dash artrite reumatismo

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  • 1. FITOTERAPIA paraArtrite e Reumatismo naMEDICINA AYURVDICA

2. FITOTERAPIA PARA ARTRITE EREUMATISMONAMEDICINA AYURVDICADr. Bhagwan Dash D.A.M.S., H.P.A., M.A., Ph.D. Traduzido por: Williams Ribeiro de FariasDra. Yeda Ribeiro de FariasEDITORA CHAKPORI2 3. Ttulo Original: Herbal Treatment for Arthritis and Rheumat- ismPrimeira Edio em 1986Direitos autorais adquiridos por EDITORA CHAKPORI3 4. Nota para a Primeira Edio Meu interesse em produzir esta srie de livros sobre o tratamento fitoterpico para doenas comuns desenvolveu-se a partir de minha ligao com o Dr. Bhagwan Dash, cujos livros anteriores eu j havia publicado. Ambos sentimos que estes remdios mereciam um pblico mais amplo e mais receptivo. A idia era ensinar a populao a viver mais prxima natureza e a pensar em termos de conduzir suas vidas de uma forma normal e saudvel ao invs de perder muito de seu tempo tratando doenas. Os remdios, em seu sentido verdadeiro, devem promover a boa sade; no devem ficar restritos cura de doenas. Esta no apenas uma mera iniciativa comercial; um esforo genuno para levar estes notveis remdios ao alcance de todos, onde quer que estejam. Expus minhas idias ao Dr. Dash que prontamente concordou em escrever vinte livros simples sobre doenas comuns, descrevendo simultaneamente as ervas, dietas e condutas comumente disponveise potencialmente efetivas. Esta a essncia purificada de seus4 5. trinta anos de prtica, pesquisa e profundos estudos sobre o Ayurveda e outros sistemas de medicina tradicional. Nossos leitores so os melhores juzes de nossas realizaes. Conclumos com uma citao do grande poeta Kalidasa:Aparitosad vidusam na sadhu manye prayoga- vijanam Ns no levamos em considerao o nosso esforo em sermos teis antes que nossos leitores, para quem ele direcionado, estejam satisfeitos. Prem Nath Jain5 6. NDICENOTA PARA A PRIMEIRA EDIO ........................................... 4 NDICE ................................................................................... 6 INTRODUO ........................................................................ 8 A DOENA ........................................................................... 11 COMO A ARTRITE SE DESENVOLVE? .................................... 11 VARIEDADES DE ARTRITES .................................................. 14 SINAIS E SINTOMAS ............................................................. 19 NATUREZA SISTMICA DA DOENA ...................................... 20 COMO O AYURVEDA EXPLICA ESTA DOENA? ...................... 20 POR QUE O FRIO AGRAVA A ARTRITE?................................... 22 A CONSTIPAO COMO FATOR CAUSAL OU AGRAVANTE DA ARTRITE .............................................................................. 23LINHA DE TRATAMENTO ............................................... 24 JEJUM ................................................................................. 24 POR QUE O IOGURTE DEVE SER EVITADO? ............................. 26 POR QUE O PACIENTE DEVE EVITAR COISAS AZEDAS? ............ 27 ESTIMULANTES DIGESTIVOS E ESPECIARIAS .......................... 27 FEIJES ............................................................................... 28 POR QUE O PACIENTE DEVE EVITAR FRITURAS? ..................... 28 QUAIS VEGETAIS DEVEM SER INGERIDOS? ............................ 29 QUE CEREAIS PODEM SER INGERIDOS?.................................. 30 CARNE E PEIXE .................................................................... 30 MOVIMENTOS ..................................................................... 30 MEDICAMENTOS ................................................................. 31 6 7. FITOTERPICOS ............................................................... 34ALLIUM SATIVUM (LASUNA) ............................................... 34 Rasona kalpa............................................................. 42COMMIPHORA MUKUL (GUGGULU) ...................................... 59PAEDERIA FOETIDA (PRASARANI) ........................................ 67PLUCHEA LANCEOLATA (RASNA) ......................................... 73RICINUS COMMUNIS (ERANDA) ............................................ 77STRYCHNOS NUXVOMICA (KUPILU) ..................................... 84VITEX NEGUNDO (NIRGUNDI) .............................................. 89ZINGIBER OFFICINALE (ARDRAKA OU SUNTHI) ..................... 96 7 8. Introduo A cincia mdica tem feito considerveis progressos em vrias reas da medicina. A era da especializao e a tendncia de ver o homem como um aglomerado fsico-qumico de muitas partes separadas est dando lugar a um novo gnero de pensamento biolgico. Esta nova escola de pensamento est direcionada ao conceito do homem como um ser por inteiro, com seus inseparveis aspectos fsico, emocional e espiritual, unidos em um indivduo vivo. O lugar do homem, como uma parte orgnica do universo csmico e biolgico, sujeito a todas as imutveis e irrevogveis leis da natureza, est se tornando cada vez mais evidente. Apesar destas profundas mudanas estarem ocupando seu lugar no pensamento mdico, a abordagem teraputica convencional de hoje incapaz de resolver o problema de um aumento catastrfico de doenas como cncer,distrbios cardiovasculares, diabetes, asma, artrites, insnia, etc. Muitas destas doenas so consideradas incurveis. Praticantes de antigos sistemas de medicina8 9. indgenas os quais, verdadeiramente, possuem curas para doenas como a artrite, so ridicularizados como curandeiros, devido ao grande nmero de charlates que exploram os tratamentos mais naturalistas. A denncia sistemtica de tais tratamentos est sendo feita atravs da moderna influncia da mdia audiovisual.As pessoas tm sido induzidas a acreditar que o uso constante de aspirina e corticosterides, que produzem alvio temporrio para a dor e cujo uso continuado os tornam ineficazes, so a nica sada. Na verdade, existem srios efeitos colaterais txicos provocados pelo uso prolongado de tais drogas convencionais. O resultado desta negligncia criminosa para com os pacientes portadores de artrites tem deixado milhares de homens, mulheres e crianas improdutivos e invlidos em todo o mundo.O outro lado da histria que em muitas partes do mundo, particularmente no bero da civilizao antiga, h remdios base de ervas que tm sido empregados h milhares de anos para o tratamento da artrite. Estas ervas no so empregadas apenas empiricamente; praticantes iluminados em medicina tradicional na ndia, Nepal, Sri Lanka, Buto, Burma, China, Bangladesh e Paquisto podem transmitir o 9 10. raciocnio existente por detrs do uso destas ervas no tratamento da artrite. O Ayurveda, a medicina tradicional da ndia, que tem prestado assistncia ao sofrimento da humanidade h mais de trs mil anos, um repositrio de experincia mdica e de fitoterpicos j muito bem examinados e testados. A artrite considerada doenas psicossomtica e no apenas fsica. O conceito de mente, sua atividade e morbidade so bem desenvolvidos. Portanto, em associao s terapias para corrigir os desequilbrios corporais, o mdico ayurvdico sempre prescreve terapias para corrigir os desequilbrios da mente de tais pacientes. Algumas destas drogas foram cientificamente testadas em animais e seres humanos sob condies controladas e provaram ser efetivas. Alguns destes fitoterpicos esto includos neste trabalho. Talvez, algum dia, no futuro prximo, o Ocidente seja capaz de aprender o conhecimento do Oriente. 10 11. A DOENA Como a Artrite se Desenvolve?A construo mecnica do nosso corpo possibilita que muitos ossos se movimentem uns com os outros e estes locais de encontro so denominados articulaes. Estas juntas auxiliam em diferentes tipos de movimentos. Para evitar a frico e a deformao durante estes movimentos, as extremidades do ossos so recobertas com um tecido elstico chamado cartilagem. Uma membrana sinovial recobre as superfcies internas das cavidades articulares. Esta membrana secreta um fluido que lubrifica a articulao.A membrana sinovial e a extremidade dos ossos so irrigadas com muitos capilares que transportam material nutriente juntamente com o sangue para as articulaes. Se qualquer processo infeccioso se instala ou se subprodutos gerados por erros no metabolismo passam11 12. atravs destes capilares, ento a circulao dos nutrientes e do sangue obstruda resultando em estagnao e exsudao de fluido para o espao criado pela membrana sinovial da articulao. Isto faz com que as articulaes tornem-se inflamadas, edemaciadas e aumentadas de tamanho. As cartilagens, por causa da falha na nutrio, perdem a elasticidade e tornam-se secas e sensveis. A secreo da membrana sinovial tambm torna-se diminuda e com a progresso dadoena,pode cessar completamente. A articulao, dessa forma, tornar-se- completamente seca, ficando congestionada, spera e rgida. Isto pode fazer tambm com que os ligamentos que circundam a articulao e os tendes tornem-se inflamados, perdendo progressivamente seu tnus e flexibilidade.Por causa do movimento e do metabolismo insuficientes, excessivas quantidades de clcio e outros minerais so depositados nas articulaes. Algumas vezes, a osteoporose, ou a depleo de clcio e outros minerais dos ossos podem causar severa destruio dos ossos e articulaes.Todas estas alteraes so geralmente acompanhadas de edema e dor aos movimentos. Subseqentemente, a dor torna o movimento da parte afetada do corpo absolutamente impossvel de ser realizado. Se esta evoluo no for observada e efetivamente tratada a tempo, a12 13. completa destruio da articulao e a falha de funo ser freqentemente o resultado final. Juntamente com estes sinais e sintomas articulares, o paciente tambm sofre de outras deficincias em diferentes partes do corpo. Os distrbios digestivos, com freqncia crnicos, esto presentes em pacientes com artrite. A constipao freqentemente prevalente por muitos anos antes dos reais sintomas da artrite comearem a se revelar. A fadiga geral, o stress fsico e emocional, falta de repouso suficiente, deficincias nutricionais, distrbios glandulares todos estes problemas podem ocorrer antes dos sintomas finais aparecerem nas articulaes. importante, portanto, observar que para a artrite ser tratada com sucesso, o mdico deveria seguir uma abordagem holstica, atravs do reconhecimento da natureza sistmica da doena, e das condies anormais, assim como dos distrbios em outras partes do corpo, que necessitam ser corrigidos. A abordagem atual ao tratamento dos pacientes com artrite, ou seja, a supresso da dor e a reduo do processo inflamatrio e do edema, d apenas uma falsa sensao de alvio ao paciente; isto perigoso por que a doena continua a progredir no interior do corpo e chega a um estgio em que ambos, o paciente e o mdico, encontram-se sem sada o primeiro no pode trabalhar com suas articulaes e o ltimo no pode reduzir a dor e o13 14. processoinflamatrio, semfalar na impossibilidade de interromper o progresso da doena. Qualquer tentativa , portanto, de