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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 1
SENTENÇA
Processo Digital nº: 0008093-03.2016.8.26.0127
Classe - Assunto Ação Penal - Procedimento Ordinário - Crimes Eleitorais
Autor: Justiça Pública
Réu e Averiguado: JEFFERSON SOARES DE MACEDO e outros
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Mariana Parmezan Annibal
Vistos.
1. RELATÓRIO
Trata-se de ação penal pública proposta pelo Ministério Público na qual
ELAINE CRISTINA PEREIRA está sendo processada como incursa no art. 2º, §§ 3º e 4º, II, da
Lei nº 12.850/13, por 10 (DEZ) vezes no art. 319 c.c. art. 327, § 2º, do Código Penal, e por 1.364
(MIL, TREZENTAS E SESSENTA E QUATRO) vezes no art. 299, parágrafo único, do Código
Penal, tudo na forma do art. 69 do Código Penal. EVERALDO FRANCISCO DA SILVA
(PROFESSOR EVERALDO), como incurso no art. 2º, §§ 3º e 4º, II, da Lei nº 12.850/13, por 06
(seis) vezes no art. 319 c.c. art. 327, § 2º, do Código Penal, e por 1.088 (MIL E OITENTA E
OITO) vezes no art. 299, parágrafo único, do Código Penal, tudo na forma do art. 69 do Código
Penal. CARLOS ROBERTO MENDES PEIXOTO (CARLOS JAPONÊS) e ELIAS
FERNANDES CASSUNDÉ, como incursos no art. 2º, § 4º, II, da Lei nº 12.850/13, por 9 (NOVE)
vezes no art. 319 c.c. art. 29, caput, ambos do Código Penal, e por 71 (SETENTA E UMA) vezes
no art. 299, parágrafo único, do Código Penal, tudo na forma do art. 69 do Código Penal. ISAC
FRANCO DOS REIS, como incurso no art. 2º, § 4º, II, da Lei nº 12.850/13 e por 420
(QUATROCENTOS E VINTE) vezes no art. 299, parágrafo único, do Código Penal, tudo na
forma do art. 69 do Código Penal. JEFERSON SOARES DE MACEDO (JEFFERSON
MACÊDO), como incurso no art. 2º, § 4º, II, da Lei nº 12.850/13, por 9 (NOVE) vezes no art. 319
c.c. art. 29, caput, ambos do Código Penal, e por 510 (QUINHENTOS E DEZ) vezes no art. 299,
parágrafo único, do Código Penal, tudo na forma do art. 69 do Código Penal. ORCIVAL
CREPALDI (NENE CREPALDI) como incurso no art. 2º, § 4º, II, da Lei nº 12.850/13, por 9
(NOVE) vezes no art. 319 c.c. art. 29, caput, ambos do Código Penal, e por 1.232 (MIL,
DUZENTOS E TRINTA E DUAS) vezes no art. 299, parágrafo único, do Código Penal, tudo na
forma do art. 69 do Código Penal. Por fim, PAULO XAVIER DE ALBUQUERQUE como
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 2
incurso no art. 2º, § 4º, II, da Lei nº 12.850/13, por 9 (NOVE) vezes no art. 319 c.c. art. 29, caput,
ambos do Código Penal, e por 330 (TREZENTOS E TRINTA) vezes no art. 299, parágrafo único,
do Código Penal, tudo na forma do art. 69 do Código Penal.
Narra a denúncia, que os réus ELAINE, EVERALDO, CARLOS JAPONÊS,
ELIAS CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, ISAC REIS, NENE CREPALDI e PAULO
XAVIER estão sendo acusados de integraram pessoalmente organização criminosa,
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com objetivo de obter, direta ou
indiretamente, vantagem de natureza eleitoral, mediante a prática de diversos crimes de
prevaricação e de falsidade ideológica relacionados a fraudes em processos seletivos para
contratação de pessoal pela Prefeitura Municipal de Carapicuíba. Foram 8 processos seletivos
fraudados de que tratam a denúncia, conforme a seguir descritos.
Consta ainda que os acusados incorreram em fraude nos processos seletivos de
nº 15/13, 18/14, 32/14, 15/15, 20/15, 24/15, 21/16, 23/16 e 24/16.
No dia 23 de maio de 2013 nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE e
EVERALDO, agindo em concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os
atos executórios, praticaram atos de ofício consistentes na abertura e desenvolvimento do processo
seletivo nº 15/13 Agentes Comunitários de saúde e enfermeiros, contra disposição expressa de
lei e para satisfazer interesse e sentimento pessoal de cunho eleitoral.
Nas mesmas condições de tempo e local, CARLOS JAPONÊS, ELIAS
CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, NENE CREPALDI e PAULO XAVIER, agindo em
concurso de agentes e com unidade de desígnios, concorreram para o crime de prevaricação
descrito no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
Entre os meses de maio de 2013 e janeiro de 2014, nesta cidade de
Carapicuíba, ELAINE e EVERALDO, na qualidade de funcionários públicos e prevalecendo-se
de seus cargos, agindo em concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os
atos executórios, inseriram e fizeram inserir por 167 (CENTO E SESSENTA E SETE) vezes
declarações falsas e diversas das que deviam ser escritas nas provas/inscrições dos 167 (CENTO E
SESSENTA E SETE) convocados para o Processo Seletivo 15/13, consideradas documentos
públicos, visando a inserção na Administração Pública de pessoas previamente indicadas.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e de local, NENÊ CREPALDI e
JEFERSON MACEDO concorreram para a prática dos crimes de falsidades ideológicas descritos
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no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
No dia 11 de abril de 2014 nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE e
EVERALDO, agindo em concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os
atos executórios, praticaram atos de ofício consistentes na abertura e desenvolvimento do processo
seletivo nº 18/14 concessão de bolsas auxílio-desemprego para homens e mulheres, contra
disposição expressa de lei e para satisfazer interesse e sentimento pessoal de cunho eleitoral.
Nas mesmas condições de tempo e local, CARLOS JAPONÊS, ELIAS
CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, NENE CREPALDI e PAULO XAVIER, agindo em
concurso de agentes e com unidade de desígnios, concorreram para o crime de prevaricação
descrito no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
Entre os meses de abril e dezembro de 2014, nesta cidade de Carapicuíba,
ELAINE e EVERALDO, na qualidade de funcionários públicos e prevalecendo-se de seus
cargos, agindo em concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os atos
executórios, inseriram e fizeram inserir por 366 (TREZENTOS E SESSENTA E SEIS) vezes
declarações falsas e diversas das que deviam ser escritas nas provas/inscrições dos 366
(TREZENTOS E SESSENTA E SEIS) convocados para o Processo Seletivo 18/14, consideradas
documentos públicos, visando a inserção na Administração Pública de pessoas previamente
indicadas.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e de local, ISAC REIS, JEFFERSON
MACÊDO e NENÊ CREPALDI concorreram para a prática dos crimes de falsidades ideológicas
descritos no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
No dia 21 de agosto de 2014 nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE e
EVERALDO, agindo em concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os
atos executórios, praticaram atos de ofício consistentes na abertura e desenvolvimento do processo
seletivo nº 32/14 agentes comunitários de saúde, contra disposição expressa de lei e para
satisfazer interesse e sentimento pessoal de cunho eleitoral.
Nas mesmas condições de tempo e local, CARLOS JAPONÊS, ELIAS
CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, NENE CREPALDI e PAULO XAVIER, agindo em
concurso de agentes e com unidade de desígnios, concorreram para o crime de prevaricação
descrito no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
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Nos meses de agosto e setembro de 2014, nesta cidade de Carapicuíba,
ELAINE e EVERALDO, na qualidade de funcionários públicos e prevalecendo-se de seus
cargos, agindo em concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os atos
executórios, inseriram e fizeram inserir por 71 (SETENTA E UMA) vezes declarações falsas e
diversas das que deviam ser escritas nas provas/inscrições dos 71 (SETENTA E UM) convocados
para o Processo Seletivo 32/14, consideradas documentos públicos, visando a inserção na
Administração Pública de pessoas previamente indicadas.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e de local, CARLOS JAPONÊS, ELIAS
CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, NENE CREPALDI e PAULO XAVIER concorreu
para a prática dos crimes de falsidades ideológicas descritos no parágrafo anterior, mediante
ajuste, determinação, instigação e auxílio.
No dia 1º de abril de 2015, nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE e
EVERALDO, agindo em concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os
atos executórios, praticaram atos de ofício consistentes na abertura e desenvolvimento do processo
seletivo nº 15/15 agentes comunitários da saúde, contra disposição expressa de lei e para
satisfazer interesse e sentimento pessoal de cunho eleitoral.
Nas mesmas condições de tempo e local, CARLOS JAPONÊS, ELIAS
CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, NENE CREPALDI e PAULO XAVIER, agindo em
concurso de agentes e com unidade de desígnios, concorreram para o crime de prevaricação
descrito no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
Entre os meses abril e agosto de 2015, nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE e
EVERALDO, na qualidade de funcionários públicos e prevalecendo-se de seus cargos, agindo em
concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os atos executórios, inseriram
e fizeram inserir por 171 (CENTO E SETENTA E UMA) vezes declarações falsas e diversas das
que deviam ser escritas nas provas/inscrições dos 171 (CENTO E SETENTA E UM) convocados
para o Processo Seletivo 15/15, consideradas documentos públicos, visando a inserção na
Administração Pública de pessoas previamente indicadas.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e de local, NENÊ CREPALDI concorreu
para a prática dos crimes de falsidades ideológicas descritos no parágrafo anterior, mediante
ajuste, determinação, instigação e auxílio.
No dia 28 de maio de 2015, nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE e
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EVERALDO, agindo em concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os
atos executórios, praticaram atos de ofício consistentes na abertura e desenvolvimento do processo
seletivo nº 20/15 concessão de bolsas auxílio-desemprego para homens e mulheres, contra
disposição expressa de lei e para satisfazer interesse e sentimento pessoal de cunho eleitoral.
Nas mesmas condições de tempo e local, CARLOS JAPONÊS, ELIAS
CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, NENE CREPALDI e PAULO XAVIER, agindo em
concurso de agentes e com unidade de desígnios, concorreram para o crime de prevaricação
descrito no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
Entre os maio e agosto de 2015, nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE e
EVERALDO, na qualidade de funcionários públicos e prevalecendo-se de seus cargos, agindo em
concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os atos executórios, inseriram
e fizeram inserir por 259 (DUZENTOS E CINQUENTA E NOVE) vezes declarações falsas e
diversas das que deviam ser escritas nas provas/inscrições dos 259 (DUZENTOS E CINQUENTA
E NOVE) convocados para o Processo Seletivo 20/15, consideradas documentos públicos, visando
a inserção na Administração Pública de pessoas previamente indicadas.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e de local, NENÊ CREPALDI e
PAULO XAVIER concorreram para a prática dos crimes de falsidades ideológicas descritos no
parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
No dia 30 de julho de 2015, nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE e
EVERALDO, agindo em concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os
atos executórios, praticaram atos de ofício consistentes na abertura e desenvolvimento do processo
seletivo nº 24/15 concessão de bolsas auxilio-desemprego para homens e mulheres, contra
disposição expressa de lei e para satisfazer interesse e sentimento pessoal de cunho eleitoral.
Nas mesmas condições de tempo e local, CARLOS JAPONÊS, ELIAS
CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, NENE CREPALDI e PAULO XAVIER, agindo em
concurso de agentes e com unidade de desígnios, concorreram para o crime de prevaricação
descrito no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
Entre os julho e novembro de 2015, nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE e
EVERALDO, na qualidade de funcionários públicos e prevalecendo-se de seus cargos, agindo em
concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os atos executórios, inseriram
e fizeram inserir por 54 (CINQUENTA E QUATRO) vezes declarações falsas e diversas das que
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deviam ser escritas nas provas/inscrições dos 54 (CINQUENTA E QUATRO) convocados para o
Processo Seletivo 24/15, consideradas documentos públicos, visando a inserção na Administração
Pública de pessoas previamente indicadas.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e de local, ISAC REIS concorreu para a
prática dos crimes de falsidades ideológicas descritos no parágrafo anterior, mediante ajuste,
determinação, instigação e auxílio.
No dia 13 de abril de 2016, nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE praticou
atos de ofício consistentes na abertura e desenvolvimento do processo seletivo nº 21/16
concessão de bolsas auxilio-desemprego para homens, contra disposição expressa de lei e para
satisfazer interesse e sentimento pessoal de cunho eleitoral.
Nas mesmas condições de tempo e local, CARLOS JAPONÊS, ELIAS
CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, NENE CREPALDI e PAULO XAVIER, agindo em
concurso de agentes e com unidade de desígnios, concorreram para o crime de prevaricação
descrito no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
Entre os meses de abril e junho de 2016, nesta cidade de Carapicuíba,
ELAINE, na qualidade de funcionária pública e prevalecendo-se de seu cargo, agindo em
concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os atos executórios, inseriram
e fizeram inserir por 125 (CENTO E VINTE E CINCO) vezes declarações falsas e diversas das
que deviam ser escritas nas provas/inscrições dos 125 (CENTO E VINTE E CINCO) convocados
para o Processo Seletivo 21/16, consideradas documentos públicos, visando a inserção na
Administração Pública de pessoas previamente indicadas.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e de local, NENE CREPALDI concorreu
para a prática dos crimes de falsidades ideológicas descritos no parágrafo anterior, mediante
ajuste, determinação, instigação e auxílio.
No dia 19 de maio de 2016, nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE praticou
atos de ofício consistentes na abertura e desenvolvimento do processo seletivo nº 23/16 agentes
comunitários de saúde, contra disposição expressa de lei e para satisfazer interesse e sentimento
pessoal de cunho eleitoral.
Nas mesmas condições de tempo e local, CARLOS JAPONÊS, ELIAS
CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, NENE CREPALDI e PAULO XAVIER, agindo em
Par
a co
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concurso de agentes e com unidade de desígnios, concorreram para o crime de prevaricação
descrito no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
Entre os meses de maio e junho de 2016, nesta cidade de Carapicuíba,
ELAINE, na qualidade de funcionária pública e prevalecendo-se de seu cargo, agindo em
concurso de agentes, com unidade de desígnios e dividindo entre si os atos executórios, inseriram
e fizeram inserir por 73 (SETENTA E TRÊS) vezes declarações falsas e diversas das que deviam
ser escritas nas provas/inscrições dos 73 (SETENTA E TRÊS) convocados para o Processo
Seletivo 23/16, consideradas documentos públicos, visando a inserção na Administração Pública
de pessoas previamente indicadas.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e de local, JEFFERSON MACÊDO e
NENÊ CREPALDI concorreram para a prática dos crimes de falsidades ideológicas descritos no
parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
No dia 02 de junho de 2016, nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE praticou
atos de ofício consistentes na abertura e desenvolvimento do processo seletivo nº 24/16
concessão de bolsas auxilio-desemprego para mulheres, contra disposição expressa de lei e para
satisfazer interesse e sentimento pessoal de cunho eleitoral.
Nas mesmas condições de tempo e local, CARLOS JAPONÊS, ELIAS
CASSUNDÉ, JEFFERSON MACÊDO, NENE CREPALDI e PAULO XAVIER, agindo em
concurso de agentes e com unidade de desígnios, concorreram para o crime de prevaricação
descrito no parágrafo anterior, mediante ajuste, determinação, instigação e auxílio.
No mês de junho de 2016, nesta cidade de Carapicuíba, ELAINE, na qualidade
de funcionária pública e prevalecendo-se de seu cargo, agindo em concurso de agentes, com
unidade de desígnios e dividindo entre si os atos executórios, inseriram e fizeram inserir por 78
(SETENTA E OITO) vezes declarações falsas e diversas das que deviam ser escritas nas
provas/inscrições dos 78 (SETENTA E OITO) convocados para o Processo Seletivo 24/16,
consideradas documentos públicos, visando a inserção na Administração Pública de pessoas
previamente indicadas.
A denúncia foi recebida às fls. 325/330, sendo ainda decretada a prisão
preventiva dos réus.
Houve audiência de homologação de colaboração premiada do acusado Nenê
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 8
Crepaldi (fls. 12469/12499).
Citados, os réus apresentaram resposta à acusação, sendo: Carlos Roberto
Mendes Peixoto (Fls. 12550/12583); Elaine Cristina Pereira (Fls. 12595/12606); Isac Franco dos
Reis (Fls. 12611/12625); Elias Fernandes Cassundé (Fls. 12627/12639); Paulo Xavier (Fls.
12674/12685); Everaldo Francisco da Silva (Fls. 12687/12706), Orcival Crepaldi (fls.
13127/13130) e Jefferson Soares de Macedo (fls. 13143/13152).
Analisados os pedidos das partes, foi mantido o recebimento da denúncia
dando continuidade ao andamento processual e designando audiência (Fls. 12717/12722).
Na primeira audiência foram ouvidas as testemunhas de acusação: Marcelo
José do Prado, Robson Lopes dos Santos, Milton Peixe Júnior, Fabiano de Miranda Silva, Edilson
Xavier, Maria Aparecida dos Santos, Caroline Maria da Silva Lopes, William dos Santos Teles,
Vicente Alves dos Santos, Testemunha Protegida n°1, Testemunha Protegida n°2 e Lucimara
Correa de Lima. Houve desistência da oitiva da testemunha Milca Rocha dos Santos (fls.
13207/13210).
Na segunda audiência em continuação foram ouvidas as testemunhas de defesa:
Aline Da Silva De Oliveira, Elizandra Alves Fagundes, Gedir Arruda De Oliveira, Priscila
Aparecida Mendes Da Silva, Robson Pereira Da Silva, Ana Vladia, Aanderson Tellucio De
Oliveira, Edson Gomes Da Silva, José Moreira Da Silva, Maria De Fátima Rodrigues, Tatiane
Marques Rodrigues, Luzo França Neto, Olimpia Maria Monteiro De Oliveira, Silvio Da Silva,
Valéria Da Silva Carvalho Oliveira, Silvia Virginia Batista De Souza. As defesas insistiram na
oitiva de três testemunhas de defesa: Sérgio Ribeiro, Abrão Júnior e Sílvia Virginia (fls.
13471/13474).
Por fim, na terceira audiência em continuação foram ouvidas as testemunhas de
defesa dos réus Elaine e Paulo Xavier, a testemunha Silvia, sendo os réus interrogados ao final
(fls. 13909/13913).
Em alegações finais o Ministério Público pleiteou a procedência da ação penal,
com a condenação dos réus, nos termos na denúncia, exceto com relação ao réu Isac em que foi
pedida a absolvição em face dos crimes de organização criminosa e prevaricação (fls.
14043/14186).
A defesa do réu ELIAS requereu preliminarmente a incompetência do juízo
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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diante da conexão com suposto delito cometido pelo prefeito que tem foro privilegiado, ou ainda
incompetência do juízo por se tratar de matéria eleitoral. Pleiteou também a nulidade da busca e
apreensão e pelo desrespeito ao artigo 514 do CPP. No mérito afirmou não haver provas quanto a
organização criminosa, dado que os réus não se encontravam para designar funções e que ele não
exercia cargo de mandante. Afirmou que o crime de prevaricação é atípico e que ele não concorreu
para a prevaricação nos processos seletivos nº 15/13 e 18/14. Subsidiariamente pleiteou a
aplicação do crime continuado (fls. 14193/14230).
A defesa do réu ISAC, por sua vez, apenas desqualificou a atuação do
Ministério Público e dos magistrados que atuaram no presente processo os chamando de “loucos”,
acusando de agirem com má-fé, de não se tratar de uma justiça séria e isenta. No mais defendeu
que seu cliente é pessoa íntegra, diferentemente das autoridades que participaram da investigação
e instrução processual e que não há provas da ocorrência do delito (fls. 14232/14246).
A defesa do réu JEFERSON pleiteou preliminarmente a nulidade do
recebimento da denúncia por falta de resposta à acusação e ainda incompetência do juízo estadual,
por se tratar de matéria eleitoral, além da nulidade da delação premiada. No mérito defendeu a
atipicidade do crime de organização criminosa pois não comprovados os requisitos legais, bem
como não há cometimento de crime com pena máxima maior do que 4 anos, pois se trata de
falsidade de documento particular. Pleiteou a atipicidade da prevaricação por falta de indicação do
elemento subjetivo e a atipicidade do crime de falsidade ideológica. Subsidiariamente pediu o
afastamento do concurso material de crimes e a não comprovação do concurso formal (fls.
14247/14294).
A defesa do réu ORCIVAL pleiteou a aplicação do instituto da continuidade
delitiva nos crimes de falsidade ideológica, dado que as indicações foram feitas em continuidade,
sobre as mesmas pessoas, nas mesmas condições. Da mesma forma pugnou pela continuidade
delitiva na prevaricação. No mais pediu a aplicação dos termos homologados na delação premiada
(fls. 14295/14336).
A defesa da ré ELAINE alega, preliminarmente, a incompetência do juízo por
se tratar de matéria eleitoral e a ilegalidade de provas mencionadas pelo Ministério Público em
alegações finais que não fazem parte do processo. No mérito alegou a falta de provas dado que os
vereadores não eram da base aliada e não poderiam ter feito as indicações, bem como houve
desvio intencional de interpretação por parte da acusação. A defesa fez questionamentos que
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foram abordados especificamente no capítulo referente à ré. Subsidiariamente, pleiteou a
suspensão das restrições impostas (fls. 17337/14362).
A defesa do réu CARLOS alegou preliminarmente a nulidade pela
inconstitucionalidade do provimento 32/2000 que trata das testemunhas protegidas e ainda inépcia
da denúncia pela ausência de individualização das condutas no delito de organização criminosa,
não cometimento de prevaricação e falta de lastro para o crime de falsidade. Afirmou também que
as alegações finais da acusação devem ser desconsideradas pois intempestivas. No mérito alegou
que não há comprovação de dolo e que não foi comprovada a chefia da organização criminosa.
Subsidiariamente pleiteou a aplicação da pena mínima e afastamento da causa de aumento e
agravante (fls. 14363/14398).
A defesa do réu EVERALDO sustentou sua irresponsabilidade porque não
participou dos processos seletivos ou da comissão (fls. 14405/14411).
Por fim, a defesa de PAULO alegou preliminarmente a incompetência do juízo
e a nulidade da busca e apreensão. No mérito alegou não haver provas para a condenação, que nos
processos seletivos nº 23/16 e 24/16 o réu estava custodiado não participando dos fatos, que os
crimes são atípicos. Subsidiariamente pleiteou a aplicação da pena mínima e direito de recorrer em
liberdade (fls. 14412/14450).
É o relatório. Fundamento e decido.
2. PRELIMINARES
2.1. Incompetência do juízo por prerrogativa de foro.
Sustenta a defesa do réu ELIAS que este juízo é incompetente, pois os fatos ora
apurados tem relação com condutas praticadas pelo então prefeito que tinha foro privilegiado.
Há indícios de que o chefe da organização criminosa seria o chefe do poder
executivo no período dos fatos, porém, quando da investigação, entendeu o órgão acusatório que
seriam necessárias mais provas para imputar-lhe os delitos.
Trata-se de direcionamento legal que só haja denúncia e seu consequente
recebimento quando estiver comprovada a materialidade e houver indícios de autoria, o que,
segundo o Ministério Público, só haveria em relação aos réus denunciados.
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Sendo assim, não há que se falar em incompetência, pois o que ocorreu foi
cautela por parte da acusação em só imputar crimes àqueles que as provas fossem seguras, tanto
que não arrolaram os demais vereadores eleitos por falta de elementos para tanto.
Outrossim, verifica-se que a súmula 704 do STF diz que: “Não viola as
garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência
ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.”.
Dessa forma, depreende-se que a regra geral é que, no caso de prerrogativa de foro, e dependendo
do andamento das investigações, devem ser desmembrados os processos, sendo o agente com
prerrogativa de foro julgado pelo Tribunal e os demais pelo juízo de primeira instância.
Nesse sentido:
Informativo STF - Agravo Regimental no Inq.
3514/SP do dia 13 de fevereiro de 2014: Após negar provimento a
recurso (agravo regimental) interposto contra o desmembramento do
Inquérito (INQ) 3515, que corre no Supremo Tribunal Federal contra o
deputado federal Arthur Lira (PP/AL) pela suposta prática dos crimes
de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e corrupção passiva, os
ministros presentes à sessão desta quinta-feira (13) concordaram em
adotar o entendimento de que o desmembramento do processo passe a
ser a regra geral quando houver corréus sem prerrogativa de foro no
STF”.
Não há assim nulidade alguma no desmembramento feito pela acusação, seja
pelas provas obtidas no momento processual da denúncia que não permitiram a acusação em
conjunto, seja pela competência constitucional que tem esse juízo para julgar vereadores.
2.2. Incompetência por ser matéria eleitoral
As defesas dos réus ELIAS, ELAINE, PAULO e JEFFERSON buscam
novamente a declaração de incompetência por afirmarem que são delitos a serem apurados pela
Justiça Eleitoral.
Obviamente existem indícios de que os delitos cometidos pelos acusados
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 12
tinham como finalidade a manutenção do poder, o qual decorre de eleição direta pela população.
Sendo assim, é possível, e deve ser apreciada eventual compra de votos ou
desvio de função nesse sentido, porém tais fatos não se confundem com os ora apurados, que
visam averiguar a existência de uma organização criminosa que tinha como finalidade o benefício
pessoal de políticos e sua consequente manutenção no poder.
Não é apenas pelo fato dos réus serem políticos e terem a intenção de se
perpetuarem no poder se utilizando de meios escusos e ilegais, que a competência penal deve ser
direcionada exclusivamente à esfera eleitoral.
O fato da busca e apreensão ter sido determinada pela justiça eleitoral também
não contamina a prova dos autos, dado que perfeitamente possível sua utilização para apuração de
fatos de natureza comum.
Os crimes ora cometidos são de caráter comum e tinham como objetivo
diversas benesses pessoais aos acusados, entre elas, a de se manter no poder por meio de
favorecimento de possíveis eleitores.
Dessa forma, não há que se falar em incompetência desse juízo que está
apurando fatos afetos à justiça comum, que não impedem eventual ação eleitoral criminal.
2.3. Nulidade da busca e apreensão
Afirma ainda as defesas de ELIAS e PAULO que a busca e apreensão são nulas
por terem sido determinadas por juízo incompetente, qual seja, o juízo eleitoral.
Primeiramente é preciso salientar que a investigação teve início perante a
Justiça Eleitoral, na qual foram feitas as denúncias pelas testemunhas protegidas, sendo assim,
aquele juízo era competente para determinação de mandado de busca e apreensão, prova urgente,
diga-se de passagem, dado que era provável, como há indícios de que ocorreu, que os réus
tentassem se desfazer de documentos que os comprometessem.
Assim, diante dos fatos e dos indícios da ocorrência de crimes eleitorais aquele
juízo, competente, determinou a busca e apreensão que foi feita.
Posteriormente foi verificada a existência de outros crimes de natureza comum,
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conforme explicitado no capítulo acima, o que gerou investigação criminal e denúncia perante este
juízo para apreciação de tais crimes, não podendo falar em nulidade.
Outrossim, os bens apreendidos são documentos que foram juntados aos autos
e dada oportunidade às partes de exercerem o contraditório e a ampla defesa, não havendo
nulidades ou prejuízos aos réus.
Assim, não pode a defesa, nesse momento processual, dizer que as provas
acostadas aos autos são nulas pois provenientes de mandado judicial de outro juízo, que também é
competente para apuração dos fatos de cunho eleitoral, quando tais provas fizeram parte de uma
investigação muito maior que deu ensejo à presente ação penal na qual foram garantidos todos os
direitos constitucionais dos acusados, motivo pelo qual indefiro o pleito.
A defesa do réu PAULO sustentou ainda que a busca e apreensão foi ilícita,
pois realizada em escritório de advocacia.
É preciso salientar a princípio que a lei não veda busca e apreensão em
escritório de advocacia quando o local é usado para esconder provas de ilícitos, como era o caso
dos autos.
Ademais, exige-se apenas a presença de um representante da OAB para
acompanhar os procedimentos feitos mediante ordem judicial, o que foi observado, tendo o
próprio réu ligado para o representante, que compareceu ao local, mas posteriormente entendeu
por bem se ausentar.
Isto porque, em se tratando a busca e apreensão de medida de natureza cautelar,
de caráter urgente e cuja finalidade precípua é a preservação da prova, seu cumprimento, adotadas
as providências legalmente previstas pelo juízo e pelos agentes dela encarregados isto é,
observado estritamente o princípio da legalidade -, não pode restar sujeito à vontade discricionária
de entidade ou pessoa estranha ao processo, cuja presença ao ato tem por único escopo a
preservação das prerrogativas da advocacia, e não a “revisão”, por vias transversas, da
conveniência e oportunidade da medida. Nestes casos, portanto, de recusa do representante
indicado a acompanhar a diligência, a busca e apreensão é dotada de legitimidade e a prova dela
decorrente não padece de qualquer mácula.
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Por fim, o dono do “escritório de advocacia” que, diga-se, confundia-se com o
escritório político, retirou os processos que tinham impetrado contra a ação de busca e apreensão,
afirmando expressamente a legalidade do ato nesse processo.
2.4. Nulidade por desrespeito ao artigo 514 do Código de Processo Penal
A alegação de nulidade por desrespeito ao artigo 514 do Código de Processo
Penal também não comporta acolhimento.
Primeiramente é de se ressaltar que a previsão legal de audiência prévia do
funcionário público antes do recebimento da denúncia, visa evitar procedimento penal injusto,
prevenindo abusos, o que passa a ser dispensado caso venha acompanhado de investigação séria e
detalhada como é o caso dos autos.
O processo em tela foi precedido de investigação minuciosa diante de
detalhada denúncia prestada por testemunhas protegidas, que seguiram a busca e apreensão nos
escritórios dos acusados e ainda delação premiada de vereador que entregou todo o esquema
criminoso.
Súmula 330 STJ: É desnecessária a resposta
preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na
ação penal instruída por inquérito policial.
Assim, não há que se falar em início de processo penal de forma temerária,
tendo a materialidade e indícios de autoria sido plenamente comprovados em fase inquisitória e
pela denúncia.
Ademais, em contradição àquilo que pretende a defesa, o entendimento do
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a falta de apresentação de defesa prévia antes do
recebimento da denúncia é caso de nulidade relativa, devendo ser demonstrado o prejuízo dos
acusados, o que não ocorreu.
Como já dito, aos réus foram garantidos todos os direitos constitucionais,
inclusive de contraditório e ampla defesa em sede de defesa prévia, que foi analisada pelo
magistrado que entendeu dar continuidade ao processo penal por não ser caso de acusação leviana,
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pelo contrário, por se tratar de fato de extrema gravidade devidamente comprovado pelas provas
da acusação.
Nesse sentido:
Ementa: Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. OBRIGATORIEDADE DE
DEFESA PRÉVIA. ART. 514 DO CPP . NULIDADE RELATIVA.
NECESSIDADE DE DEMONSTRAR O EFETIVO PREJUÍZO.
CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO. RECURSO
ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I A partir do
julgamento do HC 85.779/RJ, passou-se a entender, nesta Corte, que é
indispensável a defesa prévia nas hipóteses do art. 514 do Código de
Processo Penal , mesmo quando a denúncia é lastreada em inquérito
policial (Informativo 457/STF). II O entendimento deste Tribunal, de
resto, é o de que, para o reconhecimento de eventual nulidade, ainda
que absoluta, faz-se necessária a demonstração do prejuízo, o que não
ocorreu na espécie. Nesse sentido, o Tribunal tem reafirmado que a
demonstração de prejuízo, “a teor do art. 563 do CPP , é essencial à
alegação de nulidade, seja ela relativa ou absoluta, eis que (…) o âmbito
normativo do dogma fundamental da disciplina das nulidades pas de
nullité sans grief compreende as nulidades absolutas” (HC 85.155/SP,
Rel. Min. Ellen Gracie). III Esta Corte decidiu, por diversas vezes, que
a defesa preliminar de que trata o art. 514 do Código de Processo
Penal tem como objetivo evitar a propositura de ações penais
temerárias contra funcionários públicos e, por isso, a sua falta
constitui apenas nulidade relativa. IV No caso dos autos, trata-se de
um processo findo, em que já houve o trânsito em julgado da sentença
condenatória, não sendo possível perceber o que o réu poderia ter
alegado na defesa prévia que já não o tivesse feito no curso da ação
penal. V Recurso ordinário a que se nega provimento.(STF - RECURSO
ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS RHC 120569 SP (STF), Data de
publicação: 25/03/2014)
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 16
Por todo o exposto, indefiro o pedido de nulidade da defesa.
2.5. Nulidade do recebimento da denúncia
Alega a defesa do réu JEFFERSON que houve nulidade do recebimento da
denúncia porque não foi dada a oportunidade de apresentação de resposta à acusação para o réu.
Tal preliminar também não comporta acolhimento.
Primeiramente, apesar das afirmações da defesa, houve apresentação de defesa
prévia em favor do acusado às fls. 13143/13152 no dia 24 de janeiro de 2017, na qual foram
arroladas 8 testemunhas de defesa.
Em 02 de fevereiro de 2017 foi realizada audiência de instrução e julgamento,
na qual foram saneadas eventuais irregularidades processuais, ouvidas as testemunhas, inclusive
aquelas arroladas pelo réu, e dada a palavra para os patronos do acusado que apenas pleitearam a
soltura do réu, não se manifestando sobre teses defensivas ou a ausência de apreciação de seus
pedidos pelo juízo (fls. 13207/13210).
Em decisão de fls. 13276/13280 foram apreciados os pedidos feitos pela defesa
do réu Jefferson, após manifestação do Ministério Público.
Em audiência realizada no dia 28 de abril de 2017 (fls. 13471/13474),
novamente foi dada a oportunidade de manifestação para a defesa do acusado Jefferson que
desistiu da oitiva de duas das suas testemunhas, nada mencionando sobre a resposta à acusação
apresentada.
Por fim, na audiência realizada em 23 de junho de 2017, na qual se encerrou a
fase instrutória, foi expressamente solicitado aos advogados que fizessem todos os requerimentos
que desejassem antes do início dos interrogatórios, oportunidade em que a defesa do réu nada
requereu, ficando saneado o feito e afastando qualquer eventual nulidade anterior (fls.
13898/13896).
Sendo assim, não pode a defesa, no presente momento processual, alegar esta
nulidade, dado que teve oportunidade de se manifestar desde fevereiro do presente ano e ainda em
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3 audiências, o que não o fez.
Nesse sentido:
Ementa: por ter sido nomeado um só defensor para
os três réus na oportunidade da oitiva da vítima, se demonstrado que o
mesmo não procedeu de forma a favorecer os acusados de forma
específica. Cabe ao defensor do réu a escolha das testemunhas a serem
indicadas para serem ouvidas pelo juízo, o que faz parte da análise
técnica do caso e da efetividade de defesa do acusado. Hipótese em que
consta da defesa prévia que o advogado do paciente arrolou 06
testemunhas, não se podendo falar, portanto, de deficiência de defesa.
Tratando-se de nulidade relativa, é imprescindível, para o seu
reconhecimento, que se faça a indicação do prejuízo causado ao réu,
em momento oportuno do processo criminal o que não ocorreu in
casu. Não se concede o direito ao apelo em liberdade a réu que
permaneceu preso desde o flagrante e durante toda a instrução do
processo, pois a manutenção na prisão constitui-se em um dos efeitos da
respectiva condenação. Precedentes. Tratando-se de habeas corpus no
qual são apontadas nulidades na dosimetria da pena, o processamento
de recurso de apelação não tem o condão de obstar o exame do writ em
relação às nulidades aventadas. Reconhecida a impropriedade da
decisão que não conheceu da impetração originária, na parte relativa à
dosimetria da pena e ao regime prisional, faz-se mister determinar que a
Corte Estadual prossiga no seu julgamento, no que se refere a esses
temas questão que não pode ser aqui examinada, sob pena de indevida
supressão de instância. Recurso que não merece ser conhecido, eis
que intempestivo, devendo ser determinada a remessa dos autos ao e.
Tribunal de Alçada do Estado do Paraná, a fim de que aprecie o
argumento relativo à dosimetria da pena e ao regime prisional. Recurso
não-conhecido. Writ de ofício concedido, os termos do voto do Relator.
(STJ - RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS RHC 14120 PR
2003/0026919-0, Data de publicação: 16/06/2003)
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Está precluso portanto o pedido da defesa e não há nulidade pois o réu foi
representado por advogado por ele constituído em todos os atos processuais, sendo garantido o
contraditório, a ampla defesa e o direito de manifestação.
