seleÇÃo competitiva interna 2014 - prefeitura de juiz de ... · últimos anos, faltam estudos...

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SELEÇÃO COMPETITIVA INTERNA 2014 Viajar pela leitura Viajar pela leitura sem rumo, sem intenção... só pra viver a aventura que é ter um livro nas mãos... É uma pena que só saiba disso Quem gosta de ler... Experimente! Assim sem compromisso, Você vai me entender... Mergulhe de cabeça Na imaginação! Clarice Pacheco DEPARTAMENTO DE ESCOLA DE GOVERNO MÓDULO: LÍNGUA PORTUGUESA INSTRUTOR(A): RACHEL GORETTI DE LANDA VERGARA [email protected]

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SELEÇÃO COMPETITIVA INTERNA – 2014

Viajar pela leitura

Viajar pela leitura

sem rumo, sem intenção...

só pra viver a aventura

que é ter um livro nas mãos...

É uma pena que só saiba disso

Quem gosta de ler...

Experimente!

Assim sem compromisso,

Você vai me entender...

Mergulhe de cabeça

Na imaginação!

Clarice Pacheco

DEPARTAMENTO DE ESCOLA DE GOVERNO

MÓDULO: LÍNGUA PORTUGUESA

INSTRUTOR(A): RACHEL GORETTI DE LANDA VERGARA

[email protected]

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SELEÇÃO COMPETITIVA INTERNA – 2014

CARGO: AGENTE DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO

MÓDULO: LÍNGUA PORTUGUESA – NÍVEL MÉDIO

CARGA HORÁRIA/MÓDULO: 12 HORAS

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

- INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

- REDAÇÃO OFICIAL – QUALIDADES BÁSICAS

- REFORMA ORTOGRÁFICA

- REGÊNCIA VERBO-NOMINAL

- CRASE

- PARTICULARIDADES LEXICAIS

__________________________________________________________________________

TEXTO I

A vida sedentária, as dietas gordurosas e a obesidade estão fazendo

com que doenças típicas de adultos comecem a manifestar-se em crianças e

adolescentes. Entre elas está o colesterol alto, uma ameaça à saúde do

coração. Como o seu surgimento precoce é um fenômeno verificado nos

últimos anos, faltam estudos epidemiológicos mais amplos. Os especialistas

tampouco estabeleceram os níveis aceitáveis em meninos e meninas – os

parâmetros utilizados são os mesmos aplicados aos adultos.

Uma das primeiras pesquisas revelou que 25% da população infantil

brasileira apresentavam níveis elevados de colesterol. O dado preocupa, mas

deve ser lido com cautela, já que os pesquisadores não analisaram a condição

clínica dos participantes – um aspecto essencial em se tratando de crianças

atendidas num laboratório de análises, e não escolhidas aleatoriamente. O

mérito do trabalho está mais em chamar a atenção para o problema.

O acúmulo de gordura no sangue é consequência direta da enorme

mudança de hábitos ocorrida em todos os níveis sociais. Uma das mais

drásticas aconteceu na dieta. Em dez anos, o arroz, o feijão e a salada

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praticamente desapareceram do prato das crianças brasileiras. Foram

substituídos pelos hambúrgueres e batata frita. Assim, a alimentação ganhou

excesso de gorduras saturadas e de proteínas, o que eleva as taxas de

colesterol.

Além disso, em decorrência do corre-corre cotidiano, fazer uma refeição

deixou de ser um hábito controlado pelos pais para transformar-se, na maioria

das vezes, numa atividade solitária diante da televisão ou da tela de um

computador. Contribui ainda para o aumento do colesterol em crianças o

sedentarismo. Estima-se que apenas um terço delas pratique mais de meia

hora diária de atividades físicas moderadas. Elas deixaram de brincar ao ar

livre, para ficar na frente da televisão ou do computador.

(Adaptado de Giuliana Bergamo, Veja online)

1. O texto permite concluir que a solução para o problema nele apontado está

(A) no retorno à tranquilidade das reuniões familiares, no momento das

refeições.

(B) na diminuição dos afazeres diários, para que a hora da alimentação

transcorra em calma.

(C) na divulgação, até mesmo em programas da televisão, dos riscos

oferecidos à saúde por certos hábitos.

(D) no estabelecimento de parâmetros médicos ideais para diagnosticar

problemas de saúde em crianças.

(E) em uma dieta equilibrada e saudável, além de atividade física regular.

