sÍntese de lipÍdeos em ruminantes e influÊncia da...

39
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS SÍNTESE DE LIPÍDEOS EM RUMINANTES E INFLUÊNCIA DA DIETA NO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DA CARNE BOVINA Nome: Renata Cunha dos Reis Orientador: Prof. Dr. Moacir Evandro Lage GOIÂNIA 2013

Upload: phungthuan

Post on 10-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

SÍNTESE DE LIPÍDEOS EM RUMINANTES E INFLUÊNCIA DA

DIETA NO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DA CARNE BOVINA

Nome:

Renata Cunha dos Reis

Orientador:

Prof. Dr. Moacir Evandro Lage

GOIÂNIA

2013

ii

RENATA CUNHA DOS REIS

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

LIPÍDEOS NA CARNE BOVINA: SÍNTESE E INFLUÊNCIA NA

DIETA

Área de Concentração:

Sanidade Animal, Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Linha de Pesquisa:

Higiene, ciência, tecnologia e inspeção de alimentos.

Orientador:

Prof. Dr. Moacir Evandro Lage

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. João Restle - UFT

Prof. Dr. Cristiano Sales Prado - UFG

GOIÂNIA

Setembro/2013

Seminário apresentado junto à Disciplina de

Seminários aplicados do programa de Pós-

graduação em Ciência Animal da Escola de

Veterinária e Zootecnica da Universidade Federal de

Goiás

iii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 6

2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 7

2.1 Qualidade da carne bovina ........................................................................ 7

2.2 Lipídeos na carne bovina .......................................................................... 8

2.3 Síntese de ácidos graxos ........................................................................ 11

2.4 Biohidrogenação ...................................................................................... 16

2.5 Ácidos graxos Ômega 3 e Ômega 6 ....................................................... 18

2.6 CLA – Ácido linoleico conjugado ........................................................... 21

2.7 Ácido Vacênico ......................................................................................... 23

2.8 Eicosanoides ............................................................................................ 24

2.9 Trans.......................................................................................................... 26

2.10 A Influência da alimentação no teor de ácidos graxos ....................... 27

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 30

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 31

iv

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Diferentes índices de marmorizado simulados em placa acrílica .... 8

FIGURA 2. Médias por raça para ácidos graxos do Longissimus thoracis de

bovinos .......................................................................................................... 11

FIGURA 3. Formação de acetato pela fermentação bacteriana ruminal. HSCoA

= coenzima A; Pi = fosfato Inorgânico........................................................... 14

FIGURA 4. Conversão de Acetil-CoA à Malonil-CoA ....................................... 15

FIGURA 5. Biossíntese dos ácidos graxos....................................................... 16

FIGURA 6. Estrutura do ácido oleico, ácido linoleico e do ácido α-linolênico .. 20

FIGURA 7. Esquema da dessaturação e elongação do ácido linoleico e do ácido

α-linolênico .................................................................................................... 21

FIGURA 8. Via metabólica proposta para biossíntese do C18:2 cis 9 trans 11.

...................................................................................................................... 25

FIGURA 9. Biossíntese de ácidos graxos n-3 e formação de eicosanoides .... 27

v

LISTA DE ABREVIAÇÃO

ACP - proteína carregadora de acila

C14:0 – Ácido mirístico

C16:0 – Ácido palmítico

C18:0 – Ácido esteárico

C14:1 cis 9 – Ácido miristoleico

C16:1 cis 9 – Ácido palmitoleico

C18:1 cis 9 – Ácido oleico

C18:1 trans – Ácido trans vacênico

C14:1 trans – Ácido miristelaídico

C18:2 cis 9,12 (C18:2n-6) - Ácido linoleico

C18:2 cis-9, trans-11 Ácido rumênico

C18:3 cis 9,12,15 (C18:3n-3) - Ácido linolênico

C20:4 cis 5,8,11,14 (C20:4n-6) – AA - ácido araquidônico

C20:5 cis 5,8,11,14,17 (C20:5n-3) – EPA – Ácido eicosapentaenóico

C22:5 cis 7,10,13,16,19 (C22:5n-3) – Ácido docosotrienóico

C22:6 cis 4,7,10,13,16,19 (C22:6n-3) – DHA – Ácido docosahexaenóico

CLA – Ácido linoleico conjugado

PUFA - Poli-insaturados

trans-11 C18:1 - Ácido trans-vacênico

Ω-3 ou n-3 - Ômega-3

Ω-6 ou n-6 - Ômega-6

6

1 INTRODUÇÃO

A qualidade da carne bovina é um fator muito importante para o

consumidor, uma vez que a compra é definida por características como a cor, a

proporção de gordura, a maciez, dentre outros aspectos. Os lipídeos contribuem

significativamente nos parâmetros de qualidade citados acima, pois são

responsáveis pela palatabilidade dos alimentos, além de trazer influências para

a maciez e valor nutricional da carne. O valor nutricional vem sendo alvo de

grande preocupação quanto a aspectos relacionados à saúde, uma vez que a

carne bovina possui grande quantidade de gordura saturada.

A maioria dos lipídeos nos alimentos são triglicerídeos. Este componente é

formado pela união de três moléculas de ácidos graxos e uma molécula de

glicerol. Os ácidos graxos podem ser classificados em saturados e insaturados,

sendo que na primeira classificação a molécula não apresenta dupla ligação em

sua estrutura e quando ingerida, pode trazer malefícios, como o aumento do

LDL, uma lipoproteína de baixa densidade que ajuda no desenvolvimento de

doenças coronárias. Já os ácidos graxos insaturados possuem pelo menos uma

dupla ligação em sua estrutura e podem ser identificados como os ômegas 3 e

ômega 6, que por sua vez, contribuem de modo inverso aos saturados, ajudando

na diminuição do LDL e contribuindo para alguns benefícios importantes, como

o bom funcionamento do sistema imunológico.

Com base nessas informações, é necessário que se estude formas de

aumentar o teor de ácidos graxos insaturados na gordura intramuscular bovina,

uma vez que a biohidrogenação pode não acontecer totalmente, produzindo

ácidos graxos como o linoleico conjugado (CLA), que tem agregado importantes

funções ao organismo humano, como o combate a obesidade, a prevenção do

câncer, a modulação do sistema imune, entre outros.

Animais alimentados à pasto produzem carnes com maiores níveis de

ômega 3 e 6 do que animais em confinamento. O uso de lipídeos e

antimicrobianos na dieta também tem sido usados para aumentar o teor de

gordura insaturada, pois as bactérias existentes no rúmen são as grandes

responsáveis pela hidrogenação das duplas ligações e são sensíveis a estes

componentes.

7

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Qualidade da carne bovina

A qualidade da carne é determinada por consumidores pela percepção de

características como, cor desejável e uniforme, maciez, menor quantidade de

exsudação, alta proporção de marmorizado e moderado teor de gordura visível.

Além disso, o consumidor espera que a qualidade da carne seja confiável em

relação à segurança e nutrição, dentre outros fatores (TROY & KERRY, 2010).

A qualidade também está associada à composição e à palatabilidade da

carne. A cor da carne está relacionada com a quantidade de mioglobina,

presente no músculo. O marmorizado, gordura intramuscular que possui relação

direta com a suculência e sabor da carne, deve estar presente durante o corte,

(Fig. 1). A capacidade de retenção de água, que a carne possui para reter a água

durante a aplicação de forças externas, tais como corte, aquecimento, moagem

ou prensagem, é um fator que também determina a suculência da carne

(FERNANDES DE SÁ, 2004; LIMA JÚNIOR et al., 2011; MACIEL et al., 2011).

FIGURA 1. Diferentes índices de marmorizado simulados em placa acrílica

(SHIRANITA et al., 1998).

Além dos fatores qualitativos, o depósito de gordura da carne é de grande

importância em relação à composição de ácidos graxos e da saúde humana. O

interesse na composição de ácidos graxos da gordura intramuscular tem

aumentado a conscientização dos produtores em alterar a quantidade e a

composição do depósito de gordura na carne (SCOLLAN et al., 2006).

NUERNBERG et al. (2005) citaram que a carne tem recebido atenção,

devido sua composição de lipídeos, visto que, além de fornecer sabor, aroma e

textura à carne, a gordura pode trazer implicações à saúde humana, quando

8

ingerida. Em muitos países, a gordura da carne é considerada um componente

não saudável, no entanto, sua presença nos tecidos adiposo e muscular contribui

significativamente para vários aspectos da qualidade e são essenciais para o

valor nutritivo da carne (WOOD et al., 2008).

Os tecidos adiposos subcutâneo e intramuscular são os depósitos de

gordura mais importantes sobre características de qualidade de carne. É

desejável que a carcaça tenha quantidades mínimas de gordura no tecido

subcutâneo sem uma diminuição prejudicial da gordura intramuscular (COSTA

et al., 2013; PICKWORTH et al., 2010).

A produção pecuária tem como objetivo fornecer carnes de alta qualidade.

Deste modo, a bioquímica muscular e genômica pode ajudar a compreender

melhor os mecanismos biológicos da determinação do teor de gordura

intramuscular (HOCQUETTE et al., 2010).

2.2 Lipídeos na carne bovina

A gordura da carne bovina é o componente que apresenta maior variação,

e as quantidades depositadas normalmente resultam do balanço entre energia

da dieta e requerimentos metabólicos (ERIKSSON & PICKOVA, 2007).

ROSSATO et al. (2010) estudaram a composição centesimal de animais

terminados a pasto e encontraram valores de 2,99 e 3,17% para lipídeos totais

em Longissimus thoracis de bovinos Nelore e Angus, respectivamente.