tratar o paciente de artrite sem realizar a ntima relao entre a sade geral do indivduo e seus sintomas de artrite provaro ser fteis no final. As articulaes em qualquer parte do corpo podem estar afetadas. Dependendo da natureza da leso, a doena recebe diferentes denominaes.Variedades de artrites Osteoartrites A osteoartrite talvez seja a forma mais comum de artrite que afeta pessoas depois da meia idade. Comea geralmente como resultado do processo de envelhecimento, ou seja, o desgaste das articulaes durante a ltima parte de nossa vida. caracterizada por processos degenerativos nas articulaes, por exemplo, perda da estabilidade e eroso das cartilagens e aumento das articulaes afetadas. Apesar de todas as articulaes do corpo estarem vulnerveis osteoartrite, so geralmente aquelas que sustentam mais peso, como as articulaes do joelho e do cotovelo, as que so mais comumente afetadas. Em pessoas idosas, as articulaes dos quadris e dos ombros so freqentemente afetadas por esta doena,14 15. tornando-se rgidas e dolorosas. Tais condies so conhecidas como quadril ou ombro congelados. Artrite reumatide A prxima forma mais comum de artrite a artrite reumatide. Trata-se de uma forma grave de doena reumtica que pode causar destruio importante do tecido articular resultando em deformidades extensas com as quais o paciente torna-se absolutamente incapacitado. comum atacar justamente na idade jovem apesar de poder afetar pessoas em qualquer faixa etria. As mulheres, mais do que os homens, so geralmente vtimas desta forma de artrite. Tem incio com um processo inflamatrio da membrana sinovial que eventualmente leva a depsitos nas articulaes, degenerao ssea, deformao e subseqente invalidez, a menos que um tratamento adequado seja realizado na poca apropriada. Gota A gota geralmente se manifesta por um processo inflamatrio da articulao do primeiro pododctilo. Este o sintoma local de uma desequilbrio metablico generalizado que causado pelo acmulo de cido rico nos tecidos. A gota geralmente afeta pessoas aps a idade adulta, mas pode freqentemente ocorrer em 15 16. homens e mulheres em idades precoces. Na osteoartrite e na artrite reumatide, geralmente as articulaes que sustentam maior peso so afetadas, mas na gota, as articulaes menores dos ps e dos dedos so mais comumente atingidas. Lombalgia A lombalgia uma condio reumtica que afeta os msculos da regio inferior da coluna, tambm denominada regio lombar. A menos que seja curada atravs de terapias apropriadas, as crises de lombalgia tornam-se mais freqentes e mais dolorosas como todas as queixas reumticas, especialmente quando o paciente vai se tornando mais idoso. A lombalgia ocorre geralmente em pessoas cuja profisso muito sedentria exigindo que fiquem sentadas constantemente por longos perodos e tambm naquelas pessoas que so habitualmente constipadas. CiatalgiaA ciatalgia o processo inflamatrio do nervo citico que segue pela articulao do quadril. Trata-se de uma doena incapacitante e torturante em seu aspecto doloroso. O nervo citico o mais longo nervo do corpo e desce direto at a articulao do tornozelo. A ciatalgia pode ser causada por corrente de ar, umidade e16 17. frio. Pode tambm ser causada por um deslocamento do disco intervertebral ou da vrtebra. Reumatismo muscular O reumatismo muscular freqentemente causado pela umidade ou frio que contrai os vasos sangneos na regio afetada. Como conseqncia desta constrio, as substncias txicas no conseguem ser eliminadas e o processo inflamatrio se instala. Isto geralmente afeta os msculos do ombro, do pescoo, das pernas ou braos. A causa comum destas doenas, que tambm so chamadas fibrosites, a leso na rea afetada um tendo ou um ligamento. Espondilite A espondilite uma forma crnica e progressiva da artrite que afeta uma ou mais vrtebras. As alteraes degenerativas na vrtebra so semelhantes quelas da artrite reumatide. Acomete os homens com mais freqncia,principalmenteaqueles que permanecem constantemente com o pescoo e as costas curvadas durante o trabalho. O incio geralmente gradual com dores leves no dorso que se tornam mais e mais severas conforme o progresso do processo inflamatrio.17 18. Bursite Bursite significa processo inflamatrio de uma ou muitas bolsas sinoviais. Uma bursa um pequeno saco achatado, como um bolso, contendo fluido sinovial, um lubrificante viscoso necessrio para reduzir a frico e absorver os choques aos quais as articulaes e os tendes so submetidos. As bolsas sinoviais mais comumente afetadas so as do cotovelo, joelho e ombro. A causa mais freqente de bursite uma leso, tal como um traumatismo ou uma presso no usual sobre o joelho ou um excesso de exerccios que podem levar a uma irritao na articulao. Febre reumtica A febre reumtica geralmente tem incio com uma ulcerao na garganta ou tonsilite. Durante oprocessodefebre,sero experimentados tosse, calafrios, pleurisia e dor abdominal. O edema e a dor nas articulaes de natureza severa geralmente segue e continua mesmo depois que a febre est resolvida. Este processo pode levar a doenas cardacas e a outros distrbios das funes corporais.Alm do que foi descrito acima, h muitos outros tipos de artrites conhecidas como artrite deformans, anquilose, espondilose, artrites18 19. infecciosas como tuberculose, gonorria, sfilis e artrite reumtica. Esta ltima uma forma menos grave da artrite reumatide e ocorre geralmente aps um episdio de febre reumtica. As formas mais comuns de artrite so a artrite reumtica e a osteoartrite, sendo que a primeira mais dolorosa e incapacitante e afeta pessoas de todas as idades, particularmente aquelas que esto no estgio mais ativo e produtivo da vida.Sinais e sintomas O sintoma mais comum da artrite a dor articular. No incio pode surgir uma dor pesada e o paciente apresenta dificuldades para subir as escadas ou levantar pesos. A dor pode aparecer e desaparecer com o uso de alguns analgsicos e at mesmo desaparecer sem tratamento, apenas com um pouco de repouso. Algumas vezes, a dor no torna a aparecer durante meses paraentoreaparecer.Podehaver adormecimento e rigidez nas articulaes e ao caminhar pode surgir um som crepitante nas mesmas. Freqentementeas articulaes tornam-se edemaciadas e inflamadas. A dor pode ser leve ou muito aguda. No primeiro estgio, ela aparece principalmente durante a noite ou pela manh. Geralmente agrava-se se o paciente se19 20. expe ao frio, ao vento ou chuva, especialmente no inverno.Natureza sistmica da doena O aparecimento de dor ou rigidez nas articulaes no , na verdade, o primeiro estgio da doena. Estes sintomas so apenas um estgio da manifestao local dos sintomas. Trata-se de uma doena sistmica e sem que o paciente esteja consciente disto, os produtos residuais do corpo comeam a se acumular no sangue e nas articulaes durante anos, antes que o primeiro sinal de proximidade com a artrite aparea na forma de dor nas articulaes. So anos e anos de abuso do corpo na forma de erros dietticos, esforo fsico e mental e ausncia de repouso que do origem ao distrbio sistmico das funes corporais e que eventualmente leva a um colapso das funes normais e saudveis das articulaes.Como o Ayurveda explica esta doena? De acordo com o Ayurveda, o sistema tradicional de medicina indiana, esta doena denominada ama vata ou sandhigata vata. Em geral, a artrite reumtica e a artrite reumatide20 21. pertencem primeira categoria (ama vata) e as osteoartrites, segunda (sandhigata vata). A gota, na linguagem ayurvdica, denominada vata rakta. Nestas trs condies, vayu, um dos trs doshas responsvel por todas as atividades nervosas no corpo, est envolvido.Vayu, pitta e kapha regulam todas as funes corporais. Juntos, so denominados doshas. Vayu regula as atividades motoras e sensoriais do corpo. Pitta regula os processos metablicos e digestivos, incluindo todas as atividades hormonais do corpo. Kapha um lubrificante e responsvel por produzir estabilidade e resistncia fsica. Estes trs doshas, em pessoas normais e saudveis, esto em um estado de equilbrio ou homeostase. Mudanas neste equilbrio podem ser tolerados pelo corpo apenas at um certo limite. Ao ultrapass-lo, estes doshas daro origem s doenas. O fluido na membrana sinovial das articulaes representa kapha. Os subprodutos do metabolismo, tais como cido rico (que so formados principalmente no caso da gota), so resultados das atividades de pitta. Portanto, na patognese da artrite todos os trs doshas, separadamente ou em associao, esto envolvidos. Vayu torna-se normalmente alterado logo antes ou durante a estao chuvosa. Outros fatores responsveis por sua agravao so exerccios alm da capacidade individual, jejuns, 21 22. acidentes ou traumatismos, eliminao excessiva de alguns elementos teciduais, tais como sangue e smen, fratura ssea, permanecer acordado at altas horas da noite, supresso das necessidades naturaisquandoestas se manifestam, preocupao excessiva, exposio ao vento frio, enfrentar situaes de medo e ingerir alimentos que so secos, adstringentes, amargos e penetrantes no sabor. Quando, devido aos fatores acima, vayu torna-se desequilibrado no corpo, isto causa artrite, particularmente a osteoartrite e condies associadas. Se o vayu desequilibrado estiver associado ao ama1, haver o aparecimento da condio patolgica denominada ama vata, ou seja, um grupo de doenas causadas por um desequilbrio de vata associado a um acmulo de ama. A artrite reumtica, a artrite reumatide e a gota pertencem a este grupo de doenas conhecido como ama vata.Por que o frio agrava a artrite? O frio geralmente desequilibra vayu e causa deficincia no funcionamento de pitta. Como resultado deste ltimo, os processos metablicos1 Ama so os produtos resultantes do metabolismo e da digesto inadequada.22 23. e digestivos so afetados e uma grande quantidade de subprodutos do metabolismo so produzidos. O vayu desequilibrado, associado aos subprodutos do metabolismo, no corrigidos e permanecendo no corpo por um perodo prolongado, produzem ou pioram a artrite particularmente no inverno ou na estao chuvosa, quando h umidade e temperatura relativamente baixa.A constipao como fator causal ou agravante da artritePacientes que sofrem de diferentes tipos de artrite so, geralmente,constipados. O movimento adequado dos intestinos proporciona alvio de vayu e aumenta a excreo dos produtos residuais metablicos indesejveis do corpo. Se o paciente fica constipado por um perodo prolongado, vayu torna-se mais e mais desequilibrado e os subprodutos metablicos residuais no encontram um canal de sada adequado. , portanto, necessrio que o paciente tome regularmente um laxante, de preferncia o leo de rcino. Ele deve seguir dietas e condutas que faam com que os intestinos se movam suave e regularmente.23 24. LINHA DE TRATAMENTO Se o paciente portador de artrite deseja ser curado (e no apenas sentir alvio dos sintomas durante algumas horas ou alguns dias), ento necessrio que vayu2 seja equilibrado e que a produo de ama3 no corpo seja corrigida.Jejum O jejum uma das mais antigas medidas teraputicas conhecidas tanto para homens como para os animais, e tem sido uma terapia curativa confivel atravs da histria da medicina. Atualmente, h pouca compreenso e muito menos apreciao dos seus notveis benefcios particularmente no tratamento da artrite. Quando 2 Um dos trs doshas responsvel por todos os movimentos dos rgos do corpo. 