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0 FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO Samara Gobbi Dal’ Alba Estrutura Permanente para o Festival Internacional do Folclore e Centro Social Passo-Fundense Multiuso Passo Fundo, RS 2015

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

Samara Gobbi Dal’ Alba

Estrutura Permanente para o Festival Internacional do

Folclore e Centro Social Passo-Fundense Multiuso

Passo Fundo, RS 2015

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Samara Gobbi Dal’ Alba

Estrutura Permanente para o Festival Internacional do

Folclore e Centro Social Passo-Fundense Multiuso

Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar do Projeto apresentado à Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da professora Me. Liliany Schramm Da Silva Gattermann.

Passo Fundo, RS 2015

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Samara Gobbi Dal’ Alba

Estrutura Permanente para o Festival Internacional do

Folclore e Centro Social Passo-Fundense Multiuso

BANCA EXAMINADORA:

Profª. Me. Liliany Schramm da Silva Gattermann – IMED, Orientadora

Profª. Me. Mariana Mattei Santos – IMED, Integrante

Prof. Josiane Patrícia Talamini – IMED, Integrante

Passo Fundo, RS 2015

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela oportunidade da vida, por me dar saúde e me tornar capaz de realizar mais uma conquista.

Agradeço ao meu irmão João Carlos Gobbi (in Memorian), por ter sido um herói nas nossas vidas, por todos ensinamentos que me deixou, pelos momentos que passamos juntos e pelo exemplo de sabedoria.

Agradeço a minha mãe Eliane, pelos seus incansáveis incentivos e por jamais me deixar desistir.

Agradeço ao meu pai Reimer, por sempre orgulhar-se de mim.

Agradeço ao meu irmão Guilherme, por sempre estar presente independente das circunstâncias da vida e por formamos juntos uma única força.

Agradeço a minha prima Ana Paula, por estrar presente direta e indiretamente em todos os momentos desta conquista.

Agradeço a minha orientadora Liliany, por seus conhecimentos transmitidos para a realização deste trabalho, bem como os demais professores desta instituição.

Agradeço aos colegas de faculdade que se transformaram em uma família.

Agradeço por todos que passaram em minha vida e deixaram um pouco de si.

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“Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito”.

Oscar Niemeyer

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RESUMO

Este Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar do Projeto trata da criação de uma Estrutura Permanente para o Festival Internacional do Folclore e Centro Social Passo-Fundense Multiuso, localizada no Parque da Gare. Para tanto, efetuou-se a contextualização histórica do tema, análise crítica de cases relativos ao assunto escolhido, bem como realizou-se diagnósticos referentes à área de intervenção e seu entorno. Ao final, buscou-se propostas para as diretrizes urbanas e projetou-se uma ideia inicial da referida Estrutura, a partir do programa de necessidades, fluxograma, zoneamentos e painel conceitual, bem como estudos primários para o projeto. Palavras-chave: Festival Internacional do Folclore; Centro Multiuso; Projeto Arquitetônico.

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ABSTRACT

The present conception of the architectural design report and urban and preliminary study of the project aims to present the creation of a permanent structure for the International Festival of Folklore and social multiuse center of Passo Fundo, located in the Parque da Gare. For this purpose, a historical contextualization of the subject has been made, also, a critical analysis of cases about the chosen intervention area. Proposals for the urban guidelines were made, and an early idea of the structure is presented, based on the program needs, flowchart, zoning, conceptual panel and primary studies of the project. Keywords: International Festival of Folklore; Multiuse center; Architectural project.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Coliseu, Roma. ...................................................................................................... 4

Figura 2. MoMa, NY. ........................................................................................................... 5

Figura 3. Guggenheim, NY. .................................................................................................. 6

Figura 4. Edifício preservado, antiga estação férrea da Av. Sete de Setembro. ................... 8

Figura 5. Walt Disney Concert Hall, Frank Gehry (2003). ................................................ 10

Figura 6. Edifício Walt Disney Concert Hall, Frank Gehry (2003). .................................. 10

Figura 7. Edifício Dr. Chau Chak Wing, Frank Gehry (2014). .......................................... 10

Figura 8. Mimesis Museum, Alvaro Siza (2009). ............................................................... 11

Figura 9. Teatro e Centro de Convenções da cidade de Coatzacoalcos, Abraham

Zabludovsky (2000). .......................................................................................................... 11

Figura 10. Maquete do Teatro e Centro de Convenções da cidade de Coatzacoalcos,

Abraham Zabludovsky (2000). ........................................................................................... 11

Figura 11. Implantação dos edifícios na Praça do Pacificador, RJ. .................................... 12

Figura 12. Intensa movimentação e transição no entorno do projeto. ................................ 13

Figura 13. Utilização do espaço externo para realização de atividades. ............................. 14

Figura 14. Possibilidade de abertura do teatro ao espaço externo. ..................................... 14

Figura 15. Zoneamento Edificação da Biblioteca. .............................................................. 15

Figura 16. Fluxograma Edificação da Biblioteca. .............................................................. 16

Figura 17. Zoneamento Edificação do Teatro..................................................................... 16

Figura 18. Fluxograma Edificação do Teatro. .................................................................... 16

Figura 19. Rampa de acesso ao teatro. ................................................................................ 17

Figura 20. Demarcação do acesso à biblioteca. Elementos arquitetônicos: planta livre, pele

de vidro, pilotis. .................................................................................................................. 18

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Figura 21. Contradição na forma dos volumes. Elementos arquitetônicos: planta livre, pele

de vidro, pilotis. .................................................................................................................. 18

Figura 22. Peso na composição na biblioteca e assimetria no teatro. Elementos

arquitetônicos: planta livre, pele de vidro, pilotis. .............................................................. 18

Figura 23. Aproveitamento da iluminação natural. ............................................................ 19

Figura 24. O novo edifício se relaciona com os edifícios mais antigos. ............................. 20

Figura 25. Espaço de contemplação às edificações históricas no exterior do Centro Cultural

............................................................................................................................................. 21

Figura 26. Deck localizado acima do Foyer. ...................................................................... 21

Figura 27. Zoneamento e Fluxograma do segundo subsolo. .............................................. 22

Figura 28. Zoneamento e Fluxograma do primeiro subsolo. .............................................. 22

Figura 29. Zoneamento e Fluxograma do pavimento térreo. .............................................. 23

Figura 30. Zoneamento e Fluxograma do primeiro pavimento. ......................................... 23

Figura 31. Acessibilidade de acesso ao interior da edificação............................................ 24

Figura 32. Alinhamento e repetição dos elementos na fachada. ......................................... 24

Figura 33. Relação proporcional no equilíbrio da forma. ................................................... 25

Figura 34. Grandes vãos presentes no interior da edificação.............................................. 25

Figura 35. Implantação da edificação no terreno. ............................................................... 26

Figura 36. Formação dos espaços abertos conforme sobreposição dos volumes. .............. 27

Figura 37. Zoneamento e Fluxograma do pavimento térreo. .............................................. 28

Figura 38. Zoneamento e Fluxograma do pavimento térreo. .............................................. 29

Figura 39. Escada de acesso e vagas exclusivas para PNE. ............................................... 30

Figura 40. Circulação linear centralizada. .......................................................................... 30

Figura 41. Repetição e minimização dos materiais. ........................................................... 31

Figura 42. Diagrama da composição do volume. ............................................................... 31

Figura 43. As aberturas e a vegetação proporcionam ventilação cruzada. ......................... 32

Figura 44. Localização nacional, regional e regional de Passo Fundo, juntamente a sua

microrregião geográfica. ..................................................................................................... 33

Figura 45. Mapa do perímetro urbano de Passo Fundo. ..................................................... 33

Figura 46. Principais rodovias de acesso ao município de Passo Fundo. ........................... 34

Figura 47. Perspectiva da intervenção do Parque com as novas edificações...................... 35

Figura 48. Mapa do terreno com suas respectivas dimensões. ........................................... 36

Figura 49. Mapa do terreno com as respectivas cotas de níveis e barreiras físicas. ........... 37

Figura 50. Skyline Rua João L. Godinho. ........................................................................... 38

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Figura 51. Skyline Rua Minas Gerais. ................................................................................. 38

Figura 52. Skyline Rua Bororós. ......................................................................................... 38

Figura 53. Skyline Rua Capitão Bernardo. .......................................................................... 39

Figura 54. Análise da hierarquia viária. .............................................................................. 39

Figura 55. Marcação pontos de ônibus, táxi e sentido das vias. ......................................... 40

Figura 56. Corte da caixa viária Rua Cap. Bernardo e Av. Sete de Setembro com a respectiva

topografia. ........................................................................................................................... 40

Figura 57. Corte da caixa viária Rua João L. Godinho. ...................................................... 41

Figura 58. Linha 07, coletivo urbano Coleurb. ................................................................... 42

Figura 59. Linha 10, coletivo urbano Coleurb. ................................................................... 42

Figura 60. Linha 25, coletivo urbano, Coleurb. .................................................................. 43

Figura 61. Sobreposição das linhas de ônibus L07, L10, L25. ........................................... 43

Figura 62. Mapa Nolli - Relação cheios X vazios. ............................................................. 44

Figura 63. Mapa classificação uso do solo. ........................................................................ 45

Figura 64. Rede de água, esgoto cloacal e pluvial conforme dados da Corsan – PF. ......... 46

Figura 65. Locação dos postes da rede elétrica. ................................................................. 46

Figura 66. Demarcação da área de intervenção no zoneamento urbano. ............................ 47

Figura 67. Dimensões do módulo de referência (M.R.) ..................................................... 50

Figura 68. Área para manobra sem deslocamento. ............................................................. 50

Figura 69. Área para manobra em cadeira de rodas com deslocamento. ............................ 51

Figura 70. Ângulo visual no plano vertical. ........................................................................ 51

Figura 71. Ângulo visual no plano horizontal. ................................................................... 52

Figura 72. Exemplo de rampa em curva. ............................................................................ 53

Figura 73. Exemplo de empunhadura de corrimão. ............................................................ 53

Figura 74. Altura do corrimão em rampas e escadas. ......................................................... 54

Figura 75. Exemplo de guarda-corpo. ................................................................................ 54

Figura 76. Dimensionamento das barras de apoio lateral e de fundo. ................................ 55

Figura 77. Ângulo visual para P.C.R. em teatros. .............................................................. 56

Figura 78. Exemplo de estantes em bibliotecas. ................................................................. 56

Figura 79. Fluxograma primeiro pavimento. ...................................................................... 64

Figura 80. Fluxograma pavimento de eventos. ................................................................... 64

Figura 81. Fluxograma pavimento do Festival Internacional do Folclore. ......................... 65

Figura 82. Zoneamento proposta 1: Subsolo e primeiro pavimento. .................................. 65

Figura 83. Zoneamento proposta 1: Segundo e terceiro pavimentos. ................................. 66

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Figura 84. Zoneamento proposta 2: Subsolo e primeiro pavimento. .................................. 67

Figura 85. Zoneamento proposta 2: Segundo e terceiro pavimentos. ................................. 67

Figura 86. Zoneamento proposta 3: Subsolo e primeiro pavimento. .................................. 68

Figura 87. Zoneamento proposta 3: Segundo e terceiro pavimentos. ................................. 69

Figura 88. Exemplo da faixa elevada a ser implantada. ..................................................... 71

Figura 89. Exemplo do sistema de coleta de lixo subterrânea a ser adotado. ..................... 71

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Comparação dos estudos de caso. ............................................................................. 32

Tabela 2. Dimensionamento de Rampas. ................................................................................. 52

Tabela 3. Quantidade de espaços destinados para P.N.E. ........................................................ 55

Tabela 4. Classificação das edificações quanto à sua ocupação............................................... 58

Tabela 5. Classificação das edificações quanto à altura. .......................................................... 58

Tabela 6. Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta. ........................ 58

Tabela 7. Classificação das edificações quanto às suas características construtivas................ 59

Tabela 8. Dimensionamento das saídas de emergência conforme a ocupação. ....................... 59

Tabela 9. Distâncias máximas a serem percorridas das saídas de emergência......................... 59

Tabela 10. Quantidade e tipo de escadas de emergência. ......................................................... 60

Tabela 11. Exigência de alarme de incêndio. ........................................................................... 60

Tabela 12. Discriminação do programa de necessidades, mobiliário necessário e área estimada.

