seminário integrado 2012

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Seminrio integrado 2012.1Slide 3: Como era a medicina social antes do sculo XVIII? A medicina social teve inicio no sculo XVIII , na Europa, pela prtica mdica de Foucault, mais desde o final do sculo XVI e comeo do sculo XVII todas as naes do mundo europeu se preocupavam com o estado de sade de sua populao, a medicina social j comeava a ser discutida quando se buscava uma explicao para a sade/doena, procurando racionalizar os elevados custos da assistncia mdica. A partir desse estava inaugurada a medicina preventiva, fundamentada na histria natural da doena e nos pressupostos de preveno sade. A epidemiologia entendida como o estudo do adoecer humano nas populaes, um dos pilares da medicina social no sculo XVII. No Brasil a medicina social s aparecem nos registros a partir da segunda metade do sculo XVIII e do sculo XIX. Slide 4: Contexto Historico, sculo XVIII e XIX? O sculo XVIII, tambm chamado de "Sculo das Luzes", foi um momento histrico em que se aprofundaram as crticas ao Antigo Regime (foi o perodo em que predominou o capitalismo comercial, o absolutismo, o sistema colonial e a sociedade baseada em estamentos) e em que se propuseram novas formas de organizao social, poltica e econmica. Os grandes pensadores dessa poca (Descartes, Newton, Locke, Voltaire, Montesquieu, Rousseau, DAlembert, etc.) buscavam uma explicao racional para o mundo e lutavam por melhorias das condies existenciais do homem. Os filsofos iluministas afirmavam que a razo guiaria o homem para a sabedoria, conduzindu-o verdade. Assim, a razo era a fonte de todo o conhecimento. Slide 5: Linha do tempo. Slide 6: Outros pensadores 3 pessoa

Slide 7: Focoult e sua influencia na medicina. paula Michel Foucault foi um filosofo Frances que estudou a epistemologia da medicina e publicou em 1963 o livro O Nascimento da Clnica - uma arqueologia do saber mdico. A obra trata do domnio da medicina e do modo como se estruturou em alguns anos o conhecimento singular do indivduo doente. Trata tambm das mudanas na pratica medica e da transio do hospital, antes uma entidade religiosa e depois, um instrumento de medicalizao. Slide 8: Trs etapas de formao da medicina social paula Segundo Foucault a medicina na Idade Mdia que j era do tipo individualista, mas com dimenses coletivas discretas e limitadas. Por isso, aposta da hiptese de que o capitalismo ao invs de ter transformado a medicina coletiva em privada, fez exatamente o

contrrio. Ocorreu a socializao da medicina, porque o corpo tornou-se fora. Para organizar didaticamente a grosso modo, Foucault indica trs etapas para a formao da medicina social: a medicina de Estado, a medicina urbana e a medicina da fora de trabalho.

Medicina de Estado: acontece na Alemanha, no comeo do sculo XVIII. Naquela poca a Alemanha ainda se encontrava dividida, sob intenso clima de conflitos, afrontamentos e condio econmica estagnada. O mercantilismo era a teoria econmica ou prtica poltica que delineava as aes daquele momento, final do sculo XVII para incio do sculo XVIII. Com fins de melhor controlar a produo e por sua vez a quantidade de populao ativa, a Alemanha desenvolve a chamada poltica mdica de Estado. Este sistema teria um modo muito mais completo de observao da morbidade, ao requerer a contabilidade de mdicos e hospitais das diversas regies da Alemanha, alm do registro dos diferentes fenmenos epidmicos ou endmicos. A medicina de Estado tinha por objetivo no de garantir uma fora de trabalho, mas o corpo dos indivduos enquanto fora do Estado. No a toa que essa medicina se props a mais funcionalizada, estatizada, coletivizada dessa poca fazendo com que os outros modelos nada mais sejam do que atenuaes. Medicina urbana: aconteceu na Frana j nos fins do sculo XVIII, exatamente pelo desenvolvimento das estruturas urbanas. Este pas tambm se encontrava fracionado em mltiplos territrios heterogneos, alm da existncia de poderes senhoriais rivais num mesmo territrio e a estratificao do poder em representantes do poder estatal. Aconteciam afrontamentos entre pequenos grupos (plebe e burgus, ricos e pobres) o que ocasiona agitaes urbanas cada vez mais numerosas, que se chamam de revoltas de subsistncia. Este pnico urbano era resultado de uma inquietude poltico-sanitria, que atingia principalmente a burguesia. Por isso essa classe reage ao lanar um modo de interveno que se trata do modelo mdico e poltico de quarentena. Surgiram para esse esquema de quarentena dois modelos: um em reao lepra, que consistia em um mecanismo de excluso ou exlio do doente, semelhante a uma forma religiosa de atuar, pois se tinha a inteno de purificar as cidades retirando os bodes expiatrios (os leprosos); o outro teria sido suscitado pela peste que procurava uma anlise minuciosa da cidade. Esse plano de conduta mdica urbana tomava as seguintes medidas: Espaos como cemitrios passavam a se localizar em regies afastadas da cidade e a organizar seus cadveres tal qual um exrcito enfileirado e classificado // O controle e estabelecimento de uma boa circulao do ar e da gua. // A organizao da distribuio e seqncias de gua e esgoto, de maneira que no entrassem em contato. J a importncia da medicalizao das cidades se deu principalmente quando a medicina passou a se preocupar com as condies de vida e o meio de existncia, ou seja, da relao do organismo com seu meio, e isso devido a unio das cincias naturais medicina; junto a essa idia surge a noo de higiene pblica que seria as

tcnicas de controle poltico-cientfico e modificao dos elementos materiais do meio que podem favorecer ou prejudicar a sade.

