revista encenação julho 2014

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Onde desfilam juntos,a literatura,a música, a ciência, e muito mais.

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A lágrima que o Brasil chorou, ao ver

seu ídolo se contorcendo de dor

deitado no gramado, foi comovente.

Milhões de pessoas em todo mundo

viram Neymar, sem nenhum pudor

chorar e o povo brasileiro chorou junto

com ele. Ali, diante daquela cena, um

sonho foi destruído, junto com a

possibilidade de trazermos a taça do

Hexa para o Brasil. Neymar não mais

jogaria, nosso artilheiro saiu de cena

deixando um vazio. O sonho acabou,

resta a lição de que para vencer é

preciso estar preparado,para encarar

todas as adversidades do jogo.

Sinceramente

Revista Encenação

The tear that Brazil cried, seeing his

idol was writhing in pain on the field,

was dramatic. Millions of people

around the world saw Neymar, crying

and all Brazilian people wept with

him. There in front of the scene, a

dream was destroyed, along with the

possibility of bringing the Cup to

Brazil Hexa. Neymar our top scorer

left the scene leaving a void. The

dream is over, the lesson is that to

win you must be prepared to face all

the adversities of the game .

Sincerely

Encenação Magazine

EDITORIAL

[email protected]

www.revistaencenacao.blogspot.com

CARO LEITOR

Deixe sua sugestão, faça seus comentários

sobre a REVISTA. Sua opinião vale muito.

TRÊS GRANDES PERDAS NA LITERATURA BRASILEIRA

Julho de 2014 ficou marcado como um mês de luto para a literatura brasileira. Num

espaço de uma semana, perdemos três grandes escritores: João Ubaldo Ribeiro, no dia

18, Rubem Alves, no dia seguinte, e Ariano Suassuna, nessa última quarta-feira (23).

ARIANO SUASSUNA

O escritor Ariano Suassuna foi uma dos maiores defensores da cultura regional

brasileira. Em suas obras, o escritor que também era dramaturgo e poeta usava os

elementos das tradições nordestinas para construir as suas histórias.

Nascido na Paraíba, Suassuna logo foi morar com a família no sertão e teve o pai

assassinado por motivos políticos na Revolução de 30, no Rio de Janeiro. Após a

fatalidade mudou-se para Recife, onde teve o maior contato com as regionalidades

típicas da região.

Com apenas 20 anos o autor já escrevia a peça “Uma Mulher Vestida de Sol”,

ganhadora do concurso de Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1955 estreou a

peça “Auto da Compadecida”, sua obra máxima, considerada pelo crítico teatral Sábato

Magaldi como "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". Nela, Suassuna conta

a história dos amigos João Grilo e Chicó, que andam pelo sertão propagando A Paixão

de Cristo.

A peça foi escrita em formato de auto e dividida em 3 atos, usando diversas figuras de

linguagem nordestinas e mesclando elementos dos cordéis. Seu sucesso foi tão grande

que, mais tarde, foi adaptada para o cinema e a televisão.

Em 1959, em parceria com o autor Hermilo Borba Filho, fundou no Recife o movimento do

Teatro Popular do Nordeste, por meio do qual buscava oferecer produções teatrais de

qualidade e encontrar uma forma nordestina de interpretar.

Ariano Suassuna foi membro da Academia Brasileira de Letras e morreu no Recife na

última quarta-feira (23), aos 87 anos, vítima de uma parada cardíaca.

RUBENS ALVES

Rubem Alves foi escritor, educador e teólogo. Seus livros costumavam abordar temas

espirituais e existenciais e, além desses, ele também escrevia histórias infantis.

O legado do autor envolve não só as obras literárias, mas também diversos artigos e

monografias acadêmicas. Sua tese de doutorado “A Teologia da Esperança Humana”, por

exemplo, foi a base do movimento teológico hoje chamado de “Teologia da Libertação”.

Embora tenha nascido em Minas Gerais, Alves se aposentou e morou na cidade de

Campinas, no interior de São Paulo, onde recebeu os títulos de professor-emérito da

Universidade Estadual de Campinas(Unicamp) e cidadão-honorário de Campinas, além de

ter se tornado membro da Academia Campinense de Letras.

Rubem Alves faleceu no dia 19 de julho em Campinas, aos 80 anos, vítima de falência

múltipla dos órgãos.

JOÃO UBALDO RIBEIRO

Escritor, jornalista, roteirista, professor. Achou muito? O baiano João Ubaldo Ribeiro era,

ainda, formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia e membro da Academia

Brasileira de Letras.

Ribeiro trabalhou como editor-chefe do jornal Tribuna da Bahia, foi colunista do jornal

alemão rankfurter Rundschau e colaborador em publicações nacionais e estrangeiras,

como The Times Literary Supplement, na Inglaterra, Jornal de Letras, Portugal, e a Folha

de S. Paulo.

Suas obras integram o romance moderno brasileiro e revelam aspectos da cultura

nacional, como é o caso da premiada “Sargento Getúlio”, na qual narra a história de um

sargento da polícia militar do Sergipe usando diversos elementos e figuras da cultura típica

do nordeste. A história tinha tantas características típicas que o próprio autor teve que

traduzi-la para o inglês.

Além dessa, “Viva o povo brasileiro” também recebeu o Prêmio Jabuti e ambas constam

na lista dos cem melhores romances brasileiros do século.

Diversas de suas obras foram adaptadas para o cinema e a televisão, como “O Sorriso do

Lagarto”, apresentada como minissérie na Rede Globo em 1991, “A Casa dos Budas

Ditosos” e a própria “Sargento Getúlio”.

João Ubaldo Ribeiro morreu no Rio de Janeiro no último dia 18, aos 73 anos, vítima de

uma embolia pulmonar.

ENTREVISTA COM MURILO BARQUETE

Murilo Barquete destaca-se no cenário musical carioca como um dos principais

flautistas da cidade do RJ

Senhor Murilo Barquete, como foi sua trajetória nos estudos de flauta transversa?

-Tudo começou como um "castigo" aplicado a todos os meninos da turma de colégio pela

professora de Educação Musical. Tínhamos entre 11 e 13 anos e fomos obrigados a ter aula

de flauta-doce. Depois de um tempo, a obrigação tornou-se eletiva e, junto com mais alguns

colegas, decidi ficar no grupo. Certo dia, cheguei em casa pedindo a meu pai uma "flauta de

verdade". Passei a cursar a classe de flauta do saudoso Jorge Ferreira da Silva - o Melacrino

- na Casa Milton Pianos; por iniciativa do meu pai, procuramos o mestre Altamiro Carrilho

com quem tive o prazer de ter aulas regulares por 1 ano.

