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O SUS E ASPOLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Roberval Pinheiro JORNADA DE ENFERMAGEM

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Page 1: Historia Politicas de Saude Marco Criacao SUS Roberval

O SUS E ASPOLÍTICAS DE

SAÚDENO BRASIL

Roberval Pinheiro

JORNADA DE ENFERMAGEM

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UM POUCO DE REFLEXÃO

• “Felicidade é ter o que fazer, ter algo que amar, e algo que esperar”.

• “A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas

diferentes iguais”.

Aristóteles

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INTRODUÇÃO• Crise do sistema de saúde presente no

nosso dia a dia;

• Filas, falta de leitos hospitalares, escassez de recursos, insatisfação dos profissionais e população, baixos valores pagos pelo SUS para procedimentos médico-hospitalares, aumento na incidência e ressurgimento de doenças.

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HISTÓRICO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

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PERÍODOS

• Descobrimento ao Império (1500-1889)

• República Velha (1889 – 1930)

• “Era Vargas” (1930 – 1964)

• Autoritarismo (1964 – 1984)

• Nova República (1985 – 1988)

• Pós-constituinte (1989...)

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ORGANIZAÇÃO DO SETOR SAÚDE

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

CENÁRIO POLÍTICO E ECONÔMICO

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DESCOBRIMENTO AO IMPÉRIO

(1500-1889)

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Perfil epidemiológico

• Doenças pestilenciais

Cenário Político e econômico

• País agrário extrativista

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• Não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde;

• Boticários;

• Curandeiros;

• Medicina liberal;

Organização da saúde

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Chegada da Família Real Portuguesa - 1808

• Saneamento da capital;• Controle de navios,

saúde de portos;• Novas estradas;

CONTROLE SANITÁRIO MÍNIMO

REFERÊNCIAS:1. Freire de Carvalho Filho, José Eduardo – Notícia Histórica sobre a Faculdade de Medicina da Bahia. Salvador, 1909.2. Sá Oliveira, Eduardo – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.

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REPÚBLICA VELHA (1889 – 1930)

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Perfil Epidemiológico

# predomínio das doenças transmissíveis:

• Febre amarela• Varíola• Tuberculose• Sífilis• Endemias rurais.

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– Instalação do capitalismo no Brasil excedente econômico primeiras indústrias investimento estrangeiro.

- Precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas surgimento de movimentos operários que resultaram em embriões de legislação trabalhista e previdenciária;

Cenário Político e Econômico

POLIGNANO, Marcus Vinícius. Histórias das Políticas de Saúde no Brasil: uma pequena revisão. Cadernos do Internato Rural - Faculdade de Medicina/UFMG, 2001. 35 p. Disponível em < www.medicina.ufmg.br/internatorural/arquivos/mimeo-23p.pdf> . Acesso em 19/08/2010

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# Acesso da população: medicina liberal e hospitais filantrópicos;

# IDEOLOGIA LIBERAL: o Estado deveria atuar somente naquilo que o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não pudesse fazê-lo.

Organização do Setor Saúde

PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Reforma do Estado Para a Cidadania. São Paulo: Editora 34/ENAP, DF, 1998, 368 p .

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# Ameaças aos interesses do modelo AGRÁRIO-EXPORTADOR intervenção do Estado organização do serviço de saúde pública e campanhas sanitárias;

# Os serviços definidos pela necessidade econômica;

CENÁRIO POLÍTICO-ECONÔMICO

PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Desenvolvimento e crise no Brasil 1930-1983. São Paulo: Brasiliense, 16ª ed.

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LEI ELOY CHAVES (1923)

• Organização das CAP’s (Caixas de Aposentadorias e Pensões)

1923 – CAP dos Ferroviários 1926 – Portuários e Marítimos

• marco inicial da Previdência Social no Brasil.

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Características das CAP’s• Por instituição ou empresa;

• Financiamento e gestão: Trabalhador e Empregador;

• Aposentadoria, pensão e assistência médica.

O Estado não participava propriamente do custeio das Caixas, que, de acordo com o determinado pelo artigo 3° da Lei Eloi Chaves, era mantido por empregados das empresas (3% dos respectivos vencimentos), empresas (1% da renda bruta) e consumidores dos serviços destas (CORDEIRO, 2004).