2. O dado preocupa, mas deve ser lido com cautela... (2o parágrafo). Conforme

o texto, justifica-se corretamente a afirmativa acima porque se trata de:

(A) informações ainda sujeitas a comprovação na área médica, por meio de

exames mais específicos.

(B) mudanças alimentares que se dão sem controle de cientistas, por

ocorrerem em todos os níveis sociais.

(C) crianças que já teriam problemas de saúde, a serem diagnosticados por

exames laboratoriais.

(D) observações feitas por leigos no assunto, como os familiares, sem

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acompanhamento médico mais atento.

(E) uma pequena parcela da população, o que torna os resultados insuficientes

para chegar a diagnósticos precisos.

3. É correto afirmar que o 2o parágrafo do texto constitui

(A) conclusão antecipada das afirmativas anteriores.

(B) ressalva as afirmativas desenvolvidas no 1o parágrafo.

(C) exemplo que confirma os dados apresentados a seguir.

(D) reforço ao que foi discutido no 1o parágrafo, por ser repetitivo.

(E) argumentação que vai embasar o desenvolvimento do parágrafo seguinte.

4. ... faltam estudos epidemiológicos mais amplos. (1o parágrafo).

A afirmativa acima tem como causa o fato de que

(A) as altas taxas de colesterol podem tornar-se ameaça à saúde do coração.

(B) 25% da população infantil brasileira apresentam altos níveis de colesterol.

(C) foi detectado acúmulo de gordura nos exames realizados em laboratórios.

(D) só recentemente os médicos começaram a perceber altas taxas de

colesterol em crianças.

(E) a vida sedentária provocou várias mudanças na alimentação do brasileiro.

5. – os parâmetros utilizados são os mesmos aplicados aos adultos. (final do

1o parágrafo). O travessão introduz, considerando-se o contexto:

(A) um segmento explicativo da afirmativa anterior.

(B) a enumeração de fatos pertinentes ao desenvolvimento.

(C) uma afirmativa incoerente, por contrariar o sentido da anterior.

(D) a reprodução exata de uma informação de caráter científico.

(E) a ligação entre duas afirmativas de sentido idêntico.

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CARACTERÍSTICAS DE TEXTOS OFICIAIS (segundo o Manual de Redação

Oficial da Presidência da República)

I - Impessoalidade - Percebe-se que o tratamento impessoal dado aos

assuntos nas comunicações oficiais decorre:

a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate,

por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, é

sempre em nome do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se,

assim, uma desejável padronização que permite que comunicações elaboradas

em diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas

possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como

público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário de

forma homogênea e impessoal;

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das

comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse

público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal.

II - Concisão - A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do

texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de

informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com qualidade, é

fundamental que se tenha, além do conhecimento do assunto sobre o qual se

escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa

releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições

desnecessárias de ideias. Não se deve de forma alguma entender a concisão

como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens

substanciais do texto no afã de reduzi-lo. Trata-se exclusivamente de cortar

palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentam ao que já foi

dito.

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III - Clareza - A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-

se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo

leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só, ela depende

estritamente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem:

a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia

decorrer de um tratamento dado ao texto;

b) o uso do padrão culto de linguagem - em princípio de entendimento geral e,

por definição, avessa a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o

jargão;

c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível

uniformidade dos textos;

d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada

lhe acrescentam - é o chamado “texto enxuto”.

Antes de começar a redigir seu texto, observe algumas características

que podem auxiliá-lo:

- vocabulário adequado ao leitor e ao documento;

- frases curtas de preferência na ordem direta (sujeito-verbo-

complemento);

- procure abordar um assunto em cada parágrafo;

- escreva de forma elegante, seja claro e objetivo nas ideias;

- consulte um bom dicionário ou gramática caso tenha dúvidas.

Coerência X coesão

Embora muito relacionadas, geralmente confunde-se coerência com

coesão. A coerência é o cuidado com o texto como um todo, é a organização

do pensamento lógico, enquanto que a coesão analisa a relação entre termos e

ideias fazendo com que o leitor entenda mais facilmente a mensagem.

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REFORMA ORTOGRÁFICA / 2009

LÍNGUA PORTUGUESA EM PERSPECTIVA DE UM IDIOMA UNIFICADO

De projeto de Lei, a nova Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa

passou a ser lei a partir de primeiro de janeiro de 2009. Tema de discussões

profundas ficou a reforma ortográfica adormecida por muitos anos em uma

pasta no Congresso Nacional.

