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SEXTA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 2016 I SÉRIE — NÚMERO 4 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA NACIONAL III LEGISLATURA V SESSÃO LEGISLATIVA (2012-2017) 1.ª REUNIÃO PLENÁRIA EXTRAORDINÁRIA PRESIDENTE: EXMO. SR. FERNANDO DA PIEDADE DIAS DOS SANTOS PRIMEIRA VICE-PRESIDENTE: EXMA. SRA. JOANA LINA RAMOS BAPTISTA CÂNDIDO SEGUNDO VICE – PRESIDENTE: EXMO. SR. BENTO FRANCISCO SEBASTIÃO FRANCISCO BENTO PRIMEIRA SECRETÁRIA DA MESA: EXMA. SRA. EMÍLIA CARLOTA SEBASTIÃO CELESTINO DIAS SEGUNDO SECRETÁRIO DA MESA: EXMO. SR. RAUL AUGUSTO LIMA SUMÁRIO O Sr. Presidente declarou aberta a Reunião às 9 horas e 43 minutos. Foi aprovada, em votação final global, a Lei da Dívida Pública Directa e Indirecta do Estado. Intervieram os Deputados Lindo Benardo Tito (CASA-CE); Silvestre Samy (UNITA); Sérgio Santos (MPLA); André Mendes de Carvalho (CASA-CE); Fernando Heitor (UNITA); João Pinto (MPLA); Manuel Fernandes (CASA-CE) e Salomão Xirimbimbi (MPLA). Seguiu-se a aprovação, igualmente em votação final global da Proposta de Lei de Imprensa. Interveio o Deputado Adalberto Costa Júnior, da UNITA. Foram igualmente aprovamos, em votação final global, os seguintes diplomas: - Proposta de Lei sobre o Exercício da Actividade da Radiofusão; - Proposta de Lei sobre o Exercício da Actividade de Televisão; - Proposta de Lei sobre o Estatuto do Jornalista. - Proposta Lei da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERCA); - Proposta de Lei de Protecção das Redes e Sistemas Informáticos; - Proposta de Lei que aprova o Regime Jurídico das Contrapartidas.

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SEXTA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 2016 I SÉRIE — NÚMERO 4

DIÁRIO

DA

ASSEMBLEIA NACIONAL

III LEGISLATURA V SESSÃO LEGISLATIVA (2012-2017)

1.ª REUNIÃO PLENÁRIA EXTRAORDINÁRIA

PRESIDENTE: EXMO. SR. FERNANDO DA PIEDADE DIAS DOS SANTOS

PRIMEIRA VICE-PRESIDENTE: EXMA. SRA. JOANA LINA RAMOS BAPTISTA CÂNDIDO

SEGUNDO VICE – PRESIDENTE: EXMO. SR. BENTO FRANCISCO SEBASTIÃO FRANCISCO

BENTO

PRIMEIRA SECRETÁRIA DA MESA: EXMA. SRA. EMÍLIA CARLOTA SEBASTIÃO CELESTINO

DIAS

SEGUNDO SECRETÁRIO DA MESA: EXMO. SR. RAUL AUGUSTO LIMA

SUMÁRIO O Sr. Presidente declarou aberta a Reunião

às 9 horas e 43 minutos.

Foi aprovada, em votação final global, a Lei

da Dívida Pública Directa e Indirecta do

Estado. Intervieram os Deputados Lindo

Benardo Tito (CASA-CE); Silvestre Samy

(UNITA); Sérgio Santos (MPLA); André Mendes

de Carvalho (CASA-CE); Fernando Heitor

(UNITA); João Pinto (MPLA); Manuel

Fernandes (CASA-CE) e Salomão Xirimbimbi

(MPLA).

Seguiu-se a aprovação, igualmente em

votação final global da Proposta de Lei de

Imprensa. Interveio o Deputado Adalberto

Costa Júnior, da UNITA.

Foram igualmente aprovamos, em votação

final global, os seguintes diplomas:

- Proposta de Lei sobre o Exercício da

Actividade da Radiofusão;

- Proposta de Lei sobre o Exercício da

Actividade de Televisão;

- Proposta de Lei sobre o Estatuto do

Jornalista.

- Proposta Lei da Entidade Reguladora da

Comunicação Social (ERCA);

- Proposta de Lei de Protecção das Redes e

Sistemas Informáticos;

- Proposta de Lei que aprova o Regime

Jurídico das Contrapartidas.

Page 2: SEXTA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 2016 I SÉRIE NÚMERO 4 …N.º+4+DE+18.11.201… · SEXTA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 2016 I SÉRIE — NÚMERO 4 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA NACIONAL III LEGISLATURA

I SÉRIE – NÚMERO 4

2

Discutiu-se a aprovou-se o Projecto de

Resolução sobre o Relatório de Balanço de

Execução Orçamental, Financeira e

Patrimonial do Orçamento Geral do Estado,

sobre o Relatório de Execução do II Trimestre

de 2016, para informação. Intervieram os

Deputados Maria Andrade (UNITA); Alberto

Ngalanela (UNITA); Lindo Bernardo Tito

(CASA-CE); Anita Filipe (UNITA) e Fernando

Heitor (UNITA).

Por fim, aprovou-se o Projecto de Resolução

que aprova o Plano de Trabalho das

Comissões de Trabalho Especializadas da

Assembleia Nacional. Intervieram os

Deputados Nuno Carnaval (MPLA); Gustavo

da Conceição (MPLA) e José Tingão Pedro

(MPLA).

O Sr. Presidente declarou encerrada a Reuniã

Plenária às 14 horas e 20 minutos.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

3

A Primeira Secretária da Mesa (Deputada Emília Carlota Dias): - Bom dia,

Sua Excelência Presidente da Assembleia Nacional, Srs. Deputados, Distintos

membros do Executivo:

Registámos um atraso de meia hora por razões técnicas. Por essa razão, a

Mesa pede desculpas aos Srs. Deputados.

Excelências, anunciamos igualmente a presença, nesta Sala, de 20 Líderes

Associativos das Instituições de Ensino Superior Públicas e Privadas,

membros da União dos Estudantes do Ensino Superior de Angola.

Com a sua permissão, comunico que estão presentes 170 Deputados, pelo

que está reunido o quórum necessário para que Vossa Excelência possa

declarar aberta a Reunião Plenária.

(Batida do martelo)

O Sr. Presidente da Assembleia Nacional (Fernando da Piedade Dias dos

Santos): - Está aberta a 1.ª Reunião Plenária Extraordinária da 5.ª Sessão

Legislativa da III Legislatura.

Eram 9 horas e 43 minutos.

Estiveram presentes os seguintes Srs. Deputados:

GRUPO PARLAMENTAR DO MPLA

1. ADÃO CRISTÓVÃO NETO

2. ADRIANO BOTELHO DE VASCONCELOS

3. AFONSO MARIA VABA

4. ÁGATA MARIA FLORINDA MBAKA RAIMUNDO

5. AGOSTINHO NDJAKA

6. ALBERTINA CHITUMBO CUVANGO LIMUETA

7. ALBERTINA CUGINGOMOCO MUXINDO

8. ALBERTINA TERESA JOSÉ

9. ALFREDO BERNER

10. ALFREDO JUNQUEIRA DALA

11. ALEXANDRE ANTÓNIO MOTA COELHO MOREIRA BASTOS

12. AMÉLIA CALUMBO QUINTA

13. AMÉRICO ANTÓNIO CUONONOCA

14. ANABELA CAIOVO GUNGA

15. ANABELA MANUEL DOS SANTOS ALBERTO

16. ANA MARAVILHA BORGES ALÉ FERNANDES

17. ANA MARIA MANUEL JOÃO TAVEIRA JOSÉ

18. ANGELINA ADOLFO MACAI

19. ANÍBAL JOÃO DA SILVA MELO

20. ANTÓNIO FELICIANO FERREIRA JÚNIOR

21. ANTÓNIO DOS SANTOS FRANÇA ―NDALU‖

22. ANTÓNIO FRANCISCO CORTEZ

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I SÉRIE – NÚMERO 4

4

23. ANTÓNIO VITORINO

24. ARMANDO DALA

25. AURORA JUNJO CASSULE

26. BENTO JOAQUIM SEBASTIÃO FRANCISCO BENTO

27. BENTO RAIMUNDO KANDALA

28. BOAVENTURA DA SILVA CARDOSO

29. BIBIANA NANDOMBUA

30. CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS VAN-DÚNEM

31. CARLOS ALBERTO FERREIRA PINTO

32. CARLOS DOMINGUES BENDINHA DE ALMEIDA

33. CARLOS DA ROCHA CRUZ

34. CAROLINA CRISTINA ELIAS

35. CASSONGO JOÃO DA CRUZ

36. DESIDÉRIO DA GRAÇA MPINGE KALENGA WAPOTA

37. DIÓGENES DO ESPÍRITO SANTO OLIVEIRA

38. DOMINGOS KAJAMA

39. DOMINGOS PAULINO DEMBELE

40. DULCE GINGA

41. EDUARDA MARIA NICOLAU SILVESTRE MAGALHÃES

42. EDUARDO GOMES NELUMBA

43. EMÍLIA CARLOTA SEBASTIÃO CELESTINO DIAS

44. EMÍLIO JOSÉ HOMEM GOMES

45. ELIAS PIEDOSO CHIMUCO

46. ELISA KATA

47. ELISEU SEGUNDA

48. ELSA MARIA DA CONCEIÇÃO AMBRIZ

49. ELVIRA PEREGRINA DE JESUS VAN-DÚNEM

50. EUFRAZINA TERESA DA COSTA LOPES GOMES MAIATO

51. EULÁLIA MARIA ALVES ROCHA SILVA

52. EVA QUIBUBA CANGUDI

53. EXALGINA RENEÉ VICENTE OLAVO GAMBÔA

54. FERNANDO BARTOLOMEU CATIVA

55. FERNANDO DA PIEDADE DIAS DOS SANTOS

56. FERNANDO JOSÉ DE FRANÇA DIAS VAN-DÚNEM

57. FRANCISCA DE FÁTIMA DO ESPÍRITO SANTO CARVALHO

58. FRANCISCO BOAVENTURA C. CHITAPA

59. FRANCISCO DE CASTRO MARIA

60. FRANCISCO JOSÉ RAMOS DA CRUZ

61. FRANCISCO MAGALHÃES PAIVA “NVUNDA”

62. FLORENTINO GABRIEL SAMBUNDO

63. GARCIA VIEIRA

64. GENOVEVA DA CONCEIÇÃO LINO

65. GERDINA ULIPAMUE DIDALELWA

66. GILBERTO MANUEL PEREIRA

67. GRACIANA EUGÉNIA MANUEL PEDRO NEVES CAETANO

68. GUILHERMINA FUNDANGA MANUEL MAYER ALKAIM

69. GUSTAVO DIAS VAZ DA CONCEIÇÃO

70. HENRIQUE ANDRÉ JÚNIOR

71. IRENE ALEXANDRA DA SILVA NETO

72. ISABEL JOÃO MIGUEL SEBASTIÃO PELIGANGA

73. JESUÍNO MANUEL DA SILVA

74. JOANA DE JESUS DA CONCEIÇÃO PEDRO ANDRÉ E PEDRO

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

5

75. JOANA LINA RAMOS BAPTISTA CÂNDIDO

76. JOANA META FERNANDES DOS SANTOS

77. JOÃO DE ALMEIDA AZEVEDO MARTINS “JÚ MARTINS”

78. JOÃO MANUEL FRANCISCO “JOÃO PINTO”

79. JOÃO MUATONGUELA

80. JOAQUIM ANTÓNIO CARLOS DOS REIS JÚNIOR

81. JOAQUIM DUARTE DA COSTA DAVID

82. JOB PEDRO CASTELO CAPAPINHA

83. JORGE INOCÊNCIO DOMBOLO

84. JOSÉ DA COSTA UAMUHANA

85. JOSÉ DIOGO VENTURA

86. JOSÉ FRANCISCO TINGÃO PEDRO

87. JOSÉ MARIA JAMBA

88. JOSÉ MÁRIO KATITI

89. JOSÉ MANGOVO TOMÉ

90. JOSÉ MIÚDO

91. JOSÉ MOISÉS CIPRIANO

92. JOSEFA JOSÉ

93. JOSEFINA PANDEINGE HAILENGUE

94. JÚLIA AGOSTINHA CELESTE

95. JULIÃO FRANCISCO TEIXEIRA

96. JULIÃO MATEUS PAULO “DINO MATROSSE”

97. KILAMBA KIUYIMA SEBASTIÃO VAN-DÚNEM

98. LARISSA CHIOLA ROSA JOSÉ

99. LEONORA MBIMBI DE MORAIS

100. LOURENÇO DIOGO CONTREIRAS NETO

101. LUÍS REIS PAULO CUANGA

102. LUÍSA PEDRO FRANCISCO DAMIÃO

103. LUZIA PEREIRA DE SOUSA INGLÊS VAN-DÚNEM “INGA”

104. MADALENA NDAFOLUMA HANOSIKE

105. MANSO JOÃO MIRANDA PASCOAL

106. MANUEL ANTÓNIO GASPAR DOMINGOS

107. MANUEL AUGUSTO FRAGATA DE MORAIS

108. MANUEL JOSÉ NUNES JÚNIOR

109. MANUEL FIGUEIRA CALUNGA

110. MARCELINA HUNA ALEXANDRE

111. MARIA BUITI MAKUALA

112. MARIA CATARINA BÉUA

113. MARIA DO ROSÁRIO AMADEU

114. MARIA IDALINA DE OLIVEIRA VALENTE

115. MARIA ISABEL CAMUÉ

116. MARIA ISABEL MALUNGA MUTUNDA

117. MARIA JOSÉ DA ENCARNAÇÃO FERNANDES

118. MARIA JOSÉ DE SOUSA GOUVEIA ALFREDO

119. MARIA JÚLIA DE CERCAL ORNELAS

120. MÁRIO ANTÓNIO QUEXIGINA LUANDANDA

121. MÁRIO SALOMÃO

122. MARIANA PAULO ANDRÉ AFONSO

123. MARTA BEATRIZ DO CARMO ISSUNGO

124. MATEUS ISABEL JÚNIOR

125. MAWETE JOÃO BAPTISTA

126. MIGUEL MARIA NZAU PUNA

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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127. MONTEIRO PINTO KAPUNGA

128. MORAIS ANTÓNIO NEVES TOMÁS

129. NICOLAU SAPALO

130. NUNO DOS ANJOS CALDAS ALBINO “CARNAVAL”

131. NVUNDA BENVINDO DAS NEVES SALUCOMBO

132. ODETE DA CONCEIÇÃO DOMINGOS DOS SANTOS

133. PALMIRA DOMINGOS PASCOAL BERNARDO

134. PANZO JOAQUIM

135. PEDRO MAKITA ARMANDO JÚLIA

136. RAUL AUGUSTO LIMA

137. ROBERTO ANTÓNIO VICTOR FRANCISCO DE ALMEIDA

138. ROBERTO LEAL RAMOS MONTEIRO “NGONGO”

139. RODOLFO DA RESSUREIÇÃO BERNARDO

140. ROSA ESCÓRCIO PACAVIRA DE MATOS

141. ROSÁRIA ERNESTO DA SILVA

142. RUTH ADRIANO MENDES

143. SABINA NAPOLO

144. SALOMÃO JOSÉ LUHETO XIRIMBIMBI

145. SERAFIM DO PRADO

146. SERAFINA MIGUEL EMÍLIA PINTO

147. SÉRGIO DE SOUSA MENDES DOS SANTOS

148. SIMÃO JEREMIAS BOA CARROBA

149. SÓNIA MOISÉS NELE

150. TOMÁS SIMÃO DA SILVA

151. VALERIANO CHIMO CASSAUIÉ

152. VERÍSSIMO SAPALO

153. VICTÓRIA MANUEL DA SILVA IZATA

154. VIGÍLIO DA RESSUREIÇÃO BERNARDO ADRIANO TYOVA

155. VIRGÍLIO FERREIRA DE FONTES PEREIRA

156. WELWITSCHEA JOSÉ DOS SANTOS

157. YOLANDA BRÍGIDA DOMINGOS DE SOUSA

GRUPO PARLAMENTAR DA UNITA

1. ABÍLIO JOSÉ AUGUSTO KAMALATA NUMA

2. ADALBERTO COSTA JÚNIOR

3. ALBERTINA NAVEMBA NGOLO

4. ALBERTO FRANCISCO NGALANELA

5. ALCIDES SAKALA SIMÕES

6. ANITA RAQUEL BELA FILIPE

7. CARLOS DE OLIVEIRA FONTOURA

8. CLARISSE MATILDE MUNGA KAPUTU

9. DANIEL JOSÉ DOMINGOS “MALUKA”

10. DEMÓSTENES AMÓS CHILINGUTILA

11. ELIOTH WONGIMBA EKOLELO

12. ERNESTO JOAQUIM MULATO

13. ESTEVÃO JOSÉ PEDRO KACHIUNGO

14. EUGÉNIO ANTONINO NGOLO “MANUVAKOLA”

15. FERNANDO DOMINGOS HEITOR DA COSTA FRANCISCO

16. HELENA BONGUELA ABEL

17. JOÃO MARQUES NTIAMA

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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18. JOSÉ MANUEL CHIWALE

19. LIBERTY MARLIN DIRCÉU SAMUEL CHIAKA

20. MANUEL SAVIHEMBA

21. MARIA LUÍSA DE ANDRADE

22. MÁRTIRES CORRÊA VICTOR

23. MIHAELA EZSÉBET NETO WEBBA

24. MIRALDINA OLGA MARCOS JAMBA

25. MFUCA ANTÓNIO FUACACA MUZEMBA

26. PIEDOSO CHIPINDO BONGA

27. RAÚL MANUEL DANDA

28. REGINA EDUARDO TXIPOIA

29. SILVESTRE GABRIEL SAMY

30. SOFIA PORFÍRIO KASUNGU MUSSONGUELA

31. VICTORINO NHANI

GRUPO PARLAMENTAR DA CASA-SE

1. ANDRÉ GASPAR MENDES DE CARVALHO “MIAU”

2. ANATILDE DE JESUS DE OLIVEIRA FREIRE

3. ALEXANDRE SEBASTIÃO ANDRÉ

4. CARLOS TIAGO KANDANDA

5. MANUEL FERNANDES

6. LEONEL JOSÉ GOMES

7. LINDO BERNARDO TITO

8. ODETH LUDOVINA BACA JOAQUIM

GRUPO PARLAMENTAR DO PRS

1. LEONOR ESPERANÇA GASPAR

REPRESENTAÇÃO PARLAMENTAR DA FNLA

1. FRANCISCO ALBERTO CARLOS MENDES

2. LUCAS BENGHIM NGONDA

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, para esta Reunião Plenária temos a

seguinte proposta de Ordem do Dia:

PERÍODO ANTES DA ORDEM DO DIA

a) Apresentação do Relatório de Actividades da Comissão Permanente

referente ao período de 16 de Agosto a 14 de Outubro de 2016;

b) Leitura dos anúncios e de expediente.

ORDEM DO DIA

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I SÉRIE – NÚMERO 4

8

1. Movimentação de Deputados.

2. Apreciação e Votação das Actas Sínteses referentes à 3.ª, 4.ª, 5.ª e 6.ª

Reuniões Plenárias Extraordinárias da Assembleia Nacional, realizadas

nos dias 11, 12 e 15 de Agosto e 16 de Setembro de 2016.

3. Discussão e Votação Final Global da Proposta de Lei de Alteração da Lei

sobre o Regime Jurídico da Emissão e Gestão da Dívida Pública Directa e

Indirecta do Estado.

4. Votação Final Global da Proposta de Lei de Imprensa.

5. Votação Final Global da Proposta de Lei sobre o Exercício da Actividade

de Radiodifusão.

6. Votação Final Global da Proposta de Lei sobre o Exercício da Actividade

de Televisão.

7. Votação Final Global da Proposta de Lei sobre o Estatuto do Jornalista.

8. Votação Final Global da Proposta de Lei da Entidade Reguladora da

Comunicação Social Angolana (ERCA).

9. Votação Final Global da Proposta de Lei de Protecção das Redes e

Sistemas Informáticos.

10. Votação Final Global da Proposta de Lei que aprova o Regime Jurídico

das Contrapartidas.

11. Discussão e Votação do Projecto de Resolução que aprova a Eleição de

membros para o Conselho Superior da Magistratura Judicial.

12. Discussão e Votação do Projecto de Resolução sobre o Relatório de

Balanço de Execução Orçamental, Financeira e Patrimonial do

Orçamento Geral do Estado, referente ao II Trimestre de 2016, para

informação.

QUESTÕES INTERNAS

13. Discussão e Votação do Projecto de Resolução que aprova o Plano de

Trabalho das Comissões de Trabalho Especializadas da Assembleia

Nacional.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

9

Submeto a Ordem do Dia à vossa apreciação. Estão abertas as inscrições.

