segundo caderno especial 151 anos botucatu cidade das … · indústrias da “boca de sertão”,...

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Diretor Fundador: Milton Marianno Ano XLIX . Nº 2.362 . Sexta-feira, 14 de abril de 2006 Diretor: Adolpho Dinucci Venditto -MTb 35 947 Redação, Comercial e Assinaturas: Rua João Passos, 393 - Centro - CEP 18600-040 - Fone: 3882-0602 Fax: 3882-1086 - e-mail:[email protected] 49 a n o Segundo Caderno Especial 151 anos Editorial Ao longo desse século e meio, a cidade foi sendo construída à base de muito trabalho e conhecimento, que frutificaram como a “Cidade dos Bons Ares e das Boas Escolas”. Quando completamos 150 anos, foi acrescentado também o termo “Cidade das Boas Indústrias”. Botucatu é uma das mais industrializadas da região e tem um parque fabril invejado por cidades maiores, mas que não têm fábricas de ônibus que transportam milhões de passageiros em todo o país e diversos outros espalhados pelo mundo. A Embraer tem em nossa cidade, o controle acionário da mais antiga fábrica de aviões do hemisfério, a Aeronáutica Neiva, com mais de 50 anos; o freio da Moldmix, que dá segurança aos mais modernos veículos fabricados no Brasil; boa parte da madeira usada na construção civil e em móveis de escritórios e residências, aqui são fabricados pela Duratex há cerca de trinta anos e há dez anos pela Eucatex. Que dizer do Café Tesouro que, desde 1927, “chova ou faça sol”, coloca na mesa dos paulistas, o Café Tesouro, o nosso café. O período de ouro do café passou, mas o Café Tesouro continua até os dias de hoje. Nas próximas 48 páginas o leitor poderá verificar um trabalho inédito, desenvolvido pelo pesquisador Olavo Pinheiro de Godoy, presidente do Centro Cultural de Botucatu e pelo diretor deste jornal Adolpho Dinucci Venditto que, desde o início do ano, num incansável trabalho de pesquisa, estão coletando informações sobre as nossas indústrias, que empre- gam milhares de pessoas e geram divisas, não só para a nossa cidade, como para a região. Godoy ouviu empresários da chamada velha guarda e também os novos empreendedores, que desafiam o mundo globalizado, no ramo industrial. Botucatu não é só pioneira da indústria paulista. É também pioneira na organização dos empresários do setor. A regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo foi uma das cinco primeiras a serem organizadas há mais de 50 anos, pelos pioneiros Peduti, Bacchi, Blasi, Milanesi e Lunardi, entre outros. Para que o leitor tenha a dimensão da importância de nossas indústrias, essa regional abrange mais de 40 cidades, indo até a fronteira com o Paraná, na região de Ourinhos. Está é a segunda edição em que “A Gazetaretrata a nossa indústria. Na edição de 2000, quase que antevendo o nosso novo slogan, retratamos a presença dos europeus que escolheram Botucatu para viver e gerir seus negócios, construindo as primeiras indústrias da “boca de sertão”, que era a Botucatu de então... “A Gazeta de Botucatu” tem muito orgulho em dividir informações que estavam guardadas em memórias, documen- tos e fotografias, considerando a dificuldade que é ser empre- sário neste país, sujeito a vendavais econômicos e políticos. Para realizar este trabalho que demandou quatro meses de cuidadosa pesquisa e redação, “A Gazeta de Botucatu” não poderia deixar de agradecer aos 60 anunciantes que apostaram no projeto e dividiram conosco esse “segredo industrial”, que temos certeza vai aumentar ainda mais o orgulho de ser Botucatuense, mesmo que seja “importado”. Foi um prazer trabalhar pesquisando a indústria botucatu- ense nos últimos meses. Prazer compartilhado com o renoma- do professor Benedito Vinício Aloise, autor do desenho da nossa primeira página, [acima], as muitas digitações e revisões dos artigos e publicidades, feitas por Maria Cabral, Haroldo Amaral e Glorinha Dinucci. Devanil Camargo fez fotos espe- taculares e ajudou a recuperar outras antigas, no velho pho- toshop. É dele também a arte do título com nossa bandeira sesquicentenária. Edil Gomes juntou textos, imagens, fios e tinta, para diagramar este jornal, que sempre está surpreendendo o nosso leitor, junto com Lucélia Carvalho, ambos da Editora Diagra- ma. Para termos a história de nossa indústria, não poderíamos contar apenas com o nosso trabalho de pesquisa e reportagem, mas também com preciosas informações dos diretores das maiores indústrias locais. Nosso muito obrigado a nossos articulistas, quase todos membros da Academia Botucatuense de Letras, que escrevem para a presente edição. Não podemos deixar de lembrar os gráficos que, nesta madrugada, materia- lizaram nosso trabalho de meses. Com alegria e orgulho, estamos entregando esta edição especial de “A Gazeta de Botucatu”, contando mais um capí- tulo da grande história de botucatuenses que construíram e estão construindo esta cidade das boas indústrias, que mantém os bons ares e as boas escolas. Parabéns Botucatu neste seu 151º aniversário. Adolpho Dinucci Venditto - Diretor BOTUCATU CIDADE DAS BOAS INDÚSTRIAS

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Page 1: Segundo Caderno Especial 151 anos BOTUCATU CIDADE DAS … · indústrias da “boca de sertão”, ... Devanil Camargo fez fotos espe- ... reumatismo e sífilis. Foi

Diretor Fundador: Milton Marianno

Ano XLIX .Nº 2.362. Sexta-feira, 14 de abril de 2006

Diretor: Adolpho Dinucci Venditto -MTb 35 947

Redação, Comercial e Assinaturas: Rua João Passos, 393 - Centro - CEP 18600-040 - Fone: 3882-0602 Fax: 3882-1086 - e-mail:[email protected]

49a n o

Segundo Caderno Especial 151 anos

EditorialAo longo desse século e meio, a cidade foi sendo construída

à base de muito trabalho e conhecimento, que frutificaramcomo a “Cidade dos Bons Ares e das Boas Escolas”. Quandocompletamos 150 anos, foi acrescentado também o termo“Cidade das Boas Indústrias”.

Botucatu é uma das mais industrializadas da região e tem umparque fabril invejado por cidades maiores, mas que não têmfábricas de ônibus que transportam milhões de passageiros emtodo o país e diversos outros espalhados pelo mundo. AEmbraer tem em nossa cidade, o controle acionário da maisantiga fábrica de aviões do hemisfério, a Aeronáutica Neiva,com mais de 50 anos; o freio da Moldmix, que dá segurança aosmais modernos veículos fabricados no Brasil; boa parte damadeira usada na construção civil e em móveis de escritóriose residências, aqui são fabricados pela Duratex há cerca detrinta anos e há dez anos pela Eucatex.

Que dizer do Café Tesouro que, desde 1927, “chova ou façasol”, coloca na mesa dos paulistas, o Café Tesouro, o nossocafé. O período de ouro do café passou, mas o Café Tesourocontinua até os dias de hoje.

Nas próximas 48 páginas o leitor poderá verificar umtrabalho inédito, desenvolvido pelo pesquisador Olavo Pinheirode Godoy, presidente do Centro Cultural de Botucatu e pelodiretor deste jornal Adolpho Dinucci Venditto que, desde oinício do ano, num incansável trabalho de pesquisa, estãocoletando informações sobre as nossas indústrias, que empre-gam milhares de pessoas e geram divisas, não só para a nossa

cidade, como para a região. Godoy ouviu empresários dachamada velha guarda e também os novos empreendedores,que desafiam o mundo globalizado, no ramo industrial.

Botucatu não é só pioneira da indústria paulista. É tambémpioneira na organização dos empresários do setor. A regionaldo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo foi uma dascinco primeiras a serem organizadas há mais de 50 anos, pelospioneiros Peduti, Bacchi, Blasi, Milanesi e Lunardi, entreoutros. Para que o leitor tenha a dimensão da importância denossas indústrias, essa regional abrange mais de 40 cidades,indo até a fronteira com o Paraná, na região de Ourinhos. Estáé a segunda edição em que “A Gazeta” retrata a nossa indústria.Na edição de 2000, quase que antevendo o nosso novo slogan,retratamos a presença dos europeus que escolheram Botucatupara viver e gerir seus negócios, construindo as primeirasindústrias da “boca de sertão”, que era a Botucatu de então...

“A Gazeta de Botucatu” tem muito orgulho em dividirinformações que estavam guardadas em memórias, documen-tos e fotografias, considerando a dificuldade que é ser empre-sário neste país, sujeito a vendavais econômicos e políticos.

Para realizar este trabalho que demandou quatro meses decuidadosa pesquisa e redação, “A Gazeta de Botucatu” nãopoderia deixar de agradecer aos 60 anunciantes que apostaramno projeto e dividiram conosco esse “segredo industrial”, quetemos certeza vai aumentar ainda mais o orgulho de serBotucatuense, mesmo que seja “importado”.

Foi um prazer trabalhar pesquisando a indústria botucatu-

ense nos últimos meses. Prazer compartilhado com o renoma-do professor Benedito Vinício Aloise, autor do desenho danossa primeira página, [acima], as muitas digitações e revisõesdos artigos e publicidades, feitas por Maria Cabral, HaroldoAmaral e Glorinha Dinucci. Devanil Camargo fez fotos espe-taculares e ajudou a recuperar outras antigas, no velho pho-toshop. É dele também a arte do título com nossa bandeirasesquicentenária.

Edil Gomes juntou textos, imagens, fios e tinta, paradiagramar este jornal, que sempre está surpreendendo o nossoleitor, junto com Lucélia Carvalho, ambos da Editora Diagra-ma. Para termos a história de nossa indústria, não poderíamoscontar apenas com o nosso trabalho de pesquisa e reportagem,mas também com preciosas informações dos diretores dasmaiores indústrias locais. Nosso muito obrigado a nossosarticulistas, quase todos membros da Academia Botucatuensede Letras, que escrevem para a presente edição. Não podemosdeixar de lembrar os gráficos que, nesta madrugada, materia-lizaram nosso trabalho de meses.

Com alegria e orgulho, estamos entregando esta ediçãoespecial de “A Gazeta de Botucatu”, contando mais um capí-tulo da grande história de botucatuenses que construíram eestão construindo esta cidade das boas indústrias, que mantémos bons ares e as boas escolas.

Parabéns Botucatu neste seu 151º aniversário.

Adolpho Dinucci Venditto - Diretor

BOTUCATU CIDADE DAS BOAS INDÚSTRIAS

Page 2: Segundo Caderno Especial 151 anos BOTUCATU CIDADE DAS … · indústrias da “boca de sertão”, ... Devanil Camargo fez fotos espe- ... reumatismo e sífilis. Foi

A GAZETA DE BOTUCATU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Sexta-feira, 14 de abril de 2006 49a n oEdição Especial 151 anos de Botucatu

Freguesia em 1846, Vilaem 1855, Comarca em 1866e cidade dez anos depois,rapidamente Botucatu im-pôs-se como pólo de de-senvolvimento regional.Hoje, com mais de 110 milhabitantes, duas centenase meia de indústrias e cer-ca de mais de mil estabele-cimentos comerciais, a ci-dade é o principal centrourbano da Média Soroca-bana . Desde 1967 a cida-de conta com a DelegaciaRegional do CIESP, comjurisdição sobre 35 municí-pios.

Ligado à capital pelasrodovias Castelo Branco eMarechal Rondon, pelos tri-lhos da Ferroban, o municí-pio vem obtendo forte ex-

pansão do setor industrialque, praticamente, dobrouo parque fabril nos últimosdez anos. Com uma cente-na de empresas de médioporte e pelo menos umadezena de grandes unida-des fabris, o parque indus-trial botucatuense caracte-rizava-se pela diversifica-ção, com leve predominân-cia nos setores de confec-ções e madeira. Depois daimplantação da maior uni-dade fabril da Cia Ameri-cana Industrial de Ônibus –Caio, a principal fabricantenacional de carroçariaspara ônibus, modificou ra-dicalmente o perfil da in-dustria local.

A atividade industrialno princípio da história

botucatuense teve iníciono segundo império. Suahistória, entretanto, não secaracteriza por uma evo-lução sistemática. As ati-vidades agrícolas e o ex-trativismo absorviam osparcos capitais e a mãode obra, só dando mar-gem, naquele período, àsindústrias caseiras : pe-quena produção de sabão,telhas, violas, tijolos, quei-jos, com destaque para amanufatura do couro. Re-gistra Hernâni Donato emseu “Achegas para a His-tória de Botucatu” quepelos idos de 1850, eramaqui produzidas excelen-tes peças de couro tran-çado com destaque aoscabos de relhos festeja-dos por serem provenien-tes de Botucatu.

Com a vinda de minei-ros para povoar a região,começou-se a expandir aspequenas olarias. Trans-formar os casebres de pau-a-pique em decentes mo-radias de alvenaria, re-queria tijolos. No findardo século XIX, eram regis-tradas quatro no correr doribeirão Lavapés.

BOTUCATU: CIDADEDAS BOAS INDÚSTRIAS

Face a situação privi-legiada de nossa cidade,para cá vieram inúmerasindústrias, de pequeno,médio e grande porte, ge-rando milhares de empre-gos e proporcionando me-lhores condições sociaispara o município de Botu-

catu. Com a enorme quan-tidade de imigrantes queaportaram em Botucatu noinicio de 1900, tivemos odeslanchar do primeirociclo industrial encabeça-do em sua maioria pelositalianos, com destaquepara Petrarca Bacchi, Se-

raphim Blasi, Virgínio Lu-nardi, Aleixo Varoli, AtílioLosi,Eugenio Montefer-rante, Angelo Milanesi. Pe-dro Delmanto, Pedro Ste-fanini, Antonio Micheluc-ci, Adeodato Faconti, JoãoPescatori, Felipe di Santise Paleógenes Guimarães.

Primeiro Ciclo Industrial

Como a crise do caféem 1929 gerou efeitosdesastrosos para e eco-nomia mundial e paulistae a turbulência política de1930 contribuiu para adecaída das atividadesindustriais em Botucatu, acrise energética na cida-

Segundo Ciclo Industrialde, não houve possibili-dades de um crescimentodesse setor até os anos 50do século passado.A par-tir dessa data Botucatuinaugura o seu segundociclo industrial. É HernâniDonato quem afirma : “Aocomemorar 130 anos de

vida (1985), a cidade con-ta mais de duzentas in-dústrias, algumas de ex-pressão mundial. Empre-ga seis mil pessoas, atu-antes nos setores aero-náut ico, meta lúrg ico,têxtil, moveleiro, alimen-tício, coureiro, etc...”

Emilio Peduti inaugura aCIESP em 1955, propondouma nova realidade para aindustrialização de Botuca-tu. Acompanhemos o pen-samento do historiador Ar-mando Delmanto “Alicer-çado na presença de gran-des complexos industriais,

a cidade de Botucatu viveperíodo de grande progres-so. As grandes indústrias,de porte internacional, as-seguram a estabilidade denosso 3o Ciclo Industrialcom a instalação da Caio,Duratex, Staroup, Moldmix,Hidroplas, Brás-Hidro, Nei-

va-Embraer, etc...”Devido à sua importân-

cia dentro do contexto só-cio-econômico, vamos aseguir abordar alguns as-pectos dessas empresaspara que se possa conhe-cer de perto a sua pujançae o seu valor.