Agora ela entrou em vigor e todos brasileiros e portugueses devem

aceitá-la como uma visão moderna com o objetivo de unificar a nossa língua

em demais países que falam o idioma Português. Entre renomados gramáticos

há divergências de opinião.

Alguns especialistas não concordam com os acentos das

proparoxítonas. Extremamente desnecessários, alegam tornar as palavras

pesadas, deselegantes. Principalmente as proparoxítonas de nomes próprios

que são grafadas de uma maneira marcante.

Observe os vocábulos: Álvaro - Ângela - Ítalo - Rosângela –

pêssego - lâmpada - câmara - pânico.

Para que esses acentos?

Sorte dos vocábulos "borboleta", "alvorada", "passarada" que por serem

paroxítonas continuam leves, soltos como uma pluma, sem uma marca.

Alguns são a favor de que todos os acentos, de modo geral, fossem

abolidos garantindo a pronúncia pela serenidade com que as sílabas se

encaixam, dando harmonia aos vocábulos. Eis que a escrita ficaria uniforme e

mais leve. A Língua Portuguesa tornaria mais acessível aos outros povos e

globalizada.

Até que mais meio século se passe, para que a queda de mais acentos

ortográficos aconteça, pois a última reforma se deu em 1971, apresenta-se,

abaixo, a nova ortografia que se tornou mais simples, entretanto não cumpre o

objetivo inicial de padronizar a língua portuguesa.

ALFABETO : Passará a ter 26 letras ao incorporar as letras "K", "W", "Y".

Exemplos: Kátia - Wilma - Nylcio - Nyldio

km (quilômetro) - kg (quilograma) - W (watt).

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ACENTO CIRCUNFLEXO

Não será mais usado:

- Na terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos

verbos CRER, DAR, LER, VER e seus derivados. (dobra o “e” no plural)

Atenção: se ele crê em .../ se eles creem em...

para que ele dê.../ para que eles deem...

ele lê muito/ eles leem muito

ele vê o que interessa.../ eles veem o que interessa...

MAS: Ele tem um bom emprego/ eles têm um bom emprego (não dobra o “e”

no plural)

Ele vem aqui todo dia/ eles vêm....

Se a ele convém.../ se a eles convêm

Nas palavras terminadas em hiato "oo" (enjôo - vôo) passaria a grafar sem o

circunflexo.

Exemplos:

enjoo - voo - entoo - perdoo

ACENTO AGUDO

Não haverá mais acento agudo:

- Nos ditongos abertos "éi" e "ói" de palavras paroxítonas.

Exemplos:

assembleia - ideia - jiboia - joia.

OBSERVAÇÃO:

Os outros casos de oxítonas continuam acentuados.

(papéis - anéis - pastéis)

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DICA PRECIOSA

Lembre-se de que é um ditongo e não tritongo, portanto, na separação

de sílaba, ela se grafará sempre junto e a vogal "a" ficará sozinha.

Exemplos: ji-boi-a - ge-lei-a - joi-a.

- Nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de

ditongo.

Exemplos: feiura - baiuca.

Separando as silabas ficará: fei-u-ra - bai-u-ca.

OBSERVAÇÃO:

Nos outros casos de "u"/ "i" formando hiato tônico permanece o acento.

Exemplos: sa-ú-de sa-í-da

ACENTO DIFERENCIAL

Não haverá mais acento para diferenciar somente nos casos abaixo:

1. "pára" (flexão do verbo "parar") de "para" (preposição)

2. "pêla" (flexão do verbo "pelar") de "pela" (combinação da preposição com

artigo)

3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")

4. "pélo (flexão do verbo "pelar"), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da

preposição com o artigo)

OBSERVAÇÃO:

Permanece o acento diferencial nos demais casos em pode (3 p.sing. do

presente do indicativo) e pôde (3 p.sing. do pretérito perfeito do indicativo).

Facultativo para: forma e fôrma (A fôrma do bolo tem forma retangular.)

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GRAFIA

No português lusitano desaparecerão o "c" e o "p" em que essas letras

não são pronunciadas: acção - acto - adopção - optimo serão grafadas sem o

"c" e o "p".

Exemplos: ação - ótimo - ato - adoção.

