indicadores epidemiológicos

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INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Prof. M.Sc. Hugo D. Hoffmann Santos MEDICINA

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Page 1: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS

Prof. M.Sc. Hugo D. Hoffmann Santos

MEDICINA

Page 2: Indicadores Epidemiológicos

ESTRUTURA

Parte I – Contextualização Parte II – Principais Indicadores Parte III – Estudos Epidemiológicos

Page 3: Indicadores Epidemiológicos

PARTE I

CONTEXTUALIZAÇÃO

Page 4: Indicadores Epidemiológicos

LÓGICA

É a ciência que estuda princípios e métodos da inferência e tem como objetivo determinar que condições uma determinada causa produz o efeito observado. Tem sido classicamente subdividido em dedutivo e indutivo.

Mortari CA. Introdução à lógica. UNESP, 2001.

Page 5: Indicadores Epidemiológicos

RACIOCÍNIO DEDUTIVO

Numa dedução sempre que as premissas forem verdadeiras a conclusão também será, pois a informação da conclusão está contida nas premissas. Não produz conhecimento novo, apenas organiza o conhecimento que já se possui. É o princípio amplamente utilizado na criminalística forense.

Page 6: Indicadores Epidemiológicos

RACIOCÍNIO DEDUTIVO

P1: Todos os homens (x) são mortais (y). P2: Sócrates (z) é um homem (x). C: Logo, Sócrates (z) é mortal (y).

TODO x é y z é x Logo, z é y

A dedução é a conclusão, que foi uma consequência lógica das

premissas porque também possui uma forma lógica válida.

Se as premissas forem verdadeiras, a conclusão será.

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Page 8: Indicadores Epidemiológicos

SHERLOCK HOLMES

“Toda vida é uma grande cadeia, cuja natureza é revelada pela simples apresentação de um único elo. [...] Antes de se concentrar nos aspectos morais e mentais do assunto que apresenta as maiores dificuldades, o pesquisador deve começar pelo domínio dos problemas mais elementares.”

Doyle AC. Sherlock Holmes: obra completa, p. 24, 2016.

Page 9: Indicadores Epidemiológicos

RACIOCÍNIO INDUTIVO

Conclui uma verdade geral após considerar um número suficiente de casos particulares. Próprio das ciências naturais também aparece na Matemática através da Estatística.

Page 10: Indicadores Epidemiológicos

DEDUÇÃO INDUÇÃO

1. É impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa.

2. A informação da conclusão já está contida nas premissas, logo, se as premissas forem verdade a conclusão será também.

1. É possível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão seja falsa, mas é pouco provável.

2. A conclusão contém alguma informação que não está contida nas premissas (possibilidade de falsidade da conclusão mesmo tendo as premissas verdadeiras).

Page 11: Indicadores Epidemiológicos

EPIDEMIOLOGIA

“Estudo da distribuição e determinantes de estados relacionados com a saúde ou eventos em populações específicas e a aplicação desse estudo para o controle dos problemas de saúde.”

Gordis L. Epidemiologia. Revinter, 2010.

Page 12: Indicadores Epidemiológicos

OBJETIVOS DA EPIDEMIOLOGIA

1. Identificar a causa da doença e os fatores de risco relevantes.

2. Determinar a extensão da doença encontrada na comunidade.

3. Estudar a história natural da doença quantitativamente para desenvolvermos modelos de intervenção.

4. Avaliar as medidas preventivas e terapêuticas.5. Proporcionar bases para o desenvolvimento de

políticas públicas.

Gordis L. Epidemiologia. Revinter, 2010.

Page 13: Indicadores Epidemiológicos

EPIDEMIOLOGIA E PREVENÇÃO1. PREVENÇÃO PRIMÁRIA

Prevenir o desenvolvimento de uma doença em uma pessoa que está bem e não tem (ainda) a doença.

2. PREVENÇÃO SECUNDÁRIAIdentificar as pessoas nas quais uma doença já começou, mas que ainda não desenvolveram sinais clínicos e sintomas (fase pré-clínica).

3. PREVENÇÃO TERCIÁRIAPrevenir complicações em pessoas que já desenvolveram sinais e sintomas de uma doença diagnosticada.

Gordis L. Epidemiologia. Revinter, 2010.

