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MEC SHOW MOVIMENTA MAIS DE R$ 70 MILHÕES A Revista do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo • Outubro 2015 • Ano 1 • Nº 2 Revista do Queda das commodities Confira o impacto para o setor metalmecânico Evento Feira debate a prevenção de acidentes Entrevista Kleber Terra: crescimento e oportunidades

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Revista do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo

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MEC SHOW MOVIMENTA MAIS DE R$ 70 MILHÕES

A Revista do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo • Outubro 2015 • Ano 1 • Nº 2

Revista do

Queda das commodities Confira o impacto para o setor metalmecânico

EventoFeira debate a prevenção de acidentes

EntrevistaKleber Terra: crescimento e oportunidades

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4 REVISTA SINDIFER - ES

Editorial

Mec Show. Evento bateu recordes em 2015

E m um ano de muitas mudanças e desafios, o setor metalmecânico capixaba busca alternativas para seguir crescendo e gerando emprego e renda. Para isso, é fundamental estar sempre atento às novidades do mercado e focado nas demandas de uma área cada vez mais competitiva. E nada melhor para se atualizar do que participar do principal evento do segmento. Confira tudo o que aconteceu na edição 2015 da Feira da Metalmecânica,

Energia e Automação (Mec Show), que bateu recordes, movimentando mais de R$ 70 milhões em negócios e recebendo quase 18 mil visitantes.

Outro importante evento para a nossa atividade acontecerá em outubro. É a Feira de Saúde e Segurança do Trabalho (Prevenir), criada para destacar a importância de ações voltadas para prevenção de acidentes e melhorias nos sistemas de Saúde e Segurança dentro das empresas capixabas. Em sua segunda edição, o encontro terá como tema “Prevenção integral: valorizando a vida” e mobilizará grandes empresas e entidades do Estado.

A queda dos preços das commodities – entre elas, as minerais – terá grande impacto sobre a balança comercial brasileira. No total, estima-se que o país deixe de ganhar cerca de US$ 25 bilhões com exportações em 2015. Mas quais são os desdobramentos dessa retração? Quais as perspectivas? Saiba o que têm a dizer os especialistas do setor.

Embora tenha grande caráter empreendedor, o brasileiro muitas vezes deixa pontas soltas em questões jurídicas nos seus negócios. Anualmente, diversas empresas sofrem prejuízos em questões trabalhistas, de sociedade, de controle de documentação, entre outros. Saiba como obter mais segurança judicial e veja como isso pode beneficiar a gestão, as finanças e os processos produtivos.

Não deixe de ler também um interessante debate sobre a importância de licenças ambientais, além da história de empreendedorismo de Leonardo Cereza, artigos de grandes especialistas e as novidades da área metalmecânica.

Aproveite a sua revista!

Manoel de Souza Pimenta Neto Presidente do Sindifer

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Notícias

5Jun/Jul/Ago • 2015

Presidente do SindiferManoel de Souza Pimenta Neto

DIRETORIAAlfredo FrancoAlexandre Magno Debona ZoppéAntônio Ermelindo Ribeiro Falcão de AlmeidaAntonio PrandoCássio Borges Caldeira - São MateusCatia Cecilia Barros dos Reis - São MateusDaives Carlo de Souza AlvarengaDarcy Rodrigues FilhoEtore Selvatici Calallieri - AracruzEugênio José Faria da FonsecaFausto Frizzera BorgesGilmar José MarchesiGilmar Luis Delatorri Leite - LinharesGuerino Balestrassi - ColatinaHaroldo Olívio Marcellini BassaIana Paula Borgo Souza - São MateusJacqueline Donateli SimõesJonas Altoé - Cachoeiro de ItapemirimJosé Carlos Pompermaier - LinharesJosé Emilio BrandãoLeonardo Jordão Cereza - Cachoeiro de ItapemirimLucio Dalla Bernardina - ColatinaLuis Soares Cordeiro - Aracruz

Luiz Henrique Pessanha de Sousa - Aracruz

Marco Aurélio Claudio dos Santos - Cachoeiro de Itapemirim

Mario Lucio Longue Mozer - Cachoeiro de Itapemirim

Matheus Pêsso da Silveira

Moysés Dutra de Castro - Cachoeiro de Itapemirim

Paulo José Garayp

Rusdelon Rodrigues de Paula

Wagner Ribeiro Carlete - Cachoeiro de Itapemirim

EQUIPE

Breno Carneiro de Rezende Brotto

(27) 3225-8457 | [email protected]

Rita de Cassia Dillem

(27) 3225-8457 | [email protected]

Jonathan Aguiar da Silva

(27) 3225-8457 | [email protected]

Gerlane Delpupo

(28) 3521-4035 | [email protected]

Mariana Pin

(27) 3264-0734 | [email protected]

Tamiris Intra de Oliveira

(27) 3314-5909 - Iá!Comunicação

Dr. Odair Nossa Sant’Ana

Dr. Fábio Jorge Delatorre Leite

(27) 3225-8457 | [email protected]

Diretor: Mário Fernando Souza Gerente de Produção: Cláudia LuzesTextos: Gustavo Costa , Lui Lima e Andrea Nunes Editoração e apoio: Michel Sabarense e Jéssica Nonato Fotografia: Jackson Gonçalves,

Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos do Sistema Findes e Next Editorial Copidesque: Márcia RodriguesColaboraram nesta edição: José Emílio Brandão, Luiz Paulo Vellozo Lucas e Alberto Machado Neto

SEDERua Dr. João Carlos de Souza, 758 - Ed. Cesar Daher Carneiro Santa Luíza - Vitória/ES - Cep: 29045-410 Telefones: 27 3225-8457 | 27 3225-8821 E-mail: [email protected]

LINHARESAv. Filogônio Peixoto, nº 396, Aviso, Linhares/ES – 29901-290Telefone: 27 3264-0734E-mail: [email protected]

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIMAv. Domingos Alcino Dadalto, s/n, Monte Cristo, Cachoeiro de Itapemirim/ES - 29312-200Telefone: 28 3521-4035E-mail: [email protected]

Expediente

Contato: Av. Paulino Müller, 795, Jucutuquara – Vitória/ES CEP 29040-715 | Telefax: (27) [email protected] www.lineapublicacoes.com.br

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Entr

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Sumário

CAPA08 As perdas com a queda

das commodities

Kleber Terra

30 Evento Feira idealizada para promover a conscientização de ações voltadas para a contenção de acidentes e melhorias nos sistemas de Saúde e Segurança dentro das empresas capixabas, a Prevenir acontece em outubro.

42Gestão Muitas vezes, por falta de assessoria, as empresas brasileiras sofrem grandes perdas e prejuízos por conta de questões trabalhistas, societárias e gerenciais. Veja como minimizar esses baques, cuidando da segurança jurídica do seu negócio.

38Sustentabilidade Mesmo considerado fundamental pelos empresários brasileiros, o licenciamento ambiental é um processo considerado lento e burocrático. Saiba como a legislação é aplicada e como ela atrapalha os investimentos e a competitividade na indústria.

Com esperado impacto para a balança comercial brasileira, a queda dos preços das commodities deverá resultar em perdas de US$ 25 bilhões com exportações. Confira como esse cenário afetará as empresas do segmento metalmecânico.

Temas como crescimento na iniciativa privada, mão de obra qualificada, oportunidades para fornecedoras locais e desafios para o setor de mineração para os próximos anos pautaram a conversa com o diretor de Operações e Infraestrutura da Samarco Mineração.

Momento oportuno – economia e estratégia

Hora de retornar aos assuntos relevantes

A evolução do conteúdo local

José Emílio Brandão

Luiz Paulo Vellozo Lucas

Alberto Machado Neto

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Mec Show bate recorde em 2015As principais novidades em máquinas, equipamentos, produtos e serviços do setor metalmecânico foram apresentadas na Mec Show 2015. Na edição deste ano, a feira reuniu quase 18 mil pessoas e registrou mais de R$ 70 milhões em negócios.

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8 REVISTA SINDIFER - ES

EconomiaEconomia

Desaceleraçãochinesa decretafim da “era de ouro”das commodities?

Por Lui Lima

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9Outubro • 2015 9

Com as constantes quedas dos preços das matérias-primas, saída para setor metalmecânico é esperar o melhor momento para retomar investimentos

A exportação de commodities sempre exerceu função essencial na economia local. De acordo com dados do Instituto Jones dos Santos Neves (ISJN), produtos como rochas ornamentais, café, minério

de ferro e aço representam 89% das vendas externas feitas pelo Estado. O comércio exterior, por sua vez, possui uma participação em torno de 50% no Produto Interno Bruto (PIB) capixaba. Ou seja, metade da riqueza gerada é proveniente de transações externas.

Os números não devem ser novidade para ninguém, uma vez que a vocação para o comércio internacional sempre acompanhou e pautou o crescimento capixaba. Não à toa, o Espírito Santo é considerado a unidade da federação que apresenta economia mais aberta.

Por isso, as quedas em sequência nos preços das commodities estão deixando Governo e empresários preocupados. No segmento metalmecânico, que tem entre seus principais clientes as grandes plantas industriais exportadoras instaladas no Estado, as instabilidades no mercado mundial de mineração e siderurgia e nos preços do ferro e do aço são acompa- nhadas de perto. Esses dois ítens têm extrema importância não apenas na pauta de exportações e no PIB local, mas principalmente na demanda por produtos e serviços da metalmecânica e, por consequência, na viabilidade econômica de suas atividades e empresas.

É importante destacar que a área metalmecânica é uma das mais fortes. De acordo com o IJSN, a atividade movimenta R$ 8 bilhões por ano, 17% do PIB estadual. Além disso, gera 30.000 empregos diretos e 120.000 indiretos nas quase 1.500 empresas de transformação de metais e de produção de produtos de exportação e serviços intermediários. Se as principais companhias de mineração não estão conseguindo sair ilesas da atual conjuntura, o enfraqueci-mento do comércio exterior também atinge toda a cadeia formada por organizações fornecedoras.

Os preços e o consumo mundial das commodities minerais têm oscilado, com forte tendência de baixa. Desde 2011, a queda é de quase 70%, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Na comparação entre o período de julho a setembro do ano passado com o mesmo intervalo 2013, por exemplo, a desvalorização do minério de ferro – matéria-prima da fabricação de aço – ficou em torno de 32%, passando de US$ 133 para US$ 91 por tonelada, considerando a cifra média do minério com teor de 62% de ferro, que é o mais usado como referência no mercado.

“Na verdade as commodities estavam em um patamar elevado. Muito acima do que seria normal. Não acredito que vá haver um retorno, no curto prazo, aos valores que eram praticados há dois ou três anos”Manoel Pimenta, presidente do Sindifer.

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10 REVISTA SINDIFER - ES

Economia

O recuo acumulado tem sido tão expressiva que a Vale, gigante da mineração e com unidade no Espírito Santo, não saiu ilesa das sucessivas retrações. Apesar de a companhia ter fechado o segundo trimestre com lucro mínimo de R$ 5,14 bilhões, tal montante não foi o suficiente para estancar um prejuízo líquido de R$ 4,39 bilhões no primeiro semestre de 2015, levando em conta o resultado negativo dos primeiros três meses do ano, de R$ 9,53 bilhões.

E para o setor, o panorama não é de melhora. Segundo analistas internacionais, a tendência é que os preços do minério de ferro caiam pelo menos 30% nos próximos 18 meses antes de ocorrer um novo aumento significativo. Isso porque, enquanto a produção da commodity continua a crescer, a demanda por ferro e aço tende a permanecer estável e num patamar inferior ao de dois anos atrás. Com a expansão da oferta e a estagnação na procura, a desvalorização deve se acentuar.

A diminuição da demanda por minério de ferro também afeta o mercado de aço. Em novembro de 2014, a usina siderúrgica Tubarão, da ArcelorMittal, divulgou a intenção de aumentar a produção de aço para este ano. Entretanto, segundo a Worldsteel, principal associação industrial do setor metalmecânico no mundo, a expectativa é de que a demanda global por aço apresente crescimento tímido, de 0,5% em 2015, para 1,544 bilhão de toneladas até o final do ano. Apesar disso, ainda de acordo com a entidade, a demanda por aço no Brasil deve cair 7,8% em 2015, para 22,7 milhões de toneladas.

O atual momento do país, que passa por dificuldades em fechar as contas públicas e tem cortado sumariamente os gastos em obras, construções e investimentos, é o principal motivo para o resultado adverso. Além da queda nacional, a China, principal compradora do produto, deve apresentar nova baixa (-0,5%) na demanda no ano, para 707,2 milhões de toneladas.

CAUSASO motivo para a desvalorização pode ser entendido por meio

da velha e conhecida lei da oferta e procura. Isso porque as principais economias compradoras de produtos provenientes do Espírito Santo estão crescendo menos e reduzindo suas importações. É o exemplo da China, cuja economia está em desaceleração há pelo menos dois anos. Líder na fabricação de aço do mundo, o país asiático encolheu em 1,8% sua produção, passando de 484 milhões para 476 milhões de toneladas por ano.

“A China é a principal compradora de minério de ferro do Brasil e estava crescendo acima dos 10% alguns anos

“Não vemos perspectivas de melhora para os próximos dois anos, em função do tempo de maturação necessário para novos projetos e surgimento de novas demandas no setor”Reinaldo Okazaki Plamont Engenharia

atrás. Mas perdeu muito o ritmo e passou a importar menos. Além disso, o mundo parou de crescer e, consequentemente, de comprar e construir. Os gastos estão menores, e isso se reflete em menos obras, menos construção e menos demanda por minério”, explica o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Marcos Guerra.

A desaceleração da segunda maior economia do planeta gera, nos investidores, temores (até agora confirmados) de que esse desaquecimento tenha como consequência o lento crescimento global. “Na nossa visão, a baixa do preço das commodities está diretamente ligada à diminuição do consumo na China e à desaceleração do seu crescimento. A China é hoje um dos principais mercados de minério de ferro e aço, e com a queda da demanda, eleva-se a pressão para redução dos preços das commodities comercializadas no mercado global, devido a uma maior oferta de produtos”, avalia Okazaki, da Plamont Engenharia.

Além disso, é visível um redirecionamento dessa economia oriental para investimentos em consumo, em detrimento dos investimentos em infraestrutura, de onde surgia a grande demanda do país asiático por ferro e aço. Essa mudança estrutural pode tornar a queda dos preços mais duradoura. Para o Brasil, isso é ainda mais preocupante, uma vez que a China é a principal parceira comercial. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014, o comércio entre os dois países caiu para US$ 78 bilhões, ante os US$ 83 bilhões do ano anterior.

Em 2015, as exportações brasileiras registraram decréscimo de 19% entre janeiro e julho na comparação com o mesmo

DESTINO DO MINÉRIO DE FERRO EXPORTADO PELO BRASIL (EM %)

45,78%China

9,71%Japão

4,97%Coréia do Sul

4,56%Holanda

4,09%Itália

2,95%Alemanha

27,94%Outros

Fonte: Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)

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11Outubro • 2015

período de 2014. Como resultado, o Brasil fechou 2014 com déficit de US$ 6,016 bilhões, segundo pior desempenho da série histórica, segundo informações do Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Outra questão que também tem contribuído para manter os preços acanhados é que, mesmo com o declínio das importações chinesas de ferro e aço, a produção dos principais fornece-dores não diminuiu. Gigantes como Rio Tinto, na Austrália, e Vale, no Brasil, continuam expandindo a oferta, no intuito de impulsionar os volumes e reduzir os custos por tonelada, o que está ampliando o excedente da produção.

REALIDADE ATUALComo consequência da queda nos preços de seus principais

produtos – além da mineração e do petróleo e gás, também as commodities agrícolas, como soja, açúcar e café, entre outros, estão cem baixa – o Brasil tem sofrido perdas significativas, que foram a US$ 12 bilhões em receitas de exportação, segundo informações divulgadas pelo próprio ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, em declaração no dia 25 de agosto. Nem mesmo o câmbio extremamente favorável dos embarques consegue compensar significativamente as dificuldades do mercado.

Ainda que prejudicial para o comércio, a cotação menor das commodities não pode ser considerada algo inesperado. A verdade é que durante quase uma década a economia brasileira vinha crescendo amparada no consumo interno e no boom de valorização nos setores de alimentos, minérios e petróleo. Ao que tudo indica, a bolha de alguns anos atrás, entre 2011 e 2013, estourou, e aquele ciclo vantajoso das matérias-primas está chegando ao fim. “Eu vejo que na verdade as commodities estavam em um patamar elevado. Muito acima do que seria normal. Não acredito que vá haver um retorno, no curto prazo, aos valores que eram praticados há dois ou três anos. É claro que isso diminui a rentabilidade, mas o câmbio atual, favorável às exportações, pode vir a compensar isso em curto prazo”, analisa o presidente do Sindifer, Manoel Pimenta.