Há duas inscrições, Deputado Emílio Homem e Deputado Afonso Vaba, que

fez antes da abertura. Mantém a sua inscrição Deputado?

Então, temos apenas uma.

Tem a palavra o Deputado Emílio Homem, para uma intervenção.

O Deputado Emílio Homem (MPLA): - Sr. Presidente, eu peço a palavra para

a retirada do ponto 11 [Discussão e Votação do Projecto de Resolução que

aprova a Eleição de membros para o Conselho Superior da Magistratura

Judicial], porque ao nível das comissões competentes em razão da matéria

não se concluiu a preparação do expediente, por razões técnicas.

O Sr. Presidente: - Tenho informação que o ponto sobre a Movimentação de

Deputados também não está concluído. Será que a informação que me chegou

está errada?

O Orador: - Sr. Presidente, pelas mesmas razões, esse expediente não foi

concluído. Portanto, poder-se-á retirar, também.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, não há mais inscrições.

Se bem entendi, da proposta inicial, foi proposta a retirada do ponto n.º 1 da

Ordem do Dia e o ponto n.º 11, pelo que teremos que fazer o reajuste. O ponto

2 passa a ponto 1, e assim sucessivamente.

Deste modo, Srs. Deputados, a Ordem do Dia submetida à votação é a

seguinte:

PERÍODO ANTES DA ORDEM DO DIA

a) Apresentação do Relatório de Actividades da Comissão Permanente

referente ao período de 16 de Agosto a 14 de Outubro de 2016;

b) Leitura dos anúncios e de expediente.

ORDEM DO DIA

1. Apreciação e votação das Actas Sínteses referentes à 3.ª, 4.ª, 5.ª e 6.ª

Reuniões Plenárias Extraordinárias da Assembleia Nacional, realizadas

nos dias 11, 12 e 15 de Agosto e 16 de Setembro de 2016.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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2. Discussão e Votação Final Global da Proposta de Lei de Alteração da Lei

sobre o Regime Jurídico da Emissão e Gestão da Dívida Pública Directa e

Indirecta do Estado.

3. Votação Final Global da Proposta de Lei de Imprensa.

4. Votação Final Global da Proposta de Lei sobre o Exercício da Actividade de

Radiodifusão.

5. Votação Final Global da Proposta de Lei sobre o Exercício da Actividade de

Televisão.

6. Votação Final Global da Proposta de Lei sobre o Estatuto do Jornalista.

7. Votação Final Global da Proposta de Lei da Entidade Reguladora da

Comunicação Social Angolana (ERCA).

8. Votação Final Global da Proposta de Lei de Protecção das Redes e

Sistemas Informáticos.

9. Votação Final Global da Proposta de Lei que aprova o Regime Jurídico das

Contrapartidas.

10. Discussão e Votação do Projecto de Resolução que aprova a Eleição de

Membros para o Conselho Superior da Magistratura Judicial.

11. Discussão e Votação do Projecto de Resolução sobre o Relatório de

Balanço de Execução Orçamental, Financeira e Patrimonial do

Orçamento Geral do Estado, referente ao II Trimestre de 2016, para

informação.

QUESTÕES INTERNAS

12. Discussão e Votação do Projecto de Resolução que aprova o Plano de

Trabalho das Comissões de Trabalho Especializadas da Assembleia

Nacional.

Submetida à votação, a Ordem do Dia foi aprovada por unanimidade com 172

votos.

Gostaria de informar os Srs. Deputados que a grelha de tempo é a

seguinte:

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

11

Apresentação

Proponente (Executivo): 20 minutos

Relatório/Parecer Conjunto: 10 minutos

Discussão

FNLA: 15 minutos

PRS: 15 minutos

CASA-CE: 15 minutos

UNITA: 60 minutos

MPLA: 328 minutos

Resposta

Comissão competente: 10 minutos

Proponente (Executivo): 15 minutos

Declarações Políticas

FNLA: 7 minutos

PRS: 7 minutos

CASA-CE: 10 minutos

UNITA: 20 minutos

MPLA: 50 minutos

Srs. Deputados, para evitar mal-entendidos, passaremos a abrir as inscrições

durante cinco minutos, daremos a conhecer os Deputados que se inscreveram

e encerramos as inscrições.

(Aplausos gerais)

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Primeira Secretária da Mesa, para a

apresentação do Relatório de Actividades da Comissão Permanente referente

ao período de 16 de Agosto a 14 de Outubro de 2016.

A Primeira Secretária: - Sr. Presidente permita-me que, em nome da Mesa

que dirige, proceda a leitura do Relatório de Actividades da Comissão

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I SÉRIE – NÚMERO 4

12

Permanente da Assembleia Nacional, referente ao período de 16 de Agosto a

14 de Outubro de 2016.

Nos termos da alínea g) do artigo 59.º do Regimento da Assembleia Nacional,

compete à Comissão Permanente da Assembleia Nacional submeter ao Plenário

o seu Relatório de Actividades, no início da Sessão Legislativa seguinte.

Temos a elevada honra de apresentar, de forma sintética, as actividades

realizadas pela Comissão Permanente da Assembleia Nacional, desde 16 de

Agosto a 14 de Outubro de 2016.

Do conjunto de actividades desenvolvidas, destacamos as que dizem respeito

ao exercício da competência política e legislativa, consagrada pela Constituição

da República de Angola.

Em termos de actividade legislativa, a Assembleia Nacional aprovou a Lei do

Orçamento Geral do Estado Revisto para o ano 2016 e foram publicados, em

Diário da República, nove diplomas legais, sendo de destacar o Pacote

Legislativo da Administração Local do Estado, a Lei de Bases de Educação e

Ensino, das Sociedades e Associações de Advogados, assim como a Resolução

que aprova a substituição de membros nas Comissões Provinciais e Municipais

Eleitorais, a Resolução que aprova o Relatório Anual de Actividades da

Procuradoria-Geral da República, referente ao ano de 2012 e a Resolução que

aprova o tecto da dotação Orçamental da Assembleia Nacional para o Exercício

Económico de 2017.

No período em referência, foram realizadas duas reuniões da Comissão

Permanente da Assembleia Nacional e uma Reunião Plenária Extraordinária da

Assembleia Nacional.

No que concerne à actividade de Sua Excelência o Presidente da Assembleia

Nacional, temos a realçar a participação da Assembleia Nacional na 43.ª

Sessão da Assembleia Parlamentar ACP-UE, em Bruxelas, no período de 9 a 16

de Outubro de 2016.

Sua Excelência o Presidente da Assembleia Nacional concedeu audiências às

seguintes entidades:

- Sua Excelência Abdou Karim Meckassoua, Presidente da Assembleia Nacional

da República Centro Africana;

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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- Aos Provedores de Justiça da República Portuguesa e das Repúblicas de

Moçambique, de Cabo Verde, da Namíbia e do Quénia, bem como o Secretário

Geral da Associação Ombudsmen, no dia 29 de Setembro de 2016.

- Sua Excelência Francisco Pereira da Veiga, Embaixador Extraordinário e

Plenipotenciário, da República de Cabo Verde acreditado na República de

Angola;

No mesmo, período Sua Excelência a Presidente, em Exercício da Assembleia

Nacional, Deputada Joana Lina Ramos Baptista Cândido, recebeu em

audiência:

- A Delegação do Parlamento da República Centro Africana, chefiada pela Sra.

Gina Michele Sanze;

- A Delegação dos Presidentes dos Tribunais de Contas da Comunidade dos

Países de Língua Portuguesa;

- Sua Excelência Frank Heinrich, Deputado e Chefe de uma Delegação de

Deputados alemães.

- A delegação da Comissão Africana dos Direitos Humanos e Povos, chefiada

pela Comissária Soyata Maiza;

No que concerne à actividade das Comissões de Trabalho Especializadas da

Assembleia Nacional, tiveram como base a elaboração dos Planos de Trabalho

para o Ano Parlamentar de 2016/2017, e participação de Deputados afectos às

mesmas em diferentes missões de serviço, bem como encontros de trabalho com

diversas entidades.

Quanto à actividade do Conselho de Administração da Assembleia Nacional,

importa destacar que a mesma se centrou na elaboração dos relatórios de

execução orçamental e contas da Assembleia Nacional referente ao Exercício

Económico de 2015 e o respectivo parecer.

Relativamente à agenda do Grupo de Mulheres Parlamentares, ela concentrou-

se em reuniões internas e encontros de trabalho com diversas organizações.

No âmbito da Administração Parlamentar importa salientar que esta foi

direccionada para o apoio técnico-administrativo e legislativo, bem como na

gestão dos recursos humanos, financeiros e patrimoniais, na melhoria

qualitativa e quantitativa das tecnologias de informação e comunicação, dentre

outras.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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Em conclusão, importa referir que a Assembleia Nacional, neste período,

prosseguiu com a realização das tarefas fundamentais da sua competência, em

que se destaca a preparação da Reunião Solene de Abertura da 5.ª Sessão

Legislativa da III Legislatura da Assembleia Nacional, realizada no dia 17 de

Outubro de 2016.

Sua Excelência Sr. Presidente da Assembleia, tenho assim apresentado o

Relatório de Actividades Comissão Permanente da Assembleia Nacional.

Se me permite, passo já ao documento seguinte.

Nos termos do n.º 1 do artigo 175.º do Regimento da Assembleia Nacional,

deram entrada no Gabinete de Sua Excelência o Presidente da Assembleia

Nacional, no período de 17 de Outubro até à presente data, propostas e

Projectos de Lei e Projectos de Resoluções para o processo legislativo, que

passo a anunciar:

Projecto de Lei de Alteração à Lei nº 36/11, de 21 de Dezembro - Lei

Orgânica sobre as Eleições Gerais, numa iniciativa legislativa conjunta

dos Grupos Parlamentares da UNITA, da CASA-CE, do PRS e da

Representação do partido político FNLA;

Projecto de Lei de Financiamento da Campanha Eleitoral, numa

iniciativa legislativa conjunta dos Grupos Parlamentares da UNITA, da

CASA-CE, do PRS e da Representação do partido político FNLA;

Acordo de Cooperação no domínio da Defesa entre o Governo da

República de Angola e o Governo da República Italiana;

Relatório de Balanço de Execução do Orçamento Geral do Estado,

referente ao II Trimestre de 2016;

Relatório Anual de Actividades da Provedoria de Justiça, referente ao ano

de 2015;

Pedido de substituição de membros indicados pelos partidos MPLA,

UNITA, PRS e FNLA para as Comissões Municipais Eleitorais;

Proposta de Lei do Orçamento Geral do Estado para o Exercício

Económico de 2017;

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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Pedido para correcção dos nomes de membros indicados pelo MPLA,

UNITA, CASA-CE, FNLA e PRS para as Comissões Municipais Eleitorais.

No âmbito das missões internacionais da Assembleia Nacional uma

delegação, chefiada por Sua Excelência Fernando da Piedade Dias dos

Santos, participou na 135.ª Assembleia da União Interparlamentar e

reuniões relacionadas, sob o tema “Responder rapidamente quando as

violações dos direitos humanos pressagiam um conflito”, em Genebra, Suíça,

no período de 23 a 27 de Outubro de 2016.

No referido evento, a Deputada Idalina Valente foi eleita como membro do

Comité Executivo da União Interparlamentar.

Igualmente, uma delegação, chefiada por Sua Excelência o Presidente da

Assembleia Nacional, participou na 40.ª Sessão da Assembleia Plenária do

Fórum Parlamentar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral

(FP-SADC) em Harare, República do Zimbabwe, no período de 3 a 15 de

Novembro de 2016. De realçar que, na referida reunião, Angola foi eleita, por

unanimidade, para presidir, pela primeira vez desde a sua fundação, o

Fórum Parlamentar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.

Por despacho de Sua Excelência Presidente da Assembleia Nacional, uma

Delegação da Assembleia Nacional chefiada por Sua Excelência Joana Lina

Ramos Baptista Cândido, 1.ª Vice-presidente da Assembleia Nacional,

participou na 69.ª Sessão do Comité Executivo, na 38.ª Conferência dos

Presidentes das Assembleias Parlamentares Nacionais e na Reunião do

Comité das Mulheres Parlamentares da União Parlamentar Africana,

realizada em Rabat, Reino de Marrocos, no período de 5 a 9 de Novembro do

ano em curso.

No mesmo sentido, uma delegação da Assembleia Nacional, chefiada pelo Sr.

Deputado Pedro Sebastião, participou nas reuniões estatutárias das

Comissões Permanentes do Fórum Parlamentar da Conferência Internacional

da Região dos Grandes Lagos (FP-CIRGL), no período de 31 de Outubro a 3

de Novembro de 2016.

No mesmo período, Sua Excelência Joana Lina Ramos Baptista Cândido,

Presidente, em exercício, da Assembleia Nacional, recebeu em audiência,

uma Delegação da Missão do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Finalmente, chegaram à Mesa da Assembleia Nacional mensagens de

felicitações de Sua Excelência o Presidente da Assembleia Nacional aos

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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Deputados que completaram mais um aniversário natalício nos meses de

Setembro, Outubro e Novembro, nomeadamente:

Setembro

Nuno dos Anjos Caldas Albino;

Luís Reis Paulo Cuanga;

Nicolau Sapalo;

Adriano Botelho de Vasconcelos;

Elioth Wongimba Ekolelo;

Serafina Miguel Emília Pinto;

Miraldina Olga Marcos Jamba;

Eugénia Tamar Semente Chiaca;

Eduardo Kuangana;

Piedoso Chipindo Bonga;

José Francisco Tingão Pedro;

Victorino Nhani;

Albertina Teresa José;

Joana Lina Ramos Baptista Cândido;

Carlos Domingues Bendinha de Almeida;

Anatilde de Jesus de Oliveira Freire Campos.

Outubro

Kilamba Kiuyma Sebastião Van-Dúnem;

Pereira Alfredo;

Anabela Manuel dos Santos Alberto;

Jesuíno Manuel da Silva;

Isabel João Miguel Sebastião Peliganga

Maria Isabel;

Alexandre Sebastião André;

Elisa Kata;

Exalgina Reneé Vicente Olava Gambôa.

Mário António Luandanda;

José Samuel Chiwale;

Fernando Domingos Heitor Costa Francisco;

Simão Jeremias Boa Carroba;

Carlos de Oliveira Fontoura;

José Diogo Ventura.

Novembro

António Feliciano Ferreira Júnior;

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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Alberto Francisco Ngalanela;

Aurora Junjo Cassule;

Bento Joaquim Sebastião Francisco Bento;

Bibiana Nandombua;

Carlos da Rocha Cruz “Caito”;

Demóstenes Amós Chilingutila;

Elsa Maria da Conceição Ambriz;

Francisco de Castro Maria;

João Manuel Francisco “João Pinto”;

Maria Júlia de Cercal Ornelas;

Manuel Augusto Fragata de Morais;

Manuel Savihemba;

Odete da Conceição Domingos dos Santos;

Pedro Sebastião;

Palmira Domingos Pascoal Bernardo;

Raúl Manuel Danda;

Sabina Napolo;

Valeriano Chimo Cassauié.

(Aplausos gerais)

Srs. Deputados, em nome do Sr. Presidente, da Mesa e da Assembleia

Nacional, desejamos muitas felicidades, muitos anos de vida, que tenham

tudo de bom junto das vossas famílias e amigos também.

(Aplausos gerais)

O Sr. Presidente: - Mais uma vez, parabéns àqueles que fizeram anos.

Srs. Deputados, seguidamente, vamos apreciar e votar as actas.

No entanto, nos documentos que tenho em posse não consta a Acta da 5.ª

Reunião. No sistema também não consta, penso que não estamos em

condições de aprovarmos esta Acta, se estiverem de acordo.

Então, vamos apreciar apenas as Actas da 3.ª, 4.ª e 6.ª reuniões.

Assim sendo, podemos fazer a abordagem global das actas e depois as

aprovações em separado, se estiverem de acordo.

Estão abertas as inscrições.

Estão inscritos os Deputados, Adalberto Júnior, Carlos Kandanda, Fernando

Heitor, André Mendes de Carvalho e, há pouco, o Deputado Alexandre André.

Tem a palavra o Deputado Adalberto Costa Júnior, para uma intervenção.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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O Deputado Adalberto Costa Júnior (UNITA):- Sr. Presidente, tem a ver com

a Acta da 4.ª Reunião Plenária Extraordinária de 12 de Agosto.

Na página 11, Período Antes do Dia, tem: “o Deputado Adalberto Costa Júnior

proferiu a declaração política do Grupo Parlamentar da UNITA...”, depois

chama aí um ponto único “vide anexo”, eu vou ao anexo e não existe, não foi

anexada a declaração.

Devo recordar que essa já foi aquela Declaração Política que não foi

transmitida em directo, e que já deu aqui uma grande polémica. Entendemos

os pedidos de desculpas feitos, mas me parece excessivo depois não anexarem

na Acta. E, de facto, não fica muito bem esse tipo de falhas contínuas.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Deputado Carlos Kandanda, para uma

intervenção.

O Deputado Carlos Tiago Kandanda (CASA-CE): - Sr. Presidente, o meu

pedido tem a ver com a Acta Síntese da 4.ª Reunião Plenária Extraordinária, é

sobre as ausências.

De facto estava ausente, mas justifiquei, porque estava no exterior em

tratamento.

Portanto, só queria que essa falta fosse corrigida.

O Sr. Presidente: - Está justificada. Seja bem-vindo, estamos satisfeitos,

porque regressou com muita saúde.

Tem a palavra o Deputado Fernando Heitor, para uma intervenção.

O Deputado Fernando Heitor (UNITA): - Sr. Presidente, quero rectificar,

aqui, algumas expressões endossadas à minha pessoa, na Acta da 4.ª

Reunião. Na página 29, primeiro parágrafo, está correctíssimo.

No segundo parágrafo, que começa “o Deputado acrescentou que quando via o

Executivo preocupado em proteger o mundo cibernético tinha, como angolano

que se preza e patriota, que se sentir regozijado.” Isso foi dito, mas não é

quando “via”, é quando “vê”. Portanto, é só tirar o “via” e colocar “vê”, porque,

de facto, é assim. Quando eu vejo o Executivo preocupado com questões

fundamentais, eu sinto-me, mesmo, regozijado.

Agora, no terceiro parágrafo, que começa assim: “Para finalizar, o Deputado

disse ter visitado com os Deputados da Ambiente, Ciência e Tecnologia,

Trabalho e Segurança Social…”, devo lembrar que a Comissão se chama

Ambiente, Trabalho e Segurança Social e Ciência e Tecnologia, “…e ter ficado

espantado e regozijado, por encontrar tecnologia moderna e a quantidade de

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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quadros jovens angolanos, bem formados e enquadrados, a operarem

naqueles equipamentos”. Há aqui uma troca de palavras.

“…E ter ficado espantado e regozijado”, não é assim. “Ter ficado

impressionado, por encontrar tecnologia moderna e a quantidade de quadros

jovens angolanos, formados e bem enquadrados a operarem aqueles

equipamentos”.

Tenho dito!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Deputado André Mendes de Carvalho,

para uma intervenção.

O Deputado André Gaspar Mendes de Carvalho (CASA-CE): - Sr. Presidente,

estou ultrapassado com a intervenção do Deputado Adalberto Costa Júnior. É

a anexação das Declarações Políticas nas actas.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra Deputado Alexandre Sebastião André.

O Deputado Alexandre Sebastião André (CASA-CE): - Sr. Presidente, tem

que ver com a página 16, porque esta declaração de voto foi verbal, mas na

6.ª Acta, na página 16, talvez por lapso, mas vem na primeira frase:

“exteriorizarem os seus anseios, para exteriorizarem os seus desagrados que

acumulam durante o Ano Lectivo.”

Bom, tudo o resto vou fazer chegar à Secretaria por escrito, mas aqui não se

trata de Ano Lectivo, talvez fosse académico, mas sim o Ano Parlamentar.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados esgotaram as inscrições.

Passo a palavra ao Segundo Secretário da Mesa, para eventuais

esclarecimentos.

O Segundo Secretário da Mesa (Deputado Raul Augusto Lima): - Sr.

Presidente, nós acolhemos positivamente as contribuições e preocupações que

foram apresentadas, vamos naturalmente anexar as Declarações Políticas do

líder parlamentar da CASA-CE e da UNITA, fazer a correcção relativamente à

presença do Deputado Carlos Kandanda, da CASA-CE, e solicitamos, de igual

modo, por escrito as contribuições apresentadas pelo Deputado Fernando

Heitor e do Deputado Alexandre André.

O Sr. Presidente: - Feitos os esclarecimentos, penso que podemos passar à

votação de cada uma das actas.

Submetida à votação, a Acta Síntese da 3.ª Reunião Plenária Ordinária foi

aprovada por unanimidade, com 169 votos.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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Submetida à votação, a Acta Síntese da 4.ª Reunião Plenária Ordinária foi

aprovada por unanimidade, com 169 votos.

Submetida à votação, a Acta Síntese da 6.ª Reunião Plenária Ordinária foi

aprovada por unanimidade, com 169 votos.