Devido aos compromissos profissionais com shows, Altamiro indicou-me ao Mestre

Catedrático Celso Woltzenlogel, com quem concluí o Bacharelado em Flauta Transversa, na

Escola de Música da UFRJ.

Como flautista profissional atua em quais orquestras e qual o trabalho realizado nessas

instituições?

- Atualmente, integro a Orquestra Sinfônica Nacional - UFF e a Orquestra Petrobrás

Sinfônica; ambas têm o mesmo perfil artístico e visam apresentações em salas de concertos

tradicionais, além de levar a música de concerto a diversos espaços, tais como igrejas,

museus, tendas culturais e quadras esportivas de escolas públicas municipais e estaduais.

Como o senhor analisa o cenário de musica na cidade do Rio de Janeiro?

- O cenário da música de concerto no Brasil carece

de mais espaço para as novas gerações de músicos

que se formam todos os anos nas escolas de música.

A cultura brasileira está muito dependente de verbas

públicas e há pouquíssimas empresas dispostas a

encarar os desafios de atender as demandas de uma

orquestra sinfônica.

Essa carência acaba refletindo na hora da escolha de

um instrumento por parte dos jovens que iniciam uma

carreira musical. Uma orquestra sinfônica completa

comporta apenas 5 flautistas, ao passo que necessita

de, pelo menos, 24 violinistas. As classes de flauta

transversa continuam sendo muito procuradas,

especialmente em cursos de férias e festivais

promovidos por associações como a ABRAF

(Associação Brasileira de Flautistas). Entretanto o

próprio mercado acaba por "peneirar" os futuros

flautistas, que optam pela formação de conjuntos voltados à MPB (Bossa Nova, Jazz e Choro)

e até o aprendizado de outros instrumentos como o violão, , piano e saxofone como forma de

diversificar as possibilidades de trabalho.

Qual foi o acontecimento mais marcante em toda a sua carreira como musico?

- A vida de um artista é sempre marcada por diversos momentos marcantes. No meu

caso, destaco a participação em um concurso transmitido pela Rede Globo de Televisão

para todo o Brasil, em 1977 - onde obtive a 2ª colocação - e o primeiro recital realizado

fora do Brasil, em 1987, quando tive a oportunidade de atuar em cidades da Argentina

(Córdoba, Salta, San Francisco e Buenos Aires). Ou ainda, ver publicados pela Editora

Vitale, oito arranjos de grandes sucessos da MPB para conjuntos de flautas, numa

coleção dirigida pelo meu querido mestre Celso Woltzenlogel.

Mas para apontar um momento extremamente marcante, elegeria a oportunidade de

tocar para Jean-Pierre Rampal, em 1980.

Como foi seu contato com Altamiro Carrilho e o que ele representou, segundo sua

opinião, para toda uma geração de flautistas amantes do chorinho e seus admiradores?

- O contato com Altamiro Carrilho se deu por iniciativa de meus pais, que decidiram

procurá-lo pessoalmente para uma aula. Ele gentilmente nos recebeu em sua residência

e imediatamente prontificou-se a me dar aulas, a cada 15 dias.

Altamiro era uma pessoa cativante! Simpático e sempre bem-humorado, era carismático

no palco. Seu som, sua técnica e capacidade de improvisar sem perder as características

do Chorinho eram invejáveis! O que eu mais admirei no Altamiro foi sua forma única e

inconfundível de interpretação e influenciou várias gerações de flautistas. Era uma

pessoa simples e foi um eterno incentivador de jovens talentos. Ele sempre exigia que

cada um de nós desenvolvesse sua própria forma de tocar e interpretar, sem que

imitássemos ninguém. Nem ele mesmo...

- Em quantos concursos já participou e relate aos nossos leitores sua experiência nesses

eventos.

Participei e venci diversos concursos, mas, desde cedo, aprendi a entender duas coisas:

a) Você nunca se prepara tão bem quanto para um concurso;

b) Não se deve potencializar o resultado de um concurso. Há grandes músicos que

sequer participaram de concursos e prosperaram com seu talento e esforço. A banca de

um concurso estabelece critérios rígidos de julgamento que "recortam" o artista e a

subjetividade da arte como forma de expressão de cada um e isso, fatalmente, leva a

uma "medição de forças" entre os candidatos. Em minha opinião, os concursos são uma

ótima oportunidade de intercâmbio entre os artistas com suas diferentes escolas e de

buscar processos de reciclagem - conhecer métodos, estudos, etc. Um dos concursos

mais interessantes que eu participei foi o Jovens Intérpretes da Música Brasileira,

promovido pela FUNARTE, em 1984. Os prêmios foram distribuídos a vários candidatos

diferentes e, posso dizer com orgulho que o grande vencedor foi a Música Brasileira de

Concerto. O certame promoveu de forma bastante eficiente o encontro do jovem artista

com excelentes obras de grandes compositores brasileiros, muitas delas inéditas.

Qual o conselho que recomendaria para a criança ou jovem que gostaria de seguir a

carreira de flautista profissional?

- Que se dedique com afinco na busca de uma sonoridade e que leve o estudo da flauta

com seriedade. Somente dessa forma, aumentam-se as chances de vencer como

flautista e músico profissional.

Priscila Farias

DES-ENCONTRO

Lavas meus cabelos?

quero poder perguntar

olhando passar o rapaz

com seus olhos negros

seus pelos negros

seu sorriso branco....

Lavas meus cabelos?

Penso em lhe pedir

quando penso em dizer

e nada digo, ao rapaz

que seria capaz de os lavar

de os alisar

de os embolar

entre os dedos

entre as mãos

quem sabe até os puxar

para saldar o desejo

e salvar a nuca

ao abrigo de um beijo...

Lavas meus cabelos?

Não pergunto

não perguntei

mas sempre pensei

se podia perguntar

ao rapaz que passou

não parou e partiu.

Eleonora Marino Duarte

ANTES QUE O DIA ACABE...

e reste somente

lembrança desse nosso amor - quase vivo,

tão a gente!

lembrança de nossos risos- quase todos

lembrança da felicidade que poderia ter me

dado e -quase deu!

Lembrança da possibilidade de tu ser em

mim ...

E eu em ti sempre ser- alem do EU !

ANTES QUE O DIA ACABE...

Volta pra casa correndo

não deixe que a saudade se instale

Neste coração de ti - sedento..

Perpetue nosso ontem no hoje

Não me permita pensar...lembrar :

Que és tão real e mundano,

porque - pra mim - És quase perfeito,

Amor divino - nesse meu peito ,

.... tão humano !!!

