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1 Satisfação e Confiança do Consumidor em Ambientes Virtuais de Corretoras de Valores Autoria: Cristiane Junqueira Giovannini, Deborah Coutinho Gil Nunes, Daniel Brantes Ferreira RESUMO Este trabalho tem como objeto de estudo serviços online de corretoras de valores (home brokers). Com base no modelo proposto por Balasubramanian et al. (2003), foram analisados os efeitos indiretos, mediados pela confiança, que diversos construtos relevantes para o consumo de serviços online (competência, disposição e segurança) possuem sobre a satisfação dos consumidores ao utilizarem serviços de home broker. Foi elaborado um questionário com escalas existentes na literatura para medir os construtos propostos e suas relações foram analisadas no contexto brasileiro via equações estruturais. Os resultados verificam a influência de diversos construtos sobre a confiança e satisfação do consumidor online.

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Satisfação e Confiança do Consumidor em Ambientes Virtuais de Corretoras de Valores

Autoria: Cristiane Junqueira Giovannini, Deborah Coutinho Gil Nunes, Daniel Brantes Ferreira

RESUMO Este trabalho tem como objeto de estudo serviços online de corretoras de valores (home brokers). Com base no modelo proposto por Balasubramanian et al. (2003), foram analisados os efeitos indiretos, mediados pela confiança, que diversos construtos relevantes para o consumo de serviços online (competência, disposição e segurança) possuem sobre a satisfação dos consumidores ao utilizarem serviços de home broker. Foi elaborado um questionário com escalas existentes na literatura para medir os construtos propostos e suas relações foram analisadas no contexto brasileiro via equações estruturais. Os resultados verificam a influência de diversos construtos sobre a confiança e satisfação do consumidor online.

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INTRODUÇÃO O mercado de corretoras de valores no Brasil tem experimentado uma série de mudanças nos últimos anos. A estabilização da economia, o desenvolvimento de novas tecnologias e a entrada de players internacionais, entre outros fatores, contribuíram para profissionalizar as empresas do setor, tornando esse mercado mais concorrido, eficiente e aproximando-o da maturidade. Alguns grupos internacionais entraram no mercado brasileiro associando-se a grupos nacionais ou adquirindo redes locais. Acompanhando as mudanças do mercado, os consumidores também estão se transformando e se tornando cada vez mais exigentes. O resultado deste conjunto de mudanças é uma geração de consumidores mais experientes, bem informados e críticos, que esperam cada vez mais dos bens e serviços que utilizam. No esforço para satisfazer seus clientes, confiança é uma palavra-chave para as corretoras. Empresas que ganham a confiança de seus clientes têm maior chance de satisfazê-los e retê-los para os próximos negócios, aumentando o valor do cliente ao longo do relacionamento. O presente estudo baseia-se na proposta de Balasubramanian et al. (2003) e objetiva entender o processo de formação da confiança e a interação da confiança com outros fatores relacionados aos prestadores de serviços de home broker e seu ambiente online, e com isso propor um modelo empírico para validar a relação entre confiança e satisfação de consumidores com serviços disponibilizados por corretoras brasileiras. Segundo Parasuraman (apud Balasubramanian et al., 2003), em ambientes tradicionais, confiança e garantias são normalmente geradas por observações dos consumidores em relação ao conhecimento dos funcionários e responsabilidade; os consumidores avaliam a confiança separadamente de outras dimensões de qualidade de serviços. Contudo, nos ambientes online, com a ausência de interação entre os indivíduos, a confiança cresce a medida que os serviços são utilizados repetidas vezes, levando a uma interação cada vez maior do cliente com o prestador de serviço. Essas interações ajudam ao cliente a ter maior percepção em relação as características dos serviços, tais como: confiança da informação, disponibilidade do website e eficiência na execução das transações. É importante também considerar que um ambiente regulatório forte, onde o órgão regulador é atuante, contribui para maior segurança dos players de mercado, e com isso gera maior confiança por parte dos usuários de sistemas online de home broker. Os principais órgãos reguladores do mercado de capitais, onde as corretoras estão inseridas, são a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), home broker é um sistema que possibilita ao investidor encaminhar ordens de compra e venda de ações e de opções pela Internet, por meio de corretoras de valores mobiliários credenciadas pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) para tal fim. O sistema home broker foi implantado em março de 1999 pela Bovespa e é semelhante aos serviços de home banking oferecidos pela rede bancária. É um sistema de comunicação que funciona como um canal de relacionamento entre os investidores e as sociedades corretoras da Bovespa. Ainda de acordo com a CVM, o intuito de sua implantação foi facilitar e simplificar a atividade de compra e venda de ações, permitindo que haja uma maior participação de pessoas físicas no mercado de valores mobiliários. Algumas das vantagens da utilização do home broker são: baixo investimento inicial, acesso a cotações em tempo real, agilidade e rapidez nas ordens, maior transparência e a disposição de análises gratuitas por parte das corretoras. Sendo o foco desse estudo o contexto online de serviço de home broker, foram analisadas as relações entre diversas características dos serviços oferecidos que levam o consumidor a ter confiança no prestador, como segurança e competência operacional. Cabe salientar que como o ambiente virtual é extenso e rico em outras opções de serviços, muitas