Segue-se a Discussão e Votação Final Global da Proposta de Lei de Alteração

de Lei sobre o Regime Jurídico da Emissão e Gestão da Dívida Pública Directa

e Indirecta.

Esta lei será objecto de um período de discussão em que todos os partidos

terão direito a uma intervenção de 15 minutos.

Exposto isto, passo a palavra ao Ministro das Finanças, para fazer a

apresentação do documento.

O Ministro das Finanças (Archer Mangueira): - Sr. Presidente, gostaria de

começar por apresentar os fundamentos da Lei de Alteração da Lei do Regime

Jurídico de Emissão e Gestão da Dívida Pública.

Na verdade, podemos resumir a necessidade de alteração desta lei em quatro

principais razões:

A primeira consiste na necessidade da uniformização das regras utilizadas no

Sistema de Gestão da Dívida Publica, em função de um novo sistema que tem

sido implementado pela Unidade de Gestão da Dívida Pública, em parceria

com a UNCTAD, que é a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e

Desenvolvimento.

A segunda razão consiste na necessidade de clarificar os conceitos de Dívida

Pública Directa, pela exclusão do perímetro de consolidação do sector

empresarial público.

A terceira razão é a necessidade de ponderar sobre os mecanismos de

avaliação do endividamento governamental que complemente o rácio

dívida/Produto Interno Bruto.

A quarta razão consiste na necessidade de uniformizarmos o conceito do rácio

de limite do endividamento público seguido por outras realidades económicas.

Na realidade, o que pretendemos com este projecto é o alinhamento com as

práticas internacionais e com os actuais manuais de estatísticas sobre dívida

pública. Propõem-se que, em linha com as práticas internacionais, as regras e

princípios atinentes à emissão e gestão da dívida pública tenham como

destinatários as entidades do sector público-administrativo, nomeadamente

os órgãos de soberania, a Administração Central e Local do Estado, serviços

públicos, institutos públicos, fundos autónomos e a segurança social.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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Dá-se melhor precisão técnica das definições de dívida pública directa e

indirecta, suprimindo a noção ambígua de outras entidades públicas e de tipo

de moeda no artigo 2.º da Lei do Regime de Emissão e Gestão da Dívida

Pública.

Adopta-se a noção do sector público-administrativo no artigo 2.º da Lei do

Regime Jurídico de Emissão e Gestão da Dívida Pública, clarificando que o

sector empresarial público não está incluído.

Precisa-se a noção de dívida pública indirecta, abandonando o termo dívida e

definindo claramente como as garantias emitidas por qualquer ente do sector

público-administrativo, respondendo este subsidiariamente por dívida de

terceiro.

Utiliza-se apenas a noção dívida pública consolidada para efeitos do cômputo

do rácio do limite do endividamento que, no artigo 61.º da Lei do Orçamento

Geral do Estado, quer no novo artigo 61.º da Lei do Orçamento Geral do

Estado, quer no novo artigo 3.º da Lei do Regime de Emissão e Gestão da

Dívida Pública. Com as precisões e novas definições, suprimimos a definição

dívida pública, por ser alvo de bastante ambiguidade pelo que em diversas

realidades não tem sido definida.

Clarificação expressa que a dívida pública indirecta servirá também para

análise, já não do rácio mas da sustentabilidade da dívida do sector público-

administrativo, previsto nos novos n.º 7 do artigo 61.º da Lei do Orçamento

Geral do Estado e n.º 3 da Lei do Regime Jurídico de Emissão e Gestão da

Dívida Pública. Mantém-se como referência de sustentabilidade o rácio

dívida/PIB, bem como o nível de 60% substituindo-se unicamente a rigidez

normativa por medidas de salvaguardo.

Essas medidas seriam assim aplicadas em caso de ultrapassagem desse

referencial a serem aprovadas na Lei do Orçamento Geral do Estado e dos

exercícios seguintes, possibilitando assim a observância e o cumprimento pelo

Executivo do referencial no médio prazo.

Com isso, Sr. Presidente, tenho apresentado o Projecto de Lei de Alteração da

Lei do Regime Jurídico de Emissão e Gestão da Dívida Pública.

O Sr. Presidente: - Passo a palavra à Deputada Elvira Van-Dúnem, da 5.ª

Comissão, para proceder a apresentação do Relatório/Parecer Conjunto.

A Deputada Elvira Van-Dúnem (MPLA): - Sr. Presidente passo a apresentar o

Relatório/Parecer Conjunto sobre a Lei de Alteração da Lei sobre o Regime

Jurídico da Emissão e Gestão da Dívida Pública, Directa e Indirecta do

Estado, n.º1/14 de 06, de Fevereiro.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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O Relatório/Parecer Conjunto é apresentado em quatro partes: Introdução,

Generalidade, Especialidade e Parecer.

A introdução faz referência à tramitação administrativa do expediente.

A generalidade refere que a matéria em análise é do domínio da reserva

relativa de competência da Assembleia Nacional, que a iniciativa legislativa é

do Titular do Poder Executivo, e que a Proposta de Lei de Alteração da Lei

sobre o Regime Jurídico da Emissão e Gestão da Dívida Pública Directa e

Indirecta do Estado foi requerida em processo de urgência pelo Titular do

Poder Executivo e comporta uma parte preambular e sete artigos.

Excelência Sr. Presidente, face à apresentação do Sr. Ministro das Finanças,

permita-me que passe para a especialidade.

Na especialidade, as Comissões de Trabalho Especializadas competentes em

razão da matéria recomendam ao Plenário as propostas de alteração que

destaco:

No primeiro parágrafo do preâmbulo da Proposta de Lei, substituir a palavra

“considerando” pela “dada” e substituir a expressão “uniformização com”, pela

“se uniformizar.”

No segundo paragrafo, substituir a expressão “tendo em conta que se faz”,

pela “neste sentido torna-se.”

No terceiro parágrafo, substituir a palavra “considerando” pela “analisada.”

No quarto parágrafo, eliminar a expressão “da alínea i) do artigo 120.º” e

substituir a palavra “todos” por “ambos”.

A Proposta de Lei passa a ter a seguinte designação: “Lei que Altera a Lei do

Regime Jurídico da Emissão e Gestão da Dívida Pública Directa e Indirecta Lei

nº1/14, de 06 de Fevereiro”.

No artigo 2.º e no artigo 3.º, depois da palavra Fevereiro, introduzir a

expressão “Lei do Regime Jurídico da Emissão e Gestão da Dívida Pública

Directa e Indirecta do Estado.”

O n.º 4 da proposta de alteração do artigo 3.º passa a ter a seguinte

expressão: “em caso de exceder o referencial referido no número anterior, a lei

que aprova o Orçamento Geral do Estado do exercício seguinte deve conter

medidas de salvaguardo tendentes a possibilitar o cumprimento do referencial

no médio prazo.”

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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Na primeira linha do texto do artigo 4.º, acrescentar as alíneas h) e i), e

eliminar a referência feita ao n.º 6 pelo facto de o artigo 3.º da lei em

referência não conter tal número.

Parecer

Face ao exposto, as Comissões de Economia e Finanças e dos Assuntos

Constitucionais e Jurídicos são de parecer favorável e recomendam ao Plenário

da Assembleia Nacional, a Votação Final Global da Proposta de Lei que Altera a

lei n.º1/14, de 06 de Fevereiro - Lei do Regime Jurídico da Emissão e Gestão da

Dívida Pública Directa e Indirecta do Estado, com as emendas propostas.

O presente Relatório/Parecer Conjunto foi aprovado em reunião conjunta das

Comissões de Trabalho Especializadas, competentes em razão da matéria, aos

10 de Novembro de 2016, com 12 votos a favor, nenhum voto contra e duas

abstenções.

Excelência Sr. Presidente, tenho apresentado o Relatório/Parecer.

O Sr. Presidente:- Srs. Deputados, estão abertas as inscrições.

Srs. Deputados, ainda não atingimos os cinco minutos, mas já há algum

tempo que ninguém se inscreve. E os Deputados que estão inscritos são os

seguintes: Lindo Bernardo Tito (CASA-CE), Fernando Heitor (UNITA), João

Pinto (MPLA), Salomão Xirimbimbi (MPLA), André Mendes de Carvalho (CASA-

CE), Silvestre Samy (UNITA) e o Deputado Sérgio dos Santos (MPLA).

E a FNLA nunca fala? Mais velho Ngonda!?

Passo a palavra ao Deputado Lindo Bernardo Tito, para uma intervenção.

O Deputado Lindo Bernardo Tito (CASA-CE):- Sr. Presidente, quero lembrar

que esta lei proposta para a alteração foi aprovada por esta Assembleia

Nacional, em Novembro de 2013, e publicada no Diário da República, em

Fevereiro de 2014.

Naquela altura em que a lei foi aprovada, muitas das razões hoje evocadas

foram igualmente sustentadas para a aprovação da lei. Quero lembrar que as

práticas que são aqui defendidas como as que suportam a alteração que nos

propõem já existiam antes de 2013.

Outros tratados em matéria de endividamento, também já existiam antes de

2013, alguns dos quais já vêm desde 1992. É de facto surpreendente que o

Titular do Poder Executivo não tenha sido claro e honesto quando propõe

alterações em muitos casos inerentes à gestão financeira.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

24

A única razão que nos parece de acolher é a que aponta que o rácio de

endividamento estabelecido na actual lei, acaba por ser ultrapassado com o

Orçamento de 2017.

É verdade que qualquer País quando adopta medidas legislativas o faz no

seu próprio interesse e não no interesse dos outros. Nós não podemos seguir

aquilo que os outros na sua própria perspectiva e interesse fazem que a nós

nos prejudicam.

Aliás, a nossa Constituição é um exemplo disso, foi aprovada uma

Constituição atípica, porque os nossos interesses tinham de ser reportados

nesta Constituição.

Ora, acabei de dizer há pouco tempo que o objectivo único é o de procurar

evitar que seja ultrapassado o rácio de 60% em relação ao PIB de

endividamento, porque com o Orçamento de 2017, o endividamento público,

atingirá nada mais, nada menos, senão 56,6 mil milhões de dólares. E, de

forma muito habilidosa, trazem-nos um PIB que, até contrário ao que o

Fundo Monetário Internacional avança, na perspectiva de que o nosso PIB

vai aumentar a 30%, quando não existe indicadores que provam

exactamente este possível crescimento de 30%.

Olhem para o orçamento que discutimos ontem, se nos dá alguma indicação

dessa alteração substantiva de 30%, pois se olharmos no concreto, o PIB

para o ano de 2016, ficará fixado exactamente em 91,4 mil milhões de

dólares.

O Governo propõe que o PIB de 2017 será de 119,2 mil milhões de dólares,

ou seja, a dívida vai subir a 11% e o PIB a 30,4% há uma compensação em

relação ao volume da subida da dívida com a subida do Produto Interno

Bruto.

Uma compensação muito estratégica, porque se nos atermos aos dados

apresentados pelo Fundo Internacional relativamente à nossa dívida, ou

seja, em relação ao que teremos como dívida, a nossa dívida vai chegar a

62,8 mil milhões de dólares em 2017 e que valerá nada mais do que 61,4%

em relação ao PIB, ultrapassámos a meta prevista na actual lei.

Este é o primeiro objectivo, evitar que a lei seja violada, então vamos alterar

para que o rácio de 60% seja apenas uma referência e não o limite. Entendo

que o rácio devia ser o limite e não a referência.

Em segundo lugar, é aquilo a que temos chamado sempre a atenção,

artifícios políticos sustentados pelas normas jurídicas. Excluir as empresas

públicas da dívida pública do Estado com um novo conceito, o conceito de

sector público-administrativo.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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Sabem o que aconteceu com Portugal? Fizeram o mesmo e, de forma muito

cavilosa, o Estado foi buscar endividamento através das empresas públicas e

o endividamento português está nos limites em que está, ou seja, nos valores

em que está.

Nós queremos ir para o mesmo caminho, quer dizer, o Estado vai contrair

dívidas, não são contabilizadas na dívida pública do Estado como tal e lá

depois as empresas públicas são orientadas de ir buscar dívidas no mercado

internacional ou interno.

É isso que nós queremos, mais nada, não há outra coisa, e os Srs. Deputados

não vão conseguir controlar isso, porque não incide a vossa fiscalização

directamente sobre as empresas públicas. Como ficamos? Como ficamos?!

Sr. Presidente, por isso e com esses argumentos, o nosso Grupo Parlamentar

entende trazer para esta Magna Assembleia Nacional, as seguintes posições:

Olhando para a Proposta de Lei de Alteração a lei 1/14, o artigo 2.º – Lei de

Alteração que altera a lei 2, traz novos conceitos, nós não aceitamos o

conceito da alínea d) de alteração do artigo 2.º, não aceitamos da alínea e),

alínea f), e a nova alínea n) do conceito do chamado sector público-

administrativo.

Igualmente, entendemos não aceitar o n.º4 do artigo 3.º, que altera o artigo

3.º da lei 1/14.

Sr. Presidente, termino a minha intervenção, pedindo a todos os Grupos

Parlamentares que temos que em algum momento sermos corajosos e pôr (…)1

(Aplausos da CASA-CE)

O Sr. Presidente:- Srs. Deputados, gostaria de informar que o Deputado

Manuel Fernandes, da CASA-CE, conseguiu inscrever-se ainda antes de eu

ter dado por finda as inscrições.

Assim, passo a palavra ao Deputado Silvestre Samy, para uma intervenção.

O Deputado Silvestre Samy (UNITA):- Sr. Presidente, com carácter de

urgência, foi enviada aos grupos parlamentares, através do Despacho de Sua

Excelência o Presidente da Assembleia Nacional, de 7 de 11 de 2016, a

Proposta de Lei de Alteração da Lei sobre o Regime Jurídico da Emissão e

Gestão da Dívida Pública Directa e Indirecta do Estado.

O factor urgência fez com que fossem queimadas as etapas de praxe da maior

parte das leis aprovadas por este órgão legiferante.

1 Fim do tempo de intervenção.

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A nossa preocupação não reside no factor urgência, porque a Constituição e o

Regimento da Assembleia dão respaldo legal a tal procedimento, se bem que

de um tempo a esta parte está virando moda. A nossa preocupação reside,

essencialmente, no conteúdo da matéria alterada. Senão vejamos: de antemão

a Proposta de Alteração da Lei sobre o Endividamento Público deixa cair o

limite de 60% do PIB para a dívida pública que, doravante, passará apenas a

valor de referência, o que equivale dizer que as dívidas das empresas públicas

deixam de contar para a dívida pública, o que vem a contrariar indicações do

FMI assim como da EUROSTAT, em termos de definição dos perímetros da

dívida.

O artigo 2.º da Lei n.º 1/14, de 06 de Fevereiro, definia a dívida pública como

o somatório da dívida pública directa e indirecta, enquanto com a alteração

ora introduzida, o conceito de dívida pública consolidada compreenderá

apenas a dívida pública directa das entidades do sector público-

administrativo. E o que será feito das dívidas contraídas e a contrair

directamente pelas entidades do sector empresarial público?

Neste momento, qual é o valor da dívida pública? Não adianta taparmos o sol

com a peneira, esta matéria não é, em nosso entender, de todo pacífica.

No Relatório de Fundamentação, o proponente ousa seguir as boas práticas

internacionais que não consideram para efeitos de avaliação da gestão e de

sustentabilidade da dívida do sector administrativo, as dívidas contraídas

directamente pelas entidades do sector empresarial público.

Na apresentação da sua Declaração Politica, ontem o Presidente do meu

Grupo Parlamentar exortou o Executivo relativamente àquilo que se passa no

País irmão do Índico, em Moçambique, também pode muito bem servir de

exemplo. “Quando a casa do vizinho está em chamas, coloque a sua barba de

molho”, diz o adágio popular.

O problema do endividamento do País diz respeito a todos angolanos, por isso

merecem o devido esclarecimento sobre o volume da nossa dívida pública.

O Sr. Presidente: - Passo a palavra ao Deputado Sérgio Santos, para uma

intervenção.

O Deputado Sérgio dos Santos (MPLA): - Sr. Presidente, estamos a debater

um tema muito importante, não pela sua importância em si, mas pelos

equívocos que este tema desperta.

O Sr. Ministro das Finanças fez uma brilhante apresentação da

fundamentação do Executivo e parece que esclareceu os equívocos, mas eu

gostava de repetir.

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O primeiro equívoco tem a ver com a definição do sector público e há aqui

uma confusão que existia na lei e que transparece que foi absorvida por

muitos na Oposição e também na sociedade.

O sector público, de facto, é composto pelo sector administrativo e o sector

empresarial público, chamamos nós aqui o sector empresarial público. Mas a

confusão está aqui. Nesta Casa de Leis, nós não aprovamos orçamentos do

sector empresarial público, então há aqui um equívoco e que é preciso

esclarecer.

O sector empresarial público conta com aquilo que se chama independência

orçamental por isso a dívida do sector empresarial público não pode, de

maneira nenhuma, ser afectada na análise do sector público-administrativo

que é feita por nós nesta Casa de Leis.

Quando aprovamos o Orçamento Geral do Estado, aprovamos as despesas,

receitas do sector público- administrativo e, por vezes, o sector público-

administrativo tem relações com o sector empresarial público, na chamada

dívida indirecta, quando garante esta dívida, então este é o primeiro grande

equívoco.

Quando estamos a falar da dívida que surge no Orçamento Geral do Estado,

ela surge em consequência da relação entre receita e despesa, não havendo

receita suficiente para suportar a despesa então dá-se o endividamento

público, entenda-se do sector público-administrativo, é esta que entra no

numerador rácio/ dívida sobre o Produto Interno Bruto.

O segundo grande equívoco está entre contabilidade pública e contabilidade

nacional. É preciso destrinçar. No sector público-administrativo, as contas

são elaboradas segundo a contabilidade pública, não sobre a contabilidade

nacional e a diferença está no facto de a contabilidade nacional incluir todos

os entes que existem no País, o Estado, as empresas públicas, as famílias, as

empresas privadas.

Então aí gera-se uma dívida do Estado ou uma dívida do País nas contas

públicas só se tem em conta a contabilidade destes entes administrativos. Os

Srs. Deputados da Oposição precisavam de ser melhor assessorados

tecnicamente.

Em relação à dívida, o histórico da nossa dívida é boa. Aqui está um País que

estava muito endividado, depois da guerra, e pagou todas as suas dívidas,

mas só nos atendo nos últimos anos os rácios todos eles estão abaixo de 40%.

Nesta situação de profunda crise de falta de receitas, para o País não parar e

para não estarmos a lamentar mais ainda, foi preciso contrair alguma dívida,

e aqui vem o fundamento essencial desta proposta, tínhamos uma lei que

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trazia um limite de endividamento e não trazia medidas caso este limite fosse

ultrapassado. Está-se a dizer que abandonou-se o limite, não se abandonou.

O que se trouxe foram medidas caso se ultrapasse este limite.

(Aplausos do MPLA)

O Sr. Presidente:- Passo a palavra ao Deputado André Mendes de Carvalho,

para uma intervenção.

O Deputado André Gaspar Mendes de Carvalho (CASA-CE):- Sr. Presidente,

em primeiro lugar, dizer que este é um assunto sério para ser discutido em 15

minutos mediante o expediente do pedido de um documento de urgência.

Esses vícios não terminam, assuntos sérios a serem resolvidos em 15

minutos.

Por outro lado, dizer o seguinte: se tudo anda bem, porquê que queremos

aumentar a dívida?

O relator apareceu aqui a dizer que estávamos no País das Maravilhas,

entretanto já nos contentamos com 60% do PIP, queremos ultrapassar o

limite e vou repetir aquilo que disse ontem nesta Sala.

O artigo 162.º da Constituição que tem como epígrafe “Competência de

controlo e fiscalização”, sua alínea d), diz o seguinte: “Compete à Assembleia

Nacional, no domínio de controlo e da fiscalização;

d) – “Autorizar o Executivo a contrair e a conceder empréstimos, bem como a

realizar outras operações de crédito que não sejam de dívida flutuante,

definindo as respectivas condições gerais e fixar o limite máximo dos avales a

conceder em cada ano ao Executivo, no quadro da aprovação do Orçamento

Geral do Estado”, que é o que se está a passar.

Não é referência, mas limite, porque quando procuram introduzir esta questão

de referência, a minha pergunta é: se o próprio limite não é cumprido e este é

imperativo, é algo que é obrigatório, como é que vão cumprir a referência? Isto

é falácia.

Por outro lado, está-se a falar de boas práticas internacionais. A própria

delegação do FMI que acabou de sair há poucos dias e é ela que diz que a

dívida de Angola ronda aos 70%, e incluiu a dívida da TAAG e SONANGOL.

Portanto, é uma organização internacional que trata de Finanças.

(Protestos do MPLA)

Não estamos a inventar nada. Se quisermos ser honestos, todos ouvimos a

mesma coisa e incluiu, dívidas da TAAG e da SONANGOL.

