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D O S S I Ê T É C N I C O Serigrafia Marcelo Shiniti Uchimura Instituto de Tecnologia do Paraná Agosto 2007

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D O S S I Ê T É C N I C O

Serigrafia

Marcelo Shiniti Uchimura

Instituto de Tecnologia do Paraná

Agosto

2007

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DOSSIÊ TÉCNICO

Sumário 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................2 1.1 O que é serigrafia? ......................................................................................................2 1.2 História .........................................................................................................................3 2 FERRAMENTAL ...............................................................................................................4 2.1 Matriz ............................................................................................................................5 2.2 Rodo ou puxador .........................................................................................................7 2.3 Base de impressão ......................................................................................................8 2.4 Fotolito, diapositivo ou transparência .......................................................................9 2.5 Tintas e solventes ........................................................................................................9 2.5.1 Tinta vinílica fosca ......................................................................................................9 2.5.2 Tinta vinílica brilhante .................................................................................................10 2.5.3 Tinta vinílica semi-brilhante.........................................................................................10 2.5.4 Tinta vinílica luminosa fosca .......................................................................................10 2.5.5 Tinta acrílica para tecido.............................................................................................11 2.5.6 Tinta acrílica para quadricomia ...................................................................................11 2.5.7 Tinta acrílica fosca luminosa.......................................................................................11 2.5.8 Tinta sintética fosca ....................................................................................................11 2.5.9 Tinta sintética brilhante ...............................................................................................12 2.5.10 Tinta sintética brilhante combinada...........................................................................12 2.5.11 Tinta sintética luminosa fosca...................................................................................12 2.5.12 Tinta epóxi ................................................................................................................12 2.5.13 Tinta poliuretânica.....................................................................................................13 2.5.14 Tinta poliamídica.......................................................................................................13 2.6 Outros itens .................................................................................................................14 3 PROCESSO .....................................................................................................................14 3.1 Método do estêncil de papel .......................................................................................14 3.2 Método da impermeabilização manual da matriz (m étodo do negativo) .................15 3.3 Método da emulsão fotográfica ..................................................................................15 3.4 Verificação da matriz ...................................................................................................18 3.5 Preparo da arte final ....................................................................................................19 3.6 Impressão serigráfica ..................................................................................................21 3.7 Armazenamento das matrizes ....................................................................................22 3.8 Regeneração das matrizes ..........................................................................................23 4 LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS ............................................................................23 4.1 Legislação e responsabilidade técnica ......................................................................23 4.2 Normas técnicas ..........................................................................................................23 5 REGISTRO DE MARCAS .................................................................................................23 5.1 O que é Desenho Industrial? ......................................................................................23 5.2 Busca prévia ................................................................................................................23 5.3 Como depositar o pedido de Desenho Industrial ......................................................24 6 TRATAMENTO DE RESÍDUOS ........................................................................................25 6.1 Lavagem de telas de serigrafia ...................................................................................25 6.2 Recuperação de solventes por destilação .................................................................25 6.3 Outras formas possíveis de minimização de resíd uos .............................................25 Conclusões e recomendações .........................................................................................26 Referências ........................................................................................................................26 Anexo 1 – Associações empresarias ...............................................................................27 Anexo 2 – Lista de fornecedores ......................................................................................28

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DOSSIÊ TÉCNICO

Título Serigrafia Assunto Impressão de materiais para outros usos Resumo Serigrafia ou silk-screen é um processo de impressão em variados tipos de materiais (papel, plástico, borracha, madeira, vidro, tecido etc.) em diferentes superfícies. Este dossiê trata do processo serigráfico (lay-out, arte final, diapositivos, matrizes, fotolito), equipamentos e suprimentos serigráficos, classificação das tintas, determinação do tipo de tinta para cada tipo de substrato. Palavras-chave Diapositivo; equipamento; fotolito; matriz de impressão; processamento; produção; serigrafia; tinta serigráfica Conteúdo 1 INTRODUÇÃO 1.1 O que é serigrafia? A serigrafia, também conhecida como silk-screen, é uma técnica de impressão gráfica que consiste em fazer passar tinta através de uma tela especialmente permeável, com a obtenção final de uma imagem monocromática (FIG. 1).

Figura 1 – Serigrafia em camiseta

Fonte: traduzido de G&S DYE. A matriz é especialmente preparada para ser permeável nos pontos que compõem a arte final e impermeável nos pontos que não fazem parte do desenho. Imagens multicoloridas podem ser obtidas por meio do uso de várias matrizes, uma para

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cada cor. Uma vantagem da técnica da serigrafia é produzir impressões sobre inúmeros tipos de materiais: algodão, fibras sintéticas, madeira, metais, plásticos, vidro, cerâmica, placas de circuito impresso, etc. (FIG. 2). Outra vantagem é que a serigrafia é possível não só sobre superfícies planas, mas também sobre materiais com formatos e curvas, tais como garrafas, balões, utensílios domésticos, etc. É uma técnica muito utilizada quando se deseja produzir impressões gráficas em média ou grande escala, por ter um custo relativamente menor do que outras técnicas, tais como a impressão de sublimação ou impressão de jato de tinta (FIG. 3).

Figura 2 - Gabinete de equipamento eletrônico no qual foram feitas impressões serigráficas

Fonte: PROTOCASE

Figura 3 - Vestuário com arte final em serigrafia

Fonte: GERARD 1.2 História Há menções freqüentes na literatura de que a serigrafia originou-se a partir das técnicas medievais de impressão com estêncil no Japão, na área têxtil, por volta dos séculos XVIII e XIX, e difundiu-se pela Europa, inicialmente como método de decoração de paredes e cartas de jogos. Os estênceis têm sido usados por séculos como meio de decorar tecidos, paredes e móveis. Os homens pré-históricos, ao imprimir tinta ao redor de suas mãos nas paredes das cavernas, já estavam utilizando o conceito de estêncil.

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Desde muito cedo, habitantes da ilha de Fiji cortavam furos em folhas de bananeira e usava-os com pigmentos vegetais para imprimir desenhos em peles de animais. Na China, eram feitos recortes em papel de forma a transferir figuras e formas aos tecidos, que mais tarde eram adornados. No Japão, durante o período Kamakura, os estênceis eram usados para decorar armaduras de couro e selas para montaria (Eichenberg, 1978 apud Everitt-Info). Gradativamente, os artesãos japoneses que fabricavam estênceis passaram a utilizar tramas de cabelos e de fios de seda como suporte de peças complexas de estêncil. A especialização desses artesãos chegou a tal ponto que eles podiam imprimir com estênceis incrivelmente complexos (Auvil, 1965 apud Everitt-Info). Embora fossem complexos, os estênceis japoneses eram usados para imprimir em até cinco cores diferentes. Segundo Auvil, com o avanço da civilização, aqueles que tinham interesse em difundir dogmas religiosos empregavam o estêncil como forma de imprimir grandes quantidades de inscrições religiosas e ensinamentos. Na Europa, como resultado das conquistas e das cruzadas, a arte dos estênceis se difundiu, e era usada conjuntamente com a litografia para a produção de imagens religiosas em templos. Nos séculos XVII e XVIII, o tecido de seda era gravado com estênceis também feitos de seda. O método era basicamente forçar a tinta através dos interstícios livres ao redor de imagens recortadas em papel e coladas à seda, imprimindo assim a imagem sobre a superfície abaixo do estêncil. Esta idéia de usar um retalho de seda como uma tela é geralmente creditada a Samuel Simon, que patenteou o método em 1907, na Inglaterra. Próximo ao início da Segunda Guerra Mundial, John Pilsworth, de São Francisco (EUA), desenvolveu o método Selectasine, que pode reproduzir impressões gráficas multicoloridas com o uso de uma única matriz. Áreas da tela são obstruídas seletivamente após a aplicação de cada cor, aproveitando assim a mesma tela para todas as cores (Biegeleisen, 1958 apud Everitt-Info). Embora a serigrafia fosse um processo comercial bem conhecido nesta época, ela só foi usada como método de expressão artística a partir de 1930, quando um grupo de artistas, liderado por Anthony Velonis, trabalhou sob os auspícios do WPA Federal Arts Project (EUA) durante a Grande Depressão. Por causa da crise econômica na época, o custo irrisório dos equipamentos necessários para a serigrafia ofereceu uma vantagem econômica sensível em relação a outros meios de impressão gráfica. 2 FERRAMENTAL

Figura 4 – Materiais e ferramentas necessários para a serigrafia

Fonte: REUELS

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2.1 Matriz O conjunto composto pelo quadro (também chamado de bastidor) mais o tecido com o estêncil da imagem é chamado de matriz. São vários os processos usados na gravação da matriz, mas todos eles buscam um mesmo objetivo: deixar livres para passagem de tinta os espaços correspondentes à figura que deverá ser impressa e vedar (para impedir a passagem de tinta) a área restante (FIG. 5).

