setembro 2013

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EDIçãO 146 | AGOSTO | R$ 12,00 KAROL HISTER MARTHA BARROS E A INFâNCIA JUNTO DO PAI POETA EDIçãO 147 | SETEMBRO | R$ 12,00 É PRIMAVERA! UM ENSAIO FLORIDO NOVO FôLEGO à LITERATURA DE MS RIO DE JANEIRO DAS ARTES CONCORRA A UM SUPER VALE-COMPRAS FORUM. facebook.com/revistaagente PROMOÇÃO VÁLIDA ATÉ 30/09

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edição 146 | AGoSTo | R$ 12,00

KARoLHISTER

Martha Barros e a infância junto do pai poeta

edição 147 | SeTeMBRo | R$ 12,00

É PRIMAVERA!

uM ensaio florido

novo fôlego à literatura de Ms

rio de janeiro das artes

ConCoRRA A uM SuPER VAlE-CoMPRAS FoRuM.

facebook.com/revistaagentePRoMoção VálIdA ATÉ 30/09

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6 | SETEMBRO 2013

Se resistimos até aqui, ao frio e à secura, somos merecedores da primavera. Primeiro pelo frescor do editorial de moda fotografado dentro da estufa com mais de 15 mil espécies de orquídeas, no mais tradicional orquidário da cidade, o Osteto – família querida que recebeu a equipe da revista A Gente de braços abertos, contando impressionantes histórias dessa incrível planta, a cada pas-so que dávamos por lá. Segundo, pelo desabrochar de gente jovem e criativa, como a estilista de sapatos Pamella Magpali, uma garota sul-mato-grossense, atualmente radicada no RS, que criou os sapatinhos apaixonantes e super hype que conquistaram o Brasil via rede social. Para florir, precisa jogar a semente, e é isto que está acontecendo na literatura sul-mato-grossense neste segundo semestre, momento em que a cena recebe três projetos inéditos. A largada foi dada com a ilustre visita do escritor e roteirista Marçal Aquino para falar sobre literatura – nossa entrevista especial deste mês. E ainda, a primavera das artes no Rio de Janeiro, e budismo e tradição na Tailândia. Nesta edição, o sabor tam-bém é suave como a estação: creme de iogurte com frutas vermelhas da Dilma Figueiredo. Ficou com água na boca? Aproveite a leitura!

Equipe revista A Gente

diReToRA eXeCUTiVARosane Maia diReToRA CoMeRCiALelaine Atala

ediToRA de ARTe e PRoJeTo GRÁFiCoMarisa de Sena Nachif

ediToRA de TeXTo e CoNTeÚdoThais Pompêo - dRT 0001030/MS

ediToR de ModA e BeLeZALuiz Gugliatto RedAçãoThais Pompêo

Natália CharbelJulia de MirandaGabriela ostronoff

ReViSãoFernanda Giglio

FoToGRAFiA e TRATAMeNTo de iMAGeMLucas Possiede

eSTAGiÁRioSJosiane Paganini e Flávio Gutierrez

ASSiNATURA e diSTRiBUiçãoJanaina Correa

FiNANCeiRoSonia Croda

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ATiTUde∆ LiFeSTYLe 24 | CASA 84 | PeRFiL 120

LANçAMeNToS∆ SHoPPiNG 36

TeNdÊNCiA∆ BeLeZA 62 | NÉCeSSAiRe 64

CoMPoRTAMeNTo∆ ARTiGoS 98, 122, 124, 126 | MeMÓRiA 128

GeNTe∆ eSPeCiAL 18 | ACoNTeCeU 134

BeM-eSTAR∆ FiTNeSS 66 | SAÚde 72 | NUTRição 76 | ZeN 90

eLA | KARoL HiSTeR∆ CAPA | 50

ediToRiAL∆ ModA 50 | eNdeReçoS 132

CULTURA∆ AGeNdA 110 | diCAS 28, 30, 32

deLÍCiAS∆ GASTRoNoMiA 80 | KidS 94 | TeeN 95

PRAZeR∆ PeLo MUNdo 34 | ViAGeM 112

FALe CoM A GeNTeR. doutor Zerbine, 37CeP 79040-040Chácara Cachoeira 67 3322 [email protected]

[email protected] 3322 7400

[email protected]

BANCASAeroportoitanhangá ParkLetras du Café - BrilhanteLetras du Café - Jd. dos estadosLetras du Café - TamandaréLetras du Café - YpêLetras du Café - ZahranPão BentoPão e TalShopping Campo GrandeSanta Fé (Av. Mato Grosso - Loja Anita e Av. Afonso Pena - Posto Tereré)

Foto | Alexis PrappasKarol Hister veste camisa Forum, brinco folhas

e bracelete tressè acervo

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8 | SETEMBRO 2013

Que linda a capa desta edição de agosto! e linda também está a matéria com a filha do Manoel de Barros, a artista Martha Barros. Parabéns! A revista A Gente me impressiona a cada mês!Um abraço carinhoso,

Luciano Amaral

A receita deste mês foi super sofisticada e me deu água na boca. Tanto que fui correndo

comprar os ingredientes para tentar em casa. Agora posso dizer que o Carré de Cordeiro com Risoto de Figo fica mesmo uma delícia!Laura Silva

Adoro bares e adorei as dicas dos botecos históricos da cidade. É muito bom poder sair da Afonso Pena para tomar uma. Carla Peixoto

LeiToR

CoLABoRAdoReS

Yasuko Hama

editora da Bigblue Production em Bangkok, Yasuko Hama é metade tailandesa, metade japonesa e apaixonada por gatos. estudou arte e design em Londres e foi nossa correspondente do outro lado do mundo para a editoria de viagem, na reportagem “Tailândia real”.

Júlia Aissa

Júlia Aissa é graduada em dança pela Unicamp e atuou como bailarina da Ginga Cia de dança e no Conectivo Corpomancia até 2010. Atual-mente é produtora cultural e coordena o núcleo de dança da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Nesta edição, Júlia foi nossa envia-da especial para entrevistar o ator Felipe Rocha, para as páginas de cultura.

Laura Zúñiga

Formada em Letras, a jornalista de moda e tradutora Laura Zúñiga mo-rou seis anos em Londres. Foi lá que seu coração caiu de amores pelo mundo da moda. Teve a chance de trabalhar em várias London Fashion Weeks, além de ter sido correspondente do Caderno ela e colaboradora da Harper’s Bazaar Brasil. Fresquinha da viagem, ela está no Rio para ver o que a carioca tem e conta tudo na editoria Pelo Mundo.

@GeNTe on

AQuI

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+ de VoCÊ

Participe da nossa revista e dê sua opinião. Comente as reportagens e mande suas sugestões de [email protected]

Erramos na edição de agosto:

• Na coluna Zoom no Mercado a foto e depoimento da campanha da Azul Linhas Aéreas são do gerente de propaganda Dilson J. Gonçalvez; • A autora do texto de viagem, Colômbia, é Lydia Leon;• Na página Trendy, em Moda, erramos nos créditos dos brincos. 1- ASOS; 2- VR bijoux; 3- Claudia Arbex p/ Lool; 4- Mercado Livre; 5- Roberto Cavalli; 6- Zhenga; 7- Bela Jóia p/ Elo7; 8- TopShop - Preços sob consulta

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FeSTiVAL de ARTe e TeCNoLoGiA FAT 5.0

Vídeo-instalações, vídeo-mapping, 3d... No século XXi, a tecnologia influencia diretamente a arte. o im-pacto vem criando cada vez mais – e mais rápido – novas linguagens e formatos. Mas como e para que utilizar tais tecnologias? Qual o melhor formato para comunicar uma mensagem? e mais, como toda essa tecnologia tem interferido na sociedade? Perguntas que serão debatidas durante o FAT 5.0, Festival de Arte e Tecnologia, entre os dias 24 e 26 de setembro, lá na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Paralelo ao festival rola mostra de arte e tecnologia. www.fat.ufms.br

eXTRASFotos | divulgação

iARA ReNNÓ e BiXiGA 70

Nomes da música autoral do Brasil que misturam rit-mos e estilos chegam à cidade em setembro pela curadoria do Sesc encena. No dia 17, tem iara Ren-nó, acompanhada de Ricardo dias Gomes nos sin-tetizadores e Leo Monteiro na bateria, trazendo seu novo show Reluxx Cabaret, com um repertório inédi-to com produção de Moreno Veloso. Nos dias 26 e 27, tem o som instrumental da rapaziada do Bixiga 70, a big band paulistana que faz uma leitura de rit-mos seculares existentes entre o Brasil e o continente africano. os dois eventos rolam no Teatro Prosa, no Sesc Horto, às 20h.

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iNSTRUMeNTAL e eXPeRiMeNTAL

durante o ano tem acontecido mensalmente a série de con-certos “Shanti Yoga Studio”, dos músicos Nola Pompeo e Chi-co Simão. o duo instrumental utiliza tambores e instrumentos de cordas em sessões de música experimental em forma de improviso. em setembro as apresentações acontecem nos dias 27, 28 e 29 no Shanti Studio. www.ventobomprodutora.com.br

CG No HoTSPoT

Lívia Tosta Albuquerque é estudante de moda, publicitária e maquiadora. Além de tudo isso, arrumou tempo para partici-par de um dos concursos mais badalados e que despontam talentos no Brasil, o Movimento Hotspot, em SP. Na curadoria, só gente de peso: Alexandre Herchcovitch, Bob Wolfenson, duda Molinos e por aí vai... e não é que Lívia, que concorreu na categoria beleza, ficou entre as 3 finalistas com o projeto “A Maquiagem Transforma”. Vida longa à maquiadora!

CANçõeS, SiMPLeSMeNTe CANçõeS

depois de rodar o interior do estado divulgando seu novo ál-bum “Canções, simplesmente canções”, Paulinho Simões se-gue pra Sampa para iniciar a divulgação nacional. Começa muito bem no Bourbon Street, dia 24, uma das casas de es-petáculo mais respeitáveis de São Paulo. o show contará com a presença de alguns dos artistas que participaram da gra-vação do disco, como Almir e Rodrigo Sater e Antônio Porto.

dUBVeRSão

CG recebe pela primeira vez um dos principais nomes do Sound System no país: o dubversão Sistema de Som. o pri-meiro Sound System da região sudeste é capitaneado pelo selecta e operador de som YeLLoW-P, que promete um baile com muito reggae e suas mais variadas vertentes (roots, dub e dancehall). Quem foi na Virada Cultural de SP este ano apro-vou a animação. No Rockers Bar, dia 14/09 a partir das 23h.

ReGioNAL ∆

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NACioNAL ∆

MeU BeM, de BeATRiZ MiLHAZeS

depois de mais de dez anos sem expor no Rio de Janeiro, a carioca Beatriz Milhazes ganha uma retrospectiva, com mais de 60 obras – um conjunto dos trabalhos mais marcantes da artista desde o final dos anos 80, chamada de Meu Bem. Atualmente, ela e Adriana Vare-jão representam as artistas brasileiras mais valorizadas no mercado. Ainda este ano, Beatriz Milhazes ganhará uma edição de luxo da edi-tora Taschen e, em 2014, segue para sua primeira mostra itinerante por museus norte-americanos. Meu Bem começou no final de agosto e segue até 27 de outubro no Paço imperial, no Rio de Janeiro.

PARATY eM FoCo

Chamada de extremos, a 9ª edição do Festival internacional de Fotografia, o Paraty em Foco, provoca e radicaliza, viaja a espaços distantes para apresentar uma proposta visual que aproxime os espectadores de histórias longínquas, formas di-ferentes de ver e olhar (um tema que conversa bem com o Gênesis, aplaudido trabalho de Sebastião Salgado). durante o evento, debates, workshops e exposições ao ar livre, junto com ocupações temporárias, projeções multimídia e interven-ções. entre os dias 18 e 22 de setembro no bucólico balneário de Paraty, RJ.

RoCK iN Rio

Setembro é mês de rock, bebê. Florence and The Machine, Mallu Maga-lhães, Kimbra, iron Maiden, Metallica, Sepultura, e ainda os best sellers Beyoncé e Bon Jovi e muito, muito mais na programação do Rock in Rio. o festival acontece durante dois finais de semana, nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro, no Rio.

RoN CARTeR eM SP

o contrabaixista de Miles davis, Ron Carter, voltará ao Brasil em setembro. o músico que se apresentou no país ano passado vem para fazer duas apresen-tações nos dias 24 e 25 de setembro, na casa de shows Tom Jazz, em São Paulo. Fino!

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“Não eXiSTe NeNHUM eSCRiToR PRoNTo”

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eSPeCiAL ∆

Texto | Thais PompêoFotos | Lucas Possiede e divulgação

Na semana mais fria do ano, o Auditório do Museu da Imagem e do Som teve a sala lotada para ouvir Marçal Aquino, jornalista, escritor e roteirista de filmes como: “Os Matadores”, “O Invasor” e “Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios”. O evento aconteceu durante o Primeiro Encontro de Literatura do Mato Grosso do Sul (Literasul), e o sucesso se deu certamente mais pela sua popularidade como roteirista de cinema do que como escritor. E foi justamente sobre a adaptação da literatura para o cinema que ele falou.

No dia seguinte à palestra, vestindo calça jeans e jaqueta de couro, Marçal estava sentado em uma cadeira larga e con-fortável em frente à porta de entrada do hotel. Parecia obser-var as pessoas que ali passavam como se fossem areia que escorre de uma ampulheta. Foi quando a equipe da revista chegou, cerca de 15 minutos atrasada, e foi assaltada por um olhar fulminante do escritor: por pouco não havia acabado o tempo contado a conta-gotas. Após alguns pedidos sinceros de desculpa a entrevista começou, e logo o olhar duro foi per-dendo a força. A entrevista transformou-se em uma conversa generosa de mais de uma hora sobre o fazer literário.

Ao contrário da atitude comum de entrevistados já consagra-dos, Marçal está inteiro na conversa, com olhos curiosos e os ouvidos atentos. enquanto relembra seu início de carreira no Jornal da Tarde, quando era repórter da editoria policial, percebe-se que ele sempre fora assim. Teve a sorte de ter um editor que lhe pedia para criar climas, narrar novelinhas, descrevendo as cenas dos crimes a serem publicados.

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Com o tempo, os casos policiais começaram a saltar da rea-lidade e a aparecer na sua literatura. Tanto que “os Matado-res”, livro que rendeu o filme que o tirou do anonimato, surgiu de uma reportagem que ele fez em Ponta Porã: “Ali, a tensão era clara. e eu fiquei surpreso ao descobrir que o matador no Brasil não tinha nada a ver com aquela imagem do Tom Cruise de terno, dos filmes americanos. Aqui, o bandido usa shorts e havaina”, conta Marçal, ainda surpreso.

o livro virou filme nas mãos do diretor Beto Brant em 1997, e catapultou à fama os dois jovens estreantes. A parceria segue afinada e rende ótimos frutos até hoje, como o último filme do diretor, “eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lá-bios” (2012), livro e roteiro adaptado de Marçal. É dele ainda o texto do longa “Cabeça a Prêmio” (2009), que foi rodado em CG e narra também questões de fronteira; sem falar de outras dezenas de trabalhos, inclusive com outros diretores, como Heitor dhalia, em “o Cheiro do Ralo” (2006).

Sem ter do que reclamar da vida, na literatura ou no cinema, o escritor foi contratado pela Globo, numa época em que a emissora tem investido nos principais autores da atualidade: Antônio Prata, Fernando Bonassi, Bráulio Mantovani, para ci-tar alguns. Sobre tudo isso, e principalmente sobre o fazer literário, você lê na entrevista ao lado:

a gente – Você começou como jornalista mas sempre esteve ligado à literatura, depois se envolveu em cinema e agora está na televisão. Como aconteceu tudo isso?

Marçal Aquino – Eu tive muita felicidade em todos os meios em que transitei. Nunca pensei em escrever para o cinema... Eu sempre dizia que em matéria de profissão economicamen-te inviável, já bastava a literatura (risos), que eu não ia me me-ter com uma coisa cara, que custa milhões, como o cinema. Eu pensava em ficar próximo das coisas que dependiam só de mim, a literatura só depende de mim. Acabei indo para a tv com 50 anos, quando eu já tinha uma boa experiência como roteirista. E tv é aquela coisa louca, você sabe para quem está escrevendo, por faixa etária, sexo etc, e isso é magnífico e desafiador. Meu primeiro trabalho na Globo foi o “Força Ta-refa” e agora estamos criando, eu e o Fernando Bonassi, um novo seriado que ainda não tem nome, estamos fechando os roteiros. A série vai ser gravada a partir de novembro, terá o Cauã Reymond no elenco, e vai ao ar em abril do ano que vem. Hoje trabalho como roteirista profissional. O que era uma brincadeira com o (cineasta) Beto Brant virou meu ganha-pão, larguei o jornalismo...

a gente – escrever literatura, cinema e televisão são coisas absolutamente diferentes, não é mesmo?

Marçal Aquino – A literatura é algo muito mais íntimo, é aquele lugar onde você fica sozinho, com seus personagens. Agora, imagina, no roteiro, eu trabalho com o parceiro o tempo todo do lado, e todo mundo vai mexer no texto depois de pronto, dar sua contribuição. A literatura, sim, é aquele lugar isolado, aquela coisa até romântica, imagina – meus livros, literatura, eu escrevo à mão. Eu tenho todos os meus livros escritos em cadernos. E eu acho que faço isso um pouco para separar uma coisa da outra. Me parece algo muito mais íntimo. A lite-ratura fica em um lugar muito próprio, muito particular, exige um recolhimento para que você consiga chegar naquele lugar dela, aquele território em que você vê as histórias, os perso-nagens, e para você eles são reais. O Beto Brant diz que, ao escrever à mão, eu consigo ver as coisas que estão na minha frente em câmera lenta (risos). Porque, claro, existe até uma velocidade diferente.

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ag - Na palestra, você falou que investiga muito a história dentro da imaginação, no processo de escrever ficção. Como é isso?

