SINOPSE CURTAOs criadores de O GUIA DE CINEMA DO DEPRAVADO regressam com O GUIA DE IDEOLOGIA DO DEPRAVADO. O filósofo Slavoj Žižek e a cineasta Sophie Fiennes recorrem à sua interpretação de um conjunto de filmes para apresentar uma fascinante viagem cinematográfica ao coração da ideologia – os sonhos que moldam as nossas crenças e as nossas práticas colectivas.

SINOPSE LONGAO filósofo e teórico cultural Slavoj Žižek volta a trabalhar com a realizadora Sophie Fiennes (O GUIA DE CINEMA DO DEPRAVADO) noutra divertidíssima viagem ao longo dos cruzamentos entre cinema e filosofia. Com um rigor espartano e um apetite voraz pela cultura popular, Žižek entra literalmente dentro de verdadeiros filmes de época, a fim de melhor os explorar e explicar de que forma estes reforçam as ideologias dominantes na altura. E quando a ideologia subjacente às nossas fantasias cinematográficas é revelada, surgem extraordinárias associações: que ensinamentos católicos ocultos se escondem no âmago de MÚSICA NO CORAÇÃO? Quais são as dimensões políticas fascistas de TUBARÃO? TAXI DRIVER, ZABRISKIE POINT, A DESAPARECIDA, O CAVALEIRO DAS TREVAS, o filme de John Carpenter ELES VIVEM (“uma das obras-primas esquecidas da esquerda de Hollywood”), TITANIC, os ovos Kinder, imagens noticiosas, o Hino à Alegria de Beethoven e épicos de propaganda da Alemanha nazi e da Rússia soviética, todos contribuem para a inflamada análise psicanalítica-cinematográfica de Žižek, estimulante, provocadora e frequentemente hilariante.

SLAVOJ ŽIŽEK (APRESENTADOR)

Largamente reconhecido como um dos pensadores mais originais da nossa era, Slavoj Žižek é um filósofo dialectico-materialista, autor de mais de cinquenta livros sobre diversos temas, da ópera à religião, passando pelo cinema ou pela guerra do Iraque.

Leccionou em várias universidades, nas quais se incluem Paris, Londres, Columbia, Chicago, Duke, Princeton e Nova Iorque. Actualmente detém um cargo no Departamento de Filosofia da Universidade de Liubliana e é co- -director do International Centre for Humanities, Birkbeck College, Universidade de Londres. Publica artigos no The Guardian, na London Review of Books e no Le Monde e os seus livros mais recentes são LESS THAN NOTHING: HEGEL AND THE SHADOW OF DIALECTICAL MATERIALISM, THE YEAR OF DREAMING DANGEROUSLY e THE IDEA OF COMMUNISM 2: THE NEW YORK CONFERENCE.

SOPHIE FIENNES(REALIZADORA/PRODUTORA)

Sophie Fiennes começou a realizar filmes em 1998. É largamente reconhecida pela sua capacidade de observação única e pelo seu forte sentido de forma cinematográfica. Fiennes utiliza frequentemente uma abordagem colaborativa ao processo de realização. Isso permite que seus filmes resultem também como retratos expressivos de algumas das individualidades mais icónicas da actualidade.

Os filmes de Fiennes foram emitidos na televisão e projectados em cinemas e em festivais um pouco por todo o mundo, incluindo Cannes, Sundance, Telluride, Locarno, Toronto, Roterdão, Edimburgo, Sydney e Londres. Entre os seus filmes, contam-se LARS FROM 1-10 (1998), THE LATE MICHAEL CLARK (1999), BECAUSE I SING (2001), HOOVER STREET REVIVAL (2002), O GUIA DE CINEMA DO DEPRAVADO (2006), VSPRS SHOW AND TELL (2007) OVER YOUR CITIES, GRASS WILL GROW (2010) e O GUIA DE IDEOLOGIA DO DEPRAVADO (2012), também com Slavoj Žižek.

Sophie Fiennes terminou recentemente o seu primeiro drama de curta duração, intitulado FIRST ROW ORCHESTRA, produzido por Didier Jacob para o canal ARTE. Os projectos futuros incluem a finalização do seu projecto de documentário sobre Grace Jones, GRACE JONES, THE MUSICAL OF MY LIFE.

DECLARAÇÃO DA REALIZADORA“Quase imediatamente depois da estreia de O GUIA DE CINEMA DO DEPRAVADO, o Slavoj sugeriu-me que fizéssemos O GUIA DE IDEOLOGIA DO DEPRAVADO – e aqui está ele.

A ideologia é um tema de enorme relevância na obra de Žižek. As suas raízes no pensamento psicanalítico possibilitam uma nova compreensão de como o nosso mundo está estruturado.

2012 parece ser a altura absolutamente ideal para fazer este filme. Foi entusiasmante e exigente para mim reunir estas ideias num filme. Através dos exemplos que usamos, tão díspares como filmes, música, dados históricos e acontecimentos actuais, a ideologia surge como uma moldura fantasiosa em constante mutação que molda todas as sociedades.

Agradeço ao Slavoj a sua generosidade, confiança e, claro, o seu fenomenal sentido de humor!”

