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REORIENTAO CURRICULAR PORTUGUSEnsino Mdio - Volume I Materiais Didticos

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Rosinha Garotinho SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO Claudio Mendona SUBSECRETARIA ADJUNTA DE PLANEJAMENTO PEDAGGICO Alba Rodrigues Cruz

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO SUBSECRETARIA ADJUNTA DE PLANEJAMENTO PEDAGGICO

EQUIPE TCNICACelia Maria Penedo Esther Santos Ferreira Monteiro Flvia Monteiro de Barros Hilton Miguel de Castro Jnior Maria da Glria R. V. Della Fvera Roseni Silvado Cardoso Tnia Jacinta Barbosa

Rio de Janeiro 2006

REORIENTAO CURRICULAR - EQUIPE UFRJDireo GeralProf. ngela RochaDoutora em Matemtica Instituto de Matemtica da UFRJ

Coordenao GeralProf. Maria Cristina Rigoni CostaDoutora em Lngua Portuguesa Faculdade de Letras da UFRJ

Coordenao de Lngua PortuguesaProf. Maria Cristina Rigoni CostaDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Professores OrientadoresProf Cilene da Cunha PereiraDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Prof Maria da Aparecida Meireles de Pinilla Prof Maria Christina de Motta Maia

Mestre em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ Mestre em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Prof Maria Emlia Barcellos da Silva

Doutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Prof Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu Prof Maria Thereza Indiani de Oliveira

Doutora em Lngua Portuguesa Prof Instituto de Letras da UERJ Doutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Prof Maringela Rios de Oliveira Prof Regina Clia Angelim Prof Sigrid Castro Gavazzi

Doutora em Lngua Portuguesa Prof Instituto de Letras da UFF Doutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ Doutora em Lngua Portuguesa Prof Instituto de Letras da UFF

Professores AutoresAbel Adonato da Fonseca Adriana Lima Valladao Adriana Maria Rabha Lima Adriana Oliveira Nascimento Adriana Ramos da Cunha Adriana S. Miranda Adriane R. Almeida Ailton Jos Maria Ainda dos Santos Alciene Ferreira Avelino Alda Regina de Azevedo Alessandra Avila de Oliveira Alessandra Serrado Neves Alexandra da Silva Caldas Alexandre Carvalho da Hora Aline Barcellos Lopes Placido Aline Crespo Aline Simo da Costa Almir Jos da Silva Ambrosina Gomes da Conceicao Ana Alice Maciel Ana Cristina B. Brasil Soares Ana Cristina de Matos Marinho Ana Cristina J de Almeida Ana Ligia Marinho da Silva Ana Lcia da Silva Pereira Ana Maria da Silva M. Baptista CIEP 286 Murilo Portugal, Barra do Pira. C.E. Luiz Reid C.E. Conde Pereira Carneiro, Angra dos Reis CIEP 336 Jornalista Octvio Malta, Campo Grande CIEP 355 Roquete Pinto, Queimados CIEP 031 Lrio do Laguna C.E. Rio Grande do Sul, Volta Redonda C.E. Antnio Dias Lima, Angra dos Reis C.E. Jos Verssimo E.E. Dr. Newton Alves Nova Iguau / Mesquita C.E. Jose Fonseca C.E. Canad, Nova Friburgo C.E. Frei Tomas E.E. de Ensino Supletivo Roberto Burle-Marx, R.J. C.E. Euclydes da Cunha

C.E. Iracema Leite Nader, Barra Mansa C.E. Antonio Houaiss C.E. Des. Jos Augusto Coelho da Rocha Jnior, Rio Bonito C.E. Republica Italiana CIEP 308 Pascoal Carlos Magno, Itaborai CIEP 119 Austin C.E. Americo Pimenta C.E. Andr Maurois, Leblon Nova Iguau / Mesquita

Ana Maria Lavinas Pereira Ana Maria Rocha Silveira Ana Nery Nascimento Santos Ana Patrcia de Paula Matos Ana Paula da Silva Araujo Ana Paula da Silva Ana Paula dos Santos Andre de Oliveira Nogueira Andre Luis Soeiro Pinto Andra Cristina Costa de Freitas Andreza Ferreira Porto Rodrigues Angela Maria de Morais Angelica Ornellas Do Nascimento Antonio Lopes de Oliveira Filho Aparecida Moreira de Melo Aquiles Afonso da Silveira Arcilene Aguiar dos Santos Arithana Cardoso Ribeiro de Assis Arlene Deise Cruz Freitas Arquimedes de Oliveira Augusta Soares Fontes Augusta Soares Fontes Aurea Regina dos Santos Beatriz Regina de Castro Melo Bianca Cardoso Soares Carla Andrea de Souza Pereira Carla Botelho de Souza Carla Botelho de Souza Carla Matias Fraga Duarte Carlos Cezar do Nascimento Carmem Valria de Souza S. Dutra Carmen Carrera Jardineiro Filha Carmen Lucia de Paula Cecilia de Azevedo da Silva Celia Regina da Mota

C.E. Barao do Rio Bonito C.E. Baltazar Carneiro C.E. Presidente Costa e Silva CIEP 295 Professora Glria Roussin Guedes Pinto, E.E. So Paulo C.E. Fagundes Varela CIEP 128 Magepe Mirim, Mag CIEP 451 Elisa Antonia Rainho Dias, Itaborai Nova Iguau / Mesquita CIEP 388 Lasar Segall, Belford Roxo C.E. Andr Maurois, Leblon C.E. Dr. Luciano Pestre, Niteri C.E. Prof. Aurlio Duarte, Carmo Nova Iguau / Mesquita C.E. Clio Barbosa Anchite, Pinheiral C.E. 20 de Julho, Arraial do Cabo C.E. 20 de Julho e CIEP 147, Arraial do Cabo C.E. Jose Matoso Maia Forte, Rio Bonito Nova Iguau / Mesquita C.E. Prof Dalila de Oliveira Costa C.E. Prof Dalila de Oliveira Costa, So Gonalo CIEP 117 Carlos Drumond de Andrade, Nova Iguau CIEP 308 Pascoal Carlos Magno, Itaborai C.E. Elisirio Matta, Maric C.E. Celio Barbosa Anchite C.E. Augusto Cezrio Diaz Andre C.E. Augusto Cezario Diaz Andre, So Gonalo C.E. Lions Clube E.E. Francisco Jos do Nascimento C.E. 20 de Julho, Arraial do Cabo C.E. Walter Orlandine, So Gonalo E.E. Vila Guarani, So Gonalo E.E. Mal Floriano Peixoto C.E. Sargento Wolff

Celma Regina de Souza Oliveira Csar Augusto Gomes de Morais Coutinho Charles de Oliveira Soares Christianny Matos Garibaldi Pires Cileymar Pimentel Borges Cinthia Molerinho Silva Cintia Ceclia Barreto Cntia Diel Souza Santos Ciria da Silva Lima Reis Claudia Bastos Areas Claudia Marcia Elias Natividade Claudia Marcia Soares da Silva Claudia Maria T Ferreira Teixeira Claudia Regli Porto Claudia Valeria Goncalves Loroza Cludio Antonio Portilho Cludio Henrique da Costa Pereira Claudio Jose Bernardo Cremilda Goncalves Santiago Creuza Ribeiro da Silva Cristiane Valria Martins Cabral Cristiane Vieira da Silva Cristina dos Santos Brandao Sym Cristina Maria Sodr Cristina Varandas Rubim Daisy Furtado Marcial G De Azevedo Dalva Helena Rangel Lima Darisa Leonora de Matos Gravina Darla Cristian dos Santos Sambonha Deise Vivas da Silva Magalhaes Denise Gonalves Rodrigues Denise Palmeira Muniz Pereira Deonilsa Ribeiro S Mesquita Pereira Deyse Cristina de Moura Dilma P. Jorge

C.E. Prof Dyrceu Rodrigues da Costa, Rio Bonito CIEP 089 Graciliano Ramos CIEP 258 Astrogildo Pereira, Saquarema C.E. Lions Clube C.E. Romualdo Monteiro Barros C.E. Andr Maurois C.E. Antonio Figueira Almeida C.E. Edmundo Peralta Bernardes C.E. Temistocles de Almeida E.E. Des. Alvaro Ferreira Pinto E.E. Sebastiao Pimentel Marques EEES Alfredo de Paula Freitas C.E. Joao Kopke C.E. Prof. Aurlio Duarte, Carmo CIEP 258 Astrogildo Pereira, Saquarema C.E. Elisiario Matta, Maric I.E. Eber Teixeira de Figueiredo C.E. Adlai Stevenson C.E. Mal. Alcides Etchegoyen E.E. Liddy Mignone CIEP 287 Angelina Teixeira Netto C.E. Quinze de Novembro C.E. Baltazar Bernardino, Niteri C.E. Servulo Mello, Silva Jardim C.E. Elvdio Costa C.E. Dorval Ferreira da Cunha, So Gonalo Nova Iguau / Mesquita C.E. Alcindo Guanabara, Guapimirim C.E Crculo Operrio C.E. Dom Walmor E.E. Rotary Ii CIEP 344 Adoniran Barbosa, Queimados E.E. Jos Patrocnio