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Por outro lado, quando tivermos que legislar, temos de o fazer com

racionalidade, não é ir buscar estas sebentas. Não! É racionalidade tendo em

conta a realidade do nosso País.

(Aplausos da CASA-CE)

Não pode ser feito de outra maneira. Por isso, mesmo somos de opinião que as

propostas que o meu colega Lindo Bernardo Tito apresentou aqui devem ser

acolhidas, no nosso entender. Também devemos dizer se a TAAG, se a

SONANGOL se endividar quem é que vai pagar? Não é o erário público? Não é

uma dívida do Estado? Então temos que ser racionais nestas questões.

Quero também acrescentar algo: esta questão de ser a percentagem sobre o

PIB, não devemos trabalhar com o PIB, porque trabalhar com o PIB é para um

País que tem equilíbrio em que o Produto Interno Bruto e o Produto Nacional

Bruto mais ou menos se equivalem.

(Aplausos da CASA-CE)

No nosso caso, há uma diferença aberrante entre aquilo que é o PIB e aquilo

que é o PND. Portanto, é estabelecer a percentagem de 60% sobre o Produto

Nacional Bruto e não sobre o PIB, porque senão não vamos gerir a dívida de

maneira racional e sustentável. É isto que temos a dizer à volta desta matéria.

(Aplausos da CASA-CE)

O Sr. Presidente:- Passo a palavra ao Deputado Fernando Heitor, para uma

intervenção.

O Deputado Fernando Heitor (UNITA):- Sr. Presidente, saúdo

respeitosamente os membros do Executivo.

São estas coisas e quando a gente fala, diz que é Professor, e começam a dizer

que é vaidoso. Nesta questão da dívida devia haver convergência, temos que

estar unidos, porque isso arrasta-nos todos para o abismo, desprestigia-nos a

todos. Vejam o que está a acontecer com a Grécia.

No OGE, que Sua Excelência trouxe cá, dizem que o stock governamental em

2017 será de 62,8 mil milhões de dólares, isto equivale a 52,7% do PIB, e

estou a seguir as vossas contas não estou a pensar no FMI e outras coisas.

Entre 2002 a 2015, 24 anos, os investimentos do Estado ascenderam a 103

mil 731 milhões de dólares. Isto pesquisei, fiz contas com base nos vossos

dados. Deste montante, mais ou menos 35% obteve-se de linhas de crédito de

Países como a China, Brasil e Portugal, isto provou um grande incremento na

nossa dívida pública e já andávamos no crescendo e este crescendo aumentou

substantivamente com a crise.

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Meu colega Sérgio, não é só aconselhar os outros a procurarem os bons

assessores técnicos, estou a falar por mim, como economista, como angolano

e como Deputado, que analisa as contas numa área que lhe é familiar. Não

sou assessor da UNITA, mas quando a UNITA precisa de me ouvir, com todo o

gosto dou a minha prestação e também estou a dar agora.

Neste momento, o serviço da dívida já nos come 36,2% do OGE, disse-o

ontem, e isto equivale a quase 14% do PIB e a dívida acumulada, incluindo a

TAAG e a SONANGOL, e aqui agradeço a contribuição do meu parente “Miau”

está acima dos 60%.

O FMI diz que vai lá para 70%, mas sou mais modesto e talvez não esteja nos

70%, mas aproximar-se dali, incluindo estas empesas. Se considerarmos,

como que vocês pretendem agora, que os 60% sejam apenas um referencial,

isto dá azo a que a dívida possa chegar aos 80, 90, aos 100, porque é apenas

uma referência e mesmo que vocês tragam aqui medidas a médio prazo, para

depois poder voltar ao referencial, quando vocês entram na euforia de

endividamento nunca mais poderás recordar qual é o teu referencial.

Temos que definir aqui um limite obrigatório, peremptório, como patriotas que

somos, não podemos deixar os nossos netos escravizados pela dívida

angolana.

(Aplausos da UNITA)

Sabem porquê que digo isso? Não é por estar na Oposição, ser Fernando

Heitor, natural de Catete, é porque a dívida tem um limite e o limite da dívida

chama-se o quê? Solvabilidade! A própria economia tem limites de

crescimento, mesmo o elástico estica até um ponto e depois rebenta.

Será que a nossa economia vai ter capacidade de gerar rendimentos para

honrar o serviço da dívida, sem pressões do FMI ou de uma tróica qualquer?

O problema aqui é sermos prudentes. O problema aqui é da sustentabilidade

da dívida, ela é boa, sim senhor, traz liquidez para enjeitarmos em

investimentos, precisamos de investimentos frescos para fortalecermos as

nossas infra-estruturas para que haja uma base técnico-material segura para

o relançamento da economia e pô-la a crescer, sim senhora, mais a dívida é

dinheiro dos outros e esses irão nos bater as portas e as janelas para nos

cobrar e, se não a pagarmos, vão nos pôr nos tribunais internacionais, vão

manchar a imagem de Angola.

O ambiente angolano vai ficar pior do que está e, se calhar, cada um de nós

quando viajar também vai ser preso para ver se tem contas lá e, se tiver,

enviar para o pagamento da dívida. Já arrestaram aviões nossos,

esqueceram? Já arrestaram navios nossos, já se esqueceram?

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Então, como fica isso? Não é um desiderato nacional juntarmo-nos e

decidirmos, aqui, qual será o limite da dívida? Toda dívida do Estado.

Custa alguma coisa fazer este exercício de patriotismo?

Meus senhores, o rácio da dívida pública deve estar dentro dos níveis

suportáveis pela rentabilidade da economia e esta mede-se com dois

indicadores do PND ou PIB e o meu primo Almirante “Miau” já deu uma

indicação. Neste caso de Países como o nosso, com uma fragilidade na sua

economia, é melhor.

Portanto, sejamos prudentes porque não gostaria nada de ver aqui mais as

tróicas para outros motivos, com o FMI a pressionar o nosso Governo

angolano, seja ele conduzido por vos – MPLA - seja ele conduzido por qualquer

outro partido, eu ficaria muito triste, se calhar até seria capaz de me suicidar,

só a pensar que o meu filho vai ser escravizado por uma dívida que não é da

sua responsabilidade.

(Aplausos da UNITA)

O Sr. Presidente:- Passo a palavra ao Deputado João Pinto, para uma

intervenção.

O Deputado João Pinto (MPLA):- Sr. Presidente, obrigado por nos conceder a

palavra.

Quando eu ouvi o ilustre Deputado Fernando Heitor, na sua retórica

estridente, dramatizando a situação, pensei que Países como o Japão têm

uma dívida que anda à volta de 249% do seu PIB. A Itália 133%, Portugal

127%, EUA 107% Espanha 99%, França 98%, Reino Unido 89%. É claro que

a nossa economia é frágil, é mono dependente.

A exportação de petróleo, que dá mais receitas ao País, com a sua redução no

mercado internacional, gera dificuldades claramente às contas públicas e,

mais uma vez, os fantasmas do passado. Se não se destruíssem pontes,

estradas e cidades não teríamos endividado para reconstruir o País.

Vamos deixar de hipocrisia, vamos aprovar esta lei porque os nossos colegas

estão a tentar o abismo, foi aquele em que em 2002 nos libertámos e, mais,

vamos ter que continuar cumprir as nossas obrigações internacionais

pagando a dívida, mas mantendo sempre a dignidade. Os angolanos pagam as

suas dívidas.

Há quem tenha criado dívidas para o Estado, há quem tenha ajudado a

empobrecer o País e nunca aprovou um Orçamento, nunca apoiou o Governo

nestas questões e vem aqui com um discurso de retórica sentimental, de

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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dramatização, esquecendo-se que se não tivéssemos tido o que tivemos nunca

teríamos ido pedir o apoio à China para a reconstrução nacional.

(Aplausos do MPLA)

Vamos ser coerentes e não é aceitável este discurso de dramatização que a

UNITA tenta fazer. E mais: o que demonstra mais uma vez que a UNITA sente-

se muito bem quando alguma coisa corre mal, para tentar livrar-se ou negar o

passado. A dívida resulta de um dado histórico, a reconstrução nacional, as

cidades e as centralidades (…2)

(Sr. Presidente interrompe)

O Sr. Presidente: - Um ponto de ordem do Deputado Fernando Heitor.

O Deputado Fernando Heitor (UNITA):- Sr. Presidente, não me lembro

nunca de ter interrompido a intervenção de alguém com um ponto de ordem,

mas meu caro amigo João Pinto, por amor de Deus, eu Fernando Heitor e, por

acaso, também a UNITA, esta que está aqui, não estão a dizer que o País não

se pode endividar. Ninguém em altura nenhuma disse que o País não se deve

endividar.

Estamos apenas a alertar cuidado, mas também fazer isso é mal? É porque

partimos pontes, partimos não sei o quê, isto tem alguma coisa mesmo a ver

com este exercício de contribuição.

(Aplausos da UNITA)

Por amor de Deus, João Pinto…. Fala bem, meu irmão! “Manu Tata. Kima

kianhi? Zwela kiambote manu.3”

(O Sr. Presidente interrompe)

O Sr. Presidente:- Deputado Heitor, já atingiu o seu objectivo, esclareceu.

O Deputado Fernando Heitor (UNITA):- Sr. Presidente, peço-lhe de joelho.

Então está a comparar Angola com o Japão, com a Inglaterra, é preciso ver

qual é o património do Japão.

(O Sr. Presidente interrompe)

O Sr. Presidente: - Temos registado a sua intervenção em que reafirmou que

a UNITA não é contra o endividamento, mas sim quer limitar, aí estamos de

acordo. Agora não vai rebater, porque esta questão do nível de endividamento

do Japão, Portugal, que está no documento de sustentação tem uma

2 Interrupção.

3 Língua Nacional Kimbundu. Sig. “Irmão, o que é que se passa? Fala irmão”

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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explicação. O suporte da dívida tem pressupostos, isto seria objecto de uma

outra intervenção, mas parece que o Ministro irá esclarecer esta situação.

Posto isso, o Deputado João Pinto pode continuar a sua intervenção.

O Deputado João Pinto (MPLA):- Obrigado, Sr. Presidente.

Não perco o meu raciocínio. Para dizer que todas as nações procuram ter

requisitos sobre o endividamento, no entanto, não podemos ignorar que as

questões económicas analisam-se do ponto de vista estrutural. Claro que

conjunturalmente, como é o período que vivemos, com a redução do preço do

petróleo, claro que exige de todos maior contenção e sentido patriótico, não só

para ter benefício, mas também por razões de responsabilidade.

Por isso, não vejo que se confunda a dívida directa ou o próprio direito define

a administração central distinguindo-a da administração indirecta e

administração autónoma, por isso esta adequação não é errática.

Mas é importante que tenhamos em conta que a nossa história que está a

levar-nos a: primeiro criar cidade de raiz; fazer com que a distribuição da

renda se faça por via das políticas públicas, porque os neoliberais, como

Milton Friedman, e outros economistas são contra a intervenção do Estado na

economia, mas nós mantemos algumas políticas Keynesianas, regulando o

mercado, criando uma dívida, mas para distribuir a renda para combater a

pobreza e a exclusão social.

As centralidades são um exemplo, mas o investimento na energia é um

exemplo, por isso não temos que temer, vamos aprovar, tomando em conta o

nosso pressuposto histórico.

(Aplausos do MPLA)

O Sr. Presidente:- Passo a palavra ao Deputado Manuel Fernandes, para

uma intervenção.

O Deputado Manuel Fernandes (CASA-CE):- Queria responder ao colega

Sérgio, para dizer que as empresas públicas fazem parte da Administração

indirecta do Estado, assim sendo, perseguem fins públicos, não são qualquer

entidade extra estadual.

Dizer também, Sr. Presidente, que os arranjos que estão a ser feitos aqui

nesta lei visam simplesmente acomodar uma estratégia para um certo folclore

eleitoralista.

(Aplausos da CASA-CE)

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O Sr. Presidente:- Passo a palavra ao Sr. Deputado Salomão Xirimbimbi,

para uma intervenção.

O Deputado Salomão Xirimbimbi (MPLA):- Sr. Presidente, queria começar

pelo que o meu colega Manuel Fernandes acabou de referir. Aqui não se trata,

do ponto de vista matemático, de arranjos e combinações. Isso é álgebra

linear. O que está a se tratado, e quero referir-me, fundamentalmente, a uma

passagem do meu colega Heitor e registo com muita satisfação, e deve

sintetizar as preocupações dos demais colegas da Oposição, mas que iremos

tentar contribuir para que esses receios que existem possam ser dissipados.

Eles colocam o problema na perspectiva da sustentabilidade da dívida.

Ninguém põe em causa os conceitos que estão no diploma que estamos aqui

apreciar, porque se fosse assim então teríamos que falar de Teoria de

Finanças Públicas e não é o caso, o que estão a pôr é um problema de

sustentabilidade.

Esta sustentabilidade existe porque, felizmente, em termos de gestão de

finanças públicas, adoptamos o Princípio da Gestão das Finanças Públicas

Modernas. Angola não está a utilizar o endividamento para o consumo, mas

para as infra-estruturas ou despesas de capital e, nesta perspectiva, o receio

(…4).

(Protestos da Oposição)

Deixem-me de falar, sou economista e vou falar como o Heitor. Sou

economista, bem formado, em Angola e no estrangeiro, portanto é uma

matéria que eu falo.

(Aplausos do MPLA)

É algo que discuto com quem quer que seja na rua ou na estrada.

Vozes da UNITA: - Pode falar!

Deixem-me falar.

Angola adoptou um Princípio de Gestão das Finanças Modernas e não está a

utilizar os recursos do endividamento para o consumo, pelo contrário, a está

utilizar para criar infra-estruturas e quando o Estado gasta dinheiro em infra-

estruturas está a criar capacidades produtivas. Não estamos aqui a utilizar o

dinheiro para bens e serviços ou para a cobertura de subsídios, transferindo

rendimentos para A ou B, não é isso.

4 Interrupção

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

35

Portanto, o problema da sustentabilidade poderá ser conseguido se esta

política for complementada com algo que ontem foi já aqui discutido aqui, que

é adoptar mediadas que gerem maior crescimento para a economia e

permitindo assim maior desenvolvimento.

Não estou muito preocupado pelo facto de que não tenhamos

sustentabilidade. O exemplo que foi dado da Grécia, este era um País onde

havia sonegação de impostos.

O dinheiro não era utilizado para infra-estruturas, era utilizado para outros

fins. É diferente e não é o nosso caso, de qualquer modo registo com muita

satisfação, como angolano que são e que também sou, que tenham

preocupação sustentabilidade da nossa dívida mas não ponham em causa os

conceitos de Gestão das Finanças Públicas.

Em relação à situação corrente e é algo que terá contribuído para a nossa

compreensão ou não compreensão. É que estamos a viver um momento de

excepção, mas que é o momento que não vai durar sempre, tivemos uma

redução de receitas e para cumprir com o programa de criação do tal stock de

capital, foi necessário fazermos o endividamento.

Penso que os meus colegas terão compreendido perfeitamente o que quero

dizer, nós com maior crescimento resolveremos o problema da

sustentabilidade e, neste contexto, os 60% que neste momento existe na lei

não deixa de ser um ponto referencial, porque Angola não está diante de um

constitucionalismo financeiro.

O Sr. Presidente: -Passo a palavra à Sra. Deputada Elvira Van-Dúnem para

eventuais esclarecimentos, se os tiver.

A Deputada Elvira Van-Dúnem (MPLA):- Sr. Presidente, depois dos

esclarecimentos dados pelos camaradas da minha Bancada, nada tenho a

dizer.

O Sr. Presidente:- Passo a palavra ao Sr. Ministro das Finanças para

eventuais esclarecimentos.

O Ministro das Finanças:- Sr. Presidente, começaria pela primeira questão

que me foi colocada e, se a memória não me atraiçoa, do Deputado Bernardo

Tito, em que perguntou se o rácio acaba por ser ultrapassado no Orçamento

de 2017, apresentou alguns números, e fez referência também ao PIB. Referiu

aqui um de Produto Interno Bruto de 2017 previsto para de 30%, e por que

razão se traz aqui a alteração do rácio.

Acho que aqui houve algum equívoco quando se fez referência a esta taxa do

Produto Interno Bruto. Sinceramente não sei onde é que Sr. Deputado terá

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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encontrado esse valor do crescimento do Produto Interno Bruto, nós ontem

referimos tanto em termos nominais como em termos percentuais. Aliás o

orçamento foi aprovado, na generalidade, ontem, e estão lá os dados bem

claros.

A razão principal, tal como foi referido aqui na representação da alteração do

rácio, é que tal como e este é um exercício da maior transparência possível é

tal como está na lei há um erro conceitual que é preciso corrigir.

A lei actual prevê no cálculo do rácio a dívida pública directa e indirecta que

inclui o sector empresarial público. No sector empresarial público, empresas

têm os seus activos, actividade mercantil, produzem receitas e podem garantir

a sua própria dívida com o seu próprio património, com os seus activos.

Portanto, é um erro conceptual e poderemos corrigir.

Aproveito para dizer e na sequência de outra abordagem que também foi

referida, acho que em seguida fez referência ao facto de a lei ser aprovada em

Dezembro de 2007 e publicada em Fevereiro de 2014.

Nesta altura não estava em vigor o sistema da UNCTAD e os países, não só

Angola, têm estado a adoptar este sistema moderno e adaptar. Temos que ter

a capacidade e inteligência suficiente de poder ajustar às alterações que se

fazem nos manuais e nos outros sistemas.

Isto não está em livro nenhum, são os manuais das Instituições

Internacionais que são adoptados. O próprio Acordo de Maastricht, que foi

utilizado como referência nossa lei, já sofreu alterações em função dos

recentes desenvolvimentos na Europa e no mundo.

Convém também referir, ainda na sequência da bordagem do Deputado (...5).

(O Sr. Presidente interrompe)

O Sr. Presidente: - Há um pedido de esclarecimento do Deputado Lindo

Bernardo Tito.

O Deputado Lindo Bernardo Tito (CASA-CE):- Era só para ajudar o Sr.

Ministro das Finanças dizendo que estes dados foram extraídos do Orçamento

de 2016 e no de 2017. Quero lembrar apenas o seguinte e, no Relatório de

Fundamentação do Orçamento Geral do Estado 2017, constam estes dados

que vou avançar, ou seja, o Produto Interno Bruto para 2016 está na ordem

de 91,4 mil milhões de dólares, para o Orçamento de 2017, 119,2 mil milhões

de dólares. O diferencial é de 27,8 mil milhões de dólares, salvo erro.

5 Interrupção.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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Quer dizer que há um crescimento do Produto Interno Bruto na ordem de

30,4% e, se compararmos em relação à dívida, sobe para 11%. É esta questão

que estamos aqui a colocar. Não é um dado vindo do FMI. É do Relatório de

Fundamentação do OGE, Sr. Ministro.

O Sr. Presidente: - Sr. Ministro tem três minutos para esclarecimento.

O Ministro das Finanças: - Peço desculpas, para esclarecer esta questão ou

as perguntas todas?

O Sr. Presidente: - Esta questão e concluir a sua intervenção.

O Ministro das Finanças: - Sr. Presidente, Foram muitas perguntas e apenas

três minutos! Em relação a esta questão é como disse. O Produto Interno

Bruto é um fluxo da actividade económica, é uma disposição legal e o que

estamos aqui a discutir é se vamos manter o rácio como uma disposição, um

limite legal ou um referencial.

Eu estava a dizer que a outra razão de nós excluirmos o sector empresarial

público é de que no sector empresarial público é preciso não esquecer que

também temos as sociedades públicas de direito privado. E estas têm os seus

resultados, têm o seu património que pode servir para garantir a dívida.

Foi levantada também a questão, por um outro Deputado, sobre quem vai

tratar das dívidas do sector empresarial público. As próprias empresas

produzem resultados e têm que assumir as suas próprias dívidas. A excepção

se dá pela dívida das empresas públicas garantidas pelo Estado.

As dívidas das empresas públicas garantidas pelo Estado que, no caso

concreto do nosso País, não têm um peso grande no PIB, quando estão sob

incumprimento, elas entram no cálculo do rácio. Isto está previsto na lei e já

estava previsto, inclusive, na Lei do Orçamento Geral do Estado, na lei de

2010.

Na análise da sustentabilidade da dívida entra toda a dívida. Tanto a dívida

pública directa e indirecta e aí a dívida do sector empresarial público. Para o

rácio, o que entra agora e de acordo com os manuais internacionais é a dívida

do sector público-administrativo. A lei de alteração específica o conceito do

sector público-administrativo.

O Sr. Presidente: - Sr. Ministro, vamos fazer um acordo porque esta questão

é do interesse de todos. Mas vamos dar algum tempo e aconselho-o a

sintetizar e a concentrar-se nas questões mais importantes.

