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Reserva Ecológica de Jacarenema Anfíbios 1 ZONEAMENTO AMBIENTAL RESERVA ECOLÓGICA DE JACARENEMA VILA VELHA - ES Coordenação Geral Cesar Meyer Musso Coordenação Técnica Rogério Nora Lima DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Fauna Associação Vila-velhense de Proteção Ambiental Vila Velha - ES, dezembro de 2002

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Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 1

ZONEAMENTO AMBIENTAL

RESERVA ECOLÓGICA DE JACARENEMA VILA VELHA - ES

Coordenação Geral

Cesar Meyer Musso

Coordenação Técnica

Rogério Nora Lima

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Fauna

Associação Vila-velhense de Proteção Ambiental

Vila Velha - ES, dezembro de 2002

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 2

ZONEAMENTO AMBIENTAL

RESERVA ECOLÓGICA DE JACARENEMA VILA VELHA - ES

Fauna

Objetivo: Subsidiar o Diagnóstico Ambiental da área de estudo para o Zoneamento Ambiental da Reserva Ecológica de Jacarenema.

Entomologia e Carcinologia

Hélio Santos Sá - CRBio-2 05078/02 BIÓLOGO,MS

Anurofauna / Herpetofauna / Ictiofauna

Antônio de Pádua Almeida – CRBio - 2 15595/02 Biólogo,Ms

João Luiz Gasparini Colaborador Especial

Avifauna e Mastofauna

Originalis Natura TRT, 580/02, livro nº003, fl. nº 180

Ana Cristina Venturini - CRBio-2 12707/02

Bióloga

Pedro Rogério de Paz -CRBio-2 12721/02 Biólogo

Associação Vila-velhense de Proteção Ambiental

Vila Velha - ES, dezembro de 2002

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 3

AVIFAUNA E MASTOFAUNA -Índice

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................................... 01

1.1 ENQUADRAMENTO REGIONAL........................................................................................................................ 01

1.2 ENQUADRAMENTO ZOOGEOGRÁFICO............................................................................................................ 01

2. METODOLOGIA....................................................................................................................................... 02

2.1 AVIFAUNA........................................................................................................................................................ 03

2.2 MASTOFAUNA.................................................................................................................................................. 04

3. RESULTADOS......................................................................................................................................... 04

3.1 AVIFAUNA........................................................................................................................................................ 04

3.2 MASTOFAUNA.................................................................................................................................................. 07

4. DISCUSSÃO............................................................................................................................................ 08

4.1 AVIFAUNA........................................................................................................................................................ 08

4.2 MASTOFAUNA.................................................................................................................................................. 11

4.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................................................................... 12

5. INDICAÇÕES........................................................................................................................................... 13

5.1 AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA............................................................................................................................... 13

5.2 PROGRAMAS RECOMENDADOS...................................................................................................................... 14

5.2.1 Programa de Educação Ambiental................................................................................................. 14

5.2.1.1 Premissas............................................................................................................................................ 14

5.2.1.2 Público-alvo......................................................................................................................................... 14

5.2.1.3 Ações Preventivas e/ou Corretivas........................................................................................................ 14

5.2.1.4 Gestão das ações................................................................................................................................. 15

5.2.1.5 Perspectiva de investimentos e execução.............................................................................................. 15

5.2.2 Programa de monitoramento da avifauna e mastofauna................................................................. 16

5.2.2.1 Premissas............................................................................................................................................ 16

5.2.2.2 Etapas e duração................................................................................................................................. 16

5.2.2.3 Justificativa......................................................................................................................................... 16

5.2.2.4 Objetivos.............................................................................................................................................. 16

5.2.2.5 Desenvolvimento metodológico............................................................................................................. 17

5.2.2.6 Perspectivas de investimentos e execução............................................................................................ 19

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................ 19

ANEXOS Anexo 1 – Tabelas Anexo 2 – Memorial Fotográfico

Anexo 3 – Carta faunística

AVIFAUNA E MASTOFAUNA – Lista de figuras

Figura 1: Enquadramento Zoogeográfico – Mapa esquemático das Províncias zoogeográficas da América do Sul....... 02

AVIFAUNA E MASTOFAUNA – Lista de gráficos

Gráfico 1: Número de espécies por famílias de aves registradas em Jacarenema no período de novembro de 2001 a

fevereiro de 2002..................................................................................................................................... 05

Gráfico 2: Número de aves registradas de acordo com o dia de campo (cumulativo)................................................. 05

Gráfico 3: Número de espécies de aves na área de estudo de Jacarenema de acordo com área de registro................ 06

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 4

FATORES BIÓTICOS

AVIFAUNA E MASTOFAUNA

1. INTRODUÇÃO

1.1 ENQUADRAMENTO REGIONAL

A Reserva Estadual Ecológica de Jacarenema está localizada no município de Vila Velha região da Grande Vitória, área da porção central do Estado do Espírito Santo, o local estudado faz parte da Formação de Restinga e é uma área de conservação definida em Lei (Lei nº 5427/97). A Restinga ocorrente na Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema apresenta diferentes fisionomias, influenciadas pelo Rio Jucu, Oceano Atlântico, depressões entre cordões arenosos, planícies alagadas, que junto com outras variáveis, possibilitaram que as espécies vegetais se agrupassem, de maneira a constituir diferentes comunidades. Na Reserva Ecológica ocorre também o Manguezal (GOMES 2002 in lit.)

Grande parte da região é constituída pela presença de ambientes antrópicos (pastos, estradas, moradias, áreas de cultivo, pomares e outros).

Os dados de levantamento de fauna, Aves e Mamíferos, aqui apresentados foram obtidos na região do litoral centro sul do Espírito Santo em uma faixa marginal do Rio Jucu dominada por ambientes de restinga envolvendo ainda Mangue, áreas de alagados (brejos) com pequenos fragmentos de matas, últimos refúgios protegidos onde ocorrem espécies da fauna e flora capixaba da região de baixada litorânea.

A região de estudo é cortada pela ES 060 (Rodovia do Sol) que a divide praticamente em duas porções. Limita-se a leste com Oceano Atlântico, ao sul com diferentes loteamentos (Barra do Jucu) a oeste com o bairro Santa Paula e propriedades rurais e ao norte com o bairro de Itaparica e áreas rurais.

Toda a região estudada localiza-se em áreas de baixada cujas altitudes variam de 0 a

50 m entre as coordenadas 20º 25’ S e 40º 19’ W.

1.2 ENQUADRAMENTO ZOOGEOGRÁFICO

A área em estudo está compreendida na região Zoogeográfica Neotrópica subregião Guiano-Brasileira província Tupi (Figura 1- mapa Províncias zoogeográficas da América do Sul) caracterizada por uma fauna diversificada rica em número de espécies endêmicas, com pequena abundância de indivíduos, havendo alto grau de especialização em habitats e recursos restritos (FITTKAU 1969 In PAIVA, 1999) com destaque para os primatas e as aves juntamente com as espécies de maior porte, que se encontram entre os grupos mais ameaçados de extinção devido à destruição dos habitats naturais e por necessitarem de grandes áreas florestadas para sua sobrevivência (PAIVA 1999 modif.).

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 5

2. METODOLOGIA

As campanhas de campo para coleta de dados da Avifauna e Mastofauna compreenderam os meses de Novembro e Dezembro de 2001 e Fevereiro de 2002 perfazendo um total de 12 dias e cerca de 60 horas/campo. As diversas unidades fitofisionômicas da Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema foram percorridas para observação e registro das espécies. As áreas foram percorridas durante as primeiras horas do dia e ao entardecer, os registros noturnos foram realizados com auxilio de lanternas especiais de bom foco e alta luminosidade.

Figura 1: ENQUADRAMENTO ZOOGEOGRÁFICO - Mapa esquemático das Províncias zoogeográficas da América do Sul.

Províncias zoogeográficas da América do Sul

Extraído de Paiva 1999.

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 6

Os registros de campo foram obtidos através de observações diretas e indiretas. Nas observações diretas além da vocalização das espécies com recurso de play back quando viável, foram utilizados binóculos Zeiss 8x30 e 10x40. Capturas foram feitas somente para o grupo de mamíferos (licença de captura IBAMA nº 12/2001) com armadilhas especificas para a coleta de animais vivos, os quais foram devidamente documentados (filmados e fotografados) e após, soltos no mesmo local de captura. Foram considerados neste trabalho os vestígios encontrados como fezes, pegadas, esqueletos, carcaças (especialmente de animais encontrados mortos na Rodovia do Sol, recolhidos e acondicionados pela Rodosol dentro do trecho de estudo) e ninhos.

Dados complementares foram obtidos através de entrevista com moradores locais antigos, bons conhecedores da fauna local e Informações bibliográficas.

A documentação para as espécies levantadas em campo, quando possível, foi feita através de: (GV) gravação da vocalização (gravador Sony TCM 5000 EV e microfone Sennheiser ME 66); (FI) filmagens (Sony DCR-TRV 110) e (FO) fotografias (Canon EOS 500 e lentes e Sony Mavica FD 75). Este material encontra-se depositado no Arquivo de Dados da Originalis Natura, Vila Velha, ES.

Os ambientes investigados foram àqueles relativos as áreas definidas como pertencentes a reserva Ecológica de Jacarenema e arredores e foram definidos como:

ÁREAS ESTUDADAS COORDENADAS DE REFERÊNCIA* Vegetação Herbácea / Arbustiva.

S – 20º 25.024’ W – 40º 19.375’

Mata de Restinga S – 20º 24.493’ W – 40º 19.333’

Brejo S – 20º 24.986’ W – 40º 19.418’

Manguezal S – 20º 25.196’ W – 40º 19.418’

Formação Aberta de Clusia S – 20º 24.330’ W – 40º 19.751’

Áreas fortemente antropizadas (Pasto, Eucaliptal e Pomar) S – 20º 24.568’ W – 40º 19.718’

Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: *Coordenadas para simples referência correspondentes a pontos de amostragem. Variações : S 20º24.196’ a 20º 25. 196’; W – 40º 19.333’ a 40º 19. 751’.

2.1 AVIFAUNA

Para Avifauna os registros de campo foram obtidos por observação com identificação visual (VI) e/ou de vocalização (VO). Durante as excursões foram anotadas as espécies encontradas, bem como locais e eventuais atividades observadas como Forrageamento (F) e Nidificação (N). Animais encontrados mortos, dados bibliográficos e entrevistas complementaram os dados.

