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30

o sentido

da viso. Jan Bruegel, Velho, e Peter Paul Rubens, 1617-

lan Brueghel, artista flamengo, viveu no sculo xvn, perodo de enriquecimento da burguesia e de mudana de mentalidade. Nessa tela, O sentido da viso, o pintor descreve a riqueza do mundo que nos cerca - objetos e paisagens -, que estimula nosso olhar e chama nossa ateno. O que ocorreu nesse espao de tempo para mudar o foco do olhar? Na Antiguidade, Aristteles pretendia mostrar que h vrios graus de conhecimento, que comeam pelos sentidos, mas a verdadeira cincia o conhecimento especulativo, no prtico, que busca as causas ltimas de todas as coisas. No entanto, pela aliana entre cincia e tcnica, a revoluo cientfica da Idade Moderna mudou radicalmente o mtodo de investigao da natureza. E logo tomou-se possvel e desejvel a aplicao prtica das descobertas cientficas. A cincia deixava de ser uma rea da filosofia para seguir seu prprio caminho.

364

D Uma novao silncio

mentalidade

Em seu livro Pensamentos, Pascal diz o seguinte:

desses espaos infinitos me apavora.'

Essa frase explicita a angstia para quem, no sculo XVII, vivenciou a substituio da teoria geocntrica - aceita durante mais de vinte sculos - pela teoria heliocntrica. A nova teoria no apenas retirou a Terra do centro do Universo, mas tambm desintegrou uma construo esttica que ordenava os espaos e hierarquizava o "mundo superior dos Cus" e o "mundo inferior e corruptvel da Temi'. Galileu geometrizou o Universo, igualando todos os espaos. Ao descobrir a Via Lctea, contraps, a um mundo fechado e finito, a ideia da infi.nitude do Cu.

m

ETIMOLOGIAHeliocntrico. Do grego helios, "Sol".

Gravura de autoria desconhecida mostrando Gutenberg em sua oficina. Sem data. A descoberta dos tipos mveis possibilitou a Gutenberg criar a imprensa, que desempenhou um papel fundamental na modernidade, por divulgar mais rapidamente o conhecimento.

A questo, no entanto, no apenas cientfica. Se fosse, Galileu no teria sido obrigado a retratar-se publicamente e abjurar sua teoria nem recolhido a priso domiciliar. H algo mais que se quebra, alm da ordem csmica, cujas causas antecedem a esse perodo. Examinando o contexto histrico em que ocorreram transformaes to radicais, percebemos que elas no se desligavam de outros acontecimentos igualmente marcantes, que se configuravam desde o sculo anterior: surgimento da burguesia; desenvolvimento da economia capitalista; Revoluo Comercial; renascimento das artes, das letras e da filosofia. Desse modo, nasce um novo indivduo, confiante na razo e no poder de transformar o mundo. Uma explicao possvel para justificar a mudana ocorrida que a nova classe comerciante, constituda pelos burgueses, imps-se pela valorizao do trabalho em oposio ao cio da aristocracia. Alm disso, inventos como a bssola, o papel, a imprensa e a mquina a vapor, o aperfeioamento dos navios e as descobertas tornavam-se necessrios para o comrcio e a indstria em expanso. O renas cimento das cincias no sculo XVII no constituiu uma simples evoluo do pensamento cientfico, mas uma verdadeira ruptura que implicou outra concepo de saber, por conta da novidade do mtodo institudo.I

fJ Caracteristicasmoderno

do pensamento

A partir do Renascimento, a religio, suporte do saber na Idade Mdia, sofreu diversos abalos com o questionamento da autoridade papal, o surgimento do protestantismo e a consequente destruio da unidade religiosa na Europa Ocidental. Decorrem da as caractersticas desse novo momento histrico. antropocentrismo: enquanto o pensamento medieval predominantemente teocntrico, o indivduo moderno coloca a si prprio no centro dos interesses e decises. s certezas da f, contrape-se a capacidade de livre exame. At na religio os adeptos da Reforma defendem o acesso direto ao texto bblico, dando a cada um o direito de interpret-Io.

m

ETIMOLOGIAAntropocentrismo. Do grego anthropos, "homem"; portanto, o homem no centro. Teocentrismo. Do grego theo, "deus", isto , deus no centro.