Figura 5 - Ampliação de uma matriz serigráfica, onde se vê pontos abertos, por onde passa a tinta, e

pontos impermeáveis Fonte: WIKIPÉDIA [1]

Para a fabricação do quadro ou moldura, diversos tipos de madeiras podem ser usados. Os mais comuns são o pinho e o cedro. É essencial que a madeira seja resistente à umidade, pois, no processo serigráfico, a matriz entra por diversas vezes em contato com a água. Para minimizar este problema, o quadro pode ser impermeabilizado com um verniz apropriado ou com uma laca de cor azul, vendida no comércio especializado, especificamente para essa finalidade. Também é possível o uso de molduras de ferro e alumínio, utilizados em trabalhos de alta precisão. O tamanho do quadro deve variar de acordo com o formato da figura a ser impressa, reservando-se sempre pelo menos dez centímetros de área livre nos quatro lados da figura. Por exemplo: se você vai imprimir uma figura de 20 x 20 cm, a área interna da moldura deverá ser 40 x 40 cm. Embora as casas especializadas em materiais para serigrafia tenham à venda essas molduras numa variedade de tamanhos, qualquer carpinteiro pode fazê-las sob encomenda.

Figura 6 – Ampliação da abertura da malha do tecido (acima) versus aplicação de tinta resultante (abaixo, em vermelho). Malha com 38 fibras/cm (esq.); 54 fibras/cm (centro); 140 fibras/cm (dir.)

Fonte: WIKIPÉDIA [2] Na matriz, pode-se usar diferentes aberturas de malha de acordo com a resolução desejada na reprodução da imagem (FIG. 6). Tecidos com malha menor servem para obter imagens com resolução mais alta, isto é, as impressões gráficas resultantes com este tipo de malha têm melhor definição. Além da abertura da malha, a grossura do fio também influencia a resolução da impressão

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gráfica. Fios de grossura maior produzem imagens com formato de dente-de-serra, como mostra a Figura 7.

Figura 7 – Vista ampliada das matrizes (esq.) e resultados da aplicação serigráfica (dir.) com matrizes

de mesma abertura, porém, com tecido de fios grossos (acima) e fios finos (abaixo) Fonte: WIKIPÉDIA [2]

A codificação da abertura de malha e da grossura do fio é dada da seguinte forma: para malhas com abertura de 120 fios por centímetro, por exemplo, existem os seguintes códigos:

• 12031, sendo o “31” equivalente à grossura do fio, de 31 micrômetros; • 12034, com fios de 34 micrômetros; • 12040, fios com 40 micrômetros.

Quanto aos materiais para se fazer a matriz, atualmente, são utilizados:

• Tecido de poliéster: a princípio, tem boa rejeição à distorção da imagem, pois pode ser esticado razoavelmente bem, sem perigo de se romper, e não absorve umidade. É o material utilizado em 90% dos casos;

• Tecido de nylon (poliamida): é mais flexível do que o tecido de poliéster e resiste bem contra tintas abrasivas. É utilizado para impressões gráficas sobre superfícies não planas, ou sobre cerâmicas. Como é bastante elástico e absorve umidade, o tecido de nylon não é recomendado para impressão em grandes dimensões.

• Tecido de aço: pode ser esticado bastante, o que lhe confere boa rejeição à distorção da imagem. Além disso, a trama é feita com fios mais finos do que os da tela de poliéster, o que também permite imprimir com maior resolução da imagem. Entretanto, é mais custoso e quebradiço. É muito utilizado em impressões sobre circuitos eletrônicos e sobre cerâmicas.

• Rotamesh: não se trata exatamente de uma malha, mas sim de uma placa com aberturas semelhantes a um favo de mel. As placas Rotamesh são formatadas na forma de um cilindro e usadas em impressoras rotativas para gravar têxteis, ou etiquetas.

• Tecido de seda: foi usado até os anos 1950 e gradualmente substituído pelos tecidos de poliéster e de nylon.

O tecido da matriz também pode ser classificado em multifil ou monofil. A malha monofil é composta de fibras únicas tramadas, enquanto que a malha multifil é feita de múltiplas fibras finas agrupadas na forma de uma fibra maior, e estas últimas são tramadas, conforme mostra a Figura 8. A partir dos anos 1970, as malhas multifil não foram mais

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usadas para serigrafia, pois não ofereciam uma boa precisão de imagem e eram de limpeza difícil.

Figura 8 – Vista ampliada de tecidos multifil (esq.) e monofil

Fonte: WIKIPÉDIA [2] O tecido deve ser esticado igualmente por toda a área da matriz, e a fixação do tecido à moldura pode ser feita grampeando-o à moldura de madeira com grampeador de pistola ou, na falta desse equipamento, com tachos e martelo. É interessante colocar um cadarço ou fita de algodão entre o tecido e os grampos, como apoio, de maneira a diminuir o risco de rasgo do tecido. É muito comum também a fixação do tecido com o uso de uma corda pequena, que vai ao interior de uma canaleta existente em todo o perímetro da moldura (FIG. 9). A fixação também pode ser feita com esticadores específicos para este fim.

Figura 9 - Aparelho tensionador de tela para matriz. Legenda: Gewebe = tecido; Schablonenrahmen = moldura da matriz; Spannkluppen = pinças de tracionamento; Zugrichtung des Gewebes = direção de

tração do tecido Fonte: WIKIPÉDIA [2]

Em quadros de ferro ou alumínio, a fixação é feita com o uso de adesivos especiais, pois não é possível grampear. A tensão por igual e em toda a superfície da matriz é muito importante, nas impressões de mais de uma cor e especialmente em quadricromia. 2.2 Rodo ou puxador É uma peça similar a uma espátula, que força a passagem da tinta através da matriz, em

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direção ao substrato de impressão. Pode ser feito com madeira e borracha, ou até mesmo com poliuretano em casos de produção em escala maior (FIG. 10).

Figura 10 - Desenho de um rodo ou puxador

Fonte: G&S DYE

Figura 11 – Vista lateral da aplicação de uma impressão serigráfica sobre um substrato, que mostra o

deslizamento do puxador ao longo da matriz e a aplicação da tinta Fonte: traduzido de WIKIPÉDIA [2]

Com o auxílio do puxador, o impressor empurra a tinta de uma para outra extremidade da matriz, pressionando a tinta e fazendo-a passar através do tecido pelas partes não vedadas. Repete-se a operação quantas vezes forem necessárias, até completar a tiragem. O perfil de borracha do puxador pode ser de canto vivo, em cunha ou arredondado. O uso de cada tipo depende da natureza do serviço e do tipo de tinta a ser usada. O fabricante da tinta costuma informar qual o tipo de perfil mais indicado. 2.3 Base de impressão Qualquer mesa ou balcão serve como base de impressão. O ideal, entretanto, é usar uma base sólida, firme, nivelada e revestida de fórmica. É necessário prender a matriz à base de impressão, usando dobradiças ou garras próprias para esse fim, que permitam movimentar a matriz para cima e para baixo durante o trabalho (FIG. 12).