.................................................................................................................................................. 61

Tabela 13. Avaliação do zoneamento 1. ................................................................................... 66

Tabela 14. Avaliação do zoneamento 2. ................................................................................... 68

Tabela 15. Avaliação do zoneamento 3. ................................................................................... 69

Tabela 16. Proposta para intervenções urbanas. ....................................................................... 70

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1 Justificativa .................................................................................................................. 1

1.2 Objetivo geral .............................................................................................................. 2

1.3 Objetivos específicos ................................................................................................... 2

1.4 Delimitação do tema .................................................................................................... 2

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 3

2.1 Contextualização histórica ........................................................................................... 3

2.1.1 A origem dos eventos ........................................................................................... 3

2.1.2 Museu: o inicio do edifício cultural ...................................................................... 4

2.1.3 O Museu no período moderno destinado às exposições ....................................... 5

2.1.4 O Festival Internacional do Folclore em Passo Fundo (FIFPF) ........................... 7

2.2 Conceito arquitetônico ................................................................................................. 7

2.2.1 Referências formais .............................................................................................. 9

2.3 Estudos de caso .......................................................................................................... 12

2.3.1 Oscar Niemeyer: Centro Cultural Duque de Caxias, RJ .................................... 12

2.3.2 Centro Cultural Les Quinconces, Le Mans, FR.................................................. 19

2.3.3 Composite Architectes: Centro Social em Aubenas, FR .................................... 26

2.3.4 Conclusão e contribuição dos estudos de caso ................................................... 32

3 DIAGNÓSTIGO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ........................................................ 33

3.1 Contextualização regional .......................................................................................... 33

3.2 Atual projeto de revitalização do Parque da Gare ..................................................... 35

3.3 Terreno ....................................................................................................................... 36

3.3.1 Dimensões .......................................................................................................... 36

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3.3.2 Topografia e barreiras físicas ............................................................................. 37

3.4 Entorno ....................................................................................................................... 38

3.4.1 Skyline ................................................................................................................. 38

3.4.2 Sistema viário ..................................................................................................... 39

3.4.4 Uso do Solo Urbano ........................................................................................... 44

3.5 Síntese da legislação específica ................................................................................. 47

3.5.1 Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município de Passo Fundo ... 47

3.5.3 NBR 9050 – Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, espaços e equipamentos urbanos................ .............................................................................................................. 50

3.5.4 NBR 9077 – Saídas de Emergência em Edifícios .............................................. 57

4 DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO.. ...........................................................................................................................................60

4.1 Fluxograma ................................................................................................................ 64

4.2 Zoneamento ............................................................................................................... 65

4.2.1 Zoneamento Proposta 1 ...................................................................................... 65

4.2.2 Zoneamento Proposta 2 ...................................................................................... 67

4.2.3 Zoneamento Proposta 3 ...................................................................................... 68

4.2.4 Considerações finais ........................................................................................... 69

5 DIRETRIZES URBANAS ................................................................................................ 70

6 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 72

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 73

APÊNDICES ............................................................................................................................ 77

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por finalidade propor à cidade de Passo Fundo uma estrutura

permanente para o Festival Internacional do Folclore, bem como um centro social multiuso que

atenderá à população passo-fundense e região.

1.1 Justificativa

A cidade de Passo Fundo, localizada no norte do Rio Grande do Sul, a qual abriga

aproximadamente 200.000 habitantes, é considerada “Capital do Planalto Médio”. O município

é sede de diversos eventos artísticos, culturais e científicos: Campeonato Mundial de Bocha,

EFRICA – Parque de Exposições Wolmar Salton, Feira do Livro, Festival Internacional do

Folclore, Jornada e Jornadinha Nacional de Literatura, Mostra da Cultura Gaúcha, Passodança,

Rodeio Internacional, entre outros.

O Festival Internacional do Folclore tem reconhecimento nacional e internacional,

acontece a cada dois anos no Parque da Gare, recebe mais de 20 países e atinge um público de

150 mil pessoas. Durante o evento, são realizadas mostras culturais, vendas de artesanato de

cada país participante, apresentações e oficinas de dança.

O Parque da Gare está localizado no centro da cidade e é acessado pela Avenida Sete

de Setembro. O prédio que abrigava a antiga estação ferroviária foi preservado e hoje é utilizado

para a Feira do Pequeno Agricultor, além disso, o parque tem como principal marco visual o

“Monumento ao Homem Voador”.

Tendo em vista a carência de uma estrutura fixa para receber o Festival Internacional do

Folclore, a proposta é proporcionar à cidade uma estrutura permanente para sediar esse evento,

bem como oferecer um centro multiuso de apoio para a população passo-fundense e região.

O terreno para a locação do projeto será no próprio parque da Gare, lote de esquina das

Ruas Capitão Bernardo e João L. Godinho, já que o evento é realizado nesse mesmo local e por

ser um marco histórico regional.

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1.2 Objetivo geral

O intuito principal é dispor uma estrutura adequada e permanente ao Festival

Internacional do Folclore, com a finalidade de não ocasionar transtornos físicos e econômicos

na organização desse evento, além de proporcionar maior infraestrutura para melhor

aproveitamento do mesmo. O seguimento disto é oferecer também uma estrutura de apoio social

e cultural que estará à disposição da população de Passo Fundo e região, entre eles: alunos de

escolas municipais, grupos da terceira idade e público em sua totalidade.

1.3 Objetivos específicos

Construir um local para realizar diversos eventos;

Servir à comunidade de diferentes classes sociais;

Estimular maior integração social;

Instigar as pessoas a frequentarem o local para prática de atividades socioculturais;

Promover o desenvolvimento cultural na cidade;

Oferecer amplo programa de necessidades para realizar diversos eventos e atividades;

Investir em espaços multiuso;

Integrar o projeto com a nova revitalização do Parque da Gare;

Aderir à sustentabilidade como método e conceito do projeto.

1.4 Delimitação do tema

Oferecer uma infraestrutura ampla, completa e organizada é um método para

desenvolver o interesse cultural e estimular a participação da sociedade. O público alvo da

estrutura é a população de Passo Fundo estendendo-se por toda região, porém, a característica

social dos usufrutuários é indeterminada e será variável conforme a atividade ou evento que se

realizará em cada locação.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Contextualização histórica

2.1.1 A origem dos eventos

Entende-se que evento é uma ação ou acontecimento com deslocamento e concentração

de pessoas para participar de atividades com finalidades diversas, organizado com certa

antecedência. Os eventos originaram-se na antiguidade, estiveram presentes nos constantes

períodos da história da humanidade, até os dias atuais. Há indícios de que um dos mais antigos

eventos da história humana tenha acontecido há milhões de anos, quando um primitivo grupo

comemorou uma caça (MATIAS, 2002).

Foi registrado, pela primeira vez na história, em 778 a.C., um evento com finalidade

esportiva, denominado Jogos Olímpicos da Antiguidade, em Olímpia na Grécia, em

homenagem a Zeus. Conseguinte a esta olímpiada, esses eventos se sucederam, sendo que

surgiram os Jogos Píticos em homenagem a Apolo, em Delfos, Grécia. Logo mais, os Jogos

Nemeus em Neméia e os Jogos Ístimicos em Corinto completaram o ciclo das festividades

helênicas. Ainda, ocorreu em Corinto o primeiro evento de caráter informativo, em 377 a.C., o

qual foi denominado congresso (LAWRENCE, 1998, p. 106).

O surgimento dos eventos no Império Romano iniciou-se no ano 70 a.C., em Pompéia,

onde já existia um anfiteatro destinado a apresentações excêntricas e habilidades circenses.

Logo mais, surgiu o Anfiteatro Flávio, o qual foi tomado por um grande incêndio e reconstruído

após um longo período; atualmente conhecido como Coliseu (Figura 1), sua lotação servia um

público de 50 a 70 mil espectadores, em uma arena de 188 metros de diâmetro por 50 metros

de altura. As arenas do Império Romano começaram a sediar espetáculos sangrentos, causando

decadência na importância e afeição pelas artes. Desse modo, os artistas começaram a realizar

suas apresentações em praças públicas, feiras e entradas de igrejas (LIBERATI; BOURBON,

2005).

Segundo Matias (2002), a Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX) teve grande

influência no desenvolvimento da tipologia dos locais para eventos, surgindo neste período,

meios de comunicação e transporte, tendo em vista que a economia manual e trabalho humano

perderam lugar ao mecanicismo. Estas evoluções acarretaram no início dos eventos técnicos

referentes às pesquisas científicas, estudos ligados à saúde, natureza, ciências exatas e sociais.

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Figura 1. Coliseu, Roma.

Fonte: Localnomad (2013).

2.1.2 Museu: o inicio do edifício cultural

Primeiramente, a palavra museu deriva do grego mouseîon e significa o templo das

musas e, para Gonçalves (2004, p. 13), essa palavra era utilizada para se tratar de um centro de

cultura:

Mouseîon é o termo que o historiador Estrabão (Alexandria, século I a.C.) emprega para referir-se a um centro interdisciplinar de cultura e patrimônio, o dos palácios reais de Ptlomeu Soter ou Ptlomeu Filadelfo. O museu era parte integrante desses palácios. A palavra “mouseîon” é usada durante o helenismo no sentido de indicar a tentativa de coligir conhecimentos produzidos pelo homem. O que é reunido, colecionado e exibido volta-se para a busca de um saber universal.

O primeiro edifício arquitetônico com uso cultural foi o museu, o qual recebia produções

culturais da sociedade. Segundo Keiefer (2000), em Florença, surgiu o primeiro espaço

dedicado exclusivamente às artes, no século XVI, onde se apresentava todas as obras de arte de

François I. No final do século XVIII, foram criados os primeiros museus públicos, porém com

acesso restrito a determinado público.