O Ministro das Finanças: - Sr. Presidente, tentarei fazer o meu possível.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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Foi levantada também a questão sobre o FMI, que fez referência à dívida da

TAAG e da SONANGOL. Não foi nenhuma iniciativa do FMI, é preciso referir

aqui. O FMI reitera as informações que tinham sido divulgadas no boletim de

dívida pública de unidade e gestão de dívida pública de 2015, em que na base

dos manuais passados nós incluíamos o sector empresarial público. Depois

disso tivemos reuniões com o FMI e é este o esclarecimento que foi dado.

No relatório final do FMI o que eles fazem referência é à necessidade de se

incluir a dívida externa da SONANGOL e da TAAG garantida pelo Estado, mas

está previsto no próprio cálculo da dívida quando ela é garantida pelo Estado.

É uma dívida indirecta.

É preciso referir aqui que o limite das garantias foi tratado em sede da Lei do

Orçamento Geral do Estado que aprovámos ontem e o limite que foi definido

para a emissão de garantias é menos 50% comparativamente ao Orçamento

Revisto 2016. Os Srs. Deputados podem verificar os números.

Em relação à comparação que se fez com a Grécia e com a Europa, apenas

dizer que na realidade nestes países houve um relançamento para acomodar a

crise bancária, mas o que pretendemos aqui com o referencial, como disse há

pouco, até é um acto de transparência, prevendo eventualmente choques

adversos e os Estados têm de se preparar para medidas contra ciclos, ao

contrário da lei actual, o que se prevê nesta lei de alteração é exactamente de

serem tomadas medidas para garantir a sustentabilidade da dívida no médio e

longo prazo.

Esta Assembleia deverá observar um plano de medidas para que o referencial

seja sempre tido em conta. Este plano de medidas deve constar nos

orçamentos seguintes. Esta é a ideia, ao contrário do que aqui foi dito. A

intenção do Executivo é exactamente não escamotear os números e permitir

que nos casos de o referencial ser ultrapassado serem tomadas medidas de

ajuste.

Creio ter respondido, na generalidade, as questões. Talvez indicar o número,

foi aqui perguntado qual é o nível da dívida actual? O nível da dívida actual é

52.7% do PIB.

Gostaria de dizer que o cumprimento do rácio é apreciado depois de passado

o período do exercício financeiro. Não se pode fazer estimativas e quaisquer

estimativas por definição são erradas.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, terminaram as intervenções e foram

bastantes esclarecimentos.

Penso que estamos em condições de passar à votação do Projecto de Lei.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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Submetido a votação, o Projecto de Lei foi aprovado por maioria, 133 votos a

favor, 34 votos contra e três abstenções.

Há um pedido de Declaração de Voto da CASA-CE. Deputado Manuel

Fernandes.

O Deputado Manuel Fernandes (CASA-CE): - Sr. Presidente, a CASA-CE

votou contra esta lei pelas seguintes razões: pelo facto de a mesma vir, pura e

simplesmente, encobrir a violação dos limites da dívida pública inscritos na

lei face ao Orçamento Geral do Estado 2017, que começámos a discutir

ontem, que irá superar o limite estabelecido para 62,8%, na medida em que

43% deste OGE será do endividamento interno e externo. Nós, Grupo

Parlamentar da CASA-CE, não estamos de acordo.

Entendemos que os indicadores da nossa economia devem reflectir a

realidade factual do nosso processo de crescimento e não por artifícios

administrativos que reflectem o País como um paraíso, criando falsas

expectativas que não condizem com a realidade. Por estas razões, nós

votámos contra.

(Aplausos da CASA-CE)

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos proceder à Votação Final Global

da Proposta de Lei de Imprensa.

Passo a palavra ao Deputado João Muatonguela, da 1.ª Comissão, para

proceder a leitura do Relatório/Parecer Conjunto.

O Deputado João Muatonguela (MPLA): - Sr. Presidente, o Relatório/Parecer

Conjunto na especialidade sobre a Proposta de Lei de Imprensa está

estruturado em duas partes, para além da introdução que faz alusão da

tramitação do expediente.

Na especialidade, importa referir que a matéria em análise é de reserva

relativa de competência legislativa da Assembleia Nacional, nos termos das

disposições combinadas da alínea b) do artigo 161.º e do n.º 2 do artigo 165.º

da Constituição da República de Angola, sendo a iniciativa legislativa do

Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo.

A Proposta de Lei é composta por uma parte preambular e outra dispositiva

dividida em oito capítulos e noventa e dois artigos e aqui estamos a emendar,

são noventa e dois artigos, que tratam as matérias que constam do capítulo

1.º ao capítulo 8.º.

Após a análise, discussão e votação na especialidade do conteúdo da referida

Proposta de Lei, as Comissões competentes propõem ao Plenário da

Assembleia Nacional, nos termos das disposições combinadas do n.º1 do

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I SÉRIE – NÚMERO 4

40

artigo 179.º e 181.º, ambos do Regimento da Assembleia Nacional, a

introdução das alterações que constam do ponto 5.1 ao ponto 5.29, página

oito.

Sr. Presidente, por lapso, omitimos um ponto que fica entre os pontos 5.14 e

5.16 que tem a seguinte redacção: “no artigo 16.º da Proposta de Lei com a

epígrafe, Publicação das notas Oficiais, o n.º2 deve ser eliminado”.

Importa destacar o ponto 5.15, o artigo 15.º deve ter a seguinte redacção: “nos

termos da lei, o Estado estabelece um sistema de incentivos de apoio aos

órgãos de comunicação social de âmbito nacional e local, com vista a assegurar

o pluralismo da informação e o livre exercício de liberdade de imprensa e o seu

carácter de interesse público”.

Destacamos ainda o ponto 5.20, no artigo 45.º os n.º 1 e 2 transformaram-se

num único número com a seguinte redacção: “a actividade de agência de

notícias pode ser exercida por qualquer entidade pública ou privada, porém não

deve ser exercida nem financiada por partidos ou associações políticas,

organizações sindicais, patronais, profissionais e autarquias locais por si ou

através de entidades em que detenham capital.”

Parecer

Face ao exposto, as Comissões em razão da matéria são de parecer favorável e

recomendam ao Plenário da Assembleia Nacional a Votação Final Global da

Proposta de Lei de Imprensa.”

Sr. Presidente, tenho assim apresentado o Relatório/Parecer Conjunto, na

especialidade, sobre a Proposta de Lei de Imprensa.

O Sr. Presidente: - Passo a palavra ao Deputado Adalberto Costa Júnior,

para uma intervenção.

O Deputado Adalberto Costa Júnior (UNITA): - Sr. Presidente, faltou aqui

algo que foi discutido nas Comissões de Especialidade, que é o ponto 2 do

artigo 53.º, pois não está conforme à lei que se encontra aqui na plataforma e

que foi na entrada desta Sala abordado como um dos factores a aludir e, se o

Sr. Ministro permite, dizia que não estava contra, a Bancada também aceitou,

mas não foi indicado na leitura, como uma das alterações. Ponto 2 da Lei de

Imprensa, artigo 53.º, que era para retirar. Foi discutido nas Comissões.

O Sr. Presidente: - Deputado Muatonguela, ponto 2 do artigo 53.º,

estamo-nos a referir a Lei de Imprensa.

O Deputado João Muatonguela (MPLA): - Não tenho aqui Sr. Presidente, vou

confirmar no meu histórico para depois reagir.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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O Deputado Adalberto Costa Júnior (UNITA): - Isto vai condicionar o

voto, se não os for esclarecido.

O Sr. Presidente: - Alguém da 1.ª Comissão. Vamos lá ver, a alteração é no

ponto 2 do artigo 53.º, no ponto 5.24 diz “no artigo 53.º o n.º 2 passou a ser o

n.º 4 do artigo 90.º”. Satisfaz? Não é isso? O que é que se passa? Temos que

nos basear no parecer que está aqui.

O Deputado Emílio Homem pode esclarecer?

O Deputado Emílio Homem Gomes (MPLA): - Sr. Presidente, efectivamente

o n.º 2 do artigo 53.º foi retirado.

O Sr. Presidente: - Deputado Muatonguela, o Chefe falou que foi retirado.

Satisfaz?

Muito bem. Tendo sido esclarecida esta questão, estamos em condições de

passar à votação.

Submetida à votação, a Proposta de Lei foi aprovada por 128 votos a favor, 8

votos contra e 19 abstenções.

Há mais uma Declaração de Voto? Declaração de Voto da CASA-CE.

O Deputado André Gaspar Mendes de Carvalho (CASA-CE): - Sr.

Presidente, quando discutimos esta lei na especialidade houve alguns artigos

que ficaram suspensos para serem aprofundados e, de facto, houve um

esforço por parte de quem de direito, quando propôs a retirada do ponto 2 do

artigo 16.º, “Publicação das notas oficiais.”

Mas isto não responde. Primeiro porque o ponto 2 que estava aqui estava

bem. A única questão era acrescentar que houvesse a transmissão em directo

por parte dos órgãos de comunicação social às actividades da Assembleia

Nacional. Isto não foi acomodado e, ao não ter sido acomodada a transmissão

em directo, votámos contra.

(Aplausos da CASA-CE)

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, está registada a Declaração de Voto da

CASA-CE.

Vamos passar à Votação Final Global da Proposta de Lei sobre o Exercício da

Actividade de Radiodifusão.

Passo a palavra à Deputada Yolanda de Sousa, da 1.ª Comissão, para

proceder a leitura do Relatório/Parecer Conjunto.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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A Deputada Yolanda de Sousa (MPLA): - Sr. Presidente, antes de fazer a

apresentação do Relatório/Parecer, gostaria de aproveitar a presença dos

líderes associativos para saudar o dia 17 de Novembro, que é o Dia

Internacional do Estudante.

(Aplausos gerais)

O Relatório/Parecer está dividido em três partes. Primeiro tem a introdução, a

especialidade e o parecer. Na introdução, fazemos menção à tramitação do

processo e à competência material das Comissões.

Na especialidade, importa referir que a matéria é reserva relativa de

competência legislativa da Assembleia Nacional. A iniciativa legislativa é do

Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo.

A presente Proposta de Lei foi aprovada, na generalidade, na Reunião Plenária

realizada no dia 12 de Agosto do corrente ano, com128 votos a favor, 27 votos

contra e 5 abstenções.

Após a análise, discussão e votação na Especialidade, foram introduzidas as

seguintes alterações:

Referindo-se já ao preâmbulo, unir o primeiro e segundo parágrafos do

preâmbulo da lei, passando a ter a seguinte redacção: “o aprofundamento dos

direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos na Constituição

impõem a necessidade de se proceder a actualização da legislação sobre a

radiodifusão adaptando-a à nova realidade política, económica e social do

País.”

Introduzir dois novos parágrafos ao preâmbulo com a seguinte redacção.

Primeiro: “a radiodifusão continua a ser um dos principais veículos de

comunicação existente e faz parte da vida quotidiana de centenas de milhares

de pessoas em todo o mundo, levando a informação e entretenimento para as

mesmas, além de promover a cultura, a cidadania, o respeito pelas diferenças

tornando o exercício de informar num contributo de vários profissionais que se

empenham por uma boa transmissão e na diversificação de oferta radiofónica,

na área em que se impõe cobrir, aferido em função da sua originalidade, da

inovação e da criatividade”.

O segundo parágrafo: “assim, importa salientar que deve ser garantido, na

apresentação de programas, a observância da ética que assegura o respeito

pela dignidade da pessoa humana, pelos direitos fundamentais e demais

valores constitucionais, especialmente o desenvolvimento das crianças e

adolescentes.”

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

43

Substituir, ao longo de todo o texto da lei, a expressão “Ministério da

Comunicação Social” por “Departamento Ministerial responsável pela

Comunicação Social” e “comunicações electrónicas” por “telecomunicações e

tecnologias de informação.”

4.4 - Refazer a alínea j) do artigo 2.º com a seguinte redacção: “programação

própria”, que é composta por elementos seleccionados, produzida e difundida

pelos operadores de radiodifusão responsável pelo respectivo serviço de

programas.

Eliminar, no n.º 2 do artigo 6.º, a palavra diploma, no início do parágrafo,

começando com a expressão “o referido.”

4.10 - Estou apenas a ler as alterações mais significativas.

No n.º 3 do artigo 6.º começar o parágrafo com a seguinte redacção: “nos

casos em que sejam apresentados” e eliminar as palavras “havendo” e

“apresentados.”

4.12 - Na alínea a) do artigo 12.º, acrescer no fim “com independência e rigor.”

4.15 - Substituir na segunda linha do n.º 1 do artigo 20.º a palavra “outorgar”

por “autorizar a emissão do ”.

4.16 - Eliminar a palavra “excepcionalmente”.

4.19 - Na alínea d) do artigo 31.º substituir, no fim, a palavra “angolanos” por

“nacionais.”

4.21 - Inverter os n.ºs 1 e 2 do artigo 35.º e acrescer ao actual n.º 1 a

expressão “informação e de”, antes da palavra programação. E no novo n.º 2

começar com a seguinte frase: “a liberdade de programação e de informação” e

acrescentar no mesmo n.º 2 a palavra “actividade”.

4.23 - Refazer o artigo 28.º ficando com a seguinte redacção: “os operadores

da actividade de radiodifusão devem adoptar um Estatuto Editorial que defina

as orientações e objectivos, nos termos da Lei de Imprensa e da presente lei.”

4.24 - Acrescer a palavra “actividade” e retirar a frase “da actividade

publicitária” por “previstas na Lei Geral de Publicidade.”

4.25 - Refazer o artigo 45.º ficando com a seguinte redacção: “o direito de

antena dos Partidos Políticos é regulado por lei específica.”

4.29 - Refazer os n.ºs 1 e 2 do artigo 53.º ficando com a seguinte redacção:

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I SÉRIE – NÚMERO 4

44

“1 - O processo e aplicação das multas administrativas presentes na presente

lei competem ao Departamento Ministerial responsável pela Comunicação

Social.

2 - As receitas provenientes das multas são depositadas na Conta Única do

Tesouro, através do documento de arrecadação de receitas e reverte 50% para o

Estado, 30% para a instituição responsável pela formação dos jornalistas sob

tutela do Departamento Ministerial responsável pela Comunicação Social e 20%

para suportar os encargos administrativos com a instrução de processos.”

4.31 - Acrescer um novo artigo, depois do artigo 54.º com a epígrafe “Dúvidas

e Omissões” com a seguinte redacção:

“As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e da aplicação da

presente lei são resolvidas pela Assembleia Nacional.”

Parecer

Face ao exposto, as Comissões dos Assuntos Constitucionais e Jurídicos, de

Educação, Cultura, Assuntos Religiosos e Comunicação Social e da Saúde,

Família, Juventude e Desportos, Antigos Combatentes e Acção Social são de

parecer favorável e recomendam ao Plenário da Assembleia Nacional a votação

Final Global da Proposta de Lei sobre o Exercício da Actividade de

Radiodifusão.

O presente Relatório/Parecer Conjunto foi aprovado, na Especialidade, com 14

votos a favor, nenhum voto contra e uma abstenção.”

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, penso que estamos em condições de

votar a Proposta de Lei sobre o Exercício da Actividade de Radiodifusão.

Submetida à votação, a Proposta de Lei foi aprovada por maioria, com 132

votos a favor, nenhum voto contra e 22 abstenções.

Passo a palavra ao Deputado Nvunda Salucombo, da 1.ª Comissão, para

proceder a leitura do Relatório/Parecer Conjunto, na especialidade, da

Proposta de Lei sobre o Exercício da Actividade de Televisão.

O Deputado Nvunda Salucombo (MPLA): - Sr. Presidente, o Presente

Relatório/Parecer Conjunto, na especialidade, referente à Proposta de Lei

sobre o Exercício da Actividade de Televisão está estruturado em quatro

partes.

Na introdução, faz-se menção à tramitação do processo proveniente do

Gabinete do Presidente da Assembleia Nacional para as Comissões de

Trabalho Especializadas em razão da matéria, para efeito de análise e emissão

do Relatório/Parecer Conjunto.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

45

Na generalidade, a iniciativa legislativa é do Titular do Poder Executivo, nos

termos da Constituição da República de Angola e do Regimento da Assembleia

Nacional. A matéria em análise é de reserva relativa de competência legislativa

da Assembleia Nacional, nos termos da Constituição da República de Angola.

Na especialidade, após a discussão da Proposta de Lei, as Comissões

competentes em razão da matéria recomendam ao Plenário da Assembleia

Nacional o seguinte: no n.º 3 do artigo 7.º substituir a expressão “Ministério

da Comunicação Social pela expressão “Departamento Ministerial responsável

pela Comunicação Social.” Igual substituição deve ser feita ao longo do texto

da lei onde figure tal expressão.

O artigo 11.º passa a ter a seguinte redacção: “sem prejuízo do disposto nos

números seguintes, os operadores de serviço de comunicação audiovisual

podem ser propriedade de pessoas colectivas públicas e/ou privadas, ou

cooperativas que tenham por objecto o seu exercício nos termos estabelecidos

na legislação aplicável.”

O artigo 79.º passa a ter como epígrafe “Infracções.” No artigo 79.º eliminar os

n.ºs 4, 5, 6 e 7. Inserir na lei um novo artigo 80.º com a redacção dos n.ºs 4 e

5 do artigo 79.º e um artigo 81.º com a redacção dos n.ºs 6 e 7 do artigo 79.º,

procedendo-se a posterior renumeração da lei.

Nos artigos 81.º e 83.º substituir a expressão “Ministro da Comunicação

Social” por “Titular do Poder Executivo.”

Feitas as emendas e correcções, a Proposta de Lei sobre o Exercício da

Actividade de Televisão passa a dispor de uma parte preambular, outra

dispositiva com dez capítulos, dezasseis secções, dez subsecções e noventa e

três artigos.

Parecer

Face ao exposto, as Comissões dos Assuntos Constitucionais e Jurídicos, de

Educação, Cultura, Assuntos Religiosos e Comunicação Social e de Saúde,

Família, Infância, Juventude e Desportos, Antigos Combatentes e Acção Social

são de parecer favorável e recomendam ao Plenário da Assembleia Nacional a

Votação Final Global da Proposta de sobre o Exercício da Actividade de

Televisão.

O Relatório/Parecer Conjunto foi votado na especialidade tendo sido aprovado

com 17 votos a favor, nenhum voto contra e 1 abstenção.

O presente Relatório/Parecer Conjunto foi assinado pelos Presidentes das

Comissões supracitadas e pelos respectivos relatores.

Sr. Presidente, acabei de apresentar o respectivo Relatório/Parecer Conjunto.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

46

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, estamos em condições de votar a

Proposta de Lei.

Submetida à votação, a Proposta de Lei foi aprovada por maioria, com 134

votos a favor, nenhum voto contra e 18 abstenções.

O Sr. Presidente: - Passo a palavra à Deputada Luísa Damião, da 6.ª

Comissão, para proceder a leitura do Relatório/Parecer Conjunto na

Especialidade, da proposta de Lei do Estatuto de Jornalista.

A Deputada Luísa Damião (MPLA):- Sr. Presidente, passo a apresentar o

Relatório/Parecer Conjunto sobre a Proposta de Lei sobre o Estatuto do

Jornalista, que tem uma introdução, que são os costumes da Assembleia

Nacional, que tratam de toda a tramitação do processo.

Na especialidade, gostaria de destacar que a matéria em análise é de reserva

relativa de competência legislativa da Assembleia Nacional.

A iniciativa legislativa é do Presidente da República, enquanto Titular do

Poder Executivo, após análise, discussão e votação, na Especialidade, foram

feitas algumas alterações no preâmbulo começando com seguinte redacção:

“O exercício da actividade jornalística deve estar enquadrado por regras

estatutárias que definam os requisitos e demais condições para a sua

efectivação.

A presente lei visa definir os parâmetros do exercício da profissão de jornalista,

no respeito e observação das normas legais pertinentes e da ética e deontologia

profissionais, assim como os direitos, deveres e responsabilidades

profissionais.”

Garante, igualmente, o direito do jornalista de acesso às fontes de informação e

ao sigilo profissional, bem como estabelece o princípio da responsabilidade por

actos por ele praticados que infrinjam a lei.”

No capítulo II, foi criada uma nova Secção que deverá ser a “Secção I” com a

epígrafe “Direitos”. Ao logo de todo o texto da lei gostaríamos de substituir a

expressão “Entidade Reguladora de Comunicação Social” por “Comissão da

Carteira e Ética”. Foi ainda criada uma nova Secção que será a “Secção 2”

com a epígrafe “Deveres”.

Gostaria de chamar atenção os Srs. Deputados para o ponto 4.19, onde foi

refeita a redacção da alínea e) do n.º 2 do artigo 18.º, que ficou da seguinte

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

47

forma: “Documento comprovativo de que exerce a profissão, passado pela

entidade patronal, ou equiparado, com indicação da categoria e/ou funções”.

Foi feita também uma alteração no n.º 2 do artigo 20.°, ficando a seguinte: “O

reconhecimento da Carteira de Jornalista Estrangeiro é obtido mediante

requerimento à Comissão da Carteira e Ética, desde que o requerente preencha

os requisitos estabelecidos.”