Figura 12 – Fixação, com dobradiças, da matriz à base de impressão

Fonte: EVERITT-INFO

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2.4 Fotolito, diapositivo ou transparência O fotolito, diapositivo ou transparência é um pedaço de filme transparente, de plástico ou papel vegetal contendo na área central o negativo do desenho a ser impresso, em cor preta opaca. Pode ser feito manualmente caso se tenha boa habilidade manual, ou com um computador, software CorelDraw ou similar e impressora a laser. A razão pela qual a imagem deve estar em preto opaco é que, na gravação da matriz, as áreas em preto devem impedir a passagem da luz. Por sua vez, o filme deve ter um grau de transparência suficiente para deixar passar luz. Existem os seguintes tipos de filmes para diapositivo: papel vegetal, filme de poliéster e filme de acetato de celulose. O papel vegetal é encontrado facilmente em papelarias e permite fazer um bom trabalho. O inconveniente do papel vegetal é que ele pode absorver umidade segundo a variação do clima, e pode se deformar no manuseio. Os filmes de acetato de celulose e de poliéster podem ser encontrados em lojas especializadas em serigrafia. O filme de poliéster é perfeitamente estável e resistente, existe em várias espessuras e em dois tipos: transparente e translúcido. Este último é o mais indicado para pinturas com tinta nanquim. O filme de acetato de celulose é muito empregado para se fazer diapositivos de grandes dimensões, como em estamparias de tecido. 2.5 Tintas e solventes Em serigrafia, há um tipo de tinta para cada tipo de substrato, isto é, existem tintas próprias para vidro, para madeira, plásticos, papel, acetato, tecidos de todos os tipos, metais, etc. Assim, a mesma tinta usada para se imprimir um determinado tipo de tecido, por exemplo, não servirá para a impressão de plásticos, tais como o vinil. Os fabricantes de tintas fornecem literatura suficiente, que esclarece a finalidade da tinta, o substrato para o qual se presta, além de informações importantes como poder de cobertura, resistência à luz, tempo de secagem, etc. 2.5.1 Tinta vinílica fosca Indicação - Tinta serigráfica à base de resinas vinílicas e solventes orgânicos. Utilizada

para impressão serigráfica sobre vinil, PVC flexível ou rígido, poliestireno, acrílico, policarbonato e outros plásticos derivados de PVC. Tinta de acabamento fosco, ótima cobertura, flexibilidade, longa durabilidade ao exterior e resistente à luz. É de fácil aplicação, rendimento, excelente propriedade de aderência. Não indicada para artigos extremamente plastificados.

Secagem - Secagem inicial: livre de pó, 2 a 5 minutos. Ao toque: 5 a 15 minutos. Para manuseio: 30 a 60 minutos. Secagem final: 12 horas. Para empilhamento: após 12 horas. Os solventes vinílicos são de prolongada retenção na película e podem dar problemas de colagem. Aplicação de ar quente até 40° C e ventilação forçada apressam a secagem.

Solventes - Para diluir usar solvente. Solvente vinílico – utilizar a partir de 10%. Retardador vinílico – utilizar a partir de 10%. Solvente universal – utilizar a partir de 10%.

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Aplicação - Para uma aplicação perfeita, o substrato deve estar totalmente limpo de impurezas ou gorduras, para que não prejudique a aderência da tinta. Produto recomendado para trabalhos serigráficos, aerográficos e determinados tipos de pinturas efetuadas com equipamentos adequados. Quando o processo for serigráfico, utilizar poliéster de 77 a 120 fios com emulsão EDS resistente a solventes, e na hora da aplicação da tinta, manter fora de contato da matriz, para o substrato.

2.5.2 Tinta vinílica brilhante Indicação - Tinta serigráfica à base de resinas vinílicas e solventes orgânicos. Utilizada

para impressão serigráfica sobre vinil, PVC flexível ou rígido, poliestireno, acrílico, policarbonato e outros plásticos derivados de PVC. Também indicado para impressão sobre polietileno tratado. As suas principais propriedades são: brilho, flexibilidade, boa aderência e fácil aplicação.

Secagem - Secagem inicial: livre de pó, 5 a 10 minutos. Ao toque: 15 minutos. Para manuseio: 30 minutos. Secagem final: 12 a 18 horas. Para empilhamento: após 18 horas. Os solventes vinílicos são de prolongada retenção na película e podem dar problemas de colagem. Aplicação de ar quente até 40° C e ventilação forçada apressam a secagem.

Solventes - Para diluir usar solvente. Solvente vinílico – utilizar a partir de 10%. Retardador vinílico – utilizar a partir de 10%. Solvente universal – utilizar a partir de 10%.

Aplicação - Para uma aplicação perfeita, o substrato deve estar totalmente limpo de impurezas ou gorduras, para que não prejudique a aderência da tinta. Produto recomendado para trabalhos serigráficos, aerográficos e determinados tipos de pinturas efetuadas com equipamentos adequados. Quando o processo for serigráfico, utilizar poliéster de 77 a 150 fios com emulsão EDS resistente a solventes, e na hora da aplicação da tinta, manter fora de contato da matriz, para o substrato.

2.5.3 Tinta vinílica semibrilhante Indicação - Indicada para impressões serigráficas e também aerográficas (pistola) sobre

lonas de vinil tipo Night and Day, Sanlux, e Vinilight, para confecção de luminosos, banners e faixas. Possui excelente resistência externa.

Secagem - Secagem inicial: livre de pó, 5 a 10 minutos. Ao toque: 10 a 20 minutos. Para manuseio: 30 minutos. Secagem final: 12 horas. Para empilhamento: após 12 horas. No máximo 6 peças e nunca impressões face a face.

Solventes - Em serigrafia: usar solvente na proporção de 10 a 20%. Em aerografia: usar solvente na proporção 1:1 ou até 2 partes do solvente para uma parte da tinta. Se necessário, retardar com solvente retardador. Por permitir as duas possibilidades de uso, deverá ser checada a necessidade de corte da cor, principalmente no uso em aerografia. A correlação dos padrões entre os dois processos é obtida no uso de telas 77 fios e pintura à pistola na diluição de 1:1 por volume.

2.5.4 Tinta vinílica luminosa fosca Indicação - Para impressões sobre adesivos, decalques, bolsas e brinquedos. Para se

obter melhores resultados em termos de luminosidade, deverá ser impressa sobre fundo branco ou sobre a cor branca. Reflete na luz do dia ou com raios ultravioletas de lâmpadas especiais.

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Secagem - Secagem inicial: livre de pó, 2 a 5 minutos. Ao toque: 5 a 15 minutos. Para manuseio: 30 minutos. Secagem final: 12 horas. Para empilhamento: após 12 horas.

Solventes: Para diluir usar solvente. 2.5.5 Tinta acrílica para tecido Indicação - Para impressões sobre tecidos de algodão (puros sem fios sintéticos), não

engomados. Utilizada em mensagens e propagandas sobre camisetas, bonés, flanelas e outros artigos promocionais. Cores luminosas, excelente rendimento e boa cobertura.

Secagem - Secagem inicial: 15 minutos. Secagem final: 3 horas (para empilhamento e embalagem). Após 72 horas pode ser lavada sem desprendimento da impressão. Não necessita de caloria para fixação.

Solventes - Para diluir usar água (quando necessário). Para retardar a secagem usar água ráz mineral.

2.5.6 Tinta acrílica para quadricromia Indicação - Para a reprodução de uma arte ou foto de tecidos de algodão (puros, sem

fios sintéticos), não engomados pelo processo de quadricromia, usando-se meio tons separados por processos fotográficos especiais para a confecção de fotolitos.

Secagem - Secagem inicial: 20 minutos, em temperatura ambiente. Secagem final: 3 horas. Após 72 horas pode ser lavada sem desprendimento da impressão. Não necessita de caloria para fixação.

Solventes - Pronta para uso, se necessário, utilizar água para diluir. 2.5.7 Tinta acrílica fosca luminosa Indicação - Para impressões sobre tecidos de algodão (puros, sem fios sintéticos), não

engomados. Utilizada em mensagens e propagandas sobre camisetas, bonés, flanelas e outros artigos promocionais. Cores firmes, excelente rendimento, boa cobertura e solidez à luz.

Secagem - Secagem inicial: 15 minutos. Secagem final: 3 horas (para empilhamento e embalagem). Após 72 horas pode ser lavada sem desprendimento da impressão. Não necessita de caloria para fixação.

Solventes - Para diluir usar água (quando necessário). Para retardar a secagem, usar água ráz mineral.

2.5.8 Tinta sintética fosca Indicação - Para impressões sobre chapas de ferro e metais, duratex, papel, papelão,

cartolina, flâmulas e sacolas de papel para posterior plastificação com polietileno. Acabamento aveludado, boa aderência e regular durabilidade externa.