Os óleos e as gorduras são compostos de estrutura orgânica originados na

sua maioria pela união de três ácidos graxos e um poliálcool chamado glicerol,

formando uma estrutura conhecida como triglicerídeo, que compõe

aproximadamente 98% da gordura dos alimentos. São classificados em

saturados, monoinsaturados e poli-insaturados (BRANDÃO et al., 2005).

Dentre as diferenças nos ácidos graxos vale ressaltar a presença de pelo

menos uma dupla ligação na estrutura molecular dos insaturados. A elevação da

concentração plasmática de colesterol e de LDL também pode ser evidenciada

quando ácidos graxos saturados são consumidos (LOTTENBERG, 2009).

A composição em ácidos graxos dos alimentos é de grande importância,

principalmente os poli-insaturados das famílias ômega-3 e ômega-6, aos quais

9

se atribuem numerosos benefícios ao organismo humano (LIRA et al., 2004).

Ambos os tipos podem ser encontrados na carne bovina (SCOLLAN et al., 2006).

Os ácidos graxos são denominados trans, quando os hidrogênios ligados

aos carbonos de uma insaturação encontram-se em lados opostos. As gorduras

trans sempre estiveram presentes na alimentação humana, através do consumo

de alimentos provenientes de ruminantes (FELDMAN et al., 1996; MARTIN et

al., 2004)

Como exemplo de ácido graxo monoinsaturados pode-se citar o ácido

trans-vacênico, que apesar de ter configuração trans atua como precursor para

a formação do ácido linoleico conjugado (CLA), que é classificado com ácido

poli-insaturado, nos tecidos. Por ser um produto intermediário no processo da

biohidrogenação do ácido linoleico no rúmen, após ser absorvido, este ácido

graxo trans pode ser transformado em CLA nos tecidos dos ruminantes, através

da enzima delta-9-dessaturase (GRIINARI et al., 2000; MAGGIONI, 2006).

A Figura 2 apresenta a composição dos ácidos graxos presentes no

Longissimus thoracis de bovinos Nelore e Angus. Para esta avaliação, os autores

concluem o estudo afirmando que grupos genéticos B. taurus e B. indicus

terminados a pasto influenciaram o perfil de ácidos graxos. Esse efeito é mais

pronunciado nos ácidos graxos poli-insaturados trans vacênico (C18:1 trans),

ácido linoleico (C18:2 cis 9), CLA trans 11, e ácido linolênico (C18:3n-3), o que

sugere diferença entre animais das raças (ROSSATO et al., 2010).

Pelo sistema de nomenclatura oficial, nos ácidos graxos saturados, a

terminação “o” do hidrocarboneto (18 carbonos: octadecano) é substituída por

“oico” (octadecanóico), enquanto que em ácidos graxos insaturados, a

designação “anoico” é modificada para “enoico”, indicando a presença de uma

dupla ligação (octadecenóico) (DAMODARAN et al., 2010).

O sistema de abreviação numérica também pode ser utilizado. O ácido

graxo é represando pelo número de carbonos e pelo grau de insaturação,

indicando o número de duplas ligações, isto e, se for ácido graxo saturado, será

zero, ou 1,2,3, etc., no caso de serem respectivamente mono, di, tri-insaturado,

etc. Por exemplo, o ácido esteárico C18:0, oleico C18:1 (SOUZA et al., 1998). O

primeiro número nesse sistema designa o número de carbonos do ácido graxo,

enquanto o segundo designa o número de carbonos de ligações duplas. As

posições das duplas ligações estão numeradas por delta (Δ), que indica a

10

posição da dupla ligação a partir do carbono carboxílico. Por exemplo, o ácido

oleico, que tem 18 carbonos e uma dupla ligação entre os carbonos 9 e 10, seria

abreviado para 18:1 Δ9 (DAMODARAN et al., 2010).

FIGURA 2. Médias por raça para ácidos graxos(a) do Longissimus thoracis de

bovinos (ROSSATO et al., 2010).

11

2.3 Síntese de ácidos graxos

A deposição de gordura em animais ruminantes ocorre principalmente por

dois processos: incorporação dos ácidos graxos pré-formados, transportados

pelas lipoproteínas do plasma e por meio da síntese de ácidos graxos. Cerca de

90% da síntese de ácidos graxos ocorre no tecido adiposo, onde o principal

precursor é o acetato (VERNON, 1981; KOZLOSKI, 2009).

A composição de ácidos graxos de produtos de origem animal (ovos, leite

e carne) leva a refletir tanto na síntese de ácidos graxos do tecido quanto na

composição de ácidos graxos dos lipídeos ingeridos pelos animais. Essa relação

é mais forte em monogástricos (suínos, aves domésticas e coelhos) do que em

ruminantes, que sofrem biohidrogenação no rúmen (KOUBA & MOUROT, 2010).

O rúmen fornece o ambiente propício para o crescimento e reprodução de

micro-organismos que fermentam a glucose e produzem ácidos graxos voláteis

(AGV) (OLIVEIRA et al., 2007). Os AGV são a principal fonte de energia para

os ruminantes (BERCHIELLI et al., 2006). Os principais ácidos graxos voláteis

produzidos por micro-organismos do rúmen são acetato, propionato, e butirato,

e servem como os precursores principais para glicose e gordura em ruminantes

(BERCHIELLI et al., 2006; NASCIMENTO et al., 2008; VERNON et al., 2001).

Segundo GOULARTE et al. (2011), o total de AGV em ruminantes está

entre 60 e 150 mM/mL de líquido ruminal, sendo estes ácidos, reflexo da

atividade microbiana e da absorção através da parede ruminal. Quando a dieta

é rica em carboidratos fibrosos as proporções molares de

acetato:propionato:butirato são de 75:15:10, quando são dietas ricas em

carboidratos não fibrosos, a proporção é de 40:40:20 respectivamente.

O acetato é o principal produto de digestão de carboidratos em ruminantes,

uma vez que é o único ácido graxo volátil encontrado no sangue em quantidades

significativas (OSORIO & VINAZCO, 2010). Segundo MOTA et al. (2010) a

degradação da celulose e hemicelulose produz maior proporção de acetato,

enquanto que a degradação dos carboidratos solúveis (amido e açúcares), eleva

a produção de propionato, diminuindo a proporção de acetato e de butirato. A

diminuição na proporção de acetato em dietas com alto teor de carboidratos de

rápida fermentação ocorre por conta da morte das bactérias fibrolíticas e dos

12

protozoários (principais produtores de acetato), ocasionada pela diminuição do

pH ruminal.

Estudos a fim de avaliar a influência da dieta na quantidade de AGV em

ruminantes são realizados. GOULARTE et al. (2011) avaliaram a interferência

da alimentação de vacas leiteiras mestiças que receberam variadas proporções

de volumoso:concentrado (o volumoso utilizado foi silagem de milho, e o

concentrado foi à base de milho (20%), sorgo (20%), farelo de soja (27%), casca

de soja (20%), suplemento mineral, ureia (2%) e gordura protegida (9%) na

quantidade de AGV. Como resultados obtiveram média dos AGV totais de 96,36

mM/mL, com concentração máxima em 8,40 horas após alimentação e 45% de

concentrado na dieta, aproximadamente. A não observação de alterações com

aumento do teor de concentrado indica que o volumoso utilizado (silagem de

milho) foi de excelente qualidade, sendo fundamental na manutenção das

condições ruminais.

CHAPAVAL et al. (2008) ao analisarem diferentes proporções de volumoso

e concentrado, não observaram efeito da proporção de concentrado na dieta

sobre a soma dos AGV dosados.

Uma diferença metabólica bem reconhecida e importante entre os

ruminantes e monogástricos é a insuficiente quantidade de carbono a partir da

glucose para contribuir com a síntese de ácido graxo no interior dos tecidos

de um ruminante, que conta com a baixa atividade das enzimas ATP citrato liase

e malato desidrogenase (LALIOTIS et al., 2010). Em monogástricos, o acetil-CoA

e malonil-CoA agem como doadores de carbono e o NADPH como agente

redutor. O acetil-CoA provém da mitocôndria, saindo sob forma de citrato, sendo

regenerado a acetil-CoA pela citrato liase ao chegar no citosol. O malonil-CoA é

formado a partir da condensação do acetil-CoA com bicarbonato pela ação da

acetil-CoA carboxilase tendo a biotina como cofator. A partir da combinação do

acetil-CoA, malonil-CoA e NADPH ocorre a síntese dos ácidos graxos

(LEHNINGER et al., 2000; VEMURI & KELLEY, 2007).

A formação do acetato, por meio da fermentação microbiana no rúmen,

está demonstrada na Fig. 3.

13

FIGURA 3. Formação de acetato pela fermentação bacteriana ruminal. HSCoA

= coenzima A; Pi = fosfato Inorgânico (PALMQUIST & MATTOS, 2006).

Em ruminantes, o acetato é absorvido diretamente pelo epitélio ruminal ou

intestinal e é transformado a acetil-CoA por meio da oxidação dentro da

mitocondria, na presença de acetil-CoA sintetase, no citosol. Este é a maior fonte

de Acetil-CoA em ruminantes uma vez que a atividade da ATP citrato liase é

extremamente reduzida, e a passagem de acetil-CoA mitocondrial é limitada

(NASCIMENTO et al., 2008; OSORIO & VINAZCO, 2010).

Para a síntese de ácidos graxos, a primeira reação é a conversão do acetil-

CoA em malonil-CoA pela atividade da acetil-CoA carboxilase (enzima chave).

