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Roteiro para a Vida Nei Leite Mendonça 1ª Edição Goiânia 2018

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Roteiro paraa Vida

Nei Leite Mendonça

1ª Edição

Goiânia2018

Copyright © 2018 by: Nei Leite Mendonça

CapaRicardo Mendonça Oliveira de Queiroz

DiagramaçãoEdileizer Muoio Pereira

Impressão e AcabamentoGráfica e Editora Aliança Ltda.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP

M539r Mendonça, Nei Leite.

Roteiro para a vida/ Nei Leite Mendonça – 1. ed. - Goiânia : Gráfi ca e Editora Aliança, 2018. 112 p.: 14x20cm

1. Literatura religiosa. 2. Literatura espírita. I. Título.

CDU: 821.134.3(81)-97 133.9

Índice para catálogo sistemático

Roteiro para a vida..............CDU: 133.9

DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio sem a autorização prévia e por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei N.º9610/98) é crime estabelecido pelo artigo 48 do Código Penal.

Impresso no BrasilPrinted in Brazil2018

SUMÁRIO

Apresentação ..........................................................................7Prefácio ..................................................................................91. A Crítica ...........................................................................112. A Cruz ..............................................................................123. A Cruz do Sofrimento ......................................................124. A Grandeza Articulada .....................................................145. A Justiça Divina é Imutável .............................................156. A Justiça Divina: Causa e Efeito ......................................167. Alma Enferma ..................................................................178. Anuir Ensinamentos .........................................................189. As Trevas da Ignorância ...................................................2010. Assistência Espiritual .....................................................2111. Atos com Amor ..............................................................2212. Atos Sadios.....................................................................2313. Bens Transitórios com Efi cácia ......................................2414. Bira no Bosque ...............................................................2515. Bom Senso .....................................................................2616. Caridade com Amor .......................................................2717. Comportamentos Virtuais ..............................................2818. Conceito para Evoluir ....................................................2819. Conquista de Luz ...........................................................3020. Constituir a Bagagem .....................................................3121. Cumprir a Tarefa ............................................................3222. Cumprir as Leis e a Justiça Divina ................................3323. Curtir a Vida com Prazer ................................................3424. Delinquência Moral .......................................................3625. Desenvolvimento Moral .................................................3726. Desígnios Proclamados ..................................................3827. Dever Cumprido .............................................................39

28. Dever de Caridade .........................................................4129. Dores de Sílvio ...............................................................4230. Dores Físicas ..................................................................4331. É Importante Evoluir ......................................................4432. Efeitos da Reencarnação ................................................4533. Encargos do Próximo .....................................................4634. Engajados .......................................................................4735. Falência Moral ...............................................................4836. Fatos Imprevisíveis ........................................................4837. Felicidade Dependente ...................................................5038. Fenômenos Naturais .......................................................5139. Filhos Mutilados ............................................................5140. Frutos .............................................................................5241. Idioma dos Espíritos ......................................................5342. Interferência dos Espíritos .............................................5443. Joana e suas Orações ......................................................5644. João Conselheiro ............................................................5845. Josiel, o Moribundo .......................................................5946. Juiz em Causa Própria ....................................................6147. Leis Divinas ...................................................................6248. Leis Naturais ou Divinas ................................................6349. Liberdade Cerceada .......................................................6450. Liberdade de Pensamentos .............................................6551. Libertação ......................................................................6652. Méritos ou Deméritos ....................................................6753. Movimento Celular ........................................................6854. O Convite de Jesus .........................................................6955. O Crítico .........................................................................7056. O Egoísmo é Prejudicial ................................................7157. O Matuto na Cidade .......................................................71

58. O Perdão das Ofensas ....................................................7659. Oneroso Labor ...............................................................7760. Oportunidade de Aprimoramento ..................................7861. Os Enfermos da Alma ....................................................7962. Os Três Jovens ...............................................................8063. Patrimônio da Alma .......................................................8264. Personalidade .................................................................8365. Plantar para Colher ........................................................8466. Ponto Fraco ....................................................................8567. Privilégio ........................................................................8668. Procedimentos da Alma .................................................8769. Provas e Necessidades ...................................................8770. Recobrar Conhecimentos ...............................................8871. Regeneração do Homem ................................................9072. Reinos da Natureza ........................................................9173. Responsabilidade da Alma .............................................9174. Retorno à Erraticidade ...................................................9275. Saber Comportar-se........................................................9376. Saudades ........................................................................9477. Se Conhecer ...................................................................9578. Se Conhecer para Evoluir ..............................................9679. Sem que Haja Paz ..........................................................9780. Simulando o Umbral ......................................................9881. Sofrimento Compulsório ................................................9982. Tarefa Evolutiva ...........................................................10083. Tarefa Peculiar .............................................................10184. Tendências Instintivas ..................................................10385. Testemunho da Evolução .............................................10486. Vícios e Hábitos ...........................................................10587. Vida no Além ...............................................................106Sobre o autor ......................................................................109

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APRESENTAÇÃO

Considero especiais as obras literárias que nos ajudam a entender nossas origens espirituais, nossos compromissos, bem como nossos destinos nesse universo existencial de acordo com nossas livres escolhas.

Em mais esta obra o companheiro Nei Leite Mendonça, com sua experiência de vida espiritual e humana, nos aponta as responsabilidades e nos indica os caminhos a serem percorridos com suas respectivas consequências.

Citando sempre os evangelhos de Jesus, nosso tesouro herdado, vincula-os à verdadeira sabedoria existencial que, sabiamente, nos aponta para que tenhamos atitudes de amor, de humildade e de mansidão em nossos relacionamentos.

Orienta-nos ao aprimoramento dos sentimentos que devem desdobrar-se em sensibilidades espirituais para vivermos a essência dos ensinamentos do Mestre Jesus, pois assim, conforme suas assertivas, cumpriríamos as Leis Divinas que regem nossas vidas.

Nei Leite nos orienta a agirmos com amor e solidariedade espontânea, pois é responsabilidade de cada geração encarnada cuidar da regeneração do ambiente físico e espiritual em que vivemos, resguardando assim que a Lei do Progresso possa ser cumprida sem agredir o planeta que ora nos acolhe.

Leiam meditando em suas sábias palavras e absorvam lentamente a mensagem que ele nos presenteia com muito carinho e amor ao próximo.

Cleomar de Castro Lopes

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PREFÁCIO

Acreditamos que as reflexões que o leitor fará na leitura do Roteiro para a Vida vão contribuir para sanar dúvidas e elu-cidar a caminhada reencarnatória, com fundamento na moral dos ensinos de Jesus.

Agradeço penhoradamente aos amigos que trabalharam na elaboração deste livro. Ele dá continuidade à tarefa de di-vulgação da Doutrina Espírita a que temos nos empenhado com diligência e amor desde a publicação de Crônicas para Meditação (2014), Luzes para a Vida (2017) e O Medianeiro para a Luz (2018). Todos os livros podem ser visualizados no site http://reflexoesespiritas.com.

Ao amigo leitor que nos der o prazer de reflexionar com base neste compêndio, submetemo-lo à sua crítica.

O Autor.

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1 - A CRÍTICA

A onda de banalidades influi na sociedade e prejudica a harmonia que deve existir entre os homens. Essas curiosida-des promovem o dissabor da discórdia, pela falta de compre-ensão e tolerância mútua da coletividade.

Existem pessoas que se dão ao prazer de criticar o se-melhante sem antes verificar seu estado moral para constatar suas próprias imperfeições. Cometer faltas e imperfeições é um mal sedimentado na coletividade que está encarnada neste orbe em busca de aprimoramento íntimo.

A crítica construtiva é louvável, porém deve ser realiza-da de maneira a não estimular o orgulho e a vaidade. A crítica depreciativa tem duas nuances: a de humilhar e de deprimir ou constranger a personalidade. Se não visa benefício ao próxi-mo, falta-lhe a caridade.

A caridade recomenda não prejulgar; caso o faça, deve ser com parcimônia, de modo a não ferir a sensibilidade e a autoestima.

As faltas e deslizes provêm da ignorância do homem acerca dos conhecimentos doutrinários legados por Jesus Cristo e das enfermidades da alma, tornando-o escravo das paixões enfermiças.

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2 - A CRUZ

A despeito de nossas imperfeições, reencarnamos em um orbe de provas e expiações para, mediante as mesmas, eliminar as enfermidades da alma e alcançar a evolução con-dizente à necessidade de cada pessoa. Como ninguém moral-mente é igual, cada um transporta a sua cruz, de peso hetero-gêneo segundo a sua necessidade.

Deus, que é amor e justiça, conhece as nossas necessi-dades e não nos impõe encargos superiores às nossas forças.

Os encargos ou a cruz por nós produzidos pela ignorân-cia e instintos inferiores culminam nas enfermidades da alma. Os espíritos encarnados que valorizam a vida física em detri-mento da cultura espiritual desenvolvem as doenças da alma.

O homem, para alcançar o progresso moral, deve resga-tar os compromissos, e não negligenciar os ensinos de Jesus Cristo. O homem tem o dever de progredir moralmente vi-sando adquirir luz para sua alma, para que, ao retornar à vida extrafísica, não permaneça nas trevas.

3 - A CRUZ DO SOFRIMENTO

Feitas as recomendações do Mestre Jesus, passa-se à prática da Lei da Justiça, de Amor e de Caridade. Essa é uma exigência natural e deve imperar na coletividade.

Muitas pessoas se encontram distanciadas do bem so-

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lidário em virtude das enfermidades da alma, que obstam o êxito da prática da caridade.

Para que o homem possa assenhorar-se do bem-estar, é indispensável a prática dos ensinos de Jesus Cristo inseridos no Evangelho da Doutrina Espírita.

A ignorância dos preceitos evangélicos, aliada à indife-rença e ao ócio, resulta em muitos desajustes sociais e sofri-mentos.

O homem que não aprimora o seu íntimo para liberar a sua consciência às virtudes morais continua escravo de suas imperfeições.

Para que o homem tenha a luz do conhecimento, é in-dispensável amar e instruir-se, como recomendado por Jesus.

Quando o homem passa por dificuldades e sofrimentos, a sua alma participa dessas lacunas, sendo ela a responsável por todos esses fatos, em função do seu atraso moral.

A luz do conhecimento permite ao homem eximir-se da ignorância de sua alma na vida extrafísica.

A vida material é transitória; elimina-se o corpo físico, salva-se o espírito, que é imortal. O homem vai habitar no mundo espiritual, conduzindo o reflexo do seu comportamen-to na experiência física.

Cada pessoa conduz sua cruz de sofrimentos e dificul-dades, que deve estar em harmonia com seu progresso moral.

A vida física é difícil, com muitos desafios a superar, porém boa e prazerosa para os que cumprem as Leis e, bem assim, os ensinos de Jesus Cristo e as virtudes morais.

Com fé e esperança em Jesus Cristo, o homem supera os desafios com resignação, conduzindo o peso de sua cruz.

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4 - A GRANDEZA ARTICULADA

O homem deve perquirir o motivo pelo qual fale na sua jornada redentora.

O leitor deve avaliar seu comportamento, contribuindo com seus pensamentos, pois, sem o controle da emoção, irra-diam-se trevas perniciosas e energias deletérias que o indu-zem a erros e a maus caminhos.

Deve considerar o que se afigura providencial à vida do homem. Trata-se da eliminação dos inimigos internos, que se interpõem à evolução e ao aprimoramento íntimo.

A grandeza do homem está em saber moldar os seus ins-tintos às virtudes que induzem à felicidade. Vale dizer que a felicidade é o desejo de todas as pessoas e o apanágio a seguir.

As virtudes da humildade, paciência, tolerância, resig-nação, indulgência do amor e caridade devem ser as metas a seguir, pois induzem ao progresso e à felicidade.

A satisfação do leitor só será completa mediante o cum-primento das prédicas de Jesus Cristo e das leis que regem a vida.

Valer-se da vida para se torturar, a despeito de moldar a alma, é uma ignorância às leis de Deus, assim como maltratar o corpo físico a título de beneficiar a alma. Para o progresso da alma devem-se manter os pensamentos higienizados, cum-prindo os preceitos de Jesus Cristo e conservando-se tranquilo pelo dever cumprido. Isso porque é a alma que pensa e forma o próprio destino.

Portanto, a felicidade depende do próprio homem, ao

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buscar comportar-se dignamente e manter-se conforme as orientações divinas.

5 - A JUSTIÇA DIVINA É IMUTÁVEL

Todos os homens sonham com um futuro promissor, po-rém poucos planejam bem o seu futuro.

O futuro está na dependência do próprio homem, que deve programar o seu destino, servindo-se dos seus pensa-mentos e sentimentos.

O sacrifício que suporta o homem é agravado pelo com-portamento corrompido. Assim, os desafios que surgem na es-trada da vida requerem muita vigilância e devotamento para a retomada do comportamento reto, a fim de minimizar o estado aflitivo.

A Lei do Progresso é uma das Leis Naturais ou Divinas a que o homem está submisso, portanto ela deve ser cumprida pelas pessoas, quer queiram ou não.

Deus, em seu infinito amor e justiça, não quer que os espíritos permaneçam indefinidamente na ignorância e na im-perfeição. Sendo pai extremoso, dá a todos a oportunidade de aprimoramento íntimo, estejam reencarnados ou na erratici-dade.

A eliminação das imperfeições normalmente se faz à custa de dores e dificuldades para os espíritos presos às suas mazelas, que não os deixam evoluir em moral; só o fazendo

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forçados por aquela circunstância.O homem deve conhecer a si mesmo e às suas imperfei-

ções, e trabalhar na eliminação de suas falhas com dinamis-mo, fé e esperança para ter o mérito do bem-estar feliz.

6 - A JUSTIÇA DIVINA: CAUSA E EFEITO

Venerar Deus é dever de todo cristão que tem elevação moral. Não se deve temê-lo, pois é Pai Supremo de amor e justiça, mas sim temer as imperfeições íntimas.

Sendo Deus justiça e amor por natureza, não premia como não castiga seus filhos, mas concede-lhes o livre-arbí-trio, para que, por meio da liberdade, programem o seu des-tino.

O homem, sendo um ser inteligente que no uso de sua liberdade não alcança o progresso moral e pratica atos con-denáveis, torna-se réu de si mesmo. Aquele que faz mau uso da liberdade pode tê-la cerceada pelos desajustes orgânicos e morais.

A liberdade de expressão do homem, quer verbalizada ou escrita, deve ser exercida com muita responsabilidade. To-dos têm a obrigação de recorrer ao raciocínio antes de fazer a argumentação.

O homem que, levianamente usa mal a liberdade de ex-pressão, causa prejuízo ao semelhante em meio de deslizes e mau comportamento. Será compromissado pela justiça Divi-

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na, segundo a Lei de Causa e Efeito.Toda argumentação deve ser precedida de bons princí-

pios morais, no sentido de exprimir segurança, paz, saúde e bem-estar.

O homem, espírito promissor, não deve alegar compar-tilhamento em suas prédicas que são unilaterais, pois é um ser inteligente e sabe o que faz.

Em tal circunstância, a responsável pelos procedimen-tos do homem é a sua alma, que demonstra seu progresso no comportamento do ser.

O promissor que projetar o curso da vida sem o apoio dos ensinos de Jesus Cristo não terá vitória fácil, mas sim bar-reiras e dificuldades, com muitos desafios a superar.

7 - ALMA ENFERMA

Subsistir às imperfeições morais é o que o homem deve priorizar. Eliminar suas imperfeições, para que possa libertar sua alma dos sofrimentos.

É notório que muitos sofrimentos têm origem nos pen-samentos negativos que exaltam a imperfeição da alma.

Tendo pensamentos sadios o corpo é são, uma vez que a mente e o sentimento regulam o destino e o comportamento do ser, facultando uma boa trajetória da alma, segundo seus merecimentos.

Quando do retorno ao plano espiritual, a alma que cum-

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priu bem o seu estágio reencarnatório, com a consciência tran-quila do dever cumprido, será feliz.

Há homens portadores de orgulho e vaidade que atri-buem a si superioridade ante os semelhantes, ignorando que a morte física nivela a todos.

As enfermidades da alma são obstáculos ao cumprimen-to à Lei do Progresso que, sendo uma Lei Divina, se cumprirá, quer queira ou não o homem.

8 - ANUIR ENSINAMENTOS

O que se pode fazer hoje, não deixe para amanhã, por-que poderá ser tarde a realização do objetivo. A morte física chega de surpresa e seremos levados a óbito, sem preparo para a outra vida.