2.6. Nulidade da delação premiada
Alega a defesa do réu JEFFERSON que o processo penal é nulo pois se baseou
exclusivamente na delação premiada do réu ORCIVAL, o que é vedado por lei.
Ocorre que tal alegação não se coaduna com a realidade, dado que o atual
processo conta com mais de 14 mil páginas sendo que em sua maioria são provas documentais do
esquema criminoso.
O depoimento do réu Orcival foi útil para elucidação dos meandros da
organização criminosa, que obviamente se utilizava de meios escusos e obscuros para atingir
objetivos ilícitos, porém os fatos foram descobertos principalmente pelas informações dadas pelas
testemunhas protegidas, pela investigação policial e ministerial e pela busca e apreensão realizada
nos escritórios dos vereadores e no RH da prefeitura, no qual foram encontradas as provas dos
processos seletivos que não se coadunavam com as listas classificatórias.
Some-se a isso que, no escritório do réu JEFFERSON foram encontrados
diversos documentos que levaram à sua condenação, em especial as listas com a indicação de seus
beneficiários para os cargos públicos, anotações pessoais, por ele reconhecidas em audiência, de
pessoas que seriam indicadas para a ré Elaine contratar, além de diversas fichas indicando que o
réu exigia que eleitores trocassem o local de seu título eleitoral em troca de favores.
Sendo assim, não há que se falar em embasamento da persecução penal apenas
na palavra do colaborador.
Afirma a defesa ainda que as informações prestadas pelo delator não cumprem
os requisitos legais do artigo 4º da Lei 12.850/13, uma vez que ele não teria indicado coautores,
revelado a estrutura hierárquica, prevenido infrações penais ou recuperado o proveito do crime.
Ocorre que, a validade e relevância da delação para fins de pena será avaliada
por esse juízo quando da condenação e aplicação da pena para o delator, sendo tal fato irrelevante
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para o réu JEFFERSON.
A delação serve para esclarecer fatos criminosos de difícil descoberta, a sua
amplitude e benefício não tem relevância aos denunciados que devem se defender dos fatos a eles
imputados, o que não fizeram, porque em nenhum momento e nenhuma defesa apontou motivo
pelo qual o réu ORCIVAL estaria auto imputando e denunciando fatos de tamanha gravidade.
A defesa de ELAINE afirma que a delação premiada é nula porque o réu
“Orcival Crepaldi não passa de um 'coitado' que cedeu aos anseios da Acusação e não percebeu a
má-fé perpetuada pelas suas representantes” (fls. 14374).
Primeiramente, pouco crível que o réu Orcival seja um coitado, e menos ainda
que ele tenha sido enganado pelo órgão ministerial.
Mais do que isso, nenhum dos réus apontou motivos minimamente válidos para
que o colaborador tenha mentido se auto incriminando e entregando seus colegas de profissão,
sofrendo ameaças e acabando com a sua carreira política.
Não foram ventiladas disputas, divergências ou animosidades entre o delator e
os demais réus que o levassem a loucura de inventar um esquema criminoso dessa magnitude, se
colocando como um dos culpados.
Dessa forma, perfeitamente válida e regular a delação premiada, bem como as
demais provas que a seguiram.
2.7. Nulidade por inconstitucionalidade do provimento 32/2000 do TJSP
Alega a defesa do réu CARLOS que não foram respeitados os princípios
constitucionais do contraditório e da ampla defesa em razão da proteção das testemunhas pelo
provimento nº 32/2000 do TJSP.
No presente processo, duas testemunhas, que deram início às investigações,
fizeram a denúncia dos delitos aqui descritos e, por estarem sendo ameaçadas, foram protegidas
pelo sigilo, nos termos do Provimento n.º 32 da Corregedoria de Justiça do Estado de São Paulo,
tendo sua qualificação anotada fora dos autos, com acesso exclusivo aos Juízes de Direito,
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Promotores de Justiça e Advogados constituídos e nomeados, nos termos dos artigos 3 e 5 do
provimento.
Art 3º As vítimas ou testemunhas coagidas ou
submetidas a grave ameaça, em assim desejando, não terão quaisquer de
seus endereços e dados de qualificação lançados nos termos de seus
depoimentos. Aqueles ficarão anotados em impresso distinto, remetido
pela Autoridade Policial ao Juiz competente juntamente com os autos do
inquérito após edição do relatório. No Ofício de Justiça, será arquivada
a comunicação em pasta própria, autuada com, no máximo, duzentas
folhas, numeradas, sob responsabilidade do Escrivão.
“Art. 5º - O acesso à pasta fica garantido ao
Ministério Público e ao Defensor constituído ou nomeado nos autos,
com controle de vistas, feito pelo Escrivão, declinando data.
Consoante se pode observar da norma, o sigilo das informações sobre a
identidade da vítima ou testemunha não é absoluto, já que o defensor constituído ou nomeado nos
autos pelo acusado pode ter acesso, a qualquer momento, aos referidos dados de qualificação, não
havendo que se falar em ofensa à ampla defesa ou ao contraditório.
Não cabe ainda a alegação do defensor de que pelo fato das qualificações das
testemunhas estarem em meio físico e o processo ser digital afrontaria o contraditório e a ampla
defesa, pois tal pasta está à disposição do defensor no cartório, que pode acessá-la quando bem
entender.
Ora, as testemunhas protegidas, embora não possuam qualificação nos autos,
foram ouvidas em audiência de instrução, na presença de todos os defensores dos acusados e do
Ministério Público, o que afasta, de per si, a alegada violação aos princípios do contraditório e da
ampla defesa.
Cumpre ressaltar, ainda, que as testemunhas protegidas pelo sigilo não foram
as únicas arroladas na denúncia, fundada em diversos depoimentos, como do delegado e dos
investigadores, e ainda nas palavras do colaborador.
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Nesse sentido:
HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL
PENAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRETENSÃO DO WRIT
NULIDADE DE TODA A AÇÃO PENAL, SOB O ARGUMENTO DE
QUE HOUVE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA
(PROVIMENTO N.º 32/2000 DO TJ/SP). TESTEMUNHAS SOB
PROTEÇÃO DO ESTADO. POSSIBILIDADE DE OCULTAÇÃO DO
NOME, DOS ENDEREÇOS E DOS DADOS DE QUALIFICAÇÃO DA
TESTEMUNHA PROTEGIDA. ACESSO A TAIS DADOS GARANTIDO
AO DEFENSOR DO RÉU PELO PROVIMENTO N.º 32/2000 DA
CORREGEDORIA-GERAL DE JUSTIÇA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DE SÃO PAULO. PROVIMENTO N.º 32/2000. NORMA
DE CARÁTER PROCEDIMENTAL EM SINTONIA COM O ART. 22,
INCISO XI DA CF/88 E COM A LEI N.º 9807/99.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CONFIGURADO (STJ - HABEAS
CORPUS Nº 112596/SP, MINISTRO AYRES BRITTO)
"HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL.
CERCEAMENTO DE DEFESA. QUALIFICAÇÃO DE TESTEMUNHA
MANTIDA SOB SIGILO, PERMITIDA SUA DIVULGAÇÃO APENAS AO
ADVOGADO DOS ACUSADOS, JUIZ E PROMOTOR. CERCEAMENTO
DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. REVOGAÇÃO DO SIGILO A PEDIDO DA
DEFESA. 1. Não existe qualquer nulidade por cerceamento de defesa
decorrente do fato de apenas uma das várias testemunhas presencias dos
crimes, arroladas na denúncia, ter sido beneficiada, temporariamente,
com o sigilo de sua qualificação, porque temia represálias. 2. Ademais,
os advogados constituídos tiveram acesso à qualificação completa da
testemunha antes do interrogatório do Paciente e não levantaram
qualquer objeção nesse momento processual, nem quando, em
atendimento à pedido da Defesa, o sigilo das informações foi revogado. 3.
Habeas corpus denegado." (HC 51202/SP, 5.ª Turma, Rel. Ministra
LAURITA VAZ, DJ de 11/09/2006.)
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Ainda se não fosse esse o caso, a nulidade suscitada, qual seja, a ausência da
qualificação de uma das testemunhas na denúncia, cujos dados poderiam ser acessados pela defesa
a qualquer momento, como o próprio Provimento permitia, não viciou o feito. A defesa restringe-
se a apontar a regra como sendo prejudicial de forma abstrata, sem indicar, no caso concreto, qual
foi o prejuízo para a parte.
Assim, a discussão sobre a constitucionalidade formal do Provimento 32/00
seria inócua, configurando um fim, e não um meio para o deslinde da causa, não havendo
comprovação do prejuízo conforme mandamento legal e sumulado.
Art. 563 CPP. Nenhum ato será declarado nulo, se da
nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Súmula nº 523 STF: No processo penal, a falta de
defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se
houver prova de prejuízo para o réu.
Por todo o exposto, indefiro o pedido.
2.8. Inépcia da denúncia
Alega ainda o defensor do réu CARLOS que a denúncia seria inepta pois não
descreveu as condutas e marcos do delito de organização criminosa, porém não comprova tal
alegação.
O fato da denúncia não pontuar exatamente uma data para início e fim dos
delitos não a torna inepta, até porque se trata de crimes que são feitos as escuras, se utilizando de
meandros burocráticos e de forma institucionalizada.
O feito está delimitado aos 9 processos seletivos que foram investigados,
constatando-se a presença de diversas pessoas sem qualificação indicadas pelos vereadores em
detrimento da população.
Assim, não houve prejuízo às defesas que desde o princípio tinham ciência de
que o processo versava sobre os 4 anos de mandato dos vereadores, mais especificamente em
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relação aos processos seletivos de nº 15/13, 18/14, 32/14, 15/15, 20/15, 24/15, 21/16, 23/16 e
24/16 ocorridos nesse período.
Afirma também a defesa que a denúncia é inepta quanto ao crime de
prevaricação, pois não era dever funcional do vereador fiscalizar os processos seletivos.
Confunde-se a defesa quanto o que as responsabilidades e condutas do réu.
Fato é que foram aprovadas duas leis, pelos 5 acusados detentores de mandato
eletivo, que viabilizaram a criação dos 9 processos seletivos descritos na denúncia, com a intenção
de obter benefício pessoal, qual seja, possuírem uma quota de vagas para indicarem para seus
apadrinhados da forma que bem lhes aprouvesse.
Dessa forma, cometeu o delito de prevaricação no momento em que participou
da aprovação do projeto de lei inicial, sua primordial função, e depois dos processos seletivos em
específico, também função básica do ocupante do cargo público, sendo indiferente se ele se
utilizou ou não da prerrogativa ilegítima de indicar beneficiários para os cargos.
Por fim alega que a imputação é omissiva quanto ao crime de falsidade
ideológica, pois não comprovado que o próprio réu CARLOS que falsificou os documentos.
Como será melhor tratado a frente, o que se buscou na investigação não era o
dono da grafia utilizada para a falsificação das provas, mas sim os mandantes de tal fato, sendo
comprovado que as provas não eram corrigidas ou nelas eram colocadas notas falsas, a mando dos
vereadores que se utilizavam de suas quotas para indicação de pessoas a serem contratadas pela
prefeitura.
Portanto, não há inépcia nos termos propostos pela defesa porque a imputação
não se refere à grafia das provas e sim a ordem pelos réus emanada.
2.9. Intempestividade das alegações finais do Ministério Público
Por fim, alega a defesa do réu CARLOS que as alegações finais da acusação
são intempestivas.
Primeiramente verifica-se que ocorreu uma falha de download na peça
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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ministerial, o que por si não demonstra má-fé.
Outrossim, não houve prejuízo algum para a defesa de qualquer dos acusados,
dado que logo depois, e antes da publicação e intimação dos advogados, foi colocada a peça
correta no sistema.
Conforme já rechaçado anteriormente, não é possível alegação de nulidade
apenas como fim de impedir o andamento processual e finalização do feito, sendo pacífica a
necessidade de comprovação de prejuízo, o que a defesa nem se deu ao trabalho de tentar
comprovar.
Art. 563 CPP. Nenhum ato será declarado nulo, se da
nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Súmula nº 523 STF: No processo penal, a falta de
defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se
houver prova de prejuízo para o réu.
Sendo assim, indefiro o pedido.
3. PROVAS ORAIS
O processo está em ordem, com as partes legítimas e bem representadas.
Passo, pois, a conhecer seu mérito.
Trata-se de ação penal pública incondicionada destinada a apurar a
responsabilidade dos acusados pela prática dos delitos de prevaricação, falsidade ideológica e
organização criminosa.
Ao término da instrução criminal, é inevitável a conclusão de que a
materialidade e autoria ficaram suficientemente comprovadas nos autos, sendo a condenação
medida que se impõe.
Senão vejamos:
3.1. Testemunha protegida 1
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Em juízo a testemunha protegida nº1 afirmou que o processo seletivo ocorreu
no teatro de Carapicuíba e tinha uma fila para entrega de documento e preencher um formulário
com um questionário de 3 linhas sobre conhecimento na área para agente de saúde. Na entrega do
protocolo uma das funcionárias disse que tinha que procurar algum vereador para entrar na pasta,
se não conseguia a vaga. Ao sair do lado de fora viu diversas pessoas procurando vereadores para
entrar na pasta. Foi até a secretaria Simone. No outro dia foram no escritório do JEFFERSON
MACEDO, ele não estava, mas falaram com a Tatiana que perguntou o que queriam, depois
chegou outro funcionário e explicaram o que queriam. A Tatiana as levou para uma sala e elas
explicaram que queriam a vaga, momento em que a funcionária falou que as vagas estavam todas
preenchidas, e os documentos no RH, momento em que a sua amiga disse que chamaria a polícia.
Saíram e ficaram na porta do escritório, a Tatiane e o outro funcionário ficaram tirando fotos,
depois chegou um carro todo filmado e todo fechado e ficou muito tempo no local. Depois foram
ao TRE e contaram o ocorrido. Nessa hora a Tatiana ligou e pediu para eles voltarem para
conversar com o vereador. Ele contou a sua carreira e negou que fizesse o esquema, e a Tatiane
também negou tudo aquilo que tinha dito: que as pastas estavam preenchidas e no RH. Saíram de
lá e deram continuidade ao processo. Conheceu algumas pessoas que entraram pela indicação na
pasta e depois do ocorrido elas não estão mais no local (Cristiane e Cauê). Falaram também do
Abraão Junior. Soube do processo seletivo pelo site. Quando voltaram para o escritório o vereador
JEFERSON proibiu que ligassem o celular. Disse que um dos funcionários do vereador contou que
ele estaria gravando a conversa e o vereador ficava a todo tempo alertando sobre o que elas
falariam e negando os fatos. Ficou preocupada porque tiveram suas fotos rodando no meio
político. Conhece pessoas que trabalhavam na Câmara e souberam que as fotos das testemunhas
eram repassadas dizendo que elas que tinham feito a denúncia, sendo que pessoas que estavam na
pasta ficaram revoltadas por perderem seus empregos. Questionada, disse que o processo seletivo
não existia, que as pessoas tinham contato e conseguiam a vaga (Luciana e Luiza são conhecidas
da testemunha e já trabalhavam na Prefeitura com ELIAS). Disse ainda que a condição para entrar
na pasta seria votar no candidato, seria uma troca de votos. O vereador JEFFERSON não foi
grosseiro, mas em um momento coagiu, ameaçou a sua colega. O réu JEFFERSON negou e jogou
a culpa nas costas da Tatiane que também estava na sala. A visão que tinha do JEFFERSON era de
que ajudava pessoas, principalmente evangélicas, até o ocorrido. Conhece uma pessoa que falou
que participou do processo seletivo e foi aprovada sem necessidade de recomendação, explicando
que essa pessoa já era funcionária da prefeitura. Essa pessoa estava na porta e estavam procurando
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um vereador para indicar, essa pessoa era cristã e disse que conseguiu, mas não a conhece e não
sabe como foi isso. Não prestou outro processo seletivo. Participou do processo seletivo de agente
de saúde de 2016. Mesmo quem tinha o nome na pasta tinha que se inscrever e escrever as três
linhas sobre o cargo, sendo que o processo seletivo, segundo os funcionários, não existia, o que
precisava era a indicação do vereador.
Assim, fica claro pelo depoimento da testemunha que o esquema de indicação
para as vagas dentro dos processos seletivos era institucionalizado e do conhecimento de todos,
tanto que informaram a ela, no momento da inscrição, qual o procedimento que ela deveria adotar
caso desejasse ser contratada.
Tudo isso confirmado pela testemunha protegida nº2.
3.2. Testemunha protegida nº2
A testemunha protegida nº 2 disse que ficou sabendo do processo seletivo de
agente de saúde por um colega. Chegando no local entrou os documentos e deram uma prova que
consistia em responder três linhas, sendo que pegava o papel e ia pro auditório, não tendo nenhum
tipo de controle, podendo haver conversa. A questão era “o que era um agente de saúde e se já
tinha trabalhado”. Quando entregou para a menina do RH perguntou qual era o critério de
avaliação e ela respondeu que deveria estar na pasta de um vereador para entrar, perguntou se era
“o famoso jeitinho brasileiro” e ela confirmou que sim. Saiu e conversou com a sua amiga dizendo
que isso era errado. A amiga disse que tinha um conhecido e iam tentar, foram no escritório da
SIMONE e deixaram o protocolo com a secretária dela, explicando a necessidade de entrar na
pasta e ela disse que ia ver se a pasta não estava cheio, depois ela ligou e disse que a pasta da
SIMONE estava cheia e deviam procurar outro vereador. Por isso foram no escritório de
JEFERSON e lá falaram com a Tatiana explicando o motivo pelo qual estavam lá e ela disse que a
pasta já tinha sido encaminhada pelo RH, com as vagas preenchidas. Levantou e falou que isso era
crime e que iria ao TRE, momento em que o assessor começou a tirar fotos delas. Saíram e lá tinha
um carro na esquina esperando e o assessor continuou tirando fotos e não deixaram saírem de lá.
Foram ao TRE e após o JEFERSON ligou e pediu que elas voltassem, ele não deixou entrarem
com o celular mas ele estava gravando a conversa, momento em que ele disse que sabia que a
testemunha era mesária tendo acesso a todos os seus documentos e dados, e que ele poderia ser
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preso mas quando saísse a acharia, momento em que perguntou se ele estaria a ameaçando,
ficando em silêncio. Ele começou a acusar a secretária e a testemunha disse que ela só estaria
seguindo ordens. Questionou sobre as fotografias e ele disse que foi por precaução para mostrar
para ele para ele saber quem era. Passado 3 dias um obreiro da igreja foi na sua casa para pedir
para ela tirar as denúncias porque iria prejudicar a igreja. Os nomes citados dos vereadores, foram
os nomes falados no teatro pelas pessoas que diziam quais os vereadores que iriam indica-los para
as respectivas pastas. Depois disso três vezes foram na sua casa procurando por ela e desde então
está presa dentro de casa, com medo. As pessoas que estavam nas pastas as veem como as
culpadas. Soube que as fotos foram repassadas por todos os vereadores da Câmara por parte de 3
colegas que falaram para elas tomarem cuidado porque o nome e a foto delas estaria circulando e
mostrou a mensagem. Disse que ficou jogando entre Tatiane e JEFERSON a culpa. Questionada,
disse que recentemente passam pessoas pela rua procurando pela depoente, mas como não as
conhece e não sabe os seus nomes não tem como denunciar. Diz que seus vizinhos tem medo. Os
boletim de ocorrência feito foi com pedido de proteção, no final do ano de 2016, provavelmente
em novembro. Quem disse que só poderia entrar com apadrinhamento foi a ELAINE e Cristina,
onde fizeram os protocolos, depois que procuraram a Simone (secretária de saúde na época), mas
foram atendidas pela sua secretária. Soube por boatos no dia anterior da inscrição da necessidade
de indicação, por um funcionários terceirizado da Prefeitura, que disse que só poderia ser nessa
data. No edital não tinha a quantidade de vagas, nem prazo de inscrição e que só teria um dia para
fazer. Ficou no auditório por cerca de 2h e ouviu das pessoas que estavam ali fazendo a inscrição
de que estariam nas pastas do vereadores: ABRAÃO, ELIAS CAFUNDÉ, JEFFERSON, ISAC
REIS, CARLOS JAPONÊS. A secretária do JEFFERSON disse que um dia depois da inscrição a
pasta dele já estava completa.
A segunda testemunha protegida também narrou como era o esquema para
ingressar nos quadros da prefeitura e disse como se deu o encontro com o réu JEFFERSON,
inclusive no que toca à sua ameaça caso ela desse continuidade às denúncias.
3.3. Dr. Marcelo delegado de polícia
O Dr. Marcelo José do Prado, informou que é Delegado de Polícia do SIG
Setor de investigações gerais. Participou das buscas e apreensões realizadas na Câmara Municipal.
O MP recebeu informações de duas testemunhas protegidas sobre um esquema criminoso dentro
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da prefeitura e da câmara municipal que visava fraudar processos seletivos para contratar pessoas
específicas. Ficou claro que as pessoas que queriam se inscrever para os cargos, principalmente
para trabalharem como bolsistas e agentes comunitários de saúde, a aprovação dependeria da
indicação de um vereador. Para que o vereador fizesse a indicação e a pessoa fosse aprovada,
independentemente dos requisitos exigidos, isso dependia da aquiescência de políticos ligados à
prefeitura, notadamente da Secretária da Administração Elaine e Everaldo, que também tinha sido
Secretário da Administração. Atualmente a Elaine é a Secretária, mas em anos anteriores o
Everaldo era o Secretário e a Elaine era a Diretora de Recursos Humanos. O Everaldo foi para a
Secretaria de Gestão e, no final do governo, foi para o Gabinete do Prefeito, enquanto a Elaine
assumiu a Secretaria de Administração. Pelo que ouviram, a ré ELAINE tinha total independência
nesse aspecto, desde decidir pela abertura dos processos seletivos simplificados, até determinar
quem seria aprovado ou não a forma de aprovação, concordar com as listas de aprovação, que
muitas vezes não levavam em conta a classificação por ordem de notas. O candidato mais bem
pontuado nem sempre era chamado. Em alguns casos percebemos que nem sempre o candidato
que obtinha a nota maior era aprovado um candidato que tinha a nota menor (e que deveria estar
abaixo) era aprovado no lugar desse. Algumas provas não possuíam notas especificadas. Em
outros casos, era patente que o que a pessoa escreveu na prova nem sempre a nota atribuída era
condizente com aquilo que ela escreveu. A nota era atribuída de forma a melhorar a nota da
pessoa. As notas eram lançadas na própria prova, em algumas não tinha a nota. Não se lembra se
eram lançadas com lápis ou caneta. Sobre outra pessoa que ocupou a Secretaria interinamente: não
se recorda do depoimento de Arimateia. Tinha essa notícia e depois ouvimos uma testemunha que
figurou como protegida no inquérito dando conta que os computadores haviam sido formatados.
Especialmente depois da operação em que foi preso o vereador Paulo Xavier. A Câmara,
especificamente tinha um funcionário que seria o responsável por fazer esse tipo de trabalho no
setor de tecnologia, mas não foi ele quem formatou. Teve contato pessoal com uma das
testemunhas protegidas: Preocupada, relatou que depois das prisões ainda estava receosa, pois
teria recebido em tese ameaças. Pessoas de motocicleta teriam passado na rua da casa dela
perguntando sobre ela, deixando recado. Fez um boletim de ocorrência. Ela relatou que se
inscreveu para o processo simplificado e recebeu orientações de que ela só seria aprovada se ela
tivesse ajuda/indicação de um vereador. Quando estava em busca disso no escritório político do
Jeferson Macedo, disseram que havia alguma dificuldade, que a pasta estava cheia e ela se
estressou. Por conta disso, quando ela saiu de lá, tiraram fotos dela através de celular e um veículo
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a teria seguido, estacionado e mantendo ela sob vigilância. Depois que ela prestou queixa e voltou
ao gabinete, a história mudou, ela foi recebida de outra forma e aí negaram que seria possível esse
tipo de ajuda etc. Ela ficou nervosa porque quando ela se insurgiu contra o esquema tiraram fotos
dela no escritório político. No escritório do Nenê Crepaldi foi uma equipe minha que acompanhou
a busca com uma promotora que não é desta comarca. Os investigadores Robson e Milton Peixe
que acompanharam e na busca encontraram uma pasta, que continha documentos que mostravam
realmente alguma ligação com as indicações e que teria sido escondida, descartada no meio de
entulhos. Quase no final da busca eles encontraram essa pasta, que foi fundamental para a
investigação. Em relação ás oitivas de Paulo Xavier, foi feita conosco a delação premiada da
Daniela e ela realmente confirmou esse tipo de esquema. Ela era bolsista e a sua indicação
também tinha sido dessa forma fraudada. Nenê Crepaldi também confirmou o esquema. Quando
ele tinha indicação para fazer, a pessoa dentro da Prefeitura que era a porta de entrada era
realmente a Elaine. Sempre a Elaine se mostrava a pessoa que tinha esse contato ou a lista era
encaminhada para ela. Não se lembra se Nenê Crepaldi chegou a reportar se a Elaine falava sobre
a participação de outro Secretário ou de outra pessoa dentro da Administração. Sobre a redução do
número de assessores na Câmara: Uma das finalidades do esquema que se instalou foi essa. Por
conta da redução do número de assessores dos vereadores (de 11 ou 12 para 2, redução drástica),
essas pessoas perderam o cargo por força do TAC. Logicamente que os vereadores, talvez com
compromisso com essas pessoas que eram assessores, precisavam de algum modo mantê-las
empregadas. E aí sim muitos desses ex-assessores acabaram sendo aprovados em processos
simplificados, tanto de agentes comunitários quanto de bolsistas. Era uma forma de se burlar a
redução do número de assessores, empregando-os de outra forma junto à Prefeitura Municipal, e aí
podendo manter o sistema de dependência, de compra de votos, bem por aí. Assim eles
continuariam trabalhando em prol da campanha da eleição e da reeleição dos vereadores. Cabo
eleitoral de campanha: No caso do Jeferson Macedo, por exemplo, foram ouvidas duas pessoas
que restou comprovado que elas não preencheram a prova do processo seletivo Salvador França
e acho que Pedro, não lembro o sobrenome. Eles disseram que realmente no dia não preencheram
a prova, pediram para alguém preencher e só assinaram a prova. Salvador, por exemplo, teria sido
assessor do vereador Jeferson Macedo, saiu naquele corte e entrou num desses processos
simplificados dizendo que não preencheu a prova. Ele fala que fez propaganda política para o
Jeferson e tal. Antes de ser assessor foi cabo eleitoral. Antes disso ele não morava em Carapicuíba.
Quando ele começou a trabalhar foi orientado pelo Jeferson de que ele tinha que ele tinha que
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votar no município, tanto que o domicílio eleitoral dele ainda é o escritório político do Jeferson.
Ele teria outro endereço, onde pernoitaria, mas não ficou comprovado. A casa dele de verdade fica
em São Bernardo do Campo. Foi levantado uma relação e muitas pessoas tinham domicilio
eleitoral no escritório do Jeferson. Sobre o Vicente: Trabalhava no MP, cedido pela Prefeitura
através de convênio, só que se descobriu que na verdade ele não era concursado e também estava
sendo renovado através de processos seletivos, e a indicação dele seria do Isaac Reis. Isaac Reis
foi deputado estadual, mas não foi reeleito. Depois, chegou a ocupar um cargo, não se lembra qual.
O partido dele era o mesmo do prefeito, PT. Quem presidia a comissão do processo seletivo era a
Elaine e aí tinha outros funcionários. No depoimento dela, ela disse que essa parte do exame das
provas não seria de competência dela. Ela disse que não poderia responder por isso, porque eram
funcionários que analisavam a prova, mas ela era a presidente, ela que homologava. Nesses
processos seletivos, acredita que não havia assinatura do prefeito para abertura e tramitação, mas
apenas do secretário.Ouviu a testemunha Lucimara, mãe de Bruna, que informou que trabalhou
também através de processos seletivos no Pronto Socorro da Vila Dirce. Muito embora ela diga
que as aprovações dela não se deram por indicação de vereador nenhum, ela confirma que havia
uma ingerência por parte dos vereadores nos diversos postos de saúde de Carapicuíba.
Especificamente na Vila Dirce, havia forte interferência do Jeferson Macedo, por exemplo, até
para marcar consultas. Ninguém conseguiria marcar consulta sem passar antes por um assessor do
Jeferson Macedo que autorizava. Essa também é uma forma de angariar votos. O morador de
Carapicuíba fica dependente do vereador que tem atuação específica naquele posto de saúde para
marcar consultas ou para colocar na frente de alguém. Isso ela confirma que existe. Ela também
disse que pediu ajuda para o Jeferson para a filha dela, Bruna, que prestou concurso, mas não diz
exatamente se ele interferiu para a aprovação. Ela confirma que há interferência dos vereadores,
cada qual em um posto de saúde, e detalha que no Vila Dirce é o Jeferson o responsável. O
benefício é eleitoral, compra de votos. Ficou claro, as testemunhas protegidas falam bem isso, se o
vereador desse a indicação e elas conseguissem o cargo dessa forma, elas teriam que trabalhar dia
e noite, tudo em prol da campanha política, para a obtenção de votos para aquele vereador. Seria
uma contrapartida necessária, essa fidelidade com aquele que conseguiu o cargo. Compromisso
para a eleição futura. Sobre o Elias Cassunde, não se lembra da diligência. Ouvimos testemunhas
que disseram que, depois da busca e apreensão, uma determinada funcionaria talvez Regina, não
se lembra teria ficado trancada numa sala por horas picotando papel. Teriam sido retirados sacos
de papel, um indício eventual de destruição de documentos, evidências. A pessoa foi ouvida e
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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negou isso. A Regina era uma funcionária concursada, agente de segurança, alguma coisa assim,
que nessa gestão foi alçada a um cargo comissionado na Câmara Municipal para cuidar do
patrimônio da Casa. Tanto que ela falava que o salário dela pulou de mil e pouco para seis mil e aí
deu uma diferença na forma de fazer o ponto, porque o ponto dos concursados era por biometria e
dos comissionados era no papel. A Regina, muito embora fosse concursada, foi comissionada e
alçada a outro cargo. Acerca dos processos seletivos: era apenas uma ficha em que a pessoa
preenchia os seus dados e ao final uma pergunta, nesse caso: “qual a função do agente comunitário
de saúde?” Era essa pergunta que era respondida e avaliada. Não se recorda da documentação que
instruía a prova. Sabe que em alguns casos, apurados pelas promotoras, faltava a comprovação de
algumas coisas. Na Operação Pasta Vazia não ouviu Paulo Xavier. Disse aquilo sobre a delação da
Daniela em outra investigação. Havia organização criminosa no sentido de distribuição de tarefas.
Teria um núcleo político, com a Elaine e o Everaldo, e o Paulo Xavier seria do núcleo do
legislativo, que cooptava pessoas para trabalhar em prol da conquista de votos. A função dele não
seria diferente de outros vereadores, no sentido de fazer indicação para que a pessoa fosse
aprovada e aí passasse a trabalhar para ele. Havia notícia de que eles se reuniam antes das sessões,
em uma sala reservada na Câmara Municipal. Não sabe se necessariamente para tratar disso. As
reuniões poderiam ser em qualquer lugar, mas é fato que isso comprovadamente funcionava dessa
forma. As notícias são dos próprios funcionários da Câmara, que diziam que eles se encontravam
antes das sessões legislativas. Não estou dizendo que a reunião era de organização criminosa, mas
é fato que havia contato entre eles, senão não seria possível que uma indicação do vereador
chegasse na Secretaria de Administração e conseguisse provocar a aprovação do candidato. Que a
apuração teve início através de uma denúncia de testemunha protegida que menciona esses nomes
especificamente, por esse motivo os demais vereadores não foram investigados. Não fez a vistoria
no escritório do Nenê Crepaldi. Depois que surgiu a historia de que era escritório de advocacia.
Antes isso não era definido, depois colocaram uma placa. Foi localizada uma pasta no local que
foi apreendida com documentos que interessava à investigação. Não chegou a ouvir pessoas que
integravam a comissão de avaliação durante o inquérito, pois já sobreveio a denúncia, com base
em outros elementos, pois já havia provas suficientes. Se as pessoas da comissão eram
competentes ou não, não sei dizer, mas quem comandava era a Elaine. A Secretaria de
Administração era o órgão responsável. O que sempre ficou claro é que a Elaine tinha autonomia,
inclusive abria o processo seletivo e depois homologava. Ela até teria interferência sobre outras
secretarias. Ela gozaria de uma função de comando muito grande, que seria dada pelo Prefeito,
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como um braço direito dele.Everaldo foi secretário de administração. O que realmente se apurou é
que, muito embora o Everaldo tenha assumido a secretaria, etc., ele deixou claro no depoimento
dele que ele não tinha interferência tão grande, ele praticamente só assinava, não via exatamente
as coisas. Me parece que o poder de comando era da Elaine sim. Senhas de acesso da prefeitura
para os processos seletivos: não tem conhecimento disso. Não se recorda detalhadamente o que
constava do mandado, mas buscava documentos que indicassem as fraudes. Disse que o mandado
de busca determina alguns limites, mas nada impede que, por exemplo, se encontrarem um
pendrive não relacionado que contenha provas, não vão deixar de apreender. Tudo que foi
apreendido foi lacrado e levado ao MP. A abertura foi inclusive filmada para evitar qualquer tipo
de problema e garantir a lisura da ação. Teve uma pessoa que cuidou de buscar as chaves dos
gabinetes que estavam fechados. Não se recorda se o gabinete de Jefferson estava sendo
reformado. E que acha que Jeferson era pastor na Igreja Mundial de Deus. Que as reniões antes
das sessões eram acompanhadas por todos da Câmara. Foi no MP que se originou o processo
investigativo. Após as prisões, uma testemunha protegida foi à delegacia e disse que foi ameaçada,
depois do oferecimento da denúncia. Não lembra se o boletim de ocorrência foi por ameaça ou por
preservação de direitos, ali não foi imputado a nenhum dos indiciados. Sabia que era uma
testemunha protegida desse processo. Acha que ela primeiro entrou em contato com as promotoras
e depois foi encaminhada para ele. Sobre a formatação de computadores: Teve notícia disso com o
depoimento de uma testemunha protegida. Após a busca e apreensão. Em relação aos
computadores, não se recorda se no momento da busca e apreensão houve apreensão de algum,
mas posteriormente não, porque não houve uma nova ação. Não participou da abertura das provas.
Algumas provas foram periciadas. Parece que houve exame grafotécnico de algumas fichas. Sobre
a Regina: Era funcionária da Câmara, da sede administrativa. A informação do picote de papéis
veio depois da busca e apreensão. Depois, foram ouvidas outras testemunhas, inclusive a Regina.
O picotador de papel não apreendeu porque seria irrelevante. Não teve perícia sobre os
computadores formatados. Não há informação sobre quem formatou. A pessoa que contou não
disse quem fez. Que a ganho das indicações tem relação com um projeto de poder. Logicamente
que a Prefeitura (sentido lato) tem uma relação muito íntima com a Câmara Municipal, para
aprovação de projetos, leis de interesse do Executivo. Concluímos que os vereadores foram
abatidos pelo corte dos assessores. O interesse da Prefeitura seria criar um mecanismo
diferenciado para recolocar as pessoas na Administração, agradando os vereadores e assim
conseguindo aprovar projetos de lei, etc.
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Fica claro pelo depoimento que o processo seletivo era apenas de faixada dado
que nem sempre o candidato que obtinha a nota maior era aprovado, um candidato que tinha a nota
menor (e que deveria estar abaixo) era aprovado no lugar desse. É possível ver ainda que algumas
provas não possuíam notas especificadas. Em outros casos, era patente que o que a pessoa
escreveu na prova nem sempre a nota atribuída era condizente com aquilo que ela escreveu. A nota
era atribuída de forma a melhorar a nota da pessoa. As notas eram lançadas na própria prova, em
algumas não tinha a nota.
Ou seja, tudo era previamente montado para que apenas aquelas pessoas
indicadas pelos vereadores fossem selecionadas para os cargos, mesmo que não tivessem feito a
prova ou ainda que não demonstrasse conhecimento.
