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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA Roberval da Silva Viegas Contribuições da formação docente para o ensino de música do Centro de Treinamento Teológico Harland Grahan NATAL/RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

Roberval da Silva Viegas

Contribuições da formação docente para o ensino de música do

Centro de Treinamento Teológico Harland Grahan

NATAL/RN

2013

2

ROBERVAL DA SILVA VIEGAS

Contribuições da formação docente para o ensino de música do Centro

de Treinamento Teológico Harland Grahan

Monografia apresentada ao

departamento de graduação

da Escola de Música da

Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como

exigência parcial para

obtenção do grau de

Licenciado em Música sob a

orientação da Profa. Dra.

Valéria Lázaro de Carvalho.

NATAL/RN

2013

3

4

DEDICATÓRIA

Ao meu Deus e Senhor por tudo que Ele me proporcionou diante das

muitas tribulações que a mim foram impostas.

A minha família pelo apoio e compreensão nos momentos de intensas

atividades durante essa finalização do curso.

5

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus que me proporcionou a oportunidade de fazer

este curso.

A minha esposa Mirna do Socorro Angelim Viegas pela paciência e apoio

em todos os momentos.

Aos meus filhos Pedro Filipe, João Marcos e Tiago Ruben por

compreenderem minha ausência na realização deste.

Aos meus pais Maria Glaiz da Silva Viegas e Milton Pereira Viegas por

sempre orarem por mim em meio às diversidades.

A Diretoria do Centro de Treinamento Teológico Harland Grahan na

pessoa do Diretor Pastor Professor Ms. José Azemar Luna Sales por me dar todo

apoio necessário neste trabalho.

A minha orientadora Professora Dra. Valéria Lázaro de Carvalho pela

amizade e por sempre estar empenhada em todos os momentos.

A Professora Dra. Betânia Maria Franklin de Melo pelos seus ensinos e

amizade e por aceitar a participar da banca examinadora.

Ao Professor Ms. João Paulo de Araújo pela amizade e apoio nas práticas

instrumentais e por aceitar a participar da banca examinadora.

Ao Professor Dr. Jean Joubert pela sua amizade e atuação.

Ao casal Ney e Jomária Fernades pela amizade e apoio prestado.

6

Contribuições da formação docente para o ensino de música do Centro

de Treinamento Teológico Harland Grahan

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________

Profª. Dra. Valéria Lázaro de Carvalho

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________

Profª. Dra. Betânia Franklin Melo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

____________________________________

Prof. Ms. João Paulo de Araújo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

7

“Uns confiam em carros e

outros em cavalos, mas nós

faremos menção do nome do

Senhor nosso Deus”. Sl 20.7.

8

RESUMO

Este trabalho apresenta uma reflexão sobre as contribuições da minha preparação

acadêmica musical no curso de Licenciatura em Música na EMUFRN na

formação de alunos adultos em seu chamamento vocacional no ministério

eclesiástico. Apresento um relato sobre o Centro de Treinamento Teológico

Harland Graham como seminário teológico evangélico para cumprir os propósitos

do Senhor Jesus no que concerne a preparar a Sua Igreja para a Missão que lhe foi

confiada, preparando líderes para Ministérios eclesiásticos, buscando desenvolver

nestes uma profunda compreensão da Palavra de Deus e um profundo desejo de

utilizar esse conhecimento a serviço do Criador. Seus padrões doutrinários estão

pautados na crença de que as Escrituras Sagradas é a Palavra de Deus divinamente

inspirada, infalível e autoridade máxima de regra de fé e prática. Discorro sobre a

minha história de vida musical, de como foi o seu começo no estudo de música até

chegar em uma formação acadêmica. Faço também um estudo sobre o

desenvolvimento do ensino de música para adultos na contemporaneidade,

visando compreender o contexto musical em que os alunos estão inseridos.

Palavras Chave: Musicalização; jovens e adultos; Centro de Treinamento

Teológica Harland Grahan;

9

ABSTRACT

This paper presents a reflection on the contributions of my academic preparation

in musical Degree in Music in EMUFRN in training adult learners in their

vocational calling in ecclesiastical ministry . Present a report on the Center for

Theological Training Harland Graham Evangelical Theological Seminary as to

fulfill the purposes of the Lord Jesus concerning His Church to prepare for the

mission entrusted to him , preparing leaders for church ministries , seeking to

develop a deep understanding of these the Word of God and a deep desire to use

that knowledge to serve the Creator . His doctrinal standards are guided by the

belief that Scripture is the divinely inspired Word of God , infallible and supreme

authority of the rule of faith and practice. I wonder about the history of my

musical life , how was your start in music study to get an academic . I also do a

study on the development of music education for adults in contemporary , to

understand the musical context in which students are placed .

Keywords : Musicalization , youth and adults ; Theological Training Center

Harland Graham ;

10

SUMÁRIO

1. Introdução 10

2. Capitulo I

O Centro de Treinamento Teológico Harland Graham 13

3. Capítulo II

Nossa Experiência como Professor de Música 16

4. Capítulo III

Alguns Aspectos do Desenvolvimento do Ensino de Música para

Adultos na Contemporaneidade 19

5. Capítulo IV

Uma Metodologia de Trabalho Proposta para o Ensino de Música no

Centro de Treinamento Teológico Harland Graham. 24

6. Conclusão 32

7. Referencias Bibliográficas 34

8. Anexo I 36

9. Anexo II 38

11

INTRODUÇÃO

Tudo é música, mas o nada também é música. A música está em todos os

lugares, seja como atração principal de um concerto ou pano de fundo de uma

peça de teatro. Pode estar dentro do carro, na sala de jantar, na casa ao lado.

Talvez ela se faça presente apenas no pensamento, evocando lembranças e

sensações distantes do passado. A música tem poderes para acalmar ou exaltar,

alegrar ou entristecer, diminuir a dor ou trazê-la de volta, fazer lembrar ou fazer

esquecer. É impossível permanecer imune a esta forma artística que, ao longo dos

séculos, vem diversificando-se e expandindo-se e conquistando espaços, sempre

evoluindo através de troca de influências e de misturas entre seus estilos, até

mesmo no som dos talheres à mesa ou nos carros passando e freando

bruscamente. O conjunto sonoro do cotidiano proporciona ritmos e melodias

constantes, tanto nas composições agitadas das grandes cidades como nas

tranquilas sinfonias dos parques e florestas.

Mas para identificar e apreciar essa música é preciso sensibilidade, algo

inerente a todo ser humano mais que nem sempre se mostra na superfície do

comportamento. Educar musicalmente é, acima de tudo, desenvolver a percepção

e criar condições para uma relação frutífera com os sons da vida. O papel do

educador é o de mostrar os caminhos para compreender a música, uma

compreensão que não se limita aos aspectos técnicos da organização teórica de

ritmo e harmonia, mas que envolve também o refinamento do gosto e do paladar

musical. Porém, a teoria faz parte da educação, proporcionando estruturas

importantes que sustentam a base para um melhor entendimento da realidade

prática, assim como o estudo histórico ajuda a entender os caminhos trilhados até

o momento presente. Esse processo de educação conta com a aquisição de novos

conhecimentos, o processamento das informações recebidas, e a interação dos

conteúdos com a experiência dos indivíduos. Onde o professor vai criar e recriar

situações que proporcionem a entrada do aluno no mundo sonoro e musical.