Sistema por empresa, restrito ao âmbito das grandes empresas privadas e públicas, as CAPs possuíam administração própria para os seus fundos, formada por um conselho composto de representantes dos empregados e dos empregadores.(In: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde. Brasília: CONASS, Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, v.1, 291 p.)

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Dicotomia da saúde no Brasil

• Saúde Pública: prevenção e controle das doenças - coletiva;

• Previdência Social: medicina individual (assistência) - exclusiva.

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“ERA VARGAS” (1930 – 1964)

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# Predomínio das doenças da pobreza (DIP) e aparecimento das doenças da modernidade.

# Início da transição demográfica: envelhecimento da população.

Perfil Epidemiológico

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• Medicina liberal

• Hospital beneficente ou filantrópico

• Hospital lucrativo (empresas médicas).

Fracionamento da assistência

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• 1933 – Surgem os IAPs evolução das CAPs fortalecimento da estrutura de Seguro-Saúde Medicina Previdenciária. Regras e benefícios:

–a. aposentadoria;–b. pensão em caso de morte: para os membros de suas famílias ou para os beneficiários, na forma do art. 55;–c. assistência médica e hospitalar, com internação até 30 dias;–d. socorros farmacêuticos, mediante indenização pelo preço do custo acrescido das despesas de administração.

• 1937 – Nova Constituição reforça o centralismo e a autoridade presidencial (ditadura) “trabalhismo oficial” 1940 – imposição de um sindicato único e exigência do pagamento de contribuição sindical 1939 CLT.(IAPM, IAPI, IAPC, IAPTEC, IIAPF, IAPB e IPASE)(In: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde. Brasília: CONASS, Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, v.1, 291 p.)

Criação dos IAP’s (Institutos de Aposentadorias e Pensões)

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AUTORITARISMO (1964 – 1984)

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Condições de saúde continuam críticas: aumento da mortalidade infantil, tuberculose, malária, Chagas, acidentes de trabalho, etc.

Predomínio das doenças da modernidade e presença ainda das DIP (dupla carga de doenças).

Perfil Epidemiológico

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GOLPE MILITAR EM 1964

# Regime autoritário (21 anos);

# Governo autoritário e centralizador;

# Urbanização e industrialização crescentes;

# Milagre Brasileiro (1968-73);

# Promoveu a unificação dos IAP’s em 1966 INPS (Instituto Nacional de Previdência Social):

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MODELO MÉDICO ASSISTENCIAL PRIVATISTA

• Atendimento ao doente

• Demanda espontânea

• Assistência ambulatorial e hospitalar

• Rede contratada e conveniada ao SUS

• Atenção comprometida pela efetividade, equidade, e necessidades de saúde

MODELO SANITARISTA

• Voltado para problemas de saúde selecionados

• Atende necessidades específicas de grupos

• Ação de caráter coletivo

• Campanhas sanitárias, programas especiais, ações de Vig. Epidemiológica e Sanitária

• Limitações na atenção integral, com qualidade, efetividade equidade

Modelos de Atenção no Brasil

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AIS (AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE) - 1982

– Repasse dos recursos do INAMPS para as Secretarias Estaduais de Saúde (para expansão da rede de saúde);– Tentativa incipiente de descentralização do poder;– Gestão ainda no nível federal.– Amplia as ações de assistência (serviços previdenciários) para a POPULAÇÃO NÃO CONTRIBUINTE.

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Manutenção das tensões sociais reivindicando melhoria das

condições de saúde

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Organização da classe operária do ABC

Movimento Sanitário

Sociedade organizada

Mobilização pelas “DIRETAS JÁ”

MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA

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NOVA REPÚBLICA (1985 – 1988)

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Perfil Epidemiológico

Queda da mortalidade infantil e doenças imunopreviníveis;

Manutenção das doenças da modernidade (aumento das causas externas);

Crescimento da AIDS;

Epidemias de dengue (vários municípios e inclusive capitais).

