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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude Secretaria Executiva de Assistência Social Gerência de Projetos e Capacitação Centro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

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ATUALIZAÇÃO SOBRE

ESPECIFICIDADE, INTERFACES E

PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA NO SUASCURSO

Facilitador(a): Brígida Taffarel

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UNIDADE 2.4Trabalho Social com Famílias

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•TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS

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TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS

Ponto de partida: matricialidade sociofamiliar (Revisando...)

“...centralidade da família como núcleo social fundamentalpara a efetividade de todas as ações e serviços da política deassistência social”

“...antídoto à fragmentação dos atendimentos, como sujeito à proteção de uma rede de serviços de suporte à família”.

“...Para realizar o trabalho social com as famílias é necessário focar todos os seus membros e TODAS suas demandas”

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TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS

O conhecimento das situações familiares constitui a pedraangular do TSF, à medida que é este conhecimento que vaiofertar insumos para a tomada de decisões em torno dasações a serem empreendidas pelos trabalhadores do SUAS *.

“uma estratégia efetiva contra a setorialização, segmentação e fragmentação dos atendimentos, levando em consideração a família em sua totalidade (?)”

* Fundamentos ético-políticos e rumos teórico-metodológicos para fortalecer o Trabalho Social com Famílias na Política Nacional de Assistência Social

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UMA BREVE CONSIDERAÇÃO ...ANTES DE NOS APROFUNDARMOS NOS TRABALHO SOCIAL

COM FAMÍLIAS...

O QUE É TOTALIDADE MESMO??

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T O T A L I D A D E Mas o que entendemos como totalidade mesmo ? (barbante)

1. Concepções metafísicas vê de forma abstrata, intemporal e, portanto, inerte – na qual as partes ocupam uma posição fixa num todo inalterável,

ou

2. Conceito dialético-materialista de totalidade é dinâmico, refletindo as mediações e transformações abrangentes, mas historicamente mutáveis, da realidade objetiva.

1 2

metafísica (ideias) dialético-materialista (concreto)

abstrata objetiva

intemporal historicamente

inalterável mutáveis

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TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS Vamos entender melhor- TOTALIDADE = Categoria teórica Conjunto de ideias que organiza

nossa reflexão mas parte da realidade social = “reprodução idealdo movimento real do objeto”

Realidade não é estática = processual, possui movimento =

- NÃO É A SIMPLES SOMA DOS FATOS EM INTERAÇÃO FUNCIONAL;

- É UMA CADEIA DE COMPLEXAS DETERMINAÇÕES

Metodologia será definida na interação com o usuário = Quanto mais entendendo a complexidade de cada totalidade, que se concretiza no TERRITÓRIO, mais efetivo será minha ação (baseada no real concreto da vida das pessoas)

Ex: Sociedade não é a soma dos indivíduos mas as RELAÇÕES que se

estabelecem entre eles nos territórios

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TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS Resumindo:

- TOTALIDADE = É UMA CADEIA DE COMPLEXASDETERMINAÇÕES

- Temos que entender portanto:

O que é o INDIVÍDUO (UMA COMPLEXIDADE)

Que vive numa FAMÍLIA (OUTRA COMPLEXIDADEPARA ALÉM DA SOMA DOS INDIVIDUOS QUE ACOMPÕEM)

Que habita um TERRITÓRIO (COM VÁRIASCOMPLEXIDADES, INCLUSIVE DE CLASSE SOCIAL)

Que pertence a uma CIDADE, um PAÍS...

QUE SE ARTICULCAM DE FORMA SISTÊMICA

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TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS

Vamos ver como isso se materializa no PRONTUÁRIO SUAS

INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO

- Instrumento que organiza e qualifica informações necessárias aotrabalho social realizado com as famílias/indivíduos.

- Permite aos profissionais preservar todo o processo histórico derelacionamento da família com os serviços.

- As anotações são realizadas gradativamente, seguindo o fluxopróprio dos atendimentos no decorrer do processo ...

- o Prontuário é, sobretudo o registro do planejamento e evoluçãodo processo = nunca deve ser utilizado como um “questionário”

- Toda informação é fruto do processo natural de diálogo e deescuta qualificada que são próprios do trabalho social com asfamílias.

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UMA BREVE CONSIDERAÇÃO ...AGORA PODEMOS VOLTAR A DISCUTIR TRABALHO SOCIAL

COM FAMÍLIAS...