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das variáveis estudadas nesse artigo podem ser aplicadas em outros serviços online, onde a confiança também é variável chave. REVISÃO DE LITERATURA Ambientes Virtuais Por causa das suas limitações frente aos novos arranjos organizacionais como os ambientes virtuais, os paradigmas tradicionais de gestão estratégica vêm sendo questionados (Gulati, Nohria & Zaheer, 2000). Alguns autores chegam a apontar que, pelo fato de a virtualidade permitir integração e simultaneidade de funções, há uma explosão ou implosão da cadeia de valor (Venkatraman & Henderson, 1998). Outros contestam a ideia de que as implicações destas tecnologias revertam em mudanças qualitativas (Porter, 1999). Desta forma, ambientes virtuais representam novos desafios gerenciais e estratégicos, se tornando necessária a identificação dos fatores críticos para o sucesso da gestão de empresas que operam em redes virtuais. Rossi (2003) descreve como elemento mais significativo para os consumidores online a interatividade, afirmando que ela depende da facilidade de navegação e do tempo de resposta do portal a uma solicitação feita pelo usuário. O autor também conclui que a facilidade de navegar no site, a redução da incerteza na compra e a adaptação do site às características do usuário são elementos críticos a formação de preferências por sites na Internet. O autor também mostra que os fatores considerados de extrema relevância para a fidelidade do cliente estão relacionados a confiança (garantia de entrega do bem/serviço; privacidade dos dados pessoais; prazos de entrega confiáveis; confirmação de pedido por e-mail após compra; formas de pagamento seguras) e conveniência (ferramentas de busca; localização de informações; navegabilidade; facilidade de concretizar uma compra). Em ambientes virtuais não há interação humana direta e o cliente é atendido pela interface online do prestador. Nesses casos, segundo Zeithaml et al. (2000), várias dimensões convencionais de qualidade como aparência física das instalações e dos empregados, simpatia e pró-atividade são pouco ou nada relevantes. Segundo Balasubramanian et al. (2003), a interface do sistema e sua eficiência por meio de repetidas interações é que vão dimensionar a satisfação dos consumidores. Em investimentos online, enquanto a interface de negociação pode parecer rápida e conveniente, não se pode dizer que são plenamente conhecidos os processos no segundo plano como o fluxo das ordens, o descobrimento do preço e a execução de ordens (Konana, 2000). Por isso a confiança no prestador passa a ter papel primordial. A seguir são apresentados e discutidos diversos fatores que podem afetar a confiança e satisfação de um consumidor em relação a serviços contratados e utilizados online. Confiança e Satisfação A literatura sobre confiança na relação entre empresas e clientes tem por base inúmeros estudos provenientes de diversas áreas do conhecimento. Tal fato gerou variadas definições sobre o que é o construto confiança (Sirdeshmukh, 2000), motivando Rousseau et al. (1998) a proporem uma definição consensual. Segundo os autores, “confiança é um estado psicológico que compreende a intenção de aceitar uma vulnerabilidade baseada em expectativas positivas das intenções ou comportamentos de outro”. Essa definição apresenta duas partes distintas. Na primeira, confiança é relacionada com expectativas (positivas) sobre as intenções e/ou comportamentos do parceiro de trocas. Essa conceituação é focada na crença de uma das partes de que a outra agirá de maneira responsável, evidenciando integridade, e que não seja prejudicial à outra parte; esta é a chamada conceituação de confiança baseada na expectativa (Sirdeshmukh, 2002). Na segunda