Como não poderia deixar de ser, o Espírito Santo não ficou livre das perdas. De acordo com o Instituto Jones, o PIB mostra uma desaceleração da economia capixaba. Neste segundo

trimestre, o crescimento estadual, que vinha apresentando uma relativa estabilidade nos dois trimestres anteriores, registrou retração de -2,8%. Em valores correntes, o PIB local atingiu R$ 136,2 bilhões acumulados em quatro trimestres. E, é claro, a crise das commodities está diretamente ligada a isso.

“O Espírito Santo está sendo fortemente atingido porque nós temos três grandes companhias que atuam no setor de mineração/siderurgia e são responsáveis por fatia considerável de nosso PIB. Toda essa crise é muito ruim, porque compromete contratos e o desenvolvimento das empresas, que precisam fazer reajustes nos investimentos”, lembra Marcos Guerra.

Para Reinaldo Okazaki, a retração nas commodities tem impacto direto no desenvolvimento de projetos por parte das principais industrias-âncoras no Espírito Santo. “Temos vivido a postergação de investimentos, com reduções significa-tivas nos serviços executados no Estado. Em um cenário de instabilidade, as organizações adiam projetos de melhorias e até mesmo investimentos correntes, com contratos vigentes sendo reduzidos em suas demandas e também perspectivas futuras”, afirma.

PERSPECTIVASSegundo Manoel Pimenta, enquanto os preços não se estabe-

lecem em um patamar mais alto, resta aos empreendimentos a necessidade de se adequar. “O patamar que estamos hoje é o que teremos pelos próximos anos. Logo, as empresas deverão reduzir os investimentos e esperar o momento ideal para retomá-los. As capixabas são grandes especialistas no setor, possuem know-how para saber lidar com essa situação”, afirma.

De acordo com Marcos Guerra, além do dólar alto, outras questões podem ajudar o país em médio e longo prazo. A começar pela retomada de crescimento dos Estados Unidos. Depois de ser o berço de uma das piores crises econômicas da história, o país norte-americano já aponta avanço de 3,7% no segundo trimestre, maior que a primeira estimativa, de 2,3% do Produto Interno Bruto, divulgada em julho. “Daqui para a frente, a tendência é de termos menos consumo, mas com os EUA voltando a crescer, isso pode significar uma forma de minimizar os impactos dessa diminuição de demanda nos próximos dois anos, suprindo o vácuo deixado pela China”, destaca Guerra.

Além disso, já é possível identificar por parte dos importadores chineses um movimento de reposição de estoques. O aumento da procura para suprir o que deveria ser o excedente tem puxado o preço do minério de ferro para cima. É bem verdade que ainda não é suficiente para repor as perdas do início do ano, mas contribui para que as expectativas para o restante do ano não sejam mais tão pessimistas quanto estavam em seu começo.

Ainda assim, o fim do “superciclo” das commodities deve continuar impondo grandes desafios às economias dependentes de produtos primários. De acordo com Marcos Guerra, os países que devem se sair melhor, na avaliação de especialistas, são aqueles que souberam aproveitar essa época de altas para resolver gargalos e fazer investimentos. Entretanto, no caso do Brasil, esses entraves não foram solucionados. Reformas como as de estrutura e a tributária, que deveriam ter sido feitas

“A China é a principalcompradora de minériode ferro do Brasil e estavacrescendo acima dos 10%há alguns anos. Mas perdeumuito o ritmo e passou a importar menos”Marcos Guerra, presidenteda Federação das Indústriasdo Espírito Santo

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12 REVISTA SINDIFER - ES

Economia

enquanto o país vivia o melhor momento dos ciclos de elevações de preços, não foram adiante. Pior: a crise política e econômica torna esses ajustes inviáveis, pelo menos em curto e médio prazo.

Para Reinaldo Okazaki, é hora de cautela. Afinal, a própria situação nacional também não inspira confiança. O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de análise de risco Standard & Poor’s e a dificuldade do Governo Federal em aprovar as medidas de aperto fiscal ilustram o momento crítico.

“Não vemos perspectivas de melhora para os próximos dois anos, em função do tempo de maturação necessário para novos projetos e surgimento de novas demandas no setor. O trabalho será para a manutenção do nível de serviço existente, aguardando um cenário mais positivo para o crescimento”, ressalta Okazaki. Ainda segundo ele, os produtores terão de tirar a diferença em ganhos de escala, tecnologia e produtividade.

É muito provável que o preço do minério de ferro não retorne ao mesmo patamar de três anos atrás em curto período de tempo e isso, claro, vai obrigar o setor brasileiro a enfrentar novos desafios. Afinal, podem decorrer anos para que o próximo “superciclo” das commodities, mais especialmente o minério

de ferro, surja. Por isso, o caminho para o futuro é investir no fornecimento mais eficiente e competitivo e esperar que as tormentas políticas e econômicas instaladas no Brasil passem, torcendo para que, no futuro, o país não perca mais oportunidades como as que já teve.

Fonte: Fiesp, com informações de Bloomberg

EVOLUÇÃO DO PREÇO DO MINÉRIO DE FERRO - 2º TRIMESTE - 2013/2015

200

100

0Jul/Set 2013

13391

57,3

Jul/Set 2014 Jul/Set 2015(até 21/06)

Valor da tonelada em dólar (US$)

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Artigo

14 REVISTA SINDIFER - ES

Momento oportuno: a hora de investir é agora

N o cenário brasileiro, o Espírito Santo se destaca pela atividade de comércio inter-nacional. Verifica-se que aproximadamente

50% do valor do que é produzido no Estado se destinam à exportação. Aproximadamente 90% dos itens expor-tados são bens básicos e intermediários (commodities), com forte participação, direta e indireta, de grandes empresas, como Samarco, ArcelorMittal, Vale e Fibria.

Sendo um Estado exportador de commodities, o Espírito Santo sente em proporções maiores do que o Brasil o impacto dos ciclos econômicos desse mercado. O preço atual está próximo dos menores valores registrados nos últimos anos, provocando recuo nos resultados das exportações.

Para contrabalançar parcialmente a queda de cotação das commodities, temos a valorização do dólar, que hoje já supera os R$ 4,00. Apesar de favorecer as expor-tações, essa disparada da moeda aumenta os custos da produção industrial, uma vez que muitas matérias-primas, máquinas, equipamentos, além de combustível, são importados.

Sendo assim, o cenário atual é tenebroso para empresas com receitas em reais, despesas e dívidas dolarizadas que não fizeram operações de proteção, o hedge cambial. Enquanto estas sofrem, as compa-nhias com entradas em dólar comemoram, e as que ponderavam exportar seus produtos encontram um bom momento para lançar-se ao exterior.

Podemos constatar, analisando dados históricos, que a redução das vendas externas leva a produção industrial do Espírito Santo a cair. O capixaba sente isso na pele. Basta olharmos com mais atenção para o sentimento coletivo que permeia o meio empresarial

do Estado e, por fim, as inúmeras matérias e editoriais registrados pela imprensa local.

Entretanto, enquanto as empresas menos estrutu-radas percebem a urgência e necessidade de inovar e se reinventar, as mais bem preparadas nesse sentido, com reservas para desenvolvimento de novos produtos/mercados e pouca alavancagem financeira (baixo endivi-damento), encontram hoje um cenário excelente para essas atividades.

Quando o mercado está numa fase pessimista, a massa empresarial evita fazer investimentos, e a lei da oferta x procura provoca baixa nos preços. Por essa razão, o momento de investir é agora, pois quando o mercado se recuperar, o custo para esse fim será maior, e as receitas sobre o capital projeto de quem se antecipou serão proporcionalmente mais altas.

Temos hoje um cenário na economia com diversos pontos positivos para a implementação da inovação: demanda e produção em baixa, o que permite alocar mais recursos ociosos para inovar, organizar e reinventar (mão de obra, espaço, máquinas etc.); aquisições de produtos e serviços com gasto menor (empresas fornecedoras necessitando se capitalizar); diminuição da concorrência no médio prazo (negócios fracos e endividados quebram nesses momentos).

A cada ano o mercado se torna mais compe-titivo. É necessário otimizar processos e recursos e apresentar produtos melhores, o que só a inovação pode proporcionar. Como certa vez disse Bill Gates: “Precisamos tornar nossos produtos obsoletos antes que os concorrentes o façam!”. Podemos citar dois exemplos capixabas de sucesso com essa estratégia no setor metalmecânico: Metalvix e Masil.

José Emílio Brandão é diretor do MetalvixEngenharia e Consultoria Ltda

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15Outubro • 2015

CASO METALVIXA Metalvix Engenharia e Consultoria Ltda há alguns

anos voltou suas estratégias para a inovação, desen-volvendo alguns projetos, dentre os quais destacamos a implantação, em parceria com a Orienta Engenha- ria e Consultoria e a Universidade de Brasília (UnB), do Gaslin – OEA, que é a primeira planta de gaseificação de leito fluidizado circulante (LFC) do Brasil.

Ainda na linha de criação de produtos, em parceria junto com a MCA Cálculos Estruturais, foi desen-volvida uma solução construtiva diferenciada em wind fence, com patente registrada, inclusive, nos EUA, no Canadá, na Austrália e na África do Sul, e que resultou em sistemas de maior eficiência com custos 30% mais baixos se comparados às estruturas convencionais. A wind fence é uma barreira de vento que ajuda a reduzir a disseminação de particulados no ar. Isso foi determinante para ocupar a posição de líder no setor de gestão e controle ambiental de particulados.

Em conjunto com a empresa capixaba Eficácia Consul-toria, e com grande acervo na gestão e no desenvolvi-mento da inovação, com estudos e ações para novas oportunidades em projetos e captação de recursos, a Metalvix tornou-se a primeira empresa de certificação de conteúdo local do Espírito Santo (2014) com registro na Agência Nacional do Petróleo (ANP).

E por último, a Metalvix, juntamente com a Eficácia, obteve por meio da Finep/BNDES em uma concorrência nacional a aprovação de um projeto inovador e pioneiro na área de sustentabilidade (Destinação de Resíduos Sólidos Urbanos e Cogeração de Energia), em parceria com UnB, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Orienta Energias Alternativas (OEA).

Como consequência dessas iniciativas, a companhia consolidou sua atuação no mercado nacional, atingindo o índice aproximado de 50% das suas receitas provenientes de produtos e serviços desenvolvidos nos últimos cinco anos.

CASO MASILEm 2013 a Metalúrgica Anchieta Serviços Industriais

Ltda (Masil) iniciou também uma parceria com a Eficácia Consultoria para rever suas estratégias e, aproveitando o momento de baixa de mercado, aplicou os recursos excedentes para se reestruturar e criar um Comitê Interno de Inovação. Esse grupo idealizou algumas oportunidades e, entre elas, uma – em integração com o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – foi selecionada para desenvolvimento e, posteriormente, aprovação perante a Fundação de Amparo e Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).

Apesar de ainda se encontrar em desenvolvimento e haver restrições por cláusulas de confidencialidade entre as partes, pode-se publicar que o projeto em questão leva à melhoria do produto (maior resistência, confiabilidade e melhor performance operacional), com otimizações em sua fabricação e condições de comercialização (qualificação e certificação da equipe, redução de tempo de fabricação, prazo de entrega, custos de fabricação e preço de venda).

Como retorno, a Masil obterá destaque e vantagem competitiva interestadual. Atualmente existe uma equipe dedicada à inovação, o que leva a empresa a acreditar que muitas novas oportunidades de desen-volvimento surgirão nos próximos anos, e as projeções apontam para um crescimento sistemático de suas estruturas e capacidades técnicas e operacionais.

POR QUE INVESTIR E INOVAR AGORA?Porque é o único caminho para o crescimento e sobre-

vivência em um mercado que tende a ser cada vez mais exigente e competitivo.

Coautoria:Leandro Barcellos de Passosé sócio-diretor da Eficácia Consultoria em Gestão de Resultados e Inovação

Sendo um Estado exportador de commodities, o Espírito Santo sente em proporções maiores do que o Brasil o impacto dos ciclos econômicos desse mercado

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Especial

16 REVISTA SINDIFER - ES

Especial

Mec Show 2015 bate recorde de negócios

Feira do setor metalmecânico recebeu quase 18 mil pessoas e movimentou mais de R$ 70 milhões em negócios

Por Gustavo Costa

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17Outubro • 2015

A edição 2015 da Feira da Metalmecânica, Energia e Automação (Mec Show) foi marcada por recordes. Realizado de 28 a

31 de julho no Carapina Centro de eventos, na Serra, o encontro movimentou mais de R$ 70 milhões em contratos futuros e recebeu um público de 17,8 mil visitantes. Em seu oitava ano, contou com 180 expositores de oito estados brasileiros, em uma área de 15 mil m². Uma grande vitrine para os lança-mentos da cadeia metalmecânica, o evento mostrou novidades que foram desde correias transportadoras a drones específicos para atender a demandas do setor, passando por máquinas de corte a plasma, plataformas elevatórias, impressoras 3D e muito mais.

Uma iniciativa do Sindicato das Indústrias Metalúr-gicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer) e do Centro Capixaba de Desenvolvi-mento Metalmecânico (Cdmec), a programação tem realização da Milanez & Milaneze em parceria com VeronaFiere e correalização do Sebrae-ES, além do apoio de grandes players do mercado, como Fibria, Samarco, Vale, Estaleiro Jurong Aracruz e Sistema Findes. A Mec Show mais uma vez uniu forças com o Isa Show ES, momento mais aguardado do ano para as empresas de instrumentação, sistemas, elétrica e automação no mercado regional, e que também abre espaço para o desenvolvimento e fechamento de negócios e parcerias em sua área de atuação.

Para o presidente do Sindifer-ES, Manoel Pimenta, os resultados mostraram que mesmo em períodos de crise é possível enxergar oportunidades. “Estamos muito contentes com os resultados desta edição da

feira, que é a de maior público de todos os tempos. Prova de que a retração na economia não tirou o ânimo de empresas e clientes, sempre em busca de bons negócios. E crise se vence assim: trabalhando e buscando novos parceiros, investindo e fazendo produtos melhores”, enfatizou.

A feira é apontada pelo presidente do Cdmec, Antônio Falcão, como a melhor oportunidade no ano para que as organizações capixabas possam adquirir não só novos equipamentos, mas também importantes conhecimentos em gestão. “Aqui temos máquinas e equipamentos que tornam essa produção mais eficiente, lucrativa e rápida, a custos menores. Além disso, trazemos seminários sobre temas que, direta ou

“Crise se vence assim:trabalhando e buscandonovos parceiros, investindo e fazendoprodutos melhores”Manoel Pimenta, presidente do Sindifer-ES

Autoridades participam da abertura oficial da feira

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Especial

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Especial

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Grandes novidades para o setor metalmecânico: 180 expositores deoito estados brasileiros

O diretor-superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira; o presidente do Sindifer, Manoel Pimenta; o governadorPaulo Hartung; o presidente do Cdmec, Antônio Falcão; e o vice-presidente do Sistema Findes, Gibson Regianni

indiretamente, têm grande impacto sobre o setor metalmecânico. O foco é um só: que as nossas empresas conheçam as novas demandas e se preparem para fornecer”, explicou.

A abertura da Mec Show 2015 foi prestigiada pelo governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, e pelo senador Ricardo Ferraço, entre outras autoridades. Na solenidade, o vice-presidente do Sistema Findes, Gibson Regianni, ressaltou a importância do encontro como bússola para o crescimento do Estado. “Neste momento, estamos dentro de nossas empresas buscando soluções e nos esquecemos de olhar para fora. Eventos como a Mec Show são fundamentais para revelar novas oportunidades e caminhos para o desenvolvimento. É aqui que trocamos

experiências, fazemos parcerias e identificamos quais ações vão melhorar nossa realidade no futuro”, analisou.