Secagem - Secagem inicial: livre de pó, 5 a 10 minutos. Ao toque: 10 a 15 minutos. Para manuseio: 2 horas. Secagem final: 12 horas. Para empilhamento: 12 horas. Em estufa: 1 hora a 60° C.

Solventes: Para diluir usar solvente.

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2.5.9 Tinta sintética brilhante Indicação - Para impressões sobre chapas de ferro e metais, duratex, papel, papelão e

cartolina. É a mais adequada para pinturas através de rolos sobre chapas. Tem como propriedades principais: brilho, flexibilidade, aderência e boa durabilidade externa.

Secagem - Secagem inicial: livre de pó, 2 horas. Ao toque: 8 horas. Para manuseio: 12 horas. Secagem final: 24 horas. Para empilhamento: 24 horas. Em estufa: de 2 a 3 horas, até 60° C.

Solventes - Para diluir usar solvente. 2.5.10 Tinta sintética brilhante combinada Indicação - Para impressões sobre polietileno tratado (frascaria), PVC, vinil rígido e

autocolantes, metais em geral, acrílicos (não luminosos), acetato, poliestireno, ABS e aglomerados de madeira. Possui boa cobertura e opacidade em todas as cores. Boa resistência em exposição externa à umidade e intempéries.

Secagem - Secagem inicial: livre de pó, 10 a 15 minutos. Ao toque: 30 minutos. Para manuseio: 3 horas. Secagem final: 12 horas. Para empilhamento: após 12 horas. Em estufa: 1 minuto a 90° C.

Solventes: Para diluir usar solvente. 2.5.11 Tinta sintética luminosa fosca Indicação - Para impressões sobre papel, papelão e cartolina. Para máximo efeito de

luminosidade, deverá ser impressa sobre fundo branco ou sobre a cor branca. Reflete na luz do dia ou com raios ultravioletas de lâmpadas especiais. Estas cores possuem baixa solidez à luz. Desbotam quando expostas externamente em média em 2 a 4 meses dependendo da incidência da luz. Quando expostas internamente, aumenta a resistência. Para maior durabilidade, sobreimprimir com um verniz filtro solar.

Secagem - Secagem inicial: livre de pó, 10 minutos. Ao toque: 10 a 15 minutos. Para manuseio: 2 horas. Secagem final: 12 horas. Para empilhamento: 12 horas. Em estufa: 30 minutos a 40° C.

Solventes: Para diluir usar solvente. 2.5.12 Tinta epóxi Indicação - Para impressões serigráficas sobre polietileno e polipropileno tratados,

policarbonato, acrílicos (não para luminosos), metais (ferro e alumínio etc.), vidro e fórmica foscos, baquelite e chapas fenólicas. Possui acabamento brilhante e excelente propriedade de aderência.

Secagem - Secagem inicial: livre de pó, 3 horas. Ao toque: 6 horas. Para manuseio: 8 horas. Secagem final: 12 horas. Para empilhamento: após 12 horas. Em estufa: 20 minutos a 40° C ou 5 minutos a 120° C.

Solventes: Para diluir usar solvente.

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Aplicação - Misturar bem 3 partes da tinta com 1 parte de catalisador por volume. Aguardar 30 minutos e diluir com solvente à viscosidade ideal de aplicação. Tempo de vida útil da mistura catalisada, em temperatura ambiente, 8 horas. Não misturar mais do que o necessário para este período. Tempo de armazenagem, em temperatura ambiente, a tinta tem validade de 24 meses e o catalisador 12 meses.

Resistência - Boa resistência ao Thinner (aos respingos), gasolina e detergentes; resistência regular ao álcool etílico e solventes aromáticos; resistência excelente aos ácidos diluídos.

Observação -

Após o uso, lavar imediatamente as matrizes e os acessórios usando o próprio solvente. Não utilizar para impressão de filmes plásticos (sacolas).

2.5.13 Tinta poliuretânica Indicação - Indicada para impressões serigráficas sobre alumínio, flandres, vidro,

PVC adesivo, polietileno tratado (filme, peças e frascos), ráfia de polietileno tratado (com o uso do promotor de aderência), polipropileno tratado, acrílico, tyvec, fibra de vidro, tubos de PVC e materiais poliuretânicos. Apresenta acabamento brilhante, com boas características de dureza, flexibilidade.

Secagem - Secagem inicial: livre de pó, 5 a 6 minutos. Ao toque: 10 a 15 minutos. Para manuseio: 2 horas. Secagem final: 12 horas. Para empilhamento: 12 horas. Em estufa: 15 minutos a 100°C. O tempo po derá variar de acordo com a temperatura e o processo utilizado. Os testes de aderência, resistências física e química, abrasão e dureza, deverão ser efetuados após a secagem total do produto, cuja reação processa-se em até 8 dias.

Solventes - Para diluir usar solvente.

Aplicação - Misturar 10 partes da tinta para uma parte do endurecedor, em peso. Mexer bem e aguardar entre 20 a 30 minutos. Diluir em torno de 10% com solvente e prosseguir com o uso do produto.

Resistência - Excelente resistência a vários agentes químicos, tais como produtos cosméticos e de limpeza, óleos, álcoois, gasolina, xilol, toluol, glicóis e seus éteres, ácidos e álcalis diluídos.

Observação - Os substratos a serem impressos devem estar isentos de resíduos, como graxa, óleos e pó.

2.5.14 Tinta poliamídica Indicação - Para películas de polietileno e polipropileno de alta e baixa densidade

previamente tratadas. Apresenta excelente flexibilidade, alto rendimento, boa cobertura para fundos claros.

Secagem - Ao toque: 15 a 20 minutos na temperatura ambiente (média 25° C). Secagem final: somente após 24 horas. Em caso de sobreposições, para uma segunda cor aguardar 15 minutos ou acelerar com ar quente direcionado. Os tempos de secagem acima são baseados no depósito da tinta (malha de 120 fios/cm com uma demão), temperatura ambiente (média de 25° C) e umidade relativa (50 a 75%).

Solventes: Pronta para o uso. Diluir se necessário, utilizando solvente a 10% no máximo.

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2.6 Outros itens Além dos itens citados anteriormente, pode ser necessário usar outros materiais:

• Folhas de jornal; • Fita adesiva; • Folha de cartolina; • Escova; • Detergente, sabão neutro ou outro produto desengordurante; • Tesoura; • Estilete; • Soquete para lâmpada comum, com luminária e tomada elétrica; • Lâmpada para fotossensibilização Photoflood de 500 W; • Lâmpada vermelha para revelação fotográfica; • Copos plásticos descartáveis; • Uma chapa de vidro do tamanho da matriz; • Spray adesivo, para fixação de materiais têxteis; • Pincel; • Espátula; • Lápis; • Papel toalha; • Régua graduada; • Máscaras de figuras geométricas (circunferências, retângulos, triângulos, etc.); • Papel milimetrado; • Copo com graduação de volume; • Cola branca; • Pia grande o bastante para permitir a lavagem da matriz, com torneira e água

corrente; • Ventilador ou soprador; • Avental e luvas de borracha.

3 PROCESSO 3.1 Método do estêncil de papel É o método mais fácil, rápido e econômico para iniciantes fazerem suas próprias matrizes. Consiste em recortar em papel a mensagem ou a ilustração, obtendo um estêncil. O papel de jornal é adequado para a tarefa, mas caso se queira fazer uma matriz mais durável, pode-se usar papel manteiga. Mantenha o papel liso e livre de vincos e de enrugamento. Em seguida, faça os cortes no papel como desejar. Também é possível dobrar o papel e cortá-lo, como mostrado na FIG. 13.

Figura 13 - Ilustração mostrando como fazer um estêncil de papel por dobragem e recorte

Fonte: REUELS Prepare a tinta, misturando-a com o solvente e outros componentes necessários até atingir uma consistência cremosa. Posicione o estêncil abaixo da matriz. Se o estêncil contiver muitos detalhes e recortes intricados, é recomendável colá-lo na matriz, com cola branca, antes da impressão.