Dilma Seixas Menezes Dolores de Oliveira Passos Dorcas da Rocha Oliveira Dulcinea Vieira Gama Durlan Andrade Gonalves Dylza Gonalves de Freitas Edilaine Aguiar Lemos Edina Barbara Costa Edma Campista Machado Edna Lucia F. de Andrade Eduardo Jose Paz F Barreto Elaine Cardoso da Silva Elaine de Abreu De Lorenzo Elaine de Abreu de Lourenzo Elane de Azevedo C Silva Eliana Barbosa de Freitas Soraggi Eliana dos Santos Eliana Goncalves Coimbra Flexa Eliane Campos da Silva Eliane Cristina da Cunha Oliveira Eliane Decotthgnies Machado Eliane Diniz Soares Peixoto Eliane Freitas de Azevedo Eliane Marques da Silva Souza Eliane Nogueira dos Santos Oliveira Elisabete Barbosa da Silva Elisabeth Emmerick Rangel Elisa Constantino Elizabeth de O. Soares Machado Elizabeth de Oliveira Torres Lima Elizabeth Maria da Silva Carvalho Elizabeth Orofino Lucio Elizngela Narcizo Silva de Arajo, Elosa de Oliveira Braga Elza Gimenes Pereira

C.E. Baro de Macabas Nova Iguau / Mesquita C.E. Guanabara, Volta Redonda C.E. Baro do Rio Branco Rio Bonito C.E. Antnio Quirino C.E. Etelvina Alves da Silva, Itaperuna I.E. Rangel Pestana E.E. Alcinda Lopes Pereira Pinto C.E. Jardim Meriti C.E. Santa Amelia C.E. Santo Antonio de Padua E.E. Domicio da Gama, Maric CIEP 259 Prof. M do Amparo Rangel Souza, Maric C.E. Joao Guimaraes C.E. Jos de Lannes Dantas Brando C.E. Dr. Joao Gomes de Mattos Sobrinho, Maric C.E. Republica do Peru C.E. Nilo Peanha, So Gonalo C.E. Prof. Antnio Maria Teixeira Filho, Rio de Janeiro C.E. Ary Parreiras C.E. Romualdo Monteiro Barros C.E. 20 de Julho, Arraial do Cabo C.E. Senador S Tinoco CIEP 199 Nova Iguau / Mesquita C.E. Pref. Luiz Guimaraes Nova Iguau / Mesquita C.E. Des. Jos Augusto Coelho da Rocha Jr., Rio Bonito CIEP 148 Prof Carlos Elio Vogas da Silva, Araruama E.E. Dr. Joo Maia CIEP 390 Cho de Estrelas C.E. Ministro Jose de Moura E Silva, So Gonalo

Erica do Vale Gomes Da Silva Erika Alvarenga Braga Serra Ermany Salles Aguiar dos Santos Ernani Iodalgiro da Costa Lima Eveline Soledade Silva Ezilma Salles Aguiar dos Santos Fbia do Nascimento Melo Fabiana Fagundes Fbio Alexandre Santos da Silva Fabio Goulart Coelho Fatima Cristina Ayrola de Carvalho Fatima Lucia Candida Moreira Ftima Regina Machado Salles Fernanda Barbosa Da Silva Fernanda Lopes Tenreiro Fernando Rocha Fernando Tenrio de Arajo Flavia Diniz dos Santos Flvia Lima de Souza Flavia Maria Ferreira de Oliveira Flavia Tebaldi H. de Queiroz Flavia Valeria F de Magalhaes Francisca Maria C Coelho Francisca Therezinha P Marcato Geny de Paula Pinheiro Geovania Viana Neris Geridiana Alves da Silva Gerusa Elena Fort Pinheiro Giselle Maria Sarti Leal Guiomar Rodrigues Camargo Helena Cristina Santos Lopes Helena de Luna Araujo Filha Helena Espnola de Guzzi Za Hellem Toledo Barcelos Henrique Cludio dos Reis

E.E. Dr. Joo Maia C.E. Eunice Weaver Nunes E.E. Severino Pereira da Silva C.E. Lia Mrcia Gonalves Panaro, Duque de Caxias E.E. Dr. Humberto Soeiro de Carvalho, So Gonalo CIEP 464 Brizolo CIEP 277 Joo Nicolao Filho - Janjo CIEP 259 Prof. M do Amparo Rangel Souza, Maric E.E. Presidente Costa e Silva C.E. Santos Dias, So Gonalo C.E. Prof. Zlia dos Santos Crtes, Nova Friburgo C.E. Irene Meirelles C.E. Cristvo Colombo C.E. Vila Peanha C.E. Cizinio Soares Pinto, Niteri CIEP 24062852 CIEP 246 Prof Adalgisa Cabral de Faria, So Gonalo C.E. Baro do Rio Bonito, Barra do Pira e CIEP Brizolo 298 Nova Iguau / Mesquita E.E. Visconde de Sepetiba, Mag C.E. Prof Dyrceu Rodrigues da Costa, Rio Bonito C.E. Temistocles de Almeida C.E. Rio Grande do Sul E.E.Professora Norma Toop Uruguay CIEP 336 Jornalista Otvio Malta, Campo Grande E.E. Nobu Yamagata, So Pedro da Aldeia C.E.Baro do Rio Bonito, Barra do Pira E.E. Prof. Norma Toop Ururay EEES Golda Meier Nova Iguau / Mesquita C.E. Prof Diuma Madeira S. de Souza C.E Cel. Antnio Peanha e C.E. Prof. Kopke, Trs Rios E.E. Nobu Yamagata, So Pedro da Aldeia

Hilda Braga da Costa Hissako Hiroce Satoh Iara da Silva de Oliveira E Souza Ieda Andrade Trajano Inez de Lemos Carvalho Irineu Vieira do Nascimento Ivanir dos Santos Ivete Moraes de Souza Ivone Gravina Fialho Ivone Souza Mathias Ivonea Limeira de Souza Izabel Cristina Tavares Coelho Izaeth Fragoso Janete da Silva Reis Janete Pereira Bastos Cardoso Jani Torres Janice da Costa Rocha Paixao Janice Maral da Conceio Janilce Guimares da Silva Alvarenga Jefferson Deivis Jorge Jefferson Santoro Joo Alvez Bastos Joao Ildefonso Jocenilce Manhes de Oliveira Jocilene Aparecida Machareth Reguine Joelson Conceio da Silva Jorge Claudio Ribeiro Martins Jorge Jos da Silveira Jorge Luiz Loureno Jorgineth Maria de Oliveira Josiane Oliveira de Souza Juberte Andrade Julia Maria Rozario de Oliveira Jupiciara dos Santos Mattos Karla da Silva Dunham Gava

CIEP 336 Jornalista Otvio Malta, Campo Grande E.E. Dr. Galdino do Valle Filho CIEP 390 Chao de Estrelas CIEP 147 Cecilio Barros Pessoa, Arraial Do Cabo Nova Iguau / Mesquita E.E. Hilton Gama Colgio Santo Antonio E.E. Vital Brasil C.E. Cuba e CIEP 241 Nao Mangueirense C.E. Prof Alvina Valerio da Silva, Guapimirim C.E. Elisiario Matta, Maric CIEP Lrio do Laguna C.E. Prof. Aurlio Duarte CIEP 390 Chao de Estrelas C.E. Prof Alvina Valerio da Silva, Guapimirim CIEP 289 Cecilio Barbosa CIEP 117 - Carlos Drumond de Andrade, Nova Iguau Nova Iguau / Mesquita I.E. Rangel Pestana, Nova Iguau C.E. Theodorico Fonseca C.E. Prof Horacio Macedo C.E. Quinze de Novembro C.E. Prof. Aurlio Duarte, Carmo C.E. Janurio de Toledo Pizza, So Sebastio do Alto C.E. Presidente Castelo Branco, Mesquita C.E. Sem Francisco Gallotti, Rio de Janeiro Nova Iguau / Mesquita CIEP Frei Agostinho Fncias E.E. Alfredo Pujol C.E. Santos Dumont, Volta Redonda C.E. Rui Guimaraes de Almeida Nova Iguau / Mesquita C.E. Alcindo Guanabara, Guapimirim

Katia Regina M dos Santos Katiuscia Rangel de Paula Kedma Silva de Melo Kenia Costa Gregrio Ladejane Regina de S. Ramalho Ribeiro Laudimia de S. Possidonio Laura V. de Alcntara Lea Maria Vieira de Souza Leandro Mendona do Nascimento Leila Pires Muniz Leir Pires Muniz Lenilson Duarte Lilia Rute Costa Cardoso Lilian Gasparini Llian Rodrigues Liliane Souza da Silva Tavares Linete Guimaraes dos Santos Almeida Livia Ramos Pimenta Lcia Helena Ferreira da Silva Lcia Maria dos Santos Lucia Maria dos Santos Lcia Maria Gomes Rosa Lucia Maria Nunes da Silva Lucia Regina Barbosa dos Reis Lucia Regina Junior Goncalves Luciana Gondim Pinheiro Luciana Nunes Viter Luciane Semedo Henrique Luciane Souza de Jesus Luciene Gomes Martins Luciene Monteiro Rosa Luciete Pinheiro Rodrigues Eugenio Lucimar Neves Lucineia do Nascimento Quintino Lucineia Ramos do Vale