Segundo o coordenador do evento, Marcos Milanez Milaneze, a feira cresceu além do esperado e hoje desfruta de grande prestígio em todo o Brasil. “Em sua 8ª edição, a Mec Show superou as expectativas e se consolidou como a principal feira do segmento industrial do Espírito Santo, tornando-se palco de muita tecnologia, relacionamento e negócios. Com sua vasta programação paralela, buscou criar um espaço único para a troca de conhecimento e de informações, bem como para o estímulo a negócios futuros, e acredito que conseguimos atingir o objetivo”.

EVENTO CONTOU COM GRANDE PROGRAMAÇÃO

Enquanto as novidades eram apresentadas nos estandes, em outros espaços do complexo eram realizados eventos de grande relevância para o segmento metalmecânico. Foi o caso, por exemplo, da 4ª Conferência Petróleo, Gás e Indústria Naval do Espírito Santo. O coordenador-executivo do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, Luiz Alberto de Souza Carvalho, falou sobre como é fundamental ter no Estado um local para o debate sobre as fontes de energia. “É uma satisfação participar desta feira, que frequento desde a primeira edição. É bom ver que a cada ano a Mec Show está melhor, maior e respondendo mais às necessidades das empresas do setor metalmecânico. Prova de que o Sindicato e demais entidades estão alinhados e atentos às demandas de seus públicos. E como segundo maior produtor brasileiro de petróleo, o Espírito Santo precisa promover em eventos como este o debate sobre combustíveis. A despeito de toda a crise que estamos vendo, o setor de óleo e gás atrai grandes investimentos e bons negócios”, opinou.

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19Outubro • 2015 19

O gerente-geral da Unidade de Negócios da Petrobras no Espírito Santo, José Marcusso, iniciou a conferência falando sobre as oportunidades criadas pela companhia para as fornecedoras locais. “A Petrobras continua investindo bastante. Serão mais de R$ 3 bilhões em projetos, só em 2015. Prosseguimos com a produção no norte capixaba, com cerca de 15 mil barris por dia, e o objetivo é, no mínimo, manter esse número nos próximos anos. No mar, na bacia do Estado, também não faltam projetos. Temos aqueles que também irão crescer, como o ‘Espírito Santo Águas Profundas’ e o ‘Desenvolvimento Integrado do Norte do Parque das Baleias’, projetos importantes para a garantia de produção e até de seu incremento”, falou ele. Já o gerente de Pesquisas e Desenvolvimento da Shell, João Mariano, abordou as novas necessidades da atividade. “A indústria demanda fortemente o desenvolvimento de novos processos e tecnologias, e temos que investir em inovação”, frisou.

Também participaram do evento o diretor-geral da Organi-zação Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Eloi Fernández Y Fernández, e o secretário de Desenvolvimento do Estado, José

Eduardo Azevedo, que atuou como coordenador do debate. Foram três dias de Encontro Tecnológico, com a participação das empresas Petrobras, Transpetro e Shell; seminário de energia e de inovação; e conferências da atividade de petróleo, gás, indústria naval e bases portuárias.

A feira registrou este ano um recorde nas transações futuras projetadas nas Rodadas de Negócios do Sebrae-ES. Somente no primeiro dia, foram fechados R$ 60 milhões em negócios para os próximos 12 meses entre grandes companhias e seus parceiros locais. Foram inscritas 60 empresas ofertantes e realizadas 210 reuniões de fornecedores com as chamadas âncoras do evento (ArcelorMittal, Petrobras, Petrobras Distribuidora, Vale, Jurong, Fibria, EDP Escelsa, Samarco e Transpetro).

FEIRA APRESENTA NOVIDADES E PROMOVE CAPACITAÇÃO

A qualificação profissional foi outra área que mereceu muito espaço na Mec Show 2015. Na ocasião, foram capacitados cerca de mil profissionais nos minicursos oferecidos pela Isa Show ES, além das entidades do Sistema Findes (Sesi, Senai e IEL), do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) e da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) - Regional Espírito Santo.

No seu estande, o Sistema Findes disponibilizou nada menos que 17 minicursos gratuitos, com temas tão diversificados quanto segurança e saúde no trabalho, reabilitação profissional, eficiência energética, tecnologia de corte a plasma, adicional de periculosidade e até soldagem.

As empresas mais uma vez expuseram diversas soluções para o setor metalmecânico. Foi o caso da FluidVix, distribuidora exclusiva da SMC no Espírito Santo. “Trabalhamos com toda a linha pneumática e temos produtos nas principais empresas do Estado, nas áreas industrial e offshore. Apresentamos,

Mec Show abriu espaçopara a 4º Conferência Petróleo, Gás e IndústriaNaval do Espírito Santo

“Temos nesta feira empresas importantes no setor metalmecânico e que podem render grandes parcerias”Franco Machado, diretor comercial da Mogai

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Especial

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A Mec Show também sediou a 3ª edição do Prêmio Mec Inova, uma iniciativa do Sindifer-ES e do Cdmec que visa a estimular o desenvolvimento de novas ideias voltadas para o setor metalmecânico. O vencedor deste ano foi a Amens 3D, com o projeto “Impressora 3D - Solida Smart Printer”. Na segunda posição, empatadas, ficaram a Itamil Mecânica Industrial, com a “Válvula de combustível monitorada via satélite reformulada”; e a Ictus Engenharia, com “Inspeção termográfica por veículo aéreo não tripulado”. Fechando o pódio, o terceiro lugar ficou com a Zaruc Tecnologia e o seu “Sistema de informação e comunicação para redes inteligentes”. As empresas participaram preenchendo um questionário enviado pelos organizadores. Os três melhores projetos foram selecionados por uma comissão constituída por técnicos do Sistema Findes, do Cdmec e do Sindifer-ES. Os vencedores foram anunciados no dia 31 de julho, durante a feira. Os cinco melhores receberam certificados de honra ao mérito e os três primeiros lugares levaram troféus.Em 2013, a empresa vencedora do prêmio foi a TecVix, com “Elaboração de dispositivo para limpeza de dutos de efluentes industriais com a rede em operação”. Já no ano passado, a Frioar foi o destaque, com o trabalho “Climatização para construção de aeronave militar – Embraer KC 390”.

3º MEC INOVA EMPRESASPREMIA PROJETOS INOVADORES

tão equipamentos que são referência em qualidade e conside-ramos que foi um grande momento para contato com novos clientes e com o mercado”, observou o diretor comercial da empresa, Celso Delocco.

E por falar em soluções, os lançamentos em produtos e serviços das companhias capixabas de tecnologia da informação também puderam ser conhecidos durante a Mec Show. Em sua 4ª edição, a Feira das Empresas de Tecnologia da Informação (Infoshow), uma iniciativa do Sindicato das Indústrias de Infor-mática do Estado do Espírito Santo (Sindinfo) e do Sebrae-ES, teve o maior estande dentro do evento. De acordo com o

presidente do Sindinfo, Luciano Raizer Moura, a Infoshow foi pensada como uma “ilha de soluções” para um segmento tão importante para o Estado. “O setor metalmecânico é fundamental para a economia do Espírito Santo e naturalmente precisa de tecnologia da informação. E a nossa ideia foi apresentar a esse

O governador PauloHartung falousobre o cenário econômico capixaba

Premiados da 3ª ediçãodo Prêmio Mec Inova

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21Outubro • 2015

Público recorde conferiu as novidades da indústria

Empresas de TI também marcaram presença no evento, com o estande “Infoshow”

O coordenador-executivo do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, Luiz Alberto de Souza Carvalho, e o presidente do Sindifer, Manoel Pimenta, no estande do sindicato

O secretário de Desenvolvimento do Estado, José Eduardo Azevedo,palestrou no primeiro dia do evento

Equipamentos com alta tecnologia e eficiência foram lançados no evento

Durante os quatros dias da feira,cerca de mil profissionais foramcapacitados nos minicursos oferecidos

Lugar de bons negócios:Mec Show movimentou mais de R$ 70 milhões em contratos futuros

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Vitrine: expositores em contato direto com os clientes

O grande estande contou com 10 representantes da área de TI. Um deles foi a Mogai, destaque em ferramentas e softwares para campos como automação e logística, e que trouxe uma solução para fazer inventário de substâncias granuladas, como minério, areia, soja, fertilizantes, cimento e várias outras. “Conseguimos medir usando fotografia. Desenvolvemos um hardware específico, uma câmera, que usamos em conjunto com um software que já tínhamos. Estamos lançando no Brasil, mas também já mirando o mercado internacional. Temos nessa feira empreendimentos importantes no setor metalmecânico e que podem render grandes parcerias. Ao realizarmos a Infoshow dentro da Mec Show, trouxemos informações novas e apresentamos ao público soluções muito úteis para suas atividades. Então, as empresas dos dois setores ganham muito com essa parceria”, frisou Franco Machado, diretor comercial da Mogai.

Lugar de parcerias, negócios, troca de conhecimento e boas perspectivas. Assim foi a edição de 2015 da Mec Show. Mas ainda há espaço para melhorar. Além de uma rica exposição de máquinas, equipamentos, produtos e serviços, a edição do ano que vem deverá contar com novas alianças entre entidades setoriais com o intuito de proporcionar cada vez mais um ambiente inspirador e propício para que os empresários do setor tenham acesso às informações necessárias ao desenvolvimento de suas atividades, por meio de conferências, palestras, cursos, rodadas de negócios e networking. Que venha 2016!

público o que existe de mais moderno em TI, mostrando que as necessidades de suas empresas podem ser supridas por soluções desenvolvidas em nosso Estado. Este ano, estivemos situados logo na entrada da Mec Show. Todos que passaram pelo evento puderam acompanhar as novidades das nossas 10 associadas. Foi algo muito marcante”, comentou ele.

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23Outubro • 2015

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EntrevistaPor Gustavo Costa

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Kleber Terra “É imprescindível que as empresas invistam em capacitação e inovação, ofereçam desafios e contribuam com o desenvolvimento da liderança”

D iretor de Operações e Infraestrutura da Samarco Mineração, Kleber Luiz de Mendonça Terra fala sobre sua trajetória na empresa, oportunidades de crescimento profissional na

iniciativa privada, mão de obra qualificada, desafios do setor extrativo para os próximos anos e investimentos na contratação de produtos e serviços de fornecedoras capixabas.

Como chegou à Samarco? Quais eram as suas expectativas, então recém-formado, quanto ao setor de mineração?

Fui admitido como engenheiro trainee na Samarco em 1998. Havia me graduado em Engenharia de Minas no ano anterior e, como todo recém-formado, carregava comigo uma grande vontade de aplicar os conhecimentos adquiridos na universidade. A Samarco sempre foi uma grande escola dentro do setor mineral. Temos profissionais qualificados e competentes em um ambiente que possibilita também o desenvolvimento de outras habilidades, voltadas não só para o aprimoramento técnico, mas também de relacionamento e liderança. O Brasil é referência internacional em mineração, e a Samarco é um dos principais players desse mercado. Além dessas prerrogativas, a empresa investe fortemente em ações voltadas para a gestão de pessoas, buscando não só qualificar, mas também andar junto com o empregado que acredita em sua missão, valores e visão. Essa sintonia com o jeito de gerir da Samarco faz com que as minhas expectativas profissionais e pessoais sejam alcançadas a cada dia.

Em 17 anos de empresa, o senhor foi de engenheiro trainee a diretor de Operações e Infraestrutura. Essa evolução, no seu ponto de vista, pode servir como incentivo a novos talentos que apostam na iniciativa privada?

Não tenho dúvidas. Acredito, primeiramente, que é necessário haver aderência entre os valores pessoais e os valores estabelecidos pela organização. É imprescindível que as empresas invistam em capacitação e inovação, ofereçam desafios e contribuam com o desenvolvimento da liderança, garantindo, é claro, um ambiente de trabalho saudável e a possibilidade de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. A Samarco segue esse modelo de gestão de pessoas, focado no crescimento e no desenvolvimento de competências, utilizando como base a meritocracia. Considero que esse modelo é um forte mecanismo de retenção de talentos.

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Entrevista

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“Temos 5,6 mil fornecedores, dos quais 22% estão localizados no Estado. Ou seja, no total, temos 1.203 fornecedores capixabas”

Existe mão de obra qualificada, em todos os níveis, para atender às demandas da indústria? O que pode melhorar?

A qualificação dos trabalhadores é um dos fatores mais frequentemente indicados pela literatura econômica como de-cisivo para incrementar a produtividade e a competitividade das empresas. Dispor de força de trabalho mais qualificada permite às empresas a redução dos custos de produção, a incorporação e o desenvolvimento de tecnologias mais modernas, a adoção de práticas ambientalmente responsáveis e a implantação de padrões mais eficientes de gestão.

De maneira geral, a força de trabalho brasileira permanece sendo de baixa escolaridade. Dados publicados pela Organiza-ção para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que somente 41 a cada 100 brasileiros entre 25 e 64 anos possuem ensino médio completo e apenas 11 em 100 detêm um título superior. O desafio atual da Samarco é comum à realidade brasileira e passa pela necessidade de promover a atração de mão de obra e, também, superar a iminente escassez de profissionais qualificadosno mercado, o que faz da retenção de pessoas-chave uma necessidade para a sustentação do negócio.

Para vencer esses desafios, a empresa tem investido forte-mente em seu processo de educação corporativa, com ações de desenvolvimento que contribuem para a implementação da

estratégia organizacional, com profissionais mais bem capacitados para o desem-

penho de suas atividades e, conse-quentemente, para a alavanca-

gem de nossa produtividade. Em 2014, investimos aproxima-damente R$ 9 milhões nas es-colas de Identidade, Excelência, Tecnologia, Sustentabilidade e Liderança. Ao todo, foram 176.474,88 horas de capaci-tação. Além disso, buscamos parcerias com universidades,

para que haja maior aderência entre os currículos escolares

e as necessidades do mercado. Isso nos permite, inclusive, abrir maior espaço para o ensino prático, por meio de estágios e iniciação científica, entre outras possibilidades.

E qual é o impacto, para as empresas de setores como mineração ou metalmecânico, da falta de profissionais qualificados?

O Espírito Santo conta hoje com um dos mais modernos parques do setor metalmecânico e com empresas preparadas para atender demandas nos diversos níveis de complexidade. Ter profissionais qualificados é essencial para garantir a qualidade do negócio, que se configura como um dos mais importantes para a economia do Estado.

Como percebe a atuação do Sindifer? Nota melhorias para as empresas do setor metalmecânico?

O Sindifer tem um papel importante e de representativida-de para as empresas do setor metalúrgico e de material elé-trico do Espírito Santo. Vejo a organização como uma frente essencial na promoção de negociações entre os públicos de interesse do setor, bem como um mediador dos interesses da categoria. Percebo também um forte empenho do Sindifer em oferecer discussões, capacitações e a promoção de atividades voltadas à inovação do mercado, o que amplia sua capacidade de atuação. Certamente, as melhorias são percebidas com a oferta de tantas possibilidades que resultam, diretamente, em boas oportunidades de negócios para seus associados.

O senhor recebeu no Mec Inova, durante a Mec Show, uma placa de reconhecimento aos serviços prestados ao setor metalmecânico. Como se sentiu ao receber essa homenagem?

É muito gratificante ser homenageado pelas contribuições prestadas ao setor metalmecânico do Estado. A Mec Show é uma das principais vitrines de negócios locais, reunindo fornecedores qualificados em um setor de extrema rele-vância para a Samarco e que possui papel fundamental na geração de emprego, renda e tributos. Ser reconhecido pela participação em um setor de tamanha relevância para a eco-nomia capixaba é, sem dúvida, motivo de orgulho para mim.

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27OUTUBRO • 02

“Dispor de força de trabalho mais qualificada permite às empresas a redução dos custos de produção, a incorporação e o desenvolvimento de tecnologias mais modernas”

Uma homenagem que só se concretizou graças à confiança que a empresa tem depositado em mim, ao longo desses 17 anos, e às contribuições dos brilhantes profissionais que estão comigo no dia a dia da Samarco.

Como está sendo o ano de 2015 para a Samarco? Quais números poderia destacar em relação a investimentos, produção e novos negócios?

Em 2014, inauguramos o Projeto Quarta Pelotização, que possibilitou elevar nossa capacidade produtiva para 30,5 milhões de toneladas por ano. Para isso, a Samarco investiu R$ 6,4 bilhões na ampliação de suas operações. Em 2015, esperamos que a nossa capacidade produtiva seja mantida, considerando ser o primeiro ano de operação completa da quarta usina de pelotização.

Como a empresa enxerga as fornecedoras capixabas? Qual é a porcentagem de serviços contratados pela Samarco no Estado?