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Coloque um pouco da tinta sobre a tela da matriz, na borda mais próxima a você. Com a matriz levantada e ainda sem tocar o substrato, aplique a tinta por toda a área de impressão, de forma a conferir um “preenchimento” preliminar da tela com a tinta. Agora, faça a impressão propriamente dita. Posicione o substrato a ser impresso abaixo da matriz. O estêncil fica entre o substrato e a matriz. Desça a matriz sobre o substrato e fixe-a. Com o puxador sempre a um ângulo de aproximadamente 45º, aplique a tinta sobre o substrato, com deslizamentos de vai-e-vem e com força suficiente para arrastar o rastro de tinta por toda a área da ilustração. 3.2 Método da impermeabilização manual da matriz (m étodo do negativo) Consiste em preencher áreas predeterminadas da matriz com material impermeável, de maneira que só fiquem abertas as áreas que compõem a arte final. Também é chamado de método do negativo. Desenhe a ilustração ou a mensagem desejada em uma folha de papel. Coloque a folha de papel embaixo da tela da matriz e, com a ajuda de um lápis, trace o desenho na tela. Depois de desenhado a imagem desejada na matriz, faz-se a impermeabilização manual. Com o auxílio de um pincel, aplique o impermeabilizante nos pontos da matriz que não fazem parte da arte final. Quando todas as áreas de impermeabilização da tela ficarem prontas, inverta a tela e remova os excessos do produto que tiverem atravessado para o outro lado, tomando cuidado para não distorcer o trabalho. Deixe a matriz secar e certifique-se de que nada toque a tela nos pontos impermeabilizados. A tela deve se secar completamente. Para obter os melhores resultados, deixe secando por uma noite. Depois de seca, a matriz está pronta para a impressão. 3.3 Método da emulsão fotográfica Este é o método mais notável de se preparar a matriz serigráfica, pois oferece a maior gama de possibilidades. Neste método, é possível a impressão de ilustrações com linhas muito finas, várias técnicas de tipografia ou caligrafia manual, assim como fotografias positivas em tons de cinza. São necessários os seguintes elementos para o uso deste método: - uma matriz revestida com uma emulsão fotossensível; - o positivo de uma fotografia ou imagem; e - uma fonte de luz ultravioleta, que será responsável pela transferência da imagem do positivo para a matriz. Para entender o método, é necessário se familiarizar com a emulsão fotossensível, que é a base de todo o processo. Existem muitos tipos de produtos para a fabricação de emulsões, mas em geral o kit de emulsão fotossensível é composto de dois itens: a emulsão propriamente dita e o sensibilizador (FIG. 14).

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Figura 14 - Foto de um kit de emulsão fotossensível

Fonte: GERARD Quando a mistura do sensibilizador com a emulsão fotossensível é exposta a uma fonte de luz ultravioleta, ocorre a sua coagulação e o seu endurecimento. Assim, a idéia central aqui é expor a matriz serigráfica, previamente emplastrada com a emulsão fotossensível, à sombra de um diapositivo iluminado com uma lâmpada ultravioleta. A sombra da imagem faz com que certos pontos da matriz não sejam atingidos pela luz, enquanto outros pontos, sim. A emulsão se endurece e torna a matriz impermeável onde houve iluminação. O resultado final é que, após a aplicação de luz sobre a emulsão fotográfica, transfere-se uma imagem negativa do diapositivo para a matriz (FIG. 15).

Figura 15 - Exemplos de ilustrações originais (esq.) e seus negativos correspondentes (dir.)

Fonte: INTERNATIONAL PAPER Para o preparo da matriz, primeiramente, é necessário desengordurar a tela para que haja uma boa aderência da emulsão fotográfica. A limpeza pode ser feita com a aplicação de detergente, sabão neutro ou outro produto desengordurante (FIG. 16). Não use sapólio ou produto abrasivo, porque pode entupir os poros da tela, inutilizando-a. Em seguida, fazer o enxágüe da matriz.

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Figura 16 - Desengordurando a matriz

Fonte: traduzido de G&S DYE Deve-se agora aplicar a emulsão à matriz em sala escura, iluminada apenas com luz vermelha similar àquela usada para revelação fotográfica. Misture a emulsão fotossensível com o sensibilizante na proporção indicada pelo fabricante. Geralmente, a proporção emulsão-sensibilizante é de 9:1. Aplique a mistura nos dois lados da tela, de forma que cubra uniformemente toda a área do desenho. Cuidado para que a camada de emulsão não fique muito grossa (FIG. 17). Deixe a matriz secar por cerca de uma hora em posição horizontal. Evite expô-la à luz branca ou à luz solar. Recomenda-se soprar ar, com um ventilador, sobre a tela durante esse tempo. Use uma temperatura de no máximo 30° C. Não tente usar calor para acelerar o processo de secagem.

Figura 17 - Aplicação da emulsão sensibilizada na matriz

Fonte: G&S DYE Enxágüe rapidamente a espátula usada para aplicação do produto na tela, para evitar estragos permanentes. Prepare a arte final. Um exemplo de como fazê-la está no item 3.5. Coloque a arte final sobre a matriz e sobre esta, uma placa de vidro, conforme ilustrado na FIG. 18. Esta placa de vidro serve como peso, para evitar que a arte final se mova durante a “queima” da matriz.

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Figura 18 - Esboço da vista lateral da montagem para a "queima" da matriz

Fonte: adaptado de SILKSCREEN BIZ; G&S DYE Somente após posicionar tudo na ordem mostrada, acenda a lâmpada Photoflood. O tempo de “queima” varia, mas 10 a 30 minutos são seguramente o bastante. De qualquer forma, quanto maior o tempo de exposição, melhor (TAB. 1).

Tabela 1 - Tempo de exposição em função do tamanho da tela, para lâmpada Photoflood de 250 W

Tamanho da tela Altura da lâmpada Tempo de

exposição típico 8” x 10” 30 cm 10 min 10” x 14” 30 cm 10 min 12” x 18” 37 cm 16 min 16” x 20” 42 cm 20 min 18” x 20” 42 cm 20 min

Fonte: REUELS

Tabela 2 - Tempo típico de fotogravação da matriz em função do tipo de lâmpada UV Tipo de lâmpada de raios UV Tempo típico de

exposição Photoflood de 500 W 3-8 min Bateria de lâmpadas fluorescentes de 40W 3-8 min Halogênio 30 s-2 min Xenon 1-3 min Arco voltaico 4-6 min Fonte: SBRT [3]

3.4 Verificação da matriz Depois que a matriz ficar pronta, lave os dois lados da tela e deixe de molho em água por 30 a 60 segundos. Proceda à lavagem da emulsão fotográfica que não sofreu fotocoagulação até que a tela esteja completamente limpa, sempre alternando o jato de água em cada lado da tela. Enxugue a matriz com papel jornal limpo e deixe a tela secar sempre na posição horizontal . Uma vez seca, a matriz deve passar por uma inspeção. Verifique se há pontos de falha com o auxílio de uma fonte de luz. Com um pincel, preencha os pontos de falha com impermeabilizante pelo lado da tela que fica voltado para cima (pelo lado da impressão e não do substrato). Aperte levemente o material para que não fique saliente e seja desgastado durante a impressão.

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3.5 Preparo da arte final Uma forma de se fazer a arte final é com o auxílio de softwares tais como Corel Draw ou Adobe Photoshop. O exemplo abaixo mostra como preparar uma figura de duas cores (FIG. 19).

Figura 19 - Exemplo de arte final com duas cores

Fonte: SILKSCREEN BIZ Para imprimir múltiplas cores, sua arte final precisa ser separada por cores. No exemplo acima, é necessário separar as áreas em vermelho das áreas em preto (FIG. 20).

Figura 20 – Parte da arte final em vermelho

Fonte: SILKSCREEN BIZ Os quatro símbolos em torno da imagem são marcas de alinhamento e servem como guias de alinhamento no trabalho de impressão serigráfica. Esta imagem deve ser impressa em transparência ou filme plástico, formando o diapositivo para a cor vermelha da arte final. A próxima cor é a preta, e o modo de preparo é semelhante ao da cor vermelha feita anteriormente (FIG. 21).