Ma - o processo é parecido com o do jornalismo. Quando você começa a escrever literatura, você está dentro daquele universo. Por exemplo, agora eu estou escrevendo um livro, um romance, um texto longo. Nos momentos de escrita, o au-tor é modificado pelo texto. Como eu não tenho nada esque-matizado, não sei o que vai acontecer em cada parágrafo, eu entro naquilo, eu vou me contar aquela história, como se ela estivesse ali esperando para ser contada. e a partir do momento em que se começa a escrever, entra em ação uma lógica implacável, até o mundo real conspira. Já aconteceram diversas situações em que eu estava procurando alguma coi-sa e ao olhar para o real eu esbarrei nessa coisa e, no entanto, ela sempre esteve lá. eu acho que a literatura tem a ver com você se colocar à disposição dela, sem pressa. o autor deve estar preparado e se colocar com humildade diante de uma história que ele não conhece, que não sabe o que é, que não sabe se vai dar certo. Porque em literatura, você não tem certezas.

ag – estamos falando aqui de uma coisa meio mágica. Mas como você equilibra a intuição e a racionalidade na hora de contar uma história?

Ma – o segredo é tentar colocar no papel alguma coisa que te satisfaça. daí entra em campo, sim, a intuição, porque se-não você não entraria naquele lugar – o bilhete de entrada é a intuição, daquele lugar com seres estranhos, para ver o que eles estão fazendo. Para descrever isso, obviamente, vou me valer da técnica, e não tem como escapar porque trata-se de um trabalho de escrita, tem linguagem na jogada. e como isso é feito? É feito da seguinte forma: atrás de mim estão todos os livros que eu li, todos os autores que eu gostei. É aquele negó-cio, escrever um livro é criar uma história que você gostaria de ler. Claro que também é a história do burrinho com a cenoura, você nunca consegue chegar lá... (risos).

ag – Aqui no estado, ainda temos poucos romancistas. o que você diria para os nossos escritores e futuros escritores?

Ma – eu não acredito em regionalismo. eu acredito que as pessoas têm que perseverar. eu me lembro de um conselho que o Rubem Fonseca me deu, quando eu estava bem no começo. ele disse: ninguém pode lhe impedir de ser escritor, a não ser você mesmo. Mas tem um detalhe, você tem que ser escritor todos os dias. Tem que perseverar. Porque tem o problema em si da escrita – isso se você não é um banana que escreve qualquer coisa e acha genial – vejo muito isso na internet... e detalhe, você não vai ter certeza do que está fazendo: vai lhe assaltar, de vez em quando, a triste sensa-ção de que você está perdendo tempo. É bom que você não desista... outro ponto importante é a ilusão de que vai ficar fácil com o tempo. Por isso o Rubem Fonseca falava: tem que acreditar nisso todos os dias. Mesmo que seja secreto, que seus vizinhos não saibam. Com meu irmão foi assim, quando ele leu o meu livro ficou espantado porque provavelmente ele achava que conhecia tudo de mim, mas é um erro grande achar que você esgota o outro. A verdade, triste, às vezes, é que você não conhece nem a si mesmo... existe um universo, existem camadas dentro da gente que a gente mesmo não conhece, imagine no outro. o escritor tem que ter curiosidade pelo outro, tem que ter atenção no mundo. Não pode achar que ele prescinde do outro. o outro é material da história dele, tem que estar pronto para isso. e tem que ler, porque os livros te deixam inquieto a tal ponto que você quer contar a sua his-tória, e é aí que o cara se transforma.

ag – Você sofre com o livro, ou para você um livro é apenas um livro?

Ma – Claro que sofro. Um livro nunca é só um livro. Um livro é uma vida, o poder da experiência humana concentrada nas páginas de um livro. eu já parei de ler um livro porque esta-va exigindo muito de mim, uma experiência emocional muito grande. imagina, não é só um livro – talvez um livro ruim (ri-sos)... Mas o que é um livro ruim para mim, talvez não seja para outra pessoa... existe uma grande mágica nisso tudo, ela é infindável e perene... É apenas um ser humano comu-nicando experiências para outros seres humanos e fazendo parte desse mistério todo que está nos livros e fora dos livros também. ∆

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“As coisas mudaram quando eu conhe-ci os livros africanos. Não havia muitos deles disponíveis, não eram tão fáceis de encontrar como os livros estrangeiros. Mas, por causa de escritoras como Chi-nua Achebe e Camara Laye aconteceu uma mudança na minha percepção do que era literatura para mim. Eu per-cebi que pessoas como eu, garotas com pele de cor chocolate, de cabelo crespo que não formam rabo-de-cavalo tam-bém existiam nos livros. Foi quando eu comecei a escrever sobre as coisas que eu reconhecia ao meu redor. Me salvou de ter uma única história do que são os livros”

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NoVo FôLeGo à LiTeRATURA do eSTAdo

Na abertura do Literasul, o Primeiro encontro estadual de Li-teratura de MS, que trouxe Marçal Aquino para a cidade, na penumbra da sala do teatro Aracy Balabanian apareciam, às dezenas, pontinhos brancos espalhados por todo o ambiente. eram cabeças grisalhas que esclareciam a faixa etária pre-dominante. A cena levantou uma pergunta: onde estavam os jovens escritores ou jovens curiosos de literatura? Por que não eram maioria? Não se sabe. o que se sabe é que quem este-ve no evento e entregou seus livros à Menalton Braff, um dos escritores palestrantes, foi lido e citado na semana seguinte no eixo Rio-SP. Braff escreveu um texto com o seguinte título na respeitável Carta Capital on-line: “Fora do eixo, apesar da ideia de que pouco se faz fora de São Paulo e Rio, Porto Ale-gre, Curitiba, Belém e Campo Grande têm produção literária intensa”. Foi generoso com nossa produção literária, e cutu-cou a curiosidade de quem não conhece a movimentação do vasto Brasil. Louvável.

Além do Literasul, que aconteceu no final de julho, o segun-do semestre segue com uma boa injeção de fôlego na cena literária com outros três projetos, também inéditos por aqui: o XXiV Congresso internacional da Abraplip (Associação Brasi-leira de Professores de Literatura Portuguesa), que acontece

pela primeira vez em Campo Grande entre os dias 20 e 25 de outubro; o projeto “Conhecendo Nossos escritores”, da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, que busca popula-rizar e aproximar leitores e autores regionais – Theresa Hilcar e Abílio Leite de Barros já estiveram em escolas da cidade apresentando as histórias narradas em Mato Grosso do Sul; e ainda, o Arrebol Coletivo Literário, organizado por Luciano Se-rafim e Fernanda ebling, de dourados, que tem a bela propos-ta de renovação da literatura em MS, “de publicar gente nova e demarcar um território, mostrando a diversidade do que tem sido produzido ultimamente no nosso estado, e o mais baca-na: fugindo ao máximo da tríade temática tereré-índio-bois”, explica Serafim. Quatro livros publicados pelo coletivo estão prontos para serem colocados na praça, agora em setem-bro: Rabiscos que sufocam: palavras perdidas entre fumaça, whisky, sexo e solidão, contos de Nanda ebling; Na fronteira, romance de Wilson Rodrigues; o medo noturno, poemas de edy Salis Leite e Raiz transeunte, poemas de Luciano Serafim. estes e os próximos livros serão comercializados pela página Arrebol Coletivo, no facebook, a partir de 15 de setembro.

Um momento muito especial para garantir a polifonia de vo-zes, pontos de vista e momentos históricos dentro dos livros. e o mais importante: criar novos arquétipos. Somos um estado jovem, com uma cultura composta de muitas e variadas his-tórias sobrepostas. em um paralelo com o que viveu a escri-tora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie quando descobriu autores locais africanos, é que sem literatura, (nós, sul-mato--grossenses) corremos o risco de cair na armadilha do que ela chamou de, “o perigo de uma única história”. em sua famosa palestra no portal Ted - ideas Worth Spreading, a escritora conta: “As coisas mudaram quando eu conheci os livros afri-canos. Não havia muitos deles disponíveis, não eram tão fá-ceis de encontrar como os livros estrangeiros. Mas, por causa de duas escritoras africanas (Chinua Achebe e Camara Laye) aconteceu uma mudança na minha percepção do que era li-teratura. eu percebi que pessoas como eu, garotas com pele de cor chocolate, de cabelo crespo que não formam rabo-de--cavalo, também existiam nos livros. Foi quando eu comecei a escrever sobre as coisas que eu reconhecia ao meu redor. Me salvou de ter uma única história sobre o que falam os livros, ou do que somos nós, os nigerianos”. em outras palavras, a identificação injeta autoestima que floresce na cultura, que desemboca nos livros. Um ciclo virtuoso. ∆

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“As coisas mudaram quando eu conhe-ci os livros africanos. Não havia muitos deles disponíveis, não eram tão fáceis de encontrar como os livros estrangeiros. Mas, por causa de escritoras como Chi-nua Achebe e Camara Laye aconteceu uma mudança na minha percepção do que era literatura para mim. Eu per-cebi que pessoas como eu, garotas com pele de cor chocolate, de cabelo crespo que não formam rabo-de-cavalo tam-bém existiam nos livros. Foi quando eu comecei a escrever sobre as coisas que eu reconhecia ao meu redor. Me salvou de ter uma única história do que são os livros”

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Lais LunaRdOn

Texto | Josiane PaganiniFotos | Lucas Possiede

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SETEMBRO 2013 | 25

LiFeSTYLe ∆

Suas dicas de saúde e bem estar são bastante populares no instagram. e o mais legal: o estilo de vida saudável que a nutricionista Lais Lunardon prega, não é apenas para inglês ver. Além de tomar conta da sua empresa, a Alimentar dietas, que serve refeições light, Lais é daquelas que sempre encontra tempo para cozinhar e praticar esportes. entre os favoritos estão andar de bicicleta, patins, slackline... “Acordo muito cedo, umas 5 da manhã, e vou pra academia, vou para o trabalho, e ainda pratico mais alguma atividade física quando chego. Sou muito agitada, estou sempre pronta para um esporte novo”.

Lais não vive sem seus alimentos saudáveis, sempre pesquisando novas receitas. “Adoro cozinhar. Sempre que vejo um prato novo tento copiar em casa, ou refazê-lo de um jeito mais light. Sou tão chata com a minha alimentação que quando vou viajar costumo levar minha própria comida, mas no final sempre acaba sobrando. Acho que levo muita”, brinca ela.

Profissão: Nutricionista e empresária. Férias inesquecíveis: Trancoso. Em alta: Saúde. O que está lendo: “Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra”, de Mia Couto. Música que não sai do seu playlist: No momento ouço muito Curumim. Um filme: “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Sempre à mão: Água. Não vivo sem: Meus animais de estimação, Raz, Salomão e Nina. Projeto do momento: Meus coquetéis saudáveis. Um sabor: Do fresco, do recém colhido. Esporte: Musculação, patins e bicicleta. Refúgio: Bonito. Melhor de Campo Grande: O céu, o sol, os tucanos, as araras...

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MarceloREBuá

Texto | Josiane PaganiniFotos | Lucas Possiede

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SETEMBRO 2013 | 27

LiFeSTYLe ∆

Além de estar sempre praticando esporte, Marcelo também gosta de acompanhar tudo pela tv, principalmente quando é jogo do Corinthians. “É sagrado reunir meus amigos em casa para assistir ao jogo. Enquanto a bola estiver rolando só entra corinthiano na sala”, brinca.

Sempre que pode, o advogado trabalhista Marcelo Rebuá deixa os papéis e os processos para se dedicar ao esporte. Já foi de Campo Grande para Bonito pedalando e explorou, com stand up paddle, os rios que cortam as cidades de Piraputanga, Bonito e Jardim. “Meu próximo projeto é remar nos rios da região do Pantanal”.

Profissão: Advogado. Férias inesquecíveis: Japão e Austrália. Em alta: Serviços de consultoria empresarial na área de prevenção e minimização de riscos trabalhistas. O que está lendo: Morte Súbita – J. K. Rowling. Música que não sai do seu playlist: Burning – The Whitest Boy Alive. Um filme: A Clockwork Orange – Stanley Kubrick. Sempre à mão: Agenda de trabalho. Não vivo sem: Viajar. Projeto do momento: Mobiliar a casa nova. Um sabor: Marítimo. Esporte: Stand up paddle. Refúgio: Bonito/MS. Melhor de Campo Grande: Os finais de semana de sol.

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irJúlia de Miranda

pj harvey – uh huh her (2004)“Uh Huh Her”, o sexto disco da cantora inglesa ícone do rock nos anos 90, foi lan-çado em 2004 com boa aceitação do público e crítica. está longe de ser um dos melhores trabalhos da artista, porém tem sua importância. PJ escreveu, gravou, produziu e tocou todos os instrumentos do álbum, exceto a bateria. Foi também com essa turnê que a musa apareceu no Brasil e fez um show com ingressos esgotados no extinto Tim Festival em São Paulo. Magra, miúda e de natureza tímida, PJ se transforma num furacão quando canta. Ruidoso, o disco é marcado por melodias melancólicas e agressivas. Com 14 faixas, os destaques vão para a direta “Shame”, “The Letter”, que virou o hit do disco, “Cat on the Wall” e a obs-cura canção de amor “it’s you”. Um disco que se fosse de qualquer outro artista passaria despercebido, mas como é da PJ Harvey é transformado em produto de qualidade. Se tiver o nome dela merece prestígio, ela não erra.

racionais Mcs – soBrevivendo no inferno ( 1997)o Racionais MCs é considerado por muitos o melhor grupo artístico em atividade no país. Não é para menos, o currículo deles é repleto de bons discos, prêmios e letras de rap carregadas com o sentimento da periferia. o lendário e formador de opinião Mano Brown, juntamente com edi Rock, ice Blue e KL Jay, formou o Racionais MCs no final dos anos 80 na periferia de São Paulo, com o intuito de falar, numa linguagem direta, sobre os problemas que enfrentavam na correria dos dias. em 1997 lançaram “Sobrevivendo no inferno”, o quarto disco da carrei-ra, lançado no formato de Cd e LP, e até hoje o álbum é procurado. As 12 faixas são histórias cantadas que valem o play. destaque para o clássico “diário de um detento”, videoclipe premiado e muito tocado na MTV Brasil, “Jorge da Capadó-cia”, versão do Jorge Ben Jor, “Capítulo 4, Versículo 3”, “Fórmula Mágica da Paz” e “Mágico de oz”.

sixto rodriguez – cold fact (1970)ok, de primeira você pode até dizer que não conhece o trabalho do Sixto Rodri-guez, mas se começar a tocar “Sugar Man”, vai dizer “Ah já ouvi essa música”, e poderá até chutar que foi em algum filme do Tarantino. Sixto díaz Rodríguez nas-ceu em detroit, nos eUA, e faz um som que vai na linha do folk-rock, e soa bem mais legal que Bob dylan. Cold Fact é um disco quente, lançado em 1970, por um músico que tem uma história incrível. Vamos a ela: Sixto lançou apenas 2 discos que não fizeram muito sucesso nos eUA e ficou no anonimato por muito tempo no país. o que ele não imaginava é que um pouquinho distante dali, na África do Sul, sua obra era cultuada e influente (suas canções embalaram a luta contra o apartheid), e o mais bizarro é que por lá existia um papo que o cantor tinha se suicidado. Foi então que, na década de 1990, dois fãs de Rodriguez começaram uma busca pelo ídolo e, sim, eles encontraram uma bela surpresa. Tudo isso é mostrado no excelente documentário “Searching for Sugar Man”, que ganhou mui-tos prêmios incluindo o oscar 2013. Hoje com 73 anos, Sixto ganhou os holofotes e o merecido reconhecimento mundial. ∆

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O sonho é seu, o cenário é por nossa conta.

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Não sou um dos maiores leitores de literatura policial. Na verdade, ela nunca me agradou, mas reconheço que fi-quei um tanto quanto curioso quando fiquei sabendo que J. K. Rowling, aquela que escreveu Harry Potter, foi desmas-carada um tempinho atrás. ela utilizou o pseudônimo Robert Galbraith para escrever Cuckoo’s Calling (ed. Rocco, lança-mento previsto no Brasil para novembro). Como a tradução literal do título é muito estranha (o chamado do Cuco), vai ser preciso esperar um pouco mais para sabermos qual será o título em português, mas já coloque o nome do autor na lista de desejos.A investigação sobre o real autor – ainda estamos falando da realidade e não do livro – começou quando o jornal britâni-co Sunday Times publicou uma resenha elogiando a obra e comparando Galbraith a outros grandes escritores. isso fez com que se duvidasse que um iniciante, no caso Robert Galbraith, pudesse escrever tão bem. Um repórter então pro-curou um professor de ciências da computação que trabalha com um software, o qual reconhece a autoria de um trabalho. ou seja, o repórter virou um detetive para descobrir quem es-creveu o livro de detetive. Assim chegaram a J. K. Rowling. Fiquei surpreso em dobro. Primeiro com a história acima e também com a história do livro. o livro flui muito rápido. É in-teressante, não dá vontade de parar. Cuckoo’s Calling conta a história de uma modelo que se joga do seu prédio e o seu irmão, não satisfeito com a ideia do suicídio – proposta pela polícia e pelas evidências –, contrata o detetive Cormoran Strike para investigar o fato. o que mais chama a atenção – e que há muito eu não via em literatura atual – é a profundidade dos personagens e a riqueza de detalhes sem ser prolixa ou hiper-realista. dizem que os direitos autorais já foram vendi-

dos para Hollywood, mas, como sempre são, não me causa surpresa.

outro escritor que sempre vende os direitos autorais é o dan Brown. Parece que com inferno (Arqueiro, R$ 29,90) não vai ser diferente. Como sempre, a mistura suspense-cultural pro-picia algumas horas de diversão. A obra ganha esse nome porque o famosíssimo simbologista Robert Langdon (um per-sonagem – gostem ou não – impossível de não associar com o Tom Hanks) precisa resolver um enigma relacionado à obra--prima literária inferno (parte da divina Comédia). e é claro que dan Brown segue a receita que tem feito sucesso em seus livros: a) haverá muita emoção; b) a história terá como cenários pontos turísticos muito conhecidos (agora mais uma vez a itália); e c) ele encontrará uma parceira linda para ajudar a decifrar o enigma.

o nome do próximo livro não carrega a carga pesada de infer-no, ao contrário, remete à pureza, ao início. Gênesis (Taschen, R$ 199,90), de Sebastião Salgado, é um livro que traz fotos que buscam um planeta em seu estado primitivo. Como o pró-prio autor disse, ele queria fazer uma homenagem ao planeta. e fez. desde a capa, no Alasca, mostrando um ambiente in-tocado, até os icebergs com mais de 50 mil anos, descritos como castelos, ele passa por praticamente o mundo todo e divide seus capítulos geograficamente em cinco: Planeta do Sul, Santuários, África, espaços do Norte, Amazônia e Panta-nal. As fotografias de Salgado anulam o ditado “uma imagem vale mais que mil palavras”. Uma fotografia de Gênesis nunca poderá ser descrita em palavras. independente de quantas palavras forem. Boa leitura. ∆

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“apenas o vento” (just the Wind), de Benedek fliegaufBaseado em uma série real de assassinatos que custaram a vida de oito pessoas em menos de um ano, o diretor Fliegauf retrata a atmosfera de uma comunidade cigana que vive dias de medo e paranoia, criando a sensação de viver em um esta-do rotineiro de ansiedade antes do fim quase inevitável. Nesta história, os criminosos fugiram e ninguém diz saber quem teria cometido o crime. É um drama que enfoca os efeitos angus-tiantes dos crimes de ódio sem nunca fazer uma declaração política social. No entanto, seu objetivo de permanecer ape-nas na dramatização não é levado em conta quando se le-vantam questões importantes sobre essa forma de racismo. o filme traz os personagens centrais quase como fantasmas, revelando como são invisíveis para o mundo que os rodeia e enfatizando os grupos étnicos negligenciados por qualquer status social. Apenas o Vento é uma panela de pressão cheia de crítica social que enganosamente nos prende logo de iní-cio e, lentamente, nos recupera e nos guia até a matança.