Terceiro Ciclo Industrial

Situada a 825 m de altitude, de clima ameno ecercada por bela paisagem serrana, Botucatu

conserva as condições naturais que há mais de doisséculos justificaram a denominação da localidade,a partir das palavras indígenas Ybitu e Katu, isto é,bons ares. Bons Ares, boa água, belas paisagens, eaí acabam as semelhanças com as antigas sesmari-as, implantadas a partir de 1721, pelos jesuítas, aolongo do Peabiru, caminho que ligava São Vicente

a Assunção, no Paraguai.

O APOGEU DOCAFÉ E ASATIVIDADES DOSIMIGRANTES

Não havendo médico,dá-se oficialmente licen-ça a José Souza Mattospara fazer curativos, e aJoão Vieira Paraíso paraaplicar o pus vacínico,contra a varíola, que naverdade era a varicela.População se r tane ja ,usava-se muitos remédi-os extraídos da naturezae fó rmulas ind ígenastransformadas em chás,beberagens e garrafadas.

A necess idade dopovo de então, tão ca-rente de conhecimentosem ervanários, forneceuao português Daniel Car-los Maria Jordão da Ro-cha Peixoto, uma opor-tunidade segura e corre-ta no uso de plantas me-dicinais com fins preven-tivos, terapêuticos e cu-rativos.

Em 1880, estabeleceulaboratório e passou a fa-bricar o famoso “elixir àbase receitas misteriosa-mente transmitidas porum pajé especialista emervas” que curava diver-sas moléstias dentre elasreumatismo e sífilis. Foitão acentuada a propa-ganda dessa fórmula me-dicinal que proporcio-nou, ao seu autor, umaboa renda. A fórmula foivendida para o farma-cêutico Martinho Mora-to, formado em Ouro Pre-to.

Martinho montou em

terras botucudas, a Com-panhia Industrial Especí-ficos M. Morato, com la-boratório e farmácia. De-senvolveu a fórmula in-dígena do elixir que fi-cou nacionalmente co-nhecido como “Elixir M.Morato”, produzindo,também, as “pílulas deTayuyá”, fórmula retira-da da erva-de-b icho,com propriedades tera-pêuticas : anti-séptica,adstringente, antiinfla-matória e hemostática,hipotensora e anti-he-morroidal.

No adentrar o séculoXX, Armando MoraesDelmanto , ra la ta em“Memórias de Botucatu”: “Além dos produtos doMorato, a indústria far-macêutica botucatuensetambém viveu daqueleselaborados na FarmáciaLago, do Dr. Rodriguesdo Lago : Eczemol, queganhou renome “contraeczemas, empingens ,frieiras, cobreiros e maismoléstias da pele”, con-forme rezava a bula e apropaganda. Xaropes deMulungu, contra tosse evinho reconstituinte comfórmula do Dr. Costa Lei-te – primeiro médico dacidade e grande bene-mérito-fundador da Mi-sericórdia local.

A extração e desidra-tação de produtos farma-cêuticos e alimentícios

trouxeram a Anidro doBras i l Des idrataçãoLtda, o Laboratório Cen-troflora e a Solifer, In-dústria Química. Em se-tembro de 2005 a Cen-troflora firmou parceriacom famílias do assenta-mento Córrego Rico deJaboticabal para a pro-dução do jambu, uma es-pécie nativa da Amazô-nia utilizada na indústria

de cosméticos. O jambué utilizado na produçãode um produto anti-ru-gas, que será lançadopela Natura Cosméticos.

Devido à sua políticade gerenciamento de pes-soas, o Grupo Centroflorafoi qualificado, nos anosde 2003,04 e 05 pelo“Guia Exame” como umadas “Melhores empresaspara você Trabalhar”.

E a vida de muita gen-te nascida fora do Bra-sil mudou na medida emque, desde a década de1880 até o impacto daGrande Depressão ,atendeu à demanda detrabalhadores para oscafezais de São Paulo.A crescente demandade café na Europa eAmérica do Norte, apossibilidade de cres-cente produção no Bra-sil e a migração emmassa da Europa Meri-dional para as fazen-das de café convergi-ram , na década de1880, para formar noSão Paulo rural um com-plexo histórico que du-rou até que a crise dadécada de 1930 abalas-se seus alicerces. Essecomplexo – seus com-ponentes , func iona-mento e efeitos maisamplos, recaíram so-bre Botucatu, possibili-tando o “deslanchar”da indústria e da eco-nomia local.

O café trouxe os es-panhóis, alemães e prin-cipalmente e, em gran-de massa, os italianos.O complemento terres-

tre da navegação tran-satlântica era a estradade ferro, ligando o inte-rior à costa. Os trilhosacabaram atingindo afronteira de povoamen-to do oeste e tornarameconomicamente viá-vel a exploração dos ri-cos solos do planaltointerior.A Estrada deFerro Sorocabana atin-giu Botucatu pelo anode 1889.

A unidade básica deprodução era a fazenda– Ao contrário da semi-isolada “hacienda” dasterras montanhosas daAmérica Espanhola, afazenda paulista não ti-nha outro propósito se-não a agricultura orien-tada para a exportação.Desde o inicio foi umaempresa capitalista, nosentido de que sua ra-zão para existir era aprodução para o mer-cado, visando ao lucro.Como tal , congregoufatores de produção deuma maneira idealmen-te ajustada aos propósi-tos dos colonizadoreseuropeus originais eseus herdeiros na elitebrasileira.

DO ELIXIR DE D. CARLOSA ANIDRO DO BRASIL

A história do Brasil foi profundamentealterada, em fins do século XIX, devidoao grande número de pessoas que, nosEstados Unidos e Europa, passaram a

beber café.

Por volta de 1860, a Vila de Botucatu nãopossuía médicos. Na sua rotina de sobrevi-vência, socorria-se dos homens simples que

constituíam sua população.

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Devido às grandes fa-zendas de criar existentesna região, o trabalho decurtição e aproveitamentodo couro já eram sentidos eanunciavam o desenvolvi-mento da cidade. JordãoPompeu de Almeida Cam-pos e José de Oliveira Ca-margo manufaturavam se-las e os mais diversos “ar-reames” utilizados pelapopulação campeira. Nadécada de setenta dosanos oitocentos, AntonioBenedito Alves, José An-tonio de Almeida e Vicen-te Ferreira de Almeida,estavam instalados combanca de sapateiro.

Hernani Donato expli-ca que o ano de 1917 jádespontava com 44 empre-sas, 25 fabricando calça-dos usando couros prepa-rados localmente. O italia-no Pedro Delmanto e seuirmão Costabile, instalam,em 1895, a “CASA DEL-MANTO” localizada na ruaAmando de Barros, 25, es-pecialista em calçados mas-culinos e femininos. Impor-tando máquinas da Alema-nha , contratou o mestrefinlandês Victor Saksala,especialista em preparar etingir os mais diversos tiposde couros, funda a mais fa-mosa fabrica de calçadosda cidade empregandocouros do seu curtume “Be-lla Vista” situado no BairroAlto.Ali eram produzidos oscouros da Rússia, Couro deCavalo, Pelica Preta e Bran-

Com o desenvolvimen-to da cafeicultura em todaa região, houve a necessi-dade de pequenas fundi-ções ou ferrarias para aprodução e manutençãodas ferramentas utilizadasnas grandes fazendas ca-feeiras. As máquinas aci-onadas a vapor, produzi-ram uma transformaçãoprofunda nas condições daprodução industrial local.O italiano Serafim Blasi,instala , na poeirenta Flo-riano Peixoto, uma ofici-na de ferreiro. Homem delarga visão,vislumbrou odesenvolvimento de suaempresa, favorecida pelosurto do café, idealizou,montou e passou a fabri-car máquinas para o pro-cessamento do café e deoutros produtos agrícolas.

Fabricando máquinaspara café desde 1894, aSerafim Blasi & Cia. Ltda.Indústria de Máquinas

Agrícolas e Industriais foium antigo estabelecimen-to fabril do município, etido como um dos maisconceituados do país naprodução de equipamen-tos para a cafeicultura.Com sua primeira patenteregistrada ainda em 1903(descascador de café ), porseu fundador Serafim Bla-si, a indústria produziuconjuntos completos parabeneficiamento e classifi-cação de café, milho, ar-

roz, amendoim, feijão emamona, além de máqui-nas e equipamentos paraclassificação de grãos emgeral, totalizando cente-nas de itens.

A indústria, instaladaem pleno centro comerci-al da cidade, numa áreade 48.400 m2 ( 15 mil co-bertos e duzentos operári-os), produzia máquinas eequipamentos presentesem todo o território nacio-nal e diversos países da

África e América Latina.Em 1980 seu capital regis-trado era de Cr$ 7 milhõese as vendas foram de 30milhões, incluindo expor-tações de 5 milhões, parapaíses da Alalc.

Foi a partir de 1956,com a indústria sob a dire-ção do Dr. Francisco Bla-si, que a Empresa SerafimBlasi & Cia conheceu suaverdadeira fase de expan-são e consolidação. Noscaminhos percorridos pelaindustrialização brasilei-ra, muitos e originais fo-ram os métodos e políti-cas utilizados pelo Dr.Francisco para sobreviveràs tempestades que, emcertas ocasiões, se abate-ram sobre a economia donosso país. Conseguirtransformar a empresa emuma sólida potência eco-nômica, cujo complexoindustrial ocupou umaárea superior a 1 alqueire,

BLASI NA VANGUARDA INDUSTRIAL

A SAGA DO COURONA TERRA DO CAFÉ

Tendo à testa Pe-trarca Bacchi, ho-mem dotado de gran-de iniciativa e capa-cidade industrial, es-tabeleceu a confian-ça e a estabilidadeda indústria botuca-tuense. Seu funcio-namento data de1915, com uma áreaconstruída de13.464,08 m2 em ter-reno de 20.000 m2.Petrarca Bacchi,grande empreende-dor italiano, instalana Floriano Peixoto,na região conhecidapor “baixada” um di-versificado parqueindustrial, passandoa produzir cerveja dasmarcas “Vencedora”“Botucatuense”, “Brasi-leira”, “Pilsen Cristal”;fábrica de gelo, seguidasmais tarde por serraria“Santana”, máquinas debenefício de café , algo-dão e cereais, massas ali-mentícias , fiação, fábri-

ca de chapéu “Santana”,Torrefação e empacota-mento de café, etc...

Tornou-se muito co-nhecido na região e noEstado sendo cognomina-do o “Matarazzo de Botu-catu. ”Além da sua gran-de capacidade de traba-lho, a empresa que se

constituiu em orgulhopara Botucatu, utilizava

200 operários queatuavam na parte in-dustrial e administra-tiva.

Para alimentartodo esse parque in-dustrial, faz construira “Empresa Hidroe-létrica Petrarca Bac-chi”. com máquinase barragem da usinageradora instaladano bairro do Lobo.Com aproximada-mente 40 metros decomprimento, todade alvenaria de pe-dra e cimento, comduas comportas, umade descarga para alimpeza da bacia deacumulação, e outraque dava acesso a um

canal que conduzia a águaà turbina geradora.

Instalando posteaçãoprópria, vende, a pre-ços módicos, a energiaexcedente, aos consu-midores locais, o queprovocaria séria criseenergética com a distri-buidora concorrente.

INDÚSTRIAS ÍTALO - BRASILEIRAS

Com pouco capital,mas com uma força devontade e uma discipli-na de trabalho constantereforça o primeiro cicloindustrial, instala, em1890, na mesma Floria-no Peixoto, oficina deferreiro para fabrico e re-paro de carroças e má-quinas agrícolas, Com ofalecimento do patriarcaem 1902 a firma passoua denominar-se AngeloMilanesi e Irmão.

Usando forno com ca-pacidade de fundir 1.500kg. de ferro guza por hora,

a empresa expandiu-secom serviços de mecânicageral, fundição de ferro ebronze,com produção deeixos, polias, mancais, ro-das dentadas; fabricação demáquinas de benefício decafé e algodão, máquinaspara serraria com serrasfrancesas verticais e auto-

máticas, engenhos paracana, máquinas para oaproveitamento da mandi-oca com prensa de grandepotência para moagem eraspagem, moinhos de fubáe máquinas para beneficiode arroz; com especializa-ção em bombas hidráuli-cas tipo “carneiro”.

ANGELO MILANESI & IRMÃO

Foi a grande propulsora daindustrialização em Botucatu.

Em 1873, o municí-pio de Botucatu ex-

portava algodão,toucinho, queijos,gado e suíno, e emmaior quantidade o

café.

ca, Marroquim, VaquetaSuperior, Sola inglesa, emcores para confecção demalas, solas para seleiros eos mais diversos produtospara atender as selarias daregião.

Eugenio Monteferrante,Lunardi e Pescatori fun-dam, em 1910, um dos gran-des curtumes da época o“Vitória” com produçãomensal de duas mil solas e“couros bufalados”, vaque-tas ao cromo, couro de por-co, etc.

Atílio Losi adquiriu o“Cortume Bela Vista”, pro-priedade de José VitorianoFreire Villas Boas, indústriaque fora montada numa chá-cara do Bairro Alto, pelo Sr.Pedro Delmanto. Expandiua indústria, e os seus filhosdominam o negócio do cou-ro, com vários curtumes emfuncionamento sob a dire-ção de Pedro Losi.

A curtição de courospara fabricação de soladospara calçados, tradicionalatividade local, na décadade 1970, reunia quatro cur-tumes, com 250 emprega-dos no total. O mais antigoé a indústria e ComércioPioneiro Ltda – CurtumePioneiro, criado oficialmen-te em 1911 ( existem regis-

tros de seu funcionamentodesde o final do século XIX).

Construído há mais deum século, possuí área de10.000m2 e 6.000m2 deconstrução. Em 1978, quan-do investiu Cr$ 4 milhõesem sua modernização, o“Pioneiro” obtendo fatura-mento de Cr$ 28 milhões,curtindo, mensalmente, 60toneladas de solas para cal-çados, o que significa o pro-cessamento de 3 mil cou-ros – com capacidade ins-talada de 5 mil ), proveni-entes de Vinhedo, Araçatu-ba e Jundiaí , em São Paulo.

Trabalhando com má-quinas importadas da Itá-lia, com tecnologia avan-çada, produz material comacabamentos diferencia-dos para uso em empresasas mais variadas, até sertransformado em cintos,selas para montaria, solasde sapatos, etc. . .

A empresa emprega atu-almente, 35 funcionários eapresenta uma produção de100 toneladas de couro pormês. Grande parte de suaprodução é de solados paracalçados, usando insumosnaturais, além do couro. OCurtume Pioneiro tambémproduz couro para cintos,bolsas e outros produtos. Oproduto é exportado paracinco paises.Para o consu-mo interno as vendas sãodirecionadas para o RioGrande do Sul e Franca (SP),grandes pólos calçadistas.O Curtume Pioneiro se des-taca como uma das princi-pais empresas de produçãode couro no país.

defronte à Av. Floriano Pei-xoto. A indústria cresceutanto, que em fins da dé-cada de 1970, as vendasao mercado externo atin-

Francisco Milanesi,vindo de Sesto di Reghe-na, província di Udine,

aqui aportou em 1891, noperíodo de grande fluxode imigrantes no Estado

de São Paulo.

giram a casa dos Cr$ 20milhões, com planos parauma segunda fábrica emTrês Pontas no estado deMinas Gerais.

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A GAZETA DE BOTUCATU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Sexta-feira, 14 de abril de 2006 49a n oEdição Especial 151 anos de Botucatu

Outra empresa tra-dicional de Botucatu

é o Café TesouroLtda.

É classificada comoa mais antiga indus-tria do ramo alimen-

tício local.