TREMA

Deixará de existir em todas as palavras em que o "i" e o "u" eram

pronunciados nas silabas "güe" - "güi” – “qüe” - "qüi".

Exemplos: linguiça - tranquilo - equestre.

Poderá o trema aparecer em nomes próprios e seus derivados.

Exemplos:

Gisele Bündchen - Müller.

HÍFEN

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CONCLUSÃO

O objetivo principal da reforma ortográfica é unificar as diferentes

grafias, porém permanece a mesma pronúncia de cada país. Que o dialeto seja

mesmo peculiar a cada região, a cada país, contudo que a grafia seja única

para todos que falam a tão bela Língua Portuguesa.

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REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Regência nominal: é a relação entre um termo transitivo (substantivo, adjetivo

ou advérbio) e seu complemento. Essa relação é intermediada por uma

preposição.

Exemplos: Estas explicações são úteis aos candidatos. (úteis “a”)

- o adjetivo “úteis” é o termo regente, o qual exige a preposição “a”, ao passo que “aos candidatos” é o termo regido. O menino tinha medo de fantasmas. (medo “de”)

- o substantivo “medo” é o termo regente, o qual exige a preposição “de”, ao passo que “de fantasmas” é o termo regido. Ele agiu contrariamente à sua vontade. (contrariamente “a”)

- o advérbio “contrariamente” é o termo regente, exigindo o emprego da preposição “a”, e “à sua vontade” é o termo regido. Fiquem atentos ao seguinte: em orações subordinadas adjetivas (aquelas iniciadas por pronome relativo), sempre que o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exigir o emprego de uma preposição, esta deverá ser anteposta ao relativo. Esse é o mecanismo. Exemplo: O caminho a que você tem acesso é mais curto. Exemplos: O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. (prejudicial

“a”)

Estudar é essencial a/para sua aprovação. (essencial “a/para”)

Estudou; portanto, estava consciente de seu bom desempenho.

(consciente “de”)

Regência verbal: é a maneira de o verbo se relacionar com seus

complementos, necessitando ou não de preposição.

Por regência verbal devemos entender a relação que, em certa acepção,

o verbo estabelece com seu complemento. Dependendo da relação

estabelecida (preposicionada ou não), o verbo pode apresentar diferença de

significado. Essa análise pode ser feita somente na construção do enunciado,

pois um mesmo verbo pode requerer complementos diferentes de acordo com

o significado que venha a apresentar na oração.

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= fazer carinho é VTD. Ex: A mãe agrada o filho.

a) Agradar

= satisfazer é VTI. Ex: A novela não agradou a todos.

_____________________________________________________________

= sentir-se grato é VTD. Ex: Quero agradecê-lo.

b) Agradecer

***************** ou VTI. Ex: Quero agradecer-lhe.

= respirar é VTD. Ex: Ele aspirou o gás.

c) Aspirar

= desejar é VTI. Ex: Ele aspira ao sucesso.

= ver é VTI. Ex: Eu assisti ao filme.

d) Assistir = socorrer é VTD/VTI. Ex: Assistimos o/ao rapaz doente.

= pertencer é VTI. Ex: Esse direito assiste aos jovens.

Quando desacompanhadas de pronome oblíquo, são VTD.

e) Esquecer Ex: Eu esqueci o problema.

e Lembrar

Quando acompanhadas de pronome oblíquo, são VTI.

EX: Eu me esqueci do problema.

= demonstrar antipatia é VTI. Ex: Ele implica com os outros.

f) Implicar

= acarretar, exigir é VTD. Ex: Isso implica soluções difíceis.

= trazer de fora para dentro é VTD. Ex: Importou mercadorias.

g) Importar

= acarretar, exigir é VTD. Ex: Isso importa grandes gastos.

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VTDI (exige um objeto direto e um indireto)

Admite duas construções:

Informar alguma coisa a alguém.

h) Informar Ex: Ela informou o fato aos alunos.

Informar alguém de (sobre) alguma coisa

Ex: Ela informou os alunos do (sobre o) fato.

= cortejar é VTD. Ex: Pedro namora Helena.

i) Namorar

= desejar é VTD. Ex: Pedro namora um novo emprego.

j) Desobedecer e São VTI (exigem a preposição a)

Obedecer Ex: Ele nunca obedece aos regulamentos.

k) Pisar = caminhar sobre – VTD na norma culta

Ex: Ele pisou o gramado.

São VTI quando o objeto refere-se a pessoa.