Laís E.Luti

Onde se escondem as horas?

Num buraco do tempo

Ou na planície da memória?

Ontem não revisei

A lista de perdas

E encontrei o futuro

Entre tumbas e veredas.

Ontem esqueci

Porque reviso as listas,

Porque procuro as horas

E o que procuro agora.

Alex Sartorelli

NOSTALGIA

Sinto-me isolada do mundo,

a cabeça vazia... oca.

Nada...

ou quase nada me vem à mente.

Procuro pensar...

mas...

Pensar em que?

É como se os pensamentos fugissem

de mim.

As pessoas passam...

e eu... espero...

Rosa Régis

MULHER

Eu adoro ser mulher.

Alias quase todo mundo,

Gosta de mulher.

O negócio é tão bom,

Que tem mulher

Gostando de mulher.

Só quem não gosta,

De ser mulher de vez em quando,

É a própria mulher.

Existe uma razão: o homem machista

Aquele que tem a mania de dizer

Que ele pode tudo.

Eu não concordo.

Os direitos são iguais, nascemos

iguais.

É claro que o homem com um

pedacinho a mais.

Leda Lucia

POÉTICA

Se é muito bom poder ler um poema,

é conveniente ter a noção

de que se vai acrescentar algo ao texto.

O que é esse algo?

No caso deste poema

é o próprio poema a falar de si

como se estivéssemos nele,

antecipa-se à leitura

para nos dar a ler

do que é, um

dialogar com a escrita feita

da substância dos versos onde lemos

uma métrica, um ritmo, a rima

ou, apenas intensidade e intenção

de deter das palavras o que de bom

há, de ter, do deter, o libertar

da liberdade de interpretar

sendo intérprete

do ter de deter libertando

a poética da Poesia na poesia.

Francisco Coimbra

Que teu alimento seja teu remédio... (Hipócrates)

Gengibre

Gengibre é uma raiz usada tanto na culinária quanto na medicina

Vegetal nativo da Ásia, o gengibre é uma raiz tuberosa usada tanto na

culinária quanto na medicina. A planta assume múltiplos benefícios

terapêuticos: tem ação bactericida, é desintoxicante e ainda melhora o

desempenho do sistema digestivo, respiratório e circulatório. O gengibre

também é um reconhecido alimento termogênico, capaz de acelerar o

metabolismo e favorecer a queima de gordura corporal.

Outros nomes do gengibre

Mangarataia, mangaratiá

Principais nutrientes do gengibre

O gengibre apresenta uma substância chamada gingerol, dotada de

propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que protegem o

organismo de bactérias e fungos. O gingerol é responsável pelo sabor

picante do gengibre.

As propriedades terapêuticas do gengibre se devem à ação conjunta de

várias substâncias, principalmente encontradas no óleo essencial do

gengibre, rico nos componentes medicinais cafeno, felandreno,

zingibereno e zingerona.

O gengibre também é rico em substâncias termogênicas que ativam o

metabolismo do organismo e potencializam a queima de gordura

corporal.

A raiz é composta por vitamina B6, assim como nos minerais potássio,

magnésio e cobre, mas tais propriedades se tornam pouco relevantes

levando-se em conta o consumo diário da planta. Como trata -se de uma

especiaria, bastam pequenas quantidades do gengibre no chá ou

preparações culinárias para aromatizar as preparações. Note que a

tabela de valores nutricionais abaixo considera 100g de gengibre, porém

o uso numa receita pode não alcançar a 2g.

http://www.minhavida.com.br/

Maravilhas do Espírito Santo (continuação).

Palácio Anchieta

Aos viajantes vale conferir a visita ao Palácio Anchieta ,o Padre José de Anchieta foi um

dos personagens mais significativos da ordem jesuíta no Brasil, e ficou conhecido pelo

trabalho com os nativos da Região Sudeste. O túmulo simbólico do religioso(Santo) se

encontra no local. O Palácio também abriga um Espaço Cultural de educação não formal

divulgando o que há de melhor da Cultura Capixaba, Brasileira e internacional .

Na culinária capixaba destaca-se pela moqueca e pela torta capixaba, pratos típicos

feitos a base de frutos do mar, servidos em panela de barro, artesanato ligado às

tradições indígenas. A panela de barro é uma tradição milenar no Espírito Santo. A

cerâmica em argila queimada era fabricada pelos índios ainda antes da colonização

portuguesa. Esta tradição se mantém viva graças às paneleiras de Goiabeiras-ES,

que, há várias gerações, continuam fabricando artesanalmente as autênticas panelas

de barro. Reconhecida nacional e internacionalmente como objeto de arte popular. O

local ideal para degustar uma tradicional torta capixaba é a comunidade de

pescadores, que marca a presença das desfiadeiras de siri e de restaurantes que tem

a tradicional torta e a moqueca capixaba como destaque em seus cardápios, a Ilha das

Caieiras é considerada um dos pontos preferidos para os amantes da fotografia por

causa de sua vasta beleza natural, aliada à importância cultural e histórica que possui

frente à identidade capixaba.

O Espírito Santo como remete seu nome, guarda belezas naturais, culturais com

muitas histórias ,descobertas gastronômicas que vale a pena desvendar estes

caminhos.

Ilha das Caieiras

Verônica Lomeu

EXCERTOS CONSAGRADOS DA LITERATURA

UNIVERSAL.

O Homem Duplicado - José Saramago

“...o que sucede é que tudo me cansa e aborrece, esta maldita rotina, esta

repetição, este marcar passo, Distraia-se, homem, distrair-se sempre foi o

melhor remédio, Dê-me licença que lhe diga que distrair-se é o remédio de

quem não precisa dele...”

Os Melhores Contos - Clarice Lispector

“...o que me agradaria dizer-lhe é que você um dia terá o que agora

procura tão confusamente. É uma espécie de calma que vem do

conhecimento de si própria e dos outros. Mas não se pode apressar a

vinda desse estado. Há coisas que só se aprende quando ninguém as

ensina. E com a vida é assim. Mesmo há mais beleza em descobri-la

sozinha, apesar do sofrimento.” (Gertrudes Pede um Conselho)

DITADOS POPULARES

Eles fazem parte da nossa vida com muita frequência. Mas

nem sempre sabemos sua origem.

JURAR DE PÉS JUNTOS

- Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.

A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o

acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer

nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que

uma pessoa diz.

TIRAR O CAVALO DA CHUVA

- Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair

hoje!

No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao

relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo

nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o

convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião

percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da

chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de

alguma coisa.

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER

Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de

Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome

Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim

que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o

mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que

arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano.

Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.

