConteúdo das Demonstrações Financeiras.

Âmbito (parágrafos 3 e 4)

3 - Esta Norma deve ser aplicada na selecção e aplicação de políticas contabilísticas e nacontabilização de alterações nas políticas contabilísticas, alterações nas estimativascontabilísticas e correcções de erros de períodos anteriores.

4 - Os efeitos fiscais de correcções de erros de períodos anteriores e ajustamentos retrospectivosderivados da aplicação de alterações nas políticas contabilísticas são contabilizados edivulgados de acordo com a NCRF 25 - Impostos Sobre o Rendimento.

Definições (parágrafos 5 e 6)

5 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Alteração na estimativa contabilística: é um ajustamento na quantia escriturada de um activo oude um passivo, ou a quantia de consumo periódico de um activo, que resulta da avaliação dopresente estado dos activos e passivos, e obrigações e benefícios futuros esperadosassociados aos mesmos. As alterações nas estimativas contabilísticas resultam de novainformação ou novos desenvolvimentos e, em conformidade, não são correcções de erros.

Aplicação prospectiva: de uma alteração numa política contabilística e de reconhecimento doefeito de uma alteração numa estimativa contabilística, respectivamente, é:

(a) A aplicação da nova política contabilística a transacções, outros acontecimentos econdições, que ocorram após a data em que a política seja alterada; e

(b) O reconhecimento do efeito da alteração na estimativa contabilística nos períodos correntee futuro afectados pela alteração.

Aplicação retrospectiva: é a aplicação de uma nova política contabilística a transacções, outrosacontecimentos e condições, como se essa política tivesse sido sempre aplicada.

Erros de períodos anteriores: são omissões, e declarações incorrectas, nas demonstraçõesfinanceiras da entidade de um ou mais períodos anteriores decorrentes da falta de uso, ou usoincorrecto, de informação fiável que:

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(a) Estava disponível quando as demonstrações financeiras desses períodos foram autorizadaspara emissão; e

(b) Poderia razoavelmente esperar-se que tivesse sido obtida e tomada em consideração napreparação e apresentação dessas demonstrações financeiras.

Tais erros incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação de políticascontabilísticas, descuidos ou interpretações incorrectas de factos e fraudes.

Impraticável: a aplicação de um requisito é impraticável quando a entidade não o pode aplicardepois de ter feito todos os esforços razoáveis para o conseguir. Para um período anterior emparticular, é impraticável aplicar retrospectivamente uma alteração na política contabilística oufazer uma reexpressão retrospectiva para corrigir um erro se:

(a) Os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reexpressão retrospectiva não foremdetermináveis;

(b) A aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectiva exigir pressupostos sobre qualteria sido a intenção da entidade nesse período; ou

(c) A aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectiva exigir estimativas significativas dequantias e se for impossível distinguir objectivamente a informação sobre estas estimativasque:

(i) Proporcione provas das circunstâncias que existiam na(s) data(s) em que essasquantias foram reconhecidas, mensuradas ou divulgadas;

(ii) Teria estado disponível quando as demonstrações financeiras desse período foramautorizadas para emissão.

Material: as omissões ou declarações incorrectas de itens são materiais se puderem, individualou colectivamente, influenciar as decisões económicas dos utentes, tomadas com base nasdemonstrações financeiras. A materialidade depende da dimensão e natureza da omissão oudeclaração incorrecta ajuizada nas circunstâncias que a rodeiam. A dimensão e a natureza doitem, ou uma combinação de ambas, podem ser o factor determinante.

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro: são as Normas e Interpretações emanadas daComissão de Normalização Contabilística (CNC).

Políticas contabilísticas: são os princípios, bases, convenções, regras e práticas específicosaplicados por uma entidade na preparação e apresentação de demonstrações financeiras.

Reexpressão retrospectiva: é a correcção do reconhecimento, mensuração e divulgação dequantias de elementos das demonstrações financeiras como se um erro de períodos anterioresnunca tivesse ocorrido.

6 - Avaliar se uma omissão ou declaração incorrecta poderia influenciar as decisões económicasdos utentes, sendo portanto material, exige a consideração das características desses utentes.Para esse efeito, "presume-se que os utentes tenham um razoável conhecimento dasactividades empresariais económicas e da contabilidade e vontade de estudar a informaçãocom razoável diligência". Por isso, a avaliação deve ter em conta a forma como se pode esperarrazoavelmente que os utentes com tais atributos possam ser influenciados na tomada dedecisões económicas.

Políticas contabilísticas (parágrafos 7 a 26)

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Selecção e aplicação de políticas contabilísticas (parágrafos 7 a 10)

7 - A política ou políticas contabilísticas a aplicar a determinado item será a que decorrer da Normaou Interpretação que especificamente tratar da subjacente transacção, outro acontecimento oucondição.

8 - As NCRF estabelecem políticas contabilísticas que resultam em demonstrações financeirascontendo informação relevante e fiável sobre as transacções, outros acontecimentos econdições a que se aplicam. Essas políticas não necessitam de ser aplicadas quando o efeitoda sua aplicação for imaterial, excepto se tiver por objectivo alcançar uma determinadaapresentação da posição financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa.

9 - Na ausência de uma Norma ou Interpretação que se aplique especificamente a umatransacção, outro acontecimento ou condição, o órgão de gestão ajuizará quanto aodesenvolvimento e aplicação de uma política contabilística que resulte em informação que seja:

(a) Relevante para a tomada de decisões económicas por parte dos utentes;

(b) Fiável, de tal modo que as demonstrações financeiras:

(i) Representem com fidedignidade a posição financeira, o desempenho financeiro e osfluxos de caixa da entidade;

(ii) Reflictam a substância económica de transacções, outros acontecimentos e condições enão meramente a forma legal;

(iii) Sejam neutras, isto é, que estejam isentas de preconceitos;

(iv) Sejam prudentes; e

(v) Sejam completas em todos os aspectos materiais.

10 - Ao fazer os juízos de valor descritos no parágrafo 9, o órgão de gestão deve consultar econsiderar a aplicabilidade das seguintes fontes, por ordem indicada:

(a) Os requisitos e a orientação das Normas e Interpretações que tratam de assuntossemelhantes e relacionados; e

(b) As definições, critérios de reconhecimento e conceitos de mensuração para activos,passivos, rendimentos e gastos na Estrutura Conceptual.

Consistência de políticas contabilísticas (parágrafo 11)

11 - Uma entidade deve seleccionar e aplicar as suas políticas consistentemente para transacçõessemelhantes, outros acontecimentos e condições, a menos que uma Norma ou Interpretaçãoespecificamente exija ou permita a categorização de itens para os quais possam serapropriadas diferentes políticas. Se uma Norma ou Interpretação exigir ou permitir talcategorização, uma política contabilística deve ser seleccionada e aplicada consistentemente acada categoria.

Alterações nas políticas contabilísticas (parágrafos 12 a 16)

12 - Uma entidade deve alterar uma política contabilística apenas se a alteração:

(a) For exigida por uma Norma ou Interpretação; ou

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(b) Resultar no facto de as demonstrações financeiras proporcionarem informação fiável e maisrelevante sobre os efeitos das transacções, outros acontecimentos ou condições, naposição financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa da entidade.

13 - Os utentes das demonstrações financeiras precisam de poder comparar as demonstraçõesfinanceiras de uma entidade ao longo do tempo para identificar tendências na sua posiçãofinanceira, desempenho financeiro e fluxos de caixa. Por isso, são aplicadas as mesmaspolíticas contabilísticas em cada período ou de um período para o outro, a menos que umaalteração numa política contabilística esteja em conformidade com um dos critérios enunciadosno parágrafo 12.

14 - O que se segue não são alterações nas políticas contabilísticas:

(a) A aplicação de uma política contabilística para transacções, outros acontecimentos, oucondições, que difiram em substância daqueles que ocorreram anteriormente; e

(b) A aplicação de uma nova política contabilística para transacções, outros acontecimentos oucondições, que não ocorreram anteriormente ou eram imateriais.

15 - A aplicação inicial de uma política para regularizar activos em conformidade com a NCRF 6 -Activos Intangíveis ou a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis é uma alteração numa políticacontabilística a ser tratada como uma revalorização de acordo com a NCRF 6 ou NCRF 7 e nãode acordo com esta Norma.

16 - Os parágrafos 17 a 26 não se aplicam à alteração na política descrita no parágrafo 15.

Aplicar alterações nas políticas contabilísticas (parágrafos 17 e 18)

17 - Sem prejuízo do disposto no parágrafo 20:

(a) Uma entidade deve contabilizar uma alteração na política contabilística resultante daaplicação inicial de uma Norma ou Interpretação de acordo com as disposições transitóriasespecíficas, se existirem nessa Norma ou Interpretação; e

(b) Quando uma entidade altere uma política contabilística na aplicação inicial de uma Normaou Interpretação que não inclua disposições transitórias específicas que se apliquem a essaalteração, ou quando altere uma política contabilística voluntariamente, ela deve aplicar aalteração retrospectivamente.

18 - Para a finalidade desta Norma, a aplicação antecipada de uma Norma ou Interpretação não éuma alteração voluntária na política contabilística.

Aplicação retrospectiva (parágrafo 19)

19 - Sem prejuízo do disposto no parágrafo 20, quando uma alteração na política contabilística éaplicada retrospectivamente de acordo com o parágrafo 17 (a) ou 17 (b), a entidade deveajustar o saldo de abertura de cada componente do capital próprio afectado para o períodoanterior mais antigo apresentado e as outras quantias comparativas divulgadas para cadaperíodo anterior apresentado como se a nova política tivesse sido sempre aplicada.

Limitações à aplicação retrospectiva (parágrafos 20 a 24)

20 - Quando a aplicação retrospectiva for exigida pelo parágrafo 17 (a) ou 17(b), uma alteração napolítica contabilística deve ser aplicada retrospectivamente excepto até ao ponto em que sejaimpraticável determinar quer os efeitos específicos de um período quer o efeito cumulativo da

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alteração.

21 - Quando for impraticável determinar os efeitos específicos num período da alteração dumapolítica contabilística na informação comparativa para um ou mais períodos anterioresapresentados, a entidade deve aplicar a nova política contabilística às quantias escrituradas deactivos e passivos no início do período mais antigo para o qual seja praticável a aplicaçãoretrospectiva, que pode ser o período corrente, e deve fazer um ajustamento correspondente nosaldo de abertura de cada componente do capital próprio afectado desse período.

22 - Quando for impraticável determinar o efeito cumulativo, no início do período corrente, daaplicação de uma nova política contabilística a todos os períodos anteriores, a entidade deveajustar a informação comparativa para aplicar a nova política contabilística prospectivamente apartir da data mais antiga em que seja praticável fazê-lo.

23 - Quando uma entidade aplicar uma nova política contabilística retrospectivamente, ela aplica anova política contabilística à informação comparativa para períodos anteriores tão antigosquanto for praticável. A aplicação retrospectiva a um período anterior não é praticável a menosque seja praticável determinar o efeito cumulativo nas quantias dos balanços de abertura e defecho desse período. A quantia do ajustamento resultante relacionado com períodos anterioresaos apresentados nas demonstrações financeiras é feita para o saldo de abertura de cadacomponente do capital próprio afectado do período anterior mais antigo apresentado.Normalmente o ajustamento é feito nos resultados transitados. Contudo, o ajustamento podeser feito noutro componente do capital próprio (por exemplo, para cumprir uma Norma ouInterpretação). Qualquer outra informação sobre períodos anteriores, tal como resumoshistóricos de dados financeiros, é também ajustada para períodos tão antigos quanto praticável.

24 - Quando for impraticável a uma entidade fazer a aplicação retrospectiva de uma nova políticacontabilística, porque não pode determinar o efeito cumulativo da aplicação da mesma a todosos períodos anteriores, deve, de acordo com o parágrafo 22, fazer a aplicação prospectivadessa nova política desde o início do período mais antigo em que tal seja praticável. Por isso,ela ignora a parte do ajustamento cumulativo nos activos, passivos e capital próprio que surjaantes dessa data. A alteração numa política contabilística é permitida mesmo que sejaimpraticável fazer a sua aplicação prospectiva a qualquer período anterior. Os parágrafos 45 a48 proporcionam orientação quando for impraticável aplicar uma nova política contabilística aum ou mais períodos anteriores.

Divulgações (parágrafos 25 e 26)

25 - Quando a aplicação inicial de uma Norma ou de uma Interpretação tiver efeitos no períodocorrente ou em qualquer período anterior, salvo se for impraticável determinar a quantia doajustamento, ou puder ter efeitos em períodos futuros, uma entidade deve divulgar:

(a) O título da Norma ou da Interpretação;

(b) A natureza da alteração na política contabilística; e

(c) A quantia de ajustamento relacionado com períodos anteriores aos apresentados, até aoponto que seja praticável.

As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de repetir estasdivulgações.

26 - Quando uma alteração voluntária em políticas contabilísticas tiver efeitos no período corrente ouem qualquer período anterior, mas é impraticável determinar a quantia de ajustamento, oupuder ter efeitos em períodos futuros, uma entidade deve divulgar:

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(a) A natureza da alteração na política contabilística;

(b) As razões pelas quais a aplicação da nova política contabilística proporciona informaçãofiável e mais relevante;

(c) A quantia do ajustamento para o período corrente e cada período anterior apresentado, atéao ponto que seja praticável; e

(d) A quantia de ajustamento relacionado com períodos anteriores aos apresentados, até aoponto em que seja praticável.

As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de repetir estasdivulgações.

Alterações nas estimativas contabilísticas (parágrafos 27 a 35)

27 - Como consequência das incertezas inerentes às actividades empresariais, muitos itens nasdemonstrações financeiras não podem ser mensurados com precisão, podendo apenas serestimados. A estimativa envolve juízos de valor baseados na última informação disponível. Porexemplo, podem ser exigidas estimativas de:

(a) Débitos incobráveis (de Contas a Receber);

(b) Obsolescência de inventários;

(c) Justo valor dos activos e passivos financeiros;

(d) A vida útil de, ou o modelo esperado de consumo dos benefícios económicos futurosincorporados em, activos depreciáveis; e

(e) Obrigações respeitantes a garantias.

28 - O uso de estimativas razoáveis é uma parte essencial da preparação de demonstraçõesfinanceiras e não diminui a sua fiabilidade.

29 - Uma estimativa pode necessitar de revisão se ocorrerem alterações nas circunstâncias em quea estimativa se baseou ou em consequência de nova informação ou de mais experiência. Dadaa sua natureza, a revisão de uma estimativa não se relaciona com períodos anteriores e não é acorrecção de um erro.

30 - Uma alteração na base de mensuração aplicada é uma alteração numa política contabilística enão uma alteração numa estimativa contabilística. Quando for difícil distinguir uma alteraçãonuma política contabilística de uma alteração da estimativa contabilística, a alteração é tratadacomo alteração numa estimativa contabilística.

31 - O efeito de uma alteração numa estimativa contabilística, que não seja uma alteração à qual seaplique o parágrafo 0, deve ser reconhecido prospectivamente incluindo-o nos resultados do:

(a) Período de alteração, se a alteração afectar apenas esse período; ou

(b) Período de alteração e futuros períodos, se a alteração afectar ambas as situações.

32 - Até ao ponto em que uma alteração numa estimativa contabilística dá origem a alterações emactivos e passivos, ou se relacione com um item do capital próprio, ela deve ser reconhecidapelo ajustamento da quantia escriturada do item de capital próprio, activo ou passivorelacionado no período da alteração.

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33 - O reconhecimento prospectivo do efeito de uma alteração numa estimativa contabilísticasignifica que a alteração é aplicada a transacções, outros acontecimentos ou condições a partirda data de alteração na estimativa. Uma alteração numa estimativa contabilística pode afectarapenas os resultados do período corrente ou os resultados tanto do período corrente como defuturos períodos. Por exemplo, uma alteração na estimativa da quantia de débitos incobráveisafecta apenas os resultados do período corrente e, por isso, é reconhecida no período corrente.Porém, uma alteração na estimativa da vida útil de, ou no modelo esperado de consumo dosbenefícios económicos futuros incorporados num activo depreciável, afecta o gasto dedepreciação do período corrente e de cada um dos futuros períodos durante a vida útilremanescente do activo. Em ambos os casos, o efeito da alteração relacionada com o períodocorrente é reconhecido como rendimento ou gasto no período corrente. O efeito, caso exista,em futuros períodos é reconhecido como rendimento ou gasto nesses futuros períodos.

Divulgações (parágrafos 34 e 35)

34 - Uma entidade deve divulgar a natureza e a quantia de uma alteração numa estimativacontabilística que tenha um efeito no período corrente ou se espera que tenha um efeito emfuturos períodos, excepto quando for impraticável calcular esse efeito.

35 - Se a quantia do efeito em futuros períodos não for divulgada porque a estimativa do mesmo éimpraticável, uma entidade deve divulgar esse facto.

Erros (parágrafos 36 a 44)

36 - Podem surgir erros no que respeita ao reconhecimento, mensuração, apresentação oudivulgação de elementos de demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras nãoestão em conformidade com as NCRF se contiverem erros materiais ou erros imateriais feitosintencionalmente para alcançar uma determinada apresentação da posição financeira,desempenho financeiro ou fluxos de caixa de uma entidade. Os erros potenciais do períodocorrente descobertos nesse período são corrigidos antes de as demonstrações financeirasserem autorizadas para emissão. Contudo, os erros materiais por vezes só são descobertosnum período posterior, e estes erros de períodos anteriores são corrigidos na informaçãocomparativa apresentada nas demonstrações financeiras desse período posterior (verparágrafos 37 a 42).

37 - Sem prejuízo do disposto no parágrafo 38, uma entidade deve corrigir os erros materiais deperíodos anteriores retrospectivamente ao primeiro conjunto de demonstrações financeirasaprovadas após a sua descoberta:

(a) Reexpressando as quantias comparativas para o(s) período(s) anterior(es) apresentado(s)em que tenha ocorrido o erro; ou

(b) Se o erro ocorreu antes do período anterior mais antigo apresentado, reexpressando ossaldos de abertura dos activos, passivos e capital próprio para o período mais antigoapresentado.

Limitações à reexpressão retrospectiva (parágrafos 38 a 43)

38 - Um erro do período anterior deve ser corrigido por reexpressão retrospectiva excepto até aoponto em que seja impraticável determinar quer os efeitos específicos de um período quer oefeito cumulativo do erro.

39 - Quando for impraticável determinar o período em que se começam a sentir os efeitos de umerro na informação comparativa para um ou mais períodos anteriores apresentados, a entidade

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deve reexpressar os saldos de abertura de activos, passivos e capital próprio para o períodomais antigo para o qual seja praticável a reexpressão retrospectiva (que pode ser o períodocorrente).

40 - Quando for impraticável determinar o efeito cumulativo, no início do período corrente, de umerro em todos os períodos anteriores, a entidade deve reexpressar a informação comparativapara corrigir o erro prospectivamente a partir da data mais antiga em que tal seja praticável.

41 - A correcção de um erro de um período anterior é excluída dos resultados do período em que oerro é descoberto. Qualquer informação apresentada sobre exercícios anteriores, incluindoqualquer resumo histórico de dados financeiros, é reexpressa para períodos tão antigos quantotal seja praticável.

42 - Quando for impraticável determinar a quantia de um erro (por exemplo, um erro na aplicação deuma política contabilística) para todos os períodos anteriores, a entidade, de acordo com oparágrafo 40, reexpressa a informação comparativa prospectivamente a partir da data maisantiga em que tal seja praticável. Por isso, ela ignora a parte da reexpresão cumulativa dosactivos, passivos e capital próprio que surja antes dessa data. Os parágrafos 45 a 48proporcionam orientação sobre quando é impraticável corrigir um erro para um ou maisperíodos anteriores.

43 - As correcções de erros distinguem-se de alterações nas estimativas contabilísticas. Asestimativas contabilísticas, pela sua natureza, são aproximações que podem necessitar derevisão à medida que se torne conhecida informação adicional. Por exemplo, o ganho ou aperda reconhecido no momento do desfecho de uma contingência não é a correcção de umerro.

Divulgação de erros de períodos anteriores (parágrafo 44)

44 - Ao aplicar o parágrafo 37, uma entidade deve divulgar o seguinte:

(a) A natureza de um erro de um período anterior;

(b) Até ao ponto em que tal seja praticável, a quantia de correcção para cada período anteriorapresentado;

(c) A quantia da correcção no início do período anterior mais antigo apresentado; e

(d) Se a reexpressão retrospectiva for impraticável para um período anterior em particular, ascircunstâncias que levaram à existência dessa condição e uma descrição de como e desdequando o erro foi corrigido.

As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de repetir estasdivulgações.

Impraticabilidade com respeito à aplicação retrospectiva e àreexpressão retrospectiva (parágrafos 45 a 48)

45 - Em algumas circunstâncias, torna-se impraticável ajustar informação comparativa para um oumais períodos anteriores para conseguir comparabilidade para o período corrente. Por exemplo,podem não ter sido coligidos dados no(s) período(s) anterior(es) de uma forma que permitaquer a aplicação retrospectiva de uma nova política contabilística (incluindo, para a finalidadedos parágrafos 46 a 48, a sua aplicação prospectiva a períodos anteriores) quer a reexpressãoretrospectiva para corrigir um erro de um período anterior, e pode ser impraticável recriar essainformação.

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46 - É frequentemente necessário fazer estimativas de aplicação de uma política contabilística aelementos das demonstrações financeiras reconhecidos ou divulgados com respeito atransacções, outros acontecimentos ou condições. A estimativa encerra alguma subjectividadee as estimativas podem ser feitas após a data do balanço. É mais difícil fazer estimativasquando se aplica retrospectivamente uma política contabilística ou se faz uma reexpressãoretrospectiva para corrigir um erro de um período anterior, devido ao período de tempo maislongo que pode ter decorrido desde a transacção, outro acontecimento ou condição afectados.Contudo, o objectivo das estimativas relacionadas com períodos anteriores permanece omesmo que para as estimativas feitas no período corrente, nomeadamente, para que aestimativa reflicta as circunstâncias que existiam quando a transacção, outro acontecimento oucondição ocorreram.

47 - Por isso, aplicar retrospectivamente uma nova política contabilística ou corrigir um erro de umperíodo anterior exige que se distinga a informação que:

(a) Proporcione provas de circunstâncias que existiam na(s) data(s) em que tiver ocorrido atransacção, outro acontecimento ou condição; e

(b) Teria estado disponível quando as demonstrações financeiras desse período anterior foramautorizadas para emissão.

Para alguns tipos de estimativas (por exemplo, uma estimativa de justo valor não baseada numpreço ou em contributos observáveis) é impraticável distinguir estes tipos de informação.Quando a aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectiva exija que se faça umaestimativa significativa para a qual seja impossível distinguir estes dois tipos de informação, éimpraticável aplicar a nova política contabilística.

48 - Não deve ser usada percepção ao aplicar uma nova política contabilística a, ou ao corrigirquantias para, um período anterior, quer ao fazer suposições sobre quais teriam sido asintenções do órgão de gestão num período anterior, quer ao estimar as quantias reconhecidas,mensuradas ou divulgadas num período anterior.

Por exemplo, quando uma entidade corrija um erro de um período anterior na mensuração deactivos financeiros previamente classificados como investimentos detidos até à maturidade, elanão altera a respectiva base de mensuração para esse período. Num outro exemplo, quandouma entidade corrija um erro de um período anterior ao calcular o seu passivo relativo a baixapor doença acumulada dos empregados, ela ignora a informação sobre uma época de gripeinvulgarmente grave no período seguinte que, naturalmente, apenas foi conhecida depois dasdemonstrações financeiras do período anterior terem sido autorizadas para emissão.

O facto das estimativas significativas serem frequentemente exigidas quando se emendainformação comparativa apresentada para períodos anteriores não impede o ajustamento oucorrecção fiável da informação comparativa.

Data de eficácia (parágrafo 49)

49 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 5Divulgações de Partes Relacionadas

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 24 - Divulgações de Partes Relacionadas, adoptada pelo texto original do

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Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever que, nasdemonstrações financeiras de uma entidade, se incluam as divulgações necessárias parachamar a atenção para a possibilidade de que a sua posição financeira e resultados possam tersido afectados pela existência de partes relacionadas e por transacções e saldos pendentescom as mesmas.

Âmbito (parágrafos 2 e 3)

2 - Esta Norma deve ser aplicada ao:

(a) Identificar relacionamentos e transacções com partes relacionadas;

(b) Identificar saldos pendentes entre uma entidade e as suas partes relacionadas;

(c) Identificar as circunstâncias em que é exigida a divulgação dos itens das alíneas (a) e (b); e

(d) Determinar as divulgações a fazer relativamente a esses itens.

3 - No conjunto das transacções e saldos pendentes com partes relacionadas, só não serãoobjecto de divulgação as transacções e saldos pendentes intragrupo (empresa-mãe esubsidiárias), tratando-se das demonstrações financeiras consolidadas.

Finalidade das divulgações de partes relacionadas (parágrafos 4 a 7)

4 - Os relacionamentos com partes relacionadas são uma característica normal do comércio enegócios. Por exemplo, as entidades realizam frequentemente parte das suas actividadesatravés de subsidiárias, empreendimentos conjuntos e associadas. Nestas circunstâncias, acapacidade da entidade afectar as políticas financeiras e operacionais da investida decorre dapresença de controlo, controlo conjunto ou influência significativa.

5 - Um relacionamento com partes relacionadas pode ter um efeito nos resultados e na posiçãofinanceira de uma entidade. As partes relacionadas podem efectuar transacções que partes nãorelacionadas não realizariam. Por exemplo, uma entidade que venda bens à sua empresa-mãepelo custo poderá não vender nesses termos a outro cliente. Além disso, as transacções entrepartes relacionadas podem não ser feitas pelas mesmas quantias que entre partes nãorelacionadas.

6 - Os resultados e a posição financeira de uma entidade podem ser afectados por umrelacionamento com partes relacionadas mesmo que não ocorram transacções entre si. A meraexistência do relacionamento pode ser suficiente para afectar as transacções da entidade comoutras partes. Por exemplo, uma subsidiária pode cessar relações com um parceiro comercialfora do grupo aquando da aquisição pela empresa-mãe de uma outra subsidiária que sededique à mesma actividade que o parceiro comercial alheio ao grupo. Outro exemplo poderáocorrer quando uma das partes relacionadas se abstiver de agir por causa da influênciasignificativa exercida pela outra parte (uma subsidiária pode ser instruída pela suaempresa-mãe a não se dedicar a actividades de pesquisa e desenvolvimento).

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7 - Por estas razões, o conhecimento de transacções, saldos pendentes e relacionamentos compartes relacionadas pode afectar as avaliações das operações de uma entidade por parte dosutentes de demonstrações financeiras, incluindo avaliações dos riscos e de oportunidades quese deparem à entidade.

Definições (parágrafos 8 a 10)

8 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma entidade ou de umaactividade económica a fim de obter benefícios da mesma.

Controlo conjunto: é a partilha de controlo, acordada contratualmente, de uma actividadeeconómica, e existe apenas quando as decisões estratégicas financeiras e operacionaisrelacionadas com a actividade exigem o consentimento unânime das partes que partilham ocontrolo (os empreendedores).

Influência significativa: é o poder de participar nas decisões das políticas financeira eoperacional da investida ou de uma actividade económica mas que não é controlo nem controloconjunto sobre essas políticas. A influência significativa pode ser obtida por posse de acções,estatuto ou acordo.

Membros íntimos da família: de um indivíduo são aqueles membros da família que se esperaque influenciem, ou sejam influenciados por esse indivíduo nos seus negócios com a entidade.Podem incluir:

(a) O cônjuge ou pessoa com análoga relação de afectividade e os filhos do indivíduo;

(b) Filhos do cônjuge ou de pessoa com análoga relação de afectividade; e

(c) Dependentes do indivíduo, do cônjuge ou de pessoa com análoga relação de afectividade.

Parte relacionada: Uma parte está relacionada com uma entidade se:

(a) Directa, ou indirectamente através de um ou mais intermediários, a parte:

(i) Controlar, for controlada por ou estiver sob o controlo comum da entidade (isto incluirelacionamentos entre empresas-mãe e subsidiárias e entre subsidiárias da mesmaempresa-mãe);

(ii) Tiver um interesse na entidade que lhe confira influência significativa sobre a mesma; ou

(iii) Tiver um controlo conjunto sobre a entidade;

(b) A parte for uma associada ou um empreendimento conjunto em que a entidade seja umempreendedor (ver NCRF 13 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentosem Associadas);

(c) A parte for membro do pessoal chave da gestão da entidade ou da sua empresa-mãe;

(d) A parte for membro íntimo da família de qualquer indivíduo referido nas alíneas (a) ou (c);

(e) A parte for uma entidade sobre a qual qualquer indivíduo referido nas alíneas (c) ou (d)exerce controlo, controlo conjunto ou influência significativa, ou que possui, directa ouindirectamente um significativo poder de voto; ou

(f) A parte for um plano de benefícios pós-emprego para benefício dos empregados da

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entidade, ou de qualquer entidade que seja uma parte relacionada dessa entidade.

Pessoal chave de gestão: são as pessoas que têm autoridade e responsabilidade peloplaneamento, direcção e controlo das actividades da entidade, directa ou indirectamente,incluindo qualquer administrador (executivo ou outro) dessa entidade.

Remuneração: inclui todos os benefícios dos empregados Os benefícios dos empregados sãotodas as formas de retribuição paga, a pagar ou proporcionada pela entidade, ou em nome daentidade, em troca de serviços prestados à entidade. Também inclui as retribuições pagas emnome da empresa-mãe da entidade com respeito aos serviços prestados à entidade. Aremuneração inclui:

(a) Benefícios de curto prazo de empregados no activo, tais como ordenados, salários econtribuições para a segurança social, licença anual paga e pagamento de baixa pordoença, participação nos lucros e bónus (se pagáveis num período de doze meses após ofim do período) e benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, habitação,automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados);

(b) Benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de reforma, seguro de vidapós-emprego e cuidados médicos pós-emprego;

(c) Outros benefícios de longo prazo dos empregados, incluindo licença por anos de serviço oulicença sabática, jubilação ou outros benefícios por anos de serviço, benefícios de invalidezde longo prazo e, se não forem pagáveis na totalidade num período de doze meses após ofinal do período, participação nos lucros, bónus e remuneração diferida;

(d) Benefícios por cessação de emprego; e

(e) Pagamento com base em acções.

Transacção com partes relacionadas: é uma transferência de recursos, serviços ou obrigaçõesentre partes relacionadas, independentemente de haver ou não um débito de preço.

9 - Ao considerar cada possível relacionamento com partes relacionadas, deve prestar-se atençãopara a substância do relacionamento e não meramente para a forma legal.

10 - No contexto desta Norma, não são necessariamente partes relacionadas as seguintes:

(a) Duas entidades simplesmente por terem um administrador ou outro membro do pessoalchave da gestão em comum, não obstante as alíneas (c) e (e) da definição de «parterelacionada».

(b) Dois empreendedores simplesmente por partilharem o controlo conjunto sobre umempreendimento conjunto.

(c) As seguintes entidades:

(i) Entidades que proporcionam financiamentos,

(ii) Sindicatos,

(iii) Empresas de serviços públicos, e

(iv) Departamentos e agências governamentais (estatais), simplesmente em virtude dosseus negócios normais com uma entidade (embora possam afectar a liberdade deacção de uma entidade ou participar no seu processo de tomada de decisões); e

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(d) Um cliente, fornecedor, franchisador, distribuidor ou agente geral com quem uma entidadetransaccione um volume significativo de negócios meramente em virtude da dependênciaeconómica resultante.

Divulgações (parágrafos 11 a 17)

11 - Os relacionamentos entre empresas-mãe e subsidiárias devem ser divulgadosindependentemente de ter havido ou não transacções entre essas partes relacionadas. Umaentidade deve divulgar o nome da empresa-mãe imediata e, se for diferente, o nome daempresa-mãe controladora final. Se nem a empresa-mãe imediata da entidade nem aempresa-mãe controladora final produzirem demonstrações financeiras disponíveis para usopúblico, deve também ser divulgado o nome da empresa-mãe intermédia superior seguinte queas produza.

12 - Uma entidade deve divulgar a remuneração do pessoal chave da gestão no total e para cadauma das seguintes categorias:

(a) Benefícios de curto prazo dos empregados;

(b) Benefícios pós-emprego;

(c) Outros benefícios de longo prazo;

(d) Benefícios por cessação de emprego; e

(e) Pagamento com base em acções.

13 - Se tiver havido transacções entre partes relacionadas, uma entidade deve divulgar a naturezado relacionamento com as partes relacionadas, assim como informação sobre as transacções esaldos pendentes, necessária para a compreensão do potencial efeito do relacionamento nasdemonstrações financeiras. No mínimo, as divulgações devem incluir:

(a) A quantia das transacções;

(b) A quantia dos saldos pendentes;

(c) Ajustamentos de dívidas de cobrança duvidosa relacionados com a quantia dos saldospendentes; e

(d) Os gastos reconhecidos durante o período a respeito de dívidas incobráveis ou de cobrançaduvidosa de partes relacionadas.

14 - As divulgações exigidas no parágrafo 13 devem ser feitas separadamente para cada uma dasseguintes categorias:

(a) A empresa-mãe;

(b) Entidades com controlo conjunto ou influência significativa sobre a entidade;

(c) Subsidiárias;

(d) Associadas;

(e) Empreendimentos conjuntos nos quais a entidade seja um empreendedor;

(f) Pessoal chave da gestão da entidade ou da respectiva entidade-mãe; e

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(g) Outras partes relacionadas.

15 - Seguem-se exemplos de transacções que são divulgadas se forem feitas com uma parterelacionada:

(a) Compras ou vendas de bens (acabados ou não acabados);

(b) Compras ou vendas de propriedades e outros activos;

(c) Prestação ou recepção de serviços;

(d) Locações;

(e) Transferências de pesquisa e desenvolvimento;

(f) Transferências segundo acordos de licenças;

(g) Transferências segundo acordos financeiros (incluindo empréstimos e contribuições decapital em dinheiro ou em espécie);

(h) Prestação de qualquer tipo de garantia; e

(i) Liquidação de passivos em nome da entidade ou pela entidade em nome de outra parte.

16 - As divulgações de que as transacções com partes relacionadas foram feitas em termosequivalentes aos que prevalecem nas transacções em que não existe relacionamento entre aspartes são feitas apenas se esses termos puderem ser fundamentados.

17 - Os itens de natureza semelhante podem ser divulgados agregadamente, excepto quandodivulgações separadas forem necessárias para a compreensão dos efeitos das transacçõescom partes relacionadas nas demonstrações financeiras da entidade.

Data de eficácia (parágrafo 18)

18 - Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1 de Janeiro de2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 6Activos intangíveis

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 38 - Activos Intangíveis, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentode activos intangíveis que não sejam especificamente tratados noutras Normas. Esta Normaexige que uma entidade reconheça um activo intangível se, e apenas se, critérios especificadosforem satisfeitos. A Norma também especifica como mensurar a quantia escriturada de activosintangíveis e exige divulgações especificadas acerca de activos intangíveis.

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Âmbito (parágrafos 2 a 7)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de activos intangíveis, excepto:

(a) Activos intangíveis que se encontrem no âmbito de outra Norma;

(b) Activos financeiros, tal como definidos na IAS 39 - Instrumentos Financeiros:Reconhecimento e Mensuração;

(c) O reconhecimento e mensuração de activos de exploração e avaliação (ver a NCRF 16 -Exploração e Avaliação de Recursos Minerais); e

(d) Dispêndios com o desenvolvimento e extracção de minérios, petróleo, gás natural erecursos não regenerativos semelhantes.

3 - Se uma outra Norma prescrever a contabilização de um tipo específico de activo intangível,uma entidade aplica essa Norma em vez desta. Por exemplo, esta Norma não se aplica a:

(a) Activos intangíveis detidos por uma entidade para venda no decurso ordinário da actividadeempresarial (ver a NCRF 18 - Inventários e a NCRF 19 - Contratos de Construção);

(b) Activos por impostos diferidos (ver NCRF 25 - Impostos sobre o Rendimento);

(c) Locações que estejam dentro do âmbito da NCRF 9 - Locações;

(d) Activos provenientes de benefícios de empregados;

(e) Activos financeiros tal como definidos na IAS 39 - Instrumentos Financeiros:Reconhecimento e Mensuração, bem como activos financeiros cujo reconhecimento emensuração sejam tratados na NCRF 13 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos eInvestimentos em Associadas e na NCRF 15 - Investimentos em Subsidiárias eConsolidação.

(f) Goodwill adquirido numa concentração de actividades empresariais (ver a NCRF 14 -Concentrações de Actividades Empresariais).

(g) Activos intangíveis não correntes classificados como detidos para venda (ou incluídos numgrupo para alienação que esteja classificado como detido para venda), de acordo com aNCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades OperacionaisDescontinuadas.

4 - Alguns activos intangíveis podem estar contidos numa substância física tal como um discocompacto (no caso de software de computadores), documentação legal (no caso de umalicença ou patente) ou filme. Ao determinar se um activo que incorpore tanto elementosintangíveis como tangíveis deve ser tratado segundo a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis oucomo um activo intangível segundo esta Norma, a entidade usa o seu juízo de valor para avaliarqual o elemento mais significativo. Por exemplo, o software de computador de uma máquinaferramenta controlada por computador que não funcione sem esse software específico é umaparte integrante do equipamento respectivo e é tratado como activo fixo tangível. O mesmo seaplica ao sistema operativo de um computador. Quando o software não for uma parte integrantedo hardware respectivo, o software de computador é tratado como um activo intangível.

5 - Esta Norma aplica-se, entre outras coisas, a dispêndios com publicidade, formação, arranque eactividades de pesquisa e desenvolvimento. As actividades de pesquisa e desenvolvimentodestinam-se ao desenvolvimento de conhecimentos. Por isso, se bem que estas actividadespossam resultar num activo com substância física (por exemplo, num protótipo), o elemento

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físico do activo é secundário em relação ao seu componente intangível, i.e. o conhecimentoincorporado no mesmo.

6 - No caso de uma locação financeira, o activo subjacente pode ser tangível ou intangível. Após oreconhecimento inicial, um locatário contabiliza um activo intangível, detido sob uma locaçãofinanceira, de acordo com esta Norma. Os direitos protegidos por acordos de licenciamento deitens tais como filmes, vídeos, peças de teatro, manuscritos, patentes e copyrights sãoexcluídos do âmbito da NCRF 9 - Locações e caem dentro do âmbito desta Norma.

7 - As exclusões do âmbito de uma Norma podem ocorrer se as actividades ou transacções foremtão especializadas que dêem origem a questões contabilísticas que podem necessitar de sertratadas de uma maneira diferente. Tais questões surgem na contabilização dos dispêndioscom a exploração de, ou desenvolvimento e extracção de, petróleo, gás e depósitos mineraisem indústrias extractivas e no caso de contratos de seguros. Por isso, esta Norma não se aplicaa dispêndios com tais actividades e contratos. Porém, esta Norma aplica-se a outros activosintangíveis usados (tais como software de computador), e a outros dispêndios incorridos (taiscomo custos de arranque), em indústrias extractivas.

Definições (parágrafos 8 a 17)

8 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Activo: é um recurso:

(a) Controlado por uma entidade como resultado de acontecimentos passados; e

(b) Do qual se espera que fluam benefícios económicos futuros para a entidade.

Activo intangível: é um activo não monetário identificável sem substância física.

Activos monetários: são dinheiros detidos e activos a ser recebidos em quantias fixadas oudetermináveis de dinheiro.

Amortização: é a imputação sistemática da quantia depreciável de um activo intangível durantea sua vida útil.

Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra retribuição dadapara adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção, ou, quando aplicável, aquantia atribuída a esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo com os requisitosespecíficos de outras NCRF.

Data de acordo: é a data em que um acordo substantivo entre as partes concentradas éalcançado e, no caso de entidades publicamente cotadas, anunciado ao público. No caso deuma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil, a data mais recente em que um acordosubstantivo entre as partes concentradas é celebrado é a data em que um número suficientedos proprietários da adquirida aceitou a oferta do adquirente para que este obtenha o controlosobre a adquirida.

Desenvolvimento: é a aplicação das descobertas derivadas da pesquisa ou de outrosconhecimentos a um plano ou concepção para a produção de materiais, mecanismos,aparelhos, processos, sistemas ou serviços, novos ou substancialmente melhorados, antes doinício da produção comercial ou uso.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

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Mercado activo: é um mercado no qual se verifiquem todas as condições seguintes:

(a) Os itens negociados no mercado são homogéneos;

(b) Podem ser encontrados em qualquer momento compradores e vendedores dispostos acomprar e vender; e

(c) Os preços estão disponíveis ao público.

Perda por imparidade: é o excedente da quantia escriturada de um activo, ou de uma unidadegeradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.

Pesquisa: é a investigação original e planeada levada a efeito com a perspectiva de obter novosconhecimentos científicos ou técnicos.

Quantia depreciável: é o custo de um activo ou outra quantia substituta do custo, menos o seuvalor residual.

Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após a deduçãode qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade acumuladasinerentes.

Valor específico para a entidade: é o valor presente dos fluxos de caixa que uma entidadeespera que resultem do uso continuado de um activo e da sua alienação no final da sua vida útilou em que espera incorrer ao liquidar um passivo.

Valor residual: de um activo é a quantia estimada que uma entidade obteria correntemente pelaalienação de um activo, após dedução dos custos de alienação estimados, se o activo já tivessea idade e as condições esperadas no final da sua vida útil.

Vida útil é:

(a) O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível para uso; ou

(b) O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera obter do activo.

Activos intangíveis (parágrafos 9 a 17)

9 - As entidades gastam com frequência recursos, ou incorrem em passivos, pela aquisição,desenvolvimento, manutenção ou melhoria de recursos intangíveis tais como conhecimentoscientíficos ou técnicos, concepção e implementação de novos processos ou sistemas, licenças,propriedade intelectual, conhecimento de mercado e marcas e objectivos comerciais (incluindonomes comerciais e títulos de publicações). Exemplos comuns de itens englobados nestesgrupos são o software de computadores, patentes, copyrights, filmes, listas de clientes, direitosde hipotecas, licenças de pesca, quotas de importação, franchises, relacionamentos comclientes ou fornecedores, fidelidade de clientes, quota de mercado e direitos decomercialização.

10 - Nem todos os itens descritos no parágrafo 9 satisfazem a definição de um activo intangível, i.e.identificabilidade, controlo sobre um recurso e existência de benefícios económicos futuros. Seum item que esteja dentro do âmbito desta Norma não satisfizer a definição de um activointangível, o dispêndio para o adquirir ou gerar internamente é reconhecido como um gastoquando for incorrido. Porém, se o item for adquirido numa concentração de actividadesempresariais, faz parte do goodwill reconhecido à data da aquisição (ver parágrafo 67).

Identificabilidade (parágrafos 11 e 12)

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11 - A definição de um activo intangível exige que o mesmo seja identificável para o distinguir dogoodwill. O goodwill adquirido numa concentração de actividades empresariais representa umpagamento feito pelo adquirente em antecipação de benefícios económicos futuros de activosque não sejam capazes de ser individualmente identificados e separadamente reconhecidos.Os benefícios económicos futuros podem resultar de sinergias entre os activos identificáveisadquiridos ou de activos que, individualmente, não se qualificam para reconhecimento nasdemonstrações financeiras mas pelos quais o adquirente está preparado para fazer umpagamento na concentração de actividades empresariais.

12 - Um activo satisfaz o critério da identificabilidade na definição de um activo intangível quando:

(a) For separável, i.e. capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido, transferido,licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com um contrato,activo ou passivo relacionado; ou

(b) Resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais, quer esses direitos sejamtransferíveis quer sejam separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

Controlo (parágrafos 13 a 16)

13 - Uma entidade controla um activo se tiver o poder de obter benefícios económicos futuros quefluam do recurso subjacente e puder restringir o acesso de outros a esses benefícios. Acapacidade de uma entidade de controlar os benefícios económicos futuros de um activointangível enraíza-se nos direitos legais que sejam de cumprimento forçado por um tribunal. Naausência de direitos legais, é mais difícil demonstrar o controlo sobre o activo. Porém, ocumprimento legal de um direito não é uma condição necessária para o controlo porque umaentidade pode ser capaz de controlar os benefícios económicos futuros de alguma outramaneira.

14 - O mercado e o conhecimento técnico podem dar origem a benefícios económicos futuros. Umaentidade controla esses benefícios se, por exemplo, o conhecimento estiver protegido pordireitos legais tais como copyrights, uma restrição de acordos de comércio (quando permitido)ou por deveres legais dos empregados de manter a confidencialidade.

15 - Uma entidade pode ter uma equipa de pessoal habilitado e pode ser capaz de identificarcapacidades incrementais do pessoal que conduzam a benefícios económicos futurosderivados da formação. A entidade pode também esperar que o pessoal continue a pôr as suascapacidades ao seu dispor. Porém, geralmente uma entidade não tem controlo suficiente sobreos benefícios económicos futuros provenientes de uma equipa de pessoal habilitado e daformação para que estes itens satisfaçam a definição de um activo intangível. Por uma razãosemelhante, é improvável que uma gestão específica ou um talento técnico satisfaça a definiçãode activo intangível, a menos que esteja protegido por direitos legais para usá-lo e obter dele osbenefícios económicos futuros esperados e que também satisfaça as outras partes da definição.

16 - Uma entidade pode ter uma carteira de clientes ou uma quota de mercado e esperar que,devido aos seus esforços para criar relacionamentos e fidelizar clientes, estes continuarão anegociar com a empresa. Porém, na ausência de direitos legais para proteger, ou de outrasformas controlar, o relacionamento com clientes ou a sua fidelidade para com a entidade, estageralmente não tem controlo suficiente sobre os benefícios económicos esperados derivadosdo relacionamento e fidelização dos clientes para que tais itens (por exemplo, carteira declientes, quotas de mercado, relacionamento com clientes e fidelidade dos clientes) satisfaçama definição de activos intangíveis. Na ausência de direitos legais para proteger osrelacionamentos com os clientes, as transacções de troca dos próprios relacionamentos com osclientes ou outros semelhantes (que não sejam como parte de uma concentração de

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actividades empresariais) constituem prova de que a entidade está, não obstante, capacitadapara controlar os benefícios económicos futuros esperados que fluam dos relacionamentos comos clientes. Dado que essas transacções de troca também constituem prova de que osrelacionamentos com os clientes, em si mesmos, são separáveis, esses relacionamentos comos clientes satisfazem a definição de activo intangível.

Benefícios económicos futuros (parágrafo 17)

17 - Os benefícios económicos futuros que fluam de um activo intangível podem incluir réditos davenda de produtos ou serviços, poupanças de custos, ou outros benefícios resultantes do usodo activo pela entidade. Por exemplo, o uso da propriedade intelectual num processo deprodução pode reduzir os custos de produção futuros e não aumentar os réditos futuros.

Reconhecimento e mensuração (parágrafos 18 a 66)

18 - O reconhecimento de um item como activo intangível exige que uma entidade demonstre que oitem satisfaz:

(a) A definição de um activo intangível (ver parágrafos 8 a 17); e

(b) Os critérios de reconhecimento (ver parágrafos 21 a 23).

Estes requisitos aplicam-se aos custos incorridos inicialmente para adquirir ou gerarinternamente um activo intangível e aqueles incorridos posteriormente para adicionar a,substituir parte de, ou dar assistência ao mesmo.

19 - Os parágrafos 25 a 32 tratam da aplicação dos critérios de reconhecimento a activos intangíveisadquiridos separadamente, e os parágrafos 33 a 42 tratam da sua aplicação a activosintangíveis adquiridos numa concentração de actividades empresariais. O parágrafo 43 trata damensuração inicial dos activos intangíveis adquiridos por meio de subsídio governamental, osparágrafos 44 a 46 das trocas de activos intangíveis e os parágrafos 47 a 49 do tratamento dogoodwill gerado internamente. Os parágrafos 50 a 66 tratam do reconhecimento e mensuraçãoiniciais dos activos intangíveis gerados internamente.

20 - A natureza dos activos intangíveis é tal que, em muitos casos, não há adições a um tal activoou substituições de parte do mesmo. Em conformidade, é provável que a maioria dosdispêndios subsequentes mantenham os futuros benefícios económicos esperadosincorporados num activo intangível existente em vez de corresponder à definição de activointangível e aos critérios de reconhecimento nesta Norma. Além disso, é muitas vezes difícilatribuir os dispêndios subsequentes directamente a um activo intangível em particular em vezde à empresa como um todo. Portanto, apenas raramente os dispêndios subsequentes -dispêndios incorridos após o reconhecimento inicial de um activo intangível adquirido ou após aconclusão de um activo intangível gerado internamente - serão reconhecidos na quantiaescriturada de um activo. Consistentemente com o parágrafo 62, os dispêndios subsequentescom marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes e itens substancialmentesemelhantes (sejam comprados externamente ou gerados internamente) são semprereconhecidos nos resultados como incorridos. Tal acontece porque um tal dispêndio não podeser distinguido do dispêndio para desenvolver o negócio como um todo.

21 - Um activo intangível deve ser reconhecido se, e apenas se:

(a) For provável que os benefícios económicos futuros esperados que sejam atribuíveis aoactivo fluam para a entidade; e

(b) O custo do activo possa ser fiavelmente mensurado.

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22 - Uma entidade deve avaliar a probabilidade de benefícios económicos futuros esperados usandopressupostos razoáveis e sustentáveis que representem a melhor estimativa do conjunto decondições económicas que existirão durante a vida útil do activo.

23 - Uma entidade usa o seu juízo de valor para avaliar o grau de certeza ligado ao fluxo debenefícios económicos futuros que sejam atribuíveis ao uso do activo na base da evidênciadisponível no momento do reconhecimento inicial, dando maior peso à evidência externa.

24 - Um activo intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo.

Aquisição separada (parágrafos 25 a 32)

25 - Normalmente, o preço que uma entidade paga para adquirir separadamente um activointangível reflecte as expectativas acerca da probabilidade de que os benefícios económicosfuturos esperados incorporados no activo irão fluir para a entidade. Por outras palavras, o efeitoda probabilidade é reflectido no custo do activo. Assim, o critério de reconhecimento daprobabilidade no parágrafo 21 (a) é sempre considerado como estando satisfeito para activosintangíveis adquiridos separadamente.

26 - Além disso, o custo de um activo intangível adquirido separadamente pode normalmente sermensurado com fiabilidade. Isto é particularmente assim quando a retribuição de compra for naforma de dinheiro ou outros activos monetários.

27 - O custo de um activo intangível adquirido separadamente compreende:

(a) O seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os impostos sobre ascompras não reembolsáveis, após dedução dos descontos comerciais e abatimentos; e

(b) Qualquer custo directamente atribuível de preparação do activo para o seu uso pretendido.

28 - Exemplos de custos directamente atribuíveis são:

(a) Custos de benefícios dos empregados directamente resultantes de levar o activo à suacondição de funcionamento;

(b) Honorários resultantes directamente de levar o activo até à sua condição de funcionamento;e

(c) Custos de testes para concluir se o activo funciona correctamente.

29 - Exemplos de dispêndios que não fazem parte do custo de um activo intangível são:

(a) Custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo custos de publicidade ouactividades promocionais);

(b) Custos de condução do negócio numa nova localização ou com uma nova classe declientes (incluindo custos de formação de pessoal); e

(c) Custos de administração e outros custos gerais.

30 - O reconhecimento de custos na quantia escriturada de um activo intangível cessa quando oactivo estiver na condição necessária para ser capaz de funcionar da forma pretendida. Assimsendo, os custos incorridos na utilização ou reinstalação de um activo intangível não sãoincluídos na quantia escriturada desse activo. Por exemplo, os custos seguintes não sãoincluídos na quantia escriturada de um activo intangível:

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(a) Os custos incorridos enquanto um activo capaz de funcionar da forma pretendida aindaesteja para ser colocado em uso; e

(b) Perdas operacionais iniciais, tais como as incorridas enquanto cresce a procura daprodução do activo.

31 - Algumas operações ocorrem em ligação com o desenvolvimento de um activo intangível, masnão são indispensáveis para colocar o activo na condição necessária para que seja capaz defuncionar da forma pretendida. Estas operações inerentes podem ocorrer antes ou durante asactividades desenvolvimento. Dado que as operações inerentes não são indispensáveis paracolocar um activo na condição necessária para que seja capaz de funcionar da formapretendida, o rendimento e os gastos relacionados de operações inerentes são reconhecidosimediatamente nos resultados e incluídos nas respectivas classificações de rendimento ougasto.

32 - Se o pagamento de um activo intangível for diferido para além do prazo normal de crédito, o seucusto é o equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre esta quantia e os pagamentostotais é reconhecida como gasto de juros durante o período do crédito a não ser que sejacapitalizada de acordo com o tratamento de capitalização permitido na NCRF 10 - Custos deEmpréstimos Obtidos.

Aquisição como parte de uma concentração de actividades empresariais(parágrafos 33 a 42)

33 - De acordo com a NCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresariais, se um activointangível for adquirido numa concentração de actividades empresariais, o custo desse activointangível é o seu justo valor à data da aquisição. O justo valor de um activo intangível reflecteas expectativas do mercado relativas à probabilidade de que os benefícios económicos futurosincorporados no activo fluam para a entidade. Por outras palavras, o efeito da probabilidade éreflectido na mensuração do justo valor do activo intangível. Assim, o critério de reconhecimentoda probabilidade no parágrafo 21 (a) é sempre considerado como estando satisfeito paraactivos intangíveis adquiridos em concentrações de actividades empresariais.

34 - Portanto, de acordo com esta Norma e com a NCRF 14 - Concentrações de ActividadesEmpresariais, um adquirente reconhece na data da aquisição, separadamente do goodwill, umactivo intangível da adquirida se o justo valor do activo puder ser fiavelmente mensurado,independentemente de o activo ter sido reconhecido pela adquirida antes da concentração deactividades empresariais. Isto significa que o adquirente reconhece como um activo,separadamente do goodwill, um projecto de pesquisa e desenvolvimento em curso da adquiridacaso o projecto corresponda à definição de activo intangível e o seu justo valor possa serfiavelmente mensurado. Um projecto de pesquisa e desenvolvimento em curso de umaadquirida corresponde à definição de activo intangível quando:

(a) Corresponda à definição de activo; e

(b) Seja identificável, i.e. separável, ou decorra de direitos contratuais ou outros direitos legais.

Mensuração do justo valor de um activo intangível adquirido numaconcentração de actividades empresariais (parágrafos 35 a 40)

35 - O justo valor de activos intangíveis adquiridos em concentrações de actividades empresariaispode normalmente ser mensurado com fiabilidade suficiente para ser reconhecidoseparadamente do goodwill. Quando, para as estimativas usadas para mensurar o justo valorde um activo intangível, existir uma série de possíveis desfechos com diferentes probabilidades,

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essa incerteza entra na mensuração do justo valor do activo, em vez de demonstrar umaincapacidade de mensurar fiavelmente o justo valor. Se um activo intangível adquirido numaconcentração de actividades empresariais tiver uma vida útil finita, existe o pressupostorefutável de que o seu justo valor possa ser mensurado com fiabilidade.

36 - Um activo intangível adquirido numa concentração de actividades empresariais pode serseparável, mas apenas em conjunto com um activo tangível ou intangível relacionado. Porexemplo, o título de publicação de uma revista pode não estar em condições de ser vendidoseparadamente da respectiva base de dados de assinantes, ou uma marca comercial de águamineral pode estar relacionada com uma determinada fonte e não ser possível vendê-laseparadamente da fonte. Nesses casos, o adquirente reconhece o grupo de activos como umúnico activo separadamente do goodwill se os justos valores individuais dos activos do gruponão forem fiavelmente mensuráveis.

37 - Da mesma forma, os termos "marca" e "nome de marca" são muitas vezes usados comosinónimos para marcas comerciais e outras marcas. Contudo, os primeiros são termos geraisde marketing que são tipicamente usados para referir um grupo de activos complementares taiscomo uma marca comercial (ou marca de serviço) e o seu nome comercial relacionado,fórmulas, receitas e especialização tecnológica. O adquirente reconhece como activo único umgrupo de activos intangíveis complementares que compreenda uma marca se os justos valoresindividuais dos activos complementares não forem fiavelmente mensuráveis. Se os justosvalores individuais dos activos complementares forem fiavelmente mensuráveis, um adquirentepode reconhecê-los como um activo único desde que os activos individuais tenham vidas úteissemelhantes.

38 - As únicas circunstâncias em que pode não ser possível mensurar fiavelmente o justo valor deum activo intangível adquirido numa concentração de actividades empresariais são quando oactivo intangível resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais e ou:

(a) Não for separável; ou

(b) For separável, mas não houver história ou evidência de transacções de troca para osmesmos activos ou semelhantes, e a estimativa de outra forma do justo valor estardependente de variáveis não mensuráveis.

39 - Os preços de cotação, num mercado activo, proporcionam a estimativa mais fiável do justovalor de um activo intangível (ver também o parágrafo 77). O preço de mercado apropriado égeralmente o preço corrente de oferta. Se os preços correntes de oferta não estiveremdisponíveis, o preço da transacção semelhante mais recente pode proporcionar um critério apartir do qual se pode estimar o justo valor, desde que não tenha havido uma alteraçãosignificativa nas circunstâncias económicas entre a data da transacção e a data à qual o justovalor do activo seja estimado.

40 - Se não existir mercado activo para um activo intangível, o seu justo valor é a quantia que aentidade teria de pagar, à data da aquisição, pelo activo numa transacção entre partesconhecedoras não relacionadas e dispostas a isso, com base na melhor informação disponível.Ao determinar esta quantia, uma entidade considera o desfecho de transacções recentes deactivos semelhantes.

Dispêndio subsequente num projecto de pesquisa e desenvolvimento emcurso adquirido (parágrafos 41 e 42)

41 - O dispêndio com pesquisa e desenvolvimento que:

(a) Se relacione com um projecto de pesquisa ou desenvolvimento em curso adquirido

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separadamente ou numa concentração de actividades empresariais e reconhecido comoactivo intangível; e

(b) Seja incorrido após a aquisição desse projecto deve ser contabilizado de acordo com osparágrafos 53 a 61.

42 - A aplicação dos requisitos dos parágrafos 53 a 61 significa que o dispêndio subsequente numprojecto de pesquisa ou investigação em curso adquirido separadamente ou numaconcentração de actividades empresariais e reconhecido como activo intangível é:

(a) Reconhecido como um gasto quando incorrido se for dispêndio de pesquisa;

(b) Reconhecido como um gasto quando incorrido se for dispêndio de desenvolvimento que nãosatisfaça os critérios de reconhecimento como activo intangível do parágrafo 56; e

(c) Adicionado à quantia escriturada do projecto de pesquisa ou desenvolvimento em cursoadquirido se for dispêndio de desenvolvimento que satisfaça os critérios de reconhecimentodo parágrafo 56.

Aquisição por meio de um subsídio do Governo (parágrafo 43)

43 - Em alguns casos, um activo intangível pode ser adquirido livre de encargos, ou por retribuiçãonominal, por meio de um subsídio do Governo. Isto pode acontecer quando um Governotransferir ou imputar a uma entidade activos intangíveis tais como direitos de aterragem emaeroportos, licenças para operar estações de rádio ou de televisão, licenças de importação ouquotas ou direitos para aceder a outros recursos restritos. De acordo com a NCRF 22 -Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo, uma entidadepode escolher reconhecer inicialmente pelo justo valor tanto o activo intangível como o subsídio.Se uma entidade escolher não reconhecer o activo inicialmente pelo justo valor, a entidadereconhece inicialmente o activo por uma quantia nominal (o outro tratamento permitido pelaNCRF 22) mais qualquer dispêndio que seja directamente atribuível para preparar o activo parao seu uso pretendido.

Troca de activos (parágrafos 44 a 46)

44 - Um ou mais activos intangíveis podem ser adquiridos em troca de um activo ou activos nãomonetários, ou de uma combinação de activos monetários e não monetários. Esta questãorefere-se simplesmente a uma troca de um activo não monetário por outro, mas também seaplica a todas as trocas descritas na frase anterior. O custo de tal activo intangível é mensuradopelo justo valor a não ser que (a) a transacção da troca careça de substância comercial ou (b)nem o justo valor do activo recebido nem o justo valor do activo cedido sejam fiavelmentemensuráveis. O activo adquirido é mensurado desta forma mesmo que uma entidade não possaimediatamente desreconhecer o activo cedido. Se o activo adquirido não for mensurado pelojusto valor, o seu custo é mensurado pela quantia escriturada do activo cedido.

45 - Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância comercial considerando aextensão em que espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam alterados como resultado datransacção. Uma transacção de troca tem substância comercial se:

(a) A configuração (i.e. risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de caixa do activo recebidodiferir da configuração dos fluxos de caixa do activo transferido; ou

(b) O valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade afectada pelatransacção se altera como resultado da troca; e

(c) A diferença identificada na alínea (a) ou na (b) for significativa em relação ao justo valor dos

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activos trocados.

Para a finalidade de determinar se uma transacção de troca tem substância comercial, o valorespecífico para a entidade relativo à parte das operações da entidade afectada pela transacçãodeve reflectir os fluxos de caixa após impostos. O resultado destas análises pode ser claro semque uma entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.

46 - O parágrafo 21(b) especifica que uma condição para o reconhecimento de um activo intangívelé que o custo do activo possa ser fiavelmente mensurado. O justo valor de um activo intangívelpara o qual não existam transacções de mercado comparáveis é fiavelmente mensurável se (a)a variabilidade no intervalo de estimativas razoáveis do justo valor não for significativa paraesse activo ou (b) as probabilidades das várias estimativas dentro do intervalo possam serrazoavelmente avaliadas e usadas para estimar o justo valor. Se uma entidade for capaz dedeterminar com fiabilidade o justo valor tanto do activo recebido como do activo cedido, então ojusto valor do activo cedido é usado para mensurar o custo a não ser que o justo valor do activorecebido seja mais claramente evidente.

Goodwill gerado internamente (parágrafos 47 a 49)

47 - O goodwill gerado internamente não deve ser reconhecido como um activo.

48 - Em alguns casos, é incorrido dispêndio para gerar benefícios económicos futuros, mas isso nãoresulta na criação de um activo intangível que satisfaça os critérios de reconhecimento destaNorma. Tal dispêndio é muitas vezes descrito como contribuindo para o goodwill geradointernamente. O goodwill gerado internamente não é reconhecido como activo porque não é umrecurso identificável (i.e. não é separável nem resulta de direitos contratuais ou de outrosdireitos legais) controlado pela entidade que possa ser fiavelmente mensurado pelo custo.

49 - As diferenças entre o valor de mercado de uma entidade e a quantia escriturada dos seusactivos líquidos identificáveis em qualquer momento podem captar uma série de factores queafectem o valor da entidade. Contudo, tais diferenças não representam o custo dos activosintangíveis controlados pela entidade.

Activos intangíveis gerados internamente (parágrafos 50 a 66)

50 - Por vezes, é difícil avaliar se um activo intangível gerado internamente se qualifica parareconhecimento por causa de problemas em:

(a) Identificar se e quando existe um activo identificável que gere benefícios económicos futurosesperados; e

(b) Determinar fiavelmente o custo do activo. Em alguns casos, o custo de gerar internamenteum activo intangível não pode ser distinguido do custo de manter ou aumentar o goodwill daentidade gerado internamente ou do decorrer operacional do dia-a-dia.

Por isso, além de se conformar com os requisitos gerais do reconhecimento e mensuraçãoinicial de um activo intangível, uma entidade aplica os requisitos e orientação dos parágrafos 51a 66 a todos os activos intangíveis gerados internamente.

51 - Para avaliar se um activo intangível gerado internamente satisfaz os critérios dereconhecimento, uma entidade classifica a formação do activo em:

(a) Uma fase de pesquisa; e

(b) Uma fase de desenvolvimento.

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Se bem que os termos "pesquisa" e "desenvolvimento" estejam definidos, os termos "fase depesquisa" e "fase de desenvolvimento" têm um sentido mais amplo para a finalidade destaNorma.

52 - Se uma entidade não puder distinguir a fase de pesquisa da fase de desenvolvimento numprojecto interno para criar um activo intangível, a entidade trata o dispêndio nesse projectocomo se fosse incorrido somente na fase da pesquisa.

Fase de pesquisa (parágrafos 53 a 55)

53 - Nenhum activo intangível proveniente de pesquisa (ou da fase de pesquisa de um projectointerno) deve ser reconhecido. O dispêndio com pesquisa (ou da fase de pesquisa de umprojecto interno) deve ser reconhecido como um gasto quando for incorrido.

54 - Na fase de pesquisa de um projecto interno, uma entidade não pode demonstrar que existe umactivo intangível que irá gerar benefícios económicos futuros prováveis. Por isso, este dispêndioé reconhecido como um gasto quando for incorrido.

55 - Exemplos de actividades de pesquisa são:

(a) Actividades visando a obtenção de novos conhecimentos;

(b) A procura de, avaliação e selecção final de, aplicações das descobertas de pesquisa ou deoutros conhecimentos;

(c) A procura de alternativas para materiais, aparelhos, produtos, processos, sistemas ouserviços; e

(d) A formulação, concepção, avaliação e selecção final de possíveis alternativas de materiais,aparelhos, produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou melhorados.

Fase de desenvolvimento (parágrafos 56 a 63)

56 - Um activo intangível proveniente de desenvolvimento (ou da fase de desenvolvimento de umprojecto interno) deve ser reconhecido se, e apenas se, uma entidade puder demonstrar tudo oque se segue:

(a) A viabilidade técnica de concluir o activo intangível a fim de que o mesmo esteja disponívelpara uso ou venda.

(b) A sua intenção de concluir o activo intangível e usá-lo ou vendê-lo.

(c) A sua capacidade de usar ou vender o activo intangível.

(d) A forma como o activo intangível gerará prováveis benefícios económicos futuros. Entreoutras coisas, a entidade pode demonstrar a existência de um mercado para a produção doactivo intangível ou para o próprio activo intangível ou, se for para ser usado internamente,a utilidade do activo intangível.

(e) A disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para concluir odesenvolvimento e usar ou vender o activo intangível.

(f) A sua capacidade para mensurar fiavelmente o dispêndio atribuível ao activo intangíveldurante a sua fase de desenvolvimento.

57 - Na fase de desenvolvimento de um projecto interno, uma entidade pode, nalguns casos,

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identificar um activo intangível e demonstrar que o activo gerará prováveis benefícioseconómicos futuros. Tal acontece porque a fase de desenvolvimento de um projecto é maisavançada do que a fase de pesquisa.

58 - Exemplos das actividades de desenvolvimento são:

(a) A concepção, construção e teste de protótipos e modelos de pré-produção ou de pré-uso;

(b) A concepção de ferramentas, utensílios, moldes e suportes envolvendo nova tecnologia;

(c) A concepção, construção e operação de uma fábrica piloto que não seja de uma escalaeconómica exequível para produção comercial; e

(d) A concepção, construção e teste de uma alternativa escolhida para materiais, aparelhos,produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou melhorados.

59 - Para demonstrar como um activo intangível gerará benefícios económicos futuros prováveis,uma entidade avalia os futuros benefícios económicos a serem recebidos do activo usando osprincípios da NCRF 12 - Imparidade de Activos. Se o activo gerar benefícios económicosapenas em combinação com outros activos, a entidade aplica o conceito de unidades geradorasde caixa tal como definido na NCRF 12.

60 - A disponibilidade de recursos para concluir, usar e obter os benefícios de um activo intangívelpode ser demonstrada, por exemplo, por um plano empresarial que mostre os recursostécnicos, financeiros e outros necessários e a capacidade da entidade para assegurar essesrecursos. Em alguns casos, uma entidade demonstra a disponibilidade de financiamentoexterno pela obtenção de uma indicação do mutuante da sua vontade de financiar o plano.

61 - Os sistemas de custeio de uma entidade podem muitas vezes mensurar com fiabilidade o custode gerar internamente um activo intangível, tais como os ordenados e outros dispêndiosincorridos para assegurar copyrights ou licenças ou para desenvolver software decomputadores.

62 - As marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes e itens substancialmentesemelhantes gerados internamente não devem ser reconhecidos como activos intangíveis.

63 - Dispêndios com marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes e itenssemelhantes em substância gerados internamente não podem ser distinguidos do custo dedesenvolver a empresa no seu todo. Por isso, tais itens não são reconhecidos como activosintangíveis.

Custo de um activo intangível gerado internamente (parágrafos 64 a 66)

64 - O custo de um activo intangível gerado internamente para a finalidade do parágrafo 24 é asoma dos dispêndios incorridos desde a data em que o activo intangível primeiramente satisfazos critérios de reconhecimento dos parágrafos 21, 22 e 56. O parágrafo 70 proíbe a reposiçãode dispêndio anteriormente reconhecido como um gasto.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 64

Uma entidade está a desenvolver um novo processo de produção. Durante 2005, os dispêndiosincorridos foram 1000 unidades monetárias (UM), das quais 900 UM foram incorridas antes de 1 deDezembro de 2005 e 100 UM entre 1 de Dezembro de 2005 e 31 de Dezembro de 2005. A entidadeé capaz de demonstrar que, em 1 de Dezembro de 2005, o processo de produção satisfazia oscritérios de reconhecimento como um activo intangível. A quantia recuperável do know-howincorporado no processo (incluindo os exfluxos de caixa futuros para concluir o processo antes de

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ele estar disponível para uso) é estimada em 500 UM.

No fim de 2005, o processo de produção é reconhecido como um activo intangível por um custo de100 UM (dispêndio incorrido desde a data em que os critérios de reconhecimento foram satisfeitos,isto é, 1 de Dezembro de 2005). O dispêndio de 900 UM incorrido antes de 1 de Dezembro de 2005foi reconhecido como um gasto porque os critérios de reconhecimento não foram satisfeitos até 1 deDezembro de 2005. Este dispêndio não faz parte do processo de produção reconhecido no balanço.

Durante 2006, o dispêndio incorrido foi de 2.000 UM. No fim de 2006, a quantia recuperável deknow-how incorporado no processo (incluindo os exfluxos de caixa futuros para concluir o processoantes de estar disponível para uso) é estimado em 1.900 UM.

No fim de 2006, o custo de processo de produção é de 2.100 UM (um dispêndio de 100 UMreconhecido no fim de 2005 mais dispêndio de 2.000 UM reconhecido em 2006). A entidadereconhece uma perda por imparidade de 200 UM para ajustar a quantia escriturada do processoantes da perda por imparidade (2.100 UM) à sua quantia recuperável (1.900 UM). Esta perda porimparidade será revertida num período subsequente se os requisitos da NCRF 12 - Imparidade deActivos para a reversão de uma perda por imparidade forem satisfeitos.

65 - O custo de um activo intangível gerado internamente compreende todos os custos directamenteatribuíveis necessários para criar, produzir e preparar o activo para ser capaz de funcionar daforma pretendida. Exemplos de custos directamente atribuíveis são:

(a) Os custos dos materiais e serviços usados ou consumidos ao gerar o activo intangível;

(b) Os custos dos benefícios dos empregados associados à formação do activo intangível;

(c) As taxas de registo de um direito legal; e

(d) A amortização de patentes e licenças que sejam usadas para gerar o activo intangível.

A NCRF 10 - Custos de Empréstimos Obtidos especifica os critérios para o reconhecimento dojuro como um elemento do custo de um activo intangível gerado internamente.

66 - Não são, porém, componentes do custo de um activo intangível gerado internamente:

(a) Os dispêndios com vendas, gastos administrativos e outros gastos gerais a menos queestes dispêndios possam ser directamente atribuídos à preparação do activo para uso;

(b) Ineficiências identificadas e perdas operacionais iniciais incorridas antes de o activo atingir odesempenho planeado; e

(c) Dispêndios com a formação do pessoal para utilizar o activo.

Reconhecimento de um gasto (parágrafos 67 a 70)

67 - O dispêndio com um item intangível deve ser reconhecido como um gasto quando for incorridoa menos que:

(a) Faça parte do custo de um activo intangível que satisfaça os critérios de reconhecimento(ver parágrafos 18 a 66); ou

(b) O item seja adquirido numa concentração de actividades empresariais e não possa serreconhecido como um activo intangível. Neste caso, o dispêndio (incluído no custo daconcentração de actividades empresariais) deve fazer parte da quantia atribuída ao goodwillà data da aquisição (ver a NCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresariais).

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68 - Em alguns casos, o dispêndio é incorrido para proporcionar benefícios económicos futuros auma entidade, mas nenhum activo intangível ou outro activo é adquirido ou criado que possaser reconhecido. Nestes casos, o dispêndio é reconhecido como um gasto quando for incorrido.Por exemplo, excepto quando fizer parte do custo de uma concentração de actividadesempresariais, o dispêndio com pesquisa é reconhecido como um gasto quando for incorrido (vero parágrafo 53). Outros exemplos de dispêndio que seja reconhecido como um gasto quandofor incorrido incluem:

(a) Dispêndio com actividades de arranque (i.e. custos de arranque), a não ser que estedispêndio esteja incluído no custo de um item de activo fixo tangível de acordo com a NCRF7 - Activos Fixos Tangíveis. Os custos de arranque podem consistir em custos deestabelecimento tais como os custos legais ou de secretariado incorridos noestabelecimento de uma entidade legal, dispêndios para abrir novas instalações ou negócio(i.e. custos pré-abertura) ou dispêndios para iniciar novas unidades operacionais ou lançarnovos produtos ou processos (i.e. custos pré-operacionais).

(b) Dispêndios com actividades de formação.

(c) Dispêndios com actividades de publicidade e promocionais.

(d) Dispêndios com a mudança de local ou reorganização de uma entidade no seu todo ou emparte.

69 - O parágrafo 67 não exclui o reconhecimento de um pré-pagamento como um activo quando opagamento pela entrega de bens ou serviços tenha sido feito antes da entrega de bens ou daprestação de serviços.

Gastos passados a não serem reconhecidos como um activo (parágrafo70)

70 - O dispêndio com um item intangível que tenha sido inicialmente reconhecido como um gastonão deve ser reconhecido como parte do custo de um activo intangível em data posterior.

Mensuração após reconhecimento (parágrafos 71 a 86)

71 - Uma entidade deve escolher ou o modelo de custo do parágrafo 73 ou o modelo derevalorização do parágrafo 74 como sua política contabilística. Se um activo intangível forcontabilizado usando o modelo de revalorização, todos os outros activos da sua classe devemtambém ser contabilizados usando o mesmo modelo, a não ser que não haja mercado activopara esses activos.

72 - Uma classe de activos intangíveis é um agrupamento de activos de natureza e uso semelhantesnas operações de uma entidade. Os itens de uma classe de activos intangíveis sãosimultaneamente revalorizados para evitar revalorizações selectivas de activos e o relato dequantias nas demonstrações financeiras que representem uma mistura de custos e de valoresem datas diferentes.

Modelo do custo (parágrafo 73)

73 - Após o reconhecimento inicial, um activo intangível deve ser escriturado pelo seu custo menosqualquer amortização acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas.

Modelo de revalorização (parágrafos 74 a 86)

74 - Após o reconhecimento inicial, um activo intangível deve ser escriturado por uma quantia

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revalorizada, que seja o seu justo valor à data da revalorização menos qualquer amortizaçãoacumulada subsequente e quaisquer perdas por imparidade acumuladas subsequentes. Para afinalidade de revalorizações segundo esta Norma, o justo valor deve ser determinado comreferência a um mercado activo. As revalorizações devem ser feitas com tal regularidade que nadata do balanço a quantia escriturada do activo não difira materialmente do seu justo valor.

75 - O modelo de revalorização não permite:

(a) A revalorização de activos intangíveis que não tenham sido previamente reconhecidos comoactivos; ou

(b) O reconhecimento inicial de activos intangíveis por quantias que não sejam o custo.

76 - O modelo de revalorização é aplicado depois de um activo ter sido inicialmente reconhecidopelo seu custo. Porém, se apenas parte do custo de um activo intangível for reconhecido comoum activo porque o activo só satisfez os critérios de reconhecimento a meio do seu processo defabrico (ver parágrafo 64), o modelo de revalorização pode ser aplicado ao total desse activo.Além disso, o modelo de revalorização pode ser aplicado a um activo intangível que tenha sidorecebido por meio de um subsídio do Governo e reconhecido por uma quantia nominal (verparágrafo 43).

77 - Não é vulgar que exista um mercado activo com as características descritas no parágrafo 8para um activo intangível, se bem que isto possa acontecer. Por exemplo, em algumasjurisdições, pode existir um mercado activo para licenças de táxis livremente transferíveis,licenças de pesca ou quotas de produção. Contudo, pode não existir um mercado activo paramarcas, cabeçalhos de jornais, direitos de editar músicas e filmes, patentes ou marcascomerciais, porque cada um de tais activos é único. Além disso, se bem que activos intangíveissejam comprados e vendidos, os contratos são negociados entre compradores e vendedoresindividuais, sendo as transacções relativamente pouco frequentes. Por estas razões, o preçopago por um activo pode não proporcionar evidência suficiente do justo valor de um outro. Alémdisso, os preços não estão muitas vezes disponíveis publicamente.

78 - A frequência de revalorizações depende da volatilidade dos justos valores dos activosintangíveis que estão a ser revalorizados. Se o justo valor de um activo revalorizado diferirmaterialmente da sua quantia escriturada, é necessário uma revalorização adicional. Algunsactivos intangíveis podem sofrer movimentos significativos e voláteis no justo valornecessitando, por conseguinte, de revalorizações anuais. Tais frequentes revalorizações sãodesnecessárias para activos intangíveis com apenas movimentos insignificantes no justo valor.

79 - Se um activo intangível for revalorizado, qualquer amortização acumulada à data darevalorização é ou:

(a) Reexpressa proporcionalmente com a alteração na quantia bruta escriturada do activo deforma a que a quantia escriturada do activo após a revalorização iguale a sua quantiarevalorizada; ou

(b) Eliminada contra a quantia bruta escriturada do activo e a quantia líquida reexpressa comoa quantia revalorizada do activo.

80 - Se um activo intangível numa classe de activos intangíveis revalorizados não puder serrevalorizado porque não há qualquer mercado activo para esse activo, o activo deve serescriturado pelo seu custo menos qualquer amortização e perdas por imparidade acumuladas.

81 - Se o justo valor de um activo intangível revalorizado já não puder ser determinado comreferência a um mercado activo, a quantia escriturada do activo deve ser a sua quantiarevalorizada à data da última revalorização com referência ao mercado activo menos qualquer

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amortização acumulada subsequente e quaisquer perdas por imparidade acumuladassubsequentes.

82 - O facto de já não existir um mercado activo para um activo intangível revalorizado pode indicarque o activo pode estar com imparidade e que ele necessita de ser testado de acordo com aNCRF 12 - Imparidade de Activos.

83 - Se o justo valor do activo puder ser determinado com referência a um mercado activo numadata de mensuração subsequente, o modelo de revalorização é aplicado a partir dessa data.

84 - Se a quantia escriturada de um activo intangível for aumentada como resultado de umarevalorização, o aumento deve ser creditado directamente ao capital próprio com o título deexcedente de revalorização. Contudo, o aumento deve ser reconhecido nos resultados até aoponto em que reverta um decréscimo de revalorização do mesmo activo previamentereconhecido nos resultados.

85 - Se a quantia escriturada de um activo intangível for diminuída como resultado de umarevalorização, a diminuição deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, a diminuição deveser debitada directamente ao capital próprio com o título de excedente de revalorização até aoponto de qualquer saldo credor no excedente de revalorização com respeito a esse activo.

86 - O excedente de revalorização acumulado incluído no capital próprio só pode ser transferidodirectamente para resultados transitados quando o excedente for realizado. O excedente totalpode ser realizado pela retirada ou pela alienação do activo. Porém, algum do excedente podeser realizado logo que o activo seja usado pela entidade; em tal caso, a quantia do excedenterealizado é a diferença entre a amortização baseada na quantia escriturada valorizada do activoe a amortização que teria sido reconhecida baseada no custo histórico do activo. Atransferência do excedente de revalorização para resultados transitados não é feita através dademonstração dos resultados.

Vida útil (parágrafos 87 a 95)

87 - Uma entidade deve avaliar se a vida útil de um activo intangível é finita ou indefinida e, se forfinita, a duração de, ou o número de produção ou de unidades similares constituintes, dessavida útil. Um activo intangível deve ser visto pela entidade como tendo uma vida útil indefinidaquando, com base numa análise de todos os factores relevantes, não houver limite previsívelpara o período durante o qual se espera que o activo gere influxos de caixa líquidos para aentidade.

88 - A contabilização de um activo intangível baseia-se na sua vida útil. Um activo intangível comuma vida útil finita é amortizado (ver parágrafos 96 a 105), e um activo intangível com uma vidaútil indefinida não o é (ver parágrafos 106 a 109).

89 - Muitos factores são considerados na determinação da vida útil de um activo intangível,incluindo:

(a) O uso esperado do activo por parte da entidade e se o activo puder ser eficientementegerido por uma outra equipa de gestão;

(b) Os ciclos de vida típicos para o activo e a informação pública sobre estimativas de vida útilde activos semelhantes que sejam usados de forma semelhante;

(c) Obsolescência técnica, tecnológica, comercial ou de outro tipo;

(d) A estabilidade do sector em que o activo opera e alterações na procura do mercado para osprodutos ou serviços produzidos pelo activo;

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(e) Acções esperadas dos concorrentes ou potenciais concorrentes;

(f) O nível de dispêndio de manutenção exigido para obter os benefícios económicos futurosesperados do activo e a capacidade e intenção da entidade para atingir tal nível;

(g) O período de controlo sobre o activo e limites legais ou semelhantes sobre o uso do activo,tais como as datas de extinção de locações relacionadas, e datas do termo do período deconcessão estabelecido nos Acordos de Concessão de Serviços; e

(h) Se a vida útil do activo está dependente da vida útil de outros activos da entidade.

90 - O termo "indefinida" não significa "infinita". A vida útil de um activo intangível reflecte apenas onível de dispêndio de manutenção futuro exigido para manter o activo no seu padrão dedesempenho avaliado no momento da estimativa da vida útil do activo, e a capacidade eintenção da entidade para atingir tal nível. Uma conclusão de que a vida útil de um activointangível é indefinida não deve depender do dispêndio futuro planeado para além do exigidopara manter o activo nesse padrão de desempenho.

91 - Dada a história de rápidas alterações na tecnologia, o software de computadores e muitosoutros activos intangíveis são susceptíveis de obsolência tecnológica. Por isso, é provável quea sua vida útil seja curta.

92 - A vida útil de um activo intangível pode ser muito longa ou mesmo indefinida. A incertezajustifica estimar a vida útil de um activo intangível numa base prudente, mas isso não justificaescolher uma vida que seja irrealisticamente curta.

93 - A vida útil de um activo intangível que resulte de direitos contratuais ou de outros direitos legaisnão deve exceder o período dos direitos contratuais ou de outros direitos legais, mas pode sermais curta dependendo do período durante o qual a entidade espera usar o activo. Se osdireitos contratuais ou outros direitos legais forem transmitidos por um prazo limitado que possaser renovado, a vida útil do activo intangível deve incluir o(s) período(s) de renovação apenasse existir evidência que suporte a renovação pela entidade sem um custo significativo.

94 - Podem existir tanto factores legais como económicos que influenciem a vida útil de um activointangível. Os factores económicos determinam o período durante o qual os benefícioseconómicos futuros serão recebidos pela entidade. Os factores legais podem restringir operíodo durante o qual a entidade controla o acesso a esses benefícios. A vida útil é o maiscurto dos períodos determinados por estes factores.

95 - A existência dos seguintes factores, entre outros, indica que uma entidade deveria ser capaz derenovar os direitos contratuais ou outros direitos legais sem um custo significativo:

(a) Há evidência, possivelmente baseada na experiência, de que os direitos contratuais ououtros direitos legais serão renovados. Se a renovação depender do consentimento deterceiros, isto inclui evidência de que os terceiros darão o seu consentimento;

(b) Há evidência de que quaisquer condições necessárias para obter a renovação serãosatisfeitas; e

(c) O custo da renovação para a entidade não é significativo quando comparado com osbenefícios económicos futuros que se espera que fluam para a entidade a partir darenovação.

Activos intangíveis com vidas úteis finitas (parágrafos 96 a 105)

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Período de amortização e método de amortização (parágrafos 96 a 98)

96 - A quantia depreciável de um activo intangível com uma vida útil finita deve ser imputada numabase sistemática durante a sua vida útil. A amortização deve começar quando o activo estiverdisponível para uso, i.e. quando estiver na localização e condição necessárias para que sejacapaz de operar da forma pretendida. A amortização deve cessar na data que ocorrer maiscedo entre a data em que o activo for classificado como detido para venda (ou incluído numgrupo de alienação que seja classificado como detido para venda) de acordo com a NCRF 8 -Activos não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas e a dataem que o activo for desreconhecido. O método de amortização usado deve reflectir o modelopelo qual se espera que os futuros benefícios económicos do activo sejam consumidos pelaentidade. Se não for possível determinar fiavelmente esse modelo, deve usar-se o método dalinha recta. O custo de amortização em cada período deve ser reconhecido nos resultados amenos que esta ou outra Norma permita ou exija incluí-lo na quantia escriturada de um outroactivo.

97 - Pode ser usada uma variedade de métodos de amortização para imputar a quantia depreciávelde um activo numa base sistemática durante a sua vida útil. Estes métodos incluem o métododa linha recta e o método da unidade de produção. O método usado é seleccionado na base domodelo de consumo esperado dos futuros benefícios económicos incorporados no activo e éaplicado consistentemente de período a período, a não ser que ocorra uma alteração no modelode consumo esperado desses futuros benefícios económicos. É muito raro haver, se é que há,evidência persuasiva para apoiar um método de amortização para activos intangíveis com vidasúteis finitas que resulte numa quantia de amortização acumulada inferior à do método da linharecta.

98 - A amortização é normalmente reconhecida nos resultados. Contudo, por vezes, os futurosbenefícios económicos incorporados num activo são absorvidos pela produção de outrosactivos. Neste caso, o custo de amortização constitui parte do custo do outro activo e é incluídona sua quantia escriturada. Por exemplo, a amortização de activos intangíveis usados numprocesso de produção é incluída na quantia escriturada dos inventários (ver NCRF 18 -Inventários).

Valor residual (parágrafos 99 a 102)

99 - O valor residual de um activo intangível com uma vida útil finita deve ser assumido como sendozero a menos que:

(a) Haja um compromisso de um terceiro de comprar o activo no final da sua vida útil; ou

(b) Haja um mercado activo para o activo e:

(i) O valor residual possa ser determinado com referência a esse mercado; e

(ii) Seja provável que tal mercado exista no final da sua vida útil.

100 - A quantia depreciável de um activo com uma vida útil finita é determinada após dedução doseu valor residual. Um valor residual que não seja zero implica que uma entidade esperaalienar o activo intangível antes do fim da sua vida económica.

101 - Uma estimativa do valor residual de um activo baseia-se na quantia recuperável resultante daalienação usando os preços prevalecentes à data da estimativa para a venda de um activosemelhante que tenha atingido o final da sua vida útil e que tenha funcionado em condiçõessemelhantes àquelas em que o activo será utilizado. O valor residual é revisto pelo menos nofinal de cada ano financeiro. De acordo com a NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações

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nas Estimativas Contabilísticas e Erros, uma alteração no valor residual do activo écontabilizada como alteração numa estimativa contabilística.