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Interrupção da recessão econômica do início da déc. 80 e a conquista da democracia

resgate da “dívida social” acumulada no período autoritário

colocaram a saúde na agenda política

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VIII Conferência Nacional da Saúde - 1986

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VIII Conferência Nacional da Saúde - 1986

Foi na 8ª Conferência Nacional de Saúde, entre 17 e 21 de março de 1986, em Brasília, que se lançaram os princípios da Reforma Sanitária. Nessa Conferência, que contou com a presença de mais de quatro mil pessoas, evidenciou-se que as modificações no setor da saúde transcendiam os marcos de uma simples reforma administrativa e financeira. Havia necessidade de uma reformulação mais profunda, com a ampliação do conceito de saúde e sua correspondente ação institucional. Esse evento é considerado o momento mais significativo do processo de construção de uma plataforma e de estratégias do “movimento pela democratização da saúde em toda sua história” (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005).

(In: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde. Brasília: CONASS, Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, v.1, 291 p.)

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AIS SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde) - 1987

• “Estratégia ponte” para instalação do SUS;

• Apresentava certos avanços organizativos: superava a compra de serviços ao setor privado;

• Os repasses eram feitos com base na Programação Orçamentária Integrada (POI);

• GRADATIVA EXTINÇÃO DO INAMPS

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“Constituição cidadã”:

• Saúde como direito de todos e dever do Estado;

• Ampliação do conceito de saúde;

• Cria o SUS.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (1988)

Art.6º “SÃO DIREITOS SOCIAIS A EDUCAÇÃO, A SAÚDE, A ALIMENTAÇÃO, O TRABALHO, A MORADIA O LAZER A SEGURANÇA, A PREVIDÊNCIA SOCIAL, A PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA, A ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS”. (vide ECs nº 26/2000 e nº 64/2010) Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: [...] II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

Seção II – Da SaúdeArt. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

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Regulamentação do SUS na LOS• Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.•Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.•.........................................................................................................................................................................•Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:•      I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;•       II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;•       III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.

–...............................................................................................................................................................

(In: Brasil. Lei Federal nº 8.080 de 19 de setembro de 1990)

LEI ORGÂNICA DA SAÚDE

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REGULAMENTAÇÃO DO SUS

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Complementação da LOS• os vetos à Lei nº 8.080/90, promoveram a articulação social e política com posterior aprovação da Lei nº 8.142/90:

– A Constituição prevê o exercício do controle social sobre o SUS, pela participação das pessoas ou de seus representantes nos Conselhos Municipais, Estaduais e Federal de saúde, bem como nas conferências de saúde. Para bem exercer esse controle, o cidadão necessita dispor de informações.

• LEGITIMA AS INSTÂNCIAS DE CONTROLE SOCIAL (CONSELHO E CONFERÊNCIA).•CONDICIONA O RECEBIMENTO DE RECURSOS FINANCEIROS:

– Fundo de Saúde–Conselho de Saúde–Plano de Saúde–Relatório de Gestão–Contrapartida de recursos –Comissão de PCCS

(In: Brasil. Lei Federal nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990)

LEI ORGÂNICA DA SAÚDE

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Normas Operacionais

•E também no Pacto pela Saúde (Portarias GM/MSnº 399 e 699/2006):

•Pacto pela Vida (resultados monitorados em indicadores);•Pacto em Defesa do SUS (resguardar o SUS como política pública)•Pacto de Gestão (qualificar as práticas de gestão/atenção)

•IMPORTANTE: Termo de Compromisso de Gestão (7 eixos) responsabilidades gerais, regionalização; planejamento; regulação/auditoria; gestão do trabalho; educação permanente; controle social

(In: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde. Brasília: CONASS, Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, vs.1 e 13)

NOB/93 NOB/96 NOAS/01/02

 Incipiente

ParcialSemi - Plena

 Gestão Plena do Sistema Gestão Plena da Atenção

Básica

 Gestão Plena da Atenção Básica

Ampliada Gestão Plena do Sistema

REGULAMENTAÇÃO DO SUS

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O QUE É O SUS

• Novo Sistema de Saúde

• “SISTEMA”

• “ÚNICO”

• Envolve todas as atividades da atenção à saúde• (PROMOÇÃO+PROTEÇÃO+RECUPERAÇÃO)

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Diretrizes Constitucionais• CF 88, art. 198:

– As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

•I. Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

•II. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

•III. Participação da comunidade.–Parágrafo único – O Sistema Único de Saúde será financiado, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

•O texto constitucional demonstra claramente que a concepção do SUS estava baseada na formulação de um modelo de saúde voltado para as necessidades da população, procurando resgatar o compromisso do Estado para com o bem-estar social, especialmente no que refere à saúde coletiva, consolidando-o como um dos direitos da cidadania.