C.E. Sao Francisco de Paula CIEP 495 Guignard, Angra dos Reis CIEP 390 Chao de Estrelas C.E. Lions Clube, Itaperuna C.E. Sargento Wolff C.E. Prof. Alda B. dos Santos Tavares E.E. Quintino Bocaiuva, Cachoeiras de Macacu CIEP 320 Erclia Antnia da Silva, Duque de Caxias C.E. Baro do Rio Branco, Rio Bonito C.E. Baro do Rio Branco, Rio Bonito C.E. Professor Jos Medeiros de Camargo, Resende C.E. Visconde de Cairu C.E.Andr Maurois CIEP 318 I.E. Thiago Costa CIEP 275 Lenine Cortes Falante E.E. Aspino Rocha, Cabo Frio C.E. Prof Arago Gomes, Mendes C.E.Paulino Batista C.E. Paulino P Baptista, So Gonalo CIEP Brizolo Nova Iguau / Mesquita E.E. Lions Club CIEP 394 Cndido Augusto Ribeiro Neto C.E. Mullulo da Veiga, Niteri I.E. Prof Ismar Gomes de Azevedo, Cabo Frio Nova Iguau / Mesquita C.E. Ivan Villon Nova Iguau / Mesquita E.E. Alcinda Lopes Pereira Pinto C.E. Romualdo Monteiro Barros C.E. Prof. Arago Gomes, Mendes E.E. Roberto Silveira E.E. Alfredo Pujol

Lucineide de Lima de Paulo Ludmar de M. Lameirinhas Longo Ludmila Galindo Heidenfelder Scharts Luis da Silva Conceicao Luiza Helena de Almeida Luzia Almeida Goulart Luzia de Cssia Espindola Machado Luzia Ribeiro S. Longobuco Luzilaine Aguiar Lemos Lydia Maria Tavares Mael Vieira Rosa de Souza Magali Alves Martins Magda de Oliveira Bittencourt Azeredo Magna Almeida de Souza Mrcia Cristina Garin Borges Marcia Guimaraes da Silva Rocha Marcia Milena Soares de Souza Marcia Nunes Duarte Marcia Regina Pacheco Marcia Regina R Belieny de Padua Marcia Silva dos Santos Marcilio Parreira dos Reis Mrcio da Silva de Lima Marco Antonio Paulini Lopes Marcos Tomazine Ribeiro Margareth Goncalves Mataruna Maria Amelia Silva de A Serrazine Maria Angelica F M de Oliveira Maria Angelica Vieira Lannes Maria Aparecida dos Reis Oliveira Maria Aparecida M. dos Santos Maria Armanda P. da Costa Maria Conceio Barroso Maria Cristina Sanches da Silva Maria Cristina Sartori

E.E. Vital Brasil C.E. Maria Zulmira Torres C.E. Almirante Protgenes CIEP 048 Djalma Maranhao CIEP 336 - Jornalista Otvio Malta, Campo Grande CIEP 021 General Osorio C.E. Presidente Roosevelt, Volta Redonda CIEP 099 Dr. Boulevard Gomes de Assumpo, Nova Iguau CIEP 467 Henriett Amado, Itaperuna-RJ CEE Ubaldo de Oliveira C.E. Capito Oswaldo Ornellas, So Gonalo CES - Casa do Marinheiro, Rio de Janeiro C.E. Jos Carlos Boaretto, Macuco C.E. Rio Grande do Norte, Volta Redonda E.E. Prof. Alfredo Balthazar da Silveira C.E. Prof. Maria Terezinha de C. Machado Niteri C.E. Irm Zlia C.E. Aurelino Leal, Niteri CIEP 150 Prof Amelia Ferreira S. Gabina, Cabo Frio Nova Iguau / Mesquita C.E. Almte. Barao de Teffe CIEP - 418 Antnio Carlos Bernardes - Mussum E.E. Stella Matutina CIEP 391 Prof Robson Mendona Lu, Maric C.E. Elisiario Matta, Maric C.E. Johenir Henriques Viegas C.E. Prudente de Moraes CIEP 122 Prof. Ermezinda Dionizio Necco, So Gonalo C.E. Rio Grande do Sul Nova Iguau / Mesquita C.E. Visconde de Cairu C.E. Baro do Rio Branco, Rio Bonito C.E. Prof. Alda B. dos Santos Tavares C.E. Jose Matoso Maia Forte, Rio Bonito

Maria da Conceio Alves Maria da Conceio C.de Oliveira Maria da Conceio de Lima Maria da Conceio Machado de Carvalho Maria da Gloria De Castro Netto Maria da Gloria de Castro Netto Maria das Graas Joo Ferreira Maria da Penha Silva Ornellas Maria de Fatima Alves Ferreira Maria de Ftima dos Santos Guedes Maria de Ftima Portella Maria de Ftima Riguete Maria de Lourdes Souza Teixeira Maria de Lourdes Souza Teixeira Maria de Lourdes Vaz S Dias Maria Fernanda R.M.da Luz Maria Goreti Scott Pimenta Maria Goreth de Oliveira Barros Maria Helena dos S Costa Maria Helena Marques Henriques Maria Ins C. de Barros Maria Ines Mexias Rodrigues Maria Ines Rezende de Oliveira Maria Jeanne da Silva Maria Jos de Souza Santos Cndido Maria Jose de Souza Santos Candido Maria Lucia Martins Nunes Camargo Maria Madalena Esteves Bastos Maria Madalena Esteves Bastos Maria Rosangela Da Silva Maria Salete Lopes Paulo Marila A.Lucu Marilene Neves Braga Novis Marilia Silveira de Oliveira Marilin Martins Ramada

C.E. Freire Allemo C.E. Chile, Rio de Janeiro C.E. Brigadeiro Castrioto, Niteri Niteri C.E. Prof. Alda B. dos Santos Tavares E.E.Corregio de Castro Nova Iguau / Mesquita CIEP Brizolo 286 Murilo Portugal, Barra do Pira E.E. Maurcio de Abreu, Sapucaia CIEP 087 C.E. Mullulo da Veiga, Niteri Niteri Eees Edgard Werneck C.E. Rui Guimaraes de Almeida CIEP 274 Maria Amlia Daflon Ferro I.E. Clelia Nanci, So Gonalo EEES Conde Afonso Celso C.E. Rubens Farrulla I.E. Thiago Costa C.E. Guilherme Briggs, Niteri CIEP 328 Marie Curie C.E. Capitao Oswaldo Ornellas, So Gonalo C.E. Prof Jose Medeiros C.E. Capito Oswaldo Ornellas C.E. Capitao Oswaldo Ornellas, So Gonalo C.E. Servulo Mello, Silva Jardim EEES Dr Cocio Barcellos C.E. Pedro Jacintho Teixeira Niteri C.E. Antonio Lopes de Campos Filho, Rio Bonito EEES Alcide de Gasperi

Marilza Eduardo da Silva Marinez Sant Anna Luccesi Marinezia Fingolo Turques Marisa Albuquerque Mahon Marise Rosalino do Couto Marisi Azevedo Ferreira Maristela Silva da Paz Vieira Gomes Mariza Rosa de Araujo Marize Castilho Portal Marli Jane S. Arajo Marli Teresinha do Patrocinio Silva Marluci Nunes Pinheiro Marta de Freitas Marta Janete Firmino A da Cruz Marta Regina L. Ribeiro Mary Helen R L da Rosa Mauricio Rodrigues Leal Miri Rezende do Amaral Mrian de Mendona Costa Pereira Mnica Luzia da Cunha Arajo Nadia Amara de Souza Santos Nadirlei Ferreira Santos Nazare de Lourdes M Abreu Neide da Conceio Evangelista Neide da Costa Anchieta Neiva Ribeiro Pereira Fraga Neli da Silva Santos Nelma Rosa de Souza Nelson Santa Rosa de Carvalho Jr Nely Guimaraes da Cruz Neusa Mosqueira Pinheiro Neuza Maria de Freitas Nilce Vnia da Silva Lopes Nilce Vania da Silva Lopes Nilzeth M da S de M R De Mendonca