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parte, a confiança é relacionada ao parceiro de trocas, aceitando-se a vulnerabilidade contextual; essa definição é a chamada confiança comportamental e refere-se à tendência de ação de uma parte em relação à outra. Ou seja, o construto é separado em duas vertentes: confiança como um estado psicológico e como uma escolha de comportamento. Por sua vez, Smith e Barclay (1997) apontam dois aspectos dominantes relacionados ao construto confiança na literatura: a confiança como uma expectativa cognitiva e a confiança como um comportamento de tomada de risco. Tais aspectos complementam a ideia de Moorman et al. (1993) de que confiança envolve vulnerabilidade e incerteza e que as ações de confiabilidade de uma das partes aumentam a vulnerabilidade da outra. Para os autores, a incerteza é uma dimensão necessária para a confiança, uma vez que seria desnecessário para a concretização de uma troca confiar em parceiros sobre os quais se tem total conhecimento e controle sobre suas ações. Segundo Mayer (1995), a definição de confiança seria “a propensão de uma parte de estar vulnerável a ações da contraparte, baseada na expectativa de que a outra vai desempenhar papel favorável à primeira, independentemente da capacidade de se controlar a contraparte”. A confiança do cliente na empresa tem sido apresentada na literatura de marketing como um forte determinante de comportamentos como comprometimento e lealdade (Johnson, 1999; Urban et al., 2000; Sirdeshmukh et al., 2002). Em mercados muito concorridos e com maior percepção de risco e incerteza por parte dos clientes (como ocorre em ambientes virtuais), os pesquisadores de marketing têm voltado suas atenções cada vez mais para o estudo da construção da confiança e suas consequências, emergindo e destacando-se os conceitos de relacionamentos duradouros e lealdade (Johnson, 1999). Relacionar-se, no contexto de marketing, significa um processo de continuidade e repetição na ação (Morgan & Hunt, 1994), que ocorre ao longo do tempo e envolve dimensões diferenciadas como confiança e percepção de valor. Morgan e Hunt (1994) afirmam que para se relacionar com uma empresa o cliente precisa ter sua confiança conquistada e sentir que a mesma está comprometida com seus interesses e necessidades, oferecendo-lhe valor superior. A manutenção de relacionamentos é definida em função da capacidade da organização de cumprir suas promessas, aspecto que está diretamente relacionado ao construto confiança, que emerge a partir do momento em que uma das partes acredita na outra (Moorman et al., 1993). Desta forma, entender o construto confiança, e como este se estabelece na relação entre organização e consumidor, tem sido um tema central nos estudos baseados em relacionamentos de longo prazo (Sirdeshmukh et al., 2002). Entretanto, a direção da maioria dos estudos sobre confiança tem sido em seus resultados e não em comportamentos e práticas que contribuam para aumentá-la ou reduzi-la. Ademais, foco maior recai sobre relacionamentos entre empresas, tendo sido relativamente pouco estudado o impacto da confiança nos relacionamentos entre empresas e clientes finais (Sirdeshmukh et al., 2002). Frente à importância do tema, estudos vêm sendo realizados com intuito de tentar compreender melhor como se estabelecem as relações de longo prazo no cenário de troca (Sirdeshmukh et al., 2002; Ganesan, 1994). Morgan e Hunt (1994) propõem um modelo em que a confiança e o comprometimento possuem papéis centrais na manutenção de relacionamentos. Ganesan (1997), por sua vez, apresenta um modelo em que a confiança é relacionada à benevolência do vendedor e à credibilidade que o mesmo é capaz de transmitir. A confiança como precursora do valor e da lealdade do cliente aparece no modelo proposto por Brei (2001). Desde que Dwyer et al. (1987) afirmaram que “(o construto) confiança merece atenção prioritária”, as pesquisas em marketing têm-no incluído consistentemente nos modelos de marketing de relacionamento, principalmente na área de canais de marketing (Geyskens et al.,