A leitura é muito importante para todos nós, não apenas por ser fundamental em nossa

formação intelectual, mas também por nos permitir acesso ao mundo das informações,

das ideias e dos sonhos. A partir do momento que aprendemos a ler, novos horizontes

se abrem, adquirimos oportunidades para percorrer os universos presentes em livros,

jornais e revistas, os quais despertam nossa imaginação e nos ajudam a criar

argumentos consistentes para questionarmos assuntos que nos cercam.

Além de todo fascínio que a leitura pode oferecer, como por exemplo, a ficção, a poesia,

sua magnitude vai além do encantamento, do imaginário e do simples prazer de ler.

Saber ler e escrever é o conhecimento mais importante para a plena conquista do ser

humano. Mas ler, ao contrário do que se pensa não é uma tarefa simples, ler acima de

tudo é um ato que requer atenção, reflexão e conhecimento. Por que, quem escreve,

tem sempre uma intenção, seja ela de contestar, desperta, informar ou até mesmo de

excitar, já que há a possibilidade de se camuflar significados, visto que, para fazer leitura

das entrelinhas é preciso ter perspicácia, sabedoria, atenção e sensibilidade.

Portanto, é importante destacar que foi por intermédio da leitura que certos homens

mudaram o curso de suas vidas e da própria história, foi por meio dela que a

humanidade evoluiu na medida em que produzia o pensamento, e por fim, foi por meio

dela que muitos avanços científicos tornaram-se possíveis.

Muito interessante tudo isso, e pensar que por vezes não temos tempo para refletir

sobre o que existe por trás de um escrito. Então o que você esta esperando para fazer

parte deste surpreendente mundo?

Iolanda Brazão

O FANTÁSTICO MUNDO DA LEITURA.

Monique Oliveira Modelo e atleta (Surf Adaptado) Com paralisia

Cerebral

Monique é um exemplo de determinação e coragem ao

enfrentar os desafios que a vida lhe atribuiu. Ela não se

deixou abater diante de suas limitações, pelo contrário,

ciente das dificuldades que teria de enfrentar resolveu

procurar recursos e vencer os obstáculos. Desde

menina era apaixonada pelas câmeras fotográficas, e

sonhava em fazer um ensaio, não só para ter em suas

mãos a realização de um sonho, mas também para

mostrar que sua deficiência não a impediria de

conquistar seus objetivos. Não foi nada fácil encontrar

um caminho, mas sua determinação fez com que um

dia, não só encontrasse mas viesse a fazer parte da

Adaptsurf (uma organização sem fins lucrativos) onde

ela poderia praticar surf,pegar onda e ainda ser

fotografada.

Mas a realização de seu sonho ,aconteceu pelas mãos de Kica de Castro, fotógrafa, com

o foco em pessoas com deficiência, no dia 15 de agosto de 2010, quando fez seu

primeiro book fotográfico.

- Entrar no estúdio para fazer minhas fotos me deixou emocionada. Porque estar ali,

onde sonhei um dia, foi uma das sensações mais incríveis que senti. A mesma de

quando peguei uma onda pela primeira vez. Comentou ela.

Monique integra o casting da agencia Kica de Castro como modelo fotográfica com

paralisia cerebral. Em 2011 participou da exposição ‘’Toda nudez vai se revelada’’ que

aconteceu na Reatech, em São Paulo. Hoje aos 26 faz ensaios, desfile e catálogos. E

completa:

- Esta é a minha história de superação. Posso encontrar muitas pedras, em meu

caminho, mas estes obstáculos não me farão parar. Posso até fazer uma pausa para

descansar e me fortalecer. Mas, Nunca vou desistir. Vou continuar lutando sempre.

Os nomes do Brasil

Antes de receber o nome de Brasil nosso

país teve oito nomes:

Pindorama (nome dado pelos indígenas);

Ilha de Vera Cruz, em 1500;

Terra Nova em 1501;

Terra dos Papagaios, em 1501;

Terra de Vera Cruz, em 1503;

Terra de Santa Cruz, em 1503;

Terra Santa Cruz do Brasil, em 1505;

Terra do Brasil, em 1505;

Brasil, desde 1527.

E por que Brasil?

Nosso país recebeu este nome porque nos

primeiros anos de sua colonização era retirada

das matas na costa brasileira a madeira da

Caesalpinia echinata, chamada popularmente

de pau-brasil. Desta madeira era extraída uma

resina de cor vermelha cor- de- brasa, Brasil,

que era usada para tingir tecidos.

D

I

A

D

O

A

M

I

G

O

Soneto do amigo Vinícius de Morais

Enfim, depois de tanto erro passado

Tantas retaliações, tanto perigo

Eis que ressurge noutro o velho amigo

Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado

Com olhos que contêm o olhar antigo

Sempre comigo um pouco atribulado

E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano

Sabendo se mover e comover

E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica

Que só se vai ao ver outro nascer

E o espelho de minha alma multiplica...

2

0

D

E

J

U

L

H

O

Ana Paula, Ana Maria, Cíntia e Ilene.

O Esporte e as Relações Internacionais

A Copa do Mundo e os grandes eventos internacionais

O esporte e a competição são objetos de expressão humana desde o tempo da antiguidade

cuja característica central envolve a busca pelo poder e seu exercício no plano social; na

modernidade as atividades esportivas possuem uma conotação de lazer e de divertimento,

porém o caráter do poder mantém-se com poucas modificações.

O Brasil desfruta de grande prestígio atualmente por ser sede de importantes eventos

internacionais que ganharam destaque a partir da Conferência das Nações Unidas sobre

Meio Ambiente, a Eco-92, que atraiu a atenção do mundo para o país, e em especial ao Rio

de Janeiro; a partir deste período observa-se uma crescente influência brasileira na

realização de grandes eventos internacionais, tais como: os Jogos Pan-Americanos de 2007,

os Jogos Mundiais Militares de 2011, e recentemente a Copa do Mundo de Futebol, de 2014,

e as Olimpíadas de Verão de 2016; a celebração destes eventos internacionais, na maioria

esportivos, não são resultantes de mera coincidência, mas de escolhas e oportunidades que

foram alvo de incentivos de política externa.

No livro Cooperação e conflito nas relações internacionais o teórico Joseph Nye define o que

é poder no âmbito da esfera internacional e descreve como: “a capacidade de alcançar as

próprias propostas e metas. Mais especificamente, é a capacidade de afetar os outros para

obter os resultados desejados.” (p.74) Dentro da conceituação o autor caracteriza o poder de

duas formas: Hard Power e Soft Power. O Hard Power é o poder que funciona de modo mais

direto com a intenção de coagir o outro a mudar sua ideia; esse poder duro pode repousar

por meio de um incentivo ou de uma ameaça. (p.76) Esse tipo de poder geralmente possui

forte associação com o poderio militar ou econômico dos Estados. O Soft Power é o poder

que funciona de modo mais indireto com a intenção de atrair o outro para suas próprias

ideias; esse poder brando pode repousar por meio de recursos que atraiam outros para suas

ideias e preferências. (p.76) Esse tipo de poder geralmente possui forte associação com a

cultura.