Nesta reação, catalisada pela biotina (vitamina B7), o CO2 é fixado ao carbono

metílico do acetato, conforme Figura 4 (PALMQUIST & MATTOS, 2006).

FIGURA 4. Conversão de Acetil-CoA à Malonil-CoA.

14

Malonil-CoA reage então com a proteína carregadora de acila (ACP), na

presença de malonil-CoA-ACP transciclase, formando malonil-ACP. O mesmo

acontece com o acetil-CoA na presença de acetil-CoA-ACP transciclase

formando acetil-ACP. Em seguida acontece a reação entre acetil-CoA e malonil-

ACP, aumentando a cadeia em dois átomos de carbonos, resultando no butiril-

ACP. Logo após, o butiril-ACP reage com o malonil-ACP, resultando na

elongação da cadeia em mais dois carbonos originando o caproil-ACP. A

elongação da cadeia acontece por sucessivas reações dos complexos “ACP”

com a malonil-CoA até que o palmitoil-ACP seja formado. A ação da tioesterase

específica, produz o ácido palmítico livre. Toda a reação está representada

abaixo (NASCIMENTO et al., 2008):

Acetil-CoA + 7Malonyl-CoA + 14 NADPH + H+ Ác. Palmítico + 14NADP +

8CoA + 7CO2 + + 7H2O

O palmitato é então utilizado como substrato para posterior síntese de

ácidos graxos através de procedimentos de alongamento e/ou dessaturação, no

retículo endoplasmático, através da interação de muitas enzimas catalíticas (por

exemplo, redutases, dessaturases, elongases) (LALIOTIS et al., 2010). O

palmitato é um ácido graxo representado pela sigla numérica 16:00, ou seja, 16

átomos de carbono e não há sítios de insaturação (SHERIFF, 2004).

O alongamento envolve a condensação de grupos de acetil-CoA com

malonil-CoA, como na reação de síntese do palmitato. Como produto resultante

tem-se a formação de dois átomos de carbono a mais ao da cadeia anterior, com

liberação de CO2 a partir de malonil-CoA, que é submetido a redução seguida

de desidratação e posterior redução, produzindo assim um ácido graxo saturado.

As reações de redução de alongamento requer NADPH como cofator, assim

como para as reações semelhantes catalisadas pela síntese de ácido graxo

(SHERIFF, 2004).

Em mamíferos, a dessaturação envolve três enzimas dessaturases, delta-

5, delta-6 e delta-9-dessaturase, que introduzem a insaturação nos carbonos C5,

C6 ou C9. Destas, apenas a delta-9-dessaturase atua em ácidos graxos

saturados, para convertê-los ao seu respectivo ácido graxo monoinsaturado. O

mais abundante é o ácido oleico produzido do ácido esteárico (18:00). A delta-

15

9-dessaturase, que é codificada pelo gene estearoil-CoA desaturase, também

converte o ácido trans-vaccênico ao seu correspondente ácido linoleico

conjugado (CLA) isómero cis-9, trans-11 CLA (SMITH et al., 2009).

O ácido esteárico (18:0) é muito importante para a síntese de ácidos graxos

insaturados. A introdução de uma dupla ligação entre os átomos de carbonos 9

e 10 é catalisada pela enzima delta-9-dessaturase. Esta enzima está presente

em plantas e animais, e converte o ácido esteárico para o ácido oleico (Figura 5)

(CALDER, 1998; TEITELBAUM & WALKER, 2001).

FIGURA 5. Biossíntese dos ácidos graxos (CALDER, 1998).

Portanto, o ácido oleico (18:1) não é um ácido essencial,

consequentemente, pode competir com os ácidos linoleico e α-linolênico e seus

produtos intermediários, para as reações mediadas por dessaturases e

elongases (WOUTERSEN et al, 1999). Nas plantas, a enzima delta-12-

dessaturase converte o ácido oleico em ácido linoleico e a delta-15-dessaturase

converte o ácido linoleico em ácido α−linolênico (CALDER, 1998; TEITELBAUM

& WALKER, 2001).

JOHN et al. (1991) verificaram uma capacidade limitada de dessaturação

de ácidos graxos no fígado de bovinos e que, o tecido adiposo é o principal local

16

onde ocorre o alongamento e a dessaturação de ácidos graxos pela enzima

delta-9-dessaturase. Ainda como resultados, encontraram que há maior

atividade de elongases do que de dessaturases.

A carne dos bovinos é rica em ácidos graxos saturados derivados do

processo peculiar de digestão de lipídeos nos ruminantes. Ao mesmo tempo,

crescem as recomendações, por órgãos de saúde, da ingestão dos ácidos

graxos poli-insaturados (PUFA) e do equilíbrio dietético entre os insaturados, na

relação ômega 6:ômega3 (LIMA JÚNIOR et al. 2011).

Cerca de 5% dos ácidos graxos totais em carne são compostos de ácidos

poli-insaturados, o mais abundante é o ácido linoleico, que pode ser derivado do

ácido graxo monoinsaturado CLA cis-9, trans-11, que contém uma ligação dupla

na posição do carbono 9, introduzida na estrutura do ácido graxo por uma planta,

uma vez que este ácido não é produzido pela delta-9-dessaturase em tecidos

animais (SMITH et al., 2009).

A relação de ômega 6:ômega 3 é particularmente equilibrada, nas carnes

de ruminantes, especialmente na carne de animais criados a pasto, com altos

níveis de ácido linolênico (ω-3). Ruminantes também produzem naturalmente o

ácido linoleico conjugado (CLA), que pode ter grandes benefícios na promoção

da saúde (SCOLLAN et al. 2001; SCOLLAN et al. 2006).

2.4 Biohidrogenação

A biohidrogenação é obtida pela adição de um íon hidrogênio em uma dupla

ligação, resultando na conversão de ácidos graxos insaturados em seus

saturados correspondentes. Como exemplo, a maioria dos ácidos insaturados

que têm 18 carbonos (18:1, 18:2 e 18:3, respectivamente, oleico, linoleico e

linolênico) ou 16 carbonos (16:1, o palmitoleico) será convertida a ácido esteárico

(18:0) e palmítico (16:0), respectivamente. Uma vez que, o processo de

biohidrogenação não é 100% completo para todos os poli-insaturados, alguns

como o ácido linoleico, linolênico e produtos intermediários tais como ácidos

linoleico conjugados e trans-11 C18:1 (ácido trans-vacênico) alcançam o

duodeno e são absorvidos (HOLANDA et al., 2011).

17

Os ácidos graxos provenientes da dieta são hidrolisados e, em seguida os

poli-insaturados são rapidamente hidrogenados pelos micro-organismos do

rúmen, resultando na produção de ácidos graxos saturados (principalmente

ácido esteárico; 18:00). Esta é uma das principais razões pela alta natureza

saturada dos lipídeos nos ruminantes. Este processo também resulta na

formação de ácido linoleico conjugado (CLA) e seus intermediários, incluindo o

ácido cis-9, trans-11 CLA e ácido vacênico (VA; trans-11 18:01 (KIM et al., 2009).

Para minimizar os efeitos tóxicos dos ácidos graxos obtidos da

alimentação, sobre a fermentação ruminal, as bactérias lipolíticas secretam

lipases como, a ácido linoleico isomerase, para liberar os ácidos graxos

insaturados (PARODI, 1999).

A lipólise é um pré-requisito para que ocorra a biohidrogenação. Os lipídeos

provenientes da dieta são hidrolisados extensivamente por lipases microbianas

ruminais, que provocam a liberação de seus ácidos graxos constituintes

(JENKIS, 1993).

Após a lipólise, com a oxidação dos triacilgliceróis a ácidos graxos livres e

glicerol, a síntese do CLA tem início, propriamente, com a isomerização dos

ácidos graxos insaturados e posterior biohidrogenação pelas bactérias ruminais

(os protozoários desempenham um papel secundário neste processo)

(HOLANDA et al., 2011).

A isomerização consiste na mudança de orientação da dupla ligação da

molécula do ácido graxo, convertendo os isômeros nativos cis em isômeros

trans, mudando a localização da dupla ligação na cadeia de carbono. O passo

de isomerização muda a posição da dupla ligação da posição 12 para a posição

11 e muda sua configuração de cis para trans. Os trans são subsequentemente

hidrogenados e convertidos a ácido esteárico (HOLANDA et al., 2011).

Diferentes estratégias nutricionais tem sido utilizadas, como a alimentação

de ruminantes com forragem, óleos vegetais, sementes de oleaginosas,

produtos marinhos e até antimicrobianos (monensina) para verificar a eficácia

sobre a composição da comunidade microbiana no rúmen. O principal substrato

de ácidos graxos para biohidrogenação em animais de pasto é ácido linolênico,

porque é o ácido graxo mais abundante presente em glicolipídios e fosfolipídios

de gramíneas e outras forragens, enquanto suplementos de ácido linoleico em

18

forma de triacilgliceróis são geralmente o principal substrato para

biohidrogenação (LOURENÇO et al., 2010).

Os ácidos graxos poli-insaturados são mais tóxicos para as bactérias que

participam da biohidrogenação em relação aos ácidos graxos monoinsaturados.

Quando ácidos graxos poli-insaturados são ingeridos por ruminantes, a

biohidrogenação acontece para permitir a sobrevivência da bactéria Butyrivibrio

fibrisolvens, que é a maior responsável por este processo (MAIA et al., 2007;

MAIA et al., 2010).