102 - O valor residual de um activo intangível pode aumentar até uma quantia igual ou superior àquantia escriturada do activo. Se assim for, o débito de amortização do activo é zero a menosque, e até que, o seu valor residual diminua posteriormente para uma quantia abaixo daquantia escriturada do activo.

Revisão do período de amortização e do método de amortização(parágrafos 103 a 105)

103 - O período de amortização e o método de amortização para um activo intangível com uma vidaútil finita devem ser revistos pelo menos no final de cada ano financeiro. Se a vida útilesperada de um activo for diferente das estimativas anteriores, o período de amortização deveser alterado em conformidade. Se tiver havido uma alteração no modelo de consumo esperadodos futuros benefícios económicos incorporados no activo, o método de amortização deve sermodificado para reflectir o modelo alterado. Tais alterações devem ser contabilizadas comoalterações em estimativas contabilísticas de acordo com a NCRF 4 - Políticas Contabilísticas,Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.

104 - Durante a vida de um activo intangível, pode tornar-se evidente que a estimativa da vida útil éinapropriada. Por exemplo, o reconhecimento de uma perda por imparidade pode indicar que operíodo de amortização deve ser alterado.

105 - Com o decorrer do tempo, o modelo de benefícios económicos futuros que são esperados quefluam para uma entidade provenientes de um activo intangível pode alterar-se. Por exemplo,pode tornar-se evidente que um método de amortização de saldo decrescente seja apropriadoe não um método de linha recta. Um outro exemplo é se o uso dos direitos representados poruma licença é diferido dependendo de acção sobre outros componentes do plano de negócio.Neste caso, os benefícios económicos que fluem do activo só podem vir a ser recebidos emperíodos mais tardios.

Activos intangíveis com vidas úteis indefinidas (parágrafos 106 a 109)

106 - Um activo intangível com uma vida útil indefinida não deve ser amortizado.

107 - De acordo com a NCRF 12 - Imparidade de Activos, é exigido a uma entidade que teste aimparidade de um activo intangível com uma vida útil indefinida comparando a sua quantiarecuperável com a sua quantia escriturada:

(a) Anualmente, e

(b) Sempre que haja uma indicação de que o activo intangível pode estar com imparidade.

Revisão da avaliação da vida útil (parágrafos 108 a 109)

108 - A vida útil de um activo intangível que não esteja a ser amortizado deve ser revista a cadaperíodo para determinar se os acontecimentos e circunstâncias continuam a apoiar umaavaliação de vida útil indefinida para esse activo. Se não apoiarem, a alteração na avaliaçãode vida útil de indefinida para finita deve ser contabilizada como alteração numa estimativacontabilística de acordo com a NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas EstimativasContabilísticas e Erros.

109 - De acordo com a NCRF 12 - Imparidade de Activos, a reavaliação da vida útil de um activointangível como finita em vez de indefinida é um indicador de que o activo pode estar com

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imparidade. Como resultado, a entidade testa a imparidade do activo comparando a suaquantia recuperável, determinada de acordo com a NCRF 12 - Imparidade de Activos, com asua quantia escriturada, e reconhecendo qualquer excesso da quantia escriturada em relaçãoà quantia recuperável como uma perda por imparidade.

Recuperabilidade da quantia escriturada - perdas por imparidade(parágrafo 110)

110 - Para determinar se um activo intangível está com imparidade, uma entidade aplica a NCRF 12- Imparidade de Activos. Esta Norma explica quando e como uma entidade revê a quantiaescriturada dos seus activos, como determina a quantia recuperável de um activo e quandoreconhece ou reverte uma perda por imparidade.

Retiradas e alienações (parágrafos 111 a 116)

111 - Um activo intangível deve ser desreconhecido:

(a) No momento da alienação; ou

(b) Quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou alienação.

112 - O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um activo intangível deve serdeterminado como a diferença entre os proventos líquidos da alienação, se os houver, e aquantia escriturada do activo. Deve ser reconhecido nos resultados quando o activo fordesreconhecido (a menos que a NCRF 9 - Locações o exija de outra forma numa venda erelocação). Os ganhos não devem ser classificados como rédito.

113 - A alienação de um activo intangível pode ocorrer numa variedade de formas, incluindo aprópria venda ou doação. Ao determinar a data da alienação desse activo, uma entidadeaplica os critérios da NCRF 20 - Rédito para reconhecer o rédito da venda de bens. A NCRF 9- Locações aplica-se à alienação por venda e relocação.

114 - Se de acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 21 uma entidade reconhecer naquantia escriturada de um activo o custo de uma substituição de parte de um activo intangível,então ela desreconhece a quantia escriturada da parte substituída. Se não for praticável queuma entidade determine a quantia escriturada da parte substituída, ela pode usar o custo dasubstituição como indicação de qual o custo da parte substituída no momento em que foiadquirida ou gerada internamente.

115 - A retribuição recebível pela alienação de um activo intangível é reconhecida inicialmente peloseu justo valor. Se o pagamento do activo intangível for diferido, a retribuição recebida éreconhecida inicialmente pelo equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre a quantianominal da retribuição e o equivalente ao preço a dinheiro é reconhecida como rédito de jurosde acordo com NCRF 20 - Rédito reflectindo o rendimento efectivo sobre a conta a receber.

116 - A amortização de um activo intangível com uma vida útil finita não cessa quando o activointangível já não for usado, a não ser que o activo tenha sido totalmente depreciado ou estejaclassificado como detido para venda (ou incluído num grupo de alienação que estejaclassificado como detido para venda), de acordo com a NCRF 8 - Activos Não CorrentesDetidos Para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas.

Divulgações (parágrafos 117 a 123)

Geral (parágrafos 117 a 123)

117 - Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de activos intangíveis, distinguindo

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entre os activos intangíveis gerados internamente e outros activos intangíveis:

(a) Se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as vidas úteis ou as taxas deamortização usadas;

(b) Os métodos de amortização usados para activos intangíveis com vidas úteis finitas;

(c) A quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada (agregada com as perdaspor imparidade acumuladas) no começo e fim do período;

(d) Os itens de cada linha da demonstração dos resultados em que qualquer amortização deactivos intangíveis esteja incluída;

(e) Uma reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que mostre asadições, as revalorizações, as alienações, os activos classificados como detidos paravenda, as amortizações, as perdas de imparidade e suas reversões e outras alterações.

118 - Uma classe de activos intangíveis é um agrupamento de activos de natureza e usosemelhantes nas operações de uma entidade. Exemplos de classes separadas podem incluir:

(a) (nome de) marcas comerciais;

(b) Cabeçalhos e títulos de publicações;

(c) Software de computadores;

(d) Licenças e franquias;

(e) Copyrights, patentes e outros direitos de propriedade industrial, direitos de serviços eoperacionais;

(f) Receitas, fórmulas, modelos, concepções e protótipos; e

(g) Activos intangíveis em desenvolvimento.

As classes mencionadas acima são desagregadas (agregadas) em classes mais pequenas(maiores) se isto resultar em informação mais relevante para os utentes das demonstraçõesfinanceiras.

119 - Uma entidade deve também divulgar:

(a) Para um activo intangível avaliado como tendo uma vida útil indefinida, a quantiaescriturada desse activo e as razões que apoiam a avaliação de uma vida útil indefinida.Ao apresentar estas razões, a entidade deve descrever o(s) factor(es) quedesempenhou(aram) um papel significativo na determinação de que o activo tem uma vidaútil indefinida.

(b) Uma descrição, a quantia escriturada e o período de amortização restante de qualqueractivo intangível individual que seja materialmente relevante para as demonstraçõesfinanceiras da entidade.

(c) Para os activos intangíveis adquiridos por meio de um subsídio do Governo e inicialmentereconhecidos pelo justo valor (ver parágrafo 43):

(i) O justo valor inicialmente reconhecido para estes activos;

(ii) A sua quantia escriturada; e

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(iii) Se são mensurados após o reconhecimento segundo o modelo de custo ou o modelode revalorização.

(d) A existência e as quantias escrituradas de activos intangíveis cuja titularidade estejarestringida e as quantias escrituradas de activos intangíveis dados como garantia depassivos.

(e) A quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos intangíveis.

Activos intangíveis mensurados após reconhecimento usando o modelode revalorização (parágrafos 120 e 121)

120 - Se os activos intangíveis forem contabilizados por quantias revalorizadas, uma entidade devedivulgar:

(a) Por classe de activos intangíveis:

(i) A data de eficácia da revalorização;

(ii) A quantia escriturada de activos intangíveis revalorizados; e

(iii) A quantia escriturada que teria sido reconhecida se a classe revalorizada de activosintangíveis tivesse sido mensurada após o reconhecimento usando o modelo de custoreferido no parágrafo 73;

(b) A quantia do excedente de revalorização relacionada com activos intangíveis no início e nofinal do período, indicando as alterações durante o período e quaisquer restrições nadistribuição do saldo aos accionistas; e

(c) Os métodos e pressupostos significativos aplicados na estimativa do justo valor dosactivos.

121 - Pode ser necessário agregar as classes de activos revalorizados em classes maiores parafinalidades de divulgação. Porém, as classes não são agregadas se isto resultar nacombinação de uma classe de activos intangíveis que inclua quantias mensuradas tantosegundo o modelo de custo como o de revalorização.

Dispêndios de pesquisa e desenvolvimento (parágrafos 122 e 123)

122 - Uma entidade deve divulgar a quantia agregada do dispêndio de pesquisa e desenvolvimentoreconhecido como um gasto durante o período.

123 - A quantia a divulgar incluirá assim, todos os gastos por natureza que sejam, face ao seudestino, classificáveis como gasto de pesquisa e desenvolvimento (p.ex. gastos com pessoalafecto à actividade de pesquisa e desenvolvimento; bens e serviços usados, amortizações,quer dos bens do imobilizado utilizados na actividade de pesquisa e desenvolvimento, querdos gastos de pesquisa e desenvolvimento que tenham sido capitalizados).

Data de eficácia (parágrafo 124)

124 - Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1 de Janeirode 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 7Activos fixos tangíveis

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Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 16 - Activos Fixos Tangíveis, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE)n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentocontabilístico para activos fixos tangíveis, para que os utentes das demonstrações financeiraspossam discernir a informação acerca do investimento de uma entidade nos seus activos fixostangíveis, bem como as alterações nesse investimento. Os principais aspectos a considerar nacontabilização dos activos fixos tangíveis são o seu reconhecimento e mensuração.

Âmbito (parágrafos 2 a 5)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de activos fixos tangíveis excepto quando umaoutra Norma exija ou permita um tratamento contabilístico diferente.

3 - Esta norma não se aplica a:

(a) Activos fixos tangíveis classificados como detidos para venda de acordo com a NCRF 8 -Activos não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas;

(b) Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola (ver NCRF 17 - Agricultura);

(c) Activos relacionados com a exploração e avaliação de recursos minerais (ver NCRF 16 -Exploração e Avaliação de Recursos Minerais); ou

(d) Direitos minerais e reservas minerais tais como petróleo, gás natural e recursos nãoregenerativos semelhantes.

Contudo, esta Norma aplica-se aos activos fixos tangíveis usados para desenvolver ou manteros activos descritos nas alíneas (b) a (d).

4 - Outras Normas podem exigir o reconhecimento de um item do activo fixo tangível com basenuma abordagem diferente da usada nesta Norma. Por exemplo, a NCRF 9 - Locações exigeque uma entidade avalie o seu reconhecimento de um item do activo fixo tangível locado nabase da transferência de riscos e vantagens. Porém, em tais casos, outros aspectos dotratamento contabilístico para estes activos, incluindo a depreciação, são prescritos por estaNorma.

5 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a propriedades que estejam a ser construídas oudesenvolvidas para futuro uso como propriedades de investimento, mas que não satisfaçamainda a definição de "propriedade de investimento" constante da NCRF 11 - Propriedades deInvestimento. Uma vez que esteja concluída a construção ou o desenvolvimento, a propriedadetorna-se propriedade de investimento e exige-se à entidade que aplique a NCRF 11. A NCRF11 também se aplica a propriedades de investimento que estejam a ser novamentedesenvolvidas para uso futuro continuado como propriedades de investimento. Uma entidadeque use o modelo de custo para propriedades de investimento em conformidade com a NCRF11 deve usar o modelo de custo desta Norma.

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Definições (parágrafo 6)

6 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Activos fixos tangíveis: são itens tangíveis que:

(a) Sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, paraarrendamento a outros, ou para fins administrativos; e

(b) Se espera que sejam usados durante mais do que um período.

Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra retribuição dadapara adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção ou, quando aplicável, aquantia atribuída a esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo com os requisitosespecíficos de outras NCRF.

Depreciação (amortização): é a imputação sistemática da quantia depreciável de um activodurante a sua vida útil.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Perda por imparidade: é o excedente da quantia escriturada de um activo, ou de uma unidadegeradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.

Quantia depreciável: é o custo de um activo, ou outra quantia substituta do custo, menos o seuvalor residual.

Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após a deduçãode qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade acumuladasinerentes.

Quantia recuperável: é a quantia mais alta de entre o preço de venda líquido de um activo e oseu valor de uso.

Valor específico para a entidade: é o valor presente dos fluxos de caixa que uma entidadeespera que resultem do uso continuado de um activo e da sua alienação no final da sua vida útilou em que espera incorrer ao liquidar um passivo.

Valor residual: de um activo é a quantia estimada que uma entidade obteria correntemente pelaalienação de um activo, após dedução dos custos de alienação estimados, se o activo já tivessea idade e as condições esperadas no final da sua vida útil.

Vida útil: é:

(a) O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível para uso; ou

(b) O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera obter do activo.

Reconhecimento (parágrafos 7 a 15)

7 - O custo de um item de activo fixo tangível deve ser reconhecido como activo se, e apenas se:

(a) For provável que futuros benefícios económicos associados ao item fluam para a entidade;e

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(b) O custo do item puder ser mensurado fiavelmente.

8 - Sobressalentes e equipamentos de serviço são geralmente escriturados como inventários ereconhecidos nos resultados quando consumidos. Porém, os sobressalentes principais eequipamento de reserva classificam-se como activos fixos tangíveis quando uma entidadeespera usá-los durante mais do que um período. Da mesma forma, se os sobressalentes e osequipamentos de serviço puderem ser utilizados em ligação com um item do activo fixo tangível,eles são contabilizados como activo fixo tangível.

9 - Esta Norma não prescreve a unidade de medida para reconhecimento, i.e. aquilo que constituium item do activo fixo tangível. Assim, é necessário exercer juízos de valor ao aplicar oscritérios de reconhecimento às circunstâncias específicas de uma entidade. Pode serapropriado agregar itens individualmente insignificantes, tais como moldes, ferramentas ebases, e aplicar os critérios ao valor agregado.

10 - Uma entidade avalia segundo este princípio de reconhecimento todos os seus activos fixostangíveis e custos de equipamento no momento em que eles sejam incorridos. Estes custosincluem custos incorridos inicialmente para adquirir ou construir um item do activo fixo tangível eos custos incorridos posteriormente para adicionar a, substituir parte de, ou dar assistência aomesmo.

11 - Podem ser considerados no Activo por uma só quantidade e quantia fixa, os itens imobilizadosque, no seu conjunto, satisfaçam simultaneamente as seguintes condições:

(a) Sejam renovados frequentemente;

(b) Representem, bem a bem, uma quantia imaterial para a entidade;

(c) Tenham uma vida útil não superior a três anos.

Custos iniciais (parágrafo 12)

12 - Os itens do activo fixo tangível podem ser adquiridos por razões de segurança ou ambientais. Aaquisição de tal activo fixo tangível, embora não aumentando directamente futuros benefícioseconómicos de qualquer item particular existente de activo fixo tangível, pode ser necessáriopara que a entidade obtenha futuros benefícios económicos dos seus outros activos. Essesitens do activo fixo tangível qualificam-se para o reconhecimento como activos porque permitema uma entidade obter futuros benefícios económicos dos activos relacionados para além dosque teria obtido se não tivesse adquirido esses itens. Por exemplo, uma indústria química podeinstalar novos processos químicos de manuseamento a fim de se conformar com exigênciasambientais para a produção e armazenamento de químicos perigosos. Os melhoramentos nasinstalações relacionados são reconhecidos como um activo porque, sem eles, a entidade nãoestá em condições de fabricar e vender tais produtos químicos. Contudo, a quantia escrituradaresultante desse activo e activos relacionados é revista para imparidade de acordo com a NCRF12 - Imparidade de Activos.

Custos subsequentes (parágrafos 13 a 15)

13 - Segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 7, uma entidade não reconhece naquantia escriturada de um item do activo fixo tangível os custos da assistência diária ao item.Pelo contrário, estes custos são reconhecidos nos resultados como incorridos. Os custos daassistência diária são primordialmente os custos da mão-de-obra e dos consumíveis, e podemincluir o custo de pequenas peças. A finalidade destes dispêndios é muitas vezes descrita comosendo para "reparações e manutenção" de um item do activo fixo tangível.

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14 - Partes de alguns itens do activo fixo tangível poderão necessitar de substituições a intervalosregulares. Por exemplo, um forno pode exigir ser restaurado (com tijolos refractários) após umaquantidade de horas de uso ou os interiores dos aviões tal como assentos e cozinhas de bordopodem exigir substituição algumas vezes durante a vida da estrutura. Itens do activo fixotangível também podem ser adquiridos para efectuar uma substituição recorrente menosfrequente, tal como a substituição das paredes interiores de um edifício, ou para efectuar umasubstituição não recorrente. Segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 7, umaentidade reconhece na quantia escriturada de um item do activo fixo tangível o custo da peçade substituição desse item quando o custo for incorrido se os critérios de reconhecimento foremcumpridos. A quantia escriturada das peças que são substituídas é desreconhecida de acordocom as disposições de desreconhecimento desta Norma (ver parágrafos 66 a 71).

15 - A condição de continuar a operar um item do activo fixo tangível (por exemplo, uma aeronave)pode ser a realização regular de inspecções importantes em busca de falhas,independentemente de as peças desse item serem ou não substituídas. Quando cadainspecção importante for efectuada, o seu custo é reconhecido na quantia escriturada do itemdo activo fixo tangível como substituição se os critérios de reconhecimento forem satisfeitos.Qualquer quantia escriturada remanescente do custo da inspecção anterior (distinta das peçasfísicas) é desreconhecida. Isto ocorre independentemente de o custo da inspecção anterior tersido identificado na transacção em que o item foi adquirido ou construído. Se necessário, ocusto estimado de uma futura inspecção semelhante pode ser usado como indicador de qual ocusto do componente de inspecção existente quando o item foi adquirido ou construído.

Mensuração no reconhecimento (parágrafos 16 a 28)

16 - Um item do activo fixo tangível que seja classificado para reconhecimento como um activo deveser mensurado pelo seu custo.

Elementos do custo (parágrafos 17 a 23)

17 - O custo de um item do activo fixo tangível compreende:

(a) O seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os impostos de compra nãoreembolsáveis, após dedução dos descontos e abatimentos;

(b) Quaisquer custos directamente atribuíveis para colocar o activo na localização e condiçãonecessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida;

(c) A estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção do item e de restauração dolocal no qual este está localizado, em cuja obrigação uma entidade incorre seja quando oitem é adquirido seja como consequência de ter usado o item durante um determinadoperíodo para finalidades diferentes da produção de inventários durante esse período.

18 - Exemplos de custos directamente atribuíveis são:

(a) Custos de benefícios dos empregados (ver subsidiariamente a NCRF 28 - Benefícios dosEmpregados) decorrentes directamente da construção ou aquisição de um item do activofixo tangível;

(b) Custos de preparação do local;

(c) Custos iniciais de entrega e de manuseamento;

(d) Custos de instalação e montagem;

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(e) Custos de testar se o activo funciona correctamente, após dedução dos proventos líquidosda venda de qualquer item produzido enquanto se coloca o activo nessa localização econdição (tais como amostras produzidas quando se testa o equipamento); e

(f) Honorários.

19 - Uma entidade aplica a NCRF 18 - Inventários aos custos das obrigações de desmantelamento,remoção e restauração do local em que um item está localizado que sejam incorridos duranteum determinado período como consequência de ter usado o item para produzir inventáriosdurante esse período. As obrigações por custos contabilizados de acordo com a NCRF 18 oucom a presente Norma são reconhecidas e mensuradas de acordo com a NCRF 21 - Provisões,Passivos Contingentes e Activos Contingentes.

20 - Exemplos de custos que não são custos de um item do activo fixo tangível são:

(a) Custos de abertura de novas instalações;

(b) Custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo custos de publicidade ouactividades promocionais);

(c) Custos de condução do negócio numa nova localização ou com uma nova classe declientes (incluindo custos de formação de pessoal); e

(d) Custos de administração e outros custos gerais.

21 - O reconhecimento dos custos na quantia escriturada de um item do activo fixo tangível cessaquando o item está na localização e condição necessárias para que seja capaz de funcionar daforma pretendida. Assim sendo, os custos incorridos na utilização ou reinstalação de um itemnão são incluídos na quantia escriturada desse item. Por exemplo, os custos seguintes não sãoincluídos na quantia escriturada de um item do activo fixo tangível:

(a) Custos incorridos enquanto um item capaz de funcionar da forma pretendida ainda nãotenha sido colocado em uso ou esteja a ser usado a uma capacidade inferior à suacapacidade total;

(b) Perdas operacionais iniciais, tais como as incorridas enquanto cresce a exigência daprodução do item; e

(c) Custos de relocalização ou reorganização de uma parte ou de todas as operações de umaentidade.

22 - Algumas operações ocorrem em ligação com a construção ou desenvolvimento de um item doactivo fixo tangível, mas não são necessárias para colocar o item na localização e condiçãonecessárias para que este seja capaz de funcionar da forma pretendida. Estas operaçõesincidentais podem ocorrer antes ou durante as actividades de construção ou desenvolvimento.Por exemplo, podem ser obtidos rendimentos através do uso de um local de construção comoum parque de estacionamento até a construção ter início. Dado que não são necessáriasoperações inerentes para colocar um item na localização e condição necessárias para que esteseja capaz de funcionar da forma pretendida, o rendimento e os gastos relacionados dasoperações inerentes são reconhecidos nos resultados e incluídos nas suas respectivasclassificações de rendimento ou de gasto.

23 - O custo de um activo construído pela própria entidade determina-se usando os mesmosprincípios quanto a um activo adquirido. Se uma entidade produzir activos idênticos para vendano decurso normal das operações empresariais, o custo do activo é geralmente o mesmo que o

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custo de construir um activo para venda (ver NCRF 18 - Inventários). Por isso, quaisquer lucrosinternos são eliminados para chegar a tais custos. De forma semelhante, o custo de quantiasanormais de materiais, de mão-de-obra ou de outros recursos desperdiçados incorridos naautoconstrução de um activo não é incluído no custo do activo. A NCRF 10 - Custos deEmpréstimos Obtidos estabelece critérios para o reconhecimento do juro como componente daquantia escriturada de um item do activo fixo tangível construído pela própria entidade.

Mensuração do custo (parágrafos 24 a 28)

24 - O custo de um item do activo fixo tangível é equivalente ao preço a dinheiro à data doreconhecimento. Se o pagamento for diferido para além das condições normais de crédito, adiferença entre o equivalente ao preço a dinheiro e o pagamento total é reconhecida como jurodurante o período de crédito a não ser que esse juro seja reconhecido na quantia escriturada doitem de acordo com o tratamento alternativo permitido na NCRF 10 - Custos de EmpréstimosObtidos.

25 - Um ou mais itens do activo fixo tangível podem ser adquiridos em troca de um activo ou activosnão monetários, ou de uma combinação de activos monetários e não monetários. O seguinteexemplo refere-se simplesmente a uma troca de um activo não monetário por outro, mastambém se aplica a todas as trocas descritas na frase anterior. O custo de um tal item do activofixo tangível é mensurado pelo justo valor a não ser que (a) a transacção da troca careça desubstância comercial ou (b) nem o justo valor do activo recebido nem o justo valor do activocedido sejam fiavelmente mensuráveis. O item adquirido é mensurado desta forma mesmo queuma entidade não possa imediatamente desreconhecer o activo cedido. Se o item adquirido nãofor mensurado pelo justo valor, o seu custo é mensurado pela quantia escriturada do activocedido.

26 - Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância comercial considerando aextensão em que se espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam alterados como resultadoda transacção. Uma transacção de troca tem substância comercial se:

(a) A configuração (risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de caixa do activo recebidodiferir da configuração dos fluxos de caixa do activo transferido; ou

(b) O valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade afectadapelas alterações na transacção como resultado da troca; e

(c) A diferença na alínea (a) ou (b) for significativa relativamente ao justo valor dos activostrocados.

Para a finalidade de determinar se uma transacção de troca tem substância comercial, o valorespecífico para a entidade relativo à parte das operações da entidade afectada pela transacçãodeve reflectir os fluxos de caixa após impostos. O resultado destas análises pode ser claro semque uma entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.

27 - Se uma entidade for capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto do activo recebidocomo do activo cedido, então o justo valor do activo cedido é usado para mensurar o custo doactivo recebido a não ser que o justo valor do activo recebido seja mais claramente evidente.

28 - O custo de um item do activo fixo tangível detido por um locatário segundo uma locaçãofinanceira é determinado de acordo com a NCRF 9 - Locações.

Mensuração após reconhecimento (parágrafos 29 a 65)

29 - Uma entidade deve escolher ou o modelo de custo do parágrafo 30 ou o modelo derevalorização do parágrafo 31 como sua política contabilística e deve aplicar essa política a

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uma classe inteira de activos fixos tangíveis.

Modelo do custo (parágrafo 30)

30 - Após o reconhecimento como um activo, um item do activo fixo tangível deve ser escrituradopelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidadeacumuladas.

Modelo de revalorização (parágrafos 31 a 42)

31 - Após o reconhecimento como um activo, um item do activo fixo tangível cujo justo valor possaser mensurado fiavelmente deve ser escriturado por uma quantia revalorizada, que é o seujusto valor à data da revalorização menos qualquer depreciação acumulada subsequente eperdas por imparidade acumuladas subsequentes. As revalorizações devem ser feitas comsuficiente regularidade para assegurar que a quantia escriturada não difira materialmentedaquela que seria determinada pelo uso do justo valor à data do balanço.

32 - O justo valor de terrenos e edifícios deve ser determinado a partir de provas com base nomercado por avaliação que deverá ser realizada por avaliadores profissionalmente qualificadose independentes. O justo valor de itens de instalações e equipamentos é geralmente o seu valorde mercado determinado por avaliação..

33 - Se não houver provas com base no mercado do justo valor devido à natureza especializada doitem do activo fixo tangível ou se o item for raramente vendido, excepto como parte de umnegócio em continuação, uma entidade não pode utilizar o método de revalorização.

34 - A frequência das revalorizações depende das alterações nos justos valores dos activos fixostangíveis que estão a ser revalorizados. Quando o justo valor de um activo revalorizado diferirmaterialmente da sua quantia escriturada, é exigida uma nova revalorização. Alguns itens doactivo fixo tangível sofrem alterações significativas e voláteis no justo valor, necessitando, porconseguinte, de revalorização anual. Tais revalorizações frequentes são desnecessárias paraitens do activo fixo tangível apenas com alterações insignificantes no justo valor. Em vez disso,pode ser necessário revalorizar o item apenas a cada três ou cinco anos.

35 - Quando um item do activo fixo tangível for revalorizado, qualquer depreciação acumulada àdata da revalorização é tratada de uma das seguintes formas:

(a) Reexpressa proporcionalmente com a alteração na quantia escriturada bruta do activo a fimde que a quantia escriturada do activo após a revalorização iguale a quantia revalorizada.Este método é muitas vezes usado quando um activo for revalorizado por meio da aplicaçãode um índice para determinar o seu custo de reposição depreciado.

(b) Eliminada contra a quantia escriturada bruta do activo, sendo a quantia líquida reexpressapara a quantia revalorizada do activo. Este método é muitas vezes usado para edifícios.

A quantia do ajustamento proveniente da reexpressão ou da eliminação da depreciaçãoacumulada faz parte do aumento ou da diminuição na quantia escriturada que sejacontabilizado de acordo com os parágrafos 39 e 40.

36 - Se um item do activo fixo tangível for revalorizado, toda a classe do activo fixo tangível à qualpertença esse activo deve ser revalorizada.

37 - Uma classe do activo fixo tangível é um agrupamento de activos de natureza e usosemelhantes nas operações de uma entidade. O que se segue são exemplos de classesseparadas:

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(a) Terrenos;

(b) Terrenos e edifícios;

(c) Maquinaria;

(d) Navios;

(e) Aviões;

(f) Veículos a motor;

(g) Mobiliário e suportes fixos; e

(h) Equipamento de escritório.

38 - Os itens integrados numa classe do activo fixo tangível são revalorizados simultaneamente afim de ser evitada a revalorização selectiva de activos e o relato de quantias nasdemonstrações financeiras que sejam uma mistura de custos e valores em datas diferentes.Porém, uma classe de activos pode ser revalorizada numa base rotativa desde que arevalorização da classe de activos seja concluída num curto período e desde que asrevalorizações sejam mantidas actualizadas.

39 - Se a quantia escriturada de um activo for aumentada como resultado de uma revalorização, oaumento deve ser creditado directamente ao capital próprio numa conta com o título deexcedente de revalorização. Contudo, o aumento deve ser reconhecido nos resultados até aoponto em que reverta um decréscimo de revalorização do mesmo activo previamentereconhecido nos resultados.

40 - Se a quantia escriturada de um activo for diminuída como resultado de uma revalorização, adiminuição deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, a diminuição deve ser debitadadirectamente ao capital próprio até ao ponto de qualquer saldo de crédito existente noexcedente de revalorização com respeito a esse activo.

41 - O excedente de revalorização incluído no capital próprio com respeito a um item do activo fixotangível pode ser transferido directamente para resultados transitados quando o activo fordesreconhecido. Isto pode implicar a transferência da totalidade do excedente quando o activofor retirado ou alienado. Contudo, uma parte do excedente pode ser transferida quando o activofor usado por uma entidade. Nesse caso, a quantia do excedente transferida seria a diferençaentre a depreciação baseada na quantia escriturada revalorizada do activo e a depreciaçãobaseada no custo original do activo. As transferências do excedente de revalorização pararesultados transitados não são feitas por via de resultados.

42 - Os efeitos dos impostos sobre o rendimento, se os houver, resultantes da revalorização doactivo fixo tangível são reconhecidos e divulgados de acordo com a NCRF 25 - Impostos sobreo Rendimento.

Depreciação (parágrafos 43 a 62)

43 - Cada parte de um item do activo fixo tangível com um custo que seja significativo em relação aocusto total do item deve ser depreciada separadamente.

44 - Uma entidade imputa a quantia inicialmente reconhecida com respeito a um item do activo fixotangível às partes significativas deste e deprecia separadamente cada parte. Por exemplo, podeser apropriado depreciar separadamente a estrutura e os motores de uma aeronave, sejam elespropriedade da entidade ou sujeitos a locação financeira.

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45 - Uma parte significativa de um item do activo fixo tangível pode ter uma vida útil e um método dedepreciação que sejam os mesmos que a vida útil e o método de depreciação de uma outraparte significativa do mesmo item. Essas partes podem ser agrupadas ao determinar-se o gastode depreciação.

46 - Na medida em que uma entidade deprecie separadamente algumas partes de um item do activofixo tangível, também deprecia separadamente o resto do item. O remanescente consiste empartes de um item que não são individualmente significativas. Se uma entidade tiverexpectativas variadas para essas partes, podem ser necessárias técnicas de aproximação paradepreciar o remanescente de uma forma que represente fielmente o padrão de consumo e ou avida útil dessas partes.

47 - Uma entidade pode escolher depreciar separadamente as partes de um item que não tenhamum custo que seja significativo em relação ao custo total do item.

48 - O gasto de depreciação em cada período deve ser reconhecido nos resultados a menos queseja incluído na quantia escriturada de um outro activo.

49 - O gasto de depreciação de um período é geralmente reconhecido nos resultados. Contudo, porvezes, os futuros benefícios económicos incorporados num activo são absorvidos na produçãode outros activos. Neste caso, o gasto de depreciação constitui parte do custo do outro activo eestá incluído na sua quantia escriturada. Por exemplo, a depreciação de instalações eequipamento de fabrico é incluída nos custos de conversão de inventários (ver NCRF 18 -Inventários). De forma semelhante, a depreciação de activos fixos tangíveis usados paraactividades de desenvolvimento pode ser incluída no custo de um activo intangível reconhecidode acordo com a NCRF 6 - Activos Intangíveis.

Quantia depreciável e período de depreciação (parágrafos 50 a 59)

50 - A quantia depreciável de um activo deve ser imputada numa base sistemática durante a suavida útil.

51 - O valor residual e a vida útil de um activo devem ser revistos pelo menos no final de cada anofinanceiro e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a(s) alteração(ões)deve(m) ser contabilizada(s) como uma alteração numa estimativa contabilística de acordo coma NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.

52 - A depreciação é reconhecida mesmo se o justo valor do activo exceder a sua quantiaescriturada, desde que o valor residual do activo não exceda a sua quantia escriturada. Areparação e manutenção de um activo não evitam a necessidade de o depreciar.

53 - A quantia depreciável de um activo é determinada após dedução do seu valor residual. Naprática, o valor residual de um activo é muitas vezes insignificante e por isso imaterial no cálculoda quantia depreciável.

54 - O valor residual de um activo pode aumentar até uma quantia igual ou superior à quantiaescriturada do activo. Se assim for, o gasto de depreciação do activo é zero a menos que, e atéque, o seu valor residual diminua posteriormente para uma quantia abaixo da quantiaescriturada do activo.

55 - A depreciação de um activo começa quando este esteja disponível para uso, i.e. quando estiverna localização e condição necessárias para que seja capaz de operar na forma pretendida. Adepreciação de um activo cessa na data que ocorrer mais cedo entre a data em que o activo forclassificado como detido para venda (ou incluído num grupo para alienação que sejaclassificado como detido para venda) de acordo com a NCRF 8 - Activos não Correntes Detidos

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para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas e a data em que o activo fordesreconhecido. Porém, a depreciação não cessa quando o activo se tornar ocioso ou forretirado do uso a não ser que o activo esteja totalmente depreciado. Contudo, segundo osmétodos de depreciação pelo uso, o gasto de depreciação pode ser zero enquanto não houverprodução.

56 - Os futuros benefícios económicos incorporados num activo são consumidos por uma entidadeprincipalmente através do seu uso. Porém, outros factores, tais como obsolescência técnica oucomercial e desgaste normal enquanto um activo permaneça ocioso, dão origem muitas vezes àdiminuição dos benefícios económicos que poderiam ter sido obtidos do activo.Consequentemente, todos os factores que se seguem são considerados na determinação davida útil de um activo:

(a) Uso esperado do activo. O uso é avaliado por referência à capacidade ou produção físicaesperadas do activo;

(b) Desgaste normal esperado, que depende de factores operacionais tais como o número deturnos durante os quais o activo será usado e o programa de reparação e manutenção, e ocuidado e manutenção do activo enquanto estiver ocioso;

(c) Obsolescência técnica ou comercial proveniente de alterações ou melhoramentos naprodução, ou de uma alteração na procura de mercado para o serviço ou produto derivadodo activo; e

(d) Limites legais ou semelhantes no uso do activo, tais como as datas de extinção de locaçõescom ele relacionadas.

57 - A vida útil de um activo é definida em termos da utilidade esperada do activo para a entidade. Apolítica de gestão de activos da entidade pode envolver a alienação de activos após um períodoespecificado ou após consumo de uma proporção especificada dos futuros benefícioseconómicos incorporados no activo. Por isso, a vida útil de um activo pode ser mais curta doque a sua vida económica. A estimativa da vida útil do activo é uma questão de juízo de valorbaseado na experiência da entidade com activos semelhantes.

58 - Os terrenos e edifícios são activos separáveis e são contabilizados separadamente, mesmoquando sejam adquiridos conjuntamente. Com algumas excepções, como as pedreiras e oslocais usados como aterros, os terrenos têm uma vida útil ilimitada pelo que não sãodepreciados. Os edifícios têm vida útil limitada e, por isso, são activos depreciáveis. Umaumento no valor de um terreno no qual um edifício esteja construído não afecta adeterminação da quantia depreciável do edifício.

59 - Se o custo do terreno incluir os custos do desmantelamento, remoção e restauração do local,essa porção do custo do terreno é depreciada durante o período de benefícios obtidos aoincorrer nesses custos. Nalguns casos, o próprio terreno pode ter uma vida útil limitada, casoem que é depreciado de modo a reflectir os benefícios a serem dele retirados.

Método de depreciação (parágrafos 60 a 62)

60 - O método de depreciação usado deve reflectir o modelo por que se espera que os futurosbenefícios económicos do activo sejam consumidos pela entidade.

61 - O método de depreciação é aplicado consistentemente a um activo de período para período, amenos que ocorra alguma alteração significativa no modelo esperado de consumo dos futurosbenefícios económicos associados a esse activo. Nesse caso, o método deve ser alterado parareflectir o novo modelo, sendo tal modificação contabilizada como alteração numa estimativa

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contabilística de acordo com a NCRF 4.

62 - Pode ser usada uma variedade de métodos de depreciação para imputar a quantia depreciávelde um activo numa base sistemática durante a sua vida útil. Estes métodos incluem o métododa linha recta, o método do saldo decrescente e o método das unidades de produção. Adepreciação pelo método da linha recta resulta num débito constante durante a vida útil doactivo se o seu valor residual não se alterar. O método do saldo decrescente resulta num débitodecrescente durante a vida útil. O método das unidades de produção resulta num débitobaseado no uso ou produção esperados. A entidade selecciona o método que reflicta maisaproximadamente o modelo esperado de consumo dos futuros benefícios económicosincorporados no activo. Esse método é aplicado consistentemente de período para período amenos que ocorra uma alteração no modelo esperado de consumo desses futuros benefícioseconómicos.

Imparidade (parágrafo 63)

63 - Para determinar se um item do activo fixo tangível está ou não com imparidade, uma entidadeaplica a NCRF 12 - Imparidade de Activos. Essa Norma explica como uma entidade revê aquantia escriturada dos seus activos, como determina a quantia recuperável de um activo equando reconhece ou reverte o reconhecimento de uma perda por imparidade

Compensação por imparidade (parágrafos 64 e 65)

64 - A compensação de terceiros por itens do activo fixo tangível que estiverem com imparidade,perdidos ou cedidos deve ser incluída nos resultados quando a compensação se tornarrecebível.

65 - Imparidades ou perdas de itens do activo fixo tangível, reivindicações relacionadas oupagamentos de compensação de terceiros e qualquer aquisição ou construção posterior deactivos de substituição constituem acontecimentos económicos separados que sãocontabilizados separadamente como se segue:

(a) As imparidades de itens do activo fixo tangível são reconhecidas de acordo com a NCRF 12- Imparidade de Activos;

(b) O desreconhecimento de itens do activo fixo tangível retirados ou alienados é determinadode acordo com esta Norma;

(c) A compensação de terceiros por itens do activo fixo tangível que estiverem com imparidade,perdidos ou cedidos é incluída na determinação dos resultados quando a compensação setornar recebível; e

(d) O custo de itens do activo fixo tangível restaurados, comprados ou construídos comoreposições é determinado de acordo com esta Norma.

Desreconhecimento (parágrafos 66 a 71)

66 - A quantia escriturada de um item do activo fixo tangível deve ser desreconhecida:

(a) No momento da alienação; ou

(b) Quando não se espere futuros benefícios económicos do seu uso ou alienação.

67 - O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do activo fixo tangível deve serincluído nos resultados quando o item for desreconhecido (a menos que a NCRF 9 - Locaçõesexija diferentemente numa venda e relocação). Os ganhos não devem ser classificados como

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rédito.

68 - A alienação de um item do activo fixo tangível pode ocorrer numa variedade de formas (p. ex.,por venda, por celebração de uma locação financeira ou por doação). Aquando da alienação deum item do activo fixo tangível uma entidade deve aplicar os critérios referidos na NCRF 20 -Rédito, para reconhecimento do rédito. A NCRF 9 - Locações, aplica-se à alienação por "vendaseguida de locação".

69 - Se, segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 18, uma entidade reconhecer naquantia escriturada de um item do activo fixo tangível o custo de uma substituição de parte doitem, então ela desreconhece a quantia escriturada da parte substituída independentementedesta ter sido depreciada ou não separadamente. Se não for praticável que uma entidadedetermine a quantia escriturada da parte substituída, ela pode usar o custo da substituiçãocomo indicação do custo da parte substituída reportada ao momento em que foi adquirida ouconstruída.

70 - O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do Activo fixo tangível deveser determinado como a diferença entre os proventos líquidos da alienação, se os houver, e aquantia escriturada do item.

71 - A retribuição a receber pela alienação de um item do activo fixo tangível é reconhecidainicialmente pelo seu justo valor. Se o pagamento do item for diferido, a retribuição recebida éreconhecida inicialmente pelo equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre a quantianominal da retribuição e o equivalente ao preço a dinheiro é reconhecida como rédito de jurosde acordo com a NCRF 20-Rédito, reflectindo o rendimento efectivo sobre a conta a receber.

Divulgações (parágrafos 72 a 75)

72 - As demonstrações financeiras devem divulgar:

(a) Os critérios de mensuração usados para determinar a quantia escriturada bruta;

(b) Os métodos de depreciação usados;

(c) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;

(d) A quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada com perdas porimparidade acumuladas) no início e no fim do período; e

(e) Uma reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que mostre asadições, as revalorizações, as alienações, os activos classificados como detidos paravenda, as amortizações, as perdas de imparidade e suas reversões e outras alterações.

73 - As demonstrações financeiras devem também divulgar:

(a) A existência e quantias de restrições de titularidade e activos fixos tangíveis que sejamdados como garantia de passivos;

(b) A quantia de dispêndios reconhecida na quantia escriturada de um item do activo fixotangível no decurso da sua construção;

(c) A quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos fixos tangíveis; e

(d) Se não for divulgada separadamente na face da demonstração dos resultados, a quantia decompensação de terceiros por itens do activo fixo tangível que estiverem com imparidade,perdidos ou cedidos que seja incluída nos resultados.

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74 - A selecção do método de depreciação e a estimativa da vida útil dos activos são questões dejuízo de valor. Por isso, a divulgação dos métodos adoptados e da estimativa das vidas úteis oudas taxas de depreciação proporciona aos utentes das demonstrações financeiras informaçãoque lhes permite passar em revista as políticas seleccionadas pelo órgão de gestão e facilitacomparações com outras entidades. Por razões semelhantes, é necessário divulgar:

(a) A depreciação, quer reconhecida nos resultados ou como parte de um custo de outrosactivos, durante um período; e

(b) A depreciação acumulada no final do período.

75 - Se os itens do activo fixo tangível forem expressos por quantias revalorizadas, deve serdivulgado o seguinte:

(a) A data de eficácia da revalorização;

(b) Se esteve ou não envolvido um avaliador independente;

(c) A medida em que o justo valor dos itens foi determinado directamente por referência apreços observáveis num mercado activo ou em transacções de mercado recentes numabase de não relacionamento entre as partes; e

(d) O excedente de revalorização, indicando a alteração do período e quaisquer restrições nadistribuição do saldo aos accionistas.

Data de eficácia (parágrafo 76)

76 - Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1 de Janeiro de2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 8Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais

descontinuadas

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de RelatoFinanceiro IFRS 5 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades OperacionaisDescontinuadas, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever acontabilização de activos detidos para venda e a apresentação e divulgação de unidadesoperacionais descontinuadas. Em particular, esta Norma exige que os activos que satisfaçamos critérios de classificação como detidos para venda:

(a) Sejam mensurados pelo menor valor de entre a quantia escriturada e o justo valor menos oscustos de vender, devendo a sua depreciação cessar; e

(b) Sejam apresentados separadamente na face do balanço, sendo os resultados das unidades

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operacionais descontinuadas apresentados separadamente na demonstração dosresultados.

Âmbito (parágrafos 2 a 5)

2 - Os requisitos de classificação e de apresentação desta Norma aplicam-se a todos os activosnão correntes reconhecidos e a todos os grupos para alienação de uma entidade. Os requisitosde mensuração desta Norma aplicam-se a todos os activos não correntes reconhecidos e aosgrupos para alienação (tal como definido no parágrafo 4), com excepção dos activosenunciados no parágrafo 5 que devem continuar a ser mensurados de acordo com as Normasaí indicadas.

3 - Os activos classificados como não correntes de acordo com a NCRF 1 - Estrutura e Conteúdodas Demonstrações Financeiras não devem ser reclassificados como activos correntesenquanto não satisfizerem os critérios de classificação como detidos para venda de acordo coma presente Norma. Os activos de uma classe que uma entidade normalmente considerariacomo não corrente, que sejam adquiridos exclusivamente com vista a revenda, não devem serclassificados como correntes, a não ser que satisfaçam os critérios de classificação comodetidos para venda de acordo com a presente Norma.

4 - Por vezes, uma entidade aliena um grupo de activos, possivelmente com alguns passivosdirectamente associados, em conjunto numa única transacção. Um tal grupo para alienaçãopode ser um grupo de unidades geradoras de caixa, uma única unidade geradora de caixa, ouparte de uma unidade geradora de caixa. (Contudo, uma vez que se espera que os fluxos decaixa de tal activo ou grupos de activos resultem principalmente da venda e não do usocontinuado, eles tornam-se menos dependentes dos fluxos de caixa resultantes de outrosactivos, e um grupo para alienação que fez parte de uma unidade geradora de caixa torna-seuma unidade separada geradora de caixa.) O grupo pode incluir quaisquer activos e quaisquerpassivos da entidade, incluindo activos correntes, passivos correntes e activos excluídos peloparágrafo 5 dos requisitos de mensuração desta Norma. Se um activo não corrente dentro doâmbito dos requisitos desta Norma fizer parte de um grupo para alienação, os requisitos demensuração desta Norma aplicam-se ao grupo como um todo, de forma que o grupo sejamensurado pelo menor valor entre a sua quantia escriturada e o justo valor menos os custos devender. Os requisitos para mensuração de activos e passivos individuais dentro do grupo paraalienação estão definidos nos parágrafos 18, 19 e 23.

5 - As disposições de mensuração desta Norma não se aplicam aos seguintes activos, que estãoabrangidos pelas normas indicadas, seja como activos individuais seja como parte de um grupopara alienação:

(a) Activos por impostos diferidos (NCRF 25 - Impostos sobre o Rendimento);

(b) Activos provenientes de benefícios de empregados (ver subsidiariamente a IAS 19 -Benefícios dos Empregados);

(c) Activos financeiros (ver subsidiariamente a IAS 39 - Instrumentos Financeiros:Reconhecimento e Mensuração);

(d) Activos não correntes que sejam mensurados de acordo com o modelo do justo valor(NCRF 11 - Propriedades de Investimento);

(e) Activos não correntes que sejam mensurados pelo justo valor menos os custos estimadosdo ponto de venda (NCRF 17 - Agricultura).

Definições (parágrafo 6)

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6 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Activo corrente: é um activo que satisfaça qualquer dos seguintes critérios:

(a) Se espera que seja realizado, ou se pretende que seja vendido ou consumido, no decursonormal do ciclo operacional da entidade;

(b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado

(c) Se espere que seja realizado num período de doze meses após a data do balanço; ou

(d) Seja caixa ou um activo equivalente de caixa a menos que lhe seja limitada a troca ou o usopara liquidar um passivo pelo menos doze meses após a data do balanço.

Activos não correntes: são activos que não satisfaçam a definição de activo corrente.

Altamente provável: é um acontecimento cuja possibilidade de ocorrência é significativamentemais do que provável.

Componente de uma entidade: são unidades operacionais e fluxos de caixa que possam serclaramente distinguidos, operacionalmente e para finalidades de relato financeiro, do resto deuma entidade.

Compromisso firme de compra: é um acordo com uma parte não relacionada, vinculando ambasas partes e normalmente legalmente imponível, que:

(a) Especifique todos os termos significativos, incluindo o preço e a tempestividade dastransacções; e

(b) Inclua um desincentivo por não desempenho que seja suficientemente grande para tornar odesempenho altamente provável.

Custos de alienação: são os custos incrementais directamente atribuíveis à alienação de umactivo (ou grupo para alienação), excluindo custos de financiamento e gastos de impostos sobreo rendimento.

Grupo para alienação: é um grupo de activos a alienar, por venda ou de outra forma, emconjunto com um grupo numa só transacção, e passivos directamente associados a essesactivos que serão transferidos na transacção. O grupo inclui goodwill adquirido numaconcentração de actividades empresariais se o grupo for uma unidade geradora de caixa à qualtenha sido imputado goodwill de acordo com os requisitos constantes dos parágrafos 36 a 39 daNCRF 12 - Imparidade de activos.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Provável: um acontecimento é provável quando a possibilidade da sua ocorrência for superior àpossibilidade da não ocorrência.

Quantia recuperável: é a quantia mais alta de entre o justo valor de um activo menos os custosde vender e o seu valor de uso.

Unidade geradora de caixa: é o mais pequeno grupo identificável de activos que seja geradorde influxos de caixa e que seja em larga medida independente dos influxos de caixa de outrosactivos ou grupos de activos.

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Unidade operacional descontinuada: é um componente de uma entidade que seja alienado ouesteja classificado como detido para venda e:

(a) Represente uma importante linha de negócios separada ou uma área geográficaoperacional;

(b) Seja parte integrante de um único plano coordenado para alienar uma importante linha denegócios separada ou área geográfica operacional, ou

(c) Seja uma subsidiária adquirida exclusivamente com vista à revenda.

Valor de uso: é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que se espere surjam douso continuado de um activo ou unidade geradora de caixa e da sua alienação no fim da suavida útil.

Classificação de activos não correntes (ou grupos para alienação) comodetidos para venda (parágrafos 7 a 14)

7 - Uma entidade deve classificar um activo não corrente (ou um grupo para alienação) comodetido para venda se a sua quantia escriturada é recuperada principalmente através de umatransacção de venda em lugar de o ser pelo uso continuado.

8 - Assim, o activo (ou grupo para alienação) deve estar disponível para venda imediata na suacondição presente, sujeito apenas aos termos que sejam habituais e costumeiros para a vendade tais activos (ou grupos para alienação) e a sua venda seja altamente provável.

Para que a venda seja altamente provável, a hierarquia de gestão apropriada deve estarempenhada num plano para vender o activo (ou grupo para alienação) e deve ter sido iniciadoum programa para localizar um comprador e concluir o plano. Além disso, o activo (ou grupopara alienação) deve ser amplamente publicitado para venda a um preço que seja razoável emrelação ao seu justo valor corrente. Deve, ainda, esperar-se que a venda se qualifique parareconhecimento como venda concluída dentro de um ano a partir da data da classificação,excepto conforme permitido pelo parágrafo 9, e as acções necessárias para concluir o planodevem indicar a improbabilidade de alterações significativas no mesmo ou de o mesmo serretirado.

9 - Os acontecimentos ou circunstâncias podem prolongar o período para concluir a venda para láde um ano. Um prolongamento do período durante o qual se exija que a venda seja concluídanão exclui que um activo (ou grupo para alienação) seja classificado como detido para venda seo atraso for causado por acontecimentos ou circunstâncias fora do controlo da entidade e sehouver prova suficiente de que a entidade continua comprometida com o seu plano de vender oactivo (ou grupo para alienação). Será este o caso quando os critérios do apêndice A foremsatisfeitos.

10 - As transacções de venda incluem trocas de activos não correntes por outros activos nãocorrentes quando uma troca tiver substância comercial de acordo com a NCRF 7 - Activos FixosTangíveis.

11 - Quando uma entidade adquire um activo não corrente (ou grupo para alienação)exclusivamente com vista à sua posterior alienação, deve classificar o activo não corrente (ougrupo de disposição) como detido para venda à data de aquisição somente se: (i) o requisito deum ano do parágrafo 8 for satisfeito (excepto conforme permitido pelo parágrafo 9) e (ii) se foraltamente provável que qualquer outro critério do parágrafo 8, que não esteja satisfeito nessadata, o será no curto prazo após a aquisição (normalmente no prazo de três meses).

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12 - Se o critério do parágrafo 8 for satisfeito após a data do balanço, uma entidade não deveclassificar um activo não corrente (ou grupo para alienação) como detido para venda nessasdemonstrações financeiras quando emitidas. Contudo, quando esses critérios forem satisfeitosapós a data do balanço mas antes da autorização para emissão das demonstraçõesfinanceiras, a entidade deve divulgar a informação especificada nas alíneas (a), (b) e (d) doparágrafo 38 desta Norma.

Activos não correntes a abandonar (parágrafos 13 e 14)

13 - Uma entidade não deve classificar como detido para venda um activo não corrente (ou grupopara alienação) a abandonar porque a sua quantia escriturada será recuperada principalmenteatravés do uso continuado. Contudo, se o grupo para alienação a abandonar satisfizer oscritérios do parágrafo 32 (a) a 32 (c) desta Norma, a entidade deve apresentar os resultados efluxos de caixa do grupo para alienação como unidades operacionais descontinuadas de acordocom os parágrafos 33 e 34, à data em que ele deixe de ser usado. Os activos não correntes (ougrupos para alienação), a abandonar, incluem activos não correntes (ou grupos para alienação)a usar até ao final da sua vida económica e activos não correntes (ou grupos para alienação) aencerrar em vez de vender.

14 - Uma entidade não deve contabilizar como activo não corrente um activo que tenha sidotemporariamente retirado do serviço, como se tivesse sido abandonado.

Mensuração de activos não correntes (ou grupos para alienação)classificados como detidos para venda (parágrafos 15 a 29)

Mensuração de um activo não corrente (ou grupo para alienação)(parágrafos 15 a 19)

15 - Uma entidade deve mensurar um activo não corrente (ou grupo para alienação) classificadocomo detido para venda pelo menor valor entre a sua quantia escriturada e o justo valor menosos custos de vender.

16 - Se um activo (ou grupo para alienação) recém-adquirido satisfizer os critérios de classificaçãocomo detido para venda (ver parágrafo 11), a aplicação do parágrafo 15 resultará em que oactivo (ou grupo para alienação) seja mensurado no reconhecimento inicial pelo valor maisbaixo entre a sua quantia escriturada se não tivesse sido assim classificado (por exemplo, ocusto) e o justo valor menos os custos de vender. Assim, se o activo (ou grupo para alienação)for adquirido como parte de uma concentração de actividades empresariais, ele deve sermensurado pelo justo valor menos os custos de vender.

17 - Quando se espera que a venda ocorra para além de um ano, a entidade deve mensurar oscustos de vender pelo seu valor presente. Qualquer aumento no valor presente dos custos devender que resulte da passagem do tempo deve ser apresentado nos resultados como custo definanciamento.

18 - Imediatamente antes da classificação inicial do activo (ou grupo para alienação) como detidopara venda, as quantias escrituradas do activo (ou de todos os activos e passivos do grupo)devem ser mensuradas de acordo com as NCRF aplicáveis.

19 - Na remensuração posterior de um grupo para alienação, as quantias escrituradas de quaisqueractivos e passivos que não estejam no âmbito dos requisitos de mensuração desta Norma masestejam incluídos num grupo para alienação classificado como detido para venda, devem serremensurados de acordo com as NCRF aplicáveis antes de o justo valor menos os custos devender do grupo para alienação ser remensurado.

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Reconhecimento de perdas por imparidade e reversões (parágrafos 20 a25)

20 - Uma entidade deve reconhecer uma perda por imparidade relativamente a qualquer reduçãoinicial ou posterior do activo (ou grupo para alienação) para o justo valor menos os custos devender, até ao ponto em que não tenha sido reconhecida de acordo com o parágrafo 19.

21 - Uma entidade deve reconhecer um ganho ou qualquer aumento posterior no justo valor menosos custos de vender de um activo, mas não para além da perda por imparidade cumulativa quetenha sido reconhecida seja de acordo com esta Norma seja anteriormente de acordo com aNCRF 12 - Imparidade de Activos.

22 - Uma entidade deve reconhecer um ganho para qualquer aumento posterior no justo valormenos os custos de vender de um grupo para alienação:

(a) Até ao ponto em que não tenha sido reconhecido de acordo com o parágrafo 19; mas

(b) Não para além da perda por imparidade cumulativa que tenha sido reconhecida, seja deacordo com esta Norma ou anteriormente de acordo com a NCRF 12 - Imparidade deActivos, relativamente aos activos não correntes que estejam dentro do âmbito dosrequisitos de mensuração desta última Norma;

23 - A perda por imparidade (ou qualquer ganho posterior) reconhecida para um grupo paraalienação deve reduzir (ou aumentar) a quantia escriturada dos activos não correntes do grupoque estejam dentro do âmbito dos requisitos de mensuração desta Norma, pela ordem deimputação definida nos parágrafos 48 (a) e (b) e 58 da NCRF 12 - Imparidade de Activos.

24 - Um ganho ou perda que não tenha sido anteriormente reconhecido à data da venda de umactivo não corrente (ou grupo para alienação) deve ser reconhecido à data dodesreconhecimento. Os requisitos relacionados com o desreconhecimento estão definidos:

(a) Nos parágrafos 67-72 da NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis relativamente aos activos fixostangíveis;

(b) Nos parágrafos 112-117 da NCRF 6 - Activos Intangíveis relativamente aos activosintangíveis.

25 - Uma entidade não deve depreciar (ou amortizar) um activo não corrente enquanto estiverclassificado como detido para venda ou enquanto fizer parte de um grupo para alienaçãoclassificado como detido para venda. Os juros e outros gastos atribuíveis aos passivos de umgrupo para alienação classificado como detido para venda devem continuar a ser reconhecidos.

Alterações num plano de venda (parágrafos 26 a 29)

26 - Se uma entidade classificou um activo (ou grupo para alienação) como detido para venda, masos critérios dos parágrafos 8 e 9 já não estiverem satisfeitos, a entidade deve cessar declassificar o activo (ou grupo para alienação) como detido para venda.

27 - A entidade deve mensurar um activo não corrente que deixe de ser classificado como detidopara venda (ou deixe de ser incluído num grupo para alienação classificado como detido paravenda) pelo valor mais baixo entre:

(a) A sua quantia escriturada antes de o activo (ou grupo para alienação) ser classificado comodetido para venda, ajustada por qualquer depreciação, amortização ou revalorização queteria sido reconhecida se o activo (ou grupo para alienação) não estivesse classificado

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como detido para venda;

(b) A sua quantia recuperável à data da decisão posterior de não vender. (Se um activo nãocorrente fizer parte de uma unidade geradora de caixa, a sua quantia recuperável é aquantia escriturada que teria sido reconhecida após a imputação de qualquer perda porimparidade resultante dessa unidade geradora de caixa de acordo com a NCRF 12 -Imparidade de Activos.)

28 - A entidade deve incluir qualquer ajustamento exigido na quantia escriturada de um activo nãocorrente que deixe de ser classificado como detido para venda nos rendimentos. (A não ser queo activo seja um activo fixo tangível ou um activo intangível que tenha sido revalorizado deacordo com a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis ou a NCRF 6 - Activos Intangíveis antes daclassificação como detido para venda, em cujo caso o ajustamento deve ser tratado comoacréscimo ou decréscimo na revalorização.) de unidades operacionais em continuação noperíodo em que os critérios dos parágrafos 8 e 9 já não forem satisfeitos. A entidade deveapresentar esse ajustamento na mesma secção de demonstração dos resultados usado paraapresentar um ganho ou perda, se houver reconhecido de acordo com o parágrafo 35.

29 - Se uma entidade remover um activo ou passivo individual de um grupo para alienaçãoclassificado como detido para venda, os activos e passivos restantes do grupo para alienação aser vendido devem continuar a ser mensurados como um grupo apenas se o grupo satisfizer oscritérios dos parágrafos 8 e 9. De outro modo, os activos não correntes restantes do grupo quesatisfaçam individualmente os critérios de classificação como detidos para venda devem sermensurados individualmente pelo menor valor entre as suas quantias escrituradas e os justosvalores menos os custos de vender nessa data. Quaisquer activos não correntes que nãosatisfaçam os critérios deixam de ser classificados como detidos para venda de acordo com oparágrafo 26.

Apresentação e divulgações (parágrafos 30 a 39)

30 - Uma entidade deve apresentar e divulgar informação que permita aos utentes dasdemonstrações financeiras avaliar os efeitos financeiros das unidades operacionaisdescontinuadas e das alienações de activos não correntes (ou grupos para alienação).

Apresentar unidades operacionais descontinuadas (parágrafos 31 a 34)

31 - Um componente de uma unidade compreende unidades operacionais e fluxos de caixa quepossam ser claramente distinguidos, operacionalmente e para finalidades de relato financeiro,do resto da entidade. Por outras palavras, um componente de uma entidade terá sido umaunidade geradora de caixa ou um grupo de unidades geradoras de caixa enquanto detida parauso.

32 - Uma unidade operacional descontinuada é um componente de uma entidade que tenha sidoalienada ou esteja classificada para venda, e:

(a) Represente uma importante linha de negócios separada ou uma área geográficaoperacional;

(b) Seja parte integrante de um único plano coordenado para alienar uma importante linha denegócios separada ou área geográfica operacional, ou

(c) Seja uma subsidiária adquirida exclusivamente com vista à revenda.

33 - Uma entidade deve divulgar relativamente às operações descontinuadas:

(a) A quantia de resultados reconhecida no período e respectiva análise; e

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(b) Os fluxos de caixa líquidos atribuíveis às actividades de exploração, investimento efinanciamento das unidades operacionais descontinuadas.

34 - Se uma entidade deixar de classificar um componente de uma entidade como detido paravenda, os resultados do componente anteriormente apresentados nas unidades operacionaisdescontinuadas devem ser reclassificados e incluídos no rendimento das unidades operacionaisem continuação para todos os períodos apresentados. As quantias relativas a exercíciosanteriores devem ser descritas como tendo sido novamente apresentadas.

Ganhos ou perdas relacionados com unidades operacionais emcontinuação (parágrafo 35)

35 - Qualquer ganho ou perda relativo à remensuração de um activo não corrente (ou grupo paraalienação) classificado como detido para venda que não satisfaça a definição de unidadeoperacional descontinuada deve ser incluído nos resultados das unidades operacionais emcontinuação.

Apresentação de um activo não corrente ou de um grupo para alienaçãoclassificado como detido para venda (parágrafos 36 e 37)

36 - Uma entidade deve apresentar um activo não corrente classificado como detido para venda eos activos de um grupo para alienação classificado como detido para venda separadamente deoutros activos no balanço. Os passivos de um grupo para alienação classificado como detidopara venda devem ser apresentados separadamente dos outros passivos no balanço. Essesactivos e passivos não devem ser compensados nem apresentados como uma única quantia.As principais classes de activos e passivos classificados como detidos para venda devem serdivulgadas separadamente ou na face do balanço ou nas notas, excepto conforme permitidopelo parágrafo 37.

37 - Se o grupo para alienação for uma subsidiária recém-adquirida que satisfaça os critérios declassificação como detido para venda no momento da aquisição (ver parágrafo 11), não éexigida a divulgação das principais classes de activos e passivos.

Divulgações adicionais (parágrafos 38 e 39)

38 - Uma entidade deve divulgar a seguinte informação nas Notas às Demonstrações Financeirasdo período em que o activo não corrente (ou grupo para alienação) foi classificado como detidopara venda ou vendido:

(a) Uma descrição do activo não corrente (ou grupo para alienação);

(b) Uma descrição dos factos e circunstâncias da venda, ou que conduziram à alienaçãoesperada, e a forma e tempestividade esperada para essa alienação;

(c) O ganho ou perda reconhecido de acordo com os parágrafos 20 a 22 e, se não tiver sidoapresentado separadamente na face da demonstração dos resultados, o título nademonstração dos resultados que inclua esse ganho ou perda.

39 - Caso se aplique o parágrafo 26 ou o parágrafo 29, uma entidade deve divulgar, no período dadecisão para alterar o plano de vender o activo não corrente (ou grupo para alienação), umadescrição dos factos e circunstâncias que levaram à decisão.

Data de eficácia (parágrafo 40)

40 - Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1 de Janeiro de

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2010.

Apêndice A - Suplemento de aplicação (parágrafo A1)

Extensão do período exigido para concluir uma venda (parágrafo A1)

A1. Tal como indicado no parágrafo 9, uma extensão do período durante o qual se exige que avenda seja concluída não exclui que um activo (ou grupo para alienação) seja classificado comodetido para a venda se o atraso for causado por acontecimentos ou circunstâncias fora docontrolo da entidade e se houver prova suficiente de que a entidade continua comprometidacom o seu plano de vender o activo (ou grupo para alienação). Uma excepção ao requisito deum ano referido no parágrafo 8 deve portanto aplicar-se nas seguintes situações em que essesacontecimentos ou circunstâncias ocorram:

(a) À data em que uma entidade se compromete a planear a venda de um activo não corrente(ou grupo para alienação), ela espera razoavelmente que outros (não compradores)imponham condições à transferência do activo (ou grupo para alienação) que prolonguem operíodo exigido para que a venda seja concluída; e

(i) As acções necessárias para responder a essas condições não podem ser iniciadasantes de ser obtido um compromisso firme de compra; e

(ii) Um compromisso firme de compra é altamente provável dentro de um ano.

(b) Uma entidade obtém um compromisso firme de compra e, como resultado, um compradorou outros impõem inesperadamente condições à transferência de um activo não corrente(ou grupo para alienação), anteriormente classificado como detido por venda, que irãoprolongar o período exigido para que a venda seja concluída; e

(i) Foram tomadas as acções tempestivas necessárias para responder às condições; e

(ii) Se espere uma resolução favorável dos factos que condicionam o atraso.

(c) Durante o período inicial de um ano, ocorrem circunstâncias que foram anteriormenteconsideradas improváveis e, como resultado, um activo não corrente (ou grupo paraalienação) anteriormente classificado como detido para venda não é vendido até ao finaldesse período e:

(i) Durante o período inicial de um ano, a entidade envidou as acções necessárias pararesponder à alteração nas circunstâncias;

(ii) O activo não corrente (ou grupo para alienação) está a ser amplamente publicitado a umpreço que é razoável, dada a alteração nas circunstâncias; e

(iii) Foi satisfeito o critério do parágrafo 8.

Norma contabilística e de relato financeiro 9Locações

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 17 - Locações, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade com

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o texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever, paralocatários e locadores, as políticas contabilísticas e divulgações apropriadas a aplicar emrelação a locações financeiras e operacionais.

Âmbito (parágrafos 2 e 3)

2 - Esta Norma aplica-se a acordos que transfiram o direito de usar activos mesmo que serviçossubstanciais pelo locador possam ser postos em conexão com o funcionamento ou manutençãode tais activos, devendo ser, igualmente, aplicada na contabilização de todas as locações quenão sejam:

(a) Acordos de locação para explorar ou usar minérios, petróleo, gás natural e recursossimilares não regeneráveis, e

(b) Acordos de licenciamentos para itens tais como fitas cinematográficas, registos de vídeo,peças de teatro, manuscritos, patentes e direitos de autor.

3 - A Norma não se aplica a acordos que sejam contratos de serviços que não transfiram o direitode usar activos de uma parte contratante para a outra, não devendo ser aplicada, igualmente,na mensuração de:

(a) Propriedade detida por locatários que seja contabilizada como propriedade de investimento(ver NCRF 11 - Propriedades de Investimento);

(b) Propriedade de investimento proporcionada pelos locadores segundo locações operacionais(ver NCRF 11 - Propriedades de Investimento);

(c) Activos biológicos detidos por locatários segundo locações financeiras (ver NCRF 17 -Agricultura); ou

(d) Activos biológicos proporcionados por locadores segundo locações operacionais (ver NCRF17 - Agricultura).

Definições (parágrafos 4 a 6)

4 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Começo do prazo da locação: é a data a partir da qual o locatário passa a poder exercer o seudireito de usar o activo locado. É a data do reconhecimento inicial da locação (i. e. oreconhecimento dos activos, passivos, rendimentos ou gastos resultantes da locação, conformefor apropriado).

Custos directos iniciais: são custos incrementais que são directamente atribuíveis à negociaçãoe aceitação de uma locação, excepto os custos incorridos pelos locadores fabricantes ounegociantes.

Início da locação: é a mais antiga de entre a data do acordo de locação e a de um compromissoassumido pelas partes quanto às principais disposições da locação. Nesta data:

(a) Uma locação é classificada como uma locação financeira ou uma locação operacional; e

(b) No caso de uma locação financeira, são determinadas as quantias a reconhecer no começodo prazo da locação.

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Investimento bruto na locação: é o agregado de:

(a) Os pagamentos mínimos da locação a receber pelo locador segundo uma locaçãofinanceiro; e

(b) Qualquer valor residual não garantido que acresça ao locador.

Investimento líquido na locação: é o investimento bruto na locação descontado à taxa de juroimplícita na locação.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Locação: é um acordo pelo qual o locador transmite ao locatário, em troca de um pagamento ousérie de pagamentos, o direito de usar um activo por um período de tempo acordado.

Locação financeira: é uma locação que transfere substancialmente todos os riscos e vantagensinerentes à posse de um activo. O título de propriedade pode ou não ser eventualmentetransferido.

Locação não cancelável: é uma locação que somente pode ser cancelável:

(a) Após a ocorrência de alguma contingência remota;

(b) Com a permissão do locador;

(c) Se o locatário celebrar uma nova locação para o mesmo activo ou para um activoequivalente com o mesmo locador; ou

(d) Após o pagamento pelo locatário de uma quantia adicional tal que, no início da locação, acontinuação da mesma seja razoavelmente certa.

Locação operacional: é uma locação que não seja uma locação financeira.

Pagamentos mínimos da locação: são os pagamentos durante o prazo da locação que olocatário vai fazer, ou que lhe possam ser exigidos, excluindo a renda contingente, custosrelativos a serviços e impostos a serem pagos pelo, e reembolsados ao, locador, juntamentecom:

(a) No caso do locatário, quaisquer quantias garantidas pelo locatário ou por uma parterelacionada com o locatário; ou

(b) No caso do locador, qualquer valor residual garantido ao locador:

(i) Pelo locatário;

(ii) Por uma parte relacionada com o locatário; ou

(iii) Por um terceiro não relacionado com o locador, que seja financeiramente capaz desatisfazer tal garantia.

Contudo, se o locatário tiver a opção de comprar o activo por um preço que se espera que sejasuficientemente mais baixo do que o justo valor na data em que a opção se torne exercível paraque, no início da locação, seja razoavelmente certo que ela será exercida, os pagamentosmínimos da locação compreendem os pagamentos mínimos a pagar durante o prazo dalocação até à data esperada do exercício desta opção de compra e o pagamento necessário

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para a exercer.

Prazo da locação: é o período não cancelável pelo qual o locatário contratou locar o activojuntamente com quaisquer termos adicionais pelos quais o locatário tem a opção de continuar alocar o activo, com ou sem pagamento adicional, quando no início da locação for razoavelmentecerto que o locatário irá exercer a opção.

Renda contingente: é a parte dos pagamentos da locação que não está fixada em quantia masantes baseada na futura quantia de um factor que se altera sem ser pela passagem do tempo(por exemplo, percentagem de futuras vendas, quantidade de futuro uso, futuros índices depreços, futuras taxas de juro do mercado).

Rendimento financeiro não obtido: é a diferença entre:

(a) O investimento bruto na locação; e

(b) O investimento líquido na locação.

Taxa de juro implícita na locação: é a taxa de desconto que, no início da locação, faz com que ovalor presente agregado de:

(a) Os pagamentos mínimos da locação; e

(b) O valor residual não garantido seja igual à soma:

(c) Do justo valor do activo locado; e

(d) De quaisquer custos directos iniciais do locador.

Taxa de juro incremental de financiamento do locatário: é a taxa de juro que o locatário teriaque pagar numa locação semelhante ou, se isso não for determinável, a taxa que, no início dalocação, o locatário incorreria ao pedir emprestados por um prazo semelhante, e com umasegurança semelhante, os fundos necessários para comprar o activo.

Valor residual garantido é:

(a) No caso do locatário, a parte do valor residual que seja garantida pelo locatário ou por umaparte relacionada com o locatário (sendo a quantia da garantia a quantia máxima quepossa, em qualquer caso, tornar-se pagável); e

(b) No caso do locador, a parte do valor residual que seja garantida pelo locatário ou por umterceiro não relacionado com o locador que seja financeiramente capaz de satisfazer asobrigações cobertas pela garantia.

Valor residual não garantido: é a parte do valor residual do activo locado, cuja realização pelolocador não esteja assegurada ou esteja unicamente garantida por uma parte relacionada como locador.

Vida económica é:

(a) O período durante o qual se espera que um activo seja economicamente utilizável por umou mais utentes; ou

(b) O número de unidades de produção, ou similares, que se espera que seja obtido a partir doactivo por um ou mais utentes.

Vida útil é:

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(a) O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível para uso; ou

(b) O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera obter do activo.

Aquele período é contado a partir do começo do prazo da locação e não está condicionado peladuração do contrato.

5 - Um acordo ou compromisso de locação pode incluir uma disposição para ajustar ospagamentos da locação devido a alterações na construção ou no custo de aquisição dapropriedade locada ou devido a alterações numa outra mensuração do custo ou valor, tal comoníveis de preço gerais, ou nos custos de financiamento da locação por parte do locador, duranteo período entre o início da locação e o começo do prazo de locação. Se assim for, para afinalidade desta Norma, o efeito de tais alterações deve ser considerado como tendo ocorridono início da locação.

6 - A definição de uma locação inclui contratos para o aluguer de um activo que contenha umacláusula que dê àquele que toma de aluguer, uma opção para adquirir o direito ao activo após ocumprimento das condições acordadas.

Classificação de locações (parágrafos 7 a 19)

7 - A classificação de locações adoptada nesta Norma baseia-se na extensão até à qual os riscos evantagens inerentes à posse de um activo locado permanecem no locador ou no locatário. Osriscos incluem as possibilidades de perdas devidas a inactividade, obsolescência tecnológica evariações no retorno devidas a alterações nas condições económicas. As vantagens podem serrepresentadas pela expectativa de funcionamento lucrativo durante a vida económica do activoe de ganhos derivados de aumentos de valor ou de realização de um valor residual.

8 - Uma locação é classificada como locação financeira se ela transferir substancialmente todos osriscos e vantagens inerentes à propriedade. Uma locação é classificada como locaçãooperacional se ela não transferir substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes àpropriedade.

9 - Uma vez que a transacção entre um locador e um locatário se baseia num acordo de locaçãocomum a ambas as partes, é apropriado usar definições consistentes. A aplicação destasdefinições às diferentes circunstâncias dos dois participantes pode algumas vezes fazer comque a mesma locação seja classificada de maneira diferente pelo locador e pelo locatário.

10 - A classificação de uma locação como financeira ou operacional depende da substância datransacção e não da forma do contrato. Exemplos de situações que podem normalmenteconduzir a que uma locação seja classificada como uma locação financeira são:

(a) A locação transfere a propriedade do activo para o locatário no fim do prazo da locação;

(b) O locatário tem a opção de comprar o activo por um preço que se espera que sejasuficientemente mais baixo do que o justo valor à data em que a opção se torne exercível talque, no inicio da locação, seja razoavelmente certo que a opção será exercida;

(c) O prazo da locação abrange a maior parte da vida económica do activo ainda que o título depropriedade não seja transferido;

(d) No início da locação o valor presente dos pagamentos mínimos da locação ascende a pelomenos, substancialmente, todo o justo valor do activo locado; e

(e) Os activos locados são de uma tal natureza especializada que apenas o locatário os pode

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usar sem que sejam feitas grandes modificações.

11 - Os indicadores de situações que individualmente ou em combinação podem também conduzir aque uma locação seja classificada como financeira são:

(a) Se o locatário puder cancelar a locação, as perdas do locador associadas ao cancelamentosão suportadas pelo locatário;

(b) Os ganhos ou as perdas da flutuação no justo valor do residual serem do locatário (porexemplo sob a forma de um abatimento na renda que iguale a maior parte dos proventosdas vendas no fim da locação); e

(c) O locatário tem a capacidade de continuar a locação por um segundo período com umarenda que seja substancialmente inferior à renda do mercado.

12 - Os exemplos e indicadores enunciados nos parágrafos 10 e 11 nem sempre são conclusivos.Se for claro com base noutras características que a locação não transfere substancialmentetodos os riscos e vantagens inerentes à posse, a locação é classificada como locaçãooperacional. Por exemplo, pode ser o caso se a propriedade do activo se transferir no final dalocação mediante um pagamento variável igual ao seu justo valor no momento, ou se existiremrendas contingentes, como resultado das quais o locatário não tem substancialmente todos osriscos e vantagens.

13 - A classificação é feita no início da locação. Se em qualquer altura o locatário e o locadorconcordarem em modificar as cláusulas da locação, excepto a renovação da locação, de talmaneira que resultasse numa classificação diferente da locação segundo o critério dosparágrafos 7 a 12, caso as condições alteradas tivessem estado em vigor no início da locação,o acordo revisto é considerado como um novo acordo durante o seu prazo. Contudo, asalterações nas estimativas (por exemplo, alterações nas estimativas da vida económica ou dovalor residual da propriedade locada) ou alterações nas circunstâncias (por exemplo,incumprimento pelo locatário), não dão origem a uma nova classificação de uma locação parafinalidades de contabilização.

14 - As locações de terrenos e edifícios são classificadas como locações operacionais oufinanceiras da mesma maneira que as locações de outros activos. Contudo, uma característicados terrenos é a de que têm normalmente uma vida económica indefinida e se não for esperadoque a propriedade passe para o locatário no fim do prazo da locação, o locatário não recebesubstancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse, caso em que a locação doterreno será uma locação operacional. Um pagamento feito na celebração ou aquisição de umadetenção de locação que seja contabilizada como locação operacional representa pagamentosde locação adiantados que são amortizados durante o prazo da locação de acordo com omodelo de benefícios proporcionado.

15 - Os elementos terrenos e edifícios de uma locação de terrenos e edifícios são consideradosseparadamente para a finalidade da classificação da locação. Caso se espere que o título deambos os elementos passe para o locatário no final do prazo da locação, ambos sãoclassificados como locação financeira, quer sejam analisados como uma locação ou comoduas, a não ser que seja claro com base noutras características que a locação não transferesubstancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse de um ou ambos oselementos. Quando o terreno tem uma vida económica indefinida, o elemento terreno énormalmente classificado como locação operacional a não ser que se espere que o título passepara o locatário no final do prazo da locação, de acordo com o parágrafo 14. O elementoedifícios é classificado como locação financeira ou operacional de acordo com os parágrafos 7a 13.

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16 - Sempre que for necessário para classificar e contabilizar uma locação de terrenos e edifícios,os pagamentos mínimos da locação (incluindo qualquer pagamento global à cabeça) sãoimputados entre os elementos terrenos e edifícios em proporção aos justos valores relativos dosjuros da detenção de locação no elemento terrenos e no elemento edifícios da locação no inícioda locação. Se os pagamentos da locação não puderem ser fiavelmente imputados entre estesdois elementos, a totalidade da locação é classificada como locação financeira, a não ser queseja claro que ambos os elementos são locações operacionais, caso em que a totalidade dalocação é classificada como locação operacional.

17 - Para uma locação de terrenos e edifícios na qual a quantia que seria inicialmente reconhecidapara o elemento terrenos, de acordo com o parágrafo 20, seja imaterial, os terrenos e osedifícios podem ser tratados como uma única unidade para a finalidade da classificação dalocação e classificados como locação financeira ou operacional de acordo com os parágrafos 7a 13. Em tal caso, a vida económica dos edifícios é considerada como a vida económica datotalidade do activo locado.

18 - A gestão separada dos elementos terrenos e edifícios não é exigida quando os juros dolocatário tanto com os terrenos como com os edifícios forem classificados como propriedade deinvestimento de acordo com a NCRF 11 - Propriedades de Investimento e for adoptado omodelo do justo valor. Apenas são necessários cálculos pormenorizados para esta avaliação sea classificação de um ou ambos os elementos for incerta.

19 - De acordo com a NCRF 11 - Propriedades de Investimento, é possível a um locatário classificarum interesse de propriedade detido mediante uma locação operacional como propriedade deinvestimento. Se assim fizer, o interesse da propriedade é contabilizado como se fosse umalocação financeira e, além disso, o modelo do justo valor é usado para o reconhecimento doactivo. O locatário deve continuar a contabilizar a locação como locação financeira, mesmo queum evento posterior altere a natureza do interesse de propriedade do locatário de forma que jánão seja classificado como propriedade de investimento. É este o caso se, por exemplo, olocatário:

(a) Ocupar a propriedade, a qual é depois transferida para propriedade ocupada peloproprietário por um "custo considerado" que seja igual ao seu justo valor à data da alteraçãono uso; ou

(b) Conceder uma sublocação que transfira substancialmente todos os riscos e vantagensinerentes à propriedade do interesse para uma parte não relacionada. Uma tal sublocação écontabilizada pelo locatário como locação financeira a um terceiro, embora possa sercontabilizada como locação operacional pelo terceiro.

Locações nas demonstrações financeiras de locatários (parágrafos 20 a31)

Locações financeiras (parágrafos 20 a 29)

Reconhecimento inicial (parágrafos 20 a 22)

20 - No começo do prazo de locação, os locatários devem reconhecer as locações financeiras comoactivos e passivos nos seus balanços por quantias iguais ao justo valor da propriedade locadaou, se inferior, ao valor presente dos pagamentos mínimos da locação, cada um determinadono início da locação. A taxa de desconto a usar no cálculo do valor presente dos pagamentosmínimos da locação é a taxa de juro implícita na locação, se for praticável determinar essa taxa;se não for, deve ser usada a taxa incremental de financiamento do locatário. Quaisquer custosdirectos iniciais do locatário são adicionados à quantia reconhecida como activo.

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21 - São frequentemente incorridos custos directos iniciais em ligação com actividades específicasda locação, como na negociação e garantia de acordos de locação. Os custos identificadosdirectamente como atribuíveis a actividades executadas pelo locatário para uma locaçãofinanceira, são incluídos como parte da quantia reconhecida como um activo sob locação.

22 - Não é apropriado que os passivos por activos locados sejam apresentados nas demonstraçõesfinanceiras como uma dedução dos activos locados. Se para a apresentação de passivos naface do balanço for feita uma distinção entre passivos correntes e não correntes, a mesmadistinção deve ser feita para os passivos da locação.

Mensuração subsequente (parágrafos 23 a 27)

23 - Os pagamentos mínimos da locação devem ser repartidos entre o encargo financeiro e aredução do passivo pendente. O encargo financeiro deve ser imputado a cada período duranteo prazo da locação de forma a produzir uma taxa de juro periódica constante sobre o saldoremanescente do passivo. As rendas contingentes devem ser debitadas como gastos nosperíodos em que foram incorridas.

24 - Uma locação financeira dá origem a um gasto de depreciação relativo ao activo depreciávelassim como a um gasto financeiro em cada período contabilístico. A política de depreciaçãopara os activos locados depreciáveis deve ser consistente com a dos activos depreciáveis quesejam possuídos e a depreciação reconhecida deve ser calculada nas bases estabelecidas naNCRF 6 - Activos Intangíveis e NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis. Se não houver certezarazoável de que o locatário obtenha a propriedade no fim do prazo da locação, o activo deve sertotalmente depreciado durante o prazo da locação ou da sua vida útil, o que for mais curto.

25 - A quantia depreciável de um activo locado é imputada a cada período contabilístico durante operíodo do uso esperado numa base sistemática consistente com a política de depreciação queo locatário adopte para activos depreciáveis de que seja proprietário. Se houver certezarazoável de que o locatário obterá a propriedade no fim do prazo da locação, o período de usoesperado é a vida útil do activo; se tal não for possível o activo é depreciado durante o prazo dalocação ou da sua vida útil, dos dois o mais curto.

26 - A soma do gasto de depreciação do activo e do gasto financeiro do período raramente é amesma que a dos pagamentos da locação no período, sendo, por isso, inadequadosimplesmente reconhecer os pagamentos da locação como um gasto. Por conseguinte, éimprovável que o activo e o passivo relacionados sejam de quantia igual após o início dalocação.

27 - Para determinar se um activo locado está em imparidade, uma entidade aplica a NCRF 12 -Imparidade de Activos.

Divulgações (parágrafos 28 e 29)

28 - Os locatários devem fazer as seguintes divulgações relativas a locações financeiras:

(a) Para cada categoria de activo, a quantia escriturada líquida à data do balanço;

(b) Uma reconciliação entre o total dos futuros pagamentos mínimos da locação à data dobalanço, e o seu valor presente. Além disso, uma entidade deve divulgar o total dos futurospagamentos mínimos da locação à data do balanço, e o seu valor presente, para cada umdos seguintes períodos.

(i) Não mais de um ano;

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(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;

(iii) Mais de cinco anos;

(c) As rendas contingentes reconhecidas como um gasto do período;

(d) O total dos futuros pagamentos mínimos de sublocação que se espera receber porsublocações não canceláveis à data do balanço; e

(e) Uma descrição geral dos acordos de locação significativos do locatário incluindo, pelomenos, o seguinte;

(i) A base pela qual é determinada a renda contingente a pagar;

(ii) A existência e cláusulas de renovação ou de opções de compra e cláusulas deescalonamento; e

(iii) Restrições impostas por acordos de locação, tais como as que respeitam a dividendos,dívida adicional, e posterior locação.

29 - Além disso, os requisitos da divulgação segundo a NCRF 6 - Activos Intangíveis, NCRF 7 -Activos Fixos Tangíveis, NCRF 11 - Propriedades de Investimento, NCRF 12 - Imparidade deActivos e NCRF 17 - Agricultura, aplicam-se a locatários por activos locados segundo locaçõesfinanceiras.

Locações operacionais (parágrafos 30 e 31)

Reconhecimento (parágrafo 30)

30 - Os pagamentos de uma locação operacional devem ser reconhecidos como um gasto numabase linear durante o prazo da locação salvo se uma outra base sistemática for maisrepresentativa do modelo temporal do benefício do utente.

Divulgações (parágrafo 31)

31 - Os locatários devem fazer as seguintes divulgações para as locações operacionais:

(a) O total dos futuros pagamentos mínimos da locação nas locações operacionais nãocanceláveis para cada um dos seguintes períodos:

(i) Não mais de um ano;

(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;

(iii) Mais de cinco anos;

(b) O total dos futuros pagamentos mínimos de sublocação que se espera sejam recebidos nassublocações não canceláveis à data do balanço;

(c) Pagamentos de locação e de sublocação reconhecidos como um gasto no período, comquantias separadas para pagamentos mínimos de locação, rendas contingentes, epagamentos de sublocação;

(d) Uma descrição geral dos acordos de locação significativos do locatário incluindo, pelomenos, o seguinte:

(i) A base pela qual é determinada a renda contingente a pagar;

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(ii) A existência e cláusulas de renovação ou de opções de compra e cláusulas deescalonamento; e

(iii) Restrições impostas por acordos de locação, tais como as que respeitem a dividendos,dívida adicional, e posterior locação.

Locações nas demonstrações financeiras de locadores (parágrafos 32 a50)

Locações financeiras (parágrafos 32 a 41)

Reconhecimento inicial (parágrafos 32 a 34)

32 - Os locadores devem reconhecer os activos detidos sob uma locação financeira nos seusbalanços e apresentá-los como uma conta a receber por uma quantia igual ao investimentolíquido na locação.