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TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS

Esses conceitos implicam:

Compreender sua composição, sua dinâmica relacional/afetiva nos seus territórios de vivências (objetivações e subjetivações) considerando sua situação enquanto classe social

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NOSSAS IMPRESSÕES

A CADA CONJUNTO DE IMAGENS DESCREVA:

1. Que família é essa?

2. Quais suas condições socioeconômicas?

3. O que você considera que a valoriza e o que você

considera que a desvaloriza

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FAMÍLIAS

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FAMÍLIAS

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FAMÍLIAS

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FAMÍLIAS

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FAMÍLIAS

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FAMÍLIAS

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FAMÍLIA

Vídeo:https://www.facebook.com/adjunior86/videos/1824554460888436/

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA

Segundo a PNAS 2004:

“E importante ressaltar que as novas feições da família estão intrínsecas e dialeticamente condicionadas às transformações societárias contemporâneas.

O novo cenário tem remetido à discussão sobre o novo conceito, trazendo a tona novos modelos e arranjos familiares.”

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA

A EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA – Joel Birman*https://www.youtube.com/watch?v=74uaghhoxns

NA EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA MUDAM: Seus Problemas Os Personagens que compõem esse ambiente família

1. Família pré moderna (XVI ao XVII)2. Família Moderna (XVIII a 1960)3. Família contemporânea (1960 até hoje)

Joel Birman é um psiquiatra e psicoterapeuta brasileiro. Nascido em Vitória, Espírito Santo, descendente de imigrantes judeus romenos. Ele se formou em medicina na década de 1970 e efetuou sua pós-graduação em São Paulo e Paris

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA

1. Família pré moderna (XVI ao XVII)- Família Extensa (várias gerações da mesma família convivendo)- Relações de poder e gênero: Patriarcal onde, Homem/Pai: Detém poder absoluto Mulher/Mãe: Reprodutora (na ordem familiar e social ocupa

um lugar totalmente desprivilegiado/desqualificado e submisso aopoder masculino)

- Chamamos de patriarcado (não há diferença público/privado)

-Crianças eram iguais aos adultos (A criança e a vida familiar no antigo regime - autor: Philippe Aries)- idosos: Guardiões da memória

FAMÍLIA ESTADO RELIGIÃO

Soberania do PAI Soberania do REI Soberania de DEUS

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA

2. Família Moderna (XVIII a 1960)-Surge como resultante da revolução burguesa / expressa RevoluçãoFrancesa = IGUALDADE, LIBERDADE E FRATERNIDADE- Se instala, idealmente, a IGUALDADE DE DIREITOS-Diferença sexual é aceita (HOMEM E MULHER SÃO DIFERENTES)

PORTANTO:

“ Certo, as mulheres e homens são possuidores de DIREITOS,entretanto: AS DIFERENÇAS ANATÔMICAS, BIOLÓGICAS geramfunções, papeis SOCIAIS e POLÍTICAS diferenciadas”.

-Mulheres são fadadas a MATERNIDADE! = BIOLÓGICO- Mulheres são, por natureza, seres AFETIVOS = PSICOLOGIA-Homens são, por natureza, mais RACIONAIS = FILOSOFIA / DIREITO

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA2. Família Moderna (XVIII a 1960)

- QUAL O AVANÇO: REPRODUTORA X MÃE- Mulher tem novo poder: GESTAR o espaço privado (família)- Homem assume o papel de GESTOR o público (Estado)

- CRIANÇA / ADOLESCENTE: Nela estão DEPOSITADAS todas aspossibilidades de desenvolvimento de uma família, de um povo, danação – PORTANTO, VAMOS EDUCAR!

- Mulher é mediadora da relação dos filhos com ESCOLA e SAÚDE

-Idoso: improdutivo = condenado a morte social

FAMÍLIA NUCLEAR BURGUESA = ideal

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA2. Família Moderna (XVIII a 1960)

- Portanto, a mulher que não tem o DESEJO de ser MÃE: Louca, abando sua prole, insaciável pois quer viver de prazer massem a maternidade

1. Mulher que se rebela contra a diferença sexual e o estabelecimento de papeis hierárquicos = Rosa Luxemburgo

2. Mulher melancólica (esvaziada) com a saída dos filhos de casa- Fruta murcha- Ninho esvaziado

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA3. Família Contemporânea (a partir de 1960/1970)

- Marcada pela mudança de papel da MULHER que busca outrasidentidades que não só a da MÃE, não só gestora do PRIVADO!-Mulher saí para a disputa do espaço público

Mas atenção!!!!- Essa luta se dá diferente: mulheres classe trabalhadoramulher burguesamulheres com acessos a condições de qualificação e as que não apossuem.