O consumo de grãos diminui o pH do rúmen, reduzindo a atividade

da B. fibrisolven, ao contrário das dietas à base de capim que prevê um ambiente

ruminal mais favorável para a síntese bacteriana subsequente (BESSA et al.,

2000).

2.5 Ácidos graxos Ômega 3 e Ômega 6

São ácidos graxos poli-insaturados considerados essenciais, devido à

incapacidade do organismo de sintetizá-los, devem ser adquiridos através da

dieta (SCOLLAN et al., 2006). As famílias ômega 6 e ômega 3, representados

pelo ácidos graxos linoleico e α-linolênico, abrangem ácidos graxos que

apresentam insaturações separadas apenas por um carbono metilênico, com a

primeira insaturação no sexto e terceiro carbono, respectivamente, enumerado

a partir do grupo metil terminal (MARTIN et al., 2005).

Os ácidos graxos ômega-3 (Ω-3 ou n-3) e ômega-6 (Ω-6 ou n-6) consistem

de ácidos graxos poli-insaturados contendo de 18 a 22 carbonos. A designação

de ômega tem relação com a posição da primeira dupla ligação, contando a partir

do grupo metílico final da molécula de ácido graxo. Os ácidos graxos n-3

apresentam a primeira dupla ligação entre o terceiro e o quarto átomo de

carbono, enquanto os ácidos graxos n-6 têm a primeira dupla ligação entre o

sexto e o sétimo átomo de carbono (WILEY & SONS, 1979).

A Figura 6 apresenta as estruturas do ácido oleico, linoleico e linolênico.

19

FIGURA 6. Estrutura do ácido oleico, ácido linoleico e do ácido α-linolênico

(ROSE & CONNOLLY, 1999).

Nos seres humanos, o ácido linoleico pode ser elongado e dessaturado em

ácido araquidônico e o ácido α-linolênico em ácido eicosapentaenóico (C20:5n-

3; EPA) e ácido docosahexaenóico (C22:6n-3; DHA), conforme demostrado na

Figura 7 (LEE & LIP, 2003).

Os ácidos graxos ômega 3 podem ajudar a prevenir ou tratar uma

variedade de doenças, incluindo doenças do coração, câncer, artrite, depressão,

mal de Alzheimer, dentre outros. Os ômega 6 exercem importante papel

fisiológico: participam da estrutura de membranas celulares, influenciando a

viscosidade sanguínea, permeabilidade dos vasos, ação antiagregadora,

pressão arterial, reação inflamatória e funções plaquetárias (MORAES & COLLA,

2006).

A redução no consumo de alimentos ricos em ácidos graxos n-3, em

sociedades industrializadas, aumenta a relação n-6:n-3. É necessário que esta

relação seja adequada, pois o balanceamento inadequado pode acentuar um

estado de deficiência de n-3 (CONNOR, 2000; SUÁREZ-MAHECHA et al., 2002).

O consumo exclusivo e constante de gorduras vegetais contendo grandes

quantidades de n-6 pode resultar em produção excessiva de eicosanóides e

peróxidos da série Leucotrienos4, PGI2 e TXA2. Em um organismo sadio,

20

quantidades extremamente baixas de eicosanóides são produzidas, enquanto

que em tecidos alterados e em condições patológicas, como inflamações,

artrites, hemorragias, lesões vasculares e oncogêneses, grandes quantidades

são sintetizadas. Estes fenômenos têm relação com as prostaglandinas,

leucotrienos, tromboxanos e radicais livres dos peróxidos (LIMA JÚNIOR, et al.,

2011).

FIGURA 7. Esquema da dessaturação e elongação do ácido linoleico e do ácido α-linolênico (CALDER, 1998; TEITELBAUM & WALKER, 2001).

Nos ruminantes, o ácido linoleico, o qual é em níveis elevados nos

alimentos concentrados (grãos e oleaginosas), é degradado em ácidos graxos

monoinsaturados e saturados no rúmen por biohidrogenação microbiana e só

uma pequena proporção, está disponível para a incorporação nos lipídeos dos

21

tecidos. Este ácido graxo encontra-se em níveis mais elevados no músculo do

que o tecido adiposo. O ácido α-linolênico que está presente em muitos

alimentos concentrados, mas em níveis inferiores ao 18:2n- 6, também tem uma

grande proporção biohidrogenada a ácidos graxos saturados no rúmen (WOOD

et al., 2008).

GLASSER et al. (2008) conduziram uma análise de digestão de ácidos

graxos no rúmen com 294 tratamentos. Os maiores fatores que influenciaram a

biohidrogenação foram: pH ruminal, relação volumoso:concentrado, nível de

consumo e suplementação de óleo de peixe. Estes autores encontraram um

efeito significativo protetor do baixo pH ruminal para o ácido linoleico e α-

linolênico. Da mesma forma, uma alta proporção de forragem na dieta teve efeito

negativo nos fluxos de 18:2n-6 e 18:3n-3 para o duodeno, sugerindo aumento da

biohidrogenação. Altos níveis de ingestão de 18:3n-3 presente no óleo de peixe,

contribuiu para a permanência de 18:3n-3 e trans-18:1, diminuindo a proporção

de 18:00, no total dos fluxos duodenais.

ROSSATO et al. (2010) avaliaram a influência da alimentação a pasto em

animais da raça Nelore e Angus. Como resultado, encontraram na gordura

intramuscular de animais Nelore maior deposição de C18:2n-6, C18:3n-3, bem

como maior deposição de ácidos graxos intermediários da biohidrogenação

(C18:1 trans e C18:2 trans 11). Segundo os autores, esses resultados sugerem

duas alternativas de resultados na raça Nelore, ou houve maior aporte nas

quantidades de C18:2 n-6 e C18:3 n-3, seguido de maior produção de ácidos

graxos intermediários da biohidrogenação, ou maior quantidade de C18:2n-6 e

C18:3n-3 passou no rúmen sem sofrer biohidrogenação, acompanhada de maior

biohidrogenação incompleta.

FERNANDES et al. (2009) estudaram a terminação em confinamento de

animais Canchim com dietas contendo grãos de girassol, que contem alta

quantidade de ácidos graxos poli-insaturados, verificando que a dieta

proporcionou maior quantidade de ácido linoleico conjugado (cis 9-trans 11) e

ácidos graxos poli-insaturados na gordura intramuscular.

2.6 CLA – Ácido linoleico conjugado

22

Produzido no rúmen, pela fermentação microbiana da Butyrovibrio

fibrisolvents, o ácido linoleico conjugado (CLA) é produto da isomerização do

ácido linoleico (JENKINS et al., 2008).

O CLA é o conjunto de isômeros geométricos do ácido linoleico que tem

propriedades bioativas distintas (anticarcinogênicas, hipocolesterolêmica,

combate a obesidade e participa na modulação do sistema imune). É originário

da biohidrogenação dos ácidos linoleico e linolênico no rúmen (HOLANDA et al.,

2011).

O CLA têm duas duplas ligações separadas por apenas uma ligação

simples (insaturação conjugada). A conjugação da dupla ligação é geralmente

nas posições 9 e 11 ou 10 e 12, podendo apresentar configuração geométrica

nas formas cis-cis, cis-trans, trans-cis e trans-trans. (ABU-GHAZALEH et al.,

2001).

Existem nove diferentes isômeros do CLA, sendo o mais abundante, além

de ser a forma biologicamente ativa, a isoforma cis-9, trans-11 C18:2 (ácido

rumênico), que representa de 80 a 90% do total de CLA na gordura intramuscular

e subcutânea de bovinos (EVANS et al., 2002).

CLA é um termo genérico utilizado para referir a posições e geometria dos

isômeros do ácido linoleico com uma dupla conjugada. Os dois principais

isômeros de CLA, cis-9, trans-11 e trans-10, cis-12, são naturalmente

encontrado em produtos lácteos e carnes de ruminantes, com cis-9, trans-11

CLA, sendo o isómero mais abundante (aproximadamente 75 a 90% de cis-9,

trans-11 CLA, 10 a 25% de trans-10, cis-12 CLA). Uma vez que a maioria de cis-

9, trans-11 CLA nos tecidos animais é sintetizado pela delta-9-dessaturase no

rúmen (KIM et al., 2009).

Os ruminantes possuem elevados teores de C18:2 cis-9 trans-11 pelo fato

de ser este um intermediário da biohidrogenação ruminal do ácido linoléico.

Outra fonte de CLA na carne de ruminantes é a ação da enzima delta-9-

dessaturase sobre o ácido vacênico (C18:1 Trans-11), no próprio tecido adiposo

(BAUMAN et al., 2000).

Para transformar o ácido linoléico em ácido vacênico é necessário a

presença da enzima cis-12, trans-11 linoleato isomerase que catalisa a reação.

Para completar a reação, são necessários radicais carboxila (COOH) livres

23

(KEPLER et al., 1966). Os radicais carboxilas são oriundos da lipólise dos

galactolipídios, fosfolipídios e triglicerídeos da dieta, que acontece anterior à

isomerização. Várias espécies de bactérias possuem um complexo capaz de

hidrolisar as ligações éster dos ácidos graxos (BAUMAN et al., 2000). Na Figura

8 estão apresentadas a via metabólica proposta para biossíntese do C18:2 cis 9

trans 11.

Embora seja evidente que o CLA exerce efeitos benéficos à saúde em

animais na melhora do metabolismo plasmático de lipoproteínas e na prevenção

de aterosclerose, não há informações suficientes sobre seus efeitos em

humanos, tornando difícil predizer os efeitos da suplementação com CLA em

longo prazo (GROFF FUNCK et al., 2006).

