roberval da silva viegas contribuições da formação docente ... · missionário nessa cidade do...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
Roberval da Silva Viegas
Contribuições da formação docente para o ensino de música do
Centro de Treinamento Teológico Harland Grahan
NATAL/RN
2013
2
ROBERVAL DA SILVA VIEGAS
Contribuições da formação docente para o ensino de música do Centro
de Treinamento Teológico Harland Grahan
Monografia apresentada ao
departamento de graduação
da Escola de Música da
Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como
exigência parcial para
obtenção do grau de
Licenciado em Música sob a
orientação da Profa. Dra.
Valéria Lázaro de Carvalho.
NATAL/RN
2013
4
DEDICATÓRIA
Ao meu Deus e Senhor por tudo que Ele me proporcionou diante das
muitas tribulações que a mim foram impostas.
A minha família pelo apoio e compreensão nos momentos de intensas
atividades durante essa finalização do curso.
5
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus que me proporcionou a oportunidade de fazer
este curso.
A minha esposa Mirna do Socorro Angelim Viegas pela paciência e apoio
em todos os momentos.
Aos meus filhos Pedro Filipe, João Marcos e Tiago Ruben por
compreenderem minha ausência na realização deste.
Aos meus pais Maria Glaiz da Silva Viegas e Milton Pereira Viegas por
sempre orarem por mim em meio às diversidades.
A Diretoria do Centro de Treinamento Teológico Harland Grahan na
pessoa do Diretor Pastor Professor Ms. José Azemar Luna Sales por me dar todo
apoio necessário neste trabalho.
A minha orientadora Professora Dra. Valéria Lázaro de Carvalho pela
amizade e por sempre estar empenhada em todos os momentos.
A Professora Dra. Betânia Maria Franklin de Melo pelos seus ensinos e
amizade e por aceitar a participar da banca examinadora.
Ao Professor Ms. João Paulo de Araújo pela amizade e apoio nas práticas
instrumentais e por aceitar a participar da banca examinadora.
Ao Professor Dr. Jean Joubert pela sua amizade e atuação.
Ao casal Ney e Jomária Fernades pela amizade e apoio prestado.
6
Contribuições da formação docente para o ensino de música do Centro
de Treinamento Teológico Harland Grahan
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________
Profª. Dra. Valéria Lázaro de Carvalho
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_____________________________________
Profª. Dra. Betânia Franklin Melo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
____________________________________
Prof. Ms. João Paulo de Araújo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
7
“Uns confiam em carros e
outros em cavalos, mas nós
faremos menção do nome do
Senhor nosso Deus”. Sl 20.7.
8
RESUMO
Este trabalho apresenta uma reflexão sobre as contribuições da minha preparação
acadêmica musical no curso de Licenciatura em Música na EMUFRN na
formação de alunos adultos em seu chamamento vocacional no ministério
eclesiástico. Apresento um relato sobre o Centro de Treinamento Teológico
Harland Graham como seminário teológico evangélico para cumprir os propósitos
do Senhor Jesus no que concerne a preparar a Sua Igreja para a Missão que lhe foi
confiada, preparando líderes para Ministérios eclesiásticos, buscando desenvolver
nestes uma profunda compreensão da Palavra de Deus e um profundo desejo de
utilizar esse conhecimento a serviço do Criador. Seus padrões doutrinários estão
pautados na crença de que as Escrituras Sagradas é a Palavra de Deus divinamente
inspirada, infalível e autoridade máxima de regra de fé e prática. Discorro sobre a
minha história de vida musical, de como foi o seu começo no estudo de música até
chegar em uma formação acadêmica. Faço também um estudo sobre o
desenvolvimento do ensino de música para adultos na contemporaneidade,
visando compreender o contexto musical em que os alunos estão inseridos.
Palavras Chave: Musicalização; jovens e adultos; Centro de Treinamento
Teológica Harland Grahan;
9
ABSTRACT
This paper presents a reflection on the contributions of my academic preparation
in musical Degree in Music in EMUFRN in training adult learners in their
vocational calling in ecclesiastical ministry . Present a report on the Center for
Theological Training Harland Graham Evangelical Theological Seminary as to
fulfill the purposes of the Lord Jesus concerning His Church to prepare for the
mission entrusted to him , preparing leaders for church ministries , seeking to
develop a deep understanding of these the Word of God and a deep desire to use
that knowledge to serve the Creator . His doctrinal standards are guided by the
belief that Scripture is the divinely inspired Word of God , infallible and supreme
authority of the rule of faith and practice. I wonder about the history of my
musical life , how was your start in music study to get an academic . I also do a
study on the development of music education for adults in contemporary , to
understand the musical context in which students are placed .
Keywords : Musicalization , youth and adults ; Theological Training Center
Harland Graham ;
10
SUMÁRIO
1. Introdução 10
2. Capitulo I
O Centro de Treinamento Teológico Harland Graham 13
3. Capítulo II
Nossa Experiência como Professor de Música 16
4. Capítulo III
Alguns Aspectos do Desenvolvimento do Ensino de Música para
Adultos na Contemporaneidade 19
5. Capítulo IV
Uma Metodologia de Trabalho Proposta para o Ensino de Música no
Centro de Treinamento Teológico Harland Graham. 24
6. Conclusão 32
7. Referencias Bibliográficas 34
8. Anexo I 36
9. Anexo II 38
11
INTRODUÇÃO
Tudo é música, mas o nada também é música. A música está em todos os
lugares, seja como atração principal de um concerto ou pano de fundo de uma
peça de teatro. Pode estar dentro do carro, na sala de jantar, na casa ao lado.
Talvez ela se faça presente apenas no pensamento, evocando lembranças e
sensações distantes do passado. A música tem poderes para acalmar ou exaltar,
alegrar ou entristecer, diminuir a dor ou trazê-la de volta, fazer lembrar ou fazer
esquecer. É impossível permanecer imune a esta forma artística que, ao longo dos
séculos, vem diversificando-se e expandindo-se e conquistando espaços, sempre
evoluindo através de troca de influências e de misturas entre seus estilos, até
mesmo no som dos talheres à mesa ou nos carros passando e freando
bruscamente. O conjunto sonoro do cotidiano proporciona ritmos e melodias
constantes, tanto nas composições agitadas das grandes cidades como nas
tranquilas sinfonias dos parques e florestas.
Mas para identificar e apreciar essa música é preciso sensibilidade, algo
inerente a todo ser humano mais que nem sempre se mostra na superfície do
comportamento. Educar musicalmente é, acima de tudo, desenvolver a percepção
e criar condições para uma relação frutífera com os sons da vida. O papel do
educador é o de mostrar os caminhos para compreender a música, uma
compreensão que não se limita aos aspectos técnicos da organização teórica de
ritmo e harmonia, mas que envolve também o refinamento do gosto e do paladar
musical. Porém, a teoria faz parte da educação, proporcionando estruturas
importantes que sustentam a base para um melhor entendimento da realidade
prática, assim como o estudo histórico ajuda a entender os caminhos trilhados até
o momento presente. Esse processo de educação conta com a aquisição de novos
conhecimentos, o processamento das informações recebidas, e a interação dos
conteúdos com a experiência dos indivíduos. Onde o professor vai criar e recriar
situações que proporcionem a entrada do aluno no mundo sonoro e musical.
