setor imobiliÁrio e construÇÃo civil · guns indicadores macroeconômicos, como crescimento do...

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SETOR IMOBILIÁRIO E CONSTRUÇÃO CIVIL SUSTENTABILIDADE BRASIL EM DESTAQUE NO RANKING MUNDIAL DE CONSTRUÇÕES MICROEMPREENDIMENTOS ESPAÇO REDUZIDO É TENDÊNCIA DE CONSUMO MERCADO OTIMISMO E RETOMADA SÃO AS PALAVRAS DE ORDEM NO SETOR 2019

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SETOR IM

OBILIÁRIO

E CON

STRUÇÃO

CIVIL - 2019

SETOR IMOBILIÁRIO E CONSTRUÇÃO CIVIL

SUSTENTABILIDADE BRASIL EM DESTAQUE

NO RANKING MUNDIAL DE CONSTRUÇÕES

MICROEMPREENDIMENTOS ESPAÇO REDUZIDO É

TENDÊNCIA DE CONSUMO

MERCADO OTIMISMO E RETOMADA

SÃO AS PALAVRAS DE ORDEM NO SETOR

2 01 9

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Especial – Setor Imobiliário e Construção Civil SUMÁRIO

16 Carta ao leitorSinais de otimismo

18 Mercado O gigante acordou e mostra que

tem força e fôlego para continuar

a crescer

24 Coliving

Jovens buscam moradias em

espaços compartilhados que

promovem a interação

28 Tendência

Cidade Matarazzo e outros

exemplos de como o espaço

urbano pode ser transformado

para melhor

34 Microespaços

Maioria dos imóveis novos em

São Paulo tem tamanho reduzido. Um

modelo de moradia que veio para ficar

44 Financiamentos Novas modalidades são oferecidas

e aquecem o mercado

62 Fórum2º Fórum LIDE do Setor Imobiliário

e Construção Civil destaca

o novo ciclo do mercado

64 Paisagismo Plantas em profusão, ornamentos que

trazem umidade e folhagens tropicais

são tendências para apartamentos

48 Lançamentos Imóveis de alto padrão lideram o

crescimento e a força do setor

56 Sustentabilidade

Brasil está em posição de vantagem frente

a outros países em relação a construções

que valorizem o meio ambiente

38 Tecnologia Automação e outros recursos

estão transformando hábitos e

seduzindo moradores

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carta ao leitor

Tecnologia, produtividade, sustentabilidade. Essas são algumas das respostas para a retomada do cres-

cimento do setor imobiliário e de construção civil.

Nas próximas páginas, apre-sentamos por que o mercado anda tão otimista, após um pe-ríodo de apreensão. Segundo o Sindicato da Habitação (Seco-vi-SP), as vendas de imóveis na cidade de São Paulo cresceram 113% em julho na comparação com o mesmo mês de 2018. No acumulado de 12 meses, o au-mento foi de 37%. Esses e ou-tros dados trazemos na matéria que traça uma análise desse bom momento que a indústria vive.

Em outra reportagem, apre-sentamos o Brasil e sua posição relevante no mais importante ranking de construções susten-táveis do mundo. Edifícios co-merciais, principalmente, vêm se destacando por iniciativas que visam a preservação e otimiza-ção de recursos. Ponto para nós.

Este especial traz, ainda, as tendências em empreendimen-tos, como a dos espaços redu-zidos, os chamados microem-preendimentos, que se tornaram

SINAIS DE OTIMISMO

opções não só de moradia como de investimento.

E saiba sobre o novo modelo de residência que pode ser tam-bém um bom ativo financeiro, o coliving, em que as áreas co-muns são atrativos e está con-quistando as novas gerações.

Por fim, trazemos reporta-gem sobre novas modalidades de financiamento e outra sobre o futuro das moradias – auto-mação, segurança e, ainda, li-berdade de escolha por meio da tecnologia. Será esse o futuro das residências?

Boa leitura!

ANA LÚCIA VENTORIM DIRETORA EDITORIAL

PUBLISHER Celia Pompeia

DIRETORA EDITORIAL Ana Lúcia Ventorim

CONSELHO EDITORIAL Ana Lúcia Ventorim

Celia Pompeia João Doria Neto

EDITORA Isabel Lopes

COORDENADORES DE CONTEÚDO Alan Cruz

Cintia Esteves

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EDIÇÃO, REDAÇÃO E ARTE PROS People Relations Agency

www.pros.com.vc - Tel.: (11) 3585-0100

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DIRETORA GERAL DE PUBLICIDADE Beatriz Cruz

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PUBLICIDADE Debora Leopoldo

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Patricia Rozzino [email protected]

OPERAÇÕES COMERCIAIS Katia Moreno

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VICE-PRESIDENTE EXECUTIVA Celia Pompeia

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UMA PUBLICAÇÃO

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Tel./fax: (11) 3039-6011 [email protected]

Para obter informações sobre como anunciar nesta revista, ligue para (11) 3039-6031

ou envie e-mail para [email protected]

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SETOR IMOBILIÁRIO E CONSTRUÇÃO CIVIL - 2019

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UM DOS SETORES MAIS SENSÍVEIS A CRISES, A INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO AGUARDA COM PERSPECTIVA OTIMISTA UMA

RETOMADA CONSISTENTE

O GIGANTE ACORDOU

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mercado

Apenas na cidade de São Paulo, as vendas de imóveis cresceram 113% em julho ante o mesmo mês de 2018, de acordo com dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). Foram 3.284 negociações de unidades residenciais. No acumulado de 12 meses, o acréscimo foi de 37%. “Dentre as medidas de estímulo ao mercado, vale destacar a recente opção de fi-nanciamento pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que amplia a possibilidade de acesso à moradia, com valor inicial de prestação mais baixo”, complementa o presidente do Secovi, Basílio Jafet.

Depois de cinco anos de Produto Inter-no Bruto (PIB) negativo na construção civil, constata-se também no emprego, pela primeira vez, a reversão de expectativa negativa. “Em 2019, de abril a junho, já temos mais vagas criadas do que em todo ano de 2018”, compara o vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, ao lembrar os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. “A construção foi um dos setores que mais empregou. Isso, em parte, é resultado de novas obras, que refletem seu crescimento na empregabilidade.”

Tranquilo e favorávelPetrucci acredita que o mercado pode cres-

cer entre 10% e 15%, caso as previsões com a contratação de financiamento atrelado ao IPCA e outras medidas se encaminhem. “O setor é uma saída para a recuperação econô-mica, já que responde rapidamente em termos de geração de empregos para o país”, diz. “O IPCA é uma revolução. O mais importante do IPCA é o futuro. Vai haver impacto imediato sim, mas o fundamental é que irá se criar um mercado competitivo na concessão do crédito”, complementa Martins.

Corrobora com a CBIC o Índice de Con-fiança da Construção (ICST), que subiu 2,2

“Dentre as medidas de estímulo ao mercado,

vale destacar a recente opção de financiamento

pelo IPCA”Basílio Jafet, presidente do SECOVI

“O IPCA é uma revolução. Vai haver impacto

imediato sim, mas o fundamental é que irá s

e criar um mercado competitivo na

concessão do crédito”

José Carlos Martins, presidente da CBIC

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Odesempenho da economia brasileira em 2019 tem sido aquém das ex-pectativas para muitos setores, mas nem todas as notícias são negativas.

Depois de um período de dificuldade, o mer-cado imobiliário – um dos mais importantes geradores de emprego e riqueza no país – dá si-nais consistentes de retomada, tanto em vendas quanto em lançamentos de empreendimentos.

O Brasil registrou em abril, maio e junho des-te ano uma grande tendência de crescimento no setor imobiliário e de construção. O número de lançamentos de imóveis residenciais subiu 96% no país no segundo trimestre de 2019 em relação aos três meses anteriores, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Também foi registrada alta de 11,8% em com-paração com o mesmo período de 2018. Já as vendas apresentaram um incremento de 16%.

“O mercado está em um grande momento e poderá ficar ainda melhor”, afirma o presidente da CBIC, José Carlos Martins, sobre a pesquisa que reúne dados de 23 cidades e regiões metro-politanas de todo o país. O Sudeste se destaca com uma alta de 209,5% nos lançamentos na comparação entre os dois primeiros trimestres deste ano.

pontos em agosto, passando para 87,6 pon-tos – o maior nível desde dezembro de 2014 (88,7 pontos). Os dados são da Sondagem da Construção, divulgada pela Fundação Getu-lio Vargas (FGV) e pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre). “A sondagem de agosto mostra que a percepção dominante é de que o ambiente de negócios está mais favorável, tornando os empresários confiantes na re-cuperação do setor”, diz a coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, Ana Maria Castelo. “Essa melhora por três meses consecutivos do ICST e seus componentes mostra uma maior consistência do movimento de retomada.”

Apenas na cidade de São Paulo, as vendas de imóveis cresceram 113% em julho ante o mesmo mês de 2018, de acordo com dados

do Sindicato da Habitação (Secovi-SP)

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mercado

Na avaliação da FGV, em boa parte desses anos de crise setorial, o Programa Minha Casa Minha Vida exerceu um papel fundamental de sustentação da atividade, permitindo que as empresas que operavam com habitação popular mantivessem um patamar de investimentos que contribuiu para amenizar a retração das demais áreas setoriais.