CIEP 336 - Jornalista Octvio Malta, Campo Grande C.E. Santa Rita CIEP 500 Antonio Botelho E.E. Pinto Lima, Niteri E.E. Dep. Jose Sally C.E. Prof. Aurlio Duarte C.E. Paulino P Baptista, So Gonalo Nova Iguau / Mesquita C.E. Aurelino Leal, Niteri CIEP 390 Chao de Estrelas (Biblioteca) C.E. Cap de Fragata Didier B Vianna C.E. Santos Dumont C.E. Celio Barbosa Anchite C.E. Sargento Wolff Nova Iguau / Mesquita CIEP 458 Hermes Barcelos, Cabo Frio C.E. Frederico Azevedo, So Gonalo CIEP 275 Lenine Cortes Falante CIEP 988 So Jos de Sumidouro C.E. Presidente Bernardes E.E. Maria Rosa Teixeira C.E. Jose Matoso Maia Forte, Rio Bonito Nova Iguau / Mesquita C.E. Walter Orlandine, So Gonalo E.E. Des. Alvaro Ferreira Pinto EEES Ubaldo de Oliveira C.E. Lions Clube C.E. Madre Teresa de Calcut C.E. Jose Fonseca C.E. Irene Meirelles Nova Iguau / Mesquita CIEP 409 Alade de Figueiredo Santos CIEP 409 Alaide de Figueredo Santos, So Gonalo C.E. Josu de Castro

Patricia Lusa N. Rangel Patrcia Souza Patrcia Faustino da Silva Priscila Freitas de Souza Raquel Elisa de Latone Lopes Raquel Martins de Souza Regina Simes Alves Rejane Siqueira Paiva Renata da Silva De Barcellos Renata Sanches Gil Renato Jose da Mata Ricardo Gomes Rita de Fatima Pinto Vinhosa Rita Maria da Silva C. De Sena Roberta Enir Faria Neves Camoes Rosa Maria Ferreira Correa Rosa Maria Magalhaes Rosa Maria Moreira Califfa Rosa Maria Ribeiro de Oliveira Rosane C. de Albuquerque Rosangela Barbosa Rosangela Coelho Barbosa Rosangela de Moraes Da Silva Rosngela Novaes de Farias Rosangela Pereira Rocha Valeriano Rosngela Vaterlor Monteiro Rosani Santos Rosa Moreira Rosnia Carvalho Piedade Santana Roseane Torres da Silva Carvalho Torres Roselane da Rocha Roseli Leite da Silva Rosicleia Sandra Cristina Rodrigues Leite Sandra Regina Brito Curvelo Sandra Regina Corra G. Delgado Silva

Nova Iguau / Mesquita E.E. Chile C.E. Prof. Aurlio Duarte C.E. Prof Jose de Souza Marques I.E. Inocncio de Andrade Universitria estagiria Nova Iguau / Mesquita C.E. Tenente Otavio Pinheiro CIEP 275 Lenine Cortes Falante C.E. Gov Roberto Silveira C.E. Carmem de Luca Andreiolo C.E. Temistocles de Almeida Nova Iguau / Mesquita E.E. Prof Oswaldo da Rocha C.E. Prof. Aurlio Duarte C.E. Temistocles de Almeida E.E. Quintino Bocaiuva E.E. Praa da Bandeira CIEP 127 Frei Acursio A Gonzaga Bolwer, Mag C.E. Pref. Luiz Guimaraes C.E. Miguel Couto, Cabo Frio C.E. Sargento Antonio Ernesto C.E. Nobu Yamagata C.E. Temistocles de Almeida CIEP 390 Cho de Estrelas C.E. Antonio Houaiss E.E. Baltazar Carneiro C.E. Pref. Francisco Fontes E.E. Oliveira Botelho C.E. Montese E.E. Dr. Christovam Berberia-SJMT Nova Iguau / Mesquita C.E. Dr. Luciano Pestre, Niteri C.E. Baro de Mau

Scheila Brasil Rodrigues S. Bullus Selma do Carmo Ribeiro Selma Mouta Vasconcelos Sergio Luis Machado Nacif Sergio Luiz Ferreira Sheila de Souza Pereira Araujo Sheila Santos Viana Shirlei Duarte da Silva Silani Rangel de Azeredo Silma Clea Salles de Sousa Silvana Aparecida Ramos Assed Silvana Cantarino F da Silva Silvana Guimaraes Correa Silvania da Silva Guimares Silvia de Ftima Martins Ramos Silvia Nascimento dos Santos Silvia Rosane Neves Wanderley Fuly Simone Cristina Azeredo Amaral Simone de Souza Raposo Carneiro Simone e Silva Medeiros Simone Pralon de Oliveira Simone Regina Nogueira de Oliveira Simone Soares Solange dos Santos Sonia Alves Cunha dos Santos Sonia Baptista Sonia Mara Ferreira Dos Santos Sonia Mara Ferreira dos Santos Sonia Maria Passos Ferreira Sonia Maria Pereira Rosa Sonia Regina Paulucci Simoes Sonia Regina Sota Quintan Sonja Heine Pereira da Silva (no inscrita) Stela Luiza Gomes Ferreira Sueli Gardenia de Souza Ribeiro

C.E. Gov. Roberto Silveira Nova Iguau / Mesquita Nova Iguau / Mesquita C.E. Johenir Henriques Viegas E.E. Etelvina Alves da Silva E.E. Quinze de Novembro CIEP 412 Dr Zerbini, So Gonalo C.E. Pandia Calogeras, So Gonalo Nova Iguau / Mesquita E.E. Quinze de Novembro C.E. Romualdo Monteiro Barros E.E. Quintino Bocaiuva, Cachoeiras de Macacu C.E. Pandia Calogeras, So Gonalo Nova Iguau / Mesquita CIEP 467 Henriett Amado CIEP 031 Lrio do Laguna C.E. Celio Barbosa Anchite CIEP 259 Prof. M do Amparo Rangel Souza, Maric C.E. Frei Tomas Nova Iguau / Mesquita CIEP Oswaldo Aranha Nova Iguau / Mesquita Nova Iguau / Mesquita C.E. Jaime Queiroz de Souza CIEP 458 Hermes Barcelos, Cabo Frio CIEP 165 Brig Sergio Carvalho EEES Prof. Clementino Fraga C.E. Andr Maurois, Leblon E.E. Pracinha Joo da Silva C.E. Centenario C.E. Elvidio Costa CIEP 365 Asa Branca C.E. Antonina Ramos Freire

Sueli Carvalho de Souza Suely Magalhes Stosch Tania Cristina Silva Pacheco Tania Mara F. de Mendona Tania Mara Monteiro de Queiroz Tnia Maria Fonseca de Freitas Tania Regina da Costa Araujo Teresa Cristina Meire L. Neves Terezinha de Castro Valeria Conceicao Souza Tardivor Valria Marques Valria Rolo Ribeiro Velma Leila de Freitas Simen Vera Alice V de Carvalho Vera Alice Vieira Carvalho Vera Lucia Andrade Abreu Vera Lucia da Silva Vera Lucia Gomes da Silva Vera Lucia da Silva Vera Lcia Oliveira de Siqueira Virginia Viceconte de A Teixeira Wania Alves Wilma Pacheco dos Santos Zuleida Soliva dos Santos

CIEP 988 So Jose de Sumidouro C.E. Montebello Bondim C.E.Casemiro Meirelles E.E. Quintino Bocaiuva, Cachoeiras de Macacu C.E. Prof Jamil El Jaick Nova Iguau / Mesquita Nova Iguau / Mesquita E.E. Coronel Jose Antonio Teixeira C.E. Ubaldo de Oliveira C.E. Deodato Linhares E.E. Prof Alda Bernardo dos S. Tavares, Mag C.E. Prof. Alda B. dos Santos Tavares E.E. Rachel Reid Pereira de Souza C.E. Joao de Oliveira Botas, Armao De Bzios Nova Iguau / Mesquita C.E. Joo de Oliveira Botas CIEP 336 - Jornalista Octvio Malta, Campo Grande E.E. Alcinda Lopes Pereira Pinto Nova Iguau / Mesquita C.E. Santa Rita C.E. de Mage, Mag

CapaDuplo Design www.duplodesign.com.br

DiagramaoAline Santiago Ferreira Marcelo Mazzini Coelho Teixeira Thoms Baptista Oliveira Cavalcanti Duplo Design - www.duplodesign.com.br Duplo Design - www.duplodesign.com.br tipostudio - www.tipostudio.com.br

Prezados (as) Professores (as)