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EPIDEMIOLOGIA E PRÁTICA CLÍNICA

A epidemiologia é crucial não apenas na saúde pública, mas também na prática clínica, pois a medicina depende de dados populacionais.O processo de diagnóstico é de base populacional. Os mesmos meios são utilizados para prognósticos. A seleção da terapia também é baseada na população (ensaios clínicos randomizados que estudam os efeitos em grandes grupos).Os médicos aplicam um modelo de probabilidades baseado em dados populacionais nos seus pacientes.

Gordis L. Epidemiologia. Revinter, 2010.

Page 15: Indicadores Epidemiológicos

PARTE II

PRINCIPAIS INDICADORES

Page 16: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES

“São medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições de saúde.”

Indicadores básicos para a saúde no Brasil, 2º ed., 349 p. (RIPSA – OPAS, 2008)

Page 17: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES

“A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer.”

Indicadores básicos para a saúde no Brasil, 2º ed., 349 p. (RIPSA – OPAS, 2008)

Page 18: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES

“A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados em sua formulação (frequência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados).”

Indicadores básicos para a saúde no Brasil, 2º ed., 349 p. (RIPSA – OPAS, 2008)

Page 19: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares) e sua validade (capacidade de medir o que se pretende).

Indicadores básicos para a saúde no Brasil, 2º ed., 349 p. (RIPSA – OPAS, 2008)

Determinada por sua sensibilidade (capacidade de detectar o fenômeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar somente o fenômeno analisado).

Page 20: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES

“Espera-se que os indicadores possam ser analisados e interpretados com facilidade, e que sejam compreensíveis pelos usuários da informação, especialmente gerentes, gestores e os que atuam no controle social do sistema de saúde.”

Indicadores básicos para a saúde no Brasil, 2º ed., 349 p. (RIPSA – OPAS, 2008)

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INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS

1. Demográficos2. Socioeconômicos3. Mortalidade4. Morbidade5. Fatores de risco e proteção6. Recursos7. Cobertura

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Page 22: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES DEMOGRÁFICOS

RAZÃO DE DEPENDÊNCIAMede a razão entre a população

economicamente dependente e a população economicamente ativa.

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Page 23: Indicadores Epidemiológicos

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

A distribuição desse indicador ao longo

do tempo demonstra aumento ou

diminuição? O que isso significa?

Page 24: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES SOCIOECONÔMICOS

ÍNDICE DE GINIMede a desigualdade de distribuição de

renda por meio de um número de 0, completa igualdade (toda população recebe

o mesmo salário) a 1, completa desigualdade (uma pessoa recebe todo rendimento e as demais nada recebem).

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Page 25: Indicadores Epidemiológicos

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Qual conclusão podemos chegar ao comparar este indicador em Cuiabá e Curitiba para o mesmo ano (2010)?

Page 26: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES SOCIOECONÔMICOS

PERCENTUAL DA POPULAÇÃO 18-24 ANOS SEGUNDO ESCOLARIDADE

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

NÍVEL DE ESCOLARIDADE

2004 2008 2012

% IC95% % IC95% % IC95%

11 e mais anos de estudo 36,08

31,90-

40,2648,01

43,90-

52,1355,41

50,29-

60,53

Page 27: Indicadores Epidemiológicos

PERCENTUAL DA POPULAÇÃO 18-24 ANOS SEGUNDO ESCOLARIDADE

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

2004 2008 201230

60

50

40

Houve sobreposição de IC95%, portanto, grupos não são estatisticamente

diferentes

Medida de Dispersão (IC95%)Medida de Tendência (Percentual)

Page 28: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES DE MORTALIDADE

TAXA DE MORTALIDADE ESPECÍFICA POR DOENÇA TRANSMISSÍVEL

Coeficiente utilizado na medição do número de mortes (em geral, ou causadas por um fato

específico) em determinada população, adaptada ao tamanho desta mesma população, por unidade

de morte.

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Page 29: Indicadores Epidemiológicos

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Em qual capital do Centro-Oeste a taxa de mortalidade por doenças transmissíveis foi

maior em todos os anos?

Page 30: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES DE MORBIDADE

TAXA DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR NO SUS POR CAUSAS SELECIONADAS

Coeficiente calculado pela razão entre o número de internações por causa específica e o número

total de internações multiplicado por 10.000 (habitantes), que pode ser estratificado pela faixa

etária.

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Page 31: Indicadores Epidemiológicos

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Qual foi o maior motivo de internação hospitalar na rede SUS para a faixa

etária 20-29 anos em 2012 no Brasil?

