scan livro ppr kliemann - prova dos dentes

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distal como vestibulolingual deve estar perpen- dicular ao plano oclusal. Primeiro Molar Inferior A cúspide mesiovestibular localiza-se na crista marginal distal do segundo pré-molar su- perior e a crista marginal mesial do primeiro molar superior, o sulco mesiovestibular coinci- de com a cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior, o sulco distovestibular coincide com a cúspide distovestibular do primeiro mo- lar superior, as vertentes linguais das cúspides ficam livres (sem oclusão) e o seu longo eixo deve estar perpendicular ao plano oclusal no sentido mesiodistal e vestibulolingual. Segundo Molar Inferior A cúspide mesiovestibular tem contato com a crista marginal mesial do segundo molar infe- rior e fosseta mesial do segundo molar inferior, as vertentes linguais ficam livres e o seu longo eixo deve estar perpendicular ao plano oclusal no sentido vestibulolingual e mesiodistal. 7. CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS DURANTE A FASE DE MONTAGEM E ESCULTURA Cada dente deve ter o maior número de con- tatos possíveis em fechamento com o arco an- tagonista e além disso devemos, verificar a sua harmonia em relação aos movimentos de latera- lidade e protrusão. Após a montagem correta dos dentes, acres- centa-se cera na região cervical e esculpe-se cor- retamente as papilas gengivais. O aspecto final do colo gengival coincide com o da face anatômica do dente. A altura da borda gengival do incisivo central superior é maior que a do incisivo lateral superior e menor que a do canino superior. Nos dentes inferiores o colo gengival do in- cisivo central inferior é maior que a do incisivo lateral e menor que a do canino. O flanco vestibular é esculpido de acordo com a escala de cor da gengiva do paciente. Estética e Montagem dos Dentes Artificiais 209 O recorte do colo gengival vestibular e lin- gual é realizado com um instrumento afiado (Le Cron) em um ângulo de aproximadamente 45°, acompanhando o colo e contornando as papilas dentárias. O colo lingual é obtido colocando-se o instrumento na posição horizontal e recortan- do a cera nos limites anatômicos das faces lin- guais dos dentes. As papilas interdentárias devem ser fecha- das, os sulcos verticais lisos e expulsivos para evitar o acúmulo de resíduos alimentares. Os excessos de cera sobre os dentes, e prin- cipalmente nos espaços interproximais, devem ser cuidadosamente removidos e muito bem lim- pos para permitir um fino acabamento e poli- mento da resina acrílica, evitando acúmulo de placa bacteriana e facilitando a higienização diá- ria da prótese. A remoção dos excessos cervicais pode ser feita com a ajuda de um estilete afilado. Conse- gue-se bom acabamento usando-se bolinhas de algodão embebidas em benzina e a região é alisa- da com bolinhas de algodão embebidas em água. O ajuste da oclusão deve ser novamente veri- ficado; ele é baseado no número e na intensidade dos contatos obtidos em abertura e o fechamento, nos movimentos em lateralidade e protrusão. Em casos de Classes I e 11de Kennedy a re- gião lingual do enceramento deve ter contorno côncavo para permitir o alojamento para a língua. Realizando-se um sulco côncavo em toda a região vestibular próxima à borda vestibular da sela, consegue-se dar tratamento às bordas da prótese. Forma-se um menisco invertido onde a mucosa poderá se alojar, dificultando o desalo- jamento da prótese. Quando esta região perma- necer com excesso de cera (convexa), a prótese deverá ser desalojada mais facilmente, por per- da de retenção. O aspecto final da escultura deve ser liso e brilhante, com arestas arredondadas, com uni- formidade da cera e bases com volume compa- tíveis com a altura e o tamanho dos dentes. 8. PROVA DA MONTAGEM OOS DENTES Após serem realizadas as modificações julga- das necessárias, procede-se à montagem no mo-

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Page 1: Scan Livro PPR Kliemann - Prova Dos Dentes

distal como vestibulolingual deve estar perpen-dicular ao plano oclusal.