É importante que o homem assuma consigo mesmo o compromisso de manter em ordem sua vida documental, eli-minar as imperfeições íntimas, assenhorar-se dos conheci-mentos legados por Jesus Cristo e das virtudes morais, e cum-prir as Leis Divinas.

Muitas pessoas refutam a predisposição de se anuir aos ditames do Mestre sob alegação de que lhes custa tempo os estudos morais.

Revela a lenda de que em determinada cidade residia um rico fazendeiro que se gabava pela vida que desfrutava.

Orgulhoso, egoísta e vaidoso, Juca julgava-se superior

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aos circunvizinhos, pelo poder econômico que tinha.Não era bem-visto junto aos servidores, pois lhes exigia

trabalhos extras, remunerava mal e pagava seus salários com atraso. Enfim, era rude para com todos.

Juca era solteiro, com hábitos perniciosos. Não se dava ao trabalho de aprimorar seu íntimo, pois era avesso a qual-quer culto religioso que freasse sua liberdade.

Participava da sociedade local, porém, sendo arrogante e com hábitos extravagantes, não desfrutava da simpatia dos frequentadores.

Certa sexta-feira convidaram Juca para participar de uma festa de casamento. Ele foi acompanhado de uma bela jovem; no entanto, excedeu-se na alimentação e na bebida, desconsiderando a advertência da acompanhante e dos ami-gos. Por conta disso teve um mal-estar e foi conduzido para casa pelos colegas. Acentuou-se o mal-estar, com forte dor de cabeça, seguido de um AVC fulminante, que o levou a óbito. Seu espírito foi levado à erraticidade, ficando em confusão sonoterápica pelas suas imperfeições morais, sofrendo as con-sequências do mau comportamento.

Na prestação de contas, como juiz em causa própria, o espírito se absolve ou se condena pela consciência acusatória, segundo sua evolução moral.

Não se inquire se o espírito era rico ou proletário, se detinha poder econômico ou político, mas sim se cumpriu os ensinos de Jesus Cristo, as virtudes morais e as Leis Divinas, se se esmerou na eliminação das imperfeições morais, se pra-ticou o bem, segundo São Paulo (Cap. XIII do Evangelho da Doutrina Espírita).

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9 - AS TREVAS DA IGNORÂNCIA

O homem ignora o que ocorreu com ele em vidas passa-das a fim de cumprir o atual estágio de provas ou expiações.

Com o retorno à erraticidade, o espírito com a consciên-cia comprometida verá um desfile dos seus maus atos e com-portamentos a torturarem-lhe a consciência com sofrimentos tenazes.

É necessário que o homem – sua “alma” – adquira a luz do conhecimento e cultura espiritual e desenvolva a prática da caridade segundo os ensinos de Jesus Cristo, para que o espí-rito não seja surpreendido com as trevas do outro lado da vida.

Há pessoas cultas que se envaidecem com orgulho e fal-ta de modéstia pelo seu saber. Deviam reconhecer que está em Deus a manutenção dos meios de manifestação do seu co-nhecimento, eliminando as enfermidades da alma, cultivando a caridade e a simplicidade, rótulos dos sábios e inteligentes.

Sendo o homem dotado de alma –“espírito” –, um ser inteligente, reencarnado para progredir moral e intelectual-mente, adquire experiências mediante provações, cujos desa-fios terá de superar.

Como Deus é onisciente e onipresente em toda criação, não castiga nem premia seus filhos, mas deixa que evoluam por si mesmos. Muitos caem vítimas de suas imperfeições; outros superam pelo sofrimento, com fé e esperança em Jesus Cristo.

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10 - ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL

Os mensageiros do bem encontram dificuldades em seu trabalho assistencial, pois a humanidade terrena, via de regra, está envolvida por energias negativas em virtude da enfermi-dade moral.

É necessário que haja burilamento das enfermidades para isolar-se da influência dos espíritos maléficos. É notório que eles assediam o encarnado quando mostram facilidades de interferir nos pensamentos e sentimentos das pessoas.

É indispensável que haja, por parte das pessoas, de-votamento e desprendimento para correção moral; com esse procedimento, aliado ao pensamento higienizado e bons sen-timentos, isolam-se das más energias e contam com boa as-sistência.

Muito se fala em progresso das lides materiais e me-nospreza-se o desenvolvimento da alma, fator primordial da existência humana.

Existe vida física em função da encarnação do espírito, sem o qual não há vida orgânica. A reencarnação – “nasci-mento” – bem como a morte orgânica são fenômenos naturais que ocorrem na vida do espírito errante, concorrendo para seu progresso moral.

O espírito é imortal, um ser inteligente, com vida, senti-mentos, emoções e sentidos, que, para manifestar-se, se serve do seu perispírito.

A influência boa ou má do espírito se faz mediante assi-milação com o encarnado, segundo as suas qualidades morais.

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11 - ATOS COM AMOR

A sutileza nas ações é algo importante para que o ho-mem alcance a benemerência do bem-estar. Ser benemérito é ativar a caridade, que deve ser espontânea, praticada com amor, a fim de não a tornar irreal.

Todos os atos do homem devem ser praticados com amor, atendendo aos chamamentos de Jesus.

A falta de cultura intelectual e moral conduz o homem a ser escravo das paixões pueris. A ignorância dos preceitos evangélicos da Doutrina Espírita leva o homem à prática de atos infringentes a Jesus Cristo.

O homem, quando ferido em seus interesses, ignora seus deveres e, intolerante, recorre aos seus direitos sem saber que os interesses da alma devem se vincular à eliminação dos inimigos íntimos.

O homem perfeito é aquele que sabe conviver em to-dos os ambientes, seja hostil ou não, pois, regenerado em suas imperfeições, sabe harmonizar seus interesses aos de Jesus Cristo.

Toda pessoa almeja a felicidade por meio da satisfação de ordem material, quando a verdadeira está no prazer da alma que se fundamenta na luz do conhecimento e tem conotação do amor caritativo.

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12 - ATOS SADIOS

Os interesses pela vida física do homem não devem ser superiores aos da vida extrafísica, o fim de toda alma.

As pessoas se envolvem com os afazeres da vida, não valorizam a vida espiritual, onde a alma, o “espírito” das pes-soas, vai encontrar as verdades da criação divina. É importan-te o homem comportar-se bem para não se tornar escravo de suas imperfeições, que maculam a sua alma e comprometem a consciência.

É necessário que o homem se conheça para analisar o ponto fraco que o induz a determinado comportamento, con-forme o grau de sua evolução moral. A fim de dirimir dúvidas quanto ao comportamento do homem, é necessário que ele se coloque mentalmente no lugar do próximo, ou seja: vendo o outro comportar-se como você, acharia correto?

Acreditamos que o seu comportamento, seu modo de ser, tem a ver com a sua evolução moral.

A alma – ou espírito – é, portanto, responsável pelos procedimentos humanos. Estes, conforme a sua evolução, ge-ram o bem-estar ou o infortúnio e o sofrimento.

Há homens orgulhosos que praticam seus atos distan-ciando-se dos ensinamentos do Mestre, enquanto deveriam harmonizar-se a esses princípios para tornarem-se sadios.

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13 - BENS TRANSITÓRIOS COM EFICÁCIA

A estimativa dos maus procedimentos conduz o homem a tornar-se escravo de suas paixões, comprometendo a consci-ência e causando-lhe dificuldades e sofrimentos.

O homem é simples depositário de tudo o que é de or-dem material e transitória. O que é permanente são os conhe-cimentos e as qualidades morais e espirituais.

Compete ao homem manter vigilância permanente dos pensamentos a fim de evitar o assédio de energias inferiores que tentam desvirtuar o seu comportamento.

Pelo pensamento irregular e comprometedor, pode ame-alhar assistência de espíritos imperfeitos capazes de desvirtu-ar a paz e o bem-estar até então existente.

A regeneração moral do homem implica o aprendizado e a prática dos ensinos de Jesus Cristo, cumprindo as Leis Divinas e cultivando as virtudes morais, eliminando o homem velho pela renovação íntima e sentimental. A alma do homem, que é imortal, quando do retorno à pátria espiritual, leva ao desfecho do comportamento bom ou infeliz que teve quando encarnado.

Ao desencarnar, a alma passa por um estágio temporário no umbral, o qual varia conforme o grau de conhecimentos morais e do seu merecimento.

Muitos espíritos no umbral acreditam estar no inferno ou purgatório, sofrendo os reflexos do seu mau comportamen-to e dos deslizes praticados, submissos à justiça Divina pela Lei de Causa e Efeito.

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14 - BIRA NO BOSQUE

Na vida física o homem deve estar preparado, moral e culturalmente, para enfrentar os desafios que surgirão. A tra-jetória da vida reserva ao portador surpresas segundo o seu merecimento e grau de evolução moral.

Conforme seu grau de evolução e seu estado emocional, que dita o seu comportamento, o homem será ou não feliz.

Na conquista do bem-estar, é indispensável que o ho-mem mantenha bons pensamentos e sentimentos nobres, para fazer jus a esse estado emotivo. A fim de ilustrar, conta a lenda o seguinte episódio.

Em determinada cidade, o Sr. Ubirajara, mais conhecido por Bira, curte a vida contando anedotas. Sem prever o futuro, Bira narra suas histórias sem classificar o teor. Elas não são agradáveis a todas as pessoas.

Como sempre, Bira não se importa em elucidar seus co-mentários mal balbuciados.

Certa feita, convidado para uma festa de aniversário, ocorreu um fato jocoso com o habitual self service, em que os primeiros, sem educação, saciaram-se das iguarias prediletas, deixando os demais convidados a “ver navios”.

Constrangido, Bira deixou o local e foi passar a tarde no Bosque da Saudade, onde estava o Zé Pereira fazendo suas apresentações à criançada que se aglomerava em torno. A títu-lo de brincadeira, contou às crianças que na copa do jacarandá havia um filhote de leão esperando pela sua mãe. Os garotos ficaram alertas. Foi quando falou que a leoa estava chegando. Foi aquela correria geral, menos o Bira, o Zé e alguns adoles-

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centes, que sabiam do engodo. O animal estava embalsamado!Bira lamenta a idade que tem; tem saudade de sua juven-

tude, parece não ter amadurecido. Pratica o bem com o prazer de servir ao semelhante, acredita em Deus, tem fé e esperança em Jesus Cristo. Agradece ao Mestre pelo peso suave de sua cruz. No entanto, necessita aprimorar seu comportamento em relação às pessoas, para não as constranger, pois essa é uma forma de fazer a caridade pelo próximo.

15 - BOM SENSO

Sem que haja amor em todas as atitudes do homem, não há crescimento moral.

O mérito está na espontaneidade dos atos, que devem ser apoiados nas virtudes morais e nos ensinos do Mestre Je-sus, ante a submissão à Lei do Progresso.

O homem, pela sua condição social, não está predispos-to a erradicar as suas imperfeições morais, as enfermidades da sua alma, posto que não dá crédito à sua existência.

Todas as atitudes, pensamentos e sentimentos são mo-vidos por uma energia interior ou alma, responsável por tais procedimentos. Os sentidos do homem atuam compulsoria-mente impulsionados pela sua alma.

O espírito, quando desencarna, com a consciência tran-quila pelo dever cumprido, passa por um estágio de adaptação temporário, findo o qual volta a trabalhar e a estudar, o que

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não ocorre com aqueles que estão com a consciência compro-metida, cujo estágio está regulado pela sua evolução.

Preparar a alma para o retorno à vida extrafísica é um dever de bom senso.

16 - CARIDADE COM AMOR

Faça ao semelhante o que deseja que lhe seja feito. Essa deve ser uma norma de vida para todas as pessoas. A caridade inspirada nos ensinos de Jesus Cristo deve ser espontânea e de bom grado.

Todo ato caritativo deve ser precedido do amor, que deve cingir todas as pessoas, sem o qual as ações se tornam mecânicas e usuais.

Deus, que inspira justiça e amor, não absolve nem con-dena seus filhos pelo seu comportamento, mas lhes deu o livre-arbítrio, por meio do qual articulam o seu destino.

As pessoas devem preocupar-se com o bem-estar sem observar o do semelhante, pois que cada um conduz a sua cruz de sofrimentos e dificuldades. Porém, auxiliarem-se é dever de todos.

A cruz do sofrimento e dificuldade é o apanágio de que a natureza se utiliza para moldar o sentimento das pessoas.

Recomenda-se o estudo da Doutrina Espírita, mas, so-bretudo, a prática das virtudes morais e a dos ensinos legados por Jesus Cristo.

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17 - COMPORTAMENTOS VIRTUAIS

Custodiar o retorno do espírito à vida extrafísica, ple-no de conhecimento que o permite ter um estado íntimo de bem-estar, exige, do homem, abnegação, trabalho, cultura de conhecimentos doutrinários das virtudes morais, dos ensina-mentos de Jesus, bem assim o seu cumprimento. Na erratici-dade, os espíritos trabalham e estudam conforme o seu pro-gresso para terem direito ao bônus-hora, que é o seu salário.

É na vida extrafísica que o espírito vai constatar a ve-racidade do progresso designado em sua consciência, quando encarnado. Se cumpriu bem o estágio, vai colher os frutos. Já os negligentes, que faliram por mau comportamento, vão sofrer; são vítimas de si mesmos.

Todos os procedimentos comportamentais do homem procedem dos seus pensamentos lastreados nas virtudes mo-rais e respectiva evolução.

A evolução do homem é lenta, porém deve ser constante a fim de corrigir as enfermidades da sua alma e tornar-se hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que agora.

18 - CONCEITO PARA EVOLUIR

A reencarnação é um processo a que todos os espíritos estão submissos, a fim de resgatar os compromissos do preté-rito e preparar o futuro, mediante a aplicação dos ensinos de

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Jesus Cristo e o cumprimento das Leis que regem a vida.Implicam progresso moral do homem: 1. Saldar seus débitos; não contrair novos compromis-

sos;2. Eliminar os inimigos íntimos, as enfermidades da

alma: orgulho, egoísmo e vaidade;3. Adquirir e exercitar as virtudes morais;4. Cumprir as Leis Morais;5. Cumprir a Lei de Justiça, Amor e Caridade;6. Saber usar seus direitos e deveres na sociedade;7. Ter fé e esperança na realização de todos os preceitos,

com apoio de Jesus.As pessoas que cumprirem todos os preceitos são feli-

zes em poder dizer: “Tenho a consciência tranquila, pelo de-ver cumprido”.

O homem que não valoriza tais conceitos, pelo menos-prezo e ócio, está vulnerável às dificuldades e dores, subordi-nado que está à Lei de Causa e Efeito.

O homem que não tem a luz espiritual originada nos ensinos do Mestre Jesus ao retornar à vida extrafísica perma-necerá em trevas, segundo a sua consciência acusatória.

Há pessoas que atendem à prática da caridade, mesmo sem a cultura espiritual, por dever instintivo, uma vez que o Mestre Jesus ensinou o amar-se e instruir-se e que fora da ca-ridade não há salvação.

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19 - CONQUISTA DE LUZ

Projetados para ilustrar a humanidade, os conhecimen-tos, quando bem elucidados, produzem no homem a luz da sabedoria. Nesse sentido, é indispensável eliminar a ignorân-cia e as enfermidades da alma. A luz do conhecimento só se conquista com a cultura dos ensinos da ciência e da filosofia da Doutrina Espírita.

No processo de vivência do carma, que é o roteiro a cumprir, pressupomos tratar-se de consequências dos desajus-tes de comportamento e mau uso do livre-arbítrio. Só se con-segue o bem-estar com esforço e dedicação no cumprimento dos ensinamentos de Jesus e, bem assim, das leis que regem a vida.

Para a implementação de uma vida feliz, é indispensá-vel que o homem se conheça a fim de debelar o ponto fraco que impede o seu progresso moral. O ponto fraco prende-se às sensações emocionais, considerando-se as que, de forma exagerada, mais despertam atenção ou interesse do homem, o que muitas vezes o leva à compulsão.

Toda pessoa consciente de seus atos tem o dever de apri-morar-se a fim de galgar a luz do conhecimento que a tornará feliz; aquele que negligenciar esse convite terá de frequentar a escola da vida, submisso à Lei de Causa e Efeito.

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20 - CONSTITUIR A BAGAGEM

As pessoas não devem negar a responsabilidade por seus atos. Sua bagagem de conhecimentos revela o seu grau de progresso.

A bagagem é pertinente a todas as pessoas, ativa o bom ou mau caráter demonstrado no uso do livre-arbítrio.