A música é uma linguagem artística em que todas as pessoas podem
desenvolver e criar diferentes habilidades, independente de sua confissão
religiosa, pois correr, girar, andar, tudo isso está envolvido em atividade que tem
ritmo e que são abrangentes na cultura musical.
12
Segundo Brito (2003), a função do educador de um modo geral, e em
especial o educador musical, parece ser duplamente desafiadora, haja vista, que
também precisam ser consideradas, durante o processo de ensino/aprendizagem,
as complexas questões da subjetividade de cada homem e mulher, co-participantes
na árdua tarefa de reconstruir os caminhos da própria sensibilidade, emoção e
intuição.
Para tanto, no processo musical e de musicalização ou de aquisição da
linguagem musical, deve agregar o prazer e alegria à satisfação do ser humano em
aprender a música. Por isso é um grande desafio, modernizar-se não só na
tecnologia mais nas formas de construir o conhecimento musical, conforme as
diversas realidades socioculturais de nosso país recriando técnicas pedagógicas
que sustentem o verdadeiro interesse do aluno.
O fazer musical proporciona benefícios de ordens diversas: educacional,
social, física, moral, intelectual, emocional, terapêutico e espiritual. Como nos diz
Fonterrada (2001), é necessário “repensar os modos de implantação de seu ensino
e de sua prática”, além de maior discussão acerca do valor e do papel da música
junto aos educadores e a sociedade em geral.
Este trabalho tem como objetivo mostrar um pouco de nossa trajetória na
música até aos dias de hoje, como se processou o andamento de minha formação
no decorrer de todos esses anos fazendo a observação da passagem de aluno à
qualidade de professor do centro de Treinamento Teológico Harland Grahan.
Propõe também, demonstrar como se desenvolve o ensino de música dentro de um
seminário de confissão religiosa cristã, evangélica e pentecostal denominado
CTTHG - Centro de Treinamento Teológico Harland Grahan na cidade de Natal,
no estado do Rio Grande do Norte. Especificamente iremos tratar da forma como
é construído este ensino de música que tem como finalidade preparar homens e
mulheres para o serviço eclesiástico, seja ele pastoral, missionário, ou de ensino.
Nosso objetivo é mostrar o quanto uma preparação acadêmica musical
pode contribuir na formação de alunos adultos, como também no chamamento
vocacional no que abraçou no decorrer de sua formação.
13
No primeiro capítulo, se apresentará sobre o Centro de Treinamento Teológico
Harland Graham como seminário teológico evangélico para cumprir os propósitos
do Senhor Jesus no que concerne a preparar a Sua Igreja para a Missão que lhe foi
confiada, ou seja, preparar líderes para Ministérios, buscando desenvolver nestes
uma profunda compreensão da Palavra de Deus e um profundo desejo de utilizar
esse conhecimento a serviço do Criador. Seus padrões doutrinários estão pautados
na crença de que as Escrituras Sagradas é a Palavra de Deus divinamente
inspirada, infalível e autoridade máxima de regra de fé e prática. No segundo
capítulo, descreveremos nossa história de vida, de como começamos no estudo de
música até chegar a atual formação acadêmica. No terceiro capítulo,
descreveremos sobre o desenvolvimento do ensino de música para adultos na
contemporaneidade, visando compreender o contexto musical em que estão
inseridos os alunos além dos muros do Seminário. No quarto capítulo,
descreveremos a metodologia de trabalho proposta para o ensino de música no
Centro de Treinamento Teológico Harland Graham.
A Metodologia escolhida para o desenvolvimento deste trabalho está
fundamentada na pesquisa qualitativa, o recurso da História de Vida,
fundamentada em Marie- Christine Josso.
O método da história de vida busca a visão da pessoa
acerca das suas experiências subjetivas de certas
situações. Estas situações estão inseridas em algum
período de tempo de interesse ou se referem a algum
evento ou série de eventos que possam ter tido algum
efeito sobre o respondente. (JOSSO, XXX)
14
Capitulo I
O Centro de Treinamento Teológico Harland Graham
O Centro de Treinamento Teológico Harland Graham - CTTHG, situado
na Rua Itaporanga, 184 – Cidade da Esperança – Natal/RN – CEP 59.070-470,
fone: (84) 3205-4155, CNPJ 04.861.227/0001-82 – e-mail. [email protected].
Curso: Iniciação a Teologia I e II – reconhecido pela Secretaria de Educação do
Estado do Rio Grande do Norte, SOINSPE/RN nº 4400/2007.
O Centro de Treinamento Teológico Hanland Graham, foi criado em 03 de
agosto de 2000. Nasceu de um sonho do Rev. Harland Graham, que é o fundador
da Missão Evangélica Pentecostal do Brasil que na época, servia como
missionário nessa cidade do Natal. Esse sonho começou a se tornar real em 1999,
sob a direção do Pr. Misael Lins da Silva, dando início ao curso básico em
Teologia. No segundo semestre de 2000, já no período atual (Cidade da
Esperança), iniciou-se os cursos Médio e Bacharel em Teologia (curso livre),
ainda com uma diretoria provisória. Finalmente, no dia 12 de maio de 2001, foi
oficialmente fundado o Centro de Treinamento Teológico Harland Graham
(CTTHG) em assembléia geral, na qual, além de aprovar o Estatuto da referida
instituição, foi eleita a primeira diretoria assim composta:
Diretor: Pr. Misael Lins da Silva
Vice-Diretor: Pr. Samuel Duarte de Macedo
1º Secretário: Pr. Manoel Soares Filho
2º Secretário: Min. Elineuza da Silva Alves
Tesoureiro: Pr. Rex J.J. Stuckless
Coordenadora Pedagógica: Min. Rita Evelyn Stuckless.
O CTTHG, existe para cumprir os propósitos do Senhor Jesus no que
concerne a preparar a Sua Igreja para a Missão que lhe foi confiada. Preparar
líderes para Ministérios, buscando desenvolver nestes uma profunda compreensão
da Palavra de Deus e um profundo desejo de utilizar esse conhecimento a serviço
do Criador.
Seus padrões doutrinários estão pautados na crença de que as Escrituras do
Antigo Testamento (39 livros), e Novo Testamento (27 livros), são a Palavra de
15
Deus divinamente inspirada, infalível e autoridade máxima de nossa regra de fé e
prática. O Centro Treinamento Teológico Harland Graham está comprometido
com um elevado padrão acadêmico, primando pela excelência e piedade em sua
tarefa de servir. O que une os alunos que aprendem é um profundo conhecimento
da palavra de Deus, entusiasmo e paixão pela fé cristã e o desejo intenso de
alcançar o mundo com a mensagem redentora. Os estudantes são desafiados e
orientados por um corpo docente experiente, crescem intelectualmente e
espiritualmente, firmes na fé, e prosseguem certos de que, assim como o poder da
Palavra está mudando suas vidas, também os prepara para oferecer a mensagem
de Deus a outros.