Gostaria também chamar a vossa atenção de que foram criados dois novos

capítulos, nomeadamente o IV e o V. O capitulo IV tem nove artigos e tem

como epígrafe “Comissão da Carteira e Ética”, que é um organismo de direito

público ao qual compete assegurar o funcionamento do sistema de

acreditação dos profissionais de informação da comunicação social, nos

termos da lei.

A Comissão da Carteira e Ética tem âmbito nacional e é integrada por 10

membros, sendo sete jornalistas efectivos e três suplentes.

Gostaríamos também de chamar a vossa atenção para o capítulo V que tem

dois artigos, “Reclamações” e “Recursos”, passando o antigo artigo V a VI com

a epígrafe “Responsabilidades.”

Parecer

Face ao exposto, as Comissões dos Assuntos Constitucionais e Jurídicos, de

Educação, Cultura, Assuntos Religiosos e Comunicação Social são de parecer

favorável e recomendam ao Plenário da Assembleia Nacional a Votação Final

Global da Proposta de Lei sobre o Estatuto do Jornalista.

O presente Relatório/Parecer Conjunto foi votado na Especialidade tendo sido

aprovado com 11 votos a favor, nenhum voto contra e 1 abstenção.”

Tenho assim apresentado o Relatório/Parecer Conjunto, Excelência Sr.

Presidente.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, estamos em condições de votar a lei.

Submetida à votação, a Proposta de Lei foi aprovada por unanimidade, com

154 votos a favor, nenhum voto contra e nenhuma abstenção.

(Aplausos gerais)

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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O Sr. Presidente: - Passo a palavra à Deputada Júlia Ornelas, da 1ª

Comissão, para proceder a leitura do Relatório/Parecer Conjunto, na

especialidade, da Proposta de Lei da Entidade Reguladora da Comunicação

Social Angolana.

A Deputada Júlia Ornelas (MPLA): - Sr. Presidente, a Proposta de Lei da

Entidade Reguladora da Comunicação Social, cujo Relatório/Parecer que vou

apresentar, tem uma parte introdutória, referente ao processo do expediente.

Começaria por dizer que a Proposta de Lei da Entidade Reguladora da

Comunicação Social foi aprovada, na generalidade, na 4.ª Reunião Plenária

Ordinária da 4.ª Sessão Legislativa da III Legislatura da Assembleia Nacional,

realizada aos 12 de Agosto de 2016, com 128 votos a favor 27 contra e 5

abstenções.

A matéria em análise é do domínio de reserva relativa de competência

legislativa da Assembleia Nacional, nos termos da alínea h) do n.º 1 do artigo

165.º da Constituição da República de Angola, e é uma iniciativa legislativa do

Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo, exercida nos

termos da alínea i) do artigo 120.º, sendo para o efeito qualificada como

Proposta de Lei.

Analisada a Proposta de Lei da Entidade Reguladora da Comunicação Social

(ERCA), as Comissões de Trabalho Especializadas competentes em razão da

matéria recomendam ao Plenário da Assembleia Nacional a introdução das

seguintes emendas propostas de alteração nos termos do artigo 181.º do

Regimento da Assembleia Nacional.

Logo na introdução, portanto, a introdução foi refeita, mas destaco apenas

que a lei confere poderes de intervenção à Entidade Reguladora da

Comunicação Social Angolana, que passa assim a exercer actividades de

regulação, supervisão enquanto função essencial para assegurar a

objectividade e a isenção da informação e a salvaguarda da liberdade de

expressão e de pensamento na imprensa, de harmonia com os direitos

consagrados na Constituição e na lei.

Passo ao ponto 7 no artigo 3.º, que deve ser aditado uma nova alínea com a

seguinte redacção: “assegurar a protecção dos direitos de personalidade

individuais.”

No 11, no artigo. 7.º, substituir a expressão: “empresas ou outras entidades”,

por “pessoas colectivas de direito público e privado.”

No ponto 12, no artigo 8.º, na alínea b), aditar a expressão: “Na Constituição e

na lei”, e introduzir uma nova alínea com a seguinte redacção: “velar pela

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

49

independência das entidades que perseguem a actividade de Comunicação

Social, perante os poderes políticos e económico.”

No 14, no artigo 10.º, alínea a), substituir “Conselho Geral” por “Conselho

Directivo”. Digo a correcção deve ser feitas ao longo do texto.

No artigo 12.°, em todas as suas alíneas, suprimir a expressão “ou os tenham

tido nos últimos dois anos anteriores à data da sua designação.”

No ponto 16, no artigo 13.º, n.º 2, passa a ter seguinte redacção: “ Cinco

membros do partido que detiver a maioria dos assentos parlamentares,

Alínea b) - Três membros pelos demais partidos com assento na Assembleia

Nacional,

Alínea c) - Um membro representando o Executivo,

Alínea d) - Dois membros indicados pelas organizações representativas da

profissão.

Mais abaixo os membros do Conselho Directivo elegem de entre si o

Presidente e o Vice-Presidente.

Passo ao ponto 22 no artigo 19.º, n.º 2, substituir a palavra “decisão” por

“deliberação.”

No ponto 24, o n.º 2 passa a ter a seguinte redacção: “as opiniões pessoais

dos membros do Conselho Directivo, emitidas publicamente não vinculam o

órgão.”

No ponto 32, o regime jurídico do pessoal da ERCA é aprovado em diploma

próprio.

No 41, no artigo 58.º, a ERCA deve informar anualmente à Assembleia

Nacional, nos termos previstos no Regimento da Assembleia Nacional.

Finalmente, como parecer, trazemos que, as Comissões competentes em razão

da matéria são de parecer favorável e recomendam ao Plenário a Votação

Final Global da Lei da Entidade Reguladora da Comunicação Social com as

emendas propostas.

O presente Relatório/Parecer Conjunto foi aprovado em reunião conjunta das

Comissões em razão da matéria aos 10 de Novembro de 2016, com 16 votos a

favor, nenhum voto contra e 3 abstenções.

O Sr. Presidente:- Srs. Deputados, estamos em condições de votar.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

50

Submetida à votação, a Proposta de Lei foi aprovada por unanimidade, com

126 votos a favor, 28 votos contra e 1 abstenção.

Temos um pedido de declaração de voto.

Passo a palavra ao Presidente do Grupo Parlamentar da CASA-CE, para

proceder a sua declaração de voto.

O Deputado André Gaspar Mendes de Carvalho (CASA-CE): - Sr. Presidente,

tivemos um bom debate à volta desta Proposta de Lei, muita coisa foi

corrigida, mas há algo de essencial que continua a não ser aceitável para nós.

Esta questão das maiorias parlamentares é aqui no Parlamento. Nós não

podemos continuar a procurar reflectir a composição do Parlamento para

outras entidades. Por isso, essa ideia de que um partido indica mais do que os

outros não é aceitável para nós.

Devemos encontrar outras formas de fazer o provimento para órgãos como

este que tem em vista controlar a actividade e garantir a isenção da forma

como, portanto, o jornalismo é exercido. Agora, 5 para o MPLA, 3 para todos

os outros partidos, isso para nós não é aceitável. Deve prevalecer o princípio

da igualdade.

Muito obrigado e é a razão pela qual votámos contra.

(Aplausos da CASA-CE)

O Sr. Presidente: - Passo a palavra ao Deputado Domingos Kajama, da 1.ª

Comissão, para proceder a leitura do Relatório/Parecer Conjunto, na

Especialidade, da Proposta de Lei de Protecção das Redes e Sistemas

Informáticos.

O Deputado Domingos Kajama (MPLA): - Sr. Presidente, o Relatório/Parecer

Conjunto tem três partes: introdução, especialidade e parecer.

Já no Parecer, permita-me Sr. Presidente que apresente imediatamente os

artigos que foram objecto de harmonização, adequação e a nova redacção,

cujos textos fazem parte do presente Relatório.

O preâmbulo foi reestruturado e simplificado. Na página 4, aproveitaria fazer

uma ligeira correcção “cibernético”, logo na primeira alínea, é com “c”

pequeno, a eles associados, elimina-se a vírgula e põe-se o “i”, e promover

inclusão digital. Ainda na página, n.ºs 3 e 4, artigos 1.lº e 2.º.

Página 6, n.º18, artigo 16.º; na página 7, n.ºs 20 e 25, artigos 18.º e 25.º, n.ºs

1 e 2; página 8, n.º 29, artigo 26, n.º1 e 2; página 10 n.ºs 38 e 43, n.º 2 do

artigo 29.º e o artigo 35.º; página 11, n.º 45, artigo 37.º, finalmente página 12,

n.ºs 51 e 52, artigo 42.º.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

51

Parecer

As Comissões competentes em razão da matéria são de parecer favorável e

recomendam ao Plenário da Assembleia Nacional a Votação Final Global da

Proposta de Lei de Protecção das Redes e Sistemas Informáticos.

O presente Relatório/Parecer Conjunto foi votado, na Especialidade, com 10

votos a favor, nenhum voto contra e 1 abstenção.

Tenho apresentado, Excelência, o Relatório/Parecer Conjunto.

O Sr. Presidente: - Vamos votar.

Submetida à votação, a Proposta de Lei foi aprovada por maioria, com 132

votos a favor, nenhum voto contra e 23 abstenções.

O Sr. Presidente: - Passo a palavra ao Deputado Nvunda Salucombo, da 1.ª

Comissão, para proceder a leitura do Relatório/Parecer Conjunto, na

Especialidade, da Proposta de Lei que aprova o Regime Jurídico das

Contrapartidas.

O Deputado Nvunda Salucombo (MPLA): - Sr. Presidente, passarei a

apresentar o Relatório/Parecer Conjunto, na especialidade, sobre a Proposta

de Lei das Contrapartidas.

O presente Relatório/Parecer Conjunto está estruturado em 4 partes:

Na introdução, faz-se referência da tramitação do processo proveniente do

Gabinete do Presidente da Assembleia Nacional para as Comissões de

Trabalho Especializadas competentes em razão da matéria, para efeitos de

análise e emissão do Parecer conjunto.

Na generalidade, a iniciativa legislativa é do Titular do Poder Executivo, nos

termos da Constituição da República de Angola e do Regimento da Assembleia

Nacional.

A matéria em análise é de reserva relativa de competência legislativa da

Assembleia Nacional, nos termos da Constituição da República de Angola.

Na especialidade, após discussão da Proposta de Lei, as Comissões

competentes em razão da matéria recomendam ao Plenário da Assembleia

Nacional o seguinte:

O primeiro parágrafo do preâmbulo da presente Proposta de Lei passa a ter a

seguinte redacção:

“As medidas de políticas do Governo para a diversificação da economia

nacional visam, entre outros objectivos, reduzir os custos inerentes à

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I SÉRIE – NÚMERO 4

52

transmissão de tecnologia de ponta, aumentar a capacidade de produção,

diminuir a dependência tecnológico-industrial face ao mercado internacional,

fomentar a criação de emprego e o desenvolvimento da indústria nacional.”

O segundo parágrafo do preâmbulo passa a ter a seguinte redacção:

“Assim, torna-se imperioso maximizar a racionalização e os proveitos

resultantes das despesas relativas aos processos de contratação pública,

através da implementação de medidas capazes de produzirem efeitos direitos

na promoção do crescimento dos níveis de conhecimento tecnológico e

qualitativo das indústrias nacionais e de outras componentes estratégicas para

o desenvolvimento económico nacional.”

Após o dispositivo final do preâmbulo sobre a fundamentação legal, aditar a

seguinte expressão: “ Lei que Aprova o Regime Jurídico das Contrapartidas.”

O n.º 3 do artigo 24.º, sob a epígrafe “Mora”, passa a ter a seguinte redacção:

“Se a mora referida nos números anteriores se mantiver até seis meses, a

entidade pública contratante pode declarar o incumprimento mediante aviso

prévio à entidade contratada, aplicando-se assim nos termos da presente lei as

sanções previstas.”

O artigo 28.º passa a ter a seguinte redacção: “É aplicável, subsidiariamente, a

presente lei às disposições relativas à Lei dos Contratos Públicos e demais

legislação afim.”

O artigo 30.º passa a ter a seguinte redacção: “A presente lei entra em vigor à

data da sua publicação.”

Feitas as emendas e correcções, a Proposta de Lei passa a dispor duma parte

preambular e outra dispositiva com sete capítulos e 30 artigos.

Parecer

Face ao exposto, as Comissões de Economia e Finanças e dos Assuntos

Constitucionais e Jurídicos são de parecer favorável e recomendam ao Plenário

da Assembleia Nacional a Votação Final Global da Proposta de Lei das

Contrapartidas.

O Relatório/Parecer Conjunto foi aprovado em reunião conjunta das Comissões

de Trabalho Especializadas competentes em razão da matéria com 12 votos a

favor, nenhum voto contra e 2 abstenções.

O presente Relatório/Parecer Conjunto foi assinado pelos Presidentes das

Comissões supracitadas e pelos respectivos relatores.

O Sr. Presidente: Srs. Deputados, acho que podemos passar à votação da lei.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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Submetida à votação, a Proposta de Lei foi aprovada por 128 votos a favor,

nenhum voto contra e 32 abstenções.

O Sr. Presidente: - Seguidamente, vamos tratar sobre a Discussão e Votação

do Projecto de Resolução sobre o Relatório do Balanço da Execução

Orçamental Financeira e Patrimonial do Orçamento Geral do Estado referente

ao II trimestre de 2016, para informação.

Passo a palavra ao Sr. Ministro das Finanças, para proceder a apresentação

do ponto.

O Ministro da Finanças: - Sr. Presidente, na execução orçamental do II

trimestre de 2016, os principais indicadores macroeconómicos apresentaram

os seguintes resultados: a Taxa de Inflação Acumulada situou-se em 21,74%;

a Taxa de Câmbio no final do período situou-se em 165,8 Kwanzas por Dólar

face a 122,15 Kwanzas por Dólar registados em Junho e 135,32 Kwanzas por

Dólar em Dezembro de 2015, o que representou uma depreciação da moeda

de 35,8 e 22,6%, respectivamente.

As exportações de petróleo bruto foram projectadas em 689,4 milhões de

barris de petróleo ao preço de 45 Dólares por barril e no final do período em

referência foram exportados cerca de 170 milhões de barris. O que

corresponde a uma diminuição de 1.5 % face ao trimestre anterior. Em cerca

de 2, 2% face ao período homólogo de 2015.

No período em análise foram arrecadadas receitas totais acumuladas no valor

de 1.282 milhões e 126 Kwanzas, representando uma execução de 20% em

relação às receitas estimadas e despesas totais realizadas num montante de

1.623 milhões 220 Kwanzas, correspondentes a uma execução de 27% em

relação à despesa autorizada.

Durante o II trimestre do ano foram arrecadadas receitas no valor de 607

milhões e 68 Kwanzas correspondente a 9% das receitas totais previstas e

despesas num montante de 982 milhões 680 Kwanzas, que representam cerca

de 15% das despesas orçamentadas. O desempenho das receitas, em

confronto com as despesas, resultou num saldo orçamental na óptica de

compromisso negativo na ordem de 274 milhões e 992 Kwanzas.

Do total das receitas realizadas no II trimestre, as receitas correntes foram

arrecadadas em 549 milhões e 839 Kwanzas, correspondente a uma execução

de 16% em relação à receita estimada para o período e um peso de 91 do total

das receitas.

As despesas totais realizadas no período foram na ordem de 982 milhões 170

Kwanzas, correspondentes a uma execução de 15%, sendo as despesas

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I SÉRIE – NÚMERO 4

54

correntes num montante de 595 milhões e 699 Kwanzas, representando uma

execução de 18% e um peso de 61% sobre a despesa total.

Nas despesas correntes, destacam-se as despesas com o pessoal e

contribuição do empregador que atingiram 22% de execução e uma

participação de 33% em relação à despesa total. As despesas com juro da

dívida, com uma execução de 32 % e uma contribuição de 10% das despesas

totais.

As despesas de capital no II trimestre de 2016, cifraram-se em 386 milhões

461 Kwanzas, com um nível de execução de 13% e uma participação de 39%

nas despesas totais.

O destaque aqui vai para as despesas com a amortização da dívida com uma

execução de 22% e uma participação de 35% do total da despesa.

No que se refere às despesas na categoria funcional, que reflecte à acção do

Executivo nos diferentes sectores, os níveis de execução tiveram a seguinte

distribuição:

Sector social

Taxa de execução de 9% e uma participação de 31%, quando comparado com

o período homólogo de 2015, houve uma diminuição de cerca 30%.

Serviços públicos gerais

Taxa de execução de 12% e uma participação de 23% comparado com o

período homólogo de 2015. Registou-se uma diminuição de 21%.

As despesas realizadas em projectos de investimento público tiveram a

seguinte execução:

Sector social, com 1% de execução e 20% abaixo da execução registada no

período homólogo de 2015 e sector dos Assuntos Económicos com uma

execução de 6%, sendo a mesma execução verificada no período homólogo de

2015.

O fluxo líquido da movimentação dos recursos financeiros no II trimestre de

2016, que se encontra reflectido no Balanço Financeiro, apresenta um

resultado negativo no valor de 75 milhões e 374 Kwanzas.

De recordar que o resultado financeiro registado no primeiro trimestre foi

positivo de 57 milhões e 709 Kwanzas.

Em relação ao Balaço Patrimonial, há resultados que reflecte no período

activos na ordem de 12 mil milhões de Kwanzas, quando comparado

com o período homólogo de 2015 registámos uma diminuição de 2%.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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O activo é caracterizado por disponibilidades na ordem de 3.774 milhões e

293 Kwanzas, que terão diminuído em 6% quando comparado com o valor

registado no período homólogo de 2015.

No passivo temos dívidas com fornecedores que diminuíram 61% no valor de

313 milhões e 909 Kwanzas. O património líquido diminuiu em 19%, está

avaliado em 4.351 milhões e 359 Kwanzas.

E o resultado patrimonial do II trimestre foi positivo num montante de 938

milhões 352 Kwanzas. Que, comparado com o trimestre anterior, registamos

uma variação positiva de 29%.

Tenho apresentado o Relatório.

O Sr. Presidente: Passo a palavra ao Deputado Kilamba Van-Dúnem,

da 5.ª Comissão, para apresentar o Relatório/Parecer Conjunto.

O Deputado Kilamba Van-Dúnem (MPLA):- Sr. Presidente, o parecer que

apresento está estruturado em cinco partes e diversos pontos.

A primeira parte, a introdução, onde fazemos a usual referência à

proveniência dos ofícios e as datas em que eles foram remetidos para a

emissão do competente Parecer pelas Comissões de Trabalho Especializadas

em razão da matéria;

A segunda parte dá tratamento, na generalidade. A parte, na especialidade,

onde procuramos aferir sobre o balanço orçamental, o balanço patrimonial e o

resultado financeiro.

Estão igualmente espelhadas as transacções com a SONANGOL-

Concessionária e demais companhias petrolíferas. Aferimos igualmente sobre

as utilizações acumuladas no período da Conta Reserva, nomeadamente o

Fundo Petrolífero e o Diferencial do Preço do Petróleo Bruto e os seus

respectivos saldos, aferimos sobre os fluxos financeiros de diversos fundos,

particularmente o Fundo Nacional de Desenvolvimento, o Fundo de Garantia

de Crédito, o Fundo Soberano de Angola, a Caixa de Segurança Social da

Forças Armadas e a Caixa de Protecção Social do Ministério do Interior.

A terceira parte são as Constatações, a quarta parte as Recomendações e a

última parte o Parecer dos quais passarei a fazer a leitura integral.

Constatações

Não obstante a forte redução do preço do petróleo no mercado internacional, as

informações constantes nas demostrações financeiras extraídas do Relatório de

Balanço de Execução do Orçamento Geral do Estado 2016, referente ao II

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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trimestre, proveniente do Executivo, evidenciam que as Finanças Públicas do

País permanecem, de um modo geral, equilibradas.

Da apreciação feita ao Relatório proveniente do Executivo, registou-se no

período um défice orçamental no valor de 374 mil 992 milhões de Kwanzas, que

resultaram da diferença entre a receita arrecadada e a despesa realizada no

referido período.

Constatou-se no período um aumento da despesa funcional dos Assuntos

Económicos que reflecte o apoio prioritário, a ampliação de infra-estruturas

económicas e sociais, necessárias ao aumento da produção, do emprego e do

bem-estar da população, demonstrando o empenho do Executivo em criar

condições favoráveis à diversificação económica, embora releve um decréscimo

considerável quando comparado com a execução orçamental dos períodos

homólogos.

Por outro lado, a despesa funcional dos projectos inscritos no PIP, comparada

com o período anterior, manteve-se nos 3%, o que continua a ser baixa.

A receita diamantífera continua com uma participação pouco expressiva, pese

embora ter-se registado um aumento de 6% relativamente ao período homólogo

de 2015.

Registou-se, igualmente, uma melhoria significativa na qualidade de

informação prestada, quer ao nível dos contribuintes como também sobre a

produção e comercialização de diamantes.