3 Ama a denominao referente aos subprodutos do metabolismo eda digesto que ficam acumulados no organismo, pois no sofreram adequada digesto e, portanto, no so capazes de ser eliminados pelas vias normais.24 25. uma pessoa sofre de uma doena, isto acontece por causa do enfraquecimento do mecanismo de defesa e da falha das funes dos rgos vitais. Como conseqncia de abusos alimentares e da falha na observao das regras de sade, as atividades glandulares e metablicas so diminudas e os rgos de eliminao perdem sua eficcia. Como resultado, muitos produtos residuais metablicos txicos permanecem no corpo e se depositam nos tecidos, causando uma auto-intoxicao. Na artrite, estes subprodutos metablicos depositam-se nas articulaes e nos tecidos moles em torno das mesmas. Atravs do uso de laxantes, alguns dos j acumulados produtos residuais podem ser eliminados. Mas principalmente necessrio que no sejam produzidos mais e mais produtos residuais metablicos. Isto ser possvel com a observao dos jejuns.O jejum nem sempre envolve a absoluta restrio de alimentos e bebidas. O paciente pode ingerir lquidos como sopas e mingaus. Ele tambm deve ingerir uma dieta leve que possa ser digerida e metabolizada facilmente. Isto deve reduzir o peso do paciente at um certo ponto, mas no o torna debilitado e fisicamente inativo. Alm das sopas, o paciente pode ingerir mamo papaia, suco de maa, suco de cenoura, suco de uva e outros sucos semelhantes. Ele pode ingerir arroz, produtos derivados do trigo, leite, produtos25 26. derivados do leite (com exceo do iogurte e da coalhada), vegetais, particularmente vegetais folhosos e especiarias.Por que o iogurte deve ser evitado?Pacientes que sofrem de artrite devem evitar o uso de iogurtes e coalhadas. Estes produtos so empregados como principal fonte de protenas entre os lacto-vegetarianos de pases tropicais e de pases frios. O iogurte e a coalhada, de acordo com o Ayurveda, considerado abhisyandi, ou seja, pertence ao grupo de alimentos que causam obstruo dos canais de circulao do corpo. No caso da artrite, os canais de circulao nas articulaes, nos ossos, nos ligamentos, tendes e membranas sinoviais j esto obstrudos. Torna-se necessrio como medida teraputica, promover a circulao destes canais e no obstrui-los mais ainda. A desobstruo ser possvel se o paciente evitar definitivamente a ingesto de iogurtes e coalhadas. Se, no entanto, ele apreciar demasiadamente quaisquer preparaes lcteas azedas, ento ele pode usar a manteiga que preparada atravs do batimento do iogurte aps a adio de um quarto da quantidade de gua. Esta manteiga assim obtida deve ser ingerida em 26 27. pequenas quantidade e este alimento deve estar seguramente sem nenhum sabor azedo.Por que o paciente deve evitar coisas azedas? Alm do iogurte ou da coalhada, muitos outros gneros alimentcios azedos so ingeridos. Eles esto na forma de picles, tamarindo, suco de frutas azedas e vinagre. Dentre estes alimentos, apenas o amalaki (Emblica officinalis) e a rom podem ser ingeridos. Outros alimentos azedos aumentam a reteno de produtos residuais metablicos no sangue. Tal reteno causa ou agrava a artrite.Estimulantes digestivos e especiariasComo foi mencionado anteriormente, a artrite basicamente causada pela digesto e metabolismo inadequados., portanto, necessrio no apenas proteger, mas aumentar o poder digestivo e o metabolismo do paciente que sofre de artrite. Algumas pessoas utilizam muitos temperos picantes e pimentas como parte de sua dieta normal. Eles so, sem dvida, prejudiciais e devem ser evitados pelos pacientes com artrite. 27 28. Mas o uso de temperos suaves como o gengibre, a pimenta preta, as sementes de cominho, cravos-da-ndia e canela so muito teis. Eles no apenas promovem o processo digestivo e metablico, mas tambm ajudam no alvio de vayu e removem os produtos residuais do metabolismo atravs de vrios processos de eliminao.Feijes Todos os feijes agravam vayu4. Entre eles, mudga (Phaseolus mungo) o menos prejudicial. Para suplementar o contedo protico da dieta, este dal5 pode ser ingerido. Mas todos os demais gros de leguminosas devem ser evitados. Gro de bico, rajamasa (Vigna cylindrica)e masa (Phaseolus radiatus) so muito prejudiciais para pacientes que sofrem de artrite.Por que o paciente deve evitar frituras?Para tornar o alimento mais saboroso, freqentemente algumas de suas preparaes4 Um dos trs doshas, responsvel por todas as atividades sensoriais e motoras do corpo. 5 Nome dado aos feijes e outros gros comestveis. 28 29. so fritas profundamente na manteiga, no ghee6 ou no leo vegetal. Esta manteiga, este ghee e este leo vegetal sozinhos no so muito prejudiciais. Mas quando qualquer alimento frito ou profundamente frito atravs da adio de diversos tipos de gorduras, ento torna-se um pouco mais difcil de digerir levando indigesto e produo de produtos residuais metablicos. Portanto, pacientes com artrite devem evitar terminantemente a ingesto de alimento fritos.Quais vegetais devem ser ingeridos?Vegetais, como as frutas azedas, devem ser estritamente proibidas. Da mesma forma, os vegetais que contm grande quantidade de amido no so benficos.Vegetais com sabor ligeiramente amargo e com um efeito laxante suave tais como abbora (Lagenaria siceraria), abbora amarga, Moringa oleifera, mamo papaia verde, banana, beringela, espinafre,pimenta,patola(Trichosanthes cucumerina),kunduru (Coccinea indica),6 Ghee a manteiga purificada indiana que preparada da seguinte forma: Derreter a manteiga de vaca na panela em fogo brando. No deixar ferver nem queimar. Colocar uma peneira sobre uma tigela e forrar com um tecido fino (como musselina), despejar a manteiga quente na peneira. Os pedaos brancos da manteiga ficaro no tecido. Quando esfriar pode ser utilizada como manteiga comum. 29 30. abobrinha e brcolos so muito teis para o paciente.Ele deve evitar quiabo, jaca, abbora (Cucurbita pepo) e colocasia.Que cereais podem ser ingeridos? O arroz como principal alimento no muito bom para pacientes com artrite. Eles devem depender principalmente de trigo, milho, trigo sarraceno e cevada.Carne e peixe Como foi descrito anteriormente, o paciente que sofre de artrite geralmente possui poder digestivo fraco e deve evitar comer carne e peixe sempre que possvel. Ele deve evitar particularmente ovos e peixes de gua salgada.Movimentos A artrite basicamente uma doena articular, e as articulaes so responsveis por todos os movimentos do corpo. Ao mesmo tempo que no desejvel que o paciente deixe suas articulaes absolutamente imveis, confinando-30 31. se ao leito, essencial que ele no exera mais presso sobre as articulaes com caminhadas, corridas, saltos ou fazendo exerccios alm de sua resistncia. Ele deve realizar apenas os exerccios que podem ser feitos sem forar as articulaes.Medicamentos Na prxima seo, oito plantas medicinais selecionadas so descritas com especial referncia a suas propriedades especficas para combater a artrite. Elas tm sido empregadas na ndia e pases vizinhos por milhares de anos. Hoje, os mdicos ayurvdicos utilizam estas plantas e suas preparaes com sucesso considervel e sem quaisquer efeitos adversos. Estas no so as nicas ervas com propriedades especficas para combater a artrite no arsenal do Ayurveda. Elas foram escolhidas por sua popularidade e excelncia teraputica. O Ayurveda possui seus prprios conceitos com relao composio das drogas e ao seu modo de ao. Tais detalhes no foram descritos neste volume tendo como objetivo conserv-lo em formato reduzido. Muitas formulaes compostas destas ervas so descritas nos clssicos ayurvdicos e comercializados em larga escala.Para 31 32. complementar sua eficcia, para torn-las mais saborosas, para que sejam teis em uma maior variedade de doenas e para aumentar sua validade, muitas outras drogas so adicionadas e as preparaes so feitas de acordo com diferentes processos farmacuticos. Diferentemente da medicina moderna, nestas preparaes compostas, nenhuma substncia qumica sinttica adicionada. Apenas simples extratos, ou a planta bruta, so utilizados. Algumas preparaes compostas importantes esto citadas no final de cada monografia desta srie de livros.Os pacientes podem usar estas plantas e suas preparaes com segurana segundo as linhas sugeridas nestas monografias. Elas no pretendem simplesmente dar alvio aos sinais e sintomas manifestados pela artrite em uma articulao ou em um membro em particular, mas tambm produzem bons efeitos sobre todo o corpo para finalmente arrancar pela raiz tais doenas. Todas as formulaes possuem uma larga margem de segurana e mesmo se consumidas em doses mais elevadas do que est prescrito para propsitos teraputicos, no podem produzir efeitos adversos. Ao invs de efeitos colaterais txicos, estas drogas produzem efeitos colaterais benficos. Elas podem ser utilizadas por pessoas saudveis e por pacientes. Em pessoas saudveis, estas plantas previnem a32 33. ocorrncia destas doenas. Em pessoas doentes, curam as doenas e tornam o corpo imune a ataques futuros pelas mesmas. Estas plantas possuem muitos outros efeitos teraputicos. Mas para no nos afastarmos demais do contexto, apenas as propriedades relacionadas ao combate artrite foram descritas com alguns detalhes, deixando outros aspectos destas ervas apenas citados. Uma vez que estas ervas no produzem efeitos adversos, no h um prazo fixado para o curso do tratamento para artrite com estes remdios. Elas podemser empregadas seguramente at que o paciente se torne absolutamente livre das doenas e mesmo durante alguns dias aps, para prevenir sua recorrncia.33 34. FITOTERPICOS Allium sativum (Lasuna) Sinnimosrabe: Saum, Taum; Bengali: Lashan, Rasun; Butans: Gokpas; Birmans: Kesumplin, Kyatthoubega; Ingls: Garlic, Poor mans treacle; Francs: Ail, Ail commum; Alemo: Knoblauch, Lauch; Grego: Aglidion, Skorodon; Hindi: Lahsan, Italiano: Aglio; Persa: Sir; Snscrito: Rasona, Yavanesta; Singals: Sudulunu; Urdu: Lehsun. Parte utilizadaO bulbo utilizado na medicina.Habitat cultivadaem regiestropicais, subtropicais e temperadas.34 35. Allium sativum (Lasuna) 35 36. Descrio bastante conhecida por ser largamente utilizada como especiaria ou condimento na cozinha indiana. Possui folhas estreitas e achatadas. O bulbo consiste de muitos dentes de alho (h uma variedade que apresenta apenas um nico dente) e circundado por um fino revestimento branco ou rosa. Seus dentes so plantados durante os meses de Setembro ou Outubro nas plancies e durante os meses de Fevereiro ou Maro, nas colinas. A plantao est pronta para colheita em cerca de quatro meses. Alm de seu uso medicinal, normalmente utilizado como condimento em muitas partes do mundo. Como medicamento, no entanto, ocupa uma posio