Esclareceu ainda que esse esquema teve início, ou pelo menos uma
intensificação, com o TAC que determinou a diminuição do número de assessores, seguido por
decisão judicial do ETJSP que também determinou nova diminuição, momento em que os
vereadores, em comum acordo, entenderam por bem criar tais cargos e processos seletivos para
garantir as vagas para os antigos assessores, mantendo o status quo.
3.4. Investigador De Polícia Robson
O investigador Robson Lopes dos Santos, investigador de polícia, esclareceu
que participou da busca e apreensão no escritório do Orcival Crepaldi. Ele e Milton, junto com a
promotora Fernanda. Subiram uma escada e se depararam com um balcão, a princípio não tinha
ninguém. Encontrou o Orcival e outra pessoa. Orcival disse que além de vereador era advogado e
queria um representante da OAB. Aguardaram e chegou o Paulo, que disse que não ia acompanhar
a busca e foi embora. Não havia indicação de que ali era escritório de advocacia. Só o que tinha
dentro eram uns livros de direito e nada mais. O resto eram pastas contendo prefeitura de
Carapicuíba, Câmara Municipal, esse tipo. Enquanto aguardavam o representante da OAB,
perceberam que ele estava inquieto e ia direto numa sala, onde tinha entulhos. Depois lá se
descobriu uma pasta com vários documentos da Prefeitura, inclusive referente ao processo
seletivo. A pasta estava bem limpa. Se via que havia sido colocada há pouco. Tudo era sujeira,
exceto a pasta. Tem feito outras diligências, visando identificar pessoas. Procurou identificar o
Kelvin. No local, uma casa vazia, foram informados por alguns populares que ele tinha se mudado
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para outra casa. No local, bateram palma, uma moça atendeu, nesse momento atravessou um
indivíduo, bem arrogante, que se negou a dar informação, disse “só com ordem judicial”. Esse
sujeito se identificou como irmão do Jeferson Macedo. Kelvin era amásio da sobrinha do Jeferson
Macedo. Levantaram e era irmão dele mesmo, com várias passagens. Que a pessoa gerou tumulto,
no momento ali não deu para fazer nada, evitaram entrar em conflito com ele, pois ele estava bem
alterado, capaz de vias de fato. Teve contato com testemunhas protegidas por telefone. Elas
estavam com bastante medo de comparecer à delegacia, medo de morrer. São as pessoas que
deram início a investigação, denunciando etc. Relataram medo de represália do Jeferson Macedo.
Elas já vinham sofrendo algum tipo de ameaça vinda dele, por meio de pessoas da igreja, a pedido
do Jeferson Macedo, que falavam para elas não falarem nada. O representante da OAB foi
chamado pelo Nenê Crepaldi. O dr. Paulo leu o mandado e disse que não iria acompanhar as
buscas. Aí o Nenê Crepaldi falou “tudo bem, entra aí e faz as buscas”. Não tinha nada no local
identificando como escritório. O Nenê Crepaldi mencionou que era escritório de advocacia, por
isso esperaram o dr. Paulo chegar. Não se recorda da pessoa que estava na busca. Ele disse que
estava lá para conversar com o Nenê Crepaldi. Descreve como uma pessoa morena, alta, forte
inclusive foi qualificada na delegacia. Descreve a sala fechada abandonada: subindo as escadas,
para dentro do balcão. Na sala da esquerda ele disse que era o escritório político, mas estava
largada, cheia de pó. Na sala da direita, que ele dizia que era o escritório de advocacia, tinha um
banheiro no final e uma porta do lado esquerdo, nessa sala tinha vários objetos que formavam o
entulho: tudo sujo e só a pasta encontrada estava limpa. Justificativa do representante da OAB: só
disse que não iria acompanhar. Ordem de serviço: identificar o Kelvin. Não sabiam do parentesco
com o Jeferson. A atuação dos familiares de Jefferson atrapalhou a investigação em razão do jeito
que ele tratou os policiais dificultou, não se identificou. Há um relatório da situação.
O investigador deu conta de como foi a apreensão no escritório de Nene
Crepaldi, legitimando a conduta dos policiais que realizaram todos os trâmites exigidos na
legislação, não havendo que falar em nulidade das buscas e apreensões que foram resultado de
ordem judicial.
Primeiro que foi aguardada a presença de um representante da OAB, mesmo
não havendo indícios de que no local funcionava um escritório de advocacia mas sim atividades
relacionadas com o seu papel político. Se o representante não quis acompanhar a apreensão, tal
fato não gera nulidade, pois foi dado e respeitado o direito do advogado, caso contrário, bastaria o
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não comparecimento de um representante que seria possível burlar todo tipo de ordem judicial.
Ressalte-se ainda que a lei determina que o mandado de busca e apreensão seja
o mais preciso possível quanto ao local e objetos de apreensão, mas isso não impede que outros
bens, localizados no momento, que sejam relevantes para o deslinde dos fatos e tenham relação
com eles sejam apreendidos.
3.5. Vicente (relação com o réu ISAAC)
Ouvido no Ministério Público a testemunha VICENTE disse que é bolsista por
11 meses no último contrato, mas já vem recebendo o auxilio há 7 anos. Disse que forneceu água
para uma obra e conheceu o réu ISAAC, pediu para ele uma indicação e ele deu. Levou os
documentos na prefeitura e conseguiu o cargo. Que quando estivesse acabando seu contrato
deveria procurar o vereador novamente, com antecedência, para não acontecer como foi da última
vez que ficou cerca de 15 dias afastado (fls. 56).
Em juízo Vicente Alves dos Santos esclareceu que conhece o Isaac Reis. Antes
trabalhava como pedreiro, depois que se aposentou precisava de um serviço a mais para ajudar na
renda. O Isaac Reis estava perto de um serviço perto de casa, falou com ele sobre como conseguir
entrar na Prefeitura. Ele falou que tinha o negócio das seletivas, disse que o que ele pode informar
é isso, as seletivas, se passar, passou, se não passar, não passou, sorte sua. “Eu fiz, passei e entrei e
continuei trabalhando. Essa foi a orientação que ele me deu”. Preencheu o papel, tirou as xerox
dos documentos e ficou esperando. Todas as sete vezes que foi chamado foi pessoalmente. É
aposentado pelo INSS. Quando entrou como bolsista em 2009 já era aposentado. Diz que não sabe
se podia ser bolsista. Lembra que conversou com a dra. Sandra no MP, foi ele que procurou,
pedindo para renovar o contrato. Ia sair todo mundo e ele precisava continuar. Chegou a encontrar
o Isaac Reis no Ministério Público, não falou nada, não falou sobre a renovação. Não tem certeza,
mas parece que renovou 5 vezes. Sempre ficava parado um mês, quinze dias, entre as renovações.
Na prefeitura conversava com a dona Elaine. Ela que fazia o papelzinho e ele ia na secretaria de
segurança onde ele trabalhava. Saiu da Prefeitura em julho de 2016. Depois disso não trabalhou
mais na Prefeitura. Depois disso não foi procurado por nenhum dos réus. Procurou a dra. Sandra
para que auxiliasse a renovar o trabalho. Nunca disse que o Isaac Reis ajudou. Conheceu Isaac
Reis em uma obra e depois ele pediu para fazer a inscrição. O Isaac Reis disse como tinha que
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fazer para entrar. Não disse na promotoria que o Isaac Reis o ajudou. Não disse ao Ministério
Público que o Isaac o viu na portaria e disse “olha, se o senhor precisar me fala, mas pede uns 15
dias antes para dar tempo de falar com a Elaine”. Em razão da leitura das declarações assinadas
pela testemunha, a testemunha informou que não se lembra de ter dito isso no MP, mas
reconheceu a assinatura de fls. 56.Diz que sabe ler, mas muito pouco. Depois do depoimento no
MP, ninguém o procurou para mudar sua versão. Conhece Isaac Reis desde 2009, quando
trabalhava como pedreiro. Ele estava com o pessoal dele. Já era vereador. Estava aposentado e
trabalhava de pedreiro. Ele só falou, não passou nada por escrito. Tinha que ir com os documentos
na Prefeitura. Não fez prova. Preencheu um papel sem saber ler, porque era só o nome e
documento.
Assim, percebe-se que a testemunha modificou as suas declarações depois de
ter ciência dos fatos, dado que, durante 7 anos foi bolsista da prefeitura com o aval do vereador
ISAAC, ou seja, era uma dos beneficiários de sua pasta.
3.6. Lucimara (mãe de Bruna relação com o réu Jefferson)
Ouvida em juízo, Lucimara Correa de Lima esclareceu que a filha foi ouvida
no inquérito policial e que esta não sabia responder, ela respondia. A Bruna (filha) participou do
processo seletivo de agente de saúde. Tomou conhecimento da seletiva porque a já estava dentro
da prefeitura. A Bruna fez o processo e não chegou a ser convocada. Era funcionária contratada
com base na era CLT. Ficou uns 8 anos na prefeitura, entrou no final do mandato do Fuad e foi
contratada de novo no mandato do Sergio Ribeiro. Saiu quando a promotora mandou todo mundo
sair. Era técnica de enfermagem. Trabalhava na PSF Vila Dirce. Não sabe a relação do Jefferson
Macedo com essa UBS. Viu Jeferson no local quando havia festa, eles tinham mania de convidar
vereador e só ele comparecia. Disse que ele não era visto todo mês. Ouviu dizer que há influência
de vereador na UBS. Não sebe se há influência de vereador na Vila Dirce. No PSF não fica
ninguém, todo mundo vai para a rua e isso não seria atraente para o vereador. Em posto de saúde
ainda precisa ficar atrás do vereador para pedir uma ajuda. Ex: farmácia, medicação, as vezes vão
atrás de vereador. Ela inclusive vai atrás para o pessoal. Na Vila Dirce não tinha farmácia. Quando
detectava algum problema no posto, não chegava na secretaria, chegava no vereador em último
caso. Para agendar as consultas, não tinha que pedir intervenção de vereador. Tinha uma sala para
fazer agendamento: trabalhava a Juliana e acho que Rosineide. Algum funcionário do Jeferson
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fazia agendamento lá? Não. A Juliana trabalhava no escritório político do Jeferson? Parece que ela
já trabalhou, depois veio trabalhar como comissionada. Teve alteração no procedimento de
agendamento de consulta na época das prisões? Não sabe sobre os agendamentos, disse que só fica
na medicação e com os médicos. Teve alguma obra, alteração de sala? A sala era pequena, então
foi pedido para abrir mais uma sala. Foi feita para o lado de fora, aí a dra. Simone achou que para
o lado de fora estava errado. Ai a dra. Vera disse para fechar por fora. Aí passou a ter que entrar
para ir nessa sala e ficou mais fácil para os pacientes. Quando sua filha Bruna foi fazer o processo
seletivo, foi pedir para o JEFERSON intervir para deixar trabalhar junto com a depoente, levou o
protocolo e deixou com ele, era para ele pedir para a secretaria de saúde e para o prefeito. Foi
pedir para o JEFERSON porque ele ajudava todo mundo, outros não ajudaram porque como a filha
tinha problema seria ruim para a prefeitura. Pediu a intervenção do Jeferson Macedo. A filha fez a
seletiva, disseram que o Jeferson Macedo é uma pessoa boa e ela foi falar com ele para ajudar.
Pediu para ele interferir para a filha ficar na Vila Dirce com ela. A filha já tinha feito a seletiva.
Chegou a levar o protocolo de inscrição e deixou lá. Pediu para ele pedir para o prefeito se fosse
preciso. Pediu para o Jeferson direto porque disseram que ele era muito bom. Ela foi atrás de
vários vereadores, mas ninguém ouviu. Não chegou a pedir na secretaria, mesmo sendo
funcionária. Quem trabalhava no escritório político do Jeferson? Chegou a ir. Não sabe os nomes.
Sabe que uma se chamava Tatiana, que disse que só estava ajudando. Não sabe se a Tatiana era
funcionária da prefeitura. A Bruna não chegou a ser aprovada. Há várias divergências com o que
foi dito no Inquérito Policial. Naquela oportunidade disse que o vereador Jeferson Macedo era
presença constante na Vila Dirce e comparecia pelo menos uma vez por mês. E agora? Eu disse
que ele ia sempre que faziam alguma coisa, quando era chamado. Segundo comentários, quem
tomava conta da Vila Dirce era o Jeferson Macedo. Sobre o que disse na delegacia: A menina que
trabalhava no escritório e depois passou para cima. Depois ela disse que quando ela ficava no
escritório ela não era mais funcionária. Onde eram agendadas as consultas? Na unidade (não no
escritório político). Depois a menina esclareceu que ela não trabalhava mais no escritório.
Agendava na sala do PSF que mudou a porta. Por que disse isso na delegacia: tem gente que vai
atrás do vereador sim para agendar mais rápido. Não sabe se consegue.
Novamente percebe-se que houve modificação da versão apresentada pela
testemunha perante o Parquet e perante o juízo, porém, independente desse fato fica comprovada a
enorme influência dos vereadores, em especial Jefferson, na indicação de pessoas para trabalhar na
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prefeitura, caso contrário as pessoas não o procurariam pedindo indicações.
3.7. Maria Aparecida (membro da comissão das seletivas)
A depoente Maria Aparecida dos Santos explicou que era funcionária pública e
que trabalha desde 1989 na prefeitura. Sempre como CLT. No começo era registro em carteira,
depois era comissionada. Ainda está na prefeitura. Cargo atual de assessora especial. Não estava
na secretaria de administração quando aconteceu a busca e apreensão, mas trabalhava lá. Sobre o
caderno disse que realmente era a letra dela. Os números eram do processo seletivo. Sobre o
significado das anotações disse que no dia do processo seletivo, a pessoa que toma conta do
processo seletivo estava lá fora, aí para não perder o controle, ela anotou. Os números são números
de fichas de inscrição. Entregou aos cuidados da pessoa que assinou. Quem recebeu para o Elias
foi a Sueli, que trabalhava na secretaria de serviços e assim por diante. O Nenê Crepaldi pegou
pessoalmente. A Daniela pegou para o PX: Paulo Xavier. Para o Carlos Japonês quem pegou foi a
Lucilene. Quem deu a ordem para pegar as fichas e separar para essas pessoas foi Elaine. Tinha o
montante na mesa dela. Não se lembra se ela falava quantas fichas de inscrições eram para cada
pessoa. Ficou sabendo que fazia parte da comissão no dia da busca e apreensão. Na portaria, dizia
desde 2013, mas só foi saber disso em 2016. Tirando a entrega das fichas de inscrição, não teve
outra participação. Não corrigiu, não deu notas. As vezes atendia só para cobrir. As pessoas
tinham que trazer a relação dos documentos. A maioria trazia o original e a cópia. Não se lembra
se as fichas marcadas no caderno foram entregues antes, no dia ou depois do dia da inscrição. Não
lembra quando as fichas retornaram. Disse que só fez isso (entregou as fichas) dessa vez porque
nesse dia o Fabiano, que era o responsável, estava ocupado com outra coisa. De quem são as
outras letras? Não sabe. Não sabe se o MP requisitou outras fichas de inscrição. Essas fichas eram
preenchidas na hora ou já vinham preenchidas? As fichas iam em branco com a pessoa que pegou.
Não sabe o local para onde ia e onde eram preenchidas. Não sabe o que a Sueli fez depois com as
fichas. O Elias ia na prefeitura, mas era raro. Fabiano que era responsável pela organização das
fichas. Sempre respondeu para a diretora que passava para a secretária. Conhece o Everaldo. Não
sabe se ele interferiu nos processos seletivos.
Pelo depoimento fica claro que o procedimento normalmente utilizado era de
os vereadores, por intermédio de pessoas de sua confiança, irem ao RH para retirarem fichar dos
processos seletivos em branco, preencherem com aqueles candidatos que desejassem que fossem
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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contratados e devolve-las à ELAINE que seria responsável por fazer a classificação.
Ou seja, aqueles que fizessem o procedimento normal e correto de inscrição
por meio do RH não tinham chance alguma ou pouquíssima de serem selecionados, dado que as
vagas estariam reservadas para os vereadores, conforme descrito também pelas testemunhas
protegidas.
3.8. Edilson (membro da comissão das seletivas)
A testemunha Edilson Xavier explicou que era funcionário desde janeiro de
2013, oficial administrativo, concursado. Trabalha no RH. Na época, sua superior era a Silvia, o
Everaldo e a Elaine. Elaine começou a ser secretária em 2015. Everaldo foi para secretário de
governo. No dia a dia, não trabalhava com os processos seletivos. Trabalhava com folha de
pagamento. Disse que estava presente na secretaria no cumprimento da busca e apreensão e que
ficou sabendo que fazia parte da comissão de seletivas na época da apreensão. Viu uma portaria
posteriormente, feita em setembro de 2013. Pela portaria fazia parte da comissão, mas nunca foi
dada ciência formal. Na portaria também estavam Carolina, Maria Aparecida e a presidente era a
Elaine. Não tinha acesso à comissão. Não sabe quem dava as notas. Nunca trabalhou com processo
seletivo. Não ficava sabendo com antecedência da abertura dos processos seletivos. Descobria
quando se deparava com o pessoal esperando na secretaria. Não conhecia o trâmite dos processos
seletivos. Desde 2013 foi assim. As pessoas tinham que trazer as cópias necessariamente.
Participou apenas dando apoio, fazendo atendimentos. Depois, Fabiano era o responsável por
entregar os documentos para alguém. Não participou da seleção. Já viu vereadores na
administração, não era comum. Falavam com a Elaine e com o Everaldo. Cada candidato
preenchia a sua ficha. Se tivesse dificuldade, tinha um pessoal que ajudava a preencher.
O depoente foi claro em se dizer surpreso ao saber que fazia parte de uma
comissão de seletivas do qual não sabia nem da existência, bem como não tinha qualquer função
relacionada à contratação de pessoas ou correção de provas.
Fica evidente que tal comissão era apenas pró forma e completamente
controlada pela ré ELAINE que tinha a função de atender os pedidos dos vereadores, garantindo a
base aliada do prefeito.
3.9. Caroline (membro da comissão das seletivas)
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A testemunha Caroline Maria da Silva Lopes explicou que é funcionária
pública e que nunca fez parte da comissão dos processos seletivos, nunca conferiu documentos
nem atribuiu notas. Só soube que o nome constava da comissão quando recebeu convocação do
Ministério Público para ir lá. Não sabe quem atribuía as notas. Trabalhou como funcionária na
Administração de 2012 a 2013 e depois foi trabalhar em uma escola (julho de 2014). Depois disso
(julho de 2014) nunca mais voltou ao prédio da administração. Era concursada como auxiliar
administrativa. Não se lembra de vereador indo conversar com Elaine. Tinha movimentação de
vereadores lá na Administração, mas não sabia o teor da conversa. Conversavam com Everaldo ou
com diretora de RH. Não sabe por nome não sabe quais vereadores iam na secretaria, mas seria
capaz de reconhece-los.
No mesmo sentido foi o depoimento de Caroline negando saber ou exercer
qualquer cargo dentro de uma comissão de seletivas, evidenciando mais uma vez que a sua
existência era apenas para legitimar as condutas da ELAINE, EVERALDO e vereadores
beneficiados pelo esquema criminoso.
3.10. Willian (membro da comissão das seletivas)
O depoente Willian dos Santos Teles explicou que é funcionário da prefeitura,
concursado, oficial administrativo. Entrou em 02/04/2013, na Secretaria de Administração. Agora
está na Secretaria de Saúde. Início de 2014 foi para a Secretaria de Receita e Rendas e depois para
a Saúde, onde está há dois anos. Somente soube fazer parte da comissão processo seletivo quando
foi convocado a prestar depoimento. Nunca fez nada com relação aos processos. Não tinha
conhecimento de que integrava a comissão. Só visualizou a portaria porque está na internet, nunca
viu documentado.
O seu depoimento foi exatamente no mesmo sentido do que foi dito por
Edilson e Caroline, o que significa dizer que, a única pessoa que efetivamente respondia pelos
processos seletivos e tinha absoluto controle das contratações seria a ré ELAINE.
3.11. Fabiano (funcionário da prefeitura)
A testemunha Fabiano Miranda Silva, explicou que é funcionário da Prefeitura
Municipal e que trabalha no setor de RH, na secretaria de administração. Elaine era sua superior.
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Ela foi secretária e diretora de RH e também era superior (era oficial administrativo). Trabalha
desde julho de 2014. A Elaine já era funcionaria lá quando ele entrou. Nos processos seletivos:
organizava o pessoal para fazer o atendimento com as fichas e cuidava mais da parte burocrática e
publicações. Que as vezes a secretária pedia poucos dias antes, por exemplo, hoje é quinta, pedia
para publicar o processo seletivo na sexta e o processo era na segunda. Não fazia parte de
comissão de correção. Só soube depois do que tudo aconteceu que faziam parte da comissão Maria
Aparecida e Edilson. Mas nunca os viu participando. Quando o processo era finalizado, ele
passava tudo para Elaine. Ela devolvia tudo já com as notas e com a classificação para publicar.
Quando a Elaine devolvia as fichas, já estavam com as notas e um relatório de classificação. Não
conferia porque não tinha tempo. Nunca tinha usado o caderno apreendido, a não ser uma vez que
fez uma anotação. Era mais para rascunho. Lembra que havia um nome, números. Não se lembra
se fichas eram entregues a vereadores, pelo menos ele nunca entregou. Já ajudou na soma de notas.
Elaine falava o valor e ele marcava. Ela falava: tal nome, nota tal. A soma já estava pronta. A
prova estava sem nota e ela dizia para ele anotar na própria ficha de inscrição. Algumas fichas
tinham a sua letra, mas não foi ele quem fez os cálculos da pontuação. Fez isso em mais de um
processo seletivo. A ordem para abertura do processo seletivo partia da Elaine, que também
determinava o número de pessoas a serem chamadas. A ordem geralmente era verbal. Não se
lembra se existia algum trânsito de vereadores na Secretaria de Administração. Não se recorda de
ver vereador entregando envelopes para Elaine ou para Cida. Vereadores frequentavam lá sim, um
ou outro, mas não se lembra dos nomes porque não tinha muito contato então não memorizou.
Com Everaldo nunca teve muito contato. Ele tinha uma sala lá, mas não tinha contato com ele.
Nunca recebeu ordens do Everaldo para abertura de concursos e etc., era sempre a Elaine que dava
as ordens, mesmo quando o Everaldo era o secretário. Recebeu requisição do MP para enviar
outras fichas de inscrição, só pegou pelas caixas com o número, não abriu para ver o que tinha
dentro. Apenas pegou a caixa e deixou na mesa de Elaine. Depois disso não sabe o trâmite até
chegar no MP. Quem se inscrevia tinha que entregar documentos. Nunca tirou xerox lá, mas sabe
que algumas pessoas tiravam. A Prefeitura usa papel branco e pardo. Publicava o chamamento e a
pessoa voltava no RH para entregar outros documentos. O processo começava e terminava dentro
do RH. Há muita gente no RH, mas na organização dos processos era só ele. No balcão de
atendimento ficavam 3 ou 4 atendentes e ele. Atualmente são só 2, o que não é suficiente. Há
necessidade de mais pessoas.
3.12. Silvia (Diretora de RH)
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A depoente afirmou que era diretora de RH ficou sabendo do ocorrido na busca
e apreensão. Sabia da existência dos processos seletivos, mas não fazia parte. Tinha comissão
constituída por 5 membros, um deles era a ELAINE, que era a secretária de administração, acima
dela só o prefeito. Nunca viu a atuação da comissão. Cuidava da área técnica. Quando eram
classificadas e avaliadas iam para o setor de admissão. Trabalhou na prefeitura por 15 anos, entrou
como assistente administrativa, mas sempre foi comissionada, e foi mudando de posição dentro do
RH. Ingressou por indicação na gestão do Prefeito Fuad e permaneceu sempre em cargo
comissionado. Foi assistente, supervisora, coordenadora, assessoria I. A ELAINE entrou como
diretora de RH em meados de 2012 e saiu em 2016, sendo que se tornou secretária de
administração no final de 2016. O EVERALDO era secretário de administração e a ELAINE
diretora, eles trabalharam juntos aproximadamente 3 anos, eles não eram amigos e não se davam
bem, a relação era muito difícil. As vezes eles davam determinações opostas causando problemas
com os funcionários. A nomeação do secretário e do diretor do RH é feita pelo prefeito, inclusive a
nomeação da ELAINE foi feita pelo prefeito. Todas as nomeações para cargos comissionados
eram feita por prefeitos. Saiu em janeiro porque o novo prefeito foi com a equipe formada. Os
processos seletivos eram voltados para cargos da saúde e bolsistas para frente de trabalho. Para
bolsista e frente de trabalho não se exige escolaridade porque foi criada para egressos, os
requisitos são ser morador do município, não precisa ser alfabetizado, o contrato era de 11 meses,
quando acaba abre novo processo e a pessoa pode se inscrever de novo, alguns precisam de auxílio
dos funcionários para preencher as fichas. Foram suspensos por causa da investigação o PSF
(técnico de enfermagem, enfermeiro e agente de saúde comunitário) e bolsista feminino e
masculino, todos foram demitidos. A intenção da prefeitura quando criou os bolsistas foi para
construir um calçadão e depois foi ampliado, a intenção era ajudar pessoas que precisavam.
Quando a ELAINE se tornou secretaria ela levou junto a competência dos processos seletivos que
eram incumbência da diretoria antes, até porque ela era da comissão, no mais não existiram
mudanças significativas. O que realmente mudou foi quando a ELAINE se tornou diretora de RH e
a Tânia Alves era secretária de administração e elas reorganizaram a estrutura e melhorou. Houve
uma redução de funcionários, reestruturação do RH, extinguindo e criando setores, as coisas
começaram a fluir melhor. O acesso na administração era aberto, todos os políticos podiam entrar
e conversar com a diretora. Não sabe se a ELAINE ia na Câmara antes das sessões. Durante o
período da ELAINE aumentaram o quadro de efetivos em 100% e redução de cerca de 30% dos
cargos comissionados. Sabe que o EVERALDO se tornou secretário no final de 2012 ou começo
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de 2013 e saiu em 2015 e acredita que a comissão de processo seletivo já existia e perdurou até
2016. Depois teve novo processo seletivo para médico que instituiu nova portaria de comissão. O
processo começava com uma requisição da secretaria quanto a necessidade. O processo seletivo
concluído chegava para a depoente validar na fase de contratação, só cumpria um procedimento,
antes passava pela secretaria. Confiava na comissão e que tinham sido idôneas no procedimento.
Sabe que quem participava da comissão era a ELAINE, mas não sabe quem liderava. O superior
da ELAINE era o prefeito. Não sabe da participação do EVERALDO no processo seletivo. Em
2015 foi quando o EVERALDO assinou processos seletivos. Quem entregava o processo pronto
para assinar era a Maria Aparecida (secretária da ELAINE) ou o Fabiano (assessor da ELAINE).
Com certeza a ELAINE indicou ela para o prefeito (Sergio). Wilian trabalhou na secretaria da
administração e depois foi para a saúde. Carolina também trabalhou no RH e depois saiu, mas
nunca viu ela na Comissão. No dia da busca e apreensão pediu a portaria e viu que Edilson estava
na comissão, momento em que contou isso para ele e ele disse que não sabia disso. Os processos
seletivos ficavam todos com a ELAINE, mas não sabe se ela fazia a correção, disse que era a ré
pois o Fabiano disse que ela corrigia. No final de 2016 para contratação de médico constituíram
uma comissão por portaria e chamaram membros do jurídico, da saúde, analisaram o impacto
financeiro, encaminhado para o jurídico para que desse parecer se poderia ou não haver o
processo. Os anteriores foram mais céleres, de favo houve falhar na elaboração do edital, que não
sabe a capacidade técnica dos integrantes da comissão anterior. A comissão que avaliava se as
pessoas preenchiam os requisitos do edital. Não se lembra se nos processos seletivos de frente de
trabalho, bolsista e enfermeiro tinha exigência de residência no munícipio. Acha que o de agente
comunitário de saúde exigia. A comissão era responsável por avaliar o preenchimento dos
requisitos exigidos. Acredita que o Edilson não tinha conhecimento de que fazia parte da comissão
até o dia da busca e apreensão. Não sabe quantas pessoas se inscreviam para esses processos
seletivos. Não lembra quantos dias havia para inscrição, se era um dia ou dois. Muitas pessoas se
inscreviam, a fila era grande. Acredita que uma pessoa só não conseguiria avaliar tudo, precisaria
de ajuda. O Tribunal de Contas sempre pediu todos os processos seletivos e nunca foi apontado
nada de errado.
Novamente, outra funcionária do RH contou que quem tinha poder de mando
no local, determinando como e quando ocorreriam os processos seletivos era a ré ELAINE, bem
como confirmou que o funcionário Edilson não tinha ciência de que fazia parte da comissão de
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seletivas.
3.13. Tatiane (funcionária de Jefferson)
A testemunha de defesa do réu JEFERSON, Tatiane Marques Rodrigues,
explicou que cuida da agenda de Jeferson como cantor gospel. Conheceu Jeferson através da irmã
dele, Martha, que é sua madrinha de casamento. Conhece o trabalho social que Jeferson
desenvolve. Ia ao gabinete de Jeferson esporadicamente, cerca de 3 vezes por semana. Ia após o
horário de expediente, pois é funcionária concursada da Prefeitura. Sempre havia cerca de 100
pessoas no gabinete às quintas-feiras. Soube de um episódio em que duas mulheres foram ao
gabinete querendo falar com Jeferson, todavia ele estava em uma reunião. Estavam muito nervosas
e alteradas. A princípio, a Martha as atendeu e a depoente preencheu a ficha de atendimento. Elas
informaram que era referente a processo seletivo e a Martha informou que deveriam ir na
Prefeitura, mas elas disseram que não, que queriam falar com ele pois já estavam orientadas nesse
sentido. A depoente disse que elas poderiam deixar o currículo, que seria enviado para uma
empresa que faria a análise do perfil. As duas ficaram muito nervosas e alteradas, falando que já
estavam bem orientadas, que sabiam que tinha pasta e queriam ficar na pasta. Disseram que iriam
no cartório eleitoral fazer denúncia e que iriam chamar a polícia. Elas foram embora e Martha
conseguiu entrar em contato com Jeferson, que foi até o gabinete. Jeferson entrou em contato com
as mulheres, que foram ao gabinete, e disse que o máximo que poderia fazer seria acompanhá-las
até Prefeitura para verificar se o chamamento estava na ordem da classificação que elas saíram.
Elas começaram a gritar e dizer que ele era obrigado a ajudar, que elas estavam desempregadas há
4 anos, que ele tinha que ajudar com cesta básica. Começaram a falar muitos palavrões e a xingá-
lo, falando que ele era obrigado a arrumar um emprego para elas. Ninguém chegou a tirar foto das
mulheres. A depoente estava lá o tempo inteiro. O atendimento é feito de porta aberta. Trabalha
com Jeferson há cerca de 5, 6 anos, nunca viu ele facilitar a entrada de alguém em algum processo
seletivo. Jeferson respondia a todos que pediam esse tipo de ajuda que poderia apenas acompanhar
o processo seletivo, mas mais que isso não. Outra forma de ajudar seria encaminhando o currículo
para alguma empresa, como a Ultracenter, ou para a Professora Sônia. Em nenhum momento viu
Jeferson ameaçar essas duas mulheres, ele pedia para terem calma. É concursada junto à Prefeitura
como ajudante geral e já trabalhou na Secretaria de Trânsito. Já foi ouvida a respeito desse caso no
Ministério Público e correu tudo bem. Tem mais amizade com a irmã de Jeferson, Martha.
Prestava os serviços a Jeferson mesmo quando estava de licença. O atendimento no escritório dele
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 45
ocorria das 9h às 21h, 22h. Preenchia fichas de atendimento. Não dava orientações a respeito de
quem votar nem fazia pesquisas para saber de onde era o título eleitoral. Recebeu alguns
protocolos de inscrição em processo seletivo, pois alguns pediam para acompanhar. O
acompanhamento consistia em ver se estavam chamando naquela classificação. A própria pessoa
não poderia verificar porque tem pessoas que não sabem mexer na internet direito. Questionado
por que as pessoas não poderiam ir até a Secretaria de Administração, disse que eram orientadas
nesse sentido também. Não tem nenhum processo, recebeu apenas uma notificação do cartório
eleitoral, mas não sabe qual é o problema. A notificação dizia sobre transferência de títulos de
pessoas. Não dizia “processo”, só notificação. Jeferson e Martha também receberam. Não chegou
a contratar advogado para atuar nesse processo na justiça eleitoral. Era notificação para apresentar
defesa. Recebeu várias folhas de papel. Leu, mas não entendeu do que se trata. Não lembra o
horário em que as duas mulheres foram no gabinete, mas acredita que por volta de umas 11h30,
período da manhã. O escritório ficava na Av. Inocêncio Seráfico. Está afastada desde julho, mas
na época do ocorrido estava de férias. Não trabalhava no gabinete no horário de expediente. Não
houve fotos. Jeferson foi atender as mulheres porque era dia de atendimento. Ele estava numa
reunião e depois da reunião voltou para fazer o atendimento, havia outras pessoas. Atendeu na
frente das outras pessoas, dentro da sala, com porta aberta. Elas chegaram pedindo para ele dar um
jeito de colocá-las no processo seletivo. Ele conversou com elas e falou que não podia, só podia
acompanhar. Não sabe por que essas mulheres teriam acusado ela e o Jeferson de apadrinhamento
e movido toda a máquina pública para a investigação desses fatos. Elas nunca tinham ido lá antes.
Elas disseram que estavam muito bem orientadas, não disseram por quem. Ele disse que as
acompanharia ao cartório eleitoral e ao Ministério Público. É verdade que elas já estavam no
cartório eleitoral quando receberam uma ligação pedindo para voltar ao escritório. Ele ligou
porque queria esclarecer o ocorrido.
3.14. Ana Vladia (réu Jefferson)
A testemunha ANA VLADIA, arrolada pela defesa do réu JEFERSON,
informou que não é amiga do Jeferson e o conhece das redes sociais. O primeiro contato com
Jeferson ocorreu quando foi em seu gabinete para pedir um carro para levar seu filho para uma
consulta. Quando estava lá, presenciou algumas cenas. Ele estava em atendimento e tinha duas
pessoas no gabinete dele muito nervosas, falando alto. Ficou esperando ser atendida e viu que
Jeferson estava muito constrangido, pois as pessoas falavam que ele ia se arrepender se não ele as
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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ajudasse. Elas diziam que queriam um emprego para trabalhar na Prefeitura e a todo momento ele
dizia que não podia ajudar dessa maneira, que o que ele poderia fazer era encaminhar o currículo a
um balcão de emprego. Todavia, as pessoas queriam que ele arrumasse um emprego para elas,
falavam palavrões e diziam que ele ia se arrepender muito se não o fizesse. No dia que estava no
gabinete, Jeferson estava realizando o atendimento com a porta aberta, por isso conseguiu escutar
tudo. Tinham algumas pessoas do lado de fora. O Jeferson ficou bem constrangido diante da
exaltação dessas duas mulheres. A depoente acredita que ele não esperava aquele tipo de reação,
porque elas gritavam muito alto, faziam muito “barraco”, porque queriam muito que ele arrumasse
esse emprego para elas. Elas falavam a todo momento que, se ele não arrumasse, elas iriam fazer a
denúncia para o cartório eleitoral. Teve um momento em que ele disse que iria com elas na
Defensoria Pública, e elas disseram que não, que já estavam instruídas a respeito de onde
deveriam ir para fazer a denúncia. Em nenhum momento viu alguém tirando fotos dessas pessoas
que estavam lá. Não conhecia o Jeferson pessoalmente antes de ir ao gabinete dele, só pelas redes
sociais. Ele é cantor gospel e é da mesma denominação da igreja que frequenta. Conhecia também
pelos serviços sociais que ele fazia, ajudava muito as pessoas. Optou por ir ao gabinete de
Jeferson, especificamente, porque ficou sabendo que ele fazia muitos serviços sociais, ajuda muito
as pessoas. Tem um filho deficiente, cadeirante, e ficou sabendo que Jeferson também tem. Assim,
como precisava de um transporte para levar seu filho numa consulta na AACD no bairro
Ibirapuera, foi procurar o Jeferson para ajudá-la. Não conhece Tatiane, que estaria no gabinete
dele naquele dia. Posteriormente veio a conhecer Martha, que foi quem a atendeu naquele dia. Não
conhecia nenhuma das duas antes daquele dia. Quando chegou, Jeferson já estava atendendo as
duas pessoas, que já estavam exaltadas. Não está sendo processada pela Justiça Eleitoral nem
nenhuma outra. Nunca teve cargo na Prefeitura ou na Câmara, nem participou de processo
seletivo. Nunca foi filiada a nenhum partido. Não chegou a procurar outras pessoas antes de
procurar o Jeferson para ajudá-la no problema com o transporte de seu filho. Nem passou pela
cabeça procurar a Prefeitura ou a Secretaria de Saúde. Ouvia falar muito bem do Jeferson. Achou
que ele, mais do que outras pessoas, por ter um filho deficiente, solucionaria o problema relativo
ao transporte. Por isso achou correto procurá-lo. Foi no gabinete na parte da manhã, perto das 10h.