“Agora, com a melhora do cenário polí-tico-econômico e a regulamentação de novas leis, o mercado imobiliário está voltando ao que era e a tendência é que se fortaleça daqui para frente. Nos últimos anos, o Minha Casa Minha Vida, que é voltado à baixa renda, não sofreu impacto porque tinha linha de crédito do governo via Caixa. Contudo, as classes média e média alta sofreram abruptamente e ficaram quase impedidas de comprar imóveis”, explica Cláudio Carvalho, sócio da AW Realty/Athié Wohnrath, que atua há 30 anos no mercado.

ReformasHoje, devido ao panorama mais positivo e

de previsibilidade da aprovação das reformas de que o país precisa, os investidores estrangei-ros estão menos cautelosos em relação a riscos. “Nos últimos quatro anos, acumularam-se crise econômica, instabilidade política e insegurança jurídica – os três principais fatores causadores da ‘depressão’ do mercado imobiliário”, pon-tua Carvalho, que optou por um termo, em sua visão, mais apropriado ao momento do que “recessão”. Para ele, com a queda da taxa de juros e o dinheiro rendendo pouco no banco, o brasileiro tem mais apetite para comprar imó-veis, esperando uma eventual valorização do bem ou com a finalidade de moradia.

“Em 2019, de abril a junho, já temos mais vagas criadas do que em todo ano de 2018”Celso Petrucci, da CBIC

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REIT

AS“O mercado de imóveis novos vinha apre-

sentando comportamento descolado de al-guns indicadores macroeconômicos, como crescimento do PIB e índices de confiança. Contudo, a inflação totalmente controlada e dentro da meta do governo e a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados são fatores positivos que permi-tiram às empresas lançar novos projetos com maior segurança”, comenta o presidente do Secovi-SP, Basílio Jafet.

O Secovi ainda reforça a necessidade de calibragem da Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo, defendida pelo setor. Na opinião de Jafet, somente com os necessários ajustes será possível a manutenção do equilíbrio do mercado imobiliário, com maior oferta de uni-dades à população que busca o primeiro imóvel ou precisa mudar de moradia. “O mercado imobiliário é um dos mais sensíveis e responde imediatamente às variações da macroecono-mia. Sempre digo: se a economia vai bem, o mercado imobiliário também vai bem.”

Na avaliação da FGV, em boa parte desses anos de crise setorial, o Programa Minha

Casa Minha Vida exerceu um papel fundamental de sustentação da atividade

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EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO QUE FAVORECE A INTERAÇÃO ENTRE OS MORADORES

GANHA EXPRESSIVIDADE EM SÃO PAULO É TEMPO DE

COMPARTILHAR

coliving

Empreendimentos colivings como o Projeto Kasa

são tendência mundialGUIL

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Organizar um jantar em turma, fazer academia com os amigos, usar a la-vanderia coletivamente e trabalhar lado a lado com o seu vizinho. Tudo

isso faz parte da rotina dos colivings, empre-endimentos que têm despontado na cidade de São Paulo desde 2018, e que são caracteriza-dos por prédios com apartamentos menores e áreas comuns que favorecem a convivência entre moradores – e incluem desde espaços para home-office até bares e restaurantes.

O coliving é tendência mundial: de acordo com a companhia de serviços imobiliários JLL, os investimentos neste segmento têm aumen-tado mais de 210% ao ano desde 2015. Por aqui, segundo dados do Sindicato da Habitação (Secovi), das 32.762 unidades residenciais lan-çadas em São Paulo em 2018, 65% têm dois dormitórios e 21% um dormitório – imóveis de três dormitórios representam 10% do total, a menor quantidade registrada desde 2004. Além disso, os imóveis de um quarto foram os que registraram maior crescimento nas vendas, com incremento de 35%. Com menos espaço nas unidades, naturalmente aumenta a busca por áreas comuns em que os moradores possam receber visitas, desempenhar outras atividades e interagir entre si.

Moradia como serviço e não como bemPara a arquiteta Maria Fernanda Avila de

Sousa da Silveira, conselheira do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAUSP), o coliving tem surgido em centros urbanos, em que há menos espaço disponível e que, portanto, motivam a construção de empreendimentos com apartamentos menores. Contudo, a arquiteta defende que a ideia de compartilhamento de

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coliving

moradia não é nova: “O coliving, para mim, está relacionado a uma necessidade do ser humano de busca por interação social. Sempre existiu, como nos casos das repúblicas estudantis e nos agrupamentos de pessoas por interesse, como artistas. Com esses empreendimentos novos, estamos falando de coliving entre pessoas que não têm afinidade inicialmente”.

Ricardo Pajero, diretor comercial da cons-trutora MAC, esteve em cidades como Londres para pesquisar o conceito de coliving, e conta que esses empreendimentos se apoiam sobre pilares específicos. O primeiro deles é que o projeto incentive a socialização entre os mo-radores. Assim, os espaços comuns, como a lavanderia, o home-office, a academia e o bar, ficam em regiões de passagem, como o cami-nho da entrada até o elevador, quase como um convite para que a pessoa os frequente.

Outros pilares do coliving são o compar-tilhamento de objetos, como bicicletas e itens de cozinha, que ficam à disposição dos condô-minos nas áreas comuns; localização que favo-reça o acesso a metrô, táxi, ciclovia e outras modalidades de transporte; e a diversidade de público, para que haja uma troca intensa de experiências entre gerações.

Pajero entende que o coliving é uma expres-são da emergente cultura do compartilhamento: “As gerações novas, hoje, pensam em moradia como um serviço, e não como um bem. Assim como vemos com os aplicativos de mobilidade e de hospedagem, o jovem quer ficar em um apartamento pelo tempo que precisar e do qual possa ir embora quando quiser”.

Um novo consumidor, um novo ativo financeiro

Mas os jovens não são os únicos interessados nos colivings. Cecília Maia, CEO do Grupo Ga-maro, que lançou o coliving Kasa em 2018 na Vila Olímpia, na zona sul da capital, conta que profissionais autônomos, executivos e advoga-dos fazem parte do variado público que procura esse tipo de empreendimento. Também reitera a mudança de perfil do novo consumidor. Para

Área de convivência de um dos empreendimentos

da MAC, no Jabaquara; abaixo, sala de jogos

ela, as pessoas estão mais nômades e desapegadas, em busca de apartamentos com boa localização e próximos ao trabalho ou à faculdade. “É uma tendência. As pessoas viajam cada vez mais, mu-dam mais de emprego e muitos não têm carro. O local de um empreendimento como esse deve ser atrativo”, completa.

Por se mostrar alinhado com as novas deman-das, o coliving se tornou um poderoso ativo fi-nanceiro para investidores, que, segundo Ricardo Pajero, representaram muitos dos compradores do projeto Loadd, empreendimento do gênero que a MAC lançou em 2018. “É um ótimo modelo de negócio. O apartamento está sempre alugado e o investidor tem rentabilidade garantida”, diz. Mais uma prova do sucesso foi o que se deu na véspera do lançamento do Loadd, quando cinquenta pessoas passaram a noite na fila para escolher uma das 370 unidades vendidas na ocasião. “Muita gente optou para morar de tanto que gostou do conceito”.

Coliving Kasa em linha com a mudança no perfil dos novos

consumidores: boa localização e proximidade com o trabalho

“É uma tendência. As pessoas viajam cada vez mais, mudam mais de

emprego e muitos não têm carro. O local de um

empreendimento como esse deve ser atrativo para

este perfil”Cecília Maia, CEO do Grupo Gamaro

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GRANDES EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS REMODELAM O DESENHO

URBANO E CRIAM NOVAS ÁREAS DE CONVIVÊNCIA

ARQUITETURA FORA DO MURO

tendência

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tendência

Na área oeste de Manhattan, Nova York já tem seu novo ponto turístico. Inaugurado em março de 2019, Hudson Yards reúne arquitetura, gastronomia e compras aos

pés de uma imensa obra de arte, a escultura The Vessel, do inglês Thomas Heatherwick. A região, antes degradada, já está entre as mais visitadas da Big Apple.

“Mais do que um empreendimento imobiliário, é uma intervenção urbana e uma parceria entre in-vestidores públicos e privados. Partiu da associação de moradores a criação do High Line”, explica a arquiteta Adriana Levisky, do Conselho de Arqui-tetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP).

É um caso claro de retrovalorização de ativos: em vez de se instalar em um bairro já valorizado, o empreendimento impulsiona o bairro em que se instala. A linha de pensamento que seria ne-cessária no Brasil para a reinvenção de espaços como o Ceagesp, na zona oeste de São Paulo, os galpões da zona leste, e vários edifícios do Centro Histórico da cidade.

“É preciso ter a maturidade de qualificar o espaço da porta para fora, estabelecer relações de confiança com os entes públicos. As oportunidades são imensas na área central, justamente porque está deteriorada, custa menos. Mas não podemos esperar apenas que o poder público solucione os problemas”, diz.

Projetos como estes são objetos de estudo da conselheira federal do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, Nadia Somekh. A urbanista acaba de voltar da França, onde acompanha o projeto “Paris Rive Gauche”, uma área de 135 hectares, que está em transformação desde 1991 e ainda não está pronta.

“Na França foi criada uma sociedade de eco-nomia mista, com participação de todas as esferas de governo e entes privados, que faz o projeto seguir adiante mesmo com as mudanças no setor político - um modelo que poderíamos copiar no Brasil. Outra medida importante é reduzir a área dos projetos urbanos que temos por aqui. Veja o Projeto de Intervenção Urbana do centro de São Paulo (PIU Central) que tem 2.948 hectares. Não é possível transformar tudo isso de uma vez só”, avisa.