Os homens de bem devem manter-se alertas quanto aos afazeres que contribuam para sua evolução, aplicando no coti-diano os princípios das virtudes morais da humildade, paciên-cia, resignação, indulgência, tolerância, no cumprimento das Leis Divinas, o que constitui a bagagem da felicidade.

Todos os seres humanos passam por dificuldades e so-frimentos. Para aquele que valoriza a prática dos ensinos de Jesus, as dores são menos cruéis.

Os espíritos imperfeitos e malévolos, quando encontram apoio, assediam o homem, interceptam as energias benéficas, provocando desajuste e sofrimento.

Ante o exposto, revela-nos a lenda que um jovem vivia em constantes atritos com outros rapazes, que o invejavam pela sua postura e disputavam quem seria o mais belo do bair-ro.

Astrogildo, orgulhoso e vaidoso, julgava-se superior aos demais, invencível entre os demais concorrentes. Foi inspirado por energia superior de que algo maléfico poderia acontecer.

Não valorizando a informação, continuou impetuoso pela supremacia. Convidado a participar de um festim regado a bebidas, excedeu, embriagando-se. Acabou menosprezando

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os concorrentes com expressões injuriosas.Um dos concorrentes perdeu a paciência e, ofendido,

deu um sopapo no rosto de Astrogildo, que caiu no solo e, com a queda, fraturou a coluna cervical. Impossibilitado de andar, foi carregado para sua casa.

Refeito da bebida, lembrou-se do aviso. Sem dar crédito à inspiração, manteve-se com sua vaidade malfazeja. Agora esquecido dos concorrentes, resta-lhe sofrer as consequências de um projeto malfadado.

As pessoas necessitam manter vigilância mental perma-nente para evitar o assédio de energias delituosas, que impe-çam a absorção de energias benéficas.

Saber se comportar sem analogia das imperfeições da alma é dever de todo homem de bem. Não se deve menos-prezar a inspiração Divina, que indica ao homem a trilha do bem-estar, segundo a Lei de Causa e Efeito.

O homem deve saber que é um espírito que cumpre sua tarefa de resgate de compromissos oriundos do mau compor-tamento. Sua missão é aprimorar a alma em demanda da evo-lução.

21 - CUMPRIR A TAREFA

Tudo o que nos parece difícil de suportar é edifican-te, pois é em torno disso que se vislumbra um horizonte pro-missor. O futuro que aguarda o homem está condicionado ao

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suporte de resignação que ele traz para a eliminação de suas imperfeições.

O homem é o artífice de seu destino, bom ou infeliz, servindo-se dos pensamentos e sentimentos, nesta existência ou na pretérita e projetando o seu futuro.

Comportar-se bem deve ser o objetivo de todo espírito encarnado, que aliado aos preceitos de Jesus cumpre seus en-cargos com satisfação.

Sabemos das dificuldades que muitas pessoas enfrentam com sacrifício, as quais constituem experiências de aprendi-zado para eliminação das próprias imperfeições.

O progresso a que todo homem está submisso exige ab-negação e devotamento para superar os desafios aleatórios.

Para que o homem possa cumprir bem a sua missão, prova ou expiação é necessário munir-se das virtudes da hu-mildade, paciência, resignação, indulgência e tolerância etc., apoiando-se nos ensinos de Jesus Cristo com fé e esperança.

22 - CUMPRIR AS LEIS E A JUSTIÇA DIVINA

Toda pessoa que comete deslizes será submetida à Jus-tiça Divina pela Lei de Causa e Efeito. Não se classifica o regime das faltas, mas sim os efeitos danosos para com o vio-lentado, tornando-se maior para quem deu origem à contenda.

Para conter-se a prática de faltas que possam compro-meter a consciência, o homem deve assenhorar-se das seguin-

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tes virtudes morais: humildade, paciência, tolerância, indul-gência, resignação etc., cujas ações devem ser cumpridas com muito amor e caridade.

As enfermidades da alma, o orgulho, o egoísmo, a vai-dade, entre outras, inibem o progresso do homem, expondo suas paixões inferiores.

Todas as religiões que constroem a paz, a prosperidade e o amor ao próximo são dignas de Deus.

Jesus Cristo, com seu amor incomensurável, inspira a todas as pessoas que almejam a felicidade o cumprimento dos seus ensinos.

Sendo Deus onipresente, participa de toda criação; o ho-mem, que é um ser inteligente dotado de sentimentos e emo-ções, nem sempre reconhece essa verdade; no entanto, a na-tureza da qual participa o homem espelha com exatidão essa afirmativa.

Se a natureza registra a presença de Deus, o homem não a reconhece pela sua ignorância e imperfeição moral, diante dos fatos que ocorrem cotidianamente no cumprimento das Leis e da Justiça Divina.

23 - CURTIR A VIDA COM PRAZER

As enfermidades da alma, a que está envolvido o ho-mem, obstam o progresso a que está obrigado; portanto, deve saneá-las.

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A Lei do Progresso é divina e natural, atinge a esfera material, como também a moral e espiritual. O principal ob-jetivo da Lei é inserir na alma do homem o empenho para sua evolução moral e espiritual, mediante o cumprimento dos ensinos de Jesus Cristo.

Aquele que, indiferente à evolução, está entregue às pai-xões deletérias, terá de se submeter à Lei de Causa e Efeito; as dificuldades e sofrimentos a curtir são efeitos do mau com-portamento, acoplado à derrocada moral.

Muitas pessoas transgridem as Leis de Deus, tornan-do-se réus de si mesmas, com a consciência comprometida. Quando chegam as dificuldades e a dor, devem regozijar-se por quitarem os compromissos enquanto há tempo.

A vida deve ser curtida com prazer e satisfação, não obstante as dificuldades. É pelo intermédio da vida que o ho-mem adquire experiência, luz do conhecimento, e evolui.

A luz do conhecimento dá ao homem condições para discernir o bem do mal, a rota construtiva da trajetória terena, cujo pensamento ativo e vigilante com bons sentimentos com-plementa a seleção da rota a cumprir. Todavia, é necessário contar com o apoio e a prática dos ensinos de Jesus Cristo, para que haja bem-estar.

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24 - DELINQUÊNCIA MORAL

É importante ilustrar os homens para livrarem-se da ig-norância dos ensinos de Jesus Cristo, para que, com conheci-mento, possam modificar sua prática diária.

As pessoas que tendem às obrigações sociais em busca de recursos financeiros que permitam libertar-se das neces-sidades primárias para sua independência moral acabam por negligenciar os bens espirituais. A obrigação do cumprimento das Leis Divinas leva muitas pessoas à falência moral, por não considerarem os citados ordenatórios.

A falta de cultura intelectual não possibilita que se ava-liem com maestria os conhecimentos espirituais que libertam o homem da ignorância dos ensinamentos de Jesus Cristo, que nos recomendou amar-nos e instruir-nos.

Os homens não devem esquecer que a vida é transitória e que a morte pode chegar a qualquer momento sem avisar. A alma, no entanto, é imortal, vive para sempre, vai desfrutar do mérito pela evolução alcançada por meio do bom comporta-mento.

O espírito que se comportou mal, que fez uso indevi-do de sua liberdade e cometeu deslizes comprometedores, vai sofrer na erraticidade para livrar-se de suas imperfeições. Todavia não fica isento de responder pelos maus atos numa próxima reencarnação.

O espírito reencarnado habita temporariamente o orbe terreno para resgate dos compromissos do pretérito e elimina-ção dos seus inimigos internos – orgulho, egoísmo, vaidade, ódio, ciúme, erro –, que impedem o seu progresso.

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Deus, que é todo Amor e Justiça, concede ao espírito faltoso prazo para se adaptar à prática dos ensinos de Jesus Cristo, para que se torne mais suave o peso da sua cruz. Ao término do prazo, se não houver evolução, deixa o paciente suportar o peso da sua cruz com toda intensidade.

A cruz refere-se à dor e ao sofrimento pelos quais passa o homem. Deus retira do sofrimento provocado pelo homem o medicamento necessário à cura de suas enfermidades.

Ante o exposto, o sofrimento por que passa o homem está na razão direta de seu progresso moral e espiritual.

25 - DESENVOLVIMENTO MORAL

Todo homem tem o dever de se preparar para a vida no plano espiritual, servindo-se das oportunidades oferecidas por Deus, por meio das quais o homem aprimora a alma.

Tanto o nascimento como a morte física são fenôme-nos naturais, indispensáveis à evolução espiritual. É com a reencarnação que o espírito põe à prova seus conhecimentos, mediante a oportunidade de resgatar seus compromissos do pretérito e assim se preparar para uma nova vida.

A despeito da disputa por interesses, o homem tem o de-ver de preparar sua alma para o retorno para a espiritualidade, em melhores condições de aprendizado e experiências do que quando reencarnou.

A Lei do Progresso a que está submisso o homem é fator

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preponderante na vida das pessoas, quer seja no plano físico ou moral.

O desenvolvimento moral e espiritual, que diz respeito ao sentimento e às emoções, exige desprendimento, esforço e boa vontade para o homem eliminar suas imperfeições.

Aliciar os ensinos de Jesus Cristo, cumprindo as leis que regem a vida e tornar-se feliz, é o caminho a seguir.

26 - DESÍGNIOS PROCLAMADOS

É necessário analisar as diretrizes dos procedimentos vinculados ao pensamento para ter o adequado comportamen-to a fim de se alçar o mérito a que se faz jus.

Esses preceitos prendem-se ao fato de que todo ser hu-mano tem uma alma, cujo estágio terráqueo é transitório, sen-do o destino, a espiritualidade.

Assim, todo ser humano deve preparar-se para a vida extrafísica, por meio da prática dos ensinamentos de Jesus. O homem deve fazer plantio eficiente do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, na prática da caridade, para não ser colhido na outra vida de mãos vazias.

A luz do conhecimento com as experiências adquiridas no curso da vida possibilita à alma, ao “espírito”, observar, com exatidão, o seu comportamento quando encarnado, per-mitindo, destarte, o despertar da consciência para uma vida isenta de sofrimento.

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Ante os desígnios proclamados pelo comportamento a ser praticado no curso da vida, temos a responsabilidade de assumi-los pela lei de causa e efeito, o que pode se traduzir em dificuldades e sofrimentos para o aprimoramento íntimo.

27 - DEVER CUMPRIDO

Os fatos ocorrem alhures, sem aquiescência do homem; portanto, via de regra, procedem dos seus pensamentos.

Os atos estão vinculados à vontade e à forma de pen-sar do homem, cuja diretriz lhe faculta a seleção de uma vida construtiva ou não.

Assim acontece na existência pregressa com uma mu-lher que, desejando livrar-se da solidão, adotou uma criança para criar e educar.

Pela falta de experiência e excesso de zelo, não edu-cou a criança, deixando-a crescer sem correção dos instintos. Adolescente, aliou-se às más companhias, perdeu-se na vida e acabou sendo morto por um comparsa.

A mãe, Ju, velha, sem recursos, enferma, solitária, veio a óbito. Retornando seu espírito ao plano espiritual, onde so-frera por longo tempo, tornou-se vítima de si mesma, pela má criação do filho.

Após se preparar, seu espírito foi autorizado a se reen-carnar em uma família que era compromissada. Foi criada com amor e carinho. Cursou enfermagem, consorciou-se com

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o médico Dr. Jacob, com quem contraiu matrimônio. Tiveram um filho, que foi seu filho adotivo na vida anterior.

O filho adotado na vida passada agora era filho legíti-mo, para ser criado com amor e carinho. Fez o curso de me-dicina. Com a formatura do jovem Rui, seu pai, o Dr. Jacob, decidiu montar uma clínica e contratar mais clínicos.

O jovem Rui, desejoso de constituir um lar, consorciou-se com a jovem Maria. No dia do casamento, ao deixar a igre-ja, foi impedido por um mascarado, obrigando os nubentes a pedirem auxílio dos convidados para a retirada do palhaço.

Ele apelou dizendo: “Não façam isto”. Em seguida, re-tirou a máscara revelando ser seu colega de trabalho e amigo íntimo, que ovacionou os noivos desejando-lhes felicidade.

Desse matrimônio, nascera um belo rebento que, criado com muito amor, carinho e dedicação, fora o algoz de Rui na última reencarnação.

A reencarnação é o instrumento que Deus nos dá, jun-tamente com o livre-arbítrio, para que possamos resgatar os compromissos do passado, preparando-nos para o futuro.

As crianças são dignas do nosso amor e necessitam de apoio incomensurável para a reparação de suas faltas pregres-sas, a fim de que possam cumprir a tarefa planejada e alcançar o progresso.

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28 - DEVER DE CARIDADE

Sem subterfúgios, o homem encontra na estrada da vida muitas oportunidades para alçar o seu progresso.

Naturalmente, as pessoas responsáveis encontram na vida oportunidades de aprimorar os sentimentos, apoiados nos ensinos do Mestre Jesus.

Ventilar assuntos, em reuniões sociais, que destoam da órbita da moral, gera efeitos negativos. É um comportamento que não conta com a assistência dos bons espíritos, pois que eles não apreciam assuntos dessa ordem.

Nesse contexto, não é permissível ir além dos direitos e deveres de cada um. Constituem infrações a falta de caridade, de tolerância e de amor ao próximo.

Na vida há acontecimentos que podem ser evitados me-diante o uso da humildade, paciência, indulgência, compreen-são, tolerância etc., que compõem as virtudes da justiça, amor e caridade.

O menosprezo às leis morais e às que regem a vida pode acarretar ao infrator dificuldades e sofrimento. Toda pessoa tem o dever de amar o semelhante, como forma de caridade. Senão o faz, pratica o mal, tornando-se passível de sofrer pe-las suas imperfeições.

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29 - DORES DE SÍLVIO

Cooperar com o Senhor Jesus no cumprimento de suas práticas é dever de todo cidadão cônscio de suas responsabi-lidades relativas à Lei de Progresso, cuja finalidade é a de ser feliz.

Jesus Cristo recomenda que o homem deve ser solidário com o semelhante, pois uma das Leis Divinas tem por norma o amor ao próximo. Somos todos filhos de Deus, a quem de-vemos prestar contas do comportamento na existência terrena.

A propósito, narra a lenda que Sílvio, prepotente, jul-gava-se superior a todos os homens, alimentado pelo orgulho e o egoísmo, pois era rico, detentor de um vasto patrimônio.

Esse homem desejava aproveitar a vida, não dava crédi-to à vida extrafísica, negava a existência de Deus e era domi-nado por suas imperfeições.

A natureza lhe confiou várias oportunidades para seu ajuste moral, que não foram valorizadas por ele. Continuou em sua vida nebulosa, dando expansão às paixões mesqui-nhas, sem prever o seu futuro.

Certa feita fez uma turnê ao Nordeste. O veículo em que viajava capotou, deixando-o semimorto. Levado ao hospital, verificou-se fratura irreversível na coluna vertebral que o dei-xou paraplégico, pois “ele não podia ter falecido sem antes alcançar algum progresso moral”.

Sílvio, paraplégico, tem de levar a vida no leito de uma cama, foi vítima de si mesmo, custeado por suas imperfeições. Precisou se curvar à Lei de Progresso, com fé, esperança e resignação, para vencer os desafios que surgiram.

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30 - DORES FÍSICAS

Homenagear o mestre é aceitar e cumprir os seus conse-lhos, sem os quais o homem não será feliz.

Embora o orbe terreno seja para provas e expiações, o homem pode sentir-se realizado mediante a prática dos ensi-nos de Jesus Cristo.

As pessoas não devem se esquecer de que têm uma alma que administra os atos e comportamentos do seu corpo. Por-tanto, ela é a responsável pelos procedimentos do homem que, ao retornar à espiritualidade, deve ter a consciência tranquila pelo dever cumprido para desfrutar do bem-estar.

Crescer espiritualmente implica que o homem saiba amar-se e instruir-se, para que tenha a luz do conhecimen-to capaz de permitir assenhorar-se dos ensinamentos cristãos que levam à felicidade íntima.

Na vida extrafísica, a alma, “espírito”, que não aprimo-rou seus sentimentos quando encarnado, sofre pela negligên-cia ao cumprimento dos preceitos de Jesus.

Grande parte dos sofrimentos físicos tem origem nos desajustes psíquicos, pelo fato de a imperfeição moral do ho-mem ter aderido aos maus pensamentos, sentimentos e atos.

As dores físicas, quando suportadas com resignação, sem lamúria, têm méritos, pois resgatam compromissos e aprimoram sentimentos, não dispensando assistência médica convencional.

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31 - EFEITOS DA REENCARNAÇÃO

As diretrizes que o homem deve ter para sua vida impli-cam homogeneizar seus atos às prédicas de Jesus Cristo, para superar os desafios que ocorreram na estrada da vida.