As antigas sedes imperiais davam lugar a espaços culturais e exposições, conforme

descreve Kiefer (2000, p. 14):

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As ideias iluministas que vão desaguar na Revolução Francesa são as mesmas que estão por trás da criação dos primeiros museus [...]. O exemplo mais notório, é o caso do Museu do Louvre, em Paris, que ocupou parte do palácio do governo, em 1793, pouco depois, portanto, da Revolução Francesa.

2.1.3 O Museu no período moderno destinado às exposições

Em sua pesquisa, Macedo (2009) diz que foi no período moderno onde aconteceram as

maiores mudanças na arquitetura dos museus. No século XX, os arquitetos modernos

apresentaram novas concepções e formas de se exibir a arte, fato que alterou o conceito do

edifício de museu.

Philip Godwin e Edward Durell Stone, arquitetos do MoMA NY (Museum of Modern

Art in New York) (Figura 2), de 1939, criaram um projeto baseado em alguns princípios de Le

Corbusier: fachada simples, janelas contínuas e planta livre. Ainda, neste museu, foram

utilizados trilhos de luz como técnica de inovação.

Figura 2. MoMa, NY.

Fonte: E-Architect (2015).

Em 1943, Frank Lloyd Wright projetou a sede da Fundação Guggenheim (Figura 3), em

Nova Iorque. Por se tratar de um edifício inovador, este é um principal referencial arquitetônico

na história dos museus, tendo em vista a sua forma de exibir e percorrer os espaços das

exposições. Montaner (2003, p. 12), caracteriza o projeto de Wright como um museu dinâmico

e extraordinário:

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No amplo panorama da arquitetura de museus, destaca-se em primeiro lugar aquele museu que se configura como organismo singular, como fenômeno extraordinário, como acontecimento excepcional, como ocasião irrepetível. Isso costuma acontecer em contextos urbanos consolidados, nos quais a obra sobressai como contraponto radical que pretende criar um efeito de choque, e tem como ponto de partida o Museu Guggenheim de Nova Iorque (1943-1959), concebido como resposta à arquitetura de arranha-céus escalonados e prismáticos da cidade. Wright inaugurava então o caminho do museu como entorno artístico, como grande escultura inspirada em formas orgânicas, como contentor extraordinário em estreita relação com o contexto urbano, síntese das formas telúricas da natureza e das formas mecânicas do mundo da máquina. Se Wright, nos primeiros anos do século XX, já tinha sido o primeiro a conseguir romper com a caixa tradicional da casa residencial, em meados do século XX foi também ele quem concebeu a solução que convertia o museu em um percurso gerador de movimento contínuo. Era o primeiro grande passo para evoluir da caixa estática e fechada, acadêmica e simétrica, para uma forma inédita e cinemática; um novo museu ativo e dinâmico, configurado, neste caso, em espiral.

Figura 3. Guggenheim, NY.

Fonte: Heald (2014).

Outros representantes que contribuíram para a caracterização dos museus modernos

foram Auguste Perret, Le Corbusier e Mies van der Rohe, onde o Museu Moderno, 1929, de

Perret, é um local bem projetado, cujo uso é destinado à preservação das artes, com boa

iluminação e climatização. Logo, a ideia de Le Corbusier para o Museu Mundial, 1929, é

oferecer informações aos diversos níveis de conhecimento, onde o visitante acessa o edifício

no topo de uma pirâmide e é instigado a percorrer por diversas galerias de exposição

(PRESSUT, 1999).

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2.1.4 O Festival Internacional do Folclore em Passo Fundo (FIFPF)

O Festival Internacional do Folclore é um dos acontecimentos mais importantes para a

comunidade de Passo Fundo e foi criado em 10 de junho de 1992. O propósito deste evento é

promover a diversidade cultural, contribuindo para reconhecer e valorizar as culturas dos povos,

manter e apoiar a cultura do folclore e a criação artística popular, propor constantes melhorias

da qualidade dos festivais a fim de criar simpósios, conferências, seminários, cursos, promover

a inclusão social e demais atividades. Este espetáculo traz benefício econômico a curto e longo

prazo, além de tornar a cidade reconhecida internacionalmente e abrir oportunidades para o

desenvolvimento turístico de Passo Fundo e região (ZAUZA; DUTRA, 2007).

Conforme dados do site do FIFPF, foi em 1992 que aconteceu o primeiro festival na

cidade, após um grupo de passo-fundenses realizarem um projeto de festival que foi aprovado

pelo prefeito municipal da época, realizado entre os dias 17 a 31 de agosto do mesmo ano, no

Parque de Exposições Wolmar Salton. O evento foi reconhecido formalmente pela Lei Nº

3.235, de 04 de setembro de 1997. Sua segunda edição ocorreu em 1993 e teve enfoque

pedagógico, em 1995 em comemoração aos 25 anos do CIOF (Conselho Internacional de

Organizações de Festivais de Folclore) Mundial e 138 anos da emancipação desta cidade.

Até 1992 este evento era realizado pelo CIOFF em apenas duas cidades brasileiras:

Caruaru, PE e Passo Fundo, RS. Após, outros locais começaram a realizá-lo em território

nacional e internacional.

Entre os argumentos para melhor qualificação do Festival Internacional de Folclore de

Passo Fundo, vale ressaltar: o interesse da comunidade em receber eventos culturais,

valorizando as questões históricas de suas origens e etnias; o interesse e o apoio das entidades

promotoras; o significativo apoio de entidades relacionadas ao folclore e ao tradicionalismo; a

repercussão econômica, cultural e educacional.

Atualmente, o Festival Internacional do Folclore encontra-se em uma amplitude

crescente, evidenciando Passo Fundo em âmbito nacional e internacional, promovendo a paz e

harmonia entre os povos através do convívio com uma ampla diversidade cultural.

2.2 Conceito arquitetônico

Conceito deriva do latim conceptum e tem como significado pensamento e ideia, fruto

ou feto. De acordo com Brandão (2001), a apresentação de um projeto arquitetônico é

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consequência de um conceito inicial, sendo que a função varia conforme a concepção do

arquiteto, a qual revela o conceito como o responsável por traduzir o pensamento do arquiteto.

O projeto em destaque tem como partido inicial inserir a contemporaneidade, a qual

pode ser vista no aspecto formal da nova edificação. Através de linhas curvas, orgânicas e não

simultaneidade na forma são representados e expressados os movimentos corporais das danças,

artes e o multiverso cultural, com a finalidade de promover cada vez mais a igualdade das

diversidades sociais e culturais.

Tendo em vista a amplitude do valor histórico que a localidade do Parque da Gare tem

à comunidade passo-fundense, a aplicação contemporânea do ferro com a combinação do uso

da madeira tem a finalidade de referenciar a antiga estação ferroviária.

Este projeto visa minimizar conceitos históricos da antiga estação férrea da Av. Sete de

Setembro (Figura 4), pois já é observado esse conceito no atual projeto de revitalização do

Parque. Estes valores são utilizados no estilo contemporâneo, vistos na aplicação de estrutura

metálica aparente em pontos específicos e textura de madeira.

Figura 4. Edifício preservado, antiga estação férrea da Av. Sete de Setembro.

Fonte: Gattermann (2006).

A função principal é de uma estrutura permanente para o Festival Internacional do

Folclore, tendo em vista que o evento não possui uma instalação fixa para a sua realização.

Todavia, este evento acontece a cada dois anos, sendo assim, o centro social multiuso são

decorrentes ao primeiro uso, sendo que estará em funcionamento continuamente.

A função da edificação é predominantemente cultural e social com usos mistos, a fim

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de servir todo município e região, além de apoiar a comunidade acadêmica municipal com as

suas estruturas multiuso.

O valor que este novo local proporcionará aos seus usuários é o de ser reconhecido como

um centro de referência multiuso, para realização de diversos eventos abertos ou fechados,

particulares ou públicos, acadêmicos ou sociais, institucionais ou empresariais, entre outros.

A ideia é que o espaço seja de arquitetura simplificada, de fácil apreensão, porém

atrativo, devido à diversidade do público que será beneficiado com este empreendimento.

Conforme o levantamento do entorno realizado anteriormente, verificou-se que o

terreno a ser utilizado encontra-se em um declive acentuado notável a partir da Avenida Sete

de Setembro. Deste modo, esta característica é determinante na visibilidade que se terá para a

edificação, ou seja, pontos mais elevados do edifício podem ser vistos desde locais mais

afastados.

Também, levando em consideração as massas verdes existentes ao longo do Parque da

Gare, o projeto deve explorar visuais voltados à praça, por meio de aberturas e grandes vãos ao

ambiente externo.

A estrutura permanente para o Festival Internacional do Folclore deve receber mais de

vinte países para esse evento, com rotatividade de 150 mil espectadores e participantes. Assim,

o projeto tem de ser adequado e acessível para atender à diversidade cultural, respeitando a

comunicação e linguagem internacional e acessibilidade universal.

Ademais, este local é destinado à população de Passo Fundo e região, mediante

agendamento e aprovação da administração do Centro. A classe social dos usuários é

indeterminada tendo em vista que o uso é destinado ao uso público.

A proposta é que o investimento financeiro para execução do empreendimento venha

por parte dos órgãos públicos, com verbas municipais e estaduais, com a possibilidade de existir

investidores e recursos privados.

2.2.1 Referências formais

Na elaboração deste projeto arquitetônico são utilizadas obras de Frank Gehry (Figuras

5, 6 e 7), Alvaro Siza (Figura 8) e Abraham Zabludovsky (Figuras 9 e 10) como referência para

a aplicação formal do conceito arquitetônico devido a irregularidade das formas, bem como a

presença de linhas curvas e orgânicas que expressam claramente a ideia de movimento e

descontinuidade. No exemplo de Zabludovsky, como é visto na figura 9, a cobertura que divide

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os dois blocos servirá como enfoque de referência aos trilhos do trem para o projeto da nova

Estrutura.

Figura 5. Walt Disney Concert Hall, Frank Gehry (2003).

Fonte: E-Architect (2014).

Figura 6. Edifício Walt Disney Concert Hall, Frank Gehry (2003).

Fonte: E-Architect (2014).

Figura 7. Edifício Dr. Chau Chak Wing, Frank Gehry (2014).

Fonte: Arcoweb (2014).

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Figura 8. Mimesis Museum, Alvaro Siza (2009).

Fonte: Archdaily (2010), adaptação da Autora (2015).

Figura 9. Teatro e Centro de Convenções da cidade de Coatzacoalcos, Abraham Zabludovsky (2000).

Fonte: Segan Ingeniería y Construcciones (2011).

Figura 10. Maquete do Teatro e Centro de Convenções da cidade de Coatzacoalcos, Abraham Zabludovsky

(2000). Fonte: Cabañez (2000).

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2.3 Estudos de caso

2.3.1 Oscar Niemeyer: Centro Cultural Duque de Caxias, RJ

2.3.1.1 Ficha técnica

Localização: Duque de Caxias, RJ, Brasil

Início do projeto: 2002

Conclusão da obra: 2004

Área do terreno: 8.100m²

Área construída: 3.600m²

Projeto arquitetônico: Oscar Niemeyer e arquitetos associados

2.3.1.2 Implantação

O projeto é distribuído em duas edificações que compõem o centro cultural, sendo elas

o bloco do teatro e da biblioteca e, está localizado na Praça do Pacificador, centro de Duque de

Caxias (Figura 11), caracterizada como uma área de transição urbana, onde há grande conjunto

de comércio formal e informal, alto fluxo de pedestres e veículos, estradas regionais e

significativo índice de poluição sonora (Figura 12).