FIGURA 8. Via metabólica proposta para biossíntese do C18:2 cis 9 trans 11,

adaptado por BAUMAN et al. (2000).

2.7 Ácido Vacênico

O ácido vacênico, C18:1 trans-11 é formado no processo de

biohidrogenação, por meio da redução da ligação cis do ácido graxo CLA

(HARFOOT & HAZLEWOOD, 1988). O ácido vacênico também serve como

substrato para síntese endógena de CLA, através da enzima delta-9-

dessaturase, que adiciona uma insaturação no carbono 9 do ácido vacênico.

24

O último processo de biohidrogenação, que consiste na conversão do ácido

vacênico em ácido esteárico (C18:0), pode ser inibido quando óleo de peixe é

adicionado à dieta, aumentando significativamente a concentração ruminal de

ácido vacênico (WHITLOCK et al., 2006). Em bovinos, o aumento do teor de

ácido vacênico com óleo de peixe é importante por ser capaz de aumentar a

síntese endógena de CLA (GRIINARI et al., 2000).

WANG et al. (2008) não detectaram nenhum resultado prejudicial à saúde

de ratos, magros ou obesos que receberam alimentação em curto prazo, de 1,5%

de ácido vacênico. Além disso, a suplementação na dieta com ácido vacênico

levou a uma diminuição significativa da concentração plasmática de

triglicerídeos. Estas observações corroboram a hipótese de que os ácidos graxos

trans industriais e de ruminantes têm bioatividade diferentes que garante mais

investigação.

2.8 Eicosanoides

Os dois ácidos graxos essenciais mais importantes de 20 carbonos são, o

ácido araquidônico (C20: 4n-6, AA), que é formado pela dessaturação e

alongamento de ácido linoleico, e ácido eicosapentaenóico (C20: 5n-3, EPA),

que é formado pela dessaturação e alongamento de ácido α-linolênico. A carne

e o óleo de peixe são as únicas fontes alimentares importantes de C20:4n-6

(ácido araquidônico) e C22: 6n-3 (ácido docosahexaenóico), respectivamente

(SMITH, 2007).

Os ácidos graxos de cadeia longa, como o ácido araquidônico e ácido

eicosapentaenóico estão relacionados com a produção de eicosanóides. O ácido

araquidônico está presente em carnes magras, principalmente em animais

alimentados a pasto (WOOD et al., 2008). O ácido araquidônico tem grande

importância nos primeiros meses de vida de seres humanos, sendo constituinte

de estruturas celulares e precursores de mediadores inflamatórios (SCHMEITS

et al. 1999).

Os eicosanóides são metabólitos oxigenados, com 20 átomos de carbono.

A família dos eicosanóides é composta por prostaglandinas, leucotrienos,

prostaciclinas, tromboxanos e derivados dos ácidos graxos hidroxilados. Os

25

substratos para a formação dos eicosanóides são o ácido dihomo-gamma-

linolênico, o ácido araquidônico e o ácido eicosapentaenóico. Para a síntese

destas substâncias, o ácido graxo precursor é clivado dos fosfolipídios da

membrana pela ação da fosfolipase A2 ou fosfolipase C (KONING et al., 1997).

O primeiro passo na biossíntese dos eicosanóides é a libertação de ácidos

graxos poli-insaturados da membrana fosfolipídica através de fosfolipases. O

ácido livre é o substrato para as enzimas que sintetiza vários eicosanóides.

(RATNAYAKE & GALLI 2009).

Os eicosanóides oriundos do metabolismo do ácido graxo poli-insaturado

ômega-6, particularmente araquidônico, são da série par, e são as

prostaglandinas2, leucotrienos4, e tromboxanos A2. O ácido graxo alfa-linolênico

(ômega-3) pode ser convertido em ácido eicosapentaenóico (EPA) e

docosahexaenóico (DHA) que competem com o araquidônico pelas vias

enzimáticas da ciclooxigenase e lipoxinase e também formam eicosanóides. No

entanto, são eicosanoides da série ímpar, como as prostaglandinas da série 3,

leucotrienos da série 5, e tromboxanos A3 (PADILHA & PINHEIRO, 2004;

WYNDER et al., 1997). A Figura 9 mostra essa conversão.

Os eicosanoides provenientes do ácido araquidônico são biologicamente

ativos em pequenas concentrações e, se formados em elevadas quantidades,

favorecem a síntese de eicosanóides inflamatórios e contribuem para formação

de trombos e ateromas. Logo, deve-se aumentar a ingestão de EPA e,

consequentemente, diminuir a ingestão de AA, resultando na produção de

compostos menos inflamatórios. Quando seres humanos ingerem ácidos graxos

n-3, os EPA e DHA provenientes da dieta substituem parcialmente os ácidos

graxos n-6, principalmente, o ácido araquidônico nas membranas e células do

fígado. Portanto, o metabolismo dos eicosanóides provenientes do ácido

araquidônico é alterado, favorecendo a formação de eicosanóides anti-

inflamatórios (UAUY & VALENZUELA, 2000; SURETTE 2008).

A Prostaglandina E2 e o leucotrieno4 são potentes eicosanoídes pró-

inflamatórios oriundos da metabolização do ácido araquidônico pelas enzimas

ciclooxigenase e lipooxigenase, respectivamente (ANDRADE & CARMO, 2006).

Os PUFAs contidos na dieta reduzem o nível de colesterol e de

lipoproteínas de baixa densidade no sangue, mas, ao mesmo tempo, a presença

de grandes quantidades de n-6 pode resultar em uma produção excessiva de

26

eicosanóides e peróxidos. Os ácidos graxos n-3 são, portanto, pobres geradores

de peróxido quando comparados ao ácido araquidônico e constituem falsos

substratos para a cicloxigenase, conseguindo inibir a síntese posterior de

eicosanóides não apropriados. Assim como o EPA inibe a síntese de

prostaciclina e tromboxano, o DHA inibe preferencialmente a síntese de

tromboxano. Isto significa que o DHA é um melhor fator antitrombótico (LANDS,

1986).

FIGURA 9. Biossíntese de ácidos graxos n-3 e formação de eicosanoides

(WARD, 1995).

2.9 Trans

Cerca de 90% dos ácidos graxos trans são originados por meio da

hidrogenação catalítica parcial de óleos vegetais ou marinhos. Isômeros trans

também podem ser formados, embora em pequenas quantidades (0,2 a 6,7%),

no processo de desodorização de óleos vegetais e em operações de fritura de

27

alimentos (0 a 35%), por mecanismo induzido termicamente (MARTIN et al.,

2008; MARTIN et al., 2005; RIBEIRO et al., 2007).

Os ácidos graxos trans atuam como fatores de risco para doença arterial

coronariana, modulando a síntese do colesterol e suas frações e atuando sobre

os eicosanóides (RIBEIRO et al., 2007).

Os altos níveis de ácidos graxos poli-insaturados dos óleos vegetais da

dieta são extremamente vulneráveis a auto-oxidação. Esta característica limita o

tempo de vida. A hidrogenação parcial dos óleos vegetais diminui a rancidez e

aromas não desejáveis, aumentando a vida de prateleira, tornando disponíveis

gorduras mais baratas em grande escala, no entanto, diminui o conteúdo de

ácidos graxos poli-insaturados, e aumenta os ácidos graxos saturados

(LICHTENSTEIN et al., 2001).

Em bovinos, os ácidos graxos trans encontram-se naturalmente presentes

por meio da biohidrogenação ocorrida no rúmen, como isômeros trans do CLA.

Em modelos experimentais tem-se atribuído ao CLA ação protetora na redução

do câncer e da aterosclerose, na estimulação de certas funções imunes, na

redução da massa gordurosa, dentre outras características (MOREIRA et al.,

2002).

2.10 A Influência da alimentação no teor de ácidos graxos

A melhoria na qualidade nutricional da carne bovina pode ser obtida através

da alimentação fornecida aos animais (NUERNBERG, 2005).

Alterar o perfil de ácidos graxos da carne para obter uma menor proporção

de ácidos graxos saturados é uma forma importante para produzir uma carne

mais saudável para o consumidor, no entanto, as melhores fontes lipídicas

utilizadas para alcançar essa manipulação, ainda não estão bem descritas

(LADEIRA et al.,2013; WOOD et al., 2008; DALEY et al., 2010).

Apesar de farelo de soja ser considerado a principal fonte de proteína para

a alimentação animal, em algumas partes do mundo, o grão de soja integral é

usado para aumentar o conteúdo de lipídios da dieta, e pode ser uma opção para

melhorar o perfil de ácidos graxos de produtos ruminantes (OLIVEIRA et al.,

28

2012). Outra fonte lipídica importante é a gordura protegida, que corresponde a

ácidos graxos de cadeia longa que ficam livres em um processo de cisão dos

triglicerídeos em óleos vegetais. Os ácidos graxos reagem com sais de cálcio,

unidos na forma de um sal (R-COO-Ca), popularmente conhecidos como sabões

de cálcio e pode resultar em um aumento de ácidos graxos monoinsaturados na

deposição da gordura na carne (NRC, 2007; GRESSLER & SOUZA, 2009).

OLIVEIRA et al. (2012) utilizaram diferentes fontes de óleo de soja ou de

linhaça, e gordura protegida (produto comercial, Megalac-E®, rico em ômega 3,

produzido por saponificação do óleo de soja com sais de cálcio), ou

desprotegidos da degradação ruminal em dietas. Para a raça Nelore, o uso de

óleo de linhaça, independentemente da proteção, foi uma estratégia para

melhorar a composição dos ácidos graxos de carne, especialmente para

aumentar a quantidade de n-3 e melhorar as relações entre n-6:n-3. O óleo de

soja sem proteção é a melhor opção para reduzir o colesterol, produzir carne

com melhor aparência, maciez e suculência na análise sensorial e aumentar os

níveis de ácido linoleico conjugado.