A nomenclatura e a sistemática de aves segue SICK (1997) e ANDRADE (1995) com exceção de Thamnophilus ambiguus (ISLER et al., 1997). Para a designação dos nomes populares, foram usados os nomes citados pela população local quando disponíveis ou os autores acima.

A identificação das Aves foi, principalmente, através de SICK (op.cit), SOUZA (1998), RIDGELY (1989, 1994) e del HOYO (1992, 1994, 1996, 1997, 1999 e 2001).

Para registros de aves através de terceiros consultou-se principalmente WIED (1958), CAMARGO e CAMARGO (1964), AGUIRRE e ALDRIGHI (1987), COLLAR et al. (1992) e BAUER (1999).

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Anfíbios 7

Sob a denominação de Status foram consideradas as espécies (EB) Endêmicas do Brasil (SICK, 1997), (MA) Endêmicas da Mata Atlântica (STOTZ et al. 1996), Ameaçadas de extinção no Brasil (BERNARDES et al.), ameaçadas de extinção em nível mundial (BirdLife, 2000) e (M1 e M2) Migrantes (STOTZ, op. cit.) .

2.2 MASTOFAUNA

Para Mastofauna os registros de campo foram obtidos por captura (Ct) através de armadilhas especificas para captura de animais vivos. Foram posicionadas 30 armadilhas/noite x 10 noites perfazendo um esforço total de 300 armadilhas/noite. Registros foram obtidos também por observação com identificação visual (VI) e vocalização (VO). Durante as excursões foram anotadas as espécies encontradas, bem como locais e eventuais atividades observadas. Animais encontrados mortos, dados bibliográficos e entrevistas complementaram os dados.

A nomenclatura e a sistemática de Mamíferos segue FONSECA et al. (1996). Para a designação dos nomes populares, foram usados os nomes citados pela população local quando disponíveis ou bibliografia especifica.

A identificação dos Mamíferos foi, principalmente, através de CABRERA (1957 e 1961), EMMONS (1997), NOWAK (1991), VIVO (1991), EINSENBERG and REDFORD (1999), FONSECA (op.cit).

Sob a denominação de Status foram consideradas as seguintes categorias (A) Espécie Ameaçada de extinção no Brasil (P. IBAMA 1522 de 19.12.1989); (Lr) / (Vu) Espécie Ameaçada de extinção- IUCN (1977) sendo Espécie com baixo risco (“Lower Risk”) mas próximo a estar ameaçado de extinção (“Near threatened”) / Espécie Vulnerável e (Ma) Espécie Endêmica da Mata Atlântica (FONSECA et al. 1996).

3. RESULTADOS

3.1 AVIFAUNA

Para Avifauna da REE de Jacarenema foram registradas 107 espécies e 32 famílias por registro de campo no período atual (Tabela 1 – Anexo 1, Gráfico 1).

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 8

Gráfico 1 - Número de espécies por famílias de Aves registradas em Jacarenema no período de Novembro 2001 a fevereiro 2002.

Fonte: Levantamento de campo ,2002.

Considerando-se as 107 espécies de aves registradas em campo no presente trabalho, a curva cumulativa de espécies apresenta-se conforme amostrado no gráfico 2.

Quanto ao tipo de registro 97 espécies foram por visualização (90,6 % do total de 107) e 68 (63,5 %) por vocalização.

O número de espécies documentadas foi de 59 espécies (55,14% do total de 107) sendo 6 por fotos (5,6 %), 36 por filmagem (33,6 %) e 39 por gravação da vocalização (36,44%).

Espécies em atividade observadas foram 62 (57,9 %) sendo 5 em atividade de nidificação e 60 em forrageamento.

0

20

40

60

80

100

120

dia 1 dia 2 dia 3 dia 4 dia 5 dia 6 dia 7 dia 8 dia 9 dia 10 dia 11 dia 12

de e

sp

écie

s

Gráfico 2 - Número de Aves registradas de acordo com o dia de campo (cumulativo).

Fonte: Levantamento de campo, 2002.

1 83

21415111

6

14

313222333

13

6

3111

19

11 Fregatidae ArdeidaeCathartidae AnatidaeAccipitridae FalconidaeCracidae RallidaeJacaniidae CharadriidaeScolopacidae ColumbidaePsittacidae CuculidaeStrigidae NyctibiidaeCaprimulgidae ApodidaeTrochilidae AlcedinidaePicidae ThamnophilidaeFurnariidae TyrannidaeHirundinidae TroglodytidaeMuscicapidae MimidaeVireonidae EmberezidaePasseridae Estrildidae

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 9

O uso da área observado foi:

ÁREA DE REGISTRO Nº DE ESPÉCIES DE AVES (%) • Vegetação Herbacea / Arbustiva (HA) 21 (19,6) • Mata de Restinga (MR) 26 (24,3) • Brejo (BR) 13 (12,1) • Manguezal (MG) 35 (32,7) • Formação Aberta de Clusia (FC) 38 (35,5) • Áreas fortemente antropizadas (AT) 61 (57,0) • Em vôo (VO) 6 (5,6)

Gráfico 3 - Número de espécies de aves na área de estudo de Jacarenema de acordo com área de registro.

Fonte: Levantamento de campo,2002.

Quanto ao registro de espécies com ocorrência exclusiva de uma área (não considerando-se as espécies com registros mais amplos como em vôo ou áreas fortemente antropizadas) têm-se:

ÁREA DE OCORRÊNCIA ESPÉCIES

FC (11) P. superciliaris, S. squammata, C. parvulus, H. brasiliana, P. polycopterus, V. olivaceus, P.

pitiayumi, N. pileata, T. cayana, C. speciosum, C. pileatus

MG (5) A . macularia, C. torquata, C. americana, C. cinnamomea, C. bicolor BR (3) P.albicollis, A . leucocephala, D. atricapillus MR (1) M. axillaris HA (1) F. Femoralis 5 21

Dentre as espécies registradas por entrevistas tem-se 40 espécies e 17 famílias (Tabela 2 – Anexo 1), sendo que 4 foram exclusivas.

Sete Famílias com um total de 13 espécies (Tabela 3 – Anexo 1) foram referidas por outros registros incluindo animais mortos (1), registros anteriores dos autores (2) e dados bibliográficos (10). Destas, oito foram registros exclusivos.

Totalizando todos tipos de registros tem-se 121 espécies de aves, para a área de Jacarenema, distribuídas em 33 famílias (Tabela 4 – Anexo 1). Destas, cinco espécies (4,13 %) são endêmicas do Brasil (Leucopternis lacernulata, Brotogeris tirica, Thamnophilus ambiguus, Furnarius figulus e Tangara cyanoventris) das quais quatro (3,3 %) são endêmicas da Mata Atlântica (L. lacernulata, B.tirica, T. ambiguus e T. cyanoventris).

Dentre as espécies registradas, L. lacernulata é ameaçada de extinção a nível de Brasil e mundial.

0

10

20

30

40

50

60

70

HÁ MR BR MG FC AT VO

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 10

Quatorze espécies (11,5 %) dentre as 121 são migrantes, sendo 7 vindas do Hemisfério Norte (Neártico) e 7 do Hemisfério Sul (Ártico).

3.2 MASTOFAUNA

Um total de 18 espécies de mamíferos (Tabela 7 – Anexo 1) e 13 famílias distribuídas em 6 ordens foram registradas. Das 18 espécies registradas 4 foram somente por entrevistas (Tabela 5 – Anexo 1), sendo 14 espécies consideradas como efetivamente ocorrente nas áreas de estudo ordenadas da seguinte forma:

ORDEM Nº DE ESPÉCIES REGISTRADAS � DIDELPHIMORPHIA � XENARTHRA � PRIMATES � CARNIVORA � ARTIODACTYLA � RODENTIA 6 ordens

� 3 � 1 � 2 � 4 � 1 � 3

14 espécies

Das 14 espécies de mamíferos registradas em campo sete espécies foram através de visualização (50%), quatro através de captura (28,57%), quatro através de vestígios (28,57%) e um por vocalização (7,14%).

Na amostragem de pequenos mamíferos não voadores, com um esforço total de

captura de 300 armadilhas/noite, foram efetuadas 7 capturas de 4 espécies sendo duas espécies de Didelphimorphia e duas de Rodentia. A mais abundante, com três indivíduos coletados, foi Philander frenatta,seguido de Nectomys squamipes com dois indivíduos e Gracilinanus microtarsus e Oryzomys sp um indivíduo cada (Tabela 6 – Anexo 1).

Em termos de utilização do habitat apresentamos no quadro a seguir os dados

obtidos em campo de peso, sexo e fase de desenvolvimento. Destacamos ainda dados de dieta e locomoção das espécies capturadas segundo FONSECA et al. (1996).

Relação de espécies capturadas em seus respectivos habitats e seu peso, dieta, locomoção, sexo e fase de

desenvolvimento (Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema Nov/dez de 2001 e Fev de 2002).

ESPÉCIE Habitat Massa Efetiva Dieta* Locomoção* Sexo e Fase de desenvolvimento Gracilinanus icrotarsus

FC 24g

IO AR Macho adulto

Philander frenatta MR 1- 400 g 2- 350 g 3- 400 g

IO SC 1 – Fêmea adulta com filhote ( 6 ) 2 – Macho adulto 3 – Fêmea adulta com filhote ( 9 ).

Nectomys squamipes BR 1- 300 g 2- 250 g

FO SA Macho adulto

Oryzomys sp MR 350 g FG TE Macho adulto Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: *Segundo Fonseca et al 1996. Legenda: Habitat: MR- Mata de Restinga, BR-Brejo, FC-Formação Aberta de Clusia. Dieta: FO – Frugívoro/Onívoro, IO – Insetívoro/Onívoro, FG –Frugívoro/Granívoro. Locomoção: TE - Terrestre, SC - Escansorial, AR - Arborícola, SA – Semi-Aquático.

Entre os mamíferos de médio porte a ordem de maior abundância foi a Carnívora com 4 espécies assinaladas (Cerdocyon thous, Procyon cancrivorus, Lontra longicaudis e Herpailurus yaguarondi) seguida de Primates com 2 espécies (Cebus apella e Callithrix geoffroyi), Xenarthra (Dasypus novemcinctus), Artiodactyla (Mazama sp) e Rodentia (Sphiggurus insidiosus) com uma espécie. O quadro a seguir, apresenta informações ecológicas das espécies de mamíferos de médio porte registradas.

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 11

Relação de espécies capturadas em seus respectivos habitats e seu peso, dieta, locomoção, sexo e fase de desenvolvimento (Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema Nov/dez de 2001 e Fev de 2002).