E o que a Cidade Luz ganha com isso? No caso do Rive Gauche, a área deteriorada com ferrovias abandonadas e galpões de 1920 dará lugar a um bairro moderno, com vocação tec-nológica e espaço para 600 startups. Nasce um novo polo de lazer e trabalho, com 60 mil novos empregos previstos. Comparação fácil com as ideias em torno do Ceagesp, na zona oeste de São Paulo.

“É interessante a ideia de transformar o Ceagesp em uma espécie de ‘Vale do Silício paulista’, fazendo a reconversão do espaço para empresas de audiovisual. Mas é fundamental criar uma sociedade que consiga organizar to-dos os interesses envolvidos – o Governo Fede-ral é dono da área, os concessionários precisam ser realocados e a população do entorno deve ser ouvida”, diz Nádia.

No caso do Rive Gauche, a área deteriorada com ferrovias abandonadas

e galpões de 1920 dará lugar a um bairro moderno

“As oportunidades são imensasna área central, justamente porque está

deteriorada, custa menos. Mas não podemos esperar apenas que o

poder público solucione os problemas”Adriana Levisky, do CAU/SP

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ÃOProjeto de reforma do Jockey Club de São Paulo

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tendência

No caso do Jockey Club de São Paulo, há um projeto de requalificação urbana e preser-vação do patrimônio cultural de autoria da Levisky Arquitetos e Konigsberger Vannucchi Arquitetos Associados. O plano de reduzir os muros e aumentar a conexão com o entorno anda a passos lentos.

“O ritmo é de um clube, não de um empre-endimento privado, com olhar de negócio, mas chegamos a um nível avançado de aprovação de master plan alinhado com a vizinhança. Todo o entorno deve melhorar, sinalização, iluminação, segurança”, diz Adriana Levisky.

Nos imóveis do centro de São Paulo, a si-tuação é um pouco mais complexa, pois não adianta pensar no empreendimento e no en-torno – acesso, segurança, mobilidade – sem melhorar o espaço urbano.

“Vejo grande oportunidades no centro de São Paulo, mas essa ficará para os empresários brasileiros. Meu projeto é mudar o orgulho dos paulistanos em relação à esta cidade e fazer o mundo saber como ela é incrível. Isso é o Ci-dade Matarazzo”, alerta o francês Alexandre Allard, responsável por colocar o Brasil na rota dos grandes projetos urbanos.

Revolução francesa O olhar do francês Alexandre Allard sobre

São Paulo é de encher o paulistano de orgulho e esperança. Responsável pela renovação de construções históricas na Europa, Ásia e Áfri-ca, o empresário vê na maior cidade do país a qualidade símbolo do século 21, a diversidade.

“O século 20 foi da liberdade, o 21 será o da diversidade. São Paulo é a capital mundial

“É interessante a ideia de transformar o Ceagesp em uma espécie de ‘Vale do Silício paulista’, fazendo a

reconversão do espaço para empresas de audiovisual. Mas é preciso criar uma sociedade que consiga organizar todos

os interesses envolvidos”Nadia Somekh, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo

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da diversidade: tem as maiores comunidades italiana, japonesa e negra da América. Em que outro lugar do mundo você teria um hospital ao mesmo tempo Sírio e Libanês, e com grandes patrocinadores judeus?”, pergunta, falando um português rico, mesmo com sotaque.

Idioma aprendido em uma década de dedi-cação ao Cidade Matarazzo, empreendimento que reunirá hospitalidade, varejo, gastronomia, cultura e entretenimento, em meio a um grande parque urbano. A inauguração dos hotéis está prevista para abril de 2020, e das áreas cultu-rais e lojas de varejo, para 2021.

“Penso o Cidade Matarazzo como um grande local de encontros. Teremos espaço para todos os tipos de arte – cinema, dança, teatro, arquitetura, fotografia, moda e artesa-nato. Além do encontro com a natureza, são duas mil árvores e 650 variedades de borbo-letas”, diz.

O terreno de 27.419 metros é vizinho à Avenida Paulista e estava abandonado desde a falência da tradicional família Matarazzo, em 1993. Ali dentro estão edifícios históricos tombados, como o prédio do Hospital Hum-berto I (1904), a capela Santa Luzia (1922), e a Maternidade Filomena Matarazzo (1943), to-dos agora restaurados e com novas utilizações.

“O brasileiro valoriza história, é só en-trar em qualquer bar da Praça de Espanha, em Roma, e você verá que 40% das pessoas comendo são brasileiras. O que falta é trazer esses lugares históricos para o convívio, para o presente”, diz Allard.

Foi apostando nisso que o Groupe Allard in-vestiu R$ 2 bilhões no empreendimento, sendo R$ 117 milhões só na compra do terreno em 2008. Um modelo que mira o novo consumidor, mais interessado em acumular experiências do que bens.

“O mercado tradicional está falido, hoje ninguém precisa sair de casa para comprar rou-pas, comida ou um carro; o mundo digital se encarrega destas funções. Mas a pessoa sai de casa em busca de experiências e eu vou ganhar dinheiro em cima disso”, afirma.

Responsável pelo planejamento urbanístico e li-cenciamento do Cidade Matarazzo, Adriana Levisky explica que a obra contou com um entrosamento inédito entre público e privado. Representantes do patrimônio estadual e municipal eram assíduos na obra e ajudaram a pensar soluções que unissem preservação e viabilidade econômica. Um exemplo é a capela de Santa Luzia, suspensa por uma laje e oito pilares com 31 metros de altura e mais 23 metros encravados no solo, para que não sentisse os abalos da construção dos subsolos abaixo dela.

“O mercado brasileiro costuma receber o patri-mônio histórico com ressalvas, pelas dificuldades de licenciamento impostas pela preservação, mas o que aconteceu no Cidade Matarazzo foi muito benéfico. Abre-se um campo de oportunidade e negócios, basta o empreendedor privado buscar planos de intervenção que ultrapassem os limites de seus muros”, finaliza Allard.

O majestoso prédio de 1943 da antiga Maternidade Matarazzo sedia o hotel Roosewood São Paulo. Da esq. para a dir., rooftop lounge, suíte duplex e torre mata atlântica

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APARTAMENTOS DE PEQUENO PORTE REPRESENTAM MAIORIA ENTRE

LANÇAMENTOS E AQUISIÇÕES EM SÃO PAULO, SINALIZANDO MUDANÇA DE

FILOSOFIA DO CONSUMIDOR

CRESCIMENTO DOS ENXUTOS

microempreendimentos

Esqueça os apartamentos enor-mes, com muitos quartos e espaço de sobra: os imóveis chamados de compactos ou

studios seguem entre os mais procura-dos na cidade de São Paulo. De acordo com dados do Sindicato da Habitação (Secovi) de junho de 2019, os prédios com apartamentos de até 45 metros quadrados representam 57% do total de 9.415 imóveis lançados nesse ano. Também são a maioria entre as ven-das, representando 59% de um total de 6.319 unidades comercializadas no período.

A popularidade dos compactos vem crescendo desde 2011, quando sua participação no mercado imobi-liário, entre lançamentos e vendas, circulava em torno de 10%, também de acordo com dados do Secovi. Nos últimos anos, essa categoria de imóvel vem aumentando exponencialmente, tornando-se o tipo mais buscado tanto pelo público quanto pelo mercado.

O sucesso dos microempreendi-mentos tem algumas razões importan-

tes. A primeira delas, segundo Rafael Mentor, diretor de incorporação da You, é a evolução do valor do metro quadrado nas grandes cidades. Morar em regiões centrais das capitais é cada vez mais caro, e os apartamentos me-nores tornam essa aquisição acessível. Para o CEO da Vitacon, Alexandre Frankel, a tendência se alinha a uma mudança de mentalidade e de filoso-fia que faz parte da nova economia: “A tecnologia trouxe a necessidade de se ter uma vida mais eficiente, um uso mais inteligente do espaço.”

As transformações familiares tam-bém influenciam através de um aumen-to no número de solteiros e famílias compostas, em média, por três pessoas. A esse fenômeno, Patricia Visnevcski, diretora da Rovic, acrescenta: “Casar cedo, hoje, é mais raro. A tendência é que a pessoa vá morar fora solteira, alugando um apartamento. Tem um público grande de recém-formados que buscam esse tipo de imóvel, assim como de recém-separados e de pessoas que não pensam em formar uma família”. FO

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Decorado do Setin Downtown São Luís

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microempreendimentos

Para compactar é preciso planejarConstrutoras e incorporadoras

que atuam em São Paulo acompa-nham a tendência dos compactos. A Vitacon destina, hoje, 90% de seus empreendimentos a esse estilo em duas categorias: de 10 a 35 metros quadrados, pensados para solteiros, e um pouco maiores, a partir de 40 me-tros quadrados, que acolhem famílias. O planejamento visa unidades com tudo de que uma pessoa precisa. São estudadas cabines de barcos e aviões para tornar esses compactos eficientes.

A incorporadora You lançou mais de 400 unidades compactas nesse ano e vendeu quase todas. Para a empre-sa, os compactos podem chegar a três dormitórios, no caso de plantas de 80 metros quadrados, mas também con-tam com studios de cerca de 23 metros quadrados, além de apartamentos com um dormitório e cerca de 40 metros quadrados. Uma das soluções interes-santes da You é o studio com pé-direito

de 3,70 m. “Dessa forma, consegui-mos colocar móveis suspensos em um mezanino ou um degrau, em que a cama fica embaixo do sofá. É uma alternativa que permite ao morador receber de oito a dez pessoas em um apartamento pequeno”, diz Mentor.