significativa. Os textos ayurvdicos esto repletos de referncias quanto a sua excelncia teraputica. Em outras partes do mundo, da Sibria aos pases tropicais tais como Sri Lanka, tambm largamente utilizado como medicamento. Dependendo das condies geogrficas, sua colorao e sabor variam ligeiramente.Mastodas as espcies terapeuticamente teis desta planta possuem o caracterstico odor de alho. 36 37. A origem de Lasuna: Sua mitologia Estrias mitolgicas sobre a origem desta droga so descritas de maneiras diferentes em diversos textos clssicos. De acordo com Kasyapa samhita, a origem desta droga a seguinte:A esposa de Indra no concebia havia centenas de anos. Ento, seu marido deu-lhe amrta (ambrosia) para beber. Quando ele estava administrando esta poo sua esposa, ela vomitou uma pequena quantidade do preparado por causa de sua delicadeza, e o mesmo caiu na terra. Ento Indra disse: Voc ter muitos filhos graas esta poo. A pequena quantidade que voc vomitou e que caiu ter um cheiro ruim por causa de seu contato com o cheiro rude da terra. Portanto, ter o mesmo efeito sobre os seres humanos. Mas no ser apreciado pelos brahmanas7 e por pessoas dedicadas elevao espiritual.Tanto Gada nigraha como o Astanga hrdaya samhita trazem estrias mitolgicas diferentes:Quando os deuses e os demnios revolveram o oceano, a amrta (ambrosia) veio tona. Rahu, que pertencia ao grupo dos demnios dissimulados, conseguiu pegar e ingerir uma7 Indivduo pertencente casta sacerdotal 37 38. poro da mesma. Quando este fato chegou ao conhecimento de Vishnu, ele decapitou o demnio e por isto a poro de amrta caiu sobre a terra. Isto deu origem ao alho. Como ele uma parte da amrta, ele possui excelentes propriedades teraputicas. Por outro lado, como tornou-se contaminado por ter sido ingerido por um demnio, os brahmanas esto proibidos de us-lo. O livro Harita samhita contm um tipo totalmente diferente de estria mitolgica: Quando o oceano foi agitado pelos deuses e demnios, a amrta (ambrosia) saiu de dentro do mesmo. Garuda, o pssaro celestial, levou um recipiente contendo amrta para o paraso. No caminho, ele precisou lutar com os demnios e por isso algumas gotas de amrta caram na terra e deu origem ao alho. A terra estava passando por um perodo de escassez de doze anos e todas as florestas estavam secas. Portanto, os santos que habitavam estas florestas no conseguiam obter alimento e tiveram que deixar seu habitat. Um dentre eles estava muito velho e no era capaz de viajar. Ele no poderia acompanhar os sbios e foi deixado para trs naquela floresta. Ele se moveu de um lugar para outro em busca de alimento. Por causa de suas aes virtuosas, ele viu algumas plantas que estavam verdes e, durante seis meses, ele comeu a planta inteira, inclusive suas folhas.38 39. Depois deste perodo, no havia mais folhas para comer e, ento, durante um ms, ele viveu dos bulbos desta planta (suas razes). Depois que a escassez passou, os sbios que tinham deixado a floresta voltaram e encontraram aquele velho homem e ele tinha se transformado em um jovem. Eles ficaram surpresos e perguntaram sobre a causa de sua juventude. Ele no revelou a razo e, portanto, foi amaldioado pelos sbios que disseram que aquilo que ele comeu no seria considerado adequado para o consumo dos brahmanas e, alm disso, carregaria um cheiro forte. Era o alho o responsvel pela sua juventude. Bhava prakasa narrou uma estria semelhante. Kasyapa samhita tambm fornece uma outra verso diferente sobre a origem mitolgica do alho: Rudra ou Shiva, durante suas excurses sobre a terra, encontrou uma vez as mulheres dos sbios (rishi patnis) que viviam nas florestas. Como elas possuam poucas crianas, buscaram as bnos de Rudra. Ele pediu-lhes que comessem de uma planta e disse-lhes que a mesma as libertaria das doenas e lhes daria crianas que seriam fortes e teriam boa aparncia e compleio. As esposas dos sbios seguiram o conselho e foram abenoadas com crianas saudveis. Aquela planta era o alho.39 40. Usos teraputicos O alho empregado extensivamente no tratamento da artrite reumtica, artrite reumatide, ciatalgia,espondilitecervical, lombalgia e dorsalgia. utilizado tambm no tratamento de doenas crnicas de pele, inclusive na hansenase, em tumor fantasma, doenas do sistema nervoso, infeces bacterianas e virais, parasitoses intestinais, e outros tipos de infeces, no tratamento de fratura de ossos, hemorridas, clicas, febre crnica, anorexia, bronquite, edemas, doenas cardacas, asma brnquica, doenas causadas por kapha, doenas urinrias crnicas, inclusive no diabetes, da disria, da tuberculose, da supresso da fora digestiva, da leucodermia, da vertigem, da febre por malria, do emagrecimento por doenas crnicas, dos soluos, da sndrome celaca, dos pruridos, da erupo vestibular, da perda de colorao da pele, da catarata, da cegueira noturna, da sensao de queimao, da afasia, no tratamento da litase renal, da obstruo dos canais de circulao, das fstulas anais, da menorragia, da esplenomegalia, da gota, das inflamaes do tmpano, das doenas causadas por desequilbrio de pitta, do emagrecimento, da anemia, da ictercia, do sangramento atravs de 40 41. diferentes partes do corpo, de desmaios, epilepsia e rinite crnica.Mtodo de preparao e modo de usar O alho pode ser empregado na forma de pasta ou suco. Por causa de seu cheiro e sabor penetrante, meia colher de ch (2,5 g.) da pasta ou do suco desta planta deve ser adicionada a duas colheres de ch de mel e administrado duas vezes ao dia. Mas em alguns pacientes seu sabor e cheiro penetrante podem causar nuseas. Em tais casos, deve ser ingerido aps a refeio. Tambm utilizado na forma de p, decoco, ungento (para uso externo), preparaes lcteas, colrio (externamente para doenas dos olhos), leos medicinais, ghee medicinal, preparaes alcolicas, linctus (um xarope ralo) e em tabletes. Muitas formulaes deste tipo so descritas em textos ayurvdicos. As doenas articulares, tais como a artrite reumatide, a artrite reumtica e a gota, so causadas por falhas no metabolismo e como resultado do processo de envelhecimento. Para corrigir estas condies, o alho administrado para pacientes,agindotambm como rejuvenescedor. O processo de administrao de uma droga ou frmula com o objetivo de promover o rejuvenescimento denominado kalpa. O mtodo de administrao do alho para o 41 42. propsito de promover o rejuvenescimento denominado,portanto,Rasona kalpa. Forneceremos agora alguns detalhes deste procedimento. Rasona kalpa Nos textos ayurvdicos, diferentes mtodos so prescritos para a administrao de uma droga. Para se obter um efeito prolongado e especialmente quando se deseja um efeito rejuvenescedor, a droga precisa ser administrada em grandes quantidades. Mas estas grandes quantidades no so, normalmente, toleradas por pessoas comuns. Portanto, a droga precisa ser administrada com um aumento gradual das doses. H indicaes e contra-indicaes para estas terapias. Mesmo pessoas (ou pacientes) para quem a droga em questo est normalmente indicada um pequenas doses, no as toleram na forma de kalpa. Para extrair o mximo benefcio de tais drogas, necessrio colh-las de uma forma especfica e mistur-las com outras drogas antes de serem administradas. O mdico deve estar consciente das complicaes que podem provavelmente surgir e saber como proceder nos casos especficos. Isto em resumo o que se deve saber sobre a natureza especfica da terapia kalpa. Normalmente, drogas altamente potentes, como o alho, so escolhidas para estas terapias.42 43. Elas so utilizadas para promover a sade positiva e para prevenir doenas, inclusive para retardar o processo de envelhecimento em indivduos saudveis. Tambm so administradas para curar algumas doenas crnicas e at mesmo algumas ditas incurveis. Pessoas adequadas para a administrao de Rasona kalpaApenas pessoas fisicamente fortes e aquelas que possuem fora digestiva e metablica vigorosas podem receber esta terapia. Pessoas no adequadas para a administrao de Rasona kalpa Esta terapia no deve ser administrada em crianas pequenas, mulheres grvidas e naquelas pessoas que possuem doenas causadas por pitta. contra-indicada no primeiro estgio da febre, na diarria, na ictercia, no perodo sutika (imediatamente aps o parto), hemorridas, constipao e dor na garganta e boca. Pessoas que esto sendo medicadas com emticos, purgativos, inalaes e enemas tambm no so adequados para receber esta terapia. Ela no pode ser administrada em pacientes que esto sofrendo de formas extremas de sede, vmitos, soluos e asma. Pessoas que no tm pacincia, que no possuem auxiliares e 43 44. que so mal intencionadas por natureza no devem receber esta terapia. De acordo com Gada nigraha, pacientes que sofrem de anemia, udara (doenas abdominais crnicas, incluindo ascite), de emagrecimento por doenas consumptivas, edema, sede, que so alcolatras, que esto apresentando vmitos, pessoas vtimas de envenenamento, com ulceraes, com doenas causadas por pitta, com doenas oculares e com fraqueza corporal so mais susceptveis a apresentarem complicaes se receberem a terapia kalpa. Estas complicaes tambm podem ocorrer com maior freqncia em pessoas com averso ao lcool, ao acar mascavado indiano, ao leite, a bolos e a coisas azedas. Portanto, a administrao de Rasona kalpa deve ser evitada para estes pacientes. Alm das contra-indicaes acima, o texto Haridra samhita sugere que esta terapia no deva ser administrada para pacientes que sofrem de rakta pitta (uma doena caracterizada por hemorragias atravs de diferentes partes do corpo), gota e erisipela. Estao apropriada para Rasona kalpa Os textos Kasyapa samhita, Gada nigraha e Harita samhita so unnimes com relao administrao desta terapia durante o inverno. Harita samhita sugere, alm disso, que a estao44 45. chuvosa tambm pode ser utilizada para a administrao da terapia. Gada nigraha adiciona a primavera como estao adequada para pessoas que possuem predominncia de kapha e o final da estao chuvosa para aqueles dominados por vata. Gada nigraha tambm afirma que as pessoas do tipo vata prakriti8 podem receber a terapia em qualquer estao, mesmo no vero, sem quaisquer dificuldades. A colheita do alho Para o propsito da terapia kalpa, o alho deve ser colhido em um dia auspicioso. Uma pessoa que seja virtuosa, que tenha pacincia e que seja feliz deve realizar este trabalho. Para a colheita, uma sacola preparada de seda, algodo, couro ou l deve ser utilizada e apropriadamente fumigada por aguru (Aquilaria agallocha, Roxb.). As folhas e os ramos da planta devem ser removidos e apenas os bulbos devem ser colhidos para o propsito desta terapia. De acordo com Haridra samhita, durante o vero, as folhas desta planta murcham e os bulbos se tornam brancos como ovos. Este o momento adequado para a colheita. Estes bulbos 8 Prakriti a constituio fsica e a caracterstica psquica. Vata prakriti o tipo de constituio fsica causada pela predominncia de vata com relao aos dois outros doshas. 