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1998). Rousseau et al., (1998) identificaram que teóricos e pesquisadores do citado construto já o estudaram como uma variável independente (causa), dependente (efeito) ou de interação (uma condição de moderação sobre uma relação causal). Os trabalhos de Singh e Sirdeshmukh (2000) e Sirdeshmukh et al. (2002) trouxeram novas e importantes constatações sobre o papel da confiança e suas consequências em trocas relacionais, especialmente associando relações entre a confiança, o valor identificado pelo cliente na transação e o comportamento de lealdade. Ao tentar identificar os papéis de satisfação e confiança e suas consequências em trocas relacionais, Garbarino e Johnson (1999) concluíram que diferentes fatores mediam as intenções futuras de clientes com fracos e fortes relacionamentos com as empresas (também denominados clientes transacionais e relacionais). A primeira importante conclusão é de que a satisfação geral determina as intenções futuras de clientes com pouco relacionamento com a empresa. Já para os clientes relacionais, os grandes responsáveis pelas intenções futuras são a confiança e o comprometimento. Assim, programas de marketing transacionais baseados na gestão da satisfação seriam mais efetivos para clientes com pouco relacionamento, ao passo que programas de marketing de relacionamento voltados para clientes relacionais deveriam ter como foco a construção e manutenção da confiança e do comprometimento, e não da satisfação (Garbarino & Johnson, 1999). Sirdeshmukh et al. (2002) ratificaram o trabalho de Garbarino e Johnson (1999) testando a relação entre confiança e lealdade em trocas relacionais. Os autores verificaram que a relação entre confiança e lealdade é baseada em argumentos de reciprocidade. Quando um provedor de serviço age de maneira a construir a confiança do consumidor, o risco percebido tende a diminuir e permite que o consumidor faça predições mais confiantes sobre os comportamentos futuros dessa empresa. Para manter essa confiança, estudos sobre reciprocidade sugerem que os consumidores tendem a agir de maneira cooperativa diante do provedor de serviço, oferecendo evidências comportamentais de lealdade (Gassnhiemer et al., 1998). Sirdeshmukh et al. (2002) identificam relações da confiança com a percepção de valor e a satisfação em trocas relacionais. A existência de confiança num parceiro de negócios e o compromisso com aquele parceiro é mais importante para os clientes que veem mais valor no próprio relacionamento. Tais clientes, mais voltados para o relacionamento, apreciam mais a existência de confiança e compromisso do que estarem satisfeitos com cada uma das trocas de um relacionamento contínuo; já os clientes mais transacionais demandam que toda transação deva ser satisfatória (Gronroos, 2000). Predisposição à Confiança Segundo Balasubramanian et al. (2003), a predisposição ou inclinação a confiança é o resultado de traços de personalidade e de pontos de vista do indivíduo, dotando ele de uma tendência geral de confiar em outros. Neste estudo, a predisposição à confiança é considerada como uma variável externa ao modelo.

Investidores que possuam uma predisposição natural para acreditar na honestidade da sociedade em geral provavelmente acreditarão mais na segurança proporcionada por sistemas de controle definidos por instituições regulamentadoras (McKight et al., 1998) como a CVM e a Bovespa. Já no que diz respeito à competência operacional, é um fato estabelecido entre pesquisadores do comportamento que os seres humanos agem segundo um “viés confirmatório” que os leva a selecionar, interpretar e recordar informações que sejam consistentes com suas atitudes (Taylor & Brown 1988). Quando algum aspecto é de difícil observação é comum sua subjetivação. Nesses casos evidências parecem indicar que crenças

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pré-estabelecidas tenham mais valor que a necessidade de escrutínio da realidade (Lord et al., 1979).

Considerando o ambiente virtual como canal entre o prestador de serviços e o consumidor, é de se esperar que uma maior predisposição a confiar no serviço oferecido afete positivamente tanto a segurança percebida pelo consumidor no sistema disponibilizado quanto a sua percepção da competência operacional de tal sistema. Desta forma, são propostas as seguintes hipóteses: Hipótese 1: A disposição à confiança de um consumidor terá um efeito direto e positivo

sobre a competência operacional percebida por ele em relação ao uso de serviços de home broker.

Hipótese 2: A disposição à confiança de um consumidor terá um efeito direto e positivo

sobre a segurança percebida por ele em relação a serviços de home broker. Segurança do Ambiente de Investimentos A importância de estruturas institucionais que regulam atividades econômicas cresce na ausência de relacionamentos pessoais entre os prestadores de serviço e os clientes (Shapiro 1987).

Segundo McKnight et al. (1998), a confiança baseada na estrutura institucional deriva de dois componentes: normalidade situacional e certeza estrutural. O primeiro representa a crença de um indivíduo de que tudo está “certo”, ou seja, que aparências, comportamentos e ambiente estão de acordo com o esperado naquela situação. E o segundo advêm da imposição por instituições legal e socialmente sancionadas de normas de procedimentos e integridade. Ao criarem regulamentos, garantias e caminhos para recursos legais, essas instituições definem padrões. No mercado brasileiro essas instituições são representadas pela CVM, Bovespa e CBLC. No contexto do investimento online, a certeza estrutural é de grande importância, pois permite a monitoração da qualidade dos serviços prestados e a transparência no mercado.

