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Seminário Internacional sobre Formação dos Trabalhadores Técnicos em Saúde no Brasil e no Mercosul - Rio de Janeiro, 24 a 26/11/2008 DISCUTINDO REFERENCIAIS DO CURRÍCULO COMO FIO CONDUTOR DA FORMAÇÃO TÉCNICA NA ÁREA DA SAÚDE Doutoranda Ondina Mª Chagas Canuto Profa. Dra. Meirecele Caliope Leitinho Prof. Dr.Francisco Antonio Loiola

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Page 1: Seminário Internacional sobre Formação dos Trabalhadores Técnicos em Saúde no Brasil e no Mercosul - Rio de Janeiro, 24 a 26/11/2008 DISCUTINDO REFERENCIAIS

Seminário Internacional sobre Formação dos Trabalhadores Técnicos em Saúde no Brasil e no Mercosul - Rio de Janeiro,

24 a 26/11/2008

DISCUTINDO REFERENCIAIS DO CURRÍCULO COMO FIO CONDUTOR DA FORMAÇÃO TÉCNICA NA ÁREA

DA SAÚDE

Doutoranda Ondina Mª Chagas CanutoProfa. Dra. Meirecele Caliope Leitinho

Prof. Dr.Francisco Antonio Loiola

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Propósito•Discutir os referenciais que orientarão a análise da

prática de construção e desenvolvimento de Currículo dos Cursos Técnicos na área de saúde - Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará.

•Evidenciar o Currículo, enquanto produção coletiva e social

•Analisar como a Construção de Conteúdos, Métodos de Ensino e Materiais Didáticos - que se articulam com as necessidades de formação profissional demandadas pelo SUS

Sujeitos Críticos e Autônomos

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Propósito

Implicar as áreas da Saúde e Educação

• Conceito Ampliado

• Determinadas Socialmente

• Educação como estratégia de fortalecimento do SUS

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Currículo como Núcleo Estruturante da Formação Técnica em Saúde

Currículo

Mundo da Formação

Mundo do Trabalho

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Referências

•Teoria das Competências

“A Competência Profissional é uma combinação de CONHECIMENTOS, de SABER-FAZER, de EXPERIÊNCIAS E COMPORTAMENTOS que se exerce em um contexto preciso”. (Zarifian, 2001)

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Referências

•Teoria das Competências

“A Competência apresenta três características: tomada de decisão, mobilização de recursos e saber agir, enquanto construção, coordenação e articulação de esquemas de ação ou de pensamento” ( Macedo 2002 Apud Perrenoud (1999).

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Referências

•Teoria das Competências

“Saber agir, saber dizer, saber comunicar, saber fazer, saber explicar, saber compreender, saber encontrar a razão, ou seja, a competência é aquilo que organiza e que, portanto, dá base para que algo possa realizar-se enquanto representação, pensamento, ação, compreensão ou sentido ( Le Boterf, 1974)

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Teoria das competências

Resolução nº 4/99 do Conselho Nacional de Educação – CNE

• Define competência, em seu art. 6º, “entende-se por competência profissional a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho”. Referênciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico – Área Saúde (MEC,2000)

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Sociedade

Visão Contextual

Determinações Sociais, políticas e econômicas

Escola

Currículo

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Referências

• Teoria Crítica em Educação (Adorno, Habermas, Giroux,...)

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EMANCIPAÇÃO, AUTONOMIA e CIDADANIA Idéias força para novas práticas educativasO resultado dessa nova prática seria formar uma outra consciência, que seria oposta àquela dominante na sociedade alienada. No lugar da adaptação e do adestramento, a ação escolar deveria DESENVOLVER A AUTONOMIA. Essa é a essência da concepção da “educação para emancipação em Adorno”". (Adorno, 1995c in VILELA et al).

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CONSTRUÇÃO SOCIAL E CONTEXTUALIZADA DO CURRÍCULO

"Busca-se, então, com isto uma perspectiva ampliada de educação escolar, que incorpore a educação para a humanização do homem, além da formação intelectual e cientificista.” (VILELA et al).

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Habermas e Giroux

Apontam como imperativo a TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E A EMANCIPAÇÃO HUMANA, com autonomia e cidadania, exigindo professores, intelectuais transformadores, reflexivos e críticos.

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Giroux

EDUCADORES COMO SUJEITOS contextualizados precisam também identificar e influir sobre os instrumentos que orientam os processos de ensino-aprendizagem para a produção da educação para a cidadania, como por exemplo, OS CURRÍCULOS. (Giroux, 1983).

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Giroux (1983) destaca a Escola como Espaço Social que possui duplo currículo: O EXPLÍCITO E FORMAL E O OCULTO E INFORMAL.

