Seminário Sudeste da ANAMT

23 a 25 de Abril de 2015

Vitória – ES.

Trabalho em Frigoríficos – Implementação

da NR 36 e Repercussões na Saúde dos

Trabalhadores.

Trabalhadores de frigoríficos defendem

boicote a empresas que descumprem

normas de segurançaEm vigor desde abril de 2013, a norma específica

para a segurança do trabalhador do setor de

frigoríficos não está sendo plenamente aplicada

por todas as empresas do setor.

A denúncia foi apresentada segunda-feira

(10/02/2014) por representantes de trabalhadores

em debate promovido pela Comissão de Direitos

Humanos e Legislação Participativa do Senado

(CDH).

Legislações

A especificidade das atividades nas empresas

frigoríficas - abate de animais e produção de

alimentos - exigem o cumprimento:

1. Normas Regulamentadoras;

2. Legislação da Vigilância Sanitária;

3. Legislação do Serviço de Inspeção Federal;

4. Consolidação das Leis do Trabalhador;

5. Exigências dos países importadores.

Norma Regulamentadora

Nº 36

Objetivo

Estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação,

controle e monitoramento dos riscos existentes nas

atividades desenvolvidas na indústria de abate e

processamento de carnes e derivados destinados ao

consumo humano, de forma a garantir

permanentemente, a segurança, a saúde e a qualidade

de vida no trabalho.

LEI

Mobiliário e postos de trabalho (36.2)

Assentos conforme recomendações

da AET – mínimo um para cada três

trabalhadores (36.2.2);

36.2.6. Trabalho sentado – NR 17

Apoio para os pés;

Altura e inclinações ajustáveis,

com altura do plano de trabalho

e do assento compatíveis. (área de trabalho – zona de alcance)

TEMPO de permanência?Normatização sanitária?

Dimensões espaciais (36.2.5)

Suficientes para movimentar os

segmentos corporais livremente, de forma

segura...

- Portaria 273, 16.08.2011 – espaço para

cada trabalhador 100 cm.

- Empregadores – 75 cm.

- Governo e empregados – 85 cm.

Trabalho exclusivamente em pé

(36.2.7)

- Zonas de alcance para postura adequada.

- Espaço para pernas e pés.

- Barras de apoio para os pés.

- Bancos e assentos próximos ao local de

trabalho para no mínimo 50 % do efetivo.

Manuseio de Produtos (36.4.)

... Medidas de controle para evitar que os

trabalhadores sejam obrigados a efetuar de forma

contínua e repetitiva:

a) Movimentos bruscos de impacto dos MMSS;

b) Uso excessivo de força muscular;

c) Frequência dos movimentos que possam

comprometer a segurança e a saúde do trabalhador;

d) Exposição prolongada a vibrações;

e) Imersão ou contato permanente das mãos

com água.

Levantamento e transporte de

produtos e cargas (36.5.)

- O empregador deve efetuar análise ergonômica do

trabalho para avaliar a compatibilidade do esforço

físico com sua capacidade de força...

- A duração e a frequência da tarefa de

carregamento manual de cargas – períodos não

superiores a duas horas, ressalvadas outras

DISPOSIÇÕES LEGAIS.

Condições Ambientais de Trabalho (36.9)

... Ambientes artificialmente frios:

a) Controle da temperatura, da velocidade do ar e da

umidade;

b) Manutenção dos equipamentos;

c) Acesso fácil e irrestrito a água fresca;

d) Uso de EPI e vestimenta compatível com a

temperatura.

Deve ser disponibilizado sistema de aquecimento das

mãos próximo dos sanitários e dos locais de pausas,

quando as atividades manuais forem realizadas em

ambientes frios ou com contato ao frio.(36.9.5.2.)

Na avaliação dos efeitos da exposição ao

frio intenso deve ser considerado

que a sensação não aumenta numa relação

linear com a velocidade do ar e sim com

a raiz quadrada da mesma.

ASSIM – temperatura de 0º C

e velocidade do ar 6 m/s, é

equivalente a uma temperatura

de – 10º C e velocidade do ar 0 m/s.

Equipamentos de Proteção Individual e

Vestimentas de Trabalho (36.10. )

Nas atividades com exposição ao frio, devem ser

fornecidas meias limpas e higienizadas todos os

dias. (36.10.1.2 .)

As vestimentas devem ser trocadas

diariamente, sua higienização é responsabilidade

do empregador.(36.10.2.1.)

Ações em SST (36.11.6. )

...devem abranger todos os riscos à segurança e a saúde do

trabalhador e abordar no mínimo:

a) Riscos gerados por máquinas , equipamentos,

instalações, eletricidade, incêndios, entre outros –

Riscos de Acidentes - NR´s 08, 10, 11, 12, 13, 14, 23.

b) Exposição a agentes físicos, químicos e biológicos NR 9.

c) Riscos de natureza ergonômica e outros gerados pela

organização do trabalho.

Relatório Anual (36.12.6.)

- Evolução clínica e epidemiológica;

- As medidas administrativas e técnicas a

serem adotadas na comprovação do nexo

causal;

- Discriminar o número e a duração dos

afastamentos do trabalho;

-Estatísticas: queixas, de alterações clínicas

e laboratoriais nos setores e postos de

trabalho respectivos.

Antes: Riscos físicos, químicos e biológicos

PPRA

PCMSO

Acrescenta:

Riscos de Acidentes – Programa de

Prevenção de Acidentes.

Riscos Ergonômicos – Avaliação

Ergonômica do Trabalho.

Plano de Resposta a Emergências (Amônia).

Programa de Conservação Auditiva.

Organização Temporal do Trabalho (36.13.) .

Pausas

Psicofisiológicas – Atividades repetitivas e

com sobrecarga muscular estática ou

dinâmica.

- Duração: de 10 a 20 min..

- Em ambiente com

conforto acústico e térmico.

- Assentos para no mínimo

50 % do efetivo.

- Água potável.

- Relógio.

Fisiológicas –asseguradas a qualquer tempo

sem duração definida.

Térmicas - Artigo 253 CLT

Após 01:40 h. de trabalho

contínuo, 20 min. de repouso.

Rodízios (36.14.7)

• Definidos pelo SESMT e implantados com a

participação da CIPA e dos trabalhadores

envolvidos.

• Entre atividades cuja cadência é determinada por

máquinas com as que possibilitam determinar

livremente o ritmo de trabalho.

• Alternância de postura de pé e sentada, dos grupos

musculares.

• Redução de exigência postural – elevação, flexão...

• Redução da monotonia. Não tem valor de pausa.

Resumo

1. A presença dos riscos deve ser temporal.

2. Denominação das pausas.

Definição do tempo de pausas 10-20 min..

3. Avaliação da eficácia das pausas e dos

rodízios pelo SESMT e pelo Comitê de

Ergonomia.

4. Definição da realização do PCA.

5. Avaliar, descrever, declarar - Riscos de

Acidentes e Ergonômicos.

6. Presença de outros atores:

- Representantes dos sindicatos.

- Presença de supervisores em

relação aos aspectos psicossociais.- Membros da CIPA participam das AET´s.

- Presença dos trabalhadores na definição das

ferramentas.

7. Relatório Anual minucioso.

8. Acrescenta Programa de Prevenção de

Acidentes com Amônia.

Dificuldades/Desafios

• Mobiliário e espaços adequados;

• Implantar o processo de aquecimento das mãos;

• Associar os representantes dos sindicatos, os trabalhadores nas

definições em relação aos treinamentos, às avaliações

ergonômicas;

• Logística de fornecimento de meias;

• A Segurança e a Saúde do Trabalhador é desvinculada do

negócio da empresa:

Não está inserida no sistema de valores culturais e não faz parte

da tecnologia de gestão, da tecnologia social e ambiental

da empresa.

Muito Obrigada!

Denise F. Brzozowski

Especialista em Medicina do Trabalho

Perita em Causas Judiciais Trabalhistas

Ergonomista.

Presidente da ACAMT 2014-2017

denise_fb@hotmail.com