Espécie Habitat Registrado Dieta* Locomoção* Tipo de registro Dasypus novemcinctus MR/FC IO TE Vt Cebus apella MR FO AR Vi Callithrix geofroyi MR/FC GO AR Vi / Zo Procyon cancrivorus MR/BR/MG FO SC Vi/Vt Lontra longicaudis MG PS SA Vi Herpailurus yaguarondi

FC CA TE Vi

Mazama sp MR/FC FH TE Vt Sphiggurus insidiosus MR/FC FG AR Vt Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: *Segundo Fonseca et al 1996. Legenda: Habitat: MR- Mata de Restinga, BR-Brejo, FC-Formação Aberta de Clusia, MG – Manguezal. Dieta: FO – Frugívoro/Onívoro, IO – Insetívoro/Onívoro, FG –Frugívoro/Granívoro.GO – Gomívoro/Onívoro, PS- Piscívoro, CA- Carnívoro. Locomoção: TE - Terrestre, SC - Escansorial, AR - Arborícola, SA – Semi-Aquático, VO- Voador. Tipos de registro: Vi- Visualização, Vt- Vestígio (Pegada, Tocas, Fezes), Zo- Vocalização.

Quanto ao Status, das 14 espécies de mamíferos efetivamente registradas na Reserva, Lontra longicaudis é considerada ameaçada de Extinção (Portaria 1522 de 19.12.1989- IBAMA), Gracilinanus microtarsus e Callithrix geoffroyi são endêmicas da Mata Atlântica (Fonseca et al. 1996). G. Microtarsus, Cabassous tatouay e C. geofroyi são espécies ameaçadas de extinção em nível mundial (IUCN 1977) sendo as duas primeiras consideradas de baixo risco e a última vulnerável.

4. DISCUSSÃO

4.1 AVIFAUNA

Foram feitos 3 novos registros de aves para o último dia de campo. O número de 107 espécies registradas em campo não reflete a realidade local visto que, com os demais registros este número sobe para 121 espécies.

BAUER (1999), em cerca de 3 anos de trabalho de campo, observou 282 espécies para o Litoral sul do Espírito Santo que abrange desde a Barra do Jucu até a Praia das Neves e incluindo também dados de registro apenas histórico (não mais encontrados). Para a área do Parque Estadual Paulo César Vinha, VENTURINI et al. (1996) assinalaram 160 espécies (incluindo os dados de entrevista) em um ano de trabalho. Observadas as dimensões das áreas referidas e a duração dos trabalhos de campo, podemos dizer que os dados até aqui obtidos podem fornecer uma idéia da composição avifaunística da área de Jacarenema, mas poderá ter novos dados acrescidos com a execução de novos trabalhos com maior durabilidade.

O número de espécie registradas em atividade não reflete a realidade de uso da área pela avifauna, visto que foram feitos registros casuais, sendo que este não era o principal objetivo deste trabalho, mas sim, um dado complementar e esporádico.

O uso dos ambientes na área mostra um maior uso na categoria Áreas fortemente antropizadas, significativamente por espécies sinantrópicas. Em termos de áreas “menos alteradas” o Manguezal e a Formação Aberta de Clusia são os mais expressivos em quantidade de espécies registradas, seguidas pela Mata de Restinga, Vegetação Herbácea/Arbustiva e Brejo. A categoria vôo só foi considerada para as espécies que não foram registradas em nenhum dos ambientes amostrado, não tendo sido consideradas nesta categoria as outras espécies que tiveram registro para outros ambientes.

Quanto às espécies registradas exclusivamente em um ambiente (área de ocorrência) apesar de Formação aberta de Clusia estar com maior número de espécies (11), seguida de Manguezal (5), Brejo (3) e Mata de restinga e V. herbácea / arbustiva (1 cada) é prematuro inferir comentários conclusivos devido ao pouco tempo de observações. Algumas espécies que estão, a princípio, como exclusivas poderão ter este padrão modificado e vice-versa (se considerar como uso de área e não, por exemplo, apenas

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 12

passagem). Porém, deve-se ressaltar que a proximidade de ambiente como Manguezal e Mata, ou relativa similaridade entre Formação aberta de Clusia e Mata de restinga faz com que algumas espécies não sejam exclusivas por se deslocarem entre eles.

Os resultados de entrevista mostram uma tendência verificada em outras localidades (obs. pes.) onde são dados o mesmo nome para espécies diferentes em uma mesma família como Garça (Ardeidae), Beija-flor (Trochilidae) e Andorinha (Hirundinidae). Quatro registros obtidos por entrevista foram exclusivos: Platycichla flavipes e Turdus rufiventris, Sicalis flaveola e Sporophila caerulescens sendo que todas estas espécies podem ocorrer na área. Duas delas P. flavipes e S. caeruleascens foram espécies registradas no P.E.P.C.V. (VENTURINI et al. 1996); S. flaveola é uma espécie que vem sendo criada e solta em diversas regiões (obs. pes.) e T. rufiventris também é possível que ocorra estando dentro de sua área de distribuição e podendo até ser vista em pomares, por exemplo.

Dentre as 13 espécies relatadas por outros tipos de registros, oito foram exclusivos. Ixobrychus exilis foi encontrado morto e coletado na altura do quilômetro 11 da Rodosol. Quatro entre as sete espécies citadas pelo Príncipe Maximiliano (1958) P. rubrocapilla, C. pareola, M. regulus e T. cyanoventris, além do gavião Leucopternis lacernulata (COLLAR et al. 1992), espécie esta ameaçada de extinção e endêmica da Mata Atlântica, com uma análise mais criteriosa, poderão ser consideradas extintas localmente visto que não foram registradas neste trabalho e nem em áreas próximas como o Parque Estadual Paulo César Vinha em Setiba (VENTURINI et al. op. cit.). Os Pipridae P. rubrocapilla, C. pareola e M. regulus e o Gavião-pomba L. lacernulata também não foram encontrados em nenhum local da região sul do Espírito Santo em recente trabalho realizado que tem como limite norte a área em foco (BAUER, 1999). Já, por exemplo, Pipra pipra e Tersina viridis ocorrem no PEPCV (VENTURINI et al. op. cit.). Além disto, esta última é uma espécie que realiza movimentos migratórios aparecendo em certas épocas nos mais diferentes locais de sua ocorrência (SICK modif. 1997) o que pode tornar menos freqüente seu registro. As duas espécies consideradas como registros anteriores dos autores (B. tirica e T. amaurochalinus) referem-se a dados esporádicos da década de 90 sendo que o primeiro foi também citado na entrevista e o segundo já foi registrado no P.E.P.C.V. (VENTURINI et. al. op. cit.). As demais espécies foram confirmadas

Quanto ao status das espécies totalizadas 5 são endêmicas do Brasil (L. lacernulata, Brotogeris tirica, Thamnophilus ambiguus, Furnarius figulus e Tangara cyanoventris) e destas, quatro são endêmicas da Mata Atlântica (L. lacernulata, B.tirica, T. ambiguus e T. cyanoventris) sendo que a primeira e a última pode não mais ocorrer na área.

Quanto às espécies ameaçadas de extinção, L. lacernulata, é reconhecida como tal (BERNARDES et al. 1990; COLLAR et al. 1992; BirdLife 2000). Este gavião além de ser endêmico do leste brasileiro, possui baixa densidade populacional e habita florestas com características primárias, em especial nas baixadas (COLLAR et al. 1992).

Outras 4 espécies (P. rubrocapilla, C. pareola, M. regulus e T. cyanoventris) podem já estar extintas localmente o que deve ser melhor investigado. Se realmente extintas, trata-se de extinções locais, sendo todas espécies florestais. SILVA et al. (2000) ressalta que M. regulus (subespécie que ocorre na Mata Atlântica) habita o estrato médio de florestas úmidas, podendo ocorrer em clareiras, bordas e formações secundárias. Ressalta ainda que é espécie de difícil localização na vegetação mesmo conhecendo sua vocalização. Já SICK (1997) ressalta que T. cyanoventris é mais abundante em regiões montanhosas, o que tem sido observado por nós no Espírito Santo.

Uma espécie não registrada e típica das áreas litorâneas é o Sabiá-da-praia (Mimus gilvus). Também pode ser mais uma espécie extinta localmente sendo uma espécie

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muito visada para fins ornamentais. VENTURINI et al. (1996) registrou-a para o PEPCV, Setiba e BAUER (1999) pesquisando outras áreas do litoral sul do estado também só a registrou no mesmo Parque.

Quatorze espécies dentre as 121 são enquadradas como migrantes sendo 7 vindas do Hemisfério Norte (Neártico) e 7 do Hemisfério Sul (Ártico) (STOTZ et al. 1996).

Não foram observadas espécies de aves sendo usadas para subsistência da população local. Porém, existem diferentes espécies com potencial para xerimbabo ou alimentação que podem, eventualmente estar sendo utilizadas para este fim. Alguns exemplos: Jacupemba (Penelope superciliaris), Papagaio (Amazona amazonica), diversos passeriformes como Sabiás (Turdus spp), Coleros (Sporophila spp), Canário (Sicalis flaveola).

A importância da área de Jacarenema para avifauna pode ser exemplificada de várias formas como seu número de espécies e a presença de espécies endêmicas da Mata Atlântica do Brasil.

Muito conhecido e divulgado, inclusive pela mídia, são “as garças do Jucu”. É de se ressaltar que ocorrem no Manguezal 8 espécies diferentes entre garças, socós (Família Ardeidae). Três espécies de garça (C.albus, E. thula e B. ibis) foram observadas nidificando no Manguezal no mês de novembro de 2001, todas com ninhos próximos e em diferentes fases de desenvolvimento (ninho em construção, ninhos com filhotes). Ainda é de se destacar a importância do manguezal na alimentação destas espécies de Ardeidae (exemplo C. albus, E. thula, N. violacea) onde se alimentam de peixes e crustáceos como observado em especial na área da “Ponte da Madalena”, local, inclusive onde ocorre pescaria sem nenhum tipo de controle ou orientação. Não é raro observar neste local os Ardeidae se alimentando “disputando” com os pescadores.