Eduardo Pompeo, diretor de incorporação da Setin, conta que arte, decoração e inovação são fun-damentais para pensar as unidades. “Buscamos móveis funcionais, como a cama que é um sofá, a mesa que é um aparador e o armário multiuso com espaço generoso. É preciso ter mobilidade interna e funcionalidade, além de áreas comuns do prédio que permitam que o condomínio funcio-ne quase como uma comunidade”. Dos lançamentos de 2018 da Setin, 40% são studios – e todos foram vendidos. Em 2019, eles represen-tarão 50% das unidades lançadas pela incorporadora – e 70% já fo-ram vendidas.

Tradição renovadaA atuação da Setin no segmento

dos microempreendimentos come-çou em 2010, a partir da observa-ção das características imobiliárias do centro de São Paulo. “Trata-se de uma região muito acostumada com esse tipo de produto, aparta-mentos de 30 metros quadrados a 50 metros quadrados. Só estáva-mos renovando o produto, trazen-do uma área compartilhada baca-na, uma piscina na cobertura, por exemplo”, conta Pompeo.

A construtora Rovic é outra que tem uma longa história com os empre-endimentos compactos, desde sua fun-dação, em 1978. Patricia Visnevcski diz: “Fazíamos as antigas quitinetes, que depois se tornaram os studios”.

Por conta da alta procura por esses apartamentos e pelos traços da nova geração, menos enraizada nos lugares em que mora, a executiva conta que a rotatividade das unidades é alta, tor-nando os empreendimentos atrativos para a aquisição de investidores.

Patricia Visnevcski pontua, en-tretanto, que o compacto não é para qualquer terreno. “É preciso ter la-zer e área comum no prédio, para suprir o que não tem no apartamen-to. O ponto também é fundamental, deve ser atrativo ao público, bem-lo-calizado para transporte, próximo a universidades e polos de trabalho.” “A produção dos compactos não é infinita. É um empreendimento muito bem vocacionado”, completa Eduardo Pompeo.

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“Conseguimos colocar móveis suspensos em um mezanino ou um degrau, em que a cama fica embaixo do sofá. É uma alternativa que permite ao morador receber de oito a dez pessoas em um apartamento pequeno”Rafael Mentor, diretor de incorporação da You

“É preciso ter lazer e área comum no

prédio, para suprir o que não tem no apartamento”

Patricia Visnevcski, diretora da Rovic

Compacto com estilo da You

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EM UM MUNDO CONECTADO E DINÂMICO, CONSTRUTORAS PLANEJAM IMÓVEIS VERSÁTEIS, QUE ATENDAM À NECESSIDADE DO PRESENTE E

SE ADAPTEM ÀS TECNOLOGIAS DO FUTURO

O FUTURO NO PRESENTE

tecnologia

Oconceito de “internet das coisas” surgiu nas empresas de tecnologia, logo ganhou a indústria de eletrodomés-

ticos, e hoje é linguagem corrente também na construção civil. A co-nectividade entre aparelhos e a rede mundial de computadores é o que permite vários níveis de automação em residências – de luzes que se apa-gam automaticamente a fechaduras biométricas que autorizam a entrada de um visitante quando o proprietário está do outro lado do mundo.

“Todos os dias surge uma tecno-logia nova, é impossível prever o que virá a seguir. O que fazemos é proje-tar imóveis confortáveis para o pre-sente e preparados para vários cená-rios futuros. Entregamos o hardware de qualidade, para que o morador tenha acesso a qualquer software novo”, diz o diretor de incorporação da Cyrela, Piero Sevilla, em analogia que já mostra a aproximação entre a construção e a tecnologia.

Tomando a alvenaria do aparta-mento como exemplo de hardware, isso significa previsão de tubulação para fibra ótica nos cômodos, fiação preparada não só para iluminação, mas também para cortinas, câmera de segurança e pontos de internet que atendam cada canto da residência. A intenção é evitar a quebradeira de-pois da entrega, qualquer que seja o padrão do imóvel.

“Trabalhamos com três linhas de imóveis, cada uma delas tem de-mandas diferentes. Na linha classe média, por exemplo, já disponibili-zamos internet em áreas comuns e cabeamento para rede interna em toda a casa. É preciso estar atento também aos serviços que hoje fazem parte do dia a dia das pessoas: se o morador utiliza aplicativo de carro, precisamos de um lugar para embar-car com segurança se usa aplicativo de entrega, é necessário espaço para receber e entregar algo muito maior do que uma carta”, diz.

“Todos os dias surge uma

tecnologia nova, é impossível prever o que virá a seguir. O

que fazemos é projetar imóveis

confortáveis para o presente e

preparados para vários cenários

futuros”Piero Sevilla, da Cyrela

Cyrela By Pininfarina, na Vila Olímpia, tecnologia e design

caminham juntos

O empreendimento da linha luxo é entregue com fechadura

biométrica e itens de automação em apartamentos

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tecnologia

Segurança também é luxo Na linha luxo, automação divide a

prioridade com a segurança, caso do empreendimento Cyrela By Pininfari-na, na Vila Olímpia. “Além da digital, elevador e porta podem ser acessados por código ou cartão – uma demanda principalmente do público mais ido-so, que muitas vezes tem dificuldade com a digital gasta. Um sinal de que a aposta deu certo é que todos os aparta-mentos seguem com a porta original, o que é muito raro neste padrão de apar-tamento”, se orgulha Piero Sevilla.

Já a tecnologia de reconhecimento facial foi avaliada, mas rejeitada, pelo histórico de falhas nos equipamentos disponíveis. Para quem lança um imó-vel por mês, as novidades surgem todos os dias, na velocidade em que muda o comportamento do cliente.

“O número de vagas na garagem já não é um diferencial tão relevante, principalmente em áreas mais centrais, bem servidas pelo transporte público. O jovem de 18 anos hoje não sonha com o carro próprio, prefere andar de patinete compartilhado. Mas será que o mercado já está pronto para edifícios sem garagem? O mesmo vale para os fios: sabemos que o cabo irá embora no futuro, mas ainda fazemos com que chegue em todos os ambientes para atender à necessidade do presente”, explica Sevilla.

App que facilita a vida A economia compartilhada e a for-

mação de comunidade proporcionadas pela internet estão entre as apostas da SKR para criação de um aplicativo próprio, o Compass. Especializada em edifícios de alto padrão, a incor-poradora se ressentia da subutilização das áreas comuns, como conta o CEO Silvio Kozuchowicz.

INCORPORAÇÃO VIA BLOCKCHAIN

Além de aplicativos próprios e itens de conectividade semelhantes à con-corrência, a MRV inovou ao colocar a tecnologia na etapa inicial da construção, com a primeira experiência do mercado imobiliário brasileiro. O lançamento de um empreendimento em Duque de Caxias (RJ) foi uma tentativa de otimizar os serviços cartorários em ambiente virtual.

“Esta experiência inicial foi feita de forma mista, entre tecnologia e o modelo tradicional. Levamos cerca de quatro dias para finalizar a operação, mas sabemos que é possível realizar em bem menos tempo. Fizemos apenas a aquisição de um terreno e a incorporação imobiliária, mas é possível realizar outros processos, incluindo a venda do imóvel. Enfim, um caminho aberto”, acredita o diretor de Tecnologia da Informação da MRV, Reinaldo Sima.

No meio físico tradicional, um registro de escritura de compra e venda leva em média 30 dias para ser realizado pelo cartório, somados outros atos, como o registro do memorial de incorporação e convenção de condomínio, o prazo chega a 45 dias. No meio virtual, usando a tecnologia blockchain, o processo pode ser executado em alguns minutos, e com o mesmo grau de segurança.

“Os cartórios fazem parte da rede e garantem que toda a transação aconteça respeitando a legislação e normas vigentes, por isso têm um papel fundamental. A condução da transação em Duque de Caxias ocorreu por intermédio da star-tup Growth Tech, que administra a rede Notary Ledgers, uma espécie de rede digital de cartórios que já está apta a realizar operações em ambiente virtual. Com a regulamentação do registro eletrônico no Brasil, a tendência é a adesão de mais cartórios e redução nos prazos e custos – que hoje são similares ao processo tradicional”, diz.

O blockchain é a tecnologia que está por trás dos bitcoins, moedas virtuais que surgiram há pouco mais de uma década. Consiste em descentralizar redes de registros de informações pelos próprios usuários criando uma espécie de livro de registro virtual público, seguro e compartilhado. Um processo que promove agilidade a custos menores, ao mesmo tempo em que gera uma base de dados importantes para governos e empresas. É o futuro, cada vez mais presente.

“O processo será mais rápido, menos burocrático e com a mesma segurança. Essa base de dados integrada pode ser utilizada para análise de riscos e gestão da habitação como um todo. É um passo importante que a MRV dá para disseminar uma cultura de inovação no mercado imobiliário”, diz Reinaldo Sima.

Pelo Compass, o morador contrata

limpeza, arrumação, lavanderia, personal trainer, massagem,

aluga bicicleta, se comunica com

a equipe do condomínio e até paga taxas,

sem a necessidade de um gerente ou concierge

O Nomad, em Moema, foi o primeiro empreendimento a

receber o aplicativo Compass

Reinaldo Sima, diretor de Tecnologia da Informação da MRV, propôs a primeira

incorporação via blockchain do mercado imobiliário brasileiro

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tecnologia

“Concluímos que deveríamos le-var recursos de hospitalidade para os edifícios residenciais para tornar as áreas comuns mais atrativas. Transformamos o salão de festas em um espaço de encontro – com café, internet de alta performance, espaço para tomar uma cerveja ou um vi-nho no final do dia. O aplicativo foi uma forma de oferecer serviços sem onerar demais o condomínio”, diz.