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Rituais na Escola

Rituais nas Escolas (MacLaren,1992) – “Discute as maneiras pelas quais as ideologias nos vários rituais que inspiram todos os aspectos da vida escolar influenciam e limitam as práticas que dão significado e sentido às experiências dos alunos” (Giroux in MacLaren , 1983, p.18). ADAPTAÇÃO/ADESTRAMENTO OU AUTONOMIA.

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Paulo Freire e o Currículo

•Conceito de “educação bancária”.

•O conhecimento expresso no currículo tradicional está profundamente desligado da situação existencial das pessoas envolvidas no ato de conhecer.

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Origens do Currículo Moreira (1990) - As origens do PENSAMENTO CURRICULAR NO BRASIL podem ser localizadas nos anos 20 e 30. Seu desenvolvimento é determinado pelas transformações econômicas, sociais, culturais, políticas e ideológicas que se processaram.

• Golpe Militar de 64 é um marcador político-ideológico com forte poder ideológico nos processos educacionais - A tendência tecnicista prevalece em sintonia com o discurso de eficiência e modernização. (Moreira, 1990, pg. 83).

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Origens do Currículo

Décadas 70 e 80 - Tendência crítica de análise de questões curriculares e pedagógicas se expande. Fóruns alargando cada vez mais os estudos pedagógicos do campo do CURRÍCULO, de maneira à reconceituá-lo.

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Concepção de Currículo

Tomaz Tadeu (1999) A etimologia da palavra “currículo”, vem do latim curriculum, “pista de corrida”.

“Documento de Identidade”.

• Todas as experiências ou aprendizagem do aluno, planejadas e conduzidas pela escola, compreendendo por conseguinte também o currículo oculto, não expressamente afirmado nos planos e documentos curriculares.

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Concepção de Currículo

Para Rodrigues (1993), o currículo tem natureza polissêmica, e o seu conceito abarca suas diversas fases, desde a concepção (planificação, projeto e desenvolvimento) até o seu nível da sala de aula e de validação (avaliação final); é um conjunto de fenômenos educativos que podem situar-se a todos os níveis da prática educativa.

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Referências

• Sistema Único de Saúde – SUS (Lei n.º 8.080/1990)

• Política de Educação Permanente ( Portaria nº 198/2004/GM/MS)

• Referênciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico – Área Saúde (MEC,2000)

• Referências Curriculares específicos das formações;

• Documentos de Identidade da Escola

• Programas dos Cursos

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Reflexões FinaisAo discutir referenciais para o Currículo como fio condutor da Ao discutir referenciais para o Currículo como fio condutor da Formação Técnica na área da saúde na perspectiva crítico – Formação Técnica na área da saúde na perspectiva crítico – emancipatóriaemancipatória

QUESTIONAMOS:

• Organização curricular de montagem predominantemente técnica

• Organização de currículos orientados pela teoria positivista

ENFATIZAMOS:

• Construção social

• Formação de agentes educadores para a saúde

• Formação de cidadãos emancipados

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Para concluir:

Redefinir a montagem dos currículos de formação técnica na área da saúde de cunho predominante técnico, será uma

utopia?

Se assim o for, que ela nos guie.

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BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA

1. APPLE, Michael. Ideologia e Currículo. Porto Alegre: Artmed, 2006.2. BRASIL. CNE. Resolução da Câmara de Educação Básica, nº 4, de 12/1999. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Profissional de Nível Técnico. Brasília, 1999.3. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Educação Profissional – Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico. Área Profissional: Saúde. Brasília, 2000. 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 198/GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e anexo II. Brasília, 2004.5. COSTA, Marisa Vorraber (org.). O Currículo nos limiares do contemporâneo. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2001.6. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Editora Paz e Terra S/A, 1996. 7. GIROUX, Henry. Teoria Crítica e resistência em educação. Tradução Ângela Maria B. Biaggio. Petrópolis, RJ: Vozes, 1983.8. MACLAREN, Peter. Rituais na Escola: em direção a uma economia política de símbolos e gestos na educação. Tradução Juracy C. Marques, Ângela M. B. Biaggio. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991. 9. MOREIRA, A.F.B. Currículos e Programas no Brasil. Campinas – São Paulo: Papirus, 1990 10. RODRIGUES, Pedro. In ESTRELA, Albano e NÓVOA, Antonio. Avaliações em Educação: Novas Perspectivas. Portugal: Porto Editora LDA, 1993. 11. SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: Uma introdução às Teorias do Currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

12. VILELA, Rita Amélia Teixeira. A Função Social da Escola na Teoria Crítica: apontamentos para uma sociologia crítica da educação em Adorno e Horkheimer. UNIMEP. Piracicaba/SP, 2004. “Colóquio Internacional Teoria Crítica e Educação” Publicação Restrita.