Outros dados que demonstram a importância deste fragmento referem-se a espécies não registradas em outros trabalhos, podendo ser dado apenas histórico ou inédito. No primeiro caso temos a confirmação de espécies com registros apenas históricos como Formicivora grisea, uma espécie de Thamnophilidae cuja ocorrência, até então (BAUER, 1999), só era conhecida para Guarapari (primeira metade do século XX, BAUER, op. cit.). Sendo assim é o único registro atual para o sul do Espírito Santo. Esta espécie foi encontrada em Jacarenema no presente trabalho, aos casais, tendo sido gravada e filmada. Outro caso refere-se a espécies sem registro anterior para o sul do Espírito Santo (BAUER, op. cit.) como o Caburezinho Glaucidium minutissimum que não foi anteriormente assinalada para esta região do Estado tendo sido seu registro para Jacarenema feito no dia 12 dezembro de 2001, através de vocalização, não documentado e portanto, trata-se de registro inédito.

É de se destacar que a área de entorno à REE de Jacarenema também é importante no conjunto de ambientes para a manutenção da Avifauna. Exemplo claro é o eucaliptal a sudoeste da Reserva onde o Papagaio (A. amazonica) dorme. Apesar de na sua área de ocorrência litorânea serem comuns nos manguezais (SICK, 1997), não foram observados no manguezal da Barra do Jucu neste trabalho. Foram registrados apenas 4 indivíduos, aos pares. É uma espécie que pode ser mais bem conhecida no que tange à sua biologia e uso da área local.

Foi registrado durante todo desenvolvimento dos trabalhos um grande número de indivíduos de Urubus (Coragyps atratus) o que está diretamente relacionado à grande oferta de alimento em especial “lixo” e alimentos utilizados para fins religiosos (despachos, ver fotos) em diferentes pontos da Reserva.

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4.2 MASTOFAUNA

O total de 18 espécies de Mamíferos registrado (incluindo as entrevistas) fornece uma idéia da Mastofauna de Jacarenema. Não deve porém, ser considerado como definitivo. VENTURINI et al. (1996) assinalou 43 espécies para a área vizinha do PEPCV em Setiba. Ressalvando-se o tempo empreendido em cada trabalho bem como a extensão das duas áreas (ambas situações maiores em Setiba), é de se supor que o número de espécies em Jacarenema aumente com trabalhos em que sejam empreendidos maior tempo e esforço de captura.

Quanto aos tipos de registros dos trabalhos de campo, apesar de ter tido bom número de capturas, foi a visualização que forneceu maior número de espécies, visto que a mesma espécie foi capturada mais de uma vez (Philander frenatta) em trabalhos desenvolvidos em áreas alteradas esta espécie têm sido ao lado de Didelphis aurita a de maior índice de captura sugerindo sua alta densidade e potencial para dominação de áreas alteradas (obs. pes.).

Em termos de utilização do habitat, a Mata de Restinga observou 9 espécies seguida da formação Aberta de Clusia com 8, Áreas Antropizadas com 3, Manguezal e Brejo com 2 cada e Vegetação Herbácea/Arbustiva com 1 espécie respectivamente. Se considerarmos as espécies com registro exclusivo por habitat tem-se Formação Aberta de Clusia e Mata de Restinga com 2 espécies cada e Manguezal e Brejo com 1 espécie cada. Esses valores dão apenas uma idéia dos respectivos usos do ambiente, porém poderão ser alterados com realização de trabalhos específicos e de maior duração.

Quanto ao Status, das 14 espécies de mamíferos efetivamente registradas na Reserva, Lontra longicaudis é considerada espécie brasileira ameaçada de extinção (BERNARDES et al. 1990). Já G. microtarsus, Cabassous tatouay e Callithrix geofroyi são espécies ameaçadas de extinção em nível mundial (IUCN 1977) sendo as duas primeiras consideradas de baixo risco e a última vulnerável. Os principais fatores de ameaça a estas espécies são a destruição e poluição de habitat, ocorrência naturalmente de pequena extensão e fragmentado ou até o pouco conhecimento de suas populações além da caça (FONSECA et al. 1994, IUCN, 1977, EMMONS, 1997) e pesca, especificamente neste caso para L. longicaudis que, além de disputar alimentação com os pescadores, corre risco de ficar presa nas redes ou de machucar seriamente. Além disso, G. microtarsus e C. geoffroyi são endêmicas da Mata Atlântica ocorrendo a primeira de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul e a segunda no Espírito Santo e Minas Gerais (VIVO 1981, FONSECA et al. 1996, EMMONS 1997) ambas espécies estritamente dependentes de ambientes florestais.

É de se destacar a importância de Jacarenema para a Mastofauna local que encontra refúgio, ambiente para moradia e alimentação. A presença de 4 espécies ameaçadas de extinção (a nível de Brasil ou global), das quais 2 endêmicas de Mata atlântica reforça sua importância como área de conservação e aponta a necessidade de estudos das populações destas espécies e a adoção de mecanismos de proteção mais rigorosos na área de entorno.

Outra importância refere-se à confirmação da existência do sagüi-da-cara-branca (Callithrix geoffroyi) espécie descrita por Humbolt em 1812 cuja localidade-tipo compreende os rios Espírito Santo [Baía de Vitória] e o rio Jucu, tendo sido mais tarde também registrado por WIED (1826) para o rio Jucu (VIVO 1991), portanto área do presente trabalho. Essa é uma espécie muito visada para fins de xerimbabo.

Um registro esperado para a área é o de Chaetomys subspinosus, a qual foi observada uma vez pelos autores em 1995 na região de Mata de Restinga. Espécie ameaçada de extinção que vive em ambientes florestais também foi assinalada por VENTURINI et al. (1996) no PEPCV, onde os autores ressaltam ser de difícil visualização

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se confundindo entre a vegetação de copa, local onde, normalmente, repousa. Ressalta-se também que não foi citado por entrevistas o que pode reforçar o fato de que a espécie seja localmente rara o que explicaria o seu não registro neste trabalho. Porém isto merece ser mais bem investigado.

Foram encontrados na área de Mata de Restinga poleiros de caça, notadamente três típicos de abate de paca (Agouti paca) e/ou tatus (Dasypodidae). Porém nenhum vestígio de paca foi obtido e caso ainda exista na área, deve ocorrer em populações bem reduzidas.

Notavelmente destacamos duas espécies de Mamíferos não silvestre ocorrendo na área o Cachorro-doméstico (Canis familiaris) em número relativamente elevado e o Rato-de-esgoto (Ratus ratus). Ambas espécies competem com a fauna silvestre sendo a primeira uma grande predadora de pequenos mamíferos além de competir com os carnívoros tais como Procyon cancrivourus e Cerdocyon thous e podem exterminar localmente espécies silvestres mais sensíveis.

4.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS

As áreas litorâneas de baixada foram suprimidas em grande extensão sendo a planície litorânea, onde se insere a área de Jacarenema, a primeira a ser ocupada e descaracterizada, inicialmente, pelos colonizadores (DEAN, modif. 1996) processo que ainda ocorre hoje. No caso específico de Jacarenema estas interferências podem ser observadas nos dias atuais através de:

• Especulação imobiliária - bairros e residências nos limites da Reserva. • Extração de areia - nos limites da Reserva. • Caça - poleiros de espera normalmente usados para mamíferos rasteiros. • Depósito de lixo - observado em especial dentro da Reserva em áreas de fácil

acesso, sendo, muitas também vezes queimado. • Fogo - queimada observada em áreas próximas ao rio Jucu. • Uso da Reserva para fins religiosos - uso desordenado com grande disponibilização de

alimento (“ofertas a entidades ou despachos”) que atrai a fauna nativa, risco de fogo (velas acesas no interior da mata de restinga e Formação aberta de Clusia), introdução de fauna exótica (pomba-doméstica). É uma das atividades mais impactantes de forma direta na atualidade para a fauna observada na Reserva pois, na forma como é feita, pode trazer o aumento da população de algumas espécies locais que logo se transformarão em “pragas” além de atrair e sustentar na área uma fauna doméstica altamente prejudicial a fauna nativa da Reserva. Notamos também que essa atividade é responsável por grande parte do lixo existente na Reserva, principalmente dentro das áreas de mata. Em alguns casos perigoso até para os outros usuários da área pois acumula vidros, e recipientes que servem de abrigos para reprodução e proliferação de mosquitos com risco de ser refugio para epidemias como a Dengue por exemplo.

• Uso da Reserva por Homosexuais – este público deixa indiscriminadamente restos de sua atividade (sexo) no caso camisinhas e plásticos, nas áreas preferidas para suas práticas provocando aumento de lixo na Reserva. Porém, um dos mais fortes impactos provocados por estes é a abertura e uso constante de trilhas facilitando o acesso ao interior da mata de restinga de forma desordenada e atípica.

• Pesca - não há nenhum tipo de controle ou cálculo de viabilidade/suporte. É comum observar as aves que se alimentam de peixes e crustáceos terem que “ceder lugar” aos pescadores que vão em busca dos mesmos alimentos.

• Além da própria Rodovia do Sol com impactos no que diz respeito ao barulho e atropelamentos de animais silvestres como pode ser comprovado pelo trabalho de recolhimento de animais atropelados realizado pela concessionária que administra a rodovia.

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VENTURINI et al. (1996) alertou para impactos semelhantes no PEPCV em Setiba com conseqüência para o favorecimento de espécies sinantrópicas/ruderais e comprometimento de espécies restritas de ambientes específicos que estejam sendo alterados.

CERQUEIRA (1995) já alertava para a necessidade de existência de áreas de conservação para a manutenção da diversidade biológica e cujo tamanho é discutível. Acreditamos que a manutenção de áreas estruturadas com zonas de uso definidas baseadas no conhecimento de sua biota e nos fatores abióticos que interferem na sua estrutura sejam importantes para a biodiverside local independente do tamanho e principalmente quando existem outras áreas próximas como é o caso de Jacarenema, PEPCV e a restinga de Interlagos entre as duas UC’s citadas.

Porém, apesar dos problemas que merecem especial atenção da comunidade local e dos órgãos governamentais responsáveis e cujo planejamento de uso e zoneamento devem prever medidas que minimizem estes impactos, é de se destacar a importância da área para fauna local.

A área de Jacarenema e seu entorno é muito importante sob o ponto de vista da biodiversidade local visto que possui diferentes tipos de habitats inter-relacionados como o Manguezal e a Restinga, possuindo espécies típicas dos mesmos e servindo de local de abrigo, nidificação e alimentação para as diversas espécies registradas além da ocorrência, como já referido, de espécies de Aves e Mamíferos ameaçadas de extinção e endêmicas de Mata Atlântica.