Pode-se perceber que a atração de grandes eventos esportivos pelo Brasil, em especial a

Copa do Mundo de Futebol, possui um caráter de Soft Power com objetivos claros de trazer

visibilidade ao país e as cidades que sediam eventos; a intenção não é provocar um choque

ideológico, porém usar de sutileza para produzir um marketing a favor da brasilidade, e

assim mudar as ideias e preferências dos atores que atuam no plano internacional. Por meio

desta mudança almeja-se formar possibilidades de expansão de influência de modo

espontâneo e não manipulativo tais como: “O Brasil é o país do futebol!”, “O brasileiro é

alegre!”, “Viva o samba, a capoeira, e o acarajé!” com fortes finalidades econômicas,

turísticas e de geração de renda.

A dinâmica do poder brando torna-se eficaz a serviço dos Estados, porém pode torná-la

ineficiente à medida que surgem atos contrários ao projeto de visibilidade que resultam na

perda de atratividade; os protestos não pacíficos, a depredação, a violência social, e o

desrespeito aos direitos humanos são práticas sensíveis, e capazes de atraírem olhares

negativos, não para os eventos, mas, sim, para o Estado e cidades sedes; sob a ótica

econômica e da opinião pública internacional lugares deste porte não são seguros para

investimentos, e podem vir a correr o risco de perderem o Estado de direito.

Sabe-se que em todo o lugar é imprescindível à existência de governos transparentes, e

preferencialmente com índice zero de corrupção, sejam eles no âmbito cotidiano, ou em

períodos de organização de grandes eventos, todavia cabe a cada cidadão observar e

realizar suas próprias análises, e efetuar com consciência seu direito político; deve-se

manifestar com inteligência e perspicácia em consideração não apenas consigo mesmo, mas

também para com os demais cidadãos, pois afinal vive-se em sociedade.

Bruno Veillard

A relevância da Educação Patrimonial para o crescimento urbano

Andando pelas Cidades com seus bairros e ruas da Baixada tenho-me questionado sobre

as razões que levaram a degradação deste imenso patrimônio cultural e ecológico que

ainda insiste sobreviver, diante de um inchaço populacional que ultrapassa a casa de quatro

milhões de habitantes. Não há aqui o trato com o meio ambiente, em principal com as

questões de saneamento e seus vetores como lixo, água e esgotamento sanitário, o que

diríamos com os diversos aspectos da cultura e da memória urbana.

Mais do que cuidar do meio ambiente e das matrizes culturais, há de rever o processo de

educação do nosso povo, onde reside a origem de tudo o que vemos. Muda o homem e

seus comportamentos que mudaremos a maneira de administrar a cidade. É do seio desta

sociedade que sairão seus governantes e administradores. O descaso com a cultura e meio

ambiente é consequência direta deste anacrônico sistema educacional e seus conteúdos.

Cássia Magald, in O Direito à Memória no diz:

“Nas cidades brasileiras, ainda com maior força, as ideias de

progresso e modernidade têm levado a uma sistemática destruição

das marcas do passado. A sintomática ausência de preocupação

com o problema e a virtual fragilidade dos órgãos públicos de

preservação e planejamento urbano têm criado uma situação de

extrema gravidade no que diz respeito à necessária convivência

entre o “antigo” e o “novo”. Se o “antigo” reside uma parcela

importante da memória social e da identidade cultural dos

habitantes da cidade, desconsiderar a questão do patrimônio

histórico-ambiental urbano é exilar o cidadão, alijá-lo de seu próprio

meio – fazer da cidade um ambiente hostil e estranho à maioria da

população”.

Foi na Grécia antiga que a mãe das musas Mnemosyne protetora da história e das artes,

com seus poderes divinos, impedia o esquecimento dos fatos decorrentes da vida,

concebendo o conceito de memorável.

A memória confere identidade a uma pessoa ou localidade, é composta por seu presente

e passado e não fica concentrada em um objeto, fazendo uma conexão entre a

objetividade e a subjetividade do homem. Assim, os patrimônios materiais e imateriais e

ecológicos constituem-se em fragmentos de memória do seu povo.

Um bom projeto de reorganização urbana para Baixada, não pode prescindir de lançar luz

em um patrimônio que fica muitas vezes na obscuridade de nossa gente com sua cultura

material e imaterial. A problemática urbana faz parte do movimento histórico. As cidades

da Baixada tem problemas sérios em todas as suas cidades, não podemos qualificar as

áreas centrais de uma cidade como de classe média ou melhor situados no contexto de

urbanização. O urbanismo mal gerido estrangularam com os princípios mais elementares

da organização da cidade.

Um dos passos a seguir é estabelecer com as diversas instituições públicas e privadas

ligadas ao processo educacional, não excluindo o terceiro setor (Igrejas, ONGs, Centros

Comunitários etc.) neste grande mutirão da EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

LAR FELIZ

O tapete sorri irônico no piso da cozinha. Ou seria o tapete tão

irônico quanto as crianças que ali habitam?

Os cacos de vidro e porcelana emolduram o tapete. Coisa

atritosa essa: o feliz tapete florido e os cacos.

Olhos cegos que não enxergam nada além da utopia proposta

pelo tapete.

Mentes vazias e egoístas trocam favores por uma futura

suposta vida bucólica e sem fim. E o tapete continua feliz na

cozinha. Aos poucos as formigas chegam para se aproveitar do

mel derramado pelo pote que outrora estivera intacto.

As mentes ocas sugam a minha. As mentes ocas almejam o

meu vácuo mental, em vão. As mentes vazias se agarram a

desculpas inefáveis para permanecerem no ócio. Tudo isso

porque a ignorância é uma dádiva. E o dadivoso tapete sorri,

enquanto o mundo desmorona ao seu redor.

Aos poucos os gritos se fundem com o silêncio, aos poucos a

sujeira é limpa e em pouco tempo tudo será esquecido. Mas o

tapete continua presente e sorridente e as mentes continuam

egoístas, trocando favores, sugando outras mentes...

E a minha mente agradece, o meu ser agradece, o meu corpo

agradece pela ausência da suposta dádiva.

Eta vida besta meu Ganesha.