A música é uma linguagem artística em que todas as pessoas podem

desenvolver e criar diferentes habilidades, independente de sua confissão

religiosa, pois correr, girar, andar, tudo isso está envolvido em atividade que tem

ritmo e que são abrangentes na cultura musical.

12

Segundo Brito (2003), a função do educador de um modo geral, e em

especial o educador musical, parece ser duplamente desafiadora, haja vista, que

também precisam ser consideradas, durante o processo de ensino/aprendizagem,

as complexas questões da subjetividade de cada homem e mulher, co-participantes

na árdua tarefa de reconstruir os caminhos da própria sensibilidade, emoção e

intuição.

Para tanto, no processo musical e de musicalização ou de aquisição da

linguagem musical, deve agregar o prazer e alegria à satisfação do ser humano em

aprender a música. Por isso é um grande desafio, modernizar-se não só na

tecnologia mais nas formas de construir o conhecimento musical, conforme as

diversas realidades socioculturais de nosso país recriando técnicas pedagógicas

que sustentem o verdadeiro interesse do aluno.

O fazer musical proporciona benefícios de ordens diversas: educacional,

social, física, moral, intelectual, emocional, terapêutico e espiritual. Como nos diz

Fonterrada (2001), é necessário “repensar os modos de implantação de seu ensino

e de sua prática”, além de maior discussão acerca do valor e do papel da música

junto aos educadores e a sociedade em geral.

Este trabalho tem como objetivo mostrar um pouco de nossa trajetória na

música até aos dias de hoje, como se processou o andamento de minha formação

no decorrer de todos esses anos fazendo a observação da passagem de aluno à

qualidade de professor do centro de Treinamento Teológico Harland Grahan.

Propõe também, demonstrar como se desenvolve o ensino de música dentro de um

seminário de confissão religiosa cristã, evangélica e pentecostal denominado

CTTHG - Centro de Treinamento Teológico Harland Grahan na cidade de Natal,

no estado do Rio Grande do Norte. Especificamente iremos tratar da forma como

é construído este ensino de música que tem como finalidade preparar homens e

mulheres para o serviço eclesiástico, seja ele pastoral, missionário, ou de ensino.

Nosso objetivo é mostrar o quanto uma preparação acadêmica musical

pode contribuir na formação de alunos adultos, como também no chamamento

vocacional no que abraçou no decorrer de sua formação.

13

No primeiro capítulo, se apresentará sobre o Centro de Treinamento Teológico

Harland Graham como seminário teológico evangélico para cumprir os propósitos

do Senhor Jesus no que concerne a preparar a Sua Igreja para a Missão que lhe foi

confiada, ou seja, preparar líderes para Ministérios, buscando desenvolver nestes

uma profunda compreensão da Palavra de Deus e um profundo desejo de utilizar

esse conhecimento a serviço do Criador. Seus padrões doutrinários estão pautados

na crença de que as Escrituras Sagradas é a Palavra de Deus divinamente

inspirada, infalível e autoridade máxima de regra de fé e prática. No segundo

capítulo, descreveremos nossa história de vida, de como começamos no estudo de

música até chegar a atual formação acadêmica. No terceiro capítulo,

descreveremos sobre o desenvolvimento do ensino de música para adultos na

contemporaneidade, visando compreender o contexto musical em que estão

inseridos os alunos além dos muros do Seminário. No quarto capítulo,

descreveremos a metodologia de trabalho proposta para o ensino de música no

Centro de Treinamento Teológico Harland Graham.

A Metodologia escolhida para o desenvolvimento deste trabalho está

fundamentada na pesquisa qualitativa, o recurso da História de Vida,

fundamentada em Marie- Christine Josso.

O método da história de vida busca a visão da pessoa

acerca das suas experiências subjetivas de certas

situações. Estas situações estão inseridas em algum

período de tempo de interesse ou se referem a algum

evento ou série de eventos que possam ter tido algum

efeito sobre o respondente. (JOSSO, XXX)

14

Capitulo I

O Centro de Treinamento Teológico Harland Graham

O Centro de Treinamento Teológico Harland Graham - CTTHG, situado

na Rua Itaporanga, 184 – Cidade da Esperança – Natal/RN – CEP 59.070-470,

fone: (84) 3205-4155, CNPJ 04.861.227/0001-82 – e-mail. [email protected].

Curso: Iniciação a Teologia I e II – reconhecido pela Secretaria de Educação do

Estado do Rio Grande do Norte, SOINSPE/RN nº 4400/2007.

O Centro de Treinamento Teológico Hanland Graham, foi criado em 03 de

agosto de 2000. Nasceu de um sonho do Rev. Harland Graham, que é o fundador

da Missão Evangélica Pentecostal do Brasil que na época, servia como

missionário nessa cidade do Natal. Esse sonho começou a se tornar real em 1999,

sob a direção do Pr. Misael Lins da Silva, dando início ao curso básico em

Teologia. No segundo semestre de 2000, já no período atual (Cidade da

Esperança), iniciou-se os cursos Médio e Bacharel em Teologia (curso livre),

ainda com uma diretoria provisória. Finalmente, no dia 12 de maio de 2001, foi

oficialmente fundado o Centro de Treinamento Teológico Harland Graham

(CTTHG) em assembléia geral, na qual, além de aprovar o Estatuto da referida

instituição, foi eleita a primeira diretoria assim composta:

Diretor: Pr. Misael Lins da Silva

Vice-Diretor: Pr. Samuel Duarte de Macedo

1º Secretário: Pr. Manoel Soares Filho

2º Secretário: Min. Elineuza da Silva Alves

Tesoureiro: Pr. Rex J.J. Stuckless

Coordenadora Pedagógica: Min. Rita Evelyn Stuckless.

O CTTHG, existe para cumprir os propósitos do Senhor Jesus no que

concerne a preparar a Sua Igreja para a Missão que lhe foi confiada. Preparar

líderes para Ministérios, buscando desenvolver nestes uma profunda compreensão

da Palavra de Deus e um profundo desejo de utilizar esse conhecimento a serviço

do Criador.