Figura 11. Implantação dos edifícios na Praça do Pacificador, RJ.

Fonte: Google Maps, adaptação da Autora (2015).

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Figura 12. Intensa movimentação e transição no entorno do projeto.

Fonte: Wikimapia (2014).

As edificações do entorno são predominantemente comerciais, com aproximadamente

seis pavimentos; a malha viária apresenta uma bifurcação logo à frente do centro cultural e

existe uma rua sem saída com grande quantidade de muros.

Para Grunow (2007), os dois blocos que compõem o centro cultural têm o intuito de

minimizar o transtorno do caos urbano local e atrair a atenção de quem por ali passa: “O usuário

se orienta de forma intuitiva e troca o passo rápido da cidade pelo relaxamento e pelo vagar de

quem se abriga à sombra da arquitetura”.

2.3.1.3 Relação dos espaços abertos com a natureza

O volume do teatro é versátil e transitório, ou seja, abre-se para o espaço externo à praça

central, fato esse que qualifica a edificação em relação à transitoriedade urbana. O espaço

aberto, referente à praça, é preeminente plano, pavimentado e com algumas vegetações de

médio e pequeno porte, entretanto, a área externa do teatro oferece grande contato com o ar

livre e proporciona mais um espaço para a realização de atividades de uso misto (Figura 13).

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Figura 13. Utilização do espaço externo para realização de atividades.

Fonte: Grunow (2007).

2.3.1.4 Relação espaço externo x interno

O bloco do teatro relaciona-se com o meio externo através da rampa de acesso que induz

claramente a entrada do público. Ainda, o teatro interage com o espaço aberto devido à abertura

em direção à praça central (Figura 14); com esse elemento, é possível observar a realidade do

meio onde o projeto está inserido: intensa movimentação urbana em contraste com a

tranquilidade transmitida no espaço interno. Já, o bloco da biblioteca está apoiado sobre pilotis

e oferece grande área livre sombreada.

Figura 14. Possibilidade de abertura do teatro ao espaço externo.

Fonte: Grunow (2007).

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2.3.1.5 Função: Zoneamento e Fluxograma

Figura 15. Zoneamento Edificação da Biblioteca.

Fonte: Grunow (2007), adaptação da Autora (2015).

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Figura 16. Fluxograma Edificação da Biblioteca.

Fonte: Autora (2015).

Figura 17. Zoneamento Edificação do Teatro.

Fonte: Grunow (2007), adaptação da Autora (2015).

Figura 18. Fluxograma Edificação do Teatro.

Fonte: Autora (2015).

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2.3.1.6 Acessibilidade

O acesso universal está presente desde a topografia plana do terreno, como também, nas

circulações verticais dadas por meio de rampa, no bloco do teatro, e elevadores na biblioteca

(Figura 19). Ainda, pode-se observar que acontece a inclusão de portadores de necessidades

especiais no momento em que lhes é oferecido assentos especiais e exclusivos no Teatro Duque

de Caxias.

Figura 19. Rampa de acesso ao teatro.

Fonte: Grunow (2007).

2.3.1.7 Forma

No volume do teatro, os espaços são organizados de forma linear de circulação, ou seja,

a circulação se mantém independente dos espaços existentes.

Devido à existência de um núcleo de circulação vertical no bloco da biblioteca, que

conecta a própria biblioteca e o auditório, a distribuição da circulação é centralizada.

Os elementos presentes nos dois edifícios definem a hierarquia de acesso: no bloco da

biblioteca, a pele de vidro direciona o fluxo ao seu interior; no teatro, a rampa e a subtração na

fachada definem o acesso (Figura 20).

A compatibilidade formal se dá por simplicidade devido à minimização de diferentes

elementos, porém, é observada contradição na forma dos elementos: volume escultórico do

teatro e apoio de pilotis na biblioteca (Figura 21).

Também é possível observar nas imagens abaixo os seguintes elementos arquitetônicos:

planta livre, pilotis, pele de vidro e subtração.

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Figura 20. Demarcação do acesso à biblioteca. Elementos arquitetônicos: planta livre, pele de vidro, pilotis.

Fonte: Grunow (2007).

Figura 21. Contradição na forma dos volumes. Elementos arquitetônicos: planta livre, pele de vidro, pilotis.

Fonte: Grunow (2007).

Figura 22. Peso na composição na biblioteca e assimetria no teatro. Elementos arquitetônicos: planta livre, pele

de vidro, pilotis. Fonte: Grunow (2007).

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2.3.1.8 Habitabilidade e Tecnologia

A biblioteca oferece grande potencial de iluminação natural devido à presença de pele

de vidro (Figura 23), porém não é possível observar outro método de conforto térmico nos

prédios. É utilizada ventilação artificial em praticamente todos os ambientes principais e a

existência de vegetação é consideravelmente pouca.

Aparentemente, a estrutura dos edifícios é de concreto armado, com vedação em

alvenaria, proporcionando a ideia de peso na composição. No bloco da biblioteca, os pilotis

oferecem maior área livre. Para quebrar o peso da composição, o arquiteto utilizou pele de vidro

na biblioteca e criou uma subtração no teatro para propor mais leveza à estrutura.

Figura 23. Aproveitamento da iluminação natural.

Fonte: Grunow (2007).

2.3.2 Centro Cultural Les Quinconces, Le Mans, FR

2.3.2.1 Ficha técnica

Localização: Le Mans, França;

Início do projeto: 2014;

Área construída: 28.198m²;

Projeto arquitetônico: Éric Babin e Jean François Renaud.

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2.3.2.2 Implantação

O projeto é implantado em um local com grande importância histórica para a cidade de

Le Mans. O centro cultural é vizinho da Esplanade des Quinconces, lugar destinado aos grandes

eventos e ao Place des Jacobins, que sedia a estrutura de um mercado ao ar livre. Está situado

próximo à catedral de Saint Julien e na frente de alguns edifícios institucionais e residenciais

construídos na década de 1980 (Figura 24).

ArchDaily (2015), classifica o Centro Cultural como “complexo em suas funções quanto

é límpido em sua expressão. É uma ferramenta de precisão servindo como uma política cultural

e muito disputado pelos cidadãos de Le Mans em suas festividades e vida cívica”.

Figura 24. O novo edifício se relaciona com os edifícios mais antigos.

Fonte: Archdaily (2015).

2.3.2.3 Relação dos espaços abertos com a natureza

Na frente do edifício multiuso, encontra-se uma praça de pedra com vista para a catedral.

O pátio externo oferece grande espaço de contemplação visual (Figura 25) e vegetações bem

distribuídas.

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Figura 25. Espaço de contemplação às edificações históricas no exterior do Centro Cultural.

Fonte: Archdaily (2015).

2.3.2.4 Relação espaço externo x interno

Após o acesso ao foyer, o público sobe um pavimento até chegar ao hall principal, o

qual oferece pontos de observação ao Place des Jacobins e da Catedral em um deck estendido

de madeira (Figura 26) (ARCHDAILY, 2015).

Figura 26. Deck localizado acima do Foyer.

Fonte: Archdaily (2015).

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2.3.2.5 Função: Zoneamento e Fluxograma

Figura 27. Zoneamento e Fluxograma do segundo subsolo.

Fonte: Archdaily (2015), adaptação da Autora (2015).

Figura 28. Zoneamento e Fluxograma do primeiro subsolo.

Fonte: Archdaily (2015), adaptação da Autora (2015).

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Figura 29. Zoneamento e Fluxograma do pavimento térreo.

Fonte: Archdaily (2015), adaptação da Autora (2015).

Figura 30. Zoneamento e Fluxograma do primeiro pavimento.

Fonte: Archdaily (2015), adaptação da Autora (2015).

2.3.2.6 Acessibilidade

A situação atual do terreno, bem como o acesso ao edifício, são significativamente

planos (Figura 31). No interior, são utilizados elevadores e escadas rolantes para favorecer

maior acessibilidade à circulação.

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Figura 31. Acessibilidade de acesso ao interior da edificação.

Fonte: Archdaily (2015).

2.3.2.7 Forma

A composição dos espaços é dada através de uma circulação central que se conecta a

outras circulações, onde acontece uma distribuição radial das linhas de circulação.

Ocorre ritmo na aplicação dos elementos, esquadrias e chapas amadeiradas. Estes

elementos estão alinhados horizontalmente (Figura 32).

A simplicidade define a compatibilidade formal, pois não se aplica grande variedade de

elementos nas fachadas.

Os elementos são dimensionados proporcionalmente e, aparentemente, refletem a

existência de um módulo. Aqui, ocorre relação proporcional no equilíbrio (Figura 33).

Deck estendido, cobertura estendida, balanço volumétrico, chapas de madeira em

diferentes tons e transparência são alguns dos elementos arquitetônicos vistos neste estudo.

Figura 32. Alinhamento e repetição dos elementos na fachada.

Fonte: Archdaily (2015).

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Figura 33. Relação proporcional no equilíbrio da forma.

Fonte: Archdaily (2015).

2.3.2.8 Habitabilidade e tecnologia

O aproveitamento da iluminação natural através das grandes aberturas e suas

transparências, ampla utilização de madeira e vegetação oferecem conforto térmico à

edificação.

Devido aos elementos estruturais formulados em grandes vãos (Figura 34), é possível

que a estrutura seja pré-moldada e/ou metálica. Fato este, que proporciona maior leveza na

composição.

Figura 34. Grandes vãos presentes no interior da edificação.

Fonte: Archdaily (2015).

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2.3.3 Composite Architectes: Centro Social em Aubenas, FR

2.3.3.1 Ficha técnica

Localização: Albuenas, Ardèchem, França

Início do projeto: 2013

Área do terreno: 700m² (aproximadamente)

Área construída: 530m² (aproximadamente)

Projeto arquitetônico: Composite Architectes

2.3.3.2 Implantação

O edifício está inserido na parte norte do terreno, interligando-se com o atual parque

urbano na sua face oeste (Figura 35). O centro é um estimulador social, localizado em uma zona

de reorganização urbana.

Figura 35. Implantação da edificação no terreno.

Fonte: Archdaily (2013).

2.3.3.3 Relação dos espaços abertos com a natureza

Os espaços abertos oferecem grande integração com a natureza, devido à existência de

espaços abertos, jardins e massa verde.

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2.3.3.4 Relação espaço externo x interno

No pavimento térreo, o volume em “U” se adapta à topografia e forma uma abertura ao

espaço externo. Com o formato em “L” do pavimento superior, é possível criar um terraço e

uma cobertura estendida sobre o pátio do térreo (Figura 36) (ARCHDAILY, 2013).

Figura 36. Formação dos espaços abertos conforme sobreposição dos volumes.

Fonte: Archdaily (2013).

2.3.3.5 Função: Zoneamento e Fluxograma

O edifício oferece locais para atividades sociais, com atenção ao público jovem, centro

multimídia, espaços multiuso, sala de reunião, salas de aula, entre outros.