Visando promover a melhoria da qualidade do ensino, a Secretaria de Estado de Educao do Rio de Janeiro realizou, ao longo de 2005, em parceria com a UFRJ, curso para os professores docentes de diferentes disciplinas onde foram apropriados os conceitos e diretrizes propostos na Reorientao Curricular. A partir de subsdios tericos, os professores produziram materiais de prticas pedaggicas para utilizao em sala de aula que integram este fascculo. O produto elaborado pelos prprios professores da Rede consiste em materiais orientadores para que cada disciplina possa trabalhar a nova proposta curricular, no dia a dia da sala de aula. Pode ser considerado um roteiro com sugestes para que os professores regentes, de todas as escolas, possam trabalhar a sua disciplina com os diferentes recursos disponibilizados na escola. O material produzido representa a consolidao da proposta de Reorientao Curricular, amadurecida durante dois anos (2004-2005), na perspectiva da relao teoria-prtica. Cabe ressaltar que a Reorientao Curricular uma proposta que ganha contornos diferentes face contextualizao de cada escola. Assim apresentamos, nestes volumes, sugestes que sero redimensionadas de acordo com os valores e prticas de cada docente. Esta ao objetiva propiciar a implementao de um currculo que, em sintonia com as novas demandas sociais, busque o enfrentamento da complexidade que caracteriza este novo sculo. Nesta perspectiva, necessrio envolver toda escola no importante trabalho de construo de prticas pedaggicas voltadas para a formao de alunos cidados, compromissados com a ordem democrtica. Certos de que cada um imprimir a sua marca pessoal, esperamos estar contribuindo para que os docentes busquem novos horizontes e consolidem novos saberes e expressamos os agradecimentos da SEE/RJ aos professores da rede pblica estadual de ensino do Rio de Janeiro e a todo corpo docente da UFRJ envolvidos neste projeto. Claudio Mendona Secretrio de Estado de Educao

SUMRIO 25 29 Apresentao Todo dia eles fazem tudo sempre igual...Reportagem, crnica, charge, contoIvone Gravina Fialho, Elisa Constantino, Joo Ildefonso, Marli Terezinha do Patrocnio Silva

57

Diferentes concepes na procura de um amorCrnica, soneto, cano, artigo de opinioEliana Gonalves Coimbra Flexa, Lilia Rute Costa Cardosos, Marilin martins Ramada, Priscila Freitas de Souza, Tnia Mara Ferreira de Mendona

73

Construindo um mundo mais solidrioPoema, carta de leitor, histria em quadrinhosHelena Cristina Santos Lopes, Inez de Lemos Carvalho, Lucia Maria Nunes da Silva, Luciene Gomes Martins, Maria de Ftima Alves Ferreira, Neuza Maria Freitas Ferreira

85

Responsabilidade penal: em que idade?Texto de opinio e canoElaine de Abreu de Lourenzo, Vera Lcia da Silva, Rosngela Novaes de Farias

101 Por uma (nova) idia de pasArtigo de opinio, poema, pintura em tela, propagandaMaria Anglica Vieira Lannes, Sheila Santos Viana

114 Sociedade e comportamentoCano, poema, conto, pea teatralCludia Valria Gonalves Loroza

130 AnexoProposta de seriao da disciplina Lngua Portuguesa

148 Bibliografia

Portugus - Volume I

APRESENTAO com satisfao que apresentamos aos professores da Rede de Ensino do Estado do Rio de Janeiro estes quatro volumes, com sugestes de atividades didticas para subsidiarem o trabalho da sala de aula de Lngua Portuguesa, frutos da parceria entre professores das universidades federais e professores da rede pblica de ensino bsico do Rio de Janeiro. Os trabalhos aqui reunidos produzidos durante o curso de formao continuada, promovido pela UFRJ e pela SEE/RJ no segundo semestre de 2005, que reuniu cerca de 350 professores em plos prximos s suas localidades de trabalho (Cabo Frio, Campos, Caxias, Niteri, Nova Friburgo, Nova Iguau, Rio de Janeiro e Volta Redonda) so o resultado de uma profunda reexo sobre questes relacionadas ao ensino da lngua materna, da troca de experincias entre os professores e do debate sobre as diretrizes do documento de reorientao curricular elaborado no nal do ano de 2004, no mbito dessa parceria. Em todos os volumes, evidencia-se a preocupao em priorizar as atividades de leitura e produo textual, com base na concepo de que a escola deve incorporar em suas atividades os diferentes textos que circulam na sociedade, adequados aos diferentes contextos de produo. Assim, cada grupo escolheu um tema e selecionou textos de gneros variados, para criar atividades didticas que permitam ao aluno ampliar sua capacidade de leitura de mundo e interferncia nas inmeras situaes sociais que exigem um cidado consciente e atuante. Cada unidade apresenta, inicialmente, informaes gerais sobre o tema e os textos escolhidos (gnero textual, objetivo comunicativo predominante, contexto de produo, modo de organizao discursiva predominante, recursos lingsticos utilizados), compondo uma cha tcnica da proposta didtica, para facilitar ao professor a insero no seu planejamento pedaggico. A seguir, apresentam-se as atividades didticas, que podem ser xerografadas para utilizao em sala de aula. Por ltimo, uma conversa com o professor, que tem como objetivo comentar alguns aspectos relevantes para a aplicao das atividades. Para apoiar o professor na utilizao destes volumes, sugere-se a (re)leitura do documento de Reorientao Curricular de Lngua Portuguesa, disponvel nas escolas da rede estadual. Como instrumento de apoio para consulta cotidiana, incorporamos, ao nal de cada volume, a matriz curricular das sries correspondentes, relembrando que a reexo sobre as questes gramaticais esteja sempre vinculada aos objetivos de leitura e produo de textos orais e escritos, e no se congure como um momento parte na dinmica da sala de aula, desvinculada dos reais objetivos do ensino da lngua materna.Apresentao 25

Agradecemos a dedicao dos professores cursistas e informamos que todos os trabalhos (selecionados ou no para impresso) sero disponibilizados no site da SEE/RJ e da UFRJ. Esperamos que os professores de Lngua Portuguesa da rede estadual, que participaram ou no do processo de elaborao deste material didtico, possam utilizar as sugestes propostas por seus colegas, enriquecendo-as com sua prpria prtica. Somente com esse pensar (e essa prtica coletiva) poderemos vericar a real extenso de nosso Projeto, que sabemos ter sido amplo em sua estrutura e ousado em sua proposta e visualizaremos nossos acertos e a necessidade de eventuais ajustes e desdobramentos. Anal, nosso objetivo nico: o fortalecimento do ensino de lngua materna, sempre em prol de nossos alunos, vetores de nossos passos e de nossas preocupaes como docentes. Todas as sugestes sero evidentemente muito bem-vindas. Maria Cristina Rigoni Costa Cilene da Cunha Pereira Maria da Aparecida Meireles de Pinilla Maria Christina de Motta Maia Maria Emlia Barcellos da Silva Maria Thereza Indiani de Oliveira Maringela Rios de Oliveira Regina Clia Angelim Sigrid Castro Gavazzi Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu

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PORTUGUS

PORTUGUSEnsino Mdio - Volume I

Janeiro de 2006

Portugus - Volume I

TODO DIA ELES FAZEM TUDO SEMPRE IGUAL... APRESENTAOA vida habitual, a sucesso inexvel dos dias e das noites, o presente partilhado entre vazios, bons e maus momentos o que existe de mais familiar para todos ns, que, na companhia de um nmero impressionante de outros seres, habitamos o planeta. O cotidiano , por assim dizer, o nosso ponto de encontro. Mais do que um lugar de lazer, trabalho, conitos, ou de simples acomodao, ele o espao onde tentamos reencontrar nossas origens, compreender as contradies que nos revelam, e reconstruir o que perdemos da nossa humanidade. Anal, o que h mais prximo de ns do que ns mesmos?1 Por isso, o ensinamento do lsofo: Descer, principalmente quando o homem se perdeu nas alturas da subjetividade, mais difcil e perigoso do que se alar. A descida leva pobreza da ec-sistncia2 do homo humanus (Heidegger, M. Carta sobre o Humanismo. Rio, 1967, p. 82). Aceitemos o desao! Descer, voltar a terra, olhar de perto as chagas que se nutrem da vida e da esperana l no cho, pode, paradoxalmente, transformar-se numa forma de subir bem alto na compreenso da nossa e de outras realidades.

Objetivos principais Ampliar a competncia discursiva dos alunos por meio de atividades de leitura e produo de textos orais e escritos, adequando-se s diferentes situaes de interlocuo. Desenvolver o domnio de aspectos discursivos e gramaticais da lngua em uso como suporte para o desenvolvimento das habilidades de leitura e produo.

Gneros textuais trabalhadosReportagem, crnica, charge, conto.1 BUZZI, ngelo R. Filosoa para Principiantes. Petrpolis, Vozes, 1996, p. 44-6. 2 ec-sistncia Do lat. Ec = ex + siste = ser, existir.

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Detalhamento das caractersticas dos textos trabalhadosOs textos que compem esta proposta de material didtico apresentam as seguintes caractersticas, de acordo com seus objetivos discursivos:

Texto 1 - Com drago tatuado no brao(Reportagem - Luciana Calaza - Jornal O Globo - Caderno Boa Chance de 01/05/2005).

Texto 2 - No Mundo Corporativo(Reportagem - Toni Marques - Jornal O Globo - Caderno Boa Chance de 01/05/2005).

GneroReportagem

Objetivo comunicativo predominanteInformar e persuadir

Contexto de ProduoPublicados em caderno utilitrio de jornal de grande circulao, os dois textos oferecem informaes e sugestes para que o leitor se prepare para adquirir um emprego correspondente s suas metas.

Modo de organizao discursiva predominanteExposio, argumentao e narrao, com o objetivo de apresentar diversas informaes sobre o uso da tatuagem no mundo corporativista de forma isenta.