Pelo Compass, o morador contra-ta limpeza, arrumação, lavanderia, personal trainer, massagem, aluga bicicleta. Fica sabendo da chegada de visitantes ou encomenda, se co-munica com a equipe do condomínio e até paga taxas, sem a necessidade de um gerente ou concierge.

“O empreendimento não é só um projeto que a gente termina e entrega, é uma comunidade que criamos, e isso também tem valor – como perce-bemos no Nomad, o primeiro edifício a ter o aplicativo”, diz.

Outras apostas da SKR são vagas com carregador para carro elétrico, internet até nas garagens e um novo modelo de abertura de catracas por QRCode, em edifício comercial. Nas residências, cabeamento para internet em todos os ambientes e preparação para automação, que o comprador monta a seu gosto.

“Projetar é antecipar tendência. Não dá para adivinhar qual será a próxima tecnologia, mas dá para criar espaços versáteis e flexíveis – não são ‘3 dormitórios’, são ‘3 am-bientes’, que a família pode usar de várias maneiras. Se pensar que entre projeto e entrega demora 3 anos, você precisa tomar muito cuidado para não oferecer um produto ob-soleto”, diz.

Quem decide é o morador A Gafisa levou a ideia do “ao

gosto do freguês” ao pé da letra e projetou um empreendimento ba-seado em pesquisa nas redes sociais. Entregue em 2016, o Follow tem fe-chadura com biometria nas portas, wifi nas áreas comuns, instalações para automação de iluminação e ar condicionado, além de outras pre-ferências difíceis de prever.

“Recebemos muitas sugestões inusitadas – como casa na árvore e casa-bola – mas também muitas dicas interessantes sobre a preferência do público. A piscina e o fitness center, por exemplo, são no último andar – e não no térreo – como pedido na cam-panha”, explica o COO da Gafisa, Saulo Nunes.

Outras opções tecnológicas são oferecidas em combos de personali-zação, como aspirador de pó embu-tido, câmeras de segurança, instala-ção de som ou até um home theater completo. Mesmo com custo extra, há vantagens em fazer a escolha antes da entrega das chaves.

O Follow foi desenvolvido com base nos pedidos das redes sociais da Gafisa

O Moov Vila Prudente oferece câmeras de segurança, wifi nas áreas comuns e tag de acesso aos veículos

“É muito mais barato instalar os equipamentos durante a construção do que quebrar tudo para passar fiação depois. Ar condicionados e aquecedores podem ser instalados antes da entrega, o que é muito mais simples”, diz.

A linha Moov, com sete condo-mínios para classe C em São Paulo, já oferece câmeras de segurança, wifi nas áreas comuns, tag de aces-so aos veículos e leitor de biometria na sala de ginástica. Internamente, os apartamentos de 40 a 60 m² são entregues com tomadas USB, forro de gesso e caixas de som embutidas.

“Todas as classes sociais têm de-sejo de conexão, as caixas se conec-tam ao celular por bluetooth, o que é muito democrático. O modelo de construção criado pela Gafisa (GPS) permite que o edifício esteja pronto em 22 meses, e já com todas as tu-bulações para instalações planejadas na fábrica”, diz.

A conectividade entre aparelhos e a rede mundial de

computadores é o que permite vários

níveis de automação em residências

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EMPRÉSTIMOS PARA AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS DEVEM VOLTAR A AQUECER O MERCADO COM A

POSSIBILIDADE DE UMA NOVA MODALIDADE ATRELADA À INFLAÇÃO

RETOMADA DA CASA PRÓPRIA

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financiamentos

Uma perspectiva de melhora permeia os rumos do mer-cado imobiliário brasileiro. Depois de uma queda no

setor, os empresários e especialistas do meio apostam na retomada acom-panhada por um acréscimo na renda da população. Com a recuperação, os financiamentos devem reassumir sua grande fatia no mercado nacional.

Em se tratando de financiamen-to, em agosto a Caixa anunciou uma nova modalidade atrelada à inflação, com juros entre 2,95% e 4,95% ao ano mais IPCA. De acordo com Pe-dro Guimarães, presidente da Caixa, a ideia é que os bancos originem crédito imobiliário e vendam essas carteiras para outros investidores, o que per-mite a concessão de um volume maior de empréstimo.

Ainda segundo Guimarães, o cré-dito imobiliário engatinha no país, com as carteiras do segmento não representando 10% do crédito nos grandes bancos. Em mercados desen-volvidos, o percentual passa de 50%. O presidente da Caixa aponta como culpado o fator de que a utilização da TR (Taxa Referencial) não apre-

sentava a demanda potencial de secu-ritização. “Escolhemos o IPCA, pois é o índice mais comumente usado no mercado de capitais”, disse.

O professor de Finanças do Ins-per, Ricardo Rocha, enxerga certa incoerência no novo produto do banco estatal. “Há um discurso do governo que parece querer desindexar o país. Com a criação de um financiamento imobiliário indexado, eu vejo que é uma medida contraditória”, explica. Entretanto, para o mutuário, o finan-ciamento ligado à inflação deve ser mais atraente, uma vez que a parcela inicial tende a ficar mais baixa. An-tes da entrada desse modelo, a Caixa oferecia financiamentos com juros pré--fixados entre 8,5% e 9,75% ao ano mais TR (que hoje está zerada). Pela simulação do banco, para um imóvel de R$ 300 mil, as prestações poderiam sofrer até 51% de redução.

Um risco iminente é a volatilidade da taxa de inflação, que tem hoje a expectativa de se manter na meta de 3,5% até 2030, mas pode sofrer uma variação, pois se trata de um índice macroeconômico. Em 2015, por exem-plo, o IPCA superou os 10% no ano.

“Há uma imaginação de que a TR é zero. Se tiver volatilidade e retorno da inflação, a TR volta a subir. Acreditamos que um pro-duto desses, de crédito imobiliário de longo prazo, passa por inflação mais controlada. Tivemos picos in-flacionários, um ano com inflação elevada, e não cinco anos com in-flação de 10%”, rebate Guimarães.

O coordenador do curso de Desenvolvimento de Negócios Imobiliários da FGV-SP, Alberto Ajzental, salienta que é preciso fi-car atento aos possíveis riscos do novo financiamento atrelado à in-flação. “O tomador tem que estar ciente que a sua renda está ligada ao IPCA. Qualquer aumento, ele corre o risco de não conseguir pa-gar a prestação. É preciso verificar cada detalhe para ver se o mutuário se encaixa no perfil: por ser mui-to mais volátil, a Caixa limitou o comprometimento de renda dessa modalidade a 20% da renda fami-liar, por exemplo”, explica. Para as outras modalidades, era permi-tido o comprometimento de 25% a 30% da renda.

Movimentações no setorEspecialistas se animam com o

panorama de retomada. Os bancos e as incorporadoras também veem as mudanças como parte de um proces-so para o crescimento novamente e se movimentam para um reaqueci-mento do mercado imobiliário, um dos que mais sofreu com a crise.

“Temos vários fatores a favor: a baixíssima taxa de juros, juros re-ais como nunca antes vistos e certa estabilidade. Para comprar imóvel tem que ter estabilidade de renda no futuro e juros baixos, e isso temos”, afirma Ajzental.

O professor do Insper, Ricardo Rocha, também é otimista. “Há pers-pectiva de retomada até o fim deste ano ou metade do ano que vem. Essa nova forma de captar recursos vai ser-vir para aquecer o mercado em todos os seus segmentos”, diz.

A Caixa hoje é líder no merca-do, mas vinha perdendo o primeiro lugar para o Bradesco na concessão de novos empréstimos em linhas financiadas com recursos da cader-neta de poupança e não subsidiadas pelo governo.

Especialistas se animam com

o panorama de retomada.

Os bancos e as incorporadoras também veem as mudanças como parte de

um processo para o crescimento novamente

“Tivemos picos inflacionários, um ano com inflação

elevada, e não cinco anos com inflação de 10%”

Pedro Guimarães,

presidente da Caixa

“O tomador tem que estar ciente que a sua renda está ligada ao IPCA. Qualquer aumento, ele corre o risco de não conseguir pagar a prestação”Alberto Ajzental, da FGV-SP

A possibilidade de oferecer a nova modalidade também vai se tornar viável no banco privado em breve. “O Bradesco oferecerá esse produto a partir de outubro. Como é atrelado a um índice variável temos que ser cautelosos, por isso vamos focar em uma base selecionada”, revela Antonio Bar-bosa, superintendente executivo de Crédito Imobiliário do Bradesco.

“O setor está claramente no seu nível de inflexão, já caiu tudo o que tinha. Temos um ciclo bastante positivo em vista e a ex-pectativa de dobrar de tamanho em relação ao PIB nos próximos dez anos”, analisa o superintendente.

As incorporadoras também enxergam com bons olhos a movimentação do futu-ro do mercado. A MRV, líder no setor, é uma das que vê na nova possibilidade de financiamento, uma oportunidade de reto-mada. “Entre as duas principais vantagens da linha de crédito indexada ao IPCA está o menor comprometimento da renda familiar e a maior disponibilidade de funding, pois é o melhor mecanismo para securitização. Acredito que, com isso, o mercado seja im-pulsionado, podendo passar do patamar de 600 mil imóveis por ano para mais de um milhão de lançamentos”, finaliza Rafael Menin, presidente da incorporadora.