45 46. devem ser amarrados em uma bolsae preservados seguramente para uso no futuro. Processamento De acordo com Kasyapa samhita, a casca do alho deve ser removida e os dentes devem ser cortados em pequenos pedaos. Estes pedaos devem ser ento conservados dentro de um recipiente com ghee, manteiga ou leo por dois, trs, cinco, oito ou dez dias, at que eles estejam completamente impregnados com a gordura. Deve ser ento administrado a uma pessoa que esteja livre de preocupaes. Antes de utilizar o alho, a pessoa deve evitar escovar os dentes e os alimentos da refeio anterior devem estar bem digeridos. Duranteaadministrao, os Brahmanas devem cantar mantras auspiciosos. A pessoa deve beber apenas gua morna. Se a pessoa estiver sofrendo de upadamsa (um tipo de doena venrea) deve ser administrado gengibre verde ou seco, aafro, matulunga (Citrus medica, Linn.), rom ou qualquer haritas (vegetais que podem ser ingeridos crus), com exceo de rabanete, juntamente com a droga.Gada nigraha prescreveu muitos mtodos de processar esta droga. Uma pasta de alho deve ser preparada adicionando-se igual quantidade de ghee. O pilo a ser usado neste processo tambm deve estar totalmente untado com ghee. Esta pasta deve ser estocada por doze dias e46 47. depois ingerida com leite. A pasta preparada recentemente tambm pode ser utilizada. Mas esta pasta, preparada atravs da adio de alho e ghee, deve ser impregnada com suco de alho em quantidade adequada. Sua potncia consideravelmente aumentadase for administrada com gua morna. A pasta de alho preparada atravs da adio de ghee de leite de cabra e conservada no subsolo por seis meses cura doenas do peito e febre por malria. Pode ser utilizada para massagem, como bebida, como colrio e para terapia inalatria. A pasta de alho deve ser misturada com leo ou com vinagre em iguais quantidades e conservada dentro de uma pilha de cevada. Sua administrao cura todas as doenas causadas por vayu. Os pacientes que recebem esta terapia devem ingerir ghee e leo juntamente com a pasta. Para melhorar ainda mais a eficincia teraputica, 80 g. de alho devem ser misturadas com gengibre seco (Zingiber officinale), pippali (Piper longum) e marica (Piper nigrum), na quantidade de 192 g. de cada, e com 40 g. de tvak (Cinnamomum zeylanicum). Todas estas drogas devem ser trituradas at formarem uma pasta fina e conservadas dentro de um recipiente untado com ghee por dois anos, dentro de uma47 48. pilha de cevada. Depois, deve ser administrada a pasta ao paciente.De acordo com Astanga hrdaya, os bulbos do alho que crescem nas montanhas do Himalaia devem ser coletados e conservados dentro de um tipo de vinho chamado madira durante uma noite. No dia seguinte, uma pasta deve ser preparada a partir deste alho assim conservado e o suco deve ser extrado. Este suco deve ser misturado com trs vezes sua quantidade de vinho. Se o paciente apresentar averso ao vinho, devem ser empregados manteiga ou vinagre. A mistura deve ser ingerida pelo paciente. Dose Dependendo do poder digestivo e da estao na qual a terapia est sendo administrada, ocorrero variaes na dosagem. A menor dose possvel desta droga de 40 g. A dose mdia de 60 g. e a melhor dose a ser administrada de 100 g. por dia. Tambm pode ser administrada na forma de 100 dentes de alho por dia. De acordo com Astanga hrdaya, a dose de alho deve ser cerca de 200 g. Aqueles que no conseguem ingerir tal dose devem empregar 100 g. como a melhor dose. Pode ser administrada ao paciente com a refeio ou antes da mesma. Preparao do paciente48 49. Antes da administrao da droga, o paciente deve receber leo, ghee, gordura, medula ssea, leite, carne, suco ou a decoco das drogas indicadas para a doena. Isto auxilia a conservar a garganta macia e limpa, o que facilita a administrao do alho. Mtodo de administrao do alho A pessoa deve ingerir o alho, seguido de lcool, em vrios goles at que toda a quantidade da droga tenha sido consumida. De acordo com Gada nigraha, os pacientes devem ingerir a poro de alho juntamente com uma sopa preparada com leite ou carne fervida com arroz do tipo sali. Aps a ingesto do alho, eles devem tomar tambm um pouco de ghee. Navanitaka prescreve um mtodo diferente de administrao. O corpo do paciente deve ser limpo e ele deve oferecer oraes aos deuses, aos brahmanas e ao fogo sagrado. O suco do alho coado atravs de um pano deve ser ingerido pelo paciente em um dia auspicioso. Complicaes e seus tratamentos Se o paciente sofre de dor aps a administrao de Rasona kalpa, ento, deve ser aplicada uma terapia de fomentao. Para vmitos ou desmaios sbitos, deve ser respingada gua fria sobre seu corpo.49 50. Quando h sensao de queimao, est indicado um banho de gua fria. Os pacientes que esto recebendo a terapia devem usar um adorno de prolas, de cnfora ou de flores de jasmim. AnupadaDepois que a terapia administrada, deve ser fornecido ao paciente uma bebida alcolica para beber. Se ele apresentar muita sede, o lcool deve ser diludo em gua. Para aqueles que no esto acostumados a beber lcool, pode ser oferecido manteiga, sopa de carne, vinagre ou suco de limo. Pode ser dada tambm gua fria retirada de poo depois de fervida e resfriada. Cuidados ps-terapia Aps a administrao da terapia, o paciente deve passar em suas mos e boca p de gro de bico junto com gua morna. Ele deve se vestir com roupas quentes e mascar algumas nozes de btele juntamente com alguns ingredientes cheirosos como cravos-da-ndia e cnfora. No deve ser permitido que ele durma durante o dia. O mau cheiro que emana do corpo por causa da grande quantidade de alho removido pela ingesto de cravos-da-ndia, cnfora e outras. Depois que isto foi bem digerido deve ser oferecido ao paciente gua fervida para beber. 50 51. noite, ele deve beber gua fervida com gengibre antes de ir para a cama. Durao da terapia Esta terapia deve ser continuada por quinze dias, um ms, trs meses ou quatro meses. O paciente deve evitar relaes sexuais durante este perodo. No devem ser fornecidos alimentos oleosos para comer, pois agravaria pitta em seu corpo. A quantidade total de alimentos deve ser oferecida a ele em pequenas quantidades. Gada nigraha prescreveu seis meses como o limite mximo para a terapia e quinze dias como o limite mnimo de dias para a administrao desta droga. Pathya ou dieta saudvel O paciente que recebeu a terapia Rasona kalpa deve comer cevada e trigo. Os gros devem ser fritos em um recipiente de barro e modos. Antes de serem consumidos devem ser adicionados gua, especiarias cheirosas e sal. O arroz do tipo sali (Oryza sativa) com mudga (Phaseolus radiatus) podem ser fornecidos ao paciente. Carne de coelho, carne de cervo e carne de animais que habitam terras ridas tambm podem ser dados ao paciente. Esta dieta deve ser seguida por outros alimentos azedos e sal. Frutas como amalaki (Emblica officinalis) e rom podem ser ingeridas. Rabanete fresco 51 52. tambm til. Para aqueles que esto acostumados a consumir muita gordura, ser necessrio adicionar um pouco de ghee em suas refeies. Pessoas que sofrem de kustha (doenas crnicas de pele, inclusive a hansenase), bronquite, prameha (doenas urinriascrnicas,inclusivediabetes), esplenomegalia, hemorridas e gulma (tumor fantasma) devem ingerir os alimentos sem gua. Coalhada ou manteiga podem ser oferecidos tambm durante trs dias juntamente com a sopa de vegetais. Nos prximos trs dias, a sopa de mudga (Phaseolus radiatus) pode ser dada juntamente com vinagre. O paciente no pode ingerir alimentos estragados. Sopas e outros alimentos devem ser preparados para ele todos os dias e ingeridos quando frescos. lcool, carne e coisas azedas so invariavelmente teis para pessoas que esto recebendo a terapia Rasona kalpa. Apathya ou dietas e condutas no saudveis O suco da cana de acar e suas preparaes, viagens em veculos, exposio ao vento e ao sol, longos discursos, ansiedade, dormir durante o dia, permanecer acordado noite, bolos, relaes sexuais e exerccios fsicos esto proibidos para pessoas que esto se submetendo terapia Rasona kalpa. O paciente 52 53. deve dormir em um quarto que no possua correntes de ar e que no seja frio. Complicaes causadas por dietas e condutas no saudveis A ingesto de preparaes frias podem fazer com que o paciente sofra de ascite. A ingesto excessiva de gorduras causa anemia, edema e outros problemas. A ingesto de alimentos pesados pode causa sndrome celaca e ictercia. Comer peixe pode causar febre, doenas crnicas de pele e tuberculose. Se esta terapia administrada durante o vero, podem ocorrer doenas causadas por pitta, clicas, diarria, timpanite, nuseas, vmitos, anorexia, soluos, diarria crnica e asma brnquica, no necessariamente. Tratamento das complicaes Se tais complicaes ocorrerem, elas devem ser tratadas de acordo com a terapia indicada para cada uma destas doenas. Se ocorrerem doenas por causa de um desequilbrio de kapha, ento deve-se fazer o paciente jejuar. Podem ser administrados purgantes, emticos e terapias de inalao. Medicamentos fortes devem ser evitados sempre que possvel.53 54. Outros cuidados aps a terapia O paciente deve conservar uma dieta leve durante mais sete dias. Ele pode ingerir ghee fervido com triphala e sal por mais dois dias. Isto ajuda a eliminar os doshas residuais do corpo. Deve ser administrado tambm um purgativo ou ele pode vir a sofrer, provavelmente, de doenas crnicas de pele.Formulaes compostas Alm da terapia kalpa, destinada ao rejuvenescimento e cura de doenas crnicas e at mesmo ditas incurveis, os textos ayurvdicos esto repletos com referncias aos vrios tipos de frmulas para serem utilizadas em doses pequenas e sem quaisquer cuidados elaborados. Em algumas destas frmulas, o alho empregado como nica droga e em outras, muitos outros ingredientes so adicionados a ele. Algumas destas formulaes possuem nomes, enquanto que para outras nenhum nome foi fornecido nos textos ayurvdicos. De acordo com uma destas frmulas, 40 g. de alho devem ser misturadas com 80 g. de ghee e um pouco de mel. Esta mistura deve ser transformada em um xarope ralo e administrado. O paciente deve ingerir leite e arroz depois que a frmula com alho digerida. Seguindo este esquema teraputico durante um ano, a pessoa 54 55. ser capaz de viver uma vida saudvel, livre de quaisquer doenas por cem anos. Outra frmula existente no Kasyapa samhita descreve que um paciente que sofre de doenas causadas por vata deve no s utilizar o alho internamente, mas tambm deve us-lo externamente. Seu turbante deve ser salpicado com alho e ele deve usar ornamentos com alho. Seus enfeites de cabea e brincos devem ser salpicados com alho. Suas roupas, inclusive os cobertores, devem ser impregnados com o suco do alho. Dentes de alho devem ser amarrados s suas mos, pernas e pescoo. Suas roupas ntimas e sua cama devem ser impregnadas com suco de alho. Alho deve ser amarrado s portas e janelas e em toda a volta de seu quarto. Sua esposa e auxiliares devem usar o alho da mesma maneira. Mesmo os instrumentos musicais e os msicos que trabalham para seu entretenimento devem usar o alho de maneira semelhante. Com isto, todas as doenas de vata tornam-se imediatamente curadas.PreparaesA seguir est uma relao de outras importantes preparaes com alho: 1. Suco (svarasa) Lasunadya savarasa Rasona yoga 2. P (curna)55 56. Lasuna yoga curna Lasunadya curna Rasona saptaka Rasona pacaka 3. Pasta (kalka) Lasuna yoga Lasuna kalka Rasona kalka Rasonadi kalka Rasonadi kalka (frmula 2) 4. Decoco (kvatha) Lasunadya kvatha Lasuna kvatha 5. Pomada (lepa) Lasunadya lepa Lasunadi lepa 6. Preparao lctea (dugdhapaka) Lasuna ksira 7. Colrio (ajana) Lasunadya ajana Lasuna ajana 8. Preparao em forma de leo (taila) Lasuna taila Lasunadya taila Rasona taila 9. Preparaes com ghee (ghrta) Lasuna ghrta Lasunadya ghrta Rasona sarpi Rasonadya ghrta56 57. 