Recursos lingsticos utilizadosO uso de verbos no modo indicativo e subjuntivo, conectores, conjuno, advrbio, numeral e recursos de coeso.

Texto 3 - Veneno antimonotonia(Martha Medeiros, Revista O Globo, 02/10/2005)

GneroCrnica [deriva de chronos (grego), signica tempo]

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Portugus - Volume I

Objetivo comunicativo predominanteEntreter e reetir criticamente sobre a vida. Relatar os fatos e incluir diversas informaes pertinentes ao tema.

Contexto de produoO texto desta Unidade faz uma reexo sobre a vida nas grandes cidades, tendo como foco So Paulo. Fala da rotina que aprisiona o homem na rede de pequenos nadas que compem o cotidiano. A partir da aponta uma possvel sada: a poesia. Para quebrar o tdio do dia-a-dia, para despertar o sentido adormecido, para exercitar a imaginao criadora, para viver a realidade.

Modo de organizao discursiva predominanteNarrao, exposio e argumentao.

Recursos lingsticos utilizadosOs tempos verbais, pronomes, conectores temporais, conjunes coordenadas e subordinadas, pontuao. Pode-se discutir a coerncia na escolha da linguagem (formal), que adequada a esse tipo de texto.

Texto 4 - Charge(San Salvador, Revista JB Ecolgica, 05/06/2003)

GneroCharge

Objetivo comunicativo predominanteReconhecer no material grco fatos e situaes cotidianas, a partir de esteretipos e clichs. Relacionar o problema da urbanizao com a destruio do meio ambiente.

Modo de organizao discursiva predominanteBase textual em forma de desenho, fazendo uma exposio sinttica do cotidiano de uma grande cidade, pelo processo de composio de imagens.

Contexto de produoPublicado em uma revista de carter ecolgico, em plena era de extrema urbanizao e decorrente poluio, essa charge transmite uma crtica/alerta sobre as atitudes do homem contemporneo, que parece no reetir sobre as conseqncias de seus atos, e esquece que somos hspedes e no senhores da natureza.

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Recursos lingsticos utilizadosElementos da comunicao, linguagem subjetiva, uso de formas, cores, reproduo de situaes recheadas de signicados da atualidade, com o objetivo de traduzir a mensagem do autor.

Texto 5 - O homem que resolveu contar apenas mentiras(Igncio de Loyola Brando. In: O homem do furo na mo e outras histrias. So Paulo: tica, 2002, p. 22-24)

GneroConto

Objetivo comunicativo predominanteContar, criticamente, fatos e acontecimentos que denunciam o mal-estar existencial do homem urbano, tendo em vista a hipocrisia presente nos contatos sociais a que est obrigado.

Modo de organizao discursiva predominanteNarrao

Recursos lingsticos usados pelo autor Uso do pretrito perfeito do indicativo, tempo prprio das narrativas. Uso do discurso direto, como forma de incorporar a fala dos personagens ao texto, sem a interferncia do narrador. Para registr-la, o narrador faz uso de verbos de elocuo. ... um oportunista, que no conservava o prdio, fazia fofocas entre empregadas, pedia gorjetas, ganhava porcentagem na compra de materiais de limpeza. Nesta seqncia textual (argumentativa), a funo do enunciado atribuir qualidade. E quando se decide uma coisa, o melhor lev-la at o m. Esta seqncia injuntiva, e traduz o desejo do narrador de aconselhar, indicar um comportamento que ele julga apropriado circunstncia focalizada. Bonita nos carros que andavam em la, ruidosamente, um atrs do outro, sempre para a frente, sempre para a frente. Tem-se aqui um tipo de gura de pensamento conhecido como ironia. Em palavras simples, ela se constri porque a seqncia textual, no contexto, perde o seu sentido literal (denotao), e adquire uma conotao crtica, depreciativa, ou satrica.

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ATIVIDADES DIDTICASA vida habitual, a sucesso inexvel dos dias e das noites, o presente partilhado entre vazios, bons e maus momentos o que existe de mais familiar para todos ns, que, na companhia de um nmero impressionante de outros seres, habitamos o planeta. O cotidiano , por assim dizer, o nosso ponto de encontro. Mais do que um lugar de lazer, trabalho, conitos, ou de simples acomodao, ele o espao onde tentamos reencontrar nossas origens, compreender as contradies que nos revelam, e reconstruir o que perdemos da nossa humanidade. Anal, o que h mais prximo de ns do que ns mesmos? Caro aluno, convidamos voc a ler vrios textos e reetir sobre a questo do cotidiano.

Texto 1Com drago tatuado no braoAumento do nmero de pessoas com tatuagem e piercing gera polmica no mercado de trabalho

Uma flor na nuca, um drago colorido no brao, uma bola de metal na ponta da lngua. Discretos ou chamativos, tatuagem e piercing, que um dia foram smbolos de rebeldia, ganham, a cada dia, mais adeptos inclusive no mundo corporativo. E provocam, entre chefes, as mais diferentes reaes. Por isso, segundo especialistas da rea de Recursos Humanos, antes de decidir usar uma tatuagem ou um piercing, o profissional deve fazer uma avaliao do grau de conservadorismo de sua rea de atuao. Em reas mais novas, como internet, telecomunicaes e publicidade, o visual pode ser comum. Mas instituies com um perfil mais sbrio, como bancos, escritrios de advocacia, hotis e hospitais esto atentos formalidade na apresentao do funcionrio. (...)Luciana Calaza jornalista, carioca e tem 28 anos. Iniciou sua via profissional no jornal O Globo como estagiria. Atualmente reprter do suplemento Boa Chance.

Reportagem a principal atividade jornalstica e pode ser de dois tipos: a) Abordagem exaustiva de um tema que no tem propriamente ligao com o cotidiano. b) Acontecimentos relatados por jornalistas, seja no local em que o fato ocorreu ou atravs de informaes. Em ambos prevalece a funo esclarecedora e pode conter a opinio de especialistas. O objetivo da reportagem informar e, ao mesmo tempo, levar o leitor a formar opinio. Os elementos que compem uma reportagem so: - a manchete desperta a curiosidade, a ateno do leitor; - o lide ou a introduo resume o contedo da notcia que motivou a reportagem. - o desenvolvimento desenvolve o fato. - a concluso apresenta um final, despertando ou no reflexes sobre o assunto.

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Leitura1. A autora diz que o uso da tatuagem e piercing discreto ou chamativo, ganha, a cada dia, mais adeptos. a) O que voc entende por uma tatuagem discreta? b) Como voc dene uma tatuagem chamativa? Descreva-a. 2. O lide resume o contedo da notcia que motivou a reportagem. Releia o lide do texto 1 e responda: a) Que polmica essa? b) Qual a posio das empresas com um perl mais conservador sobre esse tema? 3. Segundo o texto 1 a tatuagem e o piercing, j foram smbolos de rebeldia .... a) Que tipos de pessoas eram os rebeldes dessa poca? b) E por que essas pessoas eram consideradas rebeldes?

Texto 2Empresas tendem a acompanhar o resto da sociedadeHouve tempo e lugar em que mulher de orelha furada no era digna das pessoas de bem

medida que a cultura pop divulga bem-sucedidos personagens que so tatuados atletas, cantores, modelos e atores maior a chance de as sociedades ocidentais passarem a aceitar a tatuagem como um adorno to corriqueiro quanto brincos em orelhas furadas. Com elas, as orelhas, aconteceu o mesmo. Houve tempo e lugar em que mulher de orelha furada no era digna da ateno das pessoas de bem, dada a relao que tais pessoas estabeleciam entre a mulher e indgenas diversos. Foi assim na Gr-Bretanha, onde tatuagem, desde o sculo XIX, smbolo de orgulho imperial, patritico e religioso. At a dcada de 50, l ainda se discutia se mulher podia ou no furar a orelha, muito embora o povo soubesse que o rei Eduardo VII foi tatuado, assim como seus dois filhos, um deles tambm monarca. A aceitao da tatuagem nas classes mdias do Ocidente se deu a partir do movimento hippie. Os hippies no eram tatuados em massa, mas cones de sua cultura so ou foram: Peter Fonda, Joan Baez, Janis Joplin. Antes, na mentalidade da prpria classe mdia, era segredo de elite ou costume de gentinha. O mundo corporativo tende a acompanhar o resto da sociedade nessa matria. Afinal, a estrelinha que Gisele Bndchen tem no pulso no a impediu de se tornar a maior modelo do mundo. Do mesmo modo, o jogador de futebol Beckham tem mais ou menos tantas tatuagens quanto tem zeros no seu salrio do Real Madrid. Gisele e Beckham sabem negociar seus respectivos talentos.