Havia mais pessoas no gabinete, mas não chegou a conhecê-las. Nenhuma delas está presente.
Precisava do transporte para uma consulta de rotina. Não precisaria ir outras vezes à AACD, pois
precisa ir apenas a cada ano, mais ou menos. Conseguiu o transporte, não se recorda quando. Foi
ao gabinete 2 semanas antes da consulta. O veículo para transporte era tipo uma Blazer. Jeferson a
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atendeu naquele dia, mesmo com toda a movimentação.
A testemunha de defesa presenciou apenas a segunda ida das testemunhas
protegidas ao local, ou seja, ela não ouviu as instruções passadas pela funcionária Tatiana que
levaram a deixá-las exaltadas, só podendo depor sobre o que ocorreu após o fato, não isentando o
réu Jefferson de culpa.
3.15. José Moreira (réu Jefferson)
O depoente JOSÉ MOREIRA DA SILVA, testemunha arrolada pela defesa do
réu JEFERSON, informou que nunca teve contato com Jeferson. Foi à procura dele para poder
trabalhar na campanha, já que era época de eleição. Procurou Jeferson porque recebeu informações
de que era um bom vereador, por ser da igreja, conforme comentários que ouviu. Foi lá durante a
semana, era época de eleição, não se recorda quando. Não se recorda quem o atendeu no gabinete,
mas era uma moça. Não conhece Tatiane, Ana Vladia, nem Martha. No gabinete, aguardou para
ser atendido, pois o Jeferson já estava em atendimento. Havia duas mulheres alteradas, fazendo
“barraco”, gritando e xingando Jeferson com palavrões. Acredita que, possivelmente, elas queriam
emprego, mas ele não podia ajudá-las de tal forma. Poderia apenas pegar os currículos e enviar
para empresas, mas elas não queriam esse tipo de ajuda. Nesse dia, durante o atendimento, a porta
estava aberta, e podia ouvir perfeitamente. Não ouvia muito a voz de Jeferson, pois estava calmo.
Não chegou a falar com Jeferson naquele dia, achou melhor ir embora, pois ficou constrangido.
Não chegou a ver ninguém tirar foto naquele dia. Nunca foi processado. Nunca se filiou a partido
político e não chegou a trabalhar na campanha de Jeferson. No dia que compareceu ao gabinete,
preencheu ficha de atendimento. Não lembra quem preencheu, foi uma moça. Compareceu no
período da manhã, perto das 10h, na Av. Inocência Seráfico. Em média, havia cerca de 10 pessoas
na ocasião, todas aguardando atendimento. Quase não ouvia a voz do vereador, mas ouviu ele
dizer que ia encaminhar currículos para empresas. Só ouviu isso, especificamente. Foi num
momento que elas pararam de falar. Não ouviu mais nada, mas ouviu isso.
Da mesma forma, o depoente só presenciou a segunda ida das testemunhas
protegidas e não tinha conhecimento dos fatos que estavam sendo tratados, não trazendo
elementos que levassem a crer que a versão por elas apresentada seria mentirosa.
3.16. Anderson (réu Jefferson)
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O depoente ANDERSON TELLUCIO DE OLIVEIRA, testemunha arrolada
pela defesa de JEFERSON, informo que conheceu Jeferson na igreja mundial, no centro de
Carapicuíba, em 2013. Em 2005, quando ingressou na empresa “Ultracenter”, na parte de seleção,
foi até o gabinete de Jeferson com uma proposta de que encaminhasse candidatos para que
futuramente pudessem ser contratados na empresa. Na última vez, deixou um banner em seu
gabinete para que, no atendimento de quinta-feira, na parte da manhã, ocorresse a divulgação às
pessoas. A empresa prestava serviços de callcenter e geralmente contratavam operadores de
telemarketing. Eram contratadas cerca de 100 a 200 pessoas por mês, por questão de grande
rotatividade, então tinha parceria com muitas pessoas, de forma a suprir a demanda. Tinha parceria
com a professora Sônia, com a SEBRAE, Poupatempo, os quais encaminhavam muitos candidatos
para que pudessem fazer entrevista. Não necessariamente as pessoas indicadas seriam contratadas.
Passavam por um processo de dicção e de prova. Precisava de uma quantidade muito grande de
pessoas para que conseguissem suprir a necessidade da empresa. Conhece Tatiane, que trabalhava
com Jeferson. A conheceu também na igreja e depois do horário de trabalho, que ficava na mesma
calçada do gabinete de Jeferson, ocasião em que pegava com ela alguns currículos, divulgava as
vagas e falava que precisava de pessoas para o processo seletivo. Assim, tinha esse contato com
Tatiane após às 18h. Por questão da rotatividade e demanda de emprego, muitas pessoas deixam o
currículo, só que nem sempre aquela pessoa tem o perfil, as características requeridas pelo
recrutador. Pegava os currículos e posteriormente entrava em contato para agendar uma entrevista
com aquela pessoa.
Tal testemunha apenas diz que pedia que o réu indicasse pessoas para o
processo seletivo da sua empresa, o que não impossibilita ou exclui o fato do réu ter indicado
pessoas para exercer cargo dentro da administração pública ferindo os princípios constitucionais
de contratação de pessoas.
3.17. Edson (réu Jefferson)
Ouvido, EDSON GOMES DA SILVA, testemunha arrolada pela defesa de
JEFERSON, informou que tem relação profissional com Jeferson devido ao cargo de ocupa de
Conselheiro. Passou a ter contato com Jeferson há uns 2 anos. Exerce o cargo de Conselheiro
Tutelar. Passou a ter contato com a família de Jeferson após sua prisão. Em 18/10, chegou no
Conselho um relatório da escola em que o filho de Jeferson estudava. Não sabe precisar a idade do
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filho de Jeferson, mas tem entre 10 e 12 anos. No relatório constava que o filho de Jeferson tinha
abandonado a escola a partir do dia 24/10/16. Não era o Conselheiro responsável pelo caso. O
Conselheiro responsável lhe pediu uma ajuda, tendo em vista que estava no início das atividades
como conselheiro 1 ano, aproximadamente, - então o orientou naquele caso. O orientou a fazer a
visita, ele sabia do que estava acontecendo. Devido à complexidade do caso, acabou apenas
orientando ele, não participou diretamente. Foi escolhido para orientá-lo pois estava presente no
momento, os demais conselheiros estavam em diligência. Outros também orientaram. É
conselheiro há 4 anos e meio, é o seu segundo mandato, sendo mais experiente que o conselheiro
(Hamilton Freitas) que cuidava do caso. Não sabe informar a respeito dos fatos apurados nestes
autos. O nome do filho de Jeferson é Jeferson Macedo Júnior. Estudava no centro educacional Vila
Sol.
3.18. Maria De Fátima (réu Jefferson)
A testemunha MARIA DE FÁTIMA RODRIGUES, explicou que tem relação
de amizade com a família de Jeferson. Considera Jeferson uma boa pessoa, um bom pai de família,
conhece a família dele há muitos anos. É um bom missionário, trabalha muito ajudando as
pessoas. Conhece o filho dele e sabe que é paraplégico e que está com depressão desde a prisão do
pai. Que o filho e outros familiares estão muito abalados com tudo. Jeferson não frequenta a igreja
que a depoente frequenta, mas o conhece e sabe que é um bom cidadão. A respeito do processo, só
sabe o que está na mídia, que é sobre emprego público. Não sabe se ele foi processado
criminalmente antes ou por ato de improbidade.
3.19. Aline (réu Carlos)
A testemunha Aline da Silva de Oliveira, testemunha de defesa do réu Carlos
Japonês explicou que não tem grau de parentesco com o réu Carlos. Não tem nenhuma relação
com ele. Conheceu o Carlos em um bar, estava com as irmãs e perguntou para ele se não poderia
arrumar um emprego para ela. Ele respondeu que não, que teria que ir na Prefeitura participar da
seleção. Não conhece mais ninguém da família do Carlos. Está desempregada há dois anos. Estava
no bar e uma pessoa comentou que o vereador Carlos estava presente no bar. Foi conversar com
ele e perguntou se teria como arrumar um emprego, porque já estava desempregada há 2 anos. Ele
falou que não, que não tinha como arrumar emprego, porque ela tinha que ir na Prefeitura e
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participar da seleção. Disse que não tinha esse poder de arrumar um emprego para ela.
Conversaram outras coisas, estavam num bar. Não conheceu ele no gabinete, mas sim
informalmente. Mora em Carapicuíba desde 1 ano de idade. Não conhece ninguém que tenha
entrado em algum processo de seleção ou em alguma empresa, ou algum lugar de emprego, por
conta de ter ido procurar o Carlos. Nunca ouviu falar sobre isso. Ninguém pediu para comparecer
à audiência. Quando soube da prisão do Carlos, conversou com as pessoas e contou sobre o
ocorrido. Ficou sabendo da prisão pela televisão. Quando soube da prisão, achou estranho o
ocorrido, pois foi pedir um emprego e ele disse que não poderia dar. Também pediu vaga na
creche e ele disse que não. Deu indicação para obter o emprego por meios corretos. Indicá-la ele
disse que não teria como. Depois da ocasião no bar, não teve mais contato com ele. O encontro se
deu em setembro. Ao ver que ele foi preso por fraude nas seleções, achou estranho e procurou a
família dele para conseguir informações, por isso que está depondo como testemunha. Não sabia
onde a família dele morava. Se comunicou com o filho dele por rede social, o mais velho, do qual
não se recorda o nome mas acredita que seja Roberto. Se comunicou pelo Facebook. Perguntou se
o pai dele estava preso e comentou sobre o ocorrido no bar. O filho dele então disse que poderia
ser testemunha. Não ficou sabendo do cumprimento do mandado de busca e apreensão na Câmara
dos Vereadores, viu apenas a prisão pelo jornal. Não sabia da existência de um processo seletivo
na Prefeitura, só soube depois que Carlos comentou. Não considera ser normal pedir emprego para
vereador, mas pediu por espontaneidade, mesmo ele estando num bar e em momento de
entretenimento. Perguntou de forma espontânea durante uma conversa e não apenas porque ele é
vereador.
Primeiramente verifica-se que a história contada pela testemunha é pouco
crível, dado que não é comum nem razoável que alguém em um bar tenha pedido emprego a um
vereador e depois, sem ser ajudada, ao saber da prisão, procure a família dessa pessoa que não
conhece, não tem maiores informações, para depor a seu favor.
Porém, ainda que considerada verdadeiro tal relato, isso não impede que o réu
tenha indicado outras pessoas para serem selecionadas nos processos seletivos, só significa que ele
não quis e não indicou a depoente para o cargo, sendo assim, nada há nos seus relatos que o
isentem de responsabilidade.
3.20. Elizandra (réu Elias Cassundé)
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A testemunha ELIZANDRA ALVES FAGUNDES, testemunha arrolada pela
defesa de ELIAS CASSUNDÉ e não tem relação de parentesco com Elias, são apenas amigos.
Conhece Elias há 18 anos, pois seu pai trabalhava junto com o irmão dele no Estado. Trabalhou
com ele na Câmara de 2006 a 2014, função de assessora. Não trabalhou com ele na Secretaria de
Obras. Em 2014, todos os assessores dos vereadores foram demitidos, incluindo a depoente.
Acredita que eram 7 assessores e todos foram demitidos por ordem judicial. Foi comunicada sobre
as demissões através de reunião. Após sua demissão, fez processo seletivo para a Prefeitura.
Tomou conhecimento do processo seletivo pois teve uma comitiva na Câmara, com todos os
assessores demitidos, na qual o Presidente falou que, quem tivesse interesse, poderia participar do
processo seletivo. Participou do processo seletivo, fez a prova e foi aprovada. Ficou 1 mês no
cargo de agente de saúde porque era um serviço que se fazia na rua e não era na sua área, de
pedagogia. Saiu do emprego porque quis. Acha que passou cerca de 1 mês ou 20 dias entre a
reunião da Câmara sobre o processo seletivo e efetivamente participar do processo seletivo. Não
foi algo tão rápido. A prova e ficha que preencheu foi lá na Prefeitura mesmo, perto do mercado
Cobal. O Luzo, que também foi testemunha, também estava com ela, inclusive sentaram juntos e
tiveram oportunidade de olhar um a prova do outro. Não tinha nenhum rigorismo e em nenhum
momento foi avisado que era uma prova. Era uma seletiva, não era concurso. Na seletiva você faz
a inscrição e, se está dentro do parâmetro para ocupar aquela vaga, te selecionam. Ninguém
informou qual seria o parâmetro correto. Fez a prova e depois o médico examinou, perguntou se
tinha algum problema nas pernas. Isso depois de ter sido convocada. Antes de ser convocada
ninguém disse quais seriam os critérios. Nunca tinha trabalhado na área de saúde. Não sabia de
fato o que era um agente comunitário. Sabe que era um trabalho que teria que ser feito na rua,
orientando as pessoas sobre campanhas, como da dengue e vacinação. Acredita que tenha
diferença entre agente de saúde e agente comunitário de saúde, porque o agente de saúde orienta,
acha que vai no posto para marcar as consultas. Não sabe qual a diferença entre os dois. Não
recebeu nenhum curso antes nem depois de fazer a prova, só uma orientação. Não se recorda se a
na ficha que preencheu constavam seus dados pessoais, se a pessoa que corrigiria sua prova estaria
vendo seu nome. Não ficou com comprovante depois de fazer a prova. Acha que foi chamada 1
mês depois. Não lembra qual sua classificação nem qual nota foi atribuída. Os outros assessores
que fizeram a prova não passaram, apenas o Luzo. Assessores de outros vereadores não sabe se
passaram. De assessores demitidos, que fizeram a prova e não foram convocados, conhece a Ana,
o Chicão. Não tem certeza se fizeram a prova, mas acredita que sim. Ficou trabalhando 1 mês
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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como agente comunitária. Pediu demissão depois. Não havia nenhum tipo de formalidade no
preenchimento das questões. Respondeu com base nos seus próprios conhecimentos. Não lembra
quantas questões eram, eram subjetivas. Não lembra se preencheu também seus dados pessoais,
mas acredita que sim. Havia muitas pessoas fazendo a prova, não sabe se eram ligadas a
vereadores. Conhecia alguns assessores e pessoas ligadas à Prefeitura porque ficou muito tempo
como assessora, e alguns estavam lá fazendo prova, inclusive que haviam sido exonerados. Tinha
bastante gente.
A assessora do réu ELIAS apenas confirmou a existência de uma reunião
quando foi determinado judicialmente a demissão dos assessores e que a eles foi instruída a
participação no processo seletivo.
Confirmou ainda que tal processo era feito de maneira informal, que as pessoas
poderiam olhar as provas uma das outras e que, apesar de não ter conhecimento algum sobre o
cargo ao qual estava pleiteando, foi selecionada, tudo isso indicando que os critérios de seleção
não eram objetivos e concretos.
3.21. Luzo (réu Elias Cassundé)
A testemunha Luzo, arrolado pela defesa de Elias, informou que conheceu
Elias em 2001. Chegou a trabalhar com ele como assessor parlamentar na Câmara. Foi funcionário
da Câmara por indicação de Elias. Na Prefeitura trabalhava como agente de saúde, através de
seletiva. Houve uma prova de perguntas sobre as atividades de um agente de saúde. Não lembra se
houve edital para a seletiva. Após ter ciência a respeito da seletiva, foi até a Administração e
preencheu formulário, bem como fez a prova. Cada vereador tinha, mais ou menos, 10 assessores.
Acredita eu 80% foram demitidos por ordem judicial, segundo ficou sabendo. Quem comunicou
foi o presidente da câmara, Abraão Junior, que também convidou todos os assessores para uma
reunião, em que informou a respeito da existência dos processos seletivos para os que estivessem
interessados. Presenciou muitos trabalhos de Elias, como construção e manutenção de praças,
iluminação de vielas. Não se lembra a data em que começou a trabalhar com Elias como assessor.
Já trabalhava na Prefeitura desde a época do Fuad, com cargo comissionado, função de
Coordenador de Cultura. Quando entrou o Sérgio Ribeiro, foi trabalhar em outra Secretaria.
Quando foi para a Câmara, já foi como assessor do Elias. Foi durante o mandato dele como
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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vereador. Salvador França não é seu parente. De assessor para agente, passaram-se alguns meses.
Na verdade, não se lembra. Ficou alguns meses sem receber salário. A respeito da seletiva, após a
reunião, teve uma data para comparecer na Prefeitura para fazer a prova, preencher o questionário,
na Secretaria de Administração. O depoente e mais 300 pessoas preencheram o questionário, que
perguntava qual era a função do agente de saúde comunitário. Iam entrando grupos de 10 pessoas
para responder ao questionário. Não tinha o rigorismo de uma prova. Chegou perto das 6h30 e saiu
14h. A sua colocação não lembra qual foi. Os outros assessores de Elias participaram da reunião,
mas não se lembra se algum deles foi também na seletiva, só Alessandra, que também foi chamada
para agente comunitário. Antes de ser contratado não fez curso, após, sim, no próprio centro
administrativo. Não lembra quanto tempo ficou no cargo, mas foi pouco tempo. Recebeu proposta
de trabalhar por conta própria, por isso pediu demissão. É morador de Carapicuíba. Só o Abraão
presidiu a reunião na Câmara. A reunião foi só com assessores que haviam sido exonerados. Cerca
de 80 assessores. Abraão Ribeiro fez a reunião para comunicar a respeito da ordem judicial e
informou que haveria o processe seletivo, para quem tivesse interesse. Não disse que haveria
algum facilitador, alguma questão para quem era ex-assessor. Ganhava 1.200, 1.300 reais como
assessor. Tinha alguns benefícios, como vale alimentação. Como agente comunitário não tinha
benefício. Não viu edital, soube por meio da reunião. Soube por jornais também da seletiva e o
horário. Quando já estava trabalhando como agente, presenciou outros assessores que haviam sido
exonerados trabalhando também. Durante a seleção, havia pessoas que não tinham ligação com a
prefeitura ou Câmara, mas não sabe dizer se era a maioria delas. Preencheu um formulário com os
dados pessoais e nesse formulário já havia as perguntas subjetivas. Era um formulário único.
Preencheu seu nome, endereço, na mesma folha em que respondia a questão.
O depoimento da testemunha foi no mesmo sentido de Elisandra.
3.22. Gedir (réu Elias Cassundé)
A testemunha GEDIR ARRUDA DE OLIVEIRA, arrolada pela defesa de
ELIAS, não compromissava, explicou que é cunhado de Elias, casado com a irmã dele. Elias
várias vezes enviou currículos para a empresa em que ele trabalha shark. Todavia eles não eram
imediatamente aceitos, havia um critério para a seleção. Elias não pedia voto aos que eram
selecionados. Conhece o Elias há 35 anos, ele sempre ajudou a comunidade de Carapicuíba,
mesmo antes de ser eleito. Ajudou muito os desbravadores nos processos de excursão, processos
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de acampamento, atuou várias vezes no processo de construção dos seus prédios, templos da igreja
adventista. É bem-conceituado na igreja, é uma pessoa de bem. Elias ajudou na construção dos
templos com areia, pedras, blocos, fazendo doações do próprio dinheiro.
3.23. Priscila (réu Elias Cassundé)
A depoente PRISCILA APARECIDA MENDES DA SILVA, testemunha
arrolada por ELIAS, explicou que é amiga do Elias há um ano, sendo que somente o conheceu
depois que entrou na Prefeitura em 2009. Não prestou concurso quando entrou, só depois, em
2010, para cozinheira. Não houve nenhum tipo de indicação para que fosse aprovada, fez prova.
Trabalhou na mesma Secretaria que Elias. Não ouviu em nenhum momento que o ex-vereador
conseguia empregos em troca de votos. A base eleitoral de Elias são as igrejas adventistas,
trabalhos com a população e igreja quadrangular também. Trabalhou com Elias na Secretaria de
Serviços Municipais. O serviço consistia em limpeza de praças, calçadas, vias, árvores. Nunca
ouviu dizer que ele pedia voto, nem indicação, nada.
As duas testemunhas, Gedir e Priscila, apenas afirmaram ser o réu uma pessoa
boa e que não ouviram dizer sobre as “pastas” de indicação de pessoas para cargos na prefeitura, o
que não elimina a sua existência.
3.24. Robson (réu Elias Cassundé)
A testemunha ROBSON PEREIRA DA SILVA, arrolada pela defesa do réu
Elias, informou que é amigo de Elias. Conheceu Elias entre 2002 e 2004 trabalhando em um
evento na Aldeia. Após isso, foi contratado para trabalhar na Secretaria da Cultura. Na época
conheceu também o Prefeito Fuad, que o orientou a comparecer no RH. Assim, começou a
trabalhar com Cultura. Chegou no RH e teve uma seletiva, com preenchimento de formulário.
Pediram para retornar de 10 a 15 dias depois. Depois de uns 3 ou 4 anos trabalhou diretamente
com Elias na Secretaria de Serviços Municipais, na função de Coordenador. Trabalhou com Elias
também na Secretaria de Obras, na qual recebeu o cargo de Diretor. Trabalhava muito próximo a
Elias. Não se lembra de ter ouvido que Elias conseguiria empregos em troca de votos. Nunca
pediu seu voto nem da sua família. A Secretaria de Obras tinha ele como Diretor e outras 3 ou 4
coordenadoras, que se reuniam e faziam um documento, e partir desse documento o depoente fazia
uma CI, que ia direto para o Secretário. A partir daí, o Secretário coordenava junto ao RH e
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mandava para o RH Central. O Elias não tinha poder de contratação, que ocorria apenas através da
sua CI, que era enviada para a Prefeitura. Fez muitos trabalhos aqui, muita iluminação, muitas
praças, áreas de lazer, na igreja deu muita força. Ajudava fazendo eventos com custo dele, do
próprio bolso. As contratações que mencionou ocorreram em 2014, 2015, época que estava na
Secretaria de Obras. Se lembra de uma Sueli no RH. Não lembra o nome completo e ela não está
presente. As contratações eram para ajudante geral, operador de máquina, motorista, vários cargos.
Não chegavam a fazer entrevista. Já era o ritmo que tinha antes, já não faziam entrevista. Já havia
funcionários com contratos prestes a vencer. Os coordenadores passavam esses casos para ele e ele
decidia. Eram cargos de natureza temporária e comissionados, concursado não. Era o prazo que
eles tinham para dispensar, por causa do contrato, aí nós admitíamos eles novamente. Não sabe
informar por onde corria esse processo seletivo, pois ele mesmo fazia uma CI e passava para o
Secretário. Os que já trabalhavam com ele, ele e os Coordenadores indicavam, não eram
previamente contratados pelo RH. Enviava CI's mas nem todas retornavam, nem todos os
indicados era contratados pelo RH. Não sabia por quê. Eram 3, 4 meses de espera, aí tinha que
esperar mais 3 ou 4 meses por uma nova seletiva, pra ver se retornava novamente do RH. Quando
já trabalhavam com eles, o depoente indicava para a seletiva. Acha que o contrato vence de ano
em ano. Não tinha edital. Não indicava para o processo seletivo, havia funcionários que já
trabalhavam há anos. Os que trabalhavam bem e era interesse deles que fossem recontratados,
eram indicados por ele e pelos outros coordenadores. Fazia uma CI com os nomes, por exemplo, 5
nomes. Passava para o Secretário, que fazia uma outra CI e mandava para o RH Central. O RH
provavelmente chamava aqueles nomes quando vencia, porque muitos voltavam, outros não. Essas
pessoas eram admitidas no serviço público através de contrato. Não sabe se ingressavam através
de processo, não acompanhava. Deve ser com contrato. Todos eles eram contratos, que vinham.
Não sabe se era com processo. Essa parte da contratação era do RH, não era da área do depoente.
Era só a CI que encaminhava ao Secretário. Antes de ir para lá já era algo instituído. Foi uma
pessoa de lá que orientou que era instituído dessa forma. A qualidade jurídica disso não sabe, o
que faziam, para que servia. A parte dele era fazer a CI, assinar e mandar para o Secretário. A
partir disso, ficava com a cópia e mais nada. Isso foi em 2014, 2015. O conteúdo da CI
mencionada era “Sr. Secretário, por gentileza, verificar a possibilidade de rever esses funcionários
que já se encontram com a gente”. Era assim que colocava, porque eram bons funcionários. Não
tem conhecimento de como era a CI que saía do Secretário para o RH. Esses contratos eram
temporários, não eram servidores públicos concursados. Não era comum repetir as pessoas, não
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via as pessoas mais de um período. Havia uma grande alternância de funcionários, mesmo os
funcionários temporários. Era difícil voltarem os mesmos, muitos bons infelizmente não voltavam.
Essa indicação que era feita às vezes não tinha efeito prático. Na maioria das vezes. Os
funcionários não voltavam, ainda que indicados.
3.25. Olimpia (réu Nene Crepaldi)
A depoente OLIMPIA MARIA MONTEIRO DE OLIVEIRA, testemunha
arrolada pela defesa de ORCIVAL, informou que conhece Orcival da igreja, há uns 20 anos. Não
conhece o trabalho dele enquanto vereador de Carapicuíba. Mora em Carapicuíba. Ele é bem
falado pela comunidade, pelos trabalhos que fez como vereador. Não ouviu falar algo ruim dele,
na atuação na Câmara. Conhece a família dele. Sabe que ele é advogado. Foi síndica do prédio e
precisou do trabalho dele. O escritório dele fica em cima do açougue. Já frequenta esse escritório
mesmo antes de ele ser vereador.
3.26. Silvio (réu Nene Crepaldi)
A testemunha SILVIO DA SILVA, informou que conhece o Orcival há 23
anos. Conhece sua trajetória de vida até de tornar vereador. Conheceu o pai dele e é amigo. Eles
tinham um açougue. Participava da comunidade católica. Como vereador, ele é querido na
comunidade. É bem falado como pessoa correta. Conhece a família dele também. Sabe onde fica
localizado o escritório de advocacia, em cima do açougue. Não sabe dizer se foi nesse local que
houve a busca e apreensão. Chegou a ver só pela televisão. Não sabe se era no escritório. Não se
lembra de ter placa indicando que o escritório é naquele local. É de advocacia, não político. Não
sabe qual a diferença. Não se lembra de ter placa, só sabe que é de advocacia devido a sua amizade
e contato com Orcival.
3.27. Valéria (réu Nene Crepaldi)
A depoente VALÉRIA DA SILVA CARVALHO OLIVEIRA, testemunha
arrolada pela defesa de ORCIVAL, informou que é colega de Orcival, o conhece desde 2008,
através da igreja católica. Ele já era vereador. Conhece sua família. Conhece alguns de seus
trabalhos como vereador. Ele é bem quisto na comunidade, participava da pastoral. Nunca soube a
respeito de ele fazer contratações. Sabe onde fica o escritório de advocacia, porque foi lá com seu
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marido, por questões de pensão alimentícia. O escritório fica em cima do açougue. Não viu a
reportagem e não sabe dizer se o escritório em cima do açougue foi onde ocorreu a busca e
apreensão. Não lembra se existe alguma indicação a respeito da existência do escritório de
advocacia ou político em cima do açougue. Não sabe a diferença entre os dois, só sabe que é um
escritório simples.
4. DOS CRIMES
4.1. Do crime de organização criminosa
O Ministério Público imputa aos réus o delito previsto no artigo 2º da Lei
12.850/13 que define organização criminosa como: “§ 1o Considera-se organização criminosa a
associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão
de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores
a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.”
Tal instituto foi criado para abarcar nova modalidade delitiva diversa de crimes
como roubo ou tráfico de drogas que são ilícitos em sua integralidade.
Os requisitos exigidos pela lei são (i) o da presença de 4 ou mais pessoas, o que
está comprovado pela junção dos vereadores com os funcionários do RH; (ii) organização e
divisão de tarefas, que se deu com a delimitação de quotas por vereador para indicação de pessoas
a serem contratadas, o que era feito por meio dos funcionários da prefeitura que atendiam a tais
determinações; (iii) com objetivo de obter vantagem, qual seja a perduração no poder e (iv)
mediante prática de infrações penais cujas penas máximas são superiores a 4 anos, como é o caso
da falsidade ideológica de documentos públicos.
Os crimes cometidos pelas organizações criminosas são legais em sua
aparência e contam com aparato tecnológico e burocrático que permitem ludibriar as autoridades.
No caso em tela, o que se tem é uma organização criminosa que comete crimes
de forma institucionalizada, utilizando-se da estrutura estatal para obter proveitos pessoais e
manter a condição de poder criada.
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Percebe-se que as decisões tomadas pelo poder legislativo se confundiam com
as decisões do grupo criminoso, que tinha como objetivo primordial se manter no poder, criando
vínculos com os cidadãos por meio de favores ilícitos e garantindo seu voto na próxima eleição.
Para tanto, utilizavam-se de processos seletivos completamente fraudados e
com intenção única de alocar seus beneficiários e não fazer políticas públicas.
Verifica-se ainda que nesse tipo de organização, não é possível encontrar
apenas um líder, como as organizações criminosas comuns, mas uma estrutura em forma de teia,
colaborativa, em absoluta simbiose, como é o caso dos autos, em que os réus ELAINE e
EVERALDO usavam a máquina pública, sob o comando dos vereadores e prefeito, para garantir
sua soberania no poder legislativo e executivo, conforme será esmiuçado nos capítulos seguintes.
Também não há que se falar que não houve a reunião no qual ficou acordado
como seriam as divisões de quotas de contratação de pessoas indicadas pelo prefeito, pois tal fato
foi confirmado pelo delator.
Some-se a isso os fatos de que a exoneração dos assessores se deu em 19 de
agosto de 2014, sendo que, dois dias depois, 21/08/14, foi publicado o processo seletivo nº 32/14,
no qual os aprovados foram classificados cerca de 20 dias depois, demonstrando a rapidez com
que foram criados os cargos e recontratados os exonerados, em clara burla ao mandamento
jurisdicional de diminuição do número de assessores.
Os depoentes que eram assessores confirmaram a reunião na câmara
informando da existência do processo seletivos que, claramente foi criado não para atender o
interesse público, mas sim para realocar os apadrinhados dos políticos.
E como consequência de tal fato se viu diversos ex assessores serem
classificados, apesar de suas provas estarem em branco, sem nota, ou com notas que não seriam
capazes de classificá-los no processo seletivo. A título de exemplo cite-se os ex assessores:
Elisandra Alves Fagundes, José Marisnaldo Galdino Barbosa e José Armando da Silva.
E, ainda que essa reunião não tivesse sido feita, entende-se que não é
necessária a presença física de todos os integrantes da organização criminosa para sua
caracterização, basta, como manda a lei, uma organização de condutas de forma hierarquicamente
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determinada, em que, cumprindo seu papel, o conjunto atinja objetivo ilícito como é o caso dos
autos.
Conforme dito em interrogatório pela ré ELAINE, ela tinha reuniões com o
prefeito que determinava unilateralmente quais era os cargos que deveriam ser abertos. Após tal
decisão, ficou apurado que esses cargos eram distribuídos aos vereadores, o que se dava por meio
de reuniões exclusivas com os interessados, e que tudo era instrumentalizado por Elaine.
Obviamente que ao se montar um esquema criminoso não se fazia alarde ou
chamaria atenção de outras pessoas. A distribuição dos favores políticos em regra é feita a portas
fechadas e com poucas pessoas. Como esclareceu o delator, as reuniões eram feitas diretamente
com o Prefeito que determinava quantas vagas o vereador teria direito de acordo com os seus
interesses.
A instrumentalização teve início com a formação de uma falsa Comissão de
Processo Seletivo (Portaria 3.983, de 12 de setembro de 2013), formada pela ré ELAINE, que era a
presidente e ainda pelos funcionários Maria Aparecida dos Santos, Caroline Maria da Silva Lopes,
Edilson Xavier e William dos Santos Teles, sendo que todos eles confirmaram que nunca
souberam da existência de tal comissão, muito menos participaram de qualquer processo seletivo,
que eram de responsabilidade exclusiva da ré ELAINE.
Criada a comissão, sem ciência dos demais participantes, era possível que a ré
ELAINE alocasse todas as competências em si e cumprisse as determinações do seu superior
(chefe do executivo), conferindo fichas de inscrição e direito de indicação na quantidade e aos
vereadores que lhe fosse informado, conforme se depreende do caderno apreendido ás fls.
712/713, no qual constam as fichas entregues a cada vereador, para concretizar suas “pastas”.
Tais fatos foram exaustivamente comprovados pelo caderno com a distribuição
das fichas (fls. 712/713), pelas listas de aprovados apreendidas, constando a indicação de alguns
vereadores (fls. 796, 871/872) e ainda pelas informações prestadas pelo delator que descreveu com
detalhes como se dava a logística das trocas de favores e manutenção do poder pelos réus e demais
integrantes.
Explicou o réu colaborador ainda que, apenas uma reunião para definir que iam
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 60
haver as “pastas” foi feita com todos os vereadores presentes, sendo que as demais eram realizadas
com cada político isoladamente, porque permitia que o chefe do poder executivo municipal desse
mais ou menos privilégios àqueles que interessasse, como era o caso de “domínio” de uma UBS
que, segundo o delator, era o desejo de qualquer vereador, que poderia a partir desse momento
determinar como iriam ser feitos os atendimentos se aproximando da população que ficaria refém
da sua “benesse”.
O delito foi concebido de forma ampla exatamente para alcançar crimes que se
escondem atrás de um pano de legalidade, principalmente se utilizando do Estado, dando
continuidade a um esquema criminoso institucionalizado, sem rosto, de clientelismo, no qual a
população miserável se vê presa à esses poucos políticos para ter acesso a direitos básicos, como
bolsas para pessoas que estão desempregadas e em situação de necessidade e eram repassados a
apadrinhados dos réus que não preenchiam tais requisitos.
Tanto é fato que houve uma organização entre os políticos e funcionários
públicos para criar e instrumentalizar o esquema de contratações ilícitas que, em 19 de agosto de
2014 foram exonerados os assessores dos vereadores a mando do Egrégio Tribunal de Justiça de
São Paulo e, apenas 6 dias depois, foi aberto o processo seletivo nº 32/14, no qual todos os
assessores que quisessem seriam recontratados pela prefeitura só que em novo cargo.
Assim, vê-se que os agentes fizeram de forma bem orquestrada para que seus
apadrinhados não sofressem prejuízos com a exoneração, em uma clara burla à ordem judicial que
visava exatamente extinguir esse sistema de benefícios e privilégios daqueles que caíssem nas
graças do vereador.
Por fim, há de se ressaltar que como todos os réu são funcionários públicos já
que exercem temporariamente função pública nos termos do artigo 327 do Código Penal,
incidindo assim a agravante do §4º da Lei 12.850/013.
Não há assim que se acolher a tese defensiva de que não é possível aplicar a
causa de aumento pois em nada teria ligação com o cargo. Pelo contrário, o delito só foi possível
porque os réus ou exerciam cargo em confiança ou mandato eletivo e se escudaram nos meandros
burocráticos do ente público para obter as vantagens pessoais, o que por si já demonstra maior
desvalor por afronta direta aos princípios constitucionais da moralidade, probidade e
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impessoalidade da administração pública.
Nesse sentido:
PLEITO DE AUMENTO DAS PENAS APLICADAS.
AGRAVANTES PREVISTAS NO ART. 62, INCISOS I A III, DO CP.
ACOLHIMENTO PARCIAL. INCIDÊNCIA DA MAJORANTE DO ART.
327, § 2º, DO CP. AGENTE POLÍTICO (VEREADOR) EQUIPARADO A
FUNCIONÁRIO PÚBLICO. NÃO-CONHECIMENTO EM RELAÇÃO A
ALGUNS RÉUS, PORQUANTO A CAUSA DE AUMENTO JÁ FORA
APLICADA NA SENTENÇA. EXASPERAÇÃO DA PENA EM RAZÃO
DA CONTINUIDADE DELITIVA. ART. 71 DO CP.