“a Memória que me contam”, de lúcia MuratTalvez a ditadura seja o assunto predileto de Lúcia Murat, di-retora que já havia lançado dois filmes com o mesmo tema: “Que bom te ver viva” (1989) e “Quase dois irmãos” (2004). Pensado isto e somando o fato de que o título carrega uma percepção claramente pessoal, há de sugerir-se que este novo filme tenha seu coração fincado mais por mágoas que por nostalgia de toda uma geração que lutou contra um sis-tema. Mas também não para aí. o filme também traz confron-tação com a geração que veio depois, a dos filhos. A forma como as duas gerações lidam com esse passado e também

com o sentido de revolução no presente é o que guia a linha de atuação do filme. A Memória que me Contam poderia ser então um filme de reflexão sem a pretensão de dizer o que está certo e o que está errado. ele traz a realidade de um grupo de pessoas que tiveram ou ainda têm ideologias claras e o conflito que existe no convívio com o mundo de hoje. Ao passear pelo presente da protagonista numa doença termi-nal e também pelo seu passado de guerrilheira ativa, vamos percebendo que o tempo tudo cura, mas ficam as cicatrizes. Lúdico e suave, é uma boa surpresa.

“amor pleno” (to the Wonder), de terrence MalickMalick, em “A Árvore da Vida” (2011), trouxe uma revelação lírica e metafísica sobre cinema e filmou cenas onde a câmera circulava ao redor dos atores, cortando partes de corpos e cabeças, quase pressionando os atores em direção ao céu. Neste novo filme, ele parte de outro princípio, alongando as cenas até o ponto em que o filme caia em uma espécie de vazio onde a “boniteza” é imensa. Poderíamos falar horas sobre as técnicas cinematográficas de Malick, mas é muito melhor se deixar levar pelas suas próprias palavras, as que antecedem as imagens: “Você amará, quer você goste ou não. emoções vêm e vão como nuvens. o amor não é só um sentimento. Você amará. Amar é correr o risco do fracasso. o risco da traição. o temor que seu amor tenha morrido. Talvez ele esteja esperando para ser transformado em algo maior. despertem a presença divina que dorme em cada homem, cada mulher. Conheçam um ao outro nesse amor que jamais muda”. de uma beleza descomunal. ∆

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PELO MUNdoPor Laura Zúñiga, especial do Rio.

Fotos | divulgação

CASA dARoS: Rua General Severiano, 159. Botafogo. www.casadaros.net

ARTRio: Pier Mauá – Avenida Rodrigues Alves, 10. www.artrio.art.br

FÁBRiCA ABeRTA: Rua orestes, 28. Santo Cristo. www.fabricabhering.com

BUdA de FoRA: Rua orestes, 28. www.budadefora.com

FeSTiVAL do Rio: www.festivaldorio.com.br/oRo: Rua Frei Leandro, 20. Jardim Botânico.www.ororestaurante.com

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Setembro é o mês ideal para visitar o rio de janeiro. Com o início da primavera, a programação cultural da cidade acompanha o ritmo animado do pré-verão.

A vida cultural carioca ganhou força com a inauguração de centros como a casa daros, aberta em março. Representante brasileira do centro cultural suíço daros Latinamerica, a casa possui o maior acervo europeu de obras de arte latino-ameri-canas. exposições, contadores de histórias e palestras fazem parte do calendário. destaque para a mostra do colombiano Antonio Caro, aberta até outubro.

o ponto alto da programação artística da cidade é a tercei-ra edição da artrio – feira internacional de arte do rio de janeiro, a mais importante da América Latina, entre 5 e 8 de setembro. A recepção do público no ano passado foi tão po-sitiva que o evento chegou a ter superlotação. As galerias ca-riocas Anita Schwartz e A Gentil Carioca se juntam à paulista Fortes Vilaça e à White Cube de Londres no Píer da Praça Mauá, em uma abrangente lista de 109 galerias confirmadas. Uma estreante na feira é a nova-iorquina Pace, que traz obras inéditas de Alexander Calder para o país. Seu neto, Alexan-der Rower, participa de conferência sobre o legado do avô. A nova arte contemporânea e a interdisciplinaridade das plata-formas artísticas também ganham destaque neste evento que promete esquentar o rentável mercado das artes.

Vizinha de bairro, no Santo Cristo, a orestes 28 (antiga fá-brica de chocolates Bhering) tornou-se um enorme ateliê para escultores, vídeo-artistas e editores. A fábrica é um dos símbolos da revitalização da área. impulsionada pela ArtRio, acontece nos fins de semana do mês a fábrica aberta, evento que abrirá as portas do espaço para visitantes, que poderão inclusive comprar objetos de arte. outros projetos acontecem paralelamente ao festival, como o Buda de fora – ateliê de artes plásticas, fotografia e artesanato – e o festival artrua, voltado para grafites e arte urbana, ambos em Santo Cristo.

Para os amantes da sétima arte, o festival do rio, na agenda cultural da cidade desde 1999, volta como referência inter-nacional de produção de cinema comercial e independente. A curadoria guarda a programação deste ano a sete chaves, mas o ano passado premiou o sucesso de bilheteria o Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, como melhor filme de ficção, além de dar à Leandra Leal a estatueta de melhor atriz em Éden. Leal acaba de repetir o feito no festival de Gramado. de 26 de setembro a 10 de outubro.

Mas nem só de arte vive o carioca. o circuito gastronômico da cidade é hoje referência na produção de uma culinária brasi-leira de vanguarda, que tem nos ingredientes típicos nacionais seu maior trunfo. Um dos chefs desta leva é o carioca Felipe Bronze. Seu restaurante oro, aberto em 2010, coleciona prê-mios de melhor restaurante e melhor chef da cidade. Redu-ções e nitrogênio líquido são combinados com ícones de bra-silidade como cumurau, jambú, e aviú. Produtos orgânicos, os mais frescos frutos do mar e uma cuidadosa harmonização com vinhos criada por uma sommelière de Mendoza comple-mentam a técnica e sensibilidade de Bronze na produção de uma gastronomia contemporânea impactante. e para simbo-lizar a elegância do local, os uniformes de corte levemente oriental foram desenhados pela estilista Lenny Niemeyer.

Vizinho ao oro, o restaurante olympe, de Claude Troisgros, é um belo exemplo da integração da nouvelle cuisine com a cozinha evolutiva brasileira. Comemorando 30 anos de casa, o olympe passou por uma grande reforma, e hoje, com seu filho Thomas ao seu lado, Troisgros quer revolucionar a expe-riência gastronômica através de aromas, texturas e sabores únicos. Batata baroa, maracujá, açaí e pupunha são ingre-dientes muito utilizados na casa, que soma inúmeros prêmios de melhor restaurante francês da cidade. Com tantos louros assim, é impossível resistir. ∆

oLYMPe: Rua Custódio Serrão, 62. Jardim Botânico. www.claudetroisgros.com.br

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Por | Luiz Gugliatto

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Preste atenção nos flamingos: eles estão em todos os lugares, de ob-jetos para casa a cases de celulares. Apareceram em várias passare-las internacionais e, depois que a H&M colocou em sua coleção um moletom cinza estampado com dois exuberantes flamingos, os belos rosados viraram desejo entre as fashionistas. Por aqui a estampa ain-da está chegando, mas também deve roubar a cena fashion e logo, logo deverá contagiar os looks street e fazer a festa nos acessórios e roupas.

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Caderno Pauper Press Midsize p/ Besi • Capa iphones 5: Zazzle • Tecido es-tampa flamingos Panólatras • Carteira Benedetta Bruzziches p/ Moda Ope-randi • Clucth Edie Parker p/ Moda Operandi • Bolsa: Renner • Boné: Vans • Chinelos: Vans • Vestido: Mattew Wlliamson • Biquini: Monton Fashion • Cal-cinha: Top Shop • Short: Missinclof • Sandálias: Sophia Webster • Porcelana: Hutschenreuher - Preços sob consulta

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As europeias adoram usar saias midi, tanto que nas últimas estações elas têm aparecido em várias grifes internacionais e não saem dos blo-gs de street style. Mas por aqui, no Brasil, elas ainda enfrentam alguma resistência devido aos padrões do corpo da mulher brasileira. Por se tratar de um modelo que tem o comprimento no meio da canela, a saia midi não é muito indicada para mulheres baixas. Uma boa dica é usar sandálias neutras, isso ajuda a aumentar a silhueta! Algumas marcas brasileiras apostaram nela para o verão 2014, como Maria Valentina, TVZ e Farm. e que a verdade seja dita: a saia midi é uma tendência fortíssima.

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1- Dolce&Gabbana p/ My Teresa • 2- Farm • 3- Stella McCartney p/ Fab-Vintage • 4- Dolce&Gabbana • 5- Giambattista Vale p/ Matches Fashion • 6- Giambattista Vale p/ Matches Fashion • 7- TopShop • 8- Andrea Marques - Preços sob consulta

Por | Luiz Gugliatto

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Por | Luiz Gugliatto

As tonalidades de laranja chegaram para marcar presença no closet feminino. A cor vibrante está presente na maioria das coleções prima-vera/verão 2014. Para quem não é fã de cores extravagantes na roupa, e optam por um visual mais calmo, vale apostar em itens complemen-tares como bolsas, colares, sandálias e pulseiras para dar o tom da estação ao look.

eXTRAVAGÂNCiA

Brincos ouro negro, diamantes e coral cabuchon Cris Porto joias Preço sob consulta • Blazer Pinko p/Maria Moça R$ 419 • Cinto Bo.Bô R$ 338 • Vestido Morina p/ Quase Perfeita R$ 299,90 • Camisa Dudalina R$ 499,90 • Bolsa Cantão R$ 599 • Short Shoulder R$ 159 • Chinelo Polen Melissa R$ 74,90 • EDT Omnia coral Bvlgari 65ml p/ Sephora R$ 426 • Saia Bo.Bô R$ 568 • Calça Le Lis Blanc R$ 399,50 • Bike Giant Mamo p/ Sport Star Bikes R$ 3.069

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Boné John John • Camiseta polo Lacoste • Blazer Missoni • Camisa Richard’s • Óculos Ray Ban • Mocassim Tod’s • Relógio Nixon • Bermuda C&A • Calça Dsquared2 • Tênis Salvatore Ferragamo - Preços sob consulta. Fo

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Por | Luiz Gugliatto

Um estilo bem irreverente torna-se o novo must-have do armário mas-culino. Vermelho, laranja, amarelo, azul cobalto, entre outras cores extravagantes, aparecem com força total em looks para homens ante-nados. outra novidade desta estação são as camisas e blazers estam-pados bem ao estilo “país tropical” das grifes ellus, R.Groove e Coca Cola Clothing.

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Shopping Norte Sul Plaza - 67 3313 1801Shopping Bosque dos ipês - 2º Piso - 67 3354 2680

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Texto | Thais PompêoFotos | Lucas Possiede e divulgação

SAPAToS QUe São UM CoNViTe

PARA VoCÊ SAiR PeLo MUNdo.

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“Eu sou ninja em transformar as coisas negativas em positivas, me dá até um prazerzinho esse de-safio”, conta Pamella Magpali, 24 anos, estilista de sapatos, doce e curiosa, dona de um par de sobrancelhas de cores diferentes (artificialmente) e voz rouca. Foi nessa atitude que ela se juntou com um coletivo de fotografia, o Volt Project, para produzir o primeiro editorial dos sapatos da sua marca, a Mag-P.

“Pensamos: não temos dinheiro, não temos cabeleireiro, nem modelo. Tudo bem, a gente faz só pernas”. deu super certo. Há exatamente um ano, as fotos do lançamento dos calçados Mag-P causaram rebuliço nas redes sociais. As imagens não tinham carão, nem bocão, muito ao contrário: só tinham per-nas, em situações toscas e hilárias; e os sapatos, um ar retrô delicioso.

Mag-P vem do sobrenome Magpali, herdado da avó materna que nasceu nas Filipinas e se casou com um inglês. do lado do pai, descendência australiana e escocesa. dessa mistura, nasceu Pamella (que na certidão de nascimento é Pamella Magpali Robertson), aqui em Campo Grande, que depois se-guiu para Rio Verde, onde cresceu. Aos 15 entrou na Uniderp para fazer comunicação social, mas acabou desistindo, e en-tão, mais tarde, escolheu moda. durante a faculdade notou a falta de estilistas de sapato mais jovens, e decidiu fugir do vestuário, pelo qual ela nunca teve muito interesse, para fazer algo diferente. em busca de cursos de estilismo e modela-gem, foi parar em Novo Hamburgo, RS, polo nacional de pro-dução de calçados.

“eu aprendi a fazer sapato com seu Carrasco (José Maria Car-rasco Mena), um espanhol ícone do calçado brasileiro. Para se ter uma ideia, o top prêmio de estilo da Francal chama-se ‘Carrasco’. ele trouxe as primeiras máquinas e a modelagem europeia para o Brasil, que até então não era tão boa. o curso era tipo um internato do calçado: ficávamos dois meses mo-rando na casa dele e fazendo o curso, que tinha apenas seis vagas, na garagem do casarão de quatro andares. eu fiz parte da última turma dele”. Feito o curso, começou a trabalhar em uma grande fábrica de calçados, como assistente de estilo. “era engraçado, eu vinha para CG e via os calçados que eu havia criado na Anita, na Gabriela...”, relembra Pamella.

depois de quase três puxados anos na indústria, em uma vida que ela apelidou de “diabo Veste Prada, versão igrejinha” (ci-dade próxima de Nova Hamburgo, onde era localizada a em-presa), pediu demissão. “eu só tinha 20 anos e já estava com gastrite... Saí de lá e não queria ver mais sapato na minha frente”. Passou um tempo em Los Angeles vendendo ingresso de ônibus de dois andares em Hollywood. depois voltou para CG, para ficar com a família e colocar a cabeça em ordem. Nesse um ano e meio, deu aula de inglês na escola da mãe, “até que um dia ela me falou que eu tinha que começar a fazer alguma coisa na área que eu tinha estudado e tals. Aí, fui pro Sul e passei duas semanas pra pegar os tecidos e encomen-dar os sapatos. Acabei tendo que ficar por lá por causa da mão de obra”, e deu no que deu.

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A produção dos sapatos começa na escolha dos tecidos, que são, na verdade, retalhos e sobras das grandes indústrias de Novo Hamburgo, selecionados cuidadosamente por Pamella. e é o comprador quem decide qual estampa, cor ou mistura deseja no sapato. Na embalagem, despachada pelo correio, seguem cartões batidos à máquina, fechados em envelopes à cera e estampados com a logo Map-P. Um processo tão apaixonante que rendeu a Pamella um convite para participar do Creative Business Cup no final de 2012, um prêmio mun-dial sediado na dinamarca. “Para me inscrever, eu tinha que montar um plano de negócio. então, uma amiga nossa, que tem uma empresa de start-up, disse que podia me ajudar, e, de repente, eu estava com um plano de negócio de nível mun-dial. Fiquei entre os dez finalistas e isso foi muito legal porque ajudou a espalhar a marca para todo o país”.

Hoje, a Mag-P vende suas criações para todo o Brasil, pela página Mag-P no facebook, com uma demanda média de 30 pares por mês e convites para vender em seis lojas dentro e fora do RS, o que inclui RJ, SP e Campo Grande. Por aqui, quem ganhou a chancela foi o brechó Gaveta e Afins. Hype? “eu sempre falo que a Mag-P não é o sapato em si, porque o sapato é relativamete simples, claro que o acabamento é su-per bacana, sou virginiana, né? e nem quero desvalorizar meu trabalho, não é isso. Mas é que o conceito funciona. Tudo na Mag-P é colaborativo, em um mundo onde a gente fica cada vez mais isolado, fora de tudo, todo mundo participa e se sen-te um pouco dono da história”. e é... ∆

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Texto | Thais Pompêo e Melissa Tamaciro Fotos | Alexis Prappas - Stylist | Luiz Gugliatto

Desconstruir a estação é chacoalhar a estética das flores, da beleza, do romantismo, da luz. Em um lugar onde tudo de mais belo se transforma em tudo de mais bruto, as forças se encontram, se chocam, se misturam, se transmutam. Nesse movimento, a beleza encon-tra toda a sua força.

