rima central de processamento e tratamento de residuos class e ii cptr marituba

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R R E E L L A A T T Ó Ó R R I I O O D D E E I I M M P P A A C C T T O O A A M M B B I I E E N N T T A A L L R R I I M M A A Aterro do empreendedor em Salvador C C E E N N T T R R A A L L D D E E P P R R O O C C E E S S S S A A M M E E N N T T O O E E T T R R A A T T A A M M E E N N T T O O D D E E R R E E S S Í Í D D U U O O S S C C L L A A S S S S E E I I I I JANEIRO / 2011

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RIMA

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Page 1: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RREELLAATTÓÓRRIIOO DDEE IIMMPPAACCTTOO AAMMBBIIEENNTTAALL

RRIIMMAA

Aterro do empreendedor em Salvador

CCEENNTTRRAALL DDEE PPRROOCCEESSSSAAMMEENNTTOO EE

TTRRAATTAAMMEENNTTOO DDEE RREESSÍÍDDUUOOSS CCLLAASSSSEE IIII

JANEIRO / 2011

Page 2: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA- CPTR Marituba

Resumo das Informações sobre a Central de Processamento e

Tratamento de Resíduos Classe II.

Localização da CPTR Município de Marituba, próximo à

Alça Viária

Área do empreendimento 110 ha

Investimento Estimado para implantação R$ 19.228.300,00

Recebimento máximo de resíduos por dia 1232 toneladas/dia

Tempo de obras 6 meses

Tempo mínimo de operação 15 anos e 5 meses

Geração de empregos diretos durante a Implantação 54 empregos diretos

Geração de empregos diretos durante a Operação 44 empregos diretos

Page 3: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA- CPTR Marituba

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 2

1.1 O Que é o EIA e o RIMA? ...................................................................................... 3

1.2 Quem é o empreendedor? .................................................................................... 3

1.3 O que é a CPTR Marituba? ................................................................................... 3

1.4 Qual a diferença entre aterro e lixão? ................................................................ 5

1.5 Lixo ou resíduo? ................................................................................................... 6

1.6 O que é resíduo Classe II? Que tipo de resíduo a CPTR vai receber? ............. 6

1.7 O que é o percolado? ............................................................................................ 6

1.8 Onde será construída a CPTR? ............................................................................ 6

2. DESCRIÇÃO DO PROJETO .................................................................................... 8

2.1 Como será a CPTR? .............................................................................................. 8

2.1.1 Aterro sanitário ................................................................................................... 8

2.1.2 Unidades de Apoio ............................................................................................. 11

2.1.3 Usina de triagem e compostagem .................................................................... 14

2.1.4 Cinturão verde, cercas e isolamento ................................................................ 18

2.1.5 Abastecimento de água ..................................................................................... 19

2.1.6 Sistema de tratamento de esgoto ..................................................................... 19

2.2 Quais os sistemas de proteção para o meio ambiente? .................................... 20

2.3 Quais são os sistemas de monitoramento? ....................................................... 28

2.4 Como será a operação da CPTR? ........................................................................ 31

2.4.1 Recepção dos resíduos ..................................................................................... 31

Page 4: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

1

2.4.2 Equipamento mecânicos utilizados na operação da CPTR ............................ 33

2.5 Qual a quantidade de resíduos que a CPTR pode receber? .............................. 35

2.6 Qual será a vida útil da CPTR? ............................................................................ 35

2.7 Como será o encerramento da CPTR? ................................................................ 35

2.8 Qual o uso proposto para à área após o encerramento? .................................. 35

3. CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................... 37

3.1 Aspectos Físicos ................................................................................................... 41

3.2 Aspectos Biológicos ............................................................................................. 46

3.2.1 Vegetação ........................................................................................................... 46

3.2.2 Fauna ................................................................................................................... 53

3.3 Aspectos Socioeconômicos ................................................................................. 63

4. ALTERAÇÕES AMBIENTAIS .................................................................................. 70

5. AÇÕES DE GESTÃO ............................................................................................... 80

6 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 89

7 GLOSSÁRIO .............................................................................................................. 90

8 EQUIPE TÉCNICA ..................................................................................................... 93

Page 5: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA- CPTR Marituba

INTRODUÇÃO

1.1 O que é o EIA e o RIMA?

Para a instalação de empreendimentos que possam gerar

impactos significativos no meio ambiente e na população,

como por exemplo, indústrias, minerações, aterros sanitários, entre outros, a

Legislação Federal Brasileira, por meio das resoluções do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) n° 01/86 e n° 237/97, exige a elaboração de um Estudo de

Impacto Ambiental, denominado EIA e de seu respectivo Relatório de Impacto

Ambiental, o RIMA.

Estes estudos ambientais são realizados para que o Estado, por meio do órgão

ambiental competente (neste caso a SEMA), e as demais partes interessadas, como,

por exemplo, a população local, possa avaliar a viabilidade do projeto e conhecer as

principais alterações, positivas e/ou negativas, que ele deverá causar no ambiente, na

sociedade e na economia da região.

De modo geral, o EIA abrange quatro etapas principais:

1) Descrição detalhada da implantação e operação do empreendimento, com

destaque para as atividades que podem causar alterações ambientais;

2) Diagnóstico das condições ambientais, sociais, culturais e econômicas

encontradas na região e que poderão ser modificadas pelo projeto;

3) Avaliação das possíveis alterações que deverão ocorrer no ambiente durante

a implantação e operação do projeto. Estas alterações são chamadas de

impactos ambientais.

4) A partir da identificação destes impactos ambientais, são propostas ações na

forma de programas e medidas para amenizar as alterações negativas e

aumentar o efeito dos benefícios decorrentes do empreendimento.

Estas ações são de responsabilidade do empreendedor e fiscalizados pelos

órgãos ambientais competentes.

EIA- ESTUDO

DE IMPACTO

AMBIENTAL

Page 6: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

3

Após a avaliação e aprovação do EIA pelo órgão ambiental, é emitida a denominada

Licença Prévia (LP). É importante lembrar que a LP não autoriza o início da

implantação do empreendimento; ela apenas sinaliza que o projeto é viável do ponto de

vista ambiental, incluindo sua localização.

A Licença Prévia é o primeiro passo para o empreendedor incorporar as exigências

técnicas do órgão ambiental para a implantação de seu projeto e, ao mesmo tempo,

incorporar as sugestões e reclamações da população diretamente envolvida.

Este Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) apresenta o resumo das principais

informações e conclusões do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Central de

Processamento e Tratamento de Resíduos, para que você possa ter mais clareza

sobre este projeto, sobre as alterações ambientais que ele pode vir a causar e,

principalmente, sobre a forma de disposição dos resíduos no solo e os mecanismos de

proteção ambiental que envolvem o projeto.

Informações mais detalhadas sobre o projeto, suas possíveis alterações ambientais,

sociais e econômicas, e as ações de gestão previstas podem ser obtidas no Estudo de

Impacto Ambiental da CPTR Marituba disponível na SEMA - Secretaria de Estado e

Meio Ambiente do Pará.

1.2 Quem é o Empreendedor?

A Revita Engenharia S.A é uma empresa do grupo Solví que possui mais de 20 anos

no mercado de tratamento de resíduos; é uma empresa de capital fechado com sede

no município de São Paulo.

1.3 O que é a CPTR Marituba?

A CPTR Marituba é uma Central de Processamento e Tratamento de Resíduos Classe

II. É um empreendimento particular constituído por um Aterro Sanitário e instalações de

apoio, para recebimento e destinação final de Resíduos Sólidos Urbanos.

Page 7: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

4

Principais unidades que compõe a CPTR:

- Aterro Sanitário: local adequado para deposição de resíduos (lixo) gerados pela

atividade humana.

- Usina de compostagem e triagem:

Triagem: é a separação de resíduos que podem ser reciclados ou reutilizados como:

plásticos, vidros, metais e papéis. Compostagem é o processamento de resíduos

orgânicos (restos de frutas, legumes, alimentos em geral), para geração de adubo.

Camada de

resíduos

Page 8: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

5

1.4 Qual a diferença entre Aterro e Lixão?

ATERRO X LIXÃO

Controle de Entrada

Entrada restrita a veículos devidamente cadastrados, desde que contenham apenas resíduos permitidos para aquele aterro.

Sem qualquer controle de entrada de veículos e resíduos.

Pesagem, procedência, composição do lixo, horário de entrada e de saída dos veículos são observados

Não dispõe de controle de horário, procedência, etc.

Recepção dos Resíduos

Impermeabilização

Antes da utilização da célula, o local é devidamente impermeabilizado seguindo critérios de engenharia

O lixo é depositado diretamente sobre a camada de solo, o que provoca danos ao meio ambiente e à saúde.

Drenagem

Possui dispositivos para captação e drenagem do líquido resultante da decomposição dos resíduos (chorume), evitando a sua infiltração no local.

Não possui dispositivos para drenagem interna, possibilitando maior infiltração do chorume na sua base ou o escoamento superficial sem qualquer controle.

Cobertura

É feita diariamente com camada de solo, reduz a produção de chorume; impede que o vento carregue o lixo e afasta vetores de doenças.

A exposição do lixo permite a emissão de fortes odores, o espalhamento de lixo leve, além de atrair vetores de doenças (ratos, urubus, moscas, etc.). .

Acesso restrito às pessoas devidamente identificadas. O aterro deve ser bem cercado para impedir invasões.

Além dos catadores, adentram nos lixões os animais por falta de cercamento e fiscalização. .

Acessibilidade

Impacto Visual

É amenizado com a construção de um "cinturão verde" com espécies nativas da região que ainda serve de abrigo para predadores de alguns dos vetores.

Visual impactante, área degradada.

Page 9: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

6

1.5 Lixo ou Resíduo?

Lixo e Resíduo são materiais diversos provenientes das atividades humanas, ou seja,

significam a mesma coisa. Só que atualmente as pessoas chamam de lixo tudo o que

não pode ser aproveitado e resíduo aquilo que pode ser aproveitado.

1.6 O que é resíduos Classe II? Que tipo de resíduos a CPTR vai receber?

Todos os tipos de resíduos (lixo) possuem uma classificação determinada pela

Associação Brasileira de Norma Técnica (ABNT).

De acordo com essa classificação, os resíduos Classe II são resíduos não perigosos,

ou seja, resíduos que não geram perigo de contaminação para as pessoas, animais e

para o meio ambiente.

A CPTR vai receber somente esses resíduos, que serão constituídos por: resíduos

domiciliares, resíduos de poda e capina, resíduos de varrição e limpeza de feiras livres

gerados pelos municípios da Região Metropolitana de Belém.

1.7 O que é o Percolado?

Líquidos provenientes da decomposição do resíduo, também conhecido como

chorume.

1.8 Onde será construída a CPTR?

A área destinada à implantação da Central de Processamento e Tratamento de

Resíduos Classe II está localizada na parte sul da área urbana do município de

Marituba, Região Metropolitana de Belém, conforme apresentado na Figura 1.8-1 .

O acesso à área do empreendimento, a partir de Belém, é feito pela Rodovia BR 316,

seguindo pela Alça Viária por uma distância aproximada de 4,0 km e daí, por acesso

em estrada de terra por aproximadamente 600 metros até o limite da propriedade

destinada à implantação do empreendimento.

Page 10: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

Projeto de Implantação do Aterro Sanitário de Marituba - ParáFigura: 1.8-1 - Mapa de LocalizaçãoEscala: 1:250.000 Data: 01/08/2010

Pista de Pouso do Aeródromo

PA48

3

770000 780000 790000 800000 810000 820000

9830

000

9840

000

9850

000

9860

000

0 2,5 5 7,5 10kmFonte:Projeção UTM, Fuso 22SDatum SAD-69Carta Topográfica IBGE, 1987.Folha: BelémNomenclatura: SA.22-X-DEscala Original: 1:250.000

Área do Empreendimento

Page 11: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

8

2. DESCRIÇÃO DO PROJETO

2.1 Como será a CPTR?

A CPTR será constituída de um Aterro Sanitário, Usina de Triagem e Compostagem e

diversas unidades de Apoio, como: guarita, portaria, balança, oficina, etc. Abaixo será

feita uma descrição resumida de cada unidade que compõem o empreendimento.

2.1.1 Aterro Sanitário

O descarte de resíduos em aterro sanitário é um processo utilizado para a disposição

de resíduos sólidos no solo, particularmente, lixo domiciliar que através de critérios de

engenharia e normas operacionais específicas, permite o controle da poluição

ambiental e proteção à saúde pública.

O Aterro Sanitário foi projetado de forma a aproveitar o terreno da melhor maneira

possível e, ao mesmo tempo, preservar de forma mais segura o meio ambiente.