Seus padrões doutrinários estão pautados na crença de que as Escrituras do

Antigo Testamento (39 livros), e Novo Testamento (27 livros), são a Palavra de

15

Deus divinamente inspirada, infalível e autoridade máxima de nossa regra de fé e

prática. O Centro Treinamento Teológico Harland Graham está comprometido

com um elevado padrão acadêmico, primando pela excelência e piedade em sua

tarefa de servir. O que une os alunos que aprendem é um profundo conhecimento

da palavra de Deus, entusiasmo e paixão pela fé cristã e o desejo intenso de

alcançar o mundo com a mensagem redentora. Os estudantes são desafiados e

orientados por um corpo docente experiente, crescem intelectualmente e

espiritualmente, firmes na fé, e prosseguem certos de que, assim como o poder da

Palavra está mudando suas vidas, também os prepara para oferecer a mensagem

de Deus a outros.

O Centro de Treinamento Teológico Harland Graham tem por finalidade

principal:

Capacitar obreiros para ministérios especializados. (Pastoral e

Missões);

Aprimorar professores para seminários, institutos bíblicos e outros

instituições de ensino teológico;

Propiciar aos interessados a oportunidade de continuarem e

aprofundarem os seus estudos acadêmicos na área de teologia;

Na consecução de seus objetivos, o CTTHG busca promover em

sala de aula, um ambiente próprio para investigação acadêmica e a

reflexão teológica.

Almeja, também, com a graça de Deus, servir a todas as

denominações evangélicas, através de seus programas e de suas

publicações.

Decorrente de seu compromisso doutrinário e sua identidade o programa

das disciplinas são orientados dentro da seguinte filosofia curricular:

As disciplinas da área exegética analisam as Escrituras em cada

uma de uma de suas partes em detalhe;

As disciplinas Bíblicas retiram a teologia de cada parte da Palavra

de Deus da forma em que nos foi trazida em diferentes estágios,

por meio de vários escritores.

16

As disciplinas de Teologia Sistemática lançam mão dos resultados

dos labores das teologias bíblica e exegética, e as trás reunidas em

um sistema concatenado.

As disciplinas da área de apologética procuram defender o sistema

da verdade bíblica contra a filosofia falsa e a falsa ciência.

As disciplinas que compõem a teologia prática buscam demonstrar

como ensinar e pregar esse sistema de verdades bíblicas.

Enquanto que as disciplinas da História da Igreja acompanham a

transmissão deste sistema de verdades no decorrer dos séculos.

A disciplina de Teoria Musical e Regência tem como objetivo

preparar o aluno para o exercício do ministério pastoral,

missionária ou de ensino no âmbito eclesiástico.

17

Capítulo II

Nossa Experiencia como Professor de Música

Ao longo de minha vida, desde a tenra idade, herdei de meus pais a

tradição evangélica, buscando viver de forma sensata e prudente voltado a

contribuir de uma forma ou de outra no culto cristão evangélico ordenado e

coerente. Comecei pelo aprendizado do cavaquinho, deslocando-me de bicicleta

até o local de aprendizado em um bairro próximo quando na época tinha cerca de

treze anos de idade. Em seguida, comecei também o estudo de violão em outro

bairro mais distante. Como o meu desejo de estudar música crescia a cada

momento, senti a necessidade de conhecer um pouco mais a respeito dessa arte

que ardia em meu peito, foi então que fiz uma viagem ao interior do estado do

Pará e conheci um velho pastor que tocava o clarinete de treze chaves chamado

“clarinete pé de cabra”. Quando este velho pastor observou-me vendo o clarinete,

pois estava hospedado em sua casa, perguntou-me se eu queria aprender a tocar

aquele instrumento, eu disse que sim, então ele de bom coração passou-me as

mãos aquele instrumento que para mim parecia que estava ganhando na loteria, e

que por certo naquele momento e na idade que tinha o sentimento era verdadeiro.

Comecei então estudar a o clarinete bem como teoria musical. Encontrei um

senhor em um bairro próximo que frequentava minha igreja e que aqui e acola,

levava seu instrumento para tocar e em algumas vezes o observei levando um

jovem que já estava estudando com ele saxofone. Este senhor que na minha

concepção era um artista do clarinete, digo isso visto que ele fazia malabarismos e

shows específicos para autoridades em passeios marítimos pela Baia do Guajará

com a banda de música da Policia Militar do estado do Pará tocando seu

instrumento, homem habilidoso, exibia uma performance espetacular e muito

virtuoso. Comecei então a estudar com ele e depois de alguns anos estudei com

outro senhor, agora perto de minha casa, foi quando comecei a ter contato com

métodos mais avançados do clarinete. Nesse tempo, eu já estava tocando na

banda de música da Assembleia de Deus da cidade de Belém do Pará, este fato

ajudou muito em meu desempenho musical, pois, daí por diante, comecei a

estudar no Conservatório de Música Carlos Gomes que pertencia ao governo do

estado do Pará. Meus estudos do clarinete começaram a melhorar ainda mais

porque passei a estudar com o professor Dr. Jacob Cantão, professor da

18

Universidade Federal do Pará – UFPA. Estudei alguns anos com o citado

professor e tive a oportunidade de tocar na Banda Sinfônica do estado do Pará e

Banda Juvenil por alguns anos. Estudei música de Câmara e participei de alguns

eventos no auditório do Conservatório do Instituto Carlos Gomes, como quintetos

de clarinetes, recitais e etc.. Como estudante operoso e dedicado, comecei a

participar de eventos musicais e tocando em uma banda que havia não somente

instrumentos elétricos como também trompetes, saxofones e clarinete. Tocava em

igrejas, nas bandas de música, bem com em trios que formávamos e via que a

música em alguns lugares ainda era aquela de tradição antiga, no entanto com o

passar dos anos pude observar mudanças extraordinárias ocorrendo no âmbito

musical no culto cristão, como a permissão do uso de instrumentos musicais que

outrora eram proibidos, como por exemplo, a bateria acústica.

Ao chegar a terras potiguares para o exercício do ministério pastoral e de

ensino, vindo do estado de Goiás, precisamente da cidade de Goiânia, fui

convidado para ministrar algumas disciplinas no Centro de Treinamento

Teológico Harland Grahan, pois o mesmo estava sendo construído, tanto na esfera

acadêmica como predial. Neste momento, comecei a ministrar disciplinas como

Evangelhos; Evangelismo Pessoal; Hermenêutica Sagrada; Epístolas Paulinas;

Escatologia; Grego Koiné I,II,III e IV entre outras. Mais adiante, na melhoria da

matriz curricular, houve a necessidade de inserir o ensino de música, à

semelhança de outros seminários da denominação. Nessa busca, é que entro na

história do ensino de música no Centro de Treinamento Teológico Harland

Grahan.

De posse do meu certificado do curso de música expedido pelo Governo

do Estado do Pará; Secretaria de Estado de Educação; Instituto Estadual Carlos

Gomes de nomenclatura “Curso de Clarinete”, pude me candidatar como

professor da disciplina de teoria musical e regência do Centro de Treinamento

Teológico Harland Grahan na cidade do Natal/RN. No decorrer dessa empreitada,

me defrontei com algumas dificuldades particulares que me impediram de

continuar nessa tarefa, o que me levou a uma reflexão sobre minha volta à música.