Primeiro Molar InferiorA cúspide mesiovestibular localiza-se na

crista marginal distal do segundo pré-molar su-perior e a crista marginal mesial do primeiromolar superior, o sulco mesiovestibular coinci-de com a cúspide mesiovestibular do primeiromolar superior, o sulco distovestibular coincidecom a cúspide distovestibular do primeiro mo-lar superior, as vertentes linguais das cúspidesficam livres (sem oclusão) e o seu longo eixodeve estar perpendicular ao plano oclusal nosentido mesiodistal e vestibulolingual.

Segundo Molar InferiorA cúspide mesiovestibular tem contato com

a crista marginal mesial do segundo molar infe-rior e fosseta mesial do segundo molar inferior,as vertentes linguais ficam livres e o seu longoeixo deve estar perpendicular ao plano oclusalno sentido vestibulolingual e mesiodistal.

7. CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS

DURANTE A FASE DE MONTAGEM E

ESCULTURA

Cada dente deve ter o maior número de con-tatos possíveis em fechamento com o arco an-tagonista e além disso devemos, verificar a suaharmonia em relação aos movimentos de latera-lidade e protrusão.

Após a montagem correta dos dentes, acres-centa-se cera na região cervical e esculpe-se cor-retamente as papilas gengivais.

O aspecto final do colo gengival coincidecom o da face anatômica do dente. A altura daborda gengival do incisivo central superior émaior que a do incisivo lateral superior e menorque a do canino superior.

Nos dentes inferiores o colo gengival do in-cisivo central inferior é maior que a do incisivolateral e menor que a do canino.

O flanco vestibular é esculpido de acordocom a escala de cor da gengiva do paciente.

Estética e Montagem dos Dentes Artificiais 209

O recorte do colo gengival vestibular e lin-gual é realizado com um instrumento afiado (LeCron) em um ângulo de aproximadamente 45°,acompanhando o colo e contornando as papilasdentárias. O colo lingual é obtido colocando-seo instrumento na posição horizontal e recortan-do a cera nos limites anatômicos das faces lin-guais dos dentes.

As papilas interdentárias devem ser fecha-das, os sulcos verticais lisos e expulsivos paraevitar o acúmulo de resíduos alimentares.

Os excessos de cera sobre os dentes, e prin-cipalmente nos espaços interproximais, devemser cuidadosamente removidos e muito bem lim-pos para permitir um fino acabamento e poli-mento da resina acrílica, evitando acúmulo deplaca bacteriana e facilitando a higienização diá-ria da prótese.

A remoção dos excessos cervicais pode serfeita com a ajuda de um estilete afilado. Conse-gue-se bom acabamento usando-se bolinhas dealgodão embebidas em benzina e a região é alisa-da com bolinhas de algodão embebidas em água.

O ajuste da oclusão deve ser novamente veri-ficado; ele é baseado no número e na intensidadedos contatos obtidos em abertura e o fechamento,nos movimentos em lateralidade e protrusão.

Em casos de Classes I e 11de Kennedy a re-gião lingual do enceramento deve ter contornocôncavo para permitir o alojamento para a língua.

Realizando-se um sulco côncavo em toda aregião vestibular próxima à borda vestibular dasela, consegue-se dar tratamento às bordas daprótese. Forma-se um menisco invertido onde amucosa poderá se alojar, dificultando o desalo-jamento da prótese. Quando esta região perma-necer com excesso de cera (convexa), a prótesedeverá ser desalojada mais facilmente, por per-da de retenção.

O aspecto final da escultura deve ser liso ebrilhante, com arestas arredondadas, com uni-formidade da cera e bases com volume compa-tíveis com a altura e o tamanho dos dentes.

8. PROVA DA MONTAGEM OOS DENTES

Após serem realizadas asmodificações julga-das necessárias, procede-se à montagem no mo-

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210 Manual de Prótese Parcial Removível

delo e, posteriormente, a prova na boca. Paracasos onde a reabilitação se dá na região ante-rior, prova-se primeiramente a montagem dosseis dentes anteriores.