(In: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde. Brasília: CONASS, Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, vs.1 e 13)

DIRETRIZES DO SUS

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PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS

• art. 7º da LOS: – I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;–II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;–III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;–IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;–V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;–VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;–VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;–VIII - participação da comunidade;–IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:–a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;–b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.–X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;–XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;–XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e–XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.

(In: Brasil. Lei Federal nº 8.080 de 19 de setembro de 1990)

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PRINCÍPIOS DO SUS• Princípios Ideológicos ou Doutrinários

–UNIVERSALIDADE: “A saúde é um direito de todos” – o Estado tem obrigação de prover atenção a saúde.–INTEGRALIDADE: A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos; tanto os individuais quanto os coletivos.– EQUIDADE: Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como, no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de saúde variam.

• Princípios Organizativos ou Organizacionais– DESCENTRALIZAÇÃO: dividimos a organização da gestão em três esferas: nacional, estadual e municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos serviços de saúde; – HIERARQUIZAÇÃO e REGIONALIZAÇÃO: os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível primário deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência e contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a eficiência e eficácia dos mesmos. Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência, ou seja, é responsável pela saúde de uma parte da população. – PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE: ou também controle social, foi melhor regulado pela Lei nº. 8.142/90. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências de Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis.

(In: SILVA, P.M.C. Educação Permanente como estratégia para humanização na saúde de Guará/SP. 2005, 133 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Faculdade de História, Direito, Serviço Social e Relações Internacionais, Universidade Estadual Paulista, Franca, 2005.)

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CONSELHOS E CONFERÊNCIAS

TRABALHADORES DE SAÚDE

GESTORES E

PRESTADORES

USUÁRIOS

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CONFERÊNCIAS•1ª CNS 1941 Situação sanitária e assistencial dos estados•2ª CNS 1950 Legislação referente à higiene e segurança do trabalho •3ª CNS 1963 Descentralização na área de saúde •4ª CNS 1967 Recursos humanos para as atividades em saúde •5ª CNS 1975 I. Implementação do Sistema Nacional de Saúde; II. Programa de saúde materno-infantil; III. Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; IV. Programa de controle das grandes endemias e V. Programa de extensão das ações de saúde às populações rurais •6ª CNS 1977. Situação atual do controle das grandes endemias; II. Operacionalização dos novos diplomas legais básicos, aprovados pelo governo federal em matéria de saúde; III. Interiorização dos serviços de saúde e IV. Política Nacional de Saúde •7ª CNS 1980 Extensão das ações de saúde através dos serviços básicos •8ª CNS 1986 I. Saúde como Direito; II. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde e III. Financiamento Setorial •9ª CNS 1992 Municipalização é o caminho •10ª CNS 1996 I. Saúde, cidadania e políticas públicas; II. Gestão e organização dos serviços de saúde; III. Controle social na saúde; IV. Financiamento da saúde; V. Recursos humanos para a saúde e VI. Atenção integral à saúde •11ª CNS 2000 Efetivando o SUS: acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social •12ª CNS 2003 Saúde um direito de todo e um dever do Estado. A saúde que temos, o SUS que queremos•13ª CNS 2007 Saúde e Qualidade de Vida: Políticas de Estado e Desenvolvimento

• 14ª CNS 2011 Todos Usam o SUS. SUS NA SEGURIDADE SOCIAL, POLÍTICA PÚBLICA, PATRIMÔNIO DO POVO BRASILEIRO.(In: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde. Brasília: CONASS, Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, v.13 – Legislação Estruturante do SUS)

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Política de Saúde Vigente no Brasil

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Pacto pela Saúde 2006

• Pacto pela Vida

• Pacto em Defesa do SUS

• Pacto de Gestão

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ANTES DO SUS

• centralização dos recursos e do poder na esfera federal;

• ações voltadas para a atenção curativa e medicamentosa;

• serviços exclusivos para contribuintes;

• não participação da comunidade;

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HOJE COM O SUS

• Sistema único de saúde baseado no modelo cubano e canadense (princípios);

• Ações voltadas para prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde;

• Investimento nas ações preventivas: PACS e PSF (ESTRATÉGIA DE REFORMA INCREMENTAL);

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HOJE COM O SUS

• Controle social: Conselhos e Conferências de Saúde, dentre outros canais;

• Processo de descentralização com ênfase na MUNICIPALIZAÇÃO;

• Novo MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE (vai além da relação hospedeiro e agente etiológico).