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Cropped top e short dress To, brincos Cantão, gravata usada como bracelete e relógio Frann Zamora

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Ficha técnicaFotógrafo | Alexis Prappasdireção de arte | Marisa de Sena NachifModelo | Karol Hister - Arena ModelsStyling | Luiz GugliattoBeleza | Fernando Filho Locação | orquidário ostteto

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Texto | Natália Charbel

O rosto é nosso cartão de visitas, e isso não é um mero provérbio popular: “Vários estudos sobre a importância da face nas relações interpessoais mostram que grande parte das mensagens enviadas por esse canal parece não ser totalmente processada na consciência. As pessoas reagem aos estímulos faciais e não percebem. Muitas vezes nos afastamos ou nos aproximamos de pessoas que nos atraem, ou nos provocam repulsa, pelos sinais da face”, conta a fonoaudióloga Silvia Pierotti.

e é exatamente por isso que todos querem cuidar do rosto, mantê-lo jovem e com uma aparência agradável. existem de-zenas de tratamentos, e muita gente já deve ter ouvido falar nos exercícios para os músculos da face. Será que eles fun-cionam? Convidamos Silvia Pierotti, que de cara derruba o termo “ginástica facial” e nos explica como a fonoaudiologia pode colaborar na busca por um rosto harmonioso e no com-bate ao envelhecimento.

os músculos da face, ao se contraírem, produzem mudanças significativas na fisionomia. As expressões faciais, a postura e a voz são utilizadas como sinais que ajudam na compreensão do que está sendo dito. A fonoaudiologia ajuda na prevenção, adequação e reequilíbrio dos músculos e funções faciais que podem estar alterados por conta do envelhecimento, ativida-de muscular excessiva e/ou distúrbios localizados.

“A Fonoaudiologia estética é uma forma natural de melhorar o tônus muscular e o contorno facial. o tratamento consegue proporcionar ao paciente uma aparência mais agradável, ex-pressões mais suaves e esteticamente harmoniosas, e resul-ta em um melhor funcionamento de toda a região de rosto e pescoço. Na medida em que modifica posturas, adapta os músculos e reeduca as funções, a fonoaudiologia contribui com a construção do equilíbrio da aparência facial”.

CoMo É o TRATAMeNTo?“Após uma avaliação minuciosa, começamos o tratamento buscando focar na queixa maior do paciente, pois vendo a evolução a pessoa se envolve com o tratamento. Quanto maior o envolvimento, mais rápida é a evolução. Como o trabalho tem como base a reeducação, a conscientização do paciente é fundamental. ele acompanhará a análise de seus movimen-tos, por meio de fotos e filmagens, entenderá como funciona a movimentação dos músculos e quais suas consequências. Na maioria das vezes, ao ver seus filmes, o indivíduo surpre-ende-se com a sua forma de respirar, falar, mastigar e deglutir. este é o momento em que se inicia um trabalho propriocepti-vo, buscando o autoconhecimento”, explica Silvia.

A partir daí é feito alongamento muscular, massagens e exer-cícios isotônicos e isométricos, que aumentam a oxigenação dos tecidos, melhorando a mobilidade e reequilibrando a musculatura. Para o resultado ser satisfatório, esta reeduca-ção funcional deve ser incorporada ao dia a dia do paciente, até se tornar automática. A grande diferença do tratamento fonoaudiológico para outros tratamentos estéticos é a partici-pação ativa do paciente em todo o processo terapêutico. ele

aprende a trabalhar a musculatura, incorpora novos padrões funcionais e conquista o equilíbrio muscular que possibilitará a melhora da aparência.

Silvia ainda faz questão de frisar que “o tratamento é sempre individualizado, pois o planejamento é feito de acordo com as necessidades de cada um. Não são utilizados programas prontos, já que cada indivíduo tem padrão muscular variado – determinado grupo muscular é mais ativo, outro, menos, e cada região exige tratamento particular e dirigido. exercícios inadequados podem provocar sérios prejuízos ao paciente. o tratamento dura em média 3 meses, com uma sessão por semana.”

“Como fonoaudióloga, especialista em Motricidade orofa-cial, busco na terapia o reequilíbrio muscular e a reeducação funcional. A forma como a pessoa se expressa, fala, masti-ga, engole, os hábitos orais de sucção de lábios, mordiscar bochechas, roer unhas, podem ser fatores determinantes ao aparecimento de algumas rugas.”

envelhecer é um processo natural, mas todos querem pare-cer jovens, bonitos e saudáveis. Porém, não existe um único procedimento capaz de reverter todas as mudanças decor-rentes do envelhecimento, e sim uma combinação deles. o tratamento fonoaudiológico, combinado a outros procedimen-tos, aperfeiçoa e pode dar maior durabilidade aos resultados. o ideal é a prevenção e uma avaliação fonoaudiológica antes de procedimentos de preenchimento e/ou de aplicação de to-xina botulínica, que pode colaborar para um melhor resultado. Uma alteração mastigatória pode comprometer o resultado de um preenchimento. Não podemos esquecer que a ruga pode ser decorrência de uma alteração visual, alteração respirató-ria, dentária, de um hábito. então é importante diagnosticar a causa da ruga e avaliar se é caso para o fonoaudiólogo, médico ou dentista.

eSTÁ PRoiBido:Apoio das mãos no rosto, dormir com o rosto afundado no travesseiro, ou com as mãos apoiadas, usar canudos, puxar ‘pelinha’ dos lábios, mordiscar cantos da boca.

deVe-Se FAZeR:Óculos de sol todos os dias, independente de ter ou não sol, e com lente de boa qualidade. A pele ao redor dos olhos tem bem menos colágeno e passamos a maior parte do tempo tensionando este músculo para proteger nossos olhos da cla-ridade. isto provoca as rugas precoces nesta região. ∆

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Quem não quer uma mãozinha no combate à flacidez facial? Cremes não fazem milagres, mas podem ajudar, e muito. Reu-nimos aqui alguns bem poderosos para a região de rosto, mandíbula e pescoço. escolha o seu, e vamos juntos rumo a uma pele mais firme!

1- Creme Firmador Orchidee Imperiale Neck & Decollete - GueirlanContém Extrato Molecular de Orquídea Imperial (E.M.O.I.), para tratar a delicada área de colo e pescoço. Suaviza linhas finas e rugas, nutre e recupera a resistência, densidade e firmeza da pele, além de reduzir as manchas. Um tratamento precioso! R$ 1.411,00

2- Antienvelhecimento Cold Plasma Sub-D – Perricone MDFoi desenvolvido especificamente para firmar e suavizar a aparência da pele ao longo do queixo, linha da mandíbula e área do colo. Além de prevenir a perda de elasticidade da pele, o creme hidrata profundamente e reduz a aparência de rugas. R$ 486

3- Sérum Firmador Roc Complete Lift Flash A combinação da tecnologia exclusiva THPE e Bugrane consegue estimular a produção de colágeno e elastina. Promove um rejuvenescimento imediato, o famoso ‘efeito cinderela’. O soro age em médio prazo e melhora a firmeza cutânea. A linha é indicada para mulheres a partir dos 45 anos. R$ 141

4- Antirrugas Bio-Performance Advanced Super Restoring Cream - ShiseidoCreme de alta performance com ação lifting-tridinâmico que combate a fla-cidez, rugas e perda de elasticidade. Promove a produção de laminina 5, responsável pela produção de colágeno. R$ 599

5- Creme Anti-idade La Roche-Posay Substiane +Perfeito para quem sofre com perda de densidade e do contorno facial. Con-tém água termal da La Roche-Posay. R$ 170,83

6- Creme Eucerin Anti-idade para Contorno de Olhos e Lábios – Aché Para peles maduras. A potente combinação de Arctiin e Peptídeos-Apiaceae auxilia no processo de renovação natural da pele, ativa a produção de colá-geno e substâncias responsáveis pelo reforço da densidade e elasticidade cutâ-nea. R$ 87,89

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Por | Natália Charbel

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Se eLA dANçA...

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FiTNeSS ∆

Pode tentar fazer uma pesquisa com Senhor Google: se você perguntar qual é o esporte mais completo que existe, em me-nos de três segundos, 70% das páginas encontradas dirão que natação é a resposta certa. Porém, uma pesquisa con-duzida por Tim Watson, professor de fisioterapia da Universi-dade de Hertfordshire, mostrou que o balé clássico consegue resultados melhores (inclusive em questões que incluem for-ça) em sete dos dez quesitos envolvendo condicionamento físico. Neste estudo foram contrapostos o desempenho de componentes do Royal Ballet com o de atletas da seleção olímpica britânica de natação.

Claro que existem controvérsias, mas a pesquisa deixa muito claro que o balé é, sim, um grande exercício, e pode, além de moldar corpos, garantir força, flexibilidade e muita resistência. “o balé é uma forma de fortalecer os músculos sem encurtá--los e de trabalhar várias habilidades, como coordenação mo-tora e equilíbrio, ao mesmo tempo. esses benefícios da ativi-dade podem ser obtidos por qualquer praticante, profissional ou amador”, afirma Zélia Monteiro, bailarina e professora de comunicação das artes do corpo da PUC de São Paulo*.

“Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma vez.” Friedrich Nietzsche.

deVe TeR UM CoRPo iNCRÍVeL!

Texto | Natália Charbel

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Patrícia Almeida, do estúdio de dança Beatriz de Almeida, concorda e completa: “A dança é um exercício completo para todas as idades, em especial o balé clássico, formado por três elementos – música, técnica e atuação. os benefícios que a dança proporciona são inúmeros. os alunos podem escolher entre os diversos estilos: Jazz, Balé Clássico, dança de Sa-lão, dança Contemporânea, Street dance, dança Flamenca ou Sapateado, que através da música e dos exercícios levam os alunos a relaxar e estimulam a concentração. Um trabalho diferenciado de fortalecimento muscular, alongamento, equilí-brio, coordenação motora, muita descontração e alegria. Po-rém, para se obter um bom resultado, é necessário frequentar aulas ao menos duas vezes por semana”.

“As aulas de dança procuram inspirar confiança física e men-tal, com exercícios que respeitam os limites de cada aluno. A evolução e o desempenho eficiente e agradável serão obti-dos conforme a frequência às aulas. Sendo assim, a disciplina está diretamente ligada à dedicação dos alunos”, explica a bailarina.

e parece que há pouco tempo, adultos descobriram as ma-ravilhas da dança: “Felizmente o conceito de que balé é para crianças está acabando, principalmente porque as acade-mias de dança têm disponibilizado cada vez mais aulas ex-clusivas para adultos, com ou sem experiência no mundo da dança”. e a procura só tem aumentado: “Há mais ou menos dois anos abrimos uma turma de Balé Clássico para adultos e não tivemos muita procura, já no ano passado a turma foi um sucesso”, diz, animada com o desfecho.

Para finalizar, Patrícia nos conta que “a maioria das pessoas procura a dança como uma válvula de escape para a correria e o estresse diário. As pessoas, na idade adulta, buscam o trabalho físico que a dança proporciona, como fortalecimento muscular, flexibilidade e postura, aliados ao prazer de dan-çar. A prática nos permite elegância, desperta nossa sensi-bilidade, a curiosidade, a vontade de conhecer mais o nosso próprio corpo e suas possibilidades. de alguma forma nos deixa mais disponíveis ao aprendizado, nos liberta ao novo, ao desconhecido e nos faz crescer como seres humanos”. ∆

Eu quero, e você? Let’s dance! “A dança? Não é movimento súbito gesto musicalÉ concentração, num momento, da humana graça natural ”...Carlos drummond de Andrade

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Texto | Natália Charbel

VoCÊ FALA AlTo?

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Já repararam como as pessoas estão falando alto? Pois preste atenção. Pessoas gritam conversas pessoais em seus celula-res e somos obrigados a escutá-las, ouvimos longos papos entre casais, filhos e pais, chefes berrando broncas que não nos interessam, e todos esses gritos entram na nossa vida, sem ao menos pedirem licença. enfim, será que vivemos a era do grito? Andando pelas ruas, tenho a nítida sensação de que estou em um mundo povoado por surdos/exibicionistas, ou malucos mesmo. Mas por quê? Por que tanto grito?

“Por que certas pessoas gritam tanto? Seres vivos em geral, gente, árvore, são extremamente sensí-veis a gritos. Com paus e pedras podemos partir ossos, mas com palavras partimos corações”.

Robert Fulghum.

SAÚ

de

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“As pessoas falam mais alto sempre que existe um ruído no ambiente em que estão, é uma consequência natural elevar-mos a intensidade da voz em ambientes barulhentos, de for-ma a podermos nos escutar. Vivemos em um mundo ruidoso, com barulho do trânsito de automóveis, gritaria nos pátios escolares, música alta, ventiladores. Podemos também lem-brar que no mundo corporativo e competitivo das empresas, o falar mais alto pode ser uma tentativa de conquistar espa-ços e de se impor”, esclarece-nos a fonoaudióloga Ana Faride Camargo. Trocando em miúdos, o mundo barulhento tem nos feito falar cada vez mais alto.

ela continua: “diante de uma pessoa que fala muito alto, a primeira suspeita é de que ela não escute bem. Mas, se esta hipótese não se confirmar, outras causas podem ser levanta-das, entre elas, questões culturais. Qual é o modelo de fala familiar da pessoa? É um arquétipo em que as pessoas falam alto, como famílias de origem italiana? A convivência com pes-soas que gritam também pode tornar este um padrão natural de fala, principalmente para as crianças”. ou seja, conclui-se que falar alto é contagioso, portanto papais, cuidado com a altura da voz que vocês estão imprimindo em casa.

“Quero lançar um grito desumano. Que é uma maneira de ser escutado...” Chico Buarque.

“... não levante a sua voz, melhore os seus argumentos”. desmond Tutu.

“Sabemos muito pouco sobre a nossa voz durante toda a nos-sa vida, e desta forma sabemos pouco sobre o poder que ela tem. A voz diz mais do que as nossas palavras. Com ela pode-mos acolher, mostrar afetividade, sermos ríspidos. Quando a conhecemos melhor e usamos todas as suas possibilidades, conseguimos resultados surpreendentes”, diz Ana, nos fazen-do cair de amores por esse instrumento de comunicação.

Para completar, a fonoaudióloga nos lembra lindamente que “a voz nos revela, determina o que a gente é”.

e aí, como você quer ser revelado? ∆

Segundo Ana Faride, há outro aspecto importante a ser con-siderado: “Para os adultos, falar alto pode ser uma forma ina-dequada de se impor, e pior, o ‘gritão’ não é necessariamente um bom comunicador, apesar de achar que desta maneira será escutado. outras vezes a pessoa tem vantagens com a intensidade de sua voz e não quer mudar.” Mas será que todo mundo que fala alto, sabe disso? “Muitas vezes a pessoa não percebe a altura da sua voz, e só começa a se dar conta disto se alguém próximo reclama”. em qualquer um dos ca-sos, é prejudicial: “Falar alto pode acarretar lesões nas pregas vocais, como nódulos vocais, edemas (inchaço) ou pólipos, que ocasionam rouquidão, interferindo negativamente na ati-vidade profissional daqueles que têm a voz como instrumento de trabalho, isto é, 70% da população”, alerta a fono. e para quem não sabe, “a voz pode e deve ser sempre aperfeiçoada pelo profissional que se utiliza muito dela (cantores, atores, advogados, vendedores, professores) e também por aqueles que desejam ser bem sucedidos em seus relacionamentos”, completa Ana. Para cuidar desse instrumento importante de comunicação, uma dica simples é beber 8 copos de água ao dia, de preferência em temperatura ambiente e, claro, não gritar.

Para saber se tudo está ok com sua fala e com a altura dela, o ideal é procurar um fonoaudiólogo especializado em voz ou com experiência nessa área. esse profissional abordará todas as possibilidades para que a pessoa consiga mudar essa ati-tude – a única que utiliza para se comunicar – e explore outros aspectos, como ênfase, entonação e ritmo. A fonoaudióloga nos explica que “a voz é apenas um dos aspectos da comuni-cabilidade, que envolve gestos, olhar, tom de voz, intensidade vocal, conhecimento técnico, além de inúmeros outros”. Para sermos bons comunicadores, temos que nos conhecer. os “gritões”, para mudar, precisam promover um aprimoramen-to (ou reabilitação) da voz e, para isso, autoconhecimento é fundamental.

“A verdade dificilmente está do lado de quem mais grita”. Tagore.

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NUTRição ∆

FARiNHAS do BeM

MARAViLHoSoS FAReLoS

e SeUS iNCRÍVeiS PodeReS!

Texto | Natália Charbel

Já dizia Nietzche que não existem verdades abso-lutas, mas peço, aqui, licença para contrariá-lo. Acredito ser praticamente impossível, nos dias de hoje, sair da consulta com um nutricionista sem a recomendação de uma farinha nas mãos.

e é muito simples de entender: essas farinhas e farelos, al-guns cultivados há milhares de anos, possuem centenas (e não é maneira de dizer) de benefícios, de emagrecimento a prevenção de vários tipos de câncer. Por isso, faz parte da dieta das pessoas adeptas a uma alimentação saudável.

A nutricionista Heloísa Xavier confirma: “estes grãos ou fare-los podem ser suplementos naturais muito saudáveis, mas é preciso consumi-los em quantidades recomendadas, pois, caso contrário, podem causar inúmeros efeitos colaterais, como inchaço, excesso de produção de gás, diarreia, dores abdominais ou cólicas, obstrução intestinal e até redução na absorção de algumas vitaminas e minerais”. e sim, por melho-res que sejam elas, são contraindicadas em casos de algu-mas patologias, como: cólon irritável, obstrução intestinal, do-ença do intestino curto, inflamação e obstrução da vesícula, diverticulite, colite ulcerativa, osteoporose e alguns casos de intolerância alimentar. Por isso, reforça Heloísa, “a indicação é individualizada, é sempre preciso consultar um médico ou nu-tricionista antes de iniciar o consumo de qualquer uma delas”.

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Curiosos e loucos por vida saudável, pedimos para a nutri-cionista escolher pr’A Gente suas preferidas. A lista você lê abaixo:

FARiNHA de MARACUJÁ: É ótima fonte de fibras e pobre em carboidratos, por isso, a mais indicada para controle da gli-cemia. essa farinha é rica em pectina, uma fração de fibra solúvel que promove sensação de saciedade, ajudando no emagrecimento e melhorando o trânsito intestinal.

UVA: Fonte de antioxidantes e, principalmente, de compos-tos fenólicos que agem diretamente na saúde do coração. A luteonina é um composto importante para a saúde dos olhos, indicado especialmente para perda da visão senil ou em dia-béticos descompensados.

LARANJA AMARGA: Contém citrusaurantium, que acelera o metabolismo e ajudaa diminuir a gordura corporal.

