pausas programadas ou pausas espontÂneas? qual

74
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM FISIOTERAPIA ALEXANDHER NEGREIROS PAUSAS PROGRAMADAS OU PAUSAS ESPONTÂNEAS? QUAL DELAS É MAIS INDICADA PARA MANTER BOAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS TRABALHADORES? SÃO PAULO 2014

Upload: phamanh

Post on 08-Jan-2017

220 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM FISIOTERAPIA

ALEXANDHER NEGREIROS

PAUSAS PROGRAMADAS OU PAUSAS ESPONTÂNEAS? QUAL DELAS É

MAIS INDICADA PARA MANTER BOAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS

TRABALHADORES?

SÃO PAULO

2014

ALEXANDHER NEGREIROS

PAUSAS PROGRAMADAS OU PAUSAS ESPONTÂNEAS? QUAL DELAS É

MAIS INDICADA PARA MANTER BOAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS

TRABALHADORES?

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado e Doutorado em Fisioterapia

da Universidade Cidade de São Paulo –

UNICID, sob orientação da Profª Drª

Rosimeire Simprini Padula para

obtenção do título de Mestre.

SÃO PAULO

2014

Área de concentração: Fisioterapia na Saúde do Trabalhador

Data da defesa: 06 de Junho de 2014

Resultado: ____________________________

BANCA EXAMINADORA:

Profª.: Drª.: Rosimeire Simprini Padula _________________________________

Universidade Cidade de São Paulo

Profª.: Drª.: Luciana Dias Chiavehato _________________________________

Universidade Cidade de São Paulo

Profª.: Drª.: Tatiana Sato ___________________________________________

Universidade Federal de São Carlos

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer à Deus por me dar saúde, proteção e força

para concluir meus objetivos.

Agradeço a toda minha família (pai, mãe, irmão, irmã, avô e avó) por todo apoio

amor e carinho na minha vida e carreira profissional.

A minha orientadora Profª Drª Rosimeire Simprini Padula por me acolher,

auxiliar, ajudar no crescimento pessoal e profissional e mostrar a excelente profissional

competente que é.

Agradeço a todos meus amigos que estiveram juntos comigo me dando apoio

para realização dessa fase.

Agradeço a todos os professores do Programa de Mestrado da Universidade

Cidade de São Paulo, por me proporcionarem aumentar o meu conhecimento sobre

fisioterapia e me ensinar sobre ser pesquisador.

Meu sincero agradecimento a todos.

PREFÁCIO

Esta dissertação de mestrado aborda assuntos relacionados às pausas no trabalho

em layouts produtivos de uma indústria.

Engloba a avaliação em campo de trabalhadores que desempenham atividades de

trabalho diferente em relação ao tempo de pausas que realizam e o que isso pode

influenciar em sua saúde.

Em sua composição, apresenta 2 Capítulos, os quais possuem sua própria lista de

referências separadamente. No capítulo 1 observa-se uma contextualização a respeito

dos tópicos a serem apresentados nesta dissertação.

O capítulo 2 apresenta-se estruturado em forma de um artigo denominado

Layouts Produtivos Influenciam as Pausas, mas não a Saúde dos Trabalhadores, o

qual seguiu normas de publicação propostas pela Revista Applied Ergonomics para a

submissão.

Uma cópia das instruções para os autores da Revista Applied Ergonomics está

apresentada no Anexo I desta dissertação. O estudo apresentado no capítulo 2 foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo.

O capítulo 3 sumariza os principais achados do capítulo 2, fazendo

considerações finais a esta dissertação de mestrado e a importância dos estudos

realizados tanto para os pesquisadores quanto para os profissionais da área de saúde do

trabalhador.

SUMÁRIO

PREFÁCIO................................................................................................................. v

RESUMO.................................................................................................................... vi

CAPITULO 1............................................................................................................. vii

1.Contextualização .................................................................................................. 1

Referências................................................................................................................. 8

CAPÍTULO 2............................................................................................................. 13

RESUMO....................................................................................................................15

1.Introdução...............................................................................................................16

2. Métodos..................................................................................................................18

2.1. Desenho do Estudo...............................................................................................18

2.2. Voluntários...........................................................................................................18

2.3. Descrições do Processo Produtivo.....................................................................19

2.3.1. Layout de Produção (Série e Célula) no Sistema Just-in-time ....................19

2.3.4 Jornadas de trabalho e Pausas Programadas.................................................20

2.4 Materiais .........................................................................................................21

2.5 Instrumentos de Avaliação..............................................................................22

2.6 Procedimentos.................................................................................................22

2.7 Análises Estatísticas........................................................................................23

3.0 Resultados......................................................................................................23

4.0 Discussão........................................................................................................27

4.1 Limitações do estudo.....................................................................................29

5.0 Conclusão.......................................................................................................29

Agradecimentos...................................................................................................30

Referências............................................................................................................31

CAPÍTULO 3..............................................................................................................38

1. Conclusões..............................................................................................................39

Anexo 1.......................................................................................................................40

Anexo 2.......................................................................................................................43

Anexo 3.......................................................................................................................44

Anexo 4.......................................................................................................................45

Anexo 5.......................................................................................................................48

Anexo 6.......................................................................................................................49

Anexo 7.......................................................................................................................52

Anexo 8....................................................................................................................55

Anexo 9....................................................................................................................56

CAPÍTULO 1

Contextualização

RESUMO

Introdução: As pausas no ambiente de trabalho são necessárias e têm como finalidade

o restabelecimento do trabalhador, porém nas atividades industrial a implementação das

pausas é bem limitada pelo tipo de trabalho realizados, leis e normas mais claras e pelo

tipo de layout produtivo que influencia na dinâmica do trabalhador Objetivos: Avaliar

os modelos de produção em série e célula e suas influências nos tempos de ciclo de

trabalho, nas pausas espontâneas e para a saúde dos trabalhadores. Métodos: Foram

avaliados cento e vinte trabalhadores de uma indústria do setor automobilístico de

grande porte dividido em dois grupos (série e célula), através de métodos

observacionais e de questionários para avaliar o tempo de ciclo de trabalho, tempo de

pausa espontânea e micro pausa , nível de atividade física habitual (Questionário de

Baecke), risco relacionado a distúrbios ocupacionais (JFQ), estresse ocupacional (Job

Stress Scale (JSS)), necessidade de descanso (ENEDE) e capacidade para o trabalho

(Índice de capacidade para o trabalho (ICT)). As análises dos dados foram feitas por

meio do programa estatístico SPSS 17.0. Os resultados obtidos por meio da escala de

estresse, atividade física, risco ocupacional, necessidade de descanso e capacidade para

o trabalho serão comparados entre os grupos de trabalhadores do layout de produção em

série e em célula. Será utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a

distribuição dos dados e utilizados um nível de significância de p<0,05 (5%).

Resultados: A média de idade do grupo série foi de 30,8 ± 6,3 anos e do grupo célula

foi de 31,2 ± 6,5 anos, altura média do grupo série foi de 1,75±0,5 metros e do grupo

célula 1,73±0,6 metros, peso médio do grupo série foi 76,7± 9,5 Kg e do grupo célula

76,1± 9,8 Kg e o IMC médio do grupo série 24,78±2,7 kg/m² e do grupo célula

25,16±2,9 kg/m². O tempo médio do ciclo de trabalho no grupo série foi 22,79± 10,67

segundos e no grupo em célula foi de 69,83± 52,77 segundos sendo estatisticamente

significante (p=0,000). A variabilidade média dos três tempos de ciclos da atividade

realizada (micro pausa) foi de 0,77±0,41 segundos para o grupo série e 1,10 ±0,74

segundos para o grupo célula, não sendo encontradas diferenças significantes.

Conclusão: Os layouts produtivos em série e célula influenciam no tempo de ciclo de

trabalho e os dois grupos não se diferiram em relação à saúde geral, sendo as pausas

programadas realizadas de acordo com a as normas sugeridas, porém as pausas

espontâneas e micropausas deveriam ter mais tempo para ser realizada.

Palavras Chaves: Saúde Ocupacional, Descanso, Dort ,Riscos Ocupacionais.

1- Contextualização

Pausa significa, segundo o dicionário, “interrupção temporária de ação,

movimento ou som, vagar, lentidão”, ou seja, ‘‘interrupção de algo que está

acontecendo, que depois voltará a acontecer” 1 . As pausas estão presentes em todos os

lugares e acontecem a todo instante, pois nenhuma ação ou ato acontece sem que ocorra

uma interrupção em algum determinado momento 2.

No trabalho não é diferente, as pausas acontecem muitas vezes durante a

jornada de trabalho e têm como finalidade o descanso para o restabelecimento do

trabalhador, para que possa manter a produtividade e a qualidade da produção mediante

recuperação de sua condição fisiológica, sendo indispensável para manter a capacidade

das funções do corpo 2,3.

De acordo com o Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), artigo 71, há dois

tipos de descanso em duas modalidades de pausa, o intervalo interjornadas e o intervalo

intrajornada4,5. O intervalo entre as jornadas de trabalho prevê que o trabalhador

descanse 11 horas, mesmo que tenha realizado horas extras (art. 66 da CLT) 6. O

intervalo dentro de uma jornada de trabalho é previsto quando a carga diária for até 6

horas, devendo ser de 15 minutos; quando a carga horária for superior a 6 horas diárias,

esse intervalo deverá ser de no mínimo 1 hora e de no máximo 2 horas. Esses intervalos

são para repouso e alimentação, realizados fora do posto de trabalho, não sendo

computados na jornada de trabalho 5.

Além das instruções de pausa na CLT, existem as Normas Regulamentadoras

(NR’s) do Ministério do Trabalho que orientam intervalos de descanso e, em alguns

tipos de trabalhos, são estipulados tempos de pausas específicas, visando estabelecer

normas de ergonomia nas empresas e melhores condições para os trabalhadores 7. Os

trabalhos específicos de minas/subsolo, mecanografia, processamento

eletrônico/processamento de dados, telemarketing/teleatendimento, operadores de

checkout e abates de aves/frigoríficos, possuem o tempo de intervalo de pausa

determinado a partir de um período trabalhado. Para as atividades que não estão

contidas nas NRs, o tempo de pausa é estipulado a partir da análise ergonômica do

trabalho, o qual leva cada empresa a adotar as pausas para as atividades, considerando

acordos sindicais, ou pausas espontâneas, que não são previstas em lei, da forma que

julgar necessário, sendo estas muitas vezes adotadas com tempo inferior às pausas

ideais 7,8,9,10.

As pausas para descanso que são previstas por lei e constam na Constituição

Trabalhista Brasileira são denominas pausas programadas, devendo ser cumpridas

obrigatoriamente pelas empresas para preservação da saúde e estado geral do

trabalhador e o seu descumprimento acarreta punição para a empresa 4. No entanto, as

pausas programadas não eliminam outros tipos de pausas dentro da jornada de trabalho,

como as pausas espontâneas, que são realizadas quando há necessidade fisiológica para

hidratação ou utilizar o sanitário. Esse tipo de pausa não é contabilizada na carga

horária e não poderá ser limitada pelo empregador, pois tal controle é totalmente ilegal e

ameaça a dignidade da pessoa humana 4,5.