- REORGANIZAÇÃO DA FAMÍLIA!

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA3. Família Contemporânea (a partir de 1960/1970)

- REORGANIZAÇÃO DA FAMÍLIA: algumas características

Dissolução da eternidade do casamento Dissolução da família NUCLEAR Dissolução de papeis sexuais

-Idoso: resgate de uma posição social-Pessoa com deficiência: Começa a ocupar um novo lugar- crianças e adolescentes: Identidades diferenciadas, em processo dedesenvolvimento, detentoras de direitos específicos.

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA

No Brasil há de se falar em famílias no plural

Italianos

Japoneses

Africanos e Portugueses

Alemães

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA

-No Brasil há de se falar em famílias, no plural, tendo em vista amultiplicidade étnico-cultural que embasa a composiçãodemográfica brasileira e a condições socioeconômica em queestão imbricadas;

-AINDA QUE PREDOMINE NO NOSSO IDEÁRIO E OSVALORES DA FAMÍLIA TRADICIONAL NUCLEARBURGUESA

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Famílias e Representações

Pesquisa: Representações sociais da família e violência (Normélia Maria Freire Diniz; Maria de Fátima de Souza Santos; Regina Lúcia Mendonça Lopes)http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692007000600020&script=sci_arttext&tlng=pt)

-Entrevistaram mulheres de camadas socioeconômicas baixas, vítimas deviolência doméstica e obtiveram resultados:

As entrevistadas consideravam que o homem, em geral, é naturalmenteviolento, porém, é figura de autoridade necessária à preservação dafamília.Falaram que ser mulher é se estar associada à ideia de maternidade.Nas falas há, nitidamente, a vinculação entre a concepção de mulher ede mãe que unifica a representação mãe-mulher e desconsidera asdiversas experiências vivenciadas pelas mulheres (isso se expressa emnossos próprios entendimentos quando entrevistamos mulheres?).

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Permanência do ideal família burguesa

Pesquisa: Representações sociais da família e violência (Normélia Maria Freire Diniz; Maria de Fátima de Souza Santos; Regina Lúcia Mendonça Lopes)http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692007000600020&script=sci_arttext&tlng=pt)

casamento:-Foi representado com predominância de elementos negativos (falta derespeito, traição, solidão e violência) = rompendo com o ideal de amorromântico.- Apesar de vivência negativa do casamento, as entrevistadas afirmarampreferir conviver com a violência a permanecerem sozinhas.-Relataram a dificuldade de uma mulher morar só = medo da perda doprovedor, mas, sobretudo, a importância de manutenção da família.

A família apareceu nas entrevistas como valor moral que as impede de romper com a violência. Elas afirmaram, com muita frequência, ser a família a base de tudo.

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Permanência do ideal família burguesa

Pesquisa: Representações sociais da família e violência (Normélia Maria Freire Diniz; Maria de Fátima de Souza Santos; Regina Lúcia Mendonça Lopes)http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692007000600020&script=sci_arttext&tlng=pt)

Identidade feminina:

- É construída, previamente, a partir de um discurso social quevaloriza os atributos femininos de docilidade, fragilidade, intuiçãoe sensibilidade considerados próprios à natureza feminina e,como tal, adquirem o caráter imutável (Qual nosso entendimentosobre esses atributos?)

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Permanência do ideal família burguesa

Pesquisa: Representações sociais da família e violência (Normélia Maria Freire Diniz; Maria de Fátima de Souza Santos; Regina Lúcia Mendonça Lopes)http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692007000600020&script=sci_arttext&tlng=pt)

Fala do homem:

- violência masculina representava a manifestação de ameaça da perda depoder sobre a mulher (uma mulher que se manifesta contra o lugar queocupou historicamente)-Para esses homens, a família se constituía a partir do poder total que ohomem: Para a autora, a violência física aparece como tentativa derestabelecer o poder masculino dentro da família.