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Portugus - Volume IA questo corporativa no ter ou no ter tatuagem: saber quando tal informao ntima pode ser compartilhada. Em geral, no ambiente de trabalho, no deveria ser compartilhada nunca, para que o tatuado no d margem a qualquer olhar de reprovao que eventualmente degenere em ato de discriminao. Deixe a tatuagem para o churrasco da firma. a mesma lgica da apresentao de um reprter. Um reprter no calar havaianas para entrevistar um ministro de terno. possvel que a nova tatuagem seja o piercing, isto , que o piercing esteja tomando para si a estranheza que, um dia, a tatuagem causou em geral. E que o mundo corporativo tenha de aceit-lo, porque o resto do mundo j o ter feito.TONI MARQUES jornalista e nasceu em 1964 no Rio de Janeiro, onde mora. Escreve reportagens para o jornal O Globo desde 1997, e autor de dois livros O Brasil tatuado e outros mundos e Vs - Uma auto-ajuda da maldade.

4. cone uma pessoa emblemtica do seu tempo, do seu grupo, de um modo de agir ou pensar (Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa). De acordo com o texto 2, cite um cone contemporneo e justique? 5. O emprego do diminutivo pode expressar diversas idias. Leia a frase a seguir: Antes, mentalidade da prpria classe mdia, era segredo de elite ou costume de gentinha. Gentinha d idia de ________________________ . 6. No penltimo pargrafo, o autor diz: Deixe a tatuagem para o churrasco da rma. a mesma lgica da apresentao de um reprter. Um reprter no calar havaianas para entrevistar um ministro de terno. O autor est claramente referindo-se a um padro de comportamento. Justique essa armao. 7. O autor menciona sociedades ocidentais (1 par.) e classe mdia do ocidente (3 par.). Em que continentes vivem essas sociedades ou classes mdias ocidentais? 8. No mundo corporativo no h espaos para modismos nem a supervalorizao ao corpo. Na sua opinio, qual o padro de comportamento mais adequado para: a) Aquele que quer uma tatuagem e pretende trabalhar? b) Aquele que tem tatuagem e j est inserido no mercado de trabalho? 9. O autor menciona que A aceitao da tatuagem nas classes mdias do Ocidente se deu a partir do movimento hippie. Atualmente, na sociedade brasileira, quais grupos de prossionais se tatuam?

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Lngua em Usos vezes, quando expomos algo, precisamos enumerar suas caractersticas, de modo a apresent-las para o leitor. A enumerao envolve a identicao e apresentao seqencial de informaes referentes quilo sobre o que se est escrevendo. (Lngua. Literatura. Produo de Texto - Volume nico de Maria Luiza Abaurre, Marcela Nogueira Pontara e Tatiana Fadel pg. 344, Ed. Moderna - 2004, 2 edio.)Observe os exemplos abaixo Discretos ou chamativos, tatuagem e piercing, que um dia foram smbolos de rebeldia,... Em reas mais novas, como internet, telecomunicaes e publicidade, o visual pode ser comum. Mas instituies com um perfil mais sbrio, como bancos, escritrios de advocacia, hotis e hospitais esto atentos formalidade ... Muitas vezes, em textos, enumeram-se os itens da seqncia com o objetivo de facilitar o entendimento do mesmo.

1. Complete as frases enumerando itens relacionados s expresses em negrito: a) _______________________________, jogadores de futebol do Real Madrid, esto se preparando sicamente para a prxima temporada. b) Os tipos de desenhos como __________________________ so os mais utilizados nas tatuagens dos chamados pit boys. c) ______________________________ so adornos usados pelos indgenas e que posteriormente foram adotados pelas mulheres de diversas geraes.Observe os exemplos abaixo Com elas, as orelhas, aconteceu o mesmo. Gisele Bndchen e David Beckham sabem negociar seus respectivos talentos. Nas oraes acima o pronome elas retoma a palavra orelhas e o adjetivo respectivos retoma os nomes Gisele Bndchen e David Beckman.

2. Identique o que referncia para as palavras em negrito: a) ... o rei Eduardo VII foi tatuado, assim como seus dois lhos, um deles tambm monarca. (2 par.) b) Foi assim na Gr-Bretanha, onde tatuagem, desde o sculo XIX, smbolo de orgulho imperial, patritico e religioso. At a dcada de 50, l ainda se discutia se mulher... (2 par.) c) A questo corporativa no ter ou no ter tatuagem: saber quando tal informao ntima pode ser compartilhada. (5 par.)

Laboratrio de textosEm grupos de no mximo quatro participantes, elabore um questionrio e entreviste pessoas de sua comunidade abordando os seguintes aspectos sobre a tatuagem:36 Ensino Mdio

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O que ela representa? moda, tribal? DST (Doenas sexualmente transmissvel) e a tatuagem. A vaidade e a tatuagem. Uso da tatuagem como forma de intimidao e/ou agresso ao outro. Aps as entrevistas, redija um texto em prosa sobre os resultados obtidos. No se esquea de mencionar o nome e a ocupao dos entrevistados.

Texto 3Veneno antimonotoniaMartha Medeiros

FALCATRUAS, ALAGAMENTOS, VIOLNCIA URBANA... Eu colocaria mais uma coisa nesta lista de pequenas tragdias com que somos brindados diariamente: o tdio. A cada manh, abrimos os jornais e a mesma indecncia poltica. Nas ruas, perdemos tempo com os mesmos engarrafamentos. E escutamos as mesmas queixas no local de trabalho. sempre o mesmo, o mesmo. Como bom quando algo nos surpreende. Para quem vive na opressiva e cinzenta So Paulo, a novidade atende pelo nome de Cow Parade, a exposio ao ar livre de 150 esculturas em formas de vacas, em tamanho natural, feitas de fibra de vidro e decoradas com muita cor e insanidade por artistas plsticos, diretores de arte, designers e cartunistas. Um nonsense mais que bem vindo, uma interveno no nosso olhar acostumado. Espalhadas por ruas, praas, nos lugares mais inesperados, l esto elas, vacas enormes, vacas profanas, vacas inslitas. Para qu? Para nada de especial, apenas para espantar o tdio, inspirar loucuras, lembrar que as coisas no precisam ser sempre iguais. Havia uma vaca no meio do caminho, no meio do caminho havia uma vaca. poesia tambm. Falando em poesia, h sempre uma nova coletnea sendo lanada no mercado editorial, herica, tentando atrair aqueles leitores que ainda resistem a qualquer coisa que rime. Desta vez, no coletnea de mulheres poetas ou poetas do terceiro mundo, essas cortesias que nos fazem... Finalmente, o humor e a leveza baixou no reino dos versos. O livro chama-se Veneno antimonotonia e traz o subttulo Os melhores poetas e canes contra o tdio. Organizado por Eucana Ferraz, a antologia pretende combater o vazio, o medo, a falta de imaginao. um convite para a vida, e um convite feito atravs das palavras de Drummond, Chico Buarque, Antonio Ccero, Ferreira Gullar, Adriana Calcanhoto, Armando Freitas Filho, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Joo Cabral de Melo Neto e

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outros ilustres, sem faltar Cazuza, claro, cuja cano Todo amor que houver nesta vida - uma das minhas letras preferidas - inspirou o ttulo da obra. At hoje pergunta-se: para que serve a arte, para que serve a poesia? Intelectuais se aprumam, pigarreiam, comeam a responder dizendo Veja bem... e da em diante um blblbl terico que tenta explicar o inexplicvel. Poesia serve exatamente para a mesma coisa que serve uma vaca no meio da calada de uma agitada metrpole. Para alterar o curso do seu andar, para interromper um hbito, para evitar repeties, para alegrar o seu dia, para faz-lo pensar, para resgat-lo do inferno que viver todo santo dia sem nenhum assombro, sem nenhum encantamento.(Revista O GLOBO 02.10.2005) Martha Medeiros uma escritora gacha, com 11 ttulos publicados e vendeu, at hoje, mais de 50 mil livros. Consagrada no sul do pas, Martha cronista e poeta do cotidiano. Atualmente escreve no Caderno Revista do jornal O Globo. Escreveu seu primeiro livro sobre fico Div que, de tanto sucesso, se tornou pea de teatro, sendo encenada no Rio de Janeiro.

VocabulrioCow Parade Um dos maiores e mais bem sucedidos eventos contemporneos de arte de rua do mundo. Com mais de cinco anos de existncia, esse projeto j percorreu mais de 28 cidades ao redor do mundo, incluindo Nova Iorque, Londres, Las Vegas, Bruxelas e Praga. O evento em So Paulo se deu entre 04 de setembro e 06 de novembro de 2005. cow vaca na lngua inglesa parade desle na lngua inglesa falcatrua: artifcio para enganar nonsense: (palavra de origem francesa) sem sentido profana: no-pertencente religio, no-sagrado inslita: contrrio ao uso, aos costumes editorial: artigo que exprime a opinio do jornal, em geral escrito pelo redator-chefe coletnea: conjunto de trechos seletos de vrios autores antologia: coleo de trechos em prosa e/ou em versos

Leitura1) A crnica de Martha Medeiros pertence a um gnero textual conhecido e costuma ser veiculada em jornal ou revista onde os assuntos abordados so os fatos corriqueiros do diaa-dia, registrados com sensibilidade, crtica, humor e poesia. Qual o assunto desenvolvido no texto? 2) A crnica um texto curto, escrito para divertir o leitor ou lev-lo a reetir sobre a vida e os comportamentos humanos. Uma parte do texto fala da rotina, da crtica aos costumes e a outra parte apresenta um fato novo para observar a realidade. Baseando-se nessas informaes, podemos dividir o texto em duas partes que vo fundamentar a idia da autoria.