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MODELOS DE ATENÇÃO• SANITARISMO CAMPANHISTA Antes da criação do Sistema Único de

Saúde (SUS), o Ministério da Saúde (MS), com o apoio de estados e municípios, desenvolvia quase que exclusivamente ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, com destaque para as campanhas de vacinação e controle de endemias. Todas essas ações eram desenvolvidas com caráter universal, ou seja, sem nenhum tipo de discriminação em relação à população beneficiária (SOUZA, 2002).

• MÉDICO-ASSISTENCIAL, PRIVATISTA, CURATIVISTA, HOSPITALOCÊNTRICO... O modelo hegemônico de saúde, desenvolvido nas décadas anteriores e consolidado nos anos 1960 e 1970, caracterizou-se por uma grande centralização de recursos e de decisão no âmbito federal (central), com uma divisão diferenciada de responsabilidades entre o Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) — cujas ações eram desenvolvidas pelo INAMPS —, sendo que o MS cuidava das ações preventivas e coletivas de saúde e o MPAS das ações de assistência médica individual, tratamento e reabilitação, todas elas planejadas, controladas e avaliadas pela esfera federal (ALMEIDA E CALDAS, 1996).

• ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE O modelo preconizado na CF e legislação

infraconstitucional VIGILÂNCIA À SAÚDE! Promoção, Proteção, Recuperação (e Reabilitação) da Saúde, controle de riscos, danos e prejuízos, na Atenção Básica, de Média e Alta Complexidade e articulação intersetorial.

((In: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde. Brasília: CONASS, Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, v.13 – Legislação Estruturante do SUS)

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SUS: PATRIMÔNIO PÚBLICOQuanto pagamos de impostos...

ITENS DE CASA SUPERMERCADO PRODUTOS DIVERSOS

Aparelho de DVD (50,39%) de tributos em seu preço final;Microondas (47%) de tributos em seu preço final;Televisão (44,94%);Geladeiras (37,88%);Aparelhos de som (36,80%);Torradeiras Elétricas (35,77%);Ferros de passar roupa, ventiladores e liquidificadores (34,30%);Copos (37,88%);Lençóis (26,05%);Luminárias (43,62%);Panelas (35,77%);Pratos (34,30%);Taças (44,40%);Talheres (34,30%);Talhas de banho, de mesa e travesseiros (26,05%);Almofadas (33,84%);Colchão (28,36%).

Algumas bebidas alcoólicas como vinho (83,07%);Frango (18%);Carne bovina (18,67%);Arroz (18%);Milho verde (37,37%);Óleo e Margarina (37,18%);Açúcar (40,50%);Bolachas (38,50%);Café (36,52%);Sal (29,58%);Leite Longa Vida (33,63%);Achocolatado em pó (37,84%);Álcool (43,28%);Amaciante (43,16%);Sabão em pó (42,27%);Detergente, sabão em barra e saponáceo (40,50%);Água Mineral (40%);Água sanitária (37,84%).

Livros (15,52%);Roupas (34,67%);Flores (17,71%);Sapatos (36,17%);Carros populares (37,55%);Telefones celulares (39,80%);Bolsas de Couro (41,52%);Joias (50,44%).

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SUS: PATRIMÔNIO PÚBLICOQuanto pagamos de impostos...

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SUS: PATRIMÔNIO PÚBLICOQuanto pagamos de impostos...

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SUS: PATRIMÔNIO PÚBLICOQUANTO CUSTA UM DEPUTADO...

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• HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Uma pequena revisão

Marcus Vinícius Polignano

• EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE

Rouquayrol e Naomar

Bibliografia Recomendada

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PARA REFLETIR