O Centro de Treinamento Teológico Harland Graham tem por finalidade
principal:
Capacitar obreiros para ministérios especializados. (Pastoral e
Missões);
Aprimorar professores para seminários, institutos bíblicos e outros
instituições de ensino teológico;
Propiciar aos interessados a oportunidade de continuarem e
aprofundarem os seus estudos acadêmicos na área de teologia;
Na consecução de seus objetivos, o CTTHG busca promover em
sala de aula, um ambiente próprio para investigação acadêmica e a
reflexão teológica.
Almeja, também, com a graça de Deus, servir a todas as
denominações evangélicas, através de seus programas e de suas
publicações.
Decorrente de seu compromisso doutrinário e sua identidade o programa
das disciplinas são orientados dentro da seguinte filosofia curricular:
As disciplinas da área exegética analisam as Escrituras em cada
uma de uma de suas partes em detalhe;
As disciplinas Bíblicas retiram a teologia de cada parte da Palavra
de Deus da forma em que nos foi trazida em diferentes estágios,
por meio de vários escritores.
16
As disciplinas de Teologia Sistemática lançam mão dos resultados
dos labores das teologias bíblica e exegética, e as trás reunidas em
um sistema concatenado.
As disciplinas da área de apologética procuram defender o sistema
da verdade bíblica contra a filosofia falsa e a falsa ciência.
As disciplinas que compõem a teologia prática buscam demonstrar
como ensinar e pregar esse sistema de verdades bíblicas.
Enquanto que as disciplinas da História da Igreja acompanham a
transmissão deste sistema de verdades no decorrer dos séculos.
A disciplina de Teoria Musical e Regência tem como objetivo
preparar o aluno para o exercício do ministério pastoral,
missionária ou de ensino no âmbito eclesiástico.
17
Capítulo II
Nossa Experiencia como Professor de Música
Ao longo de minha vida, desde a tenra idade, herdei de meus pais a
tradição evangélica, buscando viver de forma sensata e prudente voltado a
contribuir de uma forma ou de outra no culto cristão evangélico ordenado e
coerente. Comecei pelo aprendizado do cavaquinho, deslocando-me de bicicleta
até o local de aprendizado em um bairro próximo quando na época tinha cerca de
treze anos de idade. Em seguida, comecei também o estudo de violão em outro
bairro mais distante. Como o meu desejo de estudar música crescia a cada
momento, senti a necessidade de conhecer um pouco mais a respeito dessa arte
que ardia em meu peito, foi então que fiz uma viagem ao interior do estado do
Pará e conheci um velho pastor que tocava o clarinete de treze chaves chamado
“clarinete pé de cabra”. Quando este velho pastor observou-me vendo o clarinete,
pois estava hospedado em sua casa, perguntou-me se eu queria aprender a tocar
aquele instrumento, eu disse que sim, então ele de bom coração passou-me as
mãos aquele instrumento que para mim parecia que estava ganhando na loteria, e
que por certo naquele momento e na idade que tinha o sentimento era verdadeiro.
Comecei então estudar a o clarinete bem como teoria musical. Encontrei um
senhor em um bairro próximo que frequentava minha igreja e que aqui e acola,
levava seu instrumento para tocar e em algumas vezes o observei levando um
jovem que já estava estudando com ele saxofone. Este senhor que na minha
concepção era um artista do clarinete, digo isso visto que ele fazia malabarismos e
shows específicos para autoridades em passeios marítimos pela Baia do Guajará
com a banda de música da Policia Militar do estado do Pará tocando seu
instrumento, homem habilidoso, exibia uma performance espetacular e muito
virtuoso. Comecei então a estudar com ele e depois de alguns anos estudei com
outro senhor, agora perto de minha casa, foi quando comecei a ter contato com
métodos mais avançados do clarinete. Nesse tempo, eu já estava tocando na
banda de música da Assembleia de Deus da cidade de Belém do Pará, este fato
ajudou muito em meu desempenho musical, pois, daí por diante, comecei a
estudar no Conservatório de Música Carlos Gomes que pertencia ao governo do
estado do Pará. Meus estudos do clarinete começaram a melhorar ainda mais
porque passei a estudar com o professor Dr. Jacob Cantão, professor da
18
Universidade Federal do Pará – UFPA. Estudei alguns anos com o citado
professor e tive a oportunidade de tocar na Banda Sinfônica do estado do Pará e
Banda Juvenil por alguns anos. Estudei música de Câmara e participei de alguns
eventos no auditório do Conservatório do Instituto Carlos Gomes, como quintetos
de clarinetes, recitais e etc.. Como estudante operoso e dedicado, comecei a
participar de eventos musicais e tocando em uma banda que havia não somente
instrumentos elétricos como também trompetes, saxofones e clarinete. Tocava em
igrejas, nas bandas de música, bem com em trios que formávamos e via que a
música em alguns lugares ainda era aquela de tradição antiga, no entanto com o
passar dos anos pude observar mudanças extraordinárias ocorrendo no âmbito
musical no culto cristão, como a permissão do uso de instrumentos musicais que
outrora eram proibidos, como por exemplo, a bateria acústica.
Ao chegar a terras potiguares para o exercício do ministério pastoral e de
ensino, vindo do estado de Goiás, precisamente da cidade de Goiânia, fui
convidado para ministrar algumas disciplinas no Centro de Treinamento
Teológico Harland Grahan, pois o mesmo estava sendo construído, tanto na esfera
acadêmica como predial. Neste momento, comecei a ministrar disciplinas como
Evangelhos; Evangelismo Pessoal; Hermenêutica Sagrada; Epístolas Paulinas;
Escatologia; Grego Koiné I,II,III e IV entre outras. Mais adiante, na melhoria da
matriz curricular, houve a necessidade de inserir o ensino de música, à
semelhança de outros seminários da denominação. Nessa busca, é que entro na
história do ensino de música no Centro de Treinamento Teológico Harland
Grahan.
De posse do meu certificado do curso de música expedido pelo Governo
do Estado do Pará; Secretaria de Estado de Educação; Instituto Estadual Carlos
Gomes de nomenclatura “Curso de Clarinete”, pude me candidatar como
professor da disciplina de teoria musical e regência do Centro de Treinamento
Teológico Harland Grahan na cidade do Natal/RN. No decorrer dessa empreitada,
me defrontei com algumas dificuldades particulares que me impediram de
continuar nessa tarefa, o que me levou a uma reflexão sobre minha volta à música.
Segundo Josso (2004, p.12) “a consciência nasce quando interpretamos um
objeto com o nosso sentido autobiográfico, a nossa identidade e a nossa
19
capacidade de anteciparmos o que há-de-vir.” Na referida dificuldade, galguei
forças para então mostrar a mim mesmo e a outrem o quanto poderia melhorar
nesse particular de ensino de música não só para mim, mas como contribuição
para melhoria do referido ensino na instituição. Foi quando incentivado por um
amigo retornei um tanto quanto sem vontade a estudar teoria musical e
instrumento clarinete no Instituto Waldemar de Almeida, instituição inserida na
Fundação José Augusto acoplada ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte
no ano de 2005 a 2009. Em seguida, estudei no curso básico de Teoria Musical e
Clarinete da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
com conclusão no ano de 2009. Nesse mesmo ano, me submeti ao vestibular e
curso Técnico de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte com
aprovação para os dois, e iniciei os estudos em 2010.