Page 32: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES DE RISCO E PROTEÇÃO

PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO EM ADULTOSCoeficiente calculado pelo percentual de adultos (18 anos ou mais de idade) com excesso de peso.

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Page 33: Indicadores Epidemiológicos

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Qual capital do Centro-Oeste apresentou menor prevalência de sobrepeso para o

sexo feminino em 2012?

Page 34: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES DE RECURSOS

LEITOS DO SUS A CADA 1.000 HABITANTESDados extraídos do Cadastro Nacional de

Estabelecimentos de Saúde (CNES) do Ministério da Saúde.

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Page 35: Indicadores Epidemiológicos

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Em 2012, Recife (PE) apresentou 3,98 e Vitória (ES) 3,85. A capital com menor indicador foi Palmas (TO) com 1,31. Esse indicador mede o que ele pretende

(validade)?

Page 36: Indicadores Epidemiológicos

INDICADORES DE COBERTURA

PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO SERVIDA POR REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Dados extraídos do Censo Demográfico (IBGE)

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Page 37: Indicadores Epidemiológicos

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm

Qual estado do Centro-Oeste apresentou maior crescimento neste indicador ao comparar 1991 e 2010?

Page 38: Indicadores Epidemiológicos

TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS

Page 39: Indicadores Epidemiológicos

INCIDÊNCIA (causa → efeito)

Razão entre o número de casos novos de uma doença em um determinado local e período e o número total de pessoas expostas no mesmo local e período. Infere intensidade com que acontece uma doença numa população e mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população. Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer.

http://www.ee.usp.br/graduacao/ens435/modulo4/modulo4j.html

Page 40: Indicadores Epidemiológicos

Mais utilizado para doenças crônicas de longa duração (hanseníase, tuberculose, AIDS, diabetes). Casos prevalentes são os anteriormente diagnosticados (casos antigos) mais aqueles que foram descobertos posteriormente (casos novos). Portanto, a prevalência é o número total de casos de uma doença, novos e antigos, existentes num determinado local e período. A prevalência, como ideia de acúmulo, de estoque, indica a força com que subsiste a doença na população.

http://www.ee.usp.br/graduacao/ens435/modulo4/modulo4j.html

PREVALÊNCIA (causa + efeito)

Page 41: Indicadores Epidemiológicos

RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA

Page 42: Indicadores Epidemiológicos

Quando a insulina se tornou disponível o que aconteceu com a prevalência do diabetes?

INSULINA E DIABETES

Gordis L. Epidemiologia. Revinter, 2010.

A prevalência aumentou, não porque o diabetes tenha sido curado, mas apenas controlado. Muitas pessoas com diabetes, que antes morriam, agora sobrevivem e a prevalência, então, aumentou. Esse efeito paradoxal ocorre sempre que a morte é prevenida e a doença não é curada.

Page 43: Indicadores Epidemiológicos

1. RISCO RELATIVO (RR) ou RAZÃO DE RISCO/PREVALÊNCIA

Relação da probabilidade do evento ocorrer no grupo exposto contra o grupo de controle (não exposto). É o risco de desenvolver uma doença relativo à exposição.

Se a probabilidade de um fumante em desenvolver câncer de pulmão é de 20% e a probabilidade de um indivíduo não fumante é de 10%, então o RR de câncer associado ao hábito de fumar seria igual a 2 (os fumantes teriam duas vezes o risco de desenvolver câncer de pulmão quando comparados aos não fumantes).

MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Page 44: Indicadores Epidemiológicos

1. RISCO RELATIVO ou RAZÃO DE RISCO/PREVALÊNCIA

MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Page 45: Indicadores Epidemiológicos

1. RISCO RELATIVO ou RAZÃO DE RISCO/PREVALÊNCIA

http://www.uff.br/higienesocial/images/stories/Aula_14_-_medidas_de_associao.pdf

MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Page 46: Indicadores Epidemiológicos

1. RISCO RELATIVO ou RAZÃO DE RISCO/PREVALÊNCIA

http://www.uff.br/higienesocial/images/stories/Aula_14_-_medidas_de_associao.pdf

MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Page 47: Indicadores Epidemiológicos

http://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIS0140-6736(16)00562-6.pdf

Page 48: Indicadores Epidemiológicos

http://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIS0140-6736(16)00562-6.pdf

Page 49: Indicadores Epidemiológicos

http://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIS0140-6736(16)00562-6.pdf

Page 50: Indicadores Epidemiológicos

http://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIS0140-6736(16)00562-6.pdf