. racionalismo: ao critrio da f e da revelao, ope-se o poder exclusivo da razo de dscernir, distinguir e comparar; a atitude polmica perante a tradio recusa o dogmatismo.

PASCAL, Blaise. Pensamentos, Os Pensadores).

aforismo 206. So Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 95. (Coleo

A revoluo cientfica do sculo XVII

Captulo 30

. saber ativo: em oposio ao saber contemplativo, o conhecimento no parte apenas de noes e princpios. mas da prpria realidade observada e submetida a experimentaes; como decorrncia. o saber adquirido devido aliana entre a cincia e a tcnica deve voltar realidade para transform-Ia . . mtodo: a busca do mtodo adequado marca o ponto de partida de vrios pensadores do sculo XVII. como Descartes. Espinosa e Francis Bacon. O prprio Galileu, no mesmo sculo. teorizou sobre o mtodo cientfico. o que representou uma verdadeira revoluo: o rompimento da cincia com a filosofia aristotlico-escolstca, em busca de seu prprio caminho.

~

PARA SABER MAISEm novembro de 1992, o Vaticano anunciou a reabilitao oficial de Galileu. Dentre os seis cientistas indicados pelo papa Joo Paulo II para formar a comisso de estudos da Pontifcia Academia de Cincias, encontrava-se o brasileiro Carlos Chagas Filho.

A nova fsicaA produo terica e experimental de Galileu s foi possvel porque ele dispunha em sua oficina de recursos como plano inclinado. termmetro. luneta e relgio de gua. Embora ainda fossem engenhocas um tanto primitivas. foram suficientes para mostrar o valor da observao. o que lhe permitiu abandonar a cincia especulativa e caminhar em direo construo de uma cincia ativa. Em oposio ao discurso formal. Galileu solicita o testemunho dos sentidos e o auxlio da tcnica. Valoriza os experimentos e. ao contrrio da fsica antiga. que buscava explicar o "porqu" do fenmeno pelas qualidades inerentes aos corpos. Galileu se interessa pelo "como'. o que supe a descrio quantitativa do fenmeno. Por meio dessa descrio. distingue as qualidades secundrias (cor. odor. sabor) das qualidades primrias (forma. figura. nmero e movimento). As secundrias so subjetivas, enquanto as primrias so objetivas e passveis de tratamento matemtico. o que permite a Galileu assimilar o espao fsico ao espao geomtrico de Euclides. Assim ele explica:

D Galileu e as duas novascinciasEm 1638. revelia da Inquisio, foi publicada na Holanda a obra Discursos e demonstraes matemticas sobre duas novas cincias. quando seu autor, Galileu, j cego. ainda se encontrava em priso domiciliar. A partir desse ltimo e importante trabalho, em que relaciona a hiptese copernicana s leis da mecnica, ligando a cincia da astronomia fsica, pode-se dizer que nascia a fsica moderna e uma nova concepo de astronomia.

QUEM

?

Galileu Galilei (1564-1642), italiano que lecionou nas universidades de Pisa e de Pdua, foi responsvel pela superao do aristotelismo e pelo advento da moderna concepo de cincia. Empreendeu uma mudana Galileu Galilei, de radical nos campos da ptica Justus Sustermans, geomtrica (lentes, reflexo c. 1639. e refrao da luz), termologia (inveno do termmetro), nidrosttica, ptica fsica (teoria sobre a natureza da luz) e principalmente no campo da mecnica, da qual lanou os fundamentos. Escreveu O ensaiador, Dilogo sobre os dois mximos sistemas do mundo, Discursos e demonstraes matemticas sobre duas novas cincias. Sua vida foi marcada pela perseguio poltica e religiosa, por defender a substituio do modelo ptolomaico (geocntrico) pelo modelo copernicano (heliocntrico). Condenado pela Inquisio, aps ser obrigado a abjurar publicamente suas ideias, foi confinado em priso domiciliar a partir de 1633-

A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto , o Universo), que no se pode compreender antes de entender a lngua e conhecer os caracteres com os quais est escrito. Ele est escrito em lngua matemtica, os caracteres so tringu los, ci rcu nferncias e outras figuras geomtricas, sem cujos meios impossvel entender humanamente as palavras: sem eles ns vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto."

Telescpio de Galileu Galilei, sculo XVII.