POSSIBILIDADE. AUMENTO DA FRAÇÃO DE APLICAÇÃO DA
PENA EM RAZÃO DO NÚMERO DE DELITOS
PRATICADOS. RECURSO EM RELAÇÃO AOS RÉUS MARCELO
SCHULTZ, ANSELMO EDUARDO ROIKA E LUIZ FERREIRA DA
COSTA PREJUDICADO. RECURSO EM RELAÇÃO AOS DEMAIS
APELANTES PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NA
PORÇÃO CONHECIDA, PROVIDO EM PARTE. 1. A agravante
prevista no art. 62, inc. II, do CP só é aplicada quando o agente coage
(obriga), irresistivelmente ou não, outra pessoa a praticar crime, ou
induz (incita) outrem a executar o delito. 2. O reconhecimento de
agravante não envolve a questão da quebra de congruência entre a
imputação e a sentença, por força do art. 385 do CPP. 3. O conceito de
funcionário público, para efeitos penais, é amplíssimo, abrangendo
todo aquele que exerce função pública, conforme previsto no art. 327
do CP, incluindo também os agentes políticos. 4. O aumento a ser
aplicado em decorrência do reconhecimento da continuidade delitiva
deve ser estabelecido de acordo com o número de infrações praticadas.
GUILHERME DE SOUZA NUCCI exemplifica esse posicionamento com
tabela de Flávio Augusto Monteiro de Barros: "para 2 crimes, aumenta-
se a pena em um sexto; para 3 delitos, eleva-se em um quinto; para 4
crimes, aumenta-se em um quarto; para 5 crimes, eleva-se em um terço;
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para 6 delitos, aumenta-se na metade; para 7 ou mais crimes, eleva-se
em dois terços" ("Código Penal Comentado", 7º ed., 2ª tir., São Paulo:
RT 2007, p. 419). STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp 1244377 PR
2011/0050761-5
Ementa: PECULATO. COMETE O CRIME DE
PECULATO O VEREADOR QUE RECEBE VALORES A TITULO DE
DIARIAS DE VIAGEM PARA CUSTEAR SUA PARTICIPACAO EM
ENCONTRO DE VE READORES E NAO COMPARECE AO
ENCONTRO. O VEREADOR E CONSIDERADO FUNCIONARIO
PÚBLICO, POR ENQUADRAR-SE NO ART- 327 DO CÓDIGO PENAL,
POR EXERCER TEMPORARIAMENTE FUNCAO PÚBLICA. O FATO
DE DEVOLVER OS VALORES POSTERIORMENTE NAO EXTINGUE A
PUNIBILIDADE DO PECULATO. (RESUMO) (Apelação Crime Nº
694005166, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Antônio Carlos Netto de Mangabeira, Julgado em 28/04/1994)
4.2. Do crime de prevaricação
Prevê o Código Penal o crime de prevaricação nos seguintes moldes: Art. 319 -
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
No caso, o que se apurou foi que os vereadores daquela legislatura aprovaram
legislação possibilitando a criação de processos seletivos, que foram efetivados pelos réus
ELAINE e EVERALDO, sem qualquer parecer técnico, sem comissão seletiva, dado que era
fictícia, sem autorização das demais secretárias como jurídica ou orçamentária, dando origem aos
cargos em detrimento da lei ou do interesse público.
A Constituição Federal prestigia o verdadeiro interesse público na admissão de
pessoal em cargos públicos, ou seja, prevê que os ocupantes desses cargos devem ser selecionados
preferencialmente por meio de concurso público que, além de selecionar os melhores (princípio da
eficiência), evita discriminações arbitrárias, permitindo que os vencedores sejam admitidos de
acordo com critérios objetivos, sem favoritismos (princípio da igualdade).
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Trata-se da criminalização da desobediência ao princípio da impessoalidade:
assim, aquele que desobedecer a seu dever legal comete o crime de prevaricação se a finalidade
for satisfazer interesse ou sentimento pessoal, que é exatamente o caso dos autos.
Os réus, por meio dos processos seletivos criados, encontraram um jeito de
burlar o direcionamento constitucional para permitir que contratassem pessoas desqualificadas,
com intuito de angariar votos.
Os vereadores se uniram junto dos funcionários públicos e aprovaram leis para
contratação de agentes de saúde da família (Lei nº 3.195/13, alterada pela lei 3.299/14) e ainda
para concessão de bolsas emergenciais de auxílio desemprego (Lei 3.263/14).
Leis essas que tinham como pano de fundo, troca de favores políticos para
manter a base aliada que aprovava os projetos de lei que interessavam à situação, em troca de
cargos públicos que poderiam destinar aos seus beneficiários, ou seja, era a execução de um dever
funcional com única e exclusiva intenção de auto promoção e satisfação, para manter-se no poder.
Tratava-se de forma ilícita de se escusar de cumprir o acordo feito com o
Ministério Público e a decisão do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, e contratar
funcionários fora dos limites impostos e assim beneficiar amigos, esposas, vizinhos, colegas,
agradar eleitores e obter prestígio perante a eles, com fins pessoais e eleitoreiros.
A aprovação dessas leis estão em completa dissonância dos preceitos legais,
dado que deveriam ser criadas com vistas ao interesse público, que não foi o caso, já que
contratadas pessoas completamente desqualificadas para serem agentes de saúde, apenas pelo fato
de serem apadrinhadas dos vereadores, e concederam bolsas a indivíduos que não estão em
situação de necessidade ou desemprego, como foi o caro do depoente Vicente que é aposentado
pelo INSS.
Ou seja, foram contratados dezenas de funcionários e fornecidas diversas
bolsas a pessoas que não faziam jus àquela benesse e nem tinham qualificação para tanto, em
completa contrariedade à disposição da lei, tudo isso para satisfazer interesse pessoal, qual seja, da
manutenção do poder tanto dos funcionários que eram protegidos, como dos políticos eleitos.
Dessa forma, cada vez que foi aberto um processo seletivo, com um edital e a
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consequente contratação de pessoas não hábeis para o cargo, ocorreu um crime de prevaricação.
Saliente-se que, cada edital publicado e contratação feita configuram crimes
autônomos, tendo em vista que foram feitos em situações e com objetivos diversos, qual seja uma
troca de favores entre políticos em que as quotas de funcionários era fornecida de acordo com o
interesse da organização.
Não que se aplicar nesse caso o instituto da continuidade delitiva, pois apesar
de se utilizarem da mesma estrutura para seu cometimento, foram feitos de forma separada, com
intuitos próprios, além de demonstrar clara habitualidade delitiva.
A continuidade delitiva representa, na verdade, ficção jurídica inspirada em
política criminal e na menor censurabilidade do autor de crimes plurais da mesma espécie e
praticados de modo semelhante, a indicar continuidade (ou seja, que os subsequentes devem ser
havidos como continuação do primeiro).
Diferente, no entanto, é a hipótese de simples reiteração ou habitualidade
criminosa, em que, muito embora haja pluralidade de delitos, ainda que da mesma espécie, ausente
as similitudes; ou, ainda que verificadas as similitudes, estas não são bastantes a indicar
continuidade.
Nos casos de mera reiteração criminosa, é claro que o tratamento penal deve
ser endurecido, uma vez que a culpabilidade, censurabilidade, reprovabilidade são maiores.
Nesse sentido é o entendimento pacificado do Tribunal Supremo e ainda do
Tribunal Estadual:
Ementa: HABEAS CORPUS. DIREITO
PENAL. CRIME CONTINUADO. NECESSIDADE DE PRESENÇA DOS
ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS. REITERAÇÃO HABITUAL.
DESCARACTERIZAÇÃO. ORDEM DENEGADA. 1. A
reiteração criminosa indicadora de delinquência habitual ou
profissional é suficiente para descaracterizar o crime continuado.
Precedentes. 2. A descaracterização da continuidade delitiva pela
habitualidade criminosa justifica-se pela necessidade de se evitar a
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premiação de criminosos contumazes, que acabam tornando-se
profissionais do crime, inclusive com especialização em determinadas
modalidades delituosas. 3. A continuidade delitiva, por implicar
verdadeiro benefício àqueles delinquentes que, nas mesmas
circunstâncias de tempo, modo e lugar de execução, praticam crimes da
mesma espécie, deve ser aplicada somente aos acusados que realmente
se mostrarem dignos de receber a benesse. 4. Habeas corpus denegado.
(STF - HABEAS CORPUS HC 102383 DF (STF), Data de publicação:
22/10/2010)
Ementa: PENAL. AGRAVO EM EXECUÇÃO.
UNIFICAÇÃO DE PENAS. INOCORRÊNCIA DE HIPÓTESE
DE CRIME CONTINUADO. AUSÊNCIA DE LIAME SUBJETIVO
ENTRE OS DELITOS. CLARO CASO DE HABITUALIDADE
CRIMINOSA. Para a configuração da continuidade delitiva adota-se a
teoria objetiva-subjetiva, donde se conclui que não basta, para o
reconhecimento do instituto, o mero preenchimento das condições
objetivas trazidas no artigo 71, do CP. É imprescindível que, conjugado
a estas, seja constatada a existência de um vínculo, de um plano, a ligar
as ações delituosas, de modo que exista um liame subjetivo entre os
delitos ou que o subsequente foi proporcionado ou facilitado pela
execução do anterior. Não há de se confundir
o crime continuado com habitualidade delituosa Precedentes desta E.
Corte e do C. STJ. (TJ-SP - Agravo de Execução Penal
0020396-76.2015.8.26.0000, Data de publicação: 29/09/2015)
Por todo o exposto, os delitos de prevaricação serão computados
separadamente em concurso material, dado que toda vez que foi criado um processo seletivo,
mediante aprovação dos vereadores participantes e emissão do edital pelos funcionários
responsáveis, se cometeu um delito.
4.3. Do crime de falsidade ideológica
Os delitos tratados acima só foram possíveis mediante a falsificação das provas
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feitas pelos candidatos, fazendo com que constasse notas não condizentes com a realidade para
que a lista classificatória elencasse aqueles indivíduos previamente indicados pelos vereadores
conforme acordo feito dentro do poder legislativo.
Saliente-se que as provas ou inscrições preenchidas pelos candidatos são
documentos públicos, nos quais foram inseridas declarações falsas, diversas das que deveriam
constar (no caso notas) a fim de alterar a verdade e conceder função às pessoas que não faziam jus
a tais cargos, se amoldando perfeitamente no tipo penal previsto no artigo 299 do Código Penal.
Verifica-se ainda que, as provas e notas falsificadas são sim documentos
públicos, dado que emitidos por órgão público (diretoria de recursos humanos do município),
decorrentes de edital de processo seletivo aprovado por meio de lei e ainda que deram origem à
falsificação da lista classificatória dos selecionados, que é documento público emitido pela
Prefeitura, assinado pelo Secretário de Recursos Humanos e publicado em diário oficial.
Em diligente análise das provas apreendidas, o Ministério Público criou tabela
na qual consta as pessoas que se candidataram a nota constante na prova, e a existência de rasura,
sendo possível perceber o padrão utilizado pela organização, mais especificamente pela ré
ELAINE, que era quem tinha a incumbência dentro do esquema, de aferir pontuação, para que
aquelas pessoas indicadas pelos vereadores fossem selecionadas (fls. 1361/1380).
Pontua-se também que, tratando-se do delito de falsidade ideológica não é
necessária a realização de perícia técnica, tendo em vista que o documento é verdadeiro, sendo a
informação nele inserida falsa. Nesse sentido:
STF - Supremo Tribunal Federal. Classe: HC -
HABEAS CORPUS. Processo: 78719 UF: SP - SÃO PAULO Órgão
Julgador: Data da decisão: Documento: Relator: SEPÚLVEDA
PERTENCE. EMENTA: I. Denúncia: aptidão: falsidade material e
ideológica adequadamente descritas. II. Exame de corpo de delito: não é
indispensável ao oferecimento da denúncia, podendo realizar-se no
curso do processo; de qualquer sorte, prescinde-se do exame pericial
direto, se é imputável ao acusado a sonegação do documento onde se
materializaria a falsidade material; de resto, há imputação também de
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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falsidade ideológica, à prova da qual " sendo certa a sua existência" não
é necessário o exame de corpo de delito (grifado). Origem: STJ -
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Classe: RESP RECURSO
ESPECIAL – 195267. Processo: 199800852778 UF: SP Órgão
Julgador: SEXTA TURMA. Data da decisão: 12/09/2000
O que ocorreu no caso em tela foi a falsificação de diversas provas e das listas
classificatórias a mando dos vereadores réus, o que foi efetivada pelos funcionários públicos,
incorrendo os acusados, portanto em autoria mandamental, ou seja, não é necessário que eles, de
próprio punho, tenham falsificado as provas e a classificação como pretendem as defesas,
bastando que a ordem para tal delito tenha partido deles, o que ficou comprovado pela prova oral e
documental, em especial algumas listas apreendidas com o nome daqueles indicados pelos
vereadores e que foram chamados para integrar a administração pública.
Assim, cada prova dos indicados, em que não consta nota, ou consta nota falsa,
ou ainda que não tenha critério objetivo de seleção, em claro desvio aos mandamentos legais,
fazendo com que a classificação e convocação dos candidatos destoem da realidade, há um delito
de falsificação, que serão tidos em concurso formal, pois, mediante uma ação ou omissão,
praticaram diversos delitos, gerando divergência na classificação dos aprovados e prejudicando os
cidadãos que não faziam parte da “pasta” do vereador.
Significa dizer que, a cada pessoa indicada pelo vereador ou colocada na lista
de contratação pelo funcionário público, será considerado um crime de falsidade ideológica,
porém como cometidos, dentro daquele processo seletivo, mediante apenas uma conduta, serão
tidos em concurso formal.
Já em relação a cada processo seletivo, os crimes são autônomos, praticados
com intenções diferentes, para beneficiar pessoais diversas (exemplo: o primeiro concurso foi
criado para burlar a exoneração dos assessores, enquanto os demais visavam beneficiar
apadrinhados dos políticos) e ainda em habitualidade criminosa, motivo pelo qual serão
considerados em concurso material.
Não há que dizer ainda que há continuidade delitiva entre as falsidades dos
processos seletivos, pelos mesmos motivos expostos acima quanto ao delito de prevaricação, e
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ainda porque houve participação dos vereadores de forma distinta e não necessariamente em todos
os processos.
5. INTERROGATÓRIOS
5.1. Orcival Crepaldi (réu colaborador)
Em delação premiada o réu Orcival Crepaldi indicou como se dava todo o
esquema criminoso: disse que existia um sistema de indicações de cargos que era liderado pelo
Prefeito Sergio Ribeiro que dizia que as tratativas seriam com a Elaine. Depois que teve o acordo
com o MP as indicações foram mantidas, mas existiram adequações, por meio de indicação de
temporários e não mais comissionados. Não houve debate legislativo para a aprovação das leis que
criaram o PSF e bolsistas. Todo o procedimento de inscrição era feito com a Elaine. Todos os
vereadores (Carlos, Elias, Jeferson e Paulo) eram da base aliada e tinham suas cotas de indicações.
O processo seletivo 32/14 foi aberto especificamente para contratar aqueles funcionários
comissionados que foram demitidos por conta da ADIN (fls. 12487/12494).
A delação foi homologada (fls. 12469/12470) e inteiramente ratificada em
juízo.
Interrogado, o réu Orcival Crepaldi, como colaborador, ratifica os depoimentos
prestados ao MP. Como vereador, de dez pessoas recebidas no escritório, nove eram pedindo
emprego. Solicitava cargos ao prefeito sempre que havia processos seletivos. Dizia que havia uma
demanda de pessoas pedindo emprego e pedia para ele ajudar. O prefeito falava um número e
pedia para procurar a Elaine, que ela resolvia. Muitos iam fazer o processo seletivo e traziam o
protocolo para ele, outros vinham até ele e eram orientados a fazer o processo seletivo e entregar o
protocolo. Com o protocolo, pedia as vagas para o prefeito. A princípio tinha cota de 10 vagas em
processo seletivo. Não sabe quanto os outros vereadores tinham. A pessoa se inscrevia, levava o
protocolo para ele, que levava diretamente para a Elaine. Quando a Elaine não estava, colocava
num envelope e pedia para entregar para ela. As pessoas sempre eram contratadas. Entregou no
MP a relação completa. As pessoas eram instruídas a fazerem o processo seletivo e trazer uma
cópia (as vezes até o original). Ele fazia o acompanhamento do processo seletivo e depois avisava
para essas pessoas. Sempre que vencia o prazo, essas pessoas pediam para renovar. Fazia o
processo novamente. Conhece todos os réus. Não conversou com eles sobre isso. No começo
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houve uma conversa sobre os comissionados, foi dada uma cota para cada um de R$ 25.000,00.
Cada um podia fazer a sua indicação de comissionados dentro dessa cota. A maioria dos
vereadores participou dessa conversa. Isso foi logo no início do ano eletivo. Foi por causa do TAC
do MP que reduziu o número de comissionados. Antes era quatro vezes mais. Com a redução, foi
ai que foi dado o limite de cotas para cada vereador. O próprio prefeito disse que era para entregar
para a Elaine a relação de pessoas indicadas, mesmo na época em que o Everaldo era secretário.
Nunca conversou com o Everaldo a respeito dos fatos. Já procurou diretamente a Elaine para falar
sobre cargos, em resposta, a Elaine disse que ela não resolvia nada, que era para procurar o
prefeito. Ela só dava o aval e aceitava depois que ele falasse com ele. Eles falavam entre si, sem a
sua presença. Isso não aconteceu em relação ao PSF e bolsistas. Ele pediu vagas ao prefeito do
PSF e aí foram dadas 10 vagas. Eles falavam que cada vereador tinha a sua UBS que comandavam
e essas coisas e ele não tinha. O vereador que era de um determinado bairro e comandava a UBS
dali. O cunho era mais político, de ter contato com o eleitor, estar ali, poder ajudar, dizer para ele
que tal consulta foi marcada para tal dia. Ele sempre teve vontade de ter uma UBS, sempre pediu,
mas nunca teve. Não sabe até onde esse comando ia. Sabe só que as unidades de saúde eram
loteadas. Eram muitos pedidos de emprego. Eram uns cargos que ele até tinha vergonha de
oferecer, tipo limpar a rua. Em relação à contrapartida, ele não pedia, mas a pessoa fica grata e
acaba ajudando. Não entrava no mérito, condicionando a ajuda. Lembra da ordem judicial que
reduziu os comissionados na Câmara. Sabe que foi feita uma reunião com os funcionários que
foram exonerados. Houve uma pressão sobre o Abraão para que ele ajudasse os vereadores a
realocar essas pessoas. O Abraão disse que ia falar com o prefeito. Em seguida teve um processo
seletivo para isso. Ele acabou não indicando ninguém nesse processo seletivo. Teve duas vezes
que ele buscou fichas de inscrição para o processo seletivo. Pegava com a Elaine ou com a Cida.
Vinha em envelope. Levava para as pessoas que ele queria que fosse contratadas preencherem.
Durante o edital. Chegou a rubricar um caderno. Mandava uma lista com os nomes das pessoas
que deviam ser contratadas e entregava para a Elaine. Lembra dos nomes que foram lidos. Desses,
o Everaldo já trabalhou como assessor com ele na Câmara. Muitos não queriam trabalhar em
outras funções. Outros não se recorda. O material apreendido na busca e apreensão dizia respeito à
função de vereador. O escritório acaba se confundindo, uma sala é escritório político e outra sala é
para a advocacia. Ocorre que a sala de escritório político acabou se tornando pequena para guardar
tudo e acabou utilizando também a sala do escritório de advocacia. Ambas as salas eram utilizadas
para as duas atividades. Entregou ao MP um documento referente a dação em pagamento do
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terreno ao lado do Desmanche Dois Irmãos. Passou umas 6h fazendo o acordo de delação.
Confirmou as indicações nos processos seletivos lidos. As pessoas trabalhavam efetivamente nos
cargos designados, as vezes encontrava com alguns. Teve conhecimento da anulação de dois
processos seletivos após a intervenção do MP. A reunião que tratou dos comissionados foi
coletiva. Estavam presentes a maioria dos vereadores. Não se recorda se algum dos réus não
estava. As outras reuniões sobre processos seletivos eram individuais. Quando entrava o processo
na Câmara e ele via que ia ter o processo seletivo, ele procurava o prefeito para pedir se era
possível ceder algumas vagas para suprir a demanda de pedidos de emprego que recebia no
escritório. Em contrapartida, o prefeito chegou a pedir algumas vezes para defendê-lo dos ataques
do vereador José Amiguinho. Era uma troca para defesa política. Ele votava com mais vereadores
em defesa do Sergio Ribeiro. Existia uma base aliada, composta pela maioria dos vereadores. O
único que não participava era o José Amiguinho no começo do mandato. A lei sobre a dação em
pagamento foi votada em sessão extraordinária. O Abraão pediu para ajudar a votar, que teria uma
ajuda no final. Ele votou a favor e depois recebeu uma ajuda financeira do Abraão no valor de R$
15.000,00. Todos os vereadores que estavam presentes receberam essa ajuda financeira. Sobre as
indicações, não comentava com outros vereadores. Era individual. O prefeito pedia para não
comentar com ninguém. Ele não sabia se outro vereador tinha mais ou menos vagas. A única coisa
que ele sabia que era igual eram os comissionados. Acredita que o Everaldo não participou dos
eventos, porque nunca tratou nada com ele e o prefeito sempre indicava a Elaine. A reunião sobre
os comissionados foi em janeiro de 2013, no início dos mandatos. Participou da reunião anterior
como suplente. Sempre foi da base aliada. Não sabe se a dação em pagamento foi efetivamente
concretizada. Não sabe se já teve algum projeto de lei de autoria do executivo que foi rejeitado. O
interesse era ajudar as pessoas. Não tinha reuniões com os vereadores, o prefeito e a Elaine para
manipular isso. Ele tinha um pedido particular para atender a demanda. O procedimento para
conseguir os cargos, esse hábito de pedir ao prefeito, vem do passado, do ex-prefeito. Isso de
procurar vereador e pedir ajuda junto ao prefeito não é de hoje. Foi direto ao prefeito e o prefeito
que informou qual o procedimento. Era subtendido que as pessoas ajudadas iriam ajudá-lo no
futuro. Não tem prova de ninguém. Como acontecia com ele, ele achava que acontecia com os
demais vereadores, inclusive com os que não são réus. Não teve acompanhamento de membro da
OAB na busca e apreensão. Ele mesmo fez a ligação, o membro da OAB esteve presente no local,
mas como não havia sido chamado, ele disse que não concordava com aquilo e se retirou. Não
sabe se Paulo Xavier estava indo para o PT. Depois que fez as delações, havia um disse que disse
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na cidade. Sua prima que trabalhava na Câmara ouviu dizer que iam atentar contra a sua vida, mas
pessoalmente não sofreu nenhum atentado. A prima não especificou ninguém, sempre foi
genérico.
Percebe-se pelo depoimento do vereador Orcival que todo o esquema
criminoso por ele descrito foi confirmado pelos documentos obtidos na busca e apreensão
realizada tanto no RH da prefeitura quanto nos gabinetes e escritórios dos vereadores.
Fato é que, para manter o poder, a situação criava meios de dar vantagens aos
vereadores que, por sua vez, se utilizavam disso para conquistar eleitores e também se manter na
base aliada.
O réu descreveu o acordo feito entre o prefeito e vereadores no qual cada um
tinha uma cota de pessoas que poderiam indicar para serem contratadas pela prefeitura, sendo que
isso era feito por intermédio da ré ELAINE que recebia as listas e montava a classificação dos
aprovados com base na dita lista, o que ficou comprovado pelas provas apreendidas que continham
notas inverídicas e anotações, que não condiziam com a realidade.
A confissão perpetrada em juízo é prova plenamente valida e capaz de levar ao
decreto condenatório. Nesse sentido:
Ementa: DIREITO PROCESSUAL PENAL
CONFISSÃO JUDICIAL VALIDADE. É válida a confissão judicial livre,
espontânea e não posta em dúvida por nenhum elemento dos autos,
sobretudo quando amparada pelo conjunto probatório. Apelação
993070658932, 01/12/10, TJSP
Não bastasse a confissão judicial, esta foi amplamente confirmada pelo restante
da prova, especialmente pelos documentos apreendidos na busca e apreensão.
Quanto ao réu Orcival percebe-se que dos 9 processos seletivos efetuados na
sua gestão ele participou ao menos de 7 deles fazendo indicações de beneficiários que seriam
selecionados independentemente do seu desempenho na prova.
A título de exemplo, há uma lista de pessoas a serem beneficiadas como
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bolsista em que consta a inscrição “deixei com Elaine em 09/06/2015” referente ao processo
seletivo 20/15 (fls. 796).
Assim, na tabela abaixo estão todos os processos seletivos que o réu exerceu
influência e as pessoas que foram classificadas por conta de sua indicação, fatos suficientes para a
configuração dos delitos de organização criminosa, falsidade ideológica e prevaricação.
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Rosicler
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Oliveira
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Aquiles Vieira
Marcelo Baborsa
da Silva
Marcos Antonio
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Edneia de Souza
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Silva Machado
Luiz Carlos
Ferreira
- Adalton e
Everaldo
Comissionado
da Câmara
Municipal de
Carapicuiba,
do Gabinete de
Nene Crepaldi
de 03/01/2013
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- Apreendidas
diversas listas
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carga horária
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 76
Adalton Tagliati
Eugenio da Silva
Souza
Thiago Barbosa
Everaldo Bezerra
Paiva
Francisco
Constantino Filho
Aline Santos
Moura
substituições dos
nomes. Em uma das
listas consta que fora
entregue à denunciada
Elaine. Nesta sequência
de listas, Nene Crepaldi
chegou a uma lista final
de indicados, contendo
todos estes nomes dos
convocados. Nesta lista
final, inclusive há
indicação de Aline foi
indicada no lugar de
Marlene Aparecida
Menosi e Everaldo
(assessor de Nene
Crepaldi de 03/01/2013
até 19/08/2014) no
lugar de Jurema
Ventura Cancio
(assessora de Nene
Crepaldi de 03/01/2013
até 19/08/2014). Além
disto, nas listas iniciais
constava que uma das
indicações seria Chicão
ou Áurea. De fato, na
lista final consta que
Francisco foi indicado
no lugar de Áurea
Maria dos Anjos
Constantino (ambos
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 77
com o mesmo
sobrenome).
- Apreendida a
prova de
Marcos que
tirou nota zero
(fls. 2738).
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dos Santos
Marco Antonio
Codogno Junior
Luiz Carlos
Ferreira
Henrique Balbino
de Moraes
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2
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Ione Nascimento
Franciscato
5.2. Elaine
Ouvida em juízo a ré ELAINE CRISTINA PEREIRA explicou que é
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 78
professora. Tem três filhos. Entrou como diretora da RH em 2012, a pedido do Prefeito,
principalmente para verificar a parte de pessoal. Foi feito o levantamento dos funcionários, em
razão da demanda do MP. Por conta disto, foram feitas muitas demissões e contratações de
concursados. Em janeiro e fevereiro de 2013 foram feitas muitas demissões. Houve mudança de
secretário da administração, mas se manteve no cargo de Diretoria de RH, até 2015, quando
assumiu como Secretaria. Quando assumiu tinha muitos papeis de forma desorganizada. Não
conhecia essa parte de administração, pois sempre trabalhou como professora e na sua hora. Por
isso fez vários cursos para isso, já que ninguém sabia como organizar. Fez um curso na FGV.
Quando chamou os efetivos, começou com os funcionários para o próprio RH. Na questão dos
processos seletivos. Com exceção do seletivo da PSF era mais simples. Todos os pedidos de
contratação eram formulados pelos secretários de cada pasta diretamente para o Prefeito eram
feitas reuniões com o prefeito e secretários para decidir como seriam as contratações. Todas as
questões de RH eram feitas por ela. Não havia um procedimento certo para abrir processos
seletivos. Às vezes as secretarias eram feitas diretamente para o RH. O RH quem determinava se
seria temporário ou efetivo. Para o PSF, que era um programa, somente poderia ser por meio de
processo seletivo. Depois de chegar o pedido de contratação, pegava um modelo dos editais já
prontos. No caso do PSF, que era novo, pegou um modelo de Jandira. Fez o edital e depois
mandava para o Jurídico, mas não se lembra se era formalmente ou não. Normalmente, era só uma
conversa com a Dra. Deilde, que corrigia os editais. Não havia necessidade de parecer do Jurídico,
como no caso de compras. Nunca houve parecer jurídico. No financeiro, ia conversar como O
secretário que dava o aval, de forma informal. Quem fazia o recebimento dos documentos eram os
funcionários, que depois eram remetidos para sua sala. Somente conferia se estava tudo certo.
Fazia tudo sozinha, pois no começo fazia com a Ana Paula, que era analista de RH, que tinha a
formação superior. Era melhor um só corrigindo, para não ter divergência nas correções. No PSF,
somente verificava se sabia ou não escrever, pois precisava saber isso para trabalhar com o
médico. Normalmente fazia sozinha, as vezes, Fabiano a ajudava e escrevia a nota que ela dizia.
Os vereadores iam na secretaria e pediam, pois, os moradores sempre procuram os vereadores para
pedir emprego, mas nunca atendeu. Mandava procurar o Prefeito, mas este disse que nunca era
procurado. Se as pessoas apresentadas pelos vereadores eram chamadas, não sabe como ocorria.
Não tem nenhum problema com Orcival, mas era um dos que mais reclamava. Já ouviu falar das
indicações feitas por vereadores, já era antigo isso e sabido por todos, mas isso foi mudado quando
chegou, principalmente sobre os efetivos. A relação com Everaldo não era harmoniosa e todas as
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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questões do RH eram tratadas diretamente com o Prefeito. A demanda do Everaldo, como
Secretário de Administração, é muito grande. Compras de pneus, frotas, carros, rastreadores, café,
açúcar, tudo deriva da Administração. TI, informática, gasto de energia. Everaldo ficava mais
atento a essas demandas e a interroganda ao RH. Antes não havia Comissão, quando entrou, em
2013, Everaldo conversou com o jurídico e disse que deveria ser constituída essa Comissão. O
jurídico era a Dra. Deilde. Foi o Everaldo que constitui, ele que publicou, ela só viu quando já
estava formada. Necessariamente tinha que fazer parte da comissão de seletiva pois era Diretora
de RH. Todos da comissão faziam parte do RH, inclusive o William. Everaldo não perguntou se
queria fazer parte da comissão ou conversou sobre a qualificação das pessoas que iriam integrá-la.
Não se recorda qual processo seletivo foi o primeiro. Assim que foi aprovada a lei foi feito o
processo. Nunca utilizou a comissão para análise de processo, acreditava que ela se reuniria só se
houvesse recurso. A comissão nunca trabalhou junta durante todo o processo seletivo, eram
sempre alguns que tomavam a frente. Trabalhavam no balcão recebendo os documentos,
recebendo, orientando. Não se focava na comissão, não tinha ela em mente. Pegava os editais e
fazia as devidas adaptações, o edital era redigido por ela e ia para o jurídico. Não havia parecer
prévio do jurídico a respeito das contratações temporárias podiam ser feitas. Sabia que não era
para fazer contratações, havia despachado sobre a contratação dos médicos que não tinha
condições. Sobre os professores foi a mesma situação. Os que surgiram do PSF era programa, não
se fazia por meio de concurso e era temporário. Quem disse isso foi a Secretaria da Saúde.
Estavam o jurídico, administração e saúde junto com o Prefeito. Não havia nenhum procurador do
município, só a Dra. Deilde. O PSF era um Programa. Todos os presentes interpretaram que a
contratação deveria ser temporária e não efetiva. A abertura dos processos seletivos era autorizada
pelo Prefeito. Essa autorização era só verbal porque nunca teve nenhum tipo de pedido ou
questionamento. O Tribunal de Contas sempre pegava todo o processo de contratação e nunca fez
nenhum apontamento. Isso não foi feito porque achava que não era necessário, sempre fez o que
foi orientada. Fazia as adaptações eram sugeridas. Nunca houve determinação do Prefeito para
abrir um processo seletivo, apenas concurso. O próprio pessoal do balcão conferia os documentos
entregues para inscrição. Nunca se atentou para a veracidade dos documentos ou analisou a
documentação, só a folha de inscrição. Os funcionários pegavam o edital para analisar os
documentos. Explicou que não olhava as fichas, eram muitas, só se atentava ao que tinha que
fazer, que era a parte escrita e a pontuação. A documentação era na recepção. Caso tivessem curso
na área de PSF obteriam uma pontuação maior. Havia outras notas além de saber escrever ou não.
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Havia vários critérios para obtenção de nota, como número de filhos, experiência e escrita. Não se
recorda se eram só para desempate. Usava os critérios do edital. Se focava na escrita, mas não era
o único. Questionada sobre a importância do conteúdo da questão, explicou que não ser tratava de
uma prova, tanto que não faziam às escondidas e ficavam juntos, à vontade, e escreviam. O mais
importante era realmente saber escrever. No começo tentava ler tudo, mas depois a demanda ficou
muito grande, teve muito desemprego, aí passou a avaliar a escrita. Ficava junto com Fabiano na
sala informando quem conseguiu passar e quem não. Não dava para fazer tudo no mesmo dia.
Quando ele não estava, ela mesma colocava as observações. Quanto ele estava, ele que fazia a
atribuição da pontuação. Não sabe por que em alguns processos a ordem da classificação não
seguia a ordem das notas. Saía a classificação e uma semana depois saía o chamamento. Era tudo
no RH, o Everaldo não fazia. Não chegou a conferir a ordem da classificação e as notas. As notas
não eram publicadas junto com a classificação porque já era assim anteriormente. Não se atentou a
esse fato. Em relação ao documento apreendido no escritório de Orcival Crepaldi com o nome de
Elaine no protocola, informo que não confeccionado ou assinado por ela, era apenas uma
observação que o Orcival havia feito. Não é um protocolo de recebimento seu. Questionada sobre
o caderno apreendido informou que sabe do que se trata. No último processo seletivo, que foi no
teatro, não viu prejuízo em serem recebidas lá as fichas de pessoas ligadas de alguma forma à
Câmara, tendo em vista a proximidade dos locais e a impossibilidade de alguns dos candidatos
entregarem a ficha na Prefeitura. Eles ficavam sentados no teatro com suas fichas, preenchiam, e a
mesa apenas recebia e validava. No geral, essas inscrições eram feitas num dia só. Desconhece que
o Nene Crepaldi já tenha entregado as fichas preenchidas para ela ou Cida. As fichas retiradas
eram para ser devolvidas no mesmo dia, que era o dia de inscrição. Não tem conhecimento de que
todos os funcionários constantes das fichas entregues por Nene Crepaldi foram classificados. Não
se atentou a quem seriam entregues as fichas, porque havia muita gente, desde que fossem
entregues ali. Fabiano era muito meticuloso quanto à quantidade de fichas e numeração, por isso
anotava no caderno. Até as que eram anuladas ele colocava dentro do processo para não ter
nenhum problema de faltar fichas. O caderno era um protocolo dele. Corria-se o risco de as fichas
entregues terem sido preenchidas por outra pessoa que não o candidato. Inclusive isso poderia ter
ocorrido no próprio espaço, porque havia muitas pessoas e sentadas próximas. Não havia ninguém
olhando se eles estavam trocando fichas. A comissão quem fez foi Everaldo, ele não deve ter se
recordado, porque foi em 2013, mas ele fez e assinou. Na parte de RH, em razão de um TAC com
o MP, havia cerca e quase 4000 de contratados e 700 e poucos efetivos. Até 2016, foram criados
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cargos e nomeados concursados. Foram extintos muitos cargos comissionados. Foram realizados
três concursos em 2013, dois em 2014 e um em 2015. O programa saúde da família e mais médico
não sabe se se trata do mesmo programa. No seu entendimento, o programa da saúde permite a
contratação temporária. As fichas de inscrição foram entregues em branco e eram numeradas.