Foi criada em 1926,por João Spenciere, sobo nome de Café Thesou-ro, no tempo em que “nãohavia hábito de compraro produto torrado e moí-do, pois isso era feito emcasa”, conta um de seusdiretores.Seria na época,em toda a região de Bo-tucatu, a primeira empre-sa instalada com a finali-dade de industrializar ocafé e entrega-lo prontopara o consumo.

Cheio de coragem,João Spenciere se dirigiuà Capital, indo até a em-presa Cia Lilla de Má-quinas, onde adquiriu ummoinho para café por500$000 ( quinhentos milréis ), para pagamentoem dez parcelas, de cin-coenta mil réis cada. Pre-cisava ainda de embala-gens para poder vendero produto, e para tantofoi até a Rua São Caeta-no, em São Paulo (SP),onde um seu amigo eraestabelecido com uma ti-pografia, e encomendouentão suas p r imei rasembalagens, e essas em-balagens que levaram onome do moinho adqui-rido como marca do café,já vieram com a marcaTesouro, porém naquelaépoca escrita com TH –

CAFÉ TESOURO

THESOURO. Voltando aBotucatu, deu inicio aonovo ramo de atividade,tendo seu estabelecimen-to a Rua Amando de Bar-ros, n. 965, onde maistarde instalou a casa decolocação de vidros “Vi-droplano” que foi admi-nistrada por muito tempopor Carlos Mores.

A industria iniciadapor João Spenciere, pas-sou pelas mãos de outrosproprietários, até que 22anos mais tarde, ou maisprecisamente em Janei-ro de 1948, o Sr. Palleó-loge Guimarães a adqui-riu do Sr. Joaquim Reis,fazendo-a girar sob a de-nominação de P. Guima-rães, mas sempre com amarca TESOURO.

O negócio prosperoue em 16 de abril de 1961,o Sr. Palleóloge Guima-rães, modificou a estru-tura da firma, fazendosociedade com seus fi-lhos, passando a indus-tria a girar sob a denomi-nação de P. Guimarães& Filhos Ltda. Em marçode 1967 faleceu o Sr. Pal-leóloge Guimarães, pas-sando a firma a girar coma denominação de CAFÉTESOURO LTDA, sendoseus proprietários e dire-tores os Srs . AugustoGuimarães, Celso Mar-ques Guimarães e PauloGuimarães.

Essa tradicional em-presa que conta váriasdécadas de atividades

em Botucatu, mantémum dos mais modernossistemas de industrializa-ção do café torrado e oumoído e que é empaco-tado sem o menor conta-to manual, e por essa ra-zão já ultrapassou asfronteiras de nosso mu-nicípio, e continuando aexpandir atende as se-gu in tes loca l idades :Are iópol i s , Anhembi ,Avaré, Anhumas, BarraBonita, Botucatu, Bofe-te, Conchas, Cesário Lan-ge, Itatinga, Igaraçu doTiete, Juquiratiba, Laran-jal Paulista, Lençóis Pau-lista, Macatuba, Maris-tela, Pereiras, Pratanea,Pederneiras, Piramboia,Porangaba, Pardinho,São Manuel, Torre dePedra, Guareí.

Com o crescimento daindustria, foi necessárioadquirir novos equipa-mentos, e de tecnologiamoderna a fim de aten-der a demanda que au-mentava a cada dia, edar continuidade da boaqualidade do produto.

Nesta época, entre1970 e 1975, a industriaestava instalada na RuaCuruzu, 483, que tam-bém prosperava muito, eaí começaram a ocorreralguns problemas, pois aempresa, instalada nocentro da cidade, a fu-maça e o barulho inco-modava a população. Foientão que a diretoria daempresa começou a pro-curar local para construiruma nova industria, comas instalações apropria-

Foto aérea do Parque Industrial do Café Tesouro

Rótulo do Produto embalado

Paleóloge Guimarães

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das. Na época a Prefei-tura Municipal determi-nou que na região deabrangência da Vila Pau-lista até a Rodovia Mare-chal Rondon passaria aser área industrial do mu-nicípio, conseqüente-mente foi adquirido o ter-reno, com área total de4.900 m2, para a cons-trução da industria comaproximadamente 2,400m2 de área construída. Eassim feito, no inicio de1975, inaugurou-se asnovas instalações, à RuaPalleologe Guimarães n.931, Vila Paulista, com

os mais modernos equi-pamentos de torrefaçãoe moagem de café daépoca.

Trabalhando com cer-ca de 24 funcionários, aindustr ia continuou aprosperar ,e cons t ru iuuma outra unidade nacidade de Lençóis Pau-lista (SP), pois sempremanteve seu padrão dequalidade, que faz comque seu crescimento gra-dativamente venha a au-mentar, e a superar ascrises econômicas, osproblemas de intempéri-es causando danos à pro-

dução nas lavouras decafé cru, e outros. A ma-téria prima utilizada noprocesso de industriali-zação é na proporção demetade adquirida na ci-dade de Botucatu e cida-des vizinhas, e a outrametade adquir ida emoutras regiões e estados.

Em 29 de abril de 1985a empresa perdeu um dossócios, o Sr. Paulo Gui-marães, que veio a fale-cer vitima de acidenteautomobilístico. Assumiuo seu lugar o seu filho,Sr.Pedro Paulo Pires deCampos Guimarães.

Carro de entrega Antiga indústria na rua Curuzu

Maquinário para beneficiamento de café

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A GAZETA DE BOTUCATU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Sexta-feira, 14 de abril de 2006 49a n oEdição Especial 151 anos de Botucatu

Com a primeira leva deimigrantes, em 1887, veiopara o Brasil Giovanni Mar-tin, de Pramaggiore, pro-víncia de Veneza, contra-tado para trabalhar em umafazenda no município deBotucatu.

Angelo e Silvio Martin,dois italianos da Provínciade Treviso, Veneza vierampara trabalhar nas planta-ções de café da fazendaSão Bento de MansuetoLunardi, famoso pelo“talharini”que produzia naVila dos Lavradores. Mu-daram para a cidade ondeadquiriram o Moinho defarinha de Milho e Fubá,situado na rua Newton Pra-do e, logo após, a Torrefa-ção de Café Vitória. Inicia-ram a fabricação de biscoi-tos e bolachas, de bebidase, por último a de balas quechegou a empregar 70 mo-ças apenas para embulhá-las artesanalmente. Surgiua Indústria Martin S/A.

Naquela época, Silvio

INDÚSTRIASMARTIN S/A Em 31 de julho de 1965, foi inaugurada a fábrica

de bolachas “CATU” ao lado da rodovia “Mare-chal Rondon”. Indústria moderna e arrojada, queproporcionou muitos empregos aos botucatuen-ses. Era a primeira indústria botucatuense a ofere-cer refeitório e transporte aos seus empregados.Com o advento da Revolução de 1964 os Bancosrestringiram o crédito e houve necessidade devender alguns imóveis para fazer frente aos com-promissos da empresa. Nessa época a famíliaMartin detinha a representação da Ford e Chysleratravés da CIMAPE, com filial em Barra Bonita.

FÁBRICA DEBISCOITOS CATU

Primeiro foi a AntarcticaPaulista que, pelos idos de1930, adquiriu terras na re-gião hoje denominada “VilaAntártica” de propriedadedo italiano Virgílio Bártolie, construiu barracão paraa produção de refrigeran-

ANTARCTICA, SCHINCARIOL E BELCO:CERVEJA E REFRIGERANTES

tes e cervejas do tipo “Pil-sen”. A aquisição dessa gle-ba de terras foi o motivo daorigem do nome ao bairro.Na mesma oportunidade, aCervejaria Antártica Paulis-ta, chegou a adquirir umafazenda onde pretendia ini-

Trabalhava na casa co-mercial de sua mãe. Moçofeito, como era costume naépoca, foi para a Itália pres-tar o serviço militar. Ao re-ceber baixa, como sargen-to de artilharia, regressouao Brasil onde fincou raí-zes em Botucatu. Casou-secom Adelina filha de Anto-nio Michelucci e, estabele-ceu-se com um armazémde secos e molhados naAvenida Floriano Peixoto.

Depois mudou-se paraa rua Amando de Barrosonde funcionava a CasaJaques. Como não podiacompetir com a poderosaCasa Cardoso, teve de mu-dar de ramo. Instalou umsalão de bilhares e montouHotel. Foi muito feliz. Con-seguiu economizar uns vin-te contos de réis. Resolveumontar uma fábrica de fós-foros, porque os ingleses,fabricantes do fósforo mar-ca “Olho”, Davidson, Pul-len Ltda – haviam formadoum cartel de produto e oseu preço subiu muito.

Atílio alugou um velhocasarão de Petrarca Bac-chi, na esquina da Av. Flo-

riano Peixoto com a traves-sa da E.F.Sorocabana. En-trou em contato com umengenheiro Químico espe-cialista no ramo. Importoua maquinaria em 1911. Otécnico, Dr. Rafael Manso-ni, veio da Itália e deu ini-cio aos trabalhos. Acostu-mado na Inglaterra a utili-zar madeira russa na fabri-cação dos fósforos, exigiuo choupo da Rússia e suaimportação foi efetuadacom grandes sacrifícios.

Produzia fósforos damarca “Brilhante”. Passou-se algum tempo e, o cartelexistente terminou e os in-gleses, para desanimar pos-síveis concorrentes, utiliza-ram os seus enormes fun-dos para liquidá-los, comtremenda baixa de preços.

Atílio não podia compe-tir. Fechou a fábrica dosfósforos, desmontou a ma-quinaria e armazenou-a,bem lubrificada, no porãode sua casa, sempre com aesperança de pô-las nova-mente a trabalhar. Para isso,necessitava de maior capi-tal, para montar uma fabri-ca em termos de razoável

poder de produção e possi-bilidades para enfrentar aferoz competição inglesa.

Atílio Losi procurou umsócio. Convenceu ao patrí-cio Luiz Mori a acompa-nhá-lo na aventura. E fun-daram a Fabrica “Bela Vis-ta” de fósforos. Para arru-mar o capital, Atílio Losivendeu o Hotel e tudo omais que possuía. Mudou-se para a Bela Vista (BoaVista) e começou a cons-truir a fábrica.

Depois de tremendasdificuldades e impedimen-tos devido à guerra de 1914/19, com a vinda da novamaquinaria, adquirida naAlemanha, passou a produ-zir o fósforo marca “Come-ta”, por causa do apareci-mento do Cometa Halley. Eramoda constar nos rótulos queos fósforos levavam parafina,eram pois parafinados.

Surgiu o trocadilho, a pi-ada, de que os produtoseram para finados. . . E afirma teve de mudar a mar-ca para “Phosforos Bandei-rantes”.

A fábrica tinha comosede prédio na rua CapitãoJosé Paes de Almeida, ondeanteriormente, funcionouuma fabrica de balaios ecestas, cujo proprietário erao Sr. Totó Rosa, onde hoje

está a churrascaria Tabaja-ra. Ativa, empregava, en-tre homens e mulheres,aproximadamente 30 pes-soas.

Se os negócios já anda-vam difíceis, pioraram mui-to, quando a justiça deuganho de causa a uma fá-brica de fósforos de Limei-ra, que demandava, alegan-do violação de patente (de-pois de estar paralizadaquatro anos). Por parte dosingleses, senhores do mer-cado para avaliação doslucros e perdas, a fábricalimeirense entrou a traba-lhar dia e noite, produzindoo mais possível para calcu-lar o montante a receber.Esse fato provocou uma bai-xa de preço no mercado,diminuiu enormemente apossibilidade de lucros dosoutros fabricantes.

Atílio Losi era persisten-te . Comprou a parte deLuiz Mori e admitiu comoseu sócio seu jovem filhoPedro Losi, isto em 1924.Posteriormente entrou nomercado brasileiro o suecoIvar Kruger, cognominadoo rei do fósforo, que eradetentor da marca “Pinhei-ro” ainda no mercado. Este,para aumentar o seu cartel,comprou a fábrica botuca-tuense.

FABRICANDO FÓSFOROS NO “BAIRRO ALTO”Atílio Losi, chegou à Botucatu com nove anos deidade, em 1885. Depois de freqüentar a escola

primária local, aprendeu o ofício de marceneiro,o qual, alías, nunca exerceu.

Com a vinda de grandeqüantidade de “oriundis”para Botucatu, povo acos-tumado ao vinho e outrasbebidas que não predomi-navam nessas pragas, pas-saram a plantar parreiraisde uva para o fabrico dovinho caseiro. Era comumnas chácaras daquela épo-ca, a visão de videiras asombrear fundos de quin-tais. Sabe-se que no distritode Espírito Santo do RioPardo (Pardinho) produzi-ram-se vinhos de excelen-te qualidade para consumopróprio e pequeno comér-cio.

DAS GASOSAS À FAMOSA GROSELHA MARTINNo início de 1900, a

cidade agasalhava maisde cinco pequenasfábricas de bebidas.

Constitui-se numa em-presa pioneira da “cidadedos bons ares” a fábrica delicores dos italianos Aleixoe Xisto Varoli estabelecidaem fins do século XIX, comprodução de refrigerantes,conhecidas como gasosas,tão apreciadas pela guri-

zada, e o famoso licor deeucalipto de apreciaçãonacional, premiado na Ex-posição de Saint Louis, USA.A receita desse licor, tãoapreciado pelas famílias da-quela época, foi vendida aosIrmãos Martin, que continu-aram, por decênios, a sua

produção.A sua disponibilidade de

área era de 2000 m2, ondetrabalhavam cerca de 20 fun-cionários. Posteriormente, a“Casa Varoli” de AdeodatoFaconti & Lombardi, alémdo Guaraná “Chic”, passa aproduzir a soda “Champa-nhe”, fazendo concorrênciacom os refrigerantes das In-dustrias Bacchi. Felipe deSanctis e o alemão Guilher-me Von Gieseller fabrica-vam cerveja no centro dacidade. Henrique Mori, pro-duzia licor de Aniz, fernete ebitter alpino.O foco dessasindústrias artesanais era arua do Curuzu.

Também produziu refri-gerantes o Sr. Plácido Ro-drigues Venegas, que man-tinha sortido armazém na

Vila dos Lavradores. Vene-gas era proprietário da fá-brica de bebidas “INCA”com depósito de aguarden-tes, álcool e engarrafamen-to de vinhos produzidos naregião de Botucatu, espe-cialmente no distrito de Es-pírito Santo do Rio Pardo,região onde predominavagrande concentração deimigrantes italianos.

A pequena fábrica doVenegas produzia os refri-gerantes de guaraná, tau-baina, soda-limonada euma bebida chamada“Inca-Cola” muito apreci-ada pelos jovens da época.O Esporte Clube Inca foifundado com referência aonome dessa bebida.

A viúva Cassaro produ-zia os refrigerantes “Tupy”

engarrafado e rotulado emBotucatu, com distribuiçãoe venda nos bares e arma-zéns locais, principalmen-te no famoso “Bar da Esta-ção” de propriedade doDécimo Cassettari, que eraum propagandista naturaldos produtos da terra.

No correr de 1940, aCervejaria Antártica Pau-lista comprou do Sr. Virgí-lio Bártoli, cerca de 40 al-queires de terra na região.Pretendiam construir umagrande fábrica de cerve-jas, mas o projeto não foiadiante. Posteriormente, omesmo Virgílio Bártoli read-quiriu essa terra, para lotea-mento da hoje Vila Antárti-ca. O prédio construído abri-gou, por algum tempo, depó-sitos da Schincariol.

necessitou deslocar-se àSão Paulo para fazer umcurso de 4 anos de Quími-ca Industrial a fim de subs-tituir o velho químico dafirma, o engenheiro alemãoJoão Naerck. Após esseaprendizado, Silvio Martinretorna à Botucatu e, iniciaa produção daquela queseria o carro-chefe de suaindústria : A Groselha Mar-tin e muitas outras bebidascomo o Vinho de Laranja, oLicor de Cacau, a Aguar-dente de Alcatrão e Mel, aFerroquina Extra, o Aperiti-vo de Alcachofra, o VinhoComposto de Jurubeba e ofamoso licor de eucaliptos.