Marco Angeli, um contador de histórias

Um artista que não se limita a expressar traços, mas que cada obra criada por ele,

tenha um ponto emocional ligado a uma história do seu cotidiano. Sua paixão pelos

cenários das grandes Metrópoles, em especial os mais antigos, torna sua arte mais

próxima, nos transportando claramente para aquele universo, com a certeza de que

nada ali está sendo exposto por acaso.

Neste contexto, ao pintar a figura humana, procura captar a personalidade de cada

um, processo que tem por início um ensaio fotográfico feito por ele, que ao final

consegue extrair tanta emoção, que sentimos veracidade nas suas imagens.

Publicitário de formação e atuando como pintor autodidata desde a década de 70,

conquistou uma linguagem que além de demonstrar amadurecimento técnico, tornou

seu estilo extremamente único e inconfundível.

Geórgia Aguillar

Geórgia Aguillar

Te Tamari No Atua, é uma alusão direta e foi inspirado na obra prima com o mesmo

nome, de Paul Gauguin. É uma homenagem... E uma reflexão.

A obra de Gauguin, durante muitos anos, quase foi destruída por guerras e pelo

descaso da sociedade francesa, e seus 'entendidos' em arte. Curiosamente, foi

ignorada também pela igreja, que durante a guerra protegeu muitas obras de arte. E

principalmente por retratar o nascimento de Cristo em traços não ocidentais. Não há

como refletir sobre o conteúdo dessa obra de Gauguin, pintada em 1896, e não fazer

uma triste associação com o massacre de crianças palestinas e judias na Faixa de

Gaza hoje. Ou com a crueldade e preconceito para com crianças de todas as raças e

etnias, em todo o mundo. Não tenho religião, mas respeito a maior parte delas.

Entretanto, não sou capaz de compreender deuses que em nome de uma etnia

justifiquem o assassinato de crianças e inocentes de outra raça. Ou de um Deus que

ignore, por preconceito, sua própria palavra a respeito da igualdade entre os homens.

Seus filhos. Meu conceito de Deus é bem mais abrangente. Contém amor, e não

ódio. Por isso, a história do preconceito sofrido pela obra de Gauguin e seu autor me

incomodam tanto.

Gauguin morreu sete anos após pintar Te Tamari No Atua, pobre, doente e

abandonado, nas Ilhas Marquesas.

A mãe e filho que desenhei aqui são indígenas de uma das tribos do Xingu, que há

muito lutam pelo direito à terra, ao alimento e à vida. Lutam pelo direto de serem

reconhecidos como filhos de Deus.

Marco Angeli

O QUE É A MÚSICA?

— É a essência da beleza sonora. A magia

que permite transmitir sensações, emoções,

estados de espírito, através da combinação

dos sons emanados dos mais diversos

instrumentos, aportando, num elevado

número de casos, o suporte ideal para a

comunicação mais explícita da palavra,

como fundo para a récita de poemas, ou se

transforma em grandes canções de sucesso,

emprestando, às mensagens contidas nas

letras, a força, a doçura, a leveza e, por

vezes, a irreverência, tão necessárias para

que as mesmas, em forma de palavras,

sejam melhor assimiladas e possam

perpetuar-se na memória coletiva.

COMO A MÚSICA ENTROU EM SUA VIDA

E O QUE MUDOU?

— Ela entrou de forma natural. Com um jeito

atrevido, não bateu à porta nem pediu

licença para entrar. Simplesmente entrou.

Quando pretendo viajar pela minha vida

passada, em busca de um momento em que

a música não tenha sido significativa para

mim, torna-se tarefa impossível. Sempre

recordo a minha afinidade com a música,

expressa desde tenra idade. Na prática,

traduziu-se no fascínio obtido pela

sonoridade do velho piano da família,

quando, com 5 anos de idade, me atrevi a

elevar-me em bicos de pés, levantar a tampa

do instrumento e percorrer as teclas de

marfim, deleitando-me com os sons que ia

produzindo, numa descoberta fantástica de

novos desafios, num mundo ainda

desconhecido para mim.

Desde então, não voltou a sair da minha

vida.

BATENDO PAPO... Com o MAESTRO João Simões

musicais, a referência mais evidente é a

minha estância em Espanha, onde

desenvolvi exclusivamente a profissão de

pianista ediretor de orquestra, ao longo de

vinte anos, tendo partilhado cenário com

alguns dos nomes mais conhecidos de

então, com destaque para Luís Aguilé,

Conchita Bautista, Elsa Baeza, Marian

Conde, Xil Ríos. Ainda em Espanha, como

técnico de engenharia de som, produzi

dezenas de trabalhos discográficos e

sonorizei alguns concertos.

Trabalhei de perto com Xil Ríos, produzindo

grande parte dos seus trabalhos

discográficos, assim como os de “Frente

Frío”, e “D’Cámara”.

Em direto, sonorizei vários artistas, com

destaque para Tete Montoliu.

De regresso a Portugal, dirigi e ocupei o

lugar de pianista na “Orquestra Ligeira da

Câmara Municipal de Tarouca” entre 2001 e

2008, tendo-se destacado o meu trabalho

nessa orquestra, enquanto orquestrador,

deixando em sua posse a totalidade do seu

repertório de então.

Quanto à segunda vertente, já em Portugal,

continuo a trabalhar.

No meu estúdio, como produtor musical e

engenheiro de som, edito regularmente

vários trabalhos, à parte de me dedicar à

composição, que é a minha grande paixão.

A Formação e Ensino da Música tornam-se

a terceira vertente da minha atividade.

Procuro colocar toda a minha experiência e

profissionalismo ao serviço de todos os que

pretendem aprender, tendo escrito, para o

efeito, um manual de referência de

“Formação e Harmonia”, no qual condenso

todos os conceitos essenciais, com uma

visão diferente, clara e objetiva,

proporcionando uma assimilação mais

racional e lógica da matéria.

Moimenta da Beira - Portugal

Transformou-se em musa, em companheira e

em cúmplice perfeita, sempre que a ela pedi

inspiração, aconchego em momentos de

solidão ou força para me apoiar nos meus

devaneios de amor ou ingenuidade.

A partir de determinado momento, ponderei e

decidi que a música seria, incontornavelmente

a minha vida, a minha profissão, a razão da

minha existência, enquanto ser humano

necessitado de transmitir aos demais, o meu

conceito da arte musical.

Costumo afirmar que a pior coisa que me

poderá acontecer é ser privado de ouvir,

compor e tocar música.

QUAL A SUA MAIOR ALEGRIA?

— Enquanto pessoa, muitas alegrias

preencheram a minha existência. Uma delas,

o facto de ser pai, já que a realidade superou

muitíssimo as expectativas da imaginação.