Segundo Josso (2004, p.12) “a consciência nasce quando interpretamos um

objeto com o nosso sentido autobiográfico, a nossa identidade e a nossa

19

capacidade de anteciparmos o que há-de-vir.” Na referida dificuldade, galguei

forças para então mostrar a mim mesmo e a outrem o quanto poderia melhorar

nesse particular de ensino de música não só para mim, mas como contribuição

para melhoria do referido ensino na instituição. Foi quando incentivado por um

amigo retornei um tanto quanto sem vontade a estudar teoria musical e

instrumento clarinete no Instituto Waldemar de Almeida, instituição inserida na

Fundação José Augusto acoplada ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte

no ano de 2005 a 2009. Em seguida, estudei no curso básico de Teoria Musical e

Clarinete da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

com conclusão no ano de 2009. Nesse mesmo ano, me submeti ao vestibular e

curso Técnico de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte com

aprovação para os dois, e iniciei os estudos em 2010.

Precisamente neste momento de começo das aulas e com bastante interesse

no conteúdo que estava adquirindo, comecei a perceber o quanto estava

equivocado no encaminhamento ao âmbito musical de alguns alunos que

passaram por mim enquanto professor, naquele Centro de Treinamento Teológico.

Nas palavras de Josso (2004), todas as experiências são formadoras.

Formar-se é integrar-se numa prática o saber-fazer e os

conhecimentos, na pluralidade de registros [...] Aprender

designa, então, mais especificamente, o próprio processo

de integração. (Josso, p.39, 2004)

Com minhas observações, pude constatar que o ensino da música não se

adequava mais a aquele que havia adquirido ao longo de minha vida, e foi aí,

depois de um ano e meio de curso, que retornei ao Centro de Treinamento

Teológico Harland, para ministrar a disciplina “Teoria Musical e Regência”.

Já com novos conhecimentos adquiridos na universidade, recorri à

coordenação do Centro de Treinamento sobre a nomenclatura “Teoria Musical e

Regência” explicando que devido à carga horária da disciplina, seria mais

indicado subdividir a disciplina em duas. Expus que só a nomenclatura

“Regência”, na UFRN, era um curso de nível técnico e num período de três anos

consecutivos.

20

Capítulo III

Alguns Aspectos do Desenvolvimento do Ensino de Música para

Adultos na Contemporaneidade.

O protestantismo constitui-se numa das três principais divisões do

cristianismo, ao lado do catolicismo romano e da Igreja ortodoxa, e tem uma

história de pouco mais de quatro séculos. Surgiu no século XVI, com os

reformadores Martinho Lutero na Alemanha, Úlrico Zuínglio na Suíça de língua

alemã e João Calvino em Genebra; segundo Boisset (1971) foi nessa época que

surgiu a expressão “protestante”.

Segundo as sociólogas Ivani Vasconcelos de Camargo e Jôse Rocha

Fogaça (1997), pode-se observar que há no protestantismo duas correntes

compostas por fiéis de diferentes camadas sociais: a primeira corrente é a do

pentecostalismo – crença religiosa baseada em atributos espirituais referidos no

Novo Testamento, como, por exemplo, falar línguas desconhecidas – e que se

expande principalmente entre negros e pardos, nas camadas de baixa renda, e com

menor escolaridade. O segundo grupo é o dos evangélicos históricos – categoria

empregada em geral para designar as denominações vinculadas à Reforma

Protestante do século XVI – que inclui batistas, presbiterianos, presbiterianos

independentes, metodistas, luteranos, episcopais e anglicanos, em cujo meio

observa-se maior concentração de pessoas brancas, com maior renda e mais

educação. Ainda segundo as pesquisadoras, no Brasil o crescimento dos

pentecostais tem sido maior do que o dos evangélicos históricos.

As igrejas protestantes, em função da valorização da música em seus

cultos, enfatizam a educação musical, ainda que informalmente. Muitas igrejas

evangélicas possuem uma escola de música, que atende não somente aos seus

congregados em várias faixas etárias, mas também a pessoas da comunidade.

Assim, as consequências do crescimento do número de evangélicos são muitas

para o campo da música. Estima-se que o “mercado evangélico” no país

movimente mais de três bilhões de reais por ano e crie dois milhões de empregos

diretos e indiretos. Segundo Edward (2002), podemos citar a existência de 96

gravadoras e o controle de 934 instituições de ensino em vários níveis, que

recebem 740 mil alunos de ensino fundamental e médio.

21

A música é componente essencial do culto evangélico, juntamente com as

orações e a prédica ou sermão. Entretanto, o culto pode transcorrer de diferentes

maneiras, conforme a ênfase dada em um ou outro componente. Essas variações

existem e são encontradas entre as diferentes denominações e entre igrejas da

mesma denominação. Assim, a música é utilizada nas igrejas evangélicas em sua

forma vocal e instrumental. A vocal é executada principalmente pela congregação,

que canta os hinos dos hinários das diferentes denominações, acompanhada por

instrumentos harmônicos, principalmente o órgão e/ou piano, ou teclados. Aos

corais existentes nas igrejas evangélicas desde sua implantação no Brasil compete

a execução de hinos e outras peças especiais para coro – os antemas –, geralmente

acompanhados por piano ou órgão.

Para desenvolver tais atividades musicais, as igrejas necessitam de pessoas

habilitadas como regentes e organistas ou pianistas. As igrejas evangélicas têm

buscado manter pessoas preparadas musicalmente para liderar as atividades

musicais. Algumas igrejas passaram a dar a esse líder da área de música,

responsável pela condução e execução das atividades musicais eclesiásticas, o

título de “ministro de música” ou “ministro de louvor”, especialmente àqueles

que, além da formação musical, obtiveram formação na área teológico-ministerial.

Na educação existem duas concepções: a ingênua e a crítica (Pinto, 200).

A concepção ingênua vem de uma consciência ingênua, que não parte da

realidade, mas sim de idéias concebidas por ela mesma. A concepção crítica

procede de uma consciência crítica, sendo uma representação do mundo exterior e

de si mesma, pautada na compreensão de mundo do qual ela está inserida. Tal

consciência torna-se verdadeiramente autoconsciência, pois percebe seu conteúdo

como pertencente ao mundo real, material, histórico, nacional, no qual se

encontra. Assim, ela percebe seu conteúdo em função das condições históricas e

sociais de sua realidade.

A concepção ingênua de educação, como afirma Pinto (2000), é sempre

nociva, uma vez que, por não levar em consideração a essência do processo real,

torna-se forte de equívocos, desperdícios e intentos frustrados. A pedagogia

ingênua considera o educando como ignorante, como puro objeto da educação,

supondo que o educador deve “formar [...] o aluno [...] concebendo-o como massa

amorfa viva, o saber” (Pinto, 2000, p.61). Um tipo de alienação, ao considerar o

22

aluno como objeto, não reconhecendo nele a condição de ser humano, de sujeito,

que deve ser educado não pela imposição de idéias, mas sim com base em um

diálogo esclarecedor. É uma concepção de educação que se pauta na pura

transferência de um conhecimento acabado.