Precisamente neste momento de começo das aulas e com bastante interesse
no conteúdo que estava adquirindo, comecei a perceber o quanto estava
equivocado no encaminhamento ao âmbito musical de alguns alunos que
passaram por mim enquanto professor, naquele Centro de Treinamento Teológico.
Nas palavras de Josso (2004), todas as experiências são formadoras.
Formar-se é integrar-se numa prática o saber-fazer e os
conhecimentos, na pluralidade de registros [...] Aprender
designa, então, mais especificamente, o próprio processo
de integração. (Josso, p.39, 2004)
Com minhas observações, pude constatar que o ensino da música não se
adequava mais a aquele que havia adquirido ao longo de minha vida, e foi aí,
depois de um ano e meio de curso, que retornei ao Centro de Treinamento
Teológico Harland, para ministrar a disciplina “Teoria Musical e Regência”.
Já com novos conhecimentos adquiridos na universidade, recorri à
coordenação do Centro de Treinamento sobre a nomenclatura “Teoria Musical e
Regência” explicando que devido à carga horária da disciplina, seria mais
indicado subdividir a disciplina em duas. Expus que só a nomenclatura
“Regência”, na UFRN, era um curso de nível técnico e num período de três anos
consecutivos.
20
Capítulo III
Alguns Aspectos do Desenvolvimento do Ensino de Música para
Adultos na Contemporaneidade.
O protestantismo constitui-se numa das três principais divisões do
cristianismo, ao lado do catolicismo romano e da Igreja ortodoxa, e tem uma
história de pouco mais de quatro séculos. Surgiu no século XVI, com os
reformadores Martinho Lutero na Alemanha, Úlrico Zuínglio na Suíça de língua
alemã e João Calvino em Genebra; segundo Boisset (1971) foi nessa época que
surgiu a expressão “protestante”.
Segundo as sociólogas Ivani Vasconcelos de Camargo e Jôse Rocha
Fogaça (1997), pode-se observar que há no protestantismo duas correntes
compostas por fiéis de diferentes camadas sociais: a primeira corrente é a do
pentecostalismo – crença religiosa baseada em atributos espirituais referidos no
Novo Testamento, como, por exemplo, falar línguas desconhecidas – e que se
expande principalmente entre negros e pardos, nas camadas de baixa renda, e com
menor escolaridade. O segundo grupo é o dos evangélicos históricos – categoria
empregada em geral para designar as denominações vinculadas à Reforma
Protestante do século XVI – que inclui batistas, presbiterianos, presbiterianos
independentes, metodistas, luteranos, episcopais e anglicanos, em cujo meio
observa-se maior concentração de pessoas brancas, com maior renda e mais
educação. Ainda segundo as pesquisadoras, no Brasil o crescimento dos
pentecostais tem sido maior do que o dos evangélicos históricos.
As igrejas protestantes, em função da valorização da música em seus
cultos, enfatizam a educação musical, ainda que informalmente. Muitas igrejas
evangélicas possuem uma escola de música, que atende não somente aos seus
congregados em várias faixas etárias, mas também a pessoas da comunidade.
Assim, as consequências do crescimento do número de evangélicos são muitas
para o campo da música. Estima-se que o “mercado evangélico” no país
movimente mais de três bilhões de reais por ano e crie dois milhões de empregos
diretos e indiretos. Segundo Edward (2002), podemos citar a existência de 96
gravadoras e o controle de 934 instituições de ensino em vários níveis, que
recebem 740 mil alunos de ensino fundamental e médio.
21
A música é componente essencial do culto evangélico, juntamente com as
orações e a prédica ou sermão. Entretanto, o culto pode transcorrer de diferentes
maneiras, conforme a ênfase dada em um ou outro componente. Essas variações
existem e são encontradas entre as diferentes denominações e entre igrejas da
mesma denominação. Assim, a música é utilizada nas igrejas evangélicas em sua
forma vocal e instrumental. A vocal é executada principalmente pela congregação,
que canta os hinos dos hinários das diferentes denominações, acompanhada por
instrumentos harmônicos, principalmente o órgão e/ou piano, ou teclados. Aos
corais existentes nas igrejas evangélicas desde sua implantação no Brasil compete
a execução de hinos e outras peças especiais para coro – os antemas –, geralmente
acompanhados por piano ou órgão.
Para desenvolver tais atividades musicais, as igrejas necessitam de pessoas
habilitadas como regentes e organistas ou pianistas. As igrejas evangélicas têm
buscado manter pessoas preparadas musicalmente para liderar as atividades
musicais. Algumas igrejas passaram a dar a esse líder da área de música,
responsável pela condução e execução das atividades musicais eclesiásticas, o
título de “ministro de música” ou “ministro de louvor”, especialmente àqueles
que, além da formação musical, obtiveram formação na área teológico-ministerial.
Na educação existem duas concepções: a ingênua e a crítica (Pinto, 200).
A concepção ingênua vem de uma consciência ingênua, que não parte da
realidade, mas sim de idéias concebidas por ela mesma. A concepção crítica
procede de uma consciência crítica, sendo uma representação do mundo exterior e
de si mesma, pautada na compreensão de mundo do qual ela está inserida. Tal
consciência torna-se verdadeiramente autoconsciência, pois percebe seu conteúdo
como pertencente ao mundo real, material, histórico, nacional, no qual se
encontra. Assim, ela percebe seu conteúdo em função das condições históricas e
sociais de sua realidade.
A concepção ingênua de educação, como afirma Pinto (2000), é sempre
nociva, uma vez que, por não levar em consideração a essência do processo real,
torna-se forte de equívocos, desperdícios e intentos frustrados. A pedagogia
ingênua considera o educando como ignorante, como puro objeto da educação,
supondo que o educador deve “formar [...] o aluno [...] concebendo-o como massa
amorfa viva, o saber” (Pinto, 2000, p.61). Um tipo de alienação, ao considerar o
22
aluno como objeto, não reconhecendo nele a condição de ser humano, de sujeito,
que deve ser educado não pela imposição de idéias, mas sim com base em um
diálogo esclarecedor. É uma concepção de educação que se pauta na pura
transferência de um conhecimento acabado.
Supõe que o professor é apenas o transmissor de uma
mensagem definitivamente escrita, de um conjunto de
noções, de acordo com determinado método, e que essa
mensagem não se modifica com as condições de tempo e
lugar, com os interesses do educador e com o mesmo ato
de ser transmitida. A principal nocividade desta atitude
está em preceituar limites ao processo pedagógico, em
dar caráter absoluto às divisões em graus, níveis,
carreiras, etc. (Pinto, 2000, p. 62).
A concepção crítica de educação é definida pelo modo crítico de pensar,
sendo a antítese da concepção ingênua de educação. Segundo Pinto (2000, p. 63),
um pensar referente ao caráter social do processo pedagógico (objetividade), ao
“caráter vital da educação como transformação do ser do homem”
(“concretidade”), é a educação como processo (historicidade) e à educação como
ato social que envolve o ambiente humano – o país, o mundo e os fatores culturais
e materiais.