Ex: O pai sempre perdoa aos filhos.

l) Pagar e O gerente pagou aos empregados.

Perdoar São VTD quando o objeto refere-se à coisa.

Ex: Nós já pagamos os impostos.

O gerente perdoou a dívida.

m) Preferir É VTDI (preferir alguma coisa à outra)

Ex: Ele prefere o futebol ao vôlei.

____________________________________________________________

= ter fundamento é VI. Ex: Sua reclamação não procede.

n) Proceder = originar-se é VI. Ex: O navio procede de Santos.

= dar início é VTI.Ex: O juiz procedeu ao julgamento do rapaz.

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o) Querer = desejar é VTD. Ex: Todos queriam o prêmio.

= gostar é VTI. Ex: As mães querem aos filhos.

p) Simpatizar = ter simpatia, afeição é VTI( uso de com)

Todos simpatizam com você.

= pretender é VTI. Ex: Ele visava ao sucesso.

q) Visar = mirar é VTD. Ex: O jogador visou o gol.

= assinar é VTD. Ex: Você já visou o cheque?

Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da

preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s),

aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a

fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assinalado no

sentido contrário ao acento agudo: à.

Veja alguns exemplos:

Fui à farmácia, substituindo o “à” por “ao” ficaria Fui ao supermercado.

Logo, o uso da crase está correto.

Outro exemplo:

Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o “à” por “ao” ficaria

Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira.

É importante lembrar os casos em que a crase é empregada obrigatoriamente:

- nas expressões que indicam horas ou nas locuções à medida que, às vezes,

à noite, dentre outras, e ainda na expressão “à moda”. Veja:

Exemplos: Sairei às duas horas da tarde.

À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil.

Quero uma pizza à moda italiana.

Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de

verbos, de pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo

feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio lar, da palavra

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terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia

a dia).

PARTICULARIDADES LEXICAIS

Passemos agora ao emprego de algumas expressões que, certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar

por uma ou outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns

vocábulos que, volta e meia, surgem em diversos textos.

MAL x MAU

a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem,

refere-se a um verbo) b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa

adverbial, equivale-se a quando, indica circunstância de tempo)

c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um

substantivo, contrário de bom)

d) A notícia causou-lhe um grande mal. (substantivo)

Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a

mesma classificação gramatical nas alternativas “a”, “b” e “d”. Dica legal! Quero que você perceba que o vocábulo MAU é grafado

com U quando é adjetivo.

POR QUE x POR QUÊ

a) Por que você não veio? (advérbio interrogativo de causa, usado no

início da oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono) b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a

frase interrogativa é indireta) c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da

frase, e o “que” é tônico) d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição +

pronome relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual)

ATENÇÃO! Note a colocação no final da frase ou no final de oração,

antes de pausa, com sentido de motivo, razão pela qual, sendo tônico. Ex.: O cantor estava inquieto, sem saber por quê. (Sem saber

por quê, o cantor estava inquieto. Advertido pelo presidente da Mesa, o deputado quis saber por

quê.

Ninguém lhe dava atenção. Por quê?

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PORQUE x PORQUÊ

a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa

adverbial, indica circunstância de causa) b) Fique quieto, porque você está incomodando. (conjunção

coordenativa explicativa) c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é

substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa)

ATENÇÃO! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou

indireta), use a expressão separada.

SENÃO x SE NÃO

a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou,

indica alternância de ideias que se excluem mutuamente) b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim,

porém, a não ser)

c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha; é

substantivo) d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção

subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação)

ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada

apenas quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional.

ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE

a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos”

= de + os –, equivale-se a sobre, a respeito de)

b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.

(refere-se a acontecimento passado) c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (equivale-se a

aproximadamente)

AFIM x A FIM DE

a) Temos ideias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em

número para com ele concordar) b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva,

denota finalidade, objetivo, intenção) DEMAIS x DE MAIS

a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo,

equivale-se a muito, bastante, demasiadamente, em excesso) b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido, equivale-

se a outros, restantes, vem precedido de artigo)

c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de

menos)

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ATENÇÃO! Com relação a de menos, a professora Maria Tereza de

Queiroz Piacentini ensina que nem sempre tal expressão tem como oposto de mais.

De menos pode se referir a substantivo ("gente de menos") e verbo

("saber de menos"), segundo a autora do livro Português para redação

(edição esgotada). Moral da história: junto a substantivo, use de mais e de menos;

junto a verbo, use demais e pode usar de menos também.