Por meio do trabalho conjunto com os nossos fornecedores, podemos potencializar o desenvolvimento das áreas onde mantemos operações e enfrentar cenários econômicos desa-fiadores com solidez e eficiência. Atualmente, temos 5,6 mil fornecedores, dois quais 22% estão localizados no Estado. Ou seja, no total, temos 1.203 fornecedores capixabas.

Quais têm sido os desdobramentos da crise econômica no setor de mineração? E como vencer este momento de instabilidade?

A volatilidade dos preços do minério é real e deve continuar a fazer parte do contexto do mercado nos próximos anos. Sempre destacamos que, ao longo dos quase 40 anos de operação, a Samarco passou por diversos marcos e desafios e isso fez com que a empresa adquirisse uma bagagem de aprendizado para superar esses momentos de dificuldades.

Para gerir com eficiência as operações da Samarco, traba-lhamos com dois pilares fundamentais: planejamento com excelência e execução com alta eficiência. Essa é, sem dúvida, uma grande receita para mantermos a empresa firme em seus objetivos. Nossa meta é continuar avançando em tecnologia e inovação para ofertar ao mercado siderúrgico produtos que apresentem excelente desempenho, gerando maior produti-vidade e ganhos ambientais.

Quais os próximos desafios para a Samarco? E os próximos passos da mineradora no que se refere a novos investimentos?

Como qualquer player de escala mundial no mercado, a Samarco está sempre atenta a boas oportunidades. Porém, no momento, o foco da empresa é a operação à plena carga da nova planta de pelotização. A Samarco tem compromis-sos assinados com seus clientes para a produção adicional e se concentra no cumprimento desses acordos.

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Registro

Samarco é eleita a melhor mineradora do BrasilR eferência em seu setor, a Samarco foi eleita

pelo Anuário Época Negócios 360º, pelo terceiro ano consecutivo, a melhor empresa

de mineração e siderurgia. O evento de premiação aconteceu no dia 13 de agosto, em São Paulo. Marcaram presença na solenidade o diretor-presidente, Ricardo Vescovi; o diretor de Projetos e Ecoeficiência, Maury de Souza; e o diretor comercial, Roberto Carvalho. “Este reconhecimento aqui celebrado reforça o nosso papel de gerir nosso negócio de forma íntegra, contribuindo para o desenvolvimento que queremos para nosso país, em que as empresas capazes e corretas se sobressaiam e trabalhem para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável”, enfatizou Vescovi.

O ranking da publicação conta com o apoio técnico da Fundação Dom Cabral, da Economáti-ca (especializada em levantamento e análise de dados) e da Associação Brasileira de Comunica-ção Empresarial (Aberje). Ao todo, são avaliadas 250 organizações nacionais de 26 setores da economia, como saúde, energia e infraestrutura. Publicado desde 2012 pela Editora Globo, o anuá-rio aponta as companhias que mais se destacaram

por seus resultados financeiros e analisa o desempenho em aspectos como governança corporativa, responsabilidade so-cioambiental, políticas de recursos humanos, visão de futuro e capacidade de inovação.

Mineradora foi destaque em seu setor pelo terceiroano consecutivo

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Especial

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Especial

2ª Prevenirmovimenta o Estado

Com o tema “Prevenção integral: valorizando a vida”, Sindifer realiza Feira de Saúde e Segurança do Trabalho

Por Gustavo Costa

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31Outubro • 2015

A cidentes de trabalho no Brasil ainda são uma triste e incômoda realidade. Em quatro anos – de 2010 a 2013 – o país contabilizou aproximadamente

3 milhões de ocorrências com trabalhadores (2,85 milhões), sendo quase a metade (1,244 milhão) na indústria – setor só superado pelo de serviços, com 1,384 milhão de registros no mesmo período. Os dados são do Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS) 2013.

Por conta desse cenário, será realizada entre 6 e 8 de outubro no Carapina Centro de Eventos, na Serra, a segunda edição da Feira de Saúde e Segurança do Trabalho (Prevenir). Criado pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer) e correalizado por Sistema Findes e Sebrae, o encontro terá como tema “Prevenção integral: valorizando a vida” e trará palestras que abordarão a importância de medidas de precaução de acidentes e aperfeiçoamento de processos nos sistemas de Saúde e Segurança no trabalho das empresas capixabas.

Além de, mais uma vez, apresentar as novidades para a área, a 2ª Prevenir promoverá o debate do assunto e seus impactos para empresários, trabalhadores e jovens que chegarão ao mercado nos anos que estão por vir. A feira, organizada pela empresa Dupla Produções, tem a parceria da Studio Brasil e patrocínio de ArcelorMittal Tubarão, Samarco e Vale, e conta com um grupo técnico formado por Petrobras, Engelmig, Fibria, EDP Escelsa e Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo.

“Segurança no trabalho é pauta que merece prioridade. Sabemos que é algo que precisa melhorar bastante no Brasil e é por isso que eventos como a Prevenir são tão importantes. Empresas devem sempre atuar conforme determina a legislação, evitando assim a ocorrência de acidentes com o que possuem de mais valioso: seus trabalhadores. Investir em prevenção só traz benefícios, resultando em profissionais atuando em plena capacidade e produtividade sempre em alta”, disse Manoel Pimenta, presidente do Sindifer.

Para o diretor-executivo da Dupla Produções, Jarbas Pires, as expectativas são as melhores possíveis. “A pauta segurança desperta cada vez mais atenção das empresas. E na Prevenir abrimos espaço para essas empresas, além de órgãos, entidades, escolas e, claro, trabalhadores. Queremos fazer da feira este ano um evento ainda maior que o do ano passado. Já temos 88 expositores e comer-cializamos 80% dos espaços”, falou. Em setembro de 2014, a 1ª Prevenir reuniu expositores de renome nacional e foi visitada por cerca de 10 mil pessoas.

Um chamado em favor da vida. É assim que a engenheira de Segurança do Trabalho da Samarco Fabiola Lopes Pereira classifica a programação. “A Prevenir propicia um despertar para a consciência prevencionista, além de proporcionar uma oportunidade de interação com a temática, caracterizando uma contribuição valiosa para nós, profissionais da área, pois estamos fomentando um movimento em favor da vida. Incentivando a participação tanto das empresas quanto da população em geral, o sucesso consolidado da feira dá a dimensão do crescimento e da importância desse tema para o mercado de saúde e segurança em todo o Estado”, destacou ela.

PALESTRASCom um roteiro intenso de atividades, a Prevenir reunirá

especialistas nas mais diversas frentes, em palestras que começarão no dia 6. Técnica em Segurança do Trabalho e instrutora do Senai, Aline Neumann Radaelli abordará “e-Social”. Em seguida, também no auditório 1, a advogada Cintia Yazigi falará sobre “Direitos e ações do empregador”. No auditório 2, os destaques ficarão por conta da gerente de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Jurong, Lani Tardin, com “Segurança na construção naval”; e do general de exército Alberto Mendes Cardoso, com “Gestão estratégica nas atividades empresariais”, além da abertura oficial da feira.

No auditório 3, o gerente-executivo de Promoção da Saúde e Responsabilidade Social do Sesi-SP, Eduardo Arante, tratará de “Impacto dos acidentes de trabalho nos negócios”; seguido do psicólogo Odilon Cunha Júnior, que explanará a respeito de “Segurança comportamental – Clima e cultura”.

No dia 7, as palestras começarão no auditório 1, com o ortope-dista e traumatologista Thanguy Gomes Friço, enfatizando o tema “Qualidade de vida”. Na sequência, será a vez do gerente de Comunicação da Vale, Maurício Manzali, com “Contribuição da área de Comunicação na prevenção de acidentes”. Já a mestre em Biotecnologia e doutora em Saúde Pública Érica Lui Reinhardt discorrerá sobre “Segurança em ambiente hospitalar e laboratorial”.

No auditório 2, o analista de Segurança do Trabalho na Vale, Eliomar Carvalho, enfocará sobre “O hábito do compor-tamento seguro: escolhas e atitudes”. A seguir, a psicóloga Lúcia Lopez falará a respeito de “Impacto da depressão e

“Segurança é uma pauta que desperta cada vez mais a atenção das empresas. Queremos fazer da feira um evento ainda maior que a edição do ano passado”Jarbas Pires, diretor-executivo da Dupla Produções

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Especial

2ª Feira de Saúde e Segurança do Trabalho

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Dia 6 Auditório 115h às 16h - “e-Social”, com Aline Neumann Radaelli16h30 às 17h30 - “Direitos e ações do empregador”, com Cintia Yazigi

Auditório 215h às 16h - “Segurança na construção naval”, com Lani Tardin16h30 às 17h30 - “Gestão estratégica nas atividades empresariais”, com Alberto Mendes Cardoso18h30 às 19h – Solenidade de abertura

Auditório 315h às 16h - “Impacto dos acidentes de trabalho nos negócios”, com Eduardo Arante16h30 às 17h30 - “Segurança comportamental – Clima e cultura”, com Odilon Cunha Júnior

PROGRAMAÇÃO

16h30 às 17h30 - “Responsabilidade civil e criminal”, com Bruno Vianna 18h às 19h20 – A confirmar19h40 às 20h20 - Mesa-redonda “Do discurso à prática: quais são os desafios da alta liderança”, com Vilmar Teixeira de Abreu e Giulliano Polito

Dia 7Auditório 115h às 16h - “Qualidade de vida”, com Thanguy Gomes Friço16h30 às 17h30 - “Contribuição da área de Comunicação na prevenção de acidentes”, com Maurício Manzali19h30 às 20h30 - “Segurança em ambiente hospitalar e laboratorial”, com Érica Lui Reinhardt

Auditório 215h às 16h - “O Hábito do Comportamento Seguro: Escolhas e atitudes”, com Eliomar Carvalho 16h30 às 17h30 - “Impacto da depressão e transtornos no ambiente de trabalho”, com Lúcia Lopez19h30 às 20h30 - “Como prevenir passivo trabalhista corporativo”, com Odair Nossa Sant’Ana

Auditório 315h às 16h - “Gerenciamento de risco”, com Reginaldo Lapa

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Dia 8 Auditório 115h às 18h - “Sistema de Ancoragem da NR35”, com Marcos Amazonas 18h30 - Encontro Técnico de Segurança do Espírito Santo

Auditório 214h às 15h - Premiação do Projeto Amadurecer: “Escola Segura”15h30 às 16h30 - “Medicina do sono como fator de prevenção de acidentes”, com Sérgio Barros17h às 18h - “Segurança em transporte de cargas”, com Geraldo Barros18h30 às 19h30 - “Segurança nas operações de mergulho do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo”, com Alexandre dos Santos Cerqueira

Auditório 315h às 16h - “Gerenciamento de riscos na aviação”, com Augusto da Fonseca Viana, 16h30 às 17h30 - “Conceitos de gestão de riscos e análise de riscos que devem ser utilizados para atendimento da NR-20”, com André Augusto Pfuetzenreiter18h às 19h - “Manutenção autônoma em sintonia com a segurança”, com Pedro Soares19h30 - Entrega do Prêmio “Boas Práticas”.

transtornos no ambiente de trabalho”. Mais tarde, a questão jurídica entra em cena, com o advogado Odair Nossa Sant’Ana explicando “Como prevenir passivo trabalhista corporativo”. Já no audi- tório 3, as palestras começam com o engenheiro de Segurança do Trabalho Reginaldo Lapa (“Gerenciamento de risco”). O advogado especial izado em Saúde Ocupacional Bruno Vianna ministrará sobre “Responsabilidade civil e criminal”. Finalizando o dia, haverá uma mesa-redonda com o gestor-executivo da EDP, Vilmar Teixeira de Abreu, e com o diretor de Obras da Lorenge, Giulliano Polito. O tema será “Do discurso à prática: quais são os desafios da alta liderança”.

O último dia de feira começará com o especialista em Trabalho em Altura Marcos Amazonas e a pauta “Sistema de ancoragem da NR35”, no auditório 1. Em seguida, será a vez do Encontro Técnico de Segurança do Espírito Santo. No auditório 2, os destaques ficarão por conta da premiação do Projeto Amadurecer: “Escola Segura”; e das palestras “Medicina do sono como fator de prevenção de acidentes”, com o pneumologista e responsável pelo Programa Medicina do Sono e Qualidade de Vida da Águia Branca, Sérgio Barros; “Segurança em transporte de cargas”, com o proprietário da Autor de Capacitação Profissional, Geraldo Barros; e “Segurança nas operações de mergulho do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo”, com o tenente-coronel Alexandre dos Santos Cerqueira.

Ainda no dia 8, o analista de Segurança Opera-cional da Gol Linhas Aéreas, Augusto da Fonseca Viana, dará início às apresentações no auditório 3, com “Gerenciamento de riscos na aviação”. Em seguida, o engenheiro de Segurança do Trabalho André Augusto Pfuetzenreiter falará sobre “Conceitos de gestão de riscos e análise de riscos que devem ser utilizados para atendimento da NR-20”. O gestor de Manutenção Produtiva Total da Garoto, Pedro Soares, com “Manutenção autônoma em sintonia com a segurança”, termina o ciclo de palestras do evento, que terá ainda a entrega do Prêmio “Boas Práticas”.

REUNIÃO ABORDA PROJETO EDUCACIONALUm dos destaques da feira, o Projeto Amadu-

recer: “Escola Segura” foi debatido em uma reunião realizada na sede do Sindifer, em Vitória, no dia 26 de agosto. Participaram do encontro repre-sentantes de Corpo de Bombeiros, Secretaria de Educação do Estado (Sedu), Vale, Petrobras, Samarco, Engelmig, Sistema Findes, Eco 101 e Trimak, entre outras organizações.

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Especial

34 REVISTA SINDIFER - ES

Criado com a finalidade de despertar a cultura da segurança entre os estudantes dos ensinos médio e funda-mental, o programa é coordenado por Eliomar Carvalho, que apresentou na ocasião as suas metas. “Na Vale existem várias iniciativas para trabalhar a prevenção de acidentes, uma vez que o nosso processo produtivo envolve muitos riscos. Entre os diversos pilares nessa área, está o meu: educação comportamental em prevenção de acidentes do trabalho. Nossa atuação está na construção do saber. O ‘Escola Segura’ é um item dentro do Projeto Amadurecer, que visa a estimular e mobilizar as insti-

“Meio ambiente, segurançae vários outros assuntos devem ser debatidos com os jovens. E em eventos como a Prevenir, percebemos esse debate”Haroldo Rocha, secretáriode Estado de Educação

“Estamos fomentando um movimento em favor da vida. O sucesso consolidado da feira dá a dimensão do crescimento e da importância desse tema para o mercado de saúde e segurança”Fabiola Lopes Pereira, engenheira de Segurança do Trabalho da Samarco

Alfonso Silva | Studio BrasilAdeilton Costa Pavani | Corpo de BombeiroAdriano Franskowiaki | EDPAna Karla Macabu | SebraeAndré Barreto | ValeAntonio Prando | SindiferArmando Bessa | DUPLABruno Campos Pinez | EngelmigCélia Perin | SebraeDaives Alvarenga | BrumetalDiogénes Vale | ValeEdward de Paula Vwehler | Arcelor Mital TubarãoEliomar Carvalho | ValeFabiola Lopes Pereira | SamarcoFernanda Margotto Arpini | SesiHerbert Andrade de Paiva Gonçalves | SebraeJarbas Pires Martins Júnior | DuplaKarina de Souza | Sistema FindesLigia Rodrigues | DuplaManoel de Souza Pimenta | SindiferMarcos Alex Silva | SesiMatheus Pêsso da Silveira | Sindifer/EngelmigPedro Henrique Almeida Weichert | SindiferRita Dillem | Sindifer Rodrigo Lessa | Vale

COMITÊ - FEIRA PREVENIR

tuições de ensino para a valorização da prevenção de acidentes. Com isso, promovemos a educação dos alunos na percepção de riscos e comportamento seguro. Sempre que vamos identifi-cando na empresa as causas de acidentes de trabalho, notamos uma correlação com mão de obra. E não é só o mecânico ou o soldador, mas também o líder, o gerente. É um problema cultural. O que acontece é que algumas vezes as empresas recebem engenheiros que são ótimos na sua função, mas não têm a cultura da prevenção de acidentes. E é por isso que temos que trabalhar na sua formação enquanto ele ainda está na escola”, explicou Carvalho.