10. Preparaes alcolicas (madya) Rasona yoga Rasona sura 11. Linctus ou preparaes em forma de umxarope ralo (leha) Rasona pinda Rasona paka Rasona paka (frmula 2) Maharasona pinda 12. Tabletes (vataka) Rasona vataka57 58. Commiphora mukul (Guggulu)58 59. Commiphora mukul (Guggulu) Sinnimosrabe: Aflatan, Moql, Arzaqi; Bengali: Guggul; Ingls: Gum guggul, Indian bedellium; Hindi: Gugal; Persa: Boejahudan; Snscrito: Mahisaksa, Pura, Palankasa; Singals: Gugula, Javayu, Ratadummula. Parte utilizada A goma resina utilizada na medicina. Habitat A planta cresce espontaneamente e tambm cultivada em desertos ou mesmo em reas semi-ridas, rochosas, assim como arenosas do Rajisto, Gujirat e Assam. Descrio uma pequena rvore de 3 a 4,5 metros de altura com hastes carnosas, espinhos e folhas59 60. pequenas. A resina extrada atravs de incises feitas nas hastes. Um pequeno copo amarrado na extremidade inferior da inciso. Neste copo, a resina acumulada gradualmente. Esta resina tambm utilizada na fabricao de incenso. Cada planta produz cerca de a 1 kg. de resina que coletada na estao fria. A resina marrom ou algumas vezes verde escura, possui um sabor amargo e odor aromtico. Usos teraputicosGuggulu (Commiphora mukul) uma das mais importantes plantas medicinais utilizadas popularmente para o tratamento do reumatismo, da artrite reumtica, da gota, da neurite e do aumento do colesterol sangneo. empregada popularmente para reduzir a adiposidade, ou seja, o acmulo excessivo de gordura no corpo. Quando recentemente coletada, a resina (Guggulu) no ajuda a reduzir a gordura. Mas se for armazenada por dois a trs anos e depois empregada na medicina, ento age como redutora da gordura corporal. Alm disso, guggulu largamente usada na medicina nativa. Quando administrado internamente, age como estomquico, pelo sabor amargo, e como carminativo, um estimulante do apetite e eficaz como agente digestivo (que facilita a digesto). Como todas as resinas, produz um60 61. aumento no nmero de leuccitos no sangue e estimula a fagocitose. Age como diafortico, expectorante e diurtico. um estimulante uterino e emenagogo. A resina utilizada na forma de loo para lceras que demoram a cicatrizar, e em gargarejos para tratar cries dentrias, gengivas frgeis, piorria alveolar, tonsilite crnica, faringite e ulceraes na garganta. Tambm pode ser empregada como estomquica na dispepsia crnica com dilatao e atonia das paredes do estmago. A inalao da fumaa produzida pela queima do guggulu recomendada na febre do feno, nas doenas catarrais agudas e crnicas do nariz, na laringite crnica, na bronquite crnica e tuberculose pulmonar. um ingrediente usado na preparao de pomadas para lceras. Mtodo de preparaoEsta resina, quando obtida de fontes comerciais contm grande quantidade de material estranho, tais como, pedaos de madeira, folhas e pedras. necessrio, primeiramente, tornar esta resina livre destas impurezas. Para este propsito, usam-se geralmente gua comum ou uma decoco de triphala. O p de Triphala preparado da seguinte maneira: A polpa seca das frutas haritaki (Terminalia chebula), bibhitaki (Terminalia 61 62. belerica) e amalaki (Emblica officinalis) so misturadas em iguais quantidades e recebem o nome de triphala. Este p grosso fervido com trs vezes a quantidade de gua e reduzido a um quarto. Esta mistura filtrada em um pano ou coador e a decoco de triphala assim preparada adicionada ao guggulu (Commiphora mukul). A decoco deve ter quatro vezes a quantidade de guggulu (Commiphora mukul). Esta mistura deve ser fervida em fogo mdio at que a resina torne- se muito mole. Depois de tir-la do fogo, a mistura deve ser coada atravs de um pano ou coador enquanto est morna. Quando fria, a resina torna-se muito pegajosa. Uma certa quantidade de presso ser necessria para fazer a resina passar atravs do pano ou do coador. Os corpos estranhos geralmente permanecem no coador ou no pano e a resina pura sair. O produto seco e usado na medicina. Para tornar a resina terapeuticamente mais potente, especialmente contra a artrite e hipercolesterolemia (aumento dos nveis de colesterol no sangue), ela deve ser moda repetidamente com um martelo. Aproximadamente, cem mil batidas de martelo so necessrias para este propsito. O guggulu (Commiphora mukul) ento armazenado em um recipiente de vidro limpo e hermtico em um local frio.62 63. Modo de administrar Guggulu (Commiphora mukul) geralmente administrado na forma de tabletes ou plulas. Como se trata basicamente de uma resina, nenhum material de ligao precisa ser adicionado para manufaturar estas plulas. Para aumentar a eficcia teraputica da droga, adiciona-se geralmente gengibre em p, raiz de mamona e leo de rcino todos em quantidades iguais. Em geral, o leo de rcino refinado utilizado nesta preparao. Mas o leo de rcino bruto, se utilizado, seria muito mais eficaz, especialmente para o tratamento de espondilite e ombro congelado. Ao se administrar o leo de rcino bruto, o paciente deve ser advertido de que a preparao vai apresentar um efeito purgativo. Pessoas propensas a diarria no devem receber tais preparaes. Se o leo de rcino entrar na composio desta frmula, a porcentagem do leo com relao quantidade de guggulu deve ser de um para dez. Dose A dose de duas plulas, trs vezes ao dia, com qualquer bebida quente, de preferncia leite quente.63 64. Preparaes Nos trabalhosayurvdicosantigos, centenas depreparaes deguggulu (Commiphora mukul) so descritas e usadas rotineiramente pelos mdicos ayurvdicos. Algumas preparaes importantes juntamente com suas atividades teraputicas especficas so citadas abaixo: 1. Yogaraja guggulu ou Maha yogaraja guggulu: Usada no tratamento da febre reumtica, da artrite reumtica, artrite reumatide e do ombro congelado. 2. Simhanada guggulu: geralmente utilizada no tratamento da ciatalgia, espondilite e gota. 3. Kaishora guggulu: Utilizada no tratamento de sinusite, resfriado crnico, fstula anal e tonsilite. 4. Candraprabha vati: geralmente empregado no tratamento da artrite e nas doenas do trato geniturinrio. uma preparao destinada ao rejuvenescimento e para promover a virilidade. Como um tnico, muito til para pessoas acima dos quarenta anos. Alm de promover o vigor, previne o aumento do colesterol no sangue, doenas cardacas e hipertrofia da prstata.64 65. 5. Trayodasanga guggulu: utilizada notratamento de furnculos, abscessos, pruridos,eczemas e fissuras e fstulas anais. 6. Kancanara guggulu: utilizada no tratamentodo bcio (aumento da tireide) e natuberculose ganglionar (em gnglios dopescoo e da virilha). 7. Goksuradi guggulu: geralmente empregadano tratamento de qualquer infeco no tratogeniturinrio. especialmente til notratamento de clculos nos rins, no ureter e nabexiga. Tambm administrado no tratamentode clculos na vescula biliar.65 66. Paederia foetida (Prasarani) 66 67. Paederia foetida (Prasarani)Sinnimos rabe: Bazraulkaras; Bengali: Gandha Bhadulia; Ingls: Chinese flower plant, Kings tonic; Hindi: Gandhali, Gundali; Nepals: Pade- biri; Snscrito: Prasarani, Somaraji; Urdu: Gandhana. Parte utilizadaAs folhas so utilizadas na medicina. HabitatA planta selvagem nas florestas tropicais e subtropicais. tambm cultivada e usada como vegetal folhoso.Descrio Prasarani (Paederia foetida) uma trepadeira com hastes finas e lenhosas. Suas folhas so peludas e speras no dorso, enquanto na frente so verdes e macias. As folhas so pontudas na extremidade, com um pecolo pequeno. Possuem cerca de 3,4 cm de comprimento e 2 cm. de largura. As folhas67 68. contm um leo voltil que possui um odor muito desagradvel. Quando amassada exala um odor caracterstico de bissulfeto de carbono. Este mau cheiro desaparece quando a folha cozida.Usos teraputicos Prasarani (Paederia foetida) utilizada no tratamentode artrite reumatide, artrite reumtica, ciatalgia e qualquer tipo de dor muscular. Tambm til no tratamento da diarria, disenteria, perda do apetite e dor de dente.Mtodo de preparao e modo de usar geralmente empregada na forma de suco. As folhas devem ser lavadas com gua e uma pasta feita com as mesmas. O suco espremido desta pasta. Se o paciente for incapaz de tolerar o odor desagradvel deste suco, ele pode ser ligeiramente fervido e isto remover o mau cheiro. tambm administrado na forma de decoco, de xarope grosso e de leo medicinal. A decoco preparada atravs da fervura das folhas, verdes ou secas na sombra, adicionando-se oito vezes a quantidade de gua e reduzindo a soluo a um quarto. Este processo de fervura remove o mau cheiro automaticamente. No entanto, para diminuir o sabor adstringente e levemente amargo, podem68 69. ser adicionados acar, mel ou acar mascavado indiano.Para a preparao do xarope, 2 kg. de folhas devem ser fervidas com 32 l. de gua e reduzidos a um quarto da quantidade inicial. A decoco deve ser coada. A esta decoco devem ser adicionados 2 kg. de acar e a mistura deve ser fervida at que se torne um xarope grosso. Gengibre em p, Piper longum e Piper nigrum (100 g. de cada) devem ser adicionados ao xarope e este deve ser armazenado.H muita formulaes na forma de leo medicinal descritas nos textos. Geralmente, utiliza-se o leo de gergelim para cozinhar. A este, adiciona-se quatro vez a quantidade de suco e um quarto da quantidade da pasta. A mistura colocada no fogo para ferver. Deve-se assegurar de que nenhuma umidade permanea no leo depois do cozimento. Isto pode ser verificadoesquentando-se uma pequena quantidade da pasta sobre o fogo. Se houver alguma umidade, a mesma evaporar quando aquecida. Durante a fervura do leo este deve ser constantemente misturado e deve-se tomar o devido cuidado para que a pasta resultante no grude no fundo do recipiente. O leo deve ser retirado do fogo e coado atravs de um pano.Este leo pode ser utilizado tanto externamentepara massagem como 69 70. internamente. Antes da massagem, este leo medicinal deve ser aquecido um pouco para melhorar o efeito. Estas folhas podem ser cozidas como qualquer outro vegetal folhoso e dado ao paciente. Elas podem ser administradas ao paciente tambm na forma de pakoras (um prato indiano): Trata-se de uma mistura de farinha de gro de bico e gua que deve ser batida. As folhas desta planta devem ser mergulhadas na mistura e depois fritas em leo de gergelim quente ou leo de mostarda. Alguns temperos e sal devem ser adicionados farinha para torn-la mais saborosa.Dose O suco e a decoco devem ser administrados na dose de seis colheres de ch, duas vezes ao dia, com um pouco de acar, acar mascavado indiano ou mel e ingeridos com o estmago vazio. importante observar que o suco ou a decoco no estejam mornos ao se adicionar o mel. Se o paciente preferir ingerir o suco ou a decoco quentes, no se deve usar o mel e sim o acar ou acar mascavado indiano. O xarope grosso, tambm denominado prasarani leha (nome clssico), deve ser administrado na dose de duas colheres de ch, 70 71. duas vezes ao dia, com qualquer bebida quente e o paciente deve estar com o estmago vazio. O leo medicinal pode ser administrado internamente na dose de uma colher de ch, duas vezes ao dia. Preparaes1. Prasarani leha2. Prasarani taila3. Maha Prasarani taila4. Kubja Prasarani taila71 72. Pluchea lanceolata (Rasna) 72 73. Pluchea lanceolata (Rasna) SinnimosIngls: Indian groundsel; Hindi: Rasna, Rashana; Snscrito: Rasna.Partes utilizadas A planta inteira utilizada na preparao do medicamento, inclusive as folhas, ramos, razes e flores.Habitat Rasna (Pluchea lanceolata) selvagem nos solos arenosos e salinos das regies tropicais e subtropicais.Descrio um subarbusto ereto, com cerca de 32 cm. de altura. As folhas variam de 2 a 6 cm. de comprimento, sem pecolo e de formato alongado. As flores so brancas, amarelas ou violetas e aparecem no topo, em cachos. 