Todo acontecimento tem uma causa justa e um fim útil, sob a tutela da Lei de Causa e Efeito. Os atos decorrem dos pensamentos e sentimentos do homem, levados a curso pelo seu comportamento, tendo em vista o grau de progresso mo-ral.

Consideram-se os fatos de modo geral, sem que deles o homem tenha participação intencional. Interpretar o senti-mento do homem é reconhecer as suas próprias imperfeições, que necessitam de correção para vencer os desafios da rotina da vida.

A reencarnação contribui para o progresso do espírito mediante novas experiências e resgate dos débitos do preté-rito.

Quando o espírito reencarnado é senhor de suas atitudes aprimorativas, visando ao seu progresso, ele concentra os seus esforços na dimensão do amor universal, na cultura de conhe-cimentos da vida extrafísica, cumprindo os ensinos do Mestre Jesus, quando recomenda “amar e instruir-se”.

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32 - ENCARGOS DO PRÓXIMO

Refugiar-se na sombra da ignorância e do desconheci-mento, a pretexto de desviar-se dos compromissos íntimos do homem, é iludir-se com as próprias fantasias na intenção de alcançar um bem-estar ilusório, posto que realmente se está distanciando dos preceitos cristãos.

As pessoas querem ser felizes simplesmente por atos aleatórios que não tocam o sentimento; a Justiça Divina se faz presente pela Lei de Causa e Efeito, que recomenda amar o semelhante como a si próprio.

Ser solidário com o próximo não implica que se deve assumir os encargos que lhe são peculiares, mas lhe custodiar nas suas necessidades, conforme recomendam os preceitos de Jesus.

Os espíritos, ao reencarnarem, trazem uma gama de co-nhecimentos. Estes são manifestos pela vocação e tendências morais, competindo-lhes agregar novos conhecimentos e ex-periências para que, ao retornar à espiritualidade, sejam mais evoluídos.

Carece de progresso o homem que emprega mal o seu tempo na prática de atos condenáveis, comprometendo sua alma a sofrimentos tenazes, como forma de correção de suas imperfeições.

Compete ao homem munir-se de fé e esperança para vencer os desafios que surgiram em sua vida, os quais servirão para testar sua paciência e humildade.

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33 - ENGAJADOS

É comum encontrar homens engajados nos prazeres que a vida material oferece, dando oportunidade à prática de des-lizes comprometedores, distanciados da conduta moral, sendo cúmplices de mau comportamento.

Submisso às Lei Naturais, o homem tem o dever de cumpri-las, para alçar o seu progresso a exigir-lhe comporta-mento ilibado.

Todas as pessoas, “almas”, têm de prestar contas na er-raticidade do seu comportamento nos processos reencarnató-rios. Os ensinos da Doutrina Espírita esclarecem que a pessoa que tem mau comportamento torna-se réu de si mesmo e juiz em causa própria.

Se tudo que possuímos, inclusive o corpo, é um emprés-timo Divino, temos de zelar dele com carinho, pois é por seu intermédio que cumprimos a tarefa encarnatória.

Tudo o que está em nossa posse, e que pode ser subtra-ído a qualquer momento, não nos pertence. Possuímos sim as qualidades morais, inteligência, sentimento, emoções etc.

A felicidade perquirida por toda pessoa é justa, porém deve-se ter mérito para fazer jus ao bem-estar, o que se faz seguindo as orientações de Jesus no tocante ao cumprimento da Lei de Justiça, Amor e Caridade.

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34 - É IMPORTANTE EVOLUIR

Há homens que praticam atos levianos que ferem a sen-sibilidade do semelhante e comprometem a consciência à cor-reção.

Quando surge o sofrimento corretivo, lastimam, recla-mam e se insurgem contra Deus, submissos que são à Lei do Progresso.

Há muitos fatores que impulsionam o homem a crescer espontaneamente. Todavia, por negligência, ele perde as opor-tunidades concedidas por Deus, tendo de cursar a escola da vida para curar suas imperfeições.

A escola da vida é onde o homem encontra dificuldades e sofrimentos a fim de purificar sua alma, apoiando-se nas vir-tudes morais e cumprindo as recomendações de Jesus Cristo.

A alma do encarnado, quando livre das imperfeições por ela mesma provocadas, quando no retorno à espiritualidade, não fica livre das dificuldades ambientais, porém elas se tor-nam menos acentuadas.

É importante o homem saber que tem uma alma respon-sável pelo seu destino, pensamentos e atos, a qual necessita purificar-se para ser feliz.

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35 - FALÊNCIA MORAL

Em situação de falência moral, o homem fica à margem do progresso que o obriga a sofrer os dissabores das dificul-dades e sofrimentos.

Todo ser humano tem o dever de progredir moral e in-telectualmente, espontaneamente ou obrigado por circunstân-cias aleatórias, contra sua vontade.

Para o homem, deve ser um momento de regozijo parti-cipar do grupo daqueles que desejam quitar seus débitos para com as Leis Divinas, a fim de evitar o retorno à vida extrafísi-ca com débitos a resgatar.

Aquele que é negligente ao cumprimento das Leis Di-vinas, e bem assim dos ensinos de Jesus Cristo, se entrega às paixões inferiores e provoca sua própria falência moral.

Não ignora o homem que, senhor de seus deveres, não pode furtar-se ao cumprimento das Leis Divinas, como meta para sua edificação espiritual.

Ante essa assertiva, toda pessoa deve ter por meta a prá-tica do bem, em harmonia com os ensinos de Jesus Cristo, que recomenda amar e instruir-se.

36 - FATOS IMPREVISÍVEIS

Os fatos ocorrem alhures, sem a nossa participação dire-ta. Todavia, há fatos que ilustram e os que deprimem a nossa

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consciência.Os estados de satisfação ou penúria por que passamos

dependem do destino que dermos à nossa vida, segundo o grau de progresso moral.

Conta-nos a lenda que duas pessoas desejavam fazer uma turnê, viajando em um cruzeiro de luxo. Um dos partici-pantes era espiritualizado, com bom conhecimento.

O outro não era culto, era desconfiado e inseguro, e di-zia que só iria com um seguro de vida.

Embarcaram Sebastião, mais culto, e Juca, insólito na viagem dessa natureza. Em toda navegação há um roteiro a seguir, espécie de estrada.

Nessa viagem ocorreu um imprevisto: o comandante recebera um aviso de que na rota vinha uma embarcação em sentido oposto, obrigando-o a mudar de rota.

Os fatos acontecem inesperadamente. Após horas de viagem, quando todos dormiam, aconteceu o inesperado: a embarcação chocou-se com um obstáculo e foi a pique, todos morreram.

Após o naufrágio, decorridos vários dias, os espíritos de Tião e Juca se encontram. E Juca diz:

– Não morri graças ao seguro que fiz. Tião argumentava que o espírito é imortal, que o perís-

pirito, corpo astral do espírito, é um protótipo do corpo físico em outra dimensão.

Juca, admirado, vê surgirem na superfície “espírito e pe-ríspirito”, auxiliados por mensageiros caridosos.

Todos os espíritos são salvos e curtem a vida astral se-gundo o progresso moral.

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37 - FELICIDADE DEPENDENTE

A cruz que o homem conduz, anátema dos sofrimentos e dificuldades, é resultado de suas próprias imperfeições pelo mau comportamento em existências pretéritas e nas do atual estágio.

As pessoas não aceitam o sofrimento por elas mesmas provocado pelo mau uso do livre-arbítrio, corretivo das im-perfeições morais.

Na vida física o espírito encarnado, “o homem”, ilude-se com afazeres e satisfações materiais, legando a posteriori o que é mais importante em sua vida, que é cumprir os ensi-namentos de Jesus.

A nau em que viajamos no mar das ilusões físicas pode nos levar a um porto seguro se soubermos conduzi-la, apoia-dos na prática da caridade para com o próximo, no amar e instruir-se.

A nau é o corpo humano; a salvação é o bem-estar da alma quando do retorno à erraticidade. São diversas as opor-tunidades que o homem tem para lapidar o íntimo das suas imperfeições, sem a qual não há felicidade.

Todas as pessoas aspiram à felicidade, que depende de muitos fatores: saúde do corpo, paz interior, pensamentos e sentimentos bons, controle emocional e cumprimento das prédicas de Jesus Cristo, inseridas no Evangelho da Doutrina Espírita.

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38 - FENÔMENOS NATURAIS

O homem, ao ser informado da necessidade de cumprir o dever, submisso à rotatividade da natureza da qual ele parti-cipa, pode determinar seu crescimento psicossomático.

A natureza promulga, em suas ordenações ao homem, o trabalho em harmonia com as Leis que regem a vida, para ter o mérito da paz e do bem-estar.

Nascer e morrer são fenômenos da natureza, ocorrên-cias necessárias à evolução da alma reencarnada que, pela re-encarnação, alcança o seu progresso.

O homem que é consciente dos seus procedimentos e se nega a concorrer para o seu aperfeiçoamento moral, alegando que não há tempo para tal procedimento, ignora o seu futuro.

O homem que, por inércia, ócio ou enfermidade da sua alma, não se submete às leis, predispondo a cursar a escola da vida, pelo sofrimento, terá o despertar da consciência.

É dever do homem amar a Deus e ao próximo como a si mesmo, por meio da prática da caridade. Para isso, as pessoas devem se conhecer para trabalhar as suas imperfeições.

39 - FILHOS MUTILADOS

Para emergir no limo da Terra, o espírito reencarnante nem sempre é bem-vindo à família predisposta a recebê-lo como filho. Ocorre, às vezes, que o futuro progenitor de um

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espírito cujo resgate implica ter um corpo mutilado por laços do pretérito, por pressentimento, se nega a assumir a paterni-dade, dificultando a reencarnação.

O casal nessas condições responde pela falta de carida-de, por portar orgulho e vaidade, enfermidades da alma, o que impede a sua evolução.

É dever dos progenitores aceitar a reencarnação dolo-rosa, a fim de praticar o bem, amando e criando com carinho rebentos em tal situação, auxiliando-os a conduzir a cruz para sua evolução.

Importa ao homem procurar evoluir sem grande sofri-mento, o que é o ideal. Todavia, há aqueles que, rebeldes ao progresso, têm de cursar a escola da vida para aprimorar o sentimento, adquirir novas experiências ajustadas às normas de Deus.

À família Deus confiou o compromisso da reencarna-ção. Para tanto, ela precisa usar essa fé e esperança em Jesus Cristo que estimula o ânimo, a força e a coragem no cumpri-mento dessa missão.

40 - FRUTOS

Na atualidade, os povos, vítimas de enfermidades da alma, não se entendem. À procura dos interesses particulares, se destroem mutuamente.

Ante essa realidade, compete aos homens dinamizar

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essa conduta e seguir as prescrições de Jesus Cristo, única forma de ter a paz.

Os líderes partidários, movidos pelo egoísmo, não me-dem as consequências dos seus atos e provocam a destruição da nação. Na vida humana, os direitos e deveres do cidadão devem ser respeitados, os quais se limitam até onde se iniciam os do próximo.

Aquele que invade o direito do seu semelhante, além de faltar com a caridade, comete deslize passível de correção.

As pessoas enfermas, habituadas às paixões viciosas, só valorizam a vida com o advento das dificuldades e sofrimen-tos por elas mesmo projetados, pelo mau uso do livre-arbítrio.

O plantio é espontâneo, todavia a colheita é obrigatória, portanto o homem deve cumprir as Leis Divinas, as virtudes morais e os ensinos de Jesus Cristo, para colher, em novo es-tágio, os frutos do bem-estar no futuro.

41 - IDIOMA DOS ESPÍRITOS

Para que o homem enriqueça sua alma das luzes do co-nhecimento são indispensáveis dedicação, amor e boa vonta-de à causa de Jesus Cristo. Paralelo aos ensinos do Mestre, é necessária a prática das virtudes da humildade, da paciência, da resignação, da indulgência etc. e das leis que regem a vida.

São vários os idiomas que imperam no orbe terreno, os quais permitem o aprendizado pelo homem segundo a sua

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evolução moral. Esses idiomas persistem na vida extrafísica quando verbalizados.

O idioma dos espíritos é o do pensamento, a telepatia, por meio da qual se comunicam, não dispensando a verbaliza-ção, quando conveniente.

Os espíritos na espiritualidade formam grupos atraídos pela afinidade de pensamentos, sentimentos e hábitos para avaliar seus conhecimentos, encetar novos planos para o fu-turo, elaborar diretrizes para estudo e trabalho. Isto é, para os espíritos que alcançaram uma evolução ideal.

Os espíritos imperfeitos e sofredores também se reúnem para outros fins, sob inspiração de líderes, segundo sua evo-lução.

Na espiritualidade não se conta tempo, permanecendo o espírito em suas atividades por longos períodos, segundo seu estado evolutivo. O fator tempo só é aplicado nos planos físicos.

42 - INTERFERÊNCIA DOS ESPÍRITOS

Dignificar o homem por um trabalho meritório a favor do próximo é um fato reconhecido pela sociedade.

As pessoas que assim procedem demonstram elevação moral, por orientarem-se nos ensinamentos do Cristo. É nor-ma da sociedade valorizar as pessoas pela sua performance exterior, sem analisar as qualidades morais que edificam e

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constroem a moral.A sociedade que assim procede está fadada à falência,

pela falta de uma estrutura edificante. Consta na lenda que ha-via dois senhores, Tonico e Zeca, de bom caráter, trabalhado-res, pobres de recursos concedidos pelo trabalho que faziam em favor da coletividade.

Ambos tinham suas pretensões de participar da socie-dade local, porém faltava-lhes a apresentação digna do am-biente, embora fossem reconhecidos pelo labor prestado à coletividade.

Eles tinham o desejo de participar da sociedade e, por falta de apresentação, eram obstados.

Pela amizade de ambos, eram considerados como ir-mãos, até que surgiu um pseudoamigo, daqueles que desman-cham prazer, a interferir na vida de Tonico e Zeca.

– Tonico, você não deve dar crédito às palavras de Jota, pois ele é um grande fofoqueiro. Não valorize as suas piadas de mau gosto.

– Você, Zeca, se distrai com as brincadeiras de Jota.Jota é um homem brincalhão, porém de má fé e com a

sua interferência a amizade dos rapazes ficou estremecida.Os espíritos interferem na vida do homem segundo a

maneira de pensar e sentir. Invigilante, ele aceita as sugestões para o bem ou para o mal, desvirtuando-se.

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43 - JOANA E SUAS ORAÇÕES

Orar sem ação é o mesmo que ter fé em Jesus Cristo sem cumprir com as suas recomendações. A oração é importante, mas deve ser complementada com a correção do sentimento na prática do bem caritativo para com o próximo.

A oração ou a prece, quando feita com sentimento e amor, é um sustentáculo da alma do homem; revigora a sua autoestima para superar os desafios da vida, é uma das formas de caridade.

Em determinado conjunto residencial, mora uma senho-ra idosa, egoísta e bem de finanças, porém pelos seus hábitos não goza da estima dos vizinhos, por isso vive na solidão, pas-sa o dia frente ao oratório, em prece e meditando. Não consta que Joana faça ação caritativa consigo e para o semelhante; por ser fanática, julga que suas orações satisfaçam a caridade e sua autoestima.

A ação caritativa deve ser espontânea, não obstante seja um dever do homem para consigo e o semelhante.

Joana, pelas enfermidades da sua alma, nega auxílio aos pobres que a procuram. Quando arguida, repele-os com vee-mência e expressões injuriosas.

Todos os atos beneméritos devem ser calcados na Lei da Justiça, Amor e Caridade, cumprindo assim com os preceitos de Jesus.

Certo dia, Joana, na solidão, recebeu a visita do velho amigo frade Josino, que, solidário, vem comungar seus ideais. Após palestra, Joana convidou Josino a morar em sua casa, em um quarto de hóspedes.

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O frade Josino refutou o convite, alegando que não fi-cava bem vir morar em sua casa. “Que dirão os vizinhos?”. Joana contrapôs:

– Não devo nada a essa gente! Deixe que falem, em nada nos afetam. Com a sua moradia em minha casa, acabaria a nossa solidão.

Josino é uma pessoa de bom caráter, caridoso, temente às suas imperfeições. Recomenda a Joana ser caridosa, trans-formar o seu sentimento para o bem do próximo com base no princípio de que fora da caridade não há salvação.