Segundo Manoel Pimenta, escolas da Grande Vitória serão anali-sadas na questão de prevenção e segurança por meio de um check list. “Mandaremos um formulário, e essas escolas responderão sobre como funciona a segurança no seu dia a dia. Depois, três delas serão premiadas durante a feira Prevenir. O engajamento tem sido grande por parte da Sedu, e isso nos deixa muito felizes. Queremos envolver toda a sociedade no debate por mais segurança. Os alunos um dia estarão entre aqueles que trabalharão na indústria, logo, é bom desde cedo despertar a consciência a respeito da segurança na realização das atividades, quaisquer que sejam elas”, disse.

O secretário de Estado da Educação, Haroldo Rocha, garante que o projeto terá sempre todo o apoio necessário, pois contribui para a existência de escolas mais seguras e estudantes mais conscientes. “O cidadão precisa ser bem formado, e isso é responsabilidade da família, da sociedade e da escola também. A instituição de ensino só não pode ser a única responsável, mas ela tem peso e auxilia na formação das pessoas. Existem temas que são importantes para nossos alunos, mesmo que não sejam transformados em disciplinas. Meio ambiente, segurança e vários outros assuntos não são matérias, mas devem ser debatidos com os jovens. E em eventos como a Prevenir e projetos como o Amadurecer, percebemos esse debate”, comentou.

Seja cuidando das futuras gerações de trabalhadores, seja dando subsídios e ferramentas para a atual mão de obra da indústria, a Prevenir mostrará mais uma vez no Espírito Santo que o conhecido ditado continua em alta: “Melhor prevenir do que remediar”.

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Artigo

36 REVISTA SINDIFER - ES

Hora de retornar aos assuntos relevantesLuiz Paulo

Vellozo Lucas é diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes)

N ão restam dúvidas acerca da importância do microcrédito para geração/manutenção de empregos e rendas. Também é assertivo que

sua implantação estruturada contribui para a redução da pobreza. Não é à toa que o Espírito Santo é um dos estados que mais reduziu a pobreza nos últimos anos.

Por outro lado, mesmo programas robustos como o modelo capixaba, implantado pelo Governo Estadual e consolidado nos últimos 12 anos, precisam evoluir. Além disso, o país passa por um período de baixo crescimento, que tende a perdurar por dois ou três anos, até que os ajustes na condução da política econômica e na gestão fiscal do Governo brasileiro produzam efeitos, a crise política encontre um desfecho (qualquer que seja ele) e, então, possam se restabe-lecer as condições para a recuperação da economia. Esses são os fatos, e não há motivos para querer brigar com eles, contradizê-los ou negá-los.

Na esfera estadual, por sua vez, por força da própria conjuntura nacional – que produz reflexos generali-zados sobre os estados da federação – e dos aconte-cimentos e desmandos recentes, o comando atual promove sério ajuste de suas contas públicas, procu-rando atuar de maneira prudencial, visando a impedir que, nos próximos anos, o patamar de investimentos públicos seja reduzido drasticamente.

Nesse ambiente de dificuldades, além de recomendar medidas de contenção e maior seletividade nas decisões sobre projetos públicos e privados, abre-se, também, espaço para o aprofundamento de reflexões sobre novos caminhos a seguir e sobre novas oportuni-dades que podem emergir dessa crise caótica, política, moral e econômica que nos assola.

A boa notícia é o choque de realidade. As discussões importantes e estruturantes retornam à pauta e as insti-

tuições são convocadas a tomarem iniciativas corajosas e inovadoras. Desenvolver, além do ganho de produti-vidade ou do aumento da produção, envolve aumentar o valor agregado de nossos produtos e serviços. Para isso é que surge o Bandes Comunidades. Numa ação proativa, o Bandes prospectará empreen-dedores ligados à economia verde, à economia criativa e ao turismo em locais de fragilidade/vulnerabilidade social. Iniciativas como esta devolvem o protagonismo para quem de fato gera valor e incluem a população nas discussões sobre superação das dificuldades locais.

Nesse contexto, Bandes e Aderes se unem em ações estratégicas, possibilidades pela assinatura de um protocolo de intenções, firmado no dia 1º de setembro, para fomentar oportunidades de investi-mentos nas comunidades espalhadas por todo o Estado, por meio de financiamentos a empreendedores que tenham seus sonhos ligados às artes, ao meio ambiente e ao turismo. Esse tripé é capaz de gerar emprego, renda, além de promover a chamada ocupação social, uma vez que agrega valor aos produtos e serviços da localidade, beneficiando toda a sua população. Com programas como esse, o Bandes busca cada vez mais uma aproximação com as comunidades, objeti-vando a promoção do desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões: econômica, social e ambiental.

Sabemos e reconhecemos a gravidade da crise, as dificuldades do ambiente de negócios e as incer-tezas que cercam as decisões de investimento. Mas sabemos, também, que é preciso enfrentar essa agenda e trabalhar dedicadamente para construir soluções inovadoras que sejam compatíveis com a realidade, ajudando a viabilizar empreendimentos e projetos em parceria permanente e em rede com os principais atores públicos e privados.

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37MAR/ABRIL • 01

Registro

Pensamento Sistêmico é tema de palestraSempre com eventos que promovam troca de

experiências e integração entre representantes do setor metalmecânico, o Sindifer realizou

no dia 9 de setembro, no auditório da sua sede, em Vitória, a palestra “Pensamento Sistêmico”. Os presentes puderam acompanhar a explicação de Luiz Henrique Rodrigues sobre o tema. Professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, Rodrigues falou sobre como a metodologia que está sendo utilizada na Samarco, de avaliar os impactos das decisões no tempo e no espaço, está gerando resultados positivos e pode ser compartilhada com sucesso com outras empresas do Espírito Santo.

A Samarco tem promovido debates sobre a im-portância do projeto em algumas cidades de Minas Gerais e também no Espírito Santo. O Pensamento Sistêmico tem como eixos principais a promoção de uma sinergia e o alinhamento das ações dos diversos agentes municipais e consegue contribuir

para a elaboração de um plano de desenvolvimento. Trata-se, portanto, de uma competência destinada a avaliar os impactos de decisões gerenciais, além de visualizar possíveis cenários e os passos para a construção de um futuro de crescimento e desenvolvimento sustentável.

O professor Luiz HenriqueRodrigues abordou o projeto queestá sendo utilizado na Samarco

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Sustentável

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SustentávelPor Lui Lima

A saga para a obtenção delicenças ambientais

Com normas e diretrizes que não “conversam” entre si, legislação ambiental peca na forma confusa como é aplicada e atrapalha investimentos

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39Outubro • 2015

E ntre os muitos processos burocráticos existentes no país, o licenciamento ambiental é um dos que mais despertam discussões. Não pela importância de se

fazer um estudo completo sobre os impactos que a instalação ou a operação de um empreendimento podem trazer para o meio ambiente local e para os moradores ao redor. Essa é uma necessidade reconhecida pelos próprios empresários, e isso ninguém questiona. As polêmicas giram em torno das exigências burocráticas e da lentidão para se obter as licenças, tornando o processo mais complicado do que deveria e contribuindo para diminuir a competitividade do Estado.

O assunto é espinhoso e motivo de frequentes debates entre ambientalistas e iniciativa privada. De um lado, o grupo que exige a manutenção e até o recrudescimento das condicio-nantes ambientais. De outro, os empreendedores que pedem modernização do processo e simplificação nas exigências por parte dos órgãos competentes, para que haja mais agilidade nos trâmites burocráticos que envolvem a concessão da licença.

“Hoje, os órgãos responsáveis pela liberação da licença não distinguem o porte ou o segmento de negócio. Para pequenos, médios e grandes investimentos, a burocracia é a mesma. Também não importa se é um projeto mais ou menos oneroso ao meio ambiente. Eles colocam tudo no mesmo grupo. Isso causa uma lentidão muito grande na hora de avaliar os projetos, e licenças que deveriam ser simples chegam a levar dois ou três anos para serem emitidas”, observa o diretor do Sindifer Antônio Prando.

Fato é que as dificuldades para adequar as obras (ou certos processos produtivos) às regras da legislação ambiental brasi-leira vêm de longa data. Em 2012, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elaborou um levantamento para saber quais são os principais entraves enfrentados pelos empreendedores quanto ao ajuste às imposições. A pesquisa aponta que os maiores problemas estão relacionados à demora na análise dos pedidos de licença ambiental; ao custo elevado para atender aos requisitos ambientais; ao alto dispêndio com projetos e estudos; e até mesmo a dificuldades para suprir os critérios técnicos.

“A questão não é ser contra as licenças ambientais. Pelo

contrário: sabemos que há projetos que podem ser extrema-mente danosos ao meio ambiente e merecem ser tratados com muito cuidado. Entretanto, há um excesso de normas que não ‘casam’ umas com as outras e que precisam ser reavaliadas”, explica Wilmar Barbosa, presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).

De acordo com a pesquisa “Sondagem Especial Burocracia”, também realizada pela CNI com 2.388 industriais do Brasil inteiro, 76% consideram o processo de obtenção de certificados e licenças ambientais altamente burocrático. Apenas 7% dos entrevistados consideraram aceitável esse trâmite complexo imposto pelo poder público.

NORMAS QUE NÃO SE ENCAIXAMUm dos grandes problemas enfrentados pelos empreende-

dores é a multiplicidade de normas criadas por União, estados e municípios. Isso torna a sobreposição de entendimentos entre as autoridades ambientais e essas três esferas de governo um importante agente causador de insegurança jurídica. Quanto maior ela for, menor a disponibilidade de surgirem investi-mentos em determinado local. Afinal, quem vai querer apostar na instalação de um empreeendimento em determinada cidade ou estado sem saber quando (e se) vai conseguir construí-lo e operá-lo?

Um outro levantamento da CNI, feito em 2014 e entregue aos candidatos à Presidência da República durante o período eleitoral, mostra que o tempo médio para a obtenção de todas as autorizações que uma companhia de grande porte precisa para atuar é de incríveis 28 meses. De acordo com o documento, o prazo é “incompatível com os custos de oportunidade da maioria dos investimentos”.

Além disso, uma das principais dificuldades apontadas é a subjetividade com que são feitas as avaliações para liberação das autorizações. Isso porque não há limites claros definidos na legislação atual para a imposição de condicionantes em obras de grande porte. Com isso, uma licença para a edificação de uma usina hidrelétrica pode ser condicionada, por exemplo, a cons-

truções de rodoviárias e escolas, entre outros itens.Ou seja, além de todas as requesições legais, quem

precisa obter sinal verde para implantar o negócio, seja qual for o tamanho do projeto, tem que contar com o bom senso da interpretação do licenciador, uma vez que não há parâmetros para o que pode ou não ser solicitado.

Prova disso é que o Mapa Estratégico da Confe-deração Nacional da Indústria, divulgado em 2014, aponta que, somados os âmbitos federal, estadual e municipal, as licenças ambientais são reguladas por cerca de 30 mil diferentes instrumentos legais. Um emaranhado de “nós” jurídicos que é responsável pela demora na concessão.

Essa morosidade na obtenção dos documentos necessários tem um custo para o país, e não é barato. Segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), realizado em 2013, a burocracia, somada à carga tributária, tira a competitividade da indústria brasileira e encarece a manufatura nacional.

“Sabemos que há projetos que podem ser extremamente danosos ao meio ambiente e merecem ser tratados com muito cuidado. Entretanto, há um excesso de normas que não ‘casam’ umas com as outras e que precisam ser reavaliadas”Wilmar Barbosa presidente do Consuma

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Sustentável

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O trabalho comparou o custo de produção no Brasil com o de outros 15 países, entre eles Alemanha, Argentina, Chile, China e Estados Unidos, em setores divididos por intensidade tecnológica. Para a Fiesp, carga tributária e burocracia ainda são os maiores vilões. Somente esses quesitos encarecem os produtos em 15,5% no geral.

Luis Soares Cordeiro, empresário e também diretor do Sindifer, sente na pele a dificuldade que é passar pelo processo burocrático. Há um ano ele tenta conseguir todos os avais ambientais para sua organização, mas, apesar de muitas idas e vindas a escritórios e órgãos especializados, ainda não obteve sucesso.

Para Cordeiro, o principal problema é que as decisões são muito centralizadas, gerando sobrecarga de trabalho. No Espírito Santo, por exemplo, o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) está saturado. “É humanamente impossível que os técnicos consigam dar vazão àquele fluxo de projetos. São muitas coisas, algumas simples, mas que precisam de atenção. Outras que sequer precisavam passar por eles, porque não possuem nenhuma viabilidade. E tudo isso acaba criando um volume muito grande de trabalho, atrapalhando o andamento de todos os outros processos”, avalia. Ainda segundo ele, deveria haver um filtro que priorizasse os projetos por viabilidade econômica e interesse social.

O dirigente compara a situação brasileira com a de outros países. “Fizemos uma viagem à Noruega e conversamos com vários empresários. Perguntamos qual o tempo para se obter uma licença voltada para extração de petróleo e gás. Eles foram unânimes em dizer que não passa de três meses. Isso demonstra uma falta de objetividade absurda no nosso processo”, critica Cordeiro.

MEDIDAS SIMPLES PODEM AJUDARAinda de acordo com o diretor do Sindifer, o país, por conse-

quência o Espírito Santo, contam com boa legislação e pessoas competentes para avaliar os projetos, mas há um excesso de trâmites que impede resultados melhores. Não é à toa que, em relatório do Banco Mundial, o Brasil é o 116º colocado no ranking que mede a facilidade de se investir e de se fazer negócios, dentre189 economias

Segundo Antônio Prando, é necessário simplificar esse processo. A seu ver, nenhum município pode cometer a irres-ponsabilidade de liberar uma licença sem estudo de impacto ambiental, mas seria preciso haver uma categorização dos projetos em tamanho, tipo de negócio e grau de risco ao meio ambiente. “Tem de separar por pequenos, médios e grandes impactos. Uma indústria de cosméticos possui um grau de

impacto muito inferior ao de uma empresa de mineração. No entanto, a burocracia é a mesma para os dois. Uma empresa com dois mil metros quadrados construídos tem a mesma exigência de uma Vale ou uma ArcelorMittal”, compara.

Luis Soares aponta como solução dar às prefeituras uma competência maior para avaliar os pequenos projetos, além de equipar essas administrações públicas com pessoal capaci-tado para fornecer mais fluidez a alguns processos, tirando a sobrecarga do Iema. “Além disso, deveria haver uma instância classificatória, que desse prioridade aos projetos que atendam aos interesses econômicos do Estado e aos interesses sociais”.

Algumas sugestões para diminuir a burocracia já são de conhecimento do Governo Federal, que recebeu da CNI um documento nesse sentido elaborado com a participação de todas as federações de indústrias, inclusive a do Espírito Santo. Algumas das ideias são oferecer descontos nas taxas e reduzir o tempo de análise de renovação de licenças, além da criação de um regime diferenciado para empreendimentos de projetos especiais, como os de infraestrutura, que sejam de utilidade e interesse públicos. Com isso, a intenção é tornar o processo menos caro e mais justo.

A proposta da CNI prevê ainda a uniformização dos prazos de validade das licenças ambientais, conforme classificação; a concessão de autorizações para pesquisas e atividades especí-ficas concomitantemente com a emissão da licença, tornando mais ágil o processo; a simplificação do licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades considerados de baixo impacto ambiental (uma papelaria, por exemplo), por meio de processo autodeclaratório.

A criação de um balcão único que concentre os procedi-mentos administrativos necessários para a emissão de licenças e a informatização do processo de licenciamento ambiental, por meio de um portal na internet e de um banco de dados com informações integradas, também tornariam as atividades mais rápidas, segundo a proposta.

Ou seja, para resolver uma questão tão complexa como os trâmites burocráticos, a solução é uma convergência entre as esferas de poder, no sentido de racionalizar e simplificar o processo. E isso nada tem a ver com tornar as leis ambien-tais mais frouxas. Até porque todo esse obscuro emaranhado jurídico propicia o surgimento de atalhos ainda mais obscuros, que tendem a fazer tão mal quanto uma legislação ambiental ineficaz. A saída, para tudo na vida, é lembrar que, muitas vezes, menos pode ser mais.