Como programas de estudos específicos sugerimos:

• Reprodução de Ardeidae com ênfase na nidificação e sua relação com o Manguezal. • Padrões de distribuição e monitoramento do uso de ambientes pela avifauna

(Verificação das modificações de populações e ambientes). • Biologia e Conservação de Lontra longicaudis. • Estudo quali/quantitativo da Mastofauna de Jacarenema. • A fauna como mecanismo de Educação Ambiental e recurso sustentável.

5. INDICAÇÕES

5.1 AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA

Os dados obtidos nesta rápida amostragem indicam a necessidade de realizar um levantamento mais significativo tomando-se a atenção às espécies arborícolas, aquícolas e migrantes.

Um período maior de trabalho de campo apontaria outras espécies que certamente ocorrem na área e devido às dificuldades referidas não foram possíveis de serem registradas.

Para uma amostragem mais próxima do real seria necessário um trabalho de campo com maior abrangência temporal, cobrindo-se as diferentes estações do ano, estudos ecológicos e avaliação migratória, o que serviria para dar uma noção do fluxo de fauna na área.

Considerando-se que aves e mamíferos são bons indicadores do estado de conservação em que um sistema biológico se encontra, monitoramentos contínuos das populações destes taxa tornam-se então necessários para avaliar a diversidade. Monitoramentos realizados desta forma permitirão o entendimento de fatores intrínsecos

envolvidos na dinâmica das populações e gerenciar mais efetivamente os problemas de conservação (CERQUEIRA et al, 1995).

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No momento, a indicação de qualquer programa especifico seria de suma importância para a área, devido a crescente redução dos ambientes primitivos.

5.2 PROGRAMAS RECOMENDADOS

A seguir apresentamos os programas que julgamos necessário a serem implantados na região visando o Zoneamento da área e apoio à implantação das ações ambientais e os programas recomendados para o Plano Diretor relativos a Fauna de Aves e Mamíferos que certamente irão contribuir e reforçar as demais ações sugeridas dentro do contexto geral da Reserva e seu entorno.

5.2.1 Programa de Educação Ambiental

A fauna como mecanismo de Educação Ambiental e recurso sustentável.

5.2.1.1 Premissas

É possível referir os seguintes impactos:

1. Uso da Rodovia com existência de tráfego, de ruído (tráfego), risco de atropelamento. 2. Uso da Reserva para fins de lazer, religião, 3. Extrativismo (caça, areia e outros) 4. Depósitos irregulares (lixo, entulho)

Além dos impactos que podem ser exaustivamente relatados, previstos, mensurados, neste tipo de ambiente deve-se também levar em conta a sua extensão.

5.2.1.2 Público-Alvo

Pode-se de maneira simplificada diferenciar diferentes públicos-alvo:

1. Usuários diretos temporários (de passagem em parte ou na totalidade da extensão). 2. Moradores locais (travessia, trechos curtos, em diferentes meios de locomoção), autoridades e lideranças, transeuntes em geral. 3. Estudantes dos mais diferentes níveis (Fundamental ao Superior).

Além disto, a extensão da Reserva liga áreas urbanas e balneários.

De acordo com estes diferentes perfis de público e duração de contato é necessário estabelecer programas educacionais de percepção ambiental com enfoque faunístico voltados para uma educação conservacionista e adequada à realidade local e aos impactos relacionados e outros que podem vir a ser previstos.

Assim, é necessário montar um programa com ações diferenciadas para atingir os diferentes perfis de usuários e de temporalidade.

5.2.1.3 Ações Preventivas e/ou Corretivas

• Fornecimento de informações básicas para os usuários e o controle direto da quantidade e locais de acesso.

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• Esclarecimentos quanto à necessidade de destinação segura de lixo dos usuários e controle total da sua redução, em primeiro momento, e sua proibição total a curto prazo.

• Fornecimento, para usuários, de locais adequados para banheiros com destinação apropriada de dejetos.

• Orientação quanto à proibição de destinação de lixo na Reserva como, por exemplo, restos de construções, abatedouros e lixos domésticos.

• Programas de educação voltados à comunidade local (associações organizadas, escolas), visando orientar sobre a importância das áreas da Reserva e da responsabilidade destas entidades na sua administração de uso.

• Orientação aos usuários através de sinalização quanto aos impactos na área, em especial nos fragmentos mais significativos, de forma a minimizá-los.

• Identificação das áreas de maior pressão de caça, depósito irregular de lixo e dejetos com posteriores e imediatos trabalhos de orientação voltados à sua correção através da sensibilização destas pessoas e/ou Instituições para a importância da área, necessidade de sua conservação, valor estético, biológico, educacional e econômico (que pode ser direcionado, por exemplo turístico).

• Delimitação de área remanescente de importância biológica para fins de educação ambiental modelo e sensibilização da população local e regional.

• Delimitação das áreas de nidificação e pontos de refúgio da fauna como Zonas de uso restrito para a pesquisa evitando-se ações desordenadas de turismo e pseudo-educacionais.

• Orientação sistemática aos usuários da Rodovia quanto a atenção para a presença de animais silvestres na região, cuidados com o veiculo e principalmente na emissão de ruídos (em alguns casos fatais para determinadas espécies). Uma ação de cunho educativo voltada para a redução de ruídos beneficiará a Reserva e aos próprios usuários da Rodovia.

5.2.1.4 Gestão das Ações

A titulo de sugestão pode ser desenvolvido um sistema participativo entre Instituições (públicas, privadas ou organizações civis não governamentais) locais ou regionais, da área ambiental ou de usuários diretos. Assim, deve-se destacar as empresas instaladas próximas e que de alguma forma já usam as áreas, em especial àquelas que visivelmente causam algum tipo de dano ao ambiente local.

5.2.1.5 Perspectiva de Investimentos e Execução

Apresentamos a seguir um quadro sugestivo com as perspectivas dos investimentos estimados e as ações previstas para a implementação do Programa de Educação ambiental*

QUALIFICAÇÃO INVESTIMENTO(R$) AÇÕES PREVISTAS Recursos Humanos 40.000,00 1. Planejamento básico

Material de Consumo 15.000,00 2. Estruturação e avaliação. Material Permanente 70.000,00 3. Implantação e Execução

Outros gastos 12.000,00 4. Avaliação e Divulgação.

Total 137.000,00 5. Reestruturação. Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: *Previsão para 18 messes de aplicação.

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5.2.2 Programa de Monitoramento da Avifauna e Mastofauna

� Subprogramas

• Reprodução de Ardeidae com ênfase na nidificação e sua relação com o Manguezal. • Padrões de distribuição e monitoramento do uso de ambientes pela avifauna

(Verificação das modificações de populações e ambientes). • Biologia e Conservação de Lontra longicaudis. • Estudo quali-quantitativo da Mastofauna de Jacarenema.

5.2.2.1 Premissas

Considerando-se que aves e mamíferos são bons indicadores do estado de conservação em que um sistema biológico se encontra, monitoramentos contínuos das populações destes taxa tornam-se então necessários para avaliar a diversidade e fornecer informações para um adequado manejo da região além de indicar as possíveis interferências que o empreendimento possa vir a ocasionar na área.

O programa de monitoramento aqui sugerido visa a obtenção de dados específicos da Reserva e seu entorno a fim de, numa etapa posterior, reforçar os subprogramas de estudos e pesquisas de populações e/ ou espécies tendo como objetivo a conservação da Avifauna e Mastofauna local aqui sugeridos.

5.2.2.2 Etapas e Duração

Em seu contexto geral o programa tem uma duração mínima de cinco anos englobando as diferentes fases do empreendimento que incluem:

1. Diagnóstico inicial (já executado). 2. Levantamento sistemático da região e entorno da Reserva. 3. Levantamento pontual nos trechos, avaliados durante o Diagnóstico inicial, que por ventura venham a sofrer interferências diretas ou indiretas. 4. Acompanhamento integral ao longo da Reserva com metodologia específica para o estudo das populações sugeridas.

5.2.2.3 Justificativa

Como justificativa básica da implantação deste programa podemos salientar a necessidade de se avaliar as prováveis interferências da fauna local obtendo-se dados de campo e avaliando comparativamente os resultados obtidos durante as diferentes fases do ano (Primavera, Verão, Outono e Inverno) podendo assim sugerir ações de manejo concretas.

5.2.2.4 Objetivos

São objetivos principais deste programa:

• Elaboração do inventário definitivo de Avifauna e Mastofauna ocorrentes na área com vista a subsidiar os subprogramas específicos propostos.

• Atualização dos dados referentes aos obtidos inicialmente na fase do Diagnóstico de Aves e Mamíferos com acompanhamento da evolução quali-quantitativa dos grupos.

• Identificação das possíveis espécies sensíveis que ocorrem na área ainda não relatadas.

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• Avaliação dos resultados que permitam inferir acerca das prováveis interferências sobre a Avifauna e mastofauna, provenientes do uso intensivo da área como parque natural.

• Acompanhamento da evolução das populações e ambientes das espécies chaves (sugeridas Lontra e Ardeidae)

5.2.2.5 Desenvolvimento Metodólogico

Visando o desenvolvimento das etapas programadas e, de acordo com as características da área, optamos por apresentar uma metodologia que abrange a concretização de todos os objetivos propostos.

O Programa de Monitoramento da Avifauna e Mastofauna deverá ter continuidade em uma segunda etapa ou pré-monitoramento com o levantamento sistemático visando uma atualização das informações obtidas durante o diagnóstico já executado (primeira etapa). Para tanto, deverão ser realizadas oito campanhas de campo distribuídas nos quatros trimestres anuais com duração de 10 dias cada campanha. Esta fase permitirá a atualização e a obtenção de dados que subsidiarão os trabalhos específicos de monitoramento na área a serem desenvolvidos.

A terceira etapa desse programa é relativa ao Estudo das espécies e Grupos sugeridos e um levantamento pontual utilizando-se metodologia adequada para o levantamento e caracterização das estações de estudo da avifauna e mastofauna (tempo estimado de um ano).

Na quarta etapa (monitoramento e pós monitoramento) prevista para três anos serão amostrados vários pontos ao longo da Reserva com métodos adequados que permitirão ao longo dos estudos uma avaliação das modificações ocorridas.

Teremos então:

• Diagnóstico Faunístico (Utilização de técnicas de levantamento de amostragem rápida) >> Já executado.

• Pré-monitoramento (levantamento sistemático e levantamento pontual) >> Atualização dos dados, direcionamento dos grupos de controle, escolha das "espécies chaves" = análise das variações ambientais e

• Elaboração e execução de programas de monitoramento e Pós-monitoramento (Acompanhamento integral).