Para a definição dos limites do aterro sanitário foram utilizados os seguintes

parâmetros:

Recuos mínimos de preservação (zonas habitadas, rios, parques, estradas,

etc.);

Minimização dos impactos visuais;

Maximização das condições de estabilidade geotécnica do maciço de resíduos;

Morfologia e geomorfologia dos terrenos;

Interferência com o embasamento rochoso;

Interferência com as águas subterrâneas;

Interferência com os recursos hídricos presentes nas áreas;

Necessidades de acessos;

Limites de propriedades.

Page 12: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

9

O Aterro Sanitário localiza-se na porção Sul da área, próximo ao limite com a Fazenda

Guamá, conhecida como “Fazenda Pirelli”.

Dos 1.100.000 m2 de área total do empreendimento, a área ocupada pelo aterro será

de 328.900 m². A Figura 2.1.1-2 apresenta as principais dimensões e geometria

adotada para o Aterro Sanitário projetado para esta área.

Page 13: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba
Page 14: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

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2.1.2 Unidades de Apoio

Portaria (Guarita / Cancela): a função da

portaria / cancela será de controlar a entrada

e a saída de veículos autorizados a circular

na área da CPTR

Fonte: Aterro de Salvador – Operado pela Revita

Balança: a função da balança será de

registrar as quantidades de resíduos que

chegam à CPTR

Fonte: Aterro de Salvador – Operado pela Revita

Escritório: função desse edifício é a de

propiciar as condições adequadas para se

efetuar as atividades administrativas da

CPTR

Fonte: Aterro de Salvador – Operado pela Revita

Page 15: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

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Laboratório: será implantado para a

realização de testes dos resíduos que

chegam até a CPTR

Fonte: Aterro de Salvador – Operado pela Revita

Pátio de Estocagem de Materiais: este pátio será um local de armazenamento

temporário de canaletas, pedras, tubos, material de cobertura do aterro e outros

materiais utilizados para as obras de operação do aterro.

A localização das unidades de apoio é apresentada na Figura 2.1.2-1 a seguir

Page 16: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba
Page 17: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

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2.1.3 Usina de Triagem e Compostagem

A usina de triagem e compostagem contribui para diminuir a massa de resíduo

destinada ao aterro. A Figura 2.1.3-1 apresenta a localização da Usina de

Compostagem e Triagem de Resíduos na área da CPTR.

Figura 2.1.3-1 Localização da Usina de Compostagem e Triagem de Resíduos na

área da CPTR

Triagem de Materiais Recicláveis

As etapas básicas de uma usina de triagem são:

recebimento/estocagem

separação (esteiras ou mesa bancada)

prensagem/engradamento.

A seguir são apresentados alguns desenhos esquemáticos sugerindo a concepção a

ser adotada na unidade de triagem da CPTR-Marituba.

Área da Usina de

Compostagem e Triagem

Page 18: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

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Fonte: Ministério das Cidades – PAC Resíduos Sólidos (2008).

Figura 2.1.3-2 Esquema de galpão em terreno inclinado

Fonte: Ministério das Cidades – PAC Resíduos Sólidos (2008).

Figura 2.1.3-3 Organização do galpão de estocagem

Page 19: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

16

Fonte: Ministério das Cidades – PAC Resíduos Sólidos (2008).

Figura 2.1.3-4 Organização dos triadores na mesa

Compostagem de Matéria Orgânica

Conforme visto nos primeiros itens desse relatório a compostagem é a transformação

do resíduo orgânico (restos de alimentos) em adubo.

Esse adubo não possui nutrientes, mas devido a disponibilidade de carbono orgânico

proporciona a recuperação dos solos.

A produção do adubo através do lixo urbano possui um problema, que é a mistura do

resíduo orgânico com diversos materiais que não podem ser processados na

compostagem. O que pode fazer com que o composto produzido não seja adequado

para a aplicação no solo.

Resíduos que não devem ser usados na compostagem:

Madeira tratada com pesticidas contra cupins ou envernizadas;

Vidro, metal, óleo, tinta, couro, plástico e papel, que não são facilmente

degradados pelos microorganismos,

Gorduras, laticínios, carne, peixe e marisco, cinzas em grande quantidade;

Page 20: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

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Excrementos de animais domésticos, plantas doentes.

Resíduos que podem ser usados na compostagem:

Esterco de animais;

Qualquer tipo de plantas, pastos, ervas, cascas, folhas verdes e secas;

Palhas;

Todas as sobras de cozinha que sejam de origem animal ou vegetal: restos de

legumes e folhas crus, cascas de ovo, entre outros;

Para evitar tal mistura de resíduos, que não podem ser processados na compostagem,

é ideal que seja implantado sistema de coletas especial para retirar somente os

resíduos orgânicos e campanhas de comunicação social e educação para a população.

Condição de Coleta Especial

Como a intenção é não retirar fração orgânica do lixo domiciliar, a CPTR optou por um

sistema de coleta especial, destinado a resíduos puramente orgânicos de restaurantes,

feiras, supermercados, capina, poda e roçadas, os quais deverão ser processados sem

passar pela Usina de Triagem.

Operação do Processo de Compostagem

Sistema de Recepção: descarga e beneficiamento da matéria orgânica que vem

da coleta especial. A descarga será feita no pátio e encaminhada para

beneficiamento através de uma moega. O sistema de beneficiamento será

constituído de uma mesa, que será utilizada para separar os materiais

indesejáveis (sacos plásticos, metais, etc.) e um triturador de facas para a

adequação do material a ser compostado.

Compostagem em Pilhas Estáticas com Aeração Forçada: os resíduos serão

amontoados em pilhas, que serão assentadas por tubulações perfuradas, que

receberão de tempos em tempos uma injeção de ar.

Page 21: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

18

Cobertura do Pátio de Compostagem: o pátio será coberto por uma telha única

abrangendo uma extensa área.

Sistemas de Drenagens de Percolado: serão instaladas canaletas de drenagem

para a coleta de líquidos da área do pátio de compostagem.

Sistema de Peneiramento: após as etapas de degradação, o composto será

encaminhado para a unidade de peneiramento.

A Figura 2.1.3-5 apresenta um esquema de um galpão de compostagem.

Figura 2.1.3-5 Esquema de Um Galpão de Compostagem com Aeração

Forçada

2.1.4 Cinturão Verde, Cercas e Isolamento

O cinturão verde é uma barreira vegetal (árvores) plantada no entorno do

empreendimento, que contribui para diminuir o impacto visual e também para minimizar

os eventuais odores e ruídos para as áreas vizinhas à CPTR.

Para que pessoas não autorizadas e animais não entrem na área do empreendimento

serão instaladas cercas de arame farpado em volta de toda a CPTR.

Page 22: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

19

2.1.5 Abastecimento de Água

O abastecimento das caixas de água dos edifícios de apoio, lavagem de equipamentos,

etc. terá como fonte um poço profundo que será perfurado antes da instalação do

aterro sanitário, dentro da área da CPTR - Marituba.

2.1.6 Sistema de Tratamento de Esgoto

Cada edificação de apoio terá sistema de tratamento de esgoto individual denominado

de Estação Compacta de Tratamento de Esgoto.

Estas estações compactas de tratamento de esgoto (ECTE) são equipamentos de

eficiência reconhecida no mercado. A estação é comprada pronta para a instalação e

utilização a Figura 2.1.6-1 apresenta um modelo de ECTE.

Figura 2.1.6-1 Estação Compacta de Tratamento de Esgoto (ECTE)

Page 23: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

20

2.2 Quais são os sistemas de proteção do meio ambiente para a área do Aterro?

Em um aterro sanitário, devido ao processo de decomposição dos resíduos são

gerados gases e líquidos que necessitam de tratamentos específicos para que não haja

contaminação do meio ambiente. Abaixo segue apresentação dos principais

mecanismos de controle para esses subprodutos do processo de tratamento de

resíduos:

a) Sistema de Impermeabilidade de Base

É um sistema que protege o solo de qualquer infiltração dos líquidos provenientes da

degradação do resíduo (percolado). O sistema de impermeabilização tem por objetivo

isolar os resíduos, evitando que o líquido chegue ao solo, sendo aplicado também nas

regiões de taludes. Este sistema é composto por três camadas:

1º camada de solo argiloso de espessura mínima de 0,60 m

2º camada: geomembrana de PEAD 2 mm de espessura; e

3ºcamada: geotêxtil de proteção da geomembrana.

A Figura 2.2-1 apresenta um esquema dos tipos de impermeabilização que poderão

ser usados no Aterro Sanitário.

Figura 2.2-1 Sistema de Impermeabilização com Camada de Solo Argiloso

Page 24: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

21

As Fotos 2.2-1, 2.2-2, 2.2-3 e 2.2-4 apresentam imagens de alguns procedimentos de

instalação dos sistemas de impermeabilização descritos.

Foto 2.2-1 Compactação

de camada de argila para

execução da Barreira

Mineral

Foto 2.2-2 Instalação da

Geomembrana no fundo

em um Aterro Sanitário

Foto 2.2-3 Geotêxtil

instalado sobre a

Geomembrana

Page 25: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

22

b) Sistema de Drenagem de Efluentes Líquidos Percolados

Os líquidos que percolam dos aterros sanitários são líquidos com grande potencial

poluidor, que pode reduzir o teor de oxigênio nas águas receptoras, impossibilitando a

vida de peixes e outras formas aeróbias de vida aquática. Para controle desses líquidos

são implantados alguns mecanismos fundamentais para coletar/tratar os mesmos,

conforme apresentado a seguir.

Sistema de drenagem de líquidos percolados

A superfície de fundo do aterro sanitário será inteiramente revestida por uma camada

de material drenante de espessura não inferior a 0,4 m. Esta camada drenante de

fundo será constituída de 10 centímetros de brita e 30 centímetros complementares, de

rachão livre de finos. Esta camada drenante será disposta sobre o geotêxtil de proteção

da geomembrana.

Para captação dos líquidos percolados será implantado no fundo do aterro tubos de

PEAD, conforme apresentado na foto abaixo:

Tubulação de PEAD para

drenagem de percolado

Além desse mecanismo serão implantados também sistemas drenantes entre as

camadas de lixo.

Sistema de Bombeamento de Líquidos Percolados

O colchão drenante inferior do aterro sanitário será ligado a poços de captação,

executados em tubos de concreto. Os tubos localizados no interior da célula, em

Page 26: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

23

contato com os resíduos, serão perfurados para permitir o escoamento dos líquidos

percolados para o interior dos mesmos. Dos poços de captação de percolados, os

líquidos serão bombeados até as lagoas de acumulação de efluentes da CPTR –

Marituba.

c) Sistema de Tratamento de Líquidos Percolados

O líquido percolado encaminhado através das bombas para a “Lagoa de Acumulação”

para posterior envio para um tratamento antes de ser lançados em corpos receptores

(rios e/ou igarapés). Existem vários tipos de tratamentos de percolados como por

exemplo:

Tratamento em lagoas de estabilização

Recirculação

Evaporação

Neutralização

Tratamentos químicos

Tratamento por filtros biológicos

Tratamento em estações de tratamento de esgoto.

A escolha do tipo de tratamento que será realizado dependerá da característica do

percolado a ser produzido na CPTR-Marituba, sendo que o tratamento deverá atender

aos padrões de descarte de efluentes tratados estabelecidos na legislação. Com isso, a

definição do tratamento específico para o percolado gerado na CPTR- Marituba será

definido após a existência de dados reais que possam garantir que os padrões do

efluente atinjam o exigido pela legislação. Contudo, caso seja adotado o tratamento do

percolado na área da CPTR, o Fluxograma 2.2-1 apresentado a seguir mostra os

principais componentes que devem ser utilizados para este tratamento.

Page 27: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

24

Fluxograma 2.2-1 Unidades propostas para a Estação de Tratamento de

Percolado (E.T.P.)

CONCENTRAÇÃO DE

LODO

ACÚMULO, AMORTECIMENTO E

EQUALIZAÇÃO DA VAZÃO

NITRIFICAÇÃO

DESNITRIFICAÇÃO

TRATAMENTO BIOLÓGICO

SEDIMENTAÇÃO

TRATAMENTO FÍSICO-QUÍMICO

DECANTAÇÃO

FILTRAÇÃO

DESINFECÇÃO/POLIMENTO

ATERRO

SANITÁRIO

CONCENTRAÇÃO DE

LODO

CORPO HÍDRICO

RECEPTOR

SOBRENADANTE

PERCOLADO

SOB

REN

AD

AN

TE

LOD

O

Page 28: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

25

d) Sistema de Drenagem e Queima de Gases

Durante a decomposição do resíduo ocorre à produção de uma mistura gasosa,

denominada biogás, composta, principalmente, por metano – CH4 e dióxido de carbono

– CO2.