BANANA VeRde: Rica fonte de potássio, fósforo, magnésio, cobre, manganês. Possui zinco, o que a torna ótima para a saúde dos ossos, fertilidade e imunidade. Mas o grande di-ferencial desta farinha é o amido resistente, similar à fibra ali-mentar que o organismo não absorve nem digere, e que tem como uma das funções impulsionar a multiplicação das bacté-rias do bem do intestino e manter a intangibilidade da parede intestinal. isso melhora a digestão e absorção dos nutrientes, assim, o organismo fica protegido da entrada de substâncias nocivas. ela ainda evita o desenvolvimento de câncer de in-testino, atua na redução do colesterol, tem importante papel na prevenção do desenvolvimento de doenças do coração e faz com que a quantidade de glicose liberada no sangue seja mais lenta. Contribui para a prevenção do desenvolvimento de diabetes, e para aqueles já diagnosticados com a doença, ela controla a glicemia no sangue.

FeiJão BRANCo: Fornece nutrientes como o cálcio, ferro, po-tássio, magnésio, além das vitaminas e, K, folato e fibras. Pos-

sui uma proteína chamada faseolamina, que funciona como um bloqueador de carboidrato, e por isso auxilia no emagre-cimento. Ajuda no tratamento da diabetes e reduz os níveis de triglicerídeos do sangue. Como possui vários nutrientes, cola-bora para o bom funcionamento do organismo como um todo.

LiNHAçA: Rica em um composto fitoquímico chamado lig-nina, ameniza os sintomas da TPM e atua na diminuição da retenção de líquido característica desse período. Possui gran-de concentração de ômega 3 e 6, ácidos graxos essenciais, importantes para a atividade cerebral. Age combatendo o co-lesterol. Suas fibras solúveis e insolúveis regulam o trânsito intestinal, previnem o câncer de cólon e retardam a absorção de glicose e colesterol no intestino.

CHiA: Muito consumida por civilizações antigas para ganho de força e resistência, entre seus componentes encontramos o ômega 3, fibras, cálcio, magnésio, potássio e proteína. Para intolerantes à lactose, ela funciona como fonte de cálcio. Aju-da no controle da pressão arterial e do diabetes, regulariza o intestino, reduz o colesterol. Melhoras no humor e na pele também estão entre os benefícios do uso da semente. A chia também é usada para desintoxicação, prevenção da osteo-porose e melhora da imunidade. Para fechar, auxilia na perda de peso, já que o grão, coberto por uma capa de gel, incha em contato com água, o que causa sensação de saciedade.

FAReLo de AVeiA: É riquíssimo em fibra solúvel, age como vassourinha no sangue, reduzindo colesterol e controlando o açúcar, sendo um aliado no combate ao diabetes. A FdA (FoodsanddrugsAdministration) reconheceu a eficiência da ingestão diária de 3 gramas de fibras solúveis na redução dos riscos de doenças coronarianas, assim, pode-se dizer que a aveia é realmente eficaz. o farelo está relacionado também ao bom funcionamento intestinal e ao lento esvaziamento es-tomacal, prolongando a sensação de saciedade e, dessa ma-neira, controlando a fome. ∆

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Texto | Josiane PaganiniFotos | Lucas Possiede

“TeNHo PAiXão PoR NoVoS SABoReS”

sabor da PRiMAVeRA

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o dia a dia da administradora dilma Almeida Figueiredo vai acontecendo atrás da mesa de seu escritório - ela trabalha na embrapa há 35 anos - mas é quando está na cozinha que seu coração bate mais forte. Famosa por seus doces, dilma é quem prepara as trufas da boutique Alameda há mais de dois anos. “As meninas de lá são minhas amigas e como elas gostam muito da minha trufa, eu sempre aca-bo preparando alguma coisa pra elas”, mas completa: “Não é uma empresa, é só algo que faço porque gosto. Não tenho nem cartão”, brinca. de onde surgiu a inspiração para se aventurar na gastronomia? “Sou uma pessoa curiosa. encontrei esse uni-verso através dos programas de TV e das revistas especializadas, e assim me apaixonei pela mistura de sabores. Gosto de descobrir novas receitas, pra mim tudo é sempre novidade, nada melhor do que provar um novo sabor”.

Para A Gente, Dilma divide uma dessas descobertas. Um saboroso creme de iogurte e suspiros combinados com cal-da de frutas vermelhas, que ela achou em seus livros de recei-ta. Uma sobremesa leve, com a cara da primavera.

Creme de Iogurte com Frutas Vermelhas

iNGRedieNTeS

400 g de frutas vermelhas congeladas1 xícara de açúcar mascavo

1/4 de xícara de vinagre balsâmico2/3 xícara de conhaque

200 ml de creme de leite fresco400 g de iogurte natural de consistência firme,

com soro escorrido com 30 minutos de antecedência200 g de suspiro

Modo de PRePARo

em uma tigela, junte as frutas com o açúcar mascavo, o vinagre e o conhaque. Leve à geladeira, coberto com plástico filme, por 2 horas. Na batedeira, bata o creme de leite até obter picos firmes. Acrescente o iogurte com espátula, misture cuidadosa-mente. Leve para gelar, coberto com plástico filme, por 1 hora. Quebre grosseiramente os suspiros. em uma taça grande, alterne camadas de creme de iogurte e suspiros, e na hora de servir coloque a calda por cima.

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A GeNTe eM CASA ∆

Texto | Josiane PaganiniFotos | divulgação

Ao NATURAL

O cenário de fundo já estava lá, nas palmei-ras imperiais, nas mangueiras e no pomar. Mas ainda faltava a ligação entre a casa e o jardim. Pensando nisso, e aproveitando a quantidade de espaço disponível - só a área externa mede quase 1.000 m² - a paisagista Eliane de Oliveira trans-formou o que era uma parte pouco aproveitada da casa em um refúgio ao ar livre.

No jardim, as escolhas imprimem uma identidade tropical e promovem o frescor e o bem-estar que as altas temperaturas da cidade de Corumbá pedem. de um lado, pergolados (com seus pilares e vigas paralelas e vazadas) proporcionam som-bras e criam um espaço de descanso; do outro, topiarias de buchinhos, ladeiam o caminho.

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Antes a churrasqueira da família estava quase abandonada, pois o sol batia diretamente sobre ela. “Nós acrescentamos o pergolado junto à varanda para diminuir a incidência do sol e possibilitar à família um melhor aproveitamento desse espaço. embaixo dele, colocamos uma mesa, que facilita na hora de receber convidados”, explica eliane.

os grandes e suntuosos vasos vietnamitas – que recebem al-gumas das palmeiras – funcionam como um ponto de cor em meio ao verde.

Além deles, outros vasos compõem o jardim e mantêm o ar rústico dos móveis da varanda.

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dispostos ao longo de todo o quintal, namoradeiras, mesas e bancos – muitos deles feitos com pedaços de madeira maciça que estavam sem utilidade e ganharam vida nova – criam, em cada cantinho, um espaço para reflexão e encontros. Um deles está “escondido” dentro do pomar, trazendo aconchego e conexão com o verde. ∆

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Por | Luiz GugliattoFoto | Lucas Possiede

Quando falamos de jardim, logo pensamos em plantas e flores. Mas na verdade vai além disso, os acessórios e objetos são super importantes também. eles dão personalidade ao seu jardim e, muitas vezes, são, inlclusive, funcionais. Mesmo que você não tenha um espaço exterior, lembre-se: com a chegada da primavera fica muito mais fácil manter o interior da sua casa mais alegre e colorido. A dica é improvisar belos arranjos com vasos, garrafas e bules... Faça uma visita a uma floricultura e deixe os ambientes de sua casa bem mais alegres.

FLoWeRS

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∆01 - Quadrados de cipó trançado Califórnia Mudas; 02 - Suporte ferro Luxo d’Casa; 03 - Utensílios p/ jar-dim Armazém Fornari; 04 - Aplique gato cerâmica Califórnia Mudas; 05 - Almofadas Le Lis Blanc casa; 06 - Poltrona madeira demolição Califórnia Mudas; 07 - Vaso cerâmica com cipó e flores Califórnia Mudas; 08 - Anfora de bronze e flores espaço Flores; 09 - Re-gador vintage e flores espaço Flores; 10 - Comedou-ro ferro p/ pássaros Santa Graça Casa; 11 - Gaiola e flores espaço Flores; 12 - Suporte ferro e vasos ce-râmica Armazém Fornari; 13 - Flores Carrefour; 14 - Garrafas vidro e junco e flores Santa Graça Casa; 15 - Bules ágata e plantas permanentes Armazém Fornari; 16 - Garrafas vintage e flores espaço Flores; 17 - Casa ferro p/ pássaros Armazém Fornari; 18 - Vaso cerâmi-ca, planta e aplique gato cerâmica Califórnia Mudas; 19 - Cachepot xícara ferro Armazém Fornari; 20 - Ca-chepot cerâmica vietnamita Santa Graça Casa; 21 - Rosas Carrefour; 22 - Futon e almofadas navy espaço Flores; 23 - Botas latão antique Armazém Fornari; 24 - esguicho joaninha Luxo d’Casa; 25 - Regador e flo-res permanentes Luxo d’Casa - Preços sob consulta

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Para além dos alimentos, a novidade agora são os cosméticos de uso diário. isso porque o contato direto pelos póros pode ser até mais nocivo à saúde do que os alimentos. os cosméti-cos orgânicos usam ingredientes de origem orgânica, não são testados em animais e são livres de substâncias sintéticas ou derivadas do petróleo.

Selecionamos algumas marcas com preços mais acessíveis, confiáveis tanto na qualidade quanto na legitimidade orgâni-ca.

A Sachi, com uma tendência oriental, tem produtos artesa-nais, com ingredientes totalmente orgânicos e preços bem ra-zoáveis para a delicadeza e dedicação apresentadas na sua variedade de produtos. www.sachi.com.br

A loja Cativa Natureza é a primeira do Brasil especializada em cosméticos rastreados e tem valores bem próximos aos convencionais, além de uma grande variedade de produtos e frete grátis para todo o Brasil. Apesar de não serem todos os

produtos 100% orgânicos, no site é especificado quais são e qual a porcentagem. Tem maquiagem também. www.lojacativa.com.br

Na Body Shop grande parte dos produtos são 100% natu-rais, sem químicos derivados do petróleo. A linha Nutriganics tem parte da composição de ingredientes orgânicos que são extraídos de cooperativas e fazendas orgânicas no Brasil. A máscara facial feita com óleo de babussu sai por £15.

Quando no exterior, procure pela Acure. A Acure é uma em-presa séria e engajada na causa dos orgânicos. o preço justo também faz parte dos seus princípios. No site tem bastante informação sobre os produtos e a conduta da empresa. www.acureorganics.com

Chegou ao Brasil a marca alemã Alva, trazendo uma linha de maquiagens 100% naturais, considerada a primeira linha de maquiagem totalmente orgânica. os valores são um pouqui-nho mais altos, mas nada fora dos padrões de importados. ∆

Não é novidade que os produtos orgânicos são muito melhores para nossa saúde, assim como para a saúde do planeta.

o VALoR doS oRGÂNiCoS

NA BeLeZA

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Texto | Gabriela ostronoff

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Texto | Julia de MirandaFotos | divulgação

AFLoRe

“Uma flor nasceu na rua!Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.

Uma flor ainda desbotadailude a polícia, rompe o asfalto.

Façam completo silêncio, paralisem os negócios,garanto que uma flor nasceu”.

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ATUALidAde ∆

A Jardinagem de Guerrilha já ganhou os principais centros do mundo. De Londres a Berlim, chegou em São Paulo e, desde 2012, floresce nos solos da nossa Capital. Conheça como funciona e quem está impulsionando o projeto que, além de beleza, busca a consciência ambiental.

os versos acima pertencem ao poeta mineiro Carlos drum-mond de Andrade e não poderiam ilustrar melhor o espírito dessa reportagem. em meio aos prédios, carros e todo o cin-za das grandes metrópoles, de uns tempos pra cá uma nova onda cheia de cores e cheiros vem aparecendo e deixando espaços abandonados e, por vezes, inusitados, mais colori-dos. estamos falando da Jardinagem de Guerrilha. Puxando o histórico, descobrimos que a primeira vez que o termo “Jardi-nagem de Guerrilha” foi utilizado data de 1973, em Nova York, por Liz Christy e seu grupo, o Green Guerrilla. de lá pra cá vários locais do mundo, com o intuito de melhorar o planeta engajados numa consciência ambiental, como Canadá, ingla-terra, Alemanha, espanha e Brasil, começaram a desenvolver essa ideia nas suas cidades. Aqui em Campo Grande, como representante do movimento temos o Aflore, grupo criado pela física Tatyana Winkler e o decorador Thiago oliveira. “É como se fosse um movimento político, essa questão do uso do es-paço público, da forma como eles são utilizados. existem mui-tos lugares abandonados, mal cuidados e por que não deixar tudo mais bonito com flores e árvores?”, indaga Tatyana.

os dois montaram o projeto dentro da Casa da Ciência, es-paço ligado à UFMS que é voltado para a difusão de ciência, tecnologia e educação ambiental. Como funciona a Jardina-gem de Guerrilha? eles montam as “bombas” de sementes (que levam argila, adubo e semente), como se fosse uma bolinha, e saem espalhando por lotes, terrenos baldios e lu-gares desocupados pela cidade, geralmente de bicicleta ou carro. “No início tivemos alguns problemas pois a terra aqui no cerrado é muito ácida e as plantinhas não aguentavam. Usávamos semente de girassol. Trocamos para uma espécie

de margarida laranja, bem conhecida por aqui, e essa deu certo. Hoje em dia também trabalhamos mais com mudas, de flores e de árvores, plantamos e esperamos a chuva para desencadear o resto do processo, que geralmente é lento”, explica Thiago.

Quem frequenta os eventos culturais da cidade, como o Sa-robá, por exemplo, já pode ter encontrado com a dupla distri-buindo as bombas e mudas, sempre junto com uma cartilha explicando como proceder. “Tudo é bancado por nós mes-mos, nossa grana, mas não tem um custo alto, quem quiser participar é só nos procurar, queremos colaboradores”, con-vida Taty, já que o Aflore mantém um blog e uma fanpage no facebook.

Acrescentam que o projeto não para na Jardinagem de Guer-rilha; eles focam também na parte da educação ambiental, oferecendo oficinas para crianças. Já despertaram o interesse dos pequenos em Aquidauana e em uma aldeia indígena em Amambai. “Atualmente está todo mundo percebendo, princi-palmente no Brasil, que existe uma distância entre o poder pú-blico e as pessoas, uma lacuna que precisa ser preenchida. Podemos, sim, nós mesmos, plantar flores, hortas urbanas e árvores em espaços abandonados para embelezar nossa ci-dade, nosso dia a dia”, analisa Thiago. Taty ainda incentiva o modo de vida “faça você mesmo”, começando em casa, plantando uma flor no jardim, uma horta. “Plantar o que vai consumir, além da beleza das cores traz qualidade de vida!”, acerta Taty. ∆

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Texto | Gabriela ostronoff

Nossos pequenos exploradores adoram registrar momentos. Com as câmeras da lomo, feitas de plástico, você não precisa se preocupar com possíveis quedas. As câmeras com lentes “Fisheye”

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brasileiros, como “ o sapo não lava o pé” e “Samba Lelê”.

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Texto | Gabriela ostronoff

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Fotos | Wilson Jr.

Criar um espaço de festas para o infantil com qualidade e muita diversão era um dos sonhos dos irmãos e empresários Wélida Paulino e Júnior Paulino. Sonho que se tornou realidade há 4 anos, no Buffet Infantil LekoTeko – com qualidade que já conquistou reconhecimento com o título de melhor buffet infantil da cidade.

UM LUGAR PARA BRiNCAR e SoNHAR

PUBLiediToRiAL ∆

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Tanto sucesso não é por acaso. o espaço comporta cerca de 200 convidados, é super equipado com área baby, pula-pula, tobogã, lanchonete, mezanino com lan-house, três tipos de vídeo game, pebolim e play ar. e, principalmente, é um espaço pensado para garantir o conforto das crianças.

Pensando sempre na diversão, e principalmente na segurança dos seus convidados, o Buffet Leko Teko conta com uma equipe de monitores super treinados. São grupos de jovens escolhidos em uma seleção, que passaram por um treinamento especial para garantir diversão total para toda a família. Tanto cuidado também está presente na cozinha, onde os salgados são prepa-rados na hora, do forno direto para a mesa.

Por trás do Buffet Leko Teko tem muito mais do que uma equipe especializada, existe uma família. ∆

Rua Joaquim Murtinho, 1990 – itanhangá Park. (67) 3029-0972 – 9964-1973 – 9982-0974

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Texto | Natália Charbel

A iMPoRTÂNCiA de FRACASSAR

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Vamos direto ao ponto: o que é ser bem sucedido para você? Quem são os fracassados? Conceitos de vitória, sucesso e fracasso costumam ser tão fixos quanto subjetivos. Como assim?

Quando falamos em questões profissionais, a maioria tem a resposta na ponta da língua: profissional que ganha pouco é fracassado, não deu certo. Questões pessoais começam a dar sinais de mudanças, mas até há bem pouco tempo, os conceitos também eram bem definidos. Mulher que não ca-sou, ou não teve filho, é fracassada “amorosamente”, o ho-mem, se não é o provedor da casa, coitado, está tachado de perdedor. Mas será que esses conceitos procedem?

“Vivemos num tempo em que impera o capitalismo e a me-ritocracia. É exigido desde o nascer ser um sucesso. No en-tanto, esperar isso de todos é por si só um engodo, por dois motivos: primeiro, porque somos seres faltantes, castrados, incompletos e impotentes; em segundo lugar, porque só exis-te o sucesso, porque há seu sentido antitético, o fracasso. Muitos pais desejam aos seus filhos o sucesso que não obti-veram. É claro, ninguém deseja de forma consciente ser um fracasso. às vezes fracassar em uma coisa – esperada pelo outro – é uma forma de ter condições de buscar o desejo pró-prio”, explica a psicanalista Marisa de Costa.