2

GALILEI, Galileu. O ensaiador. So Paulo: Abril Cultural,

1973. p. 119. (Coleo Os Pensadores).

Unidade 6

Filosofia das cincias

Calileu realizando a experincia do plano inclinado, de Giuseppe Bezzuoli. Afresco da Tribuna de Galileu, Museu Zoolgico, Florena. Com o plano inclinado, Galileu introduz a medida e a experimentao na fsica nascente.

Quanto ao movimento, Galileu recusa a teoria aristotlica que distingue o movimento qualitativo do movimento quantitativo para considerar toda mudana quantitativa. Com isso, estabelece um corte entre as duas leituras do mundo, pois, onde Aristteles via qualidades (corpos pesados ou leves), Galileu descobre relaes e propores. Quando estuda Arquimedes e v que as leis do equilbrio dos corpos flutuantes so verdadeiras, destri a teoria da "gravidade" e "leveza" dos corpos. "Subir" e "descer" no atestam mais a ordem imutvel do mundo, a essncia escondida das coisas. Por exemplo: onde est a "gravidade" quando mergulhamos a madeira na gua, uma vez que ela se torna "leve", a ponto de s poder mover-se para baixo se for forada? Ao explicar "como' os corpos caem (e no "por que" caem), Galileu descobre a relao entre o tempo que um corpo leva para percorrer o plano inclinado e o espao percorrido. Repetidas experincias confirmam as relaes constantes e necessrias, donde decorre a lei da queda dos corpos, traduzida numa forma geomtrica. No estamos, porm, diante de uma cincia que parte apenas de dados empricos. O procedimento de Galileu no sempre indutivo, pois nem todas as vezes parte dos fatos para as leis. Em muitas ocasies realiza "experincias mentais", pelas quais imagina situaes impossveis de verificar empiricamente e tira concluses desses raciocnios. O que d validade cientfica aos processos intelectuais que os resultados devem ser submetidos comprovao.

Uma grande descoberta alcanada com esse mtodo foi o princpio da inrcia, segundo o qual qualquer objeto no submetido ao de uma fora permanece indefinidamente em repouso ou em movimento uniforme. Ora, isso no acontece de fato, pois no levado em conta o atrito, mas pode ser pensado como se ocorresse. Galileu um dos expoentes dos novos tempos: a cincia nascente no resulta de simples desenvolvimento, mas surge de uma ruptura, da adoo de uma nova linguagem, fruto, portanto, de uma revoluo cientifica. Embora Galileu se referisse "filosofia" (esse saber universal), j comeava a o processo de separao entre cincia e reflexo filosfica.Mtodo, em grego, significa "caminho'. E esse caminho Galileu encontra na unio da experimentao com a matemtica.

A astronomia e a geometrizao do espaoA teoria geocntrica encontra-se nas obras de Aristteles, posteriormente completadas por Ptolomeu (sc. II). Essa concepo, que perdurou durante toda a Antiguidade e a Idade Mdia, descreve um Universo finito, esfrico, hierarquizado. O geocentrismo era de certo modo confirmado pelo senso comum: percebemos que a Terra imvel e que o Sol gira sua volta. No prprio texto bblico l-se uma passagem em que Deus fez parar o Sol para que o povo eleito continuasse a luta enquanto ainda houvesse luz, o que sugere o Sol em movimento e a Terra fixa.A revoluo cientfica do sculo XVII Captulo 30

O filsofo contemporneo Alexandre Koyr, ao explicar as grandes mudanas que ocorreram no sculo XVII, diz que elas pareciam ser redutveis a duas aes fundamentais e estreitamente relacionadas entre si, que ele caracterizou como a destruio do cosmo e a geometrizaa do espao. Isso significa que o espao heterogneo dos lugares naturais tornou-se homogneo e, despojado das qualidades, passou a ser quantitativo e, portanto, mensurvel. Podemos dizer que houve uma "democratizao" dos espaos, pois todos tornam-se equivalentes, nenhum superior ao outro. Negada a diferena entre a qualidade dos espaos celestes e terrestres, possvel admitir que as leis da fsica aplicam-se igualmente a todos os corpos do Universo. Frana e Alemanha, voltadas para o estudo ~ 'i mais desinteressado da cincia.