Dreno de gás a ser implantado

O sistema de drenagem de gases será constituído de 37 drenos verticais, afastados

entre si de no máximo 60 m, constituídos de um tubo de concreto perfurado.

A extremidade superior do dreno será provida de dois tubos de concreto Ø 0,6 m,

preenchidos parcialmente com concreto magro. Na metade do tubo inferior será

instalado um tubo de PVC, o qual será conectado a um tubo de aço galvanizado de Ø

50 mm que atravessa o concreto magro.

Exemplo de dreno de gás

Sistema de Tratamento de Gases

O gás captado será queimado, através de um queimador que será instalado na

extremidade do tubo de aço. O projeto executivo do aterro sanitário de Marituba irá

avaliar a utilização do biogás para a geração de energia elétrica e/ou comercialização

de Créditos de Carbono (Política de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL /

Protocolo de Kyoto -1997).

Page 29: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA- CPTR Marituba 26

e) Sistema de Drenagem Pluvial de Águas Superficiais

As águas pluviais serão coletadas nas bermas do aterro sanitário, por canais

trapezoidais revestidos em grama com base de 1,0 m, altura de 0,5 m e taludes com

inclinação. O deságüe destes canais será realizado em uma caixa de passagem

interligada por tubos de concreto armado, as descidas d’água serão executadas nos

vértices e laterais do aterro sanitário.

Exemplo de Drenagem de Águas Pluviais

em Aterro Sanitário

A Figura 2.2-1 apresenta um esquema dos sistemas de tratamento existentes na área

do Aterro e a Figura 2.2-2 apresenta detalhes dos métodos de proteção ambiental que

serão implantados no Aterro.

Figura 2.3-1 Principais elementos de Proteção Ambiental Instalados em Aterro

Page 30: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba
Page 31: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

28

2.3 Quais serão os sistemas de monitoramento implantados na CPTR para

monitorar a eficiência dos sistemas de proteção do meio ambiente?

Para certificar a eficiência dos métodos de proteção ambiental propostos pela CPTR,

serão realizados monitoramentos da qualidade das águas subterrâneas, qualidades

das águas superficiais e sistema de monitoramento geotécnico, conforme apresentado

a seguir.

a) Sistema de Monitoramento de Águas Subterrâneas e Superficiais

Com o objetivo de monitorar as características físico-químicas das águas subterrâneas,

bem como as possíveis alterações em decorrência da operação do aterro sanitário,

será implantada uma rede de poços tubulares para monitoramento hidrológico sendo

que a freqüência de amostragem será mensal. O início de amostragem e de análises

se dará no "start" de operação do aterro.

Exemplo de poço de

monitoramento da água

subterrânea

Em cada amostra deverão ser determinados, no mínimo, os parâmetros físico-químicos

indicados nas Tabelas 2.3-1 e 2.3-2

Tabela 2.3-1 Parâmetros a serem determinados no monitoramento das águas

superficiais e subterrâneas (Exames Físico – Químicos)

PARÂMETROS

Alumínio

Arsênio

Bário

Cádmio

Cobre

Page 32: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

29

PARÂMETROS

Chumbo

Crômio Total

Dureza

Ferro Total

Manganês

Mercúrio

Prata

Selênio

Zinco

Aspecto

Cor

Odor

Turbidez

Alumínio Solúvel

Chumbo Solúvel

Ferro Solúvel

Manganês Solúvel

Cianeto

Sulfato

Fluoreto

Fenóis

Orto-Fosfato

Surfactantes

N nítrato

Cloreto

Sólidos Dissolvidos Totais

TOC

OBS.: L.D.:Limite de detecção do método.

Tabela 2.3-2 Parâmetros a serem determinados no monitoramento das águas

superficiais e subterrâneas (Exames Microbiológicos)

PARÂMETROS

Contagem Padrão de Bactérias

Coliformes Totais

Escherichia COLI

Referências: - AWWA – APHA – WPCI – Standard Methods for the Examination of Water and

Wastewater – 20ª Edição - Guia de coleta e preservação de amostras de água – 1ª Edição – CETESB

1988

Ainda, poderão ser analisados outros parâmetros que serão definidos em função da

caracterização da composição físico-química dos líquidos percolados ou de acordo

com as orientações do órgão de controle ambiental.

Page 33: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

30

Além do monitoramento das águas subterrâneas, serão monitoradas as águas dos

cursos de água mais próximos da CPTR – Marituba em 5 pontos diferentes. Os

parâmetros a serem analisados serão os mesmos acima relacionados e a periodicidade

de coleta e análise das amostras será de 2 meses.

O monitoramento da área deverá, a principio, seguir a freqüência apresentada,

podendo ser alterado em função do desenvolvimento da obra ou a pedido do órgão de

controle ambiental.

b) Sistema de Monitoramento Geotécnico

O objetivo principal do sistema de monitoramento geotécnico é acompanhar a

estabilidade da massa de resíduos, orientando a execução quanto à geometria das

células, mantendo e adequando os sistemas de drenagem de líquidos e gases.

Para tanto, está previsto um sistema de monitoramento geotécnico constando de

instrumentos que medirão:

pressões neutras de líquidos e gases internas ao aterro;

deslocamentos horizontais e verticais superficiais do aterro.

Para pressões neutras deverão ser usados piezômetros, associados a manômetros

padrões, para medir as pressões de gases. Para a determinação dos deslocamentos

serão implantados marcos superficiais distribuídos pelas bermas, em média a cada

50m, que deverão ser controlados por equipamentos de topografia

Acompanhamento dos marcos superficiais

Page 34: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

31

2.4 Como será a operação da CPTR?

2.4.1 Recepção dos Resíduos

O recebimento dos resíduos seguirá a seguinte rotina:

Recebimento dos caminhões previamente cadastrados;

Identificação dos transportadores;

Registro e verificação da procedência dos resíduos;

Pesagem e registro dos dados.

2.3.2 Disposição dos Resíduos

Descarga de resíduos

Resíduos que podem

entrar na CPTR:

- resíduos domésticos;

- resíduos de podas de árvores e capina;

- resíduos de varrição de ruas públicas;

- limpeza de feiras.

Pesagem de Caminhão

Foto : Aterro Salvador - Revita

O caminhão deve depositar o material na

frente de serviço mediante presença do

fiscal, para controle do tipo dos resíduos.

Descarga de resíduos em aterro

Page 35: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

32

Espalhamento e Compactação do Resíduo

Após a descarga junto à frente de trabalho um trator de esteiras fará o espalhamento e

a compactação do resíduo passando por cima da massa de resíduo em movimentos de

“vai e vem”.

Cobertura do Resíduo

No final do dia, esse novo monte de resíduo deverá receber uma cobertura de terra,

cerca de 20 cm, espalhada em movimentos de baixo para cima. Em dias de chuva,

caso seja necessário, poderá ser utilizada uma lona de proteção.

Compactação de

resíduos por trator de

esteira.

Compactação do resíduo

Cobertura diária com solo

Page 36: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

33

2.4.2 Equipamentos Mecânicos Utilizados na Operação do Empreendimento

Trator de esteira: este equipamento terá

por finalidade o manuseio e a compactação

dos resíduos, além de realizar cobertura de

terra

Pá Carregadeira: a pá carregadeira terá a

função principal de carregar os caminhões

com material de cobertura (terra) e

materiais em geral (areia, rachão, tubos,

etc.).

Escavadeira Hidráulica: a escavadeira

hidráulica terá por principal função a

escavação de solo para a cobertura do

aterro sanitário.

Page 37: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

34

Retroescavadeira: terá como principal

função a abertura de drenos de águas

pluviais e líquidos percolados.

Caminhão Basculante: terá como função

principal o transporte da terra e materiais

para a frente de operação do aterro.

Caminhão Tipo Pipa: O caminhão tipo pipa

terá como finalidade umedecer os acessos

e auxiliar a lavagem dos equipamentos.

Além dos equipamentos descritos acima o empreendimento contará com dois carros

tipo pick-up para servir de apoio.

Page 38: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

35

2.5 Qual a quantidade de resíduo que a CPTR pode receber?

A CPTR poderá receber até 1.867 toneladas/dia de resíduos, sendo que 1.101

toneladas/dia é a capacidade máxima de recebimento do Aterro Sanitário da CPTR . O

que equivale 116 caminhões com capacidade de 16 toneladas.

2.6 Qual será a vida útil da CPTR?

A CPTR terá uma vida útil de 15 anos e 5 meses aproximadamente. O que dependerá

da quantidade de resíduos que será encaminhado diariamente ao longo dos anos.

2.7 Como será o encerramento da CPTR?

O aterro sanitário terá uma cobertura final constituída por duas camadas, uma primeira

de 40 cm de argila compactada e outra com 10 cm de solo vegetal. Sobre o solo

vegetal será implantado um revestimento vegetal.

2.8 Qual o uso proposto para a área após encerramento das atividades?

A área de disposição de resíduos, após o término das atividades biológicas internas,

será aproveitada como área de lazer e de parque, não se devendo construir nenhuma

edificação sobre os resíduos, podendo-se aproveitar as áreas em solo natural e as

edificações implantadas, inclusive como locais para palestras e orientações de alunos

de escolas, dentro de um plano de educação ambiental e de um circuito de passeios

ecológicos da região, mostrando a área como exemplo de disposição segura de

resíduos domiciliares.

Page 39: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

36

3 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO

Que áreas poderão ser afetadas pelo projeto?

Para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da CPTR foram definidas

áreas de estudo onde são previstos os impactos ambientais, diretos e indiretos,

causados pelas atividades de implantação e operação do empreendimento.

Impactos diretos: Alterações ambientais causadas por uma atividade do

empreendimento.

Impactos indiretos: Alterações ambientais causadas por um impacto direto decorrente

do empreendimento.

Estas áreas de estudo são denominadas áreas de influência e variam para cada meio

estudado: meio físico (solos, rochas, relevo, rios, ar), meio biótico (vegetação e animais

terrestres e aquáticos) e meio socioeconômico (população, cultura, infra-estrutura e

economia).

Desta forma, a equipe de especialistas que elaborou os estudos do EIA trabalhou com

as seguintes áreas de influência:

A Área de Influência Indireta (AII) área onde os impactos da implantação e operação

da CPTR deverão se manifestar de forma indireta. Para o presente estudo foram

consideradas as seguintes definições:

Meio Socioeconômico: Região Metropolitana de Belém(RMB)

Meios Físico e Biólógico: Bacia hidrográfica do rio Uriboca

A Área de Influência Direta (AID): Abrange o espaço onde as alterações nos fatores

do meio ambiente resultam clara e diretamente das atividades inerentes à implantação

e operação do empreendimento. Os limites dessa área variam conforme os aspectos

ambientais analisados. Abrange o espaço onde as alterações nos fatores do meio

Page 40: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

37

ambiente resultam clara e diretamente das atividades inerentes à implantação e

operação do empreendimento. Os limites dessa área variam conforme os aspectos

ambientais analisados. Para o presente estudo foram consideradas as seguintes

definições:

Meios Físico e Biológico: Cabeceira do rio Uriboca

Meio Socioeconômico: Município de Marituba

A Área Diretamente Afetada (ADA): esta área consiste no espaço da implantação do

empreendimento, onde as alterações no ambiente são intensas, seja pela substituição

completa dos usos atuais, seja pela alteração das feições morfológicas, de vegetação e

de outros fatores ambientais. Para o presente estudo foram consideradas as seguintes

definições:

Meios Físico, Biológico e Socioeconômico: Área do Empreendimento

Em função das características peculiares dos fenômenos sociais, neste estudo foram

considerados também os bairros contíguos existentes ao sítio do empreendimento

CPTR, denominada de Área do Entorno do Empreendimento (AEE), a qual é formada

pelos bairros Santa Lúcia I, Santa Lúcia II e Santa Clara, no município de Marituba. Tal

definição deve-se à necessidade de maior aproximação com a realidade social e

econômica da população ali existente nas fases de implantação e operação do

empreendimento.