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Figura 37. Zoneamento e Fluxograma do pavimento térreo.

Fonte: Archdaily (2013), adaptação da Autora (2015).

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Figura 38. Zoneamento e Fluxograma do pavimento térreo.

Fonte: Archdaily (2013), adaptação da Autora (2015).

2.3.3.6 Acessibilidade

A estrutura oferece sistemas de inclusão social, como por exemplo, vagas de

estacionamento exclusivas para Portadores de Necessidades Especiais (PNE), banheiros

acessíveis e elevadores. Porém, além da escada, não é observado rampa de acesso à edificação

(Figura 39).

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Figura 39. Escada de acesso e vagas exclusivas para PNE.

Fonte: Archdaily (2013).

2.3.3.7 Forma

A organização dos espaços se dá por uma circulação linear centralizada a qual se

ramifica aos demais ambientes (Figura 40).

Os brises e chapas em madeira que envolvem o edifício, formam uma malha que não é

percebida como um elemento único. Dessa forma, o fator de regularidade é classificado como

textura (Figura 41).

A minimização dos diferentes elementos utilizados na fachada resulta na simplicidade

formal do edifício. Na composição, os volumes não são fiéis entre si, sendo assim, ocorre

balanço assimétrico no equilíbrio do edifício (Figura 42).

Figura 40. Circulação linear centralizada.

Fonte: Archdaily (2013).

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Figura 41. Repetição e minimização dos materiais.

Fonte: Archdaily (2013).

Figura 42. Diagrama da composição do volume.

Fonte: Archdaily (2013).

2.3.3.8 Habitabilidade e tecnologia

Ventilação cruzada, iluminação natural, brises (função térmica e estética), grande

utilização de madeira e vegetação tornam o projeto com grande potencial de habitabilidade e

conforto térmico (Figura 43).

O principal método construtivo é estrutura de concreto armado e metal, que, juntamente

com os vidros, brises e painéis de madeira proporcionam leveza estrutural.

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Figura 43. As aberturas e a vegetação proporcionam ventilação cruzada.

Fonte: Archdaily (2013).

2.3.4 Conclusão e contribuição dos estudos de caso

Ambos os estudos proporcionam conhecimentos arquitetônicos para o projeto da

Estrutura Permanente para o Festival Internacional do Folclore e Centro Social Passo-fundense

Multiuso: o primeiro estudo visa auxiliar na composição formal do projeto, o segundo a

contribuir na relação histórica que o entorno pode oferecer à nova edificação, bem como o

amplo programa de necessidades e a composição arquitetônica, e o terceiro estudo tende agregar

o interesse social e contribuir para a realização de um projeto com sistemas e técnicas

sustentáveis de conforto térmico (Tabela 1).

Tabela 1. Comparação dos estudos de caso.

Estudo 01

O Centro Cultural Duque de Caxias adequa-se ao seu entorno de maneira com que os edifícios não sejam vistos apenas como mais um elemento de transição. Os espaços abertos se relacionam com o ambiente interno e a acessibilidade é visível neste projeto.

Estudo 02

O Centro Cultural Les Quinconces tira partido da influência histórica e cultural do seu entorno para propor espaços abertos de contemplação. Seu programa de necessidades conta com áreas de uso misto e cultural, além de utilizar de técnicas e materiais inovadores.

Estudo 03

O Centro Social em Aubenas oferece um programa de necessidades destinado a atividades sociais e multiuso. Habitabilidade e acessibilidade estão presentes em grande escala.

Fonte: Autora (2015).

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3 DIAGNÓSTIGO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

3.1 Contextualização regional

Município localizado na região norte do Rio Grande do Sul, Passo Fundo ocupa uma

área de aproximadamente 783, 421 Km², com população estimada de 195.620 habitantes

(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE, 2014) (Figuras 44 e

45).

Figura 44. Localização nacional, regional e regional de Passo Fundo, juntamente a sua microrregião geográfica.

Fonte: Google Imagens (2015); Silva; Spinelli; Fioreze (2009).

Figura 45. Mapa do perímetro urbano de Passo Fundo. Fonte: Prefeitura Municipal de Passo Fundo (2006).

Inicialmente pertencia ao município de Cruz Alta e foi emancipado em 1857, pela lei nº

340, e atualmente é reconhecido como referência regional aos demais municípios da

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microrregião geográfica1, bem como para o Estado. Passo Fundo é um marco nos três setores

da economia: atividades agroindustriais, comerciais e serviços – educação e saúde

principalmente. Os principais acessos da cidade se dão através das seguintes rodovias; BR 285,

BR 135, BR 153, BR 324, BR 153 e fazem ligação com os municípios de Coxilha, Mato

Castelhano, Marau, Ernestina, Carazinho e Pontão (Figura 46).

Figura 46. Principais rodovias de acesso ao município de Passo Fundo.

Fonte: Silva; Spinelli; Fioreze (2009).

Em conformidade com Gosch (2002), a primeira linha férrea a surgir foi entre Passo

Fundo e Santa Maria na extensão de 355Km, em 1898, com a finalidade de promover maior

desenvolvimento econômico e territorial à cidade e região, além do transporte público e

futuramente servia como meio de ligação ao centro econômico do País. Em decorrência ao

surgimento da ferrovia a urbanização foi se deslocando para as regiões periféricas e a

infraestrutura urbana teve de se adequar para atender a expansão populacional, sendo que em

1910 foi realizada a instalação da energia elétrica na cidade e em 1919 houve o plano de

saneamento. Gosch (2002, p. 52) ainda classifica a ferrovia como um fato indispensável para a

urbanização:

1 “Polo regional ou capital regional é uma categoria da hierarquia urbana referente a cidades que se destacam nas funções de articulação e drenagem de fluxos financeiros, de pessoas, de bens, de serviços, de infraestrutura viária, de comunicações, entre outros, que configuram a organização espacial e o desenvolvimento regional” (SILVA; SPINELLI; FIOREZE, 2009).

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Se num primeiro momento o antigo caminho dos tropeiros paulistas foi a grande rota econômica, geradora da atividade urbana, num segundo, a ferrovia colaborou decisivamente para que a urbanização se desenvolvesse ao longo de seu percurso, aparecendo como novo fator de ordenamento urbano.

3.2 Atual projeto de revitalização do Parque da Gare

Atualmente há um projeto internacional de revitalização do Parque da Gare e o mesmo

já se encontra em fase de execução. A proposta é adequar os espaços para pratica de atividades

físicas, convivência e estar, além de revigorar o lago e preservar a vegetação existente.

As intervenções consistem na criação de uma biblioteca, um novo espaço para a feira

de produtores – localizado no declive à frente do terreno escolhido para a locação da Estrutura

Permanente para o Festival Internacional do Folclore e Centro Social Passo-fundense Multiuso,

lanchonete com ponto de informações, sanitários públicos e anfiteatro ao ar livre (Figura 47),

além de obras de infraestrutura urbana como passeio público, circuito de ciclovias, mobiliário

urbano, sinalização, iluminação, drenagem, rede de água e esgotamento sanitário (ESPAÇO

DESIGN, 2015).

Figura 47. Perspectiva da intervenção do Parque com as novas edificações.

Fonte: Espaço Design (2015), Adaptação da autora (2015).

O bloco da biblioteca consiste em dois pavimentos: o primeiro abrigará as áreas

molhadas e ficará semienterrado na topografia e o superior, no nível mais alto do parque,

consiste em um espaço multiuso. Já, o novo edifício destinado à Feira do Produtor, na zona em

declive, será acessado por escadas e rampas, organizado em três pavimentos para abrigar áreas

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de apoio, instalações, praça de alimentação, armazenamento de alimentos, mezanino, entre

outros (AMORIM, 2015).

3.3 Terreno

3.3.1 Dimensões

O terreno de esquina tem formato triangular com diferentes graus de inclinação. A face

da Rua Capitão Bernardo mede 62,89m e 156,22m na Rua João L. Godinho, com área total de

9.574,89m² (Figura 48).

Figura 48. Mapa do terreno com suas respectivas dimensões.

Fonte: Autora (2015).

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3.3.2 Topografia e barreiras físicas

O terreno em estudo apresenta 7m de declive. Tem início na cota 674 e estende-se até a

cota 667. Entretanto, existe um talude logo à frente, localizado do outro lado da rua, onde se

encontra a 4m a cima do nível do terreno. A face da Rua João L. Godinho (leste) recebe a

incidência do sol nascente e sua face paralela (oeste) recebe a incidência do sol poente (Figura

49).

Figura 49. Mapa do terreno com as respectivas cotas de níveis e barreiras físicas.

Fonte: Autora (2015).

Nascen

te

Poente

Vento

NE

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38

3.4 Entorno

3.4.1 Skyline

De acordo com o skyline das ruas João L. Godinho, Minas Gerais e Bororós (Figuras

50, 51, 52 e 53) é possível observar uma variável no gabarito de altura das edificações, as quais,

variam de um a seis pavimentos.

Figura 50. Skyline Rua João L. Godinho.

Fonte: Autora (2015).

Figura 51. Skyline Rua Minas Gerais.

Fonte: Autora (2015).

Figura 52. Skyline Rua Bororós.

Fonte: Autora (2015).

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Figura 53. Skyline Rua Capitão Bernardo.

Fonte: Autora (2015).

3.4.2 Sistema viário

A hierarquia viária ou sistema viário é classificado em vias expressas, vias arteriais, vias

coletoras e vias locais. As vias expressas são de duplo sentido com separador físico entre os

sentidos, as vias arteriais proporcionam alto nível de mobilidade para grande fluxo de trânsito,

vias coletoras coletam o tráfego das vias locais e direcionam o fluxo para as vias arteriais e as

vias locais proporcionam acesso direto às propriedades particulares, além de possuir baixo

tráfego de veículos. Segundo Mascaró (2009), as vias têm a função de organizar e relacionar os

fatos arquitetônicos da malha urbana.

No entorno do Parque da Gare são observadas vias arteriais – Av. Sete de Setembro e

Av. Presidente Vargas –, vias coletoras – R. Coronel Chicuta, e R. General Daltro Filho e R.

Minas Gerais – e vias locais – R. Capitão Bernardo, R. Bororós, R. Waldemar Castro, R. Padre

Nóbrega, R. Padre Valentim, R. João L. Godinho, R. Travessa do Parque, R. Maurício Cardoso

e R. Padre Ramos – (Figura 54).

Figura 54. Análise da hierarquia viária.

Fonte: Google Maps, adaptação da Autora (2015).

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Existem 8 pontos de ônibus e um ponto de táxi no entorno do terreno de intervenção,

juntamente com 5 cruzamentos conflitantes. O sentido das vias é de mão dupla

predominantemente (Figura 55).

Figura 55. Marcação pontos de ônibus, táxi e sentido das vias.

Fonte: Google Maps, adaptação da Autora (2015).

Em um corte da caixa viária das ruas que fazem frente ao terreno, Rua Capitão Bernardo

(Figura 56) e Rua João L. Godinho (Figura 57) é possível observar a largura dos respectivos

passeios públicos e das faixas de rolamento, bem como o sentido do fluxo de trânsito e postes

de energia localizados no passeio.