Ao contrario da concepção ingênua e sua nocividade, a concepção crítica é
dotada de funcionalidade e utilidade, uma vez que produz a transformação do
homem e da realidade. Pinto (2000, p. 63-64, grifo do autor) mostra três aspectos
básicos de tal concepção: 1) “o educando como sabedor e desconhecedor”: isso
implica, por exemplo, que o adulto analfabeto é na verdade um homem culto, pois
não sabe ler e escrever, mas não é um desconhecedor absoluto; 2) “o educando é o
sujeito da educação (nunca o objeto dela)”: a concepção ingênua da educação
rebaixa o educando a objeto, um ser passivo, desconhecedor; o autor mostra que
isso é “moralmente insultante”, pois ignora a dignidade de qualquer ser humano;
“antropologicamente errôneo”, uma vez que descarta que o aluno é portador de
cultura, é dotado de pensamento em função de seu contexto; “psicologicamente
esterilizante”, porque traz consigo desanimo, inibição e desmotivação;
“pedagogicamente nocivo”, pois desconsidera o saber do aluno como ponto de
partida para o desenvolvimento de novos conhecimentos; e 3) educar é somar
23
conhecimento aos que o aluno já possui, é uma proporção entre conhecimento e
desenvolvimento.
Levando em conta a concepção do saber, uma crítica deve ser considerada a
ele na concepção ingênua de educação. Ela o considera como “conjunto de
conhecimentos absolutos, abstratos, a-históricos”, sem relacionamento algum com
a realidade. Para a concepção crítica de educação, o saber é “o produto da
existência real, objetiva, concreta, material do homem em seu mundo” (Pinto,
2000, p. 65). Esse saber é, então, relativo, concreto, existencial, empírico,
racional, histórico, não dogmático e fecundo (pois gera sempre outros
conhecimentos, ao contrário do caráter contemplativo ou ornamental). Portanto, o
saber crítico é transformador da realidade.
Para que o professor possa desempenhar tarefas de educação é necessário que
tenha muitos conhecimentos sobre os conteúdos a trabalhar. Para Paulo Freire, a
palavra “conscientização” é a forma de conhecimento, que marca o centro das
idéias sobre a educação.
Segundo Paulo Freire, a pedagogia é conscientizar de que é a educação o
movimento que o homem se realiza e é capaz de refletir, agir de modo interrupto
(Freire, 1986), conscientizar seria mostrar a realidade como ela é, de modo que,
não possa trazer compilação política, mas o povo ao perceber a realidade social
como agressiva, porém se acredita que o papel do educador que é estritamente
pedagógica, possa ajudar a perceber as críticas da realidade, e em que pode manter
a estrutura social diretamente ligada a educação como conscientização, não entrar
em confronto com a realidade, procurar a casualidade dos fatos. Logo, o ato de
conhecimento não termina na realidade, implica em um projeto de transformação.
A conscientização implica na tarefa de transformação, como compromisso
histórico de por em prática o projeto.
No que concerne ao ensino de música para adultos, não está alheio à
concepção de educação aqui expostas. Em meu curso de Especialização em
Educação Musical na Educação Básica, recentemente concluído na Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, tive a oportunidade de aprender conceitos
fundamentais para o meu aprendizado como educador musical. Portanto, a
importância da educação e suas práticas para a transformação do ser humano estão
além dos muros das escolas e universidades. A educação que transforma está na
capacidade de refletir sobre os conhecimentos e na produção de saberes que terão
24
aplicabilidade nos espaços coletivos. Uma educação que esteja além da
escolarização, da formalização e apropriação de conhecimentos, que reconheça as
potencialidades dos indivíduos e a capacidade coletiva de recriar o mundo a partir
dos contextos onde estão inseridos.
25
Capítulo IV
Uma Metodologia de Trabalho Proposta para o Ensino de Música no
Centro de Treinamento Teológico Harland Graham
Fazemos uma grande quantidade de suposições sobre música. Talvez,
precisemos abrir mão de algumas delas, antes de começar. Por exemplo, música
não são colcheias e semicolcheias. E nem pontos sobre o papel: música é som e há
muitas maneiras de criar música sem precisar escrevê-la. É importante encorajar
nossos alunos a tocar e a cantar.
Segundo Koellreutter (1996, p. 2) “o alicerce do ensino artístico é o ambiente.
Um ambiente que possa acender no aluno a chama da conquista de novos terrenos
do saber e de novos valores da conduta humana. O princípio vital, a alma desse
ambiente, é o espírito criador. O espírito que sempre se renova, que sempre
rejuvenesce e nunca se detém. Pois, num mundo em que tudo flui, o que não se
renova torna-se um empecilho, um obstáculo. Nesse entendimento podemos ver
que quando o professor tem criatividade, tudo se torna novo, as coisas que antes
podia-se julgar demasiadamente chatas, se tornam alegre e compartilhativa. Ao
me colocar nesse ambiente comunicativo de saberes musicais, pude mudar a
concepção de pensamento dentro de uma proposta de melhorias para o
aprendizado de meus alunos obreiros. Essa cultura evangélica de ensino
predominantemente arcaica e preconceituosa outrora e ainda em muitas
comunidades mais antigas, tendem a proporcionar um radicalismo
fundamentalista no que diz respeito aos louvores dentro do culto cristão. Com
uma metodologia moderna e adequada para esses novos obreiros e até mesmo
alguns já antigos no ministério eclesiástico, perceberam uma mudança, onde
pensavam que íamos teorizar o que já é uma teoria. No entanto, com uma
discussão sempre presente do contexto cultural de nossas igrejas, levamos essa
discussão da igreja para a sala de aula, pois na igreja sempre tem e haverá os
pensamentos contrários que não visam uma musica que venha corresponder na
questão cultural de um povo cristão prudente e de bom senso que venha
enriquecer a manifestação de louvor cristão evangélico.
26
Quando se fala em ensino de música em um seminário ou em qualquer outra
instituição de ensino, se pensa que vamos ver literalmente as teorias da música
como um todo, da forma tradicional é claro, no entanto, com o conhecimento que
vemos adquirindo no decorrer de todos esses anos não diminui e nem insenta o
conhecimento da teoria tradicional.
Este método de ensino, naturalmente, não rejeita os
métodos tradicionais, mas sim, os complementa. O
caminho é a ampliação, o alargamento do ensino
tradicional pelo ensino pré-figurativo. Koellreutter (1996,
p. 2).
Ainda segundo Koellreutter, a mudança do conteúdo e dos programas de uma
educação que tenda essencialmente ao questionamento
crítico do sistema e à sua reprodução, que tenda ao
despertar e ao desenvolvimento da criatividade e não à
adaptação e à assimilação, exige:
1. que as culturas não-ocidentais tanto quanto
as originárias, aborígenes ainda existentes neste planeta
e, naturalmente, também no Brasil, sejam levadas em
conta tanto quanto a ocidental;
2. que as artes e a estética, em particular, como
reflexão sobre o ato criador encontrem lugar tão
eminente quanto o das ciências das disciplinas
tecnológicas;
3. que a prospectiva como reflexão sobre os
fins, os valores e o sentido do futuro em vias de nascer,
e como tomada de consciência de nossas
responsabilidades temática mais importante do ensino
pré-figurativo, ocupe espaço tão amplo quanto o do
passado.