Um segundo tipo de pausa espontânea durante a jornada de trabalho é a micro

pausa, caracterizada por intervalos curtos durante o ciclo de trabalho. Elas ocorrem

quando o trabalhador tem um tempo de descanso, mesmo que mínimo, entre as

atividades realizadas, ou seja, quando o trabalhador inicia o trabalho de uma peça,

conclui, e, quando irá iniciar uma nova, realiza um pequeno intervalo de descanso. Esse

pequeno intervalo entre peças é caracterizado como micro pausa entre o ciclo de

trabalho 11,12. Tais intervalos voluntários do trabalhador podem ocorrer por estarem

cansados, fadigados, ou quando sentirem alguma necessidade de parar. Apesar de serem

intervalos muito pequenos, são muito importantes para o descanso do trabalhador e

recuperação do seu estado físico, minimizando os riscos ocupacionais 12,13.

Há, ainda, pausas que ocorrem quando uma máquina quebra ou a produção

atrasa, não sendo de caráter voluntário e tampouco previstas pelo trabalhador ou

empregador. Neste caso não são produtivas e nem servem para restabelecimento do

trabalhador. Isso porque, após o retorno da produção, elas podem ocasionar sobrecarga

extra, devido à necessidade de imprimir uma maior velocidade na produção e menos

tempo para alcançar as metas estabelecidas, afetando o trabalhador 14.

O que influencia diretamente o tempo de pausa no trabalho em uma indústria são

os tipos de layouts produtivos 11,14. A produção pode ser organizada com dois tipos de

layouts produtivos: o em série e o em célula. O layout produtivo em série foi criado no

século XX pelos americanos Taylor e Ford, logo após a Revolução Industrial, período

onde ocorreu a substituição do homem pela máquina, buscando aumentar a produção 15.

Esse tipo de sistema de produção atua em escala seriada, sem diversificação dos

produtos, cor ou tecnologia, com produção em um curto período de tempo e

caracterizado por grandes estoques 14. O layout de produção em série é caracterizado,

ainda, por ter um grande espaço físico para disposição das máquinas, pelo uso de grande

número de esteiras rolantes, por trabalhadores alocados ao longo das esteiras, de acordo

com sua função, onde as esteiras ditam o ritmo da produção, ficando o trabalhador na

mesma posição e repetindo a mesma tarefa durante longos períodos diários 14,16.

O layout produtivo em célula foi introduzido em 1970 no Japão logo após a

Segunda Guerra Mundial, momento em que o país não tinha capital para investimentos

em máquinas, e a exigência do mercado era por produtos com maior diversificação, e

melhor qualidade. Além disso, o Japão também estava preocupado em melhorar as

condições de trabalho e, assim, criou um sistema que atendesse a sua realidade e

necessidade por meio do Sistema Toyota de Produção 17,18. Nesse sistema uma grande

quantidade de trabalhadores realizava o trabalho de forma mais organizada, visando à

qualidade, com menor escala e não geravam estoques, pois a administração do sistema

ocorria através do Just-in–Time 19.

O sistema de administração Just-in-time visa à produção, a partir dos pedidos

gerados na loja, ou seja, a produção e compra de matérias primas para confecção dos

produtos só ocorrem após o pedido, não gerando desperdícios e nem estoques 19,20,21. O

layout de produção em célula criado como um pilar do Sistema Toyota de Produção,

visa uma melhora ergonômica para o trabalhador, devido a mão de obra ser a base do

sistema. Nele, o layout produtivo é disposto em formato de “U” ou “S”, ocorrendo uma

interligação das tarefas dos trabalhadores, com movimentos manuais curtos, um menor

deslocamento, sendo mais dinâmicos e não se repetindo as mesmas funções ao longo do

dia 22,23.

As diferenças dos dois layouts produtivos, em série em célula, em relação ao

tempo de pausa são definidas pela necessidade e características de produção 14. Nos

layouts em série a produção tem que ser mais rápida, ágil, em grande escala, tendo um

tempo menor para produzir cada produto 16. A produção no layout em célula é mais

diversificada, detalhada, em menor escala, levando a um maior tempo de produção de

cada produto 25. O fator determinante para as pausas é a velocidade de produção de cada

layout produtivo, que é influenciado pelo tempo de ciclo de trabalho 26,27.

O tempo de ciclo de trabalho é a duração da sequência de operações realizadas

em cada posto de trabalho, periodicamente repetidas, sendo um critério para a divisão

das tarefas 28, 29. Para determinar o tempo do ciclo utiliza-se a demanda de produção

(D), o tempo disponível real que a empresa tem para confecção do produto (TDR),

calculando-se o ritmo de trabalho (TTK) necessário para conseguir atender a demanda

dos clientes e seus respectivos mix de produção. O cálculo utiliza a fórmula equação (2)

que deve ser substituída na fórmula (1) 28,29,30 .

(1) TTK = TDR

D

Ritmo do trabalho necessário = Tempo Disponível Real para Produção

Demanda Necessária para Produzir

(2) TDR = TT - TP

Tempo Disponível Real para Produção = Tempo Total – Tempos Perdidos (com

pausas, ajustagens, reajustagens e outros).

Como a fórmula do tempo de ciclo é formada por demanda de produtos e tempo

real disponível, os tempos dos ciclos serão diferentes nos dois tipos de layouts

produtivos 27,28. No layout em série a produção de larga escala é padronizada, sendo a

máquina quem dita o ritmo do trabalho, resultando em uma produção de alta demanda e

pouco tempo disponível, no qual se tem uma maior velocidade de produção por produto,

levando a tempos de ciclo de trabalho mais curtos para que a entrega seja realizada no

prazo determinado 31,32,33. Já no layout em célula a produção é mais diversificada, com

maior qualidade, trabalhadores multifuncionais, produção de baixa escala, havendo mais

tempo para confecção do produto, gerando um tempo de ciclo de trabalho maior,

quando comparado com o layout em série 11,14,34 .

Os tempos de ciclo de trabalho são um dos marcadores que aumentam os riscos

de ocorrência de lesões e doenças ocupacionais 35,36. Tempos de ciclo mais curtos geram

uma maior repetição dos movimentos, menor tempo de intervalo entre um ciclo de

trabalho e outro (micro pausa), limitando o tempo de realização das atividades

fisiológicas (pausa espontânea) e levando a um escasso tempo de descanso na jornada

de trabalho (pausa programada), ou seja, limitam as pausas no trabalho, seja ela

programada, espontânea ou micro pausa 37,38,39,40. Quando há um ciclo de trabalho mais

longo, haverá maior tempo entre cada tarefa, menor número de atividade realizadas,

menos repetições de movimento,, mais flexibilidade de tempo para realização das

necessidades fisiológicas e mais facilidade para implementação de tempo de pausa

espontânea ou micro pausas 41,42,43.

Os ciclos de trabalho muito curtos, geram um tempo escasso e limitado de

pausas e micro pausas que, somados com a pressão por maior produção, a busca por

alcançar metas cada vez mais altas, as posturas inadequadas e com a alta jornada de

trabalho, sobrecarregam física e psicologicamente o trabalhador, levando a lesões do

trabalho, absenteísmo, piora na qualidade de vida e ao surgimento das doenças

ocupacionais de ordem física e psíquica, atualmente consideradas um grave problema de

saúde pública mundial 36,44,45.

Anualmente estima-se haver mais de 160 milhões de casos de doenças

ocupacionais no mundo, gerando um custo direto e indireto de US$ 2,8 trilhões de

dólares 46. No Brasil em 2011 foram registrados 711.164 acidentes e doenças do

trabalho, entre os trabalhadores assegurados da Previdência Social, gerando um custo de

R$ 15,9 bilhões/ano 47.

Para minimizar os índices de afastamento e custos com as doenças ocupacionais,

as ações em Saúde do Trabalho e Ergonomia têm um papel fundamental para melhorar

de forma integrada e indissociada a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das

atividades humanas 3,48. A ergonomia atua na adequação ergonômica para minimizar os

riscos ergonômicos, no aperfeiçoamento do layout homem e ambiente, na organização

do trabalho e melhoria das condições de trabalho 49. Quando essas adequações

ergonômicas não surgem efeito, demonstram resultados negativos tanto para o governo

e indústria, como para a produção, gerando insatisfação do trabalhador, absenteísmo e

doenças ocupacionais 49,50.

O tempo ideal de pausas espontâneas, que são essenciais para proteger a saúde

dos trabalhadores, ainda apresentam muitas lacunas em relação ao número, tempo,

frequência das pausas e intervalos e não está especificada na íntegra em todas as áreas

de trabalho, resultando na difícil implantação da ergonomia e suas normas,

principalmente nas áreas industriais e de produção, aonde essas leis e normas não são

estabelecidas claramente 7,8. Como a maioria das leis e normas do trabalho são para área

empresarial (escritórios e telemarketing), as pesquisas são realizadas não são diferente,

tem o foco para esse tipo de trabalho e de ambiente. 8.

As maiorias das pesquisas sobre pausa são feitas com trabalhadores que atuam

sentados em escritórios, como digitadores, teleatendimento, telemarketing ou ambiente

administrativo 35, 37,38,51-56. Os sistemas de pesquisa implantados nesses setores são os de

pausas programadas, em que um software determina a hora exata da pausa e trava a tela

do computador, obrigando o trabalhador a parar por um tempo estipulado 52,53,54,55

.Contudo, o número de integrantes é limitado e muitas vezes não simula o ambiente e as

atividades reais de trabalho. Por serem aplicadas em laboratório, avalia regiões

específicas do corpo, dando maior ênfase para o risco físico daquela atividade de

trabalho 38,51,52,53,54,55.

Para a indústria, esses sistemas de pausa programada utilizada em trabalho de

escritórios são restritos e de difícil implantação, pois no sistema industrial o trabalho

ocorre em fluxo contínuo, com interdependência entre os trabalhadores, de modo que,

fica inviável um determinado grupo de trabalhadores fazer pausa por um tempo pré-

determinado, no horário específico, pois os setores que dependem do processo anterior

obrigatoriamente iriam parar por não ter produtos para dar continuidade, atrasando e

parando toda produção 56. Outro fator que dificulta a aplicação das pausas é o tempo de

pausa necessária para cada atividade, já que cada uma das pesquisas realizadas em

escritórios abordam tempos e estratégias de pausas diferentes 52,53,54,55 .

Estudos na indústria americana indicaram que os horários de pausa de descanso

convencionais (meio da manhã, almoço, meio da tarde) não são totalmente efetivos para

o trabalhador, aumentando o desconforto e deterioração do desempenho 57,58,59. Outras

estratégias de descanso podem ser mais efetivas para melhorar o conforto, a saúde e a

produtividade do trabalhador. Embora algumas estratégias de pausas sejam intuitivas do

trabalhador (pausa espontânea), estudos têm mostrado que os trabalhadores nem sempre

vão escolher uma programação de pausa e descanso ideal, sendo que o desempenho

pode ser melhorado significativamente por meio de uma programação sistemática para

pausas 37.

Algumas pesquisas têm indicado pausas mais frequentes e tempos mais curtos

para trabalho repetitivo 60,61. Já em outros estudos os autores sugerem cuidado para

integrar as quebras com as demandas da tarefa, porque quando as pausas são muito

frequentes podem atrapalhar o trabalho 61,62. Assim, a implementação de um modelo de

pausa não é ainda totalmente estabelecido. A gestão da produção não definiu uma forma

exata de implementação de pausa, pois muitas vezes a gestão está preocupada com que

um maior número de pausas para descanso atrase ou reduz a produção. Outros podem

estar dispostos a investir em dar mais tempo de pausa para os trabalhadores, mas

são incertos sobre como dividir o tempo de intervalo durante o dia de trabalho 37.