Figura 56. Corte da caixa viária Rua Cap. Bernardo e Av. Sete de Setembro com a respectiva topografia.

Fonte: Autora (2015).

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Figura 57. Corte da caixa viária Rua João L. Godinho.

Fonte: Autora (2015).

3.4.3 Transportes

Em Passo Fundo, o transporte público se dá por meio de coletivos urbanos, realizado

pelas empresas Codepas, Transpasso e Coleurb. Entre os itinerários de ônibus, verifica-se

atualmente 13 linhas de ônibus que trafegam diariamente pelo entorno da área de intervenção.

Entre elas, três linhas circulam e param no ponto de ônibus situado na Av. Sete de Setembro,

rua acima do terreno (Figuras 58, 59, 60 e 61).

Itinerários de ônibus da Coleurb disponibilizados no site da empresa:

• L01: Vera Cruz / São Cristóvão;

• L07: Hípica / Planaltina;

• L09: São João / Praça Tamandaré;

• L10: Ricci / Garden;

• L12: Santa Marta / Entre Rios;

• L13: Lucas Araújo / Parque Farroupilha;

• L15: São Luíz / Zacchia;

• L22: Centro / Maggi;

• L25: São José / São Cristóvão;

• L26: Centro / Roselândia;

• L31: Menino Deus / Prefeitura;

• L32: Nossa Senhora Aparecida / São Cristóvão II;

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• TA02: Vera Cruz / São Cristóvão.

Figura 58. Linha 07, coletivo urbano Coleurb.

Fonte: Google Maps, adaptação da Autora (2015).

Figura 59. Linha 10, coletivo urbano Coleurb.

Fonte: Google Maps, adaptação da Autora (2015).

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Figura 60. Linha 25, coletivo urbano, Coleurb.

Fonte: Google Maps, adaptação da Autora (2015).

Figura 61. Sobreposição das linhas de ônibus L07, L10, L25.

Fonte: Google Maps, adaptação da Autora (2015).

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3.4.4 Uso do Solo Urbano

A área a qual o terreno está localizado é consideravelmente densa, onde a grande maioria

dos lotes está edificada, restando poucos vazios urbanos no entorno (Figuras 62). O padrão

construtivo da região em análise é de médio a baixo, predominantemente em alvenaria, com

algumas edificações de madeira.

Figura 62. Mapa Nolli - Relação cheios X vazios.

Fontes: Autora (2015).

O uso do solo urbano da região em análise é classificado em 7 tipologias: residencial,

uso misto (comercial e residencial), comercial, serviço, institucional, educacional e templo.

Há predominância de uso residencial unifamiliar sentido bairro e multifamiliar no

sentido centro, porém algumas dessas edificações têm parte de uso comercial, caracterizando

uso misto (Figura 63).

PARQUE DA GARE

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45

Figura 63. Mapa classificação uso do solo.

Fonte: Autora (2015).

3.4.5 Infraestrutura Urbana

A infraestrutura urbana local é composta por rede de água, rede coletora de esgoto

cloacal, rede coletora de esgoto pluvial (Figura 64) e rede de energia elétrica aérea (Figura 65).

A rede de água é distribuída em todas as quadras, porém apenas existe coleta de esgoto cloacal

no sentido centro, a partir da Av. Sete de Setembro, localizada na parte elevada da área de

estudo.

PARQUE DA GARE

PRAÇA

MARECHAL

FLORIANO

TERRENO

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Figura 64. Rede de água, esgoto cloacal e pluvial conforme dados da Corsan – PF.

Fonte: Google Maps, adaptação da Autora (2015).

Figura 65. Locação dos postes da rede elétrica.

Fonte: Autora (2015).

Postes da rede

elétrica e energia

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47

3.5 Síntese da legislação específica

3.5.1 Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município de Passo Fundo

O terreno está localizado na ZT – Zona de Transição (Figura 66), com os seguintes

índices urbanísticos máximos:

• TO (taxa de ocupação) = 60%;

• CA (coeficiente de aproveitamento) = 2,8;

• CID (cota ideal por dormitório) = 15m²;

• LM (lote mínimo) = 300m².

Levando em consideração a área total de intervenção, 9.574,98m², a ocupação máxima

do terreno poderá ser de 15.958,30m² com limite edificável em altura de 30.158,43m. Conforme

a tabela de usos, anexo II do Plano Diretor de Passo Fundo, o projeto a ser realizado é

classificado como Serviço de Cultura, uso CS.23 e considerado conforme para a Zona de

Transição.

Figura 66. Demarcação da área de intervenção no zoneamento urbano.

Fonte: Prefeitura Municipal de Passo Fundo (2006).

3.5.1.1 Dos recuos

Art. 108. § 5 Na Zona de Transição (ZT), os lotes de esquina e os lotes com testada para

as praças devem respeitar recuo frontal mínimo de 8,0 metros para os pavimentos situados

acima dos 7,0 metros de altura, contados da soleira de entrada do térreo até a laje de forro do

pavimento superior ao térreo.

Art. 109. §º Para as edificações com mais de 5,5 metros de altura, contados da soleira

do pavimento térreo até o piso do último pavimento, serão exigidos recuos laterais e de fundos.

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3.5.1.2 Das vagas de estacionamento

Art. 117. § 4º Às edificações destinadas ao uso de Serviço e Cultura, CS.23, são exigidas

uma vaga de estacionamento para cada 25m² de área construída.

3.5.2 Código de Obras e Edificações do Município de Passo Fundo

3.5.2.1 Das condições gerais relativas às construções: Materiais de construção

Art. 45. Os materiais de construção deverão sempre satisfazer e respeitar suas

respectivas normas de qualidade e segurança.

• Os materiais devem satisfazer o que dispõem as Normas e Especificações

Brasileiras.

• Em se tratando de novos materiais para os quais não tenham sido estabelecidas

normas, os índices qualificativos serão fixados mediante o estudo e orientação de entidade

oficialmente reconhecida.

3.5.2.2 Áreas de iluminação e ventilação

Art. 81. Serão calculados diâmetros sempre que a área se torne aberta a partir de um

determinado:

Art. 82. § 1º. As áreas principais abertas deverão permitir a inscrição de um círculo

dado pela fórmula: D = N x 0,25m + 1,5m, onde:

D = Diâmetro Mínimo;

N = Nº de pavimentos atendidos pela área principal aberta.

Art. 82. § 2º. Quando os compartimentos principais iluminarem e ventilarem por áreas

fechadas, deverão permitir a inscrição de um círculo dado pela fórmula D = N x 0,45m + 2,00m,

onde:

D = Diâmetro Mínimo;

N = Nº de pavimentos atendidos pela área fechada.

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3.5.2.3 Edificações não residenciais

Art. 132. Exigências para edificações não residenciais:

• Pé-direito mínimo de 2,60m no pavimento térreo;

• Estrutura e entrepisos resistentes ao fogo;

• Quando com mais de uma unidade autônoma e acesso comum;

• Vestiário com local para chuveiro, vaso sanitário e lavatório;

• Caixa receptora de correspondência de acordo com as normas da EBCT

(Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), localizada no pavimento de acesso;

• Depósito para guarda de lixo ensacado, conforme anexo 03 do Código de Obras,

localizado no pavimento térreo.

3.5.2.4 Cinemas, teatros, auditórios e similares

Art. 147 - As edificações destinadas a cinemas, teatros, auditórios e assemelhados,

deverão:

• Ter instalações sanitárias separadas por sexo, com fácil acesso, atendendo as

seguintes proporções mínimas nas quais “L.” representa a lotação:

Homens

Vasos L./300;

Lavatórios L./400;

Mictórios L./400;

Mulheres

Vasos L./400;

Lavatórios L./400.

• A quantidade mínima de equipamentos sanitários será de duas unidades de cada;

• Ter instalação sanitária de serviço composta por, no mínimo, vaso sanitário, lavatório e

local para chuveiro;

• Ter sala de espera contígua e de fácil acesso à sala de espetáculos com área mínima de

0,20m²por pessoa, calculada sobre a capacidade total;

• Ser equipados, no mínimo, com renovação mecânica de ar;

• Ter instalação de energia elétrica de emergência;

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50

• Ter isolamento acústico;

• Ter acessibilidade em 2% das acomodações e dos sanitários para portadores de

deficiência física.

3.5.3 NBR 9050 – Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, espaços e equipamentos

urbanos

3.5.3.1 Pessoas em cadeira de rodas

O módulo de referência (M.R.) é a projeção, 0,80 metros por 1,20 metros, ocupada por

uma pessoa utilizando cadeira de rodas (Figura 67).

Figura 67. Dimensões do módulo de referência (M.R.)

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT (2004).

As manobras sem deslocamento podem ser realizadas em rotação de 90º, 180º e 360º,

seguindo as dimensões necessárias (Figura 68). Ainda, a manobra pode ocorrer com alteração

do deslocamento (Figura 69).

Figura 68. Área para manobra sem deslocamento.

Fonte: ABNT (2004).

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51

Figura 69. Área para manobra em cadeira de rodas com deslocamento.

Fonte: ABNT (2004).

3.5.3.2 Parâmetros visuais

Os ângulos visuais podem ser aplicados de forma vertical (Figura 70) e horizontal

(Figura 71).

Figura 70. Ângulo visual no plano vertical.

Fonte: ABNT (2004).

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52

Figura 71. Ângulo visual no plano horizontal.

Fonte: ABNT (2004).

3.5.3.3 Rampas

As rampas devem ter inclinação de acordo com os limites estabelecidos (Tabela 2) e

dimensionadas calculadas pela seguinte fórmula, i = h x 100/c, onde:

i = inclinação (%);

h = altura do desnível;

c = comprimento da projeção horizontal.

Para inclinação entre 6,25% e 8,33% devem ser previstas áreas de descanso nos

patamares, a cada 50 m de percurso.

Tabela 2. Dimensionamento de Rampas.

Inclinação admissível em cada segmento de rampa

i (%)

Desníveis máximos de cada segmento de rampa

h (m)

Número máximo de segmentos de rampa

5,00 (1:20) 1,50 Sem limite

5,00 (1:20) < i ≤ 6,25 (1:16) 1,00 Sem limite

6,25 (1:16) < i 8,33 (1:12) 0,80 15 Fonte: Autora (2015).

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53

A inclinação máxima admissível é de 8,33% para rampas em curva com raio mínimo de

3,00 metros, medido no perímetro interno à curva (Figura 72).

Figura 72. Exemplo de rampa em curva.

Fonte: ABNT (2004).

3.5.3.4 Corrimãos e guarda-corpos

Os corrimãos devem ser instalados em ambos os lados dos degraus das escadas fixas e

das rampas, com largura entre 3,0 centímetros e 4,5 centímetros, sem arestas aparentes. É

necessário deixar um espaço livre de no mínimo 4,0 centímetros entre a parede e o corrimão.

Devem permitir boa empunhadura e deslizamento, sendo preferencialmente de seção circular

(Figura 73 e 74).

Figura 73. Exemplo de empunhadura de corrimão.

Fonte: ABNT (2004).

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54

Figura 74. Altura do corrimão em rampas e escadas.