33 - Substancialmente, numa locação financeira todos os riscos e vantagens inerentes àpropriedade legal são transferidos pelo locador, e por conseguinte os pagamentos da locação areceber são tratados pelo locador como reembolso de capital e rendimento financeiro parareembolsar e recompensar o locador pelo seu investimento e serviços.

34 - Os custos directos iniciais são muitas vezes incorridos por locadores e incluem quantias comocomissões, honorários legais e custos internos que sejam incrementais e directamenteatribuíveis à negociação e aceitação da locação. Excluem gastos gerais como aqueles que sãoincorridos por uma equipa de vendas e marketing. Para locações financeiras que não sejam asque envolvem locadores fabricantes ou negociantes, os custos directos iniciais são incluídos namensuração inicial da conta a receber de locação financeira e reduzem a quantia de rendimentoreconhecida durante o prazo da locação. A taxa de juro implícita na locação é definida de talforma que os custos directos iniciais são automaticamente incluídos na conta a receber delocação financeira e não há necessidade de os adicionar separadamente. Os custos incorridospelos locadores fabricantes ou negociantes em ligação com a negociação e aceitação de umalocação estão excluídos da definição de custos directos iniciais. Como resultado, são excluídosdo investimento líquido na locação e são reconhecidos como um gasto quando o lucro da vendafor reconhecido, o que para uma locação financeira é normalmente no começo do prazo dalocação.

Mensuração subsequente (parágrafos 35 a 40)

35 - O reconhecimento do rendimento financeiro deve ser baseado num modelo que reflicta umataxa de retorno periódica constante sobre o investimento líquido do locador na locaçãofinanceira.

36 - São regularmente revistos os valores residuais estimados não garantidos usados no cálculo doinvestimento bruto do locador numa locação. Se tiver havido uma redução no valor residualestimado não garantido, é revista a imputação do rendimento durante o prazo da locação equalquer redução no que respeita a quantias já acrescidas é imediatamente reconhecida.

37 - Um activo envolvido numa locação financeira que esteja classificado como detido para venda(ou incluído num grupo para alienação, que esteja classificado como detido para venda) deacordo com a NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades OperacionaisDescontinuadas, deve ser contabilizado de acordo com essa Norma.

38 - Os locadores fabricantes ou negociantes devem reconhecer lucro ou perda de venda no

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período, de acordo com a política seguida pela entidade para vendas imediatas. Se foremfixadas taxas de juro artificialmente baixas, o lucro de venda deve ser restrito ao que seaplicaria se uma taxa de juro do mercado fosse debitada. Os custos incorridos pelos locadoresfabricantes ou negociantes em ligação com a negociação e aceitação de uma locação devemser reconhecidos como um gasto quando o lucro da venda for reconhecido.

39 - O rédito de vendas reconhecido no começo do prazo de uma locação financeira por um locadorfabricante ou negociante é o justo valor do activo, ou, se mais baixo, o valor presente dospagamentos mínimos da locação que acresça ao locador, calculado a uma taxa de juro domercado. O custo de venda reconhecido no começo do prazo da locação é o custo, ou aquantia escriturada se diferente, da propriedade locada menos o valor presente do valorresidual não garantido. A diferença entre o rédito da venda e o custo da venda é o lucro davenda, que é reconhecido de acordo com a política seguida pela entidade para as vendas.

40 - Os locadores fabricantes ou negociantes indicam algumas vezes taxas de juro artificialmentebaixas a fim de atrair clientes. A utilização de tal taxa resultaria numa parte excessiva dorendimento total da transacção ser reconhecida no momento da venda. Se forem fixadas taxasde juro artificialmente baixas, o lucro da venda seria restrito ao que se aplicaria se uma taxa dejuro do mercado fosse debitada.

Divulgações (parágrafo 41)

41 - Os locadores devem fazer as seguintes divulgações para locações financeiras:

(a) Uma reconciliação entre o investimento bruto na locação à data do balanço, e o valorpresente dos pagamentos mínimos da locação a receber à data do balanço. Além disso,uma entidade deve divulgar o investimento bruto na locação e o valor presente dospagamentos mínimos da locação a receber na data do balanço, para cada um dos períodosseguintes:

(i) Não mais de um ano;

(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;

(iii) Mais de cinco anos;

(b) Rendimento financeiro não obtido;

(c) Os valores residuais não garantidos que acresçam ao benefício do locador;

(d) A dedução acumulada para créditos incobráveis dos pagamentos mínimos da locação areceber;

(e) As rendas contingentes reconhecidas como rendimento durante o período; e

(f) Uma descrição geral dos acordos significativos de locação do locador.

Locações operacionais (parágrafos 42 a 50)

Reconhecimento (parágrafos 42 a 48)

42 - Os locadores devem apresentar os activos sujeitos a locações operacionais nos seus balançosde acordo com a natureza do activo.

43 - O rendimento proveniente de locações operacionais deve ser reconhecido no rendimento numabase linear durante o prazo da locação, salvo se outra base sistemática for mais representativado modelo temporal em que o benefício do uso do activo locado seja diminuído por incentivo

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concedido pelo locador.

44 - Os custos, incluindo a depreciação, incorridos para se obter o rendimento de locação sãoreconhecidos como um gasto. O rendimento de locação (excluindo recebimentos de serviçosproporcionados tais como seguros e manutenção) é reconhecido numa base linear durante operíodo da locação mesmo que os recebimentos não o sejam, a menos que uma outra basesistemática seja mais representativa do modelo temporal em que o benefício do uso do activolocado seja diminuído.

45 - Os custos directos iniciais incorridos pelos locadores ao negociar e aceitar uma locaçãooperacional devem ser adicionados à quantia escriturada do activo locado e reconhecidos comoum gasto durante o prazo da locação na mesma base do rendimento da locação.

46 - A política de depreciação para activos locados depreciáveis deve ser consistente com a políticade depreciação normal do locador para activos semelhantes, e a depreciação deve sercalculada da acordo com a NCRF 6 - Activos Intangíveis e a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis.

47 - Para determinar se um activo locado ficou em imparidade, uma entidade aplica a NCRF 12 -Imparidade de Activos.

48 - Um locador fabricante ou negociante não reconhece qualquer lucro de venda ao celebrar umalocação operacional porque esta não é equivalente a uma venda.

Divulgações (parágrafos 49 e 50)

49 - Os locadores devem fazer as seguintes divulgações para as locações operacionais:

(a) Os futuros pagamentos mínimos da locação sob locações operacionais não canceláveis noagregado e para cada um dos períodos seguintes;

(i) Não mais de um ano;

(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;

(iii) Mais de cinco anos;

(b) O total das rendas contingentes reconhecidas como rendimento durante o período;

(c) Uma descrição geral dos acordos de locação do locador.

50 - Além disso, os requisitos de divulgação segundo a NCRF 6 - Activos Intangíveis, NCRF 7 -Activos Fixos Tangíveis, NCRF 11 - Propriedades de Investimento, NCRF 12 - Imparidade deActivos e NCRF 17 - Agricultura, aplicam-se a locadores por activos segundo locaçõesoperacionais.

Transacções de venda seguida de locação (parágrafos 51 a 59)

Reconhecimento (parágrafos 51 a 58)

51 - Numa transacção de venda seguida de locação, o pagamento da locação e o preço de vendasão geralmente interdependentes por serem negociados num pacote. O tratamentocontabilístico de uma transacção de venda seguida de locação depende do tipo de locaçãoenvolvido.

52 - Se uma transacção de venda seguida de locação resultar numa locação financeira, qualquerexcesso do provento da venda sobre a quantia escriturada não deve ser imediatamentereconhecido como rendimento pelo vendedor-locatário, mas sim diferido e amortizado durante o

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prazo da locação.

53 - Se a venda seguida de locação resultar numa locação financeira, a transacção é um meio peloqual o locador proporciona meios financeiros ao locatário, com o activo como garantia. Por estarazão não é apropriado considerar como rendimento um excesso do produto da venda sobre aquantia escriturada. Tal excesso, é diferido e amortizado durante o prazo da locação.

54 - Se uma transacção de venda seguida de locação resultar numa locação operacional, e for claroque a transacção é estabelecida pelo justo valor, qualquer lucro ou perda deve serimediatamente reconhecido.

55 - Se o preço de venda estiver abaixo do justo valor, qualquer lucro ou perda deve serimediatamente reconhecido, a menos que a perda esteja compensada por pagamentos futurosda locação abaixo do preço de mercado. Neste caso tal lucro ou perda deve ser diferido eamortizado na proporção dos pagamentos da locação durante o período pelo qual se esperaque o activo seja usado.

56 - Se o preço de venda estiver acima do justo valor, o excesso sobre o justo valor deve serdiferido e amortizado durante o período pelo qual se espera que o activo seja usado.

57 - Se a venda seguida de locação resultar numa locação operacional, e os pagamentos dalocação e o preço de venda estiverem estabelecidos pelo justo valor, houve com efeito umaoperação de venda normal e qualquer lucro ou perda é imediatamente reconhecido.

58 - Para as locações operacionais, se o justo valor na altura de uma transacção de venda seguidade locação for menor do que a quantia escriturada do activo, deve ser imediatamentereconhecida uma perda igual à diferença entre a quantia escriturada e o justo valor.

Divulgações (parágrafo 59)

59 - Os requisitos de divulgação para locatários e locadores aplicam-se igualmente a transacçõesde venda seguida de locação. A descrição exigida dos acordos significativos de locação conduzà divulgação de cláusulas únicas ou invulgares do acordo ou das cláusulas das transacções devenda seguida de locação.

Data de eficácia (parágrafo 60)

60 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 10Custos de empréstimos obtidos

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 23 - Custos de Empréstimos Obtidos, adoptada pelo texto original doRegulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentodos custos de empréstimos obtidos. Esta Norma exige que, de uma forma geral, eles sejam

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imediatamente considerados como gastos do período, excepto quanto aos custos deempréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição, construção ou produçãode um activo que se qualifica, caso em que é permitida a sua capitalização.

Âmbito (parágrafos 2 e 3)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização dos custos de empréstimos obtidos.

3 - Esta Norma não trata do custo real ou imputado do capital próprio, incluindo o capitalpreferencial não classificado como passivo.

Definições (parágrafos 4 a 6)

4 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Activo que se qualifica: é um activo que leva necessariamente um período substancial de tempopara ficar pronto para o seu uso pretendido ou para venda.

Custos de empréstimos obtidos: são os custos de juros e outros incorridos por uma entidaderelativos aos pedidos de empréstimos de fundos.

5 - Os custos de empréstimos obtidos incluem:

(a) Juros de descobertos bancários e de empréstimos obtidos a curto e longo prazo;

(b) Amortização de descontos ou de prémios relacionados com empréstimos obtidos;

(c) Amortização de custos acessórios incorridos em ligação com a obtenção de empréstimos;

(d) Encargos financeiros relativos a locações financeiras reconhecidas de acordo com a NormaContabilística e de Relato Financeiro 9 - Locações; e

(e) Diferenças de câmbio provenientes de empréstimos obtidos em moeda estrangeira até aoponto em que sejam vistos como um ajustamento do custo dos juros.

6 - Exemplos de activos que se qualificam são os inventários que exijam um período substancial detempo para os pôr numa condição vendável, instalações industriais, instalações de geração deenergia e propriedades de investimento. Outros investimentos e inventários que sejam de formarotineira fabricados ou de qualquer forma produzidos em grandes quantidades numa baserepetitiva durante um curto período de tempo não são activos que se qualificam. Os activos queestejam prontos para o seu uso pretendido ou venda quando adquiridos também não sãoactivos que se qualificam.

Reconhecimento (parágrafos 7 a 25)

7 - Os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como um gasto no período em quesejam incorridos, excepto nos casos em que sejam capitalizados de acordo com o parágrafo 9.

8 - Os custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição, construçãoou produção de um activo que se qualifica podem ser capitalizados como parte do custo desseactivo, quando seja provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para aentidade e tais custos possam ser fiavelmente mensurados. A quantia de custos deempréstimos obtidos elegível para capitalização deve ser determinada de acordo com estaNorma.

9 - Pelo tratamento preconizado permite-se que os custos de empréstimos obtidos que sejamdirectamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um activo sejam incluídos no

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custo desse activo.

Custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização (parágrafos10 a 15)

10 - Os custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição, construçãoou produção de um activo que se qualifica são os custos de empréstimos obtidos que teriamsido evitados se o dispêndio no activo que se qualifica não tivesse sido feito. Quando umaentidade contrai empréstimos especificamente com o fim de obter um particular activo que sequalifica, os custos dos empréstimos obtidos que estejam relacionados directamente com esseactivo que se qualifica podem ser prontamente identificados.

11 - Pode ser difícil identificar um relacionamento directo entre certos empréstimos obtidos e umactivo que se qualifica e determinar os empréstimos obtidos que poderiam de outra maneira serevitados. Tal dificuldade ocorre, por exemplo, quando a actividade financeira de uma entidadeseja centralmente coordenada. Também surgem dificuldades quando um grupo usa umavariedade de instrumentos de dívida para pedir fundos emprestados a taxas de juro variáveis eempresta esses fundos em bases variadas a outras entidades no grupo. Outras complicaçõessurgem através do uso de empréstimos estabelecidos em ou ligados a moedas estrangeiras,quando o grupo opera em economias altamente inflacionárias, e de flutuações em taxas decâmbio. Como consequência, a determinação da quantia dos custos de empréstimos obtidosque sejam directamente atribuíveis à aquisição de um activo que se qualifica é difícil sendo deexigir o exercício de bom senso.

12 - Até ao ponto em que sejam pedidos fundos emprestados especificamente com o fim de obterum activo que se qualifica, a quantia dos custos de empréstimos obtidos elegível paracapitalização nesse activo deve ser determinada como os custos reais dos empréstimos obtidosincorridos nesse empréstimo durante o período menos qualquer rendimento de investimentotemporário desses empréstimos.

13 - Os acordos de financiamento de um activo que se qualifica podem fazer com que uma entidadeobtenha fundos pedidos de empréstimo e incorra em custos de empréstimos associados antesde alguns ou todos os fundos serem usados para dispêndios no activo que se qualifica. Em taiscircunstâncias, os fundos são muitas vezes temporariamente investidos aguardando o seudispêndio no activo que se qualifica. Ao determinar a quantia dos custos de empréstimosobtidos elegíveis para capitalização durante um período, qualquer rendimento do investimentogerado de tais fundos é deduzido dos custos incorridos nos empréstimos obtidos.

14 - Na medida em que os fundos sejam pedidos de uma forma geral e usados com o fim de obterum activo que se qualifica, a quantia de custos de empréstimos obtidos elegíveis paracapitalização deve ser determinada pela aplicação de uma taxa de capitalização aos dispêndiosrespeitantes a esse activo. A taxa de capitalização deve ser a média ponderada dos custos deempréstimos obtidos aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade que estejam emcirculação no período, que não sejam empréstimos contraídos especificamente com o fim deobter um activo que se qualifica. A quantia dos custos de empréstimos obtidos capitalizadosdurante um período não deve exceder a quantia dos custos de empréstimos obtidos incorridosdurante o período.

15 - Em algumas circunstâncias, é apropriado incluir todos os empréstimos obtidos da empresa-mãee das suas subsidiárias quando seja calculada uma média ponderada dos custos dosempréstimos obtidos. Noutras circunstâncias, é apropriado para cada subsidiária usar umamédia ponderada dos custos dos empréstimos obtidos aplicável aos seus próprios empréstimosobtidos.

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Excesso da quantia escriturada do activo que se qualifica sobre aquantia recuperável (parágrafo 16)

16 - Quando a quantia escriturada ou o custo final esperado do activo que se qualifica exceda a suaquantia recuperável ou o seu valor realizável líquido, a quantia escriturada é reduzida ouanulada de acordo com as exigências de outras Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro.Em certas circunstâncias, a quantia da redução ou do abate é revertida de acordo com essasoutras Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro.

Início da capitalização (parágrafos 17 a 19)

17 - A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um activo que sequalifica deve começar quando:

(a) Os dispêndios com o activo estejam a ser incorridos;

(b) Os custos de empréstimos obtidos estejam a ser incorridos; e

(c) As actividades que sejam necessárias para preparar o activo para o seu uso pretendido ouvenda estejam em curso.

18 - Os dispêndios de um activo que se qualifica incluem somente os dispêndios que tenhamresultado em pagamentos de caixa, transferência de outros activos ou a assunção de passivosque incorram em juros. Os dispêndios são reduzidos por quaisquer pagamentos progressivosrecebidos. A quantia escriturada média do activo durante um período, incluindo os custos deempréstimos obtidos previamente capitalizados é normalmente uma aproximação razoável dosdispêndios aos quais a taxa de capitalização é aplicada nesse período.

19 - As actividades necessárias para preparar o activo para o seu uso pretendido ou para a suavenda englobam mais do que a construção física do activo. Elas englobam o trabalho técnico eadministrativo anterior ao começo da construção física tais como as actividades associadascom a obtenção de licenças antes do começo da construção física. Porém, tais actividadesexcluem a detenção de um activo quando nenhuma produção ou acção que altere a condiçãodo activo esteja a ter lugar. Por exemplo, os custos de empréstimos obtidos incorridos enquantoum projecto esteja em fase de desenvolvimento são capitalizados durante o período em que asactividades relacionadas com o desenvolvimento estejam a decorrer. No entanto, os custos deempréstimos obtidos incorridos enquanto terrenos adquiridos para fins de construção sejamdetidos sem qualquer actividade associada de desenvolvimento, não são elegíveis paracapitalização.

Suspensão da capitalização (parágrafos 20 e 21)

20 - A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve ser suspensa durante os períodosextensos em que o desenvolvimento das actividades a que se refere o parágrafo 17 (c) sejainterrompido.

21 - Os custos de empréstimos obtidos podem ser incorridos durante um período extenso em quesejam interrompidas as actividades necessárias para preparar um activo para o seu usopretendido ou para a sua venda. Tais custos são custos de detenção de activos parcialmenteconcluídos e não são elegíveis para capitalização. Porém, a capitalização dos custos deempréstimos obtidos não é normalmente suspensa durante um período quando esteja sendolevado a efeito trabalho técnico e administrativo substancial. A capitalização dos custos deempréstimos obtidos também não é suspensa quando uma demora temporária seja uma partenecessária do processo de tornar um activo pronto para o seu uso pretendido ou para a sua

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venda. Por exemplo, a capitalização continua durante o período necessário alargado para quealguns inventários atinjam a maturação ou o período alargado durante o qual os níveis altos daságuas atrasam a construção de uma ponte, se tais níveis de água altos são usuais durante operíodo da construção na região geográfica envolvida.

Cessação da capitalização (parágrafos 22 a 25)

22 - A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar quando substancialmentetodas as actividades necessárias para preparar o activo elegível para o seu uso pretendido oupara a sua venda estejam concluídas.

23 - Um activo está normalmente pronto para o seu uso pretendido ou para a sua venda quando aconstrução física do activo estiver concluída mesmo se o trabalho administrativo de rotina puderainda continuar. Se modificações menores, tais como a decoração de uma propriedadeconforme as especificações do comprador ou do utente, sejam tudo o que está por completar,isto indica que todas as actividades estão substancialmente concluídas.

24 - Quando a construção de um activo que se qualifica for concluída por partes e cada parte estiverem condições de ser usada enquanto a construção continua noutras partes, a capitalização doscustos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as actividades necessárias parapreparar essa parte para o seu pretendido uso ou venda estejam concluídas.

25 - Um parque empresarial compreendendo vários edifícios em que cada um deles pode ser usadoindividualmente é um exemplo de um activo que se qualifica relativamente ao qual cada parteestá em condições de ser usada embora a construção continue noutras partes. Um exemplo deum activo que se qualifica que necessita de estar concluído antes de que cada parte possa serusada é uma instalação industrial que envolve vários processos que sejam executados emsequência em diferentes partes da fábrica dentro do mesmo local, tal como uma laminagem deaço.

Divulgações (parágrafo 26)

26 - As demonstrações financeiras devem divulgar:

(a) A política contabilística adoptada nos custos dos empréstimos obtidos;

(b) A quantia de custos de empréstimos obtidos capitalizada durante o período; e

(c) A taxa de capitalização usada para determinar a quantia do custo dos empréstimos obtidoselegíveis para capitalização.

Data de eficácia (parágrafo 27)

27 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 11Propriedades de investimento

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 40 - Propriedades de Investimento, adoptada pelo texto original do Regulamento(CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade com

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o texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentocontabilístico de propriedades de investimento e respectivos requisitos de divulgação.

Âmbito (parágrafos 2 a 4)

2 - Esta Norma deve ser aplicada no reconhecimento, mensuração e divulgação de propriedadesde investimento.

3 - Esta Norma aplica-se, nomeadamente, à mensuração nas demonstrações financeiras de umlocatário de interesses de propriedades de investimento detidos numa locação contabilizadacomo locação financeira e à mensuração nas demonstrações financeiras de um locador depropriedades de investimento disponibilizadas a um locatário numa locação operacional. EstaNorma não trata de matérias cobertas pela NCRF 9 - Locações, incluindo:

(a) Classificação de locações como locações financeiras ou locações operacionais;

(b) Reconhecimento de rendimentos de locações resultantes de propriedades de investimento(ver também NCRF 20 - Rédito);

(c) Mensuração nas demonstrações financeiras de um locatário de interesses de propriedadedetidos segundo uma locação contabilizada como locação operacional;

(d) Mensuração nas demonstrações financeiras de um locador, do seu investimento líquidonuma locação;

(e) Contabilização de transacções de venda seguida de locação;

(f) Divulgações acerca de locações financeiras e de locações operacionais.

4 - Esta norma não se aplica a:

(a) Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola (ver NCRF 17 - Agricultura);

(b) Direitos minerais e reservas minerais tais como petróleo, gás natural e recursos nãoregenerativos semelhantes. (ver a NCRF 16 - Exploração e Avaliação de RecursosMinerais).

Definições (parágrafos 5 a 15)

5 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra retribuição dadapara adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção ou, quando aplicável, aquantia atribuída a esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo com os requisitosespecíficos de outras NCRF.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Propriedade de investimento: é a propriedade (terreno ou um edifício - ou parte de um edifício -ou ambos) detida (pelo dono ou pelo locatário numa locação financeira) para obter rendas oupara valorização do capital ou para ambas as finalidades, e não para:

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(a) Uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas;ou

(b) Venda no curso ordinário do negócio.

Propriedade ocupada pelo dono: é a propriedade detida (pelo dono ou pelo locatário numalocação financeira) para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou parafinalidades administrativas.

Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após a deduçãode qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade acumuladasinerentes.

6 - Um interesse de propriedade que seja detido por um locatário numa locação operacional podeser classificado e contabilizado como propriedade de investimento se, e apenas se, apropriedade satisfizer de outra forma a definição de uma propriedade de investimento e olocatário usar o modelo do justo valor definido nos parágrafos 35 a 57 para o activoreconhecido. Esta classificação alternativa está disponível numa base de propriedade porpropriedade. Contudo, uma vez escolhida esta classificação alternativa para um interesse depropriedade deste género detido segundo uma locação operacional, todas as propriedadesclassificadas como propriedade de investimento devem ser contabilizadas usando o modelo dojusto valor. Quando esta classificação alternativa for escolhida, qualquer interesse assimclassificado é incluído nas divulgações exigidas nos parágrafos 76 a 79.

7 - As propriedades de investimento são detidas para obter rendas ou para valorização do capitalou para ambas as finalidades. Por isso, uma propriedade de investimento gera fluxos de caixaaltamente independentes dos outros activos detidos por uma entidade. Isto distingue aspropriedades de investimento de propriedades ocupadas pelos donos. A produção oufornecimento de bens ou serviços (ou o uso de propriedades para finalidades administrativas)gera fluxos de caixa que são atribuíveis não apenas às propriedades, mas também a outrosactivos usados no processo de produção ou de fornecimento. A NCRF 7 - Activos FixosTangíveis aplica-se a propriedades ocupadas pelos donos.

8 - O que se segue são exemplos de propriedades de investimento:

(a) Terrenos detidos para valorização do capital a longo prazo e não para venda a curto prazono curso ordinário de negócios;

(b) Terrenos detidos para uso futuro ainda não determinado (se uma entidade não tiverdeterminado que usará o terreno como propriedade ocupada pelo dono ou para venda acurto prazo no curso ordinário do negócio, o terreno é considerado como detido paravalorização do capital);

(c) Um edifício que seja propriedade da entidade (ou detido pela entidade numa locaçãofinanceira) e que seja locado segundo uma ou mais locações operacionais;

(d) Um edifício que esteja desocupado mas detido para ser locado segundo uma ou maislocações operacionais.

9 - Seguem-se exemplos de itens que não são propriedades de investimento, estando, por isso,fora do âmbito desta Norma:

(a) Propriedades destinadas à venda no curso ordinário do negócio ou em vias de construçãoou desenvolvimento para tal venda (ver NCRF 18 - Inventários), por exemplo, propriedadeadquirida exclusivamente com vista a alienação subsequente no futuro próximo ou para

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desenvolvimento e revenda;

(b) Propriedade que esteja a ser construída ou desenvolvida por conta de terceiros (ver NCRF19 - Contratos de Construção);

(c) Propriedade ocupada pelo dono (ver NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis), incluindo (entreoutras coisas) propriedade detida para futuro uso como propriedade ocupada pelo dono,propriedade detida para futuro desenvolvimento e uso subsequente como propriedadeocupada pelo dono, propriedade ocupada por empregados (paguem ou não os empregadosrendas a taxas de mercado) e propriedade ocupada pelo dono aguardando alienação;

(d) Propriedade que esteja a ser construída ou desenvolvida para futuro uso como propriedadede investimento. A NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis aplica-se a tal propriedade até que aconstrução ou o desenvolvimento esteja concluído, momento em que a propriedade se tornapropriedade de investimento e em que se aplica esta Norma. Porém, esta Norma aplica-se apropriedades de investimento existentes que estejam a ser desenvolvidas de novo parafuturo uso continuado como propriedade de investimento (ver parágrafo 60);

10 - Algumas propriedades compreendem uma parte que é detida para obter rendas ou paravalorização de capital e uma outra parte que é detida para uso na produção ou fornecimento debens ou serviços ou para finalidades administrativas. Se estas partes puderem ser vendidasseparadamente (ou locadas separadamente segundo uma locação financeira), uma entidadecontabilizará as partes separadamente. Se as partes não puderem ser vendidasseparadamente, a propriedade só é uma propriedade de investimento se uma parte nãosignificativa for detida para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou parafinalidades administrativas.

11 - Em alguns casos, uma entidade proporciona serviços de apoio aos ocupantes de umapropriedade que ela detenha. Uma entidade trata tal propriedade como propriedade deinvestimento se os serviços forem insignificantes em relação ao acordo como um todo. Umexemplo é quando o dono de um edifício de escritórios proporciona serviços de segurança e demanutenção aos locatários que ocupam o edifício.

12 - Noutros casos, os serviços prestados são significativos. Por exemplo, se uma entidade possui egere um hotel, os serviços proporcionados aos hóspedes são significativos para o acordo comoum todo. Por isso, um hotel gerido pelo dono, é uma propriedade ocupada pelo dono e não umapropriedade de investimento.

13 - Pode ser difícil determinar se os serviços de apoio são ou não tão significativos que umapropriedade não se qualifique como propriedade de investimento. Por exemplo, o dono de umhotel por vezes transfere algumas responsabilidades a terceiros segundo um contrato degestão. Os termos de tais contratos variam grandemente. Num extremo do espectro, a posiçãodo dono pode, em substância, ser a de um investidor passivo. No outro extremo do espectro, odono pode simplesmente ter procurado fora funções do dia a dia, embora ficando comsignificativa exposição a riscos de variações nos fluxos de caixa gerados pelas operações dohotel.

14 - É necessário juízo de valor para determinar se uma propriedade se qualifica como umapropriedade de investimento. Uma entidade desenvolve critérios a fim de que possa exerceresse juízo de valor de forma consistente de acordo com a definição de propriedade deinvestimento e com a relacionada orientação nos parágrafos 7 a 13. O parágrafo 77 (c) exigeque uma entidade divulgue estes critérios quando a classificação for difícil.

15 - Em alguns casos, uma entidade possui propriedade que está locada à, e ocupada pela, suaempresa-mãe ou por uma outra subsidiária. A propriedade não se qualifica como propriedade

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de investimento nas demonstrações financeiras consolidadas, porque a propriedade estáocupada pelo dono na perspectiva do grupo. Porém, da perspectiva da entidade que a possui,tal propriedade é propriedade de investimento se satisfizer a definição do parágrafo 5. Por isso,o locador trata a propriedade como propriedade de investimento nas suas demonstraçõesfinanceiras individuais.

Reconhecimento (parágrafos 16 a 19)

16 - A propriedade de investimento deve ser reconhecida como um activo quando, e apenasquando:

(a) For provável que os futuros benefícios económicos que estejam associados à propriedadede investimento fluirão para a entidade; e

(b) O custo da propriedade de investimento possa ser mensurado fiavelmente.

17 - Uma entidade avalia segundo este princípio de reconhecimento todos os seus custos dapropriedade de investimento no momento em que eles sejam incorridos. Estes custos incluemcustos incorridos inicialmente para adquirir uma propriedade de investimento e custos incorridossubsequentemente para adicionar a, substituir partes de, ou prestar manutenção a umapropriedade.

18 - Segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 16, uma entidade não reconhece naquantia escriturada de uma propriedade de investimento os custos da manutenção diária àpropriedade. Pelo contrário, estes custos são reconhecidos nos resultados quando incorridos.Os custos da manutenção diária são basicamente os custos da mão-de-obra e dosconsumíveis, e podem incluir o custo de peças sobresselentes menores. A finalidade destesdispêndios é muitas vezes descrita como sendo para "reparações e manutenção" dapropriedade.

19 - Partes de propriedades de investimento podem ter sido adquiridas por substituição. Porexemplo, as paredes interiores podem ser substituições das paredes originais. Segundo oprincípio do reconhecimento, uma entidade reconhece na quantia escriturada de umapropriedade de investimento o custo da parte de substituição de uma propriedade deinvestimento existente no momento em que o custo seja incorrido se os critérios dereconhecimento forem cumpridos. A quantia escriturada das partes que sejam substituídas édesreconhecida de acordo com as disposições de desreconhecimento desta Norma.

Mensuração no reconhecimento (parágrafos 20 a 29)

20 - Uma propriedade de investimento deve ser mensurada inicialmente pelo seu custo. Os custosde transacção devem ser incluídos na mensuração inicial.

21 - O custo de uma propriedade de investimento comprada compreende o seu preço de compra equalquer dispêndio directamente atribuível. Os dispêndios directamente atribuíveis incluem, porexemplo, as remunerações profissionais por serviços legais, impostos de transferência depropriedade e outros custos de transacção.

22 - O custo de uma propriedade de investimento de construção própria é o seu custo à data emque a construção ou desenvolvimento fique concluído. Até essa data, uma entidade aplica aNCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis. Nessa data, a propriedade torna-se propriedade deinvestimento e aplica-se a presente Norma (ver parágrafos 59(e) e 67).

23 - O custo de uma propriedade de investimento não é aumentado por:

(a) Custos de arranque (a menos que sejam necessários para trazer a propriedade à condição

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necessária para que seja capaz de funcionar da forma pretendida);

(b) Perdas operacionais incorridas antes de a propriedade de investimento ter atingido o nívelde ocupação previsto; ou

(c) Quantidades anormais de material, mão-de-obra ou outros recursos consumidos incorridosna construção ou desenvolvimento da propriedade.

24 - Se o pagamento de uma propriedade de investimento for diferido, o seu custo é o equivalenteao preço a dinheiro. A diferença entre esta quantia e os pagamentos totais é reconhecida comogasto de juros durante o período de crédito.

25 - O custo inicial do interesse de propriedade detido numa locação e classificado como umapropriedade de investimento deve estar de acordo com o prescrito para uma locação financeirano parágrafo 20 da NCRF 9 - Locações, i.e. o activo deve ser reconhecido pelo menor do justovalor da propriedade e do valor presente dos pagamentos mínimos da locação. Uma quantiaequivalente deve ser reconhecida como passivo de acordo com o mesmo parágrafo.

26 - Qualquer prémio pago por uma locação é tratado como parte dos pagamentos mínimos dalocação para esta finalidade, e é portanto incluído no custo do activo, mas excluído do passivo.Se um interesse de propriedade detido segundo uma locação for classificado como propriedadede investimento, o item contabilizado pelo justo valor é esse interesse e não a propriedadesubjacente. A orientação para a determinação do justo valor de um interesse de propriedadeestá desenvolvida para o modelo do justo valor nos parágrafos 35 a 57. Essa orientaçãotambém é relevante para a determinação do justo valor quando esse valor é usado como custopara finalidades do reconhecimento inicial.

27 - Uma ou mais propriedades de investimento podem ser adquiridas em troca de um activo ouactivos não monetários, ou de uma combinação de activos monetários e não monetários. Oseguinte exemplo refere-se a uma troca de um activo não monetário por um outro, mas tambémse aplica a todas as trocas descritas na frase anterior. O custo de tal propriedade deinvestimento é mensurado pelo justo valor a menos que (a) a transacção de troca careça desubstância comercial ou (b) nem o justo valor do activo recebido nem o justo valor do activocedido sejam fiavelmente mensuráveis. O activo adquirido é mensurado desta forma mesmoque uma entidade não possa imediatamente desreconhecer o activo cedido. Se o activoadquirido não for mensurado pelo justo valor, o seu custo é mensurado pela quantia escrituradado activo cedido.

28 - Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância comercial considerando aextensão em que espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam alterados como resultado datransacção. Uma transacção de troca tem substância comercial se:

(a) A configuração (risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de caixa do activo recebidodiferir da configuração dos fluxos de caixa do activo transferido; ou

(b) O valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade afectadaspela transacção se altera em resultado da troca; e

(c) A diferença na alínea (a) ou (b) for significativa em relação ao justo valor dos activostrocados.

Para a finalidade de determinar se uma transacção de troca tem substância comercial, o valorespecífico para a entidade relativo à parte das operações da entidade afectada pela transacçãodeve reflectir os fluxos de caixa após impostos. O resultado destas análises pode ser claro semque uma entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.

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29 - O justo valor de um activo para o qual não existam transacções de mercado comparáveis éfiavelmente mensurável se (a) a variabilidade no intervalo de estimativas razoáveis do justovalor não for significativa para esse activo ou (b) as probabilidades de várias estimativas dentrodo intervalo puderem ser razoavelmente avaliadas e usadas ao estimar o justo valor. Se aentidade for capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto do activo recebido como doactivo cedido, então o justo valor do activo cedido é usado para mensurar o custo a não ser queo justo valor do activo recebido seja mais claramente evidente.

Mensuração após reconhecimento (parágrafos 30 a 58)

Política contabilística (parágrafos 30 a 34)

30 - Com as excepções indicadas nos parágrafos 32 a 36, uma entidade deve escolher como suapolítica contabilística ou o modelo do justo valor referido nos parágrafos 35 a 37 ou o modelo docusto mencionado no parágrafo 58 e deve aplicar essa política a todas as suas propriedades deinvestimento.

31 - A NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros afirmaque uma alteração voluntária na política contabilística deve ser feita apenas se a alteraçãoresultar numa apresentação mais apropriada de transacções, de outros acontecimentos ou decondições nas demonstrações financeiras da entidade. É altamente improvável que umaalteração do modelo do justo valor para o modelo do custo resulte numa apresentação maisapropriada.

32 - Esta Norma exige que todas as entidades determinem o justo valor de propriedades deinvestimento, para a finalidade de mensuração (se a entidade usar o modelo do justo valor) oude divulgação (se usar o modelo do custo). Incentiva-se uma entidade, mas não se lhe exige,que determine o justo valor das propriedades de investimento na base de uma valorização porum avaliador independente que tenha uma qualificação profissional relevante e reconhecida eque tenha experiência recente na localização e na categoria da propriedade de investimentoque esteja a ser valorizada.

33 - Uma entidade pode:

(a) Escolher ou o modelo do justo valor ou o modelo do custo para todas as propriedades deinvestimento que suportem passivos que pagam um retorno directamente associado aojusto valor de, ou aos retornos de, activos especificados incluindo essa propriedade deinvestimento; e

(b) Escolher ou o modelo do justo valor ou o modelo do custo para todas as outraspropriedades de investimento, independentemente da escolha feita na alínea (a).

34 - Se uma entidade escolher diferentes modelos para as duas categorias descritas no parágrafo33, as vendas de propriedades de investimento entre conjuntos de activos mensurados usandomodelos diferentes devem ser reconhecidas pelo justo valor e a alteração cumulativa no justovalor deve ser reconhecida nos resultados. Em conformidade, se a propriedade de investimentofor vendida de um conjunto em que se usa o modelo do justo valor para um conjunto em que seusa o modelo do custo, o justo valor da propriedade à data da venda torna-se o seu custoconsiderado.

Modelo do justo valor (parágrafos 35 a 57)

35 - Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolha o modelo do justo valor devemensurar todas as suas propriedades de investimento pelo justo valor, excepto nos casos

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descritos no parágrafo 55.

36 - Quando um interesse de propriedade detido por um locatário numa locação operacional forclassificado como uma propriedade de investimento segundo o parágrafo 6, o parágrafo 30deixa de ser opcional. O modelo do justo valor deve ser aplicado.

37 - Um ganho ou uma perda proveniente de uma alteração no justo valor de propriedades deinvestimento deve ser reconhecido nos resultados do período em que ocorra.

38 - O justo valor da propriedade de investimento é o preço pelo qual a propriedade poderia sertrocada entre partes conhecedoras e dispostas a isso numa transacção em que não existarelacionamento entre as mesmas (ver parágrafo 5). O justo valor exclui especificamente umpreço estimado inflacionado ou deflacionado por condições ou circunstâncias especiais taiscomo financiamento atípico, acordos de venda e relocação, considerações especiais ouconcessões dadas por alguém associado à venda.

39 - Uma entidade determina o justo valor sem qualquer dedução para custos de transacção em quepossa incorrer por venda ou outra alienação.

40 - O justo valor da propriedade de investimento deve reflectir as condições de mercado à data dobalanço.

41 - O justo valor é específico do tempo relativo a uma determinada data. Dado que as condições demercado podem mudar, a quantia relatada como justo valor pode ser incorrecta ou não serapropriada se estimada relativamente a outro momento. A definição de justo valor assumetambém troca simultânea e conclusão do contrato de venda sem qualquer variação de preçoque pudesse ser realizado entre partes conhecedoras e dispostas a isso numa transacção emque não exista relacionamento entre elas se a troca e conclusão não forem simultâneas.

42 - O justo valor da propriedade de investimento reflecte, entre outras coisas, rendimento de rendasprovenientes de locações correntes e pressupostos razoáveis e suportáveis que representemaquilo que entidades conhecedoras e dispostas a isso assumiriam acerca de rendimentos derendas de futuras locações à luz de condições correntes. Também reflecte, numa basesemelhante, quaisquer exfluxos de caixa (incluindo pagamentos de rendas e outros exfluxos)que possam ser esperados com respeito à propriedade. Alguns desses exfluxos estãoreflectidos no passivo enquanto outros se relacionam com exfluxos que não são reconhecidosnas demonstrações financeiras até data posterior (por exemplo, pagamentos periódicos comorendas contigentes).

43 - O parágrafo 25 especifica a base do reconhecimento inicial do custo de um interesse numapropriedade locada. O parágrafo 35 exige que o interesse numa propriedade locada sejaremensurado, se necessário, pelo justo valor. Numa locação negociada às taxas de mercado, ojusto valor de um interesse numa propriedade locada na aquisição, líquido de todos ospagamentos de locação esperados (incluindo os relativos a passivos reconhecidos), deve serzero. Este justo valor não se altera independentemente, para fins contabilísticos, de um activo epassivo locados serem reconhecido pelo justo valor ou pelo valor presente dos pagamentosmínimos da locação, de acordo com o parágrafo 20 da NCRF 9 - Locações. Assim, remensurarum activo locado para o custo de acordo com o parágrafo 25 para o justo valor de acordo com oparágrafo 35 não deveria resultar em qualquer ganho ou perda inicial, a não ser que o justovalor seja mensurado em momentos diferentes. Isto pode ocorrer quando for feita uma escolhapara aplicar o modelo do justo valor após o reconhecimento inicial.

44 - A definição de justo valor refere-se a "partes conhecedoras e dispostas a isso". Neste contexto,"conhecedoras" significa que tanto o comprador disposto a isso como o vendedor disposto aisso estão razoavelmente informados acerca da natureza e características da propriedade de

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investimento, dos seus usos reais e potenciais, e das condições do mercado à data do balanço.Um comprador disposto a isso está motivado, mas não compelido, a comprar. Este compradornão está nem ansioso nem determinado a comprar por qualquer preço. O comprador assumidonão pagaria um preço mais elevado do que o exigido por um mercado composto porcompradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso.

45 - Um vendedor disposto a isso não é nem um vendedor ansioso nem um vendedor forçado,preparado para vender a qualquer preço, nem um vendedor preparado para resistir a um preçonão considerado razoável de acordo com as condições correntes do mercado. O vendedordisposto a isso está motivado a vender a propriedade de investimento nos termos do mercadopelo melhor preço possível. As circunstâncias factuais do proprietário efectivo da propriedadede investimento não fazem parte desta consideração porque o vendedor disposto a isso é umproprietário hipotético (por exemplo, um vendedor disposto a isso não teria em consideração ascircunstâncias fiscais particulares do proprietário efectivo da propriedade de investimento).

46 - A definição de justo valor refere-se a uma transacção entre partes sem relacionamento entre si.Uma transacção entre partes sem relacionamento entre si é uma transacção entre partes quenão tenham um relacionamento particular ou especial entre elas que torne os preços dastransacções não característicos das condições de mercado. A transacção é tida como umatransacção entre entidades não relacionadas, cada uma delas actuando independentemente.

47 - A melhor evidência de justo valor é dada por preços correntes num mercado activo depropriedades semelhantes no mesmo local e condição e sujeitas a locações e outros contratossemelhantes. Uma entidade trata de identificar quaisquer diferenças de natureza, local oucondição da propriedade, ou nos termos contratuais das locações e de outros contractosrelacionados com a propriedade.

48 - Na ausência de preços correntes num mercado activo do género descrito no parágrafo 47, umaentidade considera a informação proveniente de uma variedade de fontes, incluindo:

(a) Preços correntes num mercado activo de propriedades de diferente natureza, condição oulocalização (ou sujeitas a diferentes locações ou outros contratos), ajustados para reflectiressas diferenças;

(b) Preços recentes de propriedades semelhantes em mercados menos activos, comajustamentos para reflectir quaisquer alterações nas condições económicas desde a datadas transacções que ocorreram a esses preços; e

(c) Projecções de fluxos de caixa descontados com base em estimativas fiáveis de futurosfluxos de caixa, suportadas pelos termos de qualquer locação e de outros contratosexistentes e (quando possível) por evidência externa tal como rendas correntes de mercadode propriedades semelhantes no mesmo local e condição, e usando taxas de desconto quereflictam avaliações correntes de mercado quanto à incerteza na quantia e tempestividadedos fluxos de caixa.

49 - Em alguns casos, as várias fontes listadas no parágrafo anterior podem sugerir conclusõesdiferentes quanto ao justo valor de uma propriedade de investimento. Uma entidade consideraas razões dessas diferenças, visando chegar à estimativa mais fiável do justo valor dentro deum intervalo de estimativas razoáveis de justo valor.

50 - Em casos excepcionais, há clara evidência quando uma entidade adquire pela primeira vez umapropriedade de investimento (ou quando uma propriedade existente se torna pela primeira vezpropriedade de investimento na sequência da conclusão de construção ou desenvolvimento, ouapós uma alteração de uso) de que a variabilidade no intervalo de estimativas razoáveis dejusto valor seria tão grande, e as probabilidades dos vários efeitos tão difíceis de avaliar, que é

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negada a utilidade de uma única estimativa de justo valor. Isto pode indicar que o justo valor dapropriedade não será determinável com fiabilidade numa base continuada (ver parágrafo 55).

51 - O justo valor difere do valor de uso, tal como definido na NCRF 12 - Imparidade de Activos. Ojusto valor reflecte o conhecimento e as estimativas de compradores e vendedoresconhecedores e dispostos a isso. Em contraste, o valor de uso reflecte as estimativas daentidade, incluindo os efeitos de factores que podem ser específicos da entidade e nãoaplicáveis às entidades em geral. Por exemplo, o justo valor não reflecte qualquer dos seguintesfactores na medida em que não estariam geralmente disponíveis para compradores evendedores conhecedores e dispostos a isso:

(a) Valor adicional derivado da criação de uma carteira de propriedades em diferenteslocalizações;

(b) Sinergias entre propriedades de investimento e outros activos;

(c) Direitos legais ou restrições legais que somente sejam específicos ao dono actual; e

(d) Benefícios fiscais ou encargos fiscais que sejam específicos ao dono actual.

52 - Ao determinar o justo valor da propriedade de investimento, uma entidade não contaduplamente activos ou passivos que estejam reconhecidos como activos ou passivosseparados. Por exemplo:

(a) Equipamento, tal como elevadores ou ar condicionado, é muitas vezes uma parte integrantede um edifício e está geralmente incluído no justo valor da propriedade de investimento, nãosendo reconhecido separadamente como activos fixos tangíveis;

(b) Se um escritório for locado mobilado, o justo valor do escritório inclui geralmente o justovalor da mobília, porque o rendimento das rendas se relaciona com o escritório mobilado.Quando a mobília for incluída no justo valor da propriedade de investimento, uma entidadenão reconhece a mobília como um activo separado;

(c) O justo valor da propriedade de investimento exclui o rendimento da locação operacionalacrescido ou pré-pago, porque a entidade reconhece-o como um passivo ou activoseparado;

(d) O justo valor da propriedade de investimento detida numa locação reflecte os fluxos decaixa esperados (incluindo a renda contingente que se espera que se torne pagável). Emconformidade, se uma valorização obtida para uma propriedade for líquida de todos ospagamentos que se espera que sejam feitos, será necessário voltar a adicionar qualquerpassivo de locação reconhecido, para atingir o justo valor da propriedade de investimentopara finalidades contabilísticas.

53 - O justo valor da propriedade de investimento não reflecte os dispêndios futuros de capital fixoque melhorem ou aumentem a propriedade e não reflecte os benefícios futuros relacionadosderivados destes dispêndios futuros.

54 - Em alguns casos, uma entidade espera que o valor presente dos seus pagamentosrelacionados com uma propriedade de investimento (que não sejam pagamentos relacionadoscom passivos reconhecidos) excederá o valor presente dos respectivos recebimentos de caixa.Uma entidade aplica a NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentespara determinar se reconhece um passivo e, nesse caso, como mensurá-lo.

Incapacidade de determinar fiavelmente o justo valor (parágrafos 55 a57)

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55 - Há uma presunção refutável de que uma entidade pode fiavelmente determinar o justo valor deuma propriedade de investimento numa base continuada. Porém, em casos excepcionais, háclara evidência quando uma entidade adquire pela primeira vez uma propriedade deinvestimento (ou quando uma propriedade existente se torne pela primeira vez propriedade deinvestimento na sequência da conclusão da construção ou do desenvolvimento, ou após umaalteração de uso) de que o justo valor da propriedade de investimento não é determinável comfiabilidade numa base continuada. Isto ocorre quando, e apenas quando, são pouco frequentestransacções de mercado comparáveis e quando não estão disponíveis estimativas alternativasfiáveis de justo valor (por exemplo, com base em projecções de fluxos de caixa descontados).Nesses casos, uma entidade deve mensurar essa propriedade de investimento usando omodelo do custo da NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis. O valor residual da propriedade deinvestimento deve ser assumido como sendo zero. A entidade deve aplicar a NCRF 7 até àalienação da propriedade de investimento.

56 - Nos casos excepcionais em que uma entidade seja compelida, pela razão dada no parágrafoprecedente, a mensurar uma propriedade de investimento usando o modelo do custo de acordocom a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis, ela mensura todos as suas outras propriedades deinvestimento pelo justo valor. Nestes casos, embora uma entidade possa usar o modelo docusto para uma propriedade de investimento, a entidade deve continuar a contabilizar cada umadas propriedades restantes usando o modelo do justo valor.

57 - Se uma entidade tiver previamente mensurado uma propriedade de investimento pelo justovalor, ela deve continuar a mensurar a propriedade pelo justo valor até à alienação (ou até quea propriedade se torne propriedade ocupada pelo dono ou a entidade comece a desenvolver apropriedade para subsequente venda no curso ordinário do negócio) mesmo que transacçõesde mercado comparáveis se tornem menos frequentes ou que os preços do mercado se tornemmenos prontamente disponíveis.

Modelo do custo (parágrafo 58)

58 - Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolha o modelo do custo deve mensurartodas as suas propriedades de investimento de acordo com os requisitos da NCRF 7 - ActivosFixos Tangíveis para esse modelo excepto aquelas que satisfaçam os critérios de classificaçãocomo detidas para venda (ou que estejam incluídas num grupo para alienação que estejaclassificado como detido para venda) de acordo com a NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidospara Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas. As propriedades de investimento quesatisfaçam os critérios de classificação como detidas para venda (ou que estejam incluídas numgrupo para alienação que esteja classificado como detido para venda) devem ser mensuradasde acordo com a NCRF 8.

Transferências (parágrafos 59 a 67)

59 - As transferências para, ou de, propriedades de investimento devem ser feitas quando, e apenasquando, houver uma alteração de uso, evidenciada pelo seguinte:

(a) Começo de ocupação pelo dono, para uma transferência de propriedade de investimentopara propriedade ocupada pelo dono;

(b) Começo de desenvolvimento com vista à venda, para uma transferência de propriedade deinvestimento para inventários;

(c) Fim de ocupação pelo dono, para uma transferência de propriedade ocupada pelo donopara propriedade de investimento;

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(d) Começo de uma locação operacional para uma outra entidade, para uma transferência deinventários para propriedade de investimento; ou

(e) Fim de construção ou desenvolvimento, para uma transferência de propriedade emconstrução ou desenvolvimento (coberto pela NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis) parapropriedade de investimento.

60 - O parágrafo 59 (b) exige que uma entidade transfira uma propriedade de propriedade deinvestimento para inventários quando, e apenas quando, houver uma alteração no uso,evidenciada pelo começo de desenvolvimento com vista à venda. Quando uma entidade decidiralienar uma propriedade de investimento sem desenvolvimento, ela continua a tratar apropriedade como uma propriedade de investimento até que seja desreconhecida (eliminada dobalanço) e deixe de a tratar como inventário. De forma semelhante, se uma entidade começar adesenvolver de novo uma propriedade de investimento existente para futuro uso continuadocomo propriedade de investimento, a propriedade permanece uma propriedade de investimentonão sendo reclassificada como propriedade ocupada pelo dono durante o novodesenvolvimento.

61 - Os parágrafos 62 a 67 aplicam-se aos aspectos de reconhecimento e mensuração resultantesquando uma entidade usa o modelo do justo valor para propriedades de investimento. Quandouma entidade usar o modelo do custo, as transferências entre propriedades de investimento,propriedades ocupadas pelo dono e inventários não alteram a quantia escriturada dapropriedade transferida e não alteram o custo dessa propriedade para finalidades demensuração ou divulgação.

62 - Para uma transferência de propriedade de investimento escriturada pelo justo valor parapropriedade ocupada pelo dono ou para inventários, o custo considerado da propriedade parasubsequente contabilização de acordo com a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis ou a NCRF 18 -Inventários deve ser o seu justo valor à data da alteração de uso.

63 - Se uma propriedade ocupada pelo dono se tornar uma propriedade de investimento que sejaescriturada pelo justo valor, uma entidade deve aplicar a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis atéà data da alteração de uso. A entidade deve tratar qualquer diferença nessa data entre aquantia escriturada de propriedade de acordo com a NCRF 7 e o seu justo valor da mesmaforma que uma revalorização de acordo com a NCRF 7.

64 - Até à data em que uma propriedade ocupada pelo dono se torne uma propriedade deinvestimento escriturada pelo justo valor, uma entidade deprecia a propriedade e reconhecequaisquer perdas por imparidade que tenham ocorrido. A entidade trata qualquer diferençanessa data entre a quantia escriturada da propriedade de acordo com a NCRF 7 - Activos FixosTangíveis e o seu justo valor da mesma forma que uma revalorização de acordo com a NCRF7. Por outras palavras:

(a) Qualquer diminuição resultante na quantia escriturada da propriedade é reconhecida nosresultados. Porém, até ao ponto em que uma quantia seja incluída no excedente derevalorização dessa propriedade, a diminuição é debitada contra esse excedente derevalorização;

(b) Qualquer aumento resultante na quantia escriturada é tratado como se segue:

(i) Até ao ponto em que o aumento reverta uma anterior perda por imparidade dessapropriedade, o aumento é reconhecido nos resultados. A quantia reconhecida nosresultados não pode exceder a quantia necessária para repor a quantia escriturada paraa quantia escriturada que teria sido determinada (líquida de depreciação) caso nenhuma

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perda por imparidade tivesse sido reconhecida;

(ii) Qualquer parte remanescente do aumento é creditada directamente no capital própriono excedente de revalorização. Na alienação subsequente da propriedade deinvestimento, o excedente de revalorização incluído no capital próprio pode sertransferido para resultados transitados. A transferência do excedente de revalorizaçãopara resultados transitados não é feita através dos resultados.

65 - Para uma transferência de inventários para propriedades de investimento que sejamescrituradas pelo justo valor, qualquer diferença entre o justo valor da propriedade nessa data ea sua quantia escriturada anterior deve ser reconhecida nos resultados.

66 - O tratamento de transferências de inventários para propriedades de investimento que serãoescrituradas pelo justo valor é consistente com o tratamento de vendas de inventários.

67 - Quando uma entidade concluir a construção ou o desenvolvimento de uma propriedade deinvestimento de construção própria que será escriturada pelo justo valor, qualquer diferençaentre o justo valor da propriedade nessa data e a sua quantia escriturada anterior deve serreconhecida nos resultados.

Alienações (parágrafos 68 a 75)

68 - Uma propriedade de investimento deve ser desreconhecida (eliminada do balanço) naalienação ou quando a propriedade de investimento for permanentemente retirada de uso enenhuns benefícios económicos forem esperados da sua alienação.

69 - A alienação de uma propriedade de investimento pode ser alcançada pela venda ou pelacelebração de uma locação financeira. Ao determinar a data de alienação da propriedade deinvestimento, uma entidade aplica os critérios enunciados na NCRF 20 - Rédito parareconhecimento do rédito da venda de bens. A NCRF 9 - Locações aplica-se a uma alienaçãoefectuada pela celebração de uma locação financeira e a uma venda seguida de locação.

70 - Se, de acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 16, uma entidade reconhecer naquantia escriturada de um activo o custo de uma substituição de parte de uma propriedade deinvestimento, então ela desreconhece a quantia escriturada da parte substituída. Relativamenteà propriedade de investimento contabilizada usando o modelo do custo, uma parte substituídapode não ser uma parte que tenha sido depreciada separadamente. Se não for praticável queuma entidade determine a quantia escriturada da parte substituída, ela pode usar o custo dasubstituição como indicação do custo da parte substituída que era no momento em que foiadquirida ou construída. Segundo o modelo do justo valor, o justo valor da propriedade deinvestimento pode já reflectir o facto de que a parte a ser substituída perdeu o seu valor.Noutros casos, pode ser difícil discernir quanto do justo valor deve ser reduzido para a parte aser substituída. Uma alternativa à redução do justo valor para a parte substituída, quando nãofor prático realizar essa redução, é incluir o custo da substituição na quantia escriturada doactivo e reavaliar o justo valor, como seria exigido para adições não envolvendo substituição.

71 - Os ganhos ou perdas provenientes da retirada ou alienação de propriedades de investimentodevem ser determinados como a diferença entre os proventos líquidos da alienação e a quantiaescriturada do activo e devem ser reconhecidos nos resultados (a menos que a NCRF 9 -Locações exija doutra maneira no caso de uma venda e relocação) no período da retirada ou daalienação.

72 - A retribuição a receber com a alienação de uma propriedade de investimento é inicialmentereconhecida pelo justo valor. Em particular, se o pagamento de uma propriedade deinvestimento for diferido, a retribuição recebida é reconhecida inicialmente pelo equivalente ao

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preço a dinheiro. A diferença entre a quantia nominal da retribuição e o equivalente ao preço adinheiro é reconhecida como rédito de juros de acordo com a NCRF 20 - Rédito usando ométodo do juro efectivo.

73 - Uma entidade aplica a NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes, ououtras Normas, conforme apropriado, a quaisquer passivos que retenha após a alienação deuma propriedade de investimento.

74 - A compensação de terceiros para propriedades de investimento que tenham sofrido imparidade,se tenham perdido ou tenham sido cedidas deve ser reconhecida nos resultados quando acompensação se tornar recebível.

75 - Imparidades ou perdas de propriedades de investimento, reivindicações relacionadas por oupagamentos de compensação de terceiros e qualquer aquisição ou construção posterior deactivos de substituição constituem acontecimentos económicos separados que sãocontabilizados separadamente como se segue:

(a) As imparidades da propriedade de investimento são reconhecidas de acordo com a NCRF12 - Imparidade de Activos;

(b) As retiradas ou alienações da propriedade de investimento são reconhecidas de acordocom os parágrafos 68 a 73 desta Norma;

(c) A compensação de terceiros por propriedades de investimento que tenham sofridoimparidade, se tenham perdido ou tenham sido cedidas é reconhecida nos resultadosquando se tornar recebível; e

(d) O custo dos activos restaurados, comprados ou construídos como substituições édeterminado de acordo com os parágrafos 20 a 29 desta Norma.

Divulgações (parágrafos 76 a 79)

Modelo do justo valor e modelo do custo (parágrafos 76 a 79)

76 - As divulgações indicadas adiante aplicam-se para além das enunciadas na NCRF 9 - Locações.De acordo com a NCRF 9, o proprietário de uma propriedade de investimento proporciona asdivulgações dos locadores acerca das locações que tenham celebrado. Uma entidade quedetenha uma propriedade de investimento numa locação financeira ou operacional proporcionadivulgações dos locatários para locações financeiras e divulgações dos locadores para qualquerlocação operacional que tenham celebrado.

77 - Uma entidade deve divulgar:

(a) Se aplica o modelo do justo valor ou o modelo do custo;

(b) Caso aplique o modelo do justo valor, se, e em que circunstâncias, os interesses depropriedade detidos em locações operacionais são classificados e contabilizados comopropriedades de investimento;

(c) Quando a classificação for difícil (ver parágrafo 14), os critérios que usa para distinguirpropriedades de investimento de propriedades ocupadas pelo dono e de propriedadesdetidas para venda no curso ordinário dos negócios;

(d) Os métodos e pressupostos significativos aplicados na determinação do justo valor depropriedades de investimento, incluindo uma declaração a afirmar se a determinação dojusto valor foi ou não suportada por evidências do mercado ou foi mais ponderada por

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outros factores (que a entidade deve divulgar) por força da natureza da propriedade e dafalta de dados de mercado comparáveis;

(e) A extensão até à qual o justo valor da propriedade de investimento (tal como mensurado oudivulgado nas demonstrações financeiras) se baseia numa valorização de um avaliadorindependente que possua uma qualificação profissional reconhecida e relevante e quetenha experiência recente na localização e na categoria da propriedade de investimento queestá a ser valorizada. Se não tiver havido tal valorização, esse facto deve ser divulgado;

(f) As quantias reconhecidas nos resultados para:

(i) Rendimentos de rendas de propriedades de investimento;

(ii) Gastos operacionais directos (incluindo reparações e manutenção) provenientes depropriedades de investimento que geraram rendimentos de rendas durante o período; e

(iii) Gastos operacionais directos (incluindo reparações e manutenção) provenientes depropriedades de investimento que não geraram rendimentos de rendas durante operíodo.

(iv) A alteração cumulativa no justo valor reconhecido nos resultados com a venda de umapropriedade de investimento de um conjunto de activos em que se usa o modelo docusto para um conjunto em que se usa o modelo do justo valor (ver parágrafo 34).

(g) A existência e quantias de restrições sobre a capacidade de realização de propriedades deinvestimento ou a remessa de rendimentos e proventos de alienação;

(h) Obrigações contratuais para comprar, construir ou desenvolver propriedades deinvestimento ou para reparações, manutenção ou aumentos.

Modelo do justo valor (parágrafo 78)

78 - Além das divulgações exigidas pelo parágrafo 77, uma entidade que aplique o modelo do justovalor dos parágrafos 35 a 57 deve divulgar uma reconciliação entre as quantias escrituradas dapropriedade de investimento no início e no fim do período, que mostre o seguinte:

(a) Adições, divulgando separadamente as adições resultantes de aquisições e as resultantesde dispêndio subsequente reconhecido na quantia escriturada de um activo;

(b) Adições que resultem de aquisições por intermédio de concentrações de actividadesempresariais;

(c) Activos classificados como detidos para venda ou incluídos num grupo para alienaçãoclassificado como detido para venda de acordo com a NCRF 8 - Activos Não CorrentesDetidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas e outras alienações;

(d) Ganhos ou perdas líquidos provenientes de ajustamentos de justo valor;

(e) As diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição das demonstrações financeiraspara outra moeda de apresentação, e da transposição de uma unidade operacionalestrangeira para a moeda de apresentação da entidade que relata;

(f) Transferências para e de inventários e propriedade ocupada pelo dono; e

(g) Outras alterações.

Modelo do custo (parágrafo 79)

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79 - Além das divulgações exigidas pelo parágrafo 77, uma entidade que aplique o modelo do custodo parágrafo 58 deve divulgar:

(a) Os métodos de depreciação usados;

(b) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;

(c) A quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada com as perdas porimparidade acumuladas) no início e no fim do período;

(d) Uma reconciliação da quantia escriturada da propriedade de investimento no início e no fimdo período, mostrando o seguinte:

(i) Adições, divulgando separadamente as adições que resultem de aquisições e as queresultem de dispêndio subsequente reconhecido como activo;

(ii) Adições que resultem de aquisições por intermédio de concentrações de actividadesempresariais;

(iii) Activos classificados como detidos para venda ou incluídos num grupo para alienaçãoclassificado como detido para venda de acordo com a NCRF 8 - Activos Não CorrentesDetidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, e outras alienações;

(iv) Depreciações;

(v) A quantia de perdas por imparidade reconhecida e a quantia de perdas por imparidaderevertida durante o período de acordo com a NCRF 12 - Imparidade de Activos;

(vi) As diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição das demonstraçõesfinanceiras para outra moeda de apresentação, e da transposição de uma unidadeoperacional estrangeira para a moeda de apresentação da entidade que relata;

(vii) Transferências para e de inventários e propriedade ocupada pelo dono; e

(viii) Outras alterações; e

(e) O justo valor das propriedades de investimento. Nos casos excepcionais descritos noparágrafo 55, quando uma entidade não possa determinar o justo valor da propriedade deinvestimento com fiabilidade, ela deve divulgar:

(i) Uma descrição da propriedade de investimento;

(ii) Uma explanação da razão pela qual o justo valor não pode ser determinado comfiabilidade; e

(iii) Se possível, o intervalo de estimativas dentro do qual seja altamente provável que ojusto valor venha a recair.

Data de eficácia (parágrafo 80)

80 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 12Imparidade de activos

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de

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Contabilidade IAS 36 - Imparidade de Activos, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever osprocedimentos que uma entidade deve aplicar para assegurar que os seus activos sejamescriturados por não mais do que a sua quantia recuperável. Um activo é escriturado por maisdo que a sua quantia recuperável se a sua quantia escriturada exceder a quantia a serrecuperada através do uso ou venda do activo. Se este for o caso, o activo é descrito comoestando com imparidade e a Norma exige que a entidade reconheça uma perda por imparidade.A Norma também especifica as circunstâncias em que uma entidade deve reverter uma perdapor imparidade e prescreve divulgações.

Âmbito (parágrafos 2 e 3)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização da imparidade de todos os activos, que nãosejam:

(a) Inventários (ver a NCRF 18 - Inventários);

(b) Activos provenientes de contratos de construção (ver a NCRF 19 - Contratos deConstrução);

(c) Activos por impostos diferidos (ver a NCRF 25 - Impostos sobre o Rendimento);

(d) Activos por benefícios de empregados (ver a NCRF 28 - Benefícios dos Empregados);

(e) Activos financeiros que estejam no âmbito da NCRF 27 - Instrumentos Financeiros;

(f) Propriedades de investimento que sejam mensuradas pelo justo valor (ver a NCRF 11 -Propriedades de Investimento);

(g) Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola que sejam mensurados pelo justovalor menos o custo estimado no ponto de venda (ver a NCRF 17 - Agricultura);

(h) Activos não correntes (ou grupos para alienação) classificados como detidos para venda deacordo com a NCRF 8 - Activos não Correntes Detidos para Venda e UnidadesOperacionais Descontinuadas.

3 - Esta Norma aplica-se a activos que sejam escriturados pela quantia revalorizada (i.e. justovalor) de acordo com outras Normas, tais como o modelo de revalorização da NCRF 7 - ActivosFixos Tangíveis. Identificar se um activo revalorizado pode estar com imparidade depende dosfundamentos usados para determinar o justo valor:

(a) Se o justo valor do activo for o seu valor de mercado, a única diferença entre o justo valordo activo e o seu justo valor menos os custos de vender são os custos directos incrementaispara alienar o activo:

(i) Se os custos com a alienação forem negligenciáveis, a quantia recuperável do activorevalorizado aproxima-se necessariamente da sua quantia revalorizada (i.e. justo valor)

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ou é superior à mesma. Neste caso, após os requisitos de revalorização terem sidoaplicados, é improvável que o activo revalorizado esteja com imparidade e a quantiarecuperável não necessita de ser estimada;

(ii) Se os custos com a alienação não foram negligenciáveis, o justo valor menos os custosde vender do activo revalorizado é necessariamente inferior ao seu justo valor. Por isso,o activo revalorizado estará com imparidade se o seu valor de uso for inferior à suaquantia revalorizada (i.e. justo valor). Neste caso, após os requisitos de valorizaçãoterem sido aplicados, uma entidade aplica esta Norma para determinar se o activo podeestar com imparidade;

(b) Se o justo valor do activo for determinado numa base que não seja o seu valor de mercado,a sua quantia revalorizada (i.e. justo valor) pode ser superior ou inferior à sua quantiarecuperável. Deste modo, após os requisitos de revalorização terem sido aplicados, umaentidade aplica esta Norma para determinar se o activo pode estar com imparidade.

Definições (parágrafo 4)

4 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Activos "corporate": são activos, excepto goodwill, que contribuam para os fluxos de caixafuturos de várias unidades geradoras de caixa.

Custos com a alienação: são custos incrementais directamente atribuíveis à alienação de umactivo ou unidade geradora de caixa, excluindo custos de financiamento e gastos de impostossobre o rendimento.

Data de acordo para uma concentração de actividades empresariais: é a data em que umacordo substantivo entre as partes concentradas seja celebrado e, no caso de entidadescotadas em bolsa, anunciado ao público. No caso de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA)hostil, a primeira data em que tiver sido atingido um acordo substantivo entre as partes que seconcentram é a data em que um número suficiente dos proprietários da adquirida tenham aceitea oferta do adquirente para que este obtenha o controlo daquela.

Depreciação (Amortização): é a imputação sistemática da quantia depreciável de um activodurante a sua vida útil. (No caso de um activo intangível, o termo "amortização" é geralmenteusado em vez de "depreciação". Ambos os termos têm o mesmo sentido.)

Justo valor menos os custos de vender: é a quantia a obter da venda de um activo ou unidadegeradora de caixa numa transacção entre partes conhecedoras e dispostas a isso, semqualquer relacionamento entre elas, menos os custos com a alienação.

Mercado activo: é um mercado no qual se verifiquem todas as condições seguintes:

(a) Os itens negociados no mercado são homogéneos;

(b) Podem ser encontrados em qualquer momento compradores e vendedores dispostos acomprar e vender; e

(c) Os preços estão disponíveis ao público.

Perda por imparidade: é o excedente da quantia escriturada de um activo, ou de uma unidadegeradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.

Quantia depreciável: é o custo de um activo ou outra quantia substituta do custo, menos o seuvalor residual.

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Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após a deduçãode qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade acumuladasinerentes.

Quantia recuperável: é a quantia mais alta de entre o justo valor de um activo ou unidadegeradora de caixa menos os custos de vender e o seu valor de uso.

Unidade geradora de caixa: é o mais pequeno grupo identificável de activos que seja geradorde influxos de caixa e que seja em larga medida independente dos influxos de caixa de outrosactivos ou grupo de activos.

Valor de uso: é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que se espere surjam douso continuado de um activo ou unidade geradora de caixa e da sua alienação no fim da suavida útil.

Vida útil é:

(a) O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível para uso; ou

(b) O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera obter do activo.

Identificação de um activo que possa estar com imparidade (parágrafos5 a 8)

5 - Uma entidade deve avaliar em cada data de relato se há qualquer indicação de que um activopossa estar com imparidade. Se existir qualquer indicação, a entidade deve estimar a quantiarecuperável do activo.

6 - Independentemente de existir ou não qualquer indicação de imparidade, uma entidade devetambém:

(a) Testar anualmente a imparidade de um activo intangível com uma vida útil indefinida ou umactivo intangível ainda não disponível para uso comparando a sua quantia escriturada coma sua quantia recuperável. Este teste de imparidade pode ser efectuado em qualquermomento durante o período anual, desde que seja efectuado no mesmo momento de cadaano. Activos intangíveis diferentes podem ser testados quanto a imparidade em momentosdiferentes. Contudo, se um desses activos intangíveis for inicialmente reconhecido duranteo período anual corrente, esse activo deve ser testado quanto a imparidade antes do finaldo período corrente.

(b) Testar anualmente a imparidade do goodwill adquirido numa concentração de actividadesempresariais de acordo com os parágrafos 40 a 50.

7 - Ao avaliar se existe qualquer indicação de que um activo possa estar com imparidade, umaentidade deve considerar, como mínimo, as seguintes indicações:

Fontes externas de informação:

(a) Durante o período, o valor de mercado de um activo diminuiu significativamente mais do queseria esperado como resultado da passagem do tempo ou do uso normal.

(b) Ocorreram, durante o período, ou irão ocorrer no futuro próximo, alterações significativascom um efeito adverso na entidade, relativas ao ambiente tecnológico, de mercado,económico ou legal em que a entidade opera ou no mercado ao qual o activo está dedicado.

(c) As taxas de juro de mercado ou outras taxas de mercado de retorno de investimentos

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aumentaram durante o período, e esses aumentos provavelmente afectarão a taxa dedesconto usada no cálculo do valor de uso de um activo e diminuirão materialmente aquantia recuperável do activo.

(d) A quantia escriturada dos activos líquidos da entidade é superior à sua capitalização demercado.

Fontes internas de informação:

(e) Está disponível evidência de obsolescência ou dano físico de um activo.

(f) Alterações significativas com um efeito adverso na entidade ocorreram durante o período,ou espera-se que ocorram num futuro próximo, até ao ponto em que, ou na forma em que,um activo seja usado ou se espera que seja usado. Estas alterações incluem um activo quese tornou ocioso, planos para descontinuar ou reestruturar a unidade operacional a que oactivo pertence, planos para alienar um activo antes da data anteriormente esperada, e areavaliação da vida útil de um activo como finita em vez de indefinida.

(g) Existe evidência nos relatórios internos que indica que o desempenho económico de umactivo é, ou será, pior do que o esperado.

8 - Se houver uma indicação de que um activo possa estar com imparidade, isto pode indicar que avida útil remanescente, o método de depreciação (amortização) ou o valor residual do activoprecisa de ser revisto e ajustado de acordo com a Norma aplicável ao activo, mesmo que nãoseja reconhecida qualquer perda por imparidade relativa a esse activo.

Mensuração da quantia recuperável (parágrafos 9 a 27)

9 - Esta Norma define quantia recuperável como a quantia mais alta de entre o justo valor de umactivo ou de uma unidade geradora de caixa menos os custos de vender e o seu valor de uso.

Mensuração da quantia recuperável de um activo intangível com umavida útil indefinida (parágrafo 10)

10 - O parágrafo 6 exige que um activo intangível com uma vida útil indefinida seja anualmentetestado quanto a imparidade mediante comparação da sua quantia escriturada com a suaquantia recuperável, independentemente de existir ou não qualquer indicação de que possaestar com imparidade. Contudo, o cálculo detalhado mais recente da quantia recuperável de umtal activo feito num período precedente pode ser usado no teste de imparidade no períodocorrente, desde que os seguintes critérios sejam satisfeitos:

(a) Se o activo intangível não gerar influxos de caixa resultantes do uso continuado que sejamem larga medida independentes dos de outros activos ou grupos de activos e for portantotestado quanto a imparidade como parte de uma unidade geradora de caixa à qualpertença, os activos e passivos que compõem essa unidade não mudaramsignificativamente desde o cálculo mais recente da quantia recuperável;

(b) O mais recente cálculo da quantia recuperável resultou numa quantia que excedeu aquantia escriturada do activo por uma margem substancial; e

(c) Com base numa análise de acontecimentos que tenham ocorrido e das circunstâncias quetenham mudado desde o cálculo mais recente da quantia recuperável, é remota aprobabilidade de que uma determinação da quantia recuperável corrente seja inferior àquantia escriturada do activo.

Justo valor menos custos de vender (parágrafo 11 a 15)

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11 - A melhor evidência do justo valor menos os custos de vender de um activo é um preço numacordo de venda vinculativo numa transacção entre partes sem qualquer relacionamento entreelas, ajustado para custos incrementais que seriam directamente atribuíveis à alienação doactivo.

12 - Se não houver qualquer acordo de venda vinculativo mas um activo for negociado nummercado activo, o justo valor menos os custos de vender é o preço de mercado do activomenos os custos com a alienação. O preço de mercado apropriado é geralmente o preçocorrente de oferta de compra. Quando os preços de oferta de compra não estiveremdisponíveis, o preço da transacção mais recente pode proporcionar uma base a partir da qualse estime o justo valor menos os custos de vender, desde que não tenha havido uma alteraçãosignificativa nas circunstâncias económicas entre a data da transacção e a data em que aestimativa seja feita.

13 - Se não houver acordo de venda vinculativo ou mercado activo para um activo, o justo valormenos os custos de vender é baseado na melhor informação disponível para reflectir a quantiaque uma entidade poderá obter, à data do balanço, da alienação do activo numa transacçãoentre partes conhecedoras e dispostas a isso sem qualquer relacionamento entre elas, apósdedução dos custos com a alienação. Ao determinar esta quantia, uma entidade considera odesfecho de transacções recentes de activos semelhantes feitas no mesmo sector. O justo valormenos os custos de vender não reflecte uma venda forçada, a não ser que a gerência sejacompelida a vender imediatamente.

14 - Os custos com a alienação, que não tenham sido os reconhecidos como passivos, sãodeduzidos ao determinar o justo valor menos os custos de vender. Exemplos de tais custos sãoos custos legais, imposto de selo e impostos sobre transacções semelhantes, custos deremoção do activo e custos incrementais directos para colocar um activo em condições para asua venda. Porém, os benefícios de cessação de emprego (tal como definidos na NCRF 28Benefícios de Empregados) e custos associados à redução ou reorganização de uma empresaa seguir à alienação de um activo não são custos incrementais directos de alienar o activo.

15 - Por vezes, a alienação de um activo exige que o comprador assuma um passivo e apenasexiste um único justo valor menos os custos de vender tanto para o activo como para o passivo.O parágrafo 39 explica como tratar de tais casos.

Valor de uso (parágrafos 16 a 27)

16 - Os seguintes elementos devem ser reflectidos no cálculo do valor de uso de um activo:

(a) Uma estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do activo;

(b) Expectativas acerca das possíveis variações na quantia ou na tempestividade desses fluxosde caixa futuros;

(c) O valor temporal do dinheiro, representado pela taxa corrente de juro sem risco de mercado;

(d) O preço de suportar a incerteza inerente ao activo; e

(e) Outros factores, tais como a falta de liquidez, que os participantes do mercado reflectissemno apreçamento dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do activo.

Bases para estimativas de fluxos de caixa futuros (parágrafo 17)

17 - Ao mensurar o valor de uso, uma entidade deve:

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(a) Basear as projecções de fluxos de caixa em pressupostos razoáveis e suportáveis querepresentem a melhor estimativa da escala de condições económicas que existirão durantea vida útil remanescente do activo. Deve ser dada maior ponderação a evidências externas;

(b) Basear as projecções de fluxos de caixa nos orçamentos/previsões financeiros maisrecentes aprovados pela gerência, mas deve excluir quaisquer influxos ou exfluxos de caixafuturos estimados que se espera venham a resultar de reestruturações futuras ou deaumentos ou melhorias no desempenho do activo. As projecções baseadas nestesorçamentos/previsões devem abranger um período máximo de cinco anos, a menos que umperíodo mais longo possa ser justificado.

(c) Estimar projecções de fluxos de caixa para além do período abrangido pelosorçamentos/previsões mais recentes extrapolando as projecções baseadas nosorçamentos/previsões pelo uso de uma taxa de crescimento estável ou decrescente para osanos subsequentes, a menos que uma taxa crescente possa ser justificada.

Composição das estimativas de fluxos de caixa futuros (parágrafos 18 a23)

18 - As estimativas de fluxos de caixa futuros devem incluir:

(a) Projecções de influxos de caixa derivados do uso continuado do activo;

(b) Projecções de exfluxos de caixa que sejam necessariamente incorridos para gerar osinfluxos de caixa derivados do uso continuado do activo (incluindo exfluxos de caixa parapreparar o activo para uso) e possam ser directamente atribuídos, ou imputados numa baserazoável e consistente, ao activo; e

(c) Fluxos de caixa líquidos, se os houver, a receber (ou a pagar) pela alienação do activo nofim da sua vida útil.

19 - Os futuros fluxos de caixa devem ser estimados para o activo na condição corrente. Estimativasde futuros fluxos de caixa não devem incluir futuros influxos ou exfluxos de caixa que seesperem como resultado de:

(a) Uma reestruturação futura com a qual uma entidade ainda não esteja comprometida; ou

(b) Aumentos ou melhorias no desempenho do activo.

20 - Quando uma entidade ficar comprometida com uma reestruturação, é provável que algunsactivos sejam afectados por essa reestruturação. Logo que a entidade esteja comprometidacom a reestruturação:

(a) As suas estimativas de influxos e exfluxos de caixa futuros para a finalidade de determinar ovalor de uso reflectirão as poupanças de custos e outros benefícios da reestruturação(baseadas nos mais recentes orçamentos/previsões financeiros que tenham sido aprovadospelo órgão de gestão); e

(b) As suas estimativas de exfluxos de caixa futuros para a reestruturação serão incluídasnuma provisão para reestruturação de acordo com a NCRF 21 - Provisões, PassivosContingentes e Activos Contingentes.

21 - Até que uma entidade incorra em exfluxos de caixa, que aumentem ou melhorem odesempenho do activo, as estimativas de fluxos de caixa futuros não incluem os influxos decaixa futuros estimados que se espera que resultem do aumento de benefícios económicos

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associados ao exfluxo de caixa.

22 - As estimativas de fluxos de caixa futuros não devem incluir:

(a) Influxos ou exfluxos de caixa provenientes de actividades de financiamento; ou

(b) Recebimentos ou pagamentos de impostos sobre o rendimento.

23 - A estimativa de fluxos de caixa líquidos a receber (ou a pagar) pela alienação de um activo nofim da sua vida útil deve ser a quantia que uma entidade espera obter da alienação do activonuma transacção entre partes conhecedoras e dispostas a isso sem qualquer relacionamentoentre elas, após dedução dos custos estimados com a alienação.

Fluxos de caixa futuros de moeda estrangeira (parágrafo 24)

24 - Os fluxos de caixa futuros são estimados na moeda em que serão gerados e depoisdescontados usando uma taxa de desconto apropriada para essa moeda. Uma entidadetranspõe o valor presente usando a taxa de câmbio à vista na data do cálculo do valor de uso.

Taxa de desconto (parágrafos 25 a 27)

25 - A(s) taxa(s) de desconto deve(m) ser a(s) taxa(s) antes de impostos que reflicta(m) asavaliações correntes de mercado sobre:

(a) O valor temporal do dinheiro; e

(b) Os riscos específicos para o activo em relação aos quais as estimativas de fluxos de caixafuturos não tenham sido ajustadas.

26 - Uma taxa que reflicta as avaliações correntes de mercado do valor temporal do dinheiro e dosriscos específicos para o activo é o retorno que os investidores exigiriam se fossem eles aescolher um investimento que gerasse fluxos de caixa de quantias, tempestividade e perfil derisco equivalentes às que a entidade espera obter do activo. Esta taxa é estimada a partir dataxa implícita nas transacções correntes de mercado para activos semelhantes ou a partir docusto médio ponderado do capital de uma entidade cotada em bolsa que tenha um único activo(ou uma carteira de activos) semelhante em termos de potencial de serviço e de riscos para oactivo em causa. Contudo, a(s) taxa(s) de desconto usada(s) para mensurar o valor de uso deum activo não deve(m) reflectir os riscos em relação aos quais as estimativas de fluxos de caixafuturos tenham sido ajustadas. De outro modo, o efeito de alguns pressupostos será tido emconsideração duas vezes.

27 - Quando uma taxa de um activo específico não estiver directamente disponível no mercado, umaentidade usa substitutos para estimar a taxa de desconto.

Reconhecimento e mensuração de uma perda por imparidade(parágrafos 28 a 32)

28 - Se, e apenas se, a quantia recuperável de um activo for menor do que a sua quantiaescriturada, a quantia escriturada do activo deve ser reduzida para a sua quantia recuperável.Esta redução é uma perda por imparidade.

29 - Uma perda por imparidade deve ser imediatamente reconhecida nos resultados, a não ser queo activo seja escriturado pela quantia revalorizada de uma outra Norma (por exemplo, deacordo com o modelo de revalorização da NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis). Qualquer perdapor imparidade de um activo revalorizado deve ser tratada como decréscimo de revalorizaçãode acordo com essa outra Norma.

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30 - Quando a quantia estimada de uma perda por imparidade for maior do que a quantiaescriturada do activo com o qual se relaciona, uma entidade deve reconhecer um passivo, se, eapenas se, tal for exigido por outra Norma.

31 - Após o reconhecimento de uma perda por imparidade, o encargo com a depreciação(amortização) do activo deve ser ajustado nos períodos futuros para imputar a quantiaescriturada revista do activo, menos o seu valor residual (se o houver) numa base sistemática,durante a sua vida útil remanescente.

32 - Se uma perda por imparidade for reconhecida, quaisquer activos ou passivos por impostosdiferidos relacionados serão determinados de acordo com a NCRF 25 - Impostos sobre oRendimento, ao comparar a quantia escriturada revista do activo com a sua base fiscal.

Unidades geradoras de caixa e goodwill (parágrafos 33 a 55)

Identificação da unidade geradora de caixa a que pertence um activo(parágrafos 33 a 37)

33 - Se houver qualquer indicação de que um activo possa estar com imparidade, a quantiarecuperável do activo individual deve ser estimada. Se não for possível estimar a quantiarecuperável do activo individual, uma entidade deve determinar a quantia recuperável daunidade geradora de caixa à qual o activo pertence.

34 - A quantia recuperável de um activo individual não pode ser determinada se:

(a) O valor de uso do activo não puder ser estimado, como estando próximo do seu justo valormenos os custos de vender (por exemplo, quando os fluxos de caixa futuros provenientesdo uso continuado do activo não puderem ser estimados como sendo insignificantes); e

(b) O activo não gerar influxos de caixa que sejam em larga medida independentes dos deoutros activos.

Em tais casos, o valor de uso e, por isso, a quantia recuperável, só podem ser determinadospara a unidade geradora de caixa do activo.

Exemplo:

Uma entidade mineira possui uma linha férrea privada para suportar as suas actividadesmineiras. A linha férrea privada só pode ser vendida pelo valor da sucata e não gera influxos decaixa que sejam em larga medida independentes dos influxos de caixa de outros activos damina.

Não é possível estimar a quantia recuperável da linha férrea privada porque o seu valor de usonão pode ser determinado e é provavelmente diferente do valor de sucata. Por isso, a entidadeestima a quantia recuperável da unidade geradora de caixa à qual a linha férrea privadapertence, isto é, à mina como um todo.

35 - Tal como definido no parágrafo 4, a unidade geradora de caixa de um activo é o grupo maispequeno de activos que inclui o activo e que gera influxos de caixa que sejam em larga medidaindependentes dos influxos de caixa de outros activos ou grupos de activos. A identificação daunidade geradora de caixa de um activo envolve juízo de valor. Se a quantia recuperável nãopuder ser determinada para um activo individual, uma entidade identifica o menor agregado deactivos que geram influxos de caixa em larga medida independentes.

Exemplo:

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Uma empresa de autocarros presta serviços sob contrato com um município que exige serviçomínimo em cada uma das cinco carreiras separadas. Os activos afectos a cada carreira e osfluxos de caixa de cada carreira podem ser identificados separadamente. Uma das carreirasopera com perdas significativas.

Dado que a entidade não tem a opção de encerrar qualquer carreira de autocarros, o nível maisbaixo dos influxos de caixa identificáveis que sejam em larga medida independentes dosinfluxos de caixa provenientes de outros activos, ou grupos de activos, são os quecorrespondem aos influxos de caixa gerados pelas cinco carreiras conjuntamente. A unidadegeradora de caixa, para cada carreira, é a empresa de autocarros no seu todo.

36 - Se existir um mercado activo para o output produzido por um activo ou grupos de activos, esseactivo ou grupo de activos deve ser identificado como uma unidade geradora de caixa, mesmose uma parte ou todo o output for usado internamente. Se os influxos de caixa gerados porqualquer activo ou unidade geradora de caixa forem afectados pelo preço de transferênciainterno, uma entidade deve usar a melhor estimativa relativa ao(s) futuro(s) preço(s) quepossa(m) ser alcançado(s) em transacções em que não exista relacionamento entre as partesao estimar:

(a) Os influxos de caixa futuros usados para determinar o valor de uso do activo ou da unidadegeradora de caixa; e

(b) Os exfluxos de caixa futuros usados para determinar o valor de uso de quaisquer outrosactivos ou unidades geradoras de caixa que sejam afectados pelo preço de transferênciainterno.

37 - As unidades geradoras de caixa devem ser identificadas consistentemente de período paraperíodo relativamente ao mesmo activo ou tipo de activos, a menos que se justifique umaalteração.

Quantia recuperável e quantia escriturada de uma unidade geradora decaixa (parágrafos 38 a 51)

38 - A quantia escriturada de uma unidade geradora de caixa deve ser determinada numa baseconsistente com a forma como a quantia recuperável da unidade geradora de caixa édeterminada.

39 - Pode ser necessário considerar alguns passivos reconhecidos para determinar a quantiarecuperável de uma unidade geradora de caixa. Isto pode ocorrer se a alienação de umaunidade geradora de caixa exigir que o comprador assuma o passivo. Neste caso, o justo valormenos os custos de vender (ou o fluxo de caixa estimado com base na última alienação) daunidade geradora de caixa é o preço de venda estimado para os activos da unidade geradorade caixa juntamente com o passivo menos os custos com a alienação. Para executar umacomparação com sentido entre a quantia escriturada da unidade geradora de caixa e a suaquantia recuperável, a quantia escriturada do passivo é deduzida ao determinar tanto o valor deuso da unidade geradora de caixa como a sua quantia escriturada.