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EMPREENDIMENTOS FOCADOS NO PÚBLICO

DE ALTA RENDA SE DESTACAM E DEVEM

IMPULSIONAR O SETOR IMOBILIÁRIO

IMÓVEIS DE ALTO PADRÃO

LIDERAM RETOMADA

lançamentos

Omercado imobiliário de luxo apresen-ta grande potencial no Brasil, princi-palmente com os sinais de retomada econômica que surgem em 2019. O

público triple A é exigente no que diz respei-to a inovações e qualidade, e as famílias têm buscado não apenas um imóvel que atenda às necessidades básicas, mas que também se encaixe e supra desejos e sonhos, com a maior comodidade possível.

De acordo com projeção do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), o ano apresentará cres-cimento de até 10% do valor geral de vendas (VGV), devido à maior participação de imóveis de alto padrão.

Os resultados deste cenário são lançamen-tos de empreendimentos neste segmento em São Paulo e no interior paulista, com constru-toras e incorporadoras brigando por espaço em um nicho muito concorrido, onde cada detalhe faz a diferença.

Glass art by Yoo (São Paulo-SP)Outro lançamento de 2019 também per-

tence à Cyrela. Em parceria com o escritório londrino de design Yoo Studio, a construto-ra une sofisticação de um item de luxo junto com a expertise do maior escritório de design do mundo. O resultado é o Glass art by Yoo. Esse é o quinto projeto envolvendo ambas as empresas. O empreendimento conta com área de 3.000 m² e VGV (Valor Geral de Vendas) estimado de R$ 164 milhões.Glass art by Yoo é resultado da

parceria entre a Cyrela e o Yoo Studio, localizado em Londres e o maior escritório de design do mundo

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lançamentos

Cada detalhe foi pensado para promover leveza e amplitude. Por meio de mobiliários transparentes nas áreas comuns, que incluem paredes de vidro, pé direito triplo e ambientes integrados, a sensação de clareza será percebida em cada ambiente.

Localizado na Rua Apiacás, em Perdizes, bairro nobre da capital paulista, o Glass art by Yoo oferece 92 unidades, em torre única, com três opções de plantas: 109 m² com 3 dormi-tórios e 1 suíte – podendo ser 2 suítes e sala ampliada; 146 m² com 3 suítes – ou 3 suítes e cozinha ampliada; e 157 m² com 4 dormitórios e 2 suítes – ou 3 suítes e sala ampliada. Todas as unidades terão hall privativo e terraço técnico para ar condicionado.

MN15 (São Paulo-SP)Um dos endereços mais desejados de São

Paulo ganha um novo projeto de alto padrão e traços que lembram uma obra de arte. O novo empreendimento da Gafisa, localizado próximo

ao Parque do Ibirapuera, teve projeto idealizado pelo escritório de paisagismo Burle Marx, Zize Zink e Konisgsberger & Vannucchi & Coelho da Fonseca. O edifício, inclusive, foi premiado na competição internacional A’ Design Award, que reconhece os melhores projetos do design anual-mente e busca criar consciência para boas práticas.

O MN15 possui três tipos de unidades: 338 m² e 340 m², com quatro vagas, vaga box, vaga de moto e depósito privativo. Há ainda os apartamentos duplex, com área de 573 m², seis vagas, vaga box, vaga de moto e depósito privativo.

Localizado na Rua Manuel da Nóbrega, além da proximidade com o mais famoso parque de São Paulo, o empreendimento oferece, sem ne-nhum custo, uma opção de planta diferente da original. O cliente é convidado para que possa personalizar o apartamento da maneira que achar melhor. A construtora seleciona um profissional que concede atendimento exclusivo para avaliar projetos e orçamentos sugeridos, com materiais e acabamentos especiais.

O público triple A é exigente no que diz respeito a inovações e qualidade, e as famílias têm buscado não

apenas um imóvel que atenda às necessidades básicas, mas que também se encaixe e supra desejos e sonhos,

com a maior comodidade possível

Pivô Match Vila Nova aplica conceito que tem atraído executivos das gerações Y e Z e firmou parcerias com grandes marcas

MN15, da Gafisa, possui traços que lembram

uma obra de arte; design foi premiado em

competição internacional

Misce Vila Madalena conta com duas torres e um shopping

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Pivô Match Vila Nova (São Paulo-SP)Com previsão de entrega para 2020, o pri-

meiro empreendimento da Pivô Desenvolvi-mento Imobiliário, que inaugura o início de suas operações em São Paulo, o Pivô Match Vila Nova chega como nova opção em um dos bairros mais valorizados da cidade, a Vila Nova Conceição.

Localizado no metro quadrado mais caro de São Paulo e com conceito inspirado no We Live NYC, de Nova York, o edifício é voltado para o público que deseja ter qualidade de vida, morando em uma região nobre e próxima aos principais centros comerciais da capital.

A área comum promete ser diferenciada, contando até com um coffee shop que tam-bém será aberto ao público, e a decoração será desenvolvida pelo Studio Zanini. As unidades terão o que há de mais moderno em automação residencial, como Smart Locker - similar ao Amazon Locker - para comodidade na entrega de compras online, piscina com hidromassagem e bicicletário que suporta bicicletas e patinetes elétricos. Junto disso, o prédio firmou parce-rias com grandes marcas, como Reebok para a academia e Omo para a lavanderia.

O conceito do Pivô Match Vila Nova Concei-ção tem atraído executivos da geração Y e Z, que trabalham próximos ao maior centro corporativo financeiro do país, a Faria Lima, e desejam morar perto do trabalho.

Misce Vila Madalena (São Paulo-SP)A Even é uma das empresas que se movimentou

bastante nesse segmento. Seu lançamento mais recente está localizado na Zona Oeste na cidade. O Misce Vila Madalena – duas torres e um sho-pping - busca unir sofisticação com a conveniência oferecida por um dos bairros mais desejados da capital paulistana.

O projeto assinado pela Jonas Birger Arqui-tetura disponibiliza unidades de 111 m² (109 m² de área privativa + 2 m² de depósito) e de 70 m² (68 m² de área privativa + 2 m² de depósito) com duas vagas de garagem, em uma planta totalmente retangular, que permite máxima utilização.

Todas as unidades possuem varanda integrada, que agrega mais espaço à sala de estar. A área de lazer é completa, incluindo salão de festas com ter-raço, churrasqueira com forno de pizza, brinquedo-teca, playground, academia com terraço funcional, sauna, piscinas, deck molhado, solarium e pet play.

Fasano Itaim (São Paulo-SP)Outro empreendimento da Even é resultado de

uma parceria com o Grupo Fasano, que também vem se expandindo neste ano. O Fasano Itaim é um complexo que reúne o segundo Hotel Fasano em São Paulo e o primeiro residencial da marca.

As unidades têm quatro suítes e vista para a re-gião dos Jardins. Além disso, há possibilidade de integração e utilização do hotel e restaurantes de excelência, marca reconhecida do Grupo Fasano.

Ocupando uma área de 5 mil m² quadrados na Rua Pedroso Alvarenga, no Itaim Bibi, a im-ponente torre residencial de 40 andares tem o projeto assinado pelo escritório de arquitetura Aflalo/Gasperini, responsável por importantes edifícios como a sede da IBM e o Auditório Clau-dio Santoro. Na parte interna, Márcio Kogan é quem dá vida aos espaços, reforçando elegância e qualidade.

Vistta Alto da Lapa: design contemporâneo e ambientes modernos

e inovadores em todos os detalhes

Empreendimento Fasano Itaim consolida parceria da marca

de luxo com a EvenN

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Vistta Alto da Lapa (São Paulo-SP)Situado em um terreno na tranquila rua Jor-

ge Americano, este empreendimento da Even tem localização estratégica em um dos pontos mais altos da Lapa com vista privilegiada da Zona Oeste de São Paulo.

Lançado no final do ano passado com 54 unidades, o Vistta se destaca pela exclusividade e tem dois tipos de apartamentos. Um com 218 m², 4 dormitórios e 4 vagas de garagem, e outro duplex com 4 dormitórios e 6 vagas, todos com depósito privativo no subsolo.

Possui design contemporâneo e linhas mar-cantes e harmoniosas em sua fachada, fazen-do dela algo impactante na região. O edifício apresenta ambientes modernos e inovadores em todos os detalhes. A área de lazer pro-porciona opções para crianças e adultos, com piscina olímpica e quadra de tênis.

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Praça da Vila (São Paulo-SP)O projeto da Barbara Engenharia e Cons-

trutora, empresa com 33 anos de mercado, na Vila Nova Conceição é mais uma novidade entre imóveis de alto padrão. O Praça da Vila é um empreendimento com muita sofisticação.

Bem localizado, em um terreno na rua Brás Cardoso, próximo à praça Pereira Coutinho, possui características inovadores e contemporâ-neas. Seu projeto arquitetônico promete traços marcantes, transformando o edifício em um verdadeiro ícone da região.

As unidades oferecidas têm 154 m2, sendo três suítes. Entre as opções de lazer, destaque para um rooftop com piscina e fitness. Na in-fraestrutura, a garagem trará pontos de recarga para carros elétricos, tomadas USB nos dormitó-rios e sala de estar, halls sociais com elevadores independentes e controle por biometria.