A Figura 3-1 apresenta a AII, AID e ADA para o Meio Físico e Biótico e a Figura 3-2

apresenta a AII, AID e ADA para o Meio Socioeconômico

Page 41: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

Projeto de Implantação do Aterro Sanitário de Marituba - ParáFigura: 3-1 - Mapa das Áreas de Influência do Meio Físico e BióticoEscala: 1:60.000 Data: 01/08/2010

PA483

BR316PA404

MARITUBAANANINDEUA

rio Macajatuba

igarape Urib

oca

igarape Pau Grande

792500 795000 797500 800000 802500

9840

000

9842

500

9845

000

9847

500

9850

000

0 0,6 1,2 1,8 2,4 kmÁrea de Influência Indireta (AII)Área de Influência Direta (AID)Area do Empreendimento (ADA)

Sede MunicipalRegião Metropolitana de BelémEstradasRodoviasHidrografia

Page 42: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

39

Figura 3-2 Delimitação das Áreas de Influência Indireta para o Meio Antrópico

Fonte: Secretaria Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão - SEGEP

Escala: 1:250.000

Page 43: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

Projeto de Implantação do Aterro Sanitário de Marituba - ParáFigura: 7.1-2 - Mapa das Áreas de Influência do Meio SócioeconômicoEscala: 1:100.000 Data: 19/01/2011

BR316

PA483

PA391

PA404

MARITUBABENEVIDES

ANANINDEUA

Bairro 02

Bairro 04 Bairro 03

Bairro 01

rio Benfica

rio Macajatubaigarape Taiacui

igara

pe Orar

igarape Uriboca

igarape Pau Grande

rio Maguari

rio Taiacui

Marituba

Benevides

Ananindeua

Belem

790000 795000 800000 805000 9835

000

9840

000

9845

000

9850

000

9855

000

0 1 2 3 4 kmÁrea de Influência Direta (AID)Área do Entorno do Empreendimento (AEE)Area do Empreendimento (ADA)

Sede MunicipalRegião Metropolitana de BelémLimite MunicipalEstradasRodoviasHidrografia

Page 44: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

41

3.1 Aspectos Físicos

Neste item são apresentadas as características hidrológicas, do clima, das rochas, do

relevo e do solo, das áreas diretamente afetadas e de influência direta e indireta.

Águas

Como pode ser observado na figura abaixo, o empreendimento está localizado na

margem direita do rio Guamá, sendo esta atravessada em sua porção leste pelo

igarapé Pau Grande e próximo a propriedade, na porção sul, passa o Igarapé

Uriboquinha.

Page 45: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

42

Clima

O clima da região é considerado Clima Tropical com ocorrência de precipitação em

todos os meses do ano sem a existência de estação seca definida. A temperatura

média do mês mais quente é maior que 26,7°C e do mês mais frio, normalmente é

menor que 24,5°C. As chuvas médias anuais variam entre 2.500 mm a 2.700 mm, com

precipitação durante todo o ano.

Rochas, Relevo e Solos

A paisagem e os aspectos ambientais (relevo, solo e subsolo) da Região Metropolitana

de Belém-RMB se mostram de forma bastante simplificada como foi observado nos

diversos levantamentos executados e nas publicações disponibilizadas para este

trabalho.

A RMB é composta de duas regiões fisiográficas: a região de Terra Firme e a região de

Várzeas (PARÁ-SEICOM, 1995). Estas duas áreas também foram reconhecidas no

mapeamento geomorfológico do Projeto Radam (DNPM, 1974) como Planalto

Rebaixado da Amazônia (PRA), do baixo Amazonas e Planície Amazônica (PA).

São duas regiões bastante planas e sustentadas por um subsolo constituído por

sedimentos relativamente recentes e que se correlacionam ao Terciário/Quaternário

(Sedimentos Pós Barreiras e Sedimentos Modernos) e sedimentos pouco mais antigos

e que são correlacionados ao Terciário e que constituem sedimentos constituídos de

argilas variegadas mosqueadas com areias inconsolidadas e concreções ferruginosas

(Grupo/Formação Barreiras).

Nas áreas de sedimentos modernos a cobertura de solo é pouco desenvolvida

(predominam gleissolos) e o ambiente é diretamente afetado pelo comportamento e

regime das drenagens naturais (região de Várzeas), que impõe ciclos de inundações

anuais. Estas áreas se mostram muito planas e compões as várzeas e aluviões das

drenagens naturais desta região.

Page 46: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

43

À medida que se afasta dos eixos e das margens das principais drenagens o relevo fica

levemente alteado, ainda com aspectos de planícies, mas contendo extensas rampas

suavizadas e eventualmente trechos levemente ondulados. Nestes trechos, mais

elevados topograficamente, a influência dos ciclos anuais de inundação das drenagens

se mostra ausente (região de Terra Firme) e a presença de solos mais desenvolvidos

pode ser observada nos locais onde o perfil de solo fica exposto pelas terraplanagens e

outras escavações.

O panorama acima apresentado permite estabelecer três unidades de relevos e que

caracterizam o panorama da paisagem desta região:

a) Áreas de Acumulação (planícies aluviais), onde predomina uma topografia

pouco acima do nível dos rios, igarapés e outras drenagens naturais. São áreas

com sérias restrições de uso devido aos ciclos de inundação, fragilidade do

subsolo e presença de densa vegetação natural, o que dificulta o

estabelecimento das fundações diretas de equipamentos e estruturas e ainda

ficam sujeitas às freqüentes inundações.

Vista geral destas extensas

planícies e que foram

caracterizadas como “Áreas

de Acumulação”. Nessas

áreas predomina a

cobertura vegetal de matas

constituídas por vegetação

arbórea de grande

densidade.

b) Superfície Pediplanada

São constituídas por superfícies pediplanadas e/ou aplainadas, que surgem em

alguns locais com ondulações de vertentes suaves e topos arredondados, Esses

Page 47: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

44

terrenos apresentam em seu subsolo os sedimentos argilosos com níveis de

concreções ou carapaças ferruginizadas de areia ou argila, provavelmente

pertencentes à base de sedimentos do Pós-Barreiras (Superfície Pediplanada

1).

Suas unidades mais elevadas correspondem aos tabuleiros e os mais baixos

aos terraços baixos, apresentando no subsolo os sedimentos argilosos da

formação barreiras.

O panorama das áreas

pediplanadas pode ser visto nesta

imagem. Grandes trechos planos,

sustentando a topografia mais

elevada da região.

c) Formas de Dissecação

O processo de modelado da superfície dos terrenos desta parte da RMB, que é

marcado pelas estruturas das formações geológicas estabelece trechos onde a

dissecação fica mais evidente, mas com um aprofundamento considerado muito

fraco dos vales por onde se estabelecem as drenagens naturais que afluem para

o rio Guamá situado ao sul.

A forma dos topos é considerada como Tabular conformando feições de rampas

suavemente inclinadas e de lombadas esculpidas em rochas sedimentares

definindo vales rasos com vertentes de baixa a média declividade.

Page 48: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

45

Na região caracterizada como

“Formas de Dissecação” o relevo

se mostra mais acentuado, se

destacando das áreas de

planícies estabelecidas pelas

outras unidades de mapeamento

geomorfológico, como pode ser

visto nesta área de mineração de

areia e saibro.

Page 49: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

46

3.2 Aspectos Biológicos

Aspectos bióticos são aqueles relacionados aos seres vivos em geral, como as plantas

e os animais, assim como suas relações com o ambiente de estudo.

Neste item são apresentadas as características do meio biótico da área de influência

do empreendimento, especialmente quanto à sua vegetação, fauna e áreas de

proteção ambiental.

3.2.1 Vegetação

Os estudos para a caracterização da cobertura vegetal foram realizados de maneira a

fornecer uma visão geral da área de implantação da Central de Processamento e

Tratamento de Resíduos – CPTR e de seu entorno.

Desta maneira, foram definidas as seguintes áreas de influência do empreendimento

para o meio biológico:

AII: Área de Influência Indireta, envolve o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole

da Amazônia localizado ao Sul do empreendimento e de todas as áreas de

Florestas de terra firme e baixas, Mangues e demais ambientes semi urbanos,

que possam ser afetados pelo empreendimento.

AID: Área de Influência Direta, consideram-se os ambientes conservados da

propriedade, estreita faixa de floresta da Fazenda Pirelli (Sul) - Refúgio de Vida

Silvestre Metrópole da Amazônia, áreas de pequenas propriedades a Leste e

Oeste do empreendimento, todos com dosséis em estágio secundário ou com

presença de pastagens.

ADA: Área Diretamente Afetada, envolve todas as áreas da propriedade que

serão efetivamente utilizadas para a implantação do empreendimento.

Page 50: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

47

Para a melhor compreensão dos aspectos bióticos referentes à cobertura vegetal da

área de implantação da CPTR, será apresentado a seguir um resumo simplificado dos

termos regularmente utilizados nos estudos de caracterização da cobertura vegetal.

Vegetação Primária: cobertura vegetal original do ambiente de estudo, que não

teve suas características alteradas pela ação do homem.

Vegetação Secundária: cobertura vegetal cujas características originais já

tenham sido parcialmente ou totalmente alteradas pela ação do homem.

Regeneração: processo natural de recuperação de um fragmento de vegetação,

onde sua complexidade e biodiversidade são incrementadas ao longo do tempo.

Estágio Pioneiro de Regeneração: vegetação originada de pastos

abandonados, florestas desmatadas ou de terras em descanso, possuem

principalmente espécies de arbustos e plantas rasteiras, assim como espécies

de árvores pioneiras, como a imbaúba.

Estágio Médio de Regeneração: representado por fragmentos de matas com

uma diversidade de espécies menor que ao estágio pioneiro, com variados

tamanhos (altura média de 7m),

Estágio Avançado de Regeneração: são os fragmentos de mata mais

conservados, localizados nas áreas mais declivosas e próximas dos cursos

d’água. Possui espécies de árvores de tamanhos variados, caracterizando uma

“mata fechada”.

Na área onde será implantada a Central de Processamento e Tratamento de Resíduos

– CPTR observa-se, em sua maior parte, a ocorrência de ambientes decapeados para

empréstimo de solo, localizados sobre antigos ambientes de pastagens e de capoeiras

sobre terra firme. A pequena área com vegetação nativa adensada divide-se em

ambientes de terra firme e áreas de várzea em estágio médio de regeneração

secundária.

Page 51: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

48

Área de Influência Indireta – AII

A área de influência indireta do empreendimento é dominada pela Floresta Ombrófila

Densa, também conhecida como Floresta Pluvial Tropical.

Esta formação está relacionada a fatores climáticos tropicais de elevadas temperaturas

(médias de 25º) e de alta precipitação, bem distribuídas durante o ano (de 0 a 60 dias

secos), o que determina uma situação bioecológica onde praticamente inexistem

períodos secos.

As observações realizadas, através dos levantamentos executados pelo projeto

RADAMBRASIL, nas décadas de 70 e 80 e os estudos fitogeográficos mundiais

confiáveis, iniciados por Humbold em 1806 na ilha de Tenerife e contidos na vasta

bibliografia, permitiram estabelecer faixas que se estreitavam de acordo com os

seguintes posicionamentos:

Formação aluvial

Este tipo de formação não varia topograficamente e apresenta sempre os ambientes

repetitivos, dentro dos terraços aluviais dos flúvios. Trata-se de formação ribeirinha ou

floresta ripária que ocorre ao longo dos cursos de água, ocupando os terrenos antigos

das planícies quartenárias.

Nesta região encontra-se menor intensidade de desmatamentos para formação de

pastagens, devido à própria condição aluvial.

Formação das terras baixas

É uma formação que em geral ocupa as planícies costeiras. Ocorre desde a Amazônia,

estendendo-se por todo o Nordeste até proximidades do rio São João, no Estado do

Rio de Janeiro.

Page 52: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

49

Na região de Belém, este ambiente encontra-se alterado, possuindo apenas

remanescentes de fragmentos de vegetação secundários.

Área de Influência Direta - AID

Em aspectos gerais a AID envolve 4 grupos de vegetação arbórea, todos derivados da

Floresta Ombrófila Densa (FOD), que são: FOD de terras baixas, FOD aluvial, Matas

de galeria aluviais e palmeirais de açaí.

Praticamente toda a região no entorno do empreendimento encontra-se bastante

alterada pela ocupação humana, onde se podem verificar fragmentos florestais

secundários em estágio médio de regeneração, onde as espécies arbóreas de maior

valor comercial foram extraídas seletivamente, resultando na ocorrência de muitas

clareiras e presença de espécies pioneiras.

Nos ambientes de terra firme (FOD de terras baixas), são encontrados ambientes com

maior intensidade de alteração e grandes áreas ocupadas por efeitos de borda, onde

se observa a presença de espécies alóctones introduzidas e domínio de lianas.

Nos ambientes de várzea, ocorre maior conservação nas áreas de açaizais,

especificamente quanto à espécie (Euterpe oleracea), as demais são desbastadas

intensivamente.

Área Diretamente Afetada - ADA

A propriedade onde será implantado o CPTR encontra-se atualmente com seis

condições diferenciadas para análise de cobertura vegetal.