Esta seqüência faz-se necessária devido às relações de dependência entre as etapas:

Propomos, então, após o diagnóstico faunístico (etapa já efetuada a partir de dados gerados em campo, informações primárias, durante a elaboração do presente Zoneamento) as etapas de pré-monitoramento, levantamento sistemático, levantamento pontual e acompanhamento integral.

ETAPAS DO PROGRAMA E SUAS RELAÇÕES

DIAGNÓSTICO

PRÉ-

MONITORAMENTO

PROGRAMAS DE

MONITORAMENTO

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Estas fases envolvem vários trabalhos de campo que deverão ser realizados na área da atual Reserva e seu entorno em áreas florestadas nos diferentes estágios de conservação e demais ambientes de interesse. Dentro dos limites desta área, serão definidos (com base nos estudos florísticos existentes - mapa de vegetação) os pontos de amostragem de fauna, de forma a representar os ambientes mais característicos da região. Preliminarmente, podemos destacar alguns tipos de ambientes selecionados (no decorrer do trabalho poderá haver mudanças na terminologia de acordo com o desenvolvimento dos estudos):

Vegetação Herbácea / Arbustiva Mata de Restinga

Brejo Manguezal

Formação Aberta de Clusia Áreas fortemente antropizadas (Pasto, Eucaliptal e Pomar)

• Período de amostragem

As coletas de dados de campo serão realizadas trimestralmente, de forma que tenham um caráter sazonal (primavera, verão, outono e inverno) e a abrangência de dois ciclos anuais completos.

• Técnicas de amostragem

Deverá ser apresentado um estudo detalhado dos grupos de aves e mamíferos contendo as espécies de valor cinegético, de xerimbabo, migratórias, ameaçadas de extinção, sinântropas, endêmicas bem como as espécies mais freqüentes, as poucas freqüentes e sua relação com as categorias ambientais e suas guildas.

• Pontos de amostragem

Serão escolhidos ao longo da Reserva e seu entorno pontos de amostragem de acordo com as categorias ambientais existentes. Cada ponto, para efeito de amostragem, será considerado em sua maior representatividade dentro das áreas existentes na região.

� Aves - Os dados de campo relativos à avifauna serão obtidos através de observações diretas (visuais e vocalizações), capturas e informações fornecidas por moradores locais (bons conhecedores da fauna local) através de metodologia de entrevista própria.

� Mamíferos - Os dados de campo relativos à mastofauna serão obtidos através de capturas, observações diretas, registros de vestígios no ambiente e informações de entrevistas.

Um dos objetivos do programa é a atualização dos dados das espécies da fauna existente (aves e mamíferos), espécies raras ou ameaçadas de extinção, e identificação das fontes de alimentação, abrigos naturais e ninhos de reprodução das espécies além da inter-relação da flora-fauna/fauna-fauna (análise dessas inter-relações na área do empreendimento).

O estudo faunístico terá duas partes distintas: uma parte descritiva dos fatores e condições ecológicas dos habitats levantados e uma parte interpretativa dos valores obtidos e conceitos atribuídos bem como a dimensão estatística destes valores.

A partir dos dados obtidos pretende-se avaliar a diversidade de espécies da região, correlacionando-os aos habitats preferenciais, bem como outros dados bio-ecológicos como alimentação, grau de residência, uso da área (e estratificação, se for o caso), distribuição temporal, dados reprodutivos e outros.

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A. PRÉ-MONITORAMENTO

São todas as atividades de preparação para o monitoramento das condições bio-ecológicas e de reconhecimento da vida animal. Aborda também o levantamento de fatores do meio antrópico, pesquisas de opinião pública e levantamento da percepção da população para os fatores relacionados à fauna.

O pré-monitoramento pode ser entendido como o conjunto de atividades para gerar dados no campo para serem trabalhados e incorporados ao monitoramento propriamente dito. Não visa produzir o conhecimento final dos dados levantados e sim apontar quais aspectos devem ser estudados.

Com o conhecimento obtido no presente diagnóstico apontamos no grupo de Aves a família Ardeidae como uma importante fonte de estudo e, nos Mamíferos, a Lontra devido aos fatores condicionados a estas espécies tais como ameaça de extinção no caso da lontra e a relação direta com os ambientes da Reserva (áreas de mangue e Mata) e a facilidade de observação e registros de dados (Ardeidae).

B. PRESSUPOSTOS

Para o desenvolvimento desta metodologia são necessários basicamente:

Levantamentos prévios de vegetação com as formações vegetais definidas e caracterizadas, conhecimento dos acessos da região, disponibilidade de pessoal durante as diferentes fases de execução (ajudantes, conforme especificação), material de consumo e apoio logístico.

C. MONITORAMENTO A elaboração de programas de monitoramento compreende a última etapa do

presente programa, e terá como base de formulação a análise da evolução das modificações ambientais ocorridas na área da Reserva.

• Como produto final da presente proposta, serão apresentados os dados obtidos nos subprogramas de monitoramento da fauna de aves e mamíferos sugeridos.

5.2.2.6 Perspectiva de Investimentos e Execução

Apresentamos a seguir um quadro sugestivo com as perspectivas dos investimentos estimados e as ações previstas para a implementação do Programa de Monitoramento da Fauna*.

QUALIFICAÇÃO INVESTIMENTOS (em R$ x 1000)

TOTAL (R$)

1º ano

2º ano

3º ano

4º ano

5º ano

Recursos Humanos 20.4 20.4 25.0 25.0 25.0 115.800 Material de consumo 5.0 6.3 5.5 5.5 5.5 27.800

Material permanente 15.4 - - - - 15.400

Outros custos 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 22.500 Total 45.3 31.2 35.0 35.0 35.0 181.500

Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: *Dados Estimados.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIRRE, A.C.e Aldrighi, A.D.1987. Catálogo das aves do Museu da Fauna. Segunda parte. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal.

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BAUER, C. 1999. Padrões atuais de distribuição de aves florestais na região sul do Estado do Espírito Santo, Brasil. Dissertação de Mestrado (Zoologia) UFRJ, Museu Nacional, Rio de Janeiro.

BECK, M. e DALPONTE, J.C. 1991. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. Brasília: Editora Universidades de Brasília

BERNARDES, A. T., MACHADO A . B. M. e RYLANDS, A . B.. 1990. Fauna brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas para a Conservação da Diversidade Biológica.

BirdLife International 2000. Threatened birds of the wolrd. Barcelona and Cambridge: Lynx edicions and BirdLife International.

CABRERA, A 1961. Catalogo de los mamiferos de America del Sur. Revta. Mus. Argent. Cienc. Nat. Bernardino Rivadavia. T.4, v. 1 e 2

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Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 25

ANEXOS

Anexo 1 - Tabelas Tabela 1 - Aves registradas na Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema e arredores, Vila Velha, ES, através de

observações diretas (novembro e dezembro de 2001 e fevereiro de 2002).

ÁREAS DE REGISTRO FAMÍLIA / ESPÉCIE TR DOC ATI

HA MR BR MG FC AT VO FREGATIDAE (1)

Fregata magnificens VI X

ARDEIDAE (8) Casmerodius albus VI FI N, F X X X

Egretta thula VI FO N, F X X X

Egretta caerulea VI FI F X X

Bubulcus ibis VI FO N X X Butorides striatus VI FI F X X X

Nycticorax nycticorax VI FI F X X

Nyctanassa violacea VI F X

Tigrisoma lineatum VI X X CATHARTIDAE (3)

Coragyps atratus VI X X X

Cathartes aura VI X

Cathartes burrovianus VI FI X ANATIDAE (2)

Dendrocygna viduata VI, VO X

Amazonetta brasiliensis VI X ACCIPITRIDAE (1)

Rupornis magnirostris VI, VO GV X X X

FALCONIDAE (4)

Milvago chimachima VI, VO FI X X X

Polyborus plancus VI FO, FI X X X X Falco femoralis VI F X

Falco sparverius VI F X CRACIDAE (1)

Penelope superciliaris VI X RALLIDAE (5)

Rallus nigricans VO GV X X

Rallus longirostris VI, VO FI, GV F X X

Aramides cajanea VI, VO FI, GV F X X X

Porzana albicollis VO X

Laterallus viridis VO X

JACANIDAE (1)

Jacana jacana VI,VO FI F X CHARADRIIDAE (1)

Vanellus chilensis VI, VO GV F X X

SCOLOPACIDAE (1)

Actitis macularia VI FI F COLUMBIDAE (6)

Columba picazuro VI, VO GV

Columba cayennensis VI, VO

Columbina talpacoti VI, VO GV F Columbina picui VI FI F

Scardafella squammata VI, VO FO, FI, GV N

Leptotila verreauxi VO GV

PSITTACIDAE (1)

Amazona amazonica VI, VO GV CUCULIDAE (4)

Crotophaga ani VI, VO GV F

Crotophaga major VI, VO FI, GV F

Guira guira VI, VO F Tapera naevia VO GV

Continua

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Anfíbios 26

ÁREAS DE REGISTRO FAMÍLIA / ESPÉCIE TR DOC ATI

HA MR BR MG FC AT VO STRIGIDAE (3)

Glaucidium minutissimum VO

Glaucidium brasilianum VO X

Speotyto cunicularia VI X NYCTIBIIDAE (1)

Nyctibius griseus VI, VO GV X X

CAPRIMULGIDAE (3)

Nyctidromus albicollis VI, VO GV F X X

Caprimulgus parvulus VI, VO FI, GV F X

Hydropsalis brasiliana VI, VO FI, GV F X APODIDAE (2)

Streptoprocne zonaris VI F X Chaetura sp VI FI F X

TROCHILIDAE (2)

Eupetomena macroura VI F X X

Amazilia fimbriata VI F X X X ALCEDINIDAE (2)

Ceryle torquata VI, VO X

Chloroceryle americana VI X PICIDAE (3)

Picumnus cirratus VI, VO FO, FI, GV F X X X X

Colaptes campestris VI, VO GV F X

Celeus flavescens VI, VO FI, GV F X X X THAMNOPHILIDAE (3)