73 74. Usos teraputicos Rasna (Pluchea lanceolata) utilizada no tratamento da artrite reumatide, da artrite reumtica, da dorsalgia, deslocamento articular e ciatalgia. til no tratamento da febre, da constipao e das clicas.Mtodo de preparao e modo de usar administrada tanto interna como externamente. Externamente, empregada na forma de pasta. A pasta aquecida aplicada sobre os msculos e as articulaes edemaciadas e dolorosas e envolvida com ataduras. Internamente, utilizada na forma de p ou de decoco. Para fabricar o p, as folhas devem ser postas a secar na sombra, no expostas ao sol. No caso da decoco, trs colheres de ch do p deve ser fervido com um copo de gua e reduzido a um quarto da quantidade inicial. Depois, a decoco deve ser coada e o p, desprezado. Esta decocodeve ser administrada internamente. DoseP: Uma colher de ch (5 g.), trs vezes ao dia, misturado com mel ou ingerido junto com leite. 74 75. Decoco: Seis xcaras (30 ml.), trs vezes ao dia, misturada com mel. Preparaes1. Rasnadi kvatha2. Maharasnadi kvatha3. Rasna saptaka kvatha75 76. Ricinus communis (Eranda)76 77. Ricinus communis (Eranda) Sinnimosrabe: Khirwa, Charua; Birmans: Kesu, Kyeksu; Ingls: Castor oil plant, Palma christi; Bengali: Bherenda; Francs: Ricin, Palma; Alemo: Wunderbaum, Palme Christie; Grego: Kiki; Hindi: Arand, Rendi; Italiano: Fagiolod India, Caffe do olio; Malaio: Miniakjarah; Nepals: Alha, Areta; Persa: Bedanjir; Snscrito: Eranda, Panchangula; Singals: Eudaru, Telendaru; Urdu: Eranda. Partes utilizadas A raiz, a semente, a folha e seu leo so utilizados na medicina. HabitatEranda (Ricinus communis) cresce espontaneamente e cultivado nas regies temperadas, tropicais e subtropicais, desde o nvel do mar at 2.000 metros acima. 77 78. Descrio um arbusto anual ou perene ou ocasionalmente uma rvore pequena de madeira macia que chega a 6 m. de altura. Suas folhas so verdes ou avermelhadas, com dimetro de 30 a 60 cm. e possui cinco a onze pontas. As flores vem em espinhos de 30 a 60 cm. de comprimento. O fruto est em uma cpsula coberta com projees macias semelhantes a pinos. Suas sementes so lenhosas, alongadas, macias, de cores variadas e de tamanhos variados. Destas sementes extrai-se cerca de 40% de leo. A colorao, o sabor e o cheiro variam dependendo da natureza da semente e do mtodo de extrao. Quando extrado por um processo frio, sem auxlio de calor, o leo no tem cor ou amarelo plido ou cor de palha. praticamente sem odor, possuindo um sabor levemente penetrante. Quando extrado por mtodo quente apresenta odor muito penetrante, consistncia espessa e colorao escura. Usos teraputicos As folhas so aplicadas externamente para aliviar as dores articulares. 78 79. O leo e as sementes so empregados externamente e internamente no tratamento da dor nas articulaes, incluindo na artrite reumtica, na artrite reumatide, na osteoartrite, na dorsalgia, na ciatalgia e na espondilite cervical. O leo comumente utilizado como purgante. A casca da raiz empregada internamente no tratamento destas doenas. tambm utilizada nas dores musculares, lceras, doenas oculares, clicas, flatulncia, neurite, febre, picada de escorpio e distrbios menstruais. Mtodo de preparao e modo de usarO lado de cima da folha untado com um pouco de leo de rcino, aquecida sobre o fogo e aplicada sobre a regio dolorosa (articulao ou msculo). Uma atadura amarrada sobre a folha e conservada por oito horas. O leo da semente aquecido e suavemente friccionado sobre a articulao afetada. Internamente, usada na forma de p, suco, decoco, leo e preparao lctea.P A casca da raiz geralmente a parte mais efetiva no tratamento das dores articulares e musculares. A casca da raiz lavada com gua,79 80. cortada em pedaos pequenos, seca ao sol e transformada em p.Decoco A decoco preparada a partir do p da raiz ou da casca da raiz. Para este propsito, uma colher de ch do p deve ser adicionado a quatro copos de gua e fervidos at que se reduza a um copo. A decoco deve ser coada e o p, desprezado. Esta decoco deve ser administrada trs vezes ao dia. ligeiramente adstringente no sabor e por isso, pode ser adicionado um pouco de acar ou acar mascavado indiano, antes de ser ingerida.leo O leo no processado da semente um purgante potente. Deve ser administrado em doses de cinco gotas junto com um copo de leite. No mercado, encontra-se o leo de rcino refinado e esterilizado. Este leo pode ser administrado na dose de 60 ml. adicionado a um copo de leite morno. Pacientes com artrite, ciatalgia, dorsalgia e outras doenas semelhantes so, geralmente, constipados. Este leo remove a constipao e auxilia simultaneamente na remoo da dor e na correo do processo inflamatrio das articulaes, dos msculos e dos tendes. 80 81. Preparao lctea A polpa das sementes da mamona deve ser transformada em pasta. Trs colheres de ch desta pasta devem ser fervidas com quatro copos de leite e reduzidos a um quarto. Depois, adiciona-se uma quantidade suficiente de acar e administra-se o preparado duas vezes ao dia. Dependendo da natureza dos intestinos do paciente, a dose deve variar.Dose leo O leo de rcino administrado em doses de 5 gotas com um copo de leite. Seu cheiro e sabor penetrantes podem causar nuseas. Para tratar este distrbio, o leo adicionado a um copo de leite morno, juntamente com um pouco de p de cardamomo e acar. PO p da raiz administrado em doses de uma colher de ch (5 g.), trs vezes ao dia, com leite.Decoco Seis colheres de ch (30 ml.), duas vezes ao dia. Preparaes 81 82. 1. Eranda paka2. Eranda muladi kvatha3. Eranda saptaka kvatha NotaO leo de rcino no processado um purgante forte. No deve ser administrado em mulheres grvidas e em crianas pequenas. Deve ser administrado apenas quando for essencial, sempre em doses extremamente pequenas. 82 83. Strychnos nuxvomica (Kupilu)83 84. Strychnos nuxvomica (Kupilu)Sinnimos rabe: Khanekulkella, Izaragi; Bengali: Kuchila, Thalkesur; Birmans: Kabaung; Ingls: Nux-vomica, Poison nut; Francs: Noix Vomique, Vomiquier; Alemo: Brechnuss, Krachenaugen, Gemeiner Brechnussbaun; Hindi: Kuchla; Italiano: Noce vomica; Nepals: Nirmal; Persa: Fuluzmahi, Izaraki; Snscrito: Visha tinduka, Visha mushti; Singals: Godakadura, Manchura; Urdu: Azaraki, Kuchla. Partes utilizadasA casca dos ramos e as sementes maduras secas so utilizadas na medicina.Habitat selvagemem florestas tropicais e subtropicais. DescrioKupilu (Strychnos nuxvomica) uma rvore perene geralmente com 30 m. de altura e tronco84 85. de 1 a 1,8 m. de dimetro. As folhas possuem 8 a 15 cm. de comprimento, em geral so elpticas com nervuras centrais salientes. As flores so branco esverdeadas, as bagas so redondas, com 2,5 a 5 cm. de dimetro. As sementes so redondas e finas e cobertas com uma penugem fina e sedosa, mergulhadas na polpa branca, e amarga. As sementes da nuxvomica no tm cheiro, mas seu sabor intensamente e persistentemente amargo.Usos teraputicos utilizada no tratamento da artrite reumtica, da artrite reumatide, da gota, da ciatalgia, da dorsalgia, da lombalgia, de ombro congelado e de todos os tipos de dores musculares. tambm utilizada como tnico dos nervos, estimulante digestivo, tnico cardaco e afrodisaco. Mtodo de preparao e modo de usarOs alcalides da nuxvomica, tais como estricnina, so largamente utilizados na medicina moderna. Mas na medicina tradicional, a semente inteira usada e no apenas partes isoladas da mesma. Por causa de suas propriedades intoxicantes e venenosas, ela processada de maneira especial antes de ser empregada como medicamento. 85 86. As sementes secas da nuxvomica so mergulhadas em leite de vaca por 24 horas e seu revestimento externo removido raspando-o com uma faca. Depois, as sementes so cortadas em pedaos pequenos e fervidas no leite de vaca por trs dias (cerca de quatro horas a cada dia). No final da fervura, em cada dia, so lavadas com gua morna e colocadas para secar, antes de comear a prxima fervura. Para ferver um quilograma de sementes de nuxvomica, devem ser adicionados, todos os dias, cerca de quatro litros de leite de vaca. Aps a fervura o leite deve ser desprezado. Aps trs dias de fervura, os pedaos de sementes de nuxvomica so fritos em 10% de manteiga de leite de vaca ou ghee. Depois, atravs de moagem, os pedaos so reduzidos a p. Este p utilizado como medicamento para as dores musculares e articulares. O leite de vaca, a manteiga e o ghee estes trs ingredientes so considerados muito eficazes para remover o efeito txico destas sementes.Dose O p processado de sementes de nuxvomica administrado em doses de 100g., duas vezes ao dia, com um copo de leite morno. Aps sete dias, a dose aumentada para 200g. duas vezes ao dia, e esta dose permanece. No inverno, a dose pode ser aumentada para 300 g.86 87. ou at mesmo para 400 g., duas vezes ao dia. Seu efeito imediato reduzir a dor e o edema associado artrite e doenas relacionadas. Preparaes1. Agnitundi vati2. Visa musti vati3. Laksmi vilasa rasa4. Sula hara yoga NotaA nuxvomica no processada (no purificada) um veneno poderoso em altas doses, produzindo convulses severas. Pode causar tambm transtornos mentais. Isto ocorre apenas quando a semente no processada adequadamente como sugerido acima. Na eventualidade de virem a ocorrer tais intoxicaes, improvveis se bem processadas, o paciente deve receber quantidades suficientes de leite de vaca, manteiga de leite de vaca e ghee os quais iro anular os efeitos adversos.87 88. Vitex negundo (Nirgundi) 88 89. Vitex negundo (Nirgundi) Sinnimosrabe: Aslag, Fanjangasht; Bengali: Nirgundi, Nishinda; Birmans: Kiyabunbin, Kiyowbhanbin; Ingls: Indian privet, Five-leaved chaste tree; Francs: Gattilier incise; Hindi: Nirgandi, Nirgunda; Nepals: Sewali; Persa: Banjangasht, Panjangusht; Singals: Nilnikka, Nikka; Snscrito: Nirgundi, Indrani.Partes utilizadas A planta inteira, inclusive as folhas, ramos, flores, raiz e casca dos ramos, utilizada na medicina. HabitatCresce espontaneamente nos vales e reas montanhosas das regies tropicais e subtropicais. Cresce tambm como cerca viva.Descrio uma planta arbustiva com 1,52 m de altura. Suas folhas so alongadas com89 90. extremidades afiladas. Quando trituradas, as folhas produzem um odor peculiar. Por causa deste odor, o gado no come as folhas deste arbusto. As flores surgem no topo, em cachos e so rosa azuladas. As sementes so muito pequenas como as de mostarda. Usos teraputicos geralmente utilizada para reumatismo, artrite reumtica, osteoartrite, ciatalgia, lombalgia, dor no peito, espondilite cervical e dor nas panturrilhas. Alm disso, utilizada no tratamento da febre, de parasitoses, tosse e doenas renais. Promove o fluxo menstrual e, portanto, utilizada nos casos de hipomenorria. estimulante do crescimento capilar e da viso. especificamente utilizado no tratamento da dor de ouvido e em casos de secreo purulenta atravs do canal auditivo.Mtodo de preparao e modo de usar administrada tanto interna como externamente para o tratamento das doenas acima relacionadas. Externamente, utilizado o suco ou a pasta das folhas e dos ramos novos. O leo medicinal extrado das folhas, da casca dos ramos e da madeira e empregado externamente para massagens. 