Nenhum vereador quis realocar funcionários comissionados na prefeitura, não conversou sobre
isso. Os vereadores vieram de mandatos anteriores, que tinham pastas de vereadores e queriam
indicar funcionários. No passado havia pastas de vereadores, quando ela entrou não. Os vereadores
conversam com ela e não com Everaldo, porque tinha acesso direto ao Prefeito, mas este nunca
mandou contratar na cota dos vereadores. Existiam indicações de vereadores para cargos
comissionados, diretamente com o prefeito, sendo que este quem mandava contratar os nomes
indicados. Nos processos seletivos, o prazo de inscrição era de um único dia. Em concurso
público, houve cargos que não houve interessados suficientes, como no caso de médicos. Não é
verdade que participou de uma organização criminosa, nunca foi até a Câmara Municipal
participar de reunião. Apenas foi no dia em que foi presa, quando a levaram para lá. Quando
Orcival Crepaldi a procurava vinha com muitos nomes para indicar, não eram somente quatro, mas
se estes entraram, foi sorte dele. O Nenê era muito persistente para fazer a contratação do pessoal
dele. As fichas saíam do balcão e eram entregues para ela e depois saiam as classificações. Não se
recorda de alguém sem nota na prova que tenha sido classificada, pode ter sido erro. Não sabe se
tinha nota mínima, sabe que a nota máxima era 3, mas tinha gente que não acertava nada. Além
dos campos que eram para serem efetivamente preenchidos, nunca viu outras coisas escritas nas
fichas, mas podem ter sido escritas depois da classificação, quando ficavam nas baias. Tinham
problemas de arquivo, porque o arquivo central não tinha condições de recebê-lo. Quando virava o
ano mandavam para o arquivo geral, mas nesse ano especificamente eles não mandaram. Não sabe
o motivo de alguém ter escrito observações nas fichas após a classificação ou se alguém tinha
interesse de prejudica-la ou ao Prefeito. Não coloca a mão no fogo por ninguém no RH.
Do depoimento da ré se depreendem diversas inconsistências que não se
coadunam com as demais provas acostadas aos autos, em especial o depoimento do delator que
contou detalhadamente a competência da ré na organização criminosa e dos documentos
apreendidos no RH da prefeitura.
Verifica-se que, a princípio, a acusada diz que não sabe do que se trata o
caderno apreendido no qual consta as fichas entregues aos vereadores ou seus mandatários, que
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coincidentemente, são as mesmas preenchidas pelos candidatos aprovados no processo seletivo.
Após novo questionamentos a ré diz que o caderno era para a anotação e controle do Fabiano,
caindo em evidente contradição.
Contrariando ainda a versão dada pela acusada, a sua funcionária Maria
Aparecida contou que eram fornecidas fichas em branco para os vereadores e que a ordem era
determinada pela própria ELAINE.
Questionada, a ré não soube explicar porque os nomes constantes da lista
entregue por Nene Crepaldi são exatamente os mesmos das mesmas pessoas que foram
selecionadas, não sendo possível crer que se trata apenas de uma coincidência, ainda mais
considerando fatores como a prova da candidata Maria Eunice apreendida às fls. 2295, mostrar
que ela tirou 0,1 pontos e foi selecionada, bem como a prova de Marcos que apesar de ter tirado
nota zero (fls. 2738) também foi selecionado.
Some-se a isso que a acusada se diz a única responsável pela colocação de
notas e confecção da lista classificatória, mas não explicou como pessoas sem notas, ou com notas
baixas foram classificadas em detrimento de outras com notas superiores.
Esclarecendo os fatos o Delegado Marcelo contou que: “Para que o vereador
fizesse a indicação e a pessoa fosse aprovada, independentemente dos requisitos exigidos, isso
dependia da aquiescência de políticos ligados à prefeitura, notadamente da Secretária da
Administração Elaine e Everaldo, que também tinha sido Secretário da Administração.
Atualmente a Elaine é a Secretária, mas em anos anteriores o Everaldo era o Secretário e a Elaine
era a Diretora de Recursos Humanos. O Everaldo foi para a Secretaria de Gestão e, no final do
governo, foi para o Gabinete do Prefeito, enquanto a Elaine assumiu a Secretaria de
Administração. Qual o grau de independência dela? Pelo que ouvimos, ela tinha total
independência nesse aspecto, desde decidir pela abertura dos processos seletivos simplificados, até
determinar quem seria aprovado ou não a forma de aprovação, concordar com as listas de
aprovação, que muitas vezes não levavam em conta a classificação por ordem de notas. Nenê
Crepaldi também confirmou o esquema. Quando ele tinha indicação para fazer, a pessoa dentro da
Prefeitura que era a porta de entrada era realmente a Elaine. Sempre a Elaine se mostrava a pessoa
que tinha esse contato ou a lista era encaminhada para ela. Se as pessoas da comissão eram
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competentes ou não, não sei dizer, mas quem comandava era a Elaine. A Secretaria de
Administração era o órgão responsável. O que sempre ficou claro é que a Elaine tinha autonomia,
inclusive abria o processo seletivo e depois homologava. Ela até teria interferência sobre outras
secretarias. Ela gozaria de uma função de comando muito grande, que seria dada pelo Prefeito,
como um braço direito dele.”
Ou seja, ficou comprovada não só a participação da ré ELAINE na organização
criminosa, como também que ela era uma das líderes, com completa independência e autonomia e
contato direto com o Prefeito, motivo pelo qual era acionada periodicamente pelos vereadores no
interesse de conseguir suas benesses às custas do dinheiro público.
O funcionário FABIANO foi claro em seu depoimento em demonstrar que a ré
era responsável quase que absoluta pelos processos seletivos, era ela quem determinava quando
eles ocorriam, ela quem fazia as correções das provas e entregava uma lista pronta daqueles que
deveriam ser selecionados, ou seja, não havia formalidade alguma nem uma comissão de seletivas
como pretendia fazer crer a portaria emitida.
Pretende a defesa ainda dizer que o delator Orcival foi vítima da “teoria dos
jogos” pelo qual um dos acusados com medo de ser delatado pelo comparsa confessa o delito e
incrimina o outro para receber penalidade menor.
O que não foi dito pela defesa é que na “teoria dos jogos” os agentes são
colocados em lugares separados e impossibilitados de se comunicar, o que não era o caso dos réus,
que a todo tempo foram assistidos por advogados que poderiam sim conversar com os outros réus
e outros colegas a fim de evitar uma eventual auto incriminação, para benefício próprio.
Assim, o delator foi cristalino ao descrever a conduta da ré ELAINE, de quem
nada tinha contra, como aquela pessoa com acesso direto ao Prefeito e que tinha a incumbência de
intermediar as contratações feitas pela prefeitura daqueles indicados pelos vereadores da base
aliada.
Quanto a isso ainda, também não procede a alegação de que seria impossível a
organização criminosa, dado que os vereadores pertenciam a partidos distintos e antagônicos,
tendo em vista que, apesar das diferenças partidárias, fato é que todos os réus integravam a base
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aliada, não votando em regra, contra as propostas do executivo, como bem pontuado pelo delator.
Sabe-se que, pertencer a um partido não significa que a pessoa compartilhe de
seus ideais políticos, podendo usá-lo apenas como plataforma para obtenção de poder.
No caso dos autos, independente do partido que o vereador era integrante, o
acordo feito era no sentido de que se estivessem em consonância com o poder executivo seriam
beneficiados com quotas de cargos públicos ou ainda com uma UBS como bem explicado pelo
delator.
Não há que se falar ainda que, apesar da contratação de milhares de pessoas
apenas poucos teriam sido indicados o que necessitaria de mais de uma Câmara.
Para a ocorrência dos delitos de prevaricação, feito por meio das falsidades
ideológicas, não era necessário que os vereadores se apoderassem de absolutamente todas as vagas
disponíveis nos processos seletivos, bastando que fizessem com parte deles para haver desvio do
interesse público e afronta ao bem jurídico protegido.
Em relação aos delitos de prevaricação e falsidade ideológica a defesa, em
alegações finais, fez alguns questionamentos que passo a responder:
A) A falsidade apontada na Denúncia é em relação aos
processos seletivos ou ao caráter classificatório dos candidatos? Aos dois, a
falsidade se deu ao colocar notas falsas ou sua ausência nas provas e ainda ao
publicar em diário oficial classificação de candidatos ináptos de forma não
condizente à realidade, dado que pessoas sem notas ou notas baixas foram
classificadas em detrimento de outras.
B) ELAINE inseriu quais informações/declarações falsas?
A ré inseriu notas não condizentes com o desempenho do candidato e com base
nisso criou classificação que não tinha nenhuma conexão com as provas feitas,
e sim com o mandamento dos vereadores.
C) Quais provas dos autos demonstram a inserção destas
declarações falsas? As tabelas confeccionadas pela Acusação, a delação
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premiada nula, a análise pericial inexistente nos autos ou as extensas e
confusas manifestações do MP nos autos? As provas estão em montantes e são
formadas pelas provas sem nota, pelas provas com notas não condizentes com
o desempenho, por listas apreendidas no RH e nos escritórios em que constam
as pessoas indicadas por cada um dos vereadores, pelo caderno de anotações de
retirada das fichas de inscrição, pelos depoimentos das testemunhas protegidas,
pelas investigações feitas pela autoridade policial e, por fim, pelos
esclarecimentos do delator que conectaram todas essas provas documentais à
realidade criminosa institucionalizada que ocorreu dentro da prefeitura.
D) teria ELAINE prevaricado ao inserir informação
reconhecidamente falsa? Qual o critério utilizado pela Acusação para auferir
ditas alegações? A ré Elaine prevaricou no momento em que deixou de
cumprir seu dever funcional de Diretora de RH, de selecionar as pessoas
habilitadas e capazes para os cargos públicos colocando em seu lugar aqueles
indicados pelos vereadores, o que fez por meio de notas falsas e classificação
falsa na medida que, completamente contrária ao interesse público e
manifestamente prejudicial à população.
E) em sendo o benefício eleitoral citado em toda a peça
acusatória e memoriais, qual seria a vantagem obtida por ELAINE em inserir
declaração falsa ou criar eventual processo seletivo desnecessário? O
benefício era de várias ordens, entre elas eleitoral, e a ré se beneficiava na
medida em que exercia cargo de confiança do Prefeito e lá só poderia
permanecer caso ele se mantivesse no poder e tivesse satisfeito com a seus
serviços no cargo que lhe foi direcionado, que no caso exigia a incumbência de
possibilitar favores políticos aos vereadores mantendo a base aliada e
beneficiando seu chefe.
F) partindo-se da alteração entre pedidos relacionados na
Denúncia e nos Memoriais da Acusação, em sendo a fraude na criação dos
processos seletivos quais provas produzidas nesse sentido? Não houve
modificação de pedidos, a denúncia e as alegações finais versaram no mesmo
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sentido de aclarar como se dava a organização criminosa.
G) ainda em atenção ao questionamento anterior, existe nos
autos demonstração de que os funcionários contratados via processo seletivo
deixaram de trabalhar ou foi extrapolada a previsão orçamentária do
município? Esse não é o mérito do processo, pois, caso comprovado que eles
não fossem trabalhar ou houvesse infringência á lei de orçamento público, isso
poderia dar ensejo a outro processo, mas não foi objeto de prova desse nem foi
feita imputação criminal nesse sentido.
H) onde foi citado o texto de lei infringido por ELAINE? Na
realidade eis um questionamento pífio, mas necessário considerando que ela
infringiu uma norma que a Acusação até o presente momento não relacionou.
A ré Elaine, e os demais, infringiram primeiramente a Constituição Federal já
que foram contra aos princípios da administração pública entre eles da
moralidade, probidade e da impessoalidade. Após, ela prevaricou pois, em
cargo público, e se utilizando dessa prerrogativa, cometeu crimes para
favorecimento pessoal
I) por fim, em sendo o magistrado o destinatário da prova,
incumbindo à Acusação o ônus em provar as suas alegações, poderiam as
promotoras atuantes nos autos violarem os lacres referentes ao material fruto
da busca e apreensão, seguindo-se da análise superficial - mas derradeira,
com olhar pericial clínico e que coloca qualquer perícia grafotécnica à mingua
do trabalho aqui realizado concluir pelo dolo e comprovação das alegações?
No caso dos autos não se discute a letra de quem foi utilizada para a transcrição
das notas nas provas, dado que foi inclusive afirmado pela ré Elaine que ela,
por vezes fazia, ou ainda pedia auxílio de seus funcionários (confirmado pela
testemunha Fabiano). Outrossim, a falsidade se deu no resultado de atribuir
notas não condizentes com a realidade na classificação publicada em edital,
ainda que a ré não tivesse escrito diretamente na prova do candidato, tanto é
que todos os réus estão incorrendo no mesmo delito. Seria muita ingenuidade e
injustiça do sistema, punir apenas aquele que usa a caneta e sua grafia para
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cometer um crime e deixar todos os mandantes de fora, apenas porque não é
possível periciar o documento. Se fosse assim, ninguém poderia ser punido por
ordenar um homicídio, ou por controlar o tráfico de drogas, caso não levasse o
entorpecente consigo. Dessa forma, desnecessária perícia técnica para avaliar
de quem seria a grafia nas provas quando ficou cabalmente comprovado que a
ré Elaine recebia listas com os nomes daqueles que deveriam ser aprovados,
com base nisso montava a lista classificatória, o que era homologado pelo réu
Secretário do RH, publicado em diário oficial e chamados os aprovados.
Por todos os motivos expostos, percebe-se que a ré além de incorrer no delito
de organização criminosa, em papel de destaque, cometeu 9 prevaricações, dado que praticou ato,
qual seja, classificou e contratou pessoas não aptas a pedido de vereadores, contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, e o fez por meio da falsificação de
diversas provas, fazendo nelas constar informação falsa.
5.3. Everaldo
O réu EVERALDO FRANCISCO DA SILVA explicou que foi secretário da
Administração a convite do prefeito Sérgio, pois era muito qualificado. Foi em 2013, já tinha sido
ouvidor no primeiro mandato. A contratação somente é feita por meio de autorização do Prefeito.
O secretario da pasta fazia o pedido para contratação e pedia para a Secretaria da Administração e
o RG fazia o levantamento para ver se tinha necessidade e número de vagas. A comissão foi
constituída pela Diretora do RH, Elaine. A Portaria foi elaborada e redigida pela Elaine e assinada
pelo Prefeito. Elaine o consultou para constituir a comissão. Depois de constituída, não deu o aval.
Conhece os membros da comissão e acredita que todos tinham qualificação. Além disto, a
comissão poderia ter auxilio dos demais funcionários. William foi transferido logo. Lembra de que
Fabiano e Cida participavam do processo seletivo. Havia muitos inscritos. A comissão recebia as
fichas, a documentação e tinha a função de organizar o processo seletivo. Cabia a comissão fazer a
análise. Havia uma analista de RH que cuidava de tudo. Nunca indiciou a prioridade para os
processos seletivos, pois confiava na Elaine, que tinha autonomia e ela quem mantinha o contato
com a funcionária do RH da Saúde. Sabia que vereadores indicavam, mas sempre entendia que
eram funcionários comissionados, não sabia se havia indicados em outros cargos. Orcival sempre
falava com Elaine. Nunca soube de nada. Não se dava bem com Elaine, que era extremamente
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centralizadora e mantinha tudo nas mãos dela. Elaine sempre manteve contato direto com o
Prefeito, apesar dele ser Secretário da Administração, ela tinha autonomia. Nunca tratou com os
vereadores, mas Cassundé já o procurou para dizer que funcionários estavam reclamando da
reposição salarial. Nunca manteve uma relação mais próxima com os vereadores. Nunca se reuniu
com os vereadores. A funcionária direta era Senhora Tamires, que era sua secretária. Carolina (que
fazia parte da comissão) saiu da Administração no ano de 2014, mas não houve necessidade de tirá-
la da comissão. Sempre viu muita gente se inscrevendo, um teve mais de mil. Quando assumiu
como Secretário. Jurídico olhava. Via os editais e sempre achou que era um procedimento correto,
até mesmo porque havia a Procuradoria Jurídica. Sempre constou número de vagas. Geralmente a
Elaine solicitava ajuda das meninas da recepção nos processos seletivos, as vezes até o local.
Foram criados os cargos da frente de trabalho pela questão da emergência limpeza da cidade
sempre existia a emergência do serviço. Não dava para contratar efetivo porque demorava. Outra
razão é o critério social. O bolsista eram as pessoas que não tinham oportunidade de emprego.
Foram feitos vários concursos, hoje tem quase 4.000 servidores são efetivos. Quem colocou a
Elaine no cargo? O prefeito fez essa solicitação. Ela já era diretora de RH e manteve-se por
determinação do prefeito. Como era o procedimento administrativo? Chegava pedido de
contratação de funcionários de outra secretaria? Como era autuado? Por exemplo, o secretário da
saúde ia lá e reclamava da falta de funcionários e a Elaine fazia o levantamento. A solicitação de
pessoal era feita direto pela Elaine. Ele assinava a abertura do processo seletivo, já tendo como
pressuposto que a Elaine já havia feito a análise. Ele só assinava. Quando havia necessidade e
pessoal o prefeito já mandava o secretário de finanças verificar se tinha dinheiro para pagar.
Quando a Elaine levava, já tinha uma análise anterior. Nunca veio um papel dizendo que podia
fazer, por escrito. No orçamento, era despesa com pessoal. Não tinha ofício do orçamento dizendo
que tem dinheiro para contratar. A Elaine quando ia fazer já sentava com o secretário de finanças.
Não viu nada disso por escrito. Não falou que mandava para a procuradoria jurídica, disse só que
existia. Quando chegava para ele já havia passado. No entanto, não havia parecer por escrito da
procuradoria dizendo que a contratação temporária era correta. O que chegava? O edital, a
quantidade de pessoas, prazo de inscrição, para o que era, para o que servia. Não analisava a
feitura, logística do processo seletivo. Como era o procedimento? Não se lembra da sequência. Fez
uns 4 processos seletivos só. Ele assinava, a secretária levava de volta para o RH, o RH que tocava
o processo. Ele sempre entendeu que ao secretário cabia essa formalidade legal. Não viu nenhum
aval da procuradoria jurídica. Lia o processo, mas nunca fez análise. Verificava só a quantidade de
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vagas, para o que era. Confiava no RH. Tinha participação formal de dar encaminhamento. Nunca
mandou para o jurídico. Nunca leu nenhuma manifestação do jurídico, nem conversou com
nenhum procurador. Confiava na Elaine, que disse que estava autorizado a fazer. Lembra de
sempre sair o número de vagas. Não lembra de sair vagas a vagas, como no caso de bolsistas. Não
tem certeza. Um deles lembra de sair vagas conforme a necessidade. Ninguém contrata uma única
pessoa sem que o prefeito autorize. Do processo seletivo para a contratação, quem encaminhava a
documentação era a diretoria de RH. Não tratou de contratação com o prefeito. Só quando algum
vereador reclamava, por exemplo, o secretário da segurança dizia que precisava de mais vigias, ele
ia lá levar o pleito para o prefeito. Não tinha por escrito, mas era verbal a autorização do Sergio?
Correto. Elaine era formada e era professora de português. Não procurava para a Procuradoria
Jurídica, porque Elaine já teria feito as consultas necessárias. Elaine procurava constantemente os
procuradores. Algumas vezes conversou com Procuradores (tirava dúvidas) e até leu pareceres
jurídicos. Nunca leu parecer jurídico com relação aos processos seletivos. A procuradoria nunca
fez nenhum parecer jurídico. Não era informal, estava escrito desde o edital. Não havia
autorização por escrito do Prefeito, o restante era por escrito. Acredita que não havia necessidade
de parecer jurídico, porque havia uma lei maior. Não lembra de ter autorização do Secretária de
Finanças ou da procuradoria. O responsável pela verificação se a abertura de processo seletivo
para contratação de temporários se era constitucional, era sempre o RH e o Prefeito. O Prefeito
que mandava se a contratação era por concurso ou por processo seletivo. Elaine já era diretora de
RH e ela já o informou que era necessário fazer na contratação das pessoas. Nunca teve motivos
para questionar as condutas de Elaine. Acho que o que destrói a administração é a contratação
equivocada. Nunca tomou decisões sobre processo seletivo ou concurso, isso cabia ao prefeito.
Essas questões o prefeito tratou com a Elaine. A Elaine o procurou e falou sobre a necessidade da
comissão para o processo seletivo. Ele inclusive fez o organograma da secretaria. Ele e a Elaine
não tinham laços de amizade. As tarefas eram divididas pela lei. Uma vez foi ao MP com a Elaine,
sabe que a Elaine foi mais vezes. Nunca pediu para contratar ninguém. Algumas coisas corriam
atrás, outras delegava e confiava nos funcionários. O dr. Gutemberg acompanhava a Elaine ao
fórum para tratar das questões. A conversa no MP era sobre frente de trabalho. O MP tinha
conhecimento do processo seletivo, não sabe exatamente se levaram o edital. A secretária de
assuntos jurídicos, Deilde assinou um dos processos seletivos. Não assinou dois editais, pois
estava de férias, sendo que Elaine assinou um e o José de Arimatéia. A relação de poder, de
mando, nunca usou de poder em contratação. Se tivesse alguma discordância com Elaine, levava
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para o Prefeito decidir. Nunca exerceu poder de mando para contratação de pessoas, tudo era pelo
RH. Não tinha senha de acesso para o sistema do RH. Deu um visto em um documento no qual
Jefferson mandou três nomes para serem contratados. Assim, assinou um papel para não ter
problemas com Jefferson de que iria olhar se a pessoa tinha passado. Não imaginou que ter
assinado o documento causaria este processo. Funcionário efetivo se contrata por concurso
público. Para fazer concurso público existe licitação. Processo seletivo não precisa de lei
específica e tinha lei autorizando. Jefferson somente pediu para verificar quando eles seriam
aprovados. Somente ficou sabendo que os nomes que Jefferson escreveu no papel haviam sido
aprovados quando foi ouvido na Delegacia. Não sabe se Paulo Xavier estava de namoro com o PT,
mas ele sempre se deu bem com todos os partidos, não sabe se outro dirigente conversou com ele.
Quando as pessoas eram classificadas, havia publicação dos nomes.
A versão exculpatória do autor se sustenta na alegação de que ele designava
quase todas as suas competências para a ré ELAINE, não tendo ciência de como eram os processos
administrativos que davam origem aos processos seletivos e, consequentemente, as contratações.
Ocorre que, o réu era o Secretario de RH durante parte dos processos seletivos
fraudados, tendo autorizado, e avalizado os processos administrativos e as contratações com base
nas listas classificatórias feitas pela ré ELAINE.
Ou seja, o acusado tinha o dever legal de acompanhar e verificar aquilo que ele
estava autorizando, sendo que, de acordo com seu depoimento, nunca contatou se os
procedimentos cumpriam os requisitos legais como o aval do setor judiciário e de finanças do
Município para que a contratação fosse viável.
Outrossim, trata-se de típico caso de autoria de escritório, como pontuado pelos
doutrinadores Zaffaroni e Pierangeli, no qual, por meio de uma máquina de poder, qual seja a
prefeitura de Carapicuíba, os agentes cometem crimes como prevaricação e falsidade ideológica,
de forma organizada e hierarquizada, para o fim de se manterem no poder.
Nesses casos, o sujeito que integra a organização paraestatal que comete crimes
incessantemente, não pode alegar que era mero instrumento do meio, dado que tinha ciência e
participada, durante anos, tendo domínio funcional do fato.
O réu EVERALDO estava em posição de destaque dentro da administração
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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pública, tendo o poder de decidir se iria até o fim com o plano criminoso, ou, em virtude do seu
domínio sobre os fato, isto é, em razão se ser o senhor da sua conduta, poderia deixar de lado a
empreitada criminosa, o que não o fez.
Assim, não é possível crer que o réu não sabia ou não participava dos diversos
delitos cometidos pelos seus subordinados, em seu local de trabalho, sob o seu comando e ainda
com o seu aval.
Tanto é verdade que existe lista de candidatos indicados pelo réu Jefferson da
qual consta sua assinatura e recebimento, demonstrando que quando não era possível acessar a ré
ELAINE, responsável direta por essa divisão de quotas, o réu EVERALDO também o fazia.
Sendo assim, o crime de prevaricação esta demonstrado pela conduta de
autorizar o andamento dos 6 processos seletivos do qual participou, em claro detrimento do
interesse público e para benefício próprio (manutenção do poder e de seu cargo comissionado), do
delito de falsidade ideológica, pelo seu aval nas classificações feitas em face de provas
completamente fraudadas e por obvio o delito de organização criminosa, dado que a ele incumbia
papel de destaque na organização, sendo o secretário de RH que possibilitava que a engrenagem de
contratações indevidas e ilícitas perdurassem.
5.4. Jeferson Macedo
O réu JEFFERSON SOARES DE MACEDO afirmou que foi vigia do
cemitério de Carapicuíba antes de ser vereador. Trabalhou no cemitério até 2012, até ser eleito
para vereador, faz trabalho social, atendia no seu escritório, todas as quintas feiras. Atendia uma
média de 40 a 50 pessoas. Numa quinta feira foi procurado a respeito de empregos. Ele pegava
currículo de quem o procurava e encaminhava o currículo para uma empresa (Ultracenter) ou para
o balcão de emprego da professora Sonia ou do atual prefeito Marcos Neves. Uma das pessoas que
pediram emprego estava alterada, disse que se não ajudasse a arrumar emprego, ele iria se
arrepender. Ele disse que não poderia ajudar. Marta, sua irmã, ligou para que ele fosse atender
umas pessoas no escritório, como as testemunhas protegidas estavam alteradas, atendeu primeiro.
Elas proferiram diversos xingamentos e estavam muito nervosas porque queriam um cargo. O
atendimento foi feito de portas abertas. Depois que elas foram embora, continuou a atender os
demais. Tatiana é funcionária da prefeitura e ajudava trabalhando organizando as agendas. Alguns
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dias ela ia ajudar no escritório. Ela atendia preenchendo fichas. No fim de semana que ela
organizava a agenda. Tatiana ajudava a preencher fichas. Não eram todas as quintas que ela ia.
Não tinha cota de vagas com Elaine. Não tem problema com o Orcival Crepaldi. Não sabe porque
o Orcival disse o que disse. Não pedia coisas em troca quando as pessoas pediam emprego,
produtos, remédios e ajudava como precisava, mas não comprava. Algumas pessoas que iam
procura-lo e que ele conhecia ou que iam por indicação de alguém ele ajudava, quem precisava de
telha, remédio. Pedia a receita e mandava a irmã conseguir o remédio no posto de saúde e se não
conseguia a pessoa ia embora. Ele não comprava o remédio. O documento de fls. 870 se trata de
um papel que levou para Everaldo (na época que era secretário) para despachar para verificar se
dava para ver como estava o processo seletivo dessas pessoas. As fichas de atendimento eram
preenchidas pela irmã e por Tatiana. Em relação às fichas, como fls. 1245, que havia a orientação
para transferir título de eleitor para essa cidade não foi dada por ele e desconhece orientação nesse
sentido. Assinava o encaminhando sem ver a orientação. Fls. 1284, reconhece a letra a caneta, mas
não a lápis. Era relator da comissão de justiça e redação, apreciando o que seria votado, após era
encaminhado para a comissão de finanças. Foi conversar com Elaine para ver se os cargos estavam
certo antes da votação. Não dava dinheiro. Mostrada a folhas 1174, documento apreendido sobre
doação de dinheiro para Edilda. Doação e dar não é a mesma coisa. Doava dinheiro para várias
coisas, pois além do salário de vereador, ganhava cerca de dez mil com a venda de CDs como
cantor evangélico. Também fazia empréstimos. Era comum doar dinheiro. Não tinha má-fé, tanto
que fazia documentos. Pediam dinheiro para ir no Ibirapuera, fazer batismos etc.. Fls. 1290 e
seguintes (por aí), reconhece a letra do documento, pretendia indicar a pessoa para ela fazer a
inscrição. Diversos protocolos foram entregues para ele acompanhar. A pessoa procurava ele
porque queria entrar na Prefeitura. Ele orientava a pessoa a fazer a seletiva. Os protocolos
apreendidos eram para acompanhar o andamento, porque as pessoas não tinham condições de
acompanhar. Depois que saia o resultado, ele ligava para as pessoas para avisar que elas seriam
chamadas. O contato dele era com o Everaldo, que era o secretário titular. Se pedisse para o
Everaldo, a Elaine não atendia. Se pedisse pra Elaine, o Everaldo não atendia, porque parece que
os dois não se davam muito bem. Pedia para o Everaldo ver antes de sair do Jornal, antes de fazer
a classificação. Não sabe como era, pedia para ele levantar para ele, porque o Everaldo tinha mais
facilidade. Algumas vezes já tinha saído no jornal. Só queria saber o andamento. Levava o nome
específico para depois dar o retorno para a pessoa que o procurou. A busca e apreensão não achou
só dez nomes, achou vários protocolos no gabinete. Se todas essas pessoas foram classificadas, aí
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não sabe dizer. O Everaldo não deu retorno até hoje. Responde a outro processo criminal, com
denúncia oferecida feita em 2008, mas só recebida em 2015. Responde a processo eleitoral, mas
não sabe o motivo, ficou sabendo por terceiros, mas ainda não foi citado. Não sabe se é a questão
da transferência de título, sobre ter dado declarações de que as pessoas residiam no escritório. Não
reconhece como sua a letra apontada sobre as transferências de títulos. Disse que não assinou a
doação. Deixava ofícios assinados e a irmã ou a funcionária entregava para as pessoas levarem
para onde elas tivessem sido encaminhadas. Teve votos em todos os colégios eleitorais, então sua
região é toda Carapicuíba. Vila Dirce é perto de onde mora. O seu escritório é no centro. Não tem
vínculo com a Vila Dirce, só amigos que moram lá. Não lembra de conhecer a Rosângela. Foi duas
vezes na unidade de saúde da Vila Dirce, uma vez no outubro rosa e novembro azul, porque o
pessoal da secretaria convida os vereadores para participar de eventos. Nunca foi buscar fichas.
Conhece Tatiane Soares Rodrigues, que era concursada desde 2012, por isso não teria como indica-
la. Não conhece os nomes citados pelo MP. Conhece o Nemias e José Ivan esse inclusive
emprestou dinheiro para ele comprar um remédio, mas não sabe dizer se ele foi contratado.
Vagner Aparecido acha que conhece, que tem uns 15 anos de prefeitura. Ana Paula conhece uma
da educação que é surda e muda. Não lembra da lista de nomes que foi apreendida. Conhece
Salvador França, que morava em São Bernardo do Campo, mas quando começou a trabalhar aqui
alugou uma casa não sabe em que bairro de Carapicuíba e nos finais de semana ia para São
Bernardo do Campo. Não lembra de ter dado uma declaração dizendo que ele resida no seu
escritório político. Não é possível que tenha feito essa declaração. Salvador França trabalhou com
ele como assessor na Câmara, não no seu escritório político. Pedro Gomes da Silva também
trabalhou na Câmara. Os dois saíram devido a redução dos funcionários que teve. Caiu de 10
funcionários para 2. Lembra quando foram mostradas as fichas de inscrição no MP, não foi ele que
preencheu. Segundo o depoimento do Salvador, lá na prefeitura tinha um pessoal preenchendo
porque tinha muita gente, daí não foi ele que preencheu e ele só assinou. Conhece o Kelvin, que
trabalhou com ele, quando ainda não era casado com a sua sobrinha. Até 2014 era seu funcionário
na Câmara. Rosana Pereira foi uma pré-candidata do partido à vereadora. Está na prefeitura há uns
25 anos. Tem alguns cargos que são negociados com o prefeito. Cargos políticos. Ela deve ter
entrado num desses cargos políticos do partido. Como agente comunitário? Exatamente. Ela foi
candidata a vereadora. Era do seu partido PLP. Ela entrou na seletiva, mas não sabe se pelo cargo
político do partido. O que é um cargo político de acordo num processo seletivo da prefeitura? Ela
trabalha na prefeitura há uns 20 anos. Não tem como indicar na seletiva. Esses cargos políticos são
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os comissionados. Ele tinha dez cargos e ele indicava, mas ele sabe que tem esse acordo político.
Isso não aconteceu com a Rosana porque o cargo dela é seletivo. Ela pode ter entrado por cargo
político lá atrás. Lembra do exame grafotécnico. Lembra que passaram a primeira noite na
delegacia. Um dia antes, a dra. Sandra pediu para fazer o exame grafotécnico e ele fez. No outro
dia ela pediu de novo e o advogado disse que não precisava mais. O advogado orientou para não
fazer. Não fez porque já tinha feito. Não fez mais pelo constrangimento. O advogado deixou a
orientação para não fazer de novo. O advogado puxou a orelha depois que ele fez, porque ele não
acompanhou. Não fez outro grafotécnico depois disso. Não foi citado no eleitoral. Sabe que tem
outros processos por improbidade. Quando trabalhava como segurança no cemitério, o cargo era
comissionado, a nomenclatura era outra, mas a função era de segurança. Sobre o processo por
funcionários fantasmas, não quer falar sobre o assunto, pois já está em fase de sentença. Não sabe
como era o critério de pontuação nas seletivas, pois era feito dentro do RH. Usava um notebook no
gabinete da Câmara, no qual havia todas as informações como vereadores e como cantor gospel.
Não foi apreendido. Não havia reuniões só com os vereadores denunciados, quando o prefeito
queria aprovar um projeto, havia reuniões com os 17 vereadores. Quando foi eleito vereador não
era muito próximo ao prefeito, muito embora seu partido fosse da mesma coligação. Após a
eleição, passou a ser da base aliada. Já votou contra projetos deles. Após a determinação do TJ
para mandar embora 7 comissionados e foi realizada uma reunião de como fariam, pois, queriam
saber se eles poderiam aumentar os salários dos que ficassem e quais ficariam. Não houve reunião
para decidir que funcionários exonerados seriam contratados pela prefeitura. Não se recorda se
Abraão foi escolhido para falar com o prefeito para realocar os funcionários. Não retirou fichas de
inscrição nem mandou alguém fazer. Em relação às testemunhas protegidas, não houve fotografias
delas, não as ameaçou, somente as atendeu. Nenhum funcionário tirou fotografias das
testemunhas. As testemunhas disseram que Tatiana disse que não havia vagas na pasta dela, mas a
chamou na presença dela para que ela confirmasse que ele indicava funcionários, mas ela negou
ter falado isso. Foi chefe da segurança na gestão Fuad e depois em 2010 voltou para trabalhar no
cemitério. Marta era secretária, mas era uma espécie de ajuda, sem salário fixo, só alguma ajuda.
O acusado a todo momento tenta desqualificar as testemunhas protegidas
falando que elas estavam alteradas e exigiam que ele lhes desse emprego.
As testemunhas afirmaram que estavam alteradas e revoltadas por saberem do
esquema que foi montado na prefeitura para que apenas apadrinhados dos vereadores tivessem
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acesso aos cargos criados, conforme foi comprovado em sede de instrução probatória.
Logicamente que um cidadão de direito, ao ter ciência de um crime dessa
natureza, ainda mais quando está concorrendo em relação a vagas de emprego, em uma cidade
pouco desenvolvida e com poucas oportunidades como Carapicuíba, ficará revoltado.
Assim, não convence as alegações do autor de que duas pessoas que, até então
não o conheciam, e nada tem contra ele, inventaram história com tamanho número de detalhes,
tudo isso confirmado pelo delator e pelos documentos obtidos, apenas e tão somente para
prejudicá-lo sem motivo aparente.
Some-se a isso que as testemunhas de defesa ouvidas apenas disseram que
viram as testemunhas protegidas exaltadas, e só conseguiram escutar parte da conversa de
interesse exclusivo do réu, não estando no local quando a funcionaria do réu passou a informação
de que para conseguir o cargo seria necessária a autorização do vereador.
Além disso, o fato das testemunhas de defesa não terem sido indicadas para a
dita pasta do vereador, não significa que ela não existia.
Não é possível defender a tese de que coincidentemente aquilo descoberto
pelas testemunhas protegidas quando da tentativa de conseguir participar de um processo seletivo
público, seria exatamente a mesma coisa “inventada” pelo réu colaborador e ainda confirmado
pelos documentos apreendidos nos escritórios dos réus, em especial do réu JEFFERSON.
A versão dada pelas testemunhas protegidas de que foram informadas pela
funcionária do réu que para serem selecionadas seria necessário entrar na pasta do vereador, ou
seja, ter sua “benção” para conseguir um emprego na prefeitura, foi corroborada pelas testemunhas
de acusação.