Thamnophilus ambiguus VI, VO FI, GV F X X

Myrmotherula axillaris VI, VO FI, GV F X

Formicivora grisea VI, VO FI, GV F X X

FURNARIIDAE (3) Furnarius rufus VI, VO F X X X

Furnarius figulus VI, VO F X X

Certhiaxis cinnamomea VI, VO X

TYRANNIDAE (13) Camptostoma obsoletum VI, VO X X

Elaenia flavogaster VI, VO GV X X X X

Todirostrum cinerium VO X X X

Tolmomyias flaviventris VI, VO GV X X

Fluvicola nengeta VI, VO F X X X

Arundinicola leucocephala VI F X

Machetornis rixosus VI, VO FI F X X

Myiarchus sp VI X X

Pitangus sulphuratus VI, VO FI, GV F X X X X X

Myiozetetes similis VI, VO X X

Tyrannus savana VI FO, FI F X

Tyrannus melancholicus VI, VO GV F X X X X X

Pachyramphus polychopterus VI, VO GV X

HIRUNDINIDAE (6)

Tachycineta leucorrhoa VI FI F X

Phaeoprogne tapera VI F X

Progne chalybea VI F X

Progne subis VI F X

Notyochelidon cyanoleuca VI N, F X

Stelgidopteryx ruficollis VI F X TROGLODYTIDAE (3)

Donacobius atricapillus VI, VO FI, GV X

Thryothorus genibarbis VO

Troglodytes aedon VI, VO GV

MUSCICAPIDAE (1) Turdus leucomelas VI, VO FI F

MIMIDAE (1)

Mimus saturninus VI, VO FI F

VIREONIDAE (1) Vireo olivaceus VI, VO GV

Continua

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Anfíbios 27

ÁREAS DE REGISTRO FAMÍLIA / ESPÉCIE TR DOC ATI

HA MR BR MG FC AT VO EMBERIZIDAE (19)

Parula pitiayumi VI, VO FI, GV F

Geothlypis aequinoctialis VI, VO FI, GV F

Coereba flaveola VI, VO GV F

Nemosia pileata VI, VO FI, GV F

Thraupis sayaca VI, VO F

Euphonia chlorotica VI, VO FI F X X

Tangara cayana VI, VO F X

Dacnis cayana VI FI F X X

Cyanerpes cyaneus VI, VO FI, GV F X X

Conirostrum speciosum VI, VO GV F X

Conirostrum bicolor VI, VO X Ammodramus humeralis VO X

Volatinia jacarina VI, VO X X

Sporophila leucoptera VI, VO GV X

Coryphospingus pileatus VI, VO GV F X Agelaius ruficapillus VI, VO X

Leistes superciliaris VI, VO X

Gnorimopsar chopi VI X X

Molothrus bonariensis VI X PASSERIDAE (1)

Passer domesticus VI, VO F X X X

ESTRILDIDAE (1)

Estrilda astrild VI, VO F X X X

32 Famílias 107 Espécies 97 VI 68 VO

36 FI 6 FO 39 GV

5 N 60 F

21 26 13 35 38 61 6

Fonte: Levantamento e campo, 2002. Obs: TR: Tipo de Registro: VI- Visualização, VO- Vocalização. DOC: Documentação: GV- Gravação de voz, FO- Fotografia, FI- Filmagem. ATI: Atividade Observada: F- Forrageamento, N- Nidificação. ÁREAS DE REGISTRO: HA- Vegetação Herbácea / Arbustiva, MR- Mata de Restinga, BR- Brejo MG- Manguezal, FC- Formação Aberta de Clusia , AT- Áreas fortemente antropizadas, VO- Em vôo (não estando em nenhuma das áreas definidas.

Tabela 2- Avifauna registrada através de entrevista para a Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema e arredores.

FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME COMUM ARDEIDAE

Casmerodius albus Garça

Egretta thula Garça

Egretta caerulea Garça

Bubulcus íbis Garça

Butorides striatus Socó

Tigrisoma lineatum Socó-boi CATHARTIDAE

Coragyps atratus Urubu

Cathartes aura Urubu-rei

Cathartes burrovianus Urubu-rei ANATIDAE

Dendrocygna viduata Irerê

Amazonetta brasiliensis Marrequinha FALCONIDAE

Milvago chimachima Gavião-pinhé

Polyborus plancus Caracará

Falco sparverius Gavião-rapina CRACIDAE

Penelope superciliaris Jacupemba RALLIDAE

Rallus nigricans Siricora-bico-verde

Aramides cajanea Siricora-três-potes CHARADRIIDAE

Vanellus chilensis Quero-quero COLUMBIDAE

Columbina talpacoti Rolinha Continua

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Anfíbios 28

FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME COMUM Scardafella squammata Rola-de-espelho

PSITTACIDAE

Brotogeris tirica Periquito-verde ou mirim

Amazona amazonica Papagaio STRIGIDAE

Speotyto cunicularia Coruja NYCTIBIIDAE

Nyctibius griseus Arutau CAPRIMULGIDAE

Nyctidromus albicollis Bacurau

TROCHILIDAE

Eupetomena macroura Beija-flor

Amazilia fimbriata Beija-flor FURNARIIDAE

Furnarius rufus João-de-barro HIRUNDINIDAE

Tachycineta leucorrhoa Andorinha Phaeoprogne tapera Andorinha

Progne chalybea Andorinha

Progne subis Andorinha

Notyochelidon cyanoleuca Andorinha

Stelgidopteryx ruficollis Andorinha MUSCICAPIDAE

Platycichla flavipes Sabiá-preta

Turdus rufiventris Sabiá-peito-vermelho, Vira-bosta EMBERIZIDAE

Thraupis sayaca Sanhaço

Sicalis flaveola Canário

Volatinia jacarina Tiziu Sporophila caerulescens Colero-cianinho, Colero-laranjeira*

17 Famílias 40 Espécies Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: * Colero-cianinho (ventre branco); Colero-laranjeira (ventre amarelado).

Tabela 3 - Outros registros de Aves para a região de Jacarenema.

FAMÍLIA / ESPÉCIE TIPO DE REGISTRO PELE RA BIBL

ARDEIDAE

Ixobrychus exilis X ACCIPITRIDAE

Leucopternis lacernulata 3

PSITTACIDAE

Brotogeris tirica X TYRANNIDADE

Camptostoma obsoletum 2,4 PIPRIDAE

Pipra rubrocapilla 1,4

Pipra pipra 1,4

Chiroxiphia pareola 1,4

Machaeropterus regulus 1,2,4

MUSCICAPIDAE

Turdus amaurochalinus X EMBEREZIDAE

Tangara cyanoventris 1

Cyanerpes cyaneus 1

Conirostrum bicolor 4 Tersina viridis 1

Total: 7 Famílias /13 espécies 1 2 10 Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: TIPO DE REGISTRO: PELE- Indivíduos encontrados mortos (na Rodosol), RA- Registros inéditos realizados em datas anteriores pelos autores (década de 90), BIBL- Registros bibliográficos: 1. Wied, (1958); 2. Aguirre e Aldrighi (1987); 3. Collar et al. (1992); 4. Bauer (1999).

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Anfíbios 29

Tabela 4 - Avifauna registrada na Reserva ecológica Estadual de Jacarenema e arredores, Vila Velha, ES, de acordo com o tipo de registro e Status.

FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME COMUM REGISTRO STATUS

C E B P FREGATIDAE (1)

Fregata magnificens TESOURÃO X ARDEIDAE (9)

Casmerodius albus GARÇA X X M1 Egretta thula GARÇA X X M1 Egretta caerulea GARÇA X X Bubulcus íbis GARÇA X X

Butorides striatus SOCÓ X X

Nycticorax nycticorax GARÇA-DORMINHOCA X M1 Nyctanassa violacea SAVACU-DE-COROA X M1 Tigrisoma lineatum SOCÓ-BOI X X

Ixobrychus exilis SOCÓ-VERMELHO X

CATHARTIDAE (3)

Coragyps atratus URUBU X X

Cathartes aura URUBU-REI X X

Cathartes burrovianus URUBU-REI X X ANATIDAE (2)

Dendrocygna viduata IRERÊ X X Amazonetta brasiliensis MARREQUINHA X X

ACCIPITRIDAE (2)

Rupornis magnirostris * GAVIÃO-CARIJÓ X

Leucopternis lacernulata GAVIÃO-POMBO X EB,MA,A, G FALCONIDAE (4)

Milvago chimachima GAVIÃO-PINHÉ X X

Polyborus plancus CARACARÁ X X

Falco femoralis FALCÃO-DE-COLEIRA X

Falco sparverius GAVIÃO-RAPINA X X M1 CRACIDAE (1)

Penelope superciliaris JACUPEMBA X X RALLIDAE (5)

Rallus nigricans SIRICORA-BICO-VERDE X X

Rallus lomgirostris SARACURA-SANÃ-DOS-MANGUES X

Aramides cajanea SIRICORA-TRÊS-POTES X X

Porzana albicollis SANÃ-CARIJÓ X

Laterallus viridis SANÃ-CASTANHA X

JACANIDAE (1)

Jacana jacana JAÇANÃ, PIAÇOCA X

CHARADRIIDAE (1) Vanellus chilensis QUERO-QUERO X X

SCOLOPACIDAE (1)

Actitis macularia MAÇARICO-PINTADO X M1 COLUMBIDAE (6)

Columba picazuro POMBA-ASA-BRANCA X

Columba cayennensis POMBA-GALEGA X

Columbina talpacoti ROLINHA X X

Columbina picui ROLINHA-BRANCA X M2 Scardafella squammata ROLA-DE-ESPELHO X X Leptotila verreauxi JURITI-PUPU X

PSITTACIDAE (2)

Brotogeris tirica PERIQUITO-VERDE ou MIRIM X EB, MA Amazona amazonica PAPAGAIO X X

CUCULIDAE (4)

Crotophaga ani ANU-PRETO X

Crotophaga major ANU-COROCA X

Guira guira ANU-BRANCO X

Tapera naevia SACI X C E B P

STRIGIDAE (3)

Glaucidium minutissimum CABUREZINHO X

Glaucidium brasilianum CABURÉ-FERRUGEM X Continua

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 30

FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME COMUM REGISTRO STATUS Speotyto cunicularia CORUJA X X

NYCTIBIIDAE (1)

Nyctibius griseus ARUTAU X X

CAPRIMULGIDAE (3)

Nyctidromus albicollis BACURAU X X

Caprimulgus parvulus BACURAU-CHINTÃ X

Hydropsalis brasiliana CURIANGO-TESOURA X

APODIDAE (2)

Streptoprocne zonaris ANDORINHÃO-COLEIRA-BRANCA X

Chaetura sp ANDORINHÃO X

TROCHILIDAE (2)

Eupetomena macroura BEIJA-FLOR X X

Amazilia fimbriata BEIJA-FLOR X X ALCEDINIDAE (2)