Storia (Limeira-SP)A cidade de Limeira ganhou em 2019 um

edifício de alto padrão idealizado pelo Grupo Rio Verde, que possui mais de 35 anos de his-tória. Com uma fachada imponente, de estilo contemporâneo e terraços curvos, o Storia tem

Storia, em Limeira (SP), é um empreendimento

imponente e sustentável

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Ilustração da fachada do Praça da Vila

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o projeto arquitetônico assinado por Primi & Appoloni, escritório tradicional de Campinas, e chama a atenção de todos que passam por ele.

No interior, as opções de tamanho são de 255 m² e 182 m². Os imóveis têm uma área in-tegrada composta por varanda gourmet, living, sala de jantar e home theater. Além disso, as áreas sociais estão preparadas com infraestru-tura para automação da iluminação, áudio e vídeo. Todos os apartamentos contam com hall privativo e laje com tratamento acústico que garante privacidade.

A área de lazer ficou sob responsabilidade do paisagista Marcelo Novaes, que foi pensada para criar ambientes de relaxamento e lazer. Destaque para o Wellness Center, que reúne piscina aquecida, espaço fitness, sala de mas-sagem e sauna com duchas.

Sob o aspecto da sustentabilidade, o Storia tem certificação AQUA, que atesta sua alta qualidade ambiental. Os futuros moradores terão vantagens como aquecimento solar na piscina coberta, que propicia economia direta de água e energia, gerando menos custos para o condomínio e maior valorização patrimonial ao longo do tempo.

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BRASIL IMPORTA EQUIPAMENTOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO E SE DESTACA NO RANKING MUNDIAL DE CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

MUITO ALÉM DO VERDE

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OBrasil é o quarto colocado no ranking LEED - sigla em inglês para “Liderança em Energia e Design Ambien-

tal”, principal selo de sustentabilidade do mundo, presente em 167 países. A certificação foi criada em 1993 pela United States Green Building Council (USGBC) para promover práticas de construções sustentáveis, em bases que vão muito além do cuidado com o meio ambiente.

“Os critérios levam em conta lo-calização, transporte, eficiência de consumo de água e energia, mate-riais usados na obra e no empreen-dimento em si, qualidade interna dos ambientes e adequação ao entorno”, explica a gerente de projetos e cer-tificações do Greenbuilding Brasil, Maíra Macedo.

Atualmente, o país tem 1.404 projetos registrados e 559 já certifica-dos pelo LEED, nas mais variadas ca-tegorias. O movimento, que começou com empreendimentos comerciais, se espalhou pelos residenciais e che-gou às obras públicas, com escolas, creche, estádios, museus e sede de prefeitura certificados.

“Percebemos um aumento expo-nencial no setor residencial, que hoje conta com 65 projetos registrados em dez estados e Distrito Federal, sendo 13 já certificados. Outro seg-mento que vem crescendo muito é a certificação específica para em-preendimentos autossuficientes em energia, com 23 projetos registrados e 9 certificados em 6 estados. Este cenário reforça o nosso otimismo nos avanços da construção sustentável, e a certeza de que estamos construindo nosso caminho em direção a um futu-ro próspero, saudável e igualitário”, comemora Maíra Macedo.

Expansão que se justifica por razões conceituais, mas também le-gais e financeiras, como explicam os principais agentes da construção civil no país. Na última década, os equi-pamentos que otimizam o uso dos recursos tiveram redução de custo, a avaliação para certificação, também.

“Há 10 anos, você gastava entre 4% e 6% a mais para fazer uma obra sustentável, contando equipamen-tos e o custo de certificação. Hoje a lei obriga a tomar várias atitudes – como descarte correto de lixo, uso

de madeira certificada e fonte auxi-liar limpa de energia. O custo extra de um empreendimento certificado é cerca de 2%, um valor rapidamente revertido pela economia de longo prazo”, explica Saulo Nunes, COO da Gafisa.

Eldorado Business TowerÚnico empreendimento no Brasil

a ganhar o selo Platinum da LEED na categoria C&S (Core & Shell), o Eldorado Business Tower segue como principal referência de sustentabilidade na Gafisa dez anos após a inauguração. A torre de 32 andares na esquina da avenida Rebouças com Marginal Pi-nheiros, em São Paulo, chama atenção pelas janelas de vidro serigrafado, uma escolha muito além da estética.

“Tudo o que existe de mais moder-no em termos de sustentabilidade está ali, a diferença é que hoje esses vidros são mais baratos e fáceis de importar. O material de alta performance dei-xa penetrar a claridade, mas barra o calor. Assim reduzimos a potência do ar condicionado, um custo imenso em um prédio onde cada andar tem 2.100 m² de área”, diz.

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Eldorado Business Tower

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A temperatura também sofre os efeitos positivos do teto verde e re-vestimentos claros, que reduzem as ilhas de calor. Some a isso um siste-ma predial 100% autônomo, onde iluminação e ar condicionados são reduzidos automaticamente nas áreas que estão sem uso fora do horário comercial, e a economia de energia chega a 18%.

“Esse é um dos maiores custos em torres comerciais deste porte, por isso o investimento vale a pena. No Eldorado ainda temos elevadores inteligentes, que otimizam as viagens e conseguem reverter uma parte da energia da fre-nagem, além de persianas automáticas, que controlam a entrada de radiação solar na fachada”, explica.

No estacionamento, 91 vagas pre-ferenciais são demarcadas para veícu-los movidos a combustíveis limpos, como álcool ou GNV, mas a ideia é que o carro seja a última opção. O prédio oferece bicicletário e vestiários para quem pedala, fácil acesso à esta-ção de metrô e passarela de integração ao Shopping Center Eldorado. Sim, tudo isso é sustentabilidade.

“A mobilidade é uma questão mui-to importante nas cidades grandes, por isso nossos empreendimentos co-merciais são sempre bem servidos por transporte público. Uma tendência é compartilhar vagas de garagem – os funcionários usam de segunda a sexta, no fim de semana o shopping ganha vagas extras”, explica Nunes.

Outra questão avaliada pela cer-tificação de sustentabilidade é o uso da água, um bem finito, preocupação mundial. No Eldorado, o sistema de retenção capta e filtra a água da chu-va, reutilizada para irrigação, lavagem de pisos e bacias sanitárias das áreas comuns. O excedente é devolvido à rede pública aos poucos, reduzindo os riscos de enchentes.

“Antigamente, o empreendi-mento só se preocupava em drenar a água da chuva para fora de seus muros, hoje isso não é suficiente. Além da economia de 33% com água potável, reduzimos o risco de enchente no entorno em época de chuvas fortes, um problema crítico de São Paulo”, reforça.

Shopping Parque da CidadeA mais nova referência de cons-

trução sustentável da capital paulista é o Complexo Parque da Cidade, certificado com o LEED Silver ca-tegoria ND, específica para bairros. Serão ao todo seis torres comerciais e duas residenciais em terreno de 83.500 metros quadrados, na zona sul da cidade. As duas primeiras en-tregas foram o hotel de luxo Four Seasons, em 2018, e o Shopping Parque da Cidade, inaugurado em maio último.

“Recuperamos uma área que estava degradada, toda orientação das torres foi desenvolvida em har-monia com a necessidade da região. O conjunto multiuso evita que as

“Recuperamos uma área que estava degradada, toda orientação das torres foi desenvolvida em harmonia com a necessidade da região”Francisco Pereira, diretor da Enashopp

Complexo Parque da Cidade terá ao todo 8 torres em 83.500 metros quadrados de terreno; ao lado, salas de cinema do empreendimento

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Vidros serigrafados do Eldorado Business Tower deixam passar a claridade, mas barram o calor

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veis. “É difícil calcular a margem, pois são muitas variáveis que influenciam no valor de um imóvel, mas vamos tomar um caso hipotético. Se fosse possível ter dois imóveis idênticos, com os mesmos recursos e a mesma metragem, no mesmo endereço, o cer-tificado teria um acréscimo de 5% a 7% no valor”, arrisca Saulo Nunes.

O cálculo tem por base a econo-mia de longo prazo, que já é consi-derada como vantagem inclusive nos imóveis residenciais. Um caminho sem volta, felizmente.

“Sustentabilidade não é opção, é obrigação. A conscientização está aumentando e a regulação nos leva nessa direção. Particularmente, acho que em dez anos nem vamos comentar que ‘este empreendimento é sustentável’, todos serão, não ha-verá outra maneira de construir”, diz Francisco Pereira.

6 ESTRATÉGIAS PARA UMA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

1 Otimizar o potencial do local: começa com a seleção adequada do local, o aproveitamento das condições naturais do terreno, as vias de acesso, meios

de transporte e serviços básicos do entorno.

2Otimizar o uso de energia: priorizar a iluminação e ventilação naturais, aumen-tar a eficiência e maximizar o uso de fontes renováveis, buscar alternativas de

geração de energia, como aquecedores solares e painéis fotovoltaicos, especificar sistemas e equipamentos mais eficientes no consumo de energia.

3Proteger e conservar a água: reduzir o consumo de água potável através da captação e uso de água pluvial, utilizar espécies nativas no paisagismo, além

do uso de equipamentos com tecnologias de racionalização de água, como metais, chuveiros e válvulas redutoras de vazão.

4Seleção de materiais e descarte de resíduos: devem ser priorizadas técnicas construtivas menos poluentes e com menor impacto ambiental, com materiais

certificados e renováveis; deve-se evitar o descarte incorreto, acompanhando a operação até em aterros sanitários.

5Qualidade ambiental interior: explorar luz natural, ventilação cruzada, controle de umidade e desempenho acústico, melhorar o conforto térmico e promover

vistas para o exterior são maneiras de impactar positivamente a saúde, conforto e produtividade dos ocupantes.

