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"Todas as noites, tinhqmos dedeixar os homens ficarem emcima de nös por duas horas. Elesvinhqm para o bordel, mqs qntestinham que ir parq q sala mödica,para obter Lrma injeqdo. Depois,pegnv&m um numero, ai poderiamfazer suas coisas no quarto, emcima, depois para baixo, parafora. Voltavqm par& a snla dos

" a . a .meqtcos. onae mqIS uma vezrecebiqm uma injeqdo. Logo depoisvinha o pröximo. Sem p&rar. Elesndo tinhqm mais que 15 minutospqr& gastar conosco."Depoimento da presa Magdalena lMalter, recupera.lo de documefltos pwct o liuro Kz. Bordelt

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Sob neve hna. jovens alemäs e po,

lonesas presas por cilusLtfem .,de

sordert social" se estendiarn lado

a lado di:rnte dos olhos itrentos dos

soldados dlr SS, I olg:,tnizircio plra

r.nil i tar- 1igacl:t ao piu tido nazista a1e

ll]L1o. l)essa hln snilnt as plöxirl irs

tlaLrLllhadoras dos bord6is destirru

dos i l at€nder pfisioncjros erl can-t

pos cle colcentfalc'äo entre os anos

de 19,11 e 1945. PoI qrLe os nilzjstas

se pleocLlpil\ iat11 com a r-icltt serual

dos presos? A ic1e.ia. c1o l icler.cla SS

c arqrLjtcto c1o holocausto Hcilt ich

Hin1lnler-. et'a usar ir pl-ostituj!eo co

n.Io estlmll lo psrit o tr.abnlho dentlo

do cil l l tpo d€ concelltfaqio.

Os detalhes desse sistemade prostituieeo forqädä,um labu re5no entre os pesquisado-es cto -sz ismo,säo agora revelados no liero Kz. Ba le . Setueltezvangsarbeit in nationabozialistischen Konzefltrattonslogen (Sexo Forqado nos Campos de Concen-traqeo Nazistas, ainds sem traduqäo no Blasil), dohistoriador alemeo Robert Sommer. .As visitas erampermitidas para aqueles que se desbcassem. Os xre-lhores trabalhadores tornavam-s€ entao exploradoressexuais das mulhe.es obrigadas a se prostituir", dizo autor. Sommer gastou 9 änos para vascuthar 70arqulvos e entrevistar lo sobreviventes. Nesse peri-odo, constatou que pelo menos 2lO mutheres toramforgadas a se prostitui. em uma dezena de cahposde concentraqao. Ele descobriu que. ao co rärio dosprostibulos que serviam aos soldados näzisras, Dascasas destinadas aos presos ndo häviajudias - e nemprisioneiros judeus poderiam usar o sexo pago. Dentreas mulheres obrigadas a ir pare os bord€is. a marona(71olo) havia sido considerada ,.perturbadora da ordempüblica". O restante se dividia entre prisioneirrs deguerra e üiminosss.

SEX)SISTEMATIC)A rotina nos prostibulos pareciamais com a de umaclinica m€dica. As mulheres acordävamÄs 7h3o, to-mavam baDho e se vestiam. Durante o dia, se ocu-pavrm de cuidar da casa e deixar os quartos lihpos.A noite, logo ap6s os homens volta.em do trabalho,atendiäm por duas horas. .Passavam o diatodo apre-ensivrs esperando o momedo em que teriam de seprostituir", alirma Sommer.

Parä frequenrs. o esrabetecimenro era necess6rioFgar com cupons que os Fisioneiros recebiam comogratincaqäo eventual por seutrabalho. O cupom erauma €sp6cie de moeda interna do campo de concentraeäo. O direito de usar ume prostituta custava doisReichsmark (moeda da Alemanha entre 1928 e 1948),sendo que apenas um quarto disso ia para a prostftutä.Eramaisbsrrto que um maqo de cigarros (3 Reichs-mark). Entletanto, sö dinheiro nao era o suficienre.Quem quisesse ir ao bordel precissva pedir, via formul6rio, analisado pelos comandantes daSS.

Os aprovados eram chamados no f,m do dia e seorganizrram em duas f i las esperando a sua ve7. Antes de entrar, passavam por uma consutta m6drca erona\am urr in jeqäo com conrracepr ivo. Depois.iam para o quarto que estava disponivel (nno navraapossibilidade de escolhäda piostituta). O "ctiente"t 'n 'a l< miruro5 esoerspermir ids a posigao -papaie mamae"- Deitar na camä com sapatos tamb6m eraproibido. Os guardas da Ss äscalizavam as regras pormeio de buracos na porta do quarto. Se neo saisse rctempo determinädo, um oficisltirava o prisioneiro Äforga do .ecinto. Antes de deixär o bordel, o trabälhador passava novamente por inspegäo medica.

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*.'*ollili,lor***l= PNAI{IBNSCHETN E

MARCAS OAVIOLENCIA:1. Nazistas vigiaväm quartoonde mulheres etam obriEädäsa se p.ostitui. parä aumentarprodutividäde d; p,isioneiros.2. f ormulärio queleria de serpreenchado pordetentos parausaroborde l .3 .Cuponqueera usado para tagar os

RES?R/eoffAp€sar de parecer contrsditbrio, havia uma hierarquiaentre prisioneiros no campo de concentraqäo, e os fre,quentadores dos bord6is eram divididos em 3 classes.No topo dä hierarquia estavsm os comandantes dasdiferenles frentes de trsbalhos, cozinheiro(, barbeirose funcionäiios dos correios. Apesar de pouco nume-rosoi esse primeiro grupo era o que mais visitava obordel. Na sequäncia, um bloco maior, que ia muitopouco ao estab€lecimento, era formado pela grandemassa t rabalhadora da5 p lanlaqöes e das äbr ics\ .Nesse segmento, havia muitos jovens que teriam suaprimeira experi€ncia sexual ali no campo-

A ültima classe era a dos trabrlhadores forgadospela SS a lrequent6ro bordel - mesmo oue näo quisessem ir äo Fostibulo, os militäres acreditavam queo sexo iriäaumentar a produtividade deles. P€gosdesurpresa, näo recusavam a ordem oflcial por medo

de punigäo- H6 relatos de homossexuais obrigados amanter relagöes com prostitutas durante experimen-tos para que fossem "cursdos". Ap6s asexperiänciasfrustradas. os nazistas decidiam infringi! teror aindämaior aos gays. "Diante da impossibilidad€ de curaros homossexuais, foinecessälio casträ los para pnva-los, dai em diante, de quatquer prazer", relata o pesquissdor ttrlo-argentino Dani€l Borrilo em seu livroEomoJobia - Hßt6ria Critica de um Preconceito.

Mesmo ap6s mais de 6 d€cadas, hä ainds muitoreceio em tocü no assunto. 'Alguns mus€us sobren6zismo na Alemanha näo quer ian dar in formasöes.Foi muito dificil reunir o material", diz Sommer.Quanto as mulheres foreadas ao sexo, a dincuHadei a inda maior . "Sö enconlre i uma v iva, mss e la näoquis me dar entrevista porque nuncä mais quis fälarcom um alemäo de novo. ts