Ceryle torquata MARTIM-PESCADOR-GRANDE X

Chloroceryle americana MARTIM-PESCADOR-PEQUEÑO X

PICIDAE (3) Picumnus cirratus PICA-PAU-ANÃO-BARRADO X

Colaptes campestris PICA-PAU-DO-CAMPO X

Celeus flavescens PICA-PAU-DE-CABEÇA-AMARELA X THAMNOPHILIDAE (3)

Thamnophilus ambiguus CHOCA X EB, MA Myrmotherula axillaris CHOQUINHA-FLANCOS-BRANCOS X

Formicivora grisea FORMIGUEIRO-PARDO X FURNARIIDAE (3)

Furnarius rufus JOÃO-DE-BARRO X X

Furnarius figulus CASACA-DE-COURO-DA-LAMA X EB Certhiaxis cinnamomea CORRUÍRA-DO-BREJO X

TYRANNIDAE (13) Camptostoma obsoletum RISADINHA X X

Elaenia flavogaster CACURUTADO X

Todirostrum cinerium FERREIRINHO-REL-ÓGIO X

Tolmomyias flaviventris BICO-CHATO-AMARELO X Fluvicola nengeta LAVADEIRA-MASCARADA X

Arundinicola leucocephala VIUVINHA X

Machetornis rixosus SIRIRI-CAVALEIRO X

Myiarchus sp MARIA-CAVALEIRA X

Pitangus sulphuratus BEM-TE-VI X

Myiozetetes similis BEM-TE-VI-DE-COROA-

VERMELHA X

Tyrannus savana TESOURINHA X M2 Tyrannus melancholicus SIRIRI X

Pachyramphus polychopterus CANELEIRO-PRETO X PIPRIDAE (4)

Pipra rubrocapilla (*) DANÇADOR-CABEÇA-ENCARNADA X

Pipra pipra DANÇADOR-DE-CABEÇA-PRETA X

Chiroxiphia pareola (*) TANGARÁ-DE-COSTA-AZUL X

Machaeropterus regulus (*) TANGARÁ-RAJADO X HIRUNDINIDAE (6)

Tachycineta leucorrhoa ANDORINHA X M2 Phaeoprogne tapera ANDORINHA X

Progne chalybea ANDORINHA X

Progne subis ANDORINHA X M1 Notyochelidon cyanoleuca ANDORINHA X M2 Stelgidopteryx ruficollis ANDORINHA X

TROGLODYTIDAE (3)

Donacobius atricapillus JAPACAMIM X

Thryothorus genibarbis GARRINCHÃO-PAI-AVÔ X

Troglodytes aedon CAMBAXIRRA X C E B P

MUSCICAPIDAE (4)

Platycichla flavipes SABIÁ-PRETA X M2 Continua

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 31

FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME COMUM REGISTRO STATUS

Turdus rufiventris SABIÁ-PEITO-VERMELHO ( vira-

bosta) X

Turdus leucomelas SABIÁ-BARRANQUEIRO X Turdus amaurochalinus SABIÁ-POCA X M2

MIMIDAE (1)

Mimus saturninus SABIÁ-DO-CAMPO X VIREONIDAE (1)

Vireo olivaceus JURUVIARA X EMBERIZIDAE (23)

Parula pitiayumi MARIQUITA X

Geothlypis aequinoctialis PIA-COBRA X

Coereba flaveola CAMBACICA X

Nemosia pileata SAÍRA-DE-CHAPÉU-PRETO X

Thraupis sayaca SANHAÇO X X

Euphonia clorótica GATURAMO-FI-FI X Tangara cyanoventris * SAÍRA-DOURADINHA X EB, MA Tangara cayana SAÍRA-AMARELA X

Dacnis cayana SAÍ-AZUL X

Cyanerpes cyaneus SAÍ-BEIJA-FLOR X X Conirostrum speciosum FIGUINHA-DE-RABO-CASTANHO X

Conirostrum bicolor FIGUINHA-DO-MANGUE X X

Tersina viridis SAÍ-ANDORINHA X

Ammodramus humeralis TICO-TICO-DO-CAMPO X

Sicalis flaveola CANÁRIO X

Volatinia jacarina TIZIU X X

Sporophila caerulescens COLERO (cianinho ou laranjeira) X M2 Sporophila leucoptera BICO-VERMELHO X

Coryphospingus pileatus GALINHA-DO-SERRA X

Agelaius ruficapillus DOREMI X

Leistes superciliaris POLÍCIA-INGLESA X

Gnorimopsar chopi MELRO X

Molothrus bonariensis GAUDÉRIO X

PASSERIDAE (1)

Passer domesticus PARDAL X

ESTRILDIDAE (1) Estrilda astrild BICO-DE-LACRE X

TOTAL: 33 Famílias 121 Espécies 107 40 13 1 4EB 3MA 14M Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: * - após o nome da espécie indica que pode estar extinta localmente. REGISTRO: C- Campo 2001/2002 ou anterior (pelos autores), E- Entrevistas, B- Bibliográfico, P- Peles. STATUS: EB- Táxon endêmico do Brasil (Sick, 1997), MA- Táxon endêmico da Mata Atlântica (Stotz et al., 1996), M1- Migrantes do Neártico (Stotz et al., 1996), M2- Migrantes Austral (Stotz et al., 1996), A- Espécie brasileira ameaçada de extinção (Bernardes et al. 1990), G- Espécie ameçada de extinção a nível global (BirdLife, 2000).

Tabela 5 – Espécies de Mamíferos registradas na Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema, Vila Velha / ES e respectivas áreas de registro.(Nov. e Dez. / 2001 e Fev. de 2002).

ÁREAS DE REGISTRO FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR

HA MR BR MG FC AT DIDELPHIDAE

DIDELPHIS AURITA Gambá-de-orelha-preta X X X

Gracilinanus microtarsus Catita X PHILANDER FRENATTA Cuíca- quatro-olhos X X

DASYPODIDAE Dasypus novemcinctus Tatu-galinha X X

CALLITRICHIDAE

Callithrix geoffroyi Sagui-da-cara-branca X X CEBIDAE

Cebus apella Macaco-prego X CANIDAE

Cerdocyon thous Cachorro-do-mato X X X PROCYONIDAE

Procyon cancrivorus Mão-pelada X X X Continua

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 32

FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR ÁREAS DE REGISTRO HA MR BR MG FC AT

MUSTELIDAE

Lontra longicaudis Lontra X FELIDAE

Herpailurus yaguarondi Gato-mourisco X

CERVIDAE

Mazama sp Veado X X

MURIDAE Nectomys squamipes Rato-d’água X

Oryzomys sp Rato-do-mato X ERETHIZONTIDAE

Sphiggurus insidiosus Ouriço-cacheiro X X 11 Famílias 14 espécies 1 9 2 2 8 3

Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: Legenda: Áreas de Registro: HA-Vegetação Herbácea / Arbustiva, MR- Mata de Restinga, BR-Brejo, MG-Manguezal, FC-Formação Aberta de Clusia, AT-Áreas fortemente antropizadas (Pasto, Eucaliptal e Pomar).

Tabela 6 - Mastofauna não voadora registrada através de entrevista na Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema, Vila Velha, ES no período de Dez e Nov. de 2001 e Fev.2002.

FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME COMUM DIDELPHIDAE

Didelphis aurita GAMBÁ/ SARUÊ MYRMECOPHAGIDAE

Tamandua tetradactyla TAMANDUÁ DASYPODIDAE

Cabossous tatouay TATU-CHIMA

Dasypus novemcinctus TATU-GALINHA

Dasypus septemcinctus TATU-ITÊ CALLITRICHIDAE

Callithrix geoffroyi SAUI-CARA-BRANCA

CANIDAE

Cerdocyon thous CACHORRO-DO-MATO MUSTELIDAE

Lontra longicaudis CAXITO / CACHORRO-D’ÁGUA

FELIDAE

Herpailurus yaguarondi GATO-MOURISCO ERETHIZONTIDAE

Sphiggurus sp OURIÇO-CACHEIRO HYDROCHAERIDAE

Hydrochaeris hydrochaeris CAPIVARA 9 Famílias 11 Espécies

Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: Entrevistado: Américo dos Santos mora na região há 55 anos. Tabela 7 – Mastofauna não voadora registrada na Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema, Vila Velha / ES de

acordo com o tipo de registro e status. (Nov. e Dez. 2001 e Fev. de 2002).

FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME COMUM Vi Ct Vo Vt En STATUS

DIDELPHIDAE

Didelphis aurita Gambá-de-orelha-preta X X X Ma Gracilinanus microtarsus Catita X Lr Ma Philander frenatta Cuíca-de-quatro-olhos X

MYRMECOPHAGIDAE

Tamandua tetradactyla Tamanduá X

DASYPODIDAE Cabossous tatouay Tatu-chima X Lr Dasypus novemcinctus Tatu galinha X X

Dasypus septemcinctus Tatu-itê X

CALLITRICHIDAE

Callithrix geoffroyi Sagui-da-cara-branca X X X Vu Ma CEBIDAE

Cebus apella Macaco-prego X Continua

Reserva Ecológica de Jacarenema

Anfíbios 33

FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME COMUM Vi Ct Vo Vt En STATUS

CANIDAE

Cerdocyon thous Cachorro-do-mato X X PROCYONIDAE

Procyon cancrivorus Mão-pelada X MUSTELIDAE

Lontra longicaudis Lontra X X A FELIDAE

Herpailurus yaguarondi Gato-mourisco X X CERVIDAE

Mazama sp Veado X

MURIDAE

Oryzomys sp Rato-do-mato X

Nectomys squamipes Rato-d’água X ERETHIZONTIDAE

Sphiggurus insidiosus Ouriço-cacheiro X X HYDROCHAERIDAE

Hydrochaeris hydrochaeris Capivara X 13 Famílias 18 Espécies 7 4 1 4 11

Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: Tipo de Registro: Vi – Visualização, Ct- Captura, Vo – Vocalização, Vt – Vestígios (pegada, fezes, tocas, animais mortos), En – Entrevista. Status: (A) Espécie Ameaçada de extinção no Brasil (P. IBAMA 1522 de 19.12.1989), (Lr) / (Vu) Espécie Ameaçada de extinção- IUCN (1977): Espécie com baixo risco (“Lower Risk”) mas próximo a estar ameaçado de extinção (“Near threatened”) / Espécie Vulnerável, (Ma) Espécie Endêmica da Mata Atlântica (Fonseca et al. 1996).