Em paralelo, o próprio mercado age sobre a segurança, uma vez que corretoras que não sejam de confiança ou que prestem maus serviços rapidamente se tornam conhecidas do público. Balasubramanian et al. (2003) também afirmam que quando a segurança é percebida como sendo elevada investidores tendem a depositar mais confiança no corretor, mesmo na ausência de contato pessoal. Com base nestes argumentos as seguintes hipóteses são propostas: Hipótese 3: A segurança do ambiente de investimentos percebida pelo consumidor em

relação ao sistema de home broker disponibilizado por uma corretora de valores terá um efeito direto e positivo sobre a competência operacional percebida por ele em relação ao uso de serviços de home broker.

Hipótese 4: A segurança do ambiente de investimentos percebida pelo consumidor em

relação ao sistema de home broker disponibilizado por uma corretora de valores terá um efeito direto e positivo sobre a confiança sentida por ele em relação ao uso de serviços de home broker.

Competência Operacional Percebida

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Este construto trata da percepção do consumidor a respeito da habilidade da corretora online em apresentar altos níveis de desempenho operacional no dia-a-dia. Segundo Balasubramanian et al. (2003), as percepções de competência operacional são particularmente relevantes quando a confiança é formada por meio de repetidas interações. Desta forma, espera-se que a competência operacional de uma corretora percebida pelo consumidor afete positivamente a confiança sentida por ele em relação a esta prestadora de serviços em ambientes virtuais. Esse construto é empírico, pois na utilização da ferramenta de home broker vários fatores são levados em consideração na definição da competência operacional dos serviços oferecidos, tais como: tempo de execução das transações e os preços a elas relacionados, qualidade dos resultados das pesquisas, e assistência de qualidade/presteza do atendimento (Konana et al., 2000). Ou seja, a relação de confiança é estabelecida por meio da percepção da competência do agente intermediador, responsável pela implementação da estrutura e processos de operação e negociação. Segundo Giffen (1967), três dimensões influenciam a credibilidade das fontes, são elas: (i) perícia ou expertise, que captura a quantidade de informações pertinentes disponíveis; (ii) confiança/segurança da origem das informações, que captura consistência; e (iii) intenção da fonte para com os interessados. As duas primeiras são relevantes dimensões para análise de competência operacional de corretoras. Por fim, a percepção de competência operacional pode gerar confiança, devido a natureza interativa do investidor online. Sendo assim, é proposta a seguinte hipótese: Hipótese 5: A competência operacional do consumidor com o sistema de home broker

disponibilizado por uma corretora de valores terá um efeito direto e positivo sobre a confiança sentida por ele em relação ao uso de serviços de home broker.

Confiança e Satisfação Em ambientes tradicionais a confiança é tipicamente gerada no consumidor ao observar o prestador e perceber suas capacidades e conhecimento em relação ao serviço (Balasubramanian et al., 2003). Porém, segundo os autores, na ausência de relações humanas a confiança no ambiente virtual cresce e se expande a partir de repetidas interações com o prestador de serviços, representando um fator importante para a definição da satisfação do consumidor com o serviço. Com base nesta relação direta entre confiança e satisfação em ambientes virtuais, é possível propor a seguinte hipótese: Hipótese 6: A confiança do consumidor a respeito do sistema de home broker

disponibilizado por uma corretora de valores terá um efeito direto e positivo sobre a satisfação sentida por ele em relação ao uso de serviços de home broker.

Satisfação e Confiança do Consumidor em Ambientes Virtuais A partir das relações estabelecidas por meio do referencial teórico apresentado, o presente estudo propõe um modelo parcimonioso para a compreensão da confiança e satisfação de consumidores com relação a serviços prestados em ambiente virtuais. São considerados o efeito direto positivo da confiança sobre a satisfação e os efeitos indiretos da segurança, competência operacional e predisposição para confiança do cliente, mediados pela confiança (Balasubramanian et al., 2003). Para a formulação do modelo (Figura 1) e o estudo das relações propostas, foram considerados os construtos e hipóteses discutidos anteriormente.