Exemplo:

Uma empresa explora uma mina num país onde a legislação exige que o proprietário restaure olocal quando concluir a sua exploração da mina. O custo da restauração inclui a reposição dacamada de terra que teve de ser removida antes do começo da exploração mineira. Umaprovisão para os custos de reposição da camada de terra foi reconhecida logo que a camada foiremovida. A quantia proporcionada foi reconhecida como parte do custo da mina e tem sido

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depreciada durante a vida útil da mina. A quantia escriturada da provisão para os custos derestauração corresponde a 500 UM.

A entidade está a testar a imparidade da mina. A unidade geradora de caixa da mina é a minana sua totalidade. A entidade recebeu várias ofertas de compra da mina a um preço aproximadode 800 UM. Este preço reflecte o facto de que o comprador assumirá a obrigação de restaurar acamada de terra. Os custos de alienação da mina são insignificantes. O valor de uso da mina éaproximadamente 1.200 UM, excluindo os custos de restauração. A quantia escriturada da minaé 1.000 UM.

O justo valor da unidade geradora de caixa é 800 UM. Esta quantia considera os custos derestauração que já foram providenciados. Como consequência, o valor de uso da unidadegeradora de caixa é determinado após consideração dos custos de restauração e é estimadoem 700 UM (1.200 UM menos 500 UM). A quantia escriturada da unidade geradora é 500 UM,que é a quantia escriturada da mina (1.000 UM) menos a quantia escriturada da provisão paracustos de restauração (500 UM). Portanto, a quantia recuperável da unidade geradora de caixaexcede a sua quantia escriturada.

Goodwill (parágrafos 40 a 50)

Imputação de goodwill a unidades geradoras de caixa (parágrafos 40 a43)

40 - Para a finalidade de testar a imparidade, o goodwill adquirido numa concentração deactividades empresariais deve, a partir da data de aquisição, ser imputado a cada uma dasunidades geradoras de caixa, ou grupo de unidades geradoras de caixa, do adquirente, que seespera que beneficiem das sinergias da concentração de actividades empresariais,independentemente de outros activos ou passivos da adquirida serem atribuídos a essasunidades ou grupos de unidades. Cada unidade ou grupo de unidades ao qual o goodwill sejaassim imputado deve:

(a) Representar o nível mais baixo no seio da entidade ao qual o goodwill é monitorizado parafinalidades de gestão interna; e

(b) Não ser maior do que um segmento operacional, determinado de acordo com a IFRS 8 -Segmentos Operacionais.

41 - Se a imputação inicial do goodwill adquirido numa concentração de actividades empresariaisnão puder ser concluída antes do fim do período anual em que tiver sido efectuada aconcentração de actividades empresariais, essa imputação inicial deve ser concluída antes dofim do primeiro período anual com início após a data da aquisição.

42 - Se o goodwill tiver sido imputado a uma unidade geradora de caixa e a entidade alienar umaunidade operacional dessa unidade geradora de caixa, o goodwill associado à unidadeoperacional alienada deve ser:

(a) Incluído na quantia escriturada da unidade operacional aquando da determinação deganhos ou perdas no momento da alienação; e

(b) Mensurado na base dos valores relativos de uma unidade operacional alienada e da porçãoda unidade geradora de caixa retida, a não ser que a entidade possa demonstrar que algumoutro método reflicta melhor o goodwill associado à unidade operacional alienada.

Exemplo:

Uma entidade vende por 100 UM uma unidade operacional que fazia parte de uma unidade

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geradora de caixa a que foi imputado goodwill. O goodwill imputado à unidade não pode seridentificado ou associado a um grupo de activos a um nível inferior ao dessa unidade, exceptoarbitrariamente. A quantia recuperável da porção da unidade geradora de caixa retida é de 300UM.

Porque o goodwill imputado à unidade geradora de caixa não pode ser identificado ouassociado a um grupo de activos de forma não arbitrária a um nível inferior ao dessa unidade, ogoodwill associado à unidade operacional alienada é mensurado na base dos valores relativosda unidade geradora de caixa alienada e da porção da unidade geradora de caixa retida. Assim,25% do goodwill imputado à unidade geradora de caixa é incluído na quantia escriturada daunidade operacional que é vendida.

43 - Se uma entidade reorganizar a sua estrutura de relato de forma que altera a composição deuma ou mais unidades geradoras de caixa às quais tenha sido imputado goodwill, o goodwilldeve ser reimputado às unidades afectadas. Esta nova imputação deve ser efectuada usandouma abordagem pelo valor relativo semelhante à utilizada quando uma entidade aliena umaunidade operacional no seio de uma unidade geradora de caixa, a não ser que a entidadepossa demonstrar que outro método reflecte melhor o goodwill associado às unidadesreorganizadas.

Exemplo:

O goodwill tinha sido anteriormente imputado à unidade geradora de caixa A. O goodwillimputado a A não pode ser identificado ou associado a um grupo de activos inferior ao de A,excepto arbitrariamente. A vai ser dividida e integrada em três outras unidades geradoras decaixa B, C e D.

Dado que o goodwill imputado a A não pode ser identificado ou associado a um grupo deactivos de uma forma não arbitrária a um nível inferior ao de A, ele é reimputado às unidades B,C e D na base dos valores relativos das três porções de A antes de essas porções de A seremintegradas em B, C e D.

Testar a imparidade de unidades geradoras de caixa com goodwill(parágrafos 44 e 45)

44 - Quando o goodwill se relaciona com uma unidade geradora de caixa mas não tenha sidoimputado a essa unidade, a unidade deve ser testada quanto a imparidade, sempre que existauma indicação de que essa unidade possa estar com imparidade, comparando a quantiaescriturada da unidade, excluindo qualquer goodwill, com a sua quantia recuperável. Qualquerperda por imparidade deve ser reconhecida de acordo com o parágrafo 52.

45 - Uma unidade geradora de caixa à qual tenha sido imputado goodwill deve ser testada quanto aimparidade anualmente, e sempre que exista uma indicação de que essa unidade possa estarcom imparidade, comparando a quantia escriturada da unidade, incluindo o goodwill, com aquantia recuperável da unidade. Se a quantia recuperável da unidade exceder a quantiaescriturada da unidade, a unidade e o goodwill imputado a essa unidade devem serconsiderados como não estando com imparidade. Se a quantia escriturada da unidade excedera quantidade recuperável da unidade, a entidade deve reconhecer a perda por imparidade deacordo com o parágrafo 52.

Interesses minoritários (parágrafos 46 e 47)

46 - De acordo com a NCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresariais, o goodwillreconhecido numa concentração de actividades empresariais representa o goodwill adquiridopor uma empresa mãe com base no interesse de propriedade da empresa mãe, em vez da

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quantia do goodwill controlada pela empresa mãe como resultado da concentração deactividades empresariais. Assim, o goodwill atribuível a um interesse minoritário não éreconhecido nas demonstrações financeiras consolidadas da empresa-mãe. Em conformidade,se existir um interesse minoritário numa unidade geradora de caixa à qual tenha sido imputadogoodwill, a quantia dessa unidade compreende:

(a) Tanto o interesse da empresa mãe como o interesse minoritário nos activos líquidos daunidade; e

(b) O interesse da empresa mãe no goodwill.

Contudo, parte da quantia recuperável da unidade geradora de caixa determinada de acordocom esta Norma é atribuível ao interesse minoritário no goodwill.

47 - Dado que o goodwill é reconhecido apenas na medida do interesse de propriedade da empresamãe, qualquer perda por imparidade relacionada com o goodwill é repartida entre a parteatribuível à empresa mãe e a parte atribuível ao interesse minoritário, apenas com a primeira aser reconhecida como perda de goodwill por imparidade.

Tempestividade dos testes de imparidade (parágrafos 48 a 50)

48 - O teste de imparidade anual para uma unidade geradora de caixa a que tenha sido imputadogoodwill pode ser efectuado a qualquer momento durante um período anual, desde que o testeseja efectuado no mesmo momento todos os anos. Unidades geradoras de caixa diferentespodem ser testadas quanto a imparidade em momentos diferentes. Contudo, se uma parte outodo o goodwill imputado a uma unidade geradora de caixa tiver sido adquirido numaconcentração de actividades empresariais durante o período corrente anual, essa unidade deveser testada quanto a imparidade antes do final do período corrente anual.

49 - Se os activos que constituem a unidade geradora de caixa a que tenha sido imputado goodwillforem testados quanto a imparidade ao mesmo tempo que a unidade que contem o goodwill,eles devem ser testados quanto a imparidade antes da unidade que contém o goodwill. Domesmo modo, se as unidades geradoras de caixa que constituem um grupo de unidadesgeradoras de caixa a que tenha sido imputado goodwill forem testadas quanto a imparidade aomesmo tempo que o grupo de unidades que contém o goodwill, as unidades individuais devemser testadas quanto a imparidade antes do grupo de unidades que contém o goodwill.

50 - O cálculo detalhado mais recente, feito num período precedente, da quantia recuperável deuma unidade geradora de caixa à qual tenha sido imputado goodwill pode ser usado no teste deimparidade dessa unidade no corrente período, desde que os seguintes critérios sejamsatisfeitos:

(a) Os activos e passivos que compõem a unidade não foram significativamente alteradosdesde o mais recente cálculo da quantia recuperável;

(b) O mais recente cálculo da quantia recuperável resultou numa quantia que excedeu aquantia escriturada da unidade numa margem substancial; e

(c) Com base numa análise dos acontecimentos que tenham ocorrido e das circunstâncias quetenham mudado desde o cálculo mais recente da quantia recuperável, seja remota aprobabilidade de que uma determinação corrente da quantia recuperável seria inferior àquantia escriturada da unidade.

Activos "corporate" (parágrafo 51)

51 - Ao testar a imparidade de uma unidade geradora de caixa, uma entidade deve identificar todos

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os activos «corporate» que se relacionem com a unidade geradora de caixa em análise. Se umaparte da quantia escriturada de um «activo corporate»:

(a) Puder ser imputada numa base razoável e consistente a essa unidade, a entidade devecomparar a quantia escriturada da unidade, incluindo a parte da quantia escriturada do«activo corporate» imputada à unidade, com a sua quantidade recuperável. Qualquer perdapor imparidade deve ser reconhecida de acordo com o parágrafo 52;

(b) Não puder ser imputada numa base razoável e consistente a essa unidade, a entidadedeve:

(i) Comparar a quantia escriturada da unidade, excluindo o activo «corporate», com a suaquantia recuperável e reconhecer qualquer perda por imparidade de acordo com oparágrafo 52;

(ii) Identificar o mais pequeno grupo de unidades geradoras de caixa que inclua a unidadegeradora de caixa em questão e a que uma parte da quantia escriturada do activo«corporate» possa ser imputada numa base razoável e consistente; e

(iii) Comparar a quantia escriturada desse grupo de unidades geradoras de caixa, incluindoa parte da quantia escriturada do activo «corporate» imputada a esse grupo deunidades, com a quantia recuperável do grupo de unidades. Qualquer perda porimparidade deve ser reconhecida de acordo com o parágrafo 52.

Perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa (parágrafos 52a 55)

52 - Uma perda por imparidade deve ser reconhecida para uma unidade geradora de caixa (o grupomais pequeno de unidades geradoras de caixa ao qual tenha sido imputado goodwill ou umactivo «corporate») se, e apenas se, a quantia recuperável da unidade (grupo de unidades) forinferior à quantia escriturada da unidade (grupos de unidades). A perda por imparidade deve serimputada para reduzir a quantia escriturada dos activos da unidade (grupo de unidades) pelaordem que se segue:

(a) Primeiro, para reduzir a quantia escriturada de qualquer goodwill imputado à unidadegeradora de caixa (grupo de unidades); e

(b) Depois, aos outros activos da unidade (grupos de unidades), numa base pro ratarelativamente à quantia escriturada de cada activo da unidade (grupo de unidades).

Estas reduções nas quantias escrituradas devem ser tratadas como perdas por imparidade nosactivos individuais e reconhecidas de acordo com o parágrafo 29.

53 - Ao imputar uma perda por imparidade de acordo com o parágrafo 52, uma entidade não devereduzir a quantia escriturada de um activo abaixo do mais alto de entre:

(a) O seu justo valor menos os custos de vender (caso seja determinável);

(b) O seu valor de uso (caso seja determinável); e

(c) Zero.

A quantia da perda por imparidade que de outra forma teria sido imputada ao activo deve serimputada numa base pro rata aos outros activos da unidade (grupo de unidades).

54 - Se a quantia recuperável de um activo individual não puder ser determinada (ver parágrafo 34):

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(a) É reconhecida uma perda por imparidade do activo se a sua quantia escriturada for maiorque o mais alto do seu justo valor menos os custos de vender e os resultados da imputaçãodescritos nos parágrafos 52 e 53; e

(b) Não é reconhecida qualquer perda por imparidade do activo se a unidade geradora de caixarelacionada não estiver com imparidade. Isto aplica-se mesmo se o justo valor menos oscustos de vender do activo for inferior à sua quantia escriturada.

Exemplo:

Uma máquina sofreu danos físicos mas ainda está a trabalhar, se bem que não tão bem comoantes de ficar danificada. O justo valor da máquina menos os custos de vender é inferior à suaquantia escriturada. A máquina não gera influxos de caixa independentes. O mais pequenogrupo de activos identificável que inclua a máquina e que crie influxos de caixa que sejam emlarga medida independentes dos influxos de caixa de outros activos é a linha de produção àqual pertence a máquina. A quantia recuperável da linha de produção mostra que a linha deprodução tomada no seu todo não está com imparidade.

Pressuposto 1: orçamentos/previsões aprovados pelo órgão de gestão não reflectem qualquercompromisso da mesma para substituir a máquina.

A quantia recuperável desta máquina sozinha não pode ser estimada porque o valor de uso damáquina:

(a) pode diferir do seu justo valor menos os custos de vender; e

(b) Somente pode ser determinada para a unidade geradora de caixa a que a máquinapertence (linha de produção).

A linha de produção não está com imparidade. Portanto, não é reconhecida qualquer perda porimparidade em relação à máquina. Contudo, a entidade pode necessitar de reavaliar o períodode depreciação ou o método de depreciação da máquina. Talvez um período de depreciaçãomais curto ou um método de depreciação mais rápido seja exigido para reflectir a vida útilremanescente esperada da máquina ou o modelo em que se espera que os benefícioseconómicos sejam consumidos pela unidade.

Pressuposto 2: orçamentos/previsões aprovados pelo órgão de gestão reflectem umcompromisso da mesma para substituir a máquina e vendê-la no futuro próximo. Estima-se queos fluxos de caixa provenientes do uso continuado da máquina até à sua alienação sejaminsignificantes.

O valor de uso da máquina pode ser estimado como estando próximo do seu justo valor menosos custos de vender. Por isso, a quantia recuperável da máquina pode ser determinada e não éatribuída qualquer consideração à unidade geradora de caixa a que pertence a máquina (i.e., alinha de produção). Dado que o justo valor menos os custos de vender a máquina é inferior àsua quantia escriturada, é reconhecida uma perda por imparidade na máquina.

55 - Após os requisitos dos parágrafos 52 e 53 terem sido aplicados, deve ser reconhecido umpassivo para qualquer quantia remanescente de uma perda por imparidade de uma unidadegeradora de caixa se, e apenas se, isso for exigido por outra Norma.

Reverter uma perda por imparidade (parágrafos 56 a 64)

56 - Uma entidade deve avaliar à data de cada relato se há qualquer indicação de que uma perdapor imparidade reconhecida em períodos anteriores relativamente a um activo, que não o

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goodwill, possa já não existir ou possa ter diminuído. Se tal indicação existir, uma entidade deveestimar a quantia recuperável desse activo.

57 - Ao avaliar se existe qualquer indicação de que uma perda por imparidade reconhecida emperíodos anteriores relativamente a um activo, que não o goodwill, possa já não existir ou possaser diminuído, uma entidade deve considerar, no mínimo, as seguintes indicações:

Fontes externas de informação

(a) O valor de mercado do activo tenha aumentado significativamente durante o período;

(b) Tenham ocorrido durante o período, ou irão ocorrer no futuro próximo, alteraçõessignificativas com um efeito favorável na entidade, referentes ao ambiente tecnológico, demercado, económico ou legal em que a entidade opera ou no mercado a que se destina oactivo;

(c) As taxas de juro do mercado ou outras taxas de mercado de retorno de investimentostenham diminuído durante o período, e essas diminuições poderão afectar a taxa dedesconto usada ao calcular o valor de uso do activo e aumentar materialmente a suaquantia recuperável.

Fontes internas de informação

(d)Alterações significativas com um efeito favorável na entidade ocorreram durante o período,ou espera-se que ocorram num futuro próximo, até ao ponto em que, ou na forma em que, oactivo seja usado ou se espera que seja usado. Estas alterações incluem os custosincorridos durante o período para melhorar ou aumentar o desempenho do activo oureestruturar a unidade operacional à qual o activo pertence;

(e)Exista evidência proveniente de relatórios internos que indique que o desempenhoeconómico do activo é, ou será, melhor do que o esperado.

58 - Uma perda por imparidade de um activo, que não o goodwill, reconhecida em períodosanteriores deve ser revertida se, e apenas se, houver uma alteração nas estimativas usadaspara determinar a quantia recuperável do activo desde que a última perda por imparidade foireconhecida. Se for este o caso, a quantia escriturada do activo deve, excepto como descrito noparágrafo 59, ser aumentada até à sua quantia recuperável. Este aumento é uma reversão deuma perda por imparidade.

Reverter uma perda por imparidade de um activo individual (parágrafos59 a 61)

59 - Um aumento da quantia escriturada de um activo, que não o goodwill, atribuível a uma reversãode uma perda por imparidade não deve exceder a quantia escriturada que teria sidodeterminada (líquida de amortização ou depreciação) se nenhuma perda por imparidade tivessesido reconhecida no activo em anos anteriores.

60 - Uma reversão de uma perda por imparidade de um activo, que não o goodwill, deve serreconhecida imediatamente nos resultados, a não ser que o activo esteja escriturado pelaquantia revalorizada segundo uma outra Norma (por exemplo, o modelo de revalorização daNCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis). Qualquer reversão de uma perda por imparidade de umactivo revalorizado deve ser tratada como um acréscimo de revalorização de acordo com essaoutra Norma.

61 - Após ser reconhecida uma reversão de uma perda por imparidade, o débito da depreciação(amortização) do activo deve ser ajustado em períodos futuros para imputar a quantia

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escriturada revista do activo, menos o seu valor residual (se o houver), numa base sistemáticadurante a sua vida útil remanescente.

Reverter uma perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa(parágrafos 62 e 63)

62 - Uma reversão de uma perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa deve serimputada aos activos da unidade, excepto para o goodwill, numa base pro rata em relação àsquantias escrituradas desses activos. Estes aumentos nas quantias escrituradas devem sertratados como reversão de perdas por imparidade de activos individuais e reconhecidos deacordo com o parágrafo 60.

63 - Ao imputar uma reversão de uma perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa deacordo com o parágrafo 62, a quantia escriturada de um activo não deve ser aumentada acimado mais baixo de entre:

(a) A sua quantia recuperável (se determinável); e

(b) A quantia escriturada que teria sido determinada (líquida de amortização ou depreciação) senenhuma perda por imparidade tivesse reconhecida no activo em períodos anteriores.

A quantia da reversão da perda por imparidade que de outra forma teria sido imputada ao activodeve ser imputada numa base pro rata em relação aos outros activos da unidade (grupo deunidades), excepto para o goodwill.

Reverter uma perda por imparidade de goodwill (parágrafo 64)

64 - Uma perda por imparidade reconhecida para o goodwill não deve ser revertida num períodoposterior.

Divulgações (parágrafos 65 a 69)

65 - Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de activos:

(a) A quantia de perdas por imparidade reconhecidas nos resultados durante o período e aslinhas de itens da demonstração dos resultados em que essas perdas por imparidade sãoincluídas;

(b) A quantia de reversões de perdas por imparidade reconhecida nos resultados durante operíodo e as linhas de itens da demonstração dos resultados em que essas perdas porimparidade são revertidas;

(c) A quantia de perdas por imparidade em activos revalorizados reconhecidas directamente nocapital próprio durante o período;

(d) A quantia de reversões de perdas por imparidade em activos revalorizados reconhecidasdirectamente no capital próprio durante o período.

66 - Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada perda material por imparidade reconhecidaou revertida durante o período para um activo individual, incluindo goodwill, ou para umaunidade geradora de caixa:

(a) Os acontecimentos e circunstâncias que conduziram ao reconhecimento ou reversão deperda por imparidade;

(b) A quantia de perda por imparidade reconhecida ou revertida;

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(c) A natureza do activo;

(d) Se a agregação de activos relativa à identificação da unidade geradora de caixa se alteroudesde a estimativa anterior da quantia recuperável (se a houver) da unidade geradora decaixa, uma descrição da maneira corrente e anterior de agregar activos e as razões dealterar a maneira como é identificada a unidade geradora de caixa;

(e) Se a quantia recuperável do activo (unidade geradora de caixa) é o seu justo valor menosos custos de vender ou o seu valor de uso;

(f) Se a quantia recuperável for o justo valor menos os custos de vender, a base usada paradeterminar o justo valor menos os custos de vender (tal como, se o justo valor foideterminado por referência a um mercado activo);

(g) Se a quantia recuperável for o valor de uso, a(s) taxa(s) de desconto usada(s) na estimativacorrente e anterior (se houver) do valor de uso.

67 - Uma entidade deve divulgar a seguinte informação para as perdas por imparidade agregadas eas reversões agregadas de perdas por imparidade reconhecidas durante o período para o qualnenhuma informação é divulgada de acordo com o parágrafo 66:

(a) As principais classes de activos afectadas por perdas por imparidade e as principais classesde activos afectadas por reversões de perdas por imparidade;

(b) Os principais acontecimentos e circunstâncias que levaram ao reconhecimento destasperdas por imparidade e reversões de perdas por imparidade.

68 - Se, de acordo com o parágrafo 41, qualquer porção do goodwill adquirido numa concentraçãode actividades empresariais durante o período não tiver sido imputada a uma unidade geradorade caixa (grupo de unidades) à data de relato, a quantia do goodwill não imputado deve serdivulgada em conjunto com as razões pelas quais a quantia se mantém não imputada.

69 - Uma entidade deve divulgar pormenorizadamente o processo subjacente às estimativas usadaspara mensurar as quantias recuperáveis de unidades geradoras de caixa contendo goodwill ouactivos intangíveis com vidas úteis indefinidas.

Data de eficácia (parágrafo 70)

70 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 13Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em

Associadas

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base as Normas Internacionais deContabilidade IAS 31 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e IAS 28 - Investimentos emAssociadas, adoptadas pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 deNovembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

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Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentopara os interesses em empreendimentos conjuntos, independentemente da forma jurídica quepossam revestir (como, por exemplo: agrupamentos complementares de empresas, consórcios,agrupamentos europeus de interesse económico e associações em participação) e para osinvestimentos em associadas. Esta Norma proporciona orientação prática para oreconhecimento, mensuração e divulgação dos interesses em empreendimentos conjuntos edos investimentos em associadas. Também proporciona orientação no que concerne às formasque podem assumir os empreendimentos conjuntos e à determinação da existência deinfluência significativa.

Âmbito (parágrafos 2 e 3)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de:

(a) Interesses em empreendimentos conjuntos e no relato dos activos, passivos, rendimentos egastos de empreendimentos conjuntos nas demonstrações financeiras de empreendedorese investidores, independentemente das estruturas ou formas segundo as quais asactividades do empreendimento conjunto se realizam e

(b) Investimentos em associadas.

3 - Contudo, esta Norma não se aplica a:

(a) Interesses de empreendedores em entidades conjuntamente controladas, nem ainvestimentos em associadas, detidos por organizações de capital de risco, as quais seregem, nesta matéria, pelas disposições decorrentes da alínea b) do n.º 2 do artigo 4.º doDecreto-Lei n.º 319/2002, de 28 de Dezembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º151/2004, de 29 de Junho;

(b) Interesses de empreendedores em entidades conjuntamente controladas nem ainvestimentos em associadas que estejam classificados como detidos para venda, os quaisdevem ser contabilizados de acordo com a NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos paraVenda e Unidades Operacionais Descontinuadas.

Definições (parágrafo 4)

4 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Associada: é uma entidade (aqui se incluindo as entidades que não sejam constituídas emforma de sociedade, como, p. ex., as parcerias) sobre a qual o investidor tenha influênciasignificativa e que não seja nem uma subsidiária nem um interesse num empreendimentoconjunto.

Consolidação proporcional: é um método de contabilização em que a parte de umempreendedor em cada um dos activos, passivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas deuma entidade conjuntamente controlada é combinada linha a linha com itens semelhantes dasdemonstrações financeiras do empreendedor ou relatada como linhas de itens separadas nasdemonstrações financeiras do empreendedor.

Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma entidade ou de umaactividade económica a fim de obter benefícios da mesma.

Controlo conjunto: é a partilha de controlo, acordada contratualmente, de uma actividade

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económica, e existe apenas quando as decisões estratégicas financeiras e operacionaisrelacionadas com a actividade exigem o consentimento unânime das partes que partilham ocontrolo (os empreendedores).

Demonstrações financeiras consolidadas: são as demonstrações financeiras de um grupoapresentadas como as de uma única entidade económica.

Empreendedor: é um parceiro de um empreendimento conjunto que tem controlo conjunto sobreesse empreendimento.

Empreendimento conjunto: é uma actividade económica empreendida por dois ou maisparceiros, sujeita a controlo conjunto destes mediante um acordo contratual.

Influência significativa: é o poder de participar nas decisões das políticas financeira eoperacional da investida ou de uma actividade económica mas que não é controlo nem controloconjunto sobre essas políticas. A influência significativa pode ser obtida por posse de acções,estatuto ou acordo.

Investidor num empreendimento conjunto: é um participante de um empreendimento conjunto,que não tem controlo conjunto sobre esse empreendimento conjunto.

Método da equivalência patrimonial: é um método de contabilização pelo qual o investimento ouinteresse é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado em função dasalterações verificadas, após a aquisição, na quota-parte do investidor ou do empreendedor nosactivos líquidos da investida ou da entidade conjuntamente controlada. Os resultados doinvestidor ou empreendedor incluem a parte que lhe corresponda nos resultados da investida ouda entidade conjuntamente controlada.

Subsidiária: é uma entidade (aqui se incluindo entidades não constituídas em forma desociedade, como, p. ex., as parcerias) que é controlada por uma outra entidade (designada porempresa-mãe).

Caracterização de empreendimentos conjuntos e associadas (parágrafos5 a 22)

Acordo contratual (parágrafos 5 a 9)

5 - A existência de um acordo contratual é um elemento essencial para distinguir os interesses emempreendimentos conjuntos dos investimentos em associadas. As actividades que não tenhamacordo contratual para estabelecer o controlo conjunto não são empreendimentos conjuntospara as finalidades desta Norma.

6 - Os empreendimentos conjuntos assumem formas e estruturas muito diferentes. Esta Normaidentifica três grandes tipos - operações conjuntamente controladas, activos conjuntamentecontrolados e entidades conjuntamente controladas - que são geralmente descritos como, esatisfazem a definição de, empreendimentos conjuntos. As características seguintes sãocomuns a todos os empreendimentos conjuntos:

(a) Dois ou mais empreendedores estão ligados por um acordo contratual; e

(b) O acordo contratual estabelece o controlo conjunto.

7 - O acordo contratual pode ser evidenciado de várias maneiras; por exemplo, por um contratoentre os empreendedores ou por actas de reuniões entre os empreendedores. Nalguns casos, oacordo é incorporado nos artigos ou outro clausulado do empreendimento conjunto. Qualquerque seja a sua forma, o acordo contratual é geralmente escrito e trata de assuntos tais como:

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(a) A actividade, duração e obrigações de relato do empreendimento conjunto;

(b) A nomeação do órgão de direcção ou órgão de gestão equivalente do empreendimentoconjunto e os direitos de voto dos empreendedores;

(c) Contribuições de capital pelos empreendedores;

(d) A partilha dos empreendedores na produção, nos rendimentos, nos gastos ou nosresultados do empreendimento conjunto.

8 - O acordo contratual estabelece o controlo conjunto sobre o empreendimento conjunto. Talrequisito assegura que nenhum empreendedor esteja por si só em posição de controlarunilateralmente a actividade.

9 - O acordo contratual pode identificar um empreendedor como o operador ou o gestor doempreendimento conjunto. O operador não controla o empreendimento conjunto, mas age deacordo com as políticas operacionais e financeiras que tenham sido acordadas pelosempreendedores conforme o acordo contratual e delegadas no operador. Se o operador tiver opoder de gerir as políticas operacionais e financeiras da actividade económica, ele controla oempreendimento e o empreendimento é uma subsidiária do operador e não umempreendimento conjunto.

Operações conjuntamente controladas (parágrafos 10 e 11)

10 - Quando se está perante operações conjuntamente controladas, não há lugar à constituição deuma entidade separada. Em vez disso, os empreendedores participantes coordenam as suasactividades e trabalham no projecto comum, aí envolvendo os seus próprios recursos eincorrendo nos seus próprios gastos e passivos. O acordo de empreendimento conjuntoproporciona geralmente meios pelos quais os réditos da venda da produção conjunta equaisquer gastos incorridos em comum são partilhados entre os empreendedores.

11 - Um exemplo de uma operação conjuntamente controlada dá-se quando dois ou maisempreendedores combinam as suas operações, recursos e perícia para fabricar, comercializare distribuir conjuntamente um produto particular, tal como uma aeronave. As diferentes partesdo processo de fabrico são levadas a efeito por cada um dos empreendedores. Cadaempreendedor suporta os seus próprios custos e obtém uma parte do rédito da venda do avião,sendo tal partilha determinada segundo o acordo contratual.

Activos conjuntamente controlados (parágrafos 12 a 14)

12 - Alguns empreendimentos conjuntos envolvem o controlo conjunto, e muitas vezes apropriedade conjunta, por parte dos empreendedores, de um ou mais activos que tenham sidocontribuídos ou adquiridos para a finalidade do empreendimento conjunto. Os activos sãousados para a obtenção de benefícios para os empreendedores. Cada empreendedor podeficar com uma parte da produção obtida a partir dos activos e cada um suporta uma parteacordada dos gastos incorridos.

13 - Estes empreendimentos conjuntos não envolvem a fundação de uma sociedade organizada,parceria ou outra entidade, ou uma estrutura financeira que esteja separada dos própriosempreendedores. Cada empreendedor tem controlo sobre a sua parte nos futuros benefícioseconómicos através da sua parte nos activos conjuntamente controlados.

14 - Muitas actividades nas indústrias do petróleo, gás e extracção de minérios envolvem activosconjuntamente controlados. Por exemplo, duas ou mais empresas de produção de petróleopodem conjuntamente controlar e explorar um pipeline. Cada um dos empreendedores utiliza o

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pipeline para o transporte do seu próprio produto em retorno do qual suporta uma proporçãoacordada dos gastos de exploração. Um outro exemplo de um activo conjuntamente controladoé quando duas entidades controlam conjuntamente um imóvel de rendimento, cada umatomando uma parte das rendas recebidas e suportando uma parte dos gastos.

Entidades conjuntamente controladas (parágrafos 15 a 18)

15 - Uma entidade conjuntamente controlada é um empreendimento conjunto que envolve oestabelecimento de uma sociedade, de uma parceria ou de outra entidade em que cadaempreendedor tenha um interesse. A entidade opera da mesma forma que outras entidades,excepto que um acordo contratual entre os empreendedores estabelece o controlo conjuntosobre a actividade económica da entidade.

16 - Uma entidade conjuntamente controlada controla os activos do empreendimento conjunto,incorre em passivos e gastos e obtém rendimentos. Pode fazer contratos em seu próprio nomee obter fundos para os fins da actividade do empreendimento conjunto. Cada empreendedortem direito a uma parte dos lucros da entidade conjuntamente controlada, sem prejuízo dealgumas dessas entidades também terem direito a partilhar da produção obtida peloempreendimento conjunto.

17 - Um exemplo vulgar de uma entidade conjuntamente controlada é quando duas entidadescombinam as suas actividades numa linha particular de negócios através da transferência dosactivos e passivos relevantes para uma entidade conjuntamente controlada. Um outro exemploé quando uma entidade começa um negócio num país estrangeiro em conjunto com o governoou outro departamento nesse país, por meio do estabelecimento de uma entidade separada queé conjuntamente controlada pela entidade e pelo governo ou departamento.

18 - Muitas entidades conjuntamente controladas são em substância semelhantes aosempreendimentos conjuntos referidos como operações ou como activos conjuntamentecontrolados. Por exemplo, os empreendedores podem transferir um activo conjuntamentecontrolado, tal como um pipeline de petróleo para uma entidade conjuntamente controlada, porrazões fiscais ou outras. De forma semelhante, os empreendedores podem contribuir para umaentidade conjuntamente controlada com activos que serão operados conjuntamente. Algumasoperações conjuntamente controladas também envolvem a criação de uma entidadeconjuntamente controlada para tratar de aspectos particulares da actividade, como por exemplo,a concepção, a comercialização, distribuição ou serviço pós-venda da produção.

Influência significativa (parágrafos 19 a 22)

19 - Se o investidor detiver, directa ou indirectamente (por exemplo, através de subsidiárias), 20%ou mais do poder de voto na investida, presume-se que tem influência significativa, a menosque o contrário possa ser claramente demonstrado. Se o investidor detiver, directa, ouindirectamente (por exemplo, através de subsidiárias), menos de 20% do poder de voto nainvestida, presume-se que não tem influência significativa, a menos que o contrário possa serclaramente demonstrado. A existência de outro investidor, que detenha uma participaçãomaioritária ou substancial, não impede necessariamente que se exerça influência significativa.

20 - A existência de influência significativa por parte de um investidor é geralmente evidenciada poruma ou mais das seguintes formas:

(a) Representação no órgão de direcção ou órgão de gestão equivalente da investida;

(b) Participação em processos de decisão de políticas, incluindo a participação em decisõessobre dividendos e outras distribuições;

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(c) Transacções materiais entre o investidor e a investida;

(d) Intercambio de pessoal de gestão; ou

(e) Fornecimento de informação técnica essencial.

21 - Ao avaliar se uma entidade tem influência significativa, deverá ser tida em conta a existência e oefeito de potenciais direitos de voto.

22 - Uma entidade perde influência significativa sobre uma investida quando perde o poder departicipar nas decisões de política financeira e operacional da investida. A perda de influênciasignificativa pode ocorrer com ou sem alteração nos níveis absolutos ou relativos depropriedade. Pode ocorrer, por exemplo, quando uma associada passa a estar sujeita aocontrolo de um governo, tribunal, administrador ou regulador. Pode também ocorrer comoresultado de um acordo contratual.

Reconhecimento e mensuração (parágrafos 23 a 53)

Operações conjuntamente controladas (parágrafos 23 e 24)

23 - Quando o empreendimento conjunto assumir a forma de operação conjuntamente controlada,os activos, passivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas são reconhecidos nasdemonstrações financeiras do empreendedor, pelo que nenhum ajustamento será necessáriocom respeito a estes itens quando o empreendedor apresentar demonstrações financeiras.

24 - Podem ser preparados registos contabilísticos e demonstrações financeiras específicas paraefeitos de avaliação do desempenho do empreendimento conjunto.

Activos conjuntamente controlados (parágrafos 25 e 26)

25 - Quando o empreendimento conjunto assumir a forma de activos conjuntamente controladoscada empreendedor inclui nos seus registos contabilísticos e reconhece nas suasdemonstrações financeiras:

(a) A sua parte nos activos conjuntamente controlados, classificados de acordo com a naturezados mesmos e não como um investimento. Por exemplo, uma parte de um pipelineconjuntamente controlado é classificado como activo fixo tangível;

(b) Quaisquer passivos em que tenha incorrido, por exemplo, os incorridos no financiamento dasua parte nos activos;

(c) A sua parte em quaisquer passivos conjuntamente incorridos com outros empreendedoresem relação ao empreendimento conjunto;

(d) Quaisquer rendimentos da venda ou do uso da sua parte da produção obtida doempreendimento conjunto, juntamente com a sua parte em quaisquer gastos incorridos peloempreendimento conjunto; e

(e) Quaisquer gastos em que tenha incorrido com respeito ao seu interesse noempreendimento conjunto, como por exemplo, os relacionados com o financiamento dointeresse do empreendedor nos activos e com a venda da sua parte da produção.

Uma vez que os activos, passivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas são reconhecidosnas demonstrações financeiras do empreendedor, nenhum ajustamento será necessário comrespeito a estes itens quando o empreendedor apresentar demonstrações financeiras.

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26 - O tratamento de activos conjuntamente controlados reflecte a substância e a realidadeeconómica e, geralmente, a forma legal do empreendimento conjunto. Registos contabilísticosseparados do próprio empreendimento conjunto podem ser limitados aos gastos incorridos emcomum pelos empreendedores e em última instância suportados pelos empreendedoresconforme as participações acordadas entre si. Podem, ainda, ser preparadas demonstraçõesfinanceiras específicas para efeitos de avaliação do desempenho do empreendimento conjunto.

Entidades conjuntamente controladas (parágrafos 27 a 36)

27 - Quando o empreendimento conjunto assumir a forma de entidade conjuntamente controlada,esta entidade tem os seus próprios registos contabilísticos, prepara e apresenta demonstraçõesfinanceiras da mesma forma que outras entidades em conformidade com as NormasContabilísticas e de Relato Financeiro.

28 - Cada empreendedor contribui geralmente com dinheiro ou com outros recursos para a entidadeconjuntamente controlada. Estas contribuições são incluídas nos registos contabilísticos doempreendedor e reconhecidas nas demonstrações financeiras como um investimento naentidade conjuntamente controlada.

29 - Um empreendedor pode reconhecer o seu interesse numa entidade conjuntamente controladausando:

(a) Um dos dois formatos de relato para a consolidação proporcional descritos no parágrafo 55,ou

(b) A equivalência patrimonial descrita no parágrafo 57.

30 - Quando o empreendedor estiver sujeito à elaboração de demonstrações financeirasconsolidadas, deverá reconhecer nestas demonstrações o seu interesse numa entidadeconjuntamente controlada usando o método indicado no parágrafo 29(a) e nas demonstraçõesfinanceiras individuais que prepare deverá usar o método indicado no parágrafo 29(b).

31 - Quando o empreendedor não estiver sujeito à elaboração de demonstrações financeirasconsolidadas, deverá reconhecer nas suas demonstrações financeiras o seu interesse numaentidade conjuntamente controlada usando, como método recomendado, o indicado noparágrafo 29 (a), ou, como método alternativo, o indicado no parágrafo 29 (b).

32 - Um empreendedor deve descontinuar o uso dos métodos referidos no parágrafo 29 a partir dadata em que cesse de ter controlo conjunto e influência significativa sobre a entidade.

33 - Quando um interesse numa entidade conjuntamente controlada anteriormente classificadocomo detido para venda deixar de satisfazer os critérios dessa classificação, ele deve sercontabilizado usando, consoante os casos aplicáveis, a consolidação proporcional ou o métododa equivalência patrimonial a partir da data da sua classificação como detido para venda. Paraefeitos comparativos as demonstrações financeiras relativas aos períodos desde a classificaçãodo interesse como detido para venda devem ser reexpressas em conformidade.

34 - A partir da data na qual a entidade conjuntamente controlada se torna uma subsidiária de umempreendedor, o empreendedor deve contabilizar o seu interesse de acordo com a NCRF 15 -Investimentos em Subsidiárias e Consolidação. A partir da data em que uma entidadeconjuntamente controlada se torna uma associada de um empreendedor, o empreendedor devecontabilizar o seu interesse de acordo com o parágrafo 57.

35 - Um investidor num empreendimento conjunto que não disponha de controlo conjunto, mas nelepossa exercer influência significativa, deve contabilizar esse investimento de acordo com o

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parágrafo 57.

36 - Um investidor num empreendimento conjunto que não disponha de controlo conjunto, nem nelepossa exercer influência significativa, deve contabilizar esse investimento nas suasdemonstrações financeiras individuais ao custo. Caso prepare demonstrações financeirasconsolidadas pode contabilizar esse investimento ao custo ou ao justo valor.

Transacções entre um empreendedor e um empreendimento conjunto(parágrafos 37 a 99)

37 - Quando um empreendedor contribuir ou vender activos a um empreendimento conjunto, oreconhecimento de qualquer parcela de um ganho ou de uma perda resultante da transacçãodeve reflectir a substância da transacção. Enquanto os activos estiverem retidos peloempreendimento conjunto, e desde que o empreendedor tenha transferido os riscossignificativos e as recompensas de propriedade, o empreendedor deve reconhecer apenasaquela parte do ganho ou perda que é atribuível aos interesses dos outros empreendedores. Oempreendedor deve reconhecer a totalidade da quantia de qualquer perda quando acontribuição ou venda proporcione provas de uma redução no valor realizável líquido dosactivos correntes ou de uma perda por imparidade.

38 - Quando um empreendedor comprar activos de um empreendimento conjunto, o empreendedornão deve reconhecer a sua parte nos lucros do empreendimento conjunto derivados datransacção até que revenda os activos a um terceiro independente. Um empreendedor devereconhecer a sua parte nas perdas resultantes destas transacções da mesma forma que oslucros, excepto que as perdas devem ser reconhecidas imediatamente quando representemuma redução no valor realizável líquido de activos correntes ou uma perda por imparidade.

39 - Para avaliar se uma transacção entre um empreendedor e um empreendimento conjuntoproporciona prova de imparidade de um activo, o empreendedor determina a quantiarecuperável do activo de acordo com a NCRF 12 - Imparidade de Activos. Ao determinar o valorem uso, o empreendedor estima os fluxos de caixa futuros provenientes do activo com base nouso continuado do activo e na sua alienação final por parte do empreendimento conjunto.

Operadores de empreendimentos conjuntos (parágrafos 40 e 41)

40 - Os operadores ou gestores de um empreendimento conjunto devem contabilizar quaisquerremunerações de acordo com a NCRF 20 - Rédito.

41 - Um ou mais empreendedores podem agir como o operador ou o gestor de um empreendimentoconjunto. Aos operadores é geralmente paga uma remuneração de gestão por tais deveres. Asremunerações são contabilizadas pelo empreendimento conjunto como um gasto.

Investimentos em associadas (parágrafos 42 a 50)

42 - Um investimento numa associada deve ser contabilizado usando o método da equivalênciapatrimonial, excepto se existirem restrições severas e duradouras que prejudiquemsignificativamente a capacidade de transferência de fundos para a empresa detentora, caso emque deve ser usado o método do custo.

43 - Quando um investimento numa associada anteriormente classificado como detido para venda, econtabilizado nos termos da NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e UnidadesOperacionais Descontinuadas, deixar de satisfazer os critérios dessa classificação, ele deve sercontabilizado usando o método da equivalência patrimonial a partir da data da sua classificaçãocomo detido para venda. Para efeitos comparativos as demonstrações financeiras relativas aosperíodos desde a classificação da associada como detida para venda devem ser reexpressas

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em conformidade.

44 - Um investidor deve descontinuar o uso do método de equivalência patrimonial a partir da dataem que perder a influência significativa sobre uma associada. Nessa circunstância, o custo aconsiderar para efeitos de mensuração inicial como activo financeiro deve corresponder ao daquantia escriturada desse investimento à data em que deixou de ser uma associada.

45 - A parte de um grupo numa associada é o agregado das partes detidas nessa associada pelaempresa-mãe e suas subsidiárias. As partes detidas por associadas ou por empreendimentosconjuntos do grupo são ignoradas para esta finalidade. Quando uma associada tiversubsidiárias, associadas ou empreendimentos conjuntos, os resultados e activos líquidos tidosem consideração na aplicação do método de equivalência patrimonial são os reconhecidos nasdemonstrações financeiras (consolidadas ou individuais, consoante exista, ou não a obrigaçãode preparar contas consolidadas) da associada (incluindo a parte da associada nos resultadose activos líquidos das suas associadas e empreendimentos conjuntos), depois dosajustamentos necessários para garantir a uniformidade das políticas contabilísticas (verparágrafos 62 e 63).

46 - Os resultados provenientes de transacções «ascendentes» e «descendentes» entre uminvestidor (incluindo as suas subsidiárias consolidadas) e uma associada são reconhecidos nasdemonstrações financeiras do investidor somente na medida em que correspondam aosinteresses de outros investidores na associada, não relacionados com o investidor.Transacções «ascendentes» são, por exemplo, vendas de activos de uma associada aoinvestidor. Transacções «descendentes» são, por exemplo, vendas de activos do investidor auma associada. Assim, a parte do investidor nos resultados da associada resultantes destastransacções é eliminada.

47 - Um investimento numa associada é contabilizado usando o método da equivalência patrimoniala partir da data em que se torne uma associada. Na aquisição do investimento, qualquerdiferença entre o custo do investimento e a parte do investidor no justo valor líquido dos activos,passivos e passivos contingentes identificáveis da associada é contabilizada de acordo com aNCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresariais. Portanto:

(a) O goodwill relacionado com uma associada é incluído na quantia escriturada doinvestimento. Contudo, a amortização desse goodwill não é permitida e não é portantoincluída na determinação da parte do investidor nos resultados da associada;

(b) Qualquer excesso da parte do investidor no justo valor líquido dos activos, passivos epassivos contingentes identificáveis da associada acima do custo do investimento éexcluído da quantia escriturada do investimento e é incluído como rendimento nadeterminação da parte do investidor nos resultados da associada do período em que oinvestimento é adquirido.

Serão feitos ajustamentos apropriados na parte do investidor nos resultados da associada, apósa aquisição, para contabilizar, por exemplo, a depreciação dos activos depreciáveis baseadanos seus justos valores à data da aquisição. De forma semelhante, serão feitos ajustamentosapropriados na parte do investidor nos resultados da associada, após a aquisição, para ter emconta perdas por imparidade reconhecidas pela associada em itens tais como o goodwill ouactivos fixos tangíveis.

48 - Se uma associada tiver acções preferenciais cumulativas em circulação, classificadas comocapital próprio, que sejam detidas por outros que não o investidor, este calcula a sua parte nosresultados depois de os ajustar face aos dividendos de tais acções, independentemente deterem ou não sido declarados.

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49 - Se a parte de um investidor nas perdas de uma associada igualar ou exceder o seu interessena associada, o investidor descontinua o reconhecimento da sua parte de perdas adicionais. Ointeresse numa associada é a quantia escriturada do investimento na associada de acordo como método da equivalência patrimonial juntamente com quaisquer interesses de longo prazo que,em substância, façam parte do investimento líquido do investidor na associada. Por exemplo,um item cuja liquidação não esteja planeada nem seja provável que ocorra no futuro previsívelé, em substância, uma extensão do investimento da entidade nessa associada. Tais itenspodem incluir acções preferenciais e contas a receber ou empréstimos a longo prazo, mas nãoincluem contas a receber comerciais, contas a pagar comerciais ou quaisquer contas a receberde longo prazo para as quais existam garantias adequadas. As perdas reconhecidas segundo ométodo da equivalência patrimonial que excedam o investimento do investidor em acçõesordinárias são aplicadas a outros componentes do interesse do investidor numa associada pelaordem inversa da sua antiguidade (i.e. prioridade na liquidação).

50 - Depois de o interesse do investidor ser reduzido a zero, as perdas adicionais são tidas emconta mediante o reconhecido de um passivo, só na medida em que o investidor tenha incorridoem obrigações legais ou construtivas ou tenha feito pagamentos a favor da associada. Seposteriormente a associada relatar lucros, o investidor retoma o reconhecimento da sua partenesses lucros somente após a sua parte nos lucros igualar a parte das perdas nãoreconhecidas.

Perdas por imparidade (parágrafos 51 a 53)

51 - Tendo aplicado o método da equivalência patrimonial e reconhecido as perdas da associada deacordo com o parágrafo 49, o investidor deve determinar se é necessário reconhecer qualquerperda por imparidade adicional com respeito ao conjunto de interesses na associada.

52 - Dado que o goodwill incluído na quantia escriturada de um investimento numa associada não éreconhecido separadamente, a totalidade da quantia escriturada do investimento é testadaquanto a imparidade segundo a NCRF 12 - Imparidade de Activos, comparando a sua quantiarecuperável (o mais elevado entre valor de uso e justo valor, menos os custos de vender) com asua quantia escriturada. Ao determinar o valor de uso do investimento, uma entidade estima:

(a) A sua parte no valor presente dos futuros fluxos de caixa estimados que se espera quevenham a ser gerados pela associada, incluindo os fluxos de caixa das operações daassociada e os proventos da alienação final do investimento; ou

(b) O valor presente dos futuros fluxos de caixa estimados que se espera que surjam dedividendos a serem recebidos do investimento e da sua alienação final.

Segundo pressupostos apropriados, ambos os métodos dão o mesmo resultado.

53 - A quantia recuperável de um investimento numa associada é avaliada para cada associada, amenos que a associada não gere influxos de caixa largamente independentes dos de outrosactivos da entidade.

Consolidação proporcional (parágrafos 54 a 56)

54 - A aplicação da consolidação proporcional significa que o balanço do empreendedor inclui a suaparte nos activos que controla conjuntamente e a sua parte nos passivos pelos quais éconjuntamente responsável. A demonstração dos resultados do empreendedor inclui a suaparte nos rendimentos e ganhos e gastos e perdas da entidade conjuntamente controlada.Muitos dos procedimentos apropriados para a aplicação da consolidação proporcional sãosemelhantes aos procedimentos para a consolidação de investimentos em subsidiárias, que

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estão indicados na NCRF 15 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidação.

55 - Podem ser usados formatos diferentes de relato para levar a efeito a consolidação proporcional.

O empreendedor pode combinar a sua parte em cada um dos activos, passivos, rendimentos eganhos e gastos e perdas da entidade conjuntamente controlada com os itens semelhantes,linha a linha, nas suas demonstrações financeiras. Por exemplo, pode combinar a sua parte nosinventários da entidade conjuntamente controlada com os seus inventários e a sua parte nosactivos fixos tangíveis da entidade conjuntamente controlada com os seus activos fixostangíveis.

Como alternativa, o empreendedor pode incluir nas suas demonstrações financeiras linhas deitens separadas relativas à sua parte nos activos, passivos, rendimentos e ganhos e gastos eperdas da entidade conjuntamente controlada. Por exemplo, pode mostrar a sua parte de umactivo corrente da entidade conjuntamente controlada separadamente como parte dos seusactivos correntes; pode mostrar a sua parte nos activos fixos tangíveis da entidadeconjuntamente controlada separadamente como parte dos seus activos fixos tangíveis.

Ambos os formatos de relato mostrariam quantias idênticas, quer do resultado do exercício,quer de cada uma das principais classificações de activos, passivos, rendimentos e ganhos egastos e perdas, motivo pelo qual ambos os formatos são aceitáveis para as finalidades destaNorma.

56 - Qualquer que seja o formato usado para levar a efeito a consolidação proporcional, édesapropriado compensar quaisquer activos ou passivos com a dedução de outros passivos ouactivos ou quaisquer rendimentos ou gastos com a dedução de outros gastos ou rendimentos, amenos que exista um direito legal de compensação e a compensação represente a expectativaquanto à realização do activo ou à liquidação do passivo.

Método da equivalência patrimonial (parágrafos 57 a 63)

57 - Muitos dos procedimentos apropriados para a aplicação do método da equivalência patrimonialsão semelhantes aos procedimentos de consolidação descritos na NCRF 15 - Investimentos emSubsidiárias e Consolidação. Além disso, os conceitos subjacentes aos procedimentos usadosna contabilização da aquisição de uma subsidiária são também adoptados na contabilização daaquisição de um investimento numa associada.

58 - Pelo método da equivalência patrimonial, o investimento numa entidade é inicialmentereconhecido pelo custo e a quantia escriturada é aumentada ou diminuída para reconhecer aparte do investidor nos resultados da investida depois da data da aquisição. A parte doinvestidor nos resultados da investida é reconhecida nos resultados do investidor. Asdistribuições recebidas de uma investida reduzem a quantia escriturada do investimento.Podem também ser necessários ajustamentos na quantia escriturada, para alterações nointeresse proporcional do investidor na investida resultantes de alterações no capital próprio dainvestida que não tenham sido reconhecidas nos resultados da investida. Tais alteraçõesincluem as resultantes da revalorização de activos fixos tangíveis e das diferenças detransposição de moeda estrangeira. A parte do investidor nessas alterações é reconhecidadirectamente no seu capital próprio.

59 - Quando existirem potenciais direitos de voto, a parte do investidor nos resultados da investida enas alterações no capital próprio da investida é determinada na base dos interesses depropriedade então existentes e não reflecte o possível exercício ou conversão de potenciaisdireitos de voto.

60 - As demonstrações financeiras disponíveis mais recentes da investida são usadas pelo

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investidor na aplicação do método da equivalência patrimonial. Quando as datas de relato doinvestidor e da investida forem diferentes, esta prepara, para uso do investidor, demonstraçõesfinanceiras na mesma data das demonstrações financeiras do investidor a não ser que isso setorne impraticável.

61 - Quando, de acordo com o parágrafo 60, as demonstrações financeiras de uma investida usadasna aplicação do método da equivalência patrimonial forem preparadas a partir de uma data derelato diferente da data de relato do investidor, devem ser feitos ajustamentos para os efeitos detransacções ou acontecimentos significativos que ocorram entre essa data e a data dasdemonstrações financeiras do investidor. Em qualquer caso, a diferença entre a data de relatoda investida e a do investidor não deve exceder os três meses. A extensão dos períodos derelato e qualquer diferença nas datas de relato devem ser as mesmas de período para período.

62 - As demonstrações financeiras do investidor devem ser preparadas usando políticascontabilísticas uniformes para transacções e acontecimentos idênticos em circunstânciassemelhantes.

63 - Se uma investida usar políticas contabilísticas diferentes das do investidor para transacções eacontecimentos idênticos em circunstancias semelhantes, devem ser feitos ajustamentos paraconformar as políticas contabilísticas da investida às do investidor quando as demonstraçõesfinanceiras da investida forem usadas pelo investidor na aplicação do método da equivalênciapatrimonial.

Divulgações (parágrafos 64 a 70)

64 - Um empreendedor deve divulgar a quantia agregada dos passivos contingentes seguintes, amenos que a probabilidade de perda seja remota, separadamente da quantia de outrospassivos contingentes:

(a) Quaisquer passivos contingentes em que o empreendedor tenha incorrido em relação aosseus interesses em empreendimentos conjuntos e a sua parte em cada um dos passivoscontingentes que tenham sido incorridos conjuntamente com outros empreendedores;

(b) A sua parte nos passivos contingentes dos próprios empreendimentos conjuntos pelosquais seja contingentemente responsável; e

(c) Os passivos contingentes que surjam porque o empreendedor é contingentementeresponsável pelos passivos dos outros empreendedores de um empreendimento conjunto.

65 - Um empreendedor deve divulgar a quantia agregada dos seguintes compromissos com respeitoaos seus interesses em empreendimentos conjuntos, separadamente de outros compromissos:

(a) Quaisquer compromissos de capital do empreendedor em relação com os seus interessesem empreendimentos conjuntos e a sua parte nos compromissos de capital que tenhamsido incorridos conjuntamente com outros empreendedores; e

(b) A sua parte dos compromissos de capital dos próprios empreendimentos conjuntos.

66 - Um empreendedor deve divulgar uma listagem e descrição de interesses em empreendimentosconjuntos significativos e a proporção do interesse de propriedade detido em entidadesconjuntamente controladas. Um empreendedor que reconheça os seus interesses em entidadesconjuntamente controladas usando o formato de relato linha a linha para a consolidaçãoproporcional ou o método da equivalência patrimonial deve divulgar as quantias agregadas decada um dos activos correntes, dos activos de longo prazo, dos passivos correntes, dospassivos de longo prazo, dos rendimentos e dos gastos relacionados com os seus interessesem empreendimentos conjuntos.

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67 - Um empreendedor deve divulgar o método que usa para reconhecer os seus interesses ementidades conjuntamente controladas.

68 - Um investidor deve fazer as seguintes divulgações:

(a) O justo valor de investimentos em associadas para os quais sejam publicadas cotações depreços;

(b) Informação financeira resumida das associadas, incluindo as quantias agregadas deactivos, passivos, rendimentos e resultados;

(c) As razões pelas quais se concluiu existir influência significativa quando o contrário erapresumível pelo facto de um investidor deter, directa ou indirectamente através desubsidiárias, menos de 20% dos votos ou do potencial poder de voto da investida;

(d) As razões pelas quais se concluiu não existir influência significativa quando o contrário erapresumível pelo facto de um investidor deter, directa ou indirectamente através desubsidiárias, 20% ou mais dos votos ou do potencial poder de voto da investida;

(e) A data de relato das demonstrações financeiras de uma associada, quando essasdemonstrações financeiras forem usadas na aplicação do método da equivalênciapatrimonial e forem de uma data de relato ou de um período que seja diferente da data derelato ou período do investidor, e forem a razão para o uso de uma data de relato ou de umperíodo diferente;

(f) A natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo, resultantes deacordos de empréstimo ou requisitos regulamentares) sobre a capacidade das associadaspara transferir fundos para o investidor sob a forma de dividendos em dinheiro ou dereembolsos de empréstimos ou adiantamentos;

(g) A parte não reconhecida nas perdas de uma associada, tanto para o período comocumulativamente, se um investidor descontinuou o reconhecimento da sua parte nas perdasde uma associada;

(h) O facto de uma associada não ter sido contabilizada usando o método da equivalênciapatrimonial de acordo com o parágrafo 3(b); e

(i) Informação financeira resumida das associadas, quer individualmente quer em grupo, quenão tenham sido contabilizadas usando o método da equivalência patrimonial, incluindo asquantias dos activos totais, passivos totais, rendimentos e resultados.

69 - Os investimentos em associadas contabilizados usando o método da equivalência patrimonialdevem ser classificados como activos não correntes. A parte do investidor nos resultadosdessas associadas, e a quantia escriturada desses investimentos, devem ser divulgadasseparadamente. A parte do investidor em quaisquer unidades operacionais descontinuadasdessas associadas também deve ser divulgada separadamente.

70 - De acordo com a NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes, oinvestidor divulgará:

(a) A sua parte nos passivos contingentes de uma associada incorridos juntamente com outrosinvestidores; e

(b) Os passivos contingentes que surjam pelo facto de o investidor ser solidariamenteresponsável pela totalidade ou parte dos passivos da associada.

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Data de eficácia (parágrafo 71)

71 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 14Concentrações de actividades empresariais

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de RelatoFinanceiro IFRS 3 - Concentrações de Actividades Empresariais, adoptada pelo texto original doRegulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento,por parte de uma entidade, quando esta empreende uma concentração de actividadesempresariais. Em particular, a norma estabelece que todas as concentrações de actividadesempresariais devem ser contabilizadas pela aplicação do método de compra. Por isso, aadquirente reconhece os activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da adquiridapelos seus justos valores à data de aquisição, e reconhece também o goodwill, que éposteriormente testado quanto à imparidade, não sendo assim amortizado.

Âmbito (parágrafos 2 a 8)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de concentrações de actividades empresariais.

3 - Contudo, esta Norma não se aplica a:

(a) Concentrações de actividades empresariais em que entidades ou actividades empresariaisseparadas se reúnem para formar um empreendimento conjunto;

(b) Concentrações de actividades empresariais que envolvam entidades ou actividadesempresariais sob controlo comum;

(c) Concentrações de actividades empresariais que envolvam duas ou mais entidades mútuas.

Identificar uma concentração de actividades empresariais (parágrafos 4a 8)

4 - O resultado de quase todas as concentrações de actividades empresariais é que uma entidade,a adquirente, obtém o controlo de uma ou mais actividades empresariais diferentes, asadquiridas. Se uma entidade obtiver o controlo de uma ou mais entidades que não sejamactividades empresariais, a junção dessas entidades não é uma concentração de actividadesempresariais. Quando uma entidade adquire um grupo de activos ou de activos líquidos quenão constitua uma actividade empresarial, ela deve imputar o custo do grupo entre os activos epassivos individuais identificáveis do grupo com base nos seus justos valores à data daaquisição.

5 - Uma concentração de actividades empresariais pode ser estruturada numa variedade de formaspor razões legais, fiscais ou outras. Pode envolver a compra por parte de uma entidade do

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capital próprio de outra entidade, a compra de todos os activos líquidos de outra entidade, oassumir dos passivos de outra entidade, ou a compra de alguns dos activos líquidos de outraentidade que em conjunto formem uma ou mais actividades empresariais. A concentração deactividades empresariais pode concretizar-se pela emissão de instrumentos de capital próprio,pela transferência de caixa, equivalentes de caixa ou outros activos, ou por uma combinaçãodos mesmos. A transacção pode ser entre os accionistas das entidades concentradas ou entreuma entidade e os accionistas de outra entidade. Pode envolver o estabelecimento de umanova entidade para controlar as entidades concentradas ou os activos líquidos transferidos, oua reestruturação de uma ou mais das entidades concentradas.

6 - Uma concentração de actividades empresariais pode resultar numa relação entre empresa-mãee subsidiária, na qual a adquirente é a empresa-mãe e a adquirida a subsidiária da adquirente.Nessas circunstâncias, a adquirente aplica esta Norma nas suas demonstrações financeirasconsolidadas. Ela inclui o seu interesse na adquirida como um investimento numa subsidiárianas demonstrações financeiras individuais (ver NCRF 15 - Investimentos em Subsidiárias eConsolidação).

7 - Uma concentração de actividades empresariais pode envolver a aquisição dos activos líquidos,incluindo qualquer goodwill, de outra entidade em vez da compra do capital próprio da outraentidade. Uma tal concentração não resulta numa relação entre empresa-mãe e subsidiária.

8 - Incluídas na definição de uma concentração de actividades empresariais, e portanto no âmbitodesta Norma, estão as concentrações de actividades empresariais em que uma entidade obtémo controlo de outra entidade mas cuja data de obtenção de controlo (i.e. a data de aquisição)não coincide com a data ou datas de aquisição de um interesse de propriedade (i.e. a data oudatas de troca). Esta situação pode acontecer, por exemplo, quando uma investida celebraacordos de recompra de acções com alguns dos seus investidores e, como resultado, muda ocontrolo da investida.

Definições (parágrafo 9)

9 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Actividade empresarial: é um conjunto integrado de actividades conduzidas e de activos geridoscom a finalidade de proporcionar:

(a) Um retorno aos investidores; ou

(b) Custos mais baixos ou outros benefícios económicos directa e proporcionalmente aosparticipantes.

Uma actividade empresarial geralmente consiste em inputs, processos aplicados a esses inputse produções resultantes, que são, ou serão, usadas para gerar réditos. Se existir goodwill numconjunto transferido de actividades e activos, deve presumir-se que o conjunto transferido éuma actividade empresarial.

Activo intangível: tem o significado que lhe é dado na NCRF 6 - Activos Intangíveis.

Concentração de actividades empresariais: é a junção de entidades ou actividadesempresariais separadas numa única entidade que relata.

Concentração de actividades empresariais envolvendo entidades ou actividades empresariaissob controlo comum: é uma concentração de actividades empresariais em que todas asentidades ou actividades empresariais concentradas são em última análise controladas pelamesma parte ou partes antes e após a concentração, sendo que o controlo não é transitório.

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Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma entidade ou de umaactividade económica a fim de obter benefícios da mesma.

Deve presumir-se que uma entidade concentrada obteve o controlo de outra entidadeconcentrada quando adquire mais de metade dos direitos de voto da outra entidade, a menosque seja possível demonstrar que essa propriedade não constitui controlo. Mesmo que uma dasentidades concentradas não adquira mais de metade dos direitos de voto de outra entidadeconcentrada, ela pode ter obtido o controlo da outra entidade se, como resultado daconcentração, ela obtiver:

(a) Poder sobre mais de metade dos direitos de voto da outra entidade em virtude de umacordo com outros investidores; ou

(b) Poder para gerir as políticas financeiras e operacionais da outra entidade segundo umacláusula estatutária ou um acordo; ou

(c) Poder para nomear ou demitir a maioria dos membros do órgão de gestão da outraentidade; ou

(d) Poder de agrupar a maioria de votos nas reuniões do órgão de gestão da outra entidade.

Data de acordo: é a data em que um acordo substantivo entre as partes concentradas éalcançado e, no caso de entidades publicamente cotadas, anunciado ao público. No caso deuma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil, a data mais recente em que um acordosubstantivo entre as partes concentradas é celebrado é a data em que um número suficientedos proprietários da adquirida aceitou a oferta do adquirente para que este obtenha o controlosobre a adquirida.

Data de aquisição: é a data em que a adquirente obtém efectivamente o controlo sobre aadquirida.

Data de troca: é a data de aquisição quando uma concentração de actividades empresariais éalcançada através de uma única transacção de troca. Quando uma concentração deactividades empresariais envolve mais de uma transacção de troca, por exemplo, quando éalcançada por fases através de sucessivas compras de acções, a data de troca é a data em quecada investimento individual é reconhecido nas demonstrações financeiras da adquirente.

Empreendimento conjunto: tem o significado que lhe é dado na NCRF 13 - Interesses emEmpreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas.

Empresa-mãe: é uma entidade que detém uma ou mais subsidiárias.

Entidade mútua: é uma entidade que não seja uma entidade detida pelo investidor, tal comouma companhia de seguros mútuos ou uma entidade cooperativa mútua, que proporcionacustos mais baixos ou outros benefícios económicos directa e proporcionalmente aos seussegurados ou participantes.

Entidade que relata: é uma entidade para a qual existem utentes que dependem dasdemonstrações financeiras de âmbito geral da entidade para terem informação que lhes seráútil na tomada de decisões acerca da imputação de recursos. Uma entidade que relata pode seruma única entidade ou um grupo compreendendo uma empresa-mãe e todas as suassubsidiárias.

Interesse minoritário: é a parte dos resultados e dos activos líquidos de uma subsidiáriaatribuível a interesses de capital próprio que não sejam detidos, directa ou indirectamente

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através de subsidiárias, pela empresa-mãe.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Passivo contingente:

(a) É uma obrigação possível que provenha de acontecimentos passados e cuja existênciasomente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais acontecimentos futurosincertos não totalmente sob controlo da entidade; ou

(b) Uma obrigação presente que decorra de acontecimentos passados mas que não éreconhecida porque:

(i) Não é provável que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos sejaexigido para liquidar a obrigação; ou

(ii) A quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente fiabilidade.

Provável: um acontecimento é provável quando a possibilidade da sua ocorrência for superior àpossibilidade da não ocorrência.

Subsidiária: é uma entidade (aqui se incluindo entidades não constituídas em forma desociedade, como, p. ex., as parcerias) que é controlada por uma outra entidade (designada porempresa-mãe).

Goodwill: corresponde a benefícios económicos futuros resultantes de activos que não sãocapazes de ser individualmente identificados e separadamente reconhecidos.

Método de contabilização (parágrafos 10 e 11)

10 - Todas as concentrações de actividades empresariais devem ser contabilizadas pela aplicaçãodo método de compra.

11 - O método de compra considera a concentração de actividades empresariais na perspectiva daentidade concentrada que é identificada como a adquirente. A adquirente compra activoslíquidos e reconhece os activos adquiridos e os passivos e passivos contingentes assumidos,incluindo aqueles que não tenham sido anteriormente reconhecidos pela adquirida. Amensuração dos activos e passivos da adquirente não é afectada pela transacção, nemquaisquer activos ou passivos adicionais da adquirente são reconhecidos como consequênciada transacção, porque não são o objecto da transacção.

Aplicação do método de compra (parágrafos 12 a 40)

12 - A aplicação do método de compra envolve os seguintes passos:

(a) Identificar uma adquirente;

(b) Mensurar o custo da concentração de actividades empresariais; e

(c) Imputar, à data da aquisição, o custo da concentração de actividades empresariais aosactivos adquiridos e passivos e passivos contingentes assumidos.

Identificar a adquirente (parágrafos 13 a 17)

13 - Deve ser identificada uma adquirente para todas as concentrações de actividades empresariais.

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A adquirente é a entidade concentrada que obtém o controlo sobre as outras entidades ouactividades empresariais concentradas.

14 - Apesar de por vezes ser difícil identificar uma adquirente, há normalmente indícios da suaexistência. Por exemplo:

(a) Se o justo valor de uma das entidades concentradas for significativamente superior ao daoutra entidade concentrada, a entidade com o justo valor mais elevado é provavelmente aadquirente;

(b) Se a concentração de actividades empresariais for efectuada através de trocas deinstrumentos de capital próprio com voto ordinário por caixa ou outros activos, a entidadeque cede caixa ou outros activos é provavelmente a adquirente; e

(c) Se numa concentração de actividades empresariais existir uma entidade, de entre asentidades concentradas, cuja capacidade de gestão permita dominar a selecção da equipade direcção da entidade concentrada resultante, essa é provavelmente a adquirente.

15 - Numa concentração de actividades empresariais efectuada através da troca de interesses decapital próprio, a entidade que emite os interesses de capital próprio é normalmente aadquirente. Contudo, todos os factos e circunstâncias pertinentes devem ser considerados paradeterminar qual das entidades concentradas tem o poder de gerir as políticas financeiras eoperacionais da outra entidade (ou entidades) de forma a obter benefícios das suas actividades.Em algumas concentrações de actividades empresariais, geralmente referidas como aquisiçõesinversas, a adquirente é a entidade cujos interesses de capital próprio foram adquiridos e aentidade emitente é a adquirida. Pode ser este o caso quando, por exemplo, uma entidade, quenão seja sociedade aberta, consegue ser "adquirida" por uma sociedade aberta mais pequenacomo forma de obter uma cotação na bolsa de valores. Embora legalmente a sociedade abertaemitente seja vista como a empresa-mãe e a entidade "adquirida" seja considerada asubsidiária, a subsidiária legal é a adquirente se tiver o poder de gerir as políticas financeiras eoperacionais da empresa-mãe legal por forma a obter benefícios das suas actividades.Normalmente, a adquirente é a entidade de maiores dimensões; contudo, os factos e ascircunstâncias que rodeiam uma concentração indicam por vezes que uma entidade maispequena adquire uma entidade de maiores dimensões. Os parágrafos B1 a B15 do apêndice Bda IFRS 3 - Concentrações de Actividades Empresariais, em conformidade com o texto originaldo Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro, proporcionam orientaçãosobre aquisições inversas.

16 - Quando uma nova entidade é constituída para emitir instrumentos de capital próprio paraefectuar uma concentração de actividades empresariais, uma das entidades concentradas queexistiam antes da concentração deve ser identificada como adquirente com base nas provasdisponíveis.

17 - De forma semelhante, quando uma concentração de actividades empresariais envolve mais deduas entidades concentradas, uma das entidades concentradas que existiam antes daconcentração deve ser identificada como adquirente com base nas provas disponíveis. Adeterminação da adquirente nestes casos deve considerar, entre outras coisas, qual dasentidades concentradas iniciou a concentração e se os activos ou réditos de uma das entidadesconcentradas excedem significativamente os das outras.

Custo de uma concentração de actividades empresariais (parágrafos 18a 22)

18 - A adquirente deve mensurar o custo de uma concentração de actividades empresariais como oagregado:

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(a) Dos justos valores, à data da troca, dos activos cedidos, dos passivos incorridos ouassumidos, e dos instrumentos de capital próprio emitidos pela adquirente, em troca docontrolo sobre a adquirida; mais

(b) Quaisquer custos directamente atribuíveis à concentração de actividades empresariais.

19 - A data de aquisição é a data na qual a adquirente obtém efectivamente o controlo sobre aadquirida. Quando isto é alcançado através de uma única transacção de troca, a data da trocacoincide com a data da aquisição. Contudo, uma concentração de actividades empresariaispode envolver mais de uma transacção de troca, por exemplo, quando for alcançada por fasesatravés de compras sucessivas de acções. Quanto tal ocorre:

(a) O custo da concentração é o custo agregado das transacções individuais; e

(b) A data da troca é a data de cada transacção de troca (i.e. a data em que cada investimentoindividual é reconhecido nas demonstrações financeiras da adquirente), enquanto que adata de aquisição é a data na qual a adquirente obtém o controlo da adquirida.

20 - Os activos cedidos e os passivos incorridos ou assumidos pela adquirente em troca do controloda adquirida devem ser mensurados pelos justos valores à data da troca, de acordo com oexigido pelo parágrafo 18. Portanto, quando a liquidação de todo ou qualquer parte do custo deuma concentração de actividades empresariais for diferido, o justo valor desse componentediferido deve ser determinado ao descontar as quantias a pagar do seu valor presente à data datroca, tendo em conta qualquer prémio ou desconto que provavelmente será incorrido naliquidação.

21 - Os parágrafos 27 a 31 da IFRS 3 - Concentrações de Actividades Empresariais, emconformidade com o texto original do Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3 deNovembro, proporcionam orientações adicionais sobre o custo de uma concentração deactividades empresariais.

Ajustamentos no custo de uma concentração de actividadesempresariais dependentes de futuros acontecimentos (parágrafo 22)

22 - Quando um acordo de concentração de actividades empresariais proporcionar um ajustamentono custo de uma concentração de actividades empresariais dependente de futurosacontecimentos, a adquirente deve incluir a quantia desse ajustamento no custo daconcentração de actividades empresariais à data da aquisição se o ajustamento for provável epuder ser mensurado com fiabilidade (feito normalmente com base em estimativas, desde queas mesmas não afectem a fiabilidade da informação).

Se os futuros acontecimentos não ocorrerem ou se a estimativa tiver de ser revista, o custo daconcentração de actividades empresariais deve ser ajustado em conformidade.

Imputar o custo de uma concentração de actividades empresariais aosactivos adquiridos e passivos e passivos contingentes assumidos

(parágrafos 23 a 40)

23 - A adquirente deve, à data da aquisição, imputar o custo de uma concentração de actividadesempresariais ao reconhecer os activos, passivos e passivos contingentes identificáveis daadquirida que satisfaçam os critérios de reconhecimento do parágrafo 24 pelos seus justosvalores nessa data, com a excepção de activos não correntes (ou grupos de alienação) quesejam classificados como detidos para venda de acordo com a NCRF 8 - Activos Não CorrentesDetidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, os quais devem ser

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reconhecidos pelo justo valor menos os custos de vender. Qualquer diferença entre o custo daconcentração de actividades empresariais e o interesse da adquirente no justo valor líquido dosactivos, passivos e passivos contingentes identificáveis assim reconhecidos deve sercontabilizada de acordo com os parágrafos 32 a 36.

24 - A adquirente deve reconhecer separadamente os activos, passivos e passivos contingentesidentificáveis da adquirida à data de aquisição apenas se satisfizerem os seguintes critériosnessa data:

(a) No caso de um activo que não seja um activo intangível, se for provável que qualquerbenefício económico futuro associado flua para a adquirente, e o seu justo valor possa sermensurado com fiabilidade;

(b) No caso de um passivo que não seja um passivo contingente, se for provável que umexfluxo de recursos incorporando benefícios económicos seja necessário para liquidar aobrigação, e o seu justo valor possa ser mensurado com fiabilidade;

(c) No caso de um activo intangível ou de um passivo contingente, se o seu justo valor puderser mensurado com fiabilidade.

Nesta conformidade, qualquer interesse minoritário na adquirida é expresso na proporção daminoria no justo valor líquido desses itens. Os parágrafos B16 e B17 do apêndice B da IFRS 3,em conformidade com o texto original do Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3 deNovembro, proporcionam orientação sobre a determinação dos justos valores dos activos,passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida para a finalidade de imputar ocusto de uma concentração de actividades empresariais.

25 - A demonstração dos resultados da adquirente deve incorporar os resultados da adquirida apósa data de aquisição ao incluir os rendimentos e os gastos da adquirida com base no custo daconcentração de actividades empresariais para a adquirente. Por exemplo, o gasto pordepreciação incluído após a data de aquisição na demonstração dos resultados da adquirenteque se relaciona com os activos depreciáveis da adquirida deve basear-se nos justos valoresdesses activos depreciáveis à data da aquisição, i.e. o seu custo para a adquirente.

Activos e passivos identificáveis da adquirida (parágrafo 26)

26 - De acordo com o parágrafo 23, a adquirente reconhece separadamente como parte daimputação do custo da concentração apenas os activos, passivos e passivos contingentesidentificáveis da adquirida que existiam à data da aquisição e que satisfazem os critérios dereconhecimento do parágrafo 24. Portanto:

(a) A adquirente deve reconhecer os passivos por encerramento ou redução das actividades daadquirida como parte da imputação do custo da concentração apenas quando a adquiridativer, à data da aquisição, um passivo por reestruturação existente reconhecido de acordocom a NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes; e

(b) A adquirente, quando imputar o custo da concentração, não deve reconhecer passivos porperdas futuras ou outros custos em que se espera incorrer como resultado da concentraçãode actividades empresariais.

Activos intangíveis da adquirida (parágrafo 27)

27 - De acordo com o parágrafo 24, a adquirente reconhece separadamente um activo intangível daadquirida à data da aquisição apenas se esse activo satisfizer a definição de activo intangívelda NCRF 6 - Activos Intangíveis e se o seu justo valor puder ser mensurado com fiabilidade.Isto significa que a adquirente reconhece como um activo separadamente do goodwill um

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projecto de pesquisa e desenvolvimento em curso da adquirida caso o projecto corresponda àdefinição de activo intangível e o seu justo valor possa ser fiavelmente mensurado. A NCRF 6proporciona orientação para determinar se o justo valor de um activo intangível adquirido numaconcentração de actividades empresariais pode ser mensurado com fiabilidade.

Passivos contingentes da adquirida (parágrafos 28 a 31)

28 - O parágrafo 24 especifica que a adquirente reconhece separadamente um passivo contingenteda adquirida como parte da imputação do custo de uma concentração de actividadesempresariais apenas se o seu justo valor puder ser mensurado com fiabilidade. Se o seu justovalor não puder ser mensurado com fiabilidade:

(a) Há um efeito resultante da quantia reconhecida como goodwill ou contabilizada de acordocom o parágrafo 36; e

(b) A adquirente deve divulgar a informação acerca do passivo contingente exigida pela NCRF21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.

O parágrafo B16(l) do apêndice B da IFRS 3, em conformidade com o texto original doRegulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro, proporciona orientação sobre adeterminação do justo valor de um passivo contingente.

29 - Após o seu reconhecimento inicial, a adquirente deve mensurar os passivos contingentes quesão reconhecidos separadamente pelo valor mais elevado entre:

(a) A quantia que seria reconhecida de acordo com a NCRF 21 - Provisões, PassivosContingentes e Activos Contingentes, e

(b) A quantia inicialmente reconhecida menos, quando apropriado, a amortização cumulativareconhecida de acordo com a NCRF 20 - Rédito.

30 - O requisito do parágrafo 29 não se aplica a contratos que tenham sido contabilizados de acordocom a NCRF 27 - Instrumentos Financeiros.

Os compromissos para fornecer empréstimos a taxas de juro abaixo do mercado, que nãopossam ser liquidados, ainda que por compensação, em dinheiro ou outro instrumentofinanceiro, devem ser reconhecidos inicialmente pelo seu justo valor e subsequentementemensurados de acordo com o parágrafo 29. Outros compromissos de empréstimos, que nãopossam ser liquidados, ainda que por compensação, em dinheiro ou outro instrumentofinanceiro, são contabilizados como passivos contingentes da adquirida se, à data da aquisição,não for provável que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos seja exigidopara liquidar a obrigação ou se a quantia da obrigação não puder ser mensurada com suficientefiabilidade. Tais compromissos de empréstimo são, de acordo com o parágrafo 24,reconhecidos separadamente como parte da imputação do custo de uma concentração apenasse o seu justo valor puder ser mensurado com fiabilidade.

31 - Os passivos contingentes reconhecidos separadamente como parte da imputação do custo deuma concentração de actividades empresariais são excluídos do âmbito da NCRF 21 -Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes. Contudo, a adquirente deve divulgar,relativamente a esses passivos contingentes, a informação exigida por essa norma para cadaclasse de provisão.

Goodwill (parágrafos 32 a 35)

32 - A adquirente deve, à data da aquisição:

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(a) Reconhecer o goodwill adquirido numa concentração de actividades empresariais como umactivo; e

(b) Inicialmente mensurar esse goodwill pelo seu custo, que é o excesso do custo daconcentração de actividades empresariais acima do interesse da adquirente no justo valorlíquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis reconhecido de acordocom o parágrafo 23.

33 - O goodwill adquirido numa concentração de actividades empresariais representa umpagamento feito pela adquirente em antecipação de benefícios económicos futuros de activosque não sejam capazes de ser individualmente identificados e separadamente reconhecidos.

34 - Após o reconhecimento inicial, a adquirente deve mensurar o goodwill adquirido numaconcentração de actividades empresariais pelo custo menos qualquer perda por imparidadeacumulada.

35 - O goodwill adquirido numa concentração de actividades empresariais não deve ser amortizado.Em vez disso, a adquirente deve testá-lo quanto a imparidade anualmente, ou com maisfrequência se os acontecimentos ou alterações nas circunstâncias indicarem que pode estarcom imparidade, de acordo com a NCRF 12 - Imparidade de Activos.

Excesso do interesse da adquirente no justo valor líquido dos activos,passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida acima do

custo (parágrafo 36)

36 - Se o interesse da adquirente no justo valor líquido dos activos, passivos e passivoscontingentes identificáveis reconhecidos de acordo com o parágrafo 23 exceder o custo daconcentração de actividades empresariais, a adquirente deve:

(a) Reavaliar a identificação e a mensuração dos activos, passivos e passivos contingentesidentificáveis da adquirida e a mensuração do custo da concentração; e

(b) Reconhecer imediatamente nos resultados qualquer excesso remanescente após areavaliação.

Concentração de actividades empresariais alcançada por fases(parágrafo 37)

37 - Uma concentração de actividades empresariais pode envolver mais de uma transacção detroca, por exemplo, quando ocorrer por fases através de compras sucessivas de acções. Seassim for, cada transacção de troca deve ser tratada separadamente pela adquirente, usando ainformação do custo da transacção e do justo valor à data de cada transacção de troca, paradeterminar a quantia de qualquer goodwill associado a essa transacção. Isto resulta numacomparação passo a passo do custo dos investimentos individuais com o interesse daadquirente nos justos valores dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis daadquirida a cada passo.

Contabilização inicial determinada provisoriamente (parágrafo 38)

38 - Se a contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais puder serdeterminada apenas provisoriamente no final do período em que a concentração for efectuadaporque os justos valores a atribuir aos activos, passivos e passivos contingentes identificáveisda adquirida ou o custo da concentração apenas podem ser determinados provisoriamente, aadquirente deve contabilizar a concentração usando esses valores provisórios. A adquirente

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deve reconhecer quaisquer ajustamentos nesses valores provisórios como resultado daconclusão da contabilização inicial:

(a) Num período até doze meses após a data de aquisição; e

(b) Desde a data da aquisição. Portanto:

(i) A quantia escriturada de um activo, passivo e passivo contingente identificável que sejareconhecida ou ajustada como resultado da conclusão da contabilização inicial deve sercalculada como se o seu justo valor à data de aquisição tivesse sido reconhecido apartir dessa data;

(ii) O goodwill ou qualquer outro ganho reconhecido de acordo com o parágrafo 36 deve serajustado desde a data da aquisição por uma quantia igual ao ajustamento no justo valorà data de aquisição do activo, passivo e passivo contingente identificável a serreconhecido ou ajustado;

(iii) A informação comparativa apresentada para os períodos anteriores à conclusão dacontabilização inicial da concentração deve ser apresentada como se a contabilizaçãoinicial tivesse sido concluída na data de aquisição. Isto inclui quaisquer efeitosadicionais de depreciação, amortização ou lucro ou perda reconhecidos como resultadode concluir a contabilização inicial.

Ajustamentos após a conclusão da contabilização inicial (parágrafo 39)

39 - Excepto de acordo com o delineado no parágrafo 40, os ajustamentos na contabilização inicialde uma concentração de actividades empresariais depois de concluída a contabilização inicialdevem ser reconhecidos apenas para corrigir um erro de acordo com a NCRF 4 - PolíticasContabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros. Os ajustamentos nacontabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais depois de concluídaessa contabilização não devem ser reconhecidos para o efeito de alterações nas estimativas.De acordo com a NCRF 4, o efeito de uma alteração nas estimativas deve ser reconhecido noperíodo corrente e nos períodos futuros.

Reconhecimento de activos por impostos diferidos após a conclusão dacontabilização Inicial (parágrafo 40)

40 - Se o potencial benefício do reporte das perdas fiscais no rendimento da adquirida ou de outrosactivos por impostos diferidos não satisfizer os critérios do parágrafo 24 relativamente aoreconhecimento separado quando uma concentração de actividades empresariais forinicialmente contabilizada mas posteriormente realizada, a adquirente deve reconhecer essebenefício como rendimento de acordo com a NCRF 25 - Impostos sobre o Rendimento. Alémdisso, uma adquirente deve:

(a) Reduzir a quantia escriturada de goodwill à quantia que teria sido reconhecida se o activopor impostos diferidos tivesse sido reconhecido como um activo identificável a partir da datade aquisição; e

(b) Reconhecer a redução na quantia escriturada do goodwill como um gasto.

Contudo, este procedimento não deve resultar na criação de um excesso tal como descrito noparágrafo 36, nem deve aumentar a quantia de qualquer ganho anteriormente reconhecido deacordo com o parágrafo 36.

Divulgações (parágrafos 41 a 50)

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41 - Uma adquirente deve divulgar informação que permita aos utentes das demonstraçõesfinanceiras avaliar a natureza e o efeito financeiro das concentrações de actividadesempresariais que tenham sido efectuadas:

(a) Durante o período;

(b) Após a data do balanço mas antes de as demonstrações financeiras receberem autorizaçãode emissão.

42 - Para tornar efectivo o princípio do parágrafo 41(a), a adquirente deve divulgar a seguinteinformação para cada concentração de actividades empresariais que tenha sido efectuadadurante o período:

(a) Os nomes e as descrições das entidades ou actividades empresariais concentradas;

(b) A data da aquisição;

(c) A percentagem de instrumentos de capital próprio com direito a voto adquiridos;

(d) O custo da concentração e uma descrição dos componentes desse custo, incluindoquaisquer custos directamente atribuíveis à concentração. Quando os instrumentos decapital próprio são emitidos ou passíveis de emissão como parte do custo, deve serdivulgado o seguinte:

(i) O número de instrumentos de capital próprio emitidos ou passíveis de emissão; e

(ii) O justo valor desses instrumentos e a base para determinar esse justo valor. Se nãoexistir um preço publicado para os instrumentos à data da troca, devem ser divulgadosos pressupostos significativos usados para determinar o justo valor. Se existir um preçopublicado à data da troca mas que não foi usado como base para determinar o custo daconcentração, esse facto deve ser divulgado em conjunto com: as razões por que opreço publicado não foi usado; o método e os pressupostos significativos usados paraatribuir um valor aos instrumentos de capital próprio; e a quantia agregada da diferençaentre o valor atribuído aos instrumentos de capital próprio e o preço publicado dosmesmos;

(e) Detalhes de quaisquer unidades operacionais que a entidade tenha decidido alienar comoresultado da concentração;

(f) As quantias reconhecidas à data de aquisição para cada classe de activos, passivos epassivos contingentes da adquirida, e, a menos que a divulgação seja impraticável, asquantias escrituradas de cada uma dessas classes, determinadas de acordo com as NCRF,imediatamente antes da concentração. Se essa divulgação for impraticável, esse facto deveser divulgado, junto com uma explicação;

(g) A quantia de qualquer excesso reconhecida nos resultados de acordo com o parágrafo 36, ea linha de item na demonstração dos resultados na qual o excesso é reconhecido;

(h) Uma descrição dos factores que contribuíram para um custo que resulta no reconhecimentodo goodwill - uma descrição de cada activo intangível que não tenha sido reconhecidoseparadamente do goodwill e uma explicação sobre a razão pela qual não foi possívelmensurar o justo valor do activo intangível com fiabilidade - ou uma descrição da naturezade qualquer excesso reconhecido nos resultados de acordo com o parágrafo 36;

(i) A quantia dos resultados da adquirida desde a data da aquisição incluída nos resultados da

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adquirente do período, a não ser que a divulgação seja impraticável. Se essa divulgação forimpraticável, esse facto deve ser divulgado, junto com uma explicação.