Joana diz ao frade que seus conselhos são bons. – Vou pensar o que devo fazer, mas reconheço ser difícil

abolir hábitos de longa data.– Ora, Joana, só depende de você ser feliz, seguindo os

preceitos de Jesus Cristo.A despeito do viável interesse em abolir suas imperfei-

ções morais, Joana foi acometida de cruel enfermidade, que a levou a óbito. Com a morte física, sua alma foi levada para a erraticidade, sem mérito. Uma vez que não plantou o bem, não tem nada a colher, só sofrimento no ajuste de contas com a consciência comprometida.

O ato de benemerência de Joana para com o Frade pode amenizar seus sofrimentos.

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44 - JOÃO CONSELHEIRO

Subestimar a vida doada por Deus, diante das dificulda-des e sofrimentos que acometem o homem, é tornar-se vítima de si mesmo, em razão das suas imperfeições morais.

O sofrimento físico que experiencia o homem é reflexo do desajuste da sua alma, única responsável por essas anoma-lias.

Conta-nos a lenda que determinada pessoa, o velho Sr. João, sofre as enfermidades da alma, porém as reconhece e bem assim suas limitações; é com dificuldade, porém com persistência e boa sintonia, que procura eliminar seus males.

João, que é religioso, consciente de suas imperfeições, diz para si mesmo:

– Vou assimilar a prática dos ensinos de Jesus Cristo como forma de vida, que até então não menosprezava. Devo reconhecer a necessidade do aprimoramento íntimo para o crescimento espiritual da minha alma.

Surgiu Teodoro, pleno de imperfeições maléficas, vícios e hábitos perniciosos, com inveja do virtuoso, com ódio da vida que curte, queixando-se de dores e sofrimento; não re-conhece a sua participação no custodiar da vida, culpa a mãe natureza como responsável pela sua desdita.

João lhe aconselha:– Confesso, Teodoro, a minha vida foi cheia de percal-

ços. Reconheci as minhas imperfeições morais, procurei exi-mi-las, hoje vivo bem e feliz. Você, Teodoro, se deseja ter uma vida tranquila, procure arrepender-se dos maus procedi-mentos, eliminando suas imperfeições morais, assimilando as

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virtudes da humildade, paciência, resignação, indulgência etc. como coadjuvantes para elidir seus padecimentos.

Às pessoas que se esforçam no processo evolutivo, per-mite Deus amenizar o peso da cruz do sofrimento para facili-tar a jornada reencarnatória.

– João, eu não me sinto em condições morais para assu-mir esses encargos e dominar meus impulsos – diz Teodoro.

Os desajustes de existências pretéritas implicam sofri-mento no atual estágio para o resgate de compromissos; não há sofrimentos sem causa, diz a Lei de Causa e Efeito.

– Teodoro, você necessita reiniciar a vida, que é bela, eliminar a nostalgia, ter fé e esperança de que dias melhores virão. Orar com energia possibilita assimilação da luz divina mediante o seu aprimoramento interno.

45 - JOSIEL, O MORIBUNDO

O mal da humanidade está nos homens quererem ser su-periores aos outros, levados pelo orgulho e vaidade liderados pelo poder econômico, político e social.

O homem que conduz sua vida sob esse prisma, cedo ou tarde sofrerá pela Lei de Causa e Efeito a reação dos seus atos.

Conta a lenda que dois cavalheiros e respectivas espo-sas, residentes em uma grande cidade, eram habituados a se expor em clube social de jogos, “cassinos”, regados a bebidas alcóolicas etc.

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Na madrugada, quando muitos estavam alcoolizados, um rapaz dirigiu gracejos à esposa de Josiel, que, enciumado, com amor próprio ferido, foi tirar satisfação com o interlocu-tor, chegando às vias de fato. Foi vitorioso, pois lutava karatê.

Rui a tudo assistiu sem nada falar. Josiel, refeito do im-previsto, convidou Rui e as damas a retirarem-se do recinto.

Ao entrar no veículo, a porta feriu gravemente a perna de Josiel, que, impaciente e cheio de ódio, culpou Rui pelo incidente com palavras obscenas e injuriosas, ferindo-lhe a sensibilidade, rompendo ali a velha amizade.

Ante o ferimento, Josiel, acamado, impossibilitado de andar, continuou a flagelar Rui. Josiel, orgulhoso e vaidoso, teve sua imagem mesclada com pensamentos levianos de mau caráter, animado pelo ódio e sentimentos de vingança. Teve um AVC que lhe deixou sequelas, e seu estado de saúde agra-vou-se em função das enfermidades de sua alma.

Josiel, que é uma pessoa intolerante, enfermo acama-do, culpa o semelhante pelo estado de saúde, sem primeiro verificar suas imperfeições. É vítima de si próprio pelo mau comportamento induzido pelos pensamentos inescrupulosos.

Rui, por sua vez, é uma pessoa humilde, paciente, tole-rante, pratica a caridade com amor, usa o perdão como norma da vida, teme as suas imperfeições e tem bons pensamentos e sentimentos.

Pensamento e sentimento condicionam o homem na for-mação do seu destino. Este poderá ser bom ou ruim, depen-dendo da diretriz que se der ao pensamento.

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46 - JUIZ EM CAUSA PRÓPRIA

A verdade é um axioma indispensável para que o ho-mem, senhor dos seus atos, procure ativar os seus sentimentos à luz do conhecimento.

Todo leitor, consciente dos seus atos e que deseja ad-quirir conhecimentos, necessita corrigir imperfeições, adicio-nando às virtudes morais os ensinos evangélicos da Doutrina Espírita.

Indispensável, todavia, cumprir as Leis Divinas e Civis, para que haja harmonia dos procedimentos que permitam, ao homem, ampliar seu currículo espiritual.

Notoriamente, o homem precisa desvencilhar-se dos empecilhos que ocorrem na estrada da vida, para a conquista do bem-estar.

Todo homem deseja ser feliz e a felicidade está ao al-cance de suas mãos. Como juiz em causa própria, que por inércia não a valorizar, necessita passar pela escola da vida, em que há dores e dificuldades, para avaliar o que é bom e o que é ruim na conquista do bem-estar.

Jesus, que está sempre presente a socorrer o homem em suas dificuldades e sofrimentos, faz um convite a todo ser hu-mano: “Vinde a mim vós que sofreis, que vos aliviarei, tomais o meu jugo, aprendeis comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossa alma, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo” (Evangelho Segundo a Doutrina Espírita, Capítulo 6).

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47 - LEIS DIVINAS

A grandeza da vida permite ao homem gozar dos praze-res a que a natureza o induz. Todavia, para tudo há limites a serem respeitados.

Os excessos, nocivos ao bem-estar, são infrações à Lei de Conservação, conforme capítulo V do Livro dos Espíritos.

Todos os atos devem ser meditados, analisados nas suas consequências, antes de serem realizados, pois podem ferir a sensibilidade do semelhante, tornando-se infração às Leis Divinas ou Naturais.

O desenvolvimento do homem deve ser moral e cultu-ral, a fim de livrá-lo da ignorância que o torna escravo de suas imperfeições.

A Lei de Justiça, Amor e Caridade, inserida no Capítu-lo 11 do Livro dos Espíritos, deve ser cumprida pelo homem para alcançar o bem-estar.

No reduto da consciência, o homem não pode negar a existência das Leis Divinas e Naturais que se acham inseridas em sua mente (Questão 221 do Livro dos Espíritos).

O cumprimento ou não das Leis Divinas traz ao homem a responsabilidade de sua conduta, que deve ser apreciada à luz da lógica. Se negativa, compromete a consciência com de-sajustes do bem-estar pelo mau uso do livre-arbítrio.

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48 - LEIS NATURAIS OU DIVINAS

Sem que nada aconteça de bom e ruim, o homem fica neutralizado dos acontecimentos cotidianos que ocorrem.

O homem, isolado dos fatos, não progride, estaciona. Forçado que é pela Lei do Progresso, destitui-se de acomoda-ção, para atender os princípios da evolução.

Deus dá a toda pessoa os meios indispensáveis ao cum-primento de suas leis. É dever do homem cumpri-las para ter o mérito do bem-estar.

Pessoa alguma deve permanecer indiferente às obriga-ções que culminam com o progresso de sua alma.

O progresso, como Lei Natural a que os seres orgâni-cos, conscientes ou não, estão submissos, determina que todos evoluam até atingir a plenitude de pureza.

As leis criadas por Deus são imutáveis, constituem-se em morais e físicas inseridas na consciência de cada cidadão. A Lei de Justiça, Amor e Caridade sintetiza todas as leis na-turais que devem ser cumpridas pelo homem para alcançar a “salvação”, ou o bem-estar.

Os homens que atendem os requisitos da evolução po-dem se considerar felizes, pois compreendem a grandeza oni-potente de Deus e a misericórdia de Jesus Cristo ao estimula-rem os seres ao cumprimento dos seus ensinos.

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49 - LIBERDADE CERCEADA

Lutar pela vida, vencer os desafios que surgem na estra-da da existência, deve ser o desejo de toda pessoa laboriosa. Os labores são oportunidades de aprimoramento dos homens, indispensáveis a todo viajante encarnado.

O progresso é uma lei natural a que todos os seres estão submissos, quer queiram ou não.

A vida que o homem curte no estágio reencarnatório dita o que sua alma vai conduzir para a espiritualidade, segundo a sua evolução moral e cultural.

O homem é composto por três dimensões – corpo físico, perispírito e alma, “espírito”. Este é responsável por todos os procedimentos do ser.

O perispírito é o corpo astral do espírito, por meio do qual ele se manifesta.

O espírito que nutre ódio, vingança e maus procedimen-tos pode ter sua liberdade cerceada pela hibernação compul-sória até a sua rendição moral.

A luz do conhecimento e da cultura, aliada à prática da Justiça, Amor e Caridade, recomendada por Jesus Cristo, per-mite à alma libertar-se da ignorância na erraticidade.

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50 - LIBERDADE DE PENSAMENTOS

A liberdade de pensamentos leva o homem a compro-meter a sua consciência pelo desvio do comportamento e a prática de atos nefastos.

O pensamento cria imagens, o sentimento as corporifi-ca, as emoções inspiram as ações e os sentidos as realizam.

Esse conjunto de normas, liderado pela mente do ho-mem cujos atos forem garbosos, traduz-se em bem-estar, mas se forem negativos, provoca sofrimentos e dificuldades.

Ante essas observações deve o homem valorizar a hi-giene mental, para que mantenha bons pensamentos apoiados nos ensinos de Jesus, cumprindo as Leis Divinas e as virtudes morais.

É sabido que a alma utiliza a mente do homem para ex-pressar seus pensamentos, por meio dos quais apresenta o seu grau de elevação moral.

Quando se diz que uma pessoa é perversa, está-se jul-gando a sua alma, pois é esta que dirige o seu destino.

O corpo humano é uma ferramenta de que a alma, o “espírito”, se utiliza para aprimorar seu estado de imperfeição por meio das dificuldades e do sofrimento.

Não obstante o vínculo do sofrimento, há pessoas que se comportam resignadas, pois sabem que estão resgatando um compromisso, cuja cruz se torna mais leve à medida de sua redenção.

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51 - LIBERTAÇÃO

Suprir as necessidades orgânicas do homem é fator pre-ponderante, a fim de cumprir bem a tarefa peculiar, uma vez que a alma, o “espírito”, necessita de um instrumento saudá-vel para desempenhar sua meta.

Sem que haja suplementação, a saúde orgânica fica viá-vel de sofrer enfermidades. Não basta complementação se não mantiver bons pensamentos em harmonia com os ensinamen-tos de Jesus Cristo.

Os pensamentos coadjuvados pelo sentimento criam condições que levam o homem à libertação ou a um cativeiro comprometedor, em função das diretrizes que se der ao pen-samento.

Quem pensa é a alma, o “espírito” do homem, que é res-ponsável pelas suas atitudes, servindo-se da mente ou cérebro para expressar a sua vontade.

A caridade deve ser espontânea, feita com amor e em harmonia com os princípios esposados pelo Mestre Jesus, para atingir a felicidade.

O homem precisa, por todos os meios, assimilar os en-sinos de Jesus e praticá-los, pois é o que lhe garante a luz do conhecimento capaz de libertá-lo da ignorância e de dar-lhe o bem-estar na espiritualidade.

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52 - MÉRITOS OU DEMÉRITOS

A natureza das pessoas, quando não bem direcionada, é empecilho que deve ser vencido no esforço para evoluir.

Para que o homem possa crescer espiritualmente é pre-ciso ser humilde, indulgente etc., cumprir os ensinos de Jesus Cristo e manter vigilância de seus pensamentos em harmonia com os sentimentos.

A evolução preside a caminhada rumo à espiritualidade, na qual o espírito encontrar-se-á consigo mesmo numa exten-sa e deslumbrante condição de prazer e bem-estar para aquele que tem a consciência tranquila pelo dever cumprido.

A vida terrena, além de dar prazer e satisfação, permite ao espírito o resgate dos compromissos do pretérito, por meio do qual o homem evolui espiritualmente; todavia, amar os bens materiais torna-se um ato de egoísmo. Chamado à pres-tação de contas, o espírito preso ao reflexo da vida pregressa sofrerá.

É na vida extrafísica que o espírito referenda o resultado do seu estágio na vida física.

A fim de evitar sofrimento no plano espiritual, o homem tem de se precaver, cumprindo os ensinamentos de Jesus Cris-to, bem como as leis que regem a vida com a eliminação das imperfeições.

A prestação de contas do espírito na espiritualidade, quando do seu desencarne, dá-se mediante a projeção de um filme de suas qualidades morais retidas na sua consciência, no qual vai reconhecer os seus méritos ou deméritos: felicidade ou sofrimento.

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53 - MOVIMENTO CELULAR

Todos os seres orgânicos e inorgânicos fazem parte da natureza que se movimenta permanentemente em harmonia com a Lei de Progresso.

Como o homem participa da natureza, suas células or-gânicas têm a movimentação sincronizada a fim de manter a saúde.

Qualquer distúrbio que entorpece a movimentação celu-lar resulta em enfermidade orgânica, cujo processo biológico tem a intercessão moral do adoecido.

Para que as atividades do homem prosperem é necessá-ria a participação do sentimento e do pensamento, que regu-lam as normas de vida das pessoas, apoiadas nos princípios morais; indispensável valorizar a vida nos estágios passado, presente e futuro.

O progresso se faz presente na coletividade, quer se queira ou não. Assim, o homem necessita apropriar-se dos co-nhecimentos morais e praticá-los para que haja o bem-estar.

A prática do amor universal condiciona o homem no de-ver de se amar, e bem assim ao semelhante, amando a Deus.

Subjetivamente só se ama o Criador e a Jesus amando o próximo e a si próprio, sob o seguinte princípio: desejar ao próximo o que se deseja para si próprio.

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54 - O CONVITE DE JESUS

Parte da humanidade presunçosa, manipulada pelas enfermidades da alma, refuta-se a aceitar os princípios espo-sados por Jesus Cristo na prática da Lei da Justiça, Amor e Caridade.

Complementado, o bem-estar pleno cingir-se-á, a priori, pela prática dos ensinos de Jesus, seguidos das virtudes mo-rais e das Leis Naturais ou Divinas.

Jesus Cristo, por ser um espírito puro, irradia seu pensa-mento por todo o universo, estimulando no hemisfério terreno os homens à prática dos seus ensinamentos. Convida os en-fermos e flagelados a irem a Ele, que os aliviará: “Aprendeis comigo e achareis repouso para suas almas, pois é suave meu jugo e leve o meu fardo”. Neste aditivo, o Mestre esclarece que o jugo são os seus ensinos e o fardo é a sua prática.

O homem deve se conhecer para analisar as suas quali-dades morais, eximir as imperfeições, cumprir os ensinamen-tos de Jesus Cristo, para fazer jus ao mérito do bem-estar.

No entanto, é comum que o homem se nutra do interesse de recursos supérfluos, vítima do seu egoísmo. No processo evolutivo, a cruz do sofrimento torna-se mais pesada quando o paciente não é resignado, lembrando que não há efeito sem causa e que o homem é o responsável por qualquer anomalia.

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55 - O CRÍTICO

Todo o esforço que o homem emprega em prol de seu bem-estar é insuficiente à felicidade, ante a Lei de Progresso, que é ilimitada.

Sendo o progresso uma Lei Divina, é necessário que o homem empenhe esforço e dinamismo para crescer sem ter de descer à escola da vida por comportamento indevido.

É importante que o homem cresça, lapidando o íntimo das imperfeições morais, apoiado nos ensinos de Jesus Cristo.