“Fizemos uma viagem àNoruega e conversamoscom vários empresários.Perguntamos a eles qualo tempo para se obteruma licença voltada paraa extração de petróleo egás. Eles foram unânimesem dizer que não passa e três meses. Issodemonstra uma falta deobjetividade absurda nonosso processo”Luis Soares Cordeiro,diretor doSindifer

28 mesesRETRATO DA BUROCRACIA

É o tempo médio que uma grande empresa leva para obter a licença ambiental

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Gestão

42 REVISTA SINDIFER - ES

GestãoPor Gustavo Costa

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43Outubro • 2015

C om os grandes desafios de em-preender no Brasil, muitas vezes os empresários se preocupam

com investimentos, aquisição de máquinas e equipamentos, contratação de profissio-nais e produção, mas não buscam saber se seu negócio está jurídica, societária, trabalhista e tributariamente protegido e estruturado.

Atento à importância desse tema, o Sindifer promoveu em junho, em sua sede, em Vitória, o evento “Cenário atual e estratégias em tempos de crise”. Entre diversos temas debatidos esteve também a questão jurídica. A palestra “Prevenção de ações trabalhistas” esclareceu dúvidas sobre admissão de funcionários, direitos e demissões trabalhistas, transporte, horas extras e in itinere, férias e muitas outras.

Apresentador da palestra, o advogado Odair Nossa Sant’Ana lembra que a legislação referente ao trabalho é obsoleta no Brasil, o que não ajuda as organizações. “A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi criada em 1º de

maio de 1943 e não retrata em nada o mercado de trabalho atual. O empregador precisa investir cada dia mais na segurança jurídica de sua empresa, para não incorrer em erros que culminem em passivo trabalhista. Falta ainda a alguns empregadores uma visão prevencionista, que certamente evitaria questionamentos judiciais e extrajudiciais. A legislação vigente onera muito os empregadores, e a flexibilização das normas trabalhistas é necessária para a manutenção da competitividade”, defende.

De acordo com Sant’Ana, questões ligadas à medicina e à segurança são campeãs quando se fala em problemas entre as partes. “Um acidente de trabalho é capaz causar sérios transtornos, já que, além da questão social, pode gerar um processo com condenações por dano moral e material em valores altos, tanto que podem até mesmo inviabilizar a atividade da empresa”.

Na sua avaliação, há uma fragilidade por parte dos empreendimentos frente ao número de ações registrado no país.

“A orientação de um advogado, uma boa equipe de recursos humanos e uma liderança que saiba resolver conflitos são passos importantes para a redução de problemas com a Justiça”Odair Nossa Sant’Ana, advogado

Conhecer a legislação e contar com um bom apoio é essencial para evitar problemas na área jurídica

Gestão preventiva capaz de blindara sua empresa

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Gestão

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“O Brasil é campeão mundial em ações trabalhistas. Para se ter uma ideia, os Estados Unidos têm 75 mil processos por ano e a França, 70 mil. O Brasil registra, anualmente, dois milhões de reclamações trabalhistas”, informou.

Do ponto de vista do presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt), da Federação as Indústrias do Espírito Santo (Findes), Haroldo Massa, os donos de negócios no país são prejudicados pela burocracia e por leis obsoletas e engessadas. “A legislação trabalhista é de longe a grande vilã dessa situação. Súmulas, jurisprudência e interpretação do juiz nos deixam sem alternativas, pois são imprevisíveis no seu desenrolar. Quanto aos demais problemas, de uma forma mais generalizada, temos conhecimento suficiente para sairmos das primeiras mazelas”, frisou.

BUSCAR SUPORTE É ESSENCIALPara Haroldo Massa, a falta de preocupação com a área

jurídica, ainda predominante, pode ser explicada pelo hábito do empresário de trabalhar sem uma assessoria especializada para assuntos que ultrapassam a capacidade empreendedora. “As questões jurídicas não são assuntos técnicos de engenharia, de administração, e hoje fazem parte do dia a dia de nossas empresas. Assim, precisamos nos adequar a essa nova realidade nos capacitando ou buscando profissionais experientes”.

O presidente do Consurt lembra que a contratação de especialistas ou consultores possui custo elevado, e muitas das pequenas e médias empresas têm dificuldades quando se trata de contar com apoio especializado. “Essas empresas não suportariam mais esse ônus. Recomendo capacitação, participação em seminários, leitura de matérias esclarecedoras. O simples cumprir de regras, leis, portarias e convenções já é um grande passo”.

Organismo consultivo da Presidência da Findes e dos sindicatos a ela vinculados, o Consurt tem buscado de forma sistemática ouvir a base industrial do Estado e promover discussões em seu fórum interno de representantes. O resultado desse trabalho é repercutido mensalmente na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em reuniões entre todos os estados da federação. “Esse intercâmbio ocorre também de forma reversa. Notícias, experiências e orientações também são levadas de volta ao nosso Estado. Em uma visão regional, o Consurt, por meio do

Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies) e do Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS), apoia e orienta os sindicatos e seus associados nas demandas que envolvam as relações do trabalho, que tanto nos exigem de conhecimento e prudência nas decisões”, falou Massa.

Segundo o presidente do Sindifer, Manoel Pimenta, os empresários não podem negligenciar os cuidados com o aspecto jurídico. “Ter segurança é fundamental para o crescimento da empresa. É preciso pensar não apenas na estrutura das nossas organizações, mas prepará-las desde o princípio no campo jurídico. Assim, o empresário evita muita dor de cabeça no futuro. O Sindifer trabalha para dar todo o suporte às suas associadas. Promovemos eventos com grandes especialistas, que trazem orientações que podem reduzir custos operacionais e dar mais segurança para as empresas do nosso Estado”, explicou ele.

O advogado Odair Sant’Ana concorda que, não raramente, a empresa passa a funcionar sem que haja um cuidado prévio com a base jurídica, e só mais tarde busca saber se estará respaldada para um eventual problema ou até para receber investimentos. “A segurança jurídica deve ser um princípio em todas as empresas e estar arraigada na visão dos empregadores. As organizações devem observar atentamente o que determina a legislação, desde a contratação até a dispensa de um empregado. Não vale a pena correr o risco para depois remediar. A melhor forma de garantir a segurança jurídica é trabalhar preventivamente. A orientação de um advogado, a formação de uma boa equipe de recursos humanos e uma liderança que saiba orientar e resolver conflitos, sem ser autoritária e centralizadora, são passos importantes para a redução de problemas com a Justiça”, enumerou.

MUDANÇA DE CULTURAEmbora afirme que a burocracia está entranhada no dia a dia

do brasileiro, o gerente jurídico da Imetame, Bruno Carlesso, não acredita que este seja o principal motivo que contribui para que o empreendedor sofra prejuízos em questões jurídicas. “Isso porque ele preocupa-se, primeiramente, com aquilo que o apoiará a seguir com seu negócio (custos diretos, como matéria-prima, salários, energia elétrica etc.), o que, via de regra, não está associado à contratação de uma assessoria jurídica. Além disso, o custo de tal contratação é alto e, conforme já mencionado, não está relacionado diretamente à obtenção de receitas pelo empreendedor, o que acaba relegando essa atividade jurídica a segundo plano”, comentou.

NÚMERO DE AÇÕESTRABALHISTAS (POR ANO)

Estados Unidos 75 milFrança 70 milJapão 2,5 mil

Brasil 2 milhões

“Devido a questões como o custo de contratação, por vezes o empreendedor deixa de obter assessoria e conta com a sorte para que seu negócio prospere”Bruno Carlesso, gerente jurídico da Imetame

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Carlesso frisou que a Imetame há tempos entendeu que os riscos inerentes à atividade empresarial precisam estar amparados juridicamente, para que o gestor possa tomar a melhor decisão para a empresa e seus colaboradores. “Por isso, conta com uma assessoria jurídica própria, composta por advogados que atuam diretamente nas questões trabalhistas, tributárias e societárias, entre outras”. Ele cita que o grande desafio dos empreendedores, sobretudo dos pequenos, é conhecer e entender os limites de seus direitos e dos direitos de seus colaboradores. Para o gerente, iniciativas sobre o tema, como as que são realizadas pelo Sindifer, são válidas e demonstram a preocupação com as associadas. “Particularmente, conheço a estrutura jurídica do Sindifer e sei de seu zelo e competência para tratar dos mais diversos assuntos, sobretudo daqueles relacionados aos direitos sociais e trabalhistas da base ligada ao sindicato”.

Haroldo Massa, do Consurt, observa que quando o assunto é segurança jurídica, é preciso haver uma mudança de cultura. “Precisamos mudar nosso comportamento e qualificação. Precisamos acompanhar e cobrar dos órgãos reguladores maior coerência e divulgação. Devemos exigir de nossos políticos atitudes e definições de legislações modernas e compatíveis com a realidade social e econômica de nosso país. Precisamos nos inserir no contexto legislativo como atores e deixarmos de lado essa postura de espectadores, que ou batem palma ou vaiam, sem fazer nada mais. A hora dessa mudança já passou.

Estamos atrasados. Não podemos perder mais tempo”.Carlesso completa o pensamento de Massa citando que

a mentalidade já vem mudando, mesmo que lentamente. “É perceptível a preocupação dos novos empreendedores em dar segurança jurídica às suas ações. Ocorre que devido a questões como o custo de contratação, por vezes o empreendedor deixa de obter assessoria e conta com a sorte para que seu negócio prospere”.

Buscar estar sempre atualizado, investir em bons profissionais de recursos humanos e mudar a forma como se enxerga a segurança dos trabalhadores dentro das empresas são tarefas do empreendedor. Nessa área, o conhecido ditado, “prevenir é melhor que remediar”, continua mais atual que nunca.

“Precisamos mudarnosso comportamento equalificação. Não podemosperder mais tempo”Haroldo Massa,presidente do Consurt

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46 REVISTA SINDIFER - ES

Registro

Petrobras bate recorde de produção em agostoA Petrobras celebrou em agosto um recorde histórico na

produção de petróleo e gás natural, no Brasil e no exterior. Foi atingida a marca de 2,88 milhões de barris de óleo

equivalente por dia (boed). O volume é 0,8% maior que o recorde anterior, de 2,86 milhões boed alcançado em dezembro de 2014; e 4,5% superior aos 2,76 milhões boed, registrados em agosto de 2014. A produção total no país, já incluindo a parcela operada para empresas parceiras, alcançou pela primeira vez os 3 milhões de barris de óleo equivalente por dia, fechando em 3,01 milhões boed. A produção total de petróleo e gás natural no Brasil foi de 2,69 milhões boed, 3,1% acima à do mês anterior (2,61 milhões boed). Enquanto isso, no exterior foram produzidos 192 mil boed, desempenho 3,8% a mais do que os 185 mil boed de julho, devido, principalmente, ao retorno das operações da plataforma do Campo de Saint Malo, no Golfo do México.

Empresa alcançou a marcade 2,88 milhões de barris deóleo equivalente por dia

Evento na ArcelorMittal Cariacica debate educação integral

Em uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação de Cariacica (Seme), a ArcelorMittal Cariacica e a Fundação ArcelorMittal Brasil, foi realizado em julho o Seminário do Projeto MobilizAção. Com o tema “Educação Integral”, o evento, que aconteceu no auditório da ArcelorMittal Cariacica, abordou a importância da arte, da cultura, do esporte e do acompanhamento pedagógico como ferramentas de integração entre estudantes, famílias, entidades públicas e privadas e sociedade civil organizada. Participaram aproximadamente 60 profissionais de escolas municipais de ensino fundamental. Durante a programação, foi lançada uma

publicação que reúne as melhores práticas desenvolvidas por 10 escolas de Cariacica para aproximar os pais da vida escolar de seus filhos. O material, produzido de acordo com a visão de diretores, professores e equipes pedagógicas, também esclarece sobre a metodologia de trabalho dos colégios. “É muito importante a parceria da prefeitura com a ArcelorMittal no desenvolvimento de programas sociais, pois contribuem muito com a sociedade. Nesse sentido, o Projeto MobilizAção atua diretamente nas comunidades, ao mesmo tempo em que reflete sobre seus resultados”, frisou Fernando Magalhães, diretor da ArcelorMittal Cariacica.

Já a produção de gás natural no Brasil, excluído o volume liquefeito, at ingiu 77,2 milhões m³/dia. De acordo com nota, a Petrobras atribui o bom desempenho à en-trada em operação, em 31 de julho, do FPSO Cidade de Itaguaí, ancorado em Iracema Norte, área localizada na porção noroeste do cam-po de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos. Essa plataforma tem capacidade para processar diariamente 150 mil bpd de petróleo e 8 milhões de m³/dia de gás natural. Adicionalmente, a reto-mada da operação de plataformas que estavam com paradas programadas para manutenção também foi um fator que contribuiu com o bom resultado do mês.

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47MAR/ABRIL • 01

Registro

Engelmig celebra 30 anos de mercadoC riada na cidade de Manhuaçu (MG) para

atender à construção de redes elétricas, além do comércio varejista de materiais

elétricos, a Engelmig ganhou mercado, consolidou-se e em 2015 celebrou 30 anos de atividade. Todas as unidades comemoraram em julho a importante data com um café especial, oferecido aos colaboradores. Em cada encontro, houve espaço para que todos pudessem falar a respeito de suas experiências e sobre como avaliam a empresa. Foi divulgado ainda o vídeo “A palavra do presidente”, em que o diretor-presidente da companhia, Moisés Pêsso, abordou o papel da organização, sua história e como cada funcionário foi e é importante.

O café da manhã em Manhuaçu contou com a presença de Pêsso, que esteve no Departamento de Suprimentos e Frota e também no Escritório Central. O diretor aproveitou para falar sobre o comprometi-mento de todos, as vitórias que marcaram a trajetória e os desafios que ainda estão por vir. A Engelmig

chegou ao Espírito Santo em 1990, quando firmou o seu primeiro contrato, com a Escelsa, para atender à extensão da eletrificação rural em Iúna. Associada ao Sindifer, a empresa faz parte do Comitê Técnico da 2ª Feira de Saúde e Segurança no Trabalho (Prevenir), que acontecerá entre 6 e 8 de outubro.

Comemoração: empresa mineirachegou ao Estado em 1990

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Artigo

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A evolução do conteúdo localA expressão “conteúdo local” existe com diferentes motivações e denominações desde o fim da Segunda Guerra Mundial

Alberto Machado Neto é diretor-executivo da Abimaq

I nicialmente o objetivo foi o de “industrializar” o país, até então baseado na agricultura. Até 1964, a ênfase era no desenvolvimento de alguns itens

da indústria de base e de bens de consumo durável, e a partir de 1965 principiou-se a implantação do segmento produtivo de bens de capital.

Nesse aspecto, a Petrobras, motivada pela neces-sidade de obter sobressalentes para suas operações sem depender de importações, sempre buscou apoio nas indústrias existentes no país. Já em 1957, estabeleceu importante diretriz para o desenvolvimento da fabri-cação local, começando diálogo com seus potenciais fornecedores para a troca de informações e a colabo-ração na absorção de novas tecnologias. O principal objetivo era acelerar a substituição das importações de sobressalentes para as refinarias maximizando as compras locais, pois aquelas efetivadas no exterior representavam um processo complexo e demorado.

Já nos anos 70, com a ocorrência dos dois choques do petróleo e o consequente aumento das despesas com aquisição do produto e de seus derivados no exterior para abastecimento do mercado interno, o Governo definiu regras mais rígidas na balança de pagamentos, buscando promover exportações e restringir impor-tações por meio de expansão de controles e da implan-tação de um amplo programa de substituição de compras fora do país. Vigia então a Lei de Similaridade, que estabelecia que a comparação com os preços no exterior incluía um percentual de proteção ao forneci-mento doméstico. A motivação era economizar divisas. Assim, era admissível praticar um preço inicial mais elevado para o produto nacionalizado, desde que proporcionasse uma redução no dispêndio de divisas e permitisse assegurar a continuidade do suprimento a partir do mercado interno. Era uma aplicação do que hoje se define como “curva de aprendizado”.

Em vários casos, foi adotada a prática de vincular a compra do projeto no exterior à transferência de tecnologia.

Nos anos 80, com as restrições ao crédito, a elevação da dívida externa e a ameaça de moratória, a compra de bens e serviços no mercado brasileiro passou a ser a única forma de crescimento do setor de petróleo no país. A principal meta do governo Figueiredo foi atingir a produção de 500 mil bpd em 1985, resultado alcançado graças à atuação conjunta da Petrobras e da indústria nacional.