Pois só um conhecimento vivido das culturas
não ocidentais e originárias, isto é, um verdadeiro
"diálogo das civilizações e culturas", permite dar
resposta às indagações de hoje, em escala planetária,
integradora. Permite realizar a grande reviravolta
cultural necessária, tornando relativo o que se
convencionou chamar ciências e artes, situando as duas
áreas no contexto infinitamente mais vasto de uma
sabedoria, na qual nossas relações com a natureza não
são apenas manipulação ou de conquista, mas de amor e
participação: uma abordagem, em que o relacionamento
de um com o outro e com a sociedade não é o de um
individualismo, mas de comunidade, onde nossas
ligações com o futuro não são definidas por uma
simples extrapolação do presente e do passado, mas por
ruptura, superação e transcendência: a criação de um
futuro realmente novo. (Koellreutter, 1996, p. 2 e 3)
27
Segundo Freire (1983, p. 33)
Não há transição que não implique um ponto de partida,
um processo e um ponto de chegada. Todo o amanhã se
cria num ontem, através de um hoje. De modo que o
nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no
presente. Temos de saber o que fomos e o que somos,
para saber o que seremos.
Então, para que algo seja mudado, é preciso que seja iniciado, esse começo
precisa constantemente de mudanças que periodicamente deve ser feita. Assim
sendo o ensino da música durante todos esses anos, tem sofrido mudanças
extraordinárias sempre caminhando para sua melhoria em nosso país. Não é
diferente quando essas mudanças ultrapassam fronteiras do ensino fundamental e
médio, seguindo caminho ao ensino superior de música, em se tratando dos nossos
seminários evangélicos. Neste caso há uma similaridade com o ensino de música
do EJA. Penso que o único lugar, fora os cursos de música nas faculdades ou nas
universidades, são os seminários com os seminaristas e futuros obreiros. A forma
de ensino que veio ser realizada, já a mudança estabelecida dos meios antigos, são
formas coerentes aplicadas e sensatas de aprendizagem constante. Esse método,
não é outro senão aquele que temos aprendido em nosso curso de música na
UFRN. Onde este ensino aplicado é de forma que os alunos aprendam o lúdico e
no caso dos seminários, uma discussão constante sobre a música que é praticada
nas igrejas evangélicas.
A visão atual das instituições de formação musical é aquela que procura
articulação com a sociedade e que, fundamentalmente, reconhece seu
compromisso social de colaborar no desenvolvimento das comunidades – as ações
buscam a convivência harmoniosa com a diversidade e as diferenças. Esses
aspectos são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer trabalho
significativo, especialmente no que tange à formação de ministros de louvor ou
mesmo obreiros em uma ação colaborativa voltada às necessidades e ao bem-estar
da comunidade.
É sempre importante lembrar que a música tem um papel essencial na
sociedade, e que são as pessoas que conferem significado à música ou às
atividades que a envolvem. Assim, ela deve ser considerada em relação aos
contextos sociais e aos significados socialmente construídos. O conhecimento do
papel da música antecede e fundamenta qualquer atuação. Como afirma Green
28
(2001), a música está relacionada, de forma bastante ampla, às transformações
sociais.
Tendem, em grau variado, a envolver-se em diferentes
práticas musicais, a atribuir diferentes significados à
música, a preferir diferentes tipos de música e relacionar,
diferentemente, a música às pessoas dentro de seus
grupos (Green, 2001, p. 51).
Para a atuação do ministro de louvor ou mesmo o músico, essa concepção
tem implicações importantes para a educação musical. Entre elas, Green (2001, p.
59) destaca que “qualquer consideração sobre a potencialidade musical de um
indivíduo não poderá ser feita sem primeiro considerar a profunda influência dos
fatores sociais na aparente superfície da musicalidade dele”. Tal consciência pode
também contribuir para o aumento da compreensão de nós mesmos como músicos
ministros de louvor dentro de uma complexa rede de práticas musicais,
significados, estilos e identidades com os quais todos nós lidamos.
Dentro desse contexto, observamos algumas atitudes que devem ficar
claras no ensino da música nos seminários teológicos, pois estes músicos se
tornaram ministros de louvor da igreja e estes aspectos são discutidos em sala de
aula com o intuito de impedir que determinadas práticas venham ferir a sociedade
cristã evangélica, pois podem vir a incomodar quem está à frente na liturgia do
culto cristão, bem como aos ouvintes. Estes aspectos são dispostos da seguinte
maneira:
1. Não começar na hora exata do culto – muitas vezes o ministro de
louvor se torna displicente em relação aos horários do culto, pois a
falta de responsabilidade irá prejudica-lo em relação à sua chamada
ministerial.
2. Não terminar no tempo exato do culto – como em muitas ocasiões
acontece, a empolgação por parte do ministro de louvor, o leva a
esquecer de que existe um horário para o término do culto e que na
membresia há muitas pessoas adoentadas e idosos que precisam chegar
a suas casas em tempo hábil para tomar um medicamento ou alguma
necessidade afim.
3. Falar muito, antes, durante ou depois do culto – esse costume já se
tornou muito comum hoje em dia nos cultos evangélicos, quando
29
muitos ministros de louvor falam por vezes exaustivamente, de forma
abusiva, com muitas músicas.
4. Roupa inadequada – a roupa inadequada é sempre questionada em
determinadas ocasiões. Em se tratando de um ministro de louvor, é
necessário um acurado comportamento de vestuário baseado na ética e
nos bons costumes.
5. Cantar músicas que não são apropriadas para a adoração em um culto
cristão – vivemos em um país eclético de várias culturas adquiridas, no
entanto há de se observar que, mesmo nesse aspecto comum de nossa
sociedade, devemos ter cuidado com o tipo de música com o qual o
grupo de louvor ou o ministro de louvor juntamente com sua banda
apresentará no seu repertório. Em se tratando de adoração, jamais
poderá ser um ritmo inadequado para o momento.
6. Ir muito além das pessoas e perder-se em seu próprio mundo – a
exasperação no louvor, ou mesmo demonstrar algo que não condiz
com a realidade, leva ao ministro de louvor a se perder. Tem que haver
a sensatez no que diz respeito a este aspecto, pois não iremos pular,
rodopiar ou coisa parecido com um público de pessoas idosas. Talvez
houvesse coerência, quando com um público jovem.
7. Cantar numa tonalidade muito alta, ou muito baixa, para a igreja - um
dos casos mais graves no meu entendimento, pois se estamos
aprendendo a nos musicalizar e ter um conhecimento sobre aspectos
musicais para o culto cristão, é inadmissível que aconteça esse abuso
por parte de um conhecedor de música, que estudou como se
comportar diante de determinadas situações. Deve-se observar se a
tonalidade é correspondente com a altura de voz dos seus ouvintes.
8. Redundância para cantar as mesmas músicas semana após semana – o
repertório do ministro de louvor deverá sempre estar em mudanças
pelo fato do mercado musical sempre estar em ascendência. Um
ministro de louvor deve ter um conhecimento musical qualificado do
que se está na “moda”, e saber discernir o que é apropriado em relação
à música de adoração ao Senhor.