43 - A informação exigida pelo parágrafo 42 deve ser divulgada em conjunto no caso deconcentrações de actividades empresariais, efectuadas durante o período de relato, que sejamindividualmente imateriais.

44 - Se a contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais que tenha sidoefectuada durante o período foi determinada apenas provisoriamente tal como descrito noparágrafo 38, esse facto deve também ser divulgado em conjunto com uma explicação.

45 - Para tornar efectivo o princípio do parágrafo 41 (a), a adquirente deve divulgar a seguinteinformação, a não ser que essa divulgação seja impraticável:

(a) O rédito da entidade concentrada do período como se a data de aquisição para todas asconcentrações de actividades empresariais efectuadas durante o período tivesse sido oinício desse período;

(b) Os resultados da entidade concentrada do período como se a data de aquisição para todasas concentrações de actividades empresariais efectuadas durante o período tivesse sido oinício do período.

Se a divulgação desta informação for impraticável, esse facto deve ser divulgado, junto comuma explicação.

46 - A adquirente deve ainda divulgar a seguinte informação:

(a) A quantia e uma explicação sobre qualquer ganho ou perda reconhecido no períodocorrente que:

(i) Se relacione com os activos identificáveis adquiridos ou os passivos ou passivoscontingentes assumidos numa concentração de actividades empresariais que tenha sidoefectuada no período corrente ou num período anterior; e

(ii) Seja de tal dimensão, natureza ou incidência que a divulgação se torne relevante parauma compreensão do desempenho financeiro da entidade concentrada;

(b) Se a contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais que tenha sidoefectuada no período imediatamente anterior foi determinada apenas provisoriamente nofinal desse período, as quantias e explicações relativas aos ajustamentos nos valoresprovisórios reconhecidos durante o período corrente;

(c) A informação sobre correcções de erros que a NCRF 4 - Políticas Contabilísticas,Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros exige que seja divulgada em relação aqualquer dos activos, passivos ou passivos contingentes identificáveis da adquirida, oualterações nos valores atribuídos a esses itens, que a adquirente reconhece durante operíodo corrente de acordo com o parágrafo 39.

47 - Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes das suas demonstraçõesfinanceiras avaliar as alterações na quantia escriturada de goodwill durante o período.

48 - Para tornar eficaz o princípio do parágrafo 47, a entidade deve divulgar uma reconciliação daquantia escriturada de goodwill no início e no final do período, mostrando separadamente:

(a) A quantia bruta e as perdas por imparidade acumuladas no início do período;

(b) O goodwill adicional reconhecido durante o período, com a excepção do goodwill incluído

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num grupo de alienação que, no momento da aquisição, satisfaz os critérios para serclassificado como detido para venda de acordo com a NCRF 8 - Activos Não CorrentesDetidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas;

(c) Os ajustamentos resultantes do reconhecimento posterior de activos por impostos diferidosdurante o período de acordo com o parágrafo 40;

(d) O goodwill incluído num grupo de alienação classificado como detido para venda de acordocom a NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades OperacionaisDescontinuadas e o goodwill desreconhecido durante o período sem ter sido anteriormenteincluído num grupo de alienação classificado como detido para venda;

(e) As perdas por imparidade reconhecidas durante o período de acordo com a NCRF 12 -Imparidade de Activos;

(f) As diferenças cambiais líquidas ocorridas durante o período de acordo com a NCRF 23 - OsEfeitos de Alterações em Taxas de Câmbio;

(g) Quaisquer outras alterações na quantia escriturada durante o período; e

(h) A quantia bruta e as perdas por imparidade acumuladas no final do período.

49 - A entidade divulga informação acerca da quantia recuperável e da imparidade do goodwill deacordo com a NCRF 12 - Imparidade de Activos, além da informação que o parágrafo 48 (e)exige que seja divulgada.

50 - Se, em qualquer situação, a informação que esta Norma exige que seja divulgada não satisfizeros objectivos definidos nos parágrafos 41 e 47, a entidade deve divulgar essa informaçãoadicional conforme necessário para satisfazer esses objectivos.

Data de eficácia (parágrafo 51)

51 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 15Investimentos em Subsidiárias e Consolidação

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 27 - Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas, adoptada pelo textooriginal do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentopara os investimentos em subsidiárias e proporcionar orientação prática quanto aosprocedimentos de consolidação.

Âmbito (parágrafos 2 e 3)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na preparação e apresentação de demonstrações financeiras

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consolidadas de um grupo de entidades sob o controlo de uma empresa-mãe, desde que aempresa-mãe não esteja dispensada de apresentar contas consolidadas nos termos legalmenteprevistos. Esta norma estabelece, igualmente, as regras de valorização dos investimentosfinanceiros em subsidiárias nas Demonstrações financeiras individuais da empresa-mãe.

3 - Esta Norma não trata de métodos de contabilização de concentrações de actividadesempresariais e dos seus efeitos na consolidação, incluindo goodwill proveniente de umaconcentração de actividades empresariais (ver NCRF 14 - Concentrações de ActividadesEmpresariais).

Definições (parágrafos 4 a 7)

4 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma entidade ou de umaactividade económica a fim de obter benefícios da mesma.

Demonstrações financeiras consolidadas: são as demonstrações financeiras de um grupoapresentadas como as de uma única entidade económica.

Empresa-mãe: é uma entidade que detém uma ou mais subsidiárias.

Grupo: é constituído por uma empresa-mãe e todas as suas subsidiárias.

Interesse minoritário: é a parte dos resultados e dos activos líquidos de uma subsidiáriaatribuível a interesses de capital próprio que não sejam detidos, directa ou indirectamenteatravés de subsidiárias, pela empresa-mãe.

Método da equivalência patrimonial é um método de contabilização pelo qual o investimento ouinteresse é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado em função dasalterações verificadas, após a aquisição, na quota-parte do investidor ou do empreendedor nosactivos líquidos da investida ou da entidade conjuntamente controlada. Os resultados doinvestidor ou empreendedor incluem a parte que lhe corresponda nos resultados da investida ouda entidade conjuntamente controlada.

Subsidiária: é uma entidade (aqui se incluindo entidades não constituídas em forma desociedade, como, p. ex., as parcerias) que é controlada por uma outra entidade (designada porempresa-mãe).

5 - Uma empresa-mãe ou a sua subsidiária pode ser um investidor numa associada ou umempreendedor numa entidade conjuntamente controlada. Em tais casos, as demonstraçõesfinanceiras consolidadas preparadas e apresentadas de acordo com esta Norma também sãopreparadas de modo a cumprir os requisitos da NCRF 13 - Interesses em EmpreendimentosConjuntos e Investimentos em Associadas.

6 - Para avaliar se uma entidade tem o controlo, é necessário avaliar se a entidade tem potenciaisdireitos de voto. Estes potenciais direitos de voto existem se uma entidade for proprietária dewarrants de acções, opções call de acções, instrumentos de dívida ou de capital próprio quesejam convertíveis em acções ordinárias, ou de outros instrumentos semelhantes que tenham acapacidade, se exercidos ou convertidos, de conceder à entidade o poder de voto ou de reduziro poder de voto de uma terceira entidade relativamente às políticas financeiras e operacionaisda entidade relativamente à qual podem ser exercidos ou convertidos os potenciais direitos devoto. A existência e o efeito de potenciais direitos de voto que sejam correntemente exercíveisou convertíveis, incluindo potenciais direitos de voto detidos por terceira entidade, são tidos emconsideração quando se avaliar se uma entidade tem o poder de gerir as políticas financeiras eoperacionais de uma outra entidade. Os potenciais direitos de voto não são correntemente

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exercíveis ou convertíveis quando, por exemplo, não puderem ser exercidos ou convertidos atéuma data futura ou até à ocorrência de um acontecimento futuro.

7 - Ao avaliar se os potenciais direitos de voto contribuem para o controlo, a entidade examinatodos os factos e circunstâncias (incluindo os termos de exercer os potenciais direitos de voto equaisquer outros acordos contratuais quer sejam considerados individualmente ou emcombinação) que afectem os potenciais direitos de voto, independentemente da intenção doórgão de gestão e da capacidade financeira de exercer ou converter.

Apresentação de demonstrações financeiras individuais (parágrafos 8 a9)

8 - Nas demonstrações financeiras individuais de uma empresa-mãe, a valorização dosinvestimentos em subsidiárias deve ser efectuada de acordo com o método de equivalênciapatrimonial, aplicando-se, ainda, o disposto nos parágrafos 14 e 15. Nos casos em que severifiquem restrições severas e duradouras que prejudiquem significativamente a capacidade detransferência de fundos para a empresa detentora, deve ser usado o método do custo.

9 - A valorização dos investimentos em entidades conjuntamente controladas e em associadas nasdemonstrações financeiras individuais é efectuada nos termos da NCRF 13 - Interesses emEmpreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas.

Âmbito das demonstrações financeiras consolidadas (parágrafos 10 e11)

10 - As demonstrações financeiras consolidadas devem incluir todas as subsidiárias daempresa-mãe.

11 - A obrigatoriedade de elaboração de contas consolidadas ocorre para a empresa-mãe quedetenha o controlo sobre uma ou mais subsidiárias, nos termos definidos legalmente.

Procedimentos de consolidação (parágrafos 12 a 26)

12 - Ao preparar demonstrações financeiras consolidadas, uma entidade combina asdemonstrações financeiras da empresa-mãe e das suas subsidiárias linha a linha adicionandoitens idênticos de activos, passivos, capital próprio, rendimentos e ganhos e gastos e perdas. Afim de que as demonstrações financeiras consolidadas apresentem informação financeiraacerca do grupo como se fosse de uma entidade económica única, são dados os seguintespassos:

(a) São eliminadas a quantia escriturada do investimento da empresa-mãe em cada subsidiáriae a parte da empresa-mãe do capital próprio de cada subsidiária (ver a NCRF 14 -Concentrações de Actividades Empresariais, que descreve o tratamento de qualquergoodwill resultante);

(b) São identificados os interesses minoritários nos resultados das subsidiárias consolidadaspara o período de relato; e

(c) Os interesses minoritários nos activos líquidos das subsidiárias consolidadas sãoidentificados separadamente do capital próprio dos accionistas da empresa-mãe. Osinteresses minoritários nos activos líquidos consistem:

(i) Na quantia desses interesses minoritários à data da concentração original, calculada deacordo com a NCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresariais; e

(ii) Na parte minoritária das alterações no capital próprio desde a data da concentração.

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13 - Quando existirem potenciais direitos de voto, as proporções de resultados e alterações nocapital próprio imputadas à empresa-mãe e aos interesses minoritários são determinadas nabase dos interesses de propriedade presentes e não reflectem o possível exercício ouconversão de potenciais direitos de voto.

14 - Os saldos, transacções, rendimentos e ganhos e gastos e perdas intragrupo devem sereliminados por inteiro.

15 - Os saldos e transacções intragrupo, incluindo rendimentos e ganhos, gastos e perdas edividendos, são eliminados por inteiro. Os resultados provenientes de transacções intragrupoque sejam reconhecidos nos activos, tais como inventários e activos fixos, são eliminados porinteiro. As perdas intragrupo podem indicar uma imparidade que exija reconhecimento nasdemonstrações financeiras consolidadas. A NCRF 25 - Impostos sobre o Rendimento, aplica-seàs diferenças temporárias que surgem da eliminação dos resultados provenientes detransacções intragrupo.

16 - As demonstrações financeiras da empresa-mãe e das suas subsidiárias usadas na preparaçãodas demonstrações financeiras consolidadas devem ser preparadas a partir da mesma data derelato. Quando as datas de relato da empresa-mãe e de uma subsidiária forem diferentes, asubsidiária prepara, para finalidades de consolidação, demonstrações financeiras adicionais apartir da mesma data que a das demonstrações financeiras da empresa-mãe a não ser que issose torne impraticável.

17 - Quando, de acordo com o parágrafo 16, as demonstrações financeiras de uma subsidiáriausadas na preparação de demonstrações financeiras consolidadas forem preparadas a partir deuma data de relato diferente da data de relato da empresa-mãe, devem ser feitos ajustamentosque tenham em consideração os efeitos de transacções ou acontecimentos significativos queocorram entre essa data e a data das demonstrações financeiras da empresa-mãe. Emqualquer caso, a diferença entre a data de relato da subsidiária e a data de relato daempresa-mãe não deve exceder os três meses. A extensão dos períodos de relato e qualquerdiferença nas datas de relato devem ser as mesmas de período para período.

18 - As demonstrações financeiras consolidadas devem ser preparadas usando políticascontabilísticas uniformes para transacções e outros acontecimentos idênticos em circunstânciassemelhantes.

19 - Se um membro do grupo usar políticas contabilísticas que não sejam as adoptadas nasdemonstrações financeiras consolidadas para transacções e acontecimentos idênticos emcircunstâncias semelhantes, serão feitos ajustamentos apropriados às suas demonstraçõesfinanceiras ao preparar as demonstrações financeiras consolidadas.

20 - Os rendimentos e ganhos e gastos e perdas de uma subsidiária são incluídos nasdemonstrações financeiras consolidadas a partir da data de aquisição, tal como definido naNCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresariais e até à data em que a empresa-mãedeixar de controlar a subsidiária. A diferença entre os proventos da alienação da subsidiária e asua quantia escriturada à data da alienação, incluindo a quantia cumulativa de quaisquerdiferenças de câmbio que se relacionem com a subsidiária reconhecidas no capital próprio deacordo com a NCRF 23 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio, é reconhecida nademonstração dos resultados consolidada como o ganho ou perda resultante da alienação dasubsidiária.

21 - Um investimento numa entidade, desde a data em que deixe de ser uma subsidiária e desdeque não se torne uma associada ou uma entidade conjuntamente controlada (nos termos daNCRF 13 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas), deve

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ser contabilizado nas Demonstrações Financeiras Consolidadas de acordo com o previsto naNCRF 27 - Instrumentos Financeiros.

22 - A quantia escriturada do investimento à data em que a entidade deixar de ser uma subsidiáriadeve ser considerada como o custo aquando da mensuração inicial de um activo financeiro.

23 - Os interesses minoritários devem ser apresentados no balanço consolidado dentro do capitalpróprio, separadamente do capital próprio dos accionistas da empresa-mãe. Os interessesminoritários nos resultados do grupo também devem ser divulgados separadamente.

24 - Os resultados são atribuídos aos detentores de capital da empresa-mãe e aos interessesminoritários. Porque ambos constituem capital próprio, a quantia atribuída aos interessesminoritários não é rendimento nem gasto.

25 - As perdas aplicáveis à parte minoritária numa subsidiária consolidada podem exceder ointeresse minoritário no capital próprio da subsidiária. O excesso, e quaisquer perdas adicionaisaplicáveis à parte minoritária, são imputados ao interesse maioritário excepto até ao ponto emque a parte minoritária tenha a obrigação de fazer um investimento adicional para cobrir asperdas. Se a subsidiária subsequentemente relatar lucros, esses lucros são imputados aointeresse maioritário até que a parte minoritária das perdas previamente absorvidas pela partemaioritária tenha sido recuperada.

26 - Se uma subsidiária tiver acções preferenciais cumulativas em circulação que sejam detidas porinteresses minoritários e classificadas como capital próprio, a empresa-mãe calcula a sua partedos resultados depois de fazer ajustamentos para os dividendos de tais acções, quer osdividendos tenham ou não sido declarados.

Divulgações (parágrafos 27 e 28)

27 - Devem ser feitas as seguintes divulgações nas demonstrações financeiras consolidadas:

(a) A natureza da relação entre a empresa-mãe e uma subsidiária quando a empresa-mãe nãopossuir, directa ou indirectamente através de subsidiárias, mais de metade do poder devoto;

(b) As razões pelas quais a propriedade, directa ou indirectamente através de subsidiárias, demais de metade do poder de voto de uma investida não constitui controlo;

(c) A data de relato das demonstrações financeiras de uma subsidiária quando taisdemonstrações financeiras forem usadas para preparar demonstrações financeirasconsolidadas e corresponderem a uma data de relato ou a um período diferente do da datada empresa-mãe, e a razão para usar uma data de relato ou período diferente; e

(d) A natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo, resultante deacordos de empréstimo ou requisitos regulamentares) sobre a capacidade das subsidiáriasde transferirem fundos para a empresa-mãe sob a forma de dividendos em dinheiro ou dereembolsarem empréstimos ou adiantamentos.

28 - Quando forem preparadas demonstrações financeiras individuais por uma empresa-mãe que,nos termos legais, esteja dispensada de elaborar contas consolidadas, essas demonstraçõesfinanceiras individuais devem divulgar:

(a) Que a dispensa de consolidação foi usada; o nome e o país de constituição ou sede daentidade que elabora demonstrações financeiras consolidadas; e a morada onde essasdemonstrações financeiras consolidadas podem ser obtidas;

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(b) Uma listagem dos investimentos significativos em subsidiárias, entidades conjuntamentecontroladas e associadas, incluindo o nome, o país de constituição ou domicílio, aproporção do interesse de propriedade e, se for diferente, a proporção do poder de votodetido; e

(c) Uma descrição do método usado para contabilizar os investimentos listados na alínea (b).

(d) Quando utilizado o método do custo, descrição das restrições severas e duradouras queprejudiquem significativamente a capacidade de transferência de fundos para a empresadetentora.

Data de eficácia (parágrafo 29)

29 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 16Exploração e avaliação de recursos minerais

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de RelatoFinanceiro IFRS 6 - Exploração e Avaliação de Recursos Minerais, adoptada pelo texto original doRegulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafos 1 e 2)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentoda exploração e avaliação de recursos minerais tal como definido na presente Norma.

2 - Em particular, a Norma exige:

(a) Melhorias limitadas a práticas contabilísticas existentes relacionadas com dispêndios deexploração e avaliação;

(b) Que as entidades que reconheçam activos de exploração e avaliação apreciem essesactivos quanto a imparidade de acordo com esta Norma e mensurem qualquer imparidadede acordo com a NCRF 12 - Imparidade de Activos;

(c) Divulgações que identifiquem e expliquem as quantias nas demonstrações financeiras daentidade que resultem da exploração e avaliação de recursos minerais e ajudem os utentesdessas demonstrações financeiras a compreender a quantia, tempestividade e certeza defluxos de caixa futuros de quaisquer activos de exploração e avaliação reconhecidos.

Âmbito (parágrafos 3 e 4)

3 - Uma entidade deve aplicar esta Norma aos dispêndios de exploração e avaliação em queincorra.

4 - A Norma não se aplica ao tratamento de outros aspectos contabilísticos de entidades quedesenvolvam operações de exploração e avaliação de recursos minerais.

Uma entidade não deve aplicar esta Norma a dispêndios incorridos:

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(a) Antes da exploração e avaliação de recursos minerais, tais como dispêndios incorridosantes de a entidade ter obtido os direitos legais de explorar uma área específica;

(b) Depois de serem demonstráveis a exequibilidade técnica e viabilidade comercial daextracção de um recurso mineral.

Definições (parágrafo 5)

5 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Activos de exploração e avaliação: são dispêndios de exploração e avaliação reconhecidoscomo activos de acordo com a política contabilística da entidade.

Dispêndios de exploração e avaliação: são dispêndios incorridos por uma entidade em ligaçãocom a exploração e avaliação de recursos minerais antes que a exequibilidade técnica eviabilidade comercial da extracção de um recurso mineral seja demonstrável.

Exploração e avaliação de recursos minerais: são a pesquisa de recursos minerais, incluindominérios, petróleo, gás natural e recursos não regenerativos semelhantes depois de a entidadeter obtido os direitos legais de explorar numa área específica, bem como a determinação daexequibilidade técnica e viabilidade comercial de extrair o recurso mineral.

Reconhecimento de activos de exploração e avaliação (parágrafos 6 e 7)

Dispensa temporária dos parágrafos 10 da NCRF 4 (parágrafos 6 e 7)

6 - Quando desenvolver as suas políticas contabilísticas, uma entidade ao reconhecer activos deexploração e avaliação deve aplicar o parágrafo 9 da NCRF 4 - Políticas Contabilísticas,Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.

7 - É exigido que o órgão de gestão considere o parágrafo 10 da NCRF 4 que especifica fontes derequisitos e orientação autorizados, ao desenvolver uma política contabilística para um item senenhuma NCRF se aplicar especificamente a esse item. Sujeito aos parágrafos 9 e 10 adiante,esta Norma dispensa uma entidade de aplicar esse parágrafo às suas políticas contabilísticaspara o reconhecimento e mensuração de activos de exploração e avaliação.

Mensuração de activos de exploração e avaliação (parágrafos 8 a 14)

Mensuração no reconhecimento (parágrafo 8)

8 - Os activos de exploração e avaliação devem ser mensurados pelo custo.

Elementos do custo de activos de exploração e avaliação (parágrafos 9 a11)

9 - Uma entidade deve determinar uma política que especifique que dispêndios são reconhecidoscomo activos de exploração e avaliação e aplicar essa política consistentemente. Emconsequência, uma entidade considera até que ponto o dispêndio pode ser associado àdescoberta de recursos minerais específicos. O que se segue são exemplos de dispêndios quepodem ser incluídos na mensuração inicial de activos de exploração e avaliação (a lista não éexaustiva):

(a) Aquisição de direitos de exploração;

(b) Estudos topográficos, geológicos, geoquímicos e geofísicos;

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(c) Perfuração exploratória;

(d) Valas;

(e) Amostragem; e

(f) Actividades relacionadas com a avaliação da exequibilidade técnica e viabilidade comercialda extracção de um recurso mineral.

10 - Os dispêndios relacionados com o desenvolvimento de recursos minerais não devem serreconhecidos como activos de exploração e avaliação. A Estrutura Conceptual e a NCRF 6 -Activos Intangíveis proporcionam orientação sobre o reconhecimento de activos resultantes dedesenvolvimento.

11 - De acordo com a NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes, umaentidade reconhece quaisquer obrigações de remoção e restauração que sejam incorridasdurante um determinado período como consequência de ter levado a cabo a exploração eavaliação de recursos minerais.

Mensuração após reconhecimento (parágrafo 12)

12 - Após o reconhecimento, uma entidade deve aplicar ou o modelo de custo ou o modelo derevalorização aos activos de exploração e avaliação. Se o modelo de revalorização for aplicado(ou o modelo da NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis ou o modelo da NCRF 6 - ActivosIntangíveis), ele deve ser consistente com a classificação dos activos (ver parágrafo 15).

Alterações nas políticas contabilísticas (parágrafos 13 e 14)

13 - Uma entidade pode alterar as suas políticas contabilísticas para dispêndios de exploração eavaliação se a alteração tornar as demonstrações financeiras mais relevantes para asnecessidades de tomada de decisões económicas dos utentes e não menos fiáveis, ou maisfiáveis e não menos relevantes para essas necessidades.

Uma entidade deve ajuizar a relevância e a fiabilidade usando os critérios da NCRF 4 - PolíticasContabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.

14 - Para justificar a alteração das suas políticas contabilísticas para dispêndios de exploração eavaliação, uma entidade deve demonstrar que a alteração leva as suas demonstraçõesfinanceiras a satisfazerem mais aproximadamente os critérios da NCRF 4, mas a alteração nãoprecisa de alcançar total conformidade com esses critérios.

Apresentação (parágrafos 15 a 17)

Classificação de activos de exploração e avaliação (parágrafos 15 e 16)

15 - Uma entidade deve classificar os activos de exploração e avaliação como tangíveis ouintangíveis de acordo com a natureza dos activos adquiridos e aplicar a classificaçãoconsistentemente.

16 - Alguns activos de exploração e avaliação são tratados como intangíveis (por exemplo, direitosde perfuração), enquanto outros são tangíveis (por exemplo, veículos e plataformas deperfuração). Até ao ponto em que um activo tangível seja consumido no desenvolvimento de umactivo intangível, a quantia que reflecte esse consumo faz parte do custo do activo intangível.Contudo, o uso de um activo tangível para desenvolver um activo intangível não transforma umactivo tangível num activo intangível.

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Reclassificação de activos de exploração e avaliação (parágrafo 17)

17 - Um activo de exploração e avaliação deve deixar de ser classificado como tal quando aexequibilidade técnica e viabilidade comercial de extracção de um recurso mineral fordemonstrável. Os activos de exploração e avaliação devem ser avaliados quanto a imparidade,e quanto a qualquer perda por imparidade reconhecida, antes da reclassificação.

Imparidade (parágrafos 18 a 22)

Reconhecimento e mensuração (parágrafos 18 a 20)

18 - Os activos de exploração e avaliação devem ser avaliados quanto a imparidade quando osfactos e circunstâncias sugerirem que a quantia escriturada de um activo de exploração eavaliação pode exceder a sua quantia recuperável. Quando os factos e circunstânciassugerirem que a quantia escriturada excede a quantia recuperável, uma entidade devemensurar, apresentar imparidade de activos e divulgar qualquer perda por imparidaderesultante, de acordo com a NCRF 12 - Imparidade de Activos, excepto quanto ao estabelecidono parágrafo 21.

19 - Apenas para as finalidades dos activos de exploração e avaliação, quando for identificado umactivo de exploração e avaliação que possa estar com imparidade deve ser aplicado oparágrafo 20 desta Norma em vez dos parágrafos 5 a 8 da NCRF 12 - Imparidade de Activos. Oparágrafo 20 usa o termo «activos» mas aplica-se igualmente a activos de exploração eavaliação separados ou a uma unidade geradora de caixa.

20 - Um ou mais dos seguintes factos e circunstâncias indica que uma entidade deve testar osactivos de exploração e avaliação quanto a imparidade (a lista não é exaustiva):

(a) O período em que a entidade tem o direito de explorar na área específica expirou durante operíodo ou vai expirar no futuro próximo, e não se espera que seja renovado;

(b) Não estão orçamentados nem planeados dispêndios substanciais relativos a posteriorexploração e avaliação de recursos minerais na área específica;

(c) A exploração e avaliação de recursos minerais na área específica não levaram à descobertade quantidades comercialmente viáveis de recursos minerais e a entidade decidiudescontinuar essas actividades na área específica;

(d) Existem suficientes dados para indicar que, embora um desenvolvimento na área específicaseja provável que resulte, é improvável que a quantia escriturada do activo de exploração eavaliação seja recuperada na totalidade como consequência de um desenvolvimento bemsucedido ou por venda.

Em qualquer caso, ou em casos semelhantes, a entidade deve efectuar um teste de imparidadede acordo com a NCRF 12 - Imparidade de Activos. Qualquer perda por imparidade éreconhecida como um gasto de acordo com a NCRF 12.

Especificar o nível em que os activos de exploração e avaliação sãoavaliados quanto a imparidade (parágrafos 21 e 22)

21 - Uma entidade deve determinar uma política contabilística para a imputação de activos deexploração e avaliação a unidades geradoras de caixa ou grupos de unidades geradoras decaixa com a finalidade de avaliar esses activos quanto a imparidade. Cada unidade geradora decaixa ou grupo de unidades a que um activo de exploração e avaliação seja imputado não deveser maior do que um segmento com base ou no formato de relato principal da unidade ou no

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formato secundário da entidade determinado (ver subsidiariamente a IFRS 8 - Segmentosoperacionais, em conformidade com o texto original do Regulamento (CE) 1126/2008 daComissão, de 3 de Novembro.).

22 - O nível identificado pela entidade para a finalidade de testar activos de exploração e avaliaçãoquanto a imparidade pode compreender uma ou mais unidades geradoras de caixa.

Divulgações (parágrafos 23 e 24)

23 - Uma entidade deve divulgar informação que identifique e explique as quantias reconhecidasnas suas demonstrações financeiras resultantes da exploração e avaliação de recursosminerais.

24 - Para cumprir o parágrafo 23, uma entidade deve divulgar:

(a) As suas políticas contabilísticas relativas a dispêndios de exploração e avaliação incluindo oreconhecimento de activos de exploração e avaliação;

(b) As quantias de activos, passivos, rendimentos e gastos e fluxos de caixa operacionais e deinvestimento resultantes da exploração e avaliação de recursos minerais.

Disposições transitórias (parágrafo 25)

25 - Se for impraticável aplicar um determinado requisito do parágrafo 18 à informação comparativarelacionada com períodos anuais com início antes de 1 de Janeiro de 2010, a entidade devedivulgar esse facto. A NCRF 4 explica o termo «impraticável».

Data de eficácia (parágrafo 26)

26 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 17Agricultura

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 41 - Agricultura, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentocontabilístico, a apresentação de demonstrações financeiras e as divulgações relativas àactividade agrícola.

Âmbito (parágrafos 2 a 5)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização do que se segue quando se relacione com aactividade agrícola:

(a) Activos biológicos;

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(b) Produto agrícola no ponto da colheita; e

(c) Subsídios governamentais incluídos nos parágrafos 35 e 36.

3 - Esta Norma não se aplica a:

(a) Terrenos relacionados com a actividade agrícola (ver a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis eNCRF 11 - Propriedades de Investimento); e

(b) Activos intangíveis relacionados com a actividade agrícola (ver a NCRF 6 - ActivosIntangíveis).

4 - Esta Norma é aplicada ao produto agrícola, que é o produto colhido dos activos biológicos daentidade, somente no momento da colheita. Após isso, é aplicada a NCRF 18 - Inventários, ouuma outra Norma Contabilística e de Relato Financeiro aplicável. Concordantemente, estaNorma não trata do processamento do produto agrícola após colheita; por exemplo, atransformação de uvas em vinho por um vitivinicultor que tenha cultivado a vinha e colhido asuvas. Se bem que tal processamento possa ser uma extensão lógica e natural da actividadeagrícola e os acontecimentos que tenham tido lugar possam ter alguma similitude com atransformação biológica, tal processamento não é incluído na definição de actividade agrícolanesta Norma.

5 - O quadro abaixo apresentado proporciona exemplos de activos biológicos, produto agrícola eprodutos que são o resultado de processamento após colheita:

Activos biológicos Produto agrícola Produtos resultantes deprocessamento após colheita

Carneiros Lã Fio de lã, carpetes.Árvores numa plantação florestal Troncos. Madeiras.Plantas Algodão Fio de algodão, roupas.

Cana colhida Açúcar.Gado produtor de leite Leite Queijo.Porcos Carcaças Salsichas, presuntos curados.Arbustos Folhas Chá, tabaco curado.Vinhas Uvas Vinho.Árvores de fruto Frutos colhidos Frutos processados.

Definições (parágrafos 6 a 10)

Definições relacionadas com a agricultura (parágrafos 6 a 8)

6 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Actividade agrícola: é a gestão por uma entidade da transformação biológica de activosbiológicos, em produto agrícola ou em activos biológicos adicionais, para venda.

Activo biológico: é um animal ou planta vivos.

Colheita: é a separação de um produto de um activo biológico ou a cessação dos processos devida de um activo biológico.

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Grupo de activos biológicos: é uma agregação de animais ou de plantas vivos semelhantes.

Produto agrícola: é o produto colhido dos activos biológicos da entidade.

Transformação biológica: compreende os processos de crescimento natural, degeneração,produção e procriação que causem alterações qualitativas e quantitativas num activo biológico.

7 - A actividade agrícola cobre uma escala diversa de actividades. Por exemplo, criação de gado,silvicultura, safra anual ou perene, cultivo de pomares e de plantações, floricultura e aquacultura(incluindo criação de peixes). Existem certas características comuns dentro desta diversidade:

(a) Capacidade de alteração: os animais vivos e as plantas são capazes de transformaçãobiológica;

(b) Gestão de alterações: a gestão facilita a transformação biológica pelo aumento, ou, pelomenos, estabilização, de condições necessárias para que o processo tenha lugar (porexemplo, níveis nutricionais, mistura, temperatura, fertilidade e luz). Tal gestão distingue aactividade agrícola de outras actividades. Por exemplo, colher de fontes não geridas (taiscomo pesca oceânica e de florestação) não é uma actividade agrícola; e

(c) Mensuração de alterações: a alteração de qualidade (por exemplo, mérito genético,densidade, amadurecimento, cobertura de gordura, conteúdo de proteínas e resistência dasfibras) ou de quantidade (por exemplo, progénie, peso, metros cúbicos, comprimento oudiâmetro das fibras e número de rebentos) ocasionada por transformação biológica émensurada e monitorizada como uma função de gestão rotinada.

8 - A transformação biológica origina as consequências seguintes:

(a) Alterações de activos por intermédio de:

(i) Crescimento (um aumento de quantidade ou melhoramento na qualidade de um animalou planta);

(ii) Degeneração (uma diminuição na quantidade ou deterioração na qualidade de umanimal ou planta); ou

(iii) Procriação (criação de animais ou de plantas vivos adicionais); ou

(b) Produção de produto agrícola tal como borracha em bruto (latex), folhas de chá, lã e leite.

Definições gerais (parágrafos 9 e 10)

9 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Mercado activo: é um mercado no qual se verifiquem todas as condições seguintes:

(a) Os itens negociados no mercado são homogéneos;

(b) Podem ser encontrados em qualquer momento compradores e vendedores dispostos acomprar e vender; e

(c) Os preços estão disponíveis ao público.

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Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após a deduçãode qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade acumuladasinerentes.

Subsídios governamentais: são os definidos na NCRF 22 - Contabilização dos Subsídios doGoverno e Divulgação de Apoios do Governo.

10 - O Justo valor de um activo é baseado na sua localização e condição presentes.Consequentemente, por exemplo, o justo valor do gado numa fazenda é o preço do gado nomercado relevante menos o custo de transporte e outros para levar o gado para o mercado.

Reconhecimento e mensuração (parágrafos 11 a 34)

11 - Uma entidade deve reconhecer um activo biológico ou produto agrícola quando, e somentequando:

(a) A entidade controle o activo como consequência de acontecimentos passados;

(b) Seja provável que benefícios económicos associados ao activo fluirão para a entidade; e

(c) O justo valor ou custo do activo possa ser fiavelmente mensurado.

12 - Na actividade agrícola, o controlo pode ser evidenciado, por exemplo, pela posse legal do gadoe pela marcação a quente ou de outro modo, aquando da aquisição, nascimento ou desmama.Os benefícios económicos futuros são normalmente estimados pela mensuração dos atributosfísicos significativos.

13 - Um activo biológico deve ser mensurado, no reconhecimento inicial e em cada data de balanço,pelo seu justo valor menos custos estimados no ponto de venda, excepto no caso descrito noparágrafo 31 em que o justo valor não pode ser fiavelmente mensurado.

14 - O produto agrícola colhido dos activos biológicos de uma entidade deve ser mensurado peloseu justo valor menos custos estimados no ponto de venda no momento da colheita. Talmensuração é o custo nessa data aquando da aplicação da NCRF 18 - Inventários, ou umaoutra Norma Contabilística e de Relato Financeiro aplicável.

15 - Os custos no ponto de venda incluem comissões a corretores e negociadores, taxas deagências reguladoras e de bolsas de mercadorias e taxas de transferência e direitos. Os custosno momento de venda excluem os custos de transporte e outros necessários para levar osactivos para o mercado.

16 - A determinação do justo valor de um activo biológico ou produto agrícola pode ser facilitadapelo agrupamento de activos biológicos ou de produto agrícola de acordo com atributossignificativos, por exemplo, por idade ou qualidade. Uma entidade selecciona os atributos quecorrespondam aos atributos usados no mercado como base de apreçamento.

17 - As entidades incorrem muitas vezes em contratos para vender os seus activos biológicos ouproduto agrícola numa data futura. Os preços de contrato não são necessariamente relevantesna determinação do justo valor porque o justo valor reflecte o mercado corrente em que umcomprador e um vendedor dispostos a uma transacção nela incorrerão. Consequentemente, ojusto valor de um activo biológico ou produto agrícola não é ajustado por força da existência deum contrato. Nalguns casos, um contrato para a venda de um activo biológico ou produtoagrícola pode ser um contrato oneroso, como definido na NCRF 21 - Provisões, PassivosContingentes e Activos Contingentes.

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18 - Se existir um mercado activo para um activo biológico ou produto agrícola, o preço cotadonesse mercado é a base apropriada para determinar o justo valor desse activo. Se umaentidade tiver acesso a diferentes mercados activos, a entidade usará a mais relevante. Porexemplo, se uma entidade tiver acesso a dois mercados activos, usará o preço existente nomercado em que espera que seja o usado. As cotações oficiais de mercado disponibilizadaspelo Sistema de Informação de Mercados Agrícolas, são exemplo deste conceito.

19 - Se não existir um mercado activo, uma entidade usará um ou mais dos indicadores que seseguem, quando disponíveis, na determinação do justo valor:

(a) O preço mais recente de transacção no mercado, desde que não tenha havido umaalteração significativa nas circunstâncias económicas entre a data dessa transacção e a dobalanço;

(b) Os preços de mercado de activos semelhantes com ajustamento para reflectir diferenças; e

(c) Referências do sector tais como o valor de um pomar expresso por contentores deexportação, hectare ou outra unidade de medida do sector e o valor do gado expresso emquilo de carne.

20 - Em certos casos, as fontes de informação listadas no parágrafo 19 podem sugerir diferentesconclusões quanto ao justo valor de um activo biológico ou produto agrícola. Uma entidadeconsiderará as razões dessas diferenças, a fim de chegar à estimativa mais fiável de justo valordentro de uma série relativamente estreita de estimativas razoáveis.

21 - Em certas circunstâncias, os preços ou valores determinados pelo mercado podem não estardisponíveis para um activo biológico na sua condição actual. Nestas circunstâncias, nadeterminação do justo valor, uma entidade usará o valor presente dos fluxos de caixa líquidosde um activo, descontados a uma taxa pré-imposto determinada no mercado corrente.

22 - O objectivo de um cálculo do valor presente de fluxos de caixa líquidos esperados é o dedeterminar o justo valor de um activo biológico no seu local e condição actuais. Uma entidadeconsiderará isto na determinação de uma taxa de desconto apropriada a ser usada e ao estimaros fluxos de caixa líquidos esperados. A condição actual de um activo biológico exclui quaisqueraumentos de valor derivados de transformação biológica adicional e de actividades futuras daentidade, tais como os relacionados com o aumento por transformação biológica, colheita evenda futura.

23 - Uma entidade não inclui quaisquer fluxos de caixa para financiar os activos, impostos, ou reporactivos biológicos após colheita (por exemplo, o custo de replantar árvores numa plantaçãoapós o corte).

24 - Ao acordar no preço de uma transacção entre partes não relacionadas entre si, compradores evendedores conhecedores e dispostos a isso considerarão a possibilidade de variações nosfluxos de caixa. Assim, esse justo valor reflecte a possibilidade de tais variações.Concordantemente, uma entidade incorpora expectativas acerca de possíveis variações nosfluxos de caixa quer nos fluxos de caixa esperados, quer na taxa de desconto, quer nalgumacombinação das duas. Ao determinar uma taxa de desconto, uma entidade usa pressupostosconsistentes com os usados na estimativa de fluxos de caixa esperados, para evitar o efeito dadupla contagem de pressupostos ou da sua omissão.

25 - O custo pode aproximar-se algumas vezes do justo valor, particularmente quando:

(a) Tenha tido lugar pouca transformação biológica desde a incorrência do custo inicial (porexemplo, pés de árvores de fruto brotados de sementes, plantados imediatamente antes da

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data do balanço); ou

(b) Não se espera que o impacto da transformação biológica sobre os preços seja material (porexemplo, no crescimento inicial, num ciclo de produção de 30 anos, de uma plantação depinheiros).

26 - Os activos biológicos estão muitas vezes fisicamente implantados nos terrenos (por exemplo,árvores numa floresta plantada). Pode não haver mercado separado para activos biológicos queestejam implantados no terreno mas pode existir um mercado activo para os activoscombinados, isto é, para os activos biológicos, terrenos em bruto e melhoramentos de terrenos,como um conjunto. Uma entidade pode usar informação relativa a activos combinados paradeterminar o justo valor de activos biológicos. Por exemplo, o justo valor de terrenos em bruto emelhoramento de terrenos pode ser deduzido do justo valor dos activos combinados parachegar ao justo valor de activos biológicos.

Ganhos e perdas (parágrafos 27 a 30)

27 - Um ganho ou uma perda proveniente do reconhecimento inicial de um activo biológico pelojusto valor menos os custos estimados no ponto de venda e de uma alteração de justo valormenos os custos estimados no ponto de venda de um activo biológico devem ser incluídos noresultado líquido do exercício do período em que surja.

28 - Pode surgir uma perda no reconhecimento inicial de um activo biológico, porque os custosestimados no ponto de venda são deduzidos ao determinar o justo valor menos os custosestimados no ponto de venda de um activo biológico. Pode surgir um ganho no reconhecimentoinicial de um activo biológico, tal como quando nasce um bezerro.

29 - Um ganho ou perda que surja no reconhecimento inicial do produto agrícola pelo justo valormenos custos estimados no ponto de venda deve ser incluído no resultado líquido do períodoem que surja.

30 - Pode surgir um ganho ou uma perda no reconhecimento inicial do produto agrícola comoconsequência de colheitas.

Incapacidade de mensurar fiavelmente o justo valor (parágrafos 31 a34)

31 - Há um pressuposto de que o justo valor pode ser mensurado com fiabilidade para um activobiológico. Contudo, esse pressuposto pode ser refutado apenas no reconhecimento inicial deum activo biológico, relativamente ao qual os preços ou valores determinados pelo mercado nãoestejam disponíveis e relativamente ao qual as estimativas alternativas do justo valor estejamdeterminadas como sendo claramente pouco fiáveis. Nesse caso, esse activo biológico deveser mensurado pelo custo menos qualquer depreciação acumulada e qualquer perda porimparidade acumulada. Quando o justo valor desse activo biológico se tornar fiavelmentemensurável, uma entidade deve mensurá-lo pelo seu justo valor menos os custos estimados doponto de venda. Quando um activo biológico não corrente satisfizer os critérios de classificaçãocomo detido para venda (ou for incluído num grupo para alienação que esteja classificado comodetido para venda) de acordo com a NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda eUnidades Operacionais Descontinuadas, presume-se que o justo valor pode ser mensuradocom fiabilidade.

32 - A presunção do parágrafo 31 somente pode ser refutada no reconhecimento inicial. Umaentidade que tenha previamente mensurado um activo biológico pelo seu justo valor menoscustos estimados no ponto de venda continuará a mensurar o activo biológico pelo seu justovalor menos custos estimados no ponto de venda até à sua alienação.

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33 - Em todos os casos, uma entidade mensura o produto agrícola no ponto de colheita pelo seujusto valor menos custos estimados no ponto de venda. Esta Norma reflecte o ponto de vista deque o justo valor do produto agrícola no ponto de colheita pode ser sempre fiavelmentemensurado.

34 - Ao determinar o custo, depreciação acumulada e perdas por imparidade acumuladas, umaentidade toma em consideração a NCRF 18 - Inventários, a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis ea NCRF 12 - Imparidade de Activos.

Subsídios do Governo (parágrafos 35 a 39)

35 - Um subsídio do Governo não condicional que se relacione com um activo biológico mensuradopelo seu justo valor menos custos estimados no ponto de venda deve ser reconhecido comorendimento quando, e somente quando, o subsídio do Governo se torne recebivel.

36 - Se um subsídio do Governo relacionado com um activo biológico mensurado pelo seu justovalor menos custos estimados no ponto de venda for condicional, incluindo quando um subsídiodo Governo exige que uma entidade não se ocupe em actividade agrícola específica, umaentidade deve reconhecer o subsídio do Governo como rendimento quando, e somente quando,sejam satisfeitas as condições ligadas ao subsídio do Governo.

37 - Os termos e condições de subsídios governamentais variam. Por exemplo, um subsídio doGoverno pode exigir que uma entidade cultive num dado local durante cinco anos e exigir que aentidade devolva todo o subsídio se ela cultivar durante menos do que cinco anos. Neste caso,o subsídio do Governo não será reconhecido como rendimento até que os cinco anos tenhampassado. Porém, se o subsídio do Governo permitir que parte do mesmo seja retida com basena passagem do tempo, a entidade reconhecerá o subsídio do Governo como rendimento numabase proporcional ao tempo.

38 - Se um subsídio do Governo se relacionar com um activo biológico mensurado pelo seu customenos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas (verparágrafo 31), será aplicada a NCRF 22 - Contabilização dos Subsídios do Governo eDivulgação de Apoios do Governo.

39 - Esta Norma exige um tratamento diferente do da NCRF 22 se um subsídio do Governo serelacionar com um activo biológico mensurado pelo seu justo valor menos custos estimados noponto de venda ou um subsídio do Governo exigir que uma entidade não se ocupe numaactividade agrícola especificada. A NCRF 22 é somente aplicada a um subsídio do Governorelacionado com um activo biológico mensurado pelo seu custo menos qualquer depreciaçãoacumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas.

Divulgações (parágrafos 40 a 50)

Considerações preliminares (parágrafos 40 a 43)

40 - Os activos biológicos consumíveis são os que estejam para ser colhidos como produto agrícolaou vendidos como activos biológicos. Exemplos de activos biológicos consumíveis são o gadodestinado à produção de carne, gado detido para venda, peixe em aquacultura, colheitas talcomo milho e trigo e árvores que estejam em desenvolvimento para obtenção de madeiras. Osactivos biológicos de produção são os que não sejam activos biológicos consumíveis; porexemplo, gado do qual pode ser obtido leite, vinhas, árvores de fruto e árvores a partir dasquais se obtenha lenha por desbaste enquanto essas árvores permanecem vivas. Os activosbiológicos de produção não são produto agrícola mas, antes, de regeneração própria.

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41 - Os activos biológicos podem ser classificados quer como activos biológicos maduros (ouadultos) ou activos biológicos imaturos (ou juvenis). Os activos biológicos maduros (ou adultos)são os que tenham atingido as especificações de colhíveis (relativamente aos activos biológicosconsumíveis) ou sejam susceptíveis de sustentar colheitas regulares (relativamente aos activosbiológicos de produção).

42 - O justo valor menos os custos estimados no ponto de venda de um activo biológico podealterar-se quer devido a alterações físicas quer devido a alterações de preços no mercado. Éútil a divulgação separada de alterações físicas e de preços, na avaliação do desempenho doperíodo corrente, e das perspectivas futuras, particularmente quando haja um ciclo de produçãomaior do que um ano. Em tais casos, uma entidade é encorajada a divulgar, por grupo ou dequalquer outra maneira, a quantia de alterações no justo valor menos custos estimados noponto de venda incluída nos resultados líquidos devida a alterações físicas e a alterações depreços. Esta alteração é geralmente menos útil quando o ciclo produtivo seja menor do que umano (por exemplo, quando se criem frangos ou se cultivem cereais).

43 - A transformação biológica origina uma quantidade de tipos de alterações físicas - crescimento,degeneração, produção e procriação - cada uma das quais é observável e mensurável. Cadaum desses tipos de alterações físicas tem um relacionamento directo com benefícioseconómicos futuros. Uma alteração de justo valor de um activo biológico devido a colheita étambém uma alteração física.

Divulgações gerais (parágrafos 44 a 47)

44 - Uma entidade deve divulgar:

(a) Uma descrição de cada grupo de activos biológicos; e

(b) As medidas ou estimativas não financeiras usadas na quantificação física de cada um dosgrupos de activos biológicos no fim do período.

45 - Uma entidade deve descrever os métodos e os pressupostos significativos aplicados nadeterminação do justo valor de cada um dos grupos do produto agrícola no ponto de colheita ede cada um dos grupos de activos biológicos.

46 - Uma entidade deve divulgar o justo valor menos os custos estimados no ponto de venda doproduto agrícola colhido durante o período, determinado no momento de colheita.

47 - Uma entidade deve divulgar:

(a) A existência e quantias escrituradas de activos biológicos cuja posse seja restrita e asquantias escrituradas de activos biológicos penhorados como garantia de passivos; e

(b) A quantia de compromissos relativos ao desenvolvimento ou à aquisição de activosbiológicos; e

(c) As estratégias de gestão de riscos financeiros relacionados com a actividade agrícola.

Divulgações adicionais de activos biológicos em que o justo valor nãopossa ser mensurado fiavelmente (parágrafos 48 a 49)

48 - Se uma entidade mensura os activos biológicos pelo seu custo menos qualquer depreciaçãoacumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas (ver parágrafo 31) no fim doperíodo, a entidade deve divulgar em relação a tais activos biológicos:

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(a) Uma descrição dos activos biológicos;

(b) Uma explicação da razão por que não podem ser fiavelmente mensurados;

(c) Se possível, o intervalo de estimativas dentro das quais seja altamente provável que caia ojusto valor;

(d) O método de depreciação usado;

(e) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas; e

(f) A quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada com as perdas porimparidade acumuladas) no início e no final do período.

49 - Se o justo valor dos activos biológicos previamente mensurados pelo seu custo menos qualquerdepreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas se tornar fiavelmentemensurável durante o período corrente, uma entidade deve divulgar em relação a esses activosbiológicos:

(a) Uma descrição dos activos biológicos;

(b) Uma explanação da razão pela qual o justo valor se tornou fiavelmente mensurável; e

(c) O efeito da alteração.

Subsídios do Governo (parágrafo 50)

50 - Uma entidade deve divulgar o que se segue, relacionado com a actividade agrícola abrangidapor esta Norma:

(a) A natureza e a extensão dos subsídios do Governo reconhecidos nas demonstraçõesfinanceiras;

(b) Condições não cumpridas e outras contingências ligadas aos subsídios do Governo; e

(c) Diminuições significativas que se esperam no nível de subsídios do Governo.

Data de eficácia (parágrafo 51)

51 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 18Inventários

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 2 - Inventários, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento

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para os inventários. Um aspecto primordial na contabilização dos inventários é a quantia docusto a ser reconhecida como um activo e a ser escriturada até que os réditos relacionadossejam reconhecidos. Esta Norma proporciona orientação prática na determinação do custo e noseu subsequente reconhecimento como gasto, incluindo qualquer ajustamento para o valorrealizável líquido. Também proporciona orientação nas fórmulas de custeio que sejam usadaspara atribuir custos aos inventários.

Âmbito (parágrafos 2 a 5)

2 - Esta Norma aplica-se a todos os inventários que não sejam:

(a) Produção em curso proveniente de contratos de construção, incluindo contratos de serviçosdirectamente relacionados (ver a NCRF 19 - Contratos de Construção);

(b) Instrumentos financeiros; e

(c) Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola e produto agrícola na altura dacolheita (ver a NCRF 17 - Agricultura).

3 - Esta Norma não se aplica à mensuração dos inventários detidos por:

(a) Produtores de produtos agrícolas e florestais, do produto agrícola após a colheita, até aoponto em que sejam mensurados pelo valor realizável líquido de acordo com práticas jábem estabelecidas nesse sector. Quando tais inventários sejam mensurados pelo valorrealizável líquido, as alterações nesse valor são reconhecidas nos resultados do período emque se tenha verificado a alteração;

(b) Corretores/negociantes de mercadorias que mensurem os seus inventários pelo justo valormenos os custos de vender. Quando tais inventários sejam mensurados pelo justo valormenos os custos de vender, as alterações no justo valor menos os custos de vender sãoreconhecidas nos resultados do período em que se tenha verificado a alteração.

4 - Os inventários referidos no parágrafo 3(a) são mensurados pelo valor realizável líquido emdeterminadas fases de produção. Isto ocorre, por exemplo, quando as culturas agrícolastenham sido colhidas e a venda esteja assegurada sob um contrato de futuros ou de umagarantia governamental ou quando exista um mercado activo e haja um risco negligenciável defracasso de venda. Estes inventários apenas são excluídos dos requisitos de mensuração destaNorma.

5 - Os corretores/negociantes são aqueles que compram ou vendem mercadorias para outros oupor sua própria conta. Os inventários referidos no parágrafo 3(b) são essencialmente adquiridoscom a finalidade de vender no futuro próximo e de gerar lucro com base nas variações dospreços ou na margem dos corretores/negociantes. Quando estes inventários forem mensuradospelo justo valor menos os custos de vender, eles são excluídos apenas dos requisitos demensuração desta Norma.

Definições (parágrafos 6 a 8)

6 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Inventários (existências): são activos:

(a) Detidos para venda no decurso ordinário da actividade empresarial;

(b) No processo de produção para tal venda; ou

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(c) Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de produção ou naprestação de serviços.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Valor realizável líquido: é o preço de venda estimado no decurso ordinário da actividadeempresarial menos os custos estimados de acabamento e os custos estimados necessáriospara efectuar a venda.

7 - O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que uma entidade espera realizar com avenda do inventário no decurso ordinário da actividade empresarial. O justo valor reflecte aquantia pela qual o mesmo inventário poderia ser trocado entre compradores e vendedoresconhecedores e dispostos a isso. O primeiro é um valor específico de uma entidade, ao passoque o segundo já não é. O valor realizável líquido dos inventários pode não ser equivalente aojusto valor menos os custos de vender.

8 - Os inventários englobam bens comprados e detidos para revenda incluindo, por exemplo,mercadorias compradas por um retalhista e detidas para revenda ou terrenos e outraspropriedades detidas para revenda. Os inventários também englobam bens acabadosproduzidos, ou trabalhos em curso que estejam a ser produzidos pela entidade e incluemmateriais e consumíveis aguardando o seu uso no processo de produção. No caso de umprestador de serviços, os inventários incluem os custos do serviço, tal como descrito noparágrafo 19, relativamente ao qual a entidade ainda não tenha reconhecido o referido rédito(ver a NCRF 20 - Rédito).

Mensuração de inventários (parágrafos 9 a 33)

9 - Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o maisbaixo.

Custo dos inventários (parágrafos 10 a 22)

10 - O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de conversão e outroscustos incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição actuais.

Custos de compra (parágrafo 11)

11 - Os custos de compra de inventários incluem o preço de compra, direitos de importação e outrosimpostos (que não sejam os subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais pelaentidade) e custos de transporte, manuseamento e outros custos directamente atribuíveis àaquisição de bens acabados, de materiais e de serviços. Descontos comerciais, abatimentos eoutros itens semelhantes deduzem-se na determinação dos custos de compra.

Custos de conversão (parágrafos 12 a 14)

12 - Os custos de conversão de inventários incluem os custos directamente relacionados com asunidades de produção, tais como mão de obra directa. Também incluem uma imputaçãosistemática de gastos gerais de produção fixos e variáveis que sejam incorridos ao convertermatérias em bens acabados. Os gastos gerais de produção fixos são os custos indirectos deprodução que permaneçam relativamente constantes independentemente do volume deprodução, tais como a depreciação e manutenção de edifícios e de equipamento de fábricas eos custos de gestão e administração da fábrica. Os gastos gerais de produção variáveis são os

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custos indirectos de produção que variam directamente, ou quase directamente, com o volumede produção tais como materiais indirectos.

13 - A imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de conversão é baseada nacapacidade normal das instalações de produção. A capacidade normal é a produção que seespera que seja atingida em média durante uma quantidade de períodos ou de temporadas emcircunstâncias normais, tomando em conta a perda de capacidade resultante da manutençãoplaneada. O nível real de produção pode ser usado se se aproximar da capacidade normal. Aquantia de gastos gerais de produção fixos imputada a cada unidade de produção não éaumentada como consequência de baixa produção ou de instalações ociosas. Os gastos geraisnão imputados são reconhecidos como um gasto no período em que sejam incorridos. Emperíodos de produção anormalmente alta, a quantia de gastos gerais de produção fixosimputados a cada unidade de produção é diminuída a fim de que os inventários não sejammensurados acima do custo. Os gastos gerais de produção variáveis são imputados a cadaunidade de produção na base do uso real das instalações de produção.

14 - Um processo de produção pode resultar na produção simultânea de mais de um produto. Este éo caso, por exemplo, quando sejam produzidos produtos conjuntamente ou quando haja umproduto principal e um subproduto. Quando os custos de conversão de cada produto não sejamseparadamente identificáveis, eles são imputados entre os produtos por um critério racional econsistente. A imputação pode ser baseada, por exemplo, no valor relativo das vendas de cadaproduto, seja na fase do processo de produção quando os produtos se tornam separadamenteidentificáveis, seja no acabamento da produção. A maior parte dos subprodutos, pela suanatureza, são imateriais. Quando seja este o caso, eles são muitas vezes mensurados pelovalor realizável líquido e este valor é deduzido do custo do produto principal. Comoconsequência, a quantia escriturada do produto principal não é materialmente diferente do seucusto.

Outros custos (parágrafos 15 a 18)

15 - Outros custos somente são incluídos nos custos dos inventários até ao ponto em que sejamincorridos para os colocar no seu local e na sua condição actuais. Por exemplo, pode serapropriado incluir no custo dos inventários gastos gerais que não sejam industriais ou os custosde concepção de produtos para clientes específicos.

16 - Exemplos de custos excluídos do custo dos inventários e reconhecidos como gastos do períodoem que sejam incorridos são:

(a) Quantias anormais de materiais desperdiçados, de mão de obra ou de outros custos deprodução;

(b) Custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam necessários ao processo deprodução antes de uma nova fase de produção;

(c) Gastos gerais administrativos que não contribuam para colocar os inventários no seu local ena sua condição actuais; e

(d) Custos de vender.

17 - Em circunstâncias limitadas, os custos de empréstimos obtidos são incluídos no custo dosinventários. Estas circunstâncias estão identificadas na NCRF 10 - Custos de EmpréstimosObtidos.

18 - Uma entidade pode comprar inventários com condições de liquidação diferida. Quando o acordocontenha efectivamente um elemento de financiamento, esse elemento, por exemplo uma

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diferença entre o preço de compra para condições de crédito normais e a quantia paga, éreconhecido como gasto de juros durante o período do financiamento.

Custos de inventários de um prestador de serviços (parágrafo 19)

19 - Desde que os prestadores de serviços tenham inventários, estes são mensurados pelos custosda respectiva produção. Esses custos consistem sobretudo nos custos de mão de obra e outroscustos com o pessoal directamente envolvido na prestação do serviço, incluindo pessoal desupervisão, e os gastos gerais atribuíveis. A mão de obra e outros custos relacionados com asvendas e com o pessoal geral administrativo não são incluídos, mas são reconhecidos comogastos do período em que sejam incorridos. O custo dos inventários de um prestador deserviços não inclui as margens de lucro nem os gastos gerais não atribuíveis que muitas vezessão incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços.

Custo do produto agrícola colhido proveniente de activos biológicos(parágrafo 20)

20 - Segundo a NCRF 17 - Agricultura, os inventários que compreendam o produto agrícola queuma entidade tenha colhido proveniente dos seus activos biológicos são mensurados, noreconhecimento inicial, pelo seu justo valor menos os custos estimados no ponto de venda naaltura da colheita. Este é o custo dos inventários à data para aplicação desta Norma.Considera-se uma aproximação razoável do justo valor as cotações oficiais de mercado,designadamente as disponibilizadas pelo Sistema de Informação de Mercados Agrícolas.

Técnicas para a mensuração do custo (parágrafos 21 e 22)

21 - As técnicas para a mensuração do custo de inventários, tais como o método do custo padrão ouo método de retalho, podem ser usadas por conveniência se os resultados se aproximarem docusto. Os custos padrão tomam em consideração os níveis normais dos materiais econsumíveis, da mão de obra, da eficiência e da utilização da capacidade produtiva. Estesdevem ser regularmente revistos e, se necessário, devem sê-lo à luz das condições correntes.

22 - O método de retalho é muitas vezes usado no sector de retalho para mensurar inventários degrande quantidade de itens que mudam rapidamente, que têm margens semelhantes e para osquais não é praticável usar outros métodos de custeio. O custo do inventário é determinadopela redução do valor de venda do inventário na percentagem apropriada da margem bruta. Apercentagem usada toma em consideração o inventário que tenha sido marcado abaixo do seupreço de venda original. É usada muitas vezes uma percentagem média para cadadepartamento de retalho.

Fórmulas de custeio (parágrafos 23 a 27)

23 - O custo dos inventários de itens que não sejam geralmente intermutáveis e de bens ou serviçosproduzidos e segregados para projectos específicos deve ser atribuído pelo uso da identificaçãoespecífica dos seus custos individuais.

24 - A identificação específica do custo significa que são atribuídos custos específicos a elementosidentificados de inventário. Este é o tratamento apropriado para os itens que sejam segregadospara um projecto específico, independentemente de eles terem sido comprados ou produzidos.Porém, quando haja grandes quantidades de itens de inventário que sejam geralmenteintermutáveis, a identificação específica de custos não é apropriada. Em tais circunstâncias, ométodo de selecção dos itens que permanecem nos inventários poderia ser usado para obterefeitos predeterminados nos resultados.

25 - O custo dos inventários, que não sejam os tratados no parágrafo 23, deve ser atribuído pelo uso

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da fórmula "primeira entrada, primeira saída" (FIFO) ou da fórmula do custeio médio ponderado.Uma entidade deve usar a mesma fórmula de custeio para todos os inventários que tenhamuma natureza e um uso semelhantes para a entidade. Para os inventários que tenham outranatureza ou uso, poderão justificar-se diferentes fórmulas de custeio.

26 - Por exemplo, os inventários usados num segmento de negócio podem ter um uso para aentidade diferente do mesmo tipo de inventários usados num outro segmento de negócio.Porém, uma diferença na localização geográfica dos inventários (ou nas respectivas normasfiscais), por si só, não é suficiente para justificar o uso de diferentes fórmulas de custeio.

27 - A fórmula FIFO pressupõe que os itens de inventário que foram comprados ou produzidosprimeiro sejam vendidos em primeiro lugar e consequentemente os itens que permaneceremem inventário no fim do período sejam os itens mais recentemente comprados ou produzidos.Pela fórmula do custo médio ponderado, o custo de cada item é determinado a partir da médiaponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período e do custo de itenssemelhantes comprados ou produzidos durante o período. A média pode ser determinada numabase periódica ou à medida que cada entrega adicional seja recebida, o que depende dascircunstâncias da entidade.

Valor realizável líquido (parágrafos 28 a 33)

28 - O custo dos inventários pode não ser recuperável se esses inventários estiverem danificados,se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de venda tiveremdiminuído. O custo dos inventários pode também não ser recuperável se os custos estimadosde acabamento ou os custos estimados a serem incorridos para realizar a venda tiveremaumentado. A prática de reduzir o custo dos inventários (write down) para o valor realizávellíquido é consistente com o ponto de vista de que os activos não devem ser escriturados porquantias superiores àquelas que previsivelmente resultariam da sua venda ou uso.

29 - Os inventários são geralmente reduzidos para o seu valor realizável líquido item a item.Nalgumas circunstâncias, porém, pode ser apropriado agrupar unidades semelhantes ourelacionadas. Pode ser o caso dos itens de inventário relacionados com a mesma linha deprodutos que tenham finalidades ou usos finais semelhantes, que sejam produzidos ecomercializados na mesma área geográfica e não possam ser avaliados separadamente deoutros itens dessa linha de produtos. Não é apropriado reduzir inventários com base numaclassificação de inventários como, por exemplo, bens acabados, ou em todos os inventários deum determinado sector ou segmento geográfico. Normalmente, os prestadores de serviçosacumulam custos com respeito a cada serviço para o qual será cobrado um preço de vendaindividual. Por isso, cada um destes serviços é tratado como um item separado.

30 - As estimativas do valor realizável líquido são baseadas nas provas mais fiáveis disponíveis nomomento em que sejam feitas as estimativas quanto à quantia que se espera que os inventáriosvenham a realizar. Estas estimativas tomam em consideração as variações nos preços oucustos directamente relacionados com acontecimentos que ocorram após o fim do período, namedida em que tais acontecimentos confirmem condições existentes no fim do período.

31 - As estimativas do valor realizável líquido também tomam em consideração a finalidade pelaqual é detido o inventário. Por exemplo, o valor realizável líquido da quantidade de inventáriodetida para satisfazer contratos de vendas firmes ou de prestações de serviços é baseado nopreço do contrato. Se os contratos de venda disserem respeito a quantidades inferiores àsquantidades de inventário detidas, o valor realizável líquido do excesso basear-se-á em preçosgerais de venda. Podem surgir provisões resultantes de contratos de venda firmes comquantidades superiores às quantidades de inventários detidas ou resultantes de contratos decompra firmes. Tais provisões são tratadas de acordo com a NCRF 21 - Provisões, Passivos

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Contingentes e Activos Contingentes.

32 - Os materiais e outros consumíveis detidos para o uso na produção de inventários não serãoreduzidos abaixo do custo se for previsível que os produtos acabados em que eles serãoincorporados sejam vendidos pelo custo ou acima do custo. Porém, quando uma diminuição nopreço dos materiais constitua uma indicação de que o custo dos produtos acabados excederá ovalor realizável líquido, os materiais são reduzidos (written down) para o valor realizável líquido.Em tais circunstâncias, o custo de reposição dos materiais pode ser a melhor mensuraçãodisponível do seu valor realizável líquido.

33 - Em cada período subsequente é feita uma nova avaliação do valor realizável líquido. Quandoas circunstâncias que anteriormente resultavam em ajustamento ao valor dos inventáriosdeixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de um aumento no valor realizávellíquido devido à alteração nas circunstâncias económicas, a quantia do ajustamento é revertida(i.e. a reversão é limitada à quantia do ajustamento original) de modo a que a nova quantiaescriturada seja o valor mais baixo do custo e do valor realizável líquido revisto. Isto ocorre, porexemplo, quando um item de inventários que é escriturado pelo valor realizável líquido, porqueo seu preço de venda desceu, está ainda detido num período posterior e o seu preço de vendaaumentou.

Reconhecimento como gasto (parágrafos 34 e 35)

34 - Quando os inventários forem vendidos, a quantia escriturada desses inventários deve serreconhecida como um gasto do período em que o respectivo rédito seja reconhecido. A quantiade qualquer ajustamento dos inventários para o valor realizável líquido e todas as perdas deinventários devem ser reconhecidas como um gasto do período em que o ajustamento ou perdaocorra. A quantia de qualquer reversão do ajustamento de inventários, proveniente de umaumento no valor realizável líquido, deve ser reconhecida como uma redução na quantia deinventários reconhecida como um gasto no período em que a reversão ocorra.

35 - Alguns inventários podem ser imputados a outras contas do activo, como por exemplo,inventários usados como um componente de activos fixos tangíveis de construção própria. Osinventários imputados desta forma a um outro activo, são reconhecidos como um gasto durantea vida útil desse activo.

Divulgações (parágrafos 36 a 38)

36 - As demonstrações financeiras devem divulgar:

(a) As políticas contabilísticas adoptadas na mensuração dos inventários, incluindo a fórmulade custeio usada;

(b) A quantia total escriturada de inventários e a quantia escriturada em classificaçõesapropriadas para a entidade;

(c) A quantia de inventários escriturada pelo justo valor menos os custos de vender(corretores/negociantes);

(d) A quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o período;

(e) A quantia de qualquer ajustamento de inventários reconhecida como um gasto do períodode acordo com o parágrafo 34;

(f) A quantia de qualquer reversão de ajustamento que tenha sido reconhecida como umaredução na quantia de inventários reconhecida como gasto do período de acordo com oparágrafo 34;

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(g) As circunstâncias ou acontecimentos que conduziram à reversão de um ajustamento deinventários de acordo com o parágrafo 34; e

(h) A quantia escriturada de inventários dados como penhor de garantia a passivos.

37 - A informação acerca das quantias escrituradas detidas em diferentes classificações deinventários e a extensão das alterações nesses activos é útil para os utentes dasdemonstrações financeiras. As classificações comuns de inventários são: mercadorias,matérias primas, consumíveis de produção, materiais, trabalhos em curso e bens acabados. Osinventários de um prestador de serviços podem ser descritos como trabalhos em curso.

38 - A quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o período, que é muitas vezesreferida como o custo de venda, consiste nos custos previamente incluídos na mensuração doinventário agora vendido, nos gastos gerais de produção não imputados e nas quantiasanormais de custos de produção de inventários. As circunstâncias da entidade também podemadmitir a inclusão de outras quantias, tais como custos de distribuição.

Data de eficácia (parágrafo 39)

39 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 19Contratos de construção

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 11 - Contratos de Construção, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE)n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentocontabilístico de réditos e custos associados a contratos de construção. Por força da naturezada actividade subjacente aos contratos de construção, a data em que a actividade do contrato éiniciada e a data em que a actividade é concluída caem geralmente em períodos contabilísticosdiferentes. Por isso, o assunto primordial na contabilização dos contratos de construção é aimputação do rédito do contrato e dos custos do contrato aos períodos contabilísticos em que otrabalho de construção seja executado. Esta Norma usa os critérios de reconhecimentoestabelecidos na Estrutura Conceptual para determinar quando os réditos do contrato e oscustos do contrato devam ser reconhecidos como réditos e gastos na demonstração dosresultados. Também proporciona indicação prática sobre a aplicação destes critérios.

Âmbito (parágrafo 2)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização dos contratos de construção nasdemonstrações financeiras das entidades contratadas.

Definições (parágrafos 3 a 6)

3 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

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Contrato de construção: é um contrato especificamente negociado para a construção de umactivo ou de uma combinação de activos que estejam intimamente inter-relacionados ouinterdependentes em termos da sua concepção, tecnologia e função ou do seu propósito ou usofinal.

Contrato de «cost plus»: é um contrato de construção em que a entidade contratada éreembolsada por custos permitidos ou de outra forma definidos mais uma percentagem destescustos ou uma remuneração fixada.

Contrato de preço fixado: é um contrato de construção em que a entidade contratada concordacom um preço fixado ou com uma taxa fixada por unidade de «output» que, nalguns casos, estásujeito a cláusulas de custos escalonados.

4 - Um contrato de construção pode ser negociado para a construção de um activo único tal comouma ponte, um edifício, uma barragem, um oleoduto, uma estrada, um navio ou um túnel. Umcontrato de construção pode também tratar da construção de um número de activos queestejam intimamente inter-relacionados ou interdependentes em termos da sua concepção,tecnologia e função ou do seu propósito ou uso final; entre os exemplos de tais contratosincluem-se os da construção de refinarias e de outras partes complexas de fábricas ou deequipamentos.

5 - Para os fins desta Norma, os contratos de construção incluem:

(a) Contratos para a prestação de serviços que estejam directamente relacionados com aconstrução do activo, por exemplo, os relativos a serviços de gestores de projecto earquitectos; e

(b) Contratos para a destruição ou restauração de activos e a restauração do ambiente após ademolição de activos.

6 - Os contratos de construção são formulados de várias maneiras mas, para os fins desta Norma,são classificados como contratos de preço fixado e contratos de «cost plus». Alguns contratosde construção podem conter características quer de um contrato de preço fixado quer de umcontrato de «cost plus» com um preço máximo acordado. Em tais circunstâncias, uma entidadecontratada necessita considerar todas as condições dos parágrafos 23 e 24 a fim de determinarquando reconhecer réditos e gastos do contrato.

Combinação e segmentação de contratos de construção (parágrafos 7 a10)

7 - Os requisitos desta Norma são usualmente aplicados separadamente a cada contrato deconstrução. Porém, em certas circunstâncias, é necessário aplicar a Norma a componentesseparadamente identificáveis de um único contrato ou conjuntamente a um grupo de contratosafim de reflectir a substância de um contrato ou de um grupo de contratos.

8 - Quando um contrato cobrir vários activos, a construção de cada activo deve ser tratada comoum contrato de construção separado quando:

(a) Propostas separadas tenham sido submetidas para cada activo;

(b) Cada activo tenha sido sujeito a negociação separada e a entidade contratada e o clientetenham estado em condições de aceitar ou rejeitar a parte do contrato relacionada comcada activo; e

(c) Os custos e réditos de cada activo possam ser identificados.

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9 - Um grupo de contratos, quer com um único cliente ou com vários clientes, deve ser tratadocomo um contrato de construção único quando:

(a) O grupo de contratos seja negociado como um pacote único;

(b) Os contratos estejam tão intimamente inter-relacionados que sejam, com efeito, parte de umprojecto único com uma margem de lucro global; e

(c) Os contratos sejam executados simultaneamente ou numa sequência contínua.

10 - Um contrato pode proporcionar a construção de um activo adicional por opção do cliente oupode ser alterado para incluir a construção de um activo adicional. A construção do activoadicional deve ser tratada como um contrato de construção separado quando:

(a) O activo difira significativamente na concepção, tecnologia ou função do activo ou activoscobertos pelo contrato original; ou

(b) O preço do activo seja negociado sem atenção ao preço original do contrato.

Rédito do contrato (parágrafos 11 a 15)

11 - O rédito do contrato deve compreender:

(a) A quantia inicial de rédito acordada no contrato; e

(b) Variações no trabalho, reclamações e pagamentos de incentivos do contrato:

(i) Até ao ponto que seja provável que resultem em rédito; e

(ii) Estejam em condições de serem fiavelmente mensurados.

12 - O rédito do contrato é mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber. Amensuração do rédito do contrato é afectada por uma variedade de incertezas que dependemdo desfecho de acontecimentos futuros. As estimativas necessitam muitas vezes de ser revistasà medida que os acontecimentos ocorram e as incertezas se resolvam. Por isso, a quantia dorédito do contrato pode aumentar ou diminuir de um período para o seguinte. Por exemplo:

(a) Uma entidade contratada e um cliente podem acordar variações ou reivindicações queaumentem ou diminuam o rédito do contrato num período subsequente àquele em que ocontrato foi inicialmente acordado;

(b) A quantia de rédito acordada num contrato de preço fixado pode aumentar emconsequência de cláusulas de custo escalonadas;

(c) A quantia de rédito do contrato pode diminuir como consequência de penalidadesprovenientes de atrasos causados pela entidade contratada na conclusão do contrato; ou

(d) Quando um contrato de preço fixado envolve um preço fixado por unidade de «output», orédito do contrato aumenta à medida que a quantidade de unidades aumente.

13 - Uma variação é uma instrução dada pelo cliente para uma alteração no âmbito do trabalho a serexecutado segundo o contrato. Uma variação pode conduzir a um aumento ou a umadiminuição no rédito do contrato. Exemplos de variações são as alterações nas especificaçõesou na concepção do activo e alterações na duração do contrato. Uma variação é incluída norédito do contrato quando:

(a) Seja provável que o cliente aprovará a variação e a quantia de rédito proveniente da

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variação; e

(b) A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada.

14 - Uma reivindicação é uma quantia que a entidade contratada procura cobrar do cliente ou deuma outra terceira parte como reembolso de custos não incluídos no preço do contrato. Umareivindicação pode surgir de, por exemplo, demoras causadas por clientes, por erros nasespecificações ou na concepção e de alterações discutidas nos trabalhos do contrato. Amensuração da quantia de rédito proveniente de reivindicações está sujeita a um alto nível deincerteza e depende muitas vezes do desfecho das negociações. Por isso, as reivindicaçõessomente são incluídas no rédito do contrato quando:

(a) As negociações tenham atingido um estágio avançado de tal forma que seja provável que ocliente aceitará a reivindicação; e

(b) A quantia que seja provável ser aceite pelo cliente possa ser fiavelmente mensurada.

15 - Os pagamentos de incentivos são quantias adicionais pagas à entidade contratada se os níveisde desempenho especificados forem atingidos ou excedidos. Por exemplo, um contrato podepermitir um pagamento de incentivos à entidade contratada pela conclusão do contrato maiscedo. Os pagamentos de incentivos são incluídos no rédito do contrato quando:

(a) O contrato esteja suficientemente adiantado que seja provável que os níveis de execuçãoespecificados serão atingidos ou excedidos; e

(b) A quantia dos pagamentos de incentivos possa ser fiavelmente mensurada.

Custos do contrato (parágrafos 16 a 21)

16 - Os custos do contrato devem compreender:

(a) Os custos que se relacionem directamente com o contrato específico;

(b) Os custos que sejam atribuíveis à actividade do contrato em geral e possam ser imputadosao contrato; e

(c) Outros custos que sejam especificamente debitáveis ao cliente nos termos do contrato.

17 - Os custos que directamente se relacionem com um contrato específico incluem:

(a) Custos de mão-de-obra, incluindo supervisão;

(b) Custos de materiais usados na construção;

(c) Depreciação de activos fixos tangíveis utilizados no contrato;

(d) Custos de movimentar os activos fixos tangíveis e os materiais para e do local do contrato;

(e) Custos de alugar instalações e equipamentos;

(f) Custos de concepção e de assistência técnica que estejam directamente relacionados como contrato;

(g) Custos estimados de rectificar e garantir os trabalhos, incluindo os custos esperados degarantia; e

(h) Reivindicações de terceiras partes.

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Estes custos devem ser reduzidos por qualquer rendimento inerente que não esteja incluído norédito do contrato, por exemplo, rendimento proveniente da venda de materiais excedentários eda alienação de instalações e equipamentos no fim do contrato.

18 - Compreendem-se nos custos que podem ser atribuíveis à actividade do contrato em geral e quepodem ser imputados a contratos específicos:

(a) Seguros;

(b) Os custos de concepção e assistência técnica que não estejam directamente relacionadoscom um contrato específico; e

(c) Gastos gerais de construção.

Tais custos são imputados usando métodos que sejam sistemáticos e racionais e sejamaplicados consistentemente a todos os custos que tenham características semelhantes. Aimputação é baseada no nível normal de actividade de construção. Os gastos gerais deconstrução incluem custos tais como a preparação e processamento de salários do pessoal deconstrução. Os custos que possam ser atribuíveis à actividade do contrato em geral e possamser imputados a contratos específicos também incluem os custos de empréstimos obtidosquando a entidade contratada adopte o tratamento alternativo permitido na NCRF 10 - Custosde Empréstimos Obtidos.

19 - Os custos que sejam especificamente debitáveis ao cliente segundo os termos do contratopodem incluir alguns custos gerais administrativos e custos de desenvolvimento para os quais oreembolso esteja especificado nos termos do contrato.

20 - Os custos que não possam ser atribuídos à actividade do contrato ou que não lhe possam serimputados são excluídos dos custos de um contrato de construção. Tais custos incluem:

(a) Custos administrativos gerais cujo reembolso não esteja especificado no contrato;

(b) Custos de vender;

(c) Custos de pesquisa e desenvolvimento cujo reembolso não esteja especificado no contrato;e

(d) Depreciação de instalações e equipamentos ociosos que não sejam usados num contratoparticular.

21 - Os custos do contrato incluem os custos atribuíveis a esse contrato no período que vai desde adata em que o mesmo é assegurado até à sua conclusão final. Porém, os custos que serelacionem directamente com um contrato e que sejam incorridos ao assegurar o contrato sãotambém incluídos como parte dos custos do contrato se eles puderem ser separadamenteidentificados e mensurados fiavelmente e for provável que o contrato seja obtido. Quando oscustos incorridos ao assegurar o contrato forem reconhecidos como um gasto do período emque sejam incorridos, não são incluídos nos custos do contrato quando o contrato for obtidonum período subsequente.

Reconhecimento do rédito e dos gastos do contrato (parágrafos 22 a 35)

22 - Quando o desfecho de um contrato de construção puder ser fiavelmente estimado, o rédito docontrato e os custos do contrato associados ao contrato de construção devem ser reconhecidoscomo rédito e gastos respectivamente com referência à fase de acabamento da actividade docontrato à data do balanço. Uma perda esperada no contrato de construção deve ser

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reconhecida imediatamente como um gasto de acordo com o parágrafo 36.

23 - No caso de um contrato de preço fixado, o desfecho de um contrato de construção pode serfiavelmente estimado quando estiverem satisfeitas todas as condições seguintes:

(a) O rédito do contrato possa ser mensurado fiavelmente;

(b) Seja provável que os benefícios económicos associados ao contrato fluirão para a entidade;

(c) Tanto os custos do contrato para o acabar como a fase de acabamento do contrato na datado balanço possam ser fiavelmente mensurados; e

(d) Os custos de contrato atribuíveis ao contrato possam ser claramente identificados efiavelmente mensurados de forma que os custos reais do contrato incorridos possam sercomparados com estimativas anteriores.

24 - No caso de um contrato de «cost plus», o desfecho de um contrato de construção pode serfiavelmente mensurado quando estiverem satisfeitas todas as condições seguintes:

(a) Seja provável que os benefícios económicos associados ao contrato fluirão para a entidade;e

(b) Os custos do contrato atribuíveis ao contrato, quer sejam ou não reembolsáveis, possamser claramente identificados e fiavelmente mensurados.

25 - O reconhecimento de rédito e de gastos com referência à fase de acabamento de um contrato émuitas vezes referido como o método da percentagem de acabamento. Segundo este método,o rédito contratual é balanceado com os gastos contratuais incorridos ao atingir a fase deacabamento, resultando no relato de rédito, gastos e lucros que possam ser atribuíveis àproporção de trabalho concluído. Este método proporciona informação útil sobre a extensão deactividade e desempenho do contrato durante um período.

26 - Pelo método da percentagem de acabamento, o rédito do contrato é reconhecido como réditona demonstração dos resultados nos períodos contabilísticos em que o trabalho seja executado.Os custos do contrato são geralmente reconhecidos como um gasto na demonstração dosresultados nos períodos contabilísticos em que o trabalho com o qual se relacionam sejaexecutado. Porém, qualquer excesso esperado dos custos totais do contrato sobre os réditostotais do contrato é reconhecido imediatamente como um gasto de acordo com o parágrafo 36.

27 - Uma entidade contratada pode ter incorrido em custos do contrato que se relacionem com aactividade futura do contrato. Tais custos são reconhecidos como um activo desde que sejaprovável que sejam recuperados. Tais custos representam uma quantia devida pelo cliente emuitas vezes são classificados como trabalho em curso do contrato.

28 - O desfecho de um contrato de construção só pode ser estimado fiavelmente quando forprovável que os benefícios económicos associados ao contrato fluirão para a entidade. Porém,quando surja uma incerteza acerca da cobrabilidade de uma quantia já incluída no rédito docontrato, e já reconhecida na demonstração dos resultados, a quantia não cobrável ou a quantiaa respeito da qual a recuperação tenha cessado de ser provável é reconhecida como um gastoe não como um ajustamento da quantia do rédito do contrato.

29 - Uma entidade está geralmente em condições de fazer estimativas fiáveis após ter aceite umcontrato que estabeleça:

(a) Os direitos a cumprir por cada parte no que respeita ao activo a ser construído;

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(b) A retribuição a ser trocada; e

(c) A forma e o prazo de liquidação.

É também normalmente necessário que a entidade tenha um sistema eficaz de orçamentação ede relato financeiro. A entidade passa em revista e, quando necessário, revê as estimativas dorédito do contrato e dos custos do contrato à medida que o trabalho progride. A necessidade detais revisões não indica necessariamente que o desfecho do contrato não possa ser estimadocom fiabilidade.

30 - A fase de acabamento de um contrato pode ser determinada de várias maneiras. A entidadeusa o método que mensure com fiabilidade o trabalho executado. Dependendo da natureza docontrato, os métodos podem incluir:

(a) A proporção em que os custos do contrato incorridos no trabalho executado até à dataestejam para os custos estimados totais do contrato;

(b) Levantamentos do trabalho executado; e

(c) Conclusão de uma proporção física do trabalho contratado.

Os pagamentos progressivos e os adiantamentos recebidos dos clientes não reflectem muitasvezes o trabalho executado.

31 - Quando a fase de acabamento seja determinada com referência aos custos do contratoincorridos até à data, somente os custos do contrato que reflictam trabalho executado sãoincluídos nos custos incorridos até à data. São exemplos de custos de contrato que sãoexcluídos:

(a) Custos do contrato que se relacionem com a actividade futura do contrato, tais como custosde materiais que tenham sido entregues num local do contrato ou postos de lado para usonum contrato mas não ainda instalados, usados ou aplicados durante a execução docontrato, a menos que os materiais tenham sido produzidos especificamente para ocontrato; e

(b) Pagamentos feitos a entidades subcontratadas adiantadamente a trabalho executadosegundo o subcontrato.

32 - Quando o desfecho de um contrato de construção não possa ser estimado fiavelmente:

(a) O rédito somente deve ser reconhecido até ao ponto em que seja provável que os custos docontrato incorridos serão recuperáveis; e

(b) Os custos do contrato devem ser reconhecidos como um gasto no período em que sejamincorridos.

Uma perda esperada num contrato de construção deve ser reconhecida imediatamente comoum gasto de acordo com o parágrafo 36.

33 - Durante as fases iniciais de um contrato dá-se muitas vezes o caso de o desfecho do contratonão poder ser fiavelmente estimado. Não obstante, pode ser provável que a entidade recupereos custos incorridos do contrato. Por isso, o rédito do contrato somente é reconhecido até aoponto dos custos incorridos que se espera serem recuperáveis. Se o desfecho do contrato nãopuder ser fiavelmente estimado, nenhum lucro é reconhecido. Porém, mesmo quando odesfecho do contrato não possa ser fiavelmente estimado, pode ser provável que os custostotais do contrato excedam os réditos totais do contrato. Em tais casos, qualquer excesso

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esperado dos custos totais do contrato sobre o rédito total do contrato é reconhecidoimediatamente como um gasto de acordo com o parágrafo 36.

34 - Os custos do contrato cuja recuperação não seja provável são reconhecidos imediatamentecomo um gasto. Exemplos das circunstâncias em que a recuperabilidade dos custos do contratoincorridos pode não ser provável e em que os custos do contrato podem não ser reconhecidoscomo um gasto incluem contratos:

(a) Que não sejam inteiramente coagíveis, isto é, a sua validade esteja seriamente em questão;

(b) Cuja conclusão esteja sujeita ao desfecho de litígio ou de legislação pendente;

(c) Relacionados com propriedades que seja provável estarem em risco de perda ouexpropriação;

(d) Em que o cliente não esteja em condições de cumprir as suas obrigações;

(e) Em que a entidade contratada seja incapaz de completar o contrato ou de cumprir as suasobrigações segundo o contrato.

35 - Quando já não existirem as incertezas que impediram que fosse fiavelmente estimado odesfecho do contrato, o rédito e os gastos associados ao contrato de construção devem serreconhecidos de acordo com o parágrafo 22 e não de acordo com o parágrafo 32.

Reconhecimento de perdas esperadas (parágrafos 36 e 37)

36 - Quando for provável que os custos totais do contrato excedam o rédito total do contrato, aperda esperada deve ser reconhecida imediatamente como um gasto.

37 - A quantia de tal perda é determinada independentemente:

(a) De ter ou não começado o trabalho do contrato;

(b) Da fase de acabamento da actividade do contrato; ou

(c) Da quantia de lucros que se espere surjam noutros contratos que não sejam tratados comoum contrato de construção único de acordo com o parágrafo 9.