A maior área encontra-se com ambientes decapeados, resultante de empréstimo de

solo para construção civil da região metropolitana de Belém.

Ocorrem áreas de pastagens com pequenos bosques de vegetação pioneira, áreas

edificadas, estradas e lagoas artificiais distribuídos por toda a propriedade.

Page 53: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

50

As áreas decapeadas apresentam exposição total do horizonte C das camadas do solo,

expondo ambiente estéril, conforme apresentado nas Fotos a seguir:

Área decapeada onde será

construída a futura CPTR.

Aspecto geral da área onde será

implantada a futura CPTR.

Nas áreas de pastagens domina o capim Brachiaria humidícola, sendo resistente a

ambientes com presença de umidade em maior período do ano.

Nas margens de porções represadas são encontradas muitas espécies de macrófitas e

espécies ruderais em vários estágios de sucessão secundária.

EIA- ESTUDO

DE IMPACTO

AMBIENTAL

Camada de

resíduos

Sem qualquer controle de entrada de veículos e resíduos.

Entrada restrita a veículos devidamente cadastrados, desde que contenham apenas resíduos permitidos para aquele aterro.

Pesagem, procedência, composição do lixo, horário de entrada e de saída dos veículos são observados

Não dispõe de controle de horário, procedência, etc.

Recepção dos

Resíduos

Impermea

bilização

O lixo é depositado diretamente sobre a camada de solo, o que provoca danos ao meio ambiente e à saúde.

Antes da utilização da célula, o local é devidamente impermeabilizado seguindo critérios de engenharia

Drenage

m

Não possui dispositivos para drenagem interna, possibilitando maior infiltração do chorume na sua base ou o escoamento superficial sem qualquer controle.

Possui dispositivos para captação e drenagem do líquido resultante da decomposição dos resíduos (chorume), evitando a sua infiltração no local.

Cobertur

a

A exposição do lixo permite a emissão de fortes odores, o espalhamento de lixo leve, além de atrair vetores de doenças (ratos, urubus, moscas, etc.). .

É feita diariamente com camada de solo, reduz a produção de chorume; impede que o vento carregue o lixo e afasta vetores de doenças.

Além dos catadores, adentram nos lixões os animais por falta de cercamento e fiscalização. .

Acesso restrito às pessoas devidamente identificadas. O aterro deve ser bem cercado para impedir invasões.

Acessibili

dade

Impacto

Visual

Visual impactante, área degradada.

É amenizado com a construção de um "cinturão verde" com espécies nativas da região que ainda serve de abrigo para predadores de alguns dos vetores.

Área da

Usina de

Compostage

m e Triagem

Page 54: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

51

Porção represada no interior da

floresta de terra firme, cercada por

vegetação secundária de alto fuste.

Esta área não será alterada pela

implantação do empreendimento.

Os três comportamentos arbóreos identificados na área do empreendimento foram

divididos em estratos de amostragem, sendo estes:

Floresta de Várzea Aberta

Neste estrato ocorre a

maior presença de

ambientes hidromórficos,

que compõem os

ambientes antropizados,

porém mais conservados

da área do

empreendimento, e que não

deverão sofrer intervenção.

Page 55: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

52

Floresta Ombrófila Densa Aluvial

Esta formação vegetal está localizada

na área de transição entre a fisionomia

anteriormente apresentada e a

Floresta de terras baixas. Este

comportamento florestal é formado

pela estreita camada hidromórfica,

seqüenciada de solo estável e não

saturado, permitindo a fixação de

indivíduos de grande porte. Esta

vegetação recobre uma área protegida

pela legislação (Área de Preservação

Permanente) e não deverá sofrer

intervenção.

Os resultados da caracterização vegetal da área onde será implantada a Central de

Processamento e Tratamento de Resíduos – CPTR indicaram a presença de uma

cobertura vegetal heterogênea,

Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas

Verifica-se nesta composição, a presença de todas

as estruturas de uma floresta densa (sub bosque e

estratos verticais), porém, as espécies de maior

frequências são as pioneiras imbaúba e imbaubão

(Cecropia spp), indicando elevado grau de

antropização. Esta vegetação não sofrerá

intervenção para a implantação do

empreendimento.

Page 56: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

53

Os três estratos vegetacionais dominantes na área foram classificados como:

Estrato I: Floresta de Várzea Aberta

Estrato II: Floresta Ombrófila Densa Aluvial

Estrato III: Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas

De maneira geral, o estrato I se mostrou em melhor estado de conservação,

provavelmente devido às dificuldades de acesso no ambiente de várzea.

Os demais estratos se mostraram antropizados, principalmente pelas evidências de

práticas de corte seletivo das espécies arbóreas de interesse econômico.

Não foram observadas espécies raras, endêmicas, de interesse para conservação ou

ameaçadas de extinção que poderiam gerar necessidades de estudos detalhados

anteriores à implantação do empreendimento.

Verifica-se portanto que as áreas a serem utilizadas para implantação do

empreendimento já se encontram antropizadas, sem qualquer cobertura vegetal

significativa.

3.2.2 Fauna

O Bioma Amazônico apresenta ecossistemas altamente diversificados, tanto do ponto

de vista estrutural quanto funcional, pois apresenta grande diversidade de espécies

juntamente com um alto grau de endemismo (espécies exclusivas da região

amazônica), sendo apontado como um dos maiores em diversidade de espécies do

planeta.

Considera-se ainda que a presença de numerosos cursos d’água, alguns de grande

extensão e volume, sejam altamente significativos para os padrões de distribuição da

flora e da fauna, atuando como barreiras à dispersão de espécies animais, o que

parece ter contribuído para o alto grau de endemismo observado na região.

Page 57: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

54

Para a realização deste estudo foram realizados levantamentos de campo no intuito de

avaliar a composição faunística da área de influência do empreendimento, mais

especificamente no que diz respeito à ocorrência de anfíbios, répteis, mamíferos e

aves.

Tendo em vista que a área onde será instalada a CPTR encontra-se antropizada e

ainda sendo explorada para a retirada de material, os dados apresentados a seguir

foram obtidos, em sua maioria, na Área de Influencia Direta (AID) do empreendimento,

ou seja,fora dos limites da propriedade.

De acordo com a metodologia adotada nas amostragens em campo, realizadas nas

áreas da futura CPTR, a riqueza local da fauna de vertebrados demonstrou a incidência

de 4 classes compostas por 24 ordens, 69 famílias, 135 gêneros e 165 espécies. Estes

resultados serão discutidos individualmente para cada grupo a seguir.

0

20

40

60

80

100

120

Ordem Familia Gênero Espécies

Riq

ue

za

Anfibios Repteis Mamiferos Aves

Figura 3.2.2-1 –Diversidade de espécies registrada na área da CPTR

Page 58: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

55

Anfíbios

Trata-se de um grupo de extrema importância, não somente pelo papel desempenhado

no controle de insetos, como também por atuarem como bioindicadores de qualidade

ambiental.

No presente trabalho foram registradas um total de 262 espécimes de anfíbios,

distribuídos em 1 classe, 1 ordem, 7 famílias, 13 gêneros e 26 espécies. Esse valor

corresponde a 14,44% das espécies de anfíbios registradas para o bioma da

Amazônia. As famílias Hylidae e Leptodactylidae foram as melhores representadas,

com o registro de 11 e 5 espécies respectivamente.

As espécies mais abundantes foram a perereca Hypsiboas boans – com 24,8%,

Dendropsophus minutus – com 13,3%, Hypsiboas geographicus e a rã Barycholos cf.

ternetzi – com 7,6% do total de espécimes registrados.

Através da análise das listas oficiais de animais ameaçados ou em perigo de extinção

no Brasil – IBAMA, CITES, IUCN e MMA, nenhuma espécie de anfíbio ameaçada foi

registrada no presente estudo.

Répteis

De maneira geral, no presente trabalho foi registrado um total de 39 espécimes de

répteis, distribuídos em uma classe, uma ordem, 02 subordens, 12 famílias, 16 gêneros

e 17 espécies.

Page 59: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

56

Figura 3.2.2-2 Riqueza de repteis catalogados na área de estudo.

Através da análise das listas oficiais de animais ameaçados ou em perigo de extinção

no Brasil – IBAMA, CITES, IUCN e MMA, foi registrada uma espécie de réptil,

Tupinambis merianae, listada no apêndice II da CITES, cuja finalidade é regular o

comércio da vida silvestre que não esteja ameaçada de extinção, mas que pode-se

tornar, se o comércio não for controlado.

Mamíferos

Os mamíferos identificados na área de estudo somaram 58 registros, representando 05

ordens, 9 famílias, 10 gêneros e 10 espécies, sendo a Área de Influência Direta (AID)

apresentou 7 (sete) espécies registradas, 8 (oito) espécies na Área de Influência

Indireta (AII) e 07 (sete) espécies na Área Diretamente Afetada (ADA).

Entre as espécies registradas, três espécies constam em alguma das listas oficiais de

animais ameaçados de extinção. Entre elas, duas foram incluídas pela IUCN (União

Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) sendo as

Page 60: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

57

duas classificadas como pouco preocupantes (LC) e uma espécie apenas incluída pelo

CITES (Convention on International Trade in Endangered Species) como vulnerável

(VU) e que depende de conservação.

Tabela 3.2.2-1 Mamíferos ameaçados registrados na área de estudo.

TAXON

ÓRGÃOS

IBAMA IUCN CITES

ORDEM CARNIVORA

Família Canidae

Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) VU

ORDEM PILOSA

Família Megalonychidae

Choloepus didactylus (preguiça-real) LC

Família Bradypodidae

Bradypus variegatus (preguiça-comum)

LC

TOTAL 2 1

As imagens a seguir ilustram algumas das espécies de mamíferos registradas na área de estudo.

Page 61: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

58

Cutia. (Desyrocta agouti) Preguiça (Bradypus variegatus)

Registro da armadilha fotografica de Capivara (Hydrochaerus hydrochaeris).

Morcego (Carollia pesircillata).

Registro da armadilha fotografica Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous).

Aves

Não raramente, em estudos referentes ao levantamento e/ou monitoramento de fauna

terrestre, as aves são a categoria melhor representada em termos de diversidade

taxonômica, em virtude de seus grandes grupos heterogêneos de hábitos terrestres

restritos (ratitas), aquáticos ou semi-aquáticos, e terrestres.

Tendo em vista as características deste grande domínio geomorfológico onde se insere

a área de estudo, grande parte da área de influência do empreendimento apresenta

Page 62: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

59

potencial suporte de endemismos, assim como para a ocorrência de diversas espécies

ameaçadas de extinção.

Contribui também para a grande diversidade esperada para este grupo, o fato de que

muitas espécies adaptam-se com facilidade a áreas antropizadas pelas práticas

agropecuárias e/ou extrativistas.

Foi registrado na área de influência da CPTR um total de 1.035 espécimes de aves,

distribuídos em uma classe, 18 ordens, 41 famílias, 89 gêneros e 100 espécies. As

famílias Tyrannidae e Psittacidae apresentaram o maior número de espécies, 9 e 8

espécies respectivamente. As espécies mais abundantes foram a Progne tapera com

282 (27,25%), Brotogeris versicolorus – com 82 (7,92%) e Chrysomos ruficapiluscom

75 (7,25%) do total de espécimes registrados.

Figura 3.2.2-3 Riqueza de espécies catalogadas nas áreas

de influência da CPTR.

As aves estão diretamente ligadas ao tipo de ambiente em que vivem, por esse motivo,

os estudos para este táxon foram realizados através da identificação da vegetação

Page 63: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

60

anteriormente descrita, dividida em fisionomias de vegetação florestal e vegetação

herbácea e em ambientes antrópicos e aquáticos.

Em relação às fitofisionomias amostradas, os ambientes antropizados apresentaram

maior número de espécies (N = 69 ou 69%), seguido de florestas (N = 29 ou 29%),

vegetação herbácea (N = 16 ou 16%) e por último o ambiente aquático (N = 10 ou

10%). Um número elevado de espécies foi registrado exclusivamente em áreas

antropizadas (N = 50 ou 50%), seguido de Florestas (N = 13 ou 13%), vegetação

herbacea (N = 9 ou 9%) e, por fim, cinco espécies foram registradas exclusivamente

em ambiente aquático (5%). Nenhuma espécie foi comum a todos os ambientes. Várias

das espécies observadas nas áreas antropizadas são espécies de grande distribuição

e de grande plasticidade adaptativa. Outras espécies, como Pitangus sulphuratus,

Coragyps atratus, Crotophaga ani e Guira guira, são espécies características de

habitats abertos e tendem a aumentar sua expansão geográfica juntamente com a

ocupação humana e o desmatamento (Blamires et al. 2002). Na área estudada,

existem significativas modificações em relação à cobertura vegetal, podendo ser

verificadas alterações para a instalação de moradias, pastagens e extração de areia.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Florestais Antropica Vegetação

herbacea

Ambientes

aquaticos

Ambientes

Riq

ue

za

Figura 3.2.2-4 Riqueza de espécies registradas nos diferentes ambientes da área de influência direta e indireta.