Figura 21 - Parte da arte final em preto

Fonte: SilkScreen Biz Nesta parte da arte final também foram colocadas as marcas de alinhamento. Deve ser impressa em transparência, da mesma forma que a transparência anterior. Outra forma de se fazer a arte final é por meio de fotografia, com o uso de uma câmera fotográfica e a impressão da imagem em transparência. Segue abaixo um exemplo com a fotografia do filósofo Albert Camus (FIG. 22).

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Figura 22 - Exemplo de arte final com fotografia digital

Fonte: CURBLY Importe a imagem ao software Photoshop. Em seguida, crie uma camada (Layer) duplicada. Com o auxílio da ferramenta Magic Wand, isole o indivíduo da imagem de fundo. Foi usada uma cor de alto contraste para poder visualizar melhor o trabalho (FIG. 23).

Figura 23 - Isolando o indivíduo da imagem de fundo

Fonte: CURBLY Force a conversão da imagem para preto-e-branco por meio da opção Image > Adjustment > Threshold e deslize o cursor para a posição que resultar no melhor balanço de sombras. Aplique um filtro de desfocagem usando Filter > Blur > Gaussian Blur com raio na faixa de 0,01 a 0,02, que suaviza a digitalização das cores feita na etapa anterior (FIG. 24).

Figura 24 - Foto após a suavização

Fonte: CURBLY Inverta a imagem, obtendo assim o positivo da fotografia, e imprima-o em uma transparência. Outra forma de se fazer a arte final é manualmente. Para compor uma mensagem escrita, utilize papel milimetrado ou papel com guias e cole sobre este papel o filme transparente. Em seguida, desenhe manualmente as letras que compõem a mensagem ou use mão de máscaras de tipos (FIG. 25).

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Figura 25 - Composição manual de diapositivos com tipos

Fonte: G&S DYE Caso se queira incluir ilustrações, faça os traçados com caneta de tinta opaca na transparência de forma que os contornos e preenchimentos impeçam totalmente a passagem da luz através do diapositivo. Se necessário, repita quantas vezes for necessário os traçados da figura até que não haja mais a passagem de luz nesses pontos. Se a ilustração for multicolorida, deve-se fazer tantos traçados quantas forem as cores do desenho, e cada cor em uma transparência diferente (FIG. 26).

Figura 26 - Composição manual de diapositivos com ilustrações

Fonte: G&S DYE 3.6 Impressão serigráfica Instale calços na matriz para que ela não toque o substrato quando não houver impressão do rodo, conforme mostra a FIG. 27.

Figura 27 - Modo de instalação de calços na matriz serigráfica

Fonte: G&S DYE Aplique spray adesivo à base de impressão e ponha sobre ela o substrato, ou fixe o substrato firmemente, com o auxílio de fita adesiva, à base de impressão.

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Tome o rodo (puxador) adequado para o tipo de tinta escolhido para a impressão. Tome a(s) matriz(es) e posicione-a(s) sobre o substrato. Quando se tratar de uma impressão multicolorida, deve-se alinhar todas as matrizes em suas posições corretas, fazendo-se marcações de posição. Uma vez alinhadas, cole uma fita adesiva em todas as marcas de alinhamento, para que não sejam impressas no substrato. Levante a tela, deixando-a longe do substrato, e adicione a tinta à(s) matriz(es). Espalhe a tinta por toda a área de impressão, emplastrando toda a tela com uma camada fina de tinta. Não é necessário aplicar muita força à tela. Este procedimento serve para remover o ar que fica nos poros da(s) matriz(es) (FIG. 28).

Figura 28 - Passagem de tinta a vazio, para remoção do ar dos poros da tela

Fonte: G&S DYE Agora, desça a tela até o substrato e aplique mais pressão, com o rodo, sobre a tela, de forma que a tela toque o substrato. Faça movimentos de vai-e-vem, afastando e aproximando o puxador a você, deslizando-o sobre a tela. Ao fazer isso, ocorre a passagem da tinta da tela para o substrato. Talvez sejam necessárias mais de uma passada para obter uma impressão satisfatória, dependendo do tipo de tinta e do substrato utilizados (FIG. 29). Continue imprimindo, estabelecendo um ritmo de aplicação da tinta e de deslizamento.

Figura 29 - Impressão serigráfica propriamente dita, com o deslizamento do rodo sobre a matriz

Fonte: G&S DYE Uma vez terminada a impressão, raspe da tela toda a tinta remanescente e devolva-a a lata de tinta e lave a(s) matriz(es) o quanto antes, antes que a tinta se endureça e torne a limpeza mais difícil. 3.7 Armazenamento das matrizes O ideal é armazenar as matrizes em local sob temperaturas entre 15 e 20° C e umidade relativa entre 55 e 65%. A emulsão fotossensível nunca deve ser congelada, submetida a temperaturas inferiores a 0° C. Geralmente duram 36 meses a partir da data de fabricação, quando ainda não foram misturadas ao sensibilizador. Se armazenada em geladeira, a emulsão pode durar até o dobro do tempo.

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3.8 Regeneração das matrizes As matrizes podem ser reutilizadas simplesmente por meio da remoção do estêncil e limpeza. Estênceis para tinta à base de água podem ser removidos com água mesmo. Para outros tipos de tinta, a remoção pode ser feita com solvente mineral (ex.: Thinner ou produto similar). 4 LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 4.1 Legislação e responsabilidade técnica O empreendimento está dispensado de obter registro ou autorização de funcionamento específico junto a entidades ou órgãos fiscalizadores de atividades regulamentadas, bastando ao empreendedor obter apenas a inscrição junto aos órgãos exigíveis das sociedades empresárias em geral. A pessoa jurídica também não está sujeita à responsabilidade técnica, isto é, não se exige do empreendimento a manutenção, em seus quadros, de profissional habilitado junto a órgão ou conselho de classe fiscalizador de profissão regulamentada. 4.2 Normas técnicas Foram encontradas algumas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT que estão relacionadas com a serigrafia. Para consultar os endereços dos Postos de Intermediação e adquirir os produtos da ABNT consulte o site: <http://www.abnt.org.br/>.

Norma Descrição NBR 11945 Tecnologia gráfica – impressos – avaliação da resistência a vários

agentes. NBR 13089 Impressões serigráficas – método de avaliação. NBR 14018-4 Tecnologia gráfica – especificação de cor e transparência para

escalas de tinta de impressão – parte 4: impressão serigráfica. NBR NM-ISO 13655 Tecnologia gráfica – medição espectral e cálculo calorimétrico

para conteúdos de originais em artes gráficas. 5 REGISTRO DE MARCAS 5.1 O que é Desenho Industrial? Considera-se desenho industrial (DI) a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial. O Registro de Desenho Industrial no Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI é um título de propriedade temporária sobre um desenho industrial, outorgado pelo Estado aos autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Durante o prazo de vigência do registro, o titular tem o direito de excluir terceiros, sem sua prévia autorização, de atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação, comercialização, importação, uso, venda, etc. 5.2 Busca prévia A busca prévia na base de desenhos industriais do INPI não é obrigatória, entretanto é altamente aconselhável ao interessado realizá-la antes de efetuar o depósito de um pedido de registro de desenho industrial. É importante lembrar que durante o exame de seu pedido de registro não será verificada a existência de algum outro pedido anterior. O interessado

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poderá obter a concessão de um registro mesmo já existindo um outro pedido anterior de terceiros, o que poderá levar a uma nulidade do registro posteriormente. A busca deverá ser realizada no campo técnico relativo ao objeto do pedido e de acordo com a Classificação Nacional para registros. A busca prévia pode ser uma busca individual (realizada pelo interessado no Banco de Patentes, CEDIN, no edifício sede do INPI) ou uma busca isolada, solicitada pelo interessado (realizada pelo corpo técnico do CEDIN). 5.3 Como depositar o pedido de Desenho Industrial Para conhecimento das condições de depósito de um pedido de DI é necessária a leitura da Lei n. 9279/96 - Lei da Propriedade Industrial (LPI) e do Ato Normativo 161. O Ato Normativo 161 (disponível em: <http://www.inpi.gov.br/legislacao/atos_normativos/ato_161_02.htm>, acesso em: 23 ago. 2007) e a Lei da Propriedade Industrial (disponível em: <http://www.inpi.gov.br/legislacao/leis/lei_9279_1996.htm>, acesso em: 23 ago. 2007) estão disponíveis na homepage do INPI sob o item Legislação ou à venda na sede do INPI ou nas Delegacias e Representações Regionais. Os depósitos dos pedidos de Desenhos Industriais podem ser efetuados:

• Na recepção do edifício sede do INPI no Rio de Janeiro, localizado na Praça Mauá n. 7, Centro;

• Nas Delegacias e Representações Regionais nos outros Estados (ver endereços na Revista da Propriedade Industrial (RPI)).