Essa realidade foi a base para um

entendimento diferente das coisas. Aprendi a

valorizar as pessoas e a amá-las enquanto

seres humanos que me acompanham nesta

viagem, que é a aventura da vida. Hoje, estou

certo de que a maior alegria em minha vida foi

a série de oportunidades de poder ajudar os

outros quando necessitaram, descobrindo

quão maior é o prazer de dar, que o de

receber.

QUAIS OS SEUS PRINCIPAIS TRABALHOS

NA MÚSICA?

— Posso dividi-los em três vertentes. A que

se relaciona diretamente com a área da

composição e execução, a que versa mais a

faceta de produtor musical e engenharia de

som e finalmente a formação e ensino da

música.

Em relação à primeira vertente, para lá de

uma fase inicial, em que se destacou a minha

presença assídua em variados grupos

“Vem Clarear!”

Show da atriz e cantora Sandra Serrado. O show relembra a beleza e a genialidade da

voz, carisma e sedução de Clara Nunes e presta uma homenagem aos grandes nomes do

cenário musical brasileiro, como Ataulfo Alves, João Nogueira, Adelson Alves, Paulo Cesar

Pinheiro, Paulinho da Viola e o Velho Guerreiro Chacrinha.

Com direção musical de Fhernanda Fernandes.

Sandra Serrado traz para os palcos releituras musicais e pequenos textos para contar e

cantar Clara Nunes, em 90min de encantamento e saudade. Um Tributo a Guerreira

relembrando sucessos como Alvorada, Morena de Angola, Tristeza, Pé no chão, Feira de

Mangaio, entre outros.

PRÓXIMO SHOW 12 de agosto,de 2014 no dia do aniversário de Clara no Democráticos, Lapa - 20h.

Nossa coluna infantil inicialmente abordara um dos grandes escritores da literatura

brasileira. Monteiro Lobato.

Nenhum autor é tão representativo da literatura infantil brasileira do século 20 quanto

Monteiro Lobato. Seu primeiro livro para crianças, A Menina do Narizinho Arrebitado,

foi publicado em 1920 e, desde então, sua fantasia já atravessou décadas e segue

para a terceira geração de leitores, em várias reedições e até adaptações para a

televisão, do mundo hiper-realístico do Sítio do Pica-pau Amarelo.

Nesse lugar fantástico acontecem as aventuras de Narizinho e Pedrinho na

companhia de Visconde de Sabugosa, um sabugo de milho que era um sábio, Emília,

uma boneca de pano falante, Quindim, um rinoceronte domesticado e Rabicó, um

porco com título de marquês. Tudo sob a tutela de uma ama negra superprotetora,

Tia Nastácia, e de Dona Benta, a avó das crianças. Vislumbrado pela literatura infantil

mundial, Lobato fez também Peter Pan, Alice, personagens da mitologia e até o Gato

Félix passearem pelo Sítio.

Por meio de linhas inventivas ou críticas, o escritor retratou um Brasil cultural e

socialmente atrasado e, ao mesmo tempo, deixou-se também levar pela fantasia do

imaginário infantil, no qual criou seu maior legado à literatura brasileira: a

possibilidade de criar o impossível.

O escritor é considerado pioneiro na literatura paradidática, aquela que se aprende

brincando, por transmitir ideias e conhecimento em livros que falam de história,

geografia e matemática.

Aqui, vocês conhecerão nas próximas edições desta revista, o mundo mágico deste

grande escritor... Aguardem!

Beijos em todos

Tia Priscila Farias

MONTEIRO LOBATO

LINGUAGEM DA NATUREZA

“Os matemática não nascem: eles surgem !”

LINGUAGEM DA NATUREZA

“Os matemática não nascem: eles surgem !”

Apesar de ser possível identificar já na antiguidade algumas aplicações

isoladas da Matemática na descrição de fenômenos naturais, como pode ser

visto, por exemplo, em alguns trabalhos de Arquimedes, foi sobretudo

durante o renascimento científico que esta relação se intensificou e se

consolidou, adquirindo a Matemática, então, o status de ferramenta

imprescindível da Ciência. Uma tão íntima relação pode ser vista, entre

outros, nos trabalhos de Galileu, Kepler e Newton, onde fica claro que o

vitorioso método científico então nascente incorporava uma dimensão

matemática que ia muito além da mera conveniência ... Hoje, após alguns

séculos de maturação desta relação, a Matemática, mais que ótima

ferramenta, já se configura em algumas áreas da Física, tais como na teoria

da relatividade geral, como a principal fonte dos conceitos físicos.

Por que isto? Qual a razão desta tão íntima relação ente Matemática e

fenômenos naturais?

A regularidade matemática da natureza, apresentada pela primeira vez em

todo o seu fulgor na lei de gravitação universal de Newton, é sem dúvida uma

das maiores descobertas humanas e tem inspirado ao longo dos séculos

desde a fé do mais devoto beato à mais arrogante tese do filósofo ateu. Uma

vertente respeitável, no pressuposto de que a natureza é obra de Deus,

conclui que a matemática, linguagem da natureza, só pode ser divina, pois só

através dela a natureza se torna compreensível.

Existem diversos outros argumentos que corroboram uma tal suposição.

Penrose, em sua magistral obra “a mente nova do rei”, notou que uma criação

humana qualquer, desde um objeto tecnológico como um carro ou satélite até

contratos sociais ou constituições, se caracteriza pela irremediável e

gradativa obsolescência ao longo do tempo, exigindo sucessivos

aperfeiçoamentos ou mesmo substituições para que ainda se mantenha útil,

vale dizer, foi criação humana, vai se tornar obsoleto e precisará ser

substituído. Entretanto, não é isto que ocorre com os “objetos matemáticos”…

Historicamente, novos conceitos matemáticos só são admitidos pela

comunidade científica após um longo tempo de maturação e quando a sua

conveniência está suficientemente clara

Esta parcimônia típica dos matemáticos, sem dúvida, contribui para que a adoção

de novos objetos correlatos aos novos conceitos se processe de forma firme e

segura, mas não justifica inteiramente a incrível capacidade destes objetos de ao

longo do tempo revelarem reiteradamente novas e surpreendentes propriedades e

possibilidades sequer parcamente vislumbradas em suas origens.

Todos os objetos matemáticos, como exemplo os grupos e os números complexos,

não só não sofrem da inevitável e gradativa obsolescência ao longo do tempo que

caracteriza as criações humanas como reiteradamente revelam possuir novas e

surpreendentes propriedades. Não são, portanto, obras do homem. Mas, então,

quem os criou ? De onde eles vem ?