Page 64: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

61

Quanto ao seu status de conservação, não foi registrada a ocorrência de nenhuma

espécie constante das listas oficiais de animais ameaçados ou em perigo de extinção

no Brasil – IBAMA, IUCN e CITES.

A seguir são apresentadas imagens de algumas das espécies de aves registradas na

área da futura CPTR.

Jaçanã (Jacana jacana) Urubu (Coragyps atratus)

Gavião (Busarellus nigricollis) Tucano (Ramphastos vitellinus)

Page 65: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

62

Araçari-miudinho (Pteroglossus inscriptus) Cabeça-branca (Pipra pipra).

Curiango (Nyctidromus albicollis) Jandaia (Aratinga jandaya)

Curica (Amazona amazonica) Pica-pau (Melanerpes cruentatus)

Page 66: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

63

3.3 Aspectos socioeconômicos

O estudo do meio socioeconômico lança um olhar sobre as questões econômicas,

sociais, comerciais e culturais que pautam o desenvolvimento da região e o dia-a-dia

dos seus habitantes.

Para este estudo, foi considerado como área de influência a região Metropolitana de

Belém, o município de Marituba e o bairro de Santa Lúcia formado pelas comunidades

Santa Lucia I, Santa Lucia II e Santa Clara ( AID e AEE).

População

A população de Marituba em 2008 foi de 101.158 habitantes, segundo o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística, sendo o 3º município da Região Metropolitana em

concentração populacional por quilometro quadrado (SEPOF, 2008). Do total da

população, 97,5% reside na área urbana e 2,5% reside na área rural.

Economia

A estrutura econômica do município de Marituba é constituída por um pequeno

conjunto de atividades dos setores da indústria, notadamente de transformação e de

construção civil, de serviços e comércio e da agropecuária.

Ao analisar a composição do PIB municipal verifica-se que o setor com maior

importância é o de serviços, cuja participação é de 65%, enquanto que a atividade

industrial representa 19% e a agropecuária apenas 0,6%.

Page 67: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

64

Educação

Em relação à educação do

município, a Secretaria Municipal

de Educação (SEMED) informou

que existem 65 unidades de ensino

municipal e estadual que atendem

28.329 alunos, oferecendo cursos

que abrange desde creche ao

ensino médio e, ainda, atende os

programas EJA e Projovem.

As unidades funcionam em quatro turnos manhã, intermediário, tarde e noite e estão

dividas em: 11 unidades de Educação Infantil (Creche e Pré Escola) para crianças de

02 a 06 anos; 24 unidades de Ensino Fundamental, para atender alunos de 1ª a 8ª

série; 30 unidades voltadas ao Ensino Fundamental e Médio, além da rede atender

também o EJA.

Escola M.E.F.M Dr. Alcantara atende

504 alunos em 3 turnos Manhã,

Intermediário e Noite.).

Creche Menino Deus atende 240 Crianças do Maternal a Pré-Escola

Page 68: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

65

Saneamento Básico

O atendimento de esgoto sanitário em Marituba é baixo, com apenas 41% dos

domicílios atendidos e, ainda assim, o esgoto coletado não recebe tratamento. Quanto

aos demais domicílios existentes em Marituba os efluentes são destinadas a fossas

negras ou séptica e as águas pluviais escoam pela superfície das vias públicas.

A coleta de lixo no município não cobre mais de 30% de sua área urbana, sendo que o

restante da população nas outras áreas

não são atendidas, ficando para a

população a responsabilidade de dar

destino ao seu resíduo.

A realidade encontrada in loco no

município de Marituba foi à de locais de

destinação do lixo irregular no Bairro de

Santa Lucia em duas das comunidades

que fazem parte da AID deste relatório.

Saúde

Com relação aos serviços de Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU)

informou que no município existem: 3

Unidades Básicas de Saúde (UBS); 9

Unidades de Saúde da Família (ESF); 1

Centro de Especialidades

Odontológicas;1 Centro de Diagnósticos

Inácio Gabriel;1 Unidade de Urgência e

Emergência Augusto Chaves; 2

Unidades do Serviço de Saúde Mental

Comunitário do Sistema Único de Saúde

(CAPS) vinculado ao SUS. Centro de Diagnóstico Inácio Gabriel

Área de deposito de Lixo na Comunidade Santa Lúcia I

Page 69: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

66

O único hospital localizado no município é o Divina Providencia, inaugurado em 1998,

que disponibiliza a população os atendimentos de Clinica Médica, Pediátrica,

Obstetrícia, Ginecológica e outras especialidades. Este possui 126 leitos hospitalares,

28 leitos obstétricos, 30 leitos pediátricos, 33 leitos clínicos e 35 leitos cirúrgicos.

Uso do Solo

Para delimitação do uso do solo foi realizado o estudo somente nas áreas próximas a

futura CPTR (AEE). O terreno destinado à

implantação da Central de Processamento e

Tratamento de Resíduos se situa na porção

Sul da área urbana de Marituba. Ao Norte

desta área tem-se o limite com áreas de uso

predominantemente residencial.

À Leste da área está limitada por um grande

terreno aonde já se desenvolveu atividades

de extração de minerais e, também, com uma área utilizada para disposição de lixo

urbano de forma não controlada (lixão) que em parte encontra-se desativada e outra

ainda ativa.

Ao Sul, a área do projeto faz divisa com a Fazenda Guamá, conhecida como “Fazenda

Pirelli”, que foi desapropriada pelo Estado no ano de 1997. Esta área possui 7.531

hectares e, em 30 de Março de 2010, foi estabelecido através do Decreto Estadual nº

2.221 que parte da área da Fazenda Guamá, com a extensão de 6.367,27ha (seis mil

trezentos e sessenta e sete hectares e vinte e sete centiares) se tornará uma unidade

de conservação, denominada de Refúgio da Vida Silvestre da Metrópole do Amazônia.

A parte remanescente deste imóvel poderá ser destinada para a expansão urbana dos

Municípios de Marituba e de Benevides, possibilitando a implantação de um grande

conjunto habitacional, num remanescente de 913,23 ha (novecentos e treze hectares e

Page 70: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

67

vinte e três centiares), o que corresponde aproximadamente 12% da área total da

Fazenda Guamá.

A Figura 3.3-1 apresenta a localização da unidade de conservação e do conjunto

habitacional em relação ao empreendimento.

Pelo lado Oeste, entre a área do projeto e a Alça Viária, existem pequenos sítios com

atividades agrícolas, mas aonde já se observa uma nítida transição para usos como o

industrial ou comercial de grande porte, induzidos pela presença da própria Alça Viária.

O zoneamento municipal aponta a localização da área do projeto como urbana, sem a

existência de restrições quando ao uso pretendido.

Limite entre a AEE e a Alça Viária.

Page 71: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

Projeto de Implantação do Aterro Sanitário de Marituba - ParáFigura: 3.3-1 - Localização do Conjunto Habitacional e da Unidade de ConservaçãoEscala: 1:250.000 Data: 01/08/2010

CA B

PA48

3

PA14

0

PA391

PA408

BR316

PA404

PA151

BR316/BR010

PA242

PA391

BELEM

MARITUBA BENEVIDESANANINDEUA

SANTA ISABEL DO PARA

SANTA BARBARA DO PARA

igarape Jenipauba

rio Maguari

r io Taua

Igarapezinho

rio Benfica

rio Carap

aru

igarape Acu

rio Taia cui

ri o Araci

rio Ariri

igarape T

aiacu

i

rio Ita

igarape Guaiara miri

igarap

e Prata

rio Paricatuba

iga

rap

e Itap

erucu

rio Mac ajatuba

igarape Jacadequara

igarape Laranjeira

igarap

e Orar

igarape Pau Grande

igarape Quiteria

igarape Moca

mbo

igarape Bacuri

igarape Macunhamba

rio Magu

ari

rio Caraparu

igarape Acu

780000 790000 800000 810000 820000

9830

000

9840

000

9850

000

9860

000

9870

000

0 2,5 5 7,5 10 kmÁrea de Influência Direta (AID)Área de Influência Indireta (AII)Area do Empreendimento

Refúgio da Vida SilvestreCohab

A - Área 1B - Área 2C - Área 3

Page 72: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

69

Arqueologia

Na área de influência indireta do empreendimento existe somente um sítio arqueológico

registrado junto ao IPHAN que é o único sítio arqueológico catalogado no Município de

Marituba. Trata-se do sítio Uriboca (PA-BB-8), localizado às margens do rio de mesmo

nome, componente da Bacia do Guamá.

O sítio foi localizado durante os trabalhos de monitoramento e salvamento arqueológico

que foram desenvolvidos quando da construção da Alça Viária. A Figura abaixo

apresenta a localização do sítio com relação ao empreendimento.

Os estudos realizados na área da futura CPTR apontam para um patrimônio

arqueológico negativo, sem vestígios no local. Isso porque à área já se encontrada

bastante degradada pela atividade de mineração que ocorre no local.

Contudo, será realizado um levantamento arqueológico mais aprofundado na área do

empreendimento que não foi impactada pela atividade de mineração, o que

compreende uma área de cerca de 60 hectares.

Engenho Uriboca

Mapa de localização

Geográfica do Engenho

Uriboca, no município de

Marituba em relação ao

empreendimento

Page 73: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

70

4. ALTERAÇÕES AMBIENTAIS

Como é realizada a avaliação de impactos ambientais?

As principais alterações ou impactos ambientais que podem

ocorrer durante a implantação e a operação da CPTR são

descritas a seguir, juntamente com as ações para gestão

ambiental de cada impacto previsto. O detalhamento, os

objetivos e as atividades de cada programa de gestão serão

apresentados no próximo item.

A avaliação dos impactos ambientais do empreendimento foi

realizada de forma integrada, considerando os seguintes

atributos: natureza, ocorrência, reversibilidade, abrangência,

duração, forma de manifestação, prazo de ocorrência,

magnitude, significância e relevância do impacto.

Para facilitar a apresentação dos principais impactos

ambientais da CPTR, estes foram organizados em quadros,

de acordo com o meio em que se manifestam (físico, biótico e

socioeconômico). Os quadros incorporam as ações de gestão

e a avaliação dos impactos após a adoção das ações de

controle e das medidas mitigadoras/potencializadoras, que

corresponde a sua “relevância”.

O Que é Impacto Ambiental?

O Conselho nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) define

impacto ambiental como

“Qualquer alteração das

propriedades físicas, químicas ou

biológicas do meio ambiente,

causada por qualquer forma de

matéria ou energia resultante das

atividades humanas, que direta ou

indiretamente afetem: a) saúde,

segurança e bem estar da

população; b) as atividades

sociais e econômicas; c) a biota;

d) as condições estéticas e

sanitárias do meio ambiente; e) a

qualidade dos recursos

ambientais.” (Resolução

CONAMA 001/86).

O que são Ações de Gestão

Ambiental?

São ações que visam amenizar os

impactos negativos e ampliar os

impactos positivos. Podem ser de

prevenção e controle, de

mitigação, de potencialização, de

monitoramento e de

compensação.

Page 74: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

71

Meio

Fís

ico

Impacto Etapa Fator Impactado Natureza Significância Ações de Gestão Relevância

Redução da

qualidade das águas

superficiais

Implantação Terraplenagem e implantação das estruturas do CPTR

Negativa Pouco significativo

Caso seja adotada a medida de tratamento in situ do percolado, deverá ser implementado o monitoramento do efluente antes do descarte, através de análise de parâmetros da CONAMA 357/2005. Monitoramento da qualidade das águas do corpo receptor está contemplado no Programa de Monitoramento Ambiental

Baixa

Operação

Escavação, estocagem e cobertura das células com solos e operação de vias de acesso internas Armazenamento/tratamento do percolado

Negativa Pouco significativo

Desativação Armazenamento/tratamento do percolado

Negativa Pouco Significativo

Redução da qualidade das águas subterrâneas

Implantação

Pintura de estruturas, utilização de produtos químicos, manutenção de máquinas, etc.

Negativa Pouco Significativa Implantação do Programa de

Monitoramento de Águas Subterrâneas. Instalação de drenagem para captação de água de chuva de áreas passíveis de contaminação;

Baixa Operação Disposição do resíduo nas células

Negativa Muito Significativa

Desativação Existência do resíduo nas células

Negativa Muito Significativa

Dinamização de processos de erosão e assoreamento

Implantação Exposição do solo e subsolo Negativa Pouco significativo

Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos e de Monitoramento da Qualidade de Água Superficiais.