Não se tratava de protecionismo, como muitos hoje se referem ao fato para desqualificar a atual exigência de conteúdo local, mas sim do único modo de executar projetos tão necessários para diminuir nossa depen-dência do petróleo importado, o qual havia chegado a US$ 40/barril, valor que representaria hoje mais de US$ 110/barril, se descontada a inflação norte-ame-ricana. Não é possível imaginar qual seria a situação do Brasil se ainda tivesse que desembolsar mais de US$ 150 milhões por dia para suprir o mercado local. À época, as motivações para o conteúdo local eram a sobrevivência e a redução das importações de petróleo através da viabilização do aumento da produção nacional.

Com a descoberta de campos gigantes, em águas cada vez mais profundas, surgiu a demanda por novas tecnologias, até então inexistentes no mundo. Era a Petrobras buscando garantir o seu poder de decisão quanto ao atendimento de suas necessidades futuras. A causa era a garantia de suprimento de itens medulares, fundamentais ao aumento da produção nacional de petróleo e gás.

A década de 90 foi marcada pela redução signi-ficativa nos investimentos e pela abertura brusca da economia do país. Tal cenário forçou a inserção

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das empresas brasileiras no mercado internacional, passando a expô-las a uma concorrência para a qual não estavam devidamente preparadas. Esse fato demandou uma completa mudança de postura e, em muitos casos, ocasionou associações e aquisições por parte de companhias estrangeiras. Muitas fábricas fecharam suas portas. Muitos profissionais altamente especializados ficaram sem emprego.

O período foi marcado por um forte direciona-mento do suprimento para o mercado externo. Só para exemplificar, das 13 plataformas de produção então adquiridas, 10 foram feitas no exterior. Nesse enfoque, cabe ressaltar que a construção naval, que chegou a ser a segunda em termos mundiais no final nos anos 70, ficou praticamente inoperante na década de 90. Dos mais de 40 mil empregados na época de pico, restaram menos de dois mil, atuando princi-palmente em reparos e na manutenção dos ativos dos estaleiros. É evidente que tal quadro causava múltiplos prejuízos para o país, que além de gastar divisas importando equipamentos de alto preço, deixava de ampliar a geração local de valor, empregos, renda e arrecadação tributária.

No final da década de 90, a abertura do mercado de petróleo no Brasil demandou ajustes na política de compras da Petrobras. Seus dirigentes passaram a entender que, atuando em um regime competitivo, teria a companhia dificuldades em continuar contribuindo para o desenvolvimento da indústria nacional, como vinha fazendo até então. Por outro lado, a abertura trazia o risco de que os novos entrantes trouxessem do exterior seus tradicionais fornecedores, impossibilitando a participação de parceiros locais nas novas oportuni-dades. Diante desse cenário, surgiram movimentos de mobilização, como o “Compete Brasil” e a criação da Organização Nacional da Indústria do Petróleo – Onip. A motivação era dar visibilidade à capacitação doméstica.

A partir da criação da Agência Nacional do Petróleo – ANP, o novo milênio começou com a forte consciência da importância do incentivo ao fortalecimento do setor industrial como fator fundamental ao crescimento do país. Assim, o estímulo passou a ser empregar o petróleo como uma das principais alavancas para o desenvolvi-mento, haja vista a utilização pela ANP do percentual de conteúdo local como um dos fatores de avaliação dos lances para aquisição de blocos exploratórios.

Nos dias de hoje ainda existem muitos óbices para o aproveitamento das demandas do setor de petróleo e gás para o desenvolvimento do Brasil. A participação do segmento de máquinas e equipamentos, um dos envol-vidos, ainda está muito aquém do potencial nacional.

Os planos de investimento e operações das empresas de petróleo poderiam ser mais bem aproveitados para estimular a industrialização. Entretanto, a indústria local acaba não alcançando as encomendas porque, por motivos alheios à sua capacidade de decisão, não consegue ser competitiva internacionalmente. A experiência tem demonstrado que os fornecedores nacionais nunca tiveram problemas com o atendimento às exigências técnicas do setor, e o maior entrave atual é decorrente de fatores como câmbio, juros, tributos, infraestrutura, legislação trabalhista, entre outros, os quais estão fora de seu poder de decisão.

A implementação de exigência de conteúdo local mínimo é um primeiro passo para o desenvolvimento da indústria nacional, pois só é possível administrar o que se consegue medir. Apesar de ainda requerer aperfei-çoamentos, a iniciativa não deve ser descartada com base em experiências anteriores ditas mal-sucedidas, apenas aparentemente semelhantes.

A indústria brasileira está vivendo momentos de oportunidades e de crise. É essencial que as empresas de petróleo sejam lucrativas, é indispensável que a indústria fornecedora local de bens e serviços seja competitiva, mas, sobretudo, é fundamental que os interesses nacionais sejam preservados e se consiga aproveitar todos os benefícios que o setor de petróleo e gás pode trazer para o país. O conteúdo local é um caminho.

“Os planos de investimento e operações das empresas de petróleo poderiam ser mais bem aproveitados para estimular a industrialização”

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EconomiaTendência

A realidade dasimpressões em 3D

Por Gustavo Costa

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Projetar e imprimir objetos se transforma em algo cada vez mais acessível. Conheça a tecnologia que vem conquistando empresas de vários setores

A lgo revolucionário. Assim é perce-bida a impressão em 3D pelo setor industrial. Embora ainda não seja

realidade para grande parte dos consumi-dores finais, ao contrário do que acontece com os equipamentos tradicionais, no que se refere às empresas as impressoras 3D já significam mais qualidade, redução de custos e de uso de materiais, além da diminuição de problemas que vão da logística à produção de peças de todos os tipos e tamanhos.

Indústrias de vários ramos, do automobi-lístico ao de brinquedos, têm se beneficiado com a nova tecnologia, envolvendo objetos diversos para construção, próteses, partes de motores, móveis, bonecos e até alimentos. A impressora 3D parece ser limitada ape-nas pela criatividade ou pelos recursos de quem a usa. Enquanto as linhas conven-cionais de produção trabalham cortan-do e modelando grandes placas de metal, as versões 3D criam a peça necessária a partir de um desenho digital, aplicando ca-madas de pó de metal, fundindo tudo a la-ser ou com raios de elétrons.

Sendo usado significativamente na confec-ção de artigos de uso final, o equipamento também tem alcançado sucesso no apoio à manufatura. Em empresas com uma produ-ção customizada, a escolha tem sido acen-tuada, por conta do baixo custo. “No surgi-mento da tecnologia de impressão em 3D, produziam-se protótipos feitos em políme-ros, que eram utilizados para uma visão real do produto. Porém, muitas empresas busca-vam uma solução que viabilizasse, a partir de um protótipo visual, construir uma peça que pudesse ser testada e usada na prática.

1 O desenho: com um programa de modelagem tridi-mensional, o usuário desenha no seu computador o que deseja imprimir.

2 A preparação: as informações são enviadas para a impressora, que é responsável por aquecer a matéria-prima, além de desenvolver o modelo em uma pilha de camadas finíssimas.

3 A retirada: após esperar um tempo, que pode variar de minutos a horas, dependendo da complexidade do objeto, a impressora termina o seu trabalho. O objeto pode então ser retirado e utilizado

COMO FUNCIONA A IMPRESSORA 3D?

A tecnologia evoluiu e já permite construir peças metálicas em pouco tempo, sem pre-cisar investir nos moldes, acelerando o pro-cesso de testes dos protótipos durante o projeto”, disse Antônio Falcão, presidente do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec).

Segundo ele, a impressão tridimensional é uma das principais fronteiras da inovação, sendo um processo de prototipação que pelos métodos tradicionais seria demo-rado e caro e agora não requer mais que alguns cliques no mouse e, no máximo, algumas horas de espera. “A impressão 3D permite que se crie o modelo que sua imaginação inventar. Para isso, bas-ta carregá-lo na impressora, apertar um botão e esperar o objeto ficar pronto. A tecnologia aos poucos está mudan-do a forma como produtos são criados, testados e fabricados. Isso acelera pro-cessos e decisões dentro das empresas do setor metalmecânico”, falou ele.

Um passo tão revolucionário com certeza agrada a qualquer empreendedor. Mas afinal, os custos são proibitivos para negócios menores? Falcão lembra que as empresas têm que melhorar a produti-vidade para competir de igual para igual com suas similares de qualquer par-te do mundo, e isso passa obrigatoria-mente por investimentos em tecnologia. “E a 3D é uma tendência. Os custos iniciais de uma nova tecnologia sempre são altos, e no caso da impressão 3D não é diferente. Com a utilização cada vez maior, no entanto, já se percebe uma queda acelerada de pre-ços. Atualmente, o seu valor se equipara ao de um computador desktop topo de linha”, frisou. No mercado nacional existem impressoras 3D disponíveis a preços que variam de R$4 mil a R$ 20 mil.

IMPRESSORA É DESTAQUE NO MEC INOVA

Realizado durante a edição 2015 da Feira da Metalmecânica, Energia e Automação (Mec Show), o 3º Mec Inova Empresas premiou projetos inovadores no Estado. Criada pelo Sindifer-ES e pelo Cdmec, a pre-miação deste ano teve como destaque o pro-jeto “Impressora 3D - Solida Smart Printer”, da Amens 3D. Para Breno Rios Rodrigues,

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Tendência

diretor técnico da companhia vencedora, o sucesso do projeto é um sinal de que já é possível uma redução substancial no preço desses equipamentos, uma vez que custam cerca de um terço do valor cobrado por uma impressora “de linha”.

A Solida Smart Printer tem como principal objetivo en-tregar ao mercado uma impressora 3D acessível a todos, no que tange não somente ao preço, mas também à manei-ra de usar. “As impressoras 3D lhes dão o poder de pensar em algo e em alguns minutos isso estar pronto em suas mãos, mas o fato é que isso ainda não é tão simples assim. A fim de popularizar a impressão 3D e expandir o público comprador, criamos soluções inovadoras na ‘Solida’, para que ela fosse fácil de utilizar. Ela permite a impressão em duas cores e o tempo de espera até o início da impressão é quase nulo. Possui também um sistema de autocalibra-ção e uma interface com o usuário bastante amigável. Além disso, você pode conectá-la com praticamente qual-quer gadget. Com a ‘Solida’, imprimir algo em 3D será tão simples quanto apertar o botão play para se ouvir uma música”, disse Breno.

De acordo com ele, tal evolução se encaixa de maneira bem ampla no setor metalmecânico, desde a prototipagem de uma peça que esteja em desenvolvimento à maquete para testes em pequena escala para grandes montagens, passando pela prévia do produto em mãos e a criação de artigos que possam ser utilizados no dia a dia da empresa. É muito fácil, segundo ele, vislumbrar inúmeras utilidades. “Se precisa de algo que pode ser de plástico e cabe dentro da área de impressão, isso pode ser feito em uma impres-sora 3D. Caso não caiba, também se pode dividir em duas partes, que depois serão unidas. Isso lhe dá um mundo de possibilidades”.

O diretor afirma que o mercado vive uma grande eu-foria por conta das impressoras. “O boom está aconte-cendo neste momento. A tecnologia se aprimora a cada dia, e oportunidades para uso da impressão surgem tanto para indústrias como para pessoas comuns. Muitas são de fabricação praticamente caseira e, mesmo as de fabricação industrial, ainda apresentam alguns

“A tecnologia de impressão 3D aos poucos está mudando a forma como produtos são criados, testados e fabricados. Isso acelera processos e decisões dentro das empresas do setor metalmecânico”Antônio Falcão, presidente do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec)

problemas e dificuldades para utilização, o que restringe, de certa forma, o público consumidor. Já as importadas têm um custo alto para chegar aqui”, explicou.

Muito ainda pode ser melhorado, de acordo com Rodrigues. E é exatamente com esse foco que o projeto da Amens 3D trabalha. A impressão, por exemplo, é feita sobre uma mesa que deve ser aquecida a até 110ºC, para que o plástico fique firme e não sofra deformações durante a impressão. Além disso, também é necessário que a mesa esteja sempre bem nivelada, e esse ajuste deve ser feito com ela já aquecida, o que resulta no incômodo de ter que frequentemente ficar com o rosto próximo ao móvel quen-te, regulando cada um dos cantos da impressora.

O diretor lembra que, nos modelos existentes no mer-cado, a falta de conectividade e a interface com o usuá-rio tornam ainda mais complexo o processo de impressão, gastando-se muito tempo e um longo caminho até o seu início. “Nossa impressora leva apenas 30 segundos para aquecer, possui autonivelamento, sistema de resfriamen-to, um grande display touchscreen de alta resolução para uma melhor interface com o usuário e muita conectividade. Uma criança pode facilmente colocar objetos para imprimir na ‘Solida Smart Printer’”.

TUDO O QUE SE QUER, A UM BOTÃO DE DISTÂNCIA A Amens 3D e outros equipamentos semelhantes tra-

balham para que o público consumidor tenha acesso à tecnologia e se expanda nos próximos anos. “O que es-tamos fazendo é aumentar o público consumidor des-sa tecnologia para abranger todas as pessoas, como um eletrodoméstico. Muitos querem poder fazer ob-jetos em suas casas, desde capas de celulares, aces-sórios, brinquedos e objetos de escritório até robôs e drones, e com a impressão 3D isso é possível. Quanto ao preço, estamos trabalhando para termos um produto de qualidade com valor acessível, que todos possam pagar”.

Cada vez mais próxima da realidade cotidiana, a im-pressão 3D terá como passo seguinte produzir qualquer objeto que se queira ou necessite. É o que pensa Rodrigues. Ainda existem limitações na utilização de alguns compo-nentes, mas os esforços para minimizar esses proble-mas são grandes e significativos. A partir desse avanço, milhares de pessoas poderão produzir ampla variedade de objetos, peças ou produtos, de forma muito mais econô-mica, com tecnologia mais acessível e em tempo recorde. Especialistas entendem que num prazo de cinco anos a evolução tridimensional poderá transformar a economia, os processos de fabricação, o transporte, a educação, os sistemas de defesa e diversos produtos médicos e orto-pédicos. O futuro será do “faça-você-mesmo” em diversas atividades. Cabe a cada um se preparar para esse momento.

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Perfil

CarlosAlbertoPrestProprietário da LP Ferramentas, o empreendedor conta como a empresa se tornou sinônimo de qualidade

E m um cenário em que boa parte das empresas criadas no Brasil não consegue sobreviver ao primeiro ano, saber que existem também

aquelas que não apenas continuaram ativas, mas se tornaram referência em sua área de atuação em todo o país é sempre algo inspirador. E uma organização atravessando gerações de bons negócios é ainda mais impressionante. Criada por Luiz Prest em 1903, a LP Ferramentas ganhou destaque na produção de ferra-mentas agrícolas. Hoje, é liderada pelo neto do fundador, Carlos Alberto Prest, que fala com orgulho do sonho da família sendo transmitido entre as gerações.

Nascido em 1945, em Araguaia, hoje distrito de Marechal Floriano, Carlos Alberto trabalha na ati-vidade da família desde 1970, quando terminou os estudos em Vitória. “Meu avô foi para Colatina, onde montou uma fábrica de ferramentas, e meu pai ficou em Araguaia. Eu retornei, e, como sempre fui apaixonado por roça, comecei a trabalhar tanto na lavoura de café quanto na LP. Na empresa, já atuava nas cobranças, fazendo pedidos e em contato com os clientes. Tomei gosto pela coisa e me dediquei bastante. Meu pai, Ferdinando, se aposentou em 1978, e então eu assumi. Ajudei a empresa a crescer e alcançar o mercado que temos hoje”, conta.

Por Gustavo Costa

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Casado há 39 anos com Nely, com quem teve Marco Au-rélio, Leandro, Leonardo, Carlos Eduardo e Alzira Cristina, o empresário fala sobre como o envolvimento de todos foi e continua sendo o segredo por trás da força da LP. “Quatro dos meus filhos estão diretamente envolvidos no dia a dia da empresa. As gerações vão chegando e se apaixo-nando também por essa atividade. Minha mulher sempre foi uma grande parceira, me dando o apoio que foi fundamental nessa jornada”, diz ele.

A trajetória do empreendedor na LP foi reconhecida pelo Sistema Findes, que o premiará com a Medalha do Mérito Industrial do Espírito Santo. A homenagem será entregue durante o Encontro da Indústria, que acontecerá no dia 15 de outubro, no Cerimonial Le Buffet, em Vitória.

“É preciso gostar do que se faz. Estou mantendo o sonho do meu pai, que por sua vez trabalhou no sonho do meu avô. E tenho certeza de que meus filhos darão sequência ao que já fiz. Dificuldades não faltaram, claro. Lembro-me de que quan-do comecei, o telefone mais próximo ficava em Campinho. Banco, então, só em Vitória. Era difícil passar caminhão. Mas perseveramos. Cada cliente se transformava em amigo. Acredito que esse prêmio vem do meu compromisso. É algo que me deixa muito feliz e mostra que fui bem-sucedido nas minhas ações”, revela.