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Figura 1. Modelo Proposto METODOLOGIA Com o objetivo de realizar o teste das hipóteses formuladas para o estudo foi realizada uma cross-sectional survey (Parasuraman et al., 2006) com uma amostra não probabilística da população de interesse. Questionários estruturados foram apresentados a consumidores de serviços de home broker em um único momento no tempo. Operacionalização das variáveis

O presente estudo faz uso de escalas já elaboradas e testadas na literatura para a medição de todos os construtos envolvidos na estrutura do modelo proposto. Sendo assim, foram utilizadas neste estudo as seguintes escalas, sugeridas e testadas por Balasubramanian et al. (2003):

Satisfação: composta por 2 itens; Disposição para Confiança: composta por 2 itens; Competência Operacional Percebida: composta por 6 itens; Confiança Percebida: composta por 4 itens; Segurança Percebida: composta por 7 itens;

Os itens incluídos no instrumento de pesquisa foram traduzidos para o português por profissionais, com etapas de tradução e retradução sendo empregadas para garantir que as escalas em português se aproximassem o máximo possível das originais. Foi realizado um pré-teste do questionário, com uma pequena amostra da população de interesse, para avaliar a compreensão dos respondentes sobre esta primeira versão do questionário. Os resultados obtidos com esse pré-teste inicial serviram para refinar o questionário e elaborar uma nova versão. Essa versão ainda passou por um pré-teste final, onde foi verificado se algum último ajuste era necessário, tanto na tradução quanto na apresentação do questionário. Com os resultados deste último pré-teste, foi elaborado o instrumento de pesquisa final, com um total de 21 itens medidos por meio de escalas Likert de cinco pontos, além de sete itens relativos às variáveis demográficas. Amostra e Procedimentos de Coleta de Dados A população estudada foi a de usuários de serviços de corretagem online (somente pessoas físicas). Deste modo, a pesquisa só mediu as percepções de consumidores que já faziam uso de serviços de home broker, com o objetivo de compreender o comportamento, confiança e satisfação de clientes que utilizam este tipo de canal de investimento. Todos os questionários foram auto-administrados, tendo sido enviados por email e preenchidos pelos próprios respondentes. O instrumento de pesquisa foi enviado por email para 7800 clientes ativos de diversas grandes corretoras brasileiras. Todos os clientes constavam no banco de dados de um site especializado em investimentos e utilizavam

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frequentemente o sistema de home broker. Só foram considerados clientes que utilizaram o sistema de home broker de sua corretora pelo menos uma vez nos últimos seis meses. Foi obtida uma amostra com 298 questionários válidos (taxa de resposta de 3,82%), com 43 sendo eliminados porque possuíam dados ausentes. Desta forma, a amostra final (sem dados ausentes) foi composta por 255 questionários válidos. Destes, 35,3% eram do sexo feminino e 64,7% do sexo masculino. Em relação ao estado civil, a maioria dos respondentes (40,8%) era formada por casados, com somente 23,5% se declarando solteiros. No que diz respeito à renda familiar média, 38,8% dos participantes indicaram renda familiar mensal superior a dez mil reais, com outros 26,7% afirmando renda familiar entre cinco e dez mil reais. Somente 13% dos respondentes indicaram renda familiar inferior a três mil e quinhentos reais. Em termos de idade, a grande maioria dos participantes (94,2%) era jovem, possuindo entre 18 e 25 anos. A média de idade observada foi de 41,85 anos, com desvio padrão de 13,97 e intervalo de confiança de 95% entre 40,13 e 43,58. RESULTADOS Modelo de Mensuração Uma análise fatorial confirmatória (CFA) foi realizada para testar a validade, unidimensionalidade e confiabilidade das escalas utilizadas no modelo de mensuração. Após algumas iterações refinando o modelo, o modelo de mensuração final, com 16 indicadores, apresentou bons índices de ajuste (RMSEA = 0,048 com C.I. de 0,032 até 0,062; CFI = 0,97; IFI = 0,97; TLI = 0,96; χ2 = 148,00, d.f. = 94, p < 0,001, χ2/d.f. = 1,57). A validade de face para todas as escalas utilizadas foi garantida durante o desenvolvimento do instrumento de pesquisa (escolha de escalas já utilizadas na literatura, tradução criteriosa e pré-testes). Para verificar a validade nomológica foi analisada a matriz de correlação entre construtos, com todas as correlações sendo significativas e estando na direção esperada. No que diz respeito à validade convergente, foi calculada a variância extraída média para cada construto (AVE). Todos os valores de AVE calculados estavam entre 0,55 e 0,87, evidenciando a validade convergente das escalas utilizadas. Com relação à consistência interna e confiabilidade das escalas utilizadas, todas as escalas utilizadas atenderam aos níveis mínimos de confiabilidade considerados adequados pela literatura (Fornell & Larcker, 1981), com todas apresentando valores entre 0,73 e 0,93 para o coeficiente alfa e entre 0,70 e 0,89 para a confiabilidade composta. Por fim, todas as variâncias compartilhadas foram inferiores à variância extraída pelos itens que medem os construtos, indicando validade discriminante adequada. Modelo Estrutural Após validadas as escalas e construtos utilizados, procedeu-se com a estimação do modelo estrutural para testar as hipóteses da pesquisa. Todos os índices indicaram um bom ajuste do modelo aos dados. A razão χ2/d.f. foi de 1,58, inferior ao valor de 3,0 sugerido por Byrne (2010). Além disso, os índices de ajuste incrementais foram maiores do que 0,90, com CFI de 0,97, TLI de 0,96 e IFI de 0,97. Por sua vez, os índices de ajuste absoluto apresentaram valores abaixo do limite de 0,08 estabelecido pela literatura (Hu & Bentler, 1999; Byrne, 2010; Hair et al., 2009), indicando também um bom ajuste do modelo. O RMSEA foi de 0,048 (C. I. de 0,033 a 0,062) e o SRMR foi de 0,039. Dados os índices apresentados, conclui-se que o ajuste do modelo proposto é satisfatório. Com a verificação do ajuste dos modelos de mensuração e estrutural propostos, foram avaliados os coeficientes estimados para as relações causais entre os construtos (Tabela 1). A verificação de cada uma das hipóteses da pesquisa foi realizada com a análise da magnitude, direção e significância dos coeficientes padronizados estimados por meio do modelo