Os negócios prospera-ram e, foi possível trazerpara a cidade, o resto da

família, deixando a fa-zenda “Água do Ciga-no” em Vitoriana paraos cunhados. Foi nessaépoca que montaramengenho de fabricaçãode pinga na cidade deRoseto. Passaram entãoà viajar, vendendo o pro-duto da indústria Martinpela Noroeste,Paulista,Alta Sorocabana e o Pa-raná.

ciar uma plantação de ce-vada, principal matéria pri-ma utilizada na fabricaçãoda cerveja.

O Grupo Schincariol ins-talou-se em Botucatu, no ini-cio dos anos 1960. Ocupavaum pequeno espaço na VilaAntártica, em imóvel cons-truído pela Antarctica. ASchincariol passou a produ-zir cerveja e refrigerantes.Em 1980, a destilaria adqui-riu as instalações da Belgo

na fazenda Monte Alegre epassou a produzir a cervejaBelco de excelente quali-dade que se transformariana renomada marca “Bel-co”. O Grupo Schincariolnão obteve apoio em Botu-catu para ampliar suas ins-talações e, incentivado pelavizinha São Manuel, trans-feriu o parque industrialpara aquela localidade,onde obteve amplo apoioda Prefeitura local.

Na história das indústrias botucatuenses,várias foram as tentativas de instalação de

fabricas de bebidas de grande porte.

Irmãos Martin, fundadores das Indústrias Martin S/A

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O português JoaquimMarcelino – aprendiz deAntonio Ignácio – tentouproduzir “fogos e bombas”para festas, sem grande su-cesso. Seu sucessor, o itali-ano Francisco Raimo, imi-grante, que na velha Itáliajá conhecia a arte, trouxeda Europa muitas novida-des pirotécnicas. Depoisveio o João Antunes RibeiroHomem, o João Homem,como era conhecido emBotucatu, instalou e desen-volveu, por volta de 1880,a fábrica de fogos “SãoJoão” .Produziu fogos pormais de 50 anos. Foi o maisprodutivo “fogueteiro” aproduzir fogos de artifícioem Botucatu.

Trabalhava na sua arte,numa fábrica montada naBoa Vista, perto da indús-tria do Mori. Depois a pe-quena indústria mudou-separa a rua Visconde do RioBranco, perto do ribeirãoLavapés, próximo ao Asilopadre Euclides. A primeira

igreja de Botucatu – a SãoBenedito”foi inauguradacom os fogos produzidospela fábrica “São João”. Em1908 a empresa botucatu-ense foi premiada com um“Diploma de Honra”na fa-mosa Exposição Internaci-onal em homenagem aoCentenário da Abertura dosPortos do Brasil às NaçõesAmigas. Eram tantas as en-comendas que a pequenaempresa expandiu os seusnegócios, chegando a fa-bricar quatro mil dúzias defogos por ano.

Conta-nos Sebastião deAlmeida Pinto : “João Ho-mem afamado na zona, eramestre na arte pirotécnica .João Homem fabricava bom-binhas, bombas de bate pa-rede, baterias, morteiros, ro-dinhas, bichas, pistolões,cabeça de negro, coroa defrade, etc... Nos rojões, erainigualável. Os foguetes desete arrancos e de cinco es-touros, os rojões de lágri-mas, constituíam a sua es-

pecialidade.” Antonio Ri-beiro aprendeu a arte deconfecção de fogos de ar-tifício manipulando os fo-gos importados da Alema-nha.

Luiz Baptistão revela im-portante passagem da vidabotucatuense : “Durante aRevolução de 1924, Antô-nio Antunes Ribeiro – filhode João Homem – alistou-se no Movimento Revolu-cionário. Sabedor de queos “legalistas” estavam su-bindo a serra em persegui-ção aos revoltosos, trans-portou duas bombas demeio metro cada uma, eexplodiu-as, uma lá no altoda Capela de Santo Anto-nio e outra nas imediaçõesda Fazenda Santana. O es-trondo das bombas foi tantoque assustou os “legalistas”,pondo-lhes em disparadapela montanha abaixo, na-turalmente pensando que noalto da serra haviam instala-do uma potente artilharia,dando tempo para os revolu-cionários zarparem.”

Em fins de 1939, estavainstalado e produzindo naav. Petrarca Bacchi – naVila Maria.

A FÁBRICA DEFOGOS “SÃO JOÃO”

Ao redor do ano de1900, instalou, na rua daEstação ( Avenida Floria-no Peixoto) onde hoje lo-caliza-se a Auto PeçasBrasília, uma pequenaindústria de pipas, cubas,barris, dornas, tinas, de-nominada “Tanoaria doComércio”. A produçãoera tão boa que foi preciso

contratar muitos emprega-dos, além de seus filhos.Seus produtos eram adqui-ridos em diversos centrosprodutores de vinho eaguardente, atingindo asregiões de Santa Catarinae Rio Grande do Sul.

Dentre as oito tanoariasinstaladas dentro do con-texto municipal a “Tanoa-

ria do Comércio” destaca-va-se pela qualidade e tra-tamento da madeira empre-gada em seus tonéis.

Produzindo tonéis ebarris de alta qualidade, afirma do Sr. José Greco foiagraciada com a medalhade ouro na Exposição Na-cional de 1908 em come-moração ao 1o Centenárioda Abertura dos Portos doBrasil ao Comercio Inter-nacional, realizada no Riode Janeiro.

“T“T“T“T“TANOANOANOANOANOARIA DOARIA DOARIA DOARIA DOARIA DOCOMÉRCOMÉRCOMÉRCOMÉRCOMÉRCIO”CIO”CIO”CIO”CIO” DO GRECO DO GRECO DO GRECO DO GRECO DO GRECO

O primeiro a fabricar fogos em Botucatu foiAntonio Ignácio, que além dessa atividade exer-

cia o cargo de carcereiro na delegacia local.

O italiano José Greco, natural de Potenza- Itália –aportou na provinciana Botucatu em fins de 1890.

Ao contrário do queaconteceu na Europa, noBrasil, país de economiarudimentar, que até bempouco tempo tudo importa-va – tanto os artigos de con-sumo utilitário como as idéi-as, chegadas com enormeatraso – a belle époque foium reflexo tardio da euro-péia, tendo durado até1930, ano da revoluçãopolítica que derrubou aRepublica Velha e fez sen-tir, com maior dramaticida-de, os efeitos da grande cri-se do café.

Botucatu começou a ci-vilizar-se, a urbanizar-se,a adotar uma sensibilidadee uma aparência de cidademoderna com o desenvol-vimento da Vila dos Lavra-dores. A transformação da-quele bairro influiu nos cos-tumes e, de um modo geral,em toda a estrutura socialda cidade.

Os Lunardi, Virgínio eMansueto, instalaram-se naVila dos Lavradores, aber-ta e povoada depois do co-meço do século e, em 1920dividiam-se em : EmpórioApennino, para atender asfazendas pertencentes à fir-ma : Indianópolis, SantaLuzia e Boa Vista. CurtumeVitória ( Lunardi & Pescato-ri ) e fabrica de sabão, ins-talados na Rua do Mata-douro; massas alimentícias( sociedade Lunardi e Cas-setari ) , maquina São Pele-grino de beneficiar café ealgodão, com uma capaci-dade média de 600 arro-

bas. O descaroçador de al-godão era importado dosEstados Unidos.Mais tardeconcentram-se no fabricode massas, setor agrícola eramo imobiliário com lote-amento de terrenos.

Para atender a falta deenergia elétrica a indústriapossuía uma máquina a va-por de 60 cavalos, para su-prir suas máquinas. A em-presa possuía posto de com-bustíveis com duas bombas.

Em 29 de dezembro de1945, foram reformados osEstatutos da antiga firma“Virgínio Lunardi & Ir-mãos, que passa a denomi-nar-se “Sociedade Anôni-ma Virgínio Lunardi & Ir-mãos, com um capital detrês milhões de cruzeiros.Faziam parte da empresada antiga sociedade com apresidência do Sr. Mansue-to Lunardi e como Superin-tendente o Sr. Luciano Lu-

nardi.Ampliaram a fabricação

de bolachas, com uma pa-daria tendo capacidadepara desmanchar cinqüen-ta sacas de farinha diária.Um salão onde se localiza-va todo o maquinário daindústria . Trinta secadoresde macarrão, cada um comcapacidade corresponden-te a vinte sacas de farinha.Os secadores eram os úni-cos conhecidos no Brasil,porquanto foram engendra-dos pelo Sr. Luciano Lunar-di, diretor.

Para satisfazer a futuraprodução da empresa Lu-nardi foram importados daItália maquinários especi-ais. Dentre esses novosmaquinários um automá-tico e único existente noBrasil para o fabrico demacarrão do tipo “taglia-rini”. Essa máquina pou-pava o trabalho de dez ho-mens.

INDÚSTRIAS S.A VIRGINIOLUNARDI & IRMÃOS

A FÁBRICA DE SABÃO COLOSSO

De propriedade do Sr.Manoel Alvarez, foi fun-dada pelos idos de 1919e, localizava-se na ruaVitor Atti, na Vila dosLavradores, desde 1925.

Possuía duas enormescaldeiras de capacidadepara 2.500 litros cada uma.Era nelas que se prepara-vam a massa do sabão edali passam para os resfria-dores de capacidade para1000 kg. cada. A massa nãose solidificava de pronto.Conforme o tipo de produtoa esfria levava de cinco aseis dias . Eram emprega-das, na fábrica, as melho-res matérias primas. Assimpara o sabão de coco eraimportado, diretamente daBahia , tambores com o re-ferido óleo vegetal; o breue o óleo de rícino eram ad-

quiridos em São Paulo.Depois de resfriado, o sa-bão era empilhado em lu-gar próprio e logo depoislevado aos cortadores. Bar-ras de 60 kg. Eram rapida-mente cortadas em peda-ços quadrados ou em pe-quenas barras.

O sabão de coco batiarecorde de venda, sendo omais terrível concorrentedos produtos Matarazzo eGessy. Para o sabonete decoco havia uma prensa es-pecial que facilitava ao co-merciante vendê-lo em bar-ras inteiras ou em pedaços.

A fabrica da família Al-varez produziam também,pó de sabão para banhei-ros. Esse tipo é obtido coma fabricação de um tipoespecial de sabão que, de-pois de moído, sofre a mis-tura de várias substancias.

A industria Alvarez tambémfabricava talco e pó de ar-roz perfumados. Além deabastecer o comércio lo-cal, a venda dos produtosse estendia por toda azona Sorocabana, nortedo Paraná e sul de MatoGrosso. As caixas de ma-deira, para o acondicio-namento do sabão, vi-nham do Paraná. Cincoeram os tipos fabricados,tais como : Motejados,Especial, Lavadeira, Eco-nômico e Comercial, comuma produção diária de800 kg. de sabão comume de 1000 dúzias mensaisde sabão de coco.

Em 1955 a Cia AlvarezComercial e Industrial, pro-duzia o sabão “Colosso”,“Tango”, “Iral” e a sodacaustica “Atlas”na Aveni-da Paula Vieira, 91.

Durante o segundo ci-clo industrial de Botucatu,no começo dos anos 1940,é fundada a primeira Coo-perativa de Leite da região.Em terreno doado pela Sra.Maria Antônia de CamposMelo, foi construída a fábri-ca que se especializaria emleite pasteurizado e deri-vados. Gerenciavam a ini-ciativa Antonio Mori e Age-nor Nogueira que logo ar-regaçaram as mangas, paraa construção de um com-plexo destinado a produziro melhor leite de Botucatu.Com máquinas importadasda Dinamarca, trabalha-vam nessa emprêsa cercade 70 funcionários, dentreos quais lembramos o nomede Isaltino Covre, Vitório Fre-goni e Vitório Crespan.

Naquela época o leite eravendido cru e distribuído emcarroças que circulavampela cidade em galões deferro galvanizado, sem ne-nhum controle de higienepossível. A novel empresapropunha-se a mudar os cos-

tumes da população, medi-ante campanha governa-mental de saúde pública paradiminuir o déficit de doençasprovocadas pelo consumo deleite “in natura”. O produtoera pasteurizado e, livre dequalquer bactéria, era ven-dido ao consumidor em gar-rafas de um litro, esteriliza-das e lacradas com tampade alumínio para evitar ocontato manual .

A matéria – prima era for-necida pelas fazendas e síti-os da região, recebendotambém da região de Baurue Marilia. Produzindo maisde 40 mil litros diários deleite, alguns anos após, amarca “LIA” tornou-se fa-mosa, sendo os seus produ-

tos consumidos em diversascidades do Estado de SãoPaulo, em Hospitais como o“Emilio Ribas” de São Paulo,Hospital “Franco da Rocha”,Casa de Detenção de SãoPaulo, Santo Angelo (SP),Aimorés em Pederneiras eem muitas entidades assis-tenciais e educacionais.

No correr de 1948 a em-presa foi adquirida por Gio-vanni e Lombardi e, posteri-ormente, para Domingos eAlfredo Lopes Torres rece-bendo nova denominaçãode Laticínios Noroeste.Emfinais da década de 1970, omovimento grevista, a eco-nomia reinante no país e fal-ta de apoio político, deixoude existir.

“LIA” O PRIMEIRO LEITEPASTEURIZADO DA REGIÃO

Foi fundada em 22de setembro de 1961,pelos imigrantes belgasoriundos do Congo Bel-ga, com o nome de Soci-edade CooperativaAgropecuária Belco Bra-sileira. Adquiriram a Fa-zenda Monte Alegreonde instalaram 102 bel-

COOPERATIVA BELCO-BRASILEIRAgas cooperados e suas fa-mílias. O historiador Ar-mando Delmanto em seu“Memórias de Botucatu”relata: “A Monte Alegre,após a redistribuiçãodas glebas, optou pelapecuária e produção dederivados de leite. O La-ticínio Belco foi o pri-

meiro no Brasil a pro-duzir leite embaladoem saco plástico ( má-quina importada da Fran-ça ). O leite, o queijo e amanteiga da marca Bel-co alcançaram renomeno Estado.Anos depois,o laticínio foi absolvidopelo Leite Paulista.”

Page 8: Segundo Caderno Especial 151 anos BOTUCATU CIDADE DAS … · indústrias da “boca de sertão”, ... Devanil Camargo fez fotos espe- ... reumatismo e sífilis. Foi

A GAZETA DE BOTUCATU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Sexta-feira, 14 de abril de 2006 49a n oEdição Especial 151 anos de Botucatu

A Moldmix IndústriaComércio Ltda é uma em-presa genuinamente naci-onal, operando com capi-tal próprio. Fundada em 29de agosto de 1963, peloEngº Arymar Ferreira deBarros, seu atual DiretorPresidente. Está localiza-da, na cidade de Botuca-tu-SP, com endereço naRua João Morato da Con-ceição, 561 – Vila Maria,CEP 18.611-900. Suas ins-talações são próprias, emum terreno de 7.650 m² eárea construída de 7.450m².