A luz que o espírito tem na erraticidade é fruto do bom comportamento na preexistência. Os desígnios pelos quais o homem passa são frutos de seus desajustes morais, associados ao seu próprio destino por ele mesmo traçado.

Desígnios implicam normalmente o reparo de determi-nada falta cometida nesta ou em existências passadas, não im-postas por Deus, mas sim causadas pelo próprio homem pelas suas imperfeições.

O homem não deve prejulgar o próximo, sem antes fa-zer uma análise de suas imperfeições; valer-se de uma crítica construtiva sem ferir sentimentos é válido, todavia é preciso que haja superioridade moral do crítico.

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56 - O EGOÍSMO É PREJUDICIAL

Prosseguem no orbe terreno os interesses naturais que superam as necessidades pessoais.

A procura por dotes é consequência do egoísmo, enfer-midade da alma que nutre a pessoa humana.

Sem dirimir o que é bom ou ruim para a manutenção da vida, o homem apela para o imediatismo ao seu alcance, sem observar as consequências.

As pessoas que levam a vida sob a égide das lides físicas estão susceptíveis a acontecimentos desagradáveis de surpre-sa, pela ausência dos preceitos cristãos.

O homem não deve cultuar a vida física como meio de bem-estar sem o apoio das virtudes morais e os ensinamentos de Jesus Cristo, para seguir a trilha para a felicidade.

O homem se esquece de que é animado por um espírito, que quando chamado terá de prestar contas de suas atitudes pelas quais é o responsável.

O homem deve trabalhar para o seu progresso moral, cumprir as Leis Naturais e a da Justiça, Amor e Caridade para preservar a felicidade na outra vida.

57 - O MATUTO NA CIDADE

Em determinada região deste imenso Brasil, reside uma família de agricultores com seis pessoas, cujo filho mais velho

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chama-se Tiago, apelidado de Totó. É um rapaz extrovertido, desejoso de conhecer o metrô de São Paulo e o trânsito da cidade grande.

Relata Totó: Juntei minhas economias, uma mala de roupas, despedi

dos meus pais e pé na estrada até a cidade de Pinhal. Aguar-dei o ônibus, que estava lotado, mesmo assim embarquei, ig-norando o destino do trajeto. Conversando com outros passa-geiros, fiquei sabendo que o ônibus ia para Bairro Preto e não São Paulo. Estava ansioso pela demora. Reclamei e o moto-rista disse que o percurso era longo. Queria ir ao banheiro, não sabia como fazer, fui me informar com o cobrador; ele disse que no ônibus tinha mictório. Desejo ir ao banheiro.

– Aguarde um pouco! Está ocupado! – Disse o cobra-dor.

– Estou avexado! Eu queria conhecer a cidade grande, ver o metrô, os

prédios e suas ruas. Depois de longo tempo rodando, o ônibus chegou à cidade de Barro Preto; desci e fui observar a cida-de. Fiquei surpreso com tanta gente andando, muitos automó-veis, vi um casal de gente pequena, “anões”, que não sabia que existia! Vi um homem alto, até parecia um gigante!

Agora vou procurar uma pensão para dormir, pensei. Fui à dos Viajantes; a mulher da portaria pediu meus docu-mentos.

– Que documentos? – Retruquei. – Não tenho, lá na roça o documento é o dedão, “impressão digital”.

Intrigado com o visitante, a mulher mandou procurar outra hospedaria.

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Procurei a próxima hospedaria e novamente me pedi-ram meus documentos. Falei que não tinha. Aí me lembrei que estava com um papel que me entregaram lá em casa.

Disse a moça: – É um passaporte para os Estados Unidos, mas não

está no seu nome. O documento é de Tiago Laranjeiras de Souza. Como você se chama?

– Tiago de Souza.– Mesmo sem documento, vou permitir que fique aqui. – Vou levantar cedo, procurar como devo fazer para ir

para São Paulo conhecer o metrô.– Seu moço, não precisa ir longe para conhecer o metrô

e outras distrações. Você sobe essa rua até na terceira es-quina, quebra o braço direito, anda mais três ruas, quebra o braço esquerdo, sai na estação do metrô.

– Mas, dona Maria, esse negócio de quebrar braço não dá; eu quero mesmo é conhecer o metrô.

– Quebrar braço é modo de dizer.Segui os informes de D. Maria, cheguei à estação e

o trem já havia passado. Aguardei na fila o próximo metrô. Enquanto esperava, apreciei as grandes construções de uma casa em cima da outra, e não caem! Vou passear de trem de ferro; dizem que aqui serve almoço, estou com fome; apare-ceu um guarda, procurei pela boia; ele me disse que neste trem não tem almoço, nem caixa de água, fiquei desapontado! Vou esperar o retorno deste trem, quero descer na estação onde embarquei. Estava com fome. Voltei à pensão e procurei Dona Maria. Ela disse:

– Aqui não tem refeição, só pernoite, mas que ali em

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frente serve refeição.Agora de barriga cheia, vou dormir um pouco. Dormi

muito e perdi a hora; foi quando chegou a polícia fazendo vistoria a pedido de Dona Maria que suspeitou de mim.

– Fique de pé, mostre seus documentos –, disse o poli-cial.

– Não posso, tenho vergonha. – Estamos falando sério, me dá seus documentos. – Não tenho, lá na roça o documento é o dedão. – Você está preso, vamos falar com o delegado.Enquanto esperava audiência com o outro preso, ouvia

os seus gritos: – Confesse, seu malandro. – Já falei o que sei.– Solte o infeliz, mande-o embora –, disse o delegado.Chegou minha vez. – Doutor Delegado, boa tarde. – Me respeita, sou o delegado. Cadê seus documentos? – Não tenho, quero ir para São Paulo. – Agora seu sonho acabou –, retrucou o delegado.– Lembrei que na mala tem um documento. Serve Dou-

tor? – Deixe-me vê-lo. – Me entregaram lá em casa, achei que era meu.– Não serve, é um passaporte em nome de Tiago Laran-

jeiras de Souza, que não é você, porque você se chama Tiago de Souza. Você é considerado ladrão e sem documento. Con-sidere-se preso por cinco dias, enquanto dura a sindicância. Vai ficar na solitária, pensão do governo.

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Após o prazo da prisão, me chamou. – Considere-se livre, vá cuidar de sua vida.Saí da prisão, fui dar um passeio a pé pela cidade. Foi

quando, na terceira esquina, vi uma turma de mascarados cantando, fiquei deslumbrado. Como estava distraído, me roubaram a mala. Passados alguns minutos, devolveram a mala sem o dinheiro. Reclamei, não adiantou. Após uma hora de espera devolveram o dinheiro, lembrando que devo ficar esperto, ter muita atenção para não ser roubado ou preso por vadiagem.

Desisti do metrô, fui para a pensão de Dona Maria. Quero voltar para casa. Amanhã vou procurar o ônibus de volta.

– Você vai por esta rua, após quatro quadras está a es-tação rodoviária.

Embarquei e após seis horas de viagem chegamos à ci-dade mais próxima de minha casa. Fiz um percurso de seis léguas a pé, cheguei em casa de madrugada. Bati à porta, ninguém respondeu. Insisti.

– Quem está aí? – Perguntaram. – Sou eu, Tiago. – O Tiago está viajando. Na intimidade ele é conhecido

por Totó. Meus irmãos foram abrir a porta com uma garrucha

na mão. – Sou eu, o Totó. E foi reconhecido. Moral da lenda: não se deve deixar o certo pelo duvi-

doso. A curiosidade é sinal de elevação, para quem está se

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preparando moral e fisicamente para enfrentar os desafios que surgem no correr da vida. Para o figurante desta lenda, deixa muita experiência para a vida presente e futura.

58 - O PERDÃO DAS OFENSAS

Inserido no Evangelho da Doutrina Espírita, está um preceito de Jesus Cristo, que diz: “Quando o algoz bate-lhe em uma face, oferece-lhe a outra”.

Se levado ao “pé da letra”, é um paradoxo oferecer a outra face, pois temos de extrair da parábola o ensinamento moral.

Com a parábola em apreço, Jesus ensina que não se deve retribuir o mal com outro mal, mas sim com o bem, de-monstrando superioridade moral ao agredido.

Os orgulhosos rejeitam a aplicação do princípio do per-dão como forma de caridade sustentável para com o próximo.

Não obstante a caridade para com o semelhante seja exi-gível, é lícito o princípio de defesa pessoal, a fim de evitar que as pessoas boas se tornem vítimas das pessoas más.

O perdão das ofensas implica que o homem saiba pra-ticar essa virtude recomendada por Jesus Cristo, cujo perdão deve ser ilimitado; perdoar é esquecer as faltas do próximo, ser indulgente, não ter mágoa e indiferença.

Para vencer os óbices da estrada da vida, o homem ne-cessita apoiar-se na prática das virtudes morais e nos ensinos de Jesus Cristo.

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59 - ONEROSO LABOR

A vida pela qual o homem passa é o reflexo do seu pro-gresso moral e da sua cultura de conhecimentos, com apoio na forma de pensar e sentir.

Os aplicativos em referência ditam o estado psicológico e emocional do homem, dando-lhe uma qualidade de vida que corresponde ao seu comportamento.

Não se iluda o homem quanto aos seus procedimentos, os quais são precedidos pela sua alma que o dirige.

O homem tem por obrigação esclarecer-se, cumprindo a prédica do “amar e instruir-se” para ter o mérito do bem-estar.

O homem nunca deve sentir-se impotente para eliminar suas imperfeições morais, uma vez que Deus soberanamente justo dá, a todos, oportunidades ao seu alcance.

Sabemos ser oneroso o labor para eliminar as enfermi-dades da alma impregnadas na consciência do cidadão. Toda-via, aquele que dispor desse mister deve fazê-lo com despren-dimento, perseverança e boa vontade, com fé e esperança na superação do problema, para alcançar o mérito e ser feliz.

Está na Lei de Causa e Efeito o cumprimento dos episó-dios ao progresso do homem.

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60 - OPORTUNIDADE DE APRIMORAMENTO

Submisso à Lei de Causa e Efeito, o homem deve pautar sua vida dentro das normas preconizadas pelo Mestre Jesus Cristo.

As pessoas iludidas com afazeres cotidianos, visando os interesses econômicos e sociais, não valorizam as oportuni-dades que Deus lhes concede para o aprimoramento íntimo.

Há momentos em que surge o despertamento da consci-ência do homem, cuja lembrança dos erros praticados toca o sentimento, necessitando de socorro divino que, sem mérito, encontra dificuldades para vencer os desafios.

Existem pessoas sem conceitos religiosos que praticam a caridade, por amor ao semelhante, cumprindo desta feita as prédicas do Cristo.

Existem homens que negam a participação Divina em suas vidas e continuam a dar expansão às suas paixões malé-ficas, comprometendo a consciência a sofrimentos infernais.

Debalde, reclamam por socorro, sem o devido mereci-mento. Compete-lhes curtir os labores da vida sem reclama-ção, mantendo a fé e a esperança nas forças extrassensoriais a transportar sua cruz.

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61 - OS ENFERMOS DA ALMA

É dever de toda pessoa consultar a consciência antes de qualquer procedimento que possa macular a sua personalida-de.

Se se prevenirem das consequências danosas de proce-dimentos calamitosos, por certo as pessoas evitariam muitas lágrimas e sofrimentos.

Levadas pelas enfermidades da alma – “orgulho, egoís-mo e vaidade” –, e nutrindo-se do ódio, ciúme, inveja, vícios e hábitos perniciosos, as pessoas praticam atos que as levam a dores e sofrimentos incomensuráveis de difícil solução.

Compete ao homem suportar a dor do sofrimento como corretivo dos maus procedimentos, promovendo a cura da alma, a única responsável pelos deslizes cometidos.

É dever do homem enfermo da alma ou não manter vi-gilância permanente dos pensamentos, a fim de livrar-se do assédio de espíritos imperfeitos e enfermos, que o induzam à prática de atos nefastos.

Os homens ingressos pela porta larga da vida, “a da per-dição”, por certo prevendo os dissabores, retomarão a conduta edificante da sua felicidade.

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62 - OS TRÊS JOVENS

Para que o espírito errante alcance maior progresso é necessário reencarnar. Não importa o carma a passar, é por meio dele que o espírito se ajusta a um dos estágios da “mis-são-provação-expiação”, segundo o grau de sua evolução e merecimento.

O foco das atenções está voltado para o colóquio entre três personagens que se destacam pelo comportamento exem-plar, não obstante serem discriminados.

Estes jovens são João, surdo-mudo, José, cego, e Juca, gago.

Eles têm a alma comprometida por falta cometida na existência passada. Dispõem de relativo progresso moral, pois enfrentam as suas deficiências com humildade e resignação, sem reclamar.

Cansados da cidade, programaram fazer uma viagem a um sítio distante.

João gesticulava para Juca dizendo que o passeio ia ser cansativo.

Juca, com dificuldade verbal, contradizia João, alegan-do tratar-se de um passeio turístico.

José, que ouvia a conversa, nada dizia, pois era depen-dente dos amigos para locomoção.

Foram no veículo de Juca. Após longo percurso, chega-ram ao destino, um sítio com muito arvoredo e frutíferas, um regato com piscinas naturais, um belo local de repouso. José, não obstante ser cego, fez curso superior de Letras, razão pela qual se destacava entre os amigos, pela facilidade de expres-

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são nas lendas que narrava.João tinha bom raciocínio, mas só se manifestava ges-

ticulando. Juca e João, que desejavam distrair-se nas piscinas naturais, ao chegarem viram uma enorme cobra no lago, o que lhes obstou a intenção.

João não gostou do acontecido: – Você, Juca, é o cul-pado!

Juca, com dificuldade, se defendia, não sabia que lá ti-nha cobras. José, que não foi para o lago, continuava sentado ouvindo o canto dos pássaros no bosque. Querendo prender a atenção dos amigos, narrou-lhes a seguinte lenda.

Na cidade grande é fácil ludibriar a boa-fé das pessoas. Assim, um determinado cidadão indolente muniu-se de uma bengala e óculos escuros e pôs-se a mendigar em via pública. Ganhou muito dinheiro.

Certo dia, um transeunte deu-lhe duas notas de R$ 500,00. Ao que o dissimulado cego disse para si: “Esta es-mola não vale, é falsa”. O doador presente notou o balbuciar. Desconfiado, denunciou-o ao soldado plantonista da região.

Ao ser arguido pela autoridade, não teve alternativa: foi obrigado a exibir as células falsas. Desmascarado da cegueira, foi detido por dois crimes.

Existem pessoas que cometem infrações às Leis e tor-nam-se passíveis de correção.

Com o retorno, termina o passeio dos jovens, levando cada qual a saudade e as lembranças dos dias passados no sí-tio, agradecendo a Deus por mais uma experiência adquirida.

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63 - PATRIMÔNIO DA ALMA

A corte do palácio da vida é plena de curiosos a turvar a rota do homem, dificultando a caminhada em busca de per-feição.

Todo acontecimento bom contribui para o aperfeiçoa-mento da alma e aquisição de novas experiências. O homem, como espírito que é, tem a obrigação de interiorizar conheci-mentos que o tornam livre das injunções materiais.

O mérito das boas obras está reservado ao trabalhador dedicado à prática dos ensinos de Jesus Cristo e das Leis Di-vinas.

Há pessoas que se julgam infelizes pelas dificuldades e trabalhos que ocorrem no curso da vida, não obstante terem saúde e disposição para superar os desafios com fé e esperan-ça. Deveriam agradecer a Deus pelas oportunidades do apri-moramento íntimo.

Zelar pelos bens materiais, que são empréstimos divi-nos, é necessário. Todavia, o apego excessivo a eles é prejudi-cial ao desenvolvimento da alma, sendo necessário valorizar os bens da alma para usufruir oportunamente.

O patrimônio da alma consiste em cumprir a Lei de Jus-tiça, Amor e Caridade, em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, cumprir as prédicas de Jesus Cristo e as virtudes que regem a vida, em especial, iluminan-do-se por meio dos conhecimentos da literatura espírita.

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64 - PERSONALIDADE

Só se conhece a personalidade de uma pessoa pelo seu caráter, comportamento e qualidades morais. A vida do ho-mem é plena de atividades que contribuem para sua indepen-dência econômica, não desprezando as prédicas de Jesus Cris-to, portador da felicidade.

As enfermidades da alma requerem do paciente cuida-dos especiais a fim de sanar esse mal da sua consciência.

Narra a lenda que uma pessoa alegava não ser feliz, po-rém não se esforçava para merecer a felicidade. Nutrido pelo hábito e vícios perniciosos, subjugado pelos pensamentos de-letérios, não tinha forças para eximir-se de tais inconvenientes que o tornavam infeliz.