9. Ter a sua própria agenda. Por exemplo: usar a posição de líder de
louvor como um degrau para um contrato de gravação – a ética é
30
sempre é fundamental neste aspecto do músico cristão/ministro de
louvor. Não quero aqui enfatizar que o ministro de louvor não possa
pensar também em si mesmo, em sua vida profissional como músico
instrumentista ou cantor, no entanto é preciso entender que devemos de
certa maneira separar as coisas. Devemos esperar que as coisas
aconteçam normalmente pela capacidade de nosso conhecimento
adquirido através da música e pela oportunidade que Deus nos dá de
nos apresentar e oferecer o que mais temos de melhor, nosso louvor a
Deus. Nossa ética deve estar acima de tudo e não devemos ser
oportunistas, e sim quando for concedida a oportunidade, aceitar
remuneração no desenvolver de seu trabalho como músico, cantor ou
instrumentista.
No entanto, há coisas que podem incomodar por parte da liderança da igreja os
ministros de louvor e os músicos imbuídos neste contexto. Como por exemplo:
1. Falta de apoio por parte da liderança da igreja – Pode contribuir para
uma má ministração da música na adoração e louvor da igreja.
2. Cortar o período da música no culto cristão em virtude de limitações de
horário – Em muitos lugares o momento de louvor e adoração é
ignorado pela liderança da igreja. Isso prejudica não só a música na
igreja como desanima quem trabalha com a música.
3. Ser solicitado a executar um número de improviso (isso é muito
constrangedor quando a equipe de louvor não conhece a música
solicitada) – Até porque sem ensaio não se apresenta um bom louvor e
apanhar o ministro de louvor e seu grupo de surpresa é falta de ética.
4. Não enviar o líder de música a seminários e conferências que seriam de
grande ajuda e aprendizado para o ministro de louvor, beneficiando
assim a igreja.
5. Não alocar orçamento suficiente para a compra de instrumentos e
equipamentos musicais.
6. Liderança que não confia na capacidade de seus líderes de música para
formar uma equipe de excelente qualidade.
31
Nessa perspectiva, podemos fundamentar esta ação de acordo com Josso
(2004), quando cita que o que faz a experiência formadora, é uma aprendizagem que
articula, hierarquicamente:
saber-fazer e conhecimentos, funcionalidade e
significação, técnicas e valores num espaço-tempo que
oferece a cada um a oportunidade de uma presença para
si e para a situação, por meio da mobilização de uma
pluralidade de registros (Josso, 2004, p. 39).
Baseado em observações verifiquei que os alunos do Centro de
Treinamento Teológico Harland Graham, geralmente são pessoas esclarecidas e
que já vêm de outra formação acadêmica. No entanto, há aqueles que, a partir do
aprendizado da teologia, começam a galgar cada vez lugares mais altos. Muito
embora o curso de Teologia Avançada seja um curso livre, há o entendimento de
que devem buscar a integralização de seu curso depois que se formam para
bacharel em teologia. Esses alunos são pessoas maduras, de mente aberta e que
podem absorver e entender facilmente a didática proposta.
Minhas aulas são desenvolvidas hoje em duas unidades, com discussões
sobre o tema “Música na Igreja Evangélica”, bem como preparar esses obreiros
alunos para um melhor entendimento do que seja a música na contemporaneidade
fazendo alusão com a música na Bíblia e o lugar da música neste mundo cristão
evangélico, no que diz respeito o louvor e adoração com bases bíblica dentro
desse contexto. As discussões estão ligadas a música sacra versus música profana.
Também falamos sobre a música congregacional, instrumentos musicais, a música
de performance, bem como suas funções dos coros e solistas. A realidade
litúrgico-musical das igrejas protestantes no Brasil.
Os músicos, a dança, a emoção, a música tradicional e música
contemporânea, tudo isso fazendo parte do panorama dos conteúdos dos hinos e
cânticos atuais.
Na segunda unidade começamos a falar sobre os princípios básicos da música,
como definições, elementos constitutivos e notação musical e etc..., Usei essa
metodologia para não entrar diretamente sobre esses aspectos, pois para alguns
pode ser chato e que na verdade não estão ali em sala de aula em um seminário
evangélico para serem músicos propriamente dito mais sim pessoas musicalizadas
e com entendimento do que poderá acontecer no sentido de musicalização, sentir
32
os ritmos e verificar a combinação exata no culto cristão da musica
contemporânea. Esses aspectos estão registrados no anexo programação das
atividades na disciplina teoria musical e regência.
33
CONCLUSÃO
Este trabalho tem como objetivo contribuir de maneira prática sobre o
ensino de música nos seminários evangélicos. Vemos que tudo na vida há uma
situação de dificuldade e ao mesmo tempo de esperança e conforto, e, no ensino
de música não é diferente, aliás, em tudo na vida sempre haverá uma luz de
esperança no final do túnel para mudanças, e como professores que pretendemos
ser, temos obrigações de levarmos nossos alunos a um conhecimento melhor
daquilo que aprendemos em tempo idos e com didáticas ultrapassadas. Com a
busca do conhecimento por meios acadêmicos, encontramos as respostas para
aquilo que almejamos, e nessas respostas, sempre terá a experiência de vida do
um professor, semeando a esperança do melhor para seus alunos, e que vai
certamente, iluminar contundentemente para uma melhor aprendizagem.
O educador, que aliena a ignorância, se mantém em
posições fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe,
enquanto os educandos serão sempre os que não sabem.
A rigidez destas posições nega a educação e o
conhecimento como processo de busca. (Freire, 1983,
p.67).
Foi baseado nestes princípios que encaramos uma sala de aula de ensino
de música para que houvesse uma transformação. Essa transformação foi
alcançada não por moto próprio, mas pela condição que se apresentava a turma,
em querer mudar. A parceria entre educador e educando sempre contribuirá para a
transformação do ensino. A forma como foi estabelecida as aulas, as discussões
sobre determinados temas e a didática empregada, contribuiu para que houvesse
gozo de satisfação no aprendizado, pois:
Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa,
mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o
educando que, ao ser educado, também educa. (Freire,
1983, p. 68).
Com esse discurso de ensino de música poderemos mudar o contexto
cultural de nossas igrejas, logicamente baseada em suas questões doutrinárias,
pois viabilizará a extensão dessas ferramentas a uma discussão dentro igreja, saído
da sala de aula, pois esse é o maior objetivo, pois na igreja sempre tem e haverá os
pensamentos contrários que não visam uma musica que venha corresponder na
34
questão cultural de um povo cristão prudente e de bom senso que venha
enriquecer a manifestação de louvor cristão evangélico.
Essas contribuições poderão aquilatar não só no Centro de Treinamento
Teológico Harland Grahan como também em qualquer um seminário evangélico
dentro ou fora de nossa cidade, associada à questão doutrinária de cada segmento
evangélico ou mesmo católico, trazendo benefícios para a cultura religiosa cristã
como um todo.
35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOISSET, J. História do protestantismo. Tradução: Heloysa de Lima Dantas. São
Paulo: Difusão Européia do Livro, 1971. (Coleção Saber Atual).