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Permanência do ideal família burguesa

Pesquisa: Representações sociais da família e violência (Normélia Maria Freire Diniz; Maria de Fátima de Souza Santos; Regina Lúcia Mendonça Lopes)http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692007000600020&script=sci_arttext&tlng=pt)

Fala dos profissionais:

- Para esses profissionais, o poder econômico e o gostar de apanharjustificaram a permanência ao lado de seus companheiros- Práticas permeada pelo prejulgamento por parte do profissional, queconsidera a mulher vítima de violência como alguém que não tem vontadede acabar com o próprio sofrimento = revitimização

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PRECISAMOS NOS QUESTIONAR QUANTO:

1. Qual o papel dos indivíduos na atual conformação das famílias?Estamos afirmando que é lócus socialização primária

2. Quando afirmamos: ...unidas por laços consanguíneos, afetivos e, ou, de solidariedade pressupomos idealmente um lugar de CUIDADO

E CARINHO

E quanto ao elevado número de violência que se instala nas relações familiares?

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A concepção da PNAS sobre matricialidade implica:

“o caráter protetivo do Estado em relação àsfamílias reside em grande parte naantecipação dos custos do bem-estar,através da garantia de direitos sociais,contemplando a oferta de benefícios,transferências de renda e de ampla gama deserviços sociais.

Portanto, os custos da proteção não podem ser assumidos quando se considera a desigualdade de recursos disponíveis nas famílias dadas pelas condições de classe, de gênero e etnia.

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JACCOUD: “Desnaturalização da ideia de que a família é a maior responsável pela proteção social “

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1. “O novo cenário tem remetido à discussão: o que éfamília, uma vez que as três dimensões clássicas de suadefinição (sexualidade, procriação e convivência) já nãotêm o mesmo grau de imbricamento que se acreditavaoutrora”.

2. PNAS: “Um conjunto de pessoas que se acham unidaspor laços consanguíneos, afetivos e, ou, de solidariedade”.

CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA E IMPLICAÇÕES NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS/2004):

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CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA E IMPLICAÇÕES NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS/2004):

3. A família, independentemente dos formatos ou modelos queassume, é mediadora das relações entre os sujeitos e a coletividade

(público e privado), bem como geradora de modalidadescomunitárias de vida.

4. Pressuposto de que para a família prevenir, proteger, promovere incluir seus membros é necessário, em primeiro lugar, garantircondições de sustentabilidade. Nesse sentido, a formulação dapolítica de Assistência Social é pautada nas necessidades dasfamílias, seus membros e dos indivíduos.

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Neste sentido Aldaíza afirmam que:-“o horizonte do trabalho social com famílias tem que ser de seguranças sociais, a segurança social da política, as violações das seguranças sociais da política”.

E Torres afirma:- No trabalho social com famílias é necessário “olhar para as seguranças do SUAS, olhando para sua expressão como proteção e desproteção” e avançar no sentido de avaliar os impactos dos eventos vividos pelas famílias no marco das seguranças do SUAS.

Lembrando que o que dá identidade, o que especifica a política de assistência social são as

SEGURANÇAS que ela objetiva assegurar*!

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Portanto:

O Trabalho social com famílias deve ter como finalidade: afiançar as seguranças socioassistenciais, é para esse horizonte que todas as ações devem convergir.

vez que são elas que operam, nas famílias, as condições de superação das vulnerabilidades e riscos!

Lembrando que o que dá identidade, o que especifica a política de assistência social são as

SEGURANÇAS que ela objetiva assegurar*!

* Fundamentos ético-políticos e rumos teórico-metodológicos para fortalecer o Trabalho Social com Famílias na Política Nacional de Assistência Social

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VÍDEOS: -Trabalho Social com as Famílias – CRAS-https://www.youtube.com/watch?v=xSXRoRzXK_g

SUGESTÕES:- Metodologias CRAS (https://www.youtube.com/watch?v=lbL8xU9i-hM)

-O Trabalho com famílias nas políticas públicas (Denise Colin)(https://www.youtube.com/watch?v=EvYjmwxHEpM)

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EM QUE SE CONSTITUI O TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIA NO ÂMBITO DO SUA

Conjunto de procedimentos efetuados com a finalidade de contribuir para a convivência, para o reconhecimento de direitose possibilidades de intervenção na vida social de um conjunto de pessoas, unidas por laços consanguíneos, afetivos e/ou de solidariedade – que se constitui em um espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias, com o

objetivo: de proteger seus direitos, apoiá-las no desempenho da sua função de proteção e socialização de seus membros, bem como assegurar o convívio familiar e comunitário, a partir do seu reconhecimento como sujeito de direitos. (MINISTÉRIO DO

DESENVOLVIMENTO SOCIAL, 2012, p. 11)

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Distanciamento da Forma tradicional de pensar e atuar na família