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a) Localize essas partes e d os pargrafos. b) Qual o fato novo?Crnica. [Do lat. Chronica] S. f. 1. Narrao histrica, feita por ordem cronolgica. 2. genealogia de famlia nobre. 3. Revista cientfica ou literria, que constitui, periodicamente, uma seo de jornal. 4. Pequeno conto, de enredo indeterminado. 5. Seo ou coluna de revista ou de jornal consagrada a um assunto especializado: crnica poltica, crnica teatral. 6. Biografia, em geral escandalosa, de uma pessoa: Sua crnica bem conhecida. A palavra Crnica deriva do radical grego crono, que significa tempo. A est o seu carter contemporneo: relato de acontecimentos do tempo de hoje, ou seja, relato de fatos do cotidiano.

3) Como a maioria dos gneros narrativos, a crnica tem um narrador que constri o seu texto baseado no seu ponto de vista, relata os fatos a partir de sua viso de mundo, de suas opinies e seus condicionamentos. Ele pode ser observador ou personagem. Que tipo de narrador aparece na crnica lida? D exemplos com passagens do texto. 4) A cronista inicia o texto falando de Falcatruas, alagamentos, violncia urbana... e ... a mesma indecncia poltica. Ela se refere a ... opressiva e cinzenta So Paulo.... Faa um paralelo dos fatos apresentados com os que acontecem na sua cidade. 5) Leia os trechos:Eu colocaria mais uma coisa nessa lista de pequenas tragdias com que somos brindados diariamente... ... um blblbl terico que tenta explicar o inexplicvel.

As palavras em negrito apresentam uma aparente contradio. Explique com que objetivo foi utilizada esta construo? 6) O poeta e cronista Carlos Drummond de Andrade escreveu o poema No meio do caminho: No meio do caminho tinha uma pedra / Tinha uma pedra no meio do caminho. Esses versos nos falam sobre a condio do homem que se sente acuado pelos obstculos que a pedra (ou seja, a sociedade) oferece. Qual a relao do poema com a citao do texto: Havia uma vaca no meio do caminho, no meio do caminho havia uma vaca.? 7) No terceiro pargrafo, a autora fala de uma nova coletnea, o livro Veneno antimonotonia que d ttulo crnica. Sabendo-se que o prexo anti quer dizer idia contrria, oposio, explique por que Veneno aintimonotonia. 8) No ltimo pargrafo h duas correntes de opinio para a mesma questo: Para que serve a arte, para que serve a poesia?. De todas as idias expostas, qual o que melhor traduz uma nalidade para voc? Por qu? 9) Agora, invista na sua imaginao e construa um ttulo criativo para a crnica lida.Todo dia eles fazem tudo sempre igual... 39

Crnica Gnero textual que pode apresentar o texto que expe argumentos que fundamentam o ponto de vista do autor. Faz a apresentao do assunto no incio do texto. O cronista se posiciona sobre o assunto. Pode apresentar narrador-observador ou narrador-personagem. Tratamento subjetivo do tema, deixando passar a sensibilidade e emoes do cronista. Linguagem criativa, geralmente de acordo com o padro culto e tambm informal da lngua, estando mais prxima de textos literrios. Apresenta concluso criativa. Geralmente publicada em jornal ou revista, admite tanto a narrao como o comentrio.

Lngua em usoUma outra forma de escrever Os textos se constroem a partir de outros textos. A originalidade do autor car na forma como vai ser construda a sua obra. Quando queremos escrever um texto, sempre haver a inuncia das muitas leituras realizadas, das conversas que tivemos, dos lmes e novelas que vimos, das canes que escutamos. A esta altura voc tambm j deve ter a sua maneira de ver o mundo, deve ter suas prprias opinies depois de tanta inuncia. Vamos ver duas maneiras possveis de recriar um texto: 1. Parfrase: Palavra de origem grega para-phrasis (repetio de uma sentena), a parfrase imita o original, no s contribuindo para melhorar o vocabulrio, mas tambm proporciona inmeras oportunidades de estruturao de frases, sobretudo se ela no se limitar a simples substituies de palavras de um texto por outras, sinnimas, num outro texto. Veja um autor de texto original (A) e a construo da parfrase sobre o mesmo assunto (B): Autor A Encontrei uma noite destas, quando vinha da cidade para o Engenho Novo no trem da Central, um rapaz que aqui do bairro e que eu conheo de vista e de chapu. Autor B Eu conheo um rapaz aqui do bairro, de vista e de chapu, que encontrei uma noite destas no trem da central, quando vinha da cidade para o Engenho Novo.

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No texto vimos a colocao do poema de Carlos Drummond de Andrade No meio do caminho: No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. (...) Reescrito, mas conservando basicamente a idia do texto original, pela cronista Martha Medeiros: Havia uma vaca no meio do caminho No meio do caminho havia uma vaca. 2. Pardia: a recriao de um texto e isto tambm criar mas feito, quase sempre, de forma irnica. uma nova e diferente maneira de ler o original. Segundo Afonso Romano de SantAnna: a pardia como a lente, exagera nos detalhes de tal modo que pode converter uma parte do elemento focado num elemento dominante, invertendo, portanto, a parte pelo todo, como se faz na charge e na caricatura. Leia alguns versos de um dos poemas mais conhecidos da nossa literatura Cano do exlio, escrito por Gonalves Dias. Vivendo uma situao de exlio voluntrio, ele fala do desejo de regresso Ptria: Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi; As aves, que aqui gorjeiam, No gorjeiam como l. Vrios autores, parodiando a poesia de Gonalves Dias, tambm escreveram composies que falam de exlio. Podemos citar, entre outros, o poeta Vincius de Moraes, a composio de Jos Paulo Paes, Chico Buarque de Holanda, em parceria com Antonio Carlos Jobim (a cano Sabi, vencedora do Festival da Cano de 1968). Vamos ver alguns versos de alguns poetas: De Casimiro de Abreu, Meu lar: Se eu tenho de morrer na or dos anos, Meu Deus no seja l; Eu quero ouvir na laranjeira, tarde, Cantar o sabi!

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De Oswald de Andrade, Canto de regresso Ptria: Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui No cantam como os de l. De Murilo Mendes, Cano de exlio: Minha terra tem macieiras da Califrnia Onde cantam gaturamos de Veneza. De Carlos Drummond de Andrade, Nova Cano do exlio: Um sabi na palmeira, longe. Estas aves cantam Um outro canto. (...) Ou estes versos de uma cano do compositor Moraes Moreira: Minha terra tem pauleiras Desencanta e faz chorar. Percebemos que h uma oposio entre Parfrase e Pardia, enquanto uma rearma com palavras diferentes o que foi dito, a outra funciona com idias do texto original sendo questionadas. O importante reconhecer que existe uma troca entre os textos e eles se completam.

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Laboratrio de textosLeia o texto abaixo, que a letra de uma cano conhecida: Todo amor que houver nessa vidaCazuza e Roberto Frejat

Eu quero a sorte de um amor tranqilo Com sabor de fruta mordida Ns na batida, no embalo da rede Matando a sede na saliva Ser teu po, ser tua comida Todo amor que houver nessa vida E algum trocado pra dar garantia E ser artista no nosso convvio Pelo inferno e cu de todo dia Pra poesia que a gente no vive Transformar o tdio em melodia Ser teu po, ser tua comida Todo amor que houver nessa vida E algum veneno anti-monotonia

E se eu achar a sua fonte escondida Te alcance em cheio o mel e a ferida E o corpo inteiro feito um furaco Boca, nuca, mo, e a tua mente, no Ser teu po , ser tua comida Todo amor que houver nessa vida E algum remdio que me d alegria

1. Escreva um texto cujo tema relacione-se com o contedo dos dois textos que voc acabou de ler.

Ateno! Reita bastante sobre este tema Use o foco narrativo em 1 pessoa No se perca falando de temas paralelos Utilize passagens dos textos lidos para reforar sua opinio No se esquea do ttulo!

Todo dia eles fazem tudo sempre igual... 43

Texto 4Esta charge, sobre meio ambiente, de autoria de Son Salvador. Foi publicada na revista JB Ecolgico, de 05 de junho de 2003.

Charge: s.f. desenho humorstico, com o sem legenda ou balo, geralmente veiculado pela imprensa e tendo por tema algum acontecimento atual, que comporta crtica e focaliza, por meio de caricatura, uma ou mais personagens envolvidas; caricatura, cartum. ETIM fr. charge (sXIII) carga, (1680)) p.ext., o que exagera o carter de algum ou de algo para torn-lo ridculo, representando exagerada e burlesca, caricatura, regr. De charger carregar