É uma empresa que temcomo norma, realizar umtrabalho técnico em todosos departamentos, estimu-lar a criatividade dos fun-cionários, executar todasas suas ações dentro dosmelhores padrões de orga-nização.. Honestidade éum dos seus princípios.Manter sempre um bom re-lacionamento com forne-cedores e clientes. Pontu-alidade na entrega dosseus produtos. Criar umambiente de harmonia en-tre funcionários fornecedo-res e clientes usando osmais diversos meios, inclu-sive a edição de um bole-tim bi-mensal.

O boletim “MOLDMIXEM FOCO” tem por objeti-vo promover informação anossos colaboradores, for-necedores e clientes sobrea realidade da empresa,sua atuação no mercado,seu planejamento de inves-timento e sobre o mercadoem que atua. Traz para osenvolvidos um sentimentode participação e orgulhoque reflete no bom ambien-te de trabalho e um conví-vio saudável entre todos.

Atua na fabricação depeças através do processode METALURGIA DO PÓ,tecnologia na qual possuidestaque internacional,sendo a Moldmix, o maiorfabricante de materiais sin-terizados de fricção do he-

MOLDMIXINDÚSTRIA COMÉRCIO LTDA

misfério sul.Com a experiência acu-

mulada nesses anos de atu-ação junto às indústriaseletroeletrônicas, eletrodo-mésticos, automobilísticas,montadoras de tratores,auto peças, freios, entreoutras, procura sempre as-

segurar a satisfa-ção dos clientesoferecendo produ-tos de qualidade,respeito aos prazosde entrega. e pre-ços competitivos.

O departamen-to de engenhariaestá qualificadopara a elaboraçãode projetos e de-senvolvimentos deprodutos, conformea necessidade dosclientes. A estrutu-ra ágil e modernapermite o atendi-mento aos clientesa nível nacional e

internacional.Direcionada ao merca-

do de peças SINTERIZA-DAS e contando com umparque de máquinas bas-tante variado, de excelen-te procedência e tecnolo-gia, está capacitada paraatender, além de programa-ções de grandes quantida-des, também solicitaçõespara produção não seriada.

A empresa que surgiu dopioneirismo e visão pro-

gressista de seu fundador,percorreu com segurançaos anos de sua existênciaem um ambiente sujeito acrises, planos governa-mentais, mudanças demoeda, inflação recessãoe todas as demais intem-péries a que um empresá-rio se expõe num país emcrescimento, como é ocaso do Brasil. Durante operíodo inicial de suaexistência experimentou

• Discos de embreagens e freios para tratores e máquinas pesadas.• Pastilhas de freios para linha automobilística, e motocicletas.• Pó de cobre eletrolítico. Pó de estanho atomizado.• Buchas autolubrificante sinterizadas em aço e bronze.• Tarugos e buchas semi acabados em bronze ou aço.• Serviços de Corte Laser.

Vista aérea da Moldmix

A fábrica em 1963

O informativo interno

um crescimento rápidoem sua participação nomercado, seguido por umperíodo em que foram ne-cessários pesados investi-mentos para que a empre-sa passasse a crescer deforma segura e consisten-te. Hoje a empresa expe-rimenta um aumento ex-pressivo em seu fatura-mento, tendo triplicadoesse faturamento nos últi-mos quatro anos, fruto da

Está capacitadaa fabricar:

Pastilhas de carro Buchas Pastilhas de moto Discos

seriedade com que atua edos investimentos cons-tantes em tecnologia,equipamentos e treina-mento. Tem entre suaspolíticas comerciais, a di-versificação dos mercadosem que atua buscando se-gurança e crescimentonessa diversidade, aten-dendo mercados como oagrícola, automotivo, ele-trodoméstico, ferroviário,máquinas e aeronáutico.

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A MOLDMIX participade feiras nacionais e inter-nacionais, apresentandoseus produtos e levandoconsigo o nome de Botuca-tu. Tem patrocinado nosúltimos anos diversas com-petições esportivas como a

INVESTIMENTOS OPERACIONAIS

A Empresa tem se nota-bilizado pela contínua me-lhoria de seus produtos e

processos através de inves-timentos em equipamentos,obras civis e treinamento

de seus colaboradores.Nos últimos três anos

adquiriu: duas máquinas

para corte a laser de cha-pas de aço; uma unidade degeração de Nitrogênio, gás

utilizado em seus proces-sos industriais; novas insta-lações para fabricação de

A evoluçãoda marcaMoldmix

1963-1973 1973-1983 1983-2003 2003-atual

Máquina de última geração para corte de chapas a laser

Ciente da importânciado tema e consciente daresponsabilidade da in-dústria com o meio am-biente, a empresa tem, aolongo dos anos, cumpridouma extensa agenda deinvestimentos visando aeliminação do impacto desua produção sobre o am-biente externo.

Conta com uma mo-derna estação de efluen-tes que trata toda a águaut i l izada no processoprodutivo, devolvendoao meio ambiente umaágua livre de metais pe-sados e outros poluentes.Possui também um siste-ma de exaustão e lava-gem de gases que permi-

te a manutenção de umambiente saudável e lim-po na fábrica.

Além de enclausura-mento de equipamentoscom elevado nível de ru-ído, a empresa investiutambém em equipamen-tos que subs t i tu í s semprocessos com elevadosníveis de ruído, comopor exemplo a mudançade processo de estampa-ria de chapas para cortea laser das chapas.

A preocupação esten-de-se também a contro-le da saúde ocupacionalde seus colaboradores,como exames periódicosde sangue, audiometriae espirometria.

Os produtos desenvolvi-dos pela Moldmix tem porbase uma tecnologia rela-tivamente nova, a META-LURGIA DO PÓ, emborafosse um processo conhe-cido desde a antiguidade,somente após a SegundaGuerra Mundial houve umavanço significativo nosprocessos de fabricação e

A MOLDMIXE O MERCADO

A Certificação ISO 9001::2000 pre-miou uma atuação firme e organizada daempresa em todos os seus níveis, reco-nhecendo a excelênciado padrão de gestão daMoldmix, o que situa aempresa entre as melho-res das empresas inter-nacionais de seu ramo.

A Moldmix está pre-sente em todo o Brasil eem diversos países paraos quais exporta os maisdiversos produtos de sualinha de fabricação taiscomo: pastilhas de freiopara motocicletas, discos de freio e em-breagem para tratores, sapatas de freiopara metrô, etc... Atualmente a vendano estado de São Paulo representa 49%do faturamento, para os demais estadostem uma participação de 42% e 9% parao mercado externo. Os produtos Mold-mix estão presentes hoje em mercadoscomo; EUA, México, Argentina, Chile,Uruguai, Paraguai, Bolívia, EmiradosÁrabes e Inglaterra.

A Moldmixestá presente

em todoo Brasil e

em diversospaíses

nas aplicações.É pioneira no Brasil e na

América Latina no desen-volvimento de diversos pro-dutos possuindo patentesdesses produtos. Destaca-se principalmente na pro-dução de Freios e Embrea-gens Sinterizados desen-volvendo produtos paraTratores, Máquinas Pesa-

PREOCUPAÇÃO COMO MEIO AMBIENTE

das, Empilhadeiras, Guin-dastes, Automóveis, Cami-nhões, Motocicletas e Avi-ões. No mercado aeronáu-tico, têm-se desenvolvidotrabalhos junto com a Co-missão Aeronáutica Brasi-leira para nacionalizaçãode freios de aviões e háum trabalho de parceriacom uma grande multina-

cional, fabricante de pe-ças para aviões de gran-de e pequeno porte, parao desenvolvimento depastilhas de freio sinteri-zadas. A produção de bu-chas auto-lubrificantes epeças estruturais coloca aMoldmix presente em pra-ticamente todo o tipo demercado industrial.

Copa Pakato e o ArenaCross, circuitos importantesno calendário de motocrossno país. Patrocina há váriosanos um piloto botucatuen-se, Rodrigo Guerreiro, noscampeonatos Brasileiro eArena Cross de motocross.

Dentre as feiras que par-ticipa, merecem destaquea AGRISHOW RibeirãoPreto, Salão Internacionaldas Duas Rodas, FEWAShowcase, Salão das Mo-topeças, M & T Expo –Manutenção e Tecnologia

e EXPOBOTU.Além disso a empresa

possui uma política de de-senvolvimento de forne-cedores da própria cida-de e conta com diversasempresas da cidade emseu rol de clientes.

pó de cobre. Ampliou suasinstalações e renovou seusantigos equipamentos.

QUALIDADE E TECNOLOGIA

LEVANDO O NOME DE BOTUCATUAgrishow 2005

M & T Expo

Salão Duas Rodas

Salão Moto Peças

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A GAZETA DE BOTUCATU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Sexta-feira, 14 de abril de 2006 49a n oEdição Especial 151 anos de Botucatu

Uma empresa modernanão se conhece apenaspela última geração deseus equipamentos, os cur-sos de aperfeiçoamento deseus funcionários, suas po-líticas e formas de produ-ção e administração, mastambém pela sua preocupa-ção social e ambiental. Comessas preocupações existempoucas empresas no Estadode São Paulo, o mais desen-volvido do país, e, em Botu-catu menos ainda.

Segundo o Engº ArymarFerreira de Barros, DiretorPresidente da Moldmix, oobjetivo da indústria é par-ticipar ativamente de pro-blemas sociais na cidade,proporcionando às pessoasidosas e menores carentesda comunidade, principal-mente na região da VilaMaria, onde está a Moldmix,melhores condições de qua-lidade de vida, reduzindo osriscos sociais e ampliando asoportunidades.

Assim, a MOLDMIX in-vestiu em uma entidade fi-lantrópica, a ABEM – Asso-ciação do Bem Estar, pro-vendo instalações físicas,equipamentos e manuten-ção da estrutura.

A ABEM- Associaçãodo Bem Estar tem atual-mente dois projetos emexecução: o Projeto Inte-grar, destinado a jovenscarentes de 07 a 12anos,proporcionando a ini-ciação esportiva, motivan-do o aprendizado em gerale técnicas laborais que pos-sibilitem a participação dosassistidos em empresas e

ABEM: INVESTIMENTO SOCIAL

A ABEM: projeto social da Moldmix

Quadra de Esportes Academia de Ginástica

na sociedade; o ProjetoRenovar, destinado a aten-der pessoas com idade aci-ma de 50 anos, período emque surgem problemascomo distúrbios degenera-tivos, como dores lomba-res, artroses, encurtamen-tos musculares e impedemuma vida prazerosa. AABEM vai atender 1.080pessoas, sendo 680 idosose 400 crianças.

A ABEM não é a pri-meira iniciativa da Mol-dmix em projetos soci-ais. A empresa doa regu-larmente para entidadesassistenciais e filantrópi-cas materiais recicláveiscomo papéis, papelões,madei ras e suca ta deaço. A empresa possuiainda projetos de lazerpara a comunidade atra-vés da construção, emparceria com a Prefeitura,de uma praça onde foraminstalados brinquedos in-fantis e uma quadra poli-esportiva.

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Botucatu logrou a pri-meira iniciativa industri-al de vulto, que iria ser-vir de base a uma modi-ficação na sua estruturaeconômica. Esta se veri-ficou em face de circuns-tâncias criadas pela se-gunda guerra mundial nadécada anterior. Cogi-tou-se a necessidade dainstalação em Botucatude uma indústria aero-náutica que teve no en-genheiro Antônio Azeve-do, o seu pioneiro. Fun-dada em 05 de outubrode 1953, pelo engenhei-ro Antônio Araújo Aze-vedo, a OMAREAL – Ofi-cina de Manutenção e

Reparação de AviõesLtda, passando a ideali-zar a fabricação de avi-ões. Adquiriu o protótipodo bimotor desenvolvidopela Cássio Muniz comdireitos de fabricação.Empenhou todos os seusrecursos para a fabrica-ção do Omareal 1.

Com atenção voltadapara o aeroporto, umafábrica de hélices foi ins-talada e, entusiasmououtro idealista do mes-mo ramo: o engenheiroJosé Carlos Neiva, queno Rio de Janeiro, fabri-cava planadores. A in-tenção de José CarlosNeiva era instalar a fá-

Omareal e o “Paulistinha” nos céus de Botucatu

Verdadeiramente, só na década de 1950, de-pois da crise do café, que a indústria local voltou a

ensaiar novos passos, com a implantação da in-dústria aeronáutica, que começou numa oficinade manutenção de aeronaves (Omareal ) com

oficina no campo de aviação local e escritório narua Morais Barros, 340.

Organização e pesquisa: Olavo Pinheiro GodoyConsulta: Arquivo Jornal: “A Gazeta de Botucatu”, “Folha de

Botucatu”, “Correio de Botucatu”. Arquivo do Centro Cultural deBotucatu e da Bilioteca Municipal “Emílio Pedutti”

Obras pesquisadas: Hernâni Donato, Armando Delmanto,Trajano Carlos de Figueiredo Pupo, Carmen Sílvia Maria Guima-rães e Prof. José Antonio Sartori .

Colaboração: Oswaldo Ribeiro e Naphitalim Ferreira deSouza

Informações: Secretaria de Indústria da Prefeitura Municipalde Botucatu.

brica de aviões no Rio deJaneiro, mas como nãoconseguiu apoio, acabouformando uma socieda-de com a Omareal e par-tiu para a fabricação do“Paulistinha” um mono-

motor que ficou no mer-cado até 1966, quandofoi substituído por mode-los mais leves, como oIpanema, Carioca, Ser-tanejo e tantos outros. AOmareal era também,

impor tadora usandocomo marketing a frase“Uma organização téc-nica para a grandeza doscéus do Brasil”.

A indústria aeronáuti-ca funcionou como uma

Novos avanços...Com esse parque indus-

trial e a entrada em opera-ção dos novos projetos emimplantação, a cidade co-meçava a manifestar os pri-meiros sinais de estrangu-lamento na oferta de bens eserviços urbanos, comunsaos grandes centros indus-triais. Entre aqueles está oacelerado crescimento dodéficit habitacional, hojeuma das preocupações cen-trais do empresariado in-dustrial local.

Nos anos 1970, a faltade residências populares foio grande entrave a uma mai-or expansão de nosso par-que fabril, cujo crescimen-to, nos últimos anos, tematraído trabalhadores detodo o Estado. E a situaçãoagravou-se com a entradaem operação das novas in-dústrias.

Examinando os dados daprefeitura, o déficit de ha-bitações populares era naépoca, da ordem de 2.500unidades, multiplicando-senos cinco anos seguintes,quando a população ultra-passaria os 100 mil habi-tantes. Para enfrentar aquestão a administraçãomunicipal da época reivin-dicou a colaboração daCECAP, a fim de acelerar aimplantação de projetosque previam a construçãode 800 casas populares.

Bom sistema de comu-nicações rodo-ferroviárias,energia elétrica (subesta-ções de energia de Ilha Sol-teira, Barra Bonita e de Itai-pu), água abundante e deboa qualidade, boa ofertade mão de obra não especi-alizada e base industrial jáinstalada, seriam as condi-

escada para o desenvol-vimento da cidade, por-que gerou mão-de-obraespec ializada e crioumentalidade no empresa-riado de que Botucatu éviável industrialmente.

ções para esse crescimento.A isso se deve acres-

centar o preço da terra, ain-da acessível, como atraçãosuplementar para novosprojetos industriais, espe-cialmente nos ramos agro-industriais. Os preços daterra na região são compa-tíveis com a produção dehortifrutigranjeiros e, deoutro, temos diversos mi-croclimas, num raio de 100km, o que propicia maiordiversidade de produtos emaior amplitude de safras.

A disponibilidade deboas escolas, em todos osníveis, como fortes atrati-vos do município, além daproximidade com uma dasmaiores florestas comerci-ais do Estado (mais de 50milhões de árvores), para ocaso de empresas do ramo.Mas, a exploração de toda

a potencialidade industrialdo município só poderá sedar com a realização demaciços investimentos emsua infra-estrutura urbana.