É digno de registo, como nota positiva, o facto de as receitas tributárias não

petrolíferas, com uma participação de 51,2%, superarem as receitas tributárias

petrolíferas, sendo um indicador dos resultados positivos que estão a ser

alcançados com a implementação do Programa Executivo de Reforma

Tributária, por parte do Executivo.

Vale ainda referir, a esse respeito, que os encargos com o pessoal, sendo a

única rúbrica de despesa inalterada em termos de execução, começam a ser

suportados pela receita fiscal não petrolífera, o que é mais uma evidência do

processo de potenciação deste tipo de receita.

Constatou-se, igualmente, que continua a existir uma maior concentração a

nível da arrecadação da receita na província de Luanda, o que demonstra que

grande parte do tecido empresarial paga impostos em Luanda, sendo esta

também a maior área de pagamento da receita fiscal petrolíferas.

Recomendações

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

57

Tendo em consideração o actual contexto macroeconómico, caracterizado pelos

vários riscos e incertezas provocados pela volatilidade do preço do barril de

petróleo no mercado internacional, cujo impacto tem incidência directa no

crescimento do PIB do nosso País, recomenda-se o seguinte:

1) Que o Executivo continue a prestar informações relevantes sobre o

desempenho dos diversos sectores e entes económicos e financeiros do

Estado;

2) Que se continue a melhorar o desempenho da despesa, sobretudo a

relativa ao Programa de Investimento Público (PIP);

3) Que se continue a dar uma atenção especial à execução das verbas

alocadas ao sector Social, tendo em conta que a sua execução tem

influência directa na qualidade de vida das populações;

4) Que se continue a apostar na melhoria do ambiente de negócios no nosso

País, para que os investimentos privados tenham maior incidência a nível

de todo o País.

Parecer

Face do exposto, as Comissões de Economia e Finanças e dos Assuntos

Constitucionais e Jurídicos consideram o conteúdo do Relatório de Balanço da

Execução referente ao II trimestre do Orçamento Geral do Estado (…6).

O Sr. Presidente: - “2016, adequado à prestação de contas e recomendam ao

Plenário da Assembleia Nacional, que dele tome conhecimento.

O presente Parecer foi aprovado em reunião conjunta das Comissões de

Trabalho Especializadas em razão da matéria, realizada no dia 09 de

Novembro de 2016 com 19 votos a favor, 4 votos contra e nenhuma abstenção.”

Sr. Deputado, vai-me pagar esta parte.

(Risos)

Tem a palavra o Deputado Américo Cuononoca, da 1.ª Comissão, para

apresentar o Projecto de Resolução.

6 Fim do tempo de intervenção.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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O Deputado Américo Cuononoca (MPLA): - Sr. Presidente, com a Vossa

permissão, faço a leitura do Projecto de Resolução.

Considerando que o Presidente da República, enquanto Titular do Poder

Executivo, remeteu à Assembleia Nacional, o Relatório de Execução do OGE do

II Trimestre de 2016, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 244.º do

Regimento da Assembleia Nacional, conjugados com o n.º 3 do artigo 63.º da

Lei n.º 15/10, de 14 de Julho - Lei do Orçamento Geral do Estado;

Considerando que a Assembleia Nacional, no exercício da sua competência de

controlo e fiscalização orçamental e financeira, deve tomar conhecimento do

Relatório de Execução Financeira Trimestral do OGE de cada exercício

económico;

A Assembleia Nacional aprova, por mandato do Povo, nos termos do n.º 3 do

artigo 63.º da Lei n.º 15/10, de 14 de Julho, conjugado com a alínea f) do artigo

166.º da Constituição da República de Angola, a seguinte Resolução:

1. A Assembleia Nacional tomou conhecimento da informação relativa ao

Relatório de Balanço de Execução do Orçamento Geral do Estado do II

Trimestre/2016, que é parte integrante da presente Resolução.

2. As informações constantes nas demonstrações financeiras extraídas do

Relatório de Balanço de Execução do OGE referente ao II Trimestral

provenientes do Executivo evidenciam que as finanças públicas do País

permanecem, de modo geral, equilibradas.

3. Considerando o actual contexto macroeconómico que o País atravessa, cujo

impacto tem incidência directa no crescimento do PIB de Angola,

recomenda-se o seguinte:

a) Que o Executivo continue a prestar informações relevantes sobre o

desempenho dos diversos sectores e entes económicos e financeiros do

Estado;

b) Que o Executivo continue a melhorar o desempenho das despesas,

sobretudo as relativas ao Programa de Investimento Público;

c) Que se preste uma atenção especial à execução das verbas alocadas

ao sector Social, cuja execução tem influência directa na qualidade de

vida das populações;

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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d) Que se aposte na melhoria do ambiente de negócios, para que os

investimentos privados tenham maior abrangência em todo o País.

A presente Resolução entra em vigor à data da sua publicação.

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 18 de Novembro

de 2016.

Publique-se.

O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos

Tenho assim apresentado o Projecto de Resolução, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Foi rápido, pode sentar. Srs. Deputados, estão abertas as

inscrições.

Srs. Deputados, já há algum tempo que ninguém está a se inscrever. Os

Deputados que estão inscritos são os seguintes:

A Deputada Maria Andrade (UNITA), o Deputado Lindo Bernardo Tito (CASA-

CE), o Deputado Fernando Heitor (UNITA), a Deputada Anita Filipe (UNITA) e

o Deputado Alberto Ngalanela, que vai falar no micro do Deputado Mfuca

Muzemba.

Exposto isso, vamos dar por encerradas as inscrições. Tem a palavra

A Deputada Maria de Andrade (UNITA): - Sr. Presidente, tomo a palavra para

tecer algumas considerações sobre o Relatório de Balanço de Execução do

Orçamento Geral do Estado referente ao III Trimestre de 2016.

Sr. Presidente, num País como o nosso que importa quase tudo, numa altura

em que as receitas baixaram devido à baixa do preço do principal produto de

exportação, não vemos nesse Relatório um esforço no aumento da produção

interna, o que se passa? O que se pretende Srs.?

Vemos, pelo contrário, na execução por rubrica, alguns sectores com mais

verbas enquanto os que deviam ser priorizados com menos verbas. Citando

alguns, temos as despesas correntes com uma execução de 18%, ao passo

que as despesas com investimento cifram-se em 4%, a despesa com a Defesa

e Segurança foi executada em 24% enquanto o sector Económico em apenas

4%.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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A despesa com a recreação, cultura e religião foi executada em 16% e a

despesa com a Habitação e Serviços Comunitários em apenas 3%, quando

temos famílias que são desalojadas todos os dias, com crianças e velhos

dormindo ao relento, temos lixos amontoados, gastamos dinheiro com

recreação, ao invés de se construírem casas sociais e se limparem as ruas?

Ao invés de aproveitarmos os empréstimos para aumentar a produção interna

e nos tornarmos auto-suficientes, estamos a usar o dinheiro para pagarmos

apenas salários?

Sr. Presidente, na conjuntura internacional actual os empréstimos e ajudas

são canalisados para países que demonstrem esforços em dinâmicas das suas

economias e não países com gestão duvidosas na coisa pública.

Por isso, gostaria de fazer um apelo no sentido de todos nós fazermos um

esforço para melhorarmos o desempenho da nossa economia.

Sr. Presidente, tenho dito.

(Aplausos da UNITA)

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Deputado Alberto Ngalanela, para uma

intervenção.

O Deputado Alberto Ngalanela (UNITA): - Sr. Presidente, quanto ao

conteúdo do relatório que nos é presentado, identifiquei alguns aspectos que

convidam à tecer alguns comentários, apresentar algumas inquietações,

questionamentos e também apresentar sugestões.

Conforme o relatório faz alusão, na página 21, os encargos com o pessoal, ou

seja, as despesas com pagamentos e vencimentos, subsídios para o pessoal

civil e militar é a única rubrica das despesas que não sofreu alterações em

termos de execução. Aqui também, o relatório enfatiza que estes pagamentos

foram feitos com suporte nas receitas fiscais não petrolíferas, invertendo a

habitual matriz que fazia recursos às receitas provenientes do petróleo.

Gostava que fosse dada uma explicação com relação ao atraso dos salários

dos trabalhadores do Porto do Lobito, que é um gigante do sector económico,

que mantém as suas operações com toda a normalidade e que em certas

ocasiões procurou cumprir com algumas responsabilidades sociais no meio

onde está inserido, concretamente o município do Lobito e a província de

Benguela, em geral. Porque aquela unidade portuária tem a sua gestão, é

verdade, se mantém as operações com toda a normalidade, penso que produz

as receitas suficientes para fazer cobro às despesas com o pessoal.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

61

Já na página 24, no ponto 2.8, concretamente o quadro 17, onde vêm

espelhadas as receitas arrecadadas e a despesa realizada por província, vale

aqui ressaltar que a receita arrecadada está muito aquém do esperado.

Arrisco supor que não tem havido honestidade na declaração das receitas que

têm sido arrecadadas, mas também vale dizer que esta desonestidade tem

sido encorajada pela obrigatoriedade do encaminhamento das receitas para a

Conta Única do Tesouro.

Declarando tudo, as empresas e as instituições públicas que já experimentam

grandes dificuldades de funcionamento, por falta de verbas, incorrem na

prática de cativar parte das receitas arrecadadas para suportar outros

encargos. Esta questão, uma vez mais, veio à tona no encontro dos

administradores e governadores provinciais e, mais uma vez, recomendam-se

as autarquias.

Quanto à despesa realizada para a execução de projectos, o relatório

apresenta a percentagem da despesa realizada, de forma global. Quanto à

fatia do OGE cabimentada às províncias, contém projectos cuja gestão é da

responsabilidade central, a nossa sugestão vai no sentido de o relatório

desagregar a percentagem de execução dos projectos, da estrutura central e

os projectos da responsabilidade dos governos provinciais, para se obter o

somatório expresso no quadro 17.

Assim, podemos aferir se a prestação da gestão centralizada, que apenas

limita as iniciativas locais. Recordar também, nesta Casa das Leis, que a

importância das rubricas destinadas ao saneamento básico é necessário, por

parte do Estado, porque deve-se fazer a regularização dos pagamentos dos

serviços prestados pelas operadoras que actuam na recolha do lixo e outros

resíduos sólidos.

Em Benguela, o Estado já não paga as operadoras desde Junho de 2014, o

lixo está a inundar a cidade e, daí vai-se fazendo sentir com as chuvas que já

se fazem sentir, vão surgindo doenças que podem evoluir para a morte de

muitos cidadãos.

Mesmo com o aperto financeiro que o País vive, esta rubrica deve ser tida em

conta. Agora, se a recolha do lixo virou um negócio rentável para os servidores

públicos, que muitos deles são os donos das mesmas operadoras, com

sobrefacturações dos serviços prestados, o Povo não pode pagar com doença e

morte.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Deputado Lindo Bernardo Tito, para uma

intervenção.

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O Deputado Lindo Bernardo Tito (CASA-CE): - Sr. Presidente, eu tenho

duas questões muito breves.

A minha primeira questão tem a ver com a Resolução, na parte que suporta a

fundamentação da competência da Assembleia Nacional, reparo que nessa

parte que começa com a seguinte expressão: “A Assembleia Nacional aprova”

há referência, para além do n.º 3 do artigo 63.º da Lei n.º 5/10, de 14 de

Julho, da alínea f) do artigo 166.º. O artigo 166.º tem dois números, 1 e 2,

quero crer que a alínea f) referida aqui é a do n.º 2 do artigo 166.º da

Constituição.

Também, ainda nesta parte, gostaria de pedir, até propor, que depois da

referência do artigo 166.º introduzíssemos a expressão in fine para que o

intérprete vem a entender que a referência da alínea f) do artigo 166.º não se

enquadra nos artigos referidos nas respectivas alíneas. É a parte final,

obviamente, que dá esta cobertura porque ela tem um entendimento de ser

um saco vazio, onde outros actos normativos como aqueles que podem ser

tomados em resoluções podem ser enquadrados.

Daí a minha proposta, para que fique claro, senão entender-se-á que essa

resolução pode ser suportada tanto pelos actos previstos no artigo 161.º e as

alíneas referidas, igualmente, 160.º e 163.º, o que não é. É a leste, digamos,

destes dois artigos que fiz referência, e algumas das alíneas, mas sim a parte

final.

A segunda questão, nós já levantámos mesmo nas Comissões de

Especialidade, esta resolução tem o objecto fundamental de a Assembleia

tomar conhecimento do Relatório Trimestral da Execução Orçamental e,

então, nós entendemos que a resolução devia ter apenas um único

dispositivo, que é o de tomar conhecimento, e não fazer recomendações nem

juízo de valores sobre como é que o trimestre foi executado do ponto de vista

orçamental.

Nós entendemos que qualquer juízo de valor deverá ser feito, obviamente, na

Conta Geral do Estado, que a Assembleia Nacional apreciará a seu tempo.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Deputada Anita Filipe, para uma

intervenção.

A Deputada Anita Bela Filipe (UNITA): - Sr. Presidente, as dificuldades

gritantes no nosso País crescem todos os dias, de tal forma que o fosso entre

ricos e pobres é cada vez maior, basta nos deslocarmos a um dos bairros da

periferia para nos depararmos com a desgraça de muita gente.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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O sector social, ou particularmente a Saúde e a Educação, são áreas-chave

para o desenvolvimento de qualquer País, pois que qualquer que seja o

cidadão, desde que seja consciente, passa necessariamente por uma escola ou

hospital.

Já faz tempo em que nos hospitais faltam material gastável, inclusive nos

blocos operatórios e, por isso, os doentes a serem submetidos a uma cirurgia

têm que levar este material de casa, não há medicamentos e após a consulta

médica os pacientes têm de comprá-los no mercado informal, onde estão

expostos ao sol, moscas, pó e não só.

As análises clínicas têm de ser pagas, proponho que se estipule um preço

acessível e oficial, ao invés de se dizer que os serviços são gratuitos e pagar-se

sorrateiramente.

Os seropositivos habituados, anteriormente, a encontrar no hospital os

comprimidos para os adultos e o xarope para os bebés já não os há, restando-

lhes apenas sucumbir.

Muitas pessoas actualmente têm morte súbita, qual é a causa? É bom que

sejam feitas pesquisas para encontrar as razões e as possíveis soluções. A

falta…7

(O Sr. Presidente interrompe)

O Sr. Presidente: - Ponto de ordem da Deputada Ruth Mendes.

A Deputada Ruth Mendes (MPLA): - Sr. Presidente, era para lembrar a

colega Anita que nós estamos a discutir o Relatório de Balanço de Execução

do II Trimestre e ela está a ir buscar questões tão particulares do nível do

micro desenvolvimento da sociedade, que estou estupefacta.

Então, era para ver se ela reformula a intervenção dela e vá, de facto, às

questões atinentes ao Relatório de Execução.

O Sr. Presidente:- Ponto de ordem aceite. Vamos falar sobre o Balanço.

A Deputada Anita Bela Filipe (UNITA): - Sr. Presidente, eu não vou

reformular a minha intervenção, pois que nós estamos a falar do Balanço de

Execução, por isso não vou reformular.

7 Interrupção.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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Por falta do hábito de fazer consultas de rotina, os serviços de saúde devem,

levar a cabo sensibilização massiva da população sobre os benefícios da

consulta médica de rotina.

O nosso País necessita de uma legislação sobre as diabetes, por forma a

subvencionar tais medicamentos para o seu tratamento.

(O Sr. Presidente interrompe)

O Sr. Presidente: - Dona Anita, vamos lá ver. Temos de ser objectivos e

realistas. Estamos a fazer o Balanço da Execução do OGE para o II trimestre

deste ano, então vamos falar sobre a execução das despesas, as receitas que

estavam previstas para o trimestre, podemos emitir juízo de valor se as

medidas foram bem aplicadas ou não. Agora estamos a fazer propostas novas,

que atendem alguns projectos, é só uma questão de situar.

Poder fazer os comentários que quiser, as considerações que quiser, mas no

âmbito da execução do orçamento, porque o nosso objectivo aqui é analisar se

as medidas aprovadas foram bem implementadas.

A Oradora: – Vou resumir.

O Sr. Presidente: - No entanto, antes de prosseguir, há um pedido de ponto

de ordem do Deputado Adalberto.

O Deputado Adalberto Costa Júnior (UNITA): - Sr. Presidente, há um

enquadramento em que a Deputada tem razão em poder fazer esta reflexão.

Quando os níveis de implementação são inferiores às referências, ela pode

trazer para esta Casa um elemento que pode trazer à sensibilidade. Temos

aqui a Bancada do MPLA, anda pelo País também, pode sensibilizar os

executores a subirem os níveis de implementação, porque o que ela está a

dizer é que há carências que não se justificam quando os níveis de

implementação são baixos.

O Sr. Presidente: - A Deputada vai continuar a falar. Há bocado ela esteve a

fazer propostas de alterações de leis, não tem ligação directa.

Deputada Anita, você é soberana, fala, mas de acordo com os parâmetros da

discussão da execução do Orçamento 2016.

A Deputada Anita Bela Filipe (UNITA): - Sr. Presidente, estou mesmo a falar

do balanço, os problemas e porque o balanço é ou não é suficiente, não é

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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eficiente. Por isso, estou a retratar, pormenorizadamente, os problemas que se

encontram no País, e este é o meu ponto de vista.

Sr. Presidente, eu não vou alterar nada porque já escrevi.

(Risos)

Um País sadio é aquele que aposta em saúde pública para ajudar a prevenir

doenças. A prevenção é sempre mais barata do que a cura.

A proliferação de universidades privadas que grassam no nosso País, sugiro

que se inspeccionem as universidades antes do arranque do ano lectivo, para

que os estudantes não cheguem ao fim e se lhes diga que a sua formação é

inválida, porque a sua instituição não está autorizada e muitos dos

estudantes têm poucos recursos.

Apesar do refrescamento que tem merecido professores do ensino primário, I e

II ciclos, não basta, na medida em que as suas condições sociais continuam

na mesma, alguns são licenciados ou mesmo mestres, mas auferem como

técnicos de sexto e quinto escalões, com 68 mil Kwanzas.

É necessário resolver-se esta questão, porque de contrário nada valerá o

refrescamento por falta de motivação.

O professor deve leccionar próximo ao local da sua residência, optando pelo

princípio de proximidade. Os alunos da 1.ª e 4.ª classe devem ser submetidos

a um exame rigoroso, por ser o ensino primário que formata a personalidade

do aluno, ou seja, do indivíduo, pelo que apelo ao Executivo uma maior

atenção nessas duas áreas, evitando que os hospitais se transformem em

locais de enfermidade, em que os pacientes e os técnicos de saúde se tornem

enfermos, e que tenhamos ensino de qualidade reconhecido

internacionalmente.

(Aplausos da UNITA)

O Sr. Presidente: - Deputada, da próxima vez, além do documento escrito,

traz um plano B.

(Risos)

Porque muitas das questões que colocou aqui são pertinentes, mas é para ter

em conta no Orçamento de 2017. A sua preocupação é legítima, quer que se

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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corrijam determinadas situações, mas não se enquadrava aqui, mas as

mulheres é que mandam, nós vamos registar.

Tem a palavra o Deputado Fernando Heitor, para uma intervenção.

O Deputado Fernando Heitor (UNITA): - Sr. Presidente, Vou ser breve e vou

procurar alertar, mais uma vez, para muitas das coisas que eu disse aqui e

alguns colegas meus, da Oposição, disseram.

Mas deixa-me, primeiro, começar por felicitar o Sr. Ministro das Finanças,

ouçam bem, estou a felicitar, também felicito quando as coisas estão bem.

Felicitar porquê? Aumentaram a quantidade de informação neste relatório. Há

um aumento, de facto, da quantidade da informação, e também porque

mantiveram, no II trimestre, o nível de execução alinhado entre a

cabimentação e a execução.

Quando nós falávamos da necessidade de terem cuidado com o limite da

dívida, nota-se aqui nesse relatório uma tendência decrescente na geração de

receitas, uma tendência decrescente no Balanço Comercial Nacional. As

importações diminuíram 31%, as exportações diminuíram 120%, o saldo

comercial diminuiu 80%.

Angola estava habituada a ter uma balança comercial superavitária, e não é

certo o que ouvimos ontem ou anteontem, dos indicadores como daquele lado,

de agora está bem (…), o saldo comercial é sempre positivo, está aqui, já

estamos a cair, e eu não estou a usar outros dados do FMI, só estou a usar os

dados que honestamente vocês nos trazem aqui.

Vejo também que a taxa de inflação duplicou, de 21,7% nesses II trimestre, e

no final do ano vai aumentar certamente. A Taxa de Câmbio a média subiu

3% ao mês nesse II trimestre.

Apesar do petróleo ter subido de 31,5 dólares para 40 dólares, portanto,

recuperou para aí 8,5 o barril de petróleo por mês nesse II trimestre, ainda

assim, as receitas fiscais diminuíram, está aqui o vosso balanço, diminuíram

e as despesas aumentaram. Portanto, as receitas diminuem, as despesas

aumentam e o saldo global do défice está aqui, é um défice.