O aumento natural do CLA cis 9 trans 11 e do ácido vacênico dentro da

fração lipídica de carne bovina pode ser realizado por dietas ricas em forragens

de gramíneas verdes in natura. Estudos com ruminantes alimentados com

gramíneas tem mostrado que se produz 2 a 3 vezes mais CLA do que os

ruminantes alimentados em confinamento com dietas ricas em grãos, em grande

parte devido a um pH ruminal mais favorável (DALEY et al., 2010; RULE et al.,

2002; FRENCH et al., 2000).

A revisão feita por DALEY et al. (2010) demostra que nenhuma mudança

significativa quanto a concentração de n-6 é notado entre dietas feitas a pasto e

em confinamento utilizando grãos, apesar de que, a carne do animal alimentado

a pasto mostra um maior teor de n-3 em relação as carnes obtidas de animais

em confinamento, criando um ambiente mais favorável para a relação n-6:n-

3. Há uma série de estudos que relatam efeitos positivos da maior ingestão de

n-3 em doenças cardiovasculares.

Um estudo feito sobre a influência da dieta de monensina, óleo de peixe ou

da combinação dos dois anteriores resultou no aumento do ácido graxo vacênico

e no CLA cis 9, trans-11, nos tecidos e no leite. Segundo os autores da pesquisa,

é necessário realizar mais estudos sobre a taxa de dessaturação de trans-11

29

C18:1 no nível do tecido e do mecanismo de síntese do trans-10, cis-12 CLA no

rúmen. Também são necessários métodos adequados para a aplicação de óleo

de peixe e monensina (WANG et al., 2005).

LADEIRA et al. (2013) estudaram o efeito da monensina, soja moída e

gordura protegida na alimentação de novilhos da raça Red Norte. A monensina,

no nível utilizado, não teve praticamente efeito algum sobre o perfil de ácidos

graxos do longissimus dorsi. A inclusão de grão de soja moído na dieta aumentou

o teor de ácidos graxos poli-insaturados no músculo Longissimus dorsi, em

comparação com o músculo de animais alimentados com gordura protegida, o

que tornava mais suscetíveis à oxidação lipídica.

30

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, nota-se que a qualidade nutricional da carne bovina está

associada à composição da gordura intramuscular. Mesmo com o processo de

biohidrogenação no rúmen, que converte a gordura insaturada em gordura

saturada, esta composição pode ser dependente do tipo de dieta disponibilizada

ao animal.

Considerando que, ácidos graxos linoleico e linolênico são essenciais e não

podem ser produzidos pelo organismo animal, é muito importante incorpora-los

à dieta. O processo de hidrogenação da dupla ligação nos ruminantes, quando

incompleto, origina o CLA, que apesar de possuir isômeros trans, podem contribir

para a saúde humana.

Deve existir uma razão adequada de consumo entre n6:n3, visto que os

eicosanóides produzidos pelo EPA possuem características anti-inflamatórias e

os derivados da família n-6 têm características inflamatórias, quando em

excesso no organismo.

31

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABU-GHAZALEH A.A., SCHINGOETHE D.J., HIPPEN A.R. Conjugated linoleic acid and other beneficial fatty acids in milk fatty from cows fed soybean meal, fish meal, or both. Journal Dairy Science, Champaign, v. 84, n. 8, p.1845-1850, 2001. ANDRADE, P. M. M.; CARMO, M. G. T. Revisão: Ácidos graxos n-3: um link entre eicosanóides, inflamação e imunidade. Revista de Metabolismo e Nutrição, Porto Alegre, v. 8, n. 3, p. 135-143, 2006. BAUMAN, D. E.; BARBANO, D. M.; DWYER, D. A.; GRIINARI, J. M. Technical note production of butter with enhanced conjugated linoleic acids for use in biomedical studies with animal models. Journal Dairy Science, Champaign, v.83, n. 11, p.2422-2425, 2000. BERCHIELLI, T. T. Nutrição de ruminantes. Jaboticabal: Funep, 2006. 583p. BESSA, R. J. B.; SANTOS-SILVA, J.; RIBEIRO, J. M. R.; PORTUGAL, A. V.; Reticulo-rumen biohydrogenation and the enrichment of ruminant edible products with linoleic acid conjugated isomers. Livestock Production Science, Amsterdam, v. 63, n. 3, p. 201-211, 2000. BRANDÃO, P. A.; COSTA, F. G. P.; BARROS, L. R.; NASCIMENTO, G. A. J. Ácidos graxos e colesterol na alimentação humana. Agropecuária Técnica, Areia, v. 26, n. 1, p. 5-14, 2005. CALDER, P.C. Immunoregulatory and antiinflammatory effects of n-3 polyunsaturated fatty acids. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, Ribeirão Preto, v. 31, n. 4, p. 467-490, 1998. CHAPAVAL, L.; MELOTTI, L.; ROSSI JÚNIOR, P.; OLIVINDO, C. S.; REGO, J. P. A. Relação volumoso concentrado sobre as concentrações ruminais de amônia, pH e ácidos graxos voláteis em vacas leiteiras mestiças. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, Salvador, v. 9, n. 1, p. 18-28, 2008. CONNOR, W. E. Importance of n-3 fatty acids in health and disease. The American Journal of Clinical Nutricion, v. 71, n. 1 (suppl), p.171-175, 2000. COSTA, A. S. H.; PIRES, V. M. R.; FONTES, C. M. G. A.; PRATES, J. A. M. Expression of genes controlling fat deposition in two genetically diverse beef cattle breeds fed high or low silage diets. BMC Veterinary Research, London, v. 9, n 118, p. 1-16, 2013. DALEY, C. A.; ABBOTT, A. DOYLEL, P. S.; NADER, G. A.; LARSON, S. A review of fatty acid profiles and antioxidant content in grass-fed and grain-fed beef. Nutrition Journal, London, v. 9, n. 10, p. 1-12, 2010.

32

DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O. R. Química de Alimentos de Fennema. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 900p. ERIKSSON, S. F.; PICKOVA, J. Fatty acids and tocopherol levels in M. Longissimus dorsi of beef cattle in Sweden: A comparison between seasonal diets. Meat Science, Barking, v. 76, n. 4, p. 746–754, 2007. EVANS, M. E.; BROWN, J. M.; MCINTOSH, M. K. Isomer-especific effects of conjugated linoleic acid (CLA) on adiposity and lipid metabolism. The Journal of Nutritional Biochemistry, Stoneham, v.13, n. 9, p.508-516, 2002. FELDMAN, E. B.; KRISETHERTON, P.; KRITCHEVSKY, D.; LICHTENSTEIN, A. H. Position paper on trans fatty acids. ASCN/AIN Task Force on Trans Fatty Acids. American Society for Clinical Nutrition and American Institute of Nutrition. American Journal of Clinical Nutrition, New York, v. 63, n. 5, p. 663-670, 1996. FERNANDES, A. R. M.; SAMPAIO, A. A. M.; OLIVEIRA, W. H. E. A.; OLIVEIRA, R. V.; LEONEL, F. R. Composição em ácidos graxos e qualidade da carne de tourinhos Nelore e Canchim alimentados com dietas à base de cana-de-açúcar e dois níveis de concentrado. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 38, n. 2, p. 328-337, 2009. FERNANDES DE SÁ, E. M. A influência da água nas propriedades da carne. Revista Nacional da Carne, São Paulo, n. 325, p.51-54, 2004. FRENCH, P.; STANTON, C.; LAWLESS, F.; O'RIORDAN, E. G.; MONAHAN, F. J.; CAFFERY, P. J.; MOLONEY, A. P. Fatty acid composition, including conjugated linoleic acid of intramuscular fat from steers offered grazed grass, grass silage or concentrate-based diets. Journal Animal Science, Champaign, v. 78, n. 11, p.2849-2855, 2000. GLASSER, F. R.; SCHMIDELY, D.; SAUVANT, M. D. Digestion of fatty acids in ruminants: a meta-analysis of flows and variation factors: 2. C18 fatty acids. Animal, Cambridge, v. 2, n. 5, p. 691-704, 2008. GOULARTE S. R.; ITAVO, L. C. V.; SANTOS, G. T. ITAVO, C. C. B. F.; OLIVEIRA, L. C. S.; FAVARO, S. P.; DIAS, A. M.; TORRES JÚNIOR, R. A. A. BITTAR, C. M. M. Ácidos graxos voláteis no rúmen de vacas alimentadas com diferentes teores de concentrado na dieta. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 63, n. 6, p. 1479-1486, 2011.oso GRESSLER, M. A. L.; SOUZA, M. I. L. Efeitos da suplementação com gordura protegida sobre a foliculogênese ovariana de ruminantes. Veterinária e Zootecnia, Botucatu, v. 3, n. 2, p. 70-79, 2009. GRIINARI, J. M.; CORL, B. A.; LACY, S. H.; CHOUINARD, P. Y.; NURMELA, K. V.; BAUMAN, D. E. Conjugated linoleic acid is synthesized endogenously in lactating dairy cows by Delta(9)-desaturase. Journal of Nutrition, Philadelphia, v. 130, n. 9, p. 2285-2291, 2000.