Alterações nas estimativas (parágrafo 38)

38 - O método da percentagem de acabamento é aplicado numa base acumulada em cada períodocontabilístico às estimativas correntes de rédito do contrato e custos do contrato. Por isso, osefeitos de uma alteração na estimativa no rédito do contrato e nos custos do contrato, ou osefeitos de uma alteração na estimativa do desfecho de um contrato, são contabilizados comouma alteração na estimativa contabilística (ver a NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alteraçõesnas Estimativas Contabilísticas e Erros). As estimativas alteradas são usadas na determinaçãoda quantia de rédito e de gastos reconhecidos na demonstração dos resultados no período emque a alteração seja feita e em períodos subsequentes.

Divulgações (parágrafos 39 a 41)

39 - Uma entidade deve divulgar:

(a) A quantia do rédito do contrato reconhecida como rédito do período;

(b) Os métodos usados para determinar o rédito do contrato reconhecido no período; e

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(c) Os métodos usados para determinar a fase de acabamento dos contratos em curso.

40 - Uma entidade deve divulgar o que se segue para os contratos em curso à data do balanço:

(a) A quantia agregada de custos incorridos e lucros reconhecidos (menos perdasreconhecidas) até à data;

(b) A quantia de adiantamentos recebidos; e

(c) A quantia de retenções.

41 - Retenções são quantias de facturas progressivas que só são pagas depois da satisfação dascondições especificadas no contrato para o pagamento de tais quantias ou até que os defeitostenham sido rectificados. As facturas progressivas por autos de medição são quantiasfacturadas do trabalho executado de um contrato quer tenham ou não sido pagas pelo cliente.Adiantamentos são quantias recebidas pela entidade contratada antes que o respectivo trabalhoseja executado.

Data de eficácia (parágrafo 42)

42 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 20Rédito

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 18 - Rédito, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 daComissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentocontabilístico de réditos, entendidos como os rendimentos que surgem no decurso dasactividades ordinárias de uma entidade, como, por exemplo, vendas, honorários, juros,dividendos e royalties.

A questão primordial na contabilização do rédito é a de determinar quando reconhecer omesmo. O rédito é reconhecido quando for provável que benefícios económicos futuros fluirãopara a entidade e esses benefícios possam ser fiavelmente mensurados. Esta Norma identificaas circunstâncias em que estes critérios serão satisfeitos e, por isso, o rédito será reconhecido.Ela também proporciona orientação prática na aplicação destes critérios.

Âmbito (parágrafos 2 a 6)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização do rédito proveniente das transacções eacontecimentos seguintes:

(a) Venda de bens;

(b) Prestação de serviços; e

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(c) Uso por outros de activos da entidade que produzam juros, royalties e dividendos.

3 - O termo bens inclui bens produzidos pela entidade com a finalidade de serem vendidos e benscomprados para revenda, tais como mercadorias compradas por um retalhista ou terrenos eoutras propriedades detidos para revenda.

4 - A prestação de serviços envolve tipicamente o desempenho por uma entidade de uma tarefacontratualmente acordada durante um período de tempo acordado. Os serviços podem serprestados dentro de um período único ou durante mais do que um período. Alguns contratospara a prestação de serviços estão directamente relacionados com contratos de construção,como por exemplo, os contratos para os serviços de gestão de projectos e de arquitectura. Orédito proveniente destes contratos não é tratado nesta Norma mas é tratado de acordo com osrequisitos para os contratos de construção como especificado na NCRF 19 - Contratos deConstrução.

5 - O uso, por outros, de activos da entidade dá origem a rédito na forma de:

(a) Juros - encargos pelo uso de dinheiro ou seus equivalentes ou de quantias devidas àentidade;

(b) Royalties - encargos pelo uso de activos a longo prazo da entidade, como, por exemplo,patentes, marcas, direitos de autor e software de computadores; e

(c) Dividendos - distribuições de lucros a detentores de investimentos em capital próprio naproporção das suas detenções de uma classe particular de capital.

6 - Esta Norma não trata de réditos provenientes de:

(a) Acordos de locação (ver a NCRF 9 - Locações);

(b) Dividendos provenientes de investimentos que sejam contabilizados pelo método daequivalência patrimonial (ver a NCRF 13 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos eInvestimentos em Associadas);

(c) Contratos de seguro de empresas seguradoras (ver subsidiariamente a IFRS 4 - Contratosde Seguros, em conformidade com o texto original do Regulamento (CE) 1126/2008 daComissão, de 3 de Novembro);

(d) Alterações no justo valor de activos financeiros e passivos financeiros, ou da sua alienação(ver subsidiariamente a IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração,em conformidade com o texto original do Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3de Novembro);

(e) Alterações no valor de outros activos correntes;

(f) Reconhecimento inicial e de alterações no justo valor de activos biológicos, relacionadoscom a actividade agrícola (ver a NCRF 17 - Agricultura);

(g) Reconhecimento inicial de produtos agrícolas (ver a NCRF 17 - Agricultura); e

(h) Extracção de minérios.

Definições (parágrafos 7 e 8)

7 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

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Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Método do juro efectivo: é um método de calcular o custo amortizado de um activo financeiro oude um passivo financeiro (ou grupo de activos financeiros ou de passivos financeiros) e deimputar o rendimento dos juros ou o gasto dos juros durante o período relevante. A taxa de juroefectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos de caixa futurosestimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, umperíodo mais curto na quantia escriturada líquida do activo financeiro ou do passivo financeiro.

Rédito: é o influxo bruto de benefícios económicos durante o período proveniente do curso dasactividades ordinárias de uma entidade quando esses influxos resultarem em aumentos decapital próprio, que não sejam aumentos relacionados com contribuições de participantes nocapital próprio.

8 - O rédito inclui somente os influxos brutos de benefícios económicos recebidos e a receber pelaentidade de sua própria conta. As quantias cobradas por conta de terceiros tais como impostossobre vendas, impostos sobre bens e serviços e impostos sobre o valor acrescentado não sãobenefícios económicos que fluam para a entidade e não resultem em aumentos de capitalpróprio. Por isso, são excluídos do rédito. Semelhantemente, num relacionamento de agência,os influxos brutos de benefícios económicos que não resultem em aumentos de capital própriopara o agente, são excluídos do rédito. As quantias cobradas por conta do capital não sãorédito. Em vez disso, o rédito é a quantia de comissão.

Mensuração do rédito (parágrafos 9 a 12)

9 - O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber.

10 - A quantia de rédito proveniente de uma transacção é geralmente determinada por acordo entrea entidade e o comprador ou utente do activo. É mensurado pelo justo valor da retribuiçãorecebida ou a receber tomando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciaise de quantidades concedidos pela entidade.

11 - Na maior parte dos casos, a retribuição é sob a forma de dinheiro ou seus equivalentes e aquantia do rédito é a quantia em dinheiro ou seus equivalentes recebidos ou a receber. Porém,quando o influxo de dinheiro ou equivalentes de dinheiro for diferido, o justo valor da retribuiçãopode ser menor do que a quantia nominal de dinheiro recebido ou a receber. Por exemplo, umaentidade pode conceder crédito isento de juros ao comprador ou aceitar do comprador umalivrança com taxa de juro inferior à do mercado como retribuição pela venda dos bens. Quandoo acordo constitua efectivamente uma transacção de financiamento, o justo valor da retribuiçãoé determinado descontando todos os recebimentos futuros usando uma taxa de juro imputada.A taxa de juro imputada é a mais claramente determinável de entre:

(a) A taxa prevalecente de um instrumento similar de um emitente com uma notação (rating) decrédito similar; ou

(b) A taxa de juro que desconte a quantia nominal do instrumento para o preço de vendacorrente a dinheiro dos bens ou serviços.

A diferença entre o justo valor e a quantia nominal da retribuição é reconhecida como rédito dejuros de acordo com os parágrafos 29 e 30.

12 - Quando os bens ou serviços sejam trocados ou objecto de swap por bens ou serviços quesejam de natureza e valor semelhante, a troca não é vista como uma transacção que gera

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réditos. É muitas vezes o caso de mercadorias como petróleo ou leite em que os fornecedorestrocam ou entram em swap de inventários em vários locais para satisfazer a procura numa basetempestiva num dado local. Quando os bens sejam vendidos ou os serviços sejam prestadosem troca de bens ou serviços dissemelhantes, a troca é vista como uma transacção que gerarédito. O rédito é mensurado pelo justo valor dos bens ou serviços recebidos ajustado pelaquantia transferida de dinheiro ou seus equivalentes. Quando o justo valor dos bens ou serviçosrecebidos não possa ser fiavelmente mensurado, o rédito é mensurado pelo justo valor dosbens ou serviços entregues, ajustado pela quantia transferida de dinheiro ou seus equivalentes.

Reconhecimento do rédito (parágrafos 13 a 33)

13 - Os critérios de reconhecimento nesta Norma são geralmente aplicados separadamente a cadatransacção. Contudo, em certas circunstâncias, é necessário aplicar os critérios dereconhecimento aos componentes separadamente identificáveis de uma transacção única a fimde reflectir a substância da transacção. Por exemplo, quando o preço da venda de um produtoinclua uma quantia identificável de serviços subsequentes, essa quantia é diferida ereconhecida como rédito durante o período em que o serviço seja executado. Inversamente, oscritérios de reconhecimento são aplicados a duas ou mais transacções conjuntas, quando elasestejam ligadas de tal maneira que o efeito comercial não possa ser compreendido semreferência às séries de transacções como um todo. Por exemplo, uma entidade pode venderbens e, ao mesmo tempo, celebrar um acordo separado para recomprar os bens numa dataposterior, negando assim o efeito substantivo da transacção; em tal caso, as duas transacçõessão tratadas conjuntamente.

Venda de bens (parágrafos 14 a 19)

14 - O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem sido satisfeitastodas as condições seguintes:

(a) A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens significativos dapropriedade dos bens;

(b) A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau geralmenteassociado com a posse, nem o controlo efectivo dos bens vendidos;

(c) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;

(d) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transacção fluam para aentidade; e

(e) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transacção possam ser fiavelmentemensurados.

15 - A avaliação de quando uma entidade transferiu os riscos e vantagens significativos dapropriedade para o comprador exige um exame das circunstâncias da transacção. Na maiorparte dos casos, a transferência dos riscos e vantagens da propriedade coincide com atransferência do documento legal ou da passagem da posse para o comprador. Este é o casoda maioria das vendas a retalho. Noutros casos, a transferência de riscos e vantagens depropriedade ocorre num momento diferente da transferência do documento legal ou dapassagem da posse.

16 - Se a entidade retiver significativos riscos de propriedade, a transacção não é uma venda e orédito não é reconhecido. Uma entidade pode reter um risco significativo de propriedade demuitas maneiras. São exemplos de situações em que a entidade pode reter os riscossignificativos e vantagens de propriedade:

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(a) Quando a entidade retenha uma obrigação por execução não satisfatória, não coberta porcláusulas normais de garantia;

(b) Quando o recebimento do rédito de uma dada venda esteja dependente da obtenção derédito pela venda dos bens pelo comprador;

(c) Quando os bens sejam expedidos sujeitos a instalação e a instalação seja uma partesignificativa do contrato que ainda não tenha sido concluído pela entidade; e

(d) Quando o comprador tenha o direito de rescindir a compra por uma razão especificada nocontrato de venda e a entidade não esteja segura acerca da probabilidade de devolução.

17 - Se uma entidade retiver somente um insignificante risco de propriedade, a transacção é umavenda e o rédito é reconhecido. Por exemplo, um vendedor pode reter o título legal dos bensunicamente para proteger a cobrabilidade da quantia devida. Em tal caso, se a entidade tivertransferido os riscos e vantagens significativos da propriedade, a transacção é uma venda e orédito é reconhecido. Um outro exemplo de uma entidade que retém somente um riscoinsignificante de propriedade pode ser a de uma venda a retalho quando for oferecido umreembolso se o cliente não ficar satisfeito. O rédito em tais casos é reconhecido no momento davenda desde que o vendedor possa fiavelmente estimar as devoluções futuras e reconheça umpassivo por devoluções com base em experiência anterior e noutros factores relevantes.

18 - O rédito só é reconhecido quando for provável que os benefícios económicos associados com atransacção fluam para a entidade. Nestes casos, tal só é verificável depois da retribuição serrecebida ou de uma incerteza ser removida. Por exemplo, pode ser incerto que uma autoridadegovernamental estrangeira conceda permissão para remeter a retribuição de uma venda numpaís estrangeiro. Quando a permissão for concedida, a incerteza é retirada e o rédito éreconhecido. Porém, quando surgir uma incerteza acerca da cobrabilidade de uma quantia jáincluída no rédito, a quantia incobrável ou a quantia cuja recuperação tenha cessado de serprovável é reconhecida como gasto e não como um ajustamento da quantia do réditooriginalmente reconhecido.

19 - O rédito e os gastos que se relacionem com a mesma transacção ou outro acontecimento sãoreconhecidos simultaneamente; este processo é geralmente referido como o balanceamentodos réditos com os gastos. Os gastos incluindo garantias e outros custos a serem incorridosapós a expedição dos bens podem normalmente ser mensurados com fiabilidade quando asoutras condições para o reconhecimento do rédito tenham sido satisfeitas. Porém, quando osgastos não possam ser mensurados fiavelmente, o rédito não pode ser reconhecido; em taiscircunstâncias, qualquer retribuição já recebida pela venda dos bens é reconhecida como umpassivo.

Prestação de serviços (parágrafos 20 a 28)

20 - Quando o desfecho de uma transacção que envolva a prestação de serviços possa serfiavelmente estimado, o rédito associado com a transacção deve ser reconhecido comreferência à fase de acabamento da transacção à data do balanço. O desfecho de umatransacção pode ser fiavelmente estimado quando todas as condições seguintes foremsatisfeitas:

(a) A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;

(b) Seja provável que os benefícios económicos associados à transacção fluam para aentidade;

(c) A fase de acabamento da transacção à data do balanço possa ser fiavelmente mensurada;

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e

(d) Os custos incorridos com a transacção e os custos para concluir a transacção possam serfiavelmente mensurados.

21 - O reconhecimento do rédito com referência à fase de acabamento de uma transacção é muitasvezes referido como o método da percentagem de acabamento. Por este método, o rédito éreconhecido nos períodos contabilísticos em que os serviços sejam prestados. Oreconhecimento do rédito nesta base proporciona informação útil sobre a extensão daactividade de serviço e desempenho durante um período. A NCRF 19 - Contratos deConstrução, também exige o reconhecimento do rédito nesta base. As exigências desta Normasão geralmente aplicáveis ao reconhecimento do rédito e aos gastos associados de umatransacção que envolva a prestação de serviços.

22 - O rédito somente é reconhecido quando for provável que os benefícios económicos associadosà transacção fluam para a entidade. Porém, quando surja uma incerteza acerca dacobrabilidade de uma quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável, ou a quantia comrespeito à qual a recuperação tenha cessado de ser provável, é reconhecida como um gasto, enão como um ajustamento da quantia de rédito originalmente reconhecido.

23 - Uma entidade é geralmente capaz de fazer estimativas fiáveis após ter concordado com osoutros parceiros da transacção o seguinte:

(a) Os direitos que cada uma das partes está obrigada a cumprir quanto ao serviço a serprestado e recebido pelas partes;

(b) A retribuição a ser trocada; e

(c) O modo e os termos da liquidação.

É também usualmente necessário que a entidade tenha um sistema eficaz de orçamentaçãofinanceira interna e de relato financeiro. A entidade revê e, quando necessário, põe o visto nasestimativas de rédito à medida que o serviço está a ser executado. A necessidade de taisrevisões não indicia que o desfecho da transacção não possa ser estimado com fiabilidade.

24 - A fase de acabamento de uma transacção pode ser determinada por uma variedade demétodos. Uma entidade usa o método que mensure fiavelmente os serviços executados.Dependendo da natureza da transacção, os métodos podem incluir:

(a) Vistorias do trabalho executado;

(b) Serviços executados até à data, expressos como uma percentagem do total dos serviços aserem executados; ou

(c) A proporção que os custos incorridos até à data tenham com os custos totais estimados datransacção. Somente os custos que reflictam serviços executados até à data são incluídosnos custos incorridos até à data. Somente os custos que reflictam serviços executados ou aserem executados são incluídos nos custos totais estimados da transacção.

Os pagamentos progressivos e os adiantamentos recebidos de clientes não reflectem muitasvezes os serviços executados.

25 - Para fins práticos, quando os serviços sejam desempenhados por um número indeterminado deactos durante um período específico de tempo, o rédito é reconhecido numa base de linha rectadurante o período específico a menos que haja evidência de que um outro método representemelhor a fase de acabamento. Quando um acto específico seja muito mais significativo do que

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quaisquer outros actos, o reconhecimento do rédito é adiado até que o acto significativo sejaexecutado.

26 - Quando o desfecho da transacção que envolva a prestação de serviços não possa ser estimadocom fiabilidade, o rédito somente deve ser reconhecido na medida em que sejam recuperáveisos gastos reconhecidos.

27 - Durante as primeiras fases de uma transacção, é frequente que o desfecho da transacção nãopossa ser fiavelmente estimado. Contudo, pode ser provável que a entidade recupere os custosincorridos na mesma. Por isso, o rédito é reconhecido somente na medida em que se espereque sejam recuperados os custos incorridos, não sendo reconhecido qualquer lucro.

28 - Quando o desfecho de uma transacção não possa ser fiavelmente estimado e não seja provávelque os custos incorridos sejam recuperados, o rédito não é reconhecido e os custos incorridossão reconhecidos como um gasto. Quando deixarem de existir as incertezas que impediram queo desfecho do contrato pudesse ser fiavelmente estimado, o rédito é reconhecido de acordocom o parágrafo 20 (com referência à fase de acabamento) e não de acordo com o parágrafo26 (critério de recuperação dos custos incorridos).

Juros, royalties e dividendos (parágrafos 29 a 33)

29 - O rédito proveniente do uso por outros de activos da entidade que produzam juros, royalties edividendos deve ser reconhecido nas bases estabelecidas no parágrafo 30, quando:

(a) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transacção fluam para aentidade; e

(b) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada.

30 - O rédito deve ser reconhecido nas seguintes bases:

(a) Os juros devem ser reconhecidos utilizando o método do juro efectivo;

(b) Os royalties devem ser reconhecidos segundo o regime de acréscimo de acordo com asubstância do acordo relevante; e

(c) Os dividendos devem ser reconhecidos quando for estabelecido o direito do accionistareceber o pagamento.

31 - Quando juros não pagos tenham sido acrescidos antes da aquisição de um investimento queproduza juros, o recebimento subsequente de juros é repartido entre os períodos de pré e pósaquisição. Somente a parte de pós aquisição é reconhecida como rédito. Quando os dividendosde títulos de capital próprio sejam declarados a partir de lucros líquidos de pré aquisição, essesdividendos são deduzidos do custo dos títulos. Se for difícil fazer tal imputação, excepto numabase arbitrária, os dividendos são reconhecidos como rédito a menos que os mesmosrepresentem claramente uma recuperação de parte do custo dos títulos de capital próprio.

32 - Os royalties são acrescidos de acordo com os termos do acordo relevante e são gradualmentereconhecidos nessa base a menos que, tendo em atenção a substância do acordo, seja maisapropriado reconhecer o rédito numa outra base sistemática e racional.

33 - O rédito somente é reconhecido quando seja provável que os benefícios económicos inerentesà transacção fluam para a entidade. Contudo, quando surja uma incerteza acerca dacobrabilidade de uma quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável, ou a quantia a respeitoda qual a recuperação tenha cessado de ser provável, é reconhecida como um gasto, e nãocomo um ajustamento da quantia do rédito originalmente reconhecido.

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Divulgações (parágrafos 34 e 35)

34 - Uma entidade deve divulgar:

(a) As políticas contabilísticas adoptadas para o reconhecimento do rédito incluindo os métodosadoptados para determinar a fase de acabamento de transacções que envolvam aprestação de serviços;

(b) A quantia de cada categoria significativa de rédito reconhecida durante o período incluindo orédito proveniente de:

(i) Venda de bens;

(ii) Prestação de serviços;

(iii) Juros;

(iv) Royalties;

(v) Dividendos.

35 - Uma entidade divulgará quaisquer activos e passivos contingentes de acordo com a NCRF 21 -Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes. Os passivos contingentes e osactivos contingentes podem surgir de itens tais como custos de garantia, reclamações,penalidades ou perdas possíveis.

Data de eficácia (parágrafo 36)

36 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 21Provisões, passivos contingentes e activos contingentes

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 37 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes, adoptada pelotexto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever critérios dereconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões, passivos contingentes eactivos contingentes e que seja divulgada informação suficiente nas notas às demonstraçõesfinanceiras de modo a permitir aos utentes compreender a sua natureza, tempestividade equantia.

Âmbito (parágrafos 2 a 7)

2 - Esta Norma deve ser aplicada por todas as entidades na contabilização de provisões, passivoscontingentes e activos contingentes, excepto:

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(a) Os que resultam de contratos executórios, excepto quando o contrato seja oneroso;

(b) Os cobertos por uma outra Norma.

3 - Esta Norma não se aplica a instrumentos financeiros incluindo garantias (ver subsidiariamente aIAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, em conformidade com otexto original do Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro).

4 - Não são objecto de tratamento por esta Norma os tipos específicos de provisões, passivoscontingentes ou activos contingentes que sejam tratados em normas específicas, como, a títulode exemplo, é o caso:

(a) Dos passivos contingentes assumidos numa concentração de actividades empresariais, quesão objecto de tratamento na NCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresariais;

(b) De certos tipos de provisões relativas a contratos de construção, tratadas na NCRF 19 -Contratos de Construção;

(c) De certos tipos de provisões relativas a impostos sobre o rendimento (ver a NCRF 25 -Impostos sobre o Rendimento); e

(d) De certos tipos de provisões relativas a locações (ver a NCRF 9 - Locações). Porém, comoa NCRF 9 não contém requisitos específicos para tratar locações operacionais que setenham tornado onerosas, a presente Norma aplica-se a tais casos.

5 - Algumas quantias tratadas como provisões podem relacionar-se com o reconhecimento dorédito, por exemplo quando uma entidade dê garantias em troca de uma remuneração. A NCRF20 - Rédito, identifica as circunstâncias em que o rédito é reconhecido e proporciona orientaçãoprática sobre a aplicação dos critérios de reconhecimento. Consequentemente, a presenteNorma não altera os requisitos daquela NCRF 20.

6 - Outras NCRF especificam se os dispêndios são tratados como activos ou como gastos. Dadoque esta problemática não é tratada nesta Norma, não consta desta qualquer proibição ouexigência de capitalização dos custos reconhecidos quando é constituída uma provisão.

7 - Esta Norma aplica-se também a provisões para reestruturações (incluindo unidadesoperacionais descontinuadas). Quando uma reestruturação satisfizer a definição de umaunidade operacional descontinuada, a NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda eUnidades Operacionais Descontinuadas pode exigir divulgações adicionais.

Definições (parágrafos 8 e 9)

8 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Acontecimento que cria obrigações: é um acontecimento que cria uma obrigação legal ouconstrutiva que faça com que uma entidade não tenha nenhuma alternativa realista senãoliquidar essa obrigação.

Activo contingente: é um possível activo proveniente de acontecimentos passados e cujaexistência somente será confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um ou maisacontecimentos futuros incertos não totalmente sob o controlo da entidade.

Contrato executório: é um contrato segundo o qual nenhuma das partes tenha cumpridoqualquer das suas obrigações ou ambas as partes apenas tenham parcialmente cumprido assuas obrigações em igual extensão.

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Contrato oneroso: é um contrato em que os custos não evitáveis de satisfazer as obrigações docontrato excedem os benefícios económicos que se espera sejam recebidos ao abrigo domesmo.

Obrigação construtiva: é uma obrigação que decorre das acções de uma entidade em que:

(a) por via de um modelo estabelecido de práticas passadas, de políticas publicadas ou de umadeclaração corrente suficientemente específica, a entidade tenha indicado a outras partesque aceitará certas responsabilidades; e

(b) em consequência, a entidade tenha criado uma expectativa válida nessas outras partes deque cumprirá com essas responsabilidades.

Obrigação legal: é uma obrigação que deriva de:

(a) um contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);

(b) legislação; ou

(c) outra operação da lei.

Passivo: é uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados, cujaliquidação se espera que resulte num exfluxo de recursos da entidade que incorporembenefícios económicos.

Passivo contingente:

(a) É uma obrigação possível que provenha de acontecimentos passados e cuja existênciasomente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais acontecimentos futurosincertos não totalmente sob controlo da entidade; ou

(b) É uma obrigação presente que decorra de acontecimentos passados mas que não éreconhecida porque:

(i) Não é provável que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos sejaexigido para liquidar a obrigação; ou

(ii) A quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente fiabilidade.

Provisão: é um passivo de tempestividade ou quantia incerta.

Reestruturação: é um programa planeado e controlado pelo órgão de gestão e que alteramaterialmente ou:

(a) O âmbito de um negócio empreendido por uma entidade; ou

(b) A maneira como o negócio é conduzido

9 - A interpretação de «provável» nesta Norma, como «mais provável do que não», não se aplicanecessariamente a outras Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro.

Provisões e outros itens (parágrafos 10 a 12)

Provisões e outros passivos (parágrafo 10)

10 - As provisões podem ser distinguidas de outros passivos tais como contas a pagar e acréscimoscomerciais. As primeiras caracterizam-se pela existência de incerteza acerca da tempestividade

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ou da quantia dos dispêndios futuros necessários para a sua liquidação enquanto que:

(a) As contas a pagar comerciais são passivos a pagar por bens ou serviços que tenham sidofacturados ou formalmente acordados com o fornecedor; e

(b) Os acréscimos são passivos a pagar por bens ou serviços que tenham sido recebidos oufornecidos mas que não tenham sido pagos, facturados ou formalmente acordados com ofornecedor, incluindo quantias devidas a empregados (por exemplo, quantias relacionadascom pagamento acrescido de férias). Se bem que algumas vezes seja necessário estimar aquantia ou tempestividade de acréscimos, a incerteza é geralmente muito menor do que nasprovisões.

Provisões e passivos contingentes (parágrafos 11 e 12)

11 - Num sentido geral, todas as provisões são contingentes porque são incertas na suatempestividade ou quantia. Porém, nesta Norma o termo «contingente» é usado para passivose activos que não sejam reconhecidos porque a sua existência somente será confirmada pelaocorrência ou não ocorrência de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob ocontrolo da entidade. Além disso, nesta Norma, a expressão «passivo contingente» é usadapara passivos que não satisfaçam os critérios de reconhecimento.

12 - Esta Norma distingue entre:

(a) Provisões - que, desde que possa ser efectuada uma estimativa fiável, são reconhecidascomo passivos porque são obrigações presentes e é provável que um exfluxo de recursosque incorporem benefícios económicos será necessário para liquidar as obrigações; e

(b) Passivos contingentes - que não são reconhecidos como passivos porque:

(i) São obrigações possíveis, uma vez que carecem de confirmação sobre se a entidadetem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a um exfluxo de recursos queincorporem benefícios económicos; ou

(ii) São obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento destaNorma, seja porque não é provável que será necessário um exfluxo de recursos queincorporem benefícios económicos para liquidar a obrigação, seja porque não pode serfeita uma estimativa suficientemente fiável da quantia da obrigação.

Reconhecimento (parágrafos 13 a 34)

Provisões (parágrafos 13 a 25)

13 - Uma provisão só deve ser reconhecida quando cumulativamente:

(a) uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva) como resultado de umacontecimento passado;

(b) seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos seránecessário para liquidar a obrigação; e

(c) possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

Obrigação presente (parágrafos 14 e 15)

14 - Em casos raros não é claro se existe ou não uma obrigação presente. Nestes casos,presume-se que um acontecimento passado dá origem a uma obrigação presente se, tendo em

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conta toda a evidência disponível, for mais provável do que não que tal obrigação presenteexista à data do balanço.

15 - Em quase todos os casos será claro se um acontecimento passado deu origem a umaobrigação presente. Em casos raros, por exemplo num processo judicial, pode ser discutidoquer se certos eventos ocorreram quer se esses eventos resultaram numa obrigação presente.Em tal caso, uma entidade determina se existe uma obrigação presente à data do balançotendo em conta toda a evidência disponível incluindo, por exemplo, a opinião de peritos. Aevidência a considerar inclui qualquer evidência adicional proporcionada por acontecimentosapós a data do balanço. Com base em tal evidência a entidade:

(a) Reconhece uma provisão, se os critérios de reconhecimento forem satisfeitos, quando sejamais provável do que não que uma obrigação presente exista à data do balanço; e

(b) Divulga um passivo contingente, quando seja mais provável que nenhuma obrigaçãopresente exista à data do balanço, a menos que a possibilidade de um exfluxo de recursosque incorporem benefícios económicos seja remota (como dispõe o parágrafo 82).

Acontecimento passado (parágrafos 16 a 21)

16 - Um acontecimento passado que conduza a uma obrigação presente é chamado umacontecimento que cria obrigações. Para um evento ser considerado um acontecimento quecria obrigações, é necessário que a entidade não tenha nenhuma alternativa realista senãoliquidar a obrigação por ele criada, o que apenas ocorre:

(a) Quando a liquidação da obrigação possa ser imposta legalmente, ou

(b) No caso de uma obrigação construtiva, quando o evento (que pode ser uma acção daprópria entidade) crie expectativas válidas em terceiros de que ela cumprirá a obrigação.

17 - As demonstrações financeiras tratam da posição financeira da entidade no fim do seu períodode relato e não da sua possível posição no futuro. Consequentemente, nenhuma provisão éreconhecida para os custos que necessitam de ser incorridos para operar no futuro. Os únicospassivos reconhecidos no balanço de uma entidade são os que existam à data daquelademonstração.

18 - São apenas reconhecidas como provisões as obrigações que surgem provenientes deacontecimentos passados que existem independentemente de acções futuras de uma entidade(isto é, a conduta futura dos seus negócios). Constituem exemplos de tais obrigações aspenalizações ou os custos de limpeza de danos ambientais ilegais que, em ambos os casos,dariam origem na liquidação a um exfluxo de recursos que incorpore benefícios económicossem atenção às futuras acções da entidade. Pelas mesmas razões, uma entidade reconheceuma provisão para os custos de encerramento de um poço de petróleo ou de uma centraleléctrica nuclear até ao limite das suas obrigações de rectificação dos danos já causados.Contrariamente, devido a pressões comerciais ou exigências legais, uma entidade podepretender ou precisar de levar a efeito dispêndios para operar de uma forma particular no futuro(por exemplo, montando filtros de fumo num certo tipo de fábricas). Dado que a entidade podeevitar os dispêndios futuros pelas suas próprias acções, por exemplo alterando o seu métodode operar, ela não tem nenhuma obrigação presente relativamente a esse dispêndio futuro enão é reconhecida nenhuma provisão.

19 - Uma obrigação envolve sempre uma outra parte a quem a obrigação é devida, sendo, por issomesmo, necessária a identificação da parte a quem a obrigação é devida (na verdade aobrigação pode ser ao público em geral). Porque uma obrigação envolve sempre umcompromisso com uma outra parte, isto implica que uma decisão do órgão de gestão apenas dá

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origem a uma obrigação construtiva à data do balanço se a decisão tiver sido comunicada antesdaquela data aos afectados por ela de uma maneira suficientemente específica para suscitarneles uma expectativa válida de que a entidade cumprirá as suas responsabilidades.

20 - Um acontecimento que não dê origem imediatamente a uma obrigação pode dá-la numa dataposterior, por força de alterações na lei ou porque um acto da entidade (nomeadamente, umadeclaração pública suficientemente específica) dê origem a uma obrigação construtiva. Porexemplo, quando forem causados danos ambientais pode não haver nenhuma obrigação pararemediar as consequências. Porém, o facto de ter havido o dano tornar-se-á um acontecimentoque cria obrigações quando uma nova lei exigir que o dano existente seja rectificado ou quandoa entidade publicamente aceitar a responsabilidade pela rectificação de uma maneira que crieuma obrigação construtiva.

21 - Quando os pormenores de uma nova lei proposta tiverem ainda de ser ultimados, umaobrigação só se verifica quando se tiver virtualmente a certeza de que a legislação seráaprovada nos termos constantes da proposta. Para a finalidade desta Norma, tal obrigação étratada como uma obrigação legal.

Exfluxo provável de recursos que incorporem benefícios económicos(parágrafos 22 e 23)

22 - Para que um passivo se qualifique para reconhecimento precisa de haver não somente umaobrigação presente mas também a probabilidade de um exfluxo de recursos que incorporembenefícios económicos para liquidar essa obrigação. Para a finalidade desta Norma, um exfluxode recursos ou outro acontecimento é considerado como provável se o acontecimento for maisprovável do que não de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que o acontecimento ocorrerá formaior do que a probabilidade de isso não acontecer. Quando não for provável que exista umaobrigação presente, uma entidade divulga um passivo contingente, a menos que a possibilidadede um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos seja remota (ver parágrafo82).

23 - Quando houver várias obrigações semelhantes (por ex. garantias de produtos ou contratossemelhantes) a probabilidade de que um exfluxo será exigido na liquidação é determinadaconsiderando-se a classe de obrigações como um todo. Se bem que a probabilidade de exfluxode qualquer item possa ser pequeno, pode bem ser possível que algum exfluxo de recursosserá necessário para liquidar a classe de obrigações como um todo. Se esse for o caso, éreconhecida uma provisão (se os outros critérios de reconhecimento forem satisfeitos).

Estimativa fiável da obrigação (parágrafos 24 e 25)

24 - O uso de estimativas é uma parte essencial da preparação de demonstrações financeiras e nãoprejudica a sua fiabilidade. Isto é especialmente verdade no caso de provisões, que pela suanatureza são mais incertas do que a maior parte de outros elementos do balanço. Excepto emcasos extremamente raros, uma entidade será capaz de determinar uma gama de desfechospossíveis e pode por isso fazer uma estimativa da obrigação que seja suficientemente fiávelpara usar ao reconhecer uma provisão.

25 - Nos casos extremamente raros em que nenhuma estimativa fiável possa ser feita, existe umpassivo que não pode ser reconhecido. Esse passivo é divulgado como um passivo contingente(ver parágrafo 82).

Passivos contingentes (parágrafos 26 a 29)

26 - Uma entidade não deve reconhecer um passivo contingente.

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27 - Um passivo contingente é divulgado, como exigido pelo parágrafo 82, a menos que seja remotaa possibilidade de um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos.

28 - Quando uma entidade estiver conjunta e solidariamente comprometida a uma obrigação, aparte da obrigação que se espera que seja satisfeita por outras partes é tratada como umpassivo contingente. A entidade reconhece uma provisão correspondente à parte da obrigaçãopela qual seja provável um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos, exceptonas circunstâncias extremamente raras em que nenhuma estimativa possa ser feita.

29 - Os passivos contingentes podem desenvolver-se de uma maneira não inicialmente esperada.Por isso, são continuadamente avaliados para determinar se um exfluxo de recursos queincorporem benefícios económicos se tornou provável. Se se tornar provável que um exfluxo debenefícios económicos futuros serão exigidos para um item previamente tratado como umpassivo contingente, é reconhecida uma provisão nas demonstrações financeiras do períodoem que a alteração da probabilidade ocorra (excepto nas circunstâncias extremamente rarasem que nenhuma estimativa fiável possa ser feita).

Activos contingentes (parágrafos 30 a 34)

30 - Uma entidade não deve reconhecer um activo contingente.

31 - Os activos contingentes surgem normalmente de acontecimento não planeados ou de outrosnão esperados que dão origem à possibilidade de um influxo de benefícios económicos para aentidade. Um exemplo é uma reivindicação que uma entidade esteja a intentar por intermédiode processos legais, quando o desfecho seja incerto.

32 - Os activos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras desde que istopossa resultar no reconhecimento de rendimentos que possam nunca ser realizados. Porém,quando a realização de rendimentos esteja virtualmente certa, então o activo relacionado não éum activo contingente e o seu reconhecimento é apropriado.

33 - Um activo contingente é divulgado, como exigido pelo parágrafo 84, quando for provável uminfluxo de benefícios económicos.

34 - Os activos contingentes são avaliados continuadamente para assegurar que osdesenvolvimentos sejam apropriadamente reflectidos nas demonstrações financeiras. Se setornar virtualmente certo que ocorrerá um influxo de benefícios económicos, o activo e orendimento relacionado são reconhecidos nas demonstrações financeiras do período em que aalteração ocorra. Se um influxo de benefícios económicos se tornar provável, uma entidadedivulga o activo contingente (ver parágrafo 84).

Mensuração (parágrafos 35 a 52)

A melhor estimativa (parágrafos 35 a 41)

35 - A quantia reconhecida como uma provisão deve ser a melhor estimativa do dispêndio exigidopara liquidar a obrigação presente à data do balanço.

36 - A melhor estimativa do dispêndio exigido para liquidar a obrigação presente é a quantia queuma entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação à data do balanço ou para atransferir para uma terceira parte nesse momento. Será muitas vezes impossível ouproibitivamente dispendioso liquidar ou transferir uma obrigação à data do balanço. Porém, aestimativa da quantia que uma entidade racionalmente pagaria para liquidar ou transferir aobrigação produz a melhor estimativa do dispêndio exigido para a liquidar.

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37 - As estimativas do desfecho e do efeito financeiro são determinadas por julgamentos,complementados pela experiência de transacções semelhantes e, em alguns casos, por relatosde peritos independentes. A evidência considerada inclui qualquer evidência adicionalproporcionada por acontecimentos após a data do balanço.

38 - As incertezas que rodeiam a quantia a ser reconhecida como uma provisão são tratadas porvários meios de acordo com as circunstâncias.

39 - Quando a provisão a ser mensurada envolva uma grande população de itens, a obrigação éestimada ponderando todos os possíveis desfechos pelas suas probabilidades associadas. Onome para este método estatístico de estimativa é«o valor esperado». A provisão será por issodiferente dependendo de se a probabilidade de uma perda de uma dada quantia seja, porexemplo, de 60 por cento ou de 90 por cento. Quando houver uma escala contínua dedesfechos possíveis, e cada ponto nessa escala é tão provável como qualquer outro, é usado oponto médio da escala.

40 - Quando uma única obrigação estiver a ser mensurada, o desfecho individual mais provávelpode ser a melhor estimativa do passivo. Porém, mesmo em tal caso, a entidade consideraoutras consequências possíveis. Quando outras consequências possíveis forem oumaioritariamente mais altas ou maioritariamente mais baixas do que a consequência maisprovável, a melhor estimativa será uma quantia mais alta ou mais baixa. Por exemplo, se umaentidade tiver de rectificar uma avaria grave numa fábrica importante que tenha construído paraum cliente, a consequência mais provável pode ser a reparação ter sucesso à primeira tentativapor um custo de 1.000, mas é feita uma provisão por uma quantia maior se houver umapossibilidade significativa de que serão necessárias tentativas posteriores.

41 - A posição é mensurada antes dos impostos, porque as consequências fiscais da provisão, ealterações na mesma, são tratadas pela NCRF 25 - Impostos sobre o Rendimento.

Riscos e incertezas (parágrafos 42 a 44)

42 - Os riscos e incertezas que inevitavelmente rodeiam muitos acontecimentos e circunstânciasdevem ser tidos em conta para se chegar à melhor estimativa de uma provisão.

43 - O risco descreve a variabilidade de desfechos. Um ajustamento do risco pode aumentar aquantia pela qual é mensurado um passivo. É necessária cautela ao fazer juízos em condiçõesde incerteza, a fim de que os rendimentos ou activos não sejam subavaliados e os gastos oupassivos não sejam sobreavaliados. Porém, a incerteza não justifica a criação de provisõesexcessivas ou uma sobreavaliação deliberada de passivos. Por exemplo, se os custosprojectados de um desfecho particularmente adverso forem estimados numa base prudente,esse desfecho não é então deliberadamente tratado como mais provável do que forrealisticamente o caso. É necessário cuidado para evitar duplicar ajustamentos do risco eincerteza com a consequente sobreavaliação de uma provisão.

44 - A divulgação das incertezas que rodeiam a quantia do dispêndio é feita de acordo com oparágrafo 82(b).

Valor presente (parágrafos 45 a 47)

45 - Quando o efeito do valor temporal do dinheiro for material, a quantia de uma provisão deve sero valor presente dos dispêndios que se espera que sejam necessários para liquidar aobrigação.

46 - Por causa do valor temporal do dinheiro, as provisões relacionadas com exfluxos de caixa quesurjam logo após a data do balanço são mais onerosas do que aquelas em que os exfluxos de

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caixa da mesma quantia surgem mais tarde. As provisões são por isso descontadas, quando oefeito seja material.

47 - A taxa (ou taxas) de desconto deve(m) ser uma taxa (ou taxas) antes dos pré impostos quereflicta(m) as avaliações correntes de mercado do valor temporal do dinheiro e dos riscosespecíficos do passivo. A(s) taxa(s) de desconto não devem reflectir riscos relativamente aosquais as estimativas dos fluxos de caixa futuros tenham sido ajustados.

Acontecimentos futuros (parágrafos 48 a 50)

48 - Os acontecimentos futuros que possam afectar a quantia necessária para liquidar umaobrigação devem ser reflectidos na quantia de uma provisão quando houver evidência objectivasuficiente de que eles ocorrerão.

49 - Os acontecimentos futuros esperados podem ser particularmente importantes ao mensurar asprovisões. Por exemplo, uma entidade pode crer que o custo de limpar um local no fim da suavida útil será reduzido por alterações futuras de tecnologia. A quantia reconhecida reflecte umaexpectativa razoável de observadores tecnicamente qualificados e objectivos, tendo em contatoda a evidência disponível quanto à tecnologia que estará disponível no momento da limpeza.Por conseguinte é apropriado incluir, por exemplo, reduções de custo esperados associadoscom experiência acrescida na aplicação de tecnologia existente ou o custo esperado deaplicação de tecnologia existente a uma operação de limpeza maior ou mais complexa da quepreviamente tenha sido levada a efeito. Porém, uma entidade não antecipa o desenvolvimentode uma tecnologia completamente nova de limpeza a menos que tal seja apoiado por evidênciaobjectiva suficiente.

50 - O efeito de nova legislação possível é tido em consideração na mensuração de uma obrigaçãoexistente quando exista evidência objectiva suficiente de que a promulgação da lei évirtualmente certa. Além disso, é requerida evidência quer do que a legislação vai exigir quer deque a sua implementação são virtualmente certas.

Alienação esperada de activos (parágrafos 51 e 52)

51 - Os ganhos da alienação esperada de activos não devem ser tidos em consideração aomensurar uma provisão.

52 - Os ganhos na alienação esperada de activos não são tidos em conta ao mensurar umaprovisão, mesmo que a alienação esperada esteja intimamente ligada ao acontecimento que dáorigem à provisão. A entidade apenas reconhece ganhos nas alienações esperadas de activosno momento especificado pela NCRF que trata dos respectivos activos.

Reembolsos (parágrafos 53 a 57)

53 - Quando se esperar que algum ou todo o dispêndio necessário para liquidar uma provisão possaser reembolsado por uma outra parte, o reembolso deve ser reconhecido quando, e somentequando, seja virtualmente certo que o mesmo será recebido se a entidade liquidar a obrigação.O reembolso deve ser tratado como um activo separado, não devendo a quantia reconhecidapara o reembolso exceder a quantia da provisão.

54 - Na demonstração dos resultados, o gasto relacionado com uma provisão pode ser apresentadolíquido da quantia reconhecida do reembolso que lhe esteja associado.

55 - Algumas vezes, uma entidade é capaz de esperar que outra parte pague parte ou todo odispêndio necessário para liquidar a provisão (por exemplo, por intermédio de contratos deseguro, cláusulas de indemnização ou garantias de fornecedores). A outra parte pode

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reembolsar quantias pagas pela entidade ou pagar directamente as quantias.

56 - Na maioria dos casos, a entidade permanecerá comprometida pela totalidade da quantia emquestão de forma que a entidade teria de liquidar a quantia inteira se a terceira parte deixou deefectuar o pagamento por qualquer razão. Nesta situação, uma provisão é reconhecida para aquantia inteira do passivo e um activo separado é reconhecido pelo reembolso esperadoquando seja virtualmente certo que o reembolso será recebido se a entidade liquidar o passivo.

57 - Nalguns casos, a entidade não estará comprometida pelos custos em questão se a terceiraparte deixar de efectuar o pagamento. Em tal caso a entidade não tem nenhum passivo poresses custos não sendo assim incluídos na provisão.

Alterações em provisões (parágrafos 58 e 59)

58 - As provisões devem ser revistas à data de cada balanço e ajustadas para reflectir a melhorestimativa corrente. Se deixar de ser provável que será necessário um exfluxo de recursos queincorporem benefícios económicos futuro para liquidar a obrigação, a provisão deve serrevertida.

59 - Quando seja usado o desconto, a quantia escriturada de uma provisão aumenta em cadaperíodo para reflectir a passagem do tempo. Este aumento é reconhecido como um gastofinanceiro.

Uso de provisões (parágrafos 60 e 61)

60 - Uma provisão deve ser usada somente para os dispêndios relativos aos quais a provisão foioriginalmente reconhecida.

61 - Somente os dispêndios que se relacionem com a provisão original são contrabalançados com amesma. Contrabalançar os dispêndios com uma provisão que foi originalmente reconhecidapara uma outra finalidade esconderia o impacto de dois acontecimentos diferentes.

Aplicação das regras de reconhecimento e de mensuração (parágrafos62 a 80)

Perdas operacionais futuras (parágrafos 62 e 63)

62 - Não devem ser reconhecidas provisões para perdas operacionais futuras, uma vez que estasnão satisfazem a definição de passivo nem os critérios gerais de reconhecimento estabelecidos.

63 - Uma expectativa de perdas operacionais futuras é uma indicação de que certos activos daunidade operacional podem estar em imparidade, pelo que a entidade deverá testar estesactivos quanto a imparidade segundo a NCRF 12 - Imparidade de Activos.

Contratos onerosos (parágrafos 64 a 67)

64 - Se a entidade tiver um contrato que seja oneroso, a obrigação presente segundo o contratodeve ser reconhecida e mensurada como uma provisão.

65 - Muitos contratos (por exemplo, algumas ordens de compra de rotina) podem ser canceladossem pagar compensação à outra parte e por isso não há obrigação. Outros contratosestabelecem tanto direitos como obrigações para cada uma das partes do contrato. Quando oseventos tornem tal contrato oneroso, o contrato cai dentro do âmbito desta Norma, existindo umpassivo que é reconhecido. Os contratos executivos que não sejam onerosos caiem fora doâmbito desta Norma.

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66 - Esta Norma define um contrato oneroso como um contrato em que os custos inevitáveis desatisfazer as obrigações segundo o contrato excedem os benefícios económicos que se esperavenham a ser recebidos segundo o mesmo. Os custos inevitáveis segundo um contratoreflectem o menor do custo líquido de sair do contrato, que é o mais baixo do custo de o cumprire de qualquer compensação ou de penalidades provenientes da falta de o cumprir.

67 - Antes de ser estabelecida uma provisão separada para um contrato oneroso, uma entidadereconhece qualquer perda de imparidade que tenha ocorrido nos activos inerentes a essecontrato (ver a NCRF 12 - Imparidade de Activos).

Reestruturação (parágrafos 68 a 80)

68 - A definição de reestruturação por regra inclui, entre outras, as seguintes situações:

(a) Venda ou cessação de uma linha de negócios;

(b) O fecho de locais de negócio num país ou região ou a deslocalização de actividades denegócio de um país ou de uma região para um outro ou uma outra;

(c) Alterações na estrutura de gestão, como por exemplo a eliminação de um determinadonível; e

(d) Reorganizações fundamentais que tenham um efeito material na natureza e foco dasoperações da entidade.

69 - Uma provisão para custos de reestruturação somente é reconhecida quando os critérios dereconhecimento gerais de provisões estabelecidos no parágrafo 13 sejam satisfeitos. Osparágrafos 70 a 80 estabelecem como os critérios gerais de reconhecimento se aplicam areestruturações.

70 - Uma obrigação construtiva de reestruturar surge somente quando uma entidade:

(a) Tenha um plano formal detalhado para a reestruturação identificando pelo menos:

(i) O negócio ou parte de um negócio em questão;

(ii) As principais localizações afectadas;

(iii) A localização, função e número aproximado de empregados que receberão retribuiçõespela cessação dos seus serviços;

(iv) Os dispêndios que serão levados a efeito; e

(v) Quando será implementado o plano; e

(b) Tenha criado uma expectativa válida nos afectados de que levará a efeito a reestruturaçãoao começar a implementar esse plano ou ao anunciar as suas principais características aosafectados por ele.

71 - A evidência de que uma entidade tenha começado a implementar um plano de reestruturaçãoserá proporcionada, por exemplo, ao desmantelar a fábrica ou ao vender activos ou peloanúncio público das principais características do plano. Um anúncio público de um planodetalhado para reestruturar somente constitui uma obrigação construtiva para reestruturar seele for feito de tal maneira e em pormenor suficiente (isto é, estabelecendo as principaiscaracterísticas do plano) que dê origem a expectativas válidas em outras partes, tais comoclientes, fornecedores e empregados (ou os seus representantes) de que a entidade levará a

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efeito a reestruturação.

72 - Para que um plano seja suficiente para dar origem a uma obrigação construtiva quandocomunicado aos afectados pelo mesmo, a sua implementação necessita ser planeada paracomeçar logo que possível e ser completada segundo um calendário que torne improváveisalterações significativas ao plano. Se se esperar que haverá uma longa demora antes dareestruturação começar ou que a reestruturação levará um longo tempo não razoável, éimprovável que o plano suscite uma expectativa válida da parte de outros de que a entidadeestá presentemente comprometida com a reestruturação, porque o calendário dá oportunidadesà entidade de alterar os seus planos.

73 - Uma decisão de reestruturação, tomada pelo órgão de gestão, antes da data do balanço nãoconduz a uma obrigação construtiva à data do balanço a menos que a entidade tenha, antesdesta data:

(a) Iniciado a implementação do plano de reestruturação; ou

(b) Anunciado as principais características do plano de reestruturação àqueles afectados pelomesmo, de forma suficientemente específica para suscitar expectativas válidas nos mesmosde que a entidade irá realizar a reestruturação.

Se uma entidade começar a implementar um plano de reestruturação, ou se anunciar as suasprincipais características àqueles afectados pelo plano, só depois da data do balanço, é exigidadivulgação segundo a NCRF 24 - Acontecimentos após a Data do Balanço, se a reestruturaçãofor material e se a não divulgação puder influenciar as decisões económicas dos utentestomadas com base nas demonstrações financeiras.

74 - Se bem que uma obrigação construtiva não seja criada unicamente por uma decisão do órgãode gestão, uma obrigação pode resultar de outros eventos anteriores juntamente com taldecisão. Por exemplo, negociações com representantes de empregados para pagamentos decessação de emprego, ou com compradores para a venda de uma unidade operacional podemter sido concluídas sujeitos somente à aprovação do órgão de gestão. Uma vez que aaprovação tenha sido obtida e comunicada a outras partes, a entidade tem uma obrigaçãoconstrutiva de reestruturar, se as condições do parágrafo 70 forem satisfeitas.

75 - Nenhuma obrigação surge pela venda de uma unidade operacional até que a entidade estejacomprometida com a venda, isto é, haja um acordo de venda vinculativo.

76 - Mesmo quando uma entidade tenha tomado uma decisão de vender uma unidade operacional eanunciado publicamente essa decisão, ela não pode estar comprometida com a venda até queum comprador tenha sido identificado e que haja um acordo vinculativo de venda. Até que hajaum acordo vinculativo de venda, a entidade estará em condições de alterar a sua intenção e naverdade terá de tomar uma outra orientação se não puder ser encontrado um comprador emtermos aceitáveis. Quando a venda de uma unidade operacional for concebida como parte deuma reestruturação, os activos da unidade operacional são revistos quanto à sua imparidade,segundo a NCRF 12 - Imparidade de Activos. Quando uma venda for somente parte de umareestruturação, uma obrigação construtiva pode surgir para as outras partes da reestruturaçãoantes que exista um acordo de venda vinculativo.

77 - Uma provisão de reestruturação somente deve incluir os dispêndios directos provenientes dareestruturação, que são os que sejam quer:

(a) Necessariamente consequentes da reestruturação; quer

(b) Não associados com as actividades continuadas da entidade.

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78 - Uma provisão de reestruturação não inclui custos tais como:

(a) Retreinar ou deslocalizar pessoal que continua;

(b) Comercialização; ou

(c) Investimento em novos sistemas e redes de distribuição.

Estes dispêndios relacionam-se com a conduta futura da entidade e não são passivos dereestruturação à data do balanço. Tais dispêndios são reconhecidos na mesma base como sesurgissem independentemente de uma reestruturação.

79 - Perdas operacionais futuras identificáveis até à data de uma reestruturação não são incluídasnuma provisão, a menos que se relacionem com um contrato oneroso como definido noparágrafo 8.

80 - Como exigido pelo parágrafo 51, os ganhos esperados na alienação de activos não são tidosem consideração na mensuração de uma provisão de reestruturação, mesmo se a venda deactivos for vista como parte da reestruturação.

Divulgações (parágrafos 81 a 86)

81 - Para cada classe de provisão, uma entidade deve divulgar:

(a) A quantia escriturada no começo e no fim do período;

(b) As provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;

(c) As quantias usadas (isto é, incorridas e debitadas à provisão) durante o período;

(d) Quantias não usadas revertidas durante o período; e

(e) O aumento durante o período na quantia descontada proveniente da passagem do tempo eo efeito de qualquer alteração na taxa de desconto.

Não é exigida informação comparativa.

82 - A menos que a possibilidade de qualquer exfluxo na liquidação seja remota, uma entidade devedivulgar para cada classe de passivo contingente à data do balanço uma breve descrição danatureza do passivo contingente e, quando praticável:

(a) Uma estimativa do seu efeito financeiro, mensurado segundo os parágrafos 35 a 52;

(b) Uma indicação das incertezas que se relacionam com a quantia ou momento de ocorrênciade qualquer exfluxo; e

(c) Possibilidade de qualquer reembolso.

83 - Quando uma provisão e um passivo contingente surjam provenientes do mesmo conjunto decircunstâncias, uma entidade faz as divulgações exigidas pelos parágrafos 81 e 82 de umamaneira que eles mostrem a ligação entre a provisão e o passivo contingente.

84 - Quando um influxo de benefícios económicos for provável, uma entidade deve divulgar umabreve descrição da natureza dos activos contingentes à data do balanço e, quando praticável,uma estimativa do seu efeito financeiro, mensurada usando os princípios estabelecidos para asprovisões nos parágrafos 35 a 52.

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85 - É importante que as divulgações de activos contingentes evitem dar indicações enganosas daprobabilidade de surgirem rendimentos.

86 - Quando qualquer da informação exigida pelos parágrafos 82 e 84 não estiver divulgada porquenão é praticável fazê-lo, esse facto deve ser declarado.

Data de eficácia (parágrafo 87)

87 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Anexo AÁrvore de decisão

A finalidade deste anexo é a de resumir os principais requisitos de reconhecimento da NCRF 21,para provisões e passivos contingentes.

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Nota: em casos raros, não está claro se há uma obrigação presente. Nestes casos, considera-seque um acontecimento passado dá origem a uma obrigação presente se, tendo em consideraçãotoda a evidência disponível, for mais provável do que não que uma obrigação presente exista à datado balanço (parágrafo 15 desta Norma).

Norma contabilística e de relato financeiro 22Contabilização dos subsídios do governo e divulgação de apoios do

Governo

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 20 - Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios doGoverno, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 deNovembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever osprocedimentos que uma entidade deve aplicar na contabilização e divulgação de subsídios eapoios do Governo.

Âmbito (parágrafos 2 e 3)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização e na divulgação de subsídios do Governo e nadivulgação de outras formas de apoio do Governo.

3 - Esta Norma não trata:

(a) Os problemas especiais que surgem da contabilização dos subsídios do Governo emdemonstrações financeiras que reflictam os efeitos das alterações de preços ou nainformação suplementar de uma natureza semelhante;

(b) O apoio do Governo que seja proporcionado a uma entidade na forma de benefícios queficam disponíveis ao determinar o rendimento colectável ou que sejam determinados oulimitados na base de passivos por impostos sobre o rendimento (tais como isençõestemporárias do imposto sobre o rendimento, créditos de impostos por investimentos,permissão de depreciações aceleradas e taxas reduzidas de impostos sobre o rendimento);

(c) A participação do Governo na propriedade (capital) da entidade; e

(d) Os subsídios do Governo cobertos pela NCRF 17 - Agricultura.

Definições (parágrafos 4 a 7)

4 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Apoio do Governo: é a acção concebida pelo Governo para proporcionar benefícios económicosespecíficos a uma entidade ou a uma categoria de entidades que a eles se propõem segundocertos critérios. O apoio do Governo, para os fins desta Norma, não inclui os benefícios única eindirectamente proporcionados através de acções que afectem as condições comerciais gerais,tais como o fornecimento de infra-estruturas em áreas de desenvolvimento ou a imposição de

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restrições comerciais sobre concorrentes.

Governo: refere-se ao Governo, agências do Governo e organismos semelhantes sejam eleslocais, nacionais ou internacionais.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Subsídios do Governo: são auxílios do Governo na forma de transferência de recursos parauma entidade em troca do cumprimento passado ou futuro de certas condições relacionadascom as actividades operacionais da entidade. Excluem as formas de apoio do Governo às quaisnão possa razoavelmente ser-lhes dado um valor e transacções com o Governo que não sepossam distinguir das transacções comerciais normais da entidade.

Subsídios não reembolsáveis: são apoios do governo em que existe um acordo individualizadoda sua concessão a favor da entidade, se tenham cumprido as condições estabelecidas para asua concessão e não existam dúvidas de que os subsídios serão recebidos.

Subsídios relacionados com activos: são subsídios do Governo cuja condição primordial é a deque a entidade que a eles se propõe deve comprar, construir ou por qualquer forma adquiriractivos a longo prazo. Podem também estar ligadas condições subsidiárias restringindo o tipoou a localização dos activos ou dos períodos durante os quais devem ser adquiridos ou detidos.

Subsídios relacionados com rendimentos: são subsídios do Governo que não sejam os queestão relacionados com activos.

5 - O apoio do Governo assume muitas formas variando quer na natureza da assistência dada quernas condições que estão geralmente ligadas a ele. O propósito dos apoios pode ser o deencorajar uma entidade a seguir um certo rumo que ela normalmente não teria tomado se oapoio não fosse proporcionado.

6 - A aceitação de apoio do Governo por uma entidade pode ser significativa para a preparaçãodas demonstrações financeiras por duas razões. Primeira, porque se os recursos tiverem sidotransferidos, deve ser encontrado um método apropriado de contabilização para a transferência.Segunda, porque é desejável dar uma indicação da extensão pela qual a entidade beneficiou detal apoio durante o período de relato. Isto facilita as comparações das demonstraçõesfinanceiras da entidade com as de períodos anteriores e com as de outras entidades.

7 - Os subsídios do Governo são algumas vezes denominados por outros nomes, como porexemplo, dotações, subvenções ou prémios.

Subsídios do Governo (parágrafos 8 a 25)

8 - Os subsídios do Governo, incluindo subsídios não monetários pelo justo valor, só devem serreconhecidos após existir segurança de que:

(a) A entidade cumprirá as condições a eles associadas; e

(b) Os subsídios serão recebidos.

9 - Um subsídio do Governo não é reconhecido, até que haja segurança razoável de que aentidade cumprirá as condições a ele associadas, e que o subsídio será recebido. Orecebimento de um subsídio não proporciona ele próprio prova conclusiva de que as condiçõesassociadas ao subsídio tenham sido ou serão cumpridas.

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10 - A maneira pela qual um subsídio é recebido não afecta o método contabilístico a ser adoptadocom respeito ao subsídio. Por conseguinte, um subsídio é contabilizado da mesma maneiraquer ele seja recebido em dinheiro quer como redução de um passivo para com o Governo.

11 - Uma vez que o subsídio do Governo seja reconhecido, qualquer contingência relacionada serátratada de acordo com a NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.

12 - Os subsídios do Governo não reembolsáveis relacionados com activos fixos tangíveis eintangíveis devem ser inicialmente reconhecidos nos Capitais Próprios e, subsequentemente:

(a) Quanto aos que respeitam a activos fixos tangíveis depreciáveis e intangíveis com via útildefinida, imputados numa base sistemática como rendimentos durante os períodosnecessários para balanceá-los com os gastos relacionados que se pretende que elescompensem;

(b) Quanto aos que respeitem a activos fixos tangíveis não depreciáveis e intangíveis com vidaútil indefinida, mantidos nos Capitais Próprios, excepto se a respectiva quantia fornecessária para compensar qualquer perda por imparidade.

13 - Os subsídios do Governo reembolsáveis são contabilizados como Passivos. No caso de estessubsídios adquirirem a condição de não reembolsáveis, deverão passar a ter o tratamentoreferido no ponto12.

14 - É fundamental que os subsídios do Governo sejam reconhecidos na demonstração dosresultados numa base sistemática e racional durante os períodos contabilísticos necessáriospara balanceá-los com os custos relacionados. O reconhecimento nos rendimentos dossubsídios do Governo na base de recebimentos não está de acordo com o princípiocontabilístico do acréscimo (ver NCRF 1 - Estrutura e Conteúdo das DemonstraçõesFinanceiras) e tal só será aceitável se não existir qualquer outra base para imputar os subsídiosa períodos, que não seja a de os imputar aos períodos em que são recebidos.

15 - Na maior parte dos casos os períodos durante os quais uma entidade reconhece os custos ougastos relacionados com um subsídio do Governo são prontamente determináveis e, porconseguinte, os subsídios associados ao reconhecimento de gastos específicos sãoreconhecidos como rédito no mesmo período do gasto relacionado. Semelhantemente, ossubsídios relacionados com activos depreciáveis são geralmente reconhecidos comorendimento durante os períodos e na proporção em que a depreciação desses activos éreconhecida.

16 - Os subsídios relacionados com activos não depreciáveis podem também requerer ocumprimento de certas obrigações e serão então reconhecidos como rendimento durante osperíodos que suportam o custo de satisfazer as obrigações. Como exemplo, temos que umsubsídio de terrenos pode ser condicionado pela construção de um edifício no local, podendoser apropriado reconhecê-lo como rendimento durante a vida do edifício.

17 - Os subsídios são algumas vezes recebidos como um pacote de ajudas financeiras ou fiscais aque estão associadas um certo número de condições. Em tais casos, é necessário cuidado naidentificação das condições que dão origem aos custos e gastos que determinam os períodosdurante os quais o subsídio será obtido. Pode ser apropriado imputar parte de um subsídionuma determinada base e parte numa outra.

18 - Um subsídio do Governo que se torne recebível como compensação por gastos ou perdas jáincorridos ou para a finalidade de dar suporte financeiro imediato à entidade sem qualquerfuturo custo relacionado deve ser reconhecido como rendimento do período em que se tornarrecebível.

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19 - Em algumas circunstâncias, um subsídio do Governo pode ser concedido para a finalidade dedar suporte financeiro imediato a uma entidade e não como um incentivo para levar a cabodispêndios específicos. Tais subsídios podem ser limitados a uma entidade individual e podemnão estar disponíveis para toda uma classe de beneficiários. Estas circunstâncias podemgarantir o reconhecimento de um subsídio como rendimento no período em que a entidade sequalificar para o receber, com a divulgação necessária para assegurar que o seu efeito sejaclaramente compreendido.

20 - Um subsídio do Governo pode tornar-se recebível por uma entidade como compensação porgastos ou perdas incorridos num período anterior. Um tal subsídio é reconhecido comorendimento do período em que se tornar recebível, com a divulgação necessária para assegurarque o seu efeito seja claramente compreendido.

Subsídios do Governo não monetários (parágrafo 21)

21 - Um subsídio do Governo pode tomar a forma de transferência de um activo não monetário, talcomo terrenos ou outros recursos, para uso da entidade. Nestas circunstâncias é usual avaliaro justo valor do activo não monetário e contabilizar quer o subsídio quer o activo por esse justovalor. Caso este não possa ser determinado com fiabilidade, tanto o activo como o subsídioserão de registar por uma quantia nominal.

Apresentação de subsídios relacionados com activos (parágrafos 22 e23)

22 - Os subsídios do Governo não reembolsáveis relacionados com activos fixos tangíveis eintangíveis, incluindo os subsídios não monetários, devem ser apresentados no balanço comocomponente do capital próprio, e imputados como rendimentos do exercício numa basesistemática e racional durante a vida útil do activo.

23 - A compra de activos e o recebimento dos subsídios relacionados pode causar movimentosimportantes no fluxo de caixa de uma entidade. Por esta razão, e a fim de mostrar oinvestimento bruto em activos, tais movimentos devem ser divulgados como itens separados nademonstração de fluxos de caixa.

Apresentação de subsídios relacionados com rendimentos (parágrafo24)

24 - Os subsídios que são concedidos para assegurar uma rentabilidade mínima ou compensardeficits de exploração de um dado exercício imputam-se como rendimentos desse exercício,salvo se se destinarem a financiar deficits de exploração de exercícios futuros, caso em que seimputam aos referidos exercícios. Estes subsídios devem ser apresentados separadamentecomo tal na demonstração dos resultados.

Reembolso de subsídios do Governo (parágrafo 25)

25 - Um subsídio do Governo que se torne reembolsável deve ser contabilizado como uma revisãode uma estimativa contabilística (ver NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nasEstimativas Contabilísticas e Erros). O reembolso de um subsídio relacionado com rendimentosou relacionado com activos deve ser aplicado em primeiro lugar em contrapartida dascomponentes onde se encontrem reflectidas as importâncias ainda não imputadas comorendimento. Na medida em que o reembolso exceda tais componentes, ou quando estas nãoexistam, o reembolso deve ser reconhecido imediatamente como um gasto.

Apoio do Governo (parágrafos 26 a 30)

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26 - Certas formas de apoio do Governo que não possam ter um valor razoavelmente atribuído sãoexcluídas da definição de apoio do Governo dada no parágrafo 4, assim como as transacçõescom o Governo que não possam ser distinguidas das operações comerciais normais daentidade.

27 - São exemplos de apoio que não podem de uma maneira razoável ter valor atribuído osconselhos técnicos e de comercialização gratuitos e a concessão de garantias. Um exemplo deapoio que não pode ser distinguido das operações comerciais normais da entidade é o dapolítica de aquisições do Governo a qual seja responsável por parte das vendas da entidade. Aexistência do benefício pode ser indiscutível mas qualquer tentativa de segregar as actividadescomerciais das do apoio do Governo pode muito bem ser arbitrária.

28 - O significado do benefício nos exemplos atrás pode ser tal que a divulgação da natureza,extensão e duração do apoio seja necessária a fim de que as demonstrações financeiras nãosejam enganosas.

29 - Os empréstimos sem juros ou a taxas de juros baixos são uma forma de apoio do Governo,mas o benefício não é quantificado pela imputação de juros.

30 - Para efeitos da presente Norma, o apoio do Governo não inclui o fornecimento deinfra-estruturas através da melhoria da rede de transportes e de comunicações gerais e ofornecimento de meios melhorados tais como irrigação ou rede de águas que fiquemdisponíveis numa base contínua e indeterminada para o benefício de toda uma comunidadelocal.

Divulgações (parágrafo 31)

31 - Devem ser divulgados os assuntos seguintes:

(a) A política contabilística adoptada para os subsídios do Governo, incluindo os métodos deapresentação adoptados nas demonstrações financeiras;

(b) A natureza e extensão dos subsídios do Governo reconhecidos nas demonstraçõesfinanceiras e indicação de outras formas de apoio do Governo de que a entidade tenhadirectamente beneficiado; e

(c) Condições não satisfeitas e outras contingências ligadas ao apoio do Governo que tenhamsido reconhecidas.

Data de eficácia (parágrafo 32)

32 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 23Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 21 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio, adoptada pelo texto originaldo Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

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Objectivo (parágrafos 1 e 2)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever como sedevem incluir transacções em moeda estrangeira e unidades operacionais estrangeiras nasdemonstrações financeiras de uma entidade e como se deve transpor demonstraçõesfinanceiras para uma moeda de apresentação.

Uma entidade pode levar a efeito actividades no estrangeiro de duas maneiras:

(a) Pode ter transacções em moeda estrangeira, ou

(b) Pode ter unidades operacionais no estrangeiro.

Além disso, uma entidade pode apresentar as suas demonstrações financeiras numa moedaestrangeira.

2 - As principais questões prendem-se com a(s) taxa(s) de câmbio a usar e com o relato dosefeitos das alterações nas taxas de câmbio nas demonstrações financeiras.

Âmbito (parágrafos 3 a 7)

3 - Esta Norma deve ser aplicada:

(a) Na contabilização de transacções e saldos em moedas estrangeiras;

(b) Na transposição das demonstrações financeiras de unidades operacionais estrangeiras quesejam incluídas nas demonstrações financeiras da entidade pela consolidação, pelaconsolidação proporcional ou pelo método de equivalência patrimonial; e

(c) Na transposição dos resultados e da posição financeira de uma entidade para a moeda deapresentação.

4 - Além disso, esta Norma aplica-se, também, quando uma entidade transpõe quantiasrelacionadas com derivados da sua moeda funcional para a sua moeda de apresentação.

5 - Esta Norma aplica-se à apresentação das demonstrações financeiras de uma entidade numamoeda estrangeira e estabelece os requisitos para que as demonstrações financeirasresultantes sejam descritas como estando em conformidade com as Normas Contabilísticas ede Relato Financeiro. Para transposições de informação financeira para uma moeda estrangeiraque não satisfaçam estes requisitos, esta Norma especifica a informação a divulgar.

6 - Esta Norma não trata da apresentação numa demonstração de fluxos de caixa provenientes detransacções numa moeda estrangeira e da transposição de fluxos de caixa de uma unidadeoperacional estrangeira (ver NCRF 2 - Demonstração de Fluxos de Caixa).

7 - Esta Norma não se aplica à contabilidade de cobertura de itens em moeda estrangeira,incluindo a cobertura de um investimento líquido numa unidade operacional estrangeira, nem atransacções e saldos de derivados. Orientação adicional sobre esta matéria é proporcionadapela IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Definições (parágrafos 8 a 16)

8 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Diferença de câmbio: é a diferença resultante da transposição de um determinado número de

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unidades de uma moeda para outra moeda a diferentes taxas de câmbio.

Grupo: é constituído por uma empresa-mãe e todas as suas subsidiárias.

Investimento líquido: numa unidade operacional estrangeira é a quantia relativa ao interesse daentidade que relata nos activos líquidos dessa unidade operacional.

Itens monetários: são unidades monetárias detidas e activos e passivos a receber ou a pagarnum número fixado ou determinável de unidades monetárias.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Moeda de apresentação: é a moeda na qual as demonstrações financeiras são apresentadas.

Moeda estrangeira: é uma moeda que não seja a moeda funcional da entidade.

Moeda funcional: é a moeda do ambiente económico principal no qual a entidade opera.

Taxa de câmbio: é o rácio de troca de duas moedas.

Taxa de câmbio à vista: é a taxa de câmbio para entrega imediata de moeda.

Taxa de fecho: é a taxa de câmbio à vista à data do balanço.

Unidade operacional estrangeira: é uma subsidiária, associada, empreendimento conjunto ousucursal da entidade que relata, cujas actividades sejam baseadas ou conduzidas num paísque não seja o país da entidade que relata.

Elaboração das definições (parágrafos 9 a 16)

Moeda funcional (parágrafos 9 a 14)

9 - O ambiente económico principal no qual uma entidade opera é normalmente aquele em que aentidade gera e gasta dinheiro. Uma entidade considera os seguintes factores ao determinar asua moeda funcional:

(a) A moeda:

(i) Que influencia principalmente os preços de venda dos bens e serviços (muitas vezes,esta será a moeda na qual os preços de venda dos seus bens e serviços serãodenominados e liquidados); e

(ii) Do país cujas forças competitivas e regulamentos determinam principalmente os preçosde venda dos seus bens e serviços;

(b) A moeda que influencia principalmente a mão-de-obra, o material e outros custos dofornecimento de bens e serviços (esta será muitas vezes a moeda na qual estes custosserão denominados e liquidados).

10 - Os seguintes factores podem também proporcionar evidência relativamente à moeda funcionalde uma entidade:

(a) A moeda na qual são gerados os fundos provenientes de actividades de financiamento (i.e.a emissão de instrumentos de dívida e de capital próprio);

(b) A moeda na qual os recebimentos relativos a actividades operacionais são normalmente

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retidos.

11 - Os seguintes aspectos adicionais são considerados ao determinar a moeda funcional de umaunidade operacional estrangeira, e se a sua moeda funcional for a mesma que a da entidadeque relata (a entidade que relata, neste contexto, é a entidade que tem a unidade operacionalestrangeira como subsidiária, sucursal, associada ou empreendimento conjunto):

(a) As actividades de uma unidade operacional estrangeira serem realizadas como extensão daentidade que relata, em vez de o serem com um grau significativo de autonomia. Umexemplo da primeira situação é quando a unidade operacional estrangeira apenas vendebens importados da entidade que relata e remete os proventos para esta. Um exemplo dasegunda situação é quando a unidade operacional acumula caixa e outros itens monetários,incorre em gastos, gera rendimento e obtém empréstimos, todos substancialmente na suamoeda local;

(b) As transacções com a entidade que relata serem uma proporção alta ou baixa dasactividades da unidade operacional estrangeira;

(c) Os fluxos de caixa das actividades da unidade operacional estrangeira afectaremdirectamente os fluxos de caixa da entidade que relata e se estiverem facilmentedisponíveis para serem remetidos à mesma;

(d) Os fluxos de caixa resultantes das actividades da unidade operacional estrangeira seremsuficientes para servir o cumprimento da dívida existente e normalmente esperada sem quesejam disponibilizados fundos pela entidade que relata.

12 - Quando os indicadores atrás forem mistos e a moeda funcional não for óbvia, o órgão de gestãousa o seu juízo de valor para determinar a moeda funcional que mais fidedignamenterepresenta os efeitos económicos das transacções, acontecimentos e condições subjacentes.Como parte desta abordagem, o órgão de gestão dá prioridade aos indicadores do parágrafo 7antes de considerar os indicadores dos parágrafos 10 e 11, que foram concebidos paraproporcionar evidência adicional de suporte para determinar a moeda funcional de umaentidade.

13 - A moeda funcional de uma entidade reflecte as transacções, acontecimentos e condiçõessubjacentes que sejam relevantes para a mesma. Em conformidade, uma vez determinada, amoeda funcional não é alterada a não ser que ocorra uma alteração nessas transacções,acontecimentos e condições subjacentes.

14 - Se a moeda funcional for a moeda de um economia híperinflacionária, as demonstraçõesfinanceiras da entidade não são reexpressas em conformidade com a presente Norma (vide IAS29 - Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias, em conformidade com o texto originaldo Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro).

Investimento líquido numa unidade operacional estrangeira (parágrafo15)

15 - Uma entidade pode ter um item monetário que seja recebível de ou pagável a uma unidadeoperacional estrangeira. Um item cuja liquidação não esteja planeada nem seja provável queocorra num futuro previsível faz parte, em substância, do investimento líquido da entidadenessa unidade operacional estrangeira, sendo contabilizado em conformidade com osparágrafos 31 e 32. Tais itens monetários podem incluir contas a receber ou empréstimos delongo prazo. Não incluem contas a receber comerciais nem contas a pagar comerciais.

Itens monetários (parágrafo 16)

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16 - A característica essencial de um item monetário é um direito de receber (ou uma obrigação deentregar) um número fixo ou determinável de unidades monetárias. Os exemplos incluem:pensões e outros benefícios de empregados a serem pagos em numerário; provisões quedevem ser liquidadas em numerário; e dividendos em numerário que sejam reconhecidos comoum passivo. Da mesma forma, um contrato para receber (ou entregar) um número variável dosinstrumentos de capital próprio da entidade ou uma quantidade variável de activos dos quais ojusto valor a receber (ou a entregar) equivalha a um número fixo ou determinável de unidadesmonetárias é um item monetário. Pelo contrário, a característica essencial de um item nãomonetário é a ausência de um direito de receber (ou de uma obrigação de entregar) um númerofixo ou determinável de unidades monetárias. Os exemplos incluem: quantias pré-pagas debens e serviços (por exemplo, a renda pré-paga); goodwill; activos intangíveis; inventários;activos fixos tangíveis; e provisões que devam ser liquidadas pela entrega de um activo nãomonetário.

Resumo da abordagem exigida por esta norma (parágrafos 17 a 19)

17 - Ao preparar demonstrações financeiras, cada entidade - seja uma entidade autónoma, umaentidade com unidades operacionais estrangeiras (como uma empresa-mãe) ou uma unidadeoperacional estrangeira (como uma subsidiária ou uma sucursal) - determina a sua moedafuncional em conformidade com os parágrafos 9 a 14. A entidade transpõe os itens de moedaestrangeira para a sua moeda funcional e relata os efeitos dessa transposição de acordo comos parágrafos 20 a 36 e 49.

18 - Muitas entidades que relatam compreendem um número de entidades individuais (por exemplo,um grupo é composto por uma empresa-mãe e uma ou mais subsidiárias). Vários tipos deentidades, sejam membros de um grupo ou de outro, podem ter investimentos em associadasou empreendimentos conjuntos. Também podem ter sucursais. É necessário que os resultadose a posição financeira de cada entidade individual incluída na entidade que relata sejamtranspostos para a moeda na qual a entidade que relata apresenta as suas demonstraçõesfinanceiras. Esta Norma permite que a moeda de apresentação de uma entidade que relata sejaqualquer moeda (ou moedas). Os resultados e a posição financeira de qualquer entidadeindividual da entidade que relata e cuja moeda funcional difira da moeda de apresentação sãotranspostos de acordo com os parágrafos 37 a 49.

19 - Esta Norma também permite que uma entidade autónoma que prepare demonstraçõesfinanceiras de acordo com a NCRF 15 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidaçãoapresente as suas demonstrações financeiras em qualquer moeda (ou moedas). Se a moedade apresentação da entidade diferir da sua moeda funcional, os seus resultados e posiçãofinanceira também são transpostos para a moeda de apresentação de acordo com osparágrafos 37 a 49.

Relato de transacções em moeda estrangeira na moeda funcional(parágrafos 20 a 36)

Reconhecimento inicial (parágrafos 20 a 22)

20 - Uma transacção em moeda estrangeira é uma transacção que seja denominada ou exijaliquidação numa moeda estrangeira, incluindo transacções que resultem de quando umaentidade:

(a) Compra ou vende bens ou serviços cujo preço seja denominado numa moeda estrangeira;

(b) Pede emprestado ou empresta fundos quando as quantias a pagar ou a receber sejamestabelecidas numa moeda estrangeira; ou

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(c) Por qualquer forma adquire ou aliena activos ou incorre ou liquida passivos, denominadosnuma moeda estrangeira.

21 - Uma transacção em moeda estrangeira deve ser registada, no momento do reconhecimentoinicial na moeda funcional, pela aplicação à quantia de moeda estrangeira da taxa de câmbioentre a moeda funcional e a moeda estrangeira à data da transacção.

22 - A data de uma transacção é a data na qual a transacção se qualifica inicialmente parareconhecimento de acordo com as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro. Por razõespráticas, é muitas vezes usada uma taxa que se aproxime da taxa real à data da transacção;por exemplo, pode ser usada uma taxa média para uma semana ou um mês para todas astransacções em cada moeda estrangeira que ocorram durante esse período. Porém, se astaxas de câmbio variarem significativamente, o uso da taxa média de um período não éapropriado.

Relato em datas de balanço subsequentes (parágrafos 23 a 26)

23 - À data de cada balanço:

(a) Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa defecho;

(b) Os itens não monetários que sejam mensurados em termos de custo histórico numa moedaestrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa de câmbio à data da transacção;

(c) Os itens não monetários que sejam mensurados pelo justo valor numa moeda estrangeiradevem ser transpostos pelo uso das taxas de câmbio que existiam quando os valores foramdeterminados.

24 - A quantia escriturada de um item é determinada de acordo com as Normas Contabilísticas e deRelato Financeiro relevantes. Por exemplo, os activos fixos tangíveis podem ser mensuradospelo justo valor ou pelo custo histórico de acordo com a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis. Quera quantia escriturada seja determinada na base do custo histórico ou na base do justo valor, sea quantia for determinada numa moeda estrangeira, ela deve ser transposta para a moedafuncional de acordo com esta Norma.

25 - A quantia escriturada de alguns itens é determinada pela comparação de duas ou maisquantias. Por exemplo, a quantia escriturada de inventários é a menor do custo e do valorrealizável líquido de acordo com a NCRF 18 - Inventários. Da mesma forma, de acordo com aNCRF 12 - Imparidade de Activos, a quantia escriturada de um activo para o qual exista aindicação de imparidade é a menor entre a sua quantia escriturada antes de considerar aspossíveis perdas por imparidade e a sua quantia recuperável. Quando um tal activo é nãomonetário e é mensurado numa moeda estrangeira, a quantia escriturada é determinadacomparando:

(a) O custo ou quantia escriturada, conforme apropriado, transposto à taxa de câmbio na dataem que a quantia foi determinada (i.e. a taxa à data da transacção para um item mensuradoem termos de custo histórico); e

(b) O valor realizável líquido ou quantia recuperável, conforme apropriado, transposto à taxa decâmbio na data em que o valor foi determinado (por exemplo, a taxa de fecho à data dobalanço). O efeito desta comparação pode ser que uma perda por imparidade sejareconhecida na moeda funcional, mas não seja reconhecida na moeda estrangeira, ou viceversa.

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26 - Quando estão disponíveis várias taxas de câmbio, a taxa usada é aquela pela qual os futurosfluxos de caixa representados pela transacção ou saldo poderiam ter sido liquidados se essesfluxos de caixa tivessem ocorrido na data da mensuração. Se a convertibilidade entre duasmoedas estiver temporariamente suspensa, a taxa usada é a primeira taxa subsequente pelaqual os câmbios podem ser efectuados.

Reconhecimento de diferenças de câmbio (parágrafos 27 a 33)

27 - As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários ou do relato de itensmonetários de uma empresa a taxas diferentes das que foram inicialmente registadas durante operíodo, ou relatadas em demonstrações financeiras anteriores, devem ser reconhecidas nosresultados do período em que ocorram, excepto quanto ao descrito no parágrafo 31.

28 - Quando itens monetários resultam de uma transacção em moeda estrangeira e ocorre umaalteração na taxa de câmbio, entre a data da transacção e a data da liquidação, o resultado éuma diferença de câmbio. Quando a transacção é liquidada dentro do mesmo períodocontabilístico em que ocorreu, toda a diferença de câmbio é reconhecida nesse período. Porém,quando a transacção é liquidada num período contabilístico subsequente, a diferença decâmbio reconhecida em cada período até à data de liquidação é determinada pela alteração nastaxas de câmbio durante cada período.

29 - Quando um ganho ou uma perda num item não monetário é reconhecido directamente nocapital próprio, qualquer diferença de câmbio incluída nesse ganho ou perda deve serreconhecida directamente no capital próprio. Quando um ganho ou uma perda com um item nãomonetário é reconhecido nos resultados, qualquer diferença de câmbio incluída nesse ganho ouperda deve ser reconhecida nos resultados.

30 - Outras Normas exigem que alguns ganhos ou perdas sejam reconhecidos directamente nocapital próprio. Por exemplo, a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis exige que alguns ganhos ouperdas resultantes de uma revalorização de activos fixos tangíveis sejam reconhecidosdirectamente no capital próprio. Quando um tal activo é mensurado numa moeda estrangeira, oparágrafo 23(c) desta Norma exige que a quantia revalorizada seja transposta usando a taxa àdata em que o valor é determinado, resultando numa diferença de câmbio que também éreconhecida no capital próprio.

31 - As diferenças de câmbio resultantes de um item monetário que faça parte do investimentolíquido numa unidade operacional estrangeira de uma entidade que relata (ver parágrafo 15)devem ser reconhecidas nos resultados, nas demonstrações financeiras da entidade que relataou nas demonstrações financeiras da unidade operacional estrangeira, conforme apropriado.Nas demonstrações financeiras que incluam a unidade operacional estrangeira e a entidadeque relata (por exemplo, as demonstrações financeiras consolidadas quando a unidadeoperacional estrangeira for uma subsidiária), essas diferenças de câmbio devem serreconhecidas inicialmente num componente separado de capital próprio e reconhecidas nosresultados aquando da alienação do investimento líquido de acordo com o parágrafo 47.

32 - Quando um item monetário fizer parte do investimento líquido numa unidade operacionalestrangeira de uma entidade que relata e está denominado na moeda funcional da entidade querelata, surge uma diferença de câmbio nas demonstrações financeiras individuais da unidadeoperacional estrangeira. Da mesma forma, se esse item estiver denominado na moedafuncional da unidade operacional estrangeira, surge uma diferença de câmbio nasdemonstrações financeiras separadas da entidade que relata. Essas diferenças de câmbio sãoreclassificadas num componente separado de capital próprio nas demonstrações financeirasque incluem a unidade operacional estrangeira e a entidade que relata (i.e. as demonstraçõesfinanceiras nas quais a unidade operacional estrangeira está integral ou proporcionalmente

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consolidada, ou contabilizada usando o método da equivalência patrimonial). Contudo, um itemmonetário que faça parte do investimento líquido numa unidade operacional estrangeira de umaentidade que relata pode ser denominado numa moeda diferente da moeda funcional tanto daentidade que relata como da unidade operacional estrangeira. As diferenças de câmbio queresultam da transposição do item monetário para as moedas funcionais da entidade que relata eda unidade operacional estrangeira não são reclassificadas no componente separado de capitalpróprio nas demonstrações financeiras que incluem a unidade operacional estrangeira e aentidade que relata (i.e. mantêm-se reconhecidas nos resultados).

33 - Quando uma entidade mantiver os seus livros e registos numa moeda diferente da sua moedafuncional, no momento em que a entidade preparar as suas demonstrações financeiras, todasas quantias são transpostas para a moeda funcional de acordo com os parágrafos 20 a 26. Istoresulta nas mesmas quantias na moeda funcional que teriam ocorrido se os itens tivessem sidoregistados inicialmente na moeda funcional. Por exemplo, os itens monetários são transpostospara a moeda funcional usando a taxa de fecho, e os itens não monetários que são mensuradosnuma base do custo histórico são transpostos usando a taxa de câmbio à data da transacçãoque resultou no seu reconhecimento.

Alterações na moeda funcional (parágrafos 34 a 36)

34 - Quando ocorrer uma alteração na moeda funcional de uma entidade, a entidade deve aplicar osprocedimentos de transposição aplicáveis à nova moeda funcional prospectivamente a partir adata da alteração.

35 - Conforme referido no parágrafo 13, a moeda funcional de uma entidade reflecte as transacções,acontecimentos e condições subjacentes que sejam relevantes para a entidade. Emconformidade, uma vez determinada a moeda funcional, ela só pode ser alterada se ocorreruma alteração nessas transacções, acontecimentos e condições subjacentes. Por exemplo,uma alteração na moeda que influencia principalmente os preços de venda dos bens e serviçospode levar a uma alteração na moeda funcional de uma entidade.

36 - O efeito de uma alteração na moeda funcional é contabilizado prospectivamente. Por outraspalavras, uma entidade transpõe todos os itens para a nova moeda funcional usando a taxa decâmbio à data da alteração. As quantias transpostas resultantes para itens não monetários sãotratadas como o seu custo histórico. As diferenças de câmbio resultantes da transposição deuma unidade operacional estrangeira anteriormente classificada no capital próprio de acordocom os parágrafos 31 e 38(c) não são reconhecidas nos resultados até à alienação da unidadeoperacional.