Baixa

Page 75: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

72

Operação Exposição do solo Negativa Pouco significativo

Geração de Odor Operação Recebimento de Resíduos e Disposição do resíduo nas células

Negativa Significativo

Cobertura diária do resíduo após compactação; Programa de Implantação da Barreira Vegetal. Plano de Comunicação Social

Baixa

Alteração da

Paisagem

Operação Formação Aterro Negativa Pouco significativo

Implantação de novo uso do solo para o local (possível área de lazer para a comunidade).

Baixa

Desativação Aterro Final Negativa Pouco significativo

Page 76: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

73

Meio

Bió

tico

Impacto Etapa Fator Impactado Natureza Significância Ações de Gestão Relevância

Geração de ruídos e afugentamento de fauna

Implantação Operação de veículos pesados e maquinário

Negativa Pouco significativo

Programa de Monitoramento de Ruído Baixa

Operação Operação de veículos pesados e maquinário

Negativa Pouco significativo

Impactos sobre unidades de conservação e áreas protegidas

Operação Reafeiçoamento das vias de acesso Trânsito de veículos

Negativa Pouco significativo

Construção de uma passagem de fauna que permita o livre acesso da fauna a Unidade de Conservação e ao Parque Ambiental (localizado dentro do empreendimento)

Baixa

Desativação Trânsito de veículos Negativa Pouco significativo

Page 77: Rima Central de Processamento e Tratamento de Residuos Class e II Cptr Marituba

RIMA - CPTR Marituba

74

Meio

A

ntr

óp

ico

Impacto Etapa Fator Impactado Natureza Significância Ações de Gestão Relevância

Expectativa da população em relação às alterações realizadas pelo Empreendimento

Planejamento Elaboração dos estudos técnicos, econômicos e ambientais

Negativa Pouco significativo

Priorizar a contratação de mão–de-obra local;

Programa de Comunicação Social

Baixa Implantação Contratação de mão-de-obra Negativa

Pouco significativo

Operação Contratação de mão-de-obra Negativa Pouco significativo

Paralisação, redução ou incremento de atividades econômicas e, desencadeamento redução ou intensificação de conflitos pelo uso da terra.

Operação Implantação da CPTR Positiva Significativo

Contribuir para implantar um Programa de Apoio aos Catadores do Lixão Santa Lúcia I, em parceria com o poder público municipal de Marituba.

Baixa

Impactos nas comunidades vizinhas devido à emanação de odores, ruídos e proliferação de vetores

Operação Descarte de resíduos; Negativo Significativo

Cobertura diária dos resíduos; Cobertura da bacia de contenção de líquidos percolados; Manutenção e preservação da barreira vegetal;

Baixa

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RIMA - CPTR Marituba

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Formação de Ambientes Propícios ao Desenvolvimento de Vetores

Operação Recebimento e disposição do resíduo no solo

Negativo Significativo

Impermeabilização do solo e manutenção dos mecanismos de controle; Coleta e tratamento do líquido percolado; Recobrimento diário do resíduo com camada de solo.

Baixa

Impactos associados ao Patrimônio Arqueológico

Implantação

Implantação de áreas de apoio, escavação de solo para implantação de estruturas.

Negativo ou Inexistente

Significativo ou Inexistente

Levantamento arqueológico sub-superfície nas áreas do empreendimento não impactadas pelas obras de mineração, para confirmação ou não da existência de registros arqueológicos no local

Baixa

Impactos associados

a destinação

adequada de

residuos

Operação

Disponibilidade de um local apropriado para a destinação de resíduos para toda região metropolitana

Positivo Significativo Todas as medidas de controle proposta para a preservação da qualidade ambiental

Alta

Desvalorização

Imobiliária

Planejamento Elaboração dos estudos técnicos, econômicos e ambientais

Negativa Significativo

Para que a desvalorização imobiliária não aconteça de forma crescente é necessário que as medidas de controles implementadas sejam efetivas de forma que o impacto seja o menor possível.

Baixa

Implantação Atividade de Implantação Negativa Significativo

Operação Atividade de Operação Negativa Significativo

Desativação Atividade de Desativação Positiva Significativo

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RIMA - CPTR Marituba

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Entenda melhor os principais impactos ambientais previstos

Os principais impactos ambientais e sociais identificados são detalhados a seguir:

Redução da qualidade das águas superficiais;

Redução da qualidade das águas subterrâneas;

Geração de odor;

Formação de Ambientes Propícios ao Desenvolvimento de Vetores;

Desvalorização Imobiliária.

Impactos sobre o Meio Físico

Redução da qualidade das águas superficiais

Durante as obras de implantação pode ocorrer que materiais contaminantes como

solventes, tintas podem se carreados até as águas dos Igarapés próximos do

empreendimento pelas águas de chuva. Para que o impacto não ocorra, esses itens

devem ser manuseados adequadamente e guardados sempre após o uso em local

apropriado.

Durante a fase de operação a geração de líquidos percolados, pode resultar na

contaminação das águas superficiais, para isso, os líquidos serão colhidos através dos

sistemas de drenagem já apresentados e encaminhados para tratamento específico.

Na fase de desativação o percolado ainda estará sendo gerado, devido ao processo de

decomposição do lixo, com isso, o tratamento desses líquidos deve permanecer além

da manutenção contínua dos sistemas de drenagem.

Para monitoramento ambiental desse impacto será implantado um Programa de

Monitoramento da Qualidade da Água, inserido dentro do Programa de

Monitoramento Ambiental, que visa realizar análises em pontos específicos do

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RIMA - CPTR Marituba

77

empreendimento e entorno de forma a identificar eventuais alterações na qualidade das

águas.

Redução da qualidade das águas subterrâneas

Durante as obras de implantação pode ocorrer que materiais contaminantes como

solventes e tintas possam atingir o solo e alcançar o lençol freático (águas

subterrâneas). Para que o impacto não ocorra esses, itens devem ser manuseados

adequadamente e guardados sempre após o uso em local apropriado, além de

implantar procedimentos para remoção imediata do material derramado, caso isso

ocorra.

Na fase de operação e desativação o liquido percolado proveniente da atividade de

decomposição do resíduo, em contato com o solo, infiltrará no subsolo gerando a

contaminação do lençol freático. Para que não ocorra essa contaminação é importante

proceder com a correta impermeabilização da base do aterro e dos taludes.

Para monitoramento ambiental desse impacto será implantado um Programa de

Monitoramento da Qualidade da Água Subterrânea, inserido dentro do Programa

de Monitoramento Ambiental, que visa realizar análises em poços alocados em

pontos específicos do empreendimento e do seu entorno, de forma a identificar

eventuais alterações na qualidade das águas subterrâneas.

Impactos sobre o Meio Biológico

Conforme apresenta no diagnóstico ambiental do meio biológico, o local de

implantação da CPTR está bastante degradado devido à atividade de mineração, com

solo exposto sem vegetação. Com isso não haverá impacto direto na vegetação, o que

pode ocorrer é a interferência na fauna devido ao ruído gerado pela atividade de

implantação e durante a operação pela circulação de caminhões (o que já acontece

atualmente no local).

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RIMA - CPTR Marituba

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Outro impacto indireto identificado é a criação do parque ecológico que apesar de ser

um impacto positivo, cria uma área sem conectividade (sem caminho) para demais

áreas verdes do entorno do empreendimento, como o Refúgio da Vida Silvestre. Para

minimizar esse impacto, o empreendedor irá construir uma passagem de fauna próximo

à área do Igarapé Pau Grande.

Geração de Odor

Durante a fase de operação do aterro a atividade de recebimento e disposição dos

resíduos nas células, até a efetivação da sua cobertura com camada de solo, pode

causar a dispersão de odor para as comunidades próximas do empreendimento.

Contudo a direção predominantes dos ventos na região favorece o empreendimento, já

que o vento sopra em sua direção, o que diminui significativamente a dispersão de

odores. Mesmo com os ventos a favor, para minimizar/ controlar o odor a cobertura dos

resíduos será diária e ainda será implantado uma barreira vegetal em todo o entorno do

empreendimento.

Impactos sobre o Meio Antrópico

Formação de Ambientes Propícios ao Desenvolvimento de Vetores

Os locais de despejo de resíduos sólidos que não sejam construídos e manuseados em

condições adequadas de segurança representam risco à saúde humana, seja por meio

da contaminação das águas e do solo, bem como pela atração de espécies

transmissoras de doenças.

O acúmulo de lixo exposto por tempos prolongados nas áreas de aterro, por exemplo,

pode atuar como um agente de atração e proliferação de ratos, pombos, baratas e

mosquitos, dentre outras espécies que atuam na transmissão de diversas doenças.

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RIMA - CPTR Marituba

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Como medida de controle deverá ser reduzida a disponibilidade de alimento, com a

execução adequada da camada de cobertura diária dos resíduos com solo e a

manutenção das frentes de trabalho.

Caso seja necessário, será realizada a desratização e outros procedimentos

específicos para a eliminação de vetores transmissores de enfermidades, com a

aplicação semestral de venenos e raticidas.

Desvalorização Imobiliária

O empreendimento será localizado em uma área de expansão urbana em decorrência

do crescimento econômico e demográfico da RMB, sendo objeto de políticas públicas

com a instalação de conjuntos habitacionais de baixa renda, cujo processo de

valorização não é acentuado. Ainda, a presença de um lixão em atividade, localizado

no Bairro de Santa Lúcia I, contribui como um fator importante para que haja

desvalorização imobiliária local.

É possível que durante a fase de planejamento possa existir uma tendência de

desvalorização imobiliária ao redor do empreendimento, que pode se estender até os

dois primeiros anos de operação.

Com a consolidação do empreendimento e a eficiência das medidas de controle é

possível que essa tendência seja reduzida. Á medida que as ações de controle sejam

eficientes, consequentemente o empreendimento irá gerar o menor impacto possível

para seu entorno, o qual sendo associado à desativação do lixão atual por iniciativa do

poder público municipal, resultará em maior eficácia para melhoria ambiental local.

Além disso, a consolidação da barreira vegetal irá gerar um bloqueio visual,

minimizando também os odores e ruídos que a CPTR possa gerar para o ambiente

externo. Isso poderá contribuir para uma aceitação do empreendimento pelo mercado

imobiliário, reduzindo assim a tendência à desvalorização local.

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Na fase de desativação do empreendimento e consolidação do uso proposto para o

local, que poderá ser uma área de lazer para a comunidade, a tendência é que ocorra

uma valorização imobiliária.

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RIMA - CPTR Marituba

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5. AÇÕES DE GESTÃO

Como será a Gestão ambiental do projeto?

A CPTR, quando implantada, poderá gerar os impactos descritos anteriormente. A

partir desses impactos foram elaborados diversos programas ambientais para reduzir

os efeitos negativos e aumentar os efeitos positivos do empreendimento.

Os programas ambientais propostos correspondem a um primeiro instrumento da

gestão de qualidade do projeto, podendo ser aperfeiçoado ao longo das etapas de

implantação e operação do projeto.

Medidas de Controle Ambiental

Programa de Gerenciamento e Operação do Aterro

Objetivos Estabelecer procedimentos para o correto gerenciamento

operacional do aterro, assegurando seu funcionamento como

destinação final sanitária e ambientalmente adequada dos resíduos

sólidos urbanos.

Atividades Controle dos procedimentos estabelecidos quanto ao:

Recebimento de resíduos;

Disposição dos resíduos nas glebas;

Descarga, Espalhamento e Compactação dos Resíduos

Recobrimento dos Resíduos Compactados

Cobertura Final da Camada de Resíduos e Plantio de

Gramíneas

Frente de Trabalho

Monitoramento e Manutenção

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RIMA - CPTR Marituba

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Programa de Controle e Prevenção de Acidentes

Objetivos Apresentar ações que devem ser tomadas quando da ocorrência de

acidentes na CPTR, de forma a evitar e/ou reduzir danos materiais,

ao meio ambiente e aos indivíduos.

Atividades Implementar o Plano de Emergência com definição do:

Quadro de pessoal para tomada de decisões

Equipamentos de segurança

Lista de órgãos em caso de emergência

Ações e medidas de emergência

Programa de Acompanhamento das Obras

Objetivos Assegurar que as práticas preventivas de conservação ambiental e

ações de controle sejam implantadas de forma adequada, visando o

menor impacto possível durante a fase de construção da CPTR

Marituba.

