sentenÇa fies

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  • 5/10/2018 SENTENA FIES

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    "

    '.TIPO APODER JUDICIARIOJUSTIC;A FEDERAL

    ~ ,SE

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    Exatarnente isso fo i feito pela Autora, que trouxe aos autos 0 contrato deabertura de credito para financiamento estudantil, no qual esta bern expresso quem e quantadeve ser pago (demonstratives anexos a inicial).

    Tais documentos respondem adequadamente a Surnula 24 7 do c. Sl"'J: "Ocontrato de abertura de credito em conta-corrente, acompunhado do demonstrativo de debito,constitui documento h.dbil para 0 ajuizamento da actio monitoria".1. Aplicacao do C6digo de Defesa do Consumidor.

    o C6digo de Defesa do Consumidor, em seu art. 30 , 2, estabelece que:Art. 30 Fornecedor e toda pessoa fisica au juridica, publica au privada,nacional au estrangeira, bern como os entes despersonalizados, quedesenvolvem atividade de producao, montagem, criacao, construcao,transforrnacao, importacao, exportacao, distribuicao au corncrcializacaode produtos au prestacao de services. 10 Produto c qualquer bern, m6vel au imovel, materia l ou imaterial. 2 S~rviC~,.e qualqyer ativigade f~r~necida ..t. 0 m . ~ ~ _ r c a < ; l o ~e consuI!!0~I!!~diant~ remun~ra!ta,9, inclu~ive as d~...nature~!.lQa!1c~~Ja:t fina":.c~ira~,de ~reditQ e secu~itaria, "_alvo,,as dec_f2r.ren!es d~__re~acoe~ Jle caratertra balhista."(Grifei.)Durante muito tempo questionou-se a possibilidade da aplicacao de

    referido dispositivo a s instituicoes financeiras, inclusive no que diz respeito a suaconstitucionalidade.

    o e. STJ, ap6s inumeros ju lgados em sentido positivo, ed itou a Sumula n"297, a qual disp5e que:

    Sumula 297. 0 C6digo de Defesa do Consumidor e aplicavel a sinstituicoes financeiras

    " ... "No ano de 2006, 0 e. STF, no julgarnento daADI 2591, entendeu

    constitucional 0 referido dispositivo.Destarte, agora e pacifica a constitucionalidade do art. 30 , 2, do CoDe ,

    que prove a aplicacao deste C6digo a s instituicoes financeiras.2. Cum ulacjio de comissao de permanencia com outros encargos.

    No que concerne a comissao de perrnancnc ia, observo que nao ha previsaocontratual para sua cobranca, tampouco se vislumbra da planilha elabora pela autora que suacobranca tenha sido efetivad a, de modo que indefiro 0 pedido de nul idade de clausula contratualnesse ponto.3. Juros - taxa e capitalizacfio.

    No tocante a Tabela Price f0 1 pactuado, pelas partes, como se v e de fls, 34(Cla u su la 9 .1 .3 ).

    El11 relacao a os ju ro s cobrados, impende registrar que a norma contida no 30do art. 192 da C:F, revogada pela emenda no. 40/03, que lim itava a taxa de juros reais a 12% ao ano,tin ha su a a plic ab ilid ad e c on dic io na da a edicao d e le i c omp lemen ta r. (Vide sumula 648 do STF).Ail1g.a,

    , . . -, . . .I .:/' /I /! ~~J

    2. .. . . .

    ... ... .. . .., . .. .

    -. . :. . .. : .: . : .. . '. :.. . .:.. . .., . .. ..... : . . .. : : : .. . . . . ... . .. ... ... .. . . .. . ~... .: .. . .. . . . ,:.. . .. :. : .. . .. . .. . .. . .. .... .. . . . . ... . . .. ... .... . : ' .....

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    o Decreto 11 . 22.626/33, que igualmente limita a aplicacao dos juros ao percentual de 12% ao ano, naose aplica aos contratos bancarios, a teor da sumula 596 do STF.

    Logo, nao existindo limite maximo, e livre a pactuacao da taxa, desde quenao transborde da media de mercado, nao havendo nada nos autos que evidencie tal excesso.

    Por outro lado, no que se refere it pratica de anatocismo neste caso, deve-seasseverar que a jurisprudencia do Egregio Superior Tribunal de Justica firrnou posicao no sentido deque a capitalizacao (juros compostos) c vedada, meS1110 que convencionada, porquanto, na especie,subsiste 0 preceito do art. 4 do Decreto n 22.62tY33, contrario ao anatocismo, cuja rcdacao nao foirevogada pelaLei n 4.595/64.

    Ou seja, nao havendo modificacao quanta a capitalizacao dos juros pela Lei n4.595/64, a aludida capitalizacao s6 poderia ter sua aplicacao nos casos expressamente previstos em le iespecial, que revogariarn 0 Decreto n'' 22.626/33, C01TIO no caso de contratos de credito rural,cornercial e industrial.