Paulo era uma pessoa simples, porém orgulhosa, pois julgava-se superior na convivência social. Era sempre adver-tido pelos amigos a mudar de vida e ter um comportamento ilibado para corretivo de sua alma e tornar-se feliz.

Paulo, pela sua imperfeição moral, se prestava aos espí-ritos imperfeitos e levianos, à prática de atos libidinosos que comprometiam a sua consciência.

Todavia, acossado pelas energias maléficas, Paulo por-tava-se estranho às suas intenções. Certo dia decidiu-se por mudar o seu comportamento, sua maneira de pensar e sentir, a fim de assimilar boas energias espirituais.

Eliminar os maus hábitos e corrigir os comportamen-tos implicam tempo, boa vontade, perseverança, dinamismo, cumprir as virtudes morais, praticar as Leis Divinas e Natu-rais, recomendadas por Jesus Cristo, sem as quais não há bem-estar.

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65 - PLANTAR PARA COLHER

Todo sofrimento tem uma causa justa e um fim útil, que é moldar o sentimento do paciente que, via de regra, não acei-ta, pois se julga imune a esse desafio.

Grande parte dos sofrimentos do homem tem origem nos pensamentos levianos mal-estruturados, sem higieniza-ção.

Esses pensamentos são energias que, anexadas ao ecto-plasma, condensam e materializam-se, formando a enfermida-de do corpo humano, excluindo as cármicas e as ambientais.

Para evitar o dissabor do sofrimento, o paciente deve manter uma vigilância mental constante, com pensamentos sadios, bons sentimentos e controle emocional.

Consta da lenda que, em determinada cidade, reside um senhor habituado a jogos. Esse indivíduo, que se chama José, conhecido pela alcunha de Zé, tem bons sentimentos, mas com hábitos não recomendáveis, apesar de desfrutar de boa saúde. Está plantando para colher.

Os companheiros não são os melhores, são pessoas de caráter duvidoso, que não inspiram confiança. Zé está se en-volvendo em mau caminho, com comportamento irregular. O costume dos envolvidos no jogo é de não perder tempo para atender as necessidades fisiológicas. Com a constância desse lazer, sem se movimentar, Zé foi tornando-se fraco, sem ener-gias orgânicas, enfermo, com dores localizadas.

Acamado, Zé teve de desistir de seu esporte preferen-cial.

Zé está colhendo o que plantou em seus pensamentos deletérios. Recorreu à medicina convencional. Foi constatado

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um tumor no fígado, uma espécie de energia concentrada, ma-terializada, procedentes dos seus pensamentos.

Zé, acamado, foi obrigado, a contragosto, a abandonar o hábito predileto, partir para uma nova etapa de vida.

Refeita a saúde orgânica, Zé reconheceu o erro em que estava investido. Agora vai dedicar-se ao estudo e prática dos ensinos de Jesus Cristo, valorizando a vida com bons proce-dimentos.

66 - PONTO FRACO

Ao ocultar a verdade dos seus procedimentos, o homem nem sempre consegue êxito, uma vez que sua consciência condenatória o denuncia.

O subconsciente é o reservatório dos atos praticados pelo homem, quer sejam bons ou negativos. O homem não deve assumir atos nefandos que comprometam a sua cons-ciência, com reparos tortuosos. Sem contar com as virtudes morais, sem cumprir as Leis Naturais e os ensinos de Jesus, o homem não será feliz.

O excessivo interesse pela vida econômica e social in-tercepta o progresso do homem, vítima de suas imperfeições.

O homem tem de valorizar a vida com satisfação, aman-do a Deus e a si próprio; é servindo-se dessa existência que ele aprimora o seu íntimo.

Jesus apregoou as Leis Divinas, as quais devem ser cumpridas pelo homem para seu bem-estar. Senhor do seu li-

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vre-arbítrio, ele normatiza seu destino. O homem precisa se conhecer a fim de constatar as suas imperfeições e o ponto fraco que condiciona o comportamento, conforme o grau evo-lutivo.

67 - PRIVILÉGIO

A grandeza da personalidade humana deve cingir-se ao cumprimento das Leis Divinas, bem assim dos ensinos de Je-sus Cristo.

Ordinariamente muitas pessoas se valem de situações honrosas para iludirem-se quanto à felicidade, que pode ser temporária, pela falta de suporte moral.

Ilusões e sonhos são os alimentos que nutrem os seres. Quer encarnadas ou não, muitas pessoas se valem dessa pro-messa para lastrearem sua conduta como norma de vida.

O homem envolvido com os bens materiais não se lem-bra de que é necessário valer-se dos princípios evangélicos como regra de vida, única forma de tornar-se feliz.

O homem tem necessidade urgente de adquirir luz para sua alma enquanto reside neste orbe, pois a morte ceifa a vida física de surpresa, embora a alma seja imortal.

É dever do homem eliminar suas imperfeições para ven-cer os desafios que surgirem no correr da vida. Ser feliz na vida extrafísica é privilégio de quem cumpriu bem a tarefa quando encarnado, porque tem a consciência tranquila pelo dever cumprido.

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68 - PROCEDIMENTOS DA ALMA

A vida física é transitória e pode ser extinta a qualquer momento. A alma é levada à vida extrafísica e, caso estiver sem preparo para esse estágio, vai sofrer.

A maior riqueza do homem, a “alma”, consiste em eli-minar suas imperfeições, assumir e praticar os ensinos lega-dos por Jesus Cristo, amar a Deus e ao próximo como a si mesmo, como ajuste para retorno a outra vida.

Há pessoas pobres dos preceitos cristãos e da cultura espiritual que só têm valores materiais, passíveis de extinção no futuro.

No âmbito material, a maior riqueza não é o dinheiro, mas sim a saúde e a paz consciencial, considerando que estes predicados têm origem na mente, com pensamentos sadios e sentimentos altruísticos.

Os conhecimentos que o homem adquire com o estudo e prática dos ensinos de Jesus Cristo são fatores indispensáveis para que a alma adquira a sua luz.

Todos os atos do homem são regidos pela sua alma, cuja responsabilidade lhe é imputada.

69 - PROVAS E NECESSIDADES

Os distúrbios orgânicos são os resultados da má gestão dos pensamentos e a diretriz que o homem der a eles.

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Os males pelos quais o homem passa procedem de suas imperfeições morais, dos pensamentos invigilantes e do mau comportamento. Se o homem soubesse eximir-se dos maus pensamentos por certa existência evitaria longos sofrimentos.

O homem cai no infortúnio por conta dos maus pensa-mentos e sentimentos oblíquos, cujo comportamento o com-promete, tornando-se vulnerável a sofrer. Deus, em seu infini-to amor e justiça, conhece as necessidades dos filhos, dá-lhes as oportunidades e os meios de solvê-las mediante o cumpri-mento das leis naturais ou divinas e os preceitos de Jesus.

Para dirimir dúvidas, Deus concedeu ao homem o li-vre-arbítrio, por meio do qual ele se comporta bem ou mal, vinculado à diretriz que der ao pensamento.

A felicidade almejada pelo homem deve estar em har-monia com o grau de progresso moral e de cultura espiritual.

O homem só se sente bem quando suas necessidades são supridas. Esquivar-se de redimensionar seus instintos inferio-res pode ser causa de sofrimento a despontar oportunamente; os desajustes estão programados pelos pensamentos negati-vos.

70 - RECOBRAR CONHECIMENTOS

A paz traz prazeres espirituais, e os prazeres físicos não tocam o sentimento.

Investir na prática dos ensinos de Jesus deve ser prio-

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ridade para todo ser cujo fim é ter a paz e o progresso moral.Nunca deve o homem sacrificar o seu corpo a título de

aprimoramento, pois que o seu progresso está regido pelo pensamento, sentimento e emoção. O homem deve valorizar o seu corpo, que é a casa da alma, por intermédio do qual ele cumpre a tarefa encarnatória.

As pessoas devem trabalhar pela sua independência, sem ferir os princípios esposados por Jesus Cristo.

O programa da espiritualidade a ser cumprido com a encarnação é ignorado pelo homem, contando apenas com o instinto, a vocação e as tendências morais.

O espírito, ao reencarnar, não perde os seus conheci-mentos e progresso alcançados, que ficam arquivados no sub-consciente, não lembrado pelo homem; serão relembrados com o retorno à vida extrafísica, onde o tempo, para o espírito recobrar conhecimento, varia de acordo com seu merecimen-to.

O mérito espiritual está condicionado ao comportamen-to na última existência física. Aquele que cumpriu com êxito a sua tarefa e tem a consciência tranquila pelo dever cumprido relembra com mais facilidade seus conhecimentos.

O espírito com mau comportamento, que comete faltas e deslizes, está envolto em uma aura negativa que o impede de recobrar conhecimentos.

Mais vale ter pouco e estar com Jesus do que muito sem seu apoio.

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71 - REGENERAÇÃO DO HOMEM

Distinguir as potencialidades das pessoas num conglo-merado humano só é possível via comportamental.

O comportamento reflete o grau de civilidade, educação e dos conhecimentos morais que fundamentam os direitos e deveres do cidadão.

O homem que respeita as leis humanas, as morais ou divinas, tem assegurado o seu bem-estar, pois reconhece a sua pequenez ante o infinito das perfeições.

Não obstante o planeta seja para provas e expiações, os seus habitantes podem ter uma vida plausível se cumprirem as prédicas do Mestre Jesus.

Jesus não quer o sofrimento de nenhuma pessoa. Entre-tanto, muitas sofrem vítimas de si mesmas e das enfermidades da sua alma, impedindo-as de cumprir as recomendações do Mestre.

Sem que haja amor e solidariedade espontânea, a rege-neração do Planeta torna-se difícil; entretanto a Lei de Pro-gresso tem de ser cumprida, queiram ou não os seus habitan-tes.

É necessário que as pessoas se regenerem, modifican-do seus instintos maléficos, a fim de tornarem-se dóceis às prédicas de Jesus, trabalhando desta feita pela regeneração planetária.

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72 - REINOS DA NATUREZA

A harmonia é ponto básico para o sucesso do empreen-dimento que visa ao bem-estar das pessoas.

Para esse fim, os encargos que o homem deve assumir visando ao seu desenvolvimento psicossomático conta com o apoio assistencial das boas energias espirituais.

O progresso moral alusivo ao ser inteligente só é reali-zado mediante aplicação dos ensinos do Mestre Jesus Cristo.

Para que o homem tenha mérito em seus empreendi-mentos, os encargos devem ser espontâneos.

A Lei do Progresso impera em todos os reinos da Natu-reza, sendo mais agressiva no ser inteligente.

O homem é um ser inteligente, consciente de seus atos, e está submisso às Leis que regem a sua vida.

A alma do homem, que é imortal e responsável pelos atos do cidadão, responde perante a Justiça Divina pelo seu comportamento.

73 - RESPONSABILIDADE DA ALMA

Da vida física nada se leva para a espiritualidade, so-mente os frutos das boas ações e o progresso alcançado.

O servidor infiel que menospreza os preceitos cristãos, submisso à Lei de Causa e Efeito, poderá encontrar dificulda-des e sofrimento pela ignorância do código de ética moral e da

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prática das virtudes que condicionam o bem-estar.Todo o homem deve manter-se alerta com relação aos

pensamentos e sentimentos que devem estar em harmonia perfeita para que haja paz no curso da vida.

Todo espírito reencarnado vem em busca do progresso e deve manter a mente liberada, para que os pensamentos se-jam higienizados e os sentimentos alvissareiros, com suporte nos ensinos de Jesus, para vencer os desafios que enfrenta no curso da vida.

Para esse fim, manter os pensamentos, os sentimentos e as emoções harmonizados requer determinação; deve-se manter a “casa sempre em ordem”, conjunto que dirige a vida física.

A casa é o corpo físico, residência temporária da alma. Deve estar com saúde, para que a mente possa expressar os desejos da alma, cujos procedimentos do homem são da sua responsabilidade.

74 - RETORNO À ERRATICIDADE

Franquear atitudes que não coincidem com a moral apregoada pelo Mestre é lamentável.

É sabido que as forças deletérias influenciam sobrema-neira para que se submeta aos seus caprichos.

É notório que essas forças energéticas encontram apoio na mente do homem invigilante e despreparado.

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Sabemos que a mente do homem cria pensamentos de vários matizes, cuja classificação lhe compete.

Pelos pensamentos e atitudes se conhece o grau de pro-gresso da alma do cidadão, sendo, portanto, a responsável pelo comportamento do homem, quer no âmbito físico quer no moral.

Gera dor e sofrimento àquele que não programa bem o seu destino, ficando susceptível a esses desafios.

Conturbado fica o homem com a visita do sofrimento, vítima de si mesmo pelo menosprezo à causa do bem e da cultura de conhecimentos das lides espirituais.

As pessoas que ignoram o destino de sua alma após a morte do corpo físico terão de estudar e praticar a Lei de Jus-tiça, Amor e Caridade legada por Jesus Cristo.

Os conhecimentos adquiridos permitem ao homem ter uma vida tranquila, pois sabe o porquê do sofrimento, que sua alma é imortal e que oportunamente retornará à erraticidade.

75 - SABER COMPORTAR-SE

Para vencer pensamentos lascivos que entorpecem o processo evolutivo do homem, é necessário manter-se alerta em relação à vigilância mental.

É sabido que a mente tem um poder absoluto na vida do homem, que é por meio do pensamento que se constrói ou não o bem-estar.

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Todas as pessoas sonham com um futuro promissor, po-rém poucas mantêm uma vigilância mental condizente com a harmonia dos princípios morais.

É notório que o homem é dirigido pela sua alma, que se serve da sua mente para expressar sua vontade. A alma, que é imortal, retorna à vida espiritual com a morte do corpo físico.

Para atender os compromissos assumidos na vida física, o homem tem de preparar sua alma nas lides da caridade, de seu aprimoramento íntimo, para ter a luz do conhecimento na outra vida.

Ser feliz na erraticidade é condição que depende exclu-sivamente do homem, por saber se comportar com dignidade, eximir-se de suas imperfeições morais, manter pensamentos higienizados, resgatar os compromissos com resignação, ven-cer com sabedoria os desafios que surgem no correr da vida.

76 - SAUDADES

Sempre que nos traz à lembrança os tempos idos, nos desperta a consciência de atos e fatos que expressam o senti-mento.

Os atos, quando bons, nos trazem satisfação; todavia, quando fogem à harmonia dos bons princípios, constituem re-cordação dolorosa, que nos exige reflexão.

Refletir sobre os fatos que se dão no curso da vida, quando sadios, lega-nos prazer. Entretanto, há muitos vicio-

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sos, condizentes ao estado moral.Há pessoas que trazem no recôndito da consciência a

lembrança saudosa de um acontecimento que as faz felizes.No entanto, a lembrança do passado nem sempre bem

faz, pois nos religa a um passado bom ou delituoso, que con-tribuíram para nossa experiência.

Temos de apaziguar o passado em busca do futuro espi-ritual, o que deve ser o nosso objetivo. Para que o futuro seja bom, é preciso aprimorar o sentimento, cumprir as prédicas de Jesus, as Leis, e praticar as virtudes morais.

77 - SE CONHECER

Sem que haja bom senso nos procedimentos do homem, não há paz que subsista.

Para manutenção de acordos bilaterais, é necessário que haja uma reforma íntima das partes, com apoio nos preceitos morais da Justiça, Amor e Caridade.

Há homens que, egoístas e orgulhosos, são atraídos à força política sem lastro moral, malbaratam a vida com efeitos imprevisíveis.

Para contar com a assistência dos bons espíritos, é ne-cessário que haja elucidação mental, contar com sentimentos altruísticos do homem que trabalha em prol da coletividade com a prática da caridade.

O homem deve procurar se conhecer para eliminar suas

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imperfeições morais, contar com o beneplácito das forças do bem para a prática dos ensinos de Jesus Cristo.

A luz do conhecimento só se adquire com a cultura in-telectual das lides espirituais e a prática dos ensinos de Jesus.

78 - SE CONHECER PARA EVOLUIR

“Conhece-te a ti mesmo”, eis a recomendação superior por meio da qual o homem verifica o grau de seu progresso moral mediante análise de seu comportamento.

Muitas pessoas se julgam isentas da imperfeição, porém no recôndito de seu sentimento guardam alguma mazela, cujo resgate é imprescindível, pelo fato de estar encarnado num planeta de provas e expiação.

O sofrimento pelo qual o homem tem de passar é fruto de sua imperfeição moral e, para libertar-se, exigem-se do pa-ciente devotamento, desprendimento e abnegação.