Atividades Execução dos seguintes Sub-programas:

Treinamento Ambiental dos Trabalhadores

Controle da Poluição nas Frentes de Trabalho

Controle e Monitoramento de Processos Erosivos e de

Assoreamento dos Corpos d’Água

Controle de Desativação e Recuperação das Frentes de

Trabalho

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RIMA - CPTR Marituba

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Medidas de Mitigação dos Impactos Negativos

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Objetivos Estabelecer medidas de recuperação a serem adotadas durante o

processo de encerramento das atividades da CPTR, definindo, ao

mesmo tempo, a estabilidade e qualidade ambiental da área e um

uso futuro adequado das respectivas áreas utilizadas pelo

empreendimento

Atividades Desativação e desmonte das estruturas;

Recuperação da topografia;

Implantação do sistema de drenagem final;

Recuperação vegetal.

Programa de Inserção dos Catadores de Lixo no Mercado de Trabalho

Objetivos Obter informações do grupo de catadores que trabalham no Lixão

Santa Lúcia I;

Incentivar a organização e a formalização do trabalho dos catadores

para atuarem no município de Marituba nas ações de reciclagem e

reutilização de materiais destinados à lixões e aterros controlados;

Promover a formalização de convênios com o poder público e

organizações locais para a oferta de cursos de formação e

capacitação às famílias voltados à inserção social e oportunidades

de trabalho no mercado local.

Atividades Realizar um cadastro dos catadores que trabalham no Lixão santa

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RIMA - CPTR Marituba

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Lúcia I;

Realização de cursos de capacitação para o trabalho na reciclagem

e reuso de materiais,

Programa de Recomposição Vegetal

Objetivos Programa de Recomposição Vegetal tem por objetivo a

recuperação e a preservação de um fragmento de floresta.

Atividades Reflorestamento espécies nativas da região amazônica, cuja

composição respeitará o mínimo de 50% de espécies pioneiras e

30% de espécies não pioneiras.

Programa de Conservação da Barreira Vegetal

Objetivos Os principais objetivos deste programa está na melhoria da

paisagem, melhoria do isolamento acústico e a diminuição da

dispersão de odores

Atividades Compor uma faixa contínua de vegetação no entorno do

empreendimento.

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RIMA - CPTR Marituba

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Ações e Medidas de Monitoramento Ambiental

Programa de Recomposição e Monitoramento do Desenvolvimento da

Vegetação ao Término da Vida Útil do Aterro

Objetivos Revegetação de ambientes degradados, melhoria da paisagem,

estabilização dos solos e recuperação do ambiente alterado.

Atividades Reafeiçoamento e a descompactação do solo nas áreas que

exijam este procedimento;

Preparo e adubação do solo;

Plantio de espécies nativas adequadas para a recuperação

de cada área degradada;

Monitoramento das áreas revegetadas pelo período mínimo

de 5 anos.

Programa Monitoramento Ambiental

Objetivos Acompanhamento das condições ambientais da área da futura

CPTR

Atividades Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas;

Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais Internas

e Externas;

Monitoramento das Características e Quantidades dos

Líquidos Percolados;

Monitoramento da Qualidade e Quantidade de Biogás;

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RIMA - CPTR Marituba

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Biomonitoramento de macrófitas aquáticas;

Monitoramento Geotécnico;

Caracterização gravimétrica dos resíduos;

Acompanhamento Topográfico do Aterro Sanitário;

Programa de Monitoramento da Emissão de Gases

Objetivos Acompanhar a geração de gás de forma que sua emissão para

atmosfera se enquadre nas especificações legais existentes; que

não provoque alterações significativas na qualidade do ar e risco a

população local.

Verificar também os gases no maciço do aterro sanitário visando

identificar problemas de drenagem de gases e percolado, e de

estabilidade de taludes, possibilitando assim, o estabelecimento de

medidas corretivas.

Atividades Monitoramento através da amostragem na chaminé

O monitoramento dos gases no maciço do aterro sanitário será

efetuado através de medições das pressões internas verificadas nos

piezômetros instalados no seu interior, dotados de válvulas

especiais que permitem o acoplamento de medidor de pressão de

gases.

Deverão também ser realizadas vistorias rotineiras de manutenção,

com a seguinte finalidade:

- Verificar possíveis vazamentos no corpo do aterro sanitário;

- Implantar obras e medidas corretivas de drenos danificados.

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RIMA - CPTR Marituba

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Programa de Encerramento e Monitoramento de Longo Prazo Após a

Desativação

Objetivos Monitorar as circunstâncias do aterro de forma a controlar de

imediato qualquer evento indesejável que possa a vir a ocorrer

devido ao processo de decomposição do resíduo durante a fase de

desativação.

Atividades Continuar com o monitoramento ambiental para águas, solo e ar;

Realizar vistoria e manutenção periódica da área do aterro.

Programa de Controle e Monitoramento dos Processos Erosivos e

Assoreamento

Objetivos Estabelecer ações de controle para a prevenção dos processos

erosivos hídricos e nas feições acima relacionadas e demais áreas

do Projeto;

Monitorar o desenvolvimento de processos erosivos; e

Estabelecer e acompanhar a implantação de ações de correção dos

processos erosivos desencadeados durante as etapas de

implantação, operação e fechamento da CPTR.

Atividades Implantar a cobertura vegetal de superfícies;

Implantar sistema de drenagem superficial;

Implantar dispositivos de controle de erosão;

Adequar a geometria dos taludes e pilhas;

Definição de zonas suscetíveis a erosão.

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RIMA - CPTR Marituba

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Programa de Monitoramento e Minimização do Ruído

Objetivos Monitorar os níveis de ruídos decorrentes da implantação e

operação do empreendimento, avaliando principalmente o potencial

incremento na área do entorno do empreendimento,

Atividades Medições periódicas do nível de ruído no entorno do

empreendimento

Programa Cuidando da Cidade

Objetivos O programa Cuidando da Cidade é uma ação sócio-educativa,

promovida pelo Empreendedor.

O objetivo do programa é propiciar aos alunos e educadores que

dele participam. Informações e práticas relativas ao tratamento mais

adequado que deve ser dispensado aos resíduos domiciliares,

como foco especial na coleta seletiva de lixo.

Atividades O Programa será realizado através de palestras e atividades

lúdicas, com a utilização de fantoches, direcionado para crianças do

ensino fundamental, com noções de meio ambiente, cidadania e

importância do tratamento adequado do resíduo.

Programa de Educação Ambiental

Objetivos Buscar o envolvimento da comunidade nas áreas de influência da

CPTR, bem como, os empregados envolvidos nos

empreendimentos, com as questões socioambientais.

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Atividades Realização de palestras e reuniões sobre a importância dos

cuidados com o meio ambiente;

Promoção de reuniões e encontros entre as organizações

identificadas para ouvi-las sobre as expectativas e percepções da

comunidade a respeito do empreendimento;

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6. CONCLUSÃO

A Central de Processamento e Tratamento de Resíduos Classe II, que deverá ser

implantada, no município de Marituba, região Metropolitana de Belém, se apresenta

como uma alternativa viável para a destinação de resíduos sólidos urbanos da região

metropolitana de Belém.

A área escolhida para a implantação do empreendimento, além de ter uma localização

adequada, próxima a BR 316, possui a vantagem de ser uma área já antropizada,

devido à atividade de mineração existente no local. O que favorece a implantação do

empreendimento. O fato da área já ter sua vegetação suprimida, e o solo já se

encontrar com cavas, diminui significativamente os impactos ambientais que seriam

causados caso o empreendimento fosse implantado em um local com características

naturais preservadas.

A criação do empreendimento nas proximidades de Belém proporciona a possibilidade

de destinação adequada dos resíduos sólidos gerada por toda a região metropolitana,

o que pode ajudar a solucionar o problema de destinação inadequada dos resíduos

sólidos dessa região.

Ressalta-se que apesar das vantagens proporcionadas pelo empreendimento os

mecanismos de controle propostos pelo empreendedor devem ser efetivados para que

a garantia ambiental seja mantida.

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7. GLOSSÁRIO

ALUVIAL: Produzido por aluvião (falando-se de um terreno

ALUVIÃO: Acumulação sucessiva de materiais (areias, cascalho, lodo etc.), depositados nas costas ou praias, ou na embocadura e nas margens dos rios, por inundações ou enchentes

ARQUEOLOGIA: Ciência das coisas antigas.

ASSOREAMENTO: Processo em que lagos, rios, baías e estuários vão sendo aterrados pelos solos e outros sedimentos neles depositados pelas águas das enxurradas, ou por outros processos.

COMPOSTAGEM: Mistura de matéria orgânica decomposta utilizada para fertilizar e condicionar o solo. Provém normalmente dos despejos, lixos, resíduos orgânicos, excrementos de animais e lodos dos esgotos urbanos

CONAMA:Conselho Nacional do Meio Ambiente

DEGRADAÇÃO: Reduzir a complexidade de um composto em um ou mais grupos ou partes componentes;

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL: Termo usado para qualificar os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade ou a capacidade produtiva dos recursos ambientais

DRENAGEM: Remoção natural ou artificial da água superficial ou subterrânea de uma área determinada

DISPOSIÇÃO: Ato ou efeito de dispor; ordenação, arrumação, arranjo

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RIMA - CPTR Marituba

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EFLUENTE: Qualquer tipo de água, ou outro líquido que flui de um sistema de coleta, de transporte, como tubulações, canais, reservatórios, elevatórias, ou de um sistema de tratamento ou disposição final, como estações de tratamento e corpos d'água.

ENCERRAMENTO: Ato ou efeito de encerrar; conclusão, fechamento

FISIOGRAFIAS: Estudo das formas físicas da Terra, de suas causas e das relações entre elas

HABITAT: Hábitat de um organismo é o lugar onde vive ou o lugar onde pode ser encontrado

INFILTRAÇÃO: Ato ou efeito de se infiltrar

PADRÃO: Em sentido restrito, padrão é o nível ou grau de qualidade de um elemento (substância ou produto), que é próprio ou adequado a um determinado propósito.

PLANÍCIE: Extensão de terreno, mais ou menos considerável, de aspecto plano ou de muito poucos acidentes.

RESÍDUOS: Constituem aquilo que genericamente se chama lixo: materiais sólidos considerados inúteis, supérfluos ou perigosos, gerados pela atividade humana, e que devem ser descartados ou eliminados.

TALUDE: Inclinação natural ou artificial da superfície de um terreno.

TRIAGEM: Escolha ou separação

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RIMA - CPTR Marituba

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8. EQUIPE TÉCNICA

8.1 Equipe Técnica Responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

Profissional/Função Formação Registro em Conselho de Classe

Coordenação Geral

Valdir Nakazawa Geólogo CREA 06013239201 - SP

Coordenação Técnica

Rosana Cesar de Lima Eng. Ambiental CREA 5063221495- SP

Caracterização do Empreendimento

Mário Guilhem de Almeida Eng. Civil CREA 144.584- SP

Legislação Ambiental

Andreza Diaféria Advogada OAB - SP 220.855

Cristiano Theodoro de Carvalho

Advogado Jr. OAB - SP 134742E

Meio Físico

Carlos Carlstron Filho Geólogo CREA-SP 0600567321

Seijo Hassuda Geólogo CREA-SP 167209D

Sergio Nobuo Godoy Saito Geólogo -

Meio Biótico

Ricardo Cardoso dos Santos Eng. Agrônomo CREA-SP 0601614141

Erides Campos Antunes Eng. Florestal CREA-GO 5447/D

Pollyana Kelly S. Souza Bióloga -

Died Barbosa da Silva Técnico Agrícola -

Nilton Carlos do Valle Biólogo CRBio 30288/04-D

Tatiane Carmo Bristot Bióloga CRBio 76551/04-D

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RIMA - CPTR Marituba

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Profissional/Função Formação Registro em Conselho de Classe

Luiz Gustavo Capra Biólogo CRBio 064996/01-D

Meio Socioeconômico

Antônio Carlos de França Geógrafo CREA-SP 0601620011

Silvia Helena Fonseca Torres Socióloga -

Maria da Luz Lobato Técnica Ambiental -

Gilberto Shein Sociólogo -

Guilherme Saad Ximenes Sociólogo -

Arqueologia

Karen Shapazian Arqueólogo -

8.2 Equipe Técnica Responsável pelo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)

Profissional/Função Formação Registro em Conselho

de Classe

Ricardo Cardoso dos Santos Eng. Agrônomo CREA-SP 0601614141

Carlos Carlstron Filho Geólogo CREA-SP 0600567321

Rosana Cesar de Lima Engenheira

Ambiental CREA- SP 5063221495

Luiz Gustavo Capra Biólogo CRBio 064996/01-D