O Delegado Marcelo disse em juízo que: No caso do Jeferson Macedo, por
exemplo, foram ouvidas duas pessoas que restou comprovado que elas não preencheram a prova
do processo seletivo Salvador França e acho que Pedro, não lembro o sobrenome. Eles disseram
que realmente no dia não preencheram a prova, pediram para alguém preencher e só assinaram a
prova. Salvador, por exemplo, teria sido assessor do vereador Jeferson Macedo, saiu naquele corte
e entrou num desses processos simplificados dizendo que não preencheu a prova. Ele fala que fez
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propaganda política para o Jeferson e tal. Antes de ser assessor foi cabo eleitoral. Antes disso ele
não morava em Carapicuíba. Quando ele começou a trabalhar foi orientado pelo Jeferson de que
ele tinha que ele tinha que votar no município, tanto que o domicílio eleitoral dele ainda é o
escritório político do Jeferson. Ele teria outro endereço, onde pernoitaria, mas não ficou
comprovado. A casa dele de verdade fica em São Bernardo do Campo. Foi levantado uma relação
e muitas pessoas tinham domicilio eleitoral no escritório do Jeferson.
Dessa forma, quanto a um dos beneficiários do réu, o Salvador, verifica-se que
a sua vinculação com o acusado está repleta de ilegalidades.
Primeiramente, conforme explicado pelo delegado o Salvador era assessor do
acusado e foi exonerado após a ordem do ETJSP, ele tinha como residência cadastrada, o
escritório político do réu, o que por si já consiste em fraude. Além disso, as fichas preenchidas
para a candidatura ao cargo dentro da prefeitura foram apreendidas nesse escritório político, em
evidente burla ao sistema de escolha do processo seletivo (fls. 967 e 968).
Ouvida em juízo a testemunha LUCIANA disse que quando sua filha Bruna foi
fazer o processo seletivo, foi pedir para o JEFERSON intervir para deixar trabalhar junto com a
depoente, levou o protocolo e deixou com ele, era para ele pedir para a secretaria de saúde e para o
prefeito. Foi pedir para o JEFERSON porque ele ajudava todo mundo, outros não ajudaram porque
como a filha tinha problema seria ruim para a prefeitura.
Ou seja, era de conhecimento geral que o réu tinha livre acesso ao setor de RH
da prefeitura e conseguia cargos e empregos para aqueles que ele entendesse necessário, ainda que
isso não fosse do interesse público.
Os documentos apreendidos em seu escritório também são cristalinos ao
vinculá-lo ao esquema criminoso de falsidade perpetrado por essa organização criminosa.
Há escrito às fls. 1284, na letra do réu, o que foi confirmado por ele em
audiência, de necessidade de conversar com a ré ELAINE do RH sobre cargos de PSF (programa
saúde da família) e indicações de seletivas, em clara menção de que ele teria ingerência sobre as
pessoas que seriam classificadas para os cargos, constando inclusive o número de pessoas que ele
poderia indicar e seguida de observação quanto a vaga em aberto que ele teria se equivocado
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quanto a indicação.
Saliente-se que, questionado o réu não soube explicar o porquê de tais
anotações.
Novamente às fls. 1290 consta, na letra do réu, o inscrito “ver possibilidade de
indicar p/ colocação em uma vaga na prefeitura pois esposa do pastor Carlos Henrique do
Capriotti”, ou seja, nova referência ao seu poder de indicação para cargos públicos.
Pueril crer que tais anotações teriam qualquer outro significado que não
demonstrar o poder que o réu tinha dentro da prefeitura e, consequentemente, dentro da
organização criminosa para determinar quem seriam as pessoas a serem contratadas, no caso seus
apadrinhados, conforme também se demonstrou dos nomes constantes na lista por ele entregue ao
réu EVERALDO do qual todos foram contratados.
Não é possível acreditar que a lista apreendida com os nomes de todos aqueles
contratados pela prefeitura, seguida da inscrição “ind” e do nome do réu, não tem relação com os
processos seletivos ora apurados, ou que não passa de mera coincidência.
É preciso ressaltar ainda que no escritório do réu foram apreendidas diversas
fichas de inscrição de pessoas que se candidataram aos processos seletivos, ou seja, ele ficava com
o controle daqueles que tinham se inscrito, pois, apenas com a sua autorização poderiam ser
contratados.
Além disso, pode se verificar que em algumas dessas fichas haviam
observações no mínimo suspeitas e imorais, indicando que tudo se tratava de uma troca de favores,
pois só seriam indicadas aquelas pessoas que tivessem algum contato ou ligação com o réu.
A título de exemplo, nas inscrições e fichas de atendimento constam
observações como: “Sandra (amiga Fran)” ou “cunhado Tatiane” ou “Sobrinha Taty”, “indicação
Sr. Pedro”, “Pai da Adriani”, “Igreja Mundial”, “Trabalhou na boca de urna” (recebeu R$ 600,00
do Jeferson fls. 1176), e ainda nas fls. 892, 893, 894, 895, 898, 900, 907, 908, 916, 918, 921,
923, 924, 928, 929, 933, 943, 960, 961, 964, 966, 1085, 1087, 1088, 1096, 1098, 1100, 1102, 1104,
1106, 1107, 1112, 1114, 1115, 1116, 1120, 1121, 1122, 1127, 1132, 1133, 1135, 1138, 1139, 1146,
1151, 1159, 1174, 1178, 1184, 1186.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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Ressalte-se que, apesar de não ser objeto do presente processo, fato é que nos
documentos apreendidos, constam diversas doações feitas pelo vereador, nas quais é solicitado ao
beneficiário que faça a transferência do titulo de eleitor para a comarca de Carapicuíba, numa clara
troca de favores políticos e vinculação do eleitor. Como exemplo:
Ficha constando a transferência de título (fls.
1063/1064) – na exata mesma data do atendimento pelo vereador
(31/01/2014)
Fls. 1075 consta a anotação “ligara para ele transf.
Título” (Eduardo Elias Cuccatto de Francisco Morato ao lado escrito
“não apto”
Fls. 1228/1230 consta que a pessoa solicitou ajuda
com carreto e foi orientado a transferir o título, seguido da pesquisa
eleitoral e a doação de R$ 300,00
Fls. 1231/1233 consta que Erlandia solicita vaga de
emprego e foi solicitada a transferência do título
Fls. 1236 orientação para transferência de título,
seguido de “ok título transf”
Mais pedidos de transferência de títulos (fls. 1241,
1246, 1245, 1252)
Ou seja, o intuito do réu em todas as suas condutas, seja na indicação de
pessoas a serem contratadas pela prefeitura, seja de favores concedidos em dinheiro ou em outro
formato, tinham a finalidade de atender interesse pessoal, qual seja, de se manter no poder
recebendo um salário vultuoso, tendo acesso à população, e mantendo-se no cargo político.
Não há que se acolher ainda a tese defensiva de que não era possível ser uma
organização criminosa ou de prevaricação, dado que apenas 5 dos 17 vereadores foram
denunciados, número que impediria a aprovação de qualquer projeto de lei.
O fato de outros vereadores não serem denunciados não afasta a possibilidade
de eles também estarem mancomunados ou fazerem parte da organização criminosa, apenas não
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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havia indícios suficientes de autoria para que integrassem a persecução penal.
Outrossim, não se sabe quais meandros a organização criminosa tinha além
daqueles apurados na presente investigação, tendo notícias por exemplo, de que alguns dos
vereadores mais privilegiados e influentes, como era o caso do réu Jefferson, seriam “donos” de
UBS, podendo ter mais contato com a população, controlar a marcação de consultas e expandir seu
eleitorado.
Assim, não é requisito legal que sejam apreendidos todos os integrantes da
organização criminosa ou que sejam descobertos absolutamente todos os crimes por eles
cometidos para que haja responsabilização penal daqueles que foram surpreendidos cometendo
crimes, como foi o caso dos réus.Sendo assim, plenamente comprovada a participação do réu na
organização criminosa, do qual tinha livre passagem e grande ingerência e que se perpetrou por
meio de prevaricações, no caso do réu em 4 processos seletivos, e de falsidades ideológicas nas
provas feitas pelos candidatos por ele indicados.
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v
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n
º
1
5
/
1
3
Tatiane Soares
Rodrigues
Secretária do
réu, que
atendeu as
testemunhas
protegidas.
Prova com nota
máxima não
condizente com
seu desempenho
n
º
1
8
/
1
4
Railda dos Santos
Dias
Nerias dos Santos
Reinaldo
Fernandes da
Silva
José Ivan Ferreira
Lopes
Maria José
Ribeiro Silva
Eliece de Carvalho
Magna Simonete
Rocha Santos
Juliana Batista
Lista feita pelo
próprio réu
(confirmado
em juízo
quando
questionado),
recibada pelo
réu
EVERALDO
(fls. 258/259 e
870/872).
Também há
lista com esses
nomes
contendo a
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 101
Souza
Vagner Aparecido
Guilherme
Zilda Rodrigues
de Miranda
Ana Paula
Ferreira de
Carvalho
inscrição “ind” e o
nome do réu (fls. 871).
Há outra lista
com parte
dessas pessoas
e seu número
de inscrição e
ainda com
mensagens na
letra do réu
(fls.
1261/1262).
n
º
3
2
/
1
4
Salvador França
Pedro Gomes da
Silva
Fichas
preenchidas
pelo próprio
réu e
apreendidas em
seu escritório
(fls. 967 e 968).
Eram
assessores do
ré e,
exonerados
viraram
agentes
comunitários
de saúde
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 102
Kelvin Diniz Barra Ex-assessor do
réu exonerado
em 19/08/14,
além de cópia
do protocolo de
inscrição no
escritório do réu
Ivanete dos
Santos Silva
Missionária da
igreja
evangélica e
cópia do
protocolo de
inscrição no
escritório do réu
n
º
2
3
/
1
6
Rosana Ferreira apreendidas
ficha de
atendimento e
protocolo de
inscrição que
mostram que
ela já havia
sido indicada
para agente de
saúde nº 03/14.
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 103
Na ficha de
atendimento consta
com letra
aparentemente de
Jeferson Macedo:
“resolvi situação
colocando-a seletiva”
5.5. Carlos Roberto Mendes Peixoto
O réu CARLOS ROBERTO MENDES PEIXOTO explicou que não indicou
ninguém, não tem ninguém indicado por ele trabalhando na Prefeitura. Vereador de 2012 a 2016.
Não participou de nenhuma reunião para tratar sobre os funcionários que foram demitidos. Não
sabe se Abraão fez essa reunião. De 10 de seus assessores, 02 passaram em processo seletivo na
Prefeitura. Não falou que ia ter o processo, eles sabiam. Tinha contato com Elaine e Everaldo para
tratar assuntos e procurar informações. As pessoas iam no escritório dele pedir vaga de emprego,
várias. Onde ele sabia que havia vagas, ele indicava para as pessoas irem. Não tem conhecimento
de seus funcionários terem pego fichas de inscrição para processo seletivo na Prefeitura. No caso,
na época era o Secretário do Meio Ambiente. Não tinha muito contato com ele. Lucilene era uma
funcionária da Secretaria do Meio Ambiente. A conhecia. Não prestava serviços para o depoente.
O corpo jurídico da Câmara analisava as leis antes de serem votadas. Isso ocorreu com a lei
referente à criação de cargos de bolsistas. Se eles falam que é correto, então os vereadores votam.
Tinha um parecer do Dr. Luiz. Dr. André era Diretor. Os dois eram da parte jurídica. Votou a
favor da lei que criou o cargo de bolsistas e a autorização dos processos de agentes de saúde
comunitário. Não houve nenhum tipo de conversa com o Prefeito para colocação de funcionários
indicados nesses cargos. Se houve, não participou. Já votou contra projeto do executivo. O partido
do qual era presidente era da mesma coligação do prefeito Sérgio Ribeiro. Após os assessores
serem demitidos, houve reunião do jurídico para aumento do salário dos dois assessores restantes,
pois a demissão não se deu por causa do salário, e sim por questão de quantidade. Acha que o
salário do Diretor era R$ 10.000,00 e assessor R$ 3.300,00. Antes desse aumento, o Diretor
ganhava R$ 3.300,00. Não se lembra de ter procurador jurídico concursado na Câmara Municipal
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nessa época. Não lembra para qual cargo exatamente seus dois ex-funcionários passaram na
Prefeitura. Havia confusão entre agente de saúde e agente comunitário. Depois que um dos
funcionários saiu do cargo de agente, voltou a trabalhar com o interrogando, porque era viável.
Questionado a respeito de extratos de bancos em seu nome e no de assessores encontrados em seu
gabinete durante a busca e apreensão, informou que nunca haverá provas disso, porque esses
depósitos nunca foram realizados. Disse que as contas estavam abertas para averiguarem a hora
que quisessem. Não havia nenhuma conversa para que o assessor, que ganhava R$ 10.000,00,
devolvesse parte do dinheiro que ganhava. Nenhum fato que consta na denúncia é verdade. Nunca
cometeu crime de falsidade ideológica, nem prevaricação. Foi Secretário de Segurança e
implantou a guarda municipal. Nunca se organizou com as pessoas que constam na denúncia, a
fim de cometer crimes. É verdade que Caroline, filha de José Armando, se inscreveu no processo
seletivo e não passou. Na busca e apreensão, apenas seus dois assessores estavam presentes no
gabinete. A Promotora pediu para verificar os documentos e então pegou dois protocolos. Pediram
as carteiras dos funcionários dele, abriram e acharam o papel do processo seletivo do seu assessor,
e a filha dele tinha feito realmente um processo seletivo. Na hora que ela encontrou ela falou
“Bingo”, porque se fosse mais uma pessoa que tivesse passado, estaria respondendo também. Ela
pesquisou e descobriu a filha dele não havia passado. Outro protocolo foi achado em sua mesa e
era de uma pessoa que o procurou, Magda, inclusive tem gravações, que achava que havia passado
no processo seletivo e alguns vereadores haviam passado alguém na frente dela. Por isso foi pedir
ajuda. Verificou e ela realmente havia passado e não havia sido chamada ainda. Depois não
acompanhou mais pelo que aconteceu. Não tinham passado na frente dela, ela não havia sido
chamada ainda. A respeito da carteira, seus dois assessores disseram, Lidney e José Armando.
Prestou depoimento sem ser chamado. Não sabe se está nos autos, mas acha que não. Havia dois
computadores, um na Câmara e outro dele, na antessala. Como o técnico da Câmara não poderia
mexer no seu, particular, chamou um amigo que verificasse o problema, porque estava travando.
Na época ele tinha uma secretária que pagava particular. Seus dois funcionários mexiam no
computador, inclusive no seu particular. Não sabe mexer em computador. Nenhum dos seus
funcionários sabia mexer no computador. Antes tinha a secretária, e quando precisava ela ia mexer
no computador. Seus funcionários tinham a função de fiscalizar a cidade. Já havia dito que não
dava para trabalhar com dois funcionários. No dia a dia, recebem as reclamações. Na época que
tinha a secretária, processava tudo no computador. Na época do Lidney e José eles ficavam mais
na rua, foi um período curto. A sua secretária gravava tudo em pendrive e usava o da Câmara.
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Nunca usou o seu particular. Indicava sobre a existência de processos seletivos ou empresas para
pessoas que iam procurar. Indicar era dizer para a pessoa que estava aberto o processo seletivo.
Não pegou ficha de ninguém. Seus funcionários não tinham autorização para pegar com Elaine.
Não participou de projeto de lei para fazer dação em pagamento. Não se lembra de votação nem de
ter sido oferecido R$ 15.000,00 a cada vereador para aprovar esse projeto, conforme depoimento
de outros réus. Não recebeu dinheiro de ninguém.
A versão apresentada pelo réu não destoa das dos demais corréus, isso porque
tentam sustentar que guardavam em seus escritórios fichas e protocolos de inscrição de candidatos
apenas para monitorar se eles haviam passado nos processos seletivos.
Primeiramente, se fosse verdade que eles não tinham ingerência alguma nas
contratações, as pessoas não teriam motivos para pedir que eles acompanhassem os processos
seletivos, ainda mais considerando que tal processo tem, por lei, o dever de ser público e acessível
a todos os interessados.
Ademais, novamente se depara com a coincidência de seus beneficiários serem
as mesmas pessoas selecionadas para o cargo público.
No presente caso há ainda a agravante de que as provas dos seus assessores
foram apreendidas e estão em branco, sem nenhuma resposta válida e, ainda assim, foram
selecionados e aprovados no processo seletivo, fato que o vereador não soube explicar (fls.
3859/3977).
Há ainda a apreensão do caderno de controle de fichas feito pelo funcionário
Fabiano no qual consta a entrega das fichas de número 353 a 367 à Secretaria do Meio Ambiente e
ao réu, que apesar do acusado negar, indica que lhe foram entregues fichas de inscrição para que
ele desse às pessoas que tinha interesse de beneficiar.
Assim, diferentemente do exposto pela defesa, o dolo do acusado em participar
da organização criminosa, aprovando leis e compactuando para a existência de um esquema
fraudulento de contratação de funcionários indicados pelos vereadores foi amplamente
comprovada.
Quanto a causa de aumento por ser o réu funcionário público também é clara a
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sua verificação dado que o delito somente foi possível pois os réus eram funcionários públicos e se
utilizaram da máquina estatal para satisfazer interesse próprio, o que por si, conforme pretendeu o
legislador, é mais grave, uma vez que afronta o princípio constitucional da moralidade além de
gerar demasiado prejuízo à população.
Não procede também a tentativa da defesa de afastar a responsabilidade do réu
quanto ao delito de prevaricação pois as leis que permitiram o processo seletivo só teriam sido
aprovadas porque analisadas previamente pela Comissão de Justiça e Redação.
Tal comissão tem a incumbência de verificar se o texto legal formulado é claro,
inteligível, legal e constitucional, elementos estes que não estão sendo discutidos no presente
processo.
A forma da lei criada está em consonância com os mandamentos legais, o que
se comprovou ilícito foram as finalidades da sua criação, burlar o impedimento de contratação de
funcionários feito pelo TAC firmado com o Ministério Público e a ordem judicial do ETJSP, e a
efetiva contratação de pessoas apenas pela sua indicação pelos vereadores em prejuízo de outros
cidadãos.
Fica cristalino portanto, que os agentes se utilizaram da máquina pública e seus
meandros burocráticos para obter finalidade ilícita que afronta a moralidade, a probidade e a
impessoalidade, onde reside a sua completa ilegalidade.
Por fim, verifica-se clara desconexão na história contada pelo réu quanto aos
computadores que existiam no seu escritório. Primeiro ele diz que não sabe usar e quem o faz são
seus assessores, depois que eles também não sabem mexer no computador, e por fim diz que eles
ficam o dia todo na rua.
Ou seja, não há explicação alguma de quais funções exercem seus assessores
que nem ao menos sabem ligar um computador, nas palavras do réu, e ainda assim ganham um
salário de R$ 10.000,00.
Diante de todos esses elementos, mais do que comprovada a participação do
acusado na organização criminosa formada entre os agentes políticos para beneficiar seus
protegidos e garantir votos, o que se deu por meio da prevaricação no processo seletivo nº 32/14,
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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feito por meio de falsidade ideológica que consistiu em classificar com nota falsa seus dois
assessores que não chegaram nem a preencher a prova.
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apresentadas
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4
José Marisnaldo
Galdino Barbosa
José Armando da
Silva
Ambos são ex-
assessores de
Carlos Japonês
desde o início
desta
legislatura
(03/01/2013) e
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exonerados em
19/08/14, após corte do
número de
comissionados por
Gabinete determinado
pelo TJ. Foram então
ambos indicados para o
a Seletiva 32/14 ACS,
As provas de
ambos estão
apreendidas e
nenhuma delas
está com a
resposta à
pergunta da
prova
preenchida (fls.
3859 e 3977)
5.6. Elias Cassundé
O acusado ELIAS CASSUNDÉ contou que foi vereador por três mandatos e foi
secretário de SSM e de Obras e nesse período já existia seletivas para contratar frente de trabalho,
para trabalhos braçais. Sabia que aconteciam. Havia um edital, que saía no jornal da cidade e
muitas pessoas queriam os empregos. Havia uma demanda muito grande para coletores na
secretaria de obras e havia seletiva para entrar ou renovar. Não indicava pessoas, mas informava a
elas que tinha a seletiva. Conversava com Elaine sobre as vagas que precisava preencher. Nunca
retirou fichas de inscrição. Não fez parte da reunião entre o Prefeito e os Vereadores, já era
Secretário. Em 2014, era secretário municipal. Era presidente de partido. Ficou como vereador de
2005 a 2008. Em 2009, ficou como secretário até 2012, quando voltou a ser vereador, aí foi
convidado para assumir a Secretaria de Obras. A testemunha Robson, que era coordenador da
Secretaria de Obras, disse que sabia quais eram os funcionários bons, que deveriam ser renovados.
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 109
Faziam uma relação desses funcionários e encaminhavam para o RH, que fazia uma CI, era
assinada e ia para a Elaine. Tinha concursado também entre os coordenadores, mas estavam nos
cargos comissionados. Só podia fazer a renovação de funcionário que já estava na Secretaria
quando tinha a seletiva. A Elaine chamava esse pessoal para fazer a seletiva, não era renovação
automática. As seletivas abrangiam bolsistas, motoristas, ajudantes gerais. Ficou no cargo de
secretário de obras até abril de 2014. Quando os funcionários da Câmara foram demitidos, o
Presidente da Câmara fez uma reunião com todos eles e informou a eles que teria a seletiva.
Aqueles que se interessassem, poderiam fazer a seletiva. Fez a reunião para informar a respeito da
decisão e sobre a existência da seletiva. Não lembra se já havia a publicação do edital. Pode ter
ocorrido 1 mês antes, não se lembra. Não se lembra também se foi no dia que foram todos
exonerados ou se foi depois. Não tem conhecimento de conversas com outros vereadores ou o
Prefeito para realocar esses funcionários demitidos. Lembra que a Mesa Diretora apresentou um
documento para aumentar o salário dos assessores que permaneceram na Câmara e o interrogando
foi contra. O salário aumentou, mas não chegou a ficar proporcionalmente igual ao pago
anteriormente. O duodécimo da Câmara continua o mesmo. Houve diminuição dos gastos
municipais quando os funcionários foram mandados embora. O duodécimo é o mesmo, os valores
foram alocados para outro lugar, existe um novo prédio da Câmara. Houve aumento de
funcionários concursados. Depois da ordem do TJ foram chamados mais concursados, houve
reforma administrativa também depois de 2014. Conhece Elisandra Alves Fagundes, foi sua
assessora na Câmara. Foi exonerada nessa ocasião. Luzo Neto também. Os dois participaram da
reunião sobre o processo seletivo, fizeram e passaram. Elisandra ficou 1 mês só no cargo e foi
chamada para uma escola. Luzo ficou 11 meses e depois pediu demissão. Nunca viu o caderno
apreendido na Prefeitura, Secretaria de Administração. Lida a lista de nomes no caderno, com
nome de Elias com fichas de inscrição números 155 a 164, retiradas por Sueli, afirmou que
desconhece as fichas de inscrição indicadas. Sueli cuidava da parte da seletiva da Secretaria de
Obras. Nunca autorizou que retirasse as fichas em seu nome. Fichas em branco para serem
preenchidas. Como vereador, não havia oposição, todos eram da base governista. Já votou contra
projetos enviados pela Administração, um deles, foi sobre a concessão das empresas de ônibus.
Naquela ocasião, procurou o MP para ser ouvido, mas não foi ouvido. Foi contra o projeto que
queria terceirizar o serviço de saúde, mas este foi a maioria. Também votou a favor. Não se lembra
de ter votado o projeto de dação em pagamento para a Tecipar. Abraão era o presidente da Câmara
nesta época. Quando houve a determinação do TJ para exonerar comissionados era vereador. Na 1ª
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redução era Secretário, na 2ª estava na Câmara, que foi em 2014, que reduziu de 7 para 2. Teve
que escolher quem ia exonerar. Nessa situação o Presidente da Câmara comunicou sobre as
seletivas. A remuneração dos assessores era variável, o salário máximo era R$ 3.000,00. Nos
cargos do processo seletivo era 900 e poucos reais. Somente dois assessores se interessaram pelo
processo seletivo. Quando foi preso, era candidato a Vice-Presidente da Câmara. Sua candidatura
acabou. Foi candidato a Vice-Prefeito pelo PPS, Coligação PSDB, Abraão Junior candidato a
Prefeito. Everaldo também era candidato a Prefeito, pelo PT. Isaac Reis era presidente do PT. A
candidatura de Abraão Junior também ficou inviabilizada, de última houve sua substituição por
outro vice. Não participou nem ouviu falar da organização criminosa. Elaine batia muito de frente
sobre as seletivas, pois ela falava que conversava no MP sobre isso.
As afirmações do réu Elias foram bastante similares às do réu Carlos, porém a
sua negativa quanto ao conhecimento e participação do esquema criminoso que ocorria dentro da
Câmara não convence.
Vê-se que no caderno apreendido no RH (fls. 712/713), consta que foram
retiradas fichas de nº 115 a 154 pela Sueli de Obras (pessoa que o réu disse que era responsável
pela parte de seletiva da Secretaria que ele comandava), fichas 155 a 164 em nome de Elias
(também retirado pela Sueli) e das fichas 185 a 189 pela Simone Elias.
Sendo assim, percebe-se que o réu tinha acesso a diversas fichas de processo
seletivo que poderia distribuir para quem lhe aprouvesse e depois indicaria tais pessoas a serem
selecionadas pela ré Elaine.
E, da mesma forma que o corréu Carlos, os seus dois assessores exonerados por
ordem deste Tribunal, foram selecionados para os cargos de agente comunitário de saúde, ainda
que suas provas não tivessem pontuação alguma que possibilitassem ser classificados e
contratados.
Não se fale ainda que a acusação afirmou que apenas pelo fato de não ter nota
nas provas dos assessores do vereador que fez com que eles fossem selecionados. Trata-se de uma
inversão do sentido dado à investigação.
O que se verificou é que o vereador oralmente ou por meio de uma lista
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indicava as pessoas que gostaria que fossem selecionadas para a ré Elaine, não sendo estritamente
necessário que eles tivessem pego as fichas de inscrição com o vereador e sendo completamente
indiferente a nota a eles atribuída ou a sua ausência.
O que se tem portanto, é que no dia 19 de agosto de 2014 foram exonerados os
assistentes que não estavam dentro dos limites impostos, e no dia 25 de agosto de 2014 (conforme
fichas de inscrição), apenas 6 dias depois, foram criados os cargos de agente se saúde, no qual
bastava os ex assessores preencherem seus nomes, que seriam automaticamente contratados pela
prefeitura.
As testemunhas de defesa ouvidas, por sua vez, nada trouxeram que
desconstruísse as provas a produzidas pela acusação.
Os assessores contratados confirmaram a existência de uma reunião quando foi
determinado judicialmente a demissão dos assessores e que a eles foi instruída a participação no
processo seletivo. Disseram ainda que tal processo seletivo era feito de maneira informal, que as
pessoas poderiam olhar as provas uma das outras e que, apesar de não ter conhecimento algum
sobre o cargo ao qual estava pleiteando, foi selecionada, tudo isso indicando que os critérios de
seleção não eram objetivos e concretos.
Por todos esses motivos, não cumpre razão à defesa quando diz que o delito de
prevaricação seria atípico por ter o réu apenas votado projetos de lei. O dolo do agente de obter
favorecimentos pessoais, quais sejam, indicar seus protegidos a cargos públicos ainda que não
preenchessem os requisitos legais e em detrimento de outros candidatos, foi plenamente
demonstrado por toda a prova documental (provas sem notas e classificação e contratação dos
candidatos) e oral (esclarecimentos do delator e investigadores do acordo feito entre réu e demais
pessoas) acostadas aos autos.
Diferentemente do que pretende a defesa, não é preciso que os agentes da
organização criminosa se reúnam com regularidade para que ela exista, ao contrário isso não é o
que soe acontecer.
Ficou claro que o esquema criminoso já estava montado a anos, sendo que os
réus nele ingressaram por vontade própria, tendo a função de apoiar a base aliada e em troca
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receber cargos públicos que poderiam ser oferecidos àquelas que lhes interessasse.
Assim, também não procede a alegação de que seria impossível a organização,
dado que os vereadores pertenciam a partidos distintos e antagônicos, tendo em vista que, apesar
das diferenças partidárias, fato é que todos os réus integravam a base aliada, não votando em
regra, contra as propostas do executivo, como bem pontuado pelo delator.
Some-se a isso que o réu ELIAS, foi durante algum tempo Secretário de Obras
do Munícipio, cargo de confiança que é escolhido diretamente pelo Prefeito, não podendo
sustentar ora que não fazia parte da organização porque não era do partido do prefeito e ora que
não estava presente nas votações porque estava designado para cargo de confiança do prefeito,
numa clara demonstração de que vertente partidária não é o que norteia o agente em tela.
A afirmação de que, durante 4 anos de mandato, o vereador votou contra 3
projetos de lei do executivo afastaria a tipicidade dos delitos apurados também não procede.
O fato do vereador não ser 100% a favor do chefe do executivo não exclui a
possibilidade dele, em determinadas ocasiões, ter favorecido os desejos do poder executivo, ainda
que em contrariedade à lei, para em troca receber benesses.
No cenário político atual é possível perceber que a filiação partidária muito
pouco tem a ver com as crenças ou vertentes políticas do indivíduo, ou seja, muitos tratam os
partidos apenas como um meio necessário para a eleição, mas não seguem suas diretrizes, não
havendo que se falar em impedimento nesse caso.
Assim, da mesma forma, está plenamente comprovada a tipicidade do delito de
organização criminosa pela sua participação e colaboração no esquema de contratação de pessoas
sem preenchimento dos requisitos legais, o que se deu por meio da prevaricação no processo
seletivo nº 32/14, com a falsidade das provas para aprovação de seus assessores.
Quanto ao delito de prevaricação na aprovação de leis para abertura dos
processos seletivos, tem-se que o vereador não estava exercendo seu cargo quando da aprovação
dos editais referentes aos processos seletivos de nº 15/13 e 18/14, uma vez que na época era
secretário de obras do município, sendo assim não concorreu para a prevaricação desse processo.
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Fagundes
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Ambos são ex-assessores
de Elias Cassundé e
foram exonerados em
19/08/14, após corte do
número de comissionados
por Gabinete determinado
pelo TJ. Estão
apreendidas as provas
destes dois indicados, nas
quais sequer há nota
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 114
atribuída. Além disto, a resposta
de ambos é muitíssimo semelhante
A prova do Luzo foi
apreendida e nela não
constava nenhuma nota
(fls. 1520). Do mesmo
modo a prova da
Elisandra não tem
pontuação (fls. 1927).
5.7. Paulo Xavier
O réu PAULO XAVIER DE ALBUQUERQUE disse que tem 58 anos, 3 filhos,
professor do estado. O processo começou com Daniela que o acusou de que tinha indicações em
seletiva. Nunca participou de reuniões com vereadores e Prefeito para realocar funcionários
exonerados na prefeitura. Conhece Elaine, mas nunca foi conversar na sala dela e somente ia
quando ia cobrar alguma coisa sobre as questões que as pessoas pediam. Olhava no site as
informações que eles pediam. Não sabia se as pessoas pediam cargos. Não foi eleito na base
aliada, mas tinha uma posição cordial com o Prefeito. Apresentou várias emendas a projetos de
prefeito, mas nunca votou contra. Nunca foi processado criminalmente antes, mas já teve um outro
processo cível. Sabe que está aqui por conta do processo envolvendo outros vereadores.
Processado criminalmente por conta de funcionários fantasmas, não tem sentença, ficou preso por
nove meses. O dia a dia como vereador passava na Câmara, mas trabalhava em duas faculdades
em Carapicuíba, e mantinha contato com os munícipes que o procuravam, fazia parte da comissão
do cemitério e também na educação. Nunca se reuniu com os corréus, somente com Nene Crepaldi
que fazia parte de uma comissão. O chefe de gabinete era Marcos Ventura, que tinha total
autonomia, falava em seu nome, tinha o carro da câmara para usar, telefone, cartão em seu nome. .
Soube que a Daniela não podia ser contratada porque tinha um processo de latrocínio, por esse
motivo pagava ela por fora. Nunca mandou Daniela retirar fichas para inscrição nem indicou
pessoas, mas tão apenas informava as pessoas da abertura dos processos seletivos. Tinha relação
cordial com o Prefeito, mas não próxima e dificilmente se reunia com ele. Quando havia alguma
matéria a ser discutida na Câmara, isso era feita lá mesmo. Em junho de 2016, estava preso,
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motivo pelo qual não participou do processo seletivo.
Novamente o réu tenta se escusar no fato de que não auxiliava seus
beneficiários a conseguir cargos públicos, porém em dois processos seletivos ele teve vários de
seus apadrinhados selecionados para os cargos em aberto, mesmo que com notas incondizentes
com à das pessoas aprovadas.
Como exemplo, vê-se que sua ex assessora, também exonerada em agosto de
2014, foi selecionada para o processo seletivo realizado apenas 6 dias após tal fato e, apesar de
pontuar apenas 0,2, foi classificada em posição superior.
No curso da investigação, segundo o delegado Marcelo, ficou comprovado que
havia organização criminosa no sentido de distribuição de tarefas. Nessa organização, haveria um
núcleo político formado, especialmente por, Elaine, Everaldo, sendo que o réu Paulo Xavier seria
do núcleo do legislativo, que cooptava pessoas para trabalhar em prol da conquista de votos.
A conclusão foi no sentido de que a função do acusado era fazer indicações de
pessoas que seriam aprovadas pela ré Elaine e, a partir desse momento passariam a trabalhar em
benefício do réu.
Cumpre salientar ainda que, o réu Paulo não participou das falsidades e
prevaricações dos processos seletivos nº 23/16 e 24/16, dado que esses foram feitos após a prisão
do agente em 10/05/2016, por outro processo.
Assim, comprovada a autoria e materialidade dos crimes de organização
criminosa e prevaricação, com falsidade ideológica em relação aos processos seletivos nº 32/14 e
20/15.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 116
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3
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1
4
Milton
Gomes
Naves
Vania
Ferreira
Braga
São ex assessores do
réu exonerados em
19/08/14, sendo que
Milton teve nota não
condizente com
desempenho
A prova de Vania foi
apreendida e consta
que ela pontuou 0,2
(fls. 3774)
n
º
2
0
/
1
Daniela
Martins
Custodio
Juranda
Bispo Dos
Santos
Apreendida na
Prefeitura Municipal
de Carapicuíba, na
sede da Secretaria de
Administração, lista
contendo recibo de
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fls. 14575
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 117
5 Osvaldo Bastos Dos
Santos
Maria Elza
Ferreira
Francisco
Luiz Da
Silva
Luiz Miguel
De Souza
Adriana
Aparecida
Ervas Viriato
Pedro Do
Amaral
Jose Ferreira
De Matos
Manoel
Geraldo De
Souza
retirada das fichas de
inscrição de nº 342 a 351,
com assinatura de
recebimento de Daniela
Martins Custódio
5.8. Isaac
O réu ISAAC FRANCO DOS REIS explicou que não tem listas de indicação e
não tem ninguém empregado nessa modalidade na Prefeitura. Não indicou Vicente para a
Prefeitura, muitos comissionados indicados por ele, por conta de ordem do MP, foram colocados
na rua cerca de 2000 funcionários. Não teria porque querer cerca de mil votos de indicação de
funcionários, pois foi teve cem mil votos para eleição de assembleia legislativa. Ficou foragido
por orientação do advogado. O único contato que teve com Vicente foi quando ele foi num bar lhe
pedir emprego e o interrogando indicou que ele fosse na Prefeitura, no RH, porque talvez houvesse
processo seletivo. Ele foi e deu certo. Tinha pouco contato com Elaine. Já ouviu falar de cotas para
cargos de vereadores, mas não sabe sobre isso. Era da base aliada. Foi presidente da Câmara de
2008 a 2010. Como secretário de gestão, na época dos fatos, sua função era coordenador entre as
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fls. 14576
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 118
demais secretarias, mas não tinha superioridade hierárquica, mas tinha o poder dado pelo Prefeito.
Em relação a Everaldo, foi secretário por cerca de quatro meses. Tinha contato com a saúde,
porque tem diversos problemas por conta de fato de atendimento médico ou falta de documentos.
Foi vereador de 2004 a 2010 e deputado de 2010 a 2014. A princípio foi assessor direto do Sérgio,
cargo comissionado, fazendo um “filtro” das pessoas a serem atendidas, e depois da Secretaria de
Gestão. Na época que era assessor, Everaldo era Secretário de Gestão. Atualmente está inelegível.