Nesta fase, a atenção deve estar voltada àsqualidades estéticas e funcionais dos dentes arti-ficiais, uma vez que a armação metálica já foiprovada e aprovada.

Instala-se a prótese em posição e verifica-se a articulação dentária em oclusão, lateralida-de e protrusão.

Verificam-se a cor, forma e o posicionamen-to dos dentes artificiais, tomando como pontode referência os dentes remanescentes e levan-do em consideração as relações maxilomandi-bulares anteriormente determinadas.

Não devem existir interferências dos dentesartificiais com os remanescentes. As interferên-cias mais grosseiras devem ser eliminadas. Nestafase, há a possibilidade de se mover os dentesartificiais para se obter melhor posicionamentoe relação com remanescentes, pois estão fixosapenas com cera.

Examina-se os dentes artificiais proporcio-nam estética satisfatória e se o paciente conse-gue pronunciar palavras com fonemas linguo-dentais, como por exemplo: mississipi, missa eos números 66, 666, 6.666.

A forma e posição dos dentes artificiais têmuma importância fonética extraordinária, pois sãoestas as superfícies onde serão articuladas aspalavras.

De acordo com Tumer, quando as prótesesforem bem realizadas e os dentes ocuparem olugar correto no arco, poucas serão as dificulda-des fonéticas que os pacientes experimentarão.Desse modo, o controle estético serve, até cer-to ponto, de controle fonético e vice-versa.

Caso a montagem dos dentes apresente dis-crepâncias que tome impossível obter boa rela-ção na boca, apenas movimentando-se ligeira-mente os dentes, a remontagem é indicada, to-mando-se novamente as relações maxilomandi-bulares.

No controle fonético deve-se estar atento àaltura dos dentes inferiores e superiores.

Com relação à altura dos dentes inferiores,sabe-se que uma prótese inferior demasiadamen-te alta pode trazer muitos inconvenientes, tantofuncionais como estéticos e fonéticos. Deve-seobservar então:

• se a borda incisiva não aparece quando olábio inferior está em repouso;

• se o paciente pode morder seu lábio inferior;• se a metade superior do terço anterior da

língua trabalha sobre o nível da dentiçãoinferior.

Com Relação à Altura dos DentesSuperiores Deve-se Observar:

• que normalmente, os incisivos superiores de-vem ser ligeiramente visíveis por baixo dolábio superior em repouso.

• que no sorriso normalmente o lábio deveposicionar-se na altura do colo dos dentes.

• que os arcos devem separar-se em tomo de4mm quando se pedir ao paciente para pro-nunciar fonemas linguodentais.

• que ao pronunciar "éfe" e "vê" como porexemplo: faca, futebol, vitória, a borda dolábio inferior deve ter contato ligeiro comos incisivos superiores.

É novamente importante a participação dopaciente. Deve-se dispor de espelho para queele verifique a disposição obtida durante mon-tagem e opine a respeito, pois é ele quem deveficar satisfeito com o nosso esforço. Dependen-do da motivação do paciente, pode-se deixar queele leve para a sua casa a montagem e colha aopinião de pessoas mais íntimas (cônjuge, pais,filhos, etc.) para também opinarem a respeito.

Quando ocorrer alguma insatisfação porparte do paciente, deve-se tentar convencê-Iopor meio de uma explicação cuidadosa, baseadaem fundamentos científicos. Se ainda assim opaciente discordar, deve-se realizar o que ele de-seja, pois a prótese será por ele utilizada.

É importante que, toda vez que a prótesefor levada à boca para ser realizada uma nova

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observação, os dentes estejam limpos e o con-torno anatômico gengival refeito (com instru-mentos tipo Holenback ou espátula 7).

Como pode-se ver, existem variáveis paracada caso (cor, apinhamento, diastema, etc.).

Estética e Montagem dos Dentes Artificiais 211

Cabe então a nós utilizar do senso estético e osrecursos aprendidos para realizar um trabalhofuncional e bonito, que satisfaça nossos anseiose que diminua o trauma do paciente por haverperdido seus dentes naturais.