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TEATRO MUDO DESIGUALDADE, HOMOFOBIA E PENA DE MORTE! NARRADOR: O preconceito e o julgamento são duas coisas que as pessoas aprendem na sociedade. Ninguém nasce assim, todos aprendem a ser assim. E podemos observar essas duas coisas no nosso meio social diariamente... Cena 01: Há três adolescentes (bem arrumadas) paradas num ponto de ônibus aparentemente conversando, (mudamente, so gesticulando com a boca e mãos), estão trocando ideias sobre roupas, acessórios, bolsas, sapatos, celulares novos e etc. Enquanto elas estão conversando, chega na cena, uma outra adolescente vestida de forma humilde, e fica próxima delas. Nesse instante as três fazem gestos de desaprovação e repulsa, e se afastam da pessoa humilde, sentando em três das 4 cadeiras (que representam o banco da guarita de ônibus). E ficam com olhares de repudio para a pessoa humilde. Então ela fica triste e vai embora, muito triste e chorando. CENA 02: As três retomam a conversa de antes. E nesse momento chega um menino com trejeitos femininos e senta na cadeira ao lado delas, e ao notar o rapaz, elas levantam imediatamente e fazem novamente os gestos de repulsa e desagrado. O rapaz fica obviamente muito constrangido e vai embora do local, muito triste. Elas voltam e sentam nas cadeiras. Cena 03: Ao lado do ponto de ônibus tem uma moça vendendo frutas (qualquer coisa de comida), e um rapaz mal vestido, chega olha triste pra comida, passa a mão na barriga (demonstrando que tem fome) e estende a mão pedindo uma, a moça diz que não, ele baixa a cabeça e enquanto a moça vira pra pegar algo atrás da barraca, o rapaz pega uma fruta e sai correndo. A polícia o pega e bate bastante nele. Nesse momento, as três adolescentes saem dos seus lugares e vão rir e filmar a cena. E enquanto o ladrão está retorcido no chão, elas mostram ao público placas com os seguintes dizeres: “Bandido bom, é bandido morto!”, “Quem mandou roubar?”, “Pena de morte, já!”, “Lixo da sociedade!”, “Bateu pouco, devia ter matado!”, “Ele que escolheu viver assim!”. NARRADOR: Situações como essas existem a todo momento, porque aprendemos que quem tem dinheiro pode tudo, e quem não tem, não pode nada, e por isso, deve ser excluído socialmente. Aprendemos que a opção sexual dos outros, nos diz respeito, e que se for diferente da nossa, devemos rir e os maltratar. E que bandido bom, é bandido morto, e não convertido. Começa a tocar “Que país é esse?” e os personagens a correr pelo palco. E quando sai do refrão da música, os personagens pegam cartazes e mostram ao público, com os seguintes dizeres: PRIMEIRO CARTAZ: NO BRASIL FALTA...

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TEATRO MUDO – DESIGUALDADE, HOMOFOBIA E PENA DE

MORTE!

NARRADOR: O preconceito e o julgamento são duas coisas que as pessoas aprendem na sociedade.

Ninguém nasce assim, todos aprendem a ser assim. E podemos observar essas duas coisas no nosso

meio social diariamente...

Cena 01:

Há três adolescentes (bem arrumadas) paradas num ponto de ônibus aparentemente conversando,

(mudamente, so gesticulando com a boca e mãos), estão trocando ideias sobre roupas, acessórios,

bolsas, sapatos, celulares novos e etc.

Enquanto elas estão conversando, chega na cena, uma outra adolescente vestida de forma humilde, e

fica próxima delas. Nesse instante as três fazem gestos de desaprovação e repulsa, e se afastam da

pessoa humilde, sentando em três das 4 cadeiras (que representam o banco da guarita de ônibus). E

ficam com olhares de repudio para a pessoa humilde.

Então ela fica triste e vai embora, muito triste e chorando.

CENA 02:

As três retomam a conversa de antes. E nesse momento chega um menino com trejeitos femininos e

senta na cadeira ao lado delas, e ao notar o rapaz, elas levantam imediatamente e fazem novamente os

gestos de repulsa e desagrado.

O rapaz fica obviamente muito constrangido e vai embora do local, muito triste.

Elas voltam e sentam nas cadeiras.

Cena 03:

Ao lado do ponto de ônibus tem uma moça vendendo frutas (qualquer coisa de comida), e um rapaz

mal vestido, chega olha triste pra comida, passa a mão na barriga (demonstrando que tem fome) e

estende a mão pedindo uma, a moça diz que não, ele baixa a cabeça e enquanto a moça vira pra pegar

algo atrás da barraca, o rapaz pega uma fruta e sai correndo. A polícia o pega e bate bastante nele.

Nesse momento, as três adolescentes saem dos seus lugares e vão rir e filmar a cena. E enquanto o

ladrão está retorcido no chão, elas mostram ao público placas com os seguintes dizeres: “Bandido

bom, é bandido morto!”, “Quem mandou roubar?”, “Pena de morte, já!”, “Lixo da sociedade!”, “Bateu

pouco, devia ter matado!”, “Ele que escolheu viver assim!”.

NARRADOR: Situações como essas existem a todo momento, porque aprendemos que quem tem

dinheiro pode tudo, e quem não tem, não pode nada, e por isso, deve ser excluído socialmente.

Aprendemos que a opção sexual dos outros, nos diz respeito, e que se for diferente da nossa, devemos

rir e os maltratar. E que bandido bom, é bandido morto, e não convertido.

Começa a tocar “Que país é esse?” e os personagens a correr pelo palco. E quando sai do refrão da

música, os personagens pegam cartazes e mostram ao público, com os seguintes dizeres:

PRIMEIRO CARTAZ: NO BRASIL FALTA...

- RESPEITO

- SAÚDE DE QUALIDADE

- AMOR AO PRÓXIMO

- DIREITOS HUMANOS

- QUALIDADE DE VIDA

- ESTRUTURA NA EDUCAÇÃO

- IGUALDADE

NARRADOR: Porém, um novo modo de pensar e agir deve surgir em meio ao caos que vivemos,

esse caos que aprendemos a conviver, por isso, devemos disseminar o respeito entre as pessoas,

independente de suas diferenças. E mesmo sabendo que muitos dos nossos direitos previstos na

Constituição nos são negados, devemos começar a mudança por nós, para alcançar um mundo melhor,

pra se viver.

OBS: No momento em que o narrador estiver falando, os alunos irão apresentar os cartazes produzidos

durante a SD.

Autoria: Joseilma P. Barros