Uso de uma moeda de apresentação diferente da moeda funcional(parágrafos 37 a 48)

Transposição para a moeda de apresentação (parágrafos 37 a 42)

37 - Uma entidade pode apresentar as suas demonstrações financeiras em qualquer moeda (oumoedas). Se a moeda de apresentação diferir da moeda funcional da entidade, ela transpõe osseus resultados e posição financeira para a moeda de apresentação. Por exemplo, quando umgrupo contiver entidades individuais com diferentes moedas funcionais, os resultados e posiçãofinanceira de cada entidade são expressos numa moeda comum para que seja possívelapresentar demonstrações financeiras consolidadas.

38 - Os resultados e posição financeira de uma entidade cuja moeda funcional não seja a moeda deuma economia hiperinflacionária devem ser transpostos para uma moeda de apresentaçãodiferente usando os seguintes procedimentos:

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(a) Os activos e passivos de cada balanço apresentado (i.e. incluindo comparativos) devem sertranspostos à taxa de fecho na data desse balanço;

(b) Os rendimentos e gastos de cada demonstração dos resultados (i.e. incluindocomparativos) devem ser transpostos às taxas de câmbio nas datas das transacções; e

(c) Todas as diferenças de câmbio resultantes devem ser reconhecidas como um componenteseparado de capital próprio.

39 - Por razões práticas, é muitas vezes usada uma taxa que se aproxime das taxas de câmbio àdata das transacções, por exemplo, uma taxa média do período, para transpor os itens derendimentos e de gastos. Porém, se as taxas de câmbio variarem significativamente, o uso dataxa média de um período não é apropriado.

40 - As diferenças de câmbio referidas no parágrafo 38(c) resultam:

(a) Da transposição de rendimentos e gastos às taxas de câmbio nas datas das transacções ede activos e passivos à taxa de fecho. Essas diferenças de câmbio derivam tanto dos itensde rendimentos e de gastos reconhecidos nos resultados como daqueles reconhecidosdirectamente no capital próprio;

(b) Da transposição dos activos líquidos de abertura a uma taxa de fecho que difira da taxa defecho anterior.

Estas diferenças de câmbio não são reconhecidas nos resultados porque as alterações nastaxas de câmbio têm pouco ou nenhum efeito sobre os fluxos de caixa presentes e futuros dasunidades operacionais. Quando as diferenças de câmbio se relacionam com uma unidadeoperacional estrangeira que esteja consolidada mas não totalmente detida, as diferenças decâmbio acumuladas resultantes da transposição e atribuíveis a interesses minoritários sãoimputadas a, e reconhecidas como parte de, interesses minoritários no balanço consolidado.

41 - Os resultados e posição financeira de uma entidade cuja moeda funcional seja a moeda de umaeconomia hiperinflacionária devem ser transpostos para uma moeda de apresentação diferenteusando os seguintes procedimentos:

(a) Todas as quantias (i.e. activos, passivos, itens de capital próprio, rendimento e gastos,incluindo comparativos) devem ser transpostas à taxa de fecho na data do balanço maisrecente, excepto que

(b) Quando as quantias são transpostas para a moeda de uma economia não hiperinflacionária,as quantias comparativas devem ser aquelas que tenham sido apresentadas como quantiasdo ano corrente nas demonstrações financeiras relevantes do ano anterior (i.e. nãoajustadas para alterações subsequentes no nível de preço ou alterações subsequentes nastaxas de câmbio).

42 - Quando a moeda funcional de uma entidade é a moeda de uma economia hiperinflacionária, aentidade deve reexpressar as suas demonstrações financeiras (procedendo, para o efeito, deacordo com a IAS 29 Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias, em conformidadecom o texto original do Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro) antesde aplicar o método de transposição definido no parágrafo 41, excepto no caso de quantiascomparativas que sejam transpostas para uma moeda de uma economia não hiperinflacionária(ver parágrafo 41(b). Quando a economia deixar de ser hiperinflacionária e a entidade já nãoreexpressar as suas demonstrações financeiras de acordo com o procedimento antes referido,ela deve usar como custos históricos para a transposição para a moeda de apresentação asquantias reexpressas ao nível de preço à data em que a entidade cessou de reexpressar as

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suas demonstrações financeiras.

Transposição de uma unidade operacional estrangeira (parágrafos 43 a46)

43 - Os parágrafos 44 a 46, além dos parágrafos 37 a 42, aplicam-se quando os resultados e aposição financeira de uma unidade operacional estrangeira são transpostos para uma moedade apresentação a fim de que a unidade operacional estrangeira possa ser incluída, nasdemonstrações financeiras da entidade que relata, pela consolidação integral ou proporcionalou pelo método de equivalência patrimonial.

44 - A incorporação dos resultados e da posição financeira de uma unidade operacional estrangeiracom os da entidade que relata segue os procedimentos normais de consolidação, tais como aeliminação de saldos intragrupo e de transacções intragrupo de uma subsidiária (ver NCRF 15 -Investimentos em Subsidiárias e Consolidação e NCRF 13 - Interesses em EmpreendimentosConjuntos e Investimentos em Associadas). Contudo, um activo (ou passivo) monetáriointragrupo, seja de curto ou longo prazo, não pode ser eliminado contra o correspondentepassivo (ou activo) intragrupo sem que sejam mostrados os resultados das flutuações damoeda nas demonstrações financeiras consolidadas. Isto resulta do facto de o item monetáriorepresentar um compromisso para converter uma moeda noutra e expor a entidade que relata aum ganho ou perda através das flutuações cambiais. Em conformidade, nas demonstraçõesfinanceiras consolidadas da entidade que relata, tal diferença de câmbio continua a serreconhecida nos resultados ou, se derivar das circunstâncias descritas no parágrafo 31, éclassificada como capital próprio até à alienação da unidade operacional estrangeira.

45 - Quando as demonstrações financeiras de uma unidade operacional estrangeira se referem auma data diferente da data da entidade que relata, a unidade operacional estrangeira preparamuitas vezes demonstrações adicionais da mesma data que a data das demonstraçõesfinanceiras da entidade que relata. Quando tal não se verificar, a NCRF 15 - Investimentos emSubsidiárias e Consolidação permite o uso de uma data de relato diferente desde que adiferença não seja superior a três meses e os ajustamentos sejam feitos para os efeitos dequalquer transacção significativa ou outros acontecimentos que ocorram entre as diferentesdatas. Em tal caso, os activos e passivos da unidade operacional estrangeira são transpostos àtaxa de câmbio na data do balanço da unidade operacional estrangeira. Os ajustamentos sãofeitos para alterações significativas nas taxas de câmbio até à data do balanço da entidade querelata de acordo com a NCRF 15. A mesma abordagem é usada na aplicação do método deequivalência patrimonial a associadas e empreendimentos conjuntos e na aplicação daconsolidação proporcional a empreendimentos conjuntos de acordo com a NCRF 13 -Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas.

46 - Qualquer goodwill proveniente da aquisição de uma unidade operacional estrangeira equaisquer ajustamentos do justo valor nas quantias escrituradas de activos e passivosprovenientes da aquisição dessa unidade operacional estrangeira serão tratados como activose passivos da unidade operacional estrangeira. Desse modo, serão expressos na moedafuncional da unidade operacional estrangeira e serão transpostos à taxa de fecho de acordocom os parágrafos 38 e 41.

Alienação de uma unidade operacional estrangeira (parágrafos 47 e 48)

47 - Na alienação de uma unidade operacional estrangeira, a quantia acumulada das diferenças decâmbio diferidas no componente separado de capital próprio relativo a essa unidadeoperacional estrangeira deve ser reconhecida nos resultados quando o ganho ou a perdaresultante da alienação for reconhecido.

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48 - Uma entidade pode alienar os seus interesses numa unidade operacional estrangeira pelavenda, pela liquidação, pelo reembolso do capital por acções ou pelo abandono de parte ou datotalidade dessa entidade. O pagamento de um dividendo faz parte de uma alienação apenasquando constituir um retorno do investimento, por exemplo, quando o dividendo pago fororiginado por lucros anteriores à aquisição. No caso de uma alienação parcial, apenas éincluída no ganho ou na perda a parte proporcional da diferença de câmbio acumuladarelacionada. Uma redução da quantia escriturada de uma unidade operacional estrangeira nãoconstitui uma alienação parcial. Em conformidade, nenhuma parte do ganho ou perda cambialdiferido é reconhecida nos resultados no momento da redução.

Efeitos fiscais de todas as diferenças de câmbio (parágrafo 49)

49 - Os ganhos e perdas com transacções em moeda estrangeira e as diferenças de câmbioresultantes da transposição dos resultados e da posição financeira de uma entidade (incluindouma unidade operacional estrangeira) para outra moeda podem ter efeitos fiscais. A NCRF 25 -Impostos sobre o Rendimento aplica-se a estes efeitos fiscais.

Divulgações (parágrafos 50 a 53)

50 - Nos parágrafos 52 e 53 as referências a «moeda funcional» aplicam-se, no caso de um grupo, àmoeda funcional da empresa-mãe.

51 - Uma entidade deve divulgar:

(a) A quantia das diferenças de câmbio reconhecidas nos resultados excepto as que resultemde instrumentos financeiros mensurados pelo justo valor através dos resultados (vide IAS39, em conformidade com o texto original do Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de3 de Novembro);

(b) As diferenças de câmbio líquidas classificadas num componente separado de capitalpróprio, e uma reconciliação da quantia de tais diferenças de câmbio no começo e no fim doperíodo.

52 - Quando a moeda de apresentação for diferente da moeda funcional, esse facto deve serdeclarado, junto com a divulgação da moeda funcional e a razão para o uso de uma moeda deapresentação diferente.

53 - Quando houver uma alteração na moeda funcional tanto da entidade que relata como de umaunidade operacional estrangeira significativa, esse facto e a razão para a alteração na moedafuncional devem ser divulgados.

Data de eficácia (parágrafo 54)

54 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 24Acontecimentos após a data do balanço

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 10 - Acontecimentos após a Data do Balanço, adoptada pelo texto original doRegulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento

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(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de estabelecer:

(a) Quando uma entidade deve ajustar as suas demonstrações financeiras quanto aacontecimentos após a data do balanço; e

(b) As divulgações que uma entidade deve fornecer:

(i) Quanto à data em que as demonstrações financeiras foram autorizadas para emissão;

(ii) Quanto a acontecimentos após a data do balanço.

A Norma também exige que uma entidade não deve preparar as suas demonstraçõesfinanceiras numa base de continuidade se os acontecimentos após a data do balanço indicaremque o pressuposto da continuidade não é apropriado.

Âmbito (parágrafo 2)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização e divulgação de acontecimentos após a datado balanço.

Definições (parágrafos 3 e 4)

3 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Acontecimentos após a data do balanço: são aqueles acontecimentos, favoráveis edesfavoráveis, que ocorram entre a data do balanço e a data em que as demonstraçõesfinanceiras forem autorizadas para emissão, pelo órgão de gestão. Podem ser identificados doistipos de acontecimentos:

(a) Aqueles que proporcionem prova de condições que existiam à data do balanço(acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos); e

(b) Aqueles que sejam indicativos de condições que surgiram após a data do balanço(acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajustamentos).

Incluem-se aqui os acontecimentos que ocorram após o anúncio público de resultados ou deoutra informação financeira seleccionada.

Data de autorização para emissão das demonstrações financeiras: é a data a partir da qual asdemonstrações financeiras aprovadas pelo órgão de gestão se disponibilizam paraconhecimento de terceiros ou, se aplicável, dum conselho de supervisão (constituídounicamente por não-executivos).

4 - O processo de autorização da emissão de demonstrações financeiras variará consoante anatureza, a organização da entidade e as exigências legais a que a mesma está submetida.

Reconhecimento e mensuração (parágrafos 5 a 10)

Acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos(parágrafos 5 e 6)

5 - Uma entidade deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas demonstrações financeiras para

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reflectir os acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos.

6 - Exemplos de acontecimentos ocorridos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos eque exigem que uma entidade ajuste as quantias reconhecidas nas suas demonstraçõesfinanceiras, ou que reconheça itens que não foram anteriormente reconhecidos, são:

(a) A resolução, após a data do balanço, de um caso judicial que confirma que a entidade tinhauma obrigação presente à data do balanço. A entidade ajusta qualquer provisãoanteriormente reconhecida relacionada com este caso judicial de acordo com a NCRF 21 -Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes ou reconhece uma nova provisão.A entidade não pode divulgar meramente um passivo contingente porque a resoluçãoproporciona provas adicionais que seriam consideradas de acordo com da NCRF 21;

(b) A recepção de informação após a data do balanço que indique que um activo estava emimparidade à data do balanço, ou que a quantia da perda por imparidade anteriormentereconhecida para esse activo necessita de ser ajustada, tal como ocorre, designadamente,nas seguintes situações:

(i) A falência de um cliente que ocorre após a data do balanço confirma, normalmente, queexistia uma perda à data do balanço numa conta a receber comercial e que a entidadenecessita de ajustar a respectiva quantia escriturada; e

(ii) A venda de inventários após a data do balanço pode dar evidência acerca do valorrealizável líquido à data do balanço;

(c) A determinação após a data do balanço do custo de activos comprados, ou os proventos deactivos vendidos, antes da data do balanço;

(d) A determinação após a data do balanço da quantia de participação no lucro ou depagamentos de bónus, caso a entidade tivesse uma obrigação presente legal ou construtivaà data do balanço de fazer tais pagamentos em consequência de acontecimentos antesdessa data (ver supletivamente a NCRF 28 - Benefícios dos Empregados);

(e) A descoberta de fraudes ou erros que mostrem que as demonstrações financeiras estãoincorrectas.

Acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar aajustamentos (parágrafos 7 e 8)

7 - Uma entidade não deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas demonstrações financeiraspara reflectir os acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajustamentos.

8 - Um exemplo de um acontecimento após a data do balanço que não dá lugar a ajustamentos éum declínio no valor de mercado de investimentos entre a data do balanço e a data em que foiautorizada a emissão das demonstrações financeiras. O declínio no valor de mercado não serelaciona normalmente com as condições dos investimentos, à data do balanço, mas reflectecircunstâncias que surgiram posteriormente. Portanto, uma entidade não ajusta as quantiasreconhecidas nas suas demonstrações financeiras relativas aos investimentos. De formasemelhante, a entidade não actualiza as quantias divulgadas relativas aos investimentos à datado balanço, embora possa necessitar de dar divulgações adicionais de acordo com o parágrafo16.

Dividendos (parágrafos 9 e 10)

9 - Se uma entidade declara dividendos aos detentores de investimentos de capital próprio após adata do balanço, a entidade não deve reconhecer esses dividendos como um passivo à data do

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balanço.

10 - Se os dividendos forem declarados (i.e. os dividendos são correctamente autorizados e nãoficam ao critério da entidade) após a data do balanço mas antes das demonstrações financeirasserem autorizadas para emissão, os dividendos não são reconhecidos como passivo à data dobalanço porque não correspondem aos critérios de uma obrigação presente definidos na NCRF21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes. Tais dividendos são divulgadosnas notas às demonstrações financeiras de acordo com a NCRF 1 - Estrutura e Conteúdo dasDemonstrações Financeiras.

Continuidade (parágrafos 11 a 13)

11 - Uma entidade não deve preparar as suas demonstrações financeiras numa base decontinuidade se o órgão de gestão determinar após a data do balanço que pretende ou liquidara entidade ou cessar de negociar, ou que não tenha alternativa realista a não ser fazer isso.

12 - A deterioração nos resultados operacionais e da posição financeira após a data do balançopode indicar a necessidade de considerar se ainda é ou não apropriado o pressuposto dacontinuidade. Se o pressuposto da continuidade deixar de ser apropriado, o efeito é tãoprofundo que esta Norma exige uma alteração fundamental no regime contabilístico, em vez deum ajustamento nas quantias reconhecidas no âmbito do regime contabilístico original.

13 - A NCRF 1 - Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras especifica as divulgaçõesexigidas se:

(a) As demonstrações financeiras não forem preparadas numa base de continuidade; ou

(b) O órgão de gestão estiver ciente de incertezas materiais relacionadas com acontecimentosou condições que possam lançar dúvida significativa na capacidade da entidade paraprosseguir em continuidade. Os acontecimentos ou condições que exijam divulgaçãopodem surgir após a data do balanço.

Divulgações (parágrafos 14 a 19)

Data de autorização para emissão (parágrafos 14 e 15)

14 - Uma entidade deve divulgar a data em que as demonstrações financeiras foram autorizadaspara emissão e quem deu essa autorização. Se os proprietários da entidade ou outros tiverem opoder de alterar as demonstrações financeiras após esta data, a entidade deve divulgar essefacto.

15 - É importante para os utentes saber quando é que as demonstrações financeiras foramautorizadas para emissão, porque as demonstrações financeiras não reflectem acontecimentosapós essa data.

Actualização da divulgação acerca de condições à data do balanço(parágrafos 16 e 17)

16 - Se uma entidade receber informação após a data do balanço acerca de condições que existiamà data do balanço, ela deve actualizar as divulgações que se relacionem com essas condições,à luz da nova informação.

17 - Nalguns casos, uma entidade necessita de actualizar as divulgações nas suas demonstraçõesfinanceiras para reflectir as informações recebidas após a data do balanço, mesmo quando asinformações não afectam as quantias que a entidade reconhece nas suas demonstraçõesfinanceiras. Um exemplo da necessidade de actualizar divulgações é quando fica disponível

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evidência após a data do balanço acerca de um passivo contingente que existia à data dobalanço. Além de considerar se deve ou não reconhecer ou alterar uma provisão segundo aNCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes, uma entidade actualizaas suas divulgações acerca do passivo contingente à luz dessa evidência.

Acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar aajustamentos (parágrafos 18 e 19)

18 - Se os acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajustamentos foremmateriais, a sua não divulgação poderia influenciar as decisões económicas dos utentestomadas com base nas demonstrações financeiras. Em conformidade uma entidade devedivulgar, para cada categoria material de acontecimentos após a data do balanço que não dãolugar a ajustamentos, o seguinte:

(a) A natureza do acontecimento; e

(b) Uma estimativa do efeito financeiro, ou uma declaração de que tal estimativa não pode serfeita.

19 - Exemplos de acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajustamentos e quedão lugar a divulgação:

(a) Uma importante concentração de actividades empresariais após a data do balanço (a NCRF14 - Concentrações de Actividades Empresariais exige divulgações específicas em taiscasos) ou a alienação de uma importante subsidiária;

(b) Anúncio de um plano para descontinuar uma unidade operacional;

(c) Importantes compras de activos, classificação de activos como detidos para venda deacordo com a NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e UnidadesOperacionais Descontinuadas, outras alienações de activos, ou expropriação de activosimportantes pelo Governo;

(d) A destruição por um incêndio de uma importante instalação de produção;

(e) O anúncio ou início do processo de uma reestruturação importante;

(f) Importantes transacções de acções ordinárias e de potenciais transacções de acçõesordinárias;

(g) Alterações anormalmente grandes em preços de activos ou taxas de câmbio;

(h) Alterações nas taxas fiscais ou leis fiscais decretadas ou anunciadas, que tenham um efeitosignificativo nos activos e passivos por impostos correntes e diferidos;

(i) Celebrar compromissos significativos ou passivos contingentes, por exemplo, pela emissãode garantias significativas; e

(j) Iniciar litígios importantes que provenham unicamente de acontecimentos que ocorreramapós a data do balanço.

Data de eficácia (parágrafo 20)

20 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

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Impostos sobre o rendimento

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 12 - Impostos sobre o Rendimento, adoptada pelo texto original do Regulamento(CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamentocontabilístico dos impostos sobre o rendimento e em especial no que respeita a:

(a) Recuperação futura (liquidação) da quantia escriturada de activos (passivos) que sejamreconhecidos no balanço de uma entidade; e

(b) Transacções e outros acontecimentos do período corrente que sejam reconhecidos nasdemonstrações financeiras de uma entidade.

Está inerente no reconhecimento de um activo ou passivo que a entidade que relata esperarecuperar ou liquidar a quantia escriturada do activo ou passivo. Se for provável que arecuperação ou liquidação dessa quantia escriturada fizer com que os pagamentos futuros deimpostos sejam maiores (menores) do que seriam se tais recuperações ou liquidações nãotivessem consequências fiscais, esta Norma exige que uma entidade reconheça um passivo porimpostos diferidos (activo por impostos diferidos), com certas excepções limitadas.

Esta Norma exige que uma entidade contabilize as consequências fiscais de transacções e deoutros acontecimentos da mesma forma que contabiliza as próprias transacções e outrosacontecimentos. Assim, relativamente, a transacções e outros acontecimentos reconhecidosnos resultados, qualquer efeito fiscal relacionado também é reconhecido nos resultados. No quediz respeito a transacções e outros acontecimentos reconhecidos directamente no capitalpróprio, qualquer efeito fiscal relacionado também é reconhecido directamente no capitalpróprio. Do mesmo modo, o reconhecimento de activos e passivos por impostos diferidos numaconcentração de actividades empresariais afecta a quantia de goodwill resultante dessaconcentração de actividades empresariais ou a quantia de qualquer excesso do interesse daadquirente no justo valor líquido de activos, passivos e passivos contingentes identificáveis daadquirida do custo da concentração.

Esta Norma trata também do reconhecimento dos activos por impostos diferidos provenientesde perdas fiscais não usadas ou de créditos fiscais não usados, da apresentação de impostossobre o rendimento nas demonstrações financeiras e da divulgação da informação relacionadacom impostos sobre o rendimento.

Âmbito (parágrafos 2 a 4)

2 - Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de impostos sobre o rendimento.

3 - Para as finalidades desta Norma, consideram-se impostos sobre o rendimento todos osimpostos no país e impostos estrangeiros que sejam baseados em lucros tributáveis, bem comooutros impostos tais como impostos por retenção (de dividendos), que sejam pagáveis por umasubsidiária, associada ou empreendimento conjunto em distribuições à entidade que relata.

4 - Esta Norma não trata dos métodos de contabilização dos subsídios do Governo (NCRF 22 -

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Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo) ou de créditosfiscais ao investimento. Porém esta Norma trata da contabilização das diferenças temporáriasque possam surgir de créditos fiscais por tais subsídios ou investimentos.

Definições (parágrafos 5 e 6)

5 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Activos por impostos diferidos: são as quantias de impostos sobre o rendimento recuperáveisem períodos futuros respeitantes a:

(a) Diferenças temporárias dedutíveis;

(b) Reporte de perdas fiscais não utilizadas; e

(c) Reporte de créditos tributáveis não utilizados.

Base fiscal de um activo ou de um passivo: é a quantia atribuída a esse activo ou passivo parafins fiscais.

Diferenças temporárias: são diferenças entre a quantia escriturada de um activo ou de umpassivo no balanço e a sua base de tributação. As diferenças temporárias podem ser:

(a) Diferenças temporárias tributáveis, que são diferenças temporárias de que resultamquantias tributáveis na determinação do lucro tributável (perda fiscal) de períodos futurosquando a quantia escriturada do activo ou do passivo seja recuperada ou liquidada; ou

(b) Diferenças temporárias dedutíveis, que são diferenças temporárias de que resultamquantias que são dedutíveis na determinação do lucro tributável (perda fiscal) de períodosfuturos quando a quantia escriturada do activo ou do passivo seja recuperada ou liquidada.

Gasto de impostos (rendimento de impostos): é a quantia agregada incluída na determinaçãodo resultado líquido do período respeitante a impostos correntes e a impostos diferidos.

Imposto corrente: é a quantia a pagar (a recuperar) de impostos sobre o rendimentorespeitantes ao lucro tributável (perda) tributável de um período.

Lucro contabilístico: é o resultado de um período antes da dedução do gasto de impostos.

Lucro tributável (perda fiscal): é o lucro (ou perda) de um período, determinado de acordo comas regras estabelecidas pelas autoridades fiscais, sobre o qual são pagos (ou recuperáveis)impostos sobre o rendimento.

Passivos por impostos diferidos: são as quantias de impostos sobre o rendimento pagáveis emperíodos futuros com respeito a diferenças temporárias tributáveis.

6 - O gasto de impostos (rendimento de impostos) compreende o gasto corrente de impostos(rendimento corrente de impostos) e gasto de impostos diferidos (rendimentos de impostosdiferidos).

Base fiscal (parágrafos 7 a 11)

7 - A base fiscal de um activo é a quantia que será dedutível para finalidades fiscais contraquaisquer benefícios económicos tributáveis que fluirão para uma entidade quando ela recuperea quantia escriturada do activo. Se esses benefícios económicos não forem tributáveis, a basefiscal do activo é igual à sua quantia escriturada.

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8 - A base fiscal de um passivo é a sua quantia escriturada, menos qualquer quantia que serádedutível para finalidades fiscais com respeito a esse passivo em períodos futuros. No caso deréditos que sejam recebidos adiantadamente, a base fiscal do passivo resultante é a suaquantia escriturada, menos qualquer quantia dos réditos que não serão tributáveis em períodosfuturos.

9 - Alguns itens têm uma base fiscal mas não são reconhecidos como activos e como passivos nobalanço. Por exemplo, os custos de pesquisa são reconhecidos como um gasto nadeterminação do lucro contabilístico no período em que forem incorridos mas podem não serpermitidos como uma dedução na determinação do lucro tributável (perda fiscal) até um períodoposterior. A diferença entre a base fiscal dos custos de pesquisa, que é a quantia que asautoridades fiscais permitirão como dedução em períodos futuros, e a quantia escriturada nula éuma diferença temporária dedutível que resulta num activo por impostos diferidos.

10 - Quando a base fiscal de um activo ou de um passivo não for imediatamente evidente, é deconsiderar o princípio fundamental em que esta Norma se baseia: uma entidade deve, comcertas excepções limitadas, reconhecer um passivo (activo) por impostos diferidos quando arecuperação ou liquidação da quantia escriturada de um activo ou de um passivo fizer com queos pagamentos futuros de impostos sejam maiores (menores) do que seriam se taisrecuperações ou liquidações não tivessem consequências tributáveis.

11 - Nas demonstrações financeiras consolidadas, as diferenças temporárias são determinadas pelacomparação das quantias escrituradas de activos e de passivos com a base fiscal apropriada. Abase fiscal é determinada por referência a uma declaração de impostos consolidada nasjurisdições em que tal demonstração seja preenchida, ou, noutros casos, a base fiscal édeterminada por referência às declarações de impostos de cada entidade no grupo.

Reconhecimento de passivos por impostos correntes e de activos porimpostos correntes (parágrafos 12 a 14)

12 - Os impostos correntes para períodos correntes e anteriores devem, na medida em que nãoestejam pagos, ser reconhecidos como passivos. Se a quantia já paga com respeito a períodoscorrentes e anteriores exceder a quantia devida para esses períodos, o excesso deve serreconhecido como um activo.

13 - O benefício relacionado com uma perda fiscal que possa ser reportada para recuperar impostoscorrentes de um período anterior deve ser reconhecido como um activo.

14 - Quando uma perda fiscal for usada para recuperar impostos correntes de um período anterior,uma entidade reconhece o benefício como um activo do período em que a perda fiscal ocorraporque é provável que o benefício fluirá para a entidade e que o benefício pode ser fiavelmentemensurado.

Reconhecimento de passivos por impostos diferidos e de activos porimpostos diferidos (parágrafos 15 a 42)

Diferenças temporárias tributáveis (parágrafos 15 a 24)

15 - Um passivo por impostos diferidos deve ser reconhecido para todas as diferenças temporáriastributáveis, excepto até ao ponto em que esse passivo por impostos diferidos resultar de:

(a) O reconhecimento inicial do goodwill, ou:

(b) O reconhecimento inicial de um activo ou passivo numa transacção que:

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(i) Não seja uma concentração de actividades empresariais; e

(ii) Não afecte, no momento da transacção, nem o lucro contabilístico nem o lucro tributável(perda fiscal).

Porém, para as diferenças temporárias associadas com investimentos em subsidiárias,sucursais e associadas e interesses em empreendimentos conjuntos, deve ser reconhecido umpassivo por impostos diferidos de acordo com o parágrafo 36.

16 - Está inerente no reconhecimento de um activo que a sua quantia escriturada será recuperadana forma de benefícios económicos que fluam para a entidade nos períodos futuros. Quando aquantia escriturada do activo exceder a sua base fiscal, a quantia dos benefícios económicostributáveis excederá a quantia que será permitida como dedução para finalidades de tributação.Esta diferença é uma diferença temporária tributável e a obrigação de pagar os resultantesimpostos sobre o rendimento em períodos futuros é um passivo por impostos diferidos. Como aentidade recupera a quantia escriturada do activo, a diferença temporária tributável reverterá ea entidade terá lucro tributável. Isto faz com que seja provável que benefícios económicosfluirão da entidade na forma de pagamento de impostos. Por isso, esta Norma exige oreconhecimento de todos os passivos por impostos diferidos, excepto em certas circunstânciasdescritas nos parágrafos 15 e 41.

17 - Algumas diferenças temporárias surgem quando os rendimentos ou gastos sejam incluídos nolucro contabilístico de um período se bem que sejam incluídos no lucro tributável num períododiferente. Tais diferenças temporárias são muitas vezes descritas como diferenças tempestivas.

18 - Diferenças temporárias também resultam quando:

(a) O custo de uma concentração de actividades empresariais é imputado ao reconhecer osactivos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos pelos seus justos valores, masnenhum ajustamento equivalente é feito para finalidades fiscais (ver parágrafo 19);

(b) Os activos são revalorizados e nenhum ajustamento equivalente é feito para finalidadesfiscais (ver parágrafo 20);

(c) O goodwill resulta numa concentração de actividades empresariais (ver parágrafo 21);

(d) A base fiscal de um activo ou passivo no reconhecimento inicial difere da sua quantiaescriturada inicial, por exemplo, quando uma entidade beneficia de subsídios do Governonão tributáveis relacionados com activos (ver parágrafo 24); ou

(e) A quantia escriturada de investimentos em subsidiárias, associadas e interesses emempreendimentos conjuntos torna-se diferente da base fiscal do investimento ou interesse(ver parágrafos 35 a 42).

Concentrações de actividades empresariais (parágrafo 19)

19 - O custo de uma concentração de actividades empresariais é imputado ao reconhecer os activosidentificáveis adquiridos e os passivos assumidos pelos seus justos valores à data de aquisição.Diferenças temporárias resultam quando as bases fiscais de activos identificáveis adquiridos ede passivos assumidos não são afectados pela concentração de actividades empresariais ousão afectados de forma diferente. Por exemplo, quando a quantia escriturada de um activo éaumentada até ao justo valor, mas a base fiscal do activo mantém-se pelo custo para oproprietário anterior, resulta uma diferença temporária tributável que origina um passivo porimpostos diferidos. O passivo por impostos diferidos resultante afecta o goodwill (ver parágrafo0).

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Activos escriturados pelo justo valor (parágrafo 20)

20 - As Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro permitem que certos activos sejamassentados pelo justo valor ou sejam revalorizados (ver, por exemplo, a NCRF 7 - Activos FixosTangíveis, a NCRF 6 - Activos Intangíveis, a NCRF 27 - Instrumentos Financeiros e a NCRF 11- Propriedades de Investimento). Em Portugal, a revalorização ou reexpressão de um activo nãoafecta o lucro tributável no período da revalorização ou reexpressão e, consequentemente, abase fiscal do activo não é ajustada. Contudo, a recuperação futura da quantia escrituradaresultará num fluxo tributável de benefícios económicos para a entidade e a quantia que serádedutível para finalidades tributárias diferirá da quantia desses benefícios económicos. Adiferença entre a quantia escriturada de um activo revalorizado e a sua base fiscal é umadiferença temporária e dá origem a um passivo ou activo por impostos diferidos. Isto é verdademesmo se:

(a) A entidade não pretender alienar o activo. Em tais casos, a quantia escriturada revalorizadado activo será recuperada pelo uso e isto gerará rendimento tributável que excede adepreciação que será permitida para finalidades tributáveis nos períodos futuros; ou

(b) A tributação sobre os ganhos de capital é diferida se os proventos da alienação do activoforem investidos em activos semelhantes. Em tais casos, o imposto tornar-se-á por fimpagável pela venda ou pelo uso de activos semelhantes.

Goodwill (parágrafos 21 a 23)

21 - O goodwill resultante de uma concentração de actividades empresariais é mensurado como oexcesso do custo da concentração acima do interesse da adquirente no justo valor líquido dosactivos, passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida. As autoridades fiscais nãopermitem reduções na quantia escriturada do goodwill como um gasto dedutível nadeterminação do lucro tributável. Além disso, o custo do goodwill é muitas vezes não dedutívelquando uma subsidiária aliena a sua actividade empresarial subjacente. Consequentemente, ogoodwill tem uma base fiscal de zero. Qualquer diferença entre a quantia escriturada degoodwill e a sua base fiscal de zero é uma diferença temporária tributável. Contudo, esta Normanão permite o reconhecimento do passivo por impostos diferidos resultante porque o goodwill émensurado como residual e o reconhecimento do passivo por impostos diferidos iria aumentar aquantia escriturada de goodwill.

22 - As reduções posteriores num passivo por impostos diferidos que não seja reconhecido porresultar do reconhecimento inicial do goodwill também são consideradas como resultando doreconhecimento inicial do goodwill, não sendo portanto reconhecidas.

23 - Os passivos por impostos diferidos por diferenças temporárias tributáveis relacionadas com ogoodwill são, porém, reconhecidos até ao ponto em que não resultem do reconhecimento inicialdo goodwill.

Reconhecimento inicial de um activo ou passivo (parágrafo 24)

24 - Uma diferença temporária pode surgir no reconhecimento inicial de um activo ou passivo, porexemplo, se parte ou todo o custo de um activo não for dedutível para finalidades de impostos.O método de contabilizar tal diferença temporária depende da natureza da transacção queconduziu ao reconhecimento inicial do activo:

(a) Numa concentração de actividades empresariais, uma entidade reconhece qualquer passivoou activo por impostos diferidos e isso afecta a quantia do goodwill ou a quantia de qualquerexcesso acima do custo da concentração do interesse da adquirente no justo valor líquido

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dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida (ver parágrafo 21);

(b) Se a transacção afectar o lucro contabilístico ou o lucro tributável, uma entidadereconhecerá qualquer passivo ou activo por impostos diferidos e reconhecerá o resultantegasto ou rendimento por impostos diferidos na demonstração dos resultados (ver parágrafo53);

(c) Se a transacção não for uma concentração de actividades empresariais, e não afectar nemo lucro contabilístico nem o lucro tributável, uma entidade, na ausência da excepçãoprevista nos parágrafos 15 e 25, reconheceria o passivo ou activo diferido resultante eajustaria a quantia escriturada do activo ou passivo pela mesma quantia. Tais ajustamentostornariam as demonstrações financeiras menos transparentes. Por isso, esta Norma nãopermite que uma entidade reconheça o passivo ou activo por impostos diferidos resultante,quer no reconhecimento inicial ou subsequentemente. Para além disso, uma entidade nãoreconhece alterações subsequentes no passivo ou activo por impostos diferidos nãoreconhecidos enquanto o activo é depreciado.

Diferenças temporárias dedutíveis (parágrafos 25 a 30)

25 - Um activo por impostos diferidos deve ser reconhecido para todas as diferenças temporáriasdedutíveis até ao ponto em que seja provável que exista um lucro tributável relativamente aoqual a diferença temporária dedutível possa ser usada, a não ser que o activo por impostosdiferidos resulte do reconhecimento inicial de um activo ou passivo numa transacção que:

(a) Não seja uma concentração de actividades empresariais; e

(b) No momento da transacção, não afecte o lucro contabilístico nem o lucro tributável (perdafiscal).

Porém, para diferenças temporárias dedutíveis associadas a investimentos em subsidiárias,sucursais e associadas e a interesses em empreendimentos conjuntos, deve ser reconhecidoum activo por impostos diferidos de acordo com o parágrafo 41.

26 - Está inerente no reconhecimento de um passivo que a quantia escriturada será liquidada emperíodos futuros por meio de um exfluxo de recursos da entidade incorporando benefícioseconómicos. Quando os recursos fluam da entidade, parte ou todas as suas quantias podemser dedutíveis na determinação do lucro tributável de um período mais tardio do que o períodoem que o passivo seja reconhecido. Em tais casos, uma diferença temporária existe entre aquantia escriturada do passivo e a sua base fiscal. Concordantemente, um activo por impostosdiferidos surge com respeito a impostos sobre o rendimento que serão recuperáveis emperíodos futuros quando seja permitido que essa parte do passivo seja uma dedução nadeterminação do lucro tributável. Semelhantemente, se a quantia escriturada de um activo formenor do que a sua base fiscal a diferença dá origem a um activo por impostos diferidos, comrespeito a impostos que serão recuperáveis em períodos futuros.

27 - A reversão de diferenças temporárias dedutíveis resulta em deduções na determinação delucros tributáveis de períodos futuros. Contudo, os benefícios económicos na forma dereduções nos pagamentos de impostos fluirão para a entidade somente se ela obtiver lucrostributáveis suficientes contra os quais as deduções possam ser compensadas. Por isso umaentidade reconhece activos por impostos diferidos somente quando for provável que lucrostributáveis estarão disponíveis contra os quais as diferenças temporárias dedutíveis possam serutilizadas.

28 - É provável que lucro tributável esteja disponível e contra o qual uma diferença temporáriadedutível possa ser utilizada quando haja diferenças temporárias tributáveis suficientes

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relacionadas com a mesma autoridade fiscal e com a mesma entidade tributável que seesperem inverter:

(a) No mesmo período que a reversão esperada da diferença temporária dedutível; ou

(b) Nos períodos em que uma perda fiscal proveniente do activo por impostos diferidos possaser reportada ou transportada.

Em tais circunstâncias, o activo por impostos diferidos é reconhecido no período em que asdiferenças temporárias dedutíveis surjam.

29 - Quando haja diferenças temporárias tributáveis insuficientes relacionadas com a mesmaautoridade fiscal e a mesma entidade tributável, o activo por impostos diferidos é reconhecidoaté ao ponto em que:

(a) Seja provável que a entidade tenha lucros tributáveis suficientes relacionados com a mesmaautoridade fiscal e a mesma entidade tributável no mesmo período em que a reversão dasdiferenças temporárias dedutíveis (ou nos períodos em que a perda fiscal proveniente doactivo por impostos diferidos possa ser reportada ou transportada). Ao avaliar se terá ounão lucro tributável suficiente em períodos futuros, uma entidade ignora quantias tributáveisprovenientes de diferenças temporárias dedutíveis que se esperem que se originem emperíodos futuros, porque os activos por impostos diferidos provenientes destas diferençastemporárias dedutíveis exigirão elas próprias lucros tributáveis futuros a fim de seremutilizadas; ou

(b) Estejam disponíveis oportunidades de planeamento de impostos para a entidade, que criarálucro tributável em períodos apropriados.

30 - Quando uma entidade tenha uma história de prejuízos recentes, a entidade considera aorientação dos parágrafos 32 e 33.

Perdas fiscais não usadas e créditos por impostos não usados(parágrafos 31 a 33)

31 - Um activo por impostos diferidos deve ser reconhecido para o reporte de perdas fiscais nãousadas e créditos tributáveis não usados até ao ponto em que seja provável que lucrostributáveis futuros estarão disponíveis contra os quais possam ser usados perdas fiscais nãousadas e créditos tributáveis não usados.

32 - Os critérios para reconhecer activos por impostos diferidos provenientes do reporte de perdasfiscais e de créditos de impostos não utilizados são os mesmos que os critérios para oreconhecimento de activos por impostos diferidos provenientes de diferenças temporáriasdedutíveis. Porém, a existência de perdas fiscais não usadas é forte prova de que podem nãoestar disponíveis lucros tributáveis futuros. Por isso, quando uma entidade tenha uma históriade perdas recentes, a entidade reconhece um activo por impostos diferidos proveniente deperdas fiscais ou de créditos tributáveis não utilizados somente até ao ponto que a entidadetenha suficientes diferenças temporárias tributáveis ou que haja outras provas convincentes deque lucros tributáveis suficientes estarão disponíveis contra os quais as perdas fiscais nãoutilizadas ou créditos tributáveis não utilizados possam ser utilizados pela entidade. Em taiscircunstâncias, o parágrafo 75 exige a divulgação da quantia do activo por impostos diferidos eda natureza da prova que suporta o seu reconhecimento.

33 - Uma entidade considera os critérios seguintes na avaliação da probabilidade de que o lucrotributável estará disponível contra o qual perdas fiscais não usadas ou créditos tributáveis nãousados possam ser utilizados:

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(a) Se a entidade tiver diferenças temporárias tributáveis relacionadas com a mesmaautoridade fiscal e com a mesma entidade tributável, de que resultarão quantias tributáveiscontra as quais as perdas fiscais não usadas ou créditos tributáveis não usados possam serutilizados antes que se extingam;

(b) Se for provável que a entidade tenha lucros tributáveis antes das perdas fiscais não usadasou que créditos tributáveis não usados expirem;

(c) Se as perdas fiscais não usadas resultarem de causas identificáveis que provavelmente nãose repetirão.

Até ao ponto em que não seja provável que lucros tributáveis estejam disponíveis contra osquais as perdas fiscais não usadas ou créditos tributáveis não usados possam ser utilizados, oactivo por impostos diferidos não é reconhecido.

Reavaliação de activos por impostos diferidos não reconhecidos(parágrafo 34)

34 - À data de cada balanço, uma entidade reavalia os activos por impostos diferidos nãoreconhecidos. A entidade reconhece previamente um activo por impostos diferidos nãoreconhecido até ao ponto em que se torne provável que os lucros tributáveis futuros permitirãoque o activo por impostos diferidos seja recuperado. Por exemplo, um melhoramento nascondições comerciais pode tornar mais provável que a entidade seja capaz de gerar suficientelucro tributável no futuro para que o activo por impostos diferidos satisfaça os critérios fixadosnos parágrafos 25 ou 31. Um outro exemplo dá-se quando uma entidade reavalia os activos porimpostos diferidos à data da concentração de actividades empresariais ou subsequentemente(ver parágrafos 62 e 63).

Investimentos em subsidiárias, associadas e interesses emempreendimentos conjuntos (parágrafos 35 a 42)

35 - As diferenças temporárias surgem quando a quantia escriturada de investimentos emsubsidiárias, associadas ou interesses em empreendimentos conjuntos (nomeadamente a parteda empresa-mãe ou do investidor nos activos líquidos da subsidiária, associada ou investida,incluindo a quantia escriturada de goodwill) se torna diferente da base fiscal (que é muitasvezes o custo) do investimento ou interesse. Tais diferenças podem surgir numa quantidade decircunstâncias diferentes, por exemplo:

(a) A existência de lucros não distribuídos de subsidiárias, associadas e empreendimentosconjuntos;

(b) Alterações nas taxas de câmbio quando uma empresa-mãe e a sua subsidiária estãolocalizadas em países diferentes; e

(c) Uma redução na quantia escriturada de um investimento numa associada para a suaquantia recuperável.

Nas demonstrações financeiras consolidadas, a diferença temporária pode ser diferente dadiferença temporária associada com esse investimento nas demonstrações financeirasindividuais da empresa-mãe se a empresa-mãe escriturar o investimento nas suasdemonstrações financeiras individuais pelo custo ou a quantia revalorizada.

36 - Uma entidade deve reconhecer um passivo por impostos diferidos para todas as diferençastemporárias tributáveis associadas aos investimentos em subsidiárias, sucursais e associadas e

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interesses em empreendimentos conjuntos, excepto até ao ponto em que as seguintescondições sejam ambas satisfeitas:

(a) Que a empresa-mãe, o investidor ou o empreendedor seja capaz de controlar atempestividade da reversão da diferença temporária; e

(b) Que seja provável que a diferença temporária não se reverterá no futuro previsível.

37 - Dado a empresa-mãe controlar a política de dividendos da sua subsidiária, é capaz também decontrolar a tempestividade da reversão de diferenças temporárias associadas com esseinvestimento (incluindo as diferenças temporárias provenientes não só de lucros nãodistribuídos mas também de quaisquer diferenças de transposição de moeda estrangeira). Paraalém disso, muitas vezes seria impraticável determinar a quantia de impostos sobre rendimentoque devam ser pagos quando as diferenças temporárias se revertam. Por isso, quando aempresa-mãe tenha determinado que esses lucros não serão distribuídos no futuro previsível aempresa-mãe não reconhece um passivo por impostos diferidos. As mesmas consideraçõesaplicam-se a investimentos em sucursais.

38 - Os activos e passivos não monetários de uma entidade são mensurados na sua moedafuncional (ver NCRF 23 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio). Se os lucrostributáveis e as perdas fiscais (e, consequentemente, a base fiscal dos seus activos e passivosnão monetários) forem determinados numa moeda diferente, as alterações na taxa de câmbiooriginam diferenças temporárias que resultam num passivo ou (dependendo do parágrafo 25)activo por impostos diferidos reconhecido. O imposto diferido resultante é debitado ou creditadonos resultados (ver parágrafo 52).

39 - Um investidor numa associada não controla essa entidade e geralmente não está numa posiçãopara determinar a sua política de dividendos. Por isso, na ausência de um acordo exigindo queos lucros da associada não serão distribuídos no futuro previsível, um investidor reconhece umpassivo por impostos diferidos provenientes de diferenças temporárias tributáveis associadasao investimento na associada. Em alguns casos, um investidor pode não ser capaz dedeterminar a quantia de impostos que serão pagos se ele recuperar o custo do seu investimentona associada mas pode determinar que igualará ou excederá uma quantia mínima. Em taiscasos, o passivo por impostos diferidos é mensurado por essa quantia.

40 - O acordo entre as partes de um empreendimento conjunto trata geralmente da partilha doslucros e identifica se as decisões em tais assuntos exigem ou não o consentimento de todos osempreendedores ou de uma maioria especificada dos mesmos. Quando o empreendedor pudercontrolar a partilha dos lucros e seja provável que os lucros não serão distribuídos no futuroprevisível, não é reconhecido um passivo por impostos diferidos.

41 - Uma entidade deve reconhecer um activo por impostos diferidos para todas as diferençastemporárias dedutíveis provenientes de investimentos em subsidiárias, associadas e interessesem empreendimentos conjuntos, até ao ponto em que, e somente até ao ponto em que, sejaprovável que:

(a) A diferença temporária reverterá no futuro previsível; e

(b) Estará disponível o lucro tributável contra o qual a diferença temporária possa ser utilizada.

42 - Ao decidir se um activo por impostos diferidos é reconhecido para diferenças temporáriasdedutíveis associadas aos seus investimentos em subsidiárias, associadas e seus interessesem empreendimentos conjuntos, uma entidade considera a orientação estabelecida nosparágrafos 28 a 30.

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Mensuração (parágrafos 43 a 50)

43 - Os activos (passivos) por impostos correntes dos períodos correntes e anteriores devem sermensurados pela quantia que se espera que seja paga (recuperada de) às autoridades fiscais,usando as taxas fiscais (e leis fiscais) aprovadas à data do balanço.

44 - Os activos e passivos por impostos diferidos devem ser mensurados pelas taxas fiscais que seespera que sejam de aplicar no período quando seja realizado o activo ou seja liquidado opassivo, com base nas taxas fiscais (e leis fiscais) que estejam aprovadas à data do balanço.

45 - A mensuração de passivos por impostos diferidos e de activos por impostos diferidos devereflectir as consequências fiscais que se seguem derivadas da maneira pela qual a entidadeespera, à data do balanço, recuperar ou liquidar a quantia escriturada dos seus activos epassivos.

46 - Em alguns casos, a maneira pela qual uma entidade recupera (liquida) a quantia escriturada deum activo (passivo) pode afectar a base fiscal do activo (passivo). Em tais casos, uma entidademensura os passivos por impostos diferidos e activos por impostos diferidos usando a basefiscal que seja consistente com a maneira esperada de recuperação ou liquidação.

47 - Activos e passivos por impostos diferidos não devem ser descontados.

48 - A determinação fiável de activos e passivos por impostos diferidos numa base descontadaexige calendarização pormenorizada da tempestividade da reversão de cada diferençatemporária. Em muitos casos tal calendarização é impraticável ou altamente complexa. Porisso, é inapropriado exigir desconto de activos e passivos diferidos. Permitir, mas não exigir odesconto, resultaria em activos e passivos por impostos diferidos que não seriam comparáveisentre entidades. Por isso, esta Norma não exige nem permite o desconto de activos e passivospor impostos diferidos.

49 - As diferenças temporárias são determinadas por referência à quantia escriturada de um activoou um passivo. Isto aplica-se mesmo quando essa quantia escriturada seja ela própriadeterminada numa base descontada, como por exemplo no caso de obrigações de benefíciosde reforma (ver a NCRF 28 - Benefícios de Empregados).

50 - A quantia escriturada de um activo por impostos diferidos deve ser revista à data de cadabalanço. Uma entidade deve reduzir a quantia escriturada de um activo por impostos diferidosaté ao ponto em que deixe de ser provável que lucros tributáveis suficientes estarão disponíveispara permitir que o benefício de parte ou todo desse activo por impostos diferidos seja utilizado.Qualquer redução deve ser revertida até ao ponto que se torne provável que lucros tributáveissuficientes estarão disponíveis.

Reconhecimento de imposto corrente diferido (parágrafos 51 a 64)

51 - A contabilização dos efeitos de impostos correntes e diferidos de uma transacção ou de outroacontecimento é consistente com a contabilização da transacção ou do próprio acontecimento.Os parágrafos 52 a 64 implementam este princípio.

Demonstração dos resultados (parágrafos 52 a 54)

52 - Os impostos correntes e diferidos devem ser reconhecidos como um rendimento ou como umgasto e incluídos no resultado líquido do período, excepto até ao ponto em que o impostoprovenha de:

(a) Uma transacção ou acontecimento que seja reconhecido, no mesmo ou num diferente

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período, directamente no capital próprio (ver parágrafos 55 a 59); ou

(b) Uma concentração de actividades empresariais (ver parágrafos 61 a 64).

53 - A maior parte dos passivos por impostos diferidos e de activos por impostos diferidos surgequando os rendimentos ou gastos sejam incluídos no lucro contabilístico num período, se bemque sejam incluídos no lucro tributável (perda fiscal) noutro período diferente. O imposto diferidoresultante é reconhecido na demonstração dos resultados.

54 - A quantia escriturada dos activos e passivos por impostos diferidos pode alterar-se mesmo senão houver alteração na quantia das diferenças temporárias relacionadas. Isto pode resultar,por exemplo, de:

(a) Uma alteração nas taxas de tributação ou leis fiscais;

(b) Uma reavaliação da recuperabilidade de activos por impostos diferidos; ou

(c) Uma alteração da maneira esperada de recuperação de um activo.

O imposto diferido resultante é reconhecido na demonstração dos resultados, excepto até aoponto que ele se relacione com itens previamente debitadas ou creditadas ao capital próprio(ver parágrafo 57).

Itens creditados ou debitados directamente ao capital próprio(parágrafos 55 a 60)

55 - O imposto corrente ou imposto diferido deve ser debitado ou creditado directamente ao capitalpróprio se o imposto se relacionar com itens que sejam creditados ou debitados, no mesmo ounum diferente período, directamente ao capital próprio.

56 - As Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro exigem ou permitem que certos itens sejamcreditadas ou debitadas directamente ao capital próprio. São exemplos de tais itens:

(a) Uma alteração na quantia escriturada proveniente da revalorização do activo fixo tangível(ver a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis);

(b) Um ajustamento no saldo de abertura de resultados transitados resultantes ou de umaalteração na política contabilística aplicada retrospectivamente ou da correcção de um erro(ver NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros);

(c) As diferenças de câmbio resultantes da transposição das demonstrações financeiras deuma unidade operacional estrangeira (ver NCRF 23 - Os Efeitos de Alterações em Taxas deCâmbio);

57 - Em circunstâncias excepcionais pode ser difícil determinar a quantia de impostos correntes ediferidos que se relacione com itens creditados ou debitados ao capital próprio. Isto pode ser ocaso, por exemplo, quando:

(a) Uma alteração na taxa do imposto ou noutras regras de impostos que afecte um activo oupassivo por impostos diferidos relacionado (no todo ou em parte) com um item que estejapreviamente debitado ou creditado ao capital próprio; ou

(b) Uma entidade determine que um activo por impostos diferidos deva ser reconhecido, oudeixe de ser reconhecido por inteiro, e o activo por impostos diferidos se relacione (no todoou em parte) com um item que tenha sido anteriormente debitado ou creditado ao capitalpróprio.

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Em tais casos, o imposto corrente e diferido relacionado com itens que sejam creditados oudebitados ao capital próprio é baseado numa imputação pro rata razoável do imposto corrente ediferido da entidade, ou outro método que atinja uma imputação mais apropriada nascircunstâncias.

58 - A NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis, não especifica se uma entidade deve transferir ano a anoo excedente (reserva) de revalorização para resultados transitados uma quantia igual àdiferença entre a depreciação ou amortização de um activo revalorizado e a depreciação ouamortização baseada no custo desse activo. Se uma entidade fizer tal transferência, a quantiatransferida é líquida de qualquer imposto diferido relacionado. Considerações semelhantesaplicam-se a transferências feitas pela alienação de um item de activo fixo tangível.

59 - Quando um activo for revalorizado para finalidades de tributação e essa revalorização estiverrelacionada com uma revalorização contabilística de um período anterior, ou com uma que seespera que seja levada a efeito num período futuro, os efeitos fiscais de quer a revalorização doactivo quer do ajustamento da base fiscal são creditados ou debitados ao capital próprio nosperíodos em que ocorram.

60 - Quando uma entidade pagar dividendos aos seus accionistas, pode ser-lhe exigido que pagueuma parcela dos dividendos às autoridades fiscais em nome dos accionistas (retenção deimposto). Tal quantia paga ou a pagar às autoridades fiscais é debitada ao capital próprio comoparte dos dividendos.

Impostos diferidos provenientes de uma concentração de actividadesempresariais (parágrafos 61 a 64)

61 - Tal como explicado no parágrafo 19, podem surgir diferenças temporárias numa concentraçãode actividades empresariais. De acordo com a NCRF 14 - Concentrações de ActividadesEmpresariais, uma entidade reconhece quaisquer activos por impostos diferidos resultante (atéao ponto em que satisfazem os critérios de reconhecimento do parágrafo 25) ou passivos porimpostos diferidos como activos e passivos identificáveis à data da aquisição.Consequentemente, esses activos e passivos por impostos diferidos afectam o goodwill ou aquantia de qualquer excesso do interesse da adquirente no justo valor líquido dos activos,passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida acima do custo da concentração.Contudo, de acordo com o parágrafo 15(a), uma entidade não reconhece passivos por impostosdiferidos resultantes do reconhecimento inicial do goodwill.

62 - Como resultado de uma concentração de actividades empresariais, uma adquirente podeconsiderar a probabilidade de recuperar o seu próprio activo por impostos diferidos que nãotenha sido reconhecido antes da concentração de actividades empresariais. Por exemplo, aadquirente pode ser capaz de usar o benefício das suas perdas fiscais não usadas face aofuturo lucro tributável da adquirida. Nesses casos, a adquirente reconhece um activo porimpostos diferidos, mas não o inclui como parte da contabilização da concentração deactividades empresariais, e portanto não o tem em consideração ao determinar o goodwill ou aquantia de qualquer excesso do interesse da adquirente no justo valor líquido dos activos,passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida acima do custo da concentração.

63 - Se o potencial benefício de transportar as perdas fiscais no rendimento da adquirida ou deoutros activos por impostos diferidos não satisfizer os critérios da NCRF 14 - Concentração deActividades Empresariais relativamente ao reconhecimento separado quando se contabilizarinicialmente uma concentração de actividades empresariais, mas for posteriormente realizado, aadquirente deve reconhecer o rendimento por impostos diferidos resultante nos resultados.Além disso, uma adquirente deve:

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(a) reduzir a quantia escriturada de goodwill à quantia que teria sido reconhecida se o activopor impostos diferidos tivesse sido reconhecido como um activo identificável a partir da datade aquisição; e

(b) reconhecer a redução na quantia escriturada do goodwill como um gasto.

64 - Contudo, este procedimento não deve resultar na criação de um excesso do interesse daadquirente no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis daadquirida acima do custo da concentração, nem deve aumentar a quantia anteriormentereconhecida para um tal excesso.

Apresentação (parágrafos 65 a 71)

Compensação (parágrafos 65 a 69)

65 - Uma entidade deve compensar activos por impostos correntes e passivos por impostoscorrentes nas suas demonstrações financeiras se, e somente se, a entidade:

(a) Tiver um direito legalmente executável para compensar quantias reconhecidas; e

(b) Pretender liquidar numa base líquida, ou realizar o activo e liquidar simultaneamente opassivo.

66 - Se bem que os activos e passivos por impostos correntes sejam reconhecidos e mensuradosseparadamente eles são compensados no balanço e sujeitos a critérios semelhantes aosestabelecidos para os instrumentos financeiros na NCRF 27 - Instrumentos Financeiros. Umaentidade terá normalmente um direito legalmente executável para compensar um activo porimpostos correntes contra um passivo por impostos correntes quando eles se relacionem comimpostos sobre o rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal e esta autoridade permitaque a entidade faça ou receba um único pagamento líquido.

67 - Em demonstrações financeiras consolidadas, um activo por impostos correntes de umaentidade de um grupo é compensado contra um passivo por impostos correntes de uma outraentidade de um grupo se, e somente se, a dita entidade tiver um direito legalmente executávelde fazer ou receber tal pagamento líquido ou recuperar o activo e liquidar o passivosimultaneamente.

68 - Uma entidade deve compensar os activos por impostos diferidos e passivos por impostosdiferidos se, e somente se:

(a) A entidade tiver um direito legalmente executável de compensar activos por impostoscorrentes contra passivos por impostos correntes; e

(b) Os activos por impostos diferidos e os passivos por impostos diferidos se relacionarem comimpostos sobre o rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal sobre a mesmaentidade tributável.

69 - Para evitar a necessidade de escalonamento detalhado da tempestividade da reversão de cadadiferença temporária, esta Norma exige que uma entidade compense um activo por impostosdiferidos contra um passivo por impostos diferidos da mesma entidade tributável se, e somentese, eles se relacionam com impostos sobre o rendimento lançados pela mesma autoridadefiscal e a entidade tiver um direito legalmente executável de compensar activos por impostoscorrentes contra passivos por impostos correntes.

Gasto de impostos (parágrafos 70 e 71)

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Gasto (rendimento) de imposto relacionado com resultados deactividades ordinárias (parágrafo 70)

70 - O gasto (rendimento) de impostos relacionado com o resultado de actividades ordinárias deveser apresentado na face da demonstração dos resultados.

Diferenças de câmbio em passivos ou activos por impostos estrangeirosdiferidos (parágrafo 71)

71 - A NCRF 23 - Os Efeitos de Alterações nas Taxas de Câmbio, exige que certas diferenças decâmbio sejam reconhecidas como rendimentos ou gastos mas não especificam onde taisdiferenças devem ser apresentadas na demonstração dos resultados. Concordantemente,quando diferenças de câmbio de passivos ou de activos por impostos estrangeiros diferidossejam reconhecidos na demonstração dos resultados, tais diferenças podem ser classificadascomo gastos (rendimentos) por impostos diferidos se essa apresentação for considerada comoa mais útil para os utentes das demonstrações financeiras.

Divulgações (parágrafos 72 a 84)

71 - Os principais componentes de gasto (rendimento) de impostos devem ser divulgadosseparadamente.

72 - Os componentes de gasto (rendimento) de impostos devem incluir:

(a) Gasto (rendimento) por impostos correntes;

(b) Quaisquer ajustamentos reconhecidos no período de impostos correntes de períodosanteriores;

(c) A quantia de gasto (rendimento) por impostos diferidos relacionada com a origem ereversão de diferenças temporárias;

(d) A quantia de gasto (rendimento) por impostos diferidos relacionada com alterações nastaxas de tributação ou com o lançamento de novos impostos;

(e) A quantia de benefícios provenientes de uma perda fiscal não reconhecida anteriormente,de crédito por impostos ou de diferença temporária de um período anterior que seja usadapara reduzir gasto de impostos correntes;

(f) A quantia dos benefícios de uma perda fiscal não reconhecida anteriormente, de crédito porimpostos ou de diferenças temporárias de um período anterior que seja usada para reduzirgastos de impostos diferidos;

(g) Gasto por impostos diferidos provenientes de uma redução, ou reversão de uma diminuiçãoanterior, de um activo por impostos diferidos de acordo com o parágrafo 0; e

(h) A quantia do gasto (rendimento) de imposto relativa às alterações nas políticascontabilísticas e nos erros que estão incluídas nos resultados de acordo com a NCRF 4 -Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros porque nãopodem ser contabilizadas retrospectivamente.

74 - O que se segue deve ser também divulgado separadamente:

(a) O imposto diferido e corrente agregado relacionado com itens que sejam debitados oucreditados ao capital próprio;

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(b) Uma explicação do relacionamento entre gasto (rendimento) de impostos e lucrocontabilístico em uma ou em ambas das seguintes formas:

(i) Uma reconciliação numérica entre gasto (rendimento) de impostos e o produto de lucrocontabilístico multiplicado pela(s) taxa(s) de imposto aplicável(eis) divulgando também abase pela qual a taxa(s) de imposto aplicável(eis) é (são) calculada(s); ou

(ii) Uma reconciliação numérica entre a taxa média efectiva de imposto e a taxa de impostoaplicável, divulgando também a base pela qual é calculada a taxa de imposto aplicável;

(c) Uma explicação de alterações na taxa(s) de imposto aplicável comparada com o períodocontabilístico anterior;

(d) A quantia (e a data de extinção, se houver) de diferenças temporárias dedutíveis, perdasfiscais não usadas, e créditos por impostos não usados relativamente aos quais nenhumactivo por impostos diferidos seja reconhecido no balanço;

(e) A quantia agregada de diferenças temporárias associadas com investimentos emsubsidiárias, sucursais e associadas e interesses em empreendimentos conjuntos,relativamente às quais passivos por impostos diferidos não tenham sido reconhecidos (verparágrafo 0);

(f) Com respeito a cada tipo de diferença temporária e com respeito a cada tipo de perdas porimpostos não usadas e créditos por impostos não usados:

(i) A quantia de activos e passivos por impostos diferidos reconhecidos no balanço paracada período apresentado;

(ii) A quantia de rendimentos ou gastos por impostos diferidos reconhecidos nademonstração dos resultados, se isto não for evidente das alterações das quantiasreconhecidas no balanço;

(g) Com respeito a operações descontinuadas, o gasto de impostos relacionado com:

(i) O ganho ou perda da descontinuação; e

(ii) O resultado das actividades ordinárias da operação descontinuada do período,juntamente com as quantias correspondentes de cada período anterior apresentado; e

(iii) A quantia consequente do imposto de rendimento dos dividendos da entidade que forampropostos ou declarados antes das demonstrações financeiras serem autorizadas paraemissão, mas que não são reconhecidos como passivo nas demonstrações financeiras

75 - Uma entidade deve divulgar a quantia de um activo por impostos diferidos e a natureza dasprovas que suportam o seu reconhecimento, quando:

(a) A utilização do activo por impostos diferidos seja dependente de lucros tributáveis futurosem excesso dos lucros provenientes da reversão de diferenças temporárias tributáveisexistentes; e

(b) A entidade tenha sofrido um prejuízo quer no período corrente quer no período precedentena jurisdição fiscal com que se relaciona o activo por impostos diferidos.

76 - Uma entidade deve divulgar a natureza das potenciais consequências do imposto derendimento que resultariam do pagamento de dividendos aos seus accionistas. Além disso, aentidade deve divulgar as quantias das potenciais consequências do imposto de rendimento

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praticamente determináveis e se existem ou não quaisquer potenciais consequências noimposto de rendimento não praticamente determináveis.

77 - As divulgações exigidas pelo parágrafo 0 faz com que os utentes das demonstraçõesfinanceiras compreendam se o relacionamento entre os gasto (rendimento) de impostos e olucro contabilístico é não usual e compreendam os factores significativos que podem afectaresse relacionamento no futuro. O relacionamento entre gasto (rendimento) de impostos e lucrocontabilístico pode ser afectado por factores tais como rédito que seja isento de tributação,gastos que não sejam dedutíveis na determinação do lucro tributável (perda fiscal), o efeito deperdas fiscais e o efeito de taxas de tributação estrangeiras.

78 - Ao explicar o relacionamento entre gasto (rendimento) de impostos e lucro contabilístico, umaentidade usa uma taxa de tributação aplicável que proporcione a informação mais significativaaos utentes das suas demonstrações financeiras. Muitas vezes, a taxa mais significativa é ataxa doméstica interna de impostos do país em que a entidade está domiciliada, agregando ataxa aplicada de impostos nacionais com as taxas aplicadas de quaisquer impostos locais quesejam calculados num nível substancialmente semelhante de lucro tributável (perda fiscal).Porém, para uma entidade que opere em várias jurisdições, pode ser mais significativo agregarreconciliações separadas preparadas em que se use a taxa interna em cada jurisdiçãoindividual.

79 - A taxa efectiva média é o gasto (rendimento) de impostos dividido pelo lucro contabilístico.

80 - Seria muitas vezes impraticável calcular a quantia de passivos não reconhecidos por impostosdiferidos provenientes de investimentos em subsidiárias, associadas e interesses emempreendimentos conjuntos (ver parágrafo 36). Por isso, esta Norma exige que uma entidadedivulgue a quantia agregada das subjacentes diferenças temporárias mas não exige divulgaçãodos passivos por impostos diferidos. Contudo, quando praticável, as entidades são encorajadasa divulgar as quantias não reconhecidas de passivos por impostos diferidos porque os utentesdas demonstrações financeiras podem achar útil tal informação.

81 - O parágrafo 76 exige que uma entidade divulgue a natureza das potenciais consequências doimposto sobre o rendimento que resultariam do pagamento de dividendos aos seus accionistas.Uma entidade divulga as características importantes dos sistemas do imposto de rendimento eos factores que afectarão a quantia das potenciais consequências dos dividendos no impostosobre rendimento.

82 - Não seria algumas vezes praticável calcular a quantia total das potenciais consequências doimposto sobre o rendimento que resultariam do pagamento de dividendos a accionistas. Podeser o caso, por exemplo, em que uma entidade tenha um grande número de subsidiáriasestrangeiras. Contudo, mesmo em tais circunstâncias, podem ser facilmente determináveisalgumas parcelas da quantia total. Por exemplo, num grupo consolidado, uma empresa-mãe ealgumas das suas subsidiárias podem ter pago impostos sobre o rendimento a uma taxa maisalta sobre os lucros não distribuídos e estar ciente da quantia que seria restituída no pagamentode dividendos futuros aos accionistas a partir dos lucros retidos consolidados. Neste caso, édivulgada a quantia restituível. Se aplicável, a entidade divulga também que existem potenciaisconsequências do imposto sobre o rendimento não praticamente determináveis. Nasdemonstrações financeiras individuais da empresa-mãe, se existirem, a divulgação daspotenciais consequências do imposto sobre o rendimento relaciona-se com os resultadostransitados da empresa-mãe.

83 - A uma entidade que se exija que proporcione as divulgações do parágrafo 76 pode tambémser-lhe pedido que proporcione divulgações relacionadas com diferenças temporáriasassociadas a investimentos em subsidiárias, sucursais e associadas ou interesses emempreendimentos conjuntos. Em tais casos, considera isto ao determinar a informação a ser

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divulgada de acordo com o parágrafo 76. Por exemplo, pode ser exigido a uma entidade quedivulgue a quantia agregada de diferenças temporárias associada a investimentos emsubsidiárias relativamente aos quais não foram reconhecidos quaisquer passivos por impostosdiferidos (ver parágrafo 74 (e). Se for impraticável calcular as quantias de passivos por impostosdiferidos não reconhecidos (ver parágrafo 80) podem existir quantias de potenciaisconsequências do imposto sobre o rendimento de dividendos não determináveis praticamenterelacionados com estas subsidiárias.

84 - Uma entidade divulga quaisquer passivos contingentes e activos contingentes relacionados comimpostos de acordo com a NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e ActivosContingentes. Podem surgir passivos contingentes e activos contingentes a partir, por exemplo,de desentendimentos não resolvidos com as autoridades fiscais. Semelhantemente, quandoalterações nas taxas de impostos ou de leis fiscais sejam decretadas ou anunciadas após adata do balanço, uma entidade divulgará quaisquer efeitos significativos dessas alterações nosseus activos e passivos por impostos correntes e diferidos (ver a NCRF 24 - AcontecimentosApós e Data do Balanço).

Data de eficácia (parágrafo 85)

85 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 26Matérias ambientais

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro adopta a Recomendação da Comissão Europeiade 30 de Maio de 2001 respeitante ao reconhecimento, mensuração e divulgação de matériasambientais nas contas anuais e no relatório de gestão das sociedades, publicada no Jornal Oficialdas Comunidades Europeias de 13 de Junho de 2001.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafos 1 e 2)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever os critériospara o reconhecimento, mensuração e divulgação relativos aos dispêndios de carácterambiental, aos passivos e riscos ambientais e aos activos com eles relacionados resultantes detransacções e acontecimentos que afectem, ou sejam susceptíveis de afectar, a posiçãofinanceira e os resultados da entidade relatada.

2 - Esta Norma identifica também o tipo de informação ambiental que é apropriado divulgar,relativamente à atitude da entidade face às matérias ambientais e ao comportamento ambientalda entidade, na medida em que possam ter consequências para a sua posição financeira.

Âmbito (parágrafos 3 e 4)

3 - Esta Norma deve ser aplicada às informações a prestar nas demonstrações financeiras e norelatório de gestão das entidades no que diz respeito a matérias ambientais, devendo oscritérios de reconhecimento e mensuração ser aplicados de forma consistente a todas asentidades que sejam objecto de consolidação.

4 - Contudo, esta Norma não se aplica a relatórios com fins específicos, como por exemplo os

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relatórios ambientais, excepto quando se considere adequado articular as demonstraçõesfinanceiras e os relatórios de gestão com os relatórios ambientais separados com vista aassegurar a coerência das informações neles contidas.

Definições (parágrafos 5 a 11)

Definições de carácter genérico (parágrafo 5)

5 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Acontecimento que cria obrigações: é um acontecimento que cria uma obrigação legal ouconstrutiva, que faça com que uma entidade não tenha nenhuma alternativa realista senãoliquidar essa obrigação.

Activo contingente: é um possível activo proveniente de acontecimentos passados e cujaexistência somente será confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um ou maisacontecimentos futuros incertos não totalmente sob o controlo da entidade.

Contrato oneroso: é um contrato em que os custos não evitáveis de satisfazer as obrigações docontrato excedem os benefícios económicos que se espera sejam recebidos ao abrigo domesmo.

Custos com a alienação: são custos incrementais directamente atribuíveis à alienação de umactivo ou unidade geradora de caixa, excluindo custos de financiamento e gastos de impostossobre o rendimento.

Obrigação construtiva: é uma obrigação que decorre das acções de uma entidade em que:

(a) Por via de um modelo estabelecido de práticas passadas, de políticas publicadas ou de umadeclaração corrente suficientemente específica, a entidade tenha indicado a outras partesque aceitará certas responsabilidades; e

(b) Em consequência, a entidade tenha criado uma expectativa válida nessas outras partes deque cumprirá com essas responsabilidades.

Obrigação legal: é uma obrigação que deriva de:

(a) Um contrato (por termos explícitos ou implícitos);

(b) Legislação; ou

(c) Outras obrigações de lei.

Passivo: é uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados, cujaliquidação se espera que resulte num exfluxo de recursos da entidade que incorporembenefícios económicos.

Passivo contingente:

(a) É uma obrigação possível que provenha de acontecimentos passados e cuja existênciasomente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais acontecimentos futurosincertos não totalmente sob controlo da entidade; ou

(b) Uma obrigação presente que decorra de acontecimentos passados mas que não éreconhecida porque:

(i) Não é provável que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos seja

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exigido para liquidar a obrigação; ou

(ii) A quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente fiabilidade

Perda por imparidade: é o excedente da quantia escriturada de um activo, ou de uma unidadegeradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.

Preço de venda líquido: é a quantia a obter da venda de um activo numa transacção entrepartes conhecedoras e interessadas, independentes entre si, menos os custos com a alienação.

Provisão: é um passivo de tempestividade ou quantia incerta.

Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no balanço, após a deduçãode qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade acumuladasinerentes.

Quantia recuperável: é a quantia mais alta de entre o preço de venda líquido de um activo e oseu valor de uso.

Reestruturação: é um programa planeado e controlado pelo órgão de gestão e que alteramaterialmente ou:

(a) O âmbito de um negócio empreendido por uma entidade; ou

(b) A maneira como o negócio é conduzido

Valor de uso: é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que se espere surjam douso continuado de um activo ou unidade geradora de caixa e da sua alienação no fim da suavida útil.

Definições de carácter específico (parágrafos 6 a 11)

6 - O termo ambiente refere-se ao meio físico natural, incluindo o ar, a água, a terra, a flora, afauna e os recursos não renováveis como por exemplo os combustíveis fósseis e os minerais.

7 - Os dispêndios de carácter ambiental incluem os custos das medidas tomadas por uma entidadeou, em seu nome, por outras entidades, para evitar, reduzir ou reparar danos de carácterambiental decorrentes das suas actividades. Estes custos incluem, entre outros, a eliminaçãode resíduos ou as iniciativas destinadas a evitar a sua formação, a protecção dos solos e daságuas superficiais e subterrâneas, a preservação do ar puro e das condições climáticas, aredução do ruído e a protecção da bioSdiversidade e da paisagem.

Incluem-se igualmente no conceito de dispêndios de carácter ambiental os custos adicionaisidentificáveis cujo objectivo principal consista em evitar, reduzir ou reparar danos de carácterambiental.

8 - Caso não seja possível separar a quantia dos custos adicionais de carácter ambientalrelativamente a outros custos nos quais possam estar integrados, pode fazer-se uma estimativapara a sua mensuração, na condição de a quantia obtida satisfazer o requisito de ter comoobjectivo principal a prevenção, a redução ou a reparação de danos ambientais.

9 - Os custos incorridos susceptíveis de produzir efeitos benéficos para o ambiente, mas cujoobjectivo principal consista em dar resposta a outras necessidades, como por exemplo umaumento da rendibilidade, a sanidade e a segurança nos locais de trabalho, a segurança nautilização dos produtos da entidade ou a eficiência produtiva, devem ser excluídos do conceitode dispêndios de carácter ambiental.

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10 - Os dispêndios incorridos em consequência de multas ou outras penalidades, pelo nãocumprimento da regulamentação ambiental, bem como as indemnizações a terceiros emconsequência de perdas ou danos provocados por poluição ambiental no passado, são tambémexcluídos do conceito de dispêndios de carácter ambiental, embora sujeitos a divulgaçãoconforme estabelecido na alínea k) do parágrafo 49 desta Norma. Apesar de se relacionaremcom os efeitos das actividades da entidade sobre o ambiente, estes dispêndios não evitam,reduzem ou reparam danos ambientais.

11 - O Serviço Estatístico da União Europeia (Eurostat) elaborou uma série de definiçõespormenorizadas de dispêndios por domínio ambiental, que estão incluídas nos documentos deaplicação do Regulamento (CE, Euratom) n.º 58/97 do Conselho, relativo às estatísticasestruturais das entidades. Essas definições, conforme Apêndice, que estão sujeitas a umaactualização periódica, constituem a base para os requisitos em matéria de informaçõesestatísticas sobre os dispêndios de protecção ambiental na União Europeia. Recomenda-se queas entidades, ao utilizar a definição específica estabelecida nos parágrafos 7 a 9 tenham emconta estas definições pormenorizadas, para as divulgações sobre os dispêndios de carácterambiental previstas nos parágrafos 47 a 49, na medida em que sejam coerentes com oscritérios de reconhecimento e mensuração estabelecidos nos parágrafos 12 a 46.

Reconhecimento (parágrafos 12 a 34)

Reconhecimento de passivos de carácter ambiental (parágrafos 12 a 22)

12 - Reconhece-se um passivo de carácter ambiental quando seja provável que uma saída derecursos incorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma obrigação presentede carácter ambiental, que tenha surgido em consequência de acontecimentos passados e se aquantia pela qual se fará essa liquidação puder ser mensurada de forma fiável.

A natureza desta obrigação deve ser claramente definida e pode ser de dois tipos:

(a) Legal ou contratual, se a entidade tiver uma obrigação legal ou contratual de evitar, reduzirou reparar danos ambientais; ou

(b) Construtiva, se resultar da própria actuação da entidade, quando esta se tiver comprometidoa evitar, reduzir ou reparar danos ambientais e não puder deixar de o fazer em virtude de,em consequência de declarações públicas sobre a sua estratégia ou as suas intenções, oude um padrão de comportamento por ela estabelecido no passado, a entidade tiver dado aentender a terceiros que aceita a responsabilidade de evitar, reduzir ou reparar danosambientais.

13 - As práticas passadas ou correntes do sector apenas podem dar origem a uma obrigaçãoconstrutiva para a entidade na medida em que o órgão de gestão não possa deixar de agir, ouseja, apenas ocorrerá quando a entidade tiver aceite a responsabilidade de evitar, reduzir oureparar danos ambientais através de uma declaração específica publicada ou através de umpadrão de comportamento estabelecido no passado.

14 - Os danos ambientais que possam relacionar-se com a entidade, ou que possam ter sido por elacausados, mas relativamente aos quais não exista qualquer obrigação legal, contratual ouconstrutiva de reparação, não podem ser qualificados como passivos de carácter ambiental nasdemonstrações financeiras da entidade, de acordo com os parágrafos 12 e 13. Este facto nãoprejudica a aplicação dos critérios estabelecidos nos parágrafos 17 e 18 relativos a passivoscontingentes de carácter ambiental.

15 - Reconhece-se um passivo de carácter ambiental quando possa ser efectuada uma estimativa

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fiável dos custos decorrentes da obrigação subjacente. Caso exista, à data do balanço, umaobrigação cuja natureza esteja claramente definida e seja susceptível de originar uma saída derecursos incorporando benefícios económicos, mas de quantia ou data incerta, devereconhecer-se uma provisão, desde que possa fazer-se uma estimativa fiável da quantia dessaobrigação. Incertezas quanto à data ou à quantia podem estar associadas, por exemplo, àevolução das tecnologias de depuração e à extensão e natureza da depuração exigida.

16 - Nos casos, raros, em que não seja possível uma estimativa fiável dos custos, não deveráreconhecer-se esse passivo. Deverá considerar-se que existe um passivo contingente, tal comoreferido no parágrafo 17.

Passivos contingentes de carácter ambiental (parágrafos 17 e 18)

17 - Os passivos contingentes não devem ser reconhecidos no balanço. Se existir umapossibilidade, menos que provável, de que um dano ambiental deva ser reparado no futuro,mas essa obrigação esteja ainda dependente da ocorrência de um acontecimento incerto, devedivulgar-se um passivo contingente no Anexo.

18 - Se for remota a possibilidade da entidade ter de incorrer num dispêndio de carácter ambientalou se tal dispêndio não for materialmente relevante, não é necessário divulgar qualquer passivocontingente.

Compensação de passivos e reembolsos esperados (parágrafos 19 a 22)

19 - Caso a entidade preveja que alguns ou todos os dispêndios relacionados com um passivo decarácter ambiental sejam reembolsáveis por uma outra parte, esse reembolso apenas seráreconhecido quando seja virtualmente certo que será recebido caso a entidade liquide talobrigação.

20 - Um reembolso esperado de um terceiro não deverá ser compensado com um passivo decarácter ambiental. Deverá ser evidenciado separadamente como um activo no balanço, poruma quantia que não exceda a quantia da correspondente provisão. Apenas poderá serutilizado como compensação de um passivo de carácter ambiental quando existir um direitolegal a essa compensação e a entidade tiver a intenção de o usar.

Quando com base nestas disposições for apropriado efectuar tal compensação devedivulgar-se no Anexo a quantia total do passivo, bem como a do reembolso esperado.

21 - Os proventos esperados da alienação de activos, ainda que relacionados com matérias denatureza ambiental, não deverão ser utilizados para compensar passivos de carácter ambiental,nem tidos em consideração ao calcular uma provisão, mesmo que essa alienação esperadaesteja intimamente ligada ao acontecimento que dá origem à provisão.

22 - Normalmente a entidade é responsável pela totalidade do passivo de carácter ambiental. Casocontrário, apenas a parte imputável à entidade deverá ser inscrita como passivo de carácterambiental.

Reconhecimento dos dispêndios de carácter ambiental (parágrafos 23 e24)

23 - Os dispêndios de carácter ambiental devem ser reconhecidos como gastos no período em quesão incorridos, a menos que satisfaçam os critérios necessários para serem reconhecidos comoum activo, estabelecidos no parágrafo 25.

24 - Os dispêndios de carácter ambiental relacionados com danos que ocorreram num exercício

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anterior não podem qualificar-se como ajustamentos de exercícios anteriores mas devem pelocontrário ser registados como gastos no exercício corrente.

Capitalização dos dispêndios de carácter ambiental (parágrafos 25 a 31)

25 - Os dispêndios de carácter ambiental podem ser capitalizados caso tenham sido incorridos paraevitar ou reduzir danos futuros ou para preservar recursos, proporcionem benefícioseconómicos no futuro e satisfaçam as condições para reconhecimento como activo.

26 - Os dispêndios de carácter ambiental incorridos para evitar ou reduzir danos futuros, ou parapreservar recursos, apenas podem ser qualificados para reconhecimento como activos, se sedestinarem a servir de maneira durável a actividade da entidade e se, além disso, estiversatisfeita uma das seguintes condições:

(a) Os custos relacionarem-se com benefícios económicos que se espera venham a fluir para aentidade e que permitam prolongar a vida, aumentar a capacidade ou melhorar a segurançaou eficiência de outros activos detidos pela entidade (para além do seu nível de eficiênciadeterminado originalmente); ou

(b) Os custos permitirem reduzir ou evitar uma contaminação ambiental susceptível de ocorrerem resultado das futuras actividades da entidade.

27 - Se os critérios que permitem o reconhecimento como activo, estabelecidos nos parágrafos 25 e26, não estiverem satisfeitos, os dispêndios de carácter ambiental devem ser registados comogastos do período, quando incorridos. Se esses critérios forem satisfeitos, os dispêndios decarácter ambiental devem ser capitalizados e amortizados no período corrente e durante umperíodo futuro apropriado, ou seja, de forma sistemática ao longo da sua vida económica útilesperada.

28 - Os dispêndios de carácter ambiental não devem ser capitalizados, mas sim, imputados aresultados caso não proporcionem benefícios económicos futuros. Esta situação ocorre quandoos dispêndios de carácter ambiental respeitarem a actividades passadas ou correntes e aorestauro das condições ambientais no estado em que se encontravam antes da contaminação(por exemplo, tratamento de resíduos, custos de depuração relacionados com actividadesoperacionais, reparação de danos verificados em exercícios anteriores, dispêndios ambientaisde natureza administrativa ou auditorias ambientais).

29 - Certos elementos, tais como instalações fabris e maquinaria, podem ser adquiridos por razõesambientais, como por exemplo instalações técnicas de controlo ou prevenção da poluiçãoadquiridas para dar cumprimento às leis ou regulamentos ambientais. Caso satisfaçam oscritérios necessários ao reconhecimento como activo, estabelecidos nos parágrafos 25 e 26,devem ser capitalizados.

30 - Existem certos casos em que do próprio dispêndio de carácter ambiental não resultamquaisquer benefícios económicos futuros esperados, mas sim, benefícios futuros provenientesde outro activo que é utilizado na actividade operacional da entidade. Quando o dispêndio decarácter ambiental que seja reconhecido como activo, se relaciona com outro activo existente,deve ser considerado como parte integrante desse activo, não devendo ser reconhecidoseparadamente.

31 - Podem existir direitos ou outros elementos de natureza semelhante adquiridos por motivosassociados ao impacto das actividades da entidade sobre o ambiente (por exemplo, patentes,licenças, autorização de poluição e direitos de emissão). Se tiverem sido adquiridos a títulooneroso, e, além disso, satisfizerem os critérios necessários ao seu reconhecimento comoactivo, tal como estabelecido nos parágrafos 25 e 26, devem ser capitalizados e amortizados

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sistematicamente ao longo das suas vidas económicas úteis esperadas. Caso não satisfaçamesses critérios, devem ser imputados a resultados.

Imparidade de activos (parágrafos 32 a 34)

32 - Certos desenvolvimentos ou factores de natureza ambiental como por exemplo o caso decontaminação de um local, podem dar origem a imparidade de activos já existentes. Deve serefectuado um ajustamento (perda por imparidade) caso a quantia recuperável pelo uso doactivo se tenha tornado inferior à sua quantia escriturada. Essa situação deve ser consideradacomo permanente.

A quantia desse ajustamento deverá ser imputada a resultados do período.

As provisões para passivos e encargos, tal como definidas no parágrafo 15, não podem serutilizadas para compensar o valor dos activos.

33 - Caso, nos termos do estabelecido no parágrafo 30, os dispêndios de carácter ambiental sejamreconhecidos como parte integrante de um outro activo, esse activo conjunto deverá, em cadadata de referência do balanço, ser submetido ao teste de recuperabilidade e, quandoapropriado, reduzido à sua quantia recuperável.

34 - Caso a quantia escriturada de um activo já inclua perda de benefícios económicos por razõesde carácter ambiental, os dispêndios subsequentes necessários para restabelecer os benefícioseconómicos futuros ao seu padrão original de eficiência poderão ser capitalizados, na medidaem que a quantia escriturada resultante não exceda a quantia recuperável do activo.

Mensuração (parágrafos 35 a 46)

Mensuração dos passivos ambientais (parágrafos 35 a 46)

35 - Um passivo ambiental é reconhecido quando puder ser feita uma estimativa fiável dosdispêndios para liquidar a obrigação.

36 - A quantia desse passivo deve ser a melhor estimativa do dispêndio exigido para liquidar aobrigação presente à data do balanço, com base na situação existente e tendo em conta aevolução futura da técnica e da legislação, na medida em que seja provável a sua ocorrência.

37 - Deve ser feita uma estimativa da quantia total do passivo, independentemente da data em que aactividade cesse ou da data em que esse passivo deva ser liquidado.

38 - Ao estimar a quantia de um passivo ambiental, devem aplicar-se as regras a seguir indicadas:

(a) Se a mensuração de um passivo implicar a possibilidade de diferentes quantias, deverá serconsiderada a melhor estimativa, nos termos do parágrafo 36;

(b) Nos casos, extremamente raros, em que não é possível determinar a melhor estimativa dopassivo com fiabilidade suficiente, esse passivo deve ser considerado como um passivocontingente, devendo por conseguinte ser divulgado no Anexo, bem como as razões pelasquais não possa ser feita uma estimativa fiável.

39 - Para se mensurar a quantia de um passivo ambiental há que ter ainda em consideração oseguinte:

(a) Dispêndios incrementais directos do esforço de reparação;

(b) Remunerações e prestações pagas aos trabalhadores, que se espera venham a dedicaruma parte significativa do seu tempo de trabalho directamente ao processo de restauração;

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(c) Obrigações de controlo após reparação dos danos; e

(d) Progresso tecnológico na medida em que seja provável que as autoridades públicasrecomendem a utilização de novas tecnologias.