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estrutural (Byrne, 2010). A figura 2 ilustra as magnitudes e significâncias das relações encontradas. Tabela 1: Coeficientes Padronizados Estimados, Hipóteses e Significâncias

Relação Proposta Coeficiente

Padronizado Sig.

Hipótese Verificada

H1: Disposição → Competência 0,11 0,135 não H2: Disposição → Segurança 0,20 0,030 sim H3: Segurança → Competência 0,87 < 0,001 sim H4: Segurança → Confiança 0,54 0,005 sim H5: Competência → Confiança 0,48 0,023 sim H6: Confiança → Satisfação 0,89 < 0,001 sim

Figura 2. Modelo e relações encontradas. Nota-se que, para os dados do estudo, o modelo foi capaz de explicar aproximadamente 98% da variância observada na confiança de consumidores com relação ao uso de serviços de home broker, indicando que o construto pode ser bem explicado pelas variáveis utilizadas. O mesmo pode ser dito da satisfação de investidores com este tipo de serviço. Com uma proporção da variância explicada de 79%, nota-se que o modelo proposto capturou boa parte da variabilidade de tal satisfação. DISCUSSÃO

Ao considerarmos o impacto da disposição para confiança sobre a competência operacional percebida verificamos que tal efeito não foi significativo (p-value = 0,135), levando a hipótese 1 a ser rejeitada. Desta forma, a disposição para confiança apresentou efeito significativo sobre a percepção de competência no contexto de corretagem online pesquisado. Isto indica que a percepção da competência operacional, no que diz respeito aos serviços de home broker, não depende da disposição para confiança que seus cliente tenham na mesma. Já o impacto da disposição para confiança sobre a segurança percebida foi significativo (p-value = 0,030), confirmando a hipótese 2, de que a disposição para confiança afeta positiva e diretamente a segurança percebida. Esse resultado parece indicar que investidores podem estar avaliando positivamente a segurança dos ambientes online de home brokers baseados em sua predisposição para confiar na corretora como um todo e nas instituições reguladoras de suas operações.

A hipótese 3, de que a segurança percebida teria efeito direto e positivo sobre a competência operacional percebida, foi verificada (p-value < 0,001), indicando que, na mente do investidor, questões de segurança tem grande importância na formação de sua percepção da competência operacional da corretora online (o coeficiente padronizado para tal relação foi de 0,83). A percepção de segurança também afeta significativamente a confiança, conforme

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sugerido pela hipótese 4 (p-value = 0,005). Podemos interpretar esses resultados como indicativos de que ao perceberem uma home broker como segura os investidores tendem a confiar mais nela e na sua competência operacional (coeficiente padronizado de 0,54).

A hipótese 5, de que a competência operacional percebida afeta direta e positivamente a confiança também foi verificada (p-value = 0,023). Esse dado revela que há certa influência da competência operacional percebida pelos investidores na confiança por eles depositada nos serviços de uma corretora online (coeficiente padronizado de 0,48).