    Nao havendo expressa autorizacao legal, de modo a solapar os efeitos doDecreta n" 22.626/33 (recepcionado como lei), incide, na especie, a Surnula n 121 do SUprelTIOTribunal Federal:

    r"E ve~,ada a ...capitaliz~c;ao .. de , .=juro~" ai!l,,~~ _ qu~ expr.~mS~ament~convencionada. "Note-se que as Leis n O s 8.436/92 e 9.288/96, sao silentes quando a viabilidade

    da capitalizacao dos juros, sendo certo que diante de proibicao expressa em diploma normative COInforca de Lei (Decreto n" 22.626/33), a circular BACEN n" 2.282/93 nao poderia dispor de maneiracontraria, sob pena de frustracao do principia da hierarquia das norrnas,

    Adernais, a MP 1.963-17/2000 aplica-se somente aos contratos celebradosposteriorm ente a sua vigencia, situacao inaplicavel a hip6tese dos autos, ern que 0 financiamcntoestudantil foi celebrado em 20-02-2000. Desta forma, tenho que a admissib:ilidade de aplicacao dejuros capitalizados de forma composta, que restou autorizada pela referida M,P, deve ser afastado nocaso elll comento.

    " . . . . . Por certo 0 Novo C6digo Civil adrnite a capitalizacao anual de juros para 0contrato de mutuo (artigo 591), entretanto tal dispositive e inaplicavel as relacoes juridicasconstituidas antes de seu advento.

    PDf fim, traz-se a colacao julgado oriundo do Egregio Superior Tribunal deJustica que, referindo-se especificamente a contrato de credito educativo, concluiu peJa vedacao dacapitalizacao de juros, "in verbis":

    " ~ADMINISTRATIVO .E TRIB-UTARIO. CREDITO E:nUCATIVO. A~OES, ,REVISION-AL E CONSIGNA TORIA. CLA'USULAS CONTRATUAIS.f oo ,A P:LICA < :;A O DO CODIGODE DEFESA _DO CONSUMIDO:R - CDC.

    ' , J I'CAPITALIZA

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    2. Pacifico 0 entendimento desta Corte Superior no sentido de que, ante ainexistencia de autorizacao legal especifica, "e vedada a capitalizacao dejuros, ainda que expressamente convencionada' (Sumula n 121/STF).3. Recurso nao provido.(RESP n" 614.695/RS; 1a Turma, 'Relator Ministro Jose Delgado, DJ de14/06/2004, pagina 181).

    4.__D_~~J?lic!l~.p ~!a ~ei 10.846/2004 aos be_I!.~f.~~i~.rioso F IE .~ .:.Argumentou 0 impetrante que ao alterar a Lei n.10.260101, que tratava

    exclu sivam ente do FIES, a Lei n.10.846/04 teria permitido aos contratantes doFIES 0refinanciarnento de seus contratos, pelo que tal benesse nao se restringiria apenas aos financiamentosdo CREDUC pactuados COIn base na Lei n.8.436/92.

    A Medida Provis6ria n . 141 , convertid a na Lei 11.10.846/04 deu nova redacaoao 5 do art. 2 daLei n" . 1 0 .260 /01 , com a finalidade de permitir 0 refinanciamento dos debitos doprograma de financiamento educacional.

    Foram as seguintes as alteracoes consolidadas na Lei n". 10.846 de 12 de marcode 2004:

    "Art. 10. 0 art. 2 da Lei n" 10.260, de 12 de julho de 2001, passa a vigorar coma se gu in te redacao:'Art . 2. ( . .. ). 5 0 Os saldos devedores al ienados ao amparo do inciso IIIdo .1 0 deste artigoe os dos contratos cujos aditamentos ocorreram apes 3 1 de maio de 1999poderao ser renegociados entre credores e devedores, segundo condicoes queestabelecerem, relativas a atualizacao de debitos constitu idos, saldosdevedores, prazos, taxas de ju ro s, g ar an ti as , valores de prestacoes e eventuaisdescontos, observado 0 seguinte:I - na hip6tese de renegociacao de saldo devedor parcialmente alienado naforma do inciso IIIdo 10 deste artigo, serao estabelecidas condicoes identicasde composicao para todas as parcelas do debito, cabendo a cada credor, no totalrepactuado, a respectiva participacao percentual no montante renegociado comcada devedor;" .

    .... .

    A nova lei trouxe dua s poss ib il id a des de renegociacao dos saldos deved ores: aprimeira referente aos contratos de financiamento cujos aditarnentos ocorrerarn ap6s 31 de maio de1999; a segunda em relacao aos creditos referidos no inciso III do 10da propria Lei n. 10.260/01.

    Assim, para fazer jus a renegociacao a parte deve ter tido 0 seu financiamentoaditado ap6s 31 de maio de 1999 au enquadrar-se 11 a situacao descrita p elo in ciso III do 10 da Lei11.10.260/01, que instituiu 0 programa de financiamento aoEstudante de Ensino Superior -FIES.