A respeito do Vicente, se lembra de ter ido ao MP e encontrado com Vicente, que comentou que o
contrato de bolsista ia vencer. Então disse para ele ir ver no RH, nunca disse que renovaria para
ele. Falou para ele que não mexia com isso. Nunca participou da organização criminosa ou reunião
junto com Elaine e Everaldo. Somente participava de reunião com o secretariado. Nunca
participou de reunião entre os secretários e prefeito, mencionadas por Elaine, pois acredita que
todos os funcionários devem ser contratados por concurso. Não era sua função contratar as
pessoas, repassava para o RH. Não faz coisas de sua função e por isso não conversava sobre
cargos. Pessoas que não conseguiam falar com Sérgio o procuravam.
O réu foi responsável pela indicação e consequente contratação de Vicente
como bolsista durante anos, mesmo ele não preenchendo os requisitos legais.
Ouvido no Ministério Público a testemunha VICENTE disse que é bolsista por
11 meses no último contrato, mas já vem recebendo o auxilio há 7 anos. Disse que forneceu água
para uma obra e conheceu o réu ISAAC, pediu para ele uma indicação e ele deu. Levou os
documentos na prefeitura e conseguiu o cargo. Que quando estivesse acabando seu contrato
deveria procurar o vereador novamente, com antecedência, para não acontecer como foi da última
vez que ficou cerca de 15 dias afastado (fls. 56).
Assim, fica claro que a testemunha procurou ajuda do Ministério Público, local
onde trabalhava, para continuar se beneficiando de bolsa da qual não tinha direito, pois é
aposentado pelo INSS e acabou, diante da sua simplicidade e desconhecimento, entregando o
esquema criminoso existente, que aparentemente era de conhecimento geral e institucionalizado.
Em juízo o depoente tentou ocultar os fatos e retirar parte da versão passada
para a acusação, porém é claro perceber que apenas mudou a história após se dar conta que as
informações por ele fornecidas poderiam prejudicar a pessoa que, durante anos lhe forneceu uma
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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bolsa ilegalmente.
O que foi confirmado ainda pelo depoimento do delegado Marcelo que disse
que o depoente trabalhava no MP, cedido pela Prefeitura através de convênio, só que se descobriu
que na verdade ele não era concursado e também estava sendo renovado através de processos
seletivos, e a indicação dele seria do Isaac Reis.
Outrossim, ficou demonstrada a ilegalidade da contratação que só era feita com
a indicação dos vereadores à ré Elaine, como destrinchado durante toda a instrução, o que se
confirmou pelo longo período que o depoente Vicente passou integrando as grades da
administração pública ilegalmente.
Dessa forma, comprovada a ocorrência do crime de falsidade ideológica nos
processos seletivos nº 18/14 e 24/15.
Os delitos de organização criminosa e prevaricação, por sua vez, não restaram
plenamente demonstrados pelas provas acostadas aos autos, tendo em vista que o réu permaneceu
pouco tempo junto a administração pública municipal, não indicando contato e indicações durante
tempo prolongado que justifique a existência de tais crimes.
Tanto é que o único caso em que foi descoberta indicação pelo acusado foi da
testemunha Vicente, indicado que o réu se utilizou da maquina pública para interesses pessoais,
porém de forma isolada e não institucionalizadamente como os demais acusados.
Quanto a defesa do acusado, não há nada nas alegações finais que indiquem a
falta de responsabilidade do réu, dado que o seu advogado utilizou a oportunidade de defesa de seu
cliente apenas e tão somente para desqualificar e ofender todas as autoridades que atuaram no
presente processo, de delegado, a promotoras e juízes, não havendo elementos minimamente
relevantes a serem pontuados.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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1
4
Vicente Alves dos
Santos
Vicente foi
ouvido como
testemunha e
contou como se
davam as
indicações no
seu caso, disse
que há 7 anos
estava sendo
indicado para
cargos na
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Vicente Alves dos
Santos
Analisadas as condutas dos acusados individualmente, passo à dosimetria da
pena.
6. DOSIMETRIA DA PENA
6.1. Elaine Cristina Pereira
Quanto ao delito de organização criminosa, considerando que a lei prevê
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 122
como agravante no §3º do artigo 2º da Lei 12.850/13 o fato do agente exercer função de comando
(“A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização
criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução”), a pena base será aplicada no
mínimo de 3 anos de reclusão e pagamento de 10 dias multa.
Na segunda fase da dosimetria, levando em conta que a ré exercia função do
comando porque, conforme exposto acima era ela quem coordenava as contratações concentrando
toda a competência em suas mãos, incide a agravante do §3º, pela qual majoro a pena base em ½,
resultando em 4 anos e 6 meses de reclusão e 15 dias multa.
Há ainda a causa de aumento do §4º, em razão da ré ser funcionária pública,
devendo a pena ser majorada em 1/6, resultando em 5 anos e 3 meses de reclusão e pagamento
de 17 dias multa.
Não há causas diminuição a serem consideradas.
Em relação ao delito de prevaricação, considerando os efeitos nefastos que as
condutas ocasionaram na comunidade de Carapicuíba, cidade extremamente carente, e que tinha
nesses processos seletivos forma de distribuição de renda (caso dos bolsistas) e oportunidade de
trabalho em área sensível como é o caso dos agentes de saúde, a pena base não pode ser aplicada
no mínimo em razão das circunstâncias e consequências do crime como prevê o artigo 59 do
Código Penal, sendo assim, majoro a pena base em ½, resultando em 4 meses e 15 dias de
detenção e pagamento de 15 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas.
Estando a ré em cargo de direção (Diretora de RH), deve a pena ser aumentada
ainda em 1/3, resultando em 6 meses de detenção e pagamento de 20 dias multa.
Não há causas de diminuição a serem consideradas.
Tendo em vista que foram cometidos 9 delitos de prevaricação, por terem sido
realizados 9 processos seletivos fraudados na sua gestão, os crimes serão somados em concurso
material, o montante da pena resulta detenção de 4 anos e 6 meses e pagamento de 180 dias
multa.
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fls. 14581
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 123
Por fim, quanto ao crime de falsidade ideológica, em análise das
circunstâncias do artigo 59 do Código Penal, entende-se que não há razão para aplicação da pena
base acima do mínimo legal, ficando em 1 ano de reclusão e pagamento de 10 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas.
Sendo a ré funcionária pública que se prevaleceu do cargo de Diretora de RH
para cometer as falsidades incide ainda a causa de aumento do parágrafo único, sendo a pena
majorada em 1/6, resultando em 1 ano e 2 meses de reclusão e pagamento de 11 dias multa.
]Considerando ainda que em cada processo seletivo foram cometidas diversas
falsidades pela ré, em concurso formal de delitos, aumenta-se a pena em 1/6, resultando em 1 ano,
4 meses e 10 dias de reclusão e pagamento de 12 dias multa.
Tendo em vista que foram cometidos 9 delitos de falsidade ideológica, por
terem sido realizados 9 processos seletivos fraudados na sua gestão, os crimes serão somados em
concurso material, o montante da pena resulta detenção de 12 anos e 3 meses e pagamento de 108
dias multa.
Nos termos de todo quanto ponderado sobre o art. 59 do Código Penal e nos
termos do art. 33, § 2º, do Código de Processo Penal, o regime deverá ser o fechado para a
reclusão e semiaberto para a detenção.
No tocante à pena de multa, ainda incide o disposto no art. 60 do Código Penal,
de modo que cada dia multa deve ser estabelecido em 1/6 do salário mínimo, considerando as
condições pessoais da ré.
6.2. Everaldo Francisco Da Silva
Quanto ao delito de organização criminosa, considerando que a lei prevê
como agravante no §3º do artigo 2º da Lei 12.850/13 o fato do agente exercer função de comando
(“A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização
criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução”), a pena base será aplicada no
mínimo de 3 anos de reclusão e pagamento de 10 dias multa.
Na segunda fase da dosimetria, levando em conta que o réu exercia função do
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 124
comando dado que era secretário do RH, posto de confiança do Prefeito, e responsável por todas as
decisões e funcionários que possibilitaram a fraude, incide a agravante do §3º, pela qual majoro a
pena base em 1/3, dado que, apesar de nominalmente em cargo superior ao da ré Elaine, ficou
comprovado sua menor ingerência do que a corré, resultando em 4 anos de reclusão e 10 dias
multa.
Há ainda a causa de aumento do §4º, em razão do réu ser funcionário público,
devendo a pena ser majorada em 1/6, resultando em 4 anos e 8 meses de reclusão e pagamento
de 15 dias multa.
Não há causas diminuição a serem consideradas.
Em relação ao delito de prevaricação, considerando os efeitos nefastos que as
condutas ocasionaram na comunidade de Carapicuíba, cidade extremamente carente, e que tinha
nesses processos seletivos forma de distribuição de renda (caso dos bolsistas) e oportunidade de
trabalho em área sensível, como é o caso dos agentes de saúde, a pena base não pode ser aplicada
no mínimo em razão das circunstâncias e consequências do crime, como prevê o artigo 59 do
Código Penal, sendo assim, majoro a pena base em ½, resultando em 4 meses e 15 dias de
detenção e pagamento de 15 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas.
Estando o réu em cargo de direção (Secretário de RH), deve a pena ser
aumentada ainda em 1/3, resultando em 6 meses de detenção e pagamento de 20 dias multa.
Não há causas de diminuição a serem consideradas.
Tendo em vista que foram cometidos 6 delitos de prevaricação, por terem sido
realizados 6 processos seletivos fraudados na sua gestão, os crimes serão somados em concurso
material, o montante da pena resulta detenção de 3 anos de detenção e pagamento de 120 dias
multa.
Por fim, quanto ao crime de falsidade ideológica, em análise das
circunstâncias do artigo 59 do Código Penal, entende-se que não há razão para aplicação da pena
base acima do mínimo legal, ficando em 1 ano de reclusão e pagamento de 10 dias multa.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 125
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas.
Sendo o réu funcionário público que se prevaleceu do cargo de Secretário de
RH para cometer as falsidades incide ainda a causa de aumento do parágrafo único, sendo a pena
majorada em 1/6, resultando em 1 ano e 2 meses de reclusão e pagamento de 11 dias multa.
Considerando ainda que em cada processo seletivo foram cometidas diversas
falsidades pelo réu, em concurso formal de delitos, aumenta-se a pena em 1/6, resultando em 1
ano, 4 meses e 10 dias de reclusão e pagamento de 12 dias multa.
Tendo em vista que foram cometidos 6 delitos de falsidade ideológica, por
terem sido realizados 6 processos seletivos fraudados na sua gestão, os crimes serão somados em
concurso material, o montante da pena resulta detenção de 8 anos e 2 meses de reclusão e
pagamento de 72 dias multa.
Nos termos de todo quanto ponderado sobre o art. 59 do Código Penal e nos
termos do art. 33, § 2º, do Código de Processo Penal, o regime deverá ser o fechado para a
reclusão e semiaberto para a detenção.
No tocante à pena de multa, ainda incide o disposto no art. 60 do Código Penal,
de modo que cada dia multa deve ser estabelecido em 1/6 do salário mínimo, considerando as
condições pessoais do réu.
6.3. Carlos Roberto Mendes Peixoto
Em relação ao delito de organização criminosa, verifica-se que o delito teve
circunstâncias de extrema gravidade, dado que foi cometido em detrimento do interesse público,
desrespeitando todos os princípios constitucionais da administração pública, dado que o autor se
utilizou do poder conferido pelos cidadãos em interesse próprio, contra da moralidade
administrativa, com o fim de se manter na esfera de poder. Saliente-se ainda que trata-se de
comunidade carente que necessitava das verbas, empregos e assistência que os cargos desviavam
pretendiam prover. Sendo assim, a pena base deve ser aumentada em 1/6, resultando em 3 ano e 6
meses de reclusão e 11 dias multa
Na segunda fase da dosimetria, não há agravantes ou atenuantes a serem
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 126
aplicadas.
Na terceira fase, incide a causa de aumento do §4º, em razão do réu ser
funcionário público, devendo a pena ser majorada em 1/6, resultando em 4 anos e 1 mês de
reclusão e pagamento de 12 dias multa. Não há causas diminuição a serem consideradas.
Em relação ao delito de prevaricação, considerando os efeitos nefastos que as
condutas ocasionaram na comunidade de Carapicuíba, cidade extremamente carente, e que tinha
nesses processos seletivos forma de distribuição de renda (caso dos bolsistas) e oportunidade de
trabalho em área sensível, como é o caso dos agentes de saúde, a pena base não pode ser aplicada
no mínimo em razão das circunstâncias e consequências do crime, como prevê o artigo 59 do
Código Penal, sendo assim, majoro a pena base em ½, resultando em 4 meses e 15 dias de
detenção e pagamento de 15 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas. Também não há
causas de aumento ou de diminuição a serem consideradas.
Tendo em vista que foram cometidos 9 delitos de prevaricação, por terem sido
realizados 9 processos seletivos fraudados na sua gestão, os crimes serão somados em concurso
material, o montante da pena resulta detenção de 3 anos, 4 meses e 15 dias e pagamento de 135
dias multa.
Por fim, quanto ao crime de falsidade ideológica, em análise das
circunstâncias do artigo 59 do Código Penal, entende-se que não há razão para aplicação da pena
base acima do mínimo legal, ficando em 1 ano de reclusão e pagamento de 10 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas.
Sendo o réu funcionário público que se prevaleceu do cargo de vereador para
cometer as falsidades incide ainda a causa de aumento do parágrafo único, sendo a pena majorada
em 1/6, resultando em 1 ano e 2 meses de reclusão e pagamento de 11 dias multa.
Verifica-se que o réu fez indicações em apenas 1 processo seletivo (32/14),
indicando 2 pessoas, sendo cometidas duas falsidades pelo réu, em concurso formal de delitos,
devendo a pena desses delitos serem aumentadas em 1/6, resultando em 1 ano, 4 meses e 10 dias
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 127
de reclusão e pagamento de 12 dias multa.
Nos termos de todo quanto ponderado sobre o art. 59 do Código Penal e nos
termos do art. 33, § 2º, do Código de Processo Penal, o regime deverá ser o fechado para a
reclusão e semiaberto para a detenção.
No tocante à pena de multa, ainda incide o disposto no art. 60 do Código Penal,
de modo que cada dia multa deve ser estabelecido em 1/6 do salário mínimo, considerando as
condições pessoais do réu.
6.4. Elias Fernandes Cassundé
Em relação ao delito de organização criminosa, verifica-se que o delito teve
circunstâncias de extrema gravidade, dado que foi cometido em detrimento do interesse público,
desrespeitando todos os princípios constitucionais da administração pública, dado que o autor se
utilizou do poder conferido pelos cidadãos em interesse próprio, contra da moralidade
administrativa, com o fim de se manter na esfera de poder. Saliente-se ainda que trata-se de
comunidade carente que necessitava das verbas, empregos e assistência que os cargos desviavam
pretendiam prover. Sendo assim, a pena base deve ser aumentada em 1/6, resultando em 3 ano e 6
meses de reclusão e 11 dias multa.
Na segunda fase da dosimetria, não há agravantes ou atenuantes a serem
aplicadas.
Na terceira fase, incide a causa de aumento do §4º, em razão do réu ser
funcionário público, devendo a pena ser majorada em 1/6, resultando em 4 anos e 1 mês de
reclusão e pagamento de 12 dias multa. Não há causas diminuição a serem consideradas.
Em relação ao delito de prevaricação, considerando os efeitos nefastos que as
condutas ocasionaram na comunidade de Carapicuíba, cidade extremamente carente, e que tinha
nesses processos seletivos forma de distribuição de renda (caso dos bolsistas) e oportunidade de
trabalho em área sensível, como é o caso dos agentes de saúde, a pena base não pode ser aplicada
no mínimo em razão das circunstâncias e consequências do crime, como prevê o artigo 59 do
Código Penal, sendo assim, majoro a pena base em ½, resultando em 4 meses e 15 dias de
detenção e pagamento de 15 dias multa.
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 128
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas. Também não há
causas de aumento ou de diminuição a serem consideradas.
Tendo em vista que foram cometidos 7 delitos de prevaricação, por terem sido
realizados 7 processos seletivos fraudados na sua gestão, os crimes serão somados em concurso
material, o montante da pena resulta detenção de 2 anos, 7 meses e 15 dias e pagamento de 105
dias multa.
Por fim, quanto ao crime de falsidade ideológica, em análise das
circunstâncias do artigo 59 do Código Penal, entende-se que não há razão para aplicação da pena
base acima do mínimo legal, ficando em 1 ano de reclusão e pagamento de 10 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas.
Sendo o réu funcionário público que se prevaleceu do cargo de vereador para
cometer as falsidades incide ainda a causa de aumento do parágrafo único, sendo a pena majorada
em 1/6, resultando em 1 ano e 2 meses de reclusão e pagamento de 11 dias multa.
Verifica-se que o réu fez indicações em apenas 1 processo seletivo (32/14),
indicando 2 pessoas, sendo cometidas duas falsidades pelo réu, em concurso formal de delitos,
devendo a pena desses delitos serem aumentadas em 1/6, resultando em 1 ano, 4 meses e 10 dias
de reclusão e pagamento de 12 dias multa.
Nos termos de todo quanto ponderado sobre o art. 59 do Código Penal e nos
termos do art. 33, § 2º, do Código de Processo Penal, o regime deverá ser o fechado para a
reclusão e semiaberto para a detenção.
No tocante à pena de multa, ainda incide o disposto no art. 60 do Código Penal,
de modo que cada dia multa deve ser estabelecido em 1/6 do salário mínimo, considerando as
condições pessoais do réu.
6.5. Paulo Xavier De Albuquerque
Em relação ao delito de organização criminosa, verifica-se que o delito teve
circunstâncias de extrema gravidade, dado que foi cometido em detrimento do interesse público,
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 129
desrespeitando todos os princípios constitucionais da administração pública, dado que o autor se
utilizou do poder conferido pelos cidadãos em interesse próprio, contra da moralidade
administrativa, com o fim de se manter na esfera de poder. Saliente-se ainda que trata-se de
comunidade carente que necessitava das verbas, empregos e assistência que os cargos desviavam
pretendiam prover. Sendo assim, a pena base deve ser aumentada em 1/6, resultando em 3 ano e 6
meses de reclusão e 11 dias multa
Na segunda fase da dosimetria, não há agravantes ou atenuantes a serem
aplicadas.
Na terceira fase, incide a causa de aumento do §4º, em razão do réu ser
funcionário público, devendo a pena ser majorada em 1/6, resultando em 4 anos e 1 mês de
reclusão e pagamento de 12 dias multa. Não há causas diminuição a serem consideradas.
Em relação ao delito de prevaricação, considerando os efeitos nefastos que as
condutas ocasionaram na comunidade de Carapicuíba, cidade extremamente carente, e que tinha
nesses processos seletivos forma de distribuição de renda (caso dos bolsistas) e oportunidade de
trabalho em área sensível, como é o caso dos agentes de saúde, a pena base não pode ser aplicada
no mínimo em razão das circunstâncias e consequências do crime, como prevê o artigo 59 do
Código Penal, sendo assim, majoro a pena base em ½, resultando em 4 meses e 15 dias de
detenção e pagamento de 15 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas. Também não há
causas de aumento ou de diminuição a serem consideradas.
Tendo em vista que foram cometidos 7 delitos de prevaricação, por terem sido
realizados 9 processos seletivos fraudados na sua gestão, os crimes serão somados em concurso
material, o montante da pena resulta detenção de 2 anos, 7 meses e 15 dias e pagamento de 105
dias multa.
Por fim, quanto ao crime de falsidade ideológica, em análise das
circunstâncias do artigo 59 do Código Penal, entende-se que não há razão para aplicação da pena
base acima do mínimo legal, ficando em 1 ano de reclusão e pagamento de 10 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas.
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 130
Sendo o réu funcionário público que se prevaleceu do cargo de vereador para
cometer as falsidades incide ainda a causa de aumento do parágrafo único, sendo a pena majorada
em 1/6, resultando em 1 ano e 2 meses de reclusão e pagamento de 11 dias multa.
Verifica-se que o réu fez indicações em 2 processos seletivos (32/14 e 20/15),
indicou 2 e 10 pessoas, respectivamente, sendo cometidas diversas falsidades pelo réu, em
concurso formal de delitos, devendo a pena desses dois delitos serem aumentadas em 1/6,
resultando em 1 ano, 4 meses e 10 dias de reclusão e pagamento de 12 dias multa.
Considerando ainda que o réu concorreu para a falsidade ideológica de dois
processos seletivos, indicando pessoas de seu interesse, as penas dos crimes de falsidade devem
ser somadas em concurso material, resultando em 2 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão, e
pagamento de 24 dias-multa.
Nos termos de todo quanto ponderado sobre o art. 59 do Código Penal e nos
termos do art. 33, § 2º, do Código de Processo Penal, o regime deverá ser o fechado para a
reclusão e semiaberto para a detenção.
No tocante à pena de multa, ainda incide o disposto no art. 60 do Código Penal,
de modo que cada dia multa deve ser estabelecido em 1/6 do salário mínimo, considerando as
condições pessoais do réu.
6.6. Jeferson Soares De Macedo
Em relação ao delito de organização criminosa, verifica-se que o delito teve
circunstâncias de extrema gravidade, dado que foi cometido em detrimento do interesse público,
desrespeitando todos os princípios constitucionais da administração pública, dado que o autor se
utilizou do poder conferido pelos cidadãos em interesse próprio, contra da moralidade
administrativa, com o fim de se manter na esfera de poder. Saliente-se ainda que se trata de
comunidade carente que necessitava das verbas, empregos e assistência que os cargos desviavam
pretendiam prover. Sendo assim, a pena base deve ser aumentada em 1/6, resultando em 3 ano e 6
meses de reclusão e 11 dias multa
Na segunda fase da dosimetria, não há agravantes ou atenuantes a serem
aplicadas.
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Na terceira fase, incide a causa de aumento do §4º, em razão do réu ser
funcionário público, devendo a pena ser majorada em 1/6, resultando em 4 anos e 1 mês de
reclusão e pagamento de 12 dias multa. Não há causas diminuição a serem consideradas.
Em relação ao delito de prevaricação, considerando os efeitos nefastos que as
condutas ocasionaram na comunidade de Carapicuíba, cidade extremamente carente, e que tinha
nesses processos seletivos forma de distribuição de renda (caso dos bolsistas) e oportunidade de
trabalho em área sensível, como é o caso dos agentes de saúde, a pena base não pode ser aplicada
no mínimo em razão das circunstâncias e consequências do crime, como prevê o artigo 59 do
Código Penal, sendo assim, majoro a pena base em ½, resultando em 4 meses e 15 dias de
detenção e pagamento de 15 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas. Também não há
causas de aumento ou de diminuição a serem consideradas.
Tendo em vista que foram cometidos 9 delitos de prevaricação, por terem sido
realizados 9 processos seletivos fraudados na sua gestão, os crimes serão somados em concurso
material, o montante da pena resulta detenção de 3 anos, 4 meses e 15 dias e pagamento de 135
dias multa.
Por fim, quanto ao crime de falsidade ideológica, em análise das
circunstâncias do artigo 59 do Código Penal, entende-se que não há razão para aplicação da pena
base acima do mínimo legal, ficando em 1 ano de reclusão e pagamento de 10 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas.
Sendo o réu funcionário público que se prevaleceu do cargo de vereador para
cometer as falsidades incide ainda a causa de aumento do parágrafo único, sendo a pena majorada
em 1/6, resultando em 1 ano e 2 meses de reclusão e pagamento de 11 dias multa.
Verifica-se que o réu fez indicações em 4 processos seletivos, em dois deles
indicando apenas 1 pessoa (23/16 e 15/13), motivo pelo qual mantem-se a pena acima. Porém nos
outros dois (32/14 e 18/14), indicou 4 e 11 pessoas, respectivamente, sendo cometidas diversas
falsidades pelo réu, em concurso formal de delitos, devendo a pena desses dois delitos ser
aumentada em 1/6, resultando em 1 ano, 4 meses e 10 dias de reclusão e pagamento de 12 dias
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0008093-03.2016.8.26.0127 - lauda 132
multa.
Considerando ainda que o réu concorreu para a falsidade ideológica de quatro
processos seletivos, indicando pessoas de seu interesse, as penas dos crimes de falsidade devem
ser somadas em concurso material, resultando em 5 anos e 20 dias de reclusão, e pagamento de
46 dias-multa.
Nos termos de todo quanto ponderado sobre o art. 59 do Código Penal e nos
termos do art. 33, § 2º, do Código de Processo Penal, o regime deverá ser o fechado para a
reclusão e semiaberto para a detenção.
No tocante à pena de multa, ainda incide o disposto no art. 60 do Código Penal,
de modo que cada dia multa deve ser estabelecido em 1/6 do salário mínimo, considerando as
condições pessoais do réu.
6.7. Isac Franco Dos Reis
Pelo crime de falsidade ideológica, em análise das circunstâncias do artigo 59
do Código Penal, entende-se que não há razão para aplicação da pena base acima do mínimo legal,
ficando em 1 ano de reclusão e pagamento de 10 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas.
Sendo o réu funcionário público que se prevaleceu do cargo de vereador para
cometer as falsidades incide ainda a causa de aumento do parágrafo único, sendo a pena majorada
em 1/6, resultando em 1 ano e 2 meses de reclusão e pagamento de 11 dias multa.
Verifica-se que o réu fez indicações em 2 processos seletivos (18/14 e 24/15),
indicou 1 pessoa em cada. Considerando ainda que o réu concorreu para a falsidade ideológica de
dois processos seletivos, indicando pessoas de seu interesse, as penas dos crimes de falsidade
devem ser somadas em concurso material, resultando em 2 anos e 4 meses de reclusão, e
pagamento de 22 dias-multa.
Nos termos de todo quanto ponderado sobre o art. 59 do Código Penal e nos
termos do art. 33, § 2º, do Código de Processo Penal, o regime poderá ser o aberto para a
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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reclusão. Possível a substituição da pena corporal por duas penas restritivas de direitos, sendo
prestação de serviços à comunidade por igual prazo e prestação pecuniária de dez salários
mínimos à Prefeitura Municipal de Carapicuíba, nos temos do art. 44, I, e § 2º, 2º parte, do CP.
No tocante à pena de multa, ainda incide o disposto no art. 60 do Código Penal,
de modo que cada dia multa deve ser estabelecido em 1/6 do salário mínimo, considerando as
condições pessoais do réu.
6.8. Orcival Crepaldi
Em relação ao delito de organização criminosa, apesar da extrema gravidade
dos delitos, como já exposto, aplica-se a pena base, diante do fato de que o réu colaborou com a
justiça confessando os delitos e entregando o esquema criminoso instalado por ele e seus
comparsas, sendo a pena base aplicada no mínimo de 3 anos de reclusão e pagamento de 10 dias
multa
Na segunda fase da dosimetria, não há agravantes ou atenuantes a serem
aplicadas, considerando a aplicação da pena no mínimo (Súmula 231 STJ).
Na terceira fase, incide a causa de aumento do §4º, em razão do réu ser
funcionário público, devendo a pena ser majorada em 1/6, resultando em 3 anos e 6 meses de
reclusão e pagamento de 11 dias multa. Não há causas diminuição a serem consideradas.
Em relação ao delito de prevaricação, pelos mesmos motivos expostos acima,
aplica-se a pena base no mínimo de 3 meses de detenção e pagamento de 10 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas (Súmula 231 STJ).
Também não há causas de aumento ou de diminuição a serem consideradas.
Tendo em vista que foram cometidos 9 delitos de prevaricação, por terem sido
realizados 9 processos seletivos fraudados na sua gestão, os crimes serão somados em concurso
material, o montante da pena resulta detenção de 2 anos e 3 meses de detenção e pagamento de
90 dias multa.
Por fim, quanto ao crime de falsidade ideológica, em análise das
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE CARAPICUÍBAFORO DE CARAPICUÍBA1ª VARA CRIMINALAVENIDA DESEMBARGADOR DOUTOR EDUARDO CUNHA DE ABREU, Nº 215, Carapicuiba - SP - CEP 06328-330Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
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circunstâncias do artigo 59 do Código Penal, entende-se que não há razão para aplicação da pena
base acima do mínimo legal, ficando em 1 ano de reclusão e pagamento de 10 dias multa.
Não existem agravantes ou atenuantes a serem consideradas.
Sendo o réu funcionário público que se prevaleceu do cargo de vereador para
cometer as falsidades incide ainda a causa de aumento do parágrafo único, sendo a pena majorada
em 1/6, resultando em 1 ano e 2 meses de reclusão e pagamento de 11 dias multa.
Verifica-se que o réu fez indicações em 7 processos seletivos, em um deles
indicando apenas 1 pessoa (23/16), motivo pelo qual mantem-se a pena acima. Porém nos outros 6
(15/13, 18/14, 32/14, 15/15, 20/15 e 21/16), indicou 4, 4, 2, 7, 15 e 4 pessoas, respectivamente,
sendo cometidas diversas falsidades pelo réu, em concurso formal de delitos, devendo a pena
desses dois delitos ser aumentada em 1/6, resultando em 1 ano, 4 meses e 10 dias de reclusão e
pagamento de 12 dias multa.
Considerando ainda que o réu concorreu para a falsidade ideológica de sete
processos seletivos, indicando pessoas de seu interesse, as penas dos crimes de falsidade devem
ser somadas em concurso material, resultando em 9 anos e 4 meses de reclusão, e pagamento de
83 dias-multa.
Nos termos do acordo de delação premiada, o regime deve ser o aberto
diferenciado, consistente em recolhimento domiciliar nos finais de semana e feriados, exceto para
idas à missa e trabalho, bem como nos demais dias úteis no período compreendido entre as 20
horas e as 6 horas do dia seguinte, facultado o estabelecimento de dois domicílios declarados e
autorizados, podendo intercalar neles seu recolhimento; proibição de ausentar da comarca da
execução por mais de sete dias sem prévia autorização judicial; comparecimento pessoal e mensal
obrigatório a juízo para declarar suas atividades e endereço; prestação de serviços à comunidade a
qual, no entanto, não poderá ser na Administração Pública Direta ou Indireta, pelos dois primeiros
anos de pena.
No tocante à pena de multa, ainda incide o disposto no art. 60 do Código Penal,
de modo que cada dia multa deve ser estabelecido em 1/6 do salário mínimo, considerando as
condições pessoais do réu.
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7. DISPOSITIVO
Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a denúncia e,
em consequência:
a) CONDENO a acusada Elaine Cristina Pereira, qualificada nos autos,
como incursa no artigo art. 2º, §§ 3º e 4º, II, da Lei nº 12.850/13, às penas de 5 anos e 3 meses de
reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 17 dias multa, fixada em 1/6 do salário
mínimo, no art. 319 c.c. art. 327, § 2º, do Código Penal, por 9 (nove) vezes, em concurso material,
às penas de 4 anos e 6 meses de detenção em regime inicial semiaberto, e pagamento de 180
dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo e ainda no art. 299, parágrafo único, do Código
Penal, por 9 (nove) vezes, em concurso material, às penas de 12 anos e 3 meses de reclusão em
regime inicial fechado e pagamento de 108 dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo.
b) CONDENO o acusado Everaldo Francisco Da Silva, qualificado nos
autos, como incurso no artigo art. 2º, §§ 3º e 4º, II, da Lei nº 12.850/13, às penas de 4 anos e 8
meses de reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 15 dias multa, fixada em 1/6 do
salário mínimo, no art. 319 c.c. art. 327, § 2º, do Código Penal, por 6 (seis) vezes, em concurso
material, às penas de 3 anos de detenção em regime inicial semiaberto, e pagamento de 120
dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo e ainda no art. 299, parágrafo único, do Código
Penal, por 6 (seis) vezes, em concurso material, às penas de 8 anos e 2 meses de reclusão em
regime inicial fechado e pagamento de 72 dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo.
c) CONDENO o acusado Carlos Roberto Mendes Peixoto, qualificado nos
autos, como incurso no artigo art. 2º, §§ 3º e 4º, II, da Lei nº 12.850/13, às penas de 4 anos e 1 mês
de reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 12 dias multa, fixada em 1/6 do salário
mínimo, no art. 319 c.c. art. 327, § 2º, do Código Penal, por 9 (nove) vezes, em concurso material,
às penas de 3 anos, 4 meses e 15 dias de detenção em regime inicial semiaberto, e pagamento
de 135 dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo e ainda no art. 299, parágrafo único, do
Código Penal, às penas de 1 ano, 4 meses e 10 dias de reclusão em regime inicial fechado e
pagamento de 12 dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo.
d) CONDENO o acusado Elias Fernandes Cassundé, qualificado nos autos,
como incurso no artigo art. 2º, §§ 3º e 4º, II, da Lei nº 12.850/13, às penas de 4 anos e 1 mês de
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reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 12 dias multa, fixada em 1/6 do salário
mínimo, no art. 319 c.c. art. 327, § 2º, do Código Penal, por 9 (nove) vezes, em concurso material,
às penas de 2 anos, 7 meses e 15 dias de detenção em regime inicial semiaberto, e pagamento
de 105 dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo e ainda no art. 299, parágrafo único, do
Código Penal, às penas de 1 ano, 4 meses e 10 dias de reclusão em regime inicial fechado e
pagamento de 12 dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo.
e) CONDENO o acusado Paulo Xavier De Albuquerque, qualificado nos
autos, como incurso no artigo art. 2º, §§ 3º e 4º, II, da Lei nº 12.850/13, às penas de 4 anos e 1 mês
de reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 12 dias multa, fixada em 1/6 do salário
mínimo, no art. 319 c.c. art. 327, § 2º, do Código Penal, por 9 (nove) vezes, em concurso material,
às penas de 2 anos, 7 meses e 15 dias de detenção em regime inicial semiaberto, e pagamento
de 105 dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo e ainda no art. 299, parágrafo único, do
Código Penal, por 2 (duas) vezes, em concurso material, às penas de 2 anos, 8 meses e 20 dias de
reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 24 dias multa, fixada em 1/6 do salário
mínimo.
f) CONDENO o acusado Jeferson Soares De Macedo, qualificado nos autos,
como incurso no artigo art. 2º, §§ 3º e 4º, II, da Lei nº 12.850/13, às penas de 4 anos e 1 mês de
reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 12 dias multa, fixada em 1/6 do salário
mínimo, no art. 319 c.c. art. 327, § 2º, do Código Penal, por 9 (nove) vezes, em concurso material,
às penas de 3 anos, 4 meses e 15 dias de detenção em regime inicial semiaberto, e pagamento
de 135 dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo e ainda no art. 299, parágrafo único, do
Código Penal, por 4 (quatro) vezes, em concurso material, às penas de 5 anos e 20 dias de
reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 46 dias multa, fixada em 1/6 do salário
mínimo.
g) CONDENO o acusado Isac Franco Dos Reis, qualificado nos autos, como
incurso no artigo 299, parágrafo único, do Código Penal, por 2 (duas) vezes, em concurso
material, às penas de 2 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial aberto e pagamento de 22
dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo.
h) CONDENO o acusado Orcival Crepaldi, qualificado nos autos, como
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incurso no artigo 2º, §§ 3º e 4º, II, da Lei nº 12.850/13, às penas de 3 anos e 6 meses de reclusão
em regime inicial aberto e pagamento de 11 dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo, no
art. 319 c.c. art. 327, § 2º, do Código Penal, por 9 (nove) vezes, em concurso material, às penas de
2 anos e 3 meses de detenção em regime inicial aberto, e pagamento de 90 dias multa, fixada
em 1/6 do salário mínimo e ainda no art. 299, parágrafo único, do Código Penal, por 7 (sete)
vezes, em concurso material, às penas de 9 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial aberto
e pagamento de 83 dias multa, fixada em 1/6 do salário mínimo.
i) ABSOLVO o acusado Isac Franco Dos Reis, qualificado nos autos, das
imputações dos artigos 2º, §§ 3º e 4º, II, da Lei nº 12.850/13 e art. 319 c.c. art. 327, § 2º, do
Código Penal, nos termos do art. 386, VII, do Código de Processo Penal.
Diante da quantidade de pena aplicada e do regime inicial de cumprimento de
pena, não faculto eventual apelo em liberdade e mantenho as restrições impostas pelo Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo aos réus.
Custas na forma da Lei.
Com o trânsito em julgado, arquive-se.
P.R.I.C.
Carapicuiba, 11 de agosto de 2017.
Mariana Parmezan AnnibalJuíza de Direito
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
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