Por “formas tradicionais de atendimento”:

- Aquelas que tendem, por um lado, a focarem-se na responsabilidade individual das famílias no equacionamento de suas necessidades e de suas dificuldades no exercício da proteção social;

- Aquelas que buscam solucionar problemas determinados de forma pontual, fragmentada e setorizada)

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A adoção de práticas sistemáticas de planejamento, monitoramento e avaliação permitem:

Identificação da realidade Definição de prioridades Definição de estratégias e metas Organização das ações Acompanhamento e redirecionamento permanentes Promoção do impacto necessário à superação das condições

de vulnerabilidade e risco Medição do grau de alcance junto à população usuária Projetar a ampliação de resultados e impactos

É IMPORTANTE DESTACAR

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1º texto sobre caso

2º Formem 2 grupos: - Um grupo trabalho com maquete- Um grupo com representação

2º As representações (desenho, atuação) devem dar respostas a este caso –compreensões, acolhida, rede, procedimentos, encaminhamentos

3º Apresentação

ATIVIDADE

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Método de trabalho com famílias

FAMÍLIA

ACOLHER A FAMÍLIA-Conhecer , compreender, apreender suas demandas e dinâmicas nos territórios de

vivência em sua totalidade. Instrumentais e técnicas

• Definição de técnico de referência;

• Busca ativa das famílias;

• Acolhimento às famílias no CRAS;

• Entrevista com a família;

• Prontuário

• Visitas domiciliares;

• Oficinas.

PAIF

Quem são as famílias? Como elas vivem? Como elas exercem a proteção social?

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Instrumentos técnicos operativos

Meios através dos quais as

ações se realizam

1.Entrevistas

2.Visitas domiciliares

3.Reuniões

4.Assembleias

5.Oficinas

6.Encaminhamentos

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Instrumentos técnico-operativos

Entrevistas : Conversas, de natureza técnica entre estabelecidas entre profissionais e usuários dos serviços, ou com outros agentes institucionais

Implicam: Habilidade técnica para estabelecer vínculo e na geração de

informações e encaminhamentos Levantamento de informações através de formulários ou diálogos abertos

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Visitas domiciliares: Aproximações realizadas com as famílias

em suas próprias residências visando conhecer melhor suas condições de vida (residência, território) e os aspectos do cotidiano das relações

Implicam:PNAS/SUAS: Preservação da privacidade e do respeito à individualidade e aos modos de vida das famílias. Ter o consentimento dos grupos familiares para realização das visitas domiciliares Agendamento prévio com as famílias, sempre que possível.

Instrumentos técnico-operativos

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Reuniões: instrumento privilegiado que permite o encontro de sujeitos que muito podem se beneficiar da convivência e da troca de informações e experiências

Implicam: Organização prévia;

Definição objetivos.

Instrumentos técnico-operativos

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Assembleias: Ações de caráter político-organizativo, reunião de um grupo maior de pessoas, que possuindo um interesse em comum, se reúne para analisar, discutir e decidir sobre determinados assuntos

Exemplo: Comunidade se reúne em assembleia para decidir sobre formas

de reivindicação para a implantação de uma escola de educação infantil no território.

Instrumentos técnico-operativos

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Encaminhamentos: Instrumento que permite reportar as famílias a outros serviços ou profissionais, sejam eles no âmbito do próprio SUAS ou não

Implicam: Articulações prévias para definição de fluxos

Monitoramento para que possa ser efetivo

Instrumentos técnico-operativos

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PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

Serviços de Convivência e

Fortalecimento de vínculo

Serviços de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de

MSE de LA e PSC

PAIF PAEFI

Exemplo:

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Método de trabalho com famílias considerações finais

i. Ruptura com a lógica histórica de tomar como central o problema que se apresenta em nossa frente para a adoção da lógica ancorada nas necessidades das famílias.

ii. Deve-se transitar, sempre, entre o individual e o coletivo, abandonando a centralidade do “caso”.

iii. Atuar efetivamente para que as necessidades das famílias sejam realmente atendidas.

iv. O trabalho é coletivo, portanto técnicos e gestores estão implicados

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DINÂMICA DO ATENDIMENTO

Aproximação entre as

necessidades das famílias

Estrutura de Proteção

ATENDIMENTO AS DEMANDAS DAS FAMÍLIAS

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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e Capacitação

www.sigas.pe.gov.brE-mail: [email protected]

Telefone: 81 3183 0702

Centro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

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