Supõe que o professor é apenas o transmissor de uma

mensagem definitivamente escrita, de um conjunto de

noções, de acordo com determinado método, e que essa

mensagem não se modifica com as condições de tempo e

lugar, com os interesses do educador e com o mesmo ato

de ser transmitida. A principal nocividade desta atitude

está em preceituar limites ao processo pedagógico, em

dar caráter absoluto às divisões em graus, níveis,

carreiras, etc. (Pinto, 2000, p. 62).

A concepção crítica de educação é definida pelo modo crítico de pensar,

sendo a antítese da concepção ingênua de educação. Segundo Pinto (2000, p. 63),

um pensar referente ao caráter social do processo pedagógico (objetividade), ao

“caráter vital da educação como transformação do ser do homem”

(“concretidade”), é a educação como processo (historicidade) e à educação como

ato social que envolve o ambiente humano – o país, o mundo e os fatores culturais

e materiais.

Ao contrario da concepção ingênua e sua nocividade, a concepção crítica é

dotada de funcionalidade e utilidade, uma vez que produz a transformação do

homem e da realidade. Pinto (2000, p. 63-64, grifo do autor) mostra três aspectos

básicos de tal concepção: 1) “o educando como sabedor e desconhecedor”: isso

implica, por exemplo, que o adulto analfabeto é na verdade um homem culto, pois

não sabe ler e escrever, mas não é um desconhecedor absoluto; 2) “o educando é o

sujeito da educação (nunca o objeto dela)”: a concepção ingênua da educação

rebaixa o educando a objeto, um ser passivo, desconhecedor; o autor mostra que

isso é “moralmente insultante”, pois ignora a dignidade de qualquer ser humano;

“antropologicamente errôneo”, uma vez que descarta que o aluno é portador de

cultura, é dotado de pensamento em função de seu contexto; “psicologicamente

esterilizante”, porque traz consigo desanimo, inibição e desmotivação;

“pedagogicamente nocivo”, pois desconsidera o saber do aluno como ponto de

partida para o desenvolvimento de novos conhecimentos; e 3) educar é somar

23

conhecimento aos que o aluno já possui, é uma proporção entre conhecimento e

desenvolvimento.

Levando em conta a concepção do saber, uma crítica deve ser considerada a

ele na concepção ingênua de educação. Ela o considera como “conjunto de

conhecimentos absolutos, abstratos, a-históricos”, sem relacionamento algum com

a realidade. Para a concepção crítica de educação, o saber é “o produto da

existência real, objetiva, concreta, material do homem em seu mundo” (Pinto,

2000, p. 65). Esse saber é, então, relativo, concreto, existencial, empírico,

racional, histórico, não dogmático e fecundo (pois gera sempre outros

conhecimentos, ao contrário do caráter contemplativo ou ornamental). Portanto, o

saber crítico é transformador da realidade.

Para que o professor possa desempenhar tarefas de educação é necessário que

tenha muitos conhecimentos sobre os conteúdos a trabalhar. Para Paulo Freire, a

palavra “conscientização” é a forma de conhecimento, que marca o centro das

idéias sobre a educação.

Segundo Paulo Freire, a pedagogia é conscientizar de que é a educação o

movimento que o homem se realiza e é capaz de refletir, agir de modo interrupto

(Freire, 1986), conscientizar seria mostrar a realidade como ela é, de modo que,

não possa trazer compilação política, mas o povo ao perceber a realidade social

como agressiva, porém se acredita que o papel do educador que é estritamente

pedagógica, possa ajudar a perceber as críticas da realidade, e em que pode manter

a estrutura social diretamente ligada a educação como conscientização, não entrar

em confronto com a realidade, procurar a casualidade dos fatos. Logo, o ato de

conhecimento não termina na realidade, implica em um projeto de transformação.

A conscientização implica na tarefa de transformação, como compromisso

histórico de por em prática o projeto.

No que concerne ao ensino de música para adultos, não está alheio à

concepção de educação aqui expostas. Em meu curso de Especialização em

Educação Musical na Educação Básica, recentemente concluído na Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, tive a oportunidade de aprender conceitos

fundamentais para o meu aprendizado como educador musical. Portanto, a

importância da educação e suas práticas para a transformação do ser humano estão

além dos muros das escolas e universidades. A educação que transforma está na

capacidade de refletir sobre os conhecimentos e na produção de saberes que terão

24

aplicabilidade nos espaços coletivos. Uma educação que esteja além da

escolarização, da formalização e apropriação de conhecimentos, que reconheça as

potencialidades dos indivíduos e a capacidade coletiva de recriar o mundo a partir

dos contextos onde estão inseridos.

25

Capítulo IV

Uma Metodologia de Trabalho Proposta para o Ensino de Música no

Centro de Treinamento Teológico Harland Graham

Fazemos uma grande quantidade de suposições sobre música. Talvez,

precisemos abrir mão de algumas delas, antes de começar. Por exemplo, música

não são colcheias e semicolcheias. E nem pontos sobre o papel: música é som e há

muitas maneiras de criar música sem precisar escrevê-la. É importante encorajar

nossos alunos a tocar e a cantar.

Segundo Koellreutter (1996, p. 2) “o alicerce do ensino artístico é o ambiente.

Um ambiente que possa acender no aluno a chama da conquista de novos terrenos

do saber e de novos valores da conduta humana. O princípio vital, a alma desse

ambiente, é o espírito criador. O espírito que sempre se renova, que sempre

rejuvenesce e nunca se detém. Pois, num mundo em que tudo flui, o que não se

renova torna-se um empecilho, um obstáculo. Nesse entendimento podemos ver

que quando o professor tem criatividade, tudo se torna novo, as coisas que antes

podia-se julgar demasiadamente chatas, se tornam alegre e compartilhativa. Ao

me colocar nesse ambiente comunicativo de saberes musicais, pude mudar a

concepção de pensamento dentro de uma proposta de melhorias para o

aprendizado de meus alunos obreiros. Essa cultura evangélica de ensino

predominantemente arcaica e preconceituosa outrora e ainda em muitas

comunidades mais antigas, tendem a proporcionar um radicalismo

fundamentalista no que diz respeito aos louvores dentro do culto cristão. Com

uma metodologia moderna e adequada para esses novos obreiros e até mesmo

alguns já antigos no ministério eclesiástico, perceberam uma mudança, onde

pensavam que íamos teorizar o que já é uma teoria. No entanto, com uma

discussão sempre presente do contexto cultural de nossas igrejas, levamos essa

discussão da igreja para a sala de aula, pois na igreja sempre tem e haverá os

pensamentos contrários que não visam uma musica que venha corresponder na

questão cultural de um povo cristão prudente e de bom senso que venha

enriquecer a manifestação de louvor cristão evangélico.