    Cumpre transcrever esse referido dispositivo para mclhor elucidacao daquestao:

    Art. 2 Constituem receitas do FIES:(.. .) . 10 Fica autorizada:( .. .) .II - a transferencia ao FIES dos saldos devedores dos financiamentosconcedidos 110 ambito d O Programa de Credito Educativo de que trata aLei no

    ,8.436, de 1992; ~'-, /'//-/.>o I , l f~ ~

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    III - a alienacao, total ou parcial, a instituicoes financeiras credenciadas paraesse tim pelo CMN, dos ativos de que trata 0 inciso anterior e dos ativosrepresentados por financiamentos concedidos ao amparo desta Lei.(.. .)'.COITIO se percebe, 0 inciso IIIdo 1 da Lei n. 10.260/01 destina-se a permitir

    a alienacao tanto dos ativos (contratos de financiamento) do credito educativo - CREDUC transferidosao FIES, bem como dos ativos do proprio FIES.

    A Lei n. 10.846 de 2004, portanto, permitiu a renegociacao do saldo devedordos ativos tanto do CREDUC como do proprio FIES, na rnedida eln que 0 inciso III do 10 da Lein. 10.260/01 faz expressa mencao a possibilidade de alienacao de ambos os financiamentos em seutexto.

    Assim, nos termos da legislacao, 0 autor pode realizar a renegociacao do saldodevedor referente a ativos do FIES. Quisesse 0 legislador restringir a renegociacao apenas ao saldodevedor dos contratos do eRE.DUe teria feito mencao naa ao inciso III, mas sim ao inciso IIdo art. 2daLei nO.1 0 .260 /0 1 .

    ..... .

    Ern conclusao, os embargos devern ser parcialmente acolhidos, no sentido dereconhecer 0 direito do autor de realizar a renegociacao da divida nos terrnos da Lei 10.846/2004, berncomo vedar a capitalizacao dos juros rernuneratorios de 9 0 / 0 (nove por cento) ao ano previstos nocontrato, sendo certo que a CaixaEconomicaFederal devera adequar 0 debito, expurgando acapitalizacao composta dos juros, substituindo-a por juros simples.

    Considerando que a requerente solicitou a desistencia da presente acao emrelacao a Oscarina Figueiredo Maiolino antes do decurso do prazo para que 0 requerido oferecesse asembargos, nao hi necessidade da anuencia deste para que a requerente possa desistir da demanda.Assim, HOMOIJOGO 0 PEDIDO DEDESIST.ENCIA, formulado pela requerente etll relacao aOscarina Figueiredo Maiolino, com fulcra no paragrafo unico do artigo 158 do Cl'C econseqiientemente, JULGO EXTINTO OPROCESSO, sern resolucao do merito, nos termos do incisoVIIIdo artigo 267 do Cl'C,DISPOSITIVO:

    " .... " Diante do exposto, JULGO FARCIALMENTE:~" PROCEDENTE 0pedido veiculado na inicial, ACOLHENDO PARCIj\L:MENTE OS EMBARGOS opostos,para reconhecer 0 direito do autor de realizar a renegociacao da divida nos termos da Lei 10.846 /2004 ,bern como a fim de reduzir a divida objeto da acao monitoria, devendo a credora CaixaEcon6micaFederal efetuar novas calculos aritmeticos, expurgando apenas a capitalizacao dos jurosrernuneratorios de 9% (nove por cento) ao ano previstos no contrato. No dia posterior aconsolidacao do debito, ou seja, a partir de 21-09-2006, 0 montante a ser apurado estara sujeitoa atual izacao pelo IPCA-E, naD se aplicando qualquer outro indice a titulo de correcao, ..monetana,

    Incidirao juros morat6rios de 1% ao mes, contados a partir de 21-09-2006.A sucumbenc ia foi reciproca e de monta equivalente, pelo que dou os

    honora rios por igualmente distribuidos e compensados.Metade das custas ja foi paga pela CEF quando do ajuizamento da acao,

    cabendo it parte requerida a Dutra metade.com 0 transite em julgado, intime-se a autora para trazer memoria/de

    calculo, discrirninada e atualizada, com contrafe. {~r'/.: //; 1//,I/

    5 C - - ' . " " " " -... .. .. . . ..... .. . .

    . I . .. .. .. . . . . .. . : . . . . . . .. ... . .. .." .. . ... .. .. .. .... . . .... . . . . . .. ..... .: . :: .. .... .

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    Ap6s, intime-se 0 embargante pa a que efetue 0 pagamento no prazo de 15dias, nos terrnos do art. 475-1 e ss. do Cl'C,, I JIt lr kPu b I iq ue-sej.-i,R.egistre-se. Inti 7 ~ lmse.

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