Sophie Fiennes

IMPRENSAHOLLYWOOD REPORTER FESTIVAL DE CINEMA DE TORONTO POR JORDAN MINTZER

Slavoj Žižek e Sophie Fiennes reúnem-se para um segundo documentário onde o cinema, a política e a filosofia se cruzam.

Slavoj Žižek, a estrela rock intelectual, brindou-nos com outra lição, repleta de acção, sobre história do cinema e dialéctica marxista, com O GUIA DE IDEOLOGIA DO DEPRAVADO, uma fascinante e frequentemente hilariante demonstração da extraordinária capacidade do filósofo esloveno de virar os filmes do avesso e de desmontar conceitos dados como adquiridos.

Esta segunda colaboração entre Slavoj Žižek e a realizadora Sophie Fiennes levou o duo a revisitar o modus operandi de O GUIA DE CINEMA DO DEPRAVADO, de 2006, apresentando excertos de grandes êxitos do cinema com a análise ininterrupta do reconhecido académico, que este enuncia a partir de recriações perfeitas das cenas dos filmes que está justamente a dissecar naquele momento. Mais abrangente que O GUIA DE CINEMA DO DEPRAVADO, na sua abordagem da história do século XX e de acontecimentos contemporâneos recentes, O GUIA DE IDEOLOGIA DO DEPRAVADO deveria aprofundar a fama do Žižek junto dos cinemas de arte e ensaio e dos festivais, após a sua antestreia em Toronto.

Um excerto de abertura retirado do filme de John Carpenter ELES VIVEM estabelece o cenário para as exaustivas (e por vezes fatigantes) mais de duas horas de performance dialéctica: depois de uma cena de “Rowdy”, Roddy Piper,

num beco escuro de L.A., há um corte e vemos Žižek precisamente no mesmo lugar, com a mão num caixote do lixo. “Passamos a vida a comer do caixote do lixo da ideologia,” diz e, em seguida, oferece uma longa analise do clássico de culto de 1988 de Carpenter, que considera “uma das obras-primas esquecidas da esquerda de Hollywood.”

Segue-se um inflamado discurso filosófico em estilo livre, com Žižek a analisar um sem número de filmes famosos, de TUBARÃO a NASCIDO PARA MATAR e TAXI DRIVER (Žižek chama-lhe O TAXI DRIVER), usando-os para explorar os poderes instalados das ideologias e como estes vêm à superfície em elementos aparentemente tão díspares como filmes de propaganda nazi, os motins de Londres ou anúncios de televisão da Coca-Cola dos anos 1980.

Se pensava que o TITANIC era uma história intemporal de como o amor entre um artista sem dinheiro e a sua musa deluxe triunfa sobre as diferenças de classe e sobre a catástrofe, pense melhor. E se pensava que o Hino à Alegria de Beethoven era uma ode à busca sem fronteiras da humanidade de paz e amor, então veja como a música foi escolhida por variadíssimas ditaduras do século passado, já para não falar da forma como Kubrick a transforma numa “crítica da ideologia” em LARANJA MECÂNICA.

Embora os argumentos de Žižek – apresentados com uma referência menos que subtil ao rival Werner Herzog – sejam por vezes difíceis de acompanhar e nunca se desenvolvam para uma tese sólida e consistente (“A ideologia é um recipiente vazio aberto a todos os significados possíveis,” é uma das formas que usa para resumir as coisas), estes são surpreendentes e muitas vezes extremamente divertidos, sobretudo quando os apresenta deitado na cama de Travis Bickle ou vestido como uma freira saída de MÚSICA NO CORAÇÃO.

A montagem, a cargo da colaboradora regular de Fiennes, Ethel Shepherd, funde de maneira impressionante excertos, recriações e imagens noticiosas, aliviando o peso do discurso de Žižek, colocando-o subitamente noutro ambiente divertido, como se este fosse o Lon Chaney da teoria cinematográfica lacaniana.

Mesmo apesar de Žižek tentar concluir com um apelo à continuidade da revolução – mostrando como sinal deste movimento os acontecimentos decorrentes da Primavera Árabe e do Occupy Wall Street – um “bónus” pós-ficha técnica com uma graça final mostra o quanto o filósofo se diverte muito mais com a alegria de ter a última palavra, do que com a satisfação de estar certo.

Sophie Fiennes faz suceder a O GUIA DO CINEMA DO DEPRAVADO este documentário igualmente divertido e estimulante, no qual o imparável académico de barba da Europa de Leste, Slavoj Žižek, discursa acerca do subtexto ideológico de filmes como The Triumph of the Will ou West Side Story.Trata-se tanto de crítica cinematográfica como de stand-up comedy ou de arte performativa: Žižek representa para a câmara, mas isso não diminui a sua sagacidade ou os seus conhecimentos. Geoffrey Macnab – The Independent

Analisando um vasto número de filmes populares […] Žižek discursa incessantemente sobre as ideias e ideologias materializadas em cada um deles... É fabuloso, chega a ser cansativo. Guy Lodge – Time Out

Reino Unido, Irlanda | 2012 | Cores | Documentário | 134 min.Distribuído por Alambique