Parafraseando Arnaldo: “A regra é clara”; nós precisamos aprender a fracassar. Primeiro, porque é inevitável, e lutar contra o inexorável é garantia de frustração. Tentar, errar, ex-perimentar, cair e levantar, são partes da vida e da apren-

dizagem. Winston Churchill, conhecido historiador britânico, diz que “o sucesso consiste em aprender a prosseguir, de fracasso em fracasso, sem desesperar-se”. Andar rumo ao sucesso implica, necessariamente, em avançar, parar, e às vezes, retroceder.

É preciso ter consciência de alguns pontos, e um deles é: saiba aonde você quer chegar. Muitas vezes, a pessoa é feliz com o que tem, mas por imposições sociais, ou até incons-cientes, acha que precisa de mais. Mais dinheiro no banco, mais uma filial da loja, funcionários. Mas, é isso que você quer? Tentar chegar a algum lugar só para se enquadrar é certeza de insucesso. Você pode se autoboicotar e qualquer percalço será motivo para desistir. então assuma o SeU con-ceito de êxito. Na vida profissional ou pessoal. Não querer ter filho, casar, não querer juntar dinheiro. Não deixe o mundo te rotular. Sucesso e fracasso precisam ser conceitos pessoais, e não universais.

Marisa completa: “Poderia alguém não desejar ter sucesso? Mesmo quando questionamos se o fracasso pode ser um trampolim para o sucesso, fica evidente que é uma pergunta capciosa, como se o sucesso tivesse que advir a qualquer custo, mesmo após o fracasso. Mais vale o sucesso que a felicidade”?

CoMPoRTAMeNTo ∆

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Mas ok, você quer mais. É desejo seu, inato. então, caro ami-go, aprenda a lidar com fracassos, no plural. e mais, a tirar deles lições que vão te levar além, força para continuar. Re-almente, não é fácil assumir que fracassamos, principalmen-te em questões relevantes para nós. Reconhecer que nossa aposta, seja um novo negócio, ou um relacionamento, foi por água abaixo, é difícil. Mas para reverter a situação, o primeiro passo é olhar o fracasso de frente. A negação pode nos levar a uma busca irracional pela perfeição, e aí, é frustração certa. Não existem vencedores que nunca fracassaram.

“Todos deveriam lidar, ao seu modo, com suas impossibili-dades. isso implica que os sujeitos se responsabilizem por seus rateios e não apenas culpem outrem por suas falhas. É impossível evitar o fracasso, então a saída é lidar de outra forma com ele. Freud relata que uma forma de lidar com tudo isso seria pela sublimação: um poeta, por exemplo, externaria na literatura sua dor de viver, e propiciaria deleite a outrem. outra forma de lidar com a agressividade, por exemplo, po-deria ser na escolha da profissão de cirurgião. Nossas esco-lhas profissionais podem ser uma forma de lidar com a falta

existencial de maneira que a sociedade aceite e que nos dê prazer”, completa a psicanalista.

Para artistas, a derrota pode ser inspiradora, a dor, poesia e a poesia, sua obra. Ter “sucesso”, antes de tudo, baseia--se em aprender a tirar o melhor das quedas. A derrota nos coloca frente aos nossos pontos fracos, traz autoconhecimen-to, o que sempre é produtivo. Baques nos mostram nossas limitações, momentos ideais para autoanalises; e depois, com novas tentativas, virão as oportunidades para superar esses limites, acertar e conseguir. depois, vem aquela ânsia de su-peração, a vontade de ser melhor, de crescer, de vencer esse limite...

Fracassar mesmo é parar por medo. deixar de amar por medo de sofrer. de investir, por medo de perder. Tentar não é garantia de conseguir, mas para conseguir, é preciso tentar.

o sucesso vem da capacidade de aprender, de não se deixar abater, de continuar, sempre, rumo ao que você quer. Seja ele o sucesso, ou apenas sua felicidade. ∆

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PUBLiediToRiAL ∆

A Federação Brasileira de Psicanálise tem como título de seu congresso bi-anual o tema “Ser contemporâneo: medo e pai-xão”, inspirado, por um lado, no pensamento do filósofo italia-no Giorgio Agamben, que vem ao longo do tempo tecendo em sua obra reflexões sobre o comportamento político do homem contemporâneo; e por outro nas ideias expressas por Freud em seu texto magistral “Totem e Tabu”, no qual o autor desen-volve “uma visão psicanalítica admirável da natureza humana” (Quinodoz, J-M, 2007). A confluência desses dois temas nos inspira a pensar e refletir sobre assuntos variados e comple-xos que se encontram presentes em nosso cotidiano e são elementos indispensáveis e fundamentais para o entendimen-to da evolução cultural da humanidade e dos significados de suas construções simbólicas no decorrer da história.

No texto inspirador do nosso tema, Freud tentou explicar, a partir de dados psicanalíticos, a origem das sociedades e da religião, fundamentando historicamente o mito do Édipo, e, utilizando-se de análises antropológicas, comparações e observações clínicas de tipos de neuroses, estabeleceu cor-relações entre o desenvolvimento da civilização e a repressão dos instintos. Partindo do mito do pai da horda primitiva, criou uma teoria para explicar as organizações sociais e culturais, as restrições morais e as religiões. Nesse mito, criado por

Freud, podemos apreender a confluência dessas duas cor-rentes de emoções, medo e paixão, igualmente fortes, igual-mente poderosas – ambas ligadas aos movimentos básicos da vida e capazes de mobilizar estados mentais complexos, desde aqueles que poderíamos chamar de normais até os pa-tológicos, que afligiram e afligem o ser humano em qualquer época da história, além de se constituírem como a matéria--prima da arte e dos artistas.

Portanto, no XXiV Congresso Brasileiro de Psicanálise que ocorrerá em Campo Grande de 25 a 28 de setembro, psica-nalistas de todo o Brasil discutirão sobre medo e paixão no cenário contemporâneo. dentre as diversas conferências e palestras destacamos a conferência de abertura o Contem-porâneo, extemporâneo - Giorgio Agamben, com o filósofo Pedro duarte discutindo a contribuição de Agamben para o entendimento da contempoarneidade. destacam-se ainda a plenária com a presença dos psicanalistas M.H. Junqueira, L. Nosek e M. Giovanetti, discutindo Agamben e a psicanálise; e a plenária sobre os 100 anos do texto de Freud “Totem e Tabu”. As três plenárias dão o enquadre e simbolizam o proje-to no plano psicanalítico das 80 mesas redondas que tratam desses temas na psicanálise, assim como as 15 reflexões psi-canalíticas e as 20 discussões clínicas. ∆

Maiores informações sobre o XXIV congresso Brasileiro de Psicanálise poderão ser encontradas no site www.febrapsi.org.br/congresso

SER COnTEMPORânEO:

MEdO E PaixãO

Texto | Gleda Brandao Coelho M. de AraujoPresidente da Federação Brasileira de Psicanálise, Febrapsi

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ESPAÇO PARA

GRÁFICA IDEALIZA

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ediToRA CoNVidAdA ∆

Texto | Júlia de MirandaFotos | Lucas Possiede

Sempre disposta e com aquele brilho no olhar quando fala do que faz, hoje em dia diz conciliar bem a vida de mãe com a jornada de trabalho. o que também delicia Manu é arrumar as malas e cair na estrada. “esse ano viajei com a família para comemorar o aniversário da minha mãe. o destino escolhido foi NY, e como era minha primeira vez lá, pesquisei bastante para fugir da mesmice dos pontos turísticos que todo mundo vai”, comenta. e com tantas dicas boas (que renderiam várias páginas dessa edição), ela selecionou suas preferidas para compartilhar com A Gente e deixar todo mundo com vontade de viajar. Qual a próxima parada Manu? “Se tudo der certo, Londres, aí vou eu”.

Passar uma tarde com Manoela Maymone só nos deu uma certeza: acertamos na escolha da editora convidada do mês. Sempre com um sorriso no rosto, bem humorada e com uma simplicidade que deixa qualquer um à vontade, Manu tem várias histórias para contar. Dona do blog I Love Trends, é apaixonada por moda desde que se conhece por gente. Publicitária por formação, divide seu tempo entre a família e o trabalho (além de escrever, é assessora de eventos na cidade).

NA RoTA de NY.

ManOELa MayMOnE COnTaR

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ReSPiRAR CULTURA

o Museu de Arte Moderna é perfeito pra quem aprecia arte. emociona com as obras de Pablo Picasso, Van Gogh, Paul Cézanne, Claude Monet e, claro, não esqueça do jardim de esculturas ao ar livre. Como boa católica, a St. Patrick’s Cathedral é visita obrigatória! dica que vale para aqueles que têm fé... Agradecer e ao mesmo tempo se deslumbrar com a requintada arquitetura gótica. Assistir a uma missa nessa igreja é simplesmente emocionante!

CAMiNHAR PARA CoNHeCeR

Para conhecer NY o segredo é caminhar...Uma delícia andar pelo Meat Packing district, uma das áreas mais elegantes da cidade de NY, saborear um café nos jardins do Kava Cafe, al-moçar no STK ou no Pastis, e visitar o famoso Chelsea Market – um mix de mercado e lojinhas em um prédio antigo muito agradável para passear. Possui acesso à High line, portanto é interessante aliar os dois passeios.

o MeLHoR LUGAR

Sem dúvida nenhuma o bairro de que mais gostei em Manhattan foi o Soho – eclético, artístico e muito animado. Nele poderá encontrar lojas exclusivas e inúmeras galerias de arte. os restaurantes e bares são ótimos e superdescolados! Almocei no restaurante (The Mercer) Kitchen – o ambiente é um charme, com um toque moderno, e a comida é muito boa! Ainda falando sobre lugares inesquecíveis... Não deixe de conhecer o eataly e jantar no Lavo!

BeAUTY ANd eSSeX

outro restaurante que foi dica da minha querida concunhada Fabiane Contar, e já anotei correndo para a próxima viagem à NY, é o Beauty and essex. o restaurante vem se tornando o destino noturno preferido do Lower east Side. Traz um con-ceito totalmente diferente do convencional, primeiro porque a entrada é por uma Vintage Shop e o restaurante fica nos fundos da loja, depois porque é muito frequentado pelos tí-picos “hypies” nova-iorquinos. o jantar é acompanhado de deliciosos drinks e música alta, com a seleção de um dJ que toca a noite toda. A comida é extraordinária e o menu super sofisticado! Fica a dica!

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CULTURA ∆

Felipe Rocha nasceu no início da década de 70, em um hospital psiquiátrico em Paris. Filho mais velho de um psiquiatra e uma enfermeira brasileiros, viveu na França até os sete anos, mas, como o Rocha de seu sobrenome, Felipe se sente totalmente brasileiro.

Texto | Júlia Aissaentrevista | Camila emboava e Júlia AissaFoto | Lucas Possiede

Ainda garoto, começou a fazer teatro e música na escola aos 14 anos. Nessa época, se considerava um péssimo ator. Ria em momentos dramáticos e certa vez precisou ser substituí-do. “A minha história com o teatro se deu pelo suor e investi-mento, não foi talento nato. Se há um valor naquilo que faço hoje, foi pela dedicação e persistência. Saber dessa conquis-ta me agrada”, afirma o escritor e ator, que hoje é conhecido do grande público como davi, o melhor amigo do Fred no Copa Hotel, do canal GNT.

Formado em Artes Cênicas pela Universidade do Rio de Ja-neiro (Uni-Rio), foi integrante da intrépida Trupe de Circo e Acrobacia durante vários anos. Se no início seu trabalho era esquemático e extremamente técnico, hoje o prazer pelo que faz o leva a ser uma das novas referências na dramaturgia contemporânea brasileira. ele recebeu os prêmios Shell 2011, APTR 2011 e Questão de Crítica 2011 na categoria autor pelo texto da peça “Ninguém disse que seria fácil”, que foi apre-sentada em julho em Campo Grande a convite do SeSC de Mato Grosso do Sul.

Felipe divide a direção do espetáculo com Alex Cassal, parce-ria que acontece há cinco anos, desde a formação do grupo Foguetes Maravilha no Rio de Janeiro. No caso de “Ninguém disse que seria fácil”, Felipe escreveu o texto durante uma re-sidência artística na França, quando recebeu verba durante três meses para produzir uma obra. “Uma experiência bem concentrada e solitária”, lembra.

dos Trapalhões à filosofia quântica, do Pernalonga à Pantera Cor de Rosa, da Gretchen ao Bergman. Muitas foram e são as influências em sua trajetória de vida que contribuíram para a formação de seu jeito de escrever e a maneira com a qual expressa seus textos, com o uso, por exemplo, da metalingua-gem ao assumir estar em um teatro, quebrando o que conhe-cemos como “quarta parede”*, o non sense, a transgressão e o uso de um humor ácido como forma de se comunicar com o público.

Muito sensível e articulado em diversos campos do conhe-cimento, é um artista multifacetado e extremamente criativo. Além de ator e autor, Felipe é bailarino e multi-instrumentista. influenciado pelo pai, que mesmo não sendo músico, sempre tocou violão e gostou de cantar, Felipe tem uma banda no Rio de Janeiro, chamada Brasov, que é extremamente performá-tica e ligada ao teatro. Além disso, cria trilhas sonoras para teatro, cinema e dança e inclusive recebeu diversos prêmios e foi indicado várias vezes para o Prêmio Shell de Música.

Felipe é um artista que sabe ouvir a melodia de cada momen-to, ainda que pareça haver apenas silêncio. “A escrita, o teatro e a atuação estão interligados com a música e têm ritmos di-versos, às vezes uma intensidade mais forte, outras um tempo mais longo. o artista precisa ter o interesse em se aprofundar na técnica que quer desenvolver e perceber a sensibilidade de se comunicar entre e com todas elas”. Sem dúvidas, Felipe é um artista em plena ascensão. ∆

FeLiPe RoCHA: UM ARTiSTA eM ASCeNSão

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CInEMA09 a 13 de setembroCInE MIS - Mostra Mazzaropino Museu da imagem e do som, avenida fernando corrêa da costa, 559, 3º andar. às 19h.

MuSEuSAté 13 de outubro - 3ª Temporada de Exposições - MARCocom as exposições “pinóquio”, de alex cervany; “conexão dual - diá-logos gravados”, das artistas arlete santarosa e lana lanna; “admirá-vel Mundo novo”, do fotógrafo lula ricardi; e “estruturas urbanas”, de William Menkes. a mostra fica aber-ta para visitação das 12h às 18h. no Marco. rua antônio Maria coelho, 6000.

23 a 29 de setembro7ª Primavera dos Museuscom os mesmos moldes da sema-na nacional de Museus, o evento acontece com o objetivo de mobili-zar espaços museológicos do Brasil a produzirem atividades especiais. a 7ª edição tem como tema Museus, Memória e cultura afro-Brasileira.com exibição do documentário “cul-tura afro-Brasileira”, e diversas ofici-nas, como: criação de instrumento e criação de um painel coletivo. no Marco. rua antônio Maria coelho, 6000.

SHoWS03 e 04 de setembroViola, tons e sonso espetáculo “violas, tons e sons”, do paulista julio santin, é uma apre-sentação de viola caipira instrumen-tal, acompanhada de violão base, no qual são usadas afinações distintas das regiões sudeste e centro-oeste do Brasil. o espetáculo faz parte do projeto concerto sesc. no teatro prosa, sesc horto. às 20h.

14 de setembroMeu retrato brasileiroo grupo paulista suçará apresenta-rá as composições do seu primeiro álbum “Meu retrato brasileiro”: uma conversa musical que mescla ritmos diversos como choro, baião, ijexá e aguerê à linguagem erudita. o espe-táculo faz parte do projeto concerto sesc. no teatro prosa, sesc horto. às 20h.

28 e 29 de setembrodiálogo entre terras a vila de zeca collares comenta as noites e os dias da terra, assim como o piano de luca Bernar. o encontro dos músicos paulistas vem resga-tando esse diálogo lírico e musical, falando de campos e descampos, de povos que vão para encontrar-se em outros lugares. o espetáculo faz parte do projeto concerto sesc. no teatro prosa, sesc horto. às 20h.

BAlAdA14 de setembro - Festa do Brancoa tradicional noite do Branco já tem data marcada. escolha seu melhor look e se jogue.no line-up: Marcio casagrande, ferrari, Klauss gou-lart, thiago Mansur e paulo velloso.no golgen class

TEATRo06 e 07 de Setembrojorge fernando apresenta as peças Boom e salve jorge fernando. em Boom, ele faz abordagem irônica e bem humorada de temas mediú-nicos como reencarnação, mate-rialização e afins. em salve jorge fernando,o ator e diretor faz um apanhado de relatos, contando ao público o que foi a sua vida –tudo com muito humor. no teatro do pa-lácio popular da cultura. às 21h.

07 a 08 de setembro - InC.em seus nove anos de existência, a cia. dita, do ceará, tem focado sua pesquisa no trânsito das diferentes linguagens como dança, vídeo, per-formance e fotografia. com sua pes-quisa estética amplamente influen-ciada pelo pop, inc. é um exercício de captar o “falso brilho” dos objetos de desejo e consumo em massa. o espetáculo faz parte do proje-to sesc encena. no teatro prosa, sesc horto. às 20h.

11 e 12 de setembroValsa nº 6 de nelson Rodriguesdrama de um ato de nelson rodri-gues, em que Beatriz sayd volta ao teatro como sônia, uma jovem de 15 anos que morreu apunhalada pelas costas enquanto tocava a valsa nº 6, e tenta lembrar-se do que aconte-ceu. o espetáculo faz parte do pro-jeto sesc encena. no teatro prosa, sesc horto. às 20h.

15 de setembro - Fora do normalcom Fábio Porchato humorista fábio porchat, roteirista e ator do porta dos fundos, traz ao palco observações bem humoradas sobre situações do nosso dia a dia. uma stand-up que aborda temas do cotidiano como telemarketing, avião e tecnologia em banheiros. teatro do palácio popular da cultura. às 19h.

CIRCo12 a 15 de setembro - Palco Brasil - Circo nacional da Chinaos mistérios e o encantamento do novo espetáculo acrobático circense de um dos grupos mais premiados do mundo poderão ser acompanha-dos de perto na maior turnê já rea-lizada por um grupo estrangeiro no Brasil. no palco Brasil. shopping campo grande. às 15h, 18h e 20h.