26

Quando se fala em ensino de música em um seminário ou em qualquer outra

instituição de ensino, se pensa que vamos ver literalmente as teorias da música

como um todo, da forma tradicional é claro, no entanto, com o conhecimento que

vemos adquirindo no decorrer de todos esses anos não diminui e nem insenta o

conhecimento da teoria tradicional.

Este método de ensino, naturalmente, não rejeita os

métodos tradicionais, mas sim, os complementa. O

caminho é a ampliação, o alargamento do ensino

tradicional pelo ensino pré-figurativo. Koellreutter (1996,

p. 2).

Ainda segundo Koellreutter, a mudança do conteúdo e dos programas de uma

educação que tenda essencialmente ao questionamento

crítico do sistema e à sua reprodução, que tenda ao

despertar e ao desenvolvimento da criatividade e não à

adaptação e à assimilação, exige:

1. que as culturas não-ocidentais tanto quanto

as originárias, aborígenes ainda existentes neste planeta

e, naturalmente, também no Brasil, sejam levadas em

conta tanto quanto a ocidental;

2. que as artes e a estética, em particular, como

reflexão sobre o ato criador encontrem lugar tão

eminente quanto o das ciências das disciplinas

tecnológicas;

3. que a prospectiva como reflexão sobre os

fins, os valores e o sentido do futuro em vias de nascer,

e como tomada de consciência de nossas

responsabilidades temática mais importante do ensino

pré-figurativo, ocupe espaço tão amplo quanto o do

passado.

Pois só um conhecimento vivido das culturas

não ocidentais e originárias, isto é, um verdadeiro

"diálogo das civilizações e culturas", permite dar

resposta às indagações de hoje, em escala planetária,

integradora. Permite realizar a grande reviravolta

cultural necessária, tornando relativo o que se

convencionou chamar ciências e artes, situando as duas

áreas no contexto infinitamente mais vasto de uma

sabedoria, na qual nossas relações com a natureza não

são apenas manipulação ou de conquista, mas de amor e

participação: uma abordagem, em que o relacionamento

de um com o outro e com a sociedade não é o de um

individualismo, mas de comunidade, onde nossas

ligações com o futuro não são definidas por uma

simples extrapolação do presente e do passado, mas por

ruptura, superação e transcendência: a criação de um

futuro realmente novo. (Koellreutter, 1996, p. 2 e 3)

27

Segundo Freire (1983, p. 33)

Não há transição que não implique um ponto de partida,

um processo e um ponto de chegada. Todo o amanhã se

cria num ontem, através de um hoje. De modo que o

nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no

presente. Temos de saber o que fomos e o que somos,

para saber o que seremos.

Então, para que algo seja mudado, é preciso que seja iniciado, esse começo

precisa constantemente de mudanças que periodicamente deve ser feita. Assim

sendo o ensino da música durante todos esses anos, tem sofrido mudanças

extraordinárias sempre caminhando para sua melhoria em nosso país. Não é

diferente quando essas mudanças ultrapassam fronteiras do ensino fundamental e

médio, seguindo caminho ao ensino superior de música, em se tratando dos nossos

seminários evangélicos. Neste caso há uma similaridade com o ensino de música

do EJA. Penso que o único lugar, fora os cursos de música nas faculdades ou nas

universidades, são os seminários com os seminaristas e futuros obreiros. A forma

de ensino que veio ser realizada, já a mudança estabelecida dos meios antigos, são

formas coerentes aplicadas e sensatas de aprendizagem constante. Esse método,

não é outro senão aquele que temos aprendido em nosso curso de música na

UFRN. Onde este ensino aplicado é de forma que os alunos aprendam o lúdico e

no caso dos seminários, uma discussão constante sobre a música que é praticada

nas igrejas evangélicas.

A visão atual das instituições de formação musical é aquela que procura

articulação com a sociedade e que, fundamentalmente, reconhece seu

compromisso social de colaborar no desenvolvimento das comunidades – as ações

buscam a convivência harmoniosa com a diversidade e as diferenças. Esses

aspectos são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer trabalho

significativo, especialmente no que tange à formação de ministros de louvor ou

mesmo obreiros em uma ação colaborativa voltada às necessidades e ao bem-estar

da comunidade.

É sempre importante lembrar que a música tem um papel essencial na

sociedade, e que são as pessoas que conferem significado à música ou às

atividades que a envolvem. Assim, ela deve ser considerada em relação aos

contextos sociais e aos significados socialmente construídos. O conhecimento do

papel da música antecede e fundamenta qualquer atuação. Como afirma Green

28

(2001), a música está relacionada, de forma bastante ampla, às transformações

sociais.

Tendem, em grau variado, a envolver-se em diferentes

práticas musicais, a atribuir diferentes significados à

música, a preferir diferentes tipos de música e relacionar,

diferentemente, a música às pessoas dentro de seus

grupos (Green, 2001, p. 51).

Para a atuação do ministro de louvor ou mesmo o músico, essa concepção

tem implicações importantes para a educação musical. Entre elas, Green (2001, p.

59) destaca que “qualquer consideração sobre a potencialidade musical de um

indivíduo não poderá ser feita sem primeiro considerar a profunda influência dos

fatores sociais na aparente superfície da musicalidade dele”. Tal consciência pode

também contribuir para o aumento da compreensão de nós mesmos como músicos

ministros de louvor dentro de uma complexa rede de práticas musicais,

significados, estilos e identidades com os quais todos nós lidamos.

Dentro desse contexto, observamos algumas atitudes que devem ficar

claras no ensino da música nos seminários teológicos, pois estes músicos se

tornaram ministros de louvor da igreja e estes aspectos são discutidos em sala de

aula com o intuito de impedir que determinadas práticas venham ferir a sociedade

cristã evangélica, pois podem vir a incomodar quem está à frente na liturgia do

culto cristão, bem como aos ouvintes. Estes aspectos são dispostos da seguinte

maneira:

1. Não começar na hora exata do culto – muitas vezes o ministro de

louvor se torna displicente em relação aos horários do culto, pois a

falta de responsabilidade irá prejudica-lo em relação à sua chamada

ministerial.

2. Não terminar no tempo exato do culto – como em muitas ocasiões

acontece, a empolgação por parte do ministro de louvor, o leva a

esquecer de que existe um horário para o término do culto e que na

membresia há muitas pessoas adoentadas e idosos que precisam chegar

a suas casas em tempo hábil para tomar um medicamento ou alguma

necessidade afim.

3. Falar muito, antes, durante ou depois do culto – esse costume já se

tornou muito comum hoje em dia nos cultos evangélicos, quando

29

muitos ministros de louvor falam por vezes exaustivamente, de forma

abusiva, com muitas músicas.

4. Roupa inadequada – a roupa inadequada é sempre questionada em

determinadas ocasiões. Em se tratando de um ministro de louvor, é

necessário um acurado comportamento de vestuário baseado na ética e

nos bons costumes.