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3

Citado por: HUISMAN, Denis e VERGEZ, Andr. Compndio moderno defilosofia. v. II: O conhecimento. So Paulo: Freitas Bastos. p. 182.

Paradigma. Modelo, padro; conjunto de teorias, tcnicas, valores de uma determinada poca e que, de tempos em tempos, entram em crise. No contexto, segundo o filsofo Thomas Kuhn, a viso de mundo assumida pela comunidade cientfica em um determinado momento, como veremos no prximo captulo.

A revoluo cientfica do sculo XVII

Captulo 30

Leitura complementarA revoluo cientfica"Admite-se de maneira geral que o sculo XVII sofreu, e realizou, uma radicalssima revoluo espiritual de que a cincia moderna ao mesmo tempo a raiz e o fruto. Essa revoluo pode ser descrita, e foi, de vrias maneiras diferentes. Assim, por exemplo, alguns historiadores viram seu aspecto mais caracterstico na secularizao da conscincia, seu afastamento de metas transcendentes para objetivos imanentes, ou seja, a substituio da preocupao pelo outro mundo e pela outra vida pela preocupao com esta vida e este mundo. Para outros autores, sua caracterstica mais assinalada foi a descoberta, pela conscincia humana, de sua subjetividade essencial e, por conseguinte, a substituio do objetivismo dos medievos e dos antigos pelo subjetivismo dos modernos; outros ainda creem que o aspecto mais destacado daquela revoluo ter sido a mudana de relao entre teoria e prxis,' o velho ideal da vita contemplativa cedendo lugar ao da vita activa. Enquanto o homem medieval e o antigo visavam pura contemplao da natureza e do ser, o moderno deseja a dominao e a subjugao. Tais caracterizaes no so de nenhum modo falsas, e certamente destacam alguns aspectos bastante importantes da revoluo espiritualou crise - do sculo XVII, aspectos que nos so exemplificados e revelados, por exemplo, por Montaigne, Bacon, Descartes ou pela disseminao geral do ceticismo e do livre-pensamento. Em minha opinio, no entanto, esses aspectos so concomitantes e expresses de um processo mais profundo e mais fundamental, em resultado do qual o homem, como s vezes se diz, perdeu seu lugar no mundo ou, dito talvez mais corretamente, perdeu o prprio mundo em que vivia e sobre o qual pensava, e teve de transformar e substituir no s seus conceitos e atributos fundamentais, mas at mesmo o quadro de referncia de seu pensamento. ' Pode-se dizer, aproximadamente, que essa revoluo cientfica e filosfica - de fato impossvel separar o aspecto fi losfico do pu ra mente cientfico desse processo, pois um e outro se mostram interdependentes e estreitamente unidos - causou a destruio do Cosmos, ou seja, o desaparecimento dos conceitos vlidos, filosfica e cientificamente, da concepo do mundo como um todo finito, fechado e ordenado hierarquicamente (um todo no qual a hierarquia de valor determinava a hierarquia e a estrutura do ser, erguendo-se da terra escura, pesada e imperfeita para a perfeio cada vez mais exaltada das estrelas e das esferas celestes), e a sua substituio por um Universo indefinido e at mesmo infinito que mantido coeso pela identidade de seus componentes e leis fundamentais, e no qual todos esses componentes so colocados no mesmo nvel de ser. Isto, por seu turno, implica o abandono, pelo pensamento cientfico, de todas as consideraes baseadas em conceitos de valor, como perfeio, harmonia, significado e objetivo, e, finalmente, a completa desvalorizao do ser, o divrcio do mundo do valor e do mundo dos fatos. [...] No entanto, apesar desse tremendo nmero de elementos, descobertas, teorias e polmicas que em suas interconexes formam os complexos e comoventes antecedentes e as sequelas da grande revoluo, a linha principal do grande debate, os principais passos da estrada que leva do mundo fechado para o Universo infinito destacam-se de modo claro nas obras de alguns grandes pensadores que, compreendendo profundamente sua importncia basilar, deram plena ateno ao problema fundamental da estrutura do mundo."KOYR,Alexandre. 00 mundo fechado ao Universo infinito. Rio de Janeiro/So Paulo: Forense Universitria/Edusp, 1979. p. 13-15.

> Questes

11 Explique o que significa dizer que a cincia modernaIJ IJ4

ao mesmo tempo a raiz e o fruto da revoluo espiritual ocorrida no sculo XVII.