Contudo, a literatura revela que a maior parte das pesquisas foi realizada com

trabalhadores de escritório, contendo número limitado de amostras e análises feitas em

ambientes controlados, com atividade simulada e não em in locu, sendo avaliados

voluntários que não são trabalhadores e não desempenham a função real analisada

51,52,53. Com essa divergência não se chega ao senso comum e o que se vê na prática é a

difícil tarefa de um consenso na padronização do tempo, da frequência e modelo das

pausas, especificamente para as indústrias, havendo poucos relatos de pesquisa nessa

área, dificultando a intervenção para melhorias na forma de trabalho e saúde do

trabalhador 11,14,32,36,37,46.

Justificativa

Visto que as pausas no trabalho são fundamentais para melhorar as condições e

saúde dos trabalhadores, somado ao grande impacto que gera para economia, ao fato de

haver uma grande dificuldade e barreiras para se realizar pesquisas em campo na área da

saúde ocupacional, e à existência de poucos estudos, relatos e leis a respeito de às

pausas no trabalho, especificamente no campo industrial, o presente estudo foi realizado

para encontrar respostas mais claras e colaborar no desenvolvimento de novos estudos

ligados ao tema.

Hipótese

A hipótese do presente estudo é que o tempo de pausas espontâneas (micro

pausa) e o tempo de ciclo de trabalho serão maiores nos layouts produtivos em célula,

gerando melhores condições para os trabalhadores alocados nesse tipo de layout,

quando comparado ao layout em série.

Referências

1. Ferreira ABH. Dicionário da Língua Portuguesa. 5. ed. Rio de Janeiro: Positivo,

2010.

2. Grandjean E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 4. ed.

Trad. João Pedro Stein. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

3. Iida I. Ergonomia : projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher , 1990.

4. BRASIL. Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de 1943. Aprova a Consolidação

das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União 09 out 1943.

5. BRASIL .Ministério do Trabalho e Emprego - Art. 71 Consolidação das Leis do

Trabalho - Decreto Lei 5452/43.

6. BRASIL .Ministério do Trabalho e Emprego - Art. 66 Consolidação das Leis do

Trabalho - Decreto Lei 5452/43.

7. Ministério do Trabalho e Emprego (Brasil) Normal Regulamentadora 1. Portaria

GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978. Diário Oficial da União 06/07/78.

8. Ministério do Trabalho e Emprego (Brasil). Normal Regulamentadora 17.

Portaria SIT n.º 13, de 21 de junho de 2007 . Diário Oficial da União 26 jun

2007.

9. Ministério do Trabalho e Emprego (Brasil). Normal Regulamentadora 3.

Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978. Diário Oficial da União 06 jul

1978.

10. Ministério do Trabalho e Emprego (Brasil). Normal Regulamentadora 36.

Portaria MTE n.º 555, de 18 de abril de 2013. Diário Oficial da União 06 jul 19

abr 2013.

11. Biehl KA, Mosele E. Análise da percepção do operário calçadista frente às

formas tradicional, celular, e grupos de trabalho de organização da produção.

XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de

out de 2003.

12. McLean L, Tingley M, Scott RN. Rickards. Computer terminal work and the

benefit of microbrakes. J Applied Ergonomics .2001;32: 225-237.

13. Kroemer KHE, Grandjean E. Tradutora Lia Buarque Macedo Guimarães.

Manual de Ergonomia, Adaptando o Trabalho ao Homem. 5 ed. Porto Alegre:

Editora Bookman, 2005.

14. Soares JJ, Vilhena FAF, Leite JC. Estudo comparativo entre os sistemas de

produção em série e célula: estudo de caso em uma empresa de eletrônico no

PIM. VI Congresso Nacional de Excelência em Gestão Energia , Inovação,

Tecnologia e Complexidade para a Gestão Sustentável Niterói, RJ, Brasil. 2010.

15. Hobsbawn E. Era dos Extremos - O Breve Século XX: 1914-1991.São Paulo:

Companhia das Letras; 1996.

16. Miltenburg J. U-shaped production lines: A review of theory and practice. Int J

Prod Economics. 2001; 70: 201-214.

17. Silva LM. Trabalho e sociabilidade privada: a exclusão do outro um olhar a

partir das células de produção. Rev Bras de Cien Sociais.2006; 61(21):148-161.

18. Coriat, B. Ohno e a escola japonesa de gestão da produção: um ponto de vista de

conjunto, in: Hirata, H. (org.) Sobre o “Modelo” Japonês. São Paulo: EDUSP;

1993.

19. Ohono T. O Sistema Toyota de Produção – Além da Produção em Larga Escala.

Porto Alegre: Bookman;1996.

20. Ribeiro JFF, Meguelati S. Organização de um sistema de produção em células

de fabricação. Gest. Prod. , São Carlos, v. 9, n. 1, 2002.

21. Ghinato P. Sistema Toyota de Produção: Mais do que Simplesmente Just-in-

time. Caxias do Sul:UCS;1995.

22. Shook Y. “Bringing” the Toyota Production System to the United States: A

Personal Perspective”, in LIKER, J. (org.): Becoming Lean: Inside Stories of

U.S. Portland :Productivity ;1998.

23. Gaither N . Administração da Produção e Operações. 8.ed. São Paulo: Pioneira;

Thomson Learning, 2001.

24. Coriat B. Pensar pelo Avesso: o Modelo Japonês de Trabalho e Organização.

Rio de Janeiro : UFRJ/Revan; 1994.

25. Shingo S. O Sistema Toyota de Produção do Ponto de Vista da Engenharia de

Produção. Porto Alegre: Bookma;1996

26. Hunter SL. Ergonomic evaluation of manufacturing system designs. J of

Manufacturing Systems. 2002; 20 (6).

27. Moreira DA. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pioneira;

2004.

28. Martins Petrônio G, Laugeni Fernando P. Administração da Produção. São

Paulo: Saraiva;2005.

29. Venugopal V, Narendran TT. A genetic algorithm approach to the machine-

component grouping problem with multiple objectives. Computers and

Industrial Engineering, v.22, p.469-480, 1992.

30. Waghodekar PH, Sahu S. Machine-component cell formation in Group

Technology: MACE. International Journal of Production Research, v.6, p.937-

948, 1984.

31. Garrett D, O'rourke D. Lean manufacturing comes to China: A case study of its

impact on workplace health and safety. Int J Occup Env Health. 2007;13:249-

257.

32. International Labour Organization. Measurement of working time. 18th

International Conference of Labour Statisticians Geneva, 24 November–5

December 2008 . Publications of the International Labour Office enjoy

copyright under Protocol 2 of the Universal Copyright Convention.

33. Silva EC, Bento PEG. The regulation of work activity and the new labor and

production contexts. Work. 2012;41: 1677-1682.

34. Burbigd JL. IFIP Glossary of terms used in Production Control.Inglaterra:

Elsevier Science Publishers;1987.

35. Flynn N, James JE. Relative effects of demand and control on task-related

cardiovascular reactivity, task perceptions, performance accuracy, and mood. Int

J of Psychophysiology . 2009;72: 217–227.

36. Nijp HH, Beckers DGJ, Geurts SAE, Tucker P, Kompier MAJ. Systematic

review on the association between employee worktime control and work–non-

work balance, health and well-being, and job-related outcomes. S J Work Env

Health. 2012;38(4):299–313.

37. Dababneh AJ, Swanson N, Shell RL. Impact of added rest breaks on the

productivity and well being of workers.Ergonomics.2001;44(2) :164- 174.

38. Faucetta J, Meyersb J, Milesc J, Janowitzd I, Fathallahc F. Rest break

interventions in stoop labor tasks. Applied Ergonomics. 2007;38: 219–226.

39. Stoy DW, Aspen J. Force and repetition measurement of ham boning.

Relationship to musculoskeletal symptoms. AAOHN journal :O J of the Ame

Asso of Occup Health Nurses. Jun 1999;47(6):254-260.

40. John K, Layer A, Karwowski W, Furr A .The effect of cognitive demands and

perceived quality of work life on human performance in manufacturing

environments. Int J of Indu Ergonomics .2009; 39 :413–421.

41. Beckers DGJ, Linden DVD, Smulders PGW, Kompier MAJ, Taris TW, Geurts

SAE. Voluntary or involuntary? Control over overtime and rewards for

overtime in relation to fatigue and work satisfaction. Work Stress. 2008;22:33–

50.

42. Geurts SAE, Sonnentag S. Recovery as an explanatory mechanism in the

relation between acute stress reactions and chronic health impairment. S J Work

Env Health. 2006;32:482–92.

43. Bergqvist U, Wolgast E, Nilsson B, Voss M. Musculoskeletal disorders among

visual display terminal workers: individual,ergonomic, and work organizational

factors. Ergonomics. 1995;38:763–76.

44. Meijman TF, Mulder G. Psychological aspects of workload. In P.J.D. Drenth,

Hk. Thierry,C.J. & De Wolff, editors. Handbook of Work and Organizational

Psychology. 2nd ed. Hove (UK): Psychology Press/Erlbaum; 1998. p. 5–33.

45. Padula RP, Comper MLC, Moraes AS, Sabbagh C, Junior PW, Perracini MR.

The work ability index and functional capacity among older workers. Braz J

Phys Therapy. 2013;17(4):382-391.

46. Organização Internacional do Trabalho [ Website]. Brasil(BR) : Universidade

Cidade de São Paulo; 05/12/2013.Disponível http://www.oit.org.br/content/oit-

pede-acao-mundial-urgente-para-combater-doencas-relacionadas-com-o-

trabalho

47. Previdência Social[Website]. Brasil(BR) : Universidade Cidade de São Paulo;

05/12/2013.Disponível em

http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=33

48. Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO). [Website]. Brasil (BR) :

Universidade Cidade de São Paulo; 10/11/2013.Disponível em

http://www.abergo.org.br/

49. Abrahão JI, Dias AM, Sarmet MM. Ergonomia, Cognição e Trabalho

Informatizado. Psicologia: Teoria e Pesquisa 2005; 21( 2): 163-17.

50. Garcia VMD, Mazzoni CF, Corrêa DF, Pimenta RU. Análise do perfil do

paciente portador de doença osteomuscular relacionada ao trabalho (DORT ) e

usuário do serviço de saúde do trabalhador do SUS em Belo Horizonte.Rev bras

fisioter.2004;8(3): 273-278.

51. Evans RE, Fawole HO, Sheriff SA, Dall PM, Grant M, Cormac RG. Point-of-

Choice Prompts to Reduce Sitting Time at Work A Randomized Trial. Am J

Prev Med 2012;43(3):293–297.

52. Heuvel SG, Looze MP, Hildebrandt VH, Thé KH .Effects of software programs

stimulating regular breaks and exercises on work-related neck and upper-limb

disorders. Scand J Work Environ Health. 2003;29(2):106-116.

53. McLean L, Tingley M, Scott RN. Rickards. Computer terminal work and the

benefit of microbrakes. J Applied Ergonomics .2001;32: 225-237.

54. Bernaards CM, Ariens GAM, Simons M, Knol DL, Hildebrandt VH. Improving

Work Style Behavior in Computer Workers with Neck and Upper Limb

Symptoms. J Occup Rehabil.2008; 18:87–101.

55. Bernaards CM , Ariens GAM, Knol DL, Hildebrandt VH .The effectiveness of a

work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the

recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers .Pain.

2007;132: 142–153.