Para se conhecer o homem precisa se valer do senti-mento, depositário das qualidades morais da alma, adicionado pela consciência que dá diretrizes ao pensamento.

Toda pessoa é carente de atenção específica que auxilia os seres deprimidos, solitários e depressivos e ajuda a recupe-rar a autoestima e o prazer pela vida.

Para livrar-se das enfermidades da alma, responsáveis pelo sofrimento do homem, são necessários boa vontade, dis-cernimento e, sobretudo, resignação, fé e esperança para ven-

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cer os obstáculos na estrada da vida, tudo isso aliado à prática dos ensinos de Jesus Cristo.

79 - SEM QUE HAJA PAZ

É com a experiência adquirida nas várias etapas da vida que o homem alcança o progresso moral necessário à sua fe-licidade.

A elevação do homem decorre do aprimoramento ínti-mo e da prática das Leis Divinas e Naturais.

A Justiça Divina se faz presente pela Lei de Causa e Efeito, simbolizando a de ação e reação.

Jesus Cristo fazia as suas pregações por meio de parábo-las, com expressões fortes que impressionavam o sentimento das pessoas da época; o sentido dos ensinamentos era o de levar às pessoas a Lei do Amor e Caridade.

O espírito encarnado, “homem”, que é dotado de evolu-ção moral, não se contenta com fazer promessas, mas busca a prática do bem, única maneira de se amar a Deus.

Sem que haja paz entre os habitantes do orbe terreno e a prática do amor universal, não pode haver felicidade.

Sugestionado pelas facilidades da vida física que impri-mem normas de bem viver nem sempre cumpridas, o homem que as transgride torna-se vulnerável ao sofrimento compul-sório.

Para suprir as deficiências morais do homem é neces-

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sário apossar-se das virtudes que regem a vida com apoio nas prédicas de Jesus Cristo.

80 - SIMULANDO O UMBRAL

A história narra a existência de um senhor sexagenário, temente a Deus e vigilante dos pensamentos.

Conta que, em determinada época de sua vida, sofrera um mal doloroso, que considerava ser vingança de Deus, por ter infringido uma de suas Leis: “Não julgueis”.

Esse julgamento expresso de forma verbalizada custou-lhe a paz que almejava, sofrendo represálias e enfermidades.

O personagem, em lide, não acredita na sobrevivência da alma. Acha que com a morte tudo se finda. É temente a Deus, pois supõe que ele é vingativo. Entretanto, devia temer, sim, as suas imperfeições, e não a Deus.

Ignora esse senhor que o curso da vida é constituído por dois estágios: alto e baixo. Alto, na situação é de deleite e prazer na vida quando há harmonia com os ensinos de Je-sus; os estágios declinantes são vividos pelos atos maléficos e comportamento irregular. Conforme o destino que der à vida, portanto, o homem é o cúmplice da sua felicidade ou da sua desdita.

Joel é pessoa supostamente de bom caráter que mascara o seu comportamento. Na verdade, é homem crítico e hipócri-ta, vítima de enfermidades da alma.

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Ele diz que deseja desfrutar bem a vida, pois com a mor-te física tudo se acaba, que não crê na sobrevivência da alma.

Joel narra ter sonhado estar em um lugar onde uma mul-tidão de pessoas transitava às pressas, num vai e vem constan-te, sem destino. Alguns, por afinidade, formavam pequenos grupos. Outros, sentados na calçada, pensativos, ou deitados em sofrimento, pediam socorro. Foi quando surgiu um homem de jaleco branco retirando um desses enfermos do ambiente.

Joel não suspeita, mas este sonho é um simulado do um-bral. E acordou assustado desse pesadelo.

81 - SOFRIMENTO COMPULSÓRIO

O perispírito é o protótipo do corpo físico, quer seja per-feito ou com problemas. Compete ao homem cumprir bem a provação ou a expiação para ser feliz na espiritualidade, para recompor as partes danificadas do seu perispírito.

Aquele que não suprir as necessidades para evoluir con-tinua com os problemas fisiológicos em seu perispírito.

O socorro que o homem necessita para atenuar as difi-culdades e sofrimento tem de ser precedido do fator mereci-mento; a prece ou a oração, para produzir os seus efeitos, pre-cisa ser feita com sentimentos conjugados com as emoções, a fim de não tornar-se banal.

A Lei de Amor, Justiça e Caridade, que é de âmbito uni-versal, normalmente, o homem a emprega no limite de suas

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relações amigas e familiares, quando deve se estender a todos os filhos de Deus. Deve ser aplicada a todos os seres de dife-rentes estágios.

Há homens que são indiferentes ao sofrimento do pró-ximo, vítimas que são dos males da alma que interceptam a prática do bem.

Para desvencilhar-se dos males da alma – “orgulho, egoísmo, vaidade, ciúme, ódio, etc.” –, o processo deve ser espontâneo. Quando negligenciado, só há um medicamento: o sofrimento compulsório.

O sofrimento a que está sujeito o infrator não é somente a dor física e espiritual, mas as dificuldades econômicas, os desajustes familiares, a desarmonia no lar, os filhos rebeldes e viciosos etc.

Para vencer os desafios do sofrimento, o paciente deve usar a prudência, cumprir os preceitos de Jesus e as Leis Divi-nas com fé e esperança, como atenuantes dos dissabores.

82 - TAREFA EVOLUTIVA

Discernimento é o meio pelo qual o homem analisa seus atos, submisso à evolução moral.

Jamais deve ocultar a verdade a pretexto de estar envol-vido com afazeres da vida, que obstam tal procedimento da personalidade humana.

Todo homem deve cumprir tarefas ligadas à sua encar-

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nação, em correspondência ao grau de sua evolução moral.A vida das pessoas na Terra, para muitos, é satisfatória e

feliz; para outros, só de dificuldades e sofrimentos, ajustando os sentimentos às prédicas de Jesus Cristo.

As pessoas que disputam prazeres na vida física negli-genciam as oportunidades oferecidas pela natureza para o seu ajuste moral; essas pessoas tornam-se vulneráveis às dificul-dades e sofrimentos como advertência para o burilamento ín-timo.

Jesus reitera que o homem tem o dever de amar e ins-truir-se. A meta do progresso moral e da cultura espiritual é ser feliz.

O homem deve cumprir as leis de Deus e os ensinos de Jesus, e não os temer, pois que desejam o bem e felicidade do ser; temer, sim, as suas imperfeições, cujo comportamento compromete a sua consciência a reparos dolorosos.

O homem, para vencer os desafios da vida, tem de apoiar-se em Jesus Cristo, com fé e esperança, para cumprir bem a sua tarefa evolutiva.

83 - TAREFA PECULIAR

Para que as pessoas possam cumprir bem a tarefa que lhes é peculiar, é indispensável conhecer-se para avaliar o grau de seu progresso moral. Precisam avaliar os possíveis erros que se interpõem à sua evolução e procurar combatê-los,

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para que o bem-estar seja a meta alcançada.Não há felicidade quando não existe harmonia de pensa-

mentos. Posto que a mente é a responsável pelo bem-estar dos homens, ela tanto constrói como destrói a vida das pessoas, dependendo da qualidade da irradiação dos pensamentos.

Ser feliz, viver com satisfação, curtir a vida com prazer é o ideal que Deus confere a cada cidadão; muitas pessoas, no afã de portar o prazer da vida, ingressam por ínvios caminhos da perdição.

Após uma refrega de dores e sofrimentos, o espírito en-carnado, “homem”, com deformidades morais, deverá retor-nar às paragens normais para o seu aprimoramento íntimo.

Se Deus não quer que as pessoas sofram, por que há dor? Pela imperfeição moral, mau comportamento, menospre-zo aos ensinos de Jesus Cristo e transgressão às leis que regem a vida.

Na atual gestão a humanidade se sente insegura por fal-ta de fé nos ensinos de Jesus. As démarches dos líderes, sem noção do que é sofrer, praticam atos nefandos que impõem submissão das pessoas aos seus caprichos. Falta aos líderes aprimorar os sentimentos, a sensibilidade, com apoio nos en-sinos de Jesus Cristo, e cumprir as Leis que regem a vida.

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84 - TENDÊNCIAS INSTINTIVAS

No patamar da vida, o homem só terá sucesso se contar com apoio das lides morais como regra de conduta. Vencer na vida implica três atitudes: saber escolher o destino a ser cum-prido; aceitar as virtudes morais; seguir os ensinos de Jesus Cristo.

As virtudes morais da humildade, tolerância, resigna-ção, indulgência do amor caritativo, entre outros, são indis-pensáveis para o bem-estar de todo cidadão.

Não há crescimento moral e espiritual naquele que dá vazão às suas paixões inferiores e que, por consequência, dis-tancia-se dos ensinos de Jesus Cristo. A Lei do Progresso é divina e universal e é cumprida no âmbito material pela na-tureza.

Os caminhos que o homem percorre no curso da vida criam resultados, conforme o seu comportamento, que são creditados à experiência, da qual deve extrair conhecimentos.

Não obstante a prática das Leis de Divinas e Naturais deva ser espontânea, a sua negativa gera falta passível de cor-reção.

Todo homem tem tendências instintivas para ser feliz. Para tanto, ele se utiliza de todos os meios ao seu alcance, sem observância do comportamento, como é o caso do enfermo de alma; para o temeroso, o alcance do bem-estar ocorre pela observância do cumprimento das leis morais.

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85 - TESTEMUNHO DA EVOLUÇÃO

O homem encontra muitos obstáculos na estrada da vida a serem vencidos, os quais estão em harmonia com a sua evo-lução moral.

Para o homem desprovido de progresso, os obstáculos são mais intensos, dadas as suas imperfeições.

A pessoa que provisionou conhecimentos, que cumpriu as Leis Naturais e Divinas, merece mais atenção dos missio-nários da luz, pela sua maleabilidade.

A assimilação dos bons espíritos é para o homem de bom sentimento o que aprimora os conhecimentos compatí-veis com os ensinos de Jesus.

Tudo, na criação divina, está submisso à Lei do Progres-so, que se faz nas diversas etapas da vida física, estendendo-se à espiritual.

A evolução é indeterminada até que o espírito atinja o estado de pureza quando termina o seu período reencarnató-rio, porém continua seu ciclo evolutivo (Livro dos Espíritos da Doutrina Espírita).

Não há estagnação na erraticidade, todos trabalham em favor de sua evolução, cuja reencarnação é o meio pelo qual o espírito dá testemunho do seu progresso.

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86 - VÍCIOS E HÁBITOS

Os hábitos e vícios perniciosos difundem-se na socieda-de, sem precedentes, pela ausência dos preceitos morais, não obstante as autoridades reprimam com veemência.

Os obstinados no uso das drogas perdem o conceito, en-torpecem a mente e os neurônios, dificultando a manifestação da sua alma, deixando-os insólitos na vida.

Consta da lenda que, em determinada cidade, residem os jovens Júlio e Sebastião, vulgo Tião, de bom conceito, ho-nestos e trabalhadores; levados pelas más companhias, levia-nas, foram induzidos ao uso da bebida alcoólica.

Sem força para dominar o vício, o hábito tornou-se fre-quente, prejudicando-os no trabalho, no conceito e autoesti-ma.

Eles participavam de uma festa e, embriagados, não fo-ram bem-vistos no festim e, por isso, intimados a deixar o ambiente.

Alcoolizados e sem destino, era a porta aberta para o caminho da imperfeição.

A convite de pseudoamigos, praticaram comportamen-tos e atos libidinosos, que os deprimiram.

Certo dia, esses personagens, embriagados, em passeio pela cidade, encontraram um poste na calçada e em voz di-lacerante disseram: – Sai da frente, queremos passar. –Sem forças para andar, ali mesmo adormeceram.

Na madrugada, sem o efeito do álcool, acordaram, acu-sando-se mutuamente por aquela situação.

Estavam preparados para sair quando chegou a polícia

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e os prendeu para prestar declarações ao delegado, que os ad-vertiu, liberando-os em seguida.

Júlio acusou Tião pela vergonha sofrida.Há fatos necessários para que o homem acorde e tome

consciência dos procedimentos indecorosos e se arrependa re-compondo o conceito e autoestima, valorizando a vida que Deus lhe deu.

Para que o homem persista no caminho do bem é neces-sário ter força de vontade, fé e esperança em Jesus, praticando seus ensinamentos e as virtudes que regem a vida.

87 - VIDA NO ALÉM

No limiar de uma nova vida extrafísica, o espírito en-contra-se preso à sua consciência dos procedimentos em exis-tências precedentes.

O espírito, em tais circunstâncias, fica vulnerável de desfrutar de uma vida aprazível ou de sofrimento, em con-formidade com o progresso alcançado em reencarnações an-teriores.

Portanto, depende exclusivamente do espírito encarna-do, “homem”, ser feliz na outra vida ou sofrer pelo comporta-mento nefasto.

Sem observância das orientações do Mestre Jesus, o ho-mem não adquire a luz do saber, restando-lhe suportar o peso da cruz na outra vida.

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O homem precisa observar o seu comportamento, pois o plantio é espontâneo, todavia a colheita é obrigatória; a práti-ca dos delitos é espontânea, mas a consequência é obrigatória.

Todos os homens têm direitos e deveres a cumprir; resu-mem-se os deveres no aprimoramento íntimo, no cumprimen-to das Leis Divinas e dos ensinamentos de Jesus Cristo.

O direito de cumprir ou não os deveres é livre, assumin-do a responsabilidade pela diretriz preferencial, representando bem-estar ou sofrimento.

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Sobre o Autor

Natural de Franca (SP), nascido aos 22 de setembro de 1925 em berço espírita, sou filho primogênito de Antônio Ferrei-ra Leite e Maria Mendonça Leite.

Criado em um sítio a 5 km de Cristais Paulista com meus sete irmãos, completei o curso primário em 1938. Em 1939, fui morar com meu tio e padrinho Sebastião, em Franca (SP), para estudar Contabilidade no Colégio Ateneu Francano.

O curso era noturno. Durante o dia, trabalhava em um ar-mazém de gêneros alimentícios, porém desejava ser bancário.

Nos idos 1942, sofri uma crise de reumatismo localizado que me impediu de andar, o que me forçou a deixar os estudos e o trabalho.

Voltando para casa de meus pais em Cristais para trata-mento, obtive melhora. Assim que pude andar, fiz um curso prá-tico de Contabilidade com o Sr. João Caetano.

Em junho de 1943, toda a família mudou-se para Anápolis (GO), onde consegui um emprego em um escritório de contabi-lidade. Três meses depois, passei a trabalhar como office boy no Banco Comercial, permaneci ali até março de 1944.

Em 1º de abril de 1944, o grande sonho se realizou! Passei a trabalhar na Casa Bancária da Sociedade Imobiliária de Aná-polis Ltda. como encarregado de cadastro, sob a supervisão do Prof. Alfeu Medeiros, que se tornou um grande amigo.

Com a criação do Banco Imobiliário em 1946, que encam-pou a Casa Bancária, o meu ingresso nessa instituição foi au-tomático, no qual exerci vários cargos de confiança. Contando sempre com o apoio do presidente do Banco, Sr. Jonas Duar-te, que se tornou também um amigo especial, ali permaneci até 1955.

Em 10 de novembro de 1947, casei-me com Vicência Pe-

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lhus, natural de Ituiutaba (MG), com quem convivi harmoniosa-mente durante 66 anos. Tivemos cinco filhos (um faleceu logo após nascer), oito netos e sete bisnetos (até o momento).

Em 1955, o Sr. Jonas Duarte, então governador do Estado, cria o Banco do Estado de Goiás (BEG) que encampou o Banco Imobiliário com seus funcionários. Durante a permanência no BEG, trabalhei em várias cidades sempre no cargo de gerência, vindo a aposentar-me em 1972.

A doutrina espírita sempre esteve presente em minha vida, desde criança em Cristais quando, ainda pequenino, frequentava com meu pai, o centro do Sr. Artur.

Os estudos doutrinários tiveram continuidade quan-do jovem em Anápolis, tendo como referência importante o Dr. Brasil Xavier, que muito contribuiu para a minha formação espírita, outro grande amigo! Seus escritos aprofundados sobre a doutrina espírita eram divulgados por mim na Rádio Carajá, um trabalho importante de propagação do espiritismo naquela cida-de. Desde então, os estudos e a prática espírita sempre fizeram parte de minha vida.

Com muita fé e esperança, superei todas as dificuldades da trajetória e aqui, cumpro nova tarefa...

Goiânia, novembro de 2018.