• Através de envio postal endereçado à Diretoria de Patentes/DIREDI - Praça Mauá, 7, sala 910 - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20081-240, com indicação do código DPV (número do AR). Os pedidos deverão ser solicitados através de formulário específico, Modelo 1.06, de Depósito de Pedido de Registro de Desenho Industrial.

Os pedidos devem conter:

• Requerimento, modelo 1.06. (até que seja normatizado um novo formulário conforme Ato Normativo 161, item 7.1.2);

• Desenhos ou fotografias, com excelente resolução gráfica, de modo a permitir que o objeto pretendido seja claramente distinguido;

• Os desenhos ou fotografias devem ser apresentados nas seguintes vistas: frontal, lateral, superior e perspectiva. As fotografias devem ser em fundo neutro. Não deve ter inscrições nominativas, marcas e logotipos, nem outros objetos;

• Comprovante de recolhimento da retribuição cabível (guia própria do INPI);

• Nome e qualificação do autor (necessariamente uma pessoa física);

• Outros documentos necessários à instrução do pedido, se for o caso (documento de cessão, procuração, documento hábil do país de origem etc.).

Na maioria dos casos, é facultativa a apresentação de:

• Relatório descritivo;

• Reivindicação. Os documentos deverão ser apresentados em 4 (quatro) vias, para uso do INPI, sendo

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facultada a apresentação de mais duas vias, no máximo, para restituição ao depositante. A documentação apresentada na Recepção receberá um n. de protocolo (ex.: protocolo n. 003822, de 28/JUL/2004) e será encaminhada para um exame preliminar. Uma vez que esta for considerada correta, lhe será atribuída um número de registro (ex.: DI6402513-6); caso haja alguma irregularidade nos documentos apresentados ou falta de algum deles, serão formuladas exigências que deverão ser cumpridas em um prazo de 5 (cinco) dias, a contar da notificação ao interessado, sob pena de não aceitação do depósito e devolução da documentação). Um exemplo de Relatório Descritivo para um travesseiro de praia está disponível no endereço: <http://www.inpi.gov.br/desenho_industrial/pdf/Descritivo.PDF>, acesso em: 23 ago. 2007. 6 TRATAMENTO DE RESÍDUOS Seguem abaixo duas formas encontradas de tratar alguns resíduos da atividade de serigrafia e sugestões de reuso desses materiais. 6.1 Lavagem de telas de serigrafia Foi instalado e posto em funcionamento um equipamento próprio para lavagens de telas de serigrafia na empresa Cutler Brands Pty. Ltd., situada na cidade de Adelaide, na Austrália, e fundada em 1946, que emprega cerca de 90 trabalhadores. No método tradicional, a limpeza das telas e dos tinteiros é feita numa área não confinada, isto é, aberta ao ambiente, e utilizando trapos embebidos em solvente para limpeza. Este processo é lento e consome quantidades grandes de solvente. Os trapos sujos são recolhidos e depois depositados em aterro sanitário. No novo método, a limpeza das telas é feita numa cabine, com sistema de exaustão, por um único operador, que elimina a tinta, as nódoas e os estênceis das matrizes, ficando as telas prontas para uma nova utilização. A lavagem é efetuada sem a utilização de trapos porque o solvente de limpeza é aplicado diretamente por meio de um dispersor de alta pressão. O solvente sujo é filtrado e recirculado. O tanque de armazenamento de solvente é cônico, o que facilita a sedimentação e a recolha dos resíduos. Este sistema reduz a toxicidade dos resíduos e diminui a quantidade de solvente e de resíduos no processo. 6.2 Recuperação de solventes por destilação A tecnologia apresentada abaixo foi instalada na empresa Fieldes Pty. Ltd., da Austrália, e é uma empresa familiar responsável pela produção de 90% da impressão de artigos para a indústria farmacêutica do país, nomeadamente rótulos, sacos de embalagem e uma grande variedade de artigos de embalagem onde são impressos os logotipos dos clientes. Como solvente, é usado álcool desnaturado. Antes do uso da tecnologia, o solvente contaminado e os resíduos de tinta que sobram na impressão são armazenados em depósitos e enviados para empresas licenciadas, que os procedem ao destino final correto. Neste processo eram produzidos pela empresa, aproximadamente, 9600 litros de solvente contaminado. No novo processo, foi instalada uma unidade de destilação em batelada com as seguintes características:

• Capacidade: 60 litros; • Ciclo de destilação: 10 horas; • Recuperação do solvente: 30%.

6.3 Outras formas possíveis de minimização de resíd uos Antes de levar as matrizes serigráficas à lavagem, procure minimizar a quantidade de tinta

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remanescente, seja pela raspagem completa da tinta por meio do uso de uma espátula, seja pelo sopro da tela com um dispersor de ar comprimido. Desta forma, usa-se uma menor quantidade de solventes para a limpeza das telas e evita-se o desperdício de tinta. Conclusões e recomendações A serigrafia é uma técnica de impressão gráfica relativamente de baixo custo, permite imprimir em vários tipos de materiais, independentemente do formato da peça, e em média ou grande escala. Caso o empreendedor tenha se interessado neste ramo de atividade, recomenda-se também consultar o manual Ponto de Partida do SEBRAE, que aborda aspectos da abertura da empresa e auxilia na elaboração do plano de negócio. O manual do SEBRAE está disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/9C10B9A016CE588003256FF20050DA41/$File/NT000A6FEA.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2007. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. ABNT Digital . Disponível em: <http://www.abntdigital.com.br>. Acesso em: 23 ago. 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA GRÁFICA – ABTG. Primeiras normas da área gráfica são aprovadas . Disponível em: <http://www.abtg.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=208&Itemid=47>. Acesso em: 22 ago. 2007. CURBLY. Print your own T-shirts using homemade stencils. Disponível em: <http://www.curbly.com/Chrisjob/posts/1355-Print-Your-Own-T-Shirts-Using-Homemade-Stencils>. Acesso em: 22 ago. 2007. EVERITT-INFO. History of serigraphy. Disponível em: <http://www.everitt-info.com/serigraphy/SERIGRA0.HTM>. Acesso em: 16 ago. 2007. G&S DYE. Silk screening book. Disponível em: <http://gsdye.com/Canada/Screening/screen_book.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2007. GERARD, Shannon. How to silkscreen posters and shirts. Disponível em: <http://nomediakings.org/doityourself/howto_silkscreen_posters_and_shirts.html>. Acesso em: 20 ago. 2007. GUIMARÃES, Waldo. Silk screen é fácil . Disponível em: <http://br.geocities.com/alanplima/serigrafia-livro.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2007. INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL. Desenho Industrial . Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/>. Acesso em: 23 ago. 2007. INTERNATIONAL PAPER. Negative image. Disponível em: <http://glossary.ippaper.com/default.asp?req=glossary/term/1517&catitemid=>. Acesso em: 21 ago. 2007. MATRIZES. Disponível em: <http://noslinjr.sites.uol.com.br/matrizes.htm>. Acesso em: 21 ago. 2007. REUELS. Silk screen printing instructions. Disponível em: <http://www.reuels.com/reuels/Silk_Screen_Printing_Instructions.html>. Acesso em: 17 ago. 2007. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE

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Ponto de partida : silk screen (serigrafia). Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/9C10B9A016CE588003256FF20050DA41/$File/NT000A6FEA.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2007. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Desenhos impressos em sandálias . Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 24 ago. 2007. [1] SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Emulsão serigráfica para impressão em metal . Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 24 ago. 2007. [2] SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Fonte de luz para a gravação de matrizes serigráficas . Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 24 ago. 2007. [3] SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS – SBRT. Impressão serigráfica em balões (bexigas) . Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 24 ago. 2007. [4] SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Impressão serigráfica em chapas acrílicas . Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 24 ago. 2007. [5] SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Serigrafia em couro, PU e PVC. Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 24 ago. 2007. [6] SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Silk screen em shape . Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 24 ago. 2007. [7] SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Tipo de tinta para impressão serigráfica em CD, sacolas plásticas e te cido . Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 20 ago. 2007. [8] SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS (SBRT). Tratamento de efluentes de serigrafia . Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 24 ago. 2007. [9] SILKSCREEN BIZ. How to burn an image into a silk screen. Disponível em: <http://www.silkscreenbiz.com/learning/burning.htm>. Acesso em: 21 ago. 2007. WIKIPÉDIA. Serigraphy. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Serigraphy>. Acesso em: 16 ago. 2007. [1] WIKIPÉDIA. Siebdruck. Disponível em: <http://de.wikipedia.org/wiki/Siebdruck>. Acesso em: 17 ago. 2007. [2] Anexos Anexo 1 - Associações empresariais Associação Brasileira da Indústria Gráfica – ABIGRAF Rua do Paraíso, 533 Paraíso CEP: 04103-000 - São Paulo – SP Fone: (11) 5087-7777 – Fax: (11) 5087-7733 Site: <http://www.abigraf.org.br> Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica – ABTG Rua Bresser, 2315 Mooca CEP: 03162-030 - São Paulo – SP Fone: (11) 6097-6700

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e-mail: [email protected] Site: <http://www.abtg.org.br> Anexo 2 - Lista de fornecedores • Equipamentos ALFA SERIGRAFIA Rua Morumbi, 200 Sapiranga – RS Fone: (51) 3559-4761 Site: <http://www.alfaserigrafia.com.br> FABRO MONTAGENS LTDA. Rua Carlos Bernardo Michel, 120 CEP: 83324-100 - Pinhais – PR Fone: (41) 3557-6008 – Fax: (41) 3033-2712 e-mail: [email protected] FAZ DE COR Rua 105, n. 100 Setor Sul CEP: 74080-300 - Goiânia – GO Fone: (62) 3281-2046 e-mail: [email protected] Site: <http://www.fazdecor.com.br> METALUS INDÚSTRIA MECÂNICA LTDA. Rua Loanda, 335 CEP: 83040-170 - São José dos Pinhais – PR Fone: (41) 3381-6200 – Fax: (41) 3381-6201 e-mail: [email protected] NEXO INDUSTRIAL MÁQUINAS SERIGRÁFICAS Rua das Carmelitas, 1961 Vila Hauer CEP: 81650-060 - Curitiba – PR Fone: (41) 3029-7575 / 3018-7585 – Fax: (41) 3277-3536 Site: <http://www.nexoindustrial.com.br> OTIAM EQUIPAMENTOS SERIGRÁFICOS LTDA. Rua Rio Belém, 7600 CEP 81650-180 - Curitiba – PR Fone: (41) 3376-3417 e-mail: [email protected] REDLINE ARTE E SERIGRAFIA LTDA. Rua Abílio Holzmann, 3712 CEP: 84020-040 - Ponta Grossa – PR Fone/Fax: (42) 3235-2916 SANTINI SUPLY Rua São Carlos, 977 Porto Alegre – RS Fone: (51) 3395-4613 Site: <http://www.santinisuply.com.br> SILKSMAQ Avenida M. Arthur da Costa e Silva, 181 Limeira – SP Fone: (19) 3451-6384 Site: <http://www.silksmaq.com.br>

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TEC-SCREEN Avenida XV de Agosto, 5320 Jd. Leocádia CEP: 18085-290 - Sorocaba – SP Fone: (15) 3238-5800 e-mail: [email protected] Site: <http://www.tec-screen.com.br> TEGAPE IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO DE TECIDOS TÉCNICOS LTDA. Rua Mateus Leme, 799 CEP: 80530-010 - Curitiba – PR Fone: (41) 2105-8000 – Fax: (41) 2535-5138 e-mail: [email protected] TRIÂNGULO SCREEN Rua Santa Cruz, 573 Saúde CEP: 04121-000 - São Paulo – SP e-mail: [email protected] Site: <http://www.trianguloscreenonline.com.br> • Tintas 3M DO BRASIL LTDA. Via Anhangüera, Km 110 CEP: 13178-447 - Sumaré – SP Fone: (19) 3838-7000 – Fax: (19) 3838-6999 BADEN INDUSTRIAL QUÍMICA LTDA. Avenida Morvan Dias de Figueiredo, 5299 CEP: 02170-000 - São Paulo – SP Fone: (11) 6954-3394 – Fax: (11) 6954-4577 e-mail: [email protected] Site: <http://www.badentintas.com.br> COLORGRAF TECNOLOGIA E SERVIÇOS Rua Manágua, 586 Santo Afonso CEP: 93420-250 - Novo Hamburgo – RS Fone/Fax: (51) 3587-3700 e-mail: [email protected] Site: <http://www.colorgraf.com.br> KROMATICA IND. COM. DE PROD. QUÍMICOS LTDA. Rua Carlos Krumenauer, 155 CEP: 93180-000 - Portão – RS Fone: (51) 3562-1740 e-mail: [email protected] LIKO QUÍMICA Rua Dom Pedro II, 71 Canudos CEP: 93542-670 - Novo Hamburgo – RS Fone/Fax: (51) 2108-4100 e-mail: [email protected] Site: <http://www.liko.com.br> LIMERPAK Via Jurandir Paixão de Campos Freire, 2400, galpão 285 Condomínio Empresarial I CEP: 13481-149 - Limeira – SP Fone: (19) 3443-1175 Site: <http://www.limerpak.com.br> NOKO QUÍMICA LTDA. Rodovia RS 240, 2555

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CEP: 93180-000 - Portão – RS Fone: (51) 3562-1292 e-mail: [email protected] TINTAS BAGPAINT Impressão em balões e bexigas Fone: (11) 6852-5911 e-mail: [email protected] Site: <http://www.bagpaint.cjb.net> • Empresas que fazem serigrafia ALCIONE E AUSTYN COMPANHIA LTDA. Avenida Ademar de Barros, 288 CEP: 83601-300 - Campo Largo – PR Fone/Fax: (41) 3292-1427 CRIART PRODUÇÕES GRÁFICAS LTDA. Rua Jurunas, 88 CEP: 13457-095 - Santa Bárbara D’Oeste – SP Fone/Fax: (19) 3464-9455 DERPAC SILK Rua dos Jesuítas, 276 CEP: 07231-060 - Guarulhos – SP Fone/Fax: (11) 6412-5005 HIDRACER EQUIPAMENTOS CERÂMICOS LTDA. Avenida Cinqüenta e Cinco, 1181 CEP: 13501-540 - Rio Claro – SP Fone/Fax: (19) 3533-9688 MF SERIGRAFIA LTDA. – ME Rua Antônio Marques Julião, 440 CEP: 03244-000 - São Paulo – SP Fone: (11) 6911-0003 – Fax: (11) 6216-0332 PINTSILK SERVIÇOS LTDA. Rua Januária, 912 CEP: 12238-500 - São José dos Campos – SP Fone: (12) 3933-9087 – Fax: (12) 3934-6049 PRINT SCREEN GRAVAÇÕES TÉCNICAS E DECORATIVAS LTDA. Rua Amambaí, 912 CEP: 02115-001 - São Paulo – SP Fone/Fax: (11) 6954-8900 QUALIPRINT ARTES GRÁFICAS LTDA. Rua Carlos Malheiro Dias, 71 CEP: 07150-040 - Pirituba – SP Fone/Fax: (11) 3903-9892 SEAL SCREEN SERIGRAFIA LTDA. Avenida Rangel Pestana, 90 CEP: 11013-550 - Santos – SP Fone/Fax: (13) 3233-5210 SERIGRÁFICA MIRO – ME Rua Antônio Antunes, 258 CEP: 05786-020 - São Paulo – SP

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Fone: (11) 5844-4564 – Fax: (11) 5841-9106 T&S SILK SCREEN Rua Dionísio Alves Fontes, 583 CEP: 83065-080 - São José dos Pinhais – PR Fone/Fax: (41) 3398-2338 Nome do técnico responsável Marcelo Shiniti Uchimura Nome da Instituição do SBRT responsável Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR Data de finalização 23 ago. 2007