56. Agustin L, al. e. Pausa para tu Salud: Reduction of Weight and Waistlines by

Integrating Exercise Breaks into Workplace Organizational Routine Prev

Chronic Dis. 2008;5(1).

57. Zwahlen HT, Hartman AL, Kothari N. Effects of rest breaks in continuous VDT

work on visual and musculoskeletal comfort/discomfort and on performance in

G. Salvendy (ed.). Human -Computer Interaction (Amsterdam: Elsevier)

.1984:315 -319.

58. Douwes M, Dul J, Smith P. A work-rest model for static postures. 11th Congress

of the International Ergonomics Association (London: Taylor & Francis).1991:

93- 95.

59. Douwes M, Dul J, Smith P. Ergonomic guidelines for the prevention of

discomfort of static postures based on endurance data. Ergonomics. 1994;37:

1807 -815.

60. Laporte W., The Influence of a gymnastic pause upon recovery following post

office work,Ergonomics.1966;9: 501 -506.

61. Mital A, Kopardekar P. The effect of different work-rest schedules on fatigue

and performance of a simulated directory assistance operator’s task,

Ergonomics.1994; 37: 1697 -1707.

62. Henning R, Pierre J, Kissel G, Sullivan A, Alteras-Webb S. Frequent short rest

breaks from computer work: effects on productivity and well being at two field

sites. Ergonomics. 1997;40: 78 -91.

CAPITULO 2

LAYOUTS PRODUTIVOS INFLUÊNCIAM AS PAUSAS, MAS NÃO A SAÚDE

DOS TRABALHADORES

ALEXANDHER NEGREIROS1, PATRICIA RODRIGUES2, ROBERTA3

DANGELINO, ROSIMEIRE SIMPRINI PADULA1,2*

1 Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia - Universidade Cidade de São

Paulo, São Paulo (SP), Brasil.

2 Curso de Graduação em Fisioterapia – Universidade Cidade de São Paulo, São

Paulo(SP), Brasil

3 Fisioterapeuta consultora da área de Saúde do Trabalho.

*Autor Correspondente: Rua Cesário Galeno 448/475, CEP 03071-000, Tatuapé, São

Paulo/SP, (11) 2178 1565, [email protected]

RESUMO

As pausas no ambiente de trabalho são necessárias e têm como finalidade o

restabelecimento do trabalhador. Os tipos de layouts produtivos, em série e célula, são

um dos determinantes para organização das mesmas. Avaliação dos modelos de

produção em série e em célula, suas influências nos tempos de ciclo de trabalho e? nas

pausas espontâneas para a saúde dos trabalhadores é são de fundamental importância.

Cento e vinte trabalhadores, com características antropométricas homogêneas, de uma

indústria do setor automobilístico foram avaliados quanto às pausas e integridade,

através de métodos observacionais e questionários . Os tempos médios do ciclo de

trabalho foram maiores no layout em célula. Os tempos de pausas no trabalho não

diferiram nos dois layouts produtivos, no entanto a possibilidade de micro pausas foram

maiores para o grupo em célula pelas características do trabalhado realizado. Contudo,

apesar da possibilidade de realização de maiores pausas no grupo em célula, essas

parecem não ter influenciado a saúde dos trabalhadores quando comparado ao grupo

série.

Palavras Chaves: Saúde Ocupacional, Descanso, Dort, Riscos Ocupacionais.

Abstract

1- Introdução

Os layouts produtivos em série e em célula, se diferem em vários aspectos e são

influenciados pelas necessidades de produção (Soares et al.,2010). O sistema de

produção com layout em série é utilizado para fabricação de produtos seriados, em larga

escala, com menor diversificação quanto ao modelo, cor ou tecnologia, produzidos em

um curto período de tempo e caracterizados por grandes estoques (Miltenburg ,2001;

Soares et al.,2010). Utiliza grande espaço para disposição das máquinas e esteiras

rolantes, que ditam o ritmo de produção, levando o trabalhador a manter a posição do

corpo com repetição dos mesmos movimentos ao longo do dia (Miltenburg, 2001;

Soares et al., 2010; Hunter, 2012).

O layout produtivo em célula foi introduzido na década de 1970 no Japão

durante a criação do sistema Toyota de produção ou produção enxuta (Coriat, 1994;

Ohono,1996; Silva, 2006). Este modelo gera pouco estoque, pois o sistema de

administração da produção é o Just-in–Time, principal pilar do sistema Toyota de

Produção (Ghinato, 1995). O layout de produção em célula possui formato de “U” ou

‘S”, o que permite uma interligação das tarefas e dos trabalhadores, favorecendo a

colaboração entre eles, menor gasto com deslocamentos, mais dinamismo e realização

de um maior número de atividades ao longo do dia, diversificando os movimentos, o

que permite contribuir para melhorias ergonômicas ao trabalhador por ele ser a base do

sistema (Shingo ,1996; Hunter, 2002; Soares et al., 2010).

No layout em série a produção tem que ser mais rápida, ágil, em grande escala,

com tempos de ciclos mais curtos. No layout em célula o trabalho é mais diversificado,

levando a um maior tempo de produção e, consequentemente, tempos de ciclos mais

longos e diversificados (Miltenburg, 2001; Biehl and Mosele, 2003; Soares et al., 2010).

Os dois tipos de layouts produtivos também se diferem em relação ao tempo de pausas e

micro pausas, devido à velocidade de produção de cada layout será determinado pelo

tempo do ciclo de trabalho (Hunter, 2002; Biehl and Mosele, 2003; Soares et al., 2010).

Ciclo de trabalho é a duração da sequência de operações realizadas em cada

posto de trabalho, que são periodicamente repetidas ao longo da jornada de trabalho,

sendo um critério para ajudar na compreensão e divisão das tarefas, permitindo

verificar a distribuição de cada fase do processo da tarefa e se há desequilíbrio entre as

sequencias de atividades e sobrecarga de trabalho (Venugopal and Narendran, 1992;

Moreira, 2004; Martins et al., 2005).

As pausas espontâneas ocorrem quando o trabalhador tem um tempo de

descanso, mesmo que mínimo, entre as atividades realizadas ou ciclos de trabalho mais

longos (Dababneh et al., 2001; McLean et al., 2001; Biehl and Mosele, 2003).

Há outros modelos de pausas, as obrigatórias, que são determinadas por lei e

organizadas conforme acordos sindicais entre empresa e trabalhador. Essas pausas,

programadas, também podem ocorrer a partir de normas específicas para cada área ou

atividade ocupacional, no entanto, não substituem as pausas espontâneas (OIT, 2013).

Há, ainda, as pausas decorrentes da quebra de uma máquina ou atraso na produção, que

não são de caráter voluntário e nem previstas pelo trabalhador ou empregador, porém,

ao contrário das demais, ao invés de favorecer sobrecarrega o trabalhador na busca do

do restabelecimento normal da produção (Biehl and Mosele, 2003; Soares et al., 2010).

Os tempos de ciclo de trabalho são um dos marcadores que mais contribuem

para o aumento do risco de ocorrência de lesões e doenças ocupacionais (Flynn and

James, 2009; Nijp et al., 2012). Os ciclos mais curtos implicam em maior repetição dos

movimentos, menor tempo de intervalo entre ciclos de trabalho, dificultando as micro

pausas e o tempo de descanso durante a jornada de trabalho (Stoy and Aspen, 1999;

Dababneh et al., 2001; Faucetta et al., 2007; John et al., 2009). Por consequência,

sobrecarregam o trabalhador física e psicologicamente, levando à lesões do trabalho,

absenteísmo, piora na qualidade de vida e ao surgimento das doenças ocupacionais, que

são consideradas atualmente um grave problema de saúde pública mundial (Burbigd,

1987; Silva e Bento, 2012; Padula et al., 2013).

As pesquisas na área industrial em que os horários de pausa de descanso são os

convencionais (meio da manhã, almoço, meio da tarde) não são totalmente efetivos para

o trabalhador, aumentando o desconforto e a deterioração do desempenho (Zwahlen et

al, 1984; Douwes et al., 1991; Douwes et al.,1994). As estratégias de descanso podem

ser mais efetivas quando são intuitivas pelo trabalhador (pausa espontânea), porém

estudos têm mostrado que os trabalhadores nem sempre vão escolher uma programação

de pausa e descanso ideal, sendo que o desempenho pode ser

melhorado significativamente por meio de uma programação sistemática dessas pausas

(Laporte, 1996; Henning et al.,1997; Agustin et al., 2008; Dababneh et al., 2001).

Os modelos de pausa ainda não são totalmente elucidados. Muitas vezes a gestão

está preocupada com o fato de que um maior números de pausas para descanso atrasem

ou reduzam a produção, sendo incertos como colocar em prática os tempos necessários

de pausas (Mital et al.,1994; Dababneh et al., 2001; Nijp et al., 2012). Na literatura

científica a maior parte das pesquisas sobre pausa foi realizada com trabalhadores de

escritório, com amostra limitada, análise em ambientes controlados, em atividade

simulada e, muitas vezes, avaliados voluntários que não são trabalhadores e não

desempenham a função real de trabalho (McLean et al., 2001; Heuvel et al., 2003;

Evans et al., 2012).

Com essas divergências não se chega ao um senso comum e o que se vê, na

prática, é a difícil tarefa de um consenso na padronização do tempo, da frequência e

modelo das pausas, especificamente nas indústrias. Diante disso, há poucos relatos de

pesquisa na área industrial em relação às pausas, dificultando a intervenção para

melhorias na forma de trabalho e saúde do trabalhador. Assim, o objetivo deste estudo

é avaliar os modelos de produção em série e em célula e suas influências nos tempos de

ciclo de trabalho, nas pausas espontâneas e na saúde dos trabalhadores.

2. Métodos

2.1 Desenhos do estudo

O estudo foi observacional transversal comparativo.

2.2 Voluntários

Os participantes do estudo são trabalhadores da produção, recrutados em uma

indústria multinacional do ramo automobilístico de grande porte, localizada no estado

de São Paulo - Brasil. Os critérios de inclusão foram trabalhadores do sexo masculino,

na ativa, e que estivessem alocados nas diferentes estratégias de organização de

produção (série e célula). Os critérios de exclusão foram trabalhadores com menos de

dois meses na função, já que a política da empresa considera esse período como de

treinamento, não exigindo 100% de produtividade para este colaborador, o que de certo

modo poderia diferenciá-lo dos demais. O número total de participantes do estudo foi

120 trabalhadores, divididos em 60 por grupo (série e célula).

O cálculo amostral utilizado considerou para uma população de 452

trabalhadores. Para chegar a esse número foi realizado um estudo piloto, a fim de

identificar a prevalência de necessidade de descanso, onde se utilizou o desfecho para

utilizando-se a seguinte fórmula de cálculo amostral:

N =Z2 x P (1 – P) = 1,962 x 0,50 (1 – 0,50) = 92 voluntários.