UMA HISTÓRIA DE 112 ANOSVindo ainda criança da Itália, na segunda metade do século

XIX, Luiz Prest conheceria anos depois Aurélio Mainardi, então proprietário de uma fábrica de ferraduras em Matilde, no município de Alfredo Chaves. Com muito trabalho, em 1903 Luiz se tornou sócio da fábrica, que mais tarde adqui-riu por completo. Em tempos sem energia elétrica, no ano de 1918, a empresa passou a funcionar em uma fazenda em Araguaia, aproveitando uma queda d’água. “Meu avô começou fazendo ferraduras, que eram vendidas para as tropas que passavam pela região. Assim nasceu a LP. Com a chegada das estradas, a demanda por ferraduras caiu, e meu avô percebeu que era preciso diversificar. A ideia então foi começar a atender quem trabalha na lavoura. E assim

teve início a produção de vários tipos de foices, machados, lâminas, facas, pés-de-cabra e pás, entre outras ferramentas”, narra Carlos Alberto.

Com 65 itens no seu catálogo, a LP produz cerca de 1,4 mil peças por dia. Para isso, seus 56 empregados di-retos trabalham oito horas diariamente, de segunda a sex-ta-feira. Os produtos são enviados para várias partes do Brasil de caminhão. “Alcançamos 12 estados atualmente. Nossos produtos são famosos e sinônimo de grande qua-lidade e durabilidade. Para se ter uma ideia, em Rondônia, quando chegam a uma loja de ferramentas, as pessoas não falam ‘Quero uma foice’, e sim ‘Quero uma LP’. São clientes que sabem que o nosso produto tem um corte firme, de bom desempenho e confiabilidade. É muito gratificante ver que o nosso trabalho é tão respeitado”.

Quando fala do futuro da empresa, Carlos afirma que o sucesso já alcançado não o deixa acomodado. “Temos muitos planos e queremos sempre levar o nome da LP a novos mercados. Claro, tudo feito com muito planeja-mento e responsabilidade, que sempre foram características nossas. Temos que expandir. Uma ideia que está amadure-cendo é levar nossos produtos

Localizada em Araguaia, em Marechal Floriano, LP produz cerca de 1,4 mil peças por dia

“É preciso gostar do que se faz. Estou mantendo o sonho do meu pai, que por sua vez trabalhou no sonho do meu avô. E tenho certeza de que meus filhos darão sequência ao que já fiz”Carlos Alberto Prest

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MarketingMarketing

Método de Organização: a importância do planejamento para o sucesso empresarialRecurso é considerado essencial para sobreviver a crises e à competição no mercado

Por Andrea Nunes

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Um método organizacional pode ser definido como uma ferramenta gerencial desenvolvida a partir da análise e do alinhamento de atividades e recursos disponíveis nas organizações para agilizar os processos, estabelecer níveis de tomada de decisões, reduzir custos e aumentar a produtividade.

MÉTODO ORGANIZACIONAL - O QUE É?

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E m tempos de crise econômica e cenários adversos para os negócios, é preciso um bom planejamento para

manter-se no mercado. E um dos pontos-chave para gerenciar um momento desfavo-rável, segundo empreendedores e especialis-tas, é estabelecer e renovar bons métodos de organização, capazes de agilizar processos, apoiar a tomada de decisões, reduzir custos e aumentar a produtividade.

Mas no que consiste um método de organi-zação? É preciso usar alguma ferramenta para implementá-lo? O próprio empresário faz esse planejamento, ou ele deve contratar uma empresa para prestar consultoria?

Segundo o consultor de empresas, econo-mista e professor de pós-graduação Richard Moreira, a resposta é: depende. Primeiro, é preciso avaliar todo o cenário, que envolve porte da companhia, recursos financeiros disponíveis e capacitação do pessoal.

“É preciso fazer um filtro de adequa-ção das melhores ferramentas, identi-ficadas conforme a complexidade do ambiente em que a empresa se encontra, devendo ser observados os fatores exter-nos e internos, em cenários mercadológi-cos de alta competitividade da economia. Você pode ter um planejamento bem estru-turado, e uma medida de política governa-mental, por exemplo, interferir drasticamen-te nele, tornando-se obrigatório alterá-lo. O planejamento necessita ser atualizado constantemente, dependendo da ferramenta e de como se a utiliza. A tecnologia ajuda, mas o conhecimento e a competência dos gestores responsáveis pelas decisões são fundamen-tais”, falou Moreira.

Richard acrescenta que cada conhecimen-to é aplicado de acordo com o indivíduo que o adquiriu. “Isso é que faz a diferença no final. Não adianta a empresa de porte médio ter o mesmo método ou ferramenta que a de grande porte e não conseguir se adequar,

pois entendemos que cada organização deve ter identidade própria, conforme seu porte e tipo de negócio, sendo o conhecimento profis-sional prioritário para a definição dos melho-res métodos”.

O consultor de empresas considera métodos de organização os meios que ajudam na tomada de decisão. “Para não se perder, você precisa ter essas ferramentas utilizáveis na gestão. Toda empresa deve ter gestores quali-ficados em cada área. Entende-se que há uma diferença entre gerência e gestão. Gerência é a competência técnica da singularidade de cada setor, como gerência de marketing, financeira, logística etc. Gestão é quando se desenvolvem ou se utilizam métodos mais abrangentes para alinhar todas as gerências ao objetivo-fim da empresa, geralmente coordenada por execu-tivos(as) e estrategistas atentos às variações políticas, sociais e econômicas e à volatilidade dos mercados”, reforçou.

Para o coordenador-executivo do Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor), Luciano Raizer, organização e um bom planejamento são fundamentais. “O que fazer, como fazer e quando fazer. Sem isso, a empresa não tem controle algum das suas atividades. E para ter excelência na gestão da qualidade, é preciso ter bons gestores, com habilidades e domínio de técnica. O sistema de gestão da qualidade é focado no planejamento, na prevenção e na organização”, explicou.

Raizer ressalta a importância de informa-ções que embasem o processo de planeja-mento, no que diz respeito ao resultado da empresa dos produtos e dos processos. “E também uma avaliação de resultados para, se necessário, refazer e corrigir”, complementou.

“O planejamento precisa ser atualizado constantemente, dependendo da ferramenta e de como se a utiliza” Richard Moreira, economista, consultor de empresas e professor de pós-graduação

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Marketing

O coordenador comercial da Frioar Ar Condicionado, Antônio Falcão de Almeida, comenta que seu negócio valori-za os métodos de organização e o planejamento e conta com um mapa geral de todos os processos padronizados, que são revistos constantemente. “Essa revisão é um investimento que busca a participação dos colaboradores, mantendo-os envolvidos e motivados. A atualização tecnológica é outro tipo de investimento em métodos, pois quando se tem uma melhoria, reduz-se tempo e mão de obra, entre outros fatores”, falou Almeida.

ALGUNS EXEMPLOS DE MODELOS DE MÉTODOS

Fonte dos gráficos: Richard Moreira

Diretoria

Executivo principal

Método por projeto

Método por unidade ou gerência

Estratégia de operações e ambiente

Projeto A Projeto B Projeto C

Comercial

Depto. Produção

Coordenação de Projetos

Depto. Marketing

Administração e Finanças

Depto. Engenharia

Clientes

Importância relativa dos critérios de

desempenho

Análise simultânea

Prioridade de ação e operações

Concorrentes

Comparativos dos critérios de desempenho

Nesse caminho, a companhia aderiu a uma revisão geral de todos os métodos para fabricação de dutos, cuja produ-ção, antes artesanal, foi automatizada, o que trouxe aumento da produtividade. “Os funcionários precisaram se adequar para lidar com as novas máquinas e ferramentas. Com os novos métodos e os equipamentos adquiridos, a produtivi-dade mais do que triplicou. Outro benefício foi a sobra de material: antes era 20%, caiu para 4%”, afirmou.

Para Falcão, os métodos de organização devem conter, além dos itens básicos de entrada, execução e saída, também os requisitos referentes a meio ambiente e saúde e seguran-ça do trabalho. “Esses dois itens são valores grandiosos para as empresas no mercado nacional e internacional, assim como o processo produtivo”.

O vice-presidente do Sindifer e diretor-presidente da Tecvix, Luiz Alberto Souza Carvalho, destaca a impor-tância do planejamento e da organização para o melhor gerenciamento do negócio, o aumento da produtividade e da eficiência do trabalho, a maior integração e a motiva-ção em todas as atividades.

“A organização e a definição de métodos favorece uma sistemática na empresa, fazendo com que pessoas e proces-sos funcionem em sintonia. A construção do plano de negócios é a melhor ferramenta para a gestão da empresa, pois nele todas as considerações, metodologias e metas a serem cumpridas estarão claramente definidas na busca do objetivo do negócio”, afirmou.

Definir métodos de organização, segundo Carvalho, envolve a realização de um levantamento minucioso das etapas dos processos pertinentes ao negócio, com a identificação de entradas, transformações e saídas para melhor satisfazer os clientes. “Importante salientar que todo processo, assim como foi planejado e executado, deve ser monitorado e melhorado, criando um diferencial ante a concorrência”, complementou.

Nesse caminho, para o crescimento contínuo da organi-zação e a adaptação às oscilações de mercado, adotar ferramentas gerenciais que auxiliem no alinhamen-to das atividades é fundamental para que erros, acertos e metas possam ser mensurados e aprimorados de maneira permanente e eficaz.

“O sistema de gestão da qualidade é focado no planejamento, na prevenção e na organização” - Luciano Raizer, coordenador-executivo do Prodfor

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Agenda

VIII Corte & Conformação de Metais

Brasil Log - 2015

O ExpoCenter Norte, em São Paulo, sediará o evento, que promete reunir profissionais do setor de metais, especialistas, usuários e fornecedores de tubos, solda, tratamento de superfície, máquinas, ferramentas, acessórios, sistemas de apoio, programas e soluções específicas. A exposição oferece o que há de mais moderno em corte e conformação de tubos metálicos e chapas.

Os destaques em logística e lançamentos que encurtarão distâncias e aumentarão os bons negócios para empresas de todo o Brasil estarão na 6ª Feira Internacional de Logística (Brasil Log). O evento apresentará produtos, tendências, soluções, palestras, cursos e muito mais e ocorrerá no Parque da Uva, em Jundiaí (SP). Informações: www.feiradelogistica.com workshops

20 a 23 de outubro

27 a 29 de outubro

Fimmepe Mecânica NordesteA 21ª edição da Fimmepe Mecânica Nordeste terá neste ano o reforço da 7ª Forind Nordeste - Feira de Fornecedores Industriais e da Movimat Nordeste, que também marca presença, agregando sua setorização ao evento. Com isso, a programação atenderá às demandas da região Nordeste em segmentos fundamentais: energia, metalmecânica, elétrica e eletrônica, segurança, logística e transporte. O evento acontecerá no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Mais informações: www.mecanicanordeste.org.br.Emo Milano 2015

Empresas de vários países estarão em Milão, na Itália, para a Feira Internacional de Máquinas e Ferramentas - Emo Milano 2015, especializada em máquinas, sistemas de acabamentos, ferramentas de precisão, fluxo automatizado de material, tecnologia computacional, eletrônica industrial e acessórios. Sediado no Parque de Exposições Fairgrounds Rho, o evento poderá superar os números da última edição, quando recebeu um público superior a 138 mil visitantes e mais de dois mil expositores. Mais informações no site www.emo-milano.com.

5 a 10 de outubro

24ª Mercopar Consolidada como o maior evento de sua atividade na América Latina, a Feira de Subcontratação e Inovação Industrial (Mercopar) debaterá em 2015 a eficiência energética no país, o custo da energia para a indústria e os seus impactos na cadeia de produção. O encontro reunirá expositores das áreas de automação industrial, borracha, eletroeletrônico, energia e meio ambiente, metalmecânico, movimentação e armazenagem de materiais, plástico e serviços industriais. Será realizado no Centro de Feiras e Eventos - Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS).

6 a 9 de outubro

20 a 23 de outubro

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61Jun/Jul/Ago • 2015

Brazil Automation 2015

Fabtech International e AWS Welding Show

O Congresso Internacional e Exposição de Automação, Sistemas e Instrumentação (Brazil Automation) apresenta os lançamentos em produtos e serviços para o mercado de automação industrial e sistemas. Trata-se de uma grande vitrine para as empresas que atuam ou pretendem operar no campo da automação, prospectar clientes e fechar negócios. O local escolhido para o evento é o Transamérica ExpoCenter, em São Paulo.

A Feira Internacional de Fabricação Metálica, Tubos e Soldagem (Fabtech Internacional) e a AWS Welding Show formam o grande evento dos Estados Unidos na área. No Parque de Exposições Georgia World Congress Center, em Atlanta, serão apresentadas os lançamentos em tecnologia, hidroformação, perfuração, serras, borrifadores termais e ferramentas de soldagem. Mais detalhes no site www.fabtechexpo.com.

10 a 12 de novembro

11 a 13 de novembro

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62 REVISTA SINDIFER - ES

Registro

Capixabas participam de feira de petróleo na Escócia

U ma comitiva formada por representantes de 28 empresas e das entidades IEL, Senai e Sebrae de vários estados participou, em setembro, de uma

viagem técnica a Aberdeen, na Escócia, para participar da principal feira de petróleo e gás da Europa – a SPE Offshore Europe 2015. O grupo também visitou empresas e instituições da região. A edição deste ano do evento bateu recordes, recebendo 1.535 organizações de 44 países, que apresentaram ao público seus produtos, serviços e expertises.

Na feira, os brasileiros conferiram as novidades e estiveram em uma rodada de negócios e no seminário realizado pela embaixada brasileira no Reino Unido. O V Brazil–UK Oil & Gas Meeting: Invest in Brazil contou com as palestras “Apex-Brasil – A porta de entrada para se investir no Brasil”; “O mercado de petróleo brasileiro e as oportunidades para joint-ventures’”; e “Petrobras”, que apresentou as possibilidades de negócios no Brasil do ponto de vista da companhia.

Além da feira, a caravana também pôde conhecer, por meio das visitas técnicas, o Balmoral Group, espe-cializado em flutuabilidade, flotação e isolamento, en-tre outros serviços; a Romar International, que atua no fornecimento de produtos de separação magnética e serviços para a indústria de petróleo e gás offshore; e a Universidade de Aberdeen.

Segundo o gerente do Centro Internacional de Negócios da Findes (CIN-ES), Christiano Furtado, a SPE Offshore Eu-rope, que aconteceu entre 8 e 11 de setembro, disseminou a mensagem de que a indústria de petróleo e gás tem ainda futuro para muitos anos, a despeito de crises econômicas. De acordo com ele, o tema do evento em 2015, “How to inspire the next generation” (“Como inspirar a próxima geração”)permitiu que a indústria pensasse nos desafios técnicos, negociais e das pessoas, não apenas no presente,

mas também para o futuro. “No cerne dessas questões está a necessidade de atrair e encorajar a próxima geração de talentos para essa indústria”, explicou

No balanço que faz da viagem e do evento, Furtado considera que a missão não poderia ter sido melhor e mais produtiva para todos os envolvidos. “Na nossa avaliação, a feira foi um sucesso, tanto na sua organização quanto em seus resultados práticos”, observou.

Fizeram parte da caravana as empresas capixabas Ápice Projetos de Gestão, Estel Serviços Industriais, Ponte Con-sultoria, RP Technologies e Tecvix Planejamento e Serviços. O grupo contou também com a presença de uma equipe técnica formada por membros de Confederação Nacional da Indústria (CNI), Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais(Fiemg), Organização Nacional da Indústria de Petróleo (Onip) e BM Viagens.

Comitiva brasileira contoucom a participação de 28 empresas e entidades

Ápice Projetos de Gestão: Leonardo Veloso Estel Serviços Industriais: Daniel Ruy e Helio Loureiro Moro Ponte Consultoria:Fausto Frizzera Borges RP Technologies:Rusdelon Rodrigues de Paula Tecvix Planejamento e Serviços: Luiz Alberto S. Carvalho

PARTICIPANTES DA COMITIVA CAPIXABA:

Offshore Europe 2015 aconteceu em setembro na cidade de Aberdeen

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