33

GROFF FUNCK, L.; BARRERA-ARELLANO, D.; MARA BLOCK, J. Ácido linoleico conjugado (CLA) e sua relação com a doença cardiovascular e os fatores de risco associados. Archivos Latino-Americanos de Nutricion, Caracas, v. 56, n. 2, p. 123-134, 2006. HARFOOT, C. G.; HAZLEWOOD, G. P. Lipid metabolismo in the úmen. In: HOBSON, P.N. The rumen microbial ecosyste. London: Elsevier Applied Science, 1998, Chap. 9, p. 285-322. HOCQUETTE, J. F.; GONDRET, F.; BAEZA, E.; MEDALE, F.; JURIE, C.; PETHICK, D. W. Intramuscular fat content in meat-producing animals: development, genetic and nutritional control, and identification of putative markers. Animal, Cambridge, v. 4, n. 2, p. 303–319, 2010. HOLANDA, M. A. C.; HOLANDA, M. C. R.; MENDONÇA JÚNIOR, A. F. Suplementação dietética de lipídios na concentração de ácido linoleico conjugado na gordura do leite. Acta Veterinaria Brasilica, Mossoró, v.5, n.3, p.221-229, 2011. JENKIS, T. C. Lipid metabolismo in the rumen. In: Symposium: Advances in ruminant lipid metabolismo. Journal of Dairy Science, Chapaing, Savoy, v. 76, p. 3851-3863, 1993. JENKINS, T. C.; WALLACE, R. J.; MOATE P. J.; MOSLEY, E. E. BOARD-INVITED REVIEW: Recent advances in biohydrogenation of unsaturated fatty acids within the rumen microbial ecosystem. Journal of Animal Science, Szech, v. 86, n. 2, p. 397-412, 2008. JOHN, L. C. S. T.; LUNT, D. K.; SMITH, S. B. Fatty acid elongation and dessaturation enzyme acticities of bovine liver and subcutaneous adipose tissue microsomes. Journal Animal Science, Champaign, v. 69, n. 3, p. 1064-1073, 1991. KEPLER, C. R.; HIRONS, K. P.; MCNEILL, J. J.; TOVE, S. B. Intermediates and products of the biohydrogenation of linoleic acid by butyrivibrio fobrisolvens. The Journal of Biological Chemistry, Bethesda, v. 241, n. 6, p. 1350–1354, 1966. KIM, E. J. HUWS, S. A. LEE, M. R. F. SCOLLAN, N. D. Dietary Transformation of Lipid in the Rumen Microbial Ecosystem. Journal of Animal Sciece, Czech, v. 22, n. 9, p. 1341-1350, 2009.

KÖNIG D, BERG AC, WEINSTOCK C, KEUL J, NORTHOff H. Essential Fatty Acids, Immune Function and Exercise. Exercise Immunology Review, Greven, n. 3, p. 1-31,1997. KOUBA, M.; MOUROT, J. A review of nutritional effects on fat composition of animal products with special emphasis on n-3 polyunsaturated fatty acids. Biochimie, Paris, v. 93, n.1, p. 13–17, 2011.

34

KOZLOSKI, G. V. Bioquímica dos ruminantes. Santa Maria: Editora UFSM, 2002, 140p. LADEIRA, M. M.; SANTAROSA, L. C.; CHIZZOTTI, M. L.; RAMOS, E. M.; MACHADO NETO, O. R.; OLIVEIRA, D. M.; CARVALHO, J. R. R.; LOPES, L.S.; RIBEIRO, J. S. Fatty acid profile, color and lipid oxidation of meat from young bulls fed ground soybean or rumen protected fat with or without monensin. Meat Science, Barking, v. 1, n. 8, 2013. LALIOTIS, G. P.; BIZELIS I.; ROGDAKIS, E. Comparative Approach of the de novo Fatty Acid Synthesis (Lipogenesis) between Ruminant and Non Ruminant Mammalian Species: From Bio-chemical Level to the Main Regulatory Lipogenic Genes. Current Genomics, Berlin, v. 11, n. 3, 2010. LANDS, W.E.M. Fish in human health. Orlando: Academic Press, Florida.167p. 1986. LEE, K. W.; LIP, G. Y. The role of ômega-3 fatty acids in the secondary prevention of cardiovascular disease. Quarterly Journal of Medicine, Oxford, v. 96, n.7, p. 465-480, 2003. LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M M. Lehninger príncipes of biochemistry. Worth Publishers: New York, 2000. LIMA JÚNIOR, D. M.; RANGEL, A. R. N.; URBANO, E. A.; MACIEL, M. V.; AMARO, L. P. A. Alguns aspectos qualitativos da carne bovina: uma revisão. Acta Veterinaria Brasilica, Mossoró, v. 5, n. 4, p. 351-358, 2011. LICHTENSTEIN, A. H.; JAUHIAINEN, M.; MCGLADDERY, S.; AUSMAN, L. M.; JALBERT, S. M.; VILELLA-BACH, M.; EHNHOLM, C.; FROHLICH, J.; SCHAEFER, E. J. Impact of hydrogenated fat on high density lipoprotein subfractions and metabolism. The Journal of Lipid Research, Bethesda, v.42, n. 4, p.597-604, 2001. LIRA, G. M.; MANCINI FILHO, J.; SANT’ANA, L. S.; TORRES, R. P.; OLIVEIRA, A. C.; OMENA, C. M. B.; SILVA NETA, M. L. Perfil de ácidos graxos, composição centesimal e valor calórico de moluscos crus e cozidos com leite de coco da cidade de Maceió-Al. Revista Brasileira de Ciências Farmaceuticas, São Paulo, v. 40, n. 4, p. 529-537, 2004. LOTTENBERG, A. M. P. Importância da gordura alimentar na prevenção e no controle de distúrbios metabólicos e da doença cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, São Paulo, v. 53, n. 5, p. 595-607, 2009. LOURENÇO, M.; RAMOS-MORALES, E.; WALLACE, R. J. The role of microbes in rumen lipolysis and biohydrogenation and their manipulation. Animal, Cambridge, v. 4, n.7, p. 1008–1023, 2010.

35

MACIEL, M. V.; AMARO, L. P. A.; LIMA JÚNIOR, D. M.; RANGEL, A. H. N.; FREIRE, D. A. Métodos avaliativos das características qualitativas e organolépticas da carne de ruminantes. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Mossoró, v. 6, n. 3, p. 17-24, 2011. MAGGIONI, D. Desempenho e qualidade da carne de bovinos de diferentes composições raciais terminados em confinamento. 2006. 128 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Produção Animal, Universidade Estadual de Maringá, Maringá. MAIA, M. R. G.; CHAUDHARY, L. C.; FIGUERES, L.; WALLACE, R. J. Metabolism of polyunsaturated fatty acids and their toxicity to the microflora of the rumen. Antonie van Leeuwenhoek, Amsterdam, v. 91, n. 4, p. 303–314, 2007. MAIA M. R. G.; CHAUDHARY, L. C.; BESTWICK; C. S.; RICHARDSON, A. J.; MCKAIN, N.; LARSON, T. R.; GRAHAM, I. A.; WALLACE, R. J. Toxicity of unsaturated fatty acids to the biohydrogenating ruminal bacterium, Butyrivibrio fibrisolvens. BMC Microbiology, London, n.10, n.52, p. 1-10, 2010. MARTIN, C. A.; CARAPELLI, R.; VISANTAINER, J. V.; MATSUSHITA, M.; SOUZA, N. E. Trans fatty acid content of Brazilian biscuits. Food Chemistry, London, v. 93, n. 3, p. 445-448, 2005. MARTIN, C. A.; MATSHUSHITA, M.; SOUZA, N. E. Ácidos graxos trans: implicações nutricionais e fontes na dieta. Revista Nutrição, Campinas, v. 17, n. 3, p. 351-359, 2004. MARTIN, C. A.; VISENTAINER, J. V.; OLIVEIRA, A. O.; OLIVEIRA, C. C.; MATSUSHITA, M.; SOUZA, N. E. Fatty acid contents of brazilian soybean oils with emphasis on trans fatty acids. Journal of the Brazilian Chemical Society, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 117-122, 2008. MORAES, F. P.; COLLA, L. M. Alimentos funcionais e nutracêuticos: definições, legislação e benefícios à saúde. Revista Eletrônica de Farmácia, Goiânia, v. 3, n. 2, p. 99-112, 2006. MOREIRA, N. X.; CURI, R.; MANCINI-FILHO, J. Ácidos graxos: uma revisão. Journal of the Brazilian Society of Food and Nutrition, São Paulo, v. 24, n.1, p. 105-123, 2002. MOTA, M. F.; VILELA, D. A.; SANTOS, G. T.; ELYAS, A. C. W.; LOPES, F. C. F.; VERNEQUE, R. da S.; PAIVA, P. C. de A.; PINTO NETO, O. Parâmetros ruminais de vacas leiteiras mantidas em pastagem tropical, Archivos de Zootecnia, Rabanales, v. 59, n. 226, p.217-224, 2010. NASCIMENTO, M. L.; ABEL, K. V.; VALENTE, E. L.; BARROS, L. V. Fontes de energia, processamento de grãos e sítio de digestão do amido correlacionados