ONDE x DONDE x AONDE

a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a

preposição em, na língua portuguesa não existe a suposta contração

nonde, indicada por em + onde; é errada sua utilização para substituir

nomes que não indicam lugar: Na reunião onde estávamos, houve muita

discussão. Nesse caso, prefira a locução em que.)

TEXTO II

Mãos e pernas tremem e formigam, o coração dispara, o estômago

revira, o peito arfa em busca de oxigênio e o suor escorre em ondas de

calafrios pela pele quente. A mente processa pensamentos desconexos na

velocidade da luz. O impulso é de correr a mil por hora, mas um desmaio

parece inevitável. O descontrole é total. Reações extremas como essas seriam

esperadas de alguém em perigo iminente, talvez com a vida em risco. Mas

podem ser provocadas à mera visão de um inseto tão inocente quanto uma

borboleta. Ou por um “passeio” de elevador, pelo escuro na falta de energia

elétrica e até por comer num restaurante e esperar pelo atendimento na fila de

um banco. São as fobias, medos desproporcionais direcionados a objetos,

pensamentos, situações e animais, que não necessariamente representam

ameaças reais. Frescura e motivo de piada para alguns, mas sofrimento

legítimo para muitos, são classificadas pela medicina como transtornos de

ansiedade. E são mais comuns do que se imagina.

(Revista Metrópole, 26.04.2009)

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1. Segundo o autor do artigo lido, as fobias são:

a) medos ancestrais que acompanham os seres humanos.

b) medos causados por pequenos insetos, especialmente borboletas.

c) reações desmedidas a um determinado estímulo.

d) respostas provocadas pela visão de alguma coisa estranha.

e) provocadas pela crítica das pessoas que não têm medo de nada.

2. Ainda de acordo o texto, a fobia provoca:

a) autocrítica punitiva.

b) sintomas físicos exagerados.

c) pânico ao receber a conta em restaurantes.

d) ameaças reais às pessoas.

e) terror de ir ao dentista.

3. Em – ... o peito arfa em busca do oxigênio... – um sinônimo para arfar é:

a) ofegar.

b) respirar.

c) expectorar.

d) prantear.

e) suar.

4. Marque a alternativa em que a palavra manteria o mesmo sentido de mas

em – Frescura e motivo de piada para alguns, mas sofrimento legítimo para

muitos...

a) inclusive.

b) exceto.

c) pois.

d) consequentemente.

e) todavia.

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5. Mostre onde há erro de concordância nominal:

a) É permitida a permanência de alunos.

b) A lista de ofertas vai anexa ao pacote.

c) Os gêneros alimentícios estão caros no Brasil.

d) A porta está meia aberta.

e) É necessário conter os gastos supérfluos.

6. Há erro de concordância verbal na opção:

a) Comeram-se os doces.

b) Faz meses que ele chegou.

c) Existem poucas árvores lá.

d) Vender-se-iam casas.

e) Houveram muitos pedidos.

7. Assinale o período em que o verbo aspirar apresenta erro de regência:

a) Marta aspirou fundo o perfume das flores.

b) Se aspiras ao poder, prepara-te para enfrentar grandes desafios.

c) Dinheiro e fama são coisas que não aspiro.

d) Bom seria inventar aparelhos que aspirassem o lixo e a poeira das ruas.

e) Todos nós aspiramos ao cargo de diretor da empresa.

8. Qual das alternativas está correta quanto à regência:

a) A peça que assistimos foi muito boa.

b) Estes são os livros que precisamos.

c) Esse foi um ponto que todos se esqueceram.

d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio.

e) O ideal que aspiramos é conhecido por todos.

9. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas das seguintes

frases:

Ninguém é obrigado ______ fazer o que não quer.

Ele disse ______ ela que estava feliz.

Ele mentiu para não causar sofrimento ______ outras pessoas.

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a) a, a, a

b) à, a, a

c) à, à, à

d) a, à, à

e) a, a, à.

10. Destaque a alternativa que completa corretamente as lacunas das

seguintes frases:

I- Foi graças ______ esse olhar que você o conquistou.

II- Ele foi o primeiro ______ chegar.

III- Não compare sua filha ______ ela.

a) a, à, a

b) à, à, à

c) à, a, a

d) a, a, a

e) a, a, à