CAMPo gRandEAGeNdA ∆

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Da tradição budista às recentes transformações nos costumes das últimas décadas, conheça Bangkok e o norte zen da Tailândia na companhia de Yasuko Hama, uma garota tailandesa ligada à tradição e conectada ao novo.

Texto | Yasuko Hama, especial de BangkokFotos | divulgação

TaiLândia REaL

Se você está visitando a Tailândia pela primeira vez, os primei-ros lugares que vão aparecer na sua pesquisa são Chiang Mai e Mea Hong Son no norte, para trilhas, culturas, montanhas e templos; e Phuket, Krabi e Samui (phangan, koh tao) para praias, mergulhos, festas e resorts luxuosos. Bangkok é, para muitas pessoas, apenas uma parada rápida, já que é uma metrópole úmida e caótica.

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outro feriado memorável da Tailândia é o Loi Krathong, em novembro, quando fazemos um Krathong flutuante, tradicio-nalmente feito de tronco de bananeira e decorado com flores, velas e incenso. Com velas no rio, fogos de artifício e yi-peng (lanternas flutantes) no céu, é uma visão surreal, que você nunca vai esquecer. Loi Krathong é muito mais sereno, e teve sua tradição preservada, ao contrário do Songkran.

É um momento tranquilo, de ficar com a família, então se você prefere eventos calmos (e também românticos), Loi Krathong é para você. Porém fique atento, todos se reúnem ao redor de qualquer local com rios ou lagos, e pode ficar bastante tumul-tuado nessas áreas.

TRAdição

o mais interessante de se visitar a Tailândia durante o verão (de março a junho) é o festival de ano novo tailandês chamado Songkran. Acontece de 13 a 15 de abril, e o feriado geralmen-te dura 5 dias. Nesse período, a maioria dos trabalhadores de outras províncias vão para suas casas, e Bangkok fica um tanto vazia, mas definitivamente não fica silenciosa, já que a cidade toda entra em uma enorme guerra de água.

Alguns turistas vêm especialmente para a festa. Crianças e adultos, carregados de suas arminhas d’água, mangueiras e baldes, ficam espalhados por todos os cantos das ruas. Tra-dicionalmente, é um momento em que as famílias se unem para celebrar os mais velhos, jogando água perfumada com pétalas de flores frescas.

Nos últimos 10 anos, a tradição do Songkran vem mudando, assim como várias tradições na Tailândia, e crescendo a cada ano, e hoje se transformou mais em uma balada para jovens... de qualquer forma é uma experiência única, algo para se vi-ver pelo menos uma vez na vida.

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ReLiGião

existem diferentes ramos de budismo, dependendo da região ou país, na Ásia. Se você tem interesse na religião, um local que eu pessoalmente recomendo é Ubon Ratchathani, no nor-deste da Tailândia. Pode ser que isto esteja muito fora da rota turística para alguns, já que o nordeste do país não tem muitos atrativos turísticos – é mais uma área para conhecer o modo de vida rural da Tailândia, como as coisas costumavam ser.

o nordeste é grande em sua agricultura e produz a maior par-te do arroz da Tailândia, portanto a vista será de planícies de infinitos arrozais, palmeiras, pequenas choupanas de madeira e búfalos ruminando pasto.

existem dois grandes mosteiros budistas na cidade de Ubon, Wat Nong Pah Pong e Wat Pah Nanachat (wat significa templo em tailandês), ambos fundados por Ajahn Chah, um venerável monge tailandês que se dedicou a espalhar os ensinamen-tos de Buddha pelo oeste. Você pode entrar em contato com qualquer um dos templos e passar uma temporada lá, sem custo, para estudar o budismo, praticar meditação e limpar sua mente.

Muitos que eu conheço que tiveram essa experiência descre-veram-na como se suas mentes ficassem frias e seus cora-ções tranquilos, e quando eles saíram do mosteiro e voltaram às suas vidas, sentiram como se a cabeça fosse lentamente esquentando, e que eles não viam a hora de voltar ao templo para resfriar a mente de novo.

o objetivo, obviamente, é ter uma cabeça fria que nunca es-quenta, independente de onde você esteja. Wat Nong Pah Pong é o primeiro templo e Wat Pah Nanachat é uma filial que acomoda monges e discípulos de todo o mundo. Um maior número de falantes de inglês e outras línguas poderá ser en-contrado na filial, e este ambiente internacional poderá lhe aju-dar a sentir-se mais confortável.

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BANGKoK de BiCiCLeTA

de volta a Bangkok, os lugares mais comuns de serem visita-dos são os templos na parte antiga da cidade. o que eu geral-mente faço quando um amigo estrangeiro vem visitar, e ele já fez toda a rota dos templos, é mostrar-lhe a cidade de bicicle-ta. Confira o grasshopper adventures, que começa na famosa meca dos mochileiros, Khao San Road. este tour o leva pela parte antiga da cidade à noite, e você pode visitar Wat Arun num período mais calmo do dia, e ainda ver suas belas luzes acesas. ele também o levará por ruelas escondidas, onde a vida ainda é bastante tradicional e as pessoas são amigáveis. (grasshopperadventures.com/tour)

Uma outra alternativa é passear pelo centro da cidade, onde você terá a oportunidade de ver mais pessoas e como elas vivem, visitar Bang Krachao, do outro lado do rio do mercado Klongtoey, o mais movimentado de Bangkok, e caminhar por lindos pomares. Confira Amazing Bangkok cyclist. (http://realasia.net/index.php)

Fora da rota mais tradicional, passe uma tarde na cidade an-tiga, ao sul de Bangkok. É uma escolha um tanto nerd, mas pode ser divertida. o parque é cheio de miniaturas de escul-turas tradicionais de todo o país, então você pode, de certa forma, ver toda a Tailândia em algumas horas. (www.ancientcity.com)

Complete seu dia com um jantar no Bang Poo (ou Bang Phu), onde a maior parte da população de Bangkok já esteve pelo menos uma vez para um jantar em família. Vá por volta do fim da tarde, para andar pelo píer e assistir ao por do sol e as gaivotas. Tem um restaurante no fim do píer.

Com tudo isso, a Tailândia é um lugar bom de se visitar em qualquer época do ano, qualquer região ou província, de nor-te a sul, leste a oeste, contanto que você mantenha a mente aberta e aprecie surpresas. ∆

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CoNeCTiVidAde ∆

Se LiGATexto | Wpixel Midia

Arte - o diretor de arte e designer italiano Federico Mauro criou uma série de imagens com as armas mais famosas, desde o cinema até personagens his-tóricos. Nomeadas individualmente, as preciosidades vão desde John Wayne, Jack Sparrow, He-Man, James Bond, a Star Trek, Lee oswald, Batman etc… Certamente a maioria das armas usadas no cinema são mais belas que funcio-nais, mas cada imagem refresca a memória dessas cenas que fizeram parte de um momento de nossa vida.

Arte Multimídia - david Mach é um artista multimídia de Londres que cria es-culturas a partir de diversos materiais, desde fósforos a revistas. Agora, Mach constrói esculturas figurativas com cabides de roupa. “Quando eu tenho ideias, eu quero concretizá-las, e não somente algumas, mas todas elas. Como resul-tado disso, minhas esculturas abordam diversos assuntos. eu gosto de traba-lhar com a maior variedade de materiais possível. Não é um eufemismo dizer que eu sou um viciado em materiais”, diz david. o resultado ficou incrível.

iPPA - depois que os smartphones apareceram, todo mundo virou fotógrafo. inclusive, o número de pessoas que produzem fotos artísticas de boa qualidade com celulares também cres-ceu. Por isso, foi criado o iPhone Photography Awards, que está na sexta edição e premia as imagens artísticas dos usuários de iPhone. o prêmio é dividido em 16 categorias e nenhuma foto pode ser retocada com Photoshop, ou qualquer outro programa de processamento de imagem. Apesar do concurso não ser li-gado à Apple, ele já faz o maior sucesso. A imagem ganhadora na categoria “Pessoas” foi de Kim Hanskamp.

Sustentabilidade - Sabe aqueles ônibus antigos, encostados, que aparentam ter um único destino: o ferro velho? Um mestrando em Arquitetura na Universidade de Minnesota mudou essa visão e investiu em algo inovador. Como projeto final do mestrado ele planejou e implantou banheiro, sala, cozinha e um pequeno dor-mitório em um velho ônibus escolar. o chão foi feito de madeira reciclada de um ginásio. A reforma demorou 15 semanas e deve inspirar muitas empresas, princi-palmente as ligadas a motorhome.

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Texto | Júlia de MirandaFoto | Lucas Possiede

MôNiCA BURGoS

O cheiro faz parte da nossa identidade e é um dos atalhos para trazer à tona lembranças afetivas. Campo Grande possui uma loja referência no ramo dos produtos aromáticos, a Avatim - Cheiros da Terra. Conheça Mônica Burgos, o nome que diri-ge a empresa baiana responsável, também, pelos bons ares do Copacabana Palace.

Quando você entra em uma das lojas da Avatim a sensação de voltar no tempo é imediata. inspirada nas boticas, os de-talhes começam nos ladrilhos do chão e vão subindo pelas prateleiras de madeira, nas embalagens coloridas, nas flo-res decorando o local, criando um clima de total aconchego. A responsável por toda essa empreitada, Mônica Burgos, ini-ciou sua trajetória no ramo da perfumaria depois de longos 10 anos atuando como advogada.

Mineira de Nanuque, foi com os pais morar em itabuna, na Bahia, ainda aos cinco anos, e de lá nunca mais saiu. “Quan-do deixei a advocacia no ano 2000, resolvi mudar de área e estudar moda no Rio de Janeiro. divorciada e com três filhos, estudava e trabalhava com produção. Nesse meio, o profes-sor do SeNAC Moda, Alexandre Nunes, me convidou para tra-balhar no seu projeto que visava usar os cinco sentidos dentro da loja para estimular o consumidor. Neste ínterim descobri a lacuna no mercado para produtos direcionados ao olfato”, conta a empresária.

ela acrescenta ainda que, na época, os lojistas só conheciam incenso e “Bom Ar”. depois de muita procura, Mônica encon-trou uma pessoa que fabricava artesanalmente aromatizantes na região do Rio e havia levado os seus produtos para se-rem vendidos em Salvador. “em seis meses eu já era a maior compradora dele, com uma cartela de mais de 500 clientes e cinco vendedores de rua trabalhando comigo, de porta em porta, oferecendo os produtos”.

Trabalhando muito e com bastante dedicação, foi convidada por um amigo, seu atual sócio, para ser dona do seu próprio negócio. o plano era trabalhar na fabricação de um aromati-zante de ambiente com mais qualidade, beleza e sofisticação, e que o mesmo se tornasse um ícone de referência para o mercado dos cheiros. Surgia então a Avatim – Cheiros da Terra. em 2002.

Com sede e fábrica na cidade de ilhéus, BA, Monica acredita em algumas vantagens em se começar uma empresa no eixo

Rio-SP, mas afirma que sua empresa fez uma escolha cons-ciente e vem trabalhando seu crescimento focado no Norte/ Nordeste para aproveitar as vantagens de uma região que tem muito potencial e está em plena expansão mercadológica.

Segundo a própria, o mercado de perfumaria, cosmética e higiene pessoal está em plena ascensão. “o brasileiro já é o segundo maior consumidor destes produtos no mundo, perdendo apenas para a China e passando os eUA”, informa Mônica, que conta que isso acontece por dois fatores: o fato do brasileiro ser muito vaidoso e valorizar demasiadamente a beleza, e o de estar numa situação econômica mais estável com o aumento expressivo da sua renda, sobretudo a classe média emergente.

Como cliente de peso podemos citar o Copacabana Palace. As fragrâncias da Avatim estão espalhadas pelos corredores do hotel, um dos mais luxuosos do país. “A ideia de ofere-cer meus produtos para eles surgiu de um plano de negócio que eu estabeleci quando comecei minha trajetória de porta em porta, época em que selecionei nomes de referência no mercado brasileiro. Considero o hotel um cliente multiplicador, pois possui um público de seguidores muito grande e exigen-te em relação à qualidade e à eficácia dos produtos”.

Hoje sua empresa já conta com mais de 30 lojas espalhadas pelo Brasil, e com um leque de produtos ainda maior: artigos para ambiência, para o corpo e acessórios (ecobags, esco-vas e buchas vegetais), totalizando mais de 500 itens em pro-dução. Como meta futura, cita a criação de um projeto social próximo ao local onde a fábrica está situada, e um primordial: “Pretendo também me aposentar para poder acompanhar os netos crescerem, como forma de compensar o tempo que não tive com os meus filhos, porque estava mais no trabalho do que em casa”. ∆

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JURoS, iNFLAção e o SeU BoLSo.

eCo

No

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o juro que mexe com toda a economia no país, a taxa Selic, subiu para 8,5% ao ano. essa alta foi determinada pelas autoridades econômicas para segurar o avanço da inflação, que ficou acumulada em 5,75% nos últimos 12 meses, mantendo-se abaixo do limite definido pelo governo, que era de 6,5% a.a.

o QUe É A TAXA SeLiC?A Selic é uma taxa de juros determinada pelo Comitê de Po-lítica Monetária (Copom) para frear o consumo e combater a alta da inflação, ou seja, quando a inflação sobe (como ago-ra), o governo sobe a taxa Selic para frear o consumo. ela é vinculada ao Banco Central, que a utiliza como referência nos financiamentos no país – cada país tem o seu comitê.

MAS AFiNAL, o QUe É A iNFLAção?A inflação é o resultado do movimento de oferta e procura de produtos e serviços. Quando a oferta é maior do que a procu-ra, os preços tendem a cair. e, consequentemente, quando a procura é maior do que a oferta, os preços sobem.

Ex: A produção de TOMATE sendo comprometida por causa do excesso de chuvas, este torna-se escasso, e o preço se eleva, e por ser um produto que muitos brasileiros consomem, pode influenciar no aumento inflação. O mesmo acontece com o pão francês, que com a alta do dólar ficou mais caro, já que o trigo é importado.

e CoMo iSSo AFeTA o MeU BoLSo?Nos últimos meses, os preços de alguns alimentos e servi-ços, como salão de beleza, restaurantes e lavanderia, estão

aumentando a inflação. o crédito fica mais caro para quem precisa de financiamento para comprar alguma coisa, e o ren-dimento de aplicações cresce, o que pode estimular algumas pessoas a poupar e economizar.

Por isso, é muito importante pensar bem antes de comprar qualquer coisa. Muitas vezes avaliamos apenas a nossa von-tade ou o pagamento facilitado, mas o mais importante é levar em conta a necessidade.

MeUS ReNdiMeNToS

o rendimento da nova caderneta de poupança vai subir, por-que hoje ele equivale a 70% da taxa Selic (o que renderia 5,95% ao ano).

Conforme a inflação vai subindo, a tendência é que o dinheiro compre menos coisas. e quem não aplica o que ganha, pode ser mais atingido por esse aumento.Mesmo quem tem Poupança, Títulos do Tesouro ou Fundos de Renda Fixa, pode não conseguir repor as perdas para a in-flação. isso porque o rendimento pago ao investidor tem sido menor do que a inflação.

Ex: O Juro Nominal é 8,5% a.a (Selic), mas no Juro Real o rendimento desconta a inflação, 5,75%, ou seja, a conta seria (8,5% - 5,75%) = 2,75%, que seria o seu rendimento real.

Para não perder o controle do orçamento, vale checar o que pode ser cortado do orçamento, quando o preço de quase tudo aumenta. ∆

Texto | Marcelo KarmoucheAdministrador e Consultor de investimentos

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PUBLiediToRiAL ∆

Por um motivo muito simples: durante muitos anos, acreditou--se que o contador era um mero agente do fisco e nada mais, aquele que cuidava das questões burocráticas e quase em sua totalidade necessárias e chatas. Com o avanço da tec-nologia e o amadurecimento das questões econômicas, a contabilidade se tornou indispensável na administração de qualquer negócio, independente de sua relevância ou porte, e já começou a mostrar resultados favoráveis num dos princi-pais estudos formalizados do SeBRAe, que é a pesquisa de Sobrevivência das empresas no Brasil.

A pesquisa analisa o desenvolvimento das empresas nos dois primeiros anos de vida. o índice chegou a 78% na região Su-deste, que ultrapassa a média nacional de 73,9%, conside-rando que esta é a região que contempla o maior número de pequenos negócios no país; no geral, a cada cem empresas criadas, uma média de 74 sobreviveram a esse período críti-co. Resultado de uma administração harmonizada com a con-tabilidade e o planejamento estratégico.

e a sua empresa, como está? Você tem conversado frequen-temente com o seu contador? Não?! É hora de mudar isso e se dedicar à administração dos seus negócios. A contabilida-de pode fornecer relatórios vitais ao seu processo decisório e ao planejamento estratégico da sua empresa. Não se utilizar desta ferramenta, hoje, é perder espaço para a concorrência.

“interpretar os fatos que afetam o resultado das empresas e, consequentemente, seu patrimônio, não é uma tarefa fácil. É preciso muita experiência e conhecimento, não só de legisla-ção e técnica contábil, mas também do cenário econômico atual, para decifrar os obstáculos e aplicar as melhores deci-sões. A contabilidade, desde que bem elaborada, nos ofere-ce total respaldo para isso”, diz o gestor da Faccilita Agnaldo Correa, que há 21 anos atua neste segmento.

Por isso, pensando no auxílio dos clientes de pequeno e mé-dio porte, a Faccilita criou um produto específico chamado PMe-Flex, que nos dá flexibilidade para atender, com o mes-mo padrão das grandes organizações, a sua pequena ou mé-dia empresa, num orçamento compatível, discutindo resulta-dos, aprimorando controles gerenciais e administrativos com finalidade de elaboração de um planejamento estratégico efi-ciente e com resultados garantidos.

Nossa equipe é formada por profissionais capacitados, con-tadores e administradores, e se expande ao nosso grupo de profissionais parceiros, tudo para auxiliar você na gestão do seu negócio. Venha tomar um café conosco e conhecer nos-sos produtos e serviços. Se você não vê o seu contador já há algum tempo, é preciso repensar este assunto e não aguardar a próxima segunda-feira! ∆

A contabilidade é uma das profissões mais antigas na história da humanidade, e somente agora, nos tempos modernos, é que a expressão “vou falar com meu contador” tem sido coisa comum no nosso dia a dia. Você já parou para pensar no porquê de isto estar acontecendo somente agora?