5. Cantar músicas que não são apropriadas para a adoração em um culto

cristão – vivemos em um país eclético de várias culturas adquiridas, no

entanto há de se observar que, mesmo nesse aspecto comum de nossa

sociedade, devemos ter cuidado com o tipo de música com o qual o

grupo de louvor ou o ministro de louvor juntamente com sua banda

apresentará no seu repertório. Em se tratando de adoração, jamais

poderá ser um ritmo inadequado para o momento.

6. Ir muito além das pessoas e perder-se em seu próprio mundo – a

exasperação no louvor, ou mesmo demonstrar algo que não condiz

com a realidade, leva ao ministro de louvor a se perder. Tem que haver

a sensatez no que diz respeito a este aspecto, pois não iremos pular,

rodopiar ou coisa parecido com um público de pessoas idosas. Talvez

houvesse coerência, quando com um público jovem.

7. Cantar numa tonalidade muito alta, ou muito baixa, para a igreja - um

dos casos mais graves no meu entendimento, pois se estamos

aprendendo a nos musicalizar e ter um conhecimento sobre aspectos

musicais para o culto cristão, é inadmissível que aconteça esse abuso

por parte de um conhecedor de música, que estudou como se

comportar diante de determinadas situações. Deve-se observar se a

tonalidade é correspondente com a altura de voz dos seus ouvintes.

8. Redundância para cantar as mesmas músicas semana após semana – o

repertório do ministro de louvor deverá sempre estar em mudanças

pelo fato do mercado musical sempre estar em ascendência. Um

ministro de louvor deve ter um conhecimento musical qualificado do

que se está na “moda”, e saber discernir o que é apropriado em relação

à música de adoração ao Senhor.

9. Ter a sua própria agenda. Por exemplo: usar a posição de líder de

louvor como um degrau para um contrato de gravação – a ética é

30

sempre é fundamental neste aspecto do músico cristão/ministro de

louvor. Não quero aqui enfatizar que o ministro de louvor não possa

pensar também em si mesmo, em sua vida profissional como músico

instrumentista ou cantor, no entanto é preciso entender que devemos de

certa maneira separar as coisas. Devemos esperar que as coisas

aconteçam normalmente pela capacidade de nosso conhecimento

adquirido através da música e pela oportunidade que Deus nos dá de

nos apresentar e oferecer o que mais temos de melhor, nosso louvor a

Deus. Nossa ética deve estar acima de tudo e não devemos ser

oportunistas, e sim quando for concedida a oportunidade, aceitar

remuneração no desenvolver de seu trabalho como músico, cantor ou

instrumentista.

No entanto, há coisas que podem incomodar por parte da liderança da igreja os

ministros de louvor e os músicos imbuídos neste contexto. Como por exemplo:

1. Falta de apoio por parte da liderança da igreja – Pode contribuir para

uma má ministração da música na adoração e louvor da igreja.

2. Cortar o período da música no culto cristão em virtude de limitações de

horário – Em muitos lugares o momento de louvor e adoração é

ignorado pela liderança da igreja. Isso prejudica não só a música na

igreja como desanima quem trabalha com a música.

3. Ser solicitado a executar um número de improviso (isso é muito

constrangedor quando a equipe de louvor não conhece a música

solicitada) – Até porque sem ensaio não se apresenta um bom louvor e

apanhar o ministro de louvor e seu grupo de surpresa é falta de ética.

4. Não enviar o líder de música a seminários e conferências que seriam de

grande ajuda e aprendizado para o ministro de louvor, beneficiando

assim a igreja.

5. Não alocar orçamento suficiente para a compra de instrumentos e

equipamentos musicais.

6. Liderança que não confia na capacidade de seus líderes de música para

formar uma equipe de excelente qualidade.

31

Nessa perspectiva, podemos fundamentar esta ação de acordo com Josso

(2004), quando cita que o que faz a experiência formadora, é uma aprendizagem que

articula, hierarquicamente:

saber-fazer e conhecimentos, funcionalidade e

significação, técnicas e valores num espaço-tempo que

oferece a cada um a oportunidade de uma presença para

si e para a situação, por meio da mobilização de uma

pluralidade de registros (Josso, 2004, p. 39).

Baseado em observações verifiquei que os alunos do Centro de

Treinamento Teológico Harland Graham, geralmente são pessoas esclarecidas e

que já vêm de outra formação acadêmica. No entanto, há aqueles que, a partir do

aprendizado da teologia, começam a galgar cada vez lugares mais altos. Muito

embora o curso de Teologia Avançada seja um curso livre, há o entendimento de

que devem buscar a integralização de seu curso depois que se formam para

bacharel em teologia. Esses alunos são pessoas maduras, de mente aberta e que

podem absorver e entender facilmente a didática proposta.

Minhas aulas são desenvolvidas hoje em duas unidades, com discussões

sobre o tema “Música na Igreja Evangélica”, bem como preparar esses obreiros

alunos para um melhor entendimento do que seja a música na contemporaneidade

fazendo alusão com a música na Bíblia e o lugar da música neste mundo cristão

evangélico, no que diz respeito o louvor e adoração com bases bíblica dentro

desse contexto. As discussões estão ligadas a música sacra versus música profana.

Também falamos sobre a música congregacional, instrumentos musicais, a música

de performance, bem como suas funções dos coros e solistas. A realidade

litúrgico-musical das igrejas protestantes no Brasil.

Os músicos, a dança, a emoção, a música tradicional e música

contemporânea, tudo isso fazendo parte do panorama dos conteúdos dos hinos e

cânticos atuais.

Na segunda unidade começamos a falar sobre os princípios básicos da música,

como definições, elementos constitutivos e notação musical e etc..., Usei essa

metodologia para não entrar diretamente sobre esses aspectos, pois para alguns

pode ser chato e que na verdade não estão ali em sala de aula em um seminário

evangélico para serem músicos propriamente dito mais sim pessoas musicalizadas

e com entendimento do que poderá acontecer no sentido de musicalização, sentir

32

os ritmos e verificar a combinação exata no culto cristão da musica

contemporânea. Esses aspectos estão registrados no anexo programação das

atividades na disciplina teoria musical e regência.

33

CONCLUSÃO

Este trabalho tem como objetivo contribuir de maneira prática sobre o

ensino de música nos seminários evangélicos. Vemos que tudo na vida há uma

situação de dificuldade e ao mesmo tempo de esperança e conforto, e, no ensino

de música não é diferente, aliás, em tudo na vida sempre haverá uma luz de

esperança no final do túnel para mudanças, e como professores que pretendemos

ser, temos obrigações de levarmos nossos alunos a um conhecimento melhor

daquilo que aprendemos em tempo idos e com didáticas ultrapassadas. Com a

busca do conhecimento por meios acadêmicos, encontramos as respostas para

aquilo que almejamos, e nessas respostas, sempre terá a experiência de vida do

um professor, semeando a esperança do melhor para seus alunos, e que vai

certamente, iluminar contundentemente para uma melhor aprendizagem.