O Platonismo Matemático é uma corrente filosófica dentro desta ciência que

postula que os objetos matemáticos tem uma existência real, num local que lhes é

próprio e independente da observação humana, ou seja, os matemáticos nada

criam, tão somente descobrem o que já existia e existirá eternamente.

Johann Carl Friedrich Gauss

Paulo Santa Rita

Carinho de PAI nunca é de menos...

Vamos dar uma reviravolta na contracultura e oferecer aos pais carinhosos e afetivos, um

lugar no planeta de consideração e com saudáveis aplausos. Um dia como esse, vamos

homenagear o dia do Pai, que já foi revisto em filmes tantas vezes. É quando o homem

simplesmente deixa de ser o "adultescente bobão" e parte para a vida familiar. Ele cresce.

Considero que crescer é difícil, viver em grupo também. Mas amar os filhos respeitá-los e

simplesmente prepará-los para a vida, é tarefa de PAI também. Agosto vem por aí, vamos

já ligar para o Pai e dizer que desejamos com ele torcermos juntos no futebol, escolhermos

nas urnas os melhores candidatos e admirarmos o seu dia a dia de trabalho. Desejamos

dividir com ele nossas dúvidas e conversas sobre: amor, sexo, estudos e eventos sociais. E

que ele persista, insista na educação dos filhos. Entenda que caberá o amor por ele em

nossos corações. Por que afinal, como filhos, também contribuímos para o crescimento

paterno, que vai além do afetivo. É troca, comunicação e aprendizagem. E quando

percebemos que envelhecemos, podemos lembrar-nos da admiração e verificarmos, que a

espécie perpetuada, nem nos pertence. E já percebemos que viver, escolher, ser e fazer

parte do mundo adulto, também dá muito trabalho. As características que fincam são: a

educação, os conceitos de ética e respeito, o amor recebido e oferecido como troca afetiva.

Os filhos nos imitam, para após superarem em atitudes e comportamentos, com o

amadurecimento, perpetuarem os conceitos, de pai para filhos todos os ensinamentos da

vida. Comunique-se com seus filhos e insista no amor, isso importa, concorda? Abraços.

Gisele S Lemos Psicóloga.

Foto tirada no Alzirão no jogo de copa com a Bandeira Humana, jogo cooperativo do Grupo

Conto & Cena.

Gisele Lemos

PROSA DE PSICÓLOGA

Augusto Vargas nasceu e vive em Nilópolis, Baixada Fluminense, depois de

estrelar diversas campanhas de publicidade como modelo da Elite Models, viu sua

carreira tomar novos rumos, ganhando destaque na mídia, fato que chamou a

atenção da Rede Globo de Televisão que o convidou para fazer parte de sua

oficina de atores, e aonde se deu o início de sua carreira de ator. Após diversos

trabalhos na emissora, migrou para Rede Record de Televisão participando de

diversas novelas, ainda fez cinema, e teatro. Mas este ator irrequieto, ao longo de

16 anos de carreira, exerceu alguns cargos públicos. Em 2003, foi diretor do

Instituto Estadual do Patrimônio Cultural - INEPAC, 2009 a 2012 exerceu o cargo

de secretário de cultura de Nilópolis, e presidente do Fórum de Cultura da Baixada

Fluminense. Em 2013, indignado com a atuação da classe política brasileira,

participou de varias manifestações pelo Estado do Rio de Janeiro. Mas, acuado

entre o vandalismo e a truculência, decidiu parar de reclamar e partir para a luta. O

cidadão gritou mais forte dentro dele, e diante das desigualdades sócias tomou

uma atitude RADICAL. Resolveu se candidatar a Deputado Estadual pelo PV para

poder lutar em prol de um mundo melhor.

Inconformado com o descaso do poder público bradou:

- Se pessoas de bem, como nós, mesmo com pouca esperança, não reagirem,

bandidos e corruptos continuarão no poder, decidindo nossos destinos. Concorro à

vaga de deputado estadual, para representar as pessoas de bem que querem ter

voz, e se preocupam com o coletivo. Temos fome de cultura e educação de

qualidade. Necessitamos, com urgência, de hospitais, equipados e com médicos.

Segurança pública que nos traga a Paz. Transporte digno e barato. Ar puro,

respirável. Água nas torneiras de todos. Podemos mudar as regras deste jogo sujo.

Juntos somos fortes. Acredite!

Augusto Vargas é o filho, o irmão, o neto, o amigo, o companheiro, que todos nós

gostaríamos de ter em nossas vidas. Sua lisura, seu carisma faz com que seja

respeitado e querido por todos aqueles que têm o prazer de desfrutar do seu

convívio.

Vamos lá Augusto. Porque muitas vozes,em um só grito. Liberta!

Iolanda Brazão

Uma publicação De N.F.S

CNPJ – 14.215.207/0001 – 98

Inscrição – 33 - 8 -0772661 - Edição de

Revista e Jornais – ME

Endereço: Administração,Redação, e

Publicidade.

Rua Cel. Francisco Soares 76 – Grupo

301 – Centro – Nova Iguaçu

Idealizadora:

Iolanda Marta Brazão Protázio

Jornalistas Responsáveis:

Nildo Faustino Dos Santos Mtb RJ - 85

[email protected]

Durval Meirelles Coelho

Mtb RJ – 26667

[email protected]

Diagramação e Capa:

Paulo Vieira

Reportagem: Flavia Cardin

Iolanda Brazão,Priscila Farias

Veronica Lomeu,Paulo Santa Rita,

Geórgia Aguillar

Colaboradores: Gênesis Torres

Pablo Protázio, Jéssica Trigo,Bruno

Veillard,Gisele Lemos

Fotografia:

Patrícia Munique De Lucena Da Silva

Revista Encenação – Pág 01 Julho

2014

Nossa Capa:

Apocalipse

De

Marco Angeli

A todas as pessoas envolvidas na

produção nossos agradecimentos

Nas próximas páginas...

02 - Editorial

03 - Perdas na Literatura

05- Entrevista

07- Poesia Em Cena

09- Gengibre

10- Nosso Brasil

12- Excertos

13- Ditados Populares

14 - O poder da leitura

15- Monique Oliveira

16- Curiosidades

17- Dia do Amigo

19- Relações Internacionais

20- Educação

21- Lar Feliz

22- Marco Angeli

24- Bate Papo

26- Vem Clarear!

27-Monteiro Lobato

28- Artigo

30-Prosa de Psicóloga

31- Augusto Vargas

33-Expediente

Conta Capa: Sandra Serrado

REVISTA ENCENAÇÃO