Portanto, é preciso de facto começarem a intenderem que as nossas

intervenções aqui são para serem aproveitadas por vocês, por Vossas

Excelências, não são gratuitas, não é falar por falar, criticar por criticar,

porque estamos na Oposição, é dar contribuições positivas para que vocês

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comecem a preocupar-se em governar melhor, é só isso, vocês são o nosso

Governo, não tenho outro Governo no País, são vocês mesmo.

Então, acham que eu não devo ter coragem e frontalidade de honestidade

para vos dizer o que é que acho que está bem, e o que é que acho que está

mal?

Agora, e certamente para terminar, só quero vos solicitar que leiam

atentamente as recomendações que estão expressas no Projecto de Resolução.

Esse projecto que foi lido pelo meu colega, tem lá umas recomendações, e

procurar assumi-las com responsabilidade e seriedade, nas acções que vierem

empreender nos próximos meses.

Esse ano 2016 já está a terminar, e os Relatórios de Balanço de Execução que

vocês trouxerem para o II trimestre, certamente indicarão que as coisas não

estão nada bem, e esta preocupação não deve ser só nossa, deve ser também

extensiva a vocês, porque o País é o mesmo, nós vivemos no mesmo País,

estamos submetidos às mesmas pressões, às mesmas forças negativas e

positivas, porque a economia em que nós estamos inseridos é a mesma.

Fico por aqui.

(Aplausos da UNITA)

O Sr. Presidente:- Foi a última intervenção, vou passar a palavra ao

Deputado Kilamba Van-Dúnem, para eventuais esclarecimentos.

Não tem? Está bem.

Vou passar a palavra ao Sr. Ministro das Finanças para esclarecimentos.

É preciso ter em conta uma questão, o Deputado Heitor falou no aumento das

despesas, mas as despesas são aprovadas em função das receitas esperadas

que são aprovadas aqui no Parlamento.

Eu queria saber se as receitas não foram realizadas, aumentaram-se as

despesas para além daquelas aprovadas aqui, essa é a dúvida, não sei a que

aumento de despesas é que está a referir-se o Deputado Heitor.

O Deputado Fernando Heitor (UNITA):- Sr. Presidente, Sua Excelência o Sr.

Ministro das Finanças fez o favor de trazer um relatório, onde traz um

balanço, não sei como é que se chama, acho que é o balanço macro fiscal,

qualquer coisa assim, e deste balanço nota-se claramente que o esforço de

angariar receitas ficou aquém do desejado, diminuiu em 33%.

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I SÉRIE – NÚMERO 4

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Não obstante a isso, as despesas subiram no II trimestre, porque as despesas

são superiores às receitas, provoca aquilo que eles chamam e bem, o défice

global de 370 e qualquer coisa milhões de Kwanzas.

Isso significa que não se pode recuperar no trimestre a seguir, nós estamos

aqui a focalizar apenas o II trimestre que termina o primeiro trimestre, não é.

Agora a seguir pode ser que no III trimestre, não é, as coisas sigam rumos

diferentes. Mas o que é facto é que nesse trimestre houve um défice. É esta

incidência que eu queria fazer e alertar os colegas que as coisas não estão

nada bem, estamos a arrecadar pouco e a gastar mais.

É tudo!

O Sr. Presidente:- Está bem, já entendemos. Não são despesas, são despesas

que estavam previstas.

Para esclarecimentos, tem a palavra ao Sr. Ministro das Finanças

O Ministro das Finanças:- Sr. Presidente, dizer que a relação despesas de

capital e despesas pessoais, na verdade com a queda do preço do petróleo, o

nível de arrecadação diminuiu e tendo diminuído o nível da arrecadação de

receita, a prioridade na execução do orçamento foi para a rubrica, como

sabem, do pessoal, garantindo os serviços mínimos das instituições, no que

toca a bens e serviços, mas mantendo alguma regularidade nas despesas de

capital.

Terão reparado que houve um nível de execução de 13% e o relatório é apenas

o resumo da execução da despesa das unidades orçamentais, nos anexos há o

detalhe do nível de execução dos Projectos de Investimento de Público.

Em relação à questão colocada sobre os salários em atraso da empresa do

Porto do Lobito, na realidade, não consta deste relatório porque o quadro de

pessoal dessa empresa não faz parte do quadro de pessoal da função pública.

Depois informar adicionalmente que na verdade houve um atraso de quatro

meses, a empresa já regularizou, com recurso a um acto de gestão, já

regularizou os quatro meses em atraso e agora as coisas estão normalizadas.

Apenas para partilhar esta informação com o Sr. Deputado.

Em relação à questão das receitas, acho que o Sr. Deputado queria referir-se

às receitas comunitárias que, de acordo com as regras, é em sede do

Orçamento Geral do Estado que os Srs. Deputados aprovam e devem reverter

à CUT e depois serem encaminhadas na proporção que devem, para as

administrações municipais.

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18 DE NOVEMBRO DE 2016

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De facto, tenho que reconhecer, em nome do Ministério das Finanças, que

temos tido algumas dificuldades, tal como eu assumi, no encontro com as

Administrações Municipais, acho que o Sr. Deputado assistiu a minha

intervenção, está a ser feito um esforço no sentido de melhorarmos os

mecanismos para que estas receitas de alguma forma ajudem a gestão dos

municípios e revertem a favor das suas administrações.

Para o Ministério das Finanças este exercício até ao ser bem feito vai reduzir a

pressão central, a pressão da tesouraria central. Fizemos esse compromisso

público neste encontro com os administradores municipais e vamos cumprir

até no âmbito da Execução do Orçamento Geral do Estado que foi aprovado

na generalidade.

A preocupação em relação ao saneamento básico, também aqui reclamado é

uma preocupação central do Executivo, há na realidade, não sei só em relação

a Benguela, mas também em relação a outras províncias também, atrasos no

pagamento de serviços, o que nós temos estado a fazer é uma programação

um bocado em função da capacidade de arrecadação de receitas.

Dizia, uma programação para irmos paulatinamente, regularizando o nível

dos atrasados, com prioridade para as questões de saneamento básico, mas

não só, portanto nós temos um nível de atrasados ligeiramente elevado, temos

que reconhecer, mas até para facilitar a actividade económica, portanto o

desenvolvimento dos negócios dos prestadores de serviços, há o compromisso

do Estado à medida da arrecadação de receitas e regularizando

paulatinamente os atrasados, com prioridade para o saneamento básico,

porque também temos o interesse de não sobrecarregar, a jusante, outras

rubricas a nível da própria gestão do Orçamento.

Como sabem, se não tratarmos dessa despesa em particular, temos outras

consequências, portanto, a nível da saúde e outras rubricas, temos outro tipo

de pressão que convém para o equilíbrio orçamental a todo custo evitar.

Portanto, a última questão ou o último comentário do Deputado Heitor, ele

próprio respondeu, estamos a fazer uma análise de um período em concreto,

portanto, vamos enviusar os dados, fizemos declarações de que o nosso saldo

é um saldo à partida negativa, não é negativa neste período e corresponde até

ao que está previsto no Orçamento.

O Sr. Presidente:- Srs. Deputados, acabámos de ouvir os esclarecimentos,

penso que estamos em condições de votar a Resolução.

Há um pedido de esclarecimento do Deputado Lindo Bernardo Tito.

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O Deputado Lindo Bernardo Tito (CASA-CE):- Excelência muito obrigado.

Eu gostaria só de lembrar que o Deputado Américo Cuononoca apresentou a

Resolução e colocámos algumas questões sobre a resolução e entendo que ele

tenha alguns minutinhos para tecer algumas considerações sobre as nossas

inquietações.

O Sr. Presidente:- Deputado Cuononoca, alguma dúvida na resolução.

Deputado Cuononoca quer esclarecer?

O Deputado Américo Cuononoca (MPLA):- Sr. Presidente, para dizer que

nós acolhemos a emenda introduzida pelo Sr. Deputado Lindo Bernardo Tito,

na norma, portanto, faltava o n.º 2, portanto a norma é a alínea f) do n.º 2 do

artigo 166.º da Constituição da República de Angola.

O resto, mantemos assim na medida em que nós fizemos as constatações e,

ao analisá-las, estando o trimestre em curso, é óbvio e é míster que os

Deputados recomendem para a melhoria nos próximos trimestres, III e o IV.

O Sr. Presidente:- Esclarecido.

Devemos passar à votação.

Vamos votar a Resolução que aprova a informação do Balanço de Execução

Orçamental, a informação e não o balanço.

Submetido à votação, o Projecto de Resolução foi aprovado por maioria, com

125 votos a favor, 25 votos contra e 7 abstenções.

Srs. Ministros, membros do Governos, agradecemos a vossa presença.

Desculpe, Sr. Ministro, há uma declaração de voto da UNITA.

O Deputado Raul Danda (UNITA):- Sr. Presidente, a UNITA votou contra

pelas seguintes razões:

Apesar de a forma como este documento é apresentado, qual quinino

embebido em mel para ver se as pessoas engolem com maior ou menor

facilidade, a UNITA acha que não iria mesmo engolir.

Estamos aqui a falar de uma informação, de um conjunto de papéis, numa

altura em que os Deputados não podem fiscalizar. É preciso ter confiança no

que os outros fazem, sim, mas também é preciso que os outros confiem em

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nós para nos abrirem as portas e deixarem que vejamos aquilo que eles estão

a fazer, como estão a fazer? Quando estão a fazer, e com quê estão a fazer?

Assim, sim, haverá confiança mútua e poderíamos estar aqui, livremente e de

coração aberto também, a votar a favor. De outra forma não é possível.

Continuamos a constatar faltas graves de eficiência naquilo que é a execução

do orçamento e isto porquê? Porque olhamos para obras e sabemos, por

portas e travessas, porque a informação não flui da forma como deveria fluir,

de que, de facto, em muitas situações, estamos a pagar cabuenha a preço de

bacalhau ou, se calhar, atum para fazer bifes, como aqui já se ouviu algumas

vezes.

Os indicadores têm estado e ir em choque. Quer aqueles apresentados aqui,

pelos auxiliares do Titular do Poder Executivo, quer os outros indicadores

apresentados, não só pelo Instituto Nacional de Estatística – como já

aconteceu - mas também por algumas instituições internacionais, muitas

vezes evocadas aqui quando as coisas andam bem e maltratadas quando as

coisas andam mal.

Sr. Presidente, ficamos aqui com a impressão, muitas vezes, de que falamos

aqui de duas Angola. Uma que vem nos Balanços de Execução Orçamental,

outra que vamos encontrar quando sairmos daqui, quando Vossa Excelência

bater o martelo e sairmos daquela porta.

Nessas condições a UNITA não podia deixar de votar contra.

(Aplausos da UNITA)

O Sr. Presidente:- Registámos a declaração de voto da UNITA.

Srs. membros do Governo, mais uma vez agradecemos a sua presença,

desejamos continuação de bom trabalho.

Srs. Deputados, são quase 14 horas, falta um ponto, mas é altura de

fazermos um intervalo.

Era só para saber. Então, vamos continuar.

Srs. Deputados, vamos Prosseguir. Segue-se a Discussão e Votação do

Projecto de Resolução que aprova o Plano de Trabalho das Comissões de

Trabalho Especializadas da Assembleia Nacional.

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Este ponto é uma questão interna, por isso os nossos visitantes, agradecemos

a vossa presença e venham mais vezes e os alunos estudem bem, para

aprender e passar.

Vamos passar a palavra ao Deputado Raul Lima, Segundo Secretário da

Mesa, para proceder a apresentação do Plano de Trabalho das Comissões.

O Segundo Secretário da Mesa (Deputado Raul Lima):- Primeira Vice-

Presidente, o Plano de Trabalho das Comissões de Trabalho Especializadas da

Assembleia Nacional é um documento que já nos é tradicional, por norma tem

sido aprovado no início de cada Ano Parlamentar.

Nos termos do Regimento da Assembleia Nacional, este plano resulta da

consolidação nos planos de trabalho de cada uma das 10 Comissões de

Trabalho Especializadas da Assembleia Nacional. Nele estão reflectidos um

conjunto de actividades que deverão ser desenvolvidas durante o Ano

Parlamentar 2016/2017.

As actividades a serem desenvolvidas durante este período estão distribuídas

em cinco domínios fundamentais: domínio organizativo, representativo,

legislativo, fiscalização e relações internacionais.

Os mapas que constam deste plano de trabalho estão distribuídos pelas 10

Comissões de Trabalho Especializadas, apresentam oito colunas em que uma

faz referência às actividades a serem desenvolvidas, o responsável por cada

actividade, o executor, o local, o prazo e o resultado esperado e uma coluna

com observações.

Nestes termos, Sra. Vice-Presidente, tenho assim apresentado o Plano de

Trabalho das Comissões de Trabalho Especializadas para o Ano Parlamentar

2016/2017.

Entretanto, a assumiu a presidência a Sra. Vice-Presidente Joana Lina Ramos

Baptista Cândido.

A Sra. Presidente em Exercício:- Cumpre-me passar a palavra à Sra.

Deputada Ana Maria Taveira José, da 1.ª Comissão, para proceder a

apresentação do Projecto de Resolução que aprova este Plano de Trabalho das

Comissões.

A Deputada Ana Maria Taveira (MPLA): - Sra. Vice-Presidente, permita-me

fazer a leitura da resolução.

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Considerando que a Assembleia Nacional, em reunião Plenária Ordinária,

realizada aos 18 de Novembro de 2016, apreciou os Planos de Trabalho das

Comissões de Trabalho Especializadas da Assembleia Nacional, para o Ano

Parlamentar de 2016/2017 e os considerou conforme.

A Assembleia Nacional aprova, pelo mandato do Povo, nos termos das

disposições combinadas das alíneas a) e d) do artigo 160.º e f) do n.º2 do artigo

166.º, ambos da Constituição da República de Angola, e do n.º1 do artigo 67.º

do Regimento da Assembleia Nacional, a seguinte Resolução:

1. É aprovado o Plano de Trabalho das Comissões de Trabalho

Especializadas da Assembleia Nacional, para o Ano Parlamentar de

2016/2017, nos termos da Resolução n.º 48/12, de 20 de Novembro, que

são parte integrante da presente Resolução.

2. A presente Resolução entra em vigor à data da sua publicação.

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 18 de Novembro

de 2016.

Publique-se.

O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos

Sra. Primeira Vice-Presidente, acabei de fazer a leitura. Desculpe, Sr.

Presidente.

(Risos)

Entretanto, reassumiu a presidência o Sr. Presidente, Fernando da Piedade

Dias dos Santos.

Sr. Presidente, acabei de fazer a leitura da resolução.

O Sr. Presidente:- Estava a ficar preocupado estavas a chamar-me de

senhora.

A Oradora: - Desculpa, Sr. Presidente, não reparei.

O Sr. Presidente:- Estão abertas as inscrições.

Só temos duas inscrições, do Deputado Mário Salomão, do MPLA, e do

Deputado Nuno Carnaval, também do MPLA.

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Não há reclamações?

Surgiu mais uma, o Deputado José Tingão Pedro, também do MPLA.

Então, Srs. Deputados, estão encerradas as inscrições.

Passo a palavra ao Deputado Mário Salomão, para uma intervenção.

O Deputado Mário Salomão (MPLA):- Camarada Presidente foi por engano.

(Risos)

O Sr. Presidente:- Já deverias ter falado.

Passo a palavra ao Deputado Nuno Carnaval, para uma intervenção.

O Deputado Nuno Caldas Albino (MPLA):- Sr. Presidente, gostaria apenas de

contribuir com duas notas. Primeiro, no sentido de felicitar a Mesa pela

compilação das principais acções que estão contidas na Proposta de Lei do

Plano de Actividades ou do Plano de Trabalho da Assembleia Nacional para a

5.ª Sessão Legislativa.

A segunda para solicitar ao Segundo Secretário da Mesa concernente a

algumas acções da Comissão, nomeadamente a 7.29 e a 7.30, são actividades

com o mesmo conteúdo, apenas era para simplificar, fundir as duas acções.

Relativamente à actividade 7.9, nós vamos submeter à Mesa uma outra

proposta de redacção, não foge muito, sobretudo a nível das actividades,

vamos mandar um outro conteúdo, mas mantém-se tudo o resto.

Eu iria mesmo ler o conteúdo 7.9: “ realizar encontros como os Parceiros

Sociais do sector dos Desportos, Federações, Associações e Clubes, atletas

olímpicos e atletas medalhados nos jogos e campeonatos continentais e

reginais”, tirar os “campeonatos mundiais.”

Eram essas duas questões Sr. Presidente.

O Sr. Presidente:- Há alguns mundiais que nós vamos, de vela e hóquei-em-

patins, talvez essa recomendação se salvaguarde, porque não?

O Orador:- Sim, os olímpicos salvaguardam-se.

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O Sr. Presidente:- Então, responde. Mas o Gustavo queria ajudar.

O Deputado Gustavo Vaz da Conceição (MPLA):- Sim, posso, de facto

ajudar, Excelência Sr. Presidente.

Desde já agradeço o facto de me ter dado a palavra sem inscrição, mas,

realmente, o texto que o Deputado Nuno leu agora espelha melhor a nossa

realidade, porque o texto original vinha falava em atletas medalhados nos

Jogos Olímpicos e nos campeonatos do mundo.

Ora, nós não temos atletas medalhados a esse nível e, portanto, a actividade

da comissão era reunir com ninguém. Assim, o texto que o Deputado Nuno

propõe agora espelha melhor a realidade do nosso desporto e da actividade

prevista da 7.ª Comissão.

O Sr. Presidente:- Foi bom ter falado, Sr. Deputado.

Passo a palavra ao Deputado Tingão, para uma intervenção.

O Deputado José Tingão (MPLA):- Sr. Presidente, solicitamos a palavra para,

igualmente, solicitar a correcção sobretudo nos resultados esperados da

actividade 4.1. Gostaríamos de solicitar, ou seja, propor uma correcção de

forma, na palavra abreviada alínea a) que se elimine a letra “i” e a mesma fica

apenas RAN8 e o texto termine até a essa palavra abreviada. De resto possa

ser então eliminada.

O Sr. Presidente:- Srs. Deputados, não há mais inscrições.

Passo a palavra ao Segundo Secretário da Mesa para esclarecimentos.

O Segundo Secretário:- Excelência Sr. Presidente da Assembleia Nacional,

nós acolhemos as sugestões apresentadas, talvez solicitar ao Sr. Deputado

Nuno Carnaval que nos remetem por escrito aquelas duas ou três

contribuições ou alterações das actividades que vocês mesmos propuseram.

Portanto, isto é um documento que, apesar de ser aprovado, está aberto para

estas pequenas correcções.

O Sr. Presidente:- Srs. Deputados, nós vamos aprovar o Plano de Trabalho

das Comissões com as alterações que foram aceites, e vamos fazer fé que o

Deputado Nuno Carnaval vai enviar uma nova redacção.

8 Regimento da Assembleia Nacional.

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Exposto isso, penso que podemos aprovar a Resolução que aprova o Plano de

Trabalho das Comissões de Trabalho Especializadas da Assembleia Nacional,

com emendas.

Submetida à votação, a Resolução foi aprovada por unanimidade, com 159

votos.

Tudo vai bem quando acaba bem.

Exposto isso, gostaria de informar aos Srs. Deputados que as próximas

Reuniões Plenárias serão nos dias 13 e 14 de Dezembro.

Desejo a todos um bom descanso, um bom fim-de-semana.

Está encerrada a primeira reunião.

(Batida do martelo)

Eram 14 horas e 20 minutos.

Estiveram ausentes os seguintes Srs. Deputados:

GRUPO PARLAMENTAR DO MPLA

AUSÊNCIAS JUSTIFICADAS

1. ARMANDO DA CRUZ NETO

2. CÂNDIDA CELESTE DA SILVA

3. DOMINGOS MARTINS NGOLA

4. ELISA KATA

5. EUGÉNIA TAMAR SEMENTE CHIACA

6. FAUSTINA FERNANDES INGLÊS DE ALMEIDA ALVES

7. FILIPE DOMINGO

8. MANUEL FRANCISCO TUTA “BATALHA DE ANGOLA”

9. MARIA DO CARMO ASSIS DO NASCIMENTO

10. PEDRO DIAVOVA

11. PEDRO SEBASTIÃO

12. PEREIRA ALFREDO

13. SÉRGIO LEONARDO VAZ

14. SÉRGIO LUTHER RESCOVA JOAQUIM

15. SUZANA PEREIRA BRAVO

16. YABA PEDRO ALBERTO

GRUPO PARLAMENTAR DA UNITA

AUSÊNCIAS JUSTIFICADAS

1.LUKAMBA PAULO “GATO”

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GRUPO PARLAMENTAR DO PRS

AUSÊNCIAS JUSTIFICADAS

1. BENEDITO DANIEL

2. EDUARDO KUANGANA

A DIVISÃO DE REDACÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.-