O educador, que aliena a ignorância, se mantém em

posições fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe,

enquanto os educandos serão sempre os que não sabem.

A rigidez destas posições nega a educação e o

conhecimento como processo de busca. (Freire, 1983,

p.67).

Foi baseado nestes princípios que encaramos uma sala de aula de ensino

de música para que houvesse uma transformação. Essa transformação foi

alcançada não por moto próprio, mas pela condição que se apresentava a turma,

em querer mudar. A parceria entre educador e educando sempre contribuirá para a

transformação do ensino. A forma como foi estabelecida as aulas, as discussões

sobre determinados temas e a didática empregada, contribuiu para que houvesse

gozo de satisfação no aprendizado, pois:

Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa,

mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o

educando que, ao ser educado, também educa. (Freire,

1983, p. 68).

Com esse discurso de ensino de música poderemos mudar o contexto

cultural de nossas igrejas, logicamente baseada em suas questões doutrinárias,

pois viabilizará a extensão dessas ferramentas a uma discussão dentro igreja, saído

da sala de aula, pois esse é o maior objetivo, pois na igreja sempre tem e haverá os

pensamentos contrários que não visam uma musica que venha corresponder na

34

questão cultural de um povo cristão prudente e de bom senso que venha

enriquecer a manifestação de louvor cristão evangélico.

Essas contribuições poderão aquilatar não só no Centro de Treinamento

Teológico Harland Grahan como também em qualquer um seminário evangélico

dentro ou fora de nossa cidade, associada à questão doutrinária de cada segmento

evangélico ou mesmo católico, trazendo benefícios para a cultura religiosa cristã

como um todo.

35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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36

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MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo:

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PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. 11. Ed. São Paulo:

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Oliveira. O Ensino da Música na Contemporaneidade: criar e recriar situações

eficazes na aprendizagem musical. Natal, 2012.

37

ANEXO I

PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES NA DISCIPLINA TEORIA

MUSICAL E REGENCIA

Apresentação do plano de curso, do sistema de trabalho e as diversas

formas de avaliação;

I Unidade

Introdução

A Música na Bíblia - O lugar da Música;

O Louvor e adoração – Base bíblica para louvor e adoração;

Música Sacra versus música profana;

A música congregacional;

Os instrumentos musicais;

A música de performace: as funções dos coros e solistas.

A realidade litúrgico-musical das igrejas protestantes no Brasil – A

realidade litúrgica no Brasil e a música;

Os músicos (ou levitas?);

A dança e a emoção;

Música Tradicional e Música Contemporânea – A música tradicional;

A música contemporânea; Panorama dos conteúdos dos hinos e cânticos

atuais.

Avaliação

II Unidade

Introdução

A importância da música;

As notas: O que é Música?,

Partes fundamentais de um som musical,

Nomes das notas,

Clave de sol, Clave de fá,

Linhas suplementares;

O Compasso: Tipos de notas,

A pausa, o ponto de aumento, o ritmo, as barras, e o compasso,

38

Barra de conclusão, marcação de compasso, Modificação de movimento,

A tresquiálteras ou tercina, A ligadura;

Alguns pontos fundamentais: Sons intermediários, Alterações,

Apontamentos para Regência.

Avaliação.

Tons, intervalos, Armadura da clave, tom ou escala, formação de escalas:

escalas com sustenidos, bemóis e cromática; Acordes: maior menor sétima

dominante e acorde diminuto.

Avaliação.

1. ATIVIDADES QUE SÃO DESENVOLVIDAS EM SALA DE AULA

São realizadas através de trabalho escrito com defesa do mesmo em sala

de aula por parte dos alunos em equipe, onde cada aluno defende sua parte

neste trabalho escrito e com apresentação pública do mesmo em slid.

39

ANEXO II

CÓDIGO DE ÉTICA

I – MINHA CONDUTA PESSOAL

1. Cultivarei minha vida devocional, lendo a Bíblia, meditando e orando

constantemente.

2. Evidarei todos os esforços para conservar-me física e emocionalmente em

condições para exercer o ministério que me foi confiado.

3. Serei justo para com minha família e farei o possível para lhe dar o tempo e a

consideração merecida.

4. Farei o possível para viver dentro dos limites impostos por minha renda,

cumprindo com minhas responsabilidades pecuniárias.

5. Lutarei para progredir intelectual e espiritualmente, através de leituras e

estudos.

6. Não plagiarei. Ao usar material de fonte alheia, reconhecê-la-ei.

7. Não vacilarei na fé por motivo algum, minha confiança estará continuamente

firmada em Jesus, que sempre será meu supremo exemplo.

8. Serei um exemplo em minhas conversações e atitudes.

II – MEU RELACIONAMENTO COM MEUS COLEGAS

1. Não criticarei, sem amor, sem necessidade e sem conhecimento os meus

colegas.

2. Não subestimarei colegas que tenham cursos inferiores ao meu.

3. Não subestimarei meu colega por causa de preconceito de qualquer natureza.

40

4. Terei sempre atitude respeitosa com meus colegas, principalmente os mais

idosos.

5. Ao discordar de meus colegas, fá-lo-ei com elegância e amor cristão.

6. Não me intrometerei em assuntos que envolvam matérias ensinadas por meus

colegas.

7. Declaro que me mostrarei pronto a receber conselho e repreensão dos meus

superiores e colegas, toda vez que minha conduta for julgada repreensível.

8. Não passarei adiante qualquer notícia desabonadora a meu colega, sem estar

absolutamente certo da veracidade do rumor e quando o fizer, será a quem de

direito.

9. Não terei inveja do desempenho do meu colega, pelo contrário, orarei para que

Deus continue abençoando-o.

10. Compartilharei com meus colegas projetos, técnicas e outros meios que

venham melhorar a didática do ensino.

III – MEU RELACIONAMENTO COM A INSTITUIÇÃO

1. Amarei e defenderei a instituição conquanto partícipe da mesma.

2. Não recomendarei a instituição, qualquer professor cuja idoneidade eu não

esteja convencido.

3. Serei fiel ao estatuto, regimentos, credo e demais normas emanadas da

instituição.

4. Não censurarei, sem base sólida, a instituição, seu sistema doutrinário e

administrativo.

5. Colaborarei par a divulgação da instituição, com quanto filiado.

6. Ignorarei ofensas pessoais, em detrimento dos interesses da causa do Reino e

Senhor Jesus Cristo.

41

7. Procurarei ser assíduo e pontual.

8. Darei tudo de mim para que o ensino teológico seja transmitido com

excelência.

9. Procurarei enfatizar o crescimento espiritual em detrimento do teológico.

10. Ensinarei aos meus alunos que a Bíblia é a única e infalível regra de fé e

prática do cristão.