Faccilita Auditoria & ConsultoriaRua espírito Santo, 919, Jardim dos estados • (67) 3306-6718 / 3306-6719 • www.faccilita.com.br

Faça-nos uma visita e conheça nossos produtos e serviços.

Faccilita AUdiToRiA & CoNSULToRiA

João Paulo Correa - Contador CRC/MS 10.415/OAgnaldo Correa - Contador CRC/MS 6.502/O

A CoNTABiLidAde CoMo FeRRAMeNTA

iNdiSPeNSÁVeL NA GeSTão eMPReSARiAL

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ARTiGo ∆Texto | elenara Baís, Personal e Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Psicóloga, Consultora de Recursos Humanos do instituto Vitória Humana

Algo de muito bom acontece. É senso comum a alegria re-nascente e expansiva da primavera que chega por aqui. A florada da natureza ao redor faz um link entre este bonito fenômeno e a possibilidade da renovação em nós mesmos e tudo de bom que pode acontecer. Fica mais perceptível que esta energia que movimenta a vida é a própria força da saúde que habita o ar e nos circunda. Basta respirar para inspirar-se na primavera.

Floradas expandem e perpetuam a vida das espécies. Penso na definição de “saúde” da organização Mundial da Saúde, como “perfeito estado de bem estar físico, mental e social”, já tão questionada e mesmo em desuso, e ela me parece aplicá-vel ao movimento vital da primavera.

Alheias à beleza do momento encontram-se pessoas ocu-padas em seus labirintos existenciais, assim, absolutamente normais, focadas em seus medos e anseios e tão distantes do conceito de saúde quase utópico à nossa cultura e socie-dade. Alusões à primavera são feitas pela mídia, incitando à compra, ficando a beleza como mero pano de fundo para fa-cilitar o foco principal, o consumo ansioso e normótico, como dizia Pierre Weil.

Porque normal não é sinônimo de saudável, como alguns pen-sam ou argumentam. Lembremos que norma é um cálculo estatístico. É normal em virtude do volume da incidência em relação ao total da população. Hoje, ser ansioso é normal, ser ou estar estressado é normal, ser ou estar deprimido é tido hoje como normal, e mesmo diversos estados absolutamente neuróticos parecem ser normais.

Pensemos em famílias e ambientes de trabalho. Pronto, a ideia de saúde mental e social já não se aplica facilmente.

olhando as condições de saúde psicoemocional das pesso-as de maneira geral, a visão não é agradável. diria que é com-parável com as condições de saúde bucal na idade média, ou mesmo há cinquenta anos atrás, quando dentistas eram coisas raras, caras e temidas ao ponto de optar-se pela dor, consequência de total desinformação em termos de higiene e prevenção.

A saúde das emoções, sentimentos e pensamentos é pare-cida no tempo atual. Viver com dor de dente era normal há tempos atrás como hoje parece ser normal a maquiagem coti-diana ao sofrimento psicoemocional – ninguém gosta de lidar com isto e opta-se por não olhar de frente, focar a atenção em coisas “mais concretas e objetivas”, como produzir e consu-mir. Beneficiar-se de psicoterapia, ainda não é normal!

imaginar-se sem nenhuma dor ou desconforto físico é fácil. Mas pensar em bem estar mental e social... Bem, é neste pon-to que o conceito foge à realidade mais frequente em nossos dias. o que seria, de fato, bem estar mental e social? estar em paz consigo mesmo, este grande desafio que às vezes implica em desatar tantos fios que já surgem emaranhados desde que os conhecemos e que já nos antecedem em nos-sas famílias quando chegamos. e ainda bem estar social, algo como estar bem com absolutamente todos ao nosso redor...

em perfeito estado de bem estar físico, mental e social está a flor que sorri e se expande em perfume e alegria por simples-mente existir. em alguns momentos alguns de nós consegui-mos nos sentir assim. Momentos de plena saúde. e é isto que podemos buscar, temos direitos e recursos que ainda não descobrimos, podemos experimentar a mais simples e plena alegria por estar aqui e o mais autêntico sucesso em nossas realizações. Saúde para todos nós nesta primavera! ∆

QUe A PRiMAVeRA Não ATRASe!

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ARTiGo ∆

Texto | Ariadne de Fátima Cantu da Silva, Procuradora de Justiça e Supervisora Geral da Assessoria de Comunicação do Ministério Público.

dizem que quando as mulheres se juntam para beber, boa coisa não sai... Mas quando mulheres amigas bebem juntas, muitas coisas boas se espraiam.

Beber é uma coisa, mas beber com quem sabe beber é outra.eu nunca fui muito chegada na “coisa”, mas acompanho com valentia.

essa amiga que “sabe” beber, sim... Ah, ela transita em meio ao álcool como verdadeiro elfo no meio da bruma – super à vontade!

Ah, como a invejo... Miúda e feminina como uma adolescente, doce e suave como uma lichia no verão, e bebe como um homem!Mas não um homem qualquer, um homem ogro!Quanta energia alcoolica acumulada!isso só pode ser genética! ou coisa de vidas passadas.

eu, ao seu contrário, com uns 20 cm a mais, somados a certa quantidade de proteína e aminoácidos suados na academia, pegaria ela no colo sem dificuldade.

A confraria de malte e cevada ia muito bem, e eu acompa-nhando com tranquilidade, com a vantagem do meu tamanho e o estômago cheio .

Tudo ia muito alegre e leve, até que.... o diABo apareceu....Sim...o diabo em pele e osso, ou melhor, garrafa e gelo...Como já entreguei no início, não me envergonho de nada sa-

ber sobre cervejas, a não ser que te fazem ir muito ao banhei-ro e demoram para embriagar...

Mas este, era um conceito estreito demais para a dUVeL....o nome, que significa diABo em flamengo, denomina uma cerveja belga de uma das maiores concentrações de álcool que já existiu.Conta a lenda naquele país, que quem conseguir tomar onze delas, leva o bar pra casa...

Bem, eu não levei o bar pra casa, mas como colecionadora de exclusividades, ganhei uma história que ninguém mais sabia, e que claro, não vou contar... Graças à confissão espontânea provocada pela dUVeL.

o que é, afinal, uma “sintonia” certa com a bebida “correta”?o álcool se misturou com a riqueza da história contada por minha amiga, e pude vê-la cantando a altos brados com os cabelos ao vento enquanto bebia a cerveja daquela história...

Mas a surpresa veio mesmo no dia seguinte, quando final-mente pude entender todo o sentido do nome daquela cerve-ja, e a brincadeira de ganhar o bar quem beber onze delas, afinal, tínhamos bebido apenas uma, e eu acordei com o diA-Bo sambando dentro da minha cabeça.

ela? estava ótima! Já bebendo de novo um vinhozinho para celebrar o tempo frio e acompanhar o peixe que cozinhava.

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dUVeL, UMA HiSTÓRiA NA

BÉLGiCA

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shopping norte sul plaza | loja 165 | tel.: 67 3056 1280

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fase da lua.

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Texto | edson C. ContarJornalista/escritor

entre as centenas de páginas que proliferam no facebook, uma simples ideia de reunir amigos dos anos sessenta e se-tenta acabou por se tornar um verdadeiro garimpo de lem-branças e reencontros inesperados, que hoje reúne quase se-tecentas pessoas de todos os cantos do país e até do exterior, revivendo os grandes momentos na bucólica Campo Grande dos chamados “anos dourados”.

Tempo em que por aqui aconteciam os grandes bailes, o footing da velha Rua 14 de julho, os passeios pelo Jardim Pú-blico, a Maria Fumaça, a litorina, concursos de beleza, gran-des cinemas, domingueiras, bailes de debutantes e tantas novidades que eram embaladas pelo som da bossa nova, do rock’n’roll, do blues, dos boleros, mambos, sambas-canção e outros ritmos que convidavam a juventude de então a lotar clubes e residências, numa época de grandes orquestras e conjuntos que o tempo substituiu pelo som mecânico, sem o romance e a qualidade de então...

e um leque de lembranças foi se abrindo, trazendo de vol-ta histórias do esporte, da vida social, da política e de fatos que marcaram os bons tempos, abrigando até pessoas que viveram os anos cinquenta com suas memoráveis aventuras na cidade que respirava amizade, união, aventuras e roman-ces inesquecíveis... Fala-se da arquitetura antiga, da moda, dos costumes, dos romances, passeios, eventos e fatos que vão despertando na mente de cada um aquilo que muitos viveram...

idealizado pela odontologista Mariam Kodjaoglanian e algu-mas amigas, o “Anos dourados-Campo Grande MS” transfor-mou-se num ponto de encontros e reencontros entre amigos que não se viam ou falavam há anos. Muitos deles vivendo distante da cidade ainda morena, que testemunhou seus so-nhos e marcou suas histórias de vida...

e a cada dia que passa, novos membros vão aderindo a essa deslumbrante e acolhedora sala de saudades, trazendo fotos antigas, lembranças e registros que dão alento aos agitados dias que vivem no mundo de hoje, tão diferente e vazio naqui-lo que de mais valioso existia nos anos de ouro de suas vidas: a amizade! e o virtual vai se tornando real quando grupos começam a organizar encontros, e muitos que residem fora já agendam suas presenças para o abraço que antes parecia impossível...

Uma ideia feliz que faz brilhar o dourado que cada um guar-dava em seus álbuns e na memória dos melhores tempos de suas vidas, que retornam com o brilho da maturidade, pas-sando aos jovens de hoje um exemplo do que era viver sem os exageros e futilidades do mundo moderno...Vale a pena conhecer e participar.

É uma brasa, mora! ∆

oS ANoS doURAdoS BRiLHAM de NoVo!

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ZooM

Buscamos sempre dar maior visibilidade à nossa marca, apresentando nossos veículos e ofertas aos consumido-res de Campo Grande. Com o outdoor, causamos gran-de impacto e conseguimos excelentes resultados.

Marcelo Piresdiretor da Vemais Suzuki.

A Maria e Maria há anos faz anúncios em outdoors. Já é uma tradição, a cada mudança de coleção, nossa campanha incluir outdoors. Para nós, eles funcionam como um “convite” que atrai, encanta e causa impacto - além de criar expectativas no nosso cliente fidelizado, é possível prospectar novos clientes. Aliados a outras ferramentas de marketing como redes sociais, internet e email marketing, o outdoor consegue comunicar uma mensagem de maneira praticamente instantânea. Através de uma colagem bem planejada, pode-se cobrir toda uma cidade do dia para a noite, aumentando-se ainda mais o já citado impacto da comunicação. A comunicação é objetiva. No nosso segmento, moda, a imagem deve ir além do conceitual, deve realmente iMPACTAR.

olga Maria Pasqualotto e Cyntia MagalhãesProprietária e gerente de marketing

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no mercado

Com a chegada de mais uma loja do WalMart em Campo Grande, a mídia ooH foi a nossa estratégia principal no plano de inauguração. Tínhamos um desafio de selecionar pontos de outdoor e frontlights extremamente estratégicos, devido à grande atuação da concorrência na praça. A diversidade de pontos disponibilizados pela Zoom facilitou muito o trabalho. Além de bem localizados em áreas de grande visibilidade, optamos também por outros meios como: Busdoor, Abrigo de ônibus e Placas de Rua, que complementam a cobertura na praça.

Ana Paula gomes VenturaMídia da agência Africa

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MOda

Animale 3027-4386

Atlética Fitness Praia 3042-1787

Bo.Bô 3044-6251

Cantão 3028-1031

Club Melissa 3326-1673

C&A 2106-0025

dress to 3026-7441

dudalina 3027-1848

enjoy 3326-8880

equus 3029-7591

Frann Zamora 9292-0786

Forum 3326-8488

Farm 3326-2577

Gaveta 8435-3634

John John 3327-1678

Le Lis Blanc 3326-9220

My Shoes 3043-5699

Maria Moça 3043-6619

Quase Perfeita 3326-2062

Renner 2106-9100

Richard’s 3326-5982

Schutz 3028-7726

Shoulder 3044-7494

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www.zazzle.com.br

CaSa

Armazém Fornari 3326-9600

Califórnia Mudas 3349-0302

Carrefour 3316-3417

espaço Flores 3029-1011

Luxo d’Casa 3042-0079

Santa Graça Casa 3026-6605

www.mercadolivre.com.br/porcela-

nashutschenreuther

BELEza

www.sephora.com.br

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o Shopping Bosque dos ipês, inaugurado dia 15 de agosto, foi construído para ser um marco no desenvolvimento de Campo Grande e ponto de encontro das famílias da cidade. Na festa de abertura, o Shopping reuniu personalidades do estado. olha só!

ACoNTeCeU ∆

Fotos | Kátia oliveira, feita por Jean Volkoff, as demais são de Messias Ferreira e Marcos Ruiz

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1- Renata Jerissati, Simone Tebet, Alcides Bernal, Andre Puccinelli, Marisa Serrano, Geracina Garcia Lima; 2- Prefeito de CG Alcides Bernal, Tasso Jereissati, Governador MS Andre Puccinelli; 3- Tasso Jereissati, Andre Puccinelli, Geracina Garcia Lima, Nelson Trad Filho; 4- o presi-dente do grupo Jereissati Tasso e a esposa Renata Jereissati; 5- Francisco Gereissati no colo, Gerardo Jerreissati, Maria José Jereissati, Fábio Topcewiski; 6- desembargador Santini e Secretária Municipal dharleng Campos de oliveira; 7- dom dimas abençoa o empreendimento; 8- Presidente da Associação Cultural Monte Líbano de MS, eid Toufic Anbar, entrega placa, que homenageia descendentes de libaneses a Tasso Jereissati; 9- Murilo Loureiro, diretor de projetos do Shopping Bosque dos ipês; 10- Katia oliveira, diretora de produtos Alphaville, herdeira das terras onde hoje é o Shopping Bosque dos ipês, Geracina Garcia Lima, Paola ercolin, gerente de negócios de Alphaville; 11- Vereador edil Al-buquerque, deputado Marcio Monteiro e Conselheira Marisa Serrano; 12- Maika do Amaral, Tasso, Carla Stephanini; 13- Convidados prestigiam a inauguração do Shopping Bosque dos ipês.

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A vernissage da 3ª Temporada de exposições do MARCo, que rolou dia 13 de agosto, foi animada e reuniu gente bonita e apreciadora de arte. Pelas galerias, o trabalho do paulista Alex Cerveny traz a mostra Pinóquio. Tem também Conexão dual – diálogos Gravados, das artistas Arlete Santarosa e Lana Lanna; a Admirável Mundo Novo, do fotógrafo, artista gráfico e arquiteto Lula Ricardi; e as gravuras de Willian Menkes em estruturas Urbanas. A mostra fica em cartaz até 13 de outubro no MARCo.

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Fotos | Kelly Gonçalves

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1- Alex Cerveny, emmanuel Nassar, Ana Patrícia Nassar, Mário Sérgio Sobral e Maysa Bar-ros; 2- Mauro Yanaze, Maysa Barros, Américo Ferreira Calheiros, Lula Ricardi; 3- Ana Paula Zahran, Maysa Barros, Zilá Soares, Kamala escalante e Roberta Costa; 4- Ana Ruas, Maysa Barros, Rafael Maldonado, Vera Penzo e Priscilla Pessoa; 5- Lula Ricardi, Rubia Gutterres e Humberto espíndola; 6- Jerry espíndola e Kelly Gonçalves; 7- Vera Penzo e William Menkes; 8- Miska Thomé e Zilá Soares; 9- Roberta Martinho, Fernanda Mello, Patrícia Aguena e Ro-dolfo ikeda.

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1- Weruska Couto ,Rafaella Pezzine e Solange Gimenez; 2- Heloisa Almeida e Solange Gimenez; 3- Solange Gimenez e Manoela Contar; 4- Beatriz Puccini e Solange Gimenez; 5- Solange Gimenez e euza Rezek; 6- Solange Gimenez e eliane Michelazzo; 7- Solange Gimenez e daniela Cerqueira; 8- elza Monney e Solange Gimenez; 9- Salete Aécio, Rosana Correa ,Ana Lucia Tavares, Klaúdia Jorge; 10- Claudia Ruas ,Manoela e Cristina Martins.

A Gold Skill está de coleção nova! e para o lançamento da linha pri-mavera/verão 2014 a loja preparou um super coquetel que rolou dia 6 de agosto. A blogueira Manoela Maymone, do blog i Love Trends – e nossa editora convidada dessa edição – esteve presente e ajudou a recepcionar todo mundo que apareceu por lá.

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Fotos | Lucas Possiede

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1 - Liège, Fernando, Patrícia, João Lucas e Michele; 2- Nickolas, Letícia, Patrí-cia, Fernando, edna; 3- Fernando e Patrícia; 4- Patrícia, Rui, Anapaula e Fernan-do; 5- Patrícia, Anísio e Fernando; 6- Victor, elizeu, Patrícia, Fernando e olga; 7- Marcelo, Fernando, Patrícia e Patrick

dia 15 de agosto aconteceu a inauguração da segunda loja Tube Classic no Shopping Bosque dos ipês. depois do sucesso da pri-meira, no Shopping Norte e Sul Plaza, a nova loja investe em alfaiata-ria, repleta das tradicionais marcas com que a Tube Classic trabalha, como dudalina, Lacoste e BaunGarten.

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Fotos | Gabrielle Gimenez

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1- Stand do Spa; 2- etiene Cunha e dra Tatiana Cunha; 3- José Lopes, José Marques, dra Tatiana Cunha e o Maestro eduardo Lages; 4- Fabiana Guimarães e Thiago oliveira Lima; 5- Susy Ramos, dra Tatiana Cunha e José Marques; 6- Fabiana Guimarães, edimara Rita, dra Tatiana Cunha, Thiago oliveira Lima e Schirley Amorim; 7- Sara Cunha, dra Tatiana Cunha e etiene Cunha.

o SPA MÉdiCo oRGÂNiCo, pioneiro no Centro oeste, será inaugu-rado em breve na Capital. enquanto isso, a proprietária dra. Tatiana Cunha deu uma palinha do que vem por aí, com um estande durante o NoiVA FASHioN 2013, maior evento de noivas do estado.

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Fotos | Murilo Gadelha

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Caetano Pessinacargocollective.com/caepessina

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