E2 0,12

Nessa fórmula Z é valor da distribuição normal a um intervalo de 95% de

confiança, P é a prevalência amostral (no caso foi 50%) e E é erro amostral tolerável

(10%). Assim, chegamos a um número de 92 trabalhadores no total, contudo, foram

selecionados 120 voluntários como margem de segurança, divididos em dois grupos de

60 trabalhadores, que foram selecionados de forma aleatória à partir de uma lista com os

nomes dos trabalhadores, enviada pelo setor de Recursos Humanos. Formula no Livro de

Mauricio Costa Romão (estatística)

2.3 Descrições do Processo Produtivo:

2.3.1 Layout de Produção (Série e Célula) no Sistema de Administração Just-in-

time

A indústria analisada é do setor automotivo, produz acessórios para automóvel

de passeio. Dentre esses acessórios, tem-se fabricação de espumas para montagem de

bancos (dianteiro e traseiro) revestidos de tecido e couro, “quebra sol” (Sun Visor),

apoio de braço e apoio de copo. As produções dos acessórios são para várias marcas e

modelos de automóveis, de forma que cada setor é responsável por uma marca

específica. A indústria atua tanto em layout em série quanto em célula, dependendo do

tipo, da necessidade e quantidade do produto fabricado.

O layout em série possui melhor configuração para a produção contínua e

repetitiva, com operários e máquinas fixos, estações de trabalho sequenciadas e sem

caminhos alternativos, e no qual o material percorre um único sentido previamente

determinado dentro do processo. O layout de produção em série é utilizado nas linhas de

fabricação da Espuma (produção de bancos automotivos), Trilho (armação de bancos

automotivos) e Flex (montagem de bancos automotivos) que são caracterizados por

rapidez e velocidade de produção, de modo que a máquina dita o ritmo da esteira,

fazendo com que o trabalhador tenha um menor tempo de ciclo de trabalho e maior

repetição para que consiga produzir o produto no tempo determinado pela máquina.

Quando esse tempo de produção estabelecido pela máquina é ultrapassado, o sistema

emite sons e alertas para indicar que aquele setor está em atraso, fazendo com que o

trabalhador se desloque para frente da linha de produção para acompanhar a esteira e

finalizar aquele produto, tendo de voltar rapidamente para iniciar um novo produto, para

que assim os sons e alertas cessem e não se acumule ou atrase produtos.

O layout celular estabelece uma configuração de produção "células" em que

equipes de trabalhadores completam um produto. As células são em forma de um "U",

de modo que o processo de produção começa com a entrada de matéria prima de um

lado e o produto final sai na outra extremidade. Na célula, dois ou mais postos de

trabalho distintos são localizados proximamente, nos quais um número limitado de

peças ou modelos é processado utilizando fluxos lineares. O layout da produção em

célula na indústria é utilizado nos dois setores do Sun Visor (produção de quebra sol

automotivo), montagem de trilhos, montagem de apoio para cabeça, montagem de

apoios de braço e montagem de apoio de copos, que são caracterizados por um trabalho

mais especifico, incluindo várias funções, fases e processos até a montagem final do

produto. Cada célula de produção é composta por mais de uma máquina, onde o

trabalhador deve operá-las na confecção de um único produto, fazendo com que realize

mais de uma atividade e função por peça, de forma que o trabalho é mais detalhado,

mais demorado, tornando o tempo de ciclo de trabalho para produção do produto mais

longo. Os setores do layout em célula também possuem metas diárias de produção e na

ocorrência de atrasos o líder responsável do setor irá fiscalizar o que está acontecendo

naquela determinada fase para resolução do problema gerado.

2.3.4 Jornadas de trabalho e Pausas Programadas

A jornada de trabalho dos funcionários da indústria analisada é de oito horas por

dia, cinco dias semanais, incluindo dois sábados por mês, com turno de quatro horas por

dia, levando a uma carga horária de duas semanas de quarenta horas e duas semanas de

quarenta e quatro horas. O turno matutino cumpria o horário inicial das 6:00 às 15:00

horas, com uma hora de intervalo para o almoço e 10 minutos para café no período da

manhã (pausas programadas).

A realização das pausas espontâneas para as necessidades fisiológicas, como se

hidratar e utilizar o sanitário, eram feitas de forma mais delicadas e limitadas, pois

deveria ser previamente avisado ao responsável do setor e aos colegas, sendo que em

algumas atividades não poderiam deixar os postos de serviço por causa da produção.

Assim, outro colega ou o responsável do setor deveria substituir até que o mesmo

retornasse ao seu posto de trabalho, sendo mais difícil a realização nos layouts em série.

2.4 Materiais

Para a mensuração dos tempos de pausas foram utilizados os seguintes materiais:

Um cronômetro de hora comum, uma filmadora para registrar os diversos movimentos

executados pelo operador, folhas de observações para que os tempos e demais

informações relativas à operação cronometrada pudessem ser adequadamente

registrados.

Para obter o tempo real do ciclo de trabalho executado foi realizada a

cronometragem direta do operador em seu posto de trabalho, sendo realizadas três

medidas do tempo do ciclo de cada atividade, obtendo-se uma média do tempo real de

trabalho. A cronometragem começa no exato momento em que a operação é iniciada

(trabalhador faz a pega da peça) e finalizada no momento em que o trabalhador termina

o produto (faz a pega de uma nova peça para dar início). O método é simples: observa-

se todo o trabalho e, com um cronômetro, é anotado a cada etapa o tempo levado

deixando o cronômetro correr normalmente, depois este é dividido por etapas, que

quando somados formam o tempo de trabalho ou o tempo de ciclo da produção. Após,

calcular o tempo correto de cada etapa, realiza uma média de três medições, onde

iremos encontrar o tempo real do ciclo de trabalho (Moreira, 2004; Martins e Laugeni,

2005).

O tempo de micro pausa foi obtido por meio de um cálculo feito a partir dos

tempos de ciclos de cada trabalhador. A partir das medidas dos três tempos de ciclo de

trabalho, foi realizado o cálculo da variabilidade entre as três medidas do tempo de

ciclo, para calcular quanto foi a diferença de tempo encontrada entre os ciclos de cada

trabalhador, e em seguida, foi calculada a média do desvio padrão para cada tipo de

trabalho em série e em célula. Esse cálculo permitiu saber quanto tempo de intervalo

(micro pausa) que ocorre entre cada peça produzida em cada layout produtivo. O tempo

previsto para cada ciclo de trabalho também foi obtido a partir de consulta à equipe de

engenharia de processo, no qual os tempos de ciclos encontrados pela nossa

cronometragem direta coincidiram com o tempo consultado pela engenharia.

2.5 Instrumentos de Avaliação

Após as análises iniciais, foram aplicadas as entrevistas aos trabalhadores

utilizando-se o questionário de Baecke para avaliar o nível de atividade física nas

atividades de vida diária, exercícios físicos e atividades de lazer e locomoção (Baecke et

al., 1982; Florindo e Latorre, 2003; Garcia et al., 2003). O Índice de Capacidade para o

Trabalho (ICT) permitiu avaliar a capacidade para o trabalho a partir da percepção do

próprio trabalhador, por meio de dez questões sintetizadas em sete dimensões (Silva

Junior et al., 2011; Silva Junior et al., 2013). O Quick Exposure Check (QEC), que é um

método observacional, avaliou os riscos ocupacionais gerais (físico, organizacional e

psicossocial) a partir da avaliação da percepção do trabalhador e permitiu a classificação

do profissional quanto às sobrecargas nas regiões corporais (coluna, punho, mão e

pescoço) e outros fatores como vibração, manuseio de automóveis, ritmo de trabalho e

estresse (Comper et al., 2012; Comper e Padula, 2013 ). A Escala de Necessidade de

Descanso (ENEDE) foi utilizada para avaliar a percepção do trabalhador quanto à

necessidade de recuperação (descanso) e sobrecarga das condições de trabalho, tais

como: carga de trabalho, pressão por produção, controle de pessoal, período de

recuperação em casa (Veldhoven and Broersen, 2003; Moriguchi et al, 2010; Moriguchi

et al., 2013). O Job Factors Questionnaire (JFQ) permitiu identificar e quantificar a

percepção do trabalhador em relação à exposição aos fatores de risco relacionados ao

trabalho, tais como pausas, repetitividade, posturas, layouts que podem contribuir para o

desenvolvimento de distúrbios osteomusculares (Shimabukuro et al., 2012 ; Coluci and

Alexandre, 2009). Por meio do Job Stress Scale (JSS) foi avaliado o estresse

ocupacional considerando-se três dimensões: demanda psicológica, controle e apoio

social (Theorell e Karasek, 1996 ; Alves et al., 2004) .

2.6 Procedimentos

Após aprovação do trabalho pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Cidade de São Paulo (Proc. N.o 22916213.2.0000.0064), os setores foram avaliados

quanto às características produtivas dos layouts de trabalho em Série e em Célula. Em

seguida os trabalhadores foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Logo após, preencheram uma ficha

pessoal para se obter dados referentes à idade, ao gênero, peso, altura, IMC, estado civil,

escolaridade e características do trabalho, como tempo na função, setor, organização da

produção, rodízio e meta produtiva. Posteriormente, foram aplicados no próprio local de

trabalho os questionários de Baecke, Exposure Check (QEC), Job Stress Scale (JSS),

Necessidade de Descanso (ENEDE) e o de Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT)

e Job Factors Questionnaire (JFQ), onde foram aleatorizados para não terem a mesma

sequência e não influenciar nos resultados. Foi computado o tempo de pausas e micro

pausas considerando os layouts de produção em série e em célula em cada ciclo de

trabalho.

2.7 Análises Estatísticas

Foram realizadas análises dos dados por meio do programa estatístico SPSS

17.0. O ciclo da atividade foi analisado por meio de média e desvio padrão, bem como

outras variáveis do estudo. Os resultados obtidos por meio da escala de estresse,

atividade física, risco ocupacional, necessidade de descanso e capacidade para o

trabalho foram comparados entre os grupos de trabalhadores do layout de produção em

série e em célula. Foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a

distribuição dos dados e o nível de significância utilizado foi de p<0,05 (5%).

Os testes t-Student e de Mann-Whitney foram utilizados para avaliar a existência

de diferença entre os grupos, à partir do resultado do teste de normalidade. Os testes

Qui-Quadrado e Exato de Fisher foram utilizados para comparar os grupos para

variáveis categóricas.

3.0 Resultados

O tempo médio de análise foi de 30 minutos por trabalhador, realizando um

tempo total das analises de 3.600 horas divididas em três meses de coleta de dados.

Antes de realizar as análises, a equipe esteve por um período de sete meses na empresa,

onde foi conhecido o sistema de operação da indústria, observação dos processos

produtivos e rotina da empresa.

As características antropométricas (tabela 1) dos 120 trabalhadores do sexo

masculino, divididos em dois grupos de 60 trabalhadores, considerando o layout

produtivo, foram muito semelhantes, não havendo diferença significativa entre eles. Em

relação às características do trabalho, a média do tempo de função no grupo em série foi

de 30,2±32,8 meses, maior que do grupo em célula 21,7±22,81 meses com p= 0,605.

O tempo médio de ciclo de trabalho (tabela 2) foi menor para o grupo série

(22,79 ± 10,67 segundos) em relação ao grupo célula (69,83± 52,77 segundos), havendo

diferença significativa entre os grupos (p=0,000). As micro pausas entre cada ciclo de

trabalho foram contabilizadas por meio da variabilidade média dos três tempos de ciclos

da atividade realizada, que foi de 0,77 ± 0,41 segundos para o grupo série e 1,10 ± 0,74

segundos para o grupo célula, não sendo encontradas diferenças significantes.

O tempo de ciclo padrão médio calculado pela engenharia de produção da

empresa para o trabalho no layout em célula é de 98 segundos, e para o layout em série

é de 43 segundos. O percentual do tempo do ciclo contabilizado em nossas análises

(tabela 2) são respectivamente 71,3% e 53,0% para o grupo série e célula no qual indica

que os trabalhadores realizam o trabalho ocupando menos do que 100% do tempo do

ciclo nos dois casos, assim permitindo a realização de pausas.