36

com o acréscimo de gordura nos diferentes depósitos corporais de ruminantes. Revista Eletrônica de Veterinária, Málaga, v. IX, n. 4, 2008. NRC, National Research Council. Nutrients requirements of sheep. Washington: National Academies Press, 2007. 362p. NUERNBERG, K.; DANNENBERGER, D.; NUERNBERG, G.; ENDER, K.; VOIGT, J.; SCOLLAN, N. D.; WOOD, J. D.; NUTE, G. R.; RICHARDSON, R. I. Effect of a grass-based and a concentrate feeding system on meat quality characteristics and fatty acid composition of longissimus muscle in different cattle breeds. Livestock Production Science, Amsterdam, v. 94, n. 1-2, p. 137-147, 2005. OLIVEIRA, E. A.; SAMPAIO, A. A.; HENRIQUE, W.; PIVARO, T. M.; ROSA, B. L.; FERNANDES, A. R.; ANDRADE, A. T. Quality traits and lipid composition of meat from Nellore young bulls fed with different oils either protected or unprotected from rumen degradation. Meat Science, Barking, v. 90, n. 1, p. 28-35, 2012. OLIVEIRA, J. S.; ZANINE, A. M; SANTOS, E. M. Processo fermentativo, digestivo e fatores antinutricionais de nutrientes para ruminantes. REDVET. Revista electrónica de Veterinaria, Málaga, v. VIII, n. 2, p.1695-7504, 2007. OSORIO, J.H.; VINAZO, J. El metabolismo lipídico bovino y su relación con la dieta, condición corporal, estado productivo y patologías asociadas. Biosalud, Manizales, v. 9, n. 2, p. 56-66, 2010. PADILHA, P. C.; PINHEIRO, R. L. O. Papel dos alimentos funcionais na prevenção e controle de câncer de mama. Revista Brasileira de Cancerologia. Rio de Janeiro, v. 50, n. 3, p. 251:260, 2004. PALMQUIST, D.L.; MATTOS, W.R.S. Metabolismo de lipídeos. In: Nutrição de Ruminantes. Jaboticabal: Funep, p. 151-182, 2006. PARODI P. W. Conjugated linoleic acid and other anticarcinogenic. Journal Dairy Science, Champaign, v. 82, p.1339-1349, 1999. PICKWORTH, C. L.; LOERCH, S. C.; VELLEMAN, C. G.; PRATE, J. L.; POOLE, D. H.; FLUHARTY, F. L. Adipogenic differentiation state-specific gene expression as related to bovine carcass adiposity. Journal Animal Science, Champaign, v. 89, n. 2 , p. 355-366, 2010. RATNAYAKE, W. M. N.; GALLI, C. “Fat and fatty acid terminology, methods of analysis and fat digestion and metabolism: a background review paper,” Annals of Nutrition and Metabolism, Basel, v. 55, n. 1–3, p. 8-43, 2009. RIBEIRO, A. P. B.; MOURA, J. M. L. N.; GRIMALDI, R.; GONÇALVES, L. A. G. Interesterificação química: Alternativa para obtenção de gorduras zero trans. Química Nova, São Paulo, v. 30, n. 5, p. 1295-1300, 2007.

37

ROSE, D.P.; CONNOLLY, J.M. Omega-3 fatty acids as cancer hemopreventive agents. Pharmacology & Therapeutics, New York, v.83, n. 3, p.217-244, 1999. ROSSATO, L. V.; BRESSAN, M. C.; RODRIGUES, E. C. GAMA, L. T.; BESSA, R. J. B.; ALVES, S. P. A. Parâmetros físico-químicos e perfil de ácidos graxos da carne de bovinos Angus e Nelore terminados em pastagem. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 39, n. 5, p. 1127-1134, 2010. RULE, D. C.; BROUGHTON, K. S.; SHELLITO, S. M.; MAIORANO, G. Comparison of muscle fatty acid profiles and cholesterol concentrations of bison, cattle, elk and chicken. Journal Animal Science, Champaign, n. 80, v. 5, p. 1202-1211, 2002. SCHMEITS, B. L.; COOK, J. A.; VANDERJAGT, D. J.; MAGNUSSEN, M. A.; BHATT, S. K. BOBIK, E. G.; HUANG, Y. S. GLEW, R. H. Fatty acid composition of the milk lipids of women in Nepal. Nutrition Research, Tarrytown, v. 19, n. , p. 1339-1348, 1999. SHERIFF, D. S. Medical Biochemistry. Jaypee Brothers Publishers: New Delhi, 2004, 531p. SCOLLAN, N. D.; CHOI, N.J.; KURT, E.; FISHER, A. V.; ENSER, M.; WOOD, J. D. Manipulating the fatty acid composition of muscle and adipose tissue in beef cattle. British Journal of Nutrition, Cambridge, v. 85, n. 1, p. 115–124, 2001. SCOLLAN, N.; HOCQUETTE, J. F.; NUERNBERG, K.; DANNENBERGER, D.; RICHARDSON, I.; MOLONEY, A. Innovations in beef production systems that enhance the nutritional and health value of beef lipids and their relationship with meat quality. Meat Science, Barking, v. 74, n. 1, p. 17-33, 2006. SOUZA, N. E. MATSUSHITA, M. VISENTAINER, J. V. Ácidos graxos: Estrutura, classificação, nutrição e saúde. Arquivo do Museu Dinâmico Interdisciplinar, Maringá, v. 2, n. 2, 1998. SHIRANITA, K.; MIYAJIMA, T.; TAKIYAMA, R. Determination of meat quality by texture analysis. Pattern Recognition Letters, Amsterdam, v. 19, n. 14, p. 1319-1324, 1998. SMITH, S. B.; GILL, C. A.; LUNT, D. K.; BROOKS, M. A. Regulation of Fat and Fatty Acid Composition in Beef Cattle. Frenc, Champaign, v. 22, n. 9, p. 1225-1233, 2009. SMITH, W.L. Nutritionally essential fatty acids and biologically indispensable cyclooxygenases. Trends in Biochemical Sciences, Amsterdam, n. 33, v. 1, p. 27-37, 2007. SOUZA, N. E. MATSUSHITA, M. VISENTAINER, J. V. Ácidos graxos: Estrutura, classificação, nutrição e saúde. Arquivo do Museu Dinâmico Interdisciplinar, Maringá, v. 2, n. 2, p. 102-107, 1998.

38

SUÁREZ-MAHECHA, H.; FRANCISCO, A.; BEIRÃO, L. H. BLOCK, J. M.; SACCOL, A.; PARDO-CARRASCO, S. Importância de ácidos graxos poliinsaturados presentes em peixes de cultivo e de ambiente natural para a nutrição humana. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 101-110, 2002. SURETTE, M. E. The science behind dietary omega-3 fatty acids. Canadian Medical Association Journal, Ottawa v. 178, n. 2, p. 177-180, 2008. TEITELBAUM, J. E.; WALKER, W. A. Review: The role of omega 3 fatty acids in intestinal inflamation. Journal of Nutritional Biochemistry, New York, v.12, n. 1, p.21-32, 2001. TROY, D. J.; KERRY, J. P. Consumer perception and the role of science in the meat industry. Meat Science, Barking, v. 86, p. 214-226, 2010. UAUY, R.; VALENZUELA, A. Marine oils: the health benefits of n-3 fatty acids. Nutrition, New York, v. 16, n. 7-8, p. 680-684, 2000. VERMURI, M.; KELLEY, D. S. The effects os dietary fatty acids on lipid metabolism. CHOW, C. K. (Ed) Fatty Acids and Foods and Their Health Implications. 3ª ed., CRC press, p. 591-630, 2007. VERNON, R. G. Lipid metabolism in adipose tissue of ruminants. In: CHISTIE, W. W. Lipid metabolism in ruminant animals. Oxford: Pergamon Press Ltd. 1981, p. 296-329. VERNON, R. G.; DENIS, R. G. P.; SORENSEN, A. Signals of adiposity. Domestic Animal Endocrinology, Stoneham, v. 21, n. 4, p. 197-214, 2001. WANG, Y.; LU, J.; RUTH, M. R.; GORUK, S. D.; REANEY, M. J.; GLIMM, D. R.; VINE, D. F.; FIELD, C. J.; PROCTOR, S. D. Trans-11 Vaccenic Acid Dietary Supplementation Induces Hypolipidemic Effects in JCR:LA-cp Rats1,2. The Journal of Nutrition, Rockville, v. 138, n. 11, p. 2117-2122, 2008. WARD, O. P. Microbial production of long-chain PUFAs. Biotechnology Inform, v. 6, n. 6, p. 683-687, 1995. WHITLOCK, L. A.; SCHINGOETHE, D. J.; ABUGHAZALEH, A. A.; HIPPEN, A. R.; KALSCHEUR, K. F. Milk production and composition from cows fed small amounts of fisch oil whith extruded soybeans. Journal of Dairy Science, Champaing, v.89, n.10, p.3972-3980, 2006. WILEY, J.; SONS. Bailey’s Industrial Oil and Fat Products. In: SWERN, D. Ed. Structure and composition of fats and oils. v.1, 841p. 1979.

WOOD, J. D.; ENSER, M.; FISHER, A. V.; NUTE, G. R.; SHEARD, P. R.;

RICHARDSON, R. I.; HUGHES, S. I.; WHITTINGTON, F. M. Fat deposition, fatty

acid composition and meat quality: A review. Meat Science, Barking, v. 78, n. 4,

p. 343-358, 2008.

39

WOUTERSEN, R. A.; APPEL, M. J.; GARDERENHOETMER, A; VAN, WIJNANDS, M. V. W. Dietary fat and carcinogenesis. Mutation Research, Amsterdam, v.443, n. 1-2, p.111-127, 1999. WYNDER, E. L.; COHEN, L.; MUSCAT, J. E.; WINTERS, B.; DWYER, J. T.; BLACKBURN, G. Breast cancer: weighing the evidence for a promoting role of dietary fat. Journal of the National Cancer Institute, Bethesda, n. 89, v. 11, p. 766-775, 1997.