A atualização do PlanoDiretor da Cidade, iniciadaem 1973, é uma das peçasfundamentais na prepara-ção para uma nova arran-cada industrial. Com o mes-mo objetivo, a prefeitura re-

aliza levantamento aerofo-togramétrico do município,estuda a construção de umanel viário – avenidas mar-ginais ao longo dos córre-gos - e a formação de mãode obra especializada atra-vés do SENAI, SENAC me-lhorará a estrutura para aformação de pessoal, de qual-quer nível, para a indústria.

Isso assegura, desde já,

a consolidação da vocaçãoindustrial de Botucatu, em-bora a cidade também sedestaque na agropecuária.Mas o seu futuro, comomoderno polo de desen-volvimento, será garanti-do pelo esforço conjuntoque o empresariado e oPoder Público desenvol-verem, hoje, para a orde-nação do crescimento.

Foto: Devanil Camargo

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A GAZETA DE BOTUCATU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Sexta-feira, 14 de abril de 2006 49a n oEdição Especial 151 anos de Botucatu

A Embraer (Empresa Bra-sileira de Aeronáutica S.A.)é uma Empresa líder na fa-bricação de jatos comerci-ais de até 110 assentos quetem 36 anos de experiên-cia em projeto, desenvolvi-mento, fabricação, vendae suporte pós-vendas de ae-ronaves destinadas aosmercados globais de avia-ção Comercial, Executivae de Defesa. Sediada emSão José dos Campos, noEstado de São Paulo, aEmbraer mantém escri-tórios e bases de servi-ços ao cliente nos Esta-dos Unidos, França, Por-tugal, China e Cingapu-ra. Considerada por mui-tos como um orgulho na-cional, a Embraer estáentre os principais expor-tadores brasileiros com17.144 empregados euma carteira de pedidosfirmes que totaliza US$10,4 bilhões.

O crescimento da Em-braer nos últimos anos pos-sibilitou o desenvolvimen-to paralelo de seus par-ceiros e fornecedores,além da própria expansãoda Empresa e de sua filiale subsidiária no interior doEstado de São Paulo.

A Neiva, subsidiária daEmbraer em Botucatu é umdos principais exemplosdeste crescimento. Fabri-cante do bem-sucedidoavião agrícola Ipanema, aNeiva é uma das princi-pais Empresas que com-põem o pólo industrial daregião e com mais de 51anos sua vida se confundecom a própria história daaviação no Brasil.

Inicialmente instaladano Aeroporto de Mangui-nhos, cidade do Rio de Ja-neiro, a Indústria Aeronáu-tica Neiva foi fundada em12 de outubro de 1954 peloentão jovem projetistaJosé Carlos de Barros Nei-va para produzir os plana-dores BN-1 e Neiva B Mo-nitor. A empresa nasceu

com 18 colaboradores.“A Embraer se orgulha

de ter participado da ex-pansão da Neiva, e se or-gulha de sua decisão detransferir a produção doavião Ipanema, que é hojeseu produto mais vendido,para a cidade de Botuca-tu”, disse Maurício Bote-lho, Diretor-Presidente daEmbraer, durante cerimô-nia de comemoração dos50 anos da Empresa.

Em 1956, a empresa foitransferida para Botucatu,no interior do Estado deSão Paulo, passando en-tão a produzir os aviõesPaulistinha P-56, RegenteU-42, Regente Elo L-42 eT-25 Universal.

Em 1960, iniciou para-lelamente suas atividadesde projetos em São Josédos Campos, onde estásediado o Centro TécnicoAeroespacial (CTA), como objetivo de dar maiorincremento ao setor depesquisas e desenvolvi-mento de novos tipos deaeronaves.

Nessa época, desen-volveu o projeto do Re-gente, primeiro avião in-teiramente metálico fa-bricado no Brasil, queentrou em fase de produ-ção em 1964.

A partir de 1962, a Nei-va desenvolveu o avião T-25 Universal, especifica-mente para treinamentomilitar. Esta aeronave é con-siderada a precursora doTucano da Embraer. O Uni-versal recebeu 150 pedi-dos da Força Aérea Brasi-leira (FAB) e levou a em-presa a implantar, em 1969,uma linha de produção emSão José dos Campos.

Na década de 70, emparceria com a Embraer, aNeiva inicia a montagemdos aviões da linha Piper.

Em 11 de março de 1980,a Neiva foi comprada pelaEmbraer, que assume a en-genharia e toda linha deprodução de seus aviões

leves, além de transferir aprodução do Ipanema paraBotucatu. Isto precipitou adesativação das instala-ções industriais da Neivaem São José dos Campos.

No fim dos anos 90, aEmbraer transfere a monta-gem do Brasília para a Nei-va. E a partir de 1995 aEmbraer estrategicamenteinveste na Neiva para ca-pacitá-la na produção es-trutural dos diversos produ-tos da Embraer, levando-aa um crescimento forte esustentado. Hoje, a unida-de de Botucatu é responsá-vel pela produção de com-ponentes da família do ERJ145, da família

EMBRAER 170/190, etambém a estrutura doALX e Super Tucano, avi-ões de defesa.

A concentração da for-ça produtiva da Neiva emBotucatu tem determinadoa ampliação da capacida-de industrial na cidade bemcomo de seu aeroporto. ANeiva tem mais de 3.800aviões entregues, entre elesos modelos leves e aquelesdestinados à aplicação dedefensivos agrícolas.

Líder brasileira no nichode aviões de pulverização,a Neiva já entregou maisde 1.000 unidades do Ipa-nema. A aeronave temmais de 30 anos de pro-dução contínua e repre-senta aproximadamente80% da frota nacional.

Em busca de maior com-petitividade do seu produtoe valor para seus clientes, aNeiva desenvolveu do Ipa-nema a álcool. A certifica-ção do novo modelo foi con-cedida pelo CTA em outu-bro de 2004.

Ocupando, atualmente,um terreno de 245 mil m2 ecom uma área construídade 53 mil m2 a Neiva gerana região em torno de 1330empregos diretos e 200 in-diretos. Para preparar amão-de-obra especializa-

da requisitada pela indus-tria aeronáutica, a Neivapromove junto à comuni-dade, através do SENAI eColégio Técnico Industrial,cursos de pré-qualificaçãoformando mais de 1400 pes-soas. A Embraer investiumais de R$ 75 milhões naampliação e modernizaçãoda planta industrial da Nei-va, aumentando a áreaconstruída em 46 mil m2.Várias novas empresas seinstalaram em Botucatuatraídas pela parceria coma Neiva no fornecimentode serviços e produtos.

NEIVA JÁ ENTREGOUMAIS DE MIL AVIÕESAGRÍCOLAS IPANEMA

Internacionalmente re-conhecida pela produçãodo avião agrícola Ipanema,a Neiva já fabricou mais de1000 unidades. Este mode-lo de aeronave também foio primeiro no mundo a sercertificado a voar com omotor movido a álcool. OIpanema a álcool desen-volvido pela empresa re-cebeu a certificação de tipopara voar com este com-bustível, que é extraído dacana-de-açúcar, em outu-bro de 2004 do Centro Téc-nico Aeroespacial (CTA). ANeiva registrou o nomeAviation Alcohol (AvAlc)para o uso no Brasil.

O Ipanema é o aviãomais vendido da Neiva,com mais de 30 anos deprodução ininterrupta.

A decisão de desenvol-ver um avião agrícola mo-vido a álcool baseou-se nofato de o Brasil ser um gran-de produtor deste tipo decombustível. Os automó-veis daqui usam o álcool hámais de 20 anos.

O álcool é de três a qua-tro vezes mais barato que agasolina de aviação e tam-bém uma fonte mais limpade energia, capaz de me-lhorar o desempenho geral

do avião. O novo motor doIpanema também traz ou-tras vantagens, tais comocustos mais baixos de ma-nutenção e redução de 20%nos custos operacionais,com reflexos positivos paraa competitividade do agro-negócio, um dos principaisitens da pauta de exporta-ções do nosso País.

A conversão de moto-res a gasolina para fun-cionar com álcool nãoapenas é possível comodesejável do ponto devista dos custos. A Neivarecebeu mais de 130 pe-didos de conversão demotor a gasolina em mo-tor a álcool.

O IPANEMAO pulverizador agrícola

Ipanema foi desenvolvidono final dos anos 1960 comfinanciamento do Ministé-rio da Agricultura do Brasil.O Ipanema é um monomo-tor de asa baixa usado parapulverizar a lavoura comfertilizantes e pesticidas etambém serve para espa-lhar sementes.

O Ipanema fez seu pri-meiro vôo em julho de 1970e foi homologado no anoseguinte. O primeiro mo-delo da família de pulve-rizadores agrícolas foichamado de EMB 200 esaiu de fábrica com ummotor de 260 HP e héli-ce de passo fixo. A pro-dução em série teve iní-cio em 1972 pela recém-estabelecida Embraer.

O Ipanema foi melhora-do nos anos seguintes demodo a atender os requisi-tos do mercado. Nos anos1970 e 1980, ele foi equi-pado com uma hélice depasso variável, um motormais potente de 300 HP enovas asas.

Em março de 1980, afabricação do Ipanema foitransferida para a IndústriaAeronáutica Neiva, então

Embraer e Neiva alçando novos vôos

recém-adquirida pela Em-braer. Em março de 1992,um novo modelo, designa-do EMB 202 Ipanemão, foilançado.

O novo EMB 202 Ipane-mão tem um hopper (reser-vatório) 40% maior que ode seus antecessores, e ca-pacidade de transportar 950litros ou 750 quilogramasde produtos químicos. Me-lhorias aerodinâmicas fize-ram do EMB 202 um aviãomais rápido e produtivo.

O EMB 202 também foio primeiro avião agrícolano mundo a oferecer umrevolucionário equipamen-to de pulverização eletros-tático como opcional defábrica. O sistema é o maismoderno em tecnologia deaplicação agrícola e per-mite uma cobertura maiscompleta da lavoura. Eletambém reduz a taxa deuso dos produtos químicos,proporcionando mais pro-dutividade e economiapara os fazendeiros.

Em 2002, a Neiva lan-çou o Ipanema movido aálcool, EMB 202A, que ébaseado na plataforma doEMB 202. Com álcool, omesmo combustível usa-do em alguns carros bra-sileiros, o Ipanema ofe-rece menores custos demanutenção e mais po-tência, 321 HP.

A maior parte dos donosde aviões Ipanema locali-za-se nos estados brasilei-ros do Maranhão, Bahia,São Paulo, Mato Grosso,Mato Grosso do Sul, To-cantins, Paraná, Goiás, Ro-raima, Minas Gerais e RioGrande do Sul.

UM AVIÃO PREMIADOEM TODO MUNDO

O nome de Botucatu vi-rou referência em diversoslugares do mundo como acidade do avião a álcool.Diversos jornalistas de pa-íses como EUA, França,

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Alemanha, Japão entre ou-tros fizeram questão de vi-sitarem pessoalmente a ci-dade para conheceremuma das maiores novida-des na indústria aeronáuti-ca nos últimos anos.

Prova disso, foram os inú-meros artigos positivos so-bre o avião, além de diver-sos prêmios.

Em junho de 2005, naFrança, a renomada revis-ta Flight International con-cedeu ao Ipanema o Prê-mio da Indústria Aeronáuti-ca na categoria AviaçãoGeral, durante a aberturado Paris Air Show.

De volta ao Brasil, oavião verde foi ao Sul,onde recebeu o TroféuOuro na categoria “No-vidade” do “Premio Ger-dau de Melhores da Ter-ra”. Com mais de 23 anosde tradição, o eventoelege os melhores fabri-cantes de máquinas eequipamentos agrícolase sua contribuição nocampo da inovação tec-nológica para o setor.

Por fim, a notoriedadeque o primeiro avião a ál-cool certificado no mundoganhou na mídia internaci-onal teve também o seu re-conhecimento por uma dasmais respeitadas revistas ci-entíficas do planeta. A Sci-entific American, na edi-ção de dezembro, incluiu oIpanema entre as 50 maio-res invenções de 2005 emtodo o mundo. Especifica-

mente na categoria tec-nologia aeroespacial, deacordo com a eleição darevista, o avião brasilei-ro ficou ao lado do gi-gante A380 da Airbus.

PARCERIAS SOCIAISO Programa Parceria

Social é uma iniciativa doInstituto Embraer de Edu-cação e Pesquisa visandoapoiar projetos de nature-za social conduzidos emparceria entre instituiçõesprivadas sem fins lucrati-vos e empregados da Em-braer nas localidadesonde possui unidades in-dustriais. Nos últimos doisanos, Botucatu recebeuinvestimentos em torno deR$ 400 mil, para amparar

projetos das seguintes ins-tituições:

· Casa das MeninasAmando de Barros - Ob-jetivo do Projeto: Quali-ficação em informática.

· Centro Espírita “OCaminho da Verdade “(Núcleo Assistencial Jo-ana De Angelis) Objeti-vo do Projeto: Desenvol-ver social, emocional eintelectualmente crian-ças na faixa etária pré-escolar, de baixa renda.

· Ação da Cidadaniade Botucatu - NUTRAS –Núcleo de Transforma-ção Santa Elisa - Obje-tivo do Projeto: Capaci-tar profissionalmente jo-vens e adultos na áreade informática, panifi-cação / confeitaria e cor-

te / costura.· Creche e Berçário

Criança Feliz - Objetivodo Projeto: Complemen-tação escolar e aprendi-zagem profissional decrianças e adolescentes.

· CMDCA - ConselhoMunicipal dos Direitosdas Crianças e Adoles-centes - Objetivo: Apoi-ar e viabilizar projetosde assistência e desen-volvimento das crian-ças e adolescentes.

BOTUCATU E A AVIA-ÇÃO

Reconhecida como acidade dos bons ares, Bo-tucatu faz parte do de-senvolvimento da Indús-tria Aeronáutica Brasilei-ra e coloca o País entre

os maiores detentores detecnologia aeroespacialem todo mundo.

Desde a década de50, quando a cidade pos-suía centros de manuten-ção aeronáutica, Botuca-tu figurava entre as prin-cipais cidades do paíspioneiras no setor e atéhoje a cidade mantém atradição.

“A cidade de Botuca-tu possibilitou o desen-volvimento da Neiva des-de sua instalação e suasdiversas iniciativas em-presar ia i s a t ravés doapoio do poder público eda comunidade. Esta par-ceria de sucesso de lon-ga data foi formada porprofissionais comprome-tidos e que tiveram uma

importante influência nosucesso da Empresa” dis-se Acir Padilha, diretor-gerente da Neiva.

Relembrando toda atrajetória da Indústria,Padilha destaca o traba-lho das pessoas que con-tribuíram para o cresci-mento da empresa, e da-queles que hoje a com-põem.

Atualmente, os maisde 1300 empregados eoutros milhares que jápassaram pela Empresafazem parte da históriasólida conquistada pormais de meio século. Acidade dos bons ares pos-sibili tou céu-de-briga-deiro para os vôos da In-dústria Aeronáutica Bra-sileira.

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A GAZETA DE BOTUCATU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Sexta-feira, 14 de abril de 2006 49a n oEdição Especial 151 anos de Botucatu

Foi com a Compa-nhia Americana Indus-trial de Ônibus que osetor industrial espe-cializado em carroce-rias de ônibus, ganhou

vulto. A CAIO tevefundação em São

Paulo, bairro daPenha, em 1945.