Medicina da fora de trabalho: surge na Inglaterra, no momento de seu desenvolvimento industrial, fazendo aparecer uma classe pobre, plebia e proletria. O aparecimento da clera de 1832 fez cristalizar uma srie de medos polticos e sanitrios sob a populao proletria, fazendo crer no perigo em suas presenas na cidade, surgindo com isso a diviso do espao urbano em bairros e habitaes de ricos e pobres. Para a socializao da medicina inglesa, elaborou-se a Lei dos pobres que tinha o intuito ambguo de tanto promover uma assistncia controlada aos pobres, atravs de uma interveno mdica, o que os beneficiava por um lado; como tambm protegia as classes ricas. Esta medicina foi a que mais vingou, pois ligou trs pontos: a assistncia mdica ao pobre, o controle de sade da fora de trabalho e o esquadrinhamento geral da sade pblica. Ao mesmo tempo realizou trs sistemas mdicos: a assistencial, a administrativa e a privada. Conclui-se que a medicina na Inglaterra era essencialmente um controle da sade e do corpo das classes mais pobres para torn-las mais aptas ao trabalho e menos perigosas s classes mais ricas

Slide 9: Influencia das universidades e praticas medicas. karine O hospital que, antes do sculo XVIII era basicamente uma instituio de caridade a cargo de religiosos, agora se torna um instrumento de medicalizao coletiva e leiga. Comeam a surgir os sistemas de interveno mdica, com registro de dados e sistemas estatsticos. entre o sculo XVIII e XIX, que a formao mdica passa a se preocupar com o corpo doente. Na Frana a formao mdica adquire a forma regulamentada e legitimada, por decreto, para proteger o corpo mdico e os corpos do povo do charlatanismo. so essas direes que serviro de modelo para as escolas de Medicina modernas e, consequentemente, para a formao mdica. No sculo XVIII vamos perceber um ensino mdico conteudista, voltado para a Anatomia e a Fisiologia e centrado na medicamentao do doente, surgindo ento a Prtica Mdica como modelo para a formao e atuao mdicas.A prtica mdica representa nada mais, nada menos, que a acumulao dos recursos utilizados no cuidado que vo se tornando disponveis com o passar do tempo. No comeo do sculo XX, uma verdadeira revoluo aconteceu no mbito da medicina em todos os campos do saber que se dedicavam ao entendimento de como as doenas aconteciam. nesse momento que aparecem Abraham Flexnere seu famoso relatrio.Flexner produziu o relatrio que mudou definitivamente o ensino mdico e todos os outros campos de ensino, na rea da sade. Segundo Flexner, na grande maioria das escolas no se exercia um ensino com bases cientficas, no havia laboratrios adequados para treinamento, e os professores no tinham controle algum sobre os hospitais e clnicas frequentados pelos alunos. A partir da o curso de medicina foi dividido em em bsico, de dois anos, para o ensino dos fundamentos cientficos da prtica mdica, e

clnico, de mais dois anos. Algum tempo depois, o curso ganharia outros dois anos de prtica clnica supervisionada, o internato. Esta a estrutura bsica de ensino mdico, conhecido como modelo flexneriano, que se mantm at hoje na maioria das escolas mdicas no mundo.

Slide 10: Empirismo nas cincias medicas. karine A partir do sculo XVII, a Igreja perde o domnio poltico, e a nobreza d lugar burguesia, numa longa transio do feudalismo ao capitalismo. E a filosofia, da mesma forma, envereda por novos caminhos. O antropocentrismo dominava as questes filosficas, e a cincia experimentava novos caminhos, que foram bem representados pelo racionalismo, empirismo, positivismo,ambos com posies epistemolgicas diferentes. O que Resultou em anlises lgicas das formulaes cientficas e observao dos dados empricos s hipteses propriamente relacionadas a medicina. Nas cincias mdicas, epistemologia provocava duas posies: uma empirista que diz que o conhecimento deve ser baseado na experincia, ou seja, no que for apreendido durante a vida, e a posio positivista, que no qual mundo funciona segundo leis naturais que lhe so inerentes, e no segundo a interveno de seres sobrenaturais (Deus) nem de energias, espritos ou foras igualmente sobrenaturais. Nesta perspectiva global, o positivismo se define como a filosofia que reconhece a cincia e nega a metafsica (religio), alm de muitos aspectos da filosofia natural e da tica. Assim o fazendo, o empirismo contm algo de incoerente.