Fonte: ABNT (2004).

As escadas e rampas que não forem isoladas das áreas adjacentes por paredes devem

dispor de guarda-corpo associado ao corrimão (Figura 75), e atender ao que diz a ABNT NBR

9077 (ABNT, 2001).

Figura 75. Exemplo de guarda-corpo.

Fonte: ABNT (2004).

3.5.3.5 Sanitários

Para instalação de bacias sanitárias devem ser previstas áreas de transferência lateral,

perpendicular e diagonal. As instalações sanitárias devem estar equipadas com barras de apoio

e atender as especificações previstas na Norma (Figura 76).

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55

Figura 76. Dimensionamento das barras de apoio lateral e de fundo.

Fonte: ABNT (2004).

3.5.3.6 Espaços para portadores de necessidades especiais (P.N.E.)

São reservados assentos exclusivos para pessoas em cadeira de rodas (P.C.R.), pessoas

com mobilidade reduzida (P.M.R.) e pessoas obesas (P.O.) conforme a capacidade total de

assentos (Tabela 3).

Tabela 3. Quantidade de espaços destinados para P.N.E. Capacidade total de

assentos Espaços para P.C.R Assento para

P.M.R Assento para P.O

Até 25 1 1 1

De 26 a 50 2 1 1

De 51 a 100 3 1 1

De 101 a 200 4 1 1

De 201 a 500 2% do total 1% 1%

De 500 a 1000 10 espaços, mais 1% do que exceder 500

1% 1%

Acima de 1000 15 espaços, mais 0,1% do que exceder

1000

10 assentos mais 0,1% do que exceder

1000

10 assentos mais 0,1% do que exceder

1000

Fonte: Autora (2015).

Em teatros, auditórios e similares, a localização dos espaços para P.C.R. e dos assentos

para P.M.R. deve ser calculada de maneira que se possa garantir a visualização da atividade

desenvolvida no palco (Figura 77).

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Figura 77. Ângulo visual para P.C.R. em teatros.

Fonte: ABNT (2004).

3.5.3.7 Locais de exposições

Todos os elementos expostos para visitação pública devem estar em locais e rotas

acessíveis.

3.5.3.8 Bibliotecas e centros de leitura

Nas bibliotecas e centros de leitura, os locais de pesquisa, fichários, salas para estudo e

leitura, terminais de consulta, balcões de atendimento e áreas de convivência devem ser

acessíveis. Pelo menos 5%, das mesas devem ser adequadas, porém recomenda-se, que pelo

menos outros 10% sejam adaptáveis para acessibilidade. A distância entre estantes de livros

deve ser de no mínimo 0,90 metros de largura (Figura 78). Nos corredores entre as estantes, a

cada 15 m, deve haver um espaço que permita a manobra da cadeira de rodas.

Figura 78. Exemplo de estantes em bibliotecas.

Fonte: ABNT (2004).

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57

3.5.4 NBR 9077 – Saídas de Emergência em Edifícios

3.5.4.1 Unidade de passagem

A capacidade de uma unidade de passagem significa a quantidade de pessoas que passa

por ela em 1 minuto. A largura mínima para a passagem de uma fila de pessoas é 0,55 metros.

3.5.4.2 Saídas de emergência

As saídas de emergência são dimensionadas em função da população da edificação.

A largura das saídas, isto é, dos acessos, escadas, descargas, e outros, é dada pela

seguinte fórmula N = P/C, onde:

N = número de unidades de passagem;

P = população; e,

C = capacidade da unidade de passagem.

As portas das rotas de saída e aquelas dos compartimentos com capacidade acima de 50

pessoas e em comunicação com os acessos e descargas devem abrir no sentido do trânsito de

saída.

3.5.4.3 Escadas

Em qualquer edificação, os pavimentos sem saída em nível para o espaço livre exterior

devem ser dotados de escadas, enclausuradas ou não. Os degraus devem ter altura

compreendida entre 16cm e 18cm, com tolerância de 0,05 cm e ter largura dimensionada pela

fórmula de Blondel (63 cm ≤ (2h + b) ≤ 64 cm).

As escadas destinadas à rota de saída são classificadas conforme a necessidade de cada

projeto, entre elas:

Escada à Prova de Fumaça Pressurizada (EPFP);

Escada Enclausurada à Prova de Fumaça (EEPF);

Escada Enclausurada Protegida (EP);

Escada não Enclausurada (NE).

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Para o projeto da Estrutura Permanente para o Festival Internacional do Folclore e

Centro Passo-fundense Multiuso, a classificação quanto à sua ocupação enquadra-se como local

para reunião de público, produção e apresentação de artes, grupo F-5 (Tabela 4). Ainda, levando

em consideração a grande demanda de pessoas a frequentar o local e o amplo programa de

necessidades, supõe-se que a edificação é classificada mediamente alta (Tabela 5) e, em relação

à área total, é uma edificação muito grande (Tabela 6). Quanto às suas características

construtivas, o tipo da edificação a ser adotada é de difícil propagação do fogo, projetada para

resistir eventual incidente (Tabela 7).

Tabela 4. Classificação das edificações quanto à sua ocupação.

Grupo Ocupação/Uso Divisão Descrição Exemplos

F Locais de reunião de público

F-5 Locais para produção e

apresentação de artes cênicas

Teatros em geral, cinemas, óperas e outros.

Fonte: Autora (2015).

Tabela 5. Classificação das edificações quanto à altura.

Tipo de edificação Alturas contadas da soleira de entrada ao piso do último pavimento, não consideradas edículas no ático destinadas a

casas de máquinas e terraços descobertos (H) Código Denominação

N Edificações medianamente altas

12,00m < H – 30,00m

Fonte: Autora (2015).

Tabela 6. Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta.

Natureza do enfoque

Código Classe da edificação Parâmetro da área

Quanto à área total St (soma das áreas de

todos os pavimentos da edificação)

W Edificações muito grandes

At > 5000 m²

Fonte: Autora (2015).

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59

Tabela 7. Classificação das edificações quanto às suas características construtivas.

Código Tipo Especificações Especificações

Z Edificações em que a propagação do fogo é

difícil

Prédios com estrutura resistente ao

fogo e isolamento entre pavimentos

Prédios com concreto armado

calculado para resistir ao fogo, com divisórias incombustíveis, sem divisórias leves, com

parapeitos de alvenaria sob as janelas ou com abas prolongando os entrepisos e outros.

Fonte: Autora (2015).

Para fins de dimensionamento de saídas de emergência, relaciona-se a ocupação da

edificação em análise com a população do local (Tabela 8). No caso do presente projeto,

ocupação F-5, onde a relação é de uma pessoa por metro quadrado de área, as unidades de

passagem necessárias são: 100 unidades para acessos e descargas; 75 unidades para escadas e

rampas e 100 unidades para portas.

Tabela 8. Dimensionamento das saídas de emergência conforme a ocupação.

Ocupação População (A) Capacidade da U de passagem

Grupo Divisão Acessos e descargas

Escadas e rampas

Portas

F F-5 Uma pessoa por m² de área

100 75 100

Fonte: Autora (2015).

Levando em consideração o grupo de divisão quanto ao uso e a classificação da

construtiva, é dimensionada a distância máxima a ser percorrida em caso de existência ou não

de chuveiros automáticos com uma saída de emergência ou mais (Tabela 9).

Tabela 9. Distâncias máximas a serem percorridas das saídas de emergência.

Tipo de edificação

Grupo e divisão de ocupação

Sem chuveiros automáticos Com chuveiros automáticos

Saída única

Mais de uma saída

Saída única

Mais de uma saída

Z F 30,00m 40,00m 45,00m 55,00m

Fonte: Autora (2015).

Para identificar o tipo e a quantidade das escadas de emergência, é necessário reconhecer

o tipo da ocupação, classificação da altura e área do pavimento de maior população (Tabela

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60

10). Neste projeto é fundamental executar duas escadas à prova de fumaça. Conforme todos os

padrões adotados anteriormente, há exigência de alarme de incêndio para o uso (Tabela 11).

Tabela 10. Quantidade e tipo de escadas de emergência.

Dimensão Q (área de pavimento ≥ 750m²)

Altura N

Ocupação Nºs Tipo escada

Grupo Divisão 2 PF

F F-5

Fonte: Autora (2015).

Tabela 11. Exigência de alarme de incêndio.

Dimensão em planta Q

Altura N

Classe e grupo de ocupação

F F-5 Obrigatório alarme de incêndio

Fonte: Autora (2015).

4 DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ

DIMENSIONAMENTO

O programa de necessidades com setorização e dimensionamento dos compartimentos,

bem como especificação do mobiliário necessário (Tabela 12), possui atividades variadas para

servir o adequado desenvolvimento da cultura, arte e entretenimento.

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Tabela 12. Discriminação do programa de necessidades, mobiliário necessário e área estimada. Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil (m²)

AC

ES

SO

Bilheteria Balcão e cadeiras. 10m²

Recepção Balcão e cadeira. 5m²

Foyer Poltronas. 70m²

Sanitários M/F (público)* Bacias sanitárias e lavatórios. 15m²

Subtotal do Setor: 100m²

AD

MIN

IST

RA

TIV

O

Almoxarifado Armários. 3m²

Arquivo Armários. 3,5m²

CPD Bancadas. 7m²

Sala administração/gerência Bancada, cadeiras e computadores.

10m²

Sala de reunião Mesa de reuniões p/ 12 pessoas, cadeiras.

20m²

Sala diretoria Bancada, cadeira e computador.

10m²

Sanitários M/F* Bacias sanitárias e lavatórios. 4m²

Secretaria Bancada, cadeiras, computadores e poltronas.

12m²

Subtotal do Setor: 69,50m²

SE

RV

IÇO

Almoxarifado Armários. 15m²

Central de gás Instalações. 15m²

Copa/estar funcionários Bancada, frigobar, cooktop, pia, mesa, cadeiras, poltronas, micro-ondas.

15m²

Depósito de lixo Containers. 5m²

DML Armários, tanque. 10m²

Doca Monta-carga. 40m²

Vestiário Feminino Armários, bacias sanitárias, lavatório e chuveiro.

20m²

Vestiário Masculino Armários, bacias sanitárias, lavatório e chuveiro.

20m²

Subtotal do Setor: 125m²

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Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil (m²) A

LIM

EN

TA

ÇÃ

O (

RE

ST

AU

RA

NT

E/C

AF

É)

Café Bancada, geladeira, pia, fogão, micro-ondas, armários, bancos, mesas, cadeiras.

20m²

Câmara fria Câmara fria. 5m²

Cozinha

Geladeira, freezer, fogão industrial, coifa, bancada, pia, micro-ondas, forno elétrico, etc.

25m²

Depósito alimentos e bebidas Armários. 3m²

DML Armário, tanque. 2,5m²

Praça de alimentação Mesas e cadeiras. 300m²

Recepção/higienização alimentos

Bancada, pia, balança, lixeira. 5m²

Refeitório/estar funcionários Bancada, geladeira, fogão, pia, mesa, cadeiras, poltronas, micro-ondas.

15m²

Sanitários M/F (público)* Bacias sanitárias e lavatórios. 15m²

Vestiário Feminino Armários, bacias sanitárias, lavatório e chuveiro.