6Otimizar práticas operacionais e de manutenção: os sistemas selecionados devem ter longo ciclo de vida e manutenção simplificada, evitando produtos

químicos tóxicos. É importante que as estratégias empregadas nas fases de projeto e obra continuem funcionando ao longo do ciclo de vida do edifício.

17.007 NaçõesEm um terreno de 25.333 metros

quadrados pertencente à antiga fá-brica da Giroflex, a Tegra construiu um empreendimento de 205 mil me-tros quadrados entre a avenida das Nações Unidas e as ruas Dr. Rubens Gomes Bueno e Acari, na zona sul da capital paulista. O complexo “17.007 Nações” abriga 28 lajes corporativas, 200 salas comerciais, 5 subsolos e um mall externo com 24 lojas, com foco em economia de água e energia, e pre-servação da biodiversidade.

“Só as torres Alpha e Sigma, já entregues, somam quase 52 mil me-tros quadrados de vidros laminados de controle solar, o equivalente a sete campos de futebol. Recebemos no último dia 16 de agosto a certifica-do LEED Gold, na categoria Core & Shell”, comemora o diretor de incorporação da Tegra, João Mendes.

Um trabalho que começou com a despoluição do terreno, e incluiu o plantio de 500 novas mudas, entre o pátio interno e a calçada ao redor. Seguindo a demanda do plano diretor da cidade, de melhorar a conexão do eixo entre as avenidas Berrini e Chucri Zaidan, o empreendimento cria um espaço privado de uso públi-co, ao trocar o gradil por vegetação.

“O projeto de arquitetura paisa-gística baseia-se em dois conceitos: conectar o empreendimento com a cidade e a cidade com a vegetação. Por isso, resgatamos a vegetação pre-sente na região do Panamby e fizemos a conexão das ruas do entorno por dentro do empreendimento”, diz.

O uso de piso elevado permite ar-mazenamento de água de chuva, a ser tratada e utilizada para irrigação e descargas – uma economia de 45% no consumo de água potável. Além

pessoas precisem se locomover mui-to, o que já reduz a emissão e gases poluentes”, diz o superintendente do shopping e diretor da Enashopp, Francisco Pereira.

Ali o sistema de ar condicionado também sente a economia promovi-da por vidros com baixa absorção de calor, e um teto verde de 5 mil metros quadrados, que deve virar horta comunitária em breve. A água pluvial captada é tratada e reutili-zada para irrigação, limpeza e ba-cias, muito mais econômicas do que as tradicionais.

“Somos os primeiros no Brasil a usar o sistema de esgoto a vácuo, que utiliza apenas 1 litro de água para cada acionamento, contra 6 a 8 litros das descargas comuns”, diz.

Vácuo também é a palavra cha-ve no descarte de resíduos, o mais moderno da América Latina. Depois

de separado, o lixo é colocado em túneis subterrâneos e levado a 500 metros de distância, onde é coleta-do pelos caminhões da prefeitura. O processo evita a contaminação de funcionários e do solo com o arma-zenamento do lixo, mas ainda de-pende da colaboração dos usuários.

“Estamos com 75% da ocupação do shopping, principalmente público AB, aí vemos como a conscientiza-ção é deficitária em todas as classes sociais. Por enquanto, são os nossos funcionários que separam o lixo e colocam nos túneis certos, para evi-tar a contaminação e até quebra de equipamento. Já tivemos um teclado de computador colocado no lixo co-mum; só de conserto do equipamen-to gastamos R$ 30 mil”, diz.

Quem acompanha de perto o mer-cado garante que a certificação já é vantagem competitiva entre os imó-

de bicicletário, e vagas preferenciais para veículos eficientes, o empreendi-mento se compromete com a melho-ria do transporte público na região.

“Uma porção do terreno foi doada pela incorporadora para a construção da futura estação de trem da CPTM Linha 9 Esmeralda. São 2.300 metros quadrados de área, conectada ao co-mércio e ao verde”, completa.

Panorama ilustrado do Complexo Parque da Cidade

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EMPRESÁRIOS E AUTORIDADES SE REÚNEM PARA DISCUTIR A RECUPERAÇÃO ECONÔMICA, CENÁRIO ATUAL

DO SEGMENTO E AS CIDADES DO FUTURO

2º FÓRUM DO SETOR IMOBILIÁRIO E CONSTRUÇÃO

CIVIL DEBATE NOVO CICLO DO MERCADO

evento

OLIDE promove importantes debates sobre os principais desafios, oportunidades e tendên-cias do segmento no 2º Fórum do Setor Imobi-liário e Construção Civil, no hotel Hilton São

Paulo Morumbi. Com curadoria de Claudio Carvalho, sócio e vice-presidente executivo da Athié Wohnrath, o evento conta com a participação de Flávio Amary, secretário de Habitação do Estado de São Paulo; o chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan, especialistas e lideranças empresariais.

O fórum acontece em um momento de otimismo para o setor. Os financiamentos imobiliários com recursos provenientes das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) chegaram a R$ 6,7 bi-lhões em julho, aumento de 10,5% em relação ao mês anterior e de 36% ante julho de 2018, segundo dados da

Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliá-rio e Poupança (Abecip). Foi o melhor resultado mensal de empréstimos deste ano.

Sob o tema geral “O novo ciclo do mercado imobili-ário”, o encontro é dividido em três painéis. O primeiro debate as “Tendências Urbanas” e tem Rodrigo Abbud, sócio do VBI, fundo de investimento focado no mercado imobiliário, entre os expositores. Já o segundo painel “Fun-ding: novo ciclo de investimentos”, conta com a participa-ção de Jair Mahl, vice-presidente de habitação da Caixa.

A última parte do debate foca em “Cidades do futu-ro: revitalização urbana e desenvolvimento das grandes metrópoles”, sob o comando de Alexandre Allard, em-presário francês idealizador da Cidade Matarazzo, com moderação de José Paim de Andrade Júnior, fundador da MaxCap.

A primeira edição do Fórum, realizada em 2018GU

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TOPLANTAS EM PROFUSÃO, ORNAMENTOS QUE TRAZEM UMIDADE E FOLHAGENS

TROPICAIS ESTÃO ENTRE AS TENDÊNCIAS PARA APARTAMENTOS

REQUINTE NATURAL

paisagismo

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Há tempos, os jardins deixa-ram de ser exclusividade de quem vive em casas: mora-dores de apartamento tam-

bém têm investido em paisagismo para deixar a residência mais acon-chegante e moderna. Rayra Lyra, di-retora da J Lira Green Life, aponta alguns motivos para a disseminação dos jardins em apartamentos. “Ter plantas em casa refresca o ambien-te, e algumas pesquisas constatam que, com essas ornamentações, as pessoas se sentem mais relaxadas e acolhidas”. Caterina Poli, da Catê Poli Paisagismo, conta que a busca por vida dentro de casa, com a pre-sença de plantas e animais, se deve

à biofilia, um termo que diz respeito à necessidade humana de estar em contato com a natureza.

Confira, a seguir, algumas tendên-cias em paisagismo para apartamen-to, de acordo com as especialistas.

Natureza em excessoCaterina Poli lista a tendência

internacional das “urban jungles”, florestas urbanas, como uma das principais no Brasil hoje. “Vemos muita folhagem, muito verde e va-lorização de vegetação tropical, com um resgate da brasilidade.”

A valorização da natureza tam-bém vem com força, segundo Rayra Lyra. “Há uma busca por tudo que

for mais orgânico possível. Temos feito, por exemplo, jardins verticais com troncos de árvores que saíram da natureza. Depois de chuvas inten-sas colhemos troncos, fazemos um tratamento sobre eles e aplicamos.”Umidade e boas energias indoor

Conciliando beleza e utilidade, outra tendência é o paludário. Tra-ta-se de uma espécie de viveiro que agrega um jardim aquático e um terrestre. “As plantas ficam em um aquário aberto, liberando umidade para o ambiente. Confere um cheiro de terra molhada delicioso!”, conta a diretora da J Lira Green Life, que expôs uma montagem desse estilo na Casa Cor Rio de Janeiro 2019.

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paisagismo

A especialista nota, ainda, uma maior procura por plantas energi-zantes, que seriam capazes de harmo-nizar o ambiente – caso de espécies como espada-de-São-Jorge, bambu--da-sorte, lírio-da-paz e arruda.

Toques refinadosPara incrementar o ambiente,

as espécies vegetais ganham o com-plemento de vasos e revestimentos que podem sofisticar a decoração. “Há uma tendência de uso de vasos de vários modelos, mais opacos do que brilhantes. Além disso, o vaso vietnamita esmaltado ainda está em alta, assim como aqueles que imitam cimento ou concreto com uma fina-lização refinada”, diz Caterina Poli.

Outra tendência é o paludário. Trata-se de uma espécie de viveiro que agrega

um jardim aquático e um terrestre

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Nas varandas dos apartamentos, a paisagista observa que os vasos podem ganhar uma iluminação em LED, a fim de destacar a peça. Ou-tro item de sucesso nesses espaços é o painel verde, que, nas coberturas, aparece em projetos com painéis ri-pados de madeira ou metálicos.

Fácil manutençãoÉ fundamental que as plantas elei-

tas para a ornamentação do aparta-mento sejam de fácil manutenção. Nesse sentido, recomenda-se a con-tratação de um bom profissional de paisagismo, que tenha um olhar ca-paz de integrar planejamento, uma boa escolha de plantas, a iluminação e os revestimentos da casa.

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