Finalmente, a hipótese 6, relativa a capacidade da confiança apresentou efeito direto e positivo sobre a satisfação (p-value < 0,001), indicando uma forte relação (coeficiente padronizado de 0,89). Desta forma, verifica-se que a confiança depositada pelos investidores em serviços de home broker oferecidos por corretoras de valores online tem uma forte influência sobre sua satisfação com os serviços recebidos.

Os resultados da modelagem realizada estabelecem efeitos diretos, positivos e significativos entre os construtos para todas as hipóteses testadas, com exceção da primeira hipótese. A magnitude dos efeitos foi, na maioria dos casos, superior a 0,50 (exceto para o efeito de predisposição à confiança sobre segurança percebida, que foi de 0,20), sendo os dois efeitos mais fortes observados na relação entre segurança percebida e competência operacional percebida e na relação entre confiança e satisfação. Esse resultado está em concordância com o observado por Balasubramanian et al. (2003) no que diz respeito a estes mesmos construtos. CONCLUSÕES

Os resultados e relações apresentados representam contribuições relevantes para para a compreensão do contexto brasileiro de serviços de home broker, pois evidenciam alguns comportamentos do consumidor brasileiro consistentes com consumidores de outras nacionalidades. Primeiramente confirma-se a importância do uso de construtos cognitivos no estudo do comportamento do consumidor e da relevância destes construtos para serviços online.

Em seguida destaca-se a forte influência dos construtos segurança percebida e confiança sobre a satisfação de clientes em ambientes online, sobretudo no caso de serviços de home broker. Os efeitos destes construtos sobre a satisfação já haviam sido estudados por Balasubramanian et al. (2003), mas o impacto desses mesmos construtos no cenário de serviços online brasileiro ainda não havia sido confirmado.

Os resultados apontam para um conjunto de variáveis atuando direta e indiretamente sobre a satisfação sentida por clientes em operações online de corretagem. Foi possível identificar que a segurança percebida e a confiança depositada em uma empresa que oferece serviços online impactam fortemente na satisfação do cliente com os serviços oferecidos. A princípio, uma predisposição à confiança afeta ligeiramente a percepção de segurança. Por seu lado, esta segurança percebida parece agir de maneira forte e direta sobre a competência operacional percebida e a confiança, e parece também exercer forte influência indireta sobre a satisfação por meio da sua ação sobre estes dois construtos, que por sua vez também influenciam a sensação de satisfação direta e indiretamente. Foi visto também que a competência operacional percebida sofre forte influência da segurança percebida e exerce alguma influência direta sobre a confiança, com esta última exercendo influência forte e direta sobre a satisfação do consumidor com serviços financeiros online. Implicações Gerenciais

No que diz respeito a implicações gerenciais este artigo apresenta alguns insights que podem ser úteis para empresas que forneçam serviços no âmbito online, particularmente

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empresas de corretagem. Segundo Balasubramanian et al. (2003), a satisfação do cliente e os relacionamentos de negócios em ambientes virtuais podem ser melhor gerenciados quando questões de competência e confiança são trabalhadas simultaneamente. Os resultados obtidos suportam essa visão onde confiança e segurança são duas variáveis de grande importância para a satisfação do cliente de home broker no Brasil. Gerentes devem focar esforços em clarificar os dispositivos de segurança utilizados nas operações de suas empresas, assim como sobressaltar as regulamentações e regras que impactam sobre as suas operações. Além disso, um ambiente otimizado, rápido e de qualidade irá influenciar positivamente a competência operacional percebida e a confiança depositada, e consequentemente, a satisfação do cliente. Limitações e Pesquisas Futuras Uma das limitações do estudo diz respeito à coleta e ao tratamento dos dados. Em relação à validade externa dos resultados, dada a amostra de conveniência e o fato de que os dados refletem somente a visão de usuários de serviço de home broker de algumas corretoras do Brasil, é possível que as relações verificadas na pesquisa não sejam generalizáveis para todo e qualquer tipo de consumidor de serviços desta natureza. Com relação a pesquisas futuras, a replicação do modelo proposto junto a um número maior de consumidores com perfis diferentes dos estudados neste trabalho e com outros serviços oferecidos em ambiente virtuais seria uma boa forma de validar e ampliar o escopo dos resultados aqui obtidos. Pesquisas futuras podem explorar também outras escalas para os construtos utilizados no modelo ou construtos conceitualmente similares, comparando seus resultados com os obtidos aqui. Por fim, seria interessante a investigação de possíveis efeitos moderadores que algumas variáveis demográficas (como sexo, renda e idade) poderiam apresentar sobre as relações observadas. REFERÊNCIAS ANCOR, Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias.

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