Tabela 2. Variação do tempo de ciclo do trabalho e do tempo médio interciclos

Variáveis

Grupo Série N=60

Grupo Célula N=60

P Valor

Média (DP) Média (DP)

Ciclo (segundos)

22,79(10,67)

69,83(52,77)

0,000

Interciclos (segundos)

0,77(0,41) 1,10(0,74)

0,003

A tabela 3 descreve a média, desvio padrão e porcentagem dos escores sobre o

nível médio de atividade física por meio do questionário de Baeck. A maior parte dos

trabalhadores foram classificados como ativos, contudo o percentual de indivíduos

ativos foi maior no grupo célula (75%) com diferença significativa entre os grupos

(p=0,035). A capacidade para o trabalho (ICT) foi classificado como ótima para 55%

dos trabalhadores no grupo série e 68% para o grupo célula, não havendo diferença

significativa entre os grupos (p=0,243).

O risco ocupacional (QEC) obteve a média de 95,6± 24,7 pontos no grupo série

e 85,11± 20,8 pontos no grupo célula, e apesar de terem sido altos para ambos os

grupos, não houve diferença significativa. O grupo série obteve uma maior necessidade

de descanso (ENEDE) com média de 40,6± 17,8 pontos (35%), quando comparada ao

grupo célula 33,7± 18,9 pontos (21%). As queixas osteomusculares (JFQ) foram

maiores para o grupo célula e não houve diferença entre os grupos. Para o nível de

estresse ocupacional (JSS) foi semelhante entre os grupos, não havendo diferença

significativa nas três categorias, demanda, controle e apoio social (tabela 3).

Tabela 3. Média, desvio padrão e porcentagem dos escores dos questionários aplicados

nos 120 trabalhadores.

4.0 Discussão

O objetivo deste estudo foi avaliar os tempos de pausas em dois layouts

produtivos e avaliar as condições de saúde dos trabalhadores, esperando que as pausas

pudessem influenciar as respostas de necessidade de descanso, capacidade para o

trabalho e nível de estresse. Contudo, apesar de diferenças nos tempos de pausa e da

Variáveis Série (N=60)

Célula (N=60)

P-valor

%(N) %(N)

Baeck Escore Total (Média DP). 5,9 (1,6) 6,5(1,4) 0,144 Ativo 55(33) 75(45) 0,035

Moderadamente Ativo 45(27) 25(15) Sedentário

0 (0) 0 (0)

ICT Escore Total (Média DP) 43,5(5,05) 44,6(6,3) 0,507 Ótima 55(33) 68(41) 0,243

Boa 36(22) 21(13) Moderada 8,3(5) 8(5)

Baixa 0(0) 1(1)

QEC Escore Total (Média DP) 95,6(24,7) 85,11(20,8) 0,131 Alta 5(3) 0(0) 0,080

Moderado 56(34) 46(28) Baixa 38(23) 53(32)

ENEDE Escore Total (Média DP) 40,6(17,8) 33,7(18,9) 0,887

Maior (<45) 35(21) 21(13) 0,156 Menor (≥45) 65(39) 78(47)

JFQ Escore Total (Média DP) 60,3(46,8) 71,9(45,8) 0,733

JSS Estresse

Demanda

Alta 55(33) 56(34) 1,000 Baixa 45(27) 43(26)

Controle

Alto 10(6) 8(5) 0,951 Baixo 90(54) 91(55)

Apoio Social

Alto 90(54) 84(51) 0,706 Baixo 10(6) 15(9)

organização do trabalho ser melhor para o grupo em célula, este demonstrou estar no

mesmo nível físico e de saúde geral que os trabalhadores do layout em série.

As características antropométricas dos grupos demonstraram ser homogêneas,

dessa forma os resultados encontrados, não foram influenciados por tais fatores. O

tempo de ciclo de trabalho avaliado de cada posto de trabalho estava dentro do tempo

passados pela engenharia de produção, de modo que os trabalhadores dois tipos de

layouts não ucupavam mais de 100% do clico de trabalho . Encontramos os resultados

previstos para cada tipo de layout, onde o tempo de ciclo de trabalho do layout em

célula foi maior, caracterizando um trabalho menos repetitivo, quando comparado ao

layout em série. Essas diferenças acontecem devido ao ritmo da produção em célula ser

determinado pelo homem e não pela máquina, as atividades realizadas serem mais

detalhadas e específicas, incluindo vários processos de produção (multitarefas),

necessitando de mais tempo para a produção de cada peça (Biehl and Mosele, 2003;

Soares et al., 2010).

Em relação às pausas programas, encontramos que a indústria cumpre com as

normas dos intervalos previstos por leis (Organização Internacional do Trabalho, 2013),

porém foi relatado, extraoficialmente, um descontentamento do grupo de trabalhadores

pela retirada do segundo intervalo de dez minutos para café, no período da tarde, devido

ao grande volume de demanda de produção.

Para as pausas espontâneas, como se hidratar e ir ao banheiro, foi constatado que

os trabalhadores encontram dificuldade para realizá-las, não sendo uma rotina natural e

muitas vezes podem aguardar mais tempo do que o necessário. Esse fato se dá pela

produção ser contínua e as tarefas dependerem da fase anterior para serem cumpridas,

pois se cada trabalhador não realizar sua função de forma rítmica a produção pode

atrasar ou até mesmo parar. O processo de saída do posto de trabalho é complexo, pois

tem de ser avisado previamente ao responsável do setor, para que ou outro funcionário

assuma a função a ser deixada. Essa dificuldade é mais visível no layout em série por

ser a produção impulsionada pela máquina, gerando pouco tempo ocioso para realizar a

troca de posto, levando o trabalhador desse layout há aumentar o tempo para que possa

realizar suas necessidades fisiológicas.

As micro pausas no trabalho não tiveram diferenças significativas nos dois

layouts, onde encontramos pouco tempo de intervalo entre uma tarefa e outra. Para que

o trabalhador realize uma micro pausa maior entre uma tarefa e outra é necessário que

finalize com mais rapidez uma peça, a fim de que na próxima tenha um intervalo para

descansar, ou quando o tempo de ciclo de trabalho não ocupe mais que 100% do seu

tempo. Porém, grandes metas produtivas, alta demanda de produção diária em todos os

setores e layouts?, leva a engenharia de produção a realizar um cálculo de tempo de

ciclo de cada produto igual ou maior que 100%, tornando muito difícil a ocorrência de

micro pausas (Waghodekar e Sahu, 1984 ;Venugopal and Narendran, 1992).

Outro fato é que o layout celular da indústria analisada se difere dos conceitos

do Sistema Toyota de Produção (Coriat, 1994; Ohono, 1996), pois atuam com altas

metas de produção, realizam múltiplas atividades e operam várias máquinas em um

curto período de tempo, não acontecendo a interação entre os trabalhadores, de modo

que realizam um trabalho em série individualizado na célula de produção, se igualando

em relação o tempo de micro pausa nos dois layouts (Biehl e Mosele, 2003; Soares et

al., 2010).

Resultados encontrados no grupo em série, quanto nível mais baixo de atividade

física e maior necessidade de descanso, quando comparado ao grupo célula, devem-se

ao fato de que nesse grupo o trabalho é mais repetitivo, no que diz respeito ao tempo de

ciclo em relação ao layout em célula, e por haver maior desgaste físico. Em razão do

esforço braçal para confecção de produtos com maiores dimensões e peso nesse layout,

ao final do dia de trabalho esse grupo estará um pouco menos disposto para prática de

atividade física fora do local de trabalho (Soares et al., 2010).

Para estresse e índice de capacidade para o trabalho, não se observou diferenças

entre os grupos, ocorrendo o mesmo nível nos dois grupos. Apesar de no layout em

célula o trabalhador executar a função com maior tempo de ciclo e ditar o próprio ritmo

de trabalho, também ocorre a mesma pressão por produção, metas, redução de erros e

cobrança do layout em série, igualando ao nível de estresse nos dois grupos.

A capacidade para o trabalho não obteve diferenças nos dois grupos, onde a

classificação revelou ser de uma ótima capacidade para o trabalho, na qual pode ser

explicada pelo fato dos trabalhadores avaliados estarem em nível parecido em relação à

atividade física e as características antropométricas terem sido praticamente iguais entre

eles, se igualando no que diz respeito à capacidade física e saúde geral.

A preocupação com o trabalho e saúde do trabalhador vem crescendo cada vez

mais e tendo uma maior atenção, levando empresas e o governo a realizarem medidas

de intervenção, porém as pesquisas na área ocupacional e especificamente o tema

abordado não vêm acompanhando esse crescimento (Dababneh et al., 2001; Soares et

al., 2010; Organização Internacional do Trabalho, 2013). Assim, é importante que

novos estudos sejam feitos, buscando avaliar, por meio de ensaios clínicos e estudos

longitudinais, o efeito das pausas para saúde dos trabalhadores.

4.1 Limitações do estudo

Para realizarmos o presente estudo na empresa tivemos algumas restrições e

seguimos algumas orientações. A primeira era em relação ao tempo de análise para cada

trabalhador, sendo de 30 minutos e teríamos que realizar as avaliações e análise no

próprio posto de trabalho sem que atrapalhasse o trabalhador em sua função, realização

da atividade, rotina de trabalho e produção. Em relação ao horário de análise, foi

determinado pela empresa o período da manhã, por haver mais funcionários nesse turno,

onde foram passados os dados e setores dos funcionários somente desse turno.

Acreditamos que isso pode de alguma forma ter influenciado os resultados deste estudo.

5.0 Conclusão

O presente estudo revelou que na empresa avaliada os layouts produtivos em

série e célula influenciam no tempo de ciclo de trabalho e os dois grupos não se

diferiram em relação à saúde geral, sendo as pausas programadas realizadas de acordo

com a as normas existentes sugeridas, porém as pausas espontâneas deveriam ser

realizadas sem tantos processos para a saída do posto de trabalho e as micro pausas

deveriam ter um tempo maior para ser realizadas, visto que os trabalhadores não

ocupam mais do que 100% do ciclo de trabalho total.

Agradecimentos

Agradecimentos a Universidade Cidade de São Paulo pelo apoio para realização do

presente estudo.

Referências

Agustin, L.,2008. Pausa para tu Salud: Reduction of Weight and Waistlines by

Integrating Exercise Breaks into Workplace Organizational Routine Prev Chronic

Dis.5(1).

Alves, M.G., Chor, D., Faerstein, E., Lopes, C. S, Werneck, G.L.,2004. Short version of

the "job stress scale": a Portuguese-language adaptation. Rev de Saúde Pública. Apr

.38(2):164-171.

Baecke, A.H., Burema, J., Frıjters, E.R.,1982. A short questionnaire for the

measurement of habitual physical activity in epidemiological studies The American

Journal of Clinical Nutrition.36:936-942.

Beckers, D.G.J., Linden, D.V.D., Smulders, P.G.W., Kompier, M.A.J., Taris,T.W.,

Geurts, S.A.E.,2008. Voluntary or involuntary? Control over overtime and rewards for

overtime in relation to fatigue and work satisfaction. Work Stress.22:33–50.

Bergqvist,U., Wolgast, E., Nilsson, B., Voss, M., 1995. Musculoskeletal disorders

among visual display terminal workers: individual,ergonomic, and work organizational

factors. Ergonomics. 38:763–76.