Onze anos depoispassou a construir car-rocerias metálicas paraônibus. Manteve unida-des fabris no Rio de Ja-neiro e em cidades doNordeste do pais. De-sativando-as, gradual-mente, foram concen-tradas at ividades emBotucatu, a partir de1970, sendo a fábricainaugurada oficialmen-te em 1982. Tal decisãofoi também encorajadapelos diretores da Hi-droplás na qual tinhamparticipação acionária,cabendo a FranciscoMarins os estudos paraa escolha do terreno.

Conheceu aceleradaexpansão entre os anos1979 a 1981, devidoprincipalmente às vul-tosas exportações paraalguns paises das Amé-ricas Central e do Sul eda África. Em 1983 com-pletou a transferênciada fábrica paulistana.Em 13 de abril de 1985,ao assinalar 45 anos deexistência, a Caio inau-gurou as instalações daVia Rondon, erguidas aocusto de 75 bilhões decruzeiros. Foi construí-da numa área de 22.800m2 , dos quais 60.000construídos, às margensda rodovia MarechalRondon, e ocupava otrabalho de 1.500 ho-mens , despontandocomo o principal núcleoindustrial de Botucatu.Já em janeiro de 1980 aempresa havia conclu-ído a primeira fase deseu projeto – investi-mentos da ordem de Cr$200 milhões – inician-

do a produção de car-roçarias para ônibus emicroônibus . Nessafase com 600 emprega-dos e área coberta de30 mil m2, produzia oitounidades diár ias, oumais de 2.120 anuais.Na segunda etapa, con-cluída nos cinco anosseguintes, a unidade deBotucatu empregou di-retamente cerca de 4mil operários com umaárea cons t ru ída de80mil m2, produzindoaproximadamente 8 milcarroçarias por ano.

A longo prazo a idéiaera transferir para Bo-tucatu todas as linhasde produção da Caio,que eram distribuídasem duas fabricas – Gua-

rulhos e São Paulo. Em1978, com 3 mil funcio-nários, produziu 3.069carroçarias para ônibuse microônibus, inclusi-ve para exportação. Seucapital em 1979 era deCr$ 317,1 milhões e asvendas prognosticavamatingir a casa dos 839milhões nesse ano, con-tra 596,2 milhões no anoanterior. As exportaçõeseram de Cr$ 158,3 mi-lhões (aproximadamenteUS$ 6 milhões) em 1979,contra Cr$ 62,1 milhões(US$ 3,3 milhões) em1978. Mantinha 80% domercado nacional de ôni-bus urbanos e projetavaalcançar 20% do merca-do de ônibus rodoviári-

INDUSCAR Indústria Nacional de Carrocerias

os, tendo, para tanto,desenvolvido modeloespecial.

Estimulou a instala-ção e o desenvolvimen-to de fabricas locais :Pe t rac , Mold imix ,SAEF, Neiva. Perma-neceu por anos na lide-rança nacional de fa-bricantes. Inclusive eminovações, tal como atroca da madeira poralumínio nas portas deacesso; janelas dimi-nuidoras da concentra-ção de ar poluído nointerior do veiculo. Che-gou a ter 2000 traba-lhadores.

Nos primeiros anos

“A empresa tambémdestaca a forte entradano mercado rodoviário”

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80 promoveu joint-ven-tura com a Mercedes-Benz, e nos anos 1990com a Coopera t ivaMondragon, empresa daregião basca da Espa-nha, criando a Irizar-Caio destinada a pro-duzir ônibus de luxo,padrão europeu. Esseprograma de internaci-onalização foi interrom-pido, no México, em ra-zão da crise que asso-lou a economia do paíse na Espanha em razãodo agravamento da si-tuação f inanceira daprópria CAIO.

Esse agravar-se, ace-lerado por mudança ra-dical na política geren-cial culminou com a de-cretação, em dezembrodo ano 2000, da falên-cia da Caio. Transfor-mar-se-ia na Induscarque assumiu o parqueindustrial e o direito deuso e comércio dos pro-dutos CAIO, além devendas de veículos co-merciais, chassis paraônibus, caminhões eautomóveis nacionais eimportados.

INDUSCAREm 25 janei ro de

2001, quatro empresá-rios operantes no siste-ma de transporte cole-tivo da cidade de SãoPaulo ( José Ruas Vaz,Carlos Abreu, VitorianoTeixeira Cunha, DelfimAlves de Figueiredo ) in-tegran tes do Grupo

Ruas somaram R$3.500.000 e fundaram aInduscar – Indústria Na-cional de Carrocerias,que comple ta c incoanos de atuação emBotucatu.

Encar roçadora deônibus da marca CAIO,a empresa é adminis-trada pelo Grupo RUAS,de São Paulo e que exis-te há sessenta anos. Atu-almente a Induscar gera2.300 empregos e ocu-pa a liderança no seg-mento de carrocerias deônibus. Em 2005 foi re-gistrado aumento naexpor tação e novosmercados surgiram: Jor-dânia, África do Sul, Tri-nidad e Tobago, Repu-blica Dominicana, An-gola, Líbano, Congo,Moçambique, Cos taRica, Costa do Marfim eZâmbia. Foi f i rmadouma parceria com aCAIO Buses África, en-viando carrocerias paraserem montadas na Áfri-ca do Sul. Os ônibusserão fabricados em Bo-tucatu e enviados des-montados para a Áfricado Sul, onde serão mon-tados e vendidos aomercado regional. De-tentora da marca CAIOcom mais de 60 anos de

qualidade, sendo con-siderada a líder de pro-dução brasileira de ôni-bus urbanos.

A fábrica de ônibusInduscar-Caio, em par-ceria com a Universi-dade Federal do Rio deJaneiro – responsávelpela engenharia do mo-tor a hidrogênio; a Pe-trobrás, produtora docombustível a partir dogaz natural, fornecedo-ra do combustível e aEletra de São Bernardodo Campo desenvolve-ram o projeto do ônibusmovido a hidrogênio.

Atualmente a capa-cidade de produção emBotucatu é de 40 carro-cerias ao dia. Entre asnovas carrocerias lan-çadas estão o ApacheVip, Millenium re-esti-lizado, melhor adapta-do para os centros ur-banos, e o Top-bus, bi-articulado destinado acorredores de grandescentros. A empresa tam-bém destaca a forte en-trada no mercado rodo-viário, como as versõesdo Gi ro 3600, paragrandes d i s tânc ias ;Giro 3400 para distân-cias curtas e médias. Em2005, também lançou oMondengo, um articu-

lado que faz enorme su-cesso no Chile, e o mi-cro Foz Induscar. Algu-mas características dosmodelos comercializa-dos nos países e vendi-dos ao exterior são des-tacados, por exemplo,a necessidade de veí-culos que não desre-speitem o Alcorão, paraos países onde os Mu-çulmanos dirigem esta-dos teocráticos e com ovolante à direita, comosão os casos na Áfricado Sul e países sob in-fluência inglesa. O es-critório central locali-za-se em São Paulo e oparque fabril em Botu-catu, com uma área to-tal de 280.000 m2 e 85mil metros de área cons-truída.

COOPERATIVADE EMPREGADOSCOPERBUS

O Sindicato de Me-talúrgicos local promo-veu, com os veteranosda Caio, a pronta for-mação de uma coope-rativa de empregadospara fornecer a mão deobra para a Induscar.Participaram 600 anti-gos funcionários. Fez-se um contrato de ar-rendamento das insta-lações, por quatro anos,mediante o pagamentode cem mil reais men-sais.

Nasceu a Coperbusdir igida por RobertoGomes Giandoni.

Atualmente a capacidadede produção em Botucatu é

de 40 carrocerias ao dia.

A INDUSCAR,ENCARROÇADORADE ÔNIBUS DA MARCACAIO, PARABENIZABOTUCATU POR SEUS151 ANOS DE VIDA.

É UMA HONRA PARAA EMPRESA ESTARLOCALIZADA NESSACIDADE DE BONSARES, BOAS ESCOLASE BOAS INDÚSTRIAS.

AINDA MAIS DO QUE ISSO:PODER CONTRIBUIRCOM O POLO INDUSTRIALDA REGIÃO, GERANDOMAIS DE 2 MILEMPREGOS, PRODUZINDOCARROCERIAS DEQUALIDADE ETRANSPORTANDOPESSOAS PELA CIDADE,PELA REGIÃO, PELOBRASIL E PELO MUNDO,DIVULGANDO A MARCACAIO, HÁ MAIS DE 60ANOS NO MERCADO.

BOTUCATU, FAZEMOSPARTE DE SUA HISTÓRIA.

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A GAZETA DE BOTUCATU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Sexta-feira, 14 de abril de 2006 49a n oEdição Especial 151 anos de Botucatu

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As zonas pioneiras daNoroeste e da Alta Soroca-bana assemelham-se devárias maneiras, e juntasformam o novo Oeste. En-quanto nas áreas mais anti-gas o café atraiu a estradade ferro para levá-lo à SãoPaulo e Santos, na sede domunicípio e nas fazendas ouso de carroças era umanecessidade. Serafim Bla-si, havia montado, em1894, a sua tenda de fer-reiro para o conserto econstrução desses utilitá-rios e, visualizando o be-neficiamento do café, fá-brica máquinas que iriamganhar renome nacionalalguns anos depois.

O jovem João Ribeiro,nascido em Botucatu, em1892, era formado emContabilidade. Enquantoestudava, trabalhava nasoficinas do Blasi ondeaprendeu o ofício de fer-reiro. Nessa época era

grande o movimento decarroças nas íngremes es-tradas locais para trans-portar o café – principalproduto das inúmeras fa-zendas da região – para asede do município e quetinham destino certo: oporto de Santos.

Em 1924, o botucatu-ense João Ribeiro visuali-zando um bom empreen-dimento, implanta em nos-sa cidade, pelos lados daVila dos Lavradores, umaindústria destinada à fa-bricação de carroças eposteriormente de carro-cerias de caminhão, vi-trôs e tacos para assoa-lhos. A firma denomina-va-se JOÃO RIBEIRO, es-tabelecida na rua Floria-no Simões, 230, sendo ins-talada numa área de 1.280m2 com área construídade 900 m2, incluindo-se oprédio da indústria e os bar-racões.

No início era oficina deferreiro e consertos em ge-ral, em ferramentas agríco-las, arados, carroças e ou-tros. Fazia encanamentose montagens de bombas deágua nos sítios e fazendasda região.Como os negóci-os desenvolveram-se, foimontada a fábrica de car-roças, carrocinhas de mola,trólis, semi-trolis, charretes,carrinhos de mola. A ma-deira empregada era a ca-

breúva, ipê, faveiro, para aarmação e tábuas de ca-nela, pinho, peroba, parao caixão. As rodas eramferradas com chapas deferro com eixo torneado ebuchas de ferro fundido.Toda a ferragem era fabri-cada na ferraria. A pinturaera feita de início a pincele, depois, com pistola depintura.

A indústria RIBEIRO pos-suía excelente fundição que

produzia peças fundidas emferro, bronze e alumínio:buchas, capelotes paraeixo de carroças, moen-das para engenhos decana, peças para bombasde água a martelo, man-cais diversos, tarugos deferro fundido, tanques deferro para caminhão comcapacidade para 4.000 li-tros de água, rodas paraágua de ferro ou de ma-deira com diâmetro de 3 a

4 metros, para acionarbombas de água e turbi-nas para geração de ele-tricidade. Tamborões paracurtumes, pipas para ola-ria, formas para tijolos, tu-bos para turbinas, carri-nhos para tijolos. Produzi-am moinho de fubá toca-dos a água, ou com motorelétrico de 5 Hp. A terrapreta especial para modela-gem era extraída em um sítiona estrada do Rio Pardo.

A INDÚSTRIA DE CARROÇAS DO JOÃO RIBEIRO

As carroceriasfabr icadas paracaminhões Ford,Chevrolet, Mer-cedez Benz e ou-tras marcas, me-diam 2.50m decompr imento x1.80m de largura,para caminhone-te, 0.50 cm de al-tura, com as guar-das laterais e tra-seiras de abrir. Ascarrocerias maio-res de até 6,80mx 2,20m x 0,70cmde altura das guardaseram destinadas para oscaminhões MercedesBenz.

Nas estruturas das car-rocerias eram emprega-das as madeiras de ipê,cabreúva, faveiro, jato-bá, angico. As tábuas la-terais e o assoalho eram

de pinho. As dobradiçasdas guardas laterais, deferro chato e os parafu-sos eram fabricados naprópria firma. Após a pin-tura com esmalte sintéti-co, pintava-se nas late-rais, a marca da firma:CARROCERIAS JOÃORIBEIRO – fone 100 –

FABRICA DE CARROCERIASPARA CAMINHÕES A indústria Ribeiro, di-

versificava os seus produ-tos e serviços fabricandotacos e parquetes de ma-deira para piso de excelen-te qualidade, utilizando oipê, marfim, peroba, im-buia, faveiro, jacarandá, ja-tobá, canela e angico.

As ripas eram aparelha-das e cortadas formandopeças com desenhos varia-dos (quadrados, estrelas eoutros) combinando as co-res das madeiras. Os pro-dutos eram vendidos emBotucatu e outras cidadesdo estado.

A firma possuía moi-nho de fubá onde era pro-duzido o fubá, quirera,fare lo de mi lho, e tc .Máquina de beneficiar ar-roz e café e engenho decana para a produção demelado, rapadura e açúcarmascavo. A produção eravendida na quitanda exis-

FÁBRICA DE TACOS E PARQUETES

tente, juntamente com fru-tas, verduras, mel de abe-lha produzidos no sítio Pal-meiras de propriedade daempresa.

Os produtos fabricadospela indústria João Ribeiro,mormente de carrocerias de

caminhão, tornaram-se afa-madas em todo o Brasil pelasua perfeição, resistência ecapricho no acabamento.A indústria atuou pelo es-paço de 48 anos, encerran-do suas atividades em 24de julho de 1972.

BOTUCATU – Duranteanos, o nome BOTUCA-TU, transitava pelas ci-dades dos estados de SãoPaulo, Paraná, Mato Gros-so, Rondônia e outros, exi-bidos nas carrocerias quese tornaram famosas pelasua qualidade e durabili-dade.

No início da décadade 1930, o jornal “Cor-

reio de Botucatu”,noticiava que a empre-

sa Dante Trevisani jácontava com um serviçode transporte de passa-

geiros circulando nacidade. Dante Trevisaninasceu em Treviso, naItália, no ano de 1903.

Em 1911, a família Tre-visani veio para o Brasil efixou residência em SãoPaulo. Dante freqüentou aescola primária e depois ocurso de aprendizagem demecânica de automóveis.Mais tarde, como funcio-nário, tornou-se Gerentena Grande Oficina Geralem São Paulo.

Em 1921 veio para Bo-tucatu onde montou mo-desta oficina mecânica nadescida do Moinho do Sal-gueiro (começo da ruaAmando de Barros). Deinício, sozinho, soube pro-gredir e ocupar lugar dedestaque entre os proprie-

tários de oficinas, seja pelafineza no trato ou pelacompetência inerente aoofício, a Auto-MecânicaTrevisani ganhou prefe-rência indiscutível na re-gião de Botucatu. Com oaumento progressivo daclientela e a colaboraçãode familiares, construiu aOficina Auto Sport Dante

Trevisani, na rua Áurea n�30, atual Cardoso de Al-meida, 710, em 1930.