Basilar. Bsico, fundamental.

Relacione a frase de Pascal do inicio do capitulo com o mal-estar sentido pelo ser humano no sculo XVII. No final do texto, Koyr refere-se ao "divrcio do mundo do valor e do mundo dos fatos". Explique como isso representa o nascimento da cincia moderna.

No texto de Koyr, os termos teoria e prxis foram grafados em grego.

Leitura complementar

Unidade 6

> Revendo o capitulo

Sde

11 Faa S

"Terra e Cu, para eles, no existem mais. A Terra, porque uma estrela no Cu, e o Cu, porque composto de terras. No h mais diferena entre o alto e o baixo, entre o eterno e o perecivel. Que ns perecemos, sabemos bem. Mas o que eles dizem que tambm o Cu perece." (fala do Monge, p. 109.) a) Qual o significado de "alto e baixo, eterno e perecivel"? b) Em que medida a nova astronomia tiza" o espao? "democra-

um esquema comparativo da fsica Aristteles com a fsica de Galileu.

Faa um esquema comparativo entre a astronomia de Ptolomeu e a de Galileu. o surgimento da cincia moderna o fortalecimento da burguesia. com

11 Relacione 11

O que significa dizer que Galileu abandonou o mito do cosmo hierarquizado? O que significa "democratizao" do espao fsico? E geometrizao do espao?

IJ

> Aplicando os conceitos

Galileu tenta convencer um filsofo a ver pelo telescpio os satlites de lpiter, cuja constatao contraria o sistema ptolomaico, O filsofo responde: "Senhor Galileu, antes de aplicarmos o seu famoso telescpio, gostariamos de ter o prazer de uma disputa. Assunto: possivel que tais planetas existam?" (p, 78-79).a) A que

IJ

Considerando as trs caractersticas atribuidas ao pensamento moderno (racionalismo, antropocentrismo e saber ativo), explique como, na-Idade Moderna, elas valem para a cincia e tambm para outros setores, como a religio, as artes e a poltica, Em uma carta enviada madame Crstina de Lorena, Galileu escreve: "No me sinto na obrigao de acreditar que o mesmo Deus que nos dotou de sentidos, razo e intelecto tencionava descartar o uso destes e por algum outro meio nos dar o conhecimento que com eles podemos obter [...J A inteno do Esprito Santo ensinar-nos como se vai para o cu, e no como o cu funciona". (Brody e Brody. As sete maiores descobertas cientficas da histria. So Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 64.) Explique a citao sob dois aspectos:a) o significado

S

escola deveria pertencer esse filsofo, considerando o teor da questo por ele formulada?

b) Em que medida o questionamento do filsofo se contrape proposta de Galileu?

> Caiu no vestibular

m

dos sentidos

e da razo para a

nova cincia; b) a relao entre cincia e f. As atividades 7, 8 e 9 esto baseadas na pea A vida de Galileu, de Bertolt Brecht (So Paulo: Abril Cultural, 1977). Atenda s questes.

IJ

(UFMG) Leia este fragmento de poema. "E a nova filosofia coloca tudo em dvida, O Elemento fogo deixado de lado, O Sol est perdido, e tambm a Terra, E nenhuma sabedoria humana capaz de guiar essa busca. E livremente os homens confessam que este mundo se esgotou, Quando procuram nos Planetas e no Firmamento tanta novidade Veem que tudo est de novo pulverizado em tomos, Tudo em pedaos, toda coerncia se perdeu." (lohn Donne. An Anatomy of the world, 1611.) Nesse fragmento, lohn Donne, poeta ingls do sculo XVII, expressa sua inquietao diante da dissoluo do cosmos aristotlico por Copmico. Com base na leitura do poema e considerando outros conhecimentos sobre a revoluo cientfica do sculo XVII, explique a afirmao: "E a nova filosofia coloca tudo em dvida ... ''.

Em 1968, a pea A vida de Galileu foi apresentada no Teatro Oficina de So Paulo, sob a direo de Jos Celso Martinez e com Claudio Corra e Castro no papel principal. Vivia-se o periodo da ditadura militar e provo cativam ente o diretor optou por vestir os religiosos de verde-olva, Analise a comparao que ele desejou fazer entre esses dois momentos da histria humana.