Provisões para restauro de locais contaminados e desmantelamento(parágrafos 40 a 41)

40 - Os dispêndios relacionados com o restauro de locais, remoção dos desperdícios acumulados,paragem ou remoção de activos, em que a entidade seja obrigada a incorrer, deverão serreconhecidos de acordo com os critérios estabelecidos nos parágrafos 12 a 16. Caso sejamsatisfeitos esses critérios, a obrigação de incorrer em dispêndios no futuro deverá sercontabilizada como um passivo de carácter ambiental.

41 - Nos termos do estabelecido no parágrafo 37, esse passivo ambiental associado ao restauro delocais, à remoção ou ao encerramento de instalações, deverá ser reconhecido na data em quetiver início a actividade da entidade e, consequentemente, surgir a obrigação. Oreconhecimento desse passivo não deverá ser retardado até ao momento do termo daactividade ou do encerramento do local. Caso seja reconhecido este passivo, o dispêndioestimado é incluído como parte do custo do activo relacionado que deve ser desmantelado eremovido. Este dispêndio capitalizado é então amortizado como parte da quantia depreciável doactivo relacionado. Caso surjam danos suplementares no decurso das operações, a obrigaçãode a entidade os reparar surge no momento em que esses danos ambientais ocorrem.

Desconto dos passivos ambientais de longo prazo (parágrafos 42 a 46)

42 - Quando o efeito do valor temporal do dinheiro for material, os passivos ambientais que nãosejam liquidados num futuro próximo são mensurados pelo seu valor presente.

43 - Os dispêndios que se espera sejam incorridos deverão basear-se num plano de depuração e oureparação dos danos causados pela contaminação, específico para o local em causa. Asquantias e o calendário dos pagamentos a efectuar deverão basear-se em informaçõesobjectivas e verificáveis.

44 - Os fluxos de caixa estimados e não descontados deverão consistir nas quantias que se esperapagar nas diferentes datas de vencimento (incluindo estimativas da inflação) e deverão sercalculados utilizando os pressupostos explícitos decorrentes do plano de depuração e ou doplano de reparação, de tal forma que qualquer pessoa conhecedora possa rever esses cálculose conciliá-los com os fluxos de caixa esperados.

45 - A aplicação do método do valor presente deve ser efectuada de forma consistente. Todos osactivos relacionados com a recuperação de uma parte ou da totalidade de um passivomensurado com base no método do desconto, deverão também ser descontados. Além disso,se os passivos forem mensurados com recurso ao desconto, a quantia recuperável dos activosdeverá também ser mensurada com base em fluxos de caixa descontados.

46 - A mensuração pelo valor presente exige a determinação de uma taxa de desconto tal comoestabelecida na NCRF 21, bem como informações sobre os factores que podem afectar a datae a quantia dos fluxos de caixa esperados. Além disso, a quantia do passivo deverá ser revistaanualmente e ajustada em função de qualquer alteração dos pressupostos.

Apresentação e divulgações (parágrafos 47 a 49)

47 - As matérias ambientais devem ser objecto de divulgação na medida em que sejam

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materialmente relevantes para avaliação do desempenho ou da posição financeira da entidade.

Divulgações no relatório de gestão (parágrafo 48)

48 - Quando, em conformidade com o disposto no artigo 66.º do Código das SociedadesComerciais, certas matérias ambientais forem relevantes para o desempenho e posiçãofinanceira da entidade ou para o seu desenvolvimento, o relatório de gestão incluirá umadescrição dessas matérias, bem como da resposta da entidade às mesmas matérias. Essasinformações devem incluir uma análise objectiva da evolução e situação das actividades daentidade, na medida em que sejam susceptíveis de serem directamente afectadas por matériasambientais. Para esse efeito serão de efectuar as seguintes divulgações:

(a) A política e os programas que tenham sido adoptados pela entidade relativamente àsmedidas de protecção ambiental, especialmente no que diz respeito à prevenção dapoluição. É importante que os utentes do relatório de gestão possam verificar em quemedida a protecção ambiental é parte integrante das políticas e actividades da entidade. Sefor caso disso, pode incluir-se uma referência à adopção do sistema de protecção doambiente, bem como à obrigação de respeitar um determinado conjunto de normas oucertificações associadas;

(b) A extensão em que tenham sido implementadas ou estejam em curso de implementaçãomedidas de protecção ambiental, em virtude da legislação actual ou para antecipar umafutura alteração legislativa, já proposta;

(c) As melhorias efectuadas em áreas-chave da protecção ambiental. Esta informação éespecialmente útil na medida em que pormenorize, de forma objectiva e transparente, odesempenho da entidade relativamente a um determinado objectivo quantificado (porexemplo, emissões nos cinco anos precedentes) e as razões pelas quais se verificameventualmente desvios significativos;

(d) Sempre que adequado e relevante, tendo em conta a natureza e a dimensão dasactividades da entidade e os tipos de problemas ambientais associados a essa actividade,informações sobre o seu desempenho ambiental, tais como, consumo de energia, consumode matérias-primas, consumo de água, emissões, remoção de resíduos.

Estas informações poderão ser fornecidas através de indicadores de eco-eficiência e,quando relevante, discriminadas por segmento de negócio. É especialmente importantefornecer dados quantitativos, em termos absolutos, para as emissões e para o consumo deenergia, água e matérias, no período de referência, em conjunto com dados comparativosrespeitantes ao período de referência anterior. Estes números deverão ser expressos, depreferência, em unidades físicas e não em termos monetários; no entanto, para uma melhorcompreensão do seu significado relativo e da sua evolução, os números em termosmonetários podem ser relacionados com as quantias evidenciadas no balanço ou nademonstração dos resultados;

(e) Se a entidade emitir um relatório ambiental separado, que contenha informações maispormenorizadas ou informação ambiental adicional quantitativa ou qualitativa, deve ser feitauma referência a esse relatório. Se esse relatório ambiental contiver as informaçõesmencionadas na alínea d), pode também fazer-se uma descrição resumida desse relatório eindicar-se que podem ser consultadas outras informações relevantes no relatório ambiental.As informações prestadas no relatório ambiental separado deverão ser consistentes comquaisquer informações conexas publicadas no relatório de gestão e nas demonstraçõesfinanceiras da entidade. Se o relatório ambiental tiver sido sujeito a um processo deverificação externa, tal facto deve também ser mencionado no relatório de gestão. Éimportante informar os utentes do relatório de gestão sobre se o relatório ambiental contém

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ou não informação objectiva, verificável externamente.

O âmbito e a delimitação da entidade relatada devem ser, preferencialmente, os mesmos norelatório de gestão e no relatório ambiental separado. Caso contrário, o âmbito e a delimitaçãodevem ser claramente explicitadas no relatório ambiental, por forma a que possa identificar-seem que medida correspondem à entidade que elabora o relatório de gestão. Além disso, a datae período de referência do relatório ambiental separado devem também, de preferência,coincidir com os do relatório de gestão.

Divulgações no anexo (parágrafo 49)

49 - No Anexo, sob a epígrafe "Informações sobre matérias ambientais", deve ser divulgado oseguinte:

(a) Descrição dos critérios de mensuração adoptados, bem como dos métodos utilizados nocálculo dos ajustamentos de valor, no que respeita a matérias ambientais;

(b) Os incentivos públicos relacionados com a protecção ambiental, recebidos ou atribuídos àentidade. Especificação das condições associadas à concessão de cada incentivo ou umasíntese das condições, caso sejam semelhantes.

Deve também divulgar-se o tratamento contabilístico adoptado;

(c) Informações sobre as provisões de carácter ambiental;

(d) Passivos de carácter ambiental, materialmente relevantes, que estejam incluídos em cadauma das rubricas do balanço;

(e) Para cada passivo de carácter ambiental materialmente relevante, descrição da respectivanatureza e indicação do calendário e das condições da sua liquidação. Explicação dosdanos e das leis ou regulamentos que exigem a sua reparação e as medidas de restauro ouprevenção adoptadas ou propostas. Se a natureza e as condições subjacentes às diferentesrubricas forem suficientemente semelhantes, estas informações podem ser divulgadas deforma agregada. Caso as quantias sejam estimadas com base num intervalo, uma descriçãoda forma como se chegou à estimativa, com indicação de quaisquer alterações esperadasna legislação ou na tecnologia existente, que estejam reflectidas nas quantias indicadas;

(f) Quando é utilizado o método do valor presente, deve também ser divulgada a quantia nãodescontada desse passivo, bem como a taxa de desconto utilizada;

(g) Passivos contingentes de carácter ambiental, incluindo informações descritivas compormenor suficiente para que a natureza do seu carácter contingente seja entendida.

Se as incertezas na mensuração forem de tal modo significativas que tornem impossívelestimar a quantia de um passivo de carácter ambiental, deve referir-se esse facto,juntamente com as razões que o explicam e sempre que possível, com o intervalo deresultados possíveis;

(h) Quantia dos dispêndios de carácter ambiental capitalizadas durante o período de referênciana medida em que possa ser estimada com fiabilidade.

Sempre que aplicável, deve também divulgar-se qual a parte dessa quantia que diz respeitoa dispêndios destinados à remoção de agentes poluidores após a sua criação e qual a parteque representa o dispêndio adicional de adaptação das instalações e ou do processoprodutivo com vista a provocar menos poluição (ou seja, que se relaciona com tecnologiasou práticas de prevenção da poluição).

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Na medida em que seja possível e relevante, é apropriado apresentar uma discriminaçãodos dispêndios capitalizados por domínio ambiental, tal como referido no parágrafo 11 e noApêndice;

(i) Quantia dos dispêndios de carácter ambiental imputados a resultados e base em que taisquantias foram calculadas.

Se relevante, deve ser apresentada uma subdivisão dos elementos que a entidadeidentificou como dispêndios de carácter ambiental, de forma adequada à natureza e àdimensão das actividades da entidade e aos tipos de problemas ambientais relevantes paraa mesma.

Na medida em que seja possível e relevante, é apropriado apresentar uma discriminaçãodos dispêndios por domínio ambiental, tal como referido no parágrafo 11 e no Apêndice;

(j) Caso sejam significativos, os dispêndios incorridos com multas e outras penalidades pelonão cumprimento dos regulamentos ambientais e indemnizações pagas a terceiros, porexemplo em resultado de perdas ou danos causados por uma poluição ambiental passada.

Embora estes dispêndios estejam ligados ao impacto da actividade da entidade sobre oambiente, não têm por objecto prevenir, reduzir ou reparar danos causados ao ambiente,pelo que é apropriado a sua divulgação separada dos dispêndios de carácter ambiental;

(k) Dispêndios de carácter ambiental extraordinários imputados a resultados.

Data de eficácia (parágrafo 50)

50 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Apêndice direitos de emissão de gases com efeito de estufacontabilização das licenças de emissão

1 - O presente apêndice, que não faz parte da Norma, visa aclarar a forma de contabilização dasoperações relativas aos Direitos de Emissão de Gases com Efeito de Estufa, por parte de umparticipante de um plano que seja operacional. Consequentemente, as indicações constantesneste apêndice não se aplicam aos critérios de reconhecimento, mensuração e divulgação aadoptar por corretores ou empresas intermediárias a quem não tenham sido atribuídas licençasde emissão de gases com efeito de estufa.

2 - Face à legislação sobre os direitos de emissão de gases com efeito de estufa são atribuídas àsentidades licenças de emissão de gases com efeito de estufa, sob determinados requisitos.

3 - A questão que se coloca é como reconhecer, mensurar e divulgar as operações relativas aosdireitos de emissão de gases com efeito de estufa por parte de um participante de um plano queseja operacional.

4 - A matéria em causa é transversal à presente norma e às NCRF 6 - Activos Intangíveis, NCRF22 - Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo e NCRF 21- Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes). Assim:

5 - Uma entidade deve reconhecer como activo intangível as licenças de emissão de gases comefeito de estufa, quer tenham sido atribuídas gratuitamente, quer tenham sido adquiridas nomercado.

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6 - Em contrapartida do reconhecimento das licenças atribuídas gratuitamente será reconhecidoum subsídio.

7 - A emissão de gases com efeito de estufa deve ser reconhecida como gasto.

8 - Em contrapartida do reconhecimento da emissão de gases com efeito estufa deve serreconhecida a respectiva amortização do activo intangível.

9 - As emissões de gases com efeito de estufa acima das licenças detidas devem ser reconhecidascomo uma responsabilidade nos termos da NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes eActivos Contingentes.

10 - No reconhecimento inicial, as licenças de emissão de gases com efeito de estufa, queratribuídas a título gratuito, quer adquiridas a título oneroso, devem ser mensuradas ao justovalor, que se presume coincidir com o custo de aquisição quando adquiridas a título oneroso, talcomo preconizado no parágrafo 44 da NCRF 6 - Activos Intangíveis e no parágrafo 21 da NCRF22 - Contabilização dos subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo.

11 - A emissão de gases com efeito de estufa deve ser mensurada ao custo das licenças detidas,segundo a fórmula de custeio FIFO. No caso de a entidade emitir gases com efeito de estufasem ser detentora das respectivas licenças, a mensuração deve ser feita pela melhor estimativade preço para a sua obtenção.

12 - Atendendo à especificidade da emissão de gases com efeito de estufa, as divulgações aefectuar no âmbito das obrigações genéricas implícitas nas NCRF 6, 21, 22 e 26 devem sercompiladas em nota própria do Anexo, conforme segue:

(a) Emissão de gases com efeito de estufa, em toneladas de dióxido de carbono equivalente, erespectiva valorização:

(i) Referente ao período n-1 e

(ii) Referente ao período n;

(b) Licenças de emissão de gases com efeito de estufa, em toneladas de dióxido de carbono erespectivas quantias:

(i) Referentes ao período n-1:

atribuídas

adquiridas

alienadas

insuficiência/excedente;

(ii) Referentes ao período n:

atribuídas

adquiridas

alienadas

insuficiência/excedente;

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(c) Penalizações relacionadas com a emissão de gases com efeito de estufa:

(i) Suportadas no período n-1 e

(ii) Suportadas no período n.

AnexoExemplo ilustrativo

A1. A entidade supervisora atribuiu licenças de emissão de gases com efeito de estufa à entidadeA, a título gratuito. Estas licenças permitem que a entidade A emita 100 toneladas de CO2 ecada tonelada está a ser transaccionada no mercado a 1 unidade monetária (u.m.).

A2. Estas licenças devem ser reconhecidas como activo intangível por contrapartida de subsídiospelo respectivo justo valor:

Débito: Activos intangíveis - Licenças de emissão - 100 u.m.

Crédito: Outras variações no capital próprio - Subsídios e doações - 100 u.m.

A3. A entidade A, admite que no exercício, possa vir a emitir um maior volume de CO2, pelo quedecidiu adquirir no mercado novas licenças de emissão, correspondentes a 90 toneladas deCO2, pelo preço de 2 u.m. por tonelada:

Débito: Activos intangíveis - Licenças de emissão - 180 u.m.

Crédito: Depósitos à ordem - 180 u.m.

A4. Durante o exercício, a sociedade emitiu 160 T de CO2

a) Pelo reconhecimento dos gastos inerentes à emissão de CO2:

Débito: Gastos de depreciação e de amortização - Activos intangíveis - Licenças de emissão- 220 u.m

Crédito: Activos intangíveis - Amortizações acumuladas - Licenças de emissão - 220 u.m.

(FIFO: 100 T x 1 u.m. + 60 T x 2 u.m.)

b) Pela imputação do subsídio:

Débito: Outras variações no capital próprio - Subsídios e doações - 100 u.m.

Crédito: Outros rendimentos e ganhos - imputação de subsídios para investimentos -licenças de emissão - 100 u.m.

A5. Ainda durante o exercício, a sociedade alienou licenças correspondentes a 30 T de CO2, queadmitia não ter necessidade de utilizar, ao preço unitário de 2,5 u.m.:

Débito: Depósitos à ordem - 75 u.m.

Crédito: Activos intangíveis - Licenças de emissão - 60 u.m.

Outros rendimentos e ganhos - rendimentos e ganhos em investimentos não financeiros -alienações - 15 u.m.

A6. Abate das licenças (comprovação) junto da entidade supervisora:

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Débito: Activos intangíveis - Amortizações acumuladas - Licenças de emissão - 220 u.m.

Crédito: Activos intangíveis - Licenças de emissão - 220 u.m.

A7. Se, ao invés de ter emitido 160 T de CO2, a entidade tivesse emitido 220 T de CO2, nopressuposto de não ter existido a venda referida em A5, os registos correspondentes a A4 e A6passariam a ser os seguintes:

a) Pelo reconhecimento dos gastos inerentes à emissão de CO2, correspondentes a licençasdetidas:

Débito: Gastos de depreciação e de amortização - Activos intangíveis - Licenças de emissão- 280 u.m

Crédito: Activos intangíveis - Amortizações acumuladas - Licenças de emissão - 280 u.m.

(100 T x 1 u.m. + 90 T x 2 u.m.)

b) Pela imputação do subsídio:

Débito: Outras variações no capital próprio - Subsídios e doações - 100 u.m.

Crédito: Outros rendimentos e ganhos - imputação de subsídios para investimentos -licenças de emissão - 100 u.m.

c) Pelo reconhecimento dos gastos inerentes à emissão de CO2, correspondentes a licençasainda não detidas, cuja melhor estimativa de preço para a sua obtenção é de 3,5 u.m./ T:

Débito: Provisões do exercício - Licenças de emissão - 105 u.m

Crédito: Provisões - Licenças de emissão - 105 u.m.

d) Pelo reconhecimento da coima por emissão de CO2 a "descoberto" cuja melhor estimativa éde 25 u.m.:

Débito: Provisões do exercício - Penalizações por falta de licenças de emissão - 25 u.m

Crédito: Provisões - Penalizações por falta de Licenças de emissão - 25 u.m.

A8. No exercício seguinte a entidade adquiriu as licenças de emissão de gases com efeito de estufaem falta, ao preço de 4 u.m./T, tendo entregue todas as licenças inerentes às suas emissões àentidade supervisora.

a) Pela aquisição:

Débito: Activos intangíveis - Licenças de emissão - 120 u.m.

Crédito: Depósitos à ordem - 120 u.m.

b) Abate das licenças (comprovação) junto da entidade supervisora

Débito: Activos intangíveis - Amortizações acumuladas - Licenças de emissão - 280 u.m.

Provisões - Licenças de emissão - 105 u.m.

Outros gastos e perdas - Insuficiência de estimativa da provisão - 15 u.m.

Crédito: Activos intangíveis - Licenças de emissão - 400 u.m.

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Norma contabilística e de relato financeiro 27Instrumentos financeiros

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base as Normas Internacionais deContabilidade IAS 32 - Instrumentos Financeiros: Apresentação, IAS 39 - Instrumentos Financeiros:Reconhecimento e Mensuração e IFRS 7 - Instrumentos Financeiros - Divulgação de Informações,adoptadas pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma é o de prescrever o tratamento contabilístico dos instrumentosfinanceiros e respectivos requisitos de apresentação e divulgação.

Âmbito (parágrafos 2 a 4)

2 - Esta Norma deve ser aplicada no reconhecimento, mensuração e divulgação de instrumentosfinanceiros. Uma entidade pode não aplicar esta Norma se optar por aplicar integralmente a IAS32 - Instrumentos Financeiros: Apresentação, a IAS 39 - Instrumentos Financeiros:Reconhecimento e Mensuração e a IFRS 7 - Instrumentos Financeiros: Divulgação deInformações.

3 - Esta Norma aplica-se a todos os instrumentos financeiros com excepção de:

(a) Investimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos;

(b) Direitos e obrigações no âmbito de um plano de benefícios a empregados;

(c) Direitos no âmbito de um contrato de seguro a não ser que o contrato de seguro resultenuma perda para qualquer das partes em resultado dos termos contratuais que serelacionem com:

(i) Alterações no risco segurado;

(ii) Alterações na taxa de câmbio;

(iii) Entrada em incumprimento de uma das partes;

(d) Locações, a não ser que a locação resulte numa perda para o locador ou locatário comoresultado dos termos do contrato que se relacionem com:

(i) Alterações no preço do bem locado;

(ii) Alterações na taxa de câmbio;

(iii) Entrada em incumprimento de uma das contrapartes.

4 - Muitos dos contratos para comprar ou vender itens não financeiros tais como mercadorias(commodity), outros inventários, propriedades ou equipamentos são excluídos da presentenorma porque não são instrumentos financeiros. Porém, alguns contratos são substancialmenteidênticos a instrumentos financeiros na medida em que (i) possam ser liquidados pela entregade instrumentos financeiros ao invés de activos não financeiros ou (ii) contenham termos não

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relacionados com compra ou venda de itens não financeiros no âmbito da actividade normal daentidade. Assim, esta norma deve ser aplicada a tais contratos de compra ou venda de itensnão financeiros que:

(a) Possam ser liquidados, de forma compensada, em dinheiro ou outro activo financeiro, oupela troca de instrumentos financeiros, como se o contrato fosse instrumento financeiro,com excepção dos contratos que tenham sido celebrados com o propósito de entrega ourecepção de itens não financeiros em conformidade com a respectiva expectativa daentidade de comprar, vender ou utilizar o referido item;

(b) Embora excluídos do âmbito da anterior alínea, resultem numa perda para o comprador ouvendedor na sequência dos termos do contrato que não esteja relacionada com (i)alterações no preço do item não financeiro, (ii) alterações na taxa de câmbio ou (iii) entradaem incumprimento de uma das contrapartes.

Definições (parágrafo 5)

5 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Activo financeiro: é qualquer activo que seja:

(a) Dinheiro;

(b) Um instrumento de capital próprio de uma outra entidade;

(c) Um direito contratual:

(i) De receber dinheiro ou outro activo financeiro de outra entidade; ou

(ii) De trocar activos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em condiçõesque sejam potencialmente favoráveis para a entidade; ou

(d) Um contrato que seja ou possa ser liquidado em instrumentos de capital próprio daprópria entidade e que seja:

(i) Um não derivado para o qual a entidade esteja, ou possa estar, obrigada a receber umnúmero variável dos instrumentos de capital próprio da própria entidade; ou

(ii) Um derivado que seja ou possa ser liquidado de forma diferente da troca de umaquantia fixa em dinheiro ou outro activo financeiro por um número fixo de instrumentosde capital próprio da própria entidade. Para esta finalidade, os instrumentos de capitalpróprio da própria entidade não incluem instrumentos que sejam eles próprios contratospara futuro recebimento ou entrega dos instrumentos de capital próprio da própriaentidade.

Compromisso firme: é um acordo vinculativo para a troca de uma quantidade especificada derecursos a um preço especificado numa data ou em datas futuras especificadas.

Custo amortizado de um activo financeiro ou de um passivo financeiro: é a quantia pela qual oactivo financeiro ou o passivo financeiro é mensurado no reconhecimento inicial, menos osreembolsos de capital, mais ou menos a amortização cumulativa, usando o método do juroefectivo, de qualquer diferença entre essa quantia inicial e a quantia na maturidade, e menosqualquer redução (directamente ou por meio do uso de uma conta de abatimento) quanto àimparidade ou incobrabilidade.

Custos de transacção: são custos incrementais que sejam directamente atribuíveis à aquisição,emissão ou alienação de um activo ou passivo financeiro. Um custo incremental é aquele que

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não seria incorrido se a entidade não tivesse adquirido, emitido ou alienado o instrumentofinanceiro.

Derivado: é um instrumento financeiro ou outro contrato com todas as três característicasseguintes:

(a) O seu valor altera-se em resposta à alteração numa especificada taxa de juro, preço deinstrumento financeiro, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de preços ou de taxas,notação de crédito ou índice de crédito, ou outra variável, desde que, no caso de umavariável não financeira, a variável não seja específica de uma parte do contrato (por vezesdenominada "subjacente");

(b) Não requer qualquer investimento líquido inicial ou requer um investimento inicial líquidoinferior ao que seria exigido para outros tipos de contratos que se esperaria que tivessemuma resposta semelhante às alterações nos factores de mercado;

(c) É liquidado numa data futura.

Desreconhecimento: é a remoção de um activo financeiro ou de um passivo financeiroanteriormente reconhecido no balanço de uma entidade.

Instrumento de capital próprio: é qualquer contrato que evidencie um interesse residual nosactivos de uma entidade após dedução de todos os seus passivos.

Instrumento de cobertura: é um derivado designado ou (apenas para a cobertura de risco dealterações nas taxas de câmbio de moeda estrangeira) um activo financeiro não derivadodesignado ou um passivo financeiro não derivado cujo justo valor ou fluxos de caixa se esperaque compense as alterações no justo valor ou fluxos de caixa de um item coberto designado.

Instrumento financeiro: é um contrato que dá origem a um activo financeiro numa entidade e aum passivo financeiro ou instrumento de capital próprio noutra entidade.

Item coberto: é um activo, passivo, compromisso firme, transacção prevista altamente provávelou investimento líquido numa unidade operacional estrangeira que. (a) expõe a entidade aorisco de alterações no justo valor ou nos fluxos de caixa futuros; (b) foi designado como estandocoberto.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Método do juro efectivo: é um método de calcular o custo amortizado de um activo financeiro oude um passivo financeiro (ou grupo de activos financeiros ou de passivos financeiros) e deimputar o rendimento dos juros ou o gasto dos juros durante o período relevante. A taxa de juroefectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos de caixa futurosestimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, umperíodo mais curto na quantia escriturada líquida do activo financeiro ou do passivo financeiro.

Passivo financeiro: é qualquer passivo que seja:

(a) Uma obrigação contratual:

(i) De entregar dinheiro ou outro activo financeiro a uma outra entidade; ou

(ii) De trocar activos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em condiçõesque sejam potencialmente desfavoráveis para a entidade; ou

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(b) Um contrato que seja ou possa ser liquidado em instrumentos de capital próprio da própriaentidade e que seja:

(i) Um não derivado para o qual a entidade esteja ou possa estar obrigada a entregar umnúmero variável de instrumentos de capital próprio da própria entidade; ou

(ii) Um derivado que seja ou possa ser liquidado de forma diferente da troca de umaquantia fixa em dinheiro ou outro activo financeiro por um número fixo dos instrumentosde capital próprio da própria entidade. Para esta finalidade, os instrumentos de capitalpróprio da própria entidade não incluem instrumentos que sejam eles próprios contratospara futuro recebimento ou entrega dos instrumentos de capital próprio da própriaentidade.

Transacção prevista: é uma transacção futura não comprometida mas antecipada.

Reconhecimento (parágrafos 6 a 10)

6 - Uma entidade deve reconhecer um activo financeiro, um passivo financeiro ou um instrumentode capital próprio apenas quando a entidade se torne uma parte das disposições contratuais doinstrumento.

7 - Uma entidade não deve incluir os custos de transacção na mensuração inicial do activo oupassivo financeiro que seja mensurado ao justo valor com contrapartida em resultados.

8 - Uma entidade deve reconhecer instrumentos de capital próprio no capital próprio quando aentidade emite tais instrumentos e os subscritores fiquem obrigados a pagar dinheiro ouentregar qualquer outro recurso em troca dos referidos instrumentos de capital próprio.

Se os instrumentos de capital próprio forem emitidos antes dos recursos serem proporcionadosa entidade deve apresentar a quantia a receber como dedução ao capital próprio e não comoactivo.

Se os recursos ou dinheiro forem recebidos antes da emissão de acções e a entidade nãopoder ser obrigada a devolver tais recursos ou dinheiro, a entidade deve reconhecer umaumento de capital próprio até ao limite da quantia recebida.

Na medida em que as acções sejam subscritas mas nenhum dinheiro ou outro recurso tenhasido recebido, nenhum aumento de capital próprio deverá ser reconhecido.

9 - Se uma entidade adquirir ou readquirir os seus próprios instrumentos de capital próprio, essesinstrumentos ("quotas/acções próprias") devem ser reconhecidos como dedução ao capitalpróprio. A quantia a reconhecer deve ser o justo valor da retribuição paga pelos respectivosinstrumentos de capital próprio. Uma entidade não deve reconhecer qualquer ganho ou perdana demonstração de resultados decorrente de qualquer compra, venda emissão oucancelamento de acções próprias.

10 - No caso da entidade emitente ficar obrigada ou sujeita a uma obrigação de entregar dinheiro,ou qualquer outro activo, por contrapartida de instrumentos de capital próprio emitidos pelaentidade, o valor presente da quantia a pagar deverá ser inscrito no passivo por contrapartidade capital próprio. Caso cesse tal obrigação e não seja concretizado o referido pagamento, aentidade deverá reverter a quantia inscrita no passivo por contrapartida de capital próprio.

Mensuração (parágrafos 11 a 22)

11 - Nos termos da presente norma, todos os activos e passivos financeiros são mensurados, em

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cada data de relato, quer:

(a) Ao custo ou custo amortizado menos qualquer perda por imparidade; ou

(b) Ao justo valor com as alterações de justo valor a ser reconhecidas na demonstração deresultados.

12 - Uma entidade deve mensurar os seguintes instrumentos financeiros ao custo ou ao custoamortizado menos perda por imparidade:

(a) Instrumentos que satisfaçam as condições definidas no parágrafo 13 (tais como clientes,fornecedores, contas a receber, contas a pagar ou empréstimos bancários) e que aentidade designe, no momento do seu reconhecimento inicial, para ser mensurado ao custoamortizado (utilizando o método da taxa de juro efectiva) menos qualquer perda porimparidade;

(b) Contratos para conceder ou contrair empréstimos que:

(i) Não possam ser liquidados em base líquida,

(ii) Quando executados, se espera que reúnam as condições para reconhecimento ao custoou ao custo amortizado menos perdas por imparidade, e

(iii) A entidade designe, no momento do reconhecimento inicial, para serem mensurados aocusto menos perdas por imparidade;

(c) Instrumentos de capital próprio que não sejam negociados publicamente e cujo justo valornão possa ser obtido de forma fiável, bem como contratos ligados a tais instrumentos que,se executados, resultem na entrega de tais instrumentos, os quais devem ser mensuradosao custo menos perdas por imparidade.

13 - Um instrumento financeiro pode ser designado, nos termos do parágrafo 12(a), para sermensurado ao custo amortizado se satisfizer todas as seguintes condições:

(a) Seja à vista ou tenha uma maturidade definida;

(b) Os retornos para o seu detentor sejam (i) de montante fixo, (ii) de taxa de juro fixa durante avida do instrumento ou de taxa variável que seja um indexante típico de mercado paraoperações de financiamento (como por exemplo a Euribor) ou que inclua um spread sobreesse mesmo indexante;

(c) Não contenha nenhuma cláusula contratual que possa resultar para o seu detentor emperda do valor nominal e do juro acumulado (excluindo-se os casos típicos de risco decrédito).

14 - Exemplos de instrumentos que são mensurados ao custo ou ao custo amortizado:

(a) Clientes e outras contas a receber ou pagar, bem como empréstimos bancários, uma vezque satisfazem tipicamente as condições previstas no parágrafo 13;

(b) Investimentos em obrigações não convertíveis;

(c) Um derivado (contrato ou direito a adquirir numa data futura) sobre instrumentos de capitalpróprio cujo justo valor não possa ser mensurado fiavelmente;

(d) Contas a receber ou a pagar em moeda estrangeira, uma vez que satisfaçam tipicamente ascondições previstas no parágrafo 13. Porém, qualquer alteração no montante a pagar ou a

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receber devido a alterações cambiais é reconhecida na demonstração de resultados,excepto se a taxa de câmbio estiver garantida, podendo utilizar-se a referida taxa decâmbio;

(e) Empréstimos a subsidiárias ou associadas que sejam exigíveis, uma vez que satisfaçam ascondições previstas no parágrafo 13;

(f) Um instrumento de dívida que seja imediatamente exigível se o emitente incumprir opagamento de juro ou de amortização de dívida (tais cláusulas não violam as condiçõesdefinidas no parágrafo 13).

15 - Uma entidade deve mensurar ao justo valor todos os instrumentos financeiros que não sejammensurados ao custo ou ao custo amortizado nos termos do parágrafo 12 com contrapartida emresultados.

16 - Exemplos de instrumentos financeiros que sejam mensurados ao justo valor através deresultados:

(a) Investimentos em instrumentos de capital próprio com cotações divulgadas publicamente,uma vez que o parágrafo 12 (c) define a mensuração ao custo apenas para os restantescasos;

(b) Derivados que não sejam sobre instrumentos de capital próprio que satisfaçam o parágrafo12 (c) ou que fixem uma taxa de câmbio de uma conta a receber ou a pagar conformereferido no parágrafo 14 (d);

(c) Instrumentos de dívida perpétua ou obrigações convertíveis;

(d) Activos financeiros ou passivos financeiros classificados como detidos para negociação. Umactivo financeiro ou um passivo financeiro é classificado como detido para negociação sefor:

(i) Adquirido ou incorrido principalmente para a finalidade de venda ou de recompra numprazo muito próximo;

(ii) Parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados que sejam geridos emconjunto e para os quais exista evidência de terem recentemente proporcionado lucrosreais.

17 - Uma entidade não deve alterar a sua política de mensuração subsequente de um activo oupassivo financeiro enquanto tal instrumento for detido, seja para passar a usar o modelo dojusto valor, seja para deixar de usar esse método.

18 - Se deixar de estar disponível uma mensuração fiável do justo valor para um instrumento decapital próprio mensurado ao justo valor, a quantia escriturada do justo valor torna-se, à data datransição, a quantia de custo para efeitos da adopção do modelo do custo amortizado.

19 - Uma entidade deve mensurar os instrumentos de capital próprio emitidos pelo dinheiro recebidoou pelo justo valor dos recursos recebidos ou a receber: Se o pagamento for diferido e o valortemporal do dinheiro for significativo, a mensuração inicial deve ser o valor presente da quantiaa receber. Todos os custos associados à emissão de instrumentos de capital próprio devem serdeduzidos à quantia inscrita no respectivo capital próprio.

20 - Na emissão de instrumentos compostos, como sejam instrumentos de dívida com opção deconversão ou obrigações com warrant ou qualquer outro instrumento que combine instrumentosde capital próprio com passivos financeiros, uma entidade deve alocar a quantia recebida entre

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as respectivas componentes. Para tal imputação, uma entidade deve primeiro determinar aquantia da componente do passivo financeiro como sendo o justo valor do passivo financeirosimilar que não tenha associado nenhuma componente de capital próprio. A entidade deveimputar a quantia residual à componente de capital próprio.

21 - Uma entidade não deve reverter tal imputação em qualquer período subsequente.

22 - Em períodos subsequentes à emissão, uma entidade deve reconhecer sistematicamentequalquer diferença entre a componente de passivo e a quantia nominal a pagar, à data damaturidade, como gastos de juro utilizando o método da taxa de juro efectiva.

Imparidade (parágrafos 23 a 29)

Reconhecimento (parágrafos 23 a 26)

23 - À data de cada período de relato financeiro, uma entidade deve avaliar a imparidade de todosos activos financeiros que não sejam mensurados ao justo valor através de resultados. Seexistir uma evidência objectiva de imparidade, a entidade deve reconhecer uma perda porimparidade na demonstração de resultados.

24 - Evidência objectiva de que um activo financeiro ou um grupo de activos está em imparidadeinclui dados observáveis que chamem a atenção ao detentor do activo sobre os seguinteseventos de perda:

(a) Significativa dificuldade financeira do emitente ou devedor;

(b) Quebra contratual, tal como não pagamento ou incumprimento no pagamento do juro ouamortização da dívida;

(c) O credor, por razões económicas ou legais relacionados com a dificuldade financeira dodevedor, oferece ao devedor concessões que o credor de outro modo não consideraria;

(d) Torne-se provável que o devedor irá entrar em falência ou qualquer outra reorganizaçãofinanceira;

(e) O desaparecimento de um mercado activo para o activo financeiro devido a dificuldadesfinanceiras do devedor;

(f) Informação observável indicando que existe uma diminuição na mensuração da estimativados fluxos de caixa futuros de um grupo de activos financeiros desde o seu reconhecimentoinicial, embora a diminuição não possa ser ainda identificada para um dado activofinanceiros individual do grupo, tal como sejam condições económicas nacionais, locais ousectoriais adversas.

25 - Outros factores poderão igualmente evidenciar imparidade, incluindo alterações significativascom efeitos adversos que tenham ocorrido no ambiente tecnológico, de mercado, económico oulegal em que o emitente opere. Um declínio significativo ou prolongado no justo valor de uminvestimento num instrumento de capital próprio abaixo do seu custo, também constitui provaobjectiva de imparidade.

26 - Os activos financeiros que sejam individualmente significativos e todos os instrumentos decapital próprio devem ser avaliados individualmente para efeitos de imparidade. Outros activosfinanceiros devem ser avaliados quanto a imparidade, seja individualmente, seja agrupadoscom base em similares características de risco de crédito.

Mensuração (parágrafo 27)

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27 - O montante de perda por imparidade deverá ser mensurado da seguinte forma:

(a) Para um instrumento mensurado ao custo amortizado, nos termos do parágrafo 12(a), aperda por imparidade é a diferença entre a quantia escriturada e o valor presente (actual)dos fluxos de caixa estimados descontados à taxa de juro original efectiva do activofinanceiro; e

(b) Para instrumentos de capital próprio, compromissos de empréstimo e opções mensuradasao custo, nos termos dos parágrafos 12(b) e 12(c), a perda por imparidade é a diferençaentre a quantia escriturada e a melhor estimativa de justo valor do referido activo.

Reversão (parágrafos 28 e 29)

28 - Se, num período subsequente, a quantia de perda por imparidade diminuir e tal diminuiçãopossa estar objectivamente relacionada com um evento ocorrido após o reconhecimento daimparidade (como por exemplo uma melhoria na notação de risco do devedor) a entidade devereverter a imparidade anteriormente reconhecida. A reversão não poderá resultar numa quantiaescriturada do activo financeiro que exceda aquilo que seria o custo amortizado do referidoactivo, caso a perda por imparidade não tivesse sido anteriormente reconhecida. A entidadedeve reconhecer a quantia da reversão na demonstração de resultados.

29 - A reversão de imparidade em instrumentos de capital próprio é proibida.

Desreconhecimento de activos financeiros (parágrafos 30 a 32)

30 - Uma entidade deve desreconhecer um activo financeiro apenas quando:

(a) Os direitos contratuais aos fluxos de caixa resultantes do activo financeiro expiram; ou

(b) A entidade transfere para outra parte todos os riscos significativos e benefícios relacionadoscom o activo financeiro; ou

(c) A entidade, apesar de reter alguns riscos significativos e benefícios relacionados com oactivo financeiro, tenha transferido o controlo do activo para uma outra parte e esta tenha acapacidade prática de vender o activo na sua totalidade a uma terceira parte nãorelacionada e a possibilidade de exercício dessa capacidade unilateralmente semnecessidade de impor restrições adicionais à transferência. Se tal for o caso a entidadedeve:

(i) Desreconhecer o activo; e

(ii) Reconhecer separadamente qualquer direito e obrigação criada ou retida natransferência;

31 - A quantia escriturada do activo transferido deverá ser alocada entre os direitos e obrigaçõesretidos e aqueles que foram transferidos, tendo por base os seus relativos justos valores à datada transferência. Os direitos e obrigações criados de novo devem ser mensurados ao justovalor àquela data. Qualquer diferença entre a retribuição recebida e o montante reconhecido edesreconhecido nos termos do presente parágrafo deverá ser incluída na demonstração deresultados do período da transferência.

32 - Se a transferência não resultar num desreconhecimento, uma vez que a entidade retevesignificativamente os riscos e benefícios de posse do activo transferido, a entidade devecontinuar a reconhecer o activo transferido de forma integral e deverá reconhecer um passivofinanceiro pela retribuição recebida. Nos períodos subsequentes, a entidade deve reconhecer

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qualquer rendimento no activo transferido e qualquer gasto incorrido no passivo financeiro.

Desreconhecimento de passivos financeiros (parágrafo 33)

33 - Uma entidade deve desreconhecer um passivo financeiro (ou parte de um passivo financeiro)apenas quando este se extinguir, isto é, quando a obrigação estabelecida no contrato sejaliquidada, cancelada ou expire.

Contabilização da cobertura (parágrafos 34 a 43)

34 - Uma entidade poderá designar uma relação de cobertura entre um instrumento de cobertura eum instrumento coberto de tal forma que se qualifique como contabilização da cobertura. Se oscritérios estabelecidos forem cumpridos, a contabilização da cobertura permite que o ganho ouperda no instrumento de cobertura e no instrumento coberto seja reconhecido na demonstraçãode resultados simultaneamente.

35 - Para a qualificação da contabilização da cobertura, estabelecida na presente norma, umaentidade deve cumprir com todas as seguintes condições:

(a) Designe e documente a relação de cobertura de tal forma que o risco coberto, o item decobertura e o item coberto estejam claramente identificados e que o risco do item cobertoseja o risco para que esteja a ser efectuada a cobertura com o instrumento de cobertura;

(b) O risco a cobrir seja um dos riscos estabelecidos no parágrafo seguinte; e

(c) A entidade espera que as alterações no justo valor ou fluxos de caixa no item coberto,atribuíveis ao risco que estava a ser coberto, compensará praticamente as alterações dejusto valor ou fluxos de caixa do instrumento de cobertura.

36 - Esta Norma permite a contabilização da cobertura somente para:

(a) Risco de taxa de juro de um instrumento de dívida mensurado ao custo amortizado;

(b) Risco de câmbio num compromisso firme ou numa transacção de elevada probabilidadefutura, sem prejuízo do disposto no parágrafo 14 (d);

(c) Exposição a risco de preço em mercadorias que sejam detidas ou abrangidas por umcompromisso firme ou por uma elevada probabilidade futura de transacção de compra ou devenda de mercadorias que tenham preços de mercado determináveis; ou

(d) Exposição de risco cambial no investimento líquido de uma operação no estrangeiro.

Cobertura de risco de taxa de juro fixa ou de risco de preços demercadorias para mercadorias detidas (parágrafos 37 a 40)

37 - Se as condições de qualificação forem satisfeitas e a cobertura de risco for para fazer face auma exposição a taxa de juro fixa de um instrumento de dívida mensurado ao custo amortizadoou de risco de preço de mercadoria de uma mercadoria detida, a entidade deve:

(a) Reconhecer o instrumento de cobertura como um activo ou passivo à data do balanço e asalterações no justo valor na demonstração de resultados;

(b) Reconhecer a alteração no justo valor do item coberto, relacionada com o risco coberto, nademonstração de resultados e como um ajustamento à quantia escriturada do item coberto.

38 - Se o risco coberto for o risco de taxa de juro fixa de um activo ou passivo mensurado ao custoamortizado, a entidade deve reconhecer as liquidações periódicas, em base líquida, no

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instrumento de cobertura, na demonstração de resultados do período a que as liquidaçõesrespeitem.

39 - A entidade deve descontinuar a contabilização da cobertura se:

(a) O instrumento de cobertura expirar, for vendido ou termine;

(b) A cobertura deixe de satisfazer as condições para a contabilização da cobertura;

(c) A entidade revogue a designação.

40 - Se a contabilização da cobertura for descontinuada e o instrumento coberto for um activo oupassivo mensurado ao custo amortizado que não seja desreconhecido, qualquer ganho ouperda reconhecido como ajustamento à quantia escriturada do activo coberto deverá seramortizado na demonstração de resultados durante a vida remanescente do instrumentocoberto, utilizando o método da taxa de juro original efectiva.

Cobertura do risco de variabilidade da taxa de juro, risco cambial, riscode preço de mercadorias no âmbito de um compromisso ou de elevadaprobabilidade de transacção futura ou de investimento líquido numa

operação estrangeira (parágrafos 41 a 43)

41 - Se as condições de qualificação forem satisfeitas e a cobertura de risco respeitar à exposição àvariabilidade na taxa de juro de um instrumento de dívida mensurado ao custo amortizado, aentidade deve:

(a) Reconhecer as alterações no justo valor do instrumento de cobertura directamente emcapital próprio; e

(b) Subsequentemente, deverá reconhecer as liquidações periódicas em base líquida nademonstração de resultados no período em que as liquidações em base líquida ocorram.

42 - Se as condições para a contabilização da cobertura forem cumpridas e o risco coberto for quera) a exposição a câmbio num compromisso firme ou elevada probabilidade de transacçãofutura; b) a exposição a risco de preço num compromisso ou elevada probabilidade detransacção futura; ou c) o risco de câmbio no investimento líquido em operações estrangeiras; aentidade deve reconhecer as alterações no justo valor do instrumento de coberturadirectamente no capital próprio. A relação de cobertura termina para a a) e b) quando atransacção coberta ocorrer e para a c) quando o investimento líquido numa operaçãoestrangeira for vendido. O ganho ou perda reconhecida no capital próprio deve serreclassificado de capital próprio para a demonstração de resultados quando o item coberto sejareconhecido na demonstração de resultados.

43 - A entidade deve descontinuar a contabilização da cobertura se:

(a) O instrumento de cobertura expirar, for vendido ou termine;

(b) A cobertura deixe de satisfazer as condições para a contabilização da cobertura;

(c) Na cobertura de uma transacção futura, a transacção deixe de ser altamente provável;

(d) A entidade revogue a designação.

Se não for mais expectável que a transacção futura venha a ocorrer ou se o instrumento dedívida coberto mensurado ao custo amortizado for desreconhecido, qualquer ganho ou perdano instrumento de cobertura que tenha sido previamente reconhecido no capital próprio deverá

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ser removido do capital próprio e reconhecido na demonstração de resultados.

Divulgações (parágrafos 44 a 59)

Divulgações de políticas contabilísticas utilizadas em instrumentosfinanceiros (parágrafo 44)

44 - Uma entidade deve divulgar as bases de mensuração, bem como as politicas contabilísticasutilizadas para a contabilização de instrumentos financeiros, que sejam relevantes para acompreensão das demonstrações financeiras.

Balanço - categorias de activos e passivos financeiros (parágrafos 45 a47)

45 - Uma entidade deve divulgar a quantia escriturada de cada uma das categorias de activosfinanceiros e passivos financeiros, no total e para cada um dos tipos significativos de activos epassivos financeiros de entre cada categoria, quer seja na face do balanço ou no anexo:

(a) Activos financeiros mensurados ao justo valor por contrapartida em resultados;

(b) Activos financeiros mensurados ao custo amortizado menos imparidade;

(c) Instrumentos de capital próprio mensurados ao custo;

(d) Compromissos de empréstimo mensurados ao custo menos imparidade;

(e) Passivos financeiros mensurados ao justo valor por contrapartida em resultados;

(f) Passivos financeiros mensurados ao custo amortizado;

(g) Activos financeiros para os quais tenha sido reconhecida imparidade, devendo ser indicada,para cada uma das classes, separadamente, i) a quantia contabilística que resulta damensuração ao custo ou custo amortizado e ii) a imparidade acumulada.

46 - Para todos os activos financeiros e passivos financeiros mensurados ao justo valor, a entidadedeve divulgar as bases de determinação do justo valor, e.g. cotação de mercado, quando eleexiste, ou a técnica de avaliação. Quando se utiliza a técnica de avaliação, a entidade devedivulgar os pressupostos aplicados na determinação do justo valor para cada uma das classesde activos ou passivos financeiros. Por exemplo, se aplicável, a entidade deve divulgarinformação sobre os pressupostos relativos a taxas de pré-pagamento, taxas de estimativa deperda de crédito e taxas de juro ou taxas de desconto.

47 - Se uma mensuração fiável do justo valor deixar de estar disponível para um instrumento decapital próprio mensurado ao justo valor por contrapartida em resultados, a entidade devedivulgar tal facto.

Desreconhecimento (parágrafo 48)

48 - Se uma entidade tiver transferido activos financeiros para uma outra entidade numa transacçãoque não se qualifique para desreconhecimento, a entidade deve divulgar, para cada classe detais activos financeiros:

(a) A natureza dos activos;

(b) A natureza dos riscos e benefícios de detenção a que a entidade continue exposta;

(c) As quantias escrituradas dos activos e de quaisquer passivos associados que a entidade

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continue a reconhecer.

Colateral (parágrafo 49)

49 - Quando uma entidade tenha dado em garantia ou penhor activos como colateral de passivos oupassivos contingentes, deverá divulgar:

(a) A quantia escriturada dos activos financeiros dados em garantia, em penhor ou promessade penhor como colateral; e

(b) Os termos e condições relativos à garantia, penhor ou promessa de penhor.

Incumprimentos em empréstimos obtidos (parágrafos 50 e 51)

50 - Para empréstimos contraídos reconhecidos à data do balanço, uma entidade deve divulgar:

(a) Detalhe de qualquer incumprimento no decurso do período relativo a amortização, juro,procura de fundos ou nos termos da conversão de tais empréstimos que permitam aocredor exigir o pagamento à data do balanço;

(b) A quantia escriturada de empréstimos a pagar em incumprimento à data do balanço;

(c) Em que medida o incumprimento tenha sido sanável, ou os termos do pagamento tenhamsido renegociados, antes das demonstrações financeiras terem sido autorizadas paraemissão.

51 - Se, durante o período, tiver ocorrido incumprimento dos termos de contratos de empréstimoalém dos referidos no parágrafo anterior, a entidade deve divulgar a mesma informação exigidano referido parágrafo se tais incumprimentos permitirem ao credor exigir um pagamentoacelerado (a não ser que os incumprimentos tenham sido sanados, ou os termos docompromisso renegociados, até à data do balanço).

Demonstração de resultados e capital próprio - elementos derendimentos, gastos, ganhos e perdas (parágrafo 52)

52 - Uma entidade deve divulgar os seguintes elementos do rendimento, gasto, ganhos ou perdasna face das demonstrações financeiras ou no anexo:

(a) Os ganhos líquidos e as perdas líquidas reconhecidas de:

(i) Activos financeiros mensurados ao justo valor por contrapartida em resultados;

(ii) Passivos financeiros ao justo valor por contrapartida em resultados;

(iii) Activos financeiros mensurados ao custo amortizado menos imparidade; e

(iv) Passivos financeiros mensurados ao custo amortizado;

(b) Total de rendimento de juros e total de gasto de juros (calculado utilizado o método da taxade juro efectiva) para activos e passivos financeiros que não sejam mensurados ao justovalor com contrapartida em resultados;

(c) A quantia de qualquer perda por imparidade reconhecida para cada uma das classes deactivos financeiros.

Contabilidade da cobertura (parágrafos 53 a 55)

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53 - Uma entidade deve divulgar o seguinte, separado por cada uma das quatro categorias decobertura definidas no parágrafo 36:

(a) A descrição da cobertura;

(b) A descrição dos instrumentos financeiros designados como instrumentos de cobertura e osrespectivos justos valores à data do balanço;

(c) A natureza do risco que esteja a ser coberto, incluindo uma descrição do item coberto.

54 - Para cobertura de risco de taxa de juro fixa ou risco de preço de mercadorias numa coberturade bens detidos, a entidade deve divulgar:

(a) A quantia de alteração no justo valor do instrumento de cobertura reconhecida nademonstração de resultados;

(b) A quantia de alteração no justo valor dos elementos cobertos reconhecida na demonstraçãode resultados.

55 - Para cobertura do risco de taxa de juro variável, risco de taxa de câmbio, risco de preço demercadorias num compromisso firme ou numa transacção futura de elevada probabilidade, ounum investimento líquido numa operação no estrangeiro a entidade deve divulgar:

(a) Os períodos em seja expectável que os fluxos de caixa ocorram e os períodos em que sejaexpectável que afectem os resultados;

(b) A descrição de qualquer transacção futura para a qual a contabilização da cobertura tenhasido previamente utilizada mas que já não se espera mais que a transacção ocorra;

(c) A quantia resultante da alteração de justo valor de instrumentos de cobertura que tenha sidoreconhecida no capital próprio durante o período;

(d) A quantia que tenha sido removida do capital próprio e reconhecida no resultados doperíodo, evidenciando a quantia incluída em cada uma das linhas da demonstração deresultados.

Instrumentos de capital próprio (parágrafos 56 a 58)

56 - As sociedades anónimas devem divulgar o número de acções representativas do capital socialda entidade, as respectivas categorias e o seu valor nominal.

57 - As sociedades anónimas devem divulgar, para cada classe de acções, uma reconciliação entreo número de acções em circulação no início e no fim do período. Em tal reconciliação, aentidade deve identificar separadamente cada tipo de alterações verificadas no período,incluído novas emissões, exercício de opções, direitos e warrants, conversões de valoresmobiliários convertíveis, transacções com acções próprias, fusões ou cisões e emissões debónus (aumentos de capital por incorporação de reservas) ou splits de acções.

58 - A entidade deve divulgar as quantias de aumentos de capital realizados no período e a deduçãoefectuada como custos de emissão bem como, separadamente, as quantias e descrição deoutros instrumentos de capital próprio emitidos e a respectiva quantia acumulada à data dobalanço.

Riscos relativos a instrumentos financeiros mensurados ao custo oucusto amortizado (parágrafo 59)

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59 - Para activos financeiros mensurados ao custo amortizado menos imparidade, a entidade devedivulgar os termos significativos e condições que possam afectar a quantia, o momento esegurança de fluxos de caixa futuros, incluindo risco de taxa de juro, risco de taxa de câmbio erisco de crédito.

Data de eficácia (parágrafo 60)

60 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

Norma contabilística e de relato financeiro 28Benefícios dos empregados

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional deContabilidade IAS 19 - Benefícios dos Empregados, adoptada pelo texto original do Regulamento(CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Sempre que na presente norma existam remissões para as normas internacionais de contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pela União Europeia, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade como texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Objectivo (parágrafo 1)

1 - O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever acontabilização e a divulgação dos benefícios dos empregados. A Norma requer que umaentidade reconheça:

(a) Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca de benefícios deempregados a serem pagos no futuro; e

(b) Um gasto quando a entidade consumir o benefício económico proveniente do serviçoproporcionado por um empregado em troca dos benefícios do empregado.

Âmbito (parágrafos 2 a 6)

2 - Esta Norma deve ser aplicada por um empregador na contabilização dos benefícios doempregado.

3 - Os benefícios de empregados aos quais esta Norma se aplica incluem aqueles proporcionados:

(a) Segundo planos formais ou outros acordos formais entre uma entidade e empregadosindividuais, grupos de empregados ou seus representantes;

(b) Segundo requisitos legais, ou através de acordos sectoriais, pelos quais se exige àsentidades para contribuírem para planos nacionais, estatais, sectoriais ou outrosmulti-empregador; ou

(c) Pelas práticas informais que dêem origem a uma obrigação construtiva. Práticas informaisdão origem a uma obrigação construtiva quando a entidade não tiver alternativa realistasenão pagar benefícios aos empregados. É exemplo de uma obrigação construtiva quandouma alteração nas práticas informais da entidade causasse um dano inaceitável no seurelacionamento com os empregados.

4 - Os benefícios dos empregados incluem:

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(a) Benefícios a curto prazo dos empregados, tais como salários, ordenados e contribuiçõespara a segurança social, licença anual paga e licença por doença paga, participação noslucros e bónus (se pagáveis dentro de doze meses do final do período) e benefícios nãomonetários (tais como cuidados médicos, habitação, automóveis e bens ou serviçosgratuitos ou subsidiados) relativos aos empregados correntes;

(b) Benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de reforma, seguro de vidapós emprego e cuidados médicos pós emprego;

(c) Outros benefícios a longo prazo dos empregados, incluindo licença de longo serviço oulicença sabática, jubileu ou outros benefícios de longo serviço, benefícios de invalidez alongo prazo e, se não forem pagáveis completamente dentro de doze meses após o final doperíodo, a participação nos lucros, bónus e remunerações diferidas;

(d) Benefícios de cessação de emprego; e

(e) Benefícios de remuneração em capital próprio.

5 - Os benefícios dos empregados incluem os benefícios proporcionados quer a empregados queraos seus dependentes e podem ser liquidados por pagamentos (ou o fornecimento de bens eserviços) feitos quer directamente aos empregados, aos seus cônjuges, filhos ou outrosdependentes quer a outros, tais como empresas de seguros.

6 - Um empregado pode proporcionar serviços a uma entidade numa base de tempo completo, detempo parcial, permanente, acidental ou temporária. Para os fins desta Norma, os empregadosincluem directores e outro pessoal de gerência.

7 - Esta Norma não trata do relato dos planos de benefícios do empregado.

Definições (parágrafo 8)

8 - Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Activos detidos por um fundo de benefícios a longo prazo de empregados: são activos (que nãosejam instrumentos financeiros não transferíveis emitidos pela entidade que relata) que:

(a) Sejam detidos por uma entidade (o fundo) que esteja legalmente separada da entidade querelata e exista unicamente para pagar ou financiar os benefícios dos empregados; e

(b) Estejam disponíveis para ser unicamente usados para pagar ou financiar os benefícios dosempregados, não estejam disponíveis para os credores da própria entidade que relata(mesmo em falência), e não possam ser devolvidos à entidade que relata, salvo se ou:

(i) Os restantes activos do fundo sejam suficientes para satisfazer todas as respectivasobrigações de benefícios dos empregados do plano ou da entidade que relata; ou

(ii) Os activos sejam devolvidos à entidade que relata para a reembolsar relativamente abenefícios de empregados já pagos.

Activos do plano: compreendem:

(a) Activos detidos por um fundo de benefícios a longo prazo de empregados; e

(b) Apólices de seguros elegíveis.

Apólice de seguro elegível: é uma apólice de seguro emitida por uma seguradora que não seja

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uma parte relacionada da entidade que relata, se o produto da apólice:

(a) Só puder ser usado para pagar ou financiar benefícios dos empregados segundo um planode benefícios definidos;

(b) Não estejam disponíveis para os credores da própria entidade que relata (mesmo emfalência) e não possam ser pagos à entidade que relata, a menos que ou:

(i) O produto represente activos excedentários que não sejam necessários para a apólicesatisfazer todas as respectivas obrigações de benefícios dos empregados; ou

(ii) O produto seja devolvido à entidade que relata para a reembolsar de benefícios deempregados já pagos.

Benefícios a curto prazo dos empregados: são os benefícios dos empregados (que não sejambenefícios de cessação de emprego e benefícios de compensação em capital próprio) que sevençam na totalidade dentro de doze meses após o final do período em que os empregadosprestem o respectivo serviço.

Benefícios adquiridos pelos empregados: são benefícios dos empregados que não estejamcondicionados ao futuro.

Benefícios de remuneração em capital próprio: são benefícios dos empregados pelos quais:

(a) Os empregados têm direito a receber instrumentos financeiros de capital próprio emitidospela entidade (ou pela sua empresa mãe); ou

(b) A quantia da obrigação da entidade para com os empregados depende do preço futuro deinstrumentos financeiros de capital próprio emitidos pela entidade.

Benefícios dos empregados: são todas as formas de remuneração dadas por uma entidade emtroca do serviço prestado pelos empregados.

Benefícios por cessação de emprego (terminus): são benefícios dos empregados pagáveis emconsequência de:

(a) A decisão de uma entidade cessar o emprego de um empregado antes da data normal dareforma; ou de

(b) Decisão de um empregado de aceitar a saída voluntária em troca desses benefícios.

Benefícios pós emprego: são benefícios dos empregados (que não sejam benefícios decessação de emprego e benefícios de compensação em capital próprio) que sejam pagáveisapós a conclusão do emprego.

Custo de juros: é o aumento durante um período no valor presente de uma obrigação debenefícios definidos que surge porque os benefícios estão um ano mais próximo da liquidação.

Custo do serviço passado: é o aumento no valor presente da obrigação de benefícios definidosquanto ao serviço de empregados em períodos anteriores, resultantes no período corrente daintrodução de, ou alterações a, benefícios pós-emprego ou outros benefícios a longo prazo dosempregados. O custo do serviço passado pode ser ou positivo (quando os benefícios sejamintroduzidos ou melhorados) ou negativo (quando os benefícios existentes sejam reduzidos).

Custo do serviço corrente: é o aumento no valor presente da obrigação de benefícios definidosresultante do serviço do empregado no período corrente.

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Ganhos e perdas actuariais: compreendem:

(a) Ajustamentos de experiência (os efeitos de diferenças entre os anteriores pressupostosactuariais e aquilo que realmente ocorreu); e

(b) Os efeitos de alterações nos pressupostos actuariais.

Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamentoentre elas.

Outros benefícios a longo prazo dos empregados: são benefícios dos empregados (que nãosejam benefícios pós-emprego, benefícios de cessação de emprego e benefícios deremuneração em capital próprio) que não se vençam na totalidade dentro de doze meses apóso final do período em que os empregados prestam o respectivo serviço.

Planos de benefícios definidos: são planos de benefícios pós emprego que não sejam planos decontribuição definida.

Planos de benefícios pós emprego: são acordos formais ou informais pelos quais uma entidadeproporciona benefícios pós emprego a um ou mais empregados.

Planos de contribuição definida: são planos de benefícios pós emprego pelos quais umaentidade paga contribuições fixadas a uma entidade separada (um fundo) e não terá obrigaçãolegal ou construtiva de pagar contribuições adicionais se o fundo não detiver activos suficientespara pagar todos os benefícios dos empregados relativos ao serviço dos empregados noperíodo corrente e em períodos anteriores.

Planos de remuneração em capital próprio: são acordos formais ou informais pelos quais umaentidade proporciona benefícios de remuneração em capital próprio para um ou maisempregados.

Planos multi-empregador: são planos de contribuição definida (que não sejam planos estatais)ou planos de benefícios definidos (que não sejam planos estatais) que:

(a) Ponham em conjunto activos contribuídos por várias entidades que não estejam sobcontrolo comum; e

(b) Usem esses activos para proporcionar benefícios aos empregados de mais de umaentidade, na base de que os níveis de contribuições e de benefícios são determinados nãoolhando à identidade da entidade que emprega os empregados em questão.

Retorno dos activos do plano: é o juro, dividendos e outro rédito proveniente dos activos doplano, juntamente com ganhos ou perdas nos activos do plano realizados e não realizados,menos quaisquer custos de administrar o plano e menos qualquer imposto a pagar pelo próprioplano.

Valor presente de uma obrigação de benefícios definidos: é o valor presente, sem a dedução dequaisquer activos do plano, dos pagamentos futuros esperados necessários para liquidar aobrigação resultante do serviço do empregado nos períodos corrente e anteriores.

Benefícios a curto prazo dos empregados (parágrafos 9 a 23)

9 - Os benefícios a curto prazo de empregados incluem itens tais como:

(a) Salários, ordenados e contribuições para a segurança social;

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(b) Ausências permitidas a curto prazo (tais como licença anual paga e licença por doençapaga) em que se espera que as faltas ocorram dentro de doze meses após o final doperíodo em que os empregados prestam o respectivo serviço;

(c) Participação nos lucros e bónus pagáveis dentro de doze meses após o final do período emque os empregados prestam o respectivo serviço; e

(d) Benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, habitação, automóvel e bens ouserviços gratuitos ou subsidiados) para os empregados correntes.

10 - A contabilização dos benefícios a curto prazo dos empregados é geralmente linear porque nãosão necessários pressupostos actuariais para mensurar a obrigação ou o custo e não hápossibilidade de qualquer ganho ou perda actuarial. Além do mais, as obrigações dosbenefícios dos empregados a curto prazo são mensuradas numa base não descontada.

Reconhecimento e mensuração (parágrafos 11 a 23)

Todos os Benefícios a Curto Prazo de Empregados (parágrafo 11)

11 - Quando um empregado tenha prestado serviço a uma entidade durante um períodocontabilístico, a entidade deve reconhecer a quantia não descontada de benefícios a curtoprazo de empregados que espera ser paga em troca desse serviço:

(a) Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer quantia já paga. Se aquantia já paga exceder a quantia não descontada dos benefícios, uma entidade devereconhecer esse excesso como um activo (gasto pré-pago) na extensão de que opré-pagamento conduzirá, por exemplo, a uma redução em futuros pagamentos ou a umarestituição de dinheiro; e

(b) Como um gasto, salvo se outra Norma Contabilística e de Relato Financeiro exigir oupermitir a inclusão dos benefícios no custo de um activo (ver, por exemplo, NCRF 18 -Inventários e a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis).

Os parágrafos 12, 15 e 18 explicam como uma entidade deve aplicar este requisito a benefíciosa curto prazo dos empregados na forma de ausências permitidas e de planos de participaçõesnos lucros e de bónus.

Ausências permitidas a curto prazo (parágrafos 12 a 17)

12 - Uma entidade deve reconhecer o custo esperado de benefícios a curto prazo de empregadosna forma de ausências permitidas segundo o parágrafo 11 como segue:

(a) No caso de ausências permitidas acumuláveis quando os empregados prestam serviço queaumente o seu direito a ausências permitidas futuras; e

(b) No caso ausências permitidas não acumuláveis, quando as faltas ocorram.

13 - Uma entidade pode remunerar empregados por ausência por variadas razõesincluindo férias, doença e incapacidade a curto prazo, maternidade ou paternidade, serviçodos tribunais e serviço militar. O direito a ausências permitidas subdivide-se em duascategorias:

(a) Acumuláveis; e

(b) Não acumuláveis.

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14 - Ausências permitidas não gozadas acumuláveis são as que sejam reportáveis e possam serusadas em períodos futuros se o direito do período corrente não for usado totalmente. Asausências permitidas não gozadas acumuláveis podem ser ou adquiridas (por outras palavras,os empregados têm direito a um pagamento em dinheiro quanto ao direito não utilizado aosaírem da entidade) ou não adquiridas (quando os empregados não têm direito a umpagamento a dinheiro pelo direito não utilizado ao saírem). Surge uma obrigação à medida queos empregados prestam serviço que aumente o seu direito a ausências permitidas futuras. Aobrigação existe, e é reconhecida mesmo se as ausências permitidas não gozadas forem nãoadquiridas, embora a possibilidade de os empregados poderem sair antes de utilizarem direitoacumulado não adquirido afecte a mensuração dessa obrigação.

15 - Uma entidade deve mensurar o custo esperado de ausências permitidas não gozadasacumuláveis como a quantia adicional que a entidade espera pagar em consequência do direitonão utilizado que tenha acumulado à data do balanço.

16 - O método especificado no parágrafo anterior mensura a obrigação como a quantia dospagamentos adicionais que se espera que surjam exclusivamente do facto de o benefícioacumular. Em muitos casos pode não necessitar de fazer cálculos pormenorizados para estimarque não existe obrigação material quanto às ausências permitidas não utilizadas. Por exemplouma obrigação de licença por doença só é provável ser material se existir o entendimentoformal ou informal de que a licença por doença paga e não utilizada pode ser tomada comoférias pagas.

17 - As ausências permitidas não acumuláveis não se transportam: elas ficam perdidas se o direitodo período corrente não for totalmente usado e não dão aos empregados o direito de umpagamento a dinheiro por direitos não utilizados quando saírem da entidade. Isto énormalmente o caso dos pagamentos por doença (na medida em que os direitos passados nãoutilizados não aumentam os direitos futuros), licença por maternidade ou paternidade ouausências permitidas por serviço nos tribunais ou serviço militar. Uma entidade não reconhecepassivo nem gasto até ao momento da falta, porque o serviço do empregado não aumenta aquantia do benefício.

Planos de participação nos lucros e de bónus (parágrafos 18 a 23)

18 - Uma entidade deve reconhecer o custo esperado dos pagamentos de participação nos lucros ebónus segundo o parágrafo 11 quando, e só quando:

(a) A entidade tenha uma obrigação presente legal ou construtiva de fazer tais pagamentos emconsequência de acontecimentos passados; e

(b)possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação.

Existe uma obrigação presente quando, e só quando, a entidade não tem alternativa realistasenão a de fazer os pagamentos.

19 - Segundo alguns planos de participação nos lucros, os empregados só recebem uma parte dolucro se permanecerem na entidade durante um período especificado. Tais planos criam umaobrigação construtiva à medida que os empregados prestam serviço que aumenta a quantia aser paga se permanecerem ao serviço até ao final do período especificado. A mensuração detais obrigações construtivas reflecte a possibilidade de alguns empregados poderem sair semreceberem pagamentos de participação nos lucros.

20 - Uma entidade pode não ter obrigação legal de pagar uma gratificação. Não obstante, em algunscasos, uma entidade tem a prática de pagar bónus. Em tais casos, a entidade tem uma

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obrigação construtiva porque não tem alternativa realista senão de pagar a gratificação. Amensuração da obrigação construtiva deve reflectir a possibilidade de alguns empregadospoderem sair sem receberem a gratificação.

21 - Uma entidade pode fazer uma estimativa fiável da sua obrigação legal ou construtiva segundoum plano de participação nos lucros ou de bónus quando, e só quando:

(a) Os termos formais do plano contenham uma fórmula para determinar a quantia do benefício;

(b) A entidade determine as quantias a serem pagas antes das demonstrações financeirasserem aprovadas para emissão; ou

(c) A prática passada dê evidência clara da quantia da obrigação construtiva da entidade.

22 - Uma obrigação segundo planos de participação nos lucros e de bónus resulta do serviço dosempregados e não de uma transacção com os proprietários da entidade. Por conseguinte, umaentidade reconhece o custo de planos de participação nos lucros e de bónus não como umadistribuição do lucro líquido mas como um gasto.

23 - Se os pagamentos de participação nos lucros e de bónus não se vencerem totalmente dentrode doze meses após o final do período em que os empregados prestam o respectivo serviço,esses pagamentos são benefícios a longo prazo dos empregados.

Benefícios pós-emprego: distinção entre planos de contribuição definidae planos de benefícios definidos (parágrafos 24 a 37)

24 - Os benefícios pós emprego incluem por exemplo:

(a) Benefícios de reforma, tais como pensões; e

(b) Outros benefícios pós emprego, tais como seguros de vida pós emprego e cuidadosmédicos pós emprego.

Os acordos pelos quais uma entidade proporciona benefícios pós emprego são planos debenefícios pós emprego. Uma entidade aplica esta Norma a todos os acordos que envolvam oestabelecimento de uma entidade separada para receber as contribuições e pagar osbenefícios.

25 - Os planos de benefício pós emprego classificam-se como planos de contribuição definida oucomo planos de benefícios definidos, dependendo da substância económica do plano queresulte dos seus principais termos e condições. Pelos planos de contribuição definida:

(a) A obrigação legal ou construtiva da entidade é limitada à quantia que ela aceita contribuirpara o fundo. Assim, a quantia dos benefícios pós emprego recebidos pelo empregado édeterminada pela quantia de contribuições pagas por uma entidade (e, se for caso, tambémpelo empregado) para um plano de benefícios pós emprego ou para uma entidade deseguros, juntamente com os retornos do investimento provenientes das contribuições; e

(b) Em consequência, o risco actuarial (que os benefícios possam vir a ser inferiores aosesperados) e o risco de investimento (que os activos investidos possam vir a serinsuficientes para satisfazer os benefícios esperados) recaem no empregado.

26 - São exemplos de casos em que uma obrigação de uma entidade não é limitada à quantia queconcorda contribuir para o fundo quando a entidade tenha uma obrigação legal ou construtivapor meio de:

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(a) Uma fórmula de benefícios do plano que não esteja exclusivamente ligada à quantia dascontribuições;

(b) Uma garantia, seja indirectamente através de um plano ou directamente, de um retornoespecificado nas contribuições; ou

(c) Aquelas práticas informais que dão origem a uma obrigação construtiva. Por exemplo, podesurgir uma obrigação construtiva quando uma entidade tem um passado de benefícioscrescentes para antigos empregados para se manter a par com a inflação mesmo quandonão existe obrigação legal de o fazer.

27 - Pelos planos de benefícios definidos:

(a) A obrigação da entidade é a de proporcionar os benefícios acordados com os empregadoscorrentes e antigos; e

(b) O risco actuarial e o risco de investimento recaem, na substância, na entidade. Se aexperiência actuarial ou de investimento forem piores que o esperado, a obrigação daentidade pode ser aumentada.

Planos multi-empregador (parágrafos 28 a 30)

28 - Uma entidade deve classificar um plano multi-empregador como um plano de contribuiçãodefinida ou como um plano de benefícios definidos segundo os termos do plano (incluindoqualquer obrigação construtiva que vá para além dos termos formais). Sempre que um planomulti-empregador for um plano de benefícios definidos, uma entidade deve contabilizar a suaparte proporcional da obrigação de benefícios definidos, dos activos do plano e do custoassociado ao plano da mesma forma como qualquer outro plano de benefícios definidos.

29 - Quando não estiver disponível informação suficiente para utilizar a contabilização de benefíciosdefinidos de um plano multi-empregador que seja um plano de benefícios definidos, umaentidade deve contabilizar o plano como se fosse um plano de contribuição definida.

30 - Um exemplo de um plano multi-empregador de benefícios definidos é um em que:

(a) O plano é financiado numa base «pay as you go» tal que: as contribuições são fixadas aonível que se espera ser suficiente para pagar os benefícios que se vençam num mesmoperíodo; e benefícios futuros obtidos durante o período corrente serão pagos de futurascontribuições; e

(b) Os benefícios dos empregados são determinados pela duração do seu serviço e asentidades participantes não têm meio realista de se retirarem do plano sem pagarem umacontribuição pelos benefícios obtidos pelos empregados até à data da retirada.

Tal plano cria risco actuarial para a entidade: se o custo final dos benefícios já ganhos à data dobalanço for maior do que o esperado, a entidade terá de ou aumentar as suas contribuições oude persuadir os empregados a aceitar uma redução dos benefícios.

Planos Estatais (parágrafos 31 a 33)

31 - Uma entidade deve contabilizar um plano estatal da mesma maneira que um planomulti-empregador (ver parágrafos 28 e 29).

32 - Os planos estatais são estabelecidos pela legislação para cobrir todas as entidades (ou todasas entidades numa particular categoria, por exemplo um sector especifico) e são operados por

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um governo nacional ou local ou por outra organização (por exemplo, uma agência autónomacriada especificamente para esta finalidade) que não está sujeita a controlo ou influência pelaentidade que relata. Alguns planos estabelecidos por uma entidade proporcionam não sóbenefícios obrigatórios que são substitutos dos benefícios que de outra forma seriam cobertospor um plano estatal bem como benefícios voluntários adicionais. Tais planos não são planosestatais.

33 - Os planos estatais são caracterizados como de natureza de benefícios definidos. Muitos planosestatais são contribuídos numa base de «pay as you go»: as contribuições são fixadas a umnível que se espera ser suficiente para pagar os benefícios requeridos que se vençam nomesmo período; benefícios futuros obtidos durante o período corrente serão pagos comcontribuições futuras. Contudo, na maioria dos planos estatais, a entidade não tem obrigaçãolegal ou construtiva de pagar esses futuros benefícios: a sua única obrigação é a de pagar ascontribuições à medida que se vencem e se a entidade deixar de empregar membros do planoestatal, não terá obrigação de pagar os benefícios obtidos pelos seus próprios empregados emanos anteriores. Por esta razão, os planos estatais são normalmente planos de contribuiçãodefinida. Porém, em casos raros quando um plano estatal for um plano de benefícios definidos,uma entidade aplica o tratamento prescrito nos parágrafos 28 e 29.

Benefícios segurados (parágrafos 34 a 37)

34 - Uma entidade pode pagar prémios de seguro para contribuir para o fundo de um plano debenefícios pós-emprego. A entidade deve tratar tal plano como um plano de contribuiçãodefinida salvo se a entidade venha a ter (quer directamente, quer indirectamente através doplano) uma obrigação legal ou construtiva de:

(a) Pagar os benefícios dos empregados directamente quando se vencem; ou

(b) Pagar contribuições adicionais se o segurador não pagar todos os benefícios futuros doempregado relativos ao serviço do empregado no período corrente e em anteriores.

Se a entidade retiver tal obrigação legal ou construtiva, a entidade deve tratar o plano como umplano de benefícios definidos.

35 - Os benefícios segurados por um contrato de seguro não precisam de ter um relacionamentodirecto ou automático com a obrigação da entidade quanto aos benefícios dos empregados. Osplanos de benefícios pós-emprego que envolvam contratos de seguro estão sujeitos à mesmadistinção entre contabilização e contribuição para o fundo como outros planos com fundo.

36 - Quando uma entidade financia uma obrigação de benefícios pós-emprego ao contribuir parauma apólice de seguro pela qual a entidade (quer directamente quer indirectamente através doplano, através dum mecanismo de fixação de futuros prémios quer através de umrelacionamento de parte relacionada com o segurador) retém uma obrigação legal ouconstrutiva, o pagamento dos prémios não corresponde a um acordo de contribuição definida.Em consequência a entidade contabiliza uma apólice de seguro elegível como um activo deplano.

37 - Quando uma apólice de seguro estiver no nome de um especificado participante do plano ou deum grupo de participantes do plano e a entidade não tiver qualquer obrigação legal ouconstrutiva para cobrir qualquer perda na apólice, a entidade não tem obrigação de pagarbenefícios aos empregados e o segurador tem a responsabilidade exclusiva de pagar osbenefícios. Pagamento de prémios fixados segundo tais contratos é, em substância, aliquidação da obrigação de benefícios do empregado e não um investimento para satisfazer aobrigação. Consequentemente, a entidade deixa de ter um activo ou um passivo. Portanto, aentidade trata tais pagamentos como contribuições para um plano de contribuição definida.

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Benefícios pós-emprego: planos de contribuição definida (parágrafos 38a 41)

38 - A contabilização dos planos de contribuição definida é linear porque a obrigação da entidadeque relata relativamente a cada período é determinada pelas quantias a serem contribuídasrelativas a esse período. Consequentemente, não são necessários pressupostos actuariais paramensurar a obrigação ou o gasto e não há possibilidade de qualquer ganho ou perda actuarial.Além disso, as obrigações são mensuradas numa base não descontada, excepto quando nãose vençam completamente dentro de doze meses após o final do período em que osempregados prestam o respectivo serviço.

Reconhecimento e mensuração (parágrafos 39 e 40)

39 - Quando um empregado tiver prestado serviço a uma entidade durante um período, a entidadedeve reconhecer a contribuição a pagar para um plano de contribuição definida em troca desseserviço:

(a) Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer contribuição já paga. Se acontribuição já paga exceder a contribuição devida relativo ao serviço antes da data debalanço, uma entidade deve reconhecer esse excesso como um activo (gasto pré-pago) namedida em que o pré-pagamento conduzirá, por exemplo a uma redução em futurospagamentos ou numa restituição de dinheiro; e

(b) Como um gasto, salvo se outra Norma Contabilística e de Relato Financeiro exigir oupermitir a inclusão da contribuição no custo de um activo (ver, por exemplo, a NCRF 18 -Inventários, e a NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis).

40 - Quando as contribuições para um plano de contribuição definida não se vençam completamentedentro de doze meses após o final do período em que os empregados prestam o respectivoserviço, elas devem ser descontadas.

Benefícios pós-emprego: planos de benefícios definidos (parágrafo 41)

41 - A contabilização dos planos de benefícios definidos é complexa porque são necessáriospressupostos actuariais para mensurar a obrigação e o gasto e existe a possibilidade deganhos e perdas actuariais. Além disso, as obrigações são mensuradas numa base descontadaporque elas podem ser liquidadas muitos anos após os empregados prestarem o respectivoserviço. As entidades que necessitem de efectuar a contabilização deste tipo de planos, devemseguir o previsto na IAS 19 - Benefícios de Empregados, adoptada pelo texto original doRegulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.

Outros benefícios a longo prazo dos empregados (parágrafos 42 a 46)

42 - Outros benefícios a longo prazo dos empregados incluem, por exemplo:

(a) Ausências permitidas de longo prazo tais como licença por serviços duradouros ou sabática;

(b) Benefícios de jubileu ou por outro serviço duradouro;

(c) Benefícios a longo prazo de incapacidade;

(d) Participação nos lucros e bónus pagáveis doze meses ou mais após o fim do período noqual os empregados prestam o respectivo serviço; e

(e) Remunerações diferidas pagas doze meses ou mais após o fim do período no qual seja

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obtida.

43 - A mensuração de outros benefícios a longo prazo dos empregados não é geralmente sujeita aomesmo grau de incerteza que a mensuração de benefícios pós-emprego. Além disso, aintrodução de, ou alterações a, outros benefícios a longo prazo dos empregados raramente dáorigem a uma quantia material de custo do serviço passado. Por estas razões, esta Normaexige um método simplificado de contabilização para outros benefícios a longo prazo dosempregados. Este método difere da contabilização exigida para benefícios pós-emprego comosegue:

(a) Ganhos e perdas actuariais são imediatamente reconhecidos e não se aplica o «corridor»; e

(b) Todo o custo do serviço passado é imediatamente reconhecido.

Reconhecimento e mensuração (parágrafos 44 a 46)

44 - A quantia reconhecida como um passivo relativa a outros benefícios a longo prazo dosempregados deve ser o total líquido das seguintes quantias:

(a) O valor presente da obrigação de benefícios definidos à data do balanço;

(b) Menos o justo valor à data do balanço dos activos do plano (se os houver) dos quais asobrigações devem ser liquidadas directamente.

45 - Para outros benefícios a longo prazo dos empregados, uma entidade deve reconhecer o totallíquido das seguintes quantias como gasto ou rendimento, excepto na medida em que outraNCRF exija ou permita a sua inclusão no custo de um activo.

(a) Custo dos serviços correntes;

(b) Custo de juros;

(c) O retorno esperado em quaisquer activos do plano e sobre qualquer direito de reembolsoreconhecido como um activo;

(d) Ganhos e perdas actuariais, que devem ser todos imediatamente reconhecidos;

(e) Custo do serviço passado, que deve ser todo imediatamente reconhecido; e

(f) O efeito de quaisquer cortes ou liquidações.

46 - Uma forma de outros benefícios a longo prazo do empregado é benefício de incapacidade delongo prazo. Se o nível do benefício depende da duração do serviço, uma obrigação surgequando o serviço é prestado. A mensuração dessa obrigação reflecte a probabilidade dessepagamento ser obrigatório e a duração do tempo durante o qual se espera que o pagamentoseja feito. Se o nível do benefício for o mesmo para qualquer empregado inválidoindependentemente dos anos de serviço, o custo esperado desses benefícios é reconhecidoquando ocorre um acontecimento que cause uma incapacidade de longo prazo.

Benefícios de cessação de emprego (parágrafos 47 a 55)

47 - Esta Norma trata de benefícios de cessação de emprego em separado de outros benefícios deempregados devido a que o acontecimento que dá origem a uma obrigação é a cessação emvez do serviço do empregado.

Reconhecimento (parágrafos 48 a 53)

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48 - Uma entidade deve reconhecer benefícios de cessação de emprego como um passivo e umgasto quando, e somente quando, a entidade esteja comprometida de uma forma demonstrável,quer a:

(a) Cessar o emprego de um empregado ou grupo de empregados antes da data normal dereforma; ou

(b) Proporcionar benefícios de cessação como resultado de uma oferta feita a fim de encorajara saída voluntária.

49 - Uma entidade está demonstravelmente comprometida a uma cessação de emprego quando, esomente quando, a entidade tem um plano formal pormenorizado para a cessação e não existapossibilidade realista de retirada. O plano detalhado deve incluir, como mínimo:

(a) A localização, a função, e o número aproximado de empregados cujos serviços estão paraser cessados;

(b) O benefício de cessação para cada classificação ou função de emprego; e

(c) Momento em que o plano será implementado. A implementação deve começar com a maiorbrevidade possível e o período de tempo para completar a implementação deve ser tal quenão sejam prováveis alterações materiais para o plano.

50 - Uma entidade pode estar comprometida, pela legislação, por acordos contratuais ou outros comempregados ou os seus representantes ou por uma obrigação construtiva baseada na práticada entidade, costume ou um desejo de agir com equidade, a fazer pagamentos (ou proporcionaroutros benefícios) aos empregados quando dá por cessado o seu emprego. Tais pagamentossão benefícios de cessação. Benefícios de cessação de emprego são tipicamente pagamentosde quantia única, mas por vezes também incluem:

(a) Um alargamento de benefícios de reforma ou de outros benefícios pós-emprego, querindirectamente através de um plano de benefícios do empregado ou directamente; e

(b) Ordenados até ao final de um período de aviso especificado se o empregado não prestarmais serviço adicional que proporcione benefícios económicos para a entidade.

51 - Alguns benefícios dos empregados são pagáveis independentemente da razão para a saída doempregado. O pagamento de tais benefícios é certo (sujeito a quaisquer requisitos de aquisiçãoou de serviço mínimo) mas a tempestividade do seu pagamento é incerta. Embora taisbenefícios sejam descritos nalguns países como indemnizações de cessação de emprego, ouliberalidades de cessação de emprego, eles são benefícios pós-emprego, em vez de benefíciosde cessação de emprego e uma entidade contabiliza-os como benefícios pós-emprego.Algumas entidades proporcionam um nível mais baixo de benefícios para cessação voluntáriade emprego a pedido do empregado (em substância, um benefício pós-emprego) do que paracessação involuntária de emprego a pedido da entidade. O benefício adicional a pagar dacessação involuntária é um benefício de cessação de emprego.

52 - Os benefícios de cessação de emprego não proporcionam a uma entidade futuros benefícioseconómicos e são reconhecidos como um gasto imediatamente.

53 - Quando uma entidade reconheça benefícios de cessação, a entidade pode também ternecessidade de contabilizar um corte de benefícios de reforma ou outros benefícios dosempregados.

Mensuração (parágrafos 54 e 55)

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54 - Sempre que benefícios de cessação de emprego se vençam a mais de 12 meses após a datado balanço, eles devem ser descontados.

55 - No caso de uma oferta feita para encorajar a saída voluntária, a mensuração dos benefícios decessação de emprego deve basear-se no número de empregados que se espera que aceitem aoferta.

Divulgação (parágrafos 56 a 60)

Divulgação de benefícios a curto prazo de empregados (parágrafo 56)

56 - Embora esta Norma não exija divulgações específicas acerca dos benefícios a curto prazo dosempregados, outras Normas podem exigir divulgações. Por exemplo, a NCRF 5 - Divulgaçõesde Partes Relacionadas exige divulgações acerca de benefícios dos empregados para opessoal chave da gerência. A NCRF 1 - Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras,exige a divulgação de gastos com os benefícios dos empregados.

Divulgação de benefícios pós-emprego: planos de contribuição definida(parágrafos 57 e 58)

57 - Uma entidade deve divulgar a quantia reconhecida como um gasto no que respeita a planos decontribuição definida.

58 - Sempre que exigido pela NCRF 5 - Divulgações de Partes Relacionadas, uma entidade divulgainformação acerca de contribuições para planos de contribuição definida relativamente aoprincipal pessoal de gerência.

Divulgação de outros benefícios a longo prazo de empregados(parágrafo 59)

59 - Para cada categoria de outros benefícios a longo prazo que uma entidade proporcione aos seusempregados, a entidade deve divulgar a natureza dos benefícios, a quantia das suasobrigações e o nível de cobertura das responsabilidades à data do relato, bem como a quantiade quaisquer ganhos ou perdas actuariais no período corrente e as políticas contabilísticas paratais ganhos ou perdas actuariais.

Divulgação de benefícios de cessação de emprego (parágrafo 60)

60 - Para cada categoria de benefícios de cessação de emprego que uma entidade proporcione aosseus empregados, a entidade deve divulgar a natureza dos benefícios, a política contabilísticaadoptada, a quantia das suas obrigações e o nível de cobertura das responsabilidades à datado relato. Quando existir uma incerteza acerca do número de empregados que aceitarão umaoferta de benefícios de cessação de emprego, existe um passivo contingente. Como exigidopela NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes, uma entidadedivulga informação acerca do passivo contingente salvo se a possibilidade de qualquer exfluxona liquidação for remota.

Data de eficácia (parágrafo 61)

61 - Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou após 1de Janeiro de 2010.

27 de Agosto de 2009. - Pelo Secretário-Geral, em substituição, Ana Bernardo.

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