BRITO, Teca de Alencar. Música na Educação Infantil. São Paulo: Peirópolis,
2003.
CAMARGO, I. V de; FOGAÇA, J. R. Perfi l batista. São Paulo: Convenção
Batista do Estado de São Paulo, 1997.
EDWARD, J. A força do Senhor. Veja, n. 1758, São Paulo, p. 88-95, 3 jul. 2002.
FERNANDES, José Nunes. Educação musical de jovens e adultos na escola
regular: políticas, práticas e desafios. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 12, 35-
41, mar. 2005.
FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fios: um ensaio sobre
música e educação. Tese de Livre Docência. Curso de Pós-Graduação em Música,
Instituto de Artes, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita, SP.
FREDERICO, Denise. A Música na Igreja Evangélica Brasileira. Rio de Janeiro:
MK Ed., 20097.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 13ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1983.
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Tradução de Moacir Gadotti e Lilian
Lopes Martin. 12ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983.
GREEN, Lucy. Music in society and education. In: PHILPOTT, C.;
PLUMMERIDGE, C. (Ed.). Issues in music teaching. London: Routledge, 2001,
p. 47-60.
GROSSI, Cristina. Reflexões sobre atuação profissional e mercado de trabalho na
perspectiva da formação do educador musical. Revista da ABEM, Porto Alegre,
V. 8, 87-92, marc. 2003.
36
JOSSO, Marie-Cristine. Experiências de Vida e Formação. São Paulo: Cortez,
2004.
LAVILLE, Christian. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa
em ciências humanas. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda. Belo
Horizonte,1999.
MCOMMON, Paul. A Música na Bíblia. Tradução autorizada da obra em inglês
Music in the Bible feita pelo Pastor Paulo de Tarso Prado da Cunha. Rio de
Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1963.
MARTINS; GOMES, André; Beto. Projeto Musical Crescendo Espiritualmente e
Vida de Louvor.
MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo:
Pioneira Thomson, 2002.
PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. 2.ed. ver e ampl. Porto Alegre: Sulina,
2010.
PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. 11. Ed. São Paulo:
Cortez Editora, 2000.
KOELLREUTTER, Joachin H. O Espírito Criador e o Ensino Pré-Figurativo. In:
KATER, C. (Ed.) cadernos de estudos. Educação musical n.1. São Paulo: Alvarez:
EM-UFMG, 1996, P. 2.
VIEGAS; ALMEIDA; FREIRE, Roberval da Silva; João Batista de; Rafael
Oliveira. O Ensino da Música na Contemporaneidade: criar e recriar situações
eficazes na aprendizagem musical. Natal, 2012.
37
ANEXO I
PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES NA DISCIPLINA TEORIA
MUSICAL E REGENCIA
Apresentação do plano de curso, do sistema de trabalho e as diversas
formas de avaliação;
I Unidade
Introdução
A Música na Bíblia - O lugar da Música;
O Louvor e adoração – Base bíblica para louvor e adoração;
Música Sacra versus música profana;
A música congregacional;
Os instrumentos musicais;
A música de performace: as funções dos coros e solistas.
A realidade litúrgico-musical das igrejas protestantes no Brasil – A
realidade litúrgica no Brasil e a música;
Os músicos (ou levitas?);
A dança e a emoção;
Música Tradicional e Música Contemporânea – A música tradicional;
A música contemporânea; Panorama dos conteúdos dos hinos e cânticos
atuais.
Avaliação
II Unidade
Introdução
A importância da música;
As notas: O que é Música?,
Partes fundamentais de um som musical,
Nomes das notas,
Clave de sol, Clave de fá,
Linhas suplementares;
O Compasso: Tipos de notas,
A pausa, o ponto de aumento, o ritmo, as barras, e o compasso,
38
Barra de conclusão, marcação de compasso, Modificação de movimento,
A tresquiálteras ou tercina, A ligadura;
Alguns pontos fundamentais: Sons intermediários, Alterações,
Apontamentos para Regência.
Avaliação.
Tons, intervalos, Armadura da clave, tom ou escala, formação de escalas:
escalas com sustenidos, bemóis e cromática; Acordes: maior menor sétima
dominante e acorde diminuto.
Avaliação.
1. ATIVIDADES QUE SÃO DESENVOLVIDAS EM SALA DE AULA
São realizadas através de trabalho escrito com defesa do mesmo em sala
de aula por parte dos alunos em equipe, onde cada aluno defende sua parte
neste trabalho escrito e com apresentação pública do mesmo em slid.
39
ANEXO II
CÓDIGO DE ÉTICA
I – MINHA CONDUTA PESSOAL
1. Cultivarei minha vida devocional, lendo a Bíblia, meditando e orando
constantemente.
2. Evidarei todos os esforços para conservar-me física e emocionalmente em
condições para exercer o ministério que me foi confiado.
3. Serei justo para com minha família e farei o possível para lhe dar o tempo e a
consideração merecida.
4. Farei o possível para viver dentro dos limites impostos por minha renda,
cumprindo com minhas responsabilidades pecuniárias.
5. Lutarei para progredir intelectual e espiritualmente, através de leituras e
estudos.
6. Não plagiarei. Ao usar material de fonte alheia, reconhecê-la-ei.
7. Não vacilarei na fé por motivo algum, minha confiança estará continuamente
firmada em Jesus, que sempre será meu supremo exemplo.
8. Serei um exemplo em minhas conversações e atitudes.
II – MEU RELACIONAMENTO COM MEUS COLEGAS
1. Não criticarei, sem amor, sem necessidade e sem conhecimento os meus
colegas.
2. Não subestimarei colegas que tenham cursos inferiores ao meu.
3. Não subestimarei meu colega por causa de preconceito de qualquer natureza.
40
4. Terei sempre atitude respeitosa com meus colegas, principalmente os mais
idosos.
5. Ao discordar de meus colegas, fá-lo-ei com elegância e amor cristão.
6. Não me intrometerei em assuntos que envolvam matérias ensinadas por meus
colegas.
7. Declaro que me mostrarei pronto a receber conselho e repreensão dos meus
superiores e colegas, toda vez que minha conduta for julgada repreensível.
8. Não passarei adiante qualquer notícia desabonadora a meu colega, sem estar
absolutamente certo da veracidade do rumor e quando o fizer, será a quem de
direito.
9. Não terei inveja do desempenho do meu colega, pelo contrário, orarei para que
Deus continue abençoando-o.
10. Compartilharei com meus colegas projetos, técnicas e outros meios que
venham melhorar a didática do ensino.
III – MEU RELACIONAMENTO COM A INSTITUIÇÃO
1. Amarei e defenderei a instituição conquanto partícipe da mesma.
2. Não recomendarei a instituição, qualquer professor cuja idoneidade eu não
esteja convencido.
3. Serei fiel ao estatuto, regimentos, credo e demais normas emanadas da
instituição.
4. Não censurarei, sem base sólida, a instituição, seu sistema doutrinário e
administrativo.
5. Colaborarei par a divulgação da instituição, com quanto filiado.
6. Ignorarei ofensas pessoais, em detrimento dos interesses da causa do Reino e
Senhor Jesus Cristo.