20m²

Vestiário Masculino Armários, bacias sanitárias, lavatório e chuveiro.

20m²

Subtotal do Setor: 430,5m²

EV

EN

TO

S

Auditório Geral

Camarins M/F Bancada, cadeiras, espelhos, armários, lavabo, vestíbulo.

60m²

Depósito Guarda mobiliário. 25m²

Foyer - 40m²

Palco - 100m²

Plateia Poltronas 700m²

Sala técnica (som/luz) Computadores, equipamento de som e luz.

15m²

Sanitários M/F (público)* Bacias sanitárias e lavatórios. 15m²

Festival Internacional do Folclore

Anfiteatro Poltronas. 2.000m²

Camarins M/F Bancada, cadeiras, espelhos, armários, sanitário, vestíbulo. 95m²

Depósito Guarda mobiliário, acessórios. 15m²

Estandes e espaço de autógrafos Estandes dos países participantes, mesas e cadeiras.

150m²

Sala de imprensa Mesas e cadeiras. 15m²

Sanitários M/F (público)* Bacias sanitárias e lavatórios. 30m²

Subtotal do Setor: 3.260m²

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Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil (m²) M

ULT

IUS

O

Depósitos Armários. 30m²

Exposições - 300m²

Guarda volumes Armários. 30m²

Oficinas

Artesanato Mesas, cadeiras, armários. 50m²

Costura Bancadas, cadeiras, máquinas de costura, armários.

40m²

Música Armários, mesas, cadeiras, instrumentos musicais.

70m²

Teatro Armário, cadeiras, palco. 50m²

Xadrez Armário, mesas, cadeiras. 30m²

Sala de áudio e vídeo Cadeiras, projetor. 100m²

Sala de pesquisa/tecnológica Computadores, acervo cultural, mesas, cadeiras, poltronas.

200m²

Sala multifuncional Armário, mesas, cadeiras. 100m²

Sala dos monitores Computadores, mesas, cadeiras, lavabo.

30m²

Sanitários M/F (público)* Bacias sanitárias e lavatórios. 15m²

Subtotal do Setor: 1.045m²

CO

MP

LEM

EN

TA

RE

S

Sistema de aquecimento de água

Placas fotovoltaicas.

Sistema de reuso de água da chuva

Cistenra.

Estacionamento 1 vaga a cada 25m² construídos

Gerador Gerador. 15m²

Reservatórios Reservatório de água e incêndio, casa de bombas, barriletes, medidores.

50m²

Subestação Transformador. 15m²

Subtotal do Setor: 80m²

Área Total: 5.110m²

*Todos os sanitários são adequados para acessibilidade, conforme a norma específica ABNT NBR 9050.

Fonte: Autora (2015).

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64

4.1 Fluxograma

Figura 79. Fluxograma primeiro pavimento.

Fonte: Autora (2015).

Figura 80. Fluxograma pavimento de eventos.

Fonte: Autora (2015).

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Figura 81. Fluxograma pavimento do Festival Internacional do Folclore.

Fonte: Autora (2015).

4.2 Zoneamento

4.2.1 Zoneamento Proposta 1

Figura 82. Zoneamento proposta 1: Subsolo e primeiro pavimento.

Fonte: Autora (2015).

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66

Figura 83. Zoneamento proposta 1: Segundo e terceiro pavimentos.

Fonte: Autora (2015).

Tabela 13. Avaliação do zoneamento 1.

Critérios Avaliação

Funcionalidade • Acesso de pedestres se dá pela fachada da Rua Capitão Bernardo; • Acesso dos funcionários de veículos acontece na face da via João L. Godinho; • O acesso da doca está localizado no recuo de fundos do terreno;

• Há espaços multiuso no 1º e 2º pavimentos;

• Setor de serviço voltado ao sul e de uso público voltado ao norte, leste e oeste;

• O programa é desenvolvido em três pavimentos, além do subsolo;

• Pé direito duplo para maior amplitude e conforto dos ambientes;

Forma • A proposta se desenvolve em formas curvas e lineares; • Subtração na forma para proporcionar espaço aberto;

• Composição de cheios e vazios na cobertura;

Sistema Construtivo

• Estrutura metálica e pré-moldada;

Conclusões • Neste estudo, a distribuição dos espaços acontece a partir de um átrio central que distribui as funções. Há escalonamento na face posterior do bloco do último pavimento, ocasionando a possibilidade de um terraço jardim.

Fonte: Autora (2015).

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67

4.2.2 Zoneamento Proposta 2

Figura 84. Zoneamento proposta 2: Subsolo e primeiro pavimento.

Fonte: Autora (2015).

Figura 85. Zoneamento proposta 2: Segundo e terceiro pavimentos.

Fonte: Autora (2015).

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Tabela 14. Avaliação do zoneamento 2. Critérios Avaliação

Funcionalidade • Há hierarquia de acesso no balanço assimétrico do pavimento superior na fachada frontal, caracterizando o acesso principal de pedestres. Ainda ocorrem mais dois acessos: na esquina e no ponto superior da Rua João L. Godinho;

• Acesso dos funcionários de veículos acontece na face da via João L. Godinho;

• Saída de veículos pela Rua Capitão Bernardo;

• O acesso da doca está localizado no recuo de fundos do terreno;

• Praça de alimentação direcionada à leste;

• O programa está dividido em três pavimentos, onde, o terceiro e último é somente para eventos;

• Possibilidade de multiuso no primeiro pavimento;

• O vazio que acontece nos pavimentos superiores ao térreo, centraliza a circulação e proporciona ligação entre os espaços centrais da proposta;

Forma • Linhas curvilíneas contínuas na fachada Leste e Oeste, balanço na composição;

Sistema Construtivo

• Estrutura metálica e pré-moldada;

Conclusões • A proposta apresenta funcionalidade, bem como o conceito projetual. Além disso, os compartimentos estão bem distribuídos conforme a orientação solar.

Fonte: Autora (2015).

4.2.3 Zoneamento Proposta 3

Figura 86. Zoneamento proposta 3: Subsolo e primeiro pavimento.

Fonte: Autora (2015).

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69

Figura 87. Zoneamento proposta 3: Segundo e terceiro pavimentos.

Fonte: Autora (2015).

Tabela 15. Avaliação do zoneamento 3.

Critérios Avaliação

Funcionalidade • O projeto é distribuído em três blocos a partir de um núcleo de circulação horizontal, o qual se repete nos três pavimentos;

• O Festival Internacional do Folclore acontece, neste caso, no segundo pavimento;

Forma • Formas curvilíneas na fachada Oeste e Sul e retilíneas nas demais;

• O núcleo de circulação horizontal resultará em uma abertura zenital elevada, na cobertura do último pavimento;

• Subtração na planta baixa do último pavimento;

Sistema Construtivo

• Estrutura metálica e pré-moldada;

Conclusões • Esta proposta é a que melhor apresenta o conceito histórico e contemporâneo, devido à composição formal das linhas curvas e à circulação que remete à antiga ferrovia.

Fonte: Autora (2015).

4.2.4 Considerações finais

Após a realização dos estudos de zoneamento, conclui-se que a proposta três é a que

melhor se adequa ao projeto da Estrutura Permanente para o Festival Internacional do Folclore

e Centro Social Passo-fundense Multiuso, tendo em vista que ocorre melhor integração formal

entre os valores históricos locais e estilo contemporâneo. Além do mais, esta proposta

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70

desenvolve as formas apresentadas para o conceito do projeto arquitetônico, de modo que os

movimentos são vistos de maneira constante sem deixar de lado o valor histórico da ferrovia.

5 DIRETRIZES URBANAS

Com base nos levantamentos e diagnósticos realizados no entorno ao terreno do

projeto, propõe-se algumas intervenções urbanas (Tabela 16), quais sejam:

Tabela 16. Proposta para intervenções urbanas.

Problema Diretriz Estratégia

Intenso fluxo de veículos na Av. Sete de Setembro;

Facilitar o acesso e deslocamento de pedestres na

Estrutura;

Implantar faixas elevadas (Figura 88).

Má conservação dos passeios públicos;

Facilitar o acesso e deslocamento de pedestres na

Estrutura;

Melhor os passeios públicos e adequação conforme a norma

de acessibilidade.

Visual para a edificação e sombreamento para o

estacionamento;

Proporcionar sombreamento e visuais no entorno da Estrutura;

Arborizar os recuos do terreno conforme projeto paisagístico.

Poucas alternativas de locomoção urbana e melhoria

do mobiliário urbano;

Proporcionar outro meio de deslocamento e propor

alternativas recicláveis para o mobiliário urbano;

Implantar bicicletários, bancos de concreto reciclável e outros mobiliários urbanos nos recuos do terreno e entorno imediato.

Deficiência na conscientização da reciclagem do lixo;

Propor um método inovador para a coleta de lixo e diminuir

os transtornos com o atual sistema de coleta;

Implantar sistema de coleta subterrânea na área central da

cidade até o entorno da Estrutura (Figura 90).

Fonte: Autora (2015).

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Figura 88. Exemplo da faixa elevada a ser implantada.

Fonte: Pini (2012).

Figura 89. Exemplo do sistema de coleta de lixo subterrânea a ser adotado.

Fonte: Catraca Livre (2013).

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6 CONCLUSÃO

Sabe-se que, quando se dispõe de uma estrutura em um local adequado, o evento tende

a proporcionar e aumentar as experiências e o interesse das pessoas.

O Festival Internacional do Folclore é bem aceito pela comunidade, valorizando assim,

a história, origens e etnias, sendo apoiado por entidades promotoras e principalmente por

aquelas que estão diretamente ligadas e relacionadas ao tradicionalismo e ao folclore, mas

também o projeto buscou oferecer uma estrutura fixa de apoio à sociedade como oficinas

multiuso, restaurante, sala de pesquisa tecnológica, sala áudio visual, auditório geral,

adequando-se à acessibilidade universal.

Estando aberto e disponível à sociedade, o projeto buscou incluir a população em sua

totalidade, abrangendo não só grupos seletos, mas sim a toda comunidade, desde alunos de

escolas municipais a escolas particulares, de adolescentes a terceira idade, ou seja, atendendo o

público em geral. O projeto também apresentará, em sua etapa final, o sistema de reuso de água

da chuva através do uso de cisternas, atendendo assim os parâmetros de sustentabilidade:

econômico, social e ambiental.

Após todas as etapas de estudo apresentadas neste relatório, conclui-se que o acesso de

pedestres, bem como de veículos à estrutura, acontece pela Rua João L. Godinho, de maneira

que não apresente conflitos com os acessos de serviço da nova edificação da Feira do Produtor,

incluso no projeto de revitalização do Parque da Gare. Ainda, a orientação solar do terreno

contribui para que os espaços de uso social tenham a melhor incidência, voltados à leste e oeste.

Com isso, a Estrutura Permanente para o Festival Internacional do Folclore e Centro

Social Passo-Fundense Multiuso irá contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e

cultural da cidade de Passo Fundo e região, além de desenvolver a área do entorno com as

propostas das diretrizes urbanas.

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APÊNDICES

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