No ano de 1932, ad-quiriu uma casa com ex-tenso quintal na esquinada rua Áurea com a Mon-senhor Ferrari. Aí insta-lou nova oficina em trêsamplos barracões e, pos-teriormente, edificou o

sobrado que passou a sersua residência. Obser-vando as condições e aviabilidade dos transpor-tes naquela época, tevea percepção de largoshorizontes para o trans-porte rodoviário, insta-lando a primeira linhade Auto Ônibus Circularem Botucatu, da cidade

INDUSTRIA AUTOMOTIVA:O PRECURSOR DANTE TREVISANI

ao bairro da Estação (1933).Podemos afirmar segu-

ramente que a primeira in-dústria de carroceriaspara ônibus em Botucatu,foi uma iniciativa de Dan-te Trevisani. Num dosbarracões da oficina mon-tou secções de carpinta-ria, funilaria, tapeçaria,pintura a Duco e outras,com operários especiali-zados em cada departa-mento. Fabricou carroce-rias para montar 13 ôni-bus. Alguns foram feitossob encomenda para em-presas de outras cidades(Cambará, Bandeirantes,São José dos Campos).

A pioneira “EmpresaAuto Ônibus Botucatu”deDante Trevisani, abriu li-nhas de ônibus inter-mu-nicipais ligando Botucatua São Manuel, Bauru, Ita-tinga, Avaré, Piracicaba,Pirambóia, Espírito Santodo Rio Pardo (Pardinho) eVitória (Vitoriana). Em1937, a Empresa fez umacordo com a AgênciaFord de Botucatu que ce-deu quatro carros zero Km

com os quais Dante abriuuma linha de Botucatu aSão Paulo. Embora novos,os carros não suportarama longa distância, a estra-da e a serra de Botucatu.

Sua firma possuía ca-minhões de transporte decargas: açúcar de PortoFeliz e lenha para a So-rocabana. Foi represen-tante da f irma CássioMuniz na venda de mo-tos Harley Davidson. ADante Trevisani foi a pri-meira empresa a instalarem 1932, um serviço desocorro de auto comatendimento 24 horas.

A presença de DanteTrevisani na história deBotucatu representa o pi-oneirismo no transportecoletivo de passageiros ena indústria de construçãodos meios de transporte.Após o falecimento deDante Trevisani, a Empre-sa de Ônibus Botucatucontinuou em franco de-senvolvimento, graças àadministração de sua es-posa e filhos por mais demeio século.

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Com uma ampla linhade produtos, a Eucatexatua nos segmentos deconstrução civil, indústriamoveleira e agroindústria.É formada por um com-plexo de quatro fábricas:Chapas, Química (ambasinstaladas em Salto), Mi-neral (localizada em Paulí-nia) e Aglomerados (emBotucatu). A empresa pos-sui também a Unidade Flo-restal, com um Viveiro deMudas, além das minas deTurfa, em São José dosCampos, e de Vermiculi-

Eucatex S/A Madeira

ta, a única localizada forado Estado de São Paulo,em Queimada Nova, Piauí.

Dotadas de grande ca-pacidade de produção ealta tecnologia, as fábricassão consideradas de ele-vado valor para as locali-dades em que estão insta-ladas, devido principal-mente ao número de em-pregados que geram e aoque representam em arre-cadação de tributos.

Fundada em 23 de no-vembro de 1951, que tevecomo embrião a SerrariaAmericana, instalada n ci-dade de São Paulo em1923. foi uma das primei-ras empresas a pensar noconforto ambiental e acús-tico de seus produtos e ausar o eucalipto comomatéria prima para a pro-dução de chapas e pai-néis.

A primeira fábrica foiinaugurada em Salto, nointerior paulista, em 1954.

A Eucatex começa a pro-duzir forros acústicos echapas soft de fibras demadeira. Pouco depoispassa a fabricar chapasisolantes e acústicas. AEucatex foi pioneira nasexportações de manufatu-rados . Na década de1950, o Brasil exportavaapenas commodities comocafés finos e açúcar refi-nado. Na época, a empre-sa assumia o papel de“desbravadora” e lançava-se no mercado internacio-

nal como exportadora dosprimeiros produtos manu-faturados da história dopaís: as chapas isolantestermoacústicas feitas àbase de eucalipto reflores-tado. Produzir com euca-lipto reflorestado tambémfoi marca de pioneirismoda companhia.

No final dos anos 1960a Eucatex realiza uma sé-rie de investimentos, inau-gurando uma linha de pro-dução em Salto (SP) e umaunidade metálica em Ba-

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rueri (SP). A expansãotambém se dá em âmbitointernacional, exportando,em 1955, chapas duras defibras de madeira para aArgentina. Nos dez anosseguintes, a Eucatex insta-la escritórios de represen-tação em Buenos Aires eem várias capitais brasilei-ras. Em 1965 começa aexportar para a Europa,com a abertura de escritó-rios nos Estados Unidos,Holanda e Mexico.

É também no interior deSão Paulo, na cidade deBotucatu, que a Eucatexinicia a fabricação de pai-néis de madeira aglomera-da de alta qualidade. Aunidade começa a funcio-nar em 1996. Localizadaao lado da antiga estradapara Itatinga, junto ao rioPardo, utilizando os cam-pos de cerrado para asp lantações deeucaliptos.Com uma áreainstalada de 78.000 m2 e,empregando cerca de 450funcionários a Eucatex deBotucatu produz, anual-mente, mais de 200.000metros quadrados de pai-néis. O corporativo funci-ona em São Paulo. Há es-critórios em Belo Horizon-te e Bento Gonçalves, sen-do que nesta última há tam-bém um Centro de Distri-buição.

Em 2006, a Eucatexcompleta 56 anos de exis-tência com um moderno

complexo industrial e maisde 2 mil colaboradores.Produz pisos, portas, tin-tas e vernizes, divisórias,forros, telhas, painéis e

aglomerados, chapas defibras de madeira, subs-tratos e condicionadoresde solo, exportando seusprodutos para mais de 20

paises, com mais de 200clientes regulares.

Sempre atenta às ino-vações, a Eucatex tambémfaz questão de se preocu-

par com o meio ambiente,praticando o desenvolvi-mento sustentável. Graçasà excelência desse traba-lho, a empresa conquis-

tou, em 1996, o Selo Ver-de, certificado concedidoapenas às empresas quefabricam produtos ambi-entalmente ecológicos.

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PARABÉNSPARABÉNS

151 ANOS

BOTUCATUFoto: Devanil Camargo 2006

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Há 49 anos o jornal dasBoas Indústrias, Boas Escolas, Bons Arese, principalmente, dos leitores quetrabalham para o desenvolvimentode Botucatu e do Brasil.

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Conhecida como a “Ca-pital do Sul-Paulista”, Bo-tucatu não sediava apenasatividades culturais, mastambém econômicas. Em1923 é instalada a primeirafábrica de seda da região.Luiz Schlossareck se asso-cia a Zanotto e Tortori, efundam a fábrica “SantaRosália” produzindo cetim-macau, crepes, tafetás e“reps-rayé” e outros teci-dos. Schlossareck importaalguns teares da Inglaterra,sendo que outros teares fo-ram produzidos em Botu-catu, sob orientação dohabilidoso industrial.

A “Santa Rosália”funcionou, durante mais deum decênio, no bairro Alto,na rua Capitão José Paes deAlmeida, produzindo e ven-dendo tecidos para abaste-cer as lojas da região emuitas cidades da interlân-dia paulista. Muitos botu-catuenses movimentavamaqueles teares, chegandoa empregar mais de cincodezenas de funcionários.Em meados dos anos qua-renta, com a expansão das

indústrias têxteis de SãoPaulo e Sorocaba, perde ar-recadação entrando emdecadência. Posteriormen-te, suas dependências fo-ram usadas para festas ebailes carnavalescos du-rante a década de 1950,alegremente animados pelaBanda do “Fichetta”. Du-rante anos o dancing “Mis-tura Fina”fez do prédio suasede.

Os teares da “San-ta Rosália” foram adquiri-dos pela fiação “Ana Ma-ria” de propriedade das in-dústrias reunidas Bacchique a posteriori se transfor-maria na conhecida “Te-celagem do Vidigal”.

Informa o Sr. Naphe-talim Ferreira de Souza queo prédio alojou ringue depatinação, fabrica de sabão,Sociedade “Luiz Gama ser-vindo para reuniões do Bair-ro Alto Futebol Clube, e Su-permercado do “Careca”.Contam que durante a Revo-lução de 1924 o prédio ser-viu de trincheira para osrevoltosos. Hoje é sede doClube da 3a Idade Feliz.

A FÁBRICADE SEDA DOBAIRRO ALTO

- TECELAGEMVIDIGAL -

Assume, em meados dosanos 1950, a extinta fiaçãode algodão “Ana Maria”do complexo industrial Pe-trarca Bacchi com o nomede Companhia Industrial eAgrícola de Botucatu –conhecida como “Tecela-gem Vidigal”. Com sede emSão Paulo, na rua da Qui-tanda,96 e fábrica na Ave-nida Floriano Peixoto, 24/46, região conhec idacomo “Baixada”, instalanovos e modernos tea-res, aumentando a capa-cidade de produção eusando mão de obra lo-cal, empregando mais dequinhentos funcionários.Trabalhando no segmentode f iação, tecelagem,malharia, tinturaria e pas-tifício produzindo macar-rão de todos os tipos. Suafiação preparava fios car-

CIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DE BOTUCATU

dados para urdume, tra-ma-rocas e conicais. Pro-duzia cobertores, malhasde lã, algodão de todos ostipos, brim e tecidos deexcelente qualidade, es-pecializando-se na prepa-

O setor de confecções,que reúne o maior númerode empresas da cidade, to-mou impulso a partir dadécada de 1950, quandoum grupo de acionistas daantiga Cafeeira Peduti re-solve implantar em Botu-catu uma indústria de con-fecções representativa dosetor. No início foi indica-do para gerenciar o empre-endimento o Sr. Arnaldo Sil-va. Em meados de 1964,assume a regência da em-presa o Sr. José Luiz Amatque regenciou até 1968, vol-tando em 1974 como umdos sócios majoritários daIrbex Industria e Comérciode Roupas Botucatu Ltda.,fabricante de confecçõesmasculinas das marcasBlitz, Irbex e Massimo. A

indústria tinha capital deCr$ 5 milhões e seu fatura-mento, em 1978, foi de 19milhões ( com previsão de35 milhões para 1979 ).

De propriedade da fa-mília Amat com loja deroupas na rua Amando deBarros, a indústria de con-

fecções era especializa-da em calças masculinasclássicas, voltada para omercado nacional. Em1979 contava com 56 fun-cionários, numa unidadeprojetada para produziraté 20 mil peças mensais.Nessa época estava insta-lada numa área de 2.500m2 ( 900 construídos ) eproduzindo cerca de 12mil peças por mês. Pos-suía uma coligada, a Con-fecções Goldman Ltda.,com 32 funcionários e ca-pital de Cr$ 60 mil, presta-dora de serviços industri-ais do ramo.

Nos anos 1977/78, aempresa investiu cerca deCr$ 3,5 milhões na cons-trução de suas instalações,com planos para duplicara área coberta. Em 1984,

INDÚSTRIAS DE ROUPAS IRBEXcontava com 65 empre-gados. No início de de-zembro de 2003 a empre-sa é adquirida pelo Sr.Domingos Picolli – gran-de empresário no ramo deconfecções e que, traba-lhava com exportações,continuando o desenvol-vimento dessa indústriacom mais de qüarenta anosde existência.

MAX-STYL - Em mea-dos da década de 1970,utilizando a força de tra-balho de seis costureiras,o Sr. Arnaldo Silva inicia aindústria de confecçõessob o selo Max-Styl. Como rápido crescimento daempresa, estabelece a in-dústria em barracão naAv. Floriano Peixoto utili-zando, em 1974 cerca de100 costureiras.

Mas a Max-Styl S/A In-dústria de Roupas (investi-mento de Cr$ 40 milhões)era a maior empresa dosetor de confecções da ci-dade, desde 1976, com 510funcionários e capacidadepara produzir até 100 milpeças mensais. Ocupavaárea coberta de 6.600 m2em terreno de 29 há, comcapital de Cr$ 10,3 milhõessendo, na época, a maiorunidade Industrial do Gru-po Staroup.

Começou a operar em1976 a Costa Pinto In-dustr ial de AlimentosLtda., fabricante de vi-nagre, extrato de toma-te, temperos e diversasoutras conservas alimen-tícias, num total de 48produtos. A empresa éuma joint venture de ca-pitais portugueses e daantiga S/A Costa PintoComércio e Industria doRio de Janeiro, com Usi-na de Álcool no Mara-nhão e fabrica de óleosvegetais no Nordeste,além de trading com-pany e diversos negóciosna área da agricultura.

Em Botucatu a CostaPinto investiu Cr$ 30 mi-lhões na construção deuma fabrica, com 6 mil m2cobertos (terreno de 10 há)

COSTA PINTOINDUSTRIAL DEALIMENTOS

A SAEF S/A de Equipa-mentos Ferroviários está emBotucatu desde 1975, quan-do transferiu-se da capital,onde foi criada em 1972,sob o nome de SociedadeAnônima de EquipamentosFerroviários – SAEF, fabri-cante de “containers”. Ins-talada numa área de 30 milm2 (6 mil cobertos), temoitenta funcionários e ca-pacidade para produzir atétrezentas unidades men-sais (exporta para os EUAe América Latina).Seu ca-pital é de Cr$ 4 milhões esuas vendas, em 1979,atingiram Cr$ 50 milhões(25 milhões em 1978), in-cluindo exportações de

SAEF –EQUIPAMENTOSFERROVIÁRIOS

US$ 200 mil (50 mil em1978).

Nas páginas de “Ache-gas para a História de Botu-catu” do acadêmico Her-nâni Donato, encontramos:“Produtora de cofres decarga (containers), garan-tiu-se pela qualidade do pro-duto, o privilégio de forne-cer os módulos que inte-gram as instalações da basepolar “Comandante Fer-raz”, presença brasileira naAntártida. Entre 1984 e 1985quatro funcionários daSAEF de Botucatu estavamna base, recebendo e mon-tando outros 16 containers,ampliando a presença na-cional nos gelos do sul.”

e capacidade para produ-zir 8 milhões de litros anu-ais de vinagre e esmagar12 t de tomate por hora.Com um capital registra-do de Cr$ 5 milhões e 230funcionários no auge dasafra, a industria estima-va em 142 milhões suasvendas de 1979 ( 272 %mais que em 1978, quan-do estava iniciando aprodução ). Em 1980 co-meçou a exportar toma-te pelado para os Esta-dos Unidos, Canadá, Re-publica Federal Alemã,Suíça e paises escandi-navos.

A Costa Pinto foi de-tentora da marca Peixe,para a produção de vi-nagre, e estava, nesseano, desenvolvendomais oito produtos e umanova marca, para 1979.Produtora de conservascom a marca Hella, tam-bém estimulou o surgi-mento e ajudou a desen-volver uma rede de pe-quenos produtores da re-gião, especialmente detomate, cogumelo, vi-nho, azeitona, pimentão,alcaparra, couve-f lor ,nabo, pepino e cebola.Aempresa durou até finsde 1988, quando foi su-cedida pela Nestlé.

ração de fios e matéria-prima para outras tecela-gens. Sua tinturaria eraresponsável pelo tingi-mento de fios em geral.Como a região era anual-mente atingida pelas

águas, não suportou háduas enchentes dos ribei-rões Tanquinho e Água-Fria que invadiram seucomplexo fabril destruin-do máquinas e equipa-mentos.

Page 25: Segundo Caderno Especial 151 anos BOTUCATU CIDADE DAS … · indústrias da “boca de sertão”, ... Devanil Camargo fez fotos espe- ... reumatismo e sífilis. Foi

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