90 91. O cataplasma com cerca de um quarto de uma polegada de espessura deve se aquecido, aplicado sobre a rea inflamada ou dolorosa. Uma atadura deve ser aplicada sobre o cataplasma. Deve ser conservado por cerca de 12 horas e depois removido, lavando com gua morna. O suco da folha geralmente utilizado externamente. Suas folhas no so muito suculentas, por isso um pouco de gua deve ser adicionada a elas, em seguida so amassadas e transformadas em uma pasta. Desta pasta extrai- se o suco por presso. O suco levemente aquecido e friccionado sobre a articulao ou msculo afetado por cerca de 15 a 20 minutos. O leo medicinal preparado fervendo-se o leo de gergelim com um quarto da quantidade de pasta e quatro vezes a decoco. Para preparar esta decoco, so utilizadas tanto as folhas secas como as verdes. Elas so cortadas em pedaos pequenos, transformadas em um p grosso ou uma pasta, fervidas atravs da adio de oito vezes a quantidade de gua e reduzidas a um quarto. A pasta, o leo de gergelim e a decoco devem ser despejados em um recipiente de ferro de tamanho suficientemente grande e colocados a ferver sobre um fogo baixo at a gua evaporar. Para certificar-se de que o leo foi corretamente cozido, uma poro da pasta colocada sobre o91 92. fogo. Se no houver mais gua, a pasta no produzirnenhumsom e queimar imediatamente. Portanto, o cozimento deve continuar at que a pasta se torne absolutamente livre de umidade. Depois, o recipiente retirado do fogo. Quando estiver ligeiramente morno, o leo deve ser filtrado e separado da pasta. Ao cozinhar o leo deve-se tomar o cuidado de misturar constantemente com a ajuda de uma colher de ferro, de forma que a pasta no se queime e no grude no fundo do recipiente. Este leo utilizado para massagem e tambm para pingar nos ouvidos. Antes da massagem, o leo deve ser um pouco aquecido. Este leo aplicado com a ajuda de uma gaze embebida no mesmo para o tratamento de sinusite e ulceraes crnicas supuradas, inclusive para lceras gangrenosas.Internamente, utilizada na forma de p, suco, decoco e ghee medicinal. Para a preparao do p, a folha deve ser coletada, limpa da poeira e de outras partculas estranhas e colocada a secar na sombra. Depois de bem seca, o p deve ser preparado com a ajuda de um moedor.Suco O suco deve ser preparado a partir das folhas, da casca dos ramos e da madeira. Como 92 93. possui sabor amargo, deve ser adicionado um pouco de mel. DecocoPara a preparao da decoco, uma colher de sopa do p deve ser adicionado a dois copos de gua, fervidos e reduzidos a um quarto. A decoco deve ser coada e o p deve ser desprezado. Ghee medicinalO mtodo de preparao do leo j foi mencionado acima. O mesmo mtodo deve ser seguido para a preparao do ghee medicinal. No lugar de leo de gergelim, deve ser utilizado ghee de leite de vaca ou leite de bfala.Dose Para uso externo, o suco ou a pasta devem ser empregados em quantidade suficiente para ser espalhado sobre a articulao ou o msculo doloroso. SucoSeis colheres de ch (30 ml.), trs vezes ao dia. P 93 94. Uma colher de ch (5 g.), duas vezes ao dia, de estmago vazio, adicionado com mel ou com um copo de leite morno. DecocoSeis colheres de ch (30 ml.), duas vezes ao dia, adicionando-se mel, acar ou acar mascavado indiano.leo medicinal Pode ser empregado em quantidade suficiente para massagem sobre as articulaes ou msculos afetados durante cerca de vinte minutos. Para dor de ouvido ou otite supurada, quatro gotas do leo medicinal deve ser pingado dentro do ouvido afetado. melhor se este leo estiver em uma temperatura toleravelmente quente para aquecer.Ghee medicinal Uma colher de ch (5 ml.), duas vezes ao dia, com um copo de leite morno, de estmago vazio. Preparaes1. Nirgundi kalpa2. Nirgundi taila 94 95. Zingiber officinale (Ardraka ou Sunthi) 95 96. Zingiber officinale (Ardraka ou Sunthi) Sinnimosrabe: Zangabil; Bengali: Ada, Sunth; Butans: Bca sga, Sgeu gser; Birmans: Khyensing, Khyenseing; Ingls: Ginger, Dry ginger; Francs: Amomedesendes, Gingembre; Alemo: Ingwer, Gingiber; Hindi: Adrakh; Italiano: Pepe, Zenzero; Malaio: Hulyakring; Nepals: Suntho, Aduwa; Persa: Shanabir Zangabil; Snscrito: Srngavera, Mahaushada; Singals: Inguru; Urdu: Adraka. Parte utilizadaO rizoma utilizado como medicamento. Habitat cultivado em larga escala nas reas quentes, midas e arenosas das regies tropicais e subtropicais. Descrio96 97. um arbusto de 1 a 1,5 m. de altura. As folhas possuem 25 a 30 cm. de comprimento e 2,5 cm. de largura com extremidades pontiagudas. Os ramos subterrneos so usados em especiarias e medicamentos. So carnosos e cobertos por uma fina membrana. O gengibre limpo de sua cobertura externa e colocado a secar. Tanto o gengibre seco como o fresco so utilizados como medicamentos.Usos teraputicos extensivamenteutilizado como ingrediente alimentar e como medicamento no tratamento do reumatismo, da artrite reumtica, da ciatalgia e da espondilite cervical. Tambm usado no tratamento da disenteria amebiana, da dispepsia, da anorexia, dos resfriados, tosse, asma, febres associadas com resfriado e mal estar, constipao, dor de ouvido, luxao ou mal jeito na articulao, sndrome celaca, vmitos, dores em clica e distrbios menstruais.Mtodo de preparao e modo de usar empregado tanto internamente como externamente no tratamento da artrite. Para reduzir o edema e a dor nas articulaes e no msculo, uma pasta fina de gengibre fresco preparado adicionando-se um pouco de gua. Esta pasta aplicada sobre a rea afetada e coberta com uma atadura. Produz 97 98. um efeito mais rpido se aplicado morno. Mas por causa de sua propriedade irritante, as peles sensveis podem no tolerar a pasta morna. Internamente, geralmente utilizada como um ingrediente da culinria indiana. O gengibre com freqncia adicionado em pequenas quantidades aos vegetais, mas para pacientes com artrite, empregado em grandes quantidades. Algumas vezes, o caril preparado com gengibre e alho administrado ao paciente em quantidade considervel. empregado tambm na forma de p, suco, pasta e decoco.P Geralmente, o gengibre seco disponvel no mercado utilizado na forma de p. Sua casca externa removida e ele triturado at se transformar em p. J o gengibre seco possui uma grande quantidade de fibras. Estas fibras devem ser removidas por presso e moagem. O p utilizado como tal pelo paciente. Ele pode adicion-lo s sopas, aos vegetais e mesmo no ch. O paciente que est habituado ao ch e ao caf deve adicionar meia colher de ch de gengibre seco em p s folhas de ch ou ao p de caf. Suco 98 99. Da pasta de gengibre fresco, pode ser extrado um suco espremendo-a atravs de um pano e depois administrada ao paciente.Decoco Trs colheres de ch de gengibre em p deve ser adicionado a um copo de gua, fervido e reduzido a um quarto. O p pode ento ser coado e a decoco deve ser ingerida pelo paciente.Linctus Para a preparao do xarope, adiciona-se leite e acar ao gengibre e uma pasta semi- slida preparada. Devem ser fervidos 100 g. de suco de gengibre com um litro de leite e 100 g. de acar. Esta mistura deve ser fervida sobre fogo lento at que se torne um xarope semi-slido. Aps remover o preparado do fogo, devem ser adicionados 5 g. de cravo-da-ndia em p e 5 g. de cardamomo em p, tudo deve ser bem misturado e armazenado em um recipiente limpo de porcelana ou de vidro.Ghee medicinal 100 g. de gengibre em p ou pasta de gengibre devem ser fervidos com 400 ml. de ghee e 1,5 l. de leite. Isto deve ser fervido sobre o fogo lento at que toda a umidade se evapore. A ausncia de umidade pode ser testada tomando- se uma pequena poro da pasta e aquecendo-a99 100. no fogo. Se no houver umidade, no haver nenhum som enquanto a pasta em si pegar fogo. Depois que este estgio alcanado, o recipiente retirado do fogo e a decoco coada deixando no coador o p. O ghee medicinal assim preparado utilizado na medicina e deve ser armazenado em um recipiente limpo de porcelana ou de vidro.Dose P Uma colher de ch (5 g.), duas vezes ao dia, com duas colheres de ch de mel. prefervel que seja administrado com o estmago vazio, mas por causa de sua propriedade irritante, alguns pacientes podem apresentar sensao de queimao no estmago. Nestes casos, o medicamento deve ser administrado depois da refeio. Aps a ingesto do p, deve ser oferecido um pouco de leite ao paciente, para contra-atacar o efeito irritante.Suco Meia colher de ch do suco administrado trs vezes ao dia, juntamente com uma colherada de mel.Decoco100 101. administrada em doses de seis colheres de ch (30 ml.), trs vezes ao dia, com mel, acar ou acar mascavado indiano.Ch Uma xcara de ch de gengibre, trs vezes ao dia. LinctusUma colher de ch (5 g.) do xarope, trs vezes ao dia, com um pouco de leite ou gua.Ghee Duas colheres de ch (10 g.) de ghee preparado com gengibre adicionado a um copo de leite morno e administrado ao paciente duas vezes ao dia, de preferncia com o estmago vazio. Preparaes1. Ardraka khanda2. Sama sarkara curna3. Saubhagya sunthi4. Vyosadi vati5. Vyosadya ghrtaNota O gengibre causa irritao na pele quando aplicado externamente, e no estmago quando administrado internamente. Isto gera alguns101 102. problemas ao paciente que no est acostumado a ingerir temperos fortes juntamente com seu alimento. Neste caso, o medicamento deve ser administrado em pequenas doses, juntamente com mel, acar ou acar mascavado indiano. Aps o consumo do gengibre, ou das preparaes compostas de gengibre, o paciente deve beber uma quantidade suficiente de leite. 102