Bernaards,C.M., Ariens, G.A.M., Simons, M., Knol, D.L., Hildebrandt, V.H.,2008.

Improving Work Style Behavior in Computer Workers with Neck and Upper Limb

Symptoms. J Occup Rehabil.18:87–101.

Bernaards,C.M., Ariens, G.A.M., Knol, D.L., Hildebrandt, V.H.,2008.The effectiveness

of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery

from neck and upper limb symptoms in computer workers .Pain. 132: 142–153.

Biehl, K.A., Mosele, E., 2003.Análise da percepção do operário calçadista frente às

formas tradicional, celular, e grupos de trabalho de organização da produção. XXIII

Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003.

Burbigd, J.L.,1987. Glossary of terms used in Production Control.Inglaterra: Elsevier

Science Publishers.

Coluci, M.Z.O., Alexandre, N.M.C.,2009. Adaptação cultural de instrumento que avalia

atividades do trabalho e sua relação com sintomas osteomusculares. Acta Paul

Enfermagem.22(2):149-154.

Coluci, M.Z.O., Alexandre, N.M.C., Rosecrane, J.,2009. Reliability and validity of an

ergonomics-related Job Factors Questionnaire. Int J of Industrial Ergonomics.39:995–

100.

Comper, M.L.C., Costa, L.O.P., Padula, R.P.,2012. Quick Exposure Check (QEC): a

crosscultural adaptation into Brazilian-Portuguese. Work.41:2056-2059.

Comper, M.L.C., Padula, R.S.,2013. Avaliação do risco ergonômico em trabalhadores

da indústria têxtil por dois instrumentos: Quick Exposure Check e Job Factors

Questionnaire. Fisi Pesquisa. 20(3):215-221.

Coriat, B.,1993. A escola japonesa de gestão da produção: um ponto de vista de

conjunto sobre o “Modelo” Japonês. in: Hirata, H. (org.) . São Paulo: EDUSP.

Coriat B.,1994. Pensar pelo Avesso: o Modelo Japonês de Trabalho e Organização. Rio

de Janeiro : UFRJ/Revan.

Dababneh, A.J., Swanson, N., Shell, R.L.,2001. Impact of added rest breaks on the

productivity and well being of workers.Ergonomics.44(2) :164- 174.

Douwes,M., Dul, J., Smith, P.,1991. A work-rest model for static postures. 11th

Congress of the International Ergonomics Association (London: Taylor & Francis).93-

95.

Douwes,M., Dul, J., Smith, P.,1994. Ergonomic guidelines for the prevention of

discomfort of static postures based on endurance data. Ergonomics.37: 1807 -815.

Evans, R.E., Fawole, H.O., Sheriff, S.A., Dall, P.M., Grant, M., Cormac, R,G.,2012.

Point-of-Choice Prompts to Reduce Sitting Time at Work A Randomized Trial. Am J

Prev Med.43(3):293–297.

Faucetta, J., Meyersb, J., Milesc, J., Janowitzd ,I., Fathallahc, F.,2007. Rest break

interventions in stoop labor tasks. Applied Ergonomics. 2007;38: 219–226.

Flynn , N., James, J.E.,2009. Relative effects of demand and control on task-related

cardiovascular reactivity, task perceptions, performance accuracy, and mood. Int J of

Psychophysiology .72: 217–227.

Florindo, A.A., Latorre, M.R.D.O.,2003. Validação e reprodutibilidade do questionário

de Baecke de avaliação da atividade física habitual em homens adultos. Rev Bras Med

Esporte. 9(3).

Garcia, L.M.T., Osti, R.F.I., Ribeiro, E.H.C., Florindo, A.A.,2013. Validação de dois

questionários para a avaliação da atividade física em adultos. Rev Bras Ativ Fis e

Saúde.18(3):317-318.

Geurts, S.A.E., Sonnentag, S.,2006. Recovery as an explanatory mechanism in the

relation between acute stress reactions and chronic health impairment. S J Work Env

Health. 32:482–92.

Ghinato, P.,1995. Sistema Toyota de Produção: Mais do que Simplesmente Just-in-time.

Caxias do Sul:Universidade de Caxias do Sul.

Grandjean, E.,1998. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 4.ed.

Trad. João Pedro Stein. Porto Alegre: Artes Médicas.

Henning, R., Pierre, J., Kissel, G., Sullivan, A., Alteras-Webb, S.,1997. Frequent short

rest breaks from computer work: effects on productivity and well being at two field

sites. Ergonomics.40: 78 -91.

Heuvel, S.G., Looze, M.P., Hildebrandt, V.H., Thé, K.H.,2003. Effects of software

programs stimulating regular breaks and exercises on work-related neck and upper-limb

disorders. Scand J Work Environ Health.29(2):106-116.

Hobsbawn, E.,1996. Era dos Extremos - O Breve Século XX: 1914-1991.São Paulo:

Companhia das Letras.

Hunter,S.L.,2002. Ergonomic evaluation of manufacturing system designs. J of

Manufacturing Systems.20 (6).

Iida, I.,1990. Ergonomia : projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher .

John,K., Layer, A., Karwowski, W., Furr, A.,2009.The effect of cognitive demands and

perceived quality of work life on human performance in manufacturing environments.

Int J of Indu Ergonomics .39 :413–421.

Laporte W.,1966. The Influence of a gymnastic pause upon recovery following post

office work,Ergonomics.9: 501 -506.

Martins, P., Laugeni,P.,2005. Administração da Produção. São Paulo: Saraiva.

McLean, L., Tingley, M., Scott, R.N., Rickards.,2001. Computer terminal work and the

benefit of microbrakes. J Applied Ergonomics .32: 225-237.

Meijman, T.F., Mulder, G.,1998. Psychological aspects of workload. In P.J.D. Drenth,

Hk. Thierry,C.J. & De Wolff, editors. Handbook of Work and Organizational

Psychology. 2nd ed. Hove (UK): Psychology Press/Erlbaum. 5–33.

Miltenburg, J.,2001. U-shaped production lines: A review of theory and practice. Int J

Prod Economics.70: 201-214.

Mital, A., Kopardekar, P.,1994. The effect of different work-rest schedules on fatigue

and performance of a simulated directory assistance operator’s task, Ergonomics. 37:

1697 -1707.

Moreira, D.A.,2004. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pioneira.

Moriguchi, C.S., Alem, M.E., Veldhoven, M.V., Coury, H.J.,2010. Adaptação cultural e

parâmetros psicométricos da versão brasileira da “Need for Recovery Scale". Rev de

Saúde Pública. 44(1):131-139.

Moriguchi, C.S., Trevizani, T., Oliveira, A.B., Coury, H.J.C.G.,2013. Avaliação de

diferentes parâmetros para interpretar a necessidade de descanso em ergonomia. Fisi.

Movimento.24(4):823-833.

Moriguchi, C.S., Alem, M.E., Coury, H.J.,2011. Sobrecarga em trabalhadores da

indústria avaliada por meio da escala de necessidade de descanso. Rev Bras

Fisioterapia.15(2):154-159.

Nijp, H.H., Beckers, D.G.J., Geurts, S.A.E., Tucker, P., Kompier, M.A.J.,2012.

Systematic review on the association between employee worktime control and work–

non-work balance, health and well-being, and job-related outcomes. S J Work Env

Health. 38(4):299–313.

Ohono, T.,1996. O Sistema Toyota de Produção – Além da Produção em Larga Escala.

Porto Alegre: Bookman.

Organização Internacional do Trabalho. [ WebSite]. Brasil(BR) : Universidade Cidade

de São Paulo; 05/12/2013.Disponível http://www.oit.org.br/content/oit-pede-acao-

mundial-urgente-para-combater-doencas-relacionadas-com-o-trabalho

Padula, R.P., Comper, M.L.C., Moraes, A.S., Sabbagh, C., Junior, P.W., Perracini,

M.R.,2013. The work ability index and functional capacity among older workers. Braz J

Phys Therapy.17(4):382-391.

Shimabukuro, V.G.P., Alexandre, N.M.C., Coluci, M.Z.O.,2012. Validity and

Reliability of a Job Factors Questionnaire Related to the Work Tasks of Physical

Therapists. Int J of Occup Safety and Ergonomics.18(1):15-26.

Shingo, S.,1996. O Sistema Toyota de Produção do Ponto de Vista da Engenharia de

Produção. Porto Alegre: Bookman.

Silva, E.C., Bento, P.E.G.,2012. The regulation of work activity and the new labor and

production contexts. Work.41: 1677-1682.

Silva Junior, S.H.A., Vasconcelos, A.G.G., Griep, R.H., Rotenberg, L.,2013.

Confiabilidade teste-reteste do Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT) em

trabalhadores de enfermagem. Rev Bras Epidemiologia.16(1):202-209.

Silva Junior, S.H.A., Vasconcelos, A.G.G., Griep, R.H., Rotenberg, L.,2011. Validade e

confiabilidade do índice de capacidade para o trabalho (ICT) em xtrabalhadores de

enfermagem. Cad Saúde Pública.27(6):1077-1087.

Soares, J.J., Vilhena, F.A.F., Leite, J.C.,2010. Estudo comparativo entre os sistemas de

produção em série e célula: estudo de caso em uma empresa de eletrônico no PIM. VI

Congresso Nacional de Excelência em Gestão Energia , Inovação, Tecnologia e

Complexidade para a Gestão Sustentável Niterói, RJ, Brasil.

Stoy, D.W., Aspen, J.,1999. Force and repetition measurement of ham boning.

Relationship to musculoskeletal symptoms. AAOHN journal :O J of the Ame Asso of

Occup Health Nurses.47(6):254-260.

Theorell, T., Karasek, R.A.,1996. Current issues relating to psychosocial job strain and

cardiovascular disease research. J of Occup Health Psychology.1(1):9-26.

Veldhoven, M.V., Broersen, S.,2003. Measurement quality and validity of the “need for

recovery scale". Occup Env Medicina.60:3-9.

Venugopal, V., Narendran, T.T.,1992. A genetic algorithm approach to the machine-

component grouping problem with multiple objectives. Computers and Industrial

Engineering. 22:469-480.

Waghodekar ,P.H., Sahu, S.,1984. Machine-component cell formation in Group

Technology: MACE. Int Journal of Production Research. 6:937-948.

Zwahlen, H.T., Hartman, A.L., Kothari, N.,1984. Effects of rest breaks in continuous

VDT work on visual and musculoskeletal comfort/discomfort and on performance in G.

Salvendy (ed.). Human -Computer Interaction (Amsterdam: Elsevier) .315 -319.

CAPÍTULO 3

CONCLUSÕES

Ao final desse estudo podemos observar que os tipos de layouts produtivos em

série e em célula influenciam diretamente nos tempos de ciclos de trabalho, sendo esses

um marcador para risco ocupacional. Os tempos e intervalos de pausas no trabalho

quanto o cumprimento da legislação foi observada que a empresa analisada cumpre e

segue as normas, porém foi percebida uma insatisfação por parte dos trabalhadores pelo

aumento desses intervalos, tanto no tempo quanto ao número de vezes. As micropausas

no trabalho, entre os ciclos produtivos não foram evidenciadas diferenças significantes,

ou seja, os dois tipos de layouts não apresentam diferenças quanto ao tempo de intervalo

entre uma produção de uma peça e outra.

As características antropométricas dos trabalhadores foram homogêneas para os

dois grupos, esses resultados podem ir de encontro aos achados em relação às analises

do estado de saúde geral dos trabalhadores avaliados, pois como não há diferença no

que diz respeito ao tempo de pausas nos layouts produtivos e os trabalhadores se

encontram no mesmo nível físico, não foi encontrada diferença.

Tivemos limitações para realizar a coleta dos dados, porém não contemos

esforços para tornar o estudo o mais significativo possível, já que poucos estudos são

realizados na área de saúde ocupacional diretamente em uma empresa, justamente pelas

limitações impostas por elas.

Contudo destacamos a importância de novos estudos com o tema referido e em

ambientes em que os trabalhadores desempenhem sua função real de trabalho, para que

assim haja cada vez mais evolução na aera da saúde ocupacional visto que o grande

crescimento mundial com custos e aumento das doenças ocupacionais.

ANEXOS

ANEXO 1

Comitê de Ética em Pesquisa

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

O Sr.(a) _________________________________________________________

RG n.o _____________________________, nascido em ___________________,

do sexo ___________________, residente em (a)________________________

________________________________________________________________

na cidade de _________________________, está sendo convidado a participar do estudo

PAUSAS PROGRAMADAS OU PAUSAS ESPONTÂNEAS? QUAL DELAS É MAIS INDICADA PARA

MANTER BOAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS TRABALHADORES? , cujo objetivo analisar e

comparar o efeito de pausas programada e espontânea para saúde dos trabalhadores.

O estudo preve aplicação de seis questionários que avaliam ambiente de trabalho e

condições gerais de saúde dos trabalhadores. Cada participante receberá questionários

contendo perguntas sobre a rotina de trabalho, análise do ambiente ocupacional, e sobre

condições físicas, mentais.

O participante terá tempo livre para responder ao questionário e será informado que poderá

abandonar o estudo a qualquer momento que desejar, sem qualquer constrangimento ou

implicação. A possibilidade de ocorrência de problemas ou danos ao participante é

praticamente inexistente, no entanto, se houver qualquer problema a indenização ou

ressarcimento será de responsabilidade dos responsáveis pelo projeto, sem qualquer ônus ao

participante.

Qualquer dúvida ou esclarecimento poderá ser dado pelo pesquisador responsável, Rosimeire

Simprini Padula, que pode ser encontrado no seguinte endereço: Rua Cesário Galeno, 448/475

- Tatuapé –; São Paulo-SP, nos telefones: (11) 2178-1410 e (11) 99166215.

O Sr. (a) tem garantia de sigilo de todas as informações coletadas e pode retirar seu

consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de benefício.

Declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste estudo,

sobre as técnicas e procedimentos a que estarei sendo submetido e sobre os riscos e

desconfortos que poderão ocorrer. Recebi garantias de total sigilo e de obter novos

esclarecimentos sempre que desejar. Assim, concordo em participar voluntariamente deste

estudo e sei que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo

ou perda de qualquer benefício (caso o sujeito de pesquisa esteja matriculado na Instituição

onde a pesquisa está sendo realizada).

Data: __ /_ / __

_____________________________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa ou representante legal

_____________________________________________

Pesquisador responsável / orientador

Eu, professora doutora Rosimeire Simprini Padula, responsável pela pesquisa PAUSAS

PROGRAMADAS OU PAUSAS ESPONTÂNEAS? QUAL DELAS É MAIS INDICADA PARA MANTER

BOAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS TRABALHADORES? ,declaro que obtive espontaneamente o

consentimento deste sujeito de pesquisa (ou de seu representante legal) para realizar este

estudo.

Data: / /2013.

_________________________________________

Assinatura do Pesquisador Responsável

ANEXO 2

QUESTIONÁRIO DADOS PESSOAIS

Conforme informado no termo assinado anteriormente, este questionário avaliará suas

queixas físicas e outras condições relacionadas a sua atividades profissional. Leia com atenção

e solicite ajuda ao responsável Caso necessite.

Idade: ______________ Sexo: 1-Masculino ( ) 2- Feminino ( )

Tempo na função (ano/meses): _______Peso (Kg): _______Altura (m):_______.

Setor: ___________ Organização da Produção: 1- Série ( ) 2- Célula ( )

3-Ambos ( ).

Rodízio: 1- Sim ( ) 2- Não ( )

Meta Produtiva hora: 1 – Sim ( ) 2- Não ( ). Quanto: _________

Mão dominante : Direita ( ) Esquerda ( )

Estado Civil: 1- Solteiro ( ); 2- Casado ( ); 3-Vive com companheiro ( );

4-Separado ( ); 5 – Viúvo ( )

Escolaridade: 1- Ensino fundamental incompleto- não terminou 8.a série ( ); 2- Ensino

fundamental completo ( ); 3-Curso técnico de 1.o grau completo ( ); 4- Ensino médio

completo ( ); 5-Curso técnico de 2.o grau completo ( ); 6-Faculdade incompleto ( ); 7-

Faculdade Completo ( ); 8- Pós-Graduação completa/incompleta ( ).

ANEXO 3

QUESTIONÁRIO DE BAECKE SOBRE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL

Este questionário avaliará sua prática de atividade física nos últimos 12 meses. Por favor,

circule a resposta apropriada para cada questão pensando nos últimos 12 meses:

A) Você pratica ou praticou esporte ou exercício físico nos últimos 12 meses: Sim /

Não

Qual esporte ou exercício você pratica ou praticou mais frequentemente?

____________________________________________________________________

___

- Quantas horas por semana:

_______________________________________________

- Quantos meses por ano:

_________________________________________________

Se você faz ou fez um segundo esporte ou exercício físico, qual o tipo?

____________________________________________________________________

___

- Quantas horas por

semana?_______________________________________________

- Quantos meses por ano?

_________________________________________________

B) Em comparação com outros da minha idade, eu penso que minha atividade física durante as horas de lazer é: Muito maior/maior/a mesma/menor/muito menor

5 4 3 2 1

C) Durante as horas de lazer eu suo: muito frequentemente/frequentemente/algumas vezes/ raramente/nunca

5 4 3 2 1

D) Durante as horas de lazer ou pratico esportes ou exercício físico: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito

1 2 3 4 5

frequentemente

E) Durante as horas de lazer eu vejo televisão: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente

1 2 3 4 5

F) Durante as horas de lazer eu ando: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente

1 2 3 4 5

G) Durante as horas de lazer eu ando de bicicleta: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente

1 2 3 4 5

H) Durante quantos minutos por dia você anda a pé ou de bicicleta indo e voltando do trabalho, escola ou compras?

1 2 3 4 5

Total em minutos

ANEXO 4

JOB STRESS SCALE

Opções de resposta de A até K: Freqüentemente; Às vezes; Raramente; Nunca ou quase nunca.

a) Com que freqüência você tem que fazer suas tarefas de trabalho com muita rapidez?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

b) Com que freqüência você tem que trabalhar intensamente (isto é, produzir muito em

pouco tempo)?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

c) Seu trabalho exige demais de você?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

d) Você tem tempo suficiente para cumprir todas as tarefas de seu trabalho?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

e) O seu trabalho costuma apresentar exigências contraditórias ou discordantes?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

f) Você tem possibilidade de aprender coisas novas em seu trabalho?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

g) Seu trabalho exige muita habilidade ou conhecimentos especializados?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

h) Seu trabalho exige que você tome iniciativas?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

i) No seu trabalho, você tem que repetir muitas vezes as mesmas tarefas?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

j) Você pode escolher COMO fazer o seu trabalho?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

k) Você pode escolher O QUE fazer no seu trabalho?

frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )

Opções de resposta de L até Q: Concordo totalmente; Concordo mais que discordo; Discordo mais que

concordo; Discordo totalmente.

l) Existe um ambiente calmo e agradável onde trabalho.

Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )

Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )

m) No trabalho, nos relacionamos bem uns com os outros.

Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )

Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )

n) Eu posso contar com o apoio dos meus colegas de trabalho.

Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )

Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )

o) Se eu não estiver num bom dia, meus colegas compreendem.

Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )

Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )

p) No trabalho, eu me relaciono bem com meus chefes.

Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )

Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )

q) Eu gosto de trabalhar com meus colegas.

Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )

Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )

ANEXO 5

QEC - QUICK EXPOSURE CHECK

ANEXO 6

ESCALA DE NECESSIDADE DE DESCANSO

1 - Eu acho difícil relaxar após um dia de trabalho:

a) Nunca acho difícil relaxar.

b) Algumas vezes acho difícil relaxar.

c) Frequentemente acho difícil relaxar.

d) Sempre acho difícil relaxar.

2 - Ao fim do dia de trabalho eu me sinto realmente acabado(a).

a) Nunca me sinto acabado(a).

b) Algumas vezes me sinto realmente acabado(a).

c) Frequentemente me sinto realmente acabado(a).

d) Sempre me sinto realmente acabado(a).

3 - Por causa do meu trabalho, ao final do dia eu me sinto muito cansado(a)

a) Nunca me sinto muito cansado(a).

b) Algumas vezes me sinto muito cansado(a).

c) Frequentemente me sinto muito cansado(a).

d) Sempre me sinto muito cansado(a).

4 - À noite, após um dia de trabalho eu me sinto bem disposto(a)

a) Nunca me sinto bem disposto(a).

b) Algumas vezes me sinto bem disposto(a).

c) Frequentemente me sinto bem disposto(a).

d) Sempre me sinto bem disposto(a).

5 - Eu preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir relaxado(a):

a) Nunca preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir

relaxado(a).

b) Algumas vezes preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a

me sentir relaxado(a).

c) Frequentemente preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a

me sentir relaxado(a).

d) Sempre preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir

relaxado(a).

6 - Eu acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre depois de um dia

de trabalho.

a) Nunca acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre

depois de um dia de trabalho.

b) Algumas vezes acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo

livre.

c) Frequentemente acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu

tempo livre.

d) Sempre acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre.

7 - Eu acho difícil me interessar por outras pessoas assim que chego do trabalho.

a) Nunca acho difícil me interessar por outras pessoas.

b) Algumas vezes acho difícil me interessar por outras pessoas.

c) Frequentemente acho difícil me interessar por outras pessoas.

d) Sempre acho difícil me interessar por outras pessoas.

8 - Eu preciso de mais de uma hora para me sentir completamente descansado(a) depois de

um dia de trabalho.

a) Nunca preciso de mais de uma hora para me sentir completamente

descansado(a).

b) Algumas vezes preciso de mais de uma hora para me sentir completamente

descansado(a).

c) Frequentemente preciso de mais de uma hora para me sentir completamente

descansado(a).

d) Sempre preciso de mais de uma hora para me sentir completamente

descansado(a).

9 - Quando eu chego em casa após o trabalho eu preciso ser deixado(a) em paz por um tempo

a) Nunca preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.

b) Algumas vezes preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.

c) Frequentemente preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.

d) Sempre preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.

10 - Depois de um dia de trabalho eu me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras

atividades.

a) Nunca me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.

b) Algumas vezes me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.

c) Frequentemente me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.

d) Sempre me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.

11 - Na última parte do meu dia de trabalho, o cansaço me impede de fazer o meu trabalho

tão bem como eu normalmente faria se não estivesse cansado(a).

a) Nunca o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu faria.

b) Algumas vezes o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu

faria.

c) Frequentemente o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu

faria.

d) Sempre o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu faria.

ANEXO 7

ANEXO